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1. A prova terá duração de 5h. 2. Só será permitida a saída de alunos a partir de 2 horas de prova. 3. O aluno não poderá sair para beber água ou ir ao banheiro antes de 3 horas de prova. 4. O aluno não poderá levar a prova para casa. Favor colocar o nome na capa da prova. 5. No CARTÃO-RESPOSTA, marque, para cada questão, a letra correspondente à opção escolhida para a resposta, preenchendo com caneta esferográfica de tinta azul. NÃO É PERMITIDO O USO DE CANETAS COM PONTAS POROSAS. 6. Não dobre, não amasse, nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA. Ele não poderá ser substituído. 7. O cartão-resposta deverá ser preenchido desta forma (preenchimento completo). Caso haja qualquer outra informação / rasura fora dos campos destinados às respostas, o cartão-resposta será anulado / não lido eletronicamente. 8. O preenchimento incorreto do cartão-resposta implicará na anulação da questão ou de todo o gabarito. 9. Durante a prova, o aluno não poderá manter nada em cima da carteira ou no colo, a não ser lápis, caneta e borracha. Bolsas, mochilas e outros pertences deverão ficar no tablado, junto ao quadro. Não será permitido empréstimo de material entre alunos. 10. O aluno que portar celular deverá mantê-lo na bolsa e desligado, sob pena de ter a prova recolhida caso venha a ser usado ou tocar. Na ausência da bolsa, o celular deve ficar na base do quadro durante a prova. 11. O fiscal deve conferir o preenchimento do cartão-resposta antes de liberar a saída dos alunos. 12. O gabarito da prova estará disponível no site a partir das 17h da terça-feira, dia 16/04. 13. O prazo máximo para conferir qualquer dúvida sobre o gabarito da prova se encerra dia 26/04, sexta-feira. Isso deve ser feito diretamente com o professor ou com o Pedagogo da Unidade.

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1. A prova terá duração de 5h.

2. Só será permitida a saída de alunos a partir de 2 horas de prova.

3. O aluno não poderá sair para beber água ou ir ao banheiro antes de 3 horas de prova.

4. O aluno não poderá levar a prova para casa. Favor colocar o nome na capa da prova.

5. No CARTÃO-RESPOSTA, marque, para cada questão, a letra correspondente à opção escolhida para a resposta, preenchendo com caneta esferográfica de tinta azul. NÃO É PERMITIDO O USO DE CANETAS COM PONTAS POROSAS.

6. Não dobre, não amasse, nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA. Ele não poderá ser substituído.

7. O cartão-resposta deverá ser preenchido desta forma (preenchimento completo). Caso haja qualquer outra informação / rasura fora dos campos destinados às respostas, o cartão-resposta será anulado / não lido eletronicamente.

8. O preenchimento incorreto do cartão-resposta implicará na anulação da questão ou de todo o gabarito.

9. Durante a prova, o aluno não poderá manter nada em cima da carteira ou no colo, a não ser lápis, caneta e borracha. Bolsas, mochilas e outros pertences deverão ficar no tablado, junto ao quadro. Não será permitido empréstimo de material entre alunos.

10. O aluno que portar celular deverá mantê-lo na bolsa e desligado, sob pena de ter a prova recolhida caso venha a ser usado ou tocar. Na ausência da bolsa, o celular deve ficar na base do quadro durante a prova.

11. O fiscal deve conferir o preenchimento do cartão-resposta antes de liberar a saída dos alunos.

12. O gabarito da prova estará disponível no site a partir das 17h da terça-feira, dia 16/04.

13. O prazo máximo para conferir qualquer dúvida sobre o gabarito da prova se encerra dia 26/04, sexta-feira. Isso deve ser feito diretamente com o professor ou com o Pedagogo da Unidade.

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2019 – SIMULADO ENEM – 1ª SÉRIE – 1º TRIMESTRE

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Mulher é presa após latir para cão policial nos EUA

Havia dois mandados de prisão contra ela, que foi reconhecida pelos policiais. Por G1

Uma mulher foi presa depois de ter latido para um cão policial no estado americano de Indiana nesta

segunda-feira (4). O caso ocorreu na cidade de Lafayette. Os policiais faziam uma blitz de trânsito quando Kiana

Champagne Fletcher, de 20 anos, que estava em frente à casa dela, começou a latir para um cão policial que estava cheirando um carro parado. Os policiais reconheceram Kiana, que tinha dois mandados de prisão contra ela – um por furto, outro por dirigir sem carteira.

Ela fugiu para dentro de casa, mas os policiais conseguiram prendê-la após obter um mandado de busca. Foram encontradas drogas dentro da casa. Ainda não se sabe se Kiana conseguiu advogado.

(Disponível em: https://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2019/02/07/mulher-e-presa-apos-latir-para-cao-policial-nos-eua.ghtml)

QUESTÃO 1 Sobre a notícia em destaque, é correto afirmar que a) é feito uso de termos apelativos, de forma a convencer o leitor dos acontecimentos narrados. b) tenta chamar a atenção do leitor por meio de um título chamativo que faz parecer que a história é mais

estranha do que realmente é. c) a falta de depoimentos das pessoas envolvidas na história gera dúvidas sobre a veracidade dos fatos

apresentados, indicando que podem não ter acontecido. d) apesar de o texto estar escrito na terceira pessoa, é possível perceber, por meio da linguagem utilizada, o

posicionamento do jornalista sobre a história. e) o final abrupto indica que o texto apresenta uma introdução e um desenvolvimento, mas não uma conclusão. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O título, à primeira vista, faz parecer que a mulher foi presa por latir para o cachorro. Porém, o subtítulo deixa claro que ela foi presa por crimes diferentes, após latir para o cachorro.

QUESTÃO 2 A notícia pode ser caracterizada como um gênero textual a) que utiliza a narração e descrição para, a partir de uma linguagem apelativa, persuadir o leitor. b) escrito na 3ª pessoa cuja linguagem pode variar entre formal e informal, dependendo do jornal onde for

publicado e da época em que foi escrito. c) que deve apresentar uma argumentação consistente para convencer seus leitores da veracidade dos fatos. d) de caráter objetivo, que evita o uso de descrições para priorizar os fatos centrais da história narrada. e) que combina narração e descrição para relatar eventos recentes, com o objetivo de informar os leitores. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Dentro de uma notícia são apresentadas descrições para o leitor entender o que houve, e há elementos narrativos diversos, como um narrador, personagens, ambiente e um enredo.

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

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2019 – SIMULADO ENEM – 1ª SÉRIE – 1º TRIMESTRE

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QUESTÃO 3

Roqueiro italiano é esfaqueado por tocar mal, diz polícia

Guitarrista da banda Soul Cry foi esfaqueado 50 vezes. Suspeitos são vocalista e baixista da própria banda.

Por AP

A vocalista de uma banda adolescente de metal gótico e seu irmão esfaquearam o guitarrista do grupo dezenas de vezes por não tocar bem o suficiente, disse a polícia italiana nesta sexta (12). A polícia de Gênova disse que a vítima, de 16 anos, continua hospitalizada, mas não corre risco de morte.

Ele foi atacado na noite de sábado (6), após o ensaio da banda Soul Cry, em Sestri Ponente, uma pequena cidade próxima a Gênova. O guitarrista foi esfaqueado cerca de 50 vezes, a maior parte delas nas costas e na cabeça, disse a policial Alessandra Bucci em Gênova.

A cantora de 18 anos Cristina Balzano e seu irmão de 16 anos, o baixista da banda, foram presos sob a acusação de tentativa de homicídio premeditado. Durante o ensaio, os membros da banda acusaram a vítima de tocar mal, disse a polícia. O ataque ocorreu momentos depois, em um beco. [...]

(Disponível em: http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL920777-7085,00-ROQUEIRO+ITALIANO+E+ESFAQUEADO+POR+CANTAR+MAL.html)

Um dos elementos básicos da estrutura de uma notícia é o lide (lead, no original em inglês), que pode ser definido como a) o conjunto de informações que compõem toda a notícia. b) a parte final da notícia, sua conclusão. c) o nome dado ao título e o subtítulo, que contextualizam a notícia. d) o primeiro parágrafo, que introduz as informações básicas. e) os parágrafos de desenvolvimento, com detalhamento adequado, como estatísticas e citações. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O lide é o parágrafo que dá todas as informações principais, para que o leitor saiba do que se trata a história. Responde às perguntas “o que aconteceu?”, “quando aconteceu?” e “onde aconteceu?”.

QUESTÃO 4

Gato salva vida do dono e alerta vizinhança sobre incêndio

Honey pulou na cabeça de homem depois de ver fumaça. Animal foi levado para veterinária, mas passa bem.

Um gato salvou a vida de um homem e alertou toda uma vizinhança em Sacramento, no estado da Califórnia (EUA).

Durante a madrugada, o animal percebeu a fumaça que saía da garagem e correu para o quarto de seu dono. Lá, pulou na cabeça do homem, o fazendo acordar e perceber o fogo que se alastrava pela casa.

Honey ainda correu pela vizinhança junto do dono, alertando os moradores da rua sobre o perigo. Com a chegada dos bombeiros, a gato foi levado para o veterinário, onde se recupera. Ele engoliu muita fumaça.

(Disponível em: http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2010/06/gato-salva-vida-do-dono-e-alerta-vizinhanca-sobre-incendio.html Sobre a notícia em destaque, é correto dizer que a) tem um caráter obviamente fantástico, visto a situação absurda que retrata. b) a informação no corpo da notícia é apresentada em uma ordem cronológica, de forma sucinta e direta. c) é possível perceber a subjetividade do autor no tom utilizado para descrever os acontecimentos. d) não apresenta lide, pois não apresenta as informações pessoais das pessoas envolvidas na história. e) está incompleta e, por isso, é pouco eficiente, visto que não apresenta data no início do texto. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os eventos apresentados na notícia são narrados cronologicamente, progredindo a partir de seu início até a conclusão da história, apresentando apenas as informações mais essenciais.

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QUESTÃO 5

Homem rouba cabra perto do Museu do Louvre e foge pelo metrô de Paris Cabra cuidava da grama nas Tulherias; homem foi preso.

O subtítulo de uma notícia, também chamado de gravata, tem como objetivo a) apresentar citações das pessoas envolvidas na situação descrita. b) complementar o título, apresentando informações adicionais. c) apresentar um posicionamento do autor da notícia. d) dar continuidade ao título, sob a visão subjetiva do seu autor. e) apresentar comentários de especialistas no assunto. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O subtítulo sempre tem a função de esclarecer o que já foi informado no título, dando a ele algum complemento.

QUESTÃO 6

A linguagem normalmente utilizada em uma notícia, no meio midiático, a) é sensacionalista, com frases que buscam a ambiguidade com o objetivo de iludir o leitor. b) é informal, pois é voltada para um grande público, portanto, deve ser compreensível para todos. c) apresenta traços de subjetividade, com adjetivos que destacam uma visão única sobre os

acontecimentos relatados. d) é formal, porém simples e objetiva, para ser facilmente compreendida por qualquer tipo de público. e) é predominantemente informal, podendo apresentar termos formais. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A linguagem da notícia é padrão e formal, mas ainda assim é simples, direta e objetiva, de forma a se comunicar facilmente com qualquer leitor daquela publicação.

QUESTÃO 7 Certa vez, chamaram minha atenção para um erro de português no samba Comprimido. É a crônica de um sujeito que briga com a mulher. Ela dá uma dentada nele, que resolve deixar a marca para provar a agressão. Ganhou esse nome para enfatizar a ideia de que o indivíduo estava “pressionado”, a ponto de tomar um comprimido e morrer. Lá pelo fim do texto, há o erro: “Noite de samba/ Noite comum de novela/ Ele chegou/ Pedindo um copo d´água/ Pra tomar um comprimido/ Depois cambaleando/ Foi pro quarto/ E se deitou/ Era tarde demais/ Quando ela percebeu que ele se envenenou”. Então me deram um toque. Aí, tentei mudar. Nada encaixava. Um desespero. Aí decidi deixar assim, com erro mesmo. Nunca reclamaram.

(Adaptado de entrevista de Paulinho da Viola) O texto permite afirmar, com correção, que a) há um contraste entre o nível de linguagem do relato e o da canção; nesta, o autor usa de maior

de informalidade. b) a entrevista apresenta, como marca de oralidade, o uso de aí para conectar partes da narrativa. c) a letra de “Comprimido” apresenta diversos deslizes em relação à concordância. d) a inversão da ordem comum nas frases que compõem os versos de “Comprimido” serve para criar suspense

em relação ao desfecho da história. e) o entrevistado relata o que lhe aconteceu certa vez dispondo os fatos em ordem cronológica, sem fazer uso de

interrupções, explicações ou comentários. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: “Aí” é um conectivo utilizado tipicamente na linguagem oral, como uma forma de ligar uma frase a outra.

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QUESTÃO 8

Sequência Eu era pequena. A cozinheira Lizarda tinha nos levado ao mercado, minha irmã, eu. Passava um homem com um abacate na mão e eu inconsciente: “Ome, me dá esse abacate...” O homem me entregou a fruta madura. Minha irmã, de pronto: “vou contar pra mãe que ocê pediu abacate na rua.” Eu voltava trocando as pernas bambas. Meus medos, crescidos, enormes... A denúncia confirmada, o auto, a comprovação do delito. O impulso materno... consequência obscura da escravidão passada, o ranço dos castigos corporais. Eu, aos gritos, esperneando. O abacate esmagado, pisado, me sujando toda. Durante muitos anos minha repugnância por esta fruta trazendo a recordação permanente do castigo cruel. Sentia, sem definir, a recreação dos que ficaram de fora, assistentes, acusadores. Nada mais aprazível no tempo, do que presenciar a criança indefesa espernear numa coça de chineladas. “é pra seu bem,” diziam, “doutra vez não pedi fruita na rua.”

(Cora Coralina, Vintém de cobre, p. 131-132.) Um exemplo de oralidade no poema de Cora Coralina pode ser visto em a) “O homem me entregou a fruta madura”. b) “A denúncia confirmada, o auto, a comprovação do delito”. c) “Ome, me dá esse abacate”. d) “Eu voltava trocando as pernas bambas”. e) “o ranço dos castigos corporais”. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: “Ome” aparece escrito segundo a sua pronúncia, diferente da forma gramatical adequada “homem”, indicando que é um sinal de oralidade.

QUESTÃO 9

O horóscopo, os classificados e as notícias, entre outros gêneros, aparecem nos jornais diariamente. Apesar da especificidade de cada um, pode-se afirmar que se dirigem a a) públicos diferentes, pois as notícias não costumam interessar aos jovens, apenas aos leitores adultos. b) pequenos públicos, pois apenas uma pequena parcela de leitores se interessa por classificados. c) públicos específicos, pois o horóscopo é destinado exclusivamente às mulheres. d) públicos indeterminados, pois é impossível aos jornais pesquisar o perfil de seus assinantes e compradores

nas bancas. e) grandes públicos, pois, mesmo tratando de assuntos mais gerais ou privados, podem interessar a uma

enorme quantidade de leitores. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As outras alternativas limitam o alcance de cada um dos gêneros, e isso é um inconveniente, visto que a função social de cada gênero, mesmo que cada texto tenha suas especificidades, abrange extensa e múltipla quantidade de pessoas.

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Raio Memetizador: projeto da UFF lança webmuseu colaborativo para expor e debater universo dos memes.

Uma sala de paredes brancas, luzes frias no teto e telas com molduras pomposas penduradas em

sequência. Poderia ser um museu qualquer, mas, neste caso, algumas pinturas trazem inscrições como “Anham... Senta lá, Cláudia!”. É o #Museu de memes, lançado na web em julho passado. Uma plataforma virtual dividida basicamente em três seções: acervo, fontes e referências e eventos.

Tudo começou em 2011, quando Viktor Chagas, professor de Estudos de Mídias, identificou o grande interesse dos alunos em estudar memes e começou a reunir material e a pensar em propostas para discutir o tema. Logo depois, ministrou uma disciplina sobre o assunto e deu início aos #memeclubes, “uma mistura de cineclube com seminário acadêmico, uma reunião aberta à comunidade para assistir a uma ‘sessão’ de memes apresentada por alunos, com debate ao final. Fazemos isso desde 2012 e, agora, resolvemos dar outro passo: colocar esse nosso acervo à disposição do público na internet”, explica Chagas, que coordena o projeto da Universidade Federal Fluminense (UFF). E, por que “museu”, então? “Acho muito difícil compreender meme enquanto unidade de reprodução [como propõe, a partir de analogia genética, o teórico Richard Dawkins, autor do termo dos anos 1970]. Eu entendo como conjunto, coleção, acervo. Daí a ideia de museu”, comenta.

Meme pode ser compreendido como um gênero midiático, sendo mais complexo do que parece. “Só podemos entender memes se pensarmos em grupos de conteúdos que só fazem sentido como universo narrativo. Meme não é uma foto legendada e isolada, mas um conjunto de fotos legendadas, com gramática própria, criando idioma particular, desenvolvendo personagens”, explica Chagas. (Adaptado de: FONTELLA, A. Revista de História.com.br. 1 ago. 2015. Disponível em: <http://www.revistadehistoria.com.br/secao/em-dia/raio-

memetizador>. Acesso em: 28 set. 2015.)

QUESTÃO 10 A reportagem utilizou-se de sequências tipológicas diferentes para abordar o tema. Respectivamente, predominam no primeiro, segundo e terceiro parágrafo as tipologias a) explicativa, argumentativa e descritiva. b) descritiva, explicativa e narrativa. c) descritiva, narrativa e explicativa. d) narrativa, explicativa e argumentativa. e) narrativa, narrativa e descritiva. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Na primeira parte da reportagem, temos a sequência descritiva. Podemos observá-la logo na primeira frase do texto: “Uma sala de paredes brancas, luzes frias no teto e telas com molduras pomposas penduradas em sequência”. No segundo, há a sequência narrativa, com a exposição de fatos: “ Tudo começou em 2011, quando Viktor Chagas, professor de Estudos de Mídias, identificou o grande interesse dos alunos em estudar memes”. Por fim, temos a explicativa, quando o termo “meme” está sendo definido: “Meme pode ser compreendido como um gênero midiático, sendo mais complexo do que parece [...]”.

Uma pessoa verdadeiramente forte

A gente costuma ouvir que uma pessoa é forte, que tem gênio forte, quando ela reage com grande violência em situações que a desagradam. Ou seja, a pessoa de temperamento forte só está bem e calma quando tudo acontece exatamente de acordo com a vontade dela. Nos outros casos, sua reação é explosiva e o estouro costuma provocar o medo nas pessoas que a cercam.

As pessoas que não toleram frustrações, dores e contrariedades são as fracas e não as fortes. Fazem muito barulho, gritam, fazem escândalos e ameaçam bater. São barulhentas e não fortes. O forte é aquele que ousa e se aventura em situações novas, porque tem a convicção íntima de que, se fracassar, terá forças interiores para se recuperar.

Ninguém pode ter certeza de que seu empreendimento – sentimental, profissional, social – será bem-sucedido. Temos medo da novidade justamente por causa disso. O fraco não ousará, pois a simples ideia do fracasso já lhe provoca uma dor insuportável. O forte ousará porque tem a sensação íntima de que é capaz de aguentar o revés.

O forte é aquele que monta no cavalo porque sabe que, se cair, terá forças para se levantar. O fraco encontrará uma desculpa – em geral, acusando uma outra pessoa – para não montar no cavalo. Fará gestos e pose de corajoso, mas, na verdade, é exatamente o contrário. Buscará tantas certezas prévias de que não irá cair do cavalo que, caso chegue a tê-las, o cavalo já terá ido embora há muito tempo. O forte é o que parece ser o fraco: é quieto, discreto, não grita e é o ousado. Faz o que ninguém esperava que ele fizesse.

GIKOVATE, F. Disponível em: <http://flaviogikovate.com.br/uma-pessoa-verdadeiramenteforte/# more-540>. Acesso em: 01 out. 2016.

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QUESTÃO 11 A relação entre a tese do texto e os argumentos apresentados pelo autor para sustentar seu ponto de vista é caracterizada pela a) contraposição entre os significados de força e fraqueza. b) valorização do fracasso e das frustrações da vida. c) distinção entre a ousadia e o medo da novidade. d) depreciação de indivíduos considerados fortes. e) exaltação dos cidadãos menos privilegiados. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: De acordo com o texto, as pessoas socialmente consideradas fortes, na verdade, são fracas: “A gente costuma ouvir que uma pessoa é forte, que tem gênio forte, quando ela reage com grande violência em situações que a desagradam. [...] As pessoas que não toleram frustrações, dores e contrariedades são as fracas e não as fortes. Fazem muito barulho, gritam, fazem escândalos e ameaçam bater. São barulhentas e não fortes.” Por outro lado, o autor afirma que as pessoas aparentemente fracas são, na verdade, as fortes: “O forte é o que parece ser o fraco: é quieto, discreto, não grita e é o ousado. Faz o que ninguém esperava que ele fizesse”.

QUESTÃO 12 Em depoimento, Paulo Freire fala da necessidade de uma tarefa educativa: “trabalhar no sentido de ajudar os homens e as mulheres brasileiras a exercer o direito de poder estar de pé no chão, cavando o chão, fazendo com que o chão produza melhor é um direito e um dever nosso. A educação é uma das chaves para abrir essas portas. Eu nunca me esqueço de uma frase linda que eu ouvi de um educador, camponês de um grupo de Sem Terra: pela força do nosso trabalho, pela nossa luta, cortamos o arame farpado do latifúndio e entramos nele, mas quando nele chegamos, vimos que havia outros arames farpados, como o arame da nossa ignorância. Então eu percebi que quanto mais inocentes, tanto melhor somos para os donos do mundo. (…) Eu acho que essa é uma tarefa que não é só política, mas também pedagógica. Não há Reforma Agrária sem isso.”

(Adaptado de Roseli Salete Galdart, Pedagogia do Movimento Sem Terra: escola é mais que escola. São Paulo: Expressão Popular, 2008, p. 172.) No excerto adaptado que você leu, há menção a outros arames farpados, como “o arame da nossa ignorância”. Trata-se de uma figura de linguagem para a) a conquista do direito às terras e à educação que são negadas a todos os trabalhadores. b) a obtenção da chave que abre as portas da educação a todos os brasileiros que não têm terras. c) promoção de uma conquista da educação que tenha como base a propriedade fundiária. d) a descoberta de que a luta pela posse da terra pressupõe também a conquista da educação. e) criticar a forma como a educação tem sido pulverizada no século XXI. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A menção ao “arame farpado da nossa ignorância” se refere aos obstáculos de se conquistar efetivamente a educação sem a qual as outras conquistas perdem o sentido.

QUESTÃO 13

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A compreensão do texto, no informe publicitário acima, exige que o leitor perceba que, nele, apresentam-se duas normas linguísticas. Para diferenciá-las, o principal recurso utilizado pelo autor foi o de a) representar, nas ilustrações, duas diferentes classes sociais. Isso justifica, por exemplo, as imagens de

pessoas bem-vestidas juntamente com outras, de pessoas malvestidas. b) mesclar, no texto, elementos verbais com elementos não verbais. Isso possibilitou que o texto fosse escrito na

‘norma culta’, e as imagens representassem a ‘norma popular’. c) grafar algumas palavras em desacordo com as convenções ortográficas, porém de maneira mais aproximada

da fala. Isso justifica, por exemplo, as diferentes grafias de “bem está” / “bem-estar”. d) distribuir o texto em diferentes planos. Isso permitiu que a norma considerada ‘culta’ ficasse destacada em

primeiro plano, e a norma considerada ‘não culta’ ficasse em segundo. e) trazer, para o texto, diferentes gêneros. Isso possibilitou que a ‘norma culta’ fosse expressa na forma de

versos, no gênero poema; e a ‘norma não culta’ fosse expressa na forma de prosa, no gênero anúncio publicitário.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto é, em boa parte, estruturado em padrão informal, com linguagem próxima à da fala: “pensano”, “bem está”, “lembrá”, “cuidá”, “aproveitá”, “cum”. A linguagem empregada se justifica pelo contexto de festa de São João, conforme a ilustração.

QUESTÃO 14

Considerando as linhas 7 e 8, “Está provado, quem espera nunca alcança”, pode-se afirmar que a) há um equívoco no emprego do provérbio “quem espera sempre alcança”. b) o autor reescreve o provérbio para valorizar o texto poético. c) o eu-lírico diz que o provérbio “quem espera sempre alcança” não se fundamenta cientificamente. d) o emprego não tem relação alguma com o provérbio “quem espera sempre alcança”. e) se refuta a ideia de passividade e conformismo expresso no provérbio “quem espera sempre alcança”. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Ao contradizer conselhos conhecidos da cultura popular, como “quem espera alcança”, o eu-lírico questiona a passividade humana diante de situações em que deveria lutar pela realização de seus sonhos.

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Abaixo, está a letra da música “O Sal da Terra”, escrita por Beto Guedes e Ronaldo Bastos.

Anda, quero te dizer nenhum segredo Falo nesse chão da nossa casa Vem que tá na hora de arrumar Tempo quero viver mais duzentos anos Quero não ferir meu semelhante Nem por isso quero me ferir Vamos precisar de todo mundo Pra banir do mundo a opressão Para construir a vida nova Vamos precisar de muito amor A felicidade mora ao lado E quem não é tolo pode ver A paz na Terra, amor O pé na terra A paz na Terra, amor O sal da Terra És o mais bonito dos planetas Tão te maltratando por dinheiro Tu que é a nave nossa irmã

Canta, leva tua vida em harmonia E nos alimenta com seus frutos Tu que é do homem a maçã Vamos precisar de todo mundo Um mais um é sempre mais que dois Pra melhor juntar as nossas forças É só repartir melhor o pão Recriar o paraíso agora Para merecer quem vem depois Deixa nascer o amor Deixa fluir o amor Deixa crescer o amor Deixa viver o amor (O sal da terra)

<http://tinyurl.com/jxqu5yq> Acesso em: 26.08.2016.

QUESTÃO 15

A letra da música transmite a ideia de que é possível construir um mundo melhor. A partir de elementos do texto, é correto afirmar que, para isso, é necessário a) investir na automação industrial, que substitui a mão de obra humana pelas máquinas e acaba com a

destruição do meio ambiente. b) diminuir o consumo de bens materiais e buscar formas de conciliar o progresso econômico com a preservação

dos recursos ambientais. c) realizar reformas urbanas que permitam desmatar áreas de florestas nativas e construir cidades cada vez

mais tecnológicas, democráticas e limpas. d) eliminar o consumo de bens não duráveis e aumentar a retirada de matérias-primas da natureza, para trazer

de volta o equilíbrio natural do planeta Terra. e) explorar mais as reservas de sal, pois a natureza não tem fornecido matérias-primas adequadas para a

produção de alimentos, encarecendo os produtos agrícolas. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Segundo a música, as pessoas têm se preocupado muito com o dinheiro, de modo a muitas vezes maltratar o planeta. Devem, portanto, apegar-se às coisas menos materiais e mais belas da vida. Assim, para a construção de um mundo melhor é necessário diminuir o consumo de bens materiais e buscar formas de conciliar o progresso econômico com a preservação dos recursos ambientais, não mais maltratando o ambiente.

QUESTÃO 16

A canção Chega de Saudade, do violonista baiano João Gilberto, é considerada um marco importante da Música Popular Brasileira, pois ela inaugura o movimento bossa-novista brasileiro.

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Podemos reconhecer, na produção dos artistas desse período, um(a) a) influência da cultura americana do pós-guerra combinada ao expressionismo erudito. b) majoritária influência do jazz e a ausência de elementos do samba sincopado. c) inconformismo com a produção cultural de origem africana comum à época. d) apropriação do cantar da época mesclada a uma prática do canto-falado. e) tom coloquial da narrativa musical associada a acordes dissonantes. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Reconhecer diferentes funções da arte e do trabalho a produção dos artistas em seus meios culturais é o principal objetivo da questão. De acordo com o escritor Ruy Castro (em seu livro Chega de saudade, de 1990), esse LP não foi um sucesso imediato ao ser lançado, mas o disco pode ser considerado um dos marcos da bossa nova, não só por ter trazido algumas das mais clássicas composições do gênero – entre as quais, Luciana, Estrada Branca, Outra Vez e Chega de Saudade –, como também pela célebre batida do violão de João Gilberto, com seus acordes dissonantes e inspirados no jazz norte-americano – influência estaque daria argumentos aos críticos da bossa nova. Outras das características do movimento eram suas letras que, contrastando com os sucessos de até então, abordavam temáticas leves e descompromissadas - exemplo disto, Meditação, de Tom Jobim e Newton Mendonça. A forma de cantar também se diferenciava da que se tinha na época. Segundo o maestro Júlio Medaglia, "desenvolver-se-ia a prática do canto-falado ou do cantar baixinho, do texto bem pronunciado, do tom coloquial da narrativa musical, do acompanhamento e canto, integrando-se mutuamente em lugar da valorização da 'grande voz'".

QUESTÃO 17

Sobre o poema acima, houve a utilização de uma linguagem que a) aproximou a variedade escrita da variedade falada, promovendo um entrelaçamento de vertentes distintas

da linguagem. b) promoveu uma nítida distinção entre linguagem oral e escrita, procurando expor a superioridade de uma

vertente quanto à outra. c) deu preferência à variedade informal da linguagem, como forma exclusiva da transmissão de ideias formais. d) tenta provar a inferioridade cultural da linguagem oral na composição de textos poéticos. e) exibe na prática o quão prejudicado fica o entendimento de um texto ao optar pela linguagem rebuscada. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O poema acima pertence ao Modernismo brasileiro, movimentação literária que pregou a ideologia de que a arte literária deveria se aproximar do povo e descer dos salões inacessíveis da burguesia. Uma das movimentações estéticas iniciais foi a aproximação entre a oralidade e a norma, em que expressões tidas como vulgares foram incorporadas aos textos modernistas.

QUESTÃO 18

“Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam

Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A antirrosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada.”

Vinicius de Moraes, A rosa de Hiroxima

A partir da leitura do poema, pode-se inferir que, nele, a poesia a) parte de um dado concreto, imitando fielmente as circunstâncias do mundo real. b) cria seu próprio universo, desligando-se por completo da realidade circundante. c) funda uma nova realidade, permitindo a fuga da violência do mundo contemporâneo. d) tem o poder de resgatar a beleza das coisas mais tristes e trágicas da realidade. e) instaura uma realidade transfigurada pelo lirismo, perceptível em visões inusitadas e surpreendentes.

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GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As relações entre a poesia e a realidade são sempre complexas, e qualquer teorização sobre o assunto corre o risco da contraprova. Mas, das alternativas apresentadas, aquela que poderia servir de base para uma teoria da poesia que se inferisse do poema é a E. De fato, a visão lírica e subjetiva do poeta transfigura a realidade relacionada à bomba atômica com associações surpreendentes, sem diminuir-lhe o horror e o absurdo.

QUESTÃO 19

A DIVA Vamos ao teatro, Maria José? Quem me dera, desmanchei em rosca quinze kilos de farinha, tou podre. Outro dia a gente vamos. Falou meio triste, culpada, e um pouco alegre por recusar com orgulho. TEATRO! Disse no espelho. TEATRO! Mais alto, desgrenhada. TEATRO! E os cacos voaram sem nenhum aplauso. Perfeita.

PRADO, A. Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999.

Os diferentes gêneros textuais desempenham funções sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com base em suas características específicas, bem como na situação comunicativa em que ele é produzido. Assim, o texto A diva a) narra um fato real vivido por Maria José. b) surpreende o leitor pelo seu efeito poético. c) relata uma experiência teatral profissional. d) descreve uma ação típica de uma mulher sonhadora. e) defende um ponto de vista relativo ao exercício teatral. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto “A diva” é um poema narrativo, de modo que o leitor se deixa levar pela cena descrita, imaginando-a em uma experiência teatral, pelo diálogo nela existente. No entanto, como aponta a alternativa B, ao chegar ao final do poema, a função poética surpreende o leitor, ao transformar a simples Maria José em uma diva, por sua atuação dramática de ordem espontânea (ao que parece).

QUESTÃO 20 “A palavra serve para comunicar e interagir. E também para criar literatura, isto é, criar arte, provocar emoções, produzir efeitos estéticos.”

(Português: linguagens: volume 1: ensino médio/William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 5.ed. –São Paulo: Atal, 2005. p. 27.) A partir da definição anterior, pode-se afirmar que a linguagem literária a) pressupõe objetividade e clareza diante da sua função utilitária. b) não permite que haja dupla interpretação a respeito do assunto tratado. c) é organizada de modo que a plurissignificação esteja presente no texto. d) tem por objetivo esclarecer acerca de um assunto relacionado à realidade. e) caracteriza-se pela presença de termos científicos. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto literário não possui função utilitária. Trata-se de um texto mais artístico, de função estética, muitas vezes, subjetivo, dando margem a diferentes interpretações por parte dos leitores.

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QUESTÃO 21

KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução)

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais. b) estabelecer uma postura proativa da sociedade. c) provocar a reflexão sobre essa realidade. d) propor alternativas para solucionar esse problema. e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A imagem tem como objetivo, através do uso da linguagem não verbal, provocar uma reflexão sobre a realidade do trabalho infantil, que submete crianças pobres a uma dura rotina. Enquanto algumas crianças trabalham, outras, mais protegidas, brincam.

QUESTÃO 22

O cartum faz uma crítica social. A figura destacada está em oposição às outras e representa a a) opressão das minorias sociais. b) carência de recursos tecnológicos. c) falta de liberdade de expressão. d) defesa da qualificação profissional. e) reação ao controle do pensamento coletivo. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No cartum, os homens são representados por bonecos de corda que andam para uma mesma direção, uma metáfora que critica o comportamento subserviente adotado por muitas pessoas. Há apenas um boneco que representa o pensamento contrário, que não é movido por corda e que caminha rumo à outra direção: esse seria responsável pela escolha de seu próprio caminho, aquele que reage ao controle do pensamento coletivo.

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QUESTÃO 23

Nessa propaganda, a combinação entre linguagem verbal e não verbal promove um apelo à população para que a) tome a vacina contra gripe. b) se engaje em movimentos pela saúde no trabalho. c) se proteja contra o contágio pelo vírus HIV. d) combata a discriminação no local de trabalho. e) contribua com ações a favor de portadores do vírus HIV. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto objetiva promover uma reflexão que leve à mudança no comportamento e na conduta de seus interlocutores, a fim de que portadores de HIV possam ter as mesmas condições de vida e trabalho que outras pessoas. Um recurso utilizado para promover tal ideia é comparar a AIDS com outras doenças, de modo a mostrar que os soropositivos não são incapazes de ocupar postos de trabalho.

QUESTÃO 24

De domingo — Outrossim? — O quê? — O que o quê? — O que você disse. — Outros sim? —É. — O que que tem? —Nada. Só achei engraçado. — Não vejo a graça. — Você vai concordar que não é uma palavra de todos os dias. — Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo. — Se bem que parece uma palavra de segunda-feira. — Não. Palavra de segunda-feira é óbice. — “Ônus. — “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”. — “Resquício” é de domingo. — Não, não. Segunda. No máximo terça. — Mas “outrossim”, francamente… — Qual o problema? — Retira o “outrossim”. — Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás, é uma palavra difícil de usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”.

(VERÍSSIMO. L.F. Comédias da vida privada. Porto Alegre: LP&M, 1996).

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No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas palavras da língua portuguesa. Esse uso promove o(a) a) marcação temporal, evidenciada pela presença de palavras indicativas dos dias da semana. b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de palavras empregadas em contextos formais. c) caracterização da identidade linguística dos interlocutores, percebida pela recorrência de palavras regionais. d) distanciamento entre os interlocutores, provocado pelo emprego de palavras com significados

poucos conhecidos. e) inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de palavras desconhecidas por parte de um

dos interlocutores do diálogo. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O tom humorístico do texto utilizado na questão é construído a partir do conceito de uma das variações linguísticas: a situacional. Ela corresponde às diferentes formas que o falante escolhe para se comunicar, dependendo da situação de comunicação. É a situação que determina, por exemplo, o vocabulário a ser empregado: com quem estamos falando? Em que evento estamos? Em que lugar?

QUESTÃO 25 TEXTO I

Entrevistadora — Eu vou conversar aqui com a professora A. D. … O português então não é uma língua difícil? Professora — Olha se você parte do princípio… que a língua portuguesa não é só regras gramaticais… não se você se apaixona pela língua que você… já domina… que você já fala ao chegar na escola se teu professor cativa você a ler obras da literatura… obra da/ dos meios de comunicação… se você tem acesso a revistas… é… a livros didáticos… a… livros de literatura o mais formal o e/ o difícil é porque a escola transforma como eu já disse as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.

TEXTO II

Professora — Não, se você parte do princípio que língua portuguesa não é só regras gramaticais. Ao chegar à escola, o aluno já domina e fala a língua. Se o professor motivá-lo a ler obras literárias e se tem acesso a revistas, a livros didáticos, você se apaixona pela língua. O que torna difícil é que a escola transforma as aulas de língua portuguesa em análises gramaticais.

(MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. São Paulo: Cortez, 2001) O texto I é a transcrição de entrevista concedida por uma professora de português a um programa de rádio. O texto II é a adaptação dessa entrevista para a modalidade escrita. Em comum, esses textos a) apresentam ocorrências de hesitações e reformulações. b) são modelos de emprego de regras gramaticais. c) são exemplos de uso não planejado da língua. d) apresentam marcas da linguagem literária. e) são amostras do português culto urbano. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A questão trata da variação sociocultural, referente às diferenças linguísticas decorrentes das características sociais e culturais de cada falante: idade, profissão, sexo, grau de instrução grupo social, nível econômico. É importante observar a expressão “português culto urbano”, utilizado na alternativa indicada como correta pelo gabarito oficial do INEP: o conceito é utilizado em Sociolinguística para designar o uso linguístico do indivíduo com grau de escolaridade superior completa, nascido e criado em zona urbana. O conceito da Linguística não está relacionado às noções de culto e inculto disseminadas com base no senso comum.

QUESTÃO 26 Mandinga — Era a denominação que, no período das grandes navegações, os portugueses davam à costa ocidental da África. A palavra se tornou sinônimo de feitiçaria porque os exploradores lusitanos consideram bruxos os africanos que ali habitavam — é que eles davam indicações sobre a existência de ouro na região. Em idioma nativo, manding designava terra de feiticeiros. A palavra acabou virando sinônimo de feitiço, sortilégio.

(COTRIM, M. O pulo do gato 3. São Paulo: Geração Editorial, 2009. Fragmento)

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No texto, evidencia-se que a construção do significado da palavra mandinga resulta de um(a) a) contexto sócio-histórico. b) diversidade técnica. c) descoberta geográfica. d) apropriação religiosa. e) contraste cultural. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A questão aborda a variação histórica da língua portuguesa. Toda língua natural modifica-se com o tempo: mudam o modo de falar, a maneira de estruturar as frases, o vocabulário e, muitas vezes, o significado das palavras.

QUESTÃO 27 PINHÃO sai ao mesmo tempo que BENONA entra. BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá fora e quer falar com você. EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei que ele está lá fora, mas não quero falar com ele. BENONA: Mas, Eurico, nós lhe devemos certas atenções. EURICÃO: Passadas para você, mas o prejuízo foi meu. Esperava que Eudoro, com todo aquele dinheiro, se tornasse meu cunhado. Era uma boca a menos e um patrimônio a mais. E o peste me traiu. Agora, parece que ouviu dizer que eu tenho um tesouro. E vem louco atrás dele, sedento, atacado da verdadeira hidrofobia. Vive farejando ouro, como um cachorro da molest’a, como um urubu, atrás do sangue dos outros. Mas ele está enganado. Santo Antônio há de proteger minha pobreza e minha devoção.

(SUASSUNA, A. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José Olimpyio, 2013) Nesse texto teatral, o emprego das expressões “o peste” e “cachorro da molest’a” contribui para a) marcar a classe social das personagens. b) caracterizar usos linguísticos de uma região. c) enfatizar a relação familiar entre as personagens. d) sinalizar a influência do gênero nas escolhas vocabulares. e) demonstrar o tom autoritário da fala de uma das personagens. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Nessa questão, aborda-se a variação geográfica. Ela corresponde às diferenças observadas na comparação entre o uso linguístico em diversas regiões do país ou quando comparamos os usos dos diferentes países de língua portuguesa.

QUESTÃO 28

A Questão é Começar

Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol. No escrever também poderia ser assim, e deveria haver para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar.

Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais. Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto. Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem pensar em você por perto, espiando o que escrevo. Não me deixe falando sozinho.”

Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda, puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.

(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).

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Observe a seguinte afirmação feita pelo autor: “Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.” Ela faz referência à função da linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”, chamada a) função emotiva b) função referencial c) função fática d) função conativa e) função poética GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto aborda as relações de interação estabelecidas entre locutor e receptor no interior de um texto. Para isso, são mostradas estratégias de interlocução verbal, como saudações e assuntos de temas citadinos.

QUESTÃO 29

TEXTO I O canto do guerreiro Aqui na floresta Dos ventos batida, Façanhas de bravos Não geram escravos, Que estimem a vida Sem guerra e lidar. — Ouvi-me, Guerreiros, — Ouvi meu cantar. Valente na guerra, Quem há, como eu sou? Quem vibra o tacape Com mais valentia? Quem golpes daria Fatais, como eu dou? — Guerreiros, ouvi-me; — Quem há, como eu sou?

(Gonçalves Dias.)

TEXTO II Macunaíma (Epílogo) Acabou-se a história e morreu a vitória. Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói?

(Mário de Andrade.)

Considerando-se a linguagem desses dois textos, verifica-se que a) a função da linguagem centrada no receptor está ausente tanto no primeiro quanto no segundo texto. b) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto, no segundo, predomina a linguagem formal. c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma palavra de origem indígena. d) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma de organização da linguagem e, no segundo, no

relato de informações reais. e) a função da linguagem centrada na primeira pessoa, predominante no segundo texto, está ausente

no primeiro. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A partir da leitura dos textos, podemos constatar que existe uma relação no conteúdo, uma vez que ambos têm como foco a figura do indígena brasileiro. No entanto, a realidade indígena do primeiro texto é positiva e idealizada; enquanto no segundo, ela é negativa e crítica. Outra diferença a se destacar é que o texto de Gonçalves Dias está em forma de poesia, com a presença de versos, e o de Mario de Andrade, em prosa. Embora ambos utilizem palavras indígenas (tacape, Uraricoera), a linguagem utilizada não é considerada informal, coloquial.

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QUESTÃO 30

Desabafo Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.

CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento). Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio, entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a emotiva ou expressiva, pois a) o discurso do enunciador tem como foco o próprio código. b) a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que está sendo dito. c) o interlocutor é o foco do enunciador na construção da mensagem. d) o referente é o elemento que se sobressai em detrimento dos demais. e) o enunciador tem como objetivo principal a manutenção da comunicação. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A função emotiva da linguagem prioriza o discurso subjetivo, onde o emissor transmite suas emoções e sentimentos. Portanto, esse tipo de texto é focado no emissor e escrito em primeira pessoa.

QUESTÃO 31 Sargon Assarhaddon Assurbanipal Teglattphalasar, Salmanassar Nabonid, Nabopalassar, Nabuconodosor Belsazar Sanekherib.

E era para mim um poema esse rol de rei leoninos, agora despojados de vontade sanhuda e só representados na poesia. Não pelos cilindros de ouro e pedras, postos sobre as reais comas riçadas, nem pelas alargadas barbas, entremeadas de fios de ouro. Só, só por causa dos nomes.

Sim, que, à parte o sentido prisco, valia o ileso gume do vocábulo pouco visto e menos ainda ouvido, raramente usado, melhor fora se jamais usado. Porque, diante de um gravatá, selva moldada em jarro jônico, dizer-se apenas drimirimou amor-meu-zinho é justo; e, ao descobrir, no meio da mata, um angelim que atira para cima cinquenta metros de tronco e fronde, quem não terá ímpeto de criar um vocativo absurdo e bradá-lo – Ó colossalidade! – Na direção da altura? E não é sem assim que as palavras têm canto e plumagem.

(João Guimarães Rosa. “São Marcos”, in Sagarana Rio de Janeiro: Nova Cultural, 2001) Guimarães Rosa, a partir do registro que tem como base o regional, explora a virtualidade do idioma: os neologismos, as construções sintáticas inovadoras, a cadência rítmica, isto é, a melopeia, e até arcaísmos. Constrói-se, assim, a prosa poética. A referência aos nomes dos reis leoninos deve-se a) à “vontade sanhuda”. b) ao “sentido prisco”. c) ao “ileso gume”. d) à nobreza dos monarcas. e) à riqueza dos monarcas. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: “As palavras têm canto e plumagem” como sugerido no próprio texto, e o eu lírico menciona numa passagem que “valia o ileso gume do vocábulo” só por causa dos nomes, do ímpeto de se criar um vocativo absurdo.

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QUESTÃO 32 Por falar em babado, lembrei-me de uma coisa muito engraçada de vovó. Quando ela vê a sala cheia de mulheres esperando o jantar pergunta a Dindinha, na vista delas: “Chiquinha, minha filha, como você vai arranjar o babado?” Dindinha responde: “Já desfranzi, minha mãe”. Vovó pode então ficar descansada, porque isto quer dizer que Dindinha mandou pôr água e couve no feijão.

(Helena Morley, Minha Vida de Menina) Sobre a linguagem no excerto do livro Minha Vida de Menina, de Helena Morley, pode-se afirmar que a) apresenta predominantemente o uso da norma padrão, como em lembrei-me em vez de me lembrei. b) traz marcas de afetividade e regionalidade, como em babado e desfranzi. c) a avó de Helena e a filha atribuem um novo sentido às palavras, como se houvesse um código partilhado

entre elas, como em “desfranzi”. d) o registro é realizado a partir da perspectiva adulta da menina Helena e, por isso, faz uso de linguagem formal,

recuperando lembranças selecionadas. e) o registro é realizado a partir da perspectiva infantil da menina Helena e, por isso, traz marcas de oralidade

próprias à idade como na vista delas. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O livro possui o registro linguístico a partir da perspectiva infantil da protagonista Helena, com linguagem informal, afetiva, regional e com muitas marcas de oralidade. No entanto, em b os exemplos referem-se à linguagem regional e em e, o exemplo não necessariamente faz parte do léxico de uma faixa etária infantil. Em c, além do regionalismo, as personagens utilizam-se de um código para exclusiva comunicação entre elas.

QUESTÃO 33

Considerando-se os elementos verbais e visuais da tirinha, é correto afirmar que o que contribui de modo mais decisivo para o efeito de humor é

a) a ingenuidade dos personagens em acreditarem na existência de poderes sobrenaturais. b) o contraste entre os personagens que representam diferentes classes sociais. c) o duplo sentido do substantivo “super-herói”, no contexto do 1º quadrinho. d) a tentativa fracassada do personagem ao fazer um discurso panfletário. e) a quebra de expectativa produzida, no último quadrinho, pelo termo “invisibilidade”. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O super-herói vem associado à resistência da condição de vida desumana, e não relacionada a poderes, uma vez que a personagem é quem precisa de ajuda, mas não é notada pela sociedade, pelos indivíduos que fazem perto dela. Dessa forma, a linguagem mista gera uma quebra de expectativa por meio do ultimo quadrinho.

QUESTÃO 34 Assaltante Baiano Ô, meu rei... (pausa) Isso é um assalto... (longa pausa) Levanta os braços, mas não se avexe não... (outra pausa) Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bem devagarinho... (pausa para pausa) Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado. Não esquenta, meu irmãozinho. (pausa) Vou deixar teus documentos na encruzilhada. Assaltante Mineiro Ô, sô, prestenção: Issé um assarto, uai. Levantus braço e fica ketimquiémióprocê. Esse trem na minha mão tá cheim de bala... Miópassá logo os trocados que eu num tôbão hoje. Vai andando, uai! Tá esperando o quê, sô?!

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Assaltante Carioca Aí, perdeu, mermão. Seguiiiinnte, bicho: tu te fu. Isso é um assalto. Passa a grana e levanta os braços, rapá. Não fica de caô que eu te passo o cerol.... Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto. Assaltante Paulista Pô, meu... Isso é um assalto, meu. Alevanta os braços, meu. Passa a grana logo, meu. Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso no Pacaembu, meu. Pô, se manda, meu. Assaltante Gaúcho Ô, guri, fica atento. Bah, isso é um assalto. Levanta os braços e te aquieta, tchê! Não tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbaridade, tchê. Passa as pilas prá cá! E te manda a lacria, senão o quarenta e quatro fala. Assaltante de Brasília Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer que, no final do mês, aumentaremos as seguintes tarifas: Energia, Água, Gás, Passagem de ônibus, Imposto de renda, Licenciamento de veículos, Seguro obrigatório, Gasolina, Álcool, IPTU, IPVA, IPI, ICMS, PIS, Cofins… A linguagem que cada um dos cinco primeiros assaltantes empregou revela a) que as diferenças entre os registros linguísticos típicos de cada região do país se resumem à questão

do sotaque. b) que a seleção lexical é uma pista relevante para reconhecer as características de cada variante regional que

há no Brasil. c) que somente o assaltante paulista não se vale de um vocativo para referir-se à sua vítima. d) que, na Bahia, respeita-se mais o padrão culto da língua, uma vez que o assaltante baiano não comete erros

de ortografia. e) que Minas Gerais é o estado brasileiro em que há menos preocupação das pessoas em valorizar a norma

culta do idioma. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Nas falas dos cinco primeiros assaltantes, há uma bem-humorada imitação de variantes regionais do Português brasileiro, inclusive no que diz respeito ao sotaque, o que explica a grafia — digamos — “estranha” de certos termos. A seleção lexical (por exemplo: “meu rei”, na Bahia; “sô”, em Minas; “mermão”, no Rio; “meu”, em São Paulo; “guri”, no Rio Grande do Sul) é outra pista para reconhecer as diferenças de linguagem entre as regiões do país.

QUESTÃO 35

Não existe amor em SP Não existe amor em SP Um labirinto místico Onde os grafites gritam Não dá pra descrever Numa linda frase De um postal tão doce Cuidado com doce São Paulo é um buquê Buquês são flores mortas Num lindo arranjo Arranjo lindo feito pra você

Fonte: http://letras.terra.com.br/criolo-doido/1857556/ em 1/4/2012.

Predomina no texto a função da linguagem a) metalinguística, porque o autor procura explicar o que é a cidade de São Paulo. b) fática, porque o autor destaca a importância do grafite na cidade como canal de comunicação. c) apelativa, porque o texto chama a atenção para os diversos espaços da urbe paulistana. d) poética, porque o autor dá ênfase ao labirinto verbal embutido na argamassa da mensagem. e) referencial, porque o texto trata de noções referenciais sobre a capital financeira do país. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Observa-se o uso da função poética, uma vez que a preocupação está na formulação da mensagem, na escolha das palavras, da sonoridade, da elaboração do texto, isto é, em sua própria estética.

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QUESTÃO 36

Fonte: http://www.google.com.br/imgres?q=anuncios+publicit%C3%A1rios+com+ditado +popuplar&um=99. disponível em 25/01/12.

O anúncio publicitário, atrativo por seus recursos verbais e não verbais, está intimamente ligado ao ideário de consumo quando sua função é vender um produto. No texto apresentado, utilizam-se elementos linguísticos capazes de nos revelar que o público alvo do cartaz é formado por a) vegetarianos que não gostam de alface. b) defensores do verde no planeta. c) pessoas alheias ao universo vegetariano. d) publicitários da área de alimentação e) pessoas vegetarianas que não gostam de alface. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A ideia do anúncio publicitário reside em demonstrar que as pessoas vegetarianas não apresentam, necessariamente, uma predileção generalizada acerca da alimentação ou que não se deve criar um estereótipo sobre um comportamento, estilo de vida.

QUESTÃO 37 “Eu gostava muito de passeá... saí com as minhas colegas... brincá na porta di casa di vôlei... andá de patins... bicicleta... quando eu levava um tombo ou outro... eu era a::... a palhaça da turma... ((risos))... eu acho que foi uma das fases mais... assim... gostosas da minha vida foi... essa fase de quinze... dos meus treze aos dezessete anos...”

A.P.S., sexo feminino, 38 anos, nível de ensino fundamental. Projeto Fala Goiana, UFG, 2010 (inédito). Um aspecto da composição estrutural que caracteriza o relato pessoal de A.P.S. como modalidade falada da língua é a) predomínio de linguagem informal entrecortada por pausas. b) vocabulário regional desconhecido em outras variedades do português. c) realização do gerúndio conforme as regras da tradição gramatical. d) ausência de elementos promotores de coesão e coerência entre os eventos narrados. e) presença de frases incompreensíveis a um leitor iniciante. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto apresenta características da oralidade (língua falada). Logo, um aspecto da composição estrutural é o predomínio da linguagem informal com interrupções (entrecortadas) por pausas.

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QUESTÃO 38 Tennesse Mountain Properties Description:

Own a renovatedhouse for lessthan $290 per month!!!!!!!! New windows, siding, flooring (laminatethroughoutand

tile in entrywayandbathroom), kitchencabinets, counter top, backdoor, freshpaintandlaundryonmainfloor.

Heatbillsareverylowdueto a goodsolidhouseandanenergyefficientfurnace. Disponível em: www.freerealestaeads.net. Acesso em: 30 nov. 2011 (adaptado).

Em jornais, há diversos anúncios que servem aos leitores. O conteúdo do anúncio veiculado por este texto interessará a alguém que esteja procurando a) emprego no setor imobiliário. b) imóvel residencial para compra. c) serviço de reparos em domicílio. d) pessoa para trabalho doméstico. e) curso de decorador de interiores. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O anúncio mostra qualidades do imóvel “New Windows...” e o preço da prestação do financiamento “$290 per month” (290 por mês), descartando-se assim todas as outras alternativas.

QUESTÃO 39

Fight the Violence! Oct 14, 2011 6:53 PM EDT

What if gang violence in America could be reduced just by talking? Professor and activist David Kennedy talks

with Ben Crair about his new book, Don’t Shoot, criticism of his plan, and the economics of gangs. In 1995, David M. Kennedy went to Boston on behalf of Harvard’s Kennedy School of Government to study

violent crime. Like many American cities at that time, Boston was suffering a wave of homicides. After linking up with a special Boston Police Department task force, Kennedy and his team recognized that most of the killing was the work of a small handful of identifiable gang members. Rather than locking the mall up, they tried something new: They met with the gang members and community leaders, offered them assistance in getting off the streets, and warned them that, if any single gang member committed another murder, they would crack down on the entire group. Crime dropped almost overnight, and Kermedy’s “Operation Ceasefire,” as it has come to be known, has been implemented in more than 70 cities, addressing issues from gun violence to drug markets to juvenile robberies. Now, Kennedy recounts his experiences in a new book, Don‘t Shoot: One Man, a Street Fellow ship, and the End of Violence in Inner-City America.

(Newsweek. 14.10.2011. Adaptado)

• on behalf of: em nome de • murder: assassinato • crack down: usar de repressão com punição severa Assinale a alternativa que apresenta o motivo correto pelo qual David M. Kennedy foi a Boston. a) Prender os membros das gangues. b) Proteger os líderes das comunidades. c) Estudar o problema da criminalidade violenta. d) Trabalhar como espião para o governo norte-americano. e) Ministrar um curso na Harvard’s Kennedy School of Government. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Comentário: Na primeira linha do segundo parágrafo do texto da questão temos a seguinte frase: “In 1995, David M. Kennedy went to Boston on behalf of Harvard’s Kennedy School of Government to study violent crime.” Chamamos atenção para a parte grifada, que significa “estudar crimes violentos”.

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QUESTÃO 40

No cartum, a crítica está no fato de a sociedade exigir do adolescente que a) amadureça precocemente b) se aposente prematuramente c) estude aplicadamente d) se forma rapidamente e) ouça atentamente GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A crítica expressa no cartum está no fato de a sociedade exigir do adolescente que ele amadureça precocemente. *Rate = ritmo, eligible = apto.

QUESTÃO 41

O grupo O Teatro Mágico apresenta composições autorais que têm referências estéticas do rock, do pop e da música folclórica brasileira. A originalidade dos seus shows tem relação com a ópera europeia do século XIX a partir da a) disposição cênica dos artistas no espaço teatral. b) integração de diversas linguagens artísticas. c) sobreposição entre música e texto literário. d) manutenção de um diálogo com o público. e) adoção de um enredo como fio condutor. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As apresentações do grupo O Teatro Mágico são semelhantes à integração das diversas linguagens artísticas da ópera europeia do século XIX, os aspectos teatrais e a música.

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QUESTÃO 42 Além de envolver complexas questões da arte e da percepção humana, a produção de Vik Muniz tem forte apelo popular. O artista brasileiro ficou conhecido por trabalhos com materiais inusitados, como geleia e sucata. Além de artista, atuou como embaixador da Boa Vontade da UNESCO, e o engajamento social encontrou a arte em projetos como o que realizou com catadores do aterro sanitário localizado no Jardim Gramacho (atualmente fechado), em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. A experiência foi mostrada no documentário Lixo Extraordinário, indicado ao Oscar e premiado no festival de Berlim e no Festival de Sundance.

Marat (Sebastião) - Vick Muniz

Considerando a obra “Marat (Sebastião)”, de Vik Muniz, podemos afirmar que a) foi desenvolvida através da colagem de materiais retirados do lixo e pintura a óleo. b) trata-se de uma releitura e faz parte da série de fotografias “Imagens do lixo”. c) o artista retrata catadores do Jardim Gramacho em pleno exercício de suas funções. d) utilizou técnica mista, onde foram utilizados materiais recicláveis e performance. e) o artista faz uso da pobreza alheia para promover marketing pessoal. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Com um trabalho diferente, criativo e multissignificante, o artista não apenas usa elementos diferentes para montar suas obras, mas faz um trabalho de imersão nesses materiais e conta uma história com eles. Assim, suas fotografias não são apenas fotos, são estudos sobre materiais que se revertem em montagens e releituras de obras icônicas. Atualmente Vik Muniz é reconhecido em galerias e coleções particulares no mundo todo.

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QUESTÃO 43

Na busca constante pela sua evolução, o ser humano vem alternando a sua maneira de pensar, de sentir e de criar. Nas últimas décadas do século XVIII e no início do século XIX, os artistas criaram obras em que predominam o equilíbrio e a simetria de formas e cores, imprimindo um estilo caracterizado pela imagem da respeitabilidade, da sobriedade, do concreto e do civismo. Esses artistas misturaram o passado ao presente, retratando os personagens da nobreza e da burguesia, além de cenas míticas e histórias cheias de vigor.

(RAZOUK, J. J. (Org.). Histórias reais e belas nas telas. Posigraf: 2003.) Atualmente, os artistas apropriam-se de desenhos, charges, grafismo e até de ilustrações de livros para compor obras em que se misturam personagens de diferentes épocas, como na seguinte imagem:

a)

b)

c)

d)

e)

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Entre as opções apresentadas, a única em que o retrato mistura personagens de diferentes épocas é a opção C. Nele, temos uma paródia de “Mona Lisa”, famoso quadro de Leonardo da Vinci. Sobre a imagem aplicou-se uma foto do personagem “Mr. Bean”, além disso, a paródia coloca nas mãos da “Mona Lisa” um ursinho de pelúcia, objeto característico de “Mr. Bean”.

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QUESTÃO 44 A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo têm sua parcela de responsabilidade no aumento da silhueta dos jovens. "Os nossos hábitos alimentares, de modo geral, mudaram muito", observa Vivian Ellinger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas mostram que, aqui no Brasil, estamos exagerando no sal e no açúcar, além de tomar pouco leite e comer menos frutas e feijão. Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge como marca da nova geração: a preguiça. "Cem por cento das meninas que participam do Programa não praticavam nenhum esporte", revela a psicóloga Cristina Freire, que monitora o desenvolvimento emocional das voluntárias. Você provavelmente já sabe quais são as consequências de uma rotina sedentária e cheia de gordura. "E não é novidade que os obesos têm uma sobrevida menor", acredita Claudia Cozer, endocrinologista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Mas, se há cinco anos os estudos projetavam um futuro sombrio para os jovens, no cenário atual as doenças que viriam na velhice já são parte da rotina deles.

“Mais altos, gordos e preguiçosos”. Revista Saúde. Disponível em: http://saude.abril.com.br. 28/jul/2012

Sobre a relação entre os hábitos da população adolescente e as suas condições de saúde, as informações apresentadas no texto indicam que a) a falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente desequilibrada constituem fatores

relacionados ao aparecimento de doenças crônicas entre os adolescentes. b) a diminuição do consumo de alimentos fontes de carboidratos combinada com um maior consumo de

alimentos ricos em proteínas contribuíram para o aumento da obesidade entre os adolescentes. c) a maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da população adolescente tem

tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o que prejudica o equilíbrio metabólico. d) a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém das condições de alimentação,

enquanto que na população adulta os fatores hereditários são preponderantes. e) a prática regular de atividade física é um importante fator de controle da diabetes entre a população

adolescente, por provocar um constante aumento da pressão arterial sistólica. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A alternativa correta ratifica as causas que o texto aponta sobre a presença de doenças crônicas e obesidade entre os adolescentes, mencionando tanto os maus hábitos alimentares como a falta de atividade física devido à preguiça.

QUESTÃO 45

Cada esporte tem os seus fundamentos, ou seja, um conjunto de normas e regras que atuam como base reguladora de toda a modalidade, seja a nível técnico, tático ou físico. Definem-se fundamentos como sendo as partes que, quando somadas, compõem o jogo como um todo. Os fundamentos do Futsal são

a) Drible, passe, recepção. b) Drible, passe, arremesso. c) Drible, recepção, bloqueio. d) Drible, passe, manejo de bola. e) Posição de expectativa, bloqueio, defesa. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Alguns fundamentos do Futsal são drible, passe e recepção.

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QUESTÃO 46

As ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas para a identidade cultural, dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos.

Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), porque reúnem um conjunto de a) objetos arqueológicos e paisagísticos. b) acervos museológicos e bibliográficos. c) núcleos urbanos e etnográficos. d) práticas e representações de uma sociedade. e) expressões e técnicas de uma sociedade extinta. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A Guerra de Canudos foi um dos primeiros e mais importantes movimentos messiânicos a eclodir no Brasil no final do século XIX. Ocorrido em um contexto de revoltas populares na primeira república, representa uma fase importantíssima da história do Brasil. Dessa maneira, a conservação de sua memória é essencial, e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN tem como função preservá-lo. Assim, a conservação de objetos arqueológicos e paisagísticos é essencial como fonte histórica para preservação de memória e produção de pesquisas de um povoado que foi praticamente destruído no período.

QUESTÃO 47

Cuitelinho

Cheguei na bera do porto Onde as onda se espaia. As garça dá meia volta, Senta na bera da praia. E o cuitelinho não gosta Que o botão da rosa caia. Quando eu vim da minha terra, Despedi da parentaia. Eu entrei em Mato Grosso, Dei em terras paraguaia. Lá tinha revolução, Enfrentei fortes bataia. A tua saudade corta Como o aço de navaia. O coração fica aflito, Bate uma e outra faia. E os oio se enche d´água Que até a vista se atrapaia. Folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó. BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. São Paulo: Parábola, 2004.

Transmitida por gerações, a canção Cuitelinho manifesta aspectos culturais de um povo, nos quais se inclui sua forma de falar, além de registrar um momento histórico. Depreende-se disso que a importância em preservar a produção cultural de uma nação consiste no fato de que produções como a canção Cuitelinho evidenciam a a) recriação da realidade brasileira de forma ficcional. b) criação neológica na língua portuguesa. c) formação da identidade nacional por meio da tradição oral. d) incorreção da língua portuguesa que é falada por pessoas do interior do Brasil. e) padronização de palavras que variam regionalmente, mas possuem mesmo significado. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Segundo o enunciado, “a canção Cuitelinho manifesta aspectos culturais de um povo, nos quais se inclui sua forma de falar”. A canção, portanto, representa uma proposta de construção da identidade nacional, à medida que traduz no texto escrito o registro oral da língua portuguesa pelo brasileiro: “Onde as onda se espaia” – se espalha (verso 2), “As garça dá meia volta” – as garças dão (verso 3), “E os oio se enche d’água” – olhos se enchem (verso 17), etc.

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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QUESTÃO 48 Considere o texto abaixo. “Do ponto de vista territorial, uma pólis se divide em duas partes: a acrópole [...] e a ágora [...]. No entanto, se perguntássemos a um grego da época clássica o que era a pólis, provavelmente esta não seria sua definição: para ele a pólis não designava um lugar geográfico, mas uma prática política exercida pela comunidade de seus cidadãos. [...] Se no caso da pólis o conceito de cidade não se referia à dimensão espacial da cidade e sim à sua dimensão política, o conceito de cidadão não se refere ao morador da cidade, mas ao indivíduo que, pode participar da vida política.” (ROLNIK, Raquel. O que é cidade. In: PETTA, Nicolina L. e OJEDA, A. B. História, uma abordagem integrada. São Paulo: Moderna, s\d, p. 17)

O conhecimento histórico e o texto permitem afirmar que na Grécia Antiga a) a cidadania, direito de participar da vida pública, atingia todos os habitantes da maioria das cidades-estado. b) o equilíbrio de poderes presente nas cidades-estado evitou a ocorrência de conflitos sociais. c) a lei era o resultado de discussões entre os representantes da cidade-estado e definia o direito dos cidadãos. d) a soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era fundamental para a existência da cidade-estado. e) o direito à cidadania e a organização política possibilitaram a criação da democracia em todo o país. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Segundo o texto, o cidadão ateniense – os homens, maiores de 21 anos e atenienses natos – enxergava a pólis como o lugar da prática do exercício político.

QUESTÃO 49 A prática da agricultura e a criação de rebanhos implicaram alterações nas sociedades neolíticas. Nesse contexto, em diversas comunidades do Oriente Próximo, identifica-se, entre outras transformações, o(a) a) desenvolvimento de Impérios caracterizados pelo afastamento das tradições mítico-religiosas em favor de um

pensamento racional e naturalista. b) ampliação das atividades lucrativas, como, por exemplo, o comércio realizado pelos estrangeiros e seus

escravos nos domínios das diversas cidades. c) ampliação das atividades lucrativas, como, por exemplo, o comércio realizado pelos estrangeiros e seus

escravos nos domínios das diversas cidades. d) diferenciação social baseada na riqueza e no poder, com o surgimento do Estado, instrumento de controle e

apropriação dos recursos naturais. e) formação de cidades independentes sem qualquer organização política vigente. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Oriente Próximo são as civilizações que se formaram ao logo da Mesopotâmia, banhada pelos rios Tigre e Eufrates (por isso Mesopotâmia) e sofrem cheias e vazantes durante o ano, e então aprenderam a produzir canais para aproveitar as águas para a agricultura. Logo, desenvolveram-se técnicas agrícolas nessa região, e assim os povos se sedentarizaram. A sedentarização proporciona o crescimento populacional e a divisão do trabalho, além de excedentes agrícolas que levam ao surgimento do comércio; essas mudanças trazem uma forma de organização mais complexa para administrar todo o cotidiano da comunidade: surge o Estado. E aí então a diferenciação social citada no começo da alternativa.

QUESTÃO 50

O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo. O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para arregimentar grandes contingentes

populacionais que trabalhavam nesses monumentos. b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos

canteiros faraônicos. c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas

riquezas, construindo templos. d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em

obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito. e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em

crenças e superstições.

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GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Egito Antigo tinha sua organização política constituída por uma monarquia teocrática, em que o Faraó era considerado um “deus” na terra. Ele exercia autoridade absoluta concentrando em suas mãos poder político e religioso. A forma de trabalho estabelecida no Egito era a servidão coletiva, e, em menor medida, a escravidão. Nesse sentido, o faraó comandava esses trabalhadores não somente na produção da agricultura, mas também na construção de monumentos que tinham como objetivo demonstrar o seu poder e cultuar os deuses.

QUESTÃO 51 Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas".

VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994. O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época

fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar. b) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política

profundamente hierarquizada da sociedade. c) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da

pólis a participarem da vida cívica. d) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às

atividades vinculadas aos tribunais. e) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para

resolver os problemas da cidade. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A resposta correta é a letra B, pois a opção interpreta acertadamente a sentença estabelecida por Aristóteles, que vincula o direito à cidadania a um grupo seleto de indivíduos. Deste modo, devemos perceber que até mesmo a política ateniense, símbolo maior da democracia na Antiguidade, fora estabelecida a partir de uma série de critérios que limitavam o pleno gozo da cidadania pelos homens que habitavam essa cidade-Estado.

QUESTÃO 52 A Unesco condenou a destruição da antiga capital assíria de Nimrod, no Iraque, pelo Estado Islâmico, com a agência da ONU considerando o ato como um crime de guerra. O grupo iniciou um processo de demolição em vários sítios arqueológicos em uma área reconhecida como um dos berços da civilização...

Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 30 mar. 2015 (adaptado). O tipo de atentado descrito no texto tem como consequência para as populações de países como o Iraque a desestruturação do(a) a) homogeneidade cultural. b) religião oficial. c) controle ocidental. d) unidade étnica e) patrimônio histórico GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A estreita faixa de terra que se localiza entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio, onde atualmente é o Iraque, foi chamada na Antiguidade, de Mesopotâmia, que significa “entre rios” (do grego, meso = no meio; potamos = rio). Esta civilização é considerada uma das mais antigas da história, com um rico patrimônio histórico para estudo das civilizações que habitaram esse local.

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QUESTÃO 53 As cidades-estado […] eram muito diferentes entre si: nas dimensões territoriais, nas riquezas, em suas histórias particulares e nas diferentes soluções obtidas ao longo dos séculos para os conflitos de interesses entre seus componentes. A maioria delas nunca ultrapassou a dimensão de pequenas unidades territoriais, abrigando alguns milhares de habitantes – não mais do que 5 mil, quase todos envolvidos com o meio rural. Outras, de porte médio, chegaram a congregar 20 mil pessoas. Algumas poucas, portos comerciais ou centros de grandes impérios, atingiram a dimensão de verdadeiras metrópoles, com mais de 100 mil habitantes […].

(GUARINELLO, Norberto Luiz. Cidade-estado na Antiguidade Clássica. In: PINSKY, Jaime; PINSKY, Carla Bassanezi (Orgs.). História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2008. p. 30.)

De acordo com o texto, na Grécia antiga, as Cidades-estado a) abrigavam os mesmos ideais democráticos, independentes de seu porte, como foi o caso de Atenas. b) mantinham um forte equilíbrio de força, uma vez que havia uma cidade centralizadora que controlava política

e, economicamente, todas as outras. c) tinham como principal característica serem diferentes entre si, no tamanho e nas suas escolhas políticas,

como foi o caso de Atenas e Esparta. d) possuíam a cidadania como um bem maior, em que, independente do número de sua população, todo grego

tinha direito de participar dos rumos de sua cidade. e) exerciam, por consenso, em um determinado momento, o domínio político e religioso do Império grego. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Na Grécia antiga, as pólis apresentavam grande diversidade tanto territorial como no número de habitantes. Além disso, os modelos políticos também variavam de uma pólis para outra. Por exemplo, em Atenas o regime era democrático, enquanto em Esparta havia o regime oligárquico.

QUESTÃO 54

“Com esta civilização surge […] uma vida econômica dominada pelo comércio marítimo. Tal traço lhe atribui uma originalidade precisa entre as civilizações orientais, às quais ela se liga por tantos laços. Isto era inevitável, numa ilha onde a natureza impunha ao homem condições de vida muito diversas das reinantes nos vales do Nilo e do Eufrates.”

(André Aymard e Jeannine Auboyer. “O homem no Oriente próximo”. In: O Oriente e a Grécia Antiga, vol 2, 1962.)

O excerto destaca a originalidade da civilização cretense, entre 2000 e 1400 a.C., em relação às sociedades do Mediterrâneo Oriental e do Oriente Médio, caracterizadas pela(o) a) alta produção de gêneros alimentícios com um mínimo de esforço individual. b) inexistência de contatos comerciais com economias dos povos vizinhos. c) divisão socialmente igualitária dos bens produzidos em grande escala. d) conhecimento dos segredos da escrita pela casta de produtores agrícolas. e) presença do trabalho coletivo em regiões favoráveis à economia agrícola. GABARITO: E COMENTÁRIO/R ESOLUÇÃO: O excerto faz menção às “civilizações hidráulicas”, em que comunidades aldeãs cultivavam as terras pertencentes ao Estado, em um regime de servidão.

QUESTÃO 55 Na Mesopotâmia, todos os bens produzidos pelos próprios palácios e templos não eram suficientes para seu sustento. Assim, outros rendimentos eram buscados na exploração da população das aldeias e das cidades. As formas de exploração eram principalmente duas: os impostos e os trabalhos forçados.

(Marcelo Rede. A Mesopotâmia, 2002.) Entre os trabalhos forçados a que o texto se refere, podemos mencionar a a) internação de doentes e loucos em áreas rurais, onde deviam cuidar das plantações de algodão,

cevada e sésamo. b) utilização de prisioneiros de guerra como artesãos ou pastores de grandes rebanhos de gado

bovino e caprino. c) escravidão definitiva dos filhos mais velhos das famílias de camponeses, o que caracterizava o sistema

econômico mesopotâmico como escravista. d) servidão por dívidas, que provocava a submissão total, pelo resto da vida, dos devedores aos credores. e) obrigação de prestar serviços, devida por toda a população livre, nas obras realizadas pelo rei, como templos

ou muralhas.

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GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Tanto na Mesopotâmia como no Egito, as comunidades camponesas trabalham em um regime de servidão coletiva. O restante da população integrante das castas inferiores podia ser utilizada pelo Estado para a realização de trabalhos de interesse comum.

QUESTÃO 56 Com a formação do Estado, no Egito Antigo, “o faraó passou a concentrar todos os poderes em suas mãos, sendo cada vez mais considerado um deus vivo. Boa parte das terras passou a ser controlada por ele, a quem a população deveria pagar tributos e servir, por meio de trabalho compulsório. A personificação do Estado na figura do faraó e a sua identificação com um deus, permite-nos, portanto, falarem uma monarquia teocrática no Egito Antigo.”

VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o ensino médio: história geral e do Brasil: volume único. São Paulo: Scipione, 2001. p. 40. Muitos Estados nacionais, no mundo contemporâneo ocidental, orientam-se pelo ideário laico e liberal-democrático, diferentemente do Estado organizado no antigo Egito, no qual predominava a) o caráter autocrático, fundamentado na Teoria do Direito Divino dos Reis, formulada pelos pensadores Santo

Agostinho e São Tomás de Aquino. b) a vinculação entre religião e política, que norteou a organização do antigo Estado, originado com a unidade

entre o Alto e o Baixo Egito. c) o papel desempenhado pelos sacerdotes na construção de uma proposta política que contemplasse os

interesses dos camponeses. d) a organização de uma diarquia teocrática, segundo os princípios propostos por Amenófis IV, quando da

implantação da reforma religiosa. e) o domínio das oligarquias na política e religião, de forma a organizar uma política mais democrática

e descentralizada. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A necessidade de organizar todo esse esforço produtivo fez surgir o Estado a partir da organização de um corpo de dirigentes responsável por planejar e distribuir tarefas visando maior produtividade. Todavia, tal corpo administrativo passou a concentrar a posse da produção excedente, desta forma, acumulando mais poder e, principalmente, privilégios. Nesse contexto, surgiu a figura do Faraó, um rei que dominava a posse da terra e que teve seu poder legitimado pela religião praticada na região. O próprio Faraó era considerado um deus vivo, herdeiro do trono de Hórus.

QUESTÃO 57 Historicamente, situa-se o surgimento do Estado e da escrita entre as primeiras civilizações surgidas no oriente. Apesar de possuírem culturas muito distintas e terem contribuído com diferentes legados, existiu um traço comum entre a religião de Egípcios, Mesopotâmios, Hebreus e Persas, como a) a construção de prédios grandiosos em forma de pirâmide, que serviam ao mesmo tempo como templos para

o culto dos fiéis e tumbas para os reis. b) a mumificação para garantia de vida após a morte. c) o culto de diversos deuses com representações antropozoomórficas (meio homem, meio animal). d) a crença em um único deus, conceituada como monoteísmo. e) o exercício de enorme influência sobre a organização política e dos Estados, caracterizados como teocracias. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os povos que viveram na região do Crescente Fértil tinham uma relação com a política a partir de valores religiosos, as ações tanto políticas quanto jurídicas eram submetidas às normas de uma religião, por isso a interpretação de que o exercício do poder social se dava por meio de teocracias.

QUESTÃO 58 O estudo e a escrita da História são realizados com base em pesquisas documentais e interpretações de fatos históricos. Como não é possível reconstruir o passado tal como aconteceu, os historiadores utilizam fontes, que podem ser interpretadas de maneiras diferentes, e, por isso, existe uma grande diversidade de produções historiográficas a respeito de um mesmo tema. No decorrer do tempo, o conceito, o uso e o critério de seleção das fontes históricas mudou.

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Propondo que a) toda fonte histórica é necessariamente escrita, as demais são consideradas fontes pré-históricas. b) o historiador deve priorizar as fontes com notória imparcialidade, tais como jornais e revistas, que retratam o

dia a dia de uma cidade, um estado ou mesmo um país, da forma mais fiel possível. c) filmes, obras literárias, histórias em quadrinho e pinturas não podem ser consideradas fontes históricas, pois

não têm compromisso com a verdade. d) as diversas manifestações artísticas, como escultura, pintura ou uma canção, podem ser consideradas fontes

históricas, na medida em que retratam o espírito de um tempo. e) o documento escrito, de preferência o oficial, imprime um caráter de seriedade ao trabalho do historiador,

evitando que ele trabalhe com mentiras e falsificações. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Durante o século XX, a noção de fonte histórica foi se alargando. Atualmente, podemos considerar como fonte histórica qualquer vestígio que nos ajude a entender determinada sociedade. Qualquer elemento que nos leve a compreender o passado de um povo, enfim, tudo que foi produzido pelo homem em determinado período da história, descartando a ideia de que somente documentos escritos podem ser utilizados como fontes históricas oficiais.

QUESTÃO 59 De modo a se prevenir de eventuais abusos de autoridade e acúmulo de poder por parte dos sátrapas, Dário I (521-485 a.C.) criou um esquema administrativo que, em linhas gerais, funcionava como “os olhos e ouvidos do rei”. Tal sistema a) contava com altos funcionários que eram periodicamente enviados às satrápias para fiscalizar a atuação dos

governadores nomeados pelo Imperador. b) era formado por generais que se encarregavam de toda a parte burocrática das províncias e aplicação de leis. c) procurou diminuir o tempo gasto pelos comerciantes no complexo de estradas que atravessava todo o Império

mediante um novo modelo de cobrança de impostos. d) levou a justiça a todas as satrápias, leis totalmente independentes, sendo elas governadas ou não por Dário I. e) aumentava a responsabilidade dos sacerdotes frente à administração dos templos religiosos e do

aconselhamento aos sátrapas. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A autoridade máxima das satrápias era o sátrapa, ou "protetor da província", administradores locais nomeados pelo rei, que deviam arrecadar tributo e realizar o recrutamento em seu nome. Esses administradores eram constantemente fiscalizados a mando do rei.

QUESTÃO 60 Compreende-se assim o alcance de uma reivindicação que surge desde o nascimento da cidade na Grécia antiga: a redação das leis. Ao escrevê-las, não se faz mais que assegurar-lhes permanência e fixidez. As leis tornam-se bem comum, regra geral, suscetível de ser aplicada a todos da mesma maneira.

VERNANT. J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 1992 (adaptado). Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga, ainda vigente no mundo contemporâneo, buscava garantir o seguinte princípio: a) Transparência – acesso às informações governamentais. b) Isonomia – igualdade de tratamento aos cidadãos. c) Tripartição – separação entre os poderes políticos estatais. d) Equiparação – igualdade de gênero na participação política. e) Elegibilidade – permissão para candidatura aos cargos públicos. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O princípio da igualdade ou da isonomia provavelmente tenha sido utilizado em Atenas, na Grécia antiga, cerca de 508 a.C. por Clístenes, o pai da democracia ateniense.

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QUESTÃO 61

Anamorfose é a transformação cartográfica espacial em que a forma dos objetos é distorcida, de forma a realçar o tema. A área das unidades espaciais às quais o tema se refere é alterada de forma proporcional ao respectivo valor.

GASPAR, A. J. Dicionário de ciências cartográficas. Lisboa: Lidel, 2004. A técnica descrita foi aplicada na seguinte forma de representação do espaço:

a)

b)

c)

d)

e)

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A alternativa [C] está correta porque corresponde a um mapa em que a representação da superfície dos países é feita segundo um critério determinado e não segundo sua área, conceito de anamorfose. As alternativas seguintes são incorretas porque indicam plantas, perfis e cartogramas.

QUESTÃO 62

A ONU faz referência a uma projeção cartográfica em seu logotipo.

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A figura que ilustra o modelo dessa projeção é:

a)

b)

c)

d)

e)

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O logotipo da ONU (Organização das Nações Unidas) foi elaborado a partir de uma projeção cartográfica plana ou azimutal com perspectiva a partir do polo norte geográfico da Terra.

QUESTÃO 63

Pensando nas correntes e prestes entrar no braço que deriva da Corrente do Golfo para o norte, lembrei-me de um vidro de café solúvel vazio. Coloquei no vidro uma nota cheia de zeros, uma bola cor rosa-choque. Anotei a posição e data: Latitude 49°49’N, Longitude 23°49’W. Tampei e joguei na água. Nunca imaginei que receberia uma carta com a foto de um menino norueguês, segurando a bolinha e a estranha nota.

KLINK, A. Parati: entre dois polos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998 (adaptado). No texto, o autor anota sua coordenada geográfica, que é a) a relação que se estabelece entre as distâncias representadas no mapa e as distâncias reais da superfície

cartografada. b) o registro de que os paralelos são verticais e convergem para os polos, e os meridianos são círculos

imaginários, horizontais e equidistante. c) a informação de um conjunto de linhas imaginárias que permitem localizar um ponto ou acidente geográfico na

superfície terrestre. d) a latitude como distância em graus entre um ponto e o Meridiano de Greenwich, e a longitude como a

distância em graus entre um ponto e o Equador. e) a forma de projeção cartográfica, usado para navegação, onde os meridianos e paralelos distorcem a

superfície do planeta. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As coordenadas geográficas são linhas imaginárias que estão dispostas sobre a Terra, na horizontal (Latitude), partindo da linha do Equador, e na vertical (longitude), partindo do meridiano de Greenwich.

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QUESTÃO 64

O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais a empregar o GPS e técnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras.

Folha de S. Paulo, 7 maio 2011 (adaptado). A existência de um projeto como o apresentado no texto indica a importância da cartografia como elemento promotor da a) expansão da fronteira agrícola. b) remoção de populações nativas. c) superação da condição de pobreza. d) valorização de identidades coletivas. e) implantação de modernos projetos agroindustriais. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Projeto Cartográfico Social da Amazônia, ao facilitar a produção de mapas das terras, valorizou a identidade dos povos da Amazônia. Ele permitiu maior entendimento dos limites das suas terras.

QUESTÃO 65

Uma empresa anunciou que, a partir de 2018, celulares deverão ter um GPS (Sistema de Posicionamento Global) com precisão de até 30 centímetros. Essa situação vai ser benéfica principalmente para quando estamos sendo guiados em ruas que ficam lado a lado, caso de grandes avenidas em que existe uma pista local, uma expressa e uma central. Os GPS atuais raramente acertam em qual das três você está.

(https://tecnologia.uol.com.br, 08.10.2017. Adaptado.) O funcionamento do GPS é possível devido ao emprego de a) sensores de aerofotogrametria. b) satélites naturais de precisão. c) radares de sensoriamento remoto. d) satélites globais de localização. e) sensores de energia eletromagnética. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A alternativa [D] está correta porque o GPS funciona a partir da orientação gerada pelos satélites de localização. As alternativas incorretas são: [A] e [C], porque aerofotogrametria e sensoriamento remoto são processos de obtenção de imagens; [B], porque os satélites utilizados não são naturais; [E], porque capturam energia emitida de um objeto.

QUESTÃO 66

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Sobre os fusos horários e suas consequências, é correto dizer que a) as áreas de fuso horário iguais foram definidas mundialmente, com base na relação entre latitude, rotação da

Terra e hora. b) o relógio deve, a cada vez que se ultrapassar o limite do fuso horário ao percorrer de Leste em direção a

Oeste, ser atrasado uma hora. c) o relógio deve ser atrasado em um dia quando se viaja de Oeste para Leste, na passagem da Linha

Internacional de Data. d) o terceiro fuso brasileiro abrange os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, parte

do Amazonas e parte do Pará. e) o quarto fuso brasileiro abrange o Estado do Acre, parte Oeste do Amazonas e parte do Pará. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A circunferência da Terra apresenta 360 ,° dividindo pela duração do movimento de rotação (24 horas), cada fuso horário apresenta 15° no sentido longitudinal. Como o planeta realiza o movimento de rotação de oeste para leste, os horários na direção leste estão adiantados. Portanto, cruzando a linha de leste para oeste, deve-se atrasar o relógio.

QUESTÃO 67

Os jogos da próxima Copa do Mundo, na Rússia, que se iniciarem às 20 h na cidade de Moscou, situada três horas adiantadas em relação à hora de Greenwich, iniciar-se-ão na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos da América, situada no fuso 120° de longitude oeste às a) 7 h b) 9 h c) 10 h d) 12 h e) 13 h GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Na hipótese de jogos da Copa do Mundo de Futebol na Rússia (2018) acontecerem às 20 h em Moscou, capital do país, em Los Angeles (Estados Unidos), os jogos vão ser vistos às 9 h. Tem-se 3 horas em relação ao Meridiano de Greenwich, depois se acrescentam 8 horas (até Los Angeles), e a diferença horária é de 11 horas. Como Moscou está com o horário adiantado, 20 horas – 11 horas, equivale a 9 horas (20 11 9).− =

QUESTÃO 68

Quando é meio-dia nos Estados Unidos, o Sol, todo mundo sabe, está se deitando na França. Bastaria ir à França num minuto para assistir ao pôr do sol.

SAINT-EXUPÉRY, A. O Pequeno Príncipe. Rio de Janeiro: Agir, 1996. A diferença espacial citada é causada por qual característica física da Terra? a) Achatamento de suas regiões polares. b) Movimento em torno de seu próprio eixo. c) Arredondamento de sua forma geométrica. d) Variação periódica de sua distância do Sol. e) Inclinação em relação ao seu plano de órbita. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Como mencionado corretamente na alternativa [B], a diferença horária indicada na citação do enunciado resulta do movimento de rotação da Terra, responsável pela sucessão de dias e noites e pelo sistema de fusos horários. Estão incorretas as alternativas: [A], porque o achatamento das regiões polares explica a forma de geoide da Terra; [C], porque o arredondamento da forma geométrica da Terra explica a diferente insolação na superfície do planeta; [D], porque a variação periódica de sua distância ao Sol está relacionada ao movimento de translação; [E], porque a inclinação do eixo com relação à eclíptica explica as estações do ano.

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QUESTÃO 69

O terremoto de 8,8 na escala Richter que atingiu a costa oeste do Chile, em fevereiro, provocou mudanças significativas no mapa da região. Segundo uma análise preliminar, toda a cidade de Concepción se deslocou pelo menos três metros para a oeste, enquanto Santiago, mais próxima do local do evento, deslocou-se quase 30 centímetros para a oeste-sudoeste. As cidades de Valparaíso, no Chile, e Mendoza, na Argentina, também tiveram suas posições alteradas significativamente (13,4 centímetros e 8,8 centímetros, respectivamente).

Revista InfoGNSS, Curitiba, ano 6, n. 31, 2010. No texto, destaca-se um tipo de evento geológico frequente em determinadas partes da superfície terrestre. Esses eventos estão concentrados em a) áreas vulcânicas, onde o material magmático se eleva, formando cordilheiras. b) faixas costeiras, onde o assoalho oceânico recebe sedimentos, provocando tsunamis. c) estreitas faixas de intensidade sísmica, no contato das placas tectônicas, próximas a dobramentos modernos. d) escudos cristalinos, onde as rochas são submetidas aos processos de intemperismo, com alterações bruscas

de temperatura. e) áreas de bacias sedimentares antigas, localizadas no centro das placas tectônicas, em regiões conhecidas

como pontos quentes. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A alternativa [C] está correta porque a propagação de ondas sísmicas tem sua origem em áreas de bordas de placas tectônicas a exemplo da localização do Chile na Cordilheira dos Andes. As alternativas incorretas são: [A], porque as cordilheiras são formadas por dobramentos da crosta e a afirmativa descreve os vulcões; [B], porque tsunamis são formados pela propagação de ondas sísmicas que deslocam grandes volumes de águas oceânicas; [D] e [E], porque abalos sísmicos ocorrem em áreas de dobramentos modernos nas bordas das placas.

QUESTÃO 70

Os movimentos de massa constituem-se no deslocamento de material (solo e rocha) vertente abaixo pela influência da gravidade. As condições que favorecem os movimentos de massa dependem principalmente da estrutura geológica, da declividade da vertente, do regime de chuvas, da perda de vegetação e da atividade antrópica.

BIGARELLA, J. J. Estrutura e origem das paisagens tropicais e subtropicais. Florianópolis: UFSC, 2003 (adaptado). Em relação ao processo descrito, sua ocorrência é minimizada em locais onde há a) exposição do solo. b) drenagem eficiente. c) rocha matriz resistente. d) agricultura mecanizada. e) média pluviométrica elevada. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os movimentos de massa (deslizamentos de terra ou escorregamentos) ocorrem quando o solo desliza em relação à rocha matriz que está abaixo. Os deslizamentos costumam acontecer em áreas com alta declividade e submetidas à alta pluviosidade (climas úmidos). Porém, os movimentos de massa aumentam de frequência quando associados ao desmatamento e urbanização desordenada. Uma das formas de minimizar os deslizamentos é melhorar a drenagem, ou seja, permitir o escoamento mais eficiente da água, fazendo que o solo fique menos encharcado.

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QUESTÃO 71

A partir da análise da imagem, o aparecimento da Dorsal Mesoatlântica está associado ao(à) a) separação da Pangeia a partir do período Permiano. b) deslocamento de fraturas no período Triássico. c) afastamento da Europa no período Jurássico. d) formação do Atlântico Sul no período Cretáceo. e) constituição de orogêneses no período Quaternário. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Como mencionado corretamente na alternativa [D], a Dorsal Mesoatlântica é a fratura encontrada longitudinalmente na Bacia do Atlântico, e, portanto, sua origem está associada à formação do Atlântico com a separação da África e da América do Sul. Estão incorretas as alternativas: [A], porque embora a separação da Pangeia tenha se iniciado no Permiano, a formação da Dorsal ocorreu no Cretáceo; [B], porque embora tenha ocorrido a formação de fraturas no Triássico, a formação da Dorsal está associada ao Cretáceo; [C], porque não ocorreu movimento da Europa no Jurássico; [E], porque a dorsal é uma área divergente e não convergente.

QUESTÃO 72 As plataformas, ou crátons, correspondem aos terrenos mais antigos e arrasados por muitas fases de erosão. Apresentam uma grande complexidade litológica, prevalecendo as rochas metamórficas muito antigas (Pré- Cambriano Médio e Inferior). Também ocorrem rochas intrusivas antigas e resíduos de rochas sedimentares. São três as áreas de plataforma de crátons no Brasil: a das Guianas, a Sul-Amazônica e a São Francisco.

ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1998.

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As regiões cratônicas das Guianas e a Sul-Amazônica têm como arcabouço geológico vastas extensões de escudos cristalinos, ricos em minérios, que atraíram a ação de empresas nacionais e estrangeiras do setor de mineração e destacam-se pela sua história geológica por a) apresentarem áreas de intrusões graníticas, ricas em jazidas minerais (ferro, manganês). b) corresponderem ao principal evento geológico do Cenozoico no território brasileiro. c) apresentarem áreas arrasadas pela erosão, que originaram a maior planície do país. d) possuírem em sua extensão terrenos cristalinos ricos em reservas de petróleo e gás natural. e) serem esculpidas pela ação do intemperismo físico, decorrente da variação de temperatura. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os escudos cristalinos são estruturas geológicas muito antigas da litosfera, com formação no Arqueano/Proterozoico – cerca de três bilhões de anos atrás. Essas áreas são caracterizadas pela formação de minerais metálicos, constituindo áreas importantes para a extração de minérios de ferro, ouro e manganês.

QUESTÃO 73

De repente, sente-se uma vibração que aumenta rapidamente; lustres balançam, objetos se movem sozinhos e somos invadidos pela estranha sensação de medo do imprevisto. Segundos parecem horas, poucos minutos são uma eternidade. Estamos sentindo os efeitos de um terremoto, um tipo de abalo sísmico.

ASSAD, L. Os (não tão) imperceptíveis movimentos da Terra. ComCiência: Revista Eletrônica de Jornalismo Científico, n.o 117, abr. 2010. Disponível em: http://comciencia.br. Acesso em: 2 mar. 2012.

O fenômeno físico descrito no texto afeta intensamente as populações que ocupam espaços próximos às áreas de a) alívio da tensão geológica. b) desgaste da erosão superficial. c) atuação do intemperismo químico. d) formação de aquíferos profundos. e) acúmulo de depósitos sedimentares. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O fenômeno descrito é o terremoto, ondas que se propagam pelo terreno a partir do alívio de tensão/energia de dobramentos ou falhamentos nas placas tectônicas. O choque de placas ou a acomodação de grandes porções de rochas subterrâneas liberam essas energias, podendo acarretar grandes problemas em áreas povoadas.

QUESTÃO 74

No início do século XX, um jovem meteorologista alemão, Alfred Wegener, levantou uma hipótese que hoje se confirma, qual seja: há 200 milhões de anos, os continentes formavam uma só massa, a Pangeia, que em grego quer dizer “toda a terra”, rodeada por um oceano contínuo chamado de “Pantalassa”. Com a intensificação das pesquisas, também se pode afirmar que, além dos continentes, toda a litosfera se movimenta, pois se encontra seccionada em placas, conhecidas como “placas tectônicas”, que flutuam e deslizam sobre a astenosfera, carregando massas continentais e oceânicas. Muitas teorias foram elaboradas para tentar explicar tais movimentos e, recentemente, descobriu-se que a explicação está relacionada ao(s) a) vulcanismo que movimenta o magma. b) princípio da isostasia (ísos = igual em força + stásis = parada). c) princípio formador de montanhas conhecido por orogênese. d) terremotos e vulcanismos, em razão de sua força na alteração das paisagens. e) movimento das correntes de convecção que ocorrem no interior do planeta. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A ideia de Wegener baseava-se na aleatoriedade dos fluxos continentais como placas em circuito à deriva, porém, foi corrigido anos depois, com a comprovação de um circuito magmático que não só movimenta de modo padrão os continentes, mas também os oceanos, todos esses sobre a crosta terrestre uma vez fragmentada.

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QUESTÃO 75

Do ponto de vista tectônico, núcleos rochosos mais antigos, em áreas continentais mais interiorizadas, tendem a ser os mais estáveis, ou seja, menos sujeitos a abalos sísmicos e deformações. Em termos geomorfológicos, a maior estabilidade tectônica dessas áreas faz com que elas apresentem uma forte tendência à ocorrência, ao longo do tempo geológico, de um processo de a) aplainamento das formas de relevo, decorrente do intemperismo e da erosão. b) formação de depressões absolutas, gerada por acomodação de blocos rochosos. c) formação de canyons, decorrente de intensa erosão eólica. d) produção de desníveis topográficos acentuados, resultante da contínua sedimentação dos rios. e) geração de relevo serrano, associada a fatores climáticos ligados à glaciação. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Espaços de idade geológica antiga tendem a apresentar estabilidade quanto às ações dos agentes transformadores, assim sendo, a presença de sedimentação é elevada, dessa forma, o formato tende a aplainar e a altitude se faz discreta na paisagem em questão.

QUESTÃO 76

TEXTO I

Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras.

BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). TEXTO II

Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.”

GILSON, E.: BOEHNER, P. Historia da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que a) eram baseadas nas ciências da natureza. b) refutavam as teorias de filósofos da religião. c) tinham origem nos mitos das civilizações antigas. d) postulavam um princípio originário para o mundo. e) defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Tanto a teoria do filósofo grego pré-socrático Anaxímenes de Mileto (588-524 a. C.), quanto do teólogo Basílio Magno, que viveu na Idade Média, procuram postular princípios da constituição do mundo. Se por um lado Anaxímenes estabelecia um princípio baseado na natureza que era o ar, Basílio Magno acreditava em um princípio religioso, em que Deus era a origem de tudo.

QUESTÃO 77

Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões como destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam de cor inúmeros versos das peças dos seus grandes autores. Na Inglaterra dos séculos XVI e XVII, Shakespeare produziu peças nas quais temas como o amor, o poder, o bem e o mal foram tratados. Nessas peças, os grandes personagens falavam em verso, e os demais, em prosa. No Brasil colonial, os índios aprenderam com os jesuítas a representar peças de caráter religioso. Esses fatos são exemplos de que, em diferentes tempos e situações, o teatro é uma forma de a) manipulação do povo pelo poder, que controla o teatro. b) diversão e de expressão dos valores e problemas da sociedade. c) entretenimento popular, que se esgota na sua função de distrair. d) manipulação do povo pelos intelectuais que compõem as peças. e) entretenimento, que foi superada e hoje é substituída pela televisão.

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GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Naquela sociedade, que vivia a transição dos valores místicos, baseados na tradição religiosa, para os valores da polis, isto é, aqueles resultantes da formação do Estado e suas leis, o teatro cumpria um papel político e pedagógico, à medida que punha em xeque e em choque essas duas ordens de valores e apontava novos caminhos para a civilização grega. "Ir ao teatro", para os gregos, não era apenas uma diversão, mas uma forma de refletir sobre o destino da própria comunidade em que se vivia, bem como sobre valores coletivos e individuais.

QUESTÃO 78

A representação de Demócrito é semelhante à de Anaxágoras, na medida em que um infinitamente múltiplo é a origem; mas nele a determinação dos princípios fundamentais aparece de maneira tal que contém aquilo que para o que foi formado não é, absolutamente, o aspecto simples para si. Por exemplo, partículas de carne e de ouro seriam princípios que, através de sua concentração, formam aquilo que aparece como figura.

HEGEL, G.W. Crítica moderna. In: SOUZA, J.C. (Org.). Os pré-socráticos: vida e obra. São Paulo: Nova Cultural, 2000 (adaptado). O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento de Demócrito, segundo o qual o “princípio constitutivo das coisas” estava representado pelo(a) a) número, que fundamenta a criação dos deuses. b) devir, que simboliza o constante movimento dos objetos. c) água, que expressa a causa material da origem do universo. d) imobilidade, que sustenta a existência do ser atemporal. e) átomo, que explica o surgimento dos entes. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os filósofos pré-socráticos foram responsáveis por buscar na natureza um elemento primordial que justificasse a origem de todas as coisas. Para Demócrito, sua arché seria o átomo, parte indivisível e eterna, que permanece em constante movimento.

QUESTÃO 79

“Entre os ‘físicos’ da Jônia, o caráter positivo invadiu de chofre a totalidade do ser. Nada existe que não seja natureza, physis. Os homens, a divindade, o mundo formam um universo unificado, homogêneo, todo ele no mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só e mesma physis que põem em jogo, por toda parte, as mesmas forças, manifestam a mesma potência de vida. As vias pelas quais essa physis nasceu, diversificou-se e organizou-se são perfeitamente acessíveis à inteligência humana: a natureza não operou ‘no começo’ de maneira diferente de como o faz ainda, cada dia, quando o fogo seca uma vestimenta molhada ou quando, num crivo agitado pela mão, as partes mais grossas se isolam e se reúnem.”

(VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Trad. de Ísis Borges B. da Fonseca. 12.ed. Rio de Janeiro: Difel, 2002. p.110.) Com base no texto, assinale a alternativa correta. a) Para explicar o que acontece no presente é preciso compreender como a natureza agia “no começo”, ou seja,

no momento original. b) A explicação para os fenômenos naturais pressupõe a aceitação de elementos sobrenaturais. c) O nascimento, a diversidade e a organização dos seres naturais têm uma explicação natural e esta pode ser

compreendida racionalmente. d) A diversidade de fenômenos naturais pressupõe uma multiplicidade de explicações e nem todas estas

explicações podem ser racionalmente compreendidas. e) A razão é capaz de compreender parte dos fenômenos naturais, mas a explicação da totalidade dos mesmos

está além da capacidade humana. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os filósofos pré-socráticos buscavam nos elementos natureza as respostas racionais sobre a origem do ser e do mundo. Focando principalmente nos aspectos da natureza, eram chamados de “filósofos da physis”.

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QUESTÃO 80

Fragmento B91:

Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal alcançar duas vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo reúne.

HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza). São Paulo: Abril Cultural, 1996 (adaptado). Fragmento B8:

São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é compacto, inabalável e sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como poderia o que é perecer? Como poderia gerar-se?

PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado). Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma oposição que se insere no campo das a) investigações do pensamento sistemático. b) preocupações do período mitológico. c) discussões de base ontológica. d) habilidades da retórica sofística. e) verdades do mundo sensível. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Foram um grupo de filósofos que especularam sobre a origem do mundo e observaram a natureza como fonte de conhecimento. A teoria de Parmênides visava o imobilismo, enquanto a de Heráclito, o mobilismo. Daí, encontramos a contradição teórica. Ontologia é um estudo voltado para o “ser”, portanto, cada um dos filósofos possui um posicionamento quanto ao papel do “ser” na natureza.

QUESTÃO 81

“Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do Tártaro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles? Quem são eles?”

(VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad. de Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56.) O texto acima é parte de uma narrativa mítica. Considerando que o mito pode ser uma forma de conhecimento, é correto dizer que a) a verdade do mito obedece a critérios empíricos e científicos de comprovação. b) o conhecimento mítico segue um rigoroso procedimento lógico-analítico para estabelecer suas verdades. c) as explicações míticas constroem-se, de maneira argumentativa e autocrítica. d) o mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de provas. e) a verdade do mito obedece a regras universais do pensamento racional, tais como a lei de não-contradição. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O mito surge a partir da necessidade de explicação sobre a origem e a forma das coisas, suas funções e finalidade, os poderes do divino sobre a natureza e os homens. Ele vem em forma de narrativa, criada por um narrador que possua credibilidade diante da sociedade, poder de liderança e domínio da linguagem convincente, e que, acima de tudo, “jogue para a boca do mito” o que gostaria de impor, mas adequando a estrutura do mito de uma forma que tranquilize os ânimos e responda às necessidades do coletivo.

QUESTÃO 82

A passagem do Mito ao Logos na Grécia antiga foi fruto de um amadurecimento lento e processual. Por muito tempo, essas duas maneiras de explicação do real conviveram sem que se traçasse um corte temporal mais preciso. Com base nessa afirmativa, é correto afirmar que a) o modo de vida fechado do povo grego facilitou a passagem do Mito ao Logos. b) a passagem do Mito ao Logos, na Grécia, foi responsabilidade dos tiranos de Siracusa. c) a economia grega estava baseada na industrialização, e isso facilitou a passagem do Mito ao Logos. d) o povo grego antigo, nas viagens, se encontrava com outros povos com as mesmas preocupações e culturas,

o que contribuiu para a passagem do Mito ao Logos. e) a atividade comercial e as constantes viagens oportunizaram a troca de informações/conhecimentos, a

observação/assimilação dos modos de vida de outros povos, contribuindo, assim, de modo decisivo, para a construção da passagem do Mito ao Logos.

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GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A mudança a respeito do pensamento cosmológico na Grécia Antiga é acompanhada por profundas transformações na estrutura social, econômica e política da região no período. Não se pode separar a relação da filosofia com a estrutura social grega.

QUESTÃO 83

A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.

NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999. O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos? a) O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais. b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas. c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes. d) A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas. e) A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Veja o começo do texto de Nietzche: “A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda”. Em seguida, ele mostra a ideia da água como matriz de todas as coisas, e explica a razão desse pensamento estar correto. Ou seja, ele mostra que o início da filosofia grega se deu com a necessidade de buscar a causa primeira das coisas, principalmente sem usar mitologia ou ideias religiosas.

QUESTÃO 84

Acompanhando a intenção da burguesia renascentista de ampliar seu domínio sobre a natureza e sobre o espaço geográfico, através da pesquisa científica e da invenção tecnológica, os cientistas também iriam se atirar nessa aventura, tentando conquistar a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor e mesmo a expressão e o sentimento.

SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984. O texto apresenta um espírito de época que afetou também a produção artística, marcada pela constante relação entre a) fé e misticismo. b) ciência e arte. c) cultura e comércio. d) política e economia. e) astronomia e religião. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No Renascimento, houve uma alteração na sensibilidade artística e uma valorização do racionalismo, do humanismo, da cultura clássica e, sobretudo, da ciência. Em suas obras, os artistas passaram a produzir suas pinturas e esculturas baseadas na observação do mundo visível se valendo de técnicas, princípios matemáticos e racionais como proporção, equilíbrio, harmonia e perspectiva, além da utilização de novos temas como a natureza e o corpo humano.

QUESTÃO 85

Sou uma pobre velha mulher, Muito ignorante, que nem sabe ler. Mostraram-me na igreja da minha terra Um Paraíso com harpas pintado E o inferno onde fervem almas danadas, Um enche-me de júbilo, o outro me aterra.

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Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às imagens presentes nos templos católicos medievais. Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de a) refinar o gosto dos cristãos. b) incorporar ideais heréticos. c) educar os fiéis do olhar. d) divulgar a genialidade dos artistas católicos. e) valorizar esteticamente os templos religiosos. GABARITO: C COMENTÁRIO/ RESOLUÇÃO: O uso da iconografia (imagens e estatuas, por exemplo) era uma forma de educar pelo olhar as populações analfabetas durante todo o período medieval. Era também uma forma de manter a ordem e controle social no período.

QUESTÃO 86

A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses filosóficas. Em vez de assumir a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela prefere buscar as brilhantes generalidades em que todas as questões são levantadas sem que nenhuma seja expressamente tratada. Não é com exames sumários e por meio de intuições rápidas que se pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão complexa. Sobretudo, generalizações às vezes tão amplas e tão apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova.

DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000. O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em construir uma sociologia com base na a) vinculação com a filosofia como saber unificado b) reunião de percepções intuitivas para demonstração. c) formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social. d) adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais. e) incorporação de um conhecimento alimentado pelo engajamento político. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Assim como Comte, Durkheim procurou analisar a sociedade inspirado na forma e nos métodos já utilizados pelos cientistas naturais. Ele se focava no tema em análise.

QUESTÃO 87

Quanto mais complicada se tornou a produção industrial, mais numerosos passaram a ser os elementos da indústria que exigiam garantia de fornecimento. Três deles eram de importância fundamental: o trabalho, a terra e o dinheiro. Numa sociedade comercial, esse fornecimento só poderia ser organizado de uma forma: tornando-os disponíveis à compra. Agora eles tinham que ser organizados para a venda no mercado. Isso estava de acordo com a exigência de um sistema de mercado. Sabemos que em um sistema como esse, os lucros só podem ser assegurados se se garante a autorregulação por meios de mercados competitivos interdependentes.

POLANYI, K. A grande transformação: As origens de nossa época. Rio de Janeiro: Campus, 2000 (Adaptado). A consequência do processo de transformação socioeconômica abordada no texto é a a) expansão das terras comunais. b) limitação do mercado como meio de especulação. c) consolidação da força de trabalho como mercadoria. d) diminuição do comércio como efeito da industrialização. e) adequação do dinheiro como elemento padrão das transações. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A questão trata da Revolução Industrial e a formação do operariado urbano. De acordo com Marx, o proletariado é aquele que só tem sua força de trabalho, e dispõe dela para conseguir sua sobrevivência. O trabalho torna-se uma mercadoria como qualquer outra, e sujeita às oscilações da lei da oferta e da procura. É simples perceber: O excesso de mão de obra que existia, devido à grande quantidade de miseráveis urbanos fazia os salários serem muito baixos.

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QUESTÃO 88

A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros, tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder.

DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado). Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução Industrial Inglesa e as características das cidades industriais no início do século XIX? a) A facilidade em se estabelecer relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados para a

livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista. b) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial. c) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos

trabalhadores das periferias até as fábricas. d) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelava os avanços da engenharia e da

arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística. e) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos

marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O desenvolvimento acelerado das primeiras fases da Revolução Industrial, a partir do século XVIII, causou o crescimento assombroso e caótico das cidades, fazendo surgir favelas e poluição, e colaborando com as péssimas condições de moradia, saúde e higiene. Observe-se que a alternativa A está correta, mas insere-se em menor proporção no contexto descrito pelo cabeçalho, coisa que a alternativa E melhor faz.

QUESTÃO 89

TEXTO I

O aparecimento da máquina movida a vapor foi o nascimento do sistema fabril em grande escala, representando um aumento tremendo na produção, abrindo caminho na direção dos lucros, resultado do aumento da procura. Eram forças abrindo um novo mundo.

HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1974 (adaptado). TEXTO II

Os edifícios das fábricas adaptavam–se mal à concentração de numerosa mão de obra, reunida para longos dias de trabalho, numa situação árdua e insalubre. O trabalho nas fábricas destruiu o sistema doméstico de produção. Homens, mulheres e crianças deixavam os lugares onde moravam para trabalhar em diferentes fábricas.

LEITE, M. M. Iniciação à história social contemporânea. São Paulo: Cultrix,1980 (adaptado). As estratégias empregadas pelos textos para abordar o impacto da Revolução Industrial sobre as sociedades que se industrializavam são, respectivamente, a) ressaltar a expansão tecnológica e deter–se no trabalho doméstico. b) acentuar as inovações tecnológicas e priorizar as mudanças no mundo do trabalho. c) debater as consequências sociais e valorizar a reorganização do trabalho. d) indicar os ganhos sociais e realçar as perdas culturais. e) minimizar as transformações sociais e criticar os avanços tecnológicos. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A estratégia usada pelos autores do texto é enfatizar a mudança tecnológica oriunda da Revolução Industrial e como essa mudança influencia transformações significativas no mundo do trabalho.

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QUESTÃO 90

A forma de organização interna da indústria citada gera a seguinte consequência para a mão de obra nela inserida: a) ampliação da jornada diária. b) melhoria da qualidade do trabalho. c) instabilidade nos cargos ocupados. d) eficiência na prevenção de acidentes. e) desconhecimento das etapas produtivas. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A charge sugere que o trabalhador conhece apenas uma etapa do processo produtivo do qual é responsável, ignorando qual seria o produto final. Entre as alternativas possíveis, apenas a letra E se refere a esse desconhecimento do trabalhador sobre todas as etapas.

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