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Plano Regional de Saúde do Norte 2008-2010 1ª Versão 09/12/2008

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Plano Regional de Saúde do Norte 2008-2010

1ª Versão 09/12/2008

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

i

ÍNDICE ii Chave de siglas e abreviaturas iii Nota prévia

1 Breve Introdução 1 O que é o PSRN? Qual o seu enquadramento? 3 Para que serve?

4 Metodologia 4 Como foi elaborado?

5 Principais Necessidades em Saúde da Região Norte 7 Mortalidade 13 Morbilidade 17 Determinantes da Saúde / Factores de Risco 22 Quadros-Síntese: Principais Necessidades em Saúde da Região Norte

24 Indicadores-Mestre de Saúde: Metas 2010 24 Para onde queremos ir? Que mudanças desejamos que ocorram? 27 Definição das Metas 27 Mortalidade 28 Morbilidade 28 Determinantes da Saúde / Factores de Risco

29 Comentários Finais 29 “Em jeito” de reflexão… 31 O que o PSRN NÃO é…

Anexos Anexo I: Taxa de Mortalidade Padronizada pela idade: todas as idades e prematura Anexo II: Mortalidade Proporcional por Género e por Ciclo de Vida na região Norte Anexo III: Mortalidade Evitável Anexo IV: Lista das principais doenças evitáveis Anexo V: Mortalidade proporcional (todas as idades) no período 2001-2005 Anexo VI: Mortalidade Proporcional Prematura (0-64 anos) no Período 2001-2005 Anexo VII: Mortalidade Proporcional por Ciclo de Vida no Período 2001-2005 Anexo VIII: Mortalidade Proporcional Evitável no Período 2001-2005 Anexo IX: Mortalidade por doenças atribuíveis ao álcool – Lista das doenças incluídas Anexo X: Projecções Efectuadas por Aplicação de Diferentes Métodos

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

ii

Chave de siglas e abreviaturas ACES Agrupamento de Centros de Saúde

ACS Alto Comissariado da Saúde

ARSN Administração Regional de Saúde do Norte, I.P.

CRSPN Centro Regional de Saúde Pública do Norte

CVEDT Centro de Vigilância das Doenças Transmissíveis

DALY Disability Adjusted Life Year

DDO Doenças de Declaração Obrigatória GBD Global Burden of Disease GDH Grupos de Diagnóstico Homogéneos NUTS Nomenclatura das Unidades Territoriais OMS Organização Mundial da Saúde PNS Plano Nacional de Saúde 2004-2010 PRSN Plano Regional de Saúde do Norte 2008-2010 RN Região Norte RORENO Registo Oncológico Regional do Norte SIDA Síndrome de Imunodeficiência Adquirida SVIG-TB Sistema de Vigilância da Tuberculose TMMF Tumor Maligno da Mama Feminina TMP Taxas de mortalidade geral e específica padronizadas para a idade

ULS Unidade Local de Saúde

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

iii

NOTA PRÉVIA Nas sociedades desenvolvidas a saúde tornou-se não só um tema dominante

nos discursos social e político, como também um objectivo major na vida das

pessoas. Num curto espaço histórico de tempo (cerca de 100 anos), uma

vida longa e mais saudável tornou-se num facto demográfico, num objectivo

da sociedade e numa expectativa pessoal i.

Por outro lado, a evidência científica actual cada vez mais aponta para o

facto dos factores que mais influenciam a saúde das pessoas e das

populações se situarem nos domínios social (condições de vida, educação

estilos de vida, entre outros), económico e ambiental.

Portanto, o objectivo e esforço globais de assegurar uma vida longa e

saudável para toda a população, tem cada vez mais que se tornar numa

responsabilidade partilhada por diferentes sectores, exigindo um esforço

activo por parte dos vários actores da sociedade (começando pelos

chamados “cidadãos e cidadãs comuns”) e abrangendo diferentes áreas

políticas de intervenção.

A saúde torna-se, assim e cada vez mais, uma co-produção, na qual todas e

todos são chamados a ser os seus co-produtores ii.

De igual modo, este ou qualquer outro Plano de Saúde só faz sentido se for

encarado como um esforço cooperativo e co-produtivo, no qual os serviços

de saúde são um dos seus múltiplos actores, sob pena de se tornar num

Plano insustentável e ineficaz.

i Kickbusch, I. 2004

ii Harrison, D. 2002

ii Harrison, D. 2002

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

1 BREVE INTRODUÇÃO

O QUE É O PRSN?

QUAL O SEU

ENQUADRAMENTO?

O Planeamento em Saúde consiste na “…racionalização na utilização de

recursos escassos com vista a atingir os objectivos fixados, em ordem à redução

dos problemas de saúde considerados como prioritários, e implicando a

coordenação de esforços provenientes dos vários sectores sócio

económicos…”1.

E porquê planear?... Essencialmente, por seis tipos de razões:

Porque os recursos são cada vez mais escassos e é necessário utilizá-los

da maneira mais eficaz e mais eficiente;

Porque é necessário intervir nas causas dos problemas;

Porque é necessário basear, cada vez mais, as decisões de intervenção e

as diversas intervenções projectadas, na evidência que, a cada momento,

for possível recolher;

Porque é necessário ter instrumentos que permitam definir, de um modo

dinâmico, quais as principais prioridades de intervenção;

Porque é necessário evitar intervenções isoladas e implementar

abordagens integradas que utilizem e potenciem as sinergias existentes;

Porque é necessário utilizar e adequar os serviços e os seus recursos de

modo a poderem responder, atempada e adequadamente, aos principais

problemas e necessidades de saúde que forem identificados.

O Plano Nacional de Saúde 2004-2010 (PNS) 2 “…é um documento estratégico

com orientações para que as instituições do Ministério da Saúde, outros

organismos da área da Saúde (públicos, privados e de solidariedade social) e de

outros sectores de actividade, possam contribuir para a obtenção de ganhos em

saúde e promover mais saúde para todos os portugueses. É um instrumento de

gestão que visa sustentar política, técnica e financeiramente o Sistema Nacional

de Saúde. Integra e facilita a coordenação e colaboração das múltiplas entidades

do sector da Saúde, encarando-a em sentido lato, na sua riqueza interdisciplinar

e na responsabilização de todos os portugueses e define prioridades e metas a

alcançar até 2010”.

1 Imperatori e Giraldes. Metodologia do

Planeamento em Saúde. Lisboa, 1982.

2 Ministério da Saúde. Direcção-Geral da

Saúde. Plano Nacional de Saúde 2004-2010:

mais saúde para todos. DGS. Lisboa, 2004.

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

2

De acordo com o Artigo 3º do Capítulo I dos Estatutos da Administração Regional

de Saúde do Norte, I.P. (ARSN) 3, compete ao Departamento de Saúde Pública

“Elaborar a proposta de Plano Regional de Saúde da população e acompanhar a

sua execução.” Por sua vez, existe uma íntima relação entre o Plano Regional de

Saúde e o Plano de Acção da ARSN, este último da competência do

Departamento de Estudos e Planeamento, conforme expresso neste mesmo

diploma legal, no seu artigo 4º: “Elaborar os planos de actividades (…) tendo em

consideração o Plano Regional de Saúde (…) e os objectivos definidos pelo

conselho directivo (…)”.

A presente proposta do Plano Regional de Saúde do Norte 2008-2010 (PRSN) assenta:

Nas principais necessidades de saúde da(s) população(ões) da região

Norte identificadas a partir do diagnóstico da situação de saúde da região

efectuado em 2005 4, e do perfil de saúde da região Norte 5 (iniciado em

Setembro de 2007, concluído em Fevereiro de 2008 e actualizado

quadrimestral e anualmente) 6 ;

Noutros estudos regionais de identificação de necessidades, de âmbito

mais restrito/ específico, como é o caso do estudo das “Necessidades em

cuidados continuados na região Norte” (Teixeira, C., 2006);

Nas principais prioridades e orientações estratégicas definidas a nível

nacional através do Plano Nacional de Saúde;

Na mesma visão, princípios e finalidades expressos no Plano Nacional de

Saúde;

Nas principais prioridades e orientações estratégicas definidas a nível

europeu (principais conclusões da conferência “Health Strategies in

Europe”, Lisboa, 2007);

No respeito pela identidade da região Norte e pelos diferentes matizes da

sua população;

No reconhecimento de que os principais determinantes da saúde 7 se

situam nos domínios social, económico e ambiental;

No pressuposto da co-responsabilização e co-participação dos cidadãos

(no plano individual), bem como dos diferentes sectores da sociedade (no

plano político-institucional), na intervenção em saúde, na região.

O QUE É O PRSN?

QUAL O SEU ENQUADRAMENTO?

3 Ministério da Saúde. Portaria nº 649/2007 de

30 de Maio.

4 Centro Regional de Saúde Pública do Norte

(CRSPN). Saúde na Região Norte - Medir para Mudar. CRSPN. Porto, Dezembro de

2005

5 ARSN, I.P..Perfil de

Saúde da Região Norte. ARSN, I.P.. Porto, 2008.

6 O Perfil de Saúde da Região Norte é um

instrumento de monitorização e

comunicação do estado de saúde da população

da região Norte e de aferição das suas

necessidades em saúde.

7 Todos os factores que, de acordo com o

estado actual dos conhecimentos, mais

condicionam (determinam) a saúde individual e colectiva.

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

3

Embora o horizonte temporal de um Plano Regional de Saúde não devesse, em

teoria, ser inferior a cinco anos, optou-se pelo triénio 2008-2010, uma vez que só

existem metas nacionais definidas até ao ano 2010.

Por último, qual a utilidade do PRSN?...

Para definir quais as principais necessidades de saúde da região Norte;

Para definir quais as mudanças que, desejavelmente, deverão ocorrer,

em termos da melhoria do estado de saúde da população da região

Norte;

Para ajudar os serviços de saúde da região a orientar o planeamento da

sua intervenção, quer a nível regional, quer a nível local;

Para facilitar a definição conjunta do papel dos cidadãos e dos diversos

sectores da sociedade, e da sua co-participação no processo de

mudança;

Para ajudar a fazer as melhores escolhas (ou seja, não só as que são

mais eficazes e eficientes, como também as que são mais oportunas e

efectivas 8).

No actual contexto de Reforma e de mudança organizacional, a presente

proposta do PRSN afigura-se particularmente relevante, ao ajudar os serviços de

saúde a alinhar e/ou manter alinhadas as suas intervenções com as principais

necessidades de saúde da(s) população(ões).

O QUE É O PRSN?

PARA QUE SERVE?

8 A eficácia avalia o grau de atingimento dos

objectivos atingidos (numa situação ideal); a

eficiência avalia a relação entre os custos

e os objectivos atingidos; a

efectividade avalia a relação entre as

actividades realizadas e os objectivos que

foram alcançados.

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

4

METODOLOGIA * A primeira fase clássica do Planeamento em Saúde é o diagnóstico da situação

de saúde da população, neste caso, da(s) população(ões) da região Norte,

seguida da identificação das principais necessidades em saúde e dos problemas

de saúde considerados mais prioritários. Como já foi referido na Introdução, o

actual PRSN parte da identificação e definição já efectuadas das necessidades e

problemas de saúde da região, não esquecendo as prioridades nacionais

definidas no actual PNS que, por sua vez, também se enquadram nas

prioridades do Governo (contempladas no Programa do Governo e nas Grandes

Opções do Plano para a área da Saúde) e nas prioridades e estratégias de

saúde europeias definidas ao nível da União Europeia e da Organização Mundial

da Saúde - Europa.

Assim, o PRSN propriamente dito começa por apresentar, em revisão, as

principais necessidades de saúde da região Norte, bem como os seus

indicadores-mestre 9 e, sempre que possível e tecnicamente adequado, a

previsão da sua evolução até ao ano 2010. Apresenta, também, as principais

metas nacionais definidas no PNS para esse mesmo ano. Tomando como

referência a situação actual da região e a sua posição face ao Continente, bem

como a previsão da sua evolução em relação aos referidos indicadores, e

algumas das metas nacionais definidas para o PNS, estabelece metas para o

ano 2010 e para cada um dos indicadores-mestre.

Para facilitar a co-participação e a co-responsabilização de TODOS, quer no

plano individual, quer no plano político-institucional, neste processo de

planeamento (ou de “mudança planeada”), a presente proposta do PRSN estará

disponível para consulta pública e para a recepção de comentários ou outros

contributos, no portal da ARSN **, entre os dias 9 e 24 de Dezembro do

corrente ano. Após este período de tempo e uma vez considerados os

contributos recebidos, será elaborada e divulgada a versão final do documento.

COMO FOI ELABORADO?

* Aspectos metodológicos

mais específicos, como sejam, os relativos à

priorização das necessidades em saúde e definição das metas para 2010, serão apresentados

nos respectivos capítulos. 9 Também designados por

indicadores-chave. Os indicadores são medidas sucintas que pretendem

descrever, em poucos números, o mais

detalhadamente possível um sistema, de modo a

ajudar-nos a compreendê-lo, compará-lo e melhorá-

lo. (NHS Institute for Innovation and

Improvment. The Good Indicators Guide. NHS.UK,

2006)

** http:\\www.arsnorte.min-saude.pt

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

5 PRINCIPAIS NECESSIDADES EM SAÚDE DA REGIÃO NORTE A noção de necessidade, no contexto do planeamento, pode-se expressar como

“a diferença entre aquilo que existe e aquilo que deveria existir” 10. Como tal,

implica a definição de “aquilo que deveria existir” através do recurso a quadros

de referência (ou benchmarks) que, no caso específico do PRSN, são as metas e

prioridades definidas no Plano Nacional de Saúde para o ano 2010 e, nos casos

omissos, os valores médios do Continente.

Tal como já foi, em parte, referido na priorização das necessidades em saúde

da região foram tomados em consideração os seguintes critérios 11:

Critérios de magnitude (dimensão do problema utilizando, sobretudo,

indicadores de mortalidade) e de transcendência (trata-se de uma simples

ponderação por grupos, neste caso, grupos etários, de maneira a

valorizar as mortes por determinada causa nesses diferentes grupos);

Critérios baseados numa perspectiva de benchmarking (as prioridades 12

e as metas definidas no Plano Nacional de Saúde; as prioridades

estratégicas europeias 13; as prioridades do Governo para a área da

Saúde; as prioridades regionais/ Carta de Missão do Presidente do

Conselho Directivo da ARSN);

Critérios baseados numa perspectiva de (avaliação do potencial de ou

possibilidade de) prevenção (também designado por vulnerabilidade) 14;

Critérios baseados numa perspectiva demográfica (diferenças de idade e

de género), geográfica (assimetrias subregionais) e de avaliação dos

chamados riscos futuros (infecções emergentes: VIH/sida e pandemia de

gripe, entre outros).

Apesar de cada vez mais relevantes, não foi possível utilizar, neste primeiro

PRSN, critérios relacionados com as perspectivas social (nomeadamente,

inequidades, minorias, custo social) e económica (custos indirectos e benefícios

para a economia, entre outros).

ONDE ESTAMOS?

O QUE É NECESSÁRIO

MUDAR?

10 Pineault e Daveluy. La planification de la Santé.

Concepts, méthodes et stratégics.Montréal,1989.

11 Imperatori e Giraldes,

1982; Health Strategies in

Europe. Methods for priority setting. Lisbon,

2007

12 As principais prioridades definidas no

Plano Nacional de Saúde são as doenças

oncológicas, as doenças cardiovasculares, o

VIH/sida, a saúde mental e os principais

determinantes da saúde – alimentação, actividade

física, tabaco, álcool e stress.

13 As principais prioridades em Saúde Pública definidas pela OMS-Europa são, por ordem decrescente: a

obesidade/ doenças não transmissíveis, a saúde da

criança e do adolescente, o consumo excessivo de

tabaco e álcool /abuso de substâncias psicoactivas, a

saúde mental, as lesões e acidentes, a infecção

HIV/sida, a tuberculose, o sarampo e rubéola e as

novas ameaças emergentes (a gripe

aviária, SARS, etc.). Os principais factores de risco identificados são, também por ordem decrescente: a

hipertensão arterial, o tabaco, o álcool, a

hipercolesterolemia (excesso de colesterol no

sangue), o excesso de peso, o baixo consumo de

fruta e vegetais e a inactividade física.

14 Actualmente, as principais doenças

preveníveis na Europa são a doença coronária, a

doença cerebrovascular, a diabetes, o cancro,

doenças infecciosas (VIH/sida, Infecções

Sexualmente Transmissíveis) e as

dependências (álcool e drogas)

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

6

Para uma melhor compreensão do modo como, neste processo de decisão,

foram utilizados os critérios atrás enunciados, passamos a expor, de um

modo mais detalhado, alguns dos aspectos que poderão suscitar uma leitura ou

interpretação mais difícil, nomeadamente:

O primeiro critério utilizado foi o da magnitude analisando-se, para tal,

taxas de mortalidade geral e específica padronizadas para a idade 15

(TMP) anuais e plurianuais 16 (TMP média por triénio/ quinquénio), e sua

tendência evolutiva (ver exemplo no anexo I);

Ainda utilizando o primeiro critério, foi também analisado o contributo, em

termos percentuais, de cada causa de morte para a mortalidade prematura (geral e por sexo), bem como para a mortalidade evitável sensível aos cuidados médicos e sensível à promoção da saúde

(também geral e por sexo) 17 (ver exemplo nos anexos II e III);

Nos casos em que, devido a lacunas actualmente ainda incontornáveis

dos actuais sistemas nacionais de informação em saúde, não foi

possível utilizar indicadores para a identificação e priorização de

necessidades em saúde na região Norte e o mesmo acontecia

relativamente ao PNS, optou-se por não as incluir neste PRSN; tal é o

caso, por exemplo, da identificação de necessidades em saúde

ambiental;

Os quadros 1 a 9 identificam e priorizam, com base nos critérios atrás

enunciados, as necessidades em saúde da região Norte, não deixando, no

entanto, de reconhecer e apontar, pela negativa, assimetrias (diferenças)

geográficas e de género, estatisticamente significativas.

O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)?

15 A padronização pela idade permite comparar

populações com estruturas etárias diferentes.

16 A análise das TMP plurianuais permite anular

ou, pelo menos, diminuir os efeitos nefastos dos

chamados “pequenos números”, bem como a

variação/ oscilação natural dos indicadores.

17 Com o envelhecimento progressivo das

populações dos países desenvolvidos, a

mortalidade prematura tornou-se cada vez mais

importante, em termos da avaliação do potencial de

ganhos em saúde. A mortalidade evitável é

também importante, em termos da avaliação do

potencial de intervenção dos serviços de saúde para

a obtenção de ganhos em saúde. A análise deste tipo

de indicadores permitiu, por exemplo, identificar e

priorizar necessidades que, apenas utilizando a TMP,

não teria sido possível identificar, como é o caso,

por exemplo, do tumor maligno da mama feminina.

Para conhecer as principais doenças

evitáveis sensíveis aos cuidados médicos e à

promoção da saúde, consultar o Anexo IV.

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

7

O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)? A mortalidade é considerada uma medida directa das necessidades em cuidados

de saúde, reflectindo a carga global da doença na população, não só em termos

da incidência da doença, como da capacidade de a tratar. Daí a importância dos

indicadores de mortalidade no processo de planeamento da saúde e dos serviços

de saúde. A taxa de mortalidade pode ser melhorada reduzindo o risco da

população (por exemplo e conforme os problemas de saúde em causa,

encorajando a prática de estilos de vida mais saudáveis, a diminuição da

exposição ao fumo do tabaco e a diminuição ou cessação de comportamentos de

risco, entre outros), aumentando a precocidade do diagnóstico da(s) doença(s) e

melhorando a efectividade do seu tratamento.

No quinquénio 2001-2005 as taxas de mortalidade padronizadas pela idade

(TMP) das doenças cerebrovasculares, tumores malignos da traqueia, brônquios

e pulmões, tumores do estômago, pneumonia e doença crónica do fígado e

cirrose apresentaram valores estatisticamente superiores aos do Continente e

representaram, por ordem decrescente da sua magnitude, as principais causas de morte específicas da região Norte.

Seguindo os mesmos critérios, no sexo masculino as principais causas

específicas de morte foram, por ordem decrescente, os tumores malignos da

traqueia, brônquios e pulmões e o tumor maligno do estômago; no sexo feminino

foram, também por ordem decrescente, as pneumonias, o tumor maligno do

estômago e a doença crónica do fígado e cirrose.

Nos quadros seguintes serão realçados, para cada uma das necessidades

identificadas, outros dados de enquadramento, como sejam, os relativos às

mortalidades proporcional, prematura e evitável. As principais necessidades

em saúde identificadas são apresentadas, nos quadros referidos, por grandes

grupos de necessidades e, dentro de cada um destes grupos, por ordem

decrescente da sua magnitude.

MORTALIDADE*

* Uma síntese da mortalidade proporcional

geral, específica, por ciclo de vida, prematura e

evitável na região Norte, poderá ser encontrada,

respectivamente, nos Anexos V a VIII.

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

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O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)? Quadro 1 – Identificação e priorização das principais necessidades em saúde

na região Norte (mortalidade)

IDENTIFICAR NECESSIDADES

APONTAR ASSIMETRIAS 18

JUSTIFICAÇÃO

Menor mortalidade por:

• doenças cerebrovasculares 19

♂ Tâmega Minho-Lima Douro Ave Cávado ≥ 65 anos

• No quinquénio 2001-2005 e na região Norte as doenças do aparelho circulatório foram responsáveis por 34,4% de todas as mortes e por 15,6% das mortes prematuras (antes dos 64 anos de idade) ocorridas nesse período de tempo. • No mesmo quinquénio, as doenças cerebrovasculares foram responsáveis por 52,2% (53,9% no sexo feminino) da mortalidade atribuível às doenças do aparelho circulatório. As doenças do aparelho circulatório são, na Europa, as principais doenças crónicas. Estas, no seu conjunto, são responsáveis por 60% das mortes ocorridas em todo o mundo (Organização Mundial da Saúde, 2008), bem como por 50,7% das mortes ocorridas na região Norte de Portugal e 51,9% das ocorridas no Continente, no período 2001-2005. • As doenças cerebrovasculares são das principais doenças crónicas preveníveis e estão actualmente classificadas como uma das causas de morte evitável sensível aos cuidados médicos. O seu “peso” relativo na região Norte, no quinquénio 2001-2005 e na totalidade das mortes evitáveis sensíveis aos cuidados médicos, foi de 44,7%.

18 São apontadasassimetrias geográficas

(tomando como referênciao Continente), de género e

de ciclo de vida (grandesgrupos etários). As zonasgeográficas são referidas

pela ordem decrescente damagnitude do problema de

saúde em causa (ou seja,do maior para o menor).

19 Entre 2001-2005 e na RN, a TMP das doenças

cerebrovasculares diminuiu 28,4%*, apesar

de no mesmo período ter apresentado valores

sistematicamente superiores aos do

Continente. *27,8% no Continente

/ • tumor maligno da

traqueia, brônquios e pulmão

♂ Grande Porto Ave ≥ 45 anos

• No quinquénio 2001-2005 e na região Norte os tumores malignos foram, no seu conjunto, responsáveis por 21,7% de todas as mortes e por 31,7% das mortes prematuras. • No mesmo quinquénio, os tumores malignos da traqueia, brônquios e pulmão foram responsáveis por 18,3% das mortes prematuras atribuíveis aos tumores malignos (24,6% no sexo masculino).

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

9

O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)? Quadro 2 – Identificação e priorização das principais necessidades em saúde

na região Norte (mortalidade)

IDENTIFICAR NECESSIDADES

APONTAR ASSIMETRIAS

JUSTIFICAÇÃO

.

Menor mortalidade por: • tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmão (continuação) 20

• Os tumores malignos da traqueia, brônquios e pulmão estão actualmente classificados como uma das causas de morte evitável sensível à promoção da saúde. O seu “peso relativo” na região Norte, no quinquénio 2001-2005 e em relação à totalidade das mortes evitáveis sensíveis à promoção da saúde era de 23,2%, ascendendo aos 25,4% para o sexo masculino.

20 Importa salientar que, no período 2001-2005 e na RN, a TMP do tumor

maligno da traqueia, brônquios e pulmões

aumentou 2,9% tendo a mesma, em igual período,

crescido 6% no Continente.

• tumor maligno da mama feminina (TMMF)

Grande Porto Douro 25-64 anos

• No quinquénio 2001-2005 registou-se uma evolução favorável da TMP por tumor maligno da mama feminina, face ao Continente. • Contudo, no mesmo período, o TMMF foi responsável por 8,4% de todas as mortes prematuras ocorridas em mulheres e por 22,2% das mortes prematuras atribuíveis aos tumores malignos nas mulheres constituindo, assim e nesse período, a principal causa específica de mortalidade prematura por tumores malignos nas mulheres. • O TMMF é, actualmente, considerado como uma das causas de morte evitáveis sensíveis aos cuidados médicos. No período de tempo considerado, o seu “peso” relativo na região Norte e em relação à totalidade das mortes evitáveis sensíveis aos cuidados médicos ocorridas nas mulheres era de 36,7% e no conjunto de todas as mortes evitáveis nas mulheres era de 20% constituindo, assim e nesse período, a principal causa de morte evitável nas mulheres.

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

10

O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)? Quadro 3 – Identificação e priorização das principais necessidades em saúde

na região Norte (mortalidade)

IDENTIFICAR NECESSIDADES

APONTAR ASSIMETRIAS

JUSTIFICAÇÃO

.

Menor mortalidade por: • tumor maligno do estômago 21

♂ Cávado Minho-Lima Ave Grande Porto Tâmega Douro Alto Trás-os-Montes 45-64 anos

• O tumor maligno do estômago foi responsável por 13,5% (14,2% no sexo masculino) das mortes prematuras atribuíveis aos tumores malignos. • No quinquénio 2001-2005 os valores da TMP foram estatisticamente superiores aos do Continente.

21 Entre 2001-2005 e na RN, a TMP do tumor

maligno do estômago diminuiu, sensivelmente

o mesmo que no Continente

(respectivamente, 11,3% e 11,2%).

• pneumonia 22

♂ Tâmega Cávado Ave ≥ 75 anos

• No quinquénio 2001-2005 e na região Norte as doenças do aparelho respiratório foram, no seu conjunto, responsáveis por 9,8% de todas as mortes e por 4,5% das mortes prematuras (antes dos 64 anos de idade) ocorridas nesse período de tempo. • No mesmo quinquénio, a pneumonia foi responsável por 35,7% (36,3% no sexo feminino) das mortes prematuras atribuíveis às doenças respiratórias. • No período 2001-2005 e na RN, a TMP da pneumonia diminuiu, mas a um ritmo inferior ao do Continente (respectivamente, 1,2% e 9,6%).

22 O estudo “Análise

exploratória da distribuição dos

internamentos por pneumonia e por gripe na região Norte de Portugal

no período de 2000 a 2005” (Serviço de

Epidemiologia do ex-CRSPN, Outubro de 2006)

revelou uma tendência crescente do nº de

internamentos, com taxas de internamentos mais

elevadas nos concelhos do interior, nos homens e

para os grupos etários inferiores a 15 e

superiores a 64 anos.

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2008-2010

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O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)? Quadro 4 – Identificação e priorização das principais necessidades em saúde

na região Norte (mortalidade)

IDENTIFICAR NECESSIDADES

APONTAR ASSIMETRIAS

JUSTIFICAÇÃO

Menor mortalidade por:

• doença crónica do fígado e cirrose (DCFC) 23

♂ Douro Alto Trás-os- Montes Cávado Minho-Lima (nas ♀ também Ave e Tâmega 45-64 anos

• No quinquénio 2001-2005 e na região Norte as doenças do aparelho digestivo foram, no seu conjunto, responsáveis por 4,6% de todas as mortes e por 8,3% das mortes prematuras (antes dos 64 anos de idade) ocorridas nesse período de tempo. • No mesmo quinquénio, a doença crónica do fígado e cirrose foi responsável por 65,4% (67,1% no sexo feminino) das mortes prematuras atribuíveis às doenças do aparelho digestivo. • A cirrose do fígado está actualmente classificada como uma das causas de morte evitável sensíveis à promoção da saúde. O seu “peso relativo” na região Norte, no quinquénio 2001-2005 e em relação à totalidade das mortes evitáveis sensíveis à promoção da saúde era de 26,8%, ascendendo aos 36,3% para o sexo feminino.

23 Entre 2001-2005 e na RN, a TMP da doença

crónica do fígado e cirrose diminuiu a um

ritmo inferior ao do Continente

(respectivamente, 25,1% e 26,3%). É de salientar

que, para o sexo feminino, essa diminuição foi

menor e ocorreu a um ritmo inferior ao

observado para o Continente

(respectivamente, 22,3% e 29%).

• doenças atribuíveis ao

álcool 24

♂ Alto Trás-os-Montes Douro Minho-Lima Cávado 45-64 anos

• No quinquénio 2001-2005 e na região Norte a TMP ( todas as idades) e a TMP prematura (0-64 anos) das doenças atribuíveis ao álcool, embora tenham apresentado uma tendência evolutiva decrescente, apresentaram valores superiores aos observados para o Continente, e para ambos os sexos.

24 Para a análise do

abuso e dependência de álcool foi reunido um conjunto de doenças

relacionadas com o consumo de álcool,

também utilizado pelo Alto Comissariado da

Saúde (ACS), no âmbito do PNS. O quadro com as

referidas doenças e respectiva codificação

pode ser consultado no Anexo IX.

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O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)? Quadro 5 – Identificação e priorização das principais necessidades em saúde

na região Norte (mortalidade)

IDENTIFICAR NECESSIDADES

APONTAR ASSIMETRIAS

JUSTIFICAÇÃO

Menor mortalidade:

• infantil 25 • neonatal 25

♂ Minho-Lima Tâmega

• Apesar da evolução positiva que a mortalidade infantil e suas componentes tem tido na região Norte, em termos de ganhos em saúde, importa mantê-la como uma necessidade em saúde prioritária, para que os referidos ganhos possam ser consolidados. Esta opção torna-se particularmente adequada e relevante, dado o curto horizonte temporal deste PRSN , bem como o actual contexto socioeconómico desfavorável e o próprio processo de mudança organizacional (Reforma da Saúde) que se encontra em curso, e suas potenciais implicações na evolução destes indicadores.

25 A mortalidade infantil é um indicador do estado

de saúde global de toda uma população. Ele

reflecte a relação entre causas de mortalidade

infantil e determinantes da saúde da população

como, por exemplo, aspectos económicos,

sociais e ambientais. Em particular, considera-se

que as mortes que ocorrem nos primeiros 28

dias de vida (período neonatal), reflectem a

saúde e os cuidados de saúde prestados quer à

mãe, quer ao recém-nascido.

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O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)?

O conceito de morbilidade não é tão preciso como seria desejável. Na verdade,

trata-se de um conceito imbuído de alguma subjectividade, pois uma pessoa pode

sentir-se mais doente e incapacitada para o trabalho do que outra que apresenta,

exactamente, os mesmos sinais objectivos. Contudo, e utilizando expressões

mais comuns, a doença e a incapacidade constituem, cada vez mais, um facto

incontornável da vida, vida esta que se tem tornado mais longa (sobretudo, para

as mulheres). Vida longa e saudável?... Este é, actualmente, o maior desafio das

sociedades modernas dos chamados países desenvolvidos, nas quais nos

incluímos.

Em 1996 foi publicado o estudo sobre a “carga global de doença” (The Global

Burden of Disease - GBD) que, pela primeira vez, abordou o efeito da doença não

só no tempo de vida, como também no tempo de vida saudável (esperança de vida saudável), criando um novo indicador (ou seja, um novo instrumento de

medida de saúde) designado por DALYs (“Disability Adjusted Life Year”), que

expressa os anos de vida perdidos devido a doença e incapacidade.

Como já foi referido, as doenças crónicas são, actualmente, a principal causa de

morbilidade e incapacidade.

Contudo, no nosso País os dados de mortalidade continuam, apesar de tudo, a

ser os mais válidos e fiáveis 26 (ou seja, os que têm uma maior qualidade). Como

não existe ainda um sistema de informação em saúde integrado, os dados

existentes sobre morbilidade, de qualidade variável, encontram-se dispersos por

várias bases de dados/ microsistemas de informação, nomeadamente: DDO

(sistema de notificação das doenças de declaração obrigatória, para a vigilância

das doenças transmissíveis), GDH (Grupos de Diagnóstico Homogéneos –

principais motivos dos internamentos hospitalares, para a morbilidade hospitalar),

RORENO (Registo Oncológico Regional do Norte – dados regionais de incidência

e de mortalidade por cancro), base de dados do Inquérito Nacional de Saúde, o

SVIG – TB (microsistema de informação da tuberculose) e o Centro de Vigilância

Epidemiológica de Doenças Transmissíveis (CVEDT), entre outros.

MORBILIDADE

26 Válidos: medem exactamente aquilo que

se pretende fazer. Fiáveis: medem consistentemente

o mesmo.

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O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)?

Portanto, problemas relacionados, não só, com a qualidade da informação disponível sobre morbilidade, como também com a permissão de acesso aos dados regionais de bases de dados/ microsistemas de informação nacionais relevantes, têm impedido a construção de outros “instrumentos de medida” (como

é o caso dos DALYs), que permitiriam identificar outros tipos de necessidades

em saúde 27. Espera-se que, para o próximo PRSN, uma vez ultrapassados estes

obstáculos, possamos dispor deste tipo de dados e de informação.

Como última nota: apesar de todos os esforços envidados, não nos foi possível aceder, em tempo útil, aos dados regionais do 4º Inquérito Nacional de Saúde, ou seja, aos dados regionais relativos à morbilidade e à incapacidade.

MORBILIDADE

27 A título de exemplo, um estudo sobre o GBD

realizado num dos cantões da Suíça, chegou

à conclusão de que os principais problemas de

saúde identificados através de uma análise

DALY (depressão, osteoartrite, abuso de

álcool e lesões por quedas) teriam passado

despercebidos se tivesse sido efectuada uma

análise baseada apenas em dados de

mortalidade.(D. Schopper et al.. Estimating the

burden of disease in one Swiss canton: what do disability adjusted life

years(DALY) tell us? International Journal of

Epidemiology 2000; 29:871-877, Great Britain,

2000)

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O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)? Quadro 6 – Identificação e priorização das principais necessidades em saúde

na região Norte (morbilidade)

IDENTIFICAR NECESSIDADES

APONTAR ASSIMETRIAS

JUSTIFICAÇÃO

Menor incidência (novos casos) de tuberculose28

♂ Zonas urbanas do litoral Vale do Ave Concelhos de: Porto, Penafiel, Maia, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Valongo, Gondomar e Matosinhos 35-44 anos

• O problema da tuberculose assume, na região Norte, uma maior magnitude do que no global do país, sendo o ritmo de decréscimo da sua taxa de incidência (novos casos) inferior ao observado em Portugal. • Em 2006 a taxa de incidência de tuberculose na região foi 24% superior à observada no país. • Entre 2000 e 2006 a taxa de incidência (novos casos) de tuberculose na região Norte desceu cerca de 23%, o que representa um decréscimo percentual anual de 3,8%, inferior ao observado no país (4,5%) 29.

28 Desde 2005, a tuberculose foi considerada

como um problema de saúde de intervenção

prioritária na região Norte.

29 Está estabelecido que, para que possa existir um

efectivo controlo da doença, o decréscimo

percentual anual da taxa de incidência de tuberculose

tem que ser de, pelo menos, 5%.

/ Menor incidência

(novos casos) de VIH/sida

♂ Toxicodependentes Grande Porto 30-34 anos

• Entre 2001 e 2006 observou-se uma redução de aproximadamente 50% no número de notificações (casos declarados de doença) anuais por SIDA. • A partir de 2001, a taxa bruta de incidência (novos casos) de SIDA na região Norte inverteu a sua tendência crescente, tendo o mesmo ocorrido em Portugal dois anos antes.

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2008-2010

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O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)? Quadro 7 – Identificação e priorização das principais necessidades em saúde

na região Norte (morbilidade)

IDENTIFICAR NECESSIDADES

APONTAR ASSIMETRIAS

JUSTIFICAÇÃO

Maior percentagem de crianças com 6 anos livres de cáries dentárias 30

Dados desagregados por área geográfica (NUTS III) não disponíveis

• Os estudos nacionais de Prevalência das Doenças Orais, efectuados pela Direcção-Geral da Saúde em 1999/2000 e 2005/2006, revelaram uma menor percentagem de crianças com 6 anos livres de cáries na região Norte, em relação ao país (respectivamente, 29,1%/33,0% e 48,1%/50,9%). • Contudo, no período considerado a melhoria deste indicador foi superior na região Norte (+65,3%) do que a nível nacional (+54,2%).

30 A Organização Mundial de Saúde definiu, para este

indicador e para o ano 2020, a meta de, pelo menos, 80%

de crianças com 6 anos livres de cáries dentárias.

Menor índice CPOD

(dentes cariados, perdidos e obturados na dentição definitiva) aos 12 anos 31

Dados desagregados por área geográfica (NUTS III) não disponíveis

• Os estudos nacionais de Prevalência das Doenças Orais, efectuados pela Direcção-Geral da Saúde em 1999/2000 e 2005/2006, revelaram um maior índice de CPOD aos 12 anos na região Norte, em relação ao país (respectivamente, 3,87/2,95 e 1,62/ 1,48). • Contudo, no período considerado a melhoria deste indicador foi superior na região Norte (-58,1%) do que a nível nacional (-49,8%).

31 A Organização Mundial de Saúde definiu, para este indicador (índice de CPOD)

e para o ano 2020, a meta de ≤ 1,5.

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2008-2010

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O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)?

Como já foi referido a propósito da morbilidade, a carga global de doença

(Global Burden of Disease) é o produto de um conjunto complexo e intrincado de

factores demográficos, económicos, sociais, políticos, religiosos e ambientais,

determinantes da saúde. Contudo, provavelmente o determinante que, por si

só, terá o impacto mais forte na chamada esperança de vida saudável é o

envelhecimento da população que se tem vindo a observar a nível mundial 32.

Isto também implicará, certamente, que a doença crónica (com especial relevo

para a doença cardiovascular, a doença mental e o cancro) vá sobressair como

a principal fonte de DALYs (ver a página 14).

Na região Norte de Portugal também se tem assistido a um aumento

progressivo da população idosa, acompanhado pelo decréscimo acentuado da natalidade (sobretudo, nas NUTS III Douro, Minho-Lima e Alto Trás-os-

Montes), com o potencial para a criação de disparidades em saúde, com

especial relevo para as zonas rurais e do interior, não esquecendo as bolsas

urbanas de idosos, muitas vezes associadas a bolsas de pobreza 33.

Associados a estes determinantes encontram-se factores sócio-económicos, que

também se sabe terem impacto na carga global de doença. Na região Norte a

taxa de desemprego é superior à do Continente e afecta, sobretudo, as

mulheres e os jovens. O Produto Interno Bruto per capita é inferior ao do

Continente, havendo uma grande assimetria da sua distribuição ao nível das

NUTS III (sobretudo, no que diz respeito às NUTS III Tâmega, Minho-Lima,

Douro e Alto Trás-os-Montes). Por último, em geral, a população da região Norte

apresenta baixos níveis de instrução formal face ao contexto nacional.

E quais são os principais factores de risco que contribuem para a carga global

de doença? A nível mundial e de acordo com o estudo “The Global Burden of

Disease” 34, a má nutrição contribui para 16% de todos os DALYs, e o sexo não seguro e o álcool, em conjunto, para 7% dos mesmos.

DETERMINANTES DA SAÚDE/

FACTORES DE RISCO

32 Lere LB, Lopez AD, KjellstromT, Yach D. Health

for all: analyzing health status and determinants.

World Health Stat Q. 1998; 51:7-20..

33 ”Poor people are often sick because they are poor, and sometimes poor people

are poor because they are sick” (Nils Daulaire,

Presidente do Global Health Council).

“As pessoas pobres estão muitas vezes doentes porque são pobres, e por vezes as pessoas pobres são pobres porque estão doentes”. (tradução livre)

34 Murray CJL, Lopez AD. Evidence-based health

policy – lessons from the Global Burden of Disease

Study. Science. 1996; 274:740-743.

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2008-2010

18

O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)?

Mas o factor mais alarmante é o tabaco, estimando-se que, em 2020, as

doenças relacionadas com o tabaco sejam responsáveis pela morte de mais

pessoas do que qualquer outra doença, incluindo o HIV/sida, acarretando um

enorme impacto económico, não só em termos de perda de produtividade, como

também em termos dos custos directos de saúde 35. Na mesma linha, a

hipertensão arterial, o excesso de peso, a diminuição do consumo de fruta e vegetais, a inactividade física e a poluição do meio ambiente são factores

associados ao desenvolvimento de doenças crónicas que, como já referimos,

serão, cada vez mais, a principal fonte de DALY’s.

Na região Norte de Portugal e no que diz respeito aos adolescentes escolarizados, no período 2001-2006 assistiu-se a um decréscimo do consumo de tabaco, de 11% para os alunos do 3º ciclo, e de 14% para os do

secundário. No que diz respeito ao consumo de álcool nos adolescentes, em

2006, 33% dos alunos do 3º ciclo e 71% dos alunos do secundário já tinham

experimentado bebidas destiladas. No mesmo ano, o consumo experimental

de cannabis foi referido por 6% dos alunos do 3º ciclo e por 16% dos alunos do

secundário. No entanto, no período 2001-2006 observou-se um decréscimo desse consumo de 4% para os primeiros e de 7% para os segundos. Em

Portugal e no período já referido, observou-se também um decréscimo do

consumo de tabaco, álcool e “drogas” (substâncias psicoactivas ilícitas) pelos

adolescentes escolarizados do 3º ciclo e secundário. Contudo (ainda não se

encontram disponíveis os dados regionais e subregionais), observou-se um

aumento do consumo regular de cerveja e vinho (no 3º ciclo e secundário), bem

como de bebidas destiladas (só no secundário). Em 2001, na região Norte e

para a população em geral, enquanto que o consumo de tabaco ou de uma

qualquer “droga” era aproximadamente igual ao nacional, o consumo de álcool na região Norte era superior ao nacional, em qualquer grupo etário

considerado e, sobretudo, para o sexo feminino.

DETERMINANTES DA SAÚDE/

FACTORES DE RISCO

35 ”If current trends continue, every second

person who begins smoking in adolescence and persists

in smoking, will die from a tobacco related illness. That

is a 50% risk of dying.” * (Murray Lopez, 1999)

*“Se persistirem as actuais tendências, cada segunda pessoa que comece a fumar na adolescência e persista no hábito de fumar, irá morrer por uma doença relacionada com o tabaco. Ora, isto corresponde a um risco de morrer de 50%”. (tradução livre)

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

19

O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)?

Em 2002 e na região Norte, apenas 44% dos adolescentes escolarizados (11-16

anos) referiam o consumo de legumes todos os dias e apenas 50% referiam o

consumo de fruta pelo menos uma vez por dia. Cerca de 16% dos mesmos

apresentavam excesso de peso ou obesidade. A grande maioria destes

adolescentes praticava exercício físico dentro e fora da escola (37%, 4 a 7 dias

por semana).

Não pudemos aceder a dados sobre alimentação, excesso de peso/ obesidade e

prática de exercício físico, relativos à população geral da região Norte.

A identificação e priorização de necessidades em saúde que passamos a

apresentar, padece dos mesmos problemas (que decorrem, sobretudo, da

inexistência de um sistema de informação em saúde integrado) que já

mencionamos em relação à morbilidade (ver, por favor, a página 14). Pudemos,

contudo, recorrer a dados relevantes provenientes de estudos representativos da

região Norte (também utilizados neste breve enquadramento) sobre:

a saúde dos adolescentes escolarizados (2º e 3º ciclos e secundário) 36,

37, 38;

o consumo de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas na população

geral (15-64 anos) 39.

DETERMINANTES DA SAÚDE/

FACTORES DE RISCO

36 Feijão e Lavado. Inquérito Nacional em Meio

Escolar – 3º ciclo e secundário. Instituto da

Droga e da Toxicodependência, 2001 e

2006

37 Gaspar de Matos, M. Aventura Social e Saúde. A

saúde dos adolescentes portugueses (4 anos

depois)”,sl, 2002

38 McIntyre, Araújo-Soares e Tavares. Programa

Integrado de Promoção da Saúde no Adolescente

(PIPSA) – É o teu corpo: usa-o bem!!!, sl, 2002

39 Balsa,C.Inquérito Nacional sobre o Consumo

de Substâncias Psicoactivas. Instituto da

Droga e da Toxicodependência, 2001

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2008-2010

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O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)? Quadro 8 – Identificação e priorização das principais necessidades em saúde

na região Norte (determinantes da saúde/ factores de risco)

IDENTIFICAR NECESSIDADES

APONTAR ASSIMETRIAS

JUSTIFICAÇÃO

Menor percentagem de nascimentos em mulheres com idade de risco (≥35 anos). 40

Grande Porto

Tal como se tem verificado no Continente, a percentagem de nascimentos em mulheres com idade de risco tem apresentado uma tendência evolutiva crescente e é de esperar que, face ao contexto socioeconómico e cultural actual, esta tendência se mantenha ou, até, se agrave.

40 Apesar de, sob o ponto de vista humano, não existirem razões para

desaconselhar uma mulher a ter um filho, importa que

esta escolha seja efectuada com base no conhecimento dos riscos que pode correr,

bem como dos meios tecnológicos e médicos

actualmente existentes que permitem detectar

precocemente alguns desses riscos. Os riscos mais

frequentemente associados a uma gravidez tardia são:

prematuridade ou abortamento, hemorragias

pós-parto, diabetes, problemas circulatórios, e

cromossomopatias (como é o caso do síndroma de

Down) ou alterações genéticas da criança, entre

outros

Menor percentagem de

nascimentos pré-termo (aqueles que ocorrem antes das 37 semanas de gestação) 41

Entre-Douro e Vouga Alto Trás-os-Montes

• As crianças de pré-termo apresentam um risco mais elevado de doença, incapacidade e morte, comparadas com as crianças que nascem com a gestação completa (de termo). • No período 2004-2007 a taxa de nascimentos pré-termo aumentou 38,5% na região Norte, valor este superior ao observado no Continente (33,8%). As unidades territoriais subregiões onde este crescimento foi maior foram as de Alto Trás-os-Montes e Minho Lima (cresceram, respectivamente, 79,0% e 82,2%).

41 As crianças de pré-

termo geralmente pesam menos de 2500 gramas

(baixo peso à nascença) e acarretam um custo

económico e social elevado em termos da necessidade de prestação de cuidados

intensivos neonatais, da perda de vidas infantis e de

incapacidades de longa duração. As crianças de

pré-termo e baixo peso à nascença que necessitam

de cuidados neonatais intensivos apresentam uma

muito maior taxa de readmissão hospitalar e

morte durante os dois primeiros anos de vida do que as crianças de termo

que nasceram, pelo menos, com 2500 gramas de peso.

Menor percentagem de

nados-vivos com baixo peso à nascença (peso inferior a 2500 gramas)

Entre-Douro e Vouga Douro Grande Porto Alto Trás-os-Montes

• No período 2004-2007 e na região Norte, a taxa de crianças com baixo peso à nascença aumentou 2,6%, valor este inferior ao observado no Continente (3,5%). As unidades territoriais onde este crescimento foi maior foram as de Douro, Minho Lima e Alto Trás-os-Montes (cresceram, respectivamente, 29,9%, 28,3% e 17,6%).

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2008-2010

21

O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)? Quadro 9 – Identificação e priorização das principais necessidades em saúde

na região Norte (determinantes da saúde/ factores de risco)

IDENTIFICAR NECESSIDADES

APONTAR ASSIMETRIAS

JUSTIFICAÇÃO

Menor consumo de álcool

♀ (excepto 15-24 anos - ♂) Alto Trás-os-Montes e Douro População em geral (15-64 anos)

• Para além dos dados de enquadramento já mencionados, importa relembrar a mortalidade por doenças atribuíveis ao álcool e por doença do fígado e cirrose na região Norte (ver a página 11).

Maior consumo de

fruta e legumes 42

Dados desagregados por área geográfica (NUTS III) não disponíveis

• Ver, por favor, os dados de enquadramento relativos ao consumo de fruta e legumes por parte dos adolescentes escolarizados (11-16 anos) na região Norte.

42 Uma dieta rica em fruta e legumes tem um efeito protector face à doença

cardíaca e a determinados cancros (tumores

malignos). Estimou-se que, comer pelo menos 5

porções de fruta e legumes por dia, pode reduzir até

20% o risco de morrer por doenças crónicas, como

sejam a doença cardíaca, a doença cerebrovascular e o

cancro.

Menor consumo de tabaco

Adolescentes do 3º ciclo e ensino secundário Ave, Trás-os-Montes e Douro

•Tem-se assistido a uma evolução positiva na RN, quer em relação à mortalidade associada ao tabaco, quer em relação ao seu consumo. Importa, contudo, consolidar os ganhos em saúde já obtidos e manter esta como uma necessidade em saúde prioritária, dado o seu impacto económico e na saúde das populações. Importa, também, recordar que o tabaco continua a ser a principal causa prevenível de mortalidade e morbilidade no mundo.

Menor consumo de

drogas (substâncias psicoactivas ilícitas)

Dados desagregados por área geográfica (NUTS III) ainda não disponíveis ≥ 20 anos

•O último Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoactivas na população portuguesa (Balsa C.,2006) revelou, por comparação com o Inquérito anterior (2001), um aumento do consumo de drogas nos grupos etários iguais ou superiores a 20 anos, acontecendo o oposto em relação aos grupos etários inferiores a 20 anos.

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

22 O QUE É

NECESSÁRIO (MUDAR)?

QUADROS-SÍNTESE: PRINCIPAIS NECESSIDADES EM SAÚDE NA REGIÃO NORTE

Menor mortalidade por:

doenças cerebrovasculares

tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmões

tumor maligno da mama feminina

tumor maligno do estômago

doenças atribuíveis ao álcool

doença crónica do fígado e cirrose

pneumonia

Menor mortalidade:

infantil neonatal

MORTALIDADE

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

23

O QUE É NECESSÁRIO

(MUDAR)? QUADROS-SÍNTESE: PRINCIPAIS NECESSIDADES EM SAÚDE NA REGIÃO NORTE (continuação)

Menor incidência (novos casos) de tuberculose

Menor incidência (novos casos) de VIH/ sida

Menor percentagem de crianças de 6 anos com cáries

Menor número de dentes da dentição definitiva cariados, obturados e tratados (índice CPOD) nas crianças com 12 anos de idade

MORBILIDADE

Menor percentagem de nascimentos pré-termo

Menor percentagem de crianças com baixo peso à nascença

Menor percentagem de nascimentos de mulheres com idade de risco (≥ 35 anos)

Menor consumo de álcool

Maior consumo de frutas e legumes

Menor consumo de tabaco

Menor consumo de drogas (sobretudo, ≥ 20 anos)

DETERMINANTES DA SAÚDE/

FACTORES DE RISCO

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

24

INDICADORES-MESTRE DE SAÚDE: METAS 2010 Uma das etapas da elaboração de um Plano de Saúde consiste na definição das

metas a atingir, no respectivo horizonte temporal, para os indicadores-mestre de

saúde identificados.

Para a definição dessas metas podem ser utilizados diversos métodos,

nomeadamente:

PARA ONDE QUEREMOS IR?

QUE MUDANÇAS

DESEJAMOS QUE OCORRAM?

43 Pineault e Daveluy, 1989

Benchmarking – recurso a quadros de referência, que podem ser

nacionais (como é o caso das metas estabelecidas no PNS) ou

internacionais (metas definidas pela OMS - Saúde para Todos, entre

outras);

Técnicas prospectivas – são efectuadas projecções, utilizando diferentes

métodos, de acordo com as características dos diversos tipos de

indicadores de saúde, a partir das respectivas séries temporais

disponíveis, que se pretende que sejam as mais longas possíveis (ver

exemplo no Anexo X);

Técnicas de consenso 43 – como por exemplo, grupo de peritos, grupo

nominal e painel Delphi, entre outros;

Abordagem multimetodológica – recurso a mais do que um método.

No caso do actual PRSN foi utilizada uma abordagem multimetodológica, tendo

sido utilizados os seguintes métodos: o benchmarking (as metas do PNS e, nos

casos omissos, os valores médios do Continente), técnicas prospectivas (recurso

a diferentes métodos de projecção estatísticos) e a consulta de peritos.

A opção por este tipo de metodologia para a definição das metas do PRSN

deveu-se a:

não existirem quadros de referência em relação a todos os indicadores-

mestre seleccionados;

não existirem séries temporais suficientemente longas para todos os

indicadores-mestre, impossibilitando a efectuação de projecções para

alguns dos mesmos;

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

25

inexistência da informação necessária para a definição de metas

relativas a indicadores de morbilidade e determinantes da

saúde/factores de risco, por impossibilidade de acesso a bases de

dados regionais actuais e relevantes, como por exemplo, o 4º Inquérito

Nacional de Saúde (2005-2006) e os últimos Inquérito Nacional em

Meio Escolar (2006) e Inquérito ao Consumo de Substâncias

Psicoactivas na população portuguesa (2006), entre outros.

A grande maioria das metas dos indicadores-mestre de mortalidade foi

estabelecida em termos de mortalidade prematura, pois não só foi essa a opção

tomada em termos do PNS, como também se considera que, dado o

envelhecimento da população, será reduzindo a mortalidade prematura (0-64

anos), que se obterão maiores ganhos em saúde.

No que diz respeito às projecções efectuadas, importa tecer algumas

considerações de natureza metodológica, nomeadamente:

A projecção é uma estimativa de valores futuros baseada em dados

observados. Tendo em conta que alguns indicadores são, já por si,

estimações com algum erro, a projecção acarreta um grau de incerteza

ainda maior. Para além disso, em alguns indicadores, diferentes modelos

produzem diferentes previsões (normalmente com grande variabilidade

nos intervalos de confiança construídos), pelo que se deve ter e, neste

PRSN, se teve, um cuidado acrescido na definição da meta. As próprias

projecções devem ser monitorizadas e revistas sempre que necessário;

Diferentes abordagens estatísticas para projectar a evolução temporal

dos diferentes indicadores foram aplicadas, das quais se destacam os

métodos de alisamento exponencial e os modelos ARIMA (autoregressive

integrated moving average). A selecção dos modelos foi feita tendo por

base a análise visual da natureza do fenómeno e o conhecimento da

dinâmica do indicador em causa;

PARA ONDE

QUEREMOS IR?

QUE MUDANÇAS DESEJAMOS QUE

OCORRAM?

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

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ramenta para a definição das metas dos indicadores-mestre.

o PRSN, possam ser criadas as condições para que tal possa

ir a acontecer.

Portanto, apesar das limitações encontradas, essencialmente porque os

métodos de projecção foram aplicados a séries históricas curtas, as

metodologias estatísticas utilizadas na previsão são, sem dúvida, mais

uma importante fer

Por último, importa realçar que, tal como acontece para o PNS, o PRSN, apesar

de identificar e reconhecer a existência de diferenças significativas de género

para uma grande parte dos seus indicadores-mestre, não estabelece metas diferenciadas para homens e mulheres (excepto para os problemas de saúde

específicos de género, como é o caso do tumor da mama feminina). Espera-se

que, para o próxim

v

PARA ONDE

QUEREMOS IR?

QUE MUDANÇAS DESEJAMOS QUE

OCORRAM?

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Plano Regional de Saúde do Norte 2008-2010Definição das Metas

Indicador Unidade Local Sexo Meta PNS 2010

Último valor Projecções para o Norte 2010 Definição da Meta 2008-10Continente Norte Ano Valor Inferior Superior

MORTALIDADE

Mortalidade por doença cerebrovascular (I60-I69) antes dos 65 anos

/100000 indivíduos NUT II NorteHM 12,0 10,4 9,5 2006 8,8 8,3 9,2 9,0H 14,0 12,8 2006 9,9 8,1 11,6M 7,2 6,4 2006 4,5 2,9 6,1

Mortalidade por tumor maligno da traqueia, brônquios e pulmão (C33-C34) antes dos 65 anos

/100000 indivíduos NUT II NorteHM 12,1 13,2 2005 12,8 9,2 16,4 12,8H 20,5 22,7 2005 21,4 18,0 24,8M 4,4 4,6 2005 4,0 2,6 5,3

Mortalidade por tumor maligno da mama feminina (C50) antes dos 65 anos

/100000 indivíduos NUT II Norte M 10,0 11,1 9,5 2006 9,3 8,0 10,6 9,5

Mortalidade por tumor maligno do estômago (C16) antes dos 65 anos

/100000 indivíduos NUT II NorteHM 7,2 9,3 2005 7,7 6,2 9,2 8,0H 10,2 13,6 2005 11,6 9,6 13,7M 4,5 5,8 2005 4,1 2,7 5,5

Mortalidade por tumor maligno do cólon e recto (C18-C20) antes dos 65 anos *

/100000 indivíduos NUT II NorteHM 6,0 7,2 6,3 2006 6 5,2 6,8 6,3H 9,1 8,5 2006 8,3 7,7 8,9M 5,4 4,3 2006 4 2,8 5,2

Mortalidade por tumor maligno do colo do útero (C53) antes dos 65 anos *

/100000 indivíduos NUT II Norte M 2,0 2,0 1,7 2006 2,0 1,7 2,3 2,0

Mortalidade por doenças atribuíveis ao álcool (Anexo VI) antes dos 65 anos

/100000 indivíduos NUT II NorteHM 14,0 10,6 12,8 2006 11,5 9,9 13,0 12,0H 18,8 21,5 2006 19,2 15,9 22,5M 2,9 4,8 2006 4,4 2,7 6,0

Mortalidade por doença crónica do figado e cirrose (K70, K73-K74) antes dos 65 anos

/100000 indivíduos NUT II NorteHM 8,6 9,7 2005 8,0 7,5 8,5 8,0H 13,3 13,5 2005 10,7 7,6 13,8M 4,1 6,1 2005 6,2 4,4 8,0

Mortalidade por pneumonia (J12-J18) antes dos 65 anos /100000 indivíduos NUT II NorteHM 3,4 3,0 2005 1,3 0,9 1,8 2,3H 4,9 5,1 2005 1,8 0,9 2,8M 1,9 1,1 2005 1 0,3 1,7

Mortalidade infantil /1000 nados vivos NUT II Norte HM 2,6 3,4 3,6 2007 2,6 2,2 3,0 3,0

Mortalidade neonatal /1000 nados vivos NUT II Norte HM 2,1 2,0 2,1 2007 1,1 0,4 1,8 2,1

* Apesar de, segundo os critérios utilizados, a mortalidade por cancro do cólon e recto não ter sobressaído como uma das principais necessidades em saúde identificadas para a região Norte, foi decidido incluir este indicador nas metas para 2010, tendo em vista que, apesar do seu comportamento favorável em relação ao Continente, apresenta um valor superior ao estabelecido na meta nacional para o ano 2010 (PNS).

Em relação à mortalidade por cancro do colo do útero, apesar da sua evolução favorável, quer em relação ao Continente e à meta nacional estabelecida no ano 2010 (PNS), o comportamento ainda instável deste indicador aconselha a que, no próximo triénio, e face à sua grande vulnerabilidade, seja feito um esforço de consolidação dos ganhos em saúde já obtidos.

Plano Regional de Saúde do Norte

2008-20010

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Plano Regional de Saúde do Norte 2008-2010Definição das Metas

Indicador Unidade Local Sexo Meta PNS 2010

Último valor Projecções para o Norte 2010 Definição da Meta 2008-10Continente Norte Ano Valor Inferior Superior

MORBILIDADE

Taxa de incidência de tuberculose /100000 indivíduos ex-ARS Norte HM 29,9* 37,3 2006 29,0 22,8 35,1 31,6

Taxa de incidência de VIH/ sida /100000 indivíduos ex-ARS Norte HM 5,7* 5,7 2006 4,0 3,6 4,4 4,0

Percentagem de crianças com 6 anos livres de cáries % NUT II Norte HM 65,0 51,0 48,0 05/06 Em definição

Índice de CPOD aos 12 anos NUT II Norte HM 1,90 1,48 1,62 05/06 Em definição

DETERMINANTES DA SAÚDE/ FACTORES DE RISCOTaxa de nascimentos em mulheres com idade de risco (>=35 anos)

/100 nados vivos NUT II Norte HM 14,6 18,5 17,6 2007 19,6 18,9 20,4 19,6

Taxa de nascimentos pré-termo /100 nados vivos NUT II Norte HM 4,9 9,1 9,0 2007 Em definição

Taxa de crianças com baixo peso à nascença /100 nados vivos NUT II Norte HM 5,8 7,9 7,7 2007 Em definição

Percentagem de adolescentes escolarizados (2º e 3º ciclos) que consomem diariamente fruta e legumes

% NUT II Norte HM 44,0 2002 55,0

Percentagem de adolescentes escolarizados (3º ciclo) que consomem tabaco

% NUT II Norte HM 36,0 2006 30,0

Consumo de álcool NUT II Norte HMDa responsabilidade do Instituto da Droga e da Toxicodependência

Consumo de drogas (>20 anos) NUT II Norte HM

* valor de Portugal** DDD - Dose Diária Definida

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2008-2010

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

29 COMENTÁRIOS FINAIS Apesar deste primeiro Plano Regional de Saúde do Norte 2008-2010 procurar assentar na identificação das principais necessidades em saúde da região,

carece, como tem sido repetidamente afirmado ao longo do mesmo, de mais

informação, com qualidade, sobre morbilidade e sobre a carga global de doença

(“global burden of disease”), que permitiriam trazer ao de cima outro tipo de necessidades e problemas de saúde. Com o aumento progressivo da

esperança de vida nos países desenvolvidos, nos quais nos incluímos, embora os

dados de mortalidade continuem a ser os mais válidos e fiáveis e, também,

imprescindíveis, torna-se cada vez mais importante identificar quais os problemas

de saúde mais associados à incapacidade, deficiência e diminuição da esperança

de vida saudável (“healthy life expectancy”).

Ainda decorrente do aumento da esperança de vida e do envelhecimento das

populações que, tal como nos países desenvolvidos, se tem vindo a observar na

região Norte, para que possamos continuar a ter efectivos ganhos em saúde

importa identificar os grupos da população que, devido à sua vulnerabilidade,

apresentem necessidades em saúde especiais/ específicas. Para tal, importa

desenvolver ferramentas que permitam efectuar uma análise estratificada da

população da RN, de modo a que os referidos grupos ou “bolsas” e as

respectivas necessidades em saúde possam ser identificados e monitorizados.

Assim, um dos aspectos que importaria desenvolver no próximo PRSN seria o

das disparidades em saúde (“health disparities”), nomeadamente, através do

estudo da variação do estado de saúde da população da RN nos seus diferentes

grupos socioeconómicos. Dificuldade na estratificação da população da RN

segundo os referidos grupos, não nos permitiu desenvolver o tema das

disparidades em saúde. Contudo, ele encontra-se presente no actual PRSN, ao

serem apontadas diferenças de género, geográficas e segundo o ciclo de vida, na

identificação das principais necessidades em saúde.

“EM JEITO” DE

REFLEXÃO…

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

30

Portanto, pode-se dizer que este PRSN constitui um primeiro “esboço”, um

“quadro inacabado” daquilo que serão as principais necessidades e problemas

de saúde da região Norte. Contudo, pode-se quase adivinhar quais os “matizes”

que faltam a este “quadro de necessidades” da região, tendo em conta o perfil

epidemiológico dos chamados países desenvolvidos, nos quais nós nos

inserimos, nomeadamente: a saúde mental, a diabetes, as doenças dos aparelhos musculo-esquelético e articular e as infecções sexualmente transmissíveis, entre outros.

No que diz respeito às necessidades em saúde ambiental na região Norte, não

foi possível incluí-las neste PRSN porque não existem actualmente instrumentos

que efectuem a recolha sistemática da evidência que as permita identificar. No

entanto, consideramos que tal constitui uma lacuna que importa colmatar a curto/

médio prazo.

Por último, importa tecer alguns comentários acerca das opções metodológicas

de conteúdo e de forma tomadas na elaboração deste PRSN. Tais opções

basearam-se nos seguintes pressupostos:

No respeito pelo “estado da arte” procurando, contudo, incorporar nos

“velhos” conceitos do Planeamento clássico em Saúde “novas” práticas e

Perspectivas 44;

No reconhecimento de que o Planeamento em Saúde é um processo dinâmico e dialéctico, que tem que ser suficientemente flexível para se

adaptar ao constante evoluir do perfil epidemiológico das populações e

suficientemente ágil para poder cumprir a sua função eminentemente

instrumental de apoio à decisão (política e técnico-profissional) para a

ACÇÃO em Saúde;

Nos objectivos de comunicação que lhe devem estar associados.

“EM JEITO” DE

REFLEXÃO…

44 UNHS Health Scotland. Leap for health – Learning,

Evaluation and Planning. Health Scotland, Glasgow,

2003.

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-2010

31

O PRSN NÃO é:

Um instrumento de monitorização do estado de saúde ou de diagnóstico da situação de saúde da população da região Norte, embora assente na evidência apurada e produzida pelo mesmo (as ferramentas “Perfis de Saúde” e “Medir para Mudar” pretendem, respectivamente, cumprir essas funções e podem ser acedidas no site www.arsnorte.min-saude.pt) 45;

Um instrumento de monitorização/ avaliação dos programas de saúde em curso na região Norte (esse instrumento encontra-se em fase de elaboração), pelo que não inclui todos os indicadores de saúde possíveis (apenas os indicadores-mestre), nem indicadores de execução de programas (apenas indicadores de saúde, no seu sentido estrito);

Um “inventário” de todas as necessidades/problemas de saúde da região Norte (a priorização de necessidades em saúde permite ajudar a direccionar o planeamento da acção e a respectiva alocação de recursos), pelo que a priorização de alguns problemas de saúde não implica o “abandono” de programas dirigidos a outros problemas de saúde, cuja manutenção é considerada essencial para se manterem os ganhos em saúde já obtidos (como é o caso, por exemplo e entre muitos outros, do Programa Nacional de Vacinação);

Um “substituto” do Plano de Acção (uma das funções primordiais do PRSN é informar o Planeamento da Acção, que é, sobretudo, fruto de uma decisão política 46, que se pretende o mais baseada possível na evidência);

Um “substituto” do planeamento local (cada ACES e ULS deverá produzir o respectivo Plano Local de Saúde, enquadrado pelos Planos Nacional e Regional de Saúde) 47;

Um documento acabado (o planeamento em saúde é um processo dinâmico e dialéctico, pelo que exige cada vez mais a utilização de ferramentas suficientemente flexíveis e sensíveis à constante evolução da situação de saúde das populações e seus determinantes, bem como à participação de todos os seus intervenientes).

O QUE O PRSN NÃO É…

45 Assim, existem indicadores de saúde que,

apesar de não serem, actualmente, indicadores-mestre, se encontram sob monitorização (ex: taxa de

mortalidade por doença isquémica do coração).

46 Entendida no seu sentido mais estrito.

47 Existem necessidades em saúde não prioritárias a nível regional, que o são a

nível local. Espera-se que a iniciativa Perfis Locais de

Saúde possa contribuir para a criação de evidência que sustente essa identificação

e priorização de necessidades a nível local.

Iniciámos o actual PRSN, procurando definir “o que ele é”. Terminaremos este

mesmo PRSN, explicitando “o que ele NÃO é”.

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-20010

ANEXO I

Taxa de Mortalidade Padronizada pela idade: todas as idades e prematura Exemplo para as doenças cerebrovasculares

Sexo: ambos

Grupo etário: todas as idades

Análise das NUTSCódigo Local de Residência 2001 2002 2003 2004 2005 2001-2005 p -value

1 Continente 127,3 113,7 113,2 97,6 91,9 108,411 NUT II Norte 131,5 119,5 115,7 101,5 94,1 112,0 p <0,001

111 Minho-Lima 144,9 139,5 140,3 110,9 107,0 128,0 p <0,001

112 Cávado 136,6 113,1 113,3 111,0 93,7 113,1 p <0,05

113 Ave 141,9 126,0 124,8 100,0 97,7 117,4 p <0,001

114 Grande Porto 113,2 103,8 98,2 87,1 81,1 96,2 p <0,001

115 Tâmega 168,0 155,2 149,9 135,2 124,3 146,1 p <0,001

116 Entre Douro e Vouga 119,9 104,0 95,6 80,2 85,3 96,4 p <0,001

117 Douro 132,8 126,9 126,4 116,7 107,9 122,2 p <0,001

118 Alto Trás-os-Montes 124,9 109,4 106,6 94,7 81,1 103,0 p <0,05

Grupo etário: 0-64 anos

Análise das NUTSCódigo Local de Residência 2001 2002 2003 2004 2005 2001-2005 p -value

1 Continente 17,1 15,9 14,4 13,2 11,7 14,411 NUT II Norte 15,7 15,6 13,5 13,4 10,8 13,8

111 Minho-Lima 15,2 20,2 12,6 11,5 9,6 13,8112 Cávado 18,7 14,0 12,0 17,3 8,0 13,9113 Ave 14,8 15,8 12,5 14,0 10,8 13,5114 Grande Porto 13,2 14,9 12,1 12,8 9,9 12,6 p <0,001

115 Tâmega 19,7 19,9 14,7 15,5 13,8 16,7 p <0,05

116 Entre Douro e Vouga 13,8 14,0 9,9 5,5 8,5 10,2 p <0,001

117 Douro 21,0 15,6 23,1 16,0 17,8 18,7 p <0,001

118 Alto Trás-os-Montes 17,9 10,4 19,0 15,1 13,4 15,1

Fonte: DGS Tratamento dos dados: Unidade de Planeamento em Saúde do DSP da ARSN

O valor da taxa de mortalidade padronizada pela idade é estatisticamente inferior ao observado no ContinenteNão existem diferenças estatisticamente significativasO valor da taxa de mortalidade padronizada pela idade é estatisticamente superior ao observado no Continente

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-20010

ANEXO I

Taxa de Mortalidade Padronizada pela idade: todas as idades e prematura Exemplo para as doenças cerebrovasculares

Sexo: masculino

Grupo etário: todas as idades

Análise das NUTSCódigo Local de Residência 2001 2002 2003 2004 2005 2001-2005 p -value

1 Continente 139,1 125,5 123,5 108,0 102,1 119,311 NUT II Norte 144,2 132,1 128,4 113,4 106,2 124,4 p <0,001

111 Minho-Lima 149,2 154,1 138,0 107,4 109,7 131,1 p <0,01

112 Cávado 149,7 122,5 134,2 121,6 101,3 125,3113 Ave 145,6 135,0 138,0 121,4 106,2 128,7 p <0,01

114 Grande Porto 118,1 111,4 104,1 90,3 92,2 102,7 p <0,001

115 Tâmega 192,7 172,7 162,2 154,1 146,7 165,3 p <0,001

116 Entre Douro e Vouga 122,4 114,9 107,2 84,1 88,4 102,8 p <0,001

117 Douro 167,7 153,8 160,6 141,9 121,0 149,2 p <0,001

118 Alto Trás-os-Montes 147,2 122,3 127,9 121,9 101,9 124,0

Grupo etário: 0-64 anos

Análise das NUTSCódigo Local de Residência 2001 2002 2003 2004 2005 2001-2005 p -value

1 Continente 23,1 21,2 19,3 18,3 16,4 19,611 NUT II Norte 22,1 20,4 17,9 18,3 15,1 18,7

111 Minho-Lima 22,1 30,1 15,7 15,2 12,0 18,9112 Cávado 24,5 20,6 14,3 21,6 11,7 18,4113 Ave 19,2 21,2 14,6 20,7 16,5 18,4114 Grande Porto 18,1 18,8 15,7 16,3 13,6 16,4 p <0,001

115 Tâmega 29,2 24,7 24,8 21,7 19,8 24,0 p <0,01

116 Entre Douro e Vouga 17,6 21,3 16,2 7,6 14,4 15,3 p <0,05

117 Douro 36,3 18,8 28,0 24,4 20,8 25,8 p <0,01

118 Alto Trás-os-Montes 25,1 10,6 24,8 22,9 15,4 19,7

Fonte: DGS Tratamento dos dados: Unidade de Planeamento em Saúde do DSP da ARSN

O valor da taxa de mortalidade padronizada pela idade é estatisticamente inferior ao observado no ContinenteNão existem diferenças estatisticamente significativasO valor da taxa de mortalidade padronizada pela idade é estatisticamente superior ao observado no Continente

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-20010

ANEXO I

Taxa de Mortalidade Padronizada pela idade: todas as idades e prematura Exemplo para as doenças cerebrovasculares

Sexo: feminino

Grupo etário: todas as idades

Análise das NUTSCódigo Local de Residência 2001 2002 2003 2004 2005 2001-2005 p -value

1 Continente 117,4 103,9 104,5 88,7 83,4 99,211 NUT II Norte 121,3 109,4 105,9 91,8 84,7 102,2 p <0,01

111 Minho-Lima 140,7 128,2 140,7 111,2 104,3 124,6 p <0,001

112 Cávado 125,8 103,6 99,3 102,8 86,9 103,2113 Ave 137,5 117,7 115,0 82,8 89,7 107,8 p <0,001

114 Grande Porto 108,1 97,8 92,9 82,9 72,8 90,4 p <0,001

115 Tâmega 148,4 141,3 139,2 120,1 106,9 130,7 p <0,001

116 Entre Douro e Vouga 116,0 94,0 85,9 76,1 81,6 90,2 p <0,01

117 Douro 105,8 107,4 102,8 98,1 98,0 102,4118 Alto Trás-os-Montes 106,6 99,1 89,6 72,6 65,4 86,2 p <0,001

Grupo etário: 0-64 anos

Análise das NUTSCódigo Local de Residência 2001 2002 2003 2004 2005 2001-2005 p -value

1 Continente 11,7 11,1 9,9 8,4 7,4 9,711 NUT II Norte 10,0 11,2 9,5 9,0 7,0 9,3

111 Minho-Lima 9,4 12,2 10,3 8,4 7,6 9,6112 Cávado 13,4 8,0 9,9 13,3 4,8 9,8113 Ave 10,8 10,8 10,9 7,9 5,5 9,1114 Grande Porto 8,7 11,4 8,9 9,6 6,6 9,0115 Tâmega 11,1 15,4 5,5 9,6 8,2 9,9116 Entre Douro e Vouga 10,4 7,4 4,2 3,3 3,0 5,6 p <0,01

117 Douro 7,7 12,7 18,8 8,5 14,8 12,5118 Alto Trás-os-Montes 11,3 10,1 14,0 8,2 11,9 11,1

Fonte: DGS Tratamento dos dados: Unidade de Planeamento em Saúde do DSP da ARSN

O valor da taxa de mortalidade padronizada pela idade é estatisticamente inferior ao observado no ContinenteNão existem diferenças estatisticamente significativasO valor da taxa de mortalidade padronizada pela idade é estatisticamente superior ao observado no Continente

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-20010

ANEXO II

Mortalidade Proporcional por Género e por Ciclo de Vida na região Norte Exemplo para as doenças cerebrovasculares

2001 2002 2003 2004 2005 2001-2005 2001 2002 2003 2004 2005 2001-2005

nº 6377 6035 5942 5301 5096 28751 nº 468 475 412 419 346 2120

% 20,0 18,9 18,0 17,2 15,7 18,0 % 6,5 6,8 6,0 6,4 5,2 6,2nº 2734 2612 2570 2310 2237 12463 nº 311 295 260 272 229 1367

% 16,4 15,7 15,1 14,5 13,4 15,0 % 6,3 6,2 5,6 6,1 5,0 5,8nº 3643 3423 3372 2991 2859 16288 nº 157 180 152 147 117 753

% 23,8 22,5 21,0 20,1 18,1 21,1 % 6,9 8,1 6,8 7,1 5,7 7,0

2001 2002 2003 2004 2005 2001-2005

0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 0,10,9 1,2 0,8 0,8 0,7 0,96,3 6,6 6,0 6,9 6,0 6,417,4 17,0 16,0 16,8 15,3 16,575,3 75,1 77,0 75,3 77,9 76,1

2001 2002 2003 2004 2005 2001-2005

0,2 0,2 0,2 0,2 0,1 0,21,5 1,6 1,2 1,2 1,0 1,39,7 9,6 8,7 10,4 9,2 9,521,8 22,2 20,2 23,1 20,2 21,566,8 66,5 69,7 65,2 69,6 67,5

2001 2002 2003 2004 2005 2001-2005

0,0 0,1 0,1 0,1 0,0 0,00,5 0,8 0,6 0,6 0,5 0,63,8 4,3 3,9 4,3 3,6 3,914,1 13,1 12,8 12,0 11,4 12,881,6 81,7 82,7 83,1 84,5 82,6Se

xo F

emin

ino 5-24 anos

25-44 anos

45-64 anos

65-74 anos

>74 anos

Sexo

Mas

culin

o 5-24 anos

25-44 anos

45-64 anos

65-74 anos

>74 anos

Sexo

Ambos

Masculino

Feminino

65-74 anos

>74 anosAm

bos

Sexo

s 5-24 anos

25-44 anos

45-64 anos

Sexo

Ambos

Masculino

Feminino

EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR CICLO DE VIDA PARA AMBOS OS SEXOS, 2001-2005

EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR CICLO DE VIDA PARA O SEXO MASCULINO, 2001-2005

EVOLUÇÃO DA MORTALIDADE PROPORCIONAL POR CICLO DE VIDA PARA O SEXO FEMININO, 2001-2005

Mortalidade Proporcional por Ciclo de Vida

Mortalidade proporcional (todas as idades) Mortalidade proporcional prematura (0-64 anos)

MORTALIDADE PROPORCIONAL MÉDIA POR CICLO DE VIDA E POR GÉNERO, 2001-2005

0

20

40

60

80

100

5-24 anos 25-44 anos 45-64 anos 65-74 anos >74 anos

%

2001 2002 2003 2004 2005

0

20

40

60

80

100

5-24 anos 25-44 anos 45-64 anos 65-74 anos >74 anos

%

Ambos Sexos Sexo Masculino Sexo Feminino

0

20

40

60

80

5-24 anos 25-44 anos 45-64 anos 65-74 anos >74 anos

%

2001 2002 2003 2004 2005

0

20

40

60

80

100

5-24 anos 25-44 anos 45-64 anos 65-74 anos >74 anos

%

2001 2002 2003 2004 2005

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-20010

ANEXO III

Mortalidade Evitável Exemplo para as doenças hipertensivas e cerebrovasculares

Sexo: ambos

Análise das NUTS

mínimo máximo

11 NUT II Norte 2106111 Minho-Lima 144 151 95,4 80,5 112,4 RPM diminuída, mas não significativa112 Cávado 205 202 101,3 87,9 116,2 RPM aumentada, mas não significativa113 Ave 273 276 99,0 87,6 111,4 RPM diminuída, mas não significativa114 Grande Porto 714 776 92,0 85,4 99,0 RPM diminuída e significativa115 Tâmega 328 268 122,4 109,5 136,3 RPM aumentada e significativa116 Entre Douro e Vouga 121 160 75,5 62,6 90,2 RPM diminuída e significativa117 Douro 169 129 131,4 112,4 152,8 RPM aumentada e significativa118 Alto Trás-os-Montes 152 144 105,6 89,4 123,7 RPM aumentada, mas não significativa

Código Local de Residência O E RPM Intervalo de Confiança (95%) RPM - Índices de Significância

Sexo: masculino

Análise das NUTS

mínimo máximo

11 NUT II Norte 1356111 Minho-Lima 88 93 95,1 76,3 117,2 RPM diminuída, mas não significativa112 Cávado 128 130 98,3 82,0 116,9 RPM diminuída, mas não significativa113 Ave 179 179 99,9 85,8 115,7 RPM diminuída, mas não significativa114 Grande Porto 446 501 89,1 81,0 97,8 RPM diminuída e significativa115 Tâmega 227 174 130,7 114,3 148,9 RPM aumentada e significativa116 Entre Douro e Vouga 86 105 82,2 65,7 101,5 RPM diminuída, mas não significativa117 Douro 108 82 131,6 107,9 158,8 RPM aumentada e significativa118 Alto Trás-os-Montes 94 93 100,9 81,5 123,4 RPM aumentada, mas não significativa

Código Local de Residência O E RPM Intervalo de Confiança (95%) RPM - Índices de Significância

Sexo: feminino

Análise das NUTS

mínimo máximo

11 NUT II Norte 750111 Minho-Lima 56 56 100,1 75,6 130,0 RPM aumentada, mas não significativa112 Cávado 77 72 106,7 84,2 133,4 RPM aumentada, mas não significativa113 Ave 94 98 96,4 77,9 118,0 RPM diminuída, mas não significativa114 Grande Porto 268 276 97,1 85,8 109,4 RPM diminuída, mas não significativa115 Tâmega 101 95 106,5 86,7 129,4 RPM aumentada, mas não significativa116 Entre Douro e Vouga 35 56 62,1 43,2 86,3 RPM diminuída e significativa117 Douro 61 46 132,5 101,3 170,2 RPM aumentada e significativa118 Alto Trás-os-Montes 58 51 113,8 86,4 147,1 RPM aumentada, mas não significativa

Intervalo de Confiança (95%) RPM - Índices de SignificânciaCódigo Local de Residência O E RPM

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-20010

ANEXO IV

Lista das principais doenças evitáveis

Lista de doenças evitáveis CID 10 CID 9 Grupo Etário

sensíveis aos cuidados médicos

Infecções gastrointestinais A00-A09 001-009 0 a 14

Tuberculose A15-A19 010-018, 137 5 a 64

Cancro da mama C50 174 15 a 64

Cancro do colo e corpo do útero C53-C55 179-180, 182 15 a 54

Cancro do testículo C62 186 15 a 64

Doença de Hodgkin C81 201 5 a 64

Leucemias C91-C95 204-208 0 a 14

Cardiopatias reumatismais crónicas I05-I09 393-398 5 a 44

Doenças hipertensivas e cerebrovasculares I10-I15, I60-I69 401-405, 430-438 35 a 64

Doenças respiratórias J00-J99 460-519 1 a 14

Asma J45 493 5 a 49

Úlcera péptica K25-K28 531-534 15 a 64

Apendicite K35-K38 540-543 5 a 64

Hérnia abdominal K40, K45-K46 550-553 5 a 64

Colelitíase e colecistite K80-K81 574-575.1, 576.1 5 a 64

Mortalidade materna O00-O99 630-678

Anomalias congénitas, coração e vasos Q20-Q28 745-747 1+

Mortalidade infantil 0-1

sensíveis à promoção da saúde

Cancro da traqueia, brônquios e pulmões C33-C34 162 5 a 64

Cancro da pele (não melanomas) C44 173 5 a 64

Doenças isquémicas do coração I20-I25, I51.6 410-414, 429.2 5 a 64

Cirrose do fígado K70-K77 571 15 a 64

Acidentes de veículos a motor V02–V04, V09, V12–

V14, V19–V79 e V86–V89

E810-825 Todas as idades

Adaptado de Levêque e outros, 1999, pp.9

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-20010

ANEXO V

Mortalidade Proporcional (todas as idades) no Período 2001-2005

Grandes Grupos

Ambos os sexos

21,7%

34,4%

9,8%

21,8%12,4%

SSA Anormais

Tumores Malignos

D Aparelho Circulatório

D Aparelho Respiratório

Outras Causas

Sexo masculino

24,9%

29,9%

10,6%

11,4%

23,3%SSA Anormais

Tumores Malignos

D Aparelho Circulatório

D Aparelho Respiratório

Outras Causas

Sexo feminino

18,3%

39,2%

9,0%

20,1%13,4%

SSA Anormais

Tumores Malignos

D Aparelho Circulatório

D Aparelho Respiratório

Outras Causas

Causas Específicas

Ambos os sexos3,2%

3,9%

6,4%

18,0%

3,7%

61,6%

3,3%TM Traq Bronq Pulmão

TM Estômago

Diabetes Mellitus

D Isquémica Coração

D Cerebrovasculares

Pneumonia

Outras Causas

Sexo masculino

3,7%

3,0%

7,0%

15,0%

3,7%

62,4%

5,2%TM Traq Bronq Pulmão

TM Estômago

Diabetes Mellitus

D Isquémica Coração

D Cerebrovasculares

Pneumonia

Outras Causas

Sexo feminino2,6%

4,8%

5,8%

21,1%

3,7%

59,4%

2,6%TM Estômago

TM Mama

Diabetes Mellitus

D Isquémica Coração

D Cerebrovasculares

Pneumonia

Outras Causas

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-20010

ANEXO VI

Mortalidade Proporcional Prematura (0-64 anos) no Período 2001-2005

Grandes Grupos

Ambos os sexos

31,7%

15,6%

13,7%

28,5%

10,5%

SSA Anormais

Tumores Malignos

D Aparelho Circulatório

Causas Externas

Outras Causas

Sexo masculino

28,8%

15,9%

15,9%

11,6%

27,8% SSA Anormais

Tumores Malignos

D Aparelho Circulatório

Causas Externas

Outras Causas

Sexo feminino

15,1%8,3%

9,0%

29,8%37,7%

Tumores Malignos

D Aparelho Circulatório

D Aparelho Digestivo

Causas Externas

OutrasCausas

Causas Específicas

Ambos os sexos4,3%

5,2%

6,2%

5,4%

5,7%

67,4%

5,8% TM Traq Bronq Pulmão

TM Estômago

D Isquémica Coração

D Cerebrovasculares

D Fígado Cirrose

Acid Veículos Motor

Outras Causas

Sexo masculino

4,1%

6,1%

5,8%

5,3%

6,6%64,9%

7,1% TM Traq Bronq Pulmão

TM Estômago

D Isquémica Coração

D Cerebrovasculares

D Fígado Cirrose

Acid Veículos Motor

Outras Causas

Sexo feminino

8,4%

3,3%

7,0%

5,6%

3,7%

67,5%

4,6% TM Estômago

TM Mama

D Isquémica Coração

D Cerebrovasculares

D Fígado Cirrose

Acid Veículos Motor

Outras Causas

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-20010

ANEXO VII

Mortalidade Proporcional por Ciclo de Vida no Período 2001-2005

Grandes Grupos – Ambos os sexos

5-24 anos

11,4%

4,9%

51,1%

19,0%13,6%

SSA Anormais

Tumores Malignos

D Aparelho Circulatório

Causas Externas

Outras Causas

25-44 anos

13,1%

20,1%

24,1%

12,7%

30,0% SSA Anormais

Doenças Infecciosas

Tumores Malignos

Causas Externas

Outras Causas

45-64 anos

39,0%

19,5%

9,0%

23,0%

9,6%

SSA Anormais

Tumores Malignos

D Aparelho Circulatório

D Aparelho Digestivo

OutrasCausas

65-74 anos

30,9%

30,3%

8,4%

9,5%21,0%

SSA Anormais

Tumores Malignos

D Aparelho Circulatório

D Aparelho Respiratório

OutrasCausas

75 e mais anos

15,0%

42,5%

12,2%

16,2% 14,0%

SSA Anormais

Tumores Malignos

D Aparelho Circulatório

D Aparelho Respiratório

OutrasCausas

Causas Específicas – Ambos os sexos 5-24 anos

32,5%

64,8%

1,1%1,6%

D Cerebrovasculares

Pneumonia

Acid Veículos Motor

Outras Causas

25-44 anos

3,2%

6,0%

9,8%

74,6%

3,2%3,3%

TM Estômago

D Isquémica Coração

D Cerebrovasculares

D Fígado Cirrose

Acid Veículos Motor

Outras Causas

45-64 anos

5,2%

6,6%

8,0%

5,9%66,4%

7,9% TM Traq Bronq Pulmão

TM Estômago

D Isquémica Coração

D Cerebrovasculares

D Fígado Cirrose

Outras Causas

65-74 anos

4,7%

5,4%

7,8%

15,0%61,4%

5,6% TM Traq Bronq Pulmão

TM Estômago

Diabetes Mellitus

D Isquémica Coração

D Cerebrovasculares

Outras Causas

75 e mais anos

4,0%6,3%

23,2%

4,9%

59,3%

2,3% TM Estômago

Diabetes Mellitus

D Isquémica Coração

D Cerebrovasculares

Pneumonia

Outras Causas

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-20010

ANEXO VIII

Mortalidade Proporcional Evitável no Período 2001-2005

"Peso" (%) em todas as causas de morte

0 2 4 6 8 10 12

Mortes evitáveis

Mortes evitáveissensíveis aos

cuidados médicos

Mortes evitáveissensíveis à

promoção da saúde

%Ambos sexos Homens Mulheres

"Peso" (%) em todas as causas de morte prematuras (0-64 anos)

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Mortes evitáveis

Mortes evitáveissensíveis aos

cuidados médicos

Mortes evitáveissensíveis à

promoção da saúde

%Ambos sexos Homens Mulheres

“Peso” (%) das causas principais de morte evitável sensíveis aos cuidados médicos,

por género

Homens

7,5%

60,4%

23,0%

9,0%

Tuberculose

D Hipertensivas eCerebrovasculares

Mortalidade Infantil

Restantes

Mulheres

36,7%

8,4%30,4%

16,9%

7,6%

TM Mama (Feminina)

TM Colo e Corpo Útero

D Hipertensivas eCerebrovascularesMortalidade Infantil

Restantes

“Peso” (%) das causas principais de morte evitável sensíveis à promoção da saúde,

por género

Homens

25,4%

0,3%

22,2%23,8%

28,3% TM Traq Bronq Pulmão

TM Pele

D Isquémica Coração

Cirrose do Fígado

Acididentes de Viação

Mulheres

16,1%

0,6%

17,9%

36,3%

29,1% TM Traq Bronq Pulmão

TM Pele

D Isquémica Coração

Cirrose do Fígado

Acididentes de Viação

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Plano Regional de Saúde do Norte

2008-20010

ANEXO IX

Mortalidade por doenças atribuíveis ao álcool Lista das doenças incluídas

Lista de doenças evitáveis CID 10

Tumor maligno do lábio, cavidade oral e faringe C00-C14 Tumor maligno do esófago C15 Desordens mentais e comportamentais devido ao uso de álcool F10 Cardiomiopatia alcoólica I42.6 Doença do fígado alcoólica K70 Outras doenças do pâncreas K86 Envenenamento acidental por álcool não classificado noutro lugar X45

Fonte: Lista de doenças definidas pelo Alto Comissariado da Saúde (ACS).

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Saúde do Norte 2008-20010

ANEXO X

Projecções Efectuadas por Aplicação de Diferentes Métodos Exemplo para as doenças cerebrovasculares

Sexo:Idade:

Período DCer_P_HM PREV LI LS PREV LI LS PREV LI LS PREV LI LS PREV LI LS PREV LI LS94-96 23,095-9796-9897-99 20,398-00 18,799-01 17,100-02 16,001-03 14,902-04 14,203-05 12,604-06 11,9 11,5 12,3 11,8 11,4 12,3 11,3 10,4 12,2 11,5 10,3 12,7 11,3 10,6 12,0 11,5 10,6 12,305-07 11,0 10,7 11,4 10,9 10,5 11,4 10,1 8,5 11,6 10,3 9,0 11,6 10,0 9,1 11,0 10,1 8,6 11,606-08 10,3 9,9 10,6 10,2 9,7 10,6 8,8 6,6 11,0 9,1 7,6 10,5 8,8 7,6 9,9 8,9 6,4 11,307-09 9,5 9,2 9,8 9,4 9,0 9,9 7,5 4,6 10,4 7,9 6,3 9,4 7,5 6,1 8,8 7,6 4,1 11,008-10 8,8 8,5 9,1 8,8 8,3 9,2 6,3 2,6 9,9 6,7 5,0 8,4 6,2 4,7 7,7 6,3 1,7 10,8

best ETS(M,M) ETS(A,A) Holt-Winters CSSProjecções

Ambos0-64 anos

ARIMA(1,2,0)best ARIMA

0

2

4

6

8

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94-96 95-97 96-98 97-99 98-00 99-01 00-02 01-03 02-04 03-05 04-06 05-07 06-08 07-09 08-10

Forecasts from ETS(A,Ad,N)Forecasts from ETS(M,M,N)

DCer_P_HM

best ETS(M,M)

ETS(A,A)

Holt-Winters

CSS

best ARIMA

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