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CONTROLADORIA GERALDO MUNI CI PIO DE ANCHIETA
CONSIDERANDO que o Egregio Tribunal de Contas do Estado do Espirito
Santo (TCEES) tern como missao constitucional, dentre outras, atuar na fiscalizacao
contabil, financeira, orcamentaria, operacional e patrimonial do Estado, dos
Municipios e das Entidades da Administracao Direta e lndireta, quanta aos aspectos
da legalidade, legitimidade e economicidade, bem como da aplicacao das
subvencoes e renuncias de receitas, conforme redacao do inciso I, do Art. 1 °, da Lei
Complementar n° 621/2012 que "Dispoe sobre a Lei Organica do Tribunal de Contas
do Estado do Espirito Santo e da outras providencias";
Cumprimentando-o, esta Controladoria Geral Municipal, vem a presenca de
Vossa Excelencia; apresentar as consideracoes inerentes ao tema, para ao final
requerer o que segue:
Excelentissimo Senhor Prefeito,
ASSUNTO: Recomendacao para Tomada de Contas e Representacao quanto a
ausencia de recolhimento previdenciario ao INSS
Ao Exm", Prefeito de Anchieta/ES
Sr. Fabricio Petri
Anchieta/ES, 06 de dezembro de 2017.
COMUNICA<;AO INTERNA UCCI N.0 195/2017
Jl PREFEITURA DE
ANCHIETA CONTROLADORIA GERAL
ESTADO DO ESPIRITO SANTO PREFEITURA MUNICIPAL DE ANCHIETA CONTROLADORIA GERALDO MUNICIPIO DE
ANCHIETA CNPJ N2 27.142.694/00 01-58
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CONSIDERANDO que, o Municfpio de Anchieta esta caminhando para
insolvencia financeira diante de tantas obrigacoes a serem adimplidas e a queda
constante da arrecadacao de receita, e diante dos herculcos esforcos que V. Ex,",
vem envidando no intuito de cumprir com a legislacao pertinente, e frente ainda a
uma divida prevldenciarla com o INSS de R$ 4.400.470,25 (Quatro milhties,
quatrocentos mil, quatrocentos e setenta reais e vinte e cinco centavos)
DECORRENTE DA GEST.AO ANTERIOR, contraida por ausencia de repasses
entre abril a outubro de 2016.
CONSIDERANDO que, relativamente ao exercicio do ano anterior, em
28/12/2016, foi realizado o lancamento contabil de natureza credora no valor de R$
4.400.470,25 (Quatro milhoes, quatrocentos mil, quatrocentos e setenta reais e
vinte e cinco centavos) com o historico "Movimentaeao de Divida Fundada -
Parcelamento INSS PGFN - COMP 04 a 10 de 2016", na con ta contabil
2.2.1.4.3.01.100 - INSS A PAGAR- DEBITO PARCELADO, conforme Doc.O 1.
CONSIDERANDO que, conforme consta da documentacao anexa, o ex-
Prefeito do Munici pio de Anchieta, periodo de gestao 2013/2016, deixou aos cofres
publicos uma divida previdenciaria, decorrente de ausencia de recolhimento da
contribuicao previdenciaria retidas de servidores e terceiros, alem da parcela
patronal, devidas ao Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS.
III - assessorar a administraeao nos aspectos relacionados aos
controles interno e externo e quanto a legalidade dos atos de gestao;
( ... )
CONSIDERANDO que o Art. 6°, da Lei Municipal 838/2013, impoe que
sao responsabilidades da Controladoria Geral do Municipio de Anchieta as
referidas nos Artigos 3° e 5°, Art. 74 da Constituicao da Republica, Art. 76 da
Constituicao Estadual, bem como, tambern as seguintes:
CONTROLADORIA GERALDO MUNICIPIO DE ANCHIETA
A AUSENCIA DE RECOLHIMENTO PREVIDENCIARIO NA
COMPETENCIA DEVIDA, SEGUIDO DE PARCELAMENTO DA DIVIDA,
QUE IMPUSERAM O NECESSARIO PAGAMENTO EXTEMPORA.NEO DO
MONTANTE PRINCIPAL, A INCIDENCIA DE ATUALIZA<;AO, JUROS E
MULTAS, COMPROVAM, POR CONSECTARIO LOGICO, flagrante preiuizo
Nesse sentido, quaisquer encargos sancionat6rios que advenham decorrente
do atraso ou parcelamento, devem ser ressarcidos pelo Gestor Responsavel, neste
caso o Ex-Prefeito do Municipio (2013/2016).
Destaque-se que o Municipio, apesar de nos ultimos quatro anos (2013/2016)
terpercebido uma arrecadacao recorde no total de R$1.147.365.784,85 (Um bilhao,
cento e quarenta e sete milhoes, trezentos e sessenta e cinco mil, setecentos e
oitenta e quatro reais e oitenta e cinco centavos), conseguiu descumprir o art. 42
da Lei de Responsabilidade Fiscal, num total de disponibilidade de caixa liquida
negativa no valor de R$ 21.690.022,95 (Vinte e um milhoes, seiscentos e noventa
mil, vinte e dois reais e noventa e cinco centavos), conforme Demonstrativo da
Disponibilidade de Caixa e dos Restos a Pagar extraido do sitio eletronico da Corte
de Contas Estadual (ES), atraves do sistema LRFWeb, nesta data. Doc. 02.
Visando aclarar os considerandos acima, explica-se:
CONSIDERANDO que, os encargos morat6rios decorrentes do repasse
intempestivo relativamente as contribuicoes previdenciarias somam o valor de R$
440.171,46 (Quatrocentos e quarenta mil reais, cento e setenta e um reais e
quarenta e seis centavos) quanto a unidade gestora Prefeitura Municipal de
Anchieta, conforme Doc. 03 e 05.
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ANCHIETA CNPJ N!! 27.142.694/00 01-58
l} PREFEITURA DE
ANCHIETA CONTROLADORIA GERAL
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Registra-se ainda que, recentemente, o Parquet de Contas do Estado do
Espirito Santo, em caso analogo, nos autos do Processo TC 6602/2015, representou
pela condenacao ao ressarcimento do dano causado ao erario, no valor de R$
4.713.921,06 (quatro milhoes, setecentos e treze mil, novecentos e vinte e um reais
e seis centavos), em razao da incidencia de juros, correcao monetaria e multa sobre
os valores indevidamente compensados, conforme Auto de Infracao n.
15586.720.388/2012-44, lavrado pela Receita Federal do Brasil, em raziio das
compensacties tribuuirias indevidas de contribuiciies previdencidrias realizadas
por intermedio dos servicos prestados pelo Instituto de Gestiio Publica - URBIS,
procedidas em virtude do Contrato 174/2010, celebrado pelo Municipio de
Guacui. 0 Relator firmou voto solicitando a conversao do processo em Tomada de
Contas Especial na forma do art. 57, inc. IV c/c art. 115 da Lei Complementar
621/2012, e do art. 207, VI c/c art. 317, caput e §2° do Regimento Intemo do
"( ... ) Entretanto, quanto as parcelas pagas em atraso, cabe destacar que quando nao ha repasse tempestivo ao IP AS ainda que a titulo de parcelamento, o responsavel fomenta a ocorrencia do desequilibrio financeiro, afinal, o sistema previdenciario fundamenta-se no principio do equilibrio financeiro e atuarial - insculpido no caput do art. 201 da Constituicao Federal-, que reflete a existencia de reservas monetarias ou de investimentos, numerario ou aplicacoes suficientes para o adimplemento dos compromissos atuais e futuros previstos. Assim, o gestor causa no administrador publico do regime previdenciario uma falsa percepcao da realidade para a elaboracao das medidas necessarias a correcao de desvios do sistema, o que pode causar prejuizos financeiros. AFINAL, 0 ATRASO NO RECOLHIMENTO DAS PARCELAS DEVIDAS TEM REPERCUSSAO PARA O MUNICIPIO EM DESPESAS INDEVIDAS E DESNECESSARIAS COM JUROS E MULTAS, 0 QUE REPRESENTA PREJUIZO AO ERARiq MUNICIPAL. Isto posto, determino a instauraeao de Tomada de Contas Especial, a fim de apurar a totalidade dos encargos financeiros incidentes sobre o recolhimento das parcelas em atraso referente ao parcelamento firmado, hem como a responsabilidade e o ressarcimento aos cofres do municipio, tendo em vista que tal despesa e considerada ilegitima e contraria a finalidade publica, Acordao TC-708/2016. "Grifei.
aos cofres publicos, conforme entendimento firmado pelo Egregio Tribunal de
Contas do Estado do Espirito Santo, litteris:
CONTROLADORIA GERALDO MUNI Cf PIO DE ANCHIETA
responsabilizacao a quern deu causa ao atraso, com o devido ressarcimento aos
cofres do Municipio, uma vez que este tern sido o posicionamento da Corte de
Nesse sentido, RECOMENDAMOS a V. Ex.", que regueira a
ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Sstado de Santa Catarina, reunidos em Sessao Plenaria, diante das razoes apresentadas pelo Relator e com fulcro no art. 59 c/c o art. 113 da Constituicao doEstado e no art. 1 o da Lei Complementar n. 202/2000, em: 6.1. Julgar irregulares, com imputacao de debito, com fundamento no art. 18, inciso III, alineas "b" e "c'', c/c o art. 21, caput, da Lei Complementar n. 202/2000, as contas pertinentes a presente Tomada de Contas Especial, que trata de irregularidades constatadas quando da auditoria realizada na Prefeitura Municipal de Meleiro, [ ... ] e condenar os Responsaveis a seguir discriminados ao pagamento de debitos de sua responsabilidade, fixando-lhe o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicacao deste Acordao no Diario Oficial Eletronico desta Corte de Contas, para comprovar, perante este Tribunal, o recolhimento do valor do debito aos cofres do Municipio, atualizado monetariamente e acrescido dos juros legais (arts. 40 e 44 da Lei Complementar n. 202/2000), calculados a partir da data da ocorrencia do fato gerador do debito, sem o que, fica desde logo autorizado o encaminhamento da divida para cobranca judicial (art. 43, II, da Lei Complementar n. 202/2000). 6.1.2. De responsabilidade do Sr. EDGAR SCHNEIDER - ex-Prefeito Municipal de Meleiro, CPF n. 029.201.079-68, as seguintes quantias: 6.1.2.1. R$ 25.483,76 (vinte e cinco mil quatrocentos e oitenta e tres reais e setenta e seis centavos), referente a despesas com pagamento de juros decorrentes de atraso no repasse de valores ao Fundo Municipal de Assistencia e Prevldencia ao Fundo Municipal de Assistencia Previdencia, em descumprimento ao previsto no art. 4° e no § 1° do art. 12 da Lei (federal) n, 4.320/64 (item 111-B.1.1 do Relatorlo DMU); 6.2.1. R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), em face da ausencia dos devidos repasses ao Fundo Municipal de Asslstencia e Prevtdencia, correspondentes a parte patronal e a funcional, em descumprimento ao art.172 da Lei (municipal) n. 578/93, com as alteracees da Lei (municipal) n. 674/94 (item 111-B.2.1 do Relatorlo DMU);
Seguindo essa linha de raciocinio, o Tribunal de Contas de Santa Catarina
(TCE/SC) considerou irregulares as contas do Chefe do Executivo Municipal
quando evidenciado atraso no repasse de valores a Providencia . .E O que se extrai do
trecho do Acordao n. 1765/08 (Processo n° 02/03501551):
Tribunal de Contas do Estado do Espirito Santo, em face dos indicios de danos ao
erario.
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"( ... ) Logo, a forma de gestao efetuada pelo agente publico podera causar, caso seu recurso seja indeferido, mais de dois milhoes de reais de prejulzo, evitaveis a partir do cumprimento da previsao legal dos prazos de recolhimento das contribuicoes previdenciarias. Esse valor reflete as acoes ou omissoes do gestor e impactam diretamente nos cofres publicos, podendo, inclusive, ter sua responsabilidade apurada para fins de ressarcimento. Cito precedente da Corte de Contas do Mato Grosso por intermedio do Acordao 558/2007, de relatoria do Conselheiro Ary Leite de Campos, que concordando com a apreciacao tecnica ratificou: A contribuicao patronal e uma despesa do ente publico empregador e deve ser empenhada de acordo com a respectiva competencia. 0 pagamento deve ser efetuado atraves de recolhimento ao INSS. 0 administrador publico deve tornar as providencias para manter um controle interno eficiente que controle prazos no cumprimento das obrigacoes previdenciarias, Regra geral e que juros e multas nao devem ser arcados pela Administraeao Publica. Se ficar evidenciada situacao, em que de acordo com a Iegislacao previdenciaria, configure em atraso no cumprimento de obrigacoes previdenciarias, sujeitos a incidencia de juros e multas, entao, estes deverao ser empenhados e pagos atraves de recolhimentos ao INSS. AO MESMO TEMPO DEVER.AO SER TOMADAS AS PROVIDENCIAS PARA A APURA<;AO DE RESPONSABILIDADE PARA QUE A DESPESA SEJA RESSARCIDA POR QUEM DEU CAUSA AO ATRASO. Caso o Gestor se omita de apurar a responsabilidade, devera o mesmo, com recursos proprios, ressarcir a despesa efetuada com juros e multas por atraso. Outra decisao da Corte de Contas do Mato Grosso e a Resolucao de Consulta n° 056/2008 que no seu subitem 4 trata da responsabilidade do gestor: 4- 0 pagamento de juros ou encargos por atraso no parcelamento, devera ser classificado na categoria economica "despesas correntes", POREM O ONUS DOS ENCARGOS DECORRENTES DO ATRASO DE RECOLHIMENTO SER.AO DE RESPONSABILIDADE DO GESTOR QUE DEU CAUSA, quando o parcelamento corresponder a contribuicoes previdenciarias posteriores a 1°/1/2005; 0 Tribunal de Contas do Estado de Sao Paulo, por intermedio da decisao TC - 001840/026/12 segue a mesma linha de entendimento e acrescenta que os parcelamentos acabam por comprometer os oreamentos futuros das administracoes posteriores: De fato, a Prefeitura Municipal deixou de recolher os encargos previdenciarios relativos a parte patronal das competencias 11/012 e 13/2012, que, somados, atingiram o valor total de R$ 316.988,68 (fls.115/117 do Anexo I). Sobre o tema, ressalto que a Prefeitura Municipal deve efetuar os recolhimentos dos encargos sociais dentro da sua competencia de pagamento, independentemente de parcelamentos. 0 parcelamento dos encargos sociais referentes a competencies do exercicio de 2012junto ao INSS, para pagamento de 60 parcelas mensais a partir de janeiro de 2013, somente demonstra que a Prefeitura Municipal nao honrou suas obrigaeoes dentro do
Contas do ES, consoante se extrai da Decisao 01828/2017-3, do Processo TC n.
04003/2013-1, verb is:
CONTROLADORIA GERALDO MUNICIPIO DE ANCHrETA
Em 17/03/2017, a Secretario da pasta acima citada, encaminhou 8 ( oito)
processos e esclareceu que, quanta aos produtores rurais e autonomos, nao havia
recolhimento a ser realizado, visto que as informacoes sao transmitidas por meio de
Neste sentido, diante do grande mimero de prestadores de services solicitamos
5 ( cinco) processos, para verificacao par amostragem dos fatos narrados pela
Secretaria Municipal de Fazenda em 21/02/2017.
Nao obstante, a Secretaria Municipal de Fazenda, atraves do Processo
Administrativo n. 3.202/2017, informou a esta Controladoria Geral que foram
apuradas junto a Gerencia Financeira, varias situacoes de retencao previdenciaria
quanta a empresas prestadoras de services e pessoas fisicas (produtor rural e
autonomo ), durante todo exercicio de 2016, vez que, nao houve o devido
recolhimento dos valores retidos junto a Previdencia Social. Tal secretaria,
juntou comprovante de arrecadacao de receitas de O 1/01/2016 ate 31/12/2016
evidenciando os valores retidos.
exercicio, postergando tal pendencia para as prox1mas admtnistraeoes, de forma a comprometer orcamentos futuros. Outrossim, o nao recolhimento das contribuieoes gera a Incidencia de juros e multa, que, na presente hip6tese, atingiu o valor de R$63.397,72, onerando indevidamente os cofres publicos. Referida conduta, conforme manifestacoes da Assessoria Tecnico-Juridica, Chefia de A TJ, MPC e SDG, impee a emlssao de parecer previo desfavoravel as contas em apreciacao. (g.n.) Diante das decisoes expostas par outras Cortes de Contas ratifica-se que nao se pode igualar a situacao de pagamento dentro dos prazos legais e os pagamentos posteriores por intermedio de parcelamento, como quis argumentar a defesa. A possibilidade de aplicacao de multas e juros nao incide no caso de obediencia aos prazos legais, mas estara presente nos casos de negociacao por atraso de pagamento e isso, no caso em analise, ja gerou uma diferenca financeira negativa para os cofres de Vila Velha no montante de mais de dois milhoes de reais, em que pese haver recursos apresentados pelo Municipio, ainda pendentes de julgamentos. Por tudo exposto, mantenho a irregularidade.
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ANCHIETA CNPJ N!! 27.142.694/00 01-58
.!} PREFEITURA DE
AN CH I ETA CONTROLADORIA GERAL
Apos as analises, nao foi encontrada no processo gualguer Guia de
Recolhimento Previdenciario, nem lancamento contabil do valor retido para
conta do passivo, evidenciando Apropriacao Indebita Previdenciaria,
malferindo assim, o Art. 168-A da Lei 9.983/2000.
Ng Liquida~ao Valor Liquidado ISS INSS Valorpago 11.135/2016 R$ 7.278,60 R$ 363,93 R$ 240,19 R$ 6.674,48 11.136/2016 R$ 7.278,60 R$ 363,93 R$ 240,19 R$ 6.674,48 11.137 /2016 R$ 3.933,00 R$ 196,65 R$ 129, 79 R$ 3.606,56 11.138/2016 R$ 18.706,60 R$ 935,33 R$ 617,32 R$ 17.153,95 11.139/2016 R$ 5.814,00 R$ 290, 70 R$ 191,86 R$ 5.331,44
TOTAL R$ 43.010,80 R$ 2.150,54 R$ 1.419,35 R$ 39.440,91
A Controladoria, verificando os autos, constatou que ha anota9oes a lapis
quanta aos valores de Imposto Sobre Servi90 - ISS, Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS e valor lfquido, conforme a seguir discriminado:
Quanto a pessoa juridica, o Processo Administrativo n°. 21.156/2016,
revela o valor que foi liquidado, sem destacar qualquer retencao, ao passo que
o pagamento ocorreu em valor diverso ao liquidado.
A SEFIP da competencia acima relatada nao possui valor algum, quanto ao
item COMERCIALIZA<;AO PRODU<;AO, item este que deveria ter.registrado ao
menos os valores destes dois processos.
Verificou-se nos Processos Administrativos n° 22.929 e 23 .886, ambos de
2016, relativamente aos produtores rurais, que houve o pagamento de valores
liquidos decorrentes da retencao previdenciaria, Em contrapartida, a Controladoria
Geral da Prefeitura de Anchieta, requereu a SEFIP da competencia de dezembro de
2016, mes que foi realizada a Iiquidacao e o efetivo pagamento, para verificar se foi
informado tal retencao.
Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informacoes a Previdencia Social -
SEFIP, no en tan to, nao houve a transmissao dos dados em tal sistema.
CONTROLADORIA GERALDO MUNICIPIO DE ANCHIETA
Importante destacar que a obrigacao de recolhimento de contribuicoes
previdenciarias constitui uma despesa de execucao obrigat6ria, possuindo
prioridade em relacao as demais despesas, tanto no momenta da elaboracao do
orcamento, quanto na sua execucao. Dessa forma, por determinacao legal e
constitucional, o gestor publico nao possui discricionariedade quanto a determinacao do seu montante, bem como ao momento de sua realiza9ao.
Alem disso, o Doc. 04, anexo, demonstra que as retencoes previdenciarias dos
servidores nao foram adimplidas no prazo, haja vista, que, por amostragem,
retencoes de janeiro, fevereiro, abril e maio de 2016, foram pagas apenas em
dezembro de 2016, evidenciando meses entre a retencao e o recolhimento de
fato, caracterizando apropriacao indebita.
Atendendo a recomendacao desta Controladoria, as SEFIP's foram retificadas
e os valores retidos pagos, gerando um montante de R$ 572.620,28 (Quinhentos e
setenta e dois mil, seiscentos e vinte reais e vinte e oito centavos), sendo gue R$
128.619,17 (Cento e vinte e oito mil, seiscentos e dezenove reais e dezessete
centavos) refere-se a atualizacoes, multas e iuros, conforme Doc. 03.
Diante dos fatos narrados, recomendamos, via CI n. 82, de 11 de abril de 201 7,
que originou o processo Administrativo n. 7.562/2017, a retificacao da SEFIP de
todo o exercicio de 2016 para fazer constar os valores dos produtores rurais e
autonomos, de acordo com a competencia, hem como que realize o
,___ recolhimento de INSS relativamente a todos os processos gue se encontram c~m
a apropriacao indebita previdenciaria.
O mesmo ocorre em relacao aos Processos Administrativos n° 8.949/2016
e 13.777/2016, onde constam os pagamentos liquidos, com as respectivas
retencoes e ausencia do recolhimento prevldenciario.
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ANCHIETA CONTROLADORIA GERAL
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A tipificacao criminal da conduta de apropriacao indebita previdenciaria encontra-se atualmente residida no art. 168-A do C6digo Penal (Decreto- lei n." 2.848/40), introduzido pela Lei federal n.? 9.983/00. Referida prescricao inovou no tocante a questao previdenciaria, prevendo que os dirigentes e/ou demais responsaveis dos entes que deixarem de repassar a previdencia social as contribuieoes recolhidas dos segurados serao enquadradas no crime de apropriacao indeblta previdenciaria, sujeitando-se as penas de reclusao multa. Eis a redacao do dispositivo: Art. 168-A. Deixar de repassar a previdencia social as contribuicoes recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Artigo acrescentado pela Lei n° 9.983, de 14.7.2000). Pena - reclusao, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § lo Nas mesmas penas incorre quern deixar de: (Paragrafo acrescentado pela Lein° 9.983, de 14.7.2000). I- recolher, no prazo legal, contribuicao ou outra importancia destinada a previdencia social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do publico; (Alinea acrescentada pela Lein° 9.983, de 14.7.2000). II - recolher contribuicoes devidas a previdencia social que tenham integrado despesas contabeis ou custos relativos a venda de produtos ou a prestacao de services; (Alinea acrescentada pela Lein° 9.983, de 14.7.2000). III - pagar beneficio devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores ja tiverem sido reembolsados a empresa pela previdencia social. [ ... ]. Pelo teor do preceptivo transcrito, infere-se que sujeito ativo do delito e qualquer pessoa responsavel por repassar a Previdencia Social as contribuieoes recolhidas dos contribuintes. Sujeito passivo, por sua vez, e o orgao da previdencia social, seja ele do Regime Geral de Providencia Social, dos Estados-membros ou dos Munici pios (institutos proprios de previdencia). Considerando a particularidade da materia enfrentada, e importante ressaltar que, diante do caso concreto e considerando o carater personalissimo da imputacao penal, podera ser constatado nao competir somente ao chefe do Poder ou orgao a responsabilidade pelo ato ilicito, tomando-se, entao, possivel a incriminacao conjunta ou exclusiva de outras autoridades responsaveis pelos repasses. Ademais, alem da tipificacao criminal, surge no ambito da Administracao Publica a possibilidade de configurar-se a conduta do agente publico como ato de improbidade administrativa, nos termos da Lei federal n." 8.429/92, ou, nos casos de Prefeitos Municipais, como crime de responsabilidade, conforme preceitos do Decreto-lei n.? 201/67. E no que diz respeito as contribuicoes devidas ao Regime Geral de Previdencia Social (INSS), torna-se de importante mencao o teor do art. 41 da Lei federal n.? 8.212/91, segundo o qua! o dirigente de orgao ou entidade da administracao federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada par· infracoes de carater previdenciario, prevendo-se, inclusive, a obrigacao de proceder- se ao desconto em folha de pagamento para quitacao da sancao pecuniaria imposta. Portanto, com foco na indagaeao formulada pelo Ilmo.
Tal ato, de repassar em atraso o valor descontado do servidor a titulo de
contribuicao previdenciaria, e tido como apropriacao indebita, 0 Parecer Consulta
TC - 001/2004 considera o procedimento supracitado como irregularidade e,
portanto, devera ser comunicado ao Tribunal de Contas:
CONTROLADORIA GERALDO MUNI Cf Pro DE ANCHIETA
EMENTA: A<;AO PENAL ORIGINARIA. CRIMES DE APROPRIAf.;AO INDEBITA PREVIDENCIARIA E SONEGAf.;AO DE CONTRIBUI<.;AO PREVIDENCIARIA (INCISO I DO§ 1° DO ART. 168-A E INCISO III DO ART. 337-A, AMBOS DO CODIGO PENAL). CONTINUIDADE DELITIV A E CONCURSO MATERIAL. ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO. DOLO ESPECIFICO. NAO-EXIGENCIA PARA AMBAS AS FIGURAS TIPICAS. MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROV ADAS EM RELA<;AO AO CO-REU DETENTOR DO FORO POR PRERROGATIVA DE FUN<;AO. PRECARIA
No julgado da Acao Penal 516/ DF, proferido pelo Tribunal Pleno, relatado
pelo Ministro Ayres Britto e revisado pelo Ministro Joaquim Barbosa em
'--· 27.09.2010, temos demonstrada a mais recente posicao do Supremo Tribunal
Federal, quanto a nao necessidade de demonstracao de intencao no locupletamento
do valor que se deixou de recolher, aquele sodalicio assim se posicionou:
Em situacao similar, o Tribunal de Contas do Mato Grosso considerou infracao
gravissima a "nao apropriacao da contribuicao previdenciaria do empregador (arts.
40 e 195, I, da Constituicao Federal) e o "nao-recolhimento das cotas de
contribuieao previdenciaria descontadas dos segurados a instituieao devida
(arts. 40, 149, § 1° e 195, II, da Constitulcao Federal)".
Consulente, responde-se afirmativamente quanto a possibilidade de aplicaeao das normas comentadas na esfera dos institutos proprlos de previdencia municipais. No que tange a segunda parte da indagacao, resta-nos sugerir que constatada a irregularidade, poderao, dentre outras providencias, ser adotadas as seguintes: comunicacao ao Tribunal de Contas, para as providencias que lhe sao afetas em materia de fiscalizacao contabil, financeira, orcamentaria, operacional e patrimonial; comunicacao ao Ministerio Publico, para apuracao dos ilicitos penais ou dos atos de improbidade administrativa eventualmente constatados; comunicacao a Camara de Vereadores, a fim de que se apure a eventual ocorrencia de crime de responsabilidade nos casos em que e o Prefeito Municipal sujeito ativo do ilicito; cornunicacao a autoridade policial competente, tendo em vista que referida conduta criminosa, afigurando- se como de acao publica incondicionada, pode ser investigada no ambito da policia judiciaria mediante simples informacoes do delito cometido.
PREFEITURA DE
ANCHIETA CONTROLADORIA GERAL
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Proc. n° _ ESTADO DO ESPIRITO SANTO
PREFEITURA MUNICIPAL DE ANCHIETA CONTROLADORIA GERAL DO MUNICIPIO DE
ANCHIETA CNPJ N!! 27.142.694/00 01-58
Em Doc. 05, verifica-se que foram pagos juros no exercicio de 2016 para o
INSS no valor de R$ 311.552,29 {trezentos e onze mil, guinhentos e cinquenta e
dois reais e vinte e nove centavos). Assim e inegavel a existencia de dano ao erario,
tendo em vista o gasto realizado a conta dos cofres publicos para arcar com juros
decorrente da obrigacao de recolher a contribuicao previdenciaria
CONDI<;AO FINANCEIRA DA EMPRESA. EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE. INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. NAO-COMPROV A<;A.O. INAPLICABILIDADE AO DELITO DE SONEGA<;A.O DE CONTRIBUI<;AOPREVIDENCIARIA. PROCEDENCIA DA ACUSA<;AO. ABSOLVI<;AO DA CO-RE. INSUFICIENCIA DE PROV AS. PENA DE 3 (TRES) ANOS E 6 (SEIS) MESES DE RECLUSAO E 30 (TRINTA) DIAS-MULTA, PARA CADA DELITO, TOTALIZANDO 7 (SETE) ANOS DE RECLUSA.O E 60 (SESSENTA) DIAS-MULTA, FIXADOS EM Yi (UM MEIO) SALARIO MINIMO. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA. SEMI-ABERTO. SUBSTITUI<;Ao DA PENA PRIVATIV A DE LIBERDADE. SURSIS. DESCABIMENTO. 1. 0 acusado, detentor do foro por prerrogativa de funcao, na condicao de socio-gerente da empresa Curtume Progresso Industria e Comercio Ltda., deixou de repassar ao INSS, no prazo legal, no periodo de janeiro de 1995 a agosto de 2002, valores arrecadados pela empresa a titulo de contribuicoes incidentes sobre a remuneracao de empregados, relacionados em folha de pagamento mensal e rescisoes de contrato de trabalho. Alem disso, no periodo de maio de 1999 a agosto de 2002, omitiu fatos geradores de contribuicoes previdenciarias nas Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Service e Informacoes a Previdencia Social - GFIP referentes a remuneracoes pagas a segurados empregados e contribuintes individuais e a diferenca de remuneracao paga a segurados empregados. Valores consolidados em 14 de marco de 2003, respectivamente, em R$ 259.574,72 (duzentos e cinquenta e nove mil, quinhentos de setenta e quatro reais e setenta e dois centavos) e R$ 618.587,06 (seiscentos e dezoito mil, quinhentos e oitenta e sete reais e seis centavos). 2. A materialidade delitiva ressai do procedimento fiscal ja encerrado, acompanhado de farta docurnentacao, que resultou nos valores indevidamente apropriados e sonegados, detalhados nas notificacoes fiscais de Iancamento de debito lavradas pela autoridade fazendaria e nao impugnadas na esfera administrativa. 3. A orientacao jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal e firme no sentido de gue, para a configuracao do crime de apropriacao indebita previdenciaria, basta a demonstracao do dolo generico, sendo dispensavel um especial fim de agir, conhecido como animus rem sibi habendi {a intencao deter a coisa para si). Assim como ocorre guanto ao delito de apropriacao indebita previdenciaria, o elemento subjetivo animador da conduta tipica do crime de sonegacao de contribuicao previdenciaria e o dolo generico, consistente na intencao de concretizar a evasao tributaria( ... )"
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CONTROLADORIA GERALDO MUNICIPIO DE AN CHI ETA Rodovia do Sol, KM 21,5, 1.620, Vila Residencial Samarco -Anchieta/ES
ADMOESTAMOS POR DERRADEIRO, QUE VOSSA EXCELENCIA
SE ABSTENHA DE INCORRER EM REPASSE INTEMPESTIVO DAS
CONTRIBUICOES PREVIDENCIARIAS PARA O INSS.
Destacamos por fim, que a adocao das medidas recomendadas, evitara que
Voss a Excelencia incorra em possi vel solidariedade, referente aquele exercicio,
cobrando o ressarcimento a quern de fato deu causa ao atraso do recolhimento
previdenciari o.
Concomitantemente, ao procedimento anterior, recomendamos que seja
instaurada a competente Tomada de Contas Especial, conforme. Instrucao
Normativa n° 32/2014, com flnalidade de apurar origem do dano ea conduta
ilegal, ilegitima ou antieconomlca da pessoa fisica ou juridica a quern se imputa
a obrigaeao de ressarcir os cofres publicos, por ter causado ou concorrido para
a ocorrencia de dano.
Destarte, diante dos fatos narrados, RECOMENDAMOS a Vossa
Excelencia que sejam adotadas as providencias cabiveis mediante
Representacao que devera ser protocolada junto ao Tribunal de Contas do
Estado do Espirito Santo, com fund amen to no art. 70 "caput", 71, I, e XXX,
todos da Lei Organlca do Municipio de Anchieta, c/c art. 201 da Constituicao
da Repiibltca Federativa do Brasil, c/c art. 99, § 1°, inciso I, da Lei
Complementar n° 621/12, de 8 de marco de 2012.
intempestivamente, pois houve a reducao do patrimonio publico decorrente de ato
ilfcito.
PREFEITURA DE
ANCHIETA CONTROLADORIA GERAL
Fis. _
Rubrica
Proc. n° _ ESTADO DO ESPIRITO SANTO
PREFEITURA MUNICIPAL DE ANCHIETA CONTROLADORIA GERALDO MUNI Cf PIO DE
ANCHIETA CNPJ N!! 27.142.694/00 01-58
--· ~./
LUIZ CARLOS DE MATTOS SOUZA GUIMARAES Controlador Geral do Municipio
Portaria n." 162/2017
Assinado digitalmente por LUIZ CARLOS DE MAITOS SOUZA:08529097726 Data: 2017.12.07 13:46:02 -0200
LUIZ CARLOS DE MAITOS SOUZA: 0852909772 6
Respeitosamente,
Com as saudacoes de praxe, grato pela atencao dispensada, coloco-me a disposicao para os esclarecimentos que se fizerem necessaries.