"Problemas e Perspectivas para o "Problemas e Perspectivas para o Currículo Escolar do Ensino Médio Currículo Escolar do Ensino Médio

no Brasil"no Brasil"

Antonio Carlos AmorimAntonio Carlos Amorim

Faculdade de Educação/UnicampFaculdade de Educação/UnicampGT Currículo ANPEdGT Currículo ANPEdacamorim@unicamp.bracamorim@unicamp.br

Críticas às Diretrizes e aos Críticas às Diretrizes e aos Parâmetros Curriculares NacionaisParâmetros Curriculares NacionaisA idéia de que a reforma curricular é a solução A idéia de que a reforma curricular é a solução de todos os problemas educacionais;de todos os problemas educacionais;O currículo tratado como instrumento de O currículo tratado como instrumento de controle da educação e submisso aos princípios controle da educação e submisso aos princípios do mercado;do mercado;O fato dos PCNEM e as O fato dos PCNEM e as Diretrizes Curriculares Diretrizes Curriculares para o Ensino Médiopara o Ensino Médio possuírem um discurso possuírem um discurso híbrido contemplando tendências pedagógicas híbrido contemplando tendências pedagógicas diversas, com vistas a assegurar legitimidade diversas, com vistas a assegurar legitimidade junto a diferentes grupos sociais;junto a diferentes grupos sociais;

(MEC. Orientações Curriculares do Ensino Médio, (MEC. Orientações Curriculares do Ensino Médio, 2004, p. 8 e 9)2004, p. 8 e 9)

Críticas às Diretrizes e aos Críticas às Diretrizes e aos Parâmetros Curriculares NacionaisParâmetros Curriculares Nacionais

A ênfase no discurso das competências A ênfase no discurso das competências fragmentadas em habilidades, como modelo de fragmentadas em habilidades, como modelo de regulação e controle do processo educacional, a regulação e controle do processo educacional, a fim de garantir metas e resultados;fim de garantir metas e resultados;A ausência de referências mais precisas para A ausência de referências mais precisas para organizar e orientação a aquisição de organizar e orientação a aquisição de competências e habilidades de acordo com a competências e habilidades de acordo com a realidade dos alunos e da escola.realidade dos alunos e da escola.

(MEC. Orientações Curriculares do Ensino Médio, (MEC. Orientações Curriculares do Ensino Médio, 2004, p. 9.)2004, p. 9.)

Desafios e EnfoquesDesafios e Enfoques

O desafio consiste em efetivar, no Ensino O desafio consiste em efetivar, no Ensino Médio, a perspectiva interdisciplinar;Médio, a perspectiva interdisciplinar;É necessário que cada escola faça um retrato É necessário que cada escola faça um retrato de si mesma, dos sujeitos que a tornam viva e de si mesma, dos sujeitos que a tornam viva e do meio social em que se insere, no sentido de do meio social em que se insere, no sentido de compreender sua própria cultura;compreender sua própria cultura;A dimensão local – sem nunca se esgotar em si A dimensão local – sem nunca se esgotar em si mesma – pode ser importante no planejameto mesma – pode ser importante no planejameto educacional.educacional.

MEC. Orientações Curriculares do Ensino Médio, MEC. Orientações Curriculares do Ensino Médio, 2004, p. 10)2004, p. 10)

Desafios e EnfoquesDesafios e Enfoques

Tratar como política sócio-cultural Tratar como política sócio-cultural o tema relativo às orientações o tema relativo às orientações curriculares nacionais.curriculares nacionais.

MEC. Orientações Curriculares do Ensino MEC. Orientações Curriculares do Ensino Médio, 2004, p. 12)Médio, 2004, p. 12)

Povo e multidãoPovo e multidão

Já não dispomos da imagem de Já não dispomos da imagem de um proletário a quem bastaria um proletário a quem bastaria

tomar consciência (Deleuze, 1992)tomar consciência (Deleuze, 1992)

O que estava representado nas instituições O que estava representado nas instituições nacionais democráticas era o povo e, assim, a nacionais democráticas era o povo e, assim, a soberania nacional moderna tendia a tomar a soberania nacional moderna tendia a tomar a forma de soberania popular. Mas o que é ou forma de soberania popular. Mas o que é ou quem é o povo? O povo não é uma entidade quem é o povo? O povo não é uma entidade natural nem empírica; é impossível chegar à natural nem empírica; é impossível chegar à identidade do povo pela soma ou mesmo identidade do povo pela soma ou mesmo média de toda a população. O povo é mais média de toda a população. O povo é mais uma uma representaçãorepresentação, que faz da população uma , que faz da população uma unidade. (Hardt e Negri, 2002, p. 17)unidade. (Hardt e Negri, 2002, p. 17)

Povo e multidãoPovo e multidão

O povo só pode ser soberano com uma O povo só pode ser soberano com uma identidade, uma unidade.identidade, uma unidade.

O elemento fundamental para a construção do O elemento fundamental para a construção do povo é a representação.povo é a representação.

Na passagem para o Império, o espaço nacional Na passagem para o Império, o espaço nacional perde a sua definição, as fronteiras nacionais perde a sua definição, as fronteiras nacionais se relativizam e o próprio imaginário nacional é se relativizam e o próprio imaginário nacional é desestabilizado.desestabilizado.

Política e PoderPolítica e Poder Ao mesmo tempo locais, instáveis e Ao mesmo tempo locais, instáveis e

difusas, as relações de poder não difusas, as relações de poder não emanam de um ponto central ou de emanam de um ponto central ou de um foco único de soberania, mas um foco único de soberania, mas vão a cada instante “ de um ponto a vão a cada instante “ de um ponto a outro” no interior de um campo de outro” no interior de um campo de força, marcando inflexões, força, marcando inflexões, retrocessos, retornos, giros, retrocessos, retornos, giros, mudanças de direção, resistência. mudanças de direção, resistência.

Política e PoderPolítica e Poder

Os efeitos de política, nas culturas, Os efeitos de política, nas culturas, movimentados pelas relações entre saber movimentados pelas relações entre saber e poder – elementos de natureza tão e poder – elementos de natureza tão diversa e formação discursiva (por diversa e formação discursiva (por exemplo) com suas junções e exemplo) com suas junções e deslizamentos – multiplicam o jogo das deslizamentos – multiplicam o jogo das representações lançando-nos no representações lançando-nos no pensamento das identidades e diferenças.pensamento das identidades e diferenças.

Identidades e diferenças e Identidades e diferenças e imagensimagens

Postar em comum a vontade de Postar em comum a vontade de escapar por todos os meios possíveis escapar por todos os meios possíveis de três coisas: a onipotência da de três coisas: a onipotência da analogia fotográfica, o realismo da analogia fotográfica, o realismo da representação, o regime de crença representação, o regime de crença na narrativana narrativa

Foto: Gene Heber – professora da EMEF “Raul Pila”, Campinas, SP