pnaic 27 de outubro

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Universidade Federal do Espírito Santo Centro de Educação Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alfabetização, Leitura e Escrita Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA): questões para análise e propostas de intervenção na sala de aula

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTO Ncleo de Estudos e Pesquisas em Alfabetizao, Leitura e Escrita do Esprito Santo

Universidade Federal do Esprito SantoCentro de EducaoNcleo de Estudos e Pesquisas em Alfabetizao, Leitura e Escrita

Avaliao Nacional de Alfabetizao (ANA): questes para anlise e propostas de interveno na sala de aula

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Retomando...Discutimos sobre as avaliaes externas e suas implicaes nas prticas pedaggicas, enfocando, em especial, a ANA, buscando compreender o seu contexto de produo e o modo como organizada.Passaremos a analisar as concepes que subsidiam as abordagens de leitura presentes nessa avaliao, a partir da Escala de proficincia em leitura e de exemplos de questes.

Vejamos alguns exemplos de questes que evidenciam as abordagens de leitura que predominam nos testes da ana

Exemplos de questes propostas para cada nvel do QUADRO DE PROFICINCIA DA ANA

NVEL 1

E na PROVINHA BRASIL de 2016? Ser que foi diferente?

E na PROVINHA BRASIL de 2016? Ser que foi diferente?

Atividade 1Leitura em grupo do texto: Abordagens de leitura. Leitura do quadro de Escalas de proficincia em leitura da ANA.Dilogo com os textos: - Que abordagens ou abordagem de leitura fundamenta(m) as escalas de proficincia de leitura da Avaliao Nacional da Alfabetizao (ANA)? - A avaliao no leva em considerao a concepo discursiva de leitura. O que esse aspecto revela?

Vamos agora dialogar sobre as respostas dadas s questes na atividade anterior.

NVEL 2

E na PROVINHA BRASIL de 2016? Ser que foi diferente?

NVEL 3

E na PROVINHA BRASIL de 2016? Ser que foi diferente?

NVEL 4

E na PROVINHA BRASIL de 2016? Ser que foi diferente?

Resumindo...

Podemos concluir que a ANA se fundamenta em sua maior parte, ou seja, h o predomnio em uma concepo de leitura conteudstica, na qual ler ato de decodicao de informaes, conforme podemos observar nos nveis 1 e 2. No entanto, encontramos nos outros nveis tambm a concepo de leitura cognitivista.

Vamos analisar as concepes de leitura que podem ser adotadas na leitura de um texto:

Imagem: Coleo viver, aprender (EJA) p. 70

2121VER MAIS INFORMAES SOBRE ESSE MATERIAL NO SITE DO MEC. PNLD/EJA21

Possveis abordagens de leituraInterpretao de texto 1:a) Qual o lema da campanha?b) Quem produziu esse texto?c) Em que ano foi realizada a campanha?d) Essa campanha destinada a quem?e) Qual a brincadeira retratada na campanha?f) Quais so as atividades fsicas sugeridas nessa campanha?

O que enfatizam esses questionamentos? Enfatiza a compreenso da mensagem do texto e a identificao dos contedos.

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Interpretao de texto 2:a) O cartaz apresenta uma campanha. Observando as imagens podemos antecipar o assunto dessa campanha? Sobre o que ir tratar?b) Leia as informaes contidas no cartaz e responda: qual o assunto da campanha?c) Qual a relao entre a brincadeira da amarelinha e o lema da campanha?

O que esses questionamentos priorizam?

Priorizamos aqui a necessidade de inferir, antecipar, comparar...

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ABORDAGEM COGNITIVISTA A leitura aqui vista como um processo de compreenso das informaes presentes no texto. E para compreender o leitor utiliza esquemas cognitivos, (percepo, inferncias, memria) conhecimentos prvios e circunstncias em que o texto foi produzido para apreender as ideias. O foco centra-se no leitor (GONTIJO, SCHWARTZ, 2009).

GONTIJO; SCHWARTZ, 2009

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AS ESTRATGIAS DE LEITURA

GONTIJO; SCHWARTZ, 2009 - Uma estratgia de leitura um amplo esquema para obter, avaliar e utilizar informaes. So um recurso para se construir significado enquanto se l. Podem ser identificadas como:

Estratgias de seleo: possibilitam ao leitor se ater apenas aos ndices teis, desprezando os irrelevantes; Estratgias de antecipao: permitem supor o que ainda est por vir;Estratgias de inferncia: permitem captar o que no est dito explicitamente no texto;Estratgias de verificao: tornam possvel o controle sobre a eficcia ou no das demais estratgias.

- O uso dessas estratgias durante a leitura no ocorre de forma deliberada a menos que, intencionamente, se pretenda faz-lo para efeito de anlise do processo (BRASIL, SECRETARIA DE ENSINO FUNDAMENTAL. PARMETROS CURRICULARES NACIONAIS: LNGUA PORTUGUESA, BRASLIA, 1997, p. 53).

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Interpretao de texto 3:a) Voc concorda que a realizao das atividades da amarelinha contribuem para se ter mais sade?b) Essas atividades so simples, ou seja, podemos fazer brincando, como diz a campanha?c) Na sua opinio, o que mais podemos fazer para termos sade?d) Voc faz atividades fsicas? Quais? De qual voc mais gosta? Por qu?e) Se no faz, por qu? Gostaria de fazer? O que te impede de realizar atividades fsicas?

O que buscamos com esses questionamentos?

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ABORDAGEM DISCURSIVA A leitura aqui concebida como um processo complexo de construo de sentidos, que demanda alm de conhecimentos lingusticos que o leitor possui, outros conhecimentos que interagem para a produo de sentidos do texto. Interao dialgica entre texto-leitor-autor (GONTIJO, SCHWARTZ, 2009).

GONTIJO; SCHWARTZ, 2009

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Atividade 2

Retomada do Quadro de direitos de aprendizagem referente a leitura a fim de responder as seguintes questes:- Quais as abordagens de leitura apresentadas no quadro?- H o predomnio de uma abordagem? Qual? Justifique.- As abordagens de leitura apresentadas como direitos de aprendizagem pelo Pnaic aparecem na Avaliao Nacional da Alfabetizao? Quais?- Temos nos direitos de aprendizagem a abordagem discursiva de leitura?

Atividade 3

Conhecemos o resultado da ANA no Estado Esprito Santo?

Faremos neste momento, uma anlise da tabela que apresenta os resultados em leitura. Vejamos...

Atividade 3: Anlise da tabela dos resultados ES

Houve mudanas significativas entre os anos de 2013 e 2014? Qual foi o impacto da formao realizada pelo Pnaic nas salas de aula de alfabetizao?Qual a perspectiva de leitura que tem predominado nas salas de aula de alfabetizao de nosso estado? Ou seja, a partir dos dados da ANA, o que a criana capaz de ler ao chegar ao 3 ano?Observem a diferena entre os resultados do nvel 3 e do nvel 4. O que essa diferena revela?Se considerarmos esses resultados, como trabalho educativo com relaes sons e letras e letras e sons tem sido desenvolvido?Esses dados nos revelam as singularidades dos percursos de vida das crianas e de seus processos de ensinoaprendizagem? Explique sua resposta.

Algumas questes para reflexo

Referncias

ANTUNES, Janana Silva Costa. Um olhar sobre o Pr-Letramento. 2015. Tese (Doutorado em Educao) Programa de Ps-Graduao em Educao, Universidade Federal do Esprito Santo, Vitria, 2015.AZEVEDO, Ricardo. Dezenove poemas desengonados. So Paulo: tica, 1999BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira.Resultados Finais ANA 2014. Disponvel em:http://portal.inep.gov.br/web/saeb/ana/resultados. DIAS, Rosanne Evangelista; LOPES, Alice Ribeiro Casimiro. Competncias na formao de professores no Brasil: o que (no) h de novo. Revista Educao Sociedade, Campinas, v. 24, n. 85, dez. 2003. Disponvel em: . Acesso em: 9 jul. 2015.GONTIJO, Cludia Maria Mendes; SCHWARTZ, Cleonara Maria.Alfabetizao: teoria e prtica. Curitiba, PR, Sol, 2009.OLIVEIRA, Maria Auxiliadora Monteiro; ROCHA, Gladys. Avaliao em larga escala no Brasil nos primeiros anos do Ensino Fundamental. Disponvel em: www.anpae.org.br/congressos_antigos/simposio2007/274.pdfSAVIANI, Nereide. Saber escolar, currculo e didtica: problemas da unidade contedo/mtodo no processo pedaggico. Campinas, So Paulo: Autores Associados, 1994.WIEBUSCH, Eloisa Maria. Avaliao em larga escala: uma possibilidade para melhoria da aprendizagem? IX AnpedSul, Universidade de Caxias do Sul, Rio grande do Sul, 2012.