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C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 1

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

Instituto Politécnico da Guarda

Aluno: Avelino Zacarias Sequeira Tente

Nº. 5006931

Local de Estágio:

A B P G – Associação de Beneficência Popular de Gouveia

Unidade de Cuidados Continuados Integrados

Avenida Boto Machado,

Apartado 52

6290-325 Gouveia

Telefone: 238 490 015

Fax: 238 490 019

[email protected]

www.abpg.pt

Data de inicio de estágio: 20 de Setembro de 2010

Data de fim de estágio: 31 de Maio de 2011

Tutor de Estágio na Instituição

Nome: Dra. Vânia Araújo

Cargo que ocupa: Directora Técnica e Psicóloga

Orientador de Estágio na ESECD: Dra. Rosário Martins

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 2

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Agradecimentos

Pretendo, em primeiro lugar, agradecer à Dr.ª Filomena Carrilho por me ter

proporcionado a realização do estágio na Unidade de Cuidados Continuados. À minha

orientadora de estágio, Dr.ª Rosário Martins e à Dr.ª Vânia Araújo, tutora de estágio na

Instituição, pela atenção, dedicação e apoio prestado, estando sempre receptiva a todas

as solicitações. Ao pessoal de enfermagem, pessoal auxiliar, que se mostraram

disponíveis e me transmitiram alguns dos seus conhecimentos, contribuindo assim, para

um maior enriquecimento pessoal, científico, mas mais importante, o humanitário. E,

principalmente, à minha família que, durante o tempo de estágio, não dediquei o tempo

disponível, mas pelo contrário me viram ausentar durante todas as noites e parte dos

fins-de-semana.

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Relatório de Estágio

Avelino Tente

Índice

Ficha de identificação pág.1

Agradecimentos pág. 2

Introdução pág.4

1.Caracterização orgânica-funcional da instituição de acolhimento pág. 5

1.1.Estrutura física, divisão da instituição nas suas diferentes valências pág. 5

1.2.Caracterização e conhecimentos dos recursos humanos, definidos por

uma hierarquia (organograma) pág. 8

1.2.1. Recursos humanos pág. 10

1.3. Caracterização da rede dos cuidados continuados integrados na instituição pág. 11

1.3.1.Serviços disponíveis na unidade de cuidados continuados pág. 12

1.4. Caracterização das instalações da unidade de cuidados continuados

Integrados pág. 12

1.4.1. Regras da unidade pág. 15

1.4.2. Tipologia de respostas pág. 15

2. Caracterização e avaliação dos utentes pág. 19

2.1. Facha etária dos utentes pág. 19

2.2. Proveniência dos utentes pág. 19

2.3.Patologias frequente quer físicas ou psicológicas pág. 19

2.3.1 Diagnóstico principal pág.19

2.3.2 Categoria: Diagnóstico de entrada pág. 20

2.4. Grau de autonomia e independência dos utentes pág. 22

2.4.1. Doentes acamados pág. 23

2.4.2. Posicionamentos pág. 25

2.4.3. Transporte e manipulação pág. 28

3. Caracterização das rotinas diárias da instituição pág. 29

3.1. Caracterização das instalações no âmbito da higiene e segurança pág. 31

3.1.1. Higiene e desinfecção das instalações pág. 31

3.1.2. Segurança das instalações pág.34

3.2. Descrição das tarefas realizadas diariamente pág. 36

4. Caracterização da interacção entre”diversos sistemas” pág. 37

4.1. Processo de elaboração das ementas pág. 37

4.2. Tipos de dietas pág. 37

4.3. Fisioterapia dos utentes de acordo com o grau de incapacidade pág. 39

4.3.1. Recursos fisioterapêuticos pág. 40

4.3.2. Áreas da Fisioterapia pág. 41

4.3.3. Terapia ocupacional pág. 42

5. Plano de actividades pág. 43

5.1. Decoração da árvore de Natal pág. 45

5.2. Actividades físicas que promovem a terapêutica e a reabilitação dos utentes pág. 46

5.3. Actividades lúdicas pág. 53

6- Materiais de Regulação pág. 56

Conclusão pág. 57

Referências Bibliográficas pág. 58

Anexos pág. 59

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 4

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Introdução

Fundada em 1880, a Associação de Beneficência Popular de Gouveia

pretende ser uma referência no apoio ao desenvolvimento regional, estimulando a

criatividade, o crescimento e a excelência, com um único objectivo: o indivíduo em

todas as suas vertentes.

Foi nesta instituição que apliquei a componente teórica do Curso de

Especialização Tecnológica (CET), Técnicas em Gerontologia, do Instituto

Politécnico da Guarda. Este decorreu no ano lectivo 2009/2010, de 9 de

Novembro de 2009 a 24 de Julho de 2010, e pressupunha um estágio de 600 horas

para implementação das diferentes técnicas leccionadas. Neste âmbito optei por

um estágio na instituição já referida, na Unidade de Cuidados Continuados

Integrados, Internamentos Média duração, Reabilitação, Internamento de Longa

Duração e Manutenção.

O presente relatório, revela todas as actividades desenvolvidas, indo de

encontro aos objectivos que me propus atingir.

O relatório apresentado seguiu as linhas orientadoras do Instituto

Politécnico da Guarda, do Professor Orientador, da Direcção e Tutor da Instituição

de Acolhimento, complementado com a aprendizagem e formação recebidas ao

longo do ano lectivo.

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Relatório de Estágio

Avelino Tente

1. Caracterização orgânica-funcional da instituição de acolhimento

1.1. Estrutura física, divisão da instituição nas suas diferentes valências

A ABPG é uma instituição que apresenta uma multidisciplinaridade de

valências que, de forma integrada, tem como missão contribuir para a promoção e

desenvolvimento integrado da população do Concelho de Gouveia nas áreas

cultural, social e económica. O contributo das valências que se integram o âmbito

do SGQ, é apresentado de seguida, através da explicitação do objectivo da

actividade desenvolvida:

Clínica de Medicina Física e de Reabilitação (CMFR) é uma valência

que tem como principal objectivo prestar serviços médicos ao nível da

medicina física e da reabilitação;

Creche, Jardim de Infância e ATL, valência que recebe crianças a

partir dos três meses de idade, compreendendo múltiplas actividades

pedagógicas (orientação curricular do ministério da educação) e lúdico-

expressivas (ginástica, natação, musica, inglês e modelagem);

Centro de Actividades Ocupacionais (CAO), trata-se de uma valência

para a população portadora de deficiência (nível cognitivo), onde são

realizadas actividades pedagógico-ocpacionais, lúdico-desportivas e

actividades terapêuticas adaptadas às características desta população;

Núcleo de Reabilitação Profissional (NRP) também, orientada para a

população portadora de deficiência, garante a sua formação, informação,

avaliação e orientação profissional, assim como a sua integração no

mercado de trabalho e o seu acompanhamento;

Lar residencial, trata-se de um centro de acolhimento para pessoas com

deficiência, que temporariamente, ou prolongadamente não possam

viver no seu meio familiar. Esta valência presta todos os cuidados

básicos, principalmente os relacionados com a alimentação, higiene,

saúde e vigilância;

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 6

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Lar de Apoio acolhe pessoas portadoras de deficiência, prestando todos

os cuidados necessários. Sendo o alojamento temporário (de segunda a

sexta-feira) e durante o tempo em que o utente frequenta os cursos de

formação profissional ou o Centro de Actividades Ocupacionais

(C.A.O.);

Casa de repouso S. Julião é uma unidade residencial para idosos onde

são proporcionados cuidados de alojamento, higiene, supervisão

médica, de enfermagem e actividades lúdicas. Tem capacidade para 24

utentes em 16 quartos duplos ou individuais com casa de banho

privativa. Dispõem ainda, de sala de convívio, sala de leitura, serviço de

bar e cabeleireiro;

Lar de Rio Torto unidade residencial para 17 utentes idosos com 9

quartos com casa de banho e uma outra equipada, para utentes com

graves debilidades físicas. Proporciona cuidados de alojamento, higiene

e actividades lúdicas, incluindo um jardim onde os utentes podem

desfrutar da paisagem serrana. Possui ainda um centro de dia com

capacidade para 15 utentes;

Lar de Cativelos é uma unidade residencial com capacidade para 15

idosos com 7 quartos duplos e um triplo com W.C. e uma sala de banho

equipada para utentes com graves debilidades físicas. Proporciona

cuidados de alojamento, higiene e actividades lúdicas tem ainda uma

área de campo e um jardim. Nestas instalações funciona ainda um

centro de dia com capacidade para 15 utentes;

Unidade de Cuidados Continuados de Media Duração e Reabilitação

é uma unidade de internamento com 30 camas, adequadas as

necessidade clínicas, reabilitativas e psicossociais dos utentes. O

internamento tem uma duração compreendida entre 30 e 90 dias

consecutivos;

Unidade de Cuidados Continuados de Longa Duração e Manutenção

é uma unidade de internamento, com 23 camas, destinada a utentes com

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 7

Relatório de Estágio

Avelino Tente

doenças ou processos crónicos a diferentes níveis de dependência, que

não possam ser prestados no domicílio. Este internamento tem duração

superior a 90 dias consecutivos, sendo o processo reanalisado ao fim de

6 meses, para avaliar, se existe a necessidade de continuar o

internamento;

Health Club é uma valência destinada á população em geral, onde se

pode praticar diversas modalidades desportivas, tais como

Cardiofitness, Aeróbica, Ballet, Judo, Tai Ji Quan, Natação,

Hidroginástica, Hidromassagem, Sauna, Yinásio, yoga, Pilates;

Parque Senhora dos Verdes é um parque lúdico desportivo inserido no

Monte Aljão com 21 hectares de terreno, composto por várias espécies

de plantas e terreno de cultivo. Existe uma capela em honra de Nossa

Senhora Dos Verdes, associada a uma tradicional romaria, no mês de

Junho. Neste local podemos encontrar espaços de lazer e desporto,

compreendendo um restaurante, uma piscina, um parque de merendas,

parque de estacionamento, percursos de pedestrianismo e de BTT e

circuitos de manutenção. A animação deste espaço está a cargo da

Empresa Vivaventura, que proporciona os mais variados desportos

radicais;

Jornal “Noticias de Gouveia” é o jornal do concelho de Gouveia com 3

edições mensais, que aborda as principais notícias de interesse da região

e do desporto regional.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 8

Relatório de Estágio

Avelino Tente

1.2. Caracterização e conhecimentos dos recursos humanos, definidos por

uma hierarquia (organograma);

Organigrama das Valências

ABPG

Infância e

Juventude

- Creche

- Jardim de Infância

- ATL

Idosos

- Casa de Repouso S. Julião

- Lar Rio Torto

- Lar Cativelos

- Centro de Dia Cativelos

- Centro de Dia Rio Torto

- Apoio Domiciliário

População

Portadora de

deficiência

- Núcleo de Reabilitação

Profissional

- Lar Residencial

- Centro de Actividades

Ocupacionais

- Lar de Apoio

Saúde

- Clínica de Medicina

Física e Reabilitação

- Unidade de Cuidados

Continuados de Média

Duração e Reabilitação

- Unidade de Cuidados

Continuados de Longa

Duração

Desporto/

Lazer

- Parque Senhora dos

Verdes

- Health Club

Cultura - Jornal "Notícias de

Gouveia"

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 9

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Organigrama da Unidade de cuidados Continuados

N.ª Senhora da Piedade

Administrador

Directores

Financeiros

Director Clínico

Director Técnico

Serviço Psicossocial

Serviços

de

Terapêutica

Serviços

de

Enfermagem

Auxiliares de

Acção Médica

Auxiliares de

Serviços Gerais

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 10

Relatório de Estágio

Avelino Tente

1.2.1 Recursos humanos

Ao nível dos Recursos Humanos a Instituição e constituída pelos seguintes

profissionais:

Sociólogos;

Psicólogos;

Técnico de Serviço Social;

Médicos;

Educadores de Infância;

Professores;

Técnico Oficial de Contas

Terapeutas Ocupacionais, Fisioterapeutas e Terapeutas da Fala;

Enfermeiros;

Contabilistas;

Monitores;

Administrativo;

Outro pessoal de Apoio e Auxiliar.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 11

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1.3. Caracterização da rede dos cuidados continuados integrados na instituição

O estágio realizou-se na Unidade de Cuidados Continuados Integrados.

Os cuidados Continuados, não são mais do que um conjunto de intervenções integradas

de saúde e apoio social, decorrente da avaliação conjunta. Visa a recuperação global da

pessoa, em situação de dependência através da sua reabilitação, readaptação e

reinserção familiar e social.

Quem são os destinatários dos cuidados continuados integrados?

São todos os cidadãos que deles necessitem, nomeadamente:

Pessoas de todas as idades com dependência funcional;

Pessoas com doença crónica;

Pessoas com doença incurável em estado avançado e em fase final de vida.

Os objectivos, daquela unidade, consistem na prestação individualizada de

cuidados, na continuidade dos cuidados entre os diferentes serviços, promoção e

recuperação contínua da funcionalidade, da autonomia, participação das famílias e dos

cuidadores principais na prestação de cuidados e apoio Psico-Social aos familiares ou

prestadores de cuidados informais. Nesta unidade existem dois tipos de Internamento,

distribuído por dois pisos, o piso 0 e o piso 1. No piso 0, encontram-se os

Internamentos Média Duração e Reabilitação, que consiste numa unidade de

internamento, com espaço físico próprio, para a prestação de cuidados clínicos, de

reabilitação e de apoio psicossocial por uma situação clínica decorrente da recuperação

de um processo agudo ou descompensação do processo patológico crónico, a pessoas

com perda transitória de autonomia potencialmente recuperável. O seu período de

internamento tem uma previsibilidade superior a 30 dias e inferior a 90 dias

consecutivos, por cada admissão, possuindo 30 camas. No piso 1, encontram-se os

Internamentos longa Duração e Manutenção. Aqui existe um espaço físico próprio,

para a prestação de apoio social e cuidados de saúde de manutenção a pessoas com

doenças ou processos crónicos, com diferentes níveis de dependência e que reúnem

condições para serem cuidados no domicílio. O período de internamento nesta unidade

tem uma previsibilidade superior a 90 dias consecutivos, havendo uma reavaliação

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 12

Relatório de Estágio

Avelino Tente

clínica e social dos utentes ao fim de 6 meses, para avaliação da existência ou

inexistência das necessidades de continuidade na prestação de cuidados, possuindo 23

camas. A unidade de Longa Duração e Manutenção pode proporcionar o internamento

por um período inferior ao previsto, em relação ao ponto anterior, mas só em situações

temporárias, decorrentes de dificuldades de apoio familiar ou necessidade de descanso

do cuidador principal, até 90 dias por ano.

1.3.1 Serviços disponíveis na Unidade de Cuidados Continuados Integrados

São vários os serviços disponíveis nesta unidade. Aqui podemos encontrar:

Cuidados Médicos;

Cuidados de Enfermagem diários;

Cuidados de Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Terapia da fala;

Controlo Fisiátrico periódico;

Prescrição e administração de fármacos;

Actividades de manutenção de estimulação;

Apoio Psicossocial;

Higiene, conforto e alimentação;

Animação Sociocultural;

Apoio no desempenho das actividades da vida diária;

Apoio nas actividades instrumentais da vida diária.

1.4. Caracterização das Instalações da Unidade de Cuidados Continuados

Integrados

A Unidade de Cuidados Continuados Integrados, é referente apenas a um

único edifício, que engloba vários pisos. Em cada um deles existe:

a) Piso -2, é constituído por uma lavandaria, cozinha, uma despensa e uma

casa de banho;

b) Piso -1, nível onde funciona um ginásio, duas casas de banho para

utentes, a sala de terapia ocupacional, os gabinetes médicos, uma sala de trabalhos

multidisciplinares, a sala de espera para as consultas externas, uma capela, dois

balneários para funcionários e enfermeiros, (estando equipados com uma zona para

duches, cacifos e casa de banho), uma farmácia, a sala de esterilização, a morgue e uma

sala para os serviços de limpeza e manutenção;

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 13

Relatório de Estágio

Avelino Tente

c) Piso 0, é onde se situam os internamentos de média duração e

reabilitação, aqui encontram-se a recepção, a secretaria, o gabinete do administrador e

do director técnico, um gabinete de enfermagem, uma sala de tratamento, um gabinete

médico, uma sala de convívio, uma sala de refeições, a copa, WC para visitas, WC para

utentes e WC para funcionários;

d) Piso 1, existem os internamentos de longa duração e manutenção, que é

constituído por, um gabinete de enfermagem, uma sala de tratamento, um gabinete

médico, uma sala de convívio, uma sala de refeições, a copa, WC para visitas, WC para

utentes e WC para funcionários.

As figuras que se seguem ilustram algumas dependências, atrás

mencionadas:

Figura 1 - Copa

Figura 2 – Cozinha

Figura 3 – Refeitório

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 14

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Figura 4 - Sala de Convívio

Figura 5 - Sala de Tratamentos

Figura 6 – Quartos

Figura 7 – Ginásio

Figura 8 – Rouparia

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Figura 10 - Zona e Sujos

Figura 11 - Gabinete de Enfermagem

1.4.1. Regras da Unidade

Como em qualquer unidade, existem regras a cumprir. No caso das visitas,

para evitar que perturbem o sossego dos utentes, é recomendado que o seu número, por

quarto, seja de três pessoas. É-lhes solicitado que falem baixo, não tragam géneros

alimentares, sem autorização prévia da equipa médica/enfermagem, e que cumpram os

horários de visita. Uma vez que o horário do Cuidador Principal é das 11:30 h – 18:30

h, sendo o das visitas, das 14:00 h – 17:00 h.

Os horários das diversas refeições são:

8:30 H - Pequeno-almoço;

12:30 H – Almoço;

16:00 H – Lanche;

19:00 H – Jantar;

Ceia (quando solicitado pelo utente).

Embora a unidade, em causa, tenha regras, não implica que o utente se sinta

num ambiente familiar e acolhedor, sendo-lhe permitido trazer, para a unidade, objectos

de uso pessoal e/ou outros que a eles se sintam emocionalmente ligados.

1.4.2. Tipologia de respostas

A prestação de cuidados de saúde e de apoio social é assegurada pela

RNCCI (Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados) através de quatro tipos de

apoio:

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 16

Relatório de Estágio

Avelino Tente

UNIDADES DE INTERNAMENTO

Convalescença;

Média Duração e Reabilitação;

Longa Duração e Manutenção;

Cuidados Paliativos.

UNIDADES DE AMBULATÓRIO

Unidade de dia e de promoção da autonomia.

EQUIPA HOSPITALAR

Equipa intra-hospitalar de suporte em cuidados paliativos.

EQUIPAS DOMICILIÁRIAS

Equipas de cuidados continuados integrados;

Equipa comunitária de suporte em cuidados paliativos.

Neste sentido, importa caracterizar as várias tipologias de cuidados

continuados: Constituem unidades de internamento, as Unidades de Convalescença;

Unidades de Média Duração e Reabilitação, Unidades de Longa Duração e Manutenção

e Unidades de Cuidados Paliativos. Constituem Equipas Hospitalares, as Equipas Intra-

Hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos e as Equipas de Gestão de Altas. A

nível domiciliário, as Equipas Comunitárias de Cuidados Continuados Integrados e as

Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos. Por último, ao nível de

ambulatório, temos as Unidades de Dia e Promoção de Autonomia.

A Unidade de Convalescença tem por finalidade a estabilização clínica e funcional,

devendo para esta tipologia serem referenciadas pessoas que se encontrem em fase

de recuperação de um processo agudo ou recorrência de um processo crónico, com

elevado potencial de reabilitação com previsibilidade até 30 dias consecutivos.

As Unidades de Média Duração e Reabilitação visam responder a necessidades

transitórias, promovendo a reabilitação e a independência, em situação clínica

decorrente de recuperação de um processo agudo ou descompensação de processo

crónico, cuja previsibilidade de dias de internamento se situe entre os 30 dias e os

90 dias.

As Unidades de Longa Duração e Manutenção têm por finalidade proporcionar

cuidados que previnam e/ou retardem o agravamento da situação de dependência,

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 17

Relatório de Estágio

Avelino Tente

optimizando o status do estado de saúde, num período de internamento em regra

superior a 90 dias. Visam responder a doentes com processos crónicos que

apresentem diferentes níveis de dependência e graus de complexidade e que não

possam, ou não devam, ser cuidados no domicílio.

As Unidades de Cuidados Paliativos, tal como são definidas no âmbito da RNCCI,

destinam-se a doentes com doenças complexas em estado avançado, com evidência

de falha da terapêutica dirigida à doença de base ou em fase terminal e que

requerem cuidados para orientação ou prestação de um plano terapêutico paliativo.

Constituem também, resposta da RNCCI, as equipas domiciliárias,

designadamente, as equipas comunitárias de suporte em cuidados paliativos e as

equipas de cuidados continuados integrados. As Equipas de Cuidados Continuados

Integrados, da responsabilidade das Unidades de Cuidados na Comunidade dos

Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), cfr. nº 4 do art. 11º do DL nº 28/2008 de

22 de Fevereiro, direccionam a sua intervenção multidisciplinar a pessoas em situação

de dependência funcional, doença terminal, ou em processo de convalescença, com rede

de suporte social, cuja situação não requer internamento. O seu desenvolvimento, para

além dos Cuidados de Saúde Primários, contempla também a intervenção da Rede

Social, no apoio social domiciliário. Esta equipa da RNCCI, deve, desejavelmente,

incluir um núcleo especializado de profissionais de saúde, com formação específica em

cuidados paliativos, de forma a assegurar o apoio e aconselhamento diferenciado em

cuidados paliativos, às unidades de internamento de Reabilitação e de Manutenção,

assumindo-se assim, para além das atribuições descritas, como uma Equipa Comunitária

de Suporte em Cuidados Paliativos. De salientar também, o papel relevante das Equipas

Intra-Hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos e das Equipas de Gestão de Altas.

As Equipas Intra-Hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos, que como o

nome indica, estão sedeadas nos hospitais de agudos, têm por finalidade prestar

assessoria técnica diferenciada nesta área, transversalmente nos diferentes serviços do

hospital. Constituem-se como recurso hospitalar uma vez que integram elementos dos

diferentes grupos profissionais, com formação em cuidados paliativos. As Equipas de

Gestão de Altas, são equipas hospitalares multidisciplinares, cuja actividade consiste

na preparação e gestão de altas hospitalares com outros serviços para os utentes que

requerem suporte de continuidade dos seus problemas de saúde e sociais, quer em

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 18

Relatório de Estágio

Avelino Tente

regime de internamento, quer em regime de ambulatório. Constituem ainda unidades de

ambulatório da RNCCI, as Unidades de Dia e de Promoção de Autonomia, que se

destinam a promover a autonomia de pessoas em situação de dependência, cujas

condições clínicas e sócio-familiares lhes permitem a permanência no domicílio. Os

cuidados de reabilitação e/ou manutenção são facultados em regime de dia.

Cuidados

2.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 19

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2.Caracterização e avaliação dos utentes

2.1. Facha etária dos utentes

Na unidade de cuidados continuados integrados existe uma grande

diversidade de idades dos utentes, as idades estão compreendidas entre os 30 e os 90

anos.

Na Unidade de Média Duração e Reabilitação, é onde se encontram os

utentes com uma facha etária mais reduzida, sendo esta também, mais diversificada.

Contudo podemos concluir que a média de idades deste tipo de utentes situa-se,

sensivelmente, entre os 50/ 60 anos.

Por sua vez na Unidade de Longa Duração e Manutenção já não existe tanta

diversidade de idades, sendo os utentes um pouco mais velhos, correspondendo entre os

60/70 anos.

2.2. Proveniência dos utentes

A proveniência dos utentes não se limita a uma determinada região, abarcando

todas as regiões nacionais. Assim podem ser oriundos de várias regiões, o que permite

ter, nesta unidade, uma grande diversidade regional de utentes. Os utentes podem ser

enviados de outras instituições, como hospitais ou de outras Unidades de Cuidados

Continuados, ou mesmo do seu domicílio, essencialmente, para descanso do cuidador.

Embora, a grande percentagem, dos utentes institucionalizados nesta unidade, sejam

oriundos dos distritos da Guarda e de Castelo Branco.

2.3. Patologias frequentes quer físicos ou psicológicas

2.3.1. Diagnóstico Principal

O diagnóstico principal inerente ao internamento dos indivíduos na RNCCI,

foi registado segundo a International Classification of Diseases versão 9 (ICD9). Pela

análise da tabela 1, salienta-se que 45,60% da amostra encontra-se na UMDR devido a

doenças do aparelho circulatório, essencialmente do foro de acidentes vasculares

cerebrais, seguem-se os inquiridos com doenças do sistema osteomuscular e do tecido

conjuntivo que englobam maioritariamente fracturas e artroses, com 34,80%.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 20

Relatório de Estágio

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Tabela 1 - Distribuição dos inquiridos segundo o Diagnóstico Principal

2.3.2.CATEGORIA: Diagnóstico de entrada

No momento da entrada do utente, é de destacar, entre muitos dados

importantes, o diagnóstico de cada doente, pois este vai de forma directa ou indirecta

influenciar a prestação de cuidados. Assim, podemos constatar que a diversidade de

patologias que surgem em particular na Unidade de Cuidados Continuados do ABPG,

faz com que exista uma diversidade de cuidados que são prestados individualmente a

cada doente, de forma a individualizar o processo de reabilitação ou manutenção.

Tabela 2 – Diagnóstico de Entradas

Diagnósticos de entrada Nº de utentes

Reabilitação/ Dependência em AVC's 26

Reabilitação / Fisioterapia 6

Reabilitação / Terapia da Fala 4

Descanso do cuidador 3

Outros 5

Diagnóstico Principal (ICD9) N.º %

Doenças do aparelho circulatório

Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo

Doenças do sistema nervoso

Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas

Algumas doenças infecciosas e parasitárias

Neoplasias (Tumores)

Doenças do aparelho respiratório

21

16

04

02

01

01

01

45.60

34.80

09.70

04.30

02.20

02.20

02.20

Total 46 100.0

0

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 21

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Os diagnósticos de entrada dos utentes que, passaram por esta unidade,

desde o início do ano de 2010, são muito variados, dentro das vertentes integradas na

Unidade de Longa duração ou na Unidade de Média duração. Desta forma, os

diagnósticos, fornecem-nos também, de forma indirecta, as necessidades que se

encontram afectadas em cada caso, influenciando assim, a prestação de cuidados tendo

em conta o grau de dependência de cada utente.

Gráfico 1 – Diagnóstico de entrada dos utentes na unidade

A partir da análise do gráfico, que esquematiza os dados anteriormente

mencionados, podemos concluir que, o diagnóstico de entrada que apresenta um maior

número de utentes, é a “Reabilitação/Dependência em AVC’s”, constituindo cerca de

59% dos utentes internados nesta unidade. Em conclusão, verifica-se que existem

muitos doentes que apresentam um nível elevado de dependência, na satisfação das suas

necessidades, exigindo assim, uma exigência diferenciada da parte dos prestadores de

cuidados.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 22

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Avelino Tente

2.4. Grau de autonomia e independência dos utentes

O envelhecimento é um processo biológico complexo. Mudanças aos níveis

molecular, celular e orgânico resultam num progressivo, inevitável e inexorável declínio

na capacidade do organismo para responder adequadamente às agressões internas e/ou

externas.

Podemos encontrar dois tipos distintos de envelhecimento:

a) Fisiológico ou Natural (Senescência) – trata-se de um envelhecimento natural e

gradual. O envelhecimento do organismo, como um todo, está relacionado com o facto

das células somáticas do corpo irem morrendo, não sendo substituídas por novas como

ocorre na juventude. Numa situação normal (juventude) a substituição das células

somáticas deve-se à capacidade das células se dividirem, dando lugar à substituição das

que vão morrendo. As múltiplas divisões celulares que a célula regista, ao longo do

tempo, em virtude do telomero (extensão de ADN que serve para a sua protecção) vai

diminuindo, até que chega ao limite crítico de comprimento, ponto em que a célula

deixa de se poder dividir, envelhece e morre, com a, consequente diminuição do número

de células do organismo. Esta situação verifica-se nas funções dos tecidos, nas funções

dos órgãos e nas funções do próprio organismo. O resultado é o aparecimento das

chamadas doenças associadas ao envelhecimento.

b)Patológico (Senilidade) - é o processo patológico de envelhecimento, que se refere à

fase do envelhecer em que o declínio físico é mais acentuado e é acompanhado da

desorganização mental. Caracteriza-se por um declínio acelerado no funcionamento de

todos os sistemas do organismo: cardiovascular, respiratório, genital, urinário,

endócrino e imunológico, entre outros. Pode ser provocado por doenças como, AVC,

acidentes, doenças neuro-musculares, entre outras, deixando a pessoa dependente e em

muitos casos sem autonomia.

Esta autonomia pode-se dar em quatro formas diferentes:

Autónomo e independente – não necessita da ajuda de terceiros na realização das

tarefas básicas da vida diária. Por exemplo, pessoas que entram para a unidade com

vista ao controlo da glicemia (Diabetes);

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 23

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Dependente e autónomo – aqui temos pessoas que necessitam de ajuda para a

realização das tarefas diárias, no entanto, mantêm a sua sanidade mental. Como

exemplo, a recuperação de fracturas.

Independente e não autónomo – não necessitam de ajuda para a realização das tarefas

diárias, mas necessitam de terceiros para tomar decisões por eles, quer por incapacidade

mental ou por estar institucionalizado.

Dependentes e não autónomos – estão completamente dependentes de terceiros. São

disso exemplo as pessoas vítimas de AVC, acamados resultantes de outros tipos de

acidentes.

2.4.1. Doentes acamados (dependentes e não autónomos)

Em certas situações, há doenças que obrigam à permanência no leito por

semanas ou meses. Este acamamento envolve alguns riscos e obriga a cuidados

especiais, de modo a prevenir complicações inerentes à imobilidade do corpo. Nestes

casos é prioritário atender aos cuidados de higiene e alimentação, bem como à

necessidade de mudanças periódicas de posição e à vigilância na toma da medicação.

Neste domínio existem regras a respeitar:

Cuidados no quarto - O quarto onde está instalado um doente acamado deve ser

diariamente arejado, evitando-se as correntes de ar. A limpeza deste espaço é

indispensável assim como a mudança frequente da roupa da cama, que deve ser

efectuada após o banho do doente.

Cuidados de higiene - A higiene pessoal é uma das medidas que pode evitar as lesões

associadas ao acamamento e por isso deve realizar-se diariamente. O doente deve ser

lavado com uma esponja embebida em água e sabão, ou com um gel de banho

enriquecido em emolientes. Após a lavagem, o doente deve ser bem enxuto, utilizando

uma toalha macia e sem esfregar. Não esquecer a secagem dos espaços entre os dedos,

das pregas do corpo, axilas e virilhas. Após o banho, o corpo deve ser massajado com

um creme hidratante, tendo em especial atenção as zonas mais susceptíveis ao

aparecimento de úlceras. Para doentes com pele seca, ou regiões do corpo mais secas,

deve hidratar-se ou lubrificar-se mais intensamente. As unhas devem ser mantidas

curtas e limpas. A higiene da cabeça deve ser feita com regularidade. A higiene da boca

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 24

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é de importância vital, uma vez que no caso de doentes acamados deve ser efectuada de

lado, evitando que o mesmo se engasgue.

Existem lesões que estão associadas a acamados, tais como as escaras (Figura12).

Figura 12 – Escaras de diferentes graus

Desta forma, são vitais os cuidados para a prevenção da ocorrência de

escaras, também chamadas “úlceras de decúbito”. Estas úlceras formam-se devido ao

peso do corpo em determinadas, incidindo em determinadas zonas da pele. As regiões

mais propensas ao desenvolvimento destas úlceras são: Calcanhares; Tornozelos;

Nádegas; Cotovelos e Ombros (Figura 13).

Figura 13- Locais mais prováveis de surgimento de úlceras de pressão.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 25

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As escaras são favorecidas pela imobilidade do doente, isto é, quanto mais

tempo se mantiver na mesma posição maior é a probabilidade de as desenvolver.

Cuidados a ter para minimizar o surgimento de úlceras de pressão:

- Os doentes com incontinência fecal ou urinária devem ser imediatamente limpos e

enxutos;

- As mudanças de posição devem ser feitas de 2em2h ou de 3em3h;

- O uso de camas articuladas não substitui os cuidados, mas proporciona um bem-estar

ao doente;

- Estar atento a indícios de escaras, através da observação diária e regular da pele. Os

primeiros sinais podem ser apenas um ponto vermelho na pele ou uma pequena bolha.

No caso de aparecimento de bolha evitar a todo o custo que rebente.

- A alimentação do acamado deve ser sempre saudável. Dispor de um equilíbrio de

nutrientes, ser diversificada e apetitosa, fornecer quantidade suficiente e ingestão de

muitos líquidos.

Cuidados específicos na toma de medicamentos:

- Devem ser tomados com a regularidade habitual;

- Quando o doente não consegue degluti-los, podem ser diluídos em água, ou o médico

pode substituir os comprimidos ou cápsulas por medicamentos sob a forma de xarope;

- Tentar que o doente mude de posição, preferencialmente, adoptando a posição

sentado.

2.4.2. Posicionamentos

A mudança de decúbito consiste em fazer variar a posição do paciente

acamado, afim de proporcionar maior conforto e evitar as complicações devido à

imobilidade prolongada, como as contracções musculares e úlceras de pressão. Deve-se

realizar o procedimento de mudança de decúbito e o posicionamento adequado em

pacientes acamados.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 26

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Procedimento:

1. Retirar travesseiros e coxins que possam estar com o paciente;

2. Movimentar o paciente pelo lençol, em bloco, coordenando o movimento do esforço,

como ilustrado na figura 14.

Figura 14 – Modo de movimentar um acamado.

3. Após mobilização, utilizar coxins ou travesseiros para auxiliar o posicionamento;

4. Inspeccionar as condições da pele do paciente;

5. Proteger os pontos de apoio com os materiais disponíveis, conforme prescrição de

enfermagem;

6. Manter lençóis esticados, evitando rugas sob o paciente.

Orientações nos posicionamentos específicos:

DDH – Decúbito Dorsal Horizontal

a) Manter a cabeça em posição anatómica, alinhada com o tronco, evitando

flexão, extensão e rotação lateral;

b) Manter membros superiores (MMSS) ao longo do corpo, evitando o apoio

sobre o peito ou abdómen;

c) Manter membros inferiores (MMII) estendidos ou levemente flectidos,

evitando rotações laterais;

d) Evitar equino dos pés (queda plantar), mantendo o apoio na região plantar, de

modo a que os pés fiquem num ângulo de 90º.

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Figura 15 - DDH – Decúbito Dorsal Horizontal

Semi-sentado

a) Manter a cabeça em posição anatómica;

b) Manter MMSS laterais ao corpo, com apoio nos antebraços e mãos, tendo em

atenção à dobra da cama (até 45º), sempre na altura dos trocânteres e nunca na

altura da cintura;

c) Manter MMII semi-fletidos, evitando grandes rotações laterais e pés apoiados.

DL – Decúbito Lateral

a) Manter cabeça em posição anatómica;

b) Posicionar o ombro mais à frente, apoio anterior para o membro superior de

cima;

c) Manter os joelhos semi-fletidos, sempre com o travesseiro entre eles, evitando

a pressão entre as proeminências ósseas;

d) Apoiar o dorso com travesseiro ou coxim num ângulo de 30º;

Figura 16 - DL – Decúbito Lateral

7. O enfermeiro deverá prescrever a mudança de decúbito, avaliando as condições

clínicas do paciente;

8. Quando o procedimento não for realizado, deverá ser justificado na anotação de

enfermagem;

9. Observar a tolerância do paciente e sinais de desconforto;

10. Não elevar a cabeceira da cama acima de 45º, evitando fricção e cisilhamento.

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Para os indivíduos que ficam sentados em cadeiras é recomendado o uso de

equipamentos para reduzir a pressão como os constituídos à base de espuma, gel, ar ou

uma combinação destes. Não se deve usar almofadas redondas em forma de anel ou

argola. O posicionamento dos pacientes, em cadeira, deve ter em conta o alinhamento

postural, a distribuição do peso, o balanço e a estabilidade e o alívio da pressão.

2.4.3. Transporte e manipulação

O transporte e mobilização deve ser realizado como mostra a figura 17.

Transferência da cama para a cadeira

Figura 17 - Transferência da cama para a cadeira.

Figura 18 – Transferência da cadeira para a cama.

A figura 17- Transferência da cama para a cadeira - Técnica de uma pessoa e figura 18 -

Transferência da cadeira para a cama - Técnica de duas pessoas, é importante efectuar

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 29

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estes posicionamentos de acordo como se exemplifica nas figuras, afim de evitarem

lesões nos utentes e na(s) própria(s) pessoa(s) que transfere(m) o utente.

Assim, é importante:

Manter o alinhamento corporal.

Apoiar bem os pés no chão.

Manter a coluna direita.

Apoiar o corpo do utente no corpo de quem o transfere.

É preferível fazer transferências com duas pessoas

3. Caracterização das rotinas diárias da Instituição

As rotinas diárias na instituição dividem-se por três turnos:

- O turno das 7:00h às 15:00h a primeira tarefa consiste em levantar os utentes,

seguindo-se a sua higiene pessoal. Dado que os banhos não são efectuados a todos os

utentes, no mesmo dia, existe um plano que prevê quais os utentes que, nesse dia

necessitam de uma higiene completa. Em conformidade com a escala, e com o auxílio

de cadeiras de banho, ou caso necessário utilizando macas próprias para banho, os

utentes são encaminhados para as casas de banho existentes nos quartos, onde lhes é

prestada a sua higiene, se algum utente estiver acamado, a sua higiene é feita na cama,

utilizando as técnicas necessárias para o efeito.

Depois das higienes prestadas, os utentes são encaminhados para a sala de

refeições. Neste âmbito, uma auxiliar de acção médica já preparou a refeição a ser

servida. – o Pequeno-almoço. Este terá de ter em consideração a dieta alimentar

apropriada a cada utente, prevendo de igual forma, a medicação prescrita para cada um.

Após a refeição matinal, os utentes são encaminhados para a sala de convívio. Com

todos os utentes, devidamente, instalados, cabe aos auxiliares de acção médica a

limpeza e o arrumo do espaço do refeitório. Outra função associada à rotina matinal é

levantar a roupa dos utentes, devidamente preparada, que se encontra na lavandaria, e já

separada por pisos.

Por volta das 9:30h, os utentes são direccionados para o ginásio, embora

apenas os que têm fisioterapia.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 30

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Entretanto, existem outras funções que se seguem, tais como: limpeza dos carrinhos de

higiene, recolocar todo o material que esteja em falta nos mesmos, a desinfecção de

todo o material - macas, bacias, cadeiras urinóis, entre outros. Na desinfecção de algum

material existem máquinas apropriadas para a esterilização. Feita a desinfecção fazem-

se as camas, seguindo, de igual forma uma escala: no piso 1, às segundas-feiras; no piso

0 às quartas-feiras. Procedimento semelhante para a substituição das toalhas e das luvas

de banho. Depois de separada a roupa, visto que esta se encontra numerada, é arrumada

nos roupeiros dos quartos.

Para ser servida a refeição seguinte – o almoço, a louça lavada é trazida da

cozinha, em carros próprios, seguindo-se a preparação da mesa de refeição. Durante esta

fase nunca é descorada a vigilância dos utentes, já que são diversas vezes visitados na

tentativa de identificar as necessidades, tais como: beber água, ir a casa de banho, dores,

reposiciona-los, ou dar-lhes a atenção que necessitam.

Às 12:15h, os funcionários dividem tarefas: um dirige-se à cozinha com a

finalidade de trazer os almoços; o outro, reencaminha os utentes que se encontram na

sala de convívio, para o refeitório. Fazem, ainda parte das tarefas, trazer os utentes que

se encontravam na fisioterapia. O almoço é servido, bem como a medicação. Após

terminada a refeição, são novamente levados para a sala de convívio. Procedendo-se de

igual forma à semelhança do pequeno – almoço.

A higiene dos utentes também é salvaguardada, como seja a mudança de

fraudas, efectuam-se os registos das diureses e reposicionam-se os acamados.

Às 14:00h dirigem-se para o ginásio os utentes que têm fisioterapia, à tarde.

Limpam-se, novamente, os carros das higienes, repõe-se o material em falta, vai-se

buscar a louça lavada, arruma-se e preparam-se as mesas dos lanches. Depois das

tarefas atrás mencionadas, há a oportunidade de convívio com os utentes.

- No turno das 15:00h às 23:00h, inicia-se com a passagem do turno anterior, ou seja,

relatar aos colegas tudo o que se passou durante o turno anterior. De seguida são

servidos os lanches, trazendo os utentes para o refeitório. No fim do mesmo,

encaminham-se os utentes para a terapia ocupacional, ao mesmo tempo que, se trazem

os que finalizaram a fisioterapia. Os restantes utentes são direccionados para a sala de

convívio. Arrumando-se as instalações que foram desocupadas.

Os utentes que manifestam vontade de se deitarem, são encaminhados para o

efeito, e, em simultâneo, posicionam-se os acamados. Os procedimentos, agora

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 31

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efectuados, são análogos aos já descritos, como arrumar a sala de refeições e prepara-la

para a refeição seguinte, bem como dar apoio aos utentes que permanecem na sala de

convívio.

Por volta das 18:30h o jantar é servindo, preparando-se os tabuleiros com as

refeições destinadas aos utentes acamados. É dado o jantar e medicação, aos restantes

que, entretanto, regressaram ao refeitório. Por fim, os utentes, antes de se dirigirem para

os respectivos quartos, passam pela sala de convívio, onde aguardam, antes de se

deitarem. No fim das tarefas de rotina dos funcionários (preparação da sala de refeições)

estes, acompanham os utentes aos quartos onde lhes é prestada a higiene, deitando-os e

posicionando-os.

São anotados os valores das diureses. Quando todos os utentes estiverem

devidamente deitados e reposicionados, limpam-se os carros das higienes, repõe-se o

material em falta, concluindo-se a limpeza dos diferentes espaços e material.

Sempre que exista entrada de um novo utente, faz-se o espólio e marca-se a roupa, e/ou

dispõem-se os medicamentos em uni doses.

- O turno das 23:00h às 7:00h, inicia-se com a passagem de turno, nos moldes já

descritos, pode fazer-se o espólio, marcar ou desmarcar a roupa dos utentes ou cortar a

medicação em uni doses. Por volta da 00:30h é feita a primeira ronda pelos utentes,

durante a qual é feita a mudança das fraldas, o posicionamento. São fornecidas

pequenas refeições como: iogurte aos utentes diabéticos, e fruta passada aos utentes

com sonda nasogástrica.

As 05:30h efectua-se a segunda ronda, mudando as fraldas necessitadas,

posicionam-se novamente os utentes, despejam-se e anotam-se a diureses.

Ainda deste turno, faz parte a limpeza dos carros das higienes e repõem-se o material

necessário. Este turno termina com a chegada dos colegas às 7:00h, sendo-lhes

fornecido relatório ocorrido durante a noite.

3.1. Caracterização das instalações no âmbito da higiene e segurança

3.1.1. Higiene e desinfecção das Instalações

Os auxiliares dos serviços gerais são os responsáveis pela higiene das

instalações. Iniciam a limpeza pela recepção, seguida das salas dos enfermeiros, salas de

tratamentos, salas de convívio, copas e casas de banho gerais. Após o pequeno-almoço,

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 32

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procede-se á limpeza do refeitório, seguindo-se a dos quartos dos utentes e respectivas

casas de banho e por fim os corredores. Depois dos almoços, voltam a limpar-se os

refeitórios e as casas de banho gerais. Seguem-se as escadas, o elevador, sala de espera

e gabinetes médicos do piso -1. No final da tarde são limpas as casas de banho gerais e

refeitório, rotina que se repete após o jantar. Na copa e no refeitório existe um plano

mensal de higiene e limpeza, bem como nas casa de banhos gerais. Plano que é assinado

por quem efectua a limpeza. Todos os dias, à noite, os cadeirões e mesas da sala de

convívio são desinfectados e arrumados. Sempre que um utente tem alta, a cama, o

colchão, a mesa-de-cabeceira, o roupeiro e cadeira de rodas são desinfectados.

Para haver uma melhor higiene e desinfecção existem as seguintes normas

gerais:

Panos verdes para limpar as copas e refeitórios;

Panos amarelos para limpar as bacias das casas de banho;

Pano cor-de-rosa para limpar as sanitas das casas de banho;

Panos azul-escuro para limpar o pó dos quartos e gabinetes;

Pano azul-claro para limpar os vidros;

Detergente para chão cerâmico;

Detergente para chão plastificado;

Detergente para vidros;

Detergente para inox;

Detergente para materiais gerais;

Uma mopa de limpeza para cada dois quartos e outra para cada corredor;

Sacos do lixo pretos para lixo geral;

Sacos do lixo brancos para lixo contaminado;

Os materiais que constituem as instalações são materiais que permitem uma

limpeza mais profunda, permitindo assim uma maior higiene.

Figura 19 – Piso das instalações.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 33

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Figura 20 - Máquina de esterilização.

Figura 21 - Carrinho das higienes.

Figura 22 - Desinfectante das mãos.

Figura 23 - Túnel da roupa suja.

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Figura 24 - Plano de higienização casas de banho.

3.1-2-Segurança das Instalações

A unidade deve ter em conta a segurança das instalações e a segurança do

funcionamento e manuseamento dos equipamentos, todo o equipamento deve estar

adequado de maneira que proporcione um auxílio aos utentes, uma vez que apresentam

muitas limitações.

Figura 25 - Cama articulada.

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Figura 26 - Casas de banho equipadas.

Figura 27 - Planta de emergência.

Figura 28 - Localização espaço-temporal.

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Figura 29 – Elevadores.

Figura 30 - Portas corta-fogo.

Figura 31 – Extintor de Pó Químico. Figura 32 – Extintor dióxido de carbono.

3.2.Decrição das tarefas realizadas diariamente

Todos os utentes têm um plano semanal individual de actividades diárias afixado

ao fundo da cama, onde constam todas as actividades diárias, como, a higiene pessoal,

as refeições, a fisioterapia, a animação sociocultural e as actividades de reabilitação.

Nos anexos estão alguns exemplares destes planos semanais (Plano 1, 2 e 3);

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 37

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4.Caracterização da interacção entre “os diversos sistemas”

4.1.Processo de elaboração das ementas;

As ementas são elaboradas semanalmente por uma nutricionista. É a

nutricionista que é responsável pela elaboração do plano alimentar dos doentes que

apresentam características especiais, como, perda ou ganho de peso, com escaras,

hemofílicos, entre outros. Neste plano está explícito o número de horas e de refeições

feitas diariamente, assim como, a quantidade e os alimentos que os utentes podem ou

não ingerir. Como por exemplo: o prato principal deve conter ¼ de carne ou peixe, ¼

hidratos de carbono e ½ de legumes e 2 a 3 peças de fruta diariamente. Os fritos

também estão presentes, embora em apenas, duas refeições semanais e as sobremesas

apenas devem constar, uma vez por semana. Para os doentes com diversas patologias,

deve constar diferentes dietas a aplicar, dado que as mesmas variam. Para este

planeamento clínico, o utente é examinado individualmente onde são observados

diferentes aspectos: situação fisiopatológica, história clínica pregressa actual e familiar

(anamnese), estado nutricional, físico e bioquímico, podendo assim, ser formulado o

diagnóstico nutricional e conduta nutricional. Para cada tipo de patologia existe uma

prescrição dietoterápica específica, cabe ao nutricionista fazer a selecção dos alimentos

que irão compor o cardápio, pois, este é o único profissional credenciado para tal.

Para evitar alguns contratempos, é enviado para a cozinha uma grelha em que vai

discriminado o nome do utente, o tipo de dieta associado ou outras informações

complementares.

4.2. Tipos de dietas

Existem vários tipos de dietas terapêuticas que serão adoptadas de acordo

com a patologia dos utentes, e que se passam a citar:

- Dieta Hipo sódica: Dieta pobre no electrólito/mineral Sódio (Na), presente em todos

os alimentos, mais elevada quantidade, em especial, no Cloreto de Sódio (NaCl), o

tradicional sal de cozinha. É indicada para pacientes hipertensos, cardiopatas, com

retenção de líquidos (edemas), entre outros.

- Dieta Hipercalórica: Dieta rica em energia, que tem como objectivo a prevenção e

tratamento, principalmente, a desnutrição.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 38

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- Dieta Hiperproteíca: Dieta rica em proteínas, usada também nos casos de

desnutrição, oferecendo, principalmente, proteínas de alto valor biológico como a

albumina. Também, é administrada em pacientes traumatizados como os queimados,

para o desenvolvimento da hiperplasia de novas células, principalmente para

reconstituição do tecido lesionado.

- Dieta Hipoproteíca: Dieta pobre em proteínas, indicada para pacientes que possuam

ingestão controlada de proteínas, como os portadores de insuficiência renal, cirrose

hepática.

- Dieta Hipoglicidica: Dieta pobre em glícidos (carbohidratos ou açúcares), e que têm

como principal objectivo diminuir a quantidade destes, sem contudo, diminuir

necessariamente, as calorias. Um exemplo é a dieta para o diabético, que é pobre em

glícidos simples, com destaque para a sacarose, o tradicional açúcar de mesa.

- Dieta Hipo lipídica: Dieta pobre em gorduras, principalmente saturadas, indicada para

pacientes com hipercolesterolemia e obesos.

- Dieta Hiperlipídica: Dieta com uma boa quantidade de gorduras, principalmente de

Triglicerídeos de Cadeia média (TCMs), geralmente indicada para tratamento de

desnutrição grave. Nem sempre pode ser associada a hipercalórica, pois, pode ser

ajustada de acordo com as necessidades do paciente, invocando apenas a maior oferta de

gorduras de boa qualidade.

O estado mental do utente, também é um factor tido em consideração, pois,

muitas vezes, o sistema digestivo não se encontra fisiologicamente normal.

- Dieta Normal: Comummente associada a dieta terapêutica livre, trata-se de uma

refeição normal, indicada para pacientes sem indicações dietoterápicas especificas.

- Dieta Branda: Nesta dieta encontramos alimentos mais cozidos, fibras abrandadas por

cocção ou subdivisão; de consistência mais mole, normal em calorias e nutrientes;

moderada em resíduos. É fácil de se mastigar, de deglutir e também, de digerir. Indicada

para pacientes com enfermidades leves e usada como transição para dieta livre.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 39

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- Dieta Pastosa: Indicada geralmente para pacientes com disfagia, dificuldades de

mastigação (ausência de dentes ou problemas motores), alterações gastrointestinais ou

outras manifestações clínicas como pós-cirurgia. É composta por alimentos bem

macios, bem cozidos, em forma de puré e papas.

- Dieta Líquida: Tem o objectivo de ser facilmente deglutida e digerida e indicada

também, para problemas na mastigação. É usada, normalmente, no pré e pós-operatório,

tem um curto tempo de uso e pode ser dividida em dieta líquida clara (fornece líquidos,

electrólitos, possuem pequenas quantidades de energia, como chás, sumos de frutas e

gelatinas) e dieta líquida completa que é constituída por líquidos e semi-líquidos à

temperatura corporal, com o mesmo objectivo da anterior. Trata-se de uma dieta que

deve ser complementada nutricionalmente para atingir a satisfação, pois, é pobre por

exemplo, em fibras, pode ser usada para pacientes com diabetes, doença renal ou outros

distúrbios.

- Dietas terapêuticas podem ser usadas de forma isolada ou mista, dependendo do

objectivo da terapia. Temos como exemplo: Paciente diabético, hipertenso, com

disfagia: Dieta hipoglicídica simples, hipo sódica e pastosa.

4.3. Fisioterapia dos utentes de acordo com o grau de incapacidade

A Fisioterapia pode ser definida como uma ciência aplicada à prevenção e

tratamento da saúde por meio de recursos físicos. A sua aplicação necessita do

entendimento das estruturas e funções do corpo humano. Ela estuda, diagnostica,

previne e trata os distúrbios, entre outros, cinético-funcionais (da biomecânica e

funcionalidade humana) decorrentes de alterações de órgãos e sistemas humanos. Além

disso, a Fisioterapia estuda os efeitos benéficos dos recursos físicos, como o movimento

corporal, as irradiações e correntes electromagnéticas, o ultra-som, entre outros

recursos, sobre o organismo humano. É a área de actuação do profissional com uma

formação superior em fisioterapia. O fisioterapeuta é capacitado para avaliar, reavaliar,

prescrever (tratamento fitoterapêutico), atribuir um diagnóstico cinético-funcional,

prognóstico, medidas de intervenção e alta fitoterapêutica.

A Fisioterapia actua nas mais diversas áreas com procedimentos, técnicas, metodologias

e abordagens específicas que têm como objectivo avaliar, tratar, minimizar problemas,

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 40

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prevenir e curar as mais variadas disfunções. A atenção fitoterapêutica propicia o

desenvolvimento de acções preventivas primárias, secundárias e terciárias. Mesmo antes

da doença atingir o horizonte clínico, ou seja, de exibir sinais e sintomas, podem ser

desenvolvidas intervenções preventivas. Em indivíduos vigiados pelo Fisioterapeuta,

para recuperação funcional de lesões e/ou disfunções, acções preventivas mais

complexas, podem ser desenvolvidas, por exemplo, a prevenção de incapacidade

respiratória numa vítima com um dado quadro neurológico.

Trata-se de um processo multiprofissional visando a reinserção bio-psico-

social do paciente. O fisioterapeuta tem por objectivo restaurar os movimentos e

funções comprometidas depois de uma doença ou acidente. Nesse momento, é o

Terapeuta Ocupacional que irá actuar com esse paciente, para que o mesmo se possa

reinserir na sociedade, ou o mais aproximado dessa realidade (mais funcional/autónomo

possível).

4.3.1.Recursos fisioterapeuticos

Os procedimentos da Fisioterapia contribuem para a prevenção, cura e

recuperação da saúde. Para que o fisioterapeuta eleja os procedimentos que serão

utilizados, ele terá de proceder à elaboração do diagnóstico Cinesiológico Funcional

identificando a abrangência da disfunção, assim como, acompanhar a resposta

terapêutica dos procedimentos indicados pelo próprio profissional. Aqui se mostram os

mais conhecidos e utilizados recursos fitoterapêuticos:

Cinesióterapia - Terapia pelo movimento. São procedimentos onde se usa o

movimento com os músculos, articulações, ligamentos, tendões e estruturas do

sistema nervoso central e periférico, que têm como objectivo recuperar a função dos

mesmos. A reeducação da postural é um princípio da cinesioterapia: como tratar

deformações da coluna ou problemas de postura com exercícios de alongamento e

de fortalecimento muscular.

Electroterapia - Recurso que utiliza a electricidade em inúmeros tratamentos e

estimulação.

Termoterapia - Terapia que utiliza o calor como forma de tratamento de diversas

patologias.

Fototerapia - Utiliza aparelhos geradores de luz em diversos tratamentos.

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Mecanoterapia - Procedimento com aparelhos mecânicos com vista a fortalecer,

alongar, repotencializar a musculatura e reeducar movimentos comprometidos.

Massoterapia Conjunto de abordagens terapêuticas que visa a

mobilização/manipulação de segmentos articulares, músculos, nervos e fáscias e

tracções segmentares e axiais. Os procedimentos manipulativos estimulam a

dinâmica circulatória e a mobilidade dos tecidos e segmentos.

Hidroterapia – A Cinesioterapia é realizada em ambiente aquático.

Crioterapia - Emprego de gelo como procedimento terapêutico, geralmente em

segmentos, para tratamento de contusões e torções.

4.3.2.Áreas da fisioterapia

Fisioterapia geriátrica e gerontológica - Estuda, previne e trata as disfunções

decorrentes do processo de envelhecimento, mediante a administração de

condutas fitoterapêuticas, prevenindo problemas funcionais e promovendo a

recuperação funcional global de pessoas idosas.

Fisioterapia dermatofuncional - Especialidade da Fisioterapia que diagnostica,

estuda e trata as afecções dermatológicas e intertegumentares.

Fisioterapia neurofuncional - Área da Fisioterapia que visa ao estudo,

diagnóstico e tratamento de distúrbios neurológicos que envolvam ou não

disfunções motoras; por exemplo, pacientes que sofreram um acidente vascular

encefálico (AVE). A fisioterapia neurofuncional induz acções terapêuticas para

recuperação de funções, entre elas a coordenação motora, a força, o equilíbrio e

a coordenação. A terapêutica em Fisioterapia neurológica baseia-se em

exercícios que promovam a restauração de funções motoras, de forma a resolver

deficiências motoras, aperfeiçoar padrões motores, com importante

fundamentação nos princípios neurofisiológicos da facilitação neuromuscular

proprioceptiva.

Fisioterapia traumato-ortopédico-funcional - Estuda, diagnostica e trata as

disfunções músculo esqueléticas, de origem ortopédica ou decorrente de

traumatismos, além de doenças de origem reumatologia. Utiliza os recursos

terapêuticos para aumentar a capacidade de movimentação, estimular a

circulação e diminui as dores de pacientes com fracturas, traumas musculares e

entorses.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 42

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Fisioterapia respiratória - Conjunto de procedimentos fisioterapêuticos que

visam melhorar a dinâmica respiratória e a distribuição do ar inalado no pulmão,

remover secreções brônquicas, obtendo assim melhor função respiratória. Além

das técnicas manuais, existem diversos equipamentos que auxiliam na obtenção

destes resultados.

Fisioterapia oro facial - Actua principalmente na saúde bucal em conjunto com

a Odontologia e Fonoaudiologia, tratando disfunções da articulação

temporomandibular, além de tratar disfunções relacionadas com problemas

oculares de pré e pós-operatório de cirurgias plásticas faciais.

Fisioterapia oncofuncional - A Fisioterapia Oncofuncional tem como objectivo

preservar, manter, desenvolver e restaurar a integridade cinético-funcional de

órgãos e sistemas do paciente, assim como prevenir os distúrbios causados pelo

tratamento oncológico.

4.3.3. Terapia Ocupacional

O objectivo da fisioterapia é restaurar os movimentos e funções

comprometidas depois de acidente ou doença, é neste momento que se integra a terapia

ocupacional para que o utente possa ser reinserido na sociedade. O terapeuta

ocupacional actua em três níveis:

Na pessoa: avalia as capacidades, limitações e riscos que existam a nível físico,

cognitivo, afectivo e social. Com o objectivo de desenvolver competências, restaurar

funções e prevenir disfunções com o auxílio de técnicas e procedimentos específicos e

produtos ou tecnologias de apoio.

Na ocupação: Intervém na graduação da ocupação através de procedimentos e

equipamentos específicos, adaptando-se às necessidades do utente.

No ambiente – avalia a interacção (facilitadora ou inibidora) ambiental no

utente, identificando o efeito que os suportes e exigências que os equipamentos, pessoas

e cultura têm para o utente. Modifica as barreiras existentes para facilitar a ocupação do

utente traumatizado.

A interacção entre estes três factores faz com que os terapeutas ocupacionais

acompanhem as mudanças socioculturais e tecnológicas da sociedade, tendo um

impacto positivo na saúde e tornando-se uma mais-valia para o dia-a-dia e qualidade de

vida dos utentes que apoiam. O terapeuta ocupacional tem também uma participação

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 43

Relatório de Estágio

Avelino Tente

activa no planeamento e gestão do pessoal, equipamento, material e politicas de

desenvolvimento na organização onde se encontra integrado

5.Plano de actividades

O portefólio que a seguir se apresenta, não é mais do que um álbum fotográfico

onde se colocaram fotografias das actividades lúdico-recreativas, jogos e brincadeiras.

Todas as actividades e jogos desenvolvidos tiveram um enquadramento na

vertente recreativa, mas também na acção socializadora (interacção em grupo), no

domínio técnico-motor (são desenvolvidos gestos e movimentos) e de controlo da

ansiedade (trabalha-se a respiração).

É importante notar que, qualquer gesto ou ultrapassagem de uma dificuldade, é

uma vitória ganha para vencer as nossas limitações. Foi este o intuito das actividades

desenvolvidas.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 44

Relatório de Estágio

Avelino Tente

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 45

Relatório de Estágio

Avelino Tente

5.1.Decoração da árvore de Natal

As actividades aqui apresentadas, ilustram algumas tarefas realizadas pelos

utentes, não descurando as limitações individuais. O importante era que os mesmos se

sentissem úteis, por menor que fosse a contribuição (Figuras 33, 34,35,36, 37, 38,39 e

40).

Figura - 33 Figura - 34

Figura - 35 Figura - 36

Figura -37 Figura - 38

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 46

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Figura - 39 Figura - 40

5.2. Actividades físicas que promovem a terapêutica e a reabilitação dos utentes

Este tipo de actividade tem como objectivo assegurar as condições de bem-

estar dos utentes, promovendo a sua saúde, combater o sedentarismo e desenvolver as

suas capacidades físicas e intelectuais através de tarefas simples que elevem a sua auto-

estima e possibilitem melhorar a qualidade de vida, combater o sedentarismo e prevenir

o aparecimento de outras patologias. Estes exercícios terão sempre em conta as

limitações de cada um e requerem sempre a presença de um técnico especializado da

instituição. Apresentam-se seguidamente, algumas fotografias de actividades

efectuadas, bem como uma sumária explicação.

Actividade n.º1 – Exercitar as articulações dos pulsos e dos dedos

O objectivo desta actividade é mobilizar o pulso e dedos, alongar e fortalecer a

musculatura do antebraço. Para isso, realizaram-se exercícios feitos com as mãos,

servindo a mesa de suporte onde se apoiavam os antebraços e as mãos sobre, servindo ao

mesmo tempo de socialização, dado estarmos sentados à volta de uma mesa. Os

exercícios tiveram a sequência que abaixo que expõe:

Exercício n.º 1 – levantar as mãos sem mover os antebraços.

Exercício n.º2 – deslocar as mãos lateralmente sem mover os antebraços.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 47

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Avelino Tente

Exercício n.º3 – Fazer flexões e extensões da mão.

Exercício n.º4 – Separar os dedos.

Exercício n.º5 – Fazer flexão e extensão dos dedos.

Exercício n.º6 – Com o antebraço e mão apoiados, sobre a mesa pretende-se

desenvolver a agilidade manual, tendo a mão aberta, promover o movimento dos dedos

um a um a ter a ter completamente fechada. Exercício que se iniciava no dedo polegar,

terminando no dedo mindinho (Figuras 41,42, 43 e 44).

Figura - 41 Figura - 42

Figura - 43 Figura - 44

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 48

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Seguiram-se outros exercícios, com igual objectivo que estão representados

nas fotografias abaixo ilustrativas (Fotografias da 45 à 52).

Figura - 45 Figura - 46

Figura - 47 Figura - 48

Figura - 49 Figura - 50

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 49

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Avelino Tente

Figura - 51 Figura - 52

Actividade n.º2 – Treinar o controlo da respiração

Com esta actividade pretende-se treinar o controlo da respiração, em caso

situações de ansiedade, e em simultâneo treinar a mobilidade dos braços, utilizando, para

o efeito, um objecto (o balão). Os balões utilizados foram marcados de forma a poderem

ser identificados por cada elemento. Actividade que se realizou, com os utentes sentados,

à volta de uma mesa. Esta actividade foi efectuada seguindo vários passos:

Exercício n.º1- Encher o balão, ao ritmo da respiração (encher depressa

expirando com mais força, ou então, devagar expirando mais lentamente). Depois de

cheios, os balões foram identificados com o nome.

Exercício n.º2 – Pegar no balão com as duas mãos e mover para cima e para

baixo.

Exercício n.º3 – Pegar no balão com uma mão (alternando a direita e a

esquerda) e mover para cima e para baixo.

Exercício n.º 4 – Com o balão em cima da mesa, sopra-se para fazer mover o

balão ao ritmo da respiração.

Exercício n.º5 – simulação de uma “guerra” de balões em que se atiram os

balões uns aos outros.

As figuras que a seguir se apresentam dão a ideia da actividade e da sua

sequência (Figuras 44, 45, 46, 47, 48 e 49)

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 50

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Figura – 44 Figura - 45

Figura - 46 Figura – 47

Figura - 48 Figura - 49

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 51

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Actividade n.º3 – Marcar o ritmo com as palmas e o pé

Esta actividade tem por objectivo treinar a coordenação motora, o ritmo e a

memória, envolvendo os utentes à volta de uma mesa. Utilizou-se uma cartolina escrita

com a seguinte sequência: “ Palma, pé, palma, palma, pé, palma, palma, pé, pé”.

Exercício n.º1 – Treina-se o ritmo batendo uma palma ou com um pé, em

conjunto.

Exercício n.º2 – Treina-se a sequência acima descrita, em conjunto.

Exercício n.º3 – Começando pelo elemento orientador, que exemplifica os

exercícios, cada utente, na sua vez e em sequência, desenvolve o mesmo conjunto de

exercícios, passando a vez ao colega do lado, e assim sucessivamente.

Figura - 50 Figura – 51

Figura 52 Figura - 53

A actividade acima descrita encontra-se exemplificada nas figuras 50, 51,

52 e 53.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 52

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Actividade n.º4 – Treinar a coordenação motora e memória

O objectivo que sustenta a actividade desenvolvida, tem por base treinar a

coordenação motora dos braços e pernas, posicionados, sentados, numa roda. No final da

actividade é, igualmente, treinada a memória que se baseia numa simples contagem de

feijões e do seu soletrar.

Exercício n.º1 – Levantar e esticar as pernas, primeiro a direita, depois a

esquerda, no fim as duas, em simultâneo, e movimentar os pés para cima e para baixo.

Exercício n.2 – Esticar e levantar os braços, primeiro o esquerdo, depois o

direito e finalmente ambos.

Exercício n.3 – Dar um abraço a nós próprios.

Exercício n.º4 – Pegar num objecto (por exemplo um livro) e com as duas mãos

levantar os braços.

Exercício n.5 – Passa, por todos, uma taça com feijões, de onde tiveram de

retirar 5, contando-os em voz alta um a um. É também a oportunidade de treinar a

memória, questionando a sequência numérica. Exemplo: “Que número vem depois do

10? ou Que número vem antes do 19?”. No fim das diferentes actividades soletraram o

nome de cada um.

Figura 54 – Fotografias representativas da sequência das acrividades.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 53

Relatório de Estágio

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5.3. Actividades lúdicas

As actividades realizadas, que aqui se apresentam, tentaram alcançar o

objectivo de proporcionar um bem-estar emocional, permitindo aos utentes a

possibilidade de se exprimirem e concluírem que podem ser imaginativos e criativos,

apesar das limitações físicas e da idade. Pretenderam ainda, proporcionar a interacção

em grupo, partilhar conhecimentos e vivências e promover um convívio saudável. Este

tipo de actividade é dotado da vantagem de permitir desenvolver a motricidade fina e a

coordenação psicomotora dos utentes. A ilustração das diferentes actividades é

apresentada nas fotografias das figuras que se seguem:

Actividade n.º1 – Actividades lúdicas

As actividades lúdicas, desenvolvidas durante o estágio, foram diversas, tais

como: pintura, realização de jogos e enfeite da árvore de natal, que permitiram fomentar a

socialização, interacção do grupo e diversão.

Figura.55 – Pintura sobre tecido. Figura 56 – Pintura em seixos rolados.

fFot

Figura 56 – Pintura de fragmentos em rochas. Figura 57 – Pintura de seixos.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 54

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Figura 58 – Pintura. Figura 59 – Recortes. f

Figura 60 – Pintura em cerâmica Figura 61 – Recortes.

Figura 62 – Desenho e pintura. Figura 63 – Pintura de conchas.

É visível a dedicação manifestada pelos utentes, superando as suas próprias

expectativas e limitações motoras, e sentindo-se útil, sentimento que promove a auto-

estima do utente.

Actividade n.º2 – Realização de uma cesta com “trapilho”

O principal objectivo da realização desta actividade plástica é treinar

movimentos finos e precisos com as mãos. Passa por ser uma actividade em que se

pretende a passagem de um “trapilho” (fragmento de tecido enrolado) por um objecto,

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 55

Relatório de Estágio

Avelino Tente

bem como a elaboração de tranças. Para a realização desta actividade foi necessário o

trapilho, taças plásticas velhas, fundos de baldes de plástico ou garrafões, xizato e cola.

Etapa n.º1 – O orientador corta o fundo ao balde, da altura desejada, divide o

perímetro do balde em tiras, sensivelmente iguais, e corta-as com o xizato, mas sem

chegar totalmente ao fundo. Pode também recortar-se uma tira de uma garrafa ou da

sobra do balde de plástico para fazer a tira da asa da cesta.

Etapa n.º2 – Os utentes enrolaram o trapilho.

Etapa n.º3 – Passar o trapilho pelas tiras da taça de plástico, segundo uma

ordem alternada, (uma sim uma não até chegar ao cimo).

Etapa n.º4 – Forrar também a tira de plástico para fazer a asa com o trapilho (se

for larga), caso contrário, elaborar uma trança e colá-la de forma a obter a asa.

Etapa n.º 5 – Agrafar ou colar a tira de plástico à taça de plástico para formar a

asa.

Etapa n.º6 – Efectuar duas tranças do perímetro da taça de plástico e colá-las no

fundo e para servirem de base.

Etapa n.º7 – Forrar o interior da taça de plástico (etapa opcional).

Figura 64 – As diferentes tapas representativas da actividade.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 56

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Figura 65 – Produto final da actividade

As actividades desenvolvidas com vista à melhoria do bem-estar físico e

psicológico, de utentes com características semelhantes às retratadas no trabalho, têm

como finalidade última a reabilitação total ou parcial, ou uma melhoria na sua qualidade

de vida, enquanto utentes institucionalizados e de alguma forma afastados do seu

ambiente familiar.

6. Materiais elaborados durante o estágio

No fim deste documento, coloca-se em anexos os seguintes documentos,

que serviram de guia ao longo do processo de estágio:

Anexo I – Plano de Estágio;

Anexo II – Plano de Actividades ABPG;

Anexo III – Exemplo de uma Ementa.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 57

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Conclusão

A formação que obti durante o curso, não redundou numa mais-valia

escolar, dado já possuir o 12º ano, teve, no entanto, um alargamento de horizontes,

dentro de um contexto, pelo qual me sinto atraído, embora nada tenha a ver com o

trabalho que desenvolvo diariamente.

A opção de trabalhar numa instituição como a ABPG, foi, a nível humano

bastante enriquecedora, quando tive a oportunidade de aí desenvolver o estágio. Tenho a

agradecer a todos os profissionais dos diferentes graus académicos, que me deram a

honra de com eles colaborar, a oportunidade de obter conhecimento fora da minha área

profissional, embora bastante desgastante dado que era efectuado em horário pós-

laboral.

Devo acrescentar que me senti desamparado pelas instituições que deveriam

regular e avaliar o trabalho que desenvolvi ao longo do estágio, no entanto, com muito

esforço pessoal e familiar, penso ter concluído esta”aventura” com sucesso.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 58

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Referências Bibliográficas

http://www.umcci.min-saude.pt/SiteCollectionDocuments/Guia_RNCCI.pdf

http://www.hsm.minsaude.pt/contents/pdfs/cuidados_continuados_integrados/Pluxo

grama_redeCC.pdf

http://pt.wikipedia.org/wiki/Nutri%C3%A7%C3%A3o_cl%C3%ADnica

http://www.inpha.com.br/downloads/protocolos/PROTOCOLO%20DE%20POSICIONA

MENTO%20DO%20PACIENTE%20ACAMADO.pdf

http://www.google.pt/imgres?q=posicionamentos+dos+acamados&um=1&hl=pt-

PT&sa=N&rlz=1W1SKPT_ptPTPT435&biw=1366&bih=508&tbm=isch&tbnid=6TWfmYP

MscBFoM:&imgrefurl=http://serlesado.com.br/%3Fcat%3D6%26paged%3D2&docid=f

3R75RH4uVGtOM&imgurl=http://1.bp.blogspot.com/_F8FC80a8wms/SyfxWzFotkI/AA

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0&ndsp=12&ved=1t:429,r:3,s:0

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fisioterapia

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 59

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Avelino Tente

ANEXOS

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 60

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ANEXO I

(Plano de Estágio)

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 61

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Instituto Politécnico da Guarda

Plano de Estágio

INTRODUÇÃO

O Curso de Especialização Tecnológica (CET), Técnicas em Gerontologia, do Instituto

Politécnico da Guarda, que decorreu no ano lectivo 2009/2010, de 9 de Novembro de 2009 a 24 de Julho

de 2010, pressupõe um estágio de 600 horas para implementação das diferentes técnicas leccionadas.

Neste âmbito optei por um estágio na Associação de Beneficência e Popular de Gouveia (ABPG), na

unidade de cuidados continuados de longa duração.

O plano de estágio que aqui se apresenta, servirá de base na definição de actividades, para que se

possam atingir os objectivos definidos. Este plano possuí a dualidade de servir de linha condutora de

autocrítica, bem como permitir um acompanhamento, mais específico, dos meus orientadores.

O Plano apresentado segue as linhas orientadoras do Instituto Politécnico da Guarda, do

Professor Orientador, da Direcção e Tutor da Instituição de Acolhimento, complementado com a

aprendizagem e formação recebidas ao longo do ano lectivo.

ACTIVIDADES PLANEADAS

A planificação que sustenta o Plano, pretende ir ao encontro das necessidades do grupo de

utentes institucionalizados, na unidade escolhida. Em virtude do grau de dependência que estes utentes

apresentam, as minhas actividades visão, essencialmente, proporcionar-lhes uma melhor qualidade de

vida. A abrangência do meu plano não é maior, dado que me é vedada e/ou limitada a acção noutros

serviços, pelas regras que a própria instituição definiu.

1. Caracterização orgânica-funcional da instituição de acolhimento

Este objectivo tem como base a prossecução dos seguintes itens:

Caracterização da área da abrangência da instituição;

A sua estrutura física, ou seja, a divisão da instituição nas suas diferentes

valências;

Caracterização e conhecimentos dos recursos humanos, definidos por uma

hierarquia (organograma);

Caracterização da rede dos cuidados continuados na instituição;

Caracterização das instalações (unidade de cuidados continuados de longa

duração).

2. Caracterização e avaliação dos utentes (dependente da valência em que os utentes

se inserem)

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 62

Relatório de Estágio

Avelino Tente

Facha etária;

Proveniência, dado que alguns utentes vêem direccionados de outros serviços

de acordo com a sua incapacidade;

Patologias frequentes com elevados graus de incapacidade, quer físicos como

psicológicos;

Grau de autonomia e independência, embora o grau de autonomia seja

reduzida, traduzindo-se, na maioria dos casos, num elevado grau de

dependência;

Avaliação geriátrica compressiva de cada utente.

3. Caracterização das rotinas diárias

Higiene dos utentes, quer os acamados como os que ainda possuem alguma

autonomia;

Plano de actividade diária, que subentende as necessidades físicas e médicas,

tais como, fisioterapia, natação, consultas nas diferentes especialidades, entre

outras;

Higiene das instalações, todas as acções que promovam a desinfecção local;

Descrição das tarefas realizadas diariamente, que passam pela higiene pessoal,

ao fornecimento de refeições e medicação e desenvolvimento de algumas

actividade, previamente definidas.

4. Caracterização da interacção entre “os diversos sistemas”

Processo de elaboração das ementas semanais;

Funcionamento da clínica de reabilitação de acordo com o grau de

incapacidade.

5. Plano de actividades

Elaboração da decoração de natal com a participação dos utentes da UIR

(unidade de internamento e reabilitação);

Actividade física desenvolvida com os utentes. Estas actividades têm como

objectivo o desenvolvimento das capacidades físicas e intelectuais

pressupondo a realização de várias tarefas simples, e sempre de acordo com a

limitação de cada um, pretendendo proporcionar uma maior qualidade de vida

e um aumento da sua auto-estima;

Actividades lúdicas que permitam proporcionem o bem estar emocional, bem

como a interacção em grupo, havendo lugar para a partilha de conhecimentos e

vivências, promovendo um convívio salutar e saudável;

Recolha de tradições e saberes populares;

Avaliação geriátrica compressiva de alguns utentes quanto ao grau de

dependência / autonomia.

As actividades a desenvolver subentendem o grau de dependência de cada utente, para assim se

poder utilizar os materiais adequados às tarefas. No desenvolvimento da realização destas tarefas teremos

que ter em conta a ajuda dos meios humanos. Da constituição dos meios humanos fará parte o estagiário e

um funcionário da instituição, com conhecimento nesta área, de implementação do Projecto.

OBJECTIVOS FINAIS DO ESTÁGIO

Vou tentar atingir todos os objectivos a que me proponho, pondo em prática todos os

conhecimentos que adquiri ao longo da formação, mas acima de tudo enriquecer-me enquanto pessoa e

profissional no contacto com o outro. Mas acima de tudo compreender o conceito de envelhecimento, que

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 63

Relatório de Estágio

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não está, necessariamente, associado à degeneração intelectual, e/ou condição de menor importância

social. Procurar criar empatia com os utentes irá ser o primeiro passo para assim, os poder motivar, e

serem receptivos às actividades propostas. Poderá não ser uma tarefa fácil, no entanto tentarei suprimir as

minhas lacunas procurando apoio e aconselhamento em pessoal qualificado.

C.E.T. - Técnicas em Gerontologia 64

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ANEXOII

(Plano de Actividades da ABPG – 1,2 e 3)

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Plano 1

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Plano 2

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Plano 3

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ANEXO III

(Ementa)

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