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PRINCIPAIS DESAFIOS DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE FORRAGEIRAS DE CLIMA TEMPERADO Pedro Henrique Linassi Mastella Engenheiro Agrônomo Foz do Iguaçu - PR, 10 de Agosto de 2017

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PRINCIPAIS DESAFIOS DA

PRODUÇÃO DE SEMENTES DE

FORRAGEIRAS DE CLIMA

TEMPERADO

Pedro Henrique Linassi MastellaEngenheiro Agrônomo

Foz do Iguaçu - PR, 10 de Agosto de 2017

ASSOCIAÇÃO SUL - BRASILEIRA PARA O

FOMENTO E A PESQUISA DE FORRAGEIRAS

• Fundada em 26/11/2007;

• Atualmente possui 21 associados (RS, SC e

PR);

• Entidade sem fins lucrativos;

• Preza pelo uso racional de recursos físicos,

humanos e financeiros;

• Tem por finalidade a pesquisa, planejamento,

assessoria e o desenvolvimento técnico

científico voltado ao incremento, ao

desenvolvimento e a divulgação de espécies

forrageiras.

• Fomenta o desenvolvimento de novas

cultivares e auxilia o melhoramento das já

existentes;

• Convênio com a Empresa

Brasileira de Pesquisa

Agropecuária (EMBRAPA);

• Convênio com a Universidade

Federal do estado do Rio

Grande do Sul (UFRGS);

CULTIVARES DESENVOLVIDAS

Utilizado em

consorciações com

gramíneas de

inverno;

Solos bem

drenados.

Indicada para áreas

com maior umidade

e fertilidade;

Consórcio com

gramíneas;

Sobressemeadura

em campo natural.

Integração lavoura

pecuária por ser

uma cultura anual.

Indicado para

consórcio em áreas

bem drenadas;

CENÁRIO ATUAL • Estima-se que cinco milhões de hectares

sejam cultivados com forrageiras de clima

temperado no Brasil (NABINGER, 2006);

• No estado do RS, 76% dos pastos são

formados por pastagens naturais e apenas 8%

com pastagens cultivadas (NABINGER, 2006);

• Essas pastagens suprem a demanda de

alimento para os rebanhos nos meses de

inverno;

• Base no esquema de pastoreio da região Sul

do Brasil;

• Utilizadas em cultivos singulares ou

consorciadas;

• Alto valor nutritivo;

• Pouca disponibilidade de

sementes em categoria

superior;

• Cadeia produtiva em processo

de reestruturação.

• Cerca de 30% dos produtores

utilizam sementes certificadas

em suas propriedades

(SARMENTO, 2017);

• Em virtude do clima, potencial

produtivo e oportunidade de

comércio muitos tomam a

decisão de colher ou não;

• Sementes de forrageiras são

consideradas subproduto da

pecuária;

“GRÃO É O QUE SE COLHE E

SEMENTE É O QUE SE PLANTA”

• Semente possui um pacote de tecnologia que se

usado adequadamente vai proporcionar o

máximo ganho na produção de grãos;

• Um lote de sementes de boa qualidade

apresenta atributos como pureza e germinação

superiores a semente não certificada;

PRODUTOR ESPECIALIZADO

• Inscrito no Registro Nacional de

Sementes e Mudas (RENASEM);

• Mantém produção de sementes

certificada, com origem e adoção

das práticas tecnológicas exigidas

pela Lei de Sementes;

• Contribui com taxas, impostos,

pagamento de royalties.

• Investe em unidades de beneficiamento,

máquinas de classificação e limpeza;

• Mantém uma equipe de técnicos especializados;

• Acompanha os campos de produção;

• Incentiva o uso de tecnologia de ponta;

• Produz sementes com qualidade, pureza

genética, alta qualidade fisiológica e boa

sanidade.

PRODUTOR INFORMAL• Retém o volume necessário e o

restante comercializa;

• Não possui origem dos materiais;

• Atua no mercado ilegal (pirataria);

• Não efetua nenhum tipo de

controle laboratorial

(pureza/germinação);

• Trabalha com preço e não

qualidade.

MERCADO INFORMAL• SEMENTE SALVA: Reserva de sementes para

plantio no próximo ano;

• PIRATA OU BOLSA BRANCA: Totalmente ilegal,

produzida e comercializada fora do sistema de

produção;

• CONTRABANDEADA: Atravessa as divisas,

principalmente Uruguai e Argentina. Exemplo:

Azevém, Cornichão e Trevos.

SEMENTES SALVAS: Motivos de uso

• Tradição familiar;

• Tentativa de redução de custos;

• Escassez de sementes ou cultivares

específicas;

• Baixa qualidade da semente

comercial;

• Preços acima do valor de mercado.

SEMENTES PIRATAS: Motivos de uso

• Oportunismo, vantagem em agregar valor ao

grão;

• Dificuldades e falhas no processo de

fiscalização;

• Impunidade, circulo vicioso;

• Mercado crescente;

• Renda extremamente elevada.

PIRATARIA: Riscos

• Retrocesso aos padrões de qualidade:

• Transmissão de patógenos, fungos e

bactérias;

• Estagnação e dificuldade de avanços

tecnológicos;

• Atraso a pesquisa e melhoramento genético.

PIRATARIA: Alerta ao Consumidor

• Abertura de portas para problemas produtivos,

genéticos, fisiológicos e sanitários.

• Custo chega a ser 50% menor que a semente

certificada, porém sem atestado de origem e

germinação duvidosa.

RISCOS A CADEIA PRODUTIVA

• FITOSSANITÁRIOS: Disseminação de pragas e

doenças;

• PUREZA: Alto índice de misturas, baixo

desempenho;

• FALSIFICAÇÃO: Baixa qualidade fisiológica,

falta de tecnologia, produtividade

comprometida.

EM ANOS DE SUPER SAFRA

Produção elevada

Baixo valor de comercialização

Próxima safra aumento no uso de sementes salvas

Lavouras desuniformes, baixa qualidade e rendimento

POR QUE PRODUZIR MAIS?

• Crescimento populacional;

• Aumento da demanda por alimentos;

• Leite e seus derivados;

• Carne;

• Embutidos

• Aumento da produtividade;

• Abertura de novas áreas de produção de

sementes.

DESAFIOS

• Fomentar o uso de sementes certificadas pelos

produtores rurais, valorizando o setor;

• Banir o uso de sementes piratas;

• Alertar para o perigo das sementes salvas;

• Aumentar o processo fiscalizatório;

• Profissionalização do mercado;

• Novas tecnologias;

• Cultivares diferenciadas;

• Politicas públicas de apoio.

• Estratégias voltadas a qualidade e não

quantidade;

• Utilizar de forma eficaz e rentável a produção.

• Estimular o uso adequado de tecnologia para

obter maiores rendimentos;

• Mudar a concepção de que Forrageiras são

apenas culturas subsequentes a pecuária;

• Incentivar a pesquisa e o desenvolvimento a

fim de aprimorar o processo técnico.

DESAFIOS DA PESQUISA

• A área de melhoramento genético vegetal tem

sido provavelmente a que encontra maiores

dificuldades.

• A falta de incentivos e a necessidade de

trabalhos de longo prazo, vão de certa forma

desestimulando pesquisadores.

• O trabalho do pesquisador é a céu aberto, dessa

forma os experimentos estão suscetíveis a

intempéries climáticas;

• Trabalhos de longos anos são sacrificados

devido a geada, granizo, excesso ou falta de

chuva.

ALERTA AO CONSUMIDOR

• Adquirir sementes de produtores idôneos,

registrados no Ministério da Agricultura,

através de um número de Renasem;

• O comprador tem que ter conhecimento do

padrão mínimo (pureza e germinação) para

a espécie a ser adquirida.

• O comprador deve ter em mãos o termo de

garantia da semente.

• Conferir o nome, endereço do produtor, o

número do registro no MAPA e a data de

validade do teste de germinação.

AVANÇOS

• Pesquisa e desenvolvimento

de novas cultivares;

• Disponibilidade de materiais

altamente competitivos;

• Novos parâmetros buscando

flexibilidade nos padrões

atuais, principalmente em

categoria S2;

• IN 44 - Padrões de Identidade

e Qualidade de Sementes de

espécies forrageiras de clima

temperado, vigente a partir

da safra 2017/2017;

• Maior visibilidade e

credibilidade do setor, em um

mercado dominado pela

cultura da soja.

SEMENTE CERTIFICADA

VANTAGENS• Menor gasto de sementes por hectare,

gerando menor custo de produção;

• Uniformidade de estande, redução na

incidência de invasoras e ervas

daninhas;

• Assegura a permanência de empresas

sérias e legalizadas no mercado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

• Sementes certificadas possuem custo

mais elevado. Porém é compensado pela

maior produtividade da lavoura;

• A solução para busca de maior oferta de

forragem passa pela utilização de

sementes com qualidade comprovada;

• O Brasil possui enorme potencial produtivo,

para isso precisa e depende do uso de

sementes certificadas;

• A semente é o insumo básico em qualquer

sistema de produção.

É através de associações, como a SULPASTO que

tentamos produzir sementes com alto potencial

produtivo, aliado a tecnologia diferenciada para sermos

referência no mercado de sementes de forrageiras

temperadas.

Junto da pesquisa, procuramos suprir de maneira

eficaz e rentável as necessidades que o setor apresenta.

Cada associado possui o compromisso em seguir

fomentando o setor e tentando ser o elo existente dessa

cadeia com o produtor rural.

OBRIGADO PELA ATENÇÃO

Eng. Agrônomo Pedro Henrique Linassi MastellaE-mail: [email protected]