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PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO
PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO:
ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO
2017
Apoio técnico e institucional:
ELABORAÇÃO:
Prefeitura Municipal de Redenção-CE
Prefeito: David Santa Cruz Benevides
Vice Prefeito (a): Ana Paula Fonseca Braga
Gabinete do Prefeito
Selma Marinho Fernandes
Procurador Geral do Município
José Fernando Brígido Gomes Júnior
Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Ana Sylva Crivellaro Marques
Secretaria de Saúde
Rita de Cássia do Nascimento Leitão (Secretária)
Priscilla Freire de Souza (Coordenadora de Assistência em Saúde)
Aurélio Santiago Franklin (Coordenador de Endemias)
APOIO INSTITUCIONAL:
Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce)
Presidente do Conselho Diretor: Hélio Winston Leitão
Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece)
Diretor-Presidente: Neurisângelo Cavalcante de Freitas
APOIO TÉCNICO:
Coordenação
João Rodrigues Neto – Gerente de Concessão e Regulação (Cagece)
Michelyne de Oliveira Fernandes – Coordenador de Concessão (Cagece)
Francisco Diego Araújo Oliveira – Supervisor de Concessão (Cagece)
Ivan Barros de Oliveira Júnior – Supervisão de Planos Municipais de Saneamento Básico
(Cagece)
Priscila Alencar Medeiros – Supervisão de Planos Municipais de Saneamento Básico
(Cagece)
Apoio técnico e institucional:
Equipe Técnica
Aristóteles Sales Moreira – Analista Administrativo (Cagece)
Francisco Diego Araújo Oliveira – Supervisor de Concessão (Cagece)
Gilcélio Ribeiro Pereira – Geógrafo (Cagece)
Ivan Barros de Oliveira Júnior – Supervisão de Planos Municipais de Saneamento
Básico (Cagece)
Janaína Sheyla de Lavor Brasileiro – Profissional de Educação Ambiental (Cagece)
Laís Marques Moreira – Estagiária de Engenharia Ambiental (Cagece)
Priscila Alencar Medeiros – Supervisão de Planos Municipais de Saneamento Básico
(Cagece)
Samara Silva Silveira – Analista Comercial (Cagece)
Comitê Econômico-Financeiro (Cagece)
Flávia Liduina Costa Gurgel
Francisco de Assis Gomes Silva
Jorge Ferreira Cordeiro
Keti Lene Souza Monteiro
Valmiki Sampaio de Albuquerque Neto
Apoio técnico e institucional: 3
Sumário
1INTRODUÇÃO..........................................................................................................19
2 METODOLOGIA DE TRABALHO............................................................................21
2.1Caracterização geral do município.........................................................................21
2.2Diagnóstico Técnico...............................................................................................22
2.3Prognóstico.............................................................................................................23
3 ASPECTOS LEGAIS................................................................................................25
3.1 Legislação Federal................................................................................................25
3.2 Legislação Estadual..............................................................................................29
3.3Legislação Municipal..............................................................................................35
3.4Unidades de Conservação (UCs)..........................................................................39
4 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO........................................................44
4.1Histórico..................................................................................................................44
4.2 Localização............................................................................................................45
4.3 Aspectos Fisiográficos...........................................................................................47
4.3.1 Bacia Hidrográfica..............................................................................................47
4.3.1.1. Identificação e Caracterização das Bacias Hidrográficas..............................47
4.3.1.1.1 Bacias Metropolitanas..................................................................................47
4.3.1.2. Compatibilidade do pacto das águas das Metropolitanas com o PMSB de
Redenção....................................................................................................................56
4.3.2 Clima...................................................................................................................61
4.3.3 Solo.....................................................................................................................62
4.3.4 Relevo................................................................................................................63
4.3.5 Vegetação...........................................................................................................64
4.4 Aspectos Socioeconômicos...................................................................................64
4.4.1 Saúde e epidemiologia.......................................................................................64
4.4.1.1. Cobertura de Saúde.......................................................................................67
Apoio técnico e institucional:
4.4.1.2. Indicadores de saúde.....................................................................................69
4.4.2 Educação............................................................................................................71
4.4.3 Índices de Desenvolvimento (IDHM e IDM).......................................................72
4.4.4 Demografia.........................................................................................................76
4.4.5 Economia............................................................................................................79
4.4.5.1. Produto Interno Bruto (PIB)............................................................................79
4.4.5.2. Receitas e Despesas.....................................................................................83
4.4.6 Investimentos em Saneamento Básico..............................................................84
4.4.7Plano Estadual de Convivência com a Seca......................................................93
5DIAGNÓSTICO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E
ESGOTAMENTO SANITÁRIO....................................................................................95
5.1Unidade Territorial de Análise e Planejamento......................................................95
5.2Aspectos Institucionais...........................................................................................97
5.2.1Dos Sistemas operados pela Cagece.................................................................97
5.2.2Dos sistemas implantados pelo SISAR...............................................................99
5.3 Serviços, infraestruturas e instalações de saneamento.....................................100
5.3.1 Abastecimento de água potável.......................................................................100
5.3.1.1. Distrito Sede e localidades...........................................................................104
5.3.1.1.1Manancial....................................................................................................104
5.3.1.1.2Captação e adução de água bruta..............................................................106
5.3.1.1.3Estação de tratamento de água..................................................................108
5.3.1.1.4Estações Elevatórias (EEs).........................................................................117
5.3.1.1.5Adutora de Água Tratada (AAT)..................................................................121
5.3.1.1.6Reservação de água tratada.......................................................................122
5.3.1.1.7Rede de distribuição de água (RDA)..........................................................124
5.3.1.1.8 Informações comerciais das ligações e economias de água....................126
5.3.1.1.8.1 Ligação predial........................................................................................126
5.3.1.1.8.2 Economias...............................................................................................127
5.3.1.1.8.3 Índices de utilização da rede de água (Iura) e de cobertura dos serviços
Apoio técnico e institucional:
de abastecimento de água........................................................................................129
5.3.1.1.8.4 Medição do consumo de água (micromedição)......................................131
5.3.1.1.8.5 Volume Faturado e consumido...............................................................133
5.3.1.1.8.6 Controle operacional e controle de perdas.............................................134
5.3.1.1.8.7 Estrutura tarifária dos serviços de água.................................................137
5.3.1.1.9 Dados gerais para abastecimento de água no distrito sede – IBGE,
Prefeitura e Sisar.......................................................................................................140
5.3.1.1.9.1 Levantamento de dados do IBGE...........................................................140
5.3.1.1.9.2 Levantamento de dados pela equipe técnica da prefeitura –
abastecimento de água no distrito Sede...................................................................141
5.3.1.1.9.3 Levantamento de dados da localidade que possui sistema operado pelo
Sisar – abastecimento de água no distrito Sede......................................................144
5.3.1.2. Distrito Antônio Diogo e localidades.............................................................144
5.3.1.2.1Manancial....................................................................................................146
5.3.1.2.2Captação e adução de água bruta..............................................................146
5.3.1.2.3Estação de tratamento de água..................................................................146
5.3.1.2.4Estações Elevatórias (EEs).........................................................................146
5.3.1.2.5Adutora de água tratada.............................................................................147
5.3.1.2.6Reservação de água tratada.......................................................................148
5.3.1.2.7Rede de distribuição de água.....................................................................149
5.3.1.2.8 Informações comerciais das ligações e economias de água....................156
5.3.1.2.8.1 Ligação predial........................................................................................156
5.3.1.2.8.2 Economias...............................................................................................157
5.3.1.2.8.3 Índices de utilização da rede de água (Iura) e de cobertura dos serviços
de abastecimento de água........................................................................................158
5.3.1.2.8.4 Medição do consumo de água (micromedição)......................................159
5.3.1.2.8.5 Volume faturado e consumido.................................................................160
5.3.1.2.8.6 Controle operacional e controle de perdas.............................................161
5.3.1.2.8.7 Estrutura tarifária dos serviços de água.................................................162
Apoio técnico e institucional:
5.3.1.2.9 Dados gerais para abastecimento de água no distrito Antônio Diogo –
IBGE, Prefeitura e Sisar............................................................................................164
5.3.1.2.9.1 Levantamento de dados do IBGE...........................................................164
5.3.1.2.9.2 Levantamento de dados pela equipe técnica da prefeitura....................165
5.3.1.2.9.3 Levantamento de dados da localidade que possui sistema operado pelo
Sisar – abastecimento de água no distrito Antônio Diogo........................................167
5.3.1.3. Distrito Barra Nova e localidades.................................................................168
5.3.1.4.Distrito Faísca e localidades.........................................................................171
5.3.1.5.Distrito Guassi e localidades.........................................................................173
5.3.1.5.1Informações gerais do IBGE – abastecimento de água no município de
Redenção..................................................................................................................176
5.3.2 Esgotamento Sanitário.....................................................................................177
5.3.2.1. Distrito sede..................................................................................................178
5.3.2.1.1Rede coletora de esgoto (RCE)..................................................................180
5.3.2.1.2Estações de tratamento de esgoto (Ete)....................................................180
5.3.2.1.3Emissário e corpo receptor.........................................................................183
5.3.2.1.4Aspectos comerciais do sistema de esgotamento sanitário.......................183
5.3.2.1.4.1 Ligações de esgoto.................................................................................184
5.3.2.1.4.2 Economias...............................................................................................185
5.3.2.1.4.3 Índices de utilização da rede, cobertura e atendimento do SES no distrito
sede...........................................................................................................................185
5.3.2.1.4.4 Volumes faturados e coletados e produção de esgoto média mensal...186
5.3.2.1.4.5 Estrutura tarifária dos serviços de esgoto...............................................187
5.3.2.1.5Projeto técnico executivo do SES do município de Redenção-CE............189
5.3.2.1.5.1 Rede coletora de esgoto projetada.........................................................192
5.3.2.1.5.2 Estações elevatórias de esgoto (EEE) projetada...................................192
5.3.2.1.5.3 Linhas de recalque (LR)..........................................................................193
5.3.2.1.5.4 Estação de tratamento de esgoto projetada...........................................193
5.3.2.1.5.5 Emissário final.........................................................................................195
Apoio técnico e institucional:
5.3.2.1.6Levantamento de dados do IBGE – esgotamento sanitário no distrito sede
...................................................................................................................................195
5.3.2.1.7Levantamento de dados pela equipe técnica da prefeitura – esgotamento
sanitário no distrito Sede...........................................................................................196
5.3.2.2. Distrito Antônio Diogo e localidades.............................................................198
5.3.2.3.Distrito Barra Nova e localidades..................................................................201
5.3.2.4.Distrito Faísca e localidades.........................................................................204
5.3.2.5. Distrito Guassi e localidades........................................................................205
5.3.2.6. Informações gerais do IBGE – Esgotamento sanitário no município de
Redenção..................................................................................................................207
5.3.3Síntese do Diagnóstico.....................................................................................208
5.3.3.1.Abastecimento de Água................................................................................208
5.3.3.2.Esgotamento Sanitário..................................................................................212
APÊNDICE A – ATA DA 1ª AUDIÊNCIA PÚBLICA....................................................215
ANEXO A – MAPA DOS MUNICÍPIOS EM SITUAÇÃO DE URGÊNCIA,
EMERGÊNCIA E ALERTA EM RELAÇÃO AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA NAS
SEDES URBANAS MUNICIPAIS (FONTE: PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA
COM A SECA)...........................................................................................................226
Apoio técnico e institucional:
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Cartaz da Audiência Pública sobre Diagnóstico dos Serviços de
Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do município de Redenção.........22
Figura 2 - Cartaz da Audiência Pública sobre prognóstico dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário do município de Redenção...........24
Figura 3 - Localização da APA da Serra de Baturité...................................................43
Figura 4 - Mapa do município de Redenção e seus distritos......................................45
Figura 5 - Mapa de localização do município de Redenção - CE...............................46
Figura 6 - Mapa de localização da Bacia Hidrográfica Metropolitana........................48
Figura 7 - Imagem de satélite do Açude Acarape do Meio.........................................50
Figura 8 - Mapa de localização das bacias metropolitanas........................................55
Figura 9 - Precipitação média histórica no município de Redenção, no período entre
1978 e 2015.................................................................................................................62
Figura 10- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e seus subíndices para o
município de Redenção (1991, 2000 e 2010).............................................................74
Figura 11- Evolução do Produto Interno Bruto de Redenção (2008-2012)................80
Figura 12 - Percentual do rendimento mensal per capita dos domicílios particulares
de Redenção em 2010................................................................................................82
Figura 13 -Distritos e localidades do município de Redenção....................................96
Figura 14 - Croqui do SIAA de Redenção, Antônio Diogo, Acarape e Barreira........102
Figura 15 - Principais unidades georreferenciadas dos sistemas de abastecimento
de água do município de Redenção-CE...................................................................103
Figura 16 - Açude Acarape do Meio (Jul/2016).........................................................104
Figura 17 - Médias mensais do volume do açude Acarape do Meio, no período entre
julho de 2015 a junho de 2016..................................................................................106
Figura 18 - Tomada d'água para a Eta Acarape do Meio.........................................107
Figura 19 - Unidade de filtração de fluxo ascendente...............................................110
Figura 20 - Resultados médios mensais de cor aparente (uH) na saída da Eta
Apoio técnico e institucional:
Acarape do Meio e na rede de distribuição do distrito sede entre os anos 2011 a
2015...........................................................................................................................112
Figura 21 - Resultados médios mensais do teor de cloro residual livre na saída da
Eta Acarape do Meio e na rede de distribuição do distrito sede entre os anos 2011 a
2015...........................................................................................................................113
Figura 22 - Resultados médios mensais de turbidez no período de 2011-2015 das
amostras coletadas após a etapa de filtração da Eta Acarape do Meio...................114
Figura 23 - Resultados médios mensais das análises de turbidez entre o período de
2011-2015 das amostras coletadas na rede de distribuição do distrito de Redenção.
...................................................................................................................................115
Figura 24 - CMB da EEAB-01...................................................................................118
Figura 25 - CMBs da EELF-01..................................................................................119
Figura 26 - EERD-01 (Booster Santa Rita)...............................................................120
Figura 27 - Estação elevatória EEAT-03...................................................................121
Figura 28 - Reservatório apoiado RAP-07................................................................123
Figura 29 - Solicitações/reclamações registradas na Central de Atendimento da
Cagece para o distrito sede no ano de 2015............................................................125
Figura 30 - Situação das economias ativas por categoria na localidade Sede em
dezembro/2017..........................................................................................................129
Figura 31 - Total e idade média dos hidrômetros instalados na sede entre o período
de 2011 a 2015..........................................................................................................132
Figura 32 - Volumes faturado, consumido e consumo mensais na sede durante o
período de 2011 a 2015.............................................................................................133
Figura 33 - Índice de Água não Faturada (IANF) no município no período de 2012 a
2015...........................................................................................................................136
Figura 34 - Índice de Perdas (IPD) no Município e no Estado do Ceará no período de
2012 a 2015...............................................................................................................137
Figura 35 - Estação elevatória EERD-02 (Booster Antônio Diogo/Urucusal)...........147
Figura 36 - Reservatório apoiado RAP-08................................................................148
Apoio técnico e institucional:
Figura 37 - Reservatório apoiado RAP-06................................................................149
Figura 38 - Solicitações/reclamações registradas na Central de Atendimento da
Cagece para o distrito Antônio Diogo no ano de 2015.............................................151
Figura 39 - Resultados médios mensais das análises de cor aparente na rede de
distribuição do distrito Antônio Diogo entre os anos 2011 a 2015............................152
Figura 40 - Resultados médios mensais do teor de cloro residual livre na rede de
distribuição do distrito Antônio Diogo entre os anos 2011 a 2015............................153
Figura 41 - Resultados médios mensais da turbidez na rede de distribuição do
distrito Antônio Diogo entre os anos 2011 a 2015....................................................154
Figura 42 - Situação das economias ativas por categorias na localidade Antônio
Diogo em dezembro de 2017....................................................................................158
Figura 43 - Total e idade média dos hidrômetros instalados em Antônio Diogo entre o
período de 2011 a 2015.............................................................................................160
Figura 44 - Consumo, volumes faturado e consumido médios mensais em Antônio
Diogo nos anos de 2011 a 2015................................................................................160
Figura 45 -Croqui do SES existente em Redenção-CE............................................179
Figura 46 - Estação de tratamento de esgoto no bairro Boa Fé, Redenção - CE....181
Figura 47 - Leito de secagem da Ete Redenção......................................................182
Figura 48 - Volumes faturado, coletado e gerado mensal de água por ligação entre
2011 a 2015...............................................................................................................187
Figura 49 - Layout geral do SES projetado para o distrito sede...............................191
Figura 50 - Fluxograma da concepção da Ete..........................................................194
Apoio técnico e institucional:
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Valores estimados dos programas para o Tema Estratégico Saneamento
Básico de 2016-2019 no Ceará...................................................................................32
Tabela 2 - Metas da região do Maciço de Baturité e do estado do Ceará para o Tema
Estratégico Saneamento Básico de 2016-2019..........................................................33
Tabela 3 - Metas da região do Maciço de Baturité e do estado do Ceará para o
Programa de Oferta Hídrica para Múltiplos Usos do Tema Estratégico Recursos
Hídricos de 2016-2019................................................................................................34
Tabela 4 - Limites para diferentes níveis de estado trófico, segundo o sistema de
classificação proposto por Toledo (1990)....................................................................51
Tabela 5 - Limites para diferentes níveis de estado trófico, segundo o sistema de
classificação proposto por Toledo (1990)....................................................................52
Tabela 6 - Situação trófica de açudes das bacias metropolitanas em novembro de
2015.............................................................................................................................53
Tabela 7 - Indicador de desempenho do grau de trofia das Bacias Metropolitanas...54
Tabela 8 - Distribuição dos pontos de água nas bacias metropolitanas e no município
de Redenção em 2016................................................................................................56
Tabela 9 - Precipitação pluviométrica nas Bacias Metropolitanas no período de 2014
a 2015..........................................................................................................................56
Tabela 10 - Casos de morbidade e mortalidade no município de Redenção e no
estado do Ceará, ocasionados por doenças relacionadas ao saneamento básico
inadequado (2014)......................................................................................................66
Tabela 11 - Tipos de unidades de saúde existentes no município de Redenção em
2014.............................................................................................................................67
Tabela 12 - Profissionais de saúde ligados ao SUS - 2014........................................68
Tabela 13 - Crianças acompanhadas pelo Programa Agentes de Saúde (2014).......69
Tabela 14 - Internações e óbitos por diarreia e gastroenterite no município de
Apoio técnico e institucional:
Redenção e outros municípios da microrregião de Baturité (2014)...........................70
Tabela 15 - Estatísticas vitais infantis de Redenção e do Estado do Ceará (2014).. .70
Tabela 16 - Indicadores de Atenção Básica do PSF para o município de Redenção e
Estado do Ceará em 2009..........................................................................................71
Tabela 17 - Número de professores e alunos matriculados em Redenção em 2014.71
Tabela 18 - Rendimento escolar do município de Redenção em 2014......................72
Tabela 19 - Índices de Desenvolvimento Humano do Município de Redenção (IDHM),
do estado do Ceará e do Brasil nos períodos de 1991, 2000 e 2010........................73
Tabela 20 - Índices de Desenvolvimento Municipal (IDM) de Redenção nos períodos
de 2000 e 2010............................................................................................................75
Tabela 21 - Evolução populacional por situação do domicílio no município de
Redenção e seus distritos durante o período de 1991 a 2010...................................76
Tabela 22 - Dados de domicílios particulares e coletivos no município de Redenção e
em seus distritos em 2010..........................................................................................78
Tabela 23 - Densidade demográfica de Redenção nos períodos de 1991, 2000 e
2010, em hab/km²........................................................................................................79
Tabela 24 - Produto Interno Bruto a preços de mercado e Produto Interno Bruto per
capita de Redenção (2008-2012)................................................................................79
Tabela 25 - Produto Interno Bruto de Redenção e do Estado por setores (2012).....81
Tabela 26 - Descrição de Famílias segundo informações do Cadastro Único –
Dez/2015.....................................................................................................................83
Tabela 27 - Receitas e despesas do município de Redenção no ano de 2013..........83
Tabela 28 - Investimentos em Saneamento (água e esgoto) de Redenção por meio
de convênios com órgãos Federais no período 2000-2016.......................................85
Tabela 29 - Investimentos em Saneamento (água e esgoto) de Redenção por meio
de convênios com órgãos Estaduais no período 2011-2016......................................86
Tabela 30 - Ações implementadas e executadas pelos Governos Federal e Municipal
de Redenção até maio de 2016..................................................................................88
Tabela 31 - Dados dos projetos do Programa Água para Todos até junho de 2016..89
Apoio técnico e institucional:
Tabela 32 - Investimentos em abastecimento de água e esgotamento sanitário no
município de Redenção pelo Projeto São José até junho 2016.................................91
Tabela 33 - Investimentos previstos no Plano Plurianual de Redenção (PPA –
2014/2017)..................................................................................................................92
Tabela 34 - Estrutura administrativa dos núcleos sede de Redenção e distrito de
Antônio Diogo..............................................................................................................99
Tabela 35 - Ficha técnica do açude Acarape do Meio..............................................105
Tabela 36 - Total de análises de coliformes totais na saída da Eta Acarape do Meio e
na rede de distribuição de Redenção entre os anos de 2011 a 2015.......................116
Tabela 37 - Total de análises de E. coli na saída da Eta Acarape do Meio e na rede
de distribuição de Redenção entre os anos de 2011 a 2015....................................117
Tabela 38 - RDA do distrito Sede..............................................................................124
Tabela 39 - Ligações do SAA do distrito Sede no período de 2014 a 2017.............127
Tabela 40 - Situação das economias por categorias no distrito Sede em dezembro de
2017...........................................................................................................................128
Tabela 41 - Índice de utilização da rede de água da sede de Redenção no período
de 2014 a 2017..........................................................................................................129
Tabela 42 - Índice de cobertura do SAA do distrito sede durante o período de 2014 a
2017...........................................................................................................................130
Tabela 43 - Índice de hidrometração da localidade sede entre o período de 2011 a
2015...........................................................................................................................131
Tabela 44 - Estrutura tarifária de água (valores válidos a partir de setembro de 2017)
e histograma da competência de dezembro/2017 da localidade Sede....................139
Tabela 45 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no
distrito Sede...............................................................................................................141
Tabela 46 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Sede, Redenção -
CE..............................................................................................................................142
Tabela 47 - Dados populacionais do Sisar na localidade Maleitas em 2016............144
Tabela 48 - Dados técnicos do Sisar nas localidade Maleitas em 2016...................144
Apoio técnico e institucional:
Tabela 49 - RDA do distrito Antônio Diogo................................................................150
Tabela 50 - Total de análises de coliformes totais na rede de distribuição de Antônio
Diogo entre os anos de 2011 a 2015........................................................................154
Tabela 51 - Total de análises de E. coli na rede de distribuição de Antônio Diogo
entre os anos de 2011 a 2015...................................................................................155
Tabela 52 - Ligações na RDA da localidade Antônio Diogo no período de 2014 a
2017...........................................................................................................................156
Tabela 53 - Situação das economias por categorias na localidade Antônio Diogo em
dezembro de 2017.....................................................................................................157
Tabela 54 - Índice de utilização da rede de água da localidade Antônio Diogo no
período de 2014 a 2017............................................................................................158
Tabela 55 - Índice de cobertura do SAA do distrito Antônio Diogo durante o período
de 2014 a 2017..........................................................................................................159
Tabela 56 - Índice de hidrometração da localidade Antônio Diogo entre o período de
2011 a 2015...............................................................................................................159
Tabela 57 - Estrutura tarifária de água (valores válidos a partir de setembro de 2017)
e histograma da competência de dezembro/2017 da localidade Antônio Diogo......162
Tabela 58 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no
distrito de Antônio Diogo...........................................................................................164
Tabela 59 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Antônio Diogo.......165
Tabela 60 - Dados populacionais do Sisar na localidade Mangueiral em 2016.......167
Tabela 61 - Dados técnicos do Sisar na localidade Mangueiral em 2016................167
Tabela 62 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no
distrito de Barra Nova................................................................................................168
Tabela 63 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Barra Nova...........169
Tabela 64 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no
distrito de Faísca.......................................................................................................171
Tabela 65 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Faísca...................172
Tabela 66 - Dados populacionais do Sisar na localidade Olho D'Água dos
Apoio técnico e institucional:
Constantinos em 2016..............................................................................................173
Tabela 67 - Dados técnicos do Sisar na localidade Olho D'Água dos Constantinos em
2016...........................................................................................................................173
Tabela 68 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no
distrito de Guassi.......................................................................................................174
Tabela 69 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Guassi..................175
Tabela 70 - Dados populacionais do Sisar na localidade Serra Vermelha em 2016.
...................................................................................................................................176
Tabela 71 - Dados técnicos do Sisar na localidade Serra Vermelha em 2016.........176
Tabela 72 - Domicílios particulares permanentes por formas de abastecimento de
água – 2010...............................................................................................................177
Tabela 73 - Ligações de esgoto no SES do distrito sede no período de 2014 a 2017.
...................................................................................................................................184
Tabela 74 - Situação das economias por categoria no SES de Redenção até
dezembro de 2017.....................................................................................................185
Tabela 75 - Índice de utilização da rede de esgoto da sede de Redenção no período
de 2014 a 2017..........................................................................................................185
Tabela 76 - Índices de cobertura e atendimento do SES do distrito Sede entre 2014 e
2017...........................................................................................................................186
Tabela 77 - Estrutura tarifária de esgoto (valores válidos a partir de setembro de
2017) e histograma da competência de dezembro/2017 do distrito Sede...............188
Tabela 78 - Características da RCE por Sub-bacia..................................................192
Tabela 79 - Informações técnicas das EEE por sub-bacia.......................................193
Tabela 80 - Características das LR...........................................................................193
Tabela 81 - Características da EEET........................................................................194
Tabela 82 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito
sede...........................................................................................................................195
Tabela 83 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Sede,
Redenção - CE..........................................................................................................197
Apoio técnico e institucional:
Tabela 84 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito
Antônio Diogo, Redenção - CE.................................................................................199
Tabela 85 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Antônio Diogo,
Redenção - CE..........................................................................................................200
Tabela 86 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito
Barra Nova................................................................................................................202
Tabela 87 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Barra Nova.
...................................................................................................................................203
Tabela 88 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito
Faísca........................................................................................................................204
Tabela 89 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Faísca.......205
Tabela 90 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito
Guassi........................................................................................................................206
Tabela 91 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Guassi......207
Tabela 92 - Domicílios particulares permanentes, por existência de banheiro ou
sanitário e tipo de esgotamento sanitário.................................................................208
Tabela 93 - Índices de cobertura do abastecimento de água em 2017 no município
de Redenção - CE.....................................................................................................209
Tabela 94 - Índices de cobertura do esgotamento sanitário em 2017 no município de
Redenção - CE..........................................................................................................212
Apoio técnico e institucional:
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Metas dos indicadores do plano da bacia metropolitana.........................59
Quadro 2 - Correlação entre as classes do SiBCS e as classificações usadas
anteriormente..............................................................................................................62
Quadro 3 - Doenças epidemiológicas ligadas ao saneamento básico.......................65
Quadro 4 - Lista de ações emergenciais e estruturantes para o município de
Redenção apontadas no Plano de Convivência com a Seca do estado do Ceará -
2015.............................................................................................................................94
Quadro 5 - Aspectos Gerais do Contrato de Concessão para exploração dos
serviços púbicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário celebrado entre
a Cagece e o município de Redenção........................................................................97
Quadro 6 - Potencial poluidor–pagador do setor de saneamento..............................98
Quadro 7 - Vertentes assumidas pelo Sisar..............................................................100
Quadro 8 - Quadro resumo com as principais informações das EEs existente no
distrito sede...............................................................................................................121
Quadro 9 - Reservatórios ativos no distrito Sede, Redenção - CE..........................124
Quadro 10 - Quadro resumo com as principais informações das EEs existente no
distrito de Antônio Diogo...........................................................................................147
Quadro 11 - Reservatórios ativos no distrito Antônio Diogo.....................................149
Quadro 12 - Síntese dos problemas identificados para o eixo Abastecimento de Água
em 2017 no município de Redenção - CE................................................................210
Quadro 13 - Síntese dos problemas identificados para o eixo Esgotamento Sanitário
em 2017 no município de Redenção – CE...............................................................213
Apoio técnico e institucional:
1 INTRODUÇÃO
O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) dos serviços de
abastecimento de água potável e esgotamento sanitário do município de Redenção-
CE foi elaborado com base na Lei Federal de nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007,
que estabelece as diretrizes nacionais e os princípios fundamentais para o setor,
buscando-se a universalização, a integralidade do acesso e o fomento de medidas
adequadas à promoção da saúde pública e à proteção do meio ambiente.
É importante enfatizar que, de acordo com o Decreto nº 8.629/2015, que
altera o Artigo 26 do Decreto nº 7.217/2010, que regulamenta a Lei n° 11.445/2007,
após 31 de dezembro de 2017, a existência do PMSB é fator condicionante para
acesso aos recursos orçamentários da União ou aos recursos de financiamentos
geridos ou administrados por órgão ou entidade da administração pública federal,
quando destinados aos serviços de saneamento básico (BRASIL, 2015).
Com o objetivo de apoiar a elaboração deste plano, em conformidade
com o art. 25, § 3º do Decreto Federal nº 7.217/2010, foi firmado convênio de
cooperação técnica entre a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e a
Prefeitura Municipal de Redenção.
Para a coleta das informações dos estudos técnicos foram utilizados
como fontes de consulta o banco de dados dos sistemas da Cagece, Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministérios da Saúde e da Educação,
Portais da Transparência, Prefeitura Municipal de Redenção, além das demais
instituições governamentais a nível Federal e Estadual, observando-se ainda as
diretrizes do Plano Diretor Participativo do Município, Lei Orgânica, Plano Plurianual,
Lei de Parcelamento, Lei do Código de Postura e Política Ambiental do município de
Redenção, do Plano de Gerenciamento das Águas das Bacias Metropolitanas, além
da Lei e do Contrato de Concessão para exploração de serviços públicos de
abastecimento de água e esgotamento sanitário no município.
Constituem-se como produtos deste plano: o diagnóstico situacional dos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário; o prognóstico com os
Apoio técnico e institucional: 19
objetivos e as metas de curto, médio e longo prazos para universalização no
horizonte de 20 anos; programas, projetos e ações necessárias para atingimento
das metas estabelecidas; e, por fim, as ações para emergências e contingências.
Todo o conteúdo do PMSB foi divulgado e apresentado em audiências
públicas, garantindo-se assim mecanismos e procedimentos para avaliação
sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas, por meio da ampla
participação social, conforme preconiza a Lei nº 11.445/2007.
Por fim, destaca-se que o plano deverá ser revisado periodicamente, em
prazo não superior a 4 (quatro) anos, e deverá, posteriormente, ser compatibilizado
e consolidado com os estudos dos demais serviços de saneamento básico (limpeza
urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais
urbanas), visando gerir de forma integrada a infraestrutura sanitária.
Apoio técnico e institucional: 20
2 METODOLOGIA DE TRABALHO
Os dados que embasaram a formulação deste plano são de natureza
primária (dados originais) e secundária (oriundos de outros estudos).
A coleta dos dados primários foi realizada pela equipe da Prefeitura de
Redenção, que recebeu capacitação em treinamento realizado no dia 28 de julho de
2016, na Cagece, ministrado por Diego Oliveira e Priscila Medeiros, com a finalidade
de promover o entendimento acerca dos conceitos teóricos inerentes ao PMSB e
orientar a aplicação dos questionários referentes aos componentes do setor de
saneamento básico nos distritos e localidades do município.
Os agentes da prefeitura foram os responsáveis em obter informações
sobre a situação das localidades e seus respectivos distritos, por meio de coleta de
dados “in loco”, para a elaboração do diagnóstico.
Em paralelo, foram extraídos os dados secundários dos bancos de
informações de diversos órgãos e entidades da administração federal, estadual e
municipal, disponíveis em seus respectivos sítios eletrônicos na Internet, conforme
bibliografia citada. A metodologia adotada obedece a Lei Federal 11.445/2007 (art.
19) e foi abordada em 3 (três) etapas:
a) Caracterização geral do município;
b) diagnóstico técnico;
c) prognóstico.
2.1 Caracterização geral do município
O levantamento das características gerais de Redenção ocorreu por meio
de pesquisa bibliográfica e documental do histórico, localização geográfica, aspectos
fisiográficos e socieconômicos, a partir da coleta de informações de sua bacia
hidrográfica, clima, solo, vegetação, análise dos indicadores de desenvolvimento,
demografia, economia, saúde e educação.
Apoio técnico e institucional: 21
2.2 Diagnóstico Técnico
O diagnóstico técnico foi baseado no levantamento de informações sobre
os serviços, infraestruturas e instalações de abastecimento de água e esgotamento
sanitário, apontando suas deficiências e causas, de modo que as fragilidades e
potencialidades pudessem subsidiar a etapa de prognóstico do plano.
Nesta etapa, foi realizada a primeira Audiência Pública, que ocorreu no
dia 19 de dezembro de 2017, às 09 horas, na Câmara Municipal em Redenção
(Figura 1), com a presença de representantes da Cagece, dos Poderes Executivo e
Legislativo do Município e da sociedade civil, conforme Ata (APÊNDICE A).
Figura 1 - Cartaz da Audiência Pública sobre Diagnóstico dos Serviços de Abastecimento de Água eEsgotamento Sanitário do município de Redenção.
Fonte: CAGECE, 2017.
Apoio técnico e institucional: 22
A audiência teve o objetivo de apresentar o diagnóstico preliminar à
população, para permitir a oportunidade de opinar, sugerir melhorias e criticar o
conteúdo até então elaborado. Após a audiência houve a revisão do diagnóstico por
meio da inserção de novas informações adequadas a realidade do município.
2.3 Prognóstico
Após ao diagnóstico, foram estabelecidas as diretrizes e estratégias que
balizaram o prognóstico. Este por sua vez, envolveu estudos prospectivos dos
sistemas de água e esgoto, definindo os objetivos, as metas e os seus respectivos
prazos de curto, médio e longo prazo, com a finalidade primordial de universalização
dos serviços, que será obtida através da implantação e implementação de
programas, projetos e ações:
a) Ações para situações de emergência e contingência: buscou-se
identificar essas ações, relacionando-as ao setor de saneamento,
objetivando estabelecer medidas de controle para reduzir ou eliminar
os possíveis riscos aos usuários e ao meio ambiente;
b) mecanismos e procedimentos de avaliação e revisão: apresenta um
panorama composto de indicadores divididos em nível político e
estratégico, voltados para a verificação do atendimento dos objetivos e
metas e avaliação dos programas e projetos;
c) viabilidade econômico-financeira: etapa de finalização do plano,
visando a determinação do custo estimativo dos programas, projetos e
ações lançados no prognóstico, bem como das despesas de
exploração, ao longo dos 20 anos de vigência do plano.
Procurando apresentar e discutir melhorias nos programas, projetos e
ações de curto, médio e longo prazos propostos, foi realizada a 2ª Audiência Pública
que ocorreu no dia xx de xxxxx de xxxxx, às xxx horas, no xxxxxxxxxx (Figura 2),
com a participação de representantes da Cagece, dos Poderes Executivo e
Legislativo do Município, da sociedade civil, servidores da administração além de
Apoio técnico e institucional: 23
parte do secretariado municipal conforme Ata (APÊNDICE S/N). (ETAPA APÓS A 1º
CONSULTA PÚBLICA)
Figura 2 - Cartaz da Audiência Pública sobre prognóstico dos serviços de abastecimento de água eesgotamento sanitário do município de Redenção.
Apoio técnico e institucional: 24
3 ASPECTOS LEGAIS
3.1 Legislação Federal
A Lei Federal nº 6.938/1981, que institui a Política Nacional do Meio
Ambiente, tem por objetivo a preservação, a melhoria e a recuperação da qualidade
ambiental propícia à vida, visando assegurar no país condições ao desenvolvimento
socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da
vida humana (art. 2º).
Entre os seus princípios, está o planejamento e a fiscalização do uso dos
recursos ambientais (art. 2º, Inc. III), objetivando entre outros à compatibilização do
desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio
ambiente e do equilíbrio ecológico (art. 4º, Inc. I). Para isso, cabe ao município (art.
6º, §1º e §2º), elaborar normas supletivas e complementares relacionadas ao meio
ambiente, observadas as normas e os padrões federais e estaduais (BRASIL, 1981).
Posteriormente, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu, no art. 23,
Inc. VI e IX, a competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios de proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas, bem como promover a melhoria das condições habitacionais e de
saneamento básico (BRASIL, 1988).
Em relação à legislação aplicável ao setor de saneamento, a Lei nº
11.445/2007 (LNSB), que define as diretrizes nacionais para o saneamento básico
no Brasil, regulamentada pelo Decreto nº 7.217/2010, orienta a articulação com
políticas de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida
e estabelece, entre seus princípios fundamentais, a universalização da prestação
dos serviços (art. 2º, Inc. I), que é conceituada como a ampliação progressiva do
acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento básico (BRASIL, 2007).
Conforme o art. 3º da LNSB, o conceito de saneamento básico é
entendido como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais
dos serviços de:
Apoio técnico e institucional: 25
a) Abastecimento de água potável: constituído pelas atividades,
infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de
água potável, desde a captação até as ligações prediais e os
respectivos instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: composto pelas atividades, infraestruturas e
instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição
final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até
o seu lançamento final no meio ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,
transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo
originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de
atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem
urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o
amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das
águas pluviais drenadas nas áreas urbanas.
Nesse contexto, o município de Redenção deve formular uma política que
englobe os quatro componentes do saneamento básico, tendo o PMSB como
instrumento de definição de diretrizes e estratégias.
Em 2015, foi aprovado o Decreto nº 8.629 que altera o Artigo 26 do
Decreto nº 7.217/2010, que regulamenta a LNSB. De acordo com este decreto, após
31 de dezembro de 2017, a existência do plano de saneamento básico, elaborado
pelo titular dos serviços, será condição para acesso aos recursos orçamentários da
União ou aos recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou
entidade da administração pública federal, quando destinados a serviços de
saneamento básico (BRASIL, 2015).
Outra condição importante é estabelecida no Decreto 8.211/2014, que
altera o art. 34 do Decreto nº 7.217/2010, deliberando que:
Apoio técnico e institucional: 26
“após 31 de dezembro de 2014, será vedado o acesso aos recursosfederais ou aos geridos ou administrados por órgão ou entidade da União,àqueles titulares de serviços públicos de saneamento básico que nãoinstituírem, por meio de legislação específica, o controle social realizado porórgão colegiado, nos termos do inciso IV do caput” (BRASIL, 2014a).
Nesse âmbito, o art. 11, inciso I, da LNSB, estabelece a existência do
PMSB como condição necessária à validade do contrato de prestação dos serviços
públicos de saneamento entre titular e prestador dos serviços. Esses contratos são
dispositivos legais, no qual o titular dos serviços públicos (no caso, o município de
Redenção) pode delegar tais serviços a prestadores (a Cagece, por exemplo), por
tempo determinado, para fins de implantação, exploração e ampliação.
Outro requisito exigido pelo art.11, Inciso II, da referida Lei, é a existência
de estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico-financeira da prestação
universal e integral dos serviços em conformidade com o respectivo Plano, de forma
a garantir sua sustentabilidade com relação aos serviços prestados em regime de
eficiência.
De acordo com o art. 19 da LNSB, conforme ainda a Resolução
Recomendada nº 75/2009 do Conselho Nacional das Cidades, que estabelece
orientações relativas à Política de Saneamento Básico e ao conteúdo mínimo dos
Planos de Saneamento Básico, o plano deverá contemplar:
a) Diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida,
utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos,
ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências
detectadas;
b) objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a
universalização, admitidas soluções graduais e progressivas,
observando a compatibilidade com os demais planos setoriais;
c) programas, projetos e ações necessários para atingir os objetivos e as
metas, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e
com outros planos governamentais correlatos, identificando possíveis
fontes de financiamento;
Apoio técnico e institucional: 27
d) ações para emergências e contingências;
e) mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da
eficiência e eficácia das ações programadas.
Além disso, a LNSB ressalta no art. 19 – § 3º, que o plano deve ser
compatível com o plano da bacia hidrográfica em que o município estiver inserido.
Devendo ainda, segundo o § 4º, ser revisto periodicamente, em prazo não superior a
4 (quatro) anos, anteriormente à elaboração do plano plurianual.
Salienta-se ainda, que a elaboração e a revisão do PMSB deve garantir
ampla participação popular sobre os procedimentos de divulgação, em conjunto com
os estudos, e a avaliação por meio de consulta ou audiência pública, conforme
estabelecido no art. 51 da LNSB (BRASIL, 2007).
Em 2014, foi aprovado pelo Conselho das Cidades o Plano Nacional de
Saneamento Básico (Plansab), que prevê investimento de R$508,5 bilhões para
abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto, resíduos sólidos e
drenagem urbana no país. O documento possibilita o planejamento com visão futura,
para desenvolver ações nos próximos 20 anos, no horizonte de 2014 até 2033.
Do total de investimentos a serem aplicados, R$299,9 bilhões serão
provenientes de recursos de agentes federais e R$208,6 bilhões de outros agentes.
A sua implementação requer a atuação integrada do Governo Federal, estados e
municípios, além de agentes públicos e privados, sob a coordenação do Ministério
das Cidades.
As metas foram divididas em curto, médio e longo prazo, e definidas a
partir da evolução histórica e da situação atual dos indicadores, com base na análise
situacional do déficit em saneamento básico.
De acordo com as metas do Plansab, o desafio da universalização para
os serviços de abastecimento de água potável, em todas as áreas urbanas, está
previsto para o ano de 2023. Em relação ao esgotamento sanitário, a meta principal
é atender 93% das áreas urbanas até 2033.
Em relação à qualidade da água potável, a Portaria nº 2.914/2011
determina os procedimentos de controle e seu padrão de potabilidade (art. 1º). Para
Apoio técnico e institucional: 28
isso, o art. 12, Inciso I, estabelece, entre outras, a competência das Secretarias de
Saúde dos Municípios em exercer a vigilância da qualidade da água em sua área de
competência, em articulação com os responsáveis pelo controle da sua qualidade
para consumo humano (BRASIL, 2011b).
Enquanto para os sistemas de esgotamento sanitário, a Resolução
CONAMA nº 430/2011 estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes, estipulando em seu art. 5º, que estes não poderão conferir ao corpo
receptor características de qualidade em desacordo com as metas obrigatórias
progressivas, intermediárias e final do seu enquadramento (BRASIL, 2011a).
3.2 Legislação Estadual
Considerada o marco regulatório no estabelecimento de medidas voltadas
a proteção ambiental no estado do Ceará, a Lei de nº 11.411/1987, que institui a
Política Estadual do Meio Ambiente, compreende o conjunto de diretrizes
administrativas e técnicas destinadas a orientar a ação governamental no campo da
utilização racional, conservação e preservação do ambiente, em consonância com a
Política Nacional de Meio Ambiente e princípios estabelecidos na Legislação Federal
e Estadual vigentes.
Em 1989 foi promulgada a Constituição do Estado do Ceará, fixando no
Capítulo VIII, exclusivamente, dos direcionamentos destinados ao meio ambiente.
Estando definido no art. 259 que são direitos inalienáveis do povo o meio ambiente
equilibrado e uma sadia qualidade de vida, impondo-se ao estado e à comunidade o
dever de preservá-los e defendê-los.
Em relação ao saneamento básico, segundo o art. 15, Inc. IX, da
Constituição Estadual, são competências do Estado, exercidas em comum com a
União, o Distrito Federal e os Municípios, promover programas de construção de
moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.
De acordo com o art. 252 da referida Constituição, o Estado estabelecerá
política de saneamento, nos meios urbano e rural, obedecendo as respectivas
Apoio técnico e institucional: 29
realidades locais e regionais, constantes nos princípios da Constituição Federal,
sendo estabelecidos por meio dos:
“§1º Assegurar-se-á a participação das comunidades, das instituições e dastrês esferas do Governo no planejamento, na organização dos serviços e naexecução das ações.§2º Os padrões técnicos das obras e serviços de saneamento deverão seradequados tanto ao meio físico quanto ao nível socioeconômico dascomunidades, garantindo-se o mínimo de condições sanitárias.§3º O Estado assegurará os recursos necessários aos programas desaneamento, com vistas à expansão e melhoramento do setor.”
Outra importante legislação ambiental é a Política Estadual de Recursos
Hídricos, Lei nº 14.844/2010, que destaca no art. 2º, entre seus objetivos, planejar e
gerenciar a oferta de água, os usos múltiplos, o controle, a conservação, a proteção
e a preservação dos recursos hídricos de forma integrada, descentralizada e
participativa; além de assegurar que esta possa ser ofertada, controlada e utilizada
em padrões de qualidade e de quantidade satisfatórios, por seus usuários atuais e
pelas gerações futuras, em todo o território do Estado do Ceará.
A referida Lei define no art. 3º, Inc. III, que o planejamento e a gestão dos
recursos hídricos tomarão como base a bacia hidrográfica e deve sempre
proporcionar os usos múltiplos (CEARÁ, 2010b).
Entre suas principais diretrizes (art. 4º, Inc. V) está a integração do
gerenciamento dos recursos hídricos com as políticas públicas federais, estaduais e
municipais de meio ambiente, saúde, saneamento, habitação, uso do solo e
desenvolvimento urbano e regional e outras de relevante interesse social que
tenham inter-relação com a gestão das águas (CEARÁ, 2010b).
Como importante instrumento da Política Estadual de Recursos hídricos,
tem-se os comitês das bacias hidrográficas metropolitanas com atribuição de
proceder estudos, divulgar e debater os programas prioritários de serviços e obras a
serem realizados no interesse da coletividade, definindo objetivos, metas,
benefícios, custos e riscos sociais, ambientais e financeiros.
Destaca-se também como instrumento crucial de planejamento
governamental, no âmbito da administração pública estadual, a Lei nº 15.929/2015,
Apoio técnico e institucional: 30
que dispõe sobre o Plano Plurianual (PPA) do Estado para o período 2016-2019,
orientando as ações adequadas de políticas públicas.
Os investimentos referentes ao saneamento básico estão previstos no
Eixo Ceará Saudável, possuindo como pressupostos da cidadania: “a garantia de
direitos, a promoção da saúde, o fortalecimento das ações comunitárias, a criação
de ambientes favoráveis, o desenvolvimento de habilidades pessoais e mudança de
estilos de vida”. Neste contexto, o Eixo Ceará Saudável contempla 03 (temas)
estratégicos, sendo eles: Saúde; Esporte e Lazer; e, Saneamento Básico (CEARÁ,
2015b).
Os programas de saneamento básico do PPA obedecem as diretrizes da
política nacional para o setor, que preconizam a universalização, a equidade e a
integridade dos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza
urbana/manejo dos resíduos sólidos e drenagem/manejo das águas pluviais,
garantindo assim a proteção do meio ambiente, adequada condição de saúde
pública e a forte interação e controle social na gestão dos serviços de saneamento
(CEARÁ, 2015b).
Vale salientar que o maior volume de recursos do PPA para o período de
2016-2019 está destinado para o Eixo Ceará Saudável com R$ 11.939.077.047,00
(34,2% do PPA). Dessa forma, foi previsto no Tema Estratégico Saneamento Básico
o valor geral de R$ 1.755.191.026,00, que corresponde a cerca 15% da quantia
estimada para o eixo.
Os valores de investimentos previstos para o tema Saneamento Básico
foram rateados em dois programas: I) Abastecimento de água, Esgotamento
Sanitário e Drenagem Urbana e II) Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário
no Meio Rural. Na Tabela 1 é apresentado o detalhamento dos valores por programa
do Tema Estratégico Saneamento Básico.
Apoio técnico e institucional: 31
Tabela 1 - Valores estimados dos programas para o Tema Estratégico Saneamento Básico de 2016-2019 no Ceará.
Programa Esfera Valor 2016 Valor 2017-2019
Abastecimento deÁgua, EsgotamentoSanitário e DrenagemUrbana
Investimentos Estatais 78.310.613,00 21.915.585,00
Despesas de Capital 78.310.613,00 21.915.585,00
Fiscal/Seguridade Social 232.115.002,00 849.797.255,00
Despesas Correntes 293.379,00 362.072,00
Despesas de Capital 231.821.623,00 849.435.183,00
Subtotal 310.425.615,00 871.712.840,00
Total 1.182.138.455,00
Abastecimento deÁgua e EsgotamentoSanitário no MeioRural
Fiscal/Seguridade Social 160.079.888,00 412.972.683,00
Despesas Correntes 6.915.000,00 24.411.757,00
Despesas de Capital 153.164.888,00 388.560.926,00
Total 573.052.571,00
Fonte: CEARÁ, 2015b.
Para o período 2016-2019, o tema Saneamento Básico do PPA tem como
objetivos ampliar a cobertura da população urbana do estado com acesso aos
serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e macrodrenagem e para
a população rural ampliar o acesso aos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário.
Assim, são apresentadas metas para a região de planejamento do Maciço
de Baturité que abrange 13 municípios, dentre eles, Redenção (vide Tabela 2).
Apoio técnico e institucional: 32
Tabela 2 - Metas da região do Maciço de Baturité e do estado do Ceará para o Tema EstratégicoSaneamento Básico de 2016-2019.
Programa/lniciativa
Maciço de Baturité Estado do Ceará
20162017
-2019
Total 20162017
-2019
Total
Abastecimento deÁgua,EsgotamentoSanitário eDrenagem Urbana
Ampliação do serviço deabastecimento de água
0 5 5 7 73 80
Ampliação do serviço deesgotamento sanitário
0 3 3 12 26 38
Promoção de açõessocioambientais deeducação e saúde (pessoasbeneficiadas)
3.218 10.648 13.866 149.421 83.872 233.293
Abastecimento deÁgua eEsgotamentoSanitário no MeioRural
Implementação de soluçãodomiciliar de acesso à águapotável (CisternaImplantada)
1.781 5.343 7.124 25.200 75.616 100.816
Implantação do serviço deabastecimento de água
21 78 99 378 1.100 1.478
Ampliação do serviço deabastecimento de água
3 9 12 39 137 176
Melhoria do serviço deabastecimento de água
1 6 7 16 60 76
Implementação de soluçãodomiciliar de esgotamentosanitário (KIT sanitárioimplantado)
24 73 97 405 1.233 1.638
Prestação de AssistênciaTécnica e Extensão Rural(Produto assistido)
3.863 20.198 24.061 76.200 398.440 474.640
Implantação do serviço deesgotamento sanitário
1 0 1 15 3 18
Implantação dos serviços deágua com esgotamentosanitário simplificado(Sistema de abastecimentode água implantado)
5 31 36 99 257 356
Fonte: CEARÁ, 2015b.Nota 1: (-) sem informações.
No Eixo Ceará Sustentável, há ainda iniciativas voltadas para aumento da
disponibilidade hídrica propostas por meio do Programa de Oferta Hídrica para
Múltiplos Usos do Tema Estratégico Recursos Hídricos, possuindo como objetivo a
Apoio técnico e institucional: 33
garantia da oferta de água para o abastecimento humano, agropecuário, industrial e
de empreendimentos turísticos para centros urbanos e rurais. Na Tabela 3 são
demonstradas as metas e as iniciativas definidas nesse programa.
Tabela 3 - Metas da região do Maciço de Baturité e do estado do Ceará para o Programa de OfertaHídrica para Múltiplos Usos do Tema Estratégico Recursos Hídricos de 2016-2019.
Iniciativa
Maciço de Baturité Estado do Ceará
20162017
-2019
Total 20162017
-2019
Total
Ampliação e garantia da capacidade de acumulaçãohídrica (Barragem construída)
1 2 3 7 18 25
Ampliação e garantia da capacidade de transferênciahídrica (Adutora construída)
0 40 40 128 406 534
Ampliação e garantia da captação de águasubterrânea (Poço instalado)
58 230 288 1.077 3.982 5.059
Ampliação da infraestrutura de abastecimento deágua às comunidades difusas (Sistema deabastecimento de água simplificado implantado)
36 97 133 598 1.333 1.931
Fonte: CEARÁ, 2015b.
No tocante à regulação da prestação dos serviços, em 2009, foi
sancionada a Lei nº 14.394, que define a atuação da Agência Reguladora de
Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce), relacionada aos serviços
públicos de saneamento básico, e dá outras providências (CEARÁ, 2009a).
Nesse aspecto, de acordo com o art.1º, a Arce poderá celebrar convênios
que lhe deleguem a regulação e fiscalização dos serviços públicos de saneamento
básico no âmbito do Estado do Ceará (CEARÁ, 2009a).
Com isso, segundo o art. 4º, a Arce competirá ainda pela regulação,
fiscalização e monitoramento dos serviços públicos de abastecimento de água e de
esgotamento sanitário prestados pela Cagece, exceto se observado o disposto no
art. 9º, inciso II, da Lei Federal nº11.445, de 5 de janeiro de 2007 (CEARÁ, 2009a).
Em referência aos sistemas de esgotamento sanitário, foi publicada pela
Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace) a Portaria de nº
154, de 22 de julho de 2002, que dispõe sobre padrões e condições para
lançamento de efluentes líquidos gerados por fontes poluidoras, com vistas a
Apoio técnico e institucional: 34
promover a saúde e o bem-estar humano como também assegurar o equilíbrio
ecológico dos ecossistemas aquáticos em decorrência da degradação da qualidade
da água dos corpos receptores.
3.3 Legislação Municipal
A Lei Orgânica de Redenção, publicada em 2009, define em seu art. 1,
inciso II, como um de seus princípios fundamentais a proteção do meio ambiente,
logo, competindo ao município, conforme o art. 9 inc. XVIII, instituir e manter
programas para garantir a proteção e a preservação ambiental dos ecossistemas,
em parceria com entidades estaduais e federais.
Outra diretriz a ser considerada na lei por meio do art. 9, é que compete
ao município a prestação direta ou sob regime de concessão ou permissão dos
serviços públicos de interesse local, incluindo nesse caso os serviços de
saneamento básico.
Prevê-se também na lei Orgânica o desenvolvimento de programas de
habitação com a construção de moradias e melhoria das condições habitacionais e
de saneamento básico, de forma progressiva e incluindo as áreas rurais e urbanas
(PMR, 2009).
Cabe ao município, em conjunto com o Governo do Estado, assegurar a
implantação de infraestrutura básica e serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, com vistas à distribuição equilibrada e proporcional à
concentração populacional (art. 140). Vale enfatizar que, de acordo com o art. 143, a
execução da política urbana está condicionada ao direito de todo habitante aos
serviços públicos essenciais, entre eles, saneamento básico.
Outra ferramenta importante prevista na Lei Orgânica, art. 178, é a
promoção de educação ambiental nas instituições de ensino, como instrumento de
sensibilização e conscientização pública, com interferência direta na preservação
ambiental.
Conforme art. 190 é dever do município a preservação dos recursos
Apoio técnico e institucional: 35
hídricos, bem como seu uso racional e a captação de recursos, em parcerias com
entidades estaduais e federais, para a realização de programas de aproveitamento
social dos mananciais, abrangendo:
I. o fornecimento de água potável e de saneamento básico em todo oaglomerado urbano, com mais de mil habitantes, observados os critérios deregionalização de atividade governamental e a alocação de recursos;II. a expansão do sistema de represamento de água com edificação, nasjusantes de açudes públicos, de barragens, bem como a instalação desistema irrigatório como prioridade para as populações mais assoladaspelas secas;III. o aproveitamento das reservas subterrâneas, no atendimento dascomunidades mais carentes.
O Plano Diretor Participativo (PDP) do município de Redenção, foi
instituído pela Lei municipal de nº 1.258, de 12 de dezembro de 2007, constituindo-
se por princípios, regras e mecanismos norteadores da construção e utilização do
território municipal.
Em referência ao saneamento básico, o PDP tem como objetivo
específico (art. 5 inc. II) crucial: o desenvolvimento e a implantação dos sistemas de
água e esgoto em todas as áreas urbanizadas e núcleos de apoio, com prioridades
para aquelas mais adensadas, especialmente, a sede municipal.
No arts. 39 e 40 da lei do PDP constam diretrizes e ações que buscam
implantar o sistema de esgotamento sanitário com a adoção de projetos e
programas com tecnologias adequadas e compatíveis de tratamento e disposição
final das águas residuárias considerando as potencialidades e as especificidades
territoriais, expansionistas e de infraestrutura de cada área do município. Ressalta-
se ainda o envolvimento da participação popular nas ações de planejamento,
execução e controle dos sistemas.
No Arts. 45 e 46 são traçadas diretrizes e ações que visam promover o
abastecimento de água a toda a população urbana e rural, atentando para a
concepção de soluções adequadas em ambas as áreas e de maneira que assegure
a eficiência e o controle dos sistemas de abastecimento de água.
Salienta-se que os projetos e medidas dos serviços de água e esgoto
devem estar integralizados e compatibilizados com os demais serviços de
Apoio técnico e institucional: 36
saneamento básico, manejo/drenagem de águas pluviais e limpeza
urbana/destinação final dos resíduos sólidos (REDENÇÃO, 2007).
Para a Lei de nº 946/2000, que dispõe sobre o parcelamento do solo do
município, torna-se obrigatório que todo o parcelamento seja integrado à
infraestrutura urbana existente (considerando sobretudo, a rede dos serviços
públicos existentes e projetados) e obedecendo aos critérios da municipalidade de
seus órgãos competentes (REDENÇÃO, 2000a).
A Lei nº 948, de 29 de dezembro de 2000, que trata do Código de
Postura, em seu art. 36 estabelece a obrigatoriedade da interligação dos domicílios
que estiverem cobertos com rede pública de esgotamento sanitário. Quando não
houver rede pública de esgotamento sanitário, é admitido a disposição dos esgotos
das edificações em instalações individuais ou coletivas com tratamento via tanque
séptico e sumidouro (REDENÇÃO, 2000b).
Ainda no código de posturas, fica vetado o lançamento dos efluentes de
qualquer edificação na rede de drenagem pluvial (REDENÇÃO, 2000b).
A Política Ambiental do município de Redenção, Lei nº 1.529 de 14 de
fevereiro de 2014, tem como premissa básica possibilitar a população o direito ao
meio ambiente ecologicamente equilibrado com prerrogativa no desenvolvimento
sustentável.
Pela Lei n° 1.529, a garantia ao saneamento ambiental de forma ampla é
caracterizado como importante instrumento de ação e de competência do município,
abrangendo aspectos do abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo
dos resíduos sólidos, drenagem, entre outros.
Na Política Ambiental é reforçada que nas áreas dotadas de redes
públicas de abastecimento de água e esgotamento sanitário os imóveis existentes e
novos deverão se interligar obrigatoriamente, sob pena de sanções previstas nas
leis vigentes aos responsáveis.
Fica impossibilitado na política em questão (REDENÇÃO, 2014a):
a) o despejo direto de águas residuárias sanitárias e de outras origens em
vias públicas e/ou na rede de drenagem;
Apoio técnico e institucional: 37
b) o a introdução de águas pluviais na rede de esgoto;
c) quando não existir sistema público de esgotamento sanitário ou pela
geração de efluente com características qualitativas incompatíveis com
a tecnologia de tratamento adotada nos sistemas públicos, os
empreendimentos de grande porte e/ou significativo potencial poluidor
deverão possuir sistema de tratamento de efluentes.
Destaca-se que o lançamento de esgotos de qualquer fonte poluidora só
poderá ser disposto em corpo receptor se apresentar conformidade com os critérios
e padrões ambientais da legislação vigente (REDENÇÃO, 2014a).
No Art. 82 é previsto o monitoramento e a realização de campanhas de
educação ambiental para controle da qualidade das águas dos poços, com a
instalação de equipamentos de cloração. Fazendo parte das ações de educação
ambiental está ainda a implantação de medidas prioritárias para minimizar as perdas
nos sistemas de abastecimento de água.
Em Redenção, Lei nº 1.538/2014, que altera a lei de nº 1.283 que criou o
Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA), define-se que o
COMDEMA é organismo colegiado local, de caráter consultivo, deliberativo, recursal
e de assessoramento do poder público, com propósito de definir normas e
regulamentos da Política Ambiental e de demais questões associadas ao meio
ambiente, ao desenvolvimento urbano e a melhoria da qualidade de vida dos
habitantes.
Redenção, por meio da Lei Municipal nº 1.051/2003 outorga à Cagece a
concessão para explorar, com exclusividade, no prazo de 30 (trinta) anos, os
serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário, para fins de
implantação, exploração, ampliação e melhoria dos mesmos.
A fiscalização dos serviços é de responsabilidade do município, que
poderá delegar a sua execução à Arce mediante convênio a esse fim (Redenção,
2003).
O Plano Plurianual (PPA) do município, para o quadriênio 2014-2017,
estabelece investimentos de R$ 10.520.00,00 (dez milhões, quinhentos e vinte mil,
Apoio técnico e institucional: 38
novecentos reais) para ações de manutenção do sistema de abastecimento de água;
limpeza urbana e coleta de lixo; implantação de coleta seletiva em todo o município;
construção de reservatórios de água; saneamento básico e manutenção das
atividades da vigilância sanitária (REDENÇÃO, 2013).
Por fim, vale ressaltar que o referido PPA deverá ser revisado à luz dos
investimentos previstos no PMSB, cuja competência seja da prefeitura do município
de Redenção.
3.4 Unidades de Conservação (UCs)
A Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), define como unidades
de conservação:
[…] espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águasjurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídopelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sobregime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadasde proteção.
As unidades de conservação do SNUC estão enquadradas em dois
grupos: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. No primeiro,
o intuito é a preservação da natureza, sendo admitido somente o uso dos recursos
naturais para fins que não envolvam o consumo, coleta, dano ou destruição destes,
com exceção dos casos previstos na respectiva lei. No outro grupo de UC fica
permitido o uso sustentável dos recursos naturais em observância da conservação
do meio ambiente.
São categorias de UCs por parte das Unidades de Proteção Integral
(BRASIL, 2000):
I - Estação Ecológica: […] tem como objetivo a preservação da natureza e arealização de pesquisas científicas;II - Reserva Biológica: […] tem como objetivo a preservação integral da biotae demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferênciahumana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas derecuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo
Apoio técnico e institucional: 39
necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidadebiológica e os processos ecológicos naturais; III - Parque Nacional: […] tem como objetivo básico a preservação deecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica,possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento deatividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contatocom a natureza e de turismo ecológico; IV - Monumento Natural: […] tem como objetivo básico preservar sítiosnaturais raros, singulares ou de grande beleza cênica; V - Refúgio de Vida Silvestre: […] tem como objetivo proteger ambientesnaturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução deespécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.
São categorias de UCs por parte das Unidades de Uso Sustentável
(BRASIL, 2000):
I - Área de Proteção Ambiental: […] é uma área em geral extensa, com umcerto grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos,estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida eo bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicosproteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação eassegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais; II - Área de Relevante Interesse Ecológico: […] é uma área em geral depequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, comcaracterísticas naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros dabiota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais deimportância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, demodo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza;III - Floresta Nacional: […] é uma área com cobertura florestal de espéciespredominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplosustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase emmétodos para exploração sustentável de florestas nativas; IV - Reserva Extrativista: […] é uma área utilizada por populaçõesextrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e,complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animaisde pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vidae a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursosnaturais da unidade; V - Reserva de Fauna: […] é uma área natural com populações animais deespécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias,adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômicosustentável de recursos faunísticos; VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável […] é uma área natural queabriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemassustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longode gerações e adaptados às condições ecológicas locais e quedesempenham um papel fundamental na proteção da natureza e namanutenção da diversidade biológica; VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural: [...] é uma área privada,gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidadebiológica.
Apoio técnico e institucional: 40
Por meio do Decreto Estadual de Nº 20.956, de 18 de setembro de 1990,
foi declarada a Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra de Baturité (Figura 3),
conforme Art. 1º, a região limitada “a partir da cota de 600 metros com coordenadas
geométricas extremas entre 4°08’ e 4°27’ de latitude sul e 38°50’ a 30°05’ de
longitude oeste, inscrita na unidade geográfica da Serra de Baturité, com área de
32.690 hectares” (CEARÁ, 1990).
A APA da Serra de Baturité abrange total ou parcialmente os seguintes
municípios Aratuba, Baturité, Capistrano, Caridade, Guaramiranga, Mulungu, Pacoti
e Redenção (CEARÁ, 1990).
O maciço da Serra de Baturité possui uma cobertura vegetal bastante
complexa, com características de mata úmida. Exercendo forte relevância na
manutenção da disponibilidade hídrica tanto para a região do maciço como para a
região metropolitana de Fortaleza (SEMACE, 2016).
A serra representa um dos mais importantes compartimentos de relevo
elevado do Ceará, com a predominância de solos Podzólicos Vermelhos-Amarelos
Distróficos, que apesar da baixa fertilidade desse tipo de solo, a APA de Baturité
apresenta boas condições de fertilidade natural devido à existência de folhagem e
detritos vegetais advindos da vegetação que tem porte de floresta tropical úmida.
Atualmente, a UC em questão integra o Complexo Florestal da Mata Atlântica
(SEMACE, 2016).
Conforme o Decreto Estadual Nº 20.956/1990 são objetivos específicos
da APA da Serra de Baturité (Art. 2º):
a. proteger as comunidades bióticas nativas, as nascentes dos rios, asvertentes e os solos;
b. proporcionar à população regional métodos e técnicas apropriadas ao usodo solo, de maneira a não interferir no funcionamento dos refúgiosecológicos;c. desenvolver na população regional uma consciência ecológica econservacionista.
Ainda disposto no Decreto Estadual Nº 20.956, por intermédio do Art. 3º, é
vetado ou restringido:
Apoio técnico e institucional: 41
I. A implantação ou ampliação de atividades potencialmente poluidoras,capazes de afetar os mananciais de água, as forma do relevo, o solo e o ar;II. a realização de obras de terraplanagem e a abertura de estradas, quandoessas iniciativas importarem em sensíveis alterações das condiçõesecológicas regionais;III. a derrubada de floresta e a captura ou extermínio de animais silvestresde qualquer espécie;IV. os projetos urbanísticos, inclusive loteamento, sem a prévia autorizaçãoda Superintendência Estadual do Meio Ambiente, de acordo com os arts. 11e 14 da Lei n.º 11.411, de 28 de dezembro de 1987;VI. o uso de agrotóxicos, em desacordo com as normas ou recomendaçõestécnicas oficiais.
Os problemas ambientais diagnosticados na APA são ocasionados devido:
caça de animais silvestres; supressão da vegetação; queimadas; práticas agrícolas
inadequadas, sobretudo, pelo uso indiscriminado de agrotóxicos; disposição
ambientalmente inadequada de resíduos sólidos; poluição dos corpos d'água;
ausência e/ou ineficiência da infraestrutura e serviços de saneamento básico;
especulação imobiliária; e, turismo de massa. Outra questão que merece atenção é
a necessidade de dinamizar as alternativas sustentáveis de fontes de renda para a
população local (SEMACE, 2016).
Apoio técnico e institucional: 42
Fonte: IBGE, 2010; IBAMA, 2015; GOOGLE EARTH, 2016; modificados.
Figura 3 - Localização da APA da Serra de Baturité.
4 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO
4.1 Histórico
O município de Redenção-CE teve origem como distrito policial nomeado
inicialmente de Acarape, criado por Ato Provincial em 1842, e elevado à condição de
vila em 1868, desmembrando-se do município de Baturité (IBGE, 2016).
Por meio da lei Provincial de nº 2167, de 17-08-1889, Acarape foi
denominado de Redenção e elevado à categoria de cidade (IBGE, 2016).
O nome Redenção faz menção ao fato de ter sido a primeira cidade
brasileira a libertar seus escravos, ocorrido em 01 de janeiro de 1983, quando então
chegaram à vila os abolicionistas José Liberato Barroso, General Antônio Tibúrcio,
Padre Guerra, Justiniano de Serpa, José do Patrocínio e João Cordeiro, com o
propósito de presenciarem a libertação dos 116 escravos do lugarejo (UNILAB,
2016).
Em divisão territorial mais recente, originada desde 2005, o município de
Redenção é constituído por 5 (cinco) distritos: Redenção, Antônio Diogo, Barra
Nova, Faísca e Guassi (IBGE, 2016), tal como representado na Figura 4.
Apoio técnico e institucional: 44
Fonte: adaptado IBGE, 2010.Elaborado por: Gerência de Concessão e Regulação (GECOR) – CAGECE – Junho/2016.
4.2 Localização
O município de Redenção localiza-se na porção Norte do Estado do
Ceará, a aproximadamente 61 km da capital Fortaleza, situando-se na Macrorregião
de Baturité, Mesorregião do Norte Cearense e Microrregião de Baturité. Possui área
de 225,63 Km² e está a 88,8 m de altitude. Suas coordenadas geográficas são 4º 13'
33" de latitude, Sul e 38º 43' 50" de longitude, Oeste. Redenção faz limite com os
seguintes municípios: Acarape, Guaiuba, Palmácea, Pacoti ao Norte; Aracoiaba,
Barreira ao Sul; Barreira, Acarape ao Leste; Pacoti, Baturité ao Oeste (Figura 5)
(IPECE, 2015). O acesso ao Município pode ser feito pela rodovia CE-060.
Apoio técnico e institucional: 45
Figura 4 - Mapa do município de Redenção e seus distritos.
Figura 5 - Mapa de localização do município de Redenção - CE.
Fonte: IBGE, 2010; BING MAPS, 2016 (modificados).Elaborado por: Gerência de Concessão e Regulação (GECOR) – CAGECE – Junho/2016.
4.3 Aspectos Fisiográficos
4.3.1 Bacia Hidrográfica
Este tópico aborda a exigência da LNSB, no tocante ao disposto no § 3º,
do art. 19, em que os planos de saneamento básico deverão ser compatíveis com os
planos das bacias hidrográficas em que estiverem inseridos.
Assim sendo, foram avaliadas as informações contidas no Caderno
Regional das Bacias Metropolitanas (CRBM), elaborado em 2009, e no Plano de
Gerenciamento das Águas das Bacias Metropolitanas (PGAMB), elaborado em
2010.
4.3.1.1. Identificação e Caracterização das Bacias Hidrográficas
4.3.1.1.1 Bacias Metropolitanas
O município de Redenção encontra-se inserido na região das Bacias
Hidrográficas Metropolitanas. Situando-se na porção nordeste do estado, limítrofe ao
sul pela bacia do Banabuiú, a leste pela bacia do Baixo Jaguaribe, a oeste pela
bacia do Curu, e ao norte, pelo oceano Atlântico, conforme ilustrado na Figura 6.
Apoio técnico e institucional: 47
Fonte: IBGE, 2010 (modificado).Elaborado por: Gerência de Concessão e Regulação (GECOR) – CAGECE – Junho/2016.
Apoio técnico e institucional: 48
Figura 6 - Mapa de localização da Bacia Hidrográfica Metropolitana.
A área hidrográfica correspondente da bacia metropolitana é de 15.085
km², representando 10% do território do estado e fazendo parte da drenagem de 40
(quarenta) municípios cearenses (CEARÁ, 2009b).
Entretanto, conforme o Decreto Estadual de nº 26.902/2003, que cria o
comitê das bacias hidrográficas (CBH) da região metropolitana de Fortaleza (RMF),
a área de atuação do comitê de bacias da RMF se dá somente em 31 (trinta e um)
municípios.
Representam os municípios drenados pela bacia: em sua totalidade
Acarape, Aquiraz, Aracoiaba, Barreira, Baturité, Beberibe, Capistrano, Cascavel,
Caucaia, Choro, Chorozinho, Eusébio, Fortaleza, Guaiúba, Horizonte, Itapiúna,
Itaitinga, Maracanaú, Ocara, Pacajus, Pacatuba, Pindoretama, Redenção e
parcialmente os municípios de Aracati, Aratuba, Canindé, Fortim, Guaramiranga,
Ibaretama, Maranguape, Morada Nova, Mulungu, Pacoti, Palhano, Palmácia,
Paracuru, Pentecoste, Quixadá, Russas e São Gonçalo do Amarante (CEARÁ, 2003;
CEARÁ, 2009b).
A região hidrográfica é formada por 16 (dezesseis) bacias,
correspondentes aos rios: São Gonçalo, Gereraú, Cauhipe, Juá, Ceará,
Maranguape, Cocó, Coaçu, Pacoti, Catu, Caponga Funda, Caponga Roseira,
Malcozinhado, Choró, Uruaú e Pirangi. Dentre estas, destaca-se os sistemas
Ceará/Maranguape e Cocó/Coaçu e os principais sistemas de drenagem constituído
pelas bacias dos rios Choró, Pacoti, São Gonçalo, Pirangi, Ceará e Cocó (CEARÁ,
2009b).
Vale ressaltar que as bacias com maior extensão de rio principal são as do
Choró, com 200 km; Pirangi, com 177,5 km; e o Pacoti, com 112,5 km, todos em
sentido sudoeste-nordeste.
Os recursos hídricos superficiais da bacia metropolitana são caraterizados
por possuir baixa capacidade de armazenamento e pouca representatividade,
embora, exercendo grande importância no contexto urbano por banharem essas
áreas. Possuem no total 693 reservatórios, tendo 512 com área superior a 5
hectares (CEARÁ, 2009b).
Apoio técnico e institucional: 49
A consolidação da disponibilidade hídrica destas bacias envolve 15
(quinze) reservatórios, em que cada detém capacidade superior a 10 milhões de
metros cúbicos. São eles: Acarape do Meio, Amanary, Aracoiaba, Batente, Castro,
Catucinzenta, Cauhipe, Gavião, Macacos, Malcozinhado, Pacajus, Pacoti, Pompeu
sobrinho, Riachão e Sítio Novos.
No tocante as águas subterrâneas, é importante mencionar que há dois
sistemas aquíferos: o das rochas sedimentares (porosos e aluviais), representando
unidades geológicas com boas condições de armazenamento e fornecimento
hídrico; e, os das rochas cristalinas (fissurais), que apresentam potencial reduzido.
Informa-se que o município de Redenção se encontra inserido na área da
bacia do rio Pacoti, principal manancial da RMF, que tem nascente localizada na
Serra de Baturité e drenando uma área 1.257 km² (CEARÁ, 2010a), apresentando o
açude Acarape do Meio (Figura 7) monitorado em seu território.
Fonte: GOOGLE EARTH, 2016.
A gestão dos recursos hídricos no Ceará é de responsabilidade da
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará – Cogerh. Para
Apoio técnico e institucional: 50
Figura 7 - Imagem de satélite do Açude Acarape do Meio.
as Bacias Metropolitanas, a Cogerh monitora 20 (vinte) açudes, a saber: Amanary,
Acarape do Meio, Aracoiaba, Batente, Castro, Catucinzenta, Cahuipe, Gavião,
Itapebussu, Macacos, Malcozinhado, Maranguapinho, Pacajus, Pacoti, Penedo,
Pesqueiro, Pompeu Sobrinho, Riachão, Sítios Novos e Tijuquinha (COGERH, 2016).
Para analisar a qualidade da água dos açudes, a Cogerh utiliza como base
principal o estado de eutrofização dos mesmos, levando em consideração os
aspectos de: ÍET de Carlson adaptado por Toledo, nutriente limitante, volume
armazenado no açude, observações das gerências regionais, contagem de
cianobactérias e intensidade de plantas aquáticas presentes no espelho d’água
(COGERH, 2016).
A metodologia utilizada pela Cogerh baseia-se no cálculo do IET (para
reservatórios) por meio das Equações 1 e 2, a seguir:
IET (PT )=10×[6⋅−(ln
80,32PT
ln 2)]
Equação 1
IET (Cla)=10x [6−(2,04−0,695×lnCla
ln2)] Equação 2
Onde:
PT = concentração de fósforo total medida à superfície da água (mg.L-1 = mg/m³).
Cla = concentração de clorofila a medida à superfície da água (µg.L-1 = mg/m³).
ln = logaritmo natural (neperiano).
Para a classificação do IET, são considerados os seguintes estados
tróficos: oligotrófico, mesotrófico, eutrófico e hipereutrófico, conforme Tabela 4.
Tabela 4 - Limites para diferentes níveis de estado trófico, segundo o sistema de classificaçãoproposto por Toledo (1990).
Estado trófico IET P total (mg/L) Clorofila a (µg/L)
Oligotrófico IET<44 <0,026 <3,81
Mesotrófico 44<IET<54 0,027 - 0,052 3,82 - 10,34
Eutrófico 54<IET<74 0,053 - 0,211 10,35 - 76,06
Hipereutrófico IET>74 > 0,211 >76,06
Fonte: TOLEDO (1990) citado por PAULINO; OLIVEIRA; AVELINO, 2013.
Apoio técnico e institucional: 51
Para validar o grau de trofia estimada pelo IET, a Cogerh realiza ainda a
contagem de cianobactérias. Na Tabela 5 é demonstrado os intervalos da contagem
de cianobactérias associadas às respectivas classes tróficas propostas (PAULINO;
OLIVEIRA; AVELINO, 2013).
Tabela 5 - Limites para diferentes níveis de estado trófico, segundo o sistema de classificaçãoproposto por Toledo (1990).
Ordem Classe trófica Contagem (Cél./mL) Descrição
1 Oligotrófico até 20.000 Número baixo de cianobactérias
2 Mesotrófico entre 20.00 e 80.000 Número médio de cianobactérias
3 Eutrófico entre 80.000 e 400.000 Número alto de cianobactérias
4 Hipereutrófico acima de 400.000 Número muito alto de cianobactérias
Fonte: PAULINO; OLIVEIRA; AVELINO, 2013
Na Tabela 6 é apresentado o estado de eutrofização dos reservatórios
monitorados das bacias metropolitanas.
Apoio técnico e institucional: 52
Tabela 6 - Situação trófica de açudes das bacias metropolitanas em novembro de 2015.
AçudeFósforo Total
(mg/L)
Clorofila-a
(µg/L)
Cianobactérias
(Células/mL)Estado Trófico
Amanary - - - -
Acarape do Meio 0,144 22,86 230.164 Eutrófica
Aracoiaba 0,135 60,08 404.169 Hipereutrófica
Batente 0,117 90,96 123.961 Eutrófica
Castro 0,185 346,83 3.292.268 Hipereutrófica
Catucinzenta 0,216 62,66 693.601 Hipereutrófica
Cahuipe 0,087 41,83 171.838 Hipereutrófica
Gavião 0,054 32,75 441.526 Hipereutrófica
Itapebussu 0,268 5,61 41.471 Eutrófica
Macacos 0,108 118,82 441.927 Hipereutrófica
Malcozinhado 0,382 292,53 791.316 Hipereutrófica
Maranguapinho 0,265 135,00 454.624 Hipereutrófica
Pacajus 0,575 11,84 46.656 Eutrófica
Pacoti 0,065 57,94 157.591 Eutrófica
Penedo 0,119 19,49 15.292 Eutrófica
Pesqueiro 0,087 232,42 1.377.093 Hipereutrófica
Pompeu Sobrinho 0,311 109,04 409.006 Hipereutrófica
Riachão 0,089 55,89 361.780 Eutrófica
Sitíos Novos 0,370 95,23 755.258 Hipereutrófica
Tijuquinha 0,013 14,33 598.218 Hipereutrófica
Fonte: COGERH, 2016.Nota: (-) Dado inexistente por apresentar condição de reservatório seco.
As informações presentes na Tabela 6 demonstram que, no período
avaliado, os açudes estavam afetados significativamente por elevadas
concentrações de fósforo total, que pode ter ocasionado o crescimento excessivo de
cianobactérias, corroborando assim, o processo avançado de eutrofização e, em
consequência, podendo ter provocado o comprometimento dos múltiplos usos
praticados nesses mananciais.
A partir da análise da Tabela 6 pode-se inferir que 36,8% dos açudes
encontram-se no estado eutrófico e 63,2% no hipereutrófico, classificando a bacia
Apoio técnico e institucional: 53
como resultado de desempenho para o grau de trofia em situação “IMPRÓPRIA”,
conforme a Tabela 7.
Tabela 7 - Indicador de desempenho do grau de trofia das Bacias Metropolitanas.
Faixas Situação
= 100% dos reservatórios Oligotróficos Excelente
> 60% dos reservatórios Oligotróficos Ótima
> 60% dos reservatórios Mesotróficos Boa
< 50% dos reservatórios Eutróficos Aceitável
> 50 % dos reservatórios Eutróficos Insatisfatória
= 100% dos reservatórios Eutróficos Imprópria
Fonte: CEARÁ, 2010a.
A Figura 8, a seguir, traz a localização do município de Redenção em
relação às Bacias Metropolitanas.
Apoio técnico e institucional: 54
Figura 8 - Mapa de localização das bacias metropolitanas.
Fonte: IBGE, 2010 (modificado).Elaborado por: Gerência de Concessão e Regulação (GECOR) – CAGECE – Junho/2016.
No que se refere às águas subterrâneas, estudos de quantificação e
caracterização das captações nas bacias metropolitanas, a partir do cadastro dos
pontos d’água da CPRM – Serviços Geológicos do Brasil (2016), indicam a
existência de 59 pontos d’água no município, sendo 55 poços tubulares, 03
amazonas e 01 fonte natural, captando água tanto em rochas sedimentares como
cristalinas, conforme pode ser visto na Tabela 8.
Tabela 8 - Distribuição dos pontos de água nas bacias metropolitanas e no município de Redençãoem 2016.
Local Poços tubulares Poços amazonas Fontes naturais Total
Bacias Metropolitanas 6197 64 03 6264
Redenção 55 03 01 59
Fonte: CPRM, 2016.
Na Tabela 9 são mostrados os valores da pluviometria registrados nas
Bacias Metropolitanas no período de 2014-2015.
Tabela 9 - Precipitação pluviométrica nas Bacias Metropolitanas no período de 2014 a 2015.
Região Hidrográfica
2014 2015
Normal(mm)
Observado(mm)
Desvio(%)
Normal(mm)
Observado(mm)
Desvio(%)
Bacias Metropolitanas 942,6 670,4 -28,9 942,6 798,8 -15,3
Fonte: FUNCEME, 2016.Nota: A partir de janeiro de 2016, a normal climatológica adotada no calendário de chuvas consideraos dados do período 1981 a 2010.
Na Tabela 9 pode ser observado que nos últimos anos (2014-2015)
ocorreu uma precipitação abaixo da média pluviométrica anual para a região
hidrográfica avaliada.
4.3.1.2. Compatibilidade do pacto das águas das Metropolitanas com o PMSB de
Redenção
Uma vez que o município de Redenção tem sua área territorial inserida
nas Bacias Metropolitanas, o PMSB deve ter seus objetivos, programas, projetos e
ações compatíveis com as diretrizes estabelecidas nos planos da respectiva bacia.
Apoio técnico e institucional: 56
Segundo o CRBM (2009) e PGABM (2010), os principais problemas
ambientais encontrados nas bacias, com impactos no saneamento básico são:
a) Conflitos de uso e ocupação do solo e precariedade das redes de
infraestrutura;
b) degradação antrópica do meio ambiente por meio das atividades da
agricultura, pecuária e carcinicultura;
c) numerosa quantidade de lavras clandestinas;
d) despejos de águas residuárias domésticas e/ou industriais, não
tratados ou tratados ineficientemente;
e) uso indiscriminado de fertilizantes/agrotóxicos;
f) incidência no aumento dos processos erosivos e impermeabilização do
solo;
g) assoreamento dos corpos d'água;
h) disposição inadequada ambientalmente dos resíduos sólidos;
i) contaminação das águas subterrâneas;
j) ocupação irregular e desmatamento das áreas de preservação
permanente dos cursos d'água;
k) alteração da paisagem natural;
l) alteração da qualidade do ar, entre outros.
Procurando reduzir ou extinguir as práticas antrópicas que resultam na
degradação ambiental e também promover políticas e programas para o
desenvolvimento sustentável, o PGABM (2010) propõe como diretrizes:
a) Estimular a educação ambiental em todos os setores sociais;
b) apoiar estudos técnicos e científicos sobre conservação dos recursos
naturais;
c) garantir o direito da sociedade ao meio ambiente equilibrado
ecologicamente;
d) promover o uso sustentável dos recursos naturais;
e) proteger a biodiversidade e as espécies em vias de extinção;
f) realizar a recuperação das áreas degradadas.
Apoio técnico e institucional: 57
Em busca por melhorias nas condições ambientais, voltadas ao setor de
saneamento básico, o PGABM (2010) recomenda as seguintes atividades:
a) criar leis de uso e ocupação do solo que definam orientações para os
municípios preservarem seu patrimônio histórico, artístico e
paisagístico;
b) executar programas de saneamento, com condições sanitárias
ambientalmente adequadas em todo o território municipal;
c) adotar práticas agrícolas orgânicas e de conservação do solo,
compatíveis com o relevo, com as curvas de nível, respeitando a área
de preservação permanente (APP) dos mananciais;
d) implementar programas de coleta seletiva dos resíduos sólidos;
e) elaborar Planos Diretores de desenvolvimento municipal que
identifiquem: as áreas de preservação, as zonas industriais,
residenciais, de lazer, comerciais e as áreas de risco;
f) realizar Códigos de Obras que regulem o modo de execução das
construções nos municípios, buscando garantir condições mínimas de
higiene, saúde e segurança para aqueles que as usam e seus vizinhos;
g) elaborar Códigos de Postura que estabeleçam regras de
comportamento para a vida em sociedade, orientando a utilização dos
espaços públicos e de uso coletivo; a coleta e o destino do lixo
doméstico, hospitalar e industrial; as perturbações do ambiente social
urbano;
h) recuperar a vegetação ciliar da APP e ao longo do curso principal;
i) explorar pecuária com limite de faixa de até 4 km (quatro quilômetros)
distantes da bacia hidráulica dos reservatórios;
j) ampliar o reúso dos efluentes tratados, para irrigação ou para usos
industriais, numa região semiárida que tem carência de água,
apresenta dificuldades de implementação face ao custo entre
distâncias e localizações e, principalmente, à rejeição dos eventuais
Apoio técnico e institucional: 58
usuários destas águas residuárias. Ainda assim, admite-se que, no
futuro, a longo prazo, tal aproveitamento será obrigatório.
No PGABM (2010) foi estipulado metas que visam o adequado
gerenciamento dos recursos hídricos em curto, médio e longo prazos, representando
dessa forma os compromissos assumidos na implantação dos programas e
atividades futuras.
As metas dos indicadores (Quadro 1) foram estabelecidas em cinco
temáticas, levando em consideração: monitoramento ambiental e controle da
poluição; controle da exploração e uso da água; infraestrutura de abastecimento de
água potável; controle da erosão e assoreamento dos corpos hídricos; e, por fim,
viabilidade da gestão dos recursos hídricos.
Quadro 1 - Metas dos indicadores do plano da bacia metropolitana.
MetasCurto prazo Médio prazo Longo prazo
5 anos 10 anos 20 anos
Monitoramento ambiental e controle da poluição
Meta 01 - Plano amostral de coletasde águas para todos osecossistemas com a finalidade dedar suporte à instituição dos índicesde estado trófico e de qualidade deágua
Cobertura de 60%dos corpos
hídricos
Cobertura de 80%dos corpos
hídricos
Cobertura de 100%dos corpos hídricos
Meta 02 - Estabelecer, conforme aResolução CONAMA nº 357/05, oenquadramento de todos osrecursos hídricos de abastecimentospresentes nas bacias
Enquadramento de50% dos corposhídricos lênticos
Enquadramento de70% dos corposhídricos lênticos
Enquadramento de100% dos corposhídricos lênticos e
lóticos
Meta 03 - Coletar e tratar 100% doesgoto urbano
Remoção de 50%da carga orgânica
e ampliação dacoleta de esgoto
para 50%
Remoção de 75%da carga orgânica
e ampliação dacoleta de esgoto
para 75%
Remoção de 100%da carga orgânica
e ampliação dacoleta de esgoto
para 100%
Controle da exploração e o uso da água
Meta 04 - Montar e manteratualizado cadastro de usuários deágua
Desenvolvimentode um cadastro deusuários de água
Manutenção docadastro
Manutenção docadastro
Infraestrutura de abastecimento de água potável
Apoio técnico e institucional: 59
MetasCurto prazo Médio prazo Longo prazo
5 anos 10 anos 20 anos
Meta 05 - Possuir infraestrutura deabastecimento para atendimento de100% da população urbana
Atingir 75% deabastecimento
urbano
Atingir 100% deabastecimento
urbano
Manutenção de100% do
abastecimentourbano
Controle da erosão e assoreamento dos corpos hídricos
Meta 06 - Incentivar a criação e amanutenção de viveiros e banco desementes de espécies nativas
Criação de umviveiro de mudas
de espéciesnativas para cada
bacia
Triplicar o númerode viveiros para
cada bacia
Melhoramento emanutenção dos
viveiros
Meta 07 - Diagnosticar as áreas depreservação permanente (APP) eem processo de desertificação.Iniciar processo de recuperação
Diagnosticar APPs,localizando e
quantificando asáreas com
necessidade derecuperação.
Recuperar 15 km²de APP
Recuperar 30 km²de APP e emprocesso de
desertificação
Recuperar 45 km²de APP e emprocesso de
desertificação
Viabilidade da gestão de recursos hídricos
Meta 08 - Atualização e integraçãodas bases de dados existentes paraas bacias hidrográficas em estudo
Elaboração debanco de dados
integrado
Manutenção debanco de dados
integrado
Manutenção debanco de dados
integrado
Meta 09 - Estudos para aimplementação da cobrança
Consolidação doCadastro.
Determinação detarifas e de seus
impactos
Acompanhamentoda implementação
Acompanhamentoda implementação
Meta 10 - Incentivo a programas detreinamento e capacitação deeducação ambiental e comunicaçãosocial alusivos à gestão de recursoshídricos
Ações regionais elocais emEducaçãoAmbiental
Acompanhamentoe melhoramento
das ações
Acompanhamentoe melhoramento
das ações
Fonte: CEARÁ, 2010a.
Contudo, na compatibilização entre os planos de saneamento e de
gerenciamento das águas das bacias metropolitanas, o PMSB de Redenção
precisará adotar diretrizes envolvendo os componentes abastecimento de água e
esgotamento sanitário para contribuir no alcance dos objetivos e das ações previstas
no PGABM. As principais diretrizes a serem adotadas são:
a) Universalizar o acesso aos serviços de abastecimento de água e de
Apoio técnico e institucional: 60
esgotamento sanitário do Município, minimizando o risco à saúde e
assegurando qualidade ambiental;
b) articular-se com outros planos setoriais correspondentes;
c) fortalecer a cooperação com União, Estado, Município e população
para a aplicabilidade da política municipal de saneamento básico;
d) buscar recursos Federais e Estadual compatíveis com as metas
estabelecidas neste Plano Municipal de Saneamento Básico,
orientando sua destinação e aplicação segundo critérios que garantam
à universalização do acesso ao saneamento básico.
Vale salientar que essas diretrizes servirão como orientação no
estabelecimento dos programas, projetos e ações deste PMSB.
4.3.2 Clima
Segundo o IPECE (2015), o município de Redenção possui clima tropical
quente úmido, tropical quente sub-úmido e tropical quente semi-árido brando, com
temperatura média entre 26 e 28 °C, tendo seu período chuvoso entre os meses de
janeiro a abril.
De acordo com os dados pluviométricos levantados junto a Fundação
Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – Funceme (2016), no período de
1978 a 2015, a precipitação média anual no município foi de 1.128 mm, destacando-
se historicamente os meses de março e abril com as maiores pluviometrias
registradas, com 246,7 e 252,4 mm, respectivamente. Na Figura 9 é ilustrado a
média de distribuição das chuvas mensais em Redenção.
Apoio técnico e institucional: 61
Figura 9 - Precipitação média histórica no município de Redenção, no período entre 1978 e 2015.
Fonte: FUNCEME, 2016.
4.3.3 Solo
De acordo com o Perfil Básico Municipal de Redenção (IPECE, 2015), os
principais tipos de solos encontrados na região são: planossolo solódico e podzólico
vermelho-amarelo.
É importante lembrar que no Sistema Brasileiro de Classificação dos
Solos – SiBCS (2013), as classes de solos passaram por mudanças na
nomenclatura. Diante disso, o Quadro 2 mostra algumas correlações entre as
classes do SiBCS atuais e as classificações usadas anteriormente.
Quadro 2 - Correlação entre as classes do SiBCS e as classificações usadas anteriormente.
Sistema Brasileiro de Classificação de Solos(2013)
Classificações anteriormente usadas naEmbrapa Solos
Planossolos Planossolo Solódico
Argissolos Podzólico Vermelho-Amarelo
Fonte: IPECE, 2015; EMBRAPA, 2013.
Assim, seguem as características gerais dos solos encontrados no
município, conforme o SiBCS:
a) planossolos: solos minerais imperfeitamente ou mal drenados e que
Apoio técnico e institucional: 62
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez0,0
40,0
80,0
120,0
160,0
200,0
240,0
Mês
Pre
cipi
taçã
o P
luvi
omét
rica
(mm
)
apresentam horizonte A ou E seguido de horizonte B plânico. Quando
o horizonte plânico não tem caráter sódico, perde em precedência
taxonômica para o horizonte plíntico. O conjunto de solos dessa classe
ocorrem geralmente em áreas de relevo plano ou suave ondulado,
especialmente em regiões sujeitas à estiagem prolongada e em
condições de clima semiárido;
b) argissolos: solos constituídos por material mineral, com horizonte B
textural imediatamente abaixo de A ou E e argila de atividade baixa ou
alta, conjugada com saturação por bases baixa ou caráter alítico.
4.3.4 Relevo
O relevo do município é caracterizado principalmente por maciços
residuais e depressões sertanejas (IPECE, 2015).
Os maciços residuais cristalinos são constituídos por um conjunto de
formações montanhosas nos vastos aplainamentos que tipificam a depressão
sertaneja. Caracteriza-se por apresentar relevos residuais de grandes dimensões,
com altitudes variando entre 600 e 1.100 metros, geralmente, ocasionadas por
processos de erosão superficial, sustentadas por rochas graníticas e quartzíticas
(BRANDÃO, 2014).
Para Souza, Lima e Paiva (1979), os maciços residuais são formados por
“rochas metamóficas ou intrusivas revestidos primariamente por florestas
perenifólicas ou subperenifólicas com morfogênese química e evolução associada
com os processos de dissecação do relevo”.
A depressão sertaneja representa a unidade de maior extensão
geográfica do relevo cearense, tendo cotas mais baixas (altimetria entre 100 e 350
m) que os planaltos cristalinos e/ou sedimentares, configurando assim a superfície
sertaneja como uma vasta depressão interplanáltica. Recoberta por vegetação da
caatinga de porte e flora bastante diferenciáveis conforme localidade, como também
a distribuição espacial dos solos é bastante diversificada. Quanto a formação das
Apoio técnico e institucional: 63
rochas há uma erosão superficial ao desenvolvimento de áreas aplainadas causados
pelas condições de semi-aridez mais rigorosas (SOUZA; LIMA; PAIVA, 1979;
BRANDÃO, 2014).
4.3.5 Vegetação
A cobertura vegetal predominante na região de Redenção é a caatinga
arbustiva densa e a floresta subcaducifólia tropical pluvial (IPECE, 2015).
4.4 Aspectos Socioeconômicos
4.4.1 Saúde e epidemiologia
Muitas categorias doenças estão relacionadas à falta de saneamento
podendo ser identificadas em função da forma de transmissão pela precariedade
dos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e
manejo de resíduos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
No Quadro 3 pode-se observar as principais doenças epidemiológicas
causadas pela deficiência de saneamento básico.
Apoio técnico e institucional: 64
Quadro 3 - Doenças epidemiológicas ligadas ao saneamento básico.
DoençasÁgua
contaminada
Ausência deesgotamento
sanitário
Resíduossólidos
Drenagem/inundações
Amebíase x x
Animais peçonhentos x
Ascaridíase x x
Cisticercose x
Cólera x x x
Dengue x
Disenteria bacilar x x
Esquistossomose x x
Febre tifóide x x
Febre paratifóide x
Filariose x
Gastroenterites x
Giardíase x x x
Hepatite viral tipo A x x x
Leishmaniose x
Leptospirose x x x
Meningites x
Meningoencefalite x
Peste x
Poliomielite x x
Rubéola x
Salmonelose x
Sarampo x
Shigueloses x
Tétano acidental x
Toxoplasmose x
Tracoma x
Triquinose x
Fonte: Adaptado da FUNASA, 2006.
A situação epidemiológica das doenças transmissíveis tem apresentado
mudanças significativas, observadas por meio dos padrões de morbimortalidade em
todo o mundo, oferecendo desafios aos programas de prevenção. Doenças como
Apoio técnico e institucional: 65
cólera, dengue, meningites, diarreias e gastroenterites persistem, representando
relevante problema de saúde pública, principalmente nos países em
desenvolvimento.
Na Tabela 10, estão apontados os casos de morbidade e mortalidade
ocasionados pelos tipos de doenças citadas acima no município de Redenção e no
Estado para o ano de 2014.
Tabela 10 - Casos de morbidade e mortalidade no município de Redenção e no estado do Ceará,ocasionados por doenças relacionadas ao saneamento básico inadequado (2014).
DoençasMorbidade Mortalidade
Município Estado Município Estado
Cólera - 12 - -
Febre tifóide e paratifóide - 05 - -
Shiguelose - 60 - 01
Amebíase - 10 - -
Diarreia e gastroenterite 132 7404 2 70
Difteria - 03 - -
Poliomielite aguda - - - -
Febre Amarela - - - -
Dengue (clássica e hemorrágica) 21 3306 - 12
Malária - 07 - 01
Leptospirose - 38 - 01
Filariose - 03 - -
Leishmaniose - 582 - 22
Sarampo - 59 - -
Esquistossomose - 02 - -
Meningites - 233 - 16
Ancilostomíase - 01 - -
Outras doenças infecciosas e parasitárias 03 3908 - 74
Total 156 15633 02 197
Fonte: DATASUS, 2016a.Nota¹: (-) Dado(s) não disponível(is) ou inexistente(s) no sítio do DATASUS. Nota²: Consulta realizada em maio/2016.
Em 2014, a maior incidência de morbidade no município de redenção,
relacionadas a insuficiência de infraestrutura de saneamento básico, foi por diarreia
Apoio técnico e institucional: 66
e gastroenterite (n = 132 casos), detendo 1,78% dos casos do Ceará (n = 7404) e
tendo sido registrado 02 (dois) óbitos no município para este tipo de doença.
Ressalta-se ainda que foram registrados 21 casos de morbidade por
dengue, equivalendo a 0,64% das notificações por dengue no estado. Embora tenha
existido casos de dengue no município, não houve nenhuma mortalidade.
4.4.1.1. Cobertura de Saúde
A cobertura de saúde deve buscar a universalidade do acesso aos
serviços de saúde em todos os níveis de assistência, contribuindo para a promoção,
proteção e recuperação da saúde da população.
Para o Ministério da Saúde, estabelecimento de assistência à saúde é
qualquer edificação destinada a prestação de assistência à saúde à população que
demande acesso de pacientes, em regime de internação ou não, qualquer que seja
o seu nível de complexidade.
Na Tabela 11 estão apresentados os principais tipos de unidades de
saúde existentes no município de Redenção até o abril 2016.
Tabela 11 - Tipos de unidades de saúde existentes no município de Redenção em 2014.Tipo de estabelecimento Público Filantrópico Privado Sindicato Total
Academia de Saúde 01 - - - 01
Central de Regulação de Serviços de Saúde 01 - - - 01
Centro de Apoio a Saúde da Família - CASF 01 - - - 01
Centro de Atenção Psicossocial - CAPS 01 - - - 01
Centro de Saúde/Unidade Básica de Saúde 08 - - - 08
Clínica Especializada/Ambulatório Especializado 03 - 01 - 04
Consultório - - 03 - 03
Hospital Geral - 01 - - 01
Posto de Saúde 13 - - - 13
Secretaria de Saúde 01 - - - 01
Unidade Móvel Pré Hospitalar - Urgência/Emergência 01 - - - 01
Total 30 01 04 - 35
Fonte: DATASUS, 2016a.Nota: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s) no sítio do DATASUS.
Apoio técnico e institucional: 67
Analisando-se os dados de 2014, infere-se que o município dispunha de
35 unidades de saúde, sendo a maioria de caráter pública (85,71%), de acesso
universal. Em seguida aparecem os estabelecimentos privados (11,43%),
denominados de Sistema de Assistência Suplementar à Saúde. E há 01 (uma)
unidade de saúde, hospital geral, de esfera filantrópica.
Segundo o Ministério da Saúde – Lei nº 8.080/1990, que dispõe sobre as
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências – o conjunto
de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais,
estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas
pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
O quadro de profissionais de saúde ligados ao SUS, no município de
Redenção, está disposto na Tabela 12 a seguir.
Tabela 12 - Profissionais de saúde ligados ao SUS - 2014.
Discriminação Redenção
Agentes comunitários de saúde 67
Dentistas 16
Enfermeiros 21
Médicos 29
Outros prof. de saúde/nível médio 130
Outros prof. de saúde/nível superior 28
Total 291
Fonte: SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ (SESA) citado por IPECE, 2015.Nota: Profissionais de saúde cadastrados em unidades de entidades públicas e privadas.
De acordo com a Tabela 12, a equipe de profissionais de Redenção
vinculada ao SUS é composta de 291 multiprofissionais alocados em unidades
básicas de saúde, possuindo em sua maioria a categoria de outros profissionais de
saúde de nível médio (44,68%), representados principalmente por técnicos e
auxiliares de enfermagem. Em seguida, têm-se os agentes comunitários de saúde
(23,02%), que são os responsáveis por realizar visitas domiciliares e obter
informações capazes de dimensionar os principais problemas de saúde que afetam
Apoio técnico e institucional: 68
a comunidade.
O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), criado pelo
Governo Federal, tem como objetivo a prevenção de doenças por meio de
informações e de orientações sobre cuidados de saúde. O acompanhamento é
realizado pelos agentes comunitários em famílias residentes em situações de risco
epidemiológico e social.
Um dos estudos realizados pelo PACS está relacionado ao aleitamento
materno. Na Tabela 13, estão apresentados os dados referentes ao município de
Redenção no ano de 2014.
Tabela 13 - Crianças acompanhadas pelo Programa Agentes de Saúde (2014).
Discriminação Município (%) Estado (%)
Até 4 meses só mamando 61,60 68,71
De 0 a 11 meses com vacina em dia 98,90 95,18
De 0 a 11 meses subnutridas (1) 0,56 1,03
De 12 a 23 meses com vacina em dia 99,13 94,74
De 12 a 23 meses subnutridas (1) 1,51 1,81
Peso < 2,5 kg ao nascer 6,31 8,23
Fonte: SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ (SESA) citado por IPECE, 2015.Nota: (1) Crianças com peso inferior a P10.
Observa-se na Tabela 13 que em Redenção 98,90% das crianças com até
11 meses de nascidas e 99,13% com idade entre 1 e 2 anos, acompanhadas pelo
programa agentes de saúde, apresentaram vacinação em dia, possuindo melhor
desempenho quando comparado à situação do Estado.
4.4.1.2. Indicadores de saúde
Os indicadores de saúde são constituídos por meio de dados
relacionados aos casos de doenças ou mortes e são utilizados para avaliar o nível
de saúde da população. Dentre os principais indicadores estão os de morbidade e
mortalidade por diarreia e gastroenterite.
Os dados extraídos do Datasus para esses casos, no município de
Redenção, em comparação com a microrregião de Baturité, são do ano de 2014 e
Apoio técnico e institucional: 69
estão apresentados na Tabela 14.
Tabela 14 - Internações e óbitos por diarreia e gastroenterite no município de Redenção e outrosmunicípios da microrregião de Baturité (2014).
Município Nº de internações Nº de óbitos
Baturité 03 -
Capistrano 05 -
Guaramiranga 03 -
Itapiúna 12 -
Palmácia 07 -
Redenção 132 02
Total 162 02
Fonte: DATASUS, 2016a.Nota: (-) inexistência de casos de doenças ou dados não disponibilizados.
Na Tabela 14 é indicado que em 2014, no município de Redenção, houve
132 internações por diarreia e gastroenterite, representando 81,5% dos casos
ocorridos na microrregião de Baturité. Em relação ao número de óbitos, foram
registrados 02 (duas) mortes na microrregião, ocorridas somente em Redenção.
Os dados de estatísticas vitais para o município em comparação com o
Estado no ano de 2014, estão disponibilizados na Tabela 15.
Tabela 15 - Estatísticas vitais infantis de Redenção e do Estado do Ceará (2014).
Indicadores Município Estado
Nascidos vivos 437 127.421
Óbitos infantis 07 1.575
Mortalidade infantil/1.000 nascidos vivos 16,02 12,36
Fonte: SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ (SESA), 2013 citado por IPECE, 2015.
Para o ano de 2014 (vide Tabela 15), a taxa de mortalidade infantil no
município foi de 16,02/mil nascidos vivos, superior a observada no estado (12,36 por
mil nascidos vivos).
Os dados mais recentes para os Indicadores da Atenção Básica do PSF
são do ano de 2009, conforme Tabela 16.
Apoio técnico e institucional: 70
Tabela 16 - Indicadores de Atenção Básica do PSF para o município de Redenção e Estado do Cearáem 2009.
Indicadores Município Estado
População coberta pelo programa (%) 103,9 76,9
Mortalidade infantil por diarreia (1) 10,5 1,2
Prevalência de desnutrição (2) 1,1 3,3
Taxa de hospitalização por pneumonia (3) 3,2 17,3
Taxa de hospitalização por desidratação (3) 1,8 9,6
Fonte: DATASUS, 2016b.Nota:(1): por 1.000 nascidos vivos;(2): em menores de 2 anos, por 100;(3): em menores de 5 anos, por 1000; menores de 5 anos na situação do final do ano.(-) Dado(s) não disponível(is) ou inexistente(s) no sítio da SESA.
Destaca-se de maneira positiva na Tabela 16, o índice de cobertura da
população pelo Programa de Saúde da Família que esteve acima dos 100%.
Entretanto, tem-se um dado bastante preocupante para o município de Redenção
que foi a taxa de mortalidade infantil por diarreia (10,5 crianças/mil nascidos vivos)
superando em 875% à média do Estado.
4.4.2 Educação
Na Tabela 17 são identificados a quantidade de professores e alunos
regularmente matriculados em Redenção no ano de 2014.
Tabela 17 - Número de professores e alunos matriculados em Redenção em 2014.
Dependência Administrativa Docentes Matrícula inicial
Federal - -
Estadual 71 1669
Municipal 223 5553
Particular 43 631
Total 337 7853
Fonte: SEDUC citado por IPECE, 2015.
Em 2014, Redenção apesentava 337 docentes distribuídos entre as
dependências estadual, municipal e particular, dos quais 66,17% eram da esfera
Apoio técnico e institucional: 71
municipal. Estes números mostram o potencial que a rede escolar tem de disseminar
a educação ambiental em todos os níveis de ensino (Tabela 17).
Ainda de acordo com a Tabela 17, o número de discentes matriculados
chegou a 7.853, com proporção de 1 professor para cada grupo de 24 alunos. Do
total de matriculados, 70,71% eram da rede municipal de ensino. Os dados mostram
o público passível à formação de valores, ideias, atitudes e habilidades voltadas à
prevenção, identificação e solução de problemas ambientais.
Na Tabela 18 pode-se verificar os indicadores educacionais de Redenção
em 2014.
Tabela 18 - Rendimento escolar do município de Redenção em 2014.
DiscriminaçãoEnsino Fundamental (%) Ensino Médio (%)
Município Estado Município Estado
Aprovação 97,00 92,30 85,20 85,00
Reprovação 2,40 5,90 9,80 7,10
Abandono 0,60 1,80 5,00 7,90
Fonte: SEDUC citado por IPECE, 2015.
Com relação ao indicador rendimento escolar (consultar Tabela 18), que
mede os resultados alcançados pelos alunos ao término do ano letivo, o município
apresentou índice de aprovação superior à média do Estado no ensino fundamental,
e valor similar a média estadual no ensino médio. Já para o índice de reprovação foi
menor no ensino fundamental e maior no ensino médio, comparados ao Estado.
4.4.3 Índices de Desenvolvimento (IDHM e IDM)
O desenvolvimento de um município deve ser analisado sob o ponto de
vista econômico e social. Portanto, havendo necessidade de se trabalhar com
indicadores que forneçam informações sobre o nível geral de desenvolvimento do
município, incorporando aspectos como saúde, educação e renda, por exemplo.
Nessa perspectiva, procurou-se evidenciar os dados do Índice de
desenvolvimento Humano do Município (IDHM) e do Índice de Desenvolvimento
Apoio técnico e institucional: 72
Municipal (IDM). O primeiro, é uma medida geral do desenvolvimento humano do
município (envolvendo os componentes de educação, longevidade e renda) e foi
criado para contrapor um outro índice: o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que
considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Já o IDM traz uma
análise multidimensional, uma vez que trabalha com 30 indicadores, divididos em 4
grupos ligados a aspectos fisiográficos, fundiários e agrícolas, demográficos e
econômicos, de infraestrutura e sociais.
Conforme o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD, 2013), o IDHM é um número que varia entre 0 e 1 (quanto mais próximo de
1, maior o desenvolvimento humano). Municípios com IDHM até 0,499 têm
desenvolvimento humano considerado muito baixo; municípios com índice entre
0,500 e 0,599 são considerados de baixo desenvolvimento humano; entre 0,600 e
0,699, são considerados de médio desenvolvimento humano; entre 0,700 e 0,799,
são considerados de desenvolvimento humano alto; e a partir de 0,800 têm
desenvolvimento humano muito alto.
Os resultados para IDHM do Município em relação ao estado do Ceará e
ao Brasil, nos anos de 1991, 2000 e 2010 estão dispostos na Tabela 19.
Tabela 19 - Índices de Desenvolvimento Humano do Município de Redenção (IDHM), do estado doCeará e do Brasil nos períodos de 1991, 2000 e 2010.
PeríodoIDHM Ranking
Redenção Ceará Brasil Estadual Nacional
1991 0,349 0,405 0,493 37º 3286º
2000 0,478 0,541 0,612 46º 3527º
2010 0,626 0,682 0,727 56º 3561º
Fonte: Adaptado PNUD, 2013.
De acordo com a Tabela 19, entre 1991 e 2010, Redenção teve um
aumento no seu IDHM em torno de 79% nas últimas duas décadas, enquanto que
no cenário nacional esse aumento foi de 47% e no estadual de 68%. O hiato de
desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite
máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 42,55% entre 1991 e 2010 (PNUD,
2013).
Apoio técnico e institucional: 73
Com isso, o município saiu da faixa de desenvolvimento humano “muito
baixo” nos anos de 1991 e 2000 para “médio” em 2010. Apesar disso, Redenção
passou a ocupar a 3.561ª posição em relação aos 5.565 municípios do Brasil e, em
relação aos 184 municípios do Ceará, ocupa a 56ª posição (PNUD, 2013).
Os resultados da análise do IDHM e seus componentes IDHM Renda,
IDHM Longevidade e IDHM Educação para os períodos de 1991, 2000 e 2010 estão
representados na Figura 10.
Figura 10- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e seus subíndices para o município deRedenção (1991, 2000 e 2010).
Fonte: Modificado PNUD, 2013.
Na Figura 10, foi evidenciado que o subíndice IDHM-Educação obteve um
acréscimo bastante significativo de 243% do período de 1991 para 2010,
contribuindo fortemente para o progresso do índice geral. Em seguida, registrou-se
os subíndices relativo à renda e à longevidade, com variação positiva menos
expressiva, obtendo um aumento de 35,41% e 25,63%, respectivamente.
É importante destacar ainda que a dimensão com melhor resultado de
desenvolvimento humano em Redenção, embora tendo possuído menor
Apoio técnico e institucional: 74
IDHM Educação
IDHM Renda
IDHM Longevidade
IDHM
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1
0,168
0,425
0,597
0,349
0,331
0,470
0,702
0,478
0,577
0,567
0,750
0,626
1991
2000
2010
variabilidade, ocorreu pela longevidade com IDHM-longevidade igual a 0,750 em
2010.
O Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM) foi lançado em 1998 com o
objetivo principal de traçar um perfil dos municípios e subsidiar decisões políticas
que contribuam para a erradicação da pobreza no Estado. Assim sendo, busca criar
um retrato multidimensional através da análise de 30 indicadores classificados em
quatro grupos socioeconômicos: IG1 – Indicadores Fisiográficos, Fundiários e
Agrícolas; IG2 – Demográficos e Econômicos, IG3 – Infraestruturas de apoio e IG4 –
Sociais.
Os resultados para IDM e seus indicadores para o município de
Redenção nos períodos de 2000 e 2010 estão dispostos na Tabela 20 a seguir.
Tabela 20 - Índices de Desenvolvimento Municipal (IDM) de Redenção nos períodos de 2000 e 2010.
PeríodoÍndice
GlobalRanking Classe IG1 IG2 IG3 IG4
2000 39,48 18° 2 26,08 42,63 39,22 52,14
2010 32,69 29º 3 29,25 16,12 35,23 53,83
Fonte: IMPLANCE, 2002; IPECE, 2012.
Conforme os resultados apresentados na Tabela 20, Redenção caiu 11
posições passando da colocação no ranking Estadual de IDM de 18º em 2000 para
29º lugar em 2010; decaindo também para a classe 3 e se enquadrado nesta com
mais 70 municípios que tiveram índice médio igual a 29,67, com variação entre
23,82 a 39,92.
A queda no ranking e na classe pode ser justificada pela diminuição dos
valores do grupo de indicadores IG2 (demográficos e econômicos), registrando-se
uma baixa acentuada de 42,63 para 16,12 (reduzindo cerca 62%). Informa-se que o
cálculo do IG2 leva em consideração os seguintes indicadores: densidade
demográfica, taxa de urbanização, PIB per capita, percentual do PIB do setor
industrial sobre o PIB total do município, percentual do consumo de energia
industrial e comercial sobre o consumo total, receita orçamentária per capita e
percentual de trabalhadores do emprego formal recebendo mais de dois salários
Apoio técnico e institucional: 75
mínimos mensais.
Menciona-se ainda que os melhores resultados dos índices foram para os
indicadores pertencentes ao IG4 (indicadores sociais), tanto em 2000 como 2010,
com valores similares de 52,14 e 53,83, respectivamente.
4.4.4 Demografia
Neste estudo foram considerados os dados censitários do IBGE para os
anos de 1991, 2000 e 2010. Na Tabela 21 estão apresentados os resultados da
evolução populacional por situação do domicílio, abrangendo os distritos de
Redenção.
Tabela 21 - Evolução populacional por situação do domicílio no município de Redenção e seusdistritos durante o período de 1991 a 2010.
Município e DistritoSituação do
domicílio
Ano Variação
1991/2000 (%)
Variação
2000/2010 (%)1991 2000 2010
Redenção
Total 22.757 24.993 26.415 9,83 5,69
Urbana 10.718 12.787 15.134 19,30 18,35
Rural 12.039 12.206 11.281 1,39 -7,58
Redenção - Sede
Total 9.483 10.528 11.358 11,02 7,88
Urbana 6.192 7.157 7.384 15,58 3,17
Rural 3.291 3.371 3.974 2,43 17,89
Antônio Diogo
Total 7.259 8.377 9.773 15,40 16,66
Urbana 4.086 5.124 6.445 25,40 25,78
Rural 3.173 3.253 3.328 2,52 2,31
Faísca
Total - - 821 - -
Urbana - - 444 - -
Rural - - 377 - -
Guassi
Total 3.738 3.955 2.470 5,81 -37,55
Urbana 404 502 353 24,26 -29,68
Rural 3.334 3.453 2.117 3,57 -38,69
Barra Nova
Total 2.277 2.133 1.993 -6,32 -6,56
Urbana 36 4 508 -88,89 12.600,00
Rural 2.241 2.129 1.485 -5,00 -30,25
Fonte: IBGE – CENSOS (1991, 2000 e 2010).Nota: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s).
Apoio técnico e institucional: 76
Conforme a Tabela 21, o município de Redenção apontou crescimento
populacional de 16% entre os anos de 1991 e 2010, passando de um contingente
populacional de 22.757 para 26.415 habitantes. Essa evolução foi devido ao
aumento da população na zona urbana, que possuiu uma taxa acentuada de
crescimento de 19,30% no período 1991-2000 e de 18,35% no período 2000-2010.
Já na zona rural teve um decréscimo no período de 2000 a 2010 com uma taxa
negativa de -7,58%.
Quanto a situação do domicílio em Redenção, no último censo realizado,
tem-se que a distribuição da população se deu em 57,29% na zona urbana e
42,71% na área rural, apresentando uma distribuição, em termos quantitativos, mais
homogênea.
Em relação aos distritos, na Tabela 21, notou-se que Redenção sede e
Antônio Diego assinalaram acréscimo populacional, configurando-se como as
regiões com maior adensamento do município, com total de, respectivamente,
11.358 e 9.773 habitantes em 2010. Ressalta-se ainda que em ambos os distritos,
um pouco mais de 65% dos residentes dessas áreas residem nos espaços urbanos.
Contudo, Guassi e Barra Nova foram os distritos em que houve uma
redução demográfica entre 1991 e 2010, com taxas negativas de -33,92% e
-12,47%, respectivamente. Diferente de Redenção sede e Antônio Diogo, maior
parte dos habitantes de Guassi e Barra Nova residem nas áreas rurais, ocupando
85,7% e 74,5% da população total do distrito, respectivamente.
Para o distrito de Faísca não foi possível efetuar uma avaliação temporal
demográfica devido à ausência de dados nos Censos de 1991 e 2000. Vale destacar
que Faísca detém apenas cerca de 3% da população do município (821 habitantes,
em 2010), estando sua população distribuída homogeneamente nas zonas rurais e
urbanas.
O Censo demográfico do ano de 2010 foi utilizado para identificar o
número de domicílios considerado para determinação dos níveis de atendimento e
de cobertura do sistema. A Tabela 22 mostra em detalhes a distribuição dos dados
de domicílios particulares e coletivos existentes no município, em nível de distrito.
Apoio técnico e institucional: 77
Tabela 22 - Dados de domicílios particulares e coletivos no município de Redenção e em seusdistritos em 2010.
Município e
distritos
Situaçãodo
domicílio
Totalde
domicílios
Domicíliosparticularesocupados
Média de moradorespor domicílio particular
ocupado (hab/dom)
Domicíliosparticulares
não ocupados
Domicílioscoletivos
Redenção
Total 9.026 7.405 3,56 1.616 5
Urbana 5.100 4.298 3,51 797 5
Rural 3.926 3.107 3,63 819 -
Redenção- Sede
Total 3.590 3.100 3,66 487 3
Urbana 2.352 2.059 3,58 290 3
Rural 1.238 1.041 3,82 197 -
AntônioDiogo
Total 3.482 2.817 3,47 663 2
Urbana 2.238 1.872 3,44 364 2
Rural 1.244 945 3,52 299 -
Faísca
Total 333 262 3,13 71 -
Urbana 175 137 3,24 38 -
Rural 158 125 3,02 33 -
Guassi
Total 872 651 3,79 221 -
Urbana 170 96 3,68 74 -
Rural 702 555 3,81 147 -
Barra Nova
Total 749 575 3,47 174 -
Urbana 165 134 3,79 31 -
Rural 584 441 3,37 143 -
Fonte: IBGE, 2010.Nota: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s).
Em 2010, Redenção possuiu um total de 9.026 domicílios, estando maior
parte dessa quantia situada nos distritos de Redenção sede e Antônio Diogo,
abrangendo 39,77% e 38,58%, respectivamente, do total existente no município.
Salienta-se ainda que cerca de 65% dos domicílios dos distritos citados
anteriormente estão inseridos nas áreas urbanas (vide Tabela 22).
Analisando-se a Tabela 22, pode-se inferir que, em 2010, 17,90% dos
domicílios particulares de Redenção não estavam ocupados, totalizando 1.616
residências distribuídas percentualmente iguais nas zonas rural e urbana do
município. Traduzindo essa informação em áreas distritais tem-se um grau de
desocupação de: 25,34% em Guassi, 23,23% em Barra Nova, 21,32% em Faísca,
Apoio técnico e institucional: 78
19,04% em Antônio Diogo e 13,57% em Redenção sede.
Os dados acerca da densidade demográfica (hab./km²) estão dispostos
na Tabela 23.
Tabela 23 - Densidade demográfica de Redenção nos períodos de 1991, 2000 e 2010, em hab/km².
Município Dens. dem. (1991) Dens. dem. (2000) Dens. dem. (2010)
Redenção 128,35 104,31 117,09
Fonte: IPECE, 2015.
O município de Redenção registrou, no último Censo elaborado pelo
IBGE (2010), uma taxa densidade demográfica de 117 hab/km² (consultar Tabela
23).
4.4.5 Economia
4.4.5.1. Produto Interno Bruto (PIB)
O PIB é o indicador que demonstra a evolução da economia municipal.
Os dados do PIB de Redenção no período de 2008 a 2012 estão apresentados na
Tabela 24 e na Figura 11.
Tabela 24 - Produto Interno Bruto a preços de mercado e Produto Interno Bruto per capita deRedenção (2008-2012).
PeríodoPIB a preços de mercado PIB per capita
Valor (R$ Mil) Variação (%) Valor (R$ 1,00) Variação (%)
2008 90.982 - 3.417 -
2009 98.212 7,95 3.669 7,37
2010 120.713 22,91 4.568 24,50
2011 140.358 16,27 5.289 15,78
2012 139.485 -0,62 5.232 -1,08
Fonte: adaptado de IPECE, 2015.
Apoio técnico e institucional: 79
Figura 11- Evolução do Produto Interno Bruto de Redenção (2008-2012).
Fonte: adaptado de IPECE, 2015.
Considerando valores nominais (preços correntes), ou seja, sem efeito
inflacionário, verificou-se na Tabela 24 que o PIB deteve um aumento de
aproximadamente 53,31% quando analisado o ano de 2012 (R$ 139.485.000,00)
referente à 2008 (R$ 90.982.000,00), porém ressalta-se que houve um recuo de
0,62% no PIB do ano de 2012 para 2011. O PIB per capita apresentou
comportamento semelhante ao PIB dos preços de mercado, com aumento de
53,12% entre 2008 e 2012 e com um recuo de 1,08% no ano de 2012 quando
comparado a 2011.
É válido mencionar ainda que a maior taxa de avanço dos indicadores
ocorreram em 2010 (acréscimo de 22,91% do PIB a preço de mercado e de 24,50%
do PIB per capita comparados ao ano de 2009), seguido do ano 2011 (acréscimo de
16,27% do PIB a preço de mercado e de 15,78% do PIB per capita comparados ao
ano de 2009).
Na Tabela 25 são indicados os resultados mais recentes (2012) do PIB
por setores (agropecuária, indústria e serviços) no município de Redenção.
Apoio técnico e institucional: 80
2008 2009 2010 2011 20120
20.00040.00060.00080.000
100.000120.000140.000160.000180.000
90.9
8298
.212 12
0.71
314
0.35
8
139.
485
3.41
7
3.66
9
4.56
8
5.28
9
5.23
2
PIB a preços de mercado (R$ por mil) PIB per capita (R$)Ano
Tabela 25 - Produto Interno Bruto de Redenção e do Estado por setores (2012).
Variável Município Estado
PIB a preços de mercado (R$ mil) 139.485 90.131.724
PIB per capita (R$) 5.232 10.473
PIB setorial (%)
Agropecuária 6,10 3,38
Indústria 14,96 22,84
Serviços 78,95 73,78
Fonte: adaptado de IPECE, 2015.
Na Tabela 25 foi possível observar que a participação dos setores da
economia no PIB do município acompanhou a tendência do estado, com a maior
representatividade o de serviços (78,95% em Redenção e 73,78% no estado); em
segundo, o da indústria (14,96% em Redenção e 22,84% no estado); e, com menor
influência no PIB, o setor agropecuário (6,10% em Redenção e 3,38% no estado).
O PIB de Redenção em 2012 foi de cerca de 139 milhões de reais,
representando 0,15% do valor do PIB estadual (R$ 90.131.724.000,00). Já o PIB per
capita cearense foi de R$10.473 reais e o do município com R$ 5.232,00, detendo
49,96% do indicador estadual. Esse valor relativamente reduzido, pode demonstrar
fragilidade social e econômica do município, além de indicar também baixa
capacidade de pagamento da população.
Na Figura 12 é ilustrado a renda familiar mensal dos domicílios no
município de Redenção em 2010.
Apoio técnico e institucional: 81
Figura 12 - Percentual do rendimento mensal per capita dos domicílios particulares de Redenção em2010.
Fonte: IBGE, 2010.Nota¹: Salário mínimo utilizado: R$ 510,00. Nota ²: A categoria Sem rendimento inclui os domicílios com rendimento mensal domiciliar somente em benefícios.
Conforme demonstrado na Figura 12, a maioria dos domicílios
particulares permanentes (74,14%) vivem com menos de dois salários mínimos (SM)
por mês, tendo: 31,66% com renda mensal entre 1-2 SM; 26,15% com renda mensal
entre 1/2-1 SM; e, 16,33% com até meio SM. É notório observar que ainda 3,42%
dos domicílios ocupados não possuem rendimento, possuindo como fonte de
rendimento somente em benefícios.
Na Tabela 26 estão apresentados, para o município de Redenção, os
dados do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que traz informações sobre
famílias com renda mensal per capita de até 1/2 salário mínimo ou renda domiciliar
mensal de até três salários mínimos. Tais famílias, com filhos entre idade de 0 a 17
anos, têm perfil para inclusão no Programa Bolsa Família (PBF).
Apoio técnico e institucional: 82
Até 1/2 salário mínimo
Mais de 1/2 a 1 salário mínimo
Mais de 1 a 2 salários mínimos
Mais de 2 a 5 salários mínimos
Mais de 5 a 10 salários mínimos
Mais de 10 a 20 salários mínimos
Mais de 20 salários mínimos
Sem rendimento
0 5 10 15 20 25 30 35
16,33
26,15
31,66
18,99
2,73
0,49
0,23
3,42
Domicílios particulares permanentes (%)
Tabela 26 - Descrição de Famílias segundo informações do Cadastro Único – Dez/2015.
Identificação Quantidade
Famílias cadastradas 5.889¹
Famílias cadastradas com renda mensal per capita de até ½ salário mínimo 5.459¹
Famílias beneficiadas no Programa Bolsa Família 3.817*
Valor total repassado às famílias R$ 557.370,00*
Fonte: MDS, 2016.Nota1: Atualizado até Dezembro de 2015.Nota2: Salário Mínimo em 2015: R$ 724,00.* Mês de referência: maio/2016.
Pode-se inferir que 64,82% das famílias cadastradas no CadÚnico são
beneficiárias do PBF, e 92,70% têm renda mensal per capita de até 1/2 salário
mínimo.
4.4.5.2. Receitas e Despesas
A situação das finanças municipais em 2013 pode ser analisada por meio
do levantamento de suas receitas e despesas públicas, conforme Tabela 27 seguir.
Tabela 27 - Receitas e despesas do município de Redenção no ano de 2013.
ReceitasValor
DespesasValor
R$ mil % R$ mil %
Receita total 51.563 100 Despesa total 47.572 100
a) Receitas correntes 50.178 97,31 a) Despesas correntes 46.309 97,35
Receita tributáriaReceita de contribuiçõesReceita patrimonialReceita de serviçosTransferências correntesOutras receitas correntes
1.4721.8791.520
-43.6211.686
2,853,642,95
-84,603,27
Pessoal e encargos sociaisJuros e encargos da dívidaOutras despesas correntes
31.2011
15.107
67,380,0032,62
b) despesas de capital 1.263 2,65
InvestimentosInversões financeirasAmortização da dívida
945-
318
74,84-
25,16b) receitas de capital 1.385 2,69
Fonte: TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO citado por IPECE, 2015.
Foi evidenciado na Tabela 27 que o município fechou o ano fiscal de 2013
com saldo positivo de R$ 3.991.000,00. Nesse contexto, as receitas correntes
constituíram o principal componente de entrada (97,31%), tendo as transferências
correntes como maior fonte de receita (84,60%). Essas transferências são
compostas de participação na receita da União, com destaque à cota-parte do
Apoio técnico e institucional: 83
Fundo de Participação dos Municípios (FPM), de dezessete milhões de reais; bem
como na receita do Estado, com destaque à cota-parte do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS), de três milhões de reais.
Em relação aos desembolsos totais, as despesas correntes compuseram
a principal componente de saída (97,35%), tendo dessa porção como maiores
despesas os gastos com pessoal/encargos sociais (67,38%) e outros gastos
correntes (32,62%).
4.4.6 Investimentos em Saneamento Básico
Nas Tabela 28 e Tabela 29 estão descritas as informações acerca de
investimentos realizados ou previstos por meio de convênios estabelecidos por
entes da federação (União e Estado, respectivamente) com o município de
Redenção no período de 2000 a 2014.
Apoio técnico e institucional: 84
Tabela 28 - Investimentos em Saneamento (água e esgoto) de Redenção por meio de convênios com órgãos Federais no período 2000-2016.
Ente Órgão Nº Convênio Objeto Vigência Valor conveniado (R$)
Governo
Federal
Ministério daSaúde
569397 Sistema de abastecimento de água Jun/06 a Fev/11 -
530397 Melhorias sanitárias domiciliares Dez/04 a Jan/09 79.700,97
477595 Execução de melhorias sanitárias domiciliares Dez/02 a Dez/04 69.995,12
443477 Execução de melhorias sanitárias domiciliares Jan/02 a Out/03 50.000,00
439634 Execução do sistema de melhorias sanitárias domiciliares Dez/01 a Out/03 46.681,99
439621 Execução de sistema de abastecimento de água Dez/01 a Set/03 75.000,00
438721 Execução de melhorias sanitárias domiciliares (Projeto Alvorada) Dez/01 a Jan/03 47.500,00
413859 Construção de melhorias sanitárias domiciliares Jan/01 a Set/02 22.153,85
569404 Sistema de esgotamento sanitário Jun/06 a Jun/07 270.000,00
Ministério daIntegraçãoNacional
613591 Implantação de sistema de abastecimento de água Dez/07 a Jan/12 135.800,00
589208 Obras de infraestrutura hídrica em Redenção - CE Jan/07 a Jun/10 126.181,81
Total (Federal) 923.013,74
Fonte: PORTAL DA TRANSPARÊNCIA GOVERNO FEDERAL, 2016. Nota¹: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s);
Tabela 29 - Investimentos em Saneamento (água e esgoto) de Redenção por meio de convênios com órgãos Estaduais no período 2011-2016.
Ente Órgão Nº SIC Objeto Vigência Valor conveniado (R$)
GovernoEstadual
Secretaria doDesenvolvimento
Agrário
710839
(SPJ-005744/CONV-2011/0051) Implantação de SAA com captação pormeio de injetamento em adutora existente que abastece o distrito deAntônio Diogo, consta de adutora de água tratada de 190m, reservatóriosemi enterrado com volume de 30m³, casa de proteção da estaçãoelevatória, reservatório elevado de 15m³ com fuste de 9m, rede dedistribuição de 1410m e 51 ligações prediais
Mai/11 a Jun/12 120.580,67
710754
(SPJ-005743/CONV-2011/0050) Implantação de SAA com captação pormeio de injetamento em adutora existente que abastece o distrito deAntônio Diogo, consta de adutora de água tratada de 317m, reservatóriosemi enterrado com volume de 30m³, casa de proteção da estaçãoelevatória, reservatório elevado com volume de 15m³ e fuste de 9m,rede de distribuição de 1937m e 51 ligações prediais
Mai/11 a Jun/12 131.233,34
943511
CT 164/2014 - COPPE - Constitui objeto deste contrato, contratação deempresa na prestação de serviços de engenharia para implantação de14 sistemas de abastecimento de água em comunidades no meio rural,no âmbito do programa água para todos no estado do Ceará
Nov/14 a Jun/16 1.524.295,84*
887924
CT 034/2013 - COPPE - Contratação de empresa para serviços detransporte e instalação de 14.228 cisternas de polietilenoacompanhadas de bombas manual, nas comunidades rurais dosmunicípios de: Acopiara, Quixelô, Araripe, Porteiras, Potengi, Tarrafas,Redenção, Pacoti, Horizonte, Capistrano, Itapiúna, Alcântaras, Graça eMeruoca
Abr/13 a Jun/16 17.560.000,00*
722288
CC 149/2011 - COPPE/cisternas - Construção de 1.780 (um milsetecentos e oitenta) cisternas de placas nos municípios de Aratuba,Guaramiranga, Mulungu, Pacoti, Redenção, Palmácia, Baturité, Itapiúnae Barreira no estado do Ceará
Jul/11 a Jan/13 2.869.195,72*
554255Construção de 1.832 cisternas de placas nos municípios de Acarape,Aratuba, Barreira, Baturité, Caucaia, Guaramiranga, Meruoca, Mulungu,Pacoti, Pacujá, Palmácia e Redenção no estado do Ceará
Mar/10 a Nov/11 3.028.540,80*
Fonte: PORTAL DA TRANSPARÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, 2016.Nota¹: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s);Nota²: (*) Investimento total do Governo Estadual para os municípios cearenses, incluindo-se Redenção.
Tabela 29 - Investimentos em Saneamento (água e esgoto) de Redenção por meio de convênios com órgãos Estaduais no período 2011-2016. (Conclusão)
Ente Órgão Nº SIC Objeto Vigência Valor conveniado (R$)
GovernoEstadual
Secretaria doDesenvolvimento
Agrário
943508
CT 165/2014 - COPPE - Constitui objeto deste contrato, contratação deempresa na prestação de serviços de engenharia para implantação de20 sistemas de abastecimento de água em comunidades no meio rural,no âmbito do programa água para todos no estado do ceará
Nov/14 a Ago/16 4.481.852,70*
892743
CT 049/2013 - COPPE - Aquisição de 14.228 bombas d'água manuais,em ferro fundido dúctilo e 14.228 válvulas de pé com crivo de bronze,para instalação em cisternas de polietileno de 16.000 litros, para pprograma água para todos, nos municípios de Acopiara, Tarrafas,Redenção, Horizonte, Capistrano e Sobral
Jun/13 a Jun/14 1.338.570,24*
881128
CT 177/2012- COPPE - Contratação de empresa na prestação deserviços de ação social e concepção de sistemas simplificados deabastecimento de água, no âmbito do programa água para todos, nosterritórios do Cariri, Sertão Central Sul, Chapada da Ibiapaba, Sobral,Litoral Extremo Oeste, Sertão Central, Sertões Inhamus/Crateús,Sertões de Canindé, Vale do Curu/Aracatiaçu, Metropolitano Fortaleza,Médio Jaguaribe, Litoral Leste e Maciço de Baturité
Dez/12 a Jun/14 5.393.726,13*
Total (Estadual) 36.447.995,44
Fonte: PORTAL DA TRANSPARÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, 2016.Nota¹: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s);Nota²: (*) Investimento total do Governo Estadual para os municípios cearenses, incluindo-se Redenção.
A partir da análise da Tabela 28, notou-se que o maior montante de
investimentos em saneamento básico, contemplando apenas os serviços de água e
esgoto, no período 2001-2012, a nível Federal, foi proveniente do Ministério da
Saúde com R$ 661.031,93 para execução de melhorias sanitárias domiciliares e em
sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
Em seguida, no âmbito federal, encontram-se os investimentos oriundos
do Ministério da Integração com R$ 261.981,81 para a construção de obras de
infraestrutura hídrica e implantação de sistemas de abastecimento de água no
município.
Em nível estadual, os investimentos ocorreram por parte da Secretaria de
Desenvolvimento Agrário (Tabela 29), em que fora incluído o município de Redenção
por alguns convênios, que somados, custaram mais de R$ 36 milhões, para
implantação de cisternas de polietileno e de placa, recuperação e/ou ampliação de
sistemas de abastecimento de água em vários municípios do estado do Ceará,
inclusive com recursos destinados principalmente para as comunidades rurais.
Na Tabela 30 são mostradas as ações implementadas e executadas, até
maio de 2016, no combate a seca e convivência com a estiagem em Redenção, por
intermédio do Governo Federal em parceria com os governos locais.
Tabela 30 - Ações implementadas e executadas pelos Governos Federal e Municipal de Redençãoaté maio de 2016.
Ações e Equipamentos Quantidade
Carros pipa em operações (Governo Federal) 05
Carros pipa em operações (Governo Estadual) 0
Cisternas construídas 2.186
Bolsa estiagem (nº de bolsas) 1.131
Garantia safra (nº de benefícios) 2.982
Retro (máquinas entregues) – PAC 01
Motoniveladora (máquinas entregues) – PAC 01
Número de operações (linha de Crédito) 1.420
Volume ofertado R$ 6.908.778,09
Fonte: OBSERVATÓRIO DA SECA DO GOVERNO FEDERAL, 2016.
Apoio técnico e institucional: 88
É esboçado na Tabela 30 que atualmente Redenção, que está em
situação de emergência de estiagem, conta com o reforço no abastecimento da
operação de 05 (cinco) carros pipas, além de ter sido executado até recentemente a
construção de 2.186 cisternas.
Outro importante programa concebido pelo Governo Federal é o “Água
para Todos”, que tem como objetivo universalizar o acesso e o uso da água para
populações carentes. O Ministério da Integração é o Órgão Federal financiador,
sendo a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) o Executor do programa no
Estado do Ceará.
Pode ser visto na Tabela 31, a partir do programa Água para Todos, os
investimentos para implantação de sistemas de abastecimento de água em áreas
rurais do município de Redenção até a competência de junho/2016.
Tabela 31 - Dados dos projetos do Programa Água para Todos até junho de 2016.
Nº doprojeto
Comunidadebeneficiada
Situação Nº de famílias Valor (R$)
1077 Currais I Em execução 107 660.193,37
1078 Currais II Em execução 146 129.520,01
1079 Lagoa Dantas Paralisado 120 579.846,21
1080 PirambuElaborado pela SDA e Encaminhadoao Projeto São José para Licitação
61 54.419,85
1081 Serra Verde Em execução 45 215.678,75
1082 Sítio Saco do Guassi Em execução 49 119.267,17
1083 Susto I e IIElaborado pela SDA e Encaminhadoao Projeto São José para Licitação
147 715.949,61
Total 675 2.474.874,97
Fonte: SDA, 2016.
No Programa Água para Todos, conforme a Tabela 31, tem-se registrado
até junho/2016 um valor de investimento no total de R$ 2.474.874,97, destinados a
implantação de sistemas de abastecimento de água em áreas rurais do município de
Redenção que irá beneficiar 675 famílias.
Recentemente, o Governo do Estado do Ceará criou o Programa de
Combate à Pobreza Rural, em que está inserido o Projeto São José - atualmente em
Apoio técnico e institucional: 89
sua terceira fase, sendo responsável por investimentos em infraestrutura básica e da
organização da agricultura familiar, com implantação de sistema de abastecimento
de água, melhorias sanitárias e mecanização agrícola nas comunidades rurais com
até 500 famílias no interior do Estado.
O Projeto tem atuação em 177 municípios e prioriza os grupos sociais
mais carentes, organizados por interesses comuns e representados por suas
entidades associativas devidamente legalizadas (produtores rurais, pescadores,
artesãos, etc).
Destacam-se como órgãos estaduais parceiros do Projeto a Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATERCE), a Superintendência de Obras
Hidráulicas (SOHIDRA), a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), o
Centro de Educação Tecnológica do Estado do Ceará (CENTEC), além dos
Conselhos Municipais de Desenvolvimento Sustentável (CMDS) que são os
responsáveis pela aprovação das propostas de financiamento e fazem o
acompanhamento da implantação e operacionalização dos investimentos.
O Governo do Estado participa com 90% dos recursos financeiros, dos
quais 15% são provenientes do Tesouro do Estado e 75% de empréstimos
contratados junto ao Banco Mundial, enquanto a Comunidade participa com 10% do
custo do subprojeto, que geralmente são materiais e mão de obra (SDA, 2014).
De acordo com a Sohidra (2016), o Projeto São José beneficiou, até 2011,
cerca de 88.833 famílias no Estado, por meio de 1.637 sistemas de abastecimento
domiciliar construídos e 44 em execução. Já em 2012, até o mês de maio, mais de
17 sistemas foram concluídos, atendendo a 607 famílias, num total de
R$1.071.269,29 investidos.
Em relação ao município de Redenção, os dados mais recentes do
Projeto São José foram disponibilizados pela Cagece, SDA e SOHIDRA, conforme
Tabela 32.
Apoio técnico e institucional: 90
Tabela 32 - Investimentos em abastecimento de água e esgotamento sanitário no município deRedenção pelo Projeto São José até junho 2016.
Comunidade Entidade RepresentativaFamílias
beneficiadasValor (R$)
Sistemas de abastecimento de água
MaleitasAssociação do DesenvolvimentoComunitário de Itapai
51 91.171,98
Mangueiral Associação Vitoria do Mangueiral 51 86.651,72
Serra VermelhaAssociação Comunitária de SerraVermelha
69 81.797,76
PiroásAssociação dos Agricultores de Baixasdo município de Redenção
113 565.969,98
Total 284 825.591,44
Sistemas de esgotamento sanitário
PiroásAssociação dos Agricultores de Baixasdo município de Redenção
104 630.563,59
Serra VermelhaAssociação Comunitária de SerraVermelha
16 96.759,17
Total 120 727.322,76
Fonte: CAGECE, 2016; SDA, 2016; SOHIDRA, 2016.Nota: (-) Dado(s) não disponível(eis) ou inexistente(s).
Os investimentos executados/licitados do projeto São José para os
sistemas de abastecimento de água em Redenção, no período de 2010 a 2016,
contemplaram 284 famílias, com total de recursos financeiros em R$ 825.591,44. Já
para os sistemas de esgotamento sanitário foram atendidas 120 famílias com
investimentos totalizando R$ 727.322,76.
Na Tabela 33 são especificadas as ações em saneamento básico do
Plano Plurianual (PPA) do município de Redenção para o período de quatro anos
(2014-2017).
Apoio técnico e institucional: 91
Tabela 33 - Investimentos previstos no Plano Plurianual de Redenção (PPA – 2014/2017).
Investimento/AçãoValor (R$)
Total (R$)2014 2015 a 2017
Manutenção do sistema deabastecimento de água
130.000,00 450.000,00 580.000,00
Limpeza urbana e coleta de lixo 600.000,00 1.940.000,00 2.540.000,00
Implantação da coleta seletiva emtodo o município
70.000,00 140.000,00 210.000,00
Construção de reservatórios de água 300.000,00 650.000,00 950.000,00
Saneamento básico 2.500.000,00 3.000.000,00 5.500.000,00
Manutenção das atividades devigilância sanitária
170.000,00 570.000,00 740.000,00
Total 10.520,000
Fonte: REDENÇÃO, 2013.
No município de Redenção está previsto no PPA investimentos em torno
de R$ 10,5 milhões em ações voltadas ao saneamento básico, construção de
reservatórios, limpeza urbana e coleta de resíduos sólidos, coleta seletiva, entre
outros.
Apoio técnico e institucional: 92
4.4.7 Plano Estadual de Convivência com a Seca
Diante da escassez de chuvas nos últimos anos, o Governo do Estado
apresentou, em fevereiro de 2015, o Plano Estadual de Convivência com a Seca –
Ações Emergenciais e Estruturantes. Este documento é um referencial importante
para as ações do governo no enfrentamento do problema e na promoção de
iniciativas de bases sustentáveis para o desenvolvimento do Estado.
O plano tem uma concepção de curto (ações emergenciais) e de médio e
longo prazo (ações estruturantes), com soluções pensadas pautadas em ações
necessárias para o atendimento das demandas dos diversos setores da sociedade,
o que transcende apenas a visão hídrica do problema.
Para tanto, o documento foi concebido em torno de 06 (seis) grandes
eixos de atuação, que correspondem as principais linhas de atuação do Governo do
Estado a fim de se alcançar os objetivos pretendidos. Assim, tendo como base o
desenvolvimento sustentável e de convivência com a seca, foram definidos os
seguintes eixos: I - Gestão Institucional Integrada; II - conhecimento e inovação; III -
segurança hídrica; IV - segurança alimentar; V - sustentabilidade econômica; VI -
benefícios sociais.
Analisando-se o eixo Segurança Hídrica, Redenção integra a lista de
municípios em situação de alerta, com possibilidade de entrar em colapso entre
outubro e dezembro de 2015 (ANEXO A - Mapa 7 do Plano Estadual de Convivência
com a Seca). Para isso, são previstas ações emergenciais e, em conjunto, medidas
estruturantes que devem ser implantadas com vistas a garantir uma solução mais
efetiva e duradoura para o problema da seca, assim como listados no Quadro 4.
Apoio técnico e institucional: 93
Quadro 4 - Lista de ações emergenciais e estruturantes para o município de Redenção apontadas noPlano de Convivência com a Seca do estado do Ceará - 2015.
Tipo Ação
Emergencial
Aquisição de Etas móveis (29 para uso em todo o Estado)
Instalação e eletrificação, com chafariz, de poços existentes na zona rural - Água para Todos(395 em 115 Municípios)
Locação, construção, teste de vazão com análise físico-química e instalação de sistemas sim-plificados com chafariz em poços (300 poços)
Teste de vazão com análise físico-quimica de poços profundos já perfurados pela Sohidra (300poços)
Construção direta de novos poços nas sedes municipais pela Sohidra (750 Poços em todo oEstado)
Instalação e eletrificação, com chafariz, de poços existentes com dessalinizador de 800L/h (100em todo o Estado)
Instalação e eletrificação, com chafariz de 5.000L de poços existentes com vazão acima de1.000L/h. (500 em todo o Estado)
Aquisição de unidade para tratamento de água - Sistema de Abastecimento de Água (SAA)(900 em 129 Municípios)
Manutenção do setor apícola – colmeias (168 municípios)
Execução do programa leite fome zero (36,5 milhões de litros para atender gestantes, nutrizese idosos)
Execução das ações do programa garantia safra 2015 (334.113 vagas para agricultores em182 municípios)
Implantação do projeto seguro pesca para pescadores continentais (2.871 pescadores benefici-ados)
Estruturante
Implantação de sistema de abastecimento de água e esgotamento sanitário - Projeto São JoséIII (90 sistemas na zona rural de 50 municípios)
Implantação de Sistema Simplificado de Abastecimento de Água (SSAA) - Água para Todos(603 sistemas simplificados em 148 municípios)
Implantação dos distritos de medição e controle para redução de perdas
Aquisição e instalação de macromedidores para grandes consumidores agrícolas (Todo o Esta-do)
Implantação de kits de irrigação (2.187 kits em 131 municípios)
Capacitação de famílias e implantação de projetos produtivos em comunidades rurais – ProjetoSão José III e Paulo Freire (933 projetos produtivos)
Implantação de unidades de palmas para formar produtores de palmas sementes – projeto Re-palma (30 unidades de um hectare em 26 municípios)
Implantação de projetos produtivos em assentamentos federias – Incra (1.911 famílias em 73assentamentos de 30 municípios)
Implantação de um conjunto de inovações tecnológicas voltadas para escassez hídrica (convê-nio com o Governo Holandês - projeto piloto em um município)*
Fortalecimento do Sistema de Monitoramento e Previsão de Secas (Estações meteorológicas,infraestrutura de processamento, etc)
Elaboração de estudos e pesquisas sobre a alocação de águas (Projeto da Transposição doRio São Francisco: bacias doadora e receptoras)
Fonte: CEARÁ, 2015a (modificado). Nota¹: (*) Projeto piloto com município a ser escolhido.
Apoio técnico e institucional: 94
5 DIAGNÓSTICO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTO SANITÁRIO
O diagnóstico dos serviços, infraestruturas e instalações públicas de
abastecimento de água potável e esgotamento sanitário busca retratar a situação de
cada componente do saneamento básico do município de Redenção, a partir dos
quais foram obtidas informações indispensáveis para auxiliar os gestores no
planejamento e na tomada de decisões, bem como para a discussão com os vários
setores da sociedade, visando garantir a integridade e a efetividade das ações a
serem empreendidas.
5.1 Unidade Territorial de Análise e Planejamento
Para efeito do presente diagnóstico, adota-se o distrito como unidade
territorial de análise e planejamento. Desta forma, mesmo quando existirem dados,
informações ou indicadores por localidade, estes serão agregados e analisados em
nível de distrito.
O município de Redenção possui 05 (cinco) distritos, a saber: Redenção
(sede), Antônio Diogo, Barra Nova, Faísca e Guassi.
Na Figura 13 estão identificadas as localidades existentes por distritos,
obtidas a partir do levantamento dos dados realizados pela prefeitura.
Apoio técnico e institucional: 95
Fonte: IBGE, 2010; PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.
Figura 13 -Distritos e localidades do município de Redenção.
5.2 Aspectos Institucionais
5.2.1 Dos Sistemas operados pela Cagece
O município de Redenção delegou à Cagece por meio de contrato de
concessão a exploração dos serviços públicos de abastecimento de água e de
coleta, remoção e tratamento de esgotos sanitários. O contrato de concessão foi
celebrado em 11 de abril de 2003, com validade de 30 anos, renovável por igual
período (Quadro 5).
Quadro 5 - Aspectos Gerais do Contrato de Concessão para exploração dos serviços púbicos deabastecimento de água e esgotamento sanitário celebrado entre a Cagece e o município deRedenção.
Contrato de Concessão Descrição
Objeto Outorga, com exclusividade, à Cagece, da prestação dos serviçospúblicos municipais de abastecimento de água e esgotamento sanitário,para fins de exploração, ampliação e implantação dos mesmos.
Fundamento Lei Estadual 9.499, de 20 de Julho de 1971, no regulamento geral deprestação de serviços de água e esgoto sanitário do Estado do Ceará,aprovado pelo Decreto Estadual nº 12.844, de 31 de julho de 1978 e naLei Municipal nº 387/02, de 21/06/2002.
Data de assinatura 11/04/2003
Data de vencimento 10/04/2033
Vigência 30 anos, renovável por igual período a critério das partes.
Fonte: CAGECE, 2016.
O objeto do contrato de concessão é a outorga, por parte do município,
com exclusividade à Cagece, da prestação dos serviços públicos municipais de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, para fins de exploração, ampliação
e implantação dos mesmos, exceto nos aglomerados com até 1.500 habitantes.
Uma das exigências deste contrato de concessão, sob responsabilidade
da Cagece, é a elaboração a cada 5 (cinco) anos de um Plano de Exploração dos
Serviços outorgados, contendo os investimentos a serem realizados. No entanto,
com o advento da Lei nº 11.445/2007, o Plano de Exploração dos Serviços deverá
ser substituído pelo Plano Municipal de Saneamento Básico, objeto do presente
trabalho.
Apoio técnico e institucional: 97
Além das obrigações contratuais, a Cagece deve observar outros
regulamentos, tais como as resoluções da Arce, nos termos da Lei Estadual nº
14.394/2009, que define a atuação da citada agência reguladora relacionada aos
serviços públicos de saneamento básico, e dá outras providências.
Outrossim, segundo a Resolução COEMA nº 08/2004, as atividades de
saneamento básico desenvolvidas pela Cagece estão sujeitas ao licenciamento
ambiental para construção, instalação, ampliação, modificação e funcionamento, por
serem classificadas como Potencial Poluidor-Degradador (PPD), conforme mostra o
Quadro 6.
Quadro 6 - Potencial poluidor–pagador do setor de saneamento.
Código Grupo/Atividades PPD
29.00 Saneamento Básico
29.01 Estação de Tratamento de Água (Eta) - com simples desinfecção P
29.02 Eta Convencional M
29.03 Sistema de Abastecimento de Água com simples desinfecção P
29.04 Sistema de Abastecimento de Água com Tratamento Completo M
29.05 Sistema de Esgotamento Sanitário com ETE Não Simplificada A
29.06Sistema de Esgotamento Sanitário com ETE Simplificada - Fossa Séptica e Valas deInfiltração – Fossa Séptica, Sumidouros, Filtro Simplificado e Filtro Anaeróbico
M
Fonte: RESOLUÇÃO COEMA n° 08/2004.Nota: (P) Pequeno potencial poluidor degradador; (M) médio potencial; (A) Alto potencial.
Redenção faz parte do sistema integrado de abastecimento de água dos
núcleos operacionais de Redenção, Acarape, Antônio Diogo e Barreira composto
pela captação no açude Acarape do Meio. A outorga de direito do uso (Nº708/2017)
para captação no açude Acarape do Meio foi renovada em 12 de junho de 2017 com
validade de 08 anos para a finalidade de abastecimento humano.
Até a elaboração do presente plano, a licença de operação do sistema
integrado de abastecimento de água de Redenção, Acarape, Barreira e Antônio
Diogo encontrava-se em processo de renovação. Para o sistema de esgotamento
sanitário existente apenas no bairro Boa Fé do distrito sede não havia licença de
operação.
No que se refere à estrutura física e aos recursos humanos, há dois
Apoio técnico e institucional: 98
escritórios locais da Cagece no município, compreendendo as gerências de núcleos
da sede e do distrito de Antônio Diogo, onde funcionam os serviços administrativos,
operacionais e comerciais.
O município de Redenção está situado na área de abrangência da
Unidade de Negócio da Bacia Metropolitana (UNBME), tendo seu núcleo localizado
na rua Santos Dumont, nº 183, Centro, dispondo atualmente de 11 (onze)
colaboradores, 01 (moto) e 01 (camionete). Já o escritório do distrito de Antônio
Diogo, situado na rua Tereza Cristina s/n, onde funciona os serviços administrativos,
operacionais e comerciais de água, dispondo de 03 (três) colaboradores.
Na Tabela 34 segue os recursos humanos e as instalações dos escritórios
existentes em Redenção.
Tabela 34 - Estrutura administrativa dos núcleos sede de Redenção e distrito de Antônio Diogo.
DistritoTurnos detrabalho
Dias daSemana
Função/Tipo Quantidade
Sede08 às 12 h 13 às 17 h
Segundaa Sexta
Técnico da Eta 01
Operador da Eta 04
Operador de Ete 01
Operador de RDA 03
Gestor de núcleo 01
Estagiário 01
Moto 01
Camionete 01
AntônioDiogo
08 às 12 h 13 às 17 h
Segundaa Sexta
Gestor de núcleo 01
Operador de RDA 02
Moto 01
Fonte: CAGECE, 2016.
5.2.2 Dos sistemas implantados pelo SISAR
O Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar) começou a ser
implantado no Ceará em 1996, nas bacias do Acaraú e Coreaú. Atualmente, existem
8 (oito) unidades do Sisar distribuídos pelas bacias do estado.
Apoio técnico e institucional: 99
O Sisar beneficia pequenas comunidades e visa garantir, a longo prazo o
desenvolvimento e manutenção dos sistemas implantados de forma
autossustentável.
Esses sistemas são Organizações Não Governamentais (ONGs) sem fins
lucrativos, formados por associações comunitárias, com a participação e orientação
da Cagece.
Buscando fomentar as vertentes administrativa, técnica e socioambiental,
os Sisars atuam nas comunidades filiadas realizando as atividades mostradas na
Quadro 7.
Quadro 7 - Vertentes assumidas pelo Sisar.
Gestão dos Sistemas Gestão da Associação Gestão do Meio Ambiente
Prestação de assistência técnicapreventiva e corretiva.
Capacitação das Associaçõespara o gerenciamento eadministração dos sistemas.
Promoção de ações educativassobre o uso racional da água.
Tratamento e controle daqualidade da água.
Aprimoramento da EducaçãoAssociativa.
Promoção de práticas voltadas àpreservação dos mananciais.
Emissão de contas.Fortalecimento e integração dasassociações filiadas.
Realização de ações deEducação Sanitária e Ambiental.
Treinamento dos operadores. Sensibilização das associaçõesquanto à importância daparceria com o SISAR.
Preservação e conservação domeio ambiente.
Procedimentos de cortes,religações e ligações novas.
Implementação de Programa deEducação em Saúde.
Fonte: CAGECE, 2014.
Em Redenção, o Sisar está presente nos distritos Sede, Antônio Diogo,
Faísca e Guassi.
5.3 Serviços, infraestruturas e instalações de saneamento
5.3.1 Abastecimento de água potável
O abastecimento de água no município de Redenção ocorre por diversas
formas: sistema público de distribuição, poço, cisterna, carro-pipa, entre outros.
A Cagece é responsável pela gestão do sistema integrado de
abastecimento de água dos núcleos operacionais de Redenção, Acarape, Antônio
Apoio técnico e institucional: 100
Diogo e Barreira. No município de Redenção a Cagece atua no abastecimento de
água dos distritos Sede, Barra Nova (apenas localidade Barra Nova) e Antônio
Diogo.
Vale destacar que a localidade Barra Nova é abastecida pelo SAA da
sede, de maneira integrada, logo todas as informações referentes aos domicílios de
Barra Nova com abastecimento por meio da rede da Cagece serão abrangidas
dentro do contexto do SAA de Redenção (Seção 5.3.1.1).
O manancial utilizado para a captação de água bruta é o açude Acarape
do Meio.
Dessa forma, foram realizados procedimentos de visita técnica,
levantamento em campo, análise e avaliação documental, obtenção de informações
e dados gerais do sistema, bem como identificação e frequência de ocorrências.
Visualiza-se na Figura 14 e na Figura 15, respectivamente, o croqui do
sistema integrado e as principais unidades que compõem os SAAs no município de
Redenção-CE.
Apoio técnico e institucional: 101
Fonte: CAGECE, 2016.
Apoio técnico e institucional: 102
Figura 14 - Croqui do SIAA de Redenção, Antônio Diogo, Acarape e Barreira.
Fonte: IBGE, 2010; IBAMA, 2015 (modificados).Elaborado por: Gerência de Concessão e Regulação (GECOR) – CAGECE – Junho/2016.Nota: EERD – estação elevatória de rede de distribuição; RAP – reservatório apoiado; EEAT – estação elevatória de água tratada.
Figura 15 - Principais unidades georreferenciadas dos sistemas de abastecimento de água do município de Redenção-CE.
5.3.1.1. Distrito Sede e localidades
O distrito sede possui maior contingente populacional do município, cujo
sistema é operado pela Cagece. Para efeito de planejamento, por se tratar de um
sistema integrado, as informações aqui apresentadas contemplarão parte do
sistema, constando de: captação, adução, estações elevatórias de água bruta e
tratada, booster, tratamento, reservação e distribuição.
A seguir são apresentadas as principais características do sistema que
atende a sede de Redenção (incluindo as localidades Sede, Boa Fé, Diamante,
Itapaí e Outeiro) e a localidade Barra Nova (distrito Barra Nova).
5.3.1.1.1 Manancial
O manancial utilizado para o abastecimento de água da sede de
Redenção é o açude Acarape do Meio (Figura 16), de coordenadas UTM 522274 E,
9536488 S, localizado a aproximadamente 14 Km da sede do município de
Redenção. A capacidade de acumulação do reservatório equivale a 31.500.000 m³,
assim como mostra sua ficha técnica na Tabela 35.
Figura 16 - Açude Acarape do Meio (Jul/2016).
Fonte: CAGECE, 2016.
Apoio técnico e institucional: 104
Tabela 35 - Ficha técnica do açude Acarape do Meio.
Localização
Município Redenção
Sistema Metropolitana
Rio Barrado Rio Pacoti
Hidrologia
Bacia Hidrográfica (km²) 210,96
Capacidade (m³) 31.500.000
Vazão Regularizada (m³/s) 1,42
Barragem
Comprimento do Coroamento (m) 266,67
Largura do Coroamento (m) 4,0
Altura Máxima (m) 32,38
Cota (m) 133,02
Sangradouro
Cota (m) 130,02
Largura (m) 53,0
Tomada D'água
Tipo Galeria com tubulação
Comprimento (m) 25,75
Diâmetro (mm) 400
Fonte: COGERH, 2016; SRH, 2016.
Na Figura 17 apresenta-se as médias mensais do volume (%) do açude
Acarape do Meio em um período de 12 (doze) meses.
Apoio técnico e institucional: 105
Fonte: COGERH, 2016 (modificado). Acesso em 06.07.2016
Nos últimos meses, o reservatório Acarape do Meio registrou menor
capacidade de volume em março de 2016 (24,71%, em média) e tendo registrado
nos meses seguintes aporte considerável de água que permitiu acumulação no
manancial, conforme apontado na Figura 17. No mês de junho o açude atingiu a
capacidade média de 35,76%, representando um aumento de 44% do volume em
percentual frente ao registrado em março.
No que se refere à área preservação e proteção do corpo hídrico, há
perímetro de proteção sanitária na área do manancial próxima ao ponto de
captação, contribuindo assim para a qualidade ambiental do recurso hídrico naquele
trecho.
5.3.1.1.2 Captação e adução de água bruta
A captação no açude Acarape do Meio é realizada superficialmente por
um sifão, seguindo para uma caixa de passagem no interior da parede do açude e
depois aduzida por uma adutora em aço com diâmetro de 900 mm, que transporta
água bruta por gravidade até o açude Gavião.
Na AAB de 900mm sai inicialmente uma derivação em ferro fundido (FºFº)
de diâmetro de 200mm (ver Figura 18) para abastecer por gravidade a Eta Acarape
Apoio técnico e institucional: 106
Figura 17 - Médias mensais do volume do açude Acarape do Meio, no período entre julho de 2015 ajunho de 2016.
20
25
30
35
40
45
Mês
Vo
lum
e (
%)
do Meio, com extensão de 12 metros. É importante mencionar o frequente
surgimento de vazamentos ao longo da AAB de 900mm, que funciona desde a
década de 1970, sendo evidenciado bastante furtos e fraudes (CAGECE, 2014).
Fonte: CAGECE, 2016.
No ponto de tomada d’água para Redenção há grande variação de vazão,
devido a este ponto estar sujeito às flutuações de demanda de água dos sistemas a
jusante do SAA integrado de Redenção (CAGECE, 2014).
De acordo com Cagece (2014), a AAB existente para a Eta Acarape do
Meio está subdimensionada diante da necessidade de produção da estação, não
permitindo o funcionamento integral dos filtros da Eta.
Em referência a operação e a manutenção, atualmente, o sifão utilizado
na captação gerenciado pela Cogerh se encontra danificado, não sendo possível
regulá-lo para buscar a captação em melhor nível de qualidade na coluna d'água. O
acesso ao longo da linha de adução é difícil, com percurso da adutora existente em
Apoio técnico e institucional: 107
Figura 18 - Tomada d'água para a Eta Acarape do Meio.
AAB AçoØ 900 mm
AAB FºFº Ø 200 mm
vegetação abundante. Não há medição da água bruta captada pela Eta.
Durante a visita técnica, constatou-se que há identificação do manancial e
que sua área é destinada ao abastecimento público, entretanto a placa de
sinalização que identifica o manancial está com sinalização desgastada.
5.3.1.1.3 Estação de tratamento de água
A Eta Acarape do Meio está localizada próxima ao açude Acarape do
Meio, com vazão de projeto de 331 m³/h e regime de funcionamento de 24 horas.
Até 2017, a vazão disponibilizada para tratamento era de 270 m³/h, insuficiente para
atender ao funcionamento integral dos filtros da Eta, pois caso todos os filtros
entrem em operação poderá ocasionar falta d'água em algumas localidades.
O acesso ao sistema de produção é um pouco dificultoso, percorrendo
por vias não pavimentadas com trechos de difícil circulação (estreito, aclive/declive
acentuado) e com deformações na superfície das vias (buracos, corrugações, entre
outros). Quanto a sinalização, não há placa de identificação da estação e nem que a
área pertence a Cagece. Toda a área está devidamente delimitada.
A estação de tratamento dispõe da seguinte infraestrutura: laboratório,
casa de química, estação elevatória de água bruta EEAB-01, estação elevatória de
água tratada EEAT-01, estação elevatória para lavagem do leito filtrante EELF-01, 01
(um) floculador, 01 (um) decantador, 12 (doze) filtros de fluxo ascendente, 03 (três)
torres de níveis, 03 (três) filtros de pressão e 01 (um) reservatório semienterrado
(RSE-01).
Na Figura 14 está o croqui do SIAA de
Redenção/Acarape/Barreira/Antônio Diogo, onde pode ser visto a infraestrutura da
Eta.
Destaca-se que atualmente os filtros de pressão estão desativados devido
a vazão disponibilizada pela Cogerh não ser suficiente para atender a demanda da
estação para o funcionamento dos filtros de pressão, sob consequência de gerar
falta d'água em alguns pontos da rede de distribuição.
Apoio técnico e institucional: 108
A tecnologia do tratamento é do tipo convencional (ciclo completo),
consistindo das etapas de coagulação, floculação, decantação, filtração, desinfecção
e fluoretação. A Eta poderá ainda adotar o tratamento por filtração direta ascendente
desde que a qualidade da água bruta seja compatível a essa tecnologia.
O tratamento se inicia com a pré-oxidação da água bruta a partir da
aplicação de hipoclorito de cálcio. Logo após, a água é destinada ao floculador, onde
é aplicado por meio de condutos d'água flexíveis o coagulante policloreto de
alumínio (PAC-23) e o polímero floculante. A dosagem do coagulante não é feita em
zona de alta turbulência, portanto sendo necessário ajustar o ponto de dosagem
para o trecho de maior agitação, com vistas a fornecer melhores condições de
dispersão do coagulante.
O processo de clarificação da água não tem a eficiência desejada já que
durante a floculação não é possível potencializar a agregação das partículas
coloidais promovendo a formação dos flocos, pois muitas chicanas estão
danificadas, contendo áreas do floculador que não proporcionam a mistura lenta. Em
decorrência disso, a sedimentação de algumas partículas em suspensão pode não
ocorrer de forma satisfatória no decantador.
O floculador e o decantador são feitos de concreto. No floculador, as
chicanas são confeccionadas em placas de PVC fixadas em barrotes de madeira. As
paredes do floculador estão deterioradas e a câmara do decantador apresenta
rachaduras por onde há pequenos vazamentos. Ressalta-se ainda que na passagem
de acesso as câmaras do floculador e do decantador não há guarda-corpo, como
também no entorno dessas unidades há alguns trechos que não existem guarda-
corpo.
A água que sai do decantador é transportada por meio da EEAB-01 para
a unidade de filtração (vide Figura 19), que possui taxa de filtração de projeto de 150
m³/m²xdia. No momento, apenas 07 (sete) filtros de fluxo ascendente estão em
operação, os demais filtros estão fora de operação por necessidade de manutenção
e/ou substituição do material do leito filtrante. Os filtros são compostos de fibra de
vidro, com 08 (oito) possuindo 2,5 m de diâmetro e 04 (quatro) com diâmetro de 3,0
Apoio técnico e institucional: 109
m.
Fonte: CAGECE, 2016.
Após passar pelos filtros, a água segue para o RSE-01, onde é realizado
a desinfecção e a fluoretação com a adição de cloro gasoso e fluossilicato de sódio,
respectivamente. A água armazenada no RSE-01 é utilizada na lavagem de filtros e,
depois, aduzida para a distribuição.
As estações EEAB-01, EELF-01 e EEAT-01 não têm conjunto motobomba
reserva. Não há também equipamentos reserva de dosagem de coagulantes e
desinfetantes.
O lodo produzido no decantador e as águas de lavagens dos filtros são
dispostos de forma imprópria em um corpo receptor, já que a Eta não dispõe de
estação de tratamento de resíduos gerados (ETRG).
A destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos gerados nas
estações de tratamento de água tem despertado preocupação das prestadoras de
serviços de saneamento básico. Uma solução apropriada é o uso de tecnologia que
Apoio técnico e institucional: 110
Figura 19 - Unidade de filtração de fluxo ascendente.
permita a redução do volume dos rejeitos, uma vez que estes apresentam elevado
teor de umidade e concentrações de sólidos reduzidas, promovendo assim a
minimização dos custos com transporte e disposição final.
No período da visita (julho/2016), a Eta Acarape do Meio estava
passando por reformas visando proporcionar melhorias nas unidades de tratamento,
prediais e demais infraestruturas de apoio. Entre as instalações que estavam
sujeitas as reformas, a casa de química já se encontrava em fase de conclusão e,
quanto a sinalização, parte da estrutura predial estava com pintura nova aguardando
a execução dos serviços de identificação da área interna e de seus equipamentos.
Com relação a qualidade da água, a Portaria nº 2.914/11 do Ministério da
Saúde trata do padrão de potabilidade da água para consumo humano e os
procedimentos de controle e vigilância da qualidade, objetivando, portanto, a
garantia da promoção da saúde à população.
Atendendo aos requisitos da Portaria MS nº 2914/11, a Cagece realiza a
coleta de amostras de água bruta, tratada e distribuída, fazendo análises físicas,
químicas e microbiológicas para atender ao padrão de potabilidade. Dentre os
parâmetros analisados, destacam-se: cor, turbidez, pH, cloro residual livre e flúor (a
cada 2 horas); trihalometanos e oxigênio consumido (trimestral); ferro, alumínio,
manganês, cloreto, alcalinidade e dureza (semestral); dentre outros.
A cor aparente representa um dos principais parâmetros organolépticos
monitorados nos sistemas de abastecimento, podendo trazer repulsa a aceitação da
água para consumo humano. Este parâmetro de água reflete o grau de redução da
intensidade da luz na água ocasionado pela presença de substâncias em suspensão
e dissolvidas da amostra.
Na Figura 20 é demonstrada, nos últimos 05 (cinco) anos, os resultados
médios mensais das análises de cor aparente das amostras coletadas na saída da
Eta e na rede de distribuição.
Apoio técnico e institucional: 111
Fonte: CAGECE, 2016.
A partir dos resultados expostos na Figura 20, observou-se que em partes
do período analisado os resultados médios mensais de cor aparente da água tratada
e distribuída para a sede de Redenção não estava em conformidade com o padrão
de potabilidade exigido (VMP = 15 uH). Nesse intervalo de tempo cerca de 46% das
amostras da rede de distribuição obedeceram ao padrão legal.
Tal fato pode ser atribuído a baixa qualidade da água bruta,
principalmente, no período de estiagem; agravado ainda pelo problema já
mencionado anteriormente no ponto de captação; e, consequentemente, afetando a
eficiência da estação de tratamento na remoção de cor.
No tocante ao processo de desinfecção, são apontados na Figura 21 as
concentrações de cloro residual livre analisadas na saída da Eta e na rede de
distribuição do distrito sede entre os anos de 2011 a 2015.
Apoio técnico e institucional: 112
Figura 20 - Resultados médios mensais de cor aparente (uH) na saída da Eta Acarape do Meio e narede de distribuição do distrito sede entre os anos 2011 a 2015.
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
Saída da Eta Rede de distribuição VMPPeríodo
Cor
apa
rent
e(u
H)
Fonte: CAGECE, 2016.
Conforme observado na Figura 21, os resultados médios mensais das
análises de CRL na saída do sistema de tratamento estiveram dentro dos limites
aceitáveis pela Portaria 2914/2011 (mínimo na água fornecida = 0,5 mg/L e VMP =
5,0 mg/L).
Na rede de distribuição, todos os resultados médios estiveram com
valores atendendo aos limites obrigatórios do padrão de potabilidade (entre 0,2 e 5,0
mg/L, mínimo e VMP na distribuição, respectivamente).
Ressalta-se que na saída do tratamento 100% das amostras analisadas
de CRL entre 2011-2015 estiveram de acordo com o padrão legal e na rede de
distribuição houve 1,41% das amostras analisadas de CRL não atendendo aos
limites legais.
Outro parâmetro de extrema relevância nos estudos de controle de
qualidade das águas é a turbidez. Nos sistemas de abastecimento a turbidez é
utilizada tanto no monitoramento dos processos de clarificação como também tem
importância sanitária no processo de desinfecção. Por definição, a turbidez é um
Apoio técnico e institucional: 113
Figura 21 - Resultados médios mensais do teor de cloro residual livre na saída da Eta Acarape doMeio e na rede de distribuição do distrito sede entre os anos 2011 a 2015.
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
Mínimo (água fornecida) Saída da Eta VMPMínimo (distribuição) Rede de distribuição Máximo recomendado
Período
Te
or
de
clo
ro r
es
idu
al l
ivre
(m
g/L
)
parâmetro físico que traduz o grau de redução de intensidade que um feixe de luz
sofre ao atravessar uma amostra de água, causado pela presença de sólidos em
suspensão.
O Anexo III da Portaria n° 2.914/11, estabelece metas progressivas para
atendimento ao VMP de 0,5 uT para filtração rápida (tratamento completo ou
filtração direta) da água pós-filtração ou pré-desinfecção, a saber:
a) No final do 1°ano, ou seja, dezembro de 2012, em no mínimo 25% das
amostras a turbidez < 0,5 uT e no restante < 1,0uT;
b) no final do 2°ano, ou seja, dezembro 2013, em no mínimo 50% das
amostras a turbidez < 0,5 uT e no restante < 1,0uT;
c) no final do 3°ano, ou seja, dezembro 2014, em no mínimo 75% das
amostras a turbidez < 0,5 uT e no restante < 1,0uT;
d) no final do 4°ano, ou seja, dezembro 2015, em no mínimo 95% das
amostras a Turbidez < 0,5 uT e no restante < 1,0uT.
Na Figura 22 é possível visualizar o histórico dos últimos 05 (cinco anos)
dos resultados médios mensais de turbidez das amostras coletadas após a filtração.
Fonte: CAGECE, 2016.
Observando a Figura 22, constata-se que durante o período de 2011 a
Apoio técnico e institucional: 114
Figura 22 - Resultados médios mensais de turbidez no período de 2011-2015 das amostrascoletadas após a etapa de filtração da Eta Acarape do Meio.
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
Saída da Eta VMPPeríodo
Turb
idez
(uT)
2015 as amostras analisadas na etapa pós-filtração estiveram predominantemente
acima do VMP de turbidez de 0,5 uT (limite máximo obrigatório vigente em pelo
menos 95% das amostras após o final do 4º ano da publicação da Portaria),
portanto, não cumprindo ao padrão de turbidez definido na legislação para a etapa
de pós filtração. Do total de amostras analisadas nesse intervalo de tempo (2011-
2015) cerca de 91% estiveram acima do padrão estabelecido na Portaria.
O não atendimento da turbidez na etapa pós-filtração é também
acentuado pela qualidade da água bruta fornecida, sobretudo, no período de
estiagem; outra questão relevante é a deficiência do floculador e do decantador e da
limitação de operação dos filtros, comprometendo assim a eficiência da Eta na
remoção de turbidez. Lembra-se ainda que o sifão está captando água em um nível
fixo não sendo possível regular este dispositivo para captar água em uma altura na
coluna d'água de melhor qualidade.
Os resultados das análises da turbidez na rede de distribuição podem ser
vistos na Figura 23.
Fonte: CAGECE, 2016.
De acordo com a Figura 23, os valores médios mensais de turbidez na
distribuição detiveram-se predominantemente abaixo do VMP de 5,0 uT. Entre os
Apoio técnico e institucional: 115
Figura 23 - Resultados médios mensais das análises de turbidez entre o período de 2011-2015 dasamostras coletadas na rede de distribuição do distrito de Redenção.
Rede de distribuição VMP RedePeriodo
Tu
rbid
ez
(uT
)
anos de 2011-2015 apenas 8% das amostras analisadas não obedeceram ao limite
legal vigente.
Na avaliação da qualidade microbiológica da água para consumo
humano, os parâmetros mais rotineiros no monitoramento em sistemas de
abastecimento são os coliformes totais e a Escherichia coli.
Para a Portaria do MS 2914, o parâmetro coliformes totais funcionam
como indicadores microbiológicos de eficiência do tratamento, na saída da Eta, e de
integridade do sistema de distribuição, em reservatórios e rede. Já a bactéria E. coli
representa diretamente o indicador de contaminação fecal, pois é a única espécie do
grupo dos coliformes termotolerantes cujo habitat exclusivo é o intestino humano e
de animais homeotérmicos, onde ocorre em densidades elevadas.
Na Tabela 36 é assinalada o resumo das amostras de coliformes totais
analisadas entre os anos de 2011 a 2015 na saída do tratamento e na rede de
distribuição do distrito sede de Redenção.
Tabela 36 - Total de análises de coliformes totais na saída da Eta Acarape do Meio e na rede dedistribuição de Redenção entre os anos de 2011 a 2015.
Ano
Saída da ETA RDA
Nº total deamostras
Amostras em desacordo¹ Nº total deamostras
Amostras em desacordo²
Total % Total %
2011 103 3 2,91 335 15 4,48
2012 103 8 7,77 224 14 6,25
2013 104 22 21,15 156 31 19,87
2014 102 16 15,69 161 29 18,01
2015 99 16 16,16 246 57 23,17
Total 511 65 12,72 1122 146 13,01
Fonte: CAGECE, 2016. Nota ¹: Valor máximo permitido: Ausência em 100 mL;Nota ²: Ausência em 100 mL em 95% das amostras examinadas no mês.
Percebe-se na Tabela 36 que nos anos estudados foram constatados
algumas amostras de coliformes totais em desacordo com os padrões de
potabilidade tanto na saída da Eta como na rede de distribuição. Tal condição pode
estar associada ao fato da Eta não possuir dispositivo para manter o tempo de
Apoio técnico e institucional: 116
contato mínimo a ser observado para a desinfecção por meio da cloração. Não se
descarta também que durante a distribuição da água tratada possa existir alguma
fonte de contribuição de coliformes totais por infiltrações nas tubulações.
Contudo, a Cagece afirma que em situações de contaminação por
coliformes totais é efetuado a descarga de rede no local e, em seguida, faz a
recoleta de amostra para nova análise bacteriológica para constatação da qualidade
da água após a adoção de medidas corretivas, quando necessárias.
Para verificar se há indícios de contaminação fecal é imprescindível
efetuar a análise de E. coli. Na Tabela 37 segue o quantitativo das amostras
analisadas de E. coli na saída da Eta e na rede do distrito sede durante o período de
2011 a 2015.
Tabela 37 - Total de análises de E. coli na saída da Eta Acarape do Meio e na rede de distribuição deRedenção entre os anos de 2011 a 2015
Ano
Saída da ETA RDA
Nº total deamostras
Amostras em desacordo¹ Nº total deamostras
Amostras em desacordo¹
Total % Total %
2011 103 0 0 338 0 0
2012 103 0 0 224 0 0
2013 104 0 0 156 0 0
2014 102 0 0 161 0 0
2015 99 0 0 246 8 3,25
Total 511 0 0 1122 8 0,71
Fonte: CAGECE, 2016. Nota ¹: Valor máximo permitido: Ausência em 100 mL.
Todas as amostras analisadas de E. coli na saída da unidade de
tratamento durante os anos de 2011 a 2015 estiveram em conformidade com o
padrão de potabilidade, assim como discriminado na Tabela 37. No sistema de
distribuição, apenas em 2015 houve amostras em desacordo com o padrão (3,25%
do total analisada em 2015).
5.3.1.1.4 Estações Elevatórias (EEs)
Apoio técnico e institucional: 117
Na Eta Acarape do Meio há 03 (três) estações elevatórias:
a) A estação elevatória de água bruta EEAB-01, cuja finalidade é o
bombeamento da água após o decantador para a unidade de filtração
(vide Figura 24). Essa EE dispõe apenas de 01 (um) conjunto
motobomba (CMB), não dispondo de CMB reserva e nem de
dispositivo de proteção antigolpe. O prédio da EEAB-01 está
apresentando telhado danificado e parte de suas paredes estão
deterioradas. O CMB e suas tubulações e acessórios necessitam de
serviços de pintura e identificação. O quadro de força e comando do
CMB está sendo energizado pelo quadro da EE de lavagem dos filtros,
sendo preciso a instalação de um painel de comando na EEAB-01;
Fonte: CAGECE, 2016.
b) a estação elevatória para lavagem do leito filtrante EELF-01 possui 02
CMBs (Figura 25), 01 (um) em operação e 01 (um) reserva que durante
a visita apresentava-se com defeito. A EELF-01 e seus CMBs não
estavam em bom estado de conservação, estando danificados a base
de fixação dos CMBs, o registro de sucção/recalque e a válvula de
retenção da EELF-01. A condição de manutenção do quadro de força
também não está adequada e não existe dispositivo de proteção
Apoio técnico e institucional: 118
Figura 24 - CMB da EEAB-01.
antigolpe.
Fonte: CAGECE, 2016.
c) a estação elevatória de água tratada EEAT-01, com a finalidade de
adução da água tratada do reservatório semienterrado RSE-01
(localizado na Eta Acarape do Meio) para a rede distribuição do
sistema integrado. Há 02 (dois) CMBs na EEAT-01, 01 (um) em
operação e 01 (um) reserva que durante a visita se encontrava com
defeito. A condição de manutenção do quadro de força também não
está adequada. Não existe dispositivo de proteção antigolpe.
Na rede de distribuição de água existente no perímetro do distrito sede há
a estação elevatória EERD-01 (booster Santa Rita).
O booster Santa Rita possui 02 (dois) CMBs, 01 (um) em operação e 01
(um) reserva que durante a visita se encontrava com problema (vide Figura 26).
Esse booster tem como finalidade atuar na elevação e pressurização da água para
abastecimento da comunidade do Alto da Santa Rita, que está assentada em terreno
de cota mais elevada.
A EERD-01 está bem protegida, porém, está sem identificação. O painel
de comando dos CMBs está em bom estado de conservação.
Apoio técnico e institucional: 119
Figura 25 - CMBs da EELF-01.
Fonte: CAGECE, 2016.
Ainda no território da sede, na linha de adução da tomada d'água da
adutora do sistema integrado para Antônio Diogo encontra-se a estação elevatória
de água tratada EEAT-03 (Figura 27).
A EEAT-03 tem a função de transportar água tratada por meio de 01
adutora com 01 injetamento retirado para a localidade do Alto da Boa Fé e outro
para o reservatório apoiado RAP-07 (que abastece a localidade de Itapaí), ambas
localidades da sede, e, seguindo, depois, por esta adutora até a distribuição de
Antônio Diogo.
A EEAT-03 é composta por 02 (dois) CMBs, 01 (um) em operação e 01
(um) reserva que durante a visita estava com defeito. O quadro de força e comando
dos CMBs está em bom estado de conservação. Contudo, a EE não apresenta bom
estado de sinalização e conservação: a identificação desse equipamento está
desgastada e seu espaço físico possui rachaduras. Não há dispositivo de proteção
antigolpe. Os CMBs e suas tubulações e acessórios necessitam de serviços de
manutenção.
Apoio técnico e institucional: 120
Figura 26 - EERD-01 (Booster Santa Rita).
Fonte: CAGECE, 2016.
Em resumo é explicitado no Quadro 8 todas as EEs que integram o
sistema de abastecimento para o distrito sede.
Quadro 8 - Quadro resumo com as principais informações das EEs existente no distrito sede.
Tipo deágua
Elevatória Origem/Destino LocalizaçãoCoordenadas
(UTM)
Especificações técnicas CMBs
NºVazão(m³/h)
Alturamanométrica
(mca)
Potência(CV)
Águabruta
EEAB-01Água pós
decantada/Filtros
Eta Acarapedo Meio
522731/9536663
01 250 15 20
Águatratada
EELF-01Reservatório
RSE-01/Filtros522731/9536663
02 250 15 20
EEAT-01ReservatórioRSE-01/RDA
Redenção
522731/9536663
02 290 * 50
EERD-01ReservatórioRAP-02/RDA
Redenção
RDARedenção
529951/9533325
02 18 40 5
EEAT-03
RDARedenção/RDA
Redenção eAntônio Diogo
RDARedenção
530196/9532858
02 60 140 50
Fonte: CAGECE, 2016.
5.3.1.1.5 Adutora de Água Tratada (AAT)
A linha de adução entre a Eta Acarape do Meio e a reservação de
Apoio técnico e institucional: 121
Figura 27 - Estação elevatória EEAT-03.
Redenção possui extensão de 12.815 metros com diâmetro de 250 mm em FºFº. As
adutoras de água tratada possuem ventosas, registros, estações pitométricas e
macromedidor proporcional.
Vale salientar que trechos adutora de água tratada percorre por área
particular, acarretando, muitas vezes, dificuldades para a realização de serviços de
manutenção corretiva e preventiva.
5.3.1.1.6 Reservação de água tratada
Na reservação, inicialmente, há 01 (um) reservatório de água tratada do
tipo semi-enterrado (RSE-01) com capacidade de 75m³, localizado na Eta Acarape
do Meio. O RSE-01 recebe água dos filtros, sendo utilizado para lavagem dos filtros
da Eta, por meio da EELF-01, e na adução para a rede de distribuição do sistema
integrado dos núcleos operacionais de Redenção, Acarape, Antônio Diogo e
Barreira.
A próxima unidade de reservação existente no distrito sede é o
reservatório apoiado RAP-01 com capacidade de 50m³ e que está desativado. Existe
ainda mais 03 (três) reservatórios desativados na sede, os reservatórios apoiados
RAP-03, RAP-04 e RAP-05 com capacidade de 220, 220 e 250 m³, respectivamente.
Para abastecimento da sede do município é utilizado o reservatório
apoiado RAP-02 com capacidade de 250m³ que recebe água da derivação da
adutora do sistema integrado para Redenção.
Integrando ainda o abastecimento do distrito sede, tem-se o reservatório
apoiado RAP-07 (Figura 28) com capacidade para 50m³ que recebe água da EEAT-
03 e a distribui para a localidade de Itapaí.
Apoio técnico e institucional: 122
Fonte: CAGECE, 2016.
Todos os reservatórios ativos mencionados acima estão em cumprimento
com o cronograma de limpeza e desinfecção periódica.
Em relação ao estado de conservação e manutenção, durante a visita foi
notado que os reservatórios, que estão ativos, não estão em boas condições. Não
há medidor de nível nos 03 (reservatórios), a pintura e a identificação destes
equipamentos estão desgastadas.
O RSE-01 que tem como objetivos a reunião, a lavagem dos filtros e o
fornecimento para o sistema integrado está com capacidade de armazenamento
insuficiente, no momento da lavagem de filtros é necessário paralisar o recalque de
água para a distribuição.
De forma mais específica, o RAP-02 não possui dispositivo de ventilação,
a tampa da caixa de inspeção está deteriorada, parte da cerca de proteção
apresenta-se danificada e sem tampa na caixa de registro do macromedidor. O RAP-
07 possui escada de acesso sem gaiola de proteção, a tampa de inspeção é
inadequada, a cerca de proteção está deteriorada e não há dispositivo de ventilação.
No Quadro 9 é apontado resumidamente as unidades de reservação
ativas que são utilizadas no abastecimento do distrito sede e suas localidades a
Apoio técnico e institucional: 123
Figura 28 - Reservatório apoiado RAP-07.
partir do sistema operado pela Cagece.
Quadro 9 - Reservatórios ativos no distrito Sede, Redenção - CE.
Tipo Identificação FinalidadeCapacidade
(m³)Localização
CoordenadasUTM
Semi-enterrado
RSE-01
Recebe água dos filtros comfunção de reunião, lavagem dosfiltros e abastecimento de águatratada para o sistema integrado
75Eta Acarape
do Meio522731/9536663
Apoiado RAP-02Atua na reservação eabastecimento para o distrito sede
250RDA
Redenção529551/9533422
Apoiado RAP-07Recebe água tratada da EEAT-03e abastece a localidade de Itapaí
50RDAItapaí
530206/9527014
Fonte: CAGECE, 2016.
5.3.1.1.7 Rede de distribuição de água (RDA)
A RDA da sede é composta atualmente por 21.282,00m de tubulação em
PVC Ø 50mm, 5.732,00m em PVC Ø 75mm, 1.325,00m em PVC Ø 100mm e
512,00m em FºFº Ø 125mm (Tabela 38).
Tabela 38 - RDA do distrito Sede.
Ano
Materiais/ExtensõesTotal(m)
PVC FºFº
L (m) Ø (mm) L (m) Ø (mm)
2011
20.051 50
512 125 27.3705.482 75
1.325 100
2012
20.777 50
512 125 28.0965.482 75
1.325 100
2013
20.777 50
512 125 28.0965.482 75
1.325 100
2014
21.192 50
512 125 28.7615.732 75
1.325 100
2015
21.282 50
512 125 28.8515.732 75
1.325 100Fonte: CAGECE, 2016.
Conforme visualizado na Tabela 38, durante o ano de 2012 houve uma
Apoio técnico e institucional: 124
ampliação de rede de 726,00m em PVC Ø 50mm; em 2014, essa ampliação foi de
665,00m em PVC, sendo 415,00 e 250,00 m com Ø 50 e 75 mm, respectivamente. E
para 2015, o incremento de rede foi de 90,00m em PVC Ø 50mm.
Destaca-se que no distrito sede existem registros de manobras na rede,
permitindo a execução dos serviços de manutenção de maneira controlada a partir
do isolamento dos setores hidráulicos afetados.
Na visita técnica realizada em julho de 2016 foram evidenciadas algumas
não conformidades como ausência de macromedição na RDA. As áreas críticas com
problemas de abastecimento são apenas as que estão em regiões de altitude mais
elevadas como Alto do Santo Rita (distrito Sede) e Barra Nova (distrito Barra Nova).
Em relação as solicitações de serviços e reclamações registradas na
central de atendimento para a RDA do distrito sede, segue na Figura 29 a síntese
dos registros levantados no ano de 2015.
Fonte: CAGECE, 2016.
No ano de 2015 foram registradas 475 (quatrocentos e setenta e cinco)
reclamações e solicitações a partir da central de atendimento telefônico da Cagece
(0800 275 0195). Dos serviços solicitados na central, 46,11% dos chamados fazem
referência aos vazamentos (n = 219); 31,16% em menção a falta d'água e/ou baixa
Apoio técnico e institucional: 125
Figura 29 - Solicitações/reclamações registradas na Central de Atendimento da Cagece para o distritosede no ano de 2015.
46,11%
31,16%
22,74%
Vazamentos Falta d'água/baixa pressão Demais solicitações/reclamações
pressão no abastecimento (n = 148); e 22,74% em relação as demais
solicitações/reclamações (n = 108).
Para o mesmo período, o Relatório de Controle Operacional (Recop) de
Redenção, registrou vários vazamentos na distribuição e com direcionamento das
equipes de campo para a retirada dos mesmos (CAGECE, 2016). Em alusão a
continuidade, verificou-se problemas de falta d'água/baixa pressão concentrados no
Alto da Santo Rita e Barra Nova, áreas que apresentam cota desfavorável.
5.3.1.1.8 Informações comerciais das ligações e economias de água
O sistema comercial em empresas de saneamento compreende um
conjunto de atividades que possui a finalidade de proporcionar a satisfação do
usuário e permitir que os serviços prestados sejam integralmente faturados e
cobrados.
Este sistema compõe-se basicamente de ligações prediais, economias,
categorias de consumo, atendimento e cobertura dos serviços, que serão detalhados
a seguir.
Vale salientar que nas localidades operadas pela Cagece no distrito Sede,
considerou todas as informações comerciais desses lugares em uma única
classificação por localidade denominada de Redenção ou Sede, inclusive
abrangendo também os dados da localidade Barra Nova (distrito Barra Nova).
5.3.1.1.8.1 Ligação predial
A ligação predial é um conjunto de tubos, peças, conexões e
equipamentos que interliga a rede pública à instalação predial do usuário. Com
relação às ligações do sistema de abastecimento de água de Redenção, a Cagece
identifica diferentes situações, como pode ser visualizado na Tabela 39.
Apoio técnico e institucional: 126
Tabela 39 - Ligações do SAA do distrito Sede no período de 2014 a 2017.Situação/Ano 2014 2015 2016 2017
Ativa1 3.608 3.715 3.807 3.846
Cortada2 229 248 279 339
Factível3 265 265 270 273
Faturada por4 outro imóvel 0 0 0 0
Ligação sem5 faturamento 0 0 0 0
Potencial6 214 216 215 215
Suprimida7 274 284 315 321
Suspensa8 03 03 03 03
Total 4.593 4.731 4.889 4.997
Fonte: CAGECE, 2017.
Na Sede o número de ligações ativas do SAA, entre os anos de 2014 a
2017, registrou um aumento considerável de 6,60%, totalizando 3.846 ligações
ativas em 2017. É importante destacar ainda que a quantidade de ligações cortadas
e suprimidas ampliaram entre o período de 2014 e 2017, com aumento de quase
48% e 17%, respectivamente.
Entretanto, apesar da obrigatoriedade de interligação dos domicílios
constante na Política Ambiental do município (Lei nº 1.529/2014) e na Lei
11.445/2007 (art. 45), percebe-se que ainda existem ligações factíveis, totalizando a
quantia de 273 ligações nesta situação no ano de 2017.
5.3.1.1.8.2 Economias
1 Conectadas à rede de abastecimento, com os serviços de água prestados regularmente.
2 Com abastecimento de água interrompido, geralmente devido à falta de pagamento.
3 Apresenta rede de água disponível para ligação, mas não está interligada.
4 Interligação feita no hidrômetro de outro imóvel.
5 Indicação de hidrante instalado.
6 Não apresenta rede de água disponível para ligação.
7 São aquelas onde houve suspensão dos serviços de abastecimento de água, não ocorrendo,
portanto, a emissão de conta.
8 Faturamento suspenso.
Apoio técnico e institucional: 127
O conceito de economia é traduzido como imóvel de uma única
ocupação, ou subdivisão de imóvel com ocupação independente das demais,
perfeitamente identificável ou comprovável em função da finalidade de sua ocupação
legal, dotado de instalação privativa ou comum para o uso dos serviços de
abastecimento de água ou de coleta de esgoto.
Na Tabela 40 é indicada o resumo da situação das categorias de
economias até dezembro de 2017.
Tabela 40 - Situação das economias por categorias no distrito Sede em dezembro de 2017.
Categoria Ativa Cortada FactívelFaturada por
outro imóvel
Sem
faturPotencial Suprimida Suspensa Total
Comercial9 147 31 41 0 0 03 49 03 274
EntidadeFilantrópica10 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Industrial11 04 06 02 0 0 0 05 0 17
Mista12 30 25 0 0 0 0 10 0 65
Pública13 67 01 05 0 0 01 29 0 103
Residencial14 3.723 331 226 0 0 211 267 0 4.758
Total 3.971 394 274 0 0 215 360 03 5.217
Fonte: CAGECE, 2017.
Em menção à situação das economias na Tabela 40, destaca-se que
76,12% delas estão ativas (n = 3.971); 7,55% cortadas (n = 394); 6,90% suprimidas
(n = 360); 5,25% factíveis (n = 274); 4,12% potenciais (n = 215) e 0,06% suspensas
(n = 03).
Na localidade Redenção não existem economias do tipo entidades
filantrópicas. Ressalta-se ainda, que a categoria residencial é a que possui maior
número de economias ativas (93,75%), seguidas pelo comércio (3,70%) e o setor
9 Para exercício de atividade não classificada nas categorias Residencial, Pública ou Industrial.
10 Entidades sem fins lucrativos.
11 Para exercício de atividade classificada como industrial pelo IBGE.
12 Imóvel que possuir mais de uma categoria de uso.
13 Para exercício de atividades de órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ou
autarquias e fundações vinculadas aos poderes públicos.
14 Exclusivamente para fins de moradia.
Apoio técnico e institucional: 128
público (1,69%), assim como disposto na Figura 30. A categoria mista representa
aproximadamente 0,76% das economias e a categoria industrial apenas 0,10%.
Fonte: CAGECE, 2017.
5.3.1.1.8.3 Índices de utilização da rede de água (Iura) e de cobertura dos serviços
de abastecimento de água
Na Tabela 41 estão apresentados os valores do Índice de Utilização da
Rede de Água (Iura) da Sede. Indicador este de caráter setorial utilizado para
monitorar o alcance dos serviços de abastecimento de água.
Tabela 41 - Índice de utilização da rede de água da sede de Redenção no período de 2014 a 2017.
Ano Iura (%)
2014 82,46
2015 82,35
2016 81,51
2017 80,49
Fonte: CAGECE, 2016.
É atestado na Tabela 41 que até 2017 cerca de 20% da população que
dispõe de infraestrutura de rede de água não a utiliza, logo, buscando outras
alternativas como fonte de abastecimento por meio de poços ou cacimbas. Dessa
Apoio técnico e institucional: 129
Figura 30 - Situação das economias ativas por categoria na localidade Sede em dezembro/2017.
3,70%
0,10%0,76%1,69%
93,75%
Comercial Industrial Mista Pública Residencial
forma, deve-se atentar para a possibilidade de contaminação a partir da ingestão de
água tratada de forma inadequada ou até mesmo sem tratamento.
Outra informação a ser destacada na Tabela 41 é que do ano de 2014 a
2017 o Iura registrou uma tendência decrescente ao longo dos anos.
A cobertura dos serviços de abastecimento de água refere-se aos
domicílios que possuem serviço de abastecimento a disposição, podendo ou não
estar interligados à rede.
A Cagece adota o seguinte cálculo para a determinação do índice de
cobertura (Ic):
Ic=[ (Nº econ . resid . cobertas - Nº imóveis desocupados -C .E .C )Nº economias residenciais totais ]×100 Equação 3
Onde:
Economias residenciais cobertas = ativas + cortadas + factíveis + suprimidas;
Economias residenciais totais = ativas + cortadas + factíveis + suprimidas + potenciais;
Contagem excessiva de cadastro (C.E.C) = corresponde a uma economia para cada
uma das ligações de água com 10 ou mais economias cadastradas.
Para a sede encontram-se dispostos na Tabela 42 os índices de cobertura
de água nos últimos anos.
Tabela 42 - Índice de cobertura do SAA do distrito sede durante o período de 2014 a 2017.
AnoPopulação
projetada (hab)População coberta
de água (hab)População ativa de
água (hab)Índice de cobertura
de água (%)
2014 7923 7578 6573 95,65
2015 8068 7725 6193 95,75
2016 8193 7858 6665 95,91
2017 8313 7980 6660 96,00
Fonte: CAGECE, 2017.
O índice de cobertura de abastecimento dos domicílios da localidade
Redenção registrou um acréscimo sútil entre os anos avaliados, estando em 2017
com 96,00% da população coberta, equivalente a 7.980 habitantes (ver Tabela 42).
Apoio técnico e institucional: 130
5.3.1.1.8.4 Medição do consumo de água (micromedição)
A micromedição é efetuada mensalmente por meio da apuração do
consumo de água, que contempla a leitura do hidrômetro, o cálculo e a emissão da
conta de um determinado usuário. O volume fornecido é obtido pela diferença entre
a leitura atual e leitura anterior. Já o cálculo do valor da conta é feito considerando
esse volume, a categoria de uso do imóvel, número de economias, estrutura tarifária
e tipo de tarifa.
A micromedição periódica do consumo de água constitui-se em um
importante instrumento para obtenção de tarifas justas e confiáveis, inibição ao
desperdício, redução dos índice de perdas e eficiência no faturamento da companhia
de saneamento.
Fazendo referência ao índice de micromedição no distrito sede, na Tabela
43 é apontado o índice de hidrometração entre os anos de 2011 a 2015.
Tabela 43 - Índice de hidrometração da localidade sede entre o período de 2011 a 2015.
Ano Índice de hidrometração (%)
2011 100,0
2012 100,0
2013 100,0
2014 100,0
2015 100,0
Fonte: CAGECE, 2016.
A sede registrou durante o período analisado excelente índice de
hidrometração, com 100,0% das ligações de água dispondo de hidrômetros.
A manutenção dos hidrômetros é de suma importância, pois com o passar
do tempo, eles sofrem desgastes e seu funcionamento fica comprometido. Isso faz
com que o desperdício de água e vazamentos muitas vezes não sejam percebidos,
dificultando o combate às perdas. Além disso, esse controle assume papel
fundamental na entrada de receita das empresas de saneamento e garante
recolhimento justo das tarifas referentes aos serviços prestados.
Segundo a Portaria nº 246/2000 do Inmetro, os hidrômetros deverão ser
Apoio técnico e institucional: 131
verificados periodicamente, em intervalos não superiores a 5 (cinco) anos. Podendo
ser utilizados pelas empresas de saneamento enquanto os seus erros de indicação
se mantiverem dentro das tolerâncias admissíveis no regulamento técnico
metrológico.
No caso da Cagece, a mesma adota o prazo médio de 5 anos para troca
de seus hidrômetros, os quais possuem diâmetro padrão de ¾ polegadas. Na Figura
31 é visualizada o total e a idade média de hidrômetros instalados na sede de
Redenção no período de 2011 a 2015.
Fonte: CAGECE, 2016.
Analisando a Figura 31, registrou-se do ano de 2011 a 2015 que o parque
de hidrômetros instalados teve um incremento de 15,05%, totalizando 3.708
hidrômetros em 2015. Em relação a idade média do parque de hidrômetros, no
período de 2011 a 2013 a idade média foi de 3 anos e em 2014-2015 de 4 anos.
Apoio técnico e institucional: 132
Figura 31 - Total e idade média dos hidrômetros instalados na sede entre o período de 2011 a 2015.
2011 2012 2013 2014 20153100
3200
3300
3400
3500
3600
3700
3800
0
1
2
3
4
5
Quantidade Idade MédiaAno
Núm
ero
de h
idrô
met
ros
Idad
e
5.3.1.1.8.5 Volume Faturado e consumido
Para a Cagece o volume de água faturado é aquele debitado para fins de
faturamento. Enquanto o volume consumido está relacionado ao consumo medido
por leitura em hidrômetro.
Na Figura 32 são assinaladas as médias dos volumes faturado e
consumido mensais na sede nos anos de 2011 a 2015. Consta ainda na Figura 32 o
consumo médio mensal.
Fonte: CAGECE, 2016.
Entre os anos de 2011 a 2015, as médias mensais do volume faturado da
água estiveram entre 39.844,17 e 45.722,42 m³, sendo que os volumes médios
consumidos oscilaram entre 33.004,25 e 38.446,42 m³. Em síntese, o volume
consumido representou, em média, de 76 a 86% do faturado.
Esses valores podem ser ratificados pelo fato da estrutura tarifária da
Cagece, baseada na Lei nº 11.445/2007, adotar o volume de 10 m³ como o mínimo
para faturamento. Assim, uma família que consome abaixo de 10 m³, pagará a tarifa
mínima associada a este volume.
O consumo médio mensal por ligação manteve-se próximo ao mínimo
Apoio técnico e institucional: 133
Figura 32 - Volumes faturado, consumido e consumo mensais na sede durante o período de 2011 a2015.
2011 2012 2013 2014 201530000
35000
40000
45000
50000
9,50
10,00
10,50
11,00
11,50
12,00
Vol. faturado (m³) Vol. consumido (m³) Consumo mensal (m³/lig)Ano
Vol
ume
(m³)
Con
sum
o (m
³/lig
ação
)
definido para faturamento com valor situando entre 10 e 12 m³/mês, assim como
sinalizado na Figura 32.
5.3.1.1.8.6 Controle operacional e controle de perdas
Conforme o Programa Nacional de Combate ao Desperdício de Água
(PNCDA, 2003), as perdas são agrupadas em reais (ou físicas) e aparentes (ou não
físicas) e, portanto, podem comprometer o equilíbrio financeiro das companhias
prestadoras de serviços de abastecimento de água. Tendo em vista que em
praticamente todos os componentes dos sistemas de abastecimento de água
apresentam perdas, dependendo da sua magnitude, essas podem ser consideradas
aceitáveis ou não.
Os parâmetros propostos pela International Water Association (IWA) para
a caracterização das perdas no serviço de abastecimento de água são:
a) Volume de entrada no sistema: volume de água que de fato entra no
sistema de abastecimento, os quais os cálculos para o balanço de
água estão relacionados;
b) consumo autorizado: volume de água ao qual está sendo (ou não)
medido, tomado por clientes autorizados, fornecedor de água e outros,
com autorização implícita ou explicita, com finalidade residencial,
comercial e industrial;
c) perdas de água: corresponde a subtração do valor de entrada no
sistema e o consumo autorizado. Podem ser divididas em perdas
aparentes (ou perdas não físicas) e perdas reais (ou perdas físicas);
d) perda real ou física: são as perdas correspondentes ao volume de água
produzido, mas que não chega de fato à casa do consumidor, estas
perdas podem ser provocadas por vazamento nas adutoras, nas redes
de distribuição e nos reservatórios, bem como devido a
extravasamentos nos reservatórios;
e) perdas aparentes ou não físicas: são identificadas como o volume de
Apoio técnico e institucional: 134
água consumido, mas que não é contabilizado pela prestadora de
serviços. Essas perdas são provocadas por erros de medição, ligações
clandestinas, falhas de cadastro comercial e fraudes;
f) água efetivamente paga: é o valor dos recursos efetivamente
arrecadados;
g) inadimplência: corresponde aos recursos que deixam de ser
arrecadados devido à falta de pagamento;
h) água não faturada (ANF): corresponde à diferença entre o volume de
entrada no sistema e o consumo faturado autorizado, ou seja,
corresponde ao volume de água produzida e consumida que deixa de
ser arrecadada por falta de faturamento e medição mais precisa e
efetiva.
O Índice de água não faturada (IANF) engloba o consumo autorizado não
faturado, as perdas aparentes e as perdas reais e é calculado a partir da Equação 4.
IANF=Vdis−(Vfat+Vcnf +Vpipa+Vrce+Vrel)
Vdis Equação 4
Onde:
Vdis = Volume distribuído;
Vfat = volume faturado total;
Vcnf = Volume recuperado de fraudes;
Vpipa = Volume carro-pipa.
Vrce = Volume recuperado do consumo elevado.
Vrel = Volume recuperado de erro de leitura.
Os índices reais médios do IANF para o município de Redenção, em
comparação com o Estado do Ceará, entre os anos de 2012 a 2015, estão
representados na Figura 33.
Apoio técnico e institucional: 135
Fonte: CAGECE, 2016.
No período analisado, nota-se que os valores do IANF no Município
estiveram predominantemente menores que os do Estado. No ano de 2015 a média
ficou em torno de 12% em Redenção e 42% no Ceará.
Para o cálculo do Índice de Perdas (IPD) foi utilizada a Equação 5.
Equação 5
Onde:
Vdis = Volume distribuído;
Vcons = volume consumido total (micromedido);
Vcnf = Volume recuperado de fraudes;
Vpipa = Volume carro pipa;
Visen = Volume isentos de faturamento;
Vdisp = Volume dispensado;
Vprop = Volume unidades próprias;
Vsoc = Volume conjuntos sociais;
Vhid = Volume hidrantes bombeiros;
Vcop = Volume consumo operacional, descargas, esvaziamento de redes para
manutenção e limpeza de reservatórios.
Na Figura 34 são demonstrados os resultados dos Índices de Perdas
(IDP) para o distrito de Redenção em comparação com o Estado do Ceará no
Apoio técnico e institucional: 136
IPD=[Vdis−(Vcons+Vcnf +Vpipa+Visen+Vdips+Vprop+Vsoc+Vhid+Vcop)]
Vdis
Figura 33 - Índice de Água não Faturada (IANF) no município no período de 2012 a 2015.
2012 2013 2014 20150
102030405060708090
100
36,4
2
10,7
1
11,9
6
12,0
6
35,5
1
34,8
5
40,0
6
41,9
5
Redenção Ceará
IAN
F (
%)
período de 2012 a 2015.
Fonte: CAGECE, 2016.
Percebe-se que os resultados de IPD de Redenção variaram bastante
nesse período, em geral, abaixo dos valores do Estado, que por sua vez
praticamente se mantiveram constantes. Observa-se que em 2015 a média de IPD
foi de 26,37% em Redenção, inferior a IPD do Estado (39,20%). Entretanto, no ano
de 2012 os resultados de perdas foram bem elevados para Redenção, com valor
médio de 48,15% no município contraposto a média de 37,92% do Ceará.
5.3.1.1.8.7 Estrutura tarifária dos serviços de água
O modelo tarifário da Cagece leva em consideração os custos dos
serviços de água e esgoto e uma parcela destinada a investimentos. Estes custos
são representados pelas despesas de pessoal, energia elétrica, material de
manutenção, produtos de tratamento, combustíveis, depreciação e uma parcela para
fazer frente aos juros e amortizações de financiamentos realizados para implantação
de sistemas de água e esgoto.
A estrutura tarifária da Cagece, depois de aprovada pela Diretoria
Colegiada da Companhia é submetida à aprovação da Arce e da Autarquia de
Apoio técnico e institucional: 137
Figura 34 - Índice de Perdas (IPD) no Município e no Estado do Ceará no período de 2012 a 2015.
2012 2013 2014 20150,00
10,0020,0030,0040,0050,0060,0070,0080,0090,00
100,00
48,1
5
27,1
3
31,6
5
26,3
737,9
2
39,5
0
40,3
8
39,2
0
Redenção Ceará
IPD
(%
)
Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento
Ambiental (ACFOR).
A estrutura adota vários tipos de tarifa de consumo, de acordo com o tipo
de economia/categoria (residencial, comercial, industrial, pública e entidade
filantrópica), com a finalidade principal de subsidiar a tarifa paga pelos clientes com
menor poder aquisitivo e de incentivar o consumo consciente, evitando assim o
desperdício da água tratada, numa demonstração de preocupação com o meio
ambiente.
Na Tabela 44 mostra-se o modelo tarifário da Cagece e o histograma de
consumo da localidade Sede.
Apoio técnico e institucional: 138
Tabela 44 - Estrutura tarifária de água (valores válidos a partir de setembro de 2017) e histograma dacompetência de dezembro/2017 da localidade Sede.
CategoriaFaixa de
Consumo (m³)Tarifa
(R$/m³)Valor da
Conta (R$)Nº de
Economias%
Acumulada
Residencial
Social 0-10 1,13 11,30 206 5,32
Popular(com subsídio)
0-1011-1516-2021-50> 50
2,313,944,277,3413,08
23,1042,8064,15
284,35-
2.14061829918604
60,6476,6184,3489,1489,25
Normal(sem subsídio)
0-1011-1516-2021-50> 50
3,294,274,627,9113,97
32,9054,2577,35
314,65-
1333522230
92,6993,5994,1694,7594,75
Total Residencial 3.666 94,75
Comercial
Popular 0-13 3,94 51,22 74 1,91
Normal0-50> 50
8,2513,08
412,50-
5901
3,443,46
Total Comercial 134 3,46
Industrial Normal0-1516-50> 50
7,298,6513,44
109,35412,10
-
0400
0,100,100,10
Total Industrial 04 0,10
Pública Normal0-1516-50> 50
4,817,1611,49
72,15322,75
-
262316
0,671,271,68
Total Pública 65 1,68
Entidade Filantrópica
0-1011-1516-2021-50> 50
2,313,894,187,1612,63
23,1042,5563,45
278,25-
00000
00000
Total Filantrópica 0 0
Total Geral 3.869 100,00
Fonte: CAGECE, 2017.
De acordo com a Tabela 44, o maior contingente de economias enquadra-
se na categoria residencial, somando 3.666 economias (94,75% do total geral).
Desta porção, 3.247 famílias pertencem a categoria residencial popular (83,92% do
total geral), registrando 58% (n = 2.140) do total residencial com faixa de consumo
de até 10 m3, tarifa de R$ 2,31/m3 e valor final de R$ 23,10 cobrado na conta pela
Apoio técnico e institucional: 139
prestação dos serviços de água.
Salienta-se ainda que 206 economias estão classificadas na categoria
residencial social, em que a Cagece cobra por meio do consumo real com
distribuição uniforme do subsídio para consumo de até 10 m³. Esta categoria de
clientes que utiliza a rede de água paga de R$ 1,13 a R$ 11,30, variando de acordo
com os metros cúbicos consumidos.
Em seguida por quantidade de economias na Tabela 44 estão as
categorias comercial, pública e industrial com 3,46%, 1,68% e 0,10% do total geral,
respectivamente.
5.3.1.1.9 Dados gerais para abastecimento de água no distrito sede – IBGE,
Prefeitura e Sisar
Em complemento às informações expostas, foi consultado o Censo 2010
do IBGE para identificar, de modo geral, as principais formas de abastecimento
utilizadas no distrito Sede. Além disso, utilizou-se o levantamento de informações da
equipe técnica da prefeitura, in loco, nas diversas localidades deste distrito, e por
fim, também foram considerados os dados das localidades atendidas por sistemas
implantados pelo Sisar.
5.3.1.1.9.1 Levantamento de dados do IBGE
Complementando as informações apresentadas anteriormente, foi
realizado levantamento por meio do Censo 2010 do IBGE acerca dos tipos de
abastecimento de águas encontradas nas zonas urbana e rural do distrito sede
(consultar Tabela 45).
Apoio técnico e institucional: 140
Tabela 45 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito Sede.
Zona
Formas de abastecimento
TotalRedegeral
Poço ounascente napropriedade
Poço ounascente fora
da propriedade
Carropipa
CisternaOutrotipo¹
Urbana 1.956 04 16 - - 77 2.053
Rural 693 87 181 - - 80 1.041
Total 2.649 91 197 - - 157 3.094
Fonte: IBGE, 2010.Nota 1 - na coluna outro tipo está acrescentado a informação das residências que possuem comoforma de abastecimento: água da chuva armazenada de outra forma; rio, açude, lago ou igarapé;entre outros tipos.
No contexto urbano o tipo de abastecimento se dá quase integralmente
por rede geral, detendo 95% dos domicílios urbanos (n = 1.956). Já na zona rural o
abastecimento por meio de rede abrange maioria dos domicílios embora com
percentual mais reduzido cerca de 67% (n = 693).
Na área rural há ainda outros fontes que têm importância no
abastecimento como os poços ou nascentes, sendo utilizados por aproximadamente
26% dos domicílios rurais (n = 268). Dessa fração, 32% são residências com poços
ou nascentes dentro da propriedade e 68% com poços ou nascentes fora da
propriedade. Informa-se ainda que uma quantia de 80 domicílios rurais que dispõem
de outros tipos de formas de abastecimento.
5.3.1.1.9.2 Levantamento de dados pela equipe técnica da prefeitura –
abastecimento de água no distrito Sede
Com o objetivo de verificar a situação atual (2017) dos sistemas de
abastecimento da Sede de Redenção, sobretudo na zona rural, a equipe técnica da
Prefeitura Municipal por meio dos Agentes de saúde coletou informações in loco em
diversas localidades, as quais estão dispostas na Tabela 46. Destaca-se que um
domicílio pode apresentar mais de uma alternativa de abastecimento.
Apoio técnico e institucional: 141
Tabela 46 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Sede, Redenção - CE.
Localidade Total dedomicílios
Sistema público com rede
Fonte Públicasem rede
Cisterna PoçoCarro-pipa
Nº dedomicílioscobertos
Fonte deabastecimento
Alto da BelaVista
218 218 Açude/Cagece 0 0 01 0
Araticum 85 - - 85 59 08 0
Beco SantaRita
07 07 Açude/Cagece 0 0 0 0
Boa Fé 338 338 Açude/Cagece 0 03 0 0
Boa Vista 56 56 Poço 0 49 0 0
CentroComunitário
83 83 Açude/Cagece 0 0 0 0
ConjuntoAntônioBonfim
117 117 Açude/Cagece 0 6 0 0
Diamante 48 48 Açude/Cagece 0 0 4 0
Fraza 16 16 Açude/Cagece 0 6 2 0
Gurgurí 108 - - 100 86 0 08
Itapaí 221 221 Açude/Cagece 0 5 0 0
Major JoséGabriel
29 29 Açude/Cagece 0 0 0 0
Maleitas 59 59 Açude/Sisar 0 5 0 0
Manoel Dias 141 132 Açude 0 07 09 -
ManuelAntônio Lima
44 44 Açude/Cagece 0 1 0 0
Outeiro 525 525 Açude/Cagece 0 18 09 0
Parque daLiberdade
308 308 Açude/Cagece 0 02 09 0
Prourb 229 229 Açude/Cagece 0 0 0 0
R. PadreBarros
07 07 Açude/Cagece 0 0 0 0
R. SantoAgustino
21 21 Açude/Cagece 0 0 0 0
Rua SantaRita
45 45 Açude/Cagece 0 0 0 0
Santo Antônio 100 - - 100 - 0 0
São Bento 83 81 Olho d'água 0 76 - 02
Sede 777 777 Açude/Cagece 0 18 02 0
SegefredoFranco
86 86 Açude/Cagece 0 0 0 0
Serra Verde 62 0 - 48 55 - 14
Travessa 14 14 Açude/Cagece 0 0 0 0
Apoio técnico e institucional: 142
Localidade Total dedomicílios
Sistema público com rede
Fonte Públicasem rede
Cisterna PoçoCarro-pipa
Nº dedomicílioscobertos
Fonte deabastecimento
Santa Rita
Vila Tomaz 20 20 Açude/Cagece 0 0 0 0
Total 3.847 3.481 - 333 396 44 24
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.Nota: (-) Informação não disponível.(*) Incluso os domicílios que utilizam abastecimento coletivo por bica, poço ou chafariz da prefeitura, eaté mesmo, diretamente do açude.
Segundo o levantamento da prefeitura (vide Tabela 46), cerca de 91% dos
domicílios são cobertos por sistema público com rede (n = 3.481), estando a
Cagece, a Prefeitura e o Sisar detendo, respectivamente, 90,58%, 7,73% e 1,69%
destas residências.
Outras formas utilizados no abastecimento nas localidades da Sede,
especialmente, na zona rural, são por cisterna (10,3%), fonte pública sem rede
(8,7%), poço (1,1%) e carro-pipa (0,6%). Para os sistemas públicos sem água
canalizada as fontes de abastecimento se dão por poços, chafarizes e diretamente
no açude.
Em referência ao tratamento da água, com exceção das localidades
operadas pela Cagece, foi informado pela Prefeitura que apenas as localidades
Santo Antônio e Serra Verde realizam uma simples desinfecção pela aplicação de
cloro (hipoclorito ou água sanitária). As demais localidades não foram apontadas se
há algum tratamento empregado.
Diante dos dados expostos, deve-se atentar para a possibilidade de riscos
a saúde da população rural do distrito sede pelo consumo de água sem
conhecimento e controle da sua procedência e tratamento, bem como da
possibilidade de contaminação que pode haver pelo transporte, armazenamento e
acondicionamento inadequados.
Apoio técnico e institucional: 143
5.3.1.1.9.3 Levantamento de dados da localidade que possui sistema operado pelo
Sisar – abastecimento de água no distrito Sede
No distrito Sede, o Sisar atua na localidade Maleitas, sendo abastecida
por meio de injetamento realizado pelo SIAA de
Redenção/Acarape/Barreiras/Antônio Diogo. Portanto, o tratamento de água é o
realizado na Eta Acarape do Meio, do tipo convencional (ciclo completo).
Nas Tabela 47 e Tabela 48 estão dispostos as informações técnicas dos
sistemas operados pelo Sisar.
Tabela 47 - Dados populacionais do Sisar na localidade Maleitas em 2016.
LocalidadeLigações
totaisLigações
ativasPop. coberta
totalPop.
abastecida
Índice dehidrometração
(%)
Atendimentoreal (%)
Maleitas 59 47 223 178 100 80
Fonte: CAGECE, 2016.
Tabela 48 - Dados técnicos do Sisar nas localidade Maleitas em 2016.
Localidade FonteDiâmetro
da adutorae rede (mm)
Material daadutora e
rede
Extensãoda rede
(m)
CapacidadeREL (m³)
CapacidadeRAP (m³)
Funcionamentoh/dia
Volumemédio(m³)
Maleitas Cagece 60 PVC 2.000 20 20 12 2
Fonte: CAGECE, 2016.
A tarifa média cobrada na localidade Maleitas é de R$ 8,48 (incluídos os
custos de operação e manutenção), com atendimento real de água de 80%. O
monitoramento da qualidade da água distribuída é feita por meio das análises de pH,
cor, turbidez, residual de cloro e bacteriológico.
5.3.1.2. Distrito Antônio Diogo e localidades
A Cagece também realiza a prestação de serviços de água para o distrito
de Antônio Diogo. O abastecimento desse distrito é parte do sistema integrado de
abastecimento de água dos núcleos operacionais de Redenção, Acarape, Antônio
Diogo e Barreira.
O sistema local é composto por adução, reservação e rede de distribuição
Apoio técnico e institucional: 144
de água, estando algumas unidades dos sistemas (captação, tratamento e parcela
da adução) inseridas no limite territorial do distrito sede.
Lembrando que as unidades de captação, tratamento e outras
instalações, localizadas no perímetro do distrito sede, que influenciam no
abastecimento para Antônio Diogo já foram mencionados e caracterizadas nas
Seções 5.3.1.1.1, 5.3.1.1.2 e 5.3.1.1.3.
Apoio técnico e institucional: 145
5.3.1.2.1 Manancial
Consultar Seção 5.3.1.1.1 Manancial.
5.3.1.2.2 Captação e adução de água bruta
Consultar Seção 5.3.1.1.2 Captação e adução de água bruta.
5.3.1.2.3 Estação de tratamento de água
Consultar Seção 5.3.1.1.3 Estação de tratamento de água.
5.3.1.2.4 Estações Elevatórias (EEs)
Na rede de distribuição de água existente no perímetro do distrito de
Antônio Diogo inicialmente há estação elevatória EEAT-03 que tem a função de
transportar água tratada por meio de 01 adutora com 02 injetamentos retirados para
02 (duas) localidades do distrito sede, e, seguindo, depois, por esta adutora até a
rede distribuição de Antônio Diogo.
Mais detalhes com relação a EEAT-03 constam na Seção 5.3.1.1.4
Estações Elevatórias (EEs).
A outra estação elevatória existente na rede de Antônio Diogo é a EERD-
02 (booster Antônio Diogo/Urucuzal). Esse booster possui apenas 01 (um) CMB em
operação, tendo como finalidade recalcar água do reservatório apoiado RAP-06 para
abastecimento da localidade de Urucusal. Destaca-se que esta EE não dispõe de
CMB reserva.
A EERD-02 está bem protegida e com identificação. O painel de comando
e os CMBs estão em bom estado de conservação. Porém, não há dispositivo de
proteção antigolpe. Na Figura 35 é mostrado a EERD-02.
Apoio técnico e institucional: 146
Fonte: CAGECE, 2016.
Em resumo é explicitado no Quadro 10 todas as EEs que integram o
sistema de abastecimento para o distrito em questão.
Quadro 10 - Quadro resumo com as principais informações das EEs existente no distrito de AntônioDiogo.
Tipo deágua
Elevatória Origem/Destino LocalizaçãoCoordenadas
(UTM)
Especificações técnicas CMBs
NºVazão(m³/h)
Alturamanométrica
(mca)
Potência(CV)
Águatratada
EEAT-03
RDARedenção/RDA
Redenção eAntônio Diogo
RDARedenção
530196/9532858
02 60 140 50
EERD-02 RAP-06RDA Antônio
Diogo528525/9523442
01 18 49 5
Fonte: CAGECE, 2016.
5.3.1.2.5 Adutora de água tratada
A linha de adução entre a EEAT-03 e a reservação de Antônio Diogo
possui extensão de 11.060 metros com diâmetro de 150 mm em FºFº. As adutoras
de água tratada possuem ventosas, registros, estações pitométricas e macromedidor
proporcional.
Apoio técnico e institucional: 147
Figura 35 - Estação elevatória EERD-02 (Booster Antônio Diogo/Urucusal).
5.3.1.2.6 Reservação de água tratada
A primeira unidade de reservação da RDA de Antônio Diogo é o
reservatório apoiado RAP-08 com capacidade de 200 m³. O RAP-08 é utilizado em
todo o sistema de distribuição de Antônio Diogo (Figura 36).
Durante a visita foi notado que o reservatório não estava em boas
condições. Não há medidor de nível, a pintura e a identificação deste equipamento
está desgastada. O RAP-08 possui dispositivo de ventilação, porém, as tampas das
caixas de inspeção estão deterioradas e parte da cerca de proteção apresenta-se
danificada. Foi relatado que há extravasamentos nesse reservatório.
Fonte: CAGECE, 2016.
A outra unidade que compõe a reservação do distrito é o reservatório
apoiado RAP-06 com capacidade de 17 m³. O RAP-06 é utilizado somente na
distribuição da localidade de Urucusal (Figura 37). Constatou-se que o RAP-06
apresenta condições inadequadas, a pintura e a identificação deste equipamento
está desgastada. Não há dispositivo de ventilação.
Todos os reservatórios mencionados acima estão em cumprimento com o
cronograma de limpeza e desinfecção periódica.
Apoio técnico e institucional: 148
Figura 36 - Reservatório apoiado RAP-08.
Fonte: CAGECE, 2016.
No Quadro 11 é apontado resumidamente as unidades de reservação que
são utilizadas no abastecimento do distrito Antônio Diogo a partir do sistema
operado pela Cagece.
Quadro 11 - Reservatórios ativos no distrito Antônio Diogo.
Tipo Identificação FinalidadeCapacidade
(m³)Localização
CoordenadasUTM
Apoiado RAP-08Atua na reservação eabastecimento para todo o distrito
200RDA Antônio
Diogo528509/9523690
Apoiado RAP-06Atua na reservação eabastecimento apenas para alocalidade de Urucusal
17 RDA Urucusal528525/9523442
Fonte: CAGECE, 2016.
5.3.1.2.7 Rede de distribuição de água
A RDA de Antônio Diogo é composta atualmente por 31.754,00m de
tubulação em materiais de PVC e DEFºFº, com Ø variando de 32 a 150mm, assim
como indicado na Tabela 49.
Apoio técnico e institucional: 149
Figura 37 - Reservatório apoiado RAP-06.
Tabela 49 - RDA do distrito Antônio Diogo.
Ano
Materiais/ExtensõesTotal(m)
PVC DEFºFº
L (m) Ø (mm) L (m) Ø (mm)
2011
225 32
519 150 31.50426.921 50
1.746 75
2.093 100
2012
225 32
519 150 31.63927.056 50
1.746 75
2.093 100
2013
225 32
519 150 31.63927.056 50
1.746 75
2.093 100
2014
225 32
519 150 31.63927.056 50
1.746 75
2.093 100
2015
225 32
519 150 31.75427.171 50
1.746 75
2.093 100Fonte: CAGECE, 2016.
Conforme visualizado na Tabela 49, houve ampliação de rede entre 2011
e 2015 com o incremento de 250,00m em PVC Ø 50mm. Informa-se que existem
registros de manobras na rede, permitindo a execução dos serviços de manutenção
de maneira controlada a partir do isolamento dos setores hidráulicos afetados. Na
visita técnica realizada em julho de 2016 foi evidenciada ausência de macromedição
na RDA.
Em relação as solicitações de serviços e reclamações registradas na
central de atendimento para a RDA de Antônio Diogo, segue na Figura 38 a síntese
dos registros levantados para o ano de 2015.
Apoio técnico e institucional: 150
Fonte: CAGECE, 2016.
No ano de 2015 foram registradas 197 (cento e noventa e sete)
reclamações e solicitações a partir da central de atendimento telefônico da Cagece
(0800 275 0195). Dos serviços solicitados na central, 51,78% dos chamados fazem
referência aos vazamentos (n = 102); 38,07% em menção a falta d'água e/ou baixa
pressão no abastecimento (n = 75); e 10,15% em relação as demais
solicitações/reclamações (n = 20).
Para o mesmo período, o Relatório de Controle Operacional (Recop) de
Antônio Diogo, registrou vários vazamentos na distribuição e com direcionamento
das equipes de campo para a retirada dos mesmos (CAGECE, 2016). Em alusão a
continuidade, verificou-se problemas de baixa pressão concentrado no Alto da Bela
Vista, no Alto do Cemitério e em parte da Colônia.
No que se refere a qualidade da água distribuída, na Figura 39 é
demonstrada, nos últimos 05 (cinco) anos, os resultados médios mensais das
análises de cor aparente na RDA de Antônio Diogo.
Apoio técnico e institucional: 151
Figura 38 - Solicitações/reclamações registradas na Central de Atendimento da Cagece para o distritoAntônio Diogo no ano de 2015.
Vazamentos Falta d'água/baixa pressão Demais solicitações/reclamações
Na Figura 39 nota-se que parte dos resultados médios mensais de cor
aparente da água distribuída estiveram acima do padrão de potabilidade exigido
(VMP = 15 uH). Cerca de 56% das amostras coletadas na rede de distribuição
durante o período de 2011 a 2015 obedeceram o limite legal.
As amostras de cor aparente em desacordo na RDA de Antônio Diogo
podem ser justificadas, principalmente, pela qualidade da água bruta utilizada na Eta
Acarape do Meio, que compromete a capacidade de tratamento.
No tocante ao processo de desinfecção, são apontados na Figura 40 as
concentrações mensais de cloro residual livre analisadas na rede de distribuição do
distrito Antônio Diogo entre os anos de 2011 a 2015.
Apoio técnico e institucional: 152
Figura 39 - Resultados médios mensais das análises de cor aparente na rede de distribuição do distritoAntônio Diogo entre os anos 2011 a 2015.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
Rede de distribuição VMP RedePeríodo
Cor
apa
rent
e(u
H)
Fonte: CAGECE, 2016.
Na rede de Antônio Diogo todos os resultados médios apresentaram
valores de CRL atendendo aos limites obrigatórios do padrão de potabilidade (entre
0,2 e 5,0 mg/L, mínimo na distribuição e VMP, respectivamente), embora 1,39% das
amostras analisadas de CRL no período de 2011-2015 não tenham atingido ao valor
mínimo obrigatório.
Vale ressaltar que antes da chegada da água no RAP-08, há 01 (um)
ponto de recloração com fins de assegurar a qualidade da água tratada na
distribuição de Antônio Diogo.
Destaca-se que alguns resultados foram acima do teor máximo
recomendado (2,0 mg/L), entretanto essa dosagem um pouco acima do
recomendado está em conformidade com o padrão de potabilidade, sendo
necessário em alguns cenários para assegurar o teor mínimo de CRL em trechos de
ponta rede e garantir a qualidade sanitária da água para consumo humano.
Na Figura 41 são demonstrados os resultados médios mensais das
análises da turbidez na rede de distribuição para os anos de 2011 a 2015.
Apoio técnico e institucional: 153
Figura 40 - Resultados médios mensais do teor de cloro residual livre na rede de distribuição do distritoAntônio Diogo entre os anos 2011 a 2015.
0,00,51,01,52,02,53,03,54,04,55,05,5
VMP Mínimo (distribuição)Rede de distribuição Máximo recomendado
Período
Teor
de
clor
o re
sidu
al li
vre
(mg/
L)
Fonte: CAGECE, 2016.
De acordo com a Figura 41, os valores médios mensais de turbidez na
distribuição detiveram-se predominantemente abaixo do VMP de 5,0 uT. Entre os
anos de 2011-2015 apenas 6,27% das amostras analisadas mantiveram-se acima do
limite legal vigente.
Fazendo referência aos padrões microbiológicos na rede de distribuição
do distrito de Antônio Diogo, segue na Tabela 50 a situação analítica das amostras
de coliformes totais analisadas entre os anos de 2011 a 2015.
Tabela 50 - Total de análises de coliformes totais na rede de distribuição de Antônio Diogo entre osanos de 2011 a 2015.
Ano
RDA
Nº total de amostrasAmostras em desacordo¹
Total %
2011 191 17 8,90
2012 139 11 7,91
2013 145 10 6,90
2014 150 9 6,00
2015 159 17 10,69
Total 784 64 8,16
Fonte: CAGECE, 2016. Nota ¹: Ausência em 100 mL em 95% das amostras examinadas no mês.
Apoio técnico e institucional: 154
Figura 41 - Resultados médios mensais da turbidez na rede de distribuição do distrito Antônio Diogoentre os anos 2011 a 2015.
Rede de distribuição VMP RedePeriodo
Tu
rbid
ez
(uT
)
Percebe-se na Tabela 50 que nos anos avaliados foram constatados
coliformes totais em aproximadamente 8% das amostras analisadas. Isto pode estar
atribuído ao fato da Eta não possuir dispositivo para manter o tempo de contato
mínimo a ser observado para a desinfecção por meio da cloração. Não se descarta
também que durante a distribuição da água tratada possa existir alguma fonte de
contribuição de coliformes totais por infiltrações nas tubulações.
Contudo, a Cagece afirma que em situações de contaminação por
coliformes totais é efetuado a descarga de rede no local e, em seguida, faz a
recoleta de amostra para nova análise bacteriológica para constatação da qualidade
da água após a adoção de medidas corretivas, quando necessárias. Para verificar
se há indícios de contaminação fecal é imprescindível efetuar a análise de E. coli.
Na Tabela 51 é designado o quantitativo das amostras analisadas de E.
coli em Antônio Diogo durante o período de 2011 a 2015.
Tabela 51 - Total de análises de E. coli na rede de distribuição de Antônio Diogo entre os anos de2011 a 2015.
Ano
RDA
Nº total de amostrasAmostras em desacordo¹
Total %
2011 191 0 0,00
2012 139 1 0,72
2013 145 0 0,00
2014 150 0 0,00
2015 159 1 0,63
Total 784 2 0,26
Fonte: CAGECE, 2016. Nota ¹: Valor máximo permitido: Ausência em 100 mL.
No período entre 2011 e 2015, apenas 02 (duas) amostras do universo
analisado (nº de amostras = 784) esteve em desacordo com o padrão de
microbiológico para E. coli, assim como relatado na Tabela 51.
Considerando a amostragem total realizada na RDA de Antônio Diogo nos
últimos 05 (cinco) anos é possível que essas amostras contaminadas com E. coli
seja devido à ocorrência de falhas no procedimento de coleta e acondicionamento
Apoio técnico e institucional: 155
da amostra ou, até mesmo, falhas na execução da análise em laboratório.
5.3.1.2.8 Informações comerciais das ligações e economias de água
Primeiramente, informa-se que nas localidades operadas pela Cagece no
distrito Antônio Diogo todas as informações comerciais estão agrupadas em uma
única classificação por localidade denominada Antônio Diogo.
5.3.1.2.8.1 Ligação predial
Pode ser visualizado na Tabela 52 as diferentes situações das ligações da
RDA da localidade de Antônio Diogo.
Tabela 52 - Ligações na RDA da localidade Antônio Diogo no período de 2014 a 2017.Situação/Ano 2014 2015 2016 2017
Ativa 2.594 2.679 2.791 2.764
Cortada 233 222 196 234
Factível 338 322 323 326
Faturada por outro imóvel 0 0 0 0
Ligação sem faturamento 0 0 0 0
Potencial 252 245 243 236
Suprimida 67 78 110 124
Suspensa 01 01 01 01
Total 3.485 3.547 3.664 3.685
Fonte: CAGECE, 2017.
Na localidade Antônio Diogo, o número de ligações ativas entre os anos
de 2014 a 2017 registrou um aumento de 6,55%, totalizando 2.764 ligações ativas
em 2017.
Entretanto, apesar da obrigatoriedade de interligação dos domicílios
constante na Política Ambiental Municipal (Lei nº 1.529/2014) e na Lei 11.445/2007
(art. 45), percebe-se que em 2017 ainda existiam 326 ligações factíveis, embora
tenha tido uma redução de quase 3,6% de 2014 para 2017.
Apoio técnico e institucional: 156
5.3.1.2.8.2 Economias
Na Tabela 53 é indicada o resumo da situação das economias por
categorias até dezembro de 2017.
Tabela 53 - Situação das economias por categorias na localidade Antônio Diogo em dezembro de2017.
Categoria Ativa Cortada FactívelFaturada por
outro imóvel
Sem
faturPotencial Suprimida Suspensa Total
Comercial 78 08 34 0 0 04 06 01 131
EntidadeFilantrópica
0 0 0 0 0 0 0 0 0
Industrial 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Mista 08 0 08 0 0 02 0 0 18
Pública 29 01 14 0 0 05 03 0 52
Residencial 2.688 228 282 0 0 228 115 0 3.541
Total 2.803 237 338 0 0 239 124 01 3.742
Fonte: CAGECE, 2017.
Em menção à situação das economias na Tabela 53, destaca-se que
74,91% delas estão ativas (n = 2.803); 9,03% factíveis (n = 338); 6,39% potenciais
(n = 239); 6,33% cortadas (n = 237); e, 3,31% suprimidas (n = 124).
Na localidade Antônio Diogo não existem economias do tipo entidades
filantrópicas. Ressalta-se ainda, que a categoria residencial é a que possui maior
número de economias ativas (95,90%), seguidas pelo comércio (2,78%) e o setor
público (1,03%), assim como disposto na Figura 42. A categoria mista possui apenas
08 (oito) economias ativas e não há nenhuma ativa na categoria industrial.
Apoio técnico e institucional: 157
Fonte: CAGECE, 2017.
5.3.1.2.8.3 Índices de utilização da rede de água (Iura) e de cobertura dos serviços
de abastecimento de água
Na Tabela 54 estão apresentados os valores do Índice de Utilização da
Rede de Água (Iura) para a localidade de Antônio Diogo.
Tabela 54 - Índice de utilização da rede de água da localidade Antônio Diogo no período de 2014 a2017.
Ano Iura (%)
2014 80,27
2015 81,16
2016 81,61
2017 80,17
Fonte: CAGECE, 2017.
Verifica-se na Tabela 54 que até 2017 cerca de 20% da população que
dispõe de infraestrutura de rede de água não a utiliza. Observou-se ainda que de
2014 a 2017 o valor do Iura manteve-se praticamente inalterado, com variação
pouco expressiva.
Para Antônio Diogo encontram-se dispostos na Tabela 55 os índices de
Apoio técnico e institucional: 158
Figura 42 - Situação das economias ativas por categorias na localidade Antônio Diogo emdezembro de 2017.
2,78%0,29%1,03%
95,90%
Comercial Industrial Mista Pública Residencial
cobertura de água nos últimos anos.
Tabela 55 - Índice de cobertura do SAA do distrito Antônio Diogo durante o período de 2014 a 2017.
AnoPopulação
projetada (hab)População coberta
de água (hab)População ativa de
água (hab)Índice de cobertura
de água (%)
2014 6.896 6.673 5.648 96,77
2015 7.023 6.798 5.893 96,79
2016 7.133 6.913 5.924 96,92
2017 7.254 7.036 5.892 96,99
Fonte: CAGECE, 2017.
O índice de cobertura de abastecimento dos domicílios da localidade
Antônio Diogo registrou um acréscimo sútil entre os anos avaliados, indo de 96,77%
em 2014 para 96,99%, em 2017. O contingente populacional atual coberto com rede
de água corresponde a 7.036 habitantes, com 83,74% dessa população ativa.
5.3.1.2.8.4 Medição do consumo de água (micromedição)
Na Tabela 56 é apontada o índice de hidrometração entre os anos de
2011 a 2015 para Antônio Diogo.
Tabela 56 - Índice de hidrometração da localidade Antônio Diogo entre o período de 2011 a 2015.
Ano Índice de hidrometração (%)
2011 100,0
2012 100,0
2013 100,0
2014 100,0
2015 100,0
Fonte: CAGECE, 2016.
Assim como indicado na Tabela 56, a localidade Antônio Diogo tem
excelente índice de hidrometração, com micromedição em 100,0% das ligações de
água.
Com relação a quantia e a idade média do parque de hidrômetros, ilustra-
se na Figura 43 as informações para a RDA de Antônio Diogo.
Apoio técnico e institucional: 159
Fonte: CAGECE, 2016.
Entre 2011 e 2015 o parque de hidrômetros instalados apresentou um
incremento de 15,45% (ver Figura 43), com uma quantia em 2015 de 3.160
hidrômetros possuindo idade média de 05 anos, prazo limite para troca pela Cagece.
5.3.1.2.8.5 Volume faturado e consumido
Na Figura 44 são assinaladas as médias por consumo, volumes faturado
e consumido mensais de água nos anos de 2011 a 2015.
Fonte: CAGECE, 2016.
Apoio técnico e institucional: 160
Figura 43 - Total e idade média dos hidrômetros instalados em Antônio Diogo entre o período de 2011a 2015.
2011 2012 2013 2014 201527002750280028502900295030003050310031503200
0
1
2
3
4
5
Quantidade Idade MédiaAno
Núm
ero
de h
idrô
met
ros
Idad
e
Figura 44 - Consumo, volumes faturado e consumido médios mensais em Antônio Diogo nos anos de2011 a 2015.
2011 2012 2013 2014 2015
20000
24000
28000
32000
36000
8,00
8,50
9,00
9,50
10,00
10,50
Ano
Vol
ume
(m³)
Con
sum
o (m
³/lig
ação
)
Entre os anos de 2011 a 2014, as médias mensais do volume faturado de
água na localidade Antônio Diogo estiveram entre 31.719,00 e 33.714,42 m³, sendo
que os volumes médios consumidos, para esse período, oscilaram entre 23.955,14 e
26.519,75 m³. Em síntese, o volume consumido representou, em média, de 75 a
79% do faturado, justificando-se pela cobrança do volume de 10 m³ como o mínimo
para faturamento.
Em referência ao ano de 2015, a média mensal do volume faturado
(23.955,25 m³) praticamente se igualou ao volume médio consumido (23.346,50 m³),
conforme visualizado na Figura 44. Segundo a Coordenadoria Comercial da
UNBME, essa queda registrada em 2015 no volume faturado foi decorrente de
problemas operacionais e ajustes técnicos no abastecimento do distrito de Antônio
Diogo, no período de novembro/2014 a dezembro/2015, passando assim a efetuar o
faturamento pelo consumo real.
O consumo médio mensal por ligação manteve-se próximo ao mínimo
definido para faturamento com valor situando entre 8,5 e 10 m³/mês, assim como
sinalizado na Figura 44.
5.3.1.2.8.6 Controle operacional e controle de perdas
As informações do IANF e do IPD já foram demonstradas na Seção Erro:
Origem da referência não encontrada que aponta os valores totais dos sistemas da
Cagece no município, onde já estão considerados os dados dos sistemas da Sede e
de Antônio Diogo.
Não foi possível mensurar estas informações por distrito pela insuficiência
do sistema de medição em Antônio Diogo, sendo em algumas partes do sistema e
da rede de distribuição a informação calculada por estimativas. Em vista desse
problema, aponta-se a necessidade como programa de melhoria crucial a instalação
de medidores de vazão nas unidades do SAA de Antônio Diogo.
Apoio técnico e institucional: 161
5.3.1.2.8.7 Estrutura tarifária dos serviços de água
Na Tabela 57 mostra-se o modelo tarifário da Cagece e o histograma de
consumo da localidade Antônio Diogo em junho de 2016.
Tabela 57 - Estrutura tarifária de água (valores válidos a partir de setembro de 2017) e histograma dacompetência de dezembro/2017 da localidade Antônio Diogo.
CategoriaFaixa de
Consumo (m³)Tarifa
(R$/m³)Valor da
Conta (R$)Nº de
Economias%
Acumulada
Residencial
Social 0-10 1,13 11,30 47 1,86
Popular(com subsídio)
0-1011-1516-2021-50> 50
2,313,944,277,3413,08
23,1042,8064,15
284,35-
1.50049420514401
61,1580,6788,7794,4794,51
Normal(sem subsídio)
0-1011-1516-2021-50> 50
3,294,274,627,9113,97
32,9054,2577,35
314,65-
470805020
96,3696,6896,8896,9696,96
Total Residencial 2.453 96,96
Comercial
Popular 0-13 3,94 51,22 36 1,42
Normal0-50> 50
8,2513,08
412,50-
160
2,062,06
Total Comercial 52 2,06
Industrial Normal0-1516-50> 50
7,298,6513,44
109,35412,10
-
000
0,000,000,00
Total Industrial 0 0,00
Pública Normal0-1516-50> 50
4,817,1611,49
72,15322,75
-
140803
0,550,870,99
Total Pública 25 0,99
Entidade Filantrópica
0-1011-1516-2021-50> 50
2,313,894,187,1612,63
23,1042,5563,45
278,25-
00000
0,000,000,000,000,00
Total Filantrópica 0 0,00
Total Geral 2.530 100,00
Fonte: CAGECE, 2017.
Apoio técnico e institucional: 162
De acordo com a Tabela 57, o maior contingente de economias enquadra-
se na categoria residencial, somando 2.453 economias (96,96% do total geral).
Desta porção, 2.344 famílias pertencem a categoria residencial popular (92,65% do
total geral), registrando aproximadamente 61% (n = 1.500) do total residencial com
faixa de consumo de até 10 m3, tarifa de R$ 2,31/m3 e valor final de R$ 23,10
cobrado na conta pela prestação dos serviços de água.
Salienta-se ainda que 47 economias estão classificadas na categoria
residencial social, em que a Cagece cobra por meio do consumo real com
distribuição uniforme do subsídio para consumo de até 10 m³. Esta categoria de
clientes que utiliza a rede de água paga de R$ 1,13 a R$ 11,30, variando conforme
os metros cúbicos consumidos.
Em seguida por quantidade de economias na Tabela 57 estão as
categorias comercial e pública 2,06% e 0,99% do total geral, respectivamente.
Apoio técnico e institucional: 163
5.3.1.2.9 Dados gerais para abastecimento de água no distrito Antônio Diogo –
IBGE, Prefeitura e Sisar
Em complemento às informações expostas, foi consultado o Censo 2010
do IBGE para identificar, de modo geral, as principais formas de abastecimento
utilizadas no distrito de Antônio Diogo. Além disso, utilizou-se o levantamento de
informações da equipe técnica da prefeitura, in loco, nas diversas localidades deste
distrito, e por fim, também foram considerados os dados das localidades atendidas
por sistemas implantados pelo Sisar.
5.3.1.2.9.1 Levantamento de dados do IBGE
Complementando as informações apresentadas anteriormente, foi
realizado levantamento por meio do Censo 2010 do IBGE acerca dos tipos de
abastecimento de águas encontradas nas zonas urbana e rural (consultar Tabela
58).
Tabela 58 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito de AntônioDiogo.
Zona
Formas de abastecimento
TotalRedegeral
Poço ou nascentena propriedade
Poço ou nascentefora da propriedade
Carropipa
CisternaOutrotipo¹
Urbana 1.769 47 26 - 2 23 1.867
Rural 273 53 280 18 217 102 943
Total 2.042 100 306 18 219 125 2.810
Fonte: IBGE, 2010.Nota 1 - na coluna outro tipo está acrescentado a informação das residências que possuem comoforma de abastecimento: água da chuva armazenada de outra forma; rio, açude, lago ou igarapé;entre outros tipos.
No contexto urbano o tipo de abastecimento se dá quase em totalidade
por rede geral, detendo 95% dos domicílios urbanos (n = 1.769). Já na zona rural as
fontes de abastecimento são mais diversificadas com aproximadamente 35% dos
domicílios utilizando poços ou nascentes (n = 333); destacando-se ainda os que
utilizam rede (29%) e cisternas (23%).
Apoio técnico e institucional: 164
5.3.1.2.9.2 Levantamento de dados pela equipe técnica da prefeitura
Com o objetivo de verificar a situação atual (2017) dos sistemas de
abastecimento do distrito Antônio Diogo, sobretudo na zona rural, a equipe técnica
da Prefeitura Municipal por meio dos Agentes de saúde coletou informações in loco
em diversas localidades, as quais estão dispostas na Tabela 59. Destaca-se que um
domicílio pode apresentar mais de uma alternativa de abastecimento.
Tabela 59 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Antônio Diogo.
Localidade Total dedomicílios
Sistema público com rede
Fonte Públicasem rede
Cisterna PoçoCarro-pipa
Nº dedomicílioscobertos
Fonte deabastecimento
Antônio Diogo 310 310 Açude/Cagece 0 0 0 0
Carnaúbas 141 131 Açude/Cagece 34 30 0 10
Ceru 228 207 Açude/Cagece 21 0 0 0
Chico Lima 95 95 Açude/Cagece 15 05 0 0
Colônia 201 201 Açude/Cagece 0 106 0 0
Conjunto Novo 219 219 Açude/Cagece 0 01 0
Croatá 19 0 - 0 19 0 19
Currais I 118 0 - 08 83 0 27
Currais II 130 0 - 15 120 10 40
DERT 149 149 Açude/Cagece 0 07 37 0
Euclides Alves 22 22 Açude/Cagece 0 0 0 0
FranciscoBarro
28 28 Açude/Cagece 0 0 0 0
Francisco Silva 42 42 Açude/Cagece 0 10 0 0
Frei Augusto 20 20 Açude/Cagece 0 10 0 0
Frexeira 12 0 - 0 12 4 8
Horto 56 0 - 56 20 18 -
Irmã Diomira 59 58 Açude/Cagece 0 08 01 0
João Vicente 13 13 Açude/Cagece 0 08 0 0
José Simeão 70 70 Açude/Cagece 25 08 0 0
Lagoa Dantas 133 0 - - 119 2 131
Luís Soares 127 127 Açude/Cagece 0 0 0 0
LuizDomingues
25 0 - 25 22 0 0
Mangueiral 52 52 Açude/Sisar 0 11 0 0
Apoio técnico e institucional: 165
Localidade Total dedomicílios
Sistema público com rede
Fonte Públicasem rede
Cisterna PoçoCarro-pipa
Nº dedomicílioscobertos
Fonte deabastecimento
Padre AntônioB.
25 25 Açude/Cagece 0 05 0 0
PadreSeveriano
158 158 Açude/Cagece 10 02 0 0
Rua IrmãAugusta
73 73 Açude/Cagece 0 06 0 0
Susto 223 - - 135 212 10 78
Tereza Cristina 10 10 Açude/Cagece 0 0 0 0
Terezinha P. 65 65 Açude/Cagece 17 05 0 0
Travessa LuísSoares
12 12 Açude/Cagece 0 0 0 0
Urucunzal 372 366 Açude/Cagece 02 09 07 0
Total 3.207 2.453 - 363 838 89 313
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.Nota: (-) Informação não disponível.(*) Incluso os domicílios que utilizam abastecimento coletivo por bica, poço ou chafariz da prefeitura, eaté mesmo, diretamente do açude.
Registra-se na Tabela 59, conforme dados da Prefeitura, que quase 76%
dos domicílios dispõem de sistema coletivo com rede, tendo neste caso a Cagece
como a principal prestadora com abrangência de 98% da parcela abastecida com
rede.
As outras fomas de abastecimento observadas em Antônio Diogo são
representadas por cisterna (26,1%), sistema público sem rede (11,3%), carro-pipa
(9,8%) e poço (2,8%). Nos sistemas públicos sem água encanada as fontes
utilizadas são poços, olho d'água e chafarizes, lembrando que, não foi assinalado
pelo município se é realizado qualquer tipo de tratamento da água fornecida por
esses sistemas. Vale enfatizar que as localidades operadas pela Cagece possui
água com tratamento feito por tecnologia do tipo convencional.
Conforme dados apresentados, desperta-se a preocupação pela ingestão
de água contaminada por parte da população do distrito de Antônio Diogo em face
de não se ter a segurança da procedência e do tratamento da água em algumas
localidades e também pelas condições impróprias de transporte e armazenamento
Apoio técnico e institucional: 166
que podem ser adotadas pela população.
5.3.1.2.9.3 Levantamento de dados da localidade que possui sistema operado pelo
Sisar – abastecimento de água no distrito Antônio Diogo
No distrito Antônio Diogo, o Sisar atua na localidade Mangueiral, sendo
abastecida por meio de injetamento realizado pelo SIAA de
Redenção/Acarape/Barreiras/Antônio Diogo. Portanto, o tratamento de água é o
realizado na Eta Acarape do Meio, do tipo convencional (ciclo completo).
Nas Tabela 60 e Tabela 61 estão dispostos as informações técnicas do
sistema operado pelo Sisar.
Tabela 60 - Dados populacionais do Sisar na localidade Mangueiral em 2016.
LocalidadeLigações
totaisLigações
ativasPop. coberta
totalPop.
abastecida
Índice dehidrometração
(%)
Atendimentoreal (%)
Mangueiral 52 44 197 166 100 85
Fonte: CAGECE, 2016.
Tabela 61 - Dados técnicos do Sisar na localidade Mangueiral em 2016.
Localidade FonteDiâmetro
da adutorae rede (mm)
Material daadutora e
rede
Extensãoda rede
(m)
CapacidadeREL (m³)
CapacidadeRAP (m³)
Funcionamentoh/dia
Volumemédio(m³)
Mangueiral Cagece 60 PVC 3.000 30 25 12 2
Fonte: CAGECE, 2016.
A tarifa média cobrada na localidade Mangueiral é de R$ 8,48 (incluídos
os custos de operação e manutenção), com atendimento real de água de 85%. O
monitoramento da qualidade da água distribuída é feita por meio das análises de pH,
cor, turbidez, residual de cloro e bacteriológico.
Apoio técnico e institucional: 167
5.3.1.3. Distrito Barra Nova e localidades
O levantamento das informações pelo IBGE acerca das formas de
abastecimento encontradas no referido distrito estão apresentados na Tabela 62.
Tabela 62 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito de Barra Nova.
Zona
Formas de abastecimento
TotalRedegeral
Poço ou nascentena propriedade
Poço ou nascentefora da propriedade
Carropipa
CisternaOutrotipo¹
Urbana 127 02 02 - - 03 134
Rural 89 67 147 - 04 134 441
Total 216 69 149 - 04 137 575
Fonte: IBGE, 2010.Nota 1 - na coluna outro tipo está acrescentado a informação das residências que possuem comoforma de abastecimento: rio, açude, lago ou igarapé; entre outros tipos.
No distrito de Barra Nova foi observado que as formas predominantes de
abastecimento são por poços/nascentes (37,91% do total) e rede geral (37,56% do
total).
No contexto urbano a preminência no abastecimento se dá por rede com
abrangência de 95% das residências e no rural a maioria dos domicílios (48,53%)
utilizam poços/nascentes. Na zona rural destaca-se também a utilização de outros
tipos e rede geral como abastecimento, com percentual de 30% e 20%,
respectivamente, do total dos domicílios rurais.
Em menor número, consta como uma das formas de abastecimento em
Barra Nova as cisternas.
Com o objetivo de verificar a situação atual (2017) dos sistemas de
abastecimento do distrito Barra Nova, sobretudo na zona rural, a equipe técnica da
Prefeitura Municipal por meio dos Agentes de saúde coletou informações in loco em
diversas localidades, as quais estão dispostas na Tabela 63. Destaca-se que um
domicílio pode apresentar mais de uma alternativa de abastecimento.
Apoio técnico e institucional: 168
Tabela 63 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Barra Nova.
Localidade Total dedomicílios
Sistema público com rede
Fonte Públicasem rede
Cisterna PoçoCarro-pipa
Nº dedomicílioscobertos
Fonte deabastecimento
Araticum deBaixio
03 0 - 03 0 0 0
Baixas 16 0 - 15 12 01 0
Barra Nova 251 243 Açude/Cagece 0 73 08 0
Brenha 130 0 - 129 123 01 0
Calção 06 0 - 06 04 0 0
Canadá 101 22 Poço 0 0 0 79
Comburão 08 0 - 08 05 0 0
Genipapo 07 0 - 07 05 0 0
Leão 13 18 0 - 18 16 0 0
Mosquito 05 0 - 04 05 01 0
Piancó 15 0 - 15 13 01 0
Piroás I 20 0 - 20 11 0 0
Piroás II 112 0 - 111 90 01 0
São Gerardo 11 0 - 10 02 01 0
Serra Grande 09 0 - 0 09 09 0
Total 712 265 - 346 368 23 79
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.Nota: (-) Informação não disponível.(*) Incluso os domicílios que utilizam abastecimento coletivo por bica, poço ou chafariz da prefeitura, eaté mesmo, diretamente do açude.
De acordo com os dados levantados pela Prefeitura, mostrados na Tabela
63, apenas 37% dos domicílios recebem água por meio de rede de distribuição,
estando a Cagece responsável pelo abastecimento somente na localidade Barra
Nova (n = 243 residências) e na localidade Canadá a operação é realizada pela
própria Associação Comunitária/Prefeitura que atende parcialmente os moradores
da região (n = 22 domicílios).
Salienta-se que todas as informações técnicas, comerciais e operacionais
do sistema que abastece a localidade Barra Nova já foi descrita anteriormente,
contextualizada nas Seções que tratam do SAA do distrito Sede.
As outras fontes de abastecimento existentes em Barra Nova de maior
alcance são representadas por cisterna (51,7%) e sistema público sem rede (48,6%)
Apoio técnico e institucional: 169
com maior. Com menor proporção estão os domicílios que utilizam carro-pipa
(11,1%) e poço (3,2%). Nas fontes públicas coletivas sem água encanada são
utilizadas poços, chafarizes e, até mesmo, coletam-se diretamente no açude.
Em referência ao tratamento da água, com exceção das localidades
operadas pela Cagece, foi informado pela Prefeitura que apenas as localidades
Leão 13 e São Gerardo realizam uma simples desinfecção pela aplicação de cloro
(hipoclorito ou água sanitária). As demais localidades não foram apontadas se há
algum tratamento empregado.
A partir dos dados apresentados acima, revela-se a preocupação de
riscos a saúde pública em parte das localidades de Barra Nova devido a ingestão de
água de procedência e controle imprecisos, como também pela possibilidade de
transporte e armazenamento inadequados da água consumida.
Apoio técnico e institucional: 170
5.3.1.4. Distrito Faísca e localidades
O levantamento das informações pelo IBGE acerca das formas de
abastecimento encontradas no referido distrito estão apresentados na Tabela 64.
Tabela 64 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito de Faísca.
Zona
Formas de abastecimento
TotalRedegeral
Poço ou nascentena propriedade
Poço ou nascentefora da propriedade
Carropipa
CisternaOutrotipo¹
Urbana 01 06 25 - - 105 137
Rural 13 06 86 - 01 19 125
Total 14 12 111 - 01 124 262
Fonte: IBGE, 2010.Nota 1 - na coluna outro tipo está acrescentado a informação das residências que possuem comoforma de abastecimento: água da chuva armazenada de outra forma; rio, açude, lago ou igarapé;entre outros tipos.
No distrito de Faísca foi observado que as formas predominantes de
abastecimento são por poços/nascentes (46,94% do total) e outros tipos (47,32% do
total).
No contexto urbano a predominância no abastecimento se dá por outros
tipos, com abrangência de 77% das residências, e no rural a maioria dos domicílios
(74%) utilizam poços/nascentes.
Em menor número, consta ainda como as formas de abastecimento em
Faísca: rede (n = 14 residências) e a cisterna (n = 01 residência).
Com o objetivo de verificar a situação atual (2017) dos sistemas de
abastecimento do distrito Faísca, sobretudo na zona rural, a equipe técnica da
Prefeitura Municipal por meio dos Agentes de saúde coletou informações in loco em
diversas localidades, as quais estão dispostas na Tabela 65. Destaca-se que um
domicílio pode apresentar mais de uma alternativa de abastecimento.
Apoio técnico e institucional: 171
Tabela 65 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Faísca.
Localidade Total dedomicílios
Sistema público com rede
Fonte Públicasem rede
Cisterna PoçoCarro-pipa
Nº dedomicílioscobertos
Fonte deabastecimento
Boqueirão 120 80 Poço 20 90 10 0
Faísca 179 153 Poço 20 157 03 03
Oiticica 133 0 - 80 80 08 03
Olho D'ÁguaBananeira
46 46 0 30 0 0
Olho D'Água doConstantino
236 236 Poço/Sisar 0 100 02 03
Praianos 02 0 - 0 02 02 0
Riacho dasPedras
68 0 - 55 63 13 0
Total 784 515 - 175 522 38 09
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.Nota: (-) Informação não disponível.(*) Incluso os domicílios que utilizam abastecimento coletivo por bica, poço ou chafariz da prefeitura, eaté mesmo, diretamente do açude.
Segundo levantamento da Prefeitura (Tabela 65) cerca de 66% dos
domicílios dispõem de água por rede de distribuição, com 54% desta quantia com
fornecimento de água por sistemas operados pela Prefeitura (n = 279) e 46% dos
domicílios pelo Sisar (n = 236).
As outras fontes de abastecimento existentes em Faísca de maior alcance
são representadas por cisterna (67%) e sistema público sem rede (22%) com maior.
Com menor proporção estão os domicílios que utilizam poço (5%) e carro-pipa (1%).
Nas fontes públicas coletivas sem água encanada são utilizadas poços, chafarizes e,
até mesmo, utilizam água diretamente do açude.
Em referência ao tratamento da água, foi informado pela Prefeitura que
apenas as localidades Olho D'Água Bananeira, Olho D'Água do Constantino e
Oiticica efetuam uma simples desinfecção com aplicação de cloro (hipoclorito ou
água sanitária). As demais localidades não foram apontadas se há algum tratamento
empregado.
A partir dos dados apresentados acima, revela-se a preocupação de
riscos a saúde pública em parte das localidades de Barra Nova devido a ingestão de
Apoio técnico e institucional: 172
água de procedência e controle imprecisos, como também pela possibilidade de
transporte e armazenamento inadequados da água consumida.
No distrito Faísca, o Sisar atua na localidade Olho d´Água dos
Constantinos. Nas Tabela 66 e Tabela 67 estão dispostos as informações técnicas
do sistema operado pelo Sisar.
Tabela 66 - Dados populacionais do Sisar na localidade Olho D'Água dos Constantinos em 2016.
LocalidadeLigações
totaisLigações
ativasPop. coberta
totalPop.
abastecida
Índice dehidrometração
(%)
Atendimentoreal (%)
Olho d'Águados
Constantinos236 167 892 631 100 71
Fonte: CAGECE, 2016.
Tabela 67 - Dados técnicos do Sisar na localidade Olho D'Água dos Constantinos em 2016.
Localidade FonteDiâmetro
da adutorae rede (mm)
Material daadutora e
rede
Extensãoda rede
(m)
CapacidadeREL (m³)
CapacidadeRAP (m³)
Funcionamentoh/dia
Volumemédio(m³)
Olho d'Água dosConstantinos
Poço 60 PVC 5.000 - - 24 2
Fonte: CAGECE, 2016.
A tarifa média cobrada na localidade Olho d´Água dos Constantinos é de
R$ 10,60 (incluídos os custos de operação e manutenção), com atendimento real de
água de 71%. O tratamento da água é feito por simples desinfecção (cloro) com
monitoramento da qualidade da água distribuída a partir das análises de pH, cor
aparente, turbidez, cloro residual e microbiológicas.
5.3.1.5. Distrito Guassi e localidades
O levantamento das informações pelo IBGE acerca das formas de
abastecimento encontradas no referido distrito estão apresentados na Tabela 68.
Apoio técnico e institucional: 173
Tabela 68 - Domicílios particulares permanentes por tipo de abastecimento no distrito de Guassi.
Zona
Formas de abastecimento
TotalRedegeral
Poço ou nascentena propriedade
Poço ou nascentefora da propriedade
Carropipa
CisternaOutrotipo¹
Urbana 20 06 70 - - - 96
Rural 02 163 335 - 04 51 555
Total 22 169 405 - 04 51 651
Fonte: IBGE, 2010.Nota 1 - na coluna outro tipo está acrescentado a informação das residências que possuem comoforma de abastecimento: água da chuva armazenada de outra forma; rio, açude, lago ou igarapé;entre outros tipos.
No distrito de Guassi foi observado que a forma predominante de
abastecimento é por poços/nascentes (88,17% do total), compreendendo na zona
urbana 79,17% das residências e na rural 89,73% das residências.
Em menor número, consta ainda como as formas de abastecimento em
Guassi: outros tipos (n = 51 domicílios), rede (n = 22 domicílios) e cisternas (n = 04
domicílios).
Com o objetivo de verificar a situação atual (2017) dos sistemas de
abastecimento do distrito Guassi, sobretudo na zona rural, a equipe técnica da
Prefeitura Municipal por meio dos Agentes de saúde coletou informações in loco em
diversas localidades, as quais estão dispostas na Tabela 69. Destaca-se que um
domicílio pode apresentar mais de uma alternativa de abastecimento.
Apoio técnico e institucional: 174
Tabela 69 - Tipos de abastecimento nas localidades do distrito Guassi.
Localidade Total dedomicílios
Sistema público com rede
Fonte Públicasem rede
Cisterna PoçoCarro-pipa
Nº dedomicílioscobertos
Fonte deabastecimento
Arvoredo 20 0 - 20 18 0 0
Guassi 180 128 - 34 126 18 0
Serra Negra 09 0 - 0 09 09 0
Serra Vermelha 83 83 Poço/Sisar 0 0 0 0
Serrinha Bela 68 0 - 65 18 03 0
Sítio Alegre 06 0 - 06 05 0 0
Sítio Camará 31 0 - 13 17 03 11
Sítio Catarina 03 0 - 0 02 0 02
Sítio Miranda 14 0 - 14 14 0 0
Sítio Palmeira 03 0 - 03 0 0 0
Sítio Paraíso 14 0 - 0 11 0 03
Sítio Saco 40 0 - 36 40 0 04
Total 471 211 - 191 260 33 20
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.Nota: (-) Informação não disponível.(*) Incluso os domicílios que utilizam abastecimento coletivo por bica, poço ou chafariz da prefeitura, eaté mesmo, diretamente do açude.
Segundo levantamento da Prefeitura (Tabela 69) cerca de 61% dos
domicílios dispõem de água por rede de distribuição, com 61% desta quantia com
fornecimento de água por sistemas operados pela Prefeitura (n = 128) e 39% dos
domicílios pelo Sisar (n = 83).
As outras fontes de abastecimento existentes em Guassi de maior
alcance são representadas por cisterna (55%) e sistema público sem rede (41%).
Com menor proporção estão os domicílios que utilizam poço (7%) e carro-pipa (4%).
Nas fontes públicas coletivas sem água encanada são utilizadas poços, chafarizes e,
até mesmo, buscam água diretamente do açude.
Em referência ao tratamento da água, foi informado pela Prefeitura que
apenas a localidade Serra Vermelha faz uma simples desinfecção com aplicação de
cloro (hipoclorito). As demais localidades não foram apontadas se há algum
tratamento empregado.
A partir dos dados apresentados acima, revela-se a preocupação de
Apoio técnico e institucional: 175
riscos a saúde pública em parte das localidades de Barra Nova devido a ingestão de
água de procedência e controle imprecisos, como também pela possibilidade de
transporte e armazenamento inadequados da água consumida.
No distrito Guassi, o Sisar atua na localidade Serra Vermelha. Nas Tabela
70 e Tabela 71 estão dispostos as informações técnicas do sistema operado pelo
Sisar.
Tabela 70 - Dados populacionais do Sisar na localidade Serra Vermelha em 2016.
LocalidadeLigações
totaisLigações
ativasPop. coberta
totalPop.
abastecida
Índice dehidrometração
(%)
Atendimentoreal (%)
SerraVermelha
83 78 314 295 100 94
Fonte: CAGECE, 2016.
Tabela 71 - Dados técnicos do Sisar na localidade Serra Vermelha em 2016.
Localidade FonteDiâmetro
da adutorae rede (mm)
Material daadutora e
rede
Extensãoda rede
(m)
CapacidadeREL (m³)
CapacidadeRAP (m³)
Funcionamentoh/dia
Volumemédio(m³)
Serra Vermelha Poço 60 PVC 4.000 - 20 12 3
Fonte: CAGECE, 2016.
A tarifa média cobrada na localidade Serra Vermelha é de R$ 10,60
(incluídos os custos de operação e manutenção), com atendimento real de água de
94%. O tratamento da água é feito por desinfecção (cloro). A qualidade da água
distribuída é monitorada a partir das análises de pH, cor aparente, turbidez, cloro
residual e microbiológicas.
5.3.1.5.1 Informações gerais do IBGE – abastecimento de água no município de
Redenção
Por fim, na Tabela 72 estão apresentados os dados gerais de domicílios
particulares permanentes segundo a forma de abastecimento de água no município
de Redenção, conforme o Censo 2010 do IBGE.
Apoio técnico e institucional: 176
Tabela 72 - Domicílios particulares permanentes por formas de abastecimento de água – 2010.
Município deRedenção
Formas de abastecimento
TotalRedegeral
Poço ounascente napropriedade
Poço ounascente fora
da propriedadeCarro-pipa Cisterna
Outrotipo¹
Zona urbana 3.873 65 139 - 02 208 4.287
Zona rural 1.070 376 1.029 18 226 386 3.105
Total 4.943 441 1.168 18 228 594 7.392
Fonte: IBGE, 2010.Nota 1 - na coluna outro tipo está acrescentado a informação das residências que possuem comoforma de abastecimento: água da chuva armazenada de outra forma; rio, açude, lago ou igarapé;entre outros tipos.
De acordo com os dados apresentados, 66,9% dos domicílios particulares
permanentes do município rede geral como principal forma de abastecimento, a
maioria destes localizados na zona urbana (n = 3.873). Por conseguinte, estão os
domicílios que utilizam poços ou nascentes com alcance de 21,8% do total, com
maior parcela situado na zona rural (n = 1.168).
Com menor dimensão, encontra-se os domicílios que têm como forma de
abastecimento outros tipos (8,0%), cisternas (3,1%) e carro-pipa (0,2%).
5.3.2 Esgotamento Sanitário
O município de Redenção não dispõe de um sistema público de
esgotamento sanitário, embora, já exista um sistema que cobre uma pequena
extensão da população do distrito Sede, apenas com abrangência para o bairro Boa
Fé, contemplado por meio do programa Prourb com coleta e tratamento biológico.
Nas demais regiões do município, zona urbana e rural, são empregadas,
principalmente, soluções individuais como fossas sépticas, fossas rudimentares,
valas, até mesmo, com despejo de seus efluentes diretamente nas vias públicas.
Abaixo serão discutidos as informações relativas ao sistema de
esgotamento sanitário existente. É importante mencionar que em 2015 a Cagece
elaborou um Projeto Técnico Executivo do Sistema de Esgotamento Sanitário de
Redenção-CE, que compreenderá toda a população urbana do distrito sede.
Apoio técnico e institucional: 177
Portanto, após apresentação do SES atual será apresentado um resumo das
informações técnicas do novo projeto do SES.
5.3.2.1. Distrito sede
O SES existente na Sede foi instalada apenas para abrangência do bairro
Boa Fé com atendimento até 2017 de apenas 269 ligações ativas. O sistema é
composto por rede coletora, estação de tratamento de esgoto (ETE), emissário e
corpo receptor (Figura 45).
Apoio técnico e institucional: 178
Fonte: CAGECE, 2016.
Apoio técnico e institucional: 179
Figura 45 -Croqui do SES existente em Redenção-CE.
5.3.2.1.1 Rede coletora de esgoto (RCE)
A RCE no distrito sede abrange apenas a coleta e o transporte do esgoto
gerados nas residências do bairro Boa Fé para a Ete Redenção (instalada no
mesmo bairro), com extensão total de 2.209,86 m Ø 150 mm em PVC.
A rede coletora está em bom estado de conservação, porém foi relatado
pela gerência de núcleo de Redenção a má utilização da rede pela população, com
o despejo de águas pluviais e descarte de resíduos de óleos de cozinha junto ao
esgoto. No período de inverno ocorre extravasamentos nas vias locais pela
contribuição irregular demasiada de água das chuvas na rede de esgoto.
Para o RCE em questão, no ano de 2015 foram registrados 13
reclamações e solicitações a partir da central de atendimento telefônico da Cagece
(0800 275 0195), sendo 85% destas relativas a verificação de dados cadastrais e
apenas 01 (um) registro para serviços de desobstrução de rede.
5.3.2.1.2 Estações de tratamento de esgoto (Ete)
Unidade operacional que tem como finalidade, a partir de processos
físicos, químicos e/ou biológicos, a remoção de poluentes do esgoto, devolvendo ao
meio ambiente o efluente tratado em conformidade com os padrões exigidos pela
legislação ambiental vigente.
O município de Redenção possui somente a estação de tratamento de
esgoto do bairro Boa Fé (Figura 46), que possui vazão de projeto de 7,43 m³/h. A Ete
de Redenção conta com tecnologia de tratamento por reatores anaeróbios de fluxo
ascendente, comumente denominado de UASB (do inglês Upflow Anaerobic Sludge
Blanket).
A ETE é contemplada por: gradeamento, poço de sucção com bomba
submersível (funciona com 02 CMBs, um em operação e um reserva), 02 reatores
UASB circular, dosador de cloro, tanque de contato e leito de secagem. Não há
identificação deste equipamento e nem que ele pertence a Cagece.
Apoio técnico e institucional: 180
Em relação a segurança, operação e manutenção, a Ete está
devidamente delimitada e apresenta adequada condição de manutenção e
conservação.
Fonte: CAGECE, 2016.
Inicialmente, o esgoto passa por um poço de visita na Ete e segue para a
unidade de tratamento preliminar (gradeamento). O material removido do
gradeamento é armazenado em uma célula na estação e quando atinge volume
suficiente é disposto no lixão do município, constituindo-se como uma destinação
final ambientalmente inadequada.
Na sequência, o esgoto é destinado ao poço de sucção com bomba
submersível, que detém a função de recalcar o esgoto sobrenadante e introduzi-lo
na base do reator. No ato da visita, o poço de sucção estava funcionando com o
CMB reserva e o CMB titular encontrava-se com defeito. Informa-se ainda que a Ete
não possui grupo gerador de energia elétrica.
No reator UASB é promovido por meio de processos biológicos
anaeróbios a degradação da matéria orgânica pela passagem do esgoto em um
escoamento ascendente, percorrendo pelos compartimentos de digestão, de
decantação e o separador trifásico (gás, líquido e sólido).
Nessa tecnologia de tratamento biológico são gerados produtos nos
estados físicos líquido, sólido e gasoso: o efluente tratado, o lodo digerido e o biogás
Apoio técnico e institucional: 181
Figura 46 - Estação de tratamento de esgoto no bairro Boa Fé, Redenção - CE.
(composto, principalmente, por metano que possui elevado poder calorífico).
Por fim, o efluente do reator UASB segue para um tanque de contato,
onde é aplicado o processo de desinfecção por cloração no esgoto tratado antes do
lançamento ao corpo receptor. O sistema de dosagem de produtos químicos
(hypocal) é manual e ocorre de forma incipiente, necessitando de automação para
melhorar a eficiência da cloração.
Parte do lodo digerido descartado do reator UASB é encaminhado para
desidratação nos leitos de secagem (Figura 47), onde por meio de processos
naturais ocorre a redução do teor de água e possível remoção de patógenos pela
exposição a radiação, garantindo assim redução do volume a ser transportado e
disposto ou até mesmo permitindo o reaproveitamento do lodo para fins agrícolas.
Os resíduos sólidos da Ete, material retirado nas grades e o lodo
produzido nos leitos de secagem, são dispostos inadequadamente com disposição
final no lixão do município.
Fonte: CAGECE, 2016.
Com relação à qualidade do efluente tratado, o Plano de Monitoramento e
Controle da Ete de Redenção executado pela Cagece, determina a frequência para
análise dos seguintes parâmetros:
a) Mensal: potencial hidrogeniônico, sólidos suspensos totais, demanda
química de oxigênio total, cloro residual livre, coliformes totais e E. coli;
Apoio técnico e institucional: 182
Figura 47 - Leito de secagem da Ete Redenção.
b) trimestral: materiais flutuantes e temperatura; frequência semestral
para as análises de nitrogênio amoniacal, sólidos sedimentáveis e
sulfeto;
c) anual: cromo hexavalente, ferro dissolvido, manganês dissolvido, óleos
e graxas, sulfato e sulfito.
O Relatório de Verificação de Conformidade Legal e Ambiental da saída
da Ete Redenção, no ano de 2015, demonstra que alguns resultados apresentaram
não conformidades com os padrões de lançamento estabelecidos pela Portaria
154/2002 da SEMACE (Art. 4º), sendo eles: DQO, SST, materiais flutuantes, sólidos
sedimentáveis, E. coli.
Segundo a Cagece (2016), o reator está operando com carga orgânica
elevada, comprometendo, deste modo, a eficiência na remoção de poluentes
durante o tratamento e levando a produção de esgoto tratado fora dos padrões de
lançamentos da legislação vigente.
5.3.2.1.3 Emissário e corpo receptor
O emissário tem uma extensão aproximada de 350 m com diâmetro de
PVC OCRE 150mm. O esgoto tratado na ETE é disposto no rio Belinha.
No emissário parte da tubulação está danificada em seu trecho inicial, a
cerca de 30 m do vertedouro (CAGECE, 2014).
5.3.2.1.4 Aspectos comerciais do sistema de esgotamento sanitário
Os aspectos comerciais a serem mencionados nesta seção estão
relacionados à (ao): quantidade de ligações de esgoto; quantidade de economias e
situação por categoria; índices de utilização da rede, cobertura e atendimento do
SES no distrito Sede; volumes faturados e coletados e produção de esgoto média
mensal; estrutura tarifária dos serviços de esgoto.
Apoio técnico e institucional: 183
5.3.2.1.4.1 Ligações de esgoto
Na Tabela 73 é demonstrada a quantidade e a situação de ligações de
esgoto na Sede do município por categoria do imóvel.
Tabela 73 - Ligações de esgoto no SES do distrito sede no período de 2014 a 2017.
Situação/Ano 2014 2015 2016 2017
Ativo Condominial15 0 0 0 0
Ativo Normal16 287 283 272 269
Factível17 08 08 11 10
Faturado por Outro Imóvel18 0 01 01 01
Ligado sem Interligação19 04 04 04 04
Ligado sem Condição de Interligar20 0 0 0 0
Potencial21 4.281 4.419 4.574 4.682
Suspenso22 12 15 17 18
Tamponado23 01 01 10 13
Total 4.593 4.731 4.889 4.997
Fonte: CAGECE, 2017.
Analisando a Tabela 73 verifica-se que o número de ligações ativas
normais de esgoto decresceu durante os anos de 2014 a 2017, com uma redução de
6%, possuindo somente 269 ligações ativas normais de esgoto em 2017. As ligações
suspensas e tamponadas tiveram um aumento, passando, respectivamente, de 12 e
01 ligações em 2014 para 18 e 13 ligações em 2017.
É importante ressaltar a quantidade de ligações potenciais, detendo
4.682 ligações no ano de 2017.
15 Apresentam rede de esgoto interligada à rede coletora condominial.16 Apresentam rede de esgoto ligada à rede coletora.17 Apresentam rede de esgoto disponível para ligação, mas não está interligada.18 Ligações ativas, onde o seu faturamento é pago por outro imóvel.19 Apresentam rede de esgoto disponível para ligação com ramal e caixa de inspeção, mas não está
interligada.20 Existe caixa coletora, mas o nível da caixa não permite escoamento.21 Não apresentam rede de esgoto disponível para ligação.22 Ligações com faturamento suspenso.23 Ligações lacradas.
Apoio técnico e institucional: 184
5.3.2.1.4.2 Economias
É apresentada na Tabela 74 o resumo da situação das categorias de
economias até a competência de dezembro de 2017.
Tabela 74 - Situação das economias por categoria no SES de Redenção até dezembro de 2017.
CategoriaAtiva
condominialAtiva
normalFactível
Faturadapor
outroimóvel
Lig. s/interligação
Ligado s/condição
deinterligar
Potencial Suspensa Tamponada Total
Comercial 0 01 0 0 0 0 273 0 0 274
EntidadeFilantrópica
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Industrial 0 0 01 0 0 0 16 0 0 17
Mista 0 0 0 0 0 0 65 0 0 65
Pública 0 01 0 0 0 0 102 0 0 103
Residencial 0 267 09 01 04 0 4.446 18 13 4.758
Total 0 269 10 01 04 0 4.837 18 13 5.217
Fonte: CAGECE, 2017.
Observa-se que apenas 5,16% (n = 269) das economias estão na
situação ativa normal, com 267 destas enquadradas na categoria residencial. Cerca
de 94% das economias (n = 4.837) estão na situação de ligação em potencial, ou
seja, não existe infraestrutura de rede de esgoto disponível para interligação.
5.3.2.1.4.3 Índices de utilização da rede, cobertura e atendimento do SES no distrito
sede
Na Tabela 75 estão apresentados os valores do Índice de Utilização da
Rede de Esgoto (Iure) da sede. Indicador este de caráter setorial utilizado para
monitorar o alcance dos serviços de esgotamento sanitário.
Tabela 75 - Índice de utilização da rede de esgoto da sede de Redenção no período de 2014 a 2017.
Ano Iure (%)
2014 95,83
2015 95,83
2016 92,06
2017 91,43
Fonte: CAGECE, 2017.
Apoio técnico e institucional: 185
Na Tabela 75 nota-se que em 2017 cerca de 91% da população coberta
com infraestrutura de rede de esgoto está interligada, embora o sistema tenha
abrangência pequena somente de uma parcela da população que reside no bairro
Boa Fé. Logo, percebe-se que a maioria dos domicílios utilizam soluções individuais,
muitas se caracterizando como formas de tratamento de águas residuárias
inadequadas, a exemplo do uso de fossas rudimentares e disposição no solo,
expondo-se dessa forma ao risco iminente de contaminação e doenças relacionadas
a falta infraestrutura de saneamento básico.
Ainda analisando a Tabela 75, observa-se que entre 2014 a 2017 o Iure
teve com uma leve redução de, aproximadamente, 96% em 2014 para 91% em
2017.
Abaixo, na Tabela 76, são designados os índices de cobertura e
atendimento do SES do distrito de Redenção no período de 2014 a 2017.
Tabela 76 - Índices de cobertura e atendimento do SES do distrito Sede entre 2014 e 2017.
AnoPopulaçãoprojetada
(hab.)
PopulaçãoCoberta de
Esgoto(hab.)
População Ativade Esgoto
(hab.)
Índice de Cobertura deEsgoto (%)
2014 7.902 580 537 7,34
2015 8.034 568 515 7,07
2016 8.166 561 492 6,87
2017 8.321 560 482 6,73
Fonte: CAGECE, 2017.
Entre 2014 e 2017, o índice de cobertura de esgoto apresentou uma
redução indo de 7,34% para 6,73%, respectivamente. Ou seja, mais de 90% da
população do distrito Sede não tem alcance de infraestrutura de esgotamento
sanitário.
5.3.2.1.4.4 Volumes faturados e coletados e produção de esgoto média mensal
Na Figura 48 são exibidos os volumes faturado, coletado e a geração
Apoio técnico e institucional: 186
média mensal de esgoto no distrito de Redenção para os anos de 2011 a 2015.
Fonte: CAGECE, 2016.
Conforme visualizado na Figura 48, no intervalo de tempo avaliado o
volume faturado médio mensal variou entre 1555 e 1976 m³, sendo que o volume
coletado esteve com percentuais entre 90 e 97% do faturado. Em menção à geração
média mensal de esgoto por ligação, foi registrado mínimo de 5,10 m³/ligação, em
2011, e máximo de 6,45 m³/ligação em 2012.
5.3.2.1.4.5 Estrutura tarifária dos serviços de esgoto
O consumidor usuário pela prestação dos serviços de esgotamento
sanitário pela Cagece paga o equivalente a 80% do volume faturado de água pela.
“Na prática, a Cagece continua tratando 100% do esgoto produzido nas residências,
mas fatura 20% a menos do volume na emissão de suas faturas, estimulando,
assim, o uso do serviço de esgotamento sanitário” (CAGECE, 2016).
Na Tabela 77 mostra-se o modelo tarifário da Cagece e o histograma de
consumo do distrito Sede.
Apoio técnico e institucional: 187
Figura 48 - Volumes faturado, coletado e gerado mensal de água por ligação entre 2011 a 2015.
2011 2012 2013 2014 20151000
1200
1400
1600
1800
2000
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
Vol. faturado (m³) Vol. coletado (m³) Consumo mensal (m³/lig)Ano
Vol
ume
(m³)
Ger
ação
(m
³/lig
ação
)
Tabela 77 - Estrutura tarifária de esgoto (valores válidos a partir de setembro de 2017) e histogramada competência de dezembro/2017 do distrito Sede.
CategoriaFaixa de
Consumo (m³)Tarifa
(R$/m³)Valor da
Conta (R$)Nº de
Economias%
Acumulada
Residencial
Social 0-10 1,13 11,30 108 48,00
Popular(com subsídio)
0-1011-1516-2021-50> 50
2,313,944,277,3413,08
23,1042,8064,15
284,35-
57500800
73,3395,5699,1199,1199,11
Normal(sem subsídio)
0-1011-1516-2021-50> 50
3,614,705,068,6915,36
36,1059,6084,90
345,60-
00000
99,1199,1199,1199,1199,11
Total Residencial 223 99,11
Comercial
Popular 0-13 4,33 56,29 0 0,00
Normal0-50> 50
9,1114,39
455,50-
010
0,440,44
Total Comercial 01 0,44
Industrial Normal0-1516-50> 50
8,039,5014,78
120,45452,95
-
000
0,000,000,00
Total Industrial 0 0,00
Pública Normal0-1516-50> 50
5,297,8612,63
79,35354,45
-
00
01
0,000,000,04
Total Pública 01 0,44
Entidade Filantrópica
0-1011-1516-2021-50> 50
2,313,894,187,1612,63
23,1042,5563,45
278,25-
00000
0,000,000,000,000,00
Total Filantrópica 0 0,00
Total Geral 225 100,00
Fonte: CAGECE, 2017.
De acordo com a Tabela 77, 99,11% das economias pertencem a
categoria residencial (n = 223). Cerca de 48% do total de economias estão
classificadas na categoria residencial social (n = 108) e aproximadamente 51%
pertencem a categoria residencial popular (n = 115).
Da categoria residencial popular maior parcela apresentam faixas de
Apoio técnico e institucional: 188
consumo de até 10 m3 (n = 57) e de 11-15 m³ (n = 50), com tarifas, respectivamente,
de R$ 2,31 e 3,94/m3 e valores finais, respectivamente, de R$ 23,10 e R$ 42,80
cobrados na conta pela prestação dos serviços de esgoto.
5.3.2.1.5 Projeto técnico executivo do SES do município de Redenção-CE
Em 2015, a Cagece elaborou o Projeto do Sistema de Esgotamento
Sanitário da sede urbana do município de Redenção. Neste projeto a Cagece
desconsiderou o sistema existente devido a não compatibilidade deste com as
normas de recebimento da companhia (fora dos padrões de assentamento e
tratamento).
O projeto do SES de Redenção é para implantação de um sistema do tipo
separador absoluto, constituído de ligações prediais, intradomiciliares, rede coletora,
estações elevatórias, linhas de recalque, estação de tratamento e emissário final. O
sistema projetado apresenta infraestrutura e tecnologia compatíveis ao tratamento
de águas residuárias domésticas.
O SES foi dividido em 05 (cinco) sub-bacias (SB) de contribuição. Cada
sub-bacia terá uma estação elevatória e linha de recalque, transportando assim todo
o esgoto gerado até a estação de tratamento de esgoto. O horizonte do projeto é de
20 anos (2015-2034) com vazão máxima de fim de projeto de 34,44 L/s.
No projeto do SES de Redenção está previsto o atendimento para 100%
da população urbana do distrito sede (população total de fim de plano igual a 11.877
habitantes), contemplando 2.316 unidades de ligações domiciliares, 1.158 ligações
intradomiciliares e 148 módulos sanitários.
É importante mencionar que a Ete do Prourb será aproveitada no novo
projeto, onde irá se configurar como uma das EEE devido o sistema existente ser de
pequena dimensão e por estar fora das normas de técnicas de recebimento da
Cagece.
O valor do orçamento do projeto em questão foi de R$ 19.922.301,38
mas, até o momento, encontra-se em fase de captação de recursos financeiros para
Apoio técnico e institucional: 189
execução. Na Figura 49 é mostrada o layout geral do SES projetado.
Apoio técnico e institucional: 190
Figura 49 - Layout geral do SES projetado para o distrito sede.
Fonte: CAGECE, 2015.
5.3.2.1.5.1 Rede coletora de esgoto projetada
A rede projetada é do tipo convencional (separador absoluto) com
extensão total de 18.989,30 m em PVC OCRE, contemplando toda área urbana do
distrito sede, dividida em 05 (cinco) sub-bacias.
Na Tabela 78 são apresentados as informações da rede coletora por sub-
bacia (diâmetro e extensão).
Tabela 78 - Características da RCE por Sub-bacia.
Sub-baciasComprimento de Rede
TotalØ 150 mm Ø 200 mm Ø 250 mm Ø 300 mm
Sub-bacia 1 1980,60 - - - 1.980,60
Sub-bacia 2 6.420,30 127,20 20,40 - 6.567,90
Sub-bacia 3 768,90 - - 17,20 786,10
Sub-bacia 4 8.267,20 185,70 8,90 - 8.461,80
Sub-bacia 5 1.192,90 - - - 1.192,90
Total 18.989,30
Fonte: CAGECE, 2015.
5.3.2.1.5.2 Estações elevatórias de esgoto (EEE) projetada
A sede será contemplada com 05 (cinco) EEE cada uma com a seguinte
configuração: tratamento preliminar por gradeamento, calha parshall, gerador e CMB
reserva. Apenas a EEE-03, que recebe contribuição de todas as sub-bacias e
destina o esgoto para a Ete, terá tratamento preliminar completo (com caixa de
areia). As bombas a serem instaladas são do tipo submersível, com 01 ativa e 01
reserva.
A Tabela 79 mostra as informações técnicas das EEE por sub-bacia.
Apoio técnico e institucional: 192
Tabela 79 - Informações técnicas das EEE por sub-bacia.
ElevatóriaBacia
atendida
Q (L/s) – 20 anos Hman (m) 20 anos
Potência (CV) 20 anosQ min Q med Q max Q EEE
EEE-01 Sub-bacia 01 1,20 1,46 3,03 5,00 13,9 2,7
EEE-02 Sub-bacia 02 4,34 6,81 14,39 15,40 23,6 15
EEE-03 Sub-bacia 03 1,38 16,07 23,08 36,00 34,9 25
EEE-04 Sub-bacia 04 5,17 7,45 15,61 16,10 12,2 5
EEE-05 Sub-bacia 05 0,91 1,14 2,51 4,90 16,6 3,8
Fonte: CAGECE, 2015.
5.3.2.1.5.3 Linhas de recalque (LR)
As linhas de recalque das elevatórias foram dimensionadas para a vazão
de fim de plano e suas características estão identificadas na Tabela 80. A extensão
total das LR é de 4.654,73 m.
Tabela 80 - Características das LR.
LRLocalização Vazão
(L/s)Comprimento
(m)Material
Diâmetro(mm)
LançamentoMontante Jusante
LR1 SB-1 SB-2 5,00 802,60 PVC DEFºFº 100 EEE-02
LR2 SB-2 SB-3 15,40 1.471,51 PVC DEFºFº 150 EEE-03
LR3 SB-3 Ete 36,00 626,37 PVC DEFºFº 150 ETE
LR4 SB-4 SB-3 16,10 818,45 PVC DEFºFº 150 EEE-03
LR5 SB-5 SB-4 5,10 935,80 PVC DEFºFº 100 EEE-04
Fonte: CAGECE, 2015.
5.3.2.1.5.4 Estação de tratamento de esgoto projetada
A Ete será projetada considerando a vazão de fim de plano, pois o
crescimento previsto populacional e a demanda não favorece a modulação por
etapa. Por se tratar de esgoto sanitário doméstico foi adotado o tratamento biológico
com tecnologia por reatores UASB acompanhado de lagoas de polimento.
As unidades da Ete são representadas por: 02 reatores UASBs, 02 lagoas
de polimento, 06 células de leitos de secagem, emissário final, 01 estação elevatória
de esgoto tratado (EEET) e 01 casa de operação.
Apoio técnico e institucional: 193
Fonte: CAGECE, 2015.
O lodo descartado dos reatores UASB serão desidratados nos leitos de
secagem e, em seguida, encaminhados ao aterro sanitário. O líquido percolado dos
leitos de secagem serão recolhidos por meio de um sistema de drenagem e
destinado as lagoas de polimento.
Há ainda a EEET, situada em um dos PVs do emissário final, que objetiva
o recalque do efluente final até o reservatório de esgoto tratado (RET) e,
posteriormente, a reutilização do esgoto tratado na irrigação das plantas da área da
Ete. Quando o efluente tratado não for reutilizado ele retornará a tubulação do
extravasor e será lançado no corpo receptor. A EEET terá 01 bomba ativa e 01
reserva do tipo submersível. Na Tabela 81 segue as informações referentes a EEET.
Tabela 81 - Características da EEET.
Elevatória
Linha de recalqueQ (L/s)
20 anos
Hman(m)
20 anos
Potência(CV)
20 anosMontante JusanteExtensão
FºGº Ø 50mm
EEET-01Lagoa de
polimento 2RET 13,00 2,2 17,0 3,8
Fonte: CAGECE, 2015.
Apoio técnico e institucional: 194
Figura 50 - Fluxograma da concepção da Ete.
5.3.2.1.5.5 Emissário final
O emissário terá extensão de 50,00 m e diâmetro de 300 mm em PVC
rígido OCRE. O esgoto tratado será destinado por meio do emissário final até o
córrego sem denominação nas proximidades da Ete.
5.3.2.1.6 Levantamento de dados do IBGE – esgotamento sanitário no distrito sede
As soluções individuais e coletivas empregadas na destinação final de
efluentes do distrito sede estão descritas na Tabela 82.
Tabela 82 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito sede.
DistritoSede
Tipos de Esgotamento Sanitário
TotalRede geralde esgotoou pluvial
Fossaséptica
Fossarudimentar
ValaRecursoshídricos
Outrotipo
Sembanheiro
Zona urbana 300 446 1.114 156 - 09 28 2.053
Zona rural 02 180 706 21 - 04 128 1.041
Total 302 626 1.820 177 - 13 156 3.094
Fonte: IBGE, 2010.
Para o IBGE (2010), classifica-se como solução adequada de
esgotamento sanitário os seguintes tipos:
a) Rede coletora de esgoto ou pluvial: quando a canalização das águas
servidas e dos dejetos está ligada a um sistema de coleta que os
conduz a um escoadouro, mesmo que o sistema não disponha de
estação de tratamento da matéria esgotada;
b) fossa séptica: quando as águas servidas e os dejetos são esgotados
para uma fossa, onde passam por um processo de tratamento ou
decantação, sendo a parte líquida absorvida no próprio terreno ou
canalizada para um escoadouro.
Em relação ao número total de domicílios particulares permanentes do
distrito sede, nota-se que menos de 30% dispõem de formas consideradas
adequadas de esgotamento sanitário (rede e fossa séptica), n = 928 domicílios. No
Apoio técnico e institucional: 195
contexto urbano essa condição é de 36% e no rural cai por volta de 17%.
Cerca de 70% (n = 2.166) das residências continuam utilizando métodos
inadequados de destinação final, destacando-se as fossas rudimentares como a
principal forma de destinação imprópria, detendo um percentual de 84% dentro
desta parcela inadequada.
Consta ainda na Tabela 82 a existência de aproximadamente 5% dos
domicílios que não possuem banheiros ou sanitários, estando maior quantidade
situada na zona rural (n = 128 domicílios).
5.3.2.1.7 Levantamento de dados pela equipe técnica da prefeitura – esgotamento
sanitário no distrito Sede
Tendo em vista a topografia do município, alguns logradouros deverão ter
solução para o tratamento diferenciada, em relação à solução coletiva empregada
para o restante da Sede municipal. Para esses logradouros, no qual o atendimento
está previsto para uma etapa posterior, será indicado o emprego de soluções
individuais para o destino adequado dos dejetos.
A equipe técnica da Prefeitura coletou informações in loco, nas
localidades do distrito Sede, as quais estão dispostas na Tabela 83.
Apoio técnico e institucional: 196
Tabela 83 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Sede, Redenção - CE.
LocalidadeNº de
domicílios
Tipo de esgotamento sanitário
Rede deesgoto
FossaSéptica +
sumidouro
Fossarudimentar
Outro tipo*Sem
banheiro
Alto da BelaVista
218 0 0 218 0 0
Araticum 85 0 0 64 21 21
Beco SantaRita
07 0 0 07 0 0
Boa Fé 338 0 05 321 12 12
Boa Vista 56 0 0 50 0 06
CentroComunitário
83 0 0 83 0 0
ConjuntoAntônioBonfim
117 0 0 117 0 0
Diamante 48 0 0 47 0 01
Fraza 16 0 0 16 0 0
Gurgurí 108 0 0 92 16 16
Itapaí 221 0 0 209 12 12
Major JoséGabriel
29 0 0 29 0 0
Maleitas 59 0 0 47 06 12
Manoel Dias 141 0 0 132 09 09
ManuelAntônio de
Lima44 0 0 43 0 01
Outeiro 525 0 0 525 0 0
Parque daLiberdade
308 0 0 308 0 0
Prourb 229 229 0 0 0 0
R. PadreBarros
07 0 0 07 0 0
R. SantoAgustino
21 0 0 21 0 0
Rua SantaRita
45 0 0 45 0 0
SantoAntônio
100 0 0 80 20 20
São Bento 83 0 0 72 11 11
Apoio técnico e institucional: 197
LocalidadeNº de
domicílios
Tipo de esgotamento sanitário
Rede deesgoto
FossaSéptica +
sumidouro
Fossarudimentar
Outro tipo*Sem
banheiro
Sede 777 0 0 777 0 0
SegefredoFranco
86 0 0 86 0 0
Serra Verde 62 0 0 57 0 05
TravessaSanta Rita
14 0 0 14 0 0
Vila Tomaz 20 0 0 17 03 03
Total 3.847 229 05 3.484 110 129
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.Nota (*): Efluente lançado a céu aberto (rua ou quintal). Conforme levantamento realizado pelaprefeitura podem estar considerados nesse campo, além dos domicílios sem banheiro, aqueles quepossuem banheiro lançando em fossa e que parte dos esgotos produzidos nas residências(especialmente as águas servidas) são lançadas também a céu aberto;Nota (-): Dados não disponíveis ou inexistentes.
Nas localidades do distrito Sede quase 94% das residências dispõem de
seus esgotos de maneira inadequada, com maior parte apresentando como forma
de disposição final imprópria as fossas rudimentares (90,56% do total de domicílios).
Apenas 5,95% possuem destinação adequada por meio de rede coletora de esgoto
(de baixa cobertura e com sistema insuficiente) e 0,13% por fossa séptica mais
sumidouro.
Foi registrado ainda que cerca de 3% das residências tem seu esgoto
destinado a céu aberto, nesta condição agrava-se ainda mais o risco à saúde
pública da comunidade local e ao meio ambiente pela poluição do solo e dos
recursos hídricos.
Além disso, há 3,35% dos domicílios que não possuem banheiros ou
sanitários, ou seja, não contém sequer instalações e condições sanitárias mínimas
ficando expostos aos seus próprios dejetos.
5.3.2.2. Distrito Antônio Diogo e localidades
Os tipos de esgotamento sanitário encontrados no distrito Antônio Diogo
Apoio técnico e institucional: 198
estão dispostos na Tabela 84.
Tabela 84 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Antônio Diogo,Redenção - CE.
DistritoGeneralTibúrcio
Tipos de Esgotamento Sanitário
TotalRede geralde esgotoou pluvial
Fossaséptica
Fossarudimentar
ValaRecursoshídricos
Outrotipo
Sembanheiro
Zona urbana 02 157 1.682 09 01 01 15 1.867
Zona rural - 165 666 43 01 11 57 943
Total 02 322 2.348 52 02 12 72 2.810
Fonte: IBGE (2010).
Conforme a Tabela 84 constata-se que no distrito Antônio Diogo cerca de
88% dos domicílios dispõem seus dejetos de maneira inadequada (n = 2.486
residências). Dessa quantia 94,45% usam fossa rudimentar (n = 2.348) para
descarte final de seus efluentes.
Vale enfatizar que tanto na área rural como urbana prevalece como tipo
de esgotamento sanitário a fossa rudimentar, com abrangência de aproximadamente
71% e 90% das residências, respectivamente.
No distrito Antônio Diogo existem ainda 72 domicílios sem banheiro.
A Prefeitura Municipal de Redenção coletou dados em relação ao
esgotamento sanitário nas localidades de Antônio Diogo, como pode ser visto na
Tabela 85.
Apoio técnico e institucional: 199
Tabela 85 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Antônio Diogo, Redenção - CE.
LocalidadeNº de
domicílios
Tipo de esgotamento sanitário
Rede deesgoto
FossaSéptica +
sumidouro
Fossarudimentar
Outro tipo*Sem
banheiro
AntônioDiogo
310 0 0 310 0 0
Carnaúbas 141 0 0 140 01 01
Ceru 228 0 0 228 0 0
Chico Lima 95 0 0 95 0 0
Colônia 201 0 0 201 0 0
ConjuntoNovo
219 0 0 219 0 0
Croatá 19 0 0 19 0 0
Currais I 118 0 0 107 11 11
Currais II 130 0 0 130 0 0
DERT 149 0 0 149 0 0
EuclidesAlves
22 0 0 22 0 0
FranciscoBarro
28 0 0 28 0 0
FranciscoSilva
42 0 0 42 0 0
Frei Augusto 20 0 0 19 01 01
Frexeira 12 0 0 09 03 03
Horto 56 0 0 46 10 10
Irmã Diomira 59 0 0 59 0 0
João Vicente 13 0 0 13 0 0
José Simeão 70 0 0 70 0 0
LagoaDantas
133 0 0 129 04 04
Luís Soares 127 0 0 126 0 01
LuizDomingues
25 0 0 25 0 0
Mangueiral 52 0 0 41 03 11
PadreAntônio B.
25 0 0 24 01 01
PadreSeveriano
158 0 0 158 0 0
R. Irmã 73 0 0 73 0 0
Apoio técnico e institucional: 200
LocalidadeNº de
domicílios
Tipo de esgotamento sanitário
Rede deesgoto
FossaSéptica +
sumidouro
Fossarudimentar
Outro tipo*Sem
banheiro
Augusta
Susto 223 0 0 223 0 0
TerezaCristina
10 0 0 10 0 0
Terezinha P. 65 0 0 65 0 0
TravessaLuís Soares
12 0 0 12 0 0
Urucunzal 372 0 0 372 0 0
Total 3.207 0 0 3.164 34 43
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.Nota (*): Efluente lançado a céu aberto (rua ou quintal).Nota (-): Dados não disponíveis ou inexistentes.
De acordo com o levantamento da Prefeitura, foi registrado que 100%
dos domicílios do distrito Antônio Diogo lançam seus esgotos de forma imprópria,
destes 98,66% possuem fossa rudimentar e 1,34% não possuem banheiros ou
sanitários, ou seja, não apresentam instalações e condições sanitárias mínimas
estando com problemas de saúde pública pela maior exposição e contato com seus
dejetos.
Por fim, destaca-se que não há rede pública de esgotamento sanitário em
Antônio Diogo.
5.3.2.3. Distrito Barra Nova e localidades
Os tipos de esgotamento sanitário encontrados no distrito Barra Nova
estão apresentados na Tabela 86.
Apoio técnico e institucional: 201
Tabela 86 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Barra Nova.
DistritoGeneralTibúrcio
Tipos de Esgotamento Sanitário
TotalRede geralde esgotoou pluvial
Fossaséptica
Fossarudimentar
ValaRecursoshídricos
Outrotipo
Sembanheiro
Zona urbana - 01 124 01 01 - 07 134
Zona rural - - 339 02 - - 100 441
Total - 01 463 03 01 - 107 575
Fonte: IBGE (2010).
No distrito Barra Nova há 463 domicílios (80,52%) que dispõem seus
dejetos em fossa rudimentar. Tanto na zona urbana como na rural esse tipo de
esgotamento sanitário predomina, com abrangência de aproximadamente 93% e
77% das residências, respectivamente.
Ressalta-se ainda que quase 19% dos domicílios de Barra Nova não
possuem banheiro, com 100 destes localizados, sobretudo, no ambiente rural.
A Prefeitura Municipal de Redenção coletou dados em relação ao
esgotamento sanitário nas localidades de Barra Nova, como pode ser visto na
Tabela 87.
Apoio técnico e institucional: 202
Tabela 87 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Barra Nova.
LocalidadeNº de
domicílios
Tipo de esgotamento sanitário
Rede deesgoto
FossaSéptica +
sumidouro
Fossarudimentar
Outro tipo*Sem
banheiro
Araticum deBaixo
03 0 0 03 0 0
Baixas 16 0 0 13 03 03
Barra Nova 251 0 0 251 0 0
Brenha 130 0 0 127 03 03
Calção 06 0 0 06 0 0
Canadá 101 0 0 89 12 12
Comburão 08 0 0 05 03 03
Genipapo 07 0 0 06 01 01
Leão 13 18 0 0 10 08 08
Piancó 15 0 0 15 0 0
Mosquito 05 0 0 04 01 01
Pirroás I 20 0 0 19 01 01
Piroás II 112 0 29 70 13 13
São Gerardo 11 0 0 11 0 0
Serra Grande 09 0 0 09 0 0
Total 712 0 29 638 45 45
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.Nota (*): Efluente lançado a céu aberto (rua ou quintal).Nota (-): Dados não disponíveis ou inexistentes.
Segundo levantamento da Prefeitura, apontou-se que quase 96% dos
domicílios do distrito Barra Nova lançam inadequadamente seus esgotos, com
apenas 4% dispondo adequadamente em fossa séptica mais sumidouro.
Vale ressaltar que a forma predominante de despejo de efluentes ocorre
por meio de fossa rudimentar (89,61% do total) e mais de 6% dos domicílios não
possuem banheiros ou sanitários, ou seja, não apresentam instalações e condições
sanitárias mínimas estando com problemas de saúde pública pela maior exposição e
contato com seus dejetos.
Por fim, destaca-se que não há rede pública de esgotamento sanitário em
Barra Nova.
Apoio técnico e institucional: 203
5.3.2.4. Distrito Faísca e localidades
Os tipos de esgotamento sanitário encontrados no distrito Faísca estão
apresentados na Tabela 88.
Tabela 88 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Faísca.
DistritoGeneralTibúrcio
Tipos de Esgotamento Sanitário
TotalRede geralde esgotoou pluvial
Fossaséptica
Fossarudimentar
ValaRecursoshídricos
Outrotipo
Sembanheiro
Zona urbana - - 122 02 - - 13 137
Zona rural - 03 96 03 - 02 21 125
Total - 03 218 05 - 02 34 262
Fonte: IBGE (2010).
No distrito Faísca há 218 domicílios (83,21%) que dispõem seus dejetos
em fossa rudimentar. Tanto na zona urbana como rural esse tipo de esgotamento
sanitário predomina, com abrangência de aproximadamente 89% e 77% das
residências, respectivamente.
Ressalta-se ainda que quase 13% dos domicílios de Faísca não possuem
banheiro (n = 34).
A Prefeitura Municipal de Redenção coletou dados em relação ao
esgotamento sanitário nas localidades de Faísca, como pode ser visto na Tabela 89.
Apoio técnico e institucional: 204
Tabela 89 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Faísca.
LocalidadeNº de
domicílios
Tipo de esgotamento sanitário
Rede deesgoto
FossaSéptica +
sumidouro
Fossarudimentar
Outro tipo*Sem
banheiro
Boqueirão 120 0 0 110 14 10
Faísca 179 0 0 179 10 0
Oiticica 133 0 0 119 0 14
Ollho D'Águado
Constantino236 0 0 236 0 0
Olho D'Águada Bananeira
46 0 0 43 03 03
Praianos 02 0 0 0 02 02
Riacho dasPedras
68 0 0 66 02 02
Total 784 0 0 753 31 31
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.Nota (*): Efluente lançado a céu aberto (rua ou quintal).Nota (-): Dados não disponíveis ou inexistentes.
De acordo com o levantamento da Prefeitura, foi registrado que 100%
dos domicílios do distrito Faísca lançam seus esgotos de forma imprópria, destes
96,05% possuem fossa rudimentar e 3,95% não possuem banheiros ou sanitários,
ou seja, não apresentam instalações e condições sanitárias mínimas estando com
problemas de saúde pública pela maior exposição e contato com seus dejetos.
Por fim, destaca-se que não há rede pública de esgotamento sanitário em
Faísca.
5.3.2.5. Distrito Guassi e localidades
Os tipos de esgotamento sanitário encontrados no distrito Guassi estão
apresentados na Tabela 90.
Apoio técnico e institucional: 205
Tabela 90 - Domicílios particulares permanentes por tipo de esgotamento no distrito Guassi.
DistritoGeneralTibúrcio
Tipos de Esgotamento Sanitário
TotalRede geralde esgotoou pluvial
Fossaséptica
Fossarudimentar
ValaRecursoshídricos
Outrotipo
Sembanheiro
Zona urbana 01 - 94 - - - 01 96
Zona rural - 01 436 08 01 05 104 555
Total 01 01 530 08 01 05 105 651
Fonte: IBGE (2010).
No distrito Guassi há 530 domicílios (81,41% do total) que dispõem seus
dejetos em fossa rudimentar. Tanto na zona urbana como na rural esse tipo de
esgotamento sanitário predomina, com abrangência de aproximadamente 98% e
79% das residências, respectivamente.
Ressalta-se ainda que quase 16% dos domicílios de Faísca não possuem
banheiro (n = 105), estando estas residências, em sua totalidade, situadas na zona
rural (n = 104).
A Prefeitura Municipal de Redenção coletou dados em relação ao
esgotamento sanitário nas localidades de Guassi, como pode ser visto na Tabela 91.
Apoio técnico e institucional: 206
Tabela 91 - Tipos de esgotamento sanitário nas localidades do distrito Guassi.
LocalidadeNº de
domicílios
Tipo de esgotamento sanitário
Rede deesgoto
FossaSéptica +
sumidouro
Fossarudimentar
Outro tipo*Sem
banheiro
Arvoredo 20 0 0 20 0 0
Guassi 180 0 0 164 16 16
Serra Negra 09 0 0 03 03 06
SerraVermelha
83 0 0 83 0 0
Serrinha Bela 68 0 0 68 0 0
Sítio AltoAlegre
06 0 0 04 02 02
Sítio Camará 31 0 0 27 04 04
Sítio Catarina 03 0 0 03 0 0
Sítio Miranda 14 0 0 09 05 05
SítioPalmeira
03 0 0 02 01 01
Sítio Paraíso 14 0 0 14 0 0
Sítio Saco 40 0 0 33 07 07
Total 471 0 0 430 41 41
Fonte: PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO, 2017.Nota (*): Efluente lançado a céu aberto (rua ou quintal).Nota (-): Dados não disponíveis ou inexistentes.
Segundo o levantamento da Prefeitura, foi registrado que 100% dos
domicílios do distrito Guassi lançam seus esgotos de forma imprópria, destes
91,30% possuem fossa rudimentar e 8,70% não possuem banheiros ou sanitários,
ou seja, não apresentam instalações e condições sanitárias mínimas estando com
problemas de saúde pública pela maior exposição e contato com seus dejetos.
Por fim, destaca-se que não há rede pública de esgotamento sanitário em
Guassi.
5.3.2.6. Informações gerais do IBGE – Esgotamento sanitário no município de
Redenção
Na Tabela 92 estão apresentados os dados gerais de domicílios
Apoio técnico e institucional: 207
particulares permanentes por existência de banheiro ou sanitário e tipo de
esgotamento sanitário no município de Redenção, conforme o Censo 2010 do IBGE.
Tabela 92 - Domicílios particulares permanentes, por existência de banheiro ou sanitário e tipo deesgotamento sanitário.
Municípiode
Redenção
Tipos de Esgotamento Sanitário
Total dedomicílios
Rede geralde esgotoou pluvial
Fossaséptica
Fossarudimentar
ValaRecursoshídricos
Outrotipo
Sembanheiro
Zona urbana 303 604 3.136 168 02 10 64 4.287
Zona rural 02 349 2.243 77 02 22 410 3.105
Total 305 953 5.379 245 04 32 474 7.392
Fonte: IBGE, 2010.
De acordo com os dados apresentados na Tabela 92, 6,41% dos
domicílios particulares permanentes do município de Redenção tem situação
agravada pela exposição aos seus próprios dejetos, uma vez que não possuem
infraestrutura mínima com banheiro ou sanitário.
Salienta-se que apenas 17,02% emprega esgotamento sanitário
adequado por meio do uso de fossa séptica (n = 953) e de rede (n = 305). No
entanto, cerca de 77% das residências tem destinação imprópria de seus esgotos,
com maior parte possuindo como alternativa de disposição as fossas rudimentares
(quase 73% do número total).
5.3.3 Síntese do Diagnóstico
5.3.3.1. Abastecimento de Água
Na Tabela 93 são apresentados os índices de cobertura de abastecimento
de água no município de Redenção, representado pelos domicílios que possuem
rede e/ou cisterna. Estes índices foram calculados a partir do consolidado de todas
as informações levantadas pela Cagece (2017), SISAR (2016) e Prefeitura Municipal
de Redenção (2017) e projeções dos dados a partir do Censo do IBGE (2010).
Apoio técnico e institucional: 208
Tabela 93 - Índices de cobertura do abastecimento de água em 2017 no município de Redenção - CE.
Distritos/MunicípioNº de domicílios (unidades)
Índice de cobertura (%)Coberto Total
Sede 4.582 5.330 85,97%
Antônio Diogo 3.575 4.290 83,34%
Barra Nova 560 702 79,80%
Faísca 660 773 85,42%
Guassi 345 638 54,10%
Redenção 9.722 11.732 82,87%
Fonte: IBGE(2010); CAGECE (2017); SISAR (2016); PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO(2017).
De acordo com a Tabela 93, tem-se aproximadamente 83% dos domicílios
de Redenção com serviço de abastecimento de água adequado, estando cerca de
17% destes com carência ou ineficiência de serviço abastecimento de água
apropriado.
Observando a cobertura nos distritos, visualiza-se que Guassi apresenta
o menor índice de cobertura dos serviços de abastecimento de água (54,10%) e com
maior índice está o distrito Sede (85,97%).
Os distritos Faísca, Antônio Diogo e Barra Nova possuem,
respectivamente, 85,42%, 83,34% e 79,80% dos seus domicílios com cobertura de
abastecimento de água.
No entanto, foram observadas localidades onde não se tem controle
sobre a procedência da qualidade da água fornecida e em outras delas foram
relatados problemas de descontinuidade do abastecimento.
Os principais problemas identificados no diagnóstico dos serviços,
infraestruturas e instalações públicas da componente abastecimento de água são
listados abaixo (Quadro 12).
Apoio técnico e institucional: 209
Quadro 12 - Síntese dos problemas identificados para o eixo Abastecimento de Água em 2017 nomunicípio de Redenção - CE.
Distrito Unidade Problema Responsável
Sede
Captação
Identificação e sinalização que a área é destinada aoabastecimento público encontra-se desgastada
Cogerh
Sifão com problema de não ser regulável, logo não épossível ajustá-lo para captar água bruta de melhor
qualidade ao longo da coluna d'água
Cogerh/Cagece
AAB derivada para o SIAA de Redenção/Acarape/Barreirae Antônio Diogo encontra-se subdimensionada com vazãode captação abaixo da demanda necessária para agarantia integral do tratamento e da distribuição
Flutuação de vazão de água bruta para o SIAA devido avariação de demanda dos sistemas a jusante, além das
ocorrências de furtos e fraudes ao longo da AAB quesegue até o açude Gavião
Tratamento
Ausência de identificação e sinalização da Eta
Cagece
Problemas operacionais e/ou de infraestrutura noprocesso de clarificação (Etapas: Coagulação, Floculação
e Filtração)
Ausência de dispositivos para tratamento dos rejeitosgerados na Eta (água de lavagens dos filtros e resíduos
sólidos) produzidos na Eta
Quantidade significativa de amostras com análisesrealizadas de cor aparente e de turbidez na saída da EtaAcarape do Meio em não conformidade com os padrões
de potabilidade
Ocorrências de algumas amostras com resultado dasanálises de Coliformes Totais em desacordo ao padrão de
potabilidade
Necessidade de manutenção e melhorias nas elevatóriasexistentes na Eta Acarape do Meio (ausência ou problema
com CMB reserva, sinalização e pintura deterioradas,necessidade de pequenos serviços de reforma predial eelétricos, ausência de dispositivo antigolpe, entre outros)
Existência de localidades que fazem uso de água nãotratada
PrefeituraAusência de monitoramento da qualidade da água nas
localidades onde foi detectado algum tipo de tratamento
Adução deágua tratada
Trecho da adutora de água tratada transpassandopropriedade particular
Cagece
RDA Quantidade significativa de amostras das análises de coraparente acima do padrão de potabilidade permitido
Ocorrências de algumas amostras de Turbidez, ColiformesTotais e Escherichia coli em desacordo com o padrão de
potabilidade
Apoio técnico e institucional: 210
Necessidade de manutenção e melhorias nas elevatóriasexistentes na Eta Acarape do Meio (ausência ou problema
com CMB reserva, sinalização e pintura deterioradas,necessidade de pequenos serviços de reforma predial eelétricos, ausência de dispositivo antigolpe, entre outros)
Ausência de medidores de níveis nos reservatórios ativos;pintura e sinalização deterioradas; necessidade de
pequenos serviços de manutenção
Ausências de dispositivos de macromedição em trechosda RDA
Problemas de abastecimento em algumas áreas dealtitude mais elevada (Alto da Santa Rita)
Cerca de 20% da população em 2017 atendida porinfraestrutura de rede de água não estava interligada
Existência de aglomerados populacionais descobertos porsistema coletivo de abastecimento
Prefeitura
AntônioDiogo
Tratamento
Existência de localidades que fazem uso de água nãotratada
PrefeituraAusência de monitoramento da qualidade da água nas
localidades onde foi detectado algum tipo de tratamento
RDA
Quantidade significativa de amostras das análises de coraparente acima do padrão de potabilidade permitido
Cagece
Ocorrências de algumas amostras de Turbidez, CloroResidual Livre, Coliformes Totais e Escherichia coli em
desacordo com o padrão de potabilidade
Ausência de dispositivo antigolpe e de CMB reserva naelevatória existente
Ausência de dispositivos de macromedição de volume
Ausência de medidores de níveis nos reservatórios ativos;pintura e sinalização deterioradas; necessidade depequenos serviços de manutenção; ocorrências de
extravasamentos
Problemas de baixa pressão de água no Alto da BelaVista, no Alto do Cemitério e em parte da Colônia
Cerca de 20% da população em 2017 atendida porinfraestrutura de rede de água não estava interligada
Existência de aglomerados populacionais descobertos porsistema coletivo de abastecimento
Prefeitura
BarraNova
Tratamento
Existência de localidades que fazem uso de água nãotratada
PrefeituraAusência de monitoramento da qualidade da água nas
localidades onde foi detectado algum tipo de tratamento
RDAQuantidade significativa de amostras das análises de cor
aparente acima do padrão de potabilidade permitidoCagece
Apoio técnico e institucional: 211
Ocorrências de algumas amostras de Turbidez, ColiformesTotais e Escherichia coli em desacordo com o padrão de
potabilidade
Problema no abastecimento de água causado por baixapressão da rede
Ausência de dispositivo de macromedição
Faísca Tratamento
Existência de localidades que fazem uso de água nãotratada
PrefeituraAusência de monitoramento da qualidade da água nas
localidades onde foi detectado algum tipo de tratamento
Guassi Tratamento
Existência de localidades que fazem uso de água nãotratada
PrefeituraAusência de monitoramento da qualidade da água nas
localidades onde foi detectado algum tipo de tratamento
Fonte: IBGE (2010); CAGECE (2017); SISAR (2016); PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO(2017).
5.3.3.2. Esgotamento Sanitário
Na Tabela 94 são apresentados os índices de cobertura de esgotamento
sanitário em Redenção, representados pelos domicílios que dispõem de rede pública
e/ou fossa séptica seguida de sumidouro. Estes índices foram calculados de forma
análoga ao cálculo do índice de cobertura de água. Vale ressaltar que não foram
levados em conta os dados do SISAR para esse cálculo, uma vez que não existem
sistemas de esgoto implantados pelo mesmo.
Tabela 94 - Índices de cobertura do esgotamento sanitário em 2017 no município de Redenção - CE.
Distrito/MunicípioNº de domicílios (unidades)
Índice de cobertura (%)Coberto Total
Sede 234 5.330 4,39%
Antônio Diogo 0 4.290 0,00%
Barra Nova 29 702 4,13%
Faísca 0 773 0,00%
Guassi 0 638 0,00%
Redenção 263 11.732 2,24%
Fonte: IBGE(2010); CAGECE (2017); PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO (2017).
Apoio técnico e institucional: 212
Analisando a Tabela 94, evidencia-se a pouca abrangência da utilização
de alternativas apropriadas de esgotamento sanitário no município, com cobertura
de somente 2,24% das residências. Nesse resultado está incluso também as
residências que não possuem banheiro.
Observa-se que apenas os distritos Sede e Barra Nova, embora com uma
cobertura muito baixa, destinam corretamente seus esgotos, registrando-se 4,39% e
4,13% dos domicílios atendidos, respectivamente. Destaca-se ainda a inexistência
de soluções adequadas de esgotamento sanitário nos demais distritos.
Dessa forma, torna-se necessária a massificação de investimentos no
setor visando a implantação de infraestrutura e de serviços de esgotamento sanitário
com foco na universalização e melhoria da qualidade dos serviços. Devendo
também estar atento aos aspectos de viabilidade técnica, econômica e financeira
das alternativas de destinação adequada dos esgotos sanitários a serem
empregadas nas localidades, podendo ser utilizados sistemas coletivos ou fontes
individuais.
Os principais problemas identificados no diagnóstico dos serviços,
infraestruturas e instalações públicas da componente esgotamento sanitário são
listados abaixo Quadro 13.
Quadro 13 - Síntese dos problemas identificados para o eixo Esgotamento Sanitário em 2017 nomunicípio de Redenção – CE.
Distrito Unidade Problema Responsável
Sede
RCE
SES existente de pequena abrangência, coberturaapenas para a localidade Boa Fé
CageceMá utilização da rede coletora pela população:
contribuição de águas pluviais e descarte de óleos decozinha
Rede coletora fora dos padrões técnicos e operacionaisadotados pela Cagece para recebimento de sistema
Tratamento Concepção da tecnologia de tratamento empregadasimplificada, ineficiente e fora dos padrões técnicos e
operacionais para recebimento pela Cagece
Cagece
Ete atuando com carga orgânica elevada
Disposição inadequado dos resíduos sólidos produzidosna Ete (material retido na grade e lodo proveniente dos
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leitos de secagem)
Efluente tratado lançado fora dos padrões delançamento da legislação vigente (Portaria 154/2002 daSemace) para os parâmetros de DQO, SST, materiais
flutuantes, sólidos sedimentáveis, E. coli
Emissário com parte da tubulação deteriorada
Demaisdistritos
Sistema públicoColetivo
Ausência de sistema público coletivo de esgotamentosanitário
Prefeitura
SedeSoluções
individuais
Conforme IBGE cerca de 70% dispõem de soluçõesinadequadas* de esgotamento sanitário
PrefeituraDe acordo com a Prefeitura, 129 domicílios não dispõemde banheiro e aproximadamente 91% das residências
lançam seus esgotos em fossa rudimentar
AntônioDiogo
Soluçõesindividuais
Conforme IBGE cerca de 88% dispõem de soluçõesinadequadas* de esgotamento sanitário
PrefeituraDe acordo com a Prefeitura, 43 domicílios não dispõemde banheiro e aproximadamente 99% das residências
lançam seus esgotos em fossa rudimentar
BarraNova
Soluçõesindividuais
Conforme IBGE cerca de 99,9% dispõem de soluçõesinadequadas* de esgotamento sanitário
PrefeituraDe acordo com a Prefeitura, 45 domicílios não dispõemde banheiro e aproximadamente 90% das residências
lançam seus esgotos em fossa rudimentar
FaíscaSoluções
individuais
Conforme IBGE cerca de 99% dispõem de soluçõesinadequadas* de esgotamento sanitário
PrefeituraDe acordo com a Prefeitura, 31 domicílios não dispõemde banheiro e aproximadamente 96% das residências
lançam seus esgotos em fossa rudimentar
GuassiSoluções
individuais
Conforme IBGE cerca de 99,7% dispõem de soluçõesinadequadas* de esgotamento sanitário
PrefeituraDe acordo com a Prefeitura, 41 domicílios não dispõemde banheiro e aproximadamente 91% das residências
lançam seus esgotos em fossa rudimentar
Fonte: IBGE (2010); CAGECE (2017); SISAR (2016); PREFEITURA MUNICIPAL DE REDENÇÃO(2017).Nota (*): Fossa rudimentar, vala, recurso hídrico, outro tipo e incluso os domicílios sem banheiro.
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APÊNDICE A – ATA DA 1ª AUDIÊNCIA PÚBLICA
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Apoio técnico e institucional: 217
Apoio técnico e institucional: 218
Fotos da I Audiência Pública.
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Apoio técnico e institucional: 221
Apoio técnico e institucional: 222
Apoio técnico e institucional: 223
Apoio técnico e institucional: 224
Apoio técnico e institucional: 225
ANEXO A – MAPA DOS MUNICÍPIOS EM SITUAÇÃO DE URGÊNCIA,
EMERGÊNCIA E ALERTA EM RELAÇÃO AO ABASTECIMENTO DE
ÁGUA NAS SEDES URBANAS MUNICIPAIS (FONTE: PLANO
ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA COM A SECA)
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Apoio técnico e institucional: 227