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PRÉ-VESTIBULAR filosofia Filosofia 7 dos Deuses, é um poema mitológico escrito por Hesíodo no século VIII a.C., no qual o narrador é o próprio poeta. O poema se constui no mito cosmogônico, ou uma descrição da origem do mundo dos gregos, que se desenvolve com geração sucessiva dos deuses, os Titãs liderados por Cronos, a guerra contra os Olimpianos liderados por Zeus, que ao vencer tomam o governo do mundo, o envolvimento deuses com os homens e a origem dos heróis. Nesse mito, as divindades representam fenômenos ou aspectos básicos da natureza, expressando assim as ideias dos primeiros gregos sobre a constuição da existência. TESTES 1. (UFPR 2018) A estética corresponde ao ramo da filosofia que se ocupa das manifestações artísticas, buscando apontar, por exemplo, os diferentes critérios e modos como em diferentes momentos ou culturas se percebe e classifica algo como belo, sublime ou agradável. Trata-se, assim, de uma forma de conhecimento que não nega a razão, ao certo, mas que coloca em relevo a forma como ela se relaciona com a imaginação e com a sensibilidade. A partir do exposto acima, é correto afirmar: a) Juntamente com a razão, a imaginação e a sensibilidade são fatores indispensáveis para a nossa apreensão do mundo e das coisas. b) A estética é o campo da filosofia que se ocupa da relação entre o pensamento e a religião. c) Na estética, a razão predomina sobre a sensibilidade e a imaginação. d) O sublime e o agradável devem ser apreendidos de forma objetiva pelo raciocínio lógico. e) Na estética não há lugar para a razão, visto que ela se baseia na sensibilidade e na imaginação. 2. (UFPR 2018) Considere as três premissas abaixo: 1. Devemos proibir legalmente apenas o que é moralmente incorreto. 2. Os filhos mentirem para os pais é moralmente incorreto. 3. Todavia, os filhos mentirem para os pais não deve ser legalmente proibido. A partir dessas premissas, é correto inferir que: a) Não é verdade que devemos proibir legalmente apenas o que é moralmente incorreto. b) Os filhos mentirem para os pais não é moralmente incorreto. c) Tudo o que é moralmente incorreto é ilegal. d) Nem tudo que é moralmente incorreto deve ser legalmente proibido. e) Deveria ser proibido que os filhos mentissem para os pais 3. (Unicentro 2018) Podemos caracterizar a mitologia como resultante dos primeiros esforços do ser humano no Ocidente para dar explicações para as coisas e atribuir sentido à realidade. Com base nesta compreensão, é correto afirmar: a) Os mitos foram as primeiras formas de manifestação escrita do homem no Ocidente e, nesse sentido, podem ser considerados registros fiéis da realidade no período pré- clássico. b) O período mitológico teve pouca relevância para a história da humanidade, na medida em que se baseava sempre na religião predominante e, como tal, cumpriu um papel de dominação do homem. c) Os mitos cumprem um papel importante na história do pensamento ocidental, dada, entre outras coisas, sua importância para o nascimento da filosofia. d) A filosofia dos filósofos pré-socráticos construiu-se como uma radical oposição aos relatos mitológicos, rebatendo as ilusões epistemológicas e respondendo aos anseios de cientificidade da época. e) Mito e filosofia pré-socrática se confundem. O que os diferencia é o rigor metodológico dos primeiros filósofos. 4. (Unicentro 2018) Sobre as principais características dos relatos mitológicos, é incorreto afirmar que: a) eram transmitidos pela tradição oral e representavam o pensamento dos primeiros padres da igreja, tendo resultado no que hoje se conhece como filosofia patrística. b) baseavam-se em personagens sobrenaturais para oferecer explicações a fenômenos naturais. c) eram transmitidos pela tradição oral e cumpriam uma função de tranquilizar o homem frente ao desconhecido. d) podem ser considerados como os primeiros esforços do homem ocidental para construir explicações para as coisas. e) com a utilização da escrita para seu registro, os relatos foram submetidos, gradativamente, ao debate na Ágora, perdendo sua hegemonia explicativa. 5. (Unicentro 2018) De acordo com M. L. A. ARANHA e M. H. P. MARTINS, na obra Filosofando: introdução à Filosofia (p. 45), “Se a ciência tende cada vez mais para a especialização, a filosofia, no sentido inverso, quer superar essa fragmentação do real, para que o homem seja resgatado na sua integridade e não sucumba à alienação do saber parcelado”. Segundo essa concepção, podemos entender que: a) Filosofia e ciência são diferentes formas do conhecimento humano, sendo que a primeira é superior à segunda, pois trata do homem integrado à sociedade como um todo. b) Filosofia e ciência se confundem pois ambas tratam do ser humano em sua integralidade. c) Nos primórdios, a ciência era ligada à filosofia, razão pela qual ser filósofo era ser um cientista dedicado à experimentação para a comprovação dos fenômenos estudados. d) Filosofia não é ciência pois, como afirmou Kant, “não há filosofia que possa aprender; só se pode aprender a filosofar”. Nesse sentido, o filósofo se ocupa de discutir a ciência e apontar as suas fragilidades a respeito do conhecimento sobre a natureza. e) Filosofia e ciência são diferentes formas do conhecimento humano que se valem de diferentes métodos de abordagem: enquanto a ciência é um saber que tende à especialização, a filosofia não abre mão de se constituir como uma visão de totalidade, exercitando sempre a crítica dos fundamentos de todo o saber. 6. (Unicentro 2018) Podemos dizer que, no contexto da chamada “modernidade”, em seu conceito filosófico, a ciência passa a gozar de grande prestígio como forma de

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PRÉ-VESTIBULARfilosofia

Filosofia 7

dos Deuses, é um poema mitológico escrito por Hesíodo no século VIII a.C., no qual o narrador é o próprio poeta. Opoemaseconstituinomitocosmogônico,ouuma descrição da origem do mundo dos gregos, que se desenvolve com geração sucessiva dos deuses, os Titãs liderados por Cronos, a guerra contra os Olimpianos liderados por Zeus, que ao vencer tomam o governo do mundo, o envolvimento deuses com os homens e a origem dos heróis. Nesse mito, as divindades representam fenômenosouaspectosbásicosdanatureza,expressandoassimasideiasdosprimeirosgregossobreaconstituiçãodaexistência.

TESTES1. (UFPR 2018) A estética corresponde ao ramo da filosofia que se ocupa das manifestações artísticas, buscando apontar, por exemplo, os diferentes critérios e modos como em diferentes momentos ou culturas se percebe e classifica algo como belo, sublime ou agradável. Trata-se, assim, de uma forma de conhecimento que não nega a razão, ao certo, mas que coloca em relevo a forma como ela se relaciona com a imaginação e com a sensibilidade.

A partir do exposto acima, é correto afirmar:a) Juntamente com a razão, a imaginação e a sensibilidade são fatores indispensáveis para a nossa apreensão do mundo edas coisas.b) A estética é o campo da filosofia que se ocupa da relação entre o pensamento e a religião.c) Na estética, a razão predomina sobre a sensibilidade e a imaginação.d) O sublime e o agradável devem ser apreendidos de forma objetiva pelo raciocínio lógico.e) Na estética não há lugar para a razão, visto que ela se baseia na sensibilidade e na imaginação.

2. (UFPR 2018) Considere as três premissas abaixo:

1. Devemos proibir legalmente apenas o que é moralmente incorreto.2. Os filhos mentirem para os pais é moralmente incorreto.3. Todavia, os filhos mentirem para os pais não deve ser legalmente proibido.

A partir dessas premissas, é correto inferir que:a) Não é verdade que devemos proibir legalmente apenas o que é moralmente incorreto.b) Os filhos mentirem para os pais não é moralmente incorreto.c) Tudo o que é moralmente incorreto é ilegal.d) Nem tudo que é moralmente incorreto deve ser legalmente proibido.e) Deveria ser proibido que os filhos mentissem para os pais

3. (Unicentro 2018) Podemos caracterizar a mitologia como resultante dos primeiros esforços do ser humano no Ocidente para dar explicações para as coisas e atribuir sentido à realidade. Com base nesta compreensão, é correto afirmar:

a) Os mitos foram as primeiras formas de manifestação

escrita do homem no Ocidente e, nesse sentido, podem ser considerados registros fiéis da realidade no período pré-clássico.b) O período mitológico teve pouca relevância para a história da humanidade, na medida em que se baseava sempre na religião predominante e, como tal, cumpriu um papel de dominação do homem.c) Os mitos cumprem um papel importante na história do pensamento ocidental, dada, entre outras coisas, sua importância para o nascimento da filosofia.d) A filosofia dos filósofos pré-socráticos construiu-se como uma radical oposição aos relatos mitológicos, rebatendo as ilusões epistemológicas e respondendo aos anseios de cientificidade da época.e) Mito e filosofia pré-socrática se confundem. O que os diferencia é o rigor metodológico dos primeiros filósofos.

4. (Unicentro 2018) Sobre as principais características dos relatos mitológicos, é incorreto afirmar que:

a) eram transmitidos pela tradição oral e representavam o pensamento dos primeiros padres da igreja, tendo resultado no que hoje se conhece como filosofia patrística.b) baseavam-se em personagens sobrenaturais para oferecer explicações a fenômenos naturais.c) eram transmitidos pela tradição oral e cumpriam uma função de tranquilizar o homem frente ao desconhecido.d) podem ser considerados como os primeiros esforços do homem ocidental para construir explicações para as coisas.e) com a utilização da escrita para seu registro, os relatos foram submetidos, gradativamente, ao debate na Ágora, perdendosua hegemonia explicativa.

5. (Unicentro 2018) De acordo com M. L. A. ARANHA e M. H. P. MARTINS, na obra Filosofando: introdução à Filosofia (p. 45), “Se a ciência tende cada vez mais para a especialização, a filosofia, no sentido inverso, quer superar essa fragmentação do real, para que o homem seja resgatado na sua integridade e não sucumba à alienação do saber parcelado”. Segundo essa concepção, podemos entender que:

a) Filosofia e ciência são diferentes formas do conhecimento humano, sendo que a primeira é superior à segunda, pois trata do homem integrado à sociedade como um todo.b) Filosofia e ciência se confundem pois ambas tratam do ser humano em sua integralidade.c) Nos primórdios, a ciência era ligada à filosofia, razão pela qual ser filósofo era ser um cientista dedicado à experimentação para a comprovação dos fenômenos estudados.d) Filosofia não é ciência pois, como afirmou Kant, “não há filosofia que possa aprender; só se pode aprender a filosofar”. Nesse sentido, o filósofo se ocupa de discutir a ciência e apontar as suas fragilidades a respeito do conhecimento sobre a natureza.e) Filosofia e ciência são diferentes formas do conhecimento humano que se valem de diferentes métodos de abordagem: enquanto a ciência é um saber que tende à especialização, a filosofia não abre mão de se constituir como uma visão de totalidade, exercitando sempre a crítica dos fundamentos de todo o saber.

6. (Unicentro 2018) Podemos dizer que, no contexto da chamada “modernidade”, em seu conceito filosófico, a ciência passa a gozar de grande prestígio como forma de

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conhecimento rigoroso. Vários estudiosos de epistemologia afirmaram que, nesse período, as diferentes formas de conhecimento passaram a almejar a condição de ciência. Por volta de 1750, Baumgarten falou de uma “ciência da arte e do belo”. Tal definição tornou-se clássica para designar uma das formas de expressão do saber construído pela humanidade.

Escolha abaixo a alternativa que corresponde à forma de conhecimento referida por Baumgarten.a) Física.b) Filosofia.c) Matemática.d) Estética.e) Literatura.

7. (Unicentro 2018) Considere V (verdadeiro) ou F (falso) nas sentenças abaixo.

(__) A moral pode ser entendida como um conjunto de regras que orientam o comportamento dos indivíduos em sociedade.(__) Ética é a parte da filosofia que se ocupa da discussão sobre os fundamentos da moral.(__) A moral tem um caráter histórico na medida em que quando nascemos já nos deparamos com um conjunto de valores que nos são externos e que precisamos internalizar para bem viver em sociedade.(__) Os valores morais, assim como as leis, são inquestionáveis e devem ser observados por todos os cidadãos de um determinado grupo social.(__) Atos amorais e atos imorais são a mesma coisa, pois representam a ação daquelas pessoas que, mesmo conhecendo os valores morais, decidem, livre e voluntariamente, contrariá-los.

Marque a alternativa correta.a) V, V, F, F e F.b) F, V, F, V e V.c) V, V, V, F e F.d) V, F, V, F e V.e) V, V, V, V e F.

8. (Unicentro 2018) Sobre a distinção entre conhecimento do senso comum e conhecimento científico, assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo e, em seguida, marque a alternativa correta.

(__) A ciência é uma forma de conhecimento para a qual os saberes do senso comum são completamente inúteis.(__) O conhecimento do senso comum é um saber empírico, pois se baseia na experiência cotidiana das sociedades onde é produzido.(__) A ciência é uma forma de saber que se caracteriza, principalmente, pela determinação do objeto de estudo e pelo emprego de método rigoroso no processo de construção do conhecimento.(__) Ciência e senso comum não se diferenciam, pois ambas se constituem em conhecimentos fundamentados na experimentação com rigor metodológico.

a) Todas as afirmações são verdadeiras.b) Apenas a primeira é falsa.c) A primeira e a última são falsas, enquanto a segunda e a terceira são verdadeiras.d) A primeira afirmação é falsa, enquanto as demais são

verdadeiras.e) A primeira e a segunda afirmações são falsas, enquanto as duas últimas são verdadeiras.

9. (UFU) A atividade intelectual que se instalou na Grécia a partir do séc. VI a.C. está substancialmente ancorada num exercício especulativo-racional. De fato, “[…] não é mais uma atividade mítica (porquanto o mito ainda lhe serve), mas filosófica; e isso quer dizer uma atividade regrada a partir de um comportamento epistêmico de tipo próprio: empírico e racional”.

Sobre a passagem da atividade mítica para a filosófica, na Grécia, assinale a alternativa correta.a) A mentalidade pré-filosófica grega é expressão típica de um intelecto primitivo, próprio de sociedades selvagens.b) A filosofia racionalizou o mito, mantendo-o como base da sua especulação teórica e adotando a sua metodologia.c) A narrativa mítica representa um meio importante de difusão e manutenção de um saber prático fundamental para a vida cotidiana.d) A Ilíada e a Odisseia de Homero são expressões culturais típicas de uma mentalidade filosófica elaborada, crítica e radical, baseada no logos.

10. (UPE) Sobre o conhecimento filosófico, atente ao texto que se segue: O conhecimento filosófico é, diversamente do conhecimento científico, um conhecimento crítico, no sentido de que põe sempre em problema o conhecimento obtido pelos processos da Ciência.

MARTINS, José Salgado. Preparação à Filosofia, 1969, p. 9.

Tomando como base o conhecimento filosófico, coloque V nas afirmativas verdadeiras e F nas falsas. (__) A filosofia é um tipo de saber, que não diz tudo o que sabe e uma norma que não enuncia tudo aquilo que postula. O saber filosófico, portanto, é profundo, mesmo quando parece mais claro e transparente. (__) A filosofia deve ser estudada e ensinada com base nos problemas que suscita e não apenas em virtude das respostas que proporciona a esses mesmos problemas. (__) A filosofia se faz presente como reflexão crítica a respeito dos fundamentos do conhecimento e da ação, por isso mesmo distinta da ciência pelo modo de abordagem do seu objeto que, no caso desta, é particular e, no caso da filosofia, é universal. (__) O percurso da filosofia é caracterizado pela exigência de clareza e de livre crítica. (__) O conhecimento filosófico apresenta-se como a ciência dos fundamentos. Sua dimensão de profundidade e radicalidade o distingue do conhecimento científico.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. a) V, F, V, F, V b) F, V, F, V, V c) V, V, F, F, V d) V, V, V, V, V e) F, V, F, V, F

Gabarito1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

A D C A E D C A C D

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Ficou famosa por ser uma grande solucionadora de problemas. Matemáticos, confusos com algumproblema em especial, escreviam-lhe pedindo umasolução. E ela raramente os desapontava. Obcecadapelo processo de demonstração lógica, quando lhe perguntavamporquejamaissecasara,respondiaquejáera casada com a verdade.

A Morte de Hipácia

Hipácia foi atacada em plena rua por umamultidãodecristãosenfurecidos.Elafoiarrastadapelasruas da cidade até uma igreja, onde foi esfolada viva e cruelmente torturada até a morte. Depois de morta, o corpo foi lançado a uma fogueira. O bispo que comandava a facção cristã quepraticou o homicídio era Cirilo, mais tarde São Cirilo,massuaeventualrelaçãocomoocorridocontinuaasermotivodealgumacontrovérsiaentreoshistoriadores. O fato é que este foi o início do declínio intelectual deAlexandria,eumdosfatosmaismarcantesdo iníciodoperíodoconhecido como IdadeMédia, sobdomíniopraticamente absoluto da Igreja Católica sobre Europamedieval,tambémchamadadeCristandade.

TESTES1. (UFPR 2018) Quando soube daquele oráculo, pus-me a refletir assim: “Que quererá dizer o Deus? Que sentido oculto pôs na resposta? Eu cá não tenho consciência de ser nem muito sábio nem pouco; que quererá ele então significar declarando-me o mais sábio? Naturalmente não está mentindo, porque isso lhe é impossível”. Por longo tempo fiquei nessa incerteza sobre o sentido; por fim, muito contra meu gosto, decidi-me por uma investigação, que passo a expor.

(PLATAO. Defesa de Sócrates. Trad. Jaime Bruna. Coleção Os Pensadores. Vol. II. São Paulo: Victor Civita, 1972, p. 14.)

O texto acima pode ser tomado como um exemplo para ilustrar o modo como se estabelece, entre os gregos, a passagem do mito para a filosofia. Essa passagem é caracterizada:a) pela transição de um tipo de conhecimento racional para um conhecimento centrado na fabulação.b) pela dedicação dos filósofos em resolver as incertezas por meio da razão.c) pela aceitação passiva do que era afirmado pela divindade.d) por um acento cada vez maior do valor conferido ao discurso de cunho religioso.e) pelo ateísmo radical dos pensadores gregos, sendo Sócrates, inclusive, condenado por isso.

2. (Enem 2018) A quem não basta pouco, nada basta.EPICURO. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1985.

Remanescente do período helenístico, a máxima apresentada valoriza a seguinte virtude:a) Esperança, tida como confiança no porvir.b) Justiça, interpretada como retidão de caráter.c) Temperança, marcada pelo domínio da vontade.d) Coragem, definida como fortitude na dificuldade.e) Prudência, caracterizada pelo correto uso da razão.

3. (Unicentro 2018) Dentre as alternativas abaixo, assinale a que melhor servir para explicar “por que” a filosofia grega divide-se em pré-socrática, socrática e pós-socrática.a) Para homenagear o filósofo Sócrates, que foi morto injustamente pelo regime totalitário ateniense.b) Para reconhecer a importância do pensamento de Sócrates, discípulo de Platão e grande mestre da antiguidade clássica.c) Porque Sócrates foi o primeiro filósofo que se dedicou a demonstrar a inconsistência dos relatos mitológicos.d) Porque no período socrático a filosofia deixou de ocupar-se somente do cosmos, passando a ter o homem como preocupação central.e) Porque Sócrates conseguiu claramente determinar a importância da democracia como regime de governo justo, tendo sido morto por suas ideias consideradas subversivas.

4. (Unicentro 2018) Quanto aos filósofos pré-socráticos, analise se V (verdadeiro) ou F (falso) e, em seguida, assinale a alternativa correta.(__) A filosofia pré-socrática desenvolveu-se, fundamentalmente, como cosmologia.(__) Os primeiros filósofos pré-socráticos foram também chamados de sofistas.(__) Tales de Mileto é considerado, pelos historiadores da filosofia, como o primeiro filósofo grego, tendo se tornado conhecido por defender a tese segundo a qual a água é o maior dom de Deus para a humanidade.(__) Opondo-se aos mitos, os primeiros filósofos gregos, também chamados de pré-socráticos, desenvolveram rigorosos métodos de comprovação de suas teorias sobre o universo, o que lhes assegurou o reconhecimento como fundadores da cosmologia crítica.

a) V, V, F e F.b) V, F, V e F.c) F, F, V e V.d) V, F, F e V.e) V, F, F e F.

5. (Unicentro 2018) Em relação ao Helenismo, é correto afirmar.a) Corresponde ao período em que o filósofo Heleno ocupou o centro dos debates em torno da moral e da ética.b) É o período em que o pensamento helênico se expandiu para além das fronteiras da Grécia.c) Após Aristóteles, mestre de Platão, nenhuma grande síntese filosófica foi produzida na Grécia Antiga e a filosofia passou a ocupar-se, principalmente, das discussões a respeito de como o homem deve viver para ser feliz.d) Trata-se do período em que Plotino firmou as bases do pensamento religioso, tendo sido o Rei precursor do Cristianismo.e) Foi quando Heleno, discípulo de Aristóteles, expandiu as ideias de seu mestre para além das fronteiras da Grécia.

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6. (Unicentro 2018) A respeito da célebre frase “só sei que nada sei”, atribuída ao filósofo grego Sócrates, marque com V as interpretações adequadas e com F as inadequadas.

(__) Trata-se de uma afirmação que demonstra o descompromisso de Sócrates com o saber da época.(__) Representa o descontentamento de Sócrates com os sofistas que afirmavam certezas sobre a origem do cosmos.(__) Representa a atitude humilde de quem, mesmo sendo considerado um sábio, reconhece a própria ignorância, isto é, reconhece que aquilo que sabe é muito pouco ou quase nada em relação a tudo que não sabe.(__) Dela podemos extrair uma lição segundo a qual o ponto de partida para o conhecimento é a tomada de consciência da própria ignorância, na medida em que aquele que sabe que não sabe, está mais perto do saber do que aquele que julga saber tudo.

Assinale a alternativa correta.a) F, V, V e V.b) F, F, F e V.c) V, V, F e F.d) F, F, V e V.e) V, F, F e F.

7. (Unicentro 2018) É comum se afirmar que Sócrates era um filósofo dado ao diálogo e que se encontrar com ele para debater era sempre uma atividade de risco. Isso porque a forma dialogal preferida desse pensador consistia em colocar em prática a sua Maiêutica, cuja primeira parte era a Ironia. Essa Ironia Socrática deve ser interpretada como:

a) uma postura de deboche e desconsideração em relação ao saber popular da época.b) uma etapa do método socrático segundo o qual o saber dos filósofos pitagóricos precisava ser ironizado para demonstrar sua fragilidade e inconsistência.c) um método criado por Sófocles e adotado por Sócrates para provar a existência de seres superiores, também chamados deuses.d) uma prática discursiva criada pelos sofistas e adotada por Sócrates para defender a importância da filosofia crítica.e) uma etapa do método socrático que consiste em utilizar-se de perguntas com o objetivo de levar o interlocutor a reconhecer a impropriedade de seu saber e, assim, torná-lo apto a construir um novo saber a partir das ideias inatas.

8. (UEG) Tales foi o iniciador da reflexão sobre a physis, pois foi o primeiro filósofo a afirmar a existência de um princípio originário e único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio de tudo é a água. Tudo se origina a partir dela. Essa proposta é importantíssima […] podendo com boa dose de razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar de começo da formação do universo.

REALE, Giovanni. História da filosofia. São Paulo: Loyola, 1990.

A passagem do mito à filosofia iniciou-se com os pré-socráticos. O primeiro deles foi Tales de Mileto, que iniciou o estudo da cosmologia. A cosmologia é definida como:a) A investigação racional do agir humanob) A investigação acerca da origem e da ordem do mundoc) O estudo do belo na arted) O estudo do estado civil e natural e seu ordenamento jurídico

9. (UFU) Leia atentamente o texto a seguir.Na filosofia de Parmênides preludia-se o tema da ontologia. A experiência não lhe apresentava em nenhuma parte um ser tal como ele o pensava, mas, do fato que podia pensá-lo, ele concluía que ele precisava existir: uma conclusão que repousa sobre o pressuposto de que nós temos um órgão de conhecimento que vai à essência das coisas e é independente da experiência. Segundo Parmênides, o elemento de nosso pensamento não está presente na intuição, mas é trazido de outra parte, de um mundo extrassensível ao qual nós temos um acesso direto através do pensamento.

NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos gregos.In: Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

Marque a alternativa INCORRETA.a) Para Parmênides, o Ser e a Verdade coincidem, porque é impossível a Verdade residir naquilo que Não-é: somente o Ser pode ser pensado e dito.b) Pode-se afirmar com segurança que Parmênides rejeita a experiência como fonte da verdade, pois, para ele, o Ser não pode ser percebido pelos sentidos.c) Parmênides é nitidamente um pensador empirista, pois afirma que a verdade só pode ser acessada por meio dos sentidos.d) O pensamento, para Parmênides, é o meio adequado para se chegar à essência das coisas, ao Ser, porque os dados dos sentidos não são suficientes para apreender a essência.

10. (UEL) “A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego”.

NIETZSCHE, F. Crítica Moderna. In: Os Pré-Socráticos. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e o surgimento da filosofia, considere as afirmativas a seguir.I. Com a proposição sobre a água, Tales reduz a multiplicidade das coisas e fenômenos a um único princípio do qual todas as coisas e fenômenos derivam.II. A proposição de Tales sobre a água compreende a proposição ‘Tudo é um’.III. A segunda razão pela qual a proposição sobre a água merece ser levada a sério mostra o aspecto filosófico do pensamento de Tales.IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema fundamental da origem da virtude.

A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é:a) I e IIb) II e IIIc) I e IVd) I, II e IVe) II, III e IV

Gabarito1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B C D E B E D B D A

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c) certezas inabaláveis da experiência.d) abrangência da compreensão humana.e) interpretações da realidade circundante.

3. (Unicentro 2018) Do ponto de vista das reflexões filosóficas contemporâneas sobre o que foi a chamada Idade Média, é correto afirmar:a) Constituiu-se num período em que o saber não evoluiu, representando uma “longa noite de mil anos”.b) Foi um período em que o saber filosófico esteve atrelado ao saber religioso, tendo a filosofia como “serva” da teologia, ou seja, um saber voltado a fundamentar racionalmente os dogmas da fé.c) Foi um período em que Santo Tomás de Aquino liderou a Filosofia Patrística e Santo Agostinho liderou a Escolástica.d) Foi um período que ficou na média por ter preservado o saber greco-romano da destruição causada pela Santa Inquisição.e) Foi uma importante era da história da humanidade em que René Descartes e Galileu Galilei lançaram as bases da ciência moderna, em contraposição ao teocentrismo do pensamento grego.

4. (UFF) A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual foi a de valorizar a inteligência humana e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão natural, inclusive a respeito de certas questões da religião. Discorrendo sobre a “possibilidade de descobrir a verdade divina”, ele diz que há duas modalidades de verdade acerca de Deus. A primeira refere-se a verdades da revelação que a razão humana não consegue alcançar, por exemplo, entender como é possível Deus ser uno e trino. A segunda modalidade é composta de verdades que a razão pode atingir, por exemplo, que Deus existe.

A partir dessa citação, indique a afirmativa que melhor expressa o pensamento de Tomás de Aquino.a) A fé é o único meio do ser humano chegar à verdade.b) O ser humano só alcança o conhecimento graças à revelação da verdade que Deus lhe concede.c) Mesmo limitada, a razão humana é capaz de alcançar certas verdades por seus meios naturais.d) A Filosofia é capaz de alcançar todas as verdades acerca de Deus.e) Deus é um ser absolutamente misterioso e o ser humano nada pode conhecer d’Ele.

5. (UFU) A filosofia de Agostinho é estreitamente devedora do platonismo cristão milanês: foi nas traduções de Mário Vitorino que leu os textos de Plotino e de Porfírio, cujo espiritualismo devia aproximá-lo do cristianismo. Ouvindo sermões de Ambrósio, influenciados por Plotino, que Agostinho venceu suas últimas resistências (de tornar-se cristão).(PEPIN, Jean. Santo Agostinho e a patrística ocidental. In: CHÂTELET, François

(org.) A Filosofia medieval. Rio de Janeiro Zahar Editores: 1983, p.77.)

Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plotino, o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento de Platão.

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma dessas diferenças:a) Para Agostinho, é possível ao ser humano obter o conhecimento verdadeiro, enquanto, para Platão, a verdade a respeito do mundo é inacessível ao ser humano.b) Para Platão, a verdadeira realidade encontra-se no mundo das Ideias, enquanto para Agostinho não existe nenhuma realidade além do mundo natural em que vivemos.

NAVALHA DE OCKHAM Ou “Navalha de Occam” é um princípio lógico e epistemológico que afirma que a explicação paraqualquer fenômeno deve assumir amenor quantidadede premissas possível. O princípio é frequentemente designado pela expressão latina Lex Parsimoniae (Leida Parcimônia), enunciada como: “as entidades nãodevem sermultiplicadas além da necessidade”. Apesardisso, considera-sequeanavalhadeOckhaméapenasuma dentre várias navalhas filosóficas que podem serconsideradas“princípiosdeparcimônia”. Originalmente um princípio da filosofiareducionista e do nominalismo, é hoje tido como umadas máximas heurísticas (regra geral) que aconselhameconomia,parcimôniaesimplicidade,especialmentenasteoriascientíficas. A Navalha de Occam é um princípio metodológico, enãoumaleiquedizoqueéverdadeeoquenãoé.Elanãosugerequeasexplicaçõesmaissimplessãosempreasverdadeirasequeasmaiscomplexasdevemserrefutadasem qualquer situação. A explicação mais simples,portanto, nem sempre é a mais correta, apesar da grande chance.

TESTES1. (Enem 2018) Desde que tenhamos compreendido o significado da palavra “Deus”, sabemos, de imediato, que Deus existe. Com efeito, essa palavra designa uma coisa detal ordem que não podemos conceber nada que lhe seja maior. Ora, o que existe na realidade e no pensamento é maior do que o que existe apenas no pensamento. Dondese segue que o objeto designado pela palavra “Deus”, que existe no pensamento, desde que se entenda essa palavra, também existe na realidade. Por conseguinte, a existência de Deus é evidente.

TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002.

O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino caracterizada por:a) reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos.b) sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.c) explicar as virtudes teologais pela demonstração.d) flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados.e) justificar pragmaticamente crença livre de dogmas.

2. (Enem 2018) Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e nada realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em Deus um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criara, como pode haver verdadeira eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não existia?”

AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um exemplo da reflexão filosófica sobre a(s):a) essência da ética cristã.b) natureza universal da tradição.

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c) Para Agostinho, a alma é imortal, enquanto para Platão a alma não é imortal, já que é apenas a forma do corpo.d) Para Platão, o conhecimento é, na verdade, reminiscência, a alma reconhece as Ideias que ela contemplou antes de nascer; Agostinho diz que o conhecimento é resultado da Iluminação divina, a centelha de Deus que existe em cada um.

6. (PUC-CAMP) Preparando seu livro sobre o imperador Adriano, Marguerite Yourcenar encontrou numa carta de Flaubert esta frase: “Quando os deuses tinham deixado de existir e o Cristo ainda não viera, houve um momento único na história, entre Cícero e Marco Aurélio, em que o homem ficou sozinho”. Os deuses pagãos nunca deixaram de existir, mesmo com o triunfo cristão, e Roma não era o mundo, mas no breve momento de solidão flagrado por Flaubert o homem ocidental se viu livre da metafísica - e não gostou, claro. Quem quer ficar sozinho num mundo que não domina e mal compreende, sem o apoio e o consolo de uma teologia, qualquer teologia? (Luiz Fernando Veríssimo. Banquete com os deuses)

A compreensão do mundo por meio da religião é uma disposição que traduz o pensamento medieval, cujo pressuposto é:a) O antropocentrismo: a valorização do homem como centro do Universo e a crença no caráter divino da natureza humana.b) A escolástica: a busca da salvação através do conhecimento da filosofia clássica e da assimilação do paganismo.c) O panteísmo: a defesa da convivência harmônica de fé e razão, uma vez que o Universo, infinito, é parte da substância divina.d) O positivismo: submissão do homem aos dogmas instituídos pela Igreja e não questionamento das leis divinas.e) O teocentrismo: concepção predominante na produção intelectual e artística medieval, que considera Deus o centro do Universo.

7. (FAAP) A doutrina de Platão influenciou os primeiros filósofos medievais, Santo Agostinho, bispo de Hipona (354 a 430) e Boécio (480 a 524), autores de “Confissões” e “Consolação da Filosofia”, respectivamente. Mas a Filosofia que predominou na Idade Média foi a:a) Sofísticab) Epicuristac) Escolásticad) Existencialistae) Fenomenológica

8. Para Santo Tomás, filosofia e teologia são ciências distintas porque:a) A filosofia se funda no exercício da razão humana e a teologia na revelação divina.b) A filosofia é uma ciência complementar à teologia.c) A filosofia nos traz a compreensão da verdade que será comprovada pela teologia.d) A revelação é critério de verdade, por isso não se pode filosofar.e) A teologia é a mãe de todas as ciências e a filosofia serve apenas para explicar pontos de menor importância.

9. Durante a Idade Média, a questão dos universais foi um dos grandes problemas debatidos pelos filósofos da época. Realismo, conceitualismo e nominalismo foram as soluções típicas do problema. Outra preocupação da época foi o da possibilidade ou impossibilidade de conciliar fé e razão. Santo

Agostinho, sobre a relação fé e razão, protagonizou uma tese que se pode resumir na frase: “Credo ut intelligam” (Creio para entender). A partir dos seus conhecimentos sobre a questão dos universais e da filosofia medieval, identifique as proposições verdadeiras:

I. O apogeu da patrística aconteceu no século XIII com Santo Tomás de Aquino (1225-1274), que, retomando o pensamento de Platão, fez a síntese mais bem elaborada da filosofia com o cristianismo durante a Idade Média.II. O pensamento filosófico medieval, a partir do século IX, é chamado de escolástica. A filosofia escolástica tinha por problema fundamental levar o homem a compreender a verdade revelada pelo exercício da razão, contudo apoiado na Auctoritas, seja da Bíblia, seja de um padre da Igreja.III. Para os nominalistas, o universal é apenas um conteúdo da nossa mente, expresso por um nome. O que significa dizer que os universais são apenas palavras, sem nenhuma realidade específica correspondente.IV. No conceitualismo de Pedro Abelardo, os universais são conceitos, entidades mentais, que não existem na realidade, nem são meros nomes.V. De acordo com a teoria da iluminação de Santo Agostinho, o ser humano recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Tal como o sol, Deus ilumina a razão e torna possível o pensar correto. Em verdade, Santo Agostinho não conflita a fé com a razão, sendo esta última auxiliar e subordinada da fé.

Assinale a alternativa que contém as afirmativas VERDADEIRAS:a) I, II e IIIb) I, III e Vc) II e Vd) I, II e IVe) II, III, IV e V

10. A Patrística é o primeiro momento da filosofia cristã. Sobre esta tendência filosófica, leia as seguintes afirmativas:

I. A Patrística é um movimento de pensadores cristãos que procura justificar teórica e filosoficamente a concepção de vida e de mundo depreendida da Bíblia.II. Boécio não é considerado um pensador da Patrística.III. Plotino é um pensador considerado como participante da patrística.IV. A Patrística sempre rejeitou a filosofia Greco-romana em seu todo.V. Santo Agostinho é considerado o maior pensador da Patrística latina. VI. Um dos temas fundamentais da Patrística é a discussão do sentido da Santíssima Trindade.

Assinale a alternativa CORRETA:a) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. b) Somente as afirmativas I, II, V e VI são corretas.c) Somente as afirmativas III, V e VI são corretas.d) Somente as afirmativas I, V e VI são corretas. e) Somente as afirmativas II, V e VI são corretas.

Gabarito1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B D B E D E C A E D

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naverdade,resume-seàsqualidadesreveladasduranteoprocessoperceptivo.Assim,oqueexisterealmentenadamaiséqueumfeixedesensaçõeseéporissoque“seréserpercebido”.Oqueestáemxequenãoéanegaçãodomundoexterior,massimoconceitofundamental,desdeDescartes, de uma ideia dematéria como constituintede tudo o que é e que fosse diferente da substânciapensante.Para fugirdosubjetivismo individualista (poistudoqueexistesomenteexistiriaparaamenteindividualdecadaindivíduo),Berkeleypostulaaexistênciadeumamentecósmicaqueseriauniversalesuperioràmentedoshomens individuais. Deus é essa mente e tudo o mais seria percebidoporEle(demodoqueaexistênciadomundoexterioràmenteindividualesubjetivadohomem,estariagarantida). AmaiorcontribuiçãodocientistaparaaFísicaeo estudo do corpo humano foi o entendimento da visão associadoaelementossensitivos.

TESTES1. (UFPR 2018) Mas, logo em seguida, adverti que enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da Filosofia que procurava.(DESCARTES. Discurso do método. Col. Os Pensadores. Trad. J. Guinsburg e

Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p. 46.)

O texto citado corresponde a uma das passagens mais marcantes da filosofia de Descartes, um filósofo considerado por muitos intérpretes como o pai do racionalismo. Com base no texto e na ideia geral de racionalismo, é correto afirmar:a) O racionalismo tem como garantia de verdade a experiência.b) Descartes é um filósofo empirista, visto que faz experiências de pensamento.c) Descartes inaugura um tipo de busca pela verdade que se ampara no exercício.d) A expressão “penso, logo existo” é uma das suposições dos céticos sobre o conhecimento.e) Descartes não buscava um princípio seguro, pois duvidava de todas as coisas.

O texto a seguir é referência para a questão 2: Quando se conquistam Estados habituados a reger-se por leis próprias e em liberdade, há três modos de manter a sua posse: primeiro, arruiná-los; segundo, ir habitá-los; terceiro, deixá-los viver com suas leis, arrecadando um tributo e criando um governo de poucos, que se conserve amigos. [...] Quem se torna senhor de uma cidade tradicionalmente livre e não a destrói será destruído por ela. Tais cidades têm sempre por bandeira, nas rebeliões, a liberdade e suas antigas leis, que não esquecem nunca, nem com o correr do tempo, nem por influência dos benefícios recebidos. Por muito que se faça, quaisquer que sejam as precauções tomadas, se não se promovem o dissídio e a desagregação dos habitantes, não deixam eles de se lembrar daqueles princípios e, em toda oportunidade, em qualquer situação, a eles recorrem [...]. Assim, para conservar uma república conquistada, o caminho

mais seguro é destruí-la ou habitá-la pessoalmente.(MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 21-22.)

2. (UFPR 2018) Com base nessa passagem, extraída da obra O Príncipe, de Maquiavel, assinale a alternativa correta:a) O poder emanado do príncipe deve ter a capacidade de não apenas levar a cabo os planos de expansão de seu próprio governo, mas sobretudo criar condições para que esse poder mantenha-se de forma plena e garanta a legitimidade da própria dominação.b) A passagem refere-se em especial às repúblicas que ainda não passaram por um processo de amadurecimento de suas instituições democráticas. Repúblicas que dependem de orientação externa e de outras nações na formação da sua própria identidade política, a fim de suplantar o ódio típico dessas repúblicas.c) Para Maquiavel, “habitar” a república conquistada é uma possibilidade mais condizente com a posição do Príncipe. Considerando que o autor tinha laços com o pensamento humanista, “destruir” uma república conquistada implicaria lançar mão da força militar, com a qual Maquiavel não concordava.d) No mundo moderno e contemporâneo, o Príncipe, garantidor da ordem e da segurança pública, pode e deve intervir com o argumento de preservar as instituições democráticas e republicanas, mesmo que para isso seja necessário o uso da força.e) O Príncipe pode, por meio de pleito eleitoral, plebiscito ou consulta popular, agir em nome do povo e garantir a soberania de seu Estado. Pode invadir as nações que coloquem em risco a sua própria liberdade. Pode combater o ódio das outras repúblicas, e que essa nação seja destruída ou habitada pelo Príncipe, a fim de assegurar a ordem democrática.

3. (Enem 2018) TEXTO I:Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção.

HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

TEXTO II:Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano.

ROUSSEAU, J-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado).

Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma:a) predisposição ao conhecimento.b) submissão ao transcendente.c) tradição epistemológica.d) condição original.e) vocação política.

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4. (Unicentro 2018) Em termos de Filosofia Política, Thomas Hobbes é um pensador da modernidade que apresenta concepções de poder muito próximas das ideias predominantes na nobreza de sua época. Sobre o pensamento deste autor, analise como V (verdadeira) ou F (falsa) as seguintes afirmações.

(__) Hobbes viveu no século XIX e defendeu com veemência o papel da liberdade de pensamento e de ação nasociedade dominada pelo poder absoluto dos Reis.(__) De acordo com Thomas Hobbes, o homem, em seu estado de natureza, não dominaria seus impulsos e viveria emum ambiente de guerra de todos contra todos, pois, sem o controle do Estado, “o homem é lobo do homem”.(__) Vivendo em um contexto em que começam a se construir ideias liberais, Hobbes, partidário do Absolutismo, faz desua filosofia política uma defesa do papel do Estado no controle da ordem social.(__) Hobbes defende a importância de uma espécie de contrato, pelo qual os súditos abdicam de suas liberdades econferem poder soberano ao Rei, a quem compete decidir sobre o bem e o mal, sobre o justo e o injusto.(__) Thomas Hobbes utiliza-se da figura do Leviatã para definir o papel do Estado: um gigante cuja carne é a mesma detodos os homens pertencentes ao Estado, a quem ele defende.

Marque a alternativa correta:a) Todas as alternativas são verdadeiras.b) V, F, F, F e F.c) F, V, V, V e F.d) V, V, F, V e V.e) F, V, V, V e V.

5. (Unicentro 2018) Nicolau Maquiavel, filósofo italiano que viveu entre 1469 e 1527, pode ser considerado o primeiro pensador da chamada “ciência política”, tal qual a concebemos contemporaneamente. A respeito desse filósofo é incorreto afirmar:a) Tornou-se celebremente conhecido por sua obra intitulada “O Príncipe”, na qual esboça o perfil de um governante capaz de promover um estado forte e estável, coerente com o espírito da época em que Maquiavel viveu, período em que se formavam e se afirmavam as monarquias nacionais absolutistas.b) Criticava o pensamento político grego, acusando-o de não ter ido além da construção de utopias, na medida em que partia de considerações sobre como o homem deve agir e não sobre como ele age efetivamente.c) Afirmou um pensamento político calcado em uma moral utilitarista, ou seja, uma moral segundo a qual o resultado benéfico da ação do governante para os governados importa mais do que a forma da ação em si.d) Defendeu que o governante pode abrir mão de suas convicções e valores pessoais quando compreender que sua ação, mesmo contrariando a sua moral, resultará em benefícios aos governados.e) Concebeu a sua principal obra, “O Príncipe”, em que defende a necessidade do poder absoluto dos reis, enquanto exercia a função de tutor do governante do Estado Absolutista Francês.

6. (Enem) A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles

possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar.

HOBBES. T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles:a) Entravam em conflito.b) Recorriam aos clérigos.c) Consultavam os anciãos.d) Apelavam aos governantes.e) Exerciam a solidariedade.

7. (Enem)TEXTO I: Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez.

DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

TEXTO II Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita.

HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).

Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume:a) Defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo. b) Entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica. c) São legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento. d) Concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos. e) Atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento.

8. (Enem) TEXTO I: Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável.

(DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973)

TEXTO II É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida.

SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001.

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A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se: a) Retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade. b) Questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções. c) Investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos. d) Buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. e) Encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados.

9. (Enem) Nasce aqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se.

MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.

A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel define o homem como um ser:a) Munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros. b) Possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política. c) Guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes. d) Naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais.e) Sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares.

10. (UNICAMP) A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato.

LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p.13.

O empirismo, corrente filosófica da qual Locke fazia parte:a) afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da experiência. b) é uma forma de ceticismo, pois nega que os conhecimentos possam ser obtidos. c) aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar a existência de ideias inatas. d) defende que as ideias estão presentes na razão desde o nascimento.

Gabarito1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

C A D E D A E B C A

IluminismoXVIII

ALiberdadeGuiandooPovo,EugèneDelacroix,1830.

O Iluminismo ou filosofia do século XVIII foiummovimentofilosóficonaEuropaeemalgunspaísesamericanos,tambéméconhecidocomoaIdadedaRazãoouoSéculodasLuzes.Ostermossereferemsimplesmentemovimentointelectualquedefendiaarazãocomobasedaautoridade.MuitosdosFundadoresdosEstadosUnidosforamfortemente influenciadospelas ideias iluministas,principalmente na esfera religiosa e, paralelamente comoLiberalismoClássico,naesferapolíticaequetevegrandeinfluêncianaCartadeDireitos,emparalelocomaDeclaração de Direitos do Homem e do Cidadão. TemsuasorigensnoséculoXVII,comaRevoluçãoCientífica,paraaqualcontribuíramfilósofoscomoRenéDescartes e Isaac Newton, mas seu desenvolvimento pleno se deu apenas durante o século seguinte. A França é considerada a nação que liderou o processo de desenvolvimento deste movimento cultural, mas o própriotermofazreferênciaàpalavraalemãAufklärung,que significa esclarecimento.Omovimento se difundiupela Europa, especialmente na Inglaterra, na Holanda no Sacro Império Romano Germânico, e depois na Françaondefloresceucommaiorintensidade. NestasociedadedesigualdosséculosXVIIeXVIII,as classes privilegiadas possuíam privilégios e isençõesnotáveis ao custo da exploração da maior parte dapopulação. Os ideais iluministas rapidamente ganhariam adeptosentreaascendenteburguesia. O diferencial do Iluminismo em relação aos demais movimentos do período, estava no modo como abordavamarazão,principalmenteemrelaçãoàciência,numa linha de pensamento que poderia ser aplicada tanto afilósofosquantoamatemáticosefísicos.Comopassardas décadas, cresceu a ideia de que o mesmo método poderia ser utilizado com sucesso em outras áreas davida,levandoaoprogressoeàfelicidade;assim,embreveaprópriapolíticaseapropriariadaideiadarazãocomoamaisbenéficaparaasociedadeemgeral,emcontrapontoàmera autoridade e à estratificação. Algunsmonarcaseuropeus do período seriam até conhecidos como

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TESTES1. (UEL 2018) Por que só o homem é suscetível de tornar-se imbecil? [...] O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

Com base nos conhecimentos sobre sociedade civil, propriedade e natureza humana no pensamento de Rousseau, assinale a alternativa correta:a) A instauração da propriedade decorre de um ato legítimo da sociedade civil, na medida em que busca atender às necessidades do homem em estado de natureza.b) A instauração da propriedade e da sociedade civil cria uma ruptura radical do homem consigo mesmo e de distanciamento da natureza.c) A fundação da sociedade civil é legitimada pela racionalidade e pela universalidade do ato de instauração da propriedade privada.d) O sentimento mais primitivo do homem, que o leva a instituir a propriedade, é o reconhecimento da necessidade da propriedade para garantir a subsistência.e) A sociedade civil e a propriedade são expressões da perfectibilidade humana, ou seja, da sua capacidade de aperfeiçoamento.

2. Sobre Kant, considere:I. O Imperativo categórico kantiano pressupõe o respeito, sem contradições, a três princípios fundamentais: o da racionalidade, o da autonomia e o da personalidade. II. Kant chamou de revolução copernicana sua resposta ao problema do conhecimento, decorrendo daí que os sujeitos passariam a se regular pelos objetos e não os objetos pelos sujeitos. III. Kant ressalta que existe uma dupla legislação atuando sobre o homem: a moral, de caráter interno; e o Direito, que visa a regular a suas ações externas. IV. Kant ressalta a incognoscibilidade da coisa-em-si, restando-nos, portanto, apenas o acesso às coisas enquanto fenômenos para uma consciência.

a) Todas estão corretas. b) Somente uma está correta. c) Somente duas estão corretas. d) Somente três estão corretas. e) Nenhuma está correta

3. Sobre a produção filosófica de Jean-Jacques Rousseau, marque a afirmativa abaixo que se constitui como CORRETA: a) Articulado à produção teórica dos iluministas, ela constitui-se como antípoda aos preceitos elementares que permearam a Revolução Francesa. b) Em sua obra Do contrato social advoga que os homens nasceram desiguais e encontram-se aprisionados por natureza. c) A democracia rousseauísta é idêntica à democracia burguesa em que a participação popular é postulada nos termos da representatividade parlamentar. d) A vontade geral, que é mais do que a soma das partes, é representada pela figura do monarca ou do príncipe como aquele que põe os pingos nos is. e) O verdadeiro soberano de uma nação é o povo que deve exercer poder de decisão sobre seu destino.

4. Na Crítica da Razão Pura, de Immanuel Kant, encontramos uma tentativa de unidade entre racionalismo e empirismo pela mediação do conceito de experiência e sensibilidade puras. Acerca das formulações encontradas na estética transcendental kantiana, é INCORRETO afirmar que:a) é pela mediação da sensibilidade que os objetos são dados e são fornecidas as intuições; não cabendo ao entendimento, nenhuma atividade fundamental. b) o conhecimento sistemático e a ciência dos objetos da experiência fornecem um modelo de certeza; a filosofia crítica marca os limites do que se pode conhecer e estima o que é permitido esperar. c) o espírito humano nada pode saber das realidades transcendentes aos fenômenos, pois não há uma intuição intelectual; isso implica que não é possível conhecer a coisa em si. d) os fenômenos, sejam da experiência interna ou da experiência externa, não passam de representações, pois os dados da percepção nelas são transmutados graças ao espaço e ao tempo. e) as formas de intuição pura são representações a priori e não a posteriori, que se encontram completamente no espírito humano e não na realidade empírica.

5. (Enem) O edifício é circular. Os apartamentos dos prisioneiros ocupam a circunferência. Você pode chamá-los, se quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o centro; você pode chama-lo, se quiser, de alojamento do inspetor. A moral reformada; a saúde preservada; a indústria revigorada; a instrução difundida; os encargos públicos aliviados; a economia assentada, como deve ser, sobre uma rocha; o nó górdio da Lei sobre os Pobres não contado, mas desfeito – tudo por uma simples ideia de arquitetura!

BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

Essa é a proposta de um sistema conhecido como panóptico, um modelo que mostra o poder da disciplina nas sociedades contemporâneas, exercido preferencialmente por mecanismos:

a) Religiosos, que se constituem como um olho divino controlador que tudo vê. b) Ideológicos, que estabelecem limites pela alienação, impedindo a visão da dominação sofrida. c) Repressivos, que perpetuam as relações de dominação entre os homens por meio da tortura física. d) Sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por meio do olhar como instrumento de controle. e) Consensuais, que pactuam acordos com base na compreensão dos benefícios gerais de se ter as próprias ações controladas.

6. (Enem) Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida.KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985

(adaptado).

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Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa:a) A reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da maioridade.b) O exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas.c)A imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma heterônoma.d) A compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de entendimento.e) A emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão.

7. (Enem) Até hoje admitia-se que nosso conhecimento se devia regular pelos objetos; porém, todas as tentativas para descobrir mediante conceitos, algo que ampliasse nosso conhecimento, malogravam-se com esse pressuposto. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento.

KANT, I. Crítica da razão pura. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1994

O trecho em questão é uma referência ao que ficou conhecido como revolução copernicana na filosofia. Nele, confrontam-se duas posições filosóficas que:a) Assumem pontos de vista opostos acerca da natureza do conhecimento. b) Defendem que o conhecimento é impossível, restando-nos somente o ceticismo. c) Revelam a relação de interdependência entre os dados da experiência e a reflexão filosófica. d) Apostam, no que diz respeito às tarefas da filosofia, na primazia das ideias em relação aos objetos. e) Refutam-se mutuamente quanto à natureza do nosso conhecimento e são ambas recusadas por Kant.

8. (FGV-SP) “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais, não deixa de ser mais escravo do que eles (...) A ordem social é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. Tal direito, no entanto, não se origina da natureza: funda-se, portanto, em convenções.”J.J. Rousseau, Do contrato social. in: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural,

1978.

A respeito da citação de Rousseau, é correto afirmar:a) Aproxima-se do pensamento absolutista, que atribuía aos reis o direito divino de manter a ordem social.b) Filia-se ao pensamento cristão, por atribuir a todos os homens uma condição de submissão semelhante à escravatura.c) Filia-se ao pensamento abolicionista, por denunciar a escravidão praticada na América, ao longo do século XIX.d) Aproxima-se do pensamento anarquista, que estabelece que o Estado deve ser abolido e a sociedade, governada por autogestão.e) Aproxima-se do pensamento iluminista, ao conceber a ordem social como um direito sagrado que deve garantir a liberdade e a autonomia dos homens.

9. “Constituída de 35 volumes, contou com o trabalho de 130 colaboradores: Montesquieu contribuiu com um artigo sobre estética; Quesnay e Turgot versaram sobre economia; Rousseau discorreu sobre música e Voltaire e Hans Holbach

sobre filosofia, religião e literatura.

Embora pretendesse mostrar a unidade íntima entre a cultura e o pensamento humano, as opiniões de seus autores divergiam muito. Sobre religião, por exemplo, era difícil chegar-se a um consenso, já que havia deístas e ateístas”

VICENTINO, C. História Geral. Ensino médio. São Paulo: Scipione, 2000. p. 239.

As características acima expostas referem-se à obra conhecida como:a) Contrato Social.b) Segundo Tratado do Governo Civil.c) Enciclopédia.d) Cartas inglesas.e) Cartas persas.

10. (PUC-RJ) Em meados do século XVIII, diversas monarquias europeias se modernizaram com base nos ideais iluministas para um programa de reformas que assegurasse uma administração mais racional e eficiente do Estado. Embora afirmassem agir em nome da “maior felicidade dos povos”, estes permaneciam excluídos da tomada de decisões políticas.

Considerando as relações entre a cultura iluminista e as reformas promovidas pelos “soberanos esclarecidos”, analise as afirmativas a seguir:

I. Os soberanos reformadores concentraram seus esforços no desmantelamento de privilégios fiscais e no redimensionamento dos poderes eclesiásticos, como no caso de Frederico II na Prússia e de D. José I e de seu ministro Pombal em Portugal.II. Os filósofos iluministas forneceram o tema da razão, da boa administração e da pública felicidade aos projetos absolutistas dos monarcas e o da liberdade à oposição antiabsolutista.III. Os opositores do reformismo monárquico eram juristas e magistrados tradicionalistas, a nobreza fundiária e o alto clero, ameaçados pela dissolução da sociedade de ordens promovida pelos soberanos esclarecidos.

Assinale:a) Se somente a afirmativa I estiver correta. b) Se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. c) Se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d) Se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e) Se todas as afirmativas estiverem corretas.

Gabarito1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

B D E A D A A E C B

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TESTES1. (UFPR 2018) Em um texto chamado “Resposta àquestão: o que é esclarecimento?”, Kant afirma que o“esclarecimento é a saída do homem da menoridade”. Afirmatambémquea“menoridadeéaincapacidadedeservir-sedopróprioentendimentosemdireçãoalheia”e que “o homem é o culpado por esta incapacidade, quando sua causa resulta na falta, não do entendimento, masderesoluçãoecoragemparafazerusodelesemadireção de outra pessoa”.(KANT,Respostaàquestão:Oqueéesclarecimento?In:MARÇAL,J.;CABARRÃO,M.;FANTIN,M.E.(Org.).AntologiadeTextosFilosóficos.

Curitiba:SEED-PR,2009,p.407.)

Por sua vez, Foucault afirma: “Houve, durante a épocaclássica, uma descoberta do corpo como objeto e alvodo poder. Encontraríamos facilmente sinais dessa grande atenção dedicada então ao corpo – ao corpo que se manipula,semodela,setreina,queobedece,responde,setornahábiloucujasforçassemultiplicam[...]”,referindo-seaumcorpo(homem)quesetornaaomesmotempoanalisávelemanipulável.(FOUCAULT,Michel.Oscorposdóceis.In:FOUCAULT,Michel.VigiarePunir.Trad.LigiaM.PondéVassalo.5.ed.Petrópolis:Vozes,1987,p.

125.).

Com base nos dois textos e no pensamento dessesfilósofos,considereasafirmativasabaixo:1. O Esclarecimento seria uma espécie demenoridadeintelectualecorresponderiaàafirmaçãodareligiãocomoponto de partida para o homem tomar suas principaisdecisões.2. Enquanto Kant se preocupa em avaliar o quanto osindivíduos são responsáveis por sedeixaremdirigir poroutros, Foucault trata de mostrar os modos como a sociedadetornaohomemmanipulável.3. Tanto Kant quanto Foucault se questionam peloníveldeautonomiadohomem,ambos,porém,apartirde abordagens diferentes e chegando a conclusõesdiferentes.4. Fica claro no texto de Foucault que a idade clássicafavorece o autoconhecimento e a autonomia de pensamento.

Assinaleaalternativacorreta.a)Somenteaafirmativa2éverdadeira.b)Somenteasafirmativas1e4sãoverdadeiras.c)Somenteasafirmativas2e3sãoverdadeiras.d)Somenteasafirmativas1,3e4sãoverdadeiras.e)Asafirmativas1,2,3e4sãoverdadeiras.

2. (Enem 2018) O filósofo reconhece-se pela posseinseparável do gosto da evidência e do sentido daambiguidade.Quandoselimitaasuportaraambiguidade,esta se chama equívoco. Sempre aconteceu que,mesmoaqueles quepretendemconstruir umafilosofiaabsolutamente positiva, só conseguiram ser filósofosna medida em que, simultaneamente, se recusaram o direitodeseinstalarnosaberabsoluto.Oquecaracterizaofilósofoéomovimentoque leva incessantementedosaber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certorepouso neste movimento.

MERLEAU-PONTY,M.ElogiodaFilosofia.Lisboa:Guimarães,1998

(adaptado)

O texto apresenta um entendimento acerca doselementosconstitutivosdaatividadedofilósofo,quesecaracterizapor:a) reunir os antagonismos das opiniões ao métododialético.b) ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo dasideias.c) associar a certeza do intelecto à imutabilidade daverdade.d) conciliar o rigor da investigação à inquietude doquestionamento.e) compatibilizar as estruturas do pensamento aosprincípios fundamentais.

3. (Unicentro 2018) Para Jean Paul Sartre, filósofoexistencialista contemporâneo, a liberdade não é umaescolha,poisoserhumanoestá“condenadoaserlivre”.Assinaleaalternativamaisadequadaparafundamentaraconcepçãosartreanadeliberdade.

a)Aliberdadeseimpõeaohomem,poisasuanaturezadeterminada o faz um ser limitado frente ao poder deDeus e as forças naturais.b)Avidahumanaseassemelhaàvidadeumaplanta,cujofuturo jáestáescritonasemente,oquecorrespondeacompreenderqueDeusjádeterminouaessênciadecadapessoa desde o seu nascimento.c)O serhumanonãoestá sujeitoaodeterminismo,ouseja, o seu ser não lhe é dado pronto e ele necessita, a cada momento, fazer escolhas a partir das quais vaiconstruindoasuaessência,oseuser,ouseja,ohomemestáobrigadoadecidiroquefazerdesi.d)Serlivreéomesmoquesercondenado,poisodestinoda humanidade é avançar rumo ao aperfeiçoamento, com vistasàconstruçãodeummundomelhor.e) Condenação e liberdade andam juntas porque, aoser livre, o homem está sujeito ao erro que o leva àcondenação.

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4. (PUCPR 2018) Emseulivro,Técnica,MedicinaeÉtica,o filósofo Hans Jonas faz uma análise das existentesrelaçõesentreaciência,atécnica,aéticaeanatureza.Naavaliaçãodofilósofo,aciênciaeatécnicamodernasdesenvolveram-se de tal maneira independente queacabaram se distanciando do fenômeno da vida e decertareflexãocríticasobreoseupróprioatuar.HansJonasindicaaindaqueessedistanciamentoqueopõe,deumladoaciênciaeatécnica,edeoutroofenômenodavida,legaria um problema que teria de ser enfrentado pelafilosofiacontemporâneae,nessecaso,pelaética.

Combasenosseusconhecimentossobreotema,assinaleaalternativaCORRETA:a)ParaHansJonas,oavançodaciênciaedatécnicaéaúnicamaneiradesegarantiracontinuidadedavidaedanatureza,detalmodoqueéprecisoconfiartodonossofuturoaosprogressostécnicosecientíficosparaqueessesconsigam preservar da melhor maneira a vida futura. b)Muitoemboraatécnicamodernasejacapazdecausardanosànatureza,HansJonasafirmaqueaéticadeveserresponsávelporindicarosmelhorescaminhosparaaaçãohumana,masnuncapoderáapresentarnenhumaformaderestriçãoàatividadecientífica.c)SegundoconsideraHansJonas,osperigosdatécnicamoderna são muito preocupantes uma vez que sãocapazesdecausardanospermanentesàvidafutura,oquelevaofilósofoaafirmarqueaéticadaresponsabilidadedeveria servir para impedir e restringir toda forma de pesquisacientíficaedeavançotecnológico.d) Conforme afirma Hans Jonas, em decorrência domaiorcontroleedomíniodaciênciaeda técnicasobreanatureza,éprecisoqueaéticasirvacomoumpontodereflexãocríticasobrequaisos rumos futurosqueserãotomadoscomrelaçãoàmanutençãodavida,detalmodoqueaéticatenhadesercientíficapararealizartalreflexão.e) A proposta de uma ética da responsabilidade éformuladatendoporbaseanecessidadedeserestringirasaçõeseosavançosdaciênciaedatécnicamodernascombaseemumprincípiodepreservaçãodavidafutura,sendoquetantoaciência

5. (PUCPR 2018) EmseutextoACrisenaEducação,HannahArendtafirmaqueaideiadenovidadeedo“novo”paraa educação acarreta em uma série de problemas emdecorrênciadaconfusãoentreoâmbitodaeducaçãoeoâmbitodapolítica.ConformeescreveArendt:“Opapeldesempenhado pela educação em todas as utopias políticas, apartirdos temposantigos,mostraoquantoparece natural iniciar um novo mundo com aqueles que sãopornascimentoepornaturezanovos.Noquetocaàpolítica,issoimplicaobviamenteumgraveequívoco:aoinvésdejuntar-seaosseusiguais,assumindooesforçodepersuasãoecorrendooriscodofracasso,háaintervenção

ditatorial,baseadanaabsolutasuperioridadedoadulto,eatentativadeproduzironovocomoumfaitaccompli,istoé,comoseonovojáexistisse”.

Deacordocomosseusconhecimentossobreo temaebaseando-seno textomencionado,éCORRETOafirmarque:a)paraHannahArendt,oentusiasmoextraordináriopeloque é novo se apresenta como um dos pontos centrais da crise na educação, uma vez que não é ensinado àscrianças a ideia de que o mundo, a história e a tradição são anteriores a elas e que é pela compreensão desses elementosqueestaspodemviratornar-secidadãsbempreparadas. b) a crise na educação, segundo Hannah Arendt, nãotemnenhumarelaçãoenenhumaconsequênciaparaapolítica,umavezqueoâmbitodaeducaçãoeoâmbitodapolíticasãocompletamenteseparadosea formaçãode uma criança não tem nenhum impacto na formação dos cidadãos. c) para a filósofa, a ideia de novidade no âmbito daeducação é uma grande ilusão, porque as crianças nunca poderão habitar ou criar um mundo novo e sempreestarão inteiramente presas ao passado e ao mundo em quehabitam.d)segundoponderaHannahArendt,afaltadeautoridadeé um dos pontos centrais da crise na educação, de tal maneiraquea ideiado“novo”noâmbitodaeducaçãoteria como consequência o apagamento de todahierarquiaeproduziriaumasociedadeanárquica.e)conformeHannahArendt,omundopré-existentenãodeveserlevadoemcontanoquedizrespeitoàeducaçãodascrianças,pois,umavezqueasprópriascriançassãonovasnomundo,nãoénecessárioreproduzirosvaloreseensinamentosanteriormenteexistentes.

6. (FUVEST 2017) Tanto no desenvolvimento políticocomo no científico, o sentimento de funcionamentodefeituoso,quepodelevaràcrise,éumprérequisitoparaa revolução.

T.S.Kuhn.Aestruturadasrevoluçõescientíficas.SãoPaulo:

Perspectiva,1989.

Analise as quatro afirmações seguintes, acerca dasrevoluçõespolíticasecientíficasdaÉpocaModerna:I. A concepção heliocêntrica de Nicolau Copérnico,sustentadanaobraDasrevoluçõesdasesferascelestes,de1543,reforçavaadoutrinacatólicacontraospostuladosprotestantes.II.ALeidaGravitaçãoUniversal,propostaporIsaacNewtonnoséculoXVII,reforçavaasradicaisperspectivasateístasquehaviampautadoasaçõesdosgruposrevolucionáriosnaInglaterraàépocadaRevoluçãoPuritana.III. Às experiências com eletricidade realizadas por

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BenjaminFranklinnoséculoXVIII,somou-sesuaatuaçãonoprocessodeemancipaçãopolíticadosEstadosUnidosda América.IV.Osestudossobreooxigênioesobreaconservaçãodamatéria, feitos porAntoine Lavoisier ao final do séculoXVIII,estavamemconsonânciacomaracionalizaçãodoconhecimento,característicadaIlustração.

Estãocorretasapenasasafirmações:a)I,IIeIII.b)II,IIIeIV.c)I,IIIeIV.d)IeII.e)IIIeIV

7. (UEL) Elaboradanosanosde1980, emumcontextode preocupações com o meio ambiente e o risconuclear,aÉticadoDiscursobuscoureorientarasteoriasdeontológicas que a antecederam. Um exemplo estácontidonotextoaseguir:

“Demaiorgravidadesãoasconsequênciasqueumconceitorestritodemoralcomportaparaasquestõesdaéticadomeioambiente.Omodeloantropocêntricoparecetrazerumaespéciedecegueiraàsteoriasdotipokantiano,noquedizrespeitoàsquestõesdaresponsabilidademoraldohomempeloseumeioambiente.”HABERMAS,Jürgen.ComentáriosàÉticadoDiscurso.Lisboa:Instituto

Piaget,1999.

CombasenotextoenosconhecimentossobreaÉticadoDiscurso,écorretoafirmarqueaética:a)abrangeasaçõesisoladasdaspessoasvisandoadequar-seàsmudançasclimáticaseàscatástrofesnaturais.b)correspondeàmaneiracomoohomemdesejaconstruirerealizarplenamenteasuaexistêncianoplaneta.c)compreendeaatitudeconservacionistaqueosistemaeconômicoadotaemrelaçãoaoambiente.d)implicaainstrumentalizaçãodosrecursostecnológicosembenefíciodareduçãodapoluição.e)refere-seàatitudederetornodohomemàvidanatural,observandoasleisdanaturezaesuaregularidade.

8. (UEM) Escritoháquaseduzentosanos,porKarlMarxeFriedrichEngels,oManifestoComunistadenunciavaasdesigualdades sociais vividas pelos homens na sociedade capitalista.Leiatrechodessaobra,reproduzidoaseguir,e assinale o que for correto sobre o desenvolvimentoeconômico.

“Asociedadeburguesamoderna,quebrotoudasruínasda sociedade feudal, não aboliu os antagonismos dasclasses. Estabeleceu novas classes, novas condições de

opressão,novasformasdelutanolugardasantigas[...]A manufatura já não era suficiente. Em consequênciadisso,ovaporeasmáquinasrevolucionaramaproduçãoindustrial. O lugar da manufatura foi tomado pela indústria gigantesca moderna, o lugar da classe média industrial, pelosmilionáriosdaindústria,líderesdetodooexércitoindustrial,osburguesesmodernos”MARX,Karl&ENGELS,Friedrich.OManifestodoPartidoComunista.

RiodeJaneiro:PazeTerra,1998.

I. A passagem da manufatura para indústria gerou um processo de modificação do espaço natural que foibastanteequilibrado,semprejuízosaomeioambiente.II.Otrechoacimaserefereaocontextodeformaçãodasociedadecapitalistaeàcomposiçãodosantagonismosde classe, os quais opõem proprietários dos meios deproduçãoeproprietáriosdaforçadetrabalho.III. As relações estabelecidas pelas classes sociaisna sociedade burguesa moderna são pautadas pelacooperação, a qual conduz ao desenvolvimentoeconômico gerador de melhor condição de vida paratodos. IV. As relações de troca se revolucionaram em virtudedeocrescimentodaburguesiamodernaterocorridonamesma proporção do crescimento da produção industrial. V. O desenvolvimento da indústria está assentado noemprego do trabalho humano, o único detentor deconhecimentoparaalteraramatéria-prima,apartirdousodeinstrumentosqueelemesmoproduz.

Estãocorretas:a)II,IV,Vb)I,II,Vc)III,IV,Vd)I,IV,Ve)I,II,III

9. (UFU) LeiaoexcertoabaixoeassinaleaalternativaquerelacionacorretamenteduasdasprincipaismáximasdoexistencialismodeJean-PaulSartre,asaber:

“aexistênciaprecedeaessência”“estamos condenados a ser livres”

Com efeito, se a existência precede a essência, nadapoderá jamais ser explicado por referência a umanaturezahumanadadaedefinitiva; ou seja, nãoexistedeterminismo,ohomemé livre,ohomemé liberdade.Poroutro lado,seDeusnãoexiste,nãoencontramosjáprontos,valoresouordensquepossamlegitimaranossaconduta. […]Estamoscondenadosa ser livres.Estamossós,semdesculpas.Éoquepossoexpressardizendoqueohomemestácondenadoaserlivre.Condenado,porquenão se criou a si mesmo, e como, no entanto, é livre, uma

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O filósofoMichel Foucault (séc. XX) inova ao pensar apolíticaealeiemrelaçãoaopodereàorganizaçãosocial.CombasenareflexãodeFoucault,afinalidadedasleisnaorganizaçãodassociedadesmodernasé:

a)Combateraçõesviolentasnaguerraentreasnações.b)Coagireservirpararefrearaagressividadehumana.c)Criarlimitesentreaguerraeapazpraticadasentreosindivíduos de uma mesma nação. d) Estabelecer princípios éticos que regulamentam asaçõesbélicasentrepaísesinimigos.e)OrganizarasrelaçõesdepodernasociedadeeentreosEstados.

Gabarito1 2 3 4 5 6

C D B E A E

7 8 9 10 11

B A C C E

vezquefoilançadonomundo,éresponsávelportudooquefaz.

SARTRE,Jean-Paul.OExistencialismoéumHumanismo.S.Paulo:

NovaCultural,1987.

a)Seaessênciadohomem,paraSartre,éa liberdade,então jamais o homem pode ser, em sua existência,condenado a ser livre, o que seria, na verdade, uma contradição.b) A liberdade, em Sartre, determina a essência danatureza humana que, concebida por Deus, precedenecessariamenteasuaexistência.c) Para Sartre, a liberdade é a escolha incondicional, àqual o homem, como existência já lançada nomundo,estácondenado,epelaqualprojetaoseuserouasuaessência.d) O Existencialismo é, para Sartre, um Humanismo,porqueaexistênciadohomemdependedaessênciadesuanaturezahumana,queaprecedeequeéaliberdade.

10. (UEG) As histórias, resultado da ação e do discurso, revelam um agente, mas este agente não é autor nem produtor. Alguém a iniciou e dela é o sujeito, na dupla acepção da palavra, mas ninguém é seu autor.

ARENDT,Hannah.Acondiçãohumana.SãoPaulo:Saraiva,2001.

A filósofa alemã Hannah Arendt foi uma das maisrefinadaspensadorascontemporâneas, refletindosobreeventos como a ascensão do nazismo, o Holocausto,o papel histórico das massas etc. No trecho citado, ela refletesobreaimportânciadaaçãoedodiscursocomofomentadores do que chama de “negócios humanos”. Nessesentido,Arendtdefendeoseguintepontodevista:

a) a condiçãohumanaatualnãoestá condicionadaporaçõesanteriores,jáquecadauméautordesuaexistência.b)anecessidadedoserhumanodeserautoreprodutordeaçõeshistóricaslhetiraaresponsabilidadesobreelas.c)oagentedeumanovaaçãosempreagesobainfluênciadeteiaspreexistentesdeaçõesanteriores.d)oprodutordenovosdiscursossempreprecisalevaremconta discursos anteriores para criar o seu.

11. (Enem) Aleinãonascedanatureza,juntodasfontesfrequentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce dasbatalhasreais,dasvitórias,dosmassacres,dasconquistasquetêmsuadataeseusheróisdehorror:aleinascedascidades incendiadas, das terras devastadas; ela nascecomosfamososinocentesqueagonizamnodiaqueestáamanhecendo. FOUCAULT,Michel.Aulade14dejaneirode1976.In:Emdefesada

sociedade.SãoPaulo:MartinsFontes,1999.