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PRECAUÇÕES E ISOLAMENTO 2016 PLANO DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES (BMR) PARA OS HOSPITAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO

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PRECAUÇÕES E ISOLAMENTO

2016

PLANO DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES (BMR) PARA OS HOSPITAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO

1

PRECAUÇÕES E ISOLAMENTO

Adenilde de Andrade Silva, Claudia Vallone Silva, Silvia Alice Ferreira,

Yara Yatiyo Yassuda Sumário

1. Introdução

2. Cadeia Epidemiológica de Transmissão de Micro-organismos

3. Medidas de Prevenção e Controle

3.1 Higiene de mãos

3.2 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

3.3 Tipos de Precaução

Precaução Padrão

Precaução respiratória para Gotículas

Precaução respiratória para Aerossóis

Precaução de Contato

Precauções para Bactérias Multirresistentes

4. Precauções Empíricas

5. Quadro de indicações específicas (Anexo1)

6. Higiene Ambiental

7. Medidas Administrativas

2

1 INTRODUÇÃO As práticas de precauções e isolamento vêm sendo utilizadas há muitos anos como uma

estratégia para a prevenção e controle de doenças transmissíveis. Historicamente, o

destaque vem sendo dado às barreiras mecânicas, químicas e ambientais com o intuito

de interromper a cadeia epidemiológica no ambiente hospitalar (Nichiata et al, 2004).

Com a evolução dos conhecimentos científicos, novas recomendações surgiram,

enfatizando a adoção de medidas racionais dirigidas ao modo de transmissão de

doenças.

Passou-se também a reconhecer a necessidade de produzir recomendações aplicáveis

aos diferentes cenários em que ocorre a assistência à saúde e não somente no

ambiente hospitalar.

A plena incorporação e aplicação das Precauções Padrão é considerada a base para a

prevenção da transmissão de doenças (Siegel et al, 2007), particularmente no cenário

atual, com o advento de doenças emergentes e re-emergentes.

Nem sempre é possível reconhecer imediatamente os casos de doenças transmissíveis.

Assim sendo, a aplicação consistente das Precauções Padrão em todas as situações,

independente do conhecimento da situação diagnóstica do indivíduo a ser assistido é

considerada elemento-chave para o sucesso na prevenção.

Para assegurar esta aplicação consistente é necessário que a instituição disponha de

elementos promotores:

características institucionais, com apoio administrativo e cultura de segurança,

que favoreçam a adesão dos trabalhadores, pacientes e familiares às práticas

recomendadas;

equipe de saúde em proporção e qualificação adequada ao número e severidade

de pacientes a serem atendidos;

rotinas de normas e procedimentos documentados, atualizados e de fácil acesso

para consulta pelos profissionais que executam a assistência;

treinamento e atualização periódica para toda a equipe de saúde;

disponibilização de recursos materiais (EPI, material assistencial) em qualidade e

quantidade apropriada para o atendimento assistencial.

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2 CADEIA EPIDEMIOLÓGICA DE TRANSMISSÃO DE MICRO- ORGANISMOS

Para prevenir e controlar as infecções, é necessário identificar os pontos onde podemos

atuar para quebrar os elos da cadeia epidemiológica de transmissão.

A cadeia epidemiológica organiza de forma didática a sequência da interação entre o

agente, o hospedeiro e o meio. Ela é composta por seis elementos, que devem estar

presentes para que ocorra a infecção.

Agente infeccioso: diversos agentes infecciosos podem causar infecção, incluindo

as bactérias, vírus, fungos, parasitas e príons.

Fonte: local onde o agente infeccioso se encontra, ou seja, o seu reservatório. Neste

sítio ele pode sobreviver crescer e se multiplicar até atingir o hospedeiro susceptível.

A transmissão de agentes infecciosos no ambiente assistencial ocorre a partir de

fontes humanas ou ambientais.

As fontes ou reservatórios humanos incluem pacientes, profissionais de

assistência saúde (PAS), familiares e visitantes. Qualquer um destes indivíduos pode

apresentar uma infecção, que se manifesta de forma sintomática (ex. acompanhante

com quadro de diarreia de inicio súbito, de etiologia viral). Porém, nem sempre a

presença de um agente infeccioso ocasiona sintomas. O indivíduo pode estar no

período de incubação da infecção, sem apresentar sintomas ou com sintomas

Agente Infeccioso

Fonte

Porta de Saída

Forma de Transmissão

Porta de Entrada

Hospedeiro Susceptível

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inespecíficos, que é característico do período prodrômico de certas doenças

infecciosas. Ou, ainda, pode não apresentar sintomas e estar transitoriamente ou

cronicamente colonizado com micro-organismos, que podem ser de importância

epidemiológica, pela sua alta transmissibilidade, pela elevada morbi-mortalidade ou

pela escassez de opções terapêuticas. Esta situação é muito frequente no paciente

hospitalizado e o trato respiratório ou gastrintestinal são reservatórios importantes de

colonização, assim como a pele. Estes micro-organismos colonizantes, que tem

importância epidemiológica no ambiente de assistência a saúde podem tornar-se

componentes da microbiota endógena destes pacientes (ex. colonização do trato

gastrintestinal pelo enterococo resistente a vancomicina).

As fontes ambientais são superfícies, materiais, equipamentos, água, soluções e

medicamentos que permitem a transmissão de agentes infecciosos de forma

secundária.

O sistema hidráulico tem sido relacionado a outros agentes patogênicos além de

bactérias. Fungos ambientais, como Aspergillus spp, Fusarium spp, têm sido

recuperados em amostras de água de hospitais e relacionados à infecções graves

em pacientes onco-hematológicos. Da mesma forma que a legionelose, as infecções

fungicas invasivas ocorrem a partir da formação de biofilme no sistema hidráulico,

durante o banho ou ao escovar os dentes, a aerosolização da água contendo estes

fungos promoveria a invasão do trato respiratório.

As fontes ou reservatórios animais permitem a transmissão por meio de vetores,

como mosquitos, ratos e outras pragas não tem sido foco de investigação nos

serviços de saúde, porém esta via de transmissão deve ser considerada

especialmente em regiões endêmicas para certas doenças, tais como malária,

dengue e febre amarela.

Porta de saída: é a via pela qual o agente infeccioso deixa a fonte ou reservatório

humano. As principais vias pelas quais os micro-organismos saem da fonte humana

para atingir uma fonte ambiental ou um hospedeiro susceptível são o trato

respiratório, geniturinário, gastrintestinal, sangue; pele e mucosas.

Modos de transmissão: é a forma pela qual o agente infeccioso atinge um

hospedeiro susceptível. Esta transmissão pode ocorrer por meio do contato direto

com a fonte, ou através do contato indireto na qual há um objeto intermediário. Para

certas doenças infecciosas a transmissão ocorre pela via respiratória, através de

gotículas e aerossóis. Os modos de transmissão variam de acordo com o agente

5

infeccioso e alguns destes podem ser transmitidos por mais de uma via. Alguns

exemplos:

transmissão por contato, vírus sincicial respiratório, Staphylococcus aureus,

Clostridium difficile.

transmissão por contato com sangue e fluídos corporais, como os vírus da hepatite B

(HBV), da hepatite C (HCV) e HIV, que podem ser transmitidos no ambiente

assistencial por meio da exposição ocupacional percutânea ou de mucosas.

transmissão aérea, Mycobacterium tuberculosis;

transmissão por gotículas, influenza, Bordetella pertussis, Neisseria meningitidis;

transmissão por contato e aérea, vírus Varicela zoster.

Entender os elos da cadeia e as possíveis formas de interrompê-la é fundamental para a

prevenção da transmissão de doenças. Grande parte destas medidas de prevenção em

serviços de saúde são estruturadas considerando as formas de transmissão, portas de

entrada e saída para a determinação dos padrões nos processos de trabalho. Por este

motivo, compreender as formas de transmissão permite racionalizar a aplicação destas

medidas.

A transmissão por contato é a forma mais comum e pode ocorrer de forma direta ou indireta.

A transmissão através de contato direto ocorre quando o micro-organismo é

transferido de uma pessoa infectada para outra sem que haja um objeto

contaminado ou pessoa envolvidos nessa via de transmissão.

Segundo o Guidelines for Infecction Control in Healthcare Personnel, 2007 as

oportunidades de transmissão de patógenos entre pacientes e profissionais da

assistência à saúde incluem:

Contato de sangue e fluídos corporais do paciente diretamente com mucosa ou pele

não íntegra.

Contato direto com pacientes infestados com escabiose

Contato direto com pacientes portadores de lesão herpética sem uso de luvas

A transmissão indireta envolve a transferência de um agente infeccioso por

meio de um objeto intermediário contaminado ou pessoa. É difícil determinar

como a transmissão indireta ocorre, entretanto, diversas evidências citadas no

manual dos CDC, Guideline for Hand Hygiene in Health-Care Settings, publicado

em 2002, sugerem que as mãos contaminadas pelos PS são contribuintes

importantes para a transmissão por meio do contato indireto.

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Transmissão por gotículas

A transmissão por gotículas pode ser encarada, tecnicamente, como uma forma de

transmissão por contato, havendo até mesmo alguns agentes infecciosos que além de

serem transmitidos por esta via respiratória podem também utilizar o contato direto e

indireto para sua transmissão. Entretanto, diferente da transmissão por contato,

gotículas respiratórias contendo o agente infeccioso transmitem a infecção quando se

deslocam em geral a curtas distâncias, diretamente do trato respiratório do indivíduo

infectado para a mucosa do hospedeiro suscetível.

As gotículas respiratórias são geradas quando o indivíduo infectado tosse, espirra ou

fala. Pode ainda ser gerada durante procedimentos como aspiração traqueal, intubação

traqueal, fisioterapia respiratória com indução de tosse e ressuscitação cardiopulmonar

Transmissão por aerossol

A transmissão por aerossol ocorre pela disseminação de núcleos goticulares ou de

pequenas partículas (<5 μm de tamanho) contendo agentes infecciosos que

permanecem infectantes por períodos prolongados e mesmo percorrendo longas

distâncias. O tamanho da partícula proporciona a forma ideal para a inalação, uma vez

que é suficientemente pequena para atingir a árvore respiratória sem ser contida pelos

cílios presentes na mucosa do trato respiratório superior. (ex. esporos de Aspergillus

spp; Mycobacterium tuberculosis).

Os micro-organismos carreados desta forma podem atingir longas distâncias através das

correntes de ar e ser inalados por pessoas suscetíveis que não tiveram contato próximo

ou que estiveram no mesmo quarto com a pessoa infectada.

Porta de Entrada: é a via pela qual o agente infeccioso atinge o hospedeiro

susceptível. Exemplos: trato respiratório, trato gastrointestinal, trato urinário, pele não

íntegra, mucosas.

Hospedeiro susceptível: todos os indivíduos possuem algum grau de

susceptibilidade a depender das condições individuais e do tipo de patógeno.

Considerar especialmente como susceptíveis os pacientes imunossuprimidos, RN,

queimados, idosos, cirúrgicos mais susceptíveis às infecções.

3 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE

3.1 HIGIENE DE MÃOS

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A contaminação das mãos dos profissionais de saúde pode ocorrer durante o contato

direto com o paciente ou por meio do contato indireto, com produtos e equipamentos ao

seu redor, como bombas de infusão, barras protetoras das camas e estetoscópio, dentre

outros. Dessa forma, bactérias multirresistentes podem fazer parte da microbiota

transitória das mãos que passam a ser fonte potencial destes micro-organismos,

ocasionando as infecções cruzadas.

Na epidemiologia da transmissão de micro-organismos multirresistentes, as mãos dos

profissionais de saúde constituem a principal ponte entre o paciente colonizado e aquele

que anteriormente não tinha tal status.

A higienização das mãos é a medida mais eficaz para reduzir as infecções relacionadas

à assistência à saúde, sendo considerada o principal fator na prevenção da transmissão

cruzada de micro-organismos.

Em geral, a higienização com sabonete líquido remove a microbiota transitória, tornando

as mãos limpas. Esse nível de descontaminação é suficiente para os contatos sociais

em geral e para a maioria das atividades práticas nos serviços de saúde. Porém, a

eficácia da higienização simples das mãos, com água e sabonete, depende da correta

realização da técnica.

Nos serviços de saúde, recomenda-se o uso de sabonete líquido, tipo refil, devido ao

menor risco de contaminação do produto. Recomenda-se que o sabonete seja agradável

ao uso, suave, de fácil de enxágue, não resseque a pele, com fragrância leve ou

ausente.

Produtos alcoólicos devem ser utilizados preferencialmente á higiene de mãos com água

e sabonete, exceto se houver sujidade visível nas mãos. A sua indicação como produto

de escolha para a higiene das mãos se justifica pela fácil disponibilização no ponto de

assistência, ser menos prejudicial à pele que o sabonete, mais rápido e mais prático na

sua utilização, além da eficácia antimicrobiana.

De modo geral, os álcoois apresentam rápida ação e excelente atividade bactericida e

fungicida em relação a todos os agentes utilizados na higienização das mãos. Os álcoois

têm pouca atividade contra os esporos bacterianos como o Clostridium difficile. Por isso,

em casos de surtos por Clostridium difficile e norovírus, deve-se dar preferência à

higiene das mãos com água e sabonete, para remoção mecânica destes agentes.

8

Em nosso país todos os serviços de saúde devem se adequar à RDC 42- 2010 que

dispõe sobre a “obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica para fricção

antisséptica das mãos nos pontos de assistência e tratamento”.

Embora a higienização das mãos seja uma ação simples, a não adesão a essa prática

pelos profissionais de saúde ainda é considerada um desafio no controle das infecções

relacionadas à assistência à saúde. É necessário que as unidades de saúde

desenvolvam estratégias visando aumentar a adesão à esta prática.

Nesse sentido, o estado de São Paulo vem desenvolvendo desde 2011 o Projeto

“Mãos limpas são mãos mais seguras”, baseado na estratégia multimodal da OMS.

Para maior entendimento deste assunto sugerimos que seja consultado o material

disponível em http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/ih/ih_proj_maos.htm

3.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)

Na concepção atual devemos trabalhar o conceito de prevenção da Infecção

Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS), com foco na segurança dos pacientes,

profissionais da saúde e comunidade.

Os profissionais da área da saúde, expostos aos riscos biológicos, têm risco potencial

em adquirir ou transmitir micro-organismos durante seu trabalho na assistência direta ou

indireta ao paciente.

A transmissão desses micro-organismos pode acontecer de diversas formas,

especialmente quando há falhas na higiene de mãos, na realização de procedimentos

e/ou no uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto, de uso

individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos que podem ameaçar

a segurança e a saúde no trabalho. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados,

de forma gratuita, EPI adequado ao risco que o profissional está exposto, em perfeito

estado de conservação e funcionamento.

O uso de EPI é uma exigência da legislação trabalhista brasileira através da Norma

Regulamentadora NR 6 (1978) complementada pela NR 32 (2005) e nº 194 (2010). O

9

Ministério do Trabalho atesta a qualidade dos EPI disponíveis no mercado emitindo o

Certificado de Aprovação (C.A.).

Empregador e empregado tem obrigações em relação ao fornecimento e utilização dos

EPI:

Obrigações do empregador Obrigações do empregado

Adquirir o EPI adequado ao risco da atividade; Utilizar o EPI apenas para a finalidade

a que se destina;

Exigir seu uso, sempre que o trabalhador

estiver exposto a riscos;

Responsabilizar-se pela guarda e

conservação;

Fornecer somente o EPI aprovado pelo órgão

nacional competente – exigir no processo de

aquisição o CA do Ministério do Trabalho;

Comunicar ao empregador qualquer

alteração que o torne impróprio para

uso;

Orientar e capacitar o trabalhador quanto ao

uso, guarda e conservação;

Participar de treinamentos que o

auxiliem para a correta utilização e

valorização;

Substituir imediatamente quando extraviado ou

danificado;

Cumprir as determinações do

empregador sobre o uso adequado.

Responsabilizar-se por sua manutenção e

higienização

Registrar o recebimento do EPI

conforme padronização da instituição

Comunicar ao órgão competente qualquer

irregularidade observada

Manter registros formais da entrega do EPI

Informações adicionais sobre EPI

Luvas

Um dos equipamentos mais importantes, pois protege a parte do corpo com maior

risco de exposição: as mãos. Há vários tipos de luvas e sua utilização deve ser de

acordo com a ação realizada e/ou o produto químico a ser manuseado.

A eficiência das luvas é medida através de três parâmetros: degradação (mudança

em alguma das características físicas da luva); permeação (velocidade com que uma

substância permeia através da luva); tempo de resistência (tempo decorrido entre o

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contato inicial com o lado externo da luva e a ocorrência do produto químico no seu

interior).

Luvas descartáveis de procedimento (não estéreis) são luvas de uso único,

geralmente utilizadas em procedimentos não invasivos, em que há possibilidade de

manuseio de substâncias orgânicas (fluídos corporais como sangue, secreção,

excreção, etc) e/ou objetos contaminados com essas substâncias e/ou soluções que

possam ser irritantes quando ao contato com a pele do profissional .

Existem diversos tipos de luvas descartáveis, podendo ser utilizadas por profissionais

que trabalham com produtos de limpeza ou por profissionais da área da saúde. Seus

materiais típicos são: látex, nitrila, vinil e borracha, principalmente.

Atualmente, qualquer tipo de luva deve passar por uma certificação compulsória,

realizada pelo Inmetro e fiscalizada pela Anvisa, que só após a confirmação destes

laudos, fornece registro ao produto. Os testes recomendados estão descritos na RDC

nº55, de 4 de novembro de 2011.

A diferença entre as luvas está na matéria-prima utilizada, que confere diferentes

características ao produto. Enquanto as luvas de látex destacam-se pela resistência,

flexibilidade, elasticidade e conforto, as luvas de vinil são fabricadas a partir de cloreto

de polivinila (PVC), um material plástico muito menos flexível, elástico e durável, e mais

suscetível a rompimentos e falhas, como micro furos.

As luvas de vinil já foram consideradas uma alternativa interessante às luvas de látex,

porém, após diversos estudos em relação à sua eficiência como barreira de proteção,

ficou comprovado que elas proporcionam segurança muito inferior e não apresentam

barreira microbiológica. Assim, a recomendação para casos de hipersensibilidade é que

as luvas de látex tradicionais sejam substituídas por luvas de látex sem pó (Powder

Free) e/ou luvas de borracha sintética, como a nitrila. Estas opções são regulamentadas

desde 2008, estando sujeitas à Certificação pelo Inmetro, atestando eficácia e proteção.

Em torno de 90% dos pacientes e profissionais alérgicos ao látex não apresentam

hipersensibilidade quando utilizam luvas sem pó.

A Associação dos Enfermeiros Peri-Operatórios (AORN) afirmou que, "Ambas as luvas

de procedimento de látex e de vinil podem ser usadas na sala de cirurgia quando o uso

de luvas não estéreis for recomendado. A chave é correlacionar a luva com a tarefa. Se

a tarefa exige manipulação de sangue e fluidos corporais potencialmente infecciosos, de

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forma repetida e intensiva que estressaria a luva, uma luva de látex deve ser usada. Se

a tarefa exige proteção, por razões de estética, limpeza geral ou por tempo curto,

contato superficial com materiais potencialmente infectantes, que não estressariam a

luva, uma luva de vinil é aceitável”.

Algumas formulações alcoólicas interagem com o resíduo de pó presente nas luvas o

que pode resultar em uma sensação desconfortável de areia nas mãos; esta situação

impulsiona os profissionais a utilizarem água e sabão para a higiene de mãos. As

instituições podem testar produtos alcoólicos que não causem esta reação ou,

preferencialmente, instituir como padrão, luvas sem pó, tanto para procedimentos não

estéreis como para procedimentos assépticos.

Conclusão: As luvas sintéticas de vinil não substituem de forma satisfatória o látex

natural para o contato com sangue ou fluídos corporais, porém, podem ser empregadas

para situações em que há um breve contato superficial, ou atividades de limpeza ou

atividades na nutrição. Além disto, não devem ser a preferência para uso em

profissionais alérgicos ao látex. Poderíamos listar algumas situações em que a luva de

vinil pode ser utilizada: nutrição, higiene, creche, etc.

Para consultar mais informações sobre o uso racional de luvas acesse o link:

Aventais

O capote ou avental deve ser utilizado durante toda a manipulação do paciente em

Precauções de Contato, ou manipulação de qualquer material ou equipamento utilizado

pelo paciente (como cateteres, sondas, circuito, equipamento ventilatório e outros) além

de contato com superfícies próximas ao leito, a fim de evitar a contaminação da pele e

roupa do profissional.

Deve ser de mangas longas, punho de malha ou elástico, com comprimento suficiente

(verificar com profissionais mais altos e fortes), abertura posterior e impermeável. Além

disso, deve ser confeccionado de material de boa qualidade, não alergênico e resistente;

proporcionar barreira antimicrobiana efetiva, permitir a execução de atividades com

conforto e estar disponível em vários tamanhos. Não há legislação que especifique o

avental mais adequado, porém, é fundamental que a decisão sobre a compra deste EPI

esteja em acordo com os usuários, ou seja, profissionais devem ser questionados e

envolvidos na melhor escolha. Ainda é possível utilizar aventais de pano para a

assistência de pacientes em Precaução durante o Contato. Porém, como não são

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impermeáveis, não são a opção de escolha quando se antecipa o contato com matéria

orgânica em maior quantidade. O SCIH junto ao SESMT, departamento de compras e

usuários deve buscar no mercado aventais descartáveis com gramaturas mínimas de 25

gramas e certificar-se que o produto recebido está compatível com as especificações

realizadas no momento da compra.

O uso adequado compreende a utilização de produto de qualidade, colocação adequada

amarrando-se os fios de cima e do meio do avental mantendo-o completamente

fechado, troca imediata caso haja contaminação grosseira e retirada após a utilização.

O capote ou avental sujo/contaminado deve ser removido após a realização do

procedimento e desprezado, preferentemente, a cada uso. Após a remoção do avental

deve-se proceder a higienização das mãos.

3.3 TIPOS DE PRECAUÇÃO

Definição

É um conjunto de medidas que devem ser aplicadas sempre que houver risco de

contaminação com sangue ou outro fluido corporal, mesmo que estes não sejam

visivelmente perceptíveis, e se houver contato com pele não íntegra e mucosas.

Quando devem ser instituídas:

Estas medidas devem ser aplicadas no atendimento de todos os pacientes, para

minimizar o risco de infecção por sangue, fluidos corporais, secreções, excreções, pele

não íntegra e mucosa e impedir a transmissão de micro-organismos de um paciente a

outro.

Precauções Padrão

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*Adaptado: CDC/Guideline for Isolation Precaution/2007

Componentes Básicos das Precauções Padrão

Higiene das Mãos

•Obrigatória antes e depois do contato com o paciente , e entre procedimentos realizados no mesmo paciente.

•Obrigatória antes e após retirada das luvas

Equipamento de Proteção Individual

•Luvas: obrigatório o uso quando em contato com sangue, fluídos corporais, secreções, excreções, ítens contaminados, mucosas e pele não intacta

•Avental: durante procedimentos ou atividades onde possa ocorrer contato da roupa com sangue/fluídos corporais,secreções

•Máscara, Óculos, Protetor Facial:

•durante procedimentos onde possa ocorrer respingos de sangue, fluídos corporais, secreções,

•durante procedimentos de aspiração e entubação endotraqueal, inserção de cateter venoso central, injeção de substâncias na espinha ou espaço epidural

Materiais Perfuro-cortantes

•Não reencapar, entortar, quebrar ou manipular agulhas usadas

•Dispensar nos recipientes para descarte de pérfuro-cortantes

Descontaminação de Superfícies

•Desenvolva rotinas de limpeza e desinfecção das superfícies, especialmente daquelas frequentemente tocadas na área próxima ao paciente

Artigos e Equipamentos

•O uso deve prevenir a transferência de micro-organismos para outros e para o ambiente

•Usar luvas se visivelmente contaminado com sujidade

•Higienizar as mãos antes e após o contato

Etiqueta Respiratória

•Orientar os pacientes com sintomáticos a cobrir a boca e nariz quando espirrar e tossir e higienizar as mãos após contato com as secreções respiratórias

•Pedir para o paciente com sintomas respiratórios utilizar uma máscara cirúrgica se tolerado

•Realizar separação geográfica de sintomaticos respiratórios com pelo menos a distância de 1m dos demais pacientes

Práticas seguras na administração de medicamentos por via endovenosa, intramuscular e outras

•Usar técnica asséptica para preparar e administrar medicações. Realizar desinfecção com álcool 70% da tampa vedação de borracha antes de inserir a agulha no frasco.

•Nunca administrar medicações para vários pacientes utilizando a mesma seringa,

•Os frascos multidose, se possível, devem ser utilizados para um mesmo paciente

•Evitar administração de medicação parenteral a partir do mesmo frasco de dose unitária, seringa ou bolsa para vários pacientes

•Não utilizar equipo e bolsa de infusão para mais de um paciente

•Usar máscara para realização de punção lombar, mielograma, colocação de cateter ou injeção de solução no espaço intervertebral ou articular

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São medidas aplicadas para a prevenção da transmissão de agentes infecciosos através

de contato direto ou indireto com o paciente ou ambiente.

Precauções de Contato

• Preferentemente individual ou comum para pacientes acometidos com o mesmo micro-organismo

Quarto

• Obrigatório o uso para qualquer contato com o paciente

• Calçar ao entrar no quarto

• Trocar se for realizar procedimentos diferentes. se houver manipulação de sítios anatômicos diferentes e contato com material biológico

• Descartar imediatamente após o uso

Luvas

• Obrigatório na possibilidade de contato com área ou material infectante ( manipulação de paciente com diarréia, incontinência fecal/urinária e ferida com secreção não contida pelo curativo).

• Descartar imediatamente após o uso

Avental

• Evitar

• Usar luvas e avental somente quando manipular o paciente: Ex: durante a tranferência maca/cadeira

• Não é necessário o uso de luvas ou avental durante o transporte, o profissional deverá aplicar as Precauções Padrão.

• Recomenda-se que o profissional tenha um par de luvas caso haja necessidade de uso

Transporte do Paciente

• Devem ser exclusivos do paciente

• Limpar, desinfetar ou esterilizar após alta do paciente

Artigos e Equipamentos

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São medidas instituídas para prevenir a transmissão de agentes infecciosos que

continuam infectantes por longas distâncias quando suspensos no ar.

Precauções para Aerossol

• Obrigatório, com porta fechada

• Deverá dispor de sistema de ventilação com pressão negativa e 6 a 12 trocas de ar por hora, com uso de filtro de alta eficácia.

Quarto privativo

• Obrigatório o uso de máscara tipo N-95 ou PFF-2 ao entrar no quarto

Máscara

• Evitar, mas se necessário, o paciente deverá utilizar máscara cirúrgica ao sair do quarto

Transporte do paciente

Precauções para Gotículas

• Preferentemente individual ou comum para pacientes com o mesmo micro-organismo

• Respeitar a distância mínima de 1,0m entre os leitos.

• Manter a porta fechada

Quarto

• Obrigatório o uso de máscara cirúrgica para todos que entrarem no quarto

• Descartar à saída do quarto

Máscara

• Evitar

• Se necessário, o paciente deverá utilizar máscara cirúrgica ao sair do quarto

Transporte do Paciente

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PRECAUÇÃO PARA MULTI-RESISTENTES

A adesão dos profissionais às precauções padrão tem um papel essencial na prevenção da

transmissão de agentes multi-resistentes uma vez que a colonização por estes agentes é

frequentemente despercebida. Culturas de vigilância podem não identificar pacientes colonizados

devido às limitações de sensibilidade do teste, as deficiências laboratoriais ou à colonização

intermitente.

As Precauções de Contato devem ser adicionalmente implementadas para pacientes colonizados

ou infectados por agentes multi-resistentes para prevenir a transmissão por contato direto ou

indireto com o paciente ou o ambiente do paciente.

Identificar adequadamente o paciente em Precaução de Contato é fundamental para minimizar os

riscos de transmissão. Utilizar placa indicativa no leito do paciente (quando em enfermaria ou box

de UTI), ou na porta (quando quarto individual). Identificar também o prontuário (capa ou outro

local visível).

A utilização de aventais, luvas ou máscaras pelos visitantes de pacientes em Precauções por

Contato não é consenso na literatura. Uma recomendação importante é a orientação de familiares

quanto à higiene de mãos, a manipulação cuidadosa do paciente, caso estes indivíduos prestem

algum cuidado assistencial, e a contra indicação para que estas pessoas visitem outros

pacientes.

4 PRECAUÇÕES EMPÍRICAS

O diagnóstico de muitas infecções requer a confirmação laboratorial. Muitos testes,

especialmente os que envolvem técnicas de cultura, frequentemente necessitam de dois

ou mais dias para serem concluídos. Por esse motivo as precauções baseadas nos

sinais e sintomas devem ser instituídas com o objetivo de diminuir o risco de

transmissão de doenças até que ocorra a confirmação laboratorial.

Precauções Empíricas

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Situações nas quais as Precauções Empíricas devem ser adotadas:

Precauções e Isolamento, APECIH 2012:82-83.

Síndrome ou Condição Clínica Patógenos

potenciais

Precauções

empíricas

Diarréia:

Aguda, por provável transmissão de paciente incontinente ou que use fraldas.

Patógenos entéricos Contato

Em adulto com uso prévio prolongado de antibióticos de amplo espectro

C difficile Contato

Meningite:

Paciente com queixa de cefaleia, vômitos, febre e com rigidez de nuca.

N meningiditis Gotículas

Erupção ou exantemas generalizados de origem desconhecida:

Petequial/equimótico com febre N meningiditis Gotículas

Vesicular Varicela Aérea e contato

Maculopopular com febre e coriza Sarampo Aérea

Infecções respiratórias:

Tosse paroxística ou persistente e grave em época de coqueluche

B. pertussis Gotículas

Infecção respiratória, especialmente bronquiolite e epiglote em lactentes/crianças pequenas.

Vírus Sincicial Respiratório ou Parainfluenzae

Contato

Micro-organismos multirresistentes (MR):

História infecção/colonização por MR Bactérias MR Contato

Infecção pele/ ferida/ITU em paciente recém-hospitalizado ou em instituição de retaguarda com MR prevalentes

Bactérias MR Contato

Paciente internado há mais de 24 horas em outro hospital e que tenha “portas de saída”

Bactérias MR Contato

Infecção de pele ou ferida:

Abcesso ou ferida com secreção que não possa ser coberta

S aureus MR Contato

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5 QUADRO DE INDICAÇÕES PARA PRECAUÇÕES

No Anexo 1 encontram-se listadas em ordem alfabética, as principais doenças

existentes em nosso meio e as precauções necessárias ou no link:

http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/ih/ih13_quadro_doenca.htm

6 HIGIENE AMBIENTAL

Do ponto de vista microbiológica, superfícies hospitalares contaminadas podem servir

como reservatório de micro-organismos patogênicos, e a transmissão destes patógenos

aos pacientes ocorrem principalmente por meio do contato das mãos com o ambiente

contaminado. Quanto maior o tempo que estes patógenos permanecerem em

determinada superfície, maior será o tempo que esta superfície servirá de fonte de

transmissão de doença, tanto para os pacientes, como para os profissionais de

assistência à saúde e visitantes.

Embora a higienização das mãos seja fundamental para diminuir a transmissão de

patógenos em ambiente de cuidados à saúde, estudos demonstram que a limpeza e

desinfecção de superfícies ambientais podem reduzir a transmissão de agentes

patogênicos, desempenhando um papel fundamental para a prevenção das infecções

relacionadas à assistência a saúde.

Há evidencias de que as bactérias podem sobreviver em ambiente seco por dias até

meses. Enterococcus spp. (incluindo VRE), Staphylococcus aureus (incluindo MRSA),

podem sobreviver por meses em superfícies secas. Muitas espécies gram-negativas,

tais como Acinetobacter spp., Escherichia coli, Klebsiella spp., Pseudomonas

aeruginosa. Bactérias formadoras de esporos, incluindo Clostridium difficile, também

podem sobreviver durante meses em superfícies.

Em 1991, o CDC introduziu uma nova categoria à classificação original de Spaulding,

designada "superfícies ambientais", que geralmente não entram em contato direto com

os pacientes durante o atendimento. Podem ser divididas em superfícies de

equipamentos médicos (por exemplo, painéis de controle de bomba de infusão,

equipamentos respiratórios e de hemodiálise, de monitoramento cardíaco) e superfícies

de limpeza (por exemplo, pisos, paredes e tampos de mesa).

19

Desta forma, a rotina de limpeza de superfícies ambientais devem englobar os ambiente

físico e os equipamentos, de forma rotineira. A maior frequência da limpeza desses

locais deve ser determinada considerando quando houver contaminação/colonização de

agentes infecciosos cujo reservatório é intestinal.

A associação de desinfetantes à rotina de limpeza tem demonstrado impacto da

diminuição da contaminação ambiental por microrganismo BMR e em situações de

surtos.

Atualmente, existe no mercado produtos para higienização de superfícies ambientais

que tem em sua composição detergente-desinfetantes, que tem vantagens de otimizar o

tempo da atividade e evitar associações inadequadas.

Recomendações para rotina de higiene das superfícies ambientais:

Produtos utilizados para limpeza devem ter registro na Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA);

Utilizar, preferencialmente, sistema de diluição automática para produtos

saneantes;

Utilizar produtos diluídos dentro do prazo recomendado pelo fabricante;

Não realizar mistura de detergente e desinfetante;

Determinar responsabilidade das equipes de higiene e enfermagem para limpeza

de superfícies de contato e equipamentos médicos;

Realizar capacitação das equipes de higiene e limpeza quanto às normas de

precaução e isolamento;

Realizar capacitação para os procedimentos de limpeza em situação de

isolamento de contato.

Em situações de surto, reavaliar o processo de limpeza, pois, na maioria das

vezes existem falhas nos processos de limpeza e desinfecção, bem como na

utilização dos produtos, resultando em reservatórios ambientais;

20

7 MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

Para que o conjunto de medidas que compõem as precauções seja aplicado é

necessário fornecer condições suficientes para as equipes envolvidas direta ou

indiretamente na assistência.

Dentre esse conjunto de medidas destacamos:

Implementação, Adesão e Eficácia das Precauções

Suporte Administrativo

Fornecer RH em número adequado

Fornecer recursos físicos e materiais suficientes

A administração deve estar envolvida e ter conhecimento dos indicadores

relacionados ao controle de infecção e disseminar as informações

Equipe envolvida diretamente

na assistência ao paciente

Indicação e instituição precoce das precauções específicas das mesmas

baseando-se na suspeita ou confirmação da condição infecciosa.

A suspensão das medidas de precauções específicas deve respeitar critérios

objetivos definidos previamente.

A orientação dos pacientes e familiares deve ser feita pelo médico assistente e

pelo enfermeiro, explicando o motivo da precaução instituída de forma clara.

É fundamental que a equipe médica e de enfermagem sejam coerentes e adotem

uma conduta uniforme e padronizada.

21

Inserção da Equipe de SCIH

O SCIH deve ser responsável pela definição de normas de precauções e ser

consultor para as diversas áreas envolvidas direta ou indiretamente na assistência.

Compete a SCIH elaborar e participar de treinamentos para a equipe de

profissionais, disseminar informações e estratégias a fim de aumentar a adesão às

medidas de precaução.

Mediar possíveis conflitos entre a equipe assistencial, familiares e acompanhantes.

Suporte Laboratorial

Detecção de micro-organismos e comunicação eficiente com a equipe da

assistência constituem elementos fundamentais para a implementação ou não

das medidas de precaução.

Testes rápidos que agilizem o conhecimento do resultado das amostras clínicas,

podem ter impacto na suspensão ou não das medidas de precaução.

22

Anexo 1

ORIENTAÇÕES PARA ISOLAMENTO DE PACIENTES COM DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Distribuições das precauções recomendadas segundo a infecção ou agente etiológico, tipo e duração. Infecção ou Condição Precauções

Infecção/agente etiológico Tipo Duração Comentários

Abscesso

com grande drenagem Contato DD Sem curativo ou curativo que não contém a drenagem.

com pouca drenagem ou contido

Padrão Curativo cobre e contém a drenagem.

AIDS Padrão - Apenas pacientes com quadro psiquiátrico, sangramentos ou secreções de grande volume devem seguir o isolamento de contato. - Profilaxia pós-exposição para algumas exposições a sangue.

Actinomicose Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Adenovirose, infecção por: Lactente e pré-escolar

Gotículas Contato

DD

Amebíase Padrão Transmissão de pessoa a pessoa é rara. Relatos de transmissão intrafamiliar e em instituições para indivíduos com transtornos mentais. Utilizar precauções quando da troca de fraldas de lactentes e indivíduos com transtornos mentais.

Ancilostomíase e necatoríase

Padrão

Angina de Vincent Padrão

Antrax Padrão Pacientes infectados geralmente não representam risco de infecção.

cutâneo Padrão A transmissão por pele não íntegra é possível, portanto usar precauções de contato se houver grande quantidade de drenagem não contida. Preferir lavagem das mãos com água e sabão a uso de antissépticos alcoólicos, pois o álcool não tem atividade esporicida.

pulmonar Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Arbovirose (dengue, febre amarela, encefalite do West Nile)

Padrão Não há transmissão de pessoa a pessoa, exceto raramente por transfusão e, para o vírus do West Nile, por transplante de órgão, amamentação e por via transplacentária. Instalar telas em portas e janelas em áreas endêmicas.

Ascaridíase Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Aspergilose Padrão Usar precauções de contato e precauções para aerossol se ocorrer infecção massiva de tecidos moles com drenagem copiosa e necessidade de irrigações de repetição.

Babesiose Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa, exceto raramente por transfusão.

Bactérias multirresistentes Contato

Ver orientações em capítulos anteriores

Botulismo Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Bronquiolite/Infecção respiratória

Contato DD Eliminação viral pode ser prolongada em pacientes imunocomprometidos. Manter

23

Vírus Sincicial Respiratório e Vírus Parainfluenzae -lactente e pré-escolar

precaução de contato em imunocomprometidos por tempo prolongado (enquanto durar a hospitalização). Usar máscaras conforme necessidade de precaução padrão.

Brucelose Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa, exceto raramente por contato sexual ou esperma estocado. Após exposição em laboratório, administrar profilaxia antimicrobiana.

Candidíase ( todas as formas)

Padrão

Cancro Mole (Chlamydia trachomatis) -Conjuntivite, genital e respiratória

Padrão Transmissível de pessoa a pessoa por via sexual.

Caxumba (Parotidite) Gotículas Do início da tumefação até 9 dias

Após início do edema os profissionais suscetíveis devem abster-se de cuidar do paciente com caxumba.

Celulite sem secreção com secreção

Padrão Contato

As precauções padrão são suficientes para celulites com drenagem contida pelo curativo ou sem secreção

Cisticercose Padrão

Citomegalovirose Padrão Sem precauções adicionais para profissionais da saúde grávidas.

Clostridium perfringens

intoxicação alimentar Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

gangrena gasosa Padrão Rara transmissão de pessoa a pessoa; relato de um surto em centro cirúrgico. Usar Precauções de contato se houver drenagem extensiva.

Clostridium botulinum Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Clostridium difficile Contato DD Considerar também o término do tratamento específico

Interromper antibióticos, se apropriado. Garantir medidas de limpeza e desinfecção ambientais consistentes. Usar hipoclorito na limpeza se transmissão continuar a ocorrer. Melhor lavagem das mãos com água e sabão que uso de preparados alcoólicos para sua higiene (ausência de atividade esporicida do álcool).

Chlamydia trachomatis (todas as formas)

Padrão

Chlamydia pneumoniae Padrão Raros surtos em populações institucionalizadas.

Coccidiodomicose Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa, exceto em situações extraordinárias.

Conjuntivite Padrão

Bacteriana aguda (Chlamydia, gonococo)

Padrão

Viral aguda (aguda hemorrágica)

Contato DD Vírus implicados: adenovírus, enterovírus 70, coxsackie A24. Muito contagiosos; vários surtos em clínicas oftalmológicas, serviços de pediatria e neonatologia etc. Clínicas oftalmológicas deveriam adotar medidas de controle de infecção ao manipular pacientes com conjuntivite.

Coqueluche Gotículas Por mais 5 dias após início do tratamento eficaz

Preferir internação em quarto individual. Coorte opcional. Realizar quimioprofilaxia pós-exposição para contatos domiciliares e profissionais da saúde com contato prolongado a secreções respiratórias. Ainda não há recomendações para vacina com vacina acelular para adultos.

Coriomeningite linfocitária Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Coxsackie (vide Enterovirose)

Criptococose Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa, exceto raramente por transplante de tecidos e córnea.

24

Criptosporidíase (vide Diarréia)

Dengue Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa. Em áreas endêmicas instalar telas em janelas e portas. Manter caixas e reservatórios de água tampados.

Dermatomicoses Padrão

Diarréia Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarréia.

Adenovírus Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarréia.

Campilobacter spp. Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarréia.

cólera Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarréia.

criptosporidiose Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarreia.

E. coli êntero-hemorrágica O157: H7

Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarreia.

E. coli (outras espécies) Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarréia.

giardíase Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarreia.

norovírus Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarreia. Profissionais que limpam áreas muito contaminadas com fezes ou vômitos podem se beneficiar do uso de máscaras, pois o vírus pode ser aerossolizado. Assegurar limpeza e desinfecção ambientais consistentes com foco nos banheiros, mesmo que não estejam visivelmente sujos. Uso de hipoclorito pode ser necessário em casos de transmissão contínua.

rotavírus Contato DD Assegurar limpeza e desinfecção ambientais consistentes e frequente remoção de fraldas sujas. Dispersão prolongada pode ocorrer de crianças e idosos, imunocompetentes ou não.

salmonelose Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarreia.

shiguelose Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarreia.

Vibrio parahaemolyticus Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com

25

fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarreia.

viral (outras, não citadas previamente)

Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarreia.

Yersinia enterocolitica Padrão Usar precauções de contato para indivíduos com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença ou para controle de surtos institucionais de diarreia.

Difteria (Crupe)

Cutânea Contato CN Até que duas culturas coletadas com intervalo de 24 horas se mostrem negativas.

Faríngea Gotículas CN Até que duas culturas coletadas com intervalo de 24 horas se mostrem negativas.

Doença da arranhadura do gato

Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Doença de Creutzfeldt-Jacob

Padrão Usar instrumentais descartáveis ou procedimentos especiais de esterilização/desinfecção para superfícies e objetos contaminados com tecido neural de casos suspeitos e confirmados.

Doença de Kawasaki Padrão Não é doença infecciosa.

Doença de Lyme Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Doença de mão, pé, boca (ver enterovirose)

Encefalite (vide agentes específicos)

Endometrite Padrão

Enterovirose (coxsackie dos grupos A e B e Echovirus; exclui poliovirus)

Padrão Usar Precauções de contato para crianças que usam fraldas ou incontinentes durante a duração da doença e para controle de surtos.

Enterobíase Padrão

Enterococcus sp. (se multirresistente vide organismos multirresistentes)

Enterocolite necrotizante Padrão Precaução de contato pode ser necessária se o surto for provável.

Epiglotite por H. influenzae

tipo b Gotículas T 24

HORAS

Equinococose (hidatidose) Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Eritema infeccioso (ver Parvovírus B19)

Escabiose Contato T 24 HORAS

Esquistossomose Padrão

Esporotricose Padrão

Estafilococcias

enterocolite Padrão Usar Precauções de contato para crianças com fraldas ou incontinentes durante a duração da doença.

furunculose em lactentes e crianças

Contato DD

furunculose em adultos Padrão Contato se houver drenagem não contida

pele

ferida extensa e grande queimado

Contato DH Sem curativo ou curativo que não contém a

drenagem.

26

ferida pequena Padrão Curativo cobre e contém a drenagem.

pneumonia Padrão

síndrome do choque tóxico

Padrão 1.

síndrome da pele escaldada

Contato DD Considerar profissional da saúde como fonte potencial em berçários ou surtos em UTIs neonatais.

resistente a múltiplos antimicrobianos (vide organismos multirresistentes)

Estreptococcia (estreptococos do grupo A)

doença invasiva grave Gotículas T 24 HORAS

Surtos descritos de doença graves invasivos secundários à transmissão entre pacientes e profissionais da saúde.

endometrite (febre puerperal)

Padrão

pele

ferida extensa e grande queimado

Contato, Gotículas

T 24 HORAS

Sem curativo ou curativo que não contém a

drenagem.

ferida pequena e queimados

Padrão Curativo cobre e contém a drenagem.

pneumonia, faringite ou escarlatina em crianças

Gotículas T 24 HORAS

Estreptococcia (estreptococos do grupo B), neonatal

Padrão

Estrongiloidíase Padrão

Exantema súbito (HHV-6) Padrão

Febre hemorrágica virais (Lassa, Sabiá, Ebola, Marburg etc)

Contato + Gotículas

DH Preferir quartos individuais; enfatizar práticas de trabalho seguras, higienização das mãos, barreira de proteção contra sangue e fluidos corpóreos ao entrar no quarto (luvas e aventais impermeáveis, proteção facial/ ocular com máscaras/óculos e manipulação adequada do lixo. Usar respirador N95 ao realizar procedimentos geradores de aerossóis. Possibilidade de uso de luvas duplas e cobertura para pernas e sapatos, especialmente quando os recursos de limpeza e lavanderia forem limitados em situações de sangramento. Notificar autoridade de vigilância epidemiológica imediatamente após a suspeita.

Febre da mordedura de rato Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Febre Q Padrão

Febre recorrente Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Febre reumática Padrão Não é condição infecciosa.

Gangrena gasosa Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Giardíase (vide diarreia)

Gonococo (inclusive oftalmia neonatal)

Padrão

Granuloma venéreo /donovanose

Padrão

Hanseníase Padrão

27

Hantavirose pulmonar Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Helicobacter pylori Padrão

Hepatite viral

Vírus A Uso de fralda ou incontinente

Padrão Contato

Manter precauções em criança < de 3 anos durante toda a hospitalização; entre 3 a 14 anos até 2 semanas do início dos sintomas; >14 anos até 1 semana do início dos sintomas

Vírus B (HBs Ag positivo), vírus C e outros: Sem sangramento e Com sangramento, não contido

Padrão

Vírus E Padrão Manter isolamento de contato se paciente incontinente, durante a duração da doença.

Herpangina (vide Enterovirose)

Herpes simplex: Encefalite

Padrão

neonatal Contato Para recém-nascido via vaginal ou cesariana de mãe com infecção ativa e ruptura de membranas por mais de 4 a 6 horas

mucocutâneo recorrente (pele, oral e genital)

Padrão

muco cutâneo disseminado ou primário extenso

Contato Até que as lesões estejam em crosta

Herpes zoster

localizado em paciente imunocompetente com lesões que possam ser cobertas

Padrão Profissionais não imunes não devem atender a esses pacientes diretamente, quando outros profissionais imunes puderem fazê-lo.

localizado em paciente imunocomprometido / disseminado em qualquer paciente

Aerossol e Contato

DD Profissionais não imunes não devem atender a esses pacientes diretamente, quando outros profissionais imunes puderem fazê-lo

Histoplasmose Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Impetigo Contato T 24 hs de terapêutica eficaz

Frequente causador de surtos. Antissépticos e equipamentos individualizados, assim como lavar as mãos pode evitar a disseminação.

Infecção em cavidade fechada (com ou sem drenagem)

Padrão

Infecção de ferida (com ou sem dreno)

Padrão Precauções de contato somente na presença de drenagem copiosa não contida.

Infecção pelo HIV: Sem sangramento e Com sangramento não contido

Padrão

Infecção respiratória aguda (se não abordada em outro item)

adulto Padrão

lactantes e pré-escolares ou bronquiolite (vírus Sincial respiratório e vírus parainfluenzae)

Contato

DD

Infecção urinária, com ou sem sonda

Padrão

28

Influenza DD

humano (A,B,C) Gotículas 5 dias, exceto para imunodeprimido (DD)

Quarto individual, quando possível ou coorte. Evitar expor pacientes de alto risco; usar máscara ao retirar paciente do quarto. Uso de quimioprofilaxia e vacinas para controlar/prevenir surtos. Aventais e luvas são especialmente importantes na pediatria. http://www.cdc.gov/flu/professionals/infectioncontrol/healthcaresettings.htm

aviária Aerossol + contato

DD Ver guias específicos e atualizados do CDC e MS. www.cdc.gov/flu/avian/professional/infect-control. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/influenza

H1N1 (suína) Goticulas 7 dias Ver guias específicos e atualizados do CDC e MS. www.cdc.gov/flu/avian/professional/infect-control. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/influenza

pandêmica Gotículas 5 dias do início dos sintomas

Ver guias específicos e atualizados do CDC e MS. http://www.flu.gov/pandemic/about/

Infecção alimentar (botulismo, C. perfringens ou welchii, estafilocóccica)

Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Legionelose Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Leptospirose Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Listeriose Padrão Transmissão de pessoa a pessoa é rara; transmissão horizontal em unidades neonatais já foi relatada.

Linfogranuloma venéreo Padrão

Malária Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa, exceto por transfusão ou raros casos de falhas nas precauções padrão. Instalar telas nas janelas e portas em áreas endêmicas. Usar repelentes a base de DEET e roupas para cobrir as extremidades.

Micoplasma (pneumonia) Gotículas DD

Micobacteriose atípica Padrão

Mielioidose (todas as formas)

Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Meningite

asséptica Padrão Precauções de contato para lactentes e crianças pequenas.

bacteriana (Gram-negativos, em neonatos)

Padrão

fúngica Padrão

por H.influenzae (comprovada ou suspeita)

Gotículas 24 HORAS após inicio do tratamento específico

por Listeria Padrão

por Meningococo (comprovada ou suspeita)

Gotículas 24 HORAS após inicio

29

do tratamento específico

por Streptococcus pneumoniae (pneumococo)

Padrão

tuberculosa Padrão Doença pulmonar ativa concomitante pode necessitar Precaução para aerossóis adicionais. Para crianças, manter Precauções para aerossóis até que tuberculose ativa de familiares visitantes seja descartada.

outras bactérias Padrão

Meningococcemia (sepsis, pneumonia, meningite)

Gotículas 24 HORAS após inicio do tratamento específico

Profilaxia pós-exposição para contactantes domiciliares e profissionais expostos a secreções respiratórias. Vacina pós-exposição somente para controle de surtos.

Micobactéria não tuberculosa

Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Molusco contagioso Padrão

Mononucleose (e outras infecções pelo Epstein-Barr vírus)

Padrão

Murcomicose Padrão

Nocardiose Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Parainfluenza (em crianças) Contato DD

Parvovírus B19 Gotículas DH ou DD Manter precauções por toda hospitalização para doença crônica em imunodeprimidos; para pacientes com crise de aplasia transitória, manter precauções por sete dias. Não há definição de tempo de precauções para imunodeprimidos com PCR persistentemente positivo, mas transmissão tem sido documentada.

Pediculose Contato 24h após o início do tratamento

Peste

bubônica Padrão

pneumônica Gotículas 48h após o início do tratamento

Profilaxia antimicrobiana para profissionais expostos.

Pleurodínia (vide Enteroviroses)

Pneumonia

adenovírus Gotículas + Contato

DD Surtos relatados em unidades pediátricas e de pacientes institucionalizados. Para imunodeprimidos, manter precauções de gotículas e contato por longo período devido à disseminação prolongada do vírus.

outras bactérias Padrão

clamídia Padrão

fúngica Padrão

H. influenzae tipo b

adultos Padrão

crianças Gotículas 24h após o início do tratamento

legionela Padrão

meningococo Gotículas 24h após o início do tratamento

30

micoplasma Gotículas DD

pneumocóccica Padrão Usar precauções de gotículas se houver evidência de transmissão na unidade.

Pneumocystis jiroveci Padrão Evitar internação no mesmo quarto com um indivíduo imunodeprimido.

Staphylococcus aureus Padrão Para MRSA, ver recomendações para organismos multirresistentes.

estreptocócica (grupo A)

adultos Gotículas 24h após o início do tratamento

Associar isolamento de contato, na presença de lesões de pele.

crianças Gotículas 24h após o início do tratamento

Associar isolamento de contato, na presença de lesões de pele.

viral

adultos Padrão

crianças (vide infecção respiratória aguda)

Poliomielite Contato DD

Psitacose (ornitose) Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Raiva Padrão Rara transmissão de pessoa a pessoa; transmissão documentada por transplante de córnea, tecidos e órgãos sólidos. Em situação de mordida ou exposição de pele não íntegra ou mucosa a indivíduo contaminado, lavar área exposta e administrar profilaxia pós-exposição.

Rinovírus Gotículas DD Gotículas é a rota mais importante de transmissão. Adicionar precauções de contato se houver quantidade elevada de secreções e contato próximo puder ocorrer (p.ex., lactentes)

Riquetsiose (inclusive forma vesicular)

Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa, exceto raramente por transfusão.

Rotavírus (vide Diarreias)

Rubéola

congênita Contato

outras formas Gotículas Profissionais suscetíveis não devem entrar no quarto caso existam profissionais imunes. Se imune, não há necessidade de usar máscara cirúrgica. Mulheres grávidas não imunes não devem cuidar desses pacientes. Administrar vacina dentro de três dias da exposição para indivíduos suscetíveis não gestantes. Colocar pacientes expostos não imunes em Precauções de gotículas; excluir profissionais não imunes do trabalho, do quinto ao vigésimo primeiro dia pós-exposição, a despeito da vacina pós-exposição.

Salmonelose (vide Diarreias)

Sarampo (todas as apresentações)

Aerossol 4 dias após início de rash; para imunodeprimidos, DD

Profissionais suscetíveis não devem atender pacientes com sarampo, se outros puderem fazê-lo; sem recomendação de protetor facial para profissionais imunes. Para suscetíveis expostos, vacinação pós-exposição até 72 h ou imunoglobulina até seis dias. Excluir profissional do trabalho do quinto ao vigésimo primeiro dia após a exposição, a despeito da vacinação pós-exposição.

Sífilis (qualquer forma) Padrão

Síndrome do choque tóxico Padrão

Síndrome de Guillain-Barré Padrão

Síndrome mão-pé-boca (vide Enteroviroses)

31

Síndrome de Reye Padrão Não é condição infecciosa

Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS)

Aerossol, Gotículas, Contato

DH mais 10 dias após a resolução da febre se sintomas respiratórios com melhora.

Precauções para aerossóis preferidas. Precauções para gotículas se não houver condições para precauções para aerossóis. Usar proteção ocular; procedimentos que geram aerossol representam maior risco. Desinfecção ambiental em foco.

Síndrome de Stevens Johnson ou eritema multiforme

Contato DD

Teníase Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Tétano Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Tifo (endêmico ou epidêmico)

Padrão

Tínea Padrão Rara transmissão de pessoa a pessoa.

Toxoplasmose Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Tracoma Padrão

Trichiuríase Padrão

Tricomoníase Padrão

Tuberculose

extrapulmonar (sem drenagem)

Padrão Avaliar evidência para tuberculose pulmonar; para lactentes e crianças, usar precauções para aerossóis até que tuberculose pulmonar ativa de visitadores/acompanhantes seja descartada.

extrapulmonar (com drenagem)

Aerossol, Contato

Suspender precauções somente quando o paciente estiver recebendo terapêutica adequada, com melhora clínica e com três baciloscopias negativas do líquido de drenagem. Avaliar a evidência de tuberculose pulmonar ativa.

pulmonar ou laríngea, confirmada

Aerossol Suspender precauções somente quando o paciente estiver recebendo terapêutica adequada, com melhora clínica e com três baciloscopias negativas em dias consecutivos.

pulmonar ou laríngea, suspeita

Aerossol Suspender precauções somente quando a possibilidade de tuberculose for remota e 1) houver um outro diagnóstico que explique a síndrome clínica,ou 2) houver resultados negativos de três baciloscopias coletadas com 8 a 24 horas de diferença, sendo, pelo menos uma amostra cedo ao despertar.

PPD reator sem doença pulmonar ou laríngea

Padrão

Tularemia (todas as formas) Padrão

Úlcera de decúbito

extensa, com secreção não contida

Contato DD

pequena ou com secreção contida

Padrão

Varicela Aerossol, Contato

Até que todas as lesões estejam em crosta

Profissionais suscetíveis não devem entrar no quarto se profissionais imunes estiverem disponíveis. Sem recomendação de protetor facial para funcionário imune. Em paciente imunodeprimido com pneumonia por varicela, prolongar a duração das precauções até a resolução da doença. Profilaxia pós-exposição: vacinar até 120 horas da exposição. Para indivíduos expostos suscetíveis com contra-

32

indicação à vacinação (grávidas, imunodeprimidos, neonatos), administrar VZIG dentro de 96 horas. Excluir profissional do trabalho do oitavo ao vigésimo primeiro dia após a exposição, a despeito da vacinação pós-exposição. Estender afastamento até 28 dias, caso tenha recebido VZIG.

Verminoses Padrão

Vírus Ebola (ver febres hemorrágicas virais)

Vírus Marburg (ver febres hemorrágicas virais)

Vírus parainfluenza (ver Infecção respiratória aguda)

Vírus sincicial respiratório (crianças e pacientes imunocomprometidos)

Contato DD Usar máscara de acordo com Precauções padrão. Para pacientes imunodeprimidos, prolongar duração de precauções de contato devido à disseminação duradoura.

Zigomicose (murcomicose, fucomicose)

Padrão Não transmissível de pessoa a pessoa.

Duração das Precauções: DD: Durante toda a duração da doença (em feridas, até o desaparecimento da secreção). DH: Durante todo o período de hospitalização. T: Até o tempo especificado, após o início da terapêutica apropriada. CN: Até que a cultura seja negativa.

33

Referência Bibliográfica: Anvisa, RDC nº 55, de 04 de novembro de 2011, da Anvisa. Requisitos de Avaliação da

Conformidade para Luvas Cirúrgicas e de Procedimento Não Cirúrgico de Borracha

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