pré-executivdade confissão divida westflex

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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 4ª Vara Cível da Comarca de Franca/SP Processo de Execução nº 1002963-36.2015.8.26.0196 4ª Secretaria Cível Exequente: Banco Itaú – Unibanco S/A Executados: Westflex Indústria de Calçados Ltda. e Salma Maria Faria WESTFLEX INDÚSTRIA DE CALÇADOS LTDA. E SALMA MARIA FARIA, empresa e pessoa física já devidamente qualificadas no feito em tela, por seu advogado infra assinado, na forma do art37 do CPC), vêm perante Vossa Excelência, com espeque na Norma Instrumental Civil, para apresentarem a presente EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE nos autos da Execução que lhes move Banco Itaú – Unibanco S/A, , já qualificado nos autos, fazendo-a consoante as relevantes motivações fáticas e de direito, expondo, para à final requererem, como passam a alinhavar.

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preexecutivida banco itau

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  • Excelentssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 4 Vara Cvel da

    Comarca de Franca/SP

    Processo de Execuo n 1002963-36.2015.8.26.0196

    4 Secretaria Cvel

    Exequente: Banco Ita Unibanco S/A

    Executados: Westflex Indstria de Calados Ltda. e Salma Maria Faria

    WESTFLEX INDSTRIA DE CALADOS

    LTDA. E SALMA MARIA FARIA, empresa e pessoa fsica j

    devidamente qualificadas no feito em tela, por seu advogado infra

    assinado, na forma do art37 do CPC), vm perante Vossa Excelncia, com

    espeque na Norma Instrumental Civil, para apresentarem a presente

    EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE

    nos autos da Execuo que lhes move Banco Ita Unibanco S/A, , j

    qualificado nos autos, fazendo-a consoante as relevantes motivaes

    fticas e de direito, expondo, para final requererem, como passam a

    alinhavar.

  • I - DA PROPRIEDADE E DO CABIMENTO DESTE EXPEDIENTE DE

    DEFESA.

    O direito, como cincia cultural, sofre influncia da

    preocupao humana, provocando modificaes que se introduzem na

    sua estrutura, tanto no campo legislativo, o qual forma o ordenamento

    jurdico, como no plano doutrinrio e hermenutico, os quais direcionam

    o sentido das normas.

    O resultado da evoluo que humanizou o processo de

    execuo est expresso no ordenamento jurdico ptrio, quando assegura,

    que sempre que a execuo puder se realizar de vrias formas, ela ser

    feita da forma menos gravosa para o devedor, consoante dispe o artigo

    620 do Cdigo de Processo Civil.

    Com a evoluo cultural, nasceu a seguinte indagao: seria

    coerente com os princpios do contraditrio e da ampla defesa,

    assegurados pela Carta Maior, compelir o executado a garantir o Juzo

    mediante depsito, fiana bancria ou penhora de seus bens, para,

    somente ento, poder apresentar sua defesa? E se no possuir bens que

    sejam do interesse do Exequente, por exemplo?

    cedio que o direito sofre, constantemente, modificaes, em

    funo da influncia que os jurisdicionados exercem sobre ele.

    Diante desse quadro, nasceu a preocupao no sentido de

    minimizar a rigidez do sistema do processo executivo, por trazer

    implicaes profundas com o direito de defesa.

    Na dcada de 80, o jurista Milton Flaks expendeu comentrios

    que ainda permanecem atuais, tendo observado que embora somente se

    admitissem os embargos execuo aps estar garantido o juzo, salvo,

    como havia observado Celso Neves, nas hipteses teratolgicas ... em que

    se aprecia, de plano, sem forma nem figura de juzo, a oposio do executado..., a

    jurisprudncia j vinha admitindo, independente de prvia garantia da

    execuo, ... peties em que os executados (com ou sem assistncia de

  • advogado), alegam pagamento ou anulao do lanamento do qual se originou o

    crdito reclamado, ou nulidades nos ttulos, que os tornem imprestveis ao

    processo de execuo.

    Nesse passo, atualmente tem-se entendido que em

    determinadas hipteses, admissvel que os executados se manifestem

    nos autos da execuo, tese esta, defendida largamente pela doutrina e

    jurisprudncia modernas.

    A partir dessas observaes, pode-se concluir que

    perfeitamente possvel e adequado admitir-se o exerccio do direito de

    defesa na execuo, independentemente da oposio de embargos,

    sobretudo quando se alega a inexistncia dos pressupostos processuais

    exigveis constituio de toda uma relao processual ou das condies

    da ao tambm exigidos na sistemtica adotada pelo atual CPC, para que

    exista o prprio direito de acionar a jurisdio.

    Entendimento contrrio importaria negar as garantias

    constitucionais de ampla defesa dos executados.

    No mesmo sentido o entendimento do Egrgio Superior

    Tribunal de Justia, que, no seu papel de instncia uniformizadora do

    direito federal, tem freqentemente admitido a exceo de pr-

    executividade, verbis:

    Execuo. Exceo de pr-executividade. A defesa que

    nega a executividade do ttulo apresentado pode ser

    formulada nos prprios autos do processo de execuo e

    independe do prazo fixado para os embargos de devedor.

    Precedentes. Recurso conhecido em parte e parcialmente

    provido. (Ac un da 4 T do STJ - REsp 220.100-RJ - Rel. Min.

    Ruy Rosado de Aguiar - j. 02.09.99 - DJU-e 1 25.10.99, p 93

    - ementa oficial)

    Execuo. A nulidade do ttulo em que se embasa a

    execuo pode ser argida por simples petio, uma vez que

  • suscetvel de exame ex officio pelo juiz. ... (STJ 3 Turma -

    Resp. n. 3.264-PR Acrdo unnime Ministro Relator

    Eduardo Ribeiro publicado no DJU em 18/02/91)

    Processual Civil. Agravo de Instrumento. Processo de

    Execuo. Embargos do Devedor. Nulidade. Vcio

    fundamental. Argio nos prprios autos da execuo.

    Cabimento. Artigos 267, 3o ; 585, II; 586; 618, I do CPC.

    I - No se revestindo o ttulo de liquidez, certeza e

    exigibilidade, condies basilares no processo de execuo,

    constitui-se em nulidade, como vcio fundamental, podendo a

    parte argi-la independentemente de embargos do devedor,

    assim como pode e cumpre ao juiz declarar, de ofcio, a

    inexistncia desses pressupostos formais contemplados na lei

    processual civil.

    II - Recurso conhecido e provido. (STJ 3 Turma -

    Resp. n. 13.060-SP Acrdo unnime Ministro Relator

    Aldemar Zveiter publicado no DJU em 03/02/92)

    Destarte, denomina-se exceo de pr-executividade ou

    oposio substancial formal constituio do crdito, no sentido de

    subsidiar o Juzo na anlise de fundo e formar o seu convencimento no

    exame da causa concreta, podendo ser argida independentemente de

    embargos.

    II DA INEXISTNCIA DE ANIMUS NOVANDI, DA INCERTEZA E

    DA ILIQUIDEZ DO TTULO.

    Consoante se verifica nos autos, a Cdula de Crdito Bancrio

    Confisso de Dvida Devedor Solidrio, que est sendo utilizado como

    suporte da execuo, foi firmada para saldar dvida em virtude da

    existncia de 03 (trs) contratos anteriores e 01 (um) encargos, no importe

  • de R$ 733.312,08 (setecentos e trinta e trs mil, trezentos e doze reais, oito

    centavos), inadimplidos, segundo o Exeqente/Excepto expressamente

    confessa s fls. 18 dos autos, item 2.12 Origem da Dvida.

    Tal instrumento de renegociao teve por objetivo solver

    dbitos anteriores inadimplidos parcialmente, relativamente aos contratos

    relacionados pelo Exeqente/Excepto, o que deixa patente tratar-se de

    mera ratificao do respectivo saldo devedor, no se vislumbrando a

    figura da novao, que somente ocorreria na hiptese de ter sido contrada

    nova dvida, gerando nova obrigao, com a substituio da anterior.

    Tanto assim o que consta da clusula 3. Confisso de

    Dvida, que o Cliente confessa, sem inteno de novar, ..., Entende-se

    por sem inteno de novar renegociar uma dvida, permanecendo em

    vigor o instrumento original e suas garantias. (sic grifo nosso)

    Se no bastasse, temos a clusula 7. Garantia, que

    expressamente atesta:

    As garantias constitudas nos instrumentos do item

    2.12 permanecem, estendendo-se ao valor total da

    composio e aos encargos previstos nesta cdula. (sic

    grifo nosso)

    Assim, no tendo havido mudana no objeto principal da

    obrigao, em sua natureza e na causa jurdica, a renegociao que se

    sucedeu somente confirma a obrigao anterior, razo pela qual, luz do

    direito ptrio, no se vislumbra, in casu, o instituto da novao.

    Na presente hiptese, verifica-se que o ttulo que sustenta a

    execuo, na verdade e nos termos avenados, seria mltiplo, abrangendo

    03 (trs) contratos anteriores e 01 (um) encargos.

    Com efeito, como bem esclarece a CCB e Confisso e

    Parcelamento de Dvida, os referidos contratos anteriores, no foram

    extintos, no desapareceram do mundo jurdico, nem perderam a sua

  • existncia, validade e eficcia, mas, ao contrrio, passaram a coexistir, ao

    lado da nova avena que fundamenta a ao de execuo, sendo vlidas e

    eficazes todas as suas estipulaes, que no foram alteradas pela CCB e

    confisso.

    Independentemente da substituio do ttulo da dvida, para

    que ocorra a novao, indispensvel que fique demonstrado o "animus

    novandi", devendo constar do novo instrumento a referncia expressa

    extino dos contratos antigos, incluindo a devoluo destes ao devedor,

    o que no ocorreu.

    Na lio de Washington de Barros Monteiro, no ocorre a

    novao, quando obrigao apenas so adicionadas novas garantias,

    quando se concede moratria ao devedor, quando lhe defere abatimento

    do preo, maiores facilidades de pagamento ou reforma do ttulo (Curso

    de Direito Civil, Ed. Saraiva, 4/297).

    Independentemente da substituio do ttulo da dvida, como

    aqui se verifica, para que ocorra a novao, indispensvel que fique

    demonstrado o "animus novandi", constando do novo instrumento a

    referncia expressa extino dos contratos antigos, incluindo a

    devoluo destes ao devedor.

    Orienta-se a jurisprudncia do prprio STJ, no sentido de que

    impossvel presumir a inteno de novar (RSTJ 103/225).

    Sabe-se que a simples composio para permitir que o devedor

    inadimplente pague parcialmente a dvida e emita novo ttulo para

    pagamento do saldo remanescente da mesma dvida, no implica em

    novao.

    S implicaria na inteno de novar se houvesse a inequvoca

    comprovao do assentimento tanto do credor, como tambm do devedor.

    Isso no restou demonstrado no caso presente, pois na

    realidade, o que ocorreu foi a simples substituio do ttulo da dvida,

    inserindo-o nesta modalidade de pagamento.

  • Contudo, a dvida permaneceu, ocorrendo mera dilao do

    prazo para seu pagamento, com incluso de taxas de juros, sem que se

    tenha a efetiva comprovao de que as novas taxas tenham resultado em

    situao menos gravosa para os devedores.

    Ao contrrio, pegou-se valores em aberto, com juros j

    calculados e aplicados pela Exequente e acrescentaram novos juros, ou

    seja, patente est a utilizao de juros sobre juros o que totalmente

    vedado em nosso ordenamento jurdico.

    Assim, por permanecerem vlidas todas as clusulas dos

    diversos contratos firmados anteriormente entre as mesmas partes,

    clusulas estas que no foram alteradas pela CCB e confisso de dvida

    ora cogitado, registre-se, no houve novao e o ttulo apresenta-se

    ilquido, pois a ao de execuo somente poderia sustentar-se, nos 03

    (trs) contratos anteriores e 01(um) encargos, nunca da forma como

    ocorreu nos autos em tela.

    Assim dispe o Cdigo de Processo Civil em seu artigo 586

    que determina claramente que a execuo para cobrana de dvida,

    fundar-se- sempre em ttulo lquido, certo e exigvel, estabelecendo ainda

    no seu art. 618, I, que nula a execuo, se o ttulo executivo no for

    lquido, certo e exigvel.

    No basta, portanto, a existncia de um ttulo executivo, para

    se promover a execuo.

    preciso que o ttulo executivo, seja lquido, certo e exigvel,

    sob pena de nulidade da execuo.

    Como o ttulo executivo a nica fonte a sustentar a execuo

    forada, tem o documento que se utiliza como tal, de apresentar-se

    completo na demonstrao do direito subjetivo que o credor quer fazer

    atuar contra o devedor.

  • E, no caso presente, a CCB e Confisso e Parcelamento de

    Dvida, que est a alicerar a ao de execuo, por no ser um ttulo

    executivo completo baseia-se em ttulos mltiplos coexistentes a ele ,

    no lquido, certo e exigvel, sendo, assim, nula a presente execuo, caso

    haja o seu prosseguimento nos termos em que foi proposta.

    Segundo entendimento majoritrio adotado pelo Superior

    Tribunal de Justia, a Cdula e Confisso e Parcelamento de Dvida pode

    at ser ttulo executivo, mas se est ratificando contratos anteriores e com

    eles coexiste, esses outros contratos devero estar juntos.

    Ele executivo, mas no sozinho. - precisa estar junto dos

    outros contratos.

    Assim, havendo dependncia da confisso de dvida em

    relao aos demais contratos, para que seja possvel e eficaz a

    constitucionalmente garantida ampla defesa nos embargos, os

    executados, ora excipientes, tero tambm de invocar os contratos

    precedentes, porque a discusso ser em funo de clusulas constantes

    dos contratos originrios que teriam ensejado uma cobrana a maior por

    parte do banco credor, ora excepto; de um jeito ou de outro, os contratos

    tero de integrar os autos, pois se trata de matria j sumulada pelo E.

    Superior Tribunal de Justia.

    Confira-se:

    Superior Tribunal De Justia Enunciado Da Smula N

    286 A Renegociao De Contrato Bancrio Ou A

    Confisso Da Dvida No Impede A Possibilidade De

    Discusso Sobre Eventuais Ilegalidades Dos Contratos

    Anteriores.

    Ainda, reiteradas so as decises dos Tribunais Ptrios no

    mesmo sentido, como vemos:

  • Processo resp 404685 / RS RECURSO ESPECIAL

    2002/0005107-7 Relator(a) Ministro ALDIR PASSARINHO

    JUNIOR (1110) rgo Julgador T4 - QUARTA TURMA Data

    do Julgamento 14/05/2002 Data da Publicao/Fonte DJ

    19/08/2002 p. 178 Ementa: COMERCIAL E PROCESSUAL

    CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXCEO DE PR-

    EXECUTIVIDADE. CONTRATO DE ABERTURA DE CRDITO.

    REPACTUAO POSTERIOR EM CONTRATO DE CONFISSO DE

    DVIDA. INVESTIGAO DA LEGITIMIDADE DE CLUSULAS

    ANTERIORES. SEQNCIA CONTRATUAL. NOVAO.

    CONTINUIDADE NEGOCIAL. SMULAS N. 5 E 7/STJ I. Possvel

    a reviso de clusulas contratuais celebradas antes da

    novao por instrumento de confisso de dvida, se h uma

    seqncia na relao negocial e a discusso no se refere,

    meramente, ao acordo sobre prazos maiores ou menores,

    descontos, carncias, taxas compatveis e legtimas, limitado

    ao campo da discricionariedade das partes, mas verificao

    da prpria legalidade do repactuado, tornando necessria a

    retroao da anlise do acordado desde a origem, para que

    seja apreciada a legitimidade do procedimento bancrio

    durante o tempo anterior, em que por atos sucessivos foi

    constituda a dvida novada. II. A concluso de que a confisso

    de dvida no operou a extino da contratao anterior

    firmada entre as partes no pode ser elidida sem que se

    proceda ao exame do contrato e da matria ftica, para

    declarar a inocorrncia de continuidade negocial que

    viabilizaria a execuo do novo contrato, o que vedado ao

    STJ, nos termos das Smulas n. 5 e 7, eis que, no caso, houve

    expressa inteno de no novar a dvida. III. Recurso

    especial conhecido e improvido. (O negrito acima, no consta

    do original).

    Nmero do processo: 1.0024.99.033950-9/001(1)

    Nmero CNJ: 0339509-87.1999.8.13.0024 Relator: VALDEZ

    LEITE MACHADO Relator do Acrdo: VALDEZ LEITE

    MACHADO Data do Julgamento: 08/03/2007 Data da

  • Publicao: 13/04/2007 EMENTA: EXCEO DE PR-

    EXECUTIVIDADE - INSTRUMENTO DE CONFISSO DE DVIDA -

    NOVAO - INOCORRNCIA - AUSNCIA DE LIQUIDEZ DO

    TTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL - NULIDADE - EXTINO

    DA EXECUO. No h que se falar na ocorrncia de novao

    em relao ao contrato de confisso de dvida, mormente

    quando o animus novandi no constar expressamente no

    contrato. Diante da inexistncia de novao, tem-se que o

    termo de renegociao de dvida nada mais do que um

    contrato acessrio do anterior, referente a capital de giro

    que, por ser ilquido, jamais poder dar origem a ttulo

    lquido, passvel de execuo.

    Nmero do processo: 1.0525.99.005447-6/001(1)

    Nmero CNJ: 0054476-65.1999.8.13.0525 Relator:

    OSMANDO ALMEIDA Relator do Acrdo: OSMANDO

    ALMEIDA Data do Julgamento: 12/05/2009 Data da

    Publicao: 01/06/2009 EMENTA: EMBARGOS EXECUO

    - CONTRATO DE CONFISSO DE DVIDA - AUSNCIA DE

    NOVAO - RENEGOCIO DE DVIDA - PRAZO PARA

    JUNTADA DOS DOCUMENTOS QUE DERAM ORIGEM AO

    DBITO - INRCIA DO EXEQENTE/EMBARGADO - EXTINO

    DA EXECUO - HONORRIOS ADVOCATCIOS - CRITRIOS.- O

    processo de execuo deve vir instrudo com todos os

    contratos que deram origem ao dbito para revestir o ttulo

    de exeqibilidade, quando inexiste o nimo de novar e o

    devedor pretender discutir os critrios para a constituio do

    valor exigido, ainda que remontem ao instrumento

    originrio.- A no juntada dos contratos anteriores pelo

    credor, apesar de devidamente intimado para tanto, acarreta

    a extino do processo executivo sem resoluo do mrito. (O

    negrito acima, no consta do original).

    EMENTA: EMBARGOS DO DEVEDOR - CONTRATO DE

  • CONFISSO DE DVIDA - NOVAO - INOCORRNCIA -

    ILIQUIDEZ DO TTULO - NULIDADE DA EXECUO. No

    existindo, na confisso de dvida, clusula a respeito da

    novao das obrigaes e no havendo a inteno de novar,

    indispensvel, para a propositura da execuo, a juntada de

    toda a srie de contratos, que originaram a avena executada,

    de modo a possibilitar a apurao do dbito. Ausentes,

    declara-se a nulidade da execuo, por iliquidez do ttulo (art.

    618, I, CPC). - Preliminar acolhida e processo extinto, sem

    julgamento do mrito (art. 267, VI, do CPC)". (TJMG, Apelao

    Cvel n 2.0000.00.517890-5/000, 10 Cmara Cvel, rel. Des.

    Roberto Borges de Oliveira, j. 11-10-2005) (O negrito acima,

    no consta do original).

    Destarte, no se pode subtrair a possibilidade de reviso dos

    pactos que deram origem ao referido ttulo, a fim de que seja observada

    eventual ilegalidade na sua formao, devendo ser observado o

    entendimento contido na smula 286 do STJ.

    necessrio que ocorra o inequvoco nimo de novar (art. 361,

    do CC/2002), no havendo na hiptese qualquer disposio contratual

    neste sentido ou prova nos autos que traduza sua existncia.

    No havendo o nimo de novar, a confisso de dvida apenas

    confirma os contratos anteriores, o que refora a iliquidez do ttulo em

    questo.

    No apresentados os documentos essenciais propositura da

    ao executiva, que sobremaneira fere at mesmo o direito ampla defesa

    a ser realizada nos Embargos, posto que de se frisar finalmente que nos

    contratos que sero discutidos nos Embargos, incidem as regras do

    Cdigo de Defesa do Consumidor, porque existente a figura do

    consumidor e a do prestador dos servios, no caso, servios bancrios,

    demonstra-se e prova-se cabalmente ser ilquido e inexeqvel o ttulo

    executivo, sendo o caso mesmo de acolhimento da exceo de pr-

  • executividade, com extino da execuo, na forma dos arts. 267, IV, 586 e

    618, I, do CPC.

    III NULIDADE E IRREGULARIDADE DE EMISSO DE CDULA

    DE CRDITO BANCRIO COM AVALISTA (DEVEDOR

    SOLIDRIO).

    Assim expressou-se o Banco Exeqente/Excepto, no item 1, fls.

    1 de Sua petio de ingresso em Juzo:

    Em razo de dvida confessada pela empresa

    Executada, foi emitida Cdula de Crdito Bancrio em

    02/05/2014, tendo a coexecutada obrigando-se na

    qualidade de devedora solidria da emitente (doc.

    03).

    Pois bem Exa., quaisquer que sejam os ttulos executivos

    previstos no ordenamento jurdico, judicial ou extra, de origem na

    vontade ou no imperium, todos eles, devem referir-se a uma obrigao

    lquida, como de expressa e inafastvel disposio legal.

    Assim, temos primeiramente a confisso expressa do Banco de

    que as dvidas anteriores ainda existem e sem mantm, bem como no

    houve novao de qualquer outra dvida.

    Confessam ainda que emitira Cdula de Crdito Bancrio e

    que esta possui devedor solidrio, ou seja, clara avalista da operao.

    Neste sentido, temos que resta patenete a infrao legislao

    que orienta a emisso de Cdulas de Crdito Bancrias, como no caso em

    questo, retirando-se desta igualmente, a legitimidade, certeza,

    exigibilidade e j antes demonstrado, liquidez que seja.

  • Para Demonstrar tal irregularidade e portanto, ilegalidade da

    presente Cdula e consequente Execuo, temos que os avais so

    negcios jurdicos, assim como todo aquele bilateral ou

    unilateral cujos efeitos so programados pelo agente de

    conformidade com a autonomia privada.

    O contrato o por excelncia.

    A pessoalidade do aval aceita por vrios doutrinadores,

    entre eles, Alberto Marguieri 1 e Carvalho de Mendona 2, segundo

    o qual o aval garantia especialssima, peculiar ao direito cambial,

    podendo colocar-se ao lado das outras garantias que o direito

    comum consagra, a fiana, o penhor, a hipoteca, o delcredere etc.

    A Cdula de Crdito Bancrio que aparelham a execuo

    em tela, aforada contra a empresa Westflex e pessoa fsica de

    Salma Maria Faria fora mantida em poder do BANCO, seu primitivo

    e nico credor, pois no houve transferncia desta para outrem.

    Porque a transferncia cambiria que investe o novo

    credor em direito autnomo, separando a relao fundamental

    (pretrita e) subjacente da relao cambiria sobrejacente,

    ressalte-se.

    No tendo o ttulo circulado, mantm-se sua estrita

    vinculao ao negcio ao qual pretendeu garantir, de sorte que a

    nulidade recainte sobre o contrato de mtuo macula a crtula

    sobre a foi lanado o aval, retirando-lhe sua autonomia por

    completo.

    Logo, uma vez lanado o aval sobre ttulo que no

    circulou, cujo contedo se fundou em contratos que ainda

    persistem, ou seja, que encobriu mtuos diversos, torna-se

    inexigvel referida CCB.

    1 Diritto commercial italiano. Npoles: Eugenio Marghieri, 1893, v. 3,

    n. 2.158.

    2 Tratado de Direito Comercial Brasileiro, 2ed. Rio de Janeiro: Freitas

    Bastos, v. 5, n. 748 a 750.

  • A inexigibilidade do ttulo conhecida causa de nulidade

    da execuo (CPC, art. 618, I), como bem entendeu o STJ.

    - "O aval garantia que se constitui em

    ttulo cambial, no em contrato bancrio;

    neste, a garantia pode ser a fiana, no o

    aval" (REsp 255.139/PR, 4 Turma do STJ).

    Se tal no bastasse, temos ainda as posies de outro Tribunais

    Ptrios, sendo:

    STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 255139 PR

    2000/0036573-4 (STJ) - Data de publicao:

    09/10/2000

    Ementa: CONTRATO BANCRIO. Nova

    promissria. Aval. Responsabilidade de terceiro. O

    aval garantia que se constitui em ttulo

    cambial, no em contrato bancrio; neste, a

    garantia de terceiro pode ser a fiana, no o aval.

    Negado pelas instncias ordinrias, interpretando

    o contrato, que os embargantes tenham assumido

    uma obrigao solidria, no cabe a execuo

    contra eles pelos encargos previstos nesse

    documento. Recurso no conhecido.

    STJ - PETICAO DE RECURSO ESPECIAL REsp

    876555 (STJ) - Data de publicao: 13/05/2010

    Deciso: que se constitui em ttulo cambial, no em

    contrato bancrio; neste, a garantia de terceiro

    pode... ser a fiana, no o aval - Inexigibilidade

    em relao ao co-devedor reconhecida -

    Processo extinto.... Extino do processo

    afastada. Recurso provido para esses fins. Ao

    Monitria - O aval garantia...

  • TJ-SP - Agravo de Instrumento : AI

    2822347520118260000 - Data de publicao:

    28/02/2012

    Deciso: de terceiro pode ser a fiana, no o aval

    (REsp 255139/PR, Rel. Ministro Ruy Rosado de

    Aguiar, Quarta... O aval garantia que se constitui

    em ttulo cambial, no em contrato bancrio; neste,

    a garantia... de crdito tm natureza cambiria e a

    consequente fora executiva. Assim, porque o aval

    garantia...

    TJ-SP - Apelao : APL 9192358632005826 - Data

    de publicao: 12/07/2012 Deciso: em ttulo

    cambial, no em contrato bancrio; neste, a

    garantia de terceiro pode ser a fiana, no o aval...

    bancrios, a fiana deve ser dada de forma

    expressa, no podendo ser presumida. 2. Admite-

    se o aval to... deforma direta e autnoma. No h

    que se falar em fiana, pois a garantia prestada no

    contrato foi

    A adoo de entendimento diverso do acima exposado ir

    contra a patente irregularidade, pois no poderia figurar a co-executada

    como avalista na CCB, mas sim, fiadora, fato que no ocorre na mesma e

    vicia-se esta.

    Mister se faz ressaltar que, conforme a prpria Cdula

    menciona textualmente, como mantm garantias das demais operaes,

    mantm tambm as solidariedades destas e portanto, no cabvel e

    autorizao em nosso ordenamento jurdico a cumulao de garantias

    como o aval ora existente.

  • IV - DO CABIMENTO DA CONDENAO EM HONORRIOS.

    Por fim, cabe aos Executados/Excipientes manifestarem suas

    indignaes no que se refere convico do Exeqente/Excepto de que

    nenhum nus lhe ser imposto, ainda que verificada a impertinncia de

    sua provocao, o que se torna questo crucial que estimula a propositura

    de reiteradas aes executivas sem as cautelas de praxe, como por

    exemplo, a verificao da liquidez, certeza e exigibilidade da suposta

    dvida.

    Por esta razo, e ainda aliada ao fato de que a presente

    provocao (exceo de pr-executividade) possui a natureza jurdica de

    uma defesa substancial, nos mesmos moldes dos embargos execuo,

    com um carter constitutivo negativo que induz a configurao da

    sucumbncia, que se torna imperiosa a condenao do

    Exeqente/Excepto em honorrios advocatcios.

    neste sentido que se posiciona a jurisprudncia do Superior

    Tribunal de Justia, ao verificar que a ao de execuo foi extinta aps a

    interveno do advogado contratado pelos executados indevidamente

    cobrados, o que se constata nas ementas abaixo transcritas:

    Processual civil. Execuo. Exceo de pr-

    executividade. Honorrios advocatcios. Condenao.

    Possibilidade. 1 - Decretada a extino da execuo, em

    virtude de acolhimento de exceo de pr-

    executividade, so devidos honorrios advocatcios. 2 -

    Recurso conhecido e provido para que o tribunal de

    origem fixe o quantum que entender condizente com a

    causa. (STJ 6 Turma - REsp. n. 411.321/PR - DJ de

    10/06/2002, pg. 285 - Relator Min. Fernando

    Gonalves - data da deciso: 16/05/2002 deciso

    unnime).

  • Deste modo, restou plenamente evidenciado pelos

    Executados/Excipientes, o induvidoso cabimento da condenao da

    Exeqente/Excepto no pagamento de honorrios advocatcios.

    V DOS REQUERIMENTOS

    Esto os tribunais brasileiros integralmente alinhados ao

    entendimento de que a defesa do executado no se faz somente mediante

    Embargos, mas tambm no prprio processo de execuo quando se tratar

    de vcio formal.

    Por outro lado, restou demonstrado que a Cdula de Crdito

    Bancrio e Confisso e Parcelamento de Dvida apresentado no extinguiu

    obrigaes anteriores, sendo delas dependente e com elas coexistindo pela

    continuidade.

    Finalmente, restou tambm sobejamente demonstrada a

    nulidade da mesma pelos vcios constantes e apresentados, o que a torna

    um ttulo apcrifo e por isso, nulo de pleno direito.

    Por todo o exposto, e aps a manifestao da

    Exeqente/Excepto, os Executados/Excipientes esperam seja acolhida a

    presente manifestao e respeitosa e recatadamente requerem:

    1. Seja acolhida, conhecida e julgada procedente, esta

    Exceo de Pr-Executividade pela inexigibilidade do ttulo, face a

    incerteza que o mesmo encerra, ou alternativamente, pela nulidade

    apontada no mesmo;

    2. Seja suspensa a execuo, at deciso deste incidente

    ora suscitado, por se tratar de matria de ordem pblica, pressupostos

    processuais e condies da ao, no podendo a execuo coexistir com as

    dvidas relativas ausncia de liquidez e exigibilidade inerentes ao ttulo,

    sob pena de nulidade da execuo, na forma do art. 618, I do CPC, alm

    do que, inexistindo todos os contratos e palinhas de dvida destes, torna-

  • se patente o completo acesso e direito de defesa dos

    Executados/Excipientes para fins de completa apresentao de Embargos

    do Devedor em feito apartado;

    3. Alternativamente, seja determinado ao

    Exeqente/Excepto, que em prazo razovel a ser fixado por Vossa

    Excelncia, traga aos autos todos os contratos referidos na Cdula de

    Crdito Bancrio e bem assim, os extratos detalhados de evoluo das

    dvidas que originaram o ttulo extrajudicial exeqendo, o que

    oportunizar aos Executados/excipientes, a ampla defesa nos Embargos

    com o questionamento das ilegalidades e abusividades existentes,

    conforme Smula 286 do E. Superior Tribunal de Justia;

    4. Que em no havendo a juntada dos contratos e

    demonstrativos por parte do Exeqente/Excepto, seja extinta a execuo,

    na forma dos arts. 267, IV, 586 e 618, I, do CPC, por nulidade, incerteza ou

    iliquidez do ttulo que a embasa, sendo o Exeqente/Excepto condenado

    no pagamento das custas processuais e honorrios advocatcios, na base

    usual de 20% sobre o valor da suposta dvida, atribudo execuo.

    5.- Junta-se em anexo acrdo do Superior Tribunal de

    Justia, onde o Ilustre Ministro Luis Felipe Salomo, em ao onde foi

    recorrente o Banco Ita S/A, em caso anlogo, em extenso trabalho

    demonstra que os argumentos constantes da presente exceo de pr-

    executividade ora interposta do razo mesmo e procedncia desta.

    Termos em que, sendo esta JUNTADA aos autos

    da Execuo j mencionada, para que impere a justia e prevalea a fora

    do DIREITO.

    Respeitosamente,

  • P. e espera deferimento.

    So Sebastio do Paraso, aos 06 de maio de 2015.

    P.p. Ravel Maldi Borges OAB/MG 62.248

  • RECURSO ESPECIAL N 921.046 - SC (20070019544-1)

    RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMO

    RECORRENTE : BANCO ITA SA

    ADVOGADO : EMERSON LODETTI E OUTRO(S)

    RECORRIDO : ARLEIDE REGINA OGLIARI CANDAL E OUTRO

    ADVOGADO : ARLEIDE REGINA OGLIARI CANDAL (EM CAUSA PRPRIA)

    EMENTA

    PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DECISO EXTRA PETITA. NO

    OCORRNCIA. EXECUO. TTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. CONTRATO DE

    CONFISSO DE DVIDA. AUSNCIA DE NOVAO ATESTADA PELO TRIBUNAL DE

    ORIGEM. POSSIBILIDADE DE ANLISE DO NEGCIO JURDICO ANTECEDENTE.

    SMULA 286 DO STJ.

    1. Compete ao juiz o poder de iniciativa probatria para a determinao dos

    fatos postos pela parte como fundamento de sua demanda, nos termos do art.

    130 do CPC. Precedentes.

    2. De modo a melhor compatibilizar a aplicao dos enunciados sumulares 286

    e 300STJ, a jurisprudncia da Segunda Seo vem assinalando que, ocorrendo

    nova pactuao da dvida bancria, quando a alterao resultante da conveno

    das partes d-se to somente em relao aos elementos acessrios da relao

    creditria, (tais como, por exemplo, prorrogao, encurtamento, ou supresso

    de algum prazo; mudana do lugar de cumprimento; questes relativas aos juros

    e clusula penal), no existindo dvida acerca da permanncia da obrigao e

    da manuteno dos elementos originais, reputa-se descaracterizado o instituto

    da novao, sendo certa a possibilidade de o Juzo proceder reviso dos

    negcios jurdicos antecedentes da obrigao encartada no ttulo extrajudicial.

    Inteligncia das Smulas 286 e 300 do STJ. Precedentes.

    3. Ao revs, havendo o real nimo de novar e inovaes substanciais no campo

    da autonomia da vontade das partes, registradas pelo acrdo da Corte local,

  • no cabvel a reviso de clusulas das pactuaes anteriores, porquanto

    efetivamente configurado o instituto da novao, o que tem o condo de afastar

    a incidncia da Smula 286, mxime diante do teor da Smula 300 do STJ.

    Desnecessria, nesse caso, a juntada dos contratos que deram origem

    formalizao da renegociao bem como do demonstrativo de clculo correlato

    ao perodo integral do dbito. Precedentes.

    4. No caso sob anlise, o Tribunal de origem, com ampla cognio ftico-

    probatria, considerou descaracterizada a novao, razo pela qual determinou

    fossem juntados aos autos os contratos que deram origem dvida, o que, no

    tendo sido observado pelo recorrente, ensejou a extino do processo.

    Precedentes.

    5. Recurso especial no provido.

    ACRDO

    Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da QUARTA TURMA do

    Superior Tribunal de Justia acordam, na conformidade dos votos e das notas

    taquigrficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao recurso especial,

    nos termos do voto do Senhor Ministro Relator. Os Srs. Ministros Raul Arajo,

    Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira e Marco Buzzi votaram com o Sr.

    Ministro Relator.

    Braslia (DF), 12 de junho de 2012(Data do Julgamento)

    MINISTRO LUIS FELIPE SALOMO

    Relator

    RECURSO ESPECIAL N 921.046 - SC (20070019544-1)

    RECORRENTE : BANCO ITA SA

    ADVOGADO : EMERSON LODETTI E OUTRO(S)

    RECORRIDO : ARLEIDE REGINA OGLIARI CANDAL E OUTRO

    ADVOGADO : ARLEIDE REGINA OGLIARI CANDAL (EM CAUSA PRPRIA)

  • RELATRIO

    O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMO (Relator):

    1. Arleide Regina Ogliari Candal e Miguel Albino Foli ajuizaram embargos

    execuo (fls. 5-36) em face do Banco Ita SA, alegando que o contrato de

    abertura de crdito em conta corrente que originou a dvida exequenda

    (celebrado em 1871995 e vencido em 18101995) foi objeto de sucessivos

    pactos, cujos clculos, unilateralmente efetuados pela instituio bancria,

    teriam elevado o dbito a uma importncia impossvel de ser saldada, inclusive

    no tendo sido descontadas parcelas j pagas em contratos anteriores, nem

    tampouco pagamentos realizados a ttulo de juros e IOF, culminando em excesso

    de execuo. Ainda, aduzem que no foram apresentados os memoriais dos

    clculos efetuados, demonstrando os critrios utilizados para chegar quantia

    exequenda.

    Outrossim, alegaram excesso de penhora, a qual atingiu "nove hectares de

    reflorestamento de araucrias, juntamente com rea de benfeitorias no

    Municpio Frei Rogrio", imvel com valor muito superior dvida, bem como a

    adoo de errnea base de clculo para a multa moratria.

    Sustentaram a inexistncia de ttulo executivo, pois a renegociao da dvida

    com o Banco no implicou novao, mas mero contrato de adeso em que houve

    o acrscimo de juros abusivos capitalizados indevidamente, correo monetria

    com base na TR cumulada com comisso de permanncia e outros encargos

    ilegtimos, sendo certo que o valor de que partiu a instituio para clculo da

    dvida - R$ 7.209,88 -, j se encontrava impregnado de juros abusivos e taxas

    ilegais, uma vez que oriundo de outro contrato de confisso de dvida.

    O Juzo singular, julgando antecipadamente a lide, assentou a ausncia da

    autonomia da vontade em contratos de adeso e a desdia do Banco no tocante

    juntada dos clculos, acolhendo parcialmente os pedidos e determinando o

    prosseguimento da execuo, conforme o clculo apresentado pela Contadoria

    Judicial (fls. 100-118), com os quais os recorridos no concordaram.

  • O Tribunal estadual converteu o feito em diligncia e determinou a regularizao

    da inicial da execuo, em 10 dias, de modo a que fossem juntados aos autos os

    contratos que desaguaram no instrumento de renegociao da dvida, assim

    como a memria atualizada dos clculos desde os contratos originrios.

    O Tribunal estadual deu provimento apelao dos autores, ora recorridos, em

    acrdo que ostenta a seguinte ementa (fls. 195-216):

    EXECUO. Contrato bancrio. Instrumento de confisso de dvida. Embargos

    acolhidos em parte. Recurso de apelao. Converso em diligncia. Juntada dos

    contratos renegociados e de documento completo de evoluo do dbito.

    Atendimento incompleto. Extino que se decreta.

    Convertido o julgamento em diligncia, oportunizada parte credora a

    complementao da documentao faltante perfeita compreenso da matria

    sob discusso recursal, o no atendimento a contento da determinao do rgo

    julgador acarreta a extino do processo.

    Nas razes do recurso especial interposto com fundamento nas alneas "a" e "c"

    do permissivo constitucional, foi alegada violao dos seguintes artigos (fls. 225-

    242): a) 2, 128, 460 e 515 do CPC, uma vez que o Tribunal incorreu em

    julgamento extra petita ao determinar a juntada aos autos dos instrumentos que

    deram origem dvida exequenda, sem que os recorridos tivessem pleiteado tal

    providncia; b) 583 e 585, II, do CPC, porquanto a dvida ora cobrada encontra-

    se consubstanciada no ttulo executivo apresentado para instruir a execuo - e

    no nos contratos anteriores -, os quais foram objeto de determinao judicial

    para sua juntada aos autos, o que, no tendo sido implementado, deu ensejo

    extino do processo.

    Suscitou dissdio pretoriano quanto executividade do contrato de confisso de

    dvida.

    No foram apresentadas contrarrazes ao recurso (fl. 262), que foi admitido na

    instncia originria (fls. 263-264).

  • o relatrio.

    RECURSO ESPECIAL N 921.046 - SC (20070019544-1)

    RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMO

    RECORRENTE : BANCO ITA SA

    ADVOGADO : EMERSON LODETTI E OUTRO(S)

    RECORRIDO : ARLEIDE REGINA OGLIARI CANDAL E OUTRO

    ADVOGADO : ARLEIDE REGINA OGLIARI CANDAL (EM CAUSA PRPRIA)

    EMENTA

    PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DECISO EXTRA PETITA. NO

    OCORRNCIA. EXECUO. TTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. CONTRATO DE

    CONFISSO DE DVIDA. AUSNCIA DE NOVAO ATESTADA PELO TRIBUNAL DE

    ORIGEM. POSSIBILIDADE DE ANLISE DO NEGCIO JURDICO ANTECEDENTE.

    SMULA 286 DO STJ.

    1. Compete ao juiz o poder de iniciativa probatria para a determinao dos

    fatos postos pela parte como fundamento de sua demanda, nos termos do art.

    130 do CPC. Precedentes.

    2. De modo a melhor compatibilizar a aplicao dos enunciados sumulares 286

    e 300STJ, a jurisprudncia da Segunda Seo vem assinalando que, ocorrendo

    nova pactuao da dvida bancria, quando a alterao resultante da conveno

    das partes d-se to somente em relao aos elementos acessrios da relao

    creditria, (tais como, por exemplo, prorrogao, encurtamento, ou supresso

    de algum prazo; mudana do lugar de cumprimento; questes relativas aos juros

    e clusula penal), no existindo dvida acerca da permanncia da obrigao e

    da manuteno dos elementos originais, reputa-se descaracterizado o instituto

    da novao, sendo certa a possibilidade de o Juzo proceder reviso dos

    negcios jurdicos antecedentes da obrigao encartada no ttulo extrajudicial.

    Inteligncia das Smulas 286 e 300 do STJ. Precedentes.

  • 3. Ao revs, havendo o real nimo de novar e inovaes substanciais no campo

    da autonomia da vontade das partes, registradas pelo acrdo da Corte local,

    no cabvel a reviso de clusulas das pactuaes anteriores, porquanto

    efetivamente configurado o instituto da novao, o que tem o condo de afastar

    a incidncia da Smula 286, mxime diante do teor da Smula 300 do STJ.

    Desnecessria, nesse caso, a juntada dos contratos que deram origem

    formalizao da renegociao bem como do demonstrativo de clculo correlato

    ao perodo integral do dbito. Precedentes.

    4. No caso sob anlise, o Tribunal de origem, com ampla cognio ftico-

    probatria, considerou descaracterizada a novao, razo pela qual determinou

    fossem juntados aos autos os contratos que deram origem dvida, o que, no

    tendo sido observado pelo recorrente, ensejou a extino do processo.

    Precedentes.

    5. Recurso especial no provido.

    VOTO

    O SENHOR MINISTRO LUIS FELIPE SALOMO (Relator):

    2. Cinge-se a controvrsia a duas questes: a) ocorrncia de julgamento extra

    petita, uma vez que a determinao judicial para que o recorrente trouxesse aos

    autos os contratos que originaram a dvida exequenda, no constou do pedido

    formulado na inicial, nem tampouco nas razes de apelao; b) alegada

    desnecessidade de apresentao dos contratos anteriores ao ttulo executivo,

    uma vez que este seria o nico documento necessrio instruo da execuo.

    3. Quanto ao suposto julgamento extra petita, no assiste razo ao recorrente.

    Com efeito, no plano material, os atributos emanados do ttulo executivo so

    relativos, o que se dessume da prpria possibilidade de impugnao desse

  • pressuposto especfico da execuo mediante a propositura de embargos, os

    quais, tratando-se de ttulo extrajudicial, assumem cognio ampla e profunda.

    Isso ocorre porque se tratam de atributos no do ttulo em si - o qual mero

    documento comprobatrio da obrigao que encarta - e, quando inerente ao

    ttulo extrajudicial, assumem maior fragilidade, permitindo ao Juzo, se

    provocado em sede de embargos, perquirir sobre a origem, a natureza e o objeto

    do crdito nele inserto.

    Nessa linha, Araken de Assis adverte:

    O ttulo extrajudicial prescinde de prvia ao condenatria, ou seja, resoluo

    judicial que reconhea o dever de prestar do vencido. O ttulo extrajudicial "no

    tem antecedncia, mas antecipa-se sentena de cognio", nota Pontes de

    Miranda. Conseguintemente, postergando a funo de conhecimento, o grau de

    estabilidade deste tipo de ttulo diminui de modo dramtico. O principal sintoma

    da fragilidade se encontra no regime heterogneo da oposio do executado,

    que, contra execuo fundada em ttulo extrajudicial, possui horizontes largos

    (art. 745, V, do CPC, na redao da Lei 11.3822006). (Manual da Execuo. So

    Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011, p. 185)

    Assim, uma vez intentados os embargos execuo, cuja matria alegvel

    bastante ampla, no h nenhum limite sua cognio pelo Juzo, a qual pode se

    dar tanto em relao amplitude quanto profundidade da matria suscitada.

    Este o entendimento de Antonio Carlos Marcato, ao comentar o art. 745, V, do

    CPC:

    Por esse dispositivo, que constitui verdadeira norma de encerramento e

    demonstra a mais absoluta desnecessidade da disciplina constante nos incisos I

    a IV, no h qualquer limitao cognio, seja no plano horizontal (amplitude

    da matria passvel de ser aduzida), seja no plano vertical (profundidade das

  • questes debatidas). (Cdigo de Processo Civil Interpretado. So Paulo: Ed. RT,

    2008, p. )

    Dessarte, a determinao pelo Tribunal para apresentao dos contratos

    anteriores consubstancia ato processual que no desborda dos lindes dos seus

    poderes instrutrios, uma vez que os sujeitos do processo impem limites ao

    julgador com relao aos fatos narrados, e no no que tange aos meios de prova

    necessrios formao da sua convico.

    o que se extrai da norma inserta no art. 130 do CPC:

    Art. 130. Caber ao juiz, de ofcio ou a requerimento da parte, determinar as

    provas necessrias instruo do processo, indeferindo as diligncias inteis ou

    meramente protelatrias.

    Consoante explana Fredie Didier Jr., "hoje em dia, tal como previsto no art. 130

    do CPC, predomina o entendimento de que ao juiz so reconhecidos amplos

    poderes instrutrios, qualquer que seja a natureza da relao jurdica debatida

    no processo." (Curso de Direito Processual Civil. Salvador: Editora Jus Podivm,

    vol. 2, p. 23)

    Nesse sentido, tambm se posiciona a jurisprudncia desta Corte:

    EMBARGOS DE DECLARAO NO AGRAVO. PROPSITO INFRINGENTE.

    RECEBIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL. TELECOM. APURAO DE

    DIFERENCIAL ACIONRIO. DETERMINAO DE REALIZAO DE PROVA PERICIAL

    EM SEDE DE EXECUO DE SENTENA. POSSIBILIDADE.

    1. Sendo o juiz o destinatrio da prova, cabe a ele, com base em seu livre

    convencimento, avaliar a necessidade desta, podendo determinar a sua

    produo at mesmo de ofcio, conforme prev o art. 130 do Cdigo de Processo

    Civil.

    2. Agravo regimental a que se nega provimento.

  • (EDcl no AREsp 57.947RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA

    TURMA, julgado em 01122011, DJe 14122011)

    PROCESSUAL CIVIL - ADMINISTRATIVO - DESAPROPRIAO - PERCIA

    DETERMINADA DE OFCIO PELO MAGISTRADO - POSSIBILIDADE - ART. 130 DO

    CPC.

    1. Inexiste violao ao art. 130 do CPC e aos comandos da LC 7693, em sintonia

    com o disposto no art. 129 CPC, se o magistrado, diante das peculiaridades do

    caso concreto, determina de ofcio a realizao de prova pericial, buscando

    firmar seu convencimento em torno da justa indenizao prevista no comando

    constitucional, no considerando o valor apresentado na oferta inicial na ao

    de desapropriao.

    2. Impossibilidade da alterao quanto ao laudo adotado na Instncia Ordinria,

    soberana quanto anlise dos contornos fticos e probatrios da demanda -

    Smula 7STJ.

    3. Recurso especial conhecido e improvido.

    (REsp 651294GO, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em

    15122005, DJ 06032006, p. 319)

    Especificamente quanto possibilidade de o Juzo, no livre exerccio do seu

    poder instrutrio, determinar a juntada dos instrumentos anteriores ao contrato

    de confisso de dvida executado, os seguintes precedentes:

    CONTRATO DE CONFISSO DE DVIDA. TTULO EXECUTIVO. CONTRATOS

    ANTERIORES QUE ORIGINARAM A CONFISSO. DETERMINAO DO JUIZ DE

    EMENDA INICIAL. POSSIBILIDADE. SMULAS 5 E 7.

    - O contrato de renegociao e assuno de dvida ttulo executivo

    extrajudicial. Incide a Smula 300.

    - Para possibilitar ao executado-embargante a perfeita defesa de seus interesses

    com a rediscusso da totalidade do dbito, poder o magistrado determinar a

    juntada dos contratos anteriores caso entenda necessrio.

  • - Rever a imprescindibilidade da juntada dos contratos anteriores, com a anlise

    dos fatos, contratos e circunstncias da causa, seria desafiar as Smulas 5 e 7.

    (REsp 1000198SC, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA

    TURMA, julgado em 08022008, DJe 13032008)

    AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. EXECUO. CONFISSO DE DVIDA.

    DISCUSSO DE CLUSULAS CONTRATUAIS ORIGINRIAS. SMULA 286STJ.

    POSSIBILIDADE DO EXEQUENTE PROCEDER JUNTADA DE DOCUMENTOS

    REFERENTES DIVIDA. PROVIDNCIA NO ATENDIDA NOS AUTOS. CORRETA A

    EXTINO DO FEITO. INCIDNCIA DA SMULA 83 DO STJ. DECISO AGRAVADA

    MANTIDA POR SEUS PRPRIOS FUNDAMENTOS.

    1 - Com efeito, o Tribunal a quo, considerando a possibilidade de discusso do

    crdito, oportunizou ao credor que apresentasse o contrato do qual se originou

    a dvida exequenda, medida que est em perfeita consonncia com a orientao

    dada espcie por este sodalcio. No tendo a recorrente atendido a

    determinao judicial correta a extino do feito.

    2 - Da leitura das razes expendidas na petio de agravo regimental, no se

    extrai argumentao relevante apta a afastar os fundamentos do julgado ora

    recorrido. Destarte, nada havendo a retificar ou acrescentar na deciso

    agravada, deve esta ser mantida por seus prprios e jurdicos fundamentos.

    3 - Agravo regimental desprovido.

    (AgRg nos EDcl no REsp 829.002RS, Rel. Ministro FERNANDO GONALVES,

    QUARTA TURMA, julgado em 07052009, DJe 25052009)

    4. Tal concluso encontra reforo no fato de que - e aqui se adentra o exame da

    segunda questo suscitada pelo recorrente - admitida a anlise de

    irregularidades perpetradas nos negcios jurdicos antecedentes da obrigao

    encartada no ttulo extrajudicial, consoante a Smula 286 do STJ: "A

    renegociao de contrato bancrio ou a confisso da dvida no impede a

    possibilidade de discusso sobre eventuais ilegalidades dos contratos

    anteriores."

  • De modo a melhor compatibilizar a aplicao dos enunciados sumulares 286 e

    300STJ, a jurisprudncia da Segunda Seo vem buscando um ponto de

    equilibrio.

    De fato, no obstante os precedentes que deram origem a esse enunciado

    versarem sobre a possibilidade de discusso judicial de contratos novados, o

    que se verifica que, em casos como tais, no h uma novao propriamente

    dita, mas mera modificao das taxas de juros, parcelamento da dvida ou

    prorrogao da data do seu vencimento, o que no representa modificao da

    obrigao, mas simples alteraes ocasionais ocorridas no curso do contrato

    bancrio originrio, de modo que a obrigao continuar sendo a mesma, qual

    seja, pagar ao banco o capital originariamente emprestado acrescido dos

    encargos financeiros.

    Dessarte, a alterao resultante da conveno das partes d-se to somente em

    relao aos elementos acessrios da relao creditria, tais como, por exemplo,

    prorrogao, encurtamento, ou supresso de algum prazo; mudana do lugar de

    cumprimento; questes relativas aos juros e clusula penal, sendo certa a

    inexistncia de dvida acerca da permanncia da obrigao e da manuteno

    dos seus elementos originais.

    Essa a concluso do eminente Ministro Jos Delgado no julgamento do REsp

    226.703DF, publicado no DJU de 17121999:

    No constitui novao o acordo de vontades, atravs do qual os contratantes

    quantificam o valor da dvida em atraso, abrangendo principal, correo

    monetria e juros, pactuam o pagamento da soma fixada em parcelas peridicas,

    entregando o devedor, ao credor, na oportunidade, notas promissrias

    representativas do valor do principal e acessrios.

    Deveras elucidativa a lio de Izner Hanna Garcia:

    "No campo especfico da contratualstica e, especialmente no ramo do Direito

  • bancrio, tal afirmao sumamente verdadeira. Evidente e, infelizmente, a

    realidade mostra-nos hoje que os homens nem so iguais e nem ao menos so

    livres. Entretanto, como se disse, ainda persistem conceitos que servem para

    negar as mudanas.

    A novao, neste sentido, um destes baluartes aos quais as instituies

    financeiras apegam-se para sustentarem e encobrirem operaes abusivas.

    verdade que, hodiernamente, bancos contratam com clientes as mais variadas

    modalidades de operaes. Estas operaes, na grande maioria, no terminam

    em si, estendendo-se e continuando em uma seqncia de contratos, chamados

    no jargo de "mata-mata".

    Neste diapaso, quando o relacionamento jurdico-financeiro posto sob a luta

    da reviso judicial, os bancos alegam que as obrigaes legais esto extintas,

    porquanto a novao cobriu seu manto, apresentando somente o ltimo

    contrato, o qual, geralmente, no representa seno o ltimo ms de

    relacionamento.

    Com isso, buscam as instituies financeiras "sepultar", sob a lpide da novao,

    todos os abusos que foram cometidos nos contratos anteriores, pretendendo,

    assim, que haja uma nova obrigao, limpa de ilegalidades.

    Assim, se se permitir apenas uma anlise formal da questo, estar-se-

    homenageando a prtica da m-f nos contratos, ofendendo os princpios da

    contratualstica.

    [...]

    Como explanado anteriormente, prtica comum, nas operaes bancrias,

    contratos sucederem-se e encadearem-se em uma cadeia que, por fim,

    "fechada" em um "contrato envelope".

    Contudo, neste encadear sucessivo, na maioria das vezes, tem-se somente um

    objeto, tal seja, a concesso do emprstimo primeiro, de modo que, a despeito

    dos contratos posteriores, no h uma nova concesso de crdito.

    Melhor explicando, uma vez concedido um crdito de "X", sob a modalidade de

    uma operao bancria qualquer - por exemplo, um mtuo vencvel em 90 dias

    -, vencido este financiamento comum "quitar-se" este contrato e conceder-se

    um outro financiamento.

    Tudo, formalmente, se passa como se o cliente devedor tivesse pago aquele

    financiamento anterior e tomado outro posterior. Entretanto, na maioria das

  • vezes, somente paga os juros, ou parte deles, no lhe sendo concedido mais

    crdito, nem pagando o anterior. Esta prtica, normalmente, repete-se vrias

    vezes, at que chegue o limite de esgotamento do cliente e que possa o

    Judicirio tomar conhecimento e julgar a questo.

    Este mimetismo jurdico serve aos bancos para, aproveitando-se do sistema

    jurdico, burl-lo. Desta maneira, escondem as ilegalidades dos contratos

    anteriores, querendo que s o ltimo contrato seja passvel de anlise judicial.

    [...]

    Se no bastasse a compreenso filosfica, per si, para afastar a novao nestas

    circunstncias dos contratos bancrios, o entendimento do instituto tambm

    seria conclusivo em desconfigurar tais contrataes sob a gide da novao.

    Posto assim, claro fica que, em tais hipteses, no se pode admitir a novao,

    porquanto a obrigao anterior era juridicamente eivada de vcios e, portanto,

    no poderia ser novada, visto que um dos requisitos que exista obrigao

    anterior vlida.

    No mais, igualmente meridiano que em tais circunstncias, na qual o cliente

    devedor v-se enredado em teia de operaes, falta-lhe o nimo novandi, o

    nimo de novar. (Ilegalidades nos Contratos Bancrios. Rio de Janeiro: Aide,

    2002, p. 153-155)

    Nessa senda, a Smula 286 do STJ no concede uma "carta branca" ao

    magistrado para se imiscuir na autonomia das partes quando h o real interesse

    de novar e a efetiva assuno de nova obrigao, mas to somente o poder-

    dever de aferir eventuais ilegalidades nos instrumentos anteriores ao ttulo

    executivo, quando descaracterizado o instituto da novao.

    Essa relevante distino foi percucientemente externada pelo Ministro Aldir

    Passarinho em julgado paradigmtico, assim ementado:

    CIVIL E PROCESSUAL. AO REVISIONAL. NOVAO. RECURSO ESPECIAL.

    MATRIA DE PROVA. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. SMULA N. 7-STJ. DISSDIO

    NO CONFIGURADO.

  • I. O contrato renegociado que traz, em seu bojo, inovaes substanciais no

    campo da livre vontade das partes, no permite a reviso de clusulas

    contratuais do contrato anterior, por representar, efetivamente, um novo pacto,

    refugindo da hiptese da Smula n. 286 do STJ.

    II. "A pretenso de simples reexame de prova no enseja recurso especial" -

    Smula n. 7-STJ.

    III. Divergncia jurisprudencial no caracterizada, em face da ausncia de

    rigorosa similitude entre as hipteses fticas confrontadas.

    IV. Agravo improvido.

    (AgRg no Ag 590.377RS, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA

    TURMA, julgado em 07122004, DJ 28032005, p. 266)

    Nessa linha de inteleco, havendo inovaes substanciais no campo da

    autonomia da vontade das partes, no cabvel a reviso de clusulas das

    pactuaes anteriores, porquanto efetivamente configurado o instituto da

    novao, o que tem o condo de afastar a incidncia da Smula 286, mxime

    diante do teor da Smula 300 do STJ: "o instrumento de confisso de dvida,

    ainda que originrio de contrato de abertura de crdito, constitui ttulo

    executivo extrajudicial.

    Ao revs, se o ttulo de renegociao da dvida no for resultado de uma novao

    - que pressupe o real nimo de novar e alteraes na substncia da obrigao

    extinta -, mas representar simples expresso do valor apurado em um certo

    momento do relacionamento negocial entre as partes, abre-se ensejo

    confrontao dos critrios adotados para a formao do dbito a partir dos

    registros feitos unilateralmente pelo Banco na execuo do contrato, incidindo,

    nessa hiptese, a referida Smula 286, mormente em face da amplitude e da

    profundidade da cognio em sede de embargos do devedor, consoante

    fundamentao anterior.

    Essa a inteligncia norteadora dos precedentes desta Corte ao aplicarem a

    Smula 286:

  • AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AO ORDINRIA.

    AUSNCIA DE PROCURAO. OBSERVNCIA DO PRINCPIO DA

    INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. REPETIO DO INDBITO. REVISO DOS

    CONTRATOS FINDOS. POSSIBILIDADE. COMPRA E VENDA DE IMVEL. OBRA

    FINALIZADA. NDICE SINDUSCON. COBRANA. IMPOSSIBILIDADE.

    [...]

    3. Faz-se possvel a reviso judicial dos contratos findos, quer pela novao ou

    pelo pagamento.

    4. Em contrato de compra e venda de imvel com a obra j finalizada, no cabe

    a utilizao de ndice setorial de reajuste - Sinduscon, pois no h mais influncia

    do preo dos custos da construo civil.

    5. Agravo regimental provido.

    (AgRg no Ag 1329173SP, Rel. Ministro JOO OTVIO DE NORONHA, QUARTA

    TURMA, julgado em 10052011, DJe 19052011)

    AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. SMULA 7STJ. BICE

    INEXISTENTE. MANUTENO DA DECISO AGRAVADA. CONTRATO BANCRIO

    NOVADO. REVISO. POSSIBILIDADE. SMULA 286STJ.

    1. Dependendo a anlise da argumentao, nica e exclusivamente, do

    confronto entre as teses jurdicas constantes do acrdo recorrido e as dos

    arestos paradigmas, bem como da relao de concordnciadiscordncia com o

    texto de lei, no h falar em reexame de provas.

    2. Nos termos da Smula 286STJ: "Os contratos bancrios so passveis de

    reviso judicial, ainda que tenham sido objeto de novao, pois no se pode

    validar obrigaes nulas".

    3. Agravo regimental desprovido. Determinada a baixa do REsp 534.021RS, em

    razo da relao de prejudicialidade ocorrente.

    (AgRg no Ag 518.822RS, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO,

    TERCEIRA TURMA, julgado em 21092010, DJe 29092010)

    AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS DE DECLARAO OPOSTOS DECISO QUE

    CONHECEU DO AGRAVO DE INSTRUMENTO PARA DAR PROVIMENTO AO

  • RECURSO ESPECIAL. ACRDO DO EG. TRIBUNAL DE ORIGEM DIVERGENTE DA

    JURISPRUDNCIA PACFICA DESTA CORTE. RENEGOCIAO DE CONTRATO

    BANCRIO NO IMPEDE A DISCUSSO ACERCA DE EVENTUAIS ILEGALIDADES

    NOS CONTRATOS ANTERIORES. INCIDNCIA DA SMULA 286STJ. INEXISTNCIA

    DE OFENSA AOS ARTS. 128 E 460 DO CPC.

    I - Verifica-se que o eminente Ministro FERNANDO GONALVES conheceu do

    agravo de instrumento e deu provimento ao recurso especial interposto pelos

    agravados, tendo em vista a reiterada jurisprudncia desta Corte quanto

    possibilidade de reviso dos contratos firmados com a instituio financeira

    desde a origem, de modo que a renegociao de contrato bancrio ou a

    confisso de dvida no seria bice discusso acerca de eventuais ilegalidades

    dos contratos anteriores, nos termos do que dispe a Smula 286STJ.

    II - Observa-se que, no ponto, o entendimento firmado pelo acrdo ento

    recorrido divergia da orientao desta Corte, ao afirmar que "o instrumento

    particular de confisso de dvida impede a discusso da causa subjacente da

    novao da dvida, no mais podendo ser questionada pelas partes, uma vez que

    o termo de renegociao da dvida pe fim s relaes jurdicas anteriores,

    assertiva que encontra espeque jurisprudencial em JTA-LEX 168133" (fl. 86).

    [...]

    IV - Agravo regimental a que se nega provimento.

    (AgRg nos EDcl no Ag 977.046SP, Rel. MIN. RAUL ARAJO FILHO, QUARTA

    TURMA, julgado em 22062010, DJe 02082010)

    5. No caso, foi alegado nos embargos do devedor, entre outras razes, a

    cobrana ilegal de juros desde o primeiro pacto renegociado, especialmente em

    razo de ser o contrato executado oriundo de outro contrato de confisso de

    dvida - o credicomp, excesso de execuo e de penhora, bem como ausncia de

    apresentao, pelo ora recorrente, dos critrios e formas de clculo utilizados

    para elaborao do demonstrativo do dbito, o qual atingiu montante bem

    superior ao contratado, mormente em razo de o montante inicial - R$ 7.209,

    29, em 18101995 - j se encontrar impregnado de juros abusivos e taxas ilegais,

    alcanando o valor de R$ 52.192,29 na data de 2392005, conforme

    demonstrativo de fls. 173-174.

  • Elucidando a moldura ftica do caso, confiram-se excertos do voto condutor do

    acrdo recorrido (fls. 200-205):

    De uma breve introduo acerca das condies da execuo deflagrada,

    constata-se ter o pedido se embasado em um "Instrumento particular de

    confisso de dvida", este que solidificou o saldo devedor do Contrato

    Credicomp-PF celebrado no dia 18.07.95 e vencido no dia 018.10.95, consoante

    especificado no prprio instrumento de confisso ora exequendo (fl. 05 dos

    autos em apenso).

    Tratando-se de instrumento particular de confisso de dvida, ausente a inteno

    de novar, as caractersticas executivas do documento em questo dependeriam

    da trazida aos autos, pelo credor, dos contratos em razo dos quais foram

    apurados os saldos devedores confessados, apresentado, ademais, o documento

    de evoluo do dbito desde as suas origens, motivo pelo qual, nesta instncia,

    converteu-se em diligncia o julgamento da presente insurgncia recursal a fim

    de que o banco apelado anexasse os contratos precedentes que deram origem

    dvida - acrdo de fls. 123133.

    Destarte, apesar da oportunidade concedida, verifica-se que o apelante no

    juntou ao processo todos os contratos que, por registrarem saldos devedores,

    desaguaram no termo de renegociao de operaes de crdito, estando, por

    conseguinte, a execuo destituda de qualquer condio de procedibilidade.

    E a ausncia do contrato originrio da dvida renegociada mais de uma vez

    subtrai a oportunidade de anlise das clusulas contratuais, estas que formaram

    o dbito compositor do contrato que foi alvo da ao executiva, impedindo,

    assim, a anlise, como um todo, da dvida buscada pela instituio credora!

    [...]

    Na hiptese destes autos, repita-se, a pretenso executria manifestada pelo

    estabelecimento de crdito recorrido ancorou-se em um "instrumento particular

    de confisso de dvidas", o qual est originado no saldo devedor de outro

    contrato, intitulado como Credicomp-PF (confisso de dvidas), este tambm

    proveniente do "saldo devedor de outros dois pactos: Lis Portflio e Credirio",

    conforme comprova o item denominado "origem da dvida" do ltimo

    instrumento juntado pelo credor fl. 137.

  • Tem-se, ento, de modo explcito e confessado pelo prprio exeqente, que o

    ttulo executado teve como objetivo saldar dbito inadimplido pelos

    embargantes, referente a outra operao econmica, sendo constatvel, em

    sendo assim, que o contrato bancrio em epgrafe conferiu apenas nova

    modalidade de pagamento ao dbito oriundo de operao creditcia anterior,

    renovando o prazo de seu pagamento, sem que tenha ocorrido novao,

    consoante se observa dos prprios termos da celebrao contratual,

    substituindo-se apenas as anteriores e englobando-se-as em um nico contrato,

    acrescendo os dbitos anteriores de novos encargos.

    O contrato exeqendo, de ser sublinhado, no contm clusula que expresse

    a inteno de novar, ou mesmo qualquer manifestao de vontade de assim

    faz-lo.

    [...]

    No caso em exame, insistimos, os executados no contraram nova dvida com a

    casa financeira recorrida, com o objetivo de extinguir e substituir os negcios

    originrios e sim, apenas efetuaram uma renegociao da dvida pendente com

    o alargamento do prazo para pagamento.

    E, inexistente novao, o contrato que a originou a dvida exequenda condio

    essencial para o desenvolvimento vlido e regular do processo, sendo nula a

    execuo que assim no o fizer.

    6. Desse modo, mostra-se correta a extino da execuo pela no observncia

    da determinao judicial de apresentao dos pactos que deram origem ao ttulo

    executivo, providncia que encontra ressonncia na jurisprudncia deste

    Tribunal:

    PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO RECURSO ESPECIAL. AGRAVO

    REGIMENTAL. OMISSO NO ACRDO RECORRIDO. INOCORRNCIA.

    PREQUESTIONAMENTO. AUSNCIA. REVISO DE CONTRATOS EXTINTOS.

    POSSIBILIDADE. EXECUO PROPOSTA DESACOMPANHADA DOS CONTRATOS

    QUE DERAM ORIGEM AO DBITO. DETERMINAO DE JUNTADA NO

    ATENDIDA. EXTINO DA EXECUO. POSSIBILIDADE.

    - Os Embargos de Declarao so corretamente rejeitados se no h omisso,

    contradio ou obscuridade no acrdo embargado, tendo a lide sido dirimida

  • com a devida e suficiente fundamentao; apenas no se adotando a tese do

    recorrente.

    - inadmissvel o recurso especial quanto questo que no foi apreciada pelo

    Tribunal de origem.

    - Os contratos bancrios so passveis de reviso judicial, ainda que tenham sido

    objeto de novao, pois no se pode validar obrigaes nulas (Smula 286 desta

    Corte).

    - A execuo fundada em contrato de confisso de dvida proposta

    desacompanhada dos contratos que originaram o dbito no pode ser rejeitada

    de plano, mas que deve ser oportunizada parte a juntada de documentos e

    demonstrativos referentes dvida em execuo, conforme determinado pelo

    Colegiado de origem, mesmo que j oferecidos embargos do devedor.

    - No tendo o exequente cumprido a determinao de exibio dos contratos

    renegociados e dos demonstrativos completos da evoluo dos dbitos

    repactuados, correta a concluso pela extino da execuo em razo da

    ausncia de liquidez, certeza e exigibilidade do ttulo.

    - Agravo Regimental improvido.

    (AgRg no Ag 1054642SC, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado

    em 11102011, DJe 25102011).

    AGRAVO REGIMENTAL. EXECUO. CONFISSO DE DVIDA. SMULA 300STJ.

    PROCESSO EXECUTRIO NO INSTRUDO COM O PRIMITIVO CONTRATO.

    DISCUSSO DE CLUSULAS CONTRATUAIS ORIGINRIAS. POSSIBILIDADE.

    SMULA N. 286STJ. EMENDA PETIO INICIAL DETERMINADA NO JUZO DE

    PRIMEIRO GRAU. APLICAO DO ART. 616 DO CPC. INRCIA DA PARTE.

    EXTINO DO PROCESSO. PRECEDENTES. RECURSO IMPROVIDO. DECISO

    MONOCRTICA MANTIDA.

    1. A jurisprudncia deste Superior Tribunal de Justia pacfica no sentido da

    executividade do instrumento de confisso de dvida, ainda que oriundo de

    contrato de abertura de crdito, restando tal entendimento sumulado, nestes

    termos: "Enunciado n. 300: O instrumento de confisso de dvida, ainda que

    originrio de contrato de abertura de crdito, constitui ttulo executivo

    extrajudicial.".

    2. No menos robusta, a compreenso no mbito desta Corte quanto a

  • possibilidade de se revisar os contratos e suas clusulas, para afastar eventuais

    ilegalidades, ainda que tenha havido quitao ou novao, a teor do que informa

    o verbete sumular n 286STJ: "A renegociao de contrato bancrio ou a

    confisso da dvida no impede a possibilidade de discusso sobre eventuais

    ilegalidades dos contratos anteriores".

    3. Nessa trilha, o juzo de primeiro grau, considerando a possibilidade de

    discusso do crdito, oportunizou ao credor que apresentasse o contrato do qual

    se originou a dvida exeqenda, medida que est em perfeita consonncia com

    a orientao dada espcie por este Sodalcio.

    4. O recorrente no cumpriu a determinao, de modo que, quedando-se inerte

    a parte interessada, correta a extino do processo.

    5. Agravo improvido

    (AgRg no REsp 871400SC, Rel. Ministro HLIO QUAGLIA BARBOSA, QUARTA

    TURMA, julgado em 13022007, DJ 12032007, p. 253)

    Direito processual civil. Agravo no recurso especial. Embargos do devedor

    execuo. Confisso de dvida. Oriunda de contrato de abertura de crdito.

    Ttulo extrajudicial. Juntada dos contratos originrios. Inrcia do exequente.

    Extino da execuo.

    - A confisso de dvida ttulo hbil para a execuo, ainda que oriundo de

    contrato de abertura de crdito, novado ou no, goza de plena liquidez, certeza

    e exigibilidade, constituindo-se, portanto, ttulo executivo extrajudicial.

    - A renegociao de contrato bancrio ou a confisso da dvida no impede a

    possibilidade de discusso sobre eventuais ilegalidades dos contratos

    anteriores" (Smula n. 286STJ).

    - Questionada, todavia, a legalidade das clusulas do contrato originrio, pode

    haver o debate do valor devido, ainda que renegociado, e, em tal caso,

    precedentemente extino do processo, deve ser oportunizada ao credor a

    juntada daquele pacto e do demonstrativo de evoluo dele advindo, nos termos

    do art. 616 do CPC. Precedentes.

  • - A no juntada dos contratos anteriores pelo credor, apesar de devidamente

    intimado para tanto, acarreta a extino do processo executivo sem julgamento

    do mrito.

    Agravo no recurso especial a que se nega provimento.

    (AgRg no REsp 988.699SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,

    julgado em 06032008, DJe 17032008)

    Dessarte, tendo o Tribunal de origem, com ampla cognio ftico-probatria,

    concludo pela ausncia de novao e pela necessidade de verificao dos

    contratos que deram origem ao presente ttulo executivo executivo, vedada a

    anlise da questo na estreita via do recurso especial ante o teor da Smula 7 do

    STJ, que cobe o revolvimento de matria ftica.