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PROIBIDA A VENDA Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 11 - nº 106 - Agosto/2010 Distribuição Gratuita Nesta Edição : Deus Vê Tudo Instrutores Amigos Os Jovens Estão Amadurecendo Mais Cedo? Regressão de Memória ou Previsão do Futuro? Madre Teresa de Calcutá Primeira Parte Não Adianta Brigar Caridade e Disciplina

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PROIBIDA A VENDA

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 11 - nº 106 - Agosto/2010Distribuição Gratuita

Nesta Edição:Deus Vê TudoInstrutores AmigosOs Jovens Estão Amadurecendo Mais Cedo?Regressão de Memória ou Previsão do Futuro?

Madre Teresa de CalcutáPrimeira Parte

Não Adianta BrigarCaridade e Disciplina

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Vivemos uma era em que a comunicação entre as pessoas é facilitada pelos avanços da tecnologia.

Basta acontecer algo em qualquer lugar do mundo, que no mesmo instante ficamos sabendo.

Este avanço foi muito importante para que o conhecimento das pessoas sobre diversos assuntos aumentasse e, para isto, muito houve de colaboração dos meios de comunicação, principalmente da televisão.

Vejamos o que aconteceu já no ano de 1971, com o programa Pinga-Fogo, aonde o nosso querido Chico Xavier pôde levar a mensagem espírita cristã para um imenso número de pessoas através da televisão. Foi um grande avanço que repercute até hoje.

Mas nem sempre este importantíssimo meio de comunicação é usado para o benefício da coletividade.

Disfarçadamente, sorrateiramente, vai sendo usado para disseminar ideias e conceitos que levam a alguns desastres morais e, nem sempre percebemos o que estão tentando nos transmitir.

Vejamos o raciocínio que podemos ter com determinadas notícias: recentemente um programa de televisão mostrou como era comum mulheres recorrerem a clínicas de aborto que não ofereciam nenhuma segurança a suas vidas.

Com esta reportagem, ao invés de se pensar que o aborto é considerado um crime (para a lei dos homens e para a lei de Deus), muitos comentaram que, se o aborto fosse legalizado, as mulheres poderiam praticá-lo com mais segurança para a sua saúde. Inverteram o foco da notícia!

Da mesma forma, vemos ídolos da juventude fabricados pelos programas de televisão sendo chamados de “exemplos de dignidade a serem seguidos”, mas que levam os jovens a atitudes desequilibradas.

E qual é a nossa responsabilidade sobre tudo isto?Devemos estar atentos nas mensagens que acompanham cada programa que,

principalmente, os jovens assistem.Examinemos tudo com muita atenção.Não sejamos coniventes com a “barbárie moral” que assola a maioria dos

programas televisivos, bem como, as músicas, filmes, cinemas, teatro e internet.Procuremos orientar as crianças, com muita conversa e explicação, quando elas

assistirem algo que não é moralmente recomendado.Usemos o nosso livre-arbítrio juntamente com o senso crítico, e procuremos

aproveitar melhor os nossos momentos de lazer com programas construtivos.Isto se chama evolução.

Editorialeditorial

ÍNDIC

E

Publicação MensalDoutrinária-espírita

Ano 11 - nº 106 - Agosto/2010Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40

CCM: 39.737Seareiro é uma publicação mensal, destinada a expandir a divulgação da Doutrina Espírita e manter o intercâmbio entre os interessados em âmbito mundial. Ninguém está autorizado a arrecadar materiais em nosso nome, a qualquer título. Conceitos emitidos nos artigos assinados refletem a opinião de seu respectivo autor. Todas as matérias podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

Direção e RedaçãoRua das Turmalinas, 56 / 58

Jardim DoniniDiadema - SP - Brasil

CEP: 09920-500Tel: (11) 2758-6345

Endereço para correspondênciaCaixa Postal 42Diadema - SP

CEP: 09910-970Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa

E-mail: [email protected] Editorial

Antonio Ceglia RibeiroCladi de Oliveira Silva

Fátima Maria GambaroniGeni Maria da SilvaIago Santos Muraro

Indaiá ChristianoNereide Conceição Grecco Ribeiro

Reinaldo GimenezRoberto de Menezes Patrício

Rosangela Araújo NevesSilvana S.F.X. Gimenez

Vanda NovickasWilson Adolpho

Jornalista ResponsávelEliana Baptista do Norte

Mtb 27.433Diagramação e Arte

Reinaldo GimenezSilvana S.F.X. Gimenez

Imagem da Capahttp://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8e/

MotherTeresa_090.jpg

ImpressãoVan Moorsel, Andrade & Cia Ltda

Rua Souza Caldas, 343 - BrásSão Paulo - SP - (11) 2764-5700

CNPJ: 61.089.868/0001-02Tiragem

12.000 exemplaresDistribuição Gratuita

Grandes Pioneiros: Madre Teresa de Calcutá - Pág. 3Kardec em Estudo: Objetivo da Adoração - Pág. 9Atualidade: Regressão de Memória ou Previsão do Futuro? - Pág. 9Cantinho do Verso em Prosa: Não Adianta Brigar - Pág. 11Mensagem: Nasce para o Amor - Pág. 11Canal Aberto: Cem anos - Pág. 12Família: Os Jovens Estão Amadurecendo Mais Cedo? - Pág. 12Clube do Livro: A Feira dos Casamentos - Pág. 13Livro em Foco: Recados da Vida Maior - Pág. 14Tema Livre: Instrutores Amigos - Pág. 14

Caridade e Disciplina - Pág. 14Contos: Deus Vê Tudo - Pág. 16Terceira Idade: Só Depende de Nós - Pág.17Pegadas de Chico Xavier: Suicídio - Pág. 18Calendário: Agosto - Pág. 19

3Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Quantas são as pessoas que já ouviram e já pronunciaram esse nome? Diríamos, milhões. Até hoje o seu nome é respeitosamente lembrado, após os treze anos passados de seu desencarne.

Quanto deve ter sido emocionante o reencontro de Teresa de Calcutá na Espiritualidade, com aqueles a quem ela socorreu na Terra e que, desencarnados, viam-na em seus braços novamente, rodeada de luzes, pelo Bem que sempre realizou! Voltava para a pátria de origem, mais uma vez jubilosa por ter cumprido sua grande missão: “salvar vidas”.

Reportemo-nos a essa sua vinda à Terra, no dia 26 de Agosto de 1910. Ano glorioso para a nossa Humanidade, pois Deus nos enviou dois Espíritos missionários, Teresa de Calcutá e o amado Chico Xavier, ambos nascidos no mesmo ano. Enquanto Chico reencarna em terras brasileiras, Teresa renasce numa localidade distante da Europa, num povoado pequenino chamado Skopje, que pertencera à Albânia, hoje capital da Macedônia, e anteriormente à Iugoslávia. Em 1963 o povoado de Skopje, no mês de julho, sofreu um grande terremoto que, com a ajuda de arquitetos japoneses, foi reconstruído e tornou-se a capital da Macedônia, após uma guerra civil dos Bálcãs, no início da década de 1990. Reconstruída, Skopje tornou-se uma cidade moderna.

Teresa gostava de relembrar sua infância. A saudade era intensa, pois o convívio com seus pais e irmãos fora de muita paz e união. O pai, chamado Nikolle ou Nicolau, herdara de seus pais, lavradores, terras que foram transformadas numa importante loja de materiais de construção gerenciada por Nikolle, que trazia grande senso para negócios, e também importação e exportação entre os países mais próximos da Macedônia.

As negociações com importação e exportação aumentaram a capacidade intelectual do senhor Nikolle. Visitando constantemente os países como França e Itália, e, conhecedor da língua servo-croata que já lhe era familiar, passou a falar fluentemente as línguas desses locais, facilitando o meio de comunicação com esses povos.

O senhor Nikolle era um homem muito ativo e, além dos negócios, ele era integrante da banda municipal, tocando e alegrando os músicos com seu entusiasmo. Era também político e, como tal, tornou-se vereador em Skopje, para poder oferecer seus préstimos ao povo de sua cidade. Mas, isso tudo não lhe tirava o cuidado para com sua família. As horas que reservava para a esposa e os filhos eram sagradas e os mantinha zeloso, com uma severa educação.

A mãe de Teresa de Calcutá, chamada Drana ou Rosa pela tradução, vivia em completa harmonia com Nikolle; formavam um casal de respeito mútuo e educavam os filhos na religião católica. Praticantes, frequentavam a igreja e assimilavam seus princípios.

Drana Bernaj Bojaxhiu e Nikolle tiveram três filhos: a primogênita recebeu o nome de Aga ou Ágata ou ainda Águeda; Lazar ou Lázaro e por último, Gonxha, traduzidos

por Inês ou Agnes, que no futuro teria o nome de Teresa de Calcutá.

Teresa lembrava-se que a cada partida de seu pai para os outros países, a trabalho, ele reunia os filhos e, diante da mãe, Drana, recomendava que fossem obedientes à genitora e a ajudassem a cuidar da loja de materiais de construção. Depois se dirigia ao irmão Lazar e dizia: “Filho, cuidado com suas irmãs e principalmente com os objetivos que vocês devem alcançar. O respeito entre vocês três são o fundamento da educação que irá se revelar em breve futuro, pois tudo começa dentro de um lar bem formado.

Depois dos conselhos dados por papai, lembrava Teresa, ele nos abraçava e, com respeitoso beijo em nossa mãezinha, partia feliz. Tanto a mãe como os meninos já haviam se acostumado às viagens do pai. Sabiam que quando voltava, depois dos festejos e beijos de saudade, o senhor Nikolle, com todo contentamento de sua alma, entregava os presentes que trazia de cada local que visitava. Mamãe Drana era a que mais se alegrava, porque vinham objetos de uso doméstico não conhecidos na cidade. Ela mostrava, orgulhosa, para os vizinhos, os presentes ganhos do papai Nikolle.

Nikolle era militante político e, por essa época da infância de Teresa, o país passava por problemas sociais terríveis. Ele sonhava ver a liberdade dos povos simples, que sucumbiam pela pressão dos países mais poderosos. Seu intuito era de que houvesse a autonomia do país, e não se satisfazer e se engrandecer como político. Ele apenas lutava pela igualdade social.

Os anos transcorriam sem qualquer alteração familiar ou social. Porém, em 1919, Nikolle viaja para fazer parte de um congresso nacionalista em Belgrado. Por essa época, Teresa

Grandes Pioneirosgrandes pioneiros

Madre Teresa de Calcutá

Primeira parte

estava com nove anos. Junto aos irmãos que ajudavam nas tarefas da casa, vira quando uma ambulância parou na porta da loja de materiais de construção, para dar a noticia de que o senhor Nikolle seria internado no pequeno hospital de Skopje. A senhora Drana, muito assustada, seguiu de imediato na ambulância.

Nikolle fora encaminhado para a sala de cirurgia. Segundo os médicos, seu estado era gravíssimo. Apresentando espasmos constantes, seguidos de hemorragia interna, não superando o quadro clínico, desencarna durante a cirurgia.

O desencarne do senhor Nikolle foi de profunda dor para os familiares e também para todo o povoado. Foram levantadas sérias suspeitas no meio político. Afinal, Nikolle participava no congresso de Belgrado como defensor dos direitos humanos. Teria ele incomodado aos políticos das grandes potências? Afinal quem era Nikolle Bojaxhiu? Um simples músico e comerciante de um lugarejo oprimido, de um país insignificante? Mas, os políticos locais, que conheciam a garra e o forte ideal de Nikolle Bojaxhiu, sabiam que ele seria uma difícil montanha a ser escalada. Esses comentários trouxeram para o coração de Lazar, o segundo filho de Nikolle, uma terrível dúvida: “Teria meu pai sofrido um atentado terrorista e sido vitimado por um envenenamento provocado pelos inimigos políticos?”

O jovem Lazar sofria calado. Não conseguia dormir e tinha medo de desabafar-se com sua mãe. Ela já estava tão abatida, embora continuasse a lutar. Teresa e a irmã mais velha queriam participar do reerguimento familiar. Por isso, numa manhã em que o sócio de Nikolle deixara a loja, levando várias pastas nas mãos, Teresa e os irmãos correram ao encontro da mãe, que chorava. Questionada pelos filhos, Drana conta que pouco sabia das negociações da loja, apenas procurava ajudar o marido. E só naquele dia soubera que havia um sócio e que este apresentara uma difícil situação financeira pelo pouco rendimento da loja. Portanto, o sócio havia apresentado a solução: ele liquidaria as dívidas e ficaria com a loja, tentando reerguê-la. Drana continuou a contar aos filhos que, não havendo outra solução, ela assinou os documentos, passando a loja para o sócio. Teriam eles que mudar, porque a casa fazia parte da loja.

Enquanto, sem entender de todo esse processo, Teresa e os irmãos nada puderam fazer, com o passar dos anos Teresa compreendeu que o sócio fizera documentações fraudulentas e, na verdade, confiscou todos os bens rentáveis da família.

O processo trágico que abalou a família não os desuniu; pelo contrário, Drana firmou-se mais na sua condição de pai e mãe. Reforçou o apego à religião, buscando Deus, para que pudessem vencer tão difícil situação.

A senhora Bernaj e os filhos frequentavam a igreja paroquial do Sagrado Coração, próxima de onde a família se instalara. Os filhos de Drana, a convite das irmãs missionárias, passaram a integrar o quadro de assistência aos familiares menos favorecidos, amparados pela associação juvenil, e que eram denominados de “Filhos de Maria”. Drana ficou muito feliz por ver os filhos continuarem o trabalho começado há anos pelo pai, o senhor Nikolle, e que fora interrompido por falta de recursos da família. Cresceram ouvindo Nikolle: “Nunca se alimentem sem que vocês deixem de alimentar aquele que tem fome”.

(Teresa) tinha uma bela voz, por isso foi convidada a integrar-se no coral da igreja. Aceitou com muita alegria, porque o canto a fazia se transportar para perto de Jesus. Durante a missa sua voz se elevava e os fieis choravam, comovidos pela interpretação das estrofes, onde Teresa colocava sua fé.

O pároco, padre Jambrenkovich, sabendo que a menina Gonxha (Teresa) gostava de ler a revista Katolicke Misije, que

era editada pela província eslava da Companhia de Jesus, entregava-lhe o exemplar assim que o recebia. Gonxha (Teresa) devorava as matérias, principalmente o artigo de um missionário de Skopje, que fora morar na Índia, e que narrava todo o sofrimento dos povos indianos que não tinham recursos. O coração da jovem batia acelerado, queria fazer algo por eles. Desabafando o seu desejo para com o padre Jambrenkovich, este a orientou a dar mais tempo para que seu propósito se tornasse realidade. Era preciso que os estudos a ajudassem a alcançar mais experiência na ciência do saber, dizia ele. Mas assim mesmo, Gonxha (Teresa) quis escrever para o jesuíta que morava na Índia sobre a sua intenção de trabalhar em favor dos carentes, pois o que ouvia falar das tristezas do povo indiano parecia-lhe muito grave. E como

resposta, o jesuíta escreveu: “Cada um deve dar à sua vida um caminho que lhe dê o sentido de existir. Mas por ora, aguarde os anos que terá pela sua frente, preparando-se para ouvir a confirmação de seu ideal, pela voz de Deus”. Essas palavras impressionaram a jovem, que procurou estudar e preparar-se, como lhe fora afirmado por duas vezes. Deus haveria de ajudá-la.

Revista Katolicke Misije

Gonxha, madre Teresa, jovem

Skopje, Macedônia

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5Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Os anos correm e o desejo de ser útil a Deus não se apaga da mente de Gonxha. Foi lá pelo ano de 1927, mais ou menos, que na data de 15 de agosto, na celebração e homenagens à padroeira de Skopje, Nossa Senhora de Letnice, veio, finalmente, a confirmação para a jovem de que deveria seguir a sua vontade em ser missionária do Bem. Isso aconteceu aos pés da Virgem no santuário localizado na Montanha Negra, pertinho do povoado de Skopje. Estava rezando, quando o coral começou o canto consagrado a Nossa Senhora, “Mãe na Montanha Negra”. Gonxha sentiu como se alguém estivesse bem juntinho de seu rosto. Descreveu o fato com uma alegria que nunca sentira. Pareceu-lhe ouvir alguém a lhe dizer: “Eis o momento de sua decisão. Vá, consagre-se a Deus. Ele espera que suas promessas em cuidar dos semelhantes possam ser cumpridas”. Gonxha sentiu lágrimas correr pelas suas faces. Agradeceu à Virgem, que lhe parecia mover os lábios, abençoando seus propósitos.

Seguindo seus impulsos, Gonxha reuniu a família. Contou à mãe e aos irmãos que partiria para a Índia, onde seu coração dizia ter muito trabalho para cuidar daquele povo sofrido. Contou sobre a bênção que recebera aos pés da Virgem, sobre seu desejo. Drana e os irmãos, a princípio, ficaram assustados, mas, após ouvirem os argumentos de Gonxha, Drana apenas pediu à filha que fosse conversar com o padre Jambrenkovich, para que pudesse saber como chegar até os missionários na Índia. Gonxha aceitou e encontrando-se com o padre, acompanhada pela mãe e irmãos, recebeu a seguinte recomendação:

— “Muito me alegra ver que seu antigo desejo permaneceu em sua alma. Mas achamos que, para início, você deverá seguir para a congregação das ‘Irmãs de Nossa Senhora de Loreto’. Elas são irlandesas, dedicadas ao ensino e às missões. Muitas se encontram em atividades missionárias na Índia. Elas não possuem casas na Albânia, o que seria mais fácil, continuava o padre, no entanto, sei que o meio mais fácil de encontrá-las, é viajar pelos arredores de Dublin”.

E assim foi feito. Os preparativos para a viagem se processaram com muitas dificuldades, para arrumar condições e meios para a subsistência de Gonxha, até poder se sustentar. Porém, vencidas as dificuldades, chegou o dia aprazado para a partida da jovem.

O padre Jambrenkovich já havia combinado com as Irmãs de Nossa Senhora de Loreto. Gonxha seria hospedada na casa de uns amigos do padre, em Zagreb. Depois seguiria para Rath Farnham, situada no subúrbio de Dublin. E assim aconteceu. A superiora geral das Irmãs de Loreto possuía uma casa em Dublin; Gonxha ficaria uns dias com ela, para descansar da longa viagem e depois seria submetida a uma prova, para que a superiora sentisse se realmente Gonxha guardava a vocação para tão importante mudança em sua jovem vida.

Gonxha passou pela prova. Suas respostas foram avaliadas não só como a de uma idealista, mas também como aquela que seria uma serva de Jesus, com uma convicção que causava grande espanto para a superiora geral da França. Apenas a dificuldade a ser vencida seria a da comunicação. Gonxha teria que aprender a falar inglês. Para que esse exame fosse consolidado, fora preciso que um diplomata iugoslavo, residente em Paris, fizesse a tradução para a superiora francesa.

Alguns dias depois Gonxha, em companhia de Betika Kajanc, outra candidata a ser missionária, embarcou para a Índia. Outra grande viagem a ser enfrentada.

A revista “Katolicke Misije”, a mesma em que Gonxha gostava de ler as matérias que os jesuítas missionários escreviam sobre a Índia e que a fez viajar para lá, pediu-lhe que escrevesse um diário de bordo, para acompanharem seus passos. E ela, com toda a simplicidade que lhe era peculiar, passou a relatar tudo o que via, o contraste da pobreza nos portos onde atracava a embarcação com outros seres em outras condições econômicas.

Descreveu o que vira ao chegarem ao Ceilão, hoje Sri Lanka. Viu seres humanos puxando os “jinriquixás”, chamados cavalos humanos, transportando as pessoas, como escravos. Isso para ela era profundamente desumano. E por ironia, ela também teve que fazer uso desse transporte, embora sua tristeza e repulsa.

As duas candidatas a tornarem-se missionárias embarcavam no “Marcha”, seguindo para Colombo. Nessa chegada a Colombo, desceram da embarcação e, por convite de outras missionárias que estavam no “Marcha”, foram visitar a capelinha de São José, famosa, diziam os missionários, por trazer alívio aos doentes que confiavam suas dores a São José, pedindo-lhe amparo.

Caminhando pelas ruas, Gonxha observava os europeus elegantes em seus trajes, contrastando com as roupas coloridas dos seres de pele escura. Porém, a grande maioria pobre andava quase nua. Seus olhares eram tristes e sem brilho. Eles também puxavam as pequenas carroças, como animais. Gonxha via a miséria por onde passava. E mais uma vez, escrevia ela em seu diário de bordo: “Tivemos que fazer uso desse transporte humano para chegarmos ao local de

descanso e depois seguirmos viagem até Calcutá”.

Dois dias depois voltaram para em-barcar novamente no Marcha, com escala em Madras. Gonxha continuava o seu diário para mandar o material à revista “Katolicke Misije”. Isso era para ela um belo arquivo para sua nova vida.

Sri Lanka, antigo Ceilão Jinriquixá

Pai Nikolle, mãe Drana e Agnes Bojaxhiu

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Chegam num belo entardecer em Madras. Gonxha e as missioná-rias sentem muita consternação entre os habitantes do local. Ao pisarem em terra firme, per-correndo as ruas sujas e observan-do a imensa pobre-za, defrontaram-se com um amontoa-do de pessoas ao relento. Famílias inteiras disputavam as folhas de palmei-ras para sentarem--se, ou deitarem as crianças e os velhos nas calçadas.

Alguns se reuniam em torno de um morto. Choravam sobre o cadáver envolvido nuns trapos vermelhos. Cobriam o corpo de flores amarelas e pintavam o rosto do morto com várias cores. Para Gonxha e as outras missionárias, que foram se agrupando nas escalas da viagem, aquilo tudo era um quadro horrível para qualquer ser humano. E Gonxha pensava, ao escrever seu diário: “Se muitas pessoas pudessem ver esse espetáculo humano, talvez deixassem de se lamentar das pequenas tribulações e, por certo, agradeceriam a Deus por não precisarem passar por essa triste sina”.

Visitaram um convento, onde as missionárias de Madras procuravam atender aos necessitados. Em conversação com Gonxha, disseram serem muitas as dificuldades enfrentadas por elas. Diziam que havia grande vontade dos católicos para ajudarem, mas todos eram muito pobres. Esses não viviam nas ruas seminus, mas se agrupavam em várias famílias, sob o mesmo teto, dividindo despesas, alimentos e roupas.

Gonxha continuava a registrar todas as ocorrências da viagem em seu diário. Após trinta e sete dias de viagem, adentrou a embarcação no rio Ganges, considerado sagrado pelos indianos. Estavam em Bengala. Todos a bordo da embarcação estavam admirados da paisagem que se descortinava diante de seus olhos! Belos edifícios, circundados por muito verde. A natureza, ali, mostrava-se fértil. Gonxha agradecia a Deus por estarem chegando sãs e salvas, depois de tanto tempo atravessando o mar.

Gonxha encerrava, dessa forma, o seu diário e as matérias que eram enviadas para a revista “Katolcike Misije”. Pedia a todos os leitores orações para bem desenvolver seu propósito perante Deus. Era o que todas as missionárias também desejavam.

Por uma semana Gonxha ficou em Calcutá. Foi uma breve passagem, que não lhe dera tempo de conhecer a cidade. Era aí que as Irmãs de Nossa Senhora de Loreto desenvolviam o trabalho de educação religiosa para crianças e adolescentes. Uma extensa área, onde muitas irmãs também moravam, dava lugar a duas escolas de ensino médio e fundamental. Uma dessas escolas era famosa por educar meninas de famílias tidas como de classes média e alta da sociedade local, filhas de empresários e funcionários europeus. Era a “St

Mary’s High School”, uma escola de semi-internato particular. E outra escola dirigida pelos jesuítas, não menos famosa, por educar os meninos, denominada “Xavier’s College”. O colégio “Entally”, situado num bairro modesto, servia aos filhos de famílias pobres, com ensino público gratuito.

Gonxha precisava desses informes, porque ela iria iniciar o seu noviciado, que estava há muitos quilômetros de Calcutá. Ela partira para Darjeeling, situada ao sopé do Himalaia, onde permaneceria por dois anos. A jovem jamais esqueceria a viagem de trem que fizera para chegar a Darjeeling. Ela não conseguiu dormir durante o trajeto. O trem, com seu barulho característico, não cobria o choro das crianças desvalidas nos braços das mães, que pediam comida. Era forte o odor de todo o amontoado de pessoas, sem nenhuma higiene. Os animais e as aves, que eram levados por alguns comerciantes para serem vendidos em Darjeeling, contribuíam com o mau cheiro. Quanta pobreza, pensava Gonxha. Começara ela a definir o trabalho que teria. Era essa voz de Deus que a impelia a ver e sentir a dor do povo, pois, desde que resolvera deixar Skopje, se deparava com o sofrimento dos seres que viviam no anonimato numa reencarnação dolorosa.

Durante dois anos de noviciado Gonxha foi submetida a várias experiências difíceis em sua adaptação à ordem religiosa. Era o afastamento de tudo e de todos, para viver apenas o juramento feito de: castidade, pobreza e obediência aos dogmas cristãos; e também renúncia ao nome recebido ao nascer. Para Gonxha, tudo o que teria de fazer ao completar o noviciado não lhe causara nenhum trauma. O seu desejo era o de se dedicar ao próximo o mais rápido que pudesse. Quanto ao nome a ser adotado, escolhera o de Teresa, por ter profunda admiração por Teresa de Lisieux, a Santa Teresa de Ávila, proclamada a padroeira das missões pelo Papa Pio XI. Gonxha tinha-na como um modelo de fé e dedicação ao próximo, tanto que conseguiu reformular a Ordem do Carmelo, a de ir ao encontro da dor e não só orar. Ao longo do tempo, Teresa nem imaginava que ficaria conhecida como “Madre Teresa de Calcutá”.

Terminados os dois anos de noviciado, foi eleita pelas mestras como a melhor aluna e pronta para iniciar a sua profissão, como membro da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto.

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7Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Irmã Teresa volta a Calcutá depois de concluir também o curso de magistério e, como professora, começou a lecionar no St. Mary’s High School as matérias geografia e história. Mas Irmã Teresa, como era chamada pelas alunas, também ministrava aulas de religião. Nessas aulas, ela levava as alunas à prática do “amor”. Para tanto, as conduzia para os subúrbios da cidade, ensinando-as a cuidar dos pobres abandonados pelas ruas, oferecendo comida e pão, que guardava em seu quarto.

Tudo transcorria com muito trabalho para Teresa. Mas ela sempre encontrava tempo para escrever à família, compensando o tempo de noviciado, pois que não podia se comunicar com sua mãe e irmãos. Drana, como mãe, respondia e dizia compreender e respeitar os motivos que a levaram a sair do convívio familiar, mas chorava muitas vezes de saudade da filha caçula.

O período da Segunda Guerra trouxe muita dor aos países que ficaram devastados. Após o seu término, o número de mortes, lares destruídos e a fome, seguidos de doenças e muita desolação sobre a Terra, levou também mais dificuldades para a Índia. As greves se espalharam, protestos onde os mais exaltados feriam-se e matavam-se, sem que houvesse alguma lei que conseguisse pôr ordem entre as pessoas. O povo morria de fome. Irmã Teresa, por essa época, ocupava o cargo de subdiretora da St. Mary’s High School, deixando de administrar as aulas de geografia e história. A angústia tomava conta de seu coração. Movida pela vontade de ser útil aos semelhantes abandonados pelas ruas, Irmã Teresa não pensou no perigo que corria pelos desequilíbrios coletivos; foi ao encontro daqueles a quem ela pôde amparar, socorrendo feridos e acalmando desalentados.

Esses acontecimentos alertaram Irmã Teresa. Os anos que ela havia passado cuidando, através do magistério, de introduzir o sentimento de amor aos necessitados entre as alunas, fê-la prender-se às circunstâncias de Loreto, isto é, num ambiente mais confortável. O sofrimento causado pela guerra desperta Teresa. E consciente da triste situação, ela ouve novamente a voz de Deus, intuindo-a para voltar a exercer a sua verdadeira vocação. Precisando sair de Loreto para se orientar melhor diante da sua decisão, passando aos arredores do Hospital Campbell, seus olhos se depararam com mais uma triste cena das ruas de Calcutá. Viu uma pobre mulher agonizando de fome. Seu corpo esquelético tremia, em quase convulsão. Muitos eram os profissionais da medicina que passavam por ela, pois o centro médico de saúde estava à sua frente. Irmã Teresa não teve dúvidas, tomou-a em seus braços e, pedindo ajuda aos transeuntes, levou-a ao centro de saúde. Pediu, implorou para que cuidassem daquele ser humano, porém nada adiantaram os seus rogos em nome de Deus. Simplesmente Irmã Teresa teve que retornar à rua. A mulher era pobre e ninguém se interessou pela sua vida. Irmã Teresa fechou os olhos daquele ser e entregou-a a Deus.

Voltando a Loreto, sua mente já confirmara o chamado de Deus. Ao encontrar aquela mulher, ela teve a confirmação de que estava no lugar errado. Seu trabalho era nas ruas. Era socorrer os relegados do mundo material, pelo simples fato de serem pobres. E foi a esses que Jesus se dedicou. “Fora

da caridade não há salvação”. Irmã Teresa estava ciente de sua saída do St. Mary’s High School, só não tinha ideia de como fazê-lo. A quem se dirigir? Lembrou-se de seu confessor, um jesuíta belga e missionário na Índia, o padre Celeste Van Exem. Ao ouvi-la, o padre Celeste esclareceu à Irmã Teresa que respeitava o seu desejo de trabalhar amparando aos indigentes, mas ele nada poderia fazer em relação ao seu afastamento da escola. Isso porque continuava o trabalho dos missionários nas instituições religiosas, e, sendo Calcutá o epicentro dessa tarefa, nós jesuítas, dizia ele, recebemos ordens de Bengala ocidental. — “Portanto, somente a província belga da Companhia de Jesus é que poderá solucionar o seu caso, porque a

senhora, Irmã Teresa, após o seu noviciado, foi indicada por essas instituições belgas”.

Pela legislação eclesiástica, Teresa dirigiu-se então ao arcebispo de Calcutá, o jesuíta belga, Dom Ferdinand Périer, pedindo-lhe permissão para abandonar a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, a fim de cuidar da nova tarefa. Porém, ela não conseguiu essa permissão, seu desejo foi negado. Embora triste com esse acontecimento, Irmã Teresa confabulava consigo mesma: o arcebispo não

iria ceder a um pedido de uma religiosa que ele não conhece, diante de uma solicitação tão fora de propósito. Afinal, chegar a ser subdiretora de uma escola renomada, como St. Mary’s High School não era tão fácil e, chegar às mãos do arcebispo um pedido desse tipo, de querer abandonar tudo para trabalhar nas ruas... realmente pensava Teresa, o arcebispo tem lá suas razões, em negar esse pedido.

Irmã Teresa, a pedido da superiora de Loreto, guardou o seu desejo de ir embora, mas não deixou de seguir com o seu propósito de cuidar dos mais pobres. Porém, quando o assunto retornava, todos lhe pediam que orasse e aguardasse a vontade de Deus. Por mais um ano Irmã Teresa retoma as suas

atividades junto à Congregação das Irmãs de Loreto. Após esse tempo, volta a falar com seu confessor, o padre Celeste. Este a orientou para que escrevesse à superiora geral das Irmãs de Loreto, na Irlanda. Ao receber a missiva, a superiora na Irlanda, a irmã Gertrudes, assim lhe respondeu:

— “O seu projeto, querida Irmã Teresa, parece-me realmente vindo de Deus. Dou-lhe permissão para escrever a Roma, endereçando essa carta ao Cardeal Prefeito Luigi Lavitrano”.

Final da primeira parte.Eloísa

Dom Ferdinand Périer

Teresa de Lisieux, a Santa Teresa de Ávila

• Madre Teresa de Calcutá – José Luis Gonzáles-Balado, Editora Paulinas, 3ª ed., 1976.

• Teresa de Calcutá – Uma Vida de Amor a Jesus nos Pobres – José Luis Gonzáles-Balado, Editora Paulinas, 1ª ed., 2003.

• Teresa de Calcutá – A Mulher do Século – M. Rouxinol, Editora Lis.• Maria de MagdalaMagdala – Roque Jacintho, Editora Luz no Lar, 1ª

ed., 1992.• Imagens:

• http://2.bp.blogspot.com/_XAHh5v7KnSA/TFNfQiNarvI/AAAAAAAAAOI/byq_ww610sc/s400/madre_teresa_calcutah.jpg

• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0d/Skopje_dalla_sera_al_mattino.jpg

• http://www.cosmicbaseball.com/mteresa01.html• http://extremecatholic.blogspot.com/images/young-mother-teresa.jpg• http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQZxl-

lVive8a1nI3AMiH69tb8-AaaBdz5U5HNp5ta-EYnls4WW• http://www.cultureshocktherapy.com/photo-lk_692.php• http://2.bp.blogspot.com/_Kt-aZ2vRve4/Sd-iEldeKZI/AAAAAAAABAs/

nTpJwwaHIJ8/s400/689px-Calcutta_rickshaw.jpg• http://www.williammccloskey.com/images/India_madras.jpg• http://www.flickr.com/photos/mckaysavage/3059483658/lightbox/• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fb/Ferdinand_

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Série Evangelho e Juventude

9Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

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Objetivo da AdoraçãoQuestão 650 — Origina-se de um sentimento inato a adoração, ou é fruto de ensino?“Sentimento inato, como o da existência de Deus. A consciência da sua fraqueza leva o homem a curvar-se diante daquele que o pode proteger.”

O Livro dos Espíritos - Parte 3ª - Capítulo II - Da Lei de Adoração

Desde que nascemos, reconhecemos que Deus é o Criador; tanto é que, basta falarmos um pouco para uma criança sobre Deus e ela já aprende logo que Ele é o Criador e que a todos protege. Esta é uma prova de que este sentimento de adoração já nasce conosco.

E como definimos a adoração?Na pergunta 649 de “O Livro dos Espíritos” é definida

a adoração como a elevação do pensamento, nos aproximando Dele.

Ao admirarmos a natureza, é comum comentarmos sobre a grandeza de Deus, que fez tudo tão belo, com a finalidade de abrigar a raça humana para que ela pudesse evoluir. Isto é uma forma de adoração.

Todos os povos em todos os tempos têm este sentimento inato, pois nunca houve um povo ateu. Desde a criação, a humanidade, de uma forma rudimentar ou mais elevada, compreende que acima de tudo há um Ente Supremo.

E as formas de adoração podem ser diversas, interiores ou exteriores.

A adoração interior e verdadeira é aquela que parte de nosso coração, ou seja, em tudo o que fazemos, lembremo-nos de que Deus está nos vendo.

Mas há a adoração exterior, ou seja, para aquele que tem necessidade, devido à sua evolução, de, com atos exteriores, demonstrar o seu respeito e submissão a Deus. Este tipo de adoração só será válida se for feita de coração puro, sem falsidade ou por vaidade, para que os homens o vejam.

Diz-nos ainda “O Livro dos Espíritos” que “é hipócrita aquele cuja piedade se cifra nos atos exteriores. Mau exemplo dá todo aquele cuja adoração é afetada e contradiz

o seu procedimento.” Ou seja, de nada adianta falarmos que adoramos a Deus, participarmos de atos exteriores que demonstrem esta adoração, se no dia a dia, no convívio com as pessoas, não temos nenhum respeito ou consideração. Nossos atos falam por nós e Deus, que vê tudo, prefere que o adoremos por atos de bondade para com o nosso semelhante do que por rituais.

Jesus, o Grande Professor, já nos ensinou: “Ide reconciliar-vos com vosso irmão, antes de depordes vossa oferenda no altar.”

Ele nos ensinou que, antes de praticarmos atos de adoração exterior, devemos estar com o coração puro, sem nenhum ódio ou mágoa contra o nosso semelhante.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, nos ensina que, como os judeus faziam as suas oferendas ao altar através de sacrifícios de aves, animais e outros bens materiais, Jesus quis esclarecer que devemos espiritualizar o nosso sacrifício, purificando a nossa alma, perdoando àqueles que nos ofendem e reparando todo o mal que tivermos praticado.”

Só assim, ao elevarmos o nosso pensamento a Deus, Ele, que vê tudo, reconhecerá e aceitará o nosso sentimento de adoração pura e verdadeira, porque estará partindo de um coração livre de mágoas e rancores.

Façamos o nosso esforço para alcançarmos esta condição, pois Jesus e nossos amigos espirituais estarão ao nosso lado nos incentivando.

WilsonBibliografia: O Livro dos Espíritos – Allan Kardec, tradução de Guillon Ribeiro, Editora FEB, 76ª ed.O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, tradução de Ro-que Jacintho, Editora Luz no Lar, 3ª ed.

A pretexto de compreender os acontecimentos da presente jornada terrena, não raro inquietamo-nos na busca de desvendar os mistérios das vidas pregressas, entendendo que assim encontraremos as explicações que tanto almejamos.

Quando não, outros tantos ansiamos por saber o que nos reserva o futuro.

Mostram-nos, todavia, as estatísticas que, neste afã de

saber o que foi e o que será, pequeno é o número de pessoas que efetivamente se dedicam a viver a vida PRESENTE; presente este que a misericórdia divina nos concedeu, através da reencarnação, e em cumprimento à irrevogável Lei de Ação e Reação, como a abençoada oportunidade de corrigir os nossos equívocos de existências pretéritas, submetendo-nos, portanto, às mesmas circunstâncias diante das quais um dia sucumbimos. Eis aí a grande dádiva:

Regressão de Memória ouPrevisão do Futuro?

atualidadeAtualidade

10

O Hospital do Fogo Selvagem de Uberaba – MG, que atende a portadores do Pênfigo (Fogo Selvagem) e tam-bém a 150 crianças, precisa de doações para comprar: os remédios Calcort e Psorex pomada (podem ser gené-ricos); materiais de limpeza (sabão em barra Ypê amarelo para os doentes e sabão em pó para limpeza em geral); fraldas descartáveis tamanho G infantil; Mucilon; lenços umedecidos e álcool gel 70%.

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em nossas próprias mãos, as ferramentas necessárias a redirecionar os rumos das nossas vidas.

Deus, em sua infinita sabedoria e misericórdia, concedeu-nos, ainda, a bênção do esquecimento do passado, poupando-nos, quiçá, dos mais desastrosos desequilíbrios que tais revelações pudessem nos causar.

O bom senso e a lógica levam-nos a concluir que o nosso tempo é um só. Raciocinemos: o passado era o futuro do nosso presente, e passou. E no futuro, que ainda não chegou, nosso presente será o passado, e também terá passado. Assim, um único momento existe em que, usando do nosso livre arbítrio, do vasto ensinamento que nos trás a codificação kardequiana e da nossa vontade, podemos, concretamente, agir em favor do próprio crescimento espiritual; e este momento é o agora, o presente. O que fazermos com ele?

A resposta nos dá o nosso querido Roque Jacintho, em uma das muitas obras que nos legou:

“Nosso passado é desditoso.Ao longo de nossas reencarnações, temos acumulado

equívocos.Somosoerro,filhodaignorânciaedomal.Nossas inclinações não são as mais felizes.Entre o ontem e o amanhã, elege-se o hoje.Nesta hora, não poderemos deixar perder-se a dádiva do

tempo, sem empregá-lo ardentemente na obra edificantedo espírito, a fim de que nos distanciemos da condiçãoinferior e sigamos rumo a um futuro promissor, marcado pela serenidade.

Sem isso, a treva nos visitará outra vez.Se anularmos a oportunidade santa de cada novo dia,

sem a nossa melhoria e aprimoramento, enquanto há a luz do Evangelho em nosso caminho, estaremos inclinados a repetir-nosnosimpulsosmenosedificantese,apóscederocorpo à terra, retornaremos aos mesmos sítios sombrios de onde viemos para a construção de nosso futuro”. (Jesus e o Amigo de Betânia, J. Manahen e R. Jacintho, Editora Luz no Lar, 1ª ed., 1989, p. 41/42.)

Nada mais claro. O presente é o nosso tempo, é a divina oportunidade que o Pai nos concede de adquirir conhecimento, de acionar a nossa vontade e adotarmos uma atitude diante da vida, com os olhos voltados à evolução espiritual, de retomarmos os caminhos dos quais nos desviamos, mas que, mercê da misericórdia de Deus, foram mostrados com toda pureza e clareza, através dos ensinamentos trazidos por nosso Mestre Jesus. Nada Ele nos omitiu e o seu Evangelho de amor está à nossa disposição, para ser por nós vivenciado.

Ocorre que muitos de nós, inquietos e menos avisados, buscamos mais uma vez o caminho mais curto, mais cômodo. Furtamo-nos ao estudo sério e constante, preferindo buscar respostas através de técnicas que entendemos eficazes e

que poderão nos dar respostas rápidas, sem que façamos muito esforço. E acabamos assim, colocando as nossas respostas, que devem ser nossas, em outras mãos.

Por que estudar tanto, por que tanto esforço, por que perder tempo se tudo está ao nosso alcance? E lá vamos nós, novamente, pelo “atalho”. Procuramos, através de terapias alternativas diversas, ou através dos “ledores de sorte”, (que nem sempre trará “sorte”), da “buena dicha”, as revelações que almejamos quanto ao nosso passado e o nosso futuro; e novamente o presente fica no esquecimento.

Como espíritas que nos dizemos ser, é importante que não esqueçamos que tudo obedece ao critério divino e nada acontece sem a permissão do Criador. Com todo o respeito que nos merece a ciência, havemos de entender que esta também está limitada aos desígnios superiores e que ela chega até aonde o Pai o permite. Não nos esqueçamos de que, se pretendermos ir além desses limites, violando as leis naturais, estaremos nos sujeitando, por própria escolha, a enganos, embustes e desequilíbrios, que só servirão para comprometer ainda mais as nossas condições evolutivas.

Se entendemos que assimilamos um pouco, do muito que nos ensina a codificação, se nos dizemos espíritas, vamos procurar raciocinar como tal.

Observemos que o presente é pródigo em revelações. Tenhamos olhos de ver e ouvidos de ouvir. Observemos as nossas inclinações, as nossas tendências atuais, nem sempre louváveis, olhemos com absoluta sinceridade, sem máscaras ou desculpismos, o espelho de nossas almas e, sem dúvida teremos aí, sem nenhum intermediário, o retrato claro e real do nosso passado, às vezes até ignominioso, e que, se adquirimos algum conhecimento doutrinário, através do estudo sério e sistemático colocado à nossa disposição, agora, no presente, nos compete corrigir.

E quanto ao futuro? Ora, esse também nos é revelado através do nosso presente, e a nós mesmos. Efetivamente, quem melhor do que nós próprios poderá nos revelar o nosso futuro? Basta perguntarmos: o que estamos realizando hoje?

Aqui, mais uma vez, prevalece a lei da ação e reação. Vale relembrar: as leis dos homens são falhas e, por isso, mudam, revogam-se, mas as Leis de Deus são perfeitas, imutáveis e irrevogáveis.

Assim passado e futuro, que nos parecem grandes mistérios, estão desvendados.

Voltemos nossos olhos espirituais para o nosso presente e perguntemos: o que posso e devo fazer agora, hoje? Sigamos com confiança em Deus, nos benfeitores espirituais que nos tutelam, em nós mesmos, com a certeza de que não estamos caminhando sozinhos e nem em círculos.

Fiquem sempre presentes em nós as palavras do nosso querido Chico Xavier: “NÃO PODEMOS VOLTAR E FAZER UM NOVO COMEÇO, MAS PODEMOS COMEÇAR AGORA E FAZER UM NOVO FIM”.

Indaiá

11Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Cantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

Nhô Juca matou João de Nhá RozendaCom dois tiros no Sítio da Marmota.João era apaixonado de Quinota,A bonita caçula da fazenda.

O réu fugiu, mas, preso numa grota,Veio o júri e foi livre na contenda...Nisso,afilhacasoucomZéMerenda,Dono de muita terra, prata e nota.

A briga foi bobagem, Deus louvado!...João nasceu de Quinota...E, reencarnado,Trouxe um sinal no peito e outro na nuca,

Hoje, é um menino vivo que nem brasa,E, na mão do vovô, de casa em casa, É o neto mais dengoso de Nhô Juca.

Cornélio Pires

Pela Lei de Ação e Reação, Deus nos concede a oportunidade de reconciliação com os inimigos do pretérito, de saldar as dívidas contraídas, através do amor e do perdão às ofensas praticadas.

A maneira mais rápida e, dependendo de nós, eficaz, é a reencarnação com aqueles chamados “inimigos”, dentro do mesmo lar.

Neste diapasão, a frase popular “aqui se faz, aqui se paga” interpreta-se, de maneira cristã, como a chance de confrontar pessoas e situações que nos foram infelizes no passado, aprendendo a amá-las.

Para que haja a harmonia e o entendimento mútuo, são necessários o sacrifico e a renúncia ao nosso orgulho, vaidade e egoísmo, chagas estas trazidas há muitas

reencarnações.Graças à Bondade do Pai Celestial, sempre temos a

possibilidade do reencontro, aqui na Terra, para remição das faltas do passado, e mais, contando com um elemento providencial: o esquecimento dos nossos erros seculares.

A história, ora contada em verso, exemplifica como, só através do Amor, o homem poderá cobrir a multidão de pecados que o envolve.

Que Deus nos dê a força necessária para não sucumbirmos!

NevesBibliografia: Família – Francisco Cândido Xavier / Espíritos diversos, Editora CEU, 4ª ed., 1986.Imagem: http://www.lindasfrases.com/wp-content/uploads/2009/03/avo_e_neto.jpg

Não Adianta Brigar

O Senhor te aceita assim como és.Vendo-te num amanhã distante, sabe-te dotado de

qualidades nobres, que as circunstâncias fazem germinar, florescer e dará seus frutos próprios.

Não nascerás para o Amor, com Jesus, para que se afastem obstáculos e tenhas vida sem desafios e sem sofrimentos.

Nascerás, no entanto, quando abraçares o ideal do cristianismo, como se fosses um lavrador prudente que sabe que a boa colheita dependerá de confiar ao solo as mais saudáveis sementes.

Se, assim os teus atos forem reflexos do bem – estarás,

dia a dia, hora a hora, minuto a minuto, alcançando a tua própria renovação.

Abriga-te à luz do Senhor e descobrirás que todas as dores são pequenas e que todo dia avanças na conquista da felicidade, fazendo teu próximo feliz.

Nascendo com Jesus, na vivência do amor ao próximo, terás abraçado a vida e enobrecendo teus ideais e reconstruindo o teu próprio destino, crescendo para o amor que dá sentindo às lutas de cada existência, na face da Terra.

Paz.Roque Jacintho

Nasce para o AmorMensagem

mensagem

12

Necessitamos de muita atenção quanto a esta resposta.Negar que a nova geração chega repleta de conhecimentos,

seria muita ingenuidade, mas não podemos deixar de observar o que estamos considerando como amadurecimento.

Vamos começar separando: conhecimento e moral.O começo de cada reencarnação manifesta-se buscando

conhecer os passos da vida, no comer, no andar, reconhecer as belezas materiais e buscando, através das letras, o grande conhecimento para crescer culturalmente, alicerçando seu crescimento profissional.

Para isso, os pais fazem todo sacrifício, ausentando-se até da convivência com seus filhos, para entregar-lhe o melhor futuro.

Parabenizamos a todos que assim o fazem, no entanto, reconhecer o que está amadurecido nos filhos é o mais importante, para que o futuro deles seja realmente o ideal.

Por conta dessa maturidade, os pais estão confusos em sua criação, aceitando como “tudo é normal”, fazendo parte dessa nova geração. Lêdo engano!

A verdade é que, para a moral, eles ainda são aqueles bebês indefesos, que querem o sexo como o mesmo

brinquedo, sem saber que, uma rodinha do carrinho poderá soltar-se e feri-lo de forma definitiva.

Isso vemos atualmente nos jovens, tendo o sexo como fugas, buscando em qualquer relacionamento o prazer inconsequente, como aquele brinquedinho de bebê, machucando-se para a eternidade.

Para esta geração, não poderemos ter constrangimen-tos de falar sobre qualquer assunto, bem como orientá--los sobre cada um, lembrando sempre que será uma se-mentinha a ser plantada, e que deverá ser regada sempre de que haja oportunidade, não como cobrança, mas sim como “complemento” necessário ao assunto.

Neste nosso modesto comentário, voltamos a atenção para os pais, para que façam o mesmo que fazem com relação à cultura de seus filhos, orientando-os através das lições de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nada mais é do que a base sólida para o melhor viver, em todos os seus momentos e sentidos.

Nas suas passagens, Jesus esclarece-nos sobre essa busca interna, esse vazio vindo do coração. São os conheci-mentos espirituais, que fazem; parte de todo o nosso eterno ser e que, temporariamente, esquecemos de tudo, deixando aquele vazio, que justificamos como uma ansiedade muito grande; a busca por algo que não conseguimos entender, que materialmente, imaginamos como a segunda asa, para que junto com a asa material, possamos voar alto e seguro. Não há a menor possibilidade de voar com uma só asa!

Esses conhecimentos alimentarão a saudade inconscien-te que temos de nossas vidas passadas, porém, pela sua ausência, os jovens buscam nas drogas e no sexo, os mo-mentos lúdicos e maléficos (aqueles brinquedos que os ma-chucam para sempre).

Família

Os Jovens Estão Amadurecendo Mais Cedo?

familia

canal abertoEste espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.

Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.

Canal Aberto

Há cem anos uma luz aqui chegouConsolou corações aflitosCalou gritos e vozes conturbadas.Iluminou palácios, sarjetas e mansardas...

Embrenhou nas noites em busca de alvoradas.Encheu mãos estendidas de amor e esperançaAbraçou jovens, velhos e criançasMostrando os caminhos da bem aventurança...

Tinham mãos que não paravamGotejavam doce melQue caiam no papel em palavras de consoloLibertando almas de ásperos abrolhos...

Dizia ser um “Cisco” quase imperceptívelApontando a Jesus como único infalívelQue deixou rastro na TerraPara que todos o seguissem...

Cem anos entre aguilhões e doces mananciaisAtrelando noites com dias nas asas da caridade.O trabalho continua atrás de etéreas cortinasMantendo aberta a oficina em plagas celestiais...

***Minha simples homenagem ao centenário de

FranciscoCândidoXavier-Hiram Ramos

Cem anos

13Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Para que esse processo não visite e permaneça em seus lares, pais, não se sintam antiquados ou ultrapassados, mas busquem o conhecimento da vida espiritual, passando aos seus entes mais queridos esses ensinamentos tão dignos e necessários.

Conheçam as lições psicografadas pelo maior servidor de Jesus, chamado Francisco Cândido Xavier, mestre na vivên-cia moral, que irá fortalecer seus corações, enriquecendo en-sinamentos para o futuro maravilhoso e sólido de seus filhos.

Lembremos algumas pérolas desse magnífico orientador, sobre o assunto:

“Ninguém deve perder a oportunidade de falar no nome de

Deus para uma criança.” “Reconheçamos, deste modo, que a instrução da

inteligência, só por si, não nos basta ao equilíbrio e à felicidade. Em tempo algum ser-nos-á lícito menosprezar o apoio da orientação espiritual que tão-somente a fé religiosa pode proporcionar ao coração.”

Comecemos agora essa necessária renovação. Jesus estará sempre a orientar os pais e, em seus lares,

junto com os estudos de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, derramará bênçãos para que tudo se concretize.

Que assim o seja!Vano

Bibliografia: OEvangelhodeChicoXavier - Carlos A. Bacelli, Editora Didier, 6ª.ed.

Os amigos do Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)” receberam no mês de maio/2010 a obra romanceada pelo espírito J.W. Rochester, conhecido como mestre na arte de contar histórias.

Hermínio C. Miranda, gran-de estudioso do Espiritismo, traduziu a edição, que rece-bera em francês, para a lín-gua portuguesa.

A história passa-se no final do século XIX, na Rússia Imperial, antes da implantação do comunismo.

Os lordes, príncipes, marqueses e barões em decadência financeira, valendo-se do título nobre, desposavam as jovens filhas de prósperos negociantes, almejando seus ricos dotes.

As moças, por sua vez, frívolas e iludidas pelo luxo e vaidade, sonhavam em casar, ainda que não havendo o

principal: o sentimento de amor que deve unir um casal para o compromisso de uma vida a dois.

Tâmara, cujo nome foi atribuído por Rochester em alusão à fruta, de sabor um pouco ácido ao paladar da sociedade que a cercava, é a personagem principal. Moça educada de forma diferente, de firmes propósitos e virtudes morais, ao mesmo tempo trazia em sua personalidade um radicalismo que poderia vir a comprometer o seu futuro.

Em pouco tempo conviveu e conheceu o lado egoístico e o jogo de interesses de uma sociedade que passou a desprezar.

Ao longo da obra há explicações, rodapés sobre nomes e acontecimentos citados e, eventualmente, não conhecidos pelo leitor.

Uma das lições que podemos extrair é a de que temos que aprender a ter o equilíbrio e lembrar que o médico é para o doente, tanto quanto o Evangelho deve atingir aos doentes da alma, ainda que não compartilhemos de seu modo equivocado de ser e viver.

Aprendamos a ter Misericórdia. Boa leitura!Rosangela

Clube do LivroClube do livro

A Feira dos Casamentos

Wera KrijanowskaiaEspírito J.W.Rochester

Editora Correio Fraterno

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª, às 20 horas

3ª e 6ª, às 15 horasDomingo, às 10 horas

Artesanato: Sábado, das 10 às 17 horas

Atendimento às Gestantes: 2ª, às 15 horas na nova sede (Rua dos Marimbás, 220, Jd. Guacuri, São Paulo)

Evangelização Infantil: ocorre em conjunto com as reuniões

Terapia de apoio espiritual aos viciados e doenças em geral: 6ª, às 19h30

Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h453ª e 6ª, às 14h45

Treino Mediúnico: 5ª, às 20 horasRua das Turmalinas, 56 / 58

Jardim Donini - Diadema - SP - Tel.: (11) 2758-6345

LIVROS ESTUDADOSO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; A Gênese – Allan Kardec; Missionários da Luz – André Luiz*O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; O Consolador – Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan KardecO problema do ser, do destino e da dor – Léon Denis; Viagem Espírita em 1862 – Allan Kardec; Das Leis Morais – Roque JacinthoO Evangelho Segundo o Espiritismo; Emmanuel – Emmanuel*; Seara dos Médiuns – Emmanuel*; O Livro dos Médiuns – Allan KardecO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança – Emmanuel*; Os Mensageiros – André Luiz*; Vida Futura – Roque JacinthoO Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro de mensagens de Emmanuel*

DIA2ª

Domingo

*LivropsicografadoporFranciscoCândidoXavier

14

Tema Livretema livre

Sabemos que os livros ditados por André Luiz são mananciais de sabedoria e grande aprendizado para todos nós e, por essa razão, recordemos uma frase de Aniceto, seu Instrutor amigo:

“O dia e a noite constituem, para o homem, uma folha do livro da vida. A maior parte das vezes, a criatura escreve sozinha a página diária, com a tinta dos sentimentos que lhe são próprios, nas palavras, pensamentos, intenções e atos, e no verso, isto é, na reflexão noturna, ajudamo-la a retificar as lições e acertar as experiências, quando o Senhor no-lo permite.”

Um dos entendimentos sobre “o dia”, acreditamos serem os períodos bons que nos são concedidos, temporariamente, uma vez que reencarnamos na Terra para que possamos aprender a restabelecer e corrigir as dificuldades, para nossa evolução moral, que nos acompanham desde o passado.

No mesmo entendimento, “a noite”, são os períodos de sofrimentos, que físicos ou espirituais, irão nos impulsionar a buscar, na presença do Mestre Jesus, reviver seus ensinamentos, mas, sempre o evocamos através das orações, tornamo-as petitórias, para que a solução de nossos problemas sejam solucionadas como por encanto

ou milagre, esquecendo as obrigações para a nossa vida espiritual, que nos pede os mesmos esforços da material.

O “livro da vida”! Poderá Deus dar-nos oportunidade maior para todo aprendizado necessário à evolução

moral, tornando-nos seus fiéis servidores?Aniceto lembra-nos que “escrever sozinho” representa o

nosso livre-arbítrio, que é só nosso.Culpamos todos de nossas fraquezas e impossibilidades.Recebemos vários auxílios vindos do mais Alto, de

nossos familiares, amigos etc., porém, mesmo quando os percebemos, iremos aplicar apenas aqueles que satisfaçam nossos desejos, comumente egoístas e fúteis, ou que atendam somente ao nosso ego.

Há, ainda, o grande amigo falando-nos sobre a “tinta” usada para escrevermos o importante livro, chamada “nossos sentimentos”. Quais serão as cores da falta de paciência, intolerância, educação? E a falta de caridade?! Comecemos a pensar com que cores escreveremos as nossas páginas diárias. O livro poderá ter muitas páginas... Conhecemos todas as cores indicadas pelo Mestre.

No retorno à pátria espiritual, em nossa bagagem caberá apenas esse livro, que colocaremos aos pés do Senhor.

Aborda, também, “nas palavras” com as quais exerceremos a caridade, usando-as no consolo aos que nos cercam, aplicando a alfabetização dos ensinamentos de nosso Mestre Jesus aos que ainda desconhecem a luz que colocada em nossos caminhos. No entanto, desperdiçamo-las com frases tolas e, quando não, julgando nossos semelhantes, esquecendo-nos do peso que muitas palavras carregam. Através de uma simples palavra, poderemos destruir um

Instrutores Amigos

Poderia ser “recados para uma vida melhor”, pois é com essa intenção que nos são passadas as mensagens deste livreto.

Por mais estranho que ainda pareça, em nosso íntimo não acreditamos que a vida continua após a morte ou desencarnação. Seguimos o mesmo pensamento: “perdi” a pessoa amada... “nunca” mais nos veremos...

A dor, que faz parte dessa separação, cega-nos para a vida espiritual.

O conhecimento da outra dimensão faz-nos seguir em frente, levando, exatamente, todos os nossos pensamentos e hábitos adquiridos, os sentimentos da separação. E aqui na Terra é que nos refaremos dos enganos.

Francisco Cândido Xavier, conhecendo todas as nossas fraquezas, reúne mensagens de vários colaboradores espirituais, confortando-nos pela dor da separação e recobrando nossa alegria no reconhecimento dos nossos futuros reencontros com nossos entes queridos.

“Ainda assim, deixo de lado tudo o que me surpreende por hora, para dizer a você que o amor e a gratidão do companheiro não experimentaram qualquer mudança”.

Orlando Van Erven Filho, com tão poucas palavras, sintetiza essa interação entre encarnados e desencarnados.

Esta mensagem, pas-sada de forma tão singe-la, traz reflexão profunda para nossas vidas, visto que todos já tivemos ou teremos essa experiência e, realmente, nossos sen-timentos, apesar da dor, permanecem inalterados quando dessas separa-ções.

Seguem, nessa orien-tação, mensagens que formam esse “pequeno notável” livreto, com quarenta grandiosas orientações, contando, ainda, com Emmanuel abrindo suas primeiras páginas.

Resta-nos indicar como imprescindível sua leitura e reflexão.

Vano

Livro em Focolivro em foco

Recados da Vida Maior

FranciscoCândidoXavierAutores Diversos

Editora GEEM

ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃOSua doação é importante para o custeio da postagem do Seareiro e

pode ser feita em nome doNúcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança - CNPJ: 03.880.975/0001-40

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15Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Tanto falamos em caridade, pois já lemos que “Fora da caridade não há salvação”, mas somos tão vacilantes na hora de realizá-la, que acabamos perdendo as oportunidades com que Deus nos presenteia.

Essas oportunidades nos são proporcionadas pelo Pai, pois Ele reconhece quando já estamos preparados para iniciar uma evolução mais efetiva.

Mas, quando chega a hora de partirmos para a ação que nos compete, vacilamos, deixamos que o nosso orgulho e egoísmo se manifestem e não fazemos nada.

Quais seriam os motivos para essa inércia?Muitas vezes nos animamos a fazer o bem, ficamos

radiantes quando ouvimos um comentário bem feito sobre a beleza da caridade. Saímos pela rua renovados, olhando a vida e as pessoas com outros olhos.

Procuramos uma obra assistencial para sabermos em que

possamos ser úteis e, neste momento, quando descobrimos que, mesmo para se praticar a caridade dentro de uma entidade assistencial, há disciplinas a serem obedecidas, horários,

responsabilidades, renúncia, e que nem tudo pode ser feito como nós queremos, aí nos revoltamos, achando que, se estamos ajudando, tudo tem que ser “como eu quero, senão eu abandono”, acrescentando, ainda, “além de ajudar, exigem que eu faça como eles querem”.

Esquecemos que um trabalho organizado, mesmo que seja no campo da caridade, precisa ter ordem para melhor atender ao que sofre.

Os planetas, para se movimentarem, respeitam a várias leis da física para não atrapalharem-se uns aos outros e para poderem ser úteis como morada das criaturas de Deus. Se é assim com a organização do Universo, por que nós não deveríamos também obedecer ao mínimo de disciplina?

Se realmente estivermos com o firme propósito de auxiliarmos o semelhante, superaremos os vícios do orgulho e do egoísmo, e entraremos nas fileiras dos trabalhadores

do Senhor.Com isso, vencendo as nossas

imperfeições, para podermos ajudar, estaremos alcançando um benefício maior para nós mesmos: a nossa salvação.

Adolpho

Caridade e Disciplina

irmão em Deus, ou desenvolvermos num pensamento desequilibrado, um processo de obsessão, que serão também de nossa responsabilidade e que, em época oportuna, nos será cobrado.

André Luiz relata as consequências de nossos maus “pensamentos”, descrevendo no livro Nosso Lar, um enorme pavilhão destinado a desencarnados, que, mesmo em tratamento, ainda não conseguindo desfazer-se deles, expelem, pela boca e narinas, secreções de aspecto denso e negro e de péssimo odor, exigindo auxílio constante de enfermeiros dedicados, para sua higienização e incessantes orações de auxílio.

Essa descrição alerta-nos sobre os nossos pensamentos, começando pelo principal filtro, que são os nossos ouvidos. Precisamos refletir sobre o que ouvimos, tomando as necessárias atitudes, sempre, diante das lições de O Evangelho Segundo e Espiritismo, buscando descartar tudo que não for útil para todos.

Busquemos avaliar, quanto aos pensamentos, as nossas “intenções”, uma vez que ainda estamos muito envoltos no orgulho, e sempre arquitetamos nossas intenções maléficas através de nossos pensamentos, julgando que se não forem executadas, estaremos livres de culpas, esquecendo que, nesse momento, já praticamos o ato, apesar de não consolidado. Muitos desencarnados estão sofrendo na erraticidade, por julgarem haver praticado o mal que estava em seus pensamentos, no momento de seu de desencarne.

Nossos “atos”, muitas das vezes movidos por impulsos, sempre nos causam grande carga de débitos, uma vez que nos esquecemos que... devemos-nos uns aos outros, e aqueles que nos cercam, são os nossos maiores credores. Por isso, Deus nos concede oportunidades para aprendermos mais, com a prática da paciência e tolerância, convivendo juntos ou próximos. Não podemos esquecer que a Misericórdia Divina é muito grande e que, conhecedor de nossas fraquezas, Deus coloca em nossas vidas aqueles a quem pouco devemos, para

que possamos começar a aprender a desenvolver algumas virtudes, para posteriormente, preparados, possamos nos reencontrar, gradativamente, com aqueles a quem muito devemos.

Nesse mesmo texto, fala-nos sobre um momento muito importante, que é a “reflexão noturna”, quando nosso espírito, liberto do corpo físico (como nos dizia Francisco Cândido Xavier, “morremos todas as noites”), guiado pelas nossas orações, vai receber o reconforto espiritual. No entanto, cansados da jornada diária, negligenciamos essa breve morte e deixamos que nosso espírito, ou fique a beira de nossa cama, ou vagueie por toda noite a esmo, perdendo a oportunidade de receber as bênçãos noturnas, que irão nos auxiliar a recuperar os enganos do dia.

Nossos amigos espirituais, apesar da esperança de nos auxiliar, somente poderão fazê-lo se, através de nossa oração, rogarmos a Jesus tal permissão, tornando-nos receptivos a essas benesses.

Temos muito a refletir, muito mais a praticar, mas principalmente, a avaliar, se realmente acreditamos nas lições de Jesus, pois somente assim estaremos esclarecidos, para que a prática tão desejada pelo Mestre seja consciente e perseverante.

Jesus nos aguardará por séculos, milênios se necessário, porém preparados para tarefas, ainda tão desconhecidas por nós.

Acreditemos nessa Inteligência Cósmica. Acreditemos que, fazendo parte dela, será necessário estejamos preparados para servi-la sempre!

Aniceto, André Luiz, obrigado por nos mostrar Jesus, em todos os seus ensinamentos.

AnnaBibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec, Editora Luz No Lar, 1ª ed.Os Mensageiros - Francisco Cândido Xavier, pelo espírito André Luiz, Editora FEB, 41ª ed.

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Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”CHICO

Deus Vê TudoContos

contos

16

Havia um reino muito bonito. Cheio de matas verdejantes, flores de mil cores e animais diversos.

Neste reino havia um rei.Era um rei bondoso, que queria que todos estivessem

felizes.O castelo do rei era muito grande.A sala de onde o rei governava ficava no topo da torre

mais alta do castelo. E a sala não era de pedra, ela era toda de vidro! Assim, o rei conseguia ver todos os lugares do reino.

Ele via as casas bonitas que ficavam perto do castelo, mas também enxergava as casas que estavam longe, aquelas que não eram bonitas e em que moravam as pessoas mais pobres do reino.

De vez em quando o rei via, de sua sala de vidro, algo que ele achava que tinha que ser corrigido, então ele mandava um mensageiro ir até lá cumprir as suas ordens.

Na rua mais longe do castelo, moravam algumas famílias de trabalhadores pobres. As casas eram simples e a rua era toda esburacada.

Um desses moradores era um jovem chamado Juvenal. Era um moço bom, trabalhava duro o dia todo e quando chegava em casa, no fim do dia, ficava triste por ver a sua rua sempre mal cuidada. O seu vizinho sempre falava que o rei não olhava por eles, por serem pobres.

Mas Juvenal não acreditava muito nessa história. Achava que o rei um dia iria ver a sua rua e todos os que ali moravam.

Ao chegar do trabalho, um dia Juvenal teve uma ideia:— Vou começar a melhorar as coisas por minha iniciativa.

Cansei de ficar esperando!Todos os dias, ao chegar do trabalho, antes de ir dormir,

Juvenal tapava um buraco da sua rua com uma pedra bem ajeitada e lisinha. E isto, ele foi fazendo por um longo tempo.

Às vezes ele não achava a pedra certa e tinha que pegar uma talhadeira e um martelo e ir tirando as pontas da pedra até ela ficar lisa, do jeito certo para encaixar no buraco.

Os seus vizinhos sempre caçoavam dele, dizendo:

— Deixe de ser bobo! Perde o seu tempo! Vá descansar que você ganha mais!

Mas Juvenal gostava de ficar trabalhando para arrumar a sua rua. Falava:

— Cada buraco que eu tapar, servirá para que as outras pessoas não caiam nele.

E continuava o seu trabalho. Às vezes ele ficava um pouco cansado, achando até que o trabalho dele não iria ajudar em nada, mas logo em seguida espantava estes pensamentos e prosseguia trabalhando.

Aos poucos, além de colocar as pedras bem arrumadas, começou a colocar sementes de flores nos cantos da rua. Mas não nascia nada.

Um dia, chegando mais cedo em casa, enquanto o dia estava claro, pode perceber que a sua rua estava toda retinha, sem nenhum buraco e ficou muito feliz, porque era o resultado de todo o seu esforço. Mas faltava algo. Ele se perguntava:

— E as sementes das flores que eu coloquei? Nunca nasceu nenhuma!

Refletindo sobre todo o seu esforço, pensou:— Quantos anos eu conserto esta rua, para que todos

pudessem transitar por ela sem o perigo de cair nos seus buracos, mas o rei nunca veio olhar o meu trabalho.

Naquela noite, dormiu um pouco chateado, achando que o rei estava indiferente ao seu esforço.

Na manhã seguinte, Juvenal acordou cedo para ir trabalhar e notou que a rua estava toda molhada. E assim aconteceu por várias manhãs.

Qual não foi a sua surpresa, quando as sementes começaram a germinar e dar flores coloridas.

Ele ficou muito feliz pela beleza de cada flor.Uma noite, quando Juvenal se reunia com a família

para fazer as suas orações, alguém bateu à sua porta. Ele estranhou, dizendo aos familiares:

— Quem seria a esta hora? Bem no momento que vamos orar!

Ao abrir a porta, viu um mensageiro do rei, com olhos calmos e um sorriso, vestido com uma roupa bonita, muito branquinha.

17Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

Juvenal ficou olhando para o mensageiro, sem entender o que ele estava fazendo ali.

— A que devo a honra de sua visita? — perguntou ele ao mensageiro do rei.

— O rei mandou-me aqui.— Mas o rei nunca olhou por nós. O que ele deseja?— Muito se engana. O rei sempre viu tudo o que você fez.

Esquece que de sua sala ele vê todos do reino?!— Durante todo o tempo ele nunca veio ver o que eu fiz

pela rua, tapando os buracos, carregando pedras etc.— Mas este trabalho foi necessário. Enquanto se

esforçava para melhorar o ambiente em que você vivia, o rei foi observando como você agia. E aprovou tudo! Mandou dizer que a sua rua ficou muito bonita.

— Só que o rei não fez nada para me ajudar.— Como não! Assim que ele viu que já tinha terminado o

calçamento da rua, mandou todas as noites, mensageiros aguarem as sementes que você colocou.

Juvenal não sabia o que dizer. Estava envergonhado por julgar que o rei tinha esquecido deles e falou:

— Peço desculpas por pensar assim de nosso rei.— Como você foi esforçado e, sem interesse próprio,

ajudou a todos, o rei dará novas oportunidades para você ajudar mais gente. Ele quer que você ensine a mais pessoas como cuidar do seu ambiente, mostrando que é com o nosso

próprio esforço que tudo melhora.Juvenal ficou feliz, porque sempre sonhou poder repartir

com todos o desejo de ajudar.A partir desse dia, Juvenal, por ordem do rei, promovia

cursos para aqueles que tinham, como ele, vontade de melhorar, trabalhando pelo próximo.

***Sempre achamos que o nosso esforço para nos

melhorarmos não é visto por Deus. Enganamo-nos, pois Deus vê tudo e sabe de tudo.

Ele espera que nós façamos esse esforço, retirando de nós todo o orgulho, egoísmo e vaidade. E só conseguiremos mudar, praticando o amor ao próximo, ajudando as pessoas, sem nenhum interesse, somente pela satisfação de fazer o bem.

Enquanto estivermos fazendo o bem, muitos falarão que não vale a pena o esforço. Não podemos dar ouvidos e desanimar. Continuemos nos esforçando, pois Deus está vendo tudo.

Um dia, no futuro, conseguiremos “tapar todos os buracos” que existem dentro de nosso coração, deixando-o puro e bonito, com muito sentimento bom.

Conforme formos aprendendo a fazer o bem, Deus, que vê tudo, irá nos oferecendo novas oportunidades de ajudar cada vez mais.

VitórioImagem: http://farm4.static.flickr.com/3045/3024096143_26c2bdbd4e_b.jpg

Chegar à terceira idade não é uma tarefa fácil, todos nós sabemos disso.

São muitos os obstáculos a serem vencidos. Agora, ima-ginem aqueles que têm necessidades especiais, por serem portadores de alguma deficiência física. Para essas pesso-as, as barreiras e obstáculos vão mais além, pois a socie-dade pouco faz para colaborar com o bem estar delas. São grandes os desafios que os portadores de necessidades especiais enfrentam dia a dia, e eles estão sempre nos sur-preendendo com a sua coragem e determinação.

Dificilmente vemos pessoas que fisicamente têm alguma deficiência desistirem de seus ideais. Para elas, sonhar e realizar cada dia vivido na matéria física, sempre é uma barreira a mais que foi vencida.

E é vendo toda essa força de vontade vindo de pessoas com alguma limitação, que nos faz acreditar que Deus, nosso Pai Maior, nunca nos abandona. Ele está sempre ao nosso lado, seja qual for a idade ou a situação em que nos encontremos.

As pessoas da terceira idade, seja no corpo sadio ou não, estão sempre a ensinar o que aprenderam; só depende de nós a iniciativa de querer superar as dificuldades que vão aparecendo no decorrer da existência; alguém lá na frente vai contar a sua história.

Sabemos que somos espíritos eternos e estamos pas-sando por situações que, na maioria das vezes, não são muito agradáveis, mas, se soubermos suportar com paci-ência e resignação, passaremos por todas essas dificul-dades sofrendo menos. Assim, quem sabe, ganharemos a reencarnação, mesmo tendo alguma limitação, porque nada do que vivemos ou passamos tem duração eterna.

O nosso espírito necessita dessas situações momentâneas, para que possa se melhorar. Sa-bendo que a Misericórdia de Deus age igualmente para todos os seus filhos, o que é uma reencarna-ção para quem tem uma eternidade?

Dá-nos Ele as oportunidades, através das vidas futuras, para que possamos nos melhorar, acreditando que nunca estamos sozinhos, em situação alguma, e que uma força vinda do Mais Alto está sempre a nos amparar.

Só depende de nós, da nossa boa vontade de nos esforçarmos, acreditando que Deus ama a todos com a mesma intensidade, porque somos seus filhos prediletos. Disso nunca duvidemos.

Geni

Terceira Idadeterceira idade

Só Depende de Nós

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O senhor Francisco Portugal adentrara ao salão do Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo, cidade do Estado de Minas Gerais.

Chegava do Rio de Janeiro, mais precisamente da cidade de Petrópolis. Sua estada em Minas Gerais fora exatamente para localizar a pequenina cidade de Pedro Leopoldo. Ansiava em conhecer o já famoso médium, Francisco Cândido Xavier.

Ouvira das pessoas que haviam estado com Chico, que só a presença do médium trazia fluidos restauradores e que, em muitos casos, não havia a necessidade de argumentar os problemas aflitivos, para que a calma retornasse a quem ali fosse em busca de alternativas de vida, tanto material, como, também, elucidações sobre a Doutrina Espírita.

Francisco Portugal, como todos que ali se aglomeravam, no recinto pequeno pelo número de pessoas que abrigava, sentiu-se entristecido, pois pensava que ele jamais chegaria até o Chico, portanto seu desejo de abraçá-lo teria que ficar para outra ocasião. A reunião estava prestes a se iniciar e ele teria que sair logo que se encerrassem as tarefas, senão perderia a carona que havia conseguido, com um caminhoneiro que estava entregando uma encomenda em Pedro Leopoldo e voltaria de imediato a Belo Horizonte. Mas, ele já agradecia a Deus por ter conseguido chegar e, mesmo de longe, admirar a figura tão irradiante de Chico Xavier. Porém, qual não foi sua surpresa quando Chico, rapidamente captando os pensamentos de Francisco Portugal, vira-se e, dirigindo-se a ele, foi falando até alcançá-lo:

— Como, caro irmão Francisco Portugal, eu não iria abraçá-lo e agradecer-lhe a tão afetuosa visita? Você assim como todos, estão dentro do meu coração.

Francisco Portugal, tomado de intensa emoção, abraça Chico com um pranto de agradecimento.

Todos puderam sentir o aroma de rosas que se espalhou pelo recinto.

Após, Chico pediu a Francisco que assistisse aos comentários sobre o Evangelho e procurasse atentar sobre a lição reservada para aquela noite, preparada pelo plano

Espiritual. Diante disso Francisco Portugal sentou-se junto aos companheiros que, a um sinal do médium, deram início às tarefas. Após a prece, Chico retirou-se para outra sala, para receber, dos Espíritos, as mensagens ou orientações aos pedidos formulados pelas pessoas presentes.

A página do Evangelho aberta pelo dirigente da tarefa foi o suicídio, Cap. V “Bem-Aventurados os Aflitos”. Mas, a maior surpresa para Francisco se deu quando, ao final do trabalho, Chico, chamando-o, entregou-lhe uma mensagem de seu irmão carnal, Alfredo Portugal... Francisco emocionou-se. Na mensagem, Alfredo contava particularidades de sua vida terrena, que só Francisco sabia. Fora ele um homem revoltado, rebelde, pelas lutas materiais que enfrentava. Dizia-se incompreendido por todos, até por Deus.

Mas agora, diante do sofrimento que enfrentara pelo ato impensado de tirar a própria vida, pedia a Deus novas oportunidades. Se pudesse, declarava em seu relato mediúnico, pediria ao Pai Supremo que seu retorno à Terra se desse com um reencarne em dolorosos sofrimentos, com órgãos mutilados. Isso poderia, talvez, constituir para o seu Espírito atormentado, bênçãos restauradoras, acalmando a sua tormentosa ingratidão para com todos os familiares, aos quais tantos dissabores causara. Pedindo perdão a todos, e dizendo da satisfação em poder transmitir a alegria por ver seu irmão tão querido, terminara a longa mensagem, rogando a Francisco que transmitisse aos familiares que recebia as preces em seu favor, como bálsamo que o conduziram à paz, e o levaram de retorno a Jesus.

Francisco chorava abraçado a Chico. Não haviam dúvidas sobre o que ali estava escrito, pois o desencarne de Alfredo fora pelo suicídio, pelo desequilíbrio por não ter podido alcançar o seu objetivo de ser um grande e rico empresário. E foram colocados, nessa mensagem, os nomes de todos os familiares e amigos que compartilharam, na época, com a dor desse trágico acontecimento. Chico de nada sabia, mas informara a Francisco que seu irmão Alfredo já estava em plena recuperação, porém, tinha conhecimento de que, para se refazer perispiritualmente, teria um longo caminho entre muitas reencarnações.

Francisco Portugal despediu-se de Chico, agradecendo muito por ter conhecimento de que Alfredo voltara a acreditar em Deus. Chico aconselhou-o a orar muito por esse Espírito sofrido, porque, por certo, Deus estaria, pela misericórdia,

a ampará-lo, a ajudá-lo a reencontrar a paz a que se referira na mensagem, a estar com Jesus.

Chico Xavier era essa eterna luz de esperança e consolo a quem chegava triste e oprimido, fosse encarnado ou desencarnado.

Obrigado amigo Chico!Érika

Bibliografia: Adaptação do livro LindosCasosdeChicoXavier - Ramiro Gama, Editora Lake, 15ª ed., 1987.Imagem: http://imgs.uai.com.br/arqui-vos/app/noticia173/2010/03/15/151594/20100315150916280880o.jpg

Pegadas de Chico Xavierpegadas de chico xavier

Suicídio

ChicoXavier,nacabeceiradamesa,durantereuniãomediúnicaem197218

19Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança

DIA 011865 lançada em Paris, França, a 1ª edição do livro “O Céu e o Inferno”, de Allan Kar-dec.DIA 041859 desencarna em Ars-sur-Formans, França, João Maria Vianney, colaborador da codificação com mensagens que fazem parte de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Em uma de suas comunicações diz: “Oh! Sim, bem-aventurado é o cego que quer viver com Deus. Mais feliz do que vocês que aqui estão, ele sente a felicidade, ele vê as almas e pode elevar-se com elas às regiões espi-rituais que nem mesmo os predestinados da Terra conseguem divisar. O olho aberto está sempre pronto a fazer a alma falir. O olho fechado, ao contrário, está sempre pronto a fazê-la subir até Deus”.1969 desencarna em Niterói, RJ, Carlos Im-bassahy. Advogado, conferencista, escritor e doutrinador espírita, teve sua vida contada também no livro “Memórias Pitorescas do Meu Pai”, publicado pelo seu filho Carlos de Brito Imbassahy.DIA 061651 nasce François de Salignac de la Mo-the, duque de Fénelon, em Périgord. Pensa-dor, brindou-nos com famosas frases de efei-to como esta: “Aquele pensa que sabe muito, mas não sabe de nada, e a sua ignorância é tanta que nem sequer está em condições de saber aquilo que lhe falta”. Uma parte de suas contribuições ao ESE encontra-se no capítulo “Bem-aventurados os aflitos: “... Vocês possuem faculdades tão limitadas, que o conjunto do grande todo escapa aos seus sentidos obtusos. Esforcem-se por sair, pelo pensamento, do estreito círculo de suas ob-servações. À medida que vocês se elevarem, espiritualmente, a vida material diminuirá de importância, ganhando a sua verdadeira dimensão. A vida material, então, só se lhes apresentará como um incidente, diante da duração infinita de sua existência espiritu-al, a única verdadeira vida (Fénelon, Sens, 1861)”. Fénelon figura na Codificação, em vários momentos, podendo ser citado: “O Li-vro dos Espíritos”, onde assina Prolegôme-nos, junto a uma plêiade de luminares espiri-tuais. Igualmente, a resposta à questão de nº 917 é de sua especial responsabilidade; em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, apre-senta-se em vários momentos, discursando acerca da terceira revelação e da revolução moral do homem (cap. I, 10); o homem de bem e os tormentos voluntários (cap. V, 22 -

23); a lei de amor (cap. XI, 9); o ódio (cap. XII,10) e emprego da riqueza (cap. XVI,13); em “O Livro dos Médiuns”, figura no capí-tulo das Dissertações Espíritas (cap. XXXI, 2º parte, itens XXI e XXII), desenvolvendo aspectos acerca de reuniões espíritas e da multiplicidade dos grupos espíritas.DIA 121912 nasce em Delfinópolis, MG, a escritora Corina Novelino. Espírito caritativo, infati-gável, sempre disposta a cooperar; tornou-se parte saliente na vida sócio-econômica, re-ligiosa e cultural da cidade de Sacramento, MG. No seu livro “A Grande Espera”, narra ela o encontro de Jesus, O Cristo, com os an-tigos essênios no século I.DIA 191662 desencarna Blaise Pascal, um dos ex-poentes que colaboraram na codificação do Espiritismo.1936 na Rádio Cultura de Araraquara, SP, Caírbar Schutel inicia o 1° Programa Radio-fônico Espírita do Brasil.DIA 221940 desencarna em Wiltshire, Inglaterra, Joseph Oliver Lodge, físico, cientista e pes-quisador de fenômenos mediúnicos.1957 desencarna em Nova Iguaçu, RJ, Leo-poldo Machado Barbosa, jornalista, profes-sor, escritor e compositor. Difundiu a Dou-trina Espírita por todos os meios e formas, merecendo o respeito e admiração, inclusive dos adversários da Doutrina.DIA 251850 nasce em Paris, França, Charles Ri-chet. Fundador da Metapsíquica, desem-penhou papel fundamental no processo de desvendar o desconhecido mundo dos fenô-menos anímicos.DIA 271959 desencarna em Salvador, BA, Maria Dolores. Dedicou-se à poesia e ao jorna-lismo. No ano de 1971, através do médium Francisco Cândido Xavier, sua obra poética continuou, presenteando-nos com a ternura

dos seus ensinamentos transbordantes de amor e fé.DIA 281881 oficializada no Brasil a perseguição ao Espiritismo com a publicação, através da Imprensa, de ordem policial proibindo o fun-cionamento das sociedades espíritas.1882 realizada a 1ª Exposição Espírita do Brasil com mostra de vários trabalhos medi-únicos e material doutrinário em geral.DIA 291831 nasce na Freguesia do Riacho do San-gue, hoje Jaguaretama, CE, Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, médico, deputado, presidente da FEB e considerado “O Apósto-lo da Caridade”. Sua importância nos meios espíritas é muito forte e seu exemplo de amor à Doutrina continua sendo seguido por mui-tos. Conheceu a Doutrina Espírita quando do lançamento da tradução em língua portu-guesa de “O Livro dos Espíritos”, em 1875, através de um exemplar que lhe foi oferecido com dedicatória pelo seu tradutor, Dr. Joa-quim Carlos Travassos. Sobre o contato com a obra, o próprio Bezerra registrou posterior-mente: “Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Em-barquei com o livro e, como não tinha dis-tração para a longa viagem, disse comigo: ora, Deus! Não hei de ir para o inferno por ler isto… Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estu-dado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia (a Bíblia). Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!… Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava n’O Livro dos Espíri-tos’. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença.” Já em 1886 declara-se espírita e filia-se à FEB e, em 1895 assume a presidência da Federa-ção Espírita Brasileira.

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