práticas de liderança na gestão imobiliária

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UNIVERSIDADE POTIGUAR UNP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO MPA LUCIANO DE SANTANA MEDEIROS PRÁTICAS DE LIDERANÇA NA GESTÃO IMOBILIÁRIA NATAL/RN 2014

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Page 1: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO – MPA

LUCIANO DE SANTANA MEDEIROS

PRÁTICAS DE LIDERANÇA NA GESTÃO IMOBILIÁRIA

NATAL/RN

2014

Page 2: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

LUCIANO DE SANTANA MEDEIROS

PRÁTICAS DE LIDERANÇA NA GESTÃO IMOBILIÁRIA

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Administração, na área de concentração em Gestão Estratégica de Pessoas.

Orientadora: Profa. Dra. Nilda Leone.

NATAL/RN

2014

Page 3: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

Medeiros, Luciano de Santana Práticas de liderança na gestão imobiliária /

Luciano de Santana Medeiros. – Natal, 2014. 97 f. Orientador: Nilda Maria de Clodoaldo Pinto Guerra Leone Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade Potiguar. Pró-Reitoria Acadêmica – Núcleo de Pós-Graduação. Referências: f.83 – 88. 1. Administração – Dissertação. 2. Liderança. 3. Gestor. 4. Imobiliária. I. Título.

Page 4: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

LUCIANO DE SANTANA MEDEIROS

PRÁTICAS DE LIDERANÇA NA GESTÃO IMOBILIÁRIA

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Administração, na área de concentração em Gestão Estratégica de Pessoas.

Aprovado em: 06/06/2014.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________ Prof.ª Dr.ª Nilda Maria de Clodoaldo Pinto Guerra Leone

Orientadora – UNP Universidade Potiguar - UNP

_____________________________________ Prof. Dr. Walid Abbas El-Aouar

Examinador Interno – UNP

_____________________________________ Prof.ª Dr.ª Luciane Albuquerque Sá de Souza

Examinadora Externa – IESP/IFPB

Page 5: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus pela saúde e força para superar todas as

dificuldades enfrentadas na conclusão do meu mestrado.

Ao proprietário da Execut Negócios Imobiliários, Gilvandro de Almeida Ferreira

Guedes, e a todos os seus 55 funcionários pela participação na pesquisa.

Aos meus pais Raimundo Medeiros e Maria Bernadete pelo amor, incentivo e

apoio incondicional. Aos irmãos Eduardo e Patrícia, a minha prima Bethânia e a toda

minha família que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu

chegasse até esta etapa de minha vida.

A todos os professores que compõem o corpo docente da Universidade

Potiguar, bem como a direção e administração pela oportunidade de poder galgar

mais esse passo de extrema importância para a minha vida profissional e pessoal.

A minha orientadora Doutora Nilda Leone, por todo suporte dado a minha

pesquisa, correções e incentivos. Aos professores Doutores Wallid Abbas e Luciane

Albuquerque pelas suas contribuições durante a defesa.

Aos meus amigos de turma e a todos que direta ou indiretamente contribuíram

para a minha formação, o meu muito obrigado.

Page 6: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

RESUMO

Essa pesquisa aborda um dos temas mais pesquisados e discutidos na

administração: a liderança. Seus conceitos e modelos continuam a evoluir na

medida em que as necessidades das organizações mudam. O presente estudo teve

como objetivo principal investigar as práticas de liderança adotadas por um gestor

imobiliário, de acordo com o modelo das cinco práticas de liderança exemplar

proposto por Kouzes e Posner (2013). Através de um estudo de caso, investigaram-

se as práticas de liderança do gestor/proprietário da imobiliária Execut, localizada na

cidade de João Pessoa atuante no mercado Paraíbano há 25 anos. Este trabalho é

classificado como descritivo enquadrando-se nos estudos quantitativos. Foram

pesquisados no total 55 empregados e o gestor/proprietário. Os dados foram obtidos

por meio de dois questionários, um deles elaborado pelo pesquisador e o outro

desenvolvido pelos autores Kouzes e Posner (2013), intitulado Inventário das

Práticas de Liderança (LPI), nas versões de autoavaliação e heteroavaliação. Os

resultados indicaram que a prática “inspire uma visão comum” foi a melhor avaliada,

e a prática “anime os corações” obteve a menor avaliação, tanto na autoavaliação do

gestor, quanto na heteroavaliação dos empregados. Os testes de significância e

análise de variancia realizados para detectar a existência de variabilidade entre a

visão dos empregados com relação as práticas de liderança do gestor, segundo as

variáveis sociodemográficas gênero e tempo na organização, não apresentaram

diferença significativa. Entretanto, com relação a função dos empregados, foi

encontrada uma diferença estatisticamente significante, revelando que os corretores

de imóveis avaliaram melhor as práticas de liderança do gestor do que os

colaboradores do setor administrativo e de apoio.

Palavras-chave: Liderança. Gestor. Imobiliária.

Page 7: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

ABSTRACT

This research addresses one of the most searched topics discussed in

administration, the leadership. Their concepts and designs continue to evolve as the

needs of organizations change. The present study aimed to identify the leadership

practices adopted by a real estate manager, according to the model of the five

practices of exemplary leadership of the authors Kouzes and Posner (2013). Through

a case study, we investigated the leadership practices adopted by the

manager/owner of Execut´s real estate, located in the city of João Pessoa, Paraiba,

active in the market for 25 years. This work is classified as descriptive, and as to its

nature fits in quantitative studies. The manager/owner and fifty-five employees were

surveyed. Data were collected through two questionnaires, one prepared by the

researcher and the other developed by the authors Kouzes and Posner (2013) called

The Leadership Practices Inventory (LPI), in the versions of self-assessment and

peer assessment. The results indicated that the practice "inspire a shared vision" was

the best evaluated, and the practice "encourage the heart" was the least evaluated,

both in the self-assessment of the manager, as in the peer assessment of

employees. Significance tests and analysis of variance performed to detect the

existence of variability between the vision of the employees regarding the leadership

practices of the manager, according to sociodemographic variables gender and time

in the organization, showed no significant difference. However, regarding the role of

employees, a statistically significant difference was found, revealing that realtors

rated best leadership practices of the manager than the administrative and support

sector.

Keywords : Leadership. Manager. Real Estate Business.

Page 8: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Avaliação das práticas de liderança pelos funcionários ....................... 65

Gráfico 02 – Avaliação das práticas de liderança heteroavaliação e autoavaliação . 66

Gráfico 03 – Gênero dos funcionários da Imobiliária Execut .................................... 71

Page 9: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Atualização das nomenclaturas das 05 práticas de liderança

exemplar ............................................................................................. 35

Quadro 02 – Resultados da pesquisa de Silva (2013).............................................. 36

Quadro 03 – Resultados da pesquisa de Mattos (2011) ........................................... 37

Quadro 04 – Resultados da pesquisa de Costa (2011) ............................................ 38

Quadro 05 – Resultados da pesquisa de Amorim et al. (2009) ................................ 39

Quadro 06 – Resultados da pesquisa de Vianna et al. (2007) .................................. 40

Quadro 07 – Resultados da pesquisa de Barros (2005) .......................................... 41

Quadro 08 – Práticas mais utilizadas e menos utilizadas conforme as últimas

pesquisas ............................................................................................ 41

Quadro 09 – Questões do instrumento de autoavaliação e heteroavaliação ............ 48

Quadro 10 – Objetivos específicos, instrumento(s) da pesquisa e estatística .......... 50

Page 10: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Gênero dos empregados da Execut ..................................................... 45

Tabela 02 – Funções exercidas pelos empregados da Execut ................................. 45

Tabela 03 – Tempo de trabalho dos empregados na Execut ................................... 45

Tabela 04 – Perfil do Gestor .................................................................................... 45

Tabela 05 – Coeficientes de fidedignidade de Cronbach dos domínios e questões

(N=56) .................................................................................................. 54

Tabela 06 – Coeficientes de fidedignidade de Cronbach dos domínios e questões

(N=55) .................................................................................................. 54

Tabela 07 – Respostas do gestor em relação a sua autoavaliação das práticas de

liderança ............................................................................................... 56

Tabela 08 – Média total da autoavaliação do gestor ................................................ 59

Tabela 09 – Respostas dos empregados em relação à avaliação das práticas de

liderança do gestor ............................................................................... 61

Tabela 10 – Média total da heteroavaliação ............................................................. 64

Tabela 11 – Média total da autoavaliação e heteroavaliação do gestor ................... 66

Tabela 12 – Medidas descritivas de posição e de variabilidade - domínios de

Práticas de Liderança ........................................................................... 67

Tabela 13 – Classificação das 30 questões dos 10 mais frequentes para os 10

menos frequentes de acordo com a média MGE comparado com

autoavaliação ...................................................................................... 68

Tabela 14 – Avaliação média das práticas de liderança pelos Empregados (MGE) e

o gestor ................................................................................................ 69

Tabela 15 – Pontuação média das Práticas de Liderança segundo o Gênero dos

Empregados ......................................................................................... 71

Tabela 16 – Função exercida pelos funcionários pesquisados da Execut segundo o

gênero (n = 55) .................................................................................... 72

Tabela 17 – Função exercida pelos funcionários pesquisados da Execut segundo o

Tempo de função (n = 55) ................................................................... 72

Page 11: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

Tabela 18 – Pontuação média das práticas de liderança segundo a função dos

empregados ......................................................................................... 73

Tabela 19 – Distribuição do tempo de serviço dos funcionários segundo

gênero .................................................................................................. 74

Tabela 20 – Pontuação média das Práticas de Liderança segundo o tempo de

função dos Empregados ....................................................................... 74

Page 12: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ..................................................................... 15

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA............................................................................. 16

1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 18

1.3.1 Geral ............................................................................................................... 18

1.3.2 Específicos .................................................................................................... 18

1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 18

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................... 19

2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 20

2.1 EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DE LIDERANÇA ................................................... 20

2.1.1 Abordagem da Teoria dos Traços de liderança .......................................... 21

2.1.2 Teorias Comportamentais ............................................................................ 24

2.1.3 Teorias Contingenciais (Situacionais) ......................................................... 25

2.2 TEORIAS DE LIDERANÇA CONTEMPORÂNEAS ............................................ 26

2.2.1 Teoria da Atribuição de Liderança ............................................................... 27

2.2.2 Teoria da Liderança Carismática ................................................................. 27

2.2.3 Liderança Transacional Versus Transformacional ..................................... 28

2.2.4 Liderança Visionária ..................................................................................... 30

2.2.5 Modelo de Gestão Voltado para Aprendizagem .......................................... 31

2.3 MODELO DE LIDERANÇA ADOTADO NO ESTUDO ........................................ 32

2.3.1 Modele o Estilo .............................................................................................. 32

2.3.2 Inspire uma Visão Comum ........................................................................... 34

2.3.3 Questione o Processo .................................................................................. 36

2.3.4 Capacite Outros para Ação .......................................................................... 37

2.3.5 Anime os Corações ....................................................................................... 38

2.3.6 Estudos Recentes Sobre o Tema ................................................................. 39

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 47

3.1 TIPO DE PESQUISA ......................................................................................... 47

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA .................................................................................. 48

Page 13: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

3.3 PERFIL DOS ENTREVISTADOS ....................................................................... 48

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS ................................................... 50

3.4.1 Instrumentos de pesquisa ............................................................................ 51

3.5 VARIÁVEIS ANALÍTICAS .................................................................................. 53

3.6 TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................ 53

3.7 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA ............................................. 54

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................... 57

4.1 CONSISTÊNCIA INTERNA OU MEDIDA DE FIDEDIGNIDADE DOS DADOS .. 57

4.2 PRÁTICAS DE LIDERANÇA ADOTADAS PELO GESTOR ............................... 59

4.3 VISÃO DOS EMPREGADOS EM RELAÇÃO AS PRÁTICAS DE LIDERANÇA DO

GESTOR .................................................................................................................. 64

4.4 COMPARAÇÃO DAS PRÁTICAS DE LIDERANÇA DO GESTOR COM A VISÃO

DOS EMPREGADOS ............................................................................................... 69

4.5 VERIFICAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE VARIABILIDADE ENTRE A VISÃO DOS

EMPREGADOS EM RELAÇÃO AS PRÁTICAS DE LIDERANÇA DO GESTOR

CONSIDERANDO-SE AS VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS............................ 74

4.5.1 Variabilidade das práticas de liderança versus gênero ............................. 74

4.5.2 Variabilidade das práticas de liderança versus função .............................. 76

4.5.3 Variabilidade das práticas de liderança versus tempo de função ............. 77

5. CONCLUSÕES .................................................................................................... 80

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 83

APÊNDICE .............................................................................................................. 89

ANEXO A ................................................................................................................. 90

ANEXO B ................................................................................................................. 93

ANEXO C ................................................................................................................. 96

Page 14: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

13

1. INTRODUÇÃO

A liderança tem sido estudada há mais de um século, mesmo assim, constitui-

se um dos temas mais explorados na atualidade pela área da administração. A sua

complexidade tem travado uma infinidade de debates e a criação de diversas teorias

a querer explicá-la. Contudo seus conceitos continuam a evoluir à medida que o

ambiente organizacional se transforma e surgem novas necessidades.

Segundo Caravantes et al. (2005), liderança e administração são semelhantes

em alguns aspectos e diferentes em outros. Estando a primeira mais relacionada ao

poder pessoal, e a segunda ao desempenho eficaz das funções administrativas. A

habilidade desenvolvida por um indivíduo de influenciar outros não implica que ele

consiga exercer as funções de planejar, organizar e controlar (ROBBINS, 2004). Por

outro lado, todo administrador deveria ser um bom líder, para saber lidar com as

pessoas da forma mais adequada. A capacidade de liderança define a diferença

entre os administradores excelentes e os medianos (BATEMAN; SNELL, 2009).

Devido a sua importância para os resultados positivos da gestão empresarial, muitas

organizações têm investido fortemente na transformação de gestores em líderes.

Essa habilidade tem sido apontada como uma das mais importantes para o exercício

da função gerencial.

Para Robbins (2000, p. 371), a liderança consiste num “processo de influência

pelo qual os indivíduos, com suas ações, facilitam o movimento de um grupo de

pessoas rumo a metas comuns ou compartilhadas”. De forma parecida, Daft (2007,

p. 373) a define como “a habilidade de influenciar pessoas no sentido da realização

de metas organizacionais”. As organizações agregam os esforços de várias

pessoas, que trabalham juntas em diversos níveis, em prol da realização dos seus

objetivos, sendo o gestor aquele que possui o poder organizacional formal de dirigir

e controlar os recursos. Nesse contexto, a liderança vem sendo apontada como um

processo-chave para as empresas, visto que ela ajuda a influenciar as pessoas no

alcance das metas traçadas.

No setor imobiliário, a prática da liderança tem sido fundamental para a

permanência e sustentabilidade dos negócios. As imobiliárias são empresas,

credenciadas pelo CRECI – Conselho Regional dos Corretores de Imóveis, para

atuar no mercado imobiliário. No Brasil, empresas desse segmento vêm

apresentando, nos últimos anos um forte crescimento, apoiado na estabilização

Page 15: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

14

econômica do país e, na parceria do governo federal com o setor privado, através do

programa de facilitação ao crédito imobiliário Minha Casa Minha Vida. De acordo

com o Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa, em 2013, o

governo aplicou R$ 100 bilhões no crédito imobiliário, sendo 35% a mais que o

disponibilizado no ano anterior (SINDUSCOMJP, 2014).

Segundo Fernandes (2011), o boom imobiliário atingiu várias partes do Brasil,

trazendo com ele um furacão de mudanças, e aqueles que souberam aproveitar as

oportunidades estão ganhando muito dinheiro. Grandes condomínios residenciais,

comerciais, casas, apartamentos, hotéis e apart-hotéis são oferecidos para o

público, e não faltam compradores. A corretagem de imóveis tornou-se uma carreira

promissora e um passaporte para altos ganhos. Tendo atraído o interesse de

diversos profissionais, que no passado não a via com bons olhos, as vantagens da

área da construção civil e o cenário econômico atual têm feito desses trabalhadores

verdadeiros campeões de vendas. Contudo, para o aproveitamento dessas

oportunidades exige-se preparação constante, visão de negócio e excelência no

atendimento, na medida em que o cliente está cada vez mais exigente e criterioso

na escolha da assessoria desses profissionais.

A conjuntura atual do mercado imobiliário é caracterizada por constantes

mudanças que precisam ser acompanhadas pelos profissionais da área. Segundo

Fernandes (2011, p. 11), “estão acontecendo grandes fusões de empresas de

vendas, de construtoras e de incorporadoras em todo Brasil, o que deixa o mercado

cada vez mais profissional e exige mais dos corretores de imóveis”. Apesar de

aparentemente simples, a profissão é muito complexa. Vender não parece ser tão

complicado, porém vender constantemente para garantir a sustentabilidade do

negócio, é mais complicado do que se imagina. A concorrência é acirrada, composta

por muitos profissionais especializados no ramo, inclusive com formação em cursos

de graduação e pós-graduação em ciências imobiliárias. A evolução do setor

imobiliário e da construção civil coloca em cheque as habilidades desses

profissionais, que precisam investir no aperfeiçoamento contínuo para serem bem

sucedidos.

Na Paraíba, o setor de serviços representa o maior peso no Produto Interno

Bruto de sua economia e vem crescendo acima das médias dos outros estados do

nordeste, sendo as empresas imobiliárias responsáveis por grande parte desse

resultado. Segundo dados do IBGE (2014), enquanto os estados nordestinos

Page 16: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

15

desaceleraram o crescimento, a Paraíba cresceu 10%, sendo este o maior índice da

Região Nordeste em 2014. As imobiliárias e as empresas de call centers, foram

responsáveis por 37% deste total, demostrando que o segmento imobiliário da

região está em plena expansão e representa uma importante fonte de arrecadação

para o estado. A forte concorrência inerente ao segmento, e a necessidade de

atualizar as práticas gerenciais para acompanhar as mudanças do mercado, levam à

reflexão de como as práticas dessas empresas impactam no desenvolvimento da

liderança.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

As primeiras pesquisas sobre liderança se preocuparam em identificar as

características pessoais compartilhadas pelos grandes líderes, a exemplo da

inteligência, energia e aparência. Entre 1904 a 1948 foram realizados mais de 100

estudos sobre essa ótica, que ficaram conhecidos como a abordagem dos traços de

liderança (BATEMAN; SNELL, 2009). No final, os estudiosos concluíram que não

existia nenhum conjunto particular de características que demostrassem ser

previsores eficazes da liderança. Posteriormente, as pesquisas se voltaram para os

estudos dos comportamentos de liderança, na tentativa de identificar o que os

líderes fazem. Diferente da abordagem dos traços, as características pessoais

tinham pouca importância, e o que realmente interessava era o comportamento que

os líderes de sucesso demostravam. Numerosas categorias de comportamentos de

líderes foram encontradas, contudo, elas se depararam com os mesmos problemas

que se confrontaram os primeiros estudiosos da liderança: não era possível

identificar de forma consistente as relações existentes entre o desempenho bem

sucedido e os padrões de comportamentos da liderança eficaz, na medida em que

os resultados variavam de acordo com diferentes níveis de circunstância.

O fracasso em obter resultados consistentes, levou os pesquisadores a tentar

compreender a relação entre a situação e o estilo eficaz de liderança. Os vários

modelos de liderança que explicam essa relação ficaram conhecidos como as

abordagens da contingência. Os que tiveram maior reconhecimento foram: o modelo

de liderança desenvolvido por Fiedler (1967) e seus associados; a teoria do caminho

meta, a teoria situacional de Hersey e Blanchard (1969), e o modelo líder-

Page 17: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

16

participação. Entretanto, essas abordagens não conseguiram identificar o melhor

estilo aplicável de liderança a situações específicas.

Em seguida, os conceitos de liderança evoluíram da abordagem transacional

para os comportamentos de liderança carismática e transformacional, sendo estas,

perspectivas contemporâneas para o tema. Segundo Robbins (2004), essas

abordagens veem a liderança como uma pessoa comum a vê, assumindo uma visão

mais prática da liderança do que as concebidas anteriormente. O modelo de

liderança exemplar, participante dessa investigação, dos autores Kouzes e Posner

(2013), enquadra-se nos estudos da liderança transformacional.

Segundo Bateman e Snell (2009, p. 407), os líderes transformacionais são

aqueles que “transformam uma visão em realidade e que motivam as pessoas a

transcender seus interesses pessoais pelo bem da comunidade”. Os líderes

transformacionais são parecidos com os carismáticos, mas são distinguidos pela sua

capacidade de modelar a organização através da sua visão e potencial de inovação.

Eles geram o entusiasmo, nos seus liderados, através do carisma, da atenção

individualizada e do seu intelecto. Quatro habilidades, no mínimo, contribuem para

esta liderança. Em primeiro lugar os líderes precisam ter uma visão; em segundo

comunicar essa visão; em terceiro construir a confiança; e por fim, ter um auto

conceito positivo (BATEMAN; SNELL, 2009).

Entre aqueles que representam o maior número de estudos e que melhor

contribuem para o entendimento da liderança transformacional, temos Bennis e

Nanus (1985), Kouzes e Posner (1987), House, Spangler e Woycke (1991), Kotter e

Heskett (1992), Conger e Kannungo (1988, 1998), Podsakoff et al, (1990), Sashkin

(1984) e Sashkine Sashkin (2003).

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

A liderança está por trás das grandes realizações da humanidade, quando em

determinado momento alguém conseguiu influenciar outros a acreditarem na sua

própria capacidade de realizar mais do que aparentemente era possível. Seja no

setor político, científico, econômico, tecnológico ou cultural, está claro que a

liderança importa, e as pessoas estão sempre procurando meios de aprendê-la.

Entretanto, esse conhecimento pode ser passado de forma errada devido a grande

quantidade de informações equivocadas e mitos abundantes que são reproduzidos a

Page 18: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

17

seu respeito. Exemplo desses equívocos é a de que líderes nascem feitos, ou que a

liderança é só para os executivos de topo.

O desenvolvimento da liderança tornou-se um negócio rentável em todo o

mundo, devido a sua importância para o sucesso das organizações e o bem-estar

geral dos empregados, sendo esta evidenciada como uma das melhores fontes de

vantagem competitiva que uma organização pode ter em relação aos seus

concorrentes. Ela também está vinculada a uma ampla variedade de resultados

importantes que podem ser obtidos através dela, como exemplos, os ganhos

financeiros, o trabalho em equipe e a satisfação dos funcionários.

Para um gestor desenvolver uma carreira de sucesso no setor imobiliário, ele

precisa assumir a liderança de suas ações. A venda de imóveis é um trabalho que

exige diversas competências, entre elas, disciplina, estudo e método de trabalho. O

gerenciamento efetivo começa de dentro: só os que conhecem a si mesmo serão

capazes de gerenciar os outros. Da mesma forma acontece com a liderança, que

para o gestor exercê-la é necessário um conhecimento profundo de si mesmo e do

alcance das suas atitudes, pois elas têm impacto direto sobre sua equipe, passando

a ser o reflexo de sua liderança.

A efetividade pessoal forma a base para uma grande gestão, que está

relacionada ao conhecimento de competências pessoais, modelos de aprendizagem

e autogerenciamento. Os melhores gerentes são aqueles que estão sempre

buscando o autoconhecimento para saber em que áreas precisam melhorar, e

conhecer as suas diferenças em relação aos outros. Considerando que a liderança é

importante para a melhoria do papel gerencial, levantou-se o seguinte

questionamento: Que práticas de liderança exemplar são adotadas por um gestor do

setor imobiliário?

Page 19: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

18

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

Investigar as práticas de liderança adotadas por um gestor do setor imobiliário,

de acordo com o modelo das cinco práticas de liderança exemplar.

1.3.2 Específicos

a) identificar a visão do gestor quanto às práticas de liderança por ele adotadas;

b) identificar a visão dos empregados quanto às práticas de liderança adotadas pelo

gestor;

c) comparar a autoavaliação das práticas de liderança do gestor com a visão dos

empregados;

d) verificar a existência de variabilidade entre a visão dos empregados em relação

às práticas de liderança do gestor e às variáveis sociodemográficas dos

empregados.

1.4 JUSTIFICATIVA

A única forma das organizações sobreviverem numa economia de mercado é

através da competência. As empresas alcançam o sucesso ou fracasso de acordo

com as habilidades de quem as conduz. Os gerentes eficazes, além de saberem

administrar, precisam também ser líderes, sendo esta uma competência mais

intangível. Segundo Lindenberg Filho (2010), compete aos gerentes de vendas

apoiar e estimular suas equipes a trabalharem mais e melhor, assumindo novas

posições, como a de líder. Segundo Caravantes et al. (2005), muitos observadores

concordam que a liderança eficaz é um processo difícil de entender e praticar.

Dessa forma, essa pesquisa contribui para tornar mais tangível as práticas de

liderança do gestor pesquisado.

O tema foi escolhido em virtude do interesse do pesquisador a respeito da

temática da liderança, e levando-a para o contexto da gestão imobiliária, visto que

este campo de pesquisa configura-se familiar, já que o mesmo acumula experiência

profissional neste segmento, publicações e prêmios.

Page 20: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

19

O estudo é relevante no sentido que, conhecer as boas práticas de liderança,

leva a uma melhor compreensão de aspectos importantes dos comportamentos

humano, de grupo e organizacional, possibilitando ao gestor desenvolver seu próprio

modelo de liderança.

Além disso, o presente estudo justifica-se pelo fato da liderança ser uma das

habilidades mais importantes para o gerenciamento, trazendo contribuições diretas

para o bom desempenho e permanência das empresas no mercado. O domínio da

liderança pelos gestores imobiliários promove: uma maior coerência, ética e

otimismo em todos os seus atos, ajudando na construção de uma imagem positiva

ligada a atitudes dignas e confiáveis.

Por fim, esta pesquisa é relevante para a academia, uma vez que poderá

servir de apoio para outras pesquisas sobre o tema, bem como enfatizar a

relevância de novas investigações.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Os elementos textuais dessa pesquisa foram estruturados da seguinte forma:

inicialmente foi escrita a introdução, composta pela contextualização do tema,

problemática, objetivo geral, objetivos específicos e justificativa. A seguir o

referencial teórico abordando os conceitos de liderança, a evolução de suas teorias

e o modelo de liderança exemplar dos autores Kouzes e Posner. Logo após, a

metodologia da pesquisa, contendo a sua tipologia, universo e amostra, os

procedimentos e instrumentos de coleta de dados, as variáveis analíticas, o

tratamento dos dados e a caracterização do campo de pesquisa. Em seguida, a

análise dos resultados; e por fim, as considerações finais.

Page 21: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

20

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo apresenta uma análise conceitual das teorias da liderança,

através das abordagens desenvolvidas por diversos autores, que se dedicaram a

estudá-la. Além disso, o mesmo tem como premissa revisar os escritos daqueles

escritores que viajaram através dos caminhos das teorias da liderança cujas obras

serão analisadas e também como ponto de partida para capacitar o pesquisador em

termos de avaliação de seus próprios esforços de pesquisa, comparando-os com os

relacionados esforços feitos por outros.

2.1 EVOLUÇÕES DAS TEORIAS DE LIDERANÇA

De acordo com Bryman (2004), as quatro principais abordagens de liderança,

estudadas ao longo do tempo foram: os estudos de liderança baseados no traço

pessoal que permaneceu até a década de 1940; a abordagem comportamental que

se manteve até os anos de 1960; e a abordagem contingencial que permaneceu

entre os anos de 1960 e o início de 1980.

Entre 1940 e 1950, os teóricos procuraram desenvolver uma relação entre os

líderes e seus traços característicos de personalidade como carisma, entusiasmo,

coragem, entre outros. Conforme descreve Robbins (2004), mais de 80 traços

característicos de um líder foram identificados nesse período, porém quase nenhum

coincidia com os de outro líder. Posteriormente, foram criadas outras teorias além da

teoria dos traços, no sentido de buscar o entendimento do fenômeno da liderança,

entre elas a comportamental, os estilos de liderança, a liderança situacional, a da

meta e do caminho, dentre outras que ainda virão.

Segundo Kotler (1997), o trabalho mais importante que o líder deve se dedicar

é o de produzir a mudança. A sua ação deve estar baseada sobre três dimensões

fundamentais que são: estabelecer a direção estratégica da empresa; comunicar

metas às pessoas; e motivá-las para que os objetivos sejam alcançados. Ele

considera que “as capacidades de liderança são inatas, embora todas as pessoas

devam ser encorajadas a serem líderes” (KOTLER, 1997, p.147).

De acordo com Bennis (1996), o ambiente atual exige uma liderança capaz de

se moldar rapidamente, exigindo seguidores mais ativos e responsáveis perante as

atividades diárias. Ele defende três principais características dos líderes: a visão

sistêmica, que significa saber aonde se quer chegar e o que se quer, em nível

Page 22: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

21

profissional e pessoal; paixão pelo que se faz, sendo fonte de inspiração para seus

colaboradores; e integridade, que é um aspecto importante para o engajamento e o

comprometimento dos colaboradores. Bennis (1996, p.147) destaca que “o processo

de tornar-se um líder é muito parecido como de tornar-se um ser humano integrado”.

Dessa forma, é importante ter ousadia no intuito de enfrentar a gestão das

organizações, em meio às adversidades do ambiente. O líder que vê seus

colaboradores como pessoas, e não apenas como instrumento de produção educa e

permite o desenvolvimento dos seus seguidores.

Para os autores Kouzes e Posner (1997), a liderança pode ser definida como “a

arte de mobilizar os outros para que estes queiram lutar por aspirações

compartilhadas”. Um líder exemplar deve estimular a formação de novos líderes,

para juntos articularem a mudança, à semelhança do que Drucker (1996) ressaltava:

o segredo da liderança é saber em que momento deve-se agir como chefe ou como

parceiro. O trabalho de um líder deve ser o de desenvolver outros líderes, pois toda

empresa necessita desse pressuposto, ainda que muitos deixem essa tarefa à

deriva. Na atualidade, as empresas precisam de líderes que desafiem a situação

original, criem visões de futuro e tragam a capacidade de motivar a equipe de

trabalho a almejar a realização dessa visão. Para isso é necessário ter pessoas

preparadas a fim de elaborar planos detalhados, criar e gerenciar estruturas

organizacionais eficientes e operações diárias.

A liderança, segundo Amorim e Amorim (2008), pode ser compreendida como

um processo que se instala a partir do relacionamento entre as pessoas, seu

conhecimento, interesses e motivações. Liderar é a capacidade de conseguir que as

pessoas façam o que o líder entende que precisa ser feito, e com sucesso. Mas para

liderar é preciso empenho e dedicação, em relação às pessoas e à organização.

Nos dias atuais entende-se que os líderes não nascem prontos, e que traços de

personalidade influenciam nesse processo, contudo o comportamento pode ser

aprendido, a partir das experiências de vida pessoal e profissional.

2.1.1 Abordagem da Teoria dos Traços de liderança

As teorias, que se propôs a estudar as características individuais, que

transformavam certas pessoas em grandes líderes, diferenciando-as de seus

seguidores, ficaram conhecidas como a teoria dos traços (STOGDILL, 1974). A

Page 23: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

22

abordagem dos traços foi uma das primeiras teorias de liderança, compreendendo o

período entre 1904 e 1948. Segundo Gonçalves (2008), baseia-se no pressuposto

de que o indivíduo já nasce líder. O enfoque dos traços predominou até a década de

quarenta, tendo como suporte para o seu sucesso as pesquisas desenvolvidas pelos

testes psicológicos muito usados entre 1920 e 1950 (BERGAMINI, 1994). Embora

não seja uma teoria bem articulada com hipóteses bem desenvolvida, essa

abordagem introduziu as primeiras pesquisas sobre o tema. A teoria dos traços, às

vezes conhecida como a teoria clássica da liderança, formou a base para os estudos

de campo de liderança no cenário institucional.

Embora muito criticada na atualidade, essa teoria vê a liderança como

resultado de uma combinação de traços de personalidade. Seu foco principal esta

na descoberta das qualidades inatas ou características que distinguiam os líderes de

seus seguidores. Isso levou à crença de que os líderes tinham certas qualidades que

foram codificadas em seus genes, antes do nascimento, de modo que somente

aqueles, que nasceram com essas características, poderiam assumir posições de

liderança dentro de suas comunidades. (BEAM, 1975; BRYMAN, 2004; LIMONGI-

FRANÇA, ARELLANO, 2002; TOLFO, 2004).

Os primeiros pesquisadores da teoria do traço estudaram os atributos de

personalidade que eles acreditavam estarem relacionados à liderança eficaz, além

disso, viam-na como um traço de personalidade unidimensional que podia ser,

confiavelmente, medido. A maior parte das pesquisas dessa abordagem estava

centrada na investigação sistemática das diferenças entre líderes e seguidores.

Bennis e Nanus (1988) identificam essa abordagem como a “teoria do grande

homem”, pelo fato de estarem focada na figura do líder nato e não, formado.

Os pesquisadores da época procuraram investigar a física e atributos

psicológicos, tais como alto nível de energia, a aparência, agressividade,

autoconfiança, capacidade de persuasão e domínio como medida para os conjuntos

de traços que todos os líderes de sucesso deveriam possuir.

Segundo Vergara (2006), a literatura cita quatro tipos de traços que fora

estudado: 1) físicos – que compreendem os aspectos da aparência, estatura,

energia e força física; 2) intelectuais – que compreendem os aspectos da

inteligência, entusiasmo, adaptabilidade e autoconfiança; 3) sociais – que

compreendem os aspectos relacionados a cooperação, habilidades interpessoais e

administrativas; 4) relacionados com a tarefa – que compreendem os aspectos

Page 24: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

23

relacionados ao impulso da realização, persistência e iniciativa. Já Bryman (2004)

relata três grandes tipos de traços, que contemplam os citados anteriormente:

fatores físicos, habilidades e aspectos da personalidade.

Muitos estudos foram realizados numa tentativa de desenvolver medidas

válidas e confiáveis das características de liderança. Os investigadores descobriram,

no entanto, que apenas alguns traços pareciam distinguir entre líderes e seguidores.

Líderes tendiam a ser ligeiramente maiores, em traços, como altura, inteligência,

extroversão, domínio, e autoconfiança, em comparação com os não líderes.

Ao criarem listas com os atributos, que os pesquisadores acreditavam

estarem relacionados com as características dos líderes de sucesso, alguns

investigadores misturaram diferentes atributos, entre eles: aspectos de

comportamentos e habilidades, temperamento e capacidade intelectual. Com o

passar do tempo os pesquisadores da teoria do traço, que procuravam uma

correlação entre os atributos individuais dos líderes e seu êxito, não foram

consistentes ao revelar os traços que garantiriam tal sucesso. Alguns ainda

descobriram que os indivíduos possuidores dessas características eram menos

propensos a se tornarem líderes. Além do mais, os pesquisadores encontraram

poucas relações entre esses traços e a liderança eficaz, pois havia muitas variáveis

de liderança com baixa confiabilidade e nenhuma justificativa para a seleção

específica dessas variáveis serem incluídas no estudo. Por esse motivo algumas

criticas a essa abordagem, apontam para o fato desse julgamento ser subjetivo,

assim como de levantar características como traços, que poderiam ser descritas

como comportamento (FREITAS, 2006). Outra crítica foi que os atributos tipicamente

associados, com os líderes de sucesso, são, muitas vezes, vistos como traços

“masculinos”.

A desilusão com os resultados da teoria dos traços conduziu os estudos sobre

liderança a investigar os “estilos de liderança”. A teoria dos traços, que predominou

até a década de quarenta, perdeu a relevância pelo fato das características de

personalidade serem estudadas dentro de uma perspectiva universalista (BILHIM,

2004). Na medida em que se evidenciava a dificuldade em isolar traços ou

características de liderança, os pesquisadores passaram à tentativa de identificar os

comportamentos que pudessem determinar o seu sucesso.

Com o surgimento da escola das relações humanas entre 1920 e 1930, as

pesquisas começaram a se deslocar para as relações interpessoais, que se

Page 25: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

24

processavam no trabalho. As necessidades dos indivíduos passaram a ser

consideradas bem como as possibilidades de autodesenvolvimento e crescimento

(ROBBINS, 2002). O líder, nesse momento, passa a exercer o papel de guia no

sentido de buscar a cooperação dos seus liderados com o fim de alcançar objetivos

estabelecidos.

2.1.2 Teorias Comportamentais

As teorias comportamentais foram desenvolvidas entre 1940 e início de 1960

como uma resposta às falhas da teoria dos traços em conseguir determinar a base

para a liderança (SCHERMERHORN; HUNT; OSBORN, 1999). Os pesquisadores

comportamentais tinham a premissa de que os líderes são feitos, e não nascidos.

Essas teorias apresentaram a ideia de que a liderança pode ser definida em certos

comportamentos que podem ser aprendidos e desenvolvidos (BANDURA, 1982;

SKINNER, 1967).

A Escola de Relações Humanas surgiu como um grande impulso para essa

nova abordagem, que deixou as características inatas de personalidade de lado,

com o fim de centrar nos comportamentos necessários ao exercício da liderança,

passando a estudar a influência de líderes autocráticos, democráticos ou do tipo

laissez-faire sobre os participantes dos grupos e o resultado do trabalho (HERSEY,

BLANCHARD; 1986; TOLFO, 2004). A proposta, em pauta, seria identificar quais

fatores poderiam produzir um líder eficaz e como treinar indivíduos.

Na década de 60, duas correntes principais desenvolvidas nas universidades

de Ohio e de Michigan estudaram e tentaram estruturar essa teoria. Em Ohio os

pesquisadores Tannenbaum e Schmidt (1973), desenvolveram uma abordagem que

enfatizou a liderança centrada na tarefa (autocrática) e centrada nas pessoas

(democrática). De acordo com os estudos de McGregor, é possível relacionar a

liderança centrada nas tarefas com a Teoria X, e a centrada nas pessoas como a

Teoria Y. Da Universidade de Michigan, Likert desenvolve um trabalho parecido com

o de Ohio, identificando dois direcionamentos do líder: orientado para as pessoas e

o outro orientado para a produção (BERGAMINI,1994). O primeiro, voltado às

pessoas, valoriza as relações interpessoais, e o segundo, direcionado ao trabalho,

trata os empregados como engrenagens, que permitem o incremento da produção.

Page 26: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

25

Ambas as universidades tinham propostas muito parecidas e, apesar delas

terem chegado a conclusões semelhantes, acabaram por não obter aplicabilidade

prática que as embasassem, pois a análise ficou praticamente baseada na figura do

indivíduo, dando pouca importância à situação em que ele estava inserido em seu

ambiente.

2.1.3 Teorias Contingenciais (Situacionais)

As teorias contingenciais, também conhecidas como situacionais surgiram na

década de 1960 para estudar as variáveis que envolviam o processo de liderança,

sem desprezar os diferentes tipos de comportamento dos líderes (BERGAMINI,

1994). Os principais autores que contribuíram para essas teorias foram os trabalhos

de Fred Fiedler, Robert House, Paul Hersey e Kenneth Blanchard, Steven Kerr e

Jhon Jermier (SCHERMERHORN; HUNT; OSBORN, 1999).

A principal contribuição das teorias contingenciais para os estudos sobre a

liderança está no reconhecimento que esta é contingencial e que cabe ao líder

adaptar suas características as demandas grupais ou situacionais. O objetivo dos

pesquisadores dessas teorias era determinar qual maneira o comportamento do líder

poderia influenciar no seu relacionamento com os liderados. (BERGAMINI, 1994).

Essa abordagem procurou incluir a liderança no contexto ambiental e situacional em

que ela ocorre, levando em conta os objetivos, a situação, a tarefa, os líderes e

liderados. Tentou prever como os fatores situacionais influenciam no estilo de

liderança ao determinar aquele que seria mais eficaz. Dessa forma, os teóricos

definiram o estilo de liderança como contingência da situação. As quatro teorias

contingenciais de liderança em destaque foram: o modelo de contingência de

Fiedler, modelo de decisão de Vroom-Yetton, a teoria caminho-meta de House e a

teoria situacional de liderança de Hersey-Blanchard.

O modelo de contingência desenvolvido por Fiedler (1967) se fundamentou

naquilo que ele nomeou de contingência situacional, que resulta da interação das

características específicas da situação com o estilo de liderança. Essa teoria

destaca dois tipos de líder, aquele o qual tem como preocupação principal a

execução da tarefa e aquele o qual tem a tendência de completar as tarefas,

desenvolvendo boas relações interpessoais com o grupo, pois segundo o autor não

existe um líder ideal e ambos podem ser eficazes se sua liderança for adequada à

situação.

Page 27: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

26

O modelo de decisão desenvolvido por Vroom e Yetton (1973) apoiou-se na

ideia de que o mesmo líder pode contar com diferentes abordagens à tomada de

decisão em grupo, dependendo da situação. Para isso os autores desenvolveram

um modelo normativo de decisão com variáveis situacionais onde os líderes

decidiam qual a abordagem mais adequada a cada situação (VROOM,

STERNBERG, 2002). Fornecendo uma estrutura útil para a tomada de decisão do

melhor estilo de liderança.

A teoria do caminho-meta foi desenvolvida por House (1971) baseada na

teoria das expectativas de Victor Vroom. Ela defende a ideia de que as metas devem

ser compatíveis com os objetivos organizacionais e que o líder deve ser flexível para

orientar e ajudar os liderados a alcançarem as metas. O modelo afirma ainda que

existem quatro comportamentos de liderança que são contínuos e que dependendo

da situação os líderes podem adotar qualquer um deles: o diretivo, apoiador,

participativo e o orientado para conquista. Esses comportamentos são contingentes

aos fatores do ambiente e as características dos seguidores.

Os autores Hersey e Blanchard (1969) desenvolveram a teoria situacional de

liderança. Segundo esse modelo teórico, baseado nos liderados, o comportamento

torna-se uma função não só das características dos líderes, mas também dos

seguidores. Dessa forma o comportamento do líder é determinado pelo grau de

maturidade dos subordinados. Quanto maior a maturidade destes, menos controle o

líder exerce sobre eles, ajustando o seu comportamento de acordo com a

capacidade e motivação dos liderados. De acordo com Bryman (2004), as teorias

contingenciais caíram no desengano, no início da década de 80, devido aos seus

resultados inconsistentes, dando espaço para novos estudos sobre a liderança.

Até aqui foram discutidas as abordagens clássicas mais importantes dos

estudos da liderança. Agora serão apresentadas as teorias de liderança

contemporâneas, que estão revolucionando o entendimento geral desse importante

aspecto da administração.

2.2 TEORIAS DE LIDERANÇA CONTEMPORÂNEAS

As quatro abordagens mais recentes sobre liderança são: a teoria da

atribuição de liderança, a teoria da liderança carismática, a liderança transacional

versus transformacional e a liderança visionária, que serão descritas a seguir.

Page 28: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

27

2.2.1 Teoria da atribuição de liderança

Segundo Robbins (1999, p.321), “A Teoria de Atribuição foi proposta para

formular explicações para os modos diferentes pelos quais julgamos as pessoas,

dependendo do significado que atribuímos a um determinado comportamento”. Ela

foi a fase posterior às da identificação das características do líder e seus efeitos. É

utilizada como ajuda para explicar a percepção de liderança e parte do pressuposto

que quando acontece algo, deve ser atribuído a algum fator, tentando fazer uma

ligação entre causa e feito. Ela defende que a liderança é meramente uma questão

de atribuição do papel do líder.

O modelo de atribuição da liderança afirma que as pessoas percebem os

líderes eficazes como coerentes e firmes em suas decisões e atribuem a eles

características como inteligência, personalidade afável, grande habilidade verbal,

agressividade, compreensão e perseverança. Essa teoria mostrou o quanto a

percepção ou imagem mental que se faz de um bom líder, influencia no seu

julgamento, podendo ser diferente do que o líder seria.

2.2.2 Teoria da liderança carismática

A teoria da liderança carismática está focada nas habilidades pessoais do

líder, que pode ter um efeito profundo sobre os seus seguidores e está relacionada

ao “carisma”, uma palavra grega que significa inspiração divina (ROBBINS, 2002;

SCHERMERHORN, HUNT, OSBORN, 1999). Os líderes carismáticos têm como

características comuns, entre outras, a confiança nos seguidores e similaridade de

crenças. (LIMONGI-FRANÇA, ARELLANO, 2002). Segundo Stefano (2008) pelo fato

dos seus liderados gostarem e admirarem seus líderes, esse tipo de liderança

desperta neles uma maior motivação e satisfação para o desempenho das tarefas, e

seus seguidores geralmente, lhes atribuem feitos e capacidades heroicas.

Os estudos a respeito da liderança carismática tentam diferenciar as

características desse líder através da comparação com os demais. Os líderes

carismáticos apresentam comportamentos não comuns: são agentes de mudança;

fortes em suas convicções; modelam comportamentos e desenvolvem uma visão na

qual estão dispostos a correr riscos por ela; possuem forte necessidade de poder;

Page 29: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

28

são sensíveis às limitações ambientais e necessidades dos seus liderados, inclusive

o de apresentar uma forte habilidade de articulação.

Além desses componentes, Cavalcanti (2005) ressalta os três passos que

representam o caminho o qual o líder carismático precisa percorrer para a criação do

seu carisma. O primeiro deles é se envolver em uma aura de carisma,

comunicando-se através das palavras e o corpo, tornando-se otimista e

entusiasmado; o segundo passo é fixar metas atrativas aos liderados; e o terceiro, é

mostrar confiança no desempenho da equipe e extrair deles todo o seu potencial.

Acerca do desenvolvimento da liderança carismática Robbins (2006, p.282)

complementa:

Ela começa com o líder articulando uma visão atraente. Essa visão oferece um sentido de continuidade para os liderados ao vincular o presente a um futuro melhor para a organização. O líder, então, comunica suas expectativas de alto desempenho e expressa a confiança de que seus liderados vão conseguir alcançá-las. Isso desperta a autoestima e a autoconfiança dos liderados. Em seguida, o líder comunica, através de palavras e ações, um novo sistema de valores, oferecendo um exemplo de comportamento a ser seguido pelos liderados. Finalmente, o líder carismático se submete ao auto sacrifício e se engaja em comportamentos não convencionais para demonstrar coragem e convicção em relação a sua visão.

Os líderes carismáticos são normalmente bons comunicadores e apresentam

grande capacidade de persuadir o grupo. Por outro lado, a dificuldade de

desenvolverem sucessores e o risco de serem endeusados fazendo com que os

seus erros não sejam percebidos pelos outros, são seus principais pontos fracos. O

carisma pode ser usado tanto para propósitos positivos, que beneficiam o grupo,

quanto para propósitos negativos, que levam a manipulação. Os líderes carismáticos

incluem Madre Thereza, Adolf Hitler, Osama Bin Laden, Martin Luther King Jr, o ex-

presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

2.2.3 Liderança Transacional Versus Transformacional

No final dos anos 70, os termos lideranças transacional e transformacional

surgiram dos trabalhos de Burns (1978), na tentativa de diferenciar o comportamento

dos líderes políticos. A diferença entre os dois conceitos seria que, na liderança

transacional, os líderes enfatizavam o trabalho padronizado e as tarefas orientadas,

com recompensas ou punições a fim de influenciar no desempenho dos

Page 30: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

29

subordinados. Esse tipo de liderança depende muito do poder do líder, já em

contraste, os líderes transformacionais seriam aqueles que identificam as

potencialidades dos seus seguidores. (JOGULU; WOOD, 2006).

A liderança transacional compreende a mesma numa perspectiva de troca

entre o líder e o liderado (seja política, econômica, psicológica). Nesse processo,

tanto o líder quanto os liderados permanecem inalterados. Já na liderança

transformacional, os dois lados são alterados. Os principais tipos de liderança

transacional, identificados pelo seu criador, são os estilos laissez-faire, gestão por

exceção e recompensa contingente. Alguns estudos recentes excluem o estilo

laissez-faire por achar que nesse modelo não existe a liderança (BARBUTO, 2005).

Os autores Schermerhorn, Hunt e Osborn, (1999) citam em, sua obra, que a

liderança transformacional está fundamentada em quatro dimensões: carisma,

inspiração, estímulo intelectual e consideração individualizada. De acordo com

Robbins (2006), os líderes transformacionais inspiram seus liderados a

transcenderem seus próprios interesses, em prol do bem da organização. Além do

mais têm a capacidade de impactar e mudar a forma extraordinária dos seus

comandados. Esse poder se justifica pelo fato dos líderes se preocuparem e

prestarem atenção às necessidades de desenvolvimento individual de cada um

deles, mudando assim a sua forma de perceber o ambiente. Os seus seguidores são

estimulados constantemente a inovar a forma de solucionar os problemas.

Na visão de Caravantes, Panno e Kloeckner (2005, p. 524):

Os elementos-chave da liderança transformacional parecem estar desenvolvendo uma ampla compreensão do ambiente da organização, entendendo o lugar da organização nesse ambiente, dando a necessária importância à apropriada gestão estratégica, desenvolvendo os recursos humanos e antecipando em vez de reagir à necessidade de mudança e desenvolvimento.

Segundo Avolio e Bass (1995), as evidências, de maneira geral, indicam que

a liderança transformacional está mais fortemente correlacionada com índices mais

baixos de rotatividade, maior produtividade e maior satisfação dos funcionários. Do

ponto de vista de Druker (1996), a liderança transformacional está entre as

propostas recentes mais sintonizadas com o novo contexto de descontinuidade e

mudança no qual as organizações contemporâneas estão passando.

Page 31: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

30

2.2.4 Liderança Visionária

A liderança visionária foi estudada, pela primeira vez em 1990, através das

publicações de Nanus (1992), posteriormente outros autores vieram a estuda-la.

Todos eles foram unânimes em afirmar que o líder visionário contribui para o

sucesso da organização, indo além da liderança carismática. Segundo Fritz (1996),

os líderes visionários se envolvem com as pessoas de forma motivada com o fim de

conquistar os objetivos, trabalhando com ousadia, intuição e imaginação. Fala da

sua visão e destaca que, só quando a visão é compartilhada por todos, a

organização evolui, mostrando a situação real e a ideal, colaborando para o

trabalho, em equipe, no sentido de diminuir a distância entre elas.

Na perspectiva de Albrecht (1998), visão é uma imagem compartilhada do

que queremos que a empresa seja ou se torne. Robbins (2000, p. 400) conceitua a

liderança visionária como “a habilidade para criar e articular uma visão do futuro,

realista, digna de crédito e atraente, que cresce a partir do presente e o aperfeiçoa”.

Dessa forma a liderança visionária pode ser entendida como a capacidade de criar e

articular uma visão de futuro que tenha como ponto de partida a situação presente e

a busca de sua melhoria, sendo atrativa, realista e acreditável para a organização.

De acordo com o mesmo autor, a liderança visionária necessita ser apoiada por

planos detalhados, onde a visão e a boa administração devem andar lado a lado.

Contribuindo com o tema, Bass (1985) contextualiza que, sob a liderança dos

visionários o controle organizacional será efetivado através da socialização,

compartilhamento de visões, conformidade das normas, valores e opiniões em

comum, pois de certa forma se assemelha ao componente inspirador da liderança

transformacional. A fim de garantir a sua sobrevivência em longo prazo as

organizações precisam da liderança visionária, com líderes dispostos a arriscar e

criar valor, uma vez que sem eles, elas correm o risco de fracassar em curto prazo.

Segundo Nanus (1992) o trabalho do líder visionário é composto de quatro

tarefas: estabelecer uma visão; ser agente de mudanças; negociar e defender essa

visão; treinar e inspirar a equipe e seguir a visão. O autor organizou as seguintes

sugestões com a finalidade de as empresas estimularem o desenvolvimento dos

líderes visionários que são: descentralizar a organização; estimular, nos

funcionários, a criação de visões e estratégias, e depois compensá-los por isso;

reconhecer todas as conquistas por menor que seja; contratar líderes, em potencial;

Page 32: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

31

proporcionar oportunidades de desenvolvimento; estimular o aprendizado;

acompanhar e reconhecer o desenvolvimento dos futuros líderes, designando um

mentor para cada um deles.

2.2.5 Modelo de gestão voltado para aprendizagem

A aprendizagem tem sido considerada como estratégia de competitividade ou

como um meio para que as organizações desenvolvam competências e alcancem

melhores resultados. O processo de aprendizagem nas organizações deve estar

relacionado a qualquer oportunidade de criação, aplicação ou disseminação de

conhecimentos, cujo foco deve ser o aprendiz, da forma mais personalizada

possível. A aprendizagem organizacional é elo construtivo entre organizações e

pessoas, contribui para a melhoria do desempenho e da produtividade, bem como

para as melhores condições de trabalho. Esse mecanismo econômico-social

possibilita a transformação da matéria-prima capital humano em capital intelectual

da organização. Segundo Stewart (1998, p. 78), “o capital humano cresce de duas

formas: quando a organização utiliza mais o que as pessoas sabem e quando um

número maior de pessoas sabe mais coisas úteis para a organização”.

Segundo Argyris e Schön (1978), a aprendizagem organizacional é o

processo pelo qual uma organização exercita a sua competência e inteligência

coletiva para responder ao seu ambiente interno e externo. Uma questão importante

relativa à aprendizagem nas organizações é como se dá a passagem do

aprendizado individual para o organizacional. Na visão de Nonaka e Takeuchi (1997,

p. 80), o processo acontece através da “espiral do conhecimento onde o

conhecimento tácito é mobilizado e ampliado na organização através de quatro

formas de conversão: socialização, externalização, combinação, internalização”.

Considera-se que o principal desafio das organizações, no que se refere à

aprendizagem, é o de criar condições no auxílio à transferência do conhecimento

individual para o organizacional. Daí a importância da existência de um modelo de

gestão de pessoas que considere o aprendizado (captura e desenvolvimento de

competências), em todos os seus mecanismos institucionais, tais como: seleção e

recrutamento, avaliação de desempenho, sistema de sucessão gerencial, alocação

de pessoas e remuneração.

Page 33: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

32

Para Pedler at al. (1991) a organização que aprende é aquela que facilita o

aprendizado de todos os seus membros, transformando-se continuamente. Para

Senge (1999) nas organizações que aprendem, as pessoas expandem

continuamente o seu potencial de criar resultados os quais elas realmente desejam,

em que maneiras novas e expansivas de pensar são encorajadas, a aspiração

coletiva é livre, e as pessoas estão constantemente aprendendo a aprender

coletivamente.

Para Senge (1999), a essência da organização que aprende está num ciclo

intenso de aprendizado no qual consiste num processo contínuo de desenvolvimento

de capacidades e habilidades individuais, permitindo aos membros da organização

criarem novas percepções e sensibilidades a respeito da realidade que vivem,

possibilitando, assim, o desenvolvimento de novas crenças e competências. E ele

sugere a prática das “cinco disciplinas” básicas do aprendizado como forma de ativar

esse processo: domínio pessoal, visão compartilhada, modelos mentais,

aprendizado em equipe e pensamento sistêmico.

2.3 MODELO DE LIDERANÇA ADOTADO NO ESTUDO

O Modelo das 05 práticas de liderança exemplar foi desenvolvido pelos

autores Kouzes e Posner (2013), como resultado de pesquisas intensivas que

fizeram sobre o tema desde 1982. Os autores descobriram que quando os líderes

estão no seu pico profissional, eles seguem as cinco práticas de liderança exemplar,

que são: modele o estilo, inspire uma visão comum, questione o processo, capacite

os outros para ação e anime os corações. As práticas e seus compromissos serão

descritos a seguir.

2.3.1 Modele o Estilo

A primeira prática da liderança exemplar é modele o estilo. Os compromissos

dessa prática são “[...] Esclareça os valores, encontrando a própria voz e

expressando os valores comuns. [...] Dê o exemplo, alinhando as ações com os

valores comuns” (KOUZES, POSNER, 2013, p.23). O líder deve ser o modelo de

comportamento que espera dos outros. Ele deve descobrir os seus valores e

crenças pessoais, encontrando na sua própria voz, e não na dos outros, as palavras

Page 34: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

33

para expressar a sua filosofia de liderança, pois se o que disser não for seu, corre o

risco de perder, no futuro, a sua integridade ao não conseguir compatibilizar as suas

palavras com as ações. Ao iniciar a jornada da liderança é necessário que,

primeiramente, o líder conheça os seus valores e princípios norteadores, identifique

suas crenças e ideais que o impulsionam a agir, para depois comunicá-los a sua

equipe. Os líderes exemplares alinham suas ações com os valores comuns, embora

seja importante esclarecer os próprios valores, compreender os valores dos seus

liderados e promover o alinhamento de valores comuns conduz a relacionamentos

de trabalho mais produtivos.

No entendimento de Kouzes e Posner (2013, p. 49) “os liderados se

engajarão muito mais em um lugar onde acredita que podem ser fiéis às suas

crenças”. Os líderes devem estar habilitados a promover o consenso sobre uma

causa comum, sincronizando os valores dos indivíduos, dos grupos e da

organização. Para que isso aconteça, eles devem saber ouvir, apreciar e construir o

consenso, criando uma linguagem comum, em que todos compreendam e

concordem com os mesmos valores que devem ser interpretados da mesma forma

por todos. Por isso é importante que os liderados sejam engajados nesse processo,

participando das discussões sobre como os valores de uma organização podem

influenciar nas suas crenças e comportamentos individuais.

Os líderes devem tornar os seus valores tangíveis através do exemplo, sendo

pessoalmente comprometido com os valores da organização e suas aspirações,

colocando em prática o que defende. Provavelmente ninguém acreditará em um

líder até vê-lo fazendo aquilo que está pedindo aos outros, de maneira que as

pessoas só o seguirão, de fato, se puderem acreditar em sua autenticidade. Dessa

forma, os líderes devem “praticar o que pregam, agir conforme o discurso, confirmar

as palavras com atos, apostar no que afirmam, cumprir promessas e fazer o que diz”

(KOUZES, POSNER, 2013, p. 63).

Ressalta-se que parte importante do trabalho de um líder é observar se as

ações dos seus liderados refletem o que a empresa defende e se empenhar, ao

máximo, no intuito de representar os valores da organização. Os valores de um líder

devem ser pautados nas agendas de reuniões a fim de que possam transparecer a

sua importância. Sobre isso, Kouzes e Posner (2013, p.65) afirmam que, “a maneira

como se usa o tempo é o indicador isolado mais nítido do que se considera

Page 35: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

34

importante. Os liderados usam esse critério de avaliação para julgar se os líderes

estão à altura dos padrões que exaltam”.

Para mostrar aos outros o que se esperam deles, os líderes devem encarar

os incidentes críticos como desafios que, inevitavelmente, irão passar. Esses

momentos trazem, em si, oportunidades únicas para se transmitirem lições

importantes que podem ser aprendidas pelo grupo, mostrando a conexão entre

valores e ações. “Há momentos críticos em que os líderes devem lançar os valores

sobre a mesa, deixando-os totalmente expostos, a fim de garantir que todos

compreendam os princípios que orientam a maneira como trabalham juntos”.

(KOUZES, POSNER, 2013, p.76). Às vezes, determinadas decisões se justificam por

estar, em jogo, valores importantes para a organização. As histórias são outras

ferramentas importantes para transmitir lições de valores comuns que influenciam o

trabalho em equipe, reforçando o que é importante e o que funciona.

2.3.2 Inspire uma visão comum

A segunda prática da liderança exemplar é inspire uma visão comum. Os

compromissos dessa prática são “[...] veja o futuro, imaginando possibilidades

vibrantes e dignificantes. [...] arregimente outros para uma visão comum, evocando

as aspirações compartilhadas” (KOUZES, POSNER, p.23). Sobre essa prática os

autores apontam que primeiramente os líderes devem olhar o futuro imaginando

possibilidades empolgantes e honestas. Em seguida, devem arregimentar outras

pessoas para uma visão comum, evocando as aspirações compartilhadas.

(KOUZES, POSNER, 2013). As visões “são imagens mentais – impressões e

representações. Elas se tornam reais à medida que os líderes as expressam em

termos concretos para seus liderados” (KOUZES, POSNER, 2013, p.124). Os líderes

devem prospectar o futuro de forma a estarem sempre atentos aos novos

acontecimentos e se anteciparem a eles. Não existe uma regra rígida que delimite

até que ponto os líderes devem prospectar o futuro, mas, no geral, varia conforme o

nível hierárquico.

Kouzes e Posner (2013, p. 96) afirmam que “à medida que avançam na

hierarquia organizacional, assumindo responsabilidades por projetos e resultados de

prazos mais longos, os indivíduos tendem a atribuir maior valor à prospecção do

futuro remoto”. Desenvolver a visão prospectiva revela-se assim um importante

Page 36: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

35

atributo de liderança. Os líderes que se concentram no futuro conseguem mobilizar e

motivar seguidores com mais rapidez do que outros, alcançando melhores

resultados individuais e organizacionais. Além disso, “os líderes exemplares têm

paixão por algo além da fama e da fortuna” (KOUZES, POSNER, p.99). Para ver o

futuro, eles precisam manter contato com os seus sentimentos mais profundos,

desenvolvendo um senso de significado e propósito que precisa vir de dentro.

Descobrir no que realmente acredita desperta a força interior, facilitando e

transpondo barreiras, além de enxergar as possibilidades futuras.

Todas as empresas que surgiram no mundo foram criadas através da crença

na possibilidade: o que podemos imaginar, hoje, pode se realizar amanhã. Os

líderes são sonhadores, idealistas e pensam constantemente em possibilidades.

Kouzes e Posner (2013, p.93) destacam que para se imaginar possibilidades

empolgantes “é necessário refletir sobre o passado, atentar para o presente,

explorar o futuro e sentir paixão”. A compreensão do passado permite que se veja

mais longe no futuro. Ao se identificar padrões e crenças formadas ao longo do

tempo, pode-se entender a importância dada a certas questões hoje, e porque

melhorá-las é tão prioritário para o alcance do futuro almejado. “Viajar ao passado

antes de explorar o futuro torna a expedição muito mais significativa” (KOUZES,

POSNER, 2013, p.95). Contudo, para ver o futuro é preciso também enxergar o

presente, ver o que já está acontecendo, prestar atenção aos pequenos detalhes e

reconhecer padrões que apontem para o futuro.

Para arregimentar as pessoas para uma visão comum os líderes devem se

comprometer em enxergar o futuro positivo tanto para si quanto para os outros, pois

esse comportamento inspira as pessoas a quererem tornar suas visões realidade.

“As visões comuns atraem mais pessoas, sustentam níveis de motivação mais altos

e resistem melhor aos desafios e dificuldades, em comparação com as visões

individuais” (KOUZES, POSNER, p.91). Por outro lado, eles não devem impor aos

outros sua própria visão de futuro. Para tanto, é importante descobrir denominadores

comuns entre os responsáveis pela implantação da visão na empresa e os liderados,

fazendo-os se sentirem parte do processo. Os autores ainda destacam que é de

responsabilidade do líder imaginar possibilidades e encontrar um propósito comum.

Falando ainda sobre a visão Kouzes e Posner (2013, p. 131) são enfáticos

“Para serem sustentáveis ao longo do tempo, as visões devem ser arrebatadoras e

memoráveis. Os líderes devem insuflar vida nas visões [...] para que outros tenham

Page 37: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

36

a sensação de como seria viver naquele futuro ideal”. Os ideais são valores de

ordem mais elevados, representam prioridades econômicas, políticas, sociais,

tecnológicas. Ao se orientarem por ideais as pessoas constroem senso de

significado e propósito. A felicidade, justiça, paz mundial, liberdade e respeito são

exemplos de propósitos derradeiros da vida humana. Ao compartilhar a visão de

futuro com os liderados, os líderes precisam enfatizar o seu efeito nas pessoas, e na

comunidade em geral.

2.3.3 Questione o processo

A terceira prática da liderança exemplar é questione o processo. Os

compromissos dessa prática são “[...] Busque oportunidades, tomando a iniciativa e

olhando para fora à procura de soluções e de melhorias inovadoras. [...] experimente

e arrisque engendrando constantemente pequenas vitórias e aprendendo com a

experiência” (KOUZES, POSNER, 2013, p.23). Na busca de oportunidades o líder

deve olhar para fora, e investigar o ambiente procurando ideias inovadoras.

Portanto, é necessário tomar a iniciativa e se preparar rumo ao enfrentamento de

novos desafios, que impõem mudanças. Independente do seu lugar na hierarquia, o

líder deve trabalhar a inovação e a melhoria dos processos em grupo. Kouzes e

Posner (2013, p.138) enfatizam que “a mudança exige que líderes procurem

ativamente novas maneiras de fazer melhor as coisas - crescer, inovar e se

aprimorar”.

Os líderes exemplares vivem a vida com determinação e propósitos;

encontram dentro de si a motivação para enfrentar as incertezas e inspirar os

demais. São fortes e cultivam a resistência psicológica, aprendendo com seus erros

e acertos, falando abertamente sobre eles com a finalidade de valorizar a

importância do aprendizado e da resiliência. Além disto, celebram as pequenas

vitórias, reforçando a confiança de seus subordinados e promovendo o engajamento

pessoal e grupal.

Page 38: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

37

2.3.4 Capacite outros para ação

A quarta prática da liderança exemplar é capacite os outros para a ação. Os

compromissos dessa prática são “[...] Estimule a colaboração, promovendo a

confiança e facilitando os relacionamentos. [...] Fortaleça os outros, aumentando a

autodeterminação e desenvolvendo competências” (KOUZES, POSNER, 2013,

p.23). Para a colaboração existir é necessário criar um clima de confiança entre

líderes e liderados, pois só aquele que confia consegue exercer a liderança. Quanto

mais as pessoas confiarem no líder e na organização, e vice-versa, melhores serão

os resultados para ambos. A confiança influencia positivamente vários aspectos,

entre eles a lucratividade, a inovação, a comunicação e a satisfação dos

empregados, nos quais se inspiram a dar o melhor de si. Os líderes devem ter

autoconfiança, além de serem os primeiros a se arriscarem, mostrando sua

vulnerabilidade ao eliminar o controle, se quiserem alcançar altos níveis de

desempenho. Os liderados só confiarão no líder se ele for capaz de demonstrar

primeiro que também acredita neles.

Os líderes exemplares sabem que para criar um “clima de colaboração, terão

de [...] desenvolver o espírito de equipe em torno de um propósito comum e de

respeito mútuo” (KOUZES; POSNER, 2013, p.191). Para promoverem

relacionamentos confiáveis, os líderes devem se preocupar, verdadeiramente, com

os outros, mostrando respeito aos diferentes pontos de vista, sendo solidário às

suas dificuldades, sonhos e frustações. Outro componente vital da liderança é a

competência, pois as pessoas só acreditarão no líder se puderem acreditar que ele

sabe aquilo o qual está fazendo. Uma das formas de demostrar a competência é

compartilhar com os outros seus conhecimentos e ideias, que servem de estímulo

para que outros ajam da mesma maneira, facilitando a colaboração e os

relacionamentos.

É fundamental que os líderes estimulem as pessoas a acreditarem em si

mesmas, pois só assim poderão fortalecer os outros. “Os líderes exemplares

constroem um ambiente que desenvolve a capacidade de execução e a

autoconfiança dos liderados [...] em última análise os líderes convertem seguidores

em líderes” (KOUZES; POSNER, 2013, p.215). As pessoas precisam ter confiança e

se sentirem capazes de poder mobilizar os apoios e recursos necessários ao

Page 39: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

38

alcance dos objetivos organizacionais, caso contrário, pouco se empenharão nessa

tarefa. Essa capacidade está relacionada ao sentimento de autoconfiança que pode

ser reforçado pela responsabilidade pessoal e pela possibilidade de escolha e

liberdade de ação, quando são capazes de agir de maneira não rotineira. Os líderes

desenvolvem competências, pois sem o conhecimento, informações e qualificações

necessárias, as pessoas, podem sentir-se incapazes e oprimidas. Por isso, investem

no aprendizado contínuo e orientam as pessoas a aplicarem seus conhecimentos.

2.3.5 Anime os corações

A quinta e última prática da liderança exemplar é anime os corações. Os

compromissos dessa prática são “[...] Reconheça as contribuições, demostrando

apreço pela excelência individual. [...] Comemore os valores e as vitórias, criando o

espírito de comunidade” (KOUZES, POSNER, 2013, p.23). Os líderes exemplares se

orgulham das conquistas da sua equipe, eles reconhecem suas contribuições e

animam as pessoas a seguirem em frente.

Nesse sentido, Kouzes e Posner (2013, p. 243) orientam que, “compete ao

líder garantir que os liderados percebam que o trabalho deles importa e que eles

fazem diferença [...] demostrando apreço pela excelência individual”. Os líderes são

crentes convictos, e essa crença nas pessoas é fundamental para trazer à tona o

melhor dos liderados. É preciso acreditar que os liderados já são vencedores e

convencê-los disso. No entanto, acreditar no potencial das pessoas é apenas uma

parte do processo, pois é preciso também orientar o que fazer, comunicando os

resultados esperados e os direcionamentos a serem seguidos. Demonstrar apreço,

através de elogios e orientações pessoais, são poderosas formas de

reconhecimento que levam as pessoas a se desafiarem constantemente em busca

do seu melhor.

Os autores Kouzes e Posner (2013, p. 268), acreditam que, “o desempenho

melhora quando líderes homenageiam em público os que superam expectativas e os

que são exemplos para os outros”. As comemorações, dentro da empresa, é uma

das melhores formas de criar fortes conexões sociais, uma vez que elas unem as

pessoas e contribuem para um ambiente mais feliz e próspero. Os líderes

exemplares utilizam as celebrações como forma de construir um senso de unidade

que ajuda a reforçar o apoio social necessário ao trabalho. À medida que fortalecem

Page 40: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

39

as redes de apoio social, os líderes ajudam a elevar o bem-estar e a motivação da

equipe, que por sua vez deixam as pessoas mais resistentes às doenças e ao

estresse.

O Modelo das 05 práticas de liderança exemplar de Kouzes e Posner (2013)

têm sido extensivamente utilizado e testado em diversos contextos institucionais. Ele

goza de grande respeito na esfera acadêmica internacional, tendo sido utilizado na

fundamentação de diversas dissertações de mestrado e teses de doutorado em

diversas partes do mundo.

2.3.6 Estudos Recentes Sobre o Tema

Observa-se no Brasil e em Portugal, uma difusão de trabalhos científicos que

adotam o modelo das cinco práticas de liderança exemplar, com o propósito de

identificar as práticas de liderança de diferentes sujeitos e campos de pesquisa.

Quadro 01 – Atualização das nomenclaturas das 05 práticas de liderança exemplar. Kouzes e Posner

(1977)

Kouzes e Posner

(2003)

Kouzes e Posner

(2009)

Kouzes e Posner

(2013)

Desafiar o

estabelecido;

Trace o caminho; Mostrar o caminho; Modele o estilo;

Inspirar uma visão

compartilhada;

Inspire uma visão

compartilhada;

Inspirar uma visão

conjunta

Inspire uma visão

comum;

Apontar o caminho; Desafie o processo; Desafiar o processo; Questione o processo;

Permitir que os outros

ajam;

Capacite os outros a

agir;

Permitir que os outros

ajam;

Capacite os outros

para a ação;

Encorajar o coração. Encoraje o coração. Encorajar a vontade. Anime os corações.

Fonte: Kouzes e Posner (2013, 2009, 2003, 1977).

A seguir, será apresentada uma compilação dos estudos mais recentes sobre

o tema. Para uma melhor comparação e compreensão dos resultados, as

nomenclaturas das 05 práticas de liderança exemplar, utilizadas originalmente pelos

pesquisadores que serão apresentados, foram atualizadas conforme a obra mais

recente dos autores Kouzes e Posner, publicada no Brasil no ano de 2013, como

pode ser observado no Quadro 01. Esse fato, não acarretou nenhum prejuízo para o

entendimento dos estudos, já que as práticas se mantiveram com a mesma essência

ao longo dos anos.

Page 41: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

40

Quadro 02 – Resultados da pesquisa de Silva (2013).

Objetivo: identificar comportamentos e práticas de liderança da gestora sob sua

própria ótica.

Resultado

Práticas mais utilizadas

Resultado

Práticas menos utilizadas

Capacitar os outros para ação;

Animar os corações.

Modele o estilo;

Inspire uma visão comum;

Questione o processo.

Objetivo: Identificar comportamentos e práticas de liderança da gestora sob a ótica

dos empregados.

Resultado

Práticas mais utilizadas

Resultado

Práticas menos utilizadas

Capacitar os outros para ação;

Animar os corações;

Inspire uma visão comum.

Modele o estilo;

Questione o processo.

Fonte: Silva (2013).

No Brasil, a autora Silva (2013), foi identificada como a mais recente

pesquisadora a publicar um estudo sobre o tema através de sua dissertação

apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Mestrado em Administração da

Universidade Potiguar. Sua pesquisa teve como objetivo avaliar os comportamentos

e práticas de liderança adotadas pela gestora de uma instituição de ensino, no Rio

Grande do Norte. A metodologia utilizada foi um estudo de caso, quantitativo, de

cunho descritivo, censitário, tendo como universo, 125 colaboradores da instituição

educacional e uma gestora. Primeiramente, identificaram-se os comportamentos e

práticas de liderança da gestora sob sua própria ótica e depois sob a ótica dos

empregados, utilizando-se o inventário das práticas de liderança dos autores Kouzes

e Posner (2003). Posteriormente, compararam-se os resultados dessas duas

amostras, com perfil sociodemográfico dos participantes.

A autoavaliação da gestora indicou que suas melhores práticas de liderança

são “capacitar os outros para ação” e “animar os corações”, sendo estas as mesmas

identificadas pelos empregados em relação à gestora. O estudo apontou também,

uma diferença significativa das respostas encontradas em relação ao gênero dos

respondentes, tendo o grupo de funcionários femininos pontuado melhor a gestora

do que o masculino. A pesquisa concluiu que a gestora em questão, possui um perfil

Page 42: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

41

de liderança alinhado com o modelo estudado. O resumo dos resultados podem ser

observados no Quadro 02.

Quadro 03 – Resultados da pesquisa de Mattos (2011).

Objetivo: Investigar as práticas de liderança mais adotada pelos diretores das

escolas públicas do distrito de Coimbra – Portugal.

Resultado

Práticas mais utilizadas

Resultado

Práticas menos utilizadas

Capacite os outros para a ação;

Anime os corações;

Modele o estilo.

Inspire uma visão comum;

Questione o processo.

Fonte: Mattos (2011).

Estudo semelhante foi realizado por Mattos (2011), através de sua

dissertação apresentada ao Mestrado em Administração e Gestão Educacional, da

Universidade Aberta, em Portugal. A autora utilizou o modelo de Kouzes e Posner

(2009) para investigar as práticas de liderança mais adotada pelos diretores das

escolas públicas do distrito de Coimbra – Portugal. A pesquisa, de caráter

quantitativo, abrangeu 35 diretores da região.

Seus resultados, que podem ser observados no Quadro 03, apontaram que a

prática “capacitar os outros para a ação” foi a mais utilizada pelos diretores, e

“questione o processo” a de menor utilização. Para todas as variáveis investigadas

(gênero, tipo de estabelecimento, experiência no cargoZ e idade), a prática de

liderança que obteve a maior média foi “capacitar os outros para a ação”, com

exceção na categoria dos entrevistados com idade maior de 45 anos, que teve a

prática “modele o estilo” melhor avaliada.

Outro resultado indicou que o gênero masculino se pontuou melhor que o

feminino, embora as diferenças não tenham sido estatisticamente significativas. Os

diretores com mais tempo de função, tiveram resultados mais elevados do que os

seus pares com menos tempo, com exceção na prática “anime os corações”, onde

ambos apresentaram as mesmas médias. Os diretores mais novos, entre 36 a 45

anos, se pontuaram melhor do que os seus pares mais velhos, acima dos 45 anos.

Page 43: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

42

Quadro 04 – Resultados da pesquisa de Costa (2011).

Objetivo: Identificar práticas e comportamentos de liderança exemplar

percepcionados pelos empregados (docentes e não docentes) no Presidente do

Conselho Executivo

Resultado

Práticas mais utilizadas

Resultado

Práticas menos utilizadas

Capacite os outros para a ação;

Inspire uma visão comum;

Modele o estilo.

Questione o processo;

Anime os corações.

Objetivo: Que práticas e comportamentos de liderança deveriam ser privilegiados

por um líder eficaz, na opinião dos docentes e não docentes.

Resultado

Práticas mais utilizadas

Resultado

Práticas menos utilizadas

Anime os corações;

Capacite os outros para a ação;

Questione o processo.

Modele o estilo;

Inspire uma visão comum.

Fonte: Costa (2011).

No mesmo ano em Portugal, Costa (2011) concluiu um estudo semelhante

sobre liderança, como resultado de sua dissertação apresentada ao Mestrado de

Ciências da Educação na área de Administração Educacional da Universidade da

Madeira. O estudo propôs uma reflexão acerca das práticas e comportamentos de

liderança de um Presidente do Conselho Executivo de uma Escola Básica com 2º e

3º Ciclos da Região Autônoma da Madeira. Definiram-se dois grupos para a

avaliação, um composto pelos docentes da escola e o outro formado pelos

empregados não docentes. Como estratégia da pesquisa foi utilizado um estudo de

caso de natureza quantitativa e qualitativa. A coleta dos dados foi realizada através

da aplicação do Inventário das Práticas de Liderança de Kouzes e Posner (2009),

análise documental e de conteúdo.

Os resultados, que podem ser observados no Quadro 04, apontaram que a

prática de liderança observada pelos empregados da escola (docentes e não

docentes), com maior frequência, no Presidente do Conselho Executivo foi “capacite

os outros para a ação”.

Outro objetivo da pesquisa foi identificar que práticas e comportamentos de

liderança deveriam ser privilegiados por um líder eficaz. Os docentes apontaram

Page 44: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

43

que, para uma liderança eficaz, o líder deve dar maior relevância à prática “capacite

os outros para a ação” sendo a mesma identificada no presidente. Por outro lado, os

não docentes privilegiaram a prática “anime os corações”.

Em síntese, os empregados da empresa (docentes e não docentes)

consideraram que o Presidente do Conselho Executivo adota práticas de liderança

exemplar, no entanto, com frequência inferior as que deveriam ser observadas num

líder eficaz. O estudo relatou ainda haver percepções significativamente diferentes

quanto à percepção dos dois grupos em relação às práticas de liderança do

Presidente. Os docentes avaliaram com melhores médias o presidente nas práticas:

“modele o estilo”, “inspire uma visão comum”, “questione o processo” e “capacite os

outros para a ação”.

Quadro 05 – Resultados da pesquisa de Amorim et al. (2009).

Objetivo: Identificar às práticas de liderança dos gestores e colaboradores do

Tribunal de Justiça de Pernambuco.

Resultado

Práticas mais utilizadas

Resultado

Práticas menos utilizadas

Capacite os outros para a ação;

Modele o estilo;

Anime os corações.

Questione o processo;

Inspire uma visão comum.

Fonte: Amorim et al. (2009).

Fora do contexto educacional no Brasil, Amorim et al. (2009) publicou no

XXXIII ENANPAD – Encontro da ANPAD, um artigo sobre a liderança no setor

judiciário, tendo utilizado o Inventário das Práticas de Liderança de Kouzes e Posner

(1997) para tentar identificar diferenças entre os gêneros dos gestores e

colaboradores em relação às práticas de liderança no Tribunal de Justiça de

Pernambuco.

O estudo foi motivado pelas constantes conversas informais tidas por alguns

juízes, advogados e partes que trabalhavam nos Fóruns, os quais alegavam que as

mulheres administravam melhor as secretarias judiciais do que os homens.

Participaram do estudo de caso, 60 gestores, dentre eles 6 juízes, e 132 servidores.

Os resultados, demonstrados no Quadro 05, indicaram que a característica de

liderança que predominou nos gestores, juízes e colaboradores entrevistados foi

“capacitar os outros para ação”. Acompanhando essa prática, a segunda mais

utilizada foi “modelar o estilo”.

Page 45: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

44

Um fato que chamou atenção na pesquisa foi que as gestoras e servidoras

mulheres atribuíram notas menores em todas as práticas analisadas, com

pontuações mais próximas que as dadas pelos gestores homens, nas duas práticas

mais utilizadas: “capacitar os outros para ação” e “modelar o estilo”. Quanto ao

gênero dos gestores e as práticas de liderança mais utilizadas, não foram

identificadas diferenças significativas.

Quadro 06 – Resultados da pesquisa de Vianna et al. (2007).

Objetivo: identificar o estilo de liderança predominante de um gerente em uma

unidade de informática de uma instituição de ensino superior (IES).

Resultado

Práticas mais utilizadas

Resultado

Práticas menos utilizadas

Capacite os outros para a ação;

Questione o processo;

Modele o estilo.

Inspire uma visão comum;

Anime os corações.

Fonte: Vianna et al. (2007).

Outro estudo realizado no Brasil, por Vianna et al (2007), usou o modelo de

Kouzes e Posner (2003) para identificar o estilo de liderança predominante de um

gerente em uma unidade de informática de uma instituição de ensino superior (IES),

a partir da visão de seus subordinados. Foram analisadas as opiniões dos liderados

sobre o comportamento do líder e comparado os resultados com o modelo proposto

pelos autores Kouzes e Posner.

A pesquisa foi conduzida por meio de um estudo de caso, tendo seus dados

obtidos através de entrevistas individuais realizadas com seis profissionais da área

de tecnologia da informação, com o intuito de fazê-los refletir sobre o seu

relacionamento com o gerente da unidade.

Os resultados, que podem ser observados no Quadro 06, apontaram para um

papel gerencial que se aproxima do modelo apregoado pelos autores citados. Em

suas narrativas, os entrevistados apontaram que o comportamento do líder da

unidade se assemelha aos encontrados nas práticas “capacite os outros para ação”,

“modele o estilo” e “questione o processo”. Sua atuação deixou a desejar nas

práticas “inspire uma visão compartilhada” e “anime os corações”. O estudo concluiu

que o estilo de liderança adotado na unidade está muito próximo daquele que se

esperaria de um líder da área da tecnologia da informação.

Page 46: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

45

Quadro 07 – Resultados da pesquisa de Barros (2005).

Objetivo: pesquisar as dimensões da liderança exercida numa central de

atendimento de uma empresa de Telecomunicações

Resultado

Práticas mais utilizadas

Resultado

Práticas menos utilizadas

Anime os corações;

Capacite os outros para a ação;

Questione o processo.

Inspire uma visão comum;

Modele o estilo.

Fonte: Barros (2005).

O estudo mais antigo identificado nesta pesquisa foi o de Barros (2005), que

utilizou o modelo estudado em sua dissertação, apresentada ao Mestrado

Profissional de Sistemas de Gestão, na Universidade Federal Fluminense. Sua

investigação teve como objetivo geral pesquisar as dimensões da liderança exercida

numa Central de Atendimento de uma empresa de Telecomunicações e os efeitos

destas práticas nas atividades destes profissionais. A metodologia utilizada na

pesquisa foi o estudo de caso, pesquisa de campo, quantitativo, descritivo. A

empresa pesquisada foi a Vésper S/A, atuante no setor de telecomunicações, na

cidade de Macaé, interior do Rio de Janeiro. O instrumento para coleta dos dados foi

o inventário das práticas de liderança, aplicado a todos os profissionais de cargos

gerenciais e de supervisão da empresa. Os resultados da pesquisa, que podem ser

observados no Quadro 07, indicaram que as práticas de liderança mais utilizada

pelos pesquisados foram: anime os corações, capacite os outros para ação e

questione o processo.

Quadro 08 – Práticas mais utilizadas e menos utilizadas conforme as últimas pesquisas.

Práticas de Liderança Exemplar

Resultado

Práticas mais utilizadas

Resultado

Práticas menos utilizadas

1º Capacite os outros para a ação;

2º Anime os corações;

3º Modele o estilo;

4º Questione o processo;

5º Inspire uma visão comum.

1º Inspire uma visão comum;

2º Questione o processo;

3º Modele o estilo;

4º Anime os corações;

5º Capacite os outros para a ação.

Fonte: Amorim et al. (2009), Barros (2005), Costa (2011), Mattos (2011), Silva (2013), Vianna et al (2007).

Page 47: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

46

Conforme a análise dos estudos pode-se observar que, a maioria deles foi

utilizada dentro da área da educação (COSTA, 2011; MATTOS, 2011; SILVA, 2013;

VIANNA et al, 2007), talvez pelo fato dos autores Kouzes e Posner terem iniciadas

suas pesquisas nessa área, tornando-se reconhecidos no meio. Um dado que

chama bastante ação, é que em todos os estudos a prática “capacite os outros para

a ação” foi à mais utilizada entre os líderes pesquisados e a menos utilizada foi

“inspire uma visão comum”. O Quadro 08 traz um resumo de todas as práticas mais

e menos utilizadas conforme as últimas pesquisas apresentadas.

A liderança, na atualidade, ainda continua despertando o interesse dos

pesquisadores em diferentes áreas, como pode ser observado nas últimas

pesquisas publicadas no meio acadêmico sobre o tema voltado para as áreas da

administração, psicologia, educação e enfermagem (BANDEIRA, 2012; COSTA,

2011; GARCIA, 2011; SANTOS, 2012; SANTOS, 2010; SILVA, 2013).

Page 48: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

47

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Nesse capítulo são apresentados os procedimentos metodológicos utilizados

para atingir os objetivos propostos para esse estudo, estruturados em sete seções

que expõem o tipo de pesquisa, universo e amostra, procedimentos de coleta de

dados, instrumento de coleta de dados, variáveis analíticas, tratamento dos dados e

caracterização do campo de pesquisa.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Seguindo a tipologia proposta por Vergara (2006), quanto aos fins, o presente

estudo é classificado como descritivo e quanto aos meios de investigação, estudo de

caso e de campo. A pesquisa descritiva tem como característica básica descobrir e

observar fenômenos, estabelecendo correlações entre variáveis, para depois

descrevê-los, classificá-los e interpretá-los (GIL, 2007, RUDIO, 2002, VERGARA,

2006). Neste estudo foi observado o fenômeno da liderança no contexto da gestão

imobiliária, os resultados da análise e interpretação dos dados serão descritos no

próximo capítulo.

O Estudo de caso é um tipo de pesquisa muito utilizado pelas ciências

sociais, em especial na área da administração. Segundo Gil (2008, p.54), consiste

“no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita

seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante

outros delineamentos”. Quanto a sua natureza de pesquisa, “permite o estudo de

fenômenos em profundidade dentro de seu contexto; é especialmente adequado ao

estudo de processos e explora fenômenos com base em vários ângulos” (ROESCH,

1999, p.197). Para Vergara (2004, p. 49), o estudo de caso é “o circunscrito a uma

ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa,

órgão público, comunidade ou mesmo país. Tem carácter de profundidade e

detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo”. Seguindo essa mesma linha

de raciocínio Cervo, Bervian e Da Silva (2007, p.62) complementa que se refere “a

pesquisa sobre determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade que seja

representativo de seu universo, para examinar aspectos variados de sua vida”.

Observa-se que os teóricos apontam o estudo de caso como uma técnica capaz de

realizar uma pesquisa com certo grau de profundidade, ao analisar o caso.

Page 49: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

48

Uma das vantagens da utilização deste método é a possibilidade de se

estudar as pessoas em seu ambiente natural, diferente de outras metodologias,

como a do experimento, que é conduzido em ambiente artificial e controlado. Outra

vantagem apontada por Gil (2008) é a possibilidade de se utilizar mais de uma

técnica para a obtenção dos dados, o que não acontece em outras modalidades de

pesquisas. Por outro lado, existem objeções a sua aplicação, entre elas a falta de

rigor metodológico, pelo fato de não serem definidos procedimentos metodológicos

rígidos. Há dificuldade de se fazer generalizações devido à análise de um ou poucos

casos, e o fato do estudo de caso demandar muito tempo para ser realizado,

contudo, nas últimas décadas tem-se observado a realização de estudos de caso

em tempos cada vez mais curtos (GIL, 2008).

Esta pesquisa, quanto a sua natureza, enquadra-se nos estudos quantitativos.

O enfoque da pesquisa quantitativa é mediar às relações de causa-efeito ao avaliar

algum sistema ou projeto (ROESCH, 1999). Segundo Richardson (1999), esse tipo

de abordagem caracteriza-se pelo uso da quantificação na coleta de informação e

no tratamento dos dados, utilizando-se de técnicas estatísticas, para evitar

distorções de análise e interpretação dos resultados, sendo muito usada nas

pesquisas do tipo descritivas.

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

Essa pesquisa de característica censitária foi realizada na empresa Execut

Negócios Imobiliários, em sua sede na Praia de Tambaú, cidade de João Pessoa,

Paraíba – Brasil. Tendo como universo 55 funcionários e 01 gestor, foram

distribuídos 56 questionários, onde todos retornaram válidos, perfazendo um total de

100%.

3.3 PERFIL DOS ENTREVISTADOS

A partir dos dados coletados no questionário A (Apêndice), foi possível traçar

o perfil dos pesquisados. Os dados foram agrupados em tabelas para melhor

visualização.

Page 50: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

49

Tabela 01 – Gênero dos empregados da Execut.

Gênero Total %

Feminino 37 67%

Masculino 18 33%

Total 55 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2013).

De acordo com a tabela 01, que remete ao gênero dos empregados, observa-

se que a maioria, ou seja, 67% (37/55) são do gênero feminino e o restante, 33%

(18/55) são do gênero masculino.

Tabela 02 – Funções exercidas pelos empregados da Execut.

Função Total %

Corretor de imóveis 28 50,9

Administrativo e apoio 27 49,1

Total 55 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2013).

A tabela 02 mostra as funções exercidas pelos empregados, 50,9% (28/55)

são corretores de imóveis e 49,1% (27/55) são do setor administrativo e de apoio.

Dentro do setor administrativo e de apoio foram agrupados os ocupantes dos

seguintes cargos: gerente administrativo, gerente de negócios, assistente

administrativo, supervisor, avaliador, vistoriador, recepcionista, motorista, segurança,

copeiro e serviço geral.

Tabela 03 – Tempo de trabalho dos empregados na Execut.

Tempo de trabalho Total %

01 a 05 anos 06 a 10 anos 11 anos ou mais Total

35 11 9

55

63,6 20,0 16,4 100

Fonte: Dados da pesquisa (2013).

No tocante a variável tempo de trabalho, observa-se na Tabela 03 que 63,3%

(35/55) trabalha entre 01 a 05 anos na empresa, 20,0% (11/55) entre 06 a 10 anos e

16,4% (9/55) 11 anos ou mais.

Tabela 04 – Perfil do Gestor.

Função Gênero Tempo de Trabalho na Empresa

Gestor / proprietário Masculino 25 anos

Fonte: Dados da pesquisa (2013).

Page 51: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

50

Conforme demostrado na tabela 04, o gestor e proprietário da Execut é do

gênero masculino e exerce essa função há 25 anos, desde a fundação da empresa

no ano de 1989.

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

Uma das características da pesquisa descritiva é trabalhar com dados ou

fatos coletados da própria realidade, para isso são utilizados instrumentos como

questionário, entrevista, observação e o formulário, que ajudam na consecução dos

objetivos da pesquisa (CERVO, BERVIAN, SILVA, 2007). Os instrumentos de

pesquisa servem como guias importantes para direcionar o processo de coleta,

análise e interpretação dos dados, de forma lógica e sistemática.

A técnica de pesquisa utilizada foi a documentação direta, os dados foram

obtidos por meio de questionários. Na coleta de dados, para alcançar os objetivos

desta pesquisa e o universo a ser pesquisado foi escolhido um instrumento validado

elaborado pelos autores Kouzes e Posner (2013), chamado Inventário das Práticas

de Liderança (LPI). Esse instrumento é composto de dois questionários

estruturados, cada um contendo 30 questões, sendo um de autoavaliação e o outro

de heteroavaliação. Os questionários foram aplicados na sede da imobiliária Execut

localizada na cidade de João Pessoa no período de 01 a 20 de Dezembro de 2013,

sendo o de autoavaliação aplicado ao gestor e o de heteroavaliação aos

empregados da empresa.

De acordo com Gil (2008) o questionário é uma técnica de investigação, que

tem como objetivo o conhecimento de opiniões e crenças das pessoas, e deve ser

construído de forma que possa traduzir os objetivos da pesquisa. Entre as

vantagens de se utilizar o questionário, está a possibilidade de se atingir grande

número de pessoas, garantir o anonimato das respostas e a conveniência do

investigado poder respondê-lo de acordo com a sua disponibilidade de tempo. Por

outro lado, apresenta algumas limitações, tais como: não poder ser aplicado com

pessoas que não sabem ler nem escrever, não oferecer a garantia de ser devolvido

preenchido de forma correta, e os resultados serem bastantes críticos, resultante de

diferentes interpretações dos sujeitos da pesquisa.

Os questionários elaborados para essa pesquisa foram entregues de forma

individual, dentro de envelopes que continham uma fita adesiva dupla face em sua

Page 52: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

51

extremidade, com instruções para que depois de respondido fossem lacrados,

garantindo o anonimato dos respondentes. Ao todo foram aplicados 56

questionários, tendo todos retornado respondidos e válidos.

3.4.1 Instrumentos de Pesquisa

O instrumento de coleta de dados utilizado nesta pesquisa foi o questionário,

sendo um deles elaborado pelo pesquisador, para coletar o perfil sociodemográfico

dos empregados da empresa, e o outro desenvolvido pelos autores Kouzes e

Posner (2013) intitulado Inventário das Práticas de Liderança (LPI). Optou-se por

esse instrumento pela sua estrutura simples que compreende características

importantes para o processo de liderança. É resultado de 30 anos de pesquisa dos

autores, depois de uma análise das respostas de quase 2 milhões de pessoas em

todo o mundo, revalidado internacionalmente, tendo passado pelo teste do tempo.

Mede a frequência de 30 comportamentos de liderança específicos, divididos em 05

práticas de liderança exemplar, que são: modelar o estilo, inspirar uma visão

comum, questionar o processo, capacitar os outros para a ação e animar os

corações.

Para cada uma das 30 perguntas do questionário, os investigados poderiam

avaliar as práticas de liderança através de uma escala de Likert que varia de 1

(nunca) a 5 (frequentemente). Segundo os autores Kouzes e Posner (2013), aqueles

que mais frequente demostram os comportamentos descritos no enunciado do LPI

são considerados mais eficazes no trabalho, bem sucedidos, criadores de equipes

de alto desempenho, fomentadores de lealdade e compromisso, responsáveis pelo

aumento do nível de motivação no trabalho e redução do absenteísmo, e

possuidores de grande credibilidade.

No quadro 09, podem ser observadas as trinta questões participantes do

questionário das 05 práticas de liderança exemplar. O enunciado do questionário de

autoavaliação no geral começa com o pronome “Eu” e o de heteroavaliação com

“Ele”, sendo esta a única diferença entre ambos.

Page 53: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

52

Quadro 09 – Questões do instrumento de autoavaliação e heteroavaliação. Prática 1 – Modele o estilo

Q01. Ele é um exemplo pessoal daquilo que espera das outras pessoas.

Q06. Ele gasta tempo e energia para assegurar que as pessoas estejam alinhadas aos princípios e padrões estabelecidos pela Instituição.

Q11. Ele cumpre as promessas e os compromissos que assume na Instituição.

Q16. Ele procura maneiras de obter feedback (retorno) acerca da influência de suas ações na produtividade das outras pessoas.

Q21. Ele constrói consenso em volta do conjunto de valores que foram estabelecidos para a Instituição.

Q26. Ele fala acerca dos valores e princípios que guiam as suas ações.

Prática 2 – Inspire uma visão comum

Q02. Ele olha para o futuro e comunica acerca do que acredita que afetará a Instituição.

Q07. Ele descreve uma imagem desafiadora do que nós deveríamos ser capazes de atingir.

Q12. Ele compartilha conosco a visão acerca do quanto melhor a nossa Instituição pode ser no futuro.

Q17. Ele nos mostra como seus interesses podem ser realizados através de uma visão comum.

Q22. Ele fica contente e é positivo sobre as possibilidades do futuro.

Q27. Ele fala com convicção acerca dos importantes propósitos e do significado daquilo que estamos fazendo.

Prática 3 – Questione o processo

Q03. Ele procura diferentes maneiras para desenvolver e desafiar as minhas competências e habilidades.

Q08. Ele desafia as pessoas a tentarem abordagens inovadoras em seus trabalhos.

Q13. Ele se mantém atualizado em eventos e atividades que possam afetar a Instituição.

Q18. Quando as coisas não acontecem como se espera, ele pergunta: "O que podemos aprender com essa experiência?".

Q23. Ele assegura que estabeleçamos objetivos e façamos planos específicos para os projetos que iniciamos.

Q28. Ele toma iniciativa para vencer obstáculos sempre quando os resultados são incertos.

Prática 4 – Capacite os outros para a ação

Q04. Ele incentiva relações de cooperação em vez de competição entre as pessoas da Instituição.

Q09. Ele ouve afetivamente os diversos pontos de vista.

Q14. Ele trata as pessoas com dignidade e respeito.

Q19.Ele apoia as decisões que os gestores tomam por iniciativa própria na Instituição.

Q24. Ele nos dá liberdade e poder de escolha em relação a como realizamos nosso trabalho.

Q29. Ele nos dá oportunidades para que tenhamos responsabilidades de liderança.

Prática 05 – Anime os corações

Q05. Ele elogia as pessoas pelo trabalho bem-feito.

Q10. Ele encoraja as pessoas enquanto trabalham em atividades e programas da Instituição.

Q15. Ele apoia as pessoas na Instituição e exprime apreciação pelas nossas contribuições.

Q20. Ele reconhece publicamente as pessoas que demonstram compromisso com os valores da Execut.

Q25. Ele procura maneiras de celebrarmos sucessos alcançados.

Q30. Ele assegura que as pessoas na Instituição sejam criativamente reconhecidas pelas suas contribuições.

Fonte: Kouzes e Posner (2003).

Page 54: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

53

3.5 VARIÁVEIS ANALÍTICAS

Este estudo contemplou as seguintes variáveis analíticas:

a) Variáveis sociodemográficas (ou independentes): gênero, função exercida,

tempo de trabalho;

b) Variáveis das práticas de liderança (dependentes): modelar o estilo, inspirar

uma visão comum, questionar o processo, capacitar outros para ação, e animar os

corações.

3.6 TRATAMENTO DOS DADOS

De acordo com Vergara (2004), o tratamento dos dados refere-se aquela

seção que explica ao leitor como os dados da pesquisa serão tratados, justificando a

sua adequação aos objetivos traçados.

Os dados desse trabalho foram coletados através dos questionários

incorporados (Apêndice A, Anexos A e B), e tiveram um tratamento quantitativo,

através de uma análise estatística descritiva e inferencial. Foram utilizados os testes

t para comparação das médias de pontuação, segundo o gênero dos empregados e

ANOVA paramétrica para comparação das médias de pontuação, segundo o tempo

de função dos empregados. A seguir, o quadro 10 mostra a relação entre os

objetivos específicos, instrumentos utilizados e a análise estatística.

Page 55: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

54

Quadro 10 – Objetivos específicos, instrumento(s) da pesquisa e estatística.

Objetivos específicos Instrumento(s) Estatística

Identificar as práticas de liderança do

gestor;

Autoavaliação

(Anexo A)

Estatística descritiva

(medidas resumo)

Identificar a visão dos empregados em

relação às práticas de liderança do

gestor;

Heteroavaliação

(Anexo B)

Estatística descritiva

(medidas resumo)

Comparar às práticas de liderança do

gestor com a visão dos empregados;

Autoavaliação

(Anexo A)

Heteroavaliação

(Anexo B)

Estatística descritiva

(medidas resumo)

Verificar a existência de variabilidade

entre a visão dos empregados em

relação as práticas de liderança do

gestor e às variáveis.

sociodemográficas dos empregados.

Heteroavaliação

(Anexo B)

Questionário A

Estatística descritiva

(medidas resumo) e

Estatística inferencial

(teste t e ANOVA

paramétrica)

Fonte: Elaborado pelo pesquisador (2014).

3.7 CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA

Na atualidade, o mercado imobiliário vive uma grande expectativa de

crescimento, apoiado no desenvolvimento da economia e mudanças de rumo nas

questões sócio-políticas do país. O governo tem adotado uma filosofia liberal e

desenvolvimentista, que tem propiciado uma melhor distribuição de renda aos vários

setores da população brasileira. Esse desenvolvimento tem acarretado numa

melhoria do poder aquisitivo da população e, por conseguinte, o aumento da procura

pela casa própria, pois a moradia é considerada uma das maiores necessidades

humanas.

O ramo imobiliário acompanha a expansão da indústria da construção civil,

que atualmente vem recebendo o aporte de grandes somas de capital estrangeiro.

Dessa forma, torna-se urgente a qualificação dos corretores de imóveis no

conhecimento de novas técnicas para habilitá-lo a vencer a concorrência que está se

instalando no país através de imobiliárias internacionais que descobriram o mercado

brasileiro. O corretor de imóveis é o profissional autorizado por lei para atuar na

Page 56: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

55

intermediação da compra e venda de imóveis, ganhando uma comissão pela

prestação do serviço. Para Travassos (2008, p.19), “o corretor de imóveis representa

um dos maiores promotores do bem-estar social, pois é ele quem faz o elo da

produção com o consumidor”. A profissão, no Brasil, foi regulamentada no ano de

1978, sendo considerada, no presente, uma atividade bastante rentável. Para

conseguir o registro profissional é necessário ter o curso técnico em transações

imobiliárias ou o diploma superior da faculdade em gestão de negócios imobiliários.

É importante reforçar que, uma vez apto a exercer a atividade, o corretor deve

escolher entre os vários campos de atuação, aquele que mais se aproxima com o

seu perfil profissional, podendo se especializar em várias áreas como: compra e

venda de imóveis novos e usados; venda de lotes; administração de imóveis para

locação; assessoria e planejamento de lançamentos de prédios e loteamentos.

Trabalhando sozinho, ou em grupo, ligado a uma imobiliária, em sistema de

parceria, sem perder o seu status de autônomo.

Além do mais, o corretor de imóveis passa por uma transformação substancial

na forma de trabalhar. A modernização dos meios de comunicação tem tornado os

consumidores mais esclarecidos e exigentes com os prestadores de serviços. O

profissional que, no passado, era considerado um mostrador de imóveis e tirador de

proposta, hoje se transformou num consultor de negócios imobiliários, exigindo dele

mais qualificação e o domínio de outras áreas de conhecimento como a matemática

financeira, política, direito e informática, pois a sociedade está dinâmica e quem não

se qualifica, se perde no tempo (RESENDE, 2001).

A empresa participante desse estudo é uma imobiliária, localizada na cidade de

João Pessoa, atuante no mercado Paraibano há 25 anos. Fundada em 27 de

Setembro de 1989 sob a denominação social de Execut – Consultoria e Negócios

Imobiliários LTDA, está entre as mais conceituadas e renomadas da região. Ela é

dirigida pelo seu diretor fundador, Gilvandro de Almeida Ferreira Guedes (formado

em Direito e Procurador do Estado da Paraíba), cujas práticas de liderança é objeto

dessa investigação. Especializada no planejamento, projeção e comercialização de

loteamentos urbanos e rurais, condomínios fechados, incorporações e

empreendimentos de porte. Opera em diversos segmentos do setor imobiliário,

atendendo a empresas nacionais e internacionais, investidores, empreendedores e

proprietários de bens móveis. Outro serviço ofertado é o de locação e administração

de imóveis residenciais, comerciais e industriais.

Page 57: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

56

Tem como missão superar as expectativas dos clientes, oferecendo serviços e

atendimento de qualidade superior aos apresentados pelas empresas congêneres.

Para isso, conta com profissionais de ponta, capacitados a executar trabalhos de

alta qualidade técnica, entre eles: consultores técnicos em transações imobiliárias;

consultores de marketing; arquitetos; administradores e advogados - todos com

ampla experiência de mercado.

A empresa se preocupa com a qualidade dos serviços prestados, investindo na

qualificação e formação ética dos seus profissionais. Como resultado dessa prática,

conquistou o certificado internacional ISO 9001 relacionado à gestão da qualidade,

sendo a primeira imobiliária do estado da Paraíba a realizar esse feito. Além de

colecionar, ao longo dos anos, diversos prêmios que consagram o seu desempenho,

entre eles: o Top of Mind, Top of Business, Top of Class, Colibri – CRECI, Troféus

Cobrás – Imobiliária do ano, entre outros.

Preocupada com a sociedade e consciente do seu papel na comunidade,

desenvolve uma política de responsabilidade sócio cultural, através do apoio a

diversos projetos sociais, com foco na valorização dos artistas da terra, saúde e,

futuro de crianças e jovens.

Page 58: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

57

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Este capítulo é destinado à apresentação e análise dos resultados da

pesquisa. Após a medição da consistência interna ou fidedignidade dos dados,

referente ao instrumento utilizado para a investigação das cinco Práticas de

Liderança exemplar, serão apresentados e discutidos: a autoavaliação do gestor; a

heteroavaliação dos empregados; e a comparação de ambos. Finalizando, com a

verificação da existência de variabilidade, segundo o perfil sociodemográfico dos

empregados.

4.1 CONSISTÊNCIA INTERNA OU MEDIDA DE FIDEDIGNIDADE DOS DADOS

Foi realizado um teste para medir a consistência interna ou fidedignidade dos

dados utilizando-se o coeficiente Alfa de Cronbach (), para o instrumento de

investigação das 5 Práticas de Liderança Exemplar (constando de 30 questões,

escala de Likert de 5 pontos) ou domínios: Domínio 1- Modele, Domínio 2- Inspire,

Domínio 3- Questione, Domínio 4- Capacite e Domínio 5- Anime.

Segundo Hair et al. (2006), o coeficiente Alfa de Cronbach é a medida mais

utilizada para identificar a confiabilidade dos dados. Ele varia de 0 a 1, sendo os

valores de 0,60 a 0,70 considerados o limite inferior de aceitabilidade. Assim, temos

a classificação do coeficiente Alpha de Cronbach (): Valores de 0,80 a 1,0

(satisfatório a excelente), de 0,70 a 0,80 (bom) e de 0,60 a 0,70 (aceitável). Valores

abaixo de 0,60 são considerados insatisfatório ou insuficiente.

Page 59: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

58

Tabela 05* - Coeficientes de fidedignidade de Cronbach dos domínios e questões (N=56).

Indicadores Alfa de Cronbach

()

Número de

casos

Número de

itens

Questionário – Práticas de

Liderança

0,959 56 30

Domínio1: MODELE 0,830 56 6

Domínio2: INSPIRE 0,857 56 6

Domínio3: QUESTIONE 0,810 56 6

Domínio4: CAPACITE 0,813 56 6

Domínio5: ANIME 0,878 56 6

Fonte: Elaborado pelo pesquisador Nota: (*) Inclui a autoavaliação do Gestor (Gilvandro Guedes) e Heteroavaliação (Empregados).

Tabela 06** – Coeficientes de fidedignidade de Cronbach dos domínios e questões. .(N=55).

Indicadores Alfa de Cronbach

()

Número de

casos

Número de

itens

Questionário – Práticas de

Liderança

0,959 55 30

Domínio1: MODELE 0,831 55 6

Domínio2: INSPIRE 0,856 55 6

Domínio3: QUESTIONE 0,812 55 6

Domínio4: CAPACITE 0,813 55 6

Domínio5: ANIME 0,882 55 6

Fonte: Elaborado pelo pesquisador Nota: (**) Inclui somente a avaliação dos funcionários (Heteroavaliação).

Os valores obtidos do coeficiente Alfa de Cronbach para as cinco práticas de

liderança ou domínios do questionário sobre às “Práticas de Liderança”, nas Tabelas

05 e 06, indicam uma consistência interna ‘satisfatória a excelente’. A validade de

um instrumento de medição é fundamental para avaliar a efetividade dos dados

trabalhados, refletindo a veracidade dos resultados, afastando-se de erros

aleatórios.

Page 60: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

59

4.2 PRÁTICAS DE LIDERANÇA ADOTADAS PELO GESTOR

Com o intuito de identificar as práticas de liderança do gestor, foi aplicado ao

mesmo o questionário de autoavaliação, participante do Inventário das Práticas de

Liderança, possibilitando medir a frequência com que aplica as 05 práticas da

liderança exemplar. A fim de capturar suas respostas, foi utilizada uma escala de

Likert de 05 Pontos. Diante das 30 afirmativas, que compõe o instrumento, foram

dadas as seguintes opções de escolha: 1-nunca, 2-ocasionalmente, 3-algumas

vezes, 4-muitas vezes, 5-frequentemente. As suas respostas podem ser observadas

na Tabela 07.

A prática, “inspire uma visão comum”, foi a melhor avaliada pelo gestor com

frequência média de (4,8). O pesquisado aparece alinhado em 05 questões (02, 07,

12, 22, 27) das 06 que compõe esta prática, ao afirmar que frequentemente: “olha

para o futuro e comunica acerca do que acredita que vai afetar a instituição”,

“descreve uma imagem desafiadora do que as pessoas devem ser capazes de

atingir”, “compartilha com as pessoas acerca da visão do quanto melhor a Instituição

pode ser no futuro”, “fica contente e positivo sobre as possibilidades do futuro” e

“fala com convicção acerca dos importantes propósitos e do significado daquilo que

as pessoas estão fazendo”. Entretanto, não frequentemente, mas muitas vezes,

“mostra como seus interesses podem ser realizados através de uma visão comum”

(questão 17).

O termo “visão” tem sido um tópico recorrente ao se falar sobre liderança. De

acordo com Bateman e Snell (2009), até pouco tempo atrás, não se ouvia falar, com

frequência, sobre visão no meio da administração. Contudo, hoje sabe-se que para

realizar uma grande liderança, ter uma visão de futuro e saber comunicá-la é um

componente vital rumo ao sucesso dos negócios. Segundo Robbins (2004, p.240) a

liderança visionária consiste na “habilidade de criar e articular uma visão realista,

crível e atraente do futuro para uma organização ou unidade organizacional, que

parte do presente e melhora-o”. As visões devem ser desafiadoras e capazes de

inspirar, traduzindo o melhor para a organização e seus membros. Nesse ponto, o

gestor avaliado apresentou uma forte característica típica do líder de transformação.

Page 61: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

60

Tabela 07 – Respostas do gestor em relação a sua autoavaliação das práticas de liderança.

Prática 1 – Modele o estilo Frequência

Q01. Eu sou um exemplo pessoal daquilo que espera das outras pessoas. 4

Q06. Eu gasto tempo e energia para assegurar que as pessoas estejam alinhadas aos princípios e padrões estabelecidos pela Instituição. 5

Q11. Eu cumpro as promessas e os compromissos que assume na Instituição. 5

Q16. Eu procuro maneiras de obter feedback (retorno) acerca da influência de suas ações na produtividade das outras pessoas. 4

Q21. Eu construo consenso em volta do conjunto de valores que foram estabelecidos para a Instituição. 4

Q26. Eu falo acerca dos valores e princípios que guiam as suas ações. 5

Média 4,5

Prática 2 – Inspire uma visão comum Frequência

Q02. Eu olho para o futuro e comunica acerca do que acredita que afetará a Instituição. 5

Q07. Eu descrevo uma imagem desafiadora do que nós deveríamos ser capazes de atingir. 5

Q12. Eu compartilho com as pessoas sobre a visão acerca do quanto melhor a nossa Instituição pode ser no futuro. 5

Q17. Eu nos mostra como seus interesses podem ser realizados através de uma visão comum. 4

Q22. Eu fico contente e é positivo sobre as possibilidades do futuro. 5

Q27. Eu falo com convicção acerca dos importantes propósitos e do significado daquilo que estamos fazendo. 5

Média 4,8

Prática 3 – Questione o processo Frequência

Q03. Eu procuro diferentes maneiras para desenvolver e desafiar as minhas competências e habilidades. 3

Q08. Eu desafio as pessoas a tentarem abordagens inovadoras em seus trabalhos. 5

Q13. Eu me mantenho atualizado em eventos e atividades que possam afetar a Instituição. 5

Q18. Quando as coisas não acontecem como se espera, eu pergunto: "O que podemos aprender com essa experiência?". 5

Q23. Eu asseguro que estabeleçamos objetivos e façamos planos específicos para os projetos que iniciamos. 4

Q28. Eu tomo iniciativa para vencer obstáculos sempre quando os resultados são incertos. 5

Média 4,5

Prática 4 – Capacite os outros para a ação Frequência

Q04. Eu incentivo relações de cooperação em vez de competição entre as pessoas da Instituição. 5

Q09. Eu ouço afetivamente os diversos pontos de vista. 4

Q14. Eu trato as pessoas com dignidade e respeito. 5

Q19. Eu apoio as decisões que os gestores tomam por iniciativa própria na Instituição. 5

Q24. Eu dou liberdade e poder de escolha em relação a como realizamos nosso trabalho. 5

Q29. Eu dou oportunidades para que as pessoas tenham responsabilidades de liderança. 4

Média 4,6

Prática 5 – Anime os corações Frequência

Q05. Eu elogio as pessoas pelo trabalho bem-feito. 2

Q10. Eu encorajo as pessoas enquanto trabalham em atividades e programas da Instituição. 5

Q15. Eu apoio as pessoas na Instituição e exprimo apreciação pelas suas contribuições. 5

Q20. Ele reconhece publicamente as pessoas que demonstram compromisso com os valores da Execut. 4

Q25. Eu procuro maneiras de celebrarmos sucessos alcançados. 5

Q30. Eu asseguro que as pessoas na Instituição sejam criativamente reconhecidas pelas suas contribuições. 3

Média 4,0

Fonte: Pesquisa direta (2013).

O resultado dessa avaliação diverge da tendência observada nos últimos

estudos realizados, no Brasil e em Portugal, que teve a prática “inspire uma visão

comum”, computada entre as menos utilizadas (SILVA, 2013; MATTOS, 2011;

AMORIM et al, 2011, VIANNA et al, 2007).

Page 62: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

61

A prática “capacite os outros para ação” obteve a segunda melhor pontuação

da autoavaliação do gestor, com frequência média de (4,6). Conforme os resultados

apontam, o gestor frequentemente “incentiva relações de cooperação em vez de

competição entre as pessoas da Instituição”, “trata as pessoas com dignidade e

respeito”, “apoia as decisões que os gestores tomam por iniciativa própria na

Instituição” e “dá liberdade e poder de escolha em relação a como as pessoas

realizam seu trabalho”. Tudo isso, alinhando suas respostas com a prática estudada

em 04 questões (04, 14, 19, 24). De modo menos frequente, mas muitas vezes, o

gestor “ouve afetivamente os diversos pontos de vista” e, “da oportunidade para que

as pessoas tenham responsabilidades de liderança” (questões 09 e 29).

Em todos os estudos já citados, que utilizaram o modelo de investigação aqui

proposto, a prática “capacite os outros para ação” aparece como a melhor pontuada,

conforme exposto no referencial teórico. Isso demostra que os líderes perceberam

que não se consegue fazer nada sozinho. Para que as mudanças sejam efetivas é

importante criar um clima de confiança a fim de facilitar os relacionamentos.

Segundo Kouzes e Posner (2013), a confiança tem sido apontada como a questão

central dos relacionamentos humanos e um indicador importante para a satisfação

dos empregados.

A prática “modele o estilo” aparece como a terceira mais utilizada pelo gestor,

empatado com a prática, “questione o processo”, com média geral (4,5). Entre as 6

afirmativas que traduzem os compromissos dessa prática, observa-se que o gestor

encontra-se alinhado em três delas (questões 06, 11, 26) ao afirmar que

frequentemente as pratica. De acordo com suas respostas, ele frequentemente

“gasta tempo e energia para assegurar que as pessoas estejam alinhadas aos

princípios e padrões estabelecidos pela Instituição”, “cumpre as promessas e os

compromissos que assume” e “fala acerca dos valores e princípios que guiam as

suas ações”. Por outro lado, as questões (01, 16, 21) apontam que, menos

frequentemente, contudo muitas vezes, “é um exemplo pessoal daquilo que espera

dos outros”, “procura maneiras de obter feedback (retorno) acerca da influência de

suas ações na produtividade das outras pessoas” e “constrói consenso em volta do

conjunto de valores que foram estabelecidos para a Instituição”.

Esse resultado se assemelha ao encontrado nas pesquisas de Mattos (2011),

Costa (2011), Amorin et al (2009) e Viana et al (2007). Nos estudos citados, a

Page 63: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

62

prática “modele o estilo” não foi a mais bem pontuada, contudo aparece entre as

mais utilizadas.

A prática “questione o processo”, também obteve uma frequência média de

(4,5), ficando em terceiro lugar. Observando as respostas das questões (08, 13, 18,

28), conclui-se que o comportamento do gestor está em conformidade com a prática

investigada, ao afirmar que frequentemente: “desafia as pessoas a tentarem

abordagens inovadoras em seus trabalhos”, “mantem-se atualizado em eventos e

atividades que possam afetar a Instituição”, “toma iniciativa para vencer obstáculos

sempre quando os resultados são incertos” e, “quando as coisas não acontecem

como se espera, se pergunta: o que podemos aprender com essa experiência?”.

Por outro lado, a questão (23) aponta que não é sempre, mas muitas vezes,

que ele “assegura que as pessoas estabeleçam objetivos e façam planos

específicos para os projetos que iniciaram”. E que apenas, algumas vezes, (questão

03), “procura diferentes maneiras para desenvolver e desafiar as competências e

habilidades dos funcionários e colaboradores da instituição”, sendo esta última a

menor frequência de comportamento identificada na prática.

Segundo Kouzes e Posner (2013), a prática “questione o processo”, está

relacionada com a capacidade desenvolvida pelos líderes de buscar novas

oportunidades e soluções inovadoras no que tange aos problemas atuais. Essas

características relacionadas à capacidade de promover mudanças e à inovação

formam as bases da liderança transformacional (DAFT, 2005).

A globalização, o comércio eletrônico, as novas tecnologias, o aumento da

diversidade e dos novos interesses e expectativas dos funcionários, vêm

contribuindo para a mudança do que se pensa e pratica os líderes, representando os

maiores desafios enfrentados por eles na atualidade (DAFT, 2005). Talvez por isso,

seja tão difícil, para muitos, realizar essa prática, com a frequência, que o mercado

exige. Estudos recentes sobre a liderança exemplar contribuem para essa visão ao

apontar a prática investigada entre a menos utilizada pelos líderes pesquisados

(SILVA, 2013; MATTOS, 2011; COSTA, 2011; AMORIM et al; VIANNA et al, 2007).

A prática, “anime os corações”, foi a que obteve a menor avaliação do gestor,

dentre todas as 05 práticas investigadas, obtendo a frequência média (4,0). As

questões (10, 15, 25) descrevem as 03 práticas de liderança com as quais o gestor

está, em acordo com esse estudo, ao revelar que frequentemente: “encoraja as

pessoas enquanto trabalham em atividades e programas da Instituição”, “apoia as

Page 64: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

63

pessoas da empresa e exprime apreciação pelas suas contribuições” e, “procura

maneiras destas celebrarem sucessos alcançados”. Ao passo que na questão (20)

,afirma que, muitas vezes, “reconhece publicamente as pessoas as quais

demonstram compromisso com os valores da empresa”. E que somente algumas

vezes “assegura que as pessoas na Instituição sejam criativamente reconhecidas

pelas suas contribuições” (questão 30) e, ocasionalmente “elogia as pessoas pelo

trabalho bem-feito que executam” (questão 05).

Animar os corações está relacionado com a habilidade do líder de celebrar os

valores, seguir em frente, inspirar ousadia e esperança nos liderados. Reconhecer

com veemência as contribuições individuais para a visão comum, e agradecê-las

publicamente com um elogio público ou um sorriso. Enfim, os líderes transmitem aos

outros a sua importância para a organização (KOUZES; POSNER, 2013). Esse

conjunto de características, assemelha-se às qualidades do líder carismático.

Segundo Daft (2005, p. 389), “o carisma tem sido conhecido como um fogo que

ascende a energia e o compromisso do seguidor, produzindo resultados acima e

além da obrigação”. Esses líderes têm a habilidade de inspirar e motivar as pessoas

para que elas deem o melhor de si, vencendo todos os obstáculos em direção a

realização da tarefa. Eles falam, diretamente, com o coração das pessoas, fazendo-

as acreditar em um futuro mais brilhante. As médias totais da autoavaliação do

gestor podem ser observadas na tabela 08 a seguir.

Tabela 08 - Média total da autoavaliação do gestor.

Práticas de liderança Médias da autoavaliação

1º Inspire uma visão comum 4,8

2º Capacite os outros para ação 4,6

3º Modele o estilo 4,5

3º Questione o processo 4,5

4º Anime os corações 4,0

Média Total: 4.4

Fonte: Pesquisa direta (2013).

Os resultados dessa pesquisa apontam que o gestor apareceu alinhado em

63,3% (19) das 30 afirmativas que compõem o questionário de autoavaliação das

práticas de liderança exemplar dos autores Kouzes e Posner (2013) ao declarar que,

frequentemente, realiza-as. A prática “inspire uma visão comum” foi a que teve o

Page 65: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

64

maior número de conformidade (5), em seguida a práticas “questione o processo” e

“capacite os outros para a ação” (cada uma com 04) e, por último, “modele o

caminho” e “anime os corações” (cada uma com 03).

4.3 VISÃO DOS EMPREGADOS EM RELAÇÃO AS PRÁTICAS DE LIDERANÇA DO

GESTOR

A seguir serão apresentadas as médias obtidas da avaliação dos empregados

em relação às práticas de liderança do gestor, a partir da aplicação do questionário

de Heteroavaliação aos mesmos, conforme demonstrado na Tabela 09.

A prática, “inspire uma visão comum”, foi a melhor avaliada pelos

empregados, com frequência média de (4,2). Esse feito assemelha-se ao

encontrado na autoavaliação do gestor, que também lhe atribuiu as maiores médias.

Segundos os resultados dessa prática, o gestor, muitas vezes, “olha para o futuro e

comunica acerca do que acredita que afetará a Instituição”, “compartilha com a

equipe sua visão acerca do quanto melhor a Instituição pode ser no futuro”, “mostra

como seus interesses podem ser realizados através de uma visão comum”, “fica

contente e é positivo sobre as possibilidades do futuro”, “fala com convicção acerca

dos importantes propósitos e do significado daquilo que estão fazendo” (questões

02, 12, 17, 22, 27). No entanto, algumas vezes, “descreve uma imagem desafiadora

do que deveriam ser capazes de atingir” (questão 17).

Os líderes devem olhar para o futuro e imaginar possibilidades vibrantes, da

mesma forma que um engenheiro ou arquiteto, antes de iniciar um projeto, desenha

uma planta. Os líderes devem desenvolver uma visão dos resultados a serem

alcançados, antes de partirem para a ação. Pois só dessa forma poderão inspirar

outros para uma visão comum (KOUZES; POSNER, 2013).

Na perspectiva de Glenn Rowe (2002), os líderes visionários são proativos e

conseguem provocar agitação no ambiente. Esforçam-se com a finalidade de

aprimorar suas decisões com abordagens inovadoras frente aos problemas antigos.

Exercem influência, indicando a direção que a empresa deve tomar, moldando

idéias, em vez de se oporem a elas.

Page 66: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

65

Tabela 09 – Respostas dos empregados em relação à avaliação das práticas de liderança do gestor.

Prática 1 – Modele o estilo Frequência

Q01. Ele é um exemplo pessoal daquilo que espera das outras pessoas. 4,3

Q06. Ele gasta tempo e energia para assegurar que as pessoas estejam alinhadas aos princípios e padrões estabelecidos pela Instituição.

4,1

Q11. Ele cumpre as promessas e os compromissos que assume na Instituição. 4,4

Q16. Ele procura maneiras de obter feedback (retorno) acerca da influência de suas ações na produtividade das outras pessoas.

3,8

Q21. Ele constrói consenso em volta do conjunto de valores que foram estabelecidos para a Instituição.

4,1

Q26. Ele fala acerca dos valores e princípios que guiam as suas ações. 4,1

Média 4,1

Prática 2 – Inspire uma visão comum Frequência

Q02. Ele olha para o futuro e comunica acerca do que acredita que afetará a Instituição. 4,1

Q07. Ele descreve uma imagem desafiadora do que nós deveríamos ser capazes de atingir. 3,9

Q12. Ele compartilha conosco a visão acerca do quanto melhor a nossa Instituição pode ser no futuro. 4,2

Q17. Ele nos mostra como seus interesses podem ser realizados através de uma visão comum. 4,0

Q22. Ele fica contente e é positivo sobre as possibilidades do futuro. 4,6

Q27. Ele fala com convicção acerca dos importantes propósitos e do significado daquilo que estamos fazendo. 4,3

Média 4,2

Prática 3 – Questione o processo Frequência

Q03. Ele procura diferentes maneiras para desenvolver e desafiar as minhas competências e habilidades. 3,8

Q08. Ele desafia as pessoas a tentarem abordagens inovadoras em seus trabalhos. 4,0

Q13. Ele se mantém atualizado em eventos e atividades que possam afetar a Instituição. 4,4

Q18. Quando as coisas não acontecem como se espera, ele pergunta: "O que podemos aprender com essa experiência?". 3,7

Q23. Ele assegura que estabeleçamos objetivos e façamos planos específicos para os projetos que iniciamos. 4,2

Q28. Ele toma iniciativa para vencer obstáculos sempre quando os resultados são incertos. 4,3

Média 4,0

Prática 4 – Capacite os outros para a ação Frequência

Q04. Ele incentiva relações de cooperação em vez de competição entre as pessoas da Instituição. 4,1

Q09. Ele ouve afetivamente os diversos pontos de vista. 4,0

Q14. Ele trata as pessoas com dignidade e respeito. 5,0

Q19.Ele apoia as decisões que os gestores tomam por iniciativa própria na Instituição. 3,5

Q24. Ele nos dá liberdade e poder de escolha em relação a como realizamos nosso trabalho. 4,0

Q29. Ele nos dá oportunidades para que tenhamos responsabilidades de liderança. 3,8

Média 4,0

Prática 5 – Anime os corações Frequência

Q05. Ele elogia as pessoas pelo trabalho bem-feito. 3,6

Q10. Ele encoraja as pessoas enquanto trabalham em atividades e programas da Instituição. 4,0

Q15. Ele apoia as pessoas na Instituição e exprime apreciação pelas nossas contribuições. 4,1

Q20. Ele reconhece publicamente as pessoas que demonstram compromisso com os valores da Execut. 3,6

Q25. Ele procura maneiras de celebrarmos sucessos alcançados. 4,2

Q30. Ele assegura que as pessoas na Instituição sejam criativamente reconhecidas pelas suas contribuições. 3,6

Média 3,8

Fonte: Pesquisa direta (2013).

A prática “modele o estilo”, foi avaliada com a frequência média (4,1), ficando

em segundo lugar entre as melhores médias. Os resultados dessa prática

apontaram que o gestor, muitas vezes, “é um exemplo pessoal daquilo que espera

das outras pessoas”, “gasta tempo e energia para assegurar que as pessoas

estejam alinhadas aos princípios e padrões estabelecidos pela Instituição”, “cumpre

Page 67: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

66

as promessas e os compromissos que assume na Instituição”, “constrói consenso

em volta do conjunto de valores que foram estabelecidos para a Instituição” e “fala

acerca dos valores e princípios que guiam as suas ações” (questões 01, 06, 11, 21,

26). Por outro lado, apenas algumas vezes “procura maneiras de obter feedback

(retorno) acerca da influência de suas ações na produtividade das outras pessoas”,

sendo esta última afirmativa a que recebeu menor avaliação dessa prática (questão

16).

A prática, “modele o estilo”, reflete sobre o primeiro passo que o líder deve

dar no esforço de se tornar exemplar. Num exercício de introspecção, ele deve

econtrar, em si, a prórpria voz, descobrindo os seus valores e crenças pessoais que

guiam suas decisões (KOUZES; POSNER, 2013).

A relação entre os “valores”, “crenças” e “liderança” é feita desde o

surgimento dos primeiros estudos sobre o tema, presente nas abordagens dos

traços. Essa relação ainda vem sendo discutida nas abordagens contemporâneas,

não mais como uma característica inata, mas possível de ser mudada e adquirida.

Como pode ser observado nos últimos estudos publicados sobre o tema no meio

acadêmico (BANDEIRA, 2012; COSTA, 2011; GARCIA, 2011; SANTOS, 2012;

SANTOS, 2010; SILVA, 2013).

A prática “questione o processo”, foi avaliada com a frequência média (4,0), a

mesma encontrada na prática “capacite os outros para a ação”, ficando em terceiro

lugar entre as melhores médias. Segundo os resultados dessa avaliação o gestor,

muitas vezes, “desafia as pessoas a tentarem abordagens inovadoras em seus

trabalhos”, “se mantém atualizado em eventos e atividades que possam afetar a

Instituição”, “assegura que estabeleçamos objetivos e façamos planos específicos

para os projetos que iniciamos”, “toma iniciativa para vencer obstáculos sempre

quando os resultados são incertos” (questões 08, 13, 23, 28). Entretanto, algumas

vezes, “procura diferentes maneiras para desenvolver e desafiar as competências e

habilidades da equipe”, e “quando as coisas não acontecem como se espera, ele

pergunta: o que podemos aprender com essa experiência?" (questões 03 e 18).

Segundo observações de Kouzes e Posner (2013, p. 146), relacionadas aos

resultados obtidos da aplicação do inventário das práticas de liderança, “os líderes

menos desafiadores recebem dos constituintes avaliações quase 40% inferiores às

atribuídas aos líderes tidos em conta de desafiadores, em relação a si mesmos e às

equipes”. Suas pesquisas apontam que as equipes de trabalho que se consideram

Page 68: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

67

desafiadas e cujo líderes, segundo relataram, também se desafiam, expressam

sentimentos de orgulho, de motivação e de espírito de equipe mais fortes que os

demais.

A prática, “capacite os outros para a ação”, foi avaliada com a frequência

média (4,0), a mesma encontrada na prática, “questione o processo”, ficando em

terceiro lugar entre as melhores médias. Segundo os resultados dessa avaliação, o

gestor, muitas vezes, “incentiva relações de cooperação em vez de competição

entre as pessoas da Instituição”, “ouve afetivamente os diversos pontos de vista”, e

“dá liberdade e poder de escolha em relação a como realizam seu trabalho”

(questões 04, 09, 24). Algumas vezes, “apoia as decisões que os gestores tomam

por iniciativa própria na Instituição” e “dá oportunidades para que tenhamos

responsabilidades de liderança” (questões 19 e 29). E, frequentemente “trata as

pessoas com dignidade e respeito” (questão 14), essa última afirmativa foi a única,

dentre todas as práticas investigadas, em que os empregados e gestor

compartilharam da mesma visão atribuindo média 5 para esse comportamento.

Com a mudança do cenário organizacional e com o passar dos anos, as

relações se estreitaram e o trabalho em equipe se fortaleceu, entretanto os líderes

não estão preparados para essa transformação. Portanto, o desafio da maioria dos

gerentes é aprender a se tornar um líder eficaz, deixando de ser o “chefe” para se

tornar o “treinador” (ROBBINS, 2004; CARAVANTES, 2005; DAFT, 2007;

BATEMAN, 2009; KOUZES; POSNER, 2013).

Segundo Robbins (2000), existem três habilidades gerais de treinador que os

líderes podem estabelecer para ajudar os funcionários a melhorar seu desempenho.

A primeira habilidade está relacionada a analisar maneiras de melhorar a

performance e expandir as qualificações dos funcionários. A segunda habilidade é

fomentar um ambiente que encoraje a melhor atuação possível. A terceira habilidade

é influenciar e apoiar os funcionários na mudança do comportamento.

A prática, “anime os corações”, foi a que obteve a menor frequência dentre

todas as práticas investigadas (3,8). Segundo os resultados dessa avaliação, o

gestor, muitas vezes, “encoraja as pessoas enquanto trabalham em atividades e

programas da Instituição”, “apoia as pessoas na Instituição e exprime apreciação

pelas suas contribuições” e “procura maneiras de celebrarem sucessos alcançados”

(questões 10, 15, 25). Todavia, algumas vezes “elogia as pessoas pelo trabalho

bem-feito”, “reconhece publicamente as pessoas que demonstram compromisso com

Page 69: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

68

os valores da empresa” e “assegura que as pessoas na Instituição sejam,

criativamente, reconhecidas pelas suas contribuições” (questões 05, 20 e 30).

O novo local de trabalho já reconhece que o comportamento do gerente com

seus funcionários, impacta profundamente na motivação e desempenho destes.

Segundo Daft (2007, p. 419), “os bons gerentes canalizam a motivação dos

funcionários para a realização de metas, extraindo do conjunto singular de talentos,

habilidades, interesses, atitudes e necessidades de cada indivíduo”.

Tabela 10 - Média total da heteroavaliação.

Práticas de liderança Médias da heteroavaliação

1º Inspire uma visão comum; 4,2

2º Modele o estilo; 4,1

3º Questione o processo; 4,0

3º Capacite os outros para ação; 4,0

4º Anime os corações; 3,8

Média Total: 4,0

Fonte: Pesquisa direta (2013).

Como podem ser observadas na Tabela 10, as práticas de liderança do gestor

melhor avaliadas pelos empregados foram, em primeiro lugar, “inspire uma visão

comum”, (média 4,2), em segundo lugar, “modele o estilo”, (média 4,1), em terceiro

lugar, “questione o processo” e “capacite os outros para ação” (ambos com média

4,0), e por último, “anime os corações”, (média 3,8). De acordo com o resultado da

heteroavaliação, a única afirmativa que obteve a mesma pontuação da

autoavaliação do gestor foi a relacionada ao “tratamento digno e respeitoso”

(questão 14), constante da prática “capacite os outros para ação” onde ambos

pontuaram com a nota máxima 5, indicando a escala “frequentemente”.

Page 70: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

69

Gráfico 1 - Avaliação das práticas de liderança pelos funcionários.

Fonte: Pesquisa direta (2013).

O Gráfico 1, fornece a avaliação dos empregados da empresa segundo as

suas funções “Corretor” e “Administrativo” em relação às Práticas de Liderança

exercidas pelo Gestor. Em todas as cinco práticas os “corretores” através da

heteroavaliação avaliaram mais positivamente o Gestor quanto às práticas de

liderança: Modele (4,4 x 3,8); Inspire (4,5 x 3,9); Questione (4,3 x 3,8); Capacite (4,3

x 3,8) e Anime (4,3 x 3,4)

4.4 COMPARAÇÃO DAS PRÁTICAS DE LIDERANÇA DO GESTOR COM A

VISÃO DOS EMPREGADOS

O Gráfico 2, a seguir, mostra a comparação das médias encontradas, resultante

da autoavaliação e da heteroavaliação, de acordo com as cinco práticas de liderança

analisadas.

Page 71: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

70

Gráfico 2 - Avaliação das práticas de liderança heteroavaliação e autoavaliação.

Fonte: Pesquisa direta (2013).

Como pode ser observado na Tabela 11 a seguir, a autoavaliação dada pelo

gestor forneceu para cada uma das cinco Práticas de Liderança, uma média de

pontuação acima da heteroavaliação feita pelos 55 empregados: modele (4,5 x 4,1),

inspire (4,8 x 4,2), questione (4,5 x 4,1), capacite (4,7 x 4,1) e anime (4,0 x 3,8).

Demostrando uma divergência entre os dois, quanto a frequência dos

comportamentos de liderança adotado pelo gestor.

Tabela 11 - Média total da autoavaliação e heteroavaliação do gestor.

Práticas de liderança Autoavaliação Heteroavaliação

1. Modele o estilo 4,5 4,1

2. Inspire uma visão comum 4,8 4,2

3. Questione o processo 4,5 4,0

4. Capacite os outros para ação 4,6 4,0

5. Anime os corações 4,0 3,8

Média Total: 4.4 4,0

Fonte: Pesquisa direta (2013).

4,5 4,8

4,5 4,6

4,0 4,1 4,2

4,0 4,0 3,8

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

MODELE INSPIRE QUESTIONE CAPACITE ANIME

dia

de

Ava

liaç

ão

Autoavaliação Heteroavaliação

Page 72: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

71

A tabela 12 mostra as médias encontradas de cada uma das práticas de

liderança segundo a autoavaliação e a heteroavaliação, junto com a mediana, desvio

padrão, mínimo e máximo.

Tabela 12 - Medidas descritivas de posição e de variabilidade - domínios de Práticas de Liderança.

Domínios (Práticas de Liderança) N Média Mediana D. P. Min Max

Prat_1 MODELE (Autoavaliação) 1 4,5 4,5 0,55 4 5

Prat_1 MODELE (Heteroavaliação) 55 4,1 4,3 0,72 1,3 5

Prat_2 INSPIRE (Autoavaliação) 1 4,8 5,0 0,41 4 5

Prat_2 INSPIRE (Heteroavaliação) 55 4,2 4,3 0,68 1,8 5

Prat_3 QUESTIONE (Autoavaliação) 1 4,5 5,0 0,84 3 5

Prat_3 QUESTIONE (Heteroavaliação)

avaliação)

55 4,0 4,2 0,76 1,8 5

Prat_4 CAPACITE (Autoavaliação) 1 4,0 5,0 0,52 4 5

Prat_4 CAPACITE (Heteroavaliação) 55 4,0 4,2 0,79 2,0 5

Prat_5 ANIME (Autoavaliação) 1 4,0 4,5 1,27 2 5

Prat_5 ANIME (Heteroavaliação) 55 3,8 4,0 0,98 1,3 5

Fonte: Pesquisa direta (2013).

Nota: D. P.: Desvio Padrão, Min: Mínimo e Max: Máximo.

Na tabela 13, a seguir, é feita a exibição da classificação, de mais frequente

para menos frequente, de todos os 30 comportamentos de liderança, com base na

média das respostas do Gestor. A média (MGE) corresponde às avaliações médias

pelos empregados, que é mostrada separadamente. As linhas horizontais separam

os 10 comportamentos mais frequentes e os 10 menos frequentes dos 10 do meio.

Um sinal de mais (+) próximo a MGE indica que a resposta é mais de 0,5 pontos

mais alta que a autoavaliação do gestor; um sinal de menos (-) indica que a resposta

dos empregados é mais de 0,5 pontos mais baixa que a autoavaliação do gestor. Já

que 0,5 é a diferença média entre a pontuação dos empregados e o gestor, qualquer

diferença maior do que isso merece atenção.

Page 73: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

72

Tabela 13 - Classificação das 30 questões dos 10 mais frequentes para os 10 menos frequentes de acordo com a média MGE comparado com autoavaliação. MAIS FREQUENTE PRÁTICA GESTOR MGE

+/-

Q14. Ele trata as pessoas com dignidade e respeito. Capacite 5 5,0

Q22. Ele fica contente e é positivo sobre as possibilidades do futuro. Inspire 5 4,6

Q11. Ele cumpre as promessas e os compromissos que assume na Instituição. Modele 5 4,4 -

Q13. Ele se mantém atualizado em eventos e atividades que possam afetar a Instituição. Questione 5 4,4 -

Q28. Ele toma iniciativa para vencer obstáculos sempre quando os resultados são incertos. Questione 5 4,3 -

Q01. Ele é um exemplo pessoal daquilo que espera das outras pessoas. Modele 4 4,3

Q27. Ele fala com convicção acerca dos importantes propósitos e do significado daquilo que estamos fazendo. Inspire 5 4,3 -

Q23. Ele assegura que estabeleçamos objetivos e façamos planos específicos para os projetos que iniciamos. Questione 4 4,2

Q25. Ele procura maneiras de celebrarmos sucessos alcançados. Anime 5 4,2 -

Q12. Ele compartilha conosco a visão acerca do quanto melhor a nossa Instituição pode ser no futuro. Inspire 5 4,2 -

FREQUÊNCIA MÉDIA PRÁTICA GESTOR MGE +/-

Q04. Ele incentiva relações de cooperação em vez de competição entre as pessoas da Instituição. Capacite 5 4,1 -

Q06. Ele gasta tempo e energia para assegurar que as pessoas estejam alinhadas aos princípios e padrões estabelecidos pela Instituição. Modele 5 4,1 -

Q15. Ele apoia as pessoas na Instituição e exprime apreciação pelas nossas contribuições. Anime 5 4,1 -

Q21. Ele constrói consenso em volta do conjunto de valores que foram estabelecidos para a Instituição. Modele 4 4,1

Q26. Ele fala acerca dos valores e princípios que guiam as suas ações. Modele 5 4,1 -

Q02. Ele olha para o futuro e comunica acerca do que acredita que afetará a Instituição. Inspire 5 4,1 -

Q17. Ele nos mostra como seus interesses podem ser realizados através de uma visão comum. Inspire 4 4,0

Q08. Ele desafia as pessoas a tentarem abordagens inovadoras em seus trabalhos. Questione 5 4,0 -

Q24. Ele nos dá liberdade e poder de escolha em relação a como realizamos nosso trabalho. Capacite 5 4,0 -

Q09. Ele ouve afetivamente os diversos pontos de vista. Capacite 4 4,0

MENOS FREQUENTE PRÁTICA GESTOR MGE +/-

Q10. Ele encoraja as pessoas enquanto trabalham em atividades e programas da Instituição. Anime 5 4,0 -

Q07. Ele descreve uma imagem desafiadora do que nós deveríamos ser capazes de atingir. Inspire 5 3,9 -

Q29. Ele nos dá oportunidades para que tenhamos responsabilidades de liderança. Capacite 4 3,8

Q16. Ele procura maneiras de obter feedback (retorno) acerca da influência de suas ações na produtividade das outras pessoas. Modele 4 3,8

Q03. Ele procura diferentes maneiras para desenvolver e desafiar as minhas competências e habilidades. Questione 3 3,8 +

Q18. Quando as coisas não acontecem como se espera, ele pergunta: "O que podemos aprender com essa experiência?". Questione 5 3,7 -

Q30. Ele assegura que as pessoas na Instituição sejam criativamente reconhecidas pelas suas contribuições. Anime 3 3,6 +

Q20. Ele reconhece publicamente as pessoas que demonstram compromisso com os valores da Execut.

Anime 4 3,6

Q05. Ele elogia as pessoas pelo trabalho bem-feito. Anime 2 3,6 +

Q19.Ele apoia as decisões que os gestores tomam por iniciativa própria na Instituição. Capacite 5 3,5 -

Fonte: Pesquisa direta (2013). Nota: MGE = Avaliação média das práticas de liderança pelos funcionários (média geral).

Page 74: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

73

Tabela 14 - Avaliação média das práticas de liderança pelos Empregados (MGE) e o gestor.

PRÁTICA 1 - MODELE GESTOR MGE +/-

Q01. Ele é um exemplo pessoal daquilo que espera das outras pessoas. 4 4,3

Q06. Ele gasta tempo e energia para assegurar que as pessoas estejam alinhadas aos princípios e padrões estabelecidos pela Instituição. 5 4,1 -

Q11. Ele cumpre as promessas e os compromissos que assume na Instituição. 5 4,4 -

Q16. Ele procura maneiras de obter feedback (retorno) acerca da influência de suas ações na produtividade das outras pessoas. 4 3,8

Q21. Ele constrói consenso em volta do conjunto de valores que foram estabelecidos para a Instituição. 4 4,1

Q26. Ele fala acerca dos valores e princípios que guiam as suas ações. 5 4,1 -

PRÁTICA 2 - INSPIRE GESTOR MGE +/-

Q02. Ele olha para o futuro e comunica acerca do que acredita que afetará a Instituição. 5 4,1 -

Q07. Ele descreve uma imagem desafiadora do que nós deveríamos ser capazes de atingir. 5 3,9 -

Q12. Ele compartilha conosco a visão acerca do quanto melhor a nossa Instituição pode ser no futuro. 5 4,2 -

Q17. Ele nos mostra como seus interesses podem ser realizados através de uma visão comum. 4 4,0

Q22. Ele fica contente e é positivo sobre as possibilidades do futuro. 5 4,6

Q27. Ele fala com convicção acerca dos importantes propósitos e do significado daquilo que estamos fazendo. 5 4,3 -

PRÁTICA 3 - QUESTIONE GESTOR MGE +/-

Q03. Ele procura diferentes maneiras para desenvolver e desafiar as minhas competências e habilidades. 3 3,8 +

Q08. Ele desafia as pessoas a tentarem abordagens inovadoras em seus trabalhos. 5 4,0 -

Q13. Ele se mantém atualizado em eventos e atividades que possam afetar a Instituição. 5 4,4 -

Q18. Quando as coisas não acontecem como se espera, ele pergunta: "O que podemos aprender com essa experiência?". 5 3,7 -

Q23. Ele assegura que estabeleçamos objetivos e façamos planos específicos para os projetos que iniciamos. 4 4,2

Q28. Ele toma iniciativa para vencer obstáculos sempre quando os resultados são incertos. 5 4,3 -

PRÁTICA 4 - CAPACITE GESTOR MGE +/-

Q04. Ele incentiva relações de cooperação em vez de competição entre as pessoas da Instituição. 5 4,1 -

Q09. Ele ouve afetivamente os diversos pontos de vista. 4 4,0

Q14. Ele trata as pessoas com dignidade e respeito. 5 5,0

Q19.Ele apoia as decisões que os gestores tomam por iniciativa própria na Instituição. 5 3,5 -

Q24. Ele nos dá liberdade e poder de escolha em relação a como realizamos nosso trabalho. 5 4,0 -

Q29. Ele nos dá oportunidades para que tenhamos responsabilidades de liderança. 4 3,8

PRÁTICA 5 - ANIME GESTOR MGE +/-

Q05. Ele elogia as pessoas pelo trabalho bem-feito. 2 3,6 +

Q10. Ele encoraja as pessoas enquanto trabalham em atividades e programas da Instituição. 5 4,0 -

Q15. Ele apoia as pessoas na Instituição e exprime apreciação pelas nossas contribuições. 5 4,1 -

Q20. Ele reconhece publicamente as pessoas que demonstram compromisso com os valores da Execut. 4 3,6

Q25. Ele procura maneiras de celebrarmos sucessos alcançados. 5 4,2 -

Q30. Ele assegura que as pessoas na Instituição sejam criativamente reconhecidas pelas suas contribuições. 3 3,6 +

MGE: Avaliação média das práticas de liderança pelos funcionários (média geral) Fonte: Pesquisa direta (2013).

Page 75: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

74

Quando a coluna +/- aparece em branco em uma dada linha, isso indica um

grau razoável de concordância entre a pontuação do GESTOR e a média geral dos

empregados (MGE). A escala da resposta varia entre 1-Nunca até 5-

Frequentemente. Observa-se que em apenas 03 questões a heteroavaliação dos

empregados foi mais alta que a autoavaliação do gestor, em 10, a heteroavaliação e

a autoavaliação foram próximas e, em 17, a heteroavaliação foi menor que a

autoavaliação.

Observa-se na Tabela 14, uma concordância quanto às Práticas de Liderança

entre o Gestor (autoavaliação) e os Empregados (heteroavaliação), em exatamente

33% (10/30) das questões. Uma maior avaliação dada pelo Gestor (autoavaliação)

ocorreu para 57% (17/30) das questões e, apenas, 10% (3/30) das questões foram

mais pontuadas pelos empregados (heteroavaliação).

4.5 VERIFICAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE VARIABILIDADE ENTRE A VISÃO DOS

EMPREGADOS EM RELAÇÃO AS PRÁTICAS DE LIDERANÇA DO GESTOR

CONSIDERANDO-SE AS VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS

4.5.1 Variabilidade das práticas de liderança versus gênero

Em relação ao gênero dos pesquisados, há um predomínio do sexo feminino

representando 67% (37/55) do total de pesquisados, contra 33% (18/55) do gênero

masculino (Gráfico 03). A partir da aplicação do Teste Binomial, observou-se uma

diferença, estatisticamente, significativa entre os sexos dos pesquisados, resultando

significância p-valor=0,014 < 0,05 (nível de significância adotado), sendo as

mulheres maioria na empresa.

Esse resultado diverge do padrão de referência do setor, que segundo

Fernandes (2011), por muitos anos priorizou a contratação de corretores homens de

meia idade. Por outro lado, grandes empresas vêm democratizando o segmento

investindo na diversificação da sua força de trabalho, contratando homens,

mulheres, jovens, velhos, altos, baixos, bonitos, feios, o que importa são as

competências para a venda. Na visão de Fernandes (2011, p. 12) “as mulheres,

talvez por terem mais paciência e delicadeza com os clientes, têm levado vantagem

em relação aos homens”, e com muita frequência vêm encabeçando as listas de

campeões de vendas nas imobiliárias.

Page 76: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

75

Gráfico 03 - Gênero dos funcionários da Imobiliária Execut.

Fonte: Pesquisa direta (2013).

Conforme os resultados da Tabela 15, o teste t aplicado para comparação das

médias de pontuação, segundo o gênero dos funcionários, não apresentou diferença

significativa em cada uma das pontuações médias das cinco Práticas de Liderança,

ou seja, p-valor > =0,05 (nível de significância do teste).

Tabela 15 - Pontuação média das Práticas de Liderança segundo o Gênero dos

empregados.

Práticas de Feminino Masculino Significância(a)

Liderança (n=37) (n=18) p-valor

1- MODELE+ 4,0 4,3 0,210 ns

2- INSPIRE+ 4,1 4,4 0,109 ns

3- QUESTIONE+ 4,0 4,3 0,103 ns

4 – CAPACITE+ 3,9 4,3 0,080 ns

5- ANIME+ 3,7 4,2 0,075 ns

Fonte: Pesquisa direta (2013)

Nota: (a)Teste t para comparação de duas amostras independentes, p-valor > 0,05

(ns: não significativo). (+)Teste de Levene para igualdade de variâncias, p-valor >

0,05 (não significativo, igualdade aceita).

Page 77: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

76

4.5.2 Variabilidade das práticas de liderança versus função

Conforme a Tabela 16 a seguir, a função exercida pelos pesquisados é

praticamente dividida igualmente entre as duas funções, sendo 50,9% (28/55) de

Corretores de Imóveis e 49,1% (27/55) na Administração. Em relação ao gênero, há

um maior percentual de mulheres exercendo a função de corretor de imóveis, 67,9%

(19/37) e, havendo um maior percentual de mulheres exercendo função

administrativa, 66,7 % (18/37).

Tabela 16 - Função exercida pelos funcionários pesquisados da Execut segundo o gênero (n = 55).

Gênero

Função na EXECUT Total Feminino Masculino

n % n % n %

Corretor de Imóveis 28 50,9 19 67,9 9 32,1

Administração 27 49,1 18 66,7 9 33,3

Total 55 100 37 67,3 18 32,7

Fonte: Dados da pesquisa (2013).

Entretanto, o teste de Qui-quadrado aplicado (Tabela de contingência 2 x 2)

usado para verificar a associação da função exercida, segundo o gênero dos

pesquisados, não apresentou resultados significativos, fornecendo estatística 2 =

0,009 com graus de liberdade (g.l.) = 1 e significância p-valor = 0,925 > =0,05 (nível

de significância do teste).

Tabela 17 - Função exercida pelos funcionários pesquisados da Execut segundo o Tempo de função (n = 55).

Função que exerce

Função na EXECUT Total Corretor de Imóveis Administração

n % n % n %

01 a 05 anos 35 63,6 17 60,7 18 66,7

06 a 10 anos 11 20,0 7 25,0 4 14,8

11 anos ou mais 9 16,4 4 14,3 5 18,5

Total 55 100 28 100 27 100

Fonte: Pesquisa direta (2013).

Page 78: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

77

De acordo com a Tabela 17, o tempo de função exercida pelos pesquisados

predomina de 01 a 05 anos, representando 63,6% (35) dos funcionários, seguido de

06 a 10 anos representado por 20,0% (11/55) e totalizando 83,6% (46/55) com

tempo máximo de exercício na função de até 10 anos. O teste de Qui-quadrado

aplicado (Tabela de contingência 5 x 2) para verificar a associação do Tempo de

função versus a função exercida dos pesquisados não apresentou resultados

significativos, fornecendo estatística 2 = 0,949 com gruas de liberdade (g.l.) = 4 e

significância p-valor = 0,625 > =0,05 (nível de significância do teste).

Tabela 18 - Pontuação média das práticas de liderança segundo a função dos empregados.

Práticas de Corretor Administrativo Significância(a)

Liderança (n=37) (n=18) p-valor

1- MODELEb 4,4 3,8 0,002*

2- INSPIREb 4,5 3,9 0,001*

3- QUESTIONEb 4,3 3,8 0,006*

4 – CAPACITEb

4,3 3,8 0,006*

5- ANIMEb 4,3 3,4 0,000*

Fonte: Pesquisa direta (2013). Nota: (a) Teste t para comparação de duas amostras independentes, p-valor < 0,05 (result. significativo). (b) Teste de Levene para igualdade de variâncias, p-valor < 0,05 (signific., igualdade de variâncias, rejeitada).

Conforme os resultados da Tabela 18, o teste t aplicado para comparação das

médias de pontuação, segundo a função dos empregados, apresentou diferença

estatisticamente significante entre as pontuações médias para todas as cinco

Práticas de Liderança, ou seja p-valor < =0,05 (nível de significância do teste).

4.5.3 Variabilidade das práticas de liderança versus tempo de função

A Tabela 19 mostra a distribuição do tempo de serviço dos funcionários

segundo gênero. Observa-se que, independentemente do gênero, o tempo de

função dos funcionários pesquisados predomina de 01 a 05 anos perfazendo 63,6%

(35/55) do total de profissionais, seguido de 20,0% (11/55) dos funcionários com um

tempo de 06 a 10 anos, totalizando 83,6% (46/55) de todos os funcionários. Sendo

Page 79: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

78

que, existe um maior percentual de mulheres nos dois períodos de tempo 67,6% e

21,6%, respectivamente, contra 55,6% e 16,7% dos homens.

Tabela 19 - Distribuição do tempo de serviço dos funcionários segundo gênero.

Gênero dos funcionários

Tempo na Organização Total Feminino Masculino

n % n % n %

01 a 05 anos 35 63,6 25 67,6 10 55,6

06 a 10 anos 11 20,0 8 21,6 3 16,7

11 a 15 anos 5 9,1 2 5,4 3 16,7

16 a 20 anos 2 3,6 1 2,7 1 5,6

Mais de 20 anos 2 3,6 1 2,7 1 5,6

Total 55 100 37 100 18 100

Fonte: Dados da pesquisa (2013).

Entretanto, o teste de Qui-quadrado (Tabela de contingência 5 x 2) aplicado

para verificar a associação do tempo de serviço segundo o gênero dos pesquisados

não apresentou resultados significativos, fornecendo estatística 2 = 2,654 com

graus de liberdade (g.l.) = 4 e significância p-valor = 0,617 > =0,05 (nível de

significância do teste).

Tabela 20 - Pontuação média das Práticas de Liderança segundo o tempo de função dos Empregados.

Práticas de 01 a 05 anos 06 a 10 anos 11 anos ou + Significância(a)

Liderança (n=35) (n=11) (n=9) p-valor

1- MODELEb 4,2 4,2 3,9 0,600 ns

2- INSPIRE 4,3 4,0 4,0 0,277 ns

3- QUESTIONEb 4,1 3,9 3,9 0,583 ns

4 - CAPACITEb 4,1 4,0 3,9 0,775 ns

5- ANIMEb

3,9 3,7 3,8 0,880 ns

Fonte: Pesquisa direta (2013).

Nota: (a)Teste paramético – Análise de Variância (ANOVA), comparação de três ou

mais amostras independentes, resultados: p-valor > 0,05 (ns: não significativo). (b)

Teste de Levene para igualdade de variâncias, p-valor > 0,05 (não signif., igualdade

aceita).

Page 80: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

79

Conforme os resultados da tabela 20, a análise de variância (ANOVA) de uma

classificação aplicada para comparação das médias de pontuação segundo o tempo

de função dos empregados, não apresentou diferença significativa em cada uma das

pontuações médias das cinco Práticas de Liderança, ou seja, p-valor > =0,05 (nível

de significância do teste).

Page 81: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

80

5. CONCLUSÕES

O objetivo geral dessa pesquisa foi investigar as práticas de liderança de um

gestor imobiliário. A empresa participante deste estudo foi à imobiliária Execut,

localizada na cidade de João Pessoa, atuante no mercado Paraibano há 25 anos. A

empresa é dirigida pelo seu diretor fundador Gilvandro de Almeida Ferreira Guedes,

tendo suas práticas de liderança sido investigadas, bem como a percepção dos seus

empregados sobre estas. O modelo proposto nessa investigação, dos autores

Kouzes e Posner (2013), definem as regras para as cinco práticas de liderança

exemplar: (1) os líderes modelam o estilo que devem ser seguidos pela sua equipe,

esclarecendo os valores comuns, sendo o exemplo a ser seguido; (2) inspiram uma

visão comum, imaginando um futuro brilhante, envolvendo as pessoas para

compartilharem da mesma visão; (3) questionam o processo em busca de soluções

e idéias inovadoras, aprendendo com a experiência; (4) capacitam os outros para a

ação fortalecendo as pessoas, os relacionamentos e as competências; (5) animam

os corações comemorando as vitórias e reconhecendo as contribuições individuais.

Foram pesquisados 01 gestor e 55 empregados. O perfil sociodemográfico

dos empregados é assim apresentado: quanto ao gênero, observou-se que a

maioria, ou seja, 67% são do gênero feminino e o restante, 33% são do gênero

masculino. Sendo que 50,9% exercem a função de corretores de imóveis e 49,1%

são do setor administrativo e de apoio. No tocante ao tempo de trabalho, 63,3%

trabalha entre 01 a 05 anos na empresa, 20,0% entre 06 a 10 anos e 16,4% 11 anos

ou mais.

De acordo com a análise realizada em relação as práticas de liderança do

gestor, identificou-se através da autoavaliação que ele aparece alinhado em 63,3%

das cinco práticas de liderança exemplar dos autores Kouzes e Posner (2013) ao

declarar que frequentemente as pratica. Sendo a prática “inspire uma visão comum”

a que teve o maior número de conformidade, em seguida as práticas “questione o

processo” e “capacite os outros para a ação” e por último “modele o caminho” e

“anime os corações”.

A análise da heteroavaliação, proveniente da percepção dos empregados,

referente as práticas de liderança do gestor, indicou a prática “inspire uma visão

comum” como a melhor avaliada, em seguida “modele o estilo”, “questione o

processo”, “capacite os outros para ação” empatadas e, por último, “anime os

Page 82: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

81

corações”. Esses resultados são semelhantes aos encontrados na autoavaliação.

Contudo, no geral, as médias da autoavaliação foram um pouco maior que as da

heteroavaliação, sendo esta uma tendência para esse tipo de investigação segundo

os estudos de Kouzes e Posner (2013).

Observou-se também, uma concordância quanto às práticas de liderança

entre o gestor (autoavaliação) e os empregados (heteroavaliação), em exatamente

33% das questões. Uma maior avaliação dada pelo Gestor (autoavaliação) ocorreu

para 57% das questões e, apenas, 10% das questões foram mais pontuadas pelos

empregados (heteroavaliação).

Os testes de significância e análise de variancia realizados para detectar a

existência de variabilidade entre a visão dos empregados em relação as práticas de

liderança do gestor, segundo as variáveis sóciodemográficas gênero e tempo na

organização, não apresentaram diferença significativa. Entretanto, em relação a

função dos empregados, foi encontrada uma diferença estatisticamente significante

entre as pontuações médias para todas as cinco práticas de liderança, revelando

que os corretores de imóveis avaliaram melhor o gestor que os do setor

administrativo e de apoio.

Este estudo contribui para a ampliação do entendimento da temática da

liderança, que apesar de muito falada, tem sido pouco compreendida, e alguns mitos

ao seu respeito têm surgido. Por isso, a importância de se esclarecer os seus

conceitos. O aprendizado da liderança por parte de um gestor provoca uma

transformação profunda em seus valores e crenças pessoais, beneficiando a sua

interação com os outros e consigo mesmo. Ela estimula comportamentos mais justos

e humanos, ao considerar os impactos de suas decisões, tanto para a empresa

quanto para os membros de sua equipe. Além disso, aproxima as pessoas,

aumentando a motivação e o comprometimento delas, facilitando o trabalho em

equipe.

A prática de liderança melhor avaliada nesse estudo, tanto na autoavaliação

do gestor quanto na heteroavaliação dos empregados foi, “inspire uma visão

comum”. Esse resultado sugere que o gestor pesquisado tem pensado no amanhã e

deixado claro a sua visão para o futuro da empresa.

Para futuras pesquisas, sugere-se investigar as variáveis que influenciaram

nas diferentes percepções sobre a liderança do gestor apresentada pelos dois

grupos de empregados, na medida que os corretores de imóveis avaliaram melhor o

Page 83: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

82

gestor do que os do setor administrativo e de apoio. Essas variáveis podem estar

presentes no vínculo de trabalho que esses profissionais têm com a empresa, tendo

em vista que os corretores são parceiros autônomos e os do setor administrativo e

de apoio contratados formalmente.

Page 84: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

83

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SINDUSCOMJP. Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa.

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Page 89: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

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VERGARA, S. C. Gestão de Pessoas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006. VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. São Paulo: Atlas, 2004. VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006. VIANA, W. B. ; CUNHA, C. J. C. A. ; LIMBERGER, S. J. ; DE RÉ, C. A. T.. A liderança em tecnologia da informação (TI): aproximação ao paradigma funcional. Em: V Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia (SEGET), 2007, Rezende. Anais... do V Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2007. VROOM, V. H.; YETTON, P. W. Leadership and decision-making. University of Pittsburgh Pre, 1973.

Page 90: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

89

APÊNDICE

Questionário A: Perfil Sociodemográfico

Não é necessário se identificar, porém, os dados abaixo são importantes para

a realização desta pesquisa.

1. GÊNERO

( ) Masculino ( ) Feminino

2. TEMPO NA ORGANIZAÇÃO

( ) 1 a 5 anos

( ) 6 a 10 anos

( ) 11 a 15 anos

( ) 16 a 20 anos

( ) Mais de 20 anos

3. FUNÇÃO

( ) CORRETOR DE IMÓVEIS

( ) SETOR ADMINISTRATIVO E/OU DE APOIO

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90

ANEXO A

Questionário B: Inventário das Práticas de Liderança

Heteroavaliação

Logo a seguir você encontrará 30 (trinta) afirmativas descrevendo várias

práticas de liderança. Por favor, leia cada uma cuidadosamente. Então, veja a

escala de pontuação abaixo e decida qual a frequência do comportamento do

avaliado (Gilvandro Guedes) para cada questão e marque um (X) na alternativa

correspondente. A escala a ser utilizada é a seguinte:

1 – Nunca 2 – Ocasionalmente 3 – Algumas vezes 4 – Muitas Vezes

5 – Frequentemente

Responda como ele tipicamente se comporta no dia a dia, nos projetos e com as

pessoas. Para cada afirmativa, escolha um número correspondente dentro da escala

apresentada.

AFIRMATIVAS 1 2 3 4 5

1 – Ele é um exemplo pessoal daquilo que espera das outras

pessoas.

2 – Ele olha para o futuro e comunica acerca do que acredita

que afetará a Instituição.

3 – Ele procura diferentes maneiras para desenvolver e

desafiar as minhas competências e habilidades.

4 – Ele incentiva relações de cooperação em vez de

competição entre as pessoas da Instituição.

5 – Ele elogia as pessoas pelo trabalho bem-feito.

6 – Ele gasta tempo e energia para assegurar que as pessoas

estejam alinhadas aos princípios e padrões estabelecidos pela

Instituição.

7 – Ele descreve uma imagem desafiadora do que nós

deveríamos ser capazes de atingir.

8 – Ele desafia as pessoas a tentarem abordagens inovadoras

Page 92: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

91

em seus trabalhos.

9 – Ele ouve afetivamente os diversos pontos de vista.

10 – Ele encoraja as pessoas enquanto trabalham em

atividades e programas da Instituição.

11 – Ele cumpre as promessas e os compromissos que

assume na Instituição.

12 – Ele compartilha conosco a visão acerca do quanto

melhor a nossa Instituição pode ser no futuro.

13 – Ele se mantém atualizado em eventos e atividades que

possam afetar a Instituição.

14 – Ele trata as pessoas com dignidade e respeito.

15 – Ele apoia as pessoas na Instituição e exprime apreciação

pelas nossas contribuições.

16 – Ele procura maneiras de obter feedback (retorno) acerca

da influência de suas ações na produtividade das outras

pessoas.

17 – Ele nos mostra como seus interesses podem ser

realizados através de uma visão comum.

18 – Quando as coisas não acontecem como se espera, ele

pergunta: “O que podemos aprender com essa experiência?”.

19 – Ele apoia as decisões que os gestores tomam por

iniciativa própria na Instituição.

20 – Ele reconhece publicamente as pessoas que

demonstram compromisso com os valores da Execut.

21 – Ele constrói consenso em volta do conjunto de valores

que foram estabelecidos para a Instituição.

22 – Ele fica contente e é positivo sobre as possibilidades do

futuro.

23 – Ele assegura que estabeleçamos objetivos e façamos

planos específicos para os projetos que iniciamos.

24 – Ele nos dá liberdade e poder de escolha em relação a

como realizamos nosso trabalho.

25 – Ele procura maneiras de celebrarmos sucessos

Page 93: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

92

alcançados.

26 – Ele fala acerca dos valores e princípios que guiam as

suas ações.

27 – Ele fala com convicção acerca dos importantes

propósitos e do significado daquilo que estamos fazendo.

28 – Ele toma iniciativa para vencer obstáculos sempre

quando os resultados são incertos.

29 – Ele nos dá oportunidades para que tenhamos

responsabilidades de liderança.

30 – Ele assegura que as pessoas na Instituição sejam

criativamente reconhecidas pelas suas contribuições.

Page 94: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

93

ANEXO B

Questionário C: Inventário das Práticas de Liderança

Autoavaliação

Logo abaixo você encontrará 30 (trinta) afirmativas descrevendo várias

práticas de liderança. Por favor, leia cada uma cuidadosamente. Então, veja a

escala de pontuação e decida com que frequência você apresenta cada um dos

comportamentos. A escala a ser utilizada é a seguinte:

1 – Nunca 2 – Ocasionalmente 3 – Algumas vezes 4 – Muitas Vezes

5 – Frequentemente

Responda como você tipicamente se comporta no dia a dia, nos projetos e

com as pessoas. Para cada afirmativa, escolha um número correspondente dentro

da escala apresentada e marque um (X) à direita da afirmativa.

AFIRMATIVAS 1 2 3 4 5

1 – Eu sou um exemplo pessoal daquilo que espero das

outras pessoas.

2 – Eu olho para o futuro e comunico acerca do que acredito

que vai afetar a Instituição.

3 – Eu procuro diferentes maneiras para desenvolver e

desafiar as competências e habilidades dos funcionários e

colaboradores da instituição.

4 – Eu incentivo relações de cooperação em vez de

competição entre as pessoas da Instituição.

5 – Eu elogio as pessoas pelo trabalho bem-feito que

executam.

6 – Eu gasto tempo e energia para assegurar que as pessoas

estejam alinhadas aos princípios e padrões estabelecidos pela

Instituição.

7 – Eu descrevo uma imagem desafiadora do que as pessoas

devem ser capazes de atingir.

Page 95: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

94

8 – Eu desafio as pessoas a tentarem abordagens inovadoras

em seus trabalhos.

9 – Eu ouço afetivamente os diversos pontos de vista.

10 – Eu encorajo as pessoas enquanto trabalham em

atividades e programas da Instituição.

11 – Eu cumpro as promessas e os compromissos que

assumo na Instituição.

12 – Eu compartilho com as pessoas a visão acerca do quanto

melhor a Instituição pode ser no futuro.

13 – Eu me mantenho atualizado em eventos e atividades que

possam afetar a Instituição.

14 – Eu trato as pessoas com dignidade e respeito.

15 – Eu apoio as pessoas na Instituição e exprimo apreciação

pelas suas contribuições.

16 – Eu procuro maneiras de obter feedback (retorno) acerca

da influência das minhas ações na produtividade das outras

pessoas.

17 – Eu mostro como meus interesses podem ser realizados

através de uma visão comum.

18 – Quando as coisas não acontecem como se espera, eu

pergunto: “O que podemos aprender com essa experiência?”.

19 – Eu apoio as decisões que os gestores tomam por

iniciativa própria.

20 – Eu reconheço publicamente as pessoas que demonstram

compromisso com os valores da Execut.

21 – Eu construo consenso em volta do conjunto de valores

que foram estabelecidos para a Instituição.

22 – Eu fico contente e sou positivo sobre as possibilidades do

futuro.

23 – Eu asseguro que as pessoas estabeleçam objetivos e

façam planos específicos para os projetos que iniciaram.

24 – Eu dou liberdade e poder de escolha em relação a como

as pessoas realizam seu trabalho.

Page 96: Práticas de Liderança na Gestão Imobiliária

95

25 – Eu procuro maneiras das pessoas celebrarem sucessos

alcançados.

26 – Eu falo acerca dos valores e princípios que guiam as

minhas ações.

27 – Eu falo com convicção acerca dos importantes propósitos

e do significado daquilo que as pessoas estão fazendo.

28 – Eu tomo iniciativa para vencer obstáculos sempre

quando os resultados são incertos.

29 – Eu dou oportunidades para que as pessoas tenham

responsabilidades de liderança.

30 – Eu asseguro que as pessoas na Instituição sejam

criativamente reconhecidas pelas suas contribuições.

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96

ANEXO C

Autorização da Execut para a pesquisa