princÍpios fundamentais do processo civil · a todos, no âmbito judicial e administrativo, são...

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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO

CIVIL

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1. Princípios fundamentais do processo civil

Princípios fundamentais do processo civil

são as bases que sustentam essa ciência.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

2. Princípios gerais do processo civil na constituição

federal e no próprio processo civil

• Princípios constitucionais

• Princípios processuais

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 1º do Código de Processo Civil

O processo civil será ordenado, disciplinado e

interpretado conforme os valores e as normas

fundamentais estabelecidos na Constituição da

República Federativa do Brasil, observando-se as

disposições deste Código.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

3. Princípios Constitucionais

Princípio do devido processo legal

O princípio do devido processo legal é a base

dos demais princípios constitucionais do processo

civil.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 5º, inciso LIV, da Constituição Federal

Ninguém será privado da liberdade ou de seus

bens sem o devido processo legal.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Devido processo legal substancial e formal

Devido processo legal formal = tutela processual

Devido processo legal substancial = o Poder Estatal

não pode editar normas que desrespeitem a

razoabilidade e afrontem as bases do regime

democrático.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

4. Princípio do acesso à justiça (efetividade)

Artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal

A lei não excluirá da apreciação do Poder

Judiciário lesão ou ameaça a direito.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 3º, do Código de Processo Civil

Não se excluirá da apreciação jurisdicional

ameaça ou lesão a direito.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Quando o Poder Judiciário nega os benefícios

da justiça gratuita ao jurisdicionado, está

desrespeitando o acesso dele à justiça.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O jurisdicionado espera obter do Poder Judiciário

uma resposta aos requerimentos a ele dirigidos.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

5. Princípio do contraditório e da ampla defesa

Artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal

Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e

aos acusados em geral são assegurados o contraditório

e ampla defesa, com os meios e recursos a ela

inerentes.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 9º do Código de Processo Civil

Não se proferirá decisão contra uma das partes

sem que ela seja previamente ouvida.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Parágrafo único: O disposto no caput não se aplica:

I - à tutela provisória de urgência;

II - às hipóteses de tutela de evidência previstas no art.

311, incisos II e III, do CPC;

III - à decisão que trata do mandado inicial da ação

monitória.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 7º do Código de Processo Civil

É assegurada às partes paridade de tratamento

em relação ao exercício de direitos e faculdades

processuais, aos meios de defesa, aos ônus, deveres e

à aplicação de sanções processuais, competindo ao

juiz zelar pelo efetivo contraditório.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O contraditório e a liminar “inaudita altera parte”

Não há inconstitucionalidade nem desrespeito ao

princípio do contraditório e da ampla defesa na

concessão da liminar “inaudita altera parte” nas tutelas

provisórias.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Exemplo

Busca e apreensão de criança que está com o pai que

irá viajar para o exterior sem autorização da mãe. Não

há inconstitucionalidade se o juiz de direito conceder

“liminar” para impedir o desaparecimento da criança,

se a guarda ainda não estiver definida.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O princípio do contraditório e da ampla não

permite ao juiz de direito reconhecer a carência da ação

antes de dar às partes oportunidade de se manifestar.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O mesmo se aplica nos casos do artigo 332 do

Código de Processo Civil no que diz respeito à

improcedência liminar do pedido.

Exemplo: Enunciado de súmulas do tribunal de justiça

sobre direito local.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O contraditório na execução civil

Os embargos do devedor é defesa ou ação

autônoma?

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Contraditório e prova emprestada

O princípio do contraditório exige que as partes

tenham oportunidade de participar da produção de

prova.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 372 do Código de Processo Civil

O juiz poderá admitir a utilização de prova

produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que

considerar adequado, observando o contraditório.

1ª parte da aula

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

6. Princípio da duração razoável do processo (celeridade

processual)

Artigo 5º, inciso LXXVIII, da Constituição Federal

A todos, no âmbito judicial e administrativo, são

assegurados a razoável duração do processo e os meios

que garantem a celeridade de sua tramitação.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 4º do Código de Processo Civil

As partes têm o direito de obter em prazo razoável

a solução integral do mérito, incluída a atividade

satisfativa.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Para que o processo alcance seu objetivo é

preciso que se encerre dentro de um prazo razoável.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

7. Princípio da isonomia

Todos são iguais perante a lei (art. 5º, inciso I, da

CF)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Princípio da isonomia processual

Tratamento igualitário em relação ao exercício de

direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa,

aos ônus da prova, aos deveres e aplicação de sanções

processuais.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 7º do Código de Processo Civil

É assegurada às partes paridade de tratamento

em relação ao exercício de direitos e faculdades

processuais, aos meios de defesa, aos ônus, deveres e

à aplicação de sanções processuais, competindo ao

juiz zelar pelo efetivo contraditório.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O juiz de direito deve levar em consideração

eventuais diferenças entre os sujeitos de direito.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Isonomia

Formal: tratamento igualitário a todos, sem levar em

consideração eventuais diferenças entre os sujeitos de

direito.

Real: o juiz deve levar em consideração as diferenças

entre os demandantes.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Isonomia real: tratar igualmente os iguais e

desigualmente os desiguais na medida da sua

desigualdade.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

ISONOMIA, JULGAMENTOS REPETITIVOS E A ORDEM

CRONOLÓGICA

Jurisprudência vinculante

Julgamento repetitivos

Observância da ordem cronológica para proferir

sentenças e acórdãos (Art. 12 do CPC)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Estão excluídos do artigo 12 do CPC:

I - sentenças proferidas em audiência, homologatórias

de acordo ou de improcedência liminar do pedido;

II - julgamento de processos de tese jurídica firmada em

julgamento de casos repetitivos;

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

III - julgamento de recursos repetitivos ou de incidente

de resolução de demandas repetitivas;

IV - sentença de extinção do processo sem resolução de

mérito e decisões do relator

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

V - julgamento de embargos declaratórios;

VI - julgamento do agravo interno;

VII - as preferências legais e as metas estabelecidas

pelo Conselho Nacional de Justiça;

VIII - os processos criminais;

IX - processos que exijam julgamento urgente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

8. Princípio da imparcialidade do juiz (juiz natural)

Artigo 5º, inciso LIII, da Constituição Federal

Ninguém será processado nem sentenciado senão pela

autoridade competente.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O juiz togado (natural) é aquele que aprovado em

concurso público e nomeado pelo Estado para julgar as

demandas. Não há juízo ou tribunal de exceção. (Art. 5º,

inc. XXXVII, da CF.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O juiz natural é competente para conhecer e

julgar ações judiciais.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O Estado não pode criar juízos ou tribunais para

julgar um fato ocorrido anteriormente, porque se assim

agisse estaria retirando o julgamento do juiz natural.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Requisitos para a caracterização do juiz natural

1. O julgamento deve ser presidido por juiz investido de

“jurisdição”.

2. O juízo deve existir antes da causa.

3. A causa deve ser submetida a juiz competente para

conhecê-la e julgá-la.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

9. Princípio do duplo grau de jurisdição

Esse princípio não está implícito na Constituição

Federal. Dá oportunidade ao demandante recorrer das

decisões judiciais aos órgãos de grau superior. Chama-

se de duplo grau de jurisdição.

2ª parte da aula

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

10. Princípio da publicidade dos atos processuais

Os atos judiciais devem ser públicos, exceto

aqueles que devem tramitar sob segredo de justiça.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 93, inciso X, da Constituição Federal

As decisões administrativas dos tribunais serão

motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares

tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus

membros.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 189, incisos I a III, do Código de Processo Civil

Os atos processuais são públicos, todavia

tramitam em segredo de justiça os processos:

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

I - exigência do interesse público ou social;

II - ações de estado (casamento, separação de corpos,

divórcio etc.);

III - informações protegidas pelo direito constitucional à

intimidade;

IV - arbitragem, desde que a confidencialidade indicada

na arbitragem, seja comprovada perante o juízo.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

11. Princípio da motivação das decisões judiciais

Artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário

serão públicos, e fundamentadas todas as decisões,

sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença,

em determinados atos, às próprias partes e a seus

advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a

preservação do direito à intimidade do interessado no

sigilo não prejudique o interesse público à informação

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O juízo deverá justificar suas decisões,

apresentando as razões pelas quais determinou essa ou

aquela medida, proferindo esse ou aquele julgamento.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Motivação é igual a motivo. Sem fundamentação,

as partes não sabem o motivo pelo qual o juiz tomou

aquela decisão.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

A ausência de motivação enseja a oposição de

embargos declaratórios.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

PRINCÍPIOS INFRACONSTITUCIONAIS DO PROCESSO

CIVIL

Os princípios infraconstitucionais do processo

civil são aqueles que norteiam o andamento do

processo desde a petição inicial até a sentença.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1. Princípio do dispositivo

O princípio dispositivo explica que o juiz não

pode conhecer de matéria a cujo respeito a lei exige

a iniciativa da parte, ou seja, não foi posta em juízo.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O princípio dispositivo evita que a sentença seja

tida por extra petita e, consequentemente, nula.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

2. Princípio da oralidade

Alguns atos processuais podem ser orais. Esse

princípio está totalmente relacionado ao Juizado Especial

Cível.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

3. Princípio da persuasão racional do juiz (ou livre

convencimento motivado)

Esse sistema indica que o juiz de direito precisa

formar seu convencimento livremente, examinando as

provas produzidas.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Essa convicção tem de estar fundamentada nos

elementos que constam dos autos do processo,

segundo o artigo 371 do Código de Processo Civil:

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O juiz apreciará a prova constante dos autos,

independentemente do sujeito que a tiver promovido, e

indicará na decisão as razões da formação de seu

convencimento.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

4. Princípio da boa-fé

São deveres que as partes devem cumprir no

curso do processo. Devem elas proceder com boa-fé e

lealdade.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O princípio da boa-fé processual é uma norma de

conduta.

Exemplos:

a) Expor os fatos em juízo conforme a verdade.

b) Não fraudar provas processuais.

c) Não criar embaraços no andamento processual.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

5. Princípio da cooperação

Artigo 6º do Código de Processo Civil

Todos os sujeitos do processo devem cooperar

entre si para que se obtenha, em tempo razoável,

decisão de mérito justa e efetiva.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

6. Princípio da instrumentalidade

O processo é formado de atos processuais. Esses

atos processuais (petição inicial, contestação, citação

etc.) devem ser realizados de acordo com as normas

processuais, contudo, a formalidade de alguns atos

processuais não pode impedir que o autor obtenha uma

sentença de mérito.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 188 do Código de Processo Civil

Os atos e os termos processuais independem de

forma determinada, salvo quando a lei expressamente

a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de

outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.