política lingüística recusa qualquer ajuda ao ngz enquanto...

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NÚMERO 52 15 DE MARÇO A 15 DE ABRIL DE 2007 1 Diversos casos de corrupçom na província de Ponte Vedra já tenhem nexo: Rafael Louzán REDACÇOM / O chefe do Partido Popular em Ponte Vedra é um velho conhecido deste jornal por ter sucedido José Cuiña nas tare- fas de financiamento do Partido Popular nível provincial. Neste cometido, Rafael Louzán aper- feiçoou notavelmente os méto- dos do seu antecessor, diversifi- cando as vias de obtençom de dinheiro de forma irregular. Mas a eficácia angariadora poderá ter as suas contrapartidas e a Uniom Europeia está a investigar a sua gestom à frente do organismo provincial por suposto uso frau- dulento de fundos. Várias empresas relacionadas com Louzán fôrom beneficiadas nom só com dinheiro procedente das adjudicaçons da Deputaçom de Ponte Vedra, mas também por dinheiro europeu gerido através da instituiçom provincial. Desde os seus começos na Cámara Municipal de Riba d’Úmia, gra- ças ao apadrinhamento do que na altura era presidente da Cámara Municipal, o contrabandista José Ramón Barral ‘Nené’, a vida de Rafael Louzán é um cúmulo de operaçons fraudulentas. Estas começam com a ‘simples’ obten- çom irregular de umha vaga na Cámara Municipal e continuam com os escándalos urbanísticos que pairam sobre Nigrám, Gondomar ou a própria directiva do Celta de Vigo. As actuais investigaçons poderám deixar o político pontevedrês numha delicada posiçom e sobretodo poderám deixar mais ao desco- berto o financiamento irregular do PP. / Pág. 11 A ASSOCIAÇOM AGUILHOAR abre um novo centro social em Ginzo de Límia / 07 E AINDA... Opinions de Begonha Caamanho, João Aveledo, Valentim R. Fagim, Pedro Alonso e Concha Roussia “A Administraçom preferiu promover a marcialidade das bandas de gaitas e a absurda competitividade entre as crianças” Castor Castro é presidente da Aula de Música Tradicional ‘Gomes Mouro’ PÁGINA 16 Lei de Prevençom dos Incêndios poderá verificar-se como um fracasso em menos de dous anos Novas da Galiza acompanha um conflito que ameaça a economia e até a identidade do País / 14 Política Lingüística recusa qualquer ajuda ao NGZ enquanto financia toda a imprensa escrita em espanhol REDACÇOM / O ABC, o El Correo Gallego, o Diário de Arousa, o Diario de Ferrol, o El Progreso, o La Voz de Galicia ou o Diario de Pontevedra serám alguns dos jornais beneficiados das milionárias ajudas que os meios de comunicaçom rece- bem ano após ano da Secretaria Geral de Política Lingüística (SGPL) por usa- rem o galego de modo teste- munhal. Novas da Galiza denunciou numha reuniom que recentemente mantivo com a chefa deste departa- mento, Marisol López, a injustificaçom destes subsí- dios, umha vez que nenhum leitor dos mesmos afirmaria jamais que a presença do galego nos mesmos é sequer mencionável. A gravidade do esbanjamento do dinheiro público com a desculpa da normalizaçom da língua pode adivinhar-se facilmente, pois a SGPL continua a ocultar o montante exacto a que ascen- dem os convénios assinados com estes meios de comuni- caçom. Novas da Galiza, um dos seis jornais actualmente escritos integramente em galego, será o único excluído deste tipo de ajudas com o argumento de usarmos um modelo de correcçom lingüís- tica diferente do promovido polas instituiçons autonómi- cas. Com um sorriso mas escassa comicidade Marisol López permitiu-se a graça de dizer “a eles temos que con- vencê-los”. Chegou a aconsel- har-nos em várias ocasions o abandono do galego-portu- guês para termos acesso ao dinheiro público que em Sam Caetano distribuem tam ale- gremente. Logicamente, nom está dentro dos planos do nosso jornal debater tam absurda proposta, que consi- deramos imprópria da cabeça visível da planificaçom lin- güística no nosso país. Infelizmente, este nom é o primeiro capítulo, nem será o último, da história das tenta- tivas de afogamento económi- co dos sectores da nossa sociedade que apostam firme- mente no uso monolíngüe e reintegrado do nosso idioma. Nos últimos meses, umha resoluçom da própria SGPL e outra da Secretaria de Comunicaçom, igualmente dependente de Presidência, levam o mesmo caminho. Três décadas de compromis- so nom vam acabar agora, ten- ham a cara que tiverem os novos censores. / Pág. 04 O PP DETRÁS DE ESCÁNDALOS URBANÍSTICOS E DE BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS ASSEMBLEIA NACIONAL DE Galiza Nova decidirá a capacidade de manobra deste colectivo dentro do BNG / 04 ESQUERDA UNIDA ENCABEÇA trama imobiliária vinculada ao encerramento de estaleiros nas Astúrias / 13 Condiciona as ajudas a que a nossa publicaçom abandone o galego-português

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NÚMERO 52 15 DE MARÇO A 15 DE ABRIL DE 2007 1 €

Diversos casos de corrupçom na província dePonte Vedra já tenhem nexo: Rafael Louzán

REDACÇOM / O chefe do PartidoPopular em Ponte Vedra é umvelho conhecido deste jornal porter sucedido José Cuiña nas tare-fas de financiamento do PartidoPopular nível provincial. Nestecometido, Rafael Louzán aper-feiçoou notavelmente os méto-dos do seu antecessor, diversifi-cando as vias de obtençom dedinheiro de forma irregular. Masa eficácia angariadora poderá teras suas contrapartidas e a UniomEuropeia está a investigar a suagestom à frente do organismo

provincial por suposto uso frau-dulento de fundos. Váriasempresas relacionadas comLouzán fôrom beneficiadas nomsó com dinheiro procedente dasadjudicaçons da Deputaçom dePonte Vedra, mas também pordinheiro europeu gerido atravésda instituiçom provincial. Desdeos seus começos na CámaraMunicipal de Riba d’Úmia, gra-ças ao apadrinhamento do que naaltura era presidente da CámaraMunicipal, o contrabandista JoséRamón Barral ‘Nené’, a vida de

Rafael Louzán é um cúmulo deoperaçons fraudulentas. Estascomeçam com a ‘simples’ obten-çom irregular de umha vaga naCámara Municipal e continuamcom os escándalos urbanísticosque pairam sobre Nigrám,Gondomar ou a própria directivado Celta de Vigo. As actuaisinvestigaçons poderám deixar opolítico pontevedrês numhadelicada posiçom e sobretodopoderám deixar mais ao desco-berto o financiamento irregulardo PP. / Pág. 11

A ASSOCIAÇOM AGUILHOARabre um novo centro social emGinzo de Límia / 07

E AINDA...

Opinions de Begonha Caamanho, João Aveledo,Valentim R. Fagim, Pedro Alonso e Concha Roussia

“A Administraçom preferiu promover a marcialidade das bandas de gaitas e a absurda competitividade entre as crianças”Castor Castro é presidente da Aula de Música Tradicional ‘Gomes Mouro’ PÁGINA 16

Lei de Prevençom dos Incêndiospoderá verificar-se como um fracasso em menos de dous anos

Novas da Galiza acompanha um conflito queameaça a economia e até a identidade do País / 14

Política Lingüística recusaqualquer ajuda ao NGZenquanto financia toda aimprensa escrita em espanhol

REDACÇOM / O ABC, o ElCorreo Gallego, o Diário deArousa, o Diario de Ferrol, oEl Progreso, o La Voz deGalicia ou o Diario dePontevedra serám alguns dosjornais beneficiados dasmilionárias ajudas que osmeios de comunicaçom rece-bem ano após ano daSecretaria Geral de PolíticaLingüística (SGPL) por usa-rem o galego de modo teste-munhal. Novas da Galizadenunciou numha reuniomque recentemente mantivocom a chefa deste departa-mento, Marisol López, ainjustificaçom destes subsí-dios, umha vez que nenhumleitor dos mesmos afirmariajamais que a presença dogalego nos mesmos é sequermencionável. A gravidade doesbanjamento do dinheiropúblico com a desculpa danormalizaçom da língua podeadivinhar-se facilmente, poisa SGPL continua a ocultar omontante exacto a que ascen-dem os convénios assinadoscom estes meios de comuni-caçom. Novas da Galiza, umdos seis jornais actualmenteescritos integramente emgalego, será o único excluídodeste tipo de ajudas com oargumento de usarmos um

modelo de correcçom lingüís-tica diferente do promovidopolas instituiçons autonómi-cas. Com um sorriso masescassa comicidade MarisolLópez permitiu-se a graça dedizer “a eles temos que con-vencê-los”. Chegou a aconsel-har-nos em várias ocasions oabandono do galego-portu-guês para termos acesso aodinheiro público que em SamCaetano distribuem tam ale-gremente. Logicamente, nomestá dentro dos planos donosso jornal debater tamabsurda proposta, que consi-deramos imprópria da cabeçavisível da planificaçom lin-güística no nosso país.Infelizmente, este nom é oprimeiro capítulo, nem será oúltimo, da história das tenta-tivas de afogamento económi-co dos sectores da nossasociedade que apostam firme-mente no uso monolíngüe ereintegrado do nosso idioma.Nos últimos meses, umharesoluçom da própria SGPL eoutra da Secretaria deComunicaçom, igualmentedependente de Presidência,levam o mesmo caminho.Três décadas de compromis-so nom vam acabar agora, ten-ham a cara que tiverem osnovos censores. / Pág. 04

O PP DETRÁS DE ESCÁNDALOS URBANÍSTICOS E DE BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS

ASSEMBLEIA NACIONAL DE Galiza Novadecidirá a capacidade de manobra destecolectivo dentro do BNG / 04

ESQUERDA UNIDA ENCABEÇA trama imobiliáriavinculada ao encerramento de estaleiros nasAstúrias / 13

Condiciona as ajudas a que a nossa publicaçomabandone o galego-português

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Desde há anos, anda a circularem ambientes soberanistas umpolémico mapa que tenta reflectirqual é o território da nossa nação.O dito mapa tem a virtude de ser oprimeiro publicado com vontadede superar os limites administrati-vos que a História nos legou e oterrível defeito de abarcar terrasque hoje em dia dificilmentepodem ser consideradas galegas.Porque a pergunta é: de que Galizaestamos a falar? Da Gallaecia roma-na com Santander? Da Galizasueva, Samora incluída? Do Reinode D. Garcia que se alargava aoMondego?

Em 1833, o Secretario de Estadode Fomento, Javier de Burgos, des-enhava uma divisão provincial, quefixou os limites da actual Galizaadministrativa. Era esta uma refor-ma liberal, que tentando imitar ocentralismo francês, queria, deuma vez por todas, ultrapassar oAntigo Regime. A desinformaçãoculpabiliza este aristocrata intelec-tual polas perdas para o nosso paísdos territórios orientais que, per-tencendo a Astúrias e Leão, são defala e cultura galegas. Nada maislonge da realidade, pois se com asua reforma se perderam algumaspovoações situadas entre asPortelas da Canda e do Padornelo,também se recuperaram outrasque na altura já eram leonesas.Aliás, deve-se assinalar, que o dis-trito judicial de Vale d’Eorras e oarciprestado de Ribas de Sil, queem 1822 foram incorporados naprovíncia de Vila Franca, passavama ser definitivamente galegos.

A realidade é que as grandes per-das territoriais no Leste são muitoanteriores. Assim, no caso das

terras, hoje, asturianas, estas per-das devem-se a disputas entre osbispados de Mondonhedo eOviedo na Baixa Idade Média.Entretanto, os restantes territóriosperderam-se, em opinião do insig-ne historiador Emílio GonçalvesLopes, no reinado de Filipe II,devido à ambição da aristocracialeonesa que aproveitara a decapita-ção da nobreza galega durante a«doma e castração». O que se

denomina agora comarca do Berzocorresponde-se com a província deVila Franca, província de curta exis-tência (27/1/1822-1/10/1823) queabrangia dous territórios linguísti-co-culturais, o galego na sua parteocidental e o asturiano na sua parteoriental.

A divisão de 1833 não foi maisartificial e sim mais racional que ado Antigo Regime, onde, p.ex.,Betanços era província. E surpre-

ende que a alternativa nacionalistaa esta divisão provincial seja acomarcalização, pois as comarcasnunca tiveram qualquer significa-do administrativo, nem na Galiza,nem em Portugal. Sendo as fregue-sias (ainda Além-Minho muitoimportantes administrativamente)as divisões em que a populaçãomais se reflecte.

Existem, é óbvio, comarcas tra-dicionais, mas estas nem abran-

gem todo o território, nem têmsempre limites claros. Destarte,nas diferentes divisões comarcaispropostas, quer a partir doGoverno Fraga, quer a partir doindependentismo, é curioso obser-var como se inventam comarcasnunca existentes, enquanto des-aparecem outras tradicionais.Aliás, surpreende que no mapaindependentista estas comarcasrespeitem a divisão provincial.Exemplificaremos brevementealgumas destas incoerências. Nosdous mapas, oficial e soberanista,aparece uma, até agora inexisten-te, comarca do Eume, mas o mon-tanhoso Concelho de Muras éincluído, contra qualquer lógica,na Terra Chã!!! No mapa indepen-dentista desaparece a comarca doJalhas, que passa a fazer parte daCosta da Morte, região da beira-mar (como as Rias Baixas!) à qualse subtrai a parte de Bergantinhos.No mesmo mapa, Oência faz partedo Berzo e não do Courel!!!, etc.

Então, voltando ao princípio, deque Galiza estamos a falar?

Deixando de lado um conceitoestático e essencialista da nação,concordamos com o Estatuto de1936, em que se deveria poder“agregar à Galiza qualquer terri-tório limítrofe de característicashistóricas, culturais, económicase geográficas análogas”, contan-do, sempre, com a livre decisãodos seus habitantes. Falamos,portanto, de uma Galiza das mar-gens do Návia à ribeira do Minho.Porque do Norte de Portugaldiferenciam-nos nove séculos dehistória e essa herança culturalespanhola, que, algum dia, haveráque reivindicar.

NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 200702 OPINIOM

O PELOURINHO DO NOVAS

Se tens algumha crítica a fazer, algumfacto a denunciar, ou desejas transmi-tir-nos algumha inquietaçom oumesmo algumha opiniom sobre qual-quer artigo aparecido no NGZ, este éo teu lugar. As cartas enviadas deve-rám ser originais e nom poderámexceder as 30 linhas digitadas a com-putador. É imprescindível que os tex-tos estejam assinados. Em caso con-trário, NOVAS DA GALIZA reserva-se odireito de publicar estas colaboraçons,como também de resumi-las ouestractá-las quando se consideraroportuno. Também poderám ser des-cartadas aquelas cartas que ostenta-rem algum género de desrespeito pes-soal ou promoverem condutas antiso-ciais intoleráveis. Endereço: [email protected]

O CASO VALADÉS: INDIVÍDUOVS. COLECTIVO, DISCREPÁN-CIA VS. DISIDÊNCIA

Pedro Gómez Valadés, com a suapertença à AGAI, comoPresidente e promotor, incorrenumha mais que evidente contra-diçom, pola sua qualidade de diri-gente comarcal do BNG. A posi-çom do BNG sobre o conflitopalestiniano-israelita é de velhoconhecida e fica claramentereflectida na acçom política dafrente: há um povo oprimido eusurpado do seu direito à autode-terminaçom, o palestiniano, espe-zinhado por umha potência militaraliada dos EUA; e há um estadoopressor que permanentementedesrespeita a legalidade interna-cional (assassinatos selectivos,fecho dos canais de distribuiçomde mercadorias com a Palestina, o

muro da vergonha...): Israel. Essadefiniçom ou descriçom em chavede análise política do conflito, pormui sintética que seja nom émaniqueísta. O que é cínico éequiparar vítimas com verdugos,pedras com tanques, oprimido eopressor, fazendo o jogo aos inte-resses geo-estratégicos de Israel eos EUA, à procura de apoios inter-nacionais, para diluir ao máximo asoberania desse futuro estadopalestiniano e desfigurar a suacomposiçom geográfica.É evidente que o nascimento delobbys pró-israelitas, escondidostalvez atrás da demagogia da ami-zade entre povos, é umha boanotícia para o sionismo, que com asua maquinaria diplomática e redeconsular os empregará como saté-lites do seu aparelho de propagan-da, depois de se terem apercebidode que perdêrom a batalha dasideias perante a comunidadeinternacional.Mui ao seu pesar, Pedro Gómez

Valadés nom é tam relevante comopara representar o início destedebate, apesar da sua intenciona-da campanha de intoxicaçommediática contra a organizaçomque di defender (só é preciso ouvira sua entrevista na COPE comCesar Vidal, o mesmo que defen-de um revisionismo da história deEspanha na linha da doutrina doMovimento, negando a guerra civilou que a Ditadura fosse tal...) eapesar de algumhas adesons eapoios nada espontáneos de inte-lectuais da ‘progressia’, de ManoloBragado a Pilar Rahola.O tema nom é novo. Talvez o pro-blema seja que este tipo de ques-tons enquistárom e negam o pró-prio senso comum. A confusominteressada entre o legítimo direi-to à discrepáncia e a prática dadisidência, ou o processo de des-ideologizaçom que promove umsector do BNG argumentandoposiçons de tacticismo e pragma-tismo na conquista de espaços de

poder institucional, entroncamem cheio com a concepçom indivi-dualista que o próprio sistemaimpom através da mais subtil vio-lência estrutural para desarticularde facto qualquer alternativa críti-ca e possível.O BNG nom é umha federaçomde indivíduos livre-pensadores,mas a expressom política organi-zada, e absolutamente plural, demilhares de pessoas que compar-tilhamos objectivos e um projectotransformador/revolucionáriodeterminado por traços ideológi-cos definidos com rotunda nitidez.Ninguém negou a Valadés nem anenhum filiado o direito a discre-par interna e publicamente, se forpreciso, da linha política quemarca democraticamente o con-junto da organizaçom. Mas prati-car a dissidência é afastar-se, enom há possibilidade de afastar-sedentro, só para fora.

Xabier Pérez Igrexas

Territorialidade e nação: o mapa da GalizaJOÃO AVELEDO

“A PERGUNTA É: DE QUE GALIZA ESTAMOS A FALAR? DA GALLAECIAROMANA COM SANTANDER? DA GALIZA SUEVA, SAMORA INCLUÍDA? DO

REINO DE D. GARCIA QUE SE ALARGAVA AO MONDEGO?”

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 2007 03EDITORIAL

Existe um colectivo huma-no susceptível de serespoliado, humilhado,

massacrado e mesmo aniquiladosem que saltem os alarmes e semque a ‘ordem mundial’ seja alte-rada. Que as mulheres, todas ecada umha, na Galiza, no Canadá,no Senegal ou na Índia integra-mos maioritariamente esse colec-tivo nom é algo novo e já nom épara ninguém matéria discutível.No nosso país, os publicitadosplanos de igualdade e as aprego-adas medidas de luita contra adiscriminaçom embatem umha eoutra vez com a realidade perti-naz: os nossos salários som 27%mais baixos que os dos homens, aprecariedade laboral tem, cadavez mais, rosto de mulher, asagressons multiplicam-se e leva-mos este ano três mortas oficial-mente conhecidas e reconheci-das. Porém, como sempre, é pos-sível ainda mais miséria dentroda miséria, mais exploraçomdentro da exploraçom. As mul-heres imigrantes som, nestemomento, o colectivo humanomais desprotegido e massacradodentro do chamado primeiromundo, também na Galiza. Os‘prostíbulos’, ‘bares de alterne’,‘clubes nocturnos’ ou como querque queira a cultura patriarcaldenominá-los, som, cada vezmais, verdadeiros campos deconcentraçom de escravassexuais. Sequestradas, engana-das ou desesperadas, centos demulheres som diariamente obri-gadas a se prostituírem (porquetodo é obrigaçom quando nom háopçons). Com a conivência poli-cial e social som, muitas delas,retidas contra da sua vontade,todas espoliadas, todas maltrata-das, todas roubadas e abusadas.Estám indefesas. Totalmente sóse desvalidas. Se algumha conse-guiu algum dia burlar os seusproxenetas, e cometeu a inge-nuidade de os denunciar, foideportada. As estatísticas dosgrandes cabeçalhos sobre os êxi-tos da luita policial contra o tráfi-co de mulheres demonstram quesom maioritariamente elas asprendidas, as humilhadas e asexpulsas. Nom tenhem papéis,venhem cá para se prostituírem:pois de volta à miséria maior daqual provinham e da que tenta-vam escapar. Eis a sua justiça. Asua lei é também violência degénero.

O mesmo ocorre nas ruas e nascasas. As mulheres imigrantessom alvo fácil. Quer seja porque

estám sem papéis ou desconhe-cem o idioma quer porque care-cem de recursos económicosmínimos ou porque se encontramsós, sem o mínimo apoio afectivo,convertem-se em vítimas propi-ciatórias de todo o tipo de abusose violências. E aturam esta situa-çom. Aturam até que as matam.

Carmen Karen Vargas foi a últi-ma vítima mortal conhecida daviolência de género na Galiza.Era boliviana. O seu noivo, gale-go, nom tolerou que ela decidissedeixar a relaçom com ele. A 26 deFevereiro matou-na. Assim desimples. Tam simples, tam quoti-diano, que já quase nom sintonada ao escrevê-lo.

O que torna diferente a mortede Carmen de tantas outras mor-tes nom é nem o seu país de ori-gem, nem a sua idade, nem o seutrabalho, nem os motivos polosquais o seu ex-noivo decidiu quetinha direito a lhe tirar a vida. Oque a torna diferente é a proximi-dade no tempo de outras duasmortes que tivérom um trata-mento mediático, político, sociale policial bem diferente.

A dia 30 de Dezembro, dousmoços equatorianos morrêromna T-4 de Barajas, em Madrid,num atentado da ETA. A suamorte, a procura dos seus corpos,a repatriaçom dos seus cadáve-res, ocupárom durante dias ascapas de toda a imprensa doEstado e abrírom os telejornaisde todas as cadeias. Partidospolíticos diametralmente opos-tos ao reconhecimento de qual-quer direito aos emigrantes saemà rua para manifestarem ‘a suador’ e a ‘sua indignaçom’ porestas mortes. O governo espan-hol fica ‘comovido’ e toda a opi-niom publica se solidariza com asvítimas. As suas famílias somindemnizadas e é-lhes concedidoo direito à nacionalidade espan-hola. Alguém viu a cara da maede Carmen? Sabemos algo damiséria em que vive a sua famí-lia? Umhas poucas vizinhasestremecidas, o protesto tímidode algum colectivo feminista eum escasso gesto institucional.Isso foi todo. Aos dous dias era jánotícia esquecida.

Que cada quem tire as suasconclusons.

Eu bem sei do terrorismopatriarcal, atroz, permitido e assi-milado que continuará a somarvítimas sem direitos até que umdia todas (e aqui o feminino é ouniversal) tenhamos direitos semtermos que somar vítimas.

PAU E CENOURA

SUSO SANMARTIN

Vítimas sem direitos,direitos sem vítimas

BEGONHA CAAMANHO

Em qualquer estratégia governamental que sepreze, a velha estratégia do pau e da cenouraocupa um espaço de primeira ordem. Acurralar

os sectores sociais críticos obriga sempre a planosimplacáveis de exclusom e silenciamento; para que atensom nom rebente, oferecem-se pequenas dádivas.Um poder democrático sempre reserva um simpáticodecorado para a dissidência consentida, se esta nompom em causa os fundamentos da tam cara paz social.

Na Galiza do autonomismo transversal e a unani-midade parlamentar, o bilingüismo é um dos funda-mentos do consenso excludente. Da extrema-direitafachendosa à esquerda 'centrista' apavorada, ninguémousa pronunciar as palavras proibidas: a normalizaçomdo galego e o seu livre desenvolvimento em todas asesferas sociais implica a consecuçom de status de lín-gua nacional. Por outras palavras, a desnormalizaçomdo espanhol e a superaçom da categoria tolheita dogalego: idioma de caricatura reservado para as litur-gias de espanhol-falantes dedicados à política profis-sional, ou aos simples usos secundários e informais.

Novas da Galiza denunciava há poucos números aestratégia de cooptaçom empreendida polos parti-dos governantes com o conjunto do movimentopopular. Desmascarávamos a estratégia da cenoura ehoje desvendamos a outra face da moeda. O pau apli-cado contra quem decide viver e trabalhar nas mar-gens. A Secretaria Geral de Política Lingüística,

directamente dependente do PSOE e 'assessorada'por consumados quadros do BNG, acaba de negarqualquer apoio económico a este periódico. Seremosa única publicaçom periódica em galego que nomreceba subvençom, com o argumento explícito danossa aposta sem ambages no galego-português. Estadecisom continua com toda a coerência aquela outraque decidia a nossa exclusom da Associaçom deMeios Escritos em Língua Galega há já vários meses.Mas sobretodo encaixa como umha luva na políticade asfixia contra quem pratica, custe o que custar, acrítica impiedosa, desde o voluntariado militante e adefesa do monolingüismo no nosso País. Isto anteschamava-se normalizaçom lingüística.

Os principais agentes desgaleguizadores do paíssom generosamente subvencionados por dedicaremao idioma o espaço condescendente das reservasíndias. Com esta estratégia colaboram directamentevultos de umha 'intelectualidade' bem paga quepensa ser possível a defesa do nosso país escrevendoem espanhol. Na Galiza, dizem, estilam-se o laio e alamentaçom como forma de desabafo colectivo.Poderíamos dedicar-nos à queixa permanente pararogar um bocado de atençom de um poder que nemdá sido galeguista. Preferimos continuar a trabalhar.Orgulhosos da nossa independência informativa ecientes de que, nem hoje nem amanhá, fazemosparte das novas clientelas do governo.

D. LEGAL: C-1250-02 / As opinions expressas nos artigos nom representam necessariamente a posiçom do periódico. Os artigos som de livre reproduçomrespeitando a ortografia e citando procedência. A informaçom continua periodicamente no sítio web www.novasgz.com e no portal www.galizalivre.org

EDITORA

MINHO MEDIA S.L.

DIRECTOR

Carlos Barros G.

CONSELHO DE REDACÇOM

Alonso Vidal, Antom Santos, Ivám Garcia,Xiana Árias, Sole Rei, F. Marinho, GerardoUz, Maria Álvares, Eduardo S. MaragotoAndré Casteleiro

DESENHO GRÁFICO E MAQUETAÇOM

Miguel Garcia, C.Barros, A. Vidal, X. Árias

IMAGEM CORPORATIVA

Miguel Garcia

FECHO DA EDIÇOM: 15/03/07

INTERNACIONAL

Duarte FerrínNuno Gomes (Portugal), Jon Etxeandia(País Basco) Juanjo Garcia (Países Cataláns)

COLABORAÇONS

Opiniom. Maurício Castro, X. Carlos Ánsia,Santiago Alba, Daniel Salgado, Kiko Neves,J.R. Pichel, R. Pinheiro, Carlos Taibo,Germám Ermida, Celso Á. Cáccamo, JorgePaços, Adela Figueroa, Joám Peres, PedroAlonso, Luís G. Blasco ‘Foz’, Alberte Pagán,Concha Rousia, Xurxo Martínez, AlexandreBanhos, Iván Cuevas, Raul Asegurado,Miguel Penas. Música. Jacobe Pintor. GalizaNatural. João Aveledo. Sexualidade. BeatrizSantos. Língua Nacional. Valentim Fagim.Descobre o que sabes. Salva Gomes. Desportos.Anxo Rua Nova, Xavier S. Paços. Cozinha.Joana Pinto, Miguel Burros, Ana Rocha

FOTOGRAFIA

Arquivo NGZNatália GonçalvesSole Rei

ASSINANTES E PUBLICIDADE

Irene Cancelas Sánchez

HUMOR GRÁFICO

Suso Sanmartin, Pepe Carreiro,Pestinho+1, Xosé Lois Hermo,Gonzalo Vilas, Farruquinho,Aduaneiros sem fronteiras,Xosé Manuel

CORRECÇOM LINGÜÍSTICA

Eduardo Sanches MaragotoFernando Vázquez CorredoiraVanessa Vila Verde

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 2007

NOTÍCIAS

04 NOTÍCIAS

Assembleia Nacional de GalizaNova decidirá a sua capacidadede manobra dentro do BNG

REDACÇOM / O encontro deci-sivo terá lugar nos próximosdias 31 de Março e 1 de Abril ese todo acontecer como seespera, confrontarám-se duaslistas para a direcçom nacional,reflectindo as visons opostasque a mocidade nacionalistatem da sua organizaçom. Deumha parte a UMG, mocida-des da UPG, sector tradicio-nalmente dominante na orga-nizaçom, que vai pôr em mar-cha toda a sua capacidade demobilizaçom para defender umcerto continuísmo, matizadocom mais projecçom social, etentará acolher na sua lista ossectores de militantes inde-pendentes que, como aconte-ce no BNG, som maioria. Poroutra parte, o colectivo juvenilrecém criado Isca!, que poderáser apoiado por outros colecti-vos confrontados com a UMG,ressalta o "esvaimento" daorganizaçom, com perda pro-gressiva da visom crítica.Segundo esta corrente, Galiza

Nova perdeu autonomia coin-cidindo com as responsabilida-des de governo do BNG, che-gando a ser apenas umha espé-cie de ‘correia de transmissom’à mocidade das conquistas dogoverno nacionalista.

Após a apresentaçom de umdocumento de mínimos com aintençom de ser assumido portoda a organizaçom, todo pare-ce descartar a candidatura uni-tária. Desta forma, Isca! enca-beçaria umha lista alternativaem defesa de aspectos queconsideram abandonados polosector maioritário: por um ladoexigem autonomia para anali-sar a realidade política deumha óptica própria e liberda-de de crítica "para com as deci-sons tomadas polo BNG oupolos governos de que a Frentefaga parte". Apostam, dizem,no trabalho conjunto comoutras organizaçons juvenis epessoas individuais nas luitascomuns em chave soberanista,como podem ser a "defesa da

língua, a defesa das selecçonsnacionais desportivas ou o tra-balho nos centros sociais". Sompartidários da auto-organiza-çom e da mobilizaçom comomeio para conseguir avançossociais em campos que afec-tam nomeadamente a mocida-de galega, como som o empre-go, a habitaçom ou o ensino.

Destaca finalmente a apostano soberanismo, manifestandoa clara "rejeiçom do marcoconstitucional espanhol" e adefesa da autodeterminaçomcomo "única via para alcançarumha soluçom estável e dura-doura aos problemas da moci-dade galega".

Em declaraçons ao NOVASDA GALIZA fontes de Isca!descartárom que o resultadoda próxima AssembleiaNacional poda condicionar cis-sons no movimento juvenil doBNG e apostam em continuara trabalhar democraticamentee dentro do próprio colectivoem defesa das suas posiçons.

A hegemonia da UMG está em questom por causa daconcorrência de Isca!, que defende o soberanismo e aaproximaçom dos movimentos sociais

Assina convénios milionários com toda aimprensa galega escrita em espanhol

REDACÇOM / Umha delega-çom do NOVAS DA GALIZAreuniu-se no dia 28 deFevereiro com a secretáriageral de Política Lingüísticaa pedido do nosso jornal, quese considera injustamentedeixado à margem das milio-nárias verbas distribuídas poreste departamento entreempresas mediáticas do País.Desde o primeiro momento,NOVAS DA GALIZA inter-pretou a interlocuçom comoum modo de protestar poloabafamento económico a queé submetido um amplo sec-tor do movimento normaliza-dor galego, sem ter chegado aconfiar numha mudança depolítica deste departamentoem relaçom ao análogo daadministraçom Fraga. Porém,tampouco se esperava que asrazons da secretária fossemtam abertamente censoras(num momento da históriaem que até a censura deixoude ser aberta) e menos aindaque a visom da política lin-güística da máxima responsá-vel pola planificaçom da nor-malizaçom do galego estives-se tam temperada por pre-conceitos de taberna.

Pede-nnos reflexomA história começa com umhachamada do jornal para obterinformaçom sobre os subsí-dios que o departamento deMarisol López destina aempresas que usam o galego.Funcionárias da SGPL(Secretaria Geral de PolíticaLingüística) informam-nosde que nos últimos dous anossó fôrom renovados convé-nios com os meios de comu-nicaçom presentes no País.Interessados, como jornalescrito integramente emgalego, na formalizaçom deum convénio, o jornal visitouem duas ocasions o departa-mento de Marisol López. Oque começou com um “deve-des esperar a que sejam revi-sados os critérios de assina-tura desses convénios” aca-bou com um ‘nom’ rotundo“por razons de normativa”apoiadas em supostas normaslegais. O absurdo desta nega-tiva (em nenhuma lei se afir-ma que as pessoas ou colecti-

vos tenham que ser margina-lizados por utilizar umha ououtra ortografia para o gale-go) levou-nos a manter adecisom de nos reunirmospessoalmente com MarisolLópez, perguntando-lheagora pola difusom da cam-panha normalizadora ‘E logo!’polos diferentes jornais gale-gos, que estám a receber mil-hares de euros pola sua publi-citaçom apesar de estaremquase integramente escritosem espanhol. Perante a nossapergunta: “é mais crívelumha campanha assim anun-ciada num contexto de abso-luto predomínio do espan-hol?”, Marisol limitou-se aresponder: “a eles, temos queconvencê-los”. “A nós tam-bém”, dixemos. “A vós, pedi-mos-vos reflexom”.

Resoluçons contra oreintegracionismoEntretanto, a Secretaria deComunicaçom, que dependeigualmente de Presidência, játinha lançado umha resolu-çom para subsidiar os meiosde comunicaçom integra-mente redigidos em galego, eo critério de exclusom voltoua ser a normativa utilizada.Mas nesta ocasiom o depar-tamento de FernandoSalgado foi mais longe, e naresoluçom também fica claroque os meios subsidiadosdeverám ter 24 páginas oumais. O Novas da Galiza, comvinte, será o único jornal emgalego, dos seis que existem,que nom cheire um peso.

AGAL recorreComo já informamos nonúmeros anterior, a AGALapresentou um recurso pordiscriminaçom normativacontra outra resoluçom daSGPL pola qual se concedemajudas a entidades sem ánimode lucro que tenham comofim a promoçom do galego.Parece que, com dous anos debipartido, começa a ficarclaro que os colectivos reinte-gracionistas serám, de entreo movimento normalizador,os únicos que ficarám sem opedaço de bolo que alegre-mente distribui a PolíticaLingüística.

Marisol López nega ajudas aoNovas da Galiza se antes nomrenunciar ao galego-português

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 2007 05NOTÍCIAS

Exigem demissom de Obdulia Taboadela polacarga contra a manifestaçom solidária

Reivindicam ataque contra sede do PP em CompostelaTeria relaçom com as recentes convocatórias pola unidade de Espanha

11.02.2007

Oposiçom da vizinhança de Noiacontra variante de auto-estradaque dividirá a vila.

12.02.2007

Vizinhos de Cambre protestampola passagem do AVE pola fragade Cecebre.

13.02-2007

Ourense será a cidade que acolhao centro de interpretaçom dosparques naturais.

14.02.2007

Touriño promete defender peran-te a UE o plano do conselheiro daIndústria para Navántia Fene.

15.02.2007

Tribunal Supremo anula em Vigoa construçom do maior centrocomercial da Galiza.

16.02.2007

Quatro detidos em Gondomar porcorrupçom urbanística ficam emliberdade com cargos.

17.02.2007

Finaliza cimeira Galiza-Astúriasaprovando a criaçom de um obser-vatório para protecçom do litoral.

18.02.2007

Conhecem-sse os problemas dobarco holandês Ostedijk.

19.02.2007

Promotores imobiliários de PonteVedra recorrem ordem de PolíticaTerritorial que obriga a mudar oPGOM de Vigo

20.02.2007

Ordem para que nom entre oOstedijk em nenhum porto galego.

21.02.2007

Começam trabalhos de arrefeci-mento da carga do Ostedijk.

22.02.2007

O TSXG ordena ao concelho deVigo que derrube mais de 1.000habitaçons.

23.02.2007

O alunado escolar da Comuni-dade Autónoma receberá metadedas aulas em galego desde esteano académico por acordo dos trêsgrupos políticos com representa-çom no Parlamento.

CRONOLOGIA

REDACÇOM / A empresa Atento,que realiza trabalhos de atendi-mento ao cliente para aTelefónica, despediu neste mês197 pessoas da sua delegaçomna Corunha. Primeiro fôrom 18,a maior parte durante licençasmédicas, e finalmente mais 179no passado dia 14 de Março. Nodia a seguir, ao meio-dia, várioscentos de trabalhadores inte-rrompiam o tránsito durante 45minutos na rua Juan Flórez, nocentro da cidade. A mobilizaçomfoi violentamente dissolvida porpolícias de choque da Polícia

Nacional, que ferírom váriosmanifestantes.Estes trabalhadores e trabalha-doras já se mobilizaram no pas-sado dia 12 contra os primeirosdespedimentos. Agora a situa-çom apresenta-se mais difícil,pois falta esclarecer o futuro daplataforma corunhesa de umhaempresa que fechou nos últimosdias duas sedes no Estado e queestá a incrementar a prestaçomde serviços desde a AméricaLatina. Os sindicatos coincidemem assinalar que este pode ser opasso prévio à deslocalizaçom.

Antes desta rescisom maciça decontratos trabalhavam nos gabi-netes da Corunha 1.200 pessoas,a maior parte com carácter tem-porário, prestando serviços deatendimento telefónico (1004 e11822). O grupo empresarialdispom de mais de cem mil pes-soas empregadas em 13 países.Na seqüência da carga policialdo dia 15 de Março, a CIG recla-mou a demissom daSubdelegada do Governo naCorunha, Obdulia Taboadela,como responsável polos inci-dentes violentos. Coincide tam-

bém que a representante doexecutivo Zapatero forma partedas listas do PSOE para aCámara Municipal da Corunha,polo que assinalam que a suademissom é imprescindível por“coerência e decência”.Acusam-na de actuar “ao ditadode interesses partidaristas” eeleitoralistas. Mónica Díaz,vice-presidenta do Comité deEmpresa, destacou que quandosom postos na rua quase 200trabalhadores e trabalhadoras,“o único que eles podem fazer ésair à rua”.

REDACÇOM / A sede composte-lana do Partido Popular da ruaAlfredo Branhas foi atacadacom um objecto incendiáriona madrugada do passado 13de Março. Comunicantesanónimos enviavam nomesmo dia um texto reivindi-cativo em que enquadravam aacçom como resposta à impli-caçom deste partido na “vagade manifestaçons fascistas

para reclamar a unidade deEspanha”.Assinalam que o “patriotismoespanholeiro” é umha “escu-sa para manter a pressomsobre as naçons oprimidas”,polo que manifestam o seu“desprezo” perante os quequalificam “panda de fascis-tas e os seus lacaios”. Ocomunicado conclui com aslegendas “Lenha contra

Espanha!”, “Viva GalizaCeive!” e “Adiante a resistên-cia galega!”.No tratamento mediático dainformaçom indicava-se que oataque nom tinha sido reivin-dicado e duvidava-se da vin-culaçom política, ainda quena mesma noite aparecesseumha pintada na fachada dasede com a inscriçom “Tropasde Breogham. GZ”.

O PP é o partido mais aponta-do por sabotagens nos últi-mos anos, mormente inde-pendentistas, tendo comoalvos um gabinete eleitoralem Compostela, e sedes dopartido em Ponte Vedra,Ordes e a própriaCompostela. O PSOE tam-bém foi alvo de ataques, omais recente em Nigrám nomês de Fevereiro.

A polícia espanhola carga contra as trabalhadoras e os trabalhoderes indefesos de Atento / MONCHO FUENTES

Filial da Telefónica pom na rua 197 pessoas na Corunha

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 200706 NOTÍCIAS

24.02.2007

PSdeG aprova a maioria das listaseleitorais para as municipais.

25.02.2007

O Ostedijk permanece aindadiante das costas galegas. A arma-dora di que levará documentopara poder continuar a viagem.

26.02.2007

171 milhons de euros para cen-trais de biomassa para energia.

28.02.2007

Congresso espanhol rejeitamoçom de BNG sobre o sectornaval de Ferrol.

01.03.2007

Conselheiro da Indústria defendeo seu plano em Bruxelas, que orejeita.

02.03.2007

Juiz decreta liberdade com cargospara duas pessoas que queimáromo carro de um vereador do BNGem Nigrám.

03.03.2007

Portugal será a primeira naçom ausar energia mareomotriz para aproduçom de electricidade.

04.03.2007

Em Ferrol centos de pessoasmanifestam-se contra a constru-çom de um edifício no centro dacidade.

05.03.2007

O Presidente e o ex-ppresidenteda Cámara de Ourense devemdeclarar por irregularidades naconcessom de construçons.

06.03.2007

TSXG declara nulo o convéniolabora de Meio Rural para trabal-hadores contra-incêndios.

07.03.2007

Cámara de Arteijo realiza assem-bleia para debater supostos negó-cios urbanísticos do presidente daCámara.

08-03.2007

Conselharia da Habitaçom pro-pom multa de 3.6 milhons deeuros a Vigolar por sobrepreço emhabitaçons que vendeu.

10.03.2007

Divisom sindical no Dia da ClasseTrabalhadora Galega.

REDACÇOM / Estudantes daUniversidade de Santiago deCompostela protagonizam avolta ao activismo neste anoacadémico, depois de anosde aparente desmobilizaçomdesde a luita contra a LOUde 2001 e 2002. O chamadoProcesso de Bolonha, quepromove umha maior partici-paçom empresarial no ensi-no e a sua elitizaçom, está aser o revulsivo de um movi-mento que toma força e quecomeçou em 2006. A organi-zaçom assemblear está a sero modelo de funcionamentoescolhido por este colectivoplural cuja presença já seconta em dez das faculdadescompostelanas e que temcomo núcleo de uniom aCoordenadora de Assem-bleias. Até o momento ten-hem desenvolvido numero-sas iniciativas de denúnciacomo ocupaçons, mobiliza-çons e um intenso trabalhopropagandístico. No passadodia 5 de Março a sua inter-vençom centrou-se naBiblioteca Conceiçom Areal,onde mantivérom o protestodurante várias horas.Lançado pola Uniom Euro-peia, o Processo de Bolonhaprevê equiparar o horário dasaulas ao laboral, estimando anecessidade de cumprir 40

horas lectivas por semana, oque significaria a “implanta-çom total do pós-fordismo nauniversidade”, como assinala oactivista Daniel Cao num arti-go em relaçom ao processo deactivaçom estudantil. Outrodos aspectos denunciados refe-re-se à divisom das titulaçonsem dous ciclos, um primeiromais acessível e geral e umsegundo, o pós-grau, em que aspropinas se incrementarámnotavelmente,propiciando aescolha da pri-meira opçompara umha rápi-da incorpora-çom ao merca-do laboral. Ast r ad ic iona i sbolsas serámsubstituídaspor emprésti-mos subsidia-dos que os e ase s t u d a n t e sdeverám pagarao concluírem asua formaçom,o que paraDaniel Cao“criará o inaudi-to fenómeno depessoas meno-res de 23 anost o t a l m e n t ehipotecadas”.

Apesar de o processo comuni-tário ser o detonante dasmobilizaçons, o colectivo deestudantes pretende denun-ciar a situaçom de crise geraldo sistema universitário econtribuir para fortalecer oassociacionismo estudantilreivindicativo.No web http://coordenado-ra.blogspot.com informampontualmente das suas inicia-tivas e decisons.

Um comunicadoanónimo remetidopara esta publicaçomreivindicou um ata-que contra umha filialdo Santander CentralHispano (SCH) combombas incendiárias.A sabotagem poderiaestar relacionada como papel do banco noprocesso privatizadorda USC, ainda que areivindicaçom nomfaga referências aorespeito. Conforme otexto recebido, aacçom teria aconte-cido durante as datasdo passado Entruidoe o comunicado esta-ria motivado polo

“total e intencionadosilêncio mediático”em relaçom ao con-flito universitário.No texto, fai-se umchamamento para“continuar e ampliaras acçons de castigocontra os responsá-veis da opressom danossa Terra” e con-cluem com as legen-das “Só com a luita épossível umha pátrialivre”, “Viva GalizaCeive e Socialista” e“Antes mort@s queescrav@s”. Novas daGaliza nom pudoverificar os factospola distáncia tem-poral.

Sabotagem contra o SCH

Novos dados do incêndio nomatadoiro deSanta Comba

Movimento estudantil reactiva-se emCompostela através de AssembleiasA luita contra a mercantilizaçom une interesses emdefesa do ensino público

Poderia nom setratar dumhaacçom ligada aomovimento polalibertaçom animal

REDACÇOM / Segundo as infor-maçons seguida polo Novas daGaliza, os dados que apontamosno mês passado sobre a autoriado incêndio que destruiu omatadoiro de Pereiro (SantaComba) podem nom ter sidocorrectos. Pessoas ligadas àcomarca fornecem novas infor-maçons que no futuro poderámser reveladoras.

No passado mês de Fevereiro,um incêndio intencionado estra-gava as instalaçons do matadoirocomarcal da Pereira, incluída amaquinaria e os gabinetes. Antesde se provocar o lume, fôrom cei-vas 160 reses. Isto levou a maio-ria da imprensa a assinalar gru-pos em defesa dos animais comoautores da sabotagem, que afec-tou umha zona que vive da gana-daria e sacrifica as suas cabeçasnestas instalaçons. Novas daGaliza participara desta hipóte-se. O proprietário do matadoiro,Jesús Pérez, pedira a colabora-çom do governo municipal paramanter a empresa em andamen-to, assegurando os 35 postos detrabalho.

As informaçons que circulamna comarca jalheira som, noentanto, outras. O primeirodado que fai questionar a pri-meira versom tem que ver comas pessoas imputadas. Semanasdepois dos factos, moços dasparóquias da Pereira, Castriz eEsmorode fôrom detidos e cha-mados a declarar. A notíciamereceu na imprensa maioritá-ria apenas duas linhas. Se se tra-tasse de um caso de motivaçompolítica, as pessoas envolvidassairiam com nomes e fotos nosmeios, e com toda a probabilida-de acabariam na cadeia em regi-me de prisom preventiva.

Fala-se de que o incêndiopoderia estar relacionado compessoas vinculadas aos proprie-tários. As instalaçons do mata-doiro nom cumpriam a normati-va ambiental e os donos nom semostravam dispostos a abordaras reformas precisas. Os irmaosPérez som os proprietários domatadoiro, de umha fábrica queprocessa o leite na comarca, epossuem também muitos imó-veis em toda a área.

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 2007 07NOTÍCIAS

A Assembleia da MocidadeIndependentista (AMI) realizouvárias jornadas de homenagem emBezerreá ao militante independentis-ta da primeira metade do século XXFuco Gómez. Entre os actos que tivé-rom lugar entre os dias 22 e 24 deFevereiro houvo umha palestra emque intervinhérom o estudioso donacionalismo Xurxo Martínez e a pre-sidenta da associaçom vicinal deOuselhe Encarna López. O último diaorganizárom um roteiro que incluiuumha comida na casa onde nascera omilitante, na qual colocárom umhaplaca reivindicando a sua figura.

Fuco Gómez desenvolveu boaparte da sua actividade política desdeCuba. Formou parte da criaçom dosprimeiros grupos nacionalistas nestepaís, como a Juntança NacionalistaGalega de Havana ou o ComitéRevolucionário Arredista Galego.Destacado polas suas ideias inovado-ras, para além de político, trabalhouaspectos lingüísticos, escreveu poesiae foi editor de várias publicaçons.

REDACÇOM / O InstitutoGalego de PromoçomEconómica apoiará o projectode instalaçom de umha cen-tral de agrocarburantes pro-movida por Acciona emArteijo, junto a umha refinariade Repsol. Esta decisom foiduramente criticada poloSindicato Labrego Galego(SLG), que considera estetipo de indústrias como "umcavalo de Troia que escondeumha nova devastaçom agrá-ria e alimentar", polo seuimpacto nos usos do agro.Apesar de que os agrocarbu-rantes se apresentam comoalternativa ambientalista eestám fortemente subsidia-dos, o SLG considera quenom se incide nos aspectosque ocasionam a destruiçomambiental, que se enqua-dram no modelo de consumomais do que na origem doscombustíveis.A central elaborará 200.000toneladas de agrocarburantes

ao ano a partir de importa-çons de outros países maiscálidos, pois na Galiza os cul-tivos necessários para o pro-jecto de Arteijo som inviáveis.Estudos das universidadesde Cornell e Berkeley assi-nalam que as necessidadesde petróleo para pôr emandamento os cultivosenergéticos superam a pro-duçom bruta de combustí-vel que podam gerar, poloque emitem finalmentemais CO2 à atmosfera.Este tipo de plantaçons ocu-pam grandes superfícies paraa produçom maciça de maté-rias primas. O mandato daComissom Europeia para que10% do consumo de combus-tíveis proceda de cultivosenergéticos "obrigaria a que aGaliza plantasse 800.000 hec-tares cada dous anos", con-forme o SLG, superfícieque supera a utilizadaactualmente para fins agrí-colas e forrageiras.

A gente nova da Límia tem pola pri-meira vez um espaço de lazer alter-nativo para frequentar, situado narua de Santa Marinha nº 30 deGinzo de Límia. A iniciativa surgiudos jovens da associaçom Aguilhoar,criada em 2005 após a integraçomde duas associaçons que a precede-ram: a Associaçom Juvenil Covelo,de ámbito local (Vilar de Santos), ea comarcal Juventude polaAutodetermi-naçom, depois deumha época de estreita relaçom.

Porém, a consecuçom de umespaço físico tornou-se o alvo prin-cipal da associaçom desde a suafundaçom, já que por enquantodeviam realizar os seus actos emdiferentes locais.

Impulsionamento para umha novaépocaSegundo afirma o coordenador daAguilhoar, Borja Colmenero, a aber-tura do centro traceja um novo hori-zonte, umha “nova época”, cominevitáveis “passos para a frente”.A “estabilidade que ganhamos como local há de tornar menos comple-xo o nosso trabalho, embora assu-mamos novas responsabilidades”,confirma-nos Borja. As novas res-

ponsabilidades fôrom apuradas naassembleia extraordinária que aassociaçom limiá realizou no con-celho de Vilar de Santos a 24 deFevereiro. Até agora, este concelhotinha sido o principal pólo da acçomdos moços da Aguilhoar, mas comesta Assembleia foi impulsionadoum novo esquema de trabalho queenvolve toda a comarca. Na assem-bleia do dia 24 fôrom eleitos o novoresponsável polo Centro Social,Diego Quintaros, e os vogais queajudarám na gerência de um localque deverá incluir mais colectivosdo que propriamente Aguilhoar,ainda que “esteja impulsionado poresta Associaçom”.

Pandeireteiras da Esmorga e oBiscoitinhoO novo local social limiao começoua encher por volta das 22h00. Umahora mais tarde o Biscoitinho pega-va na sua guitarra para animar afesta, que se prolongou de madru-gada graças ao repertório que aindahaviam de mostrar as raparigas erapazes da Esmorga. Na Aguilhoarvalorizárom muito positivamenteum encontro que deverá ser só ocomeço.

Associaçom limiá Aguilhoarcomeça novo percurso comoCentro Social

Denunciam apoio do IGAPEà central de agrocarburantesprevista em Arteijo

Celebram jornadasem memória dohistórico arredistaFuco Gómez

Um novo decreto bilingüista para oensino passará com a unanimidadedas forças parlamentares

REDACÇOM / A entidade limiá Aguilhoar inaugurou a 9 de Março passado oseu centro social em Ginzo de Límia, concluindo o ciclo principiado emMarço de há dous anos. O evento contou com umha nutrida presença depessoas, nom só da Límia mas também das comarcas circundantes.

REDACÇOM / O mesmo mode-lo, embora com umhas percen-tagens menos desfavoráveispara o galego, será o imposto apartir do ano que vem nasescolas primárias e secundáriasda Galiza, pois já conta com oapoio unánime das três forçasparlamentares. Também aMesa pola NormalizaçomLingüística aplaudiu o acordoe Carlos Callón chegou a dizerque “brindárom com cham-panhe”. Esta era, de facto,umha das principais reivindi-caçons da Mesa desde a che-gada ao poder do BNG e oPSOE. O novo ‘decreto para apromoçom do galego no ensi-no’, base do texto legal quesubstituirá o Decreto247/1995, apresenta como

principal novidade o aumentoquantitativo de aulas em gale-go no ensino nom universitá-rio, chegando a um 50% quereduz consideravelmente aproposta inicial da Conselhariada Educaçom, que propunhaatingir 68%. Com este decretovoltam a ignorar-se os planosde imersom e os modelos lin-güísticos aplicados noutrascomunidades autónomas,implementando-se umha con-vivência com a língua domi-nante que se está a verificarfatal para a sobrevivência dogalego. NÓS-UnidadePopular, a organizaçom quepor agora fijo umha críticamais detalhada do novo decre-to, nom desvalorizou os avan-ços quantitativos, mas restou-

lhes importáncia em termosglobais, umha vez que nomvisam modificaçons qualitati-vas que ajudem a inverter asituaçom actual. A organiza-çom política assinala que,ainda por cima, “carecemos damais mínima garantia de queo novo decreto vaia ser cum-prido, umha vez que os meca-nismos de inspecçom dodecreto actual serám manti-dos” e denuncia que, maisumha vez, “se exclui qualquerreferência à conveniência dedar maior presença ao portu-guês no ensino galego”,esquecimento que mesmocontradi qualquer umha dasnovas filosofias sobre a apren-dizagem de línguas na UniomEuropeia.

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 200708 INTERNACIONAL

INTERNACIONAL

Aideia de manter umhasingular relaçom com arealidade política dos

centros sociais italianos nom éumha escolha qualquer. OsCSOA transalpinos cobraramcapital centralidade, há algunsanos, na etapa álgida do movi-mento altermundista, quando*s Tute Bianche apareciam comoícone desse movimento noámbito europeu e Génova 2001se convertia num verdadeiroponto de inflexom na estratégiade acçom das contra-cimeiras.Precisa-mente, no momento emque os fóruns sociais se intuíamainda como umha hipótese cria-tiva, o primeiro e mais interes-sante FS europeu tinha lugarem Firenze em Novembro de2002.

Nom obstante, nom somestes dados do passado maisrecente as razons que funda-mentam o propósito de manter-mos a relaçom com aquela reali-dade política. Trata-se antes deexplorar as potencialidadesdesse processo de comunica-çom aos efeitos da consolida-çom da rede galega de centrossociais. Desde FugaEmrede lê-seesse fenómeno, que levou à pro-liferaçom vírica de Css porumha ampla pluralidade decidades e vilas do país -seguindoumha experiência em certamedida iniciada pola CasaEncantada (Compostela, desde1991) ou pola Cova dos Ratos(Vigo, desde 1999)- como umhadas dinámicas mais interessan-tes dos movimentos sociais dopaís neste passado recente. Eprecisamente nesse ponto cobrapleno sentido o interesse polocontacto com as realidadesantagonistas italianas.

Os centros sociais, ou o movi-

mento de okupaçom, comoexpressons políticas contempo-ráneas, nom surgírom em Itália.Normalmente o seu nascimentositua-se em lugares como oReino Unido ou os PaísesBaixos, no trânsito dos anos 60aos 70, como modalidade espe-cífica de um movimento comu-nal de mais amplo alcance.Sendo isto certo, nom é menosque nos últimos 3 lustros oponto de referência dessa sin-gular expressom de criatividadesocial som as metrópoles e cida-des italianas. Em primeiro lugar,por razons quantitativas. Se arealidade dos centros sociaismostra umha crise inegáveldurante os anos 90 na Alemanhaou no Reino Unido, enquantoque na França ou em Portugalnunca foi mais que um fenóme-no sumamente minoritário, naItália produz-se no mesmo perí-odo umha proliferaçom formi-dável, que situa o seu númeroem nom menos de 200 desde oinício dessa etapa. Em segundolugar, e sobretodo, por raçonsqualitativas. Os CSOA italianostenhem sabido acometer trêsmutaçons capitais, que evitá-rom a obsolescência que afec-tou o movimento nos contextosterritoriais saxons. Por umhaparte soubérom ver, e executar àperfeiçom a segregaçom entre ofenómeno da okupaçom dehabitaçons e o centro social,superando umha confusom quetanto tem lastrado as virtualida-des políticas da figura dos CSA.Por outra parte, soubérom reac-tualizar as capacidades políticasdo centro social, rejeitando asinércias guetificantes, niilistasou de simples tribo urbana, eusando-o com acerto comoferramenta de reconstruçom de

um concreto território em claveantagonista. E, enfim, soubé-rom seguir umha intuiçom emtorno das possíveis sinergiasentre consenso e conflito,garantindo a estabilidade doscentros sociais (okupados)mediante a negociaçom com asinstituiçons municipais, sempor isso perder um ápice da suavontade para gerar práticas evalores radicalmente alternati-vos. Contodo, obviamente nummovimento que conta com maisde 200 espaços as divergênciassom mui notáveis.Precisamente isso é o quedetermina que dentro do con-texto itálico as realidades movi-mentistas do Véneto consti-tuam umha referência do maiorinteresse.

Os centros sociais italianosnom surgem nessa zona do nor-deste da península. Se há queprocurar um lugar específico dereferência, este seria sem dúvi-da Milám. As característicasespecíficas que o movimentomilanês adquire no fim dolongo ciclo de luitas antagonis-tas (1968-1977) que déromlugar ao tránsito do operário-massa ao operário social provo-caram a sua relativa marginali-dade frente ao que entomestourava com suma potêncianoutros lugares do territórioitálico. No entanto, entre1976-1978 começam a experi-mentar-se naquela cidade for-mas de expressom que atraves-sam com suma coerência ahipótese de que o pessoal épolítico, e que começam arepolitizar os mais variadoscampos da vida social, no con-vencimento de que a explora-çom capitalista superou oslimites da fábrica, tendendo a

espalhar-se polo conjunto dosespaços sociais. Nesse sentido,o Milám do período vê como seconstituem os Circoli doProletariato Giovanile, que damvida ao festival do ParcoLambro (um Woodstock singu-larmente rebelde), e que leva-rám, em 1978, à abertura doCSOA Leoncavallo, durante boaparte destes 30 anos “o” centrosocial. No mesmo período, omovimento dos centros sociaisencontra ecos no que seriadenominada a ala criativa daautonomia, que dá vida emBolonha a Rádio Alice ou àsrevistas Zut e A/Traverso, e quegera um processo de emulaçomentorno ao fenómeno dasrádios livres das quais algum-has, como Rádio Sherwood(Padova) ou Rádio Onda Rossa(Roma) contam já com trêsdécadas de existência.

Perspectivas internacionais na construçom de movimentos sociais (II)

A potência de umha matriz em movimento:O Véneto e a realidade italiana de Centros Sociais

JOSE ÁNGEL BRANDARIZ E ANTÓN GÓMEZ-REINO VARELA

Os Centros Sociais,como expressons

políticas contempo-ráneas, nom surgí-

rom em Itália.O seunascimento situa-seem lugares como oReino Unido ou osPaíses Baixos, no

trânsito dos anos 60aos 70, como moda-lidade específica de

um movimentocomunal de mais

amplo alcance.

NUNO GOMES / O Norte dePortugal e a Galiza esperam tes-tar nos próximos meses um planode combate à gripe aviária.Elaborado pelas autoridades desaúde das duas regiões, o planosegue directivas da OrganizaçãoMundial de Saúde, que definiucomo necessária a coordenaçãotransfronteiriça em caso de pan-demia.

O governo português iniciou areforma da rede de consulados.Irão abrir 14 novos consulados,enquanto que 13 irão ser encerra-dos e 15 despromovidos. Um dosconsulados a ser encerrado é o deVigo (o único na Galiza), o quetem gerado contestação dos doislados da fronteira. Uma petição apedir a manutenção do consuladotem circulado pelo Minho, e jáfoi assinado por autarcas e repre-sentantes de associações empre-sariais. O presidente da Regiãode Turismo do Alto Minho,Francisco Sampaio, já subscreveua petição. O aumento dos trabal-hadores portugueses na Galiza eo grande número de turistas pro-venientes dessa região são os fac-tores apontados por este respon-sável para a contestação ao ence-rramento. Segundo as notíciasmais recentes, o consulado nãoirá fechar mas sim ser despromo-vido a vice-consulado.

O secretariado técnico da UniãoEuropeia para cooperação trans-fronteiriça entre Portugal eEspanha será sediado emBadajoz. Esta foi uma decisão dogoverno espanhol com a concor-dância do lado português.Entretanto o diário espanhol ElPaís lançou a hipótese de o gover-no português ter influenciadoesta decisão em detrimento deVigo (como pretendia a Junta daGaliza), de modo a “desincenti-var qualquer afã autonómico emtorno do Porto” ou “qualquerpossível aspiração autonómicapor parte da Região Norte”. Opresidente da Comissão deCoordenação e Desenvolvimentoda Região Norte, Carlos Lage, jádesmentiu esta hipótese, apesarde considerar que a Galiza mere-cia este organismo.

Miguel Torga (nome artístico deAdolfo Correia da Rocha) nasceuhá cem anos. As comemoraçõesdo centenário irão desenrolar-seao longo do ano e também passa-rão pela Galiza, mais concreta-mente por Santiago deCompostela.

NOVAS DE ALÉM-MINHO

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 2007 09ANÁLISE

Em 1995 os movimentos anti-militaristas impulsam adeclaraçom de objecçom

colectiva. Foi o primeiro enfronta-mento directo contra a Lei deObjecçom de Consciência (LOC):anunciávamos publicamente aintençom de objectar também àPrestaçom Social Substitutória(PSS) e reafirmávamos a desvincu-laçom do objector com o aparelhomilitar. Estas declaraçons fôromadmitidas até 1988. Essa foi umhadas primeiras vitórias contra a LOC.

Despois da "validaçom" doTribunal Constitucional, o governopublica o regulamento da PSS e pomem marcha a lei. Entretanto, osmovimentos antimilitaristas já anun-ciaram a intençom de desobedecer,apelando para a insubmissom.

Ante a possibilidade de os objec-tores acumulados, uns 20.000, sedeclararem insubmissos, o governopassa para a reserva todos os objecto-res, buscando descabeçar o movi-mento. No entanto, en Fevereiro de1989, apresentam-se os primeirosinsubmissos diante das autoridadesmilitares, três na Galiza. E em 1988nascia em Compostela a AssembleiaNacional de Objecçom deConsciéncia (ANOC), que se torna-ria o referente principal da insubmis-som e do antimilitarismo no País.

A insubmissom vai-se consolidan-do de forma progressiva. É o momen-to em que o poder adopta a estratégiada repressom selectiva, encarcerandoalguns insubmissos. Ao mesmotempo, pom-se em marcha a PSS eaparecen os primeiros insubmissos aela. Os frequentes encarceramentosgeram umha forte contestaçom socialque, juntamente com os primeirosjulgamentos militares, fam aumen-tar as mobilizaçons e consolidam ainsubmissom como um referentesocial da luita antimilitarista.

Os militares pressionam o gover-no, enquanto que o Serviço MilitarObrigatório (SMO) nom goza de boasaúde: suicídios, maus tratos, aciden-tes... o que leva muitos moços a opta-rem pola objecçom. A maquinaria dosistema argalha umha nova campan-

ha de repressom para tentar dar cabodas críticas e contentar os militares.Em finais de 1991 publica-se a lei doServiço Militar, que o govemo ten-tou vender como "democratizaciónde las Fuerzas Armadas": os insub-missos à míli passan para a jurisdic-çom civil, unifica-se e endurece-se otratamento penal relativamente àPSS. Se antes, por se recusar a fazer amili, a condenaçom num tribunalmilitar era umha pena de 1 ano decadeia, agora o insubmisso será con-denado por um tribunal civil a entre2 anos, 4 meses e 1 dia a 6 anos.

Na sequência da primeira Guerrado Golfo e da intervençom nela doEstado espanhol, o discurso antimili-tarista consegue atingir amplos sec-tores sociais. A insubmissom ganhalegitimidade e compreensom popu-lar, ao mesmo tempo que se dispara onúmero de objectores e insubmissos.

A repressom selectiva fracassa. É omomento da repressom nua e crua: ofiscal geral do Estado ordena àFiscalia requerer o encarceramentodos insubmissos. No ano 92, aoentrar em vigor a nova lei, disparan-seos julgamentos. Em 6 de Julho erajulgado em Ponte Vedra CésarAguinho, o primeiro insubmisso gale-go. O primeiro dumha longa lista.

No Verao de 1993, as prisons doEstado enchem-se de centos deinsubmissos. As críticas, a solidarie-

dade e as mobilizaçons nom demo-ram. A mobilizaçom popular, junta-mente com a má imagem (a "demo-cracia que encarcera objectores"),forçam o governo a recuar, mas sóum pouco: concede, de jeito quaseautomático, o 3° grau penitenciárioaos insubmissos, que só terám de irdormir à cadeia. Imediatamente,grupos antimilitaristas lançam acampanha de quebrantamento do3º grau, fazendo fracassar a tentati-va do PSOE de ocultar que mais de300 objectores estavam a cumprirpenas de prisom. Em Janeiro de 94ingressa na cadeia César Aguinho ealguns dias mais tarde CésarMartínez e Ernesto Lôpez.

O governo compreende que apolítica repressiva nom dá resulta-dos: a insubmissom aumenta, aomesmo tempo que a objecçom queoptava pola PSS. O PSOE concebeentom umha nova táctica e passa aalterar o tratamento penal dos insub-missos e tenta normalizar a PSS. Sóno ano 94 destina 8.000 milhons eanuncia que se condicionarám assubvençons a entidades privadas aestas acolherem prestacionistas.

No ano 94 começam a trabalharno Novo Código Penal (NCP), que seaprova em finais de 95 e entra envigor em 1996, já com o PP nogoverno. O novo CP opta polarepressom de baixa intensidade

contra os insubmissos, polas penasque nom se vêem: inabilitaçons,multas e umha regulaçom à prisompara que só ingresse um númeroreduzido de insubmissos. As penaspara os insubmissos à mili som de 10a 14 anos de inabilitaçom absoluta ede 6 meses a 2 anos de prisom; parainsubmissos à PSS, de 8 a 12 anos deinabilitaçom absoluta e multa de 72mil a 36 milhons. As inabilitaçons,para qualquer cargo, trabalho ouajuda de carácter público preten-dian deixar umha parte da mocida-de, a mais crítica e comprometida, àmargem dum já de por si empobre-cido mercado de trabalho. Foi o quealguns juristas baptizárom como amorte civil para os insubmissos.

Novamente, dentro na dinámicade acçom e reacçom, o antimilitaris-mo dá umha resposta que surpreen-de o poder: a insubmissom nos quar-teis. Consistia em incorporar-se àtropa até obter a condiçom de militare, logo a seguir, objectar, abandonan-do o quartel, passar para a clandesti-nidade e entregar-se num acto públi-co. Dous galegos, Elias e Ramiro, somem finais do 96 os primeiros insub-missos nos quarteis do Estado.

O SMO tinha os dias contados.A insubmissom consolidou-secomo referente antimilitarista e asdeclaraçons legais de objectoresmedrárom espectacularmente. Noano 97 os galegos que objectáromsuperam pola primeira vez os quecumprem o SMO.

No ano 2000 realiza-se o últimosorteio da mili. Em 2002 saem osúltimos insubmissos da cadeia edesaparece dos códigos penais odelito de insubmissom, fechando osprocessos pendentes de máis de4000 insubmissos. Em 14 anos deinsubmissom passan polas prisonsmilhares de insubmissos. Umhauniversidade catalá, estimava seremmais de 50.000 os processos abertos

pola justiça espanhola contra omovimento antimilitarista e muitasfontes coincidem em que o númerode insubmissos declarados foi supe-rior a 30.000 no Estado.

Em conclusomOs insubmissos sofremos a repres-som do Estado dito "de direito". Osactores principais dessa repressomfôrom o PSOE, o PP e todos os ins-trumentos repressivos. Mas nomquero concluir estas linhas sem lem-brar outros cúmplices da repressom.Depois da implantaçom da PSS,Cámaras municipais, muitas delasgovernados pola esquerda naciona-lista, organizaçons sociais, ONGs eaté sindicatos participárom nas des-esperadas tentativas do Estado paraviabilizar a repressom. Sem seimportarem por estar a sustentarum dos filtros para dar cabo da disi-déncia. Nen sequer com o encarce-ramento de insubmissos à PSSmudou a postura colaboracionista,agás casos excepcionais. Cabe-lhes,pois, o triste papel de colaboradoresactivos na repressom.

No pólo oposto, outras organiza-çons sociais recusárom-se a colabo-rar. Rejeitárom e denunciárom aPSS, assumindo o que isto repre-sentava: a perda de mao-de-obragratuita e de subsídios estatais. Asua denúncia da PSS e a sua solida-riedade para com os insubmissosdesempenhou um papel indispen-sável para tornar inaplicável a pres-taçom substitutória.

Após anos do desaparecimento damili, devemos analisar os erros e osacertos daquele movimento social.Agora que estamos a assistir, entreoutras, à ilegalizaçom de ideologiasinteiras e podemos ver o fracasso domodelo social que nos pretendemvender, talvez seja chegado o tempode recuperarmos as utopias e de bra-dar, de novo, insubmissom!

O desaparecimento da mili foiumha conquista social histórica, deque a sociedade inteira beneficia. Ofacto de os moços já nom serem for-çados a vestir farda militar em con-tra da sua vontade, ou entom, acaba-rem na cadeia por se negar a fazê-lo,é a demonstraçom patente. Quecada ano milhares de moços nomtenham que assistir à força a essaescola de machismo e intoleránciaque é o exercito, fai que me sintaorgulhoso de ter sido insubmisso.

Temos que reivindicar a memóriado trabalho colectivo, de mobiliza-çom e luita dos insubmissos, e tam-bém a memória da sua repressom. Éde justiça. Merecem esta memória.

Ainda assim, como di a cançom:"Foi un sonho lindo que acabou".

A luita pola insubmissom na década de ‘90MILUCHO ROMERO

ANÁLISE

“Temos que reivindicar a memória do trabalho colectivo, de mobilizaçom e luita dos insubmissos,e também a memória da sua repressom. É de justiça. Merecem esta memória”

Xurxo Lobato

Os freqüentesencarceramentosgeram umha fortecontestaçom socialque consolida ainsubmissom comoreferente social daluita antimilitarista

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 2007 11A FUNDO

H. IRÍMIA - S. ROSA / Várias empre-sas relacionadas com RafaelLouzán fôrom beneficiadas nomapenas com dinheiro procedentedas adjudicaçons da Deputaçomde Ponte Vedra, mas também comdinheiro europeu gerido através dainstituiçom provincial, concreta-mente pola sua responsável de pro-gramas sociais, Nidia Arévalo, can-didata do PP à Cámara Municipalde Mós e a quem se relaciona sen-timentalmente com Louzán. Assuspeitas sobre o uso irregular des-tes fundos económicos origináromumha queixa em Bruxelas, queabriu um inquérito. No caso de aUniom Europeia vir a considerarfraudulento o seu destino, aDeputaçom deveria devolver uns6 milhons de euros.

Rafael Louzán, umha pessoa semestudos, passou em poucos anos deser um simples bedel a chefiar oseu partido a nível provincial e apresidir umha Deputaçom. Graçasaos contactos do contrabandistaJosé Ramón Barral 'Nené', Louzánconseguiu desenvolver com suces-so a sua faceta política e empresa-rial. E nom apenas a sua própria,mas também a das suas pessoaspróximas e o seu partido.

Umha das empresas a queLouzán está vinculado é a BodegasAgnusdei, da qual é sócio o ex-presi-dente do Celta Horacio Gómez -ex-verador do PP na Cámara de Vigo-,e é administrada por pessoas próxi-mas de Louzán. A empresa criou-secom um empréstito de três milhonsde euros doados a fundo perdidopola Junta que naquela altura presi-dia o PP. Umha outra empresa pró-xima é a Áridos Curro, propriedadede Juan Luis Abal, familiar directodo chefe provincial do PP.

Tampouco lhe som alheias aObras y Construcciones Sisán e aPavimientos de Meaño, dedicadas àconstruçom e à extracçom de pedra,e que recebêrom concessons milio-nárias por parte da Deputaçom dePonte Vedra nos últimos dous anos.Esta empresa realiza a ampliaçomdo Museu de Ponte Vedra median-te subempreitada da adjudicatária,a ACS de Florentino Pérez. É denotar que algumhas fontes indicamque o ex-presidente do RealMadrid também aparece ligado ao

escándalo de Nigrám, aonde che-gou introduzido polo ex-presidentedo Celta Horacio Gómez.

A primeira das companhias é geri-da por umha pessoa próxima deLouzán, Óscar Miniño Otero -tam-bém administrador da BodegasAgnusdei-, enquanto que a segundafoi criada polo seu chofer pessoal,Marcos Galiñanes -embora o admi-nistrador oficial seja um tio domotorista. Precisamente, familiaresde Marcos Galiñanes também figu-ram como administradores da Obras

y Construcciones Fontefría.Outra empresa que também

mantivo boas relaçons com o orga-nismo provincial foi a Silvanus.Domiciliada em Cambados, numapartamento propriedade deLouzán, recebeu importantes sub-sídios da Deputaçom e da anteriorConselharia da Agricultura.

Esta diversificaçom aperfeiçoanotavelmente os métodos empre-gues polo seu antecessor como 'arre-cadador', Xosé Cuíña, quem a partirdo posto de responsável da GES-

TUR-Ponte Vedra adjudicara maisde 6 milhons de euros para diferen-tes obras, mormente para socieda-des administradas de forma directaou indirecta -através de familiaresou amigos- por militantes do PP -amais importante ACS, deFlorentino Pérez.

'Lotaria' em NigrámNos últimos meses o NOVAS DA

GALIZA seguiu com muita aten-çom o decorrer de umha série deacontecimentos no Vale Minhor,factos aparentemente isolados -ospróprios instigadores insistiamnessa circunstáncia- e que voltama ter 'o homem' como ponto deuniom, ou de partida.

Lembremos que em Nigrámdiferentes sociedades adquiriram123.000 metros quadrados deterreno rústico "que da noite parao dia passaram a ser urbanizáveisno Plano Geral de OrdenamentoMunicipal (PGOM)", segundodenuncia o porta-voz local doBNG, David Giráldez. As princi-pais beneficiadas desta "lotariaonde todos os prémios vam para asmessmas pessoas" -em palavras deGiráldez- som as empresasMetrowest Europa, Rialper Vigoou Promociones Costa Galicia,que poderiam ter multiplicadopor cinco o seu investimento se oPGOM nom estivesse paralisado.

Estas sociedades estám co-par-ticipadas ou administradas porCarlos Mouriño -presidente doCelta-, Ricardo Barros -vice-pre-sidente-, Antonio Rosendo -direc-tivo- e outros empresários afins aoPP como Mario Puentes -Construcciones y PromocionesMario Puentes-. Nom parecemero acaso que o presidente daCámara Municipal de Nigrám,Alfredo Rodríguez, fosse naquelaaltura directivo da equipa de fute-bol, se bem cessou logo depois deexplodir o escándalo.

Nom é, porém, o único caso afazer pensar de forma razoável queexistiram contactos irregularespara a confecçom do PGOM. Bomexemplo é umha carta que foi tor-nada pública polo porta-voz nacio-nalista em Nigrám. Nessa carta, orepresentante de umha sociedadeespanhola envolvida em negócios

A FUNDO

O PATRIMÓNIO DO PRESIDENTE DO CELTA, OBSERVADO COM LUPA POR POSSÍVEL BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS

Um emigrante retornado que fijo fortuna no sector do petróleo e cujo património está a ser inves-tigado por suspeitas de branqueamento de capitais, diferentes escándalos urbanísticos emNigrám e Gondomar, umha equipa de futebol e vários contrabandistas. Estes elementos, em apa-réncia inconexos, puxando do fio revelam estar profundamente conectados. Conectados por um

mesmo nome: Rafael Louzán, presidente da Deputaçom de Ponte Vedra e chefe provincial doPartido Popular. Em números anteriores do NOVAS DA GALIZA já falávamos dele como sucessor deJosé Cuíña na tarefa de arrecadaçom de dinheiro para o partido. Na actualidade, a UE está a inves-tigar a sua gestom à frente do organismo provincial por alegado uso fraudulento de fundos.

Diversas investigaçons ameaçam a trama definanciamento irregular do Partido Popular

A irrupçom da judicatura perante as fraudes no financiamento de partidos e a especulaçom imobiliária vinculada aosmunicípios está a abrir umha fenda na complexa rede que alimenta economicamente ao PP, agora adaptada aos tempos

Várias empresasrelacionadas com

Louzán fôrombeneficiadas

também comdinheiro europeugerido através da

instituiçomprovincial pola

sua responsávelde programassociais, Nidia

Arévalo, candidatado PP à Cámara

Municipal deMós e a quem

se relacionasentimentalmente

com Louzán

Fontes indicam que Florentino Pérez também aparece ligado ao escándalo deNigrám, aonde chegou introduzido polo ex-presidente do Celta Horacio Gómez

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 200712 A FUNDO

turvos solicita à CámaraMunicipal de Nigrám "a requalifi-caçom de uns terrenos em virtu-de do estipulado em conversasprévias", indica Giráldez.

No entanto, as fundadas suspei-tas do episódio de 'lotaria' levaramao Ministério Público a ordenarumha investigaçom no Verao de2006 e implicar o presidente daCámara, cinco membros da corpo-raçom municipal e a cúpula direc-tiva do Celta por tráfico deinfluências e uso de informaçomprivilegiada. Embora a investiga-çom ainda esteja em curso,Rodríguez é a primeira vítima polí-tica -nom será candidato nas elei-çons de Maio-. A figura de Louzántampouco sai indemne, já quefôram ele e José Manuel 'Chema'Figueroa -vice-presidente daDeputaçom e mao-direita deLouzán- quem situaram Alfredo

Rodríguez -ex-contável deHoracio Gómez- à frente daCámara de Nigrám quandoManuel Fraga e Xosé Cuíña con-venceram o anterior presidente doCelta para se dedicar à política.

Subornos em GondomarUm outro foco de atençom éGondomar. Neste municípioforam detidos e estám a ser inves-tigados dous vereadores do PP e oarquitecto municipal. Som acusa-dos de exigir a diferentes cons-trutores o pagamento subornospara a concessom das licençasnecessárias para edificar. Porenquanto, e como acontece nocaso de Nigrám, o inquérito con-tinua, mas o presidente daCámara, Carlos Silva, apressou-sea confirmar que, ele sim, se há-de candidatar nas vindouras elei-çons municipais.

Para o responsável do BNG deGondomar, Xosé Antón Araúxo, aresposta de Silva obedece mais aque "o PP tem interesses muitogrossos que levar adiante", emreferência ao PGOM. "Nom ten-hem tempo material para aprová-lo e é um problema de umhaestratégia do PP desde há muitotempo", assegura.

Sobre a relaçom deste caso decorrupçom com a trama de finan-ciamento irregular do PP, Araúxopreferiu ser cauto e aguardar polodesenvolvimento da investiga-çom, mas lembrou que "um dosdetidos declarou que o dinheironom era para ele, de maneira quejá está confirmado, nom? o presi-dente da Cámara há 16 anos queestá no Governo e sempre lheinteressou mais ficar por parvoque por mentireiro... e estes douseram a sua mao-direita".

Opresidente da Deputaçomde Ponte Vedra, RafaelLouzán Abal, nasceu em

Ribadúmia em 1967, onde come-çou a trabalhar aos 17 anos para aCámara Municipal, naquela alturagovernada polo contrabandistaJosé Ramón Barral, 'Nené', quem oapadrinhou, o que lhe serviu paraconseguiu um posto de bedel noConcelho. A vaga foi obtida deforma irregular, pois o actual presi-dente da Deputaçom nem tamsequer cumpria o requisito básicode ter o graduado escolar. Fontesconsultadas por este periódicoasseguram que o director do esta-belecimento de ensino onde estu-dara aceitou assinar um documen-to a atestar que Louzán acabara aPrimária. Precisamente, a suasituaçom de "funcionário em exce-dência" provém de ter deixado

esse posto em Ribadúmia paraexercer a política de forma activa.

Os contactos de 'Nené' servi-ram para Louzán medrar politica-mente. Em 1995 candidata-sepolas listas do PP à Cámara deRibadúmia, vindo a ser nomeadotenente de alcaide. Logo é pro-movido por 'Nené' para aDeputaçom de Ponte Vedra e em1996 assume umha das vice-pre-sidências do órgao provincial,posto que mantém até alcançar apresidência em 2003.

Os contactos de 'Nené' valeram-lhe ainda para o mundo empresa-rial, pois nom tardou a relacionar-se com adegas subsidiadas polaJunta do PP e com outros projec-tos empresariais.

Também se especializaria emassessorar os vizinhos na gestomdos subsídios da Conselharia de

Agricultura para a instalaçom deinvernadoiros, umha ajuda vocacio-nal que segundo fontes consulta-das por este periódico na verdadeescondiam umha forma de negó-cio inflando as cifras para ficar comumha percentagem.

Andando o tempo, Louzán utili-zaria esses contactos para defenes-trar o seu padrinho político, 'Nené',toda a vez e o ex-regedor deRibadúmia estava a ser investiga-do por contrabando.

Graças a umha política deambigüidade com Feijoo e Cuíña-arrecadando votos para o primei-ro e mantendo-se na equidistán-cia com o segundo-, Louzán con-seguiu manter e reforçar a suaposiçom como barom provincial,amparado polo actual líder do PPgalego e também polo responsá-vel espanhol, Mariano Rajoy.

Apadrinhado por um contrabandista

Manuel Carlos MouriñoAtanes nasceu em Vigoem 1943. É um caso atí-

pico de emigrante, pois partiu parao México de forma bastante tardia,em meados de '80, quando já tinha42 anos. No país americano casoucom Ángeles Terrazo, filha do donodo hotel onde morava, um emigran-te procedente de Aviom. O casa-mento abriu-lhe as portas da comu-nidade galega no México e permi-tiu-lhe entrar no negócio das gasoli-neiras através de umha empresaligada à estatal Pemex -actualmen-te ele preside a sociedade GrupoEnergético del Suroeste (GES).

Aos poucos, foi conseguindo colo-car-se numha situaçom relativamen-te privilegiada, o que lhe permitiuentrar no ámbito político: o seu filho,Juan Camilo Mouriño Terrazo, foi opresidente da Comissom de Energiado México com o neoliberal VicenteFox e o responsável logístico da cam-panha do actual presidente mexica-no, o também direitista FelipeCalderón. Na actualidade chefia oGabinete da Presidência.

Entrementres o seu filho consoli-dava a sua carreira política, CarlosMouriño regressava à Galiza, com opretexto de retornar à terra que ovira nascer. Louváveis intençons quecalham com o início de investiga-

çons no México sobre o patrimóniodo empresário galego, sobre quemcada vez pairavam mais sombras depossível branqueamento de capitais-o próprio Ministério Público do paísamericano requereu às autoridadesespanholas informaçons para saberse também no Reino da Espanhaestava a ser investigado.

No nosso país, Mouriño souborelacionar-se bem. Abeirado aoseu 'amigo' Horacio Gómez, ex-presidente do Celta de Vigo,entrou no conselho de administra-çom da equipa de futebol, mastambém começou a relacionar-secom o PP da Galiza e 'diversificou'a sua via de receitas com negóciosna Galiza. Accionista maioritárioda 'Puentes y Calzadas' e sóciocom Antonio Rosendo na imobi-liária Metrowest Europa -quemercou 240 hectares rústicos queaginha passárom a urbanizáveis noconcelho de Nigrám, presididopor Alfredo Rodríguez, directivodo Celta-. Após a renúncia deHoracio Gómez, Mouriño assu-miu a presidência da equipa defutebol, convencido de que, à suaidade, a direcçom de umha dasprincipais entidades desportivasdo País lhe haveriam de granjear oreconhecimento que 'merece' noseu país de nascença.

À procura do sonho americano

PERFIL: RAFAEL LOUZÁN

PERFIL: CARLOS MOURIÑO

Os escándalos de Mouriño tivérom grande repercussom na imprensa mexicana

Nidia Arévalo, à direita, geriu fundos europeus que estám a ser investigados

As suspeitas pola 'lotaria'motivárom umhainvestigaçom em 2006que implicou o presidenteda Cámara, cincointegrantes dacorporaçom de Nigráme a cúpula directivado Celta de Vigo

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 2007 13INVESTIGAÇOM

INVESTIGAÇOM

A. GARRIDO / Os terrenos em que selocalizam a Naval Gijón e a Izaracham-se numha área que é objectode especulaçom imobiliária desdeque o actual presidente doPrincipado das Astúrias, VicenteÁlvarez Areces (PSOE), sendo presi-dente da Cámara de Xixom, decidiudar luz verde a um Plano Especialde Reabilitaçom Integral (PERI)para esta zona, Poniente. O Planoconsiderava em primeiro termoumha praia artificial e a expropria-çom de 22.000 metros quadrados,dos quais 2.800 eran solo públicosobre o qual se edificou umha urba-nizaçom de luxo frente ao mar.

A empresa pública SociedadMixta de Gestión y Promoción delSuelo (SOGEPSA), participada poloPrincipado das Astúrias e algumhasCámaras municipais, expropriou osterrenos de Poniente, pagando nomáximo 291 euros por metro qua-drado aos seus proprietários e ven-dendo duas parcelas à PROSEIN(pertencente à Fundaçom PRO-GEA, controlada por IzquierdaUnida e cujo objecto social era emprincípio a promoçom de habitaçompública) por 5.054.511 euros.Calcula-se que nesta operaçom oGrupo PROGEA obtivo uns 10 mil-hons de euros, sem construir nosterrenos nem sequer umha vivendade protecçom oficial.

É de notar que José AntonioHevia Braña, coordenador local depolítica económica de IU emXixom, foi o home da PROGEA nasAstúrias até Janeiro de 2007. Foientom que os boatos desatadospolas suas operaçons político-imo-biliárias o obrigárom a abandonar osseus cargos em empresas do GrupoPROGEA beneficiárias de obras emXixom e outros lugares das Astúrias,se bem fontes consultadas porNOVAS DA GALIZA asseguram quecontinua a actuar para o Grupo.

Hevia Braña é home de confiançade Areces desde que este era presi-dente da Cámara de Xixom e Heviao secundara dentro do conselho deadministraçom da Cajastur paraenfrontar dívidas por operaçonsurbanísticas no bairro xixonês de ElLlano. Hevia é, juntamente comJesús Montes Estrada, membro dapresidência, da executiva e do con-selho político de IU nas Astúrias;Noemí Martín, secretária-geral doPartido Comunista Asturiano e filhade Laura González, conselheira da

Habitaçom do Governo doPrincipado; e Francisco Javier GarcíaValledor, conselheiro da Justiça doGoverno asturiano, figura directa-mente interessada em manter a coa-ligaçom de governo entre IU ePSOE, tanto em Cámaras munici-pais como na Comunidade.

Hevia Braña, para além de des-empenhar cargos políticos e inter-mediar em operaçons imobiliárias, éadministrador em duas sociedadesanónimas: a Astur Castellano-leone-sa de Navegación e a AcciónComercial del Norte, assim como deumha sociedade limitada, aCobayón, de que é também sócio.

A liquidaçom dos estaleirosA empresa Pymar (proprietária dosolo de Naval Gijón) e a galegaVulcano (proprietária da Izar) tam-bém querem lucrar do desmantela-mento dos estaleiros para construí-rem habitaçons de luxo. Para talefeito, a Pymar requereu, numhaalegaçom ao PGOU da Cámara deXixom, a requalificaçom de soloindustrial para solo residencial dos

22.000 metros quadrados que ocupaa Naval Gijón. Estes terrenos estamavaliados em 11 milhons de euros,mas umha requalificaçom elevaria opreço até 38 milhons.

Se fosse requalificado o solo da

Naval, poderia ocorrer outro tantocom os 100.000 metros quadradosda Izar, propriedade da companhiaviguesa Vulcano.

A UGT e as Comissons Obreirasjá elevarom vozes a favor do fecha-mento da Naval Gijón, com assimi-laçom pola Izar de parte do seu pes-soal, e da deslocaçom da Izar para oporto de El Musel, de maneira aliberar o terreno à especulaçom.Esta proposta conta com a simpatiado PSOE e da IU.

Só a Corriente Sindical deIzquierdas (CSI) se opujo a estasoperaçons e, como resultado deumha denúncia apresentada polaCámara municipal de Xixom, JuanManuel Martínez Morala e CándidoGonzález Carnero (secretário e ex-secretário do sindicato, respectiva-mente) forom condenados a trêsanos de prisom e a umha multa de5.624,83 euros, acusados de umdelito de danos no compartimentode umha cámara de segurança deTrânsito durante os protestos reali-zados por trabalhadores da NavalGijón em Março de 2005.

Durante o processo aos sindica-listas, umha das testemunhas, oagente 76.935 da Policia Nacional,que identificou os arguídos comoautores dos danos materiais, assegu-rou nom conhecer previamente osarguídos. No entanto, foi identifica-do por estes como o agente infiltra-do na CSI durante as protestos anti-globalizaçom em Barcelona emJunho de 2001, polo que apresentá-rom umha denúncia contra ele.

Izquierda Unida das Astúrias encabeça umha tramaimobiliária ligada ao encerramento de estaleiros em Xixom

Os terrenos da Naval Gijón estám ameaçados polo projecto de habitaçons de luxo vinculados a Izquierda Unida

A VIGUESA VULCANO E A PYMAR, PROPRIETÁRIAS DOS TERRENOS, PRETENDEM A SUA REQUALIFICAÇOM POR PARTE DA CÁMARA MUNICIPAL

Através de empresas pertencentes ao Grupo PROGEA, Izquierda Unida das Astúrias passoua possuir interesses imobiliários após o desmantelamento dos estaleiros Naval Gijón e Izar paracontinuar a construir habitaçons de luxo. A Cámara municipal de Xixom (PSOE-IIU) iniciou

umha ofensiva judicial contra o sindicato CSI por este se opor à especulaçom e dous sindica-listas fôrom condenados a penas de prisom. José Antonio Hevia Braña, coordenador de políti-ca económica de IU em Xixom, foi o home da PROGEA nas Astúrias até Janeiro de 2007.

Agente infiltrado 76.935. Debaixo del, o sindicalista condenado M. M. Morala

José A. Hevia Braña,destacado membrode IU em Xixom, foio home da PROGEAnas Astúrias atéJaneiro de 2007. Osboatos desatadospolas suas operaçonspolítico-imobiliáriasobrigárom-no aabandonar os cargosno grupo empresarial.Fontes consultadasasseguram que continuavinculado às empresas

A trajectória da PROGEA começaem Aragom em 1979 dirigida porCarlos Luján, ex- secretário doPCE nessa regiom. O seu objecti-vo era, em princípio, a promoçomde habitaçons protegidas. Em1992 constituiu-se como grupoempresarial de estrutura pirami-dal e em 1995 alargou o seu objec-to social inicial de serviços deassessoramento e gestom imobi-liária e urbanística até abranger arealizaçom de actividades de cons-truçom, conservaçom, compra evenda, arrendamento de todogénero de bens imóveis, bemcomo intermediaçom e gestomcomercial no ámbito imobiliário,

realizaçom de obras e trabalhosrelacionados com a construçom e aurbanizaçom, parcelamento ereparcelamento de terrenos.

A prosperidade económica dogrupo deu lugar a luitas de poderentre sectores afins ao PCE deFrancisco Frutos e os partidáriosda IU de Gaspar Llamazares. Em2004 constituiu-se a FundaciónPROGEA, que agrupava carteiras,empresas cabeceiras e outrassociedades, entre elas PROSEIN.Pouco depois, Carlos Lujándenunciou a alegada comissom deum crime de burla, diversos cri-mes de falsidade em documentocomercial, bem como crimes

societários, entre eles a tomada deacordos abusivos, acordos ilícitos eadministraçom desleal do patri-mónio da Fundaçom.

Na actualidade, está abertoinquérito judicial contra MiguelÁngel Loriente Ariza, presidenteda PROGEA e candidato doPSOE nas eleiçons de 2000, PedroOlloqui Burillo, administrador daPROGEA e representante de IUno conselho da televisom aragone-sa, Francisco Herrera de Elera, con-selheiro- delegado de PROGEA ecandidato da IU à Cámara munici-pal de Madrid em duas ocasions, eoutras cinco pessoas com responsa-bilidades dentro da PROGEA.

PROGEA, DE HABITAÇONS PROTEGIDAS AO LUXO ESPECULATIVO

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 200714 REPORTAGEM

P. A. / Tam só seis meses depois dofim do Verao, neste contexto deextrema confrontaçom, surgem asduas leis, a de Prevençom e Defesacontra os Incéndios Florestais e a deConservaçom da Superfície AgráriaÚtil e do Banco de Terras da Galiza.

As novidades que a Lei deIncéndios introduzirá no combateao lume serám relativas à necessida-de de manter faixas livres de matériavegetal combustível ao redor dosnúcleos de povoaçom, estradas evias de comunicaçom, assim comonos montes, onde se complementa-rám com um "mosaico de parcelasde gestom de biomassa". Estes labo-res preventivos, que procuram redu-zir a viruléncia e a velocidade de pro-pagaçom dos grandes lumes, serámplanificados através de vários instru-mentos, de ámbito galego, distrital,municipal e local. O Plano dePrevençom e Defesa contraIncéndios da Galiza estabelecerá aestratégia, os objectivos e as acçonsprioritárias a executar a nível nacio-nal. O Plano de Prevençom e Defesacontra Incéndios de Distrito cum-prirá as directrizes do anterior e ava-liará as necessidades e objectivos anível de distritos florestais (cada dis-trito abrange um número variável deconcelhos). Finalmente, o Plano dePrevençom e Defesa contraIncéndios Municipal aplicará asorientaçons e prioridades definidasna escala anterior. A elaboraçom dosplanos de ámbito nacional e distritalserá competéncia da Conselharia doMeio Rural, mentres que os planosmunicipais será responsabilidadedas Cámaras municipais. A estesdocumentos virám a acrescentar-seos planos locais, que serán os instru-mentos de planificaçom e gestomque elaborarám as entidades parti-culares que aproveitem um monte.Um dos aspectos mais relevantes daLei é a atribuiçom concreta de com-peténcias às Cámaras, responsabili-zando-as polas actuaçons executivasprecisas para fazer cumprir as obri-gaçons relativas aos labores preven-tivos nos terrenos. Isto contrasta,segundo peritos florestais consulta-dos polo NOVAS DA GALIZA, com aindefiniçom da Lei ao abordar ascompeténcias do governo galego.

A Lei de Conservaçom daSuperfície Agrária Útil e do Bancode Terras da Galiza pretende recu-perar e frear a perda de superfícieagrária útil, melhorar e alargar a base

territorial das exploraçons e evitar agrave situaçom de abandono, riscode incéndios e danos a colindantes,mediante o estabelecimento dunFundo de Terras, que será o conjun-to de terrenos agrícolas postos à dis-posiçom do Banco de Terras daGaliza (BANTEGAL). Este bancoserá umha sociedade pública queservirá como instrumento da admi-nistraçom galega para a intermedia-çom e gestom dos bens do referidofundo. Através do BANTEGALimpulsará-se o arrendamento deterras por um período mínimo decinco anos e máximo de trinta. Estalei procura dar resposta à insuficien-te base territorial existente na actua-lidade para garantir um nível de ren-das superior a titulares e famílias dasexploraçons agrárias. Um dos aspec-tos coercitivos desta nova lei será apossibilidade de se impulsarem pro-cessos sancionadores aos proprietá-rios de terrenos incultos e abando-nados que poidam apresentar eleva-do risco de incéndio e afectar osbens de colindantes.

As limitaçons do BANTEGALcomo instrumento para a preven-çom de incéndios residem preci-samente em que se aplicará fun-damentalmente em superfícies deinteresse agrário e só de formaexcepcional em montes e terrenosflorestais.

Em relaçom a estes projectos deleis, a Associaçom Profissional deAgentes Florestais da Galiza(APRAFOGA), através do seu vice-

presidente Rafael Cudeiro, manifes-tou ao NOVAS DA GALIZA as suasdúvidas quanto à efectividade doBanco de Terras no combate aosincéndios, ao centrar-se em exclusi-vo em zonas de interesse agrárioespecial. Quanto à Lei deIncéndios, este colectivo profissio-nal julga que se trata dum texto"melhorável", e que, com a execu-çom de todos os trabalhos de pre-vençom que propom se reduzirá, emmaior ou menor medida, a superfíciequeimada, ainda que afirmem que"pouco se adiantará se nom formoscapazes de reduzir o número deincéndios". A este respeito, julgamque se deveria trabalhar para dimi-nuir o número de queimas de restosagrícolas e florestais, já que se fammilhares delas e som centos as queescapam, produzindo incéndios, eque, ademais, é preciso impulsar os

trabalhos de investigaçom; cousaque a Lei, segundo este colectivo,aborda de forma tangencial.

Por parte do ambientalismo, FinsEirexas, representante de ADEGA,valora positivamente "que se tenteregulamentar por primeira vez umsector e uns usos do monte que damlugar a um dos problemas ambientaismais graves do País", ainda que afir-mam que a lei de incêndios nom éperfeita e que, "ao igual que o decre-to de protecçom dos núcleos ruraisfrente aos incêndios florestais pode-ria fechar definitivamente o passo àpossibilidade de perceber subsídiospor plantar eucaliptos" e, nesse sen-tido, botam em falta um pouco maisde valentia na elaboraçom da lei.

em relaçom ao Banco de Terras daGaliza, afirmam que "todo o que sefaga na direcçom de fixar povoaçomno rural é adequado", se bem opi-nam também que seria interessantefazer algo semelhante com as terras amonte e as inúmeras parcelas e leirasde escassa superfície em estado deabandono". Por enquanto, de Ervaafirmam que "a política daConselharia do Meio Rural adoece,polo de agora, da falta de dous plan-teamentos fundamentais, o impulsoao desenho do modelo de gadeiriaextensiva do futuro para o nosso Paíse a defesa das espécies frondosasautóctones como instrumento deprevençom contra incêndios e comoalternativa produtiva". Indo paraalém disto, afirmam que "a elabora-çom dos dous projectos legislativos

referidos especificamente a estasmatérias e dum novo Plano Florestal,deve acompanhar necessariamenteàs leis de incêndios e do Banco deTerras" questionando que por simesmas estas leis sentem as basesde umha Galiza sem incêndios.

Além do cepticismo com querecebem as fontes consultadas a ela-boraçom destas leis, existem ele-mentos que nom contribuem paraque se poda esperar nos próximosmeses estivais umha época semincéncios. A especulaçom ao redordos montes continua, agora com aretirada da madeira queimada e coma existéncia de práticas mafiosasentre as empresas do sector. Assabotagens a máquinas processado-ras de madeira que acontecérom emtrês freguesias do concelho deCotobade revelam umha obscurarealidade à volta do sector dos rema-tantes de madeira, principais forne-cedores de matéria-prima às gran-des empresas de desintegraçom,como a ENCE ou a FINSA.Segundo as informaçons recolhidasem meios próximos do sector, existi-ria um acordo tácito para abster-sede participar nos leilons de madeiraque se fam fora do ámbito territorialpróprio de cada empresa. A opinompartilhada polo governo e a indús-tria florestal de que se deveriamretirar urgentemente as árvoresqueimadas provocou umha situa-çom de excepcionalidade, na qualalgumhas empresas teriam ultrapas-sado os límites do tal acordo. O"modus operandi" das sabotagensindicia um conhecimento poucocomum do funcionamento destasmáquinas, polo que as suspeitas sefocalizam em determinadas empre-sas, descontentes com as ofertasapresentadas pola concorréncia.

Daí que certas organizaçonsambientalistas considerem que asinistralidade florestal continuará aaumentar nos próximos dous anos,mentres nom se consolidar a novaplanificaçom preventiva contra olume. Alguns colectivos, como Erva,ainda precisam mais e indicam que"o governo se esforçará no cumpri-mento da lei, o qual pode significar acaducidade do emprego do lumecomo arma política, mas outros seesforçarám no sentido contrário,aproveitando o tempo da impunida-de e da facilidade de prender lume,com o fim de desgastar e lograr acaducidade do governo".

As mudanças legislativas para combater o lumenom garantem a superaçom da ameaça incendiária

As limitaçons do BANTEGAL como instrumento para a prevençom de incêndios residem precisamente em que se aplicaráfundamentalmente em superfícies de interesse agrário e só de forma excepcional em montes e terrenos florestais

“A política de MeioRural adoece da

falta de impulso aodesenho da gadeiriaextensiva do futuro ea defesa das espéciesfrondosas autóctonespara a prevençome como alternativa

produtiva”

A situaçom criada nas duas fatídicas semanas do mês de Agosto passado fijo ver nitidamente anumerosos cargos políticos a existéncia dumha conspiraçom através dumha nova modalidade defocos de lume, originados perto de núcleos de povoaçom. Esta apreciaçom foi apoiada até poraltos cargos do PSOE, que sem dúvida lembravam o que acontecera ao seu companheiroFrancisco Sineiro, na altura Conselheiro da Agricultura, no dramático Verao de 1989. O enfron-

tamento com os presidentes de Cámaras do PP, devido a muitos deles estorvarem os trabalhosde extinçom, juntamente com a saída à luz pública da directiva interna deste partido que orde-nava a dilaçom da assinatura dos convénios conta o lume, fijo que numerosos políticos, entreoutros o vice-ppresidente Anxo Quintana, utilizassem umha terminologia bélica para descrevera problemática dos incéndios e denunciassem a existéncia dum inimigo organizado.

REPORTAGEM

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 2007 15OPINIOM

No passado dia 3 deMarço assistimos à apre-sentaçom polo sector

nacionalista do bipartido de duasleis longamente aguardadas.Ainda deverám passar o trámiteda sua aprovaçom parlamentar, oqual nom impediu que Quintanae Suarez-Canal encenassem oseu apoio ao director-geral deMontes, com o CentroCoreográfico Galego comointruito da cerimónia, em querepresentou a sua peça Baco.Centos de pessoas, grande partedelas procedentes das fileiras doSindicato Labrego Galego, olhá-rom para aquelas pernas ágeisque atravessavam o palco emdous chimpos, deixando atrás oronsel de sedosas gasas que seconfundiam com o ar e com har-moniosas anatomias.

A legislaçom apresentada esta-belece umha série de princípiose actuaçoms que partem doreconhecimento de determina-dos riscos de incéndio que, nomnos enganemos, a esta altura dapelícula, já todo o mundo intui.Em todo caso, diremos maisumha vez que estes riscos exis-

tem porque derivam, por umlado, dumha situaçom concretae, infelizmente, ainda actual danossa realidade florestal, produtode decénios de colonialismoespoliador. Também, e por outrolado, procedem dumha conjun-tura em que a actual oposiçomexerce umha política anti-demo-crática de "boicot" que propicia oaparecimento de alertas incen-diários de origem "bélica" (des-gaste do inimigo).

Este reconhecimento impulsaa filosofia da lei de prevençomde incéndios, que concretizaumha série de esforços que sedeverám realizar e que mobiliza-rám um grande investimentohumano e económico para fazerfrente a umha situaçom quefavorece o aparecimento e a pro-pagaçom do lume. Porém, estesesforços nom necessariamentevam significar a mudança dascondiçoms estruturais que decé-nios de florestalismo depredadorinstaurárom nos nossos montes.

Por si só, esta lei nom será maisque um conjunto de princípiosbásicos de silvicultura e ordena-mento preventivo de biomassa,

para aplicar em montes converti-dos num paiol incendiário graçasa umha política florestal ditadapolos interesses da indústria dedesintegraçom da madeira (tabo-leiros e pasta de celulose). Setem éxito, a lei conseguirá, emprimeiro lugar, reduzir a virulén-cia dos grandes lumes, ao limitaras suas possibilidades de propa-gaçom. Em segundo lugar, afastaros núcleos de povoaçom dosfocos incendiários. Com estesdous objectivos acadados, o quese consegue é diminuir a notóriacapacidade de criaçom de alarmesocial que agora mesmo tem ouso do lume como arma de coac-çom política. Mas, apesar disto,os elementos e factores que obs-taculizarám os labores preventi-vos continuam a ser estruturais,nomeadamente os envolvidos nocontexto da preparaçom dasdenominadas "redes ou faixas degestom de biomassa".

Mas o que resulta significati-vo e concita a atençom doambientalismo é que a lei éexpressamente conservadora etímida no tocante a impulsar afunçom das espécies frondosas

caducifólias como corta-lumesnaturais nos plantios de espé-cies de crescimento rápido.Assim como estabelece umhaslimitaçoms e uns prazos deadaptaçom aos plantios já exis-tentes de eucaliptos e pinheirospara que cumpram a normativapreventiva ao redor dos núcleosde povoaçom, nom existe essamesma determinaçom paraintroduzir medidas de fragmen-taçom da continuidade do arvo-redo exótico mediante frondo-sas autóctones, e nom será por-que o actual executivo pretendaeliminá-los. A lei limita-se aumha tímida intervençom queobriga os plantíos resultantes de"acçoms de forestaçom ou refo-restaçom" a compartimentareme romperem a sua continuidade,evitando ter superfícies maioresde 50 hectares, mediante aimplementaçom de faixas degestom de biomassa ou a con-servaçom de linhas de água e asua vegetaçom florestal autóc-tone associada.

O BNG deverá fiar fino e com-plementar esta lei com outrasiniciativas legislativas que ten-

tem pôr orde nos nossos montes.A sociedade galega conscienteexige um novo Plano Florestal.Na capacidade da Conselharia deSuarez-Canal de re-interpretar asituaçom real em termos absolu-tos e nom em termos relativos,residem as auténticas possibili-dades de mudar as condiçonsque perpetuam e mantenhem ostatu quo da política florestaldepredadora que levamos pade-cido. Noutras palavras, se aConselharia teima em ganhar asbatalhas do lume e em perder aguerra dos nossos bosques, aresultante será um governo invo-luntariamente clónico ao do PPde Fraga, com diferente discursomais com objectivos similares emmatéria florestal. E dizemosinvoluntariamente clónico por-que os tempos ou ritmos da polí-tica eleitoral marca-os o créditodo eleitorado e, neste sentido, aspolíticas tímidas acabam por abo-rrecer. Quando se pretende corri-gir esa deriva continuista, já étarde demais porque o eleitoradodecidiu outro destino para aspessoas que nom soubéromadministrar bem o seu crédito.

Um novo Plano Florestal é possívelPEDRO ALONSO

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DEVERÁM COMPLEMENTAR ESTA LEI COM OUTRAS INICIATIVAS LEGISLATIVAS QUE TENTEM PÔR ORDEM NOS MONTES. EXIGIMOS UM NOVO PLANO

FLORESTAL. NA CAPACIDADE DE MEIO RURAL ESTÁM POSSIBILIDADES DE MUDAR AS CONDIÇONS QUE PERPETUAM E MANTENHEM O STATU QUO

AguilhoarSanta Marinha, 30Ginzo de Límia

Alto MinhoCatassol, 15 · Lugo

ArtábriaTravessa de BatalhonsEsteiro - Ferrol

Atreu!Sam José, 8 · Corunha

Casa EncantadaBetanços · Compostela

A Cova dos RatosRomil, 3 · Vigo

A EsmorgaTelheira, 9 · Ourense

FaíscaToledo, 9 · Vigo

A Fouce de OuroPraça de ChaviámBertamiráns - Ames

A FormigaLugar d'A FormigaRedondela

O FrescoPraça de AbastosPonte Areas

A RevoltaReal, 32 · Vigo

A TiradouraReboredo · Cangas

CENTROS SOCIAIS

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 200716 CULTURA

CULTURA

Castor, como é que surge emvós, a ideia de constituirdes umhaaula de música tradicional?

Bom, a iniciativa surge de váriaspessoas daqui, de Ourense,comprometidas com a músicatradicional e preocupados polaperda dos seus traços maisemblemáticos. Pessoas comoRoberto de Andrés, Xavier Paz,Félix meu irmao, e eu próprio,reparamos em que se estava asubstituir drástica eperigosamente toda umhageraçom de gaiteiros, mastambém a sua forma de tocarem,tocar em fechado, pertencia jáquase a quatro idosos.Começamos a investigar e daí véu-nos o constituirmo-nos como aula.

O 17 de Dezembro de 1458 é adata do documento mais antigoque refere a presença de umgaiteiro na cidade de Ourense, erao gaiteiro Gomes Mouro. De ai onome.

Fostes num primeiro momentoumha aula centrada apenas nosgaiteiros...

Com certeza, começamos no

mundo da gaita e da percussom,mas depois fomos incorporandomais elementos instrumentais: aflauta travesseira, o acordeom,etc... deve sublinhar-se o facto donome da aula ter sido no começo‘aula de gaiteiros Gomes Mouro’.

Como mudastes para a aula demúsica tradicional?

Foi graças à interacçom com atambém ourensana aula de músicafolk. Fomos alargando também onosso repertório, começamos aministrar aulas, e tentamosintroduzir didacticamente o velhorepertório. Em poucos anosconseguimos ganhar mais adeptos.

E a relaçom com aAdministraçom?

Preferimos desligar-nos. Fôromeles a promover a marcialidade dasbandas de gaitas e a absurdacompetividade das crianças. Issoproduziu um estranhamentomútuo entre umhas crianças quedeveciam polos concursos e poraprenderem a ‘marchar’ e unsidosos que nom compreendiamnem compreendem o que

escutam destas bandas. Sabes? Opior é testarmos o auto-menoscabo dos nossos velhosgaiteiros. Cumpre levar as escolasde gaitas a aprenderem dos nossosidosos, implicando-os naeducaçom dos novos gaiteiros.

Além de cursos, o que é que aaula tem feito?

Resgatamos os gaiteiros daregiom para concluir que Ourensenom é qualquer excepçom à regrano que à música tradicional direspeito; figemos catálogos, comoo Catálogo de música popular daLímia e temos em mente um novoCancioneiro sobre essa comarca;tentamos dignificar Santalices ouRicardo Portela e temos trabalhadoindividualmente com artigos ediversas investigaçons sobre ahistória da flauta de madeira ou oacordeom atónico, peçasinstrumentais em desuso. Ora queo evento estrela, a inicativa daGomes Mouro, é o dia do OrgulhoGaiteiro, (17 de Dezembro)homenageamos os nossos gaiteiros,fazemos palestras e convidamosgrupos para tocarem.

“Há que implicar os nossos velhosgaiteiros na aprendizagem dos novos”

ANDRÉ CASTELEIRO / Gomes Mouro nasce em1993 com o nome de aula de gaiteiros GomesMouro, principalmente dedicada ao trabalho derecuperaçom da forma tradicional de tocar a gaitae a percussom, após 14 anos de andamento; estána hora que de no NOVAS DA GALIZA sabermosmais algumha cousa destes apaixonados

ourensanos pola nossa música tradicional.CastorCastro Vicente, junto ao seu irmao Félix, tem-ssedestacado por um intenso trabalho em prol darecuperaçom e diginificaçom da nossa músicatradicional, sendo que grande parte do mesmodecorreu através da aula de música tradicionalGomes Mouro.

CCastor Castro, presidente da Aula de Música Tradicional 'Gomes Mouro'

Há quem se referisse àclasse política comosendo pianistas sem

vocaçom. É raro eles fazeremarte pola arte, antes criamsinfonias com o objectivo deagradar, nem sempre a todosmas sempre aos que sentamnas primeiras filas. A esterespeito é sensato nom ficar àespera de notas discordantes.

Corria 2005. O bipartidoacabava de aterrar. O secretárioGeral para Desportos anunciaque a camisola com que vaijogar a nossa selecçom levará onome do País. No La Voz deGalicia começam a espernear(olho, eles estám na primeirafila). Um dos seus responsáveisafirma: “Galiza me evoca unamarca de aguardiente o unadenominación de origen depimientos”. O dia que seapresenta a camisola oficialdescobrimos que a nossaselecçom nom é de nenhumlugar, é simplesmente“selección galega”.

Corria 2006. Quintanaanuncia a criaçom dasGalescolas, a priori um projectode infantários onde a línguaveicular seria a nossa. O pessoalagita-se nas bancadasdianteiras e o aspirante populara presidente da Junta fala de‘ikastolizar’ e umha deputadado PP de “bloquescolas”.Segundo avançam os dias, oprojecto vai-se descafeinando.

Corre 2007. A conselharia deEducaçom gerida polo PSOE-PSG dá-nos umha surpresa:entre 56 e 68% de matérias emgalego no ensino obrigatório. Amalta nom acredita, notasinauditas vindo de quem vem,eis um momento allegre doconcerto, allegre ma non tropo.Apupos dos VIPS e a sinfoniaacaba em 50%.

Perante isto, cabem trêshipóteses que nom somexcludentes. Queixar-se do(a)pianista, promocionar VIPS dos‘nossos’ ou fazermos mais ruídoque os deles.

LÍNGUA NACIONAL

Concerto de piano

VALENTIM R. FAGIM

JOANA PINTO / Ingredientes(4 pessoas):

225g de cenoura, 2 colheresde azeite, 1 cebola cortada àsrodelas, 175 g de feijom verderedondo, 450 g de atum fres-co, 175 g de maçarocas corta-das ao comprimento, 2 colhe-res de caldo de peixe, sumode uma laranja e a pele ralada,15 g de açúcar, 2 colheres devinho de jerez, , 1 colher dechá de farinha de milho, arrozbranco para acompanhar.

PREPARAÇOM:Com umha faca bem afiada

cortamos as cenouras em tirasfinas, A seguir aquecemos oazeite num wok; Refogamos acebola junto com a cenoura, osfeijons e as maçarocas durante 5minutos.

Agora com umha faca afiadacortamos o atum em tiras finas ea seguir, refogamo-lo durante 2-3 min; misturamos o caldo depeixe com o açúcar, o sumo delaranja e a pele, o vinho e a farin-ha.

Deitamos esta mistura enci-ma do atum e das verduras erefogamos 2 min. até espessar.

ARROZ COM CHÍCHAROS

Refogado de atum fresco e verduras

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 2007 17CULTURA

Umha agência publicitáriaqualquer de qualquerumha discográfica multi-

nacional, tem decidido por nósque a actualidade do rock e dopop passa pola pista de dança;ultimamente os nossos pés comu-nicam-se por meio de estranhasvibraçons com as nossas pernasque à sua vez deslocam o movi-mento para as cadeiras, surpreen-dendo-nos sem quase aperceber-mo-nos do que sucede. Ritmosfunkys, percusons tribais, baseselectrónicas, e umha corrida des-enfreada de bandas a agitar ococktail para servi-lo depois comoa última novidade, como o para-digma da modernidade para umhaaudiência genérica que ignorareferências culturais e evoluçonshistóricas, mas que desfruta demúsicas perfeitas, cançons redon-das e pulcras com umha eficáciamedida pola importante margemde benefícios que reportam àindústria do espectáculo. Estaúltima onda da nova onda possibi-litou a adequaçom perfeita dealgumhas músicas tradicional-mente fora do campo da grandeindústria, com as estratégias demercado mais contemporâneasbaseadas no consumo aceleradode todo. As músicas das últimasnovidades sajonas, esgotam-sedentro do universo da própriacançom, as bandas parecêromesquecer que o que convertia osseus referentes musicais emimprescindíveis era a sua totalidentificaçom com o seu tempohistórico, a procura criativa denovos caminhos ajustados ànecessidade de deitar emoçons esensibilidades num marco cultu-ral fora da vigiláncia totalitária docapital e as suas instituiçons.

Voltar a vista para os referentespermite reconhecermo-nos tam-bém no presente, e a oportunida-de que nos oferece o contexto deemergência de bandas que inte-gram sons de diferentes raízesculturais, sobretodo das músicasnegras, sem renunciar à sua iden-tidade mais pop, poderia iluminarmais de umha via para converter amúsica moderna galega numhanecessidade imprescindível.Assim visto, Os Resentidos alcan-çam hoje umha actualidade umtanto atípica, a banda de AntónReixa conseguiu inserir-se namemória colectiva deste País gra-ças ao carácter popular das suascomposiçons, muitos dos seus

temas convertêrom-se em êxitosrotundos num contexto belige-rante caracterizado polo auto-ódio, e no entanto, as músicas deOs Resentidos seguem a ser hoje,de algum modo, objectos ocultos,desconhecidos, estranhos; AntomReixa foi o primeiro surpreendidoda difusom espectacular deGalicia Caníval no ano oitenta eseis, “nós só queríamos fazermúsica ruidista” diz Antom Reixaque na altura reivindicava ainfluência de bandas como osResidents ou Cabaret Voltaire.

De algum modo, perdemosparte dos Resentidos obscureci-dos por umha tendência a reduzira nossa tradiçom criativa à dimen-som de folclore, separando-os doseu tempo universal para neutra-lizar a sua importáncia, o seu sen-tido. A década de oitenta em Vigocom a reconversom naval, a deca-dência do movimento popular fra-guado no combate com o fran-quismo, etc. fôrom modificandode forma veloz as relaçons que ospróprios cidadaos estabelecêromcom a sua cidade numha transfor-maçom que seguia o ritmo daInglaterra do Tacharismo e dassociedades ocidentais. Vigomovia-se ao rumo de um mundoem crise, e as novas geraçons des-cobriam novas ferramentas parainterpretá-lo à margem da únicainterpretaçom possível, a do capi-tal; abrindo assim as portas para aemergência na Galiza de culturasurbanas inéditas no nosso País. Avelocidade e o impacto dasmudanças sintonizavam à perfei-çom com a urgência e o ruído dopunk, e o sentimento de identi-

dade e de comunhom percebia-seatravés da música de baile dossubúrbios alimentada pola neces-sária desinibiçom de umha moralque alimentava a auto-repressom.A total ausência de agentes gale-gos nas forças implicadas nastransformaçons urbanas do nossoPaís condicionárom o normal des-envolvimento lingüístico dasnovas comunidades urbanas. OResentidos fôrom a excepçom,desde o primeiro disco compartil-hado com Siniestro Total emoitenta e quatro, até ao fim da suacarreira demostrárom que a nossalíngua nom é incompatível comqualquer dimensom da nossavida, cultural, política, familiar,etc.

Mas se os Resentidos merecemum novo espaço na nossa vida,nom é por terem sido o primeirogrupo a cantar em galego, ou amisturar gaitas nas suas melodias.Só umha rápida escuita do seuprimeiro disco Vigo, capital Lisboa,o mais radical, o mais estranho,pode voltar a iluminar a discogra-fia completa dos Resentidos queconjuga de modo magistral oimpulso criativo e experimentalcom umha vocaçom popularmuito singular. Assim, quando aindústria musical nos diga que jábasta de mover o esqueleto com orevival post-punk e a outra cousa,nós seguiremos a curtir na pistade dança ao ritmo de um impossí-vel italo-galego de Reixa em‘Paloma Pomez Pomelo’, deixan-do-nos sacudir polos espasmos daversom viguesa do ‘In the guetto’de Elvis, ou caindo na tentaçomdo ‘Sexo Macumba’.

MÚSICA

Aorganizaçom juvenilAdiante (MocidadeRevolucionária Galega)

nascia em 2004 no ámbito ide-ológico da FPG e da mao devários jovens que nom se iden-tificavam com os grupos jáexistentes. Desde esse ano,ademais do trabalho na rua,grande parte do seu esforço foidirigido à publicaçom deEmbate, o seu porta-voz nacio-nal, que já vai polo seu númerocinco.

Trata-se de umha revistaque após superar certa irregu-laridade própria dos começosaparece como o melhor meiode expressom da opiniom des-tes moços e moças, na linhaideológica do marxismo maisclássico. É dessa perspectivaque nas páginas de Embate setratam temas relativos ao ensi-no, ao sindicalismo, à cultura,ao ambientalismo, ao feminis-mo ou a outras luitas desenvol-vidas na Galiza ou no exterior.E com o acréscimo de fazê-lonumha publicaçom completa-mente gratuita.

No último número publica-do, correspondente ao últimotrimestre do 2004, dous artigosque abrem a revista som deespecial interesse. Um deles,de Begoña Martínez e ReginaRodríguez, analisa com motivodo 25 de Novembro as supos-tas políticas conciliadoras degénero como a maneira de ocapitalismo se adaptar à entra-

da das mulheres nos postos detrabalho assalariado. No outro,David Pérez Neira e DanielVázquez Meréns apontam asconseqüências para a saúde e aagricultura do uso de organis-mos modificados genetica-mente, os chamados ‘transgé-nicos’. Também começa umhasérie de análises críticas sobreos referentes revolucionáriosda mocidade em todo omundo, com a dedicada aJarrai.

Para além disso, podemosencontrar outros conteudoscomo umha entrevista a XianaLópez, a coordenadora nacio-nal de Adiante; um artigo deOriana Méndez sobre o impe-rialismo dos Estados Unidos eoutro de Sabela Romera sobreo Património Imaterial Galego-Português ou umha traduçomde um texto de Gradisca sobrea Alternativa Bolivariana paraAmérica Latina. Completa aspáginas umha secçom de reco-mendaçons de música, livros, epáginas da Internet.

A distribuiçom de Embaterealiza-se por diferentes locaisde todo o País. Ademais, desdeo seu último número pode-sedescarregar em pdf na páginade Adiante (www.adiantegz.org), onde também se podemconsultar o resto de activida-des da organizaçom.

Para qualquer outra informa-çom, o seu contacto é [email protected].

ENTRE LINHAS

Vigo, capital LisboaJACOBE P.V.

Embate, a voz da outramocidade

Vigo, capital Lisboa, é o seu disco mais radical e estranho

IVÁN CUEVAS

Foto de um cartaz de Adiante que aparece no último número de Embate

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 200718 E TAMBÉM...

Conheço um grupo deteatro que guarda omaterial na furgoneta:

os fatos de raso e veludo decores vivas, as babuchas, asbolas e as maças dos malabares,o monociclo, até os decoradosartesanais. Pode-o ver qualquerpessoa através dos cristaisporque a furgoneta dorme narua. O seguro, a gasolina e asreparaçons tenhem de serpagas, da ITV e da cámara vamsafando, levam 20.000 kms semtrocarem os filtros e as rodasestám gastas, mas os lugares deestacionamento sobem doscinquenta euros, essaquantidade seria um golpe parao seu orçamento. No Verao elestambém dormem num campoou na praia e assim tiram algumdinheiro para umhas cervejas euns charros; no Inverno, se vamlonge, há que pagar umhapensom. O riso dos cativos,claro, compensa todo.

Também sei de um grupo derock que ensaia na moradia doavô da baterista. Aos fins desemana vam para lá, o avô tira oRenault 12 da garagem, pedeque nom mexam em nada e vailer o ‘Que’ e o ‘20 minutos’ dasexta-feira ao parque florestal,enquanto a neta e os amigosarmam barulho toda a tarde. Agaragem tem boa acústicaporque o avô tem penduradoum maço de ferramentas ecousas que vai encontrandopara dar-lhe um uso futuro;assim, o som rebota mil vezes equando chega aos ouvidosentra doce como umhaserpente. Já acordárom gravar amaqueta e vam-no fazer ali,lógico. Umha das músicaschama-se ‘Renault 12’.

O que toca o baixo é vizinhomeu, em Vigo, e gosta muito deler. Tem a casa cheia de bandasdesenhadas e os livros lê-oscomo se fossem mangas. Osseus preferidos som os quetenhem sangue, raparigas emovimento, por exemplo aOdisea. Os livros empresto-lhoseu porque ele nom gosta debibliotecas. “Tens sorte”, digo-lhe, “moras na cidadeadequada”, porque nom háumha biblioteca em váriosquilómetros.

Os livros com os quais sepoderiam encher as bibliotecasque nom existem, váriosmilhons, parece ser que estámnum armazém de um polígonoindustrial, onde os escondeu oPP como se fossen resíduosradioactivos. Quando saiam daípara os centos de bibliotecas

futuras, Fraga Iribarneencadeará-se às vias docomboio para impedir-lhes apassagem. “Isso tem que estartodo centralizado”, rosnará.

Todo centralizado. Essa foi aescusa para o mausoléu doGaiás, que naquela alturacriticamos todos como umhaaberraçom. Hoje pelejamos porver quem pom o loureiro àobra. Mas, mausoléu nasceu emausoléu há morrer. Quandomudou o governo, um jornalperguntou-me que se podiafazer com esse ‘colodrolho’ edixem que vendê-lo, todojunto ou por lotes. O governoreuniu um comité de sábiospara, descartando ideiasridículas como a minha, ver aspossíveis alternativas sérias eaproveitar o investimento quejá se tinha feito. Eu mantenho-me, os mausoléus, por exemploas pirámides, suponhem umgasto, mas logo umha safa damanutençom; e o gasto feito,como o tesouro da pirámide,vai de seu.

Digo mal, o manutençomseria o menos mau do‘colodrolho’. Esse dinheiro darátrabalho a jardineiros,electricistas, canalizadores,ordenanças, albaneis,carpinteiros, transportistas,limpadores, pintores (dos debrocha). Quase é melhorpensar que a cultura vai ser ainfra-estrutura para que estagente leve un salário a casa. Opior é a ideia de que ali vaiestar a ‘champions league’ dasartes, todo centralizado. O dasfurgonetas e as garagens é odesporto de base. É essa a ideiaque temos da cultura? A dosconcertos e as óperasmilhonárias, os congressos deelefantes e as exposiçons quedite o MOMA? Entom bem.Entom nom nos lamentaremosquando na própria Compostelamurchem o Principal, oAuditório ou o próprio CGAC;ou quando o resto das cidades evilas só cheguem as migalhas.Em Vigo se um quer verqualquer espectáculo tem depagar a um banco. Vai melhorarisso o Gaiás?

Se é assim, aí vai outra ideiaridícula: a medida prática,visualizável, transversal ebarata, que nom só melhorariaa economia, o lazer ou a saúde,mas também a cultura daGaliza seria a de evitar queAUDASA continue a atracar-nos de norte a sul. E para alémdisso, aos meus amigos dafurgoneta fai-lhes ilusom.

JOÃO AVELEDO / Passados os friosinvernais, entre as pedras dosvalados ou em velhas paredes,espreitávamos as lagartixas, prota-gonistas de cruéis brincadeirasinfantis. Sabíamos que os seuságeis movimentos eram prenún-cio de uma Primavera que nãodemoraria muito a chegar.

Na Galiza existem sete espé-cies de lagartixas pertencentes atrês géneros diferentes. A posiçãogeográfica do nosso país, localiza-do entre as regiões eurosiberianae mediterrânica, explica tantadiversidade.

A lagartixa-de-Bocage (Podarcisbocagei) é a lagartixa galega maiscomum. Aliás, é um dos nossosendemismos, pois a sua distribui-ção abrange fundamentalmente aGaliza e o Norte de Portugal. Atéhá relativamente poucos anos,considerava-se uma subespécie dalagartixa-ibérica (P. hispanica),espécie que encontramos tam-bém na Galiza meridional. Outrafamiliar próxima delas é a lagarti-xa-dos-muros (P. muralis), a maisabundante das lagartixas euro-peias, embora na Galiza só aencontremos no território situadoentre os rios Eu e Návia ou aindaem algum ponto isolado dasNogais.

A lagartixa-vivípara (Lacertavivipara) mora apenas em turfei-ras de alta montanha das Serras

dos Ancares (a 1700 m. de altitu-de) e do Gistral (a 1000 m.). Estalagartixa, jóia da nossa herpeto-fauna por ser uma relíquia dasépocas glaciais, tem nestas serraso limite sul-ocidental da sua áreade distribuição. Nos últimos anos,a população do Gistral tem sidoafectada pola construção indiscri-minada de parques eólicos. Domesmo género e endémica daPenínsula é a lagartixa-de-mon-tanha (L. monticola) que tem,como o seu próprio nome indica, oseu hábitat nas serras, mas queapresenta na Galiza a peculiarida-de de as suas populações chega-rem ao nível do mar.

As sardaniscas são lagartixas dogénero Psammodromus, próprias da

Região Mediterrânica, que nanossa terra ficam restringidas àsáreas mais secas e cálidas dametade Sul, onde encontramosduas espécies: a escassa sardanis-ca-do-mato (P. algirus) e a aindamais rara sardanisca-ibérica (P. his-panicus). Estas espécies represen-tam dous claros exemplos de umaGaliza Mediterrânea, tantas vezesesquecida, tantas vezes oculta poresse estereótipo da Galiza apenasAtlântica.

Como acabámos de ver, as lagar-tixas, pequenos répteis comum-mente considerados triviais einsignificantes, constituem, narealidade, um dos mais comple-xos, heterogéneos e interessantesgrupos da nossa fauna.

A GALIZA NATURAL

As nossas lagartixas

Entre os múltiploselementos que contribuema nos sexuarmos (NGZ

nº40) estám as outras pessoas.Março e o seu timom 8 escusamque esta reflexom gire à volta dasmulheres, em concreto dasadultas como elementossexuantes das mais novas.

A sexuaçom entende-se atravésda sexualidade (a maneira desentir-se e viver-se). Mesmo semexistirem respostas gerais paravivências individuais, sim háperguntas gerais de respostaindividual.

As adolescentes de hoje somumha das primeiras geraçons defilhas do desejo. Cabe perguntar-sepola trascendência deste facto.

Novas denominaçons criadaspolas adolescentes para daremnome próprio à sua erótica (fazer-se um dedo p.ex.) indicam quequerem fazer-se valer nestecampo mas, nos encontros somcapazes de irem mais além daimitaçom? Da imitaçom de quem,de que modelos? .

Frequentemente, as adoles-centes dirigem muita ira contra assuas adultas, porquê? Tem de ser?Que pode fazer a adulta para queisto nom aconteça?

“Pode tocar umha menina acona da sua mai?” pregunta ShereHite no seu livro O orgasmofeminino. A pergunta é ampliável:em que poderia ajudar ser raparigaadolescente e conhecer bem o

corpo da mae, os seus desejosíntimos (cumpridos ouimpossíveis), os seus sonhos, assuas fantasias e eróticas, os amorespassados ou presentes,correspondidos ou nom tanto?.Seria bom para a sexualidade dasadolescentes contar com talinformaçom? Que consequênciapode ter dispor ou nom dela?

Muitas adolescentes tenhemtalvez a sensaçom de que as suasadultas dam demasiadasexplicaçons ao mundo e mui poucasa elas e intuem, talvez, que as suasmaes biológicas, biográficas...possuem mais saber do quetrasmitem.

“E ti tê-lo tê-lo e nom o queres dar edepois de velha há-lo de salgar”

A CONJUGAR O VERBO SEXUAR

BEATRIZ SANTOS

Adolescência feminina oucarência de quê?

A cultura fantasma

XURXO BORRAZÁS

A lagartixa-de-Bogage é a lagartixa mais galega

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NOVAS DA GALIZA15 de Março a 15 de Abril de 2007 19DESPORTOS

DESPORTOS

DAVIDE R. / Nestes dias saltou àpalestra, como se de umha novida-de se tratasse, a violência nos está-dios de futebol, com os sucessosacontecidos na liga italiana, quandoum polícia morreu ao ser impacta-do, sengundo os meios convencio-nais ao serviço do Estado e dos inte-resses económicos, por umhabomba caseira feita pola claque docatania, resultando mais tarde quefoi umha pedra e posteriormenteconfirmando-se que foi um projéctilutilizado polos própios polícias paradispersar a claque. Este tipo denovas assaltam-nos cada certotempo dando-se-lhe mais ou menosseguimento nos meios dependen-do do que convenha segundo asituaçom sócio-politica imperante,e sempre coincidindo no fundo, nacriminalizaçom dos seguidores nomconformes e que expressam edefendem o seu direito a fazê-lo.Neste contexto o mundo dos está-dios é umha extensom da realidadeque se vive nas ruas, onde impera ocontrolo policial e onde se tenta ouniformismo de pensamento e apontenciaçom dos desportos demassas para distrair a atençom daproblemática real da sociedade. Épor isto que se nos centramos nonosso País e podendo extrapolarestas reflexons ao resto do Estado eterritórios com características simi-lares, vemos que onde a tensompolítica e a confrontaçom ideologica

é mais palpável na rua, esta tam-bém se reflecte nos estádios.

O objectivo é claro para os meios,governos e directivas desportivas:criminalizar todo o que poda deses-tabilizar a estrutura que levam per-petuando tantos anos e a qual dácomo resultado ingentes beneficiose umha claque passiva perante arealidade que a rodeia. Também háque reconhecer que existem sem-pre, dentro dos movimentos criadosao redor dos estádios, pessoas que

nom comulgam com os ideais dogrupo e que contribuem para o des-prestígio deste com as suas acçons.Tomando umha frase do filósofoalemám Günther Anders numhaentrevista que lhe fizerom quandopublicou o seu livro Violência, simou nom? Umha discussom necessá-ria, em que advogava pola violênciacontestatária, contrária ao estilo deluita que exercera durante toda asua vida de caracter pacifista, naqual afirmava: "Considero ineludí-

vel que nós a todos aqueles quetenhem o poder e nos (uns milhonsde vezes) ameaçam, os assustemos.

Nom nos fica outro caminho quecontestar as suas ameaças com ame-aças". E isso é o que eles temem,que nós contestemos com a suamesma violência, como tem aconte-cido no encontro que disputou aselecçom galega na Corunha quan-do desviárom a manifestaçom desiareiros galegos polo passeio doOrçam passando junto ao baluarte

em forma de bandeira espanholaimposto pola força e mesmoimcumprindo as suas próprias leis,desatendendo os protestos popula-res, polo qual se actuou em conse-quência tentando eliminar ditosímbolo ao qual as autoridades res-pondêrom com brutal violência,protagonizando agressons fisicasinjustificadas e corridas de veículosoficiais a altas velocidades quepudérom provocar atropelos entreos manifestantes e peons que porali transitavam, por isto a violêncianom só está permitida mas tambémlegitimada moralmente enquanto éusada polo poder reconhecido.

No jogo do Ponte Vedra C.F con-tra o Talavera isto voltou a aconte-cer, as forças repressivas dedicárom-se a encobrir e proteger a claque doTalavera já que eles nom se viamcom forças para enfrentar-se por simesmos à claque local, chamando,desde território espanhol, os seusaliados policiais para que os escol-tassem e protegessem e poder pro-ferir ofensas fascistas e espanholis-tas contra a claque do Ponte Vedraque tivo que actuar perante talafronta, tratando de igual maneiraos fascistas uniformados como ostalaveranos. O resultado foi umhaforte repressom nos dias posteriorescom identificaçons a dedo e caçasde bruxas nos grupos mais compro-metidos, que nom farám frear a res-posta violenta nas bancadas.

Respostas violentas à repressom nas bancadas

O fenómeno da violência no futebol em debate. Resposta perante agressons e também ferramenta da direita ultra

Quem tem boa memóriadesportiva ainda lembracomo o Santiago

Bernabeu recebeu o Atlhetic deBilbao há perto de umha década:

com umha bandeira espanholade centos de metros estendidadesde os fundos do estádio polatorcida mais racista e violenta.Dias depois soubo-se que a

pagara Ramón Mendoza, aquelepresidente que confessava odiaro nacionalismo catalám.Investigaçons recentes desvela-ram que a claque Yomus, doValência C.F., é composta porpessoal de ideologia neonaziligado à 'Levantina deSeguridad'. A empresa subven-ciona o partido 'España 2000',que dirige um conhecido proxe-neta emparentado com o PPdaquelas terras.

Há meses, a imprensa empre-sarial reconhecera, um bocadoenvergonhada, que o assassinoconfesso de Aitor Zabaleta, sia-

reiro donostiarra, desfrutava depermissos no seu Madrid natal.Era membro da claque 'Bastión',da qual a directiva 'colchoneira'dizia nom saber nada. OCalderón inçava-se aos domingosde bandeiras espanholas com cru-zes célticas. Alguns opinólogoslevárom as maos à cabeça porqueo defesa barcelonês Oleguer'entrasse em política' e pedisse aliberdade de Juana Chaos, ouporque a torcida galega respon-desse à pedrada a agressom poli-cial no passeio do Orçám noNatal passado. Mesmo pessoasnacionalistas dizem temer a 'vio-

lência venha de onde vinher', etemem que as claques mais com-bativas da Galiza se metam emliortas, destrocem material doestádio e deslegitimem assim acausa do País. Desconhecem queexistem redes de ultradireitaarmadas, bem relacionadas com oempresariado e os corpos poli-ciais, desejosas de agredirem ofraco e fazerem das bancadascanteiras da 'Espanha grande'.Como também ignoram queestes grupos sempre se crescê-rom com a passividade popular, afraqueza nas respostas e os silên-cios da imprensa.

Qual é o problema?RUBÉM DAFONTE GONÇALVES

M. Riopa

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OPINIOM 2EDITORIAL 3NOTÍCIAS 4INTERNACIONAL 8

A FUNDO 11INVESTIGAÇOM 13CULTURA 16DESPORTOS 19

- Olha, digo-che que isso está malfeito, as meias são boas para as pernas!- Mulher, há casos... a ti parece quetanto che tem lê como crê, e não é omesmo...- Ai não! Tenho uns quantos exem-plinhos que até dão para a escolha.- Bô! Tu sempre na mesma...- Eu? Não é eu, podemos começar poloSalomão esse, que na dúvida... zás! arachar o rapaz pola metade... como aele não lhe doía, toca-lhe o nabo!- Uma criaturinha não é uma língua!- Não me irás dizer que não dói seche racham a língua.- Tu estás indo por onde não é.- Isso que andam a fazer conosco, e ocaso da língua é só um exemplo, écomo abrir-nos em canal, como osporcos.- E logo o Canal não era o do Meio Rural?- Estou a falar de quando se mata oporco e se abre meio e meio, não deSuárez Canal, tu de política nada... eolha com isso do meio rural de-chesum exemplo, ainda que meio rural jánão fica... ficará um quarto, se ficar...- Bah! A mim a política tanto me tem.- A ti tanto che tem! Mas bem quedás queixas quando baixas à vila edizes que todos andam a fazer osenhorito.E apareceu o terceiro... - O que se acaba de fazer no temada língua é um acordo, um pactopara que haja paz e harmonia...- Paz haverá, mas a língua vai pròcaralho!- Não é assim, estamos avançando, amodo, mas avançando.- Sim avançar avançamos... o caso esaber para onde!- Paciência, o importante é avançar.- Paciência temos, o que nãovamos ter é língua.- Em política há que comprome-ter-se.- Sim, oh! Para comprometerandam todos ao direito, mas logona hora de cumprir o conto é-cheoutro. Ora que depois, quandodigam que o galego é um fulanoparado na escaleira, e que nin-guém sabe se sobe ou se baixa...- Pois o que terá a ver uma cousacom outra?- Tem, homem, tem! Não vês queo galego é ao 50 %? pois logo...meio galego sobe a escaleira e ooutro meio baixa-a... têm boa brin-cadeira à nossa conta...E apareceu um que fazia que pas-sava:- Ó que? Racham-nos a língua paraque tenhamos duas, e sejamosbilingües.- Sim, bilingües como as cobras, maseles sim que são víboras! Ora a delesnão a racham, toca-lhe o caralho!!

“O despertar da nossa consciência feministaacabou gerando iniciativas de reflexom teológica”

- PParabéns polo caminho perco-rrido durante estes dez anos.Como fôrom os começos deMulheres Cristás Galegas-Exéria, os passos dados até agorae os momentos destacáveis?- Foi polos anos 90 quando a umgrupo de mulheres se nos faziainsuportável a linguagem e esti-los de proceder eclessiásticos.E a pinga que fijo rebordar ocopo foi umha carta daCongregaçom para a Doutrinada Fé que negava de novo, ecom muita radicalidade, a pos-sibilidade de ordenaçom sacer-dotal das mulheres. Nom querí-amos deixar a um lado a nossacentral dimensom religiosa edecidimos afincarmo-nos nonosso ser de mulheres desdeduas realidades concretas queconsiderávamos vitais para nós:sermos galegas e cristás. Eassim, a 10 de Março de 1996juntamo-nos pola primeira vezumhas trinta mulheres, dandolugar à gestaçom da Associaçom

de Mulheres Cristás Galegas-Exéria. Estes 10 anos de vidafôrom um caminho valente deprocuras pessoais e colectivas eum percurso que nos foi levan-do a um lento despertar danossa consciência feminista,que acabou gerando múltiplasiniciativas de reflexom teológi-ca de um ponto de vista degénero. Foi umha época em quese impulsionárom numerosasacçons em diferentes colectivoscomo a Plataforma Nunca Maisou a Plataforma pola Paz,Mulheres e Teologia, Sinodáliaou Somos Igreja. Destacamosespecialmente a nossa partici-paçom dentro da MarchaMundial de Mulheres polo quetivo de encontro e de aberturasmútuas, de trabalhos e deaprendizagens, de horizontesampliados para todas.

- NNo pasado dia 3 de Marçoorganizastes umha jornada fes-tiva para festejar a vida e com-

partir a palavra com o lema:Festejemo-nnos mulheres!.Ademais apresentastes olivro Donas da nossa memória.Conta-nnos como transcorreutodo, quem participou efala-nnos desta publicaçomcolectiva.- O livro colectivo Donas danossa memória recolhe crono-logicamente o andamento daassociaçom e achega reflexonsdiversas sobre feminismo eespiritualidade. Foi umha jor-nada intensa e emotiva, cheiade afectos e vivências, comespaços para o debate e a refle-xom conjunta e com momentospara a recordaçom e a festa. Oacolhimento foi carinhoso e ajornada começou com o Recitalde música e textos escolhidosdo livro Donas da nossa memó-ria, para debulhar em 10momentos a história da associa-çom. Seguidamente ouvimos aexposiçom de Amada Trabasobre a identidade das mulhe-res, que clarificou aspectos epujo sobre a mesa questons adebate. A tarde começou comumha projecçom fotográfica ecom umha mesa redonda que

contou com Lupe Cês (daMarcha Mundial dasMulheres), Nazaret Guerreiro(da secretaria da mulher doSindicato de Ensino STEG),Nanina Santos (da equipa deredacçom da revista Andaina)e Isabel Vilalba (responsável dasecretaria da mulher doSindicato Labrego Galego).Houvo exposiçons a partir dotema 'O espertar das mulherespara outros mundos possíveis',que acabárom em debatesvalentes e por vezes polémicos.Acabámos a jornada com ummomento específico de expres-som festiva cheia de simbolis-mo que nos fijo pôr-nos em pé,ocupar espaço, enlaçar-nos emrede e dançar festejando-nos.

- PPara o futuro, por quenovos ares ides continuaro vosso trabalho?- Apostamos em dar asas e sonsnovos ao nosso nome -Mulheres Cristás Galegas- paraque seja umha janela abertaque nos permita respirar os aresrecendentes da utopia depodermos ser crentes e femi-nistas em galego.

FRANCESCO TRAFICANTE / Entrevistamos Cristina Ledo Regal, dacoordenadora da Associaçom de Mulheres Cristás Galegas-EExéria,com motivo da comemoraçom dos dez anos desta associaçom quequer abrir a espiritualidade ao feminismo.

CRISTINA LEDO COORDENADORA DA ASSOCIAÇOM DE MULHERES CRISTÁS GALEGAS

CONCHA ROUSIA

Ensino a meias:50% galego

NO TORREIRO