prática de leitura segundo beth coelho

Upload: clio-neia

Post on 05-Jul-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/16/2019 Prática de Leitura Segundo Beth Coelho

    1/8

    PRÁTICAS DE LEITURA: como contar histórias segundo Betty Coelho

    Elaine Silva Aguiar 

    Karina Alves de França

    Ronilda Ferreira de SousaThátila Ferreira Morais

    Resumo:Este texto tem como objetivo apresentar técnicas e ferramentas para a cotação de

    histórias, tendo como referência a escritora Betty Coelho. A análise tem como base o

    relato da cotação de três histórias, com técnicas diferentes, realizadas pelas bolsistas

    PIBID, na escola Campo. As histórias foram: Chapeuzinho Amarelo (Chico Buarque);

    A Bonequinha Preta (Alaíde Lisboa) e A Formiguinha e a neve de João de Barro.

    Buscamos através de esta pesquisa demonstrar como pode ser a relação entre o narrador e o ouvinte e as possíveis interferências que podem ocorrer por ambas às partes.

    Descrevendo a importância da escolha dos temas específicos de acordo com a faixa

    etária dos ouvintes, interesse e condição emocional. Destacando conhecimento prévio

    que o narrador precisa ter do enredo escolhido, assim transmitindo segurança ao público

    alvo, no qual, na sua abordagem, a escritora vem demostrando à importância da

    conversa antes e depois da narração. Sendo que Betty Coelho (2001) o uso da voz e das

    atividades que podem ser desenvolvidas a partir da história narrada que podem facilitar 

    na compreensão e absorção da mensagem que a historia pretende passar. Contudo a

    importância de contar historia vem sendo frisada por Betty Coelho na qual demostrar o

    interesse pelas possibilidades trabalhar a historia e a preocupação com os ouvintes que

    estes mesmo foram observados pela escritora ajudando a mesma á estudar e

    desenvolver o estudo pelas histórias.

    Palavras-chave: cotação de histórias; narrador e ouvinte; experiências no PIBID.

  • 8/16/2019 Prática de Leitura Segundo Beth Coelho

    2/8

    Introdução:

      As práticas de leitura vêm sendo desenvolvidas por Betty Coelho desde seu

    magistério, e é esta experiência que vamos apresentar ao longo deste trabalho, assim

    como também nossas experiências que vem sendo adquiridas pelo projeto PIBID naEscola Estadual Girassol de Tempo Integral Professora Aldenora Alves Correia. A

     prática de cotação de histórias requer técnicas especificas para todo e qualquer tipo de

    histórias, levando em consideração a faixa etária, interesse do público alvo, para que

    esta prática venha lhe despertar interesse pela leitura e chamar à atenção para a forma

    como lhe apresentada determinada história.

      No presente texto vamos abordar as técnicas de leitura e nossas experiências no

    PIBID, através do estudo de algumas histórias como a Bonequinha Preta, Chapeuzinho

    Amarelo, e a Formiguinha e a Neve relatando atividades e técnicas trabalhadas naEscola Estadual Girassol de Tempo Integral Professora Aldenora Alves Correia. Outro

    tema que abordaremos é a importância da escolha das histórias de acordo com a faixa

    etária.

    1. Segredos e técnicas de contar histórias

      De acordo com Betty Coelho (2001), como toda arte, a de contar histórias

    também possui segredos e técnicas. Sendo uma arte que lida com matéria-prima

    especialíssima, a palavra, prerrogativa das criaturas humanas, depende, naturalmente,

    de certa tendência inata, mas pode ser desenvolvida, cultivada, desde que se goste de

    crianças e se reconheça a importância da história para elas.

      O ato de cotação de histórias vem se desenvolvendo desde antigamente, pois

    levando em conta que existem povos, culturas e etnias diferentes, a partir deste ponto

     podemos observar que esta prática sempre existiu e ao longo do tempo vem apenas se

    aprimorando e cada contador de histórias vem adaptando histórias às práticas que lhes

    convêm.

      Assim sendo a prática de leitura pode ser cultivada não importando a idade nem

    a classe social em que os ouvintes se encontram. A finalidade de contar histórias ,assim

    como para Betty Coelho , e para nós, bolsistas do PIBID é exclusivamente de alimentar 

    a imaginação das crianças, trabalhando o gosto pela leitura.

    2. A importância das escolhas das histórias de acordo com a faixa etária:

      Mas devemos nos preocupar com a história que vamos escolher, portanto é de

    grande importância à escolha da história a ser narrada, foi justamente neste ponto que

    observamos que para este momento temos que levar em conta os interesses dos

  • 8/16/2019 Prática de Leitura Segundo Beth Coelho

    3/8

     pequenos ouvintes, assim desenvolvendo um trabalho de leitura com os alunos da

    Escola Estadual Girassol de Tempo Integral Professora Aldenora Alves Correia. Como

    na faixa escolar que os nossos alunos se encontram, seguimos os seguintes critérios para

    o momento da escolha da história a ser narrada, baseado no livro de Betty Coelho

    “Contar História: Uma arte sem Idade”. 7 anos: Histórias de crianças, animais encantados, histórias relacionadas ou

     próximas ao ambiente escolar.

    8 anos: Nesta faixa etária seriam contadas histórias de fadas com enredo bem

    elaborado, sendo o mesmo bem humorado.

    9 anos: Nesta faixa etária trabalham-se histórias de fadas, mas está vinculada à

    realidade dos alunos.

    10 anos: A partir desta idade escolhem-se histórias com aventuras, fábulas,

    mitos e lendas.

      A partir da escolha da história, devemos estudar a mesma identificando a

    estrutura da narrativa como o enredo, o clímax, desfecho e introdução para que antes de

    iniciar o momento de contação da história haja uma conversa antes com as crianças,

    apresentando alguns pontos principais da narrativa para que os ouvintes possam

    entender o que vai ser narrado, além de evitar interrupções desnecessárias.

      Segundo Coelho (2001): “É raro haver interrupções da narrativa, se a conversa

    inicial foi bem desenvolvida”. (COELHO, 2001, p. 55).

      Assim como é importante à conversa antes da história, devemos destacar a

    conversa depois da contação da história, pois é neste momento que observamos a

    relação narrador e ouvinte, no qual o debate pode conduzir os ouvintes a novas leituras,

    sendo esta estratégia utilizada para que o narrador possa avaliar se os ouvintes

    entenderam o que foi narrado. Sendo que neste momento é justamente para que os

    ouvintes possam falar o que entenderam da história, o narrador pode explorar este

    momento.

      Segundo Coelho (2001): “Comentar, ao que parece prolonga o deleite, conduz a

    novas leituras da trama, dos personagens, a uma compreensão mais nítida e

    esclarecedora.” (COELHO, 2001, p. 57).

    3. Experiências vivenciadas através do projeto PIBID:

  • 8/16/2019 Prática de Leitura Segundo Beth Coelho

    4/8

      Baseadas nas técnicas presentes no livro de Betty Coelho foram desenvolvidas

    atividades de contação de histórias na escola campo em atua o projeto PIBID, as quais

    foram aplicadas três técnicas diferentes para cada história, sendo elas:

    Chapeuzinho Amarelo (Chico Buarque), em que utilizamos a técnica de

    visualização da história através do livro, no qual foi feita à apresentação domesmo antes de iniciarmos a leitura em que os alunos visualizaram a capa,

    autor, título e a partir de então foi iniciada a contação da história.

    A Bonequinha Preta (Alaíde Lisboa), foi utilizada a técnica de cotação através

    de gravuras reproduzidas a partir das imagens dos personagens da história, logo

    depois foi feito um debate a respeito das questões étnicas raciais, no qual os

    alunos participaram dialogando e fazendo comparações da bonequinha preta

    com objetos que lembram coisas positivas, como por exemplo: “preta como

    chocolate”.  A Formiguinha e a neve de João de Barro, para a realização da contação desta

    história foi utilizada a técnica de dramatização, em que os bolsistas do PIBID se

    caracterizaram de acordo com os personagens da história, para a caracterização

    foram utilizadas máscaras. Como a história era em forma de lengalenga, na

    medida em que iam sendo contada a história, os alunos foram participando da

    contação e interagindo juntamente com o grupo de bolsistas.

      O objetivo de utilizar as técnicas, foi aguçar o sentido crítico dos alunos

    atendidos pelas bolsistas do PIBID, através das formas de apresentação, foi observado o

    envolvimento tanto dos alunos quanto nosso, assim como Betty Coelho nós bolsistas do

    PIBID temos o compromisso de incentivar a linguagem oral e a escrita dos alunos.

    Observamos o quanto é mágico o momento de leitura para os alunos e a importância da

    escolha, do enredo adequado para a formação do conhecimento dos alunos que

    atendemos.

    Segundo Betty Coelho (2001):A força da história é tamanha que o narrador e ouvintes caminham juntos natrilha do enredo e ocorre uma vibração recíproca de sensibilidades, a ponto dediluir-se o ambiente real ante a magia da palavra que comove e leva. A ação sedesenvolve e nós participamos dela ficando magicamente envolvidos com os

     personagens, mas sem perder o senso crítico que é estimulados pelos enredos.(COELHO, 2001, p.11 ).

    Devemos ressaltar que o que faz a história criar toda a magia, é o uso da voz que

    o narrador empresta para dar vida aos personagens das histórias, o comportamento do

    narrador pode possibilitar para os alunos o maior entendimento da história. A entonação

    da voz é parte importante, pois é através da mesma que vai se dando vida aos

     personagens, podendo fazer com que o aluno peça para o contador contar novamente a

    história.

  • 8/16/2019 Prática de Leitura Segundo Beth Coelho

    5/8

      Após a contação das histórias citadas e trabalhadas na escola campo em que atua

    o projeto PIBID, buscamos explorar juntamente com os alunos fazendo uma análise das

    histórias, mas, sem apontar as lições de moral nelas existentes.

      Segundo Betty Coelho (2001): “Uma boa conclusão não aponta a moral da

    história nem faz aplicação de lições.” (COELHO, 2001, p. 24).  O que nós como bolsistas pretendemos mostrar através deste estudo é o risco de

    improvisar na hora da narração das histórias contadas, pois para não ocorrer este risco é

    necessário o estudo das histórias, podendo fazer um plano a ser seguido para não haver 

    erros no momento da contação, e após a mesma.

      A escolha da história tem que despertar algo no narrador, uma emoção para que

    os ouvintes possam sentir, a escolha e a forma de apresentar a história dos alunos PIBID

    é sempre buscar agradar o público alvo, olhando sempre para o rosto dos alunos.

      Assim buscando alcançar o nosso objetivo de fazer com que os alunos seestivessem pela leitura e descubram que a mesma faz com que aprendam novas

    aventuras. Como a escritora Betty Coelho vem apontando a importância dos pequenos

    ouvintes, no qual ela aprendeu com eles observando seus gestos e ouvindo suas

    indagações, observou que o gosto pela leitura, pela arte de contar história estava se

    multiplicando, a partir das experiências como contadora de histórias tanto ela quanto os

    ouvintes estavam descobrindo junta a importância que a história traz para a convivência

    de ambas as partes.

    Posicionamentos antes não demonstrados justamente pela falta deste momento

    de contação de histórias e relação com o narrador e os ouvintes, estavam sendo

    demonstradas através desta ocasião. Todas as atividades realizadas na Escola Estadual

    Girassol de Tempo Integral Professora Aldenora Alves Correia, com os alunos

    atendidos pelo projeto PIBID são guardadas, sendo estas as atividades feitas partir das

    histórias Bonequinha Preta, no qual pedimos para os alunos fazerem comparações da

     boneca com outros elementos contendo a cor preta, Chapeuzinho Amarelo foi solicitado

     para que os alunos dessem outro final para a história que acabara de ser contada. Com a

    história da Formiguinha e a neve foi proposto aos alunos que fizessem a identificação

    dos personagens na história.

      Pois é através da análise destas atividades que vamos descobrir as expressões

    que os alunos tiveram em torno das histórias contadas, sendo este material importante

     para fazer á analise dos alunos, sendo essas atividades importantes para a nossa

    formação enquanto contadoras e pedagogas.

      Segundo Betty Coelho (2001): “Então passei a registrar os comentários, guardar 

    os desenhos e as diversas manifestações de expressão relacionadas às histórias,

    comparando, analisando, fazendo descobertas, um vasto material de estudos”.

    (COELHO, 2001, p. 09).

  • 8/16/2019 Prática de Leitura Segundo Beth Coelho

    6/8

      O trabalho com os alunos do PIBID nos proporciona novas perspectivas, pois

    estamos vivenciando assim como Betty Coelho, resultados os alunos estão se

    expressando melhor e através da leitura que está proporcionando esta mudança, estão

    começando a mostrar mais interesse pelas histórias que estão sendo contadas e livros

    que estão sendo apresentados.  Segundo Betty Coelho (2001): “Toda aula tinha histórias e ensinar literatura

    infantil tornou-se fascinante, com resultados imediatos, as alunas melhorando a maneira

    de expressar-se, interessando-se pelos autores lendo com prazer”. (COELHO, 2001, p.

    10).

      No início do projeto PIBID na Escola Estadual Girassol de Tempo Integral

    Professora Aldenora Alves Correia, foi percebido que os alunos não demostravam o

    gosto pela leitura e hoje estão mostrando interesse pelos livros, os alunos descobrindo a

    importância da leitura, e foi percebido o quanto eles evoluíram neste aspecto.  Buscamos através do livro Contar Histórias: Uma arte sem idade, melhorar nas

    escolhas das histórias, nas formas como apresentamos aos nossos alunos

     proporcionando prazer neste momento de apresentação destas histórias. A importância

    de conhecer o local, faixa etária e condição emocional das crianças, contribuiu bastante

    na hora das escolhas das histórias, passamos a ter mais cuidado com os tipos de

    histórias que iremos contar. Pois a mesma pode ajudar a criança dependendo do tipo de

    situação que esta vivendo, as histórias ajudam aos alunos resolverem situações que

    estão vivenciando e resolver conflitos.

    Conclusão

      Contudo concluímos com a reflexão o quanto é importante à forma que o

    narrador apresenta a história para as crianças, podemos verificar essa importância em

    sala com os alunos do PIBID, sendo nós iniciantes na arte de contar histórias. Mas

    assim como Betty Coelho passou através das experiências levarem a sério as contações

    de histórias e se tornando uma das maiores contadoras, esperamos através destas

    experiências vivenciadas no projeto PIBID, usarem as técnicas de leitura para a

    formação de alunos leitores.

    A obra de Betty Coelho, Contar Histórias: uma arte sem idade apresentada de

    forma simples, que aliada a estratégicas ilustrações, dá a simplicidade ao livro. Do

     ponto de vista pedagógico, uma preciosa ferramenta, direto e de fácil absorção de

    informações. Um importante manual tanto para quem atua na área da educação quanto

     para quem admira e tem como interesses contar histórias.

    Aparte dessa obra foi possível melhorarmos o nosso desempenho com os alunos do

    PIBID, no qual podemos usar as técnicas que foram citadas pela autora. E de grande

  • 8/16/2019 Prática de Leitura Segundo Beth Coelho

    7/8

    importância para desenvolvermos o nosso trabalho com os alunos assim ampliando o

    nosso conhecimento tanto na área da pedagogia que pretendemos atuar quanto nas

     possibilidades de incentivar os alunos no momento da leitura.

    Proporcionou tanto para a construção desse artigo, quanto às experiências que estão

    sendo relatadas uma forma mais especial de trabalhar com os alunos da Escola deGirassol Tempo Integral Professora Aldenora Alves Correia, no estamos vivenciando o

     progresso dos alunos pelo gosto da leitura .

    Referências Bibliográficas:

    SILVA, Maria Betty Coelho. Contar histórias: uma arte sem idade. São Paulo: Ática,2001.

  • 8/16/2019 Prática de Leitura Segundo Beth Coelho

    8/8

    Anexos: