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S237 SANTOS, Karinne E. G. dos CadernodeProcessoCivilIIDomAlberto/KarinneE.G.dos Santos. Santa Cruz do Sul: Faculdade Dom Alberto, 2010. Inclui bibliografia. 1. Direito Teoria2. Processo Civil II TeoriaI. SANTOS, Karinne E. G. dosII. Faculdade Dom AlbertoIII. Coordenao de DireitoIV. Ttulo CDU 340.12(072) Catalogao na publicao: Roberto Carlos Cardoso Bibliotecrio CRB10 010/10 2APRESENTAO OCursodeDireitodaFaculdadeDomAlbertotevesuasemente lanadanoanode2002.Iniciamosnossacaminhadaacadmicaem2006, apsaconstruodeumprojetosustentadonosvaloresdaqualidade, seriedade e acessibilidade. E so estes valores, que prezam pelo acesso livre atodososcidados,tratamcomseriedadetodosprocessos,atividadese aes que envolvem o servio educacional e viabilizam a qualidade acadmica epedaggicaquegeramefetivoaprendizadoquepermitemconsolidarum projeto de curso de Direito. Cincoanossepassarameumcicloseencerra.Afasede crescimento,deamadurecimentoedeconsolidaoalcanaseupicecoma formaturadenossaprimeiraturma,comaconclusodoprimeiromovimento completo do projeto pedaggico. Entendemosseresteomomentodenoapenascelebrar,masde devolver,sobaformadepublicao,oprodutodotrabalhointelectual, pedaggicoeinstrutivodesenvolvidopornossosprofessoresduranteeste perodo. Este material servir de guia e de apoio para o estudo atento e srio, paraaorganizaodapesquisaeparaocontatoinicialdequalidadecomas disciplinas que estruturam o curso de Direito. Felicitamosatodososnossosprofessoresquecomcompetncia nos brindam com os Cadernos Dom Alberto, veculo de publicao oficial da produo didtico-pedaggica do corpo docente da Faculdade Dom Alberto. Lucas Aurlio Jost Assis Diretor Geral 3PREFCIO Todaaohumanaestcondicionadaaumaestruturaprpria,a umanaturezaespecficaqueadescreve,aexplicaeaomesmotempoa constitui.Maisainda,todaaohumanaaquelapraticadaporumindivduo, nolimitedesuaidentidadee,preponderantemente,noexercciodesua conscincia.Outracaractersticadaaohumanasuaestruturaformal permanente. Existe um agente titular da ao (aquele que inicia, que executa a ao),umcaminho(aaopropriamentedita),umresultado(afinalidadeda aopraticada)eumdestinatrio(aquelequerecebeosefeitosdaao praticada).Existemaeshumanasque,aoseremexecutadas,geramum resultadoeesteresultadoobservadoexclusivamentenaesferadoprprio indivduoqueagiu.Ouseja,nasaesinternas,titularedestinatriodaao soamesmapessoa.Oconhecimento,porexcelncia,umaaointerna. ComobemdescreveOlavodeCarvalho,somenteaconscinciaindividualdo agente d testemunho dos atos sem testemunha, e no h ato mais desprovido detestemunhaexternaqueoatodeconhecer.Poroutrolado,existemaes humanasque,umavezexecutadas,atingempotencialmenteaesferade outrem,isto,osresultadosseroobservadosempessoasdistintasdaquele que agiu. Titular e destinatrio da ao so distintos. Qualquer ao, desde o ato de estudar, de conhecer, de sentir medo oualegria,temorouabandono,satisfaooudecepo,atosatosde trabalhar,comprar,vender,rezarouvotarsosempreaeshumanasecom talestosujeitasestruturaacimaidentificada.Noacidentalquea linguagem humana, e toda a sua gramtica, destinem aos verbos a funo de indicaraao.Semprequeexistirumaao,teremoscomoidentificarseu titular, sua natureza, seus fins e seus destinatrios. Conscientedisto,omdicoepsiclogoViktorE.Frankl,queno cursodeumacarreirabrilhante(trocavacorrespondnciascomoDr.Freud desdeosseusdezesseteanosedesterecebiaelogiosemdiversas publicaes)desenvolviatcnicasdecompreensodaaohumanae, consequentemente, mecanismos e instrumentos de diagnstico e cura para os eventuaisproblemasdetectados,destacou-secomoumdosprincipais estudiososdasanidadehumana,doequilbriofsico-mentaledamedicina como cincia do homem em sua dimenso integral, no apenas fsico-corporal. Com o advento da Segunda Grande Guerra, Viktor Frankl e toda a sua famlia foramcapturadoseaprisionadosemcamposdeconcentraodoregime nacional-socialistadeHitler.Duranteanossofreutodososflagelosqueeram ininterruptamente aplicados em campos de concentrao espalhados por todo territrio ocupado. Foi neste ambiente, sob estas circunstncias, em que a vida sente sua fragilidade extrema e enxerga seus limites com uma claridade nica, 4queFranklconsegue,aoolharseusemelhante,identificaraquiloquenosfaz diferentes, que nos faz livres. Durantetodooperododeconfinamentoemcamposde concentrao(inclusiveAuschwitz)Franklobservouqueosindivduos confinadosrespondiamaoscastigos,sprivaes,deformadistinta.Alguns, peranteamenorrestrio,desmoronavaminteriormente,perdiamocontrole, sucumbiam frente dura realidade e no conseguiam suportar a dificuldade da vida. Outros, porm, experimentando a mesma realidade externa dos castigos edasprivaes,reagiamdeformaabsolutamentecontrria.Mantinham-se ntegrosemsuaestruturainterna,entregavam-secomoqueemsacrifcio, esperavam e precisavam viver, resistiam e mantinham a vida. Observandoisto,Franklpercebequeadiferenaentreoprimeiro tipodeindivduo,aquelequenosuportaadurezadeseuambiente,eo segundotipo,quesemantminteriormenteforte,quesuperaadurezado ambiente,estno fatodequeosprimeirosjno tmrazoparaviver,nada os toca, desistiram. Ou segundos, por sua vez, trazem consigo uma vontade de viver que os mantm acima do sofrimento, trazem consigo um sentido para sua vida.Aoatribuirumsentidoparasuavida,oindivduosupera-seasimesmo, transcende sua prpria existncia, conquista sua autonomia, torna-se livre. Aosairdocampodeconcentrao,comofimdoregimenacional-socialista,Frankl,imediatamenteesobaformadereconstruonarrativade suaexperincia,publicaumlivretocomottuloEmbuscadesentido:um psiclogonocampodeconcentrao,descrevendosuavidaeadeseus companheiros,identificandoumaconstantequepermitiuquenoapenasele, masmuitosoutros,suportassemoterrordoscamposdeconcentraosem sucumbir ou desistir, todos eles tinham um sentido para a vida. Nestemesmomomento,Franklapresentaosfundamentosdaquilo queviriaasetornaraterceiraescoladeViena,aAnliseExistencial,a psicologia clnica de maior xito at hoje aplicada. Nenhum mtodo ou teoria foi capaz de conseguir o nmero de resultados positivos atingidos pela psicologia deFrankl,pelaanlisequeapresentaaoindivduoaestruturaprpriadesua ao e que consegue com isto explicitar a necessidade constitutiva do sentido (da finalidade) para toda e qualquer ao humana. Sentidodevidaaquiloquesomenteoindivduopodefazere ningummais.Aquiloquesenoforfeitopeloindivduonoserfeitosob hiptesealguma.Aquiloquesomenteaconscinciadecadaindivduo conhece. Aquilo que a realidade de cada um apresenta e exige uma tomada de deciso. 5No existe nenhuma educao se no for para ensinar a superar-se asimesmo,atranscender-se,adescobrirosentidodavida.Tudoomais morno, sem luz, , literalmente, desumano. Educar,pois,descobrirosentido,viv-lo,aceit-lo,execut-lo. Educarnotreinarhabilidades,nocondicionarcomportamentos,no alcanar tcnicas, no impor uma profisso. Educar ensinar a viver, a no desistir,adescobrirosentidoe,descobrindo-o,realiz-lo.Numapalavra, educar ensinar a ser livre. ODireitoumdoscaminhosqueoserhumanodesenvolvepara garantirestaliberdade.QueosCadernosDomAlbertosejamveculosde expressodestaprticadiriadocorpodocente,quefazemdavidaum exemplo e do exemplo sua maior lio. FelicitaessodevidasaFaculdadeDomAlberto,peloapoiona publicaoepelaadoodestametodologiasriaedequalidade. Cumprimentosfestivosaosprofessores,autoresdestebelotrabalho. Homenagens aos leitores, estudantes desta arte da Justia, o Direito. . Luiz Vergilio Dalla-Rosa Coordenador Titular do Curso de Direito 6Sumrio Apresentao......................................................................................................3 Prefcio...............................................................................................................4 Plano de Ensino..................................................................................................9 Aula 1 Processo de Conhecimento..............................................................................14 Aula 2 Petio inicial, Conceito....................................................................................50 Aula 3 Petio Inicial ajuizamento de aes repetitivas na previsodo art. 285-A do CPC........................................................................................83 Aula 4 Introduo: Citao e Respostas possveis do ru...........................................91 Aula 5 Ao declaratria incidental ARTS. 5 325 e 470 do CPC..........................110 Aula 6 Das Provas: Introduo..................................................................................122 Aula 7 Meios especficos de prova - Disposies Gerais..........................................133 Aula 8 Audincia de Instruo 450 CPC.................................................................153 Aula 9 Rito Sumrio...................................................................................................168 Aula 10 Sentena e Coisa Julgada.............................................................................178 Aula 11 Tutela Inibitria e Tutela Especfica...............................................................192 7Aula 12 Tutela Antecipada 273 CPC.........................................................................202 Aula 13 Tutela Antecipada continuao....................................................................213 8Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional. Centro de Ensino Superior Dom Alberto Plano de Ensino Identificao Curso: DireitoDisciplina: Processo Civil II Carga Horria (horas): 60Crditos: 4Semestre: 4 Ementa ProcessodeConhecimento.Reflexosobreoparadigmaracionalista.RitoOrdinrioeSumrio.Petio inicial.Respostadoru.AudinciaPreliminar.Julgamentoconformeoestadodoprocesso.Despacho Saneador.Provas.Espcies.Audinciadeinstruoejulgamento.SentenaeCoisaJulgada.Tutelasde Urgncia no Processo de Conhecimento. Objetivos Geral:Adisciplinapretendecapacitaroalunoparaaidentificaoeinterpretaodofenmenojurisdicional,apartirdas diversas relaes jurdicas processuais decorrentes das contingncias sociais, de acordo com os preceitos processuais constitucionais. Pretende ainda instruir o aluno a partir do estudo dos princpios gerais do processo, da classificao das aes, da anlise dos atos fundamentais do processo, iniciativa do autor, resposta do ru e, com isso, a singularidade da controvrsia. Especficos:Instruir o aluno a identificar os diferentes ritos processuais e o seu andamento. Ressaltara importnciadafundamentao dopedidoedaargumentao dedefesa,osquaisdeverofazerparteda motivao sentencial (art. 93, IX da CF/88). Expor a importncia da identificao da controvrsia para o prosseguimento do processo na fase instrutria. Exporasnoesdetutelasdeurgncia,emespecialnassuasversesdeantecipada,especficae inibitria. Inter-relao da Disciplina Horizontal: Direito Constitucional, Processo Constitucional, Processo do Trabalho. Vertical: Direito Constitucional I e II; Processo Civil II, III, IV e V; Juizado Especial, Processo Constitucional, Estgio Supervisionado I e II. Competncias Gerais Leitura,compreensoeelaboraodepeasprocessuais,comadevidautilizaodasnormastcnico-jurdicas;interpretaoeaplicaodasregrasprocessuaispertinentesacadacasoconcreto;pesquisae utilizaodalegislao,dajurisprudncia,dadoutrinaedeoutrasfontesdoDireito;adequadaatuao tcnica atravs dos meios alternativos de soluo de conflitos, no mbito da mediao e arbitragem, com a devidautilizaodeprocessos,atoseprocedimentos;adequadaatuaotcnico-jurdicanaesfera administrativa e judicial, com a devida utilizao de processos, atose procedimentos; correta utilizao da terminologiajurdica;raciocniojurdicoereflexocrtica;poderdepersuasoeargumentaoadequada; julgamento e tomada de decises. Competncias Especficas - compreenso do rito ordinrio e sumrio do processo de conhecimento; - identificao das possibilidades de resposta do ru, adequadas ao caso concreto; - caracterizao de defesa protelatria e de m-f; - identificao dos meios de prova processuais e o modo de produo, adequada ao rito ordinrio e sumrio; -identificao dos pressupostos ftico-legais para a concesso de antecipao de tutela, a cada caso concreto; - compreenso do sincretismo processual, a partir da Lei 11.232/2005. Habilidades Gerais Capacidadedecompreensoeelaboraodepeasprocessuais,comadevidautilizaodasnormas tcnico-jurdicas;capacidadedeinterpretaoeaplicaodasregrasprocessuaispertinentesacadacaso 9Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional. concreto;capacidadedepesquisaeutilizaodalegislao,dajurisprudncia,dadoutrinaedeoutras fontes do Direito; atuar de forma correta e adequada em todas as esferas jurdicas;capacidade de utilizar a terminologiajurdicaadequada;capacidadederaciocniojurdicoereflexocrtica;capacidadede persuaso e argumentao adequada; capacidade de julgamento e tomada de decises. Habilidades Especficas - compreendero rito ordinrio e sumrio do processo de conhecimento; - identificar as possibilidades de resposta do ru, adequadas ao caso concreto; - caracterizar a defesa protelatria e de m-f; - identificar os meios de prova processuais e o modo de produo, adequada ao rito ordinrio e sumrio; -identificar os pressupostos ftico-legais para a concesso de antecipao de tutela, a cada caso concreto; - compreender o sincretismo processual, a partir da Lei 11.232/2005. Contedo Programtico 1. Cognio Ampla. Objetivos da disciplina (Conexo com Processo Civil I e Transferncia para a cognio ampla do Processo Civil II), mtodo, cronograma e bibliografia. 2. Petio inicial. 2.1. Conceito. 2.2. Requisitos. 2.3. Pedidos. 2.4. Emenda. 2.5. Indeferimento da inicial. 3. Ajuizamento das aes repetitivas na previso do art. 285-A do CPC. 4.Respostadoru.4.1.Conceito4.2.Formas.4.3.Contestao4.4.Reconveno4.5.Exceode IncompetnciaRelativa,ExceodeSuspeioeExceodeImpedimento4.6ImpugnaoAJGe Impugnao ao Valor da Causa 5.I-AodeclaratriaincidentalII-ReconhecimentodopedidoIIIReveliaIV-AudinciapreliminarV- Julgamento conforme o estado do processo VI - Despacho Saneador. 6.DasProvas1.Introduo.2.Princpiosinformadoresdasprovas.3.ObjetodeProvaeDespacho Saneador.4.nusdaprovadistribuioeinverso.5.Classificaodasprovas.6.Meiosdeprovae momento de sua produo. 7. Valorao da Prova -Sistemas de avaliao. 7. Prova documental e Prova pericial. Estudos de Caso. 8. Audincia de Instruo. Depoimento pessoal. Confisso. Prova Testemunhal e Inspeo Judicial. 9. Rito Sumrio. 10. Sentena. Estrutura. Classificao. Sincretismo Processual. 11. Coisa Julgada.Espcies. Eficcia. Requisitos.Limites. Coisa JulgadaeAes Coletivas. Relativizao da Coisa Julgada. 12. Tutela Inibitria e Tutela Especfica. Tutelas de Urgncia Antecipada I. 13. Tutelas de Urgncia Antecipada II. Estudos de Caso. Estratgias de Ensino e Aprendizagem (metodologias de sala de aula) Metodologia:Aulasexpositivasdialgico-dialticas.Trabalhosindividuaiseemgrupoparaanlisee possveis solues de casos prticos relacionados realidade do aluno. Utilizao de recurso udio-Visual. Avaliao do Processo de Ensino e AprendizagemAavaliaodoprocessodeensinoeaprendizagemdeveserrealizadadeformacontnua,cumulativae sistemticacomoobjetivodediagnosticarasituaodaaprendizagemdecadaaluno,emrelao programao curricular. Funes bsicas: informar sobre o domnio da aprendizagem, indicar os efeitos da metodologiautilizada,revelarconseqnciasdaatuaodocente,informarsobreaadequabilidadede currculos e programas, realizar feedback dos objetivos e planejamentos elaborados, etc. Para cada avaliao o professor determinar a(s) formas de avaliao podendo ser de duas formas: 1 Avaliao uma prova com peso 10,0 (dez) ou uma prova de peso 8,0 (oito) e um trabalho de peso 2,0; 2 Avaliao: 10Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional. -Peso 8,0 (oito): Prova; -Peso 2,0 (dois): referente ao Sistema de Provas Eletrnicas SPE(mdia ponderada das trs provas do SPE) Avaliao Somativa Aaferiodorendimentoescolardecadadisciplinafeitaatravsdenotasinteirasdezeroadez, permitindo-se a frao de 5 dcimos. Oaproveitamentoescolaravaliadopeloacompanhamentocontnuodoalunoedosresultadosporele obtidos nas provas, trabalhos, exerccios escolares e outros, e caso necessrio, nas provas substitutivas. Dentreostrabalhosescolaresdeaplicao,hpelomenosumaavaliaoescritaemcadadisciplinano bimestre. Oprofessorpodesubmeterosalunosadiversasformasdeavaliaes,taiscomo:projetos,seminrios, pesquisasbibliogrficasedecampo,relatrios,cujosresultadospodemculminarcomatribuiodeuma nota representativa de cada avaliao bimestral. Emqualquerdisciplina,osalunosqueobtiveremmdiasemestraldeaprovaoigualousuperiorasete (7,0) e freqncia igual ou superior a setenta e cinco por cento (75%) so considerados aprovados. Aps cada semestre, e nos termos do calendrio escolar, o aluno poder requerer junto Secretaria-Geral, noprazofixadoeattuloderecuperao,arealizaodeumaprovasubstitutiva,pordisciplina,afimde substituir uma das mdias mensais anteriores, ou a que no tenha sido avaliado, e no qual obtiverem como mdia final de aprovao igual ou superior a cinco (5,0). Sistema de Acompanhamento para a Recuperao da Aprendizagem Sero utilizados como Sistema de Acompanhamento e Nivelamento da turma os Plantes Tira-Dvidas que so realizados sempre antes de iniciar a disciplina, das 18h00min s 18h50min, na sala de aula. Recursos Necessrios Humanos Professor. Fsicos Laboratrios, visitas tcnicas, etc. Materiais Recursos Multimdia. Bibliografia Bsica WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso Avanado de Processo Civil. So Paulo: RT, 2007, vol.1.MARINONI, Luiz Guilherme. Manual do Processo de Conhecimento. So Paulo: RT. THEODORO JUNIOR., Humberto, Curso de Direito Processual, Civil v. 1, Forense, 2006GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. Atualizada at a Lei n11.441/2007. 19.ed. So Paulo: Saraiva, 2008. v.2.DINAMARCO, Candido Rangel. Instituies de Direito Processual Civil, vol.III. So Paulo: Malheiros. Complementar DINAMARCO, Candido Rangel. Instituies de Direito Processual Civil, vol.I e II. So Paulo: Malheiros.ZAVASCKI, Teori Albino. Antecipao da tutela. So Paulo: Saraiva, 2007. MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela Inibitria. So Paulo: RT, 2006. SILVA, Ovdio,Curso de processo civil. Rio de Janeiro: Forense. SILVA, Ovdio Arajo Baptista da. Processo e Ideologia, o paradigma racionalista. Rio de Janeiro: Forense. Legislao: NERY JR.,Nelson. Cdigo de Processo civil Comentado. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. NEGRAO, Theotonio. Cdigo de Processo Civil Comentado. So Paulo: Saraiva, 2008. Peridicos Revista Jurdica Notadez; Magister; Revista Dialtica de Direito Processual Civil 11Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional. Sites para Consulta www.abdpc.org.br www.cfj.jus.br www.cnj.jus.br www.tjrs.jus.br www.trf4.jus.br www.senado.gov.br www.stf.jus.br www.stj.gov.br www.ihj.org.br www.oab-rs.org.br Outras Informaes Endereo eletrnico de acesso pgina do PHL para consulta ao acervo da biblioteca: http://192.168.1.201/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl.xis&cipar=phl8.cip&lang=por Cronograma de Atividades AulaConsolidaoAvaliaoContedoProcedimentosRecursos 1 1.Apresentaodadisciplina:Conexo com Processo Civil I e transferncia para a cognioampladoProcessode Conhecimento. 2. Apresentao dos objetivos da disciplina de Processo Civil II, com destaque paraos aspectosdoritoordinriofrentestutelas de urgncia.3.DebateacercadocaptuloVdaobra ProcessoeIdeologia,Fundamentosdo ProcedimentoOrdinrio,inSILVA,Ovdio Baptista da. Rio de Janeiro: Forense, 2006: pp.131-150 - Biblioteca: (347.9 / S586p). 4. Destacar a Bibliografia da disciplina. 5. Estudos de Caso. AEQG 2 2. Petio inicial. 2.1. Conceito. 2.2. Requisitos. 2.3. Pedidos. 2.4. Emenda. 2.5. Indeferimento da inicial.AEQG 3 3.Ajuizamentodasaesrepetitivasna previso do art. 285-A do CPC. 4.Respostadoru.4.1.Conceito4.2. Formas. 4.3. Contestao. AEQG 4 4.Respostadoru.4.1.Conceito4.2. Formas.4.3.Contestao4.4. Reconveno4.5.Exceode IncompetnciaRelativa,Exceode SuspeioeExceodeImpedimento4.6 Impugnao AJG e Impugnao ao Valor da Causa AEQG 5 5.I-AodeclaratriaincidentalII- ReconhecimentodopedidoIIIReveliaIV -AudinciapreliminarV-Julgamento conformeoestadodoprocessoVI- Despacho Saneador. AEQG 6 6.DasProvas1.Introduo.2.Princpios informadoresdasprovas.3.Objetode ProvaeDespachoSaneador.4.nusda provadistribuioeinverso.5. Classificaodasprovas.6.Meiosde provaemomentodesuaproduo.7. ValoraodaProva-Sistemasde avaliao. AEQG 12Misso: "Oferecer oportunidades de educao, contribuindo para a formao de profissionais conscientes e competentes, comprometidos com o comportamento tico e visando ao desenvolvimento regional. 1 AEQG 1 77.ProvadocumentaleProvapericial. Estudos de Caso. 8 8.AudinciadeInstruo.Depoimento pessoal.Confisso.ProvaTestemunhale Inspeo Judicial.AEQG 9 9. Rito Sumrio. AEQG 10 10.Sentena.Estrutura.Classificao. Sincretismo Processual. AEQG 11 11.CoisaJulgada.Espcies.Eficcia. Requisitos. Limites. Coisa Julgada e Aes Coletivas. Relativizao da Coisa Julgada. AEQG 12 12. Tutela Inibitria e Tutela Especfica. Tutelas de Urgncia Antecipada I. Estudos de Caso. AEQG 13 13. Tutelas de Urgncia Antecipada II. Estudos de Caso. AEQG 2 2 3 Legenda CdigoDescrioCdigoDescrioCdigoDescrio AEAula expositivaQGQuadro verde e gizLBLaboratrio de informtica TGTrabalho em grupoRERetroprojetorPSProjetor de slides TITrabalho individualVIVideocasseteAPApostila SESeminrioDSData ShowOUOutros PAPalestraFCFlipchart 13 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Processo Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos [email protected] [email protected] AULA 01 04/03/2009 Para quem no sabe para onde vai, qualquer caminho serve... (Lewis Carol , in Alice no pas das maravilhas.) PROCESSO DE CONHECIMENTO I - Processo e Procedimento Inicialmente, relevante lembrar algumas noes bsicas da disciplina de Processo Civil I.Deacordocomapretensodaparte autora,oprocessopodeserde Conhecimento, de Execuo ou Cautelar.OProcessodeConhecimento,por suavez,podesercaracterizadopor caminhos diferenciados, na busca de uma soluomaisadequadaacadatipode lide.QuandooCPCouleisesparsasno preveemprocedimentoespecialparao casoconcreto,bemcomoquandonose estdiantedeumcasoparaoqualalei processual admite o rito sumrio (art. 275 CPC),aplica-seentooprocedimento ordinrio BASICO -, o qual, em outras palavras,oritopadroebsicoparaa tutela de direitos.Assim,nadisciplinadeProcesso CivilII,serodetalhadostodosospassos doritocomumdoProcessode Conhecimento,caracterizadopelorito ordinrioeritosumrio,aserem utilizadospeloprofissionaldarea jurdica de acordo com o caso concreto. PROCESSO DE CONHECIMENTO 14 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Processo Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos [email protected] [email protected] Rito Comum: ordinrio e sumrio Ritos Especiais: contenciosa e voluntria no CPC e leis esparsas PROCESSO DE EXECUO Na posse de ttulo executivo PROCESSO CAUTELAR Na presena do periculum in mora e fumus boni jris Emrazodevriosfatores,comoovalordacausa,anaturezadodireito materialcontrovertido,apretensodaparteetc.,aformacomqueoprocessose desenvolve assume feies diferentes. Enquanto o processo uma unidade, como relao processualembuscadaprestaojurisdicional,oprocedimentoaexteriorizaodessa relao e, por isso, pode assumir diversas feies ou modos de ser. Aessasvriasformasexterioresdesemovimentaroprocessoaplica-sea denominaodeprocedimentos=ritos=modoeaformaqueassumeoprocessoapartirdo desenrolar de seus atos. Oprocedimentocomumoqueseaplicaatodasascausasparaasquaisa leiprocessualnohajainstitudoumritoprprioouespecfico.Seumbito,portanto, delimitado por excluso: onde no houver previso legal de um procedimento especial, a causaser processada sob as regras do procedimento comum. Subdivide-se em dois ritos diferentes: o ordinrio e o sumrio. Apenasoritoordinrioreguladodemaneiracompletaeexaustivapelo Cdigo.Osumrioeosespeciaissoabordadospelolegisladorapenasnaquelespontos emqueseafastaousediferenciadoprocedimentoordinrio,desortequeesteseaplica subsidiariamente a todos os ritos (art. 272, nico CPC). II Fases do Rito ordinrio 15 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Processo Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos [email protected] [email protected] Oprocedimentoordinrioomaiscompletoeomaisaptoperfeita realizaodoprocessodeconhecimento,pelaamplitudecomquepermitesparteseao juiz pesquisar a verdade real e encontrar a justa composio da lide. Por isso chamado de rito de ampla cognio. Segundoadoutrinaclssica,aexemplodeHumbertoTheodoroJr.,para consecuodeseuobjetivo,oprocedimentoordinriodesdobra-seemquatrofases:a postulatria,adesaneamento,ainstrutriaeadecisria.Estasfases,naprtica,nem sempresemostramnitidamenteseparadas,esvezesseconfundem.Vale,assim,a predominncia de um tipo de atividade processual desenvolvida pelas partes e pelo juiz. * Fase postulatria aqueduradaproposituradaaorespostadoru,podendo ocasionalmenteperdurarataaudinciapreliminardoart.331doCPC.Compreendea petio inicial, formulada pelo autor, a citao do ru e a eventual resposta deste. * Fase saneadora Desde o recebimento da petio inicial at o incio da fase de instruo, o juiz exerceumaatividadedestinadaaverificararegularidadedoprocesso,mediante decretaodasnulidadesinsanveisepromoodosuprimentodaquelasqueforem sanveis. Com isso, procura-se chegar instruo, sem ocorrer o risco de estar o processo imprestvel para a obteno de um julgamento de mrito. afasedaemendaoucomplementaodainicial,dasprovidncias preliminares, e do saneamento do processo. Nestafase,ousereconhecearegularidadedoprocessoeomesmo 16 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Processo Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos [email protected] [email protected] impulsionadoparaaproduodeprovasedeciso,ouomesmopodeserextintosem resoluodemritoquando,porexemplo,restarausenteumadascondiesdaaoou um dos pressupostos processuais. * Fase instrutria Destina-secoletadeelementosprobatriosqueimportaronos fundamentos para o convencimento e deciso do magistrado. SegundoHumbertoTheodoroJr.,afasedecontornosmenosdefinidos, uma vez que as partes j comeam sua atividade probatria com a inicial e a contestao, momentos em que, de ordinrio, devem produzir a prova documental (art. 396 CPC). Saneado o processo, porm, surge um momento em que os atos processuais so preponderantemente probatrios: o da realizao das percias e o da primeira parte daaudinciadeinstruoejulgamento,destinadaaorecolhimentodosdepoimentosdas partes e testemunhas. Nocasoderevelia(art.319CPC),ouaindanocasoderestarsatisfatriaa provadocumental(art.330CPC),afaseinstrutriapropriamenteditaeliminada,eo julgamentoantecipadodalideocorrelogoapsafasepostulatria,nomomentoque normalmente seria reservado ao saneamento do processo. * Fase decisria a que se destina prolao da sentena. A sentena pode ser proferida oralmente, ao final da audincia de instruo e julgamento, ou posteriormente ser elaborada por escrito. III Passos do Rito ordinrio 17 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Processo Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos [email protected] [email protected] 1) Petio inicial, com os requisitos do art. 282 CPC; 2) Deferimento da inicial citao do ru3)Respostadoru:Contestao,Reconveno,ExceodeIncompetncia Relativa, Exceo de Suspeio, Exceo de Impedimento, Impugnao ao Valor da Causa e Impugnao Assistncia Judiciria Gratuita. 3) Rplica 4)AudinciaPreliminarart.331CPC:anlisedeeventualrevelia,fixao dos pontos controvertidos e despacho saneador. 5)Julgamentoconformeoestadodoprocesso,comousemresoluode mrito. 6) Provas 7) Debates Orais ou Memoriais 8) Sentena IV Caso Prtico Emjaneirode2009,MafaldacomprouumnotebooknasLojasTecnin,pelo preodeR$1.500,00.Parapagamento,emitiutrschequesdeR$500,00,parafevereiro, maro e abril de 2009 (30, 60 e 90 dias). O primeiro cheque fora compensado corretamente. Contudo,nomsdemaro,osdoisltimoschequesforamcompensadosconjuntamente. Emrazodisso,outrochequeemitidoporMafaldaparapagamentodamensalidadede marodesuaFaculdade,tambmnovalordeR$500,00,foradevolvidoporduasvezes porfaltadefundose,consequentemente,deucausasuainclusodoCCF-BACENe SERASA.Mafaldaestemseuescritrioparaquestionar-lhearespeitodeumapossvel soluo ao caso. Diante disso, sr.(a) advogado, defina: a)a pretenso de Mafalda b)o tipo de processo a ser utilizado c)o rito adequado d)o plo ativoe)o plo passivof)possvel nome a ser dado Ao Processual 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos AULA 02 11/03/2009 Ao ser perguntado sobre como fizera a escultura de Davi (com quase 4,5 metros em um s bloco de mrmore, guardada na Academia de Belas Artes de Florena), Michelangelo disse: Foi fcil; fiquei um bom tempo olhando o mrmore at nele enxergar o Davi. A peguei o martelo e o cinzel e tirei tudo o que no era Davi. (Cortella, Mario Srgio. No nascemos prontos. Petrpolis: Vozes, 2008, p.69) I - IDENTIFICAO DA DISCIPLINA 1 Disciplina: Direito Processual Civil II 2 - Curso: Direito 3 Professor: Karinne Emanoela Goettems dos Santos4 Semestre/Ano: 01/2009 5 - Data da Aula: 11/03/2009 II EMENTA Petioinicial.1.Conceito.2.Requisitos.3.Pedidos.4.Emenda.5.Indeferimentodainicialeextinodo processo. 6. Distribuio III OBJETIVO GERAL Colocar o aluno em contato com a teoria que envolve a prtica forense e atividades afins.IV OBJETIVOS ESPECFICOS 1. Apresentar a estrutura da petio inicial. 2. Ressaltar a importncia da formulao do pedido e seus fundamentos. 3. Exibir petio inicial. 4. Redigir uma petio inicial para facilitar o processo de compreenso.V CONTEDO PROGRAMTICO 2. Petio inicial. 2.1. Conceito. 2.2. Requisitos. 2.3. Pedidos. 2.4. Emenda. 2.5. Indeferimento da inicial.VI METODOLOGIA Aula Expositiva (AE)VII REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Bsicas: MARINONI, Luiz Guilherme. Manual do Processo de Conhecimento. So Paulo: RT, 2006. THEODORO JR., Humberto. Curso de direito processual civil. Rio de Janeiro: Forense, vol.1. Complementares: SANTOS, Ernane Fidelis. Manual de Direito Processual Civil. So Paulo: Saraiva, 2007 PETIAO INICIAL I - CONCEITO Petio inicial a pea inaugural do processo, atravs da qual o autor provoca aatividadejurisdicional,quetemnaturezainerteart.2e262doCPC.Trata-sedapea 50 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos processual mais importante para o autor, porque nela que se fixam os limites da lide art. 128 e 460 do CPC. Nela o autor deve deduzir toda a sua pretenso, sob pena de precluso consumativa,quesomentepodersercorrigidapeloaditamentoouemoutraao autnoma. Opedidoexpostonapetioinicialequivaleaomrito,pretenso,lidee ao bem da vida. Segundooart.263doCPC,aaoconsidera-sepropostaquandoapetio inicialfordespachadapelojuiz,ousimplesmentedistribuda,ondehouvermaisdeuma vara. Contudo, a propositura da ao somente produzir os efeitos mencionados no art. 219 depois que o ru for validamente citado. II - REQUISITOS Oart.282doCPCcontmosrequisitosdapetioinicial,quedevemestar presentesqualquerquesejaotipodeao.Osincisosdoart.282so,assim, imprescindveis para a aceitao da pea inicial, sob pena de inaptido- inpcia. Trata-sedecritriostaxativos,razopelaqualnopodemseralteradosou ampliadospeloPoderJudicirio:JUIZCOMPETENTE,PARTES-PEDIDO-CAUSADE PEDIR-VALORDACAUSA-REQUERIMENTODEPROVASREQUERIMENTODE CITAAO DO RU. 2.1.JUIZ COMPETENTE Primeiramente, preciso seguir as regras do art. 91 do CPC: a) verificar se a justia brasileira a competente art. 88 e 89 do CPC; b)verificarseocasomanifestacompetnciaoriginriadetribunaloude rgopblicoatpico,comoocasodoTribunaldeJustia,para julgamentodeAoRescisriadedecisodeprimeirainstnciaestadual transitada em julgado; 51 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos c)verificarsealgumajurisdioespecialdevejulgarocaso:eleitoral, trabalhista ou militar; d)dentro da jurisdio comum, observaro art. 109 da CF/88, para verificar se a competncia da justia federal; e)nosendodajustiafederal,acompetnciaparaacausaresidualda justia estadual; f)dentrodajustiaestadual,verificarasregrasdecompetnciaabsolutae relativa, e ainda quanto ao valor da causa; g)dentrodajustiaestadual,verificarasvarasespeciais,sehouver,paraos casosdedireitodefamliaesucesses,registrospblicos,etc.,ouainda envolvimento da Fazenda Pblica. 2.2.PARTES PEDIDO CAUSA DE PEDIR - (282, II, III e IV do CPC) Os elementos da ao so os requisitos mais importantes da pea inicial. A)PARTESESUAQUALIFICAO:Acorretaidentificaoe individualizaodaspartesjustifica-sepelanecessidadedeasentenaobrigaraspessoas realmenteenvolvidasnoconflito.Semprequepossvel,implicaapontarestadocivil,RG, CPF, profisso e endereo correto para as intimaes art. 238 do CPC B) PEDIDO (LIDE, MRITO, PRETENSO e BEM DA VIDA) O autor pede certa providncia (pedido imediato) e determinado bem da vida (pedido mediato), sendo: PedidoImediato:opedidoprestaojurisdicional:pedido declaratrio,pedidoconstitutivo,pedidocondenatrio,pedidoexecutivoe pedido mandamental. Opedidodeclaratrioaqueleatravsdoqualoautorpedeadeclaraoda existnciaoudainexistnciadeumdireito,podendoexcepcionalmenteserrequeridauma declarao sobre um fato (Ao declaratria de autenticidade ou falsidade documental).52 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos O pedido constitutivo quando se postula a criao, a extino ou a modificao de umasituaojurdica.Exemplos:renovao,alteraoouanulaodeumcontrato.Todasas sentenas de procedncia implicitamente declaram que o autor tem razo. Portanto, correto dizer que todas elas contm declarao. Porm, as sentenas constitutiva, condenatria, mandamental e executiva, alm de declarar, vo alm. Somente a sentena declaratria contm apenas declarao, queumadeclaraosobreaexistnciaouainexistnciadeumdireito(emregra),comela objetivando-se eliminar uma situao objetiva de dvida.H pedido condenatrio quando se pede que o juiz condene o ru, por exemplo, ao pagamento de uma indenizao. O juiz condena ao aplicar a sano, que consiste na possibilidade deoautordopedidocondenatrio,nocasodeinadimplementodasentena,proporaaode execuofundadana sentenacondenatria.Demonstrou-se,comefeito,queacondenaoopera umfenmenocomplexoevasto,queconsistenaconstituiodeumanovasituaojurdica, autnomanoqueconcernerelaosubstancialobrigacional,fundadanaconcretavontadedo Estadodequeasanoexecutivasejaatuada,equeseresolvesubjetivamentenopoderdorgo processual de proceder atuao da sano executiva, no poder do credor de provoc-la (ao de execuo) e na sujeio do devedor a suport-la (responsabilidade executiva)}. Asentenacondenatriadiferedadeclaratriaapenasporqueocondenadosabe que,senopagarvoluntariamente,serpropostaaodeexecuo,ouseja,porqueasentena condenatria contm sano. Efetivamente, quando se pede que o juiz condene, implicitamente se pede que o juiz aplique a sano; quando o juiz condena, implicitamente aplicada a sano. Quando o autor pede que o juiz ordene sob pena de coero indireta (por exemplo: multa), pede-se algo diverso da simples condenao - mandamental - pois o autor no quer apenas terapossibilidadedeproporaaodeexecuonocasodeinadimplementodasentena condenatria, desejando que o juiz ordene que o ru faa (ou no faa) alguma coisa sob pena de coeroindireta.Emoutrostermos:nesseltimocasodeseja-sequeasentenapressioneoru (atue sobre sua vontade) a fazer ou a no fazer algo. Porfim,opedidoexecutivo,quefazsurgirasentenaexecutiva.Essasentena permite,independentementedavontadedoru,esemaproposituradaaodeexecuo,a realizaododireitodoautor.Porexemplo:asentenadedespejonocondenaolocatrioa entregaroimvel.Seasentenafossecondenatria,emcasodeseuno-cumprimentoseriane-cessria a propositura da ao de execuo. A sentena de despejo decreta o despejo, expedindo-se mandado de desocupao forada. PedidoMediato:satisfaodapretenso:aindenizao,o pagamento,arelaodeexistnciaouinexistnciadarelaojurdica,a anulao de clusula abusiva, a entrega de mercadoria, etc... 53 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos TIPOS DE PEDIDO Pedido Certo e Determinado (art.286) Pedido Cominatrio (arts. 287 e 461) Pedido Alternativo (art. 288) Pedido Sucessivo (art.289) Pedido com prestaes vincendas (art. 290) Pedidos Cumulados (art. 292) Pedidos Implcitos (art. 293 do CPC) *PrincpiodaCongruncia:partindodoart.460doCPC,ojuizsomente decidir de acordo com o pedido formulado pelo autor, ou seja, a tutela concedida deve ser congruentecomopedidoinicial,nemalm,nemaqumart.128doCPC.Opedido inicial, assim, limita a atividade do julgador. 54 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos EXCEO AO PRINCPIO DA CONGRUNCIA: 1) Questes de ordem pblica (no sofrem precluso/exame de ofcio)Comojdonossoconhecimento,oprincpiodispositivomanifesta-sesob doisaspectos:primeiro,nosentidodequeajurisdioatuaapartirdaprovocaodas partes e, num segundo aspecto, cumpre s partes requererem a atividade jurisdicional para soluodelitgiosenvolvendoquestesdedireitodisponvel,bemcomoasprovasque entenderem necessrias para sustentar o direito alegado. De tal modo, justamente por no seenquadraremnaesferadedisponibilidadedaspartes,asquestesdeordempblica poderoserapreciadasdeofciopelojulgador,suscitadasounopelaspartes,demodo que para tais questes, no h que se respeitar o Princpio da Congruncia. Exemplos de questes de ordem pblica ou de interesse pblico: a) CONDIOES DA AAO (267, VI e 3, 301 e 4 CPC);b) PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS (267, IV e3); c) LITISPENDENCIA E COISA JULGADA (267, V e 3, 301, V e VI e 1 a 4 CPC);d) FUNAO SOCIAL DA PROPRIEDADE E DO CONTRATO (art. 5, XXIII e art. 170 da CF/88, art. 421 e 1228, 1 e 2035, pargrafo nico do CC); e) PRESCRIAO E DECADENCIA. 2) Art. 461 do CPC e 84 do CDC NodizerdeMarinoni,deacordocomosarts.461doCPCe84doCDC,o juizpodeconcederatutelaespecficaouochamado"resultadoequivalenteaodo adimplemento".Reconhece-se,ainda,emambososdispositivos,opoderdeojuiz,de ofcio,ordenarsobpenademultaoudeterminarasdenominadas"medidasnecessrias", paraquesejaobtidaatutelaespecficaouoresultadoprticoequivalenteaodo adimplemento. Se o autor postulou uma sentena executiva, o juiz pode proferir sentena mandamental,umavezqueelepode,semrequerimentodoautor,ordenarsobpenade multa. Assim, por exemplo, se o autor requer, em uma ao coletiva que o juiz determine queterceiroinstalefiltroemumafbrica(sentenaexecutiva),ojuizpodeproferir sentenamandamental,ordenando,sobpenademulta,queaempresarinstaleo equipamentoreputadonecessrioparaeliminarapoluio.Almdisso,estandoojuiz autorizado-deacordocomasregraslembradasacima-adeterminar,semrequerimento daparte,as"medidasnecessrias",podeeleproferirumasentenaexecutiva,quando pedida uma sentenamandamental. Exemplificando: sendo a nica sada para se evitar a poluio a cessao das atividades da indstria r, o juiz, em vista da situao de urgncia que envolve o bem a ser protegido, pode determinar a interdio da indstria r, em vez de ordenar a cessao de suas atividades sob pena de multa.1

1 Manual do Processo de Conhecimento, 2008, p. 82. 55 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos C) CAUSA DE PEDIR -FUNDAMENTOS DO PEDIDO *TeoriadaSubstanciao:adotadapeloCPCparaidentificaracausade pedir prxima e remota do pedido. Contrape-se teoria da individuao, que impunha a indicao apenas dos fundamentos jurdicos do pedido (atualmente encontra-se superada). Osfundamentosdopedidocompemacausadepedirprxima(fatos)e remota (direito) do conflito. A causa de pedir prxima, que o inadimplemento, a ameaa ouaviolaododireitoquecaracterizamointeresseprocessualimediato(tutela jurisdicional),ouseja,quefazemcomquesejanecessriaaintervenodajurisdiopara dar uma soluo do conflito. causa prxima: acontecimentos causa remota: base legal Nonecessrioindicarosfundamentoslegaisdodireito,poisaojuiz cumpredaroenquadramentolegalcorreto(iuranovitcuria).Bastaaoautordaros fundamentos de fato (da mihi factum, dabo tibi ius). Crtica:aseparaodofatoedodireito,quesefazpresenteemtodoo trmiteprocessual:art.285-AdoCPC,art.330,IdoCPC,art.102,III-ae105,III-ada CF/88. 2.3. VALOR DA CAUSA ART. 259 DO CPC Ovaloratribudocausapeloautor,naprpriapetioinicial(259CPC), em observao aos critrios impostos pelos incisos do referido dispositivo do CPC. tribuir um valor certo tem o sentido de indicar precisamente um determinado valor a que a parte 56 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos entendecabvel.Atodacausadevecorresponderumbenefcioeconmicopostuladoem juzo. O valor da causa requisito indispensvel, sob pena de extino do processo sem julgamento do mrito, no caso de falta de emenda da inicial. Apenas nos incidentes processuais, como nas excees, no h indicao do valor da causa. Aindicaodovalordacausarelevantetambmparadeterminara competncia do juzo, do rito a ser utilizado, para o preparo dos recursos, etc. , tambm, parmetro de multa por prtica de ato atentatrio dignidade da jurisdio, por litigncia dem-feporembargosdeclaratriosprocrastinatrios.Nasaesrescisrias,h necessidade do depsito de 5% do valor da causa. Eventualmente utilizado como critrio para arbitramento de honorrios advocatcios. Cabelembrarqueovalordacausanocritriolimitadordecondenao, pois o pedido de condenao formulado na inicial que limita a condenao imposta pelo julgador. Ovalordacausapodeterreflexossobreacompetncia,segundoasleisde organizaojudiciria,einfluiaindasobreoritodoprocessodeconhecimentoque,em funo dele, pode ser ordinrio ou sumrio. Costuma ainda o valor da causa servir de base para arbitramento dos honorrios advocatcios, na sentena em que no h condenao da partevencida(art.20,4).sobreessevalorqueasleisestaduaiscostumamcobrara "taxajudiciria"eestipularascustasdevidasaosserventuriosdajustiaquefuncionam no processo. 57 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos VALORDACAUSA:podeseralteradodeofciopelo julgador? REGRAGERAL:Ovalordacausanopodeseralteradodeofcio.Neste sentido: RT 517/185 e AI n 70021471362 TJRS. EXCEES: quandoovalordacausafixadopeloautordesrespeitar dispositivolegalclaro,ouparaofimdemodificaracompetncia,oritoouaindapara evitaropagamentodascustasprocessuais,todasestasquestesdeordempblicaa seremprotegidaspelojulgador.Nestesentido:RT656/102,RJTJSP128/260,ACn 70011679230 TJRS e AC 70019816982-TJRS. MonizdeAragodistinguevaloresdeterminadostaxativamentepelalei (valoreslegais)eaquelesoutrosprovenientesdesimplesestimativadaparte(valores estimativos).Sesetratardecausascujovalortaxativamentedeterminadonalei,a infrao tanto pode ser alvo de imediata correo do juiz, de ofcio, como de impugnao do ru. No caso, porm, de ambos silenciarem, deixando passar a ocasio, nem por isso o valorsetornardefinitivo,salvoquantoaosatospassados,podendoviraserretificado maistarde,umavezquenoseoperaemtaiscasosaprecluso.Sesetratar,porm,de causaacujorespeitoaleinadadispe,deixandodiscriodoautoratribuir-lheovalor quepareceradequado,caberexclusivamenteaoru,sediscordar,impugn-lo,semque assista ao juiz o poder de intervir de ofcio. Em tal caso, sim, o valor se tornar definitivo e imutvel na ausncia de impugnao a bom tempo. 2.4.REQUERIMENTO DE PROVAS O autor deve mencionar na pea inicial as provas que pretende produzir para sustentarodireitoalegado.Nobastaoprotestodeprovas.Atmesmoporque,aoautor cabeaprovadosfatosconstitutivosdoseudireito,conformeart.333,IdoCPC,amenos que o nus tenha sido invertido art. 6, inciso VIII do CPC. 58 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos Ainda,deacordocomosentidoatribudoaoArt.283doCPC,conjugado comoArt.396doCPC,tantopeladoutrinacomopelajurisprudncia,aoautorcumpre instruirapeainicialcomosdocumentosindispensveisproposituradaao, notadamente aqueles que do lastro aos fatos que sustentam o pedido da demanda: Art. 396. Compete parte instruir a petio inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com documentos destinados a provar-lhes as alegaes. EstacondioinclusivevairepisadanoArt.284doCPC.Comefeito,assim como o exerccio da defesa do demandado o momento imposto ao ru para a produo daprovadocumental,oajuizamentodaaoomomentoprocessualnoqual, necessariamente, o Autor dever exibir a prova documental existente em que est em seu poder. Casotalcondionosejaatendida,cabvelasanoprevistanoArt.183 do CPC, restando precluso o direito de instruir a demandada com a prova documental que essencial ao ajuizamento da demanda. E diga-se que a nica exceo regra se restringe a documentos novos ou a fatos supervenientes 462 do CPC. NestesentidooentendimentodonossoE.TJRS:...Noofazendoemmomento oportuno, quer por ausncia de observao do requisito especfico na pea de resposta, quer em face da revelia por ausncia de contestao vlida, estar caracteriza a precluso pelo no exerccio do direito que lhe cabia, na forma disposta no artigo 183, caput, do CPC, e a ausncia de controvrsia. (AC n 70010789857, 5 CC, TJRS, j. em 02/06/2005). NomesmosentidooposicionamentodoSuperiorTribunaldeJustia: DOCUMENTO.JUNTADAAPSAINICIALEADEFESA.POSSIBILIDADE.Somenteos documentostidoscomoindispensveisquedevemacompanharainicialeacontestao;os demais podem ser oferecidos em outras fases, desde que ouvida a parte contrria e inexistentes o esprito de ocultao premeditada e o propsito de surpreender o Juzo. Precedentes. Recurso especial conhecido e provido. (RESP 183056/RS Min. Barros Monteiro Data: 11/12/2000) 59 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos Comoseobserva,aoteordosArts.283e396doCPCe,segundoo significadoquelhesatribuiajurisprudncia,ineptaainicialpelaaausnciadeprova documentalessencialaoajuizamentodaao,restandopreclusoodireitodoautorde sustentar atravs de prova documental o seu direito. 2.5.REQUERIMENTO DE CITAO DO RU O chamamento do ru ao processo deve constar expressamente na pea inicial, pois no se trata de ato que possa ser determinado de ofcio pelo julgador. O autor no pode demandar contra quem no pretende. Expresso disso a citao do litisconsorte necessrio, que somente ser determinada pelo juzo depois de requerida pelo autor. III - EMENDA INICIAL Nos termos do art. 284 do CPC, a emenda inicial medida imposta ao Autorparasanaralgumairregularidadeconstantenapeainicial.Oprosseguimentoda aodepender,assim,daemenda,sobpenadeindeferimentoliminareextinodo processo (284, pargrafo nico do CPC). Exemplo:oautorpromoveuaomonitriasemexibirocheque prescritoquesustentaoseucrditoperanteoru.Sendoochequeprovadocumental essencial ao ajuizamento da ao 283 CPC dever exibir o ttulo sob pena de extino do processo. Oaditamentodopedidoprovidnciaquefacultadaaoautor, enquanto que a emenda uma imposio. 60 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos Lembrando...ADITAMENTO: *Antesdacitaodoru:livreoaditamento/modificao,poisnesta hiptese o ru ainda no compareceu no processo (no foi citado)- art. 294 do CPC. *Depoisdacitaodoru:oaditamento/modificaosomenteser possvel com a concordncia do Ru art. 264 do CPC * At o despacho saneador o despacho saneador o ato do Juiz que define asprovasaseremproduzidasnoprocesso,apartirdacontrovrsia (pedidoxdefesa).OCPCprobeoaditamento/modificaodopedido aps o despacho saneador, pois a controvrsia j est delimitada e novo pedido causar tumulto processual art. 264, pargrafo nico. IV - INDEFERIMENTO DA INICIAL E EXTINO DO PROCESSO art. 295 do CPC 4.1.INPCIA Petioinicialineptaaquelaquecontmumvcioqueimpossibilitao prosseguimento do processo. O Autor ser chamado a emend-la; caso no o faa, a inicial ser indeferida e o processo ser extinto sem resoluo de mrito 284 do CPC. A pea inicial exige lgica na demonstrao dos fatos envolvidos na lide eanecessidadedatutelajurisdicionalparadarumasoluoaoconflitodeinteresses. Faltando-lhelgica,deverseremendadaart.284.Casoovciopermanea,mesmo intimadooautorparaemend-la,deverserdeclaradaineptaart.295,Iepargrafo nico, inciso I do CPC -e,em razo disso, o processo ser extinto sem resoluo de mrito 267, I CPC. 61 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos Segundo o art. 295, pargrafo nico do CPC, a petio inicial ser inepta quando ROL TAXATIVO: * faltar pedido ou causa de pedir; * falta de lgica na concluso da pea; * o pedido for juridicamente impossvel (pedido imediato); * pedidos incompatveis. 4.2. CONDIES DA AO -parteformanifestamenteilegtimaaparteautoraournosoas pessoasquecompemarelaodedireitomaterialounoestocorretamente representadas em juzo. - falta de interesse processual a demanda no apresenta a utilidade e a necessidade da tutela jurisdicional perda do objeto. -possibilidadejurdicadopedidoprestaojurisdicional(PEDIDO IMEDIATO) deve ser admitida pelo ordenamento jurdico vigente. 4.3DECADNCIA/PRESCRIOnicahiptesedeindeferimentoquantoaomrito, poisa decadncia e a prescrio encerram o processo com resoluo de mrito 269, IV do CPC, enquanto que o indeferimento causa de extino sem resoluo de mrito 267, I do CPC. 4.4.RITOESCOLHIDOPELOAUTORDIANTEDANATUREZADACAUSA Exemplo:umpedidodeindenizaopordanosmoraisnopodeserdeduzidoatravsde AoMonitria,portratar-sederitoinadequadoart.295,VdoCPC-e,almdisso, impede o prosseguimento vlido e regular do processo 267, IV do CPC. 62 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos 4.5.ARTS.39,PARGRAFONICO,PRIMEIRAPARTE,E284-Seoadvogadono exibir o instrumento de mandato conforme o art. 39, I do CPC, o juiz, antes de determinar a citao do ru, mandar que se supra a omisso no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de indeferimento da petio. As aes devero ser distribudas SEMPRE acompanhadas do instrumento do mandato (procurao), SALVO (art.254 do CPC): I - se o requerente postular em causa prpria (o advogado o autor); II - se a procurao estiver junta aos autos principais (processo apenso); III - no caso previsto no artigo 37 (para evitar o perecimento do direito) V - DA DISTRIBUIO DA PETIO INICIAL REGRA252CPC-Distribuioalternadaeequnimeentrejuzese escrives, obedecendo a rigorosa igualdade. EXCEES253CPC-Distribuiopordependnciadascausasde qualquer natureza quando: I relacionarem-se por conexo ou continncia, com outra j ajuizada; II - tendo sido extinto o processo, sem julgamento de mrito, for reiterado o pedido(ajuizamentopelasegundavez),aindaqueemlitisconsrciocom outros autores ou que sejam parcialmente alterados os rus da demanda; III - quando houver ajuizamento de aes idnticas, ao juzo prevento. Lembrando... CONEXO/CONTINNCIA/PREVENOCONEXO 103 CPC: MESMO OBJETO (OU)MESMA CAUSA DE PEDIR 63 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Direito Processual Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos Exemplo: O locatrio entra com ao de consignao do valor dos aluguis. O locador,porsuavez,entracomaodedespejo,diantedoinadimplementodosaluguis. Os pedidos so diversos, mas igual acausa de pedir:o no pagamento dos aluguis no prazo do contrato. CONTINNCIA 105 CPC: PARTES += CAUSA DE PEDIR + OBJETO ABRANGENTE Exemplo: A Caixa Econmica Federal ajuza ao de cobrana de contrato de chequeespecialcontraFelisberto.Felisberto,porsuavez,ajuzaaorevisionalcontraa Caixa, tendo por objeto o contrato de cheque especial e outro contrato de crdito pessoal. A segunda ao mais abrangente que a primeira, o que caracteriza a continncia, razo pela qual ser distribuda por dependncia ao juzo onde tramita a primeira ao.PREVENO: a fixao da competncia pelo Juiz que primeiro tomou conhecimento de um dos processos coligados ou conexos, que tramitam em juzos diferentes. Quando a citao vlida torna prevento o Juzo significa que os processos conexos tramitam em comarcas diferentes. Exemplo:umaaofoidistribudaemLajeadoeoutraaofoidistribudaem Santa Cruz. Se a citao vlida do ru tiver ocorrido primeiro no processo que tramita em Lajeado, esteseroJuzoprevento,quefixaacompetnciaparajulgarambososprocessos,atraindoo processodeSantaCruzparasi,paraseremjulgadosconjuntamente.Casoosprocessosconexos tramitem em varas ou subsees judicirias de uma mesma comarca (1 e 2 Varas de Santa Cruz do Sul),oJuzopreventoseraquelequeprimeirodespacharemumadasaesconexas:Receboa petio inicial. Cite-se o ru. Esta no a hiptese do Art. 219 do CPC, mas do Art. 106 do CPC (ver anexo). Assim, o Juzo prevento ocorre: *emsubsees/comarcas,aprevenoocorrecomaCITAOVLIDA(Art. 219 CPC); * em varas ou cartrios (um processo na 1 Vara Federal e outro na 2 V.Federal de uma mesma sub-seo (cidade), a preveno vai ocorrer no processo em que o juiz realizar o PRIMEIRO DESPACHO (Art. 106 do CPC).64 AMRF N 70016761926 2006/CVEL 1ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA APELAOCVEL.AOMONITRIA.CHEQUE. ENDOSSOTRANSLATIVO.INDEFERIMENTODA INICIALPORILEGITIMIDADEATIVA. IMPOSSIBILIDADE NO CASO CONCRETO. Havendodvidaquantoilegitimidadedaparte, no pode haver indeferimento da petio inicial. APELO PROVIDO. POR MAIORIA. APELAO CVEL DCIMA PRIMEIRA CMARA CVEL N 70016761926 COMARCA DE PASSO FUNDO LILIAM RIBERG GARBIN APELANTE OSCAR TAUFER APELADO ACRDO Vistos, relatados e discutidos os autos.Acordam os Desembargadores integrantes da Dcima Primeira CmaraCveldoTribunaldeJustiadoEstado,pormaioria,emdar provimentoaoapelovencidooEminenteDesembargadorRelatorquelhe negava provimento. Custas na forma da lei. Participoudojulgamento,almdossignatrios,oeminente Senhor DES. VOLTAIRE DE LIMA MORAES (PRESIDENTE). Porto Alegre, 11 de junho de 2008. DES. LUS AUGUSTO COELHO BRAGA,Relator. DES. ANTNIO MARIA RODRIGUES DE FREITAS ISERHARD,Revisor e Redator. RELATRI O 65 AMRF N 70016761926 2006/CVEL 2ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA DES. LUS AUGUSTO COELHO BRAGA (RELATOR) Trata-sederecursodeapelaointerpostoporLLIAM RIBERG GARBIN diante de deciso que indeferiu a inicial e julgou extinto o feito, na forma dos artigos 295, V e 267, I, do CPC. Nasrazesdeapelo(fls.09/13),aapelantealegaqueo cheque uma ordem de pagamento a vista, de livre circulao no mercado e ao portador, referindo que recebeu o cheque como pagamento pelo trabalho realizado a uma empresa. Evidenciaqueacrtulafoiendossada,pelorepresentando legal da empresa, argumentando que a suspeita que levou ao indeferimento da inicial no se mostra cabvel, requerendo o provimento ao apelo. Ao final requer o benefcio da Justia Gratuita. Sem contra-razes de apelao. o relatrio. VOTOS DES. LUS AUGUSTO COELHO BRAGA (RELATOR) Preliminarmente, vai deferido o pedido da apelante, no que se refereaopedidodeAJG,eisquemanejadanaformadoart.4daLei 1060/50, uma vez que o entendimento contrrio faria ofender o princpio do livre acesso jurisdio consagrado constitucionalmente. TomocomoprecedenteaApelaoCvel70013048996, julgada por esta Cmara em 26 de abril de 2006: APELAOCVEL.EMBARGOSEXECUO.CDULARURAL PIGNORATCIA.PRELIMINARDEDESEROAFASTADA.CONCEDIDAA AJG.LITIGNCIADEM-FAFASTADAANTEAFALTADE FUNDAMENTAO(ART.93,IX,CF/88).MORAEENCARGOS MORATRIOS.Corretaaincidnciadeencargosmoratriosseaobrigao 66 AMRF N 70016761926 2006/CVEL 3ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA venceusemodevidopagamento,sendoqueaconsignaodosvaloresqueo consumidor entendia devidos bastava para afastar a mora. INVIVEL, EM NVEL RECURSAL,INOVAROPEDIDO:IMPOSSIBILIDADEDECUMULAODE JUROSCOMPENSATRIOSCOMJUROSMORATRIOSEMULTA CONTRATUAL.Nodevemserconhecidos,emnvelrecursal,pedidoqueno foiformuladonapetioinicialdademandarevisional.REVISODA CONTINUIDADENEGOCIALDESCABIDA.REPETIODEINDBITO DEFERIDA.PORUNANIMIDADECONHECERAMEMPARTEAAPELAO. PORMAIORIADERAMPARCIALPROVIMENTOAOAPELO,VENCIDOO PRESIDENTEQUEOPROVIAEMMENOREXTENSO.(ApelaoCvelN 70013048996,DcimaPrimeiraCmaraCvel,TribunaldeJustiadoRS, Relator: Lus Augusto Coelho Braga, Julgado em 26/04/2006) Passo ao exame do mrito recursal. Trata-sederecursodeapelaoemqueaapelantebuscaa reforma da sentena que indeferiu a sua inicial, extinguindo o processo sem julgamentodemrito,pornoterapartecomprovadoaregularidadedo endosso que transmitiria os direitos creditcios sobre o ttulo, j que isso teria relao direta com a regularidade da transmisso desses direitos.A ao monitria consiste no meio pelo qual o credor pretende obterprovimentojudicialconsubstanciadonopagamentodesomaem dinheiro,naentregadecoisafungveloudedeterminadobemmvel.Em ltimaanlise,objetiva-seummandadodepagamentooudeentregade coisa,visandosatisfaododireito,amparadoporcrditocomprovado atravs de documento hbil. Conforme autoriza o art. 1.102-b do Cdigo de Processo Civil, ojuizdeferirdeplanoaexpediodomandadodepagamentooude entregadacoisanoprazodequinzedias,quandoentende porsuficiente a provaescritaapresentadapelodemandante.Destaforma,ojuzode admissibilidade da ao em tela implica tambm a anlise da documentao apresentada. Nocaso,ochequeapresentadonominalpessoajurdica diversa,semquesecomproveatransmissoporendossodemandante, 67 AMRF N 70016761926 2006/CVEL 4ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA peloqueoendossoocorridonoaptoademonstraralegitimidadeda demandante. Dessa forma, no se mostra adequado a ratificar a titularidade da demandante. Nocaracterizadaarelaojurdicaobrigacionalexistente entreaspartesinafastveloindeferimentodainicial,comaconseqente extino do feito sem resoluo do mrito. Neste sentido: AOMONITRIA.CHEQUENOMINALA TERCEIRO.AUSNCIADEENDOSSO. ILEGITIMIDADE ATIVA. O cheque nominal caracteriza-se pelo fato de s poder ser pago pessoa nele indicada. O terceiro s poder cobr-loseottuloforendossadopelofavorecido. Flagrante a ilegitimidade ativa da parte.APELAODESPROVIDA.(ApelaoCvelN70013799283,DcimaPrimeiraCmaraCvel, TribunaldeJustiadoRS,Relator:BayardNeyde Freitas Barcellos, Julgado em 03/05/2006). AOMONITRIA.EMBARGOS.CHEQUE NOMINAL. ENDOSSO. A ausncia de endosso no cheque nominal e a falta de comprovaodocrditoimpedemoacolhimentodo pedidonaaomonitria.Apelonoprovido. (ApelaoCvelN 70008604647,DcimaSegunda CmaraCvel,TribunaldeJustiadoRS,Relator: Marcelo Cezar Muller, Julgado em 27/05/2004). Emfacedoexposto,NEGOPROVIMENTOAORECURSO, mantendo-se no mais a sentena ora atacada. como voto. DES. ANTNIO MARIA RODRIGUES DE FREITAS ISERHARD (REVISOR E REDATOR) 68 AMRF N 70016761926 2006/CVEL 5ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA Peovniaparaparcialmentedivergirdoilustrerelatorna deciso exarada. Na verdade, para que fosse possvel o indeferimento da inicial, deveria ter sido utilizado como fundamento o art. 295, inciso II, do CPC. Ocorre que a parte-autora no manifestamente ilegtima, uma vez que h no anverso do cheque que se pretende cobrar uma assinatura a qual pode ou no configurar o endosso da empresa Garberg. Assim,havendodvidaquantoilegitimidadeativa,novejo como ser indeferida a inicial de plano. NessesentidolecionamNelsonNeryJnioreRosaMariade Andrade Nery, in Cdigo de Processo Civil Comentado, 10 ed. 2007, p. 560 RT:So Paulo: Ilegitimidademanifestadeparte.Havendodvida quantoilegitimidadedaparte,nopodehaver indeferimentodapetioinicial.Hcaosdedvida, por exemplo, quando houver necessidade de prova em audincia,paraaferir-sealegitimidadedeparte. Somentequandoailegitimidadeformanifesta, induvidosa,quecabeaprovidnciadanorma comentada. Comessasconsideraes,concordocomodeferimentoda AJG,masDOUPROVIMENTOAORECURSOparadeterminaronormal prosseguimento do feito. , pois como voto. DES. VOLTAIRE DE LIMA MORAES (PRESIDENTE) Oindeferimentodapetioinicialporilegitimidadeativa somente se justifica quando ela ficar manifestamente caracterizada (art. 295, II, do CPC). 69 AMRF N 70016761926 2006/CVEL 6ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA Nocaso,considerandoasponderaesdonobrerevisorno vejo como considerar a parte-autora manifestamente ilegtima. Por isso, acompanho o nclito revisor. o voto. DES.VOLTAIREDELIMAMORAES-Presidente-ApelaoCveln 70016761926,ComarcadePassoFundo:"PORMAIORIA,DERAM PROVIMENTOAORECURSO,VENCIDOOEMINENTE DESEMBARGADOR RELATOR QUE LHE NEGAVA PROVIMENTO." Julgador(a) de 1 Grau: LIZANDRA CERICATO VILLARROEL 70 RTH N 71001678408 2008/CVEL 1ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA PROCESSUALCIVIL.INPCIADAINICIAL. AUSNCIADECORRELAOLGICAENTREOS FATOSNARRADOSEOPEDIDO(ART.267,I,C/C ART.295,PARGRAFONICO,II,AMBOSDO CPC). 1.Noobstantetratar-sedepedidodebalco,a impossibilidadedeseverificarcomummnimode clarezaacausadepedirdaaoresultano indeferimento da inicial. 2.Nocasodosautos,nohouveporpartedo requerente sequer indicao do valor que ele pretende verressarcidoemfacedoalegadonegciojurdico entabuladocomapartedemandada,tampoucoem que consistiaaobrigaoquecompetiaacada um,o queimpossibilitaojulgadordesaberaexata pretenso exposta no pedido inicial. No indica qual a quantidadedemadeiraqueseriaobjetodaparceria, noespecificadequequalidadeesequerquando valeria a mesma. 3.Assim,deseterporilgicopedido,oque determinaainpciadainicial(art.295,pargrafo nico, II, do CPC) e a extino do feito sem resoluo de mrito (Art. 267, I, do CPC). Sentena confirmada por seus prprios fundamentos. Recurso improvido. RECURSO INOMINADO PRIMEIRA TURMA RECURSAL CVEL N 71001678408 COMARCA DE JLIO DE CASTILHOS GILDO RODRIGUES CARVALHO RECORRENTE SENA MADEIRAS RECORRIDO ACRDO Vistos, relatados e discutidos os autos.AcordamosJuzesdeDireitointegrantesdaPrimeiraTurma RecursalCveldosJuizadosEspeciaisCveisdoEstadodoRioGrandedo Sul, unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. 71 RTH N 71001678408 2008/CVEL 2ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA Participaram do julgamento, alm do signatrio (Presidente), os eminentesSenhoresDR.HELENOTREGNAGOSARAIVAEDR.JOO PEDRO CAVALLI JNIOR. Porto Alegre, 21 de agosto de 2008. DR. RICARDO TORRES HERMANN,Relator. RELATRI O (Oral em Sesso.) VOTOS DR. RICARDO TORRES HERMANN (RELATOR) Asentenamereceserconfirmadaporseusprprios fundamentos,oquesefaznaformadodispostonoart.46,daLein 9.099/951,comosacrscimosconstantesdaementaqueintegraeste acrdo. Voto, pois, no sentido de negar-se provimento ao recurso, condenando o recorrente ao pagamento das custas processuais e dos honorriosadvocatciosquefixoem10%sobreovalordacausa, suspendendo, no entanto, a exigibilidade dos nus sucumbenciais, em facedeorecorrentedesfrutardobenefciodaAssistnciaJudiciria Gratuita.

1Art.46.Ojulgamentoemsegundainstnciaconstarapenasdaata,comaindicaosuficiente doprocesso,fundamentaosucintaepartedispositiva.Seasentenaforconfirmadapelos prprios fundamentos, a smula do julgamento servir de acrdo. 72 RTH N 71001678408 2008/CVEL 3ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA DR. HELENO TREGNAGO SARAIVA - De acordo. DR. JOO PEDRO CAVALLI JNIOR - De acordo. DR.RICARDOTORRESHERMANN-Presidente-RecursoInominadon 71001678408,ComarcadeJliodeCastilhos:"NEGARAMPROVIMENTO. UNNIME." JuzodeOrigem:VARAJULIODECASTILHOS-ComarcadeJliode Castilhos 73 LAVL N 70026130039 2008/CVEL 1ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA AGRAVODEINSTRUMENTO.INDENIZAO. DANOMORAL.EMENDAINICIAL.VALORDA CAUSA. ANTECIPAO DE TUTELA. Emboraapartepossadeixarparaojuizo arbitramentodosdanosmorais,devetrazera estimativa para atribuio do valor da causa (ainda queopedidonotenhacontedoeconmico imediatoCPC,art.258),oqualinteressatanto paraaapuraodascustasaseremrecolhidas comotambmparaafixaodojuzocompetente (juiz ou pretor). Saliente-se,poroportuno,queaindaqueexista incidenteespecficoparaaimpugnaoaovalor dacausa,hcasosemqueojuizdeveagirde ofcio(interessepblico:custasecompetncia absoluta). Dentrodessequadro,verificoqueaagravante chegouaestimar,attuloexemplificativo,ovalor pretendido,50salriosmnimos,cabendo,ento, aojulgadoraproveitaressevalorparafinsdo dispositivolegalantesinvocado,oqueorase determina. Antecipao de tutela no deliberada em 1 grau, o queimpedeoseuexame,poresteTribunal, evitando-se, assim, a supresso de instncia. AGRAVO PARCIALMENTE PROVIDO. AGRAVO DE INSTRUMENTO DCIMA CMARA CVEL N 70026130039 COMARCA DE PORTO ALEGRE ANITA DAL MORO GALGAROTO AGRAVANTE BRASIL TELECOM S/A AGRAVADO DECI SOMONOCRTI CA Vistos. Trata-sedeagravodeinstrumentointerpostoporAnitaDal Moro Calgaroto contra a deciso proferida nos autos da ao ordinria para cancelamento de registro c/c dano moral movida em face de Brasil Telecom 74 LAVL N 70026130039 2008/CVEL 2ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA S.A.quedeterminouaemendadainicial,devendoaautoraatribuirvalora suapretensopelodanomoral,demodoqueovalordacausadeva corresponder a soma dos valores das pretenses. Sustenta a agravante que adecisodeveserrevista.Paratanto,dizqueseinsurgecontraa determinao, a qual contraria jurisprudncia desta Corte. Que deixando ovaloraserarbitradopelojuzo,possvelatribuir-seacausaovalorde alada. Assevera que sugeriu na inicial o valor correspondente a 50 salrios mnimos.Setalvalorforconsideradoexageradopelojuiz,almdetersido vtima de injustia, torna-se sucumbente, o que penalizariaainda mais quem j sofreu indevidamente. Que postulou, ainda, a antecipao de tutela, mas o juiz no apreciou tal pedido, o que permite a presuno de que seu pedido no foi atendido. Por fim, requer o provimento do agravo, mantendo o valor de alada causa e que seja deferida a antecipao de tutela. o breve relato. A Lei 11187, de 19.10.05, j em vigor, alterou o CPC quanto ao recurso de agravo de instrumento, dando a seguinte redao ao art. 522 do citado diploma legal: "Art. 522. Das decises interlocutrias caber agravo, no prazo de10(dez)dias,naformaretida,salvoquandosetratardedeciso suscetveldecausarpartelesograveededifcilreparao,bemcomo nos casos de inadmisso da apelao e nos relativos aos efeitos em que a apelaorecebida,quandoseradmitidaasuainterposiopor instrumento. Tratando-sededecisoquedeterminouaemendadainicial,passo ao exame do recurso. 75 LAVL N 70026130039 2008/CVEL 3ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA Recentemente,reposicionei-meemjulgadodoeminenteDes. PauloAntnioKretzmann,agravointernon.70018030809,tendoali consignado: Emboraapartepossadeixarparaojuizoarbitramentodos danosmorais,devetrazeraestimativaparaatribuiodovalordacausa (aindaqueopedidonotenhacontedoeconmicoimediatoCPC,art. 285), o qual interessa tanto para a apurao das custas a serem recolhidas como tambm para a fixao do juzo competente (juiz ou pretor). Saliente-se,poroportuno,queaindaqueexistaincidente especficoparaaimpugnaoaovalordacausa,hcasosemqueojuiz deve agir de ofcio (interesse pblico: custas e competncia absoluta). Nesse sentido, o seguinte precedente: PROCESSUALCIVIL.VALORDACAUSA. COMPENSAOPORDANOSMORAIS. NECESSIDADEDEESTIMAOECONMICAA RESPEITO.CONTROLEJUDICIALDOVALORDA CAUSA.MATRIADEORDEMPBLICA.REFLEXO NORECOLHIMENTODASCUSTASENAFIXAO DACOMPETNCIA.DECISOQUEDETERMINAA EMENDADAINICIALMANTIDA.Apretensorelativa ao dano moral deve vir estampada na inaugural, pois a partequepostulaacompensaodeveapresentar uma estimativa do valor que pretende, e pelo dano que diztersofrido.Aleiprocessualdeterminaqueatoda causaseratribudoumvalorcerto,aindaqueno tenhacontedoeconmicoimediatoart.258do CPC.Emassimocorrendo,nosepodenegarao julgadorocontrole,afiscalizaodovaloratribudo causa,principalmenteporquesetratadematriade ordempblica,comefeitosnosnotocanteao recolhimento correto das custas, alm da influncia no tocante fixao da competncia, no ficando, pois, o valor da causa, ao alvedrio das partes. inegvel que naaodecompensaopordanomoralexisteum 76 LAVL N 70026130039 2008/CVEL 4ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA contedoeconmico,cabendoparteautoradeclin-lo ou, no mnimo, fazer uma estimativa. No legal, e tampouco razovel, que a parte atribua valor simblico causa, para assim pagar menos custas, quando em realidadepretendecompensaoemvalor inegavelmente superior. Por outro lado, A regra geral a de que o valor da causa deve corresponder ao bem davidaprocuradoemjuzo.Ademais,nopodea parteconsideraroexercciododireitodeaocomo uma loteria, na qual joga para no perder. Quem vem ajuzodeveassumirtodososriscosdademanda.E mais.Apartertemodireitodesaberdoquese defende,qualaexatapretensoveiculadapelo autor, qualoobjetoperseguidoemjuzo,qualasua natureza e qual a sua grandeza, para que assim possa exercernaplenitudeodireitodedefesaedo contraditrio.Nosedeslembrequeosvaloresde compensaopordanomoralatendemacritriosj perfeitamenteestabelecidosnajurisprudncia,no maissendopossvelseudesconhecimento.AGRAVO DEINSTRUMENTOMANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE.NEGADOOSEGUIMENTO. (AgravodeInstrumentoN70019816982,Dcima CmaraCvel,TribunaldeJustiadoRS,Relator: Paulo Antnio Kretzmann, Julgado em 23/05/2007) Dentrodessequadro,verificoqueaagravantechegoua estimar,attuloexemplificativo,ovalorpretendido,50salriosmnimos, cabendo, ento, ao julgador aproveitar esse valor para fins de aplicao do dispositivolegalcitadonoprecedenteantesinvocado,oqueorase determina. Porfim,oexamedopedidodeantecipaodetutelasemter havido a apreciao do juzo a quo, em princpio, importa em supresso de instncia.Dessaforma,caberia,nocaso,novorequerimentoaojuzopara que ele diga se defere ou no a postulao buscada.Anteaoexposto,comfundamentonoartigo557,1-A,do CPC,comaredaodadapelaLein9756/98,DOUPARCIAL PROVIMENTO ao agravo, como acima consta. 77 LAVL N 70026130039 2008/CVEL 5ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA Intime-se. Porto Alegre, 01 de setembro de 2008. DES. LUIZ ARY VESSINI DE LIMA, Relator. 78 VLM N 70021471362 2007/CVEL 1ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA PROCESSUALCIVIL.VALORDACAUSA. ALTERAO DE OFCIO. INADMISSIBILIDADE. Descabe ao Juiz alterar, de ofcio, o valor da causa, s o podendo fazer se provocado pela parte. Agravodeinstrumentoprovidodeplano,porque manifestamenteprocedente(art.557,1-A,do CPC). AGRAVO DE INSTRUMENTO DCIMA PRIMEIRA CMARA CVEL N 70021471362 COMARCA DE PORTO ALEGRE JACQUELINE MARIA NOTHEN RUHE E OUTROS AGRAVANTES BRASIL TELECOM S/A AGRAVADA DECI SOMONOCRTI CA Vistos. Comfundamentonoart.557,1-A,doCPC,comaredao dadapelaLein9.756/98,douprovimentoaoagravo,porque manifestamente procedente. Com efeito, descabe ao juiz alterar, de ofcio, o valor da causa atribudo pela parte-autora na petio inicial. Apropsito,nessesentidoprelecionamNelsonNeryJuniore RosaMariaAndradeNery(inCdigodeProcessoCivilComentado,4 edio, Editora RT, p. 723): Modificao de ofcio. SIMP XI: O juiz no pode alterar de ofcio o valor da causa. No mesmo sentido RT 517/185. Ademais,nessamesmalinhadeentendimentovemdecidindo esta Cmara, conforme se verifica dos seguintes arestos: PROCESSUALCIVIL.VALORDACAUSA. ALTERAODEOFCIO.INADMISSIBILIDADE. INADMISSIBILIDADE. DESCABE AO JUIZ ALTERAR, 79 VLM N 70021471362 2007/CVEL 2ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA DE OFCIO, O VALOR DA CAUSA, S O PODENDO FAZERSEPROVOCADOPELAPARTE.AGRAVO DEINSTRUMENTOPROVIDO.(AGRAVODE INSTRUMENTON70002725331,RELATOR:DES. VOLTAIREDELIMAMORAES,JULGADOEM 26/09/2001) AGRAVODEINSTRUMENTO.ACIDENTEDE TRNSITO.VALORDACAUSA.OMAGISTRADO, SEMADEVIDAIMPUGNAODAPARTE,NO PODEALTERAROVALORDACAUSADEOFCIO. AGRAVOPROVIDO,EMPARTE.(AGRAVODE INSTRUMENTON70003213360,RELATOR:DES. BAYARD NEY DE FREITAS BARCELLOS, JULGADO EM 24/10/2001) AOREVISIONALDECONTRATOBANCRIO.O valordacausanoadmitealteraoexofficio.Tutela antecipadaconcedidaparaobstarainscrioda recorrentenoSPCenoSERASA.Aisenode custos,atuaisoufuturos,jdecorredagratuidadeda justiaquefoiconcedida.AGRAVOCONHECIDOE PROVIDO EM PARTE. (AGRAVO DE INSTRUMENTO N70006182554,RELATOR:DES.MANOEL VELOCINOPEREIRADUTRA,JULGADOEM 18/06/2003) AssimtambmjdecidiuoEgrgioSuperiorTribunalde Justia, como se v do julgamento do Recurso Especial n 120.363-GO, pela Quarta Turma, sendo Relator o Ministro Ruy Rosado de Aguiar: VALORDACAUSA.IMPUGNAO(FALTA). ALTERAO DE OFICIO. AMODIFICAODOVALORDACAUSA,POR INICIATIVADOMAGISTRADO,AFALTADE IMPUGNAODAPARTE,SOMENTESE JUSTIFICA QUANDO O CRITRIO ESTIVER FIXADO NALEIOUQUANDOAATRIBUIOCONSTANTE DAINICIALCONSTITUIREXPEDIENTEDOAUTOR PARADESVIARACOMPETNCIA,ORITO PROCEDIMENTALADEQUADO,OUALTERARA REGRARECURSAL.RECURSOCONHECIDOE PROVIDO. (Julgado em 22/10/1997, publicado no DJU de 15/12/1997, p. 66.417). 80 VLM N 70021471362 2007/CVEL 3ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PODER JUDICIRIO TRIBUNAL DE JUSTIA Portaisrazes,douprovimentoaoagravo,porque manifestamenteprocedente,paratornarsemefeitoar.decisoagravada, no que se refere alterao do valor da causa. Comunicar esta deciso ao juzo a quo. Intimem-se. Porto Alegre, 21 de setembro de 2007. DES. VOLTAIRE DE LIMA MORAES, Relator. 81 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Processo Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos PLANO DE AULA 03 I - IDENTIFICAO DA DISCIPLINA 1 Disciplina: Direito Processual Civil II 2 - Curso: Direito 3 Professor: Karinne Emanoela Goettems dos Santos4 Semestre/Ano: 01/2009 5 - Data da Aula: 18/03/2009 II EMENTA 1. Petio Inicial ajuizamento de aes repetitivas na previso do art. 285-A do CPC. 2. Art. 285-Axdireito de defesa3. Da impossibilidade de recurso III OBJETIVO GERAL Atentar-se para a recente alterao do CPC no que pertine s aes repetitivas. Reflexo acerca do rito processual instaurado pelo art. 285-A sob a gide dos direitos fundamentais constitucionais. IV OBJETIVOS ESPECFICOS Raciocnio crtico acerca da constitucionalidade do art. 285-A. V CONTEDO PROGRAMTICO 3. Ajuizamento das aes repetitivas na previso do art. 285-A do CPC. VI METODOLOGIA Aula Expositiva (AE)VII REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Bsicas: MARINONI, Luiz Guilherme. Manual do Processo de Conhecimento. So Paulo: RT, 2006. THEODORO JR., Humberto. Curso de direito processual civil. Rio de Janeiro: Forense, vol.1. Complementares: DINAMARCO, Candido. Instituies de Direito Processual Civil, Vol. III. So Paulo: Malheiros. 82 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Processo Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos AULA 03 18/03/2009 ...a sabedoria no se transmite, preciso que a gente mesmo a descubra depois de uma caminhada que ningum pode fazer em nosso lugar, e que ningum nos pode evitar, porque a sabedoria uma maneira de se ver as coisas. (Marcel Proust, sombra das raparigas em flor, por Mario Sergio Cortella in No nascemos prontos, p.119/120) 1. Petio Inicial ajuizamento de aes repetitivas na previso do art. 285-A do CPC Art. 285-A. Quando a matria controvertida for unicamente de direito e no juzojhouversidoproferidasentenadetotalimprocednciaemoutros casosidnticos,poderserdispensadaacitaoeproferidasentena, reproduzindo-seoteordaanteriormenteprolatada.(IncludopelaLein 11.277, de 2006) 1o Se o autor apelar, facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, no manter a sentena e determinar o prosseguimento da ao. (Includo pela Lei n 11.277, de 2006) 2oCasosejamantidaasentena,serordenadaacitaodorupara responder ao recurso. (Includo pela Lei n 11.277, de 2006). A Lei 11.277/2006 implantou o art. 285-A no CPC, permitindo que Quando amatriacontrovertidaforunicamentededireitoenojuzojhouversidoproferida sentenadetotalimprocednciaemoutroscasosidnticos,poderserdispensadaa citao e proferida sentena, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada. Oart.285-A,assim,revelaaintenodolegisladordeeliminara possibilidadedaproposituradeaesqueobjetivempronunciamentossobretemas pacificadosemdecisesreiteradasdoprpriojuzodeprimeirograuoudostribunais, tomadas em casos idnticos. Acondioparaquetalocorrasomentenoscasosemqueamatria controvertida for unicamente de direito. Assim, se a causa de pedir envolver questo de fato, as particularidades do caso concreto podero importar solues diferentes, de modo que a concluso lanada em um processo pode no servir para o outro. Aindaem2006,oConselhoFederaldaOrdemdosAdvogadosdoBrasil ajuizouAoDeclaratriadeInconstitucionalidade-ADINn3695-5,buscandoa inconstitucionalidadedointeiroteordaLei11.277.AtopresentemomentoaADIN aguarda julgamento definitivo.

Aquestorealmentenosimplria.Indeferirumapetioinicialpelo simplesfatodeoutraaoidnticatersidodeclaradaimprocedente,nomesmojuzo, traz tona a problemtica do engessamento do poder de deciso do juzo.83 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Processo Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos ParaLuizGuilhermeMarinoni,arazodedisciplinarasaesrepetitivas estintimamenteligadoquestodaforavinculantedasdecisesdostribunais superiores. Diante da previso contida no art. 103-A da Constituio Federal, includo pela EC45/2004,nomaissequestionasobreoefeitovinculantedassmulasdoSupremo Tribunal Federal, j que a no observncia das decises do STF debilita a fora normativa da Constituio Federal.1 Por outro lado, o art. 518, 1 do CPC trata da fora vinculante de smulas do STF e STJ. Marinoni registra que contra a vinculao das decises judiciais se levanta a alegaodequeseestariaferindooprincpiodalivreconvicojudicialeaprerrogativa dojuizdedizerodireitoconformeasuaconscincia.Oprprioprocessualistatambm rechaatalcrtica,poisdefendequeaforavinculantesomenteincidiriasobrea interpretaododireitoenosobreaapreciaodosfatosconcretos,namedidaemque objetiva-seapenasdarforavinculanteanlisejurdicafeitaportaistribunais,semque com isso se retire do juiz a prerrogativa de examinar o caso concreto, dando-lhe a soluo adequada. 2

NodizerdeMarinoni,afirmarqueojuiztemodireitodejulgardeforma diferenteaostribunaissuperioresconstituigritanteequvoco.SeoSuperiorTribunaldeJustia quem d a ltima palavra em relao interpretao da lei federal, qual a racionalidade de se dar aojuizopoderdeproferirumadecisoquelhesejacontrria?Bastaperguntarquemtemrazo, diante do sistema judicial, diante de uma smula do Superior Tribunal de Justia: claro que aquele que tem o seu direito reconhecido na smula. Portanto, decidir de forma contrria smula apenas obrigainterposioderecurso,consumindomaistempoedespesas,sejadaadministraoda justia, seja do prprio cidado. 3 Assim,paraMarinoni,aafirmaodaprerrogativadeojuizdecidirde formadiferentedoentendimentofixadopelostribunaissuperioresconstituiumatode faltadecompromissocomoPoderJudicirioequeatentacontraacidadania,pois desconsidera o direito constitucional razovel durao do processo. De outro lado, na Ao Direta de Inconstitucionalidade n 3695-5, o Conselho FederaldaOABargumentaqueadispensadaapresentaodadefesaeareproduode sentenaprolatadaemoutrofeito violaoart.5,incisosXXXV,LIVeLVdaConstituio Federal (direito de ao, direito ao devido processo legal e direito ao contraditrio e ampla defesa, respectivamente). Segundo os fundamentos da ADIN, o art. 285-A institui aidia desentena vinculanteno primeiro grau de jurisdio, na medida em que o processo judicial passa a sernormalouabreviadodeacordocomumasentenaantesproferida,emprocessoao qualosjurisdicionadosnotiveramacessoparadiscussoeimpugnao.Assim,mesmo queorunotenhafeitopartedoprocessoanterior,ditoidntico,sofrerasinfluncias

1 MARINONI, Luiz Guilherme. Manual do Processo de Conhecimento. So Paulo: RT, 2008, p.96. 2 Marinoni, ob.cit, p.97. 3 Idem. 84 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Processo Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos daqueladecisonoprocessoatual.Nobastasseisso,considerandoquenoscartrios judiciaisnotriaamobilidadedosjulgadores,entresubstitutosetitulares,asentena anteriormente proferida pode sequer ter sido elaborada pelo juiz que agora simplesmente areproduziria.Porfim,taldecisoreproduzidapassaaserimpeditivaderecurso,nos termos do art. 518, pargrafo primeiro do CPC. Assim, segundo a fundamentao da ADIN, na medida em que se impede a instauraodeumprocessoapretextodequeaquestojurdicasuscitadanopedidoj recebeudojuzosoluocontrria,oqueseestestabelecendoumadesarrazoada restrioaodireitode ao,pelaviaoblqua deumexpedientequenopermiteoexame deaspectospeculiaresqueacausaporventuraapresentee,talvez,levassemojuiza decidir de forma diversa. ParaMarinoni,lamentvelquesechegueapensarna inconstitucionalidade do art. 285-A, pois, segundo o renomado processualista, parece que aafirmaodeinconstitucionalidadedoart.285-Atemmaisavercomaintenode garantiralgumareservademercado,jque,paraele,interessantedopontodevista financeiro reproduzir, atravs de mquinas, peties e recursos absolutamente iguais. Contudo,oprprioMarinonijensinouemoutrasoportunidadesqueno confronto de direitos fundamentais, h que se fazer uma ponderao acerca dos princpios envolvidos,deformaa,deacordocomaproporcionalidadedocaso,primarporum princpio que ora prepondera sobre outro.4 Assim, teramos: Celeridade processual x Direito de ao + Devido processo legal + Direito de defesa Poderia, assim, o ltimo direito fundamental dar cabo de outros trs direitos fundamentais, em nome da to necessria rapidez do processo judicial? Ofatoquehumarealidadeforenseaseranalisada:amultiplicaodas aes que repetem litgios, repetindo fundamentos, provocando o mesmo tipo de defesa e, por fim, o mesmo tipo de decises, j que a interpretao do caso e da lei federal aplicvel no pode, dentro da idia de um sistema vinculante, admitir divergncia. Ocorrequeoutrasalternativaspodemserusadas,aexemplodasaes coletivas,cujarefernciaapenasrecentementevemganhandoalgumespaonas universidadesbrasileiras.Oensinojurdicoaindarevelamuitodaculturadolitgio individual, que em massa vem abarrotando o Poder Judicirio.

4 MARINONI, Luiz Guilherme. Teoria Geral do Processo. So Paulo: RT, 2006, p.48. 85 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Processo Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos Dequalquermaneira,enquantoseaguardaoresultadodaADIN, encontra-se aplicvel o art. 285-A que determina: a)nocasodeaoidntica,orunocitado(nohrelaojurdica processual formalizada); b)ojuizjulgadeprontoaaoimprocedente,repetindosentenaanterior (julgamento de mrito sem o chamamento do ru); c)seestasentenaaplicousmuladoSuperiorTribunaldeJustiaoudo SupremoTribunalFederal,eventualrecursointerpostocontraelano ser recebido (art. 518, 1 CPC). Porfim,curiosoobservarqueoart.285-Atrataapenasdassentenasde improcedncia,esquecendodoproblemadasaesrepetitivasqueconduzirama sentenasdeprocedncia.ParaestaMarinoniquestionaseparaestaltimasituaoa conduo dada pelo art. 285-A no deveria ser a mesma?Para Nelson Nery Jr., caso o art. 285-Aadmitisseareproduodesentenasdeprocedncia,entosimteria-seuma escancarada inconstitucionalidade, pela ausncia de contraditrio. 2. Art. 285-A x direito de defesa O art. 285-A confere ao juiz o poder de proferir sentena imediata, logo aps adistribuiodapetioinicial,dispensandoacitaoquandojhouversidoproferida sentena de improcedncia em outros casos idnticos. Acondioparaquetalocorrasomentenoscasosemqueamatria controvertidaforunicamentededireito.Assim,seacausadepedirenvolverquestode fato, as particularidades do caso concreto podero importar solues diferentes, de modo que a concluso lanada em um processo pode no servir para o outro. SegundoMarinoni,nessescasosnohsequerespaoparapensarem agresso ao direito de defesa, mas apenas em violao ao direito de ao, a compreendido como o direito de influir sobre o convencimento do juiz. Porm, para se evitar violao ao direito de influir, confere-se ao autor o direito de interpor recurso de apelao, mostrando asdessemelhanasentreasuasituaoconcretaeaquefoidefinidanasentenaque julgouocasotomadocomoidntico,casoemque,comainterposiodorecurso,oru ser citado para contra-arrazoar o recurso. evidentequenohcomoadmitirumasentenadeprocednciaantesda citao do ru. Porm, a mesma lgica que obriga o juiz a decidir de acordo com a smula parajulgarumaaoidnticadeprontoimprocedente,obriga-lheadecidirconformea 86 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do Sul RS - CEP 96810-050 Site: www.domalberto.edu.br CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOM ALBERTO Curso de Direito Processo Civil II Processo de Conhecimento Profa.Karinne Emanoela Goettems dos Santos smula,depoisdeestabelecidoocontraditrio,parajulg-laprocedente,e,comisso, permitir execuo imediata sua sentena. No h, por razes bvias, espao para emenda inicial,j queno se trata de defeito suprvel, de modo que a sentena liminar de rejeio deve ser dada de pronto. Trata-sedesentenademrito,deimprocedncia(fundadanoart.269,I,CPC),enode hiptesedeextinodoprocessosemresoluodemrito(art.267,CPC).Estasentena, por isso mesmo, produz coisa julgada material, impedindo a repropositura da ao. Assim, caso o autor no concorde com a sentena de rejeio liminar, poder apelarnoprazoregulardequinzedias.Estaapelaoadmitesemelhanadoque ocorre com a apelao de que trata o art. 296 juzo de retratao, de forma que, recebido orecurso,podeojuiz,noprazodecincodias,retratar-sedeseuentendimentoanterior, paraordenaroprosseguimentodofeito.Emtalcaso,ficaprejudicadoorecurso,tendoo processo seguimento regular. Nohavendoretratao,orusercitado(poisaindanofazpartedo processo) para responder ao recurso de apelao (contra- razes), tendo para tanto o prazo de quinze dias (art. 285-A, 2o). Portanto, o ru ser citado, mas somente no caso do autor interpor recurso de apelao contra a sentena de improcedncia. O autor, no recurso de apelao, poder argumentar que o seu caso concreto noseenquadranadecisotomadacomoparmetroe/ouqueadecisoproferidapelo juzo de primeiro grau no caso idntico no est de acordo com o ordenamento jurdico ou no justa , devendo, em razo de qualquer um destes argumentos, ser reformada. Casoarejeioliminarsebaseieemsmuladorespectivotribunal,do Superior Tribunal de Justia ou do Supremo Tribunal Federal, o autor poder argumentar queoseucasoconcretonoseamoldadecisotomadacomoparmetroe/ouquea smula,emvirtudedenovosfundamentos-quedevemserexpostoscomseriedade-, deve ser revista. Aps citado, bvio que o ru, porque tem o direito de rebater a totalidade dos argumentos da apelao, poder dizer que: a)nocasoemqueadecisosefundaremsentenadojuzosingular, poder argumentar que: -ocasoconcretorealmenteseamoldadecisotomadacomoparmetro e/ou que -essa deciso justa; b) no caso em que a deciso se funda em smula, poder argumentar que: -o caso concreto se enquadra na smula e/ou que87 Rua Ramiro Barcelos, 892, Centro - Santa Cruz do