pop - o corpo maior_finalíssimo

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II ano II semestre Licenciatura em Cinema - ESTC “Ninguém envelhece só por viver muitos anos.” – Luna Andermatt O CORPO MAIOR DOC | 10’ PRODUÇÃO_____ ____ REALIZAÇÃO____ _____ARGUMENTO RAFAEL MARQUES MARTA MORENO BÁRBARA JANICAS GRUPO Nº 1

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II ano II semestre Licenciatura em Cinema -

ESTC

“Ninguém envelhece só por viver muitos anos.” – Luna Andermatt

O CORPO MAIOR

DOC | 10’ |

PRODUÇÃO_____ ____ REALIZAÇÃO____ _____ARGUMENTO

RAFAEL MARQUES MARTA MORENO BÁRBARA

JANICAS

IMAGEM SOM___________

GRUPO Nº 1

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STORYLINE

Apesar dos estereótipos, há um “corpo maior” performativo que ainda se reinventa e exprime artisticamente.

Na Companhia Maior encontramos cinco ex-bailarinos profissionais que, apesar da idade, oferecem, uma vez mais, o corpo à dança. O seu reencontro com o processo criativo, do treino à experimentação, do ensaio ao improviso, levar-nos-á a repensar o que pode o corpo do bailarino envelhecido enquanto a memória da dança não o deixa morrer.

SINOPSE

Num jardim qualquer, misturam-se com os normais transeuntes cinco ex-bailarinos idosos na sua atividade quotidiana. Encontramo-los depois, sentados em cinco cadeiras alinhadas, onde se apresentam na sua velhice: “retratos mudos” marcados pela idade, que as suas vozes, em off, identificam como reformados, aposentados ou retirados da dança, e convidam a lembrar esse passado profissional, aparentemente longínquo e concluído.

Transportados para uma sala de ensaios, os cinco elementos preparam-se, deixam os seus pertences sobre as mesmas cadeiras e ocupam o espaço. Começam a aquecer, concentrados em exercícios individuais, mas logo lembram sequências executadas anteriormente e se envolvem em exercícios de coordenação e contato. O corpo maior em ação é um corpo dialético, mas perfeitamente consciente: por vezes é visível a fragilidade, o cansaço, a lentidão; outras vezes surge renovado, enérgico, capaz de inventar novos códigos de expressividade. Depois do ensaio, ficam os objetos pessoais esquecidos sobre as cadeiras. Atentando em cada um deles, as vozes reformulam a apresentação inicial - a idade mantém-se, mas passam (voltam) a ser “bailarinos”, agora da Companhia Maior – e falam-nos sobre como pensam e lidam com o corpo envelhecido que não se esqueceu da dança.

As cadeiras encontram-se, por fim, no centro de um palco envolto em negro. Os objetos que sobre elas haviam sido deixados são agarrados e manuseados pelos bailarinos. Progressivamente, desenham gestos e movimentos mais fluidos de dança. Investindo o corpo no espaço do palco, revelam-se, enfim, bailarinos plenos, apesar da idade, num momento íntimo e criativo de improviso coreográfico.

DESENVOLVIMENTO

1.Apresentação: corpos velhos num espaço-qualquer

Breves imagens de um jardim público mostram-nos velhos a descansar nos bancos ou a passear lentamente entre outros transeuntes. Ouve-se a melodia de um acordeão tocado por um homem de idade; uma senhora senta-se ao seu lado a ler, enquanto duas outras se aproximam, conversando; uma quinta, mais idosa, caminha a custo apoiada numa bengala. Num ponto do jardim, cinco cadeiras alinhadas são ocupadas por essas quatro mulheres e o homem do acordeão. Cada um traz um objeto pessoal (adereço, peça de roupa ou calçado, útil para identificação posterior), mas por enquanto observam-se apenas os indícios de velhice nos seus corpos: cabelos brancos,

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rugas, pele engelhada, nós dos dedos rugosos, posturas curvadas, lentidão e dormência nos movimentos. Na forma de “retratos mudos”, as suas vozes em off apresentam-nos à vez (ex. “nome- idade-ex-profissão-REFORMADO/APOSENTADO”) e evocam fragmentos de memórias de uma carreira passada enquanto bailarinos profissionais.

2.Ensaio: o corpo em ação

Na parede de fundo de uma sala de ensaios, as cinco personagens iniciais estão sentadas na mesma fileira de cadeiras que anteriormente se vira no jardim. Terminam de se “equipar”, ajeitam os trajes, massajam os pés descalços, arranjam os cabelos em totós de bailarina; deixam os seus pertences (entre os quais o objeto pessoal identificativo) junto ou sobre as cadeiras e ocupam o espaço. Os corpos entram em ação, primeiro individualmente, concentrados no aquecimento e exercícios localizados; depois, começam a lembrar sequências feitas em conjunto, explorando o contato intercorpos. A câmara não será interveniente, mas estará atenta às manifestações corporais mais relevantes, tanto da “idade”, como da expressividade, bem como à interação entre eles.

Depois do ensaio: os objetos

Na mesma sala agora vazia, encontram-se indícios remanescentes da presença dos bailarinos: peças de roupa engelhadas, garrafas de água vazias, sapatos sem par nos cantos, e ainda os objetos pessoais esquecidos nas cadeiras. Atentando em cada um em particular, as vozes correspondentes reformulam a apresentação inicial (onde antes tinham dito “reformado”, passam a dizer “nome-idade-BAILARINO DA COMPANHIA MAIOR”).Na transição para um novo espaço, essas vozes voltam a falar-nos, em frases soltas em off, sobre o modo como veem, pensam e lidam com o (seu) corpo expressivo na idade “maior”.

3.Improviso: corpo maior em palco

As cadeiras ocupam agora o centro de um palco envolto em negro. Os objetos que sobre ele haviam sido deixados são agarrados e manuseados pelos bailarinos, que regressam e se servem deles para progressivamente desenharem gestos abertos de dança.Afastando-se das cadeiras, as personagens abordam o espaço do palco. Os pormenores físicos específicos dão lugar a partes mais extensas, o gesto transforma-se em movimento contínuo, e revelam-se bailarinos plenos, apesar da idade, para, por fim, investirem todo o corpo num momento íntimo e criativo de improviso coreográfico.

ASPETOS FORMAIS

Do mesmo modo que a linha narrativa progride da apresentação ao ato criativo, culminando no espetáculo, também a câmara o mostra e para isso contribui. Ao longo dos três momentos que estruturam o filme, flutuamos entre o tom neutral da vida corrente, a atividade crua de exercícios e ensaios – do mecânico ao criativo -, e o calor vivo do poder do espetáculo em si. Como tal, a câmara apenas parece começar objetiva, assumindo gradualmente uma posição

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interessada, empenhada, criativa, subjetiva, e, no final, tão expressiva como os corpos.

O primeiro momento, neutro e passivo, mantém-se ao nível do olhar, só se aproximando das nossas personagens para as apresentar - através da voz-off e das marcas físicas da velhice. No segundo momento procuro uma câmara equiparável ao La Danse, de Frederick Wiseman, – observadora, algo distante e não interveniente, mas atenta aos detalhes. Por fim, a relação da câmara com os corpos parte da estilização e abordagem analítica dos movimentos crescentes (fazendo lembrar Nine Variations on a Dance Theme, de Hilary Harris), trazendo um maior expressionismo e dinamismo. Envolve-se, “dançante”, com eles, progredindo para uma perspetiva espetatorial (como Pina, de Wim Wenders), assumindo assim que estamos a assistir a um espetáculo a fazer-se no momento.

Esta expressividade e tridimensionalidade do último momento, também sublinhadas pela iluminação de palco, cria um contraponto com a bidimensionalidade generalizada que procuro para a primeira cena, sendo apenas nessa que os vemos num ambiente da vida corrente, onde a sua associação com a dança não é explícita.

A música, presente no inicio e no fim, funciona como um sublinhar da dança e do espetáculo. A sua inicial aparição pode ser associada à atuação de um qualquer artista de rua, com carácter diegético e sem especial função narrativa. Quando esta reaparece, é agora a versão original de Les Vieux – cuja letra age em contraponto com os nossos vieux ativos e dançantes -, na voz de Jacques Brel, conduzindo o espetáculo final para sublinhar, não sem ironia, a dimensão de bailarinos nestes personagens. O som obedece ao tom do filme, seguindo do realista para o objectivo parcial – onde, no som direto, são enfatizados os sons que sublinham o “fazer” da dança – e, finalmente, o subjetivo-expressivo – onde a música mascara e toma conta do real.

Quanto à montagem, a progressão inicial de escala e de duração irá revelar as personagens, afunilando para individualizar cada um dos bailarinos. As cadeiras dos bailarinos farão ponte entre este e o bloco seguinte. O aumentar dos movimentos e a interação entre os corpos serão sublinhados pelo progressivo aumento da abertura da escala e duração dos planos. Os movimentos dentro do plano propiciam os cortes, aproveitando tanto a sugestão de raccords de movimento como o contraponto entre movimentos oposto, assegurando a fluidez e continuidade da cena. A segunda aparição da voz-off, no final do segundo bloco, servirá como gancho para o terceiro, tal como as cadeiras e os objetos pessoais sobre elas. O crescendo de movimento interno e do dinamismo do grupo em palco potencia de novo a abertura da escala e o aumento da duração, de modo a englobar a interação por improviso.

NOTA DE INTENÇÕES DE ARGUMENTO E REALIZAÇÃO

O nosso projeto de documentário nasce de encontro(s). Em primeira instância, o encontro da realizadora e da argumentista, e daí a opção por apresentar uma nota de intenções conjunta. Igualmente importante, o encontro com a Companhia Maior - projeto artístico de base performativa multidisciplinar, criado em 2010 e composto por intérpretes profissionais da área do teatro, dança e música, todos com mais de 60 anos. Mas também encontro entre artes (cinema e dança), dúvidas pessoais (sobre os limites da criação e da idade), e gerações (a inexperiência da nossa câmara e a experiência de um elenco “maior”).

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Como todos, o corpo performativo é alvo da metamorfose natural do envelhecimento, e tem um “prazo de validade”, definido pelo pré-conceito de que a vida de um bailarino acaba por volta dos 30 anos. Qualquer bailarino profissional teme o dia em que as dores de crescimento se transformam em dores de envelhecimento. Mas a chegada a esse limite não tem que ser, necessariamente, uma derrota. O corpo pode sempre reinventar-se, criativa e expressivamente; o corpo pode sempre abraçar as suas fragilidades físicas, usando a elasticidade mental para desafiar e redefinir os seus próprios limites. Até onde pode o corpo? O que fazer quando o corpo começa a falhar, mas o espírito ainda não se rendeu?

Na Companhia Maior, encontramos um elenco “sénior”, corpos “maiores” numa alma sem idade - corpos maduros, vividos, com todas as marcas que o tempo lhes imprimiu, mas que, contra as expectativas, não esgotaram o seu potencial artístico e são corpos ainda ativos, pró-ativos. Entre eles, os cinco ex-bailarinos que, trazendo consigo as memórias da experiência, objetos e testemunhos pessoais, “dão o corpo” a este documentário. Chamam-lhes artistas ou performers, estando reformados, aposentados ou retirados da dança. Por lei ou por estereótipo, já ninguém diz que são “bailarinos”. O que fazem, hoje, ainda é dança?.

Mais do que oferecer o corpo envelhecido à dança, estes ex-bailarinos acordaram em entregar-se, corpo e alma, sem esconder o seu envelhecimento, à nossa câmara jovem, inexperiente e interrogativa. Com eles, vamos descobrir quais os traços da idade na dança, e da dança na idade. Interessa-nos ver o corpo, falível mas infatigável, em ação: não só o modo como pensam, experimentam e exploram movimentos, mas também como falham e lidam com as suas fragilidades. Tentaremos perceber de que forma a consciência dos seus limites os afeta, como recordam a potência do corpo que tiveram e como pensam hoje essa mesma potência; mas queremos dar a ver um lado do pensamento muito físico e, nesse sentido, vamos trabalhar de perto e intimamente com eles na sua atividade criativa.

Fundindo a nossa ideia de documentário com o próprio processo de criação coreográfica, vamos assistir e documentar a entrega do corpo à dança, do aquecimento à atuação, da situação de ensaio ao palco, da execução de exercícios individuais à criação por improviso coletivo. No final, teremos um testemunho do processo criativo destes bailarinos que foram, que são, ainda, dança, culminando na pequena performance, criada especificamente para nós e para a nossa câmara, em resposta às nossas questões.

Acreditamos que o corpo só para quando a mente se acomoda. Afinal, enquanto não falhar, haverá sempre dança num bailarino maior, senão com a energia do corpo, pelo menos com toda a expressividade da alma. No limite, como qualquer bailarino, em qualquer momento da carreira: o corpo só se cansa quando se acaba a dança.

NOTA DE INTENÇÕES DE PRODUÇÃO

O modo como lidamos e ultrapassamos as limitações que o nosso corpo sofre e nos impõe ao longo da vida merece por si só ser motivo de reflexão. Na Companhia Maior, encontramos um exemplo em que essa reflexão sobre a idade se alia ao domínio das artes.

Concentraremos a nossa atenção sobre cinco ex-bailarinos pertencentes à Companhia Maior, sendo eles Luna Andermatt (o nosso maior valor de produção, com 87 anos de idade, fundadora da Companhia Nacional de

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Bailado), Kimberley Ribeiro (a mais nova, primeira bailarina em Portugal a conseguir a reforma), Isabel Simões, Elisa Worm e Michel Spectacle.

Para as filmagens dos ensaios, e através da parceria com a Companhia Maior, temos confirmada a autorização para o uso do Estúdio 1, na sede da CNB - Companhia Nacional de Bailado, em Lisboa. Aqui contamos usar duas tardes (preferencialmente seguidas), para poupar os bailarinos, não descurando contudo a continuidade do processo.

Para as filmagens de palco, temos como primeira opção o palco principal do Teatro Nacional de São Carlos, e, como segunda hipótese, o Teatro Municipal São Luiz. Aguardamos confirmação de ambos e estamos a estudar outras alternativas de espaço do tipo blackbox. Para este décor contamos usar um dia e meio de rodagens.

A escolha do décor exterior de jardim ficará dependente da confirmação do Teatro por questões de proximidade, ficando reservado para este espaço meio dia de rodagens.

Antes destas filmagens faremos uma sessão de entrevistas individuais aos cinco artistas (só áudio), agendadas para 12 de Abril, no Estúdio 3 da sede da CNB, com o objetivo de captar os testemunhos orais daqueles bailarinos, a usar na montagem final. O conteúdo destas entrevistas terá como ponto de partida as respostas individuais dos artistas a um questionário que foi já previamente formulado e entregue aos mesmos.

O transporte do material, da equipa e dos bailarinos será assegurado por dois carros de elementos da equipa.

Uma vez que temos trabalhado em colaboração estreita com a Companhia Maior, nomeadamente nos contatos a instituições para acesso a instalações (CNB, Teatros, etc), decidiu-se oficializar esta colaboração muito especial, creditando a Companhia Maior como co-produtora do documentário, salvaguardando à Escola e a nós, enquanto alunos, os direitos autorais do filme e de todas as opções estéticas e artísticas tomadas.

NOTA DE INTENÇÕES DE IMAGEM

A dança é um universo muito visual que me interessa explorar enquanto diretora de fotografia e, especialmente neste projeto, com corpos não jovens mas expressivos.

No jardim, a câmara é fixa e a iluminação natural. É conduzida uma aproximação gradual às personagens, para um olhar muito próximo às texturas marcadas da idade. Os enquadramentos procuram a bidimensionalidade, como quadros. Na sala de ensaios, a câmara adoptará uma posição abaixo do nível do olhar, mais móvel, acompanhando os bailarinos no espaço. Haverá aproveitamento da luz proveniente das janelas, com possível compensação a partir de iluminação artificial, bem como possibilidade de aproveitamento do espelho que ocupa uma das paredes do estúdio. No palco, a câmara atinge o seu pico de expressividade, embora sem se interpor à coreografia. A escala de planos evolui do particular para o geral: partindo do aproveitamento das linhas do corpo e das vestes, afasta-se para dar lugar à interação com os objetos e finaliza no conjunto dos bailarinos.

A imprevisibilidade dos movimentos pede uma câmara mais flexível para o acompanhamento das personagens, sendo necessário usar uma objectiva que permita maior profundidade de campo, permitindo um maior controlo do foco. A iluminação é expressiva, modelada, criando um foco de luz dura sobre o palco. Recorrer-se-á a material de iluminação para recriar o efeito de recorte da figura dos bailarinos relativamente ao fundo negro.

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NOTA DE INTENÇÕES DE SOM

Procurarei dar ao som um tratamento diferente para cada bloco narrativo. Na cena introdutória o som será direto, realista, com música diegética proveniente de um acordeão que toca Les Vieux - existe uma mistura entre som ambiente e música diegética que, à medida que nos concentramos nas personagens, é relegada para um segundo plano. Recorreremos à voz-off para as apresentações individuais. No ensaio, o som será bastante cru, acompanhando a escala de enquadramentos (cada plano mais aproximado capta uma fonte sonora, e planos mais afastados captam o todo). Sublinham-se sons dos pés a dançar, das roupas a mexer, das respirações e de possíveis contagens. Depois do ensaio, volta a surgir voz-off, com um tratamento idêntico ao anterior. No final, os bailarinos dançam ao som da música Les Vieux de Jacques Brel, diegética, mas adicionada em pós-produção.

Por fim, resta-me dizer que será um grande desafio trabalhar o som num documentário como este, uma vez que a dança está tão intimamente ligada à música e que qualquer corpo em movimento produz sons caraterísticos que poderei explorar.

NOTA DE INTENÇÕES DE MONTAGEM

A escala e a duração dos planos na montagem serão aspetos a trabalhar com “elasticidade”. A transição entre blocos far-se-á acompanhar da voz-off dos bailarinos e será sempre auxiliada pela presença das cadeiras que se transportam entre mudança de espaços.

A abstração dos corpos, pela escala aproximada ao pormenor, e a atenção dada aos objetos deixados nas cadeiras e depois manuseados pelos bailarinos, suavizarão as ruturas causadas pelas elipses espácio-temporais. Irei ainda explorar ao máximo as potencialidades do raccord de movimento, tanto na situação de ensaio como no improviso.

Espero com a montagem deste filme harmonizar a relação complexa entre imagem, música e voz-off, fazendo deste documentário simultaneamente um retrato do processo criativo dos bailarinos e uma porta de entrada na sua interioridade enquanto pessoas.