prevenindo o alcoolismo na adolescÊncia · consumo de bebidas durante esse período (cartilha:...
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PREVENINDO O ALCOOLISMO NA ADOLESCÊNCIA: uma proposta de intervenção pedagógica na escola
Vera Lucia de Souza Oliveira1 Maria Raquel Marçal Natali2
RESUMO
O alcoolismo na adolescência é um tema que no contexto mundial desempenha papel relevante no desencadeamento de uma série de problemas sociais, emocionais e orgânicos. O álcool, por ser uma droga lícita, acaba tendo uma aceitação natural na família e na sociedade, aumentando os riscos de abusos que podem gerar graves problemas. O seu consumo por adolescentes preocupa pais e educadores, pois poderá levar ao vício do alcoolismo com sérios prejuízos para os jovens. Sendo a escola um ambiente de formação, cabe a nós educadores a tarefa de mobilizar a comunidade escolar, oportunizando reflexão sobre os riscos do alcoolismo que se encontra em índices crescentes. Esta pesquisa, de natureza qualitativa, teve como principal objetivo, oferecer metodologias diversificadas que possam levar os adolescentes a compreender as consequências do alcoolismo para a saúde humana. Na coleta de dados foi aplicado um questionário para diagnóstico da inserção do álcool no cotidiano dos alunos. Após levantamento da real situação que se faz presente entre eles, propomos uma aprendizagem mais significativa, através dos conhecimentos científicos, focado principalmente no fígado e patologias decorrentes do alcoolismo. Acreditamos ser esta, uma alternativa viável para a conscientização dos estudantes sobre as consequências do consumo de bebidas alcoólicas. Palavras-chave: Alcoolismo; Adolescência; Prevenção.
1 INTRODUÇÃO
O consumo de bebidas alcoólicas é um fator de risco constante na vida dos
adolescentes, sendo o álcool uma das drogas lícitas mais potentes consumidas
1Professora PDE: Licenciada em Ciências. Habilitação Biologia. Especialização em Planejamento Educacional; Direção, Supervisão e Orientação. Docente da Escola Estadual Almirante Barroso – EF Rondon- PR, Brasil <[email protected]>. 2Orientadora: Professora Doutora. Docente do Departamento de Ciências Morfológicas Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá PR, Brasil <[email protected]>.
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entre os jovens. O álcool provoca alterações no sistema nervoso, modificando o
comportamento das pessoas, produzindo prazer momentâneo e tornando o usuário
dependente, fato que geralmente se inicia na infância ou adolescência.
O alcoolismo é definido como a ingestão de bebidas alcoólicas de forma
continuada causando prejuízo emocional, social e físico ao indivíduo. Segundo a
OMS, é uma doença de natureza complexa, na qual o álcool atua como fator
determinante sobre causas psicossomáticas preexistentes no indivíduo e o
tratamento requer uma busca a processos profiláticos e terapêuticos de grande
amplitude (TWERSKI, 1987).
Em muitos casos, a falta de informação faz com que famílias incentivem o seu
uso, através de um ambiente permissivo, onde o consumo do álcool como bebidas
se torna um hábito natural, agradável e encarado como normal.
O alcoolismo é uma questão de saúde e na escola é importante que seja
encarado sob o ponto de vista do conhecimento científico, pois pode ser uma alternativa viável na conscientização dos estudantes sobre as consequências das
bebidas alcoólicas.
Apesar do esforço da escola com seus programas de prevenção do
alcoolismo, não podemos ignorar a influência da mídia sobre as drogas lícitas em
relação aos adolescentes.
A mídia, ao mesmo tempo em que nos informa, muitas vezes ultrapassa a sua
responsabilidade social, tornando-se fonte de muitos equívocos e desinformações,
devido ao seu comprometimento com o mercado de anunciantes.
O adolescente é alvo de sofisticadas propagandas de bebidas alcoólicas, que
sugerem valores que não existem nelas. Procuram apresentar apenas os momentos
alegres e prazerosos da vida, mas nunca associados com a morte ou destruição.
Dados da Organização Mundial da Saúde – OMS (2000) apontam que a
influência do marketing tem sido importante fator para o aumento da ingestão de
bebidas no nosso País. O consumo per capita de álcool cresceu 154,8% entre 1961
e 2000, situando o Brasil entre os 25 países do mundo que mais aumentam o
consumo de bebidas durante esse período (Cartilha: Álcool e Jovens, 2010).
Segundo Pechansky et al. (2004), o uso de álcool na adolescência está
associado a uma série de comportamentos de risco, além de aumentar a chance de
envolvimento em acidentes, violência sexual e participação em gangues. O uso de
álcool por adolescentes está fortemente associado à morte violenta, queda no
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desempenho escolar, dificuldades de aprendizado, prejuízo no desenvolvimento e
estruturação das habilidades cognitivo-comportamentais e emocionais do jovem. O
consumo de álcool causa modificações neuroquímicas, com prejuízos na memória,
aprendizado e controle dos impulsos.
O consumo de álcool em nosso país parece desempenhar papel importante
em uma série de problemas sociais, pessoais e de saúde, que vem nos atingindo,
especialmente, nas últimas duas décadas.
Carlini (2005) aponta os dados do II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de
Drogas Psicotrópicas no Brasil realizado pelo CEBRID (Centro Brasileiro de
Informações sobre Drogas Psicotrópicas) em 2005, nas 108 maiores cidades
brasileiras. O uso de álcool foi de 74,6%, porcentagem inferior a de outros países
(Chile com 86,5% e EUA, 82,4%). O menor uso de álcool ocorreu na Região Norte
(53,9%) e o maior na Sudeste (80,4%). A estimativa de dependentes de álcool foi de
12,3% para o Brasil, sendo que no Nordeste as porcentagens atingiram quase 14%.
Em todas as regiões, observaram-se mais dependentes de álcool no sexo
masculino.
O autor supracitado aponta ainda, que houve aumento de consumo de
bebidas alcoólicas pela população brasileira nos últimos quatro anos. O uso de
álcool foi de 54,3% entre os adolescentes de 12-17 anos e de 78,6% entre os jovens
de 18 a 24 anos. Problemas relacionados ao consumo de álcool foram relatados por
5,7% e 12% dos entrevistados nas faixas etárias entre 12 e 17 anos e entre 18 e 24
anos, respectivamente.
Outro estudo desenvolvido pela Secretaria Nacional Antidrogas em 2007,
denominado “I Levantamento Nacional sobre os Padrões de consumo de álcool na
População Brasileira” revela que no início do consumo, os adolescentes têm em
média 13,9 anos de idade. O uso regular pelos adolescentes começou aos 14,8
anos. Esse dado é importante e estudos futuros poderão mostrar se vai ser possível
reverter essa tendência e se as eventuais políticas públicas em relação ao álcool
alcançarão essa parte da população, que é a mais vulnerável aos problemas com o
álcool.
O Estatuto da Criança e do Adolescente – (ECA) Lei nº 8.069 de 13 de julho
de 1990, no Art. 81 ressalta a proibição da venda de bebidas alcoólicas para
crianças e adolescentes, mas são poucos os bares que respeitam a lei. Na prática
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sabemos que adolescentes consomem bebida alcoólica publicamente, sem que
sejam obrigados, pelos locais de venda, a apresentar documento que comprove
idade igual ou superior a 18 anos.
Numerosas doenças ou complicações causadas pelo uso indevido do álcool
são conhecidas: baixo peso ao nascimento, diversos tipos de câncer,
desencadeamento de depressão unipolar e outras desordens psiquiátricas
existentes, epilepsia, hipertensão arterial, isquemia miocárdia, doença cérebro-
vascular, diabetes, cirrose hepática, envolvimento em acidentes com veículos,
quedas, intoxicações e homicídios (MELONI; LARANJEIRA, 2004 apud VIECILI;
CARVALHO, 2006).
Dentre os principais órgãos afetados pelo álcool, destaca-se o fígado.
Segundo Linnea et al. (2008), o fígado é um dos mais importantes órgãos do
corpo, devido sua multiplicidade de funções. Todos os nutrientes que são ingeridos
ou absorvidos são transportados diretamente para o fígado pela circulação porta,
com exceção dos ácidos graxos de cadeia longa e vitaminas lipossolúveis. Uma
parte dos ácidos graxos de cadeia longa e de vitaminas lipossolúveis também é
transportada para o fígado através da circulação sistêmica. Utiliza os nutrientes tanto
nos processos metabólicos degradativos quanto nos de síntese e também armazena
nutrientes, principalmente vitaminas lipossolúveis, vitamina B12 e glicose, em forma
de glicogênio. Sua principal função degradativa é a detoxificação de diversas
substâncias entre elas hormônios e drogas.
Os hepatócitos são células epiteliais cúbicas com um número redondo e eucromático e citoplasma eosinófilo. Cada hepatócito possui pelo menos uma superfície com um recorte semelhante a uma ranhura. As ranhuras nos hepatócitos adjacentes se alinham formando os canalículos biliares (espaços extracelulares) que transportam a bile para o ducto colédoco. As superfícies opostas dos hepatócitos estão em contato com as células endoteliais dos sinusóides, que são vasos sangüíneos especializados sem lâmina basal contínua e com um endotélio descontínuo (TELSER et al. 2008).
A cirrose é uma patologia hepática que pode ser causada pelo uso abusivo
crônico de álcool, pela obstrução biliar, pelas hepatites virais ou por várias
substâncias químicas que atacam os hepatócitos. Na cirrose, um grande número de
lóbulos hepáticos é destruído e substituído por tecido conjuntivo permanente e
“nódulos regenerativos” de hepatócitos. Esses nódulos não possuem a estrutura em
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placa do tecido hepático normal e, consequentemente, são menos funcionais
(STUART, 2007).
O consumo de álcool na adolescência é um ato preocupante, pois poderá levar
ao vício do alcoolismo, com sérias repercussões para os jovens. Devido à presença
do álcool, cada vez mais evidente em nossa sociedade, a escola assume o papel de
norteadora e procura meios para interagir com a realidade do indivíduo, buscando
transformar atitudes impensadas em ações de auto-estima e aceitação própria.
O presente trabalho teve por objetivo, oferecer metodologias diversificadas em
âmbito escolar, buscando fornecer aos adolescentes a compreensão das implicações
e consequências do alcoolismo para a saúde humana, com enfoque sobre as
características morfofuncionais do fígado.
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2. METODOLOGIA
Esta pesquisa, de natureza qualitativa foi desenvolvida em uma Escola de
Educação Básica – Escola Estadual Almirante Barroso-EF, na cidade de Rondon, no
ano de 2011. Os sujeitos da pesquisa foram 20 alunos de 7ª série/8º ano, faixa
etária entre 12 e 13 anos, os quais participaram das seguintes etapas:
2.1 Questionário:
Coleta de dados por meio de questionário para diagnóstico da inserção do
álcool no cotidiano dos alunos (Anexo I).
2.2 Refletindo através de gravuras:
Apresentação de desenhos para observação e comentário das desvantagens
do uso abusivo do álcool ao ser humano.
2.3 Influência do marketing para atrair consumidores
Apresentação de imagens de cantores e artistas famosos através de projetor
multimídia ou TV pendrive para reflexão e discussão sobre as estratégias utilizadas
pela mídia para atrair consumidores.
6 2.4 Construção de histórias em quadrinhos
Produção de Histórias em quadrinhos, envolvendo algum fato
relacionado ao uso abusivo ou dependência de álcool com premiação aos
melhores trabalhos.
2.5 Exibição de filmes e vídeos:
Filmes e vídeos sobre o tema alcoolismo e realização de debates. 2.6 Pesquisas:
Com a turma dividida em grupos, realização de um trabalho de pesquisa
utilizando livros, jornais, revistas, internet, em busca de respostas às questões
apresentadas abaixo:
a) Conceitue álcool.
b) Onde pode ser encontrado o álcool etílico ou etanol?
c) O álcool etílico ou etanol é considerado uma droga? Explique.
d) Qual a definição de alcoolismo?
e) Por que as pessoas podem se tornar dependentes do álcool?
f) O que é síndrome de abstinência?
g) Quais os órgãos mais atingidos pelo álcool?
h) Cite outras doenças ou complicações causadas pelo uso abusivo do álcool
2.7 Estudo teórico-prático do fígado
Leitura de textos sobre a morfologia normal e patológica do fígado,
principalmente correlacionado ao excesso de álcool.
Apresentação de imagens do fígado normal e fígado cirrótico utilizando o
projetor multimídia. Visita monitorada ao MUDI (Museu Dinâmico Interdisciplinar) da UEM
(Universidade Estadual de Maringá) para observação do fígado, em nível de
macroscopia e microscopia.
7 2.8 Caça-palavras
Leitura do texto “Consequências do alcoolismo” e em seguida encontrar e
circundar palavras na grade que estão em destaque no texto. As palavras se
encontram escondidas verticalmente ou horizontalmente dentro da grade, podendo
estar arranjadas normalmente de modo que podem ser lidas da esquerda para a
direita ou de cima para baixo e vice-versa.
2.9 Visita a uma Clínica de Recuperação
Visita a uma Clínica de Recuperação CIAREV (Associação Cianorte Apoiando
e Recuperando Vidas) para que os alunos vivenciassem o problema do alcoolismo e
percebessem a realidade daqueles que tentam se livrar da dependência do uso de
drogas.
Palestras com profissionais capacitados sobre o tema e relatos de pessoas
que se encontram em tratamento. 2.10 Concurso de frases
Construção de frases sobre o tema alcoolismo. Em seguida, seleção das
melhores frases com a ajuda dos professores de Ciências e Língua Portuguesa. 2.11 Divulgação do trabalho à comunidade
Divulgação do trabalho pelos alunos e professora à comunidade escolar e
comunidade em geral:
Histórias em quadrinhos, cartazes, frases vencedoras, videoclipe das visitas
realizadas no CIAREV e no MUDI.
Apresentação de uma peça teatral (Anexo II) escrita pelos alunos com a ajuda
da professora. O conteúdo da referida peça, está relacionado à maioria das ações
desenvolvidas durante a implementação.
8 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Coleta de dados
O resultado da coleta de dados obtida por meio de questionário (AnexoI) para
diagnóstico da inserção do álcool no cotidiano dos alunos revelou que a maioria
deles:
Já ingeriu bebidas alcoólicas alguma vez;
Concorda que o principal motivo que leva um adolescente a bebe é a
influência do grupo de amigos;
Que ingeriu bebida alcoólica e bebeu na rua;
Que ingere com maior frequência a cerveja;
Os pais sabem, mas não concordam que bebam.
As figuras (1 a 10) demonstram os percentuais obtidos através da pesquisa
realizada com os alunos da 7ª série/8º ano da Escola Estadual Almirante Barroso –
Ensino Fundamental no período de 25/08/11 a 01/09/11
Você ingeriu bebida alcoólica alguma vez?
65%
35%
simnão
Gráfico 1 - Ingestão de bebidas alcoólicas
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Tem conhecimento dos malefícios causados pelo uso abusivo do álcool?
10%
90%
simnão
Gráfico 2 - Malefícios do uso abusivo de bebidas alcoólicas
Alguém em sua casa bebe exageradamente?
20%
80%
simnão
Gráfico 3 – Consumo de álcool na família
Na sua opinião, qual o principal motivo que leva um adolescente a beber?
5% 5%
60%
30%
Problemas não resolvidos Influência de familiaresInfluência do grupo de amigos Vontade própria
Gráfico 4 - Principal motivo que leva um adolescente a beber
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Você já comprou bebida alcoólica alguma vez em estabelecimento comercial?
35%
65%
sim
não
Gráfico 5 – Aquisição de bebidas alcoólicas
Na sua opinião, os estabelecimentos comercias respeitam a lei que proíbe a venda de bebidas
alcoólicas para menores de 18 anos?
10%
90%
sim
não
Gráfico 6 – Proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores
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As questões 07 a 10 foram respondidas apenas pelos alunos que consomem
bebidas alcoólicas: (total - 10 alunos)
Onde você costuma beber?
0% 10%
30%60%
0%
Bares e lanchonetes Bailes e outros eventos sociaisCom a família, em casa Na ruaOutro local
Gráfico 7 – Local onde os adolescentes costumam beber
Qual bebida você ingere com maior frequência?
10%
70%
0%10%
10%
Caipirinha Cerveja Whisky Vinho Outra
Gráfico 8 – Tipo de bebida ingerida com maior frequência
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Com quem aprendeu a beber?
10%
60%
10%
0%0%
20%
Sozinho Amigos Pais Irmãos Colegas da escola Parentes
Gráfico 9 – Com quem o adolescente aprendeu a beber
Seus pais sabem que você ingere bebidas alcoólicas?
50%
20%
30%
Sim, mas não concordam Sim, mas concordam Não sabem
Gráfico 10 – Conhecimento dos pais quanto à ingestão de bebidas alcoólicas pelos filhos
Os resultados apresentados (Fig.1) demonstram que o início do consumo de
bebidas alcoólicas ocorre na faixa etária de 13 a 14 anos, período onde os
adolescentes são emocionalmente instáveis, são influenciáveis com necessidade de
auto-afirmação. A criticidade deste período foi também destacada por Galduróz, et
al. (2010), que descrevem que as primeiras exposições ao uso de álcool ocorrem
frequentemente na infância e adolescência, período de vulnerabilidade do indivíduo
sob o ponto de vista social e psicológico. Nesta fase, é comum a busca por novas
experiências, aliadas a comportamentos de impulsividade, ansiedade, insegurança,
insatisfação e agressividade.
Quando indagados pelos motivos que os levam ao hábito de beber, ou seja, a
principal motivação, 60% dos jovens destacam a influência dos amigos (Fig.4), o que
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comprova que a escola por meio de metodologias e orientações em grupo, é o local
propício para provocar e fundamentar as discussões sobre o tema, podendo prevenir
ou gerar mudanças de atitude.
Segundo Marot (2008), a escola, por estar em contato direto com
adolescentes é um espaço apropriado para desenvolver um programa de prevenção,
pois ela hoje não tem função apenas de repassar conteúdos, mas também de formar
cidadãos conscientes de seu papel na sociedade, tornando-os capazes de enxergar
a realidade e discernir sobre como agir diante dos problemas pertinentes à
adolescência.
Outro ponto que merece destaque é a facilidade que os jovens têm de adquirir
as bebidas alcoólicas, neste sentido está ocorrendo total descumprimento do Art. 81
da Lei Nº 8.069 de 13 de julho de 1990, inserido no Estatuto da Criança e do
Adolescente que ressalta a proibição da venda de bebidas alcoólicas para crianças e
adolescentes, mas são poucos os estabelecimentos que respeitam a lei. Assim,
comprovadamente nossos resultados indicam (Fig. 5; 6) que os adolescentes
consomem bebida alcoólica publicamente, sem que sejam obrigados, pelos locais de
venda, a apresentar documento que comprove idade igual ou superior a 18 anos.
Após levantamento da real situação que se faz presente entre os alunos,
houve a explanação do projeto intitulado PREVENINDO O ALCOOLISMO NA
ADOLESCÊNCIA: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA
ESCOLA, utilizando como recurso didático o projetor multimídia para que
conhecessem de forma detalhada o trabalho a ser realizado durante a fase de
implementação. Mostraram-se bastante atentos e interessados, apresentando
alguns questionamentos e considerações com relação às atividades a serem
desenvolvidas.
Na apresentação dos resultados, os Alunos Autores (AA) foram nomeados
utilizando numerais, como: (Aluno Autor 1 - AA1; Aluno Autor 2 – AA2; Aluno Autor 3
– AA3, e assim, sucessivamente).
Os grupos foram nomeados utilizando a numeração de 1 a 3 (Grupo 1 - G1;
Grupo 2 - G2; Grupo 3 - G3)
14 3.2 Refletindo através de gravuras
Através dos desenhos apresentados no projetor multimídia, os alunos tiveram
a oportunidade de refletir sobre os males ligados ao consumo excessivo do álcool.
Em grupo, comentaram por escrito as desvantagens que o consumo abusivo do
álcool representa ao ser humano e em seguida, cada grupo realizou a exposição de
suas conclusões para a turma.
Desenho 1 Desenho 2
AA - Gabriel Godoy Braga AA - Gabriel Godoy Braga
Desenho 3
AA - Gabriel Godoy Braga
Comentários dos grupos sobre os desenhos observados: Desenho 1: G1. “O desenho mostra um cara que tomou um porre e chegou violento em casa. Isso demonstra que
o alcoolismo é responsável por grande parte dos atos de violência nas famílias.”
15 G2. “Através do desenho, pude perceber que a bebida alcoólica altera o comportamento da pessoa,
tornando-a agressiva.”
G3. “Pode-se perceber através do desenho que a bebida alcoólica pode afetar drasticamente um
relacionamento familiar, pois muitos casos de pessoas que bebem ficam agressivas levando a
destruição do lar.”
Desenho 2: G1. “O desenho mostra uma pessoa com dependência alcoólica. É como se estivesse preso ao
vício.” G2. “Pude observar através do desenho que o alcoolismo é uma doença que mantém uma pessoa
aprisionada. Em muitos casos a pessoa tenta se libertar, mas não consegue”. G3. “Através do desenho podemos perceber que as pessoas tornam-se dependentes do álcool como
se estivessem aprisionadas.”
Desenho 3: G1. “O desenho mostra uma pessoa que ingeriu bebida alcoólica e está se sentindo depressiva.”
G2. “É possível perceber através do desenho que o indivíduo ficou muito triste após ingerir bebida
alcoólica”.
G3. “O desenho mostra uma pessoa que tomou um porre e agora está com sintoma de depressão”.
Os comentários transcritos após a observação dos desenhos, nos indica que
alcoolismo e violência familiar são interligados (D.1), que o consumo abusivo do
álcool pode ser considerado uma doença (D.2) e está associado não a euforia
(TIBA, 2006) e sim a tristeza e depressão.
Estas consequências são destacadas por Silva (1998) que relata que para
cada alcoolista no Brasil, existe em torno de cinco a dez pessoas sofrendo os efeitos
da doença, sendo que as primeiras consequências atingem aos familiares,
ampliando-se para as relações sociais, econômicas, culturais, intelectuais,
emocionais e biológicas. O impacto na família manifesta-se principalmente pela
ruptura e desorganização das relações interpessoais com prejuízo no
desenvolvimento das pessoas, da qualidade de vida e saúde dos que convivem com
o problema.
16 3.3 Influência do marketing para atrair consumidores
Através desta atividade os alunos tiveram a oportunidade de analisar
criticamente a produção cultural e publicitária como agentes que induzem o
consumo do álcool.
Após observação das imagens de cantores e artistas famosos apresentados
aos alunos através de projetor multimídia, os mesmos tiveram a oportunidade refletir
e discutir sobre as estratégias utilizadas pela mídia para atrair consumidores.
Em seguida, a turma foi dividida em dois grupos: o primeiro grupo ficou
responsável por elaborar um anúncio estimulando a venda e o consumo de bebidas
alcoólicas e o segundo grupo fez a contra publicidade, ou seja, um trabalho de
conscientização alertando sobre os perigos que as bebidas alcoólicas representam à
saúde. A atuação dos dois grupos foi satisfatória, havendo uma discussão bastante
proveitosa.
Tiba (2006) levanta a questão da atratividade dos comercias de cerveja, que
vendem uma imagem feliz, descontraída e solta de quem bebe e sugere que
debates sejam realizados em sala de aula com algumas pautas provocativas.
Sugere ainda que “se não há como evitar o contato dos alunos com bebidas
alcoólicas, é melhor ensiná-los a administrá-las”.
3.4 Construção de histórias em quadrinhos.
Nesta atividade, os alunos realizaram a construção de histórias em
quadrinhos envolvendo algum fato relacionado ao uso abusivo ou
dependência de álcool. De acordo com Andraus (2009), histórias em
quadrinhos são mais do que simples mediadoras de informação, possibilitam
e facilitam o aprendizado e a apreensão de conceitos.
Observando as produções dos alunos, percebemos que os mesmos
foram capazes de desenvolver com criatividade o tema proposto, ou seja, sobre os
riscos do uso abusivo do álcool na vida das pessoas e apresentaram aos colegas
de sala o resultado do trabalho.
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Segue abaixo, as duas histórias em quadrinhos que foram escolhidas
com a ajuda dos professores de Arte e Língua Portuguesa, com premiações
às Alunas Autoras (AA).
AA – Isabela de Oliveira Gomes – 7ª Série/8º Ano - 2011
19 3.5 Exibição de vídeos
Os vídeos utilizados geraram momentos de bastante discussão e interferência
por parte dos alunos. Dentre os vídeos apresentados os que mais se destacaram
foram:
Aconteceu – Bebida e Direção. História de Jaqueline Saburido. 8min 51s
Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=NEl8-K6yYNI&feature=related
O perigo do álcool na adolescência. 6min Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=kO0VGvsO3xc
Alcoolismo, Drogas e Dependência. 4min Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=H5f-SZeN_es
Alcoolismo na adolescência: é isso mesmo que você quer? 4 min Disponível
em: http://www.youtube.com/watch?v=bJNf_tmod_
Trabalho sobre alcoolismo. 4min26s Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=x5wflrGo-TY&feature=related
O estímulo visual, as mensagens e a forma de abordagem do tema nos
vídeos, provocaram emoções, despertaram a atenção e o interesse dos alunos,
contribuindo para que nas próximas etapas a participação dos mesmos aumentasse.
A linguagem do vídeo possibilita o professor deixar de ser um informador, passando a ser um mediador que provoca a autonomia do aluno. A imagem mostra-se mais eficaz que a palavra na hora de provocar emoções. Sendo assim, o vídeo desempenha um papel importante com sua capacidade de provocar emoções e sensações (SANTOS et al, 2010).
3.6 Pesquisas
Com a turma dividida em 4 grupos, foi realizado um trabalho de pesquisa em
livros, jornais, revistas, internet, em busca das respostas às questões elencadas
20
anteriormente na metodologia de trabalho. Após a pesquisa, cada grupo apresentou
para a turma suas respostas
Durante as apresentações dos resultados pelos alunos, foi possível observar
que a pesquisa realizada contribuiu para melhoria da aprendizagem dos conteúdos
relacionados ao tema abordado. Para Richardson (1999), pesquisa é um processo
de construção do conhecimento que tem por objetivo gerar novos conhecimentos ou
refutá-los, constituindo-se num processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a
realiza, quanto da sociedade, na qual esta se desenvolve.
No término desta atividade, avançou-se no estudo de um órgão muito afetado
pelo consumo do álcool, o fígado. Nesta abordagem, foram trabalhados conceitos
que compõem o conteúdo programático da 7ª série/8º ano, acrescidos de
atualidades que permitiram o aprofundamento do tema.
3.7 Estudo teórico-prático do fígado
Promovemos o conhecimento teórico-prático do fígado como órgão alvo dos
efeitos do alcoolismo através das seguintes atividades:
1- Leitura de textos sobre a morfologia normal e patológica do fígado,
principalmente correlacionado ao excesso de álcool. Um dos textos está
exemplificado abaixo:
O alcoolismo é considerado uma das principais causas de cirrose hepática no
mundo. O fígado daqueles que exageram no consumo contínuo do álcool, de acordo
com a história clínica, passa por quatro fases distintas: A primeira fase caracteriza-
se pela presença de deposição de gordura no fígado (esteatose hepática); a
segunda, pela fase de inflamação aguda do fígado (hepatite aguda alcoólica); a
terceira, pela fibrose do fígado (formação de tecido fibroso); e, finalmente, a quarta,
que é a fase de cirrose alcoólica (fígado endurecido, como mostra a imagem 1).
Com pouca frequência, alguns pacientes poderiam desenvolver processo tumoral
maligno de fígado (câncer de fígado), mas uma grande parte destes morre antes de
complicações da cirrose, como hemorragia digestiva, infecções generalizadas e
falência hepática (FONSECA, 2009)
21
2- Apresentação de imagens do fígado normal e fígado cirrótico em nível de
macroscopia e microscopia, utilizando o projetor multimídia.
1. Imagens revelando o fígado de aspecto cirrótico (micronódulos) e normal (liso)
Disponível em: drjcfonsecaeofigado. blogspot.com. Acesso: 23 mai. 2011
2. Imagem - lóbulos hepáticos
Disponível em: www.hepcentro.com.br/anatomia. Acesso: 23 mai. 2011
3 - Visita monitorada ao MUDI (Museu Dinâmico Interdisciplinar) da UEM
(Universidade Estadual de Maringá) para observação do fígado, em nível de
macroscopia e microscopia. A visita foi muito proveitosa e os alunos se mostraram
muito atentos e interessados durante as explicações dos monitores.
Ferreira et al. (2007), consideram o museu contemporâneo de ciências um
palco de trabalho multidisciplinar, interpessoal e interinstitucional, destinado a prover
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estímulos a favor do método de aprender ciência e arte através do lúdico. Um
espaço onde não há fronteiras entre a Física e a Biologia, entre a Arte e a Química,
entre a Botânica e a Informática.
Os autores destacam ainda, que os Museus e Centros de Ciências são
espaços contemporâneos com a finalidade de fazer com que os sujeitos produzam
conhecimento e comuniquem aos seus pares, ensinando-lhes a fazer uso dos
saberes tecnológicos produzidos em curto espaço de tempo e para que cumpram o
seu papel, precisam estar na pauta dos órgãos de apoio e fomento de tal forma que
suas ações sejam viabilizadas em fluxo contínuo. De igual importância seriam que
as agências reguladoras da produção científica passassem a valorizar a participação
dos professores, mestres e doutores neste tipo de atividade, para ampliar as redes
de difusão do conhecimento e a capacidade de inovar destas pessoas que estão
sendo formadas.
3. 8 Caça-palavras
A partir da leitura do texto abaixo, os alunos encontraram e circundaram
palavras na grade que se encontra em destaque no texto. As palavras estavam
escondidas verticalmente e horizontalmente dentro da grade.
Consequências do alcoolismo
O álcool é responsável por diversas doenças. Atinge órgãos como: o cérebro,
trato digestivo, coração, músculos, sangue, glândulas hormonais. O alcoolismo é
responsável pela maioria dos casos de pancreatite aguda. O uso exagerado do
álcool pode levar à cirrose que é uma doença crônica do fígado que se caracteriza
por fibrose e formação de nódulos que bloqueiam a circulação sanguínea. A cirrose
faz com que o fígado produza tecido de cicatrização no lugar das células saudáveis
que morrem.
O álcool torna o indivíduo propício às infecções porque suas células de
defesa são em menor número.
O alcoolismo é responsável por grande parte dos atos de violência e dos
acidentes dos mais variados, desde trânsito até de trabalho. Apesar das suas
23
consequências desastrosas, o ato de beber é considerado parte fundamental do
convívio social, dificultando as campanhas de conscientização. O abuso do álcool e
o alcoolismo estão entre os principais problemas da nossa sociedade.
Segundo Marot (2004), o álcool interfere diretamente na função sexual
masculina, com infertilidade por atrofia das células produtoras de testosterona e
diminuição dos hormônios masculinos. O predomínio dos hormônios femininos nos
alcoólatras do sexo masculino leva ao surgimento de características físicas
femininas como o aumento da mama (ginecomastia). O álcool pode afetar o desejo
sexual e levar a impotência por danos causados nos nervos ligados a ereção. Nas
mulheres o álcool pode afetar a produção hormonal feminina, levando diminuição da
menstruação, infertilidade e afetando as características sexuais femininas.
A C E R E B R O F A A C V B U R V C X Z A S I X S K S D A S F G B V D F A S A W F H J L K Ç K N L Ç S C E R T Y U I O P H J C O R A Ç A O N M L F Ç O D S A A D F G H K M L Ç P O I U I Y T R E W E R T F W E R T Y U I O U R T Y U I O P K L J H H R D F V A S D F G H J K S L P L Ç J K L Ç P O I U T X A A S S D G H J K L C S D G H J K L Ç L Ç L J I F G A D W E R T Y U I U O P U I T Y U I O K J G L R T R W R T U I T Y H L T R T Y U I O P L K J G I R R E S D W E R T Y T O P A N C R E A T I T E A D T T F A W E R T Y U I S A C V B N M K O M S R H A Y E B Q S A S D F G H J K L Ç J M N V C P A S D D T W N A A R G A D F V C B N M M O P L K O A F G E W R S Q N T V B N M X I O P V C B N M X T Q C V B M N F A G E R T G H I J K L M N V C X E E X F G H L Ç U X U W E R T Y N U I O P L Ç K J H N V B N M C V I D E D F G S G F C V B N O L P L O C F D S A H C O W R T Y O L I E T T U I O P Ç K L I W G H L Ç I P I R E Y R Y U C R Y U I O P M N B A X C N M P R L E R T H J O L Ç F F G H I M N B V C C R I L K R Ç V R T A E D T O U I P L Ç K M N B V C F G H U O A E R T Y U I O E I O P Ç L K J M N B V T I O B S W A E R T Y U I S E S T Y U I O P M N B V C X Z E E Q E R T Y N V C I O B G I N E C O M A S T I A C
Esta atividade contemplou vários aspectos educacionais importantes,
estimulando o raciocínio, testando conhecimentos e proporcionando aos alunos a
aprendizagem de palavras relacionadas às consequências corporais do alcoolismo.
24
3.9 Visita a uma Clínica de Recuperação
A Visita à Clínica de Recuperação / CIAREV (Associação Cianorte Apoiando
e Recuperando Vidas) foi uma atividade muito significativa no decorrer do trabalho.
Os alunos tiveram a oportunidade de ouvir palestras com profissionais capacitados
sobre o tema e relatos de pessoas que se encontram em tratamento.
Os alunos tiveram a oportunidade de vivenciar o problema do alcoolismo e
perceber a realidade daqueles que tentam se livrar da dependência do uso de
drogas por meio de depoimentos dos internos.
A atividade extraclasse através da visita ao CIAREV propiciou aos alunos
vivenciar na prática, conceitos estudados em aula. Nesse sentido, (Perrenoud, 2004
apud Arruda, 2012), destaca que para aprender é preciso uma situação
mobilizadora, que tenha sentido e que provoque uma atividade na qual o aprendiz se
envolva pessoal e duradouramente, fortalecendo a ideia de que a atividade
extraclasse ajuda o aluno a aprender e o professor a ensinar.
Após a visita ao CIAREV, surgiu a ideia por parte dos alunos, de escrever
uma peça teatral relacionada ao tema, para ser apresentado no dia da divulgação do
trabalho.
Desta forma foi produzida uma peça teatral (Anexo II), relacionando a maioria
das ações desenvolvidas durante a implementação, resultando em uma síntese
divertida e espontânea.
A atividade possibilitou aos adolescentes um espaço para expressar de
forma criativa o que aprenderam sobre a temática. Koudela (1998) corrobora com
essa ideia quando afirma que: “O teatro, enquanto proposta de educação trabalha
com o potencial que todas as pessoas possuem, transformando esse recurso natural
em um processo consciente de expressão e comunicação. A representação ativa
integra processos individuais, possibilitando a ampliação do conhecimento da
realidade.”
3.10 Concurso de frases
Através do referido concurso, valorizamos a criatividade do aluno na
construção de frases sobre o tema alcoolismo, como forma de deixar a aula mais
dinâmica e proveitosa, incentivando os alunos a participarem com maior dedicação.
25
“A escola precisa possibilitar a participação do educando, tornando-o ativo e envolvido no processo de ensino e aprendizagem”. (SANTOS, et al. 2003 apud CASATTI, 2008)
Frases escolhidas:
AA1. “Se o álcool pode matar, por que você vai usar?”
AA2. “Para uma droga que causa destruição, o melhor remédio é a prevenção.”
AA3. “Se você quer uma vida saudável, diga não ao álcool.”
AA4. “Se não quiser morrer, pare de beber.”
AA5. “Não beba, pois existem muitas outras coisas melhores no mundo”.
3.11 Divulgação do trabalho à comunidade
Como era previsto no projeto, o trabalho foi divulgado à comunidade escolar e
representantes da comunidade em geral.
Foram expostos em murais os seguintes trabalhos: Histórias em quadrinhos,
cartazes, frases vencedoras.
Apresentação da peça teatral “Colocando em prática o que aprendemos sobre
alcoolismo”. (Anexo II)
A divulgação do trabalho procedeu-se em vários momentos:
Apresentação aos alunos, professores e funcionários nos três turnos de
funcionamento, utilizando como espaço a própria escola e a Casa da Cultura.
Apresentação à comunidade escolar e comunidade em geral, na Casa da
Cultura, no período noturno.
No último dia de divulgação, houve a entrega de medalhas pelo Grêmio Estudantil
aos alunos vencedores das frases, das histórias em quadrinhos e aos alunos que
trouxeram o maior número de pessoas para prestigiar o evento.
A seguir apresentamos alguns depoimentos de mães sobre o projeto:
“Professora Vera, eu estou muito emocionada em ver meu filho participar de um teatro como este,
pois é a primeira vez que ele participa. Gostei muito da atuação dele e dos outros alunos. O teatro
também ficou 10. Todos estão de parabéns!”
26 “Professora, você não faz ideia do quanto eu gostei que minha filha participasse do seu projeto. Ela
não queria faltar às aulas. Todos os dias em que ela chegava em casa, tinha alguma coisa pra contar.
Comentava das aulas comigo, com o pai e com a irmã quando chegavam do trabalho. Presenciei
ainda, ela contando tudo que aprendeu nas aulas a uma colega que estava em casa.”
“Esse trabalho não pode parar. Tem que haver continuidade. Nossos adolescentes precisam ser
informados sobre os malefícios que o álcool causa na vida das pessoas. Muito obrigado por ter nos
convidado a participar deste momento tão valioso de divulgação do projeto!”
Principais pontos a serem destacados na finalização da implementação do projeto,
“Prevenindo o alcoolismo na adolescência” na Escola Estadual Almirante Barroso–
Ensino Fundamental, para reflexão sobre o desenvolvimento do mesmo:
a) O envolvimento da direção, equipe pedagógica, professores, funcionários e pais
dos alunos;
b) O entusiasmo dos alunos na visita ao MUDI (Museu Dinâmico Interdisciplinar) da
UEM;
c) A sensibilização dos alunos nas atividades desenvolvidas, especificamente com
relação à visita à Clínica de Recuperação;
d) O interesse dos alunos em participar das aulas de implementação, fato
comprovado através de uma frequência satisfatória;
e) Participação ativa dos alunos na produção de materiais e orgulho dos mesmos na
divulgação de seus trabalhos;
f) Iniciativa em escrever uma peça teatral (o que não estava previsto no projeto) que
veio enriquecer o trabalho;
g) A melhoria da relação professor-aluno também foi imprescindível, pois oferece
maior oportunidade ao estudante para que ele manifeste suas dúvidas e anseios.
h) A participação dos pais no processo foi uma ação muito eficaz, pois escola e
família, juntas, são partes essenciais no contexto;
i) Além dos pais, a participação de outros membros da comunidade contribuiu muito
para a valorização do trabalho;
j) Podemos destacar ainda, os elogios e contribuições dos professores participantes
do Grupo de Trabalho em Rede - GTR
27 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente enfrentamos um crescimento muito rápido e abrangente do
fenômeno das drogas. A droga está presente em qualquer época da vida de uma
pessoa, porém para os indivíduos que já amadureceram suas escolhas, torna-se
menos difícil decidir o que fazer com as ofertas. No entanto, a adolescência, período
marcado por mudanças e curiosidades sobre um mundo que existe além da família,
representa um momento especial no qual a droga exerce forte atração, por isso, a
importância da prevenção ao uso de drogas nas escolas, nesse período da vida do
educando. Dentro deste contexto e cenário, o álcool surge como principal droga
lícita, desempenhando relevante papel no desencadeamento de uma série de
problemas.
Entre algumas observações realizadas através da coleta de dados, conforme
demonstração gráfica permitiu-se constatar que dos 20 alunos entrevistados, 65% já
ingeriram bebida alcoólica alguma vez, sendo este um número significativo de
adolescentes que já tiveram contato com o álcool.
Considerando e analisando cada atividade realizada, as observações diretas
feitas pela professora durante a implementação do projeto na Escola, verificou-se
que o uso de metodologias diversificadas é um recurso didático relevante e viável no
processo ensino-aprendizagem. É uma forma atrativa de se trabalhar o conteúdo,
buscando despertar o interesse dos alunos pela aprendizagem, favorecendo a
interação e a disseminação de informações e conhecimentos.
Consideramos complexa e grave a questão do uso de álcool pelos
adolescentes. Por isso, nossa expectativa é que haja continuidade neste trabalho,
pois enquanto educador cabe-nos conscientizar os envolvidos, e procurar apresentar
a questão de modo que possa ser tratada cientificamente em sala de aula.
Sabe-se que o ser humano, quanto mais informado sobre determinados fatos,
melhor pode discernir sobre a intervenção adequada a ser utilizada, ou seja, espera-
se que através desta compreensão que o indivíduo seja capaz de refletir sobre os
malefícios do abuso do álcool, desta forma evitando o seu uso.
28 5 REFERÊNCIAS
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ARRUDA, A. S. Atividades extraclasses como inovação pedagógica. Disponível em: http://www.sinepe-ce.org.br/p.php?p=artigo&id=126 Acesso: 28 jun. 2012.
BRAGA, L. Beber e dirigir jamais – Vídeo 6min 30s Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=jRAsCxxrBYg. Acesso: 13 mai. 2011. BRASIL, Presidência da República. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Cartilha: Álcool e jovens/Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. 2 ed. Brasília-DF, 2010. p.11
________.Presidência da República. Estatuto da Criança e do Adolescente. 13 jul.1990 Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.ht Acesso:13 mai. 2011
________.Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), 2010 – O álcool e o fígado. 2. ed. p.54-55 – Brasília: Presidência da República. Acesso: 30 jun. 2012 CARLINI, E. A. II Levantamento Domiciliar Sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil (2005) – São Paulo: CEBRID: Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas: Univ. Federal de São Paulo Disponível em: http://www.unodc.org/.../brazil/II%20Levantamento%20Domiciliar%20Dr%20Elisaldo. Acesso em: 11 mai. 2011
CASATTI, S. A. B. A química e a saúde do ser humano. Disponível em: http:// www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1704-8. Acesso: 30 jun. 2012
CUNHA, R. Trabalho sobre alcoolismo - vídeo 4min26s Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=x5wflrGo-TY&feature=related. Acesso: 30 jun. 2012. FERREIRA, J. R.; PRADO, I. M. M.; MOLINARI, S. L. Inclusão tecnológica: porque e para quem? a responsabilidade histórica do museu de ciências. Disponível em: http:// www.mudi.uem.br/arqmudi/volume.../inclusão-tecnol.pdf Acesso: 01 jul. 2012. FONSECA, J. C. F. O álcool e o fígado. Disponível em: drjcfonsecaeofigado. blogspot.com/ Artigo: 16 jan. 2009. Acesso: 23 mai. 2011 GALDURÓZ, et al. 2010 Fatores associados ao uso pesado de álcool entre estudantes das capitais brasileiras. Disponível em: http:// www.scielo.br/scielo. Acesso: 23 mai. 2011
29 ITO, C. Alcoolismo na adolescência; é isso mesmo que você quer? Vídeo 4 min. 30 set. 2008. Disponível em: http//:www.youtube.com Acesso: 16 mai. 2011 JORGE, S. G. Anatomia Hepática - Hepcentro. Disponível em: http://www.hepcentro.com.br/anatomia. Acesso: 23 mai. 2011 KOUDELA, I. D. Jogos Teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1998. p. 78 LINNEA, A.M.H. et al. Doença Hepática. 17ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2008. Cap. 33. p. 515-522 MONTEIRO, I. O perigo do álcool na adolescência – Vídeo 6 min. 13 jun. 2010. Disponível em: http:// www.youtube.com/watch. Acesso: 16 jun. 2011
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SANTOS, P. R; KLOSS, S. A criança e a mídia: a importância do uso do vídeo. Disponível em: http://editora.unoesc.edu.br/index.php/achs/article/view/23. Acesso: 30 jun. 2012
SILVA, M. R. S. Família e alcoolismo: em busca do conhecimento. Dissertação de mestrado. Florianópolis: UFSC, 1998. Acesso: 26 jun. 2012 STUART IF. Fisiologia humana, 7 ed. São Paulo: 2007 Cap. 18, p.581-583 TAKAUTI, G. Alcoolismo na adolescência – vídeo 4 min. 03 out. 2009. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=7s3d8qmX4jM Acesso: 16 jun 2011
TWERSKI, M.D. Como proceder com o alcoólatra. 2. ed. São Paulo: Paulinas/ Reindal, 1987 TELSER, ALVIN G.; YONG, JOHN k.; BALDWIN KATE M. Sistema digestório. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. Cap.11; p. 301-343 TIBA, I. Disciplina: limite na medida certa. Novos paradigmas. São Paulo: Integrare, 2006.
30 RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1999. VIECILI, R.; CARVALHO, A. M. F. T. Matemática, estatística e alcoolismo: possíveis perspectivas. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br Acesso em: 20 mar. 2011.
32
ANEXO I – Questionário
Caro (a) aluno (a):
O presente questionário é uma atividade integrante do Projeto “Prevenindo o
alcoolismo na adolescência”, que estou desenvolvendo no PDE (Programa de
Desenvolvimento Educacional) junto a Secretaria de Estado da Educação do
Paraná.
Sua participação é muito importante! Professora: Vera Lucia de Souza Oliveira Idade:____________ Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino
1)Você ingeriu bebida alcoólica alguma vez?
( ) Sim
( ) Não
2) Tem conhecimento dos malefícios causados pelo uso abusivo do álcool?
( ) Sim
( ) Não
3) Alguém em sua casa bebe exageradamente?
( ) Sim
( ) Não
33
4) Na sua opinião, qual o principal motivo que leva um adolescente a beber?
( ) Problemas não resolvidos.
( ) Influência de familiares.
( ) Influência do grupo de amigos
( ) Vontade própria
( ) Para tornar-se mais alegre
5) Você já comprou bebida alcoólica alguma vez em estabelecimento comercial?
( ) Sim
( ) Não
6) Na sua opinião, os estabelecimentos comercias respeitam a lei que proíbe a
venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos?
( ) Sim.
( ) Não
Responda as questões 7 a 10 somente se você consome bebidas alcoólicas:
7) Onde você costuma beber?
( ) Em bares e lanchonetes.
( ) Bailes e outros eventos sociais.
( ) Com a família, em casa
( ) Na rua
( ) Outro local. Qual?______________
8) Qual bebida que você ingere com maior freqüência?
( ) Caipirinha
( ) Cerveja
( ) Whisky
( ) Vinho
( ) Outra. Qual?______________
34
9) Com quem aprendeu a beber?
( ) Sozinho
( ) Amigos
( ) Pais
( ) Irmãos
( ) Colegas da escola
( ) Parentes
( ) Outros, qual___________
10) Seus pais sabem que você ingere bebidas alcoólicas?
( ) Sim, mas não concordam.
( ) Sim, mas concordam.
( ) Não sabem.
35
ANEXO II - Teatro
Nome da peça: “Colocando em prática o que aprendemos sobre alcoolismo”
Os filhos chegando da escola: Duda: Oi mãe, tudo bem?
Filhos: Oi mãe
Marta: Oi meus filhos, como foram de aula hoje?
Duda: Foi tudo bem mãe. Hoje nós aprendemos muita coisa sobre o alcoolismo.
João: É verdade mãe. O alcoolismo é uma doença muito séria que traz muitos
prejuízos para as pessoas.
Marta: É mesmo? O que mais vocês aprenderam hoje?
Pedro: Várias coisas mãe
Marta: O que, por exemplo?
Duda: Ah mãe, nós aprendemos sobre o quanto a mídia incentiva o consumo de
bebidas alcoólicas.
João: É mesmo. A professora apresentou pra nós no projetor multimídia um monte
de exemplos de artistas famosos fazendo propagandas de bebidas: a linda Juliana
Paes, Ivete Sangalo, Zeca Pagodinho, até a Sandy mãe, você acredita? Pedro: É tudo pra iludir o povo.
Duda: Pois é! E muita gente acaba se deixando levar pelas sofisticadas
propagandas que fica mostrando gente bonita com pessoas famosas e sedutoras.
Só mostram os momentos alegres e felizes da vida, nunca associados à morte ou
destruição.
Marta: O que mais vocês fizeram na escola?
Pedro: Fizemos uma história em quadrinhos, olha aqui a minha que legal que ficou!
Duda: olha a minha também mãe
Marta: gostei ficou ótimo! O que mais vocês tem feito nas aulas?
Pedro: Outro dia nós fizemos pesquisas, trabalho em grupo. Enfim, discutimos
bastante o assunto.
Duda: Cadê o pai mãe?
Marta: Seu pai ainda não chegou filha.
Duda: Huum, será que ele passou de novo no boteco?
36 Marta: Acho que não. Daqui a pouco ele chega. Vão tomar banho para jantar.
(Marta fica sozinha) Não sei não, eu acho que ele foi beber de novo já não sei mais
o que faço com esse homem. Vou arrumar a mesa.
e chamar meu filhos! Pedro, João, Duda venham jantar. Seu pai está demorando
muito.
Pedro: Vamos, ele está demorando mesmo e eu estou com fome.
(Alguém bate na porta)
Marta: Tem alguém batendo na porta. Quem será? Acho que vou atender.
Mario: Quem mora ai?
Marta: Nossa você está ruim mesmo, heim? Não sabe nem onde mora mais. Bebeu
de novo?
Mario: (entra cantado) Eu bebo sim e estou vivendo. Tem gente que não bebe e
está morrendo.
Filhos dizem: Nossa! Que música horrível. Perdi até a fome. Eu também
Duda: Que situação heim pai.
Pedro: sacanagem pai, agente aqui te esperando com uma fome danada e você
chega de porre?
Duda: Você sabia que o álcool é responsável por várias doenças que atingem o
cérebro, coração, sangue, pâncreas e principalmente o fígado, causando cirrose?
Mario: É! Eu sabia, mas eu gosto dessa marvada. Mas eu vou parar, eu não vou
beber mais não.
Marta: Você não vai beber mais nem menos, vai beber o mesmo tanto.
Mario: AAh, eu vou dormir, vocês falam demais.
Mario: (no dia seguinte) Ai que dor de cabeça horrível.
Marta: É a ressaca de ontem.
Mario: Mas o que aconteceu ontem?
Marta: Você chegou chapado. Aliás, vem chegando todos os dias assim. Espero
que você não faça o mesmo hoje.
Mario: Vou trabalhar, até mais tarde. (ai minha cabeça)
Filhos: (os filhos entram)
Pedro: Temos que pensar numa solução para que nosso pai abandone o vicio da
bebida. Duda: É mesmo, vamos pensar em algo
37 João: Tive uma idéia! Vamos pregar uma peça em nosso pai. Com certeza ele
chegará bêbado. Vou buscar aquele esqueleto que está no meu quarto
(Fecham as cortinas)
Mario: Querida, cheguei, e hoje eu não bebi. Ué cadê todo mundo?
(leva um susto quando vê o esqueleto e pergunta) Quem é você?
Voz: Eu sou você amanhã
Mario: De onde você veio?
Voz: Eu vim do além
Mario: Além da onde?
Voz: Além da sua imaginação?
Mario: Eita peste. Que coisa mais magrela. Eu vou ficar assim se continuar
bebendo? Nossa, eu tenho que parar de beber, já estou até delirando. Ouvindo
vozes. Isso porque eu bebi pouco hoje!
(Os filhos e a esposa chegam)
João: Oi pai que cara é essa?
Duda: É mesmo pai, você parece estar assustado. Marta: Nossa Mário! Como você está amarelo!
Mário: Vocês têm razão, eu tenho que parar de beber mesmo. Eu to vendo coisas.
Estou ouvindo vozes do além.
Pedro: Pai, nós fizemos uma brincadeira com você, mas o assunto é sério. Você
precisa parar de beber.
João: Se você continuar bebendo assim, vai ficar doente e pode até morrer.
Duda: Nós queremos você do nosso lado pai e com saúde. Você precisa de
tratamento.
Marta: Nossos filhos têm toda a razão Mário. Sem tratamento vai ser difícil vencer
essa doença.
Mário: Tratamento? Onde? Como?
Duda: Já providenciamos tudo. Temos visita pra você pai. É o pessoal do CIAREV
de Cianorte.
João: Eles estão aí pra conversar com você.
Pedro: Pode entrar pessoal. Estávamos esperando por vocês. Que bom que
aceitaram nosso convite. Duda: Vamos apresentá-los aos nossos pais, manos?
38 João: Vamos! Essa é a Psicóloga Dirce. Esse é o coordenador o Senhor Osvaldo
Santiago, esse é o Pe Carlos responsável pela parte espiritual.
Mário: Tem até violeiro?
Pedro: Tem sim pai. Lá os internos cantam músicas religiosas lindíssimas. Este é o
motorista lá do centro. Ele que toca violão.
Coordenador: Então Senhor Mário, nós viemos conversar com você, porque seus
filhos estão muito preocupados com sua saúde. O alcoolismo é uma doença que
precisa de tratamento, pois sem tratamento é muito difícil parar.
Psicóloga: Verdade seu Mário. Lá na clínica, você tem chance de se curar. Nosso
tripé se resume em: Trabalho, oração e disciplina. Essas três coisas vão te ajudar
muito no tratamento.
PE Carlos: Você vai precisar de muita oração e obediência aos projetos de Deus.
Mário: É, vocês me convenceram. Eu aceito o tratamento. Minha família não merece
tanto sofrimento.
João: Sr Osvaldo. Vocês poderiam cantar com a gente uma das músicas que vocês
cantaram lá no centro no dia em que nós fomos lá fazer a visita?
Sr Osvaldo: Pode ser a música da família?
Duda: Claro que sim. É muito linda.
PE Carlos: Então cantaremos essa música em homenagem às famílias de vocês e a
todas as famílias.
Filhos: Então vamos todos cantar juntos. Vamos!
Autoria da peça teatral: Alunos do projeto e professora Vera Lucia de Souza Oliveira.