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19-01-2016

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19-01-2016

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Revista de Imprensa19-01-2016

1. (PT) - Jornal de Notícias, 19/01/2016, Governo repõe incentivos a bombeiros 1

2. (PT) - Correio da Manhã, 19/01/2016, Alerta para vigiar tosse convulsa 3

3. (PT) - Correio da Manhã, 19/01/2016, Mantêm orçamento 4

4. (PT) - Correio do Minho, 19/01/2016, Alojamento gratuito para médicos em Rio Caldo 5

5. (PT) - Destak, 19/01/2016, Portugal tem poucas camas e poucos apoios nos paliativos 7

6. (PT) - Público, 19/01/2016, Portugueses são dos que mais pagam do seu bolso por cuidados continuados 9

7. (PT) - Diário de Notícias, 19/01/2016, Combate às drogas. Antídoto para a overdose tem de chegar a maispaíses

10

8. (PT) - i, 19/01/2016, Único doente curado do VIH vem a Lisboa 11

9. (PT) - Destak, 19/01/2016, Alerta para salvar mais bebés 12

10. (PT) - Destak, 19/01/2016, Carteira Profissional vai facilitar trabalho na UE 14

11. (PT) - Público, 19/01/2016, Esgotados e pouco realizados: mais trabalhadores com sintomas de burnout 16

12. (PT) - Negócios, 19/01/2016, Líder do "cluster" da saúde admite que caso Bial afecta reputação do sector- entrevista a Joaquim Cunha

18

13. (PT) - Diário de Notícias, 19/01/2016, Bial é que devia dar o alerta, diz laboratório francês 21

14. (PT) - Público, 19/01/2016, Ensaios da Bial continuam apesar de morte em França 22

15. (PT) - Público, 19/01/2016, Português criou um Google Maps para o cérebro 24

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A1

Tiragem: 74126

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

Cores: Cor

Área: 15,82 x 24,32 cm²

Corte: 1 de 2ID: 62736948 19-01-2016

Voluntários terão apoio para equipamentos de proteção e meios operacionais

Voluntários Secretário de Estado anunciou que, além da reposição de benefícios,

vão ser criados novos. Isenção de taxas moderadoras pode ser hoje anunciada

Governo vai repor incentivos retirados aos bombeiros Joaquim Gomes sociedade@in pt

► O secretário de Estado da Admi-nistração Interna. Jorge Gomes, anunciou que vai ser reforçado "o voluntariado entre os bombeiros, repondo alguns incentivos que lhes foram retirados, e criando outros que sejam um estimulo e o reco-nhecimento da sua atividade". Jor-ge Gomes não quis adiantar quais os incentivos e benefícios a repor e a criar, até por estar agendada para hoje, em Lisboa, uma reunião com a Liga dos Bombeiros Portugueses, mas o IN sabe que, em cima da mesa, está o eventual regresso da isenção das taxas moderadoras do Serviço Nacional de Saúde, tanto nos hospitais como nos centros de saúde.

A contagem do tempo de servi-ço como bombeiros para efeitos de reforma. podendo voltar aos 25% e não os atuais 15%, é outra das hipó-teses. Mas Jorge Gomes não adian-tou quais serão as•primeiras medi-das. "Não quero concretizar, para já. nenhum desses incentivos. porque carecem de algum estudo e de al-gum cuidado, para não nos precipi-tarmos, nem criar falsas expectati-vas', diz. No entanto, adianta que "é ponto assente" que será reforçado "o voluntariado com esse tipo de medidas que apoiem e criem con-dições para que os bombeiros vo-luntários se vejam reconhecidos por toda a sociedade que servem".

Por outro lado, haverá a aposta -na formação continua dos bom-beiros, porque os incêndios são

uma tarefa ínfima a que são chama-dos a atuar, havendo ações como a sinistralidade rodoviária e as inun-dações', esclareceu Jorge Gomes. que falou ao IN durante a sua pri-meira visita, desde que tomou pose, a uma corporação de bombeiros, a dos Voluntários de Vila Verde.

'Os bombeiros são a primeira linha e a principal força da prote-ção civil, a nossa maior arma para o socorro e a assistência", desta-cou Jorge Gomes, explicando que o objetivo é "a dignificação da pró-pria imagem dos bombeiros, que

Contagem do tempo de bombeiro para reforma pode mudar

passará pela formação continua". O governante salientou que os

equipamentos de proteção indivi-dual serão 'um principio básico na atuação dos bombeiros' e que há disponibilidade para apoiar tam-bém na "aquisição de meios opera-cionais e na reformulação das ins-talações".

O Governo apoiará, se for esse o propósito de algumas corporações de bombeiros, agrupamentos ope-racionais entre os seus elementos, o que 'criaria dimensão e sinergias, bem como mais recursos e mais poupanças, em que todos sairiam a ganhar".

Jorge Gomes anunciou, ainda, que já reuniu com o seu colega dos Assuntos Fiscais, para tentar isen-tar de imposto de circulação as via-turas que fazem transporte de doentes. •

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Tiragem: 74126

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 20,83 x 11,85 cm²

Corte: 2 de 2ID: 62736948 19-01-2016

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A3

Tiragem: 142529

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 19

Cores: Cor

Área: 5,09 x 21,75 cm²

Corte: 1 de 1ID: 62737721 19-01-2016

114 CASOS

Vacinação previne doença

Alerta para vigiar tosse convulsa e Os 114 casos de tosse con-vulsa, confirmados labora-torialmente entre 2010 e 2014, levaram o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricar-do Jorge a alertar para a ne-cessidade de "monitorização constante" da doença, con-siderando que continua "um problema de saúde pública". A tendência crescente de

casos, refere o relatório, "foi igualmente observada atra-vés do sistema de Doenças de Declaração Obrigatória da Direção-Geral da Saúde".

Em Portugal, 108 dos 114 casos foram registados em bebés até 6 meses, quatro entre 1 e 2 anos e dois acima dos 13 anos. A tosse convulsa é uma das principais causas de morte no mundo, no âm-bito das doenças evitáveis pela vacinação. *AR

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A4

Tiragem: 142529

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 18

Cores: Cor

Área: 4,47 x 4,10 cm²

Corte: 1 de 1ID: 62737669 19-01-2016

HOSPITAIS MANTÉM ORÇASIENTO O orçamento para os hospi-tais deverá manter-se igual ao do ano passado. A propos-ta foi enviada aos administra-dores hospitalares. Ministro Adalberto Campos Feman-des não comentou a notícia.

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A5

Tiragem: 12000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 12

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Área: 15,34 x 31,07 cm²

Corte: 1 de 2ID: 62739042 19-01-2016

TERRAS DE BOURO| Redacção/Lusa |

Os médicos da extensão de saú-de de Rio Caldo, em Terras deBouro, dispõem de alojamentogratuito na freguesia, uma medi-da que visa contrariar as “enor-mes dificuldades” em encontrarinteressados em trabalhar empleno Parque Nacional da Pene-da-Gerês.

O presidente da Junta de RioCaldo, Serafim Alves, disse on-tem que, para já, o alojamentopara os médicos está disponívelnas instalações de que a Irman-dade de S. Bento da Porta Aber-ta dispõe, junto à basílica.

“Temos um médico do Portoque vem cá quatro vezes por se-mana e que já está a utilizar es-sas instalações”, acrescentou.

Sublinhou que, de outra forma,o médico teria de fazer, todos osdias, “uns 200 quilómetros” decarro, muitos deles por estradasde montanha, o que “é tudo me-nos apetecível” e acaba por setornar “extremamente desgas-tante”.

“É claro que ou se criam fortesincentivos ou os médicos optampor outros destinos, que fiquemmais perto e tenham melhoresacessos”, admitiu.

Foi nesse sentido que a Juntade Rio Caldo concertou com aIrmandade de S. Bento da PortaAberta uma solução “provisó-ria” para alojamento gratuito dosmédicos.

Entretanto, a Junta está a estu-

dar uma solução definitiva dealojamento, no rés-do-chão doposto médico da freguesia, queem breve deverá ficar devoluto.

Ali será criado um “apartamen-to” que os médicos poderão uti-lizar sempre que optarem porpernoitar na freguesia.

“Pode ser que funcione, masnão podemos desistir de criar ascondições necessárias para que apopulação da freguesia tenha as-sistência médica de qualidade eem tempo útil”, disse ainda Se-rafim Alves.

A extensão de saúde de RioCaldo tem 3.200 utentes inscri-tos, contando com uma médica“do quadro” e, desde há menosde um mês, com um outro médi-co que ali vai quatro dias por se-mana, em regime de prestaçãode serviços.

“Em finais de 2015, o médicoque cá tínhamos pediu paratransferência e foi para os Aço-res. A atual médica também jápediu transferência mas aindanão lhe foi concedida. Temos dearranjar maneira de os ‘prender’aqui”, rematou Serafim Alves.

DR

Freguesia do Gerês, em Rio Caldo, disponibiliza aos médicos alojamento gratuito para conseguir atendimento às populações

Freguesia no Gerês dá alojamento gratuito amédicos que lá trabalhamA FREGUESIA DO GERÊS disponibiliza aos médicos alojamento gratuitopara trabalharem lá no atendimento às populações.

“Pode ser que funcione,mas não podemos desistirde criar as condiçõesnecessárias para que apopulação da freguesiatenha assistência médica dequalidade e em tempo útil”.“Temos um médico do Portoque vem cá quatro vezespor semana e que já está autilizar essas instalaçõesdiponibilizadas”.

Serafim Alves,presidente da Junta

de Freguesia de Rio Caldo

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Tiragem: 12000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 7,06 x 2,74 cm²

Corte: 2 de 2ID: 62739042 19-01-2016TERRAS DE BOURO

ALOJAMENTO GRATUITOPARA MÉDICOS EM RIO CALDO Pág. 12

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A7

Tiragem: 70083

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 6

Cores: Cor

Área: 10,99 x 14,29 cm²

Corte: 1 de 2ID: 62736703 19-01-2016

Um País quasesem paliativosEstudo nacional confirmaque há poucas camas, hápoucos apoios e muitossem formação a prestareste tipo de cuidados.

Portugaltemamaiortaxadecui-dados continuados e paliativos

prestadosporpessoassempreparaçãonem qualificação, e uma das mais bai-xas taxas de cobertura de cuidadosprestadosporprofissionaisnaEuropa,revelaumestudodaEntidadeRegula-doradaSaúde (ERS).

Mashámais.Omesmorelatóriocon-firmaqueadespesapúblicaempercen-tagemdoPIBrelativaaoscuidadoscon-tinuadosemPortugalencontra-seabai-xo da média dos países europeus, em-boratenham vindo acrescer. Isso nãoimpede, no entanto, que na Organiza-çãodeCooperaçãoeDesenvolvimentoEconómico,Portugalsejaopaíscomamaiorparceladegastossuportadosdi-retamente pelos utentes (45%).

REDAÇÃ[email protected]

De acordo com aERS, mais de 90%dapopulação tem baixo acesso às uni-dades de internamento da rede nacio-nal de cuidados continuados integra-dos.Quantoaonúmerodecamasparasatisfazerasnecessidadesdecuidadoscontinuados e paliativos, este deveriaser de 14.640, mas nem metade destametafoiatingida.

Número de camas deveria ser de16.640, mas não chega a metade

CARLOS BARROSO/CM

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Tiragem: 70083

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 5,48 x 4,17 cm²

Corte: 2 de 2ID: 62736703 19-01-2016

Portugal tempoucas camase poucos apoiosnos paliativos

ATUALIDADE • 06

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A9

Tiragem: 32431

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 13

Cores: Cor

Área: 10,70 x 30,34 cm²

Corte: 1 de 1ID: 62737154 19-01-2016

Portugal tem a maior taxa de cuida-

dos continuados e paliativos presta-

dos por pessoas sem preparação nem

qualifi cação para tal — normalmente

familiares ou amigos que tratam das

pessoas em situação de dependência

sem remuneração — e uma das mais

baixas taxas de cobertura de cuida-

dos a cargo de profi ssionais, em toda

a Europa, revela um estudo elabo-

rado pela Entidade Reguladora da

Saúde (ERS). Intitulado Acesso, Qua-

lidade e Concorrência nos Cuidados

Continuados e Paliativos, o estudo

indica ainda que Portugal é, num

conjunto de países da OCDE, aque-

le cujos cidadãos mais pagam do seu

bolso este tipo de cuidados.

Outro indicador que deixa Portu-

gal mal posicionado prende-se com a

cobertura de cuidados não domicili-

ários. “Portugal tem a maior taxa de

cuidados domiciliários informais da

Europa, a menor taxa de prestação

de cuidados não domiciliários e uma

das menores taxas de cobertura de

cuidados formais, principalmente

em função da escassez de trabalha-

dores formais, que, segundo o In-

ternational Labour Offi ce, confi gura

uma limitação ao acesso a cuidados

continuados de qualidade”, conclui

a ERS.

Os cuidados informais são pres-

tados por alguém que reside com o

doente em situação de dependência,

normalmente um familiar ou uma

pessoa amiga, que faz esse trabalho

por altruísmo, sem remuneração.

Por outro lado, “tendo em consi-

deração um conjunto de países da

OCDE [Organização de Cooperação

e Desenvolvimento Económico],

Portugal é o país com a maior par-

cela de fi nanciamento out-of-pocket

[gastos suportados directamente pe-

los utentes nos casos em que nem o

serviço público nem o seguro priva-

do cobrem a totalidade] de cuidados

continuados (45%), sendo certo que

a maior parte do fi nanciamento total

resulta de contribuições da Seguran-

ça Social (51%)”.

Apesar de as estruturas de siste-

mas de cobertura universal de cui-

dados continuados terem começado

a ser promovidas em alguns países

europeus desde os anos 1940, em

Portugueses são dos que mais pagam do seu bolso por cuidados continuados

meados da década de 1990 a infra-

estrutura de cuidados continuados

em Portugal ainda era escassa, com

a maior parte dos cuidados a serem

domiciliários e informais, prestados

por um residente na mesma habita-

ção, sublinha a ERS.

O estudo revela também que a des-

pesa pública em percentagem do PIB

relativa aos cuidados continuados

em Portugal está abaixo da média

dos países europeus. No entanto, as

despesas públicas nesses cuidados

têm vindo a crescer a uma taxa supe-

rior à das despesas públicas totais em

saúde, acrescenta o regulador.

Das projecções realizadas acerca

da evolução da população idosa,

perspectiva-se que a procura por

cuidados continuados e paliativos

aumente nos próximos anos em

todos os países europeus, mas es-

pecialmente em Portugal, porque

a população idosa deverá crescer a

uma taxa mais elevada do que a do

total da União Europeia, devendo a

proporção de idosos chegar perto de

25%, até 2025, em Portugal.

O estudo permite ainda perceber

que mais de 90% da população por-

tuguesa tem um acesso reduzido às

unidades de internamento da rede

nacional de cuidados continuados

e as situações mais graves estão no

Norte e na Grande Lisboa. O número

de camas para satisfazer as necessi-

dades de cuidados continuados e pa-

liativos deveria ser de 14.640, mas

nem metade desta meta foi atingida,

sendo o caso dos cuidados de conva-

lescença o mais gritante, com 95%

dos portugueses a terem difi culdade

de acesso.

A investigação identifi cou “um

acesso baixo”, de 93% da população,

a todas as unidades de internamento

da rede. São consideradas as unida-

des de cuidados paliativos, de baixo

acesso para 81% dos portugueses,

as de convalescença, praticamente

inacessíveis para 95%, além das de

média duração e de longa duração.

Ainda assim, a ERS destaca que, em

2015, se verifi cou um aumento de

19% no número de unidades de in-

ternamento, por comparação com

2013. Nessa altura, o regulador iden-

tifi cou maior insufi ciência nos cuida-

dos paliativos. PÚBLICO/Lusa

Relatório

Cuidados continuados e paliativos ficam a cargo sobretudo de familiares e amigos, que fazem esse trabalho por altruísmo

Envelhecimento da população, sobretudo em Portugal, reforça importância dos cuidados continuados

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A10

Tiragem: 26084

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 21

Cores: Preto e Branco

Área: 25,50 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 1ID: 62736945 19-01-2016

Número de mortes está a aumentar entre jovens brancos americanos

Adrenalina salva Uma Thurman em Pulp Fiction CINEMA A viotóncia é o mote para o popular filma de droga acaba por se cruzar na narrativa. Numa das Quentin Tarantino, Pulp Ration, dele«. Retratando cenas, Mia (Uma Thurman) contunde heroína com co-as histórias de dois assassinos profissionais, o chefe caína e decide Inalá-la, tendo urna overdose. Vincará gcmgster, um pugilista pago para perder um comba- (Joim Tramita) e Lance (Eric Stoltz) acabam por sabá-ta a um casal assaltado num restaurante, o mundo da -Ia injetando-lhe adrenalina no coração.

Combate às drogas. Antídoto para a overdose tem de chegar a mais países Relatório. Substância tem sido usada apenas em experiências-piloto, mas observatório europeu da toxicodependência defende uso alargado

EUA Análise feita pelo jornal NewYork Times mostra cres-cimento das taxas de morta-lidade. Pobreza pode ser uma das causas

O número de mortes de jovens brancos norte-americanos provo-

1

cadas por overdoses está a aumen- tar. No sentido contrário, ataxa de mortalidade para jovens negros está a cair, indica uma análise feita pelo jornal NewYork Times a mais de 60 milhões de certidões de óbi-to registadas entre 1990 e 2014, nos EUA. Os dados mostram que esta geração de jovens adultos brancos entre os 24 e os 34 anos é a primei-ra desde a guerra do Vietname a ter taxas de mortalidade mais elevadas do que a geração anterior.

Entre 2009 e 2014, as taxas de mortalidade cresceram sempre, na população branca mais jovem. Com o crescimento aser bem mais acentuado - 23% - entre os menos qualificados do que entre os que têm ensino superior (onde a subi-da foi de 4%).

Os números referem-se a over-doses provocadas por drogas legais (medicamentos) e ilegais. Em 2014, a taxa de mortes entre os 25 e os 34 anos cresceu cinco vezes em relação a 1999, e triplicou entre os 35 e os 44

anos. Isto é surpreendente", disse, ao NewYork Times, Wilson Comp-ton, vice-diretordo Instituto Nacio-nal de Abusos de Drogas. "São au-mentos tremendos."

O aumento de suicídios e de overdoses por consumo de drogas parecem ter anulado os avanços da medicina para a maioria dos grupos etários entre a população branca. Com estas mortes a aproximarem--se das provocadas por doenças crónicas como doença cardíaca, sublinhou o epidenliologista lan Rockett. E não é só entre a geração mais jovem de caucasianos que a mortalidade está aumentar. O fenó-meno é transversal até aos 65 anos, e especialmente entre as mulheres.

As causas para este fenómeno são variadas. Do lado dos suicídios com drogas legais, as diferenças es-tão ligadas à menor prescrição de analgésicos à população negra por receio de que se tomem viciados ou os vendam. "Um preconceito que está a proteger estes pacientes", apontaAndrewKolodny, perito em abuso de drogas. O aumento do consumo de drogas na população branca parece dever-se à pobreza e exclusão social que afetam os me-nos qualificados. "Há pessoas cujas vidas são tão duras, que elas que-bram", resume Eileen Crimmins, professora de gerontologia.

ANABELA FERREIRA

Darás populações de risco um an-tídoto que pode salvar vidas em caso de overdose por drogas como a heroína é uma medida defendida pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA). Desta forma, preten-de-se evitar 6 a 8 mil mortes por ano na Europa. O antídoto cha-ma-se naloxona e já é distribuído em alguns países, mas apenas em experiências-piloto. Em Portugal, onde anualmente morrem 14 pes-soas por overdose, apenas as equi-pas de emergência médica têm acesso a esta substância.

No relatório Prevençclodemortes por overdose de opiáceos com nalo-xona para utilização no domicilio, o Observatório Europeu analisa a necessidade de haver maior dispo-nibilidade desta droga junto das populações de risco, bem como as vantagens de treinar essa popula-ção para administrar o medica-mento. Outro problema que tem impedido a maior disponibilidade desta droga "é a validade das am-polas, que é bastante curta", acres-centa João Goulão, presidente do

Serviço de Intervenção nos Com-portamentos Aditivos e nas De-pendências (SICAD).

Até agora, a Europa tem aposta-do numa distribuição da naloxona a nível experimental em algumas cidades da Dinamarca. Alemanha, Estónia, Irlanda, Itália, Inglaterra e Noruega e a nível regional em Es-panha (Catalunha) e no Reino Unido (Es- cócia e País de Gales). O antídoto, que rever-te a paragem respira-tória, é administrado a quem sofre uma overdose por pessoas que assistem ao epi-sódio (familiares ou outros consumidores de droga), sem necessidade de aguardar pelas equipas de socorro.

Um dos entraves ao alargamen-to desta resposta de emergência é precisamente a capacidade que as testemunhas de overdose têm para administrar a naloxona, uma vez que esta apenas está disponível na versão injetável. Porém, vai come-çar a ser testada nos EUA uma ver:. são inalávelque promete facilitar a administração e melhorar a segu-rança de todos os envolvidos.

Ainda assim, o Observatório chama a atenção para a necessida-de de retirar os entraves legais que podem impedir esta ajuda. No-meadamente a despenalização cri-minal para os consumidores que ajudem uma vítima de overdose. "Cada vida perdida por dia na Eu-ropa devido a uma overdose de

opiáceos vale todas os esforços para melho-rar a prevenção e a resposta", defende o diretor do EMCDDA Alexis Goosdeel, lem-brando que "capaci-tar quem assiste para responder com uma intervenção que salva

vidas é um passo importante para diversificar e equilibrar a resposta europeia às drogas". O Observató-rio sublinha ainda a necessidade de alargara sua distribuição, já que atualmente chega a menos de um terço dos 28 Estados membros.

Em Portugal, João Goulão refere que o problema não é dramático, mas admite a possibilidade de tor-nar a naloxona acessível à popula-ção de risco, uma vez que "se há uma solução para salvar vidas é sempre positivo urilizá-la".

Em Portugal, morrem, por ano,

14 pessoas por overdose

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A11

Tiragem: 16000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 13

Cores: Cor

Área: 4,80 x 8,66 cm²

Corte: 1 de 1ID: 62737451 19-01-2016

Único doente curado do VIH vem a Lisboa

LISBOA O único doente curado da infeção por VIII foi convida-do a participar nas Jornadas de Atualização em Doenças Infe-ciosas. Timothy Ray Brow foi o único doente curado da infe-ção por VIH e estará presente na 10.8 edição das Jornadas de Atualização em Doenças Infe-ciosas do Hospital Curry Cabral, nos próximos dias 28 e 29 de janeiro.

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Tiragem: 70083

País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

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Área: 10,46 x 25,49 cm²

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SAÚDE

Mortes que sepodem evitar

Têm sido muitos os avanços nesta matéria, mas não os suficientes

NOGWATER

Porcadamilpartosrealizados,porcá,em2014,3,7bebésnas-

ceram sem vida ou morreram naprimeirasemana.Foiassimhádoisanos,masnãoeraassimhá26,quan-do,noPaís,ataxaerade12,4.Ouan-tes ainda, em 1975 – os númerosapontampara31,8.Osdadosnãodei-xam dúvidas que muito mudou. Eparamelhor.Massegundoosespe-cialistasdabritânicaLondonSchoolofHygiene&TropicalMedicine,pu-blicadosnarevistaTheLancet,hou-veumaquebraglobalnestaredução,um problema que não é exclusivodos países menos desenvolvidos.

Em 2015, cercade 2,6 milhões debebés nasceram sem vida em todoomundo,qualquercoisacomo7.200pordia.Destes,ocorridosnoúltimotrimestredegravidezouapós28se-manasdegestação,metadetiveramlugar no parto. E embora 98% dassituaçõessejamlocalizadasnospaí-ses com menores rendimentos, asnações mais ricas não escapam.

CARLA MARINA [email protected]

Mortalidade perinatalnão está a diminuir aoritmo que devia, alertaestudo. É já problemade saúde pública.

Entre 2000 e 2015, revela o estu-doaqueoDestakteveacesso,amé-dia global de nados-mortos caiu de24,7 por mil nascimentos para18,4,oqueequivaleaumareduçãode2%.Apesardoprogresso,«estareduçãotem sido mais lenta do que paraamortalidadematerna(3%),neona-tal (3,1%) e de crianças menores decincoanos(4,5%)»,lê-senotrabalho.

Mas há outras novidades. Dadosde18paísessugeremqueosproble-mascongénitoscorrespondemape-nasaumamedianade7,4%dospar-tosdebebésemvida,oquedeitaporterraomitodequeestasmortessãoinevitáveis. Muitos dos problemasque a ela são associados, revela oestudo, podemser modificados.

Problema de saúde públicaOs investigadores não têm dúvidasque este tipo de mortalidade «é umimportante problema de saúde pú-blicanospaísescommaioresrendi-mentos», até porque «as reduçõesnestastaxasnãotêmacompanhadoasdamortalidadeneonatal».EPor-tugalédissoexemplo.Osdadosdis-poníveispara2014dãocontadeumataxademortalidadeperinatalde3,7por cadamil nascimentos, enquan-to a neonatal não vai além dos 2,1.Por isso, reforçam os especialistas,há forma de as baixar ainda mais.E muito trabalho afazer.

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Tiragem: 70083

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

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Área: 10,83 x 8,69 cm²

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ATUALIDADE • 06

Alertapara salvarmais bebésTaxa global demortalidade à nascença

continua alta, revela estudo. Especialistasfalam emproblema de saúde pública.

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Tiragem: 70083

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 5

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É mais fáciltrabalhar na UE

Não é um cartão de plástico nemocupaespaçonacarteira,maspro-

mete facilitar a vida aos enfermeirosresponsáveis por cuidados gerais, far-macêuticos,fisioterapeutas,guiasmon-tanhistasemediadoresimobiliáriosquequeiram exercer a sua profissão nou-tros países da União Europeia (UE).É que apartirde agoraestádisponívelaCarteiraProfissionalEuropeia(EPC),cortesia de um mercado que quer sercadavez mais único.

Trata-se de um certificado eletróni-co que reconhece as qualificações des-tesprofissionaisnoutrospaíses,tornan-do mais fácil a vida de quem queira irtrabalharparafora,sejadeformatem-porária ou permanente. Ao mesmotempo, salvaguarda os abusos, já queum mecanismo de alerta garante queos pacientes e os consumidores daUEsão protegidos adequadamente.

Para já, são apenas estas as profis-sõesquepodembeneficiardaCarteira.

CARLA MARINA [email protected]

Carteira ProfissionalEuropeia reconheceas qualificações dosprofissionais de váriasáreas sem burocracia.

MasaComissãoEuropeiagaranteque,em breve, a lista será ampliada, tendoemcontaosresultadosdestaprimeiraexperiência.

No entanto, sejam eles quais forem,a introdução da EPC e do mecanismode alerta são já um dos maiores feitosno que diz respeito àmodernização daDiretivadasQualificaçõesProfissionais,eliminando obstáculos aos princípiossubjacentes ao Mercado Único.

MAIOR RAPIDEZ

OS PRAZOS, no que respeitaao processamento daCarteira Profissional Euro-peia, variam consoante setrate de uma deslocaçãotemporária ou definitiva.No entanto, a promessa éque, depois de submetidostodos os documentos e deavaliadas as qualificações,a Carteira seja emitidano prazomáximo de trêsmeses, o que tornamaisrápido o processo.

NUNO ANDRÉ FERREIRA/CM

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

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Área: 5,27 x 3,62 cm²

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ATUALIDADE • 05

CarteiraProfissionalvai facilitartrabalho na UE

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A16

Tiragem: 32431

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 15

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MIGUEL MADEIRA

Mais de 87% dos inquiridos não se sentem recompensados

Sentir pouca realização pessoal no

que se faz e um “cansaço extremo”.

Experimentar um “aumento do ci-

nismo” na relação com os colegas,

uma espécie de desligamento “afec-

tivo-emocional em relação às tarefas

e ao trabalho”. Acumular stress há

muito tempo. Tudo isto caracteriza

o burnout — expressão usada pelos

especialistas para falar de “esgota-

mento”. E o número de trabalha-

dores que apresentam sintomas de

“esgotamento”, tal como ele aqui é

defi nido, subiu em 2014/2015 para

17,3%, segundo um estudo.

Mas são muito mais os que estão

em risco. Quase metade de quase

5000 trabalhadores inquiridos (48%)

“estão submetidos a situações com

elevado potencial de desenvolver

burnout”, diz João Paulo Pereira,

presidente da direcção da Associa-

ção Portuguesa de Psicologia da Saú-

de Ocupacional.

Em 2014, o coordenador do Baró-

metro de Riscos Psicossociais, “que

Esgotados e pouco realizados: mais trabalhadores com sintomas de burnout

Cerca de 45% das entrevistas fo-

ram feitas na rua e 55% em insti-

tuições que foram contactadas ou

que solicitaram a avaliação, explica

o também consultor da Mastering

Jobs & People, grupo “especializado

em Comportamento Humano e Or-

ganizacional”, detentor dos direitos

do barómetro.

Os resultados “mostram uma evo-

lução negativa na exposição aos fac-

tores de risco” — factores estes que

vão da percepção do reconhecimen-

to fi nanceiro e social pelo trabalho,

à sobrecarga de tarefas, para dar

dois exemplos. Alguns dados: há

mais situações de stress. Em 2013,

eram relatadas por 62% dos inquiri-

dos. “Neste momento temos 86,1%”,

continua.

O sentimento de não reconheci-

mento também ganhou espaço. Em

2013, aproximadamente 73% dos in-

quiridos não se sentiam recompen-

sados, “agora estamos nos 87,41%”.

Esta área, do reconhecimento fi -

nanceiro e social que se recebe pela

contribuição que se tem no trabalho,

“comporta a remuneração propria-

mente dita, os prémios de produti-

vidade, o reconhecimento de perfor-

mance por parte das chefi as, colegas

e outros que sejam importantes na

vida do trabalhador”, explica João

Paulo Pereira. Que nota que “um sis-

tema de remuneração signifi cativo,

e que cumpra de forma integrativa

visa fazer o reconhecimento sobre

a evolução dos riscos psicológicos,

físicos e de efi ciência das organiza-

ções”, levou o seu primeiro Relatório

de Avaliação de Perfi l de Risco Psicos-

social — A Gestão de Pessoas e Organi-

zações Saudáveis a várias comissões

parlamentares. Para explicar aos

deputados que se estava a observar

uma degradação “assustadora” dos

indicadores de bem-estar no mundo

laboral.

Esse estudo, então noticiado,

baseava-se em inquéritos a 38.719

trabalhadores portugueses, feitos

entre 2008 e 2013, e mostrava, por

exemplo, que a percentagem dos

que se encontravam num estado de

burnout/esgotamento passara de 9%,

em 2008, para 15%, em 2013.

Agora, a taxa superou os 17%. Até

que ponto é grave? “A distribuição

tida como normal” seria 7% a 9% de

trabalhadores naquela situação, diz

ao PÚBLICO, por escrito, o coorde-

nador.

Stress e reconhecimentoEntre 2014 e 2015, foram inquiridas

4729 pessoas, tendo em considera-

ção três áreas: Saúde, Educação e

Serviços, com percentagens de in-

quiridos idênticas, 33,3%, para cada

área, tanto no sector público como

no privado. Menos pessoas do que

no estudo anterior, mas perguntas

idênticas.

EstudoAndreia Sanches

Inquérito a 5000 trabalhadores: há mais a relatarem stress e a sentirem que não são devidamente compensados

e abrangente o que foi enumerado,

contribui para o desempenho e pro-

porciona indicações claras de quais

são os valores da organização”.

Os autores avaliaram mais as-

pectos: qual “a capacidade do tra-

balhador de se sentir envolvido na

instituição e com as tarefas que nela

desenvolve”? Com que “energia” ca-

da colaborador se sente “para conse-

guir ter ‘disponibilidade’ e força pa-

ra o desempenho das tarefas”? Há,

aos olhos do trabalhador, justiça na

sua empresa? — “A justiça comunica

respeito para com os membros de

organização”. Partilha ele dos va-

lores da organização? — “Sendo os

valores um aspecto importante para

o sucesso organizacional e dos seus

membros, urge que se descubram as

congruências entre eles, de forma a

que o sentimento de identifi cação

das pessoas com as organizações, e

o consequente desenvolvimento de

engagement, satisfação e redução de

riscos, possam ser uma realidade.”

Apostar na prevençãoPorque piorou o bem-estar dos tra-

balhadores? Por um lado, a realida-

de sócio-económica das pessoas e

famílias portuguesas não sofreu

“melhorias consideradas por elas

como signifi cativas”, diz. Depois,

“a realidade do mercado de traba-

lho, seja no sector público, seja no

sector privado, não teve, de forma

clara, um processo que fosse visto

como algo que pudesse sustentar

uma evolução positiva no futuro”.

Para além disso, pouco foi feito ao

nível da “prevenção e minimização

destes riscos”, ao contrário do que

tinha sido recomendado no estudo

de 2014 — e o consultor faz questão

de sublinhar que, havendo “vontade

das empresas e do regulador”, uma

intervenção junto dos trabalhadores

tem resultados.

É também preciso “que a lei se

cumpra”, nota, para “assim preve-

nir a exposição dos trabalhadores

àqueles que são considerados os fac-

tores de potencial desenvolvimento

de risco”. E as organizações devem

ter planos de acção e desenvolver

“acções formativas e de interven-

ção nas áreas da Saúde Segurança

e Higiene no trabalho, na vertente

comportamental e na de desenvolvi-

mento de competências específi cas

à função”.

Para já, os dados apurados dizem

isto: 72% do total dos funcionários

públicos e 69% dos do sector privado

apresentam uma exposição elevada

aos factores de risco considerados

neste barómetro. Página 16

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 48

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Corte: 2 de 2ID: 62737215 19-01-2016

Número dos que apresentam sintomas de “esgotamento” subiu para 17,3% p15

Pouco realizados e esgotados: há mais trabalhadores assim

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

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Corte: 1 de 3ID: 62736810 19-01-2016

JOAQUIM CUNHA DIRECTOR DO HEALTH CLUSTER PORTUGAL

"(,,questão reputacional para Portugal fica amplificada" O director executivo do Health Cluster Portugal, que é presidido pelo "chairman" da Bial, admite que as ondas de choque que chegam de França criem prejuízo reputacional para o sector nacional da saúde.

Correio da Manha

RUI NEVES

ruineves(

Opólo português de competitividade da saúde, que duplicou as exportações nos últi-

mos seis anos, teme agora que o sec-tor seja contaminado pelo risco re-putacional da Bial, na sequência dos problemas da maior farmacêutica nacional com os ensaios clínicos em França. Entrevista com Joaquim Cunha, director executivo do Health Cluster Portugal, organização que é presidida por Luís Portela, presiden-te da Bial.

Como vê o que está a acontecer

com os ensaios clínicos da Bial

em França?

Naturalmente com preocupa-ção, mas penso que todas as autori-dades que têm vindo a intervir no as-sunto estão a dar os sinais adequa-dos - quer o ministro português da Saúde, quer a ministra francesa da Saúde. De facto, é algo que é preocu-pante - tanto quanto sei, as entida-des de ambos os países, a empresa e o laboratório envolvidos estão a pro-curar encontrar as cansas. Mas isto não pode pôr em causa toda esta ac-tividade.

A Bial é uma espécie de porta--aviões do Health Cluster Portu-

gal, que é presidido pelo "chair-

man" da maior farmacêutica

nacional. Reconhece que o im-pacto deste acontecimento no

sector português da saúde po-

derá ser avassalador?

Eu não diria avassalador. Estas

coisas têm sempre impacto, mas penso que ainda é cedo para poder-mos tirar alguma conclusão nesse sentido. Mas todos preferiríamos

que estas coisas não tivessem acon-tecido, desde logo a empresa em questão. Penso que temos de ter aqui uma visão de contenção dos danos, se é que é possível ter.

Mas sabe-se que este tipo de si-

tuações costuma ter graves efei-

tos reputacionais...

Neste momento não consigo an-tever qual pode ser esse impacto. Es-

tou agradado com a forma como os diferentes responsáveis, quer do lado português quer do lado francês, têm vindo a reagir a este processo -com preocupação, com responsabi-lidade, com a noção de que é preciso perceber° que é que aconteceu, que

é preciso encontrar as causas. Mas sem alaridos, sem alarmes excessi-vos, e isso parece-me que é uni bom sinal. De facto, nesta área da saúde a questão reputacional é essencial - e, se calhar, para um país mais peque-no como Portugal, ainda fica ampli-ficada.

Uma das missões do Health

Cluster é promover a imagem

do sector português da saúde a

nível internacional. O que é que

pode fazer para conter os efei-

tos nefastos deste caso?

A questão da melhoria da ima-gem do sector português da saúde nos mercado externos é, de facto,

um dos principais focos do Health Cluster, mas temos de falar em abordagens integradas e globais. No caso concreto, muito pouco

pode fazer, além da solidariedade que obviamente está presente pe-rante esta situação. Mas não vejo como o Health Cluster possa aju-

"Temos de ter aqui uma visão de contenção dos danos, se é que é possível ter."

"Para um país mais pequeno como Portugal, a questão reputacional fica amplificada."

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

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Corte: 2 de 3ID: 62736810 19-01-2016

Sergio Azenha/Sábado

O trágico acidente da portuguesa Bial que correu mundo

RAPO-X

Exporta o dobro de há seis anos

A crise económica e as medidas de austeridade aplicadas em Por-tugal obrigaram as empresas na-

cionais do sector da saúde a vira-rem-se para o exterior. Resulta-

do: as exportações de produtos relacionados com a saúde deve-rão ter batido um novo máximo em 2015: mais de 1.2 mil milhões

de euros, cerca do dobro do valor registado há seis anos. De acordo com a análise do Health Cluster Portugal (HCP), a maioria dessas exportações refere-se a medica-mentos, mas também incluem dispositivos médicos ou cirúrgi-cos e produtos químico-farma-cêuticos. O HCP reúne cerca de

160 associados. incluindo institui-ções de I&D, universidades, hos-

pitais, organizações da socieda-de civil, e empresas das áreas far-macêutica, biotecnologia, tecno-logias médicas e serviços.

dar numa situação como esta.

Mas reconhece que o proble-ma reputacional poderá alar-gar-se a todo o sector portu-guês da saúde... Não sei... À primeira vista, sim.

Tendo em conta a forma como o assunto tem vindo a ser tratado, aos mais diferentes níveis, quer da parte francesa quer da portugue-sa, penso que pode haver aqui al-guma contenção, que seria obvia-mente benéfica para todo o sector português. Porque a questão repu-tacional é isto mesmo: é a imagem que temos independentemente do que lhe está subjacente.

Qual é o grau de importância da Bial no Health Cluster Por-tugal? Mais do que no Health Clus-

ter, a sua importância [é] em toda a cadeia de valor da saúde. Usou a expressão de "porta-aviões", que é uma expressão feliz - é inques-tionavelmente uma das empresas de referência. que tem vindo a crescer de forma sustentada, nos

mercados externos, e sobretudo porque catalisa a boa relação en-tre a academia e a indústria. É. por excelência, um caso muito interes-sante de valorização do conhec mento, que no nosso país é forte nesta áreadas ciências da saúde. É claro que quando somos confron-tados com uma situação destas... Estas coisas são terríveis...

Quanto é que o sector da saú- de exportou no ano passado? Ainda não temos os números

fechados relativamente a 2015. mas as exportações deverão ter ul-trapassado os 1,2 mil milhões de euros, o que representa um cres-cimento na casa dos 6% em rela-ção ao ano anterior. E a nossa meta é chegar aos 2 mil milhões no final da década, para uma facturação global da ordem dos 3 mil milhões de euros.

Mesmo a acontecer casos como o que envolve a Bial em França? Se os deuses estiverem do nos-

so lado! Se não houver muitos casos como este. Sem qualquerdesrespei-to por essa situação, estou conven-cido de que isto tenderá a ser absor-vido pela dinâmica que o sector está a ter, a não ter um efeito negativo na sua evolução positiva.

Já falou com Luís Portela [pre-sidente do Health Cluster Por-tugal)? Ainda não. SI

A notícia correu mundo tanto em publ icações especializadas em medicamentoscomo nos princi-pais títulos internacionais, do Guardian ao New York Times, passando pela imprensa france-sa, país onde decorreram os tes-tes clínicos de uma molécula em estudo pela farmacêutica portu-guesa Bial, que resultaram na morte de um paciente e possíveis danos cerebraiS irreversíveis noutros quatro.

Ajustificar a atenção interna-cional está a gravidade das conse-quèncias do teste conduzido pela

empresa francesa Biotrial, mas também o facto de em testes des-ta natureza serem raros os aci-dentes tão graves, dizem especia-listas ouvidos por várias publica-ções.

Com pouca informação ain-da disponível, a revista Forbes tenta explicar o desastre. A Bial, liderada por António Portela es-tava a testar um produto quevisa reduzir a ansiedade e dores ac-tuando sobre receptores neuro-nais (os mesmo que são activados pela canábis, por exemplo), co-nhecidos como inibidores da hi-drol:ise de amida de ácido gordo. A descrição partilhada com os pa-cientes que participaram no es-tudo é a de que o medicamento

rvi para "o tratamento de vá- rias condições médicas da ansie-dade à doença de Parkinson. mas também para o tratamento de

dor crónica de esclerose, cancro,

hipertensão ou tratamento de obesidade".

Na escala de testes clínicos, os testes clínicos de "Fase 1" são os priineiros que envolvem huma-nos - acontecem já depois de os produtos terem sido experimen-tados em animais - e visam tes-tar não a eficácia, mas a seguran-ça do medicamento através de doses crescentes (seguem-se três outras fases que analisam eficá-cia e alargam população visada). Os pacientes deste teste recebe-ram L900 euros para participa-rem, relata a Bioworld.

Os testes começaram em Ju-lho, contando com 90 vol untá-rios. O acidente ocorreu com seis dos pacientes que aceitaram par-ticiparem doses crescentes a par-tirde 7de Janeiro. A l0 de Janei-ro surgiram os primeiros proble-mas num dos pacientes, segui-ram-se os outms• e a Ilde Janei-ro o teste foi suspenso. Os testes terminariam a I de Fevereiro.

Na revista Bioworld, um títu-lo da especialidade", escreve-se que "qualquer que seja o resulta-do da investigação, é claro neste momento que os testes pré-clíni-cos de toxicidade conduzidos pela Bial foram tragicamente inade-quados. Os modelos em animais foram incapazes de prever os efeitos desastrosos que os volun-tários experimentaram." ■

RUI PERIM JORGE

TOME NOTA

Autoridades investigam testes da Bial

Ensaio com tármaco feito no labo-ratório Biotrial em França, e que vitimou um dos voluntários, está a ser alvo de três investigações. Ministra francesa da Saúde espe-ra conclusões até ao fim do mês.

PACIENTES AFECTADOS SÃO TODOS HOMENS Os doentes são homens entre os 28 e os 49 anos. Participavam na fase

1 do estudo, que contou com um to-tal de 109 voluntários, 90 dos quais receberam o composto experimen-tal. Os restantes tomaram um pla-

cebo. Os internados terão sido o grupo que recebeu a dose mais ele-vada. Para este voluntariado, uma

semana completa de teste era re-munerada com um pouco mais de

mil euros, segundo a Lusa.

ESTADO DOS CINCO INTERNADOS MELHORA O estado dos cinco voluntários ain-da hospitalizados na sequência do ensaio clínico melhorou, segundo um comunicado do hospital de Ren-nes. No fim-de-semana outros 18 voluntários foram examinados, sem que tenham sido detectados pro-blemas, segundo a mesma fonte.

MINISTRA DIZ QUE TESTES PROSSEGUEM

A ministra francesa da Saúde, Mari-sol Touraine, afirmou esta segunda-feira não haver razões para parar os ensaios clínicos da Bial em França. "Precisamos de saber o que aconte-ceu, mas não há nenhuma razão para se interromperem os ensaios clíni-cos". Entretanto, decorrem três in-vestigações, uma das quais judicial, sobre o incidente. A ministra quer conclusões "até ao final do mês".

PRESIDENTE DA BIAL ASSUME-SE "CHOCADO" Afirmando estar "profundamente chocado" com a morte do voluntá-rio que participava nos testes, o presidente executivo da Bial, Antó-nio Portela, adiantou que ainda há muitas dúvidas sobre o sucedido. E que as equipas da farmacêutica em Portugal e França estão a "traba-lhar incansavelmente" para perce-ber o que correu mal.

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País: Portugal

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Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 1

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Corte: 3 de 3ID: 62736810 19-01-2016

Líder do "cluster" da saúde admite que caso Bial afecta reputação do sector

EMPRESAS 8 e9

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País: Portugal

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PEDRO SOUSA TAVARES, JOANA CAPUCHO e DIANA MENDES

A ministra da Saúde francesa, Ma-risol Touraine, admitiu que "teria sido apreciado" um "alerta mais rá-pido" sobre o acidente nos ensaios clínicos de um produto da portu-guesa Bial, do qual resultou um morto, com cinco homens ainda hospitalizados. O recado, deixado numa entrevista à estação de rádio da rede RTL, foi entendido pela im-prensa francesa como sendo diri-gido à Biotrial, cujos laboratórios conduziram os ensaios. Mas o dire-tor desta, mesmo desd ra matiza n -do a questão, acabou por transferir eventuais responsabilidades para a farmacêutica Portuguesa.

"A regulamentação diz que cabe ao promotor [dos ensaios' Bial a responsabilidade de prevenir as autoridades de saúde", disse Fran-çois Peaucelle à imprensa local, acrescentando depois que da par-

te da Biotrial "tudo foi feito confor-me as regras" e que os contactos com a Agence Nationale de Sécu-ri té du Médicament et des Produits de Santé -a autoridade farmacêu-tica do país-foram iniciados "sem demoras, na quarta-feira à tarde".

Seis dos 198 participantes do en-saio clínico em causa foram hospita-lizados no início da semana passada. Um dos doentes acabou por morrer no domingo, enquanto os restantes já apresentavam ontem melhorias, de acordo com o hospital de Rennes, onde foram internados. A ministra francesa só terá sido informada do sucedido na quinta- -feira. E, à FUT, disseque as primeiras informações recebidas da Biotrial eram inconclu-sivas, deixando em aberto a hipóte-se de o homem que inspirava mais cuidados ter sido vítima de um aci-dente vascular cerebral, e não asso- • dando imediatamente o seu caso à tomado medicamenta

A este respeito, François Peau - celle defendeu que as informações

MARISOL TOURAINE

"Um problema inédito em França" >A ministrada Saúde francesa, Marlsol Touraine, admitiu ontem que o sucedido no en-saio clínico de uma molécula experimental desenvolvida pela Bial foi "um problema maior, maciço e inédito em França". Ainda assim, em en-trevista à rádio RTL, afastou o cenário de suspender preven-tivamente todos os testes de medicamentos experimen-tais que estão a decorrer em França. "Devemos com-preender o que se passou mas nada justifica que se inter-rompa a realização desses en-saios", disse. lá em relação ao sucedido, está a ainda a decorrer um Inquérito.

disponibilizadas pela Biotrial "com-pletavam evidentemente aquela que relevava nos termos regula-mentares do promotor do ensaio, o laboratório Bial", sem esclarecer se a empresa portuguesa disponibili-zou essas informações.

O DN contactou a Biotrial, ten-do ficado a aguardar um telefone-ma de resposta do departamento de comunicação da empresa que não aconteceu até ao fecho desta edição. Nem a assessora de comu-nicação da Bial nem o presidente da empresa, Amónio Portela, aten-deram ontem os telefonemas do DN. Na semana passada, a Biotrial tinha descrito a Bial como um "la-boratório sério, reconhecido", com o presidente da farmacêutica por-tuguesa. António Câmara, a mani-festar-se "profundamente choca-do" com a morte de um voluntário.

4021 menores em ensaios Dos 27 166 ensaios clínicos que de- correm atualmente na União Eu-

ropeia (UE), perto de 15% - 4021 correspondentes a 4075- envol-vem menores de 18 anos.

Tal como o DN noticiou neste domingo, a Comissão de Ética para a Investigação Clínica (CEIC), o or-ganismo que controla em Portugal a segurança dos participantes em ensaios clínicos, aprovou no final do ano passado um documento no qual estabelece que as crianças com mais de 5 anos passem a ser ouvidas e até a ter de concordar com a realização de testes a novos medicamentos pediátricos.

As recomendações surgiram depois de as farmacêuticas terem passado a ser obrigadas a apre-sentar um Plano de Investigação Pediátrico (PI P) para os medica-mentos que querem introduzir no mercado, em 2008, o que fez au-mentar substancialmente os tes-tes de fármacos em crianças. Atualmente, decorrem 4021 na União Europeia. Só no ano passa-do, o Comité Pediátrico da Agên-cia Europeia do Medicamento aprovou 70.

Em 2015, o comité aceitou, ain-da, 48 pedidos de isenção de en-saios em pediatria, que tem como base critérios de eficácia, seguran-ça, aplicabilidade. Isto quer dizer que se a doença não ocorrer em crianças, se não estiverem garanti-das as questões de segurança ou já existir resposta adequada no mer-cado, por exemplo, será dada essa isenção. No entanto, três destes pedidos foram reprovados, o que obriga as farmacêuticas a realizar os testes na área pediátrica.

Bial é que devia dar o alerta, diz laboratório francês Ensaios clínicos. Ministra da Saúde francesa disse que teria apreciado aviso mais rápido sobre acidente que fez um morto. Empresa diz que cabia à farmacêutica portuguesa fazê-lo

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DAMIEN MEYER/AFP

Ensaios clínicos da Bial continuam depois de morte de participante

Centro Hospitalar de Rennes confirmou melhoria do estado de saúde dos cinco participantes

Apesar da morte de um dos partici-

pantes, a ministra da Saúde francesa,

Marisol Touraine, considerou não ha-

ver razão para parar os ensaios clíni-

cos de uma nova molécula da farma-

cêutica portuguesa Bial em França.

“Precisamos de saber o que aconte-

ceu, mas não há nenhuma razão para

se interromperem os ensaios clíni-

cos”, disse ontem numa entrevista à

rádio RTL, depois de na véspera ter

sido declarado o óbito do voluntá-

rio dos ensaios que estava em morte

cerebral desde a semana passada.

A ministra descreveu uma situa-

ção “inédita em França” e sugeriu

ter sido tardiamente informada. “Um

alerta mais rápido teria sido aprecia-

do”, disse Marisol Touraine, avisada

para a situação na quinta-feira, que

envolveu também riscos noutros

cinco voluntários hospitalizados na

semana passada.” Perante um acon-

tecimento tão grave, esperávamos do

laboratório que se manifestasse mais

rapidamente junto das autoridades

de saúde.”

José Cunha e Vaz, professor emé-

rito de Oftalmologia da Universidade

de Coimbra, entende a decisão da

ministra de não interromper os en-

saios, porque atribui o acidente a um

erro, e não ao ensaio em si. O facto de

esta ser uma área muito regulada e

de nada ter acontecido aos 108 volun-

tários envolvidos nestes testes inicia-

dos em Junho é uma das razões que

levam o académico a acreditar nisso.

“Nem compreendo que seja ou-

tra coisa”, disse ao PÚBLICO. “Esta

é uma das áreas mais reguladas no

mundo. É uma área que tem de ga-

rantir, acima de tudo, a salvaguarda

do paciente e do voluntário”, acres-

centou o académico e presidente do

conselho de administração da Aibili,

uma instituição de investigação clíni-

ca ligada aos Hospitais Universitários

de Coimbra e à Fundação Champalli-

maud em Lisboa, com uma longa ex-

periência em ensaios clínicos das fa-

ses II, III e IV, que envolvem doentes.

A Fase I envolve voluntários saudá-

veis. “É de longe a mais arriscada”,

explica. Era nesta fase de ensaio clíni-

co para a Bial, que testava uma nova

molécula com actuação no sistema

nervoso central, que participavam

os seis voluntários, entre os 28 e os

49 anos, que foram hospitalizados

na semana passada.

É a fase de verifi cação de toxicida-

de, que se segue à fase pré-clínica, e

que apenas avança “depois de várias

experiências em animais e só depois

de haver provas de que não é tóxico”,

explica José Cunha e Vaz.

“Se os 108 voluntários já foram

expostos a este medicamento e não

tiveram nada que os obrigasse a pa-

rar, não compreendo que possa ter

acontecido outra coisa a não ser uma

falha humana”, comenta. E é nesse

contexto, acrescenta o médico, que o

anúncio da ministra francesa Marisol

Touraine, de não interromper os en-

saios clínicos, deve ser entendido.

O estado de saúde dos outros cinco

participantes entretanto melhorou e

um deles já está em condições de vol-

tar para casa, anunciou também on-

tem Gilles Brassier, presidente da Co-

missão Médica do Centro Hospitalar

Universitário (CHU) de Rennes. Três

deles vão passar a ser seguidos em

serviços de neurologia de unidades

de saúde próximas dos seus domicí-

lios, acrescentou Gilles Brasier, cita-

do pelo jornal Ouest France. “O seu

acompanhamento médico será orga-

nizado pelo serviço de neurologia do

CHU. O último paciente continua em

observação” neste serviço, lê-se na

nota com o terceiro balanço clínico

efectuado pela unidade de saúde.

“Desde que soubemos do efeito

adverso verifi cado, a toma da me-

dicação foi de imediato suspensa”,

garante a Bial, em resposta ao PÚ-

BLICO. E esclarece: “Num ensaio,

a responsabilidade de notifi cação

dos efeitos adversos às autoridades

é do promotor do ensaio [Bial], mas

pode ser delegada à unidade de en-

saios contratada [a empresa Biotrial,

que conduziu os ensaios a pedido da

Bial]. As duas entidades acordaram

tempos de comunicação às autorida-

des, dentro do prazo legal.”

A equipa da Bial actualmente em

Rennes está “a revezar-se entre téc-

nicos da área da investigação, repre-

sentantes do departamento legal e

um administrador”, acrescenta a far-

macêutica. Enquanto isso, decorrem

os três inquéritos em França: um está

a ser conduzido pelo Ministério Pú-

blico; outro pela Inspecção-Geral dos

Assuntos Sociais, sob a tutela do Mi-

nistério da Saúde; e um terceiro pela

agência francesa do medicamento.

Melhorou o estado de saúde das outras cinco pessoas que participam nos ensaios de uma nova molécula que actua sobre o sistema nervoso central da farmacêutica portuguesa Bial

SaúdeAna Dias Cordeiro e Alexandra Campos

As fases de um ensaio clínico

Fonte: PÚBLICO

*Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (no caso francês é a ANSM - Agence Nationale de Sécurité du Médicament et des Produits de Santé)

FASE I

20 a 80voluntários(saudáveis)

Primeiros testes em pessoas saudáveis. Observação e avaliação dos efeitos tóxicos a curto prazo

Segurança-tolerânciaFASE II

100 a 300voluntários(doentes)

Determinar a dose mínima eficaz (a dose adequada) da substância

Estudo-pilotoFASE III

De várias centenas a vários milhares de voluntários (doentes)

Avaliar a substância em comparação com um placebo(etapa final antes da autorização de entrada no mercado)

Depois da comercialização do medicamento, monitorização a longo prazo dos efeitos secundários ou complicações

Prova de eficáciaFASE IVFarmacovigilância

Após testes em animaisLaboratório

farmacêuticoCentro de

investigaçãoInfarmed*Vigilância

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A ministra da Saúde francesa considerou não haver razões para parar os ensaios clínicos p12

Ensaios da Bial continuam apesar de morte em França

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Português criou um Google Maps para o cérebroUm novo software permite transformar imagens de ressonâncias magnéticas em modelos 3D do cérebro humano, com o objectivo de melhorar o diagnóstico de várias doenças neurológicas. A inovação está a ser utilizada em centros de investigação científi ca em Espanha e nos Estados Unidos

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E se a identifi cação de

uma lesão cerebral ti-

vesse coordenadas tão

exactas quanto as que

podemos inserir num

aparelho de GPS? Isso

permitiria aos médicos

fazer diagnósticos mais

rigorosos, criando con-

dições para terapias

mais efi cazes. É a isso que abre a

porta um software desenvolvido por

Paulo Rodrigues, um informático

português de 34 anos. Esta espécie

de “Google Maps do cérebro”, como

lhe chama o investigador radicado

em Barcelona, gera um mapa 3D do

cérebro humano a partir das ima-

sistema (drag and drop) muito pró-

ximo daquele que é usado para fer-

ramentas de partilha de fi cheiros

como o Drop Box, por exemplo.

A ideia era que fosse possível fazer

o tratamento das imagens “só com

um clique”, explica Paulo Rodrigues.

Na prática, são três os passos neces-

sários: depois de feito o upload dos

fi cheiros, o clínico ou investigador

selecciona aquilo que quer saber a

partir das imagens digitalizadas que

foram carregadas e, passados uns

minutos, recebe um relatório com

a descrição do cérebro do doente.

Tudo funciona através de com-

putação em nuvem. As imagens das

ressonâncias magnéticas carregadas

pelos médicos dos centros de investi-

gação parceiros da empresa são guar-

dadas em servidores da Google, com

quem a Mint Labs tem um acordo

para o armazenamento. Até ao mo-

mento, são cerca de 30.000 imagens

digitalizadas, que correspondem a

4000 pessoas que se encontram nes-

tes arquivos. O objectivo, ambiciona

Paulo Rodrigues, é criar na Internet

“a maior base de dados do mundo

de imagens cerebrais”.

Com essa informação na mão,

será possível desenvolver com um

grau de exactidão cada vez maior um

modelo em 3D do cérebro saudável,

bem como estabelecer comparações

mente de país, para fazer o pós-

doutoramento na Universidade

de Barcelona — com um trabalho

sobre neuroimagens em ambiente

de realidade virtual. Foi então que

se abriu a possibilidade de lançar a

Mint Labs, que foi aceite na acelera-

dora de empresas Wayra (ligada ao

grupo espanhol Telefónica), dando

as condições para que a fi rma ar-

rancasse na capital da Catalunha.

Desde então, a Mint Labs tem

conseguido um conjunto de pré-

mios em iniciativas destinadas a

start-ups e empresas tecnológicas,

o que tem ajudado a aumentar a

sua visibilidade. Isso é, segundo

Paulo Rodrigues, “essencial” para

conseguir captar investidores que

apoiem esta fase de consolidação

da empresa.

Entre o capital angariado está o

da primeira aceleradora de “start-

ups” em neurociências, Neuro-

launch (com sede em Atlanta, nos

Estados Unidos), ou do projecto

Grants4Apps, da alemã Bayer. Des-

de Novembro passado, a empresa

passou também a contar com um

apoio que tem ajudado a abrir mui-

tas portas: Walter Gilbert, prémio

Nobel da Química de 1980 e co-

fundador da empresa farmacêuti-

ca Biogen. Walter Gilbert tornou-se

um dos investidores da empresa e

passou também a ter um lugar co-

mo conselheiro da administração

liderada por Paulo Rodrigues.

Por mais que a prioridade seja

actualmente a colaboração com

centros de investigação, a Mint La-

bs — que tem neste momento dez

trabalhadores, mas planeia dupli-

car a sua dimensão ao longo deste

ano — é um negócio, cujo modelo

de desenvolvimento está assente

em dois tipos de clientes. O primei-

ro é o que se chama software as a

service, em que a empresa cobra

pelo armazenamento e tratamento

das imagens. Mas o grande objec-

tivo é passar a ter como cliente a

indústria farmacêutica, sobretudo

no apoio a ensaios clínicos.

O grau de precisão com que o

mapa 3D dos cérebros gerado pe-

lo software da Mint Labs permite

conhecer aquele órgão humano

pode ser útil na caracterização dos

doentes para ensaios clínicos, per-

mitindo uma categorização mais

afi nada dos participantes. Por ou-

tro lado, tornará possível avaliações

mais objectivas das mudanças que

os ensaios clínicos provocam. Usan-

do o software de Paulo Rodrigues,

será possível “quantifi car se há mu-

danças no cérebro, se o número de

lesões diminuiu, se a matéria cin-

zenta aumentou ou não, se houve

degeneração ou se existem ou não

novas conexões”, antevê Paulo Ro-

drigues. É com esta ferramenta, que

acredita que permitirá perceber

melhor se um ensaio clínico está

a ter o efeito pretendido, que o in-

formático e investigador português

espera agora convencer a indústria.

FOTOS: MINT LABS

Samuel Silva

gens produzidas durante exames de

ressonância magnética.

Apesar de todos os avanços que a

tecnologia sofreu nos últimos anos,

os médicos ainda não têm capacida-

de de analisar muita da informação

gerada numa ressonância magnéti-

ca. As imagens obtidas são planas,

a duas dimensões. Quando chegam

às mãos do neurologista, será possí-

vel dizer que “há uma lesão nesta ou

naquela parte do cérebro”, mas não

há uma capacidade de identifi cação

exaustiva do problema. Este é um

órgão “muito mais complexo do que

isso, com centenas de milhares de

ligações”, explica Paulo Rodrigues.

Tendo isto em consideração, o

que o seu software faz é, a partir das

várias imagens obtidas por resso-

nância magnética, gerar um mapa a

três dimensões de todas as ligações

nervosas do cérebro. Este modelo

em 3D do cérebro torna-o “mais tan-

gível”. Em vez de uma identifi cação

genérica da área cerebral em que é

detectada uma lesão, o médico pode

receber um diagnóstico mais preci-

so: “Há uma lesão com estas coorde-

nadas, com aquele tamanho e deter-

minado volume. Essa lesão faz parte

da conexão do circuito motor, que

está afectado a 10%”, exemplifi ca o

engenheiro e investigador. Ou seja,

com esta inovação é possível locali-

zar e quantifi car com exactidão as

propriedades do que está errado no

cérebro de cada pessoa.

Foi com neste software que Pau-

lo Rodrigues criou, em Abril de

2013, uma empresa — a Mint Labs

(abreviatura de Medical Inovation

and Technology Laboratories), que

funciona em Barcelona, para onde

se tinha mudado para fazer o pós-

doutoramento. Apesar de encarar o

serviço prestado como um negócio,

o informático português diz, todavia,

que, nesta fase, “não está preocupa-

do em gerar receitas”. A prioridade

é pôr este Google Maps do cérebro

ao serviço da ciência.

Para isso, a empresa está a cola-

borar com vários hospitais em Es-

panha e nos Estados Unidos que fa-

zem investigação clínica, como são

exemplos os hospitais universitários

Clínic e Bellvitge, na cidade catalã,

ou a Universidade da Califórnia São

Francisco, nos EUA. “O que nos in-

teressa é tentar ajudar os clínicos a

descobrir o que se passa com o cé-

rebro quando tem doenças como a

esclerose múltipla, a Parkinson ou a

Alzheimer”, afi ança Rodrigues.

Para poder ser usada facilmente

por médicos e investigadores, a pla-

taforma informática da Mint Labs

funciona de forma relativamente

simples. Desde logo, não precisa

da instalação de qualquer progra-

ma informático para que se torne

acessível, servindo-se do browser

de acesso à Internet como interfa-

ce. Para efectuar o carregamento

das imagens, bastará aos utiliza-

dores arrastar os fi cheiros respec-

tivos para o local indicado, num

tendo em conta as alterações que

este órgão sofre quando é afectado

por uma determinada doença. A

detecção das doenças neurológicas

baseia-se hoje sobretudo em sinto-

mas que muitas vezes se manifes-

tam num estádio já adiantado da

patologia. Este conhecimento mais

rigoroso de todas as ligações que se

estabelecem no cérebro permitirão,

por isso, um diagnóstico mais pre-

ciso, mas abre também caminho a

diagnósticos mais precoces. “Com

isso podem começar-se novos trata-

mentos que podem atrasar ou dimi-

nuir o avanço da doença e eventual-

mente tentar preveni-la”, acredita.

Convencer a indústriaPaulo Rodrigues nasceu em Viana do

Castelo e fez a licenciatura em Enge-

nharia de Sistemas e Informática na

Universidade do Minho, em Braga.

Quando terminou o curso, começou

a trabalhar como engenheiro de sof-

tware na MobiComp, a empresa que

Carlos Oliveira, que foi secretário de

Estado do Empreendedorismo no

Governo anterior, vendeu à Micro-

soft em 2008. Antes disso, já tinha

saído para retomar os estudos: foi

para a Universidade Técnica de Ein-

dhoven, na Holanda, fazer o doutora-

mento em visualização e tratamento

de imagens médicas. Foi aí que co-

nheceu a macedónia Vesna Prchko-

vska, que estava a fazer investigação

na mesma área, e que viria a tornar-

se a co-fundadora da Mint Labs.

O projecto só arrancaria defi ni-

tivamente em 2013, quando Paulo

Rodrigues já tinha mudado nova-

O informático Paulo Rodrigues; e duas imagens das ligações nervosas do cérebro de um doente com esclerose múltipla (os cubos vermelhos assinalam lesões nessas ligações)

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O novo software transforma imagens de ressonâncias magnéticas em modelos 3D do cérebro humano p28/29

Português criou um Google Maps para o cérebro

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