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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
Por: ALEXANDRA BRITO DE OLIVEIRA
O VALOR DO TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO
NO ATENDIMENTO DE VAREJO
Rio de Janeiro
2008.1
ALEXANDRA BRITO DE OLIVEIRA
O VALOR DO TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO
NO ATENDIMENTO DE VAREJO
Ao Instituto A Vez do Mestre, como requisito parcial
para obtenção do grau de especialista em Gestão
de Recursos Humanos.
Orientadora: Profª. Maria Poppe
Rio de Janeiro
2008.1
3
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me proporcionado esta
chance de estar realizando a conclusão
deste sonho de mais uma etapa da
minha vida. Pelo privilégio de está ao
lado de uma pessoa maravilhosa e
essencial na minha vida que é meu
marido Willam Chaves Sales, que me
mostra e proporciona amor, carinho,
dedicação, respeito, esforço e
amizade. Aos meus familiares e
amigos, o meu muito obrigada por me
apoiarem e me auxiliarem nesta
conquista; e a minha amiga, Juracy
Sayão e Lívia Maria, assim como todos
os professores que foram peças
fundamentais na minha formação.
4
DEDICATÓRIA
A todos que me apoiaram, auxiliaram-me
e souberam entender meus sonhos e
objetivos. Ao meu querido marido Willam
Chaves Sales que sempre está ao meu
lado, acreditando e me mostrando que
ousadia e o erro são verdadeiros
caminhos para as grandes realizações.
5
RESUMO
Este trabalho buscou estabelecer a relação entre o treinamento e o
desenvolvimento do atendimento no varejo, na tentativa de comprovar, por
meio de uma ampla pesquisa bibliográfica e da análise de casos práticos, que
esse processo impacta positivamente nas transformações para todos os
públicos de interesse envolvidos com as empresas e entidades varejistas. O
presente trabalho objetiva tecer considerações sobre treinamento e
desenvolvimento organizacional. Este tema é de fundamental importância para
o aprendizado organizacional, pois o desenvolvimento organizacional busca
modificar crenças, atitudes, valores, estruturas e práticas para que a
organização possa se adaptar e acompanhar o ritmo das mudanças de
mercado. Um plano de desenvolvimento pode motivar as pessoas da
organização, cria perspectivas de evolução e contribui para a melhoria dos
resultados. Os recursos utilizados no processo de treinamento e
desenvolvimento visam ao aperfeiçoamento do desempenho funcional, ao
aumento da produtividade e ao aprimoramento das relações interpessoais.
Palavras-chaves: Treinamento. Desenvolvimento. Varejo. Melhorias.
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METODOLOGIA
Para realização do presente trabalho utilizou-se pesquisa bibliográfica,
partindo da análise crítica de processos e pesquisa acerca do assunto sobre o
mercado futuro no valor do treinamento e desenvolvimento no atendimento do
varejo, foi feita para possibilitar uma maior compreensão sobre seu
funcionamento. Foi realizado, também, um estudo minucioso no
desenvolvimento nos resultados de funcionários quanto sua motivação e
automotivação no trabalho, a fim de se poder conhecer em detalhes a maneira
como foram corrigidos erros no atendimento, aliando ações e estratégias
definidas e visando o aumento da eficiência dos treinamentos nas
organizações. Isso permitiu observar os desafios atuais no varejo e onde novas
mudanças deveriam sofrer e quais funcionalidades deveriam ser adicionadas
para atender os novos objetivos do trabalho, eliminando-se assim, as
deficiências existentes no setor varejista.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................. 08
CAPÍTULO I - A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO
NO SETOR ORGANIZACIONAL ......................................... 10
1.1. O treinamento e o desenvolvimento no atendimento de varejo ............. 12
1.2. Novos cenários globais no comércio varejista ...................................... 15
1.2.1. Cenário econômico e político .............................................................. 18
1.2.2. Cenário ambiental e social .................................................................. 22
1.3. Os setores empresariais e o desenvolvimento econômico .................... 32
1.3.1. Serviços e comércio ............................................................................ 34
CAPÍTULO II - O SETOR VAREJISTA ........................................................ 39
2.1. O que é varejo? ..................................................................................... 39
2.1.2 O investimento nos treinamentos no setor de varejo .......................... 41
2.1.3. O treinamento como um processo contínuo nas empresas
de varejo ........................................................................................... 46
CAPÍTULO III – O TREINAMENTO EM LIDERANÇA ................................. 47
3.1. Gestão de Equipes ................................................................................. 48
3.2. Motivação ............................................................................................... 52
3.3. Atendimento ........................................................................................... 54
CONCLUSÃO ............................................................................................... 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 60
ANEXOS ....................................................................................................... 64
ÍNDICE ........................................................................................................................ 69
FOLHA DE AVALIAÇÃO .............................................................................. 70
8
INTRODUÇÃO
Na atual conjuntura as pessoas despertam como elementos
alavancadores de resultados dentro das organizações quaisquer que sejam a
sua natureza. Desta forma, torna-se indispensável resgatar o sentimento de
realização do homem no trabalho para que se possa obter resultados
organizacionais.
Para que as empresas possam cumprir com sua missão e seus
compromissos com a sociedade, objetivando a melhoria do atendimento
devem identificar a importância do treinamento e do desenvolvimento no setor
varejista, onde se apresenta um grande potencial de contribuição no campo
organizacional, principalmente, pela sua característica de contato com o
consumidor.
No primeiro capítulo, analisamos a responsabilidade pelo
desenvolvimento dos colaboradores ajudando a entender as práticas
responsáveis à cadeia produtiva e o desenvolvimento na gestão de varejo,
passando pelos setores empresariais, serviços e comércio. Sendo assim, este
capítulo tem por objetivo realizar um estudo sobre a importância do
treinamento e o desenvolvimento no setor organizacional, apresentando os
principais cenários Brasileiros no comércio varejista.
Desenvolvendo no segundo capítulo um estudo sobre o setor varejista,
avaliando a importância do investimento nos treinamento e seu processo
contínuo nas empresas de varejo.
9
No terceiro capítulo verifica-se o treinamento como desenvolvimento
em liderança na gestão de equipes, motivação e atendimento, comprovando
que a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente,
visa atingir objetivos comuns, é uma análise que este trabalho mostra na
liderança e gestão de equipes que implica no atendimento gerando bons
resultados.
10
CAPÍTULO I:
A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO E DO
DESENVOLVIMENTO NO SETOR ORGANIZACIONAL
As pessoas devem ser lembradas com mais freqüência que precisam ser
Instruídas. (SAMUEL JOHNSON)
De acordo com Chiavenato (2000) a teologia é um princípio para estudar
o comportamento, com a finalidade de alcançar objetivos, através da relação
probabilística de causa-efeito. Nesse princípio, a causa é uma condição
necessária, mas nem sempre suficiente para que surja efeito.
As grandes organizações precisam dispor de pessoas competentes e
motivadas para produzir. As empresas não podem escolher se treinam ou não
seus empregados, porque as pessoas são admitidas por suas qualificações
genéricas e toda empresa tem suas particularidades. O treinamento da equipe
é indispensável para que o trabalho seja executado com eficiência e eficácia.
A qualidade e a consciência da administração de qualquer empresa são
seu maior patrimônio. Este patrimônio precisa ser desenvolvido. Os
administradores desenvolvem-se por meio das suas próprias experiências no
trabalho e fora dele, e, são desenvolvidos pela forma como seus atuais e
antigos chefes lideram com eles.
11
Treinamento não é algo que se faça uma vez para novos empregados: é
usado continuamente nas organizações bem administradas. A principal razão
pela qual as empresas desenvolvem seus treinamentos é para proporcionar ao
empregado novas habilidades ou melhorar as que ele já possui. Deve, portanto
produzir mais e melhor para a empresa, proporcionando um retorno ao
investimento que a empresa fez em treinamento.
As empresas não têm escolha em treinar ou não treinar. Elas são
obrigadas a fazê-lo, e o fazem pelo menos no próprio trabalho por meio das
orientações. Cada novo profissional, independente do seu treinamento prévio,
formação ou experiência, precisa ser ensinado a executar algumas tarefas
específicas. Além disso, novas ocasiões para treinamento estão sempre
surgindo: quando um profissional é transferido ou promovido, quando o
trabalho muda e novas habilidades ou conhecimento precisam ser aprendidos
em função de mudanças na instituição ou de avanços no conhecimento
humano ou na tecnologia. Muitas profissões desaparecem ou surgem e o
administrador precisa estar preparado para enfrentar no futuro algumas
situações que são hoje imagináveis.
As empresas devem agir como facilitadoras e apoiadoras do
desenvolvimento de cada profissional, bem como tomar a iniciativa em casos
que sejam do seu interesse, mas isto não significa que as organizações
possam ser responsabilizadas por não desenvolver seu pessoal. Se não o
fizerem, elas próprias serão prejudicadas, pois os administradores com alto
potencial sairão da empresa. Cabe em primeiro lugar, ao próprio empregado
zelar pelo seu autodesenvolvimento, da mesma forma que cabe ao estudante a
se responsabilizar pela aprendizagem do que é transmitido.
12
O desenvolvimento organizacional é necessário sempre que as
instituições concorrem e lutam pela sobrevivência sob condições de mudança.
A estratégia do desenvolvimento organizacional é a preparação de agentes de
mudança, que são educados para treinarem as pessoas da organização para
as novas condições do ambiente externo e preparar a organização para as
inevitáveis mudanças. Além disso, existem outros fatores que fazem com que
as organizações estejam mais atentas. A saber:
q “o treinamento constante no atendimento nos setores;
q o cenários econômico;
q o cenário político;
q o cenário ambiental e
q o cenário social ”
O treinamento na esfera da moderna organização assume hoje novos
contornos e crescente relevância em função das competências requeridas para
manutenção de um bom nível de produtividade e competitividade. Nesse
cenário, acentua-se a ênfase no fator humano, onde o treinamento se
apresenta como um processo contínuo visando o desenvolvimento de pessoal,
contribuindo significativamente para elevar o nível de desenvolvimento
organizacional, constituindo um eficiente recurso estratégico na atualidade.
1.1. O treinamento e o desenvolvimento no atendimento de
varejo
O varejo movimenta a economia no seguimento de comércio, no
entanto, o seu desempenho possui níveis altos e baixos, isto porque este setor
depende de variáveis que podemos chamar, assim como no marketing de
fatores controláveis e incontroláveis. Esses fatores provocam mudanças no
mercado, podendo vir a abalar as vendas e acarretar problemas na economia.
13
Estas mudanças têm exigido dos colaboradores envolvidos na qualidade
do atendimento sejam capazes de perceber essas novas exigências, de
desempenhar o seu papel em novas funções e padrões, sabendo lidar de
forma criativa e espontânea com os desafios e mudanças decorrentes do novo
ambiente de negócios.
As ações específicas com objetivos de adaptar e familiarizar esses
profissionais aos requisitos necessários para o desenvolvimento e
desempenho na área da qualidade se tornou fundamental, de forma que o
segredo do sucesso parece estar na palavra “treinar”. Segundo Whiteley
(1992, p. 72) o bom treinamento é “... essencial na transformação de uma
companhia de modo a servir o cliente”.
No entanto, para que um treinamento tenha sucesso parece ser
necessário suportar iniciativas consistentes de treinamento. Pode-se
considerar que todo processo de treinamento visando a qualidade no
atendimento deve estar relacionado a: transmissão de conteúdos e conceitos;
desenvolvimento e habilidades no atendimento e aprimoramento para modificar
habilidades de atendimento.
A construção de um programa de treinamento que efetivamente traga
sucesso para os objetivos buscados por uma organização deve iniciar por um
roteiro, por um diagnóstico detalhado das carências existentes na qualidade do
atendimento. Tal diagnóstico pode desenvolver desde apresentação ou postura
de seus profissionais até a forma como fazem a prospecção. Devem ainda
utilizar a forma de abordagem, as técnicas de qualidade no atendimento e
habilidades para com as pessoas. Após esta etapa, deve-se repensar os
objetivos a serem alcançados, lembrando sempre que a eficácia de um
programa de treinamento está diretamente relacionada à clareza com que são
definidos tais objetivos, bem como a escolha de metodologia aplicada.
14
Mesmo diante de tantos cuidados é preciso esclarecer que estamos no
caminho certo. Contudo é preciso atentar para a escolha da metodologia de
treinamento a ser utilizada, uma vez que ela normalmente acaba sendo
escolhida decorrente de fatores ligados às necessidades dos clientes. Como
regra, sempre damos preferência ou indicamos aquele que facilita o processo e
esteja adequado às características das pessoas escolhidas para receber o
treinamento. Para Whiteley é preciso:
... envolver os talentos das pessoas não somente nas suas tarefas normais para o cliente, mas também para o constante processo da companhia. Por muito tempo as companhias tenderam a contratar pessoas pela sua força muscular. Atualmente, precisamos também se sua força cerebral... (1992, p.87).
Como não existe um sistema único e infalível de treinamento para todas
as empresas, tendo em vista as diferentes realidades empresariais, o programa
aplicado nos treinamentos e no atendimento, deverá procurar soluções
específicas voltados para o crescimento do volume de qualidade no
atendimento, reforço nas necessidades dos clientes e na constante busca de
satisfação desses mesmos clientes. Segundo Whiteley (1992, p.39): “ as
necessidades dos clientes precisam ser ensinadas, enfatizadas e relevadas
constantemente “.
Os resultados obtidos por um bom atendimento podem ser visto na
conquista e fidelidade de clientes, que passam a propaganda do boca-a-boca,
pela satisfação dos públicos em terem suas expectativas, desejos e
necessidades alcançadas, na mudança de uma percepção negativa para uma
imagem positiva na mente do consumidor e, por fim, na reputação favorável a
marca. O atendimento torna-se um diferencial competitivo em um cenário ao
qual, diversas empresas oferecem os mesmo produtos e serviços com preços,
qualidade e tecnologia equivalentes.
15
1.2. Novos cenários globais no comércio varejista
As mudanças pelas quais o mundo tem passado são cada vez mais
rápidas e impactantes no modo de vida das populações e no comportamento
das organizações. Aos poucos a sociedade vem percebendo que a intervenção
excessiva do ser humano e das empresas no planeta compromete de maneira
irrecuperável os recursos ambientais e, conseqüentemente, a sobrevivência
dos sistemas sociais, econômicos e políticos.
À medida que o processo de globalização evolui, interligando nações e
culturas diferentes, também avança o conceito de cidadania planetária, que
torna todos os indivíduos - cidadãos da Terra -, co-responsáveis pelas
decisões e atitudes que tomam, visto que afetam positiva ou negativamente o
ambiente em que vivem.
Segundo LASZLO (2001), o que fizermos hoje criará as condições sob
as quais as gerações futuras terão de viver. Portanto, a responsabilidade que
hoje pesa sobre nossos ombros não tem precedentes – é simplesmente uma
responsabilidade pelo futuro humano. Todas as pessoas são responsáveis por
seus atos, não importa onde vivam e o que façam, sejam elas: indivíduos
privados; cidadãos de um país; colaboradores nos negócios e na economia;
membros da comunidade humana; e pessoas dotadas de mente e consciência.
A força do capital econômico e das novas tecnologias intensifica uma
globalização que integra hábitos culturais, sociais e políticos, garantindo uma
escala mundial para os modos de produção e o avanço do comércio
internacional entre as empresas e nações. Por outro lado, esse modelo global
traz à tona todos os sinais de colapso da sociedade moderna. O crescimento
econômico, principal e mais promissor mecanismo de desenvolvimento dos
séculos XIX e XX, também está criando a escalada do desemprego, a
16
crescente defasagem nos níveis de renda, as disputas comerciais e a
degradação ambiental. (LASZLO, 2001)
Cria-se assim nas mesmas proporções, uma riqueza imensa baseada
no incremento das condições favoráveis ao desenvolvimento e, ao mesmo
tempo, um grande abismo social agravado pelas diversas formas de
desigualdades, caracterizando as populações como desenvolvidas ou
subdesenvolvidas e indivíduos ricos e pobres, ou ainda com ou sem
oportunidades, respectivamente.
O mundo atual é insustentável tanto social quanto ecologicamente. Essa
situação não pode se prolongar ao infinito. Não podemos globalizar um setor
do mundo e destruir outro. As novas tecnologias de informação e comunicação
nos conduzem para um mundo global, mas as instituições e mecanismos
responsáveis pela administração dos processos globalizantes ficaram para
trás. São instituições e mecanismos viciados em práticas míopes, dominados
por valores obsoletos e por muita visão ultrapassada. (LASZLO 2001)
Dentro dessa perspectiva, duas hipóteses antagônicas podem ser
formuladas: a espera pelo colapso definitivo ou o caminho da sustentabilidade.
A primeira escolha mantém cidadãos e empresas em um caminho que já está
sendo trilhado pela humanidade ao longo dos últimos séculos. A opção por
essa hipótese deixa as pessoas e as instituições à própria sorte, no caminho
da extinção dos recursos naturais e do próprio planeta. O mundo carece que a
comunidade global esteja disposta a abraçar a segunda hipótese, optando por
uma consciência planetária e pela escolha do desenvolvimento sustentável,
capaz de evoluir amparado por uma estratégia baseada na valorização dos
recursos ambientais, sociais e econômicos – triple bottom line – e na
diminuição dos impactos negativos do processo globalizante.
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O desenvolvimento sustentável adota uma perspectiva de longo prazo
do processo de desenvolvimento econômico e social, que compreende a
salvaguarda e o incremento do capital ambiental e social e a redução da
iniqüidade. (IGLESIAS 2004). O relatório Estado do Mundo 2004, realizado
pelo Worldwatch Institute, enfatiza de maneira muito pertinente essa
necessidade de um futuro sustentável, quando afirma na sua apresentação
que:
É imperativo melhorar a gestão e a direção dos recursos naturais e ambientais. Isso significa diminuir as barreiras à conservação entre elas políticas antiquadas, instituições frágeis e falta de conhecimento técnico e financiamento – e aumentar a eficiência no uso de recursos essenciais, como água e energia. Igualmente importante é reconhecer que a redução da degradação ambiental protege a saúde humana, torna a terra mais produtiva e melhora diversos outros elementos do progresso econômico e social. (IGLESIAS, 2004, p. 48)
O presente estudo quer, inicialmente, chamar a atenção para a
dimensão da importância do treinamento e aprofundar alguns dos seus
desdobramentos no varejo nos setores organizacionais. O treinamento é uma
forma de gestão estratégica capaz de focar os negócios das empresas no
desenvolvimento, na transparência do relacionamento com os seus públicos de
interesse e do compromisso com seus clientes. Mais adiante, este trabalho irá
enfocar o treinamento em liderança, buscando explicitar o desenvolvimento na
gestão de equipes e resultados em um bom atendimento. Antes disso, é
necessário detalhar de uma forma mais organizada os cenários que motivam e
despertam o interesse das empresas em treinar e desenvolver seus
colaboradores.
18
1.2.1. Cenário econômico e político
Neste momento, a abordagem mais ampla (mundial) será deixada de
lado para que seja tratado o panorama brasileiro, nas suas dimensões
econômicas, ambiental, política e social. A contextualização desses quatros
cenários servirá de base para a compreensão do envolvimento das empresas
brasileiras com a temática do treinamento e identificando o potencial dos
setores empresariais como promotores do desenvolvimento econômico, em
especial o setor varejista, objeto deste estudo.
O enquadramento brasileiro dentro do fenômeno da globalização está
intimamente ligado a conjunturas macroeconômicas. De acordo com MOTA
(2001), a inserção brasileira no mundo globalizado só ocorre de modo mais
efetivo no início dos anos 1990 e seguiu os padrões impostos pela redefinição
da estratégia norte-americana para a América, que passou pela renegociação
da dívida externa.
Pode-se dizer que o Brasil foi globalizado economicamente por força de
organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o
Banco Mundial (BIRD), que impuseram ao país políticas de desregulamentação
financeira, comercial e produtiva, como única forma de alcance do
desenvolvimento baseadas no Consenso de Washington.
19
No Consenso de Washington há um receituário que prescreve as
seguintes medidas:
1) equilíbrio das contas públicas, obtido preferencialmente a partir da redução de despesas e não pelo aumento de impostos. A diminuição dos gastos públicos não deve afetar áreas como saúde e educação, mas sim os subsídios outorgados as empresas públicas e privadas; 2) liberalização da economia, com abertura comercial (juntamente com valorização cambial) e desregulamentação, reduzindo os controles governamentais sobre o setor privado e eliminando a discriminação com relação ao capital estrangeiro; 3) privatizações, transferindo para o setor privado diversas empresas do Estado. (AYERBE: 1998, citado por MOTA et al.: 2001, p. 62)
A incorporação dessas medidas na política econômica brasileira, ao
longo dos anos, resultou em diferentes panoramas, que se refletem na
situação econômica atual. A seguir será feita uma análise crítica dos itens 1 e 2
apontados acima.
Em relação primeiro item, o equilíbrio das contas públicas, percebe-se
que os últimos governos realizaram um esforço concentrado em garantir a
redução de despesas com o aumento de juros, no intuito de diminuir a inflação.
De fato isso aconteceu. A inflação recuou nos últimos anos para níveis
extremamente diferentes praticados nos anos 1980 e no início da década de
1990. No entanto, a estabilidade econômica vem sendo acompanhada de um
elevado aumento de impostos, que onera a capacidade produtiva do país e
diminui a possibilidade de investimento dos setores empresariais. Por sua vez,
o governo brasileiro não cumpre à risca seu papel na redução das despesas
públicas e sacrifica o aporte de recursos em infra-estrutura, barrando o
crescimento econômico, ou mantendo-o em patamares muito baixos, quando
comparado com outras economias emergentes. Por último, como um dos
indicadores mais graves, o equilíbrio das contas também limitou o gasto do
20
governo com saúde e educação, agravando a situação de exclusão social das
parcelas menos favorecidas da população.
Segundo SIMÕES (2005), a política econômica de ajuste fiscal dos
últimos governos federais tem privilegiado, no âmbito do gasto social,
programas de transferência direta de renda, cujos resultados efetivos ainda se
desconhecem. Há mais de vinte anos que o Brasil figura nas estatísticas
oficiais como um dos países mais desiguais do mundo.
A abertura comercial, amplamente realizada durante os anos 1990,
garantiu a entrada das empresas multinacionais e abriu caminho para a
internacionalização das companhias brasileiras, numa escala menor, dadas as
características das corporações nacionais. A estratégia de valorização cambial,
que surtiu efeitos em um primeiro momento, não resistiu ao contágio da crise
asiática, em1999, e foi modificada para o câmbio livre, favorecendo, por outro
lado, o comércio exterior, com o incremento das exportações e a geração de
grandes saldos positivos da balança comercial. No entanto, segundo a
Fundação Getulio Vargas - FGV (2005), o que possibilitou até agora o
crescimento econômico foi o aproveitamento da capacidade ociosa de alguns
setores. O aumento do PIB vem sendo puxado pelo setor industrial, sobretudo
pelos segmentos exportadores, e muito menos por uma política econômica
sustentada, que garanta um desenvolvimento a longo prazo e proporcione a
geração de empregos e de riquezas em todos os níveis da sociedade.
Percebe-se que as medidas econômicas externas utilizadas para a
orientação da política econômica brasileira tiveram impactos distintos.
Enquanto alguns setores da economia tornam-se competitivos e se beneficiam
da internacionalização e dos frutos das exportações em alta, outros setores,
que dependem do mercado interno, não conseguem crescer devido à falta de
condições favoráveis. Isso gera um desperdício de oportunidades, uma vez
que o Brasil, com cerca de 57,8 milhões de consumidores, é o sétimo mercado
21
consumidor do mundo, mas tem apenas 33%, ou um terço da sua população
incluída nessa sociedade de consumo.
Para as empresas, em especial as do setor varejista, estarão sendo
abordadas neste estudo, a limitação do mercado consumidor é o maior risco
que o negócio pode correr. Por isso, é essencial que o meio empresarial esteja
mobilizado e atuante na discussão das propostas de desenvolvimento
econômico e social do país, em parceria com o governo, dado que:
A responsabilidade das empresas aumenta mesmo em uma situação de implementação do ideário neoliberal, que defende a desregulamentação e a liberalização econômica e a implantação do Estado mínimo, fato que não condiz com um afastamento radical das empresas com relação às questões sociais. As empresas têm como obrigação avaliar os impactos de suas práticas sobre o ambiente externo no intuito de minimizá-los e de agregar benefícios sociais além de seus ganhos econômicos. (CARROL: 1999, citado por BORGER: 2002, citada por FERREIRA e BARTHOLO: 2005, p. 21).
A possibilidade de um mercado que favoreça a atuação das empresas
torna-se, neste cenário econômico, insuficiente para que essa atuação seja
socialmente responsável. Isso requer, no que diz respeito ao setor varejista,
foco central deste estudo, que sejam tomadas medidas que viabilizem uma
nova atitude, tais como: a conscientização dos varejistas em relação à
realidade sócio-econômica do país e ao poder de transformação que o varejo
tem para modificar a situação vigente; a articulação de parcerias entre
varejistas e fornecedores para a prática da responsabilidade social; o
reconhecimento do potencial que as empresas varejistas têm para negociar
com fornecedores um posicionamento mais responsável da cadeia de
suprimentos e da sua capacidade de educar e formar consumidores
conscientes das suas responsabilidades com as gerações futuras.
22
O Governo tem de criar as condições favoráveis ao crescimento
econômico equilibrado e promover uma sociedade justa e igualitária, de modo
que seja um instrumento catalisador e regulador de todas as demandas sociais
e econômicas. Em particular, o Estado brasileiro precisa de uma reciclagem na
sua instituição, pois continua entregue ao mesmo tipo de política viciada que
favorece o interesse de minorias monopolistas e práticas clientelistas
seculares, em detrimento dos interesses de uma maioria que clama por
melhores condições de vida, principalmente nas questões ligadas a emprego e
geração de renda para as partes excluídas da população.
Uma grande aliança entre o meio estatal e o empresarial, passando
também pelas entidades sociais, pode dar suporte à gestão de iniciativas
sociais transformadoras na busca de soluções alternativas para suprir as
carências sociais de boa parte da população brasileira, que há muito tempo
está entregue a uma situação de penúria, sem respostas e sem um projeto de
desenvolvimento nacional. A união de esforços realmente compromissados,
juntando força política, boas idéias, planejamento adequado, com objetivos e
estratégias bem definidas e recursos bem aplicados, sob investimentos e
desenvolvimento, pode representar resultados muito positivos para a melhoria
nas condições de vida de muitos e para o crescimento mútuo, sustentado e
organizado, do qual sempre se fala e se quer para o país e para as próximas
gerações de cidadãos brasileiros.
1.2.2. Cenário ambiental e social
Para se ter uma dimensão mais ampla da questão ambiental no Brasil
faz-se necessário estabelecer um panorama sobre a sua realidade no país. No
entanto, este estudo, não tem o compromisso de se aprofundar na questão
ambiental, mas somente analisar suas implicações no desenvolvimento do país
e entender sua relação com os negócios das empresas.
23
O cenário do meio ambiente apresentado a seguir está baseado no
Combate ao Desperdício e Preservação a Natureza – (EDUCAÇÃO
AMBIENTAL - 2006).
“Preservar e economizar água é importante para a vida no
planeta. Setenta por cento da superfície do planeta é
coberta por água. Quase toda a água que existe na Terra
(97,5%) é salgada e está nos oceanos, sendo imprópria
para o uso agrícola e industrial (UNESCO). Apenas 2,5%
da água do nosso planeta é doce e a maior parte está em
geleiras.Menos de 1% de toda a água que existe é própria
para consumo do homem e está nos rios, lagos e lençóis
subterrâneos (difícil acesso). Segundo o RDH - Relatório
de Desenvolvimento Humano (PNUD - ONU, nov. 2006) :
- cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água
tratada no mundo; - por volta de 2,6 bilhões não têm
instalações básicas de saneamento (maioria dessa
população vivendo na África e na Ásia); - metade dos
leitos hospitalares é ocupado por doenças causadas pelo
uso de água imprópria; - a diarréia tira a vida de 4.900
crianças menores de 5 anos por dia. Enquanto um
habitante de Moçambique usa, em média, menos de 10
litros de água por dia, um europeu consome entre 200 e
300, e um norte-americano, 575 (50 litros só nas
descargas). Cada pessoa deveria ter disponíveis ao
menos 20 litros de água para consumo, por dia. A água
está distribuída pelo planeta de forma desigual. Vários
países da África e Oriente Médio já não tem água. De
toda a água doce disponível no planeta,
aproximadamente 13,7 % estão no Brasil. A Bacia
Amazônica concentra 73% do volume de água doce do
24
país. Os 23% restantes distribuem-se desigualmente pelo
Brasil, para atender a 93% da população. O Nordeste com
28% da população possui menos de 5% das reservas. O
acesso à água atinge 90% da população brasileira. Dos
municípios brasileiros com rede de distribuição de água,
muitos convivem com racionamento. Em relação ao
saneamento básico, 75% da população brasileira tem
coleta de esgoto, o que exclui cerca de 43 milhões de
pessoas. Apenas 32% do esgoto produzido no país
recebe tratamento, segundo diagnóstico do Ministério das
Cidades (dez.2006). O lançamento de esgoto não tratado
em rios, córregos e mares são uma grande ameaça à
saúde pública. A demanda de consumo de água pelo
homem moderno vem aumentando. O uso da água
triplicou de 1950 para cá. A população mundial em 1820
era de 1 bilhão de habitantes, 2 bilhões em 1930, 3
bilhões em 1960, 4 bilhões em 1974, 5 bilhões em 1988, 6
bilhões em 2000 e 6,5 bilhões em 2006. Diante da
escassez, há mais riscos de disputas e conflitos entre
nações pelo controle das fontes mundiais de água. A
poluição ambiental é um dos principais fatores que
colaboram com a degradação dos recursos hídricos do
país. Os rios são poluídos por agrotóxicos, resíduos
industriais, resíduos de lixões e lançamento de esgoto
doméstico sem tratamento. Desmatamento das margens
dos rios faz com que o solo fique desprotegido e sem
árvores, a água das chuvas escoa rapidamente para os
rios, causando enchentes e arrastando detritos que
podem obstruir o leito dos rios. Favelas e loteamentos
clandestinos crescem às margens dos rios e represas,
poluindo os reservatórios e ameaçando a saúde de todos.
25
A irrigação para cultivos agrícolas atualmente responde
por mais de dois terços de toda a água retirada de lagos,
rios e reservatórios subterrâneos, segundo a FAO-ONU.
Ao desperdiçar comida, desperdiça também a água usada
para produzi-la. Nas lavouras são utilizados métodos de
irrigação pouco eficientes que desperdiçam muita água.
Os agrotóxicos utilizados na agricultura são compostos
químicos venenosos, cujos resíduos podem provocar
várias doenças. Alguns não se degradam contaminando
por muito tempo, a água, o subsolo e o ar.
A indústria é a segunda maior consumidora da água doce
disponível. Além do desperdício e da falta de técnicas
modernas de reuso de água, o lançamento de efluentes
industriais não tratados nos rios comprometem a vida dos
peixes e outras formas de vida. Precificação da água :
cobrar pela água em si e não só pela distribuição, como
se vinha fazendo, incentiva agricultores e industriais a não
desperdiçar. O alto consumo doméstico de água acaba
gerando muito esgoto, que quando não tratado, polui os
rios.
O Brasil possui a maior reserva de água doce do mundo e
é um grande desperdiçador de água potável. Parte da
água tratada que sai das redes distribuidoras não chega
ao consumidor final por motivo de vazamento ou redes
clandestinas. A água sai através de tubulações e canos
mal conservados que se rompem ou é desviada. “
Como se pode perceber, o Brasil apresenta avanços e desafios frente à
sua questão ambiental. Dentre os desafios, um em especial tem muito a ver
com o cotidiano de empresas e cidadãos: o desperdício. O excesso de
26
recursos e materiais desperdiçados compromete o meio ambiente e também
tem reflexos diretos na economia das empresas e na sociedade.
Conforme a Agenda 21 Brasileira (1998, p. 33), que destaca diversas
ações prioritárias para o desenvolvimento sustentável, os cidadãos vivem vinte
e quatro horas por dia na cultura do desperdício, decorrente tanto dos novos
hábitos quanto de velhas práticas de uma sociedade tradicional acostumada à
fartura dos recursos naturais e a hábitos ingênuos de generosidade e
esbanjamento.
Os grandes volumes de descarte de embalagens, a poluição por esses
objetos descartáveis e a geração de quantidades exageradas de lixo estão
entre as conseqüências perniciosas do modelo de consumo adotado no Brasil,
copiado de países mais desenvolvidos, mas também herdado da sociedade
colonial e escravista. A solução para combater o desperdício passa
necessariamente pela mudança nos padrões de consumo, estabelecendo uma
mudança de cultura e promovendo alternativas para a destinação correta de
resíduos. Além disso, é fundamental repensar o ciclo de vida dos produtos,
com a adoção de tecnologias renováveis e mais limpas de energia, menor
utilização de matérias-primas e criação de soluções alternativas em
embalagens. Uma população consciente, que tiver em mente o princípio dos
3Rs – Redução Reutilização e Reciclagem – e preze pelo consumo consciente
forçará as empresas a mudar seus métodos, processos e, até mesmo, a forma
como realizam a comunicação com os seus consumidores, estabelecendo
novos padrões orientados pelo eco-eficiência.
A sustentabilidade ambiental é um dos aspectos essenciais para a
atuação socialmente responsável das empresas, mas não é a única dimensão
a ser tratada. É imprescindível que as empresas estejam a par dos impactos de
suas atividades no meio ambiente, sabendo como minimizá-los, ou ainda
extingui-los de suas operações. Os diversos negócios das organizações devem
estar conscientes para as ferramentas inovadoras de gestão ambiental; para a
27
mudança dos estilos de vidas das pessoas; para as novas políticas de
consumo; para o uso de tecnologias limpas; e, sobretudo, para a preservação
de recursos naturais não-renováveis, que se tornam cada vez mais escassos
no planeta.
No Brasil, a representação de um panorama da realidade social só pode
ser determinada por uma conjunção de fatores, que implicam aspectos
econômicos, políticos e ambientais, todos já apresentados, de maneira
proposital, de modo que, neste momento a compreensão do cenário social
fosse facilitada. Mesmo com alguma melhora em determinados indicadores, de
um ano para outro, o relato social do país está permanentemente ligado à
ineficiência dos sistemas sociais básicos e das garantias fundamentais de
cidadania da população brasileira. Para Hobsbawn (1995 apud FERREIRA e
BARTHOLO 2005, p. 50), em conseqüência do aumento da desigualdade
social e econômica, houve o reaparecimento de miseráveis e sem tetos nas
economias de mercado desenvolvidas, e o Brasil, na condição de país em
desenvolvimento, candidatou-se a ser o campeão mundial da desigualdade,
um monumento da injustiça social. A desigualdade econômica e social não é
apenas injusta, mas também impede o próprio desenvolvimento do Brasil e da
América Latina.
O estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
denominado Síntese dos Indicadores Sociais 2004, apresenta a versão mais
recente – com dados referentes a 2003 - dos principais índices sociais do
Brasil, divididos nos segmentos a seguir:
q Moradia – os domicílios urbanos brasileiros eram, em sua maioria,
próprios (73,7%), do tipo casa (87,7%), cobertos de telha (74,2%), com
paredes de alvenaria (91%), servidos por luz elétrica (99,5%),
abastecidos por rede geral de água (89,6%), lixo coletado direta ou
28
indiretamente (96,5%), e apresentavam em média 3,5 moradores. Havia
televisão a cores em 90,3% deles, e geladeira em 91,7%;
q Educação – a educação continua registrando os maiores avanços, com
a média de anos de estudos crescendo um ano e meio ao longo da
década e subindo para 6,4 anos em 2003, embora quase um terço
(30,3%) da população acima dos 25 anos de idade tenha menos de
quatro anos de estudo. O grupo etário que apresentou maior avanço na
freqüência à escola foi o de 18 a 24 anos, um aumento de 47% em dez
anos, ainda que a defasagem escolar seja marcante em todas as
regiões. A diferença em anos de estudo entre os 20% mais ricos e os
20% mais pobres chega a 6,5 anos;
� Emprego – em 2003, havia 87,7 milhões de pessoas de dez anos ou mais de
idade no mercado de trabalho, e a taxa de desocupação foi de 9,7%. Os
jovens, as mulheres e os mais escolarizados eram os mais afetados pelo
desemprego. A redução no rendimento do trabalho prosseguiu (-7,5% em
relação a 2002), embora a queda da renda dos 40% com menores rendimentos
(3%) tenha sido inferior à dos 10% com maiores rendimentos (9%). Com isso,
houve ligeira redução da desigualdade entre os rendimentos médios desses
dois grupos: em 2002, eles distavam 18 vezes um do outro e, em 2003, 16,9
vezes. Havia 5,1 milhões de crianças e adolescentes (5 a 17 anos)
trabalhando, e 1,3 milhão delas tinham de cinco a 13 anos de idade,
contingente equivalente à população de Tocantins. Quase metade das
mulheres que trabalhavam, ganhavam até um salário mínimo. Cerca de 71%
das 2,6 milhões de mulheres que moravam sozinhas tinham mais de 50 anos
de idade. Já os idosos eram 16,7 milhões (9,6%). Quase não houve alteração
no número de casamentos, de 1993 a 2003 e, neste último ano, 10% dos
cônjuges tinham menos de 20 anos;
29
� Mortalidade Infantil – a mortalidade infantil continuou caindo e em 2003
registrou 27 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos, mas a taxa
de mortalidade de homens (183 mortes por 100 mil habitantes) por causas
externas era dez vezes superior à das mulheres (18 por 100 mil habitantes).
Em 1980, entre a população masculina, a taxa de mortes por causas naturais
(128 por 100 mil habitantes) superava a de óbitos por causas externas (121 por
100 mil habitantes). Em 2003, as mesmas taxas eram, respectivamente, de
183,8 e 74,9 (por 100 mil habitantes).
A análise pura e simples dos indicadores acima, certamente, credita
uma melhora em alguns indicadores sociais, mas quando os dados são
comparados ou observados em situações específicas, fica muito claro que o
Brasil consegue avançar vagarosamente em alguns pontos, mas deixa a
desejar, senão piora em muitos outros. Abaixo segue uma relação de
indicadores específicos, coletados pelo mesmo estudo do IBGE utilizado
acima, cujas informações apontam que:
� cai a mortalidade infantil, mas mortes violentas entre jovens continuam a
aumentar;
� continua elevada a proporção de mães adolescentes;
� cortes de jovens por causas externas continuam aumentando;
� migrações mantêm tendências históricas;
� analfabetismo diminui, mas permanecem as desigualdades educacionais por
regiões e faixa de renda;
� estudantes das famílias com maior rendimento têm maior escolaridade;
� oferta de ensino é diferenciada regionalmente;
� jovens, mulheres e os de maior escolaridade são os mais afetados pela
desocupação (desemprego);
� rendimento caiu em todas as categorias de ocupação;
� rendimento-hora caiu para ambos os sexos;
30
� trabalho infantil: 1,3 milhão de crianças de 5 a 13 anos de idade trabalhavam
em 2003;
� quase metade das mulheres ocupadas ganha até um salário mínimo;
� taxa de analfabetismo de pretos e pardos é o dobro da dos brancos;
� taxas de analfabetismo funcional eram de 18,4% para brancos e de cerca de
32% para pretos e pardos;
� brancos têm, em média, 7,3 anos de estudo; pretos, 5,6; e pardos, 5,4;
� entre pretos e pardos é maior a proporção de trabalhadores domésticos e
menor a de empregadores;
� entre os ocupados, brancos ganham mais e têm mais anos de estudo que
pretos e pardos. (IBGE: 2005)
Esses indicadores denunciam um quadro conjuntural de
insustentabilidade social mais profundo, que lança boa parte da população
brasileira – cerca de 60 milhões de pessoas – num estado de exclusão social
quase permanente, proveniente da junção de diversas dificuldades. Uma
exclusão que não é algo recente, apesar de ter sido agravada, nas últimas
décadas, a sua origem remonta ao início do processo de industrialização
nacional e à introdução do capitalismo selvagem no país, com a busca de lucro
a qualquer preço.
O salário mínimo, no Brasil, aparece apenas para auxiliar na delimitação
dos indicadores de excluídos e não-excluídos, porque o seu valor é
vergonhosamente irrisório se comparado às necessidades de um indivíduo
para sustentar sua família por todo o mês. Quanto às propostas e políticas
sociais do governo, com foco no combate à pobreza, muitas delas não
alcançam seus objetivos, pois não atendem às reais necessidades da
população carente. Exemplo disso é a educação, onde escolas e métodos
precários são destinados aos excluídos, sobrando para a classe privilegiada os
sistemas privados e de qualidade. A orientação das políticas de combate à
pobreza, com vistas à diminuição do abismo social da realidade brasileira só
pode ser feita com uma combinação de fatores que passam, necessariamente,
31
por uma revisão de conceitos e posturas em relação à política econômica,
reordenação da visão política, uma perspectiva ambiental a longo prazo.
Essa situação de desequilíbrio social intenso compromete também o
futuro das empresas que atuam no país, devido ao baixo poder aquisitivo de
um terço da população. Não há como desenvolver um negócio duradouro em
uma sociedade que não oferece um panorama favorável, ou ainda, que não
proporciona um mercado consumidor inclusivo. E aqui não se trata de estímulo
ao consumo, mas faz-se necessário lembrar que a exclusão social assola os
indivíduos e também os impede de satisfazer às suas necessidades básicas
como alimentação adequada, saúde e higiene. Segundo Ferreira, no mundo
atual, independente do contexto, não há mais espaço para afirmações do tipo:
A função política está a cargo das organizações de representação política, como partidos e sindicatos. A função associada ao bem estar é de responsabilidade do governo. Aos negócios cabe a função econômica, em que se pressupõe a maximização do lucro e a manutenção de uma economia dinâmica. Somente a independência dessas áreas permite a liberdade individual e a competitividade do mercado. (FERREIRA e BARTHOLO, 2005, p. 19)
Neste momento é mais urgente a união de esforços da iniciativa privada,
do Estado e das organizações do Terceiro Setor, na tentativa de criar soluções
integradas de desenvolvimento social. Contudo, é no setor empresarial que
está fundamentada a possibilidade de mobilização para a mudança, em razão
do poder econômico que as empresas concentram e da capacidade de
estimular seus parceiros e colaboradores a contribuir com a melhoria da
sociedade.
32
1.3. Os setores empresariais e o desenvolvimento econômico
Mais do que o compromisso com os seus objetivos e metas
empresariais, cada empreendimento empresarial, independente do seu setor
de atuação (Indústria, comércio ou serviços) tem uma responsabilidade com o
desenvolvimento econômico do país. A construção de uma nação deve estar
amparada em políticas sólidas que integrem a representatividade
governamental e os setores empresariais numa busca constante pelas
condições estratégicas favoráveis para garantir o crescimento sustentado e
alimentar a sua competitividade.
Antes de se falar na contribuição dos setores empresariais para o
desenvolvimento do Brasil é necessário retratar a realidade sobre cada setor,
isto é, concebendo um breve perfil nacional da indústria, dos serviços e uma
análise em especial do comércio, que tem a ver diretamente com o objeto de
estudo deste trabalho. Para a realização de um estudo comparativo entre os
setores serão utilizadas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), organizadas para cada segmento da economia. Panorama
Geral dos Setores Empresariais:
q Em 2003, o Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) era integrado por
5,2 milhões de empresas e outras organizações ativas com inscrição no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ, que representa o segmento
formal da economia. Deste total, 90,2% eram empresas, 0,3% órgãos da
administração pública e 9,5% entidades sem fins lucrativos;
q Essas unidades ocupavam 35,674 milhões de pessoas, das quais 28,473
milhões, 79,8%, como assalariadas e 7,201 milhões, 20,2%, na condição de
sócios ou proprietários do empreendimento. No ano de 2003, foram pagos
aos assalariados R$ 341 bilhões em salários e outras remunerações,
correspondendo a um salário médio mensal de R$ 920,69;
33
q Do total de 28,473 milhões de pessoas assalariadas, em 2003, 19,054
milhões, ou 66,9%, trabalhavam em empresas, que pagaram R$ 215,394
bilhões em salários e outras remunerações, ou seja, 63,2% do total de
salários pagos;
q Entre 1996 e 2003, o total de pessoas assalariadas em empresas
aumentou 28,3%, passando de 14,849 milhões para 19,054 milhões de
pessoas. Este crescimento significou um aumento de 0,5 ponto percentual
na participação relativa do pessoal assalariado em empresas, de 66,4%
para 66,9%. Neste período, entretanto, ocorreu uma queda de 1,9 ponto
percentual na participação dos salários pagos pelas empresas, de 65,1%
para 63,2%, em relação à participação relativa das demais unidades
econômicas, com redução dos salários médios pagos pelas empresas. Ver
tabela 1 no anexo 1 (IBGE: 2003)
q Tanto em 1996 como em 2003, considerando-se o número de empresas, a
principal atividade era o Comércio (48,4% e 52,2% do total), seguido das
Indústrias de transformação (16,8% e 14,9% do total) e das Atividades
imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas (9,1% e 8,8% do
total).
q Em termos de pessoal assalariado, a maior participação é da Indústria, nos
dois períodos analisados (32,6% e 29,9%). O Comércio (21,9% em 1996 e
25,8% em 2003) foi a atividade com maior ganho (3,9 pontos percentuais)
em termos de pessoal assalariado, influenciado, sobretudo, pelo Comércio
Varejista, que cresceu de 14,1% para 17,4%. Ver tabela 2 no anexo 3.
q Considerando-se o tamanho das empresas, o pessoal assalariado e a
massa salarial estavam concentrados nas empresas grandes (com 100 ou
mais pessoas ocupadas). Em 2003, elas eram responsáveis por metade do
34
emprego formal e quase 69% dos salários pagos pelas empresas.
Entretanto, entre 1996 e 2003, houve redução de 7,0 pontos percentuais na
participação do pessoal assalariado nas empresas grandes, passando de
56,9% para 49,9%, enquanto que naquelas com até 29 empregados houve
aumento de 6,4 pontos percentuais (de 27,7% para 34,1%). (IBGE: 2003)
Os dados acima demonstram a força do comércio como a principal
atividade empresarial, isto é, trata-se do setor que agrupa mais empresas
(52,2%) e que também vem avançando como o segundo setor que mais
emprega trabalhadores (25,8%), principalmente pelo aumento da participação
do comércio varejista (17,4%). A atividade comercial é um dos principais
motores da economia. Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES (2006), o desempenho dos diversos segmentos
do comércio varejista encontra-se entre os primeiros e mais importantes sinais
de aumento ou redução das atividades econômicas do país. Assim, os
indicadores desse desempenho são de grande importância como “termômetro”
utilizado como parâmetro para a tomada de decisões estratégicas pelas
entidades governamentais, industriais e pelo próprio comércio.
1.3.1. Serviços e comércio
Nos últimos anos, o setor de serviços tem ganhado uma atenção
especial no contexto econômico devido a suas possibilidades de geração de
renda e empregos. De acordo com a Pesquisa Anual de Serviços (PAS), no
Brasil havia em 2002, cerca de 945 mil empresas de serviços mercantis não-
financeiros, que ocupavam 6.856 mil pessoas, que receberam ao longo
daquele ano R$ 55,1 bilhões sob a forma de salários, retiradas e outras
remunerações. As atividades de serviços pesquisadas geraram uma receita
operacional líquida de R$ 290,5 bilhões, com destaque para os serviços de
informação, que participaram com 31,6% do total deste faturamento. Em
contrapartida, este segmento representou somente 6,3% do total de empregos
35
e 5,4% do número de empresas pesquisadas pela PAS, o que pode ser
explicado pelo fato de incluir as empresas de telecomunicações e de televisão,
que em sua grande maioria, são empresas de grande porte.
Os dados apresentados a seguir, coletados na PAC - Pesquisa Anual do
Comércio (2003) – que traz o estudo mais recente sobre o tema, lançado pelo
IBGE, em outubro de 2005 –, reforçam a importância do setor varejista para a
economia brasileira e buscam facilitar a compreensão da diversidade de
atividades que o englobam. A PAC 2003 investiga o comércio de veículos,
peças e motocicletas, o comércio por atacado e o comércio varejista. Ela
reforça o entendimento que o varejo caracteriza-se por um número elevado de
estabelecimentos de pequeno porte (micro e pequenas empresas) em sua
maioria, voltados ao consumidor final. O atacado atua na distribuição, tem
estrutura de comercialização especifica e, predominantemente, é composto por
empresas de maior porte com elevado volume de vendas. Suas operações
influem na formação de preços da economia. Já o comércio de veículos, peças
e motocicletas atuam no atacado, varejo e, ainda, em serviços. Entre os dados
mais relevantes estão:
q Em 2003, a Pesquisa Anual de Comércio do IBGE estimou a existência
de 1.365.136 empresas comerciais no Brasil, com 1.426.988
estabelecimentos, R$ 675,6 bilhões de receita operacional líquida, 6.271
mil pessoas ocupadas e pagando R$ 38,8 bilhões em remunerações.
q Entre 1996 e 2003, caiu o salário médio nos três segmentos do
comércio – Veículos, peças e motocicletas, Atacado e Varejo –
investigados pela Pesquisa Anual de Comércio, do IBGE. A média de
ocupados por empresa manteve-se estável nos três segmentos, mas
caiu drasticamente (de 22 para oito ocupados por empresa) em
Comércio de veículos automotores, reduzindo em quase dez pontos
36
percentuais (de 43,5% para 35,4%) a participação desta atividade no
número de ocupados do segmento, a despeito de ter aumentado em oito
pontos percentuais sua participação, em número de empresas, no
comércio do País. No varejo de Hiper e Supermercados subiu de 41
para 95 o número médio de ocupados por empresa. Este setor foi
beneficiado pelos investimentos estrangeiros, juntamente com o varejo
de Combustíveis e lubrificantes, onde o número de empresas aumentou
em 180%.
q Em 2003, o varejo ocupou 4.788.117 pessoas, ou 76,4% do total de
ocupados no comércio. O atacado vinha a seguir, com 937 268 pessoas
ocupadas, ou 14,9%. Já as empresas de veículos e peças tinham
apenas 8,7% de participação.
q Em 2003, o varejo manteve-se com elevado número de empresas de
pequeno porte, que ocupavam três pessoas, em média, e mais de 98%
das 1.160.968 empresas do setor ocupavam até 19 pessoas.
q O comércio de veículos, peças e motocicletas gerou R$ 76,7 bilhões de
receita operacional líquida (11,4% dos R$ 675,6 bilhões do Comércio),
com participação de 7,8% no total de estabelecimentos e 12,1% na
margem de comercialização.
q Com R$ 25,1 bilhões de salários, o varejo pagou 64,7% da massa
salarial do setor, enquanto o atacado atingiu 24,8% e veículos, peças e
motocicletas, 10,5%.
Qualquer análise, sem tanta profundidade, demonstra facilmente a orça
do comércio varejista na economia brasileira, conforme se pode perceber nos
dados apresentados no anexo 1 (ver gráfico 1).Qualquer análise, sem tanta
profundidade, demonstra facilmente a força do comércio varejista na economia
brasileira.
37
A evolução do varejo tem sido possível graças a uma conjunção de
favorecem essa atividade no mercado nacional, como a inovação tecnológica,
atuação em novos nichos (com formatos diferenciados) e o avanço das
grandes varejistas internacionais no país.
O ingresso das tecnologias de informação e comunicação e a introdução
da logística nas empresas varejistas contribuíram para aumentar a importância
deste tipo de comércio na economia brasileira. Essas mudanças econômicas e
o processo de reestruturação produtiva refletiram-se nos principais setores do
varejo, sendo o segmento Hipermercados e supermercados o mais atingido,
devido a sua enorme concentração neste ramo comercial. Esta classe vem
respondendo com a diminuição dos custos e aumento da taxa de margem de
comercialização, que passou de 20,4%, em 1996, para 23,5%, em 2003,
conforme mostrado no anexo 4 na tabela 3. (Adaptado da PAC – Pesquisa
Anual do Comércio 2003). Em relação à estrutura do número de postos de
trabalho, as lojas revendedoras varejistas de Equipamentos de informática e
material de escritório aumentaram sua participação entre 1996 e 2003. Este
segmento empregava em média cinco pessoas em 1996, uma a mais do que o
comércio varejista como um todo, diminuindo para quatro em 2003. Pagava
2,5 salários médios mínimos, em 1996, e 2,0, em 2003, valores acima da
média encontrada para o total do setor.
A comparação do perfil do comércio com os setores industriais e de
serviços não deixa dúvidas quanto à representatividade do setor, que conta
com o maior número de empresas e também é o segundo empregador, quando
são utilizados somente os índices oficiais, que consideram a massa de
empregos formais. No entanto, se forem contabilizados os empregos na
atividade informal, o comércio supera de longe a indústria como maior
empregador de mão-de-obra do Brasil.
38
Dentro do panorama geral do comércio nacional, o varejo é o grande
destaque tanto em número de empresas (na maioria micro e pequenas
empresas) quanto em pessoal ocupado, visto que aproximadamente 5 milhões
de pessoas trabalham no setor. Por conseqüência, o comércio varejista é o que
paga a maior massa salarial. Todos esses indicadores, por si só, dão conta da
importância que o varejo tem no desenvolvimento econômico e social do país.
Por um lado, o varejo constitui-se verdadeiramente como um dos principais
pilares da economia, ajudando a movimentá-la e a gerar riqueza com o
aproveitamento do mercado interno. Por outro, o varejo dá uma contribuição
efetiva para a geração de empregos e renda para uma boa parte da população,
normalmente, privilegiando trabalhadores que moram no entorno, onde as
empresas varejistas estão instaladas, o que também contribui para sua
identificação com a comunidade, com a condição especial de ser a ponte entre
o setor produtivo – a indústria – e os consumidores. Desse modo, o varejo vem
cumprindo um papel fundamental na realidade socioeconômica brasileira,
como um setor empresarial estratégico, indo ao encontro de afirmações como
a de ANDRADE, quando diz que:
Em todos os setores da atividade humana, o acatamento consciente das responsabilidades sociais e conseqüentemente a determinação do interesse público poderão assinalar – idealmente – a vitória da comunidade dos públicos, em plena sociedade de massas em que vivemos. (ANDRADE, 1989, p.9)
Nos próximos capítulos, este estudo aprofundará no investimento nos
treinamentos no setor de varejo e tentará mostrar que, além de todos os
indicadores positivos apresentados anteriormente, o setor também vem dando
uma contribuição fundamental para o desenvolvimento em liderança, atuando
como um agente de transformação motivação no atendimento.
39
CAPÍTULO II:
O SETOR VAREJISTA
A raiz da palavra varejo, que é utilizada no Brasil, vem do português
antigo, dos tempos onde a “vara” era a medida para se fracionar peças de
tecidos, cordas, linhas, madeiras, etc. Ainda hoje, em algumas lojas de tecidos
usa-se uma régua de madeira com um metro de comprimento para fracionar os
produtos. Assim como o termo utilizado hoje para varejo em Portugal é retalho,
que também denota claramente o fracionamento de produtos para venda em
pequenas porções ou quantidades (Zogbi 2007).
2.1. O que é varejo?
O comércio, ou ainda o varejo, é uma das atividades mais pioneiras que
a sociedade conhece. O ser humano há muito tempo, está acostumado a
negociar mercadorias, desde as formas primitivas de escambo, passando pela
evolução mercantilista que envolvia as primeiras trocas monetárias, até chegar
às formas de comercialização modernas, com a utilização de dinheiro, talões
de cheques, cartões de créditos, transações eletrônicas, entre outros. Segundo
(RICHERT 1954 apud TERRA 2005, p. 4), os primeiros registros da atividade
do varejo no mundo datam da Antigüidade, na época em que Atenas,
Alexandria e Roma foram grandes áreas comerciais e os gregos antigos eram
conhecidos como grandes comerciantes.
Já o varejo brasileiro, de acordo com TERRA (2005), tem suas raízes
nas primeiras comercializações feitas ainda no Brasil - Colônia, onde a relação
de dependência com Portugal era muito grande e existiam as chamadas
Companhias de Comércio, que foram criadas para atingir certa economia de
40
escala. No entanto, somente no Segundo Império, com o aparecimento das
estradas de ferro e as estradas definitivas, surgiram os primeiros
estabelecimentos comerciais, que evoluíram ao longo do tempo, formando as
empresas de comércio varejista como são conhecidas hoje. Mas afinal, do que
se trata o varejo, ou o comércio varejista do qual tanto se fala? Em meados da
década de 1950, RICHERT (citado por TERRA, 2005) dizia que varejo consiste
no processo de compra de produtos em quantidade relativamente grande dos
produtores atacadistas (distribuidores) e outros fornecedores para venda em
quantidades menores ao consumidor final.
Buscando uma linha mais abrangente, KOTLER (1998) afirma que o
varejo engloba todas as atividades envolvidas na venda de bens ou serviços
diretamente aos consumidores finais para uso pessoal. Ainda complementa,
dizendo que qualquer organização que utiliza esse sistema de venda, seja ela
fabricante, atacadista ou varejista, está praticando varejo. Na visão de
(JURACY PARENTE 2000, p. 22), um dos maiores especialistas em varejo do
Brasil, professor de marketing e coordenador do GVCEV - Centro de
Excelência em Varejo da Escola de Administração de Empresas de São Paulo
da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), varejo consiste em todas as
atividades que englobam o processo de venda de produtos e serviços para
atender a uma necessidade pessoal do consumidor final. O varejista é qualquer
instituição cuja atividade principal consiste no varejo. Reforçando essa idéia, o
autor acrescenta que o varejo está localizado estrategicamente entre os
fornecedores e os consumidores, o que lhe confere um papel de fundamental
importância como intermediador na cadeia de suprimentos, sendo responsável
por:
q Todas as atividades que englobam o processo de venda de produtos e
serviços para atender a uma necessidade pessoal do consumidor final.
41
q Facilitar o acesso dos consumidores aos produtos e serviços que
desejam adquirir, fornecendo condições de armazenagem e entrega dos
produtos.
q Dividir os lotes, permitindo que os fabricantes vendam grandes
quantidades e que os consumidores tenham acesso aos produtos em
lotes menores, o que atende melhor às necessidades de ambas as
partes.
q Garantir o fornecimento de uma variedade de serviços e produtos,
inclusive de marcas concorrentes, para facilitar a comparação e a
escolha por parte dos consumidores.
q Esclarecer as dúvidas dos consumidores com relação a um determinado
produto ou serviço. (CENTRO DE EXCELÊNCIA EM VAREJO –
GVCEV: 2005)
O varejo é o tipo de empresa ou negócio que tem como uma das
principais características estar relacionado diretamente ao cotidiano das
pessoas, das comunidades, das regiões, enfim, da sociedade brasileira. Em
todas as localidades do país existe algum estabelecimento de comércio que
vende bens e serviços ao consumidor final e que, normalmente, tem uma
ligação íntima com uma região e com a própria cultura local.
2.1.2. O investimento nos treinamentos no setor de varejo
O treinamento nas empresas tem sido desenvolvido segundo enfoques
diferentes ao longo do tempo, assumiu a forma de adestramento de recursos
humanos, objetivando preparar o individuo para atingir o mais elevado nível de
produtividade possível. Com o advento da Escola das Relações Humanas, o
42
treinamento nas empresas passou a abranger aspectos psicossociais do
indivíduo. Assim, programas de treinamento, além de capacitarem os
trabalhadores para o desempenho das tarefas, passaram a incluir também
objetivos voltados para o relacionamento interpessoal e sua integração
organização.
Segundo BOOG (1999), nos anos setenta, por força da competitividade
e da evolução tecnológica, a eficiência dos negócios passou a depender da
continua atualização e aprendizagem. Nessa condição, a formação profissional
deu novo salto qualitativo ao se tornar uma alternativa para a autoridade
gerencial na cadeia de eventos da eficiência. Por isso que programas de
formação e atualização tornaram-se metas essenciais do sucesso nos
negócios. A visão predominante na atualidade nos treinamento é um meio para
suprir as carências dos indivíduos em termos de conhecimentos, habilidades e
atitudes, para que estes desempenhem as tarefas necessárias para alcançar
os objetivos da organização.
Milkovich e Boudreau (2000), afirmam que, sendo treinamento um
processo sistemático para promover a aquisições de habilidades, regras,
conceitos ou atitudes é esperado que o resultado seja visto através da melhoria
da adequação entre as características dos empregados e as exigências dos
papéis funcionais. Segundo CHIAVENATO:
Treinamento é processo educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos , atitudes e habilidades em função de objetivos definidos. Treinamento envolve a transmissão de conhecimentos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente, e desenvolvimento de habilidades. (CHIAVENATO, 2000, p.497)
43
Até década passada, o treinamento era visto pelos administradores
como um centro de custos. Porque com o advento da qualidade total e a busca
incessante da excelência, os gastos com treinamento passaram a figurar como
investimento. Investir nas pessoas que realizam o trabalho significa investir na
qualidade dos produtos e serviços e, conseqüentemente, atender melhor os
clientes e ampliar as vendas. È um esforço dirigido, com o objetivo de se atingir
os objetivos da empresa. Nesse sentido, treinamento não traz despesa, mas
um investimento cujo retorno é altamente compensador para a organização.
Para exemplificar, MILKOVICH E BOUDREAU (2000), citam várias
evidências de treinamento como gerador de lucros, apresentando alguns
negócios relativos a países e empresas:
q Na França os gastos com treinamento em 1990 foram, em média, 3% do
total da folha de pagamentos.
q O Japão gasta em torno de 6% da folha de pagamento em treinamento.
q A Motorola calcula que cada dólar investido em treinamento traz um
retorno de 30 dólares em ganho de produtividade dentro de três anos.
q A Federal Express dedica 3% de suas despesas, ou seja, 225 milhões
de dólares, ao treinamento.
Apesar dos exemplos acima, que são de países desenvolvidos e
grandes corporações, no Brasil, a realidade ainda é diferente. Alguns
empresários ainda resistem o treinamento e parecem temer investir em
capacitação com receio de perder seus funcionários para a concorrência. São
poucos os empresários que encaram o treinamento como uma forma de
reduzir custos e aumentar a produtividade. A maioria prefere ainda considerar
o treinamento como uma despesa e não um investimento que pode trazer
valiosos retornos.
44
O investimento em treinamento torna-se ainda mais necessário no
nosso país porque são observadas deficiências na educação regular, o que faz
com que os alunos saiam das escolas e faculdades com um nível de
conhecimento muito aquém do desejado.
O desenvolvimento das pessoas numa organização está diretamente
vinculado ao interesse estratégico do seu negócio. Esse processo exige um
planejamento adequado aos objetivos da organização e no sentido de
operacionalização. São objetivos do treinamento: a formação de pessoal, a
capacitação, a atualização, novas tecnologias, a readaptação, a formação dos
supervisores, o clima organizacional e, para que seja eficaz, deve considerar o
planejamento estratégico da empresa.
Uma boa programação de treinamento deve responder ás seguintes
indagações: Por que treinar? Em que treinar? Quem treinar? Como treinar?
Quando treinar?
As etapas de elaboração de um programa de treinamento são os
diagnósticos das necessidades de treinamento; programação de treinamento
para atender as necessidades diagnosticadas; implementação e execução e
finalmente, avaliação dos resultados.
Para que a mudanças realmente aconteça, para que o treinamento
tenha resultado, não se deve esquecer da vontade do próprio ser humano de
aprender, se reciclar e de mudar. Diante disso, Bricchi (1998), em interessante
artigo, coloca-nos algumas reflexões no que concerne ao fato de que nem
sempre os treinamentos trazem os resultados esperados pelas empresas. O
autor sugere algumas questões muito significativas para investigação:
1. A percepção do funcionário com relação ao que precisa melhorar em
seu desempenho coincide com o que a empresa está oferecendo?
2. O funcionário está motivado para aprender?
45
3.Quais os medos e ansiedades que se escondem atrás do treinamento?
4. Qual o grau de abertura de cada participante?
5. O coordenador do programa e o instrutor conseguem enxergar cada
treinando, como um ser humano ?
6. Além da estratégia, existe a preocupação com a adequação do conteúdo
são as necessidades individuais?
Todos esses tópicos fazem-nos concluir que por trás de todos os
processos e treinamentos está o ser humano, e que todos os fatores que
podem interferir no processo devem ser considerados, seja de forma favorável
ou desfavorável no que se refere ao aprendizado. É importante lembrar que
uma organização não composta por pessoas; que sentem, pensam nem
sempre estão alinhadas com as da organização. Transmitir para todos a
missão a visão e os objetivos organizacionais é exceção para que se possa
estimular nos colaboradores o interesse sobre o real valor de seu trabalho para
toda a empresa. Além disso, é importante mostrar a imperiosa importância em
aprender e desenvolver novas habilidades dado que tal aprendizado é um
ponto central para a sobrevivência das pessoas na empresa e desta no
mercado . A motivação é mais importante que o treinando precisa ter a vontade
de mudar seus comportamentos e resultados no trabalho.
O conceito que predomina atualmente é que o treinamento e
desenvolvimento deve ser um processo contínuo e não um simples evento que
ocorre apenas uma vez. Para que isso possa acontecer, algumas empresas
estão partindo para Universidades Corporativas, transformando seus
tradicionais Departamentos de Recursos Humanos em grandes centros de
capacitação, caracterizando-se como organizações educadoras e a fim de
trabalhar as competências profissionais e criar uma cultura de aperfeiçoamento
contínuo como será estudado em seguida com mais detalhes.
46
2.1.3. O treinamento como um processo contínuo nas empresas de varejo
Não há possibilidade de desenvolver economicamente e,
conseqüentemente, elevar o nível social, sem aumentar as habilidades, sejam
elas intelectuais ou técnicas. Logo, aumentar a capacitação e as habilidades
das pessoas é função primordial do treinamento.
Treinar é "o ato intencional de fornecer os meios para proporcionar a
aprendizagem" (CHIAVENATO, 1994, p. 126), é educar, ensinar, é mudar o
comportamento, é fazer com que as pessoas adquiram novos conhecimentos,
novas habilidades, é ensiná-las a mudar de atitudes. Treinar no sentido mais
profundo é ensinar a pensar, a criar e a aprender a aprender.
O treinamento deve incentivar ao funcionário a se autodesenvolver, a
buscar o seu próprio meio de reciclagem. O profissional de treinamento por sua
vez, deverá conscientizar os funcionários da importância do
autodesenvolvimento e da busca constante do aprendizado contínuo. A missão
do treinamento pode ser descrita como uma atividade que visa: ambientar os
novos funcionários; fornecer aos mesmos novos conhecimentos; desenvolver
comportamentos necessários para o bom andamento do trabalho. Ao treinar
um empregado, este pode se sentir prestigiado perante sua empresa, pois
desta forma ela demonstra sua preocupação em capacitar bem seus
profissionais, dando-lhe a oportunidade de crescimento pessoal e profissional.
Como já foi ressaltado, o treinamento é uma responsabilidade gerencial, onde
a área de treinamento servirá para dar apoio ao gerente, fornecendo, recursos,
programas, material didático e assessorar o gerente na elaboração dos
programas de treinamento. O gerente deve se preocupar com a capacitação de
sua equipe cuidando para que ela receba treinamento adequado
continuamente. O treinamento potencializa o conhecimento, acelera seu fluxo
na organização, contribuindo para uma maior rapidez no processo de mudança
e inovação de cada colaborador.
47
CAPÍTULO III:
O TREINAMENTO EM LIDERANÇA
Liderança é caráter em ação (WARREN NENNIS)
De nada adianta um ótimo plano estratégico, investimentos estruturais,
ações de marketing e boas decisões de serviços se não houver uma gerência
líder e pessoas comprometidas no atendimento. È interessante a cada dia alta
gestão está mais profissionalizada, as decisões são mais pesadas e apoiadas
por diretores cada vez mais capacitados. Conseguir ativar e coordenar todas
as ações e também responder às reações concorrenciais e às intempéries não
previstas pela direção. O plano, como um documento aceita tudo. È na hora da
aplicação que a empresa precisa de bons gerentes com capacidade de fazer
acontecer, tendo a necessidade da liderança, pois para obter resultados é
necessário o envolvimento das pessoas da organização, principalmente
daquelas que vivem o dia-a-dia com o cliente, que efetivamente tornam o plano
uma realidade. É o nível da gerência que o plano é realizado e isso não só
exige boas técnicas de todas, mas também um bom trabalho com as pessoas.
A liderança tem a ver com a capacidade de praticar utilizando-se as
cinco competências do bom gerente: planejar, controlar, treinar, integrar e
motivar. As duas primeiras são diretamente relacionadas a operação: é o
planejamento e o controle em linha com as orientações da direção e com as
condições de mercado. Treinamento envolve a preparação e capacitação das
pessoas para o exercício das funções, integração e motivação para tornar o
grupo, um time.
48
No varejo a liderança é muito importante. É ela que promove conforme a
qualidade de trabalho com as pessoas no atendimento. Além das cinco
competências de gestão há um fator extra que eleva a qualidade que nem todo
gerente possui: liderança. Que não devem ser confundidas com as práticas
das duas últimas competências listadas acima. Pode-se gerencialmente
integrar e motivar, mas isso só não torna o gerente um líder.
Liderança tem a ver com a liderança nas pessoas para a gestão. Para se
conseguir alta performance é preciso atuar nos dois caminhos e nem todo
gerente tem as duas capacidades no mesmo nível. È por isso que os
resultados variam. É preciso desenvolver líderes em qualquer organização. A
liderança não é uma competência que assimilamos com treinamentos técnicos.
A liderança é pessoa com pessoa, é a capacidade de influenciar positivamente
pela via do exemplo e sua maior exteriorização vem da autoridade que as
pessoas entregam ao líder. Que é o respeito pela “pessoa” do líder, pelo que
ele é, seu caráter e sua disposição em fazer e lutar pelas coisas certas –
pessoas admiram líderes pelo seu caráter e lhe entregam respeito e
autoridade. Sendo a liderança no setor varejista que faz a diferença na
performance dos clientes e tendo ótimos resultados, como iremos avaliar
melhor um pouco mais à frente.
3.1. Gestão de Equipes
No contexto organizacional atual são crescentes os estudos e
experiências sobre modelos de gestão que incorporem, com cada vez maior
eficácia, atributos ligados ao capital intelectual, notadamente relacionado à
gestão de competências organizacionais e à liderança.
No cenário brasileiro pós anos 90, com a inserção do país no processo
de globalização produtiva, passou-se a priorizar as políticas de gestão de
pessoal, integrando-as às estratégias negociais.
49
Passou a haver a necessidade de incorporar duas novas questões com
mais ênfase:
1. Âmbito de atuação da organização.
2. Visão estratégica. Essa visão não só tem que se fazer presente para todos,
como impulsionar a definição das competências essenciais da organização
e ser eventualmente por elas redirecionada.
Zarifian (2001) propõem um entendimento de competência baseado na
integração e complementaridade de três abordagens para a definição do
termo:
1. A competência é o “tomar iniciativa” e “o assumir responsabilidade” do
indivíduo diante de situações profissionais com as quais se depara. Esta
formulação enfatiza o que muda fundamentalmente na organização do
trabalho: o recuo da prescrição, a abertura de espaço para a autonomia
e a automobilização do indivíduo.
2. A competência é um entendimento prático de situações que se apóia em
conhecimentos adquiridos e os transforma na medida em que aumenta
a diversidade das situações. Esta abordagem enfatiza a dinâmica de
aprendizagem, essencial no processo de competência.
3. A competência é a faculdade de mobilizar redes de atores em torno das
mesmas situações, é a faculdade de fazer com que esses atores
compartilhem as implicações de suas ações, é faze-los assumir áreas
de co-responsabilidade.
50
Segundo BENNIS (1997) as competências relacionadas à liderança
permanecem constantes. O entendimento do que são, como operam e as
formas pelas quais as pessoas aprendem a aplicá-las é que mudam.
O próprio entendimento do que é liderança não comporta um consenso
geral. Segundo o autor, ao longo de décadas de estudos acadêmicos sobre o
tema, chegamos à cerca de 850 definições de liderança. Em que pese as
milhares de investigações empíricas sobre líderes que foram feitas nos últimos
75 anos, não há um claro e inequívoco entendimento do que distingue líderes
eficazes dos ineficazes. O autor coloca ainda que as definições refletem
“novidades” , “modas”, “contextos políticos” e “tendências acadêmicas”.
No entanto, parece haver a possibilidade de uma análise integrativa em
relação às definições existentes de liderança. (YUKL 1998) estabelece que a
maioria das definições de liderança assumem que ela envolve um processo
social de influência, onde influência intencional é exercida por uma pessoa
sobre outras, numa tentativa de estruturar atividades e relações num grupo ou
organização. O autor coloca ainda que não se trata de encontrar uma definição
correta, mas sim, de encontrar a real e efetiva utilidade da mesma para o
entendimento do fenômeno, num dado contexto.
Diante deste quadro, torna-se relevante a análise dos contextos
intervenientes no exercício da liderança nas organizações. Segundo BENNIS
(1997), podemos distinguir três contextos que influenciam a liderança:
comprometimento; complexidade e credibilidade.
O comprometimento pode envolver aspectos econômicos, sociais e
políticos em sua influência. O autor pontua que o medo da perda do emprego –
fenômeno que pode ser observado em praticamente todo o mundo atualmente
– pode induzir o homem a trabalhar mais, sem que isto signifique um aumento
na lealdade ao empregador. Ao contrário, parece estar havendo uma queda no
nível de lealdade aos empregadores e no nível de comprometimento com o
51
trabalho (BENNIS, 1997). Os atuais líderes podem estar falhando em elucidar
e atrair colaboradores em torno da visão da organização e em compartilhar
valores e crenças com seus seguidores.
O contexto da complexidade é marcado por uma era de mudanças
rápidas e espasmódicas que estamos vivenciando. Há muitas ironias,
paradoxos, confusões, contradições, polaridades, dicotomias e ambivalências
para as organizações entenderem e lidarem. Estamos num contexto em que as
fontes de informação tradicionais e métodos de gestão têm ficado obsoletos e
menos efetivos diante dos novos desafios que se impõem. A informação e o
pensamento lineares e o uso de estratégias incrementais não atendem às
necessidades decorrentes da turbulência no mundo dos negócios (BENNIS,
1997).
A importância da credibilidade como integrante do cenário da liderança
aumenta na medida em que, atualmente, todos estão questionando e
desafiando autoridades instaladas, tanto no sentido positivo quanto do
negativo.
Além da análise do contexto, ou abordagem situacional, conforme YUKL
(1998) as pesquisas sobre liderança abrangem também três outros aspectos,
igualmente intervenientes no entendimento de seu funcionamento: a questão
das relações de poder na organização, os traços e os comportamentos do
líder.
Atualmente está havendo uma preocupação maior em se estudar uma
possível integração entre estas abordagens, baseada num entendimento que
esta integração ajudaria a compreender mais adequadamente o processo de
liderança e suas reais e efetivas influências sobre os resultados
organizacionais.
52
Segundo o autor, quando as diferentes abordagens são vistas como
parte de uma rede mais larga de variáveis interativas, elas parecem estar inter-
relacionadas de uma forma mais consistente e que faz sentido. O modelo de
integração proposto pelo autor atesta que o comportamento do líder é
influenciado por uma variedade de fatores, incluindo seus traços, seu poder
dentro da organização, demandas e restrições situacionais, feedback sobre
critérios de sucesso previamente existentes e feedback sobre resultados de
tentativas anteriores para mudar as chamadas variáveis intervenientes nos
processos de tomada de decisão presentes no dia-a-dia do gestor.
Os líderes eficazes mostram uma orientação equilibrada para tarefa e
relações nos seus comportamentos diários e, para se fazer progressos no
entendimento de como líderes influenciam a satisfação e performance dos
subordinados, será necessário examinar aspectos mais específicos do
comportamento do líder, que podem estar mais relacionados a variáveis
situacionais (YUKL, op. cit.).
Assim, buscando-se um entendimento melhor para o funcionamento
desta integração de abordagens no estudo da liderança, inúmeros estudos têm
sido feitos objetivando-se identificar padrões típicos de atividades dos gestores
de equipes e possíveis categorias ou competências essenciais que estariam
relacionadas a um desempenho otimizado para a organização.
3.2. Motivação
A motivação é uma ferramenta que se reveste de grande importância no
processo administrativo. Segundo CHIAVENATO:
Para compreender o comportamento humano é fundamental o conhecimento da motivação humana. Motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma, isto é, tudo aquilo que dá origem a alguma propensão a um comportamento específico. (CHIAVENATO, 1982, p. 414)
53
Para BERELSON E STEINER (1964 apud CHIAVENATO, 1982, p.
417), motivação é “um estado profundo que energiza, ativa, ou move... dirige
ou canaliza o comportamento em direção a objetivos.”
Montana (1999, p. 203) diz que motivação é o “processo de estimular
um indivíduo para que tome ações que irão preencher uma necessidade ou
realizar uma meta desejada.”
Diante destas afirmativas observa-se que a motivação é o motivo para a
ação e a partir daí o ser humano busca satisfazer suas necessidades.
Faria defende que:
O homem é um animal permanentemente insatisfeito, lutando sempre para conseguir algo mais que julga imprescindível a sua satisfação. O impulso que leva o homem a lutar por algo é determinado por alguma necessidade real ou aparente, orientada basicamente por suas expectativas ou pelos seus desejos. (FARIA, 1982, p.101)
Uma necessidade satisfeita não é motivação para permanecer no
mesmo nível, o homem tem necessidade de perspectivas, de novos desafios.
As necessidades humanas são complexas e podem ser consideradas infinitas,
pois sempre estará faltando alguma coisa. As pessoas procuram motivos para
viver e dependem de um impulso, um estímulo-força orientado em determinado
sentido, que seja capaz de satisfazer o desejo.
No processo produtivo, a motivação é uma ferramenta da mais relevante
importância porque ela afeta sobremaneira o desempenho funcional e este é a
mola propulsora da produção.
54
Silva (1982) diz que é ponto pacífico que o empregado não deve ser
confundido com os equipamentos de produção de uma empresa. Ele é um ser
humano e deve ser tratado como tal. Sua vida não se resume no que faz na
empresa. Ele tem outros interesses que não devem ser ignorados pelos
administradores. Cuidar desses interesses é, sem dúvida, criar motivações
para o trabalhador desempenhar a contento suas obrigações.
Concluindo esta observação, verifica-se que só se pode motivar alguém
a partir do momento que se conhece a pessoa a motivar e inseri-la no contexto
do meio ambiente que cerca a organização como um todo, entre superiores e
subordinados. Pessoas são seres complexos, têm desejos, impulsos, instintos,
necessidades, vontade e intenção. Este conjunto de fatores está sempre
dirigido para um alvo que varia de pessoa para pessoa mas, de forma
intrínseca, o homem busca felicidade, que é obtida através da saúde, conforto,
bem-estar, realização profissional, reconhecimento pelo trabalho, progresso,
dentre outros.
O homem tem necessidade de realização, de aprovação social, de
poder, de conhecimento, de habilidades, enfim de obter êxito, independente de
sua classe social. Os administradores precisam conhecer estes fatores
inerentes do ser humano. O meio ambiente organizacional é constituído por
diversos níveis hierárquicos e somente poderemos compreender as pessoas ali
inseridas focando o contexto, as razões do comportamento humano e como
motivá-las para serem mais produtivas e satisfeitas.
3.3. Atendimento
Sabemos que as empresas envolvidas no ramo da competitividade
empresarial principalmente do setor varejista trabalham formas de superar a
concorrência, apostam na qualidade do atendimento. Possuem uma
preocupação constante sobre o modo como a empresa é vista pelo público.
55
Assim, empresários investem em treinamentos e mais treinamentos com o
objetivo de, cada vez mais, afiarem o seu batalhão de linha de frente,
mantendo-os motivados e os tornando capazes de contemplarem os clientes
com cortesia e excelência no atendimento. E não são poucos os treinamentos;
qualidade total no atendimento, como servir melhor, atendimento ao cliente
irritado e outros.
Na maioria das vezes os olhares ficam voltados exclusivamente para o
atendimento, e isso faz com que os investidores permaneçam com a visão
ofuscada focando apenas nos sintomas: desânimo, queda no ritmo e no nível
de qualidade em que os atendimentos acontecem.
É de extrema importância a conscientização por parte do publico sobre a
necessidade de uma atenção especial no tratamento para os colaboradores,
sobretudo por parte do Recursos Humanos. A importância do RH instaurar
programas que visem enfatizar uma comunicação interna aprimorada,
estabelecendo uma cultura de diálogo bastante clara, transparente e
harmônica.
Cada indivíduo deve procurar realizar o exercício de se colocar no lugar
daquele que vem em busca de auxílio e atender ao outro da forma que acredita
merecer um atendimento adequado. A postura no momento do contato direto é
um elemento importante na interpretação da mensagem presente no diálogo. A
expressão corporal, a gesticulação, a respiração, o tom de voz e o olhar
também comunicam, por tanto merecem a nossa atenção.
Não é á toa que nos serviços de telefonia das centrais de atendimentos,
os operadores de telemarketing dispõem de espelhos sobre os pontos de
atendimentos. Nesses casos, a visualização da imagem serve como um
instrumento de monitoramento das expressões faciais durante a fala que
auxiliam na manutenção da qualidade no atendimento.
56
Partindo para o campo automotivo, para tornar o atendimento mais
eficiente, bem estruturado e com mais qualidade, a Renault do Brasil investiu
mais de dois milhões de reais na ampliação do Centro de Treinamento á Rede,
localizada em Jundiaí (SP).
O local, destinado á capacitação e atualização dos colaboradores dos
concessionários, ganhou novas salas de aulas e oficinas para outras práticas,
além de materiais de apoio e equipamentos. Segundo Osvaldo Zalewska,
gerente de treinamento á Rede Renault do Brasil, a aplicação tem o objetivo de
adequar a estrutura física do centro á crescente demanda de treinamento das
equipes, impulsionada pelo lançamento de novos modelos da marca e pelo
incremento das operações da Renault no país.
A ampliação do centro foi necessária, para assegurar a capacitação da
rede e os resultados esperados. Este ano a empresa irá ministrar 132 mil horas
de treinamento aos 3,4 mil profissionais da rede. Com a ampliação, em cerca
de 40% do antigo espaço, o centro de treinamento á rede passa a contar com
12 salas de aulas e 14 postos de oficina.
Os consumidores de hoje, não estão apenas preocupados com o ato de
comprar, escolhendo por produtos de melhor qualidade, preço, serviço,
distribuição, entre outros fatores. Eles agora estão deixando sua passividade,
praticando e exigindo das empresas uma postura mais responsável em todas
as suas ações e projetos. Novos valores estão sendo considerados e, agora,
percebe-se que as empresas que não souberem atendê-los não resistirão às
pressões, constantes mudanças no mundo da competitividade.
57
CONCLUSÃO
Para realizar um estudo sobre o treinamento e desenvolvimento no setor
varejista brasileiro, este trabalho procurou, primeiramente, levantar uma
extensa pesquisa bibliográfica para construir de maneira adequada os cenários
pertinentes à introdução do tema abordado, estabelecendo sua relações com o
varejo. A elaboração dos panoramas econômicos, político, ambiental e social
proporcionou um caminho para a introdução das práticas de responsabilidade
social no varejo brasileiro, com o destaque dos pontos principais que seriam
considerados no restante do trabalho.
É imprescindível considerar que o varejo cumpre verdadeiramente um
papel de extrema relevância no desenvolvimento econômico e do Brasil, sendo
o setor que congrega mais empresas, dos mais variados portes e ramos de
atuação. O setor varejista é o ponto sensível da economia brasileira, o
termômetro dos outros setores, que dependem dele para fazer a economia
girar e para comercializar os bens e serviços aos consumidores, em todos os
cantos do país.
O varejo tem pontos críticos que devem ser revistos e considerados
para que o setor evolua de maneira consciente e consistente no caminho da
sobrevivência responsável, tais como: adequação à legislação trabalhista e
fiscal, erradicação do trabalho infantil na cadeia produtiva, uso excessivo de
embalagens e o grande volume de lixo proveniente do descarte pós-consumo,
etc. Por outro, o varejo representa um dos setores mais engajados na luta por
uma sociedade mais justa e igualitária e pela melhoria nas condições de vida
da população.
58
As empresas e entidades varejistas têm demonstrado uma vocação
muito especial para a transformação da realidade que se apresenta em seu
entorno. Sobre isso, não restam dúvidas, pois este trabalho elencou as
características do varejo que contribuem decisivamente para isso: a) a
proximidade e articulação social nas regiões onde atua; b) o papel modificador
na cadeia de valor; c) a representatividade e capilaridade geográfica; d) a
capacidade de mobilização dos setores varejistas.
Enquanto, na indústria e no setor de serviços, pode estar em estágios
mais avançados na incorporação de valores e na busca pelo alinhamento das
metas empresariais com o desenvolvimento sustentável. No varejo, mesmo
que as empresas ainda estejam nos estágios iniciais da gestão socialmente
responsável, elas ainda devem ou podem estar a um passo à frente. Isso é
factível, uma vez que no varejo tudo se processa imediatamente, na prática. As
empresas varejistas vivem, diariamente, o dilema que existe entre parar e
pensar o que fazer, ou então, partir de vez para ação. Na maioria dos casos,
vence a segunda opção.
A prática é, juntamente com as demais características apresentadas, o
principal artifício do varejo para sobreviver em um mercado altamente
competitivo e repleto de novas possibilidades. O senso e responsabilidade
empresarial do setor varejista estão baseados na ética da prática. Ou seja, o
varejo está orientado, sobretudo, para ação, mobilização e realização.
Os treinamentos no atendimento no varejo podem não ser excelente ou
ter todos os ingredientes que deveria. Mas, seus objetivos são claros e
rapidamente alcançados. Um exemplo disso é que no varejo, as micro e
pequenas empresas têm uma participação fundamental para o
desenvolvimento das práticas e resultados. Suas iniciativas representam um
esforço empreendedor, assim como a alma dos seus negócios.
59
A força e a capilaridade dessas organizações e o seu interesse em
modificar as próprias organizações em seus resultados, estabelecem uma
harmonia de objetivos, que se consolidam em atitudes e posicionamentos, na
prática.
60
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WHITELEY, Richard C. Libere os Defensores de seus Clientes. In:_____. A
empresa totalmente voltada para o cliente. 20 ed. Rio de Janeiro: campus,
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WHITELEY, Richard C. Sature a sua companhia com a voz do cliente:______.
A empresa totalmente voltada para o cliente. 20 ed. Rio de Janeiro: campus,
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WOLFF, Robert Poul. O Ideal da Universidade. Tradução de Sonia Rodrigues,
Maria Cecília P. B. Lima. São Paulo-SP: U. Estadual Paulista, 1993.
YUKL, G.A. Leadership in organizations. Prentice Hall, Inc., 4th ed., 1998.
ZARIFIAN, P. Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas,
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ZOBGI. Cases de Sucesso – Varejo. Site: www.bancozogbi.com.br , acesso
em: 13/10/2007.
64
ANEXOS
Índice de anexos:
Anexo 1 >> Gráfico 1;
Anexo 2 >> Tabela 1; Anexo 3 >> Tabela 2; Anexo 4 >> Tabela 3;
65
ANEXO 1
66
ANEXO 2
67
ANEXO 3
68
ANEXO 4
69
ÍNDICE
Folha de Rosto .............................................................................................. 02
Agradecimentos ............................................................................................ 03
Dedicatória .................................................................................................... 04
Resumo ......................................................................................................... 05
Metodologia ................................................................................................... 06
Sumário ......................................................................................................... 07
INTRODUÇÃO .............................................................................................. 08
CAPÍTULO I - A Importância do Treinamento e Desenvolvimento no Setor
Organizacional ...................................................................... 10
1.1. O treinamento e o desenvolvimento no atendimento de varejo ............. 12
1.2. Novos cenários globais no comércio varejista ...................................... 15
1.2.1. Cenário econômico e político .............................................................. 18
1.2.2. Cenário ambiental e social .................................................................. 22
1.3. Os setores empresariais e o desenvolvimento econômico .................... 32
1.3.1. Serviços e comércio ............................................................................ 34
CAPÍTULO II - O Setor Varejista .................................................................. 39
2.1. O que é varejo? ..................................................................................... 39
2.1.2 O investimento nos treinamentos no setor de varejo ........................... 41
2.1.3 O treinamento como um processo contínuo nas empresas
de varejo ........................................................................................... 46
CAPÍTULO III – O Treinamento em Liderança ............................................. 47
3.1. Gestão de Equipes ................................................................................. 48
3.2. Motivação ............................................................................................... 52
3.3. Atendimento ........................................................................................... 54
Conclusão ..................................................................................................... 57
Referências Bibliográficas ............................................................................. 60
Anexos .......................................................................................................... 64
Índice .............................................................................................................. 69
Folha de Avaliação ........................................................................................ 70
70
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
ATIVIDADES CULTURAIS: