procedimento operacional padrão unidade de reabilitação/32
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Procedimento Operacional Padrão
Unidade de Reabilitação/32/2016
Reabilitação Fisioterapêutica
nos Pacientes com
Diagnóstico de
Polineuropatia
Versão 2.0
2019
Procedimento Operacional Padrão
Unidade de Reabilitação/32/2016
Reabilitação Fisioterapêutica nos
Pacientes com Diagnóstico de
Polineuropatia
Versão 2.0
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www.ebserh.gov.br
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Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).
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Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), administrado pela Eb-
serh – Ministério da Educação
POP: Reabilitação Fisioterapêutica nos Pacientes com Diagnóstico de Polineuropatia – Unidade de Rea-
bilitação, Uberaba, 2019 – Versão 2.0. 24p.
Palavras-chaves: 1 – POP; 2 – Fisioterapia; 3 – Polineuropatia.
HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
ADMINISTRADO PELA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
(EBSERH)
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Telefone: (034) 3318-5200 | Sítio: www.uftm.edu.br
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Ministro de Estado da Educação
OSVALDO DE JESUS FERREIRA
Presidente da Ebserh
LUIZ ANTÔNIO PERTILI RODRIGUES DE RESENDE
Superintendente do HC-UFTM
MARIA CRISTINA STRAMA
Gerente Administrativo do HC-UFTM
DALMO CORREIA FILHO
Gerente de Ensino e Pesquisa do HC-UFTM
GEISA PEREZ MEDINA GOMIDE
Gerente de Atenção à Saúde do HC-UFTM
DENER DONIZETTI CUNHA MATOS
Chefe da Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico do HC-UFTM - substituto
IZABELLA BARBERATO SILVA ANTONELLI
Chefe da Unidade de Reabilitação
EXPEDIENTE
Unidade de Reabilitação
Produção
HISTÓRICO DE REVISÕES
Data Versão Descrição Gestor do POP Autor/responsável por
alterações
21/11/2016 1.0
Trata da padronização da reabi-
litação fisioterapêutica no paci-
ente com diagnóstico de Poli-
neuropatia
Renata de Melo Batista
José Fábio Pedrosa
Priscila Salge Mauad
Rodrigues
Reinildo dos Santos Martins
Roberta da Silva Aramaki
Taciana Freitas Agrelli
Co-autores:
Michelle Rodrigues Laga-
res Xavier
Natália Marquesini
Paloma Ferreira De Paula
Paula Berteli Pelizaro
18/06/2018 1.0
Trata da padronização da reabi-
litação fisioterapêutica no paci-
ente com diagnóstico de Poli-
neuropatia
Renata de Melo Batista
Sabrina Vilela Afonso
Priscila Salge M. Rodri-
gues
Luciane Apda P. S. Souza
Gustavo José Luvizutto
Co-autores
Jayne da Silva Pereira
Paloma Cristine C. Lima
Felipe Cruvinel Costa
04/01/2019 2.0
Trata da padronização da reabi-
litação fisioterapêutica no paci-
ente com diagnóstico de Poli-
neuropatia
Izabella Barberato
Silva Antonelli
Sabrina Vilela Afonso
Priscila Salge M. Rodri-
gues
Luciane Apda P. S. Souza
Gustavo José Luvizutto
Co-autores
Jayne da Silva Pereira
Paloma Cristine C. Lima
Felipe Cruvinel Costa
Validação: Unidade de
Planejamento
Aprovação: Colegiado
Executivo
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Diagnóstico de Polineuropatia
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SUMÁRIO
OBJETIVO ............................................................................................................................................ 7
GLOSSÁRIO ......................................................................................................................................... 7
APLICAÇÃO ........................................................................................................................................ 8
1. INFORMAÇÕES GERAIS ............................................................................................................... 8
1.1 Introdução ..................................................................................................................................... 8
1.2 Objetivos ..................................................................................................................................... 10
2. Descrição das tarefas ....................................................................................................................... 12
2.1 Fisioterapia Respiratória ............................................................................................................. 12
2.2 Fisioterapia Motora .................................................................................................................... 17
2.3 Intercorrências ............................................................................................................................ 22
REFERENCIAIS TEÓRICOS ............................................................................................................ 23
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Diagnóstico de Polineuropatia
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OBJETIVO
Padronizar entre a equipe de fisioterapia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triân-
gulo Mineiro (HC-UFTM), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh),
o atendimento a pacientes internados com diagnóstico de Polineuropatia.
GLOSSÁRIO
ADM – Amplitude de movimento
AVE - Acidente vascular encefálico
DD – Decúbito Dorsal
DL – Decúbito Lateral
Ebserh – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares
ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica
EPAP – Pressão Positiva Expiratória nas Vias Aéreas
HC-UFTM - Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
MMII - Membros inferiores
MMSS - Membros superiores
NAMA - Neuropatia Axonal Motora Aguda
NAMsA - Neuropatia Axonal Motora e Sensorial Aguda
PNP - Polineuropatia
POP – Procedimento Operacional Padrão
SGB - Síndrome de Guillain-Barré
SMF - Síndrome de Miller Fisher
SNC – Sistema Nervoso Central
SpO2 – Saturação Periférica de ooxigênio
TCE - Trauma Cranioencefálico
TOT – Tubo Orotraqueal
TQT - Traqueostomia
TRM - Traumatismo raquimedular
VA – Vias aéreas
VM – Ventilação Mecânica
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APLICAÇÃO
Unidades do HC-UFTM que prestam assistência a pacientes com diagnóstico de polineuropatia
(PNP) na fase hospitalar (Urgência e Emergência, Enfermarias e Unidades de Terapia Intensiva).
1. INFORMAÇÕES GERAIS
1.1 Introdução
As Polineuropatias (PNP) são um grupo de distúrbios nos quais os nervos periféricos são afetados
por um ou mais processos patológicos, atingindo o sistema motor, sensorial e/ou autonômico. Os sin-
tomas podem ser difusos, simétricos e predominantemente distais (LUCCI; DIAS; IWABE; DELO-
ROSO, 2008). Podem ser centrais, sendo as patologias mais comuns a esclerose múltipla e as trau-
máticas, como traumatismo raquimedular (TRM), acidente vascular encefálico (AVE) e trauma cra-
nioencefálico (TCE), ou periféricas, como a síndrome de Guillian Barré (SGB), Síndrome de Miller
Fischer (SMF), Neuropatia axonal motora aguda, neuropatia axonal sensitiva motora aguda, traumá-
ticas e metabólicas.
- PNM centrais
A esclerose múltipla é uma doença crônica que afeta o sistema nervoso central (SNC), especifica-
mente a substância branca, sendo caracterizada patologicamente por múltiplas áreas de inflamação,
desmielinização e formação de cicatrizes gliais, podendo afetar o encéfalo e/ou medula espinhal. As
lesões ocorrem em consequência da perda da bainha de mielina, comprometendo a condução nervo-
sa. Apresentam predileção por certas regiões do SNC, ocasionando sintomas e sinais complexos.
Clinicamente é caracterizada por episódios de distúrbio focal dos nervos ópticos, SNC, com remissão
vulnerável e a recidiva pode ser durante muitos anos.
Assim, as manifestações são estabelecidas pela localização e extensão dos focos desmielinizantes.
Geralmente acomete adultos jovens e caracteriza-se por fraqueza motora, comprometimento da vi-
são, diplopia, nistagmo, parestesias, tremor intencional, disartria, disfunção vesical, alterações das
respostas emocionais, comprometimento da sensibilidade profunda, entre outros (CARDOSO, 2010).
Outras formas de PNP são as traumáticas como: TCE, AVE e TRM. O TCE é um trauma que pode
envolver lesões anatômicas, comprometimento do couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo,
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sendo considerado um processo dinâmico, pois as consequências de seu quadro patológico podem
persistir e progredir conforme o tempo. É graduado em leve, moderado e grave. Os indivíduos com
TCE podem apresentar incapacidades temporárias ou permanentes. As incapacidades podem ser di-
vididas em físicas, cognitivas e emocionais/comportamentais (HORA; SOUSA, 2005).
O AVE é o rápido desenvolvimento de sinais clínicos de distúrbios focais e/ou globais da função ce-
rebral, sendo de origem vascular e provoca alterações cognitivas e sensório-motoras, de acordo com
a extensão e área lesionada. Pode ser isquêmico, quando há a obstrução de vaso sanguíneo provocan-
do o bloqueio do fluxo sanguíneo, ou hemorrágico quando há a ruptura do vaso sanguíneo gerando
sangramento subaracnóideo ou intraparenquimatoso (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
O TRM é caracterizado como lesão da medula espinhal, resultando em alterações motoras, sensitivas
e/ou autonômicas, podendo ser permanentes ou temporárias (MORAIS et al., 2013).
- PNP periféricas
A SGB consiste em uma PNP desmielinizante inflamatória aguda autoimune, na grande maioria das
vezes reversível, que se caracteriza por uma desmielinização, principalmente dos nervos motores,
mas pode atingir também os nervos sensitivos. Caracteriza-se por comprometimento periférico as-
cendente, progressivo e geralmente simétrico, na qual as manifestações motoras predominam sobre
as sensoriais (BOLAN et al, 2007). Apesar de estar comprovado que esta é uma patologia de media-
ção imune, a sua causa exata ainda não foi totalmente esclarecida. Os indivíduos afetados apresen-
tam-se, geralmente, com uma tetraparesia ascendente súbita e progressiva, arreflexia e, ocasional-
mente, por anomalias sensoriais e autonômicas. A SGB subdivide-se nas seguintes variantes clínicas:
a forma desmielinizante clássica (PNP desmielinizante inflamatória aguda), as formas abonais (neu-
ropatia axonal motora aguda - NAMA e a neuropatia axonal motora e sensorial aguda- NAMsA), e
variantes menos frequentes (SMF) (CARVALHO, 2015).
A NAMA afeta principalmente crianças e adultos jovens, correspondendo a uma forma motora pura,
geralmente sem envolvimento sensorial e dos nervos cranianos. Frequentemente, os pacientes apre-
sentam-se com uma fraqueza proximal e distal simétrica, sem anormalidades sensoriais e com dimi-
nuição dos reflexos tendinosos; já a NAMsA, encontra-se intimamente relacionada com a NAMA,
sendo considerada uma variante mais severa, atingindo o pico máximo em apenas 7 dias. É mais co-
mum em adultos do que em crianças, e além do envolvimento das fibras nervosas motoras, as fibras
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sensoriais são afetadas, levando ao aparecimento de déficits sensoriais. Mais raramente, pode haver
envolvimento autonômico.
A SMF se caracteriza pela instalação aguda de uma tríade composta por ataxia, oftalmoplegia e arre-
flexia, sem fraqueza motora associada, sendo a disfunção autonómica rara. A SMF é considerada
uma doença benigna e autolimitada, já que a maioria dos doentes apresenta uma rápida recuperação
com bom prognóstico. No entanto, alguns deles acabam por desenvolver fraqueza dos membros e
insuficiência respiratória, constituindo a síndrome de sobreposição SMF-SGB (CARVALHO, 2015).
A PNP diabética é uma forma de PNM periférica metabólica. Ela é definida como um dano neuroló-
gico em pacientes com Diabetes Melittus após exclusão de outras causas. O acometimento do sistema
nervoso periférico pode ser focal ou difuso, sensório e/ou motor e também autonômico. A hipergli-
cemia crônica é o principal fator envolvido na patogênese, podendo levar ao dano celular de diversas
maneiras, seja pelo aumento da produção de radicais livres ou pela formação de produtos de glicação
avançada, ativando cascatas inflamatórias que culminam com o dano e morte celular (COSTENA-
RO, 2015). A reabilitação fisioterapêutica não pode eliminar os danos neurológicos, porém ela atua
favorecendo a funcionalidade através do tratamento de sintomas específicos.
1.2 Objetivos
Gerais
- Realizar uma avaliação minuciosa e individualizada;
- Reduzir o tempo de internação;
- Minimizar os efeitos deletérios do repouso prolongado no leito;
- Aumentar a capacidade funcional visando, quando possível, maximizar as respostas motoras, senso-
riais e autonômicas;
- Discutir condutas com equipe multiprofissional.
- Específicos
- Avaliar acometimento sensório – motor;
- Avaliar comprometimento respiratório;
- Art. 3º Resolução do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, nº 400, de
03/08/2011;
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Aplicar métodos, técnicas e recursos de expansão pulmonar, remoção de secreção, fortalecimento
muscular, recondicionamento cardiorrespiratório e suporte ventilatório - Realizar posicionamento
no leito, sedestação, ortostatismo, deambulação, além de planejar e executar estratégias de adapta-
ção, readaptação, orientação e capacitação dos clientes/pacientes/usuários, visando a maior funci-
onalidade e autonomia;
Monitorar os parâmetros cardiorrespiratórios;
Gerenciar a ventilação espontânea, invasiva e não invasiva;
Manter a funcionalidade e gerenciamento da via aérea natural e artificial;
Realizar a titulação da oxigenoterapia e inaloterapia;
Determinar as condições de alta fisioterapêutica;
Prescrever a alta fisioterapêutica;
Registrar em prontuário consulta, avaliação, diagnóstico, prognóstico, tratamento, evolução, inter-
consulta, intercorrências e alta fisioterapêutica;
Determinar diagnóstico e prognóstico fisioterapêutico;
Aplicar medidas de controle de infecção hospitalar;
- Avaliar condições de Atividades de Vida Diária;
- Avaliar nível de consciência;
- Melhorar e/ou manter função pulmonar;
- Manter oxigenação adequada, com uma saturação periférica de oxigênio (SpO2) > ou = 90%;
- Auxiliar intubação orotraqueal e adequar os parâmetros ventilatórios;
- Evitar complicações da ventilação mecânica (VM) e diminuir o tempo de intubação;
- Melhorar endurance e força dos músculos respiratórios;
- Minimizar os riscos de trombose venosa profunda;
- Prevenir outras complicações clinicas secundárias, tais como: hipotensão postural, ulcerações.
- Melhorar e/ou manter amplitude de movimento (ADM);
- Melhorar e/ou manter a função motora;
- Prevenir deformidades e contraturas;
- Promover posicionamento adequado no leito.
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2. DESCRIÇÃO DAS TAREFAS
2.1 Fisioterapia Respiratória
2.1.1 Técnicas desobstrutivas ou Terapia de Higiene Brônquica: trata-se da utilização de técnicas
que visam auxiliar a mobilização e a eliminação de secreções, melhorando as trocas gasosas. As téc-
nicas não são utilizadas de maneira isolada, mas sim, associadas entre si, e também a outras modali-
dades dentro da fisioterapia respiratória. Dentre as técnicas pode-se citar:
- Vibrocompressão torácica:
Consiste na associação das manobras de vibração e de compressão torácica, aplicadas na fase expi-
ratória do ciclo respiratório, de forma constante, lenta e moderada, com as mãos colocadas no senti-
do anatômico dos arcos costais. Está vinculada à propriedade do muco de liquefazer-se durante a
agitação, portanto, o emprego desse recurso facilita a depuração da secreção. Promove fluidificação
e deslocamento de secreções pulmonares para vias aéreas (VA) de maior calibre para que, posteri-
ormente, sejam eliminadas pela tosse ou aspiração.
- Drenagem autógena:
Utiliza inspirações e expirações lentas, de forma ativa, controladas pelo paciente, iniciando no vo-
lume de reserva expiratório até o volume de reserva inspiratório. Dessa forma tenta-se a mobiliza-
ção, inicialmente, de secreções de VA distais e posteriormente de VA mais proximais. A manobra
visa maximizar o fluxo de ar nas VA para melhorar a eliminação do muco e da ventilação pulmonar,
sendo uma combinação de controle respiratório em vários níveis de volumes pulmonares. Apresenta
a limitação de necessitar da colaboração efetiva do paciente.
- Técnica expiratória forçada ou Huffing:
Consiste em um ou dois esforços expiratórios (huffs) realizados com a glote aberta com objetivo de
remoção de secreções brônquicas com a menor alteração da pressão pleural e menor probabilidade de
colapso bronquiolar. São expirações forçadas a partir de médio volume inspiratório e com a glote
aberta, aumentando assim o fluxo expiratório e favorecendo a tosse.
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- Aceleração do fluxo expiratório:
Consiste no aumento ativo-assistido ou passivo do volume de ar expirado com o objetivo de mobili-
zar, deslocar e eliminar secreções traqueobrônquicas. Consiste em um movimento toracoabdominal
sincronizado. Dessa maneira promove-se um esvaziamento passivo do ar presente nos pulmões, faci-
litando o deslocamento de secreções. A forma passiva da técnica é normalmente realizada em crian-
ças sem nível de colaboração. A forma ativa assistida consiste em o paciente realizar a expiração
com a glote aberta, necessitando do terapeuta para a pressão manual e a ativa consiste na participação
plena do paciente. O fisioterapeuta posiciona-se em pé ao lado do paciente, coloca uma mão sobre o
tórax dele (entre a fúrcula esternal e a linha intermamária) e a outra sobre o abdome (em cima do
umbigo) e faz um movimento sincrônico aproximando as duas mãos do início ao fim da expiração.
- Aspiração de VA nasotraqueal e/ou endotraqueal:
É um procedimento invasivo que consiste na retirada de secreções de VA com o objetivo de manter a
permeabilidade das VA, facilitar oxigenação e prevenção da broncoaspiração em pacientes com uso
de tubo orotraqueal (TOT), traqueostomia (TQT) ou em pacientes que não conseguem expectorar
voluntariamente por via natural as secreções acumuladas, que poderão ser aspiradas por meio de
sondagem nasotraqueal.
Indicações de aspiração:
Presença visível de secreções na luz do TOT, sons respiratórios audíveis ou alterações na ausculta
pulmonar, mudanças radiológicas consistentes com a retenção de secreções, obtenção de amostras de
secreções pulmonares, aumento aparente do trabalho respiratório, deterioração dos gases arteriais
sugerindo hipoxemia, hipercapnia ou queda na saturação de oxigênio.
- Drenagem postural:
A drenagem postural utiliza-se da ação da gravidade para auxiliar a movimentação das secreções no
trato respiratório, direcionando-as para as VA centrais onde poderão ser removidas através da tosse,
promovendo também melhora da relação ventilação/perfusão.
Nessa técnica a ação da gravidade atua auxiliando o deslocamento de secreções periféricas para
regiões proximais do pulmão. O uso do posicionamento como forma de drenagem baseia-se na
anatomia da árvore brônquica. Adotando-se a postura invertida do segmento pulmonar acometido, a
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secreção é encaminhada para uma porção mais central, em que será removida por meio de tosse ou
aspiração. Geralmente está associada a outras técnicas como vibração.
As posições de drenagem postural e o grau de inclinação variam de acordo com a posição da área
pulmonar a ser drenada e tomam como base o ângulo ou o somatório das angulações formadas entre
os segmentos brônquicos e a traqueia, devendo sempre ser levado em consideração as condições
clínicas do paciente.
- Tosse:
A tosse consiste em uma expiração forçada explosiva onde atua como mecanismo mecânico em de-
fesa da árvore traqueobrônquica. A tosse pode ser espontânea, provocada (reflexa) ou voluntária. Na
tosse dirigida, trata-se de um esforço de tosse voluntária que o fisioterapeuta obtém quando solicita
ao paciente cooperante (estímulo verbal de tosse). A tosse provocada é uma tosse aplicada no pacien-
te incapaz de cooperar e, portanto, de realizar uma tosse ativa. É induzida pela estimulação dos re-
ceptores mecânicos situados na parede da traqueia extratorácica. Obtida pela indução manual deno-
minada tic-traqueal, a qual consiste em realizar um movimento lateral da traqueia durante a fase ins-
piratória auxiliando o ato de tossir.
2.1.2 Técnicas Reexpansivas:
- Exercício respiratório diafragmático: realizado com o paciente sentado ou deitado, o fisioterapeuta
coloca as duas mãos sobre o apêndice xifoide e realiza incursões ventilatórias de forma que sua mão
se eleva durante a inspiração e deprime durante a expiração. Essa técnica permite maior expansão
pulmonar, por aumento da ventilação nas bases, beneficiando aqueles cuja complacência esteja di-
minuída.
- Inspiração fracionada e soluços inspiratórios: consiste em realizar inspirações nasais sucessivas e
curtas com uma pausa (apneia), após cada inspiração curta, até atingir a capacidade pulmonar total e,
a seguir, uma expiração bucal.
- Sustentação máxima da inspiração: o paciente é orientado a realizar uma inspiração profunda até a
capacidade inspiratória máxima, seguida de uma pausa inspiratória e, em seguida, a expiração bucal.
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- Cinesioterapia respiratória associada a elevação dos membros superiores (MMSS): Associação de
exercícios respiratórios a movimentação simultânea dos MMSS.
- Pressão positiva expiratória nas VA (EPAP): a EPAP é uma técnica que consiste na aplicação de
pressão positiva somente durante a fase expiratória do ciclo respiratório. Esta pressão positiva é pro-
duzida por dispositivos que geram resistência ao fluxo expiratório, como válvulas spring-loaded,
com pressões de 5, 10, 15 ou 20 cmH2O, que podem estar conectados a máscaras, bocais ou direta-
mente à VA artificial dos pacientes. A técnica de EPAP produz uma pressão positiva no final da ex-
piração (positive expiratory end pressure) que promove aumento dos volumes pulmonares e recru-
tamento alveolar (podendo também ser considerada como técnica reexpansiva), além de ser uma al-
ternativa efetiva de higiene brônquica.
Essa técnica promove a remoção das secreções nas VA maiores através da chegada de ar a segmen-
tos pouco ou não ventilados pela ventilação colateral e por prevenir o colapso das VA durante a expi-
ração. Portanto, um aumento no volume pulmonar faz com que o ar localizado atrás das secreções,
que obstruem as pequenas vias, ajude a removê-las. A EPAP pode ser considerada tanto uma técnica
desobstrutiva quanto uma técnica reexpansiva.
- Uso de incentivadores respiratórios à volume (Voldyne®) ou à fluxo (Respiron®)
Consiste na utilização de aparelhos portáteis que promovem um feedback de que foi alcançado o
fluxo ou o volume desejado. A sua utilização depende do nível de consciência, da compreensão e
colaboração do paciente. Muitos são os incentivadores respiratórios, sobretudo os inspiratórios. Es-
ses incentivadores são exercitadores respiratórios que tem como objetivo reexpansão pulmonar, au-
mento da permeabilidade das VA e fortalecimento dos músculos respiratórios. Incentivadores como
o Respiron® e o Voldyne® são exemplos de aparelhos bastante utilizados pelo serviço de fisiotera-
pia do HC-UFTM, na reexpansão pulmonar.
São aparelhos que oferecem um estimulo visual para o paciente, como forma de encorajá-lo a reali-
zar uma inspiração máxima sustentada e alcançar a capacidade pulmonar total. A execução é feita
com parte do volume residual seguido de uma inspiração máxima até atingir a capacidade pulmonar
total e aplicada no incentivador por via oral, ativa e profunda, de início rápido e mantido no final, no
qual ocorre o maior incremento do trabalho ventilatório. Após a inspiração máxima pode-se ou não
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realizar uma pausa inspiratória fora do bocal, que potencializa o ar intraalveolar e ocorre maior ven-
tilação colateral e o recrutamento de unidades alveolares colapsadas.
O incentivador a fluxo consiste em uma ou mais câmaras plásticas que abrigam esferas semelhantes
a bolas de pingue-pongue que se elevam em fluxos inspiratórios altos e turbulentos. O incentivador
utilizado no HC-UFTM é o Respiron®.
O incentivador a volume consiste em um sistema de pistão em que um êmbolo ou disco deve ser
elevado até atingir a capacidade inspiratória máxima ou nível predeterminado. Esse tipo é mais fi-
siológico, pois o volume de treinamento é constante e gera um fluxo menos turbulento quando com-
parado com o incentivador a fluxo.
2.1.3 Treinamento muscular respiratório
Pode ser realizado através de um sistema de molas (Threshold). O treino pode ser iniciado com car-
ga de 15 a 30% da pressão inspiratória máxima e evoluir para 60 a 70% de acordo com o objetivo de
treinamento. A duração pode variar entre 15 e 30 minutos ou realizar séries de 20-30 respirações,
com uma frequência de duas vezes ao dia, durante 5 a 7 dias por semana. Deve ser preconizado um
período de treinamento entre 8 a 12 semanas.
2.1.4 Monitorização das pressões do balonete do TOT ou cânula de TQT, com o uso do aparelho
cuffômetro, que deve se manter entre 20 e 25 cmH2O.
2.1.5 Desmame da VM e extubação, após melhora clínica e resolução da causa da falência respirató-
ria;
2.1.6 Monitorização dos parâmetros de VM e alteração desses parâmetros, quando necessário, após
avaliação ou gasometria solicitada ao médico responsável como exame complementar;
2.1.7 Monitorização e desmame dos sistemas de administração de oxigênio: A oxigenoterapia consis-
te na administração de oxigênio suplementar com o intuito de elevar ou manter a saturação de oxigê-
nio acima de 90%, corrigindo os danos da hipoxemia;
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2.2 Fisioterapia Motora
2.2.1 Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
Técnicas de Relaxamento (inibitórias)
- Alongamentos como: realizar os movimentos de flexão, extensão, inclinação direita e inclinação
para esquerda de cervical mantendo o alongamento por 30 segundos em cada posição.
- Alongamento de cadeia posterior (Isquiotibiais, gastrocnêmico e sóleo): terapeuta realiza no pacien-
te uma flexão de quadril com extensão de joelho e dorsiflexão de tornozelo até o limite de ADM do
paciente, mantendo por 30 segundos de cada lado.
- Alongamento de glúteo e lombar: abraçar as duas pernas (quadril e joelhos flexionados em ampli-
tude máxima) e depois uma perna de cada vez (uma perna estendida e a outra flexionada) mantendo
por 30 segundos de cada lado
- Alongamento de deltoide: fazer uma adução horizontal com extensão de cotovelo e o outro braço,
puxando este no sentido da adução, alongando tríceps, com flexão total de ombro e cotovelo e a outra
mão apoiada no cotovelo, alongar flexores de punho em 90º de flexão de ombro, extensão de cotove-
lo e extensão de punho e alongar extensores de punho, em 90º de flexão de ombro, extensão de coto-
velo e flexão de punho, mantendo por 30 segundos em cada posição.
- Aproximação articular: terapeuta envolve com as mãos duas articulações diferentes, fazendo uma
pressão constante, levando assim a aproximação das articulações. Exemplo: com uma das mãos o
fisioterapeuta envolve a articulação do ombro e com a outra mão envolve a articulação do cotovelo
do paciente.
- Mudança de decúbito passando de decúbito dorsal (DD) para decúbito lateral (DL), terapeuta usan-
do os pontos chaves, uma mão no ombro e outra no quadril, usando almofadas, travesseiros, toalhas e
rolos para manter o posicionamento.
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Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva
- MMSS: Em DD, braço em extensão abdução e rotação medial de ombro, seguido de estiramento,
dobrando dedos, punho e cotovelo levando ombro para cima e para dentro. Segue então mais um es-
tiramento, seguido de extensão de dedos, punho e cotovelo, ombro para baixo e para fora.
Em DD, braço na diagonal: com o punho fletido, o terapeuta realiza o estiramento e pede extensão de
dedos, cotovelos e ombro para cima. Segue então mais um estiramento, dobrando dedos, punho com
braço na diagonal
- MMII: Em DD: abdução de quadril, extensão de joelho e dorsiflexão + eversão de tornozelo, segue
um estiramento, com dedos para dentro, fletindo quadril e joelho. Segue então um estiramento com
extensão de quadril e joelho.
- Membro superior
Flexão-abdução-rotação externa–primitiva
Paciente em DD auxiliado pelo terapeuta fazendo resistência manualmente, inicia com ombro e co-
tovelo em extensão, adução e rotação interna, os dedos e o polegar estendem-se à medida que o pu-
nho se move em extensão radial com abdução, rotação externa e flexão de ombro. Cotovelo perma-
nece estendido. Com isso é possível trabalhar os músculos: trapézio, elevador da escápula, serrátil
anterior, deltoide anterior, tríceps, bíceps, braquiorradial, supinador, extensores de punho, dedos e
polegar.
- Membro inferior
Flexão-abdução-rotação interna–primitiva
Paciente em DD auxiliado pelo terapeuta fazendo resistência manualmente inicia o movimento com
inversão e flexão de dedos e hálux (pé de bailarina), os dedos fazem extensão, à medida que o pé e
tornozelo se movem em dorsiflexão e eversão. O quadril faz flexão, com abdução e rotação interna,
trabalhando assim os músculos tensor da fáscia lata, reto femoral, glúteo médio e mínimo, quadrí-
ceps, fibular terceiro, extensor do hálux e dedos.
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2.2.2 - Síndrome de Guillain-Barré (SGB)
Mobilização Passiva
- Terapeuta com uma mão no punho e outra no cotovelo do paciente, realizar movimentos como: fle-
xão de ombro, abdução de ombro, rotação de ombro, circundução (movimentos circulares), flexão e
extensão de cotovelo.
- Terapeuta com uma mão no joelho e outra na planta do pé do paciente, realizar movimentos como:
tríplice flexão e tríplice extensão, rotação de quadril, abdução e adução de quadril.
Mudança de Decúbito
- DD p/ sentado: abdução de ombro com flexão de cotovelo, jogando os MMII um pouco para fora
do leito. Com o membro contralateral, realizar a tração enquanto realiza extensão do outro cotovelo
- DD p/ DL: cruzar as pernas do paciente (uma em cima da outra), com os dois cotovelos fletidos e
ombro em adução. Traciona o paciente através da parte posterior de ombro e quadril
- Sentado para em pé: pés juntos e alinhados, cotovelos em extensão com as mãos dadas, jogar o
tronco para frente realizando extensão de joelho e quadril. Terapeuta ajuda como for necessário de
acordo com as condições do paciente
Técnicas de Fortalecimento
- Exercício de prancha para fortalecer tronco e abdome: o terapeuta solicitará que o paciente fiquei
em decúbito ventral, faça uma flexão de cotovelo apoiado ao solo, elevação de quadril, e marcará um
tempo para que ele fique com o quadril elevado.
Levantar e sentar da cadeira para fortalecer MMII: paciente sentado em uma cadeira, e o terapeuta irá
solicitar que o paciente levante sem o apoio das mãos, caso consiga e depois sente na cadeira, repe-
tindo isso algumas vezes
Exercício de ponte para fortalecer glúteos e lombar: paciente em decúbito dorsal terá que manter os
joelhos dobrados e separados na largura do quadril e as solas dos pés bem firmes na maca. Aproxi-
mando seus calcanhares ao quadril o máximo que puder. Se for mais fácil, trazer o quadril para perto
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dos calcanhares. É preciso usar a força dos pés e dos glúteos para levantar, manter os braços ao lado
do corpo deitando com os cotovelos virados para a maca e as palmas das mãos para cima, a uns cen-
tímetros dos quadris, para ter mais estabilidade; solicitar ao paciente que erga o quadril não esque-
cendo de inclinar a pélvis e contrair o abdômen para trabalhá-lo também.
Uso de órteses
Estágio inicial: Um segurador de botões, um apanhador; um segurador de chave; uma bengala; esco-
va de dentes elétrica; uma mangueira de chuveiro com chuveirinho flexível; apoios para as mãos para
chuveiro e banheira; blusões e pulôveres; saias e calças com elástico na cintura; sapatos do tipo chi-
nelo; e velcro para fechar praticamente qualquer coisa.
Estágio médio: Muitas pessoas com ELA usam um assento elevado no vaso sanitário; cadeira de ba-
nho, urinol, andador com rodas e freios de mão; cadeira de rodas leve e dobrável, para colocar no
carro; colar cervical; talas de tornozelo-pé; talas de mão; cadeira reclinável com repouso para os pés;
uma cadeira com um assento que pode ser elevado eletricamente e um suporte de transferência.
Estágio avançado: As pessoas com ELA habitualmente usam cama elétrica; uma cadeira de rodas
com dorso elevado, apoio de cabeça reclinável, apoios de braço removíveis, descansos para as pernas
e bandeja de colo; comadre ao lado da cama; elevador hidráulico; bota de suporte para o pé; suportes
para os braços, máquinas de sucção; e dispositivos de comunicação. Muitas pessoas não utilizam al-
guns desses dispositivos, mas a vida pode não ser tão confortável para seus cuidadores ou para os
próprios pacientes. Os cuidados e o conforto dependem do empenho para pesquisar e encontrar os
itens que são mais úteis.
2.2.3 – PNP Diabética
Fortalecimento Muscular
- Exercício de footwork para fortalecer músculos intrínsecos do pé: com o paciente sentado e os pés
no chão, o terapeuta solicitará que o paciente pegue uma caneta ou uma bolinha de borracha com os
artelhos.
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- Dosiflexão de tornozelo para fortalecer tibial anterior: com o paciente deitado ou sentado, o tera-
peuta irá colocar uma faixa elástica na ponta do pé e irá segurá-la, e solicitará que paciente faça dor-
siflexão contra a resistência daquela faixa.
- Ficar na ponta dos pés e descer para fortalecimento de tríceps sural: paciente em pé com apoio uni-
podálico, o terapeuta irá solicitar que o paciente fique na ponta dos pés e desça algumas vezes.
Alongamento
- Realizar os movimentos de flexão, extensão, inclinação direita e inclinação para esquerda de cervi-
cal mantendo o alongamento por 30 segundos em cada posição.
- Alongar cadeia posterior (Isquiotibiais, gastrocnêmico e sóleo): terapeuta realiza no paciente uma
flexão de quadril com extensão de joelho e dorsiflexão de tornozelo até o limite de ADM do pacien-
te, mantendo por 30 segundos de cada lado.
- Alongar glúteo e lombar abraçando as duas pernas (quadril e joelhos flexionados em amplitude má-
xima) e depois uma perna de cada vez (uma perna estendida e a outra flexionada) mantendo por 30
segundos de cada lado.
Propriocepção
- 01: Em pé, realizando pequeno salto com os dois membros, aterrissando com apenas um membro.
- 02: Em pé, com apoio unipodal no disco de froment, arremessar bola para o terapeuta em direções
distintas.
- 03: Em pé, com apoio unipodal, realizar flexão e extensão com o joelho de suporte mantendo o
membro contralateral em flexão.
Treino de Marcha
- Marcha anterior com obstáculos: Diga ao paciente para andar em direção à frente, mas no caminho,
coloque obstáculos fazendo com que o paciente realize flexão de joelho e flexão de quadril para con-
tinuar a marcha.
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- Marcha lateral com obstáculos: Diga ao paciente para andar em linha lateral flexionando o quadril,
abdução de quadril e flexão de joelho mas coloque obstáculos para que dificulte a marcha.
- Treino de subir/descer escadas: Diga ao paciente para se apoiar em barras paralelas nas escadas,
flexionar o quadril e joelho e elevar e anteriorizar a pelve. Subir o degrau e continuar neste ritmo.
Estimulação Sensitiva
- Por meio de algodão “seco” terapeuta toca no paciente nos MMSS e MMII simetricamente e per-
gunta-o se está sentindo.
- Estimulação tátil através do terapeuta em MMSS e MMII simetricamente e pergunta ao paciente se
está sentindo.
- Por meio de algodão molhado com água morna, terapeuta toca no paciente nos MMSS e MMII si-
metricamente e pergunta-o se está sentindo.
2.3 Intercorrências.
Suspender a Fisioterapia Motora caso o paciente apresente:
- Instabilidade hemodinâmica;
- Arritmias no eletrocardiograma ou monitor cardíaco;
- Intenso desconforto respiratório;
- Mudanças excessivas na frequência cardíaca (menor que 55 ou acima de 120 batimentos por minuto);
- Pressão arterial menor que 80x60 mmHg ou acima de 150x100 mmHg;
- SpO2 menor que 90%;
- Temperatura corporal acima de 38 °C.
Em todos esses casos o fisioterapeuta deverá comunicar a equipe médica para as devidas providências.
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