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Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 5 - nº 46 - Outubro/2004 Distribuição Gratuita Inácio Bittencourt Família Os Órfãos Página 15 Kardec Em Estudo Prodígios dos Falsos Profetas Página 12 • Cantinho do Verso em Prosa - Página 13 Página 03 • Sonhos - Página 10 • Curas - Página 09

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Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 5 - nº 46 - Outubro/2004 Distribuição Gratuita

Inácio BittencourtFamília

Os Órfãos

Página 15 KardecEm Estudo

Prodígios dos Falsos Profetas

Página 12

• Cantinho do Verso em Prosa - Página 13

Página 03

• Sonhos - Página 10

• Curas - Página 09

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editorialEditorial

Publicação mensaldoutrinária-espírita

Ano V – nº 46 – Outubro/2004Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40

CCM: 39.737

Seareiro é uma publicação mensal, desti-nada a expandir a divulgação da doutrinaespírita e manter o intercâmbio entre osinteressados em âmbito mundial. Ninguémestá autorizado a arrecadar materiais emnosso nome a qualquer título. Conceitosemitidos nos artigos assinados refletem aopinião de seu respectivo autor. Todasas matérias podem ser reproduzidas desdeque citada a fonte.

Direção e RedaçãoRua Turmalinas, 56

Jardim DoniniDiadema – SP – Brasil

CEP: 09920-500

Endereço para correspondênciaCaixa Postal, 42Diadema – SP

CEP: 09910-970Telefone: (11) 4044-1563

com EloísaE-mail: [email protected]

Conselho EditorialRoberto de Menezes Patrício

Wilson AdolphoVanda Novickas

Ruth Correia Souza SoaresReinaldo Salles Licatti

Fátima Maria GambaroniRosângela Neves de Araújo

Geni Maria da Silva

Jornalista ResponsávelEliana Baptista do Norte

MTb 27.433

DiagramaçãoMarcos GalhardiTel: 4067-3378

Arte e ImpressãoVan Moorsel, Andrade & Cia Ltda

Rua Souza Caldas, 343 – BrásSão Paulo – SP

CNPJ: 61.089.868/0001-02Tel.: (11) 6097-5700

Tiragem8.000 exemplares

Distribuição Gratuita

A revista Seareiro vem mais uma vez abordar um tema doutrinário de extrema relevância, para que possamos, na oportunidade do trabalho com o Cristo, ser ser-vidores fiéis ao Mestre Divino: a mediunidade.

Como vimos tratando a mediunidade nos agrupamentos espíritas aos quais par-ticipamos? Será que temos nos orientado nas obras básicas de Kardec, onde nos trazem a única orientação segura, para a devida utilização desta faculdade, que é inerente a toda criatura?

Não é o que temos visto, em muitos agrupamentos que temos notícia, muitas vezes nas leituras dos periódicos que editam, onde formulam matérias sobre a me-diunidade, mostrando os trabalhos da casa, que vemos estarem contrários à orien-tação doutrinária de Kardec.

A mediunidade tem por objetivo primário, facultar a comunicação dos chama-dos “mortos” com o plano encarnado.

Mas esta comunicação deverá estar sempre acompanhada de objetivos elevados, e fundamentado em tarefas consistentes no Plano Espiritual, já que as programações de tarefas onde envolvam a mediunidade, são coordenadas pela equipe espiritual da casa, sem exceção, e não pelos encarnados que não tem condições de estruturarem um trabalho isoladamente, onde esteja sendo utilizada a mediunidade.

A comunicação se dá sempre “de lá para cá”, ou seja, o espírito comunicante é que, após autorização da equipe espiritual responsável pela tarefa, irá se aproximar do médium previamente determinado e ajustado fluidicamente, para que a comu-nicação se processe.

Com isso, notamos a responsabilidade de todos que forem participar de uma reunião mediúnica, onde deverão buscar no estudo constante, principalmente das obras básicas, o melhor entendimento de que as reuniões mediúnicas deverão ser levadas muito a sério do ponto de vista doutrinário e moral, e caso isto não ocorra, inevitavelmente a equipe espiritual que irá coordenar a tarefa, será inevitavelmente de espíritos levianos e as comunicações, conseqüentemente, serão de espíritos de ordem inferior.

E muito distante estão do Cristo reuniões mediúnicas, como por exemplo, as reuniões de desobsessão onde além de não se terem a mínima preocupação com o estudo, ainda levam pessoas na assistência de forma indiscriminada, quando não levam os próprios supostos obsediados, fazendo verdadeiras reuniões de “descar-rego”, como se isto fosse possível, ou seja, retirar os espíritos à força, um a um, com “correntes de médiuns”.

Isto tudo por absoluta falta de estudo!Se estudássemos profundamente Kardec e as obras de André Luiz, veríamos

como deveríamos conduzir uma reunião de desobsessão, ajustado à Espirituali-dade Maior, de forma a auxiliar efetivamente os espíritos trazidos pela Misericórdia Divina, e não sermos verdadeiras pedras de tropeço na tarefa.

Como as pessoas gostam muito de falar ou pelo menos ouvir os espíritos, como se nós encarnados também não fôssemos espíritos, vemos reuniões de desenvolvi-mento mediúnico em muitos agrupamentos espíritas, com grandes platéias, e muito valorizadas pela freqüência, principalmente pelos médiuns menos avisados, que enaltecem equivocadamente sua condição de médium, com comunicações ditas elevadas, esquecendo-se a humildade tanto exemplificada pelo Cristo.

Tudo isto poderia ser evitado, se o estudo sério fosse uma constante em todos os agrupamentos espíritas, sem se importar com a quantidade de pessoas que freqüen-tassem, mas preocupados com o verdadeiro esclarecimento dos ensinamentos cris-tãos, que só o estudo pode proporcionar.

A oportunidade da mediunidade com o Cristo é oferecida às criaturas que muito devem, pela misericórdia do Pai Celestial, e somente um Chico Xavier a teve para o cumprimento de Missão designada por Deus, diante da sua condição espiritual. Nós médiuns temos que nos posicionarmos como criaturas altamente devedoras, e abraçarmos esta oportunidade com humildade, perseverança e muito estudo, para que não percamos a oportunidade de resgatarmos muitos débitos de nosso passado culposo.

Em O Livro dos Espíritos encontramos o Capítulo XVIII que tem como título “Dos inconvenientes e perigos da mediunidade” e tantos outros que irão nos escla-recer quanto ao uso desta faculdade.

O estudo constante e o trabalho em favor de nosso semelhante, é que farão com que tenhamos o discernimento necessário para bem cumprirmos esta tarefa.

Mediunidade com o Cristo, sempre!

3Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança

grandes pioneirosGrandes Pioneiros

Inácio BittencourtEste é mais um dos grandes vultos, nascidos em

terras portuguesas, mas que pelas chamadas reencar-natórias emigra para o Brasil: Inácio Bittencourt.

Seu nascimento deu-se no dia 19 de abril de 1862, na Ilha Terceira, Arquipélago dos Açores, Freguesia da Sé da Angra do Heroísmo, em Portugal.

Muito cedo, Inácio teve de abandonar a escola. Tinha apenas dez anos e as necessidades eram imensas.

Que fazer? — pensava aquela criança. Algo ele pre-cisava realizar para poder continuar a viver. Era pre-ciso estudar, e toma a resolução, de que com o pouco aprendizado escolar, poderia caminhar e ir descobrindo os recursos para vencer os obstáculos, que sabia não serem poucos.

Em 1875, isto é, com treze anos, resolve ele vir para o Brasil. Não sabia o porque, mas algo o intuía para a migração a essa terra irmã, que o atraía tanto.

Sozinho, sem amparo algum material, desembarca no Rio de Janeiro. Sua expectativa era enorme. Seu co-raçãozinho pulsava intensamente. Tinha muita força de vontade. Embora jovenzinho, tinha retidão de caráter. Profundamente sério, e demonstrando sua forte per-sonalidade em sua moral.

Era um espírito maduro, mas retido ainda em sua pouca idade, evidenciando sem sombras de dúvidas o processo reencarnatório.

Logo após a sua chegada ao Rio de Janeiro, con-segue um emprego de barbeiro em Botafogo, onde pas-sou a residir.

Com a garra existente em seu espírito em-preendedor, pôs-se a batalhar para vencer as dificul-

dades que começaram a surgir em sua vida. Viu-se levado a requerer novos conhecimentos e, sozinho procurou atualizar-se, aprendendo sobre tudo o que se referia a sua profissão. E o devotamento ao estudo sistemático tornou-o um autodidata competente.

Sua juventude foi sempre repleta de compromissos saudáveis. Embora demonstrando em seu semblante a rigidez de maturidade, era como os outros jovens de sua idade. Gostava de passeios e, principalmente, de boas conversas.

Estava com vinte e dois anos e, sentiu ele a neces-sidade de um lar. Vem a conhecer uma simpática moça de nome Rosa e, encontrando nela a simplicidade que fazia também parte de sua vida, uniram-se numa com-preensão recíproca e verdadeira. Era o ano de 1885.

Tudo parecia correr bem, quando Inácio foi atacado por uma estranha doença. Recorrendo à medicina, não encontravam a causa da enfermidade. Já com as espe-ranças quase esgotadas, amigos do casal indicaram um médium, que era muito conhecido pelas curas evidentes que realizava. Seu nome era Cordeiro, e morava na rua da Misericórdia, no Rio de Janeiro. Feito isto, Inácio, após submeter-se ao tratamento, retorna à saúde física e fica muito espantado com a rapidez da cura. Isto o levou de volta ao médium, pois queria obter respostas às suas dúvidas com respeito ao acontecimento.

De frente ao senhor Cordeiro argüiu:— Não sendo médico, e sem mesmo o senhor fazer-

Vista panorâmica da Freguesia da Sé, de Angra do Heroísmo, cidade portuguesa onde nasceu Inácio Bittencourt (foto atual).

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me perguntas sobre o meu estado, e sem examinar-me e auscultar-me, como pode curar-me, e nem indicar-me remédio algum? Como chegou a induzir-me à cura?

O senhor Cordeiro, bastante sombrio e profunda-mente respeitoso com o campo mediúnico, disse-lhe sem reservas e afirmativamente:

— Procure ler “O Evangelho Segundo o Es-piritismo” e “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kar-dec, medite muito no que ali está escrito e achará as respostas que procura.

Inácio fez exatamente o que o senhor Cordeiro acon-selhara, e desde então sua vida alçou novos rumos.

Entregou-se de corpo e alma ao estudo da Doutrina. Os livros básicos de Allan Kardec abriram sua visão para a espiritualidade. Estudando os problemas reen-carnatórios, passou a entender as dificuldades de cada pessoa e seus sofrimentos.

Mesmo com todos os conhecimentos adquiridos pelos seus esforços no aprendizado das boas leituras que fazia, não deixou sua humilde profissão de bar-beiro, que executava com muito carinho. Esta lhe dava oportunidades de ouvir os problemas alheios. Sabia ser paciente e, se fosse necessário, orientava com palavras repletas de fé e de esperanças novas, sob a luz do Evan-gelho de Jesus.

Sua mediunidade firmava-se cada vez mais. Fosse pela escrita, falada e, principalmente, pela mediuni-dade curativa que começara a se espalhar rapidamente. Sua casa, desde o amanhecer, ficava repleta de pessoas de todos os níveis, para poder receber o passe e a re-ceita de medicações passadas espiritualmente.

Freqüentava assiduamente as reuniões na Federação Espírita Brasileira, quando o presidente era o Dr. Be-zerra de Menezes. Este acompanhava com muito en-tusiasmo o trabalho mediúnico, e a maneira sábia com que Bittencourt desenvolvia os temas doutrinários.

Ocupando a tribuna, envolvia os assistentes com sua forma simples e comovente em falar. Embora não tendo tido a oportunidade de freqüentar a faculdade,

isto não o impedia de mostrar sua inteligência e cul-tura, em profundos conceitos doutrinários. Sua visão espírita era realmente de quem viera para testemunhar sua fé em Jesus, e fazer luz às trevas.

No dia 1º de Maio de 1912, Inácio Bittencourt fundou e dirigiu o periódico “Aurora”, que levava as notícias e fatos doutrinários a todas as regiões do País, tendo sua sede fixada no Rio de Janeiro.

Em 1º de Janeiro de 1919 fundou também o “Abrigo Teresa de Jesus”, de amparo às crianças abandonadas de ambos os sexos. Também este “Abrigo” tem sua sede no Rio de Janeiro, onde funciona até hoje.

Juntamente com Samuel Caldas e Viana de Car-valho, fundou também o “Centro Cáritas”, no qual foi presidente até a sua desencarnação.

Participou da fundação da “União Espírita Suburba-na” e do “Asilo Legião do Bem”, que acolhe (cremos até hoje) vovozinhas desamparadas. Presidiu o “Centro Humildade e Fé”. Deste local, nasceu e funcionou a idéia de vir à luz mais um periódico intitulado “Tri-buna Espírita”, que foi dirigido por Inácio, pela sua larga experiência, por muitos anos.

Foi Vice-Presidente da Federação Espírita Brasilei-ra.

Desta forma, foi ele tomando vulto em todo País. Muitos eram os convites para palestras, para atendi-mento como médium receitista e de cura. A todos Iná-cio procurava atender sem desânimo ou qualquer ar de cansaço. Sua fisionomia era sempre a mesma: a de cumprir com alegria seu dever como cristão.

As curas produzidas pela sua mediunidade torna-vam-se cada vez mais assombrosas. Doentes, que para os médicos terrenos já não havia mais salvação, recor-riam a Bittencourt e se Deus o permitisse, retornavam à saúde plena. Este fato deixava os cientistas da época sem ação. Não entendiam o que acontecia. Levavam a conta de “milagres”, pois era mais fácil esta aceitação, do que ir mais a fundo para descobrir a “Verdade da Lei de Deus”.

Com isto, Inácio, teve graves problemas para re-solver. Foi processado por exercer a medicina ilegal-mente, várias vezes. Como já descrevemos, ele atendia diariamente de 500 a 600 pessoas em sua casa à Rua dos Voluntários da Pátria, nº 20, no Rio de Janeiro.

Os invejosos, os caluniadores, aqueles que gos-tariam de ocupar o lugar de destaque entre o povo, e ser chamado por estes de “O Apóstolo dos Pobres”, não se contentavam em vê-lo realizar o “Bem”, em distribuir o que não tinha, e o que recebia dava aos famintos.

Mas como ele era sincero em seus propósitos, e fiel a Deus, a Misericórdia estava sempre presente, e ele era absolvido, pois não haviam provas de que houvesse causado algum mal a alguém, pois nem mesmo aceita-va favores ou dinheiro pelas curas que fazia.

E foi em 1923 que veio a decisão do Supremo Tri-bunal Federal, em Acórdão de 27 de outubro, que livrou Inácio desses processos absurdos, de quem só veio ao mundo carnal para servir ao semelhante.

Disse um ilustre médico e simpatizante dos atos de

Abrigo Teresa de Jesus - Rio de Janeiro - RJ (foto atual).

5Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança

Inácio, ao saber a decisão do Tribunal, e que foi publi-cado num jornal carioca:

— “Perante a lei, Inácio Bittencourt foi um contra-ventor, mas perante a humanidade sofredora, ele é um benfeitor”.

Conta-se que no “Centro Cáritas”, antes de se ini-ciar o atendimento do receituário, ao fazer sua prece,

era comum ouvir-se na sala, bem nítido a todos, belís-sima melodia, executada no violino por um artista es-piritual. Isso envolvia os assistentes que chegavam às lágrimas, pelas vibrações emanadas do Alto.

Dizia Inácio que eram as bênçãos de Jesus, através dos Espíritos Superiores que traziam paz e consolo aos encarnados presentes.

Inácio, assim como Eurípedes Barsanulfo, Yvonne A. Pereira e o Dr. Bezerra de Menezes, não discrimi-navam as pessoas pela religião que praticavam. Todos eram atendidos, orientados. Inácio recebia tanto em sua casa, como nos grupos que freqüentava, desde o mais humilde trabalhador até empresários, médicos, políticos, e até alguns sacerdotes que, sabedores de fa-tos mediúnicos, gostariam de aprender com ele como resolver os problemas, principalmente com os famili-ares. Diziam estes, que era comum, por vezes no ato da missa, ter pessoas que começavam a gritar, chorar e até perderem os sentidos. Se para alguns padres es-ses acontecimentos não impressionavam, para outros, mais interessados no bem dos fiéis, procuravam ajuda com Bittencourt.

Teve Inácio, como pudemos constatar, uma vida simples e sempre voltada para o Cristo. Sua família fora numerosa. Eram quatorze filhos. Porém, cinco deles já haviam retornado ao plano espiritual. Nada disso o im-pedia do devotamento ao trabalho doutrinário. Tinha completo apoio em sua doce esposa, dona Rosa, que estava sempre ao seu lado, pois esta encontrava tam-bém forças junto ao Cristo, por todas as necessidades e

dores das provas vividas, principalmente com a partida dos filhos, em diversas fases da vida.

As mensagens enviadas por Inácio aos periódicos espíritas, eram repletas de profundos conhecimentos morais.

Em o Reformador de outubro de 1895, e repetido em outubro de 1949 (este após seu desencarne), reflete seu reconhecimento ao Cristo e a Kardec.

Ei-la na íntegra, homenageando o vulto de Kardec: Allan KardecMestre!Na constelação brilhante da moral, Jesus é o As-

tro-Rei. Sócrates, Platão, Confúcio, Moisés e muitos outros, fulguraram na noite do passado.

Vós sois o satélite rutilante que, na escuridão descrente do século das luzes, viestes iluminar a in-teligência humana a dar crença à alma sedenta de amor e de verdade.

Filho de vossa clareante doutrina, um ente de luz que o Astro irradia, espero com fé a radiosa aurora, de futuro próximo, de paz e de amor, o amplexo doce e sorridente que nos trará Aquele, de que vós, na es-trada do progresso, sois o transmissor da moral e da verdade.

Mestre, ala-se meu ser humilde aos pés do Pai, e pede, consciente de ser ouvido, uma centelha mais de sua luz, um átomo mais do seu puro Amor, para mais e mais irradiar amoroso, que, no século das luzes, foi a luz do século. (Reformador, órgão da FEB).

Leopoldo Cirne, outro baluarte do Espiritismo (que breve também comentaremos sobre sua valorosa re-encarnação), quando exerceu o cargo de Presidente da Federação Espírita Brasileira, no período de 1900 a 1914, dizia que Inácio Bittencourt, além de ocupar o cargo de Vice-Presidente nessa mesma Instituição, era um dos médiuns mais inspirados, e receitista de responsabilidade ativa, e sempre constante com seus deveres.

Era muito admirado pelo seu equilíbrio espiritual, pelos não menos iluminados da Doutrina: Dr.Bezerra de Menezes, Antonio Luis Sayão, Bittencourt Sampaio e outros integrantes reencarnados que faziam parte do “Grupo Ismael”, da Federação Espírita Brasileira - FEB.

Entre o povo a quem ele atendia com carinho e desvelo, era conhecido como o amigo dos humildes, o amparo dos necessitados, o médico das almas e dos corpos, e para os mais estudiosos, ele foi o paladino das Verdades Crísticas da época.

Correspondendo ao seu ideal em ser um trabalhador do Cristo, a família não se opunha em deixar que ele atendesse aos mais necessitados em sua própria casa.

Sua barbearia ficava na parte debaixo, e os doentes subiam uma pequena escada, que os levava à parte de cima.

Numa pequena sala, com móveis simples e antigos, Bittencourt recebia esses doentes, sentado numa cadei-

Prédio onde funcionava o Centro Cáritas, em Botafogo, Rio de Janeiro - RJ (foto atual).

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ra de madeira e assento de palhinha, e estes sentavam numa banqueta à sua frente. Ele olhava-os profunda-mente, pedia seus nomes e idades. Logo após, voltava-se para uma pequena mesa e prescrevia a receita ho-meopática, sem nenhuma pergunta.

Nunca aceitou nada em troca, muito menos dinhei-ro, fosse quem fosse a consultá-lo.

Para os mais desprovidos economicamente ele era um “santo”, pois além do consolo e remédios, ele sem-pre enviava comida para ajudar a alimentar as famí-lias.

Mostrava, portanto, Inácio, que ele não só pregava o Evangelho, mas também o exemplificava.

Seu semblante denotava sempre a sobriedade dos seus sentimentos. Nunca deixou transparecer em suas atitudes para com os semelhantes, qualquer perturba-ção no trato em falar calmo e reticente, sem demonstrar amarguras ou tristezas. Dizia sua esposa, dona Rosa, que Inácio era o mesmo desde a hora do acordar, até as madrugadas, quando dava por finda as suas tarefas.

Mostrava-se compreensivo com os desafetos en-carnados, aqueles que sabia ele, sem os perceberem se faziam médiuns das sombras para fazê-lo cair em depressão ou desânimo. Diante dos acontecimentos reprovatórios por muitos, com suas atitudes cristãs, diante da dor dos semelhantes nada o detinha em seu

firme propósito de fazer o “Bem”.Inácio Bittencourt era profundamente enérgico nos

trabalhos doutrinários. Exigente e fiel a Kardec.Dirigia as instituições por ele fundadas com mãos

firmes. Não concordava com troca de favores de es-pécie alguma. Se alguém quisesse doar algo, que fizesse de coração apenas, sem nada de promessas vãs por parte de orientações medianímicas.

Para os trabalhos doutrinários, Inácio não admitia que os participantes se tornassem “os donos de tare-fas”. Todos deveriam participar de comum acordo e em trabalhos de equipes. Estas, de tempos em tempos,

eram trocadas de setores para que todos aprendessem a desempenhar as tarefas programadas pela Casa Es-pírita.

Ele também não concordava com os movimentos das chamadas Mocidades Espíritas. Por quê — dizia ele — trabalharem separados nos Centros se todos de-veriam falar da mesma forma do Evangelho? Por quê os jovens fazerem reuniões festivas, com bailinhos, joguinhos, etc. como forma de atrativos, se deveriam organizar palestras, reuniões e até debates sobre temas do Evangelho, juntamente com os participantes mais velhos, mais experientes, para que esses mesmos jo-vens aprendessem mais e com mais valia para os próprios participantes?

Para ele, jovens ou mais velhos não haviam diferen-ças. Por quê então o movimento paralelo?

Outros fatores com os quais Inácio não concordava e tornava-se até “azedo”, como diziam os que acom-panhavam seu trabalho, era o de os Centros Espíritas ou Instituições Espíritas, para levantarem fundos de sustentação material, organizarem rifas, jogos ou até espetáculos teatrais que pareciam mais pantomimas, trazendo mais desequilíbrio ao meio, pela vaidade aflo-rada em cada participante, sem que se apercebessem de que estavam sendo médiuns das sombras.

Sobre este assunto, Inácio Bittencourt, nos trouxe através da médium Yvonne do Amaral Pereira, uma bela página esclarecedora para todos aqueles que são dirigentes de Centros ou Instituições Espíritas. Na ver-dade é uma mensagem de um dirigente de Mocidade Espírita, que pediu a Inácio uma orientação sobre a or-ganização de peças teatrais ou concertos musicais nos Centros, para atrair adeptos jovens ao movimento. Ti-ramos alguns trechos da mesma:

“Não creio que seja lícito a quem quer que seja le-var para o Centro a profanação das festas mundanas, dele fazendo não mais um receptáculo das inspirações divinas, como devem ser os Centros Espíritas bem ori-entados, mas uma platéia heterogênea onde a mediocri-dade de arte apresentada, fará atrair os pândegos e pas-palhos do invisível, em vez dos abnegados obreiros de Jesus, os quais, assim sendo, de forma alguma poderão descer das suas sublimes tarefas a prol da salvação da Humanidade, para bater palmas aos desvirtuamentos de solenidades sérias, cuja abertura tem sempre como chave máxima o nome sacratíssimo do Todo Poderoso e de Nosso Senhor Jesus Cristo!”

É uma mensagem de grande teor educativo, tanto a jovens como para dirigentes de Centros Espíritas, pelo valor espiritual aí contido, pelas experiências de mais um “Pioneiro da Doutrina Espírita”.

Essa mensagem está no livro “Yvonne do Amaral Pereira - O Vôo de uma Alma”, de autoria de Augus-to Marques de Freitas, em homenagem aos dez anos da fundação do Centro Espírita Yvonne do Amaral Pereira.

Essa mensagem foi recebida pela médium no dia 28/05/1959 e transcrita nesse referido livro.

Inácio Bittencourt, como vemos, foi mais um exem-

Local onde morava a família de Inácio Bittencourt, hoje um pré-dio desativado, em Botafogo, Rio de Janeiro - RJ (foto atual).

7Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança

plo vivo de virtudes enobrecedoras. Sabia sorrir diante das ofensas, ser compreensivo diante das calúnias, pois sabia que esses eram os doentes aos quais o Cristo se referia, doentes do espírito, que precisavam ser cura-dos à luz do Evangelho, em nome do Pai. E ele assim o fazia.

Aos setenta e cinco anos foi acometido de um der-rame cerebral, deixando-o parcialmente paralítico e cego de um olho. Mas com sua imensa coragem e fé em Cristo, conseguiu vencer a grave crise que o afe-tara.

Continuou mais dois anos entre melhoras e pioras. Nesse quadro, premeditando que seu retorno ao plano espiritual estava próximo, ele pediu aos familiares que não queria coroas de flores e nem gastos exagerados com os funerais, apenas o mais simples e necessário. Diante desse pedido, dona Rosa, sua abnegada esposa disse-lhe:

— Você amontoou flores durante sua vida terrena e cremos que essas mesmas flores virão engalanar sua vida espiritual, disso temos certeza.

Ao que Inácio respondeu:— Está bem. Digamos que assim seja, mas em acei-

tando as flores em nome do muito obrigado aos ami-gos, que sempre se fizeram presentes em nossas Insti-tuições e Casas de trabalho espiritual. Rendo, portanto, com elas as homenagens e as entrego, a você querida companheira de todas as horas boas ou em crises, pelo apoio sempre constante, nos passando não só carinho, mas resignação, para que o trabalho do Cristo não fosse afetado por algum desentendimento terreno. Tenho certeza que nosso filho Israel, fará isso por mim.

E no dia 18 de fevereiro de 1943, pela madrugada, Inácio Bittencourt, entrega seu laborioso espírito nos braços das mães espirituais, que aguardavam seu re-gresso. Partiu com oitenta anos bem vividos e dedi-cados à doutrina, embora sua numerosa família con-sangüínea, e também a família espiritual, muito mais numerosa.

A Revista Internacional do Espiritismo, no dia 15 de março de 1943, relata em seu noticiário ao passamento de Bittencourt:

“Ao correr a notícia do desencarne deste conhecido médium, começou a romaria à residência desse Após-tolo do Espiritismo. Ricos e pobres, pretos e brancos, altas personalidades, intelectuais e os espíritas em geral, foram, pela derradeira vez, contemplar o corpo daquele justo, numa demonstração de solidariedade à família desolada, num culto de estima, amor e con-sideração”.

E a matéria termina, após longo comentário sobre a vida desse peregrino, dizendo:

“Foi amigo dos humildes, amparo dos necessitados, médico da alma e do corpo e paladino das Verdades Cristãs”.

O Diário da Noite, estampa em sua primeira página na data de 19 de fevereiro de 1943, uma matéria do imortal e ex-presidente da Academia Brasileira de Le-tras, Austregésilo de Athayde, o seguinte: “A Morte do

Apóstolo”, com esse título, eis o trecho:“Seja qual for o ponto de vista religioso em que

nos coloquemos, a figura de Inácio Bittencourt, ontem sepultado, adquire inconfundíveis relevos de apóstolo cristão. Patriarca do Espiritismo, seu propagandista in-cansável e devotado sacerdote”.

Pregava pelo jornal, pela palavra nas reuniões de culto, pelo exemplo de uma vida sem mácula de in-teresse, no cumprimento estrito dos deveres vocacio-nais. Foi um santo.

Para ele o que ligava o homem a Deus, era o espírito de Caridade. O Cristo era o amor ao próximo.

Foi um grande consolador de sofrimentos, e nunca ninguém se aproximou dele que não saísse aliviado das suas penas morais.

Assim cumpriu a missão sagrada do pastor de Deus, na sua misericórdia, tê-lo-á recebido com as dignidades reservadas aos seus justos idealizadores do Bem.

Esse comentário, na época, escrito e comentado por esse ilustre escritor e ex-acadêmico da presidência da Academia, representava um grande assunto entre os intelectuais, pois Austregésilo era considera-do o maior escritor da Academia de Letras. Todos os escritores o respeitavam e suas críticas sem-pre foram ponderadas e sem afetação. Diziam que elas só acrescentavam benefícios aos escritores, quando estes eram apontados por Austregésilo.

Diga-se de passagem, que Austregésilo era apenas sim-patizante da Doutrina Espírita, pois respeitava profundamente Allan Kardec, achando coerên-cia em tudo que lia a respeito das obras kardequianas.

Ramiro Gama publica em seu livro “Os Mortos Es-tão em Pé”, um importante trecho de um artigo do não menos famoso escritor espírita, Coelho Neto, intitula-do “O Bom Samaritano”, onde ele defende Inácio das acusações de medicina ilegal, exercida pelo médium. Num determinado trecho desse trabalho, Coelho Neto escreve: “Esse homem, que se chama Inácio Bitten-court, nome invocado por milhares de sofredores, é in-timado a comparecer perante o Tribunal para responder por crimes que, se fossem citados no Código Penal, se-riam esplendores, como são as estrelas dentro da noite. São eles: sarar enfermos, valendo-lhes com a medici-na, com a dieta e com o desvelo; mitigar desesperos, reconciliar desavindos, restaurando lares destruídos, promover os meios de legitimar ligações; reconhecer transviados; amparar crianças órfãs; agasalhar anciãos; pregar o amor ao próximo, o respeito à Lei e levantar os corações combalidos com a força suprema da Fé. Esses foram os seus “erros”.

Livro “Vozes do Grande Além”, psico-grafado por Francisco Cândido Xavier, FEB, onde contém uma men-sagem de InácioBittencourt.

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Em 10 de novembro de 1955 nas reuniões mediúni-cas realizadas no Grupo Meimei, dirigidas por Arnaldo Rocha (esposo de Meimei), em Pedro Leopoldo - MG, o espírito de Inácio Bittencourt, manifesta-se através do médium Chico Xavier, pela primeira vez, visitando o grupo trazendo muita alegria a todos os participantes. Retiramos alguns trechos dessa comunicação, que pode ser encontrada na íntegra no livro “Vozes do Grande Além” sob o título Aviso Oportuno:

“Meus amigos: Louvado seja o Senhor.Em minha última romagem no campo físico, mo-

bilizando os poucos préstimos de minha boa-vontade, devotei-me ao serviço de cura mediúnica; no entanto, desencarnado agora, observo que a turba de doentes, que na Terra me feria a visão, aqui continua da mesma sorte, desarvorada e sofredora.

Os gemidos no reino da alma não são diferentes dos gemidos nos domínios da carne.

...A falta de respeito para com a nossa própria

consciência dá margem a deploráveis ligações com os planos inferiores, estabelecendo, em nosso prejuízo, moléstias e desastres morais, cuja extensão não con-seguimos sequer pressentir; e a ausência de estudo acalenta em nossa estrada os processos da ignorância, oferecendo azo às mais audaciosas incursões da fanta-sia em nosso mundo mental, como sejam: a acomoda-ção com fenômenos de procedência exótica, presidi-dos por rituais incompatíveis com a pureza de nossos princípios, o indevido deslumbramento diante de pro-fecias mirabolantes e a conexão sutil com Inteligên-cias desencarnadas menos dignas, que se valem da mediunidade incauta e ociosa entre os homens, para a difusão de notícias e mensagens supostamente respei-táveis, pela urdidura fantasmagórica, e que encerram em si o ridículo finamente trabalhado, com o evidente intuito de achincalhar o ministério da verdade e do bem.

A morte não é milagre e o Espiritismo desceu à Hu-manidade terrestre com o objetivo de espiritualizar a alma humana.

...”

Salientamos a necessidade de todos os espíritas, a lerem na íntegra, esta bela mensagem, que Inácio nos trouxe da espiritualidade, de valor inestimável para es-tudos, em todos os agrupamentos, pelo sério teor nela contida.

Inácio, cremos, deve ter cumprido sua imensa tarefa a que veio fazer em sua última reencarnação. E pela sua mensagem continua a esclarecer e a envolver a to-dos que aqui na Terra procuram fazer algo na Seara do Cristo.

A casa onde habitava a família do médium, na Rua Rodrigo de Brito, em Botafogo, Rio de Janeiro, hoje não existe mais. No local há um estacionamento, com o mesmo número, 24. E onde havia o Centro Cáritas, na Rua Voluntários da Pátria nº 20, em Botafogo, funciona

Bibliografia:

* Vozes do Grande Além, Francisco Cândido Xavier, FEB, 2ª edição, 1974.* Yvonne do Amaral Pereira, o Vôo de uma Alma, Augusto Marques de Freitas, Edições CELD, 2ª edição, 2000.* Reformador, Março de 1943.* Grandes Espíritas do Brasil, Zêus Wantuil, FEB, 3ª edição, 1990

Livros básicos da doutrina espírita. Temos os 412 livros psicogra-fados por Chico Xavier, romances de diversos autores, revistas e

jornais espíritas. Distribuição permanente de edificantes mensagens. Venham nos visitar e ter acesso a todas essas obras.

Praça Presidente Castelo Branco - Centro - Diadema - SP Tel 4043-4500 com Roberto

Horário de funcionamento: 8:00 às 19:30 horasSegunda-feira à Sábado.

Banca deLivros Espíritas“Joaquim Alves

(Jô)”

hoje a Homeopatia Nóbrega, que ainda tem móveis em madeira e vidros da época. Na parede lê-se “Pharma-cia”. E na sobreloja onde funcionava o Centro, funcio-nam consultórios médicos homeopatas.

Que os exemplos desse grande pioneiro permaneçam sempre em evidência, para que as reencarnações vin-douras na Terra tenham constantemente essas luzes a iluminar-nos os caminhos do Bem.

Obrigado Inácio Bittencourt.Eloísa

Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª às 20:00 h 3ª e 6ª às 15:00 h

Tratamento Espiritual: 2ª às 19:45 h 4ª às 19:45 h

6ª às 14:45 h

Núcleo de E s t u d o s Espír i tas

AMOR eESPERANÇA

Rua Turmalinas, 56 - Jardim Donini - Diadema - SP

Você poderá obter informações sobre o Es-piritismo, encontrar matérias sobre a Doutrina e tirar dúvidas sobre Espiritismo por e-mail. Poderá também comprar livros espíritas e ler o Seareiro eletrônico, além de poder se associar ao nosso Clube do Livro.

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9Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança

Jesus Cristo fez muitas curas e legou aos discípu-los o dom de curar. Jesus é o modelo. Nós, os espíri-tas, sabemos que a tarefa de curar ou aliviar os so-frimentos alheios, vem dos Espíritos Superiores, que manipulam os fluidos e formam a química espiritual. O médium, que seja dotado dessa mediunidade, deve ter consciência de que ela vem de Deus, e não lhe é licito cobrar por esse trabalho.

A espiritualidade lhe passa de graça, só pedindo ao médium manter-se ligado através da prece ao Pla-no Maior, ter uma moral correta, para que realmente possa manter-se em sintonia com espíritos íntegros, e não perder a oportunidade do trabalho, pois a mesma maneira que Deus o deu, poderá tirá-lo, e perder dessa forma um talento importante conquistado na encarna-ção presente, e por não ter sabido multiplicá-lo com responsabilidade dentro dos parâmetros do Cristo.

Portanto, para que a cura seja realizada, parcial ou integralmente, são necessários outros fatores, não só do médium passista, mas principalmente a de quem recebe: necessário se faz ter fé para absorção dos flui-dos magnéticos, que irão trazer a melhora, e talvez

Curas através do passecuras

Curas

com o tempo, a cura. E esta só se fará, se realmente for permitido por Deus. Isso envolve esforço próprio da criatura que recebe e o seu merecimento.

Por outro lado, as enfermidades, que são resgates ou provas de reencarnações anteriores, e que são para as criaturas experiências necessárias para os reajustes espirituais, poderão nesses casos os passes magné-ticos servirem de alívio, e darão às criaturas as forças necessárias para superarem os problemas, que só com o tempo e procurando modificar hábitos, através dos estudos profundos dos ensinamentos de Jesus, abrirão caminhos novos de amor ao próximo e respeito aos semelhantes (reforma íntima).

Uma vez modificado o interior (espírito), através dos pensamentos e dos atos, não só ter-se-á um corpo sadio, mas a construção de uma vida de paz que todos desejamos, e isso nós não deveremos buscar nos outros, mas deveremos começar do interior de cada um de nós.

“Lembremo-nos, no entanto de que lesões e cha-gas, frustrações e defeitos em nossa forma externa, são remédios da alma que nós pedimos a farmácia de Deus”. (Emmanuel)

Ruth

Quando se fala que está vivendo a 3ª idade, já se pensa: estou velho, e logo vou morrer.

Está bastante equivocado quem pensa assim. Com toda essa experiência, e com todos os conhecimentos adquiridos no decorrer de todos esses anos, quantas coisas boas ainda se pode fazer, vivendo essa idade.

Pode trabalhar como voluntário, buscando conhe-cimentos diferentes, fazendo trabalho em grupo, aju-dando alguém e se ajudando também.

Vivendo dessa forma, o idoso fica longe de se sentir sozinho, e se livra de uma depressão, de uma melan-colia, e evita de ficar preso a um passado de quando ainda era jovem, supondo ter sido o melhor período de sua vida.

O espiritismo nos dá a certeza de que não morre-mos, todos somos espíritos eternos, e para nosso Pai

A Verdadeira Idadeterceira idade

Terceira Idade

Maior, Deus, ainda somos criança engatinhando numa longa caminhada, sempre buscando conhecimentos que sejam úteis para nosso melhoramento, tendo em vista à nossa evolução, para a vida futura. Quando nos referimos à vida futura, estamos nos referindo à reen-carnação.

Não podemos nos melhorar em apenas uma existên-cia. Para que nos melhoremos, precisamos de várias reencarnações, e tudo pela misericórdia de Deus, que nos dá todas essas oportunidades, desta evolução.

Por esse motivo é que nos dirigimos à você idoso: não pense na morte, não pense que já está velho para aprender, mas para servir de exemplo aos jovens, vi-vendo um inverno feliz e proveitoso ainda nesta reen-carnação.

Estenda-lhe as mãos, e lhes diga: siga-me e apren-damos a caminhar juntos, pois a verdadeira idade está no espírito de cada ser.

Geni

10

Podemos ter sonhos, que denominamos de pesade-los, dada a natureza mental perniciosa em que nos en-contramos, algumas até inconfessáveis.

E o que isto representa senão o resultado da nos-sa invigilância diurna, de nossos pensamentos e an-seios?

Até porque, antes de dormir, estes pensamentos não foram os melhores. Viajamos mentalmente a uma direção perigosa, na qual favorecemos nossos instin-tos a encontros noturnos, aos quais cedemos, não obstante nos causem até indignação (por não supor-tarmos serem tão vis).

Diríamos até que, esta indignação é o nosso lado bom, este, entendido como desejo de progresso moral em conflito com os instintos, ainda latentes no nosso ser. Aí está, mais uma vez, a prova viva da necessidade do “orai e vigiai”, em todos os milésimos de segundo da nossa existência, para que quando estivermos des-cansando o corpo físico, em sonho, estejamos em paz e em boas companhias.

Já sabemos que, enquanto dormimos, nosso es-pírito se liberta temporariamente do corpo físico, e continua em atividade, e que os sonhos são expressão desta liberdade.

O sono é como a morte. O corpo fica em estado “vegetativo”, e o espírito readquire as suas tendên-cias, antes freadas pelos limites da carne, podendo ir de encontro aos seus afins. Isto nos faz concluir que, em vez de temermos a morte, deveríamos nos preocu-par com o que fazemos em vida.

Assim como o sonho pode refletir a nossa conduta diária, o nosso “pós-vida” será o reflexo do que fizer-mos na nossa passagem terrena. Se tivermos consciên-cia desta responsabilidade, ainda que na última hora, teremos grande chance de nos reunirmos àqueles que, nos “bastidores do além” estiveram nos emitindo ao máximo todas as vibrações de amor, possíveis e inimagináveis.

Vamos treinar, diariamente, para que nossos sonhos possam, quem sabe, nos levarem até eles (àqueles espíritos que nos amam).

Conforme nos explica Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, capítulo VIII, questão 402, pessoas de espíritos elevados conseguem ao dormir ir às es-feras superiores, onde mantêm contato, estudam e trabalham conjuntamente na edificação de obras que estarão concluídas à época de seus desencarnes. Imaginamos o quão maravilhoso pode ser!

É preciso, portanto, cuidarmos para que não fanta-siemos os sonhos. Quase sempre ele representa a nos-sa preocupação diária ou algum distúrbio emocional.

É mauito raro o sonho representar um aviso de uma premonição de morte, doença ou mesmo casamento ou qualquer outro assunto que por vezes convivem em nosso interior. Os sonhos tem sim sérias ocorrências, mas há necessidade de serem analizadas sob o prisma real e elucidativo dos estudos kardequianos.

Nos sonhos, podemos nos encontrar com pessoas às quais tenhamos muita afetividade, bem como com criaturas que tenham sido nossos desafetos de um pas-sado, e estejam desencarnadas. Por isso é que temos que buscar estarmos ligados à Espiritualidade Supe-rior, estando com as mãos voltadas ao bem do nos-so próximo, incondicionalmente. Assim, em nossos sonhos, teremos as companhias daqueles a quem es-tejamos afinizados mas com oportunidades nobres do reencontro ou mesmo do trabalho a que possamos ser convidados a participar na esfera desencarnada. De-penderá apenas do nosso esforço contínuo no campo do bem.

É o que nos ensina Kardec: “Numa palavra: o sono influi mais do que pensais, sobre a nossa vida”.

O Livro dos Espíritos – Questão 402.

Rosângela

Sonho ou Pesadelo?sonhos

Sonhos

11Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança

Falar de amor e socorro infatigável, inesgotável à todos os que sofrem, é falar de FABIANO DE CRISTO.

Amigo, Pai e Irmão de todos os filhos deste nosso Brasil, nós, que ainda nos mantemos tão selvagelmente escravos do orgulho, do egoísmo, da ambição desmedida e vaidade narcisista, que nos mantém chafurdados no lamaçal das paixões abomináveis e erros sem fim.

Bem que com seu amor extremado, ampara e trabalha todos os instantes, para todas as ovelhas desgarradas e renitentes, em tantos vícios e desregramentos que se perderam e mergulharam em profundo abismo de trevas e sofrimentos.

Infinita sua compaixão e o seu trabalho de socorro, tratamento, esclarecimento e orientação para todos os nos-sos irmãos desencarnados, em profundo sofrimento, prisioneiros de seus erros, que se encontram em pequenas ou grandes perturbações.

Assistência incalculável de profundo amor, para nós, com inúmeras equipes por Ele preparadas, e, com a ajuda de milhares de corações de mães, com seus sentimentos sublimados, unidos em preces a Jesus, nenhum filho ficará perdido, esquecido ou eternamente desgarrado.

Núcleo de amor, estudos e assistências espalhadas aos milhares pelo plano espiritual, e no plano físico, outros tantos se fazendo ainda, pois seu coração, em nome de Jesus, socorre a todos os encarnados que sofrem tam-bém.

Obreiro incansável do nosso Mestre Jesus, por muito amar, junta os pedaços dos nossos corações, que destruí-mos ao longo de nossas existências, com nossos enganos por nos afastarmos do bem e, nos coloca de volta rumo ao caminho de Jesus.

Devotado divulgador da Doutrina de Jesus, busca todos os meios de encontrarmos o consolador prometido e de nos esclarecer no Evangelho de Jesus.

Ensina-nos com o seu exemplo, de tanta vivência de amor, que o único caminho que nos levará a felicidade é o “Caminho do Amor ao Próximo”.

Coração que de tanto amor e luz, a nos ensinar com seus exemplos de existências aqui na Terra. Amor puro em favor de humanidade, amando, amparando, ensinando o amor a todas as criaturas que viveram à sua volta.

Renúncia e amor, eis o que aqui viveu e exemplificou, na Terra do Cruzeiro. Como Anchieta, foi toda uma força espiritual que ainda não conseguimos entender e compreender, pois em nome de Jesus, além de Ministro do Amor, também foi Ministro da Paz.

Irmão Fabiano de Cristo, aqui veio a ser em sua outra existência, o maior exemplo de renúncia e amor, aten-dendo o chamado de Jesus. Desfez-se de seus bens, e seguiu o Mestre Jesus, servindo a todos os necessitados, cuidando, incansavelmente, dos doentes do corpo e da alma, até o dia de seu desencarne, recebendo de Jesus a Coroa da Vida.

Sentimento maior, do mais puro amor é de que se compõe o seu coração, pois, humildemente, pede ao Mestre Jesus, para ser Porteiro de sua Mansão.

Todo amor de seu coração dedica a todos os que sofrem, os que precisam deixar o mal, acordar para o bem, aos que precisam deixar as trevas da ignorância para encontrar a luz do Eterno Bem.

Ora, ampara e socorre, até que todas as criaturas, um dia renovadas, tragam Jesus em seus corações e em seus atos.

Fátima

O Peregrino da Caridadecanal aberto

Canal Aberto

12

Através de todos os tempos temos vistos pessoas inteligentes, por saberem como utilizar algum conhecimento científico, que têm explorado em provei-to próprio esses conhecimentos adquiridos, levando-os para o lado dos poderes sobre-humanos, dos mistérios, das magias, para o campo das Missões Divinas, mas que não passam do resultado da manifestação de uma lei da natureza, do produto de conhecimentos que qualquer um pode adquirir, de faculdade orgânica própria (me-diunidade), que tanto as pessoas mais dignas quanto as mais indignas, podem possuir.

E recorrendo a todas as formas de ilusões e fantasias, que tanto agradam ao gosto popular, esses Falsos Pro-fetas, através de toda a malícia e esperteza que julgam possuir, “prosperam” e “comandam” as muitas novas seitas que existem hoje em dia, pela ação de seu magnetismo pessoal, que eles tão bem sabem usar.

Criam momentos e situações de maravilhas e encan-tamentos que iludem, confundem e subjugam pessoas que a eles se submetem, por ignorância, por desconhe-cerem a Verdade, ou por serem pessoas acomodadas, estacionárias ou ociosas em suas vidas, à espera que os seus problemas existenciais se solucionem, num “piscar de olhos”, num “passe de mágica”, sem nenhum esforço próprio ou mudança interior.

Sentem-se felizes por se deixarem levar, encantadas, hipnotizadas por seus magos ou gurus, e por se sentirem gado desse rebanho, sem se darem conta que formam um vigoroso e nutritivo pasto humano, escravizadas, se alimentando e sendo alimentadas espiritualmente por faixas espirituais vampirizadoras, sem terem a menor noção, o menor conhecimento de tais fatos.

Vivem seus dias, presas de seus interesses materiais por acreditarem que a vida é uma só, e por isso todos os meios para se chegar a uma felicidade ilusória são váli-dos, afinal de contas estão pagando as rezas, trabalhos, cultos, oferendas, patuás e amuletos de todas as formas, tais como pedras, pirâmides, cristais, sais, incensos, madeiras, ervas, velas, banhos, perfumes, roupas, cores, horóscopo, cartas, números, mapas astrais, mantras, hi-

kardec em estudoKardec em Estudo

Prodígios dos Falsos Profetasnos, tatuagens, cultos exteriores, dízimos, regressões de memória etc.

É necessário que as pessoas despertem para a moral, acordando para o verdadeiro sentido da Vida, para a Verdade que esclarece, e que está em Jesus, nos seus ensinamentos e nos exemplos por Ele vivencia-dos.

E todos nós, que nos dizemos Espíritas Cristãos, te-mos o dever moral da divulgação da Doutrina Espírita que traz em si o Cristianismo Redivivo; ensinando aos nossos irmãos em humanidade as lições do Evangelho de Jesus, e através do exemplo do Amor ao próximo.

Amparando e aliviando o sofrimento daquelas pes-soas que sofrem, fazendo aos outros aquilo que gos-taríamos que as outras pessoas nos fizessem, sabendo que próximo é a humanidade inteira, sem distinção de raça, credo, posição social; pois esse é o único camin-ho para a verdadeira felicidade que nos espera, pois so-mos Eternos, todos filhos do mesmo Pai, que é Deus, e um dia estaremos todos juntos perante Ele.

Infelizmente as religiões têm nos apresentado um Deus cruel e vingativo, que pune e castiga seus filhos, como se ele fosse parecido conosco e tivesse as mes-mas imperfeições que temos; pois se tirássemos um só dos atributos de Deus, Ele não seria mais Deus, que é todo Bondade e Misericórdia, para com todos os seus filhos.

Nos dá uma oportunidade nova a cada dia, para a nossa renovação interior, e quantas reencarnações se-jam necessárias para o nosso aperfeiçoamento espiri-tual.

As religiões têm escondido de nós o Cristo, nos apresentando e comemorando apenas um Jesus morto e crucificado, como que para nos desencorajar em seguir-mos seus exemplos e ensinamentos, nos ameaçando com o prêmio da morte, sendo que Jesus significa para todos nós o Caminho, a Verdade e a Vida.

Fátima

“Levantar-se-ão falsos cristos e falsos profetas que farão grandes prodígios e maravilhas tais que seduziriam até os próprios escolhidos”.

O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo XXI, item 5

13Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança

cantinho do verso em prosaCantinho do Verso em Prosa

Fui trazido ao teu colo e sussurro, baixinho:— “Mãe, eu serei na carne o sonho de teu sonho!...”

Depois, em prece ardente, em ti meus olhos ponho,Pássaro fatigado ante a úsnea do ninho.

Abraço-te. És comigo a esperança e o caminho...Em seguida — oh! irrisão! —, eis que, num caos medonho,

Expulsas-me a veneno, e, bruto, me empeçonho,Serpe oculta a ferir-te em silêncio escarninho.

Já me dispunha a dar o golpe extremo, quando Surge alguém que me obriga a deixar-te dançando

Em formoso salão onde o prazer fulgura.

Passa o tempo. Hoje volto... É o amor que em mim arde.Mas encontro-te, oh! mãe, a gemer, triste e tarde,

Sombra que foi mulher, enjaulada à loucura...

Antologia dos ImortaisJosé GuedesFrancisco Cândido Xavier e Waldo VieiraFEB3ª edição - 1990

Filho que não nasceu

No mundo espiritual a reencarnação é um processo criterioso e de trabalho intenso, realizado pelas equi-pes, que são orientadas pelos espíritos superiores.

Toda problemática reencarnatória é entregue aos espíritos que estão designados a acompanhar a futura mãezinha, que irá receber todo cuidado, para que a gestação se cumpra segundo a “Lei de Deus”, pois é no plano espiritual que se verifica o compro-metimento entre as criaturas encarnadas ou desencar-nadas.

Logicamente que todos os fatores que irão formar essa união familiar, tem origem em reencar-nações passadas, onde afetos ou desafetos são nova-mente, por vezes, reunidos no cadinho do lar mate-rial.

O principal fator que sentimos nessa poesia de José Guedes é a cadeia do ódio e o desejo da vin-gança, produzidos pelo ato do aborto. Quantos dra-mas futuros poder-se-ia evitar, se a mulher sentisse o desabrochar do mais puro sentimento que é o amor maternal. Somente ele é capaz de extinguir qualquer mal e unir as criaturas, pois este é o caminho do perdão. Mas, quando isto não acontece e a prática do aborto se realiza, abre-se, então, a trilha mais doloro-sa para o futuro, pois não podemos atinar, por quan-tas reencarnações esse nefasto crime se perpetuará.

Se a criatura que provoca o aborto, pudesse ver o que se passa em seu ventre, nessa hora em que o

espírito reencarnante sente que está sendo arrancado de sua “casa” provisória, veria seu desespero, suas súplicas para continuar vivendo, pois suas esperanças estão fenecendo. Talvez projetasse ele, unir-se a esse núcleo familiar para romper desentendimento passa-dos, começando por ver-se aconchegado no regaço materno, de quem um dia prometerá amar e não con-seguiu?

Mas vendo-se expulso, quer também levar consigo a algoz, e aí seu ódio do momento e sua vin-gança se concretizarão. Mas Deus, por misericórdia, permite que ela continue a viver, pois a Lei de Causa e Efeito se cumprirá.

E com o passar do tempo, aquela que outrora, por vias de escolha, tece seu futuro e retorna ao plano físico em péssimo estado reencarnatório, vê-se presa mentalmente num processo de loucura.

Geralmente os espíritos abortados recebem o tratamento no plano espiritual, envolvidos nos braços de mães espirituais que os socorrem e lhes dão as-sistência, até terem condições de ir ao encontro das mães criminosas. Estes, muitas vezes, se apiedam do estado em que as encontram, e procuram ajudá-las em suas preces, até conseguirem espiritualmente a aceitarem um novo retorno para o reajuste num clima familiar.

Mas quando isto não acontece, e o clima do ódio torna-se mais forte, as reencarnações se proces-sam de formas dolorosas, mais contundentes, porém, necessárias para que a dor seja o remédio amargo, que una um dia essas criaturas no entendimento fraterno.

Emmanuel no Livro “O Consolador”, na questão 189, no capítulo do “Dever”, diz:

“A missão materna resume-se em dar sempre o amor de Deus, o Pai de Infinita Bondade, que pôs no coração das mães, a sagrada essência da vida. Nos labores do mundo, existem aquelas que se deixam levar pelo egoísmo do ambiente particularista; con-tudo, é preciso acordar a tempo, de modo a não viciar a fonte da ternura”.

A mãe terrestre deve compreender, antes de tudo, que seus filhos, primeiramente, são filhos de Deus e a Ele ter-se-á de prestar contas do que foi feito de suas vidas.

Eloisa

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livro em focoLivro em Foco

A literatura espírita infantil teve como primeira obra em todo o Mundo, o livro O Lobo Mau Reencarnado, escrito por Roque Jacintho, editado pela FEB. Roque Jacintho editou ainda diversas outras obras infantis, tais como, O Caminho; Dona Loba; O Fujão, O Gênio da Lâmpada; O Grilo Perneta; A Rainha Cruel e A Tarta-ruguinha Verde, sendo estas editadas pela FEB, e também muitas outras pela Editora Luz no Lar, que são: A Família de Cinderela; O Soldadinho de Chumbo; O Coração da Boneca; Lutas do Coração; As Cinco Moedas; As Artes do Egoísmo; A Memória Enferrujada; O Rei Sete Palmos; Zé Bento; Amparo Espiritual; Histórias que Vovó Contava; A Prece e Amizades; Os Três Irmãos; Simplório; As Três Linguagens; A Guardadora de Gansos; Os Dois Irmãos e o Peixinho Vermelho.

Em todas estas obras infantis, Roque Jacintho nos traz, numa linguagem precisa ao entendimento infantil, os ensinamentos do Cristo, em situações que envolvem o imaginário da criança, facilitando assim a sua com-preensão.

Com uma escrita leve, mas extremamente fiel ao Evangelho do Mestre, o autor tem a facilidade de se dirigir ao público infantil, onde até mesmo os adultos apreciam.

Temos também outras obras infantis sérias, principalmente as psicografadas por Chico Xavier, editadas pela FEB, e que também são leituras necessárias ao aprendizado de nossos filhos, e de nós mesmos.

Não deixemos de ler estas obras que muito tem esclarecido as nossas crianças e jovens, no aprendizado ne-cessário para prepará-los para a fase adulta, onde terão acesso ao seu livre-arbítrio, e que uma estrutura sólida de leituras edificantes como estas, são de extrema importância para melhor escolherem os seus caminhos, com o Cristo.

O Livro em Foco deste mês faz uma homenagem ao nosso saudoso Roque Jacintho, que foi o pioneiro do livro infantil no mundo inteiro, e que nos deixou muitas obras de puro esclarecimento doutrinário, além do O Evangelho segundo o Espiritismo, numa tradução em linguagem mais simples, para um melhor entendimento, editado pela Editora Luz no Lar.

Roberto Patrício

Livros Infantis - Roque Jacintho

15Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança

familiaFamília

Uma criança é um ser frágil que necessita de orien-tação.

Aos nossos fi lhos damos alimento, casa, roupas, agasalhos, brinquedos, patrocinamos passeios, a escola necessária e a educação religiosa.

Tudo isto com a fi nalidade de que eles cresçam bem estruturados psicologicamente para no futuro transfor-marem-se em adultos com capacidade para a vida em sociedade, externando o respeito com que eles foram tratados.

Olhemos para os nossos fi lhos satisfeitos e felizes e perguntemos ao nosso íntimo: E se eles estivessem internados em um orfanato, como seriam? Seriam as crianças dóceis e alegres que hoje são?!

Nunca nos lembramos que existem crianças que não conhecem o aconchego e a segurança de um lar ou o carinho dos pais. São crianças que por diversas razões (abandono, violência, morte dos pais) fi cam vários anos à espera de adoção, que raramente acontece.

Diz-nos o Evangelho: “Meus irmãos, amem os ór-fãos! Se vocês soubessem quanto é triste estar só e abandonado, sobretudo na infância!” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 13, item 18).

Amar uma criança não signifi ca necessariamente tê-la em seu lar como fi lho. Precisamos entender que o amor é algo desvinculado dos bens que podemos dar aos outros.

A criança precisa sentir-se amada e respeitada para ter estes sentimentos como referência para uma futura conduta.

Emmanuel faz um chamado: “Não te julgues exonerado do dever de assistir a todos aqueles que, em plena aurora da vida humana, te defrontam a marcha.

Todos eles aguardam-te a palavra de instrução e carinho e a tua demonstração de solidariedade e de amor.” (livro “Família”, Francisco Cândido Xavier)

Como poderemos exigir destas crianças uma con-duta impecável se nós as abandonamos sem ao me-

nos fazer-lhes uma visita e dispensar-lhes um pouco de nosso tempo?

Queremos que haja o respeito ao próximo, mas quem vai até o orfanato ensinar esta lição aos que lá se en-contram?

Quando incentivamos aqui o Culto do Evangelho no Lar, não excluímos os orfanatos, pois lá é o lar de milhares de órfãos que esperam ansiosos por aqueles que lhes venham orientar, qual terra seca que aguarda a chuva, para depois fl orescer.

Levemos a palavra do Evangelho a estas crianças, orientando-lhes para a vida cristã. Façamos o que Jesus nos recomendou: “Amai-vos uns aos outros”

Emmanuel, na obra citada, ainda nos alerta: “A Ter-ra de amanhã será, inelutavelmente, o refl exo de nós mesmos.”

Se não orientarmos a alma dos órfãos, eles se perderão nos vícios e o fermento da revolta e do aban-dono fará crescer cada vez mais a violência. Como re-sultado, seremos vítimas do nosso descaso.

Realizemos o Culto do Evangelho no Lar a fi m de orientarmos a nossa família dos ensinamentos cristãos, mas não nos esqueçamos das crianças nos orfanatos levando, também a elas, o mesmo Evangelho, carrega-do com muito carinho e amor.

O Evangelho nos pede: “não façais como esses egoístas endurecidos que se afastam dos afl itos, que-rendo com isso que a visão da miséria não lhes per-turbe, por um só momento, a sua existência feliz.”

Tenhamos piedade diante daqueles que sofrem. Fa-çamos algo, qualquer coisa, em direção a estas crian-ças. Só não podemos deixar o nosso coração endurecer e acharmos que este problema não nos diz respeito.

Experimentemos a doce felicidade de receber o abraço de uma criança. Neste momento atingiremos o entendimento dessas lições.

Wilson

Clube do Livro Espírita - “Joaquim Alves (Jô)”Receba mensalmente obras selecionadas de conformidade com os ensinamentos espíritas. Informe-se

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