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Portugal - Sistema Fiscal (Junho 2012)
2Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. – Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA
Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 [email protected] www.portugalglobal.pt
Índice
1. Introdução 5
2. Principais alterações no sistema fiscal português em 2012 6
3. Impostos sobre o rendimento 8
3.1. Imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas (IRC) 8
3.1.1. Características 8
3.1.2. Incidência 8
3.1.3. Base do imposto 8
3.1.4. Rendimentos 9
3.1.5. Gastos 9
3.1.6. Período de tributação 10
3.1.7. Determinação da matéria colectável 10
3.1.8. Amortizações e reintegrações 11
3.1.9. Regime especial de tributação dos grupos de sociedades (RETGS) 12
3.1.10. Outros regimes especiais 13
3.1.11. Taxas 13
3.1.12. Liquidação 15
3.2. Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) 17
3.2.1. Características 17
3.2.2. Incidência 17
3.2.3. Determinação da matéria colectável 18
3.2.4. Escalões e taxas 18
3.2.5. Regime de tributação 19
3.2.6. Deduções à colecta 20
3.2.7. Entrega da declaração e liquidação 21
4. Impostos sobre o património 21
4.1. Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) 21
4.1.1. Incidência 21
4.1.2. Sujeito passivo 22
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4.1.3. Valor patrimonial tributário 22
4.1.4. Método de cálculo 22
4.1.5. Isenções 23
4.1.6. Taxas 23
4.1.7. Liquidação 24
4.2. Imposto Municipal sobre as transmissões onerosas de Imóveis (IMT) 24
4.2.1. Incidência 24
4.2.2. Valor tributável 24
4.2.3. Taxas 25
4.2.4. Liquidação 25
5. Impostos sobre a despesa 26
5.1. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) 26
5.1.1. Características 26
5.1.2. Incidência 26
5.1.3. Valor tributável 26
5.1.4. Taxas 27
5.1.5. Isenções 28
5.1.6. Liquidação e pagamento 29
5.2. Regime do IVA nas transacções intracomunitárias (RITI) 31
5.2.1. Incidência 31
5.2.2. Operações tributáveis 31
5.2.3. Obrigações dos sujeitos passivos 32
5.2.4. Valor tributável e taxas 32
6. Impostos Especiais sobre o Consumo 32
6.1. Imposto sobre o álcool e as bebidas alcoólicas (IABA) 33
6.2. Imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP) 33
6.3. Imposto sobre o tabaco (IT) 34
7. Imposto sobre Veículos (ISV) 34
8. Imposto único de circulação (IUC) 35
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9. Imposto do selo 35
9.1. Incidência 35
9.2. Territorialidade 36
9.3. Isenções 36
9.3.1. Isenções subjectivas 36
9.3.2. Outras isenções 36
9.4. Taxas 37
9.5. Liquidação e pagamento 37
10. Benefícios fiscais 37
10.1. Benefícios fiscais ao investimento produtivo 38
10.1.1. Benefícios ao investimento em unidades produtivas de natureza contratual 38
10.1.2. Benefícios fiscais com vista à internacionalização das empresas portuguesas 40
10.2. Benefícios fiscais à investigação e desenvolvimento 40
10.3. Benefícios fiscais às Zonas Francas 41
10.4. Benefícios fiscais de natureza social - Criação de emprego 43
10.5. Regime especial de apoio ao investimento (RFAI) 44
10.6. Outros benefícios fiscais 44
10.6.1. Benefícios fiscais à reestruturação empresarial 44
10.6.2. Benefícios fiscais para prédios situados nas áreas de localização empresarial (ALE) 44
10.6.3. Benefícios fiscais ao sistema financeiro e mercado de capitais 45
10.6.4. Benefícios fiscais à propriedade intelectual 46
Anexos
Calendário Fiscal 47
Fontes 49
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1. Introdução
Com o presente trabalho pretende-se proporcionar uma
visão sintética dos aspectos mais relevantes do Sistema Fiscal
Português. Apresentam-se as principais características dos
impostos estaduais e locais, directos e indirectos, com maior
ênfase para os que estão relacionados com a actividade
empresarial.
Os Impostos Estaduais englobam os Impostos sobre o
Rendimento: Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Colectivas – IRC e Imposto sobre o Rendimento de Pessoas
Singulares – IRS - os Impostos sobre a Despesa: Imposto
sobre o Valor Acrescentado – IVA; os Impostos Especiais
sobre o Consumo: Imposto Especial sobre o Álcool e Bebidas
Alcoólicas – IABA; Imposto sobre Produtos Petrolíferos e
Energéticos – ISP; Imposto sobre o Tabaco – IT; e a Tributação
Automóvel: Imposto sobre Veículos – ISV e Imposto Único
de Circulação - IUC. Neste capítulo são apresentados com
maior detalhe, o IRC e o IVA.
Os Impostos Locais, cuja cobrança constitui receita dos
Municípios, incluem os Impostos sobre o Património:
Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), que sucedeu à
contribuição autárquica e o Imposto Municipal sobre as
Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), que sucedeu ao
imposto municipal de sisa.
Constitui ainda receita dos Municípios a parcela do produto
do imposto único de circulação que lhes caiba nos termos
da lei. Em certas circunstâncias podem, ainda, lançar
anualmente uma Derrama.
No capítulo dos Benefícios Fiscais, regime que contempla
medidas que aliviam o impacto dos impostos através
da redução de taxas fiscais e aduaneiras e deduções à
matéria colectável de determinados encargos incorridos
pelo contribuinte, seguiu-se o princípio adoptado para os
impostos apresentando-se os que incidem sobre a actividade
das empresas.
Assim, em termos globais, optou-se por uma simplificação
da informação relativa ao Sistema Fiscal e ao Regime de
Benefícios Fiscais em vigor em Portugal, recomendando-se,
por isso, uma consulta aos respectivos diplomas legais e um
contacto com as entidades competentes, para eventuais
esclarecimentos adicionais.
Finalmente, este documento contempla as alterações
introduzidas pela Lei do Orçamento de Estado para 2012
(Lei n.º 64-B/2011, de 30 Dezembro), e ainda, pela Lei n.º
14-A/2012, de 30 de Março e Lei n.º 20/2012, de 14 de
Maio, em matéria fiscal.
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2. Principais alterações no sistema fiscal português em 2012
De acordo com os objectivos traçados no Documento de
Estratégia Orçamental publicado a 31 de Agosto de 2011
pelo Ministério das Finanças e em consonância com as
medidas aprovadas para a área fiscal no Memorando de
Entendimento celebrado com a União Europeia, Banco
Central Europeu e Fundo Monetário Internacional em
Maio de 2011, entraram em vigor a 01 de Janeiro de 2012
diversas alterações ao regime fiscal constantes da Lei 64-
B/2011 de 30 de Dezembro – Orçamento de Estado para
2012 e do Orçamento Rectificativo (Lei n.º 20/2012 de 14 de
Maio). No âmbito do Programa de Ajustamento Económico
e Financeiro da Região Autónoma da Madeira, foram
igualmente introduzidas alterações no regime fiscal em vigor
pela Lei n.º 14-A/2012, de 30 de Março.
Merecem destaque:
IRS – Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Singulares
- os rendimentos anuais superiores a 153.300 euros (último
escalão), passam a ser taxados a 49%, ou seja uma subida
de 2,5%;
- os sujeitos passivos que integrem os dois escalões mais
elevados vão deixar de poder deduzir à colecta despesas
de saúde, educação e encargos com imóveis. Nos restantes
são reduzidos os limites existentes, embora salvaguardando
majorações por cada filho do agregado familiar;
- redução do subsídio de refeição não sujeito a IRS, passando
a constituir rendimento de trabalho dependente na parte
que exceda em 20% (anteriormente 50%) o limite legal
estabelecido, ou em 60% (anteriormente 70%) sempre que
o subsídio seja atribuído através de vales de refeição;
- agravamento da taxa liberatória nas mais valias mobiliárias
que incide sobre a diferença entre as mais e as menos valias,
passando para 21,5% (taxa adicional de solidariedade).
IRC – Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Colectivas
- possibilidade de adopção de um período de tributação anual
de imposto diferente do ano civil sem estar condicionada à
manutenção desse período nos 5 anos imediatos, sempre
que o sujeito passivo integre um grupo de sociedades em
que a empresa mãe adopte um período diferente do que era
adoptado pelo sujeito passivo;
- eliminação da taxa reduzida de 12,5% que se aplicava aos
primeiros 12.500 euros de matéria colectável, passando a
vigorar a taxa única de 25%;
- introdução de uma taxa especial de 30% para os
rendimentos de capitais pagos ou colocados à disposição
de não residentes sem estabelecimento estável em território
português, domiciliados em paraísos fiscais;
- aumento da taxa de tributação autónoma, de 20%
para 25%, aplicável aos lucros distribuídos por entidades
sujeitas a IRC a sujeitos passivos que beneficiam de isenção
total ou parcial;
- revogação das isenções subjectivas;
- limitação aos benefícios fiscais;
- aumento temporário da base de incidência da Derrama
Estadual passando a incidir sobre parte do rendimento
tributável superior a 1,5 milhões de euros e da taxa, passando
a 3% quando aplicável a lucros tributáveis situados entre os
1,5 milhões de euros e os 10 milhões de euros anuais e 5%
para lucros superiores a 10 milhões de euros anuais;
- pagamento adicional por conta passa a ser de 2,5%
quando aplicável a lucros tributáveis relativos ao período de
tributação anterior, entre 1,5 e 10 milhões de euros e de
4,5% a lucros superiores a 10 milhões de euros;
- no âmbito do regime especial de tributação de grupos de
sociedades, a sociedade dominante passa a ter o dever de
fazer prova do preenchimento das condições de aplicação
deste regime especial;
- no elenco de depreciações e amortizações de elementos do
activo sujeitos a deperecimento passam a estar incluídos os
activos biológicos que não sejam consumíveis.
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IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis
- actualização do valor patrimonial dos imóveis através de
avaliação geral dos prédios urbanos a concluir até ao final
de 2012;
- redução das isenções em sede de IMI;
- reforço dos benefícios fiscais concedidos a prédios de
reduzido valor patrimonial propriedade de sujeitos passivos
de baixos rendimentos;
- subida dos limites das taxas a aplicar pelos municípios.
IMT – Imposto Municipal sobre as Transmissões
Onerosas de Imóveis
- para os residentes em paraísos fiscais é agravada a taxa
de IMT em dois pontos percentuais, fixando-se em 10%,
excepto nos casos em que o adquirente é pessoa singular;
- no caso de caducidade dos benefícios, o prazo de prescrição
do IMT é contado a partir da data em que os mesmos ficaram
sem efeito;
- revogado o regime de reembolso de IMT indevidamente
pago nos últimos 4 anos, sempre que o contribuinte não
tenha sido utilizado em tempo oportuno, os meios previstos
no Código de Procedimento e Processo Tributário (CPPT).
IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado
- transferência de categorias de bens e serviços entre as
diferentes taxas (ex: subida da taxa normal para a intermédia
e desta para a superior);
- redução do âmbito de bens sujeitos à taxa intermédia,
assegurando, contudo, a sua manutenção para um conjunto
limitado de bens como a vinicultura, agricultura e pescas;
- manutenção da tributação dos bens essências na taxa
reduzida;
Transacções Intra-Comunitárias
- obrigação de envio de declaração recapitulativa até ao dia
20 do mês seguinte àquele a que respeitam as operações de
limite superior a 50 mil euros;
- obrigação de indicação das prestações de serviços
efectuadas a sujeitos passivos de outros Estados-Membros,
quando não sejam tributáveis em Portugal, na declaração
recapitulativa das operações intracomunitárias apresentada
pelos sujeitos passivos isentos em função do volume de
negócios (art.º 53.º CIVA).
Impostos Especiais sobre o Consumo
- criação de um imposto sobre a electricidade;
- aumento significativo das taxas no imposto sobre bebidas,
tabaco, petróleo e gasóleo de aquecimento.
EBF - Estatuto dos Benefícios Fiscais
- alargamento do leque de benefícios fiscais sem prazo de
caducidade de 5 anos previsto no EBF, tais como os concedidos
às SGPS - Sociedades Gestoras de Participações Sociais
(isenção de tributação de mais-valias); à reorganização de
empresas resultantes de actos de concentração ou de acordos
de cooperação (isenção de IMT, Imposto Selo e emolumentos
e encargos legais) e os concedidos às Cooperativas;
- isenção de IRS e de IRC das mais-valias realizadas por pessoas
singulares e por não residentes e sem estabelecimento estável
em Portugal, domiciliados em países com os quais não esteja
em vigor Convenção destinada a evitar Dupla Tributação
Internacional ou acordo sobre troca de informações em
matéria fiscal, desde que não se trate de “paraíso fiscal”;
- isenção de IMT e IMI nas aquisições e detenções de imóveis
situados nas áreas de localização empresarial, adquiridos ou
concluídos até 31 de Dezembro de 2012;
- revogação dos benefícios fiscais à interioridade;
- revogação de todas as disposições relativas ao regime fiscal
do investidor “residente não habitual” previsto no Código
Fiscal do Investimento.
- revogação do regime de isenção de IRS e IRC para os sócios
de entidades licenciadas nas Zonas Francas da Madeira e
Açores, aplicável a dividendos e juros.
- prorrogação do RFAI até 31 de Dezembro de 2012;
- manutenção do SIFIDE II.
Autorizações Legislativas
- o Governo poderá criar deduções em sede de IRS, IMI ou
IUC até 5% de IVA suportado e efectivamente pago pelos
sujeitos passivos na aquisição de bens e serviços, sujeitas a
um limite máximo.
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3. Impostos sobre o rendimento
3.1. Imposto sobre o rendimento de pessoas colectivas (IRC)
O Código do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas
Colectivas – CIRC - entrou em vigor em 01 de Janeiro de
1989 e foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-B/88, de 30 de
Novembro. Desde a sua publicação, este diploma tem sido
objecto de múltiplas alterações. O Decreto-Lei nº 159/2009,
de 13 de Julho, procedeu à adaptação do Código IRC às
normas internacionais de contabilidade adoptadas pela União
Europeia e ao Sistema de Normalização Contabilística (SNC),
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho.
3.1.1. Características
O IRC:
- Onera o Rendimento de uma empresa e não o seu património;
- É directo porque incide sobre a manifestação directa da
capacidade contributiva;
- É periódico, porque a tributação é em regra anual, por
sucessivos períodos de tributação, podendo ou não coincidir
com o ano civil;
- É proporcional, porque a sua taxa é constante,
independentemente do valor da matéria colectável;
- É estadual, porque o Estado é o sujeito activo da relação de
tributação e as regiões autónomas são entidades credoras de
imposto gerado nas suas regiões;
- É real, porque tributa o rendimento das pessoas colectivas,
sem atender à situação pessoal;
- É principal, porque é autónomo ao nível normativo e ao nível
das relações tributárias concretas;
- É global, porque incide sobre a totalidade dos rendimentos
auferidos.
3.1.2. Incidência
São sujeitos passivos de IRC:
a) Pessoas colectivas com sede ou direcção efectiva em
território português:
- Sociedades comerciais;
- Sociedades civis sob a forma comercial;
- Cooperativas;
- Empresas públicas e demais pessoas colectivas de direito
público ou privado.
b) Entidades sem personalidade jurídica com sede ou direcção
efectiva em território português (consideradas residentes),
cujos rendimentos não sejam tributados em sede de IRS ou
em IRC no caso de sociedades civis não constituídas sob a
forma comercial, as sociedades profissionais, as sociedades
de simples administração de bens, os ACE – Agrupamentos
Complementares de Empresas e os fundos de investimento.
c) Entidades com ou sem personalidade jurídica, que não
tenham sede nem direcção efectiva em território português
(consideradas não residentes), cujos rendimentos obtidos no
território português não estejam sujeitos a IRS.
3.1.3. Base do imposto
Estão sujeitos à incidência do IRC os seguintes rendimentos:
Entidades residentes:
a) O lucro das sociedades comerciais ou civis sob forma
comercial, das cooperativas e das empresas públicas e o das
demais pessoas colectivas que exerçam, a título principal,
uma actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola;
b) O rendimento global, correspondente à soma algébrica
dos rendimentos das diversas categorias consideradas para
efeitos de IRS e, bem assim, dos incrementos patrimoniais
obtidos a título gratuito, das entidades que não exerçam,
a título principal, uma actividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola.
Entidades não residentes:
a) O lucro imputável a estabelecimento estável situado em
território português (sucursais);
b) Os rendimentos das diversas categorias, consideradas para
efeitos de IRS e, bem assim, os incrementos patrimoniais
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obtidos a título gratuito das entidades que não possuam
estabelecimento estável1 ou que, possuindo-o, não lhe
sejam imputáveis.
Os residentes são tributados pela totalidade dos seus
rendimentos, incluindo os obtidos fora do território
português. Os não residentes apenas são tributados pelos
rendimentos obtidos em território português.
3.1.4. Rendimentos
A definição encontra-se na lei em sentido amplo, pelo que
se consideram rendimentos os resultantes de operações
de qualquer natureza e não apenas os provenientes da
actividade normal do sujeito passivo.
Exemplificando:
a) Vendas ou prestações de serviços, descontos, bónus e
abatimentos, comissões e corretagens;
b) Rendimentos de imóveis;
c) Rendimentos de carácter financeiro, tais como juros,
dividendos, descontos, ágios, transferências, diferenças de
câmbio, prémios de emissão de obrigações e os resultantes
da aplicação do método do juro efectivo aos instrumentos
financeiros valorizados pelo custo amortizado;
d) Rendimentos da propriedade industrial ou outros análogos;
e) Prestações de serviços de carácter científico ou técnico;
f) Rendimentos resultantes da aplicação do justo valor em
instrumentos financeiros;
g) Rendimentos resultantes da aplicação do justo valor em
activos biológicos consumíveis que não sejam explorações
silvícolas plurianuais;
h) Mais-valias realizadas;
i) Indemnizações auferidas seja a que título for;
j) Subsídios à exploração.
1 Estabelecimento estável - Instalação fixa onde é exercida uma actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola, nomeadamente um local de direcção, uma sucursal, um escritório, uma fábrica, uma oficina, uma mina, um poço de petróleo ou gás, uma pedreira ou qualquer lugar de extracção de recurso naturais, assim como um local ou estaleiro de construção, de instalação ou de montagem quando a sua duração for superior a 6 meses.
3.1.5. Gastos
Também neste caso, a definição se encontra na lei,
considerando-se gastos os que sejam comprovadamente
indispensáveis para a realização dos rendimentos sujeitos
a imposto, ou para a manutenção da fonte produtora,
nomeadamente:
a) Os relativos à produção ou aquisição de quaisquer bens
ou serviços, tais como matérias utilizadas, mão-de-obra,
energia e outros gastos gerais de produção, conservação e
reparação;
b) Os relativos à distribuição e venda, abrangendo os de
transportes, publicidade e colocação de mercadorias e
produtos;
c) De natureza financeira, tais como juros de capitais alheios
aplicados na exploração, descontos, ágios, transferências,
diferenças de câmbio, gastos com operações de crédito,
cobrança de dívidas e emissão de obrigações e outros
títulos, prémios de reembolso e os resultantes da aplicação
do método do juro efectivo aos instrumentos financeiros
valorizados pelo custo amortizado;
d) De natureza administrativa, tais como remunerações,
incluindo as atribuídas a título de participação nos lucros,
ajudas de custo, material de consumo corrente, transportes
e comunicações, rendas, contencioso, seguros, incluindo os
de vida e operações do ramo «Vida», contribuições para
fundos de poupança-reforma, contribuições para fundos
de pensões e para quaisquer regimes complementares
da segurança social, bem como gastos com benefícios de
cessação de emprego e outros benefícios pós-emprego ou a
longo prazo dos empregados;
e) Os relativos a análises, racionalização, investigação e consulta;
f) De natureza fiscal e parafiscal;
g) Depreciações e amortizações;
h) Ajustamentos em inventários, perdas por imparidade
e provisões;
i) Gastos resultantes da aplicação do justo valor em
instrumentos financeiros;
j) Gastos resultantes da aplicação do justo valor em
activos biológicos consumíveis que não sejam explorações
silvícolas plurianuais;
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l) Menos-valias realizadas;
m) Indemnizações resultantes de eventos cujo risco não seja
segurável.
3.1.6. Período de tributação
O período de tributação coincide, em regra, com o ano civil.
As entidades residentes e não residentes com estabelecimento
estável devem entregar uma Declaração Anual (Modelo 22).
A Lei permite a adopção de um período anual de imposto
diferente do ano civil, para o caso das pessoas colectivas com
sede ou direcção efectiva em território português obrigadas a
elaborar demonstrações financeiras consolidadas, bem como
das pessoas colectivas ou outras entidades sujeitas a IRC que
não tenham sede nem direcção efectiva em Portugal mas nele
disponham de estabelecimento estável, que deve ser mantido
durante, pelo menos os 5 períodos de tributação imediatos.
No entanto, para o caso de sujeitos passivos que integram
um grupo de sociedades obrigado a elaborar demonstrações
financeiras consolidadas, em que a empresa mãe adopte um
período de tributação diferente do do sujeito passivo, não
existe a obrigatoriedade de se manter os 5 períodos imediatos.
Outras excepções, previstas na Lei estão ligadas a
determinadas situações específicas, como por exemplo:
início e fim de actividade.
3.1.7. Determinação da matéria colectável
A matéria colectável obtém-se da seguinte forma, nos
seguintes casos:
Entidades residentes:
a) São deduzidos ao lucro tributável das entidades residentes
que exerçam, a título principal, uma actividade de natureza
comercial, industrial ou agrícola:
1) Prejuízos fiscais;
2) Benefícios fiscais, que consistam em deduções ao lucro.
b) São deduzidos ao rendimento global das entidades
residentes que não exerçam, a título principal, uma actividade
de natureza comercial, industrial ou agrícola:
1) Os gastos comuns e outros imputáveis aos rendimentos
sujeitos a imposto e não isentos;
2) Os benefícios fiscais eventualmente existentes que
consistam em deduções naquele rendimento.
Entidades não residentes:
a) São deduzidos ao lucro tributável das entidades não
residentes que disponham em Portugal de estabelecimento
estável e não sejam tributadas em IRS:
1) Os prejuízos fiscais imputáveis a esse estabelecimento,
com as necessárias adaptações, bem como anteriores à
cessação de actividade em virtude de deixarem de se situar
em território português a sede e a direcção efectiva;
2) Os benefícios fiscais que consistam em deduções
ao lucro.
b) São deduzidos ao rendimento global das entidades não
residentes que não disponham de estabelecimento estável
em Portugal, ou com estabelecimento estável mas com
rendimentos a este não imputáveis:
1) Os rendimentos das várias categorias;
2) Os incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito.
A Lei n.º 55-A/2010 de 30 de Dezembro, aprovou um
conjunto de medidas excepcionais de apoio ao financiamento
das empresas, sendo de destacar a prevista no art.º 136.º,
onde se estabelece que para efeitos de determinação do
lucro tributável em sede de IRC, as PME, em que os sócios
sejam exclusivamente pessoas singulares, Sociedades de
Capital de Risco (SCR) ou Investidores de Capital de Risco
(ICR) e os lucros tributáveis não seja calculados por métodos
indirectos, podem deduzir 3% do valor correspondente à
remuneração convencional do capital social, no âmbito de
operações de constituição ou aumento do capital social, que
ocorram entre 2011 e 2013.
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3.1.8. Amortizações e reintegrações2
Só podem ser aceites como gastos as depreciações
ou amortizações de elementos do activo sujeitos a
deperecimento, ou seja, a uma deterioração ou desgaste
lento e continuado:
a) Os activos fixos tangíveis3;
b) Os activos fixos intangíveis4;
c) os activos biológicos que não sejam consumíveis;
d) as propriedades de investimento (terrenos ou edifícios
detidos para obter rendas ou para valorização do capital,
ou ambas) contabilizados ao custo histórico.
2 Para maior detalhe consultar o Decreto Regulamentar n.º 25/2009, de
14 de Setembro, que adapta o regime regulamentar das depreciações e
amortizações ao novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC) que
entrou em vigor a 01 de Janeiro de 2010.
3 São itens detidos para produção ou fornecimento de bens ou serviços,
para arrendamento a outros, ou para fins administrativos, que se espera sejam
usados ao longo da sua vida útil.
4 São itens não monetários, identificáveis, sem substância física, tais como
conhecimentos científicos ou técnicos, licenças, propriedade intelectual,
marcas comerciais, patentes, franchise, direitos de hipoteca, copyrights.
Cálculo e taxas legais
Para efeitos de cálculo das quotas máximas de depreciação ou
amortização, os elementos do activo devem ser valorizados
do seguinte modo:
a) Custo de aquisição de elementos adquiridos a terceiros
a título oneroso;
b) Custo de produção de elementos produzidos pela
própria empresa;
c) Valor de reavaliação;
d) Valor de mercado, para bens de que não seja conhecido
o custo de aquisição ou produção.
O método de cálculo utilizado é, em regra, o das quotas
constantes, aplicando-se aos valores acima apurados
as taxas constantes da tabela I, sempre que se trate de
taxa de depreciação ou amortização específica para os
diversos ramos de actividade, ou não estando fixadas, as
taxas genéricas constantes da tabela II, anexas ao Decreto
Regulamentar n.º 25/2009, de 14 de Setembro (http://www.
dre.pt/pdf1sdip/2009/09/17800/0627006285.pdf).
EsEsquema Geral de Determinação do IRC
Resultado líquido contabilístico
(+/-) Variações patrimoniais não
reflectidas nos resultados líquidos
(+) Correcções fiscais positivas (-) Correcções fiscais negativas
(=) Prejuízo para efeitos fiscais ou
(=) Lucro tributável
(-) Prejuízos de anos anteriores (-) Benefícios fiscais
(=) Matéria colectável
(x) Taxa
(-) Deduções à colecta
(=) Colecta
(=) IRC Devido
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As taxas mais comuns são as seguintes:
Edifícios para habitação e comércio 2%
Edifícios para a indústria 5%
Máquinas - ferramentas (ligeiras e pesadas) 12,5% - 20%
Computadores 33,33%
Veículos ligeiros e mistos 25%
Veículos pesados e reboques de mercadorias 20%
Mobiliário (a) 12,5%
(a) Excluem-se os móveis e objectos de arte e antiguidades
Os sujeitos passivos poderão, no entanto, optar pelo cálculo
das reintegrações do exercício através do método das quotas
decrescentes, relativamente aos activos fixos tangíveis que:
• Não tenham sido adquiridos em estado de uso;
• Não sejam edifícios, viaturas ligeiras de passageiros ou
mistas, excepto quando afectas a empresas exploradoras de
serviço público de transporte ou destinadas a ser alugadas no
exercício da actividade normal da empresa sua proprietária,
mobiliário e equipamentos sociais.
Poderão ser utilizados métodos de reintegração e amortização
diferentes dos indicados anteriormente, quando a natureza
do deperecimento ou a actividade económica da empresa
o justifique, após reconhecimento prévio da Autoridade
Tributária e Aduaneira.
Utilizando o método de cálculo das quotas decrescentes,
as taxas de depreciação são corrigidas pelos seguintes
coeficientes máximos:
a) 1,5, se o período de vida útil do elemento é inferior a
cinco anos;
b) 2, se o período de vida útil do elemento é de cinco ou
seis anos;
c) 2,5, se o período de vida útil do elemento é superior a
seis anos.
Sem prejuízo de situações específicas contempladas na
Lei, para efeitos de cálculo do limite máximo das quotas
de depreciação ou amortização que podem ser aceites em
cada período de tributação, deve ser aplicado, em cada
elemento do activo, o mesmo método desde a sua entrada
em funcionamento ou utilização até à sua depreciação ou
amortização total, transmissão ou inutilização.
3.1.9. Regime especial de tributação dos
grupos de sociedades (RETGS)
Entidades residentes integrantes de um grupo económico
poderão aderir a este regime, sendo assim globalmente
tributadas pela soma algébrica dos respectivos resultados,
positivos ou negativos.
Requisitos necessários:
- Existência de uma sociedade dominante que detém
directa ou indirectamente pelo menos 90% do capital das
sociedades dominadas e mais de 50% dos direitos de voto;
- As sociedades do grupo são residentes em Portugal e
sujeitas ao regime geral de IRC, à taxa normal mais elevada;
- A sociedade dominante:
a) detém a participação na sociedade dominada há mais de
1 ano;
b) não é dominada por outra sociedade residente em
Portugal;
c) não renunciou à aplicação do regime nos 3 anos anteriores.
A opção por este regime especial é efectuada em Março
(3º mês) do ano a que respeita, deve ser comunicada à
Autoridade Tributária e compete à sociedade dominante
fazer prova do preenchimento destas condições.
Não podem fazer parte do grupo, as sociedades que, no
início ou durante a aplicação do regime, se encontrem nas
situações definidas art.º 69.º do Código do IRC.
Quando se aplica este regime a Derrama deve ser calculada
individualmente por cada uma das sociedades que integram
o perímetro fiscal e não sobre o lucro tributável apurado pelo
grupo.
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3.1.10. Outros regimes especiais
O Código do IRC contempla ainda regimes especiais
relativamente às seguintes operações:
a) Fusões, cisões, entradas de activos e permuta de
partes sociais, no que segue fundamentalmente o regime
estabelecido na Directiva 90/434/CEE, de 23 de Julho de
1990 (art.ºs 73.º a 78.º do CIRC);
b) Transferência de residência de sociedade para o
estrangeiro (incluindo da sociedade europeia e da sociedade
cooperativa europeia) e cessação da actividade de entidades
não residentes (art.ºs 83.º a 85.º do CIRC);
c) Realização de capital de sociedades por entrada de
património de pessoa singular - regime especial de
neutralidade fiscal (art.º 86.º do CIRC).
3.1.11. Taxas de IRC
A) Regime geral
A taxa geral de IRC é de 25% para os contribuintes
residentes e não residentes, que no território português
possuam estabelecimento estável. A taxa aplicável a
entidades com sede na Região Autónoma da Madeira (não
licenciadas na Zona Franca) é harmonizada com a taxa
de IRC nacional, subindo de 20% para 25%. Neste caso
é também eliminada a taxa reduzida de 10% aplicável à
matéria colectável até 12.500€.
EntidadeContinente Madeira Açores
2012
Residentes e
estabelecimentos estáveis
de não residentes (1) e (2)
25% 25% 17,5%
Residentes que não
exerçam a título principal,
actividade comercial,
industrial ou agrícola
21,5% 21,5% 15,05%
(1) Sobre esta taxa pode incidir Derrama Municipal, até 1,5% do lucro
tributável antes da dedução de prejuízos (taxa máxima efectiva no Continente
26,5%); na Madeira não tem sido lançada Derrama.
(2) Sobre esta taxa pode incidir Derrama Estadual
Exceptuam-se deste regime geral, entre outros:
Residentes – retenção por conta do pagamento final:
- remunerações auferidas por membros de órgãos
estatutários a taxa a aplicar é de 21,5%;
- royalties em que a taxa é de 16,5%;
- rendimentos de unidades de participação em fundos de
capital de risco em que a taxa é de 10%;
- rendimentos prediais em que a taxa é de 16,5% para
sujeitos passivos com contabilidade organizada.
Não residentes – retenção à taxa liberatória:
- remunerações auferidas por membros de órgãos
estatutários a taxa a aplicar é de 25%;
- prestações de serviços em que a taxa é de 15%;
- os rendimentos provenientes da propriedade industrial,
em que a taxa é 15%;
- os rendimentos derivados do uso ou concessão do uso
de equipamento industrial, em que a taxa é 15%;
- os rendimentos de capitais, por domiciliados em paraísos
fiscais, em que a taxa é 30%.
Derrama
Os municípios podem lançar uma derrama até ao máximo
de 1,5% (taxa geral) sobre o lucro tributável sujeito e não
isento de IRC, na parte relativa ao rendimento gerado na
sua circunscrição (Lei das Finanças Locais - Lei n.º 2/2007,
de 15 de Janeiro – art.º 14º), por sujeitos passivos residentes
em território português, que exerçam a título principal, uma
actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e
não residentes com estabelecimento estável em Portugal.
Os Municípios podem ainda aplicar uma taxa reduzida de
Derrama aos sujeitos passivos com um volume de negócios
que não ultrapasse os 150.000€ no exercício anterior.
Sempre que o sujeito passivo tenha estabelecimento estável
ou representações locais em mais do que um município e
matéria colectável superior a 50.000€, o lucro imputável
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à circunscrição de cada município é determinado pela
proporção entre a massa salarial correspondente aos
estabelecimentos que nele se encontrem situados e a
correspondente à totalidade dos estabelecimentos que o
sujeito passivo possui em território nacional.
Para cobrança em 2012 referente ao exercício de 2011 as
taxas de Derrama encontram-se publicadas no Portal das
Finanças, no seguinte link:
http:/ / info.portaldasf inancas.gov.pt/NR/rdonlyres/
B49C9680-A262-434C-BFDA-CAF9A1AFB989/0 /
of%C3%ADcio_circulado_20158_2012.pdf
Derrama Estadual
A Derrama Estadual é devida pelas empresas (sujeitos passivos
residentes e não residentes com estabelecimento estável em
território português) que apurem lucros tributáveis:
Lucro tributável (euros) Taxas
De mais de 1,5 milhões de euros até 10
milhões de euros3%
Superior a 10 milhões de euros 5%
O pagamento é efectuado com a entrega da Declaração de
Rendimentos (Modelo 22), pela diferença entre o montante
apurado e os três pagamentos adicionais por conta
efectuados nos meses de Julho, Setembro e Dezembro do
ano anterior (7º, 9º e 15º dia do 12º mês do período de
tributação, no caso de entidades com ano fiscal diferente
do ano civil).
Sempre que os pagamentos adicionais por conta excedam o
montante da derrama estadual devido, há lugar a reembolso.
NOTA: As novas regras de cálculo da Derrama Estadual são
aplicáveis, exclusivamente, aos dois períodos de tributação
iniciados em ou após 01 de Janeiro de 2012.
B) Tributação autónoma
São tributados de forma distinta, os seguintes custos:
Despesas não documentadas
Sujeitos passivos que exerçam a título principal uma
actividade de natureza, comercial, industrial ou
agrícola.
Sujeitos passivos, total ou parcialmente isentos de
IRC, ou que não exerçam a título principal, uma
actividade comercial, industrial ou agrícola e ainda
sujeitos passivos com rendimentos directamente
resultantes do exercício de actividade sujeita ao
imposto especial de jogo
50%
70%
Despesas de representação (1)
Sujeitos passivos não isentos subjectivamente e
que exerçam a título principal uma actividade
comercial, industrial ou agrícola
10%
Encargos com viaturas ligeiras de passageiros
ou mistas (excepto veículos movidos
exclusivamente a energia eléctrica) de valor
igual ou inferior a 25.000€ em 2012
Sujeitos passivos não isentos subjectivamente e que
exerçam a título principal uma actividade comercial,
industrial ou agrícola
10%
Encargos dedutíveis respeitantes a viaturas
ligeiras ou mistas (custo de aquisição superior a
25.000€ em 2012)
Sujeitos passivos não isentos subjectivamente e que
exerçam a título principal uma actividade comercial,
industrial ou agrícola
20%
Importâncias pagas ou devidas a entidades de
países com regime fiscal privilegiado (2)
Sujeitos passivos que exerçam a título principal uma
actividade de natureza, comercial, industrial ou
agrícola.
Sujeitos passivos, total ou parcialmente isentos de
IRC, ou que não exerçam a título principal, uma
actividade comercial, industrial ou agrícola
35%
55%
Despesas com ajudas de custo e uso de
automóvel próprio, nas condições mencionadas
na Lei
5%
Lucros distribuídos a entidades isentas
(quando a participação não cumpra os requisitos
mínimos de tempo aplicáveis – detenção mínima de
1 ano)
25%
Encargos com gestor, administrador ou gerente
(indemnizações ou compensações devidas no caso
de rescisão antes do termo; bónus ou remunerações
variáveis)
35%
(1) Consideram-se despesas de representação as recepções, refeições, viagens e espectáculos oferecidos no país ou no estrangeiro a clientes ou fornecedores.(2) Salvo se o sujeito passivo puder provar que tais encargos correspondem a operações efectivamente realizadas e não têm um carácter anormal ou montante exagerado.
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3.1.12. Liquidação
A liquidação do IRC deve ser feita pelo contribuinte na
declaração de rendimentos a apresentar anualmente, até ao
último dia útil do mês de Maio, por transmissão electrónica
de dados.
Os sujeitos passivos que adoptem um período de tributação
diferente do ano civil deverão apresentar a declaração até
ao último dia útil do quinto mês posterior à data do termo
desse período, salvo as excepções previstas na Lei.
Ao montante apurado na liquidação são efectuadas as
seguintes deduções:
b) Dupla tributação internacional
c) Benefícios fiscais
d) Pagamento especial por conta
e) Retenções na fonte não susceptíveis de compensação
ou reembolso
Quando existir Convenção para Evitar a Dupla Tributação
celebrada por Portugal, a dedução a efectuar não pode
ultrapassar o imposto pago no estrangeiro nos termos
previstos na convenção.
Retenção na fonte
O IRC é objecto de retenção na fonte relativamente aos
seguintes rendimentos obtidos em território português:
- Propriedade intelectual ou industrial
- Uso ou concessão do uso de equipamento agrícola,
industrial, comercial ou científico
- Aplicação de capitais e rendimentos prediais
- Remunerações auferidas na qualidade de membro de
órgão estatutário de empresas ou outras entidades
- Prémios de jogo, lotarias, rifas e apostas mútuas, prémios
atribuídos em sorteios ou concursos
- Rendimentos obtidos por não residentes, resultantes da
actividade de profissionais de espectáculos ou desportistas
- Rendimentos provenientes de actos de intermediação
ou outras prestações de serviços realizadas em território
português.
A obrigação de efectuar a retenção na fonte de IRC ocorre na
data em que estiver estabelecida para obrigação idêntica em
sede de IRS, devendo as importâncias retidas ser entregues
ao Estado, nos termos e prazos estabelecidos no CIRS.
Pagamento por conta
Os pagamentos por conta são calculados com base no
imposto liquidado respeitante ao exercício anterior àquele
em que se devem efectuar esses pagamentos, líquido de
retenções na fonte.
São devidos pelas entidades que exerçam a título principal
actividade comercial industrial ou agrícola e pelas não
residentes com estabelecimento estável em Portugal.
Empresa cujo volume de negócios é igual ou inferior a
498.797,90€:
Pagamento por conta = (colecta 2011 – retenções na fonte
2011) x 70%.
Empresa cujo volume de negócios é superior a 498.797,90€:
Pagamento por conta = (colecta 2011 – retenções na fonte
2011) x 90%.
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É pago da seguinte forma:
a) Período de tributação coincide com o ano civil - três
pagamentos por conta com vencimentos em Julho, Setembro
e 15 de Dezembro do ano a que respeita o lucro tributável;
b) Período de tributação diferente do ano civil – sétimo, nono
e dia 15 do décimo segundo mês do respectivo período de
tributação;
c) Termo do prazo fixado para apresentação da declaração
periódica de rendimentos pela diferença que existir entre o
imposto e as entregas por conta;
d) Até ao dia da apresentação da declaração de substituição
pela diferença que existir entre o imposto total aí calculado
e as importâncias já pagas.
Haverá lugar a reembolso, a efectuar até ao fim do 3º mês
imediato ao da apresentação da declaração de rendimentos,
se o valor apurado for negativo ou inferior ao valor dos
pagamentos por conta.
As entidades5 que desenvolvam a título principal, uma
actividade agrícola, silvícola ou pecuária podem concentrar a
totalidade dos pagamentos por conta do imposto referente
ao período de tributação com início em, ou após, o dia 01
de Janeiro de 2012, num único pagamento e efectuar até ao
dia 15 do mês de Dezembro ou do 12.º mês do respectivo
período de tributação, aplicando-se as demais regras
previstas nos art.ºs 104.º, 105.º e 107.º do CIRC (alteração
introduzida pela Lei n.º 20/2012 de 14 de Maio).
Pagamento especial por conta
As entidades que exerçam a título principal, uma actividade
comercial, industrial ou agrícola estão sujeitas a um
pagamento especial por conta a efectuar no mês de Março,
ou em duas prestações, durante os meses de Março e
Outubro. No caso de adoptarem um período de tributação
não coincidente com o ano civil, nos terceiro e décimo meses
do período de tributação respectivo.
5 São abrangidas as entidades cujos rendimentos resultantes dessas
actividades, auferidos no ano anterior, representem, pelo menos, metade do
volume de negócios.
O montante a liquidar é igual à diferença entre o valor
correspondente a 1% do volume de negócios (valor das
vendas e serviços prestados) relativo ao período de tributação
anterior, com o limite mínimo de 1.000€ e, quando superior,
igual a este limite acrescido de 20% da parte excedente,
com o limite máximo de 70.000€. Ao montante apurado
deduzem-se os pagamentos por conta efectuados no ano
anterior.
Para a Região Autónoma da Madeira o montante mínimo é
de 800€.
Exemplo Pagamento Especial por Conta a pagar no ano N:
Volume de Negócios no ano N-1: 450.000€
Aplicação do coeficiente de 1%: 4.500€
Limite mínimo: 1.000€
Limite máximo: 70.000€
Cálculo: 1.000 + [20% x (4.500 – 1.000)] = 1.700€
Pagamento por conta de N-1: 500€
Valor a pagar é de 1.200€ que poderá ser pago
em duas prestações de 600€
Este pagamento é dedutível à colecta do próprio exercício
e dos 4 exercícios seguintes. A parte que não puder ser
deduzida por insuficiência de colecta só será reembolsável
a pedido da empresa.
Não há lugar a pagamento especial por conta no ano em
que se inicia a actividade e no ano seguinte.
Em caso de cessação de actividade, no próprio exercício ou
até ao terceiro exercício posterior àquele a que o pagamento
especial por conta respeita, há direito a reembolso mediante
requerimento do sujeito passivo, a apresentar até 90 dias
posteriores à cessação de actividade.
As entidades obrigadas a efectuar pagamentos por conta
e pagamentos especiais por conta devem efectuar um
pagamento adicional por conta nos casos em que no período
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de tributação anterior fosse devida derrama estadual (art.º
87º-A do CIRC).
O valor dos pagamentos adicionais é igual ao montante
resultante da aplicação das taxas previstas na tabela seguinte:
Lucro tributável (euros) Taxas
De mais de 1,5 milhões de euros até 10
milhões de euros2,5%
Superior a 10 milhões de euros 4,5%
O quantitativo da parte do lucro tributável que exceder os
1,5 milhões de euros e seja superior a 10 milhões de euros
é dividido em 2 partes: uma igual a 8,5 milhões à qual se
aplica a taxa de 2,5% e outra igual ao lucro tributável acima
de 10 milhões de euros, à qual se aplica a taxa de 4,5%.
Quando se aplique o RETGS6 é devido pagamento adicional
por conta por cada uma das sociedades do grupo, incluindo
a sociedade dominante.
NOTA: As novas regras de cálculo do pagamento adicional
por conta são aplicáveis, exclusivamente, aos dois períodos
de tributação iniciados em ou após 01 de Janeiro de 2012.
6 Regime Especial de Tributação dos Grupos de Sociedades
3.2. Imposto sobre o rendimento de pessoas singulares (IRS)
O Código do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas
Singulares – CIRS - entrou em vigor em 01 de Janeiro de
1989 e foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30
de Novembro. Desde a sua publicação muitas foram as
alterações introduzidas neste diploma.
3.2.1. Características do imposto
As características principais do IRS decorrem de um princípio
constitucional que consagra a progressividade do imposto
(art.º 104.º da Constituição da República Portuguesa), com
o objectivo de diminuir as desigualdades sociais.
Trata-se de um sistema que trata de forma unitária e global
os rendimentos, configurado na sujeição do conjunto dos
rendimentos das várias categorias a uma técnica tributária
uniforme. O legislador pretendeu com esta fórmula (que
permite integrar uma estrutura única e progressiva de
taxas, enquanto instrumento óptimo de personalização e
redistribuição secundária de rendimento), cumprir o que
está consagrado no preceito constitucional acima indicado.
3.2.2.Incidência
O IRS incide sobre o valor anual de todos os rendimentos
de uma pessoa singular, independentemente da sua
proveniência, da forma e do local onde foram obtidos.
São sujeitos passivos do imposto, as pessoas singulares
residentes e não residentes que obtenham rendimentos em
território português.
Quando existe agregado familiar, são sujeitos passivos as pessoas
a quem incumbe a direcção do mesmo, e o imposto devido
corresponde ao conjunto dos rendimentos desse agregado.
Os sujeitos passivos individuais que exerçam actividades
empresariais ou profissionais deverão separar o património
e os rendimentos afectos à sua actividade empresarial, dos
ligados à sua actividade privada.
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3.2.3. Determinação da matéria colectável
A origem dos rendimentos encontra-se sub-dividida em 6
categorias:
- Categoria A - Rendimentos de Trabalho Dependente
- Categoria B – Rendimentos Empresariais e
Profissionais
- Categoria E – Rendimentos de Capitais
- Categoria F – Rendimentos Prediais
- Categoria G – Incrementos Patrimoniais, mais-valias
- Categoria H - Pensões
A matéria colectável é calculada somando o rendimento
bruto de cada categoria, aplicando-se de seguida a
taxa correspondente ao escalão de rendimento que lhe
corresponda. No caso de se tratar de um agregado familiar,
independentemente do regime em que se encontrem cada
um dos membros, a matéria colectável corresponde à soma
dos rendimentos dos membros que compõem o agregado.
A lei prevê deduções específicas para cada categoria, assim
como abatimentos que têm em consideração condições
particulares do sujeito passivo, como seja o seu estado civil,
dependentes a cargo, tipo de actividade, etc..
Quanto aos rendimentos auferidos no âmbito da categoria
B, a tributação poderá ser de acordo com as regras do regime
simplificado ou de acordo com as regras estabelecidas para
a contabilidade organizada aplicáveis aos sujeitos passivos
de IRC.
3.2.4. Escalões e taxas
O IRS é um imposto progressivo (as taxas aumentam na
proporção do aumento da matéria colectável), com escalões
de rendimento tributável, em consonância com a taxa
esperada de inflação.
Tabelas de 2012
Rendimento colectável
(em euros)
Continente e
R. A. Madeira
TaxaParcela a
abater
Até 4.898 11,5% -
+ 4.898 a 7.410 14,00% 122,45
+ 7.410 a 18.375 24,50% 900,5
+ 18.375 a 42.259 35,5% 2.921,75
+ 42.259 a 61.244 38,00% 3.978,23
+ 61.244 a 66.045 41,5% 6.121,77
+ 66.045 a 153.300 43,5% 7.442,67
+ 153.300 (1) 46,5% 12.041,67
Rendimento colectável
(em euros)
R. A. Açores
TaxaParcela a
abater
Até 4.898 8,05% -
+ 4.898 a 7.410 10,5% 120,00
+ 7.410 a 18.375 19,6% 794,31
+ 18.375 a 42.259 28,4% 2.411,31
+ 42.259 a 61.244 30,4% 3.256,49
+ 61.244 a 66.045 33,2% 4.971,32
+ 66.045 a 153.300 34,8% 6.028,04
+ 153.300 (1) 37,2% 9.707,24
Nota: Esta informação não dispensa a consulta da legislação aplicável(1) Aplicável no período 2011-2013
NOTA: Ao rendimento colectável superior a 153.300 euros é
aplicada uma taxa adicional de solidariedade de 2,5%, nos
anos de 2012 e 2013.
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Estão dispensados de entregar a declaração de rendimentos
relativos ao ano de 2012 os sujeitos passivos que tenham
obtido, isolada ou cumulativamente:
• Rendimentos da categoria A (trabalho dependente)
inferiores a 4.104,00€ (72% x 12 meses x 475€);
• Rendimentos de pensões pagas por regimes de protecção
social inferiores a 4.104,00€ (72% x 12 meses x 475€ 7);
• Rendimentos sujeitos a taxas liberatórias e cujos
beneficiários não pretendam optar pelo englobamento.
No âmbito da regra do “mínimo de existência”, não
se aplicam as taxas gerais indicadas, não sendo, por isso,
tributados os seguintes sujeitos passivos:
- titulares de rendimentos de trabalho dependente –
rendimento líquido de imposto inferior ao valor anual do
salário mínimo acrescido de 20% (em 2012 é igual a 485€
x 14 meses x 20% = 8.184€), ou matéria colectável, após
aplicação do quociente conjugal, igual ou inferior a 1.911€.
- agregados familiares com 3 ou 4 dependentes ou com
5 ou mais dependentes – rendimento colectável igual ou
inferior ao salário mínimo nacional mais elevado, acrescido,
no primeiro caso de 60% (em 2012 é igual a 485€ x 14
meses x 60% = 10.864€) e no 2º de 120% (em 2012 é igual
a 485€ x 14 meses x 120% = 14.938€).
Em resumo:
Dedução ou limite Ano 2012
Limite do valor excluído para as pensões 4.104 €
Limite para as pensões mais elevadas
Taxa
22.500 €
20%
Limite mínimo da matéria colectável 1.911 €
Valor fixado como mínimo de existência para os
trabalhadores dependentes com um agregado
que tenha até três dependentes a cargo
8.148 €
Valor fixado como mínimo de existência para os
trabalhadores dependentes com um agregado
que tenha três ou quatro dependentes a cargo
10.864 €
Valor fixado como mínimo de existência para os
trabalhadores dependentes com um agregado
que tenha cinco ou mais dependentes a cargo
14.938 €
7 Até que o valor do IAS atinja o valor do salário mínimo no ano de 2010,
é aplicável este último para efeito da indexação prevista no art.º 53.º do CIRS
referente a Pensões (art.º 111.º n.º 1 da Lei 64-B/2011 de 30 de Dezembro)
3.2.5. Regime de Tributação
Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa
liberatória de 25%, os seguintes rendimentos obtidos em
Portugal:
- juros de depósitos bancários;
- rendimentos de títulos de dívida e outras operações
similares;
- mais-valias resultantes da actividade societária;
- rendimentos de capitais auferidos por não residentes;
- mais valias e outros rendimentos auferidos por não
residentes e não imputáveis a estabelecimento estável em
Portugal;
- rendimentos auferidos por não residentes que sejam
imputáveis a estabelecimento estável em Portugal;
- rendimentos de valores mobiliários pagos a residentes,
devidos por não residentes a que não se possa imputar o
pagamento.
Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa
liberatória de 21,5%, os seguintes rendimentos obtidos
em Portugal por não residentes:
- rendimentos do trabalho dependente e rendimentos;
empresariais e profissionais, ainda que decorrentes de
actos isolados;
- rendimentos de capitais;
- pensões;
- determinados incrementos patrimoniais.
Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à taxa
liberatória de 30%, os seguintes rendimentos obtidos em
Portugal:
- rendimentos pagos a residentes por conta de terceiros
não identificados;
- rendimentos pagos a residentes, devidos por não
residentes e que sejam domiciliados em paraísos fiscais;
- rendimentos de capitais obtidos por não residentes sem
estabelecimento estável em Portugal, domiciliados em
paraísos fiscais.
Os rendimentos prediais auferidos por não residentes passam
a estar sujeitos a uma taxa de 16,5%.
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Os acréscimos patrimoniais não justificados de valor superior
a 100.000€ são tributados à taxa especial de 60%.
Sobre a parte do rendimento colectável de IRS auferido por
sujeitos passivos residentes em Portugal, que exceda por
sujeito passivo, o valor anual da retribuição mínima mensal8
garantida, incide a sobretaxa extraordinária de 3,5%.
O subsídio de refeição na parte que exceda os 5,12€ mensais
passa a estar sujeito a tributação em sede de IRS. No caso
dos subsídios pagos em vales de refeição, o valor é de 6,83€.
Tributa-se pela totalidade as compensações por cessação das
funções dos representantes de estabelecimentos estáveis
de entidades não residentes, equiparando-os aos gestores
públicos, administradores ou gerentes de pessoa colectiva.
Consagra-se ainda a redução do limite a partir do qual são
tributadas as compensações por cessação de contrato de
trabalho ou equiparado, que passa a corresponder ao valor
médio das remunerações regulares com carácter de retribuição
sujeitas a imposto, auferidas nos último ano, multiplicadas
pelo nº de anos ou fracção de antiguidade, ou de exercício de
funções na entidade devedora.
Residentes Não Habituais
A Lei n.º 20/2012 de 14 de Maio (1ª alteração à Lei do
Orçamento de Estado para 2012) procedeu à revogação de
todas as disposições relativas ao regime fiscal do investidor
residente não habitual previsto na Parte III do Código
Fiscal do Investimento (Decreto-Lei n.º 249/2009, de 23 de
Setembro).
Com a revogação deste regime, a estes sujeitos passivos
aplica-se agora o regime para os residentes não habituais
previstos no Código do IRS (art.ºs 16.º e 72.º do CIRS).
Consideram-se residentes não habituais, os sujeitos passivos
que tornando-se fiscalmente residentes, não tenham sido
8 O valor da retribuição mínima mensal garantida (salário mínimo) para
2012 é de 485€
tributados como residentes fiscais em Portugal em qualquer
dos 5 anos anteriores. Nestes casos, e durante 10 anos
consecutivos a partir do ano, inclusive, da sua inscrição como
residente, passa a ser tributado como residente não habitual.
O sujeito passivo que não tenha gozado deste direito em
1 ou mais anos do conjunto de 10 anos consecutivos,
pode retomar o gozo desse direito em qualquer dos anos
remanescentes daquele período, a partir do ano, inclusive,
em que volte a ser considerado como residente.
O sujeito passivo deve solicitar a inscrição como residente não
habitual no acto da inscrição como residente em Portugal,
ou posteriormente, até 31 de Março do ano seguinte àquele
acto. Este prazo não é aplicável aos sujeitos passivos que se
tenham tornado residentes até 31 de Dezembro de 2011
e tenham solicitado até à entrada em vigor da Lei acima
referida, a inscrição como residente não habitual, nos termos
da redacção anterior do n.º 8 do art.º 16.º do CIRS.
A qualificação para o regime permite que o contribuinte seja
tributado como tal durante 10 anos, deixando este período
de ser renovável.
Os rendimentos líquidos das categorias A e B auferidos em
actividades de elevado valor acrescentado, com carácter
científico, artístico ou técnico, a definir em Portaria do
Governo, por residentes não habituais é tributado à taxa
de 20%.
3.2.6. Deduções à Colecta
Em 2012 as deduções à colecta sofrem limitações
significativas. Uma das alterações relevantes é a redução de
30% para 10% do valor da dedução nas despesas de saúde,
que também passa a estar limitada a 838,44€ (duas vezes
o IAS). Para agregados com três ou mais dependentes está
prevista uma majoração de 125,77€ por dependente.
Para além da saúde, também existem limites globais
regressivos para a dedução à colecta de despesas de
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educação ou formação, encargos com lares, imóveis e
pensões de alimentos.
Estes limites são aplicados a todos os escalões de IRS excepto,
aos dois mais baixos. Por outro lado, os dois escalões mais
altos não têm direito a qualquer dedução.
Nos escalões intermédios, o limite varia entre 1.250€ e 1.100
€, podendo ser majorados em 10% por cada dependente
que não seja sujeito passivo de IRS.
São dedutíveis à colecta 15% dos encargos com imóveis
situados em Portugal ou em outro Estado-Membro da UE ou
no Espaço Económico Europeu, referentes a amortizações
de capital relativas a contratos de aquisição de habitação
própria, contratos de locação financeira celebrados até 31
de Dezembro de 2011 e os contratos de arrendamento, com
um limite máximo de 591€.
3.2.7. Entrega da declaração e liquidação
As declarações de IRS devem ser entregues nas seguintes
datas:
Em papel:
- Mês de Março, para rendimentos do trabalho dependente
ou pensões.
- Mês de Abril, para rendimentos de outra(s) natureza(s).
Via Internet:
- Mês de Abril, para rendimentos do trabalho dependente
ou pensões.
- Mês de Maio, para rendimentos de outra(s) natureza(s).
A liquidação do IRS compete à Autoridade Tributária e
Aduaneira e deve ser efectuada no ano seguinte àquele a
que respeitem os rendimentos, até 31 de Julho quando se
trate de reembolso, e até 31 de Agosto no caso de haver
lugar a pagamento, com base na declaração apresentada
e independentemente do prazo em que a mesma é
apresentada.
As datas para o reembolso poderão vir a ser reduzidas para
20 dias, nos casos em que a declaração seja remetida pela
Internet e não se coloquem questões de fiabilidade da
informação fornecida.
4. Impostos sobre o património
4.1. Imposto municipal sobre imóveis (IMI)
No âmbito da reforma da tributação do património, a
contribuição autárquica foi substituída pelo Imposto Municipal
sobre Imóveis – IMI, a partir de 01 de Dezembro de 2003. Para
o efeito foi publicado o Código do IMI – CIMI - aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro.
4.1.1. Incidência
O IMI incide sobre o valor patrimonial tributário dos prédios
ou imóveis (rústicos, urbanos ou mistos) situados em território
português, cuja receita reverte a favor dos Municípios onde
os mesmos se localizam.
Considera-se prédio:
a) Toda a fracção de território, incluindo as águas, plantações,
edifícios ou construções de qualquer natureza nela
incorporados ou assentes com carácter de permanência, que
faça parte do património de uma pessoa singular ou colectiva
e, em circunstâncias normais, tenha valor económico;
b) As águas, plantações, edifícios ou construções, autónomas
relativamente ao terreno onde se encontram implantados,
embora situados numa fracção de território que constitua
parte integrante de um património diverso, ou não tenha
natureza patrimonial.
A Lei classifica os prédios da seguinte forma:
a) Prédio Rústico – terrenos situados fora de um aglomerado
urbano, que tenham um destino agrícola, ou não tendo
esse destino, não sejam classificados para construção e os
terrenos situados dentro de um aglomerado urbano apenas
com destino agrícola.
b) Prédio Urbano – todos os que não são classificados
como rústicos, com destino habitacional, industrial ou para
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serviços, terrenos para construção situados dentro ou fora
dos aglomerados urbanos, para tal licenciados.
c) Prédio Misto – os que têm uma parte rústica e outra
urbana, mas em que nenhuma delas pode ser classificada
como principal.
4.1.2. Sujeito passivo
O IMI é devido por quem for proprietário, usufrutuário ou
superficiário de um prédio, em 31 de Dezembro do ano a
que o mesmo respeitar.
No caso das heranças indivisas o IMI é devido pela herança
indivisa representada pelo Cabeça de Casal.
4.1.3. Valor patrimonial tributário
O valor patrimonial tributário dos prédios é determinado
por avaliação, com base em declaração do sujeito passivo.
Sempre que necessário a avaliação é precedida de vistoria.
A avaliação dos prédios rústicos é de base cadastral, não
cadastral ou directa e a dos prédios urbanos é sempre directa.
4.1.4. Método de cálculo
Prédios rústicos
As tarifas são calculadas por meio de contas anuais de
cultura de acordo com a seguinte fórmula:
T = RB - EE
Em que:
T = tarifa
RB (Rendimento bruto) = o valor, a preços correntes de
mercado, na ocasião normal de venda, da produção total de
um ciclo, constituída pelos produtos principais e secundários,
espontâneos ou obtidos por cultura, comerciáveis em natureza
ou no primeiro estádio tecnológico de transformação em
que se tornem regionalmente comerciáveis.
EE (Encargos de exploração) = compreendem as despesas
relacionadas com a exploração (cultura, conservação,
transporte, etc.)
Prédios urbanos
O valor patrimonial tributário de prédios urbanos para
habitação, comércio, indústria e serviços resulta da seguinte
expressão:
Vt = Vc.A.Ca.CI.Cq.Cv.
Em que:
Vt = valor patrimonial tributário9
Vc = valor base dos prédios edificados que corresponde ao
custo médio10 de construção por m2 adicionado do valor do
m2 do terreno de implantação, fixado em 25% daquele custo.
A = área bruta de construção acrescida da área excedente à
área de implantação
Ca = Coeficiente de afectação
CI = Coeficiente de localização11
Cq = Coeficiente de qualidade e conforto
Cv = Coeficiente de vetustez
9 O valor patrimonial tributário dos prédios urbanos comerciais, industriais
e para serviços, passam a ser actualizados anualmente, com base nos
coeficientes de desvalorização da moeda. Os restantes prédios urbanos são
avaliados trienalmente, com base em 75% dos coeficientes de desvalorização
da moeda.
10 Valor médio de construção por m2 para 2012 é de 482,40€, fixado pela
Portaria n.º 307/2011, de 21 de Dezembro
11 O coeficiente de localização (Cl) varia entre 0,4 e 3,5, podendo, em
situações de habitação dispersa em meio rural, ser reduzido para 0,35.
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4.1.5. Isenções
Ficam isentos de IMI12, os prédios ou parte dos prédios
urbanos habitacionais construídos, ampliados, melhorados
ou adquiridos a título oneroso destinados a habitação própria
e permanente do sujeito passivo ou do seu agregado familiar
e arrendamento para habitação, e que sejam efectivamente
afectos a tal fim no prazo de 6 meses após a verificação de
qualquer das situações descritas, cabendo ao sujeito passivo
solicitar a isenção até ao termo dos 60 dias subsequentes
àquele prazo.
Com a Lei n.º 64-B/2011 de 31 de Dezembro é introduzido
um novo critério de isenção de IMI para os imóveis
destinados a habitação, relacionado com o próprio
rendimento dos sujeitos passivos. Assim, apenas poderão
beneficiar de isenção os sujeitos passivos cujo rendimento
colectável para efeitos de IRS no ano anterior, não seja
superior a 153.300€ e é fixado um único escalão de isenção
com a duração de 3 anos aplicável a imóveis cujo valor
patrimonial não exceda os 125.000€.
Ficam igualmente isentos de IMI (isenção com a duração de
3 anos) os imóveis ou partes de imóveis construídos de novo,
ampliados, melhorados ou adquiridos a título oneroso,
quando se trate da primeira transmissão, na parte destinada
a arrendamento para habitação, iniciando-se o período de
isenção a partir da data da celebração do contrato.
Os prédios integrados em empreendimentos a que tenha
sido atribuída a utilidade turística ficam isentos de IMI por
um período de 7 anos.
Os prédios urbanos objecto de reabilitação ficam igualmente
isentos de IMI por um período de 2 anos a contar da emissão
da licença camarária.
Ficam ainda isentos de IMI os prédios rústicos e urbanos,
propriedade de sujeitos passivos cujo rendimento total bruto
12 Artigos 44.º a 50.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (Decreto-Lei n.º
215/89, de 1 de Julho)
do agregado familiar, englobado para efeitos de IRS, não
seja superior a 2,2 vezes o valor anual do IAS13 (475€ x 14
meses x 2,2 = 14.630€) e cujo valor tributário global não
exceda 10 vezes o valor anual do IAS (475€ x 14 meses x 10
= 66.500€).
As isenções são reconhecidas anualmente pelas finanças
da área de localização dos prédios, mediante requerimento
do sujeito passivo no prazo de 60 dias contados da data de
aquisição e nunca depois de 31 de Dezembro do ano do
início da isenção solicitada.
Os imóveis detidos por entidades residentes em “paraísos
fiscais” não podem beneficiar de isenção.
4.1.6. Taxas
Ao valor patrimonial tributário dos prédios são aplicáveis as
seguintes taxas:
a) Prédios rústicos: 0,8%
b) Prédios urbanos: de 0,5% a 0,8%
c) Prédios urbanos avaliados nos termos do Código do IMI:
de 0,3% a 0,5%
As taxas relativas a prédios urbanos devolutos há mais de um
ano e em ruínas são elevadas para o triplo.
Para os imóveis que sejam propriedade de entidades que
tenham domicílio fiscal em país, território ou região sujeitos
a regime fiscal claramente favorável, constantes de lista
aprovada pelo Ministério das Finanças, a taxa do imposto é
de 7,5%. Esta disposição não se aplica aos imóveis que sejam
propriedade de pessoas singulares (alteração introduzida
pela Lei n.º 20/2012, de 14 de Maio).
Os Municípios, mediante deliberação da Assembleia
Municipal fixam a taxa a aplicar em cada ano, dentro dos
intervalos previstos, podendo ser fixada uma taxa por
freguesia.
13 Até que o valor do IAS atinja o valor do salário mínimo em vigor em 2010,
mantém-se aplicável este último valor para efeito da indexação prevista no art.º
48.º do EBF (art.º 122.º da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de Dezembro)
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Podem ainda:
- definir áreas territoriais, objecto de reabilitação urbana ou
combate à desertificação e majorar ou minorar até 30%, a
taxa a vigorar para o ano a que respeita o imposto;
- definir áreas territoriais correspondentes a freguesias e fixar
uma redução até 20% da taxa a aplicara aos prédios urbanos
arrendados, que pode ser cumulativa com a anterior;
- majorar a taxa até 30% no caso de prédios urbanos
degradados;
- majorar até ao dobro a taxa aplicável a prédios rústicos com
áreas florestais que se encontrem em situação de abandono,
não podendo a colecta de imposto ser inferior a 20€ por
cada prédio abrangido;
- fixar uma redução até 50% da taxa a aplicar aos prédios
classificados como de interesse público, de valor municipal
ou património cultural, desde que não se encontrem
abrangidos pelo disposto no art.º 44.º do Estatuto dos
Benefícios Fiscais (EBF).
4.1.7. Liquidação
A Autoridade Tributária e Aduaneira envia anualmente ao
contribuinte, o documento de cobrança, com discriminação
dos prédios, respectivo valor patrimonial tributário e da
colecta imputada a cada município.
O imposto é pago em duas prestações, nos meses de Abril e
Setembro, desde que o seu montante seja superior a 250€.
Sendo igual ou inferior a este valor deve ser liquidado, de
uma só vez, durante o mês de Abril.
4.2. Imposto Municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis (IMT)
No âmbito da reforma da tributação do património, o
imposto municipal de sisa foi substituído pelo Imposto sobre
as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT), a partir de 01 de
Janeiro de 2004.
Para o efeito foi publicado o Código do IMT, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro.
4.2.1. Incidência
O IMT incide sobre as transmissões, a título oneroso, do
direito de propriedade ou de figuras parcelares desse direito
sobre bens imóveis e a constituição ou extinção de diversos
tipos de relações contratuais conexas com imóveis situados
em território português, que se encontram tipificadas na Lei.
O IMT é devido pelas pessoas, singulares ou colectivas, a quem
se transmitam os bens imóveis, sem prejuízo da existência de
regras especiais para algumas situações.
4.2.2. Valor tributável
O IMT incide sobre o valor constante do acto ou do contrato
ou sobre o valor patrimonial tributário dos imóveis (valor
inscrito na matriz na data da liquidação), consoante o que
for maior.
No caso de não existir valor matricial, ou estarem inscritos
na matriz sem valor tributário, o valor patrimonial será
determinado nos termos do Código do IMI.
A Lei prevê ainda um conjunto de regras para situações
especiais, tais como permutas, transmissões por dação,
arrendamentos e sublocações a longo prazo, reforço de
activo de sociedades, fusão ou cisão de sociedades, direito de
superfície e expropriação por utilidade pública.
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4.2.3. Taxas
As taxas do IMT são as seguintes:
a) Prédio urbano destinado exclusivamente a habitação própria
Valor sobre que incide o IMT
(em euros)
Taxas Percentuais
Marginal Média (*)
Até 92.407 0 0
De mais de 92.407 e até 126.403 2 0,537 9
Demais de 126.403 e até 172.348 5 1,727 4
De mais de 172.348 e até 287.213 7 3,836 1
De mais de 287.213 e até 574.323 8
De mais de 574.323 6 (taxa única)
(*) No limite superior do escalão
b) Prédio urbano destinado a habitação secundária e
arrendamento
Valor sobre que incide o IMT
(em euros)
Taxas Percentuais
Marginal Média (*)
Até 92.407 1 1,000 0
De mais de 92.407 e até 126.403 2 1,268 9
Demais de 126.403 e até 172.348 5 2,263 6
De mais de 172.348 e até 287.213 7 4,157 8
De mais de 287.513 e até 550.836 8
De mais de 550.836 6 (taxa única)
(*) No limite superior do escalão
Quando o valor sobre que incide o imposto for superior a
92.407€, este é dividido em duas partes, sendo uma igual
ao limite do maior dos escalões que nela couber, à qual
se aplica a taxa média correspondente a este escalão, e
outra, igual ao excedente, a que se aplica a taxa marginal
respeitante ao escalão imediatamente superior.
c) Prédio rústico – 5%
d) Outros prédios urbanos e outras aquisições onerosas – 6,5%
e) Prédios adquiridos por entidades situadas em território
com regime fiscal claramente mais favorável14, sem prejuízo
da isenção prevista no art.º 7.º do Decreto-Lei n.º 540/76,
de 9 de Julho (aplicável aos emigrantes portugueses) – 10%
14 Lista de países, territórios e regiões aprovada pela Portaria n.º 150/2004,
de 13 de Fevereiro.
Esta taxa não é aplicável aos casos em que o adquirente
seja pessoa singular (alteração introduzida pela Lei n.º
20/2012, de 14 de Maio)
São isentas de IMT as aquisições de prédio urbano
ou de fracção autónoma de prédio urbano destinado
exclusivamente a habitação própria e permanente cujo
valor que servira de base à liquidação não exceda 92.407€.
4.2.4. Liquidação
A liquidação do IMT, que ocorre sempre que existe uma
alteração dos proprietários de um imóvel, deve ser efectuada
pela pessoa para quem se transmitem os bens, para cujo
efeito deve apresentar uma declaração de modelo oficial
(Modelo 1) em qualquer repartição de finanças ou por via
electrónica.
O IMT deve ser pago no próprio dia da liquidação ou no
primeiro dia útil seguinte, sob pena de esta ficar sem efeito.
Se a transmissão ocorrer no estrangeiro, o pagamento do
imposto deve efectuar-se durante o mês seguinte.
Se o IMT for liquidado juntamente com o Imposto de Selo,
o prazo de pagamento deve ser o previsto para este último.
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5. Impostos sobre a despesa
5.1. Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)
O Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) foi aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 394-B/84, de 26 de Dezembro e entrou em
vigor no dia 01 de Janeiro de 1986. Desde a sua publicação
muitas foram as alterações introduzidas a este diploma.
5.1.1. Características
O IVA é um imposto geral sobre o consumo (nasce sempre
que um bem ou serviço é fornecido), plurifásico, já que é
liquidado em todas as fases do circuito económico e sem
efeitos cumulativos.
Tendo em conta a dimensão das unidades produtivas e as
exigências em matéria de IVA, estão previstos no Código três
regimes de tributação: o regime normal, o regime especial
de isenção15 e o regime dos pequenos retalhistas16.
5.1.2. Incidência
Estão sujeitas a IVA:
a) As transmissões de bens e as prestações de serviços
efectuadas no território nacional, a título oneroso, por um
sujeito passivo agindo como tal;
b) As importações de bens;
c) As operações intracomunitárias efectuadas no território
nacional, tal como são definidas e reguladas no Regime do
IVA nas Transacções Intracomunitárias.
15 Beneficiam deste regime os sujeitos passivos que não possuam
contabilidade organizada para efeitos do IRS ou IRC, nem pratiquem
operações de importação, exportação ou actividades conexas, ou exerçam
actividade que consista na transmissão dos bens ou prestação dos serviços
e que não tenham atingido, no ano civil anterior, um volume de negócios
superior a 10.000€.
16 Beneficiam deste regime as pessoas singulares que não possuam
contabilidade organizada para efeitos de IRS e que não tenham tido, no ano
civil anterior, um volume de compras superior a 50.000€.
São sujeitos passivos deste imposto as pessoas singulares ou
colectivas que:
a) De um modo independente e com carácter de habitualidade
exercem uma actividade de produção, comércio ou prestação
de serviços, incluindo as actividades extractivas, agrícolas
e as das profissões livres, ou uma só operação tributável
que seja conexa com o exercício das referidas actividades,
ou que independentemente dessa conexão, preencham os
pressupostos da incidência real de IRS e IRC;
b) Importem bens de acordo com a legislação aduaneira;
c) Mencionem indevidamente, em factura ou documento
equivalente, o IVA;
d) Efectuem operações intracomunitárias, nos termos do
respectivo regime;
e) Adquiram certos bens e serviços a prestadores com sede,
estabelecimento estável, ou domicílio fora do território
português a partir do qual o serviço seja prestado.
A qualificação do sujeito passivo é condição necessária para
exercer, dentro de determinados pressupostos, o direito
à dedução do IVA que lhe foi liquidado, para fruir certas
isenções ou para beneficiar de regimes especiais.
5.1.3. Valor tributável
O valor tributável das transmissões de bens e das prestações
de serviços sujeitas a IVA é o valor da contraprestação obtida
ou a obter do adquirente, destinatário ou de um terceiro.
O valor tributável é definido tendo em conta a natureza da
operação e coincide, em regra, com a despesa efectiva. É
sobre esse valor que incide a taxa para o cálculo do imposto.
A Lei n.º 64-B/2011 de 30 de Dezembro veio introduzir uma
medida de anti-abuso nos termos da Directiva 2006/112/
CE do Conselho, no sentido de nas transmissões de bens
ou prestações de serviços efectuadas por sujeitos passivos
que tenham relações especiais17 com os adquirentes ou
17 Consideram-se relações especiais as estabelecidas entre um empregador
e um empregado, a família deste, ou qualquer pessoa com ele estreitamente
relacionada.
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destinatários, independentemente de serem ou não sujeitos
passivos, o valor tributável passar a ser o valor normal (valor
de mercado) determinado nos termos do n.º 4 do art.º 16.º
do CIVA, nas seguintes situações:
- A contraprestação seja inferior ao valor normal e o
adquirente ou destinatário não tenha direito a deduzir
integralmente o imposto;
- A contraprestação seja inferior ao valor normal e o
transmitente dos bens ou o prestador dos serviços não tenha
direito a deduzir integralmente o imposto e a operação esteja
isenta ao abrigo do art.º 9.º;
- A contraprestação seja superior ao valor normal e o
transmitente de bens ou o prestador de serviços não tenha
direito a deduzir integralmente o IVA.
A norma é aplicável independentemente de os adquirentes
ou destinatários serem ou não sujeitos passivos.
A sua aplicação pode ser afastada sempre que seja feita
prova de que a diferença entre a contraprestação recebida
ou a receber pelo transmitente ou prestador e o valor normal
não se deve à existência de uma relação especial entre este e
o adquirente dos bens ou serviços.
Nas importações o valor tributável é o valor aduaneiro,
determinado de harmonia com as disposições comunitárias
em vigor.
5.1.4. Taxas
No IVA existem três taxas aplicáveis: reduzida, intermédia e
geral18 . Em 2012, as taxas aplicáveis são as seguintes:
18 Para maior detalhe consultar as Listas I e II relativas aos Bens e Serviços
sujeitos a taxa reduzida e taxa intermédia, respectivamente, anexas ao
Decreto-Lei n.º 394-B/84 (Código do IVA).
Alteração na estrutura das taxas do IVA em 2012
Bens e Serviços que transitam da Lista I – Taxa Reduzida para a
Lista II – Taxa Intermédia
Água de nascente e águas minerais, ainda que reforçadas ou
adicionadas de gás carbónico
Espectáculos de canto, dança, música, teatro, cinema,
tauromaquia e circo
Bens e Serviços eliminados da Lista I – Taxa Reduzida - que
passam ser tributados à Taxa Normal
Bebidas e sobremesas lácteas
Sobremesas de soja, incluindo tofu
Batata fresca descascada, inteira ou cortada, pré-frita,
refrigerada, congelada, seca ou desidratada, ainda que em puré
ou preparada por meio de cozedura ou fritura
Refrigerantes, xaropes de sumos, bebidas concentradas de
sumos e os produtos concentrados de sumos
Águas adicionadas de outras substâncias
Ráfia natural
Provas e manifestações desportivas e outros divertimentos
públicos
Bens e Serviços eliminados da Lista II – Taxa Intermédia - que
passam a ser tributados à Taxa Normal
Conservas de frutas, frutos e produtos hortícolas
Frutas e frutos secos
Óleos e margarinas alimentares
Café, incluindo sucedâneos e misturas
Aperitivos à base de produtos hortícolas e sementes e aperitivos
ou snacks à base de estrudidos de milho e trigo, de milho
moído e frito ou de fécula de batata
Produtos preparados à base de carne, peixe, legumes ou
produtos hortícolas, massas recheadas, pizas, sandes, sopas e
refeições prontas a consumir (em regime de pronto a comer e
levar ou com entrega ao domicílio)
Serviços de alimentação e bebidas (incluindo serviços de
restauração)
Gasóleo de aquecimento
Aparelhos e equipamentos destinados à captação e
aproveitamento de energias renováveis, destinados à
prospecção de petróleo e gás natural e destinados à medição e
controlo de poluição.
TaxaPortugal
Continental
Regiões Autónomas
Açores Madeira
Reduzida 6% 4% 5%
Intermédia 13% 9% 12%
Geral 23% 16% 22%
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5.1.5. Isenções
O Código do IVA consigna isenções de IVA para algumas
transacções internas, para as importações e exportações
e operações assimiladas a exportações e transportes
internacionais, nas condições definidas na Lei.
Nos casos em que uma transacção esteja isenta de IVA, o
fornecedor do bem ou serviço não cobra o imposto e está
excluído do direito à dedução.
Para maior detalhe, aconselha-se a consulta ao Capítulo II,
Secções I, II, III e IV - Artigos 9.º a 15.º do CIVA).
Operações internas isentas de IVA
São inúmeras as isenções previstas nas operações internas,
das quais se destacam as seguintes:
a) Saúde, assistência médica e hospitalar - médicos e
paramédicos, clínicas, dispensários e similares, transporte de
doentes;
b) Assistência e segurança sociais;
c) Educação e ensino;
d) Formação profissional;
e) Prestações de serviços e transmissões de bens com ela
conexas no interesse colectivo dos seus associados quando
efectuadas por entidades sem fins lucrativos que prossigam
fins sociais;
f) Prestações de serviços e transmissões de bens conexas
efectuadas pelos serviços públicos postais, com excepção
das telecomunicações;
g) Transmissões pelo seu valor facial, de selos do correio
em circulação ou de valores selados e respectivas comissões
de venda;
h) Transmissão de direitos de autor;
i) Operações bancárias e financeiras;
j) Operações de seguro e resseguro;
k) Operações de locação de bens imóveis;
l) Operações sujeitas a IMT
m) Prestações de serviços agrícolas, quando efectuadas com
carácter acessório;
n) Prestações de serviços efectuadas por cooperativas aos
seus associados agricultores;
o) Serviços de alimentação e bebidas fornecidos pelas
entidades patronais aos seus empregados.
Isenções nas importações
Neste capítulo merecem destaque as seguintes situações de
isenção de IVA:
a) Importações definitivas de bens cuja transmissão no
território nacional seja isenta do imposto:
1) Embarcações e equipamentos de pesca;
2) Aeronaves.
b) Importações de bens de abastecimento para embarcações
e aeronaves afectos ao transporte internacional;
c) Importações de produtos de pesca não transformados;
d) Importações de gás, através do sistema de distribuição de
gás natural, e de electricidade;
e) Importações de todo o tipo de veículos para deficientes,
de acordo com os condicionalismos previstos no Código do
Imposto sobre Veículos.
Isenções nas exportações, operações assimiladas
a exportações e transportes internacionais
As transmissões de bens expedidos ou transportados dentro
do espaço europeu, estão isentas de IVA, uma vez que aquele
imposto é cobrado no destino, encontrando-se sujeito
a regime específico. As exportações destinadas a países
terceiros, ou não integrados no espaço fiscal comunitário
também estão isentas de IVA.
Esta isenção não afecta a neutralidade do imposto, nem
impede o exportador de colectar o imposto pago nas
compras necessárias à produção do bem.
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Regime especial de isenção nas vendas dos
fornecedores a exportadores nacionais
O regime especial de isenção nas vendas dos fornecedores
a exportadores nacionais prevê, sob condições, a isenção
de IVA na venda imediatamente anterior à exportação, de
acordo com o disposto no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º
198/90, de 19 de Junho, alterado pela Lei n.º 30-C/2000 e
pelo art.º 125.º da Lei n.º 64-B/2011 de 31 de Dezembro.
Estão isentas de IVA, com direito à dedução do imposto
suportado a montante, nos termos do art.º 20.º do CIVA,
as vendas, com factura, de mercadorias de valor superior
a 1.000€, efectuadas por um fornecedor a um exportador
nacional, exportadas no mesmo estado.
Este regime de isenção pressupõe a ocorrência de duas
operações subsequentes dos mesmos bens:
- uma venda em território nacional, em que o adquirente é
um exportador, seguida de:
- uma venda a um adquirente situado em país/território
terceiro - exportação.
A aplicação do regime de isenção do IVA ao fornecedor
do exportador tem por base o funcionamento de um
sistema de emissão, atestação pela alfândega e de entrega
ao fornecedor, de certificados que comprovam a efectiva
saída da mercadoria do território aduaneiro/exportação –
os Certificados Comprovativos da Exportação - CCE, que
atestam a venda isenta do fornecedor ao exportador.
Os CCE são emitidos em suporte papel ou por via electrónica
e devem incluir obrigatoriamente determinados elementos
referidos no n.ºs 3 e 4 do art.º 6º do Decreto-Lei n.º 198/90,
de 19 de Junho).
Prazos que devem ser observados para benefício do
regime:
- A apresentação da declaração de exportação da mercadoria
deve ocorrer no máximo 30 dias após a data da factura do
fornecedor.
- A saída da mercadoria deve ocorrer no prazo de sessenta
dias, a contar da data de aceitação da declaração aduaneira
de exportação.
- O fornecedor deve receber o CCE, versão papel,
devidamente visado pelos serviços aduaneiros, no prazo
máximo de 90 dias, contado a partir da data da sua factura
emitida a favor do exportador.
Isenções nas operações relacionadas com regimes
suspensivos
Desde que os bens não se destinem a utilização definitiva ou
consumo final, estão isentas de IVA as seguintes operações:
- importações de bens que se destinem a entrepostos
aduaneiros;
- transmissões de bens que se destinem a ser apresentados
na alfândega, colocados em zonas francas, entreposto
aduaneiro ou regime de aperfeiçoamento activo;
- colocação de bens em regime de entreposto não aduaneiro
e serviços conexos;
- importação temporária.
Este regime é igualmente aplicável às aquisições
intracomunitárias de bens efectuadas nos termos do
RITI, quando os bens se destinem a ser colocados em
alfândegas, zonas francas, entreposto aduaneiro, ou de
aperfeiçoamento activo.
5.1.6. Liquidação e pagamento do IVA
Obrigações dos contribuintes
Para além do pagamento do imposto os contribuintes são
obrigados a:
- entregar segundo as modalidades e formas prescritas na
lei, uma declaração de início, de alteração ou de cessação
de actividade;
- emitir uma factura ou documento legal equivalente por
cada transmissão de bens ou prestação de serviços;
- enviar mensalmente uma declaração (declaração periódica)
relativa às operações efectuadas no exercício da actividade,
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no decurso do 2º mês seguinte19 àquele a que respeitam as
operações;
- entregar uma declaração de informação contabilística e
fiscal e respectivos anexos;
- entregar um mapa recapitulativo com identificação dos
seus clientes e fornecedores, onde contam os montantes das
operações internas realizadas com cada um deles no ano
anterior, desde que superior a 25.000€;
- dispor de contabilidade organizada
- enviar por via electrónica a declaração, anexos e mapa
recapitulativo, até ao dia 15 de Julho, ou em caso de
adopção de período de tributação distinto do ano civil, no
15º dia do 7º mês posterior à data do termo desse período,
independentemente de ser ou não dia útil.
Os sujeitos passivos a que seja aplicável o regime de
normalização contabilística para microentidades ficam
dispensados da obrigação de entrega da declaração de
informação contabilística e fiscal e anexos respeitantes à
aplicação do Decreto-Lei n.º 347/85, de 23 de Agosto.
Deduções
Para apuramento do imposto devido os sujeitos passivos
deduzem ao imposto incidente sobre as operações tributáveis
que efectuaram:
- o imposto devido ou pago pela aquisição de bens ou
serviços;
- o imposto devido pela importação de bens;
- o imposto pago como destinatário de operações tributáveis
efectuadas por sujeitos passivos estabelecidos no estrangeiro,
quando não tenham representante em legal em Portugal e
não tenham facturado o imposto;
- o imposto pago à saída de bens de entreposto aduaneiro.
No caso das aquisições de bens e serviços o imposto deverá
será mencionado em facturas ou documento equivalente
passado em forma legal (requisitos constantes do n.º 5 do
art.º 36.º do CIVA) em nome e na posse do sujeito passivo.
19 Até ao dia 10 do 2º mês seguinte no caso de sujeitos passivos com um
volume de negócios igual ou superior a 650.000€, no ano civil anterior ou
até ao dia 15 do 2º mês seguinte ao trimestre do ano civil no caso de sujeitos
passivos com um volume de negócios inferior a 650.000€ no ano civil anterior.
Nas importações de bens deverá ser apresentado o recibo
de pagamento de IVA que faz parte das declarações
de importação, nos quais conste o número e data do
movimento de caixa.
A lei prevê um conjunto de exclusões do direito à dedução,
constantes no art.º 21.º do CIVA.
A dedução deve ser efectuada na declaração do período
ou de período posterior àquele em que se tiver efectuado a
recepção dos documentos acima referenciados.
O reembolso do IVA deve ser efectuado pela Autoridade
Tributária e Aduaneira até ao fim do 2º mês seguinte ao da
apresentação do pedido, ou no caso dos sujeitos passivos
que estejam inscritos no regime de reembolso mensal, até
aos 30 dias posteriores ao da apresentação do pedido, findo
os quais os sujeitos passivos podem solicitar a liquidação de
juros indemnizatórios nos termos da Lei Geral Tributária.
Quando a quantia a reembolsar exceder 30.000€ a
Autoridade Tributária e Aduaneira pode exigir caução,
fiança bancária ou outra garantia adequada, que determina
a suspensão do prazo dos juros indemnizatórios, até à
prestação da mesma, que deve ser mantida pelo prazo de
6 meses.
Os sujeitos passivos que mencionem em factura ou documento
equivalente, indevidamente IVA ou que pratiquem uma só
operação tributável em exercício de actividade de produção,
comércio ou prestação de serviços independente e com
carácter de habitualidade, incluindo as actividades extractivas,
agrícolas e as das profissões livres devem entregar nos locais
de cobrança o correspondente imposto no prazo de 15 dias
a contar da emissão da factura e até ao final do mês seguinte
ao da conclusão da operação, respectivamente.
Liquidação oficiosa
Se a declaração periódica não for apresentada, a Autoridade
Tributária e Aduaneira, com base nos elementos de que
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disponha, procede à liquidação oficiosa do imposto, a qual
tem por limite mínimo um valor anual igual a 6 ou 3 vezes
o salário mínimo nacional, para os sujeitos passivos com
um volume de negócios superior ou inferior a 650.000€,
respectivamente.
O imposto liquidado deve ser pago num prazo que não pode
ser inferior a 90 dias contados a partir da data da notificação.
5.2. Regime do IVA nas transacçõesintracomunitárias (RITI)
O Regime do IVA nas transacções intracomunitárias (RITI) foi
aprovado pelo art.º 4.º do Decreto-Lei n.º 290/92, de 28 de
Dezembro, que transpôs para a ordem jurídica nacional a
Directiva 91/680/CEE, de 16 de Dezembro.
Este Regime tem como destinatários os agentes económicos
(pessoas singulares e colectivas, incluindo o Estado) que
transaccionam bens com parceiros de outros países da
Comunidade, entendido esse relacionamento como uma
aquisição intracomunitária de bens.
É eliminado o facto gerador “importação” nas trocas de
mercadorias entre os Estados membros sendo substituído
por um novo facto gerador - a “aquisição intracomunitária
de bens”.
5.2.1. Incidência
São sujeitos passivos as pessoas singulares ou colectivas:
a) Que exerçam actividades de produção ou prestação
de serviços, ou uma só operação tributável conexa com
o exercício dessa actividade, ou que preencham os
pressupostos de incidência real de IRS e IRC;
b) Que realizem transmissões de bens ou prestações de
serviços com direito à dedução do IVA;
c) Que realizem exclusivamente transmissões de bens ou
prestações de serviços que não confiram qualquer direito a
dedução.
São ainda sujeitos passivos os particulares que efectuem
aquisições intracomunitárias de meios de transporte novos
e as pessoas singulares ou colectivas que ocasionalmente
efectuem transmissões de meios de transporte novos,
expedidos ou transportados a partir do território nacional,
com destino a um adquirente estabelecido ou domiciliado
noutro Estado-membro.
5.2.2. Operações tributáveis
O IVA nas transacções intracomunitárias incide sobre:
a) Aquisição de bens efectuada por um sujeito passivo, em
território nacional, a título oneroso, quando o vendedor
for um sujeito passivo registado para efeitos de IVA noutro
Estado-membro que não esteja aí abrangido por qualquer
regime particular de isenção de pequenas empresas, não
efectue no território nacional a instalação ou montagem
dos bens fornecidos, nem os transmita dentro de certas
condições previstas no Código do IVA;
b) Aquisição de meios de transporte novos efectuada em
território nacional, a título oneroso, por um sujeito passivo
ou um particular;
c) Aquisição de bens sujeitos a impostos especiais sobre o
consumo efectuada no território nacional, a título oneroso,
por um sujeito passivo abrangido pelo n.º1 do art.º 5.º do RITI;
d) Transmissão de meios de transporte novos efectuada a título
oneroso, por qualquer pessoa, expedidos ou transportados
pelo vendedor, pelo adquirente ou por conta destes, a
partir do território nacional, com destino a um adquirente
estabelecido ou domiciliado noutro Estado-membro.
No fundamental, o objectivo do regime transitório do IVA
para as transacções intracomunitárias de bens é a eliminação
dos controlos associados à passagem das mercadorias pelas
fronteiras interiores da Comunidade, mantendo o princípio
de que o imposto, nas transacções entre os sujeitos passivos,
continua a afluir ao país de destino e a ser determinado de
acordo com a taxa nele vigente.
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Concilia-se assim a tributação no destino com a ausência de
fronteiras fiscais ostensivas e dos controlos dasmercadorias
em postos fronteiriços.
Os sujeitos passivos que efectuarem vendas para clientes
estabelecidos noutros Estados membros que aí tenham a
qualidade de sujeitos passivos do IVA do sistema comum não
liquidarão imposto, por estar isenta de IVA tal transmissão
de bens, nos termos do Regime do IVA nas Transacções
Intracomunitárias. Sempre que intervenham não sujeitos
passivos de IVA, o regime aplicável é o da tributação na
origem, ou seja, a aplicação do imposto pelo vendedor, à
taxa do país onde estiver estabelecido.
5.2.3. Obrigações dos sujeitos passivos
Os sujeitos passivos são obrigados a:
a) Proceder à liquidação do imposto que se mostre devido
pelas aquisições intracomunitárias de bens;
b) Emitir uma factura ou documento equivalente por cada
transmissão de bens efectuada bem como pela transmissão
ocasional de um meio de transporte novo isenta nos termos
do artigo 14.º do RITI;
c) Enviar uma declaração recapitulativa das transmissões
de bens isentas, bem como das operações relativas a
transmissões subsequentes de bens nesse Estado.
A declaração deve ser enviada, por transmissão electrónica
de dados, nos seguintes prazos:
a) Até ao dia 20 do mês seguinte àquele a que respeitam as
operações, no caso dos sujeitos passivos com um volume de
negócios superior a 650.000€ no ano civil anterior;
b) Até ao dia 20 do mês seguinte ao final do trimestre civil
a que respeitam as operações, no caso dos sujeitos passivos
com um volume de negócios inferior a 650.000€ no ano
civil anterior.
Sempre que o montante total das operações realizadas
durante o trimestre civil em curso ou em qualquer dos
4 trimestres civis anteriores seja superior a 50.000€, a
declaração recapitulativa deve ser enviada até ao dia 20 do
mês seguinte a que respeitam as operações.
Nas aquisições intracomunitárias de bens o imposto torna-
se exigível no 15.º dia do mês seguinte àquele em que o
imposto é devido, ou na data de emissão da factura ou
documento equivalente, se estes tiverem sido emitidos antes
do prazo referido.
5.2.4. Valor tributável e taxas
O valor tributável das aquisições intracomunitárias de bens
será determinado mediante aplicação das regras do Código
do IVA e as taxas aplicáveis são igualmente as do CIVA,
vigentes no momento em que o imposto se torna exigível.
6. Impostos especiais sobre o consumo (IEC)
OO funcionamento do mercado único a partir de 01 de
Janeiro de 1993 implicou a livre circulação no território da
União Europeia, dos óleos minerais, do álcool e bebidas
alcoólicas e dos tabacos manufacturados, produtos sujeitos
a impostos especiais de consumo.
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A transposição para o direito interno da Directiva 2008/118/
CE, do Conselho, de 16 de Dezembro relativa ao regime
geral dos impostos sobre o consumo, que revogou a
Directiva 92/12/CEE, do Conselho, de 25 de Fevereiro, foi
feita pelo Decreto-Lei n.º 73/2010, de 21 de Junho, que
aprova o Código dos Impostos Especiais de Consumo (CIEC),
em vigor a partir de 01 de Julho de 2010.
O Código IEC estabelece o regime dos seguintes
impostos:
6.1. Imposto sobre o álcool e as bebidas alcoólicas (IABA)
Incide sobre a cerveja, vinhos e outras bebidas fermentadas,
os produtos intermédios e as bebidas espirituosas,
genericamente designadas por bebidas alcoólicas e sobre o
álcool etílico, genericamente designado por álcool.
O regime especial deste imposto consta dos art.ºs 66.º a 87.º
do Código do IEC.
As principais alterações introduzidas pela Lei n.º 64-B/2011
de 30 de Dezembro são as seguintes:
- agravamento da tributação de 3,5%, para as cervejas;
- agravamento da tributação dos produtos intermédios e das
bebidas espirituosas de 7,5%.
Consagra-se, neste âmbito, um ajustamento dos escalões de
tributação indexados ao grau plato da cerveja, de forma a
incluir num escalão de tributação superior as cervejas com
grau plato entre 7 e 8 (certas cervejas mais leves, como as
especiais de Verão), embora a maioria da cerveja corrente
consumida no mercado nacional, para efeitos de tributação
se inclua nos 10º plato.
As alterações introduzidas pela Lei n.º 14-A/201220, de 30 de
Março, são as seguintes:
- a taxa aplicável às bebidas espirituosas declaradas para
consumo da RA Madeira é de 1.184€/hl;
- as taxas relativas a vinho licoroso obtido das variedades
de uvas puramente regionais, desde que produzidas e
20 Programa de Ajustamento Económico e Financeiro da Região Autónoma
da Madeira
declaradas para consumo na R.A. Madeira, são fixadas em
50% da taxa em vigor no Continente;
- a taxa aplicável ao “Rum da Madeira” e aos licores
produzidos a partir de frutos ou plantas regionais, desde que
produzidos e declarados para consumo na R.A. Madeira é
25% inferior à aplicável às bebidas espirituosas.
6.2. Imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP)
Incide sobre os produtos petrolíferos e energéticos nos
termos definidos na lei, sobre quaisquer outros produtos
destinados a serem utilizados, colocados à venda ou a serem
consumidos em uso como carburante, sobre os outros
hidrocarbonetos, com excepção da turfa e do gás natural,
destinados a serem utilizados, colocados à venda ou a serem
consumidos em uso como combustível e a electricidade
abrangida pelo Código NC 2716.
O regime especial deste imposto consta dos art.ºs 88.º a
100.º do Código do IEC.
A principal alteração introduzida pela Lei n.º 64-B/2011
de 30 de Dezembro, consiste na introdução de imposto
especial sobre a electricidade, que é devido no momento
do fornecimento ao consumidor final, do autoconsumo e da
aquisição por consumidores finais em mercados organizados.
Os sujeitos passivos do imposto – entidades responsáveis pela
sua liquidação e pagamento nos cofres do Estado – são os
comercializadores, os produtores que vendem electricidade
directamente aos consumidores finais, os autoprodutores e
os consumidores finais em mercados organizados.
A taxa definida21, é de 1€ por Mwh (taxa máxima) e 0,50€
(taxa mínima) aplicável no Continente, na Madeira e na Ilha
de São Miguel nos Açores (as restantes 8 ilhas têm taxas
inferiores às aplicadas na Ilha de São Miguel).
Beneficiam de isenção:
- o consumo de electricidade destinado a produzir ou manter
a capacidade de produzir electricidade;
21 Portaria n.º 320-D/2011, de 30 de Dezembro e Lei n.º 20/2012 de 14
de Maio
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- a electricidade produzida a bordo de embarcações, utiliza-
das para o transporte de passageiros e de mercadorias, por
via-férrea em comboio, metro ou eléctrico, e por trólei;
- a utilizada pelos clientes finais economicamente vulnerá-
veis, beneficiários da tarifa social.
6.3. Imposto sobre o tabaco (IT)
Incide sobre o tabaco manufacturado (charutos, cigarrilhas,
cigarros, tabaco de fumar) destinado ao consumo em todo
o território nacional.
O regime especial deste imposto consta dos art.ºs101.º a
114.º do Código do IEC.
A principal alteração introduzida pela Lei n.º 64-B/2011 de
30 de Dezembro consiste no aumento significativo das taxas
máximas nos charutos e cigarrilhas (15%).
A Lei n.º 14-A/2012, de 30 de Março, determina que aos
cigarros fabricados na R.A. Madeira e R.A. Açores, por
pequenos produtores cuja produção anual não exceda
individualmente as 500ton e que sejam consumidos na R.A.
Madeira, sejam aplicáveis as seguintes taxas:
- Elemento específico – 58€
- Elemento ad valorem – 10%.
A todos os cigarros consumidos na R.A. Madeira adicionam-
se às taxas acima referidas:
- Elemento específico – 20,37€;
- Elemento ad valorem – 10%.
Estão isentos destes impostos os produtos que se destinem:
a) A ser fornecidos no âmbito das relações diplomáticas ou
consulares;
b) A organismos internacionais reconhecidos como tal pela
República Portuguesa;
c) Às forças armadas dos Estados membros da NATO, com
exclusão das nacionais;
d) A ser consumidas no âmbito de acordos com países tercei-
ros ou organismos internacionais;
e) A ser consumidas como provisões de bordo nos termos e
limites fixados na lei;
f) A ser expedidos, exportados ou declarados para destinos
equiparados.
7. Imposto sobre veículos (ISV)
O Imposto sobre Veículos foi aprovado pela Lei n.º
22/A/2007, de 29 de Junho, substituindo, a partir de 01 de
Julho de 2007, o imposto automóvel. A aprovação foi feita
no âmbito da reforma global da tributação automóvel, que
além do Código do Imposto sobre Veículos (CISV) aprovou o
Código do Imposto Único de Circulação e aboliu o imposto
municipal sobre veículos, o imposto de circulação e o
imposto de camionagem.
Este imposto procura onerar os contribuintes na medida dos
custos que estes provocam nos domínios do ambiente, infra-
estruturas viárias e sinistralidade rodoviária, concretizando
uma regra geral de igualdade tributária.
A Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro estabelece que as
taxas de ISV a aplicar em 2012 aos automóveis ligeiros de
passageiros, automóveis ligeiros de utilização mista e ligeiros
de mercadorias, sofrem um agravamento na componente
cilindrada e componente ambiental face a 2011, pelo que na
globalidade os aumentos, acrescendo o efeito IVA, são em
média de cerca de 8%.
Os veículos ligeiros a gasóleo com emissões de CO2
superiores a 0.003gr/km sofrem um agravamento de 500€
no total do montante de imposto a pagar, reduzindo-se para
250€ quando se trate de veículos ligeiros de mercadorias.
As taxas do ISV dos veículos ligeiros de mercadorias, que
incidem sobre a cilindrada sofrem um aumento de 5%,
valor que sobe aos 6,15% com o efeito IVA. Os ligeiros de
mercadorias de caixa aberta, fechada ou sem caixa, com
lotação máxima de 3 lugares passam a ser tributados a uma
taxa de 10%.
A lei permite a aplicação do regime de admissão temporária
em território nacional de automóveis ligeiros de mercadorias,
com matrícula de outro Estado Membro, para uso
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profissional, mediante pedido do interessado e autorização
da Autoridade Tributária e Aduaneira.
A aplicação deste regime suspende o pagamento do ISV
pelo prazo de 6 meses, seguidos ou interpolados, em cada
período de 12 meses, desde que:
a) Sejam veículos admitidos por pessoa estabelecida fora
do território nacional, ou por sua conta, devendo neste
último caso existir uma relação contratual de trabalho e uma
autorização para a condução do veículo;
b) Sejam veículos para uso profissional e não se destinem a
ser utilizados em permanência no território nacional.
8. Imposto único de circulação (IUC)
O IUC obedece ao princípio da equivalência, procurando
onerar os contribuintes na medida do custo ambiental e
viário que estes provocam, concretizando a regra geral de
igualdade tributária.
É um imposto anual (devido por inteiro em cada ano a que
respeita) que incide sobre a propriedade (e não sobre a
circulação) de veículos de diversas categorias matriculados
ou registados em Portugal, e que deve ser liquidado até o
veículo ser abatido.
Este imposto surge em substituição do antigo “selo do
carro” e não deve ser confundido com o ISV, que é um
imposto pago apenas quando o veículo é matriculado pela
primeira vez (em novo ou como importado usado) e que já
está incluído no preço de venda no caso dos veículos novos.
O seu valor é actualizado todos os anos em função do índice
de preços do consumidor e o seu pagamento é efectuado
na data da matrícula do veículo. Sempre que se adquire um
veículo novo ou se importa um veículo usado, o pagamento
do IUC deve ser efectuado, pela 1ª vez, até 90 dias depois
da data da matrícula.
A liquidação do imposto é feita pelo próprio sujeito passivo
através da Internet (meio obrigatório para o caso das pessoas
colectivas).
9. Imposto do selo
Trata-se de um imposto indirecto e o Diploma que lhe serve
de base é o Código do Imposto do Selo, aprovado pela Lei
n.º 150/99, de 11 de Setembro. Anexa ao Código, consta a
Tabela Geral do Imposto do Selo ( http://info.portaldasfi-
nancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/codigos_tributarios/selo/
ccod_selo_tabgiselo.htm ).
9.1. Incidência
O Imposto do Selo incide sobre todos os actos, contratos,
documentos, títulos, papéis e outros factos previstos na
Tabela geral, incluindo a transmissão gratuita de bens.
Tendo em vista a natureza dessas realidades, o imposto
do selo é devido, em alguns casos, pelos documentos que
titulam os negócios (selo do documento) e, noutros casos,
pelo próprio negócio ou operação (selo da operação).
No primeiro caso (selo do documento), o valor é fixo e
depende da existência física de um suporte escrito, embora
o valor do imposto não dependa do valor do negócio que o
documento titula. Exemplos: cheques, escritos particulares
que titulem contratos não especialmente previstos na
tabela, escrituras públicas ou termos e autos lavrados junto
de repartições públicas. Estão, neste caso, os escritos que
titulam os contratos de trabalho, contratos de fornecimento
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de água e electricidade, contratos de avença e, duma
maneira geral, os contratos de fornecimento de bens ou
serviços que, enquanto tal, não estão previstos na tabela
para tributação.
No Contrato de Trabalho, o imposto é devido pelo
empregador. No Contrato de Prestação de Serviços é devido
pelo sujeito que recebe a prestação do serviço.
No segundo caso (selo da operação), o imposto varia em
função do valor do negócio independentemente de existir,
ou não, documento escrito.
9.2. Territorialidade
O imposto recai, em geral, sobre actos ocorridos em
território nacional. Todavia, a lei prevê que este imposto
incida também sobre:
a) Documentos, actos ou contratos emitidos ou celebrados
fora do território nacional, apresentados em Portugal para
qualquer efeito legal;
b) Operações de crédito realizadas e garantias prestadas por
entidades sedeadas no estrangeiro ou em território nacional,
a quaisquer entidades, independentemente da sua natureza,
com sede, filial, sucursal ou estabelecimento estável em
território português;
c) Os juros e comissões cobrados por entidades domiciliadas
em território nacional ou no estrangeiro, a entidades com
sede, filial, sucursal ou estabelecimento estável em Portugal;
d) Os seguros efectuados noutros Estados-membros e fora
da União Europeia, cujo risco objecto do seguro tenha lugar
no território nacional.
9.3. Isenções22
9.3.1. Isenções Subjectivas
São isentos de imposto do selo, quando este constitua seu
encargo:
22 Para informação mais detalhada consultar os artigos 6.º e 7.º do Código
do Imposto do Selo
a) O Estado, as Regiões Autónomas, as autarquias locais e as
suas associações e federações de direito público e quaisquer
dos seus serviços, estabelecimentos e organismos, ainda que
personalizados, compreendidos os institutos públicos, que
não tenham carácter empresarial;
b) As instituições de segurança social;
c) As pessoas colectivas de utilidade pública;
d) As instituições particulares de solidariedade social e
entidades equiparadas;
e) O cônjuge ou unido de facto, descendentes e ascendentes,
nas transmissões gratuitas.
9.3.2. Outras Isenções
São também isentos do imposto:
a) Os prémios recebidos por resseguros tomados a empresas
operando legalmente em Portugal;
b) Os prémios e comissões relativos a seguros do ramo
“Vida”;
c) As garantias inerentes a operações realizadas, registadas,
liquidadas ou compensadas através de entidade gestora de
mercados regulamentados, valores mobiliários, contratos de
futuros, taxas de juro ou divisas;
d) Os juros e comissões cobrados, as garantias prestadas e,
bem assim, a utilização de crédito concedido a sociedades de
capital de risco, instituições de crédito, sociedades financeiras
domiciliadas nos Estados membros da União Europeia, ou
em qualquer Estado, com excepção das domiciliadas em
territórios com regime fiscal privilegiado;
e) As garantias prestadas ao Estado no âmbito da gestão da
respectiva dívida pública directa com a exclusiva finalidade
de cobrir a sua exposição a risco de crédito;
f) As operações financeiras efectuadas por sociedades de
capital de risco (SCR) a favor de sociedades em que detenham
participações, por sociedades gestoras de participações
sociais (SGPS) a favor de sociedades por elas dominadas ou
a sociedades em que detenham participações;
g) As operações, incluindo juros realizadas por detentores de
capital social a entidades nas quais detenham directamente
uma participação no capital;
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h) Os empréstimos dos sócios às sociedades;
i) Os mútuos;
j) Os juros cobrados por empréstimos para aquisição,
construção, reconstrução ou melhoramento de habitação
própria;
k) O reporte de valores mobiliários ou direitos equiparados
realizado em bolsa de valores;
l) O crédito concedido por meio de conta poupança-ordena-
do, na parte em que não exceda, em cada mês, o montante
do salário mensalmente creditado na conta;
m) Os actos, contratos e operações em que as instituições
comunitárias ou o Banco Europeu de Investimentos sejam
intervenientes ou destinatários;
n) O jogo do bingo e os jogos organizados por instituições
de solidariedade social, quando a receita se destine aos seus
fins estatutários ou reverta a favor de outras entidades, com
excepção dos jogos sociais do Estado.
9.4. Taxas
As taxas do imposto são as constantes da Tabela geral em
vigor no momento em que o imposto é devido.
A Lei não prevê acumulação de taxas de imposto relativa-
mente ao mesmo acto ou documento, excepto no caso em
que às taxas aplicadas sobre aquisições onerosas de bens
imóveis acrescem as taxas relativas às aquisições gratuitas de
bens, incluindo usucapião.
9.5. Liquidação e pagamento
A liquidação do imposto compete:
a) Em regra, aos sujeitos passivos do imposto;
b) Aos serviços aduaneiros;
c) Aos serviços centrais da Direcção-Geral das Contribuições
e Impostos, relativamente às transmissões gratuitas. Neste
caso, o beneficiário da transmissão fica obrigado a participar
a qualquer serviço de finanças ou noutro local previsto em
lei especial, até ao final do 3º mês seguinte ao nascimento
do acto que originou a transmissão de bens (ex. falecimento
do autor da sucessão).
É obrigatória a apresentação anual de uma declaração
discriminativa do imposto de selo liquidado,
preferencialmente por via electrónica.
Ficam dispensados deste acto, os sujeitos passivos a que seja
aplicável o regime de normalização contabilística para micro
entidades.
O imposto do selo é sempre pago por meio de guia até ao
dia 20 do mês seguinte àquele em que a obrigação tributária
se constituiu. Havendo lugar a liquidação de imposto pelos
serviços fiscais, o sujeito passivo é notificado para efectuar o
pagamento no prazo de 30 dias.
O prazo de caducidade do direito à liquidação do Imposto
de Selo devido pelas transmissões gratuitas e pela aquisição
onerosa do direito de propriedade ou de figuras parcelares
sobre bens imóveis, sujeitos a tributação nos termos da
Tabela Geral é de 8 anos, contados da transmissão ou da
data em que a isenção ficou sem efeito.
10. Benefícios fiscais
Os benefícios fiscais encontram-se inseridos nos Códigos
dos diferentes impostos, no Estatuto dos Benefícios Fiscais -
EBF aprovado pelo Decreto-Lei n.º 215/89, de 01 de Julho e
republicado pelo Decreto-lei n.º 108/2008, de 26 de Junho
e em legislação avulsa.
O EBF define o enquadramento legal e os princípios fiscais a
que deve obedecer a criação das situações de benefício, as
regras da sua atribuição e reconhecimento administrativo e o
elenco desses mesmos benefícios, com um duplo objectivo,
garantir maior estabilidade aos diplomas reguladores das
novas espécies tributárias e conferir um carácter sistemático
ao conjunto dos benefícios fiscais.
Um benefício fiscal traduz-se numa medida de carácter
excepcional, com motivações extra-fiscais de interesse
superior à tributação derrogada, devendo por isso vigorar
apenas enquanto esse interesse se mantiver, evitando-se
assim a sobrecarga fiscal de entidades sujeitas a tributação
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plena, para compensar a perda de receita associada.
Podem assim existir vários tipos de benefícios fiscais, como
por exemplo, de cariz social, de estímulo económico a
determinadas entidades, regiões ou sectores da economia.
Dando cumprimento ao disposto no Memorando de
Entendimento, o Governo português procedeu ao
congelamento ou mesmo à revogação de alguns dos
incentivos e benefícios fiscais que se encontravam em vigor
em 31 de Dezembro de 2011.
Apresentam-se de seguida, aqueles que se encontram, de
alguma forma, ligados à actividade empresarial e que se
encontram em vigor:
10.1. Benefícios fiscais ao investimento produtivo
10.1.1. Benefícios ao investimento em unidades produtivas de natureza contratual
Os projectos de investimento em unidades
produtivasrealizados até 31 de Dezembro de 2020,
de montante igual ou superior a 5.000.000€, que
sejam relevantes para o desenvolvimento dos sectores
considerados de interesse estratégico para a economia
nacional e para a redução das assimetrias regionais,
induzam à criação de postos de trabalho e contribuam
para impulsionar a inovação tecnológica e a investigação
científica nacional, podem beneficiar de incentivos fiscais,
em regime contratual, com período de vigência até 10
anos, a conceder nos termos definidos no Código Fiscal
do Investimento (http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/
informacao_fiscal/codigos_tributarios/bf_rep/Cod_Fiscal_
do_Investimento.htme) dos princípios estabelecidos nos
n.ºs 2 e 3 do art.º 41.º do EBF.
Os projectos de investimento directo efectuados por empresas
portuguesas no estrangeiro, de montante igual ou superior
a 250.000€, de aplicações relevantes, que demonstrem
interesse estratégico para a internacionalização da economia
portuguesa, podem beneficiar de incentivos fiscais, em
regime contratual, com período de vigência até cinco anos, a
conceder nos termos, condições e procedimentos definidos
em regulamentação própria, de acordo com os princípios
estabelecidos nos n.ºs 5 a 7 do art.º 41 do EBF.
O Regime aplica-se aos seguintes projectos de
investimento:
a) Indústria extractiva e transformadora;
b) Turismo e as actividades declaradas de interesse para o
turismo nos termos da legislação aplicável;
c) Actividades e serviços informáticos e conexos;
d) Actividades agrícolas, piscícolas, agro-pecuárias e florestais;
e) Actividades de investigação e desenvolvimento e de alta
intensidade tecnológica;
f) Tecnologias da informação e produção de audiovisual e
multimédia;
g) Ambiente, energia e telecomunicações.
A estes projectos de investimento podem ser concedi-
dos, cumulativamente, os seguintes incentivos fiscais:
a) Crédito de imposto determinado com base na aplicação
de uma percentagem, entre 10% e 20%, das aplicações
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relevantes do projecto efectivamente realizadas, a deduzir
à colecta de IRC;
b) Isenção ou redução do IMI relativamente aos prédios
utilizados pela entidade no âmbito do projecto de investimento;
c) Isenção ou redução de IMT relativamente a imóveis
adquiridos pela entidade destinados ao exercício da sua
actividade no âmbito do projecto;
d) Isenção ou redução do Imposto do Selo que for devido
em todos os actos ou contratos necessários à realização do
projecto de investimento.
A concessão dos benefícios é objecto de contrato, do qual
constam, designadamente, os objectivos e as metas a
cumprir pelo promotor e os benefícios fiscais concedidos.
A dedução em sede de IRC é feita na liquidação de IRC
respeitante ao exercício em que foram realizadas as aplicações
relevantes ou, quando o não possa ser integralmente, a
importância ainda não deduzida pode sê-lo, nas mesmas
condições, na liquidação dos exercícios até ao termo da
vigência do contrato.
A dedução anual máxima tem os seguintes limites:
a) No caso de criação de empresas, pode corresponder ao
total da colecta apurada em cada exercício;
b) No caso de projectos em sociedades já existentes,
não pode exceder o maior valor entre 25 % do total do
benefício fiscal concedido ou 50 % da colecta apurada
em cada exercício, excepto se um limite diferente ficar
contratualmente consagrado.
O benefício fiscal total a conceder aos projectos de
investimento corresponde a 10 % das aplicações relevantes
do projecto efectivamente realizadas, mas esta percentagem
pode ser majorada cumulativamente:
a) Em 5%, caso o projecto se localize numa região que, à
data de apresentação da candidatura, não apresente um
índice per capita de poder de compra superior à média
nacional nos dois últimos anos (dados INE);
b) Até 5%, caso o projecto proporcione manutenção ou
a criação de postos de trabalho de acordo com os cinco
escalões seguintes:
i) 1% - 50 ou + postos de trabalho;
ii) 2% - 100 ou + postos de trabalho;
iii) 3% - 150 ou + postos de trabalho;
iv) 4 % - 200 ou + postos de trabalho;
v) 5 % - 250 ou + postos de trabalho.
c) Até 5%, em caso de relevante contributo do projecto
para a inovação tecnológica, a protecção do ambiente, a
valorização da produção de origem nacional ou comunitária,
o desenvolvimento e revitalização das PME nacionais ou
a interacção com as instituições relevantes do sistema
científico nacional.
No caso de reconhecida relevância excepcional do projecto
para a economia nacional, pode ser atribuída, através de
resolução do Conselho de Ministros, uma majoração até 5%,
respeitando o limite total de 20 % das aplicações relevantes.
Os incentivos não são cumuláveis com outros benefícios da
mesma natureza susceptíveis de serem atribuídos ao mesmo
projecto de investimento.
Os contratos relativos a projectos de investimento realizados
em território português devem prever normas que
salvaguardem as contrapartidas dos incentivos fiscais em
caso de cessação de actividade da entidade beneficiária,
designadamente por transferência da sede e direcção
efectiva para fora do território português.
Este regime foi adaptado às especificidades regionais da
Madeira através do Decreto Legislativo Regional n.º 18/99/M,
de 28 de Junho, alterado pelo Decreto Legislativo Regional
n.º 17/2006/M, de 23 de Maio e regulamentado pelo Decreto
Regulamentar Regional n.º 6/2007/M, de 7 de Outubro.
Ainda no caso das Regiões Autónomas há a possibilidade de
dedução à colecta de lucros reinvestidos, prevista no tocante
à Madeira, no Decreto Legislativo Regional n.º 2/2009/M, de
22 de Janeiro e, quanto aos Açores, no Decreto Legislativo
Regional n.º 2/99/A, de 20 de Janeiro.
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10.1.2. Benefícios fiscais com vista à internacionalização das empresas portuguesas
Os projectos de investimento directo, realizados até 31
de Dezembro de 2020, por empresas portuguesas no
estrangeiro, de montante igual ou superior a 250.000€, de
aplicações relevantes, que:
a) demonstrem interesse estratégico para a
internacionalização da economia portuguesa;
b) demonstrem ter viabilidade técnica, económica e
financeira;
c) não se localizem em “paraísos fiscais”;
d) não impliquem a diminuição dos postos de trabalho em
Portugal,
podem beneficiar de incentivos fiscais, em regime contratual,
com período de vigência até 5 anos, de acordo com o
disposto no Decreto-Lei n.º 250/2009, de 23 de Setembro, e
os princípios estabelecidos nos n,ºs 5 a 7 do art.º 41.º do EBF
e do art.º 22.º do Código Fiscal do Investimento.
O regime aplica-se a investimentos directos efectuados no
estrangeiro que contribuam positivamente para os resultados
da empresa promotora e tenham por objecto as seguintes
actividades económicas:
a) Indústria extractiva e transformadora;
b) Turismo e as actividades declaradas de interesse para o
turismo nos termos da legislação aplicável;
c) Actividades e serviços informáticos e conexos;
d) Actividades agrícolas, piscícolas, agro-pecuárias e
florestais;
e) Actividades de investigação e desenvolvimento e de alta
intensidade tecnológica;
f) Tecnologias da informação e produção de audiovisual e
multimédia;
g) Ambiente, energia e telecomunicações;
E ainda:
h) Actividades associadas aos pólos de competitividade e
tecnologia;
i) Construção de edifícios, obras públicas e actividades de
arquitectura e de engenharia conexas com aquelas;
j) Transportes e logística.
Os benefícios fiscais consistem num crédito de imposto (IRC)
compreendido entre 10% e 20% de todas as aplicações
relevantes, relacionadas com:
a) Criação de sucursais ou outros estabelecimentos estáveis
no estrangeiro;
b) Aquisição de participações em sociedades não residentes,
ou criação de sociedades no estrangeiro, desde que a
participação directa no capital social seja de, pelo menos,
25% do total;
c) Campanhas de promoção plurianuais em mercados
externos.
Aos promotores destes projectos de investimento podem ser
concedidos os seguintes benefícios fiscais:
a) Crédito fiscal utilizável em IRC a deduzir à colecta, não
podendo ultrapassar em cada exercício 25% desta, com o
limite de 1.000.000€;
b) Eliminação da dupla tributação económica nos termos
e condições estabelecidos no art.º 46.º do Código do IRC,
durante o período contratual, quando o investimento seja
efectuado sob a forma de constituição ou de aquisição de
sociedades estrangeiras.
Excluem-se destes benefícios os investimentos efectuados
em zonas francas, ou nos países, territórios e regiões,
sujeitos a um regime fiscal claramente favorável, constantes
na Portaria n.º 150/2004, de 13 de Fevereiro.
Quando os projectos de investimento se realizam num
Estado-membro da União Europeia, este regime só é
aplicável a PME, definidas nos termos comunitários.
10.2. Benefícios fiscais à investigação e desenvolvimento
A Lei n.55-A/2010 de 31 de Dezembro criou o SIFIDE II - Sistema
de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento
empresarial II – a vigorar no período 2011-2015.
A Lei n. 64-B/2011 de 30 de Dezembro introduz algumas
alterações, embora mantenha o período de vigência até 2015.
Este sistema traduz-se na dedução em sede de IRC do
valor correspondente às despesas de investigação e
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desenvolvimento, na parte que não tenha sido objecto de
comparticipação financeira do Estado a fundo perdido, numa
dupla percentagem:
a) Taxa de base: 32,5% das despesas realizadas no período
em causa;
b) Taxa incremental: 50% de acréscimo das despesas realizadas
nesse período em relação à média aritmética simples dos dois
exercícios anteriores, até ao limite de 1.500.000€. Esta taxa
é acrescida de 20% no caso de contratação de doutorados
passando o limite a ser de 1.800.000€.
As PME que ainda não completaram dois exercícios e que
não beneficiaram da taxa incremental podem aplicar uma
majoração de 10% à taxa base.
São sujeitos passivos os residentes em Portugal que exerçam a
titulo principal, uma actividade de natureza comercial, industrial
ou agrícola e os não residentes com estabelecimento estável
em território português que preencham, cumulativamente,
as seguintes condições:
a) O seu lucro tributável não pode ser determinado por
métodos indirectos;
b) Não são devedores ao Estado e à Segurança Social
de quaisquer impostos ou contribuições, ou têm o seu
pagamento devidamente assegurado.
Despesas elegíveis:
- Aquisições de activos fixos tangíveis, excepto terrenos e
edifícios, desde que criados ou adquiridos em estado novo e
afectos a actividades de I&D;
- Despesas com pessoal envolvido em tarefas de I&D, no
caso das micro e PME. Para as grandes empresas as despesas
são dedutíveis em apenas 90% do seu montante;
- Despesas com a participação de pessoal dirigente e quadros
na gestão de instituições de I&D;
- Despesas de funcionamento (salários), até ao máximo de
55%, com o pessoal afecto a I&D;
- Despesas relativas à contratação de actividades de I&D;
- Participação no capital de instituições de I&D e contributos
para fundos de investimentos, públicos ou privados;
- Custos com registo e manutenção de patentes, despesas
com aquisição de patentes e despesas com auditorias das
micro e PME;
- Despesas com acções de demonstração que decorram
de projectos de I&D apoiados, sendo necessária uma
comunicação prévia à entidade responsável pela avaliação
das candidaturas ao SIFIDE II.
As despesas que por insuficiência da colecta não possam ser
deduzidas no exercício em que foram realizadas poderão ser
deduzidas até ao sexto exercício imediato.
Esta dedução não é cumulável, relativamente ao mesmo
investimento, com benefícios fiscais da mesma natureza,
previstos noutros diplomas legais.
10.3. Benefícios fiscais às zonas francas
Em Portugal, existe actualmente apenas uma zona com
um regime fiscal preferencial – a Zona Franca da Madeira.
A Zona Franca da Ilha de Santa Maria, nos Açores, criada
pelo Decreto-Lei nº 34/82, de 04 de Fevereiro, cessou a sua
operacionalização23 a 31 de Dezembro de 2011.
23 Informação obtida junto da Secretaria Regional da Economia dos Açores
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Regime especial na Zona Franca da Madeira
A Zona Franca da Madeira ou Centro Internacional de
Negócios da Madeira (CINM), foi criada com o objectivo de
atrair investimento externo, contribuindo dessa forma para
a diversificação e modernização da economia da Madeira
e para a internacionalização das empresas portuguesas.
O CINM constitui um programa de Auxílios de Estado
totalmente aprovado e apoiado por Portugal e pela União
Europeia proporcionando aos investidores nacionais e
internacionais um pacote único de benefícios aplicável a um
largo conjunto de actividades.
Benefícios Fiscais - Taxas de Imposto
O Decreto-Lei n.º 13/2008, de 18 de Janeiro, aprovou um
regime fiscal especial a vigorar na Zona Franca da Madeira, o
qual se encontra actualmente previsto nos artigos 33.º e 36.º
do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF).
O actual regime de benefícios fiscais permite a instalação de
novas empresas até ao final de 2013, as quais beneficiarão
da aplicação de taxas reduzidas de imposto sobre os lucros
até 31 de Dezembro de 2020.
Assim, todas as entidades licenciadas na Zona Franca
da Madeira para o exercício de actividades industriais,
comerciais, de transportes marítimos, e outros serviços, que
iniciem actividade no prazo de 6 meses, no caso dos serviços
internacionais, e no prazo de 1 ano para as actividades
industriais ou de registo marítimo, contado da data de
licenciamento, beneficiam de um conjunto atractivo de
vantagens fiscais, conforme previsto nos n.ºs 4 a 20 do art.º
33.º e no art.º 36.º do EBF.
Os benefícios consistem na tributação reduzida em sede
de IRC, aplicáveis a limites máximos de matéria colectável
definidos na lei, de acordo com o número de postos de
trabalho criados nos primeiros 6 meses de actividade (variam
entre 2 milhões de euros pela criação de até 2 postos de
trabalho e 150 milhões de euros pela criação de mais de 100
postos de trabalho), nos seguintes termos:
a) Anos 2007 a 2009 – à taxa de 3%;
b) Anos 2010 a 2012 – à taxa de 4%;
c) Anos 2013 a 2020 – à taxa de 5%.
As entidades que desenvolvam actividades industriais podem
ainda beneficiar de uma dedução de 50% à colecta de IRC,
desde que preencham, pelo menos, duas das seguintes
condições:
a) Contribuam para a modernização da economia regional;
b) Contribuam para a diversificação da economia regional;
c) Promovam a contratação de recursos humanos altamente
qualificados;
d) Contribuam para a melhoria das condições ambientais;
e) Criem pelo menos 15 postos de trabalho, que devem ser
mantidos pelo menos durante 5 anos.
Outros benefícios
De acordo com o art.º 33.º do EBF:
Beneficiam de isenção de IRC,
- Juros de empréstimos contraídos por entidades instaladas
nas Zonas Francas, desde que aqueles se destinem à
realização de investimentos e ao normal funcionamento das
mutuárias, desde que os mutuantes não sejam residentes no
restante território português.
- Empresas concessionárias de exploração das zonas francas,
até 31 de Dezembro de 2017.
Beneficiam de isenção de IRS,
- Remunerações dos tripulantes dos navios registados,
enquanto os registos se mantiverem válidos, sem prejuízo
de englobamento dos rendimentos isentos para efeitos do
disposto no n.º4 do art.º 22 do CIRS.
Beneficiam de isenção de IRS ou de IRC,
- Rendimentos resultantes da concessão ou cedência
temporária, por não residentes, excepto os estabelecimentos
estáveis situados em Portugal fora das Zonas Francas, de
actividades de natureza industrial, comercial ou científico
e actividades acessórias e complementares daquelas
desenvolvidas no âmbito da Zona Franca;
- Rendimentos das prestações de serviços auferidos por
entidades não residentes e não imputáveis a estabelecimento
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estável situado em Portugal fora das Zonas Francas, desde
que devidos por entidades instaladas na Zona Franca e
respeitem à actividade aí desenvolvida;
- Rendimentos pagos pelas sociedades e sucursais de trust-
offshore a utentes dos seus serviços, instalados nas zonas
francas ou não residentes em Portugal
A Lei n.º 64-B/2011 de 30 de Dezembro revogou os
benefícios fiscais aos sócios das entidades licenciadas
na Zona Franca, no que se refere a isenções de IRS e
IRC aplicáveis aos dividendos distribuídos e aos juros de
suprimentos recebidos, estabelecendo que a partir de 1 de
Janeiro de 2012, passam a enquadrar-se no regime geral
aplicável a entidades residentes no Continente, passando
a estar sujeitos a retenção na fonte à taxa de 25% ou
30%, sem prejuízo de aplicação de isenção nos termos da
Directiva 90/435/CEE, ou de limitação do imposto ao abrigo
de Convenção para Evitar a Dupla Tributação.
Beneficiam de isenção de Imposto de Selo,
- documentos, livros, papéis, contratos, operações actos e
produtos respeitantes a entidades licenciadas nas Zonas Francas
e empresas concessionárias de exploração destas Zonas.
De acordo com o art.º 44.º do EBF:
Beneficiam de isenção de IMI24 ,
- as entidades licenciadas ou que venham a ser licenciadas
para operar no âmbito institucional da Zona Franca da
Madeira, quanto aos prédios ou parte de prédios destinados
directamente à realização dos seus fins.
Para informação mais detalhada sobre a actividade
desenvolvida pelo Centro Internacional de Negócios da
Madeira sugerimos a consulta ao site - http://www.ibc-
madeira.com/Default.aspx?ID=652
24 Este benefício não é aplicável às entidades que exerçam actividades
de intermediação financeira e de seguros e do tipo “serviços intragrupo”,
designadamente centros de coordenação, de tesouraria e de distribuição
(aditado pela Lei n.º 20/2012, de 14 de Maio).
10.4. Benefícios fiscais de natureza social – Criação de emprego
Para determinação do lucro tributável em sede de IRC, o
art.º 19.º do EBF prevê a possibilidade de contabilização a
150% dos encargos25 correspondentes à criação líquida26
de postos de trabalho para jovens e para desempregados
de longa duração, admitidos por contrato de trabalho sem
termo, por parte das empresas, apenas uma única vez por
trabalhador admitido.
São considerados jovens, os trabalhadores com idade
superior a 16 e inferior a 35 anos, inclusive, aferida na data
da celebração do contrato de trabalho, com excepção dos
jovens com menos de 23 anos que não tenham concluído
o ensino secundário, e que não estejam a frequentar uma
oferta de educação-formação.
São considerados desempregados de longa duração os
trabalhadores disponíveis para o trabalho que se encontrem
inscritos em centros de emprego há mais de 9 meses, sem
prejuízo de, durante esse período, terem sido celebrados
contratos a termo por períodos inferiores a 6 meses, cuja
duração conjunta não ultrapasse os 12 meses.
A majoração27 aplica-se durante um período de 5 anos,
a contar do início do contrato de trabalho, não sendo
cumulável com outros incentivos de apoio ao emprego
previstos noutros diplomas e com outros benefícios fiscais da
mesma natureza, quando aplicáveis ao mesmo trabalhador
ou posto de trabalho.
25 São considerados como encargos os montantes suportados pela
entidade empregadora com o trabalhador a título de remuneração fixa e das
contribuições para a segurança social
26 Consiste na diferença positiva entre o n.º de contratações e o n.º de
saídas, não sendo considerados para este cálculo, os trabalhadores que
integram o agregado familiar da entidade patronal.
27 O montante máximo da majoração anual corresponde a 14 vezes a
retribuição mínima mensal garantida.
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10.5. Regime Especial de Apoio ao Investimento (RFAI)
A Lei n.º 10/2009, de 10 de Março (art.º 13º) aprovou um
regime especial de apoio ao investimento realizado em
2009, designado abreviadamente por RFAI 2009. A Lei n.
64-B/2011 de 30 de Dezembro determina a sua prorrogação
até 31 de Dezembro de 2012, sem quaisquer alterações face
ao regime em vigor desde 2009.
Neste regime, os sujeitos passivos de IRC residentes em
território português ou que aí possuam estabelecimento
estável e exerçam a título principal uma actividade de
natureza comercial, industrial ou agrícola, beneficiam de:
a) Dedução à colecta de IRC de 20% do investimento
relevante até ao montante de 5.000.000€ e de 10% quando
o valor é superior a 5.000.000€;
b) Isenção de IMI por um período de 5 anos, relativamente
aos prédios da sua propriedade que constituam investimento
relevante;
c) Isenção de IMT e de Imposto do Selo relativamente à
aquisição de prédios que constituam investimento relevante.
10.6. Outros benefícios fiscais
10.6.1. Benefícios fiscais à reestruturação empresarial
As empresas que exerçam directamente e a título principal,
uma actividade económica de natureza agrícola, comercial,
industrial ou de prestação de serviços, com sede, direcção
efectiva ou domicílio em território português, noutro Estado-
membro ou ainda, num Estado em relação ao qual vigore
uma convenção para evitar a dupla tributação sobre
o rendimento e o capital, e que se reorganizem em
resultado de actos de concentração28 ou de acordos de
28 Entende-se por actos de concentração, a fusão de sociedades, a
incorporação por uma sociedade do conjunto ou ramos de outra sociedade e
a cisão de sociedades.
cooperação29 podem ser concedidos os seguintes benefícios
fiscais relacionados com esses actos ou acordos:
a) Isenção de IMT relativamente à transmissão de imóveis
não destinados a habitação;
b) Isenção de Imposto do Selo relativamente à transmissão
dos imóveis acima referidos ou à constituição, aumento de
capital ou do activo de uma sociedade de capitais;
c) Isenção dos emolumentos e de outros encargos legais que
se mostrem devidos pela prática de todos os actos inseridos
nesses processos.
10.6.2. Benefícios fiscais para prédios situados nas áreas de localização empresarial (ALE)
As aquisições de imóveis situados nas áreas de localização
empresarial efectuadas pelas sociedades gestoras dessas
áreas e pelas empresas que nelas se instalarem beneficiam
das seguintes isenções:
a) Isenção de IMT na aquisição de imóveis;
b) Isenção de IMI, pelo período de 10 anos, na aquisição ou
construção de imóveis.
O presente regime vigora para os imóveis adquiridos
ou concluídos até 31 de Dezembro de 2012 e aplica-se
29 Entende-se por actos de cooperação a constituição de agrupamentos
complementares de empresas, a constituição de pessoas colectivas de
direito privado, sociedades de capitais públicos, contratos de consórcio e de
associação em participação.
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igualmente aos parques empresariais da Região Autónoma
da Madeira, criados e regulados pelo Decreto Legislativo
Regional n.º 28/2001/M, de 28 de Agosto, com as alterações
introduzidas pelo Decreto Legislativo Regional n.º12/2002/M,
de 17 de Julho.
10.6.3. Benefícios fiscais ao sistema financeiro e mercado de capitais
Fundos de Investimento mobiliário (FIM)
Os rendimentos dos FIM têm o seguinte regime fiscal:
1. Rendimentos obtidos em território nacional
a) taxa de retenção na fonte sobre o montante a esta
sujeito;
b) taxa de 25% sobre o valor líquido em cada ano, no caso
de rendimentos não sujeitos a retenção na fonte, devendo
o imposto ser entregue até ao fim do mês de Abril do ano
seguinte àquele a que respeita o rendimento.
Os sujeitos passivos de IRS titulares de unidades de
participação nos fundos fora do âmbito de uma actividade
comercial, industrial ou agrícola, ficam isentos de IRS. Podem,
no entanto, englobá-los para efeitos deste imposto, caso em
que o IRS, retido ou devido, tem a natureza de imposto por
conta (art.º 78 do Código do IRS).
Os sujeitos passivos de IRC ou de IRS que obtenham os
rendimentos no âmbito do exercício de uma actividade
comercial, industrial ou agrícola, residentes em território
nacional ou imputáveis a estabelecimento estável situado
em Portugal, não estão sujeitos a retenção na fonte e estes
rendimentos são considerados proveitos ou ganhos (art.ºs
83º do Código do do IRC e 78º do IRS).
2. Rendimentos obtidos fora do território nacional
Tributação autónoma à taxa de 20% aplicada aos
rendimentos de títulos de dívida, a lucros distribuídos e a
fundos de investimento. Nos restantes casos a taxa é de
25% e incide sobre o valor líquido obtido em cada ano.
O imposto deve ser entregue até ao fim do mês de Abril do
ano seguinte àquele a que respeita o rendimento.
3. Mais-valias
As mais-valias obtidas em território nacional ou fora dele
são tributadas autonomamente à taxa de 21,5%, sobre a
diferença positiva entre as mais e a menos-valias obtidas em
cada ano. O imposto deve ser entregue até ao fim do mês de
Abril do ano seguinte àquele a que respeita.
Fundos de Investimento imobiliário (FII)
Os rendimentos dos FII têm o seguinte regime fiscal:
1. Os rendimentos prediais são tributados autonomamente
à taxa de 20% a incidir sobre o valor líquido de encargos
de conservação e manutenção e do valor do IMI, sendo
a entrega efectuada até ao fim do mês de Abril do ano
seguinte àquele a que respeita. Se houver lugar a retenção,
considera-se pagamento por conta.
2. Mais-valias prediais tributadas autonomamente à taxa de
25% que incide sobre 50% da diferença positiva entre as
mais e as menos valias, realizadas e apuradas de acordo com
o Código do IRS, sendo a entrega efectuada até ao fim do
mês de Abril do ano seguinte àquele a que respeita.
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Fundos de Capital de Risco
Ficam isentos de IRC os rendimentos de qualquer natureza,
obtidos pelos fundos de capital de risco, que se constituam
ou operem de acordo com a legislação nacional.
Os rendimentos respeitantes a unidades de participação nos
fundos de capital de risco, são sujeitos a retenção na fonte
de IRS e IRC à taxa de 10%, excepto quando os titulares
sejam entidades isentas quanto aos rendimentos de capitais
ou não-residentes sem estabelecimento estável em Portugal.
Não estão abrangidos por este regime:
a) as entidades residentes em paraísos fiscais
b) as entidades não-residentes detidas em mais de 25% do
capital por entidades residentes
As sociedades gestoras de fundos de capital de risco são
solidariamente responsáveis pelas dívidas de imposto dos
fundos cuja gestão lhes caiba.
Mais-valias realizadas por não-residentes
Voltam a estar isentas de tributação em Portugal (IRC ou IRS),
as mais-valias realizadas com a transmissão onerosa de partes
sociais, outros valores mobiliários, warrants autónomos e
instrumentos financeiros derivados, obtidas por entidades
domiciliadas em país com o qual não esteja em vigor uma
convenção destinada a evitar a dupla tributação internacional
ou um acordo sobre troca de informações em matéria fiscal,
desde que não domiciliadas em paraísos fiscais.
Sociedades de Capital de Risco (SCR) e Investidores de
Capital de Risco (ICR)
As mais-valias e as menos-valias realizadas pelas SCR e os
ICR, desde que detidas por período não inferior a 1 ano,
assim como os encargos financeiros suportados com a
sua aquisição, não concorrem para a formação do lucro
tributável.
As SCR podem deduzir ao montante apurado nos termos da
al. a) do n.º1 do art.º 90.º do CIRC30, até à sua concorrência,
uma importância correspondente ao limite da soma das
colectas de IRC dos 5 exercícios anteriores àquele a que
respeita o benefício, desde que seja utilizada na realização de
investimentos em sociedades com potencial de crescimento
e valorização.
Os sócios das sociedades por quotas unipessoais ICR, os
investidores informais das sociedades veículo de investimento
em empresas com potencial de crescimento, certificadas no
âmbito do Programa COMPETE, e os investidores informais
em capital de risco a título individual certificados pelo
IAPMEI, no âmbito do Programa FINICIA, podem deduzir à
sua colecta em IRS do próprio ano, até ao limite de 15%
desta, um montante correspondente a 20% do valor
investido31 por si ou pela sociedade por quotas unipessoais
de que sejam sócios.
Este regime fiscal mantém-se sujeito à cláusula de
caducidade, vigorando até 2016.
10.6.4. Benefícios fiscais à propriedade intelectual
Os rendimentos provenientes das propriedades literária,
artística e científica, quando auferidos por autores residentes
em território português, enquanto titulares originários, são
considerados, para efeitos de IRS, apenas por 50% do seu
valor, com o limite de 20.000€, líquido de outros benefícios.
30 Juros e quaisquer outros rendimentos de capitais, com excepção de
lucros distribuídos, de que sejam titulares instituições financeiras sujeitas, em
relação aos mesmos, a IRC, embora dele isentas.
31 Por valor investido entende-se a aquisição de quotas ou acções, ou
prestações acessórias ou complementares de capital em sociedades destinados
a ser investidos na sua valorização e potencial de crescimento
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ANEXOS
Calendário Fiscal - 1º Semestre 2012
Obrigações – Pessoas Colectivas Jan Fev Mar Abr Mai Jun
IRC Pagamentos por Conta
IRC
Pagamento por Conta de entidades que desenvolvam
a título principal uma actividade agrícola, silvícola ou
pecuária
IRC Pagamento Adicional por Conta
IRC Pagamento Especial por Conta 31
IRCEnvio da Declaração Modelo 22 relativa a 2011,
pagamento do IRC, da Derrama e da Derrama Estadual 31
IRS/IRC
Comunicação de rendimentos pagos e retenções
efectuadas a taxas liberatórias, referentes ao ano
anterior
31
IRS/IRCComunicação de rendimentos pagos e retenções e
deduções efectuadas, referentes ao ano anterior20
IRS/IRC
Declaração de rendimentos pagos e de retenções,
deduções, contribuições sociais e de saúde e
quotizações, referentes a 2011
29
IRS/IRCComunicação de rendimentos isentos, dispensados de
retenção ou com redução de taxa, pagos em 2011
IRS/IRCDeclaração de rendimentos pagos ou colocados à
disposição de sujeitos passivos não residentes em 2011
IRS/IRCDeclaração de rendimentos pagos ou colocados à
disposição de sujeitos passivos não residentes em 2012 31 30 31 30
IRS/IRC/
Imposto SeloPagamento do IRC e IRS retidos e do Imposto de Selo 20 20 20 20 21 20
IVA Envio da declaração mensal e anexos 10 10 12 10 10 11
IVA Envio da declaração trimestral e anexos 20 20 20 20 21 20
IVAEnvio da declaração recapitulativa mensal (transmissões
intra-comunitárias e prestações de serviços)20 20
IMI Pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis 30
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Calendário Fiscal - 2º Semestre 2012 e Janeiro 2013
Obrigações – Pessoas Colectivas Jul Ago Set Out Nov Dez Jan2013
IRC Pagamentos por Conta 31 30 15
IRC
Pagamento por Conta de entidades que
desenvolvam a título principal uma actividade
agrícola, silvícola ou pecuária
15
IRC Pagamento Adicional por Conta 31 30 15
IRC Pagamento Especial por Conta 31
IRC
Envio da Declaração Modelo 22 relativa a
2011, pagamento do IRC, da Derrama e da
Derrama Estadual
IRS/IRC
Comunicação de rendimentos pagos e
retenções efectuadas a taxas liberatórias,
referentes ao ano anterior
31
IRS/IRC
Comunicação de rendimentos pagos e
retenções e deduções efectuadas, referentes
ao ano anterior
21
IRS/IRC
Declaração de rendimentos pagos e de
retenções, deduções, contribuições sociais e
de saúde e quotizações, referentes a 2011
IRS/IRC
Comunicação de rendimentos isentos,
dispensados de retenção ou com redução de
taxa, pagos em 2011
31
IRS/IRC
Declaração de rendimentos pagos ou
colocados à disposição de sujeitos passivos
não residentes em 2011
31
IRS/IRC
Declaração de rendimentos pagos ou
colocados à disposição de sujeitos passivos
não residentes em 2012
31 31 30 31 30 31 31
IRS/IRC/
Imposto Selo
Pagamento do IRC e IRS retidos e do Imposto
de Selo20 20 20 22 20 20 21
IVA Envio da declaração mensal e anexos 10 10 10 10 12 10 10
IVA Envio da declaração trimestral e anexos 20 20 20 22 20 20 21
IVA
Envio da declaração recapitulativa mensal
(transmissões intra-comunitárias e prestações
de serviços)
20 22 21
IMIPagamento do Imposto Municipal sobre
Imóveis 30
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Fontes
√ Decreto-Lei n.º 442-B/88, de 30 de Novembro - Código do Imposto sobre o Rendimentos das Pessoas Colectivas - IRC
√ Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de Novembro - Código do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares - IRS
√ Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de Novembro – Código do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e do Imposto Municipal
sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT)
√ Decreto-Lei n.º 394-B/84, de 26 de Dezembro – Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado IVA
√ Decreto-Lei n.º 290/92, de 28 de Dezembro – Regime do IVA nas Transacções Intracomunitárias - RITI
√ Decreto-Lei n.º 566/99, de 22 de Dezembro – Código dos Impostos Especiais sobre o Consumo (IEC)
√ Lei n.º 150/99, de 11 de Setembro – Código do Imposto do Selo (IS)
√ Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de Julho – Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF)
√ Lei n.º 3-B/2010 de 28 de Abril – Orçamento de Estado para 2010
√ Programa de Estabilidade e Crescimento 2010-2013 (PEC)
√ Lei n.º 11/2010, de 15 de Junho – Nova taxa de IRS
√ Lei n.º 12-A/2010, de 30 de Junho – Medidas Adicionais ao PEC
√ Lei 55-A/2010, de 31 de Dezembro – Orçamento do Estado para 2011
√ Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro – Orçamento do Estado para 2012
√ Lei n.º 14-A/2012, de 30 de Março – Alteração ao IVA, IEC e Decreto-Lei n.º 347/85, de 23 de Agosto, no âmbito do
Programa de Ajustamento Económico e Financeiro da Região Autónoma da Madeira
√ Lei n.º 20/2012, de 14 de Maio – 1ª alteração à Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro