prestações previdenciárias:...

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Prof. Kerlly Huback Pág. 1 1 Prestações previdenciárias: Dicas Minha gente, começamos agora a tratar das prestações previdenciárias, mais especificamente dos benefícios do RGPS. Estudaremos os dez benefícios. Há muita informação para assimilar. Então, como fazer para dar conta de tamanha quantidade de normas? Eu acredito que a melhor maneira é tentando responder a seis perguntas sobre cada um dos benefícios. É assim, inclusive, que estruturo minhas aulas. São esses os questionamentos: 1º- qual o requisito principal do benefício? 2º- qual o período de carência? 3º- quais os beneficiários? 4º- qual a Renda Mensal Inicial (RMI)? 5º- qual a Data de Início do Benefício (DIB)? 6º- qual a Data de Cessação do Benefício (DCB)? Vamos aos benefícios? “Bora” lá... 2 Aposentadoria por idade 2.1 Qual o requisito principal do benefício? A idade mínima é o requisito principal, conforme preconiza o art. 201 da CF: § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. Em síntese, há diferença etária entre trabalhadores urbanos e rurais e entre gêneros: a) Homem urbano: 65 anos; b) Homem Rural: 60 anos; c) Mulher urbana: 60 anos; d) Mulher rural: 55 anos. O art. 51 da Lei 8.213/1991 prevê a hipótese de aposentadoria compulsória, nesses termos: A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado empregado tenha cumprido o período de carência e completado 70 (setenta) anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e cinco) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em que será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista, considerada como data da rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria. Como a empresa terá de arcar com as verbas rescisórias, essa possibilidade de aposentadoria compulsória acaba não se revelando de muita utilidade prática. 2.2 Qual o período de carência? A carência é de 180 contribuições mensais. 2.3 Quais os beneficiários? Qualquer categoria de segurado.

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Prof. Kerlly Huback Pág. 1

1 Prestações previdenciárias: Dicas Minha gente, começamos agora a tratar das prestações previdenciárias, mais especificamente dos

benefícios do RGPS. Estudaremos os dez benefícios. Há muita informação para assimilar. Então, como fazer

para dar conta de tamanha quantidade de normas?

Eu acredito que a melhor maneira é tentando responder a seis perguntas sobre cada um dos

benefícios. É assim, inclusive, que estruturo minhas aulas. São esses os questionamentos:

1º- qual o requisito principal do benefício?

2º- qual o período de carência?

3º- quais os beneficiários?

4º- qual a Renda Mensal Inicial (RMI)?

5º- qual a Data de Início do Benefício (DIB)?

6º- qual a Data de Cessação do Benefício (DCB)?

Vamos aos benefícios? “Bora” lá...

2 Aposentadoria por idade 2.1 Qual o requisito principal do benefício?

A idade mínima é o requisito principal, conforme preconiza o art. 201 da CF:

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições:

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

Em síntese, há diferença etária entre trabalhadores urbanos e rurais e entre gêneros:

a) Homem urbano: 65 anos;

b) Homem Rural: 60 anos;

c) Mulher urbana: 60 anos;

d) Mulher rural: 55 anos.

O art. 51 da Lei 8.213/1991 prevê a hipótese de aposentadoria compulsória, nesses termos:

A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado empregado

tenha cumprido o período de carência e completado 70 (setenta) anos de idade, se do sexo

masculino, ou 65 (sessenta e cinco) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em que será

garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista, considerada como data

da rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria.

Como a empresa terá de arcar com as verbas rescisórias, essa possibilidade de aposentadoria

compulsória acaba não se revelando de muita utilidade prática.

2.2 Qual o período de carência? A carência é de 180 contribuições mensais.

2.3 Quais os beneficiários? Qualquer categoria de segurado.

Prof. Kerlly Huback Pág. 2

2.4 Qual a Renda Mensal Inicial (RMI)? A aposentadoria por idade consistirá numa renda mensal de 70% do salário de benefício, mais 1%

deste, por grupo de 12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar 100% do salário de benefício.

Lembrar que a incidência do fator previdenciário é opcional para a aposentadoria por idade, devendo o

INSS fazer os cálculos com e sem o fator e concedendo a melhor RMI

2.5 Qual a Data de Início do Benefício (DIB)? A aposentadoria por idade será devida:

I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir:

a) da data do desligamento do emprego, quando requerida até essa data ou até 90 dias depois dela;

ou

b) da data do requerimento (DER), quando não houver desligamento do emprego ou quando for

requerida após 90 dias;

II - para os demais segurados, da data da entrada do requerimento.

2.6 Qual a Data de Cessação do Benefício (DCB)? Trata-se de um benefício irreversível e irrenunciável (art. 181-B, RPS), de modo que o segurado pode

desistir do seu pedido de aposentadoria desde que manifeste esta intenção e requeira o arquivamento

definitivo do pedido antes da ocorrência do primeiro de um dos seguintes atos:

I - recebimento do primeiro pagamento do benefício; ou

II - saque do respectivo FGTS ou PIS.

2.7 Exercícios (FCC/Técnico INSS/2012) João trabalhou na lavoura em sua pequena propriedade, sem o auxílio de

terceiros, salvo de sua família, no período de janeiro de 1975 a 1990, sem contribuição, ocasião em que

mudou-se para a cidade e passou a exercer a função de pedreiro, como empregado de uma construtora, até

completar 60 anos, em janeiro de 2011. Nessa situação, João

(A) terá direito a aposentar-se por idade em 2011.

(B) terá direito a aposentar-se por tempo de contribuição em 2011.

(C) terá direito à aposentadoria especial em 2011.

(D) não terá direito a aposentar-se por idade em 2011.

(E) não possui a carência exigida para aposentar-se por idade em 2011.

Resposta: “D”.

3 Aposentadoria por tempo de contribuição 3.1 Qual o requisito principal do benefício?

O tempo de contribuição é o requisito principal, conforme preconiza o art. 201 da CF:

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei,

obedecidas as seguintes condições:

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;

§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos,

para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de

magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

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Em síntese, há diferença de tempo entre professores e demais trabalhadores e entre gêneros:

e) Homem não professor: 35 anos;

f) professor: 30 anos de magistério;

g) Mulher mão professora: 30 anos;

h) Professora: 25 anos de magistério.

Mas o que se considera função de magistério? É a desempenhada por professor, quando exercida em

estabelecimento de educação básica (exclui-se a educação superior) em seus diversos níveis e modalidades,

incluídas, além do exercício da docência, as funções de direção de unidade escolar e as de coordenação e

assessoramento pedagógico.

E qual a idade mínima? A aposentadoria por tempo de contribuição não exige idade mínima como

requisito para sua concessão.

3.2 Qual o período de carência? A carência é de 180 contribuições mensais.

3.3 Quais os beneficiários? Em qualquer caso, para os segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso.

Os segurados contribuinte individual e facultativo se não recolherem pelo plano simplificado, previsto

no § 2º do art. 21 da Lei 8.212/1991.

Os segurados especiais só fazem jus ao benefício se recolherem contribuição facultativa. Ou seja, se

recolherem apenas sobre a receita decorrente da comercialização da produção rural, não terão direito ao

benefício (art. 39, I, Lei 8.213/1991).

3.4 Qual a Renda Mensal Inicial (RMI)? A aposentadoria por tempo de contribuição consistirá numa renda mensal de 100% do salário de

benefício. Ressalto que a incidência do fator previdenciário é obrigatória, traga ganho ou prejuízo financeiro

para o segurado.

3.5 Qual a Data de Início do Benefício (DIB)? Segue-se a mesma regra da a aposentadoria por idade.

3.6 Qual a Data de Cessação do Benefício (DCB)? Trata-se de um benefício irreversível e irrenunciável (art. 181-B, RPS), de modo que o segurado pode

desistir do seu pedido de aposentadoria desde que manifeste esta intenção e requeira o arquivamento

definitivo do pedido antes da ocorrência do primeiro de um dos seguintes atos:

I - recebimento do primeiro pagamento do benefício; ou

II - saque do respectivo FGTS ou PIS.

3.7 Exercícios (FCC/Técnico INSS/2012) Lúcia exerce a atividade de professora do ensino fundamental desde

dezembro de 1986, tem 56 anos de idade e pretende obter benefício previdenciário em dezembro de 2011.

Nessa situação, segundo o INSS, Lúcia tem direito a

(A) aposentadoria por idade.

(B) auxílio-doença.

(C) aposentadoria especial.

(D) aposentadoria por invalidez.

(E) aposentadoria por tempo de contribuição.

Resposta: “E”.

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(FCC/Técnico INSS/2012) Luciana possuía em dezembro de 1998, 21 (vinte e um) anos de contribuição

para a Previdência Social, e continuou trabalhando até julho de 2005, quando completou 48 (quarenta e oito)

anos de idade. Nessa situação, Luciana terá direito a

(A) aposentadoria integral por tempo de contribuição.

(B) aposentadoria especial.

(C) aposentadoria por idade.

(D) aposentadoria proporcional por tempo de contribuição.

(E) aposentadoria por invalidez.

Resposta: “D”.

4 Aposentadoria especial 4.1 Qual o requisito principal do benefício?

A aposentadoria especial será devida ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais

que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos.

Na essência é uma aposentadoria por tempo de contribuição, mas em condições especiais.

Sua concessão dependerá de comprovação pelo segurado, perante o INSS, do tempo de trabalho

permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a

integridade física, durante o período mínimo fixado. O segurado deverá comprovar, além do tempo de

trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à

saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício.

A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à

saúde ou à integridade física considerados para fins de concessão da aposentadoria especial está no Anexo

IV do RPS.

Alguns exemplos retirados do Anexo IV:

CÓDIGO AGENTE NOCIVO TEMPO DE EXPOSIÇÃO

1.0.1

ARSÊNIO E SEUS COMPOSTOS a) extração de arsênio e seus compostos tóxicos; b) metalurgia de minérios arsenicais; c) utilização de hidrogênio arseniado (arsina) em sínteses orgânicas e no processamento de componentes eletrônicos; d) fabricação e preparação de tintas e lacas; e) fabricação, preparação e aplicação de inseticidas, herbicidas, parasiticidas e raticidas com a utilização de compostos de arsênio; f) produção de vidros, ligas de chumbo e medicamentos com a utilização de compostos de arsênio; g) conservação e curtume de peles, tratamento e preservação da madeira com a utilização de compostos de arsênio.

25 ANOS

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1.0.2

ASBESTOS a) extração, processamento e manipulação de rochas amiantíferas; b) fabricação de guarnições para freios, embreagens e materiais isolantes contendo asbestos; c) fabricação de produtos de fibrocimento; d) mistura, cardagem, fiação e tecelagem de fibras de asbestos.

20 ANOS

2.0.1

RUÍDO a) exposição a Níveis de Exposição Normalizados (NEN) superiores a 85 dB(A). (Redação dada pelo Decreto nº 4.882, de 2003)

25 ANOS

2.0.2

VIBRAÇÕES a) trabalhos com perfuratrizes e marteletes pneumáticos.

25 ANOS

3.0.0

BIOLÓGICOS Exposição aos agentes citados unicamente nas atividades relacionadas.

3.0.1

MICROORGANISMOS E PARASITAS INFECTO-CONTAGIOSOS VIVOS E SUAS TOXINAS (Redação dada pelo Decreto nº 4.882, de 2003) a) trabalhos em estabelecimentos de saúde em contato com pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas ou com manuseio de materiais contaminados; b) trabalhos com animais infectados para tratamento ou para o preparo de soro, vacinas e outros produtos; c) trabalhos em laboratórios de autópsia, de anatomia e anátomo-histologia; d) trabalho de exumação de corpos e manipulação de resíduos de animais deteriorados; e) trabalhos em galerias, fossas e tanques de esgoto; f) esvaziamento de biodigestores; g) coleta e industrialização do lixo.

25 ANOS

4.0.1

FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS a) mineração subterrânea cujas atividades sejam exercidas afastadas das frentes de produção.

20 ANOS

4.0.2

FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS a) trabalhos em atividades permanentes no subsolo de minerações subterrâneas em frente de produção.

15 ANOS

4.2 Qual o período de carência? A carência é de 180 contribuições mensais.

4.3 Quais os beneficiários? A aposentadoria especial será devida ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte

individual, este somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção.

4.4 Qual a Renda Mensal Inicial (RMI)? A aposentadoria especial consistirá numa renda mensal de 100% do salário de benefício.

Lembrar que não há incidência do fator previdenciário.

4.5 Qual a Data de Início do Benefício (DIB)? Segue-se a mesma regra da a aposentadoria por idade.

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4.6 Qual a Data de Cessação do Benefício (DCB)? Em princípio, trata-se de um benefício irreversível e irrenunciável (art. 181-B, RPS), de modo que o

segurado pode desistir do seu pedido de aposentadoria desde que manifeste esta intenção e requeira o

arquivamento definitivo do pedido antes da ocorrência do primeiro de um dos seguintes atos:

I - recebimento do primeiro pagamento do benefício; ou

II - saque do respectivo FGTS ou PIS.

Não há impedimento de o aposentado na especial retorna à atividade comum. Não obstante, o

segurado que retornar ao exercício de atividade ou operação que o sujeite aos riscos e agentes nocivos

constantes do Anexo IV, ou nele permanecer, na mesma ou em outra empresa, qualquer que seja a forma

de prestação do serviço ou categoria de segurado, será imediatamente notificado da cessação do pagamento

de sua aposentadoria especial, no prazo de 60 dias contado da data de emissão da notificação, salvo

comprovação, nesse prazo, de que o exercício dessa atividade ou operação foi encerrado.

4.7 Exercícios (FCC/Técnico INSS/2012) José recebe aposentadoria especial no Regime Geral de Previdência Social.

Nessa situação, José

(A) não poderá retornar ao mercado de trabalho.

(B) não poderá retornar à função que ocupava anteriormente à aposentadoria.

(C) gozará de isenção da contribuição previdenciária se retornar ao mercado de trabalho.

(D) está inválido para o exercício da atividade laborativa.

(E) deve provar o nexo de causalidade entre o agente nocivo e o trabalho desempenhado.

Resposta: “B”.

5 Aposentadoria por invalidez 5.1 Qual o requisito principal do benefício?

A aposentadoria por invalidez será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-

doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta

a subsistência.

Sua concessão dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial

a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua

confiança.

5.2 Qual o período de carência? A carência é de 12 contribuições mensais. Essa é a regra.

Não obstante, independe de carência nos casos de acidente de qualquer natureza e quando o

segurado, após filiar-se ao RGPS, for acometido de doenças e afecções arroladas na lista abaixo (portaria

MPAS/MS 2998/01):

I - tuberculose ativa;

II - hanseníase;

III- alienação mental;

IV- neoplasia maligna;

V - cegueira

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VI - paralisia irreversível e incapacitante;

VII- cardiopatia grave;

VIII - doença de Parkinson;

IX - espondiloartrose anquilosante;

X - nefropatia grave;

XI - estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);

XII - síndrome da deficiência imunológica adquirida - Aids;

XIII - contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada; e

XIV - hepatopatia grave.

5.3 Quais os beneficiários? Qualquer categoria de segurado.

5.4 Qual a Renda Mensal Inicial (RMI)? A aposentadoria por invalidez, inclusive a decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda

mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício.

O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra

pessoa será acrescido de 25% (é a chamada grande invalidez).

Sobre tal acréscimo, há que se considera as seguintes regras:

a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal;

b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado;

c) cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da pensão.

5.5 Qual a Data de Início do Benefício (DIB)? Em regra, pode-se dizer que aposentadoria por invalidez será devida a partir do dia imediato ao da

cessação do auxílio-doença. Mas se a perícia médica inicial concluir pela existência de incapacidade total e

definitiva para o trabalho, a aposentadoria por invalidez será devida:

a) ao segurado empregado, a contar do 16º dia do afastamento da atividade ou a partir da entrada do

requerimento, se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de 30 dias;

b) ao segurado empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte individual, especial e facultativo,

a contar da data do início da incapacidade ou da data da entrada do requerimento, se entre essas datas

decorrerem mais de 30 dias.

5.6 Qual a Data de Cessação do Benefício (DCB)? Em se tratando de um benefício por incapacidade, com a recuperação, cessa o benefício.

Igualmente cessa se o aposentado por invalidez retornar voluntariamente à atividade e permanecer

trabalhando.

Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, será observado o

seguinte procedimento:

I - quando a recuperação for total e ocorrer dentro de 5 anos, contados da data do início da

aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o benefício cessará:

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a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava

na empresa quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista, valendo como documento, para tal

fim, o certificado de capacidade fornecido pela Previdência Social; ou

b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença ou da aposentadoria por

invalidez, para os demais segurados;

II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período de 5 anos (inciso I), ou ainda quando

o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a

aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade:

a) no seu valor integral, durante 6 meses contados da data em que for verificada a recuperação da

capacidade;

b) com redução de 50%, no período seguinte de 6 meses;

c) com redução de 75%, também por igual período de 6 meses, ao término do qual cessará

definitivamente.

5.7 Exercícios (FCC/Perito-médico INSS/2012) Conforme prevê a legislação previdenciária, em relação ao benefício

da aposentadoria por invalidez é correto afirmar que

(A) a sua concessão dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-

pericial a cargo da Previdência Social.

(B) por sua natureza em nenhuma situação dependerá de período de carência.

(C) será devida apenas se o segurado estiver em gozo de auxílio-doença.

(D) não é devida ao segurado empregado doméstico.

(E) durante os primeiros trinta dias de afastamento da atividade por motivo de invalidez, caberá à

empresa pagar ao segurado empregado o salário.

Resposta: “A”

6 Auxílio-doença 6.1 Qual o requisito principal do benefício?

O auxílio-doença será devido ao segurado que ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua

atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

Vale lembrar que não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao RGPS já portador da

doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo

de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.

6.2 Qual o período de carência? A carência é de 12 contribuições mensais. Essa é a regra.

Não obstante, independe de carência nos casos de acidente de qualquer natureza e quando o

segurado, após filiar-se ao RGPS, for acometido de doenças e afecções arroladas na lista abaixo (portaria

MPAS/MS 2998/01):

I - tuberculose ativa;

II - hanseníase;

III- alienação mental;

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IV- neoplasia maligna;

V - cegueira

VI - paralisia irreversível e incapacitante;

VII- cardiopatia grave;

VIII - doença de Parkinson;

IX - espondiloartrose anquilosante;

X - nefropatia grave;

XI - estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);

XII - síndrome da deficiência imunológica adquirida - Aids;

XIII - contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada; e

XIV - hepatopatia grave.

6.3 Quais os beneficiários? Qualquer categoria de segurado.

6.4 Qual a Renda Mensal Inicial (RMI)? O auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal

correspondente a 91% do salário-de-benefício.

6.5 Qual a Data de Início do Benefício (DIB)? O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do 16º dia do afastamento da atividade,

e, no caso dos demais segurados, a contar da data do início da incapacidade. Quando requerido por segurado

afastado da atividade por mais de 30 dias, o auxílio-doença será devido a contar da data da entrada do

requerimento.

6.6 Qual a Data de Cessação do Benefício (DCB)? O benefício cessa com a recuperação da capacidade, ou com a conversão em aposentadoria por

invalidez, ou em auxílio-acidente, ou com a morte do segurado.

6.7 Exercícios (FCC/Técnico INSS/2012) Maria trabalhou de 02 de janeiro de 2006 a 02 de julho de 2006 como

empregada de uma empresa, vindo a contrair moléstia não relacionada ao trabalho, com prejuízo do

exercício de suas atividades habituais. Nessa situação, Maria

(A) não terá direito ao recebimento do auxílio-doença, por ausência do cumprimento da carência.

(B) terá direito à aposentadoria por invalidez, que independe do cumprimento de carência.

(C) terá direito ao auxílio-acidente, que não exige carência.

(D) terá direito ao auxílio-doença, que independe de carência.

(E) poderá receber aposentadoria por invalidez, se recolher mais duas contribuições.

Resposta: “A”.

(FCC/Técnico INSS/2012) Maria é advogada, empregada de uma empresa desde 1990 e, a caminho do

Fórum, bateu seu automóvel por cruzar o farol vermelho, sofrendo ferimentos que se agravaram em razão

de Maria ser portadora de diabetes e a incapacitaram para suas atividades habituais, por mais de 15 (quinze)

dias. Nessa situação, Maria

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(A) não terá direito a receber benefício acidentário, em razão de o acidente não ter ocorrido no local

de trabalho.

(B) não terá direito a benefício acidentário em razão de a incapacidade decorrer da diabetes.

(C) receberá aposentadoria por invalidez acidentária.

(D) não receberá benefício acidentário por estar dirigindo veículo próprio e não da empresa.

(E) receberá auxílio-doença acidentário.

Resposta: “E”.

7 Auxílio-acidente 7.1 Qual o requisito principal do benefício?

O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das

lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da

capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

7.2 Qual o período de carência? Não se exige carência para o auxílio-acidente.

7.3 Quais os beneficiários? Apenas os segurados empregado, trabalhador avulso e segurado especial.

7.4 Qual a Renda Mensal Inicial (RMI)? O auxílio-acidente mensal corresponderá a 50% do salário-de-benefício.

7.5 Qual a Data de Início do Benefício (DIB)? O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, mesmo que

o segurado receba remuneração pelo seu trabalho.

7.6 Qual a Data de Cessação do Benefício (DCB)? O auxílio-acidente será devido até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do

óbito do segurado.

7.7 Exercícios (FCC/Perito INSS/2012) Renato, empregado da Gráfica Alfa por dois anos, em 26/01/2010 ao manusear

uma máquina de corte sofreu fratura na mão esquerda. Após ter sido socorrido na enfermaria da empresa,

foi encaminhado a um hospital e ficou afastado por três meses, período em que recebeu prestação

previdenciária de auxílio-doença acidentário. Em razão do acidente, houve necessidade de intervenção

cirúrgica. Nesta situação, Renato ainda terá direito ao benefício previdenciário de

(A) aposentadoria especial, em razão do acidente típico de trabalho sofrido.

(B) auxílio-acidente, se após consolidadas as lesões resultarem sequelas que impliquem em redução

da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.

(C) aposentadoria por invalidez, caso tenha havido redução parcial da capacidade de trabalho, mas

suscetível de reabilitação.

(D) auxílio-acidente em razão do acidente de trabalho, mesmo que não tenha havido nenhuma

sequela.

(E) pecúlio por acidente típico de trabalho, uma vez que se acidentou no local de trabalho.

Resposta: “B”.

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(FCC/Técnico INSS/2012) João é carpinteiro, exerce atividade como empregado da empresa

Carpintaria São José desde dezembro de 2010. Ele sofreu acidente não relacionado ao trabalho, ocasião em

que teve limitada a flexão de seu membro superior direito, lesão esta já consolidada. João passou por

reabilitação profissional e foi treinado para outra profissão e não se recolocou ainda no mercado de trabalho.

Nessa situação, João tem direito a

(A) auxílio-doença seguido de auxílio-acidente.

(B) aposentadoria especial.

(C) aposentadoria por invalidez.

(D) aposentadoria especial.

(E) aposentadoria por invalidez seguida de auxílio-acidente.

Resposta: “A”.

(FCC/Técnico INSS/2012) Cláudio exerceu atividade de caldeireiro na fábrica X de 01 de janeiro de 2009

a 01 de julho de 2009 e sofreu acidente de trabalho que acarretou a perda de dois dedos da mão. Nessa

situação, Cláudio

(A) não terá direito a receber benefício previdenciário por ausência do cumprimento do período de

carência.

(B) receberá auxílio-doença e após a consolidação da perda dos dedos, auxílio-acidente.

(C) terá direito à reabilitação profissional e aposentadoria por invalidez.

(D) não terá direito a benefício.

(E) terá direito a auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez, após a consolidação da perda dos

dedos.

Resposta: “B”.

(FCC/Técnico INSS/2012) Silvia trabalhou na empresa X, de janeiro de 2009 a janeiro de 2010, como

digitadora, quando foi acometida de tendinite, por 30 dias, que a impedia de exercer suas atividades

habituais. Submetida a tratamento médico, recuperou-se para suas atividades. Nessa situação, Silvia teve

direito a receber

(A) auxílio-acidente.

(B) aposentadoria por invalidez.

(C) auxílio-doença.

(D) reabilitação profissional.

(E) tratamento médico fornecido pelo INSS.

Resposta: “C”.

(FCC/Técnico INSS/2012) Em relação ao auxílio-acidente, assinale a resposta INCORRETA.

(A) Tem caráter indenizatório.

(B) Cessa com o advento de qualquer aposentadoria.

(C) Corresponde a 50% (cinquenta por cento) do salário de benefício.

(D) Somente é devido após a consolidação das lesões decorrentes de acidente.

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(E) É devido se não houver a concessão do auxílio-doença previamente.

Resposta: “E”.

8 Salário-maternidade 8.1 Qual o requisito principal do benefício?

O benefício é concedido em caso de gestação ou adoção ou guarda para fins de adoção.

Em caso de parto e de adoção de criança (até 12 anos), o salário-maternidade é durante 120 dias.

É não preciso esperar o nascimento da criança, pois pode ter início no período entre 28 dias antes do

parto e a data de ocorrência deste.

Na hipótese de aborto não criminoso, o benefício é pago por duas semanas.

8.2 Qual o período de carência? Só é exigida carência paras as seguradas CI, facultativa e segurada especial.

Para as demais, não há carência.

8.3 Quais os beneficiários? Qualquer categoria de segurada ou segurado.

A segurada terá direito ao benefício em caso de gestação, de adoção ou pela obtenção de guarda

judicial para fins de adoção de criança (até 12 anos).

O segurado terá direito em caso de adoção ou pela obtenção de guarda judicial para fins de adoção de

criança (até 12 anos), assim como pelo falecimento da segurada ou segurado que fizer jus ao recebimento

do salário-maternidade, sendo-lhe pago por todo o período ou pelo tempo restante a que teria direito, ao

cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento

do filho ou de seu abandono.

8.4 Qual a Renda Mensal Inicial (RMI)? O salário-maternidade consistirá na seguinte renda:

a) segurada empregada ou trabalhadora avulsa: na sua remuneração integral;

b) segurada empregada doméstica: valor correspondente ao do seu último salário-de-contribuição; c) segurada especial; um salário mínimo; d) demais seguradas: um doze avos da soma dos doze últimos salários-de-contribuição, apurados em

um período não superior a quinze meses.

8.5 Qual a Data de Início do Benefício (DIB)? O salário-maternidade poderá ser requerido no prazo de cinco anos, a contar da data do seu fato

gerador (parto, p. ex.).

8.6 Qual a Data de Cessação do Benefício (DCB)? O benefício cessa com o transcurso do prazo de concessão ou pela morte do segurado(a), a não ser

que seu cônjuge ou companheiro(a) seja segurado da Previdência Social, hipótese que terá direito ao período

restante.

8.7 Exercícios (FCC/Técnico INSS/2012) Maria adotou uma criança de 6 (seis) anos de idade, sendo que a mãe

biológica da criança já havia recebido o salário-maternidade. Nessa situação, Maria

(A) não tem direito ao salário-maternidade.

(B) tem direito ao salário-maternidade por 120 (cento e vinte) dias a contar da data da adoção.

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(C) tem direito ao salário-maternidade por 60 (sessenta) dias a contar da data da adoção.

(D) tem direito ao salário-maternidade por 90 (noventa) dias a contar da data da adoção.

(E) tem direito ao salário-maternidade por 30 (trinta) dias a contar da data da adoção.

Resposta: “B”. Observação: o art. 71-A da Lei 8.213/1991 sofreu modificação após a realização dessa

questão. O gabarito da época era “E”.

9 Salário-família 9.1 Qual o requisito principal do benefício?

O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado na proporção do respectivo número de filhos

ou equiparados (enteado e tutelado) até 14 anos de idade ou inválido de qualquer idade.

Além disso, é preciso que o segurado demonstre ser de baixa renda (remuneração mensal menor ou

igual a R$ 1.025,81).

9.2 Qual o período de carência? Não é exigido período de carência.

9.3 Quais os beneficiários? O benefício é pago apenas ao segurado empregado, exceto ao doméstico, e ao segurado trabalhador

avulso. O aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com 65 anos ou mais de idade, se

do sexo masculino, ou 60 anos ou mais, se do feminino, terão direito ao salário-família, pago juntamente

com a aposentadoria.

9.4 Qual a Renda Mensal Inicial (RMI)? O valor da cota do salário-família por filho ou equiparado de qualquer condição, até 14 (quatorze) anos

de idade ou inválido de qualquer idade é de:

a) R$ 35,00, para o segurado com remuneração mensal não superior a R$ 682,50;

b) R$ 24,66, para o segurado com remuneração mensal superior a R$ 646,55 e igual ou inferior a R$

1.025,81.

9.5 Qual a Data de Início do Benefício (DIB)? O salário-família será devido a partir do mês em que for apresentada à empresa ou ao órgão gestor

mão-de-obra ou ao sindicato dos trabalhadores avulsos ou ao INSS, a documentação abaixo:

I - CP ou CTPS;

II - certidão de nascimento do filho;

III - caderneta de vacinação ou equivalente, quando dependente conte com até seis anos de idade;

IV - comprovação de invalidez, a cargo da Perícia Médica do INSS, quando dependente maior de

quatorze anos; e

V - comprovante de frequência à escola, quando dependente a partir de sete anos.

9.6 Qual a Data de Cessação do Benefício (DCB)? O direito ao salário-família cessa automaticamente:

I - por morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao do óbito;

II - quando o filho ou equiparado completar 14 anos de idade, salvo se inválido, a contar do mês

seguinte ao da data do aniversário;

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III - pela recuperação da capacidade do filho ou equiparado inválido, a contar do mês seguinte ao da

cessação da incapacidade; ou

IV - pelo desemprego do segurado.

9.7 Exercícios (FCC/Técnico INSS/2012) Em relação ao salário-maternidade e ao salário-família pagos às seguradas

empregadas, é correto afirmar que são

(A) pagos pela empresa que poderá compensá-los com as contribuições incidentes sobre a folha de

salários.

(B) pagos pelo INSS.

(C) pagos pelas empresas sem direito à compensação.

(D) pagos pela Assistência Social.

(E) indevidos às seguradas autônomas.

Resposta: “A”.

10 Pensão por morte 10.1 Qual o requisito principal do benefício?

O benefício é devido aos dependentes do segurado em caso de morte, real ou presumida.

10.2 Qual o período de carência? Não se exige carência, mas que o segurado tivesse tal qualidade quando da morte.

10.3 Quais os beneficiários? São beneficiários os dependentes do segurado.

São três classes de dependentes (art. 16, Lei 8.213/1991):

I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor

de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou

relativamente incapaz, assim declarado judicialmente;

II - os pais;

III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que

tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado

judicialmente.

Além do filho, equiparam-se a filhos o enteado e o menor sob tutela.

10.4 Qual a Renda Mensal Inicial (RMI)? O valor mensal da pensão por morte será de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia

ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento.

10.5 Qual a Data de Início do Benefício (DIB)? A Pensão por morte será devida a contar da data:

a) do óbito, quando requerida:

1. pelo dependente maior de 16 anos de idade, até 30 dias da data do óbito; e

2. pelo dependente menor até 16 anos, até 30 dias após completar essa idade, devendo ser verificado

se houve a ocorrência da emancipação;

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b) do requerimento do benefício protocolizado após o prazo de 30 dias, ressalvada a habilitação para

menor de 16 anos e 30 dias, relativamente à cota parte;

c) da decisão judicial, no caso de morte presumida; e

d) da data da ocorrência, no caso de catástrofe, acidente ou desastre, se requerida até 30 dias desta.

10.6 Qual a Data de Cessação do Benefício (DCB)? Com a extinção da cota do último pensionista, a pensão por morte será encerrada.

10.7 Exercícios (FCC/Perito INSS/2012) Cecília filiou-se pela primeira vez à Previdência Social na qualidade de segurada

empregada em razão de contrato de trabalho firmado com a empresa Alfa Comunicações. Após 11 (onze)

meses de labor, Cecília pediu demissão para cursar pós-graduação no exterior, com duração de 3 (três) anos.

Durante o curso Cecília não contribuiu para a Previdência Social. Um mês antes do término do curso, Cecília

veio a falecer. Passados 2 (dois) anos do óbito de Cecília, seu marido Joaquim requereu administrativamente

o benefício da pensão por morte, sendo indeferido o seu pedido. Neste caso, o indeferimento do benefício

da pensão por morte se justifica em razão de que

(A) apenas a esposa pode postular o benefício da pensão por morte do marido.

(B) Cecília já havia perdido a qualidade de segurada antes da solicitação do benefício.

(C) Joaquim não era segurado do Regime Geral da Previdência Social.

(D) Joaquim não comprovou a sua dependência econômica em relação à Cecília.

(E) não foi cumprido o período de carência previsto em lei para ser concedido o benefício da pensão

por morte.

Resposta: “B”.

(FCC/Técnico INSS/2012) João fora casado com Maria, com quem teve três filhos, João Junior, de 22

anos e universitário; Marília, com 18 anos e Renato com 16 anos, na data do óbito de João, ocorrido em

dezembro de 2011. João se divorciara de Maria que renunciou ao direito a alimentos para si. Posteriormente,

João veio a contrair novas núpcias com Norma, com quem manteve união estável até a data de seu óbito.

Norma possui uma filha, Miriam, que mora com a mãe e foi por João sustentada. Nessa situação, são

dependentes de João, segundo a legislação previdenciária:

(A) João Junior, Marília e Renato.

(B) João Junior, Maria, Marília, Renato e Norma.

(C) Marília, Renato, Miriam e Norma.

(D) Maria, João Junior, Marília, Renato e Norma.

(E) João Junior, Marília, Renato, Maria, Norma e Miriam.

Resposta: “C”.

(FCC/Técnico INSS/2012) João fora casado com Maria, com quem teve dois filhos, Artur e Lia de 6 e 8

anos respectivamente, na data do óbito de João, ocorrido em 2011. Maria já fora casada com Márcio, de

quem teve uma filha, Rosa, de 10 anos, que era mantida por João, porque Márcio não tivera condições de

prover seu sustento. O falecido ajudava financeiramente, também, sua mãe, Sebastiana e seu irmão, Antônio

que era inválido. Nessa situação, a pensão por morte de João será concedida a:

(A) Artur, Lia, Maria e Rosa.

(B) Artur, Lia, Maria, Rosa e Sebastiana.

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(C) Artur, Lia, Rosa e Sebastiana.

(D) Artur, Lia e Sebastiana.

(E) Artur, Lia, Sebastiana e Antônio.

Reposta: “A”.

11 Auxílio-reclusão 11.1 Qual o requisito principal do benefício?

O auxílio-reclusão será devido em decorrência de o segurado ser recolhido à prisão, em regime fechado

ou semiaberto, que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença,

aposentadoria ou abono de permanência ao serviço, e for considerado de baixa renda (remuneração mensal

menor ou igual a R$ 1.025,81).

11.2 Qual o período de carência? Não se exige carência.

11.3 Quais os beneficiários? Os dependentes do segurado.

11.4 Qual a Renda Mensal Inicial (RMI)? O valor mensal do auxílio-reclusão é 100% do valor da aposentadoria a que teria direito o segurado se

estivesse aposentado por invalidez na data da prisão.

11.5 Qual a Data de Início do Benefício (DIB)? Segue o mesmo padrão da pensão por morte, substituindo a morte pela prisão.

11.6 Qual a Data de Cessação do Benefício (DCB)? O auxílio-reclusão cessa:

I - com a extinção da última cota individual;

II - se o segurado, ainda que privado de sua liberdade ou recluso, passar a receber aposentadoria;

III - pelo óbito do segurado ou beneficiário;

IV - na data da soltura;

V – pela perda da condição de dependente (emancipação de filho ou irmão, p. ex.);

VI - em se tratando de dependente inválido, pela cessação da invalidez, verificada em exame médico

pericial a cargo do INSS; e

VII - pela adoção, para o filho adotado que receba auxílio-reclusão dos pais biológicos, exceto quando

o cônjuge ou o companheiro(a) adota o filho do outro

11.7 Exercícios (FCC/Perito INSS/2012) Segundo a legislação previdenciária NÃO é considerado caso de suspensão ou

de cancelamento automático do benefício previdenciário

(A) o retorno voluntário ao trabalho de segurado aposentado por invalidez.

(B) a não apresentação do segurado beneficiário de aposentadoria por invalidez para a realização de

exame médico-pericial periódico a cargo do INSS.

(C) o reaparecimento do segurado considerado falecido por decisão judicial que havia declarado morte

presumida que originou o pagamento de pensão provisória aos dependentes.

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(D) a continuidade do exercício de trabalho ou atividade que sujeite o segurado beneficiário de

aposentadoria especial a condições nocivas à saúde ou à integridade física que foram considerados para fins

da concessão da aposentadoria especial.

(E) o exercício de atividade remunerada pelo segurado recluso em cumprimento de pena em regime

fechado ou semiaberto que contribuir na condição de segurado contribuinte individual ou facultativo, em

relação ao recebimento do auxílio-reclusão pelos seus dependentes.

Resposta: “E”.

(FCC/Técnico INSS/2012) José foi segurado da Previdência Social até janeiro de 2010 e recebia a título

de auxílio-doença R$ 580,00 (quinhentos e oitenta) reais. Nessa ocasião, envolveu-se com drogas e foi

recolhido à prisão em regime fechado, fugindo em julho de 2011. Ele foi casado com Lídia com quem teve

dois filhos, menores de 21 anos, na data do recolhimento à prisão. Posteriormente à prisão, Lídia separou-se

de José e casou-se com João, em janeiro de 2011.

Nessa situação,

(A) Lídia não poderá receber auxílio-reclusão.

(B) nenhum dependente poderá receber o auxílio-reclusão.

(C) o auxílio-reclusão será devido a todos os dependentes, da data do recolhimento à prisão até a data

da fuga.

(D) o auxílio-reclusão será devido à Lídia, desde a data da prisão até suas novas núpcias.

(E) o auxílio-reclusão será devido aos filhos de José, desde o recolhimento à prisão até que completem

21 anos.

Resposta: “B”.