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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL CANDICE CRISTINA FIÚZA INÁCIO PREVENÇÃO DE QUEDA EM IDOSOS: possibilidades da garantia de um envelhecimento saudável SALVADOR 2011

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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL

CANDICE CRISTINA FIÚZA INÁCIO

PREVENÇÃO DE QUEDA EM IDOSOS: possibilidades da garantia de um envelhecimento saudável

SALVADOR

2011

CANDICE CRISTINA FIÚZA INÁCIO

PREVENÇÃO DE QUEDA EM IDOSOS: possibilidades da garantia de um envelhecimento saudável

Monografia apresentada à Universidade Castelo Branco e Atualiza Associação Cultural como requisito parcial para obtenção do título de Especialista de Enfermagem em Emergência, sob a orientação do Professor Fernando Reis do Espírito Santo.

SALVADOR

2011

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos pacientes idosos e seus familiares que passaram pela minha trajetória

profissional e de vida, acrescentando na minha experiência todo o cuidado, carinho e atenção

que pude oferecer aos mesmos para amenizar os seus respectivos sofrimentos.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade de estar finalizando este trabalho para que enfim eu posso

obter o meu tão sonhado título;

Aos mestres pelos ensinamentos, experiências relatadas, didáticas especiais e a cordialidade

com os seus alunos;

À família pela força nos momentos difíceis de exaustão e impaciência;

Aos colegas de sala e amigas especiais que desde a Graduação lutamos juntas para vencer os

obstáculos;

Agradeço a todos que direta ou indiretamente colaboraram para mais uma conquista na minha

vida profissional.

“Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente aonde outros já foram”

(Alexandre Graham Bell)

RESUMO

O presente estudo trata sobre a prevenção de queda em idosos com a finalidade de garantir um envelhecimento tranqüilo e saudável para essa população. É importante que os familiares, cuidadores e os próprios idosos se conscientizem da importância de algumas mudanças dentro dos próprios ambientes, assim como, cuidados com os medicamentos consumidos, o hábito de exercitar-se, de calçar chinelos seguros, de vestir-se corretamente e o controle das doenças degenerativas que são características peculiares do envelhecimento. Essa pesquisa tem como objetivo identificar os diversos modos de prevenções de queda em idosos, diminuindo os danos na vida dessa população que vem crescendo significativamente ao longo do tempo. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa, explicativa e descritiva. Os resultados dessa pesquisa mostram que o aumento rápido da população idosa, a falta de recursos destinados a esta faixa etária, incluindo a fisiologia do idoso que requer maiores cuidados devido às mudanças naturais do corpo que proporcionam as quedas, é necessário algumas medidas de prevenções para que essa população possa viver mais e com qualidade para que possam realizar as suas atividades diárias normalmente. Faz-se necessário também que as autoridades planejem o ambiente urbano de acordo com as necessidades dessa faixa etária, que muitas vezes sofrem quedas irreversíveis que poderiam ser evitadas com um simples concerto da calçada ou de uma boa iluminação. O projeto de palestras educadores frente à população de como exercer alguns cuidados com os idosos também ajudaria na prevenção de quedas. PALAVRAS-CHAVE: prevenção – quedas – idosos.

ABSTRACT

The present study it treats on the aged prevention of fall in with the purpose guaranteeing a calm and healthful aging for this population. It is important that the familiar ones, proper cuidadores and the aged ones if they acquire knowledge inside of the importance of some changes of proper environments, as well as, cares with consumed medicines, the habit to exercise themselves, to pave safe slippers, to be correctly dressed and the control of the degenerative illnesses that are characteristic peculiar of the aging. This research has as objective to identify the diverse ways of prevention of fall in aged, diminishing the damages in the life of this population that comes growing significantly throughout the time. One is about a bibliographical research, of qualitative nature, explicativa and descriptive. The results of this research show that the fast increase of the aged population, the lack of resources destined to this etária band, including the physiology of the aged one that requires well-taken care of greaters due to the natural changes of the body that provide the falls, is necessary some measures of prevention so that this population can live more and with quality so that they can carry through its daily activities normally. One also becomes necessary that the authorities plan the urban environment in accordance with the necessities of this etária band, that many times suffer irreversible falls that could be prevented with a simple concert of the sidewalk or a good illumination. The project of lectures educators front to the population of as to exert some cares with the aged ones also would help in the prevention of falls. KEY-WORDS: prevention - falls - aged.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................8

2. REVISÃO DA LITERATURA .............................................11

2.1 Envelhecimento populacional ............................................11

2.2 Fisiologia do corpo no envelhecimento..............................18

2.3 Causas e conseqüências de quedas com idosos .................27

2.4 Prevenções de quedas ........................................................41

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................47

4. REFERÊNCIAS ....................................................................48

8

1. INTRODUÇÃO

• Apresentação do objeto de estudo

Para Machado et al. (2009) Há cerca de 50 anos vem ocorrendo mudanças na demografia

populacional mundial. Especificamente no Brasil, em termos relativos, o grupo etário de

pessoas com idade de 60 anos ou mais foi o que mais cresceu, principalmente a partir da

década de 60.

Ainda segundo Machado et al. (2009) Estatísticas demonstram o envelhecimento das

populações como sendo conseqüência do desenvolvimento econômico e social, aliado à

diminuição das taxas de natalidade e fecundidade, o aumento da expectativa de vida e a

melhoria nas condições de infra-estrutura básica.

De acordo com Marin et al. (2004) As pessoas envelhecidas, mesmo as que não possuem

doenças debilitam-se paulatinamente devido às alterações fisiológicas que acontecem com o

avanço da idade e limitam as funções do organismo, tornando-as cada vez mais predispostas à

dependência para a realização do auto-cuidado, à perda da autonomia e da qualidade de vida.

Para Mazo et al. (2007) O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, no qual há

alterações morfológicas, funcionais e bioquímica, com redução na capacidade de adaptação

homeostática às situações de sobrecarga funcional, alterando progressivamente o organismo e

tornando-o mais susceptível às agressões intrínsecas e extrínsecas. Entre as perdas

apresentadas pelo idoso, está a instabilidade postural, que ocorre devido às alterações do

sistema sensorial e motor, levando a uma maior tendência a quedas.

Conforme Melo (2007) As quedas, geralmente, é responsável pelas perdas da autonomia e da

independência do idoso, mesmo que por tempo limitado. Suas conseqüências mais comuns

são: as fraturas, a imobilidade, a restrição de atividades, o aumento do risco de

institucionalização, o declínio da saúde, prejuízos psicológicos, como o medo de sofrer novas

quedas, e , também o risco de morte, além do aumento dos custos com o cuidado de saúde e

prejuízos sociais relacionados á família dificultando sua interação com a comunidade na qual

está inserido.

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“Desse modo, diagnosticar os parâmetros clínicos associados com as quedas em idosos

tornou-se um grande desafio para a comunidade científica, motivo pelo qual foram

desenvolvidos diversos instrumentos para a avaliação do controle postural dessa população.” (

GONÇALVES et al., 2009, p. 1)

Segundo Siqueira et al. (2007) A prevenção é importante no sentido de minimizar problemas

secundários decorrente de quedas. Estudos têm mostrado que é possível diminuir a ocorrência

de quedas com cuidados simples como: promoção da saúde e prevenção de quedas, revisão

das medicações, modificações nos domicílios, promoção de segurança dentro e fora do

domicílio e intervenções multidisciplinares podem auxiliar no processo de prevenção de

quedas no âmbito populacional.

• Justificativa

Esse tema foi escolhido principalmente pela realidade em que nos encontramos que é o

aceleramento do envelhecimento da população Brasileira e de outros países, assim como, a

minha atual experiência intra-hospitalar com pacientes idosos que são muitas vezes

institucionalizados por motivo de quedas nos próprios domicílios.

• Problema

Esse estudo traz como problema: O que diz a literatura em relação á prevenção de quedas em

idosos como garantia de um envelhecimento saudável?

• Objetivo

O objetivo do trabalho é identificar a partir da literatura modos de prevenir quedas em idosos,

evitando assim comprometimento irreversível durante a velhice.

• Metodologia

10

Este trabalho constitui-se de uma revisão de literatura sobre prevenção de queda em idosos: a

garantia de um envelhecimento saudável, que tem como natureza uma pesquisa qualitativa, de

objetivo explicativo e descritivo e de campo bibliográfico.

Para Polit, Beck e Hungler (2005) A revisão de literatura proporciona aos leitores os

antecedentes para a compreensão do conhecimento atual sobre um tópico e esclarece a

importância do novo estudo, servem assim, como função integradora e facilitam acúmulo de

conhecimento.

Segundo Polit, Beck e Hungler (2005) Uma revisão de pesquisa deve proporcionar aos

leitores um resumo objetivo e minucioso do conhecimento atual sobre um tópico. A revisão

de literatura não deve ser uma série de citações nem uma série de resumos. As tarefas centrais

são resumir e avaliar a evidência para revelar o conhecimento corrente sobre um tópico. A

revisão deve apontar tanto as consistências quanto as contradições na literatura e oferecer

possíveis explicações para as inconsistências.

Ainda para Polit, Beck e Hungler (2005) O papel da revisão é salientar o que foi estudado até

a atualidade, o quanto esses estudos são adequados e confiáveis e quais as falhas existentes no

corpo da pesquisa.

• Estrutura do trabalho

O estudo está constituído em momentos que se caracteriza como revisão de literatura onde é

abordado todo o assunto, incluindo, o envelhecimento populacional, onde se mostra as

estatísticas de envelhecimento das populações, principalmente a brasileira; a fisiologia do

corpo no envelhecimento, relatando as mudanças naturais do corpo ao envelhecer; causas e

conseqüências de quedas em idosos, abordando os principais motivos que levam às quedas e

as suas conseqüências drásticas e prevenções de quedas, apresentando algumas maneiras de

evitar qualquer tipo de queda em idosos.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL

“O crescimento do número de idosos é resultante do aumento da expectativa de vida e a

diminuição da taxa de natalidade, como também o acesso aos programas básicos de saúde”. (

DAMÁSIO et al., 2006, p. 6)

“A população brasileira vem envelhecendo de forma rápida desde o início da década de 60,

quando a queda das taxas de fecundidade começou a alterar sua estrutura etária, estreitando

progressivamente a base da pirâmide populacional”. (CHAIMOWICZ, 2007, P. 2)

Segundo Costa et al. (2004) O Brasil vive uma situação de transição. Do ponto de vista

demográfico, existe uma superposição de uma população jovem, de dimensão relevante e uma

população envelhecida igualmente expressiva. O Brasil atual é “um país jovem de cabelos

brancos”.

Para Lebrão et al. (2005) Dentro do processo de envelhecimento do Brasil e da América

Latina, é importante conhecer as condições de vida, de saúde, econômicas e de suporte social

dos idosos, para que se possa estar preparado para atender ás demandas sociais, sanitárias,

econômicas e afetivas dessa parcela da população, que, atualmente, é a que mais cresce.

“O processo de envelhecimento é uma realidade sem retrocesso, que preocupa países do

mundo, em especial países em desenvolvimento onde aumentou o número de anos vividos

pelas pessoas sem que houvesse melhoria na qualidade dos mesmos”. (MARIN et al., 2004,

p.2)

Ainda segundo Marin (2004) Pode-se considerar país envelhecido aquele que apresenta, na

sua população 7% ou mais de idosos. É uma tendência mundial, nota-se que há poucos países

que não atingiram esse patamar no ano de 2000. A população de idosos que em 1950 perfazia

um total de 8%, no ano de 2000 passou para 10% e a projeção para 2050 é de 21% de idosos

entre a população geral. A população idosa mundial cresce 2% ao ano, um índice

consideravelmente mais alto do que a população de jovens.

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O aumento da expectativa de vida da população é uma realidade entre os diversos grupos populacionais. Esta realidade tem determinado uma modificação no perfil demográfico e de morbimortalidade, resultando em envelhecimento da população e conseqüente aumento proporcional das doenças crônico-degenerativas. (SIQUEIRA et al., 2007, p. 2)

De acordo com Melo (2007) Em quase todas as sociedades o segmento populacional em idade

considerada idosa é a que mais cresce. Isso se deve ao aumento da longevidade, ou seja, à

redução da mortalidade e queda da fecundidade. Esta queda tem levado esse segmento, que

passou a viver mais, a ter um peso maior no total da população, devido à redução do número

de nascimentos na sociedade.

Para Paz (2006) O aumento da população idosa no Brasil apresenta um crescimento

progressivo e rápido. No ano de 2000, entre 169 milhões de habitantes, 8,6% eram idosos. O

envelhecimento da população associa-se a importantes transformações sociais e econômicas,

bem como à mudança no perfil epidemiológico e demanda dos serviços de saúde. Tal

mudança, no Brasil, implica elevação dos custos diretos e indiretos para o sistema de saúde,

fazendo do envelhecimento um fenômeno que precisa de ampla discussão. Portanto, o

aumento da longevidade e os aspectos a ela inerentes fazem o fenômeno do envelhecimento

constituir uma questão atual.

Conforme Campos (2006) De início com as medidas de saneamento e posteriormente com

avanços científicos e tecnológicos, hoje viver até os 60,70,80 anos tornou-se “comum”,

estima-se que cerca de um milhão de pessoas ultrapasse a barreira dos 60 anos de idade, a

cada mês, em todo o mundo.

Ainda para Campos (2006) Devido ás tendências atuais de declínio da taxa de fecundidade e

mortalidade, a população brasileira como um todo passará por um processo de

envelhecimento até o ano de 2025, no qual se estima que o Brasil conte com 31,8 milhões de

habitantes com 60 anos ou mais de idade e que ocupará o sexto lugar, no mundo em número

de idosos e as projeções indicam que nos próximos 40 anos a expectativa de vida deverá

atingir 72 anos para ambos os sexos.

O envelhecimento como um processo irreversível a que todos estamos sujeitos deve ser mais bem compreendido principalmente numa época, em que nosso país arca com um crescente número da população de idosos, e que junto a isto possui uma sociedade despreparada praticamente em todas as suas esferas para lidar com esta realidade. ( SILVA et al., 2007, p.3)

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De acordo com Silva et al. (2007) O Brasil vem passando atualmente por uma grande

mudança no seu perfil demográfico com um incremento intensivo do número tanto absoluto

quanto relativo de idosos. Este quadro se deve a uma crescente queda de fecundidade,

ocorrida concomitantemente com o aumento da expectativa de vida.

Ainda para Silva et al. (2007) O crescente aumento da população idosa em nosso meio tem

sido constatado por estudos demográficos, os quais demonstram que no ano de 2025 o Brasil

ocupará o 6º lugar no mundo, com aproximadamente 34 milhões de idosos. Esta “explosão do

número de idosos”, já se pode perceber ao nosso redor, em diferentes locais e nos serviços

públicos.

É necessário que a sociedade considere e aceite o idoso como pessoa, porém sem desconhecer suas necessidades distintas, que devem ser atendidas. Pois o que geralmente se observa é a visão do idoso apenas como alguém improdutivo e doente a espera da morte. ( SILVA et al., 2007, p.4)

Segundo Lopes (2009) O envelhecimento populacional tem ganho reconhecimento universal,

o Brasil ocupa hoje a sétima colocação mundial em números de idosos, espera-se que, em

2025, ocupe a sexta posição. Diante desse fato, importantes estudos têm sido desenvolvidos a

fim de compreender melhor essa população e garantir uma melhor qualidade de vida,

reduzindo os impactos deletérios do envelhecimento.

“A rápida mudança do perfil demográfico e epidemiológico brasileiro suscita a necessidade

de estudos sobre a saúde da população idosa. Segundo dados do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil destaca-se em termos demográficos por apresentar

altas taxas de crescimento da população de idosos, com projeções para 2025 de cerca de 30

milhões de pessoas. A prevalência geral de doenças crônicas aumentará como conseqüência,

pois são mais freqüentes nesse grupo etário.” (NUNES et al., 2009, p. 2)

Segundo Guerra (2005) O envelhecimento populacional é uma realidade no nosso país, assim

como em todo o mundo. Com o aumento do número de idosos ocorre uma elevação das

doenças associadas ao envelhecimento, destacando-se as crônico-degenerativas.

De acordo com Rebelatto (2007) O aumento acelerado da população de idosos é um

fenômeno mundial observado desde o final do século XIX. Nos países desenvolvidos, o

envelhecimento populacional aconteceu gradualmente durante os dois últimos séculos e foi

acompanhado pelo crescimento econômico que propiciou a melhoria da qualidade de vida, do

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saneamento básico, da alimentação, da moradia e de uma adequação dos setores de saúde

geriátrica e de previdência social.

Para Luzio et al. (2006) O número de indivíduos com mais de 65 anos vai duplicar nas

próximas cinco décadas, o que levará a que as doenças associadas ao envelhecimento

assumam proporções importantes.

“O crescimento da população idosa no Brasil vem ocorrendo de forma bastante acelerada. As

estatísticas mostram que a taxa estaria com maior crescimento na maioria dos países em

desenvolvimento, é acima de 60 anos. No Brasil, as projeções indicam que a proporção de

idosos passará de 8,6% em 2000 para quase 15% em 2020. Em termos absolutos seremos, em

2025, a sexta população de idosos no mundo, isto é, com mais de 32 milhões de pessoas

acima de 60 anos. Além disso, a proporção de pessoas com mais de 80 anos também

apresenta um aumento significativo”. (PAVARINI et al., 2005, p. 2)

De acordo com Pavarini (2005) Esse crescimento populacional se deve em grande parte ao

aumento considerável na expectativa de vida dos brasileiros e que, associado á queda da taxa

de natalidade amplia a proporção relativa de idosos na população.

Ainda para Pavarini (2005) No contexto da transição demográfica, o perfil de saúde em nosso

país também sofre mudanças. No lugar das doenças infecto contagiosas estamos nos

deparando com as doenças crônicas não transmissíveis. Dentre elas as mais freqüentes são a

hipertensão, diabetes, insuficiência renal crônica, osteoporose e demências.

Para Menezes (2007) O século XX caracterizou-se por grandes transformações no

envelhecimento populacional. A esperança de vida cresceu, mundialmente, cerca de trinta

anos neste último século. As conseqüências desta maior longevidade são dramáticas. Toda a

sociedade está sendo afetada e continuará a sê-lo na medida em que esperamos para os

próximos anos um processo de envelhecimento ainda mais rápido, refletindo a diminuição

acelerada das taxas de natalidade na maioria dos países. A equação demográfica é simples:

quanto menor o número de jovens e maior o número de adultos atingindo a terceira idade,

mais rápido o envelhecimento populacional. Fundamentalmente, envelhecimento é uma

conquista: envelhecer é bom, o ruim é morrer cedo. E o que era antes privilégio de poucos,

chegar a velhice, hoje passa ser a norma, mesmo nos países mais pobres. Esta conquista maior

do século XX se transforma, no entanto, em um grande desafio para o século que se inicia.

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Há cerca de 50 anos vem ocorrendo mudanças na demografia populacional mundial. Especificamente no Brasil, em termos relativos, o grupo etário de pessoas com idade de 60 anos ou mais foi o que mais cresceu, principalmente a partir da década de 60. Estatísticas demonstram o envelhecimento das populações como sendo conseqüência do desenvolvimento econômico e social, aliado à diminuição das taxas de natalidade e fecundidade, o aumento da expectativa de vida e a melhoria de infra-estrutura básica. (MACHADO et al., 2009, p. 2)

Segundo Ruwer et al. (2005) A melhoria das condições de saúde e a crescente expectativa de

vida no mundo, bem como no Brasil, acarretou o crescimento da população de terceira idade,

e com isso, a elevação da incidência de doenças relacionadas a esse período de vida.

Ainda para Ruwer et al. (2005) A contribuição da medicina atual em função da população

geriátrica tem sido de grande valia, pelo controle das doenças relacionada a essa faixa etária,

dessa forma favorecendo o aumento da expectativa média de vida.

“O Brasil é um país que envelhece a passos largos. As alterações na dinâmica populacional

são claras, inexoráveis e irreversíveis. No início do século XX, um brasileiro vivia em média

33 anos, ao passo que hoje a expectativa de vida dos brasileiros atinge os 68 anos. Entre 1960

e 1980, observou-se no Brasil uma queda de 33% na fecundidade. A diminuição no ritmo de

nascimento resulta a médio prazo, no incremento proporcional da população idosa. Nesse

mesmo período de 20 anos, a expectativa de vida aumentou em oito anos. Hoje, a população

de idosos ultrapassa os 15 milhões de brasileiros, que em 20 anos serão 32 milhões”.

(VERAS, 2003, P. 2)

Ainda para Veras (2003) Nunca antes na história da humanidade os países haviam registrado

um contingente tão elevado de idosos em sua população.

Segundo Giatti (2003) O envelhecimento da população é um fenômeno mundial, nos países

desenvolvidos, esse processo se deu lentamente, em uma situação de evolução econômica, do

crescimento do nível de bem-estar, e redução das desigualdades sociais. Nos anos mais

recentes, esse processo ganha maior importância nos países em desenvolvimento, com o

aumento acelerado da população de sessenta anos e mais em relação à população geral.

Ainda para Giatti (2003) O Brasil apresenta um doa mais agudos processos de

envelhecimento populacional entre os países mais populosos.

“As últimas décadas do século XX foram marcadas por expressivas mudanças

sociodemográficas no Brasil. Dentre as principais, destacam-se o arrefecimento do ritmo de

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crescimento demográfico, fruto do significativo declínio da fecundidade, a continuidade de

processo de urbanização e o envelhecimento populacional.” (GUIMARÃES, 2006, p. 2)

Para Kalache (2007) Os fatores determinantes do envelhecimento, a nível da população de um

país, são, fundamentalmente, ditados pelo comportamento de suas taxas de fertilidade e, de

modo menos importante, de suas taxas de mortalidade. Para que uma população envelheça, é

necessário primeiro, que haja uma queda da fertilidade; um menor ingresso de criança na

população faz com que a proporção de jovens, na mesma, diminua. Se, simultânea ou

posteriormente, há também uma redução das taxas de mortalidade (fazendo com que a

expectativa de vida da população, como um todo se torne maior), o processo de

envelhecimento de tal população torna-se ainda mais acentuado. Tal processo é dinâmico,

estabelece-se com etapas sucessivas e é, comumente, conhecido como “transição

epidemiológica ou demográfica”. Na sua etapa inicial, as taxas de fertilidade são altas e a

mortalidade está concentrada nos segmentos mais jovens da população, progressivamente, as

taxas de mortalidade decrescem, aumentando a percentagem de crianças e prolongando a

sobrevida, enquanto as taxas de fertilidade diminuem, fazendo com que proporcionalmente,

os grupos de mais idade aumentem em relação aos mais jovens. Finalmente, quando as taxas

de fertilidade e de mortalidade se mantém baixas, há um progressivo aumento, na proporção

de adultos na população, incluindo, naturalmente, os mais idosos. Neste estágio de transição

epidemiológica, a “pirâmide” populacional passa a apresentar uma configuração

retangularizada, característica das populações européias de hoje, por exemplo.

Comparando com até poucos anos, está menos difícil envelhecer no Brasil neste início de século. Em primeiro lugar não há duvida de que estamos envelhecendo e rapidamente. Estamos vivendo mais. A expectativa de vida não só das crianças, mas de todos os grupos etários aumentou significativamente nas últimas décadas. Por exemplo, a expectativa de vida ao nascer, que pouco tinha aumentado na primeira metade do século passado, cresceu extraordinariamente nas últimas décadas. ( KALACHE, 2007, p. 1)

“O envelhecimento populacional é um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea.

Este fenômeno ocorreu inicialmente em países desenvolvidos, mas, mais recentemente é nos

países em desenvolvimento que o envelhecimento da população tem ocorrido de forma mais

ecentuada. No Brasil, o número de idosos passou de três milhões em 1960, para sete milhões

em 1975 e 14 milhões em 2002 ( um aumento de 500% em quarenta anos) e estima-se que

alcançará 32 milhões em 2020. Em países como a Bélgica, por exemplo, foram necessários

17

cem anos para que a população idosa dobrasse de tamanho.” (COSTA-LIMA et al., 2003, p.

1)

Segundo Nogueira (2008) Do ponto de vista demográfico, o envelhecimento é caracterizado

pelo aumento na proporção da população a partir de 60 anos, para países em

desenvolvimento, e de 65 anos, para os desenvolvidos, em relação á população total. Esse

processo ocorre como conseqüência da queda de fecundidade, aliada ao aumento da

expectativa de vida e á redução da mortalidade.

Ainda segundo Nogueira (2008) No Brasil, verifica-se que atualmente a redução da natalidade

ocorre em ritmo mais acelerado do que a diminuição da mortalidade, resultando em limitação

progressiva no ritmo de crescimento populacional.

Para Veras (2009) Atualmente, chegar á velhice é uma realidade populacional mesmo nos

países mais pobres. Ainda que a melhora substancial dos parâmetros de saúde das populações

observada no século XX esteja longe de se distribuir de forma equitativa nos diferentes países

e contextos socioeconômicos, envelhecer não é mais privilégio de poucos.

O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial e, no Brasil, as modificações ocorrem de forma radical e bastante acelerada. As projeções mais conservadoras indicam que, em 2020, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos, com um contingente superior a 30 milhões de pessoas. (VERAS, 2009, P. 1)

“Vários fatores influíram para a transformação do envelhecimento e da velhice, de processo

que só importava ao indivíduo, a destino não mais de poucos privilegiados, assunto de

responsabilidade social. O século XX marca o mundo pelos significativos avanços sociais e

científicos, que acabaram contribuindo para profundas alterações demográficas: controle de

certas doenças infecto-contagiosas, desenvolvimento de sistemas de saneamento básico, de

controle conceptivo, diminuição tanto do número de nascimentos como da mortalidade

infantil. No entanto o aumento da população de velhos não foi exclusivo daquele século, já

tendo sido verificado em outras épocas. Não se pode falar de envelhecimento de uma

população, de forma como vem ocorrendo no Brasil, sem se reportar as pressões

demográficas. Tendo como base os aspectos quantitativos, a demografia surgiu como uma

ciência interessada em estudar o movimento das populações humanas, suas mais diversas

dimensões, estruturas, evolução e também as suas características gerais. Ela é tanto

18

prospectiva como retrospectiva. Diante dos dados já conhecidos, tudo indica que o século

XXI ficará marcado pelo significativo aumento demográfico da população mundial de idoso,

fato que se delineou no decorrer do último século.” ( ALVES JUNIOR et al., 2007, p.12)

De acordo com Damásio et al. (2008) O processo dinâmico pelo qual a população envelhece é

chamado de transição demográfica. Esta se completa quando há uma diminuição das taxas de

mortalidade com aumento da expectativa de vida, e uma diminuição das taxas de fecundidade,

levando à maior proporção de indivíduos em grupos mais velhos. O envelhecimento

demográfico trás várias conseqüências sociais, médicas e econômicas.

“O envelhecimento populacional é uma resposta à mudança de alguns indicadores de saúde,

especialmente a queda da fecundidade e da mortalidade e aumento da esperança de vida.”

(DAMÁSIO et al., 2008, p. 3)

2.2 FISIOLOGIA DO CORPO NO ENVELHECIMENTO

Para Vieira et al. (2006) Alguns pesquisadores demonstraram que a partir dos 40 anos a

estatura começa a diminuir cerca de 1 cm por década, e esta perda é atribuída à diminuição

dos arcos do pé, aumento da curvatura da coluna e alterações dos discos intervertebrais. É

possível ainda observar o enrigecimento e o aumento da caixa torácica. O idoso apresenta

uma face característica, em decorrência do crescimento do nariz e do pavilhão auditivo, há

aumento do tecido adiposo que tende a se acumular na região perirenal e em diversos órgãos.

O teor de água total corporal diminui o teor de potássio intracelular também. Estas alterações

ocorrem em virtude da diminuição geral do número de células nos órgãos, podendo ser

observado também em dados laboratoriais. Em relação à perda da massa, os órgãos internos

mais afetados são os rins, fígado e músculos.

Ainda para Vieira et al. (2006) Ocorre a perda de substâncias elásticas da pele (elastina) e

estas alterações são mais agravadas quando a derme é exposta ao sol, originando as rugas. A

pele se torna áspera e seca, sujeita a infecções e a mudanças bruscas de temperatura, isto

devido a diminuição das glândulas sebáceas e sudoríparas. É freqüente observarmos a tez

descorada no idoso, simulando um constante estado de anemia, devido ao decréscimo de

melanócitos e de alças capilares superficiais. Não obstante, podemos observar ainda por volta

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dos 40 e 50 anos, hiperpigmentação e acúmulo de gordura nas pálpebras, além de manchas

hipercrômicas (marrons), conhecidas como queratoses. Com o evoluir da idade há diminuição

geral dos pêlos no corpo, com exceção das narinas, orelhas e sobrancelhas. Ocorre o

surgimento dos cabelos brancos, por alteração do bulbo capilar. Com o envelhecimento

também pode advir diminuição de bulbos capilares funcionantes e surgir a calvície,

principalmente no homem. Durante o envelhecimento os ossos também se alteram. Na fase da

velhice, a espessura do componente compacto diminui pela reabsorção óssea, enquanto que o

esponjoso apresenta perda de lâminas ósseas em relação ao adulto jovem. Ocorre também

uma diminuição das células ósseas, os osteócitos, e de sua atividade. Estas células controlam

o metabolismo ósseo da matriz extracelular, proporcionando um desequilíbrio na homeostase

do cálcio. Quanto ao sistema articular é possível demonstrar através de técnicas histológicas a

ocorrência de diminuição de substâncias lubrificantes entre os discos vertebrais (água, fibras

colágeno e ácido hialurônico), proporcionando a formação de curvas na coluna (cifose). Com

o avançar da idade, o idoso também pode apresentar distúrbios associados, ou seja, inter-

sistemas, como por exemplo, a presença de calosidades nos pés, deformidades das falanges e

unhas. A rigidez das articulações também pode predispor ao aparecimento de dores

generalizadas decorrentes de processos inflamatórios que tendem a se cronificarem como

bursite, a artrite reumatóide e os estados de gota. A diminuição da massa muscular pode ser

facilmente observada nos pequenos músculos das mãos, por outro lado, inúmeras patologias

comuns nesta faixa etária, sejam neurológicas, musculares e gerais, com freqüência podem

associarem-se a perdas musculares localizadas ou generalizadas. Não esquecendo que a

imobilidade também pode causar a atrofia muscular. Outra situação muito comum no

processo de senescência é a fácil observação da atrofia do quadríceps, decorrente da

osteoporose de joelhos e em situação de imobilização prolongada. Quanto à atrofia dos

músculos da panturrilha, este só ocorre como parte de degeneração muscular generalizada.

“Relatos de literatura mostram que o peso do cérebro diminui com o avançar da idade, o

mesmo ocorrendo com o seu volume. É possível observar também uma perda contínua de

neurônios, especialmente no córtex dos giros pré-centrais – área motora voluntária.” (VIEIRA

et al., 2006, p. 26)

A disfunção do sistema nervoso e em especial do sistema nervoso autônomo, pode estar relacionado com diversos processos patológicos, como a doença de Parkinson e outras síndromes neuro-degenerativas.( VIEIRA et al., 2006, p. 26)

20

De acordo com Vieira et al. (2006) Com o envelhecimento muitos vasos tornam-se alterados.

A aorta se dilata e seu diâmetro interno aumenta, podendo ocorrer depósito de cálcio em toda

extensão da parede desta artéria. Artérias de menor calibre também sofrem com o processo de

envelhecimento. As carótidas se estreitam, o mesmo acontece com as coronárias, as arteríolas

renais, do labirinto e outras, isto porque há uma deposição elevada de tecido fibroso com a

idade. Ao oposto do que acontece com outros órgãos vitais, o peso do coração aumenta com o

envelhecimento, surge o espessamento da parede do ventrículo esquerdo de causa não

aparente. Quanto ao aparelho valvar, podem aparecer placas arterioscleróticas e espessamento

das cordoalhas. Durante as fases que compreendem o envelhecimento é possível observarmos

a fusão de elementos ósseos e cartilaginosos entre o externo e a caixa torácica, interferindo na

mecânica respiratória, inclusive provocando importante diminuição da expansibilidade e

complacência. Quanto ao pulmão, a superfície total dos alvéolos mostra-se discretamente

diminuída com a idade. É possível observarmos no idoso além das alterações do parênquima

pulmonar, as modificações músculo-esqueléticas, do arcabouço torácico e do próprio reflexo

da tosse que em conjunto podem predispor a retenção de secreção brônquica e até as

infecções.

“O esôfago é revestido por epitélio escamoso estratificado em sua porção distal, entretanto,

com o envelhecimento este pode ser substituído por epitélio colunar, cuja causa pode ser

atribuída ao refluxo de ácido gástrico. Indivíduos idosos podem apresentar espessamento da

túnica muscular do cólon com elevadas contrações da musculatura circular, atuando como

uma área de alta pressão que muitas vezes predispõe a diverticulite no idoso. A irrigação

sanguínea se altera com a possibilidade dos vasos tornarem-se mais tortuosos, predispondo a

isquemia. Todavia, a tortuosidade das arteríolas e vênulas da submucosa pode levar a

bloqueios e sangramento na luz do cólon. Quanto ao fígado, o peso absoluto e o número de

células diminuem após 65 anos de idade.” (VIEIRA et al., 2006, p. 28)

Para Luiz et al. ( 2009) O declínio na função visual dos idosos é fonte de preocupação no

âmbito da saúde pública. Apesar de sua alta prevalência, a maioria dos idosos não refere

queixa da visão por considerarem essa debilidade típica da idade avançada. Dessa forma, o

déficit visual em idosos pouco detectado na prática clínica. No sistema visual, o

comprometimento pode ocorrer de forma cumulativa e progressiva por meio de danos

metabólicos e ambientais, caracterizando a relação de estreita intimidade entre a visão e a

senescência. Associada às mudanças fisiológicas que ocorrem na visão devido ao

21

envelhecimento, doenças oculares crônicas corroboram o declínio da habilidade visual do

idoso.

Ainda para Luiz et al. (2009) Idosos com comprometimento visual tendem a se exercitar

menos, com conseqüência perda de força muscular, funcionalidade e equilíbrio.

Segundo Ribeiro et al. (2005) Todos os sistemas do nosso organismo possuem reservas

fisiológicas, que no sistema nervoso são caracterizadas pela capacidade de reorganização

conhecida neuroplasticidade. Com o envelhecimento, as reservas estão diminuídas, porém não

depletadas, portanto, a criação de um ambiente legal de aprendizado motor poderia determinar

uma melhora importante da função.

“Com o passar dos anos, o organismo humano passa por um processo natural de

envelhecimento, gerando modificações funcionais e estruturais no organismo, diminuindo a

vitalidade e favorecendo o aparecimento de doenças, sendo mais prevalentes as alterações

sensoriais, as doenças ósseas, cardiovasculares e o diabetes.” (RUWER et al., 2005, p. 2)

Para Ruwer et al. (2005) O envelhecimento compromete a habilidade do sistema nervoso

central em realizar o processamento dos sinais vestibulares, visuais e proprioceptivos

responsáveis pela manutenção do equilíbrio corporal, bem como diminui a capacidade de

modificações dos reflexos adaptativos. Esses processos degenerativos são responsáveis pela

ocorrência de vertigem e / ou tontura (presbivertigem) e de equilíbrio (presbiataxia) na

população geriátrica.

Ainda de acordo com Ruwer et al. (2005) As tonturas são sintomas extremamente freqüentes

em todo o mundo, ocorrendo em todas as faixas estarias, principalmente em adultos e idosos.

Até os 65 anos de idade, a tontura é considerada o segundo sintoma de maior prevalência

mundial. Após esta idade, seria o sintomas mais comum. Em indivíduos com idade superior a

75 anos, a prevalência seria da ordem de 80%.

Um dos principais fatores que limitam hoje a vida do idoso é o desequilíbrio. Em 80% dos casos não pode ser atribuído a uma causa específica, mas sim a um comprometimento do sistema de equilíbrio como um todo. Em mais da metade dos casos o desequilíbrio tem origem entre os 65 anos e os 75 anos aproximadamente e cerca de 30% dos idosos apresenta os sintomas nesta idade. (RUWER et al., 2005, p. 2)

22

De acordo com Gawryszewski et al. ( 2004) A aumentada vulnerabilidade fisiológica dos

idosos determina uma combinação de fatores que incluem dificuldades nos campos da

percepção e equilíbrio, declínio no sistema musculoesquelético, diminuição da capacidade

visual, entre outras.

Para Luzio et al. (2006) O envelhecimento é um processo que se caracteriza pela degradação

natural do organismo, registrando-se alterações a vários níveis: músculo-esquelético –

diminuição da força muscular, sobretudo nos membros inferiores e, em especial, nas

articulações tíbio-társicas e pés, diminuição da “flexibilidade” muscular, aparecimento de

artroses e alterações posturais (nomeadamente cifose dorsal que modifica a posição no espaço

dos canais semicirculares e órgão otolítico); cárdio-respiratório – diminuição da tolerância ao

esforço; neurológico – aparecimento de neuropatias periféricas, reflexos mais lentos,

estratégias posturais desorganizadas; vestibular – perturbação dos receptores vestibulares,

com diminuição do número de células ciliadas e neurônios vestibulares e alterações

degenerativas das máculas otolíticas, o que origina diminuição do ganho do reflexo vestíbulo-

ocular e risco de VPPB; visual – diminuição da acuidade visual ( particularmente durante o

movimento cefálico), da capacidade de acomodação visual, da perseguição ocular de alvos

que se desloquem a velocidades uniformes, da nitidez dos contrastes, da incapacidade de

adaptação ao escuro e, em certos casos, de alterações da profundidade do campo visual;

proprioceptivo – alterações na sensibilidade vibratória, diminuição da sensibilidade da planta

do pé, diminuição da capacidade de detectar a mobilização passiva do pé e aumento do tempo

de resposta dos músculos efectores; cognitivas – de coordenação motora (que obriga a

movimentos mais lentos) e de concentração, que se traduz na dificuldade em realizar

simultaneamente duas ou mais tarefas ( por exemplo conversar e caminhar).

“No processo de envelhecimento ocorrem alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas

que alteram progressivamente o organismo. No sistema muscular esquelético há diminuição

progressiva da massa muscular e da excitabilidade na junção mioneural, o que diminui a força

e torna as funções mecânicas mais lentas. Nos sistemas sensoriais, mais especificamente no

visual, vestibular e somatossensorial ocorre um declínio funcional. Observa-se: degradação da

visão, diminuição da velocidade com que a informação vibratória alcança o controle central,

diminuição da sensação cutânea, redução do número de corpúsculos de Pacini, Merkel e

Meissner e também do número e tamanho dos neurônios vestibulares, assim como das células

sensoriais vestibulares.” (NASCIMENTO et al., 2009, p. 96)

23

Para Maciel et al. (2005) As doenças crônico-degenerativas levam a disfunções em vários

órgãos e funções no idoso, como os distúrbios da postura e do equilíbrio. Tradicionalmente, a

involução motora decorrente do processo de envelhecimento bem como as disfunções e

doenças são vistas como causa da dificuldade ou incapacidade de manter o equilíbrio.

Ainda para Maciel et al. (2005) Quando um indivíduo envelhece, alguns sistemas orgânicos

experimentam um declínio da função, sendo comum associá-lo ao processo de

envelhecimento. Embora muitas dessas alterações possuam poucos efeitos na realização das

necessidades diárias da maioria da população idosa, agravos à saúde que ocorrem nos

sistemas sensoriais, neurológicos e músculo-esquelético podem colocar certos indivíduos em

risco de terem algum déficit de equilíbrio. A própria rigidez nos tecidos conjuntivos em geral,

provavelmente contribui para as perdas da amplitude de movimentos e da flexibilidade

ligadas à idade. Outros fatores relacionados á idade incluem a incidência aumentada do

seqüenciamento de proximal para distal, aumento da contração conjunta de grupos musculares

antagonistas e o aumento do número de etapas necessárias para recuperar o equilíbrio depois

de uma perturbação. A presença de déficit auditivo está associada com o sistema vestibular,

que fornece dados sensoriais importantes para o controle do equilíbrio. As informações

advindas dos receptores sensoriais no aparelho vestibular interagem com as informações

visuais e somatossensoriais para produzirem o alinhamento corporal e controle postural

adequados. Da mesma forma, o tempo de reação e a velocidade na realização da correção

postural estão reduzidos, em virtude da debilidade do sistema vestibular. Outro problema

relacionado às alterações do ouvido no idoso é a vertigem, que se constitui de uma sensação

de forte tontura com início súbito e acompanhado de náuseas e sensação rotatória.

Segundo Santos et al. (2005) As pessoas mais velhas manifestam maiores alterações

fisiológicas (como a deficiência da visão, propriocepção, vibração, sistema vestibular,

declínio da capacidade aeróbica, força, resistência muscular, equilíbrio, coordenação,

flexibilidade e controle postural), apresentam um número significativo e de maior gravidade

quanto às enfermidades o que, conseqüentemente, torna o uso da polifarmácia uma constante.

“Em relação às alterações fisiológicas no envelhecimento podemos citar: no sistema nervoso

central, reflete-se uma diminuição das respostas intelectuais, da memória, uma lentidão na

coordenação motora, alterando a postura e muitas vezes a marcha; há uma diminuição da

acuidade visual e auditiva; no sistema locomotor, aparece perda de massa muscular com

24

debilidade, diminuição da estatura, diminuição do conteúdo mineral ósseo, principalmente nas

mulheres, levando à osteoporose.” (CAMPOS et al., 2006, p. 194)

Para Schneider et al. (2008) A partir da terceira década de vida, o desempenho funcional dos

indivíduos declina progressivamente, devido ao processo fisiológico do envelhecimento.

Muitas vezes, limitações funcionais apresentam maior repercussão na vida diária de um idoso

do que as doenças crônicas. Diagnosticar e tratar as comorbidades peculiares produz

benefícios em qualquer faixa etária, principalmente em idosos. Isso inclui detectar, o mais

precocemente possível, deficiências visuais e auditivas, disfunções de membros superiores e

inferiores com aumento do risco de quedas, sintomas depressivos, incontinência urinária e

prejuízos nas atividades instrumentais e básicas da vida diária.

Ainda segundo Schneider et al. (2008) A diminuição da acuidade visual piora com o aumento

da idade, muitas vezes não sendo relatada durante uma consulta médica, já que muitos

pacientes consideram uma característica esperada frente ao processo de envelhecimento.

Cerca de um terço dos gerontes com mais de 65 anos e metade daqueles com idade superior a

85 anos apresentarão perda da capacidade auditiva. Esse déficit está associado ao maior risco

de isolamento social e depressão. O tratamento com prótese auditiva melhora o desempenho

social, emocional, comunicativo e cognitivo dos idosos. A presbiacusia é a causa mais comum

de perda auditiva e muitas vezes não é reconhecida pelo paciente, podendo não ser motivo de

queixa.

“A limitação na movimentação dos ombros, pode aparecer de forma insidiosa e sem dor. Essa

disfunção pode levar a dificuldades na execução de tarefas como dirigir e vestir-se. Casos de

longa duração podem causar fraqueza muscular, transtornos do sono e sérias limitações nas

atividades da vida diária.” (SCHNEIDER et al., 2008, p. 5)

Para Melo (2007) Quando envelhecemos, o corpo humano perde habilidades; há mudanças

fisiológicas, como degeneração óssea, perda da elasticidade e tônus muscular, diminuição da

acuidade visual e auditiva, diminuição da capacidade cognitiva, além das mudanças

patológicas específicas à idade.

“A progressão da idade é acompanhada de mudanças previsíveis em praticamente todos os

órgãos e sistemas do organismo com tendência à diminuição da reserva fisiológica. Tais

modificações, embora características da idade avançada, não são inevitáveis. A massa

25

corporal magra, constituída pelas massas celular e extra-celular, diminui, embora o peso possa

permanecer estável devido ao aumento da massa gordurosa. A massa celular corporal diminui,

em média, 24% a partir da terceira até a oitava década, ocorrendo redução da força muscular e

da necessidade calórica diária. Estas mudanças na composição do corpo e função muscular

podem ser parcialmente reduzidas pelo exercício físico habitual. O envelhecimento é

associado também com alterações morfológicas, funcionais e patológicas nos grandes órgãos

e sistemas, sendo os mais freqüentes descritos o cardiovascular, o respiratório e o renal.” (

SOUZA et al., 2002, P. 4)

Segundo Souza et al. (2002) No sistema cardiovascular ocorre hipertrofia ventricular com

aumento da relação do colágeno, principalmente no endocárdio e epicárdio. Os nódulos átrio-

ventricular e átrio sinusal e o feixe de Hiss são como que invadidos por tecido fibroso. Há

também aumento do colágeno e musculatura lisa nas artérias com diminuição do tecido

elástico. No sistema respiratório ocorre encurtamento torácico com diâmetro antero-posterior

com sobrecarga da função diafragmática. Ampliação do volume dos dutos alveolares e

bronquíolos (acima doa 40 anos) resultando em diminuição do volume dos alvéolos e

conseqüente redução da área alveolar. Ocorre espaçamento das camadas íntima e média das

artérias pulmonares de maior calibre levando a aumento da resistência vascular pulmonar. As

alterações do sistema renal são: redução de aproximadamente 20% da massa renal, mais

acentuada na córtex do que na medula, espessamento da camada íntima dos vasos, aumento

da camada basal com deposição de material hialino nos glomérulos ( que diminuem em

número a partir dos 40 anos). Diminuição do fluxo plasmático renal com queda na taxa de

filtração glomerular.

Ainda para Souza et al. (2002) Embora tenham sido citadas as alterações produzidas pela

idade, consideradas como as mais importantes, a diminuição da acuidade e do campo visual,

da audição, redução das funções e vascularização cerebrais com quadros de síncopes ou perda

da consciência também fazem parte das alterações durante o envelhecimento.

Para Mazo et al. (2007) Tradicionalmente, a involução motora decorrente do processo de

envelhecimento bem como as disfunções e doenças são vistas como causas da dificuldade ou

incapacidade de manter o equilíbrio. Os modelos médicos sugerem que as enfermidades

levam, progressivamente, o indivíduo a um prejuízo das funções básicas, ás limitações

funcionais e, finalmente, à incapacidade de manter-se equilibrado.

26

“A perda da capacidade funcional é um dos principais problemas que afeta o idoso, levando a

diminuição de suas habilidades físicas e mentais necessárias, para a realização de suas

atividades de vida diária, as quais envolvem atividades de cuidados pessoais, e atividades

instrumentais de vida diária, que requerem tarefas mais complexas do cotidiano. As principais

alterações anatômicas e funcionais do processo de envelhecimento são as alterações na

composição do corpo, como a diminuição da estatura, a distribuição centrípeta da gordura

corporal, a perda de massa muscular, a diminuição da massa óssea e o declínio nas aptidões

psicomotoras, que, em conjunto, podem provocar a instabilidade postural ou a incapacidade

de manutenção do equilíbrio, em situações de sobrecarga funcional. Alterações visuais que

incluem a diminuição da acuidade visual, do campo visual periférico e superior, lentidão na

adaptação do olho ao escuro, diminuição da noção de profundidade e na discriminação de

cores. Auditivas, representadas pela redução na habilidade de trazer o centro de massa para

dentro da base de sustentação, pelo aumento da latência da resposta do ajuste postural,

diminuição da capacidade de selecionar as informações adequadas. Prejuízos á locomoção,

como as musculares caracterizadas pela atrofia muscular, diminuição da força, da potência e

da flexibilidade, no sistema conjuntivo com diminuição da elasticidade e aumento da rigidez

articular com diminuição da amplitude de movimentos, no sistema esquelético, apresentando

diminuição da densidade óssea, no sistema cardiovascular, representado pela redução do

volume máximo de oxigênio e da tolerância ao exercício e diminuição da circulação

periférica, e, no sistema neurológico, caracterizado pela degeneração dos nervos periféricos,

redução na produção de neurotransmissores e perda progressiva de neurônios.” (SILVA et al.;

2007, p. 71)

Segundo Nascimento (2009) As pessoas mais idosas vivem uma diminuição de altura devido

á compressão da coluna, assim como aumento da medida da região média do corpo. As

mudanças na composição corporal ocorrem de maneira geral com o aumento da gordura e

uma diminuição do tecido muscular. Os cabelos podem ficar finos e perder a cor, e a pele

perde elasticidade. A densidade dos ossos diminui, aumentando o risco de fratura óssea. A

força muscular, resistência e flexibilidade também podem diminuir.

Ainda para Nascimento (2009) O coração aumenta de tamanho com a idade devido á

substituição do músculo cardíaco por gordura e tecido conectivo. Essa transformação resulta

numa perda do poder de contração e um declínio na capacidade de bombeamento. A

freqüência cardíaca máxima diminui com a idade, e a pressão sanguínea aumenta com a perda

27

da elasticidade e o estreitamento dos vasos sanguíneos. Os sistemas respiratórios e

imunológicos perdem eficiência. Embora seja difícil documentar as mudanças psicológicas,

muitas pessoas da terceira idade vivem estadas na depressão, ansiedade, insônia, entre outras

alterações de condições psicológicas.

Para Tibo (2007) A partir dos 40 anos, a estatura diminui cerca de 1 cm por década. Essa

perda deve-se á redução dos arcos dos pés, aumento da curvatura da coluna vertebral, além da

diminuição do diâmetro dos discos intervertebrais. Os diâmetros da caixa torácica e do crânio

tendem a aumentar com o envelhecimento. Há também crescimento do nariz e das orelhas,

dando a conformação típica facial do idoso. A composição do corpo também se altera,

havendo um aumento do tecido adiposo no tronco, principalmente nos omentos, região

perirrenal e diminuição nos membros inferiores. O teor total de água corpórea diminui por

perda de água intracelular. O potássio total, íon potencialmente intracelular, também diminui.

No geral, ocorre redução do número de células em todos os órgãos, sendo os mais afetados,

em relação à perda de massa, os rins e fígado. Os músculos também sofrem prejuízos

ponderais com o passar do tempo.

2.3 CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DE QUEDAS COM IDOSOS

Para Perracini (2009) Queda é uma mudança de posição inesperada, não intencional que faz

com que o indivíduo permaneça em um nível inferior, por exemplo, sobre o mobiliário ou no

chão. Este evento não é conseqüência de uma paralisia súbita, ataque epilético ou força

externa extrema. Podem ser classificadas a partir da freqüência com que ocorrem e do tipo de

conseqüência advinda do evento. A queda acidental é aquele evento único que dificilmente

voltará a se repetir e é decorrente de uma causa extrínseca ao indivíduo, em geral pela

presença de um fator de risco ambiental danoso, como um piso escorregadio, um degrau sem

sinalização ou devido à atitudes de risco como por exemplo, subir em banquinhos. Em

contrapartida, a queda recorrente, expressa a presença de fatores etiológicos intrínsecos como

doenças crônicas, poli farmácia, distúrbios do equilíbrio corporal, déficits sensoriais, dentre

outros. A queda ainda pode ser advinda de acordo com a presença ou não de lesões. As

quedas com lesões graves são consideradas aquelas cuja conseqüência é uma fratura, trauma

28

crânio-encefálico ou luxação. Abrasões, cortes, escoriações e hematomas são considerados

lesões leves.

Há ainda, a classificação de acordo com o tempo de permanência no chão. A queda prolongada no chão é aquela em que o idoso permanece caído por mais de 15 a 20 minutos por incapacidade de levantar-se sem ajuda. Os idosos que são mais predispostos a sofrerem quedas prolongadas são os idosos com 80 anos ou mais, com dificuldades em atividades de vida diária, que tem disfunções em membros inferiores, tomam sedativos e moram sozinhos ou permanecem por longos períodos do dia ou noite desacompanhados. (PERRACINI, 2009, p. 3)

Segundo Damásio et al. (2008) Em torno de 5% das quedas levam à fraturas, sendo que as

mulheres fraturam mais que os homens e os homens morrem mais de fraturas. Quando não

ocorre fratura, a dor e redução dos movimentos podem causar isolamento pela diminuição da

auto-estima, tanto pela queda quanto pelo aumento da dependência. O medo de cair pode

levar a imobilidade e com isto diminuir a independência do idoso. As pessoas caem por

diversas razões, tais como: vertigem, arritmia cardíaca, osteoporose, alteração da visão devida

á catarata ou uso de óculos incorreto, perda da audição, anemias, pés com alterações nas

unhas, joanetes, calos, prostatismo devido esforço para urinar provoca desmaio, artroses no

pescoço podem causar desequilíbrio, hipotensão postural, fraqueza por desnutrição, uso de

bengalas, andadores e cadeiras de rodas, doenças como Parkinson, pneumonia, infecção

urinária, infarto do miocárdio e hemorragias.

Ainda para Damásio et al. (2008) Os remédios são causas mais comuns de quedas nas pessoas

com mais de 60 anos. Os benzodiazepínicos, antidepressivos, corticóides, antiinflamatórios

não hormonais, vasodilatadores, anti-hipertensivos são freqüentemente associados a queda no

idoso. A ingesta de bebidas alcoólicas pode aumentar o risco de quedas por facilitar a

instabilidade postural.

Para Perracini (2008) Queda é um evento freqüente e limitante, sendo considerado um

marcador de fragilidade, morte, institucionalização e de declínio na saúde do idoso. O risco de

cair aumenta significativamente com o avançar da idade, o que coloca esta síndrome

geriátrica como um dos grandes problemas de saúde pública devido ao aumento expressivo do

número de idosos na população e à sua maior longevidade, competindo por recursos já

escassos e aumentando a demanda por cuidados de longa duração. Diversos fatores de risco e

múltiplas causas interagem como agentes determinantes e predisponentes, tanto para quedas

acidentais quanto para quedas recorrentes.

29

“Cair faz parte de nossa vida, ninguém aprende a andar sem antes ter experimentado alguma

queda, a posição de pé é bastante complexa, adquirida, aprendida e por isto frágil. Cair é

perder o equilíbrio sem poder recuperá-lo. Não se pode recuperar este desequilíbrio quando as

capacidades de adaptação postural estão inadaptadas ou sobrecarregadas face a esta situação.

As quedas não estão relacionadas unicamente a fatores considerados de risco, relacionados ao

indivíduo, havendo fatores extrínsecos, que dependem de uma situação, ligada não só a

atividade como também ao meio ambiente. ( ALVES JUNIOR et al., 2006, p. 1)

Ainda para Alves Júnior et al. (2006) O meio ambiente às vezes nos proporciona algumas

surpresas que nos levam a ter uma perda do equilíbrio que podem ocasionar em uma queda do

nosso corpo ao solo. Uma queda pode acontecer tanto no interior de nossa residência como

fora dela, em decorrência de uma diversidade de situações. Sejam elas em escadas ou saída de

elevadores mal regulados, ou ambientes comprometidos também por uma iluminação

deficiente, ausência de corrimão ou mesmo devido o espaçamento e a inclinação entre os

degraus. Atualmente tem sido uma aventura andar se desviando dos diversos buracos e

obstáculos existentes nos equipamentos públicos urbanos. Outro aspecto a considerar é na

tentativa de uso de transportes públicos, seja no seu acesso, na tentativa de se manter

equilibrado nos balaústres ou mesmo na saída do veículo. Finalmente sem esgotar as

possibilidades no local onde ocorre um número significativo da ocorrência de quedas, que é a

própria residência, perde-se o equilíbrio escorregando na umidade de banheiros e cozinhas,

em tapetes não fixos, em pisos muito encerados, como também tropeçando em obstáculos dos

mais diversos, como fios elétricos estendidos pelo chão, pequenos animais, etc. Quando se é

criança, ou mesmo um adulto mais jovem, a ocorrência de alguma queda, nem sempre influirá

na mudança de comportamento. Isto se deve em parte ao fato de que em algumas das quedas

que enfrentamos não tem maiores conseqüências, limitando-se ou a um simples hematoma ou

alguma pequena fratura de rápida recuperação. O grande problema passa a ser quando as

quedas ocorrem em pessoas mais idosas ou as que têm os ossos mais fracos, aí as

conseqüências deixarão de ser tão simples, já que com causas semelhantes, velhos e jovens

caem diferentemente.

Na maioria dos casos quando pessoas mais idosas se envolvem em quedas, vai se ter alguma conseqüência que acaba comprometendo significativamente a qualidade de vida, sendo bastante comum que as pessoas idosas após sofrerem alguma queda importante fiquem cada vez mais temerosas que novos episódios venham a ocorrer. Chegam mesmo a restringir ao mínimo seus deslocamentos fora da residência, entretanto o problema continua, pois sabemos que é bastante significativo o número deste tipo de acidentes em residências. O medo de cair ocasiona uma diminuição da dedicação às atividades que necessitam de locomoção, primeiro impõe um

30

isolamento social, depois acaba causando ansiedade e provoca finalmente um grande estresse. A decorrente inatividade acentua a perda de certas capacidades físicas que são bastante importantes na manutenção do equilíbrio, da locomoção e da independência física. ( ALVES JUNIOR et al., 2006, p. 1)

Para Hamra et al. (2007) A ocorrência de fraturas em idosos está relacionada à maior

fragilidade óssea decorrente da osteoporose e a uma maior tendência a quedas que estes

indivíduos costumam apresentar. Essas quedas, que ocorrem habitualmente no ambiente

doméstico, tem vários fatores associados e predisponentes, sendo os mais freqüentes os

distúrbios neurológicos diversos, o uso de medicamentos que atuam sobre o psiquismo e que

podem afetar o equilíbrio, o maior déficit muscular e a presença de artropatias e deficiências

variadas decorrentes de diferentes doenças que podem estar presentes. É conhecida a

prevalência de certos tipos de fraturas nos idosos, sendo freqüentes as lesões de extremidade

distal de rádio, corpos vertebrais da transição dorso-lombar, terço proximal do úmero e fêmur,

dentre estas, destacamos as do fêmur proximal pela gravidade da lesão, risco de

complicações, inclusive óbito e custos sociais.

“As quedas podem afetar a capacidade funcional por estar associada a modificações

anatômicas atribuídas ao processo natural de envelhecimento e as diversas patologias.” (

SILVA et al., 2007, p. 65)

Para Silva et al. (2007) Os fatores responsáveis pelas quedas podem ser classificados como

intrínsecos, ou seja, decorrentes de alterações relacionadas ao processo de envelhecimento, às

doenças e aos efeitos causados pelo uso de fármacos e extrínsecos, aqueles que dependem de

circunstâncias sociais e ambientais, criando um desafio aos idosos. A queda, geralmente, é

responsável pelas perdas da autonomia e da independência do idoso, mesmo que por tempo

limitado. Suas conseqüências mais comuns são: as fraturas, a imobilidade, a restrição de

atividades, o aumento do risco de institucionalização, o declínio da saúde, prejuízos

psicológicos, como o medo de sofrer novas quedas, e, também, o risco de morte, além do

aumento dos custos com os cuidados de saúde e prejuízos sociais relacionados à família. Um

idoso dependente mudará a dinâmica familiar, e terá dificuldade de interação com a

comunidade, na qual está inserido.

Ainda para Silva et al. (2007) As conseqüências das quedas são dramáticas, freqüentemente

causam complicações, e podem mesmo ser fatais. As principais complicações são as lesões de

tecidos moles, dor, fraturas e hematomas, hospitalização, complicações caudas pela

31

imobilidade, risco de doenças iatrogênicas, diminuição da mobilidade em conseqüência de

lesões físicas e associadas ao medo, perda da confiança em si, restrições de marcha, risco de

institucionalização e morte. A fratura, o aumento de dificuldade e dependência para realização

das atividades de vida diária, são as principais conseqüências.

Uma queda pode trazer consigo não semente o medo de novas quedas, mas também o de machucar-se, ser hospitalizado, sofrer imobilizações, ter declínio de saúde, tornar-se dependente de outras pessoas para o autocuidado. O medo das conseqüências inerentes à queda pode interferir na realização de atividades da vida diária. Portanto, esse sentimento pode trazer importantes modificações emocionais, psicológicas e sociais, tais como: perda da autonomia e independência, diminuição de atividades sociais, sentimento de fragilidade e insegurança. (SILVA et al., 2007, p. 76)

Para Gonçalvez et al. ( 2007) A queda de pessoas idosas é uma causa crescente de lesões,

custos de tratamento e morte. As conseqüências das lesões sofridas em uma idade mais

avançada são mais graves do que entre pessoas mais jovens. Para lesões da mesma gravidade,

os idosos experimentam mais incapacidade, período mais longo de internações, extensos

períodos de reabilitação, maior risco de dependência posterior e de morte. As quedas e suas

conseqüências se fazem presentes em todas as épocas da vida, porém são encaradas mais

explicitamente como um problema na idade mais avançada. São mais freqüentes nessa faixa

etária, e os indivíduos idosos, quando caem, correm mais risco de lesões. O impacto

psicológico das quedas é outro fator importante entre indivíduos mais velhos.

Para Santos et al. (2005) As alterações do envelhecimento tornam o idoso mais fragilizado e

susceptível a eventos incapacitantes, entre eles as quedas. A queda é definida como um

deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com

incapacidade de correção em tempo hábil, sendo considerada um sintoma e não um evento

isolado, e podendo ser uma manifestação de patologias existentes, que resulta da interação

entre fatores ambientais, biomédicos, fisiológicos e psicossociais que comprometem a

estabilidade do indivíduo.

Ainda para Santos et al. (2005) Idosos com déficit cognitivo tem cinco vezes mais chance de

sofrerem queda. O controle postural e a manutenção do equilíbrio sofrem influencia da função

cognitiva, principalmente do sistema atencional. Os idosos que apresentam um

comprometimento cognitivo, com alteração de atenção e memória, são idosos mais

susceptíveis a quedas, por apresentarem as funções protetoras e de julgamento prejudicadas,

maior dificuldade para adaptação no ambiente e adoção de atitudes sem consciência dos riscos

que representam.

32

De acordo com Campos et al. (2007) A queda resulta da incapacidade da mecânica postural

do corpo em manter uma posição ereta em razão da desestabilização interna ou externa. No

idoso as principais causas de quedas estão relacionadas às mudanças fisiológicas do

envelhecimento, ao uso de medicamentos, a doenças associadas e a fatores ambientais.

As quedas são responsáveis pela maior parte de danos não fatais nessa população, e suas complicações representam uma importante causa de morte em pessoas com mais de 65 anos. Investigar a funcionalidade dos membros inferiores é de grande valia para identificar pacientes com risco de quedas. (SCHNEIDER et al., 2008, p. 5)

Segundo Mendes et al. (2007) Algumas das conseqüências mais comuns dos episódios de

quedas são as perdas da autoconfiança, o medo, seqüelas mais graves ou até mesmo a morte.

A maioria das quedas “acidentais” é causada por um ou por grupos de fatores que interagem

com as “armadilhas” do espaço urbano. Como fatores extrínsecos, há que se considerar, além

do meio ambiente, as medicações que podem aumentar o risco e uma queda (hipotensores,

diuréticos, psicotrópicos) além de interações medicamentosas, órteses mal adaptadas e

calçados inadequados. As conseqüências de uma queda podem variar de uma simples lesão

aos tecidos lisos que cause dor ou fratura até uma lesão mais séria, como um hematoma

subdural que necessite hospitalização, com todos os comprometimentos decorrentes da

imobilização e os riscos de iatrogenias. A imobilização tanto pode resultar da própria lesão,

como pode ser agravada pelo medo de cair novamente, pela perda de autoconfiança e por

restrições na deambulação. Independentemente dos motivos que podem levar à imobilidade,

as conseqüências são sempre graves: elas vão de incapacidade, perda da qualidade de vida e

dependência, até a hospitalização, institucionalização e morte.

“As quedas nos idosos podem afetar a capacidade funcional por estar associada a

modificações anatômicas atribuídas ao processo natural do envelhecimento e a diversas

patologias. Portanto, os fatores responsáveis pelas quedas podem ser classificados como

intrínsecos, ou seja, decorrentes das alterações relacionadas ao processo de envelhecimento,

ás doenças e aos efeitos causados pelo uso dos fármacos e, extrínsecos aqueles que dependem

de circunstâncias sociais e ambientais, criando um desafio aos idosos. As quedas, geralmente

é responsável pelas perdas da autonomia e da independência do idoso, mesmo que por tempo

limitado. Suas conseqüências mais comuns são: as fraturas, a imobilidade, a restrição de

atividades, o aumento do risco de institucionalização, o declínio da saúde, prejuízos

psicológicos, como o medo de sofrer novas quedas, e, também, o risco de morte, além do

aumento dos custos com os cuidados de saúde e prejuízos sociais relacionados à família. Um

33

idoso dependente mudará a dinâmica familiar, e terá dificuldade de interação com a

comunidade, na qual está inserido.” ( MELO, 2007, p. 1)

Para Souza et al. (2002) A maior atividade física, cada vez mais comum entre os idosos, tem

sido apontada como fator de risco crescente para acidentes sofridos pelas pessoas dessa faixa

etária. As alterações estruturais e funcionais, assim como a coexistência de doenças sistêmicas

predispõem os idosos á diversos acidentes, principalmente quando comparadas àquelas

pessoas com grande reserva fisiológica. Apesar dos idosos sofrerem as mesmas lesões dos

indivíduos mais jovens, apresentam diferenças no que diz respeito ao espectro das lesões, a

dominância sexual, a duração e o resultado da evolução. A queda é o mecanismo de lesão

mais freqüente entre os idosos e suas conseqüências representam um grande problema de

saúde dos idosos.

“Entre os fatores que tem contribuído para agravar as condições de saúde e de vida da

população idosa destacam-se as quedas, pois constituem a primeira causa de acidentes em

pessoas com mais de 60 anos. Comumente, as quedas acontecem com os idosos devido a

alterações decorrentes do próprio envelhecimento como instabilidade postural, marcha

arrastada, passos curtos com pernas separadas, diminuição dos reflexos, dificultando os

movimentos instantâneos, além de alterações visuais e auditivas. Há ainda, o desenvolvimento

de condições patológicas, destacando-se entre elas a hipotensão, problemas cardíacos e lesões

do sistema nervoso central. Chama atenção o fato de que as quedas possam ser marcadores

para surgimento de outros problemas, não podendo, portanto, ser vista de forma independente

ou isolada, mas sim, como um sintoma que deve ser sempre investigado. A análise de estudos

sobre a prevalência de quedas entre idosos, concluiu que no período de um ano, pelo menos

um terço de uma dada população idosa sofrerá quedas. Cujas conseqüências podem ser

classificadas desde leves ( lacerações sem suturas e escoriações), moderadas ( lacerações com

suturas) até graves ( diversos tipos de fraturas), podendo levar á incapacidade severa até a

morte.” (MARIN et al., 2004, p. 2)

Para Machado et al. ( 2009) Apesar do envelhecimento humano ser um processo gradual,

irreversível e incontrolável de declínio das funções fisiológicas, ele não resulta,

necessariamente, em incapacidade, mas a medida que o indivíduo envelhece, as chances de

sofrer lesões provocadas por acidentes aumentam. As quedas são importantes fatores causais

para aumentar o nível de dependência do idoso, tornando-se uma preocupação específica, já

que pode afetar sua capacidade funcional por estar associada a modificações anatômicas

34

atribuídas ao processo natural de envelhecimento e a diversas patologias. A segurança dos

idosos deve ser motivo de preocupação para a sociedade, pois, pra essas pessoas, as quedas

podem ter repercussões desastrosas, uma vez que idosos com traumas tem perda na sua

autonomia e aumento da sua dependência, refletindo em acréscimo de trabalho e estresse para

o cuidador e familiares.

“É preciso estar claro que a queda é um evento real na vida dos idosos e traz a eles muitas

conseqüências, às vezes irreparáveis, e que a incapacidade para realizar atividades da vida

diária pode trazer, a longo prazo, conseqüências não só para os idosos mas também para a

família e para os serviços de saúde, que precisam se mobilizar para tratamento e recuperação

do idoso. O processo de envelhecimento provoca inúmeras alterações no organismo humano,

podendo levar o indivíduo a sofrer mudanças no seu cotidiano, como por exemplo, aumento

da possibilidade de sofrer quedas que levam os idosos a tornarem-se mais dependentes de

ajuda para realizar as atividades de vida diária.” ( MACHADO et al., 2009, p. 37)

Segundo Siqueira et al. (2007) O envelhecimento populacional e o aumento da ocorrência de

doenças crônico-degenerativas provocam a necessidade da preparação e adequação dos

serviços de saúde, incluindo a formação e capacitação de profissionais para o atendimento

desta nova demanda. Nesta perspectiva, as quedas de idosos são atualmente uma das

preocupações, pela freqüência e pelas conseqüências em relação á qualidade de vida. O

número crescente de quedas com o aumento da idade é consistente com a literatura. O

envelhecimento traz perda de equilíbrio e alterações na massa muscular e óssea, aumentando

as quedas. Estudos mostram que a utilização de medicamentos aumentam a ocorrência de

quedas. É necessário lembrar que os idosos que utilizam mais medicamentos normalmente são

aqueles que realmente mais precisam e, conseqüentemente, estão submetidos a maior

possibilidade de quedas.

De acordo com Lopes et al. (2009) Queda em idosos é um episódio recorrente e multifatorial,

portanto examinar um indivíduo com risco de quedas levando em conta somente os fatores de

risco físicos, de certa maneira, é negligenciar outros importantes aspectos causadores das

quedas, como o medo de cair. O medo de cair costuma ser descrito como um sentimento de

grande inquietação ante a noção de um perigo real, aparente ou imaginário de quedas. O

declínio funcional resultante do medo leva à alteração do equilíbrio, do controle postural, à

depressão, à ansiedade e à redução do contato social. O medo de cair relaciona-se à perda,

pelo idoso, da confiança em manter-se em equilíbrio, ou à incapacidade de evitar quedas,

35

qualificando-o como patológico quando é exagerado, desproporcional em relação ao estímulo,

interferindo na qualidade de vida, no conforto emocional ou no desempenho diário do

indivíduo. O medo de cair tem conseqüências negativas no bem-estar físico e funcional dos

idosos, no grau de perda de independência, na capacidade de realizar normalmente as

atividades de vida diária e na restrição da atividade física, explicando o grau de prevalência

do estilo de vida sedentário dos idosos. Um estilo de vida sedentário leva á redução da

mobilidade e do equilíbrio, podendo aumentar o risco de quedas, bem como o medo de elas

ocorrerem.

“O processo de envelhecimento afeta os componentes do controle postural, sendo difícil

diferenciar os efeitos da idade daqueles causados pelas doenças e estilo de vida. Contudo,

independentemente da causa, o acúmulo de alterações no equilíbrio corporal diminui a

capacidade compensatória do indivíduo, aumentando sua instabilidade e, conseqüentemente,

seu risco de cair. A quedas estão dentre as principais causas de morbidade e mortalidade na

população idosa. As causas das quedas são multifacetadas, incluindo fatores intrínsecos,

comportamentais e ambientais, sendo que a probabilidade para ocorrência de queda aumenta á

medida que se acumulam os fatores de risco. Desse modo, diagnosticar os parâmetros clínicos

associados com as quedas em idosos tornou-se um grande desafio para a comunidade

científica, motivo pelo qual foram desenvolvidos diversos instrumentos para a avaliação do

controle postural dessa população.” (GONÇALVES et al., 2009, p. 2)

Para Maciel et al. (2005) A queda é o tipo de acidente mais freqüente no idoso e suas

complicações, a principal causa de morte nos maiores de 65 anos. Associada a instabilidade

postural, existe um componente multifatorial externo a função física que pode modificar o

risco de queda nas pessoas com mobilidade comprometida. Esse componente compreende,

essencialmente, o suporte social, função comportamental e cognitiva. Assim sendo, o

conhecimento dos fatores que geram ou estão associados ao déficit de equilíbrio e,

conseqüentemente, predispõem o idoso às quedas, é fundamental para reduzir a freqüência

delas, como também a gravidade de suas seqüelas. O motivo pelo qual o déficit de equilíbrio

se transforma em um importante risco de saúde nas pessoas idosas é uma conseqüência da

interação complexa e pouco compreendida de fatores biomédicos, fisiológicos, psicossociais e

ambientais.

Segundo Nascimento et al. (2009) A queda é um grande fator de risco para os idosos de

acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e pode ser definida como “um

36

evento não intencional que tem como resultado a mudança de posição do indivíduo para um

nível mais baixo, em relação á sua posição inicial”. A incidência de quedas entre os idosos é

alta, assim como, o índice de ferimentos, relativamente graves, causado por elas. A

instabilidade postural constitui um dos “gigantes da geriatria” sendo um desafio à Medicina

desta área. A fratura decorrente de quedas não é o único problema, muitos idosos são

obrigados a conviver com o medo de quedas, o que limita as suas atividades. Além da

morbidade secundária às fraturas existe também um aumento da mortalidade decorrente de

quedas freqüentes. Muitas vezes essas não são relatadas espontaneamente na avaliação, o que

exige uma boa anamnese para a identificação dos fatores de risco, intrínsecos e extrínsecos,

porém a etiologia, na maioria dos casos é multifatorial. Idosos caidores não são capazes de

manter o controle postural tão bem quanto aqueles que nunca caíram. No entanto, mesmo os

idosos que nunca tiveram quedas, freqüentemente admitem ter dificuldade em manter-se

equilibrados e estáveis.

“A queda em idosos é um problema de saúde pública, uma vez que uma das conseqüências

desta, as fraturas, são causas de hospitalizações e institucionalizações nesta população. Tal

situação aumenta os gastos do SUS com esses pacientes que por fim muitas vezes acaba indo

a óbito. Outra preocupação com relação ás quedas é o impacto que elas tem sobre a vida do

idoso, provocando o medo que leva á restrição de suas atividades e á perda progressiva de

suas aquisições motoras.” ( NASCIMENTO et al., 2009, p. 98)

De acordo com Luzio et al. (2006) Perante a conjugação das múltiplas alterações decorrentes

do envelhecimento, a possibilidade de uma queda torna-se inevitável, instalando-se medo de

cair logo após a primeira queda ou “quase-queda”. Como fatores intrínsecos das quedas

indicam-se patologias artríticas, síndromes depressivos, hipotensão postural, alterações

cognitivas, visuais, do equilíbrio, da marcha e da força muscular, tonturas/vertigens, síncopes

e polimedicação (a relação entre as quedas e a administração de múltiplos fármacos, pelo

menos 4, é cada vez mais evidente, salientando-se que muitos deles atuam ao nível dos

centros de integração sensorial e do controle motor, exacerbando os déficits fisiológicos já

existentes). Dos fatores extrínsecos das quedas salientam-se a fraca ou má iluminação da casa

(especialmente no período noturno, entre o quarto e o banheiro), superfícies irregulares e

escorregadias, tapetes soltos, escadas íngremes ou irregulares, objetos no caminho, vestuários

e calçados inadequados móveis inadequados, inexistência de corrimão, especialmente no

banheiro. As quedas são umas das causas predominantes de mortalidade e morbidade do

37

idoso. As suas conseqüências vão desde lesões mínimas a patologias graves, que provocam

drástica diminuição da funcionalidade, independência e qualidade de vida, e conduzem, por

vezes, á morte. Todos esses fatores traduzem-se em dificuldades no dia-a-dia do idoso, e,

contribuem para a diminuição do seu nível de atividade, tornando-o progressivamente mais

incapacitado e dependente, o que traz como conseqüência quadros de depressão, isolamento e

solidão. O aumento da população idosa, e conseqüentemente das quedas e suas complicações,

tem agravado as implicações sócio-econômicas, e a necessidade de intervenção, na área da

geriatria, visando à identificação dos fatores de risco de quedas e a sua prevenção.

“Diante dessa notável transformação epidemiológica que o Brasil vem sofrendo nos últimos

tempos, e com o prolongamento da vida humana, estudos mostram preocupação com a

manutenção da saúde e a independência funcional do idoso, uma vez que as alterações do

envelhecimento o tornam mais fragilizado e susceptível a eventos incapacitantes, entre eles as

quedas. Pessoas de todas as idades sofrem o risco de uma queda: porém para o idoso, a queda

tem um significado muito relevante, uma vez que, como conseqüência dela, ele pode sofrer

fratura que pode levá-lo da incapacidade até a morte. As quedas são responsáveis por 80% de

todas as lesões em idosos, e a grande maioria (90%) das fraturas entre eles é decorrente de

queda. Das quedas, como um todo 40 a 60% provocam lesões. Dessas, cerca de 10% são

lesões maiores, das quais 5% resultam em fraturas. As quedas acompanhadas de fraturas ou

de outras lesões graves provocam freqüentemente, um declínio importante e duradouro da

mobilidade e da capacidade funcional. Estudos sobre as conseqüências de fratura de colo de

fêmur mostram que, um ano após a fratura, cerca de 50% dos acidentados não conseguem

recuperar o nível funcional prévio à fratura. O declínio funcional é relevante mesmo entre os

que detinham elevada capacidade física antes da fratura: dentre as pessoas que tinham vida

independente, 25 a 35% retornam para casa dependentes de uma terceira pessoa ou

necessitando de ajuda para realizar deslocamentos. Sendo, portanto, um grande problema de

saúde pública, dado á sua prevalência e conseqüências para a saúde do idoso, a queda

influencia diretamente em sua qualidade de vida. Os danos, além de atingirem a esfera física,

alcançam a esfera econômica e familiar, pois, por conseqüência deste evento, vários idosos

necessitam de internação prolongada e perdem capacidade funcional, necessitando de

assistência para a realização das atividades da vida diária.” (MENEZES et al., 2007, p. 315-

317)

38

Para Fabrício et al. (2007) No decorrer do ciclo de vida, as pessoas estão expostas a várias

situações que podem levar á perda de autonomia e independência, uma delas é a queda.

Autonomia é a capacidade de decisão, de comando e independência de realizar algo com seus

próprios meios. Neste contexto, para muitos idosos, vida saudável é ter autonomia e

independência, é ter o direito e a capacidade de decidir e escolher suas ações e atitudes,

garantindo uma qualidade de vida saudável. Queda é um evento não intencional que tem

como resultado a mudança de posição do indivíduo para um nível mais baixo em relação á sua

posição inicial. Para outros autores, a queda dá-se em decorrência da perda total do equilíbrio

postural e pode estar relacionada á insuficiência súbita dos mecanismos neurais e

osteoarticulares envolvidos na manutenção da postura. Essa insuficiência pode ser decorrente

de diversas situações relacionadas ao processo de senescência e senilidade, ao ambiente em

que vive o idoso ou ainda situações externas importantes, que devem ser consideradas.

Ainda para Fabrício et al. (2007) A queda é a principal causa indireta de mortalidade nesta

faixa etária. A morte pode ocorrer com maior freqüência principalmente em indivíduo do sexo

feminino, de idade mais avançada, com história de quedas anteriores com permanência no

chão por muito tempo. Quando a queda acidental com idosos ocorre, deve-se estar

especialmente atento ás causas. Estas podem ser multidimensionais e apresentar significado

importante no processo saúde/doença do idoso. Este pode sofrer queda devido a uma série de

fatores associados ao envelhecimento, ás doenças e ao próprio ambiente. Dentre os fatores

que predispõem a queda, citam-se crises de isquemia transitória com vertigem e síncope,

fraqueza muscular, problemas de equilíbrio, problemas visuais e dificuldade em perceber a si

próprio e de se situar no ambiente (espaço, distância), miccções freqüentes, que impõem

deslocações rápidas ao banheiro, andar cambaleante causado por dor, fadiga, osteoporose,

artrite, calçado mal ajustado e problemas podriáticos, roupas inadequadas (por exemplo:

roupa de dormir muito comprida), má utilização das cadeiras de rodas ou dos andadores

principalmente no momento das transferências, confusão mental e erro de avaliação,

depressão e tendência para o suicídio, hostilidade, cólera e manobras para chamar atenção.

Ainda, qualquer queda deve ser considerada como um possível sinal de doença importante e

iminente. As conseqüências decorrentes de quedas podem ser de ordem física, psicológica e

social. Como conseqüências físicas citam-se: fraturas, contusões e feridas, lesões neurológicas

e associadas a longa permanência no chão. Estas podem se classificadas como: leves (tipo

laceração sem suturas, escoriações), moderadas (laceração com suturas) e graves (fraturas, as

mais diversas), as quais podem levar o idoso á hospitalização, tornando-o susceptível aos

39

riscos do próprio ambiente hospitalar. Dentre as conseqüências psicológicas está a síndrome

pós-queda, caracterizada pelo medo de voltar a cair, pela perda da autonomia pessoal e da

auto-estima e pela modificação dos hábitos anteriores de vida, pois muitas vezes o idoso deixa

de caminhar, de fazer alguma tarefa de casa com medo de cair novamente. Já entre as

conseqüências sociais há o fato de o idoso necessitar de mudanças de domicílio para receber

cuidados, ou ainda ser internado em instituições asilares ou hospitalares. O aumento na

incidência de queda entre idosos certamente acarretará algumas conseqüências para os

mesmos. Nota-se que a queda é um evento realmente importante e presente na vida dos

idosos. Pode interferir drasticamente na qualidade de vida dos mesmos.

A queda é um evento acidental que tem como resultado a mudança de posição do indivíduo para um nível mais baixo, em relação a sua posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil e apoio no solo. Não se considera queda quando o indivíduo somente cai de costas em um assento, por exemplo. A estabilidade do corpo depende da recepção adequada de informações através de componentes sensoriais, cognitivos, do sistema nervoso central e musculoesquelético de forma integrada. O efeito cumulativo de alterações relacionadas à idade, doenças e meio-ambiente inadequado parece predispor á queda. (RIBEIRO et al. 2008, p. 2)

Para Ribeiro et al. (2008) A origem da queda pode ser associada a fatores intrínsecos

decorrentes de alterações fisiológicas do envelhecimento, doenças e efeitos de medicamentos,

e a fatores extrínsecos – circunstâncias sociais e ambientais que oferecem desafios aos idosos.

As quedas apresentam diversos impactos na vida de um idoso, que podem incluir morbidade

importante, mortalidade, deterioração funcional, hospitalização, institucionalização e

consumo de serviços sociais e de saúde. Além das conseqüências diretas da queda, os idosos

restringem suas atividades devido a dores, incapacidades, medo de cair, atitudes protetoras de

familiares e cuidadores ou até mesmo por aconselhamento de profissionais de saúde.

“As quedas são importantes fatores causais para aumentar o nível de dependência do idoso,

tornando-se uma preocupação específica, já que podem afetar sua capacidade funcional por

estar associada a modificações anatômicas atribuídas ao processo natural do envelhecimento e

a diversas patologias. A segurança dos idosos deve ser motivo de preocupação para a

sociedade, pois, para essas pessoas, as quedas podem ter repercussões desastrosas, uma vez

que idosos com traumas tem perda na sua autonomia e aumento da sua dependência,

refletindo em acréscimo de trabalho e estresse para o cuidador e familiares.” (MACHADO et

al., 2009, p. 2-6)

40

De acordo com Menezes et al. (2008) Queda pode ser definida como um deslocamento não

intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção

em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais que comprometem a

estabilidade. As causas que provocam as quedas são múltiplas e podem ser agrupadas em

fatores intrínsecos e extrínsecos. Entre os primeiros, encontram-se as alterações fisiológicas

pelas quais o idoso passa, condições patológicas e efeitos adversos de medicações; ou uso

concomitante de medicamentos. Entre os fatores extrínsecos, destacam-se os perigos

ambientais e calçados inadequados. A maioria das quedas apresentadas pelos idosos resultam

de uma interação complexa entre esses fatores, comprometendo os sistemas envolvidos com a

manutenção do equilíbrio.

Ainda para Menezes et al. (2008) A associação significativa entre presença de incapacidade

funcional e fragilidade nestes locais fica evidenciada pela alta incidência de quedas. Fatores

como idade avançada, presença de doenças crônicas e a imobilidade são fortes indicadores de

risco aumentado para quedas. Os principais fatores de risco para quedas em idosos são: idade

avançada, sexo feminino, função neuromuscular prejudicada, presença de doença crônica,

história prévia de quedas, prejuízos psicocognitivos, polifarmácia, uso de benzodiazepínicos,

presença de ambiente físico inadequado, incapacidade funcional e hipotensão postural. O

risco de cair pode crescer com o acúmulo desses fatores, sugerindo que as quedas sejam

resultado de um efeito acumulado de múltiplas debilidades. As conseqüências e os custos

envolvidos com as quedas em idosos são relevantes tanto para o indivíduo em termos dos

traumas físicos e psicológicos da perda da independência e até mesmo do risco de morte,

quanto para os serviços de saúde, em terno de utilização de recursos e ocupação de leitos

hospitalares. O custo dessas quedas torna-se expressivos é maior quando o idoso é dependente

ou passa a necessitar de institucionalização. A morbidade relacionada às quedas tem várias

implicações além da fraturas. Podem causar prejuízos físicos e psicológicos. O medo de cair

novamente pode ser a complicação mais incapacitante de uma queda, gerando uma

diminuição da mobilidade e aumentando o desuso. Um evento de queda pode desencadear

uma série de complicações, com conseqüente perda da capacidade funcional, aumentando a

suscetibilidade a um novo evento no futuro.

41

2.4 PREVENÇÕES DE QUEDAS

Para Machado et al. (2009) É preciso estar claro que a queda é um evento real na vida dos

idosos e traz a eles muitas conseqüências, às vezes irreparáveis, e que a incapacidade para

realizar atividades da vida diária pode trazer, a longo prazo, conseqüências não só para os

idosos mas também para a família e para os serviços de saúde. Torna-se necessário investir

em campanhas que envolvam a prevenção destes acidentes entre os mesmos. Faz-se

necessário manter um meio de comunicação eficaz que facilite a compreensão e estimule sua

prática e que torne o idoso e sua família participantes ativos do processo de promoção de sua

saúde.

Ainda para Machado et al. (2009) É conveniente apresentar as possibilidades de risco a que os

idosos estão sujeitos , encorajar a adaptação do ambiente, solicitando sua participação. Isto

faz com que estes percebam as necessidades e façam opções para tornar o ambiente mais

seguro e confortável, principalmente àqueles que apresentam dificuldades para andar, utilizam

bengalas, cadeiras de rodas e necessitam de pessoas para transferi-los de um lado para o outro.

É importante lembrar que o espaço em que o idoso vive e se movimenta deve ficar mais livre

possível de móveis e utensílios que possam causar ferimentos.

Segundo Campos et al. (2007) Acredita-se que são necessárias medidas educativas e

preventivas na comunidade para que se possa evitar tais traumas. O idoso, sua família ou

cuidador, devem ter conhecimento das necessidades de proteção e prevenção de acidentes,

com ênfase em relação às quedas. Há enorme deficiência na educação preventiva da

população, que muitas vezes, realizam cuidados de forma que acreditam ser a melhor, sem um

conhecimento adequado. Acredita-se que a criação de programas educativos na comunidade,

tem relevância na prevenção desses traumas, e deve ser realizado por equipe multidisciplinar,

que ensine os cuidados ambientais e biopsicossociais para os idosos, familiares e cuidadores.

A segurança para caminhar, a motivação, a participação ativa do processo de melhora da

saúde, a aprendizagem para atingir a independência, o autocuidado, a autodisciplina são

aspectos importantes nesta etapa. Assim, crê-se que deve haver um trabalho conjunto da

sociedade e dos meios públicos, de modo a facilitar a movimentação e o deslocamento destes

idosos, não só no domicílio, como também, no município, para uma melhora na assistência e

qualidade de vida dos idosos.

42

“Como a fraqueza muscular, inflexibilidade, sinergia e mecanismos de programação

degradados e dificuldades de controle motor contribuem para as quedas, um alto nível de

atividade física é uma estratégia eficaz para preveni-las: aumenta a força muscular, a

flexibilidades e o controle motor. São cinco os fatores para o idoso ter saúde: vida

independente, casa, ocupação, afeição e comunicação. A prática regular de atividade física

minimiza os declínios da capacidade funcional, que é necessária para que o idoso tenha uma

vida independente e, conseqüentemente, uma melhor condição de saúde. A prática de

atividade física regular é uma forma de prevenir quedas em pessoas idosas. Idosos sedentários

possuem menor mobilidade e maior propensão a quedas quando comparados a idosos que

praticam atividade física regularmente. Além da implantação de programas voltados à

atividade física para idosos, também se fazem necessários: elaboração de políticas públicas

voltadas a diminuir o número de quedas, como melhorar e adaptar a infra-estrutura de locais

públicos e privados, maior incentivo governamental para a prática de exercícios físicos, maior

prevenção nutricional e médica, entre outras.” (GONÇALVEZ et al., 2007, p. 5)

Para Silva et al. (2007) Considerando a importância da adaptação ambiental, para a prevenção

de quedas, não apenas no que diz respeito à remoção de riscos, como também no uso de

técnicas que incentivem a prática do autocuidado e frente aos comportamentos arriscados é

fundamental que haja investimentos em pessoal qualificado e na implantação efetiva da

Polínica Nacional de Saúde do Idoso, para garantir o direito efetivo deste grupo populacional

em expansão, com características próprias e heterogêneas.

“É necessário ponderar os riscos e benefícios no uso de medicamentos em idosos, assim como

orientar tais indivíduos e seus familiares para evitar esses. Drogas que alteram o grau de

atenção, respostas motoras e pressão arterial merecem especial atenção: além de ambientes

escorregadios, banheiros e quintais irregulares devem ser considerados prioritários nos moldes

da casa segura, principalmente se estes forem usuários de medicamentos.” (HAMRA et al.,

2007, p. 4-6)

Acredita-se que propostas de trabalhos a serem realizados com aposentados e pessoas idosas visando à prevenção de quedas tendem a ter mais sucesso quanto mais simples elas forem, sendo fundamental que devam estar incluídas numa perspectiva multidisciplinar, onde todos envolvidos estejam atentos as contradições do envelhecimento multidiferencial. Além disso, parece ganhar cada vez consenso, que propostas baseadas unicamente em idades em idades cronológicas que limitem a participação de alguém só pela data do seu nascimento, se apresentam como mais uma forma preconceituosa, estigmatizante e simplista para decretar quando alguém se torna velho, que pode também ser entendido como mais um “agismo” que reduz os idosos a ser de segunda categoria, dependente e isolado do resto da sociedade.

43

Por este motivo defendemos que um programa de prevenção de quedas deva ser incluído em propostas associativas envolvendo adultos e idosos, tendo a abertura no sentido de entender que é de suma importância a intergeracionalidade. Neste sentido acreditamos que uma proposta de prevenção de quedas venha a servir não só no sentido de conscientizar as pessoas com esta problemática mas também intervir no sentido de preparar para um envelhecimento saudável. (ALVES JUNIOR et al., 2006, p. 10)

De acordo com Damásio et al. (2008) É importante para o controle das quedas manter uma

casa segura, modificarmos os riscos externos ambientais ou pessoais, isto é, usando calçados

que não deslizem e sempre presos aos pés (nunca chinelos) e por fim ocupar-se com

atividades que estimulem a coordenação tais como dança e artesanato. A casa do idoso deve

possuir boa iluminação, fazer uso de corrimões nas escadas e corredores, retirar tapetes soltos

e obstáculos do chão, colocar piso antiderrapante em calçadas e locais de tráfego, fazer a

utilização de um banquinho no box para auxílio durante o banho, suportes de parede no box e

ao lado do vaso sanitário, evitar uso de chave na porta do banheiro, manter o interruptor

próximo à porta e de fácil acesso, dispor de telefone próximo à cama e luzes de cabeceiras

fixas, remover degraus e soleiras das portas, manter piso sempre seco e não encerar, adequer a

altura da cama de cadeiras. Os idosos geralmente utilizam vários medicamentos, portanto,

estão sujeitos a apresentarem mais efeitos adversos. Alguns cuidados devem ser tomados

desde a consulta médica até a hora de ingerir o medicamento isso ajuda a diminuir o risco de

efeitos indesejáveis. Identificar a medicação de maneira que o idoso não confunda o horário,

nem qual remédio que deve ser tomado, utilizar frascos coloridos identificando a medicação

que deve ser tomada no período da manha, tarde ou noite, fazer ainda desenhos nos frascos,

para facilitar a identificação. Exemplos: utilizar figuras de um sol nascendo e uma xícara, para

indicar que a medicação deve ser tomada pela manhã, um prato com comida e um sol bem

grande, para identificar que medicação deve ser tomada no horário do almoço e uma lua com

estrelinhas, para identificar que a medicação deve ser tomada a noite, colocar neste frasco

somente a dose correspondente a aquele determinado horário. Essas medidas preventivas

podem auxiliar no tratamento do idoso que não possui um cuidador em tempo integral.

“Para se prevenirem das quedas, cuidadores e familiares devem se mobilizar em torno de

cuidados especiais, adaptando o ambiente em que vive o idoso e tendo o cuidado de observar

alguns itens de segurança, como o uso de calçados adequados, tapetes antiderrapantes e

disposição da mobília em casa. Para minimizar as conseqüências e reduzir danos aos idosos

provocados pelas quedas, torna-se necessário investir em campanhas que envolvam a

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prevenção destes acidentes entre os mesmos. Faz-se necessário manter um meio de

comunicação eficaz que facilite a compreensão e estimule sua prática e que torne o idoso e

sua família participantes ativos do processo de promoção de sua saúde.” (MACHADO et al.,

2009, p. 36)

Segundo Marin et al. (2004) Acredita-se na necessidade da adoção de medidas individuais e

coletivas para promover as condições de saúde dos mesmos. No que se refere a prevenção de

quedas em idosos que vivem na comunidade a adoção de ação educativa é uma estratégia a

ser considerada. No processo educativo com a finalidade de elevar o nível de saúde de grupos

específicos, inúmeras são as estratégias que podem ser utilizadas para aumentar a motivação,

a participação e conseqüentemente as mudanças de condutas. Há ainda necessidade de se

iniciar cuidados preventivos o mais precoce possível, uma vez que quanto mais avançada a

idade, maior a debilidade e maior o risco de adoecer e morrer devido ás quedas. Uma das

grandes dificuldades que envolvem a assistência adequada ao idoso é a subestimação das

alterações apresentadas por eles. Nesse sentido, a importância do acompanhamento e controle

das doenças, a adaptação ambiental, a realização de exercícios físicos para fortalecer os

músculos, o equilíbrio e a mobilidade e a correção de problemas visuais, possíveis na maioria

doa casos.

A melhor maneira de reduzir a mortalidade e a morbidade do trauma entre os idosos é a prevenção. Algumas estratégias, em diferentes momentos, podem ser utilizadas com tal intuito, a saber: 1) pré-evento – tem como objetivo principal educar a população e promover programas que possam influenciar na legislação, 2) evento – nesta faze os esforços dirigem-se à criação de mecanismos que diminuam a transferência de energia durante o processo de injúria, 3) pós-evento – prevenção ou redução das complicações, além do aprimoramento dos mecanismos de ressuscitarão. Alguns autores acreditam que medidas específicas de mudança dos ambientes freqüentados por idosos podem aumentar a segurança e reduzir o risco de acidentes com lesão entre a população geriátrica, entretanto, esse tipo de conduta tem sua validade contestada por outros. (SOUZA et al., 2002, p. 4)

Para Melo (2007) Visto a complexidade dos acontecimentos que circundam a queda entre os

idosos, vê-se a importância de se conhecer e identificar as situações e as conseqüências que

envolvem este evento a fim de estabelecer medidas adequadas, para prevenir as quedas.

Portanto, é de extrema relevância conhecer os idosos da comunidade, monitorar aqueles que

já sofreram quedas, identificar as situações nas quais elas ocorrem. Caracterizar esta realidade

possibilitará às equipes de saúde, avaliar modos de intervenção para a prevenção, apoio e

recuperação dos idosos vítimas de quedas. Um planejamento baseado nessa realidade

45

permitirá benefícios para os idosos, à família e comunidade. Existem oficinas em

comunidades que passam informações e orientações aos cuidadores e familiares de como

proceder nos cuidados na prevenção de acidentes domésticos em idosos, que os ajudarão a

pensar na segurança e conforto deste sem comprometer a convivência no lar pelos outros

membros da família.

Ainda segundo Melo (2007) Pequenas medidas ou prevenções, podem evitar grandes

complicações: organização básica do espaço doméstico, como: exterior da casa, escadas,

rampas, calçadas, pisos, com superfícies regulares (sem desnível ou buracos) e

antiderrapantes, corrimão ao lado de rampas e degraus, quintal limpo e sem entulhos,

banheiro, piso ou tapete antiderrapante, ambiente iluminado, barras de apoio, cozinha,

armários e utensílios de fácil alcance e manuseio, líquidos inflamáveis fora da cozinha,

quarto, interruptor de luz localizado logo na porta do quarto, a cama deve ter um altura que

permita que a pessoa apóie os pés no chão quando sentada, acidentes e condutas, quedas e

traumas muito freqüentes, causados por mobílias instáveis, tapetes, degraus, piso molhado ou

irregular, hábito de realizar tarefas que não são pertinentes á idade e uso inadequado de

materiais cortantes (facas, tesouras, materiais pontiagudos). Em relação a acidentes como

fraturas, o procedimento deverá ser: verificar se a pessoa está consciente, acalmar a vítima,

posicionar da melhor maneira possível no chão, estabilizar osso fraturado, se houver

ferimento aberto estancar sangramento, chamar socorro médico. Em caso de trauma crânio

encefálico, verificar consciência, acalmar a vítima, estabilizar cabeça para diminuir ou evitar

lesão medular (coluna), conter caso haja confusão mental, estancar sangue caso haja

ferimento aberto, chamar socorro médico.

“É indiscutível a necessidade de a cidade adaptar os espaços públicos de lazer e circulação, as

calçadas e o transporte coletivo, para garantir o acesso ás pessoas idosas, pois existem

situações que tornam inviáveis, para os idosos, o deslocamento para o desempenho de muitas

atividades, até mesmo as mais simples.” (MENDES et al., 2007, p. 99)

De acordo com Fabrício et al. (2007) Uma das principais preocupações deve ser a prevenção

de quedas. Os cuidados com os indivíduos que correm maior risco, ou seja: aquele com idade

superior a 75 anos, idosos internados (lares e hospitais), idosos com incapacidade funcional,

os que vivem só, com demência senil, os afetados por doenças cardiovasculares, neurológicas

e reumatológicas, os consumidores de vários fármacos e aqueles que tenham sofrido quedas

anteriormente, devem ser educados para evitarem traumas. Algumas sugestões foram

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enumeradas como propostas de intervenções: 1- atentar à ocorrência de queda, identificar os

fatores relacionados a mesma evitando-as, 2- identificar os idosos com risco de queda e

acompanhá-los mais próximo para evitar a sua ocorrência, 3- mudar o ambiente, como por

exemplo: troca do piso escorregadio por um piso antiderrapante, 4- avaliar a necessidade do

uso de acessórios como: bengala, andadores, para evitar a queda, 5- avaliar o uso de

polifármacos, o uso de medicamentos deve ser restrito, levando em consideração

risco/benefício para cada indivíduo.

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se considerar a partir da literatura, consultada neste estudo, que a rapidez com que o

envelhecimento populacional ocorre é um desafio para o mundo real, que afeta tanto os países

ricos quanto os pobres. A pessoa idosa consegue contribuir, para que, apesar das progressivas

limitações que possam ocorrer, elas possam redescobrir possibilidades de viver sua própria

vida com máxima qualidade possível.

Essa possibilidade aumenta na medida em que a sociedade considera o contexto familiar e

social e consegue reconhecer as potencialidades e o valor das pessoas idosas. Portanto, parte

das dificuldades das pessoas idosas está mais relacionada a uma cultura que as desvaloriza e

limita. Então se faz necessário uma maior atenção à essa população, no sentido de melhorar

cada vez mais a sua qualidade de vida, com respeito e cuidados.

Este trabalho mostra que, a queda na população idosa tem causas multifatoriais. Os fatores

responsáveis por uma situação de queda envolvem não apenas alterações de postura e

equilíbrio, mas também a presença de doenças associadas e medicamentos, bem como os

fatores ambientais e psicológicos do indivíduo idoso.

Conclui-se ainda que, a queda como também a utilização de medicamentos, devem ser

avaliados e assim criar estratégias educacionais e preventivas para a manutenção da

independência do idoso. A influência positiva que os fatores físicos em ambiente

adequadamente planejado exercem no comportamento e na qualidade de vida dos idosos são

fundamentais.

Diante dessas estratégias mostradas nesta pesquisa para a melhora da adaptação do idoso no

seu próprio ambiente e o preparo dos mesmos e de seus familiares, conseguiremos ao longo

do tempo, melhorar bastante a vida de todos os idosos.

Esta pesquisa nos mostra que é necessário a realização de mais estudos que abordem o tema e

investiguem os déficits, bem como as intervenções necessárias para a população idosa, a fim

de aumentarmos as possibilidades da garantia de um envelhecimento saudável nessa

população.

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4. REFERÊNCIAS

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