princípios activos e fitoterápicos ayurvédicos da trigonella foenum graecum l

15
Princípios Ativos e Terapêuticos Ayurvédicos: Trigonella foenum-graecum L. MEDICINA AYURVÉDICA Discente: Marta Carvalho | Docente: Michele Pó | 3ºA Naturopatia, 1º semestre, Nov’14 | Horas de Auto-Estudo Orientado Ano letivo 2014-2015

Upload: ayur-amrita

Post on 13-Jul-2015

170 views

Category:

Education


3 download

TRANSCRIPT

Princípios Ativos e

Terapêuticos Ayurvédicos:

Trigonella foenum-graecum

L.MEDICINA AYURVÉDICA

Discente: Marta Carvalho | Docente: Michele Pó | 3ºA Naturopatia, 1º semestre, Nov’14 | Horas de Auto-EstudoOrientado

Ano letivo 2014-2015

Índice

Introdução

O que são especiarias?

História do Feno-Grego

O Feno-grego: Monografia

• Nomes vulgares

• Constituintes Fitoquímicos e Atividade Biológica/Farmacologia

• Usos Etnomédicos e Médicos

• Principais Indicações/ Contraindicações

• Efeitos Secundários e Toxicidade, Precauções

• Formas de Administração e Posologia

Feno-grego como especiaria e suas Aplicações Terapêuticas

Conclusão

Bibliografia

Introdução

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Medicina Ayurvédica. O objetivo é

evidenciar as propriedades do Feno-grego como planta medicinal.

Em primeira instância, será feita uma definição do que são especiarias e uma breve

referência à história do Feno-grego e sua distribuição a nível mundial.

De seguida, irá ser abordada a monografia do Trigonella foenum-graecum L., onde

serão descritos os constituintes fitoquímicos presentes nesta planta, bem como as

suas ações biológicas e farmacológicas, propriedades, indicações, contraindicações,

posologia, entre outros.

Um Regulador para o Equilíbrio

Orgânico

O que são especiarias?

Do latim Species ei, “especiaria” = “substância”, “mercadoria”.

No contexto europeu a especiaria tinha âmbito alargado e abrangia vários produtos

alimentares estimulantes do apetite e também as drogas medicinais de origem exótica.

Com o evoluir dos tempos, a designação de “especiaria” ficou um pouco mais alargada e o

seu âmbito incluía, umas vezes, diversos produtos, outras vezes, esta designação ficava

circunscrita apenas às especiarias orientais.

História do Feno-Grego

Originário da Índia e do Paquistão, o Feno-Grego é uma planta medicinal muito antiga utilizada por

todas as civilizações, do Oriente ao Ocidente. Quando foi introduzida na zona mediterrânea, era

muito cultivada na Grécia, daí o seu nome. Foram encontradas sementes no túmulo de

Tutankhamun.

O Feno-grego já era conhecido e utilizado por Dioscórides e pelos antigos médicos árabes, com

muita consideração.

No Antigo Egipto, esta planta era usada para fazer baixar a febre.

Atualmente, a África do Norte é a maior região produtora do Feno-grego.

Feno-Grego: Monografia

Família Botânica:

Fabáceas (Leguminosas)

Nomes comuns:

Alfarva, Alforva.

Identificação Botânica e Colheita:

Planta herbácea de pequeno porte de folhas trifoliadas, flores esbranquiçadas e triangulares. O fruto contém sementes com forma de losango. A colheita é feita em Agosto.

Partes utilizadas:

Sementes maduras.

Feno-Grego: Monografia

Habitat e distribuição:

Planta herbácea anual nativa do Norte de África e da zona oriental mediterrânica, também cresce em

terrenos incultos do Sul da Europa. Encontra-se, facilmente em searas e terrenos incultos de Portugal.

É muito cultivada como planta forraginosa.

Constituintes Fitoquímicos e Atividade Biológica/Farmacologia:

4-hidroxisoleucina, um aminoácido responsável por grande parte do efeito desta planta a nível

lipídico e glicémico, por estimular a produção de insulina através de um efeito direto nos ilhéus de

Langerhans (células do pâncreas que produzem insulina).

As fibras ajudam na regulação da digestão e a diminuir a absorção de hidratos de carbono que, por

sua vez, reduz os níveis de açúcar no sangue na diabetes tipo 2.

O constituinte amargo aumenta o apetite e melhora a digestão, por estimular a secreção do suco

gástrico. Em menor escala, têm ação diurética, antifúngica e colagoga.

Feno-Grego: Monografia

Flavonoides, como anti-inflamatórios, antialérgicos, hepatoprotetores, antiespasmódicos. Têm

propriedades antioxidantes e são captadores de radicais livres.

Vitaminas do complexo B, como a colina (com ação sobre os lípidos) e inositol (glícido que existe

nas fibras musculares e que participa no metabolismo celular e ajuda no crescimento).

Trigonelina, um alcaloide que ajuda a prevenir cáries dentárias por inibir a aderência de algumas

bactérias aos dentes.

Outros Constituintes:

Sais de ferro e magnésio

Vestígios de óleo essencial

Compostos de fósforo orgânico (estimulante neuromuscular)

Mucilagens (efeito regenerador dos tecidos e laxante suave)

Feno-Grego: Monografia

Usos Etnomédicos e Médicos:

Anorexia; perda de peso; perturbações metabólicas como diabetes e hiperlipidemias. Como

digestivo e emoliente nas gastrites; emoliente na tosse e bronquite. Em uso tópico nas

inflamações da pele, acne, eczemas, abcessos e furúnculos.

Usos Aprovados pela Comissão E:

Perda de apetite. Externamente, nas inflamações da pele.

Feno-Grego: Monografia

Propriedades e Indicações:

Hipoglicemiante na diabetes.

Hipolipemiante e hipocolesterolémico nas dislipidemias.

Galactagogo e regulador hormonal nas lactentes.

Tónico amargo com efeito aperitivo e digestivo.

Emoliente e anti-inflamatório nas inflamações do intestino.

Estimulante do apetite, devido às suas propriedades aromáticas, carminativas e suavizantes das

gastrites.

Antianémico na regulação do peso: em pessoas magras ajuda a aumentar o peso e, pelo contrário,

em pessoas com excesso de peso, fá-las consumir menos gorduras.

Feno-Grego: Monografia

Contraindicações:

Gravidez, por terem sido descritos efeitos oxitócicos in vivo. Não usar durante a aleitação, por

causa dos constituintes amargos.

Efeitos Secundários e Toxicidade:

Possíveis efeitos oxitócicos.

Precauções:

Ao reduzir a absorção intestinal de glúcidos, será necessário controlar a glicemia para ajustar as

doses de insulina nos doentes com diabetes que sejam insulino-dependente.

Feno-Grego: Monografia

Formas Galénicas:

Pó, xarope, comprimidos, extrato fluido e cataplasmas de uso externo. Também cápsulas de

gelatina dura com pó.

Formas de Administração e Posologia:

Internamente são consumidas as sementes secas, normalmente em comprimidos (500mg a 4g por

dia). As folhas podem ser comidas em sopas e saladas devido ao seu elevado valor nutritivo e as

sementes podem ser também germinadas ou utilizadas como farinha para fazer bolos e pão.

Externamente pode aplicar-se sob a forma de cataplasmas.

Nota: dose média diária 6g

Conclusão

O Feno-Grego é, desde a antiguidade, utilizado para fins medicinais em muitos sistemas

tradicionais.

As suas aplicações foram exploradas e estudadas durante toda a história da humanidade,

sendo descobertas muitas e diversas propriedades medicinais presentes nesta planta.

A sua utilização, tanto no tratamento da diabetes como para reequilibrar o peso e os níveis

corretos de colesterol, o Feno-grego pode ser então considerado como um “regulador”, visto

que a sua ação tende sempre para o equilíbrio orgânico.

Bibliografia

- Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia, A. Proença da Cunha, Alda Pereira da Silva, Odete Rodrigues Roque

- Naturopatia, A Natureza cura a Natureza, João Beles

- Plantas Medicinais e Complementos Bioterápicos, Eduardo Ribeiro, Coleção: Medicina Natural

- ABCedário das Plantas Aromáticas e Medicinais

- Medicina Popular: Tratamento pelas Plantas Medicinais, João Ribeiro Nunes

- A Epopeia das Especiarias, Instituto de Investigação científica Tropical, Edições Inapa

- http://informahealthcare.com/doi/abs/10.3109/13880209.2013.826247

- http://www.ayurvediccure.com/10-effective-natural-cures-for-type-2-diabetes/

- http://www.saladeayurveda.com/2010/01/farmacia-na-cozinha-parte-iii.html