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Pró-Reitoria de Graduação Curso de Farmácia Trabalho de Conclusão de Curso II O ATUAL PANORAMA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO BRASIL Autora: Vanniely de Souza Oliveira Orientadora: MSc. Samara Haddad Simões Machado Brasília - DF 2014

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Pró-Reitoria de Graduação Curso de Farmácia

Trabalho de Conclusão de Curso II

O ATUAL PANORAMA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO BRASIL

Autora: Vanniely de Souza OliveiraOrientadora: MSc. Samara Haddad Simões Machado

Brasília - DF 2014

VANNIELY DE SOUZA OLIVEIRA

O ATUAL PANORAMA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO BRASIL

Trabalho apresentado ao curso de graduação em Farmácia da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de Farmacêutico.

Orientadora: MSc. Samara Haddad Simões Machado

Brasília - DF 2014

CURSO DE FARMÁCIA

COORDENAÇÃO DE TCC

Ciência do Orientador

Eu, Samara Haddad Simões Machado, orientadora da estudante Vanniely de Souza

Oliveira, autora do trabalho intitulado “O atual panorama da Atenção Farmacêutica no

Brasil”, estou ciente da versão final entregue à banca avaliadora quanto ao conteúdo e à

forma.

Taguatinga: ____/_____/______

MSc. Samara Haddad Simões Machado

Artigo de autoria de Vanniely de Souza Oliveira, intitulado “O ATUAL PANORAMA

DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO BRASIL”, apresentado como requisito parcial para

obtenção do grau de Farmacêutico da Universidade Católica de Brasília, em 05/06/2014,

defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

Prof. MSc. Samara Haddad Simöes Machado

Orientadora. Curso de Farmácia - UCB

Prof. MSc.Adriana Cardoso Furtado Curso de Farmácia - UCB

Prof. MSc. Débora Santos Lula Barros

Curso de Farmácia - UCB

Brasília – DF

2014

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e a Nossa Senhora por fortalecer a minha fé, guiar os

meus passos e proporcionar a vitória de minhas batalhas.

Agradeço aos meus pais, Vânia e Sérgio, pelo seu imenso amor e também por me

incentivar e apoiar nos momentos mais difíceis.

Agradeço aos meus professores por me acompanharem durante a minha formação

acadêmica, em especial às minhas orientadoras Adriana e Samara por direcionar e

acompanhar meus passos durante o desenvolvimento deste projeto.

Agradeço ao meu namorado, Renato Shibutani, por seu amor, carinho, paciência e

dedicação durante todos esses anos de cumplicidade.

Agradeço as minhas amigas, Adriana, Bruna, Cínthia e Josuíla, pela amizade, apoio e

companheirismo em minha trajetória acadêmica e pessoal.

RESUMO

Referência: OLIVEIRA, Vanniely de Souza. O atual panorama da Atenção Farmacêutica no Brasil. 2014. 37 f. Trabalho de conclusão de curso II (Farmácia) – Universidade Católica de Brasília, Brasília – DF, 2014.

OBJETIVO: Este artigo visa abordar o atual panorama da Atenção Farmacêutica no Brasil, resgatando-se brevemente o conceito, a história, os principais métodos de Atenção Farmacêutica (ATENFAR) utilizados, a evolução de políticas públicas e as leis que norteiam a sua aplicação no Brasil. METODOLOGIA: O estudo em questão trata-se de uma revisão narrativa realizada no Portal Capes. DISCUSSÃO/RESULTADOS: A ATENFAR no Brasil vem caminhando para uma evolução, visto que o sistema de saúde vigente favorece a sua aplicabilidade, pois tanto o foco do Sistema Único de Saúde como da ATENFAR é a saúde e o bem estar do paciente em si. CONCLUSÃO: Em contradição aos benefícios encontrados na literatura, a prática da ATENFAR ainda se dá de forma incipiente. Em parte, isso deve-se à falta de um método de ATENFAR que esteja em conformidade com a realidade brasileira e a regulamentação do mesmo, como também a falta de acreditação do farmacêutico perante a sociedade e entre a própria classe. No entanto, aos poucos o farmacêutico vem adquirindo uma visão mais clínica da sua profissão, se distanciando do estereótipo do caráter meramente comercial que durante muito tempo foi adotado. Palavras-chave: Atenção Farmacêutica, Aténcion Farmacéutica, Brasil.

ABSTRACT

OBJECTIVE: This article aims to address the current situation of pharmaceutical care in Brazil, briefly rescuing the concept, the story, the main methods of pharmaceutical care (pharmaceutical care) used, the evolution of public policies and laws that guide its application in Brazil. METHODOLOGY: The study in question is in a narrative review conducted in Capes Portal. DISCUSSION / RESULTS: The pharmaceutical care in Brazil is heading for a change, since the current healthcare system favors its applicability, as both the focus of the Health System as the pharmaceutical care is the health and well being of the patient itself. CONCLUSION: Contrary to the benefits found in the literature, the practice of pharmaceutical care still gives incipiently. In part, this is due to the lack of a method for pharmaceutical care which complies with the Brazilian reality and the regulation thereof, as well as the lack of accreditation of the pharmacist in society and among the class itself. However, gradually the pharmacist has acquired a more clinical view of their profession, away from the stereotype of a purely commercial character which has long been adopted.

Keywords: Pharmaceutical Care, Pharmaceutical Attention, Brazil.

SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................................. 10 ABSTRACT ............................................................................................................................ 11 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 12 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 14 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................... 15 CONTEXTO SANITÁRIO E EVOLUÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA ................ 15 APLICAÇÃO DE MODELOS DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM SERVIÇOS .......... 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 25 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 26 ANEXO 1 – Normas para apresentação de artigo à Revista Brasileira de Farmácia ..... 29 ANEXO 2 – Representação gráfica do Genograma adaptado de Arruga (2001). ............ 36 ANEXO 3 – Representação gráfica do Ecomapa adaptado de Cecagno, Souza & Jardim (2004)........................................................................................................................................37

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O atual panorama da atenção farmacêutica no Brasil

The current landscape of pharmaceutical care in Brazil

Vanniely de Souza Oliveira1* & Samara Haddad Simões Machado2

1Acadêmica do Curso de Farmácia, Universidade Católica de Brasília - UCB -, Brasília, DF,

Brasil.

2Farmacêutica, Docente do Curso de Farmácia, Universidade Católica de Brasília - UCB -

Brasília, DF, Brasil.

30

*Autora correspondente: Campus I - QS 07 Lote 01 EPCT, Águas Claras - CEP: 71966-700 - Taguatinga/DF - Telefone: (61) 3356-9000. E-mail: [email protected].

RESUMO

Objetivo: Este artigo visa abordar o atual panorama da Atenção Farmacêutica no Brasil,

resgatando-se brevemente o conceito, a história, os principais métodos de Atenção

Farmacêutica (ATENFAR) utilizados, a evolução de políticas públicas e as leis que norteiam

a sua aplicação no Brasil. Metodologia: O estudo em questão trata-se de uma revisão

narrativa realizada no Portal Capes. Discussão/Resultados: A ATENFAR no Brasil vem

caminhando para uma evolução, visto que o sistema de saúde vigente favorece a sua

aplicabilidade, pois tanto o foco do Sistema Único de Saúde como da ATENFAR é a saúde e

o bem estar do paciente em si. Conclusão: Em contradição aos benefícios encontrados na

literatura, a prática da ATENFAR ainda se dá de forma incipiente. Em parte, isso deve-se à

falta de um método de ATENFAR que esteja em conformidade com a realidade brasileira e a

regulamentação do mesmo, como também a falta de acreditação do farmacêutico perante a

sociedade e entre a própria classe. No entanto, aos poucos o farmacêutico vem adquirindo

uma visão mais clínica da sua profissão, se distanciando do estereótipo do caráter meramente

comercial que durante muito tempo foi adotado.

Palavras-chave: Atenção Farmacêutica, Aténcion Farmacéutica, Brasil.

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ABSTRACT

Objective: This article aims to address the current situation of pharmaceutical care in Brazil,

briefly rescuing the concept, the story, the main methods of pharmaceutical care

(pharmaceutical care) used, the evolution of public policies and laws that guide its application

in Brazil. Methodology: The study in question is in a narrative review conducted in Capes

Portal. Discussion / Results: The pharmaceutical care in Brazil is heading for a change, since

the current healthcare system favors its applicability, as both the focus of the Health System

as the pharmaceutical care is the health and well being of the patient itself. Conclusion:

Contrary to the benefits found in the literature, the practice of pharmaceutical care still gives

incipiently. In part, this is due to the lack of a method for pharmaceutical care which complies

with the Brazilian reality and the regulation thereof, as well as the lack of accreditation of the

pharmacist in society and among the class itself. However, gradually the pharmacist has

acquired a more clinical view of their profession, away from the stereotype of a purely

commercial character which has long been adopted.

Keywords: Pharmaceutical Care, Pharmaceutical Attention, Brazil.

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INTRODUÇÃO

Pensando na verdadeira atuação e das reais responsabilidades de um farmacêutico,

Mikeal et al. (1975) instalaram, mesmo que de forma inconsciente, o conceito de Atenção

Farmacêutica (ATENFAR), responsabilizando esse profissional pelo uso racional do

medicamento (URM). Esse conceito foi ampliado por Brodie, Parish & Poston (1980 apud

FREITAS & PEREIRA, 2008), definindo que o farmacêutico seria responsável por oferecer e

realizar todos os serviços que garantissem uma farmacoterapia segura e eficaz para o paciente.

Sete anos depois, Hepler (1987) definiu que o profissional do medicamento, por meio de sua

habilidade e conhecimento das ciências farmacêuticas, controlaria o uso do medicamento,

estabelecendo uma relação cordial com o paciente e garantindo, assim, sua adesão ao

tratamento proposto. Já na década de 90, o termo “Pharmaceutical Care”, traduzido para o

português como “Atenção Farmacêutica” foi utilizado pela primeira vez (Hepler & Strand,

1990). Somente quatro anos mais tarde, esse conceito foi discutido e ampliado pela

Organização Mundial de Saúde (1994, p.24), sendo definido como:

Estender o caráter beneficiário dos Cuidados Farmacêuticos ao público, no seu conjunto e reconhecer, deste modo, o farmacêutico como dispensador da atenção sanitária que pode participar, ativamente, na prevenção das doenças e da promoção da saúde, em conjunto com outros membros da equipe sanitária.

Por sua vez, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (2002, p.16-17), o

termo “Atenção farmacêutica” pode ser definido como:

A soma das atitudes, comportamentos, valores éticos, conhecimentos e responsabilidades do profissional farmacêutico no ato da dispensação de medicamentos, com o objetivo para a obtenção de resultados terapêuticos desejados e melhoria da qualidade de vida do paciente.

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A atenção farmacêutica, independente do modelo utilizado, tem como base o

acompanhamento farmacoterapêutico, onde o usuário do medicamento é o ponto de partida.

Tendo em vista o paciente, o farmacêutico acompanha-o durante todo o seguimento na

tentativa de buscar problemas relacionados ao medicamento (PRM) e resolvê-los dentro da

sua competência (Cipolle, Strand & Morley (2000 apud ANGONESI & SEVALHO, 2010).

Dentre os mais variados modelos de atenção farmacêutica, os que mais se destacam

entre os membros da equipe de saúde no mundo são os modelos espanhol e o americano,

conhecidos como método dáder e modelo de minnesota, respectivamente (Freitas & Pereira,

2008).

O método dáder teve origem na Espanha, criado na Universidade de Granada por um

grupo de investigação em Atenção Farmacêutica. De forma simplificada é um modelo onde é

implantado um seguimento farmacoterapêutico. Esse seguimento busca a detecção de

problemas relacionados aos medicamentos, contribuindo para prevenção e resolução de tais

problemas (Comité de Consenso, 2007; Grupo de investigación en atención farmacéutica

Universidad de Granada, 2004).

Já o modelo de minnesota, também conhecido como pharmacotherapy workup, teve

origem nos Estados Unidos da América (Correr & Otuki, 2011). Esse modelo utiliza o termo

“problemas farmacoterapêuticos”, que resumidamente pode ser conceituado como qualquer

evento que esteja relacionado com a farmacoterapia e que interfira no seu sucesso (Angonesi

& Sevalho, 2010).

Embora os modelos conceitualmente se assemelhem bastante, existem diferenças

básicas entre eles, principalmente no que diz respeito à classificação dos problemas

farmacoterapêuticos. Para o método dáder, a falta de adesão é a causa dos problemas

relacionados aos medicamentos, enquanto para o modelo de minnesota a falta de adesão vem

a tornar-se um problema farmacoterápico (Freitas & Pereira, 2008).

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Essas metodologias visam orientar o farmacêutico quanto a melhor forma de se

implantar o seguimento farmacoterapêutico, citando quais são os procedimentos que devem

ser abordados para que haja uma orientação correta e eficaz no atendimento clínico (Correr &

Otuki, 2011). Nesse sentido, para o farmacêutico prestar uma assistência adequada ao usuário

de medicamento esse profissional deve primeiramente estabelecer qual modelo de atenção

farmacêutica se encaixa melhor para determinada situação do paciente e segui-lo de modo

consistente durante as etapas propostas pelo modelo de escolha. Como no Brasil não há um

modelo padrão a ser seguido, muitos profissionais se embasam em modelos propostos por

outros países, ou simplesmente não adotam nenhum modelo padrão. Portanto, o presente

artigo tem como objetivo verificar o atual panorama da atenção farmacêutica no Brasil,

destacando os seguintes pontos: como se deu a evolução da atenção farmacêutica nesse país e

quais políticas e leis impulsionaram sua aplicação; e onde esse serviço está sendo aplicado e

qual o modelo de atenção farmacêutica utilizado.

MATERIAL E MÉTODOS

Este artigo trata de uma revisão narrativa, com a proposta de realizar um levantamento

do atual panorama da Atenção Farmacêutica no Brasil. Para efeitos de tal proposta foram

pesquisados no Scielo, Pubmed e LILACS os seguintes descritores: “Atenção Farmacêutica”,

“Pharmaceutical care”, “Atención Farmacéutica” e “Brasil”.

No Scielo foram encontrados 65 artigos compreendidos entre os anos de 2000 a 2013.

Partindo-se da leitura do tema e do abstract foram selecionados 18 artigos.

No Medline/Pubmed foram encontrados 26.318 artigos, compreendidos no período

dos últimos dez anos, no entanto foram selecionados preferencialmente os artigos datados nos

últimos cinco anos, salvo as publicações que não poderiam ser descartadas pela sua relevância

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ao tema. Como a busca pelo termo “Pharmaceutical care” retornou em um grande número de

publicações, muitas delas em língua estrangeira, foi realizada uma nova pesquisa utilizando a

associação entre os descritores “Atenção Farmacêutica” e “Brasil” e também “Pharmaceutical

care” and “Brazil”. A preferência por publicações de serviços da ATENFAR no Brasil é

justificada pelo fato de que o presente artigo visa verificar o atual panorama da atenção

farmacêutica neste país. Para essa nova pesquisa, foram retornados 16 resultados. Após a

leitura do resumo/abstract, somente 4 artigos se mostraram relevantes ao tema.

Já na base de dados LILACS, o descritor utilizado foi “Atenção Farmacêutica”

retornando para esta pesquisa 55 resultados. Após a breve leitura dos temas 8 publicações

foram selecionadas para se fazer a leitura do resumo. A partir desta foi possível selecionar 7

artigos que serviram como fonte teórico-conceitual do presente artigo. É importante ressaltar

que nesta base de dados mais de 8 artigos se mostraram interessantes para a pesquisa, no

entanto o acesso a essas outras publicações não é gratuito, sendo um limitante para a pesquisa.

A partir da leitura completa das publicações acima mencionadas, notou-se a

necessidade de incluir no embasamento teórico alguns artigos e leis que se encontravam na

bibliografia da publicação primária. Para tal, o critério de seleção não se constituiu na

temporalidade e sim na relevância do assunto para a construção do artigo.

É importante também ressaltar que a proposta inicial do presente artigo era de cunho

quantitativo, tendo como objetivo geral analisar e compilar os dados encontrados de

instituições e estabelecimentos que implantaram algum serviço de atenção farmacêutica. No

entanto, com a leitura dos artigos pesquisados notou-se que a implantação do serviço de

atenção farmacêutica ainda é uma prática incipiente no Brasil. Devido a essa limitação não foi

possível encontrar uma quantidade de artigos suficientes que fornecessem os dados

estatísticos, por isso o trabalho final ganhou um novo objetivo, que seria de analisar e

dissertar sobre quais os serviços de ATENFAR aplicados atualmente no Brasil.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

CONTEXTO SANITÁRIO E EVOLUÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA

Desde a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), princípios como integralidade,

universalidade e equidade compõem e direcionam as políticas de saúde pública. Dessa forma,

o SUS é um serviço que garante o acesso integral e sem nenhum custo para população

brasileira e que a constituição vigente garante que a população tenha acesso aos serviços de

saúde. Por isso, entende-se que, ao impedir que o paciente tenha acesso ao medicamento, e

que este esteja submetido a uma dispensação errônea, tem-se como principal consequência o

comprometimento do tratamento. Logo, o direito do cidadão de ter assistência e acesso a

todos os serviços de saúde não foi concedido (Oliveira, Assis & Barboni 2008; Banhos,

2006).

Ainda com relação aos princípios que norteiam o SUS, ao pensar em universalidade,

políticas que facilitam e contribuam para o acesso da população ao sistema de saúde são bem

vindas. Como exemplo, pensa-se na criação da Atenção Básica à Saúde (ABS) e no Programa

de Saúde da Família (PSF). Em ambos, nota-se a forte necessidade em reformular a ideia de

medidas curativas e estimular programas que visem a promoção e a prevenção da saúde do

indivíduo. Nota-se também, a incorporação de novas medidas, como a aplicação da

Assistência Farmacêutica e da Atenção Farmacêutica (Oliveira, Assis & Barboni, 2008).

Nesse contexto de evolução da Atenção Farmacêutica no Brasil, houve também várias

mudanças na legislação brasileira. Entre as leis que promovem o URM e a dispensação

orientada tem-se a lei nº 5.991/73 que regulamenta a obrigatoriedade da presença de um

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responsável técnico legalmente inscrito no Conselho Regional de Farmácia durante todo o

funcionamento da farmácia ou da drogaria. Pelo fato desse profissional estar mais tempo no

estabelecimento é possível esclarecer uma maior quantidade de dúvidas dos pacientes além de

ressaltar a importância de se seguir corretamente com a terapia. Dessa forma, o farmacêutico

ganha a oportunidade de promover uma dispensação orientada. A resolução 328/99 da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) corrobora essa ideia ao afirmar que o

farmacêutico é o responsável pela dispensação adequada, para tal esse profissional deve estar

dotado de todo conhecimento científico necessário (ANVISA, 1999; Brasil, 1973).

Outra política que historicamente beneficia a Atenção Farmacêutica é a Política

Nacional da Assistência Farmacêutica (PNAF- 2004), que visa promover a promoção, a

proteção e a recuperação da saúde. Além disso, essa política estabelece diretrizes para a

garantida da segurança, da efetividade e da qualidade do medicamento. Tais premissas

promovem uma interação mais íntima entre o usuário do medicamento e o farmacêutico

(Brasil, 2002). No Brasil, nota-se que a Atenção Farmacêutica está inserida dentro do

contexto da Assistência Farmacêutica, onde a dispensação é vista sob uma ótica diferente,

ganhando um enfoque mais cíclico e integrado (Angonesi & Sevalho, 2010).

A Organização Mundial de Saúde, em 2002, definiu que o paciente ao tomar o

medicamento correto segundo a sua condição clínica, na dose, na posologia e no tempo

adequado, além de garantir o menor custo estaria em conformidade com os parâmetros

definidos pelo URM (Angonesi & Sevalho, 2010). Segundo Marin, Luiza, Osório-de-Castro,

Machado-dos-Santos (2003), alguns aspectos incluídos na PNAF são encontrados nas

premissas que norteiam o URM. Em ambos podemos destacar a necessidade de selecionar de

forma adequada a terapia medicamentosa, como também a necessidade de garantir a

efetividade e a segurança do medicamento. Todas essas necessidades podem ser supridas pelo

farmacêutico ao ofertar um serviço de dispensação. Problemas, como a falta de adesão e o

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abandono da terapia em decorrência dos efeitos adversos, poderiam ser facilmente evitados

com a devida dispensação.

A lei 9.787/99, que regulamenta a implantação dos genéricos, também pode ser vista

como uma mudança no cenário que eleva o farmacêutico a um patamar de profissional da

saúde e não um mero “vendedor de medicamentos”. Em virtude que essa lei impõe ao

farmacêutico a responsabilidade de fazer a intercambialidade do medicamento de referência

pelo medicamento genérico, devendo possuir para tal conhecimento técnico (Angonesi &

Sevalho, 2010; Brasil, 1999).

O farmacêutico, quando consciente da sua nova atuação na sociedade e de seu papel

ativo como profissional da saúde, contribui para a redução dos índices de morbidade e

mortalidade relacionados ao uso irracional de medicamentos. Essa redução é fundamentada na

relação de confiança entre o paciente e o especialista do medicamento, onde o profissional do

medicamento atribui ao paciente todo o seu conhecimento e compromisso baseado nas

informações sinceras e verídicas que o paciente lhe fornece, relatando até as suas aflições e

suas dúvidas relacionadas ao medicamento e à doença. Relatos que o médico não tomaria

conhecimento pelo fato do paciente se sentir envergonhado em lhe contar que não seguiu

corretamente a terapia proposta, seja por esquecimento, por sentir algum efeito adverso ou por

algum motivo pessoal. O farmacêutico age assim como uma “ponte” entre o médico e o

paciente. Esse perfil de cuidado do paciente é uma prática atual, no entanto ainda incipiente.

Visto que a expansão da industrialização, o caráter de comércio que a drogaria possui e a falta

de interesse dos próprios farmacêuticos por uma prática humanista ainda estão muito

presentes (Angonesi & Sevalho, 2010).

O serviço de Atenção Farmacêutica no Brasil ainda se dá de forma tímida. Em 2002, a

Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) liderou um grupo de profissionais que tinham

como objetivo uniformizar os conceitos e os termos relacionados à Atenção Farmacêutica

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para de fato impulsionar a sua implantação em nosso país. Como resultado dessa iniciativa

tem-se a criação de uma Proposta de um Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica

(OPAS, 2002a).

Esse Consenso visa adotar um modelo de Atenção Farmacêutica aplicada à realidade

brasileira, conforme o sistema de saúde vigente, o Sistema Único de Saúde (SUS). Pois

somente dessa maneira será viável a promoção e a aplicabilidade do serviço de atenção

farmacêutica tanto por parte dos profissionais farmacêuticos como por parte das autoridades

políticas (OPAS, 2002b).

APLICAÇÃO DE MODELOS DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM SERVIÇOS

A despeito de todas as políticas e a evolução da Atenção Farmacêutica nota-se ainda

uma aplicabilidade muito baixa deste serviço, muitas vezes sendo ofertado por alguns raros

profissionais, que por algum motivo apresentam o interesse em aplicá-lo no cotidiano. Mas no

geral, o que se nota é a desvalorização desta atividade que necessita de incentivo político, do

apoio dos órgãos fiscalizadores e da acreditação da própria classe farmacêutica (Bastos &

Caetano, 2010).

A falta de acreditação não é o único fator que desmerece o serviço de Atenção

Farmacêutica. Em um estudo, realizado por Farina & Romano-Lieber (2009) em Jundiaí – SP,

vários dados foram coletados em farmácias comunitárias e um dos pontos abordados na

entrevista é a questão da compreensão dos farmacêuticos em relação ao entendimento do que

seria o serviço de Atenção Farmacêutica. Analisando-se os resultados, a maioria dos

entrevistados entendem este serviço como apenas uma atividade de orientação e atendimento

no ato de dispensar. Como já citado anteriormente, a orientação é apenas uma das facetas que

a Atenção Farmacêutica aborda. Ainda com relação aos entrevistados, apenas uma pequena

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parcela dos entrevistados citaram o seguimento farmacoterapêutico proposto por Hepler &

Strand (1990), como parte integrante deste serviço. A falta de acreditação advém da falta de

conhecimento. Esta lacuna no processo de formação do profissional farmacêutico já vem

sendo discutida pelas diretrizes curriculares do curso de graduação em farmácia, que ao

incluir em seu currículo atividades voltadas para o serviço de Atenção Farmacêutica

contribuem para a sua aplicação e divulgação (Brasil, 2002).

Um exemplo da aplicação deste serviço dentro das universidades é o Serviço de

Atenção Farmacêutica (SAF), ofertado pelo curso de Farmácia da Universidade do Sul de

Santa Catarina. Essa experiência foi descrita como do tipo pesquisa-ação, onde foram

demonstrados concomitantemente a descrição da experiência e a percepção dos responsáveis e

dos envolvidos no projeto. No total foram realizadas 22 palestras, com temas previamente

definidos, como polimedicação e adesão terapêutica. Ao final das palestras, o SAF era

ofertado aos participantes do evento que necessitassem receber orientações mais específicas

em relação à sua farmacoterapia (Vinholes, Alano & Galato, 2009).

Na primeira entrevista, etapa posterior à oferta do serviço, assuntos como: os objetivos

da pesquisa e a necessidade em assinar o termo de consentimento livre e esclarecido eram

apontados e explanados durante esse momento. Em seguida, os participantes eram

questionados à respeito da relevância dos assuntos abordados durante as palestras e sua

relação com o dia-a-dia (Provin et al., 2009; Vinholes, Alano & Galato, 2009).

Apesar no estudo acima não descrever em minúcias como de fato o SAF foi

implantado pôde-se perceber, a partir dos resultados apresentados, que os seguintes pontos

eram relatos com frequência pelos participantes. São eles: os efeitos colaterais, a fisiologia e a

patologia da doença, os valores de referência dos exames laboratoriais, a efetividade e a

segurança dos genéricos, o uso de fitoterápicos e as questões relacionadas ao acesso aos

medicamentos pelo SUS (Vinholes, Alano & Galato, 2009).

41

Outro tema bastante questionado era a questão da automedicação e de qual seria a

melhor escolha medicamentosa para tratar gripes e dores musculares. Em decorrência de se

tratar de um público, em sua maioria, idoso e polimedicado, a abordagem adotada pelos

farmacêuticos e pelos estudantes de farmácia da universidade em relação a esse assunto foi no

sentido de desestimular a automedicação, enfatizando o perigo da ingestão do medicamento

inadequado, dos altos índices de intoxicação e das possíveis interações medicamentosas

(Vinholes, Alano & Galato, 2009; Marin, Luiza, Osório-de-Castro, Machado-dos-Santos

2003).

Quanto ao método avaliativo foram realizadas 8 entrevistas, o número total de

entrevistados também foram 8, sendo 2 profissionais da saúde que participaram ativamente do

evento e 6 participantes da palestra que possuíam voz ativa na comunidade. A partir da

análise das percepções, foi possível evidenciar um aumento na adesão da farmacoterapia, uma

diminuição significativa dos índices de automedicação, além de se perceber a necessidade de

acompanhamento farmacêutico para a melhoria da qualidade de vida do paciente (Vinholes,

Alano & Galato, 2009).

Outra iniciativa no âmbito acadêmico envolvendo a promoção da Atenção

Farmacêutica é um relato de experiência desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás

(UFG) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. A ATENFAR foi

implantada dentro do Programa de Atenção Farmacêutica na Estratégia Saúde da Família

(Provin et al., 2009).

Até a aplicação do seguimento farmacoterapêutico em si, o programa em questão

passou por várias etapas. Inicialmente foi ofertada aos participantes uma palestra com o

objetivo de sensibilizar os farmacêuticos da rede municipal de saúde quanto à relevância e os

benefícios da aplicação de um serviço de Atenção Farmacêutica. Em seguida procedeu-se

com a seleção dos farmacêuticos, dos estudantes, dos coordenadores e dos estabelecimentos

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físicos onde seriam alocados os serviços de ATENFAR. Para o projeto piloto, foram

selecionados no total um Distrito Sanitário e uma Unidade Básica de Saúde da Família. Com

a seleção definida, os participantes foram submetidos a um treinamento básico de 12 horas

que abordava os conceitos e as técnicas de ATENFAR (Provin et al., 2009).

Com relação ao seguimento farmacoterapêutico, o público alvo selecionado para

receber o serviço era de hipertensos, que possuíam ou não a Diabetes Mellitus associada.

Após a oferta do serviço e da explanação do que se tratava o programa, os pacientes

assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (Provin et al., 2009; Vinholes, Alano

& Galato, 2009). As sucessivas etapas de entrevistas eram realizadas à domicílio por

acadêmicos da UFG, devidamente supervisionados pelo farmacêutico responsável. A partir

dos dados coletados, os potenciais e reais PRM´s eram identificados e a intervenção

necessária era realizada. Toda e qualquer intervenção era registrada em relatório e enviada

para a central da Estratégia Saúde da Família (Provin et al., 2009).

Ainda com relação aos PRM´s identificados, o estudo em questão demonstrou que

96% dos candidatos apresentaram algum problema medicamentoso. Sendo, 49% relacionado

à inefetividade da farmacoterapia, 20% à segurança medicamentosa, 14% à utilização

desnecessária do medicamento e por último 13% se referia à falta de adesão ao tratamento.

Para os pesquisadores, esses dados retratam a falta do serviço de ATENFAR na Estratégia

Saúde da Família (Provin et al., 2009).

Além da aplicação da Atenção Farmacêutica nos campos já descritos, um estudo

clínico prospectivo longitudinal e controlado realizado por Correr et al. (2009) aponta o

benefício econômico e clínico da aplicação do serviço de ATENFAR em quatro farmácias

comunitárias privadas, sendo duas situadas em Curitiba, uma em Colombo e outra no

município de Paranaguá. Em tais farmácias, o público alvo do estudo, eram pacientes com

Diabetes Mellitus tipo 2. Como parâmetro de controle, foram utilizados dados de pacientes

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também portadores da doença, mas que não receberam qualquer intervenção. Tais pacientes

eram alocados da Unidade Municipal de Saúde Camargo, situada em Curitiba e também da

farmácia comunitária localizada em Campo Largo.

Em ambos os grupos, intervenção e controle, eram mantidos os serviços de

atendimento habitual, como: exames sanguíneos, aferição da pressão arterial e glicemia

capilar em jejum. Em conjunto a esses serviços, aos pacientes do grupo de intervenção, era

aplicado um protocolo de Serviço de Seguimento Farmacoterapêutico (STF). O método

utilizado no estudo foi o método Dáder. Seguindo o protocolo, após a entrevista inicial e

análise da situação dos pacientes, os PRM´s foram devidamente identificados e classificados

em necessidade, efetividade e segurança do medicamento. Em média foram encontrados 2,3

PRM´s por paciente, mas no geral o que se pôde perceber é que cada paciente possuía pelo

menos um problema medicamentoso. Na sua maioria, os problemas identificados estavam

relacionados com a falta de efetividade do medicamento, seguido de PRM´s relacionados à

segurança e a necessidade (Correr et al., 2009).

O STF foi aplicado pelo farmacêutico responsável durante 12 meses e ao final do

estudo foi constatada uma melhora no grupo de intervenção. Tais benefícios foram

evidenciados pelo aumento dos índices de hemoglobina glicada (HbA1). Tal marcador serve

como indicativo de que o paciente está aderindo corretamente à farmacoterapia, além disso

houve diminuição significativa da pressão arterial que antes se encontrava elevada e também

uma diminuição da glicemia em jejum (Correr et al., 2009).

Ao final do estudo, todo o investimento necessário para a aplicação SFT foi levado em

consideração a fim de atestar o benefício clínico e econômico com a oferta do serviço de

ATENFAR. Fatores como: gastos com a estrutura física, valores dos exames laboratoriais

necessários para medir a evolução do programa e tempo útil investido por todos os

profissionais que promoveram o serviço de ATENFAR foram inseridos no cálculo. Em

44

contrapartida, a melhoria e controle da patologia, a redução da glicemia, a diminuição dos

fatores de riscos e os índices reduzidos da HbA1c também foram levados em consideração a

fim de atestar se a quantia investida obteve ou não um retorno financeiro. Em suma, os

autores responsáveis pelo projeto constataram o benefício econômico e clínico com a

aplicação do serviço de ATENFAR (Correr et al., 2009).

A aplicação do SFT em pacientes com doenças crônicas também foi documentado em

outras pesquisas. Como, o estudo de caso realizado com quatros pacientes (A, B, C e D) na

Unidade Local de Saúde da Agronômica (Florianópolis – SC). As patologias que acometeram

tais enfermos podem ser destacadas a seguir:

• Paciente A: Diabetes Mellitus tipo II, Insuficiência Cardíaca Congestiva,

Hiperlipidemia e Hipertensão arterial;

• Paciente B: Doença de Alzheimer;

• Paciente C: Doença de Parkinson;

• Paciente D: Artrite reumatoide, Depressão, Gastrite e Hipotireoidismo (Foppa et al.,

2008).

Tais pacientes foram acompanhados por estudantes do curso de Farmácia, orientados

por farmacêuticos habilitados, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) durante 4

meses. Além disso, o prontuário de cada paciente foi analisado. Durante o estudo, o método

farmacoterapêutico utilizado foi o método dáder, acompanhado também de um genograma e

de um ecomapa (Foppa et al., 2008).

O genograma ou também chamado de árvore genealógica, é um método de análise e

estudo, que visa obter a representação gráfica da estrutura familiar do paciente e suas ligações

biológicas e afetivas com outros membros da família. Descreve ainda como ocorreu à

transmissão de determinadas doenças genéticas (Moore, 2005; Arruga, 2001). A

representação gráfica de tal diagrama pode ser observada no Anexo 2.

45

Por sua vez, o ecomapa tem como objetivo contemplar as relações entre o alvo do

estudo e as pessoas de vínculo mais próximo. Esses vínculos são visualizados em forma de

um mapa dividido em quatro quadrantes, que representam os amigos (A), a comunidade (B), a

família (C) e o trabalho (D). Na parte interna de cada quadrante ainda há três subdivisões, que

vão da parte mais interna do mapa até a sua extremidade e são representadas respectivamente

por: relações mais profundas (E), relações intermediárias (F) e relações eventuais (G). Vide

representação gráfica no Anexo 3 (Moore, 2005; Cecagno, Souza & Jardim, 2004; Sluki,

2003; Wessels,1991).

A intervenção proposta durante o acompanhamento farmacoterapêutico foi embasada

no modelo de ATENFAR escolhido (Dáder), no geograma e no ecomapa de cada paciente

(Foppa et al., 2008).

A paciente “A”, por se tratar de uma pessoa idosa, com várias patologias instaladas,

polimedicada, dependente do amparo dos filhos e acometida por fortes câimbras, justificada

pelo uso de medicamentosos depletores de potássio, sofreu uma intervenção do tipo

nutricional. A adição de um suplemento foi descartada por se tratar de uma paciente que já faz

uso de vários medicamentos e a redução da dose comprometeria a manutenção da pressão

arterial. Por esses motivos, a ação de intervir foi no sentido de obter apoio familiar na

promoção de uma alimentação mais saudável e que suprisse o déficit de potássio (Foppa et

al., 2008).

Outro PRM encontrado, ainda na paciente “A”, foi o comprometimento da efetividade

e da segurança em decorrência do início da insulinoterapia. Nesse sentido, os

farmacêuticos incentivaram a importância de uma dieta bem regulada e explicaram, tanto para

a paciente como para os filhos, como seria a correta aplicação da insulina (Foppa et al., 2008).

Nesse sentido, a família, quando consciente do seu papel, se torna imprescindível para a

46

melhora da qualidade de vida do paciente e contribui para um tratamento eficaz (Falceto,

Fernandes & Wartchow, 2004).

Em virtude de se tratar de um artigo que tem como foco, descrever em linhas gerais

qual o modelo de Atenção Farmacêutica foi abordado pelo serviço e também priorizando uma

leitura menos maçante, somente será abordado às intervenções aplicadas ao paciente “A”. No

entanto, pôde-se perceber em todos os pacientes, uma melhora clínica com a aplicação do

serviço de acompanhamento farmacoterapêutico, evidenciando a importância do farmacêutico

e de uma estratégica de ATENFAR bem definida (Foppa et al., 2008).

47

CONCLUSÕES

A partir da leitura das publicações utilizadas para o embasamento teórico, pôde-se

notar que a grande maioria dos artigos abordava o conceito de Atenção Farmacêutica e a sua

história. Outra parcela, embora em menor quantidade, discutia a aplicação dos métodos

clínicos e seus benefícios. E apenas uma pequena quantidade de artigos apresentava, de fato,

um serviço que implantasse a Atenção Farmacêutica e discutisse como o método clínico foi

aplicado.

Quanto aos estudos que abordavam a aplicação da ATENFAR em farmácias

comunitárias, postos de saúde e em hospitais particulares ou públicos existia uma escassez de

publicações. Quando havia a existência de dados que relatavam alguma prática da ATENFAR

ou mesmo citavam a prevalência dos problemas relacionados aos medicamentos notou-se que

a maioria das publicações se referia a pacientes hospitalizados ou doentes crônicos e, ainda

sim, pode-se afirmar que a prática no Brasil é incipiente.

Dessa forma, sugere-se a inclusão na agenda de pesquisa da área farmacêutica, e da

grande área da saúde pública, o estudo e pesquisa dos métodos de realização da Atenção

Farmacêutica. Para o conhecimento mais detalhado do atual panorama da ATENFAR é

importante que os serviços também registrem e divulguem as suas atividades para a população

de usuários e para a comunidade acadêmica.

48

REFERÊNCIAS

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Brasil. Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 1973. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5991.htm>. Acesso em: 11 abr. 2014.

Brasil. Lei 9.787, de 10 de fevereiro de 1999. Altera a lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico, dispões sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências. Disponível em: <http://www.cff.org.br/userfiles/file/leis/9787.pdf> Acesso em: 17 Mar. 2014.

Brodie, D.C.; Parish, P.A. & Poston, J.W. Societal needs for drugs and drug-related services. American Journal Pharmaceutical Education., v. 44, n.3, p.276-278, 1980. Cecagno, S.; Souza & M. D.; Jardim, V. M. R. Compreendendo o contexto familiar no processo saúde-doença. Acta Sci., Health Sci., Maringá, v.26, n.1, p.107- 112, 2004. Disponível em: <http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:uilAlNMI2PEJ:eduemojs.uem.br/ojs/index.php/ActaSciHealthSci/article/download/1622/1063+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br> Acesso em: 21 abr. 2014.

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Correr, C. J. et al. Avaliação econômica do seguimento farmacoterapêutico em pacientes com diabetes melito tipo 2 em farmácias comunitárias. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo , v. 53, n. 7, Oct. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302009000700006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 01 maio 2014. Correr, C. J. & Otuki M. F. Método clínico de atenção farmacêutica. 2011. Disponível em: <http://www.saude.sp.gov.br/resources/ipgg/assistencia-farmaceutica/otuki-metodoclinicoparaatencaofarmaceutica.pdf.> Acesso em: 21 set. 2013. Farina, S. S. & Romano-Lieber, N. S. Atenção farmacêutica em farmácias e drogarias: existe um processo de mudança? Saúde soc., São Paulo, v. 18, n. 1, Mar. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902009000100002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 22 mar. 2014. Foppa, A. A. et al. Atenção farmacêutica no contexto da estratégia de saúde da família. Rev. Bras. Cienc. Farm., São Paulo , v. 44, n. 4, Dec. 2008 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-93322008000400020&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 03 maio 2014. Freitas, O. & Pereira, L. R. L. A evolução da atenção farmacêutica e a perspectiva para o Brasil. Rev. Bras. de Ciênc. Farm., São Paulo, v. 44, n.4, out./dez. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v44n4/v44n4a06.pdf>. Acesso em: 01 maio 2014. Grupo de investigación en atención farmacéutica Universidad de Granada. II Consenso de Granada. Atención farmacéutica en internet. Disponível <http//:www.atencion-farmaceutica.com> . Acesso em: 10 abr. 2014. Falceto, O. G. & Fernandes, C. L. C.; Wartchow, E. S. O médico, o paciente e sua família In: Duncan, B. B.; Schimidt, M. I. & Gilgliani, E. R. J. Medicina ambulatorial: condutas em Atenção Primária baseada em evidências. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. p.115-124. Hepler, C.D. The third wave in pharmaceutical education: the clinical movement. American Journal Pharmaceutical Education., v.51, n.4, p.369-385, 1987.

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Sluzki, C. E. A rede social na pratica sistêmica: alternativas terapêuticas. 2. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. p.37-85.

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52

ANEXO 1 – Normas para apresentação de artigo à Revi sta Brasileira de

Farmácia

INSTRUÇÕES GERAIS

Todos os manuscritos devem ser originais e não publicados anteriormente. Cabe salientar que submissão simultânea implicará em sua recusa nesse periódico. As publicações em inglês e espanhol devem ser revisadas por um profissional de edição de língua estrangeira e não garantem o aceite do artigo. O custo da revisão do texto em inglês ou espanhol é de responsabilidade dos autores que são encorajados a buscar profissionais ou empresas qualificadas. A RBF reserva os direitos de submeter todos os manuscritos para revisores ad hoc, cujos nomes serão confidenciais e com autoridade para decidir a aceitação ou declínio da submissão. Nos casos de conflito de avaliações entre os pares, não se compromete a seguir com uma terceira avaliação, a decisão contará com avaliação dos pareceres pelo Conselho Editorial.

FORMA E APRESENTAÇÃO DOS MANUSCRITOS

A RBF aceita artigos para as seguintes seções:

Artigos originais ou de revisão (até 7.000 palavras, incluindo notas e referências, e exclui o Resumo/Abstract. Máximo de 5 figuras, quadro/gráfico ou tabela): textos inéditos provenientes de pesquisa ou análise/revisão bibliográfica. A publicação é decidida pelo Conselho Editorial, com base em pareceres - respeitando-se o anonimato tanto do autor quanto do parecerista (double-blind peer review) - e conforme disponibilidade de espaço. Artigos originais por convite (até 8.000 palavras, incluindo notas e referências, e exclui o Resumo/abstract. Máximo de 5 figuras, quadro/gráfico ou tabela): textos inéditos de temas previamente solicitados pelo editor (a) Chefe ou Conselho Editorial a autores/pesquisadores de reconhecida experiência no campo das Ciências Farmacêuticas, que poderão resultar em artigos resultado de pesquisa ou de revisão. Os artigos originais serão publicados com base em pareceres (double-blind peer review). Apenas artigos que, devido a seu caráter autoral, não podem ser submetidos anonimamente a um parecerista, serão analisados, com ciência do autor, com base em pareceres em que só o parecerista é anônimo (single-blind peer review). Resumo de Tese de Doutorado ou Dissertações de Mestrado (até 1500 palavras, incluindo notas e referencias. Máximo de 3 figuras, tabela ou quadro/gráfico): Trata-se de um Resumo ampliado de estudos acadêmicos que tenham relevância no campo das Ciências farmacêuticas. Serão aceitos os Resumos de pesquisas que tenham sido defendidas até dois anos antes da publicação da RBF. O número de Resumos não poderá ultrapassar 15% do total de artigos apresentados por edição, e deverá contemplar as seções Introdução, Metodologia, Resultados e Discussão e Conclusão de forma resumida.

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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES PRÉVIAS

Deverá ser adotado o Sistema Internacional (SI) de medidas. As equações necessárias a compreensão do texto deverão ser editadas

utilizando software compatível com o editor de texto. As variáveis deverão ser identificadas após a equação. Recomenda-se que os autores realizem a análise de regressão ou outro teste estatístico aplicável para fatores quantitativos, mas que a utilização de programas específicos para o tratamento dos dados estatísticos deve constar da seção de Metodologia. ATENÇÃO: QUADROS/ TABELAS, GRÁFICOS E FIGURAS devem ter largura de no máximo 8,25 cm, com alta resolução e enviados em arquivo separado. Nesse caso, sua posição deve ser identificada no texto. CASO CONTRÁRIO, O MANUSCRITO SERÁ DEVOLVIDO AOS AUTORES, que acarretará em nova submissão. A RBF recomenda a utilização de Referencias Bibliográficas atualizada, salvo aquelas consagradas em trabalhos de autores seminais de cada área específica, ou ainda em textos que necessitam de informações históricas relevantes na compreensão da argumentação apresentada. Consideraremos atualizadas aquelas com data de publicação em periódicos indexados a pelo menos 5 anos da data de envio do manuscrito. TODAS as correções sugeridas durante o processo de submissão deverão ser destacadas em VERMELHO, e devolvida a comissão editorial pelo endereço: [email protected].

FORMATAÇÃO DO TEXTO

Os manuscritos deverão utilizar aplicativos compatíveis com o Microsoft Word. Devem ser escritos em página formato A4 com margens de 2 cm, espaçamento duplo, fonte Times New Roman, tamanho 12, justificado. As linhas e páginas devem ser numeradas a partir do Título até a página final. Deve-se adotar no texto apenas as abreviações padronizadas. Por exemplo: Kg (quilograma) A primeira citação da abreviatura entre parênteses deve ser precedida da expressão correspondente por extenso. Por exemplo: Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) O recurso de itálico deverá ser adotado apenas para realmente destacar partes importantes do texto, como por exemplo, citações ipsis literis de autores consultados, partes de depoimentos, entrevistas transcritas, nomes científicos de organismos vivos e termos estrangeiros. As ilustrações, figuras, esquemas, tabelas e gráficos deverão ser identificadas no texto, conforme apresentação desejada pelo autor, e apresentadas em arquivo separado. Os manuscritos deverão seguir a seguinte estrutura: Título: deverá ser conciso e não ultrapassar 30 palavras, informativo, digitado em negrito com letras minúsculas utilizando a fonte Times New Roman (tamanho 14), com exceção da primeira letra, dos nomes próprios e/ou científicos.

Autores: deverão ser adicionados a um espaço abaixo do título, centralizados, separados por vírgula. O símbolo "&" deve ser adicionado antes do último autor (Ex.: Paulo da Paz,

54

João de Deus & Pedro Bondoso). Inserir os nomes completos dos autores, por extenso, com letras minúsculas com exceção da primeira letra de cada nome. Afiliação do autor: cada nome de autor deverá receber um número arábico sobrescrito indicando a instituição na qual ele é afiliado. A lista de instituições deverá aparecer imediatamente abaixo da lista de autores. O nome do autor correspondente deverá ser identificado com um asterisco sobrescrito. O e-mail institucional, endereço completo, CEP, telefone e fax do autor correspondente deverão ser escritos no final da primeira página. Resumo (Abstract): deverá ser escrito na segunda página do manuscrito, não deverá exceder 200 palavras, deverá conter informações sucintas que descrevam objetivo da pesquisa, metodologia, discussão/resultados e a conclusão. Os manuscritos escritos em português ou em espanhol devem ter um Resumo traduzido para o inglês (Abstract). O Abstract deve ser digitado na terceira página do manuscrito e deve ser revisado por um profissional de edição de língua inglesa. Os manuscritos em inglês deverão apresentar um Resumo em português.

Palavras-chave (Keywords): são fundamentais para a classificação da temática abordada no manuscrito em bancos de dados nacionais e internacionais. Serão aceitas entre 3 e 5 palavras-chave. Após a seleção, sua existência em português e inglês deve ser confirmada pelo(s) autor (es) do manuscrito no endereço eletrônico http://decs.bvs.br (Descritores em Ciências da Saúde - Bireme). As palavras-chave (Keywords) deverão ser separadas por vírgula e a primeira letra de cada palavra-chave deverá maiúscula.

Introdução: Situa o leitor quanto ao tema que será abordado e apresenta o problema de estudo, destaca sua importância e lacunas de conhecimento (justificativa da investigação), e inclui ainda os objetivos (geral e específico) a que se destina discutir.

Metodologia ou Percurso Metodológico: Nessa seção o autor (es) deve (m) apresentar o percurso metodológico utilizado que apresente o tipo de estudo (se qualitativo ou quantitativo), de base empírica, experimental ou de revisão de forma que identifique a natureza/tipo do estudo. São fundamentais os dados sobre o local onde foi realizada a pesquisa; população/sujeitos do estudo e seus critérios de seleção (inclusão e exclusão) e cálculo amostral. Nos casos de pesquisa experimental cabe a identificação do material, métodos, equipamentos, procedimentos técnicos e métodos adotados para a coleta de dados.

Na apresentação do tratamento estatístico/categorização dos dados cabe informar a técnica ou programa utilizado no tratamento e análise. Nos casos de investigação com humanos ou animais cabe informar a data e o número do protocolo da aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Quanto ao estudo de espécies vegetais deve ter a indicação do seu local de coleta (dados de GPS), o país de origem, o responsável pela identificação da espécie e o depósito da exsicata.

Resultados e Discussão: devem ser apresentados de maneira clara, objetiva e em sequência lógica, utilizando ilustrações (figuras, quadros e tabelas) quando necessário. Deve-se comparar com informações da literatura sobre o tema ressaltando-se aspectos novos e/ou fundamentais, as limitações do estudo e a indicação de novas pesquisas. Nessa seção cabe a análise e discussão crítica da pesquisa.

Conclusões: apresentar considerações significativas fundamentadas nos resultados encontrados e vinculadas aos objetivos do estudo.

Agradecimentos: opcional e deverá aparecer antes das referências. Figuras, Quadro/Tabelas ou Gráficos: Todas as ilustrações devem apresentar um título

breve na parte superior e numerada consecutivamente com algarismos arábicos, conforme a ordem em que forem citadas no manuscrito e a legenda com fonte em Times New Roman, tamanho 12, justificado e com largura máxima de 8,25 cm.

55

As Tabelas devem apresentar dados numéricos como informação central, e não utilizar traços internos horizontais ou verticais. As notas explicativas devem ser colocadas no rodapé da tabela, com os seus respectivos símbolos. Se houver ilustração extraída de outra fonte, publicada ou não, a fonte original deve ser mencionada abaixo da tabela. Não é permitida a utilização de Figura, gráfico, quadro/tabela publicada em outro periódico sem antes pedir autorização prévia dos autores e/ou da revista.

Qualquer uma dessas ilustrações com baixa resolução poderá ser excluída durante o processo de diagramação da RBF, ou ainda comprometer o aceite do manuscrito.

As fotos deverão garantir o anonimato de qualquer indivíduo que nela constar. Caso os autores queiram apresentar fotos com identificação pessoal, deverão apresentar permissão específica e escrita para a publicação das mesmas.

Referências: As citações bibliográficas deverão ser adotadas de acordo com as exigências da RBF.

Citação no texto, usar o sobrenome e ano: Lopes (2005) ou (Lopes, 2005); para dois autores (Souza & Scapim, 2005); três autores (Lima, Pereira & Silva, 2008), para mais do que quatro autores, utilizar o primeiro autor seguido por et al. (Wayner et al., 2007), porém na lista de referências deverão aparecer ordenadas alfabeticamente pelo sobrenome do primeiro autor. A citação de mais que uma referência por parágrafo requer a ordenação em ordem decrescente cronológica e cada grupo de autores separados por "ponto e vírgula". Por exemplo: ( Gomes & Souza, 2012; Mendez, 2010; Lima, Pereira & Silva, 2008).

A veracidade das referências é de responsabilidade dos autores. Os exemplos de referências citados abaixo foram adaptados, em sua maioria, do documento original da ABNT (NBR 6023, agosto de 2002).

a) Artigos de periódicos:

A abreviatura do periódico deverá ser utilizada, em itálico, definida no Chemical Abstracts Service Source Index (http://www.cas.org/sent.html) ou na Base de dados PubMed, da US National Library of Medicine (http://www.pubmed.gov), selecionando Journals Database. Caso a abreviatura autorizada de um determinado periódico não puder ser localizada, deve-se citar o título completo. Autor (es)*. Título do periódico em itálico, volume (a indicação do fascículo é entre parênteses): páginas inicial - final do artigo, ano de publicação.

Galato D & Angeloni L. A farmácia como estabelecimento de saúde sob o ponto de vista do usuário de medicamentos. Rev. Bras. Farm. 90(1): 14 – 18, 2009.

Fonseca VM, Longobuco P, Guimarães EF, Moreira DL, Kaplan MAC. Um teste do formato de nome. Rev. Bras. Farm. 90(1): 14 – 18, 2009.

b) Livros: • Com 1 autor:

Autor. Título. Edição (a partir da 2 a). Cidade: Editora, ano de publicação. Número total de páginas. Casciato DA. Manual de oncologia clínica. São Paulo: Tecmed, 2008. 1136 p.

• Com 2 autores Lakatos EM & Marconi MA. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1991. 231

p. • Com autoria corporativa

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. I Fórum Nacional de Educação Farmacêutica: O farmacêutico de que o Brasil necessita (Relatório Final). Brasília, DF, 2008. 68p.

• Capítulos de livros (o autor do capítulo citado é também autor da obra):

56

Autor (es) da obra. Título do capítulo. In: ________. Título da obra. Cidade: Editora, Ano de publicação. Capítulo. Paginação da parte referenciada.

Rang HP, Dale MM & RITTER JM. In: Quimioterapia do câncer. Farmacologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. cap. 50, p. 789-809.

• Capítulos de livros (o autor do capítulo citado não é o autor da obra): Autor (es) do capítulo. Título da parte referenciada. In: Autor (es) da obra (ou editor)

Título da obra. Cidade: Editora, Ano de publicação. Capítulo. Paginação da parte referenciada.

Schenkel EP, Gosmann G & Petrovick PR. Produtos de origem vegetal e o desenvolvimento de medicamentos. In: Simões CMO. (Org.). Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS; Florianópolis: Editora da UFSC, 2003. cap. 15, p. 371-400.

• Citação indireta Utiliza-se apud (citado por) nas citações que foram transcritas de uma obra de um

determinado autor, mas que na verdade pertence a outro autor. Helper CD & Strant LM. Opportunities and responsabilities in pharmaceutical

care. Am. J. Hosp. Pharm. 47: 533-543, 1990.ApudBisson MP. Farmácia Clínica & Atenção Farmacêutica. 2. ed. Barueri: Manole, 2007. p. 3-9.

c) Teses, Dissertações e demais trabalhos acadêmicos: Autor. Título (inclui subtítulo se houver). Ano. Cidade. Total de páginas. Tipo (Grau),

Instituição (Faculdade e Universidade) onde foi defendida. Sampaio IR. Etnofarmacologia e toxicologia de espécies das famílias Araceae e

Euphorbiaceae. 2008. Rio de Janeiro. 45 p. Monografia (Especialização em Farmacologia), Associação Brasileira de Farmacêuticos. Rio de Janeiro.

d) Eventos científicos (Congressos, Seminários, Simpósios e outros): Autor(es). Título do trabalho. Nome do evento, nº do evento. Página. Cidade. País. Ano. Marchioretto CT, Junqueira MER & Almeida ACP. Eficácia anestésica da neocaína

(cloridrato de bupivacaína associada a epinefrina) na duração e intensidade da anestesia local em dorso de cobaio. Reunião anual da SBPC, 54, Goiânia, Brasil, 2002.

e) Patentes: Devem ser identificadas conforme modelo abaixo e na medida do possível o número do Chemical Abstracts deve ser informado.

Ichikawa M, Ogura M & Lijima T. 1986. Antiallergic flavone glycoside from Kalanchoe pinnatum. Jpn. Kokai Tokkyo Koho JP 61,118,396,apud Chemical Abstracts 105: 178423q.

f) Leis, Resoluções e demais documentos Conforme o modelo: Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de

Diretoria Colegiada (RDC) n o 44, de 17 de agosto de 2009. g) Banco/Base de Dados Conforme o modelo: BIREME. Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde.

Lilacs - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&base=LILACS&lang=p>. Acesso em: 27 ago. 2009.

h) Homepage/Website Conforme o modelo: WHO Guidelines for Pharmacological Management of Pandemic (H1N1) 2009

Influenza and other Influenza Viruses. 91 p. Disponível em:

57

<http://www.who.int/csr/resources/publications/swineflu/h1n1_guidelines_pharmaceutical_mngt.pdf>. Acesso em agosto de 2009.

SUBMISSÃO

Todos os manuscritos deverão ser submetidos exclusivamente por e-

mail: [email protected] e deverá enviar o texto em programa compatível com word, e com todos os apêndices preenchidos.

Os autores deverão informar a área de concentração (Apêndice 1), a categoria do manuscrito (Artigo Original, Artigo de Revisão ou Resumo de Tese/ Dissertação); apresentar carta de encaminhamento ao Editor (a) Chefe (Apêndice 2) e declaração de originalidade e cessão de direitos autorais (Apêndice 3). É responsabilidade dos autores reconhecerem e informar ao Conselho Editorial da existência de conflitos de interesse que possam exercer qualquer influência em seu manuscrito. Desta forma, as relações financeiras ou de qualquer outra ordem deverão ser comunicadas por cada um dos autores em declarações individuais (Apêndice 4).

Quanto a Confirmação da submissão: O autor receberá por e-mail um documento com o número do protocolo, confirmando o recebimento do artigo pela RBF. Caso não receba este e-mail de confirmação dentro de 48 horas, entre em contato com o Conselho Editorial da RBF (e-mail: [email protected]).

A Revista Brasileira de Farmácia submeterá os manuscritos recebidos à análise por dois consultores ad hoc, acompanhado de um formulário para a avaliação e que terão a autoridade para decidir sobre a pertinência de sua aceitação, podendo inclusive, reapresentá-los ao(s) autor (es) com sugestões, para que sejam feitas alterações necessárias e/ou para que os mesmos sejam adequados às normas editoriais da revista. Solicita-se aos autores que, na eventualidade de reapresentação do texto, o façam evidenciando as mudanças através da cor vermelha como forma de identificação rápida e facilitação do processo de avaliação. Caso necessário poderá o autor dispor de argumentação teórica em carta anexa sumarizando as alterações realizadas ou não, que poderão ser aceitas ou não pelos revisores.

Os nomes dos autores e dos avaliadores dos manuscritos permanecerão em sigilo. O trabalho aceito para publicação só poderá seguir para diagramação caso TODOS os

autores tenham assinado o termo de publicação (Apêndice 3). Qualquer tipo de solicitação ou informação quanto ao andamento ou publicação do artigo poderá ser solicitado através do e-mail: [email protected] baseado no número do protocolo recebido pelo autor correspondente.

O Conselho Editorial da RBF reserva-se o direito de solicitar informações adicionais sobre os procedimentos éticos executados na pesquisa. O Conselho Editorial da Revista tem plena autoridade de decisão sobre a publicação de manuscritos, quando os mesmos apresentem os requisitos adotados para a avaliação de seu mérito científico, considerando-se sua originalidade, ineditismo, qualidade e clareza. Toda ideia e conclusão apresentadas nos trabalhos publicados são de total responsabilidade do(s) autor (es) e não reflete, necessariamente, a opinião do Editor Chefe ou dos membros do Conselho Editorial da RBF.

ITENS DE VERIFICAÇÃO PARA SUBMISSÃO

Como parte do processo de submissão, os autores deverão verificar a conformidade da

submissão em relação a todos os itens listados a seguir. As submissões que não estiverem de acordo com as normas serão devolvidas aos autores. Somente receberão número de protocolo os artigos que estiverem em conformidade com as Normas para Publicação na RBF:

58

O manuscrito encontra-se no escopo da Revista Brasileira de Farmácia. A contribuição é original, inédita e não está sendo avaliada por outra revista. Os arquivos para submissão estão em formato Microsoft Word ou equivalente. O e-mail para envio do manuscrito está disponível. O texto está em espaçamento duplo; fonte tamanho 12, estilo Times New Roman; com

figuras e tabelas inseridas no texto, e não em seu final. O texto segue os padrões de estilo e requisitos bibliográficos em Critérios para

preparação dos manuscritos (Atenção às citações no texto e referências bibliográficas). Todos os apêndices estão preenchidos (Atenção especial ao preenchimento dos

apêndices). Ao submeter um manuscrito, os autores aceitam que o copyright de seu artigo seja

transferido para a Revista Brasileira de Farmácia, se e quando o artigo for aceito para publicação. Artigos e ilustrações aceitos tornam-se propriedade da Revista Brasileira de Farmácia.

59

ANEXO 2 – Representação gráfica do Genograma adapta do de Arruga (2001).

Legenda:

: Sexo masculino

: Sexo feminino

: Adoção

: Gêmeos

60

ANEXO 3 – Representação gráfica do Ecomapa adaptado de Cecagno, Souza

& Jardim (2004)

E

F

G A B

C D

Legenda

A: Amigos

B: Comunidade

C: Família

D: Trabalho

E: Relações mais profundas

F: Relações intermediárias

G: Relações eventuais