prévia da apostila

96
OI, NÓS SOMOS O PRÉVIA O Prévia – curso pré-vestibular do Instituto de Artes - é uma iniciativa de um grupo de estudantes do curso de Licenciatura e Bacharelado em Artes Visuais da UNESP que atua desde 2008. aprendizagem e encontram-se na condição de estudantes de arte. As aulas, divididas entre teoria e prática, propõem uma forma mais colaborativa e menos linear de construir o conhecimento desse coletivo formado. E esse conhecimento se vale das trocas entre pessoas diferentes, com referências e referenciais diferentes, opiniões, gostos e desejos diferentes. Com relação às aulas práticas, pretende-se desconstruir as convenções criadas a cerca do bom desenho e do saber desenhar, para, a partir daí, tentar criar um espaço no qual se possa experimentar sem medo de ser feliz. organizar suas aulas em temas em torno dos quais é possível tecer relações diversas, sensíveis às mais variadas manifestações estéticas existentes e aos contextos que as cercam. A elaboração desse material foi pensada como forma de apoio a essa opção pela ausência de cronologia e linearidade nas aulas. No entanto, a escolha por esse formato de folhas e imagens avulsas ainda se deve a essa tentativa de olhar a história como uma construção e uma seleção. Construção essa que poderá ser (re)feita por você e por nós; seleção que ainda se restringe àquela contada pelos livros e esperada pelo vestibular. Mas como foi dito, é uma tentativa. Vamos tentar juntos. : ) Pessoas envolvidas, Prévia 2013/2014: Apoio Licença Creative Commons Atribuição - Uso não comercial - Compartilhamento pela mesma licença (CC BY-NC-SA 3.0) No descomeço era o verbo. Só depois é que veio o delírio do verbo. O delírio do verbo estava no começo, lá onde a criança diz: Eu escuto a cor dos passarinhos. A criança não sabe que o verbo escutar não funciona para cor, mas para som. Então se a criança muda a função de um verbo, ele delira. E pois. Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer nascimentos - O verbo tem que pegar delírio. Manoel de Barros Uma didática da Invenção, In: O livro das Ignorãças, 1993. Beatriz Ruco Elise Marie Fabio Kanashiro Fernanda Aiub Gabriela Motta Gabriela Sakata Gabrielle Navarro Iramaya Haddad Letícia Nakano Mayara Wui Raquel Sena Rafael Limberger Rita Bredariolli Rosana Ferreira Shoji Hirotsu

Upload: natalia-moncks

Post on 04-Oct-2015

57 views

Category:

Documents


9 download

DESCRIPTION

Apostila

TRANSCRIPT

  • OI, NS SOMOS O PRVIA O Prvia curso pr-vestibular do Instituto de Artes - uma iniciativa de um grupo de estudantes do curso de Licenciatura e Bacharelado em Artes Visuais da UNESP que atua desde 2008.

    aprendizagem e encontram-se na condio de estudantes de arte. As aulas, divididas entre teoria e prtica, propem uma forma mais colaborativa e menos linear de construir o conhecimento desse coletivo formado. E esse conhecimento se vale das trocas entre pessoas diferentes, com referncias e referenciais diferentes, opinies, gostos e desejos diferentes. Com relao s aulas prticas, pretende-se desconstruir as convenes criadas a cerca do bom desenho e do saber desenhar, para, a partir da, tentar criar um espao no qual se possa experimentar sem medo de ser feliz.

    organizar suas aulas em temas em torno dos quais possvel tecer relaes diversas, sensveis s mais variadas manifestaes estticas existentes e aos contextos que as cercam. A elaborao desse material foi pensada como forma de apoio a essa opo pela ausncia de cronologia e linearidade nas aulas. No entanto, a escolha por esse formato de folhas e imagens avulsas ainda se deve a essa tentativa de olhar a histria como uma construo e uma seleo. Construo essa que poder ser (re)feita por voc e por ns; seleo que ainda se restringe quela contada pelos livros e esperada pelo vestibular. Mas como foi dito, uma tentativa. Vamos tentar juntos. : )

    Pessoas envolvidas, Prvia 2013/2014:

    Apoio

    Licena Creative CommonsAtribuio - Uso no comercial - Compartilhamento pela mesma licena(CC BY-NC-SA 3.0)

    No descomeo era o verbo. S depois que veio o delrio do verbo. O delrio do verbo estava no comeo, l onde a criana diz: Eu escuto a cor dos passarinhos. A criana no sabe que o verbo escutar no funciona para cor, mas para som.Ento se a criana muda a funo de um verbo, ele delira. E pois. Em poesia que voz de poeta, que a voz de fazer nascimentos - O verbo tem que pegar delrio.

    Manoel de Barros

    Uma didtica da Inveno, In: O livro das Ignoras, 1993.

    Beatriz RucoElise MarieFabio KanashiroFernanda AiubGabriela MottaGabriela SakataGabrielle NavarroIramaya Haddad

    Letcia NakanoMayara WuiRaquel SenaRafael LimbergerRita BredariolliRosana FerreiraShoji Hirotsu

  • Ol carssimos colegas! Essa a apostila do PRVIA. Saiba que voc tem em mos um magnco material para estudos. Cuide bem dele! Aqui vamos falar de algumas formas de usar o material. De que maneira posso usufruir do meu material para melhor aproveitamento? bem simples e divertido: A Apostila Este material dividido em chas que esto organizadas e numeradas em ordem cronolgica. Porm as chas so mveis, para que voc possa organiz-las da forma que achar mais coerente ou incoerente. Assim, se voc se interessar por uma ordem cronolgica, voc pode organizar assim; se voc quiser ordenar temas relacionados, voc tambm pode. Como as chas so mveis, voc tambm pode pegar uma delas (aquela cha especial que voc tanto gosta), dobr-la e lev-la consigo para onde for.Cada cha abordar um assunto da apostila. Dentre os assuntos abordados temos movimentos artsticos, alguns conceitos sobre arte, informaes a respeito da arte no Brasil e algumas consideraes sobre desenho. Alm da numerao das chas, temos algumas palavras que categorizaro esses assuntos, para quando voc olhar a cha, j saber do que ela se trata. As palavras so: Movimento, Conceito, Brasil e Desenho. Essas palavras caro no canto superior direito de cada cha ou folha.

    Folha de ndicePara facilitar a localizao da cha que voc quer estudar, existe a FOLHA DE NDICE. L voc encontrar a lista de todos os temas abordados nessa apostila, organizados em ordem numrica e em sequncia cronolgica. Por exemplo: se voc quer consultar a cha de Pop Art, voc ir ver no ndice 27-Pop Art, e a partir da ir procurar nas cha a de nmero 27. Fcil n?

    O ContedoA cha composta de dois lados: frente e verso. Na frente h o texto sobre o assunto abordado. Na parte superior voc ir encontrar o ttulo da cha e uma etiqueta com o tipo de assunto que ela trata (Movimento, Conceito, Brasil ou Desenho), alm da sua numerao. Em toda a lateral direita, h vrios quadradinhos com informaes que do nfase ao texto (alguma citao de um artista, ou uma informao muito importante e/ou peculiar). Embaixo, no rodap, colocamos algumas palavras-chave a respeito do assunto da cha.No verso da folha, esto algumas imagens relacionadas ao assunto. Algumas tm imagens com uma borda cinza: isto quer dizer que elas no se relacionam diretamente com o assunto, mas inuenciaram ou foram inuenciadas pelo assunto discutido. No canto direito do verso da folha h uma linha do tempo, em que voc est livre para acrescentar informaes que achar importante, ir ligando s outras linhas do tempo de outras chas e montar um imenso domin. FigurinhasPara nalizar, temos duas folhas com imagens coloridas. A ideia que elas sejam consideradas como gurinhas. s recortar e colar na cha que voc achar mais apropriada, no espacinho mais legal que voc encontrar!

    Bora l! : )

    COMO USAR

  • COMO USAR

    Tema da Ficha.

    Onde e quando.

    Etiqueta que especica se a cha se trata de um Movimento, Conceito, Brasil (movimento brasileiro) ou Desenho.

    Imagens sobre o tema da Ficha.

    Espao que contm citaes, curiosidades ou detalhes importantes sobre o tema da cha.

    Fatos que acon-teceram durante o perodo do Tema da Ficha.

    Tema da Ficha.

    Espao para colar gurinha (opcional).

    Especicaes sobre as imagens.

    Nmero Ficha.

    Nomes em destaque do Tema da Ficha.

    Imagem com borda cinza. Imagem que possui alguma relao indireta com o tema da cha (Referncia/Inuncia).

    Palavras-chave para recordar da cha.

    Palavras-chave para recordar da cha.

  • NDICE Nmero - Movimento / Conceito/ Brasil

    01 - Misso Artistica Francesa02 - Arte Moderna 03 - Arts & Crafts04 - Impressionismo05 - Simbolismo06 - Ps-Impressionismo07 - Nabis08 - Art Nouveau09 - Die Brcke10 - Fauvismo11 - Cubismo12 - Futurismo13 - De Blaue Reiter14 - Suprematismo15 - Dad16 - De Stijl17 - Bauhaus18 - Construtivismo19 - Surrealismo20 - Modernismo Brasileiro21 - Instalao 22 - Realismo Socialista23 - Grupo Santa Helena24 - Expressionismo Abstrato25 - Minimalismo26 - Concretismo27 - Pop Art28 - Op Art29 - Neoconcreto30 - Happening31 - Arte Contempornea32 - Performance33 - Land Art34 - Video Art35 - Grupo Rex36 - Arte Conceitual37 - Gerao 8038 - Hiper-Realismo

    Nmero - Desenho

    39 - O Seu Estilo de Desenhar40 - Segurana e Insegurana41 - O Bom Desenho42 - Sua Inteno Contra o Resultado43 - O Truque da Perspectiva44 - Luz e Sombra Fatal45 - Exerccios

  • Brasil, 1816

    A Misso Artstica Francesa foi um grupo de artistas franceses que aportou no Rio de Janeiro em 26 de maro de 1816, gurando como uma referncia fundamental para a compreenso das profundas mudanas sofridas pela histria das artes plsticas no Brasil durante o sculo XIX.

    Liderado por Joachim Lebreton (1760-1818), o grupo tinha por objetivo fundar a primeira Academia de arte no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, ttulo dado ao Brasil, at ento colnia, por se tornar reino unido de Portugal, fato intimamente relacionado mudana da corte lusitana para o Brasil e s decises do Congresso de Viena. Acompanhavam-no o pintor histrico Jean-Baptiste Debret (1768-1848), o paisagista Nicolas Taunay (1755-1830) e seu irmo, o escultor Auguste Marie Taunay (1768-1824), o arquiteto Grandjean de Montigny (1776-1850) e o gravador de medalhas Charles-Simon Pradier (1786-1848).

    A misso passou por vrias diculdades. A Escola Real de Cincias, Artes e Ofcios foi criada por decreto em 1846 mas no chegou de fato a funcionar devido a entraves polticos e sociais, como a resistncia de membros governo portugus presena francesa, a falta de materiais e infraestrutura e at a falta de interesse da populao por temas ligados arte. A escola s abriu as portas dez anos depois do primeiro decreto.

    Durante o esse perodo de espera, os artistas continuaram com suas atividades. Debret e Montigny aceitaram encomendas reais. O primeiro realizava diversas telas para a famlia real (Foto 1) e tambm se dedicava ao ensino de desenho e pintura num espao alugado, ao mesmo tempo em que criava as aquarelas que marcariam sua obra da fase brasileira (Foto 2). O ltimo era o responsvel pelo edifcio da Academia Imperial de Belas Artes (AIBA) (Foto 3) e outras obras pblicas, como o prdio da Alfndega (atual Casa Frana-Brasil). Idealizam tambm, juntamente com Auguste Taunay, a ornamentao da cidade do Rio de Janeiro. Nicolas Taunay, que se viu encantado pela natureza tropical do pas, seguiu pintando paisagens.

    A morte de Lebreton, as novas direes da escola e a volta de Taunay para a Frana so fatores que contriburam para uma novo ideal de academia, distante dos planos originais.

    O grupo xou sua importncia na histria no s por introduzir o ensino formal de artes no Brasil, mas por mostrar que o artista poderia tomar a posio de homem livre, diferente do artista-arteso, submetido geralmente aos temas da igreja e seus paradigmas.

    Principais Nomes:Joachim Lebreton (1760-1819), Jean-Baptiste Debret (1768-1848), Nicolas Taunay (1755-1830), Auguste Marie Taunay (1769-1824), Grandjean de Montigny (1776-1850), Charles-Simon Pradier (1786-1847)

    MISSO ARTSTICA FRANCESA

    ligaes: queda de napoleo, portugal, academia, nicio do sculo XIX, neoclassicismo, frana, rio de janeiro

    "Debret v no Brasil um povo ainda na infncia, contudo de exuberncia atordoante. Esse olhar estrangeiro, por vezes assemelha-se ao olhar da criana - o olhar-imaginao, que estabelece conito entre o que v e o que acha que v. Debret v o Brasil como imensas manchas de cor, seu olhar pictrico; no obstante, em sua narrativa, por vezes o imaginrio precede o diagnstico o real construdo. Especialmente no que se refere gura silvcola: os ndios xavantes que retrata so parrudos, grandiosos e belos [o imaginrio em ao], no se vinculam ao real imediato." (BETA, Janana Laport. Debret: um olhar estrangeiro, 2007)

    "Aps a morte do Conde da Barca, em 1817, Lebreton percebeu que seu projeto de implantao da Academia de Artes demoraria ainda muito a se realizar. Cansado de lutar contra a inrcia e a m vontade governamentais, retirou-se para uma chcara na praia do Flamengo, onde faleceu em 1819 aos cinquenta e nove anos." ( TAUNAY, Afonso de Escragnolle. A misso artstica de 1816, 1983)

    BrasilFICHA

    01

  • MISSO ARTSTICA FRANCESA linha do tempo

    01. Debret, Jean-Baptiste. Retrato de D. Joo VI, 1817 - leo sobre tela, 60 x 42 cm. 02. Debret, Jean-Baptiste. Caboclo, 1820-1830 - aquarela sobre papel, 22 x 27,2 cm. 03. Montigny, Grandjean de. Frontispcio da Academia Imperial, 1891 - Reproduo fotogrca. 04. Ferrez, Marc. Busto de D. Pedro I, 1826 - gesso. 05. Taunay, Nicolas-Antoine. Moiss salvo das guas, 1827 - leo sobre tela 65 x 81,5 cm.

    ligaes: queda de napoleo, portugal, academia, nicio do sculo XIX, neoclassicismo, frana, rio de janeiro.

    1800 A populao mundial atinge um bilho de pessoas.

    Primeira demonstrao prtica do tear automtico de Joseph-Marie Jacquard.

    1808 Chegada da famlia real portu-guesa ao Brasil.

    1819 Morte de Lebreton.

    1826 Inaugurao da Escola Academia Imperial.

    01

    02

    03

    1801

    1816 O Grupo aporta no Rio de Janeiro.

    04

    05

  • A chamada Arte Moderna se refere aos desenvolvimentos estticos das artes nos ns do sculo XIX e incio do sculo XX, perodo marcado pelas revolues industriais e pelas novas descobertas da cincia que proporcionaram ao mundo e, mais precisamente s economias capitalistas europeias, uma nova onda de progresso e anseio pelo moderno.

    A burguesia industrial se consolida no poder e, de classe revolucionria, passa a ser tradio, estabelecendo uma nova cultura romntica, feita para enobrecer os bons costumes burgueses. A prtica do neocolonialismo, caracterizada pela dependncia econmica e dominao poltica das potncias capitalistas sobre os povos tidos como primitivos, por estarem alheios s revolues tecnolgicas, gerou contato com a cultura de outras civilizaes que at ento sofriam pouca inuncia ocidental e capitalista. Isso signicou a descoberta de novas formas de expresso e novos valores estticos, independentes, no aburguesados nem domesticados pela economia industrial. Tambm instigou os artistas a procurarem uma linguagem clssica.

    Outro fator importante para tal mudana a industrializao: a fabricao de tintas em tubo, a produo em larga escala, a popularizao da fotograa (que contribuiu para a contestao da utilidade da pintura). Essas mudanas foram designadas por Walter Benjamin (1892- 1940) como era da reprodutibilidade tcnica abrem para discusso novas potencialidades da obra de arte, questionando sua autenticidade.

    A modernidade instala-se denitivamente e, inerente a ela, o carter efmero das novidades, das necessidades, das imagens e tendncias, das vanguardas artsticas caracterizadas durante a maior parte do sculo XX pelos ismos.

    O rompimento com os temas clssicos e o advento da tecnologia so acompanhados na arte moderna pela superao das tentativas de representar um espao tridimensional sobre um suporte bidimensional. A conscincia da tela plana, seus limites e rendimentos, inaugura o espao moderno na pintura. Os primeiros indcios de distanciamento acontecem quando os pintores do realismo introduzem em suas obras guras at ento rejeitadas, negando-se a idealizar o mundo como faziam os clssicos e os romnticos. Gustave Courbet (1819 - 1877), pintor realista, foi um dos primeiros a balanar as bases estveis do bom gosto burgus ao exibir sua tela A Origem do Mundo.

    A arte moderna composta por caractersticas e exigncias de uma cultura preocupada com a ideia de progresso, desejosa de afastar-se de todas as tradies, voltada para a superao contnua de suas prprias conquistas.

    ARTE MODERNA

    ligaes: industrializao, rompimento com o clssico, vanguardas, reprodutibilidade tcnica, neocolonialismo, primitivo, burguesia

    importante lembrar que o realismo e seus pintores no zeram parte da Arte Moderna, que tem seu marco com o Impres-sionismo, mas comearam a superar as estticas clssicas e romnticas.

    S surgir uma fotograa de alto nvel esttico quando os fotgra-fos, deixando de se envergonha-rem por serem fotgrafos e no pintores, cessarem de pedir pintura que tornem a fotograa artstica e buscarem fonte do valor esttico na estruturalidade intrnseca sua prpria tcnica. (Argan, p. 81)

    O termo primitivo usado em oposio ideia de civilizao, e ambos possuem denotaes variveis de acordo com o lugar de onde se fala, sendo que o primeiro geralmente ocupa um lugar inferior. Aqui nesse contexto, primitivo era empregado sob um ponto de vista eurocntrico, isto , aplicava-se aos povos no indus-trializados, no cristos, portanto, no civilizados...

    A arte moderna cria ou cristaliza uma conscincia esttica realmente continental. talvez o mais profundo e inesperado indcio, depois da formao dos Estados nacionais europeus, de que no substrato esto os funda-mentos de uma cultura efetiva-mente europeia. Esta, no entanto, sente-se em crise, e da o empenho de seus artistas em reviv-la pela contribuio de outras culturas at ento consideradas primitivas ou esteticamente inferiores. (Pedrosa, p. 154)

    ConceitoFICHA

    02

  • ARTE MODERNA linha do tempo

    01. Primeira fotograa da histria Vista da Janela em Le Gras(1826) - Nicphore Nipce(1765 - 1833) 20 x 25 cm, fotograa. 02. Mont-Saint Victorie(1900) - Paul Czanne (18391906). 78 x 99 cm, pintura sobre tela.03. A origem do mundo, 1866 - Gustave Courbet(1819- 1877). 46 x 55 cm, leo sobre tela 04. Essai de gure en plein-air: Femme l'ombrelle tourne vers la gauche, 1886 - Claude Monet(1840-1926).- 131 x 88 cm, oleo sobre tela 05. Autorretrato(1907) - Pablo Picasso(1881 1973)- 50 x 46 cm, leo sobre tela. 06. Girassis(1888) Vincent van Gogh.( 1853-1890)- 92,1 x 73 cm, leo sobre tela.

    ligaes: industrializao, rompimento com o clssico, vanguardas, reprodutibilidade tcnica, neocolonialismo, primitivo, burguesia

    1835 Incio da Guerra dos Farrapos, que durou at 1845.

    1859 Charles Darwin publica A origem das espcies.

    1871 Fundada a Comuna de Paris.

    1880 Rodin esculpe O pensador.

    1886 - Gustave Courbet exibe pela primeira vez sua tela A origem do mundo;- Pemberton, farmacutico norte-americano, inventa a coca-cola.

    1895 Irmos Lumire constroem o primeiro aparelho cinematogrco.

    1936 publicado o ensaio A obra de arte na sua reprodutibilidades tcnica, do lsofo alemo Walter Benjamin.

    01

    02 02

    04 05 06

  • Inglaterra desde 1960 e, posteriormente, EUA e Japo

    O movimento Arts & Crafts surgiu durante o m do perodo Vitoriano na Inglaterra e logo espalhou-se pela Europa e Estados Unidos at emergir nalmente no Japo, sob o nome Mingei (Folk Crafts). Foi uma reao direta Primeira Revoluo Industrial, cuja produo em massa vinha extinguindo a produo artesanal, substituindo-a por produtos industriais esteticamente pobres e de m qualidade.

    William Morris, designer e lsofo, liderou este movimento cujas bases ideolgicas eram de cunho socialista e reformista, inspiradas em Walter Crane e John Ruskin, entre outros. Revoltado com a desumanizao do trabalho, Morris acreditava que a produo deveria ser feita "para pessoas e por pessoas, e ser uma fonte de prazer para o produtor e o usurio".

    A rejeio maquina surgiu, naturalmente, mas o movimento como um todo no era de modo algum anti-moderno ou anti-industrial. Apenas buscava resgatar a relao direta entre produtor e produto, imensamente prejudicada pela linha de montagem, na qual o trabalhador realizava um trabalho mecnico seccionado e que o distanciava da criao. Trabalhar se tornara uma experincia desagradvel e isso se reetia nos produtos.

    Em 1884, foi criada a "Art Worker's Guild", uma ocina em que a barreira entre arquitetos, designers, artesos e trabalhadores manuais era dissolvida. O sucesso do movimento no se deve somente sua esttica, e sim s convices apaixonadas que o moviam. As ocinas e guildas que eram inauguradas tinham grande impacto positivo na vida das comunidades.

    Para objetos produzidos pela Arts & Crafts - em sua maioria peas para casas e mobilirio - no era estipulada uma esttica, mas alguns princpios determinavam uma semelhana global entre eles. As formas deveriam ser as mais simples possveis, contrariando a complexidade gratuita e pesada criada pela indstria. O formato deveria respeitar e ser verdadeiro com o material, de preferncia regional, cujas qualidades especcas deveriam ser contempladas e valorizadas. As superfcies, normalmente lisas, eram decoradas com padres e motivos inspirados na natureza porm sem inteno realstica.

    Infelizmente, os custos de uma produo artesanal eram extremamente altos, levando a um preo de mercado que limitava os compradores s camadas mais ricas da sociedade. Desde modo, a ideia de arte para as pessoas se perdeu e aos poucos tornou-se impraticvel se sustentar como arteso.

    Principais NomesWilliam Morris (1834-86), John Ruskin (1819-1900), Walter Crane (18451915)

    ARTS & CRAFTS

    ligaes: artesanato, revoluo industrial, design, produo em massa

    Se voc quer uma regra de outro que sirva para tudo, esta: no tenha nada em sua casa que voc em que voc no veja funo ou acredite ser bonito.

    William Morris

    "Ns no rejeitamos a mquina, ns damos as boas vindas a ela. Mas gostaramos de ver ela dominada."

    - Charles Ashbee

    MovimentoFICHA

    03

  • ARTS & CRAFTS linha do tempo

    01. MORRIS, William. Tulipa e Salgueiro, 1873. 02. GREENE, Charles Sumner. Cadeira, 1907-9. 03. GALNER, Sara. Vaso, 1915. 04. TIFFANY, Louis Comfort. Luminria pendente, 1899. 05. WRIGHT, Frank Lloyd. Sala de estar da Pequena Casa em Wayzata, Minnesota, 1912-14.

    ligaes: artesanato, revoluo industrial, design, produo em massa

    1887

    1913

    1914

    Henry Ford concebe a linha de montagem, inicialmente utilizada na produo de automveis e posterior-mente considerada uma das mais importantes inovaes na histria da tecnologia.

    Obs.: antes desta data, o sistema j era utilizado nas fbricas em formas primitivas

    Inaugurada em Londres Arts and Crafts Exhibition Society cujo objetivo era promover a exibio de arte decorativa lado a lado com as belas artes. Esta exposio deu origem ao nome do movimento.

    1897 A cidade de Boston recebe a primeira Sociedade das Artes e Ofcios da Amrica do Norte, marcando o incio da disseminao do movimento no meio artstico norte-americano.

    Incio da Primeira Guerra Mundial, tempo em que o movimento Arts & Crafts j estava praticamente morto.

    01

    04

    02

    03

    05

  • Frana, entre as dcadas de 1860 e 1880

    O movimento surge na ascenso do sistema capitalista e da industrializao, que trazia uma nova concepo materialista do mundo e inaugurava o que chamamos de Arte Moderna. Muitas ideias revolucionrias se desenvolvem nesse perodo e a cincia conhece um grande avano com as pesquisas no campo da tica, fsica e qumica, que estabelecem um dilogo com as ideias impressionistas.

    Foi principalmente a fotograa que instigou os impressionistas a redenirem sua essncia e nalidade e a separarem-se radicalmente das tradies. A fotograa abalou a imagem e funo do pintor: este no era mais o responsvel pela captao da imagem em seus mnimos detalhes, com extrema perfeio. A partir da iniciou-se a busca de outras possibilidades para a pintura. Com o advento da tinta em tubo, os pintores comearam a sair de seus atelis e buscar paisagens externas. Desse modo, procuravam captar a impresso cromtica que a luz causava aos olhos e como ela poderia ser representada em uma tela de forma rpida e sincera. Consequentemente comeou um movimento de questionamento do que poderia ser, enm, a realidade.

    Com guras que pareciam inacabadas, os artistas criavam um movimento mais orgnico e natural. Tambm na escultura encontramos nomes importantes do impressionismo, como Degas (1834-1917) e Renoir (1841-1919), que foram os nicos pintores que tambm esculpiram, e ainda Rodin (1840-1917) e Rosso (1858-1928), que foram exclusivamente escultores. Trabalhos de outros artistas tambm inuenciaram este movimento, como o de Manet (1832-1883), que pode ser considerado o precursor do grupo, embora nunca tenha se considerado um impressionista; e as estamparias japonesas, que no seguiam a perspectiva e as normas de composio da academia ocidental.

    Os impressionistas buscavam registrar as sensaes visuais imediatas, libertando-as das experincias anteriores que pudessem interferir em seu carter imediatista. Eles queriam registrar o aspecto efmero da vida e interessavam-se por temticas referentes a experincias cotidianas em detrimento das temticas tidas como nobres, desconsiderando as convenes e regras da academia.

    Principais NomesManet (1832-1883), Monet (1840-1926), Camille Corot (1796-1875), Gustave Coubert (1819-1877), William Turner (1775-1851), John Constable (1776-1837), Degas (1834-1917), Renoir (1841-1919), Rodin (1840-1917), Rosso (1858-1928).

    IMPRESSIONISMO

    ligaes: revoluo industrial, fotograa, luz, paisagens externas, efmero, Frana.

    Em relao ao trabalho com as cores pela tcnica da mistura tica - cores que se formam na retina do observador e no pela mistura de pigmentos - , cabe observar o dilogo que estabelecem com as de Chevreul, Helmholtz e Rood.(itaucultural.org.br)

    O termo Impressionismo tem origem no comentrio pejorativo feito pelo crtico de arte Louis Leroy com relao tela Impresso, Sol Nascente, pintada em 1872 por Claude Monet. Assim escreve no Charivari: Impresso, Nascer do Sol eu bem o sabia! Pensava eu, se estou impressionado porque l h uma impresso. E que liber-dade, que suavidade de pincel! Um papel de parede mais elaborado que esta cena marinha. Continua Leroy: Selvagens obstinados, no querem por preguia ou incapaci-dade terminar seus quadros. Contentam-se com uns borres que representam suas impresses. Que farsantes! Impressionistas!(abstracaocoletiva.com.br)

    Ao desembocar do sculo, a revoluo espiritual trazida pelas artes plticas tinha vencido, praticamente, sua fase inicial desbravadora. Os lderes do impressionismo no causavam mais revolta nem escndalo, nem morriam de fome. Iam entrar, com Renoir, Monet e , junto com eles, Degas, na fase de glria, da consa-grao e da fortuna.

    MovimentoFICHA

    04

  • 1874 Primeira apresentao pblica dos novos artistas impressionistas no estdio do fotgrafo Nadar.

    IMPRESSIONISMO linha do tempo

    01.Monet, Claude. Impresso, sol nascente, 1872 - leo sobre tela, 48x63cm. 02. Manet, douard. Almoo sobre a relva, 18621863 - leo sobre tela, 208x264cm (REFERNCIA). 03. Degas, Edgar. A primeira bailarina,1878 - pastel sobre papel, 58x42cm. 04. Monet, Claude. A Canoa Sobre o Epte, 1890 - leo sobre tela, 133x145cm. 05. Rodin,Auguste. O beijo, 18821889 - mrmore, 1,82 m x 1,12 m x 1,17 m.

    ligaes: revoluo industrial, fotograa, luz, paisagens externas, efmero, Frana.

    1826

    1867

    1871

    1872

    Promulgada a Lei do Ventre Livre que d liberdade aos lhos de escravos nascidos no Brasil.

    O francs Nicphore Nipce consegue reproduzir e xar a vista descortinada da janela do sto de sua casa atravs da ao direta da luz, o que seria o incio da fotograa.

    Monet pinta a tela Impresso, Sol Nascente(foto 01).

    Publicao da principal obra do lsofo alemo Karl Marx, O Capital: Crtica da Economia e da Poltica.

    01

    02 03

    05 04

    1876 Alexander Graham Bell patenteia uma inveno que ele chama de telefone.

  • Frana, dcada de 1880 e 1890

    uma corrente artstica de timbre espiritualista.Apresentou forte ligao entre modalidades de arte: msica, literatura e pintura. Todas as artes queriam expressar a vida interior, a alma das coisas numa linguagem potica.

    Em 1886 torna-se um movimento consciente com o Manifesto Simbolista do poeta Jean Moras. Nos termos de Moras, a arte deve ser pensada como fuso de elementos sensoriais e espirituais. Trata-se, diz ele, de revestir a ideia com formas sensveis.

    O simbolismo pretendia superar a pura visualidade defendida pelo impressionismo. Enquanto os artistas impressionistas fundamentam a pintura sobre leis cientcas da viso, os simbolistas seguem uma trilha espiritualista e anticientca: a arte no representa a realidade mas revela, atravs de smbolos, uma realidade que escapa conscincia. Se o impressionismo fornece sensaes visuais, o simbolismo almeja apreender valores transcendentes - o Bem, o Belo, o Verdadeiro, o Sagrado.

    A arte visa a retomar a paixo, o sonho, a fantasia e o mistrio, explorando um universo situado alm das aparncias sensveis. Mobiliza um imaginrio povoado de smbolos religiosos, de imagens tiradas da natureza, de fantasias onricas, de guras femininas (tanto a ninfa quanto a "mulher fatal"), dos temas da doena e da morte. Os artistas trabalham esse repertrio comum a partir de estilos diferentes.

    A "pintura literria" de Gustave Moreau (1826-1898), por exemplo, focaliza civilizaes e mitologias antigas, com o auxlio de imagens msticas, tratadas com forte sensualidade (A Apario, imagem 1). Odilon Redon (1840-1916), por sua vez, explora em desenhos e litograas diversos temas fantsticos, sob inspirao da literatura de Edgar Allan Poe (1809-1849). Paul Gauguin (1848-1903) e seu grupo de Pont-Aven (1886-1891) so freqentemente aproximados do simbolismo, sobretudo em funo das obras expostas no Caf Volpini, em 1891. A apresentam trabalhos antinaturalistas, com amplas reas de cores planas e contornos marcados. A partir desses estudos de Gauguin se desenvolver o termo Sintetismo e o grupo Nabis (Ficha 5).

    Principais NomesGustave Moreau (1826-1898), Odilon Redon (1840-1916), Maurice Denis (1970-1943), Paul Srusier (1864-1927), Paul Gauguin (1848-1903), Edvard Munch (1863-1944).Na literatura: Charles Baudelaire (1821-1867) - As Flores do MalNa literatura brasileira: Augusto dos Anjos (1884-1914) - Eu

    SIMBOLISMO

    ligaes: decandentismo, inconsciente, subjetividade, eu interior.

    O Simbolismo pode ser entendido com uma reao ao desenvolvi-mento da sociedade industrial e do cienticismo, pois ele no busca a tcnica, o estudo nem a representao naturalista dos impressionistas. O que ele almeja a pura expresso potica e lrica. Nessa poca o pensamento realista e parnasiano entrava em decadncia na Europa e ali chegavam inucias orientais

    O simbolismo disseminado na Frana com a ajuda de uma srie de revistas, como por exemplo Le Simbolisme (1886), La plume (1889), La Revue Blanche (1891) e Le Mercure de France (1889), considerado rgo ocial do movimento.

    Na Histria da Arte existem pintores que so considerados autodidatas. Um exemplo o artista Henri Rousseau, que pintava paisagens primitivas, fantsticas e considerado um precursor do Surrealismo.

    MovimentoFICHA

    05

    A musicalidade uma das carac-tersticas que mais se destaca na esttica simbolista. Para conseguir aproximao da poesia com a msica os simbolistas lanaram mo de alguns recursos: a alitera-o (repetio sistemtica de um mesmo fonema consonantal), e a assonncia (repetio de fonemas voclicos).

  • SIMBOLISMO linha do tempo

    01. Moreau, Gustave. A Apario, 1876 - leo sobre tela, 103x142cm. 02. Redon, Odilon. Orfeu, 1898 - pastel, 69x56 cm. 03. Rousseau, Henri. A Cigana Adormecida, 1897 - leo sobre tela, 129,5x200,7cm. 04. Gauguin, Paul. Breton Bathers, 1889 - litograa, 24,520cm.

    ligaes: decadentismo, inconsciente, subjetividade, eu interior.

    01 02

    04

    1857

    1886

    1922

    03

    Considerado o m do simbo-lismo, com a Semana de Arte Moderna no Brasil.

    publicado o livro As Flores do Mal, de Charles Baudelaire.

    O Manifesto Simbolista escrito pelo poeta Jean Moras.

    1848 Acontece a Primavera dos Povos.

    1848 Marx e Engels escrevem o Manifesto Comunista.

    1893 Chega o Simbolismo no Brasil, com a publicao das obras Missal (prosa) e Broquis (poesia), ambas de autoria de Cruz e Sousa.

    1905 Primeira exibio fauvista.

    1905 Die Brcke fundada.

    1924 Surrealistas lanam Manifesto.

  • Frana, entre os anos 1885 e 1905

    O ps-impressionismo no considerado uma vanguarda com manifesto ou um movimento artstico com perodo, estilo e ideologia denidos.

    O termo ps-impressionismo, criado pelo terico Roger Fry (1866-1934), usado para designar uma arte que se desenvolve a partir do impressionismo (cha 04) ou reage a ele. Consideravam a ideia de anlise da realidade dos impressionistas restritiva, supercial e ilusionista.

    Cada artista ps-impressionista tinha um estilo e pesquisas prprias. Essas pesquisas possibilitaram aos artistas posteriores uma innidade de novas prticas, fazendo com que surgissem novas linhagens nas artes e comeando a era das vanguardas. Para trazer renovao na arte ocidental, os artistas ps-impressionistas buscavam inspirao em culturas diferentes das que estavam inseridos. Podemos destacar a relao de Toulouse Lautrec (1864-1901) com a arte japonesa e de Gauguin (1848-1903) com a cultura das ilhas do pacco.

    Paul Czanne (1839-1906), um dos mais importantes artistas ps-impressionistas, inuenciou vanguardas marcantes da histria da arte, como o Fauvismo (cha 10) e o Cubismo (cha 11), por causa de seu mtodo de estruturao geomtrica das formas naturais e apreciao direta dos efeitos de luz e cor. Ele considerado o progenitor do abstracionismo.

    Vincent van Gogh (1853-1890), outro importante ps-impressionista, inuenciou mais tarde os expressionistas e fauvistas com suas pinceladas largas de cores fortes e expressivas que no tentavam imitar as cores da natureza.

    Toulouse-Lautrec precedeu a publicidade e as artes grcas, alm ter inuenciado estilos como a Art Noveau (cha 08). Gauguin, simplicando o desenho e usando cores puras e planas, exerceu inuncia sobre os fauvistas.

    Principais NomesPaul Czanne (1839-1906), Vincent van Gogh (1853-1890), Paul Gauguin (1848-1903), Henry de Toulouse-Lautrec (1864-1901), Maurice Brazil Prendergast (1858-1924), Stuart Davis( 1892-1964). No Brasil se destacam Eliseu Visconti (1866-1944), Milton Dacosta (1915-1988), Anita Malfatti (1889-1964).

    PS-IMPRESSINISMO

    ligaes: cores puras, expresso, abstrao, vanguardas, Frana, primitivo.

    No se sentiam obrigados a respeitar a natureza tal como a viam. Seus quadros [de Czanne] so, antes, arranjos de formas que aprenderam com o estudo da antiguidade clssica. (Gombrich)

    MovimentoFICHA

    06

    Usando como ponto de partida o mtodo impressionista de pintura, Seurat estudou a teoria cientca da viso cromtica e decidiu construir seus quadros por meio de pequenas e regulares pincel-adas de cor ininterrupta como um mosaico. Esperava que as cores se misturassem no olho sem que perdessem sua consistncia e luminosidade. Essa tcnica se tornou conhecida como pontil-hismo, ou neoimpressionismo.

    Um domingo de vero na grande jatte de Seurat, exposta na ltima mostra impressionista de 1886, anuncia o neo-impressionismo, explicitando divergncias no interior do movimento que reuniu Claude Monet (1840-1926), Pierre Auguste Renoir (1841-1919), Edgar Degas (1834-1917) e tantos outros.

  • 1893 Difunde-se o Art Nouveau.

    linha do tempo

    01.Lautrec, Toulouse. Baile no Moulin Rouge, 1890 - leo sobre tela, 115x150cm 02.Lautrec, Toulouse. Le Chat Noir , 1896 - cartaz, 135,9x95,9cm. 03.Gauguin,Paul. Femmes de Tahiti, 1892 - loe sobre tela, 67x91 cm. 04.Czanne, Paul. Natureza Morta com Ma e Laranjas, (1895-1900) - leo sobre tela, 73x92cm.

    ligaoes: cores puras, expresso, abstrao, vanguardas, Frana, primitivo.

    1873

    1880

    1891

    PS-IMPRESSINISMO Aparecem as primeiras fotogra-as coloridas.

    Gauguin vai para o Taiti.

    Van Gogh inicia sua carreia de pintor.

    1895 Os irmo Lumire introduzem o cinema.

    01 02

    03 04

    05

    1874 Os impressionistas fazem a primeira exposio em grupo.

    1885 Primeiro automvel a motor fabricado.

    1886 Os impressionistas fazem a ltima exposio.

    1889 Nasce Hitler.

    1889 Van Gogh produz A Noite Estre-lada.

    1896 Toulouse Lautrec produz cartazes como Le Chat Noir.

    1888 Van Gogh corta o lbulo da orelha.

  • Paris, 1888 a 1900

    Grupo de pintores franceses atuantes em Paris de 1888 a 1900. Grandemente inuenciados pelo uso expressivo da cor e dos padres rtmicos da obra de Paul Gauguin (1848 1903), dedicaram-se a perseguir este padro esttico.

    Paul Srusier (1864-1927) ao retornar a Paris de Pont-Aven no outono de 1888, apresenta a seus colegas estudantes da Acadmie Julian um novo modo de usar cor e design dentro do Sintetismo. Esse modo exemplicado numa paisagem corajosamente simplicada pintada em uma tampa de caixa de charutos sob orientao de Gauguin, que mais tarde cou conhecida como O Talism (foto 01).

    J partilhando interesse comum pela losoa idealista e pelos recentes desenvolvimentos do simbolismo na literatura, o grupo se uniu e adotou o nome esotrico de Nabis, do hebraico profetas, por sugesto do poeta Henri Cazalis, o que revela o entusiasmo do grupo frente aos revolucionrios ensinamentos de Gauguin e seu desejo anti-academicista.

    Embora no possa ser identicado um verdadeiro estilo do grupo, houve uma explorao comum de certos recursos estilsticos decorativos, tais como o desenho simplicado, as manchas de cor planas e os contornos, inspirados na obra de Gauguin e Emile Bernard, assim como arabescos e outros dispositivos de padronizao inspirados por gravuras japonesas. Estas caractersticas podem ser observadas na foto 02.

    O grupo frequentemente pintava em suportes no convencionais, como papelo ou mesmo veludo, e explorou um amplo espectro de trabalhos decorativos, que vo desde cartazes, telas, papel de parede e luminrias pintura de cenrios ou gurinos para o teatro simbolista.

    A falta de um programa esttico claro, objetivo e unicado deixou o caminho aberto para que os membros do grupo perseguirem seus prprios caminhos independentes, embora estreitas colaboraes em exibies e outros projetos terem continuado at 1900. Os Nabis se dividiram entre os que mantiveram seu papel no sculo 20 como disseminadores da esttica Nabis e aqueles que se afastaram radicalmente, como Bonnard e Vuillard, embora mantivessem algo da nfase original dos Nabis, no propsito plano de pintura decorativa. O grupo teve curta durao, mas deixou Art Nouveau (cha 08) seu legado de explorao de linhas sinuosas e de planos de cor delimitados por contornos.

    Principais NomesPaul Srusier (18641927), Maurice Denis (1870-1943), Pierre Bonnard (1867-1947), Jan-doaurd Vuillard (1868-1940), Paul Ranson (1864-1909), Henri-Gabriel Ibels (1867-1936).

    NABIS

    ligaes: experimentalismo com cores, explorao das formas, Gauguin, cores chapadas.

    De um modo geral a pintura nabi se subdividia em duas correntes principais: uma que remetia Srusier,Denis, Verkade, Roussel e Ranson para a idade mdia e para Gauguin; a outra remetia a Bonnard, Vuillard, Vallotton e outros pintores intimistas ou protofauvistas para os japoneses e para Degas... Sypher; 1960.

    MovimentoFICHA

    07

    A pintura essencialmente uma superfcie plana coberta de cores organizadas segundo uma certa ordem

    Maurice Denis, Denio do Neotradicionalismo (artigo publicado na revista Art et Critique em 1890)

    Nenhum outro artista pode mos-trar melhor do que Bonnard a enorme inuncia do pensamento losco de Henri Bergson sobre toda a cultura e a arte francesa das primeiras dcadas do sculo XX, empenhado em explicar os proces-sos da vida interior, o sentido profundo do tempo, da memria, da imaginao e da matria; isto explica por que, na histria da pintura, cabe a Pierre Bonnard um papel sob muitos aspectos prximo ao de Marcel Proust na histria da literatura. (ARGAN, 2006, p.142)ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna Do Iluminismo aos movimentos contemporneos, Denise Bott-mann e Federico Carotti (trad.), So Paulo: Companhia das Letras, 2006

  • NABIS linha do tempo

    01. Paul Srusier, O Talism (1888) leo sobre madeira. 27 x 21.5 cm. 02. Maurice Denis (1870 -1943) Mme Ranson with a Cat (1892) leo sobre tela, 89 x 45 cm. 03. Jan-doaurd Vuillard, The Green Interior or Figure in front of a Window with Drawn Curtains (1891). leo sobre carto montado em madeira, 31.1 x 21 cm. 04.Pierre Bonnard , Nu a contre jour (1908) 124,5 x 109 cm.

    ligaes: experimentalismo com cores, explorao das formas, Gauguin, cores chapadas.

    1900

    1900

    1907

    1920

    No esquea de numeras as imagens.

    Albert Munsell publica A Color Notation, uma tentativa de organizar um sistema de cores.

    Jogos olmpicos em Paris.

    Publicado livro terico Teorias do Simbolismo, de Gauguin a uma nova ordem clssica de Maurice Denis.

    A Grande Feira Mundial, evento que reunia as inovaes tecnolgicas do mundo, acontece em Paris.

    04

    03

    02 01

  • Europa e Estados Unidos, 1890

    Desenvolve-se entre 1890 e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), na Europa e nos Estados Unidos. Estabeleceu-se num perodo em que se iniciava a Segunda Revoluo Industrial (1850-1870), o que possibilitava a produo de novos artefatos como mveis, que at ento no eram produzidos em maior escala e cartazes, que passaram a ser linguagens mais exploradas com a inveno da litogravura colorida. A Art Noveau rompeu com a arte acadmica e naturalismo, pois buscava a essncia da natureza e no sua superfcie. Foi inuenciado pelos impressionistas no que diz respeito a seu apreo por temas naturais e a busca pelo orgnico. Enquanto o Impressionismo (ver cha 4) buscava impresses efmeras e sensaes luminosas, a Art Nouveau baseava-se nas formas, curvas e arabescos, complementados por tons frios. A fonte de inspirao primeira dos artistas a natureza e as linhas sinuosas e assimtricas das ores e animais. Victor Horta (1861-1947), um dos seus principais expoentes, aprendera com a arte japonesa a descartar a simetria e explorar o efeito das curvas sinuosas, transpondo-as para estruturas de ferro que harmonizavam perfeitamente com os requisitos modernos.

    Apesar de grandes nomes da Art Nouveau serem conhecidos por suas pinturas, o movimento exerceu e exerce at hoje grande inuncia na produo de objetos de decorao e est ligado origem do design. Na arquitetura os artistas passaram a pensar em todas as partes, dando valor aos menores detalhes de um edifcio. Buscava a valorizao das artes aplicadas: arquitetura, artes decorativas, design, artes grcas, mobilirio, joalheria, etc. Assim colocava-se a arte nova ao alcance de todos, pela articulao estreita entre arte e indstria. O foco era atenuar as fronteiras entre belas-artes e artesanato pela valorizao dos ofcios e trabalhos manuais e pela recuperao do ideal de produo coletiva, como no movimento social e esttico ingls Arts and Crafts (ver cha 3), liderado por William Morris (1834-1896).

    Principais NomesAntonio Gaud (1852 - 1926), Gustav Klimt (1862 - 1918), Alfons Mucha (1860 -1939), Henri de Toulouse-Lautrec, Victor Horta (1861 - 1947), Emile Gall (1846- 1904); August Endell (1871 - 1925), Louis Comfort Tiany (1848 - 1933), Jan Toorop (1858 - 1928), Hector Guimard (1867 - 1942), Henry van de Velde (1863 - 1957), Joseph Olbrich (1867 - 1908), Josef Homann (1870 - 1956), Ferdinand Hodler (1853 - 1918).

    ART NOVEAU

    ligaes: jugendstil, arte nova; modern style; liberty; stilo oreale; organicidade; busca pelo artesanal; inuncia oriental

    O art nouveau um estilo eminentemente internacional, com denominaes variadas nos diferentes pases. Na Alemanha, chamado jugendstil, em referncia revista Die Jugend, 1896; na Itlia, stile liberty; na Espanha, modernista; na ustria, sezessionstil. (Ita cultural)

    Em ns do sculo XIX, na Inglaterra em particular, crticos e artistas lamentavam o declnio geral do artesanato causado pela revoluo industrial e detestavam a prpria viso dessas imitaes baratas e pretensiosas, produzidas por mquinas. (GOMBRICH, Ernst Hans Josef,2000).

    A divulgao de tais crticas no tinha menor possibilidade de abolir a produo industrial em massa, embora ajudasse as pessoas abrir os olhos para os problemas que se haviam criado e a disseminar o gosto pelo autn-tico e o genuno, o simples e o caseiro. (GOMBRICH, Ernst Hans Josef,2000).

    Se a tradio ocidental estava excessivamente vinculada aos velhos mtodos de construo, poderia o oriente fornecer um novo conjunto de padres e novas ideias? (GOMBRICH, Ernst Hans Josef,2000).

    MovimentoFICHA

    08

  • ART NOVEAU linha do tempo

    01 . Gustav Klimt, O Beijo, 1907-1908- leo e folha de ouro sobre tela, 180 cm 180 cm.. 02. Antoni Gaud, Casa Batll, 1875-1877- Construo. 03. Victor Horta,A escadaria da Casa Solvay, 1900, reprofuo fotogrca. 04. Louis Comfort Tiany, Blue Wisteria, 19001910- Vidro chumbado e bronze..

    1891 Promulgada a primeira constituio republicana no Brasil, abolindo o voto censitrio.

    O confete usado pela primeira vez no carnaval brasileiro.

    1894 Em Londres inaugurada a Tower Bridge, com a presena do ento Prncipe de Gales, Eduardo VII.

    1896 O fsico e inventor italiano Guglielmo Marconi faz a primeira transmisso de rdio da histria.

    1899 Sigmund Freud publicou o livro A interpretao dos sonhos, o primeiro modelo dos processos mentais do inconsciente.

    1892

    1895 O artista tcheco Alphonse Mucha produziu um pster litografado que apareceu em 1 de janeiro nas ruas de Paris como uma propaganda para a pea Gismonda.

    ligaes: jugendstil, arte nova; modern style; liberty; stilo oreale; organicidade; busca pelo artesanal; inuncia oriental

    01

    02 03

    04

  • Dresden, Alemanha, 1905

    No dia 7 de Junho de 1905 quatro estudantes de arquitetura - Ernst Ludwig Kirchner (1880-1938), Fritz Bleyl (1880-1966), Erich Heckel (1883-1970) e Karl Schmidt-Rottlu (1884-1976) exibiram suas telas numa fbrica de lmpadas na Berlinstrasse, em Dresden, com uma nova e ousada forma de pintura expressionista.

    Surgia assimo grupo Die Brcke, formado por expressionistas alemes que recebeu inuncias do Fauvismo (cha 10), movimento que acontecia na Frana. Os dois grupos de artistas compartilhavam semelhanas em seus trabalhos; eles agiam em contra partida ao movimento impressionista e sentiam a necessidade de expor a sua interioridade ao invs de retratar o mundo. Eram artistas que buscavam uma arte de dentro pra fora.

    O nome Die Brcke signica A Ponte, pois um dos ideais do grupo era criar uma nova esttica que servisse como elo entre a tradio alem e o mundo moderno. Desse modo, alm dos movimentos de vanguarda, eles tambm absorviam inuncias da arte da xilogravura e de artistas como Albrecht Drer (1471-1528) e Mathias Grnewald (1470-1528).

    Os trabalhos dos expressionistas se caracterizavam pelo uso de cores contrastante, pinceladas vigorosas, guras deformadas e por servir como crtica social. Retratava uma sociedade angustiada, atormentada por obsesses polticas, religiosas e sexuais.

    Em 1910 o grupo instalou-se em Berlim, cidade que se transformava no centro da vida artstica na Alemanha e se desenvolvia na pesquisa e na industria, competindo com a Inglaterra. Neste perodo torna-se mais evidente a inuncia do Cubismo (cha 11), como v-se nas obras de Picasso, (1881-1973) e Braque (1882-1963) com a fragmentao das formas e do Futurismo (cha 12), em que v-se o dinamismo e o mecanicismo inseridos na arte.

    O grupo se dissolveu em 1913, por conitos internos, sobretudo aps a uma publicao de uma crnica de Kirchner sobre o grupo, no qual ele se colocava em terceira pessoa com certo destaque e importncia histrica frente aos outros.

    Principais NomesFritz Bleyl (1880-1966), Ernst Ludwig Kirchner (1880-1938), Karl Schmidt-Rottlu (1884-1976), Emil Nolde (1867-1956), Max Pechstein (1881-1955), Otto Mueller (1874-1930).

    DIE BRCKE

    ligaes: Alemanha, expressionismo alemo, Emil Nolde, xilogravura, contraste.

    Em 1906 publicado o Manifesto Die Brcke, em xilogravura, proclamando uma nova gerao que deseja liberdade no trabalho e na vida, independente das velhas foras estabelecidas.

    MovimentoFICHA

    09

    O grupo comeou inicialmente em Dresden e depois alguns compo-nentes mudaram-se para Berlim. Interessante notar que no mesmo perodo o grupo Der Blaue Reiter (cha 13) coexistia na regio germnica, porm em Munique.

    O Imprio Alemo, na poca, era uma regio que hoje englobaria tambm o territrio da Polnia, Blgica, Armnia e Dinamarca. S foi desmembrado em 1918, aps o m da Primeira Guerra Mundial.

    Entre os artistas expressionistas que no zeram parte das escolas e movimentos destaca-se Ensor, Emil Nolde e Edvard Munch. Outros nomes importantes so os austracos Egon Schiele e Oskar Kokoschka.

    Frequentemente o termo Expres-sionismo designado somente arte alem do incio do sculo XX. pertinente, porm, congur-lo mais como uma vanguarda artstica que teve diversas faces em toda a Europa (Alemanha, Frana, Blgica, ustria, Holanda) at a dcada de 1920.

  • 1916 Comea o Dadaismo.

    DIE BRCKE linha do tempo

    01.Bleyl, Fritz. Cartaz para a primeira exibio do Die Brche, 1906 - cartaz, 71,5x24,5cm 02.Nolde, Emil. Dancer , 1913 - litograa, 60x76cm. 03.Rottlu, Karl Schmidt. Me, 1916 - xilogravura, 37,3x31,0cm . 04.Heckel, Erich. Portrait of a Man, 1919 - xilogravura, 61,6x50,8cm. 05.Kirchner, Ernst Ludwig. Street, 1913 - leo sobre tela, 120,6x91,1cm.

    ligaes: Alemanha, expressionismo alemo, Emil Nolde, xilogravura, contraste.

    1893

    1908

    1914

    Edward Munch pinta a clebre tela O Grito.

    Primeira Guerra Mundial.

    Picasso e Braque fundam o Cubismo.

    1917 De Stjil fundado.

    1905 Primeira exibio fauvista.

    1910 Kandinsky pinta primeiro quadro abstrato.

    1913 Henry Ford desenvolve linha de produo.

    1918 Formao da Bauhaus.

    1911 Formao do Der Blaue Reiter.01

    02

    03

    04 05

    1905 Die Brcke fundada.

    1910 Os futuristas lanam seu Mani-festo.

    1907 Perodo em que se inicia a desco-berta da arte africana em Paris.

    1913 Dissolvido o grupo Die Brcke.

  • Frana - sculo XX

    O Fauvismo foi o primeiro movimento de vanguarda que surgiu na Frana nos primeiros anos do sculo XX (1901-1905). Os pintores fauvistas foram os primeiros a quebrar com o impressionismo, assim como com os antigos e tradicionais mtodos de percepo. Sua espontnea e normalmente subjetiva resposta natureza expressa em corajosas pinceladas de cores vibrantes vindas direto do tubo de tinta.

    Henri Matisse e Andr Derain introduziram cores no realistas e vvidas pinceladas em suas pinturas no vero de 1905, trabalhando juntos no porto de Collioure, costa mediterrnea da Frana (imagens 1 e 2). Quando suas pinturas foram expostas no m daquele ano, no Salo de Outono em Paris (imagem 3) elas inspiraram o crtico de arte Louis Vauxcelles a cham-los de Les fauves (As feras).

    Os fauves eram um grupo de artistas que partilhavam a maneira de perceber a natureza, tendo como eixo comum a explorao das amplas possibilidades do uso da cor, mas no possuam um programa denido. Foram inuenciados pelo ps-impressionismo de Van Gogh, Gauguin e Czanne (imagem 5), pelo novo impressionismo de Seurat, Cross e Signac, e pelas artes islmica e africana. Essas inuncias os inspiraram a rejeitar o tradicional espao tridimensional e buscar um novo espao pictrico pelo movimento de planos de cores.

    Para os artistas do grupo, o fauvismo era um movimento transitrio, um momento de aprendizagem. Em 1908, um interesse revisitado na viso de ordem e estrutura da natureza de Paul Czanne levou muitos deles a rejeitar as turbulentas emoes do Fauvismo a favor da ordem do Cubismo. Braque se tornou o cofundador do Cubismo, junto a Picasso. Derain se tornou um pintor popular de estilo neoclssico. Matisse sozinho perseguiu o caminho do qual foi pioneiro, atingindo um balano sosticado entre suas emoes e o mundo que pintava. (imagem 4)

    A defesa da arte como expresso de estados psquicos, impulsos e paixes individuais e a utilizao de cores vibrantes e pinceladas espontneas, aproxima o fauvismo do expressionismo alemo (cha 9). No entanto o movimento francs estava mais preocupado com os aspectos formais da organizao pictrica, enquanto os expressionistas alemes eram mais emocionalmente envolvidos nos assuntos abordados.

    Principais NomesHenri Matisse (1869-1954), Andr Derain (1880-1954), Maurice de Vlaminck (1876-1958) , Albert Marquet (1875-1947), Kees van Dongen (1877-1968), Charles Camoin (1879-1965), Othon Friesz (1879-1949), Jean Puy (1876-1960), Louis Valtat (1969-1942), Georges Rouault (1871-1958), Georges Braque (1882-1963) and Raoul Dufy (1877-1953).

    FAUVISMO

    ligaes: cores puras, decorativismo, primitivo

    De um modo geral a pintura nabis se subdividia em duas correntes principais: uma que remetia Srusier,Denis, Verkade, Roussel e Ranson para a idade mdia e para Gauguin; a outra remetia Bonnard, Vuillard, Vallot-ton e outros pintores intimistas ou protofauvistas para os japoneses e para degas... Sypher; 1960.

    MovimentoFICHA

    10

    A pintura essencialmente uma superfcie plana coberta de cores organizadas segundo uma certa ordem

    Maurice Denis, Denio do Neotradicionalismo (artigo publicado na revista Art et Critique em 1890)

    Nenhum outro artista pode mostrar melhor do que Bonnard a enorme inuncia do pensamento losco de Henri Bergson sobre toda a cultura e a arte francesa das primeiras dcadas do sculo XX, empenhado em explicar os processos da vida interior, o sentido profundo do tempo, da memria, da imaginao e da matria; isto explica por que, na histria da pintura, cabe a Pierre Bonnard um papel sob muitos aspectos prximo ao de Marcel Proust na histria da literatura. (ARGAN, 2006, p.142)ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna Do Iluminismo aos movimentos contem-porneos, Denise Bottmann e Federico Carotti (trad.), So Paulo: Companhia das Letras, 2006

  • FAUVISMO linha do tempo

    01.Le bonheur de vivre (1905-6) Henri Matisse (Frana, 1869-1954) Oil on canvas; 174 x 238 02. La femme au chapeau, outono 1905. Henri Matisse (Frana, 18691954) Oil on canvas; 79.4 x 59.7 03.Fishing Boats, Collioure, 1905. Andr Derain (French, 18801954) Oil on canvas. 04. Promenade among the Olive Trees, 19056. Henri Matisse (French, 18691954) Oil on canvas. 05. Bathers, 1880. Paul Czanne (Frana, 1839-1906) Oil on canvas; 57.4 x 61.6 cm.

    Ligaes: cores puras, decorativismo, primitivo

    1905

    1906

    Primeira exposio fauvista, no Salo de Outono, em Paris.- Incio da Die Brucke, corrente expressionista alem.- Albert Einstein expe a Teoria da Relatividade.- Fundao da Pinacoteca do Estado em So Paulo.- Fauvismo denominado como movimento artstico.

    Matisse pinta a tela A Alegria de viver

    1907 Perodo em que se inicia a descoberta da arte africana em Paris.- Picasso pinta Les Demoiselles dAvignon.

    04

    01

    03

    02

    05

  • Paris , 1907 a 1914

    O Cubismo, um dos movimentos artsticos mais inuentes do sculo 20, foi criado por Pablo Picasso (1881-1973) e Georges Braque (1882-1963) em Paris entre 1907 e 1914. O crtico de arte Louis Vauxcelles cunhou o termo Cubismo em 1907 aps ver uma srie de quadros de Braque em homenagem a Czanne no Salon dAutomne (foto 01). Tambm inuenciaram o Cubismo a arte primitiva e de fontes no ocidentais. A estilizao e distoro da obra de Picasso Les Demoiselles dAvignon, provm da arte africana (foto 02).

    Os pintores cubistas rejeitaram o conceito de que a arte devia copiar a natureza e que o artista devia adotar as tcnicas tradicionais de perspectiva, modelagem e escoro. Almejavam, em vez disso, enfatizar a bidimensionalidade da pintura. Para isso, reduziram e fraturaram objetos em formas geomtricas e os realinharam com um espao supercial. Eles tambm usaram mltiplos e/ou contrastantes aspectos de um objeto simultaneamente.

    Em trabalhos cubistas at 1910, o objeto da imagem geralmente discernvel. Embora guras e objetos fossem analisados em uma multiplicidade de facetas menores, estas eram rearranjadas de forma que evocassem as mesmas guras e objetos. Durante o alto perodo do Cubismo analtico (1910-1912), Picasso e Braque abstraram de tal forma seu trabalho que eles foram reduzidos a uma srie de formas e facetas sobrepostas normalmente quase monocromticos de marrons, cinzas e preto (foto 03). Os motivos favoritos eram natureza morta com instrumentos musicais, garrafas, copos, jornais, cartas de baralho e a gura e face humana. Paisagens eram raras.

    Durante o inverno de 1912-13, Picasso executou um grande nmero de Papiers colls (foto 04). No espao supercial do cubismo sinttico, iniciado pelas colagens, grandes pedaos de papel aludiam ao objeto em particular, seja porque eram normalmente cortados no formato do objeto em questo ou porque portavam algum elemento grco que esclarecia a associao. Com isso, Picasso e Braque retiraram os ltimos vestgios de tridimensionalidade (ilusionismo) que ainda permaneciam em seus trabalhos.

    O Cubismo exerceu uma inuncia profunda na escultura e arquitetura do sculo XX. Os maiores escultores cubistas so Alexander Archipenko, Raymond Duchamp-Villon e Jacques Lipchitz. Os conceitos formais libertadores iniciados pelo cubismo tambm tiveram conseqncias para o Dad (cha 15) e o Surrealismo (cha 19).

    Principais NomesPablo Picasso (1881-1973), Georges Braque (1882-1963), Fernand Lger (1881-1955), Robert e Sonia Delaunay (1885-1941/1979), Juan Gris (1877-1927).

    CUBISMO

    ligaes: Czanne, abstracionismo, arte africana, desconstruo, formas geomtricas, colagem.

    O cubismo, eu acredito, a tentativa mais radical de eliminar a ambiguidade e impor uma leitura da imagem aquela de uma construo feita pelo homem, uma tela colorida.

    Gombrich, E. H. Art and Illusion : a Study in the Psychology of Picto-rial Representation. Phaidon, 1961, pg 226.

    MovimentoFICHA

    11

    Segundo Gauguin, os fauvistas haviam descoberto o apelo esttica da escultura da frica e da Oceania ; no entanto, foi Picasso, mais do que eles, quem usou a arte primitiva como um arete contra a concepo clssica de beleza.

    JANSON, H.W. e JANSON,A.E. Iniciao Histria da Arte. Martins Fontes, 1996, pg 365-6.

    No se imita aquilo que se quer criar. Georges Braque.

  • CUBISMO linha do tempo

    01. Georges Braque Viaduct at L'Estaque (1907) leo sobre tela, 72.5 x 59 cm. 02. Pablo Picasso, Les Demoi-selles d'Avignon (1907) leo sobre tela, 243.9 x 233.7 cm. 03. Still Life with a Bottle of Rum, 1911. Pablo Picasso (18811973) leo sobre tela, 61.3 x 50.5 cm. 04. The guitar, 1913, Pablo Picasso (18811973) Papiers colls, 66.4 x 49.6 cm 05.Guitar, 1912, Pablo Picasso (18811973) Colagem com papelo, 77.5 x 35 cm

    ligaes: Czanne, abstracionismo, arte africana, desconstruo, formas geomtricas, colagem.

    1905

    1910 - 1912 Cubismo Analtico (Cubismo Cezzaniano).

    1913 - 1914 Cubismo Sinttico (Cubismo de colagens).

    1914 Incio da Primeira Guerra Mundial

    1916 Zurique, no Cabaret Voltaire surge o dadasmo.

    Picasso pinta Les Demoiselles dAvignon.

    01

    02

    03

    04

    05

  • Itlia, 1909 Movimento essencialmente italiano, literrio em origem, cresceu para se tornar um movimento internacional ao qual seus participantes adicionaram manifestos para outras formas de arte, da pintura moda. Foi lanado pela publicao em 1909 do manifesto Le Futurisme, escrito por Felippo Marinetti no jornal parisiense Le Figaro. A inteno de Marinetti era rejeitar o passado, revolucionar a cultura e torn-la mais moderna. A ideologia do Futurismo se lana com violento entusiasmo contra o peso da herana artstica amarrada tradio cultural italiana e exalta a ideia de uma esttica gerada pelo mito moderno da mquina e da velocidade. O Manifesto tambm exalta a violncia, incentivando o repdio cultura e valores polticos tradicionais e a destruio de instituies como museus e bibliotecas. Os pintores futuristas assinaram seu primeiro manifesto em 1910. A pintura futurista olhou primeiramente para a cor e os experimentos pticos do m do sculo XIX, mas em 1911, Marinetti e os pintores futuristas visitaram o Salo de Outono em Paris e entraram em contato com o Cubismo (cha 11), que teve impacto imediato, o que se observa na obra Materia de Boccioni (foto 01). Os futuristas se interessaram particularmente pelo trabalho do fotgrafo tienne-Jules Marey, cujos estudos chronofotogrcos retratavam os mecanismos do movimento animal e humano (foto 05). Por exemplo, a pintura de Giacomo Balla (foto 02) nos apresenta os ps do cachorro (e de seu dono) como movimentos contnuos atravs do espao ao longo do tempo. Uma vez introduzida a ideia de dinamicidade, os Futuristas buscavam representar as sensaes, ritmos e movimentos dos objetos em suas imagens, poemas e manifestos. Tais caractersticas so perfeitamente ilustradas na obra mais icnica de Boccioni, Formas nicas de Continuidade no Espao (foto 03). A escolha do bronze empresta uma qualidade mecanizada sua escultura, que representa a combinao futurista ideal entre homem e mquina. O Futurismo foi um dos movimentos artsticos mais politizados do sculo XX. Fundiu agendas artsticas e polticas com a inteno de propagar uma mudana na Itlia e Europa. Os eventos futuristas apresentavam lado a lado discusses polticas e exposies de arte. Eles acreditavam que a agitao e a destruio acabariam com o status quo e abririam espao para a regenerao de uma Itlia mais forte. Essa posio levou os futuristas a apoiarem a Primeira Guerra Mundial e a maioria de seus membros a se alistar no exrcito. Depois da guerra, o intenso nacionalismo do movimento levou a uma aliana com Benito Mussolini e seu Partido Nacional Fascista. O Futurismo teve seu irnico m com a morte de SantElia no campo de batalha e de Boccioni por cair de um cavalo. A posterior priso de Marinetti acelerou mais ainda o processo de encerramento.

    Principais NomesAntonio SantElia (1888-1916), Umberto Boccioni (1882-1916), Carlo Carr (1881-1966), Luigi Russolo (1885-1947), Gino Severini (1883-1966), Giacomo Balla (1871-1958) e Felippo Tommaso Marinetti (1876-1944).

    FUTURISMO

    ligaes: 1 guerra mundial, manifestos, cubismo, chronofotograas, poltica, fascismo, velocidade, indstria, modernidade

    MovimentoFICHA

    12

    Armamos que a magnicn-cia do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automvel de corrida com o seu capot ornado com grossos tubos semelhantes a serpentes de sopro explosivo... um automvel que ruge e parece correr sobre a metralha mais belo do que a Vitria de Samotrcia." (Manifesto Futur-ista de 1909, redigido por Felippo Tommaso Marinetti)

    As ideias futuristas serviram de inspirao, em menor ou maior escala, a grupos como o Racio-nismo, Dad e Der Blaue Reiter. No Brasil, os modernistas da Semana de 22 receberam a alcunha de futuristas paulistas,devido a seu carter renovador. O esprito do movimento reetiu -se tambm na tipograa moderna, no design grco, e na maneira veloz de comunicar a ideia de velocidade na publici-dade e histrias em quadrinhos.

    Exaltavam a guerra e a violn-cia, desvalorizavam a tradio e o moralismo; valorizavam o desenvolvimento industrial e tecnolgico; usavam a propa-ganda como principal forma de comunicao.

    As pinturas usavam cores vivas e contrastantes, sobreposies de imagens, traos e pequenas deformaes para passar a ideia de movimento e dinamismo.

  • FUTURISMO linha do tempo

    01. Umberto Boccioni, Materia, 1912, leo sobre tela, 226 x 150 cm (Mattioli Collection empretado para Peggy Guggenheim Collection,Veneza). 02. Giacomo Balla, Dynamism of a Dog on a Leash, 1912, oleo sobre tela, 91 x 110 cm, Albright-Knox Art Gallery, Bualo, NY, USA. 03. Umberto Boccioni, Formas nicas de Continuidade no Espao, 1913, Bronze; 116 x 85 x 38 cm, MAC-USP (So Paulo).. 04. Artista grego desconhecido, Vitria de Samotrcia, 200 a.c, 244 cm, Louvre, Paris.05. tienne-Jules Marey, Fotograa de um pelicano tirada por volta de 1882.

    1899

    1905 Einstein publica a Teoria da Relatividade Restrita.

    1909 Primeiro Manifesto Futurista.

    1912 Oswald de Andrade e Anita Malfatti tiveram contato com o Manifesto Futurista e com Marinetti em viagens Europa.

    Fundada a empresa Fiat em Torino.

    ligaes: 1 guerra mundial, manifestos, cubismo, chronofotograas, poltica, fascismo, velocidade, indstria, modernidade

    01

    02

    03

    04

    05 1913 Primeira grande manifestao em massa na Itlia.

    1914 Estoura a Primeira Guerra Mundial.

  • Munique, Alemanha, entre 1911 e 1914

    Der Blaue Reiter (em portugus, O Cavaleiro Azul) foi um grupo de artistas expressionistas, criado por Franz Marc (1880-1916) e Wassily Kandinsky (1866-1944), que desenvolveu sua produo em Munique no perodo que antecede a Primeira Guerra Mundial.

    O grupo tinha uma orientao profundamente espiritualista. Seus principais pontos de interesse eram a arte primitiva, a arte intuitiva infantil e o potencial das associaes psicolgicas e simblicas da cor, da linha e da composio. No entendiam a fruio de uma obra de arte como mera contemplao, mas sim como estmulo que se dispe a despertar reaes e sugestes distintas em cada indivduo. Segundo o historiador Giulio Carlo Argan (1909-1992), Paul Klee (1879-1940) e Kandinsky compartilhavam do princpio de que a comunicao esttica deveria ser intersubjetiva, ou seja, deveria acontecer diretamente de homem a homem, sem a intermediao de objetos ou da natureza. Em 1911, o grupo apresentou uma exposio coletiva e, pela diversidade de inspiraes e de tendncias estticas dos artistas participantes Robert Delaunay (1885-1941), Heinrich Campendonk (1889-1957), August Macke (1887-1914), Henri Rousseau (1844-1910), o msico Arnold Schoenberg (1874-1951), entre outros cou evidente a inexistncia de uma orientao terica rgida, o que refora ainda mais seu carter orgnico e aberto e a sua especial preocupao com os aspectos espirituais da criao artstica. Kandinsky comparava a pintura msica, que abstrata por natureza, fazendo analogias entre sons e cores e a capacidade que tm ambas as linguagens de fazerem vibrar a alma. Muitas vezes nomeava suas pinturas abstratas com termos musicais, como Composio (foto 1), Improvisao (Foto 2) e Fuga. A ecloso da Guerra levou dissoluo do grupo. Entretanto os desdobramentos de suas atividades tiveram grande alcance alm desse perodo. Inuenciaram inclusive a escola Bauhaus (cha 17), na qual Kandinsky e Klee lecionaram mais tarde. A principal herana desse movimento foi a inaugurao da arte no gurativa, tendncia que viria a prevalecer na pintura por mais de meio sculo.

    Principais nomesWassily Kandinsky (1866-1944), Franz Marc (1880-1916), August Macke (1887-1914), Alfred Kubin (1877-1959) e Paul Klee (1879-1940).

    DER BLAUE REITER

    ligaes: pintura, abstrao, espiritualidade, msica, subjetividade, simbologia das cores

    "Ambos [Kandinsky e Klee], porm, tm um princpio em comum [...] as linguagens representativas cujas formas esto logicamente ligadas aos objetos so signos plidos, porque sua comunicao mediada pelos objetos da experincia comum (a natureza). A comunicao esttica quer ser, pelo contrrio, uma comunicao intersubjetiva, de homem a homem, sem a intermediao do objeto ou da natureza."(ARGAN, G. C., Arte Moderna, p.)

    "O nome, ns o achamos quando estvamos sentados numa mesa de um caf de Sindelsdorf; ambos amvamos o azul, Marc os cavalos e eu os cavaleiros. Assim o nome veio por si."

    (Kandinsky, na revista alem Kunstblatt, em 1930)

    MovimentoFICHA

    13

    A Arte no reproduz o visvel. Ela torna visvel. (Paul Klee)

    A cor uma fora que inuencia diretamente na alma. A cor a tecla. O olho o martelo. A alma um piano com muitas cordas. O artista a mo que, com esta ou aquela tecla, faz vibrar a alma. (Wassily Kandinsky)

  • DER BLAUE REITER linha do tempo

    01. Kandinsky, Wassily. Composio VII, 1923 - leo sobre tela. 02. Kandinsky, Wassily. Improvisao 26, 1912 - leo sobre tela. 03. Klee, Paul. Senecio, 1922 - leo sobre tela. 04. Marc, Franz. Large Blue Horses, 1911 - leo sobre tela. 05. Macke, August. Mulher com casaco verde,1913 - leo sobre tela.

    ligaes: pintura, abstrao, espiritualidade, msica, subjetividade, simbologia das cores

    1907

    1911

    1912

    1914

    Escolha a imagem que mais merece um destaque.

    Naufrgio do Titanic.

    Picasso pinta Les Demoi-selles dAvignon.

    -Incio da Primeira Guerra Mundial;- Dissoluo do grupo Der Blaue Reiter.

    - Formao do grupo Der Blaue Reiter, em Munique;- Kandinsky publica o livro Do espiritual na arte.01

    linha do tempo

    03

    04

    02

    05

    1917 Revoluo Russa.

    1906 Santos Dumont realiza o primeiro voo do 14 Bis.

  • Rssia, 1915

    O Suprematismo, encabeado pelo artista Kasimir Malevich (1878-1935), evidenciava uma nova proposta pictrica: a libertao da pintura atravs de formas geomtricas e a nova relao entre sujeito e objeto. Ou melhor: a ideia de no objeto.

    Um quadro no era visto como objeto e sim um instrumento mental, uma estrutura, um signo. O Suprematismo no se ocupa da exaltao e da propaganda dos ideais revolucionrios, mas da rigorosa formao intelectual das geraes que iro construir o socialismo. Da a utilizao de formas bsicas e facilmente assimilveis pela populao russa ainda majoritariamente analfabeta.

    O suprematismo visa extinguir o binmio homem/objeto e sua necessidade material. Toma-se o quadrado como forma zero, da qual todas as outras formas deviram. Trata-se de uma abstrao inexistente na natureza, uma criao humana.

    O nome do movimento foi usado pela primeira vez na exposio coletiva A ltima Exposio de Quadros Futuristas 0.10 (Zero Dez), realizada em dezembro de 1915, em So Petesburgo, na Rssia. Em 1920, Malevich publica um ensaio denominado O suprematismo ou o mundo da no representao, aprofundando os aspectos tericos do movimento. Segundo ele, o artista moderno deveria ter em vista uma arte nalmente libertada dos ns prticos e estticos, trabalhando somente segundo a pura sensibilidade plstica.

    Principais NomesKazimir Malevich (1878-1935), El Lissitzky (1890-1941), Lyubov Popova (1889-1924), Ivan Puni (1894-1956) e Aleksandr Rodchenko (1891-1956).

    SUPREMATISMO

    ligaes: vanguarda russa, abstrao geomtrica, Revoluo Russa, forma elementar, grau zero

    "Eu sentia apenas noite dentro de mim, e foi ento que concebi a nova arte, que chamei Supre-matismo."- Malevich falando de sua obra Quadrado negro sobre fundo branco (foto 1)

    Grande estudioso de Cezanne(1839-1906) e Picasso(1881-1973), Malevich acreditava na estrutura funcional da imagem. Ressaltava que a verdadeira revoluo no seria a substituio de um mundo deca-dente por uma nova concepo: e sim um mundo destitudo de objetos, noes, passado e futuro, uma transformao radical em que o objeto e o sujeito so igual-mente reduzidos ao grau zero. ARGAN, Giulio Carlo. Lart Mod-erna. 1988. Editora Schwarcz

    MovimentoFICHA

    14

  • SUPREMATISMO linha do tempo

    01. Malevich, Kazimir. Quadrado negro sobre fundo branco, 1913-1915- leo sobre tela, dimenses no encontradas. 02. Lissitzky, El. 1o Kestnermappe Proun,1923 - impresso litogrca, 4,40 x 6m. 03. Malevich, Kazimir. Suprematism, 1915- leo sobre tela, 710 x 8050mm. 04. Malevich, Kazimir. Branco sobre Branco1918- leo sobre tela, dimenses no encontradas.

    ligaes: vanguarda russa, abstrao geomtrica, Revoluo Russa, forma elementar, grau zero

    1913

    1914

    1915

    1925

    Rssia, 1915

    O Suprematismo, encabeado pelo artista Kasimir Malevich (1878-1935), evidenciava uma nova proposta pictrica: a libertao da pintura atravs de formas geomtricas e a nova relao entre sujeito e objeto. Ou melhor: a ideia de no objeto.

    Um quadro no era visto como objeto e sim um instrumento mental, uma estrutura, um signo. O Suprematismo no se ocupa da exaltao e da propaganda dos ideais revolucionrios, mas da rigorosa formao intelectual das geraes que iro construir o socialismo. Da a utilizao de formas bsicas e facilmente assimilveis pela populao russa ainda majoritariamente analfabeta.

    O suprematismo visa extinguir o binmio homem/objeto e sua necessidade material. Toma-se o quadrado como forma zero, da qual todas as outras formas deviram. Trata-se de uma abstrao inexistente na natureza, uma criao humana.

    O nome do movimento foi usado pela primeira vez na exposio coletiva A ltima Exposio de Quadros Futuristas 0.10 (Zero Dez), realizada em dezembro de 1915, em So Petesburgo, na Rssia. Em 1920, Malevich publica um ensaio denominado O suprematismo ou o mundo da no representao, aprofundando os aspectos tericos do movimento. Segundo ele, o artista moderno deveria ter em vista uma arte nalmente libertada dos ns prticos e estticos, trabalhando somente segundo a pura sensibilidade plstica.

    Principais NomesKazimir Malevich (1878-1935), El Lissitzky (1890-1941), Lyubov Popova (1889-1924), Ivan Puni (1894-1956) e Aleksandr Rodchenko (1891-1956).

    Exposio que deu nome ao Suprematismo: A ltima Exposio de Quadros Futuristas 0.10 (Zero Dez), realizada em dezembro de 1915, em So Petesburgo, na Rssia.

    - Inaugurao da primeira linha de montagem industrial, pelo empresrio Henry Ford;- Estreia envolta em escndalo de A Sagrao da Primavera de Igor Stravinsky.

    Sistematizao terica do Suprematismo atravs do mani-festo Do Cubismo ao Futurismo ao Suprematismo: o novo realismo na pintura escrito por Malevich em colaborao com o poeta Maiakvski.

    Incio da Primeira Guerra Mundial

    1917 Revoluo Russa

    01

    04

    02

    03

  • Zurique, Suia , 1916 Por quanto tempo um cavalo pode dirigir um peixe que est morrendo? A vanguarda dadasta estendeu-se por vrias metrpoles do mundo, como Nova York, Paris, Berlim, Hanover e Colnia. O movimento iniciou-se como uma reao Primeira Guerra Mundial por jovens artistas indignados perante a falncia e hipocrisia de valores estabelecidos pela sociedade. Foi um movimento de ruptura e desalinhamento, que propunha a seguinte pergunta, vlida at os dias atuais: H limite para a arte?. Segundo Duchamp, o grande representante dessa vanguarda, mais do que um movimento, o dadasmo era antes um estado de esprito. Para as convenes da poca, esses artistas beiravam a loucura. Usavam o primitivo e o irracional para questionar toda a razo e lgica at ento formada. Tinha, ao contrrio de outras correntes artsticas, um cunho crtico muito mais amplo, utilizando dos mais variados meios (revistas, manifestos, exposies) para contestar valores passados e atuais, com gosto pelo escndalo, pelo radical e, principalmente, pelo non-sense. Antecipou questes e prticas bsicas do ps-modernismo, como por exemplo a body art, a anstalao (cha 21), a performance (cha 32), a arte feminista, o happening (cha 30) e a relao arte/vida. Um marco na histria do dadasmo, a conhecida Roda de Bicicleta (foto 02), nasceu para no ser obra. O prprio Duchamp disse em seu livro Engenheiro do Tempo Perdido que no sabe por que fez aquilo: fez por que tinha vontade e s. Este artista foi profundamente inconoclasta. Em Nu Descendo uma Escada n2 (foto 01), (trabalho que foi rejeitado at mesmo pelos sales de arte vanguardistas) o corpo foi reduzido a um esquema elementar, se diferenciando portanto das vistas diferenciadas e descontnuas do cubismo. O primeiro ready-made, de 1912, uma roda de bicicleta montada sobre um banquinho (Roda de Bicicleta, foto 02) e o fundamento de seu trabalho foi, da por diante, produzir coisas no estticas, que no se prestassem contemplao e, portanto, que no fossem obras de arte segundo nenhum dos possveis padres da poca. Ao transformar um objeto qualquer escolhido por acaso em obra de arte, Duchamp realizou uma crtica radical ao sistema artstico. Embora o dadasmo termine em 1922, teve fortes ressonncias nos movimentos e tendncias subsequentes. Vrios dos artistas dadastas tomaram as rdeas do surrealismo.

    Principais nomesMarcel Duchamp (1882-1968), Jean (Hans) Arp (1886-1966), Kurt Schwitters (1887-1948), Tristan Tzara (1896-1963), Hugo Ball (1886-1927), Man Ray (1890-1976), Fraois Picabia (1879-1953), Max Ernst (1891-1976).

    DAD

    ligaes: cubismo, futurismo, arte&vida, conceito, polmica, nonsense

    O termo dad apontado por acaso numa consulta a um dicionrio francs, signica "Cavalo de brinquedo", o que no possui relao direta com o movimento, porm sinaliza uma escolha aleatria (princpio central da criao para os dadastas), contrariando qualquer sentido de eleio racional.

    "Eu redijo um manifesto e no quero nada, eu digo, portanto, certas coisas e sou por princpios contra manifestos (...). Eu redijo este manifesto para mostrar que possvel fazer as aes opostas simultaneamente, numa nica fresca respirao; sou contra a ao pela contnua contradio, pela armao tambm, eu no sou nem para nem contra e no explico por que odeio o bom-senso."(Tristan Tzara, trecho do Manifesto Dadasta,1916 )

    A obra de arte no deve ser a beleza em si mesma, porque a beleza est morta.(Tristan Tzara)

    MovimentoFICHA

    15

    Cada coisa tem a sua palavra; pois a palavra prpria transformou-se em coisa. Porque que a rvore no h-de chamar-se plupluch e pluplubach depois da chuva? E porque que raio h-de chamar-se seja o que for? Havemos de pendurar a boca nisso? A palavra, a palavra, a dor precisamente a, a palavra, meus senhores, uma questo pblica de suprema importncia.(Hugo Ball, trecho do Manifesto Dadasta, 1916)

  • DAD linha do tempo

    01. Nu descendo uma escada,147 x 89.2cm, 1912 - Marcel Duchamp 02. Roda de Bicicleta, altura 126cm,1912- Marcel Duchamp 03. Le violon dIngres, 31 x 24,7 cm, 1924 - Man Ray 04. In Absentia M.D, 1000 x 2000cm, 1983 - Regina Silveira (REFERNCIA)

    ligaes: cubismo, futurismo, arte&vida, conceito, polmica, nonsense

    1914 - Incio da Primeira Guerra Mundial;- O modelo Fordista de produo ultrapassa a marca de vendas de todas as outras montadoras de automveis juntas.

    Revoluo Russa.

    1918 Fim da Primeira Guerra Mundial.

    01 02

    03

    04

    1917

    1929 Semana de Arte Moderna no Brasil

  • Pases Baixos (Holanda, Blgica, Luxemburgo), 1917 a 1928

    De Stijl (O Estilo em neerlands) tambm chamado de Neoplasticismo, foi um movimento artstico surgido na Holanda que envolveu artes plsticas, arquitetura e design. tambm o nome da revista onde o grupo encabeado por Piet Mondrian, Theo van Doesburg e Gerrit Rietveld publicava ideias, manifestos e pesquisas.

    De Stijl tinha como objetivo criar uma nova arte internacional e um vocabulrio visual de objetivos prticos. Por isso a inuncia do design e das artes aplicadas no pensamento neoplasticista, que queria comunicar atravs de seus objetos uma "sociedade melhor", onde a arte e a vida se integrassem em hamornia. Nesse aspecto, o Neoplasticismo lembra muito a Bauhaus (cha 17), contempornea que tambm contemplava a arte como instrumento para a construo de uma nova sociedade.

    De acordo com Van Doesburg , o grupo se orientava pela necessidade de "clareza, certeza e ordem" e buscava uma nova forma de expresso plstica que no carregasse resduos representativos e que se pautasse nos elementos mnimos da composio, puricando a cor em cores primrias (alm de preto, branco e cinza), reduzindo a forma a linhas verticais e horizontais e rejeitando a modelagem, as texturas e a linha curva.

    O De Stijl buscava uma arte clara e disciplinada e valorizava a estrutura formal e o equilbrio assimtrico. Mondrian trouxe do seu contato pessoal com a teosoa o ideal de harmonia universal (expresso em composies balanceadas) e a contemplao da estrutura matemtica e ordenada do universo (expressa no uso de formas geomtricas). Para Mondrian, o artista no deve inuenciar emotiva ou sentimentalmente o espectador - da a reduo do seu estilo a formas elementares, que tentam evitar provocar reaes individuais. Os neoplasticistas, inclusive, no valorizavam a tradio lrica e sentimental da histria da arte.

    Ao pensar no Neoplasticismo, as pinturas mais famosas de Mondrian nos parecem a sntese perfeita do movimento. Mas seus primeiros quadros estavam longe disso: eram pinturas impresionistas, neoimpressionistas e fauvistas. Apesar disso, Mondrian inventa seu caminho, carregando a imagem de rvores em seus quadros durante um processo de simplicao que continou por anos at que ele no estivesse mais pintando uma rvore, e sim linhas e quadrados com cores primrias. As pinceladas fortes e cores vivas e emotivas sofreram metamorfose at se tornarem traos perfeitamente retos e cores chapadas em uma camada lisa.

    Principais NomesPiet Mondrian (1872-1944), Theo van Doesburg (1883-1931), Gerrit Rietveld (1888-1965)No Brasil so inuenciados: Milton Dacosta (1915-1988) e Lygia Pape (1927- 2004), no Livro da Arquitetura e no desenho Mondrian de 1907.

    DE STIJL

    ligaes: abstrao geomtrica, Bauhaus, assimetria, cores primrias, linhas retas

    O neoplasticismo uma lio de probidade, de pureza, de sabedoria. Ele disciplina a natureza sob as rdeas voluntari-osas e tensas do esprito humano, senhor das foras csmicas. A ordem de Mondrian arquitetnica, sinttica, espiritual e geomtrica, lanando para os homens desarvorados de nosso tempo as bases de uma natureza recriada e de uma vida que, de retorno simples, vai de novo encontrar unidas a razo e a poesia.(PEDROSA, Mrio)

    Ver Kandinsky em Der Balue Reiter. Para ele o quadro no uma transmisso de formas, mas uma transmisso de foras: a existn-cia do artista que se liga dos outros.(ARGAN, G.C.)

    A vanguarda holandesa (...) nasce da revolta moral contra a violncia irracional da guerra que assolava a Europa. Dela se deriva um juzo negativo sobre a histria; no a violncia, e sim a razo que deve determinar as transfor-maes da vida da humanidade, e as transformaes devem se dar nos diversos campos da atividade humana atravs de uma reviso radical das premissase e das nalidades. De Stijl no uma revoluo contra uma cultura envelhecida a m de imuniz-la contra os perigos de qualquer corrupo ou impureza possvel.(ARGAN, C.G.)

    MovimentoFICHA

    16

  • DE STIJL linha do tempo

    01. MONDRIAN, Piet. Composition with Red, Yellow and Blue, 1921; leo sobre tela, 39 x 35 cm. 02. MONDRIAN, Piet. The Red Tree, 1908; leo sobre tela, 31 x 42 1/2 in.03. MONDRIAN, Piet. The Gray Tree, 1911; leo sobre tela, 77.9 x 109.1 cm. 04. MONDRIAN, Piet. Flowering Appletree, 1912; leo sobre tela, 78,5 x 107,5 cm.05. MONDRIAN, Piet. Composition No. II; Composition in Line and Color, 1913; leo sobre tela, 88 x 115 cm.06. LAURENT, Yves Saint. Vestido Mondrian, 1965. 07. DOESBURG, Theo van. Contra-Construction. Project, 1923.

    ligaes: abstrao geomtrica, Bauhaus, assimetria, cores primrias, linhas retas

    1914

    1916

    1919

    1924

    Fundao da Bauhaus por Walter Gropius.

    Incio da Prmeira Guerra Mundial.

    Rompimento de Modrian com Theo Van Doesburg.

    1920 Mondrian escreve o ensaio O Neoplasticismo para o pblico francs, atravs do qual defende as ideias De Stijl.

    1929 Publicao do ensaio de Mondrian pela Bauhaus.

    Marco do Dad.

    01

    02

    03

    0405

    06 07

  • Alemanha, 1919 A Bauhaus (casa da construo em Alemo) foi uma escola de ofcios manuais e arquitetura criada na Alemanha em 1919 por Walter Adolf Gropius (1883-1969) e concentrava sua ideologia na tentativa de alia forma e funo dentro de um mesmo projeto, ou seja, os artistas-criadores deveriam trazer suas bagagens estticas a m de aplic-las em algum objeto que tivesse funcionalidade dentro da vida cotidiana das pessoas. Esse pensamento traz em si os moldes da sociedade ps-Segunda Revoluo Industrial. A proposta de Gropius para a Bauhaus unia em um nico projeto as dimenses esttica, social e poltica. Ele tentava trazer novos ares ao estilo arquitetnico, reetindo a esperana de um novo perodo na histria do mundo Ps-Primeira Guerra Mundial. Tratava-se de formar novas geraes de arquitetos, escultores e pintores de acordo com um ideal de sociedade civilizada e democrtica em que no h hierarquia, somente funes complementares. Os projetos da Bauhaus que deviam abarcar baixo custo, produo em larga escala, utilidade e beleza esttica, direcionando sua produo de acordo com as necessidades de uma faixa mais ampla da populao, e no de uma camada social e economicamente privilegiada (GROPIUS, Walter). Durante sua existncia teve em seu corpo docente pessoas como Wassily Kandinsky (1866-1914) e Paul Klee (1879-1940), e seu programa de ensino focava habilidades de criao manual dos estudantes com ocinas de madeira, pedra, argila, metal, desenho bsico de arquitetura e de geometria. No se ensinava, porm, histria dentro da instituio at o terceiro ano de curso, pois se acreditava que tudo deveria ser criado por princpios racionais em vez de ser inuenciado por padres herdados do passado. Foi uma das primeiras escolas que aliava design, artes plsticas e arquitetura de vanguarda. Suas produes tinham severa geometrizao e utilizavam novos materiais. Em 1933 a escola encerra suas atividades por conta da perseguio nazista que considerava a escola uma disseminadora de pensamentos comunistas com seu ideal de produtos de baixo custo, trabalho coletivo e de cunho social. A Bauhaus ainda tida como um marco dentro do pensamento arquitetnico e exerce grande inuncia para o design mundial com seu pensamento simplicador e direto, que visa atingir o essencial dentro da criao de objetos de consumo e de cartazes. Em 2007, foi reformada e reaberta, mantendo seu projeto arquitetnico original, com destaque para a sala de Walter Gropius, que foi mantida inalterada.

    Principais nomesWalter Gropius (1883-1969), Johannes Itten (1888-1967), Marcel Breuer(1902-1981), Theo van Doesburg (1883-1931), Wassily Kandinsky (1866-1914), Paul Klee (1879-1940), Lszl Moholy-Nagy (1894-1946), Hannes Meyer (1889-1954)

    BAUHAUS

    ligaes: design, arquitetura, construtivismo russo, Wassily Kandinsky, Paul Klee, minimalismo.

    Com o m da escola, muitos professores emigraram da Alemanha difundindo a ideia da Bauhaus pelo mundo. Isso resultou na Nova Bauhaus, em Chicago; o Architectes's Collaborative (TAC), escritrio de arquitetura criado por Gropius em 1945; uma Bauhaus na Cidade Branca de Tel Aviv, em Israel; a Escola de Design de Ulm (HFG) na Alemanha, (fundada por ex-estudantes da Bauhaus) e a Black Mountain College, na Carolina do Norte.

    No Brasil, a inuncia da Bauhaus pode ser vista no Instituto de Arte contempornea (IAC), na Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) e no movimento concretista (ver cha 26).

    "Criemos uma nova guilda de artesos, sem as distines de classe que erguem uma barreira de arrogncia entre o artista e o arteso (GROPIUS, Walter).

    A economia nas linhas e nos ornamentos confronta-se com outros estilos artsticos arquitetnicos, como por exem-plo, a Art Nouveau (ver cha 8).

    Um dos movimentos que inuen-ciou o pensamento da Bauhaus foi o Construtivismo Russo (ver cha 18), a funo do artista deveria servir s necessidades do povo e seus objetos artsticos deveria se inserir no cotidiano das pessoas.

    MovimentoFICHA

    17

  • BAUHAUS linha do tempo

    01.Joost Schmidt, cartaz da exposio de Weimar, 1923 02. Walter Gropius, Maquete da Bauhaus de Dessau, 1999 - madeira e acrlico, 136 x 135 x 32 cm 03. Ludwig Mies van der Rohe, Cantilever Chair, 1927- couro com tubular cilndrica de ao. 04. Walter Gropius, diagrama dos cursos da Bauhaus, 1922

    1870 Segunda Revoluo Industrial.

    Fim da Primeira Guerra Mundial.

    1919 Fundao da Bauhaus por Walter Adolf Gropius na cidade de Weimar..

    1932 Transferncia da sede da escola para a cidade de Berlim.

    1939 Comeo da Segunda Guerra Mundial.

    1933 Fechamento da escola pelos Nazistas.

    1918

    1925 Transferncia da sede da escola para a cidade de Dessau.

    ligaes: design, arquitetura, construtivismo russo, Wassily Kandinsky, Paul Klee, minimalismo.

    01

    04

    02 03

  • Rssia, 1919

    A Rssia passava por um perodo de construo do socialismo, onde a conscincia de luta pretendia transformar uma economia rural em um organismo industrial moderno. A realidade apresentava uma industria de construo primitiva e atrasada.

    Anteriormente, como vimos no Suprematismo (cha 14), Kasimir Malevich (1839-1935) produzia uma arte russa com formas puras para ser fruida pela da populao analfabeta (a maior parcela at ento). Agora a Rssia vivia outro momento, onde era claro o comprometimento da revoluo com a alfabetizao do povo sovitico, principalmente aps a assinatura do decreto Sobre a Mobilizao (1918), que institua que todos os cidados deveriam aprender a ler e a escrever.

    Necessitava-se de artistas para consolidar o sonho do socialismo. Tornou-se necessrio vincular a arte propaganda. Acreditava-se que a revoluo poltica estaria diretamente ligada a uma revoluo cultural. Os cartazes, aliados propaganda do governo, supriam a ausncia de outros meios de comunicao em massa. Os temas giravam em torno do trabalho e do servio militar.

    Alexander Rodchenko (1891-1956) foi um dos mais versteis artistas que surgiram na Rssia depois da Revoluo de 1917. Foi expoente da fotograa, pintura e colagem e do desenho publicitrio. Rodchenko produziu o Cartaz para o departamento estatal da imprensa de Leningrado (foto 3), e muitos outros cartazes propagandistas. Suas fotos de objetos retirados do contexto tradicional, eliminando detalhes e enfatizando as composies diagonais e dinmicas tam