ponto eletrônico

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PONTO ELETRÔNICO As novas regras Portaria nº 1510, de 21/08/2009 GILBERTO MONTE BRAGA Auditor-Fiscal do Trabalho Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Paraná Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Foz do Iguaçu

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"As novas regras do ponto eletrônico sob as regras da portaria nº 1510, de 21/08/2009”. Apresentado pelo auditor-fiscal do Trabalho Gilberto Monte Braga, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Paraná.

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PONTO ELETRÔNICO

As novas regrasPortaria nº 1510, de 21/08/2009

GILBERTO MONTE BRAGAAuditor-Fiscal do TrabalhoSuperintendência Regional do Trabalho eEmprego do ParanáGerência Regional do Trabalho e Empregode Foz do Iguaçu

CONTROLE ELETRÔNICO DE PONTO

• O controle de ponto, previsto no art. 74, § 2º da CLT, é amplamente utilizado pelas empresas brasileiras.

• Evidentes vantagens frente aos métodos manuais e mecânicos:– Facilidade com que permite a aferição da

jornada dos trabalhadores;– Velocidade conseguida na transmissão das

informações para os sistemas de folha de pagamento.

FALTA DE REGULAMENTAÇÃO

• A mesma tecnologia utilizada na elaboração dos sistemas controladores de ponto eletrônico, programas e equipamentos, pode servir para esconder ou mascarar operações fraudulentas na marcação dos horários, que resultam na supressão de registros de horas de trabalho para efeito de pagamento.

• Duplo prejuízo ao trabalhador: – As fraudes permitem a subtração de parcelas salariais;

– Escondem excessos de jornada que atentam contra a saúde do trabalhador

• Concorrência desleal com os empregadores que agem corretamente;

• Dificultam o trabalho de fiscalização• Redução das contribuições para o FGTS e Previdência Social

CONTROLE ELETRÔNICO DE PONTO – QUADRO ATUAL

• Grande número de denúncias;

• Judiciário Trabalhista – ações trabalhistas – horas extras – fraudes nos sistemas eletrônicos de marcação de ponto;

• Perícias nos equipamentos e programas acarretam a desconsideração do controle de ponto eletrônico, por NÃO considerarem confiáveis os dados apresentados pela empresa.

LEGISLAÇÃO

• Decreto-Lei nº 229, de 28/02/1967 – previa a obrigatoriedade da anotação da hora de entrada e saída do trabalhador em registros mecânicos ou não;

• Lei 7.855, de 24/10/1989 – modificou o parágrafo 2º do art. 74 da CLT

CLT – Art. 74

“Art. 74 – O horário de trabalho constará de quadro organizado conforme modelo expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e afixado em lugar bem visível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o horário único para todos os empregados de uma mesma seção ou turma.

§ 1º - O horário de trabalho será anotado em registro de empregados com a indicação de acordos ou contratos coletivos porventura celebrados.

CLT – Art. 74

§ 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso.

§ 3º - Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará, explicitamente, de ficha ou papeleta em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o § 1º deste artigo”.

ESTATUTO DA MICROEMPRESA E O CONTROLE DE JORNADA

• Art. 11 da Lei 9.841/1999 – as microempresas e empresas de pequeno porte estavam desobrigadas de cumprir o disposto no art. 74, da CLT;

• Art. 51 da Lei Complementar nº 123/2006– I – da afixação de Quadro de Trabalho em suas

dependências;– II – da anotação das férias dos empregados nos respectivos livros

ou fichas de registro;– III – de empregar e matricular seus aprendizes nos cursos dos

Serviços Nacionais de Aprendizagem;– IV - da posse do livro intitulado “Inspeção do Trabalho”; e– V – de comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego a

concessão de férias coletivas.

PORTARIA 3.626/1991

DO REGISTRO DE HORÁRIO DE TRABALHO • Art. 13 - A empresa que adotar registros manuais,

mecânicos ou eletrônicos individualizados de controle de horário de trabalho, contendo a hora de entrada e de saída, bem como a pré assinalação do período de repouso ou alimentação, fica dispensada do uso de quadro de horário (art. 74 da CLT).

 • Parágrafo Único - Quando a jornada de trabalho for

executada integralmente fora do estabelecimento do empregador, o horário de trabalho constará também de ficha, papeleta ou registro de ponto, que ficará em poder do empregado.

 • Art. 14 - Permanece como modelo único de quadro de

horário de trabalho o aprovado pela Portaria nº 576, de 06 de janeiro de 1941.

OBJETIVO DAS NORMAS DE CONTROLE DE JORNADA

1. Facilitar a execução do contrato de trabalho, propiciando um controle compartilhado quanto à jornada de trabalho realizada pelo empregado;

2. Duplo fim: o de a empresa saber quantas horas o empregado trabalhou e o de o empregado verificar se o seu salário corresponde às horas efetivamente trabalhadas;

3. Estabelecer uma prova pré-constituída em relação a eventuais horas extras prestadas pelo empregado, em prol da segurança jurídica de ambas as partes.

SÚMULA 338 DO TST

Determinação Judicial - Registros de Horário - Ônus da Prova

I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ nº 234 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº 306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003)

EXIGÊNCIAS FORMAIS

Não são fidedignos os controles de jornada que:

• Contenham rasuras ou anotações não indeléveis (como no caso de anotação a lápis); ou

• Quando as marcações são manifestamente inverídicas (como no caso das chamadas “anotações de horário britânico”, que não registram as horas mas apenas o horário oficial.

ELEMENTOS ESSENCIAIS

• Obrigatoriedade, pelo empregador, de promover o controle de jornada nos moldes previstos em lei, registrando o horário de cada entrada e saída do trabalhador;

• Bilateralidade na produção dos registros diários de entrada e saída, uma vez que somente são válidos os registros realizados pelo próprio trabalhador.

• Imediatidade das marcações, ou seja, a exigência de que cada anotação seja feita no exato momento da entrada ou saída do trabalhador.

• Aposição do horário exato de entrada e saída, não se aceitando arredondamentos “ponto britânico” ou marcação pré-assinalada de horários.

Decisões Judiciais sobre Controle de Ponto Eletrônico - PROC. RO Nº 01933-2002-001-06-00-8:

• Desde a inicial a Autora denunciou a existência de fraude no sistema de ponto, nesses termos:

• “Apesar da reclamante bater pessoalmente o seu crachá magnético nos horários médios indicados no item “II.b” desta exordial, este não constam do sistema de ponto eletrônico da reclamada, como deveriam, pois o pessoal do departamento responsável pela folha de pagamento, bem como os gerentes de departamento e suas secretárias tinham acesso ao sistema eletrônico de ponto e alteravam os horários neles consignados para que ficassem de acordo com a conveniência da reclamada, suprimindo muitas das horas extras prestadas pela reclamante, bem como demais funcionários da reclamada.” (fl.04)

Jurisprudência Sobre o Tema

• HORAS EXTRAS – CARTÕES-PONTO – Registro de cartão-ponto fidedigno é prova pré-constituída obrigatória para o empregador com mais de dez empregados (CLT, art. 74, § 2º). Manipulados os controles, ou não exibidos em juízo, milita presunção comum de veracidade da jornada alegada na exordial. Horas extras acolhidas, após valorada a prova testemunhal, segundo prudente média. (TRT 9ª R. – RO 4.171/94 – 3ª T. – Ac. 5.729/95 – Rel. Juiz João Oreste Dalazen – DJPR 17.03.1995)

Jurisprudência Sobre o Tema (2)

• HORAS EXTRAS – CARTÕES-PONTO – Manipulados os cartões-ponto, ao belprazer do empregador, milita presunção comum de veracidade da jornada de labor alegada, máxime se secundada pela prova testemunhal, ainda que dividida. Não se pode premiar o infrator da lei. (TRT 9ª R. – RO 7.211/93 – 3ª T. – Ac. 11.105/94 – Rel. Juiz João Oreste Dalazen – DJPR 24.06.1994)

CONSTATAÇÃO DAS FRAUDES NO PONTO ELETRÔNICO

Pesquisa efetuada pelo Auditor Fiscal do Trabalho, José Tadeu de Medeiros Lima, classificou as fraudes em 04 espécies:

1. Sistemas que permitem acesso posterior às marcações efetuadas pelos empregados, permitindo alteração sem deixar vestígio;

2. Sistemas que permitem configurar o sistema de forma a permitir a marcação do ponto somente em horários pré-determinados;

3. Sistemas que permitem a parametrização ou configuração de forma que prescindem do empregado e geram marcações independentemente de ser o ponto batido ou não;

4. Sistemas que permitem a criação de diversos bancos de horas, em que as marcações originais de horários de entrada e de saída são “perdidas” de forma definitiva, restando apenas o resultado das compensações de horas realizadas pelos programas sem que seja possível verificar se estão corretas ou não.

PORTARIA MTE nº 1510

Objetivo:• Garantir que os sistemas de ponto

eletrônico sejam desenvolvidos e utilizados de forma tal que se minimizem as possibilidades de fraudes no registro de jornada.

• Resgatar a utilidade e eficácia do art. 74, § 2º da CLT, coibindo as principais práticas fraudatórias.

• Aumento da segurança jurídica.

SISTEMA DE REGISTRO ELETRÔNICO DE PONTO

A Portaria define o Sistema de Registro Eletrônico de Ponto (SREP) como sendo o conjunto de equipamentos e programas informatizados destinados à anotação por meio eletrônico da entrada e saída dos trabalhadores das empresas.

• Equipamento (hardware) – Registrador Eletrônico de Ponto (REP)

• Programa (software) – Programa de Tratamento de Registro de Ponto

PRINCIPAIS PONTOS DA PORTARIA

• Proíbe todo tipo de restrição à marcação do ponto, marcações automáticas e alterações de dados registrados;

• Estabelece requisitos para o equipamento de registro de ponto, identificado pela sigla REP (Registrador Eletrônico de Ponto);

• Obriga a emissão do comprovante da marcação de ponto a cada registro efetuado no REP;

• Estabelece os formatos de relatórios e arquivos digitais de registro de ponto que o empregador deverá manter e apresentar à fiscalização do trabalho.

OBRIGATORIEDADE DO PONTO ELETRÔNICO

• A Portaria não altera o artigo 74 da CLT, podendo o empregador utilizar os meios de ponto manual ou mecânico, mas optando pelo eletrônico deve seguir as instruções da Portaria 1510/2009.

PRAZO DE VIGÊNCIA DAS NOVAS NORMAS

• A Portaria entrou em vigência em 21.08.2009, exceto para o uso do REP, que será obrigatório apenas a partir de 21.08.2010.

• Nos primeiros noventa dias de vigência da portaria a fiscalização foi apenas orientativa, conforme art. 627, da CLT e art. 23, do Decreto nº 4.552/2002, Regulamento da Inspeção do Trabalho (RIT).

OBRIGAÇÕES IMEDIATAS

• Utilizar apenas software que trate os dados do registro de ponto conforme orientações estabelecidas na Portaria;

• Adaptar ou substituir o software às exigências da Portaria;

• O programa de tratamento deve estar de acordo com a portaria, inclusive quanto à emissão do relatório de espelho de ponto e geração dos arquivos AFDT e ACJEF.

OBRIGAÇÕES A PARTIR DE AGOSTO DE 2010

• Utilização do REP na forma da Portaria;• Equipamento de registro de ponto não

poderá estar conectado a nenhum outro equipamento para seu funcionamento;

• Obrigação na emissão de comprovante a cada anotação do ponto;

• Cada unidade do REP somente poderá ser utilizado por um empregador;

• Data limite: 25/08/2010.

OBRIGAÇÕES A PARTIR DE AGOSTO DE 2010 (2)

• REP com bateria para suportar até 60 dias sem alimentação por energia elétrica;

• Geração de dados originais na Forma do Arquivo-Fonte Dados – AFD;

• Emissão da Relação Instantânea de Marcações com as marcações efetuadas nas vinte e quatro horas precedentes.

• Impressora anexa – impressão deve durar 05 anos.

CARACTERÍSTICAS DO REP

• Equipamento eletrônico exclusivo para o registro de ponto, não podendo ter outras finalidades como controle de acesso, acionamento de sirenes, etc.

• Possuir mostrador de horário;

• Dispor de uma impressora em bobina de papel, integrada ao sistema e de uso exclusivo do equipamento;

• Manter uma memória de registro de ponto - MRP;

• Manter uma memória de trabalho - MT;

• Possuir porta USB externa, pronta para captura dos dados armazenados pelo AFT.

CARACTERÍSTICAS DO REP – Cont. (1)

• Não pode limitar os períodos de marcação de ponto;

• Não pode fazer marcações automáticas;• Os dados da marcação não podem ser

alterados ou apagados;• O MTE não certifica os equipamentos, esse

trabalho está sendo feito pelos órgãos certificadores devidamente credenciados. O MTE apenas registra os equipamentos certificados e os publica.

CARACTERÍSTICAS DO REP – Cont. (2)

• Só é considerado REP o equipamento em acordo com a Portaria 1510/2009, certificado por órgão credenciado e devidamente registrado no MTE. O empregador pode consultar no sítio do MTE os equipamentos que atendem à Portaria;

• Se o empregador possuir diversos REPs, os dados de todos os equipamentos serão transferidos ao programa de tratamento para a apuração das jornadas.

• O REP pode se comunicar com outros equipamentos, inclusive por meio de rede de computadores. O que não é permitido é a comunicação durante o processo de marcação de ponto.

CARACTERÍSTICAS DO REP (3)

• Não depender de qualquer outro equipamento para marcação do ponto, sendo esta interrompida quando for feita qualquer operação que exija a comunicação do REP com outro equipamento.

• Arquivo-Fonte de Dados (AFD), em formato padronizado, conforme Anexo I da Portaria, acessível à fiscalização trabalhista pela porta USB.

• Relatório das marcações efetuadas nas últimas 24 horas (Relatório Instantâneo de Marcações)

• Cadastro do fabricante do REP no MTE e registro de cada modelo que produzir

INTERVALOS INTRAJORNADA - ANOTAÇÃO

• A Portaria não alterou o § 2º do artigo 74 da CLT que admite a pré-assinalação do período de repouso no cabeçalho do cartão. O empregador poderá exigir ou não a anotação do intervalo. No entanto, a matéria poderá ser objeto de negociação coletiva.

• Não poderá ocorrer a anotação automática.

• Os intervalos que não descontados da jornada não devem ser registrados no REP.

MODELO DO REP A SER USADO

• Não há modelo padrão. Cada fabricante de equipamento deverá desenvolver o seu. A Portaria não estabeleceu regras específicas quanto a tecnologia.

• O fabricante pode utilizar qualquer meio ou combinação de meios que julgar mais adequado, como por exemplo, cartão magnético, cartão com código de barras, biometria, etc.

CONEXÃO DO REP COM OUTROS EQUIPAMENTOS

• De acordo com o art. 7, inciso I, da portaria 1510/2009, o processo de marcação de ponto segue os seguintes passos:

Receber diretamente a identificação do trabalhador, sem interposição de outro equipamento;

Obter a hora do Relógio de Tempo Real;Registrar a marcação de ponto na MRP e Imprimir o comprovante do trabalhador.

DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS – REP

• AFD – Arquivo Fonte de Dados – gerado diretamente do REP sob comando do auditor fiscal. Conterá todo o conteúdo da Memória de Registro de Ponto – MRP;

• Relatório Instantâneo de Marcações – gerado diretamente pelo REP sob comando do auditor fiscal. Conterá as marcações efetuadas pelos empregados nas vinte e quatro horas precedentes.

• Atestado Técnico e Termo de Responsabilidade fornecido pelo fabricante do REP;

CONTROLE EXERCIDO PELO EMPREGADO

Resgate da natureza bilateral das marcações de ponto:

• Todo equipamento (REP) deverá ter mostrador de horário e, a cada entrada ou saída, fornecer ao trabalhador um “Comprovante de Registro de Ponto do Trabalhador”, registrando a operação feita, sua data e sua hora, nome e PIS do trabalhador, local de prestação do serviço, e identificação do empregador.

• O comprovante deve ser fornecido por impressora integrada ao REP em um formato padronizado.

• É responsabilidade do empregador manter o REP alimentado com papel recomendado pelo fabricante do REP para permitir a emissão do comprovante.

CERTIFICAÇÃO DO EQUIPAMENTO REP

• O MTE credenciará órgãos técnicos capazes de fornecer a certificação dos equipamentos nos moldes da Portaria;

• Somente equipamentos certificados poderão ser utilizados pelas empresas.

• Fabricantes deverão registrar cada modelo de REP no MTE; a cada alteração no REP deverá ser feita nova certificação;

• Registro do fabricante e equipamento:– “Certificado de Conformidade do REP à Legislação”

emitido por órgão técnico credenciado– “Atestado Técnico e Termo de Responsabilidade”

PROGRAMA DE TRATAMENTO

• Não será objeto de certificação, nem de registro no MTE;

• O desenvolvedor deverá entregar ao empregador usuário termo de responsabilidade indicando que o programa atende inteiramente à legislação, em especial a portaria 1510/2009;

• A portaria não descreve a forma de funcionamento do programa ou como os seus dados serão armazenados, apenas prescreve características que o programa deverá ter, arquivos e relatórios que deverá gerar.

PROGRAMA DE TRATAMENTO (1)

• O programa de tratamento não pode modificar os dados oriundos do AFD. Todas as marcações de ponto existentes no AFD deverão igualmente aparecer no AFDT;

• O programa de tratamento pode ser fornecido pelo fabricante do REP, por uma empresa fabricante de software, por um desenvolvedor independente ou desenvolvido internamente pelo empregador.

• O termo de responsabilidade emitido pelo desenvolvedor independente, mesmo que seja interno, deverá ser mantido à disposição da fiscalização do trabalho.

PROGRAMA DE TRATAMENTO (2)

• Para empregadores com diversos estabelecimentos, o programa de tratamento pode ser único e centralizado, mas deverá gerar arquivos e relatórios separados por estabelecimento.

PROGRAMA DE TRATAMENTO (3)

• O programa deverá se apropriar dos dados originais da marcação dos horários de entrada e saída (exclusivamente o AFD) fornecido pelo equipamento, limitando-se a acrescentar informações para completar eventuais omissões no registro de ponto ou indicar marcações indevidas.

• Estes acréscimos e indicações serão armazenados em um Arquivo Fonte de Dados Tratado (AFDT) – Anexo I;

• Arquivo de Controle de Jornada para Efeitos Fiscais – ACJEF – Anexo I;

• Espelho de Ponto Eletrônico – Anexo II;• Não é permitida a alteração dos dados no AFD.

IMPOSSIBILIDADE TEMPORÁRIA DE MARCAÇÃO

• Caso ocorram eventos que impeçam temporiariamente a marcação de ponto no REP, tais como falta de energia e falha no equipamento, a marcação deverá ser feita manualmente e posteriormente inserida no programa de tratamento, indicando-se na justificativa que se trata de registro manual por falha no equipamento. Os registros manuais deverão permanecer arquivados na empresa.,

• No caso de empregado recém-admitido que ainda não esteja cadastrado no REP, o ponto deverá ser marcado por meio manual ou mecânico.

ANOTAÇÃO INCORRETA

• O sistema admite através do programa de tratamento a inserção de informação, para inclusão de marcação faltante ou assinalação de anotação indevida, desde que acompanhado de justificativa.

• Esta justificativa ficará armazenada no AFDT – Arquivo de Fonte de Dados Tratados para avaliação da fiscalização.

• Nenhuma correção de marcação pode ser feita no REP, que deve preservar os dados originais.

• As marcações incorretas ou indevidas não são apagadas, apenas sinalizadas.

MARCAÇÕES INDEVIDAS

• As marcações incorretas ou indevidas serão também listadas no AFDT, com a sinalização, conforme instrução de preenchimento do registro do tipo DETALHE do AFDT, no anexo da portaria 1510/2009, com a devida justificativa.

• A fiscalização do trabalho analisará os registros de marcações sinalizados como indevidas e verificará a regularidade do procedimento.

FALTA DE MARCAÇÃO

• As marcações faltantes serão inseridas posteriormente pelo empregador no programa de tratamento.

• Estas marcações terão sinalização de que se trata de marcação inserida posteriormente (ou seja, não originária do REP), bem como a informação do motivo pelo qual o registro não foi feito no REP.

• Elas também serão listadas no AFDT, devidamente sinalizadas, cfe. Instrução de preenchimento do registro do tipo DETALHE do AFDT no anexo da portaria, com a devida justificativa.

ARQUIVOS ELETRÔNICOS PARA A FISCALIZAÇÃO

• AFDT – Arquivo Fonte de Dados Tratados, quando solicitado pelo auditor fiscal.– Todos os registros de marcação de ponto existentes

nos REPs do estabelecimento no período considerado devem constar do AFDT;

• ACJEF – Arquivo de Controle de Jornada para Efeitos Fiscais– Deve conter os registros de todas as jornadas

efetuadas pelos empregados do estabelecimento.

DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS

• Relatório Espelho de Ponto – quando solicitado pelo auditor fiscal;

• Atestado Técnico e Termo de Responsabilidade, fornecido pelo desenvolvedor do programa de tratamento.

RESPONSABILIDADE DO FABRICANTE DO SOFTWARE

• O fabricante do software deverá fornecer à empresa um documento denominado “ATESTADO TÉCNICO E TERMO DE RESPONSABILIDADE”, assinado pelo responsável técnico e pelo representante legal da empresa.

• Este documento é a garantia de que o programa atende as determinações da Portaria, em especial, a de não permitir alterações no AFD e relatórios de dados inverídicos quanto ao real conteúdo do AFD.

DA IMPRESSÃO DO ESPELHO DE PONTO

• O empregador está livre para decidir o momento da impressão dos espelhos de ponto armazenados no REP.

• No entanto, os relatórios devem estar a disposição da fiscalização.

RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR

O empregador somente poderá utilizar o SREP:

– Se possuir o “Atestado Técnico do Fabricante do equipamento (hardware), previsto no Art. 17 da Portaria;

– Se possuir o “Atestado Técnico e o Termo de Responsabilidade do fabricante do programa (software), previsto no Art. 18 da Portaria;

– Se estiver cadastrado no MTE como usuário do Sistema SREP, tendo informado seus dados, equipamentos e softwares que utiliza;

– Se mantiver o SREP permanentemente disponível, no local da prestação de serviço, para facultar à Fiscalização Trabalhista os arquivos gerados e relatórios emitidos pelo Programa de Tratamento de Dados do Registro de Ponto e pelo REP, seja através de meio impresso ou eletrônico (através da Porta Fiscal).

SALVAGUARDAS DO SISTEMA

O Auditor Fiscal do Trabalho, poderá a qualquer tempo:

• Verificar a consistência das marcações de ponto, seja acessando diretamente o Arquivo-Fonte de Dados através de Porta Fiscal (Art. 7º. III) ou através da emissão dos Relatórios Instantâneos de Marcações (Art. 7º, IV) – ambos de responsabilidade do hardware;

• Ou, pela emissão dos relatórios “Espelho de Ponto Eletrônico”, “Arquivo Fonte de Dados Tratados” (AFDT) e “Arquivo de Controle de Jornada para Efeitos Fiscais” (Art. 12) – estes de responsabilidade do software.

• Possibilidade do Auditor Fiscal conferir toda a documentação técnica dos equipamentos (inclusive do circuito eletrônico) e dos arquivos-fonte dos programas do computador.

DESCUMPRIMENTO DA PORTARIA

• Aplicação de sanções administrativas pelos auditores fiscais – lavratura de auto de infração com base no art. 74, § 2º, da CLT.

• Dificuldade na produção de prova sobre a jornada de trabalho em eventual demanda trabalhista;

• Invalidação dos registros de ponto.

APREENSÃO DE DOCUMENTOS E EQUIPAMENTOS

Comprovada a adulteração de horários marcados pelo trabalhador ou a existência de dispositivos, programas ou sub-rotinas que permitam a adulteração dos reais dados do controle de jornada ou parametrizações e bloqueios na marcação, o Auditor-Fiscal do Trabalho deverá apreender documentos e equipamentos, copiar programas e dados que julgar necessários para comprovação do ilícito.

AÇÕES DE FISCALIZAÇÃO

• A portaria MTE nº 1510/2009 entrou em vigor na data da sua publicação, 21/08/2009, exceto para o uso do REP, que será obrigatório a partir de 21/08/2010.

• Durante os primeiros noventa dias de vigência da portaria a fiscalização foi apenas orientativa, conforme art. 627 da CLT e art. 23 do Decreto nº 4.552/2002, Regulamento da Inspeção do Trabalho.

CADASTRO DO EMPREGADOR

• O empregador usuário do Sistema de Registro Eletrônico de Ponto deverá se cadastrar no MTE, via internet, informando seus dados, equipamentos e softwares utilizados.

• Deve ser feito apenas um cadastro para matriz e filiais.

• Já está disponível na internet, no site www.mte.gov.br, Inspeção do Trabalho, Ponto Eletrônico.

• Outras informações: GRTE/Foz – 3901-6705 ou 3901-6711

Perguntas ?

MUITO OBRIGADO !

Gilberto Monte BragaGerente Regional do Trabalho e Emprego de Foz do

Iguaç[email protected](045) 3901-6711 – 3901-6705