prÁtica previdenciÁria -...
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1 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
Aula 3: Peticionamento na vida administrativa ............................................................................ 2
Introdução ........................................................................................................................2
Conteúdo ................................................................................................................................ 3
Considerações finais sobre a atuação na via administrativa ....................................3
Revisão do benefício ......................................................................................................5
Peticionamento na via administrativa .........................................................................5
Atuação judicial ..............................................................................................................7
Acidente de trabalho e a competência da justiça comum estadual ........................8
Ritos, procedimentos processuais e valor da causa ................................................10
Questões relativas à fixação de valor ........................................................................11
Apreciação e valoração da prova na via judicial ......................................................13
Atuação nos Juizados Especiais Federais – JEFs .....................................................14
Atuação recursal ..........................................................................................................15
A jurisprudência do STF ..............................................................................................18
Execução nas ações previdenciárias: obrigações de fazer e pagar .......................19
Atividade proposta .......................................................................................................20
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 20
Aula 3 ..................................................................................................................................... 20
Exercícios de fixação ...................................................................................................20
2 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
Introdução
Nesta aula, encerraremos a abordagem da atuação na via administrativa com
um breve roteiro de peticionamento perante o INSS. A seguir, dar-se-á início ao
estudo da atuação judicial no direito previdenciário.
Objetivo:
1. Empregar as petições com precisão e efetividade nas vias administrativa e
judicial, dominando as ferramentas processuais.
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Conteúdo
Considerações finais sobre a atuação na via administrativa
Na atuação administrativa, a maioria dos casos não demanda uma petição
inicial de requerimento administrativo, bastando deduzir o pedido mediante o
preenchimento de formulários padronizados que constam dos sistemas
corporativos do INSS e apresentar a documentação exigida para a espécie de
prestação ou serviço.
No caso de requerimento de benefícios previdenciários ou assistenciais, o foco
da atuação do representante legal do cidadão segurado é a produção da prova,
apta a trazer para a Administração a verdade real. Deve-se atentar
principalmente para o preenchimento dos requisitos legais da qualidade de
segurado e carência, fazendo prévia simulação da contagem de tempo de
serviço e/ou contribuição para verificar se todos os vínculos empregatícios e
períodos de trabalho como autônomo, avulso ou segurado especial foram
considerados.
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Outro aspecto importante para a conferência é a relação dos salários-de-
contribuição (SC) utilizados para cálculo do salário-de-benefício (SB) e Renda
Mensal Inicial (RMI) do benefício. É essencial que se faça o batimento dos
salários lançados nos sistemas corporativos com os efetivamente recebidos
mediante recibos do empregador e termo de rescisão dos contratos de
trabalho.
Um erro de cálculo pode acarretar grave prejuízo no valor da Renda Mensal
(RM) do benefício, demandando elaborar novo requerimento administrativo
para correção. Desse modo, a prévia conferência e simulação de contagem de
tempo e salários é medida essencial para evitar o retrabalho.
Revisão do benefício
Acerca da revisão do benefício, embora também haja formulários padronizados
para essa espécie de requerimento, trata-se de caso em que uma petição mais
elaborada é recomendável. Isto porque o benefício na forma como foi concedido
detém os atributos dos atos administrativos, que são a presunção de
legitimidade e veracidade, imperatividade e autoexecutoriedade.
Assim, o requerimento voltado à revisão da prestação deverá infirmar esses
atributos, demonstrando de forma cabal que houve erro na concessão, em geral
pelo não cômputo da totalidade do tempo de serviço e/ou contribuição, ou erro
no cálculo da Renda Mensal Inicial (RMI), por ausência de lançamento dos
salários-de-contribuição corretos ou aqueles efetivamente recebidos e não
declarados pelo empregador.
Uma petição bem elaborada demonstrando o erro da Administração e cotejando
com as provas documentais tem maior poder de persuasão, aumentando a
chance de êxito do requerimento. A seguir, algumas orientações para o melhor
peticionamento junto à Administração.
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Peticionamento na via administrativa
É consenso que o peticionamento deve ser enxuto, preciso e com linguagem
simples, visando facilitar a interpretação da prova dos autos. O melhor
peticionamento deve seguir as seguintes orientações:
1. Direcionamento: a petição deve ser dirigida à maior autoridade do órgão em
que tramita ou irá tramitar o processo administrativo, no caso a Gerência
Executiva (GEX) ou Agência da Previdência Social (APS), cuja autoridade máxima
é o Gerente Executivo ou Gerente de APS. Assim, o requerimento deve ser
dirigido “Ao Ilmo. Sr. Gerente Executivo do INSS – Gerência Executiva de
-UF” ou “Ao Ilmo. Sr. Gerente da Agência da Previdência Social de -
UF”.
2. Qualificação do segurado ou beneficiário.
3. Descrição dos fatos, do objeto do pedido e outros dados pertinentes.
4. Eventual fundamentação jurídica, se necessário. Via de regra, somente
questões que possam gerar controvérsia devem ser objeto de fundamentação
técnico-jurídica. O requerimento deve primar pela simplicidade. Tratando-se de
subsunção simples dos fatos às normas não é necessário, na via administrativa,
a exposição das leis ou atos que fundamentam o pedido. O INSS já detém
formulários que, necessariamente, vão instruir os autos com menção às normas
aplicáveis.
5. No caso de contagem de tempo de contribuição ou serviço, é importante
transcrever cronologicamente os vínculos e tempos de contribuição ou serviço
que se pretende computar para fins de carência, e a simulação da contagem do
tempo, para que fique claro o que se pretende.
6. Recomenda-se apresentar uma simulação de cálculo da Renda Mensal Inicial
(RMI), especialmente quando houver múltiplos vínculos no Período Básico de
Cálculo (PBC), a fim de minorar a chance de erro de cálculo.
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7. Por fim, deduzir o pedido, que pode ser a concessão de benefício, serviço ou
revisão de benefício.
Atuação judicial
Competência para processamento das ações
A primeira questão prática a ser enfrentada no caso de judicialização da relação
jurídica previdenciária é a definição do juízo competente para processar e julgar
a ação. Como se sabe, trata-se de questão de ordem pública geradora de
nulidade absoluta dos atos decisórios do processo. A maioria das ações
previdenciárias tramita nos Juizados Especiais Federais ou em varas federais no
rito ordinário, é a regra geral. Excetuam-se as ações derivadas de acidente de
trabalho, chamadas de ações acidentárias, de competência da Justiça Estadual.
No caso dos benefícios por incapacidade, que representam a maioria das ações
em trâmite, a definição da competência se dá pelo fato gerador do direito ao
benefício, que é a ocorrência ou não de acidente de trabalho ou doença
profissional geradora de incapacidade ou redução de capacidade laborativa nos
termos da Lei 8.213/91.
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Acidente de trabalho e a competência da justiça comum estadual
Para que se fixe a competência da Justiça Comum Estadual nos termos da
Constituição Federal, é imprescindível que tenha ocorrido o acidente de
trabalho. O sinistro é a causa de pedir do benefício que se está requerendo
administrativa ou judicialmente. E no caso dos pedidos revisionais ou que
busquem um benefício derivado – em geral pensão por morte derivada de
aposentadoria por invalidez acidentária –, o acidente é a causa de pedir remota,
o fundamento jurídico que acarreta o deslocamento da competência.
Infelizmente a dispersão jurisprudencial que prejudica a segurança jurídica no
país tem ocasionado mais distorções na definição da competência no direito
previdenciário. É que vários Juizados Especiais Federais não estão aplicando a
jurisprudência do STJ e STF e estão processando ações acidentárias,
especialmente as revisionais de benefícios acidentários.
Muitas dessas decisões vêm sendo mantidas nas Turmas Recursais, e como não
é possível interpor recurso sobre matéria processual para a Turma Nacional de
Uniformização dos JEFs – TNU, fato é que vem sendo descumprida a
competência absoluta da Justiça Estadual para processar e julgar as demandas
decorrentes de ações acidentárias.
Dispositivo da Constituição Federal
Vejamos o dispositivo da Constituição Federal:
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes,
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
(...)
§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio
dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de
8 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do
juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras
causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
Conclui-se que são três as hipóteses de competência para processamento de
ações que visam à concessão ou à revisão de benefício previdenciário:
1) Competência originária da Justiça Federal para processar e julgar ações de
natureza previdenciária em sentido estrito, com recurso dirigido aos Tribunais
Regionais Federais e Turmas Recursais dos JEFs;
2) Competência delegada à Justiça Estadual para processar e julgar ações de
natureza previdenciária em sentido estrito quando não houver vara federal no
domicílio do segurado ou beneficiário, com recurso dirigido aos Tribunais
Regionais Federais;
3) Competência originária da Justiça Estadual para processar e julgar ações de
natureza acidentária (decorrentes de acidentes de trabalho), com recurso
dirigido aos Tribunais de Justiça dos Estados.
Observa-se a distinção terminológica utilizada na praxe forense. Costuma-se
distinguir as ações ditas “previdenciárias” em sentido estrito das ações
“acidentárias”. São “previdenciárias” em sentido estrito as ações que não se
originam de um acidente de trabalho ou doença profissional, cuja definição
técnica está na Lei nº 8.213/91. São “acidentárias” as ações que derivam de
um acidente de trabalho, conforme já se expôs.
Interessante observar que a jurisprudência anterior do STJ entendia que a
concessão do benefício acidentário era de competência da Justiça Estadual, e,
no caso de revisão desse benefício, a competência seria da Justiça Federal,
com o fundamento de que, após a concessão, a prestação entraria na mesma
sistemática do benefício previdenciário não acidentário.
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Por esse precedente, o benefício acidentário, depois de concedido, entraria na
vala comum dos benefícios não acidentários. Segue decisão do STJ de 1992
nessa linha:
Processo: CC 3363 RJ 1992/0019388-9. Relator(a):
Ministro Assis Toledo. Julgamento: 17/09/1992.
Órgão Julgador: S3 - Terceira Seção. Publicação: DJ
05.10.1992 p. 17.064. PROCESSUAL CIVIL.
COMPETÊNCIA. REAJUSTE DE BENEFÍCIO
ACIDENTÁRIO. TEM NATUREZA PREVIDENCIÁRIA A
AÇÃO QUE, SEM PRETENDER QUALQUER EXAME DE
MATÉRIA RELACIONADA À LEGISLAÇÃO
ACIDENTÁRIA, PEDE APENAS A REVISÃO DE
CÁLCULO DE BENEFICIO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
FEDERAL.
Posteriormente, o STF decidiu que, em relação à revisão de benefício
acidentário, a competência também seria da Justiça Comum Estadual
(conforme acórdãos anexados no APRENDA MAIS). Assim, no entender do
STF, tanto revisão quanto 3 concessão de benefício acidentário seriam de
competência da Justiça Comum Estadual, devendo o recurso ser dirigido ao
Tribunal de Justiça.
O que se verifica é que, em relação à concessão de benefício acidentário,
nunca houve divergência entre o STJ e o STF, pois sempre entenderam que a
competência é da Justiça Estadual. A divergência então existente era somente
na situação de revisão do benefício acidentário. Essa questão foi superada, de
modo que, atualmente, em razão da jurisprudência mais recente do STF e do
STJ, quando se tratar de concessão ou mesmo de revisão de benefício
acidentário, o recurso deve ser dirigido ao Tribunal de Justiça.
Por fim, cabe salientar que o STJ pacificou o entendimento de que, para o
controle de competência dos Juizados Especiais Federais, é cabível Mandado de
Segurança no Tribunal Regional Federal, como se vê no acórdão do RMS
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37.959 – BA. A íntegra dessa decisão está no aprenda mais.
Para nosso estudo, importa conhecer a jurisprudência sobre o tema e ajuizar as
ações no juízo competente a fim de evitar nulidades e retardamento da ação.
Reiteramos a sugestão para conferir, na íntegra, as decisões do STJ e STF
sobre competência, no aprenda mais.
Ritos, procedimentos processuais e valor da causa
Vejamos as modalidades de ritos e sua compatibilidade com o ramo
previdenciário, considerando que alguns ritos processuais não são aplicáveis.
Comum Ordinário (CPC)
Maior amplitude probatória, atos mais rígidos, maior disponibilidade de
recursos, é o rito das ações previdenciárias com valor da causa superior a 60
(sessenta) salários mínimos ou que demandem prova complexa, julgada
incompatível com o rito dos JEFs. É o mais utilizado também nas ações
acidentárias que tramitam na Justiça Comum Estadual.
Comum Sumário (CPC)
Ideia de concentração de atos. Utilizado raramente, em geral nas ações
acidentárias que tramitam na Justiça Comum Estadual, cujo valor da causa não
exceda 60 (sessenta) salários mínimos. Há uma audiência de conciliação que,
frustrada, demandará nova audiência de instrução e julgamento. É comum os
juízes designarem audiência una, concentrando conciliação, instrução e
julgamento, sempre respeitando o prazo em dobro da fazenda pública.
Juizados Especiais Estaduais
Rito especial da Lei 9.099/95 para pequenas causas privadas. Incompatível com
as ações previdenciárias por conta da imposição constitucional do foro federal
para o INSS e as próprias disposições da lei que o rege.
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Juizados Especiais Federais
Lei 10.259/01. Rito mais flexível, mutável de acordo com a estrutura e
demanda local. É o rito mais utilizado para processamento de ações
previdenciárias atualmente. Caracteriza-se pelos princípios da oralidade,
informalidade, simplicidade, economia processual e celeridade, previstos na Lei
9.099/95 e aplicáveis aos JEFs por não haver conflito. Busca-se a concentração
dos atos em audiência, especialmente nas ações que demandam a colheita de
prova testemunhal. É comum e recomendável que a causa seja sentenciada em
audiência, especialmente nos casos de instrução para comprovação de labor
rural para aposentadorias e auxílios e relação de dependência para pensão por
morte.
Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios
Lei 12.153/2009. Inaplicável às ações previdenciárias por força das próprias
disposições normativas (Artigo 5º).
Questões relativas à fixação de valor
Questão prática importantíssima diz respeito à fixação do valor da causa para
definir o rito, especialmente a fim de delimitar a competência de Juizados
Especiais Federais e Varas Federais Comuns com tramitação pelo rito ordinário.
Sabe-se que, em razão do valor da causa, a competência do Juizado Especial
Federal se limita a 60 (sessenta) salários mínimos, nos termos do Artigo 3º,
caput, da Lei 10.259/01. Nesse ponto, a competência do Juizado Especial é
indiscutivelmente absoluta, por força do mesmo Artigo 3º, parágrafo 3º da lei.
Por sua vez, o valor da causa, em se tratando de pedido de prestação
previdenciária, compõe-se das parcelas vencidas mais 12 (doze) parcelas
vincendas.
Em relação às parcelas vencidas, admite-se a renúncia ao montante excedente
a 60 (sessenta) salários mínimos, desde que expressa. Normalmente, em casos
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de superação do teto do Juizado Especial Federal, o juiz já intima a parte para
manifestar ou não sua renúncia ao que sobejar ao teto (em caso de patrocínio
por advogado a renúncia exige poderes específicos na procuração), sob pena de
extinção do feito ou remessa a uma Vara da Justiça Federal Comum.
Veja o que diz o Artigo 3º, parágrafo 2º da Lei 10.259/01 e demais
características acerca da fixação de valor.
Artigo 3°, parágrafo 2°, da Lei nº 10.259/01
Ocorre que, em relação às 12 (doze) parcelas vincendas, vigora a
irrenunciabilidade, por força do Artigo 3º, parágrafo 2º, da Lei nº 10.259/01,
que dispõe:
Art. 3º (...) § 2º Quando a pretensão versar sobre
obrigações vincendas, para fins de competência do
Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá
exceder o valor referido no artigo 3º, caput.
A tese encontra ressonância também no Enunciado nº 17 do FONAJEF: “Não
cabe renúncia sobre parcelas vincendas para fins de fixação de competência nos
Juizados Especiais Federais.”.
Dessa forma, caso a mensalidade do benefício pretendido consistir em montante
que, multiplicado por 12 (doze), supere 60 (sessenta) salários-mínimos, ocorre a
incompetência absoluta do Juizado Especial Federal, devendo a causa ser
ajuizada pelo rito ordinário.
Com efeito, a hipótese se configurará quando a prestação pretendida ostentar
valor próximo ao teto dos benefícios da Previdência Social. A competência
absoluta comporta cognoscibilidade e reconhecimento de ofício pelo juízo em
qualquer tempo e grau de jurisdição.
É importante que fique claro que tentar manipular o valor da causa para deslocar
o rito aos JEFs ou às varas federais pode acarretar a imposição da pena de
litigância de má-fé. O profissional deve fixar o valor da causa nos termos do
Código de Processo Civil e da Lei nº 10.259/01, de modo que se expresse
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efetivamente o proveito econômico da parte, caso se sagre vencedora.
Apreciação e valoração da prova na via judicial
As espécies de provas admitidas e mais comuns no direito previdenciário, já
estudadas no âmbito do processo administrativo, são as mesmas que instruirão
as ações judiciais. A diferença do direito probatório nas vias administrativa e
judicial reside na inexistência de tarifação e de limitações para o juiz, ao
contrário do servidor administrativo, que deve necessariamente observar o
Decreto 3.048/99 e a IN n.º 77/2015.
Nessa linha, ao servidor administrativo só é permitido processar a Justificação
Administrativa se houver início de prova material – ressalvados os casos de
força maior – e desde que haja no mínimo três testemunhas.
A valoração da documentação também é mais limitada na via administrativa.
Por exemplo, o servidor do INSS só reconhecerá um longo lapso de tempo rural
se houver pelo menos três marcos documentais, do início, meio e fim do tempo
de serviço.
No âmbito judicial vige a livre apreciação e valoração das provas, agregada ao
livre convencimento motivado. O juiz detém ampla liberdade para apreciação
do acervo probatório. A título exemplificativo, o juiz pode reconhecer o exercício
de atividade rural somente com base em prova testemunhal e depoimento
pessoal do segurado, ato que não é lícito ao servidor do INSS.
É por essa razão que se deve tentar exaurir os meios de prova na via
administrativa, e se não houver suficiência, o caso se sujeitará à reserva de
jurisdição.
Atuação nos Juizados Especiais Federais – JEFs
A atuação nos JEFs é estratégica. Demanda-se habilidade para trabalhar num
rito flexível, mas limitado nos aspectos probatório e recursal. Nas ações que
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demandam comprovação de tempo de serviço e contribuição, ou relação de
dependência, a audiência é de fundamental importância e concentra a produção
da maioria das provas.
O trabalho de instrução na colheita dos depoimentos pessoais e de
testemunhas define o destino do processo. O rito vem sendo adaptado pelos
juízes para aumentar a velocidade de tramitação, de modo que aumenta a
responsabilidade das partes quanto ao aspecto qualitativo da prova.
Consequência disso é que tem se tornado comum em juizados especiais os
processos mal instruídos em grau recursal, em geral por conta do açodamento
na colheita de provas ocasionado pela obsessão da celeridade. Assim é que se
abreviam vistas necessárias de atos processuais importantes como laudos e
depoimentos que determinam o resultado da demanda, sacrificando o
contraditório.
Nesses casos, deve-se requerer o saneamento dos processos em grau recursal,
solicitando diligências e/ou providências não realizadas, como a abertura de
vista para manifestação sobre laudos periciais complementares, contas, etc.,
sempre que imprescindível à obtenção da justiça.
A necessidade de preparação para trabalhar em juizados especiais e turmas
recursais é muito subestimada, e esta percepção ajudou a evoluir a qualidade
da atuação. O rito é flexível, o que dá ao juiz muita liberdade na condução do
processo. Isto traz efeitos benéficos e maléficos, naturalmente.
Como o sistema é regido pelos princípios da oralidade, simplicidade,
informalidade, economia processual e celeridade, alguns operadores têm a
equivocada visão de que atuar nos juizados é fácil porque é simples. Essa visão
é distorcida, já que a maior liberdade do magistrado e a menor dilação
probatória reforçam a necessidade de inteligência e eficácia pelo operador.
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Atuação recursal
No rito ordinário, são cabíveis os recursos previstos no Código de Processo Civil.
A recorribilidade é ampla, viabilizando a insurgência desde as decisões
interlocutórias pela via dos agravos retido e de instrumento, passando pela
apelação, embargos de declaração e infringentes nos tribunais de segunda
instância, até os recursos de fundamentação vinculada dirigidos às cortes
superiores, que são o Recurso Extraordinário para o STF, o Recurso Especial
para o STJ, os respectivos agravos que visam destrancá-los quando inadmitidos
na origem, e os embargos de divergência.
Atenção maior merece o rito dos Juizados Especiais Federais.
Lei nº 10.259/01
Pela Lei n.º 10.259/01, contra decisões de primeira instância só é admitido
recurso de sentença definitiva, ressalvados os casos de deferimento de medidas
cautelares pelo juiz nos termos dos arts. 4º e 5º. Pela conjugação destes dois
artigos se extrai a hipótese de cabimento de recurso contra decisão
interlocutória, que algumas turmas admitem com a denominação de agravo de
instrumento. Como a Lei não utiliza esta nomenclatura, nada impede que seja
denominado como recurso contra medida cautelar. Entendemos que este
recurso é cabível contra decisão que deferir medida cautelar ou mesmo
antecipatória da tutela.
As decisões das turmas recursais desafiam Pedido de Uniformização de
Interpretação de Lei Federal – PEDILEF, também denominado Pedido de
Uniformização de Jurisprudência – PU, que deve ser dirigido à Turma Regional
de Uniformização dos JEFs quando se tratar de divergência entre turmas da
mesma região judiciária, ou para a Turma Nacional de Uniformização dos JEFs
– TNU quando se tratar de divergência entre turmas de regiões diferentes (Art.
14 da Lei n.º 10.259/01).
16 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
Anote-se que não é cabível Pedido de Uniformização de Jurisprudência em
matéria processual, o que torna as decisões das turmas recursais soberanas
quanto ao direito instrumental. Aqui reside um dos maiores desafios da atuação
recursal no sistema dos JEFs. É necessário conhecer e construir a jurisprudência
processual, em razão da inviabilidade de acesso à instância superior.
Outra questão de relevo é que não há previsão legal para decisões
monocráticas do relator que julguem o recurso no rito dos JEFs. A única
hipótese utilizada na praxe é a chamada decisão monocrática “referendada”,
que é uma decisão tecnicamente colegiada, pois passa pelo crivo da turma.
Após o julgamento pelas Turmas de Uniformização Regional ou Nacional, para
fazer subir a matéria para as cortes superiores somente é cabível a petição no
Incidente de Uniformização de Jurisprudência – IUJ para o STJ, conforme § 4º
do art. 14 da Lei 20.259/01, e o Recurso Extraordinário – RE para o STF.
É imperativa a interposição simultânea dos Pedidos de Uniformização Regional
e Nacional (Questão de Ordem n.º 32 da TNU). Após o julgamento do PEDILEF
Nacional, remanescendo divergência com julgado do STJ, deve se interpor a
petição no Incidente de Uniformização de Jurisprudência.
Controvérsia recente diz respeito à interposição simultânea de Pedido de
Uniformização de Lei Federal dirigido à TNU e de Recurso Extraordinário
endereçado ao STF. Oportuno recordar que o Recurso Extraordinário – RE em
face de decisões de Turmas Recursais possui o prazo de 15 (quinze) dias para
interposição. Por sua vez, o Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei
Federal conta com o prazo de 10 (dez) dias para interposição, contados da
intimação da decisão recorrida.
17 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
Após o julgamento pelas Turmas de Uniformização Regional ou Nacional, para
fazer subir a matéria às cortes superiores somente são cabíveis o Incidente de
Uniformização de Jurisprudência (IUJ) ao STJ e o Recurso Extraordinário (RE)
ao STF.
É imperativa a interposição simultânea dos Pedidos de Uniformização Regional
e Nacional (Questão de Ordem nº 32 da TNU). Após o julgamento do PEDILEF
Nacional, remanescendo divergência com julgado do STJ, deve-se interpor o
Incidente de Uniformização de Jurisprudência.
Controvérsia recente diz respeito à interposição simultânea de Pedido de
Uniformização de Lei Federal dirigido à TNU e de Recurso Extraordinário
endereçado ao STF. É oportuno recordar que o Recurso Extraordinário (RE), em
face de decisões de Turmas Recursais, possui o prazo de 15 (quinze) dias para
3 interposição. Por sua vez, o Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei
Federal conta com o prazo de 10 (dez) dias para interposição, contados da
intimação da decisão recorrida.
A jurisprudência do STF
A jurisprudência do STF entendia pela necessidade de se efetuar a interposição
concomitante dos recursos, de forma a evitar a inadmissibilidade do Recurso
Extraordinário por intempestividade ou preclusão.
Posteriormente, o Supremo Tribunal Federal modificou seu entendimento, no
sentido de que o R.E. deve ser interposto após o julgamento do PEDILEF,
quando só então se pode falar em “decisão de única ou última instância”, como
prevê a Constituição Federal. Sobre esse tema, confira os Embargos de
Divergência no Recurso Extraordinário n.º 468.483/AM (Relator: Min. LUIZ FUX,
Data de Julgamento: 24/05/2012, Data de Publicação: DJe-106: 30/05/2012,
Publicação: 31/05/2012).
Por fim, o STJ sumulou o cabimento do Mandado de Segurança nos JEFs, a
18 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
fim de submeter às turmas recursais decisões tidas como violadoras de direito
líquido e certo das partes:
Súmula 376. Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de
segurança contra ato de juizado especial.
No mesmo sentido, é o enunciado 88 do FONAJEF:
É admissível mandado de segurança para Turma Recursal de ato jurisdicional
que cause gravame e não haja recurso.
Um exemplo concreto da possibilidade de utilização do Mandado de Segurança
no Juizado Especial Federal são as decisões proferidas na execução, como a
decisão que homologa os cálculos de liquidação. Ressalte-se que em algumas
regiões as turmas recursais admitem o agravo de instrumento também nesta
hipótese. Como se disse anteriormente, é imprescindível para atuação nos JEFs
conhecer a jurisprudência das turmas recursais da região.
Execução nas ações previdenciárias: obrigações de fazer e pagar
As execuções previdenciárias se concretizam, na maioria dos casos, em duas
obrigações, sendo uma de fazer, consistente na implantação ou revisão do
benefício previdenciário, e outra de pagar quantia certa, que são as parcelas
atrasadas ou diferenças de remuneração devidas em decorrência da revisão.
19 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
No rito ordinário, as execuções se dão nos termos dos Artigos 632 e 730 do
CPC, com citação do INSS para implantar o benefício ou revisão e para pagar
a quantia certa apurada em liquidação de sentença. Julgada definitiva, a
execução expede o precatório ou requisição de pequeno valor respectiva.
Artigos 815 e 534
Art. 815. Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o executado
será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe designar, se outro não
estiver determinado no título executivo.
Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o
dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo
discriminado e atualizado do crédito contendo:
I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária
utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados.
§ 1o Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o seu
próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, o disposto
nos §§ 1o e 2o do art. 113.
§ 2o A multa prevista no § 1o do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública.
Nos JEFs, o cumprimento é um pouco diferente, como se vê nos dispositivos
da Lei 10.259/01:
Artigo 16. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado,
que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será
efetuado mediante ofício do Juiz à autoridade citada para a causa, com cópia
20 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
da sentença ou do acordo.
Artigo 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito
em julgado da decisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias,
contados da entrega da requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada
para
a causa, na agência mais próxima da Caixa Econômica Federal ou do Banco
do Brasil, independentemente de precatório.
Atividade proposta
Analise os autos do processo administrativo previdenciário constante no banco
de dados https://www2.jf.jus.br/phpdoc/virtus/questoesdeordem.php,
denominado processo administrativo para avaliação.
Após análise dos autos, elabore recurso contra a decisão que indeferiu o
benefício, apontando os defeitos formais e materiais do processo,
fundamentando juridicamente a necessidade de reforma da decisão.
21 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
Aula 3
ESPELHO DE CORREÇÃO DA ATIVIDADE DE ELABORAÇÃO DE RECURSO
ADMINISTRATIVO
PEÇA: RECURSO ORDINÁRIO
1. Apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e
estrutura textual (organização das ideias em texto estruturado) 2,5 pontos
2. Competência e endereçamento: 2,5 pontos
O estudante deverá interpor o recurso perante o órgão prolator da decisão
recorrida, que é a Agência da Previdência Social. Assim, o Recurso Ordinário
deve ser dirigido, na folha de apresentação, ao Ilmo. Sr. Gerente da APS
xxxxx/Município/Estado.
As razões do recurso devem ser dirigidas aos Ilmos. Srs. Conselheiros da Junta
de Recursos do Conselho de Recursos da Previdência Social.
3) Desenvolvimento do tema (razões fáticas e jurídicas) 2,5 pontos
3.1) Fundamentação fática e jurídica do pedido
O estudante deverá fundamentar que:
O de cujus detinha qualidade de segurado na data do óbito, em razão da data
de término do seu último contrato de trabalho (fl. 06) e a prorrogação do
período de graça;
Deverá ser apontado o fundamento do período de graça e a causa de sua
prorrogação, (art. 15, inciso II e § 2º da Lei 8.213/91);
22 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
Deverá ser fundamentado que o fato de o cujus ter recebido benefício da LOAS
pouco antes de falecer não importa ao reconhecimento de sua qualidade de
segurado na data do óbito;
Deverá ser apontado que o óbito não ocorreu sob a vigência do Decreto
83.080/79, sendo, portanto, inexigível a carência de doze contribuições para a
concessão da pensão. O óbito ocorreu em 2009, já na vigência da Lei 8.213/91.
3.2) Provas
A peça deve apontar as provas documentais que fundamentam a concessão, que
são a CTPS e as certidões de casamento e óbito.
4) Pedido 2,5 pontos
Reforma da decisão, concedendo a pensão por morte desde a data de entrada
do requerimento administrativo.
23 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
Referências
AMADO, F. Direito e processo previdenciário. Bahia: Jus Podium, 2013.
BALERA, W. Direito previdenciário. 9. ed. Método: São Paulo, 2012.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília:
Presidência da República, 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>Acesso
em: 18 ago. 2014.
______. Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. Brasília: Presidência da
República, 1999. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm>Acesso em: 18
ago. 2014.
______. Decreto nº 6.932, de 11 de agosto de 2009. Brasília: Presidência da
República, 2009. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/decreto/d6932.htm>Acesso em: 18 ago. 2014.
______. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Brasília: Presidência da
República, 1991. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm>Acesso em: 18
ago. 2014.
______. Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Brasília: Presidência da
República, 1999. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm>. Acesso em: 18 ago.
2014.
______. Orientação Interna nº 170 INSS/DIRBEN, de 28 de junho de 2007.
Brasília: Instituto Nacional do Seguro Social, 2007.
24 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
______. Portaria MPS nº 548, de 13 de setembro de 2011. Brasília:
Previdência Social, 2011. Disponível em:
<http://www3.dataprev.gov.br/sislex/paginas/66/MPS/2011/548.htm>. Acesso
em: 18 ago. 2014.
CASTRO, C. A. P. de; LAZZARI, J. B. Manual de direito previdenciário. Rio de
Janeiro: Forense, 2013.
IBRAHIM, F. Z. Curso de direito previdenciário. Niterói: Impetus, 2012.
VIANNA, J. E. A. Curso de direito previdenciário. São Paulo: LTr, 2011.
25 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
Exercícios de fixação
1. Sobre a competência para processar e julgar ações previdenciárias, assinale a
alternativa incorreta:
A. A competência para processar e julgar ação de concessão de auxílio-
doença decorrente de LER/DORT ocupacional é da Justiça Comum
Estadual.
B. Para que se fixe a competência da Justiça Comum Estadual nos termos
da Constituição Federal, é prescindível que tenha ocorrido o acidente de
trabalho.
C. No caso dos benefícios de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez,
a definição da competência se dá pelo fato gerador do direito ao
benefício, que é a ocorrência ou não de acidente de trabalho ou doença
profissional geradora de incapacidade.
D. Ação de restabelecimento de auxílio-doença decorrente de
complicações do vírus HIV pode tramitar na Justiça Comum Estadual
em razão da competência constitucional delegada.
2. Sobre ritos, procedimentos e valor da causa, assinale a alternativa correta:
A. O rito dos Juizados Especiais Federais caracteriza-se pelos princípios da
oralidade, informalidade, simplicidade, economia processual e
celeridade. É o rito mais utilizado para processamento de ações
previdenciárias com valor até quarenta salários mínimos.
B. Quando houver vara federal do Juizado Especial na localidade e vara
comum estadual da competência delegada, o segurado poderá optar
pelo rito mais vantajoso.
26 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
C. A competência absoluta não comporta cognoscibilidade e
reconhecimento de ofício, devendo ser arguida na primeira
oportunidade em que a parte contrária se manifestar nos autos.
D. O valor da causa, em se tratando de pedido de prestação
previdenciária, compõe-se das parcelas vencidas, das quais se admite a
renúncia expressa ao montante excedente a 60 (sessenta) salários
mínimos, acrescido de 12 (doze) parcelas vincendas.
3. Quanto à prova na via judicial, marque “V” para item correto e “F” para item
errado:
( ) Ao servidor administrativo só é permitido processar a Justificação
Administrativa se houver início de prova material e desde que haja no mínimo
três testemunhas, sem ressalvas.
( ) Nas vias administrativa e judicial, são comuns as espécies de provas. A
diferença reside na inexistência de tarifação e de limitações para o juiz, ao
contrário do servidor administrativo.
( ) O magistrado poderá reconhecer um longo lapso de tempo rural se houver
pelo menos três marcos documentais, do início, meio e fim do tempo de serviço.
( ) O juiz pode reconhecer o exercício de atividade rural somente com base em
prova testemunhal e depoimento pessoal do segurado, ato que também é lícito
ao servidor do INSS.
27 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
4. Acerca da atuação recursal, marque a alternativa incorreta:
A. Decisão que concede antecipação de tutela determinando o
restabelecimento de auxílio-doença em sentença é atacável pela via do
recurso inominado.
B. Contra as decisões do relator que neguem seguimento ou deem
provimento a recurso nos tribunais, é cabível agravo interno.
C. A decisão da Turma Recursal dos JEFs do Rio de Janeiro que divergir de
decisão da Turma Recursal dos JEFs do Espírito Santo desafia Pedido de
Uniformização de Interpretação de Lei Federal Regional.
D. É imperativa a interposição sucessiva dos Pedidos de Uniformização
Regional e Nacional.
5. Marque “C” para item correto e “E” para item errado:
( ) Cabe mandado de segurança contra ato de juizado especial.
( ) A competência para processar mandado de segurança contra ato de juizado
especial é das turmas recursais, salvo para controle de competência, quando
será dos tribunais regionais federais.
( ) Não é cabível Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal que
verse sobre direito instrumental.
( ) Jurisprudência atual do STF entende que Pedido de Uniformização e Recurso
Extraordinário devem ser interpostos de forma concomitante.
A. E, C, C, E
B. E, E, C, C
C. C, E, C, E
D. C, C, C, E
28 PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA
Exercícios de fixação
Questão 1 - B
Justificativa: Para que se fixe a competência da Justiça Comum Estadual nos
termos da Constituição Federal, é imprescindível que tenha ocorrido o acidente
de trabalho. A alternativa 4 (quatro) está correta, porque é possível que esta
ação corra na Justiça Comum Estadual quando não houver vara federal no
domicílio do segurado.
Questão 2 - D
Justificativa: 1) O correto é sessenta salários. 2) A competência do Juizado
Especial é absoluta por força do Artigo 3º, parágrafo 3º da Lei 10.259/01. 3) A
competência absoluta comporta cognoscibilidade e reconhecimento de ofício
pelo juízo em qualquer tempo e grau de jurisdição.
Questão 3 - F, V, V, F
Justificativa: 1) Ressalvam-se as hipóteses de caso fortuito e força maior. 4) Ao
servidor do INSS, não é possível o reconhecimento sem início de prova
material.
Questão 4 - D
Justificativa: É imperativa a interposição simultânea dos Pedidos de
Uniformização Regional e Nacional (Questão de Ordem n.º 32 da TNU).
Questão 5 - D
Justificativa: O Supremo Tribunal Federal firmou recente entendimento no
sentido de que o R.E. deve ser interposto após o julgamento do PEDILEF,
quando só então se pode falar em “decisão de única ou última instância”, como
prevê a Constituição Federal.