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O mielograma é um dos exames para avaliação da medula óssea . Como a medula óssea está localizada anatomicamente no interior dos ossos, o mielograma é realizado através de uma punção óssea, seguida de aspiração, sendo realizada sob anestesia local (pode-se também usar sedação e/ou analgesia sistêmica). Os ossos mais abordados são o ilíaco , o esterno e a tíbia (este último em crianças). Outro exame que complementa a avaliação da medula óssea é a biópsia de medula (BMO), realizada através de técnica semelhante. Entretanto, a BMO é contra-indicada no esterno, sendo o local preferencial a crista ilíaca posterior, localizada na pelve. Avaliação: O mielograma tem a finalidade de estudar qualitativa e quantitativamente as células germinativas sanguíneas (células hematopoiéticas ). Tal estudo mostra, direta ou indiretamente, como se comporta a geração das hemácias, plaquetas e leucócitos, podendo ser exame diagnóstico em determinados tipos de neoplasias (leucemias ), displasias ou aplasias sanguíneas. Câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. As neoplasias mais freqüentes na infância são as leucemias (glóbulos brancos), tumores do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático). Também acometem crianças o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, freqüentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tumor renal), retinoblastoma (tumor da retina do olho), tumor germinativo (tumor das células que vão dar origem às gônadas), osteossarcoma (tumor ósseo), sarcomas (tumores de partes moles). Hematopoiese ou hematopoese, é o processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos do sangue (eritrócitos , leucócitos e plaquetas ) a partir de um precursor celular comum e indiferenciado conhecido como célula hematopoiética pluripotente, ou célula-tronco , unidade formadora de colônias (UFC), hemocitoblasto ou stem-cell. As células-tronco que no adulto encontram-se na medula óssea são as responsáveis por formar todas as células e derivados celulares que circulam no sangue. Local de formação: Nas primeiras semanas de gestação (aproximadamente 19° dia), o saco vitelino é o principal local de hematopoiese. De seis semanas até seis a sete meses de vida fetal, o fígado e o baço são os principais órgãos envolvidos e continuam a produzir células sangüíneas até cerca de duas semanas após o nascimento. A medula óssea dos ossos chatos (esponjosos), é o local mais importante a partir de seis a sete meses de vida fetal e, durante a infância e a vida adulta, é a única fonte de novas células sangüíneas. As células em desenvolvimento estão situadas fora dos seios da medula óssea, enquanto as maduras são liberadas nos espaços sinusais e na microcirculação medular e, a partir daí, na circulação geral. No período da lactação , toda a medula óssea é hematopoética, mas durante a infância há substituição progressiva da medula por gordura nos ossos longos, de modo que a medula hemopoética no adulto é confinada ao esqueleto central e às extremidades próximais do fêmur e do úmero . Mesmo nessas regiões

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Page 1: Problema 08

O mielograma é um dos exames para avaliação da medula óssea. Como a medula óssea está localizada anatomicamente no interior dos ossos, o mielograma é realizado através de uma punção óssea, seguida de aspiração, sendo realizada sob anestesia local (pode-se também usar sedação e/ou analgesia sistêmica). Os ossos mais abordados são o ilíaco, o esterno e a tíbia (este último em crianças). Outro exame que complementa a avaliação da medula óssea é a biópsia de medula (BMO), realizada através de técnica semelhante. Entretanto, a BMO é contra-indicada no esterno, sendo o local preferencial a crista ilíaca posterior, localizada na pelve. Avaliação: O mielograma tem a finalidade de estudar qualitativa e quantitativamente as células germinativas sanguíneas (células hematopoiéticas). Tal estudo mostra, direta ou indiretamente, como se comporta a geração das hemácias, plaquetas e leucócitos, podendo ser exame diagnóstico em determinados tipos de neoplasias (leucemias), displasias ou aplasias sanguíneas.

Câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. As neoplasias mais freqüentes na infância são as leucemias (glóbulos brancos), tumores do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático). Também acometem crianças o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, freqüentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tumor renal), retinoblastoma (tumor da retina do olho), tumor germinativo (tumor das células que vão dar origem às gônadas), osteossarcoma (tumor ósseo), sarcomas (tumores de partes moles).

Hematopoiese ou hematopoese, é o processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos do sangue (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) a partir de um precursor celular comum e indiferenciado conhecido como célula hematopoiética pluripotente, ou célula-tronco, unidade formadora de colônias (UFC), hemocitoblasto ou stem-cell. As células-tronco que no adulto encontram-se na medula óssea são as responsáveis por formar todas as células e derivados celulares que circulam no sangue. Local de formação: Nas primeiras semanas de gestação (aproximadamente 19° dia), o saco vitelino é o principal local de hematopoiese. De seis semanas até seis a sete meses de vida fetal, o fígado e o baço são os principais órgãos envolvidos e continuam a produzir células sangüíneas até cerca de duas semanas após o nascimento. A medula óssea dos ossos chatos (esponjosos), é o local mais importante a partir de seis a sete meses de vida fetal e, durante a infância e a vida adulta, é a única fonte de novas células sangüíneas. As células em desenvolvimento estão situadas fora dos seios da medula óssea, enquanto as maduras são liberadas nos espaços sinusais e na microcirculação medular e, a partir daí, na circulação geral. No período da lactação, toda a medula óssea é hematopoética, mas durante a infância há substituição progressiva da medula por gordura nos ossos longos, de modo que a medula hemopoética no adulto é confinada ao esqueleto central e às extremidades próximais do fêmur e do úmero. Mesmo nessas regiões hematopoéticas, aproximadamente 50% da medula é de gordura. A medula óssea gordurosa remamente é capaz de reverter para hematopoese e, em muitas doenças , também há expansão da mesma nos ossos longos. Além disso, o fígado e o baço podem retormar seu papel hematopoético fetal (hematopoese extramedular). Tecido Hematopoiético: A hematopoiese é função do tecido hematopoiético, que aporta a celularidade e o microambiente tissular necessários para gerar os diferentes constituintes do sangue. No adulto, o tecido hematopoiético forma parte da medula óssea (medula vermelha) e ali é onde ocorre a hematopoiese normal. O local onde ocorre a hematopoiese varia durante a ontogênese. Assim, observamos três fases seqüenciais de locais hematopoiéticos: 1 Fase mesoblástica: Fase inicial, no peduncúlo do tronco e saco vitelino. Ambas estruturas tem pocos mm. de longitude, ocorre na 2ª semana embrionária. 2 Fase hepática: Na 6ª semana de vida embrionária. 3 Fase mielóide: O baço e a medula óssea fetal. Somente resumindo, o tecido hematopoiético é o formador dos elementos figurados do sangue. Órgãos hematopoiéticos: São os órgãos que produzem no processo da Hematopoiese os elementos do sangue: leucócitos, hemácias e plaquetas. Esses órgãos são: medula óssea, linfonodos (gânglios linfáticos), baço e fígado. Medula óssea: A medula óssea é o órgão mais importante da gênese das mais diversas células sanguíneas pois lá estão as células-tronco que dão origem a células progenitoras de linhagens mielocíticas, linfocítica, megacariócitos e eritroblastos. Diferenciação Sanguinea: Os histologistas do século XIX e princípios do XX classificavam as células do sangue em duas categorias (ou linhas) segundo seu suposto lugar de origem: médula óssea ou órgãos linfóides (gânglios linfáticos, baço ou timo). Com algumas correções, pois não se considera válida a suposição de una origem dual das células sanguíneas. A teoria atual aponta que todas têm uma origem única e comum na medula óssea, tal classificação segue vigente: A "estirpe mielóide", compreende aos eritrócitos, plaquetas, leucócitos granulares (neutrófilos, basófilos e eosinófilos) e monócitos-macrófagos. O desenvolvimento de tais elementos se conhece como mielopoiese e parte de uma célula mãe precursora comum. A "estirpe linfóide", compreende unicamente aos linfócitos, que podem ser de dois tipos:

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linfócitos B e linfócitos T (existe ainda um terceiro tipo,os linfócitos NK). O desenvolvimento destas células se denomina linfopoiese. Mielopoiese: Se denomina assim ao processo de formação de células granulocíticas: (Eosinófilos, Basófilos e Neutrófilos) a partir de uma célula única (UFC-G) ou unidade de colônias granulocíticas. Evolução Celular: Mieloblasto; Promielócito; Mielócito; Metamielócito; Bastonete; Segmentados (eosinófilo, basófilo ou neutrófilo). Monopoiese: Por monopoiese se conhece a formação dos monócitos a partir das UFC-M (unidade formadora de colônias monocíticas ou monócitos). Sua formação está caracterizada por duas fases de maturação que se consideram as mais importantes: Monoblastos; Promonócitos. Os monócitos podem se localizar como células fixas em órgãos como no baço, alveólos pulmonares, e nas células de Kupffer do fígado. Sua função principal consiste em fagocitar bactérias, micobactérias, fungos, protozoários ou vírus. Trombopoiese: Este é o processo mediante o qual se geram as plaquetas que promovem a coagulação para impedir a perda de sangue em caso de uma lesão vascular. Partes do citoplasma do megacariócito dão origem às plaquetas, responsáveis pela coagulação sanguínea. Evolução Celular: Megacarioblasto; Megacariócito; Plaquetas. Eritropoiese: A eritropoiese é o processo que se corresponde a geração dos eritrócitos (ou hemácias também chamados de glóbulos vermelhos). Este processo nos seres humanos ocorre em diferentes lugares dependendo da idade da pessoa. Na vida fetal este processo acontece pricipalmente no fígado e no baço e na vida extrauterina, este processo ocorre na medula óssea e também no interior do músculo serratil anterior. O processo se inicia com uma célula mãe que gera, por bipartição dupla, 4 células diferenciadas para produzir eritrócitos que mediante diferentes mecanismos enzimáticos chega a formação de reticulócitos e três dias depois se transformam em hemácias maduras anucleadas. A vida média de um eritrócito é de 120 dias. Evolução celular: Proeritroblasto; Eritroblasto basofílico; Eritroblasto policromático; Eritroblasto ortocromático; Reticulócito; Hemácia. Linfopoiese: É o processo mediante o qual se formam os linfócitos. Engloba os linfócitos T e B.Os linfócitos B saem maduros da medula óssea enquanto os linfócitos T precisam migrar para o Timo onde irão sofrer o processo de maturação.Os linfócitos B ainda se diferenciam em plasmócitos quando encontram um antígeno num órgão linfóide secundário e secretam anticorpos nos tecidos.

Metabolismo do Ferro: Quase todo o ferro da hemoglobina é reaproveitado, assim as necessidades diárias de ferro novo são pequenas. ABSORÇÃO: A absorção intestinal (duodeno e jejuno) é da ordem de 1 mg/dia, embora a quantidade ingerida seja pelo menos 10 vezes maior. O ferro absorvido repõe o que é perdido em células descamadas (que sempre contêm algum ferro, p. ex. em citocromos) e no sangue menstrual. Nas mulheres, a necessidade diária é cerca do dobro da dos homens. FERRITINA: Nas células da mucosa intestinal, o ferro absorvido fica armazenado como Fe+++ em uma proteína chamada ferritina. Para tal, o ferro forma micelas de hidroxifosfato férrico e se liga a uma proteína, a apoferritina, cuja molécula é constituida de várias subunidades que circundam a micela. O complexo de subunidades proteicas de apoferritina e da micela de Fe+++ é que constitui a ferritina. Até cerca de 4.300 átomos de Fe+++ podem ser estocados desta forma por uma partícula de ferritina. A ferritina  é visível só ao microscópio eletrônico como uma partícula eletrodensa que pode ser usada como marcador. TRANSFERRINA: Para transporte no plasma, o Fe+++ é removido da ferritina (que fica sempre no interior de células) e transferido a uma proteína do plasma, a transferrina, que transporta 2 átomos de Fe+++ por molécula.DESTINO DO FERRO: Este ferro é distribuído às células do organismo, onde é necessário para síntese de citocromos e, principalmente, às células da série vermelha da medula óssea, no estágio de normoblasto, onde será usado na síntese de hemoglobina. O restante é depositado em células do SRE, principalmente nas células reticulares do baço e da medula óssea, e nas células de Kupffer do fígado, onde fica armazenado também na forma de ferritina (como nas células da mucosa intestinal). A ferritina é uma forma de armazenamento que permite fácil mobilização do ferro para síntese de hemoglobina.