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Belo Horizonte – MG 2005 PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE DE BELO HORIZONTE 2005-2008

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Belo Horizonte – MG 2005

PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE

DE BELO HORIZONTE

2005-2008

1

PREFEITO MUNICIPAL

FERNANDO DAMATA PIMENTEL

VICE-PREFEITO

RONALDO VASCONCELLOS NOVAIS

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE

HELVÉCIO MIRANDA MAGALHÃES JÚNIOR

SECRETÁRIA MUNICIPAL ADJUNTA DA SAÚDE DE BELO HORIZONTE

MARIA DO CARMO

2

Plano Municipal de Saúde de Belo Horizonte 2005-200 8

Coordenação, elaboração e revisão final do texto.

Gerência de Planejamento e Desenvolvimento (gpld@pb h.gov.br)

Paulo César Machado Pereira – Gerente (pauloces@pbh .gov.br)

Cláudia Marques Canabrava – Assessora (claudiamc@pb h.gov.br)

3

SIGLAS ACS – Agente Comunitário de Saúde

ANVISA – Agência Nacional de vigilância Sanitária

BH – Belo Horizonte

BHTRANS – Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte S/A

CDS – Conselho Distrital de Saúde

CEM – Centro de Especialidade Médica

CEO – Centro de Especialidade Odontológica

CERSAM – Centro de Referência em Saúde Mental

CES – Centro de Educação em Saúde

CINT- Central de Internações

CLS – Comissão Local de Saúde

CMC – Central de Marcação de Consultas

CMS – Conselho Municipal de Saúde

CONASEMS – Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde

CS – Centro de Saúde

CTI – Centro de Tratamento Intensivo

DADS – Diretoria de Ações Descentralizadas de Saúde

DANT – Doença e agravos não transmissíveis

DCV – Doença Cardio-Vascular

DIC – Doença de Notificação Compulsória

DST – Doença Sexualmente Transmissíveis

EC – Emenda Constitucional

EFS - Equipe de Saúde da Família

FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FHEMIG – Fundação Hospitalar de Minas Gerais

FMS – Fundo Municipal de Saúde

FNS - Fundo Nacional de Saúde

HC –UFMG – Hospital das Clínicas – Universidade Federal de Minas Gerais

HOB – Hospital Municipal Odilon Behrens

HPSJXXIII – Hospital de Pronto-Socorro João XXIII

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICV – Índice de Condições de Vida

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IDH-M - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social

4

INSS – Instituto Nacional de Seguridade Social

IQVU – Índice de Qualidade de Vida Urbana

IRRF – Imposto de Renda de Pessoa Física

IRRJ – Imposto de Renda de Pessoa Jurídica

ISSQN – Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza

IVS – Índice de Vulnerabilidade Social

LRPD – Laboratório Regional de Prótese Dentária

MI – Mortalidade Infantil

MS – Ministério da Saúde

NHE – Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar

NIR – Núcleo Intersetorial Regional

NVSA – Núcleo de Vigilância em Saúde Ambiental

O&M – Organização e Métodos

ONG – Organização Não-Governamental

OP – Orçamento Participativo

PAD – Programa de Atenção Domiciliar

PAM – Posto de Atendimento Médico

PAR – Programa de Arrendamento Residencial

PBH – Prefeitura Municipal de Saúde

PEAR – Programa Estrutural para Área de Risco

PIB – Produto Nacional Bruto

PLC – Projeto de Lei Complementar

PMS – Plano Municipal de Saúde

PNS – Plano Nacional de Saúde

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PO – Planilha Operativa

PPAG – Plano Plurianual de Ação Governamental

PS – Pronto-Socorro

PRODABEL – Empresa de Informática e Informação de Belo Horizonte

PROESF- Programa de Expansão e Consolidação do Saúde da Família

PSF - Programa de Saúde da Família

PUC-MINAS – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

RENAST – Rede Nacional de Saúde do Trabalhador

RH – Recurso Humano

RMBH – Região Metropolitana de Belo Horizonte

SAMU – Serviço de Atendimento Médico de Urgência

SES – Secretaria Estadual de Saúde

SIS-REG – Sistema de Regulação de Marcação de Consultas

5

Sistema ARTE-RH - Sistema de Recursos Humanos da Arte Informática

SMC-BH – Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte

SMPS – Secretaria Municipal de Política Social

SMSA – Secretaria Municipal de Saúde

SOF – Sistema Operacional Financeiro

TFE – Taxa de Fecundidade Específica

TFT – Taxa de Fecundidade Total

TMI – Taxa de Mortalidade Infantil

UBS – Unidade Básica de Saúde

UPA – Unidade de Pronto-atendimento

URS – Unidade de Referência Secundária

VSA – Vigilância em Saúde Ambiental

6

FIGURAS PÁG

Figura 01 – Unidades administrativas regionais......................................................... 19

Figura 02 – Unidades de planejamento...................................................................... 19

Figura 03 – Distribuição da população residente estimada/2000 por área administrativa regional................................................................................................. 20

Figura 04 – Mapa da Região Metropolitana de Belo horizonte - RMBH.......................................................................................................................... 20

Figura 05 – Áreas de risco em Belo horizonte por áreas administrativas regional..... 36

Figura 06 – Organograma da Secretaria Municipal de Belo Horizonte 2005............. 39

Figura 07 – Rede Hospitalar de Belo Horioznte por área administrativa regional...... 41

Figura 08 – Pirâmides etárias em, Belo Horizonte segundo as áreas de vulnerabilidade à saúde............................................................................................... 51

Figura 09 – Índice de Vulnerabilidade à saúde 2003.................................................. 52

Figura 10 – Taxa de Mortalidade Infantil por área de abrangência, Belo Horizonte, 2000 a 2003................................................................................................................. 59

Figura 11– Distribuição das unidades assistenciais básicas de Belo Horizonte................................................................................................................. 71

7

GRÁFICOS PÁG

Gráfico 01 – Percentual de partos de mães adolescentes em Belo Horizonte 1996-2004............................................................................................................................. 53

Gráfico 02 – Taxas de Fecundidade específica 2000 por categoria de risco............. 54

Gráfico 03 – Total de óbitos femininos investigados pelo Comitê de Prevenção de Óbitos Maternos, 1997 a 2004.................................................................................... 56

Gráfico 04 – Razão de morte materna, por 100.000 NV, 1997 a 2004...................... 56

Gráfico 05 – Evolução da Taxa de Mortalidade Infantil e seus componentes, Belo Horizonte 1993 a 2004................................................................................................ 57

Gráfico 06 – Percentual de nascidos vivos com baixo peso, Belo Horizonte, 1996 a 2004............................................................................................................................. 60

Gráfico 07 – Percentual de RN prematuros, em Belo Horizonte, 1996-2004............. 60

Gráfico 08 – Coeficiente de Mortalidade por causas externas, BH, 1980 a 2004...... 67

Gráfico 09 – Coeficiente de mortalidade por causas externas, segundo sexo, BH, 1980/2004.................................................................................................................... 67

Gráfico 10 – Gasto Público com saúde por esfera de governo (Bilhões de R$/Ano) 82

8

QUADROS PÁG

Quadro 01 – Números de Belo Horizonte (R$)........................................................... 25

Quadro 02 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IDH-M de Belo Horizonte/MG............................................................................................................... 34

Quadro 03 – Distribuição de hospitais segundo natureza em Belo Horizonte..................................................................................................................... 41

Quadro 04 – Leitos Hospitalares do SUS/BH............................................................. 42

Quadro 05 – Distribuição dos postos de trabalho das unidades de serviço da SMSA por categoria, segundo Distrito Sanitário......................................................... 44

Quadro 06 – Indicadores utilizados na construção das áreas de vulnerabilidade à saúde por setores censitários...................................................................................... 49

Quadro 07 – Situação atual do PSF em Belo Horizonte 2005..................................... 71

Quadro 08 – Aplicação de recursos orçamentários em saúde pela PBH................. 81

Quadro 09 – Comparativo de despesas com saúde do SUS/MG 2004..................... 84

Quadro 10 – Financiamento PROESF (Fases do Componente 1)............................. 88

Quadro 11 – Planilha Orçamentária PMS-PBH 2005................................................. 90

Quadro 12 – Planilha Orçamentária PMS-PBH 2006/2008........................................ 91

Quadro 13 – AIH´s apresentadas para pagamento – SUS/BH- 2004........................ 96

Quadro 14 – Consultas especializadas agendadas pela Central de Marcação de Consultas – CMC – 2004............................................................................................. 96

9

TABELAS PÁG

Tabela 01 – População residente em Belo Horizonte por região administrativa 1991/2000.................................................................................................................... 22

Tabela 02 – Proporção da população acima de 65 anos de idade segundo região administrativa 1996/2000............................................................................................. 23

Tabela 03 - Empreendimentos aprovados nos Orçamentos Participativos de 1994 a 2006.......................................................................................................................... 32

Tabela 04 – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Belo Horizonte, 1991 –2000.................................................................................................................. 34

Tabela 05 – Índice de Condições de Vida (ICV – Longevidade – Educação)............. 35

Tabela 06 – Índice de Condições de Vida (ICV – Criança – Renda – Habitação)...... 35

Tabela 07 – Distribuição das Unidades Assistenciais do SUS/BH –2005.................. 40

Tabela 08 – Distribuição das Unidades Próprias do SUS/BH por Regional –2005.... 40

Tabela 09 – Número de postos de trabalho no SUS-BH segundo vínculo empregatício................................................................................................................ 43

Tabela 10 – Distribuição dos postos de trabalho SUS-BH 2003 a 2004..................... 43

Tabela 11 – Distribuição da produção de Belo Horizonte por regional e área de risco............................................................................................................................. 50

Tabela 12 – Distribuição das gestantes cadastradas no SISPRENATAL, BH, 2001-2004............................................................................................................................. 55

Tabela 13 – Distribuição dos nascidos vivos, segundo número de consultas de pré-natal realizado, BH, 2002 a 2004................................................................................ 55

Tabela 14 – Cobertura Vacinal em Menores de 1 ano no município de Belo Horizonte –2000-2004................................................................................................. 61

Tabela 15 – Taxas de Internação por Asma e Pneumonia em Menores de 5 anos em Belo Horizonte em 2003 e 2004........................................................................... 62

Tabela 16 – Mortalidade e morbidade hospitalar, segundo principais grupos de causas, Belo Horizonte, 2004...................................................................................... 63

Tabela 17 – Taxa de mortalidade (100.000) por causa segundo sexo, faixa etária e ano, Belo Horizonte 1998-2004................................................................................... 64

Tabela 18 – Número de Casos de AIDS segundo ano de Diagnóstico – 1982/2004. 68

Tabela 19 – Distribuição dos casos autóctones notificados de dengue, de residentes em BH, 2002 a 2005.................................................................................. 69

Tabela 20 – Distribuição dos casos notificados de Leishmaniose Visceral e taxa de letalidade, segundo ano de início de sintomas, BH, 2002-2005.................................. 70

Tabela 21 – Ações de controle da Leishmaniose Visceral segundo ano, BH, 2002 a 2004............................................................................................................................. 70

Tabela 22 – Número de Consultas realizadas nas Unidades Básicas de Saúde 2002-2004................................................................................................................... 72

10

Tabela 23 – Distribuição da /natureza dos Procedimentos individuais de Saúde Bucal Básicos 2002/2004............................................................................................ 73

Tabela 24 – Consultas Realizadas por Clínicos e Generalistas aos Portadores de Diabetes e Hipertensão............................................................................................... 73

Tabela 25 – Distribuição de Medicamentos por classe Terapêutica e Recurso Financeiro Investido entre 2002 –2004....................................................................... 74

Tabela 26 – Consultas Marcadas pela Central de Marcação de Consultas – CMC ano 2004...................................................................................................................... 74

Tabela 27 – Atendimentos Realizados pelo SAMU por município 2004..................... 75

Tabela 28 – Gasto Público com saúde por esfera de governo, segundo origem de recursos em R$ dez/2004 – IGP-DI/FGV (1994/1996 – 2000-2004)........................... 82

Tabela 29 – Recursos Orçamentários repassados pela SES/SUS/MG 2004............. 83

Tabela 30 – Valores orçamentários aprovados no OP para saúde, 2001-2005......... 86

Tabela 31 – Consolidado Físico/Orçamentário dos Procedimentos Ambulatoriais e Hospitalares de Média Complexidade Programados na PPI Assistencial para Atendimento da População Própria (BH) + Referências (Interior)............................... 93

11

SUMÁRIO PÁG

1. Apresentação........................................................................................................... 13

2. Introdução................................................................................................................ 15

3. A cidade de Belo Horizonte..................................................................................... 17

3.1 Belo Horizonte e Região Metropolitana RMBH............................................................ 18

3.2 Indicadores Sócio Demográficos de Belo Horizonte e Região Metropolitana.............. 21

3.3 Destaques Econômicos................................................................................................ 24

3.4 Infra-estrutura............................................................................................................... 26

3.5 Controle Social em saúde e participação popular em Belo Horizonte......................... 29

4. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e Índice de Condição de Vida............. 33

4.1 Mapa de Exclusão Social em Belo Horizonte............................................................... 35

5. Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte............................................................ 38

5.1 Organograma da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte 2005................... 39

5.2 Unidades Assistenciais da Rede SUS/BH..................................................................... 40

5.3 Rede Hospitalar e Leitos SUS-BH.................................................................................. 41

5.4 Recursos Humanos SUS-BH.......................................................................................... 43

5.5 Organização territorial em saúde................................................................................... 47

5.6 Perfil Epidemiológico de Belo Horizonte......................................................................... 53

5.6.1 Saúde materno infantil........................................................................................... 53

5.6.2 Saúde do Adulto e do Idoso.................................................................................. 62

5.6.3 Mortalidade por doenças crônicas não Transmissíveis......................................... 63

5.6.4 Mortalidade por causas externas em Belo Horizonte............................................ 66

5.6.5 Aids........................................................................................................................ 68

5.6.6 Dengue e Leishmaniose Visceral........................................................................... 69

5.7 Dados de produção.......................................................................................................... 71

5.8 BH Vida: Saúde Integral – Nova Gestão! Novos Desafios!............................................. 76

5.8.1 Breve histórico do SUS-BH.................................................................................... 76

5.8.2 BH Vida: Saúde Integral reafirma os princípios do SUS e destaca a

integralidade..............................................................................................................................

77

5.8.3 Construindo as Linhas do Cuidado............................................................ 78

5.9 Política de financiamento do SUS-BH............................................................................ 81

5.9.1 Orçamento Participativo da PBH na saúde.......................................................... 86

5.9.2 Projeto de Expansão e Consolidação do Saúde da Família – PROESF.............. 87

5.9.3 Fundo Nacional de Saúde – FNS.......................................................................... 88

5.9.4 Planilhas Orçamentárias do PMS-BH 2005-2008..................................... 89

5.10 Belo Horizonte: pólo assistencial metropolitano e estadual............................. 92

6. Processo de elaboração do PMS-BH 2005-2008.................................................... 97

6.1 Avaliação da Gestão Anterior......................................................................................... 97

12

6.2 Oficinas de Planejamento para nova gestão................................................................. 98

7. Missão e Eixos Programáticos para a Gestão 2005-2008...................................... 101

8. Metas de Gestão e Metas Gerenciais para o período 2005-2008........................... 102

EIXO: REDE ASSISTENCIAL............................................................................................................. 103

• Estruturar um sistema integrado de atenção secundária (prioridade geral)............... 103

• Qualificar a atenção básica........................................................................................ 106 • Articular, qualificar e humanizar a rede de atenção às urgências.............................. 111 • Garantir a suficiência de leitos, consultas e procedimentos especializados,

redimensionando a rede hospitalar e ambulatorial e definindo referências territoriais.................................................................................................................... 115

EIXO: RECURSOS HUMANOS/VALORIZAÇÃO DO TRABALHO..................................................... 117 • Implantar uma política de recursos humanos, propiciando o seu desenvolvimento

dos seus trabalhadores e modernizando as relações de trabalho........................... 117

EIXO: GESTÃO................................................................................................................................... 119 • Qualificar a gestão em todos os níveis............................................ ............................... 119 • Redefinir o quadro de trabalhadores terceirizados do SUS-BH.................................. 122 • Ampliar a relação da gestão municipal do SUS-BH com a sociedade....................... 123

EIXO: INTERSETORIALIDADE.......................................................................................................... 125 • Desenvolver ações intersetoriais voltadas para a promoção da saúde, articuladas

com as políticas sociais do governo.......................................................... ...................... 125 • Participar efetivamente das políticas intersetoriais e de inclusão social definidas

pela prefeitura de Belo Horizonte...................................................................................... 125

EIXO: SISTEMA DE INFORMAÇÃO.................................................................................................. 128 • Implantar uma política integrada de informação do SUS/BH em todos os níveis

de atenção e de gestão....................................................................................................... 128

EIXO: VIGILÂNCIA EM SAÚDE.......................................................................................................... 129 • Ampliar e qualificar o controle de doenças e agravos................................................... 129

EIXO: INFRAESTRUTURA................................................................................................................. 132 • Reordenar e garantir os serviços de infraestrutura de qualidade em toda a rede

do SUS-BH............................................................................................................... 132

9. Plano Operativo do Hospital Municipal Odilon Behrens – HOB.......................... 134

10. Projetos Especiais da Secretaria Municipal de Saúde – SMSA/SUS-BH............. 141

Projeto HUMANIZASUS................................................................................................. 141

Projeto de Reorganização da Atenção Secundária do SUS-BH.................................... 143

Sub Projeto dos Centros de Especialidades Médicas Distritais – CEM Distrital....... 143

Sub Projeto do Centro Metropolitano de Especialidades Médicas............................ 145

Projeto dos Centros de Especialidades Odontológicas – CEO...................................... 147

Projeto QUALISUS......................................................................................................... 149

Projeto de Logística do SUS-BH..................................................................................... 150

Projeto de Estruturação da Atenção Domiciliar na Rede SUS-BH................................. 151

Projeto Sistema de Informação....................................................................................... 152

Projeto de Reestruturação da Assistência Farmacêutica no SUS-BH........................... 153

Projeto de Controle da Leishmaniose Visceral............................................................... 154

Projeto de Construção do Centro de Controle de Zoonoses.......................................... 154

11. Considerações finais............................................................................................. 155

12. Bibliografia........................................................................................................................ 156

13

1. Apresentação

A Secretaria Municipal de Saúde tem o prazer de apresentar à cidade a versão

2005-2008 do Plano Municipal de Saúde. Trata-se já do resultado de um sem

número de rodadas de discussão de todos os setores integrantes da secretaria e

dos membros do Conselho Municipal de Saúde, a partir dos debates dos relatórios

de gestão e financeiro e das peças orçamentárias que também balizaram este

documento.

Além da detida análise da realidade sanitária do município e conjuntural do SUS

neste momento, foram estruturantes para a elaboração deste plano as ferramentas

do planejamento estratégico, que a atual direção da secretaria adotou para guiar os

seus passos neste período de governo. Este é o primeiro princípio que queremos

abordar, o da consistência técnica, que significou a descrição dos principais

problemas de saúde encontrados, de operações para o seu enfrentamento, de

prazos e de responsáveis, sempre visando a integração de mais de uma área da

gestão e o acúmulo histórico de cada setor. Reforçamos também o caminho

desenhado e aprovado na cidade de articulação do conjunto das políticas públicas,

no sentido de melhorar a qualidade de vida e saúde da população de Belo

Horizonte.

O segundo princípio adotado foi o da coerência com a realidade do SUS na

atualidade e de seu financiamento. Apesar de identificação de várias necessidades

de expansão da oferta assistencial, verificadas nos vários formatos de diálogos com

a sociedade, houve a nítida decisão de embasar as propostas nas possibilidades

concretas de viabilização financeira e de sua execução, para não tornar este plano

uma peça apenas formal. Este movimento é coerente com o grande esforço feito

pela gestão da secretaria em otimizar a utilização dos recursos disponíveis e a

disposição política da Prefeitura em manter os patamares atuais de aporte de

recursos do tesouro municipal, bem acima dos definidos na Emenda Constitucional

29, o que, por si só, demonstra a prioridade dada pelo atual governo à saúde.

Entretanto, a consistência deste plano nos ajuda, gestores, trabalhadores e

usuários, a demonstrar, mais uma vez, aos níveis federal e estadual, a necessidade

de maior aporte de seus recursos para ampliar e qualificar a assistência numa das

principais cidades do país e exemplo de organização de seu sistema de saúde.

Portanto, trata-se também de um bom instrumental da maior luta política deste

14

momento no SUS em todo o país que é a regulamentação da Emenda 29, do qual o

Conselho e outros atores são parceiros fundamentais.

Por fim, é importante ressaltar algumas das questões estruturantes definidas neste

plano: a coerência com a ausculta da sociedade e com os compromissos públicos da

última campanha política, priorizando a atenção especializada ambulatorial e a

retaguarda hospitalar de urgência, com propostas de equacionamento muito

razoável deste grave problema, advindo, dentre outras causas da vigorosa expansão

da atenção básica, com cobertura de mais de 70% do Programa de Saúde da

Família. Expressa-se também o esforço em conquistar efetivamente a integralidade

real da atenção no município lastreado na construção das linhas de cuidado

prioritárias. A busca contínua da qualidade da atenção para todo o sistema municipal

é imperiosa, como pode ser observado na ênfase dada aos indicadores de

resultados positivos na saúde da população, com rigorosos mecanismos de

verificação de metas a serem alcançadas, na regulação sistêmica fundada em

princípios públicos e na valorização do trabalhador ao se investir na sua educação

permanente, independente do seu vínculo empregatício. Desta forma, não estamos

falando de qualquer assistência, mas de um claro giro na humanização do cuidado,

onde cada usuário e as suas necessidades ocupem o centro de nossas

preocupações em cada uma das 24 horas do dia, já que é assim que o SUS

funciona no seu sentido universal.

As grandes vitórias alcançadas nos últimos anos, tem que significar para todos nós,

estímulo para fustigar os limites impostos, sermos criativos, utilizarmos cada vez

melhor os recursos disponíveis, ampliarmos os controles públicos do setor privado,

garantindo sempre ambientes democráticos reais, porque a cidade, já há muito

tempo, escolheu este caminho para ser governada. Este plano é também um bom

instrumento e um convite ao debate sobre qual saúde queremos, o que pretendemos

fazer permanentemente com a cidade, principalmente pelo seu processo de

aperfeiçoamento que virá a partir da discussão com toda a sociedade representada

pelo Conselho Municipal de Saúde.

Helvécio Miranda Magalhães Júnior Secretário Municipal de Saúde e Gestor do SUS/BH

15

2. Introdução

A elaboração do Plano Municipal de Saúde de Belo Horizonte – PMS-BH com

referência ao quadriênio 2005-2008 é uma contingência legal, expressa

particularmente, nos seguintes documentos normativos, dentre outros:

- Artigos 15 e 36 da Lei nº 8.080, de 19/09/1990;

- Artigo 4º da Lei 8.142, de 28/12/1990;

- Artigos 2º, 4º e 5º do Decreto nº 1.232, de 30/08/1994;

- Artigos 3º e 5º do Decreto nº 1.651, de 18/09/1995;

- Artigo 144 da Lei Orgânica do Município de Belo Horizonte

- Norma Operacional Básica-SUS 01/1993;

- Norma Operacional Básica-SUS 01/1996;

- Norma Operacional da Assistência à Saúde/SUS – NOAS-SUS 01/2001,

estabelecida pela Portaria nº 95, de 26/01/2001, regulamentada pela Instrução

Normativa nº 1, de 06/04/2001.

Entretanto, antes de responder à essa legislação específica, o PMS-BH deve

corresponder à lei constitucional maior que, no seu Artigo 196, garantiu o direito à

saúde aos cidadãos e cidadãs brasileiros, definindo-a como dever do Estado.

Dessa forma, garantir a saúde de cidadãos e cidadãs, de maneira organizada,

planejada no tempo e no espaço, com metas e objetivos a serem alcançados e

avaliados, na formulação de um Plano de Saúde (nacional, estadual ou municipal) é

também, portanto, uma confirmação do direito à saúde.

Mais efetivo seria formular um Plano Municipal de Saúde, no exato momento do

término da vigência do plano municipal anterior e da própria gestão municipal. Por

outro lado, apenas cumprir com as obrigações institucionais normativas, não

expressa o sentido participativo e analítico buscado na formulação do Plano

Municipal de Saúde de Belo Horizonte 2005-2008 (PMS-BH).

Sendo assim, o caminho aparentemente mais longo, de reflexão coletiva, no sentido

de aprimoramento, e não um fazer burocrático, imperou na elaboração do PMS-BH

2005-2008. Tal determinação resulta na tentativa de se convergir a política, à

realidade em saúde e aos limites para a sua realização, para garantir o direito à

saúde de qualidade aos cidadãos belorizontinos.

16

Prevenindo possíveis e futuras incompreensões devido aos inegáveis

descompassos temporais que ampliam as margens entre os anos 2004 a 2009

(Plano Nacional de Saúde 2004-2007 – PNS, Plano Municipal de Saúde de Belo

Horizonte 2005-2008 – PMS-BH e Plano Plurianual de Ação Governamental da PBH

2006-2009 – PPAG), situamos também a sintonia nos conteúdos desses

instrumentos de planejamento e gestão em BH, respeitando a abrangência

específica dos seus propósitos (saúde pública nacional – saúde pública municipal –

gestão pública municipal), que traduzem a intenção de direcionalidades concretas.

Destacamos que o PPAG 2006-2009 da Prefeitura de Belo Horizonte apresenta as

atribuições da Secretaria Municipal de Saúde e do Fundo Municipal de Saúde. O

PPAG 2006-2009 da PBH busca efetivar as políticas sociais do município de forma

mais compartilhada, mas ainda guarda um viés de planejamento orçamentário

marcante. Premido por essas lógicas orçamentárias, os cinco programas do PPAG

2006-2009, que correspondem aos sete eixos definidos no planejamento do SUS-

BH, sem prejuízo dos seus conteúdos, de um relativamente ao outro, ficaram assim

expostos:

• 114 – Rede Assistencial – BH Vida: Saúde Integral • 028 – Vigilância em Saúde – BH Vida: Saúde Integral • 116 – Integração de Saúde Integral com as Políticas Públicas Inclusivas • 117 – Gestão do BH Vida: Saúde Integral • 145 – Apoio à Gestão Democrática

Ressalta-se também que o processo vivido na cidade, na contingência da reeleição

do seu prefeito o Exmo. Sr. Fernando Damata Pimentel, mesmo não imprimindo à

cidade um automático governo de continuidade, traz condicionantes favorecedores

para as diversas áreas da gestão municipal. Particularmente na área da saúde, isso

significa firme determinação, contínua busca pelo avanço, com atividades

programadas a partir de experiências vividas e novas forças que se somam à atual

gestão.

Belo Horizonte, nos últimos 12 anos, se consolidou como um exemplo inquestionavelmente bem sucedido de implantação do Sistema Único no País, resolvendo, de forma progressiva, seus principais impasses, criando inovações no processo de gestão pública e assumindo cada vez mais decididamente o compromisso com uma prestação de serviços de qualidade e de abrangência universal, com uma lógica humanizadora (BH no Século XXI – Programa de Governo do candidato Fernando Pimentel).

O texto acima reflete, ainda que sinteticamente, um período de amadurecimento na

implantação do SUS em BH, que historicamente esteve na ponta-de-lança da saúde

no país em seus aspectos gerais e específicos e que o Plano Municipal de Saúde

17

coincidente com a atual gestão municipal da Prefeitura de Belo Horizonte dos anos

2005-2008 buscará avançar ainda mais.

3. A Cidade de Belo Horizonte

A interpretação dos fenômenos urbanos implica lidar com um objeto muito complexo

e, por isso mesmo, muito difícil de definir, que é a cidade (SOUZA e CARNEIRO,

2003).

Reproduzindo CARRERAS, apud SOUZA e CARNEIRO (2003), podemos dizer que

“...a cidade segue sendo um objeto de estudo tão difícil de abarcar teoricamente

como estimulante ao mesmo tempo...”. Difícil porque impõe uma constante

necessidade de interpretação, e, estimulante, porque introduz a permanente

reconstrução de um marco teórico que se pretende adequado, quando possibilita

análises entre o social, o local e a dinâmica dos processos urbanos de mercado e

das transformações.

Sendo um dos objetivos deste capítulo sintetizar e retratar, sob diversos ângulos e

pontos de vista, as características e o desenvolvimento do município de Belo

Horizonte, faz-se necessário mostrar as principais variáveis demográficas dos

municípios da sua Região Metropolitana, bem como sua distribuição espacial, já que:

Belo Horizonte não pode entender suas necessidades, nem basear o planejamento de seu desenvolvimento abstraindo-se dos municípios de seu entorno, cuja população juntamente com a população da própria capital, no seu cotidiano de trabalho, sobrevivência e lazer, desconhecem as fronteiras municipais, interagindo, como se toda a região metropolitana fosse um só organismo (MACHADO, 2003).

Confirmando as preposições de MACHADO (2003), o documento elaborado pelo

CEDEPLAR (2005) "Belo Horizonte no século XXI" explicita que a dinâmica

demográfica de Belo Horizonte e sua região metropolitana apresenta movimentos

pendulares intrametropolitanos: em torno de 212 mil pessoas deslocam-se

diariamente de outros municípios da RMBH para trabalhar em BH.

Dessa forma e sob tal complexidade, este capítulo objetiva sintetizar e retratar as

características e o desenvolvimento do município de Belo Horizonte e de sua Região

Metropolitana (RMBH).

18

3.1 Belo Horizonte e a Região Metropolitana de Belo Horizonte - RMBH

Belo Horizonte não é uma cidade como as outras. Ela não é o fruto espontâneo da aglomeração de casas levantadas por uma conjunção de interesses e posicionamento estratégico, como quase todas. Ela foi planejada, projetada, traçada a régua e compasso. Criada primeiro na prancheta, teve depois seu plano imposto ao relevo natural à custa de enormes esforços e grande movimento de terras. Por isso a Cidade de Minas, como era seu nome oficial, veio causar imenso impacto na contida gente da montanha. Era muito diferente das cidades de ruas e vielas tortuosas da mineração, de Ouro Preto, Mariana, Sabará e tantas outras a que o povo estava acostumado. A cidade moderna, positivista, eugênica, veio para romper de uma vez por todas com o passado ao inaugurar uma nova era, a da República e, ao mesmo tempo, coroar a tradição de Minas Gerais, a única região das colônias ibéricas cuja base cultural era enraizadamente urbana. Mais que uma cidade, era um símbolo ideológico e cultural (GOMES, 2000).

Belo Horizonte foi inaugurada em 1897, para ser a nova capital de Minas Gerais.

Projetada para abrigar 200 mil moradores, já tem quase 2,3 milhões de habitantes e

ocupa um área de pouco mais de 330 Km². Com localização privilegiada e

estratégica em relação aos principais centros do país e da América Latina, Belo

Horizonte conta com a facilidade de acesso aéreo e rodoviário o que lhe tem

conferido, dentre outras, a característica de ser “aquilo que os geógrafos chamam de

cidade funcional” (GOMES, 2000) e, por isso mesmo, tem se transformado em um

importante pólo nacional de turismo de eventos, dentre outras atrações (PBH, 2005).

Belo Horizonte apresenta clima predominantemente tropical, com temperatura anual

média de 20,5º C, o que lhe consente temperatura agradável durante todo o ano,

com pequenas alterações entre as estações de seca e de chuva.

Localizada na bacia do São Francisco, Belo Horizonte é atendida pelos Ribeirões

Arrudas e do Onça, afluentes do Rio das Velhas. Mais ao norte, corre o Ribeirão

Pampulha, represado para formar o reservatório de igual nome, um dos recantos de

turismo e lazer da cidade.

Para gestão e planejamento da cidade, Belo Horizonte é subdividida em nove áreas

administrativas regionais e 81 unidades de planejamento.

19

Figura 01

Unidades Administrativas Regionais

Unidades de Planejamento

Figura 02

20

A Figura três apresenta a distribuição da população residente aproximada de Belo

segundo distrito Sanitário em 2000. Já a Figura quatro apresenta a Região

Metropolitana de Belo Horizonte que integra 34 municípios, incluindo-se a capital

mineira. Esta abriga pouco mais que 4,3 milhões de habitantes e ocupa um área de

aproximadamente 9.400 Km². Dos 34 municípios, Vespasiano, Santa Luzia, Ribeirão

das Neves, Contagem, Sabará, Nova Lima, Brumadinho e Ibirité estabelecem com

Belo Horizonte o seu limite geográfico.

Figura 04 Mapa da Região Metropolitana de Belo Horizonte - RMBH

Figura 03 Distribuição da população residente estimada/2000 por área administrativa regional

21

3.2 Indicadores Sócio Demográficos de Belo Horizont e e Região Metropolitana

Crescimento Populacional de Belo Horizonte e Região Metropolitana

Entre 1991 e 2000, Belo Horizonte cresceu a 1,1% ªª, mostrando um processo claro

de saldo migratório negativo, como em outras capitais do país (%1,2ªª / Brasil)

(MACHADO, 2003).

Já o crescimento populacional das 10 principais regiões metropolitanas do país

continuou aumentando (%1,9ªª) com a singularidade de esse ser preferencialmente

nas periferias (do aumento de 8,2 milhões de pessoas que ocorreu nas RM nestes 9

anos, 5,1 milhões (62%) foi nos municípios periféricos).

No último período intercensitário, a taxa anual média de crescimento populacional da

RMBH foi maior em termos percentuais que das regiões metropolitanas de São

Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Isto se deu devido ao significativo crescimento de

%3,9ªª dos municípios periféricos da RMBH (somente as periferias de Belém,

Curitiba e Distrito federal cresceram à taxas maiores).

Nos últimos nove anos, 73% do crescimento de 834.000 habitantes na RMBH

(616.000 habitantes) aconteceu nas cidades periféricas. E assim, poderíamos dizer

que neste período foram “acrescidas” à RMBH duas novas cidades equivalentes à

Contagem e Nova Lima juntas em termos populacionais.

A RMBH vem crescendo expressivamente devido ao acelerado e desordenado

crescimento, principalmente, de Betim (6,7%aa); Ribeirão das Neves (6,2%aa),

Vespasiano/São José da Lapa (5,8%aa), Ibirité/Sarzedo (5,5%aa) e Igarapé/Bicas

(5,1% aa).

Já a distribuição espacial do crescimento populacional em Belo Horizonte é

desordenada e desigual, concentrando-se prioritariamente na faixa noroeste do

município.

22

Estrutura Etária da População

As pirâmides etárias mostram o processo de queda da fecundidade e aumento da

esperança de vida ocorrida nos últimos 20 anos na RMBH e, principalmente, em

Belo Horizonte, seguindo tendência geral ocorrida em todo o Brasil. A conjugação

destes dois fatores implica no envelhecimento da população (MACHADO, 2003).

Uma maneira de perceber melhor quantitativamente este envelhecimento

populacional é observando que enquanto o grupo etário de 0 a 4 anos perde quase

40% de participação relativa entre os censos de 1980 e 2000, o grupo mais

avançado ganha entre 50% a 100% de participação. Fica evidente também que o

envelhecimento maior ocorre em Belo Horizonte e entre as mulheres e que a

população de Belo Horizonte é muito mais velha do que a dos outros municípios.

Analisando-se as 9 regiões administrativas de BH, observamos que a Região

Centro-Sul possui uma estrutura etária bem mais idosa com uma participação

feminina proporcionalmente maior. As regiões mais distantes como Barreiro e Norte,

por exemplo, possuem estrutura etária mais jovem, semelhante aos municípios

periféricos, coincidindo com as áreas que ainda têm um crescimento populacional

significativo.

Total Part. Total Part.

Barreiro 262.194 11,71 221.072 10,94 1,91

Centro Sul 260.524 11,64 251.481 12,45 0,39

Leste 254.573 11,37 250.032 12,38 0,2

Nordeste 274.060 12,24 249.693 12,36 1,04

Noroeste 338.100 15,1 340.530 16,86 -0,08

Norte 193.764 8,66 154.028 7,62 2,58

Oeste 268.124 11,98 249.350 12,34 0,81

Pampulha 141.853 6,34 105.181 5,21 3,38

Venda Nova 245.334 10,96 198.794 9,84 2,36

Belo Horizonte 2.238.526 100 2.020.161 100 1,16

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000

PopulaçãoRegião

Administrativa

Taxa decrescimento

anual

2000 1991

Tabela 01 População residente em Belo Horizonte por região administrativa 1991/2000

23

Taxas de Fecundidade e Mortalidade

As Taxas de Fecundidade (número médio de filhos tidos por mulher no período

reprodutivo), Esperança de Vida ao Nascer e Taxa de Mortalidade Infantil de 1991 e

2000 confirmam o processo de envelhecimento da população. A taxa de

fecundidade decresce sistematicamente em todos os municípios da RMBH, e a

Esperança de Vida ao nascer aumenta, principalmente pela diminuição da

mortalidade infantil. A combinação destes fatores implica uma população mais idosa.

Deve-se destacar que a baixa taxa de fecundidade de Belo Horizonte, que já era

menor do que 2 em 1991, chega a 1,65 em 2000. São valores abaixo do nível de

reprodução. Isto significa que no médio e longo prazo a população não conseguirá

repor-se, isto é, a população começa a diminuir em termos absolutos. Sabendo que

o saldo líquido migratório do município é negativo não está longe o dia no qual a

população de Belo Horizonte irá decrescer.

Tabela 02 Proporção da população acima de 65 anos de idade segundo região administrativa 1996/2000

Região Administrativa 1996 2000

Barreiro 3,39 15,05

Centro Sul 8,77 23,48

Leste 5,95 19,85

Nordeste 5,23 17,25

Noroeste 6,42 19,97

Norte 3,87 15,55

Oeste 5,63 18,11

Pampulha 4,66 17,04

Venda Nova 3,57 15,13

Belo Horizonte 5,51 18,24

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000.ContagemPopulacional 1996

24

Sexo e Idade do Chefe do Domicilio

A tendência geral é Belo Horizonte ter chefes de domicilio um pouco mais velhos

(46,9 anos x 44,1 anos) e uma maior participação de chefes mulheres (33% x 25%).

Parte deste fenômeno é devido ao envelhecimento da população mais rápido em

Belo Horizonte, o que implica diretamente em chefes mais velhos e indiretamente

devido a maior longevidade das mulheres.

Percentual de domicílios com rede geral de esgoto, destino do lixo e

abastecimento de água

Considerando que no Brasil menos de 50% da população urbana é atendida por

rede geral de esgoto, a cobertura deste serviço em Belo Horizonte é muito boa. O

município possuí quase 93% dos domicílios atendidos por rede de esgoto, sendo

que na regional Centro-Sul este percentual alcança 98%. Os demais municípios da

RMBH têm uma média de 64% de cobertura, destacando-se com níveis de

atendimento entre 70% e 80% os municípios de Betim, Contagem, Santa Luzia,

Nova Lima, Sabará, Caeté e Rio Acima.

O abastecimento de água e coleta de lixo tem índices de atendimento ainda

melhores do que o acesso ao esgoto tanto em Belo Horizonte como nos demais

municípios, embora seja mantido o diferencial de atendimento de Belo Horizonte em

relação aos outros municípios.

3.3 Destaques Econômicos

A região metropolitana de Belo Horizonte, sob vários aspectos, é a mais dinâmica do

Estado de Minas Gerais. É responsável por 34,44% do PIB estadual, cujo peso

maior é atribuído ao setor de serviços (42,80%), seguido pelo setor industrial

(33,83%).

No ano de 2000, o município de Belo Horizonte participou com 21,46% do PIB

estadual e com 62, 31% da região metropolitana, ou seja, quase três vezes mais que

a somatória dos municípios que ocupavam a segunda e a terceira colocação (Betim

e Contagem). Assim, o município de Belo Horizonte possui um forte valor agregado

em sua capacidade produtiva em relação aos demais municípios da região.

25

As principais indústrias hierarquicamente ordenadas para o ano de 2002 foram

representadas pela indústria metalúrgica (16,95%), indústria de bebidas (15,43%),

de material elétrico, eletrônico e de comunicação (9,18%), de produtos alimentares

(8,48%)e, do vestuário, calçado e artefatos de tecidos (7,25%).

Se a participação de Belo Horizonte no segmento industrial é alta, a participação do

município em relação à região metropolitana no setor de serviços pode ser

considerada de uma primazia quase absoluta ( 77,4% do PIB setorial em 1999).

No ano de 2001, mais da metade (63,31%) da participação do segmento foi

dinamizado pelos denominados serviços produtivos (REVISTA PENSAR BH n.3,

2002). Os serviços produtivos são aqueles que auxiliam e complementam o

processo produtivo das unidades fabris, podendo se constituir inclusive, como um

desmembramento específico dessas unidades: serviços financeiros e securitários;

serviços distributivos (comércio varejista e atacadista, além de transportes); serviços

sociais (educação, saúde etc) e serviços pessoais (alimentação por exemplo).

De acordo com os dados acima, verifica-se que a cidade de Belo Horizonte continua

centralizando grande parte das atividades econômicas desenvolvidas na região

metropolitana e do Estado de Minas Gerais. E nesta direção, Belo Horizonte pode se

constituir como um pólo concentrador de serviços estratégicos que alimentam a

cadeia produtiva de cadeias industriais de alta tecnologia (ARAÚJO, 2003).

Fonte: Belo Horizonte em movimento/PBH - 2005

PIBº R$ 32.558.731,31 Arrecadaçãoºº R$ 2.600.000.000,00 Renda per capita ººº 14.120,29 º valores em R$ 1.000,00 de dezembro de 2003 ºº total de 2004 ººº valores em R$ de dezembro de 2003

Quadro 01

Números de Belo Horizonte (R$)

26

3.4 Infra-estrutura

Revitalização urbana

A Prefeitura Municipal de Belo Horizonte - PBH desenvolve programas sociais que

em parceria com a sociedade civil visa à recuperação da área central da cidade

através de um conjunto de obras e projetos: Programa Centro Vivo. As ações do

Centro Vivo são desenvolvidas nos seguintes eixos: inclusão social, econômica e

cultural; requalificação urbanística e ambiental; e segurança social. Podemos citar

algumas das ações do Programa Centro Vivo já concluídas:

• revitalização das Praças Sete e da Estação e da Rua dos Caetés e Rio de

Janeiro;

• construção de 4 Shoppings populares; e

• instalação de 72 câmaras de segurança nas regiões do Hipercentro, do

Barro Preto e da Savassi – Projeto Olho Vivo.

A revitalização das ruas Rio de Janeiro e dos Caetés proporcionou mais conforto e

segurança para os pedestres, além de ter fortalecido o comércio da região. A

requalificação da Esplanada da Praça Rui Barbosa, a popular Praça da Estação,

tornou possível a adequação do espaço público, dotando-o de infra-estrutura

apropriada para manifestações culturais com grande aglomeração de pessoas. A

construção de shoppings populares permitiu a transferência de 1600 camelôs para

locais que lhe permitiram ser acolhidos de forma segura, valorizados enquanto

cidadãos e ainda revitalizados como importante eixo na rede de comércio e trabalho

de Belo Horizonte. Hoje os shoppings populares possuem infra-estrutura que

começa a ser reproduzida por importantes cidades brasileiras e atraem um número

já grande, e a cada dia crescente, de compradores.

As determinações do Código de Posturas criado pela PBH e sancionado em 2004,

mostrou mais uma vez que um bom projeto aliado à vontade política geralmente

proporcionam ganhos consideráveis e de sustentabilidade para a cidade e seus

cidadãos.

Meio ambiente

Belo Horizonte dispõe de um grande número de praças, jardins e parques

pulverizados por toda a extensão de seu território, sendo considerada uma das

cidades com maior área verde por habitante. Considerando área verde como sendo

aquela representativa da macropaisagem local, cumprindo a função da conservação

27

biofísica, da pesquisa e da recreação pública, Belo Horizonte possui 700 áreas

verdes cadastradas e 66 parques, 58 dos quais abertos ao público.

Tantas são as áreas verdes destinadas ao lazer da comunidade que a Prefeitura de

Belo Horizonte publicou o livro "Parques Municipais", impresso com recursos do

Fundo Municipal de Desenvolvimento Ambiental, para mostrar aos cidadãos os

vários espaços públicos ecológicos, parques e áreas verdes existentes na capital

mineira. Um dos maiores exemplos é o Parque Municipal "Américo Renné Gianetti",

que em outubro de 2005 comemora 108 anos de criação.

Outra importante área de lazer é a Pampulha. Consciente da importância da região

para a cultura mineira e nacional, a PBH criou o Programa Pampulha para Todos,

por meio do qual realiza uma série de intervenções no local, com o objetivo de

recuperá-lo ambiental, cultural e urbanisticamente.

Abastecimento

A política de abastecimento de Belo Horizonte se baseia no conceito de segurança

alimentar, que pressupõe o acesso à alimentação de qualidade sem comprometer

parcela substancial da renda. Prova disso é o Restaurante Popular, pioneiro e

modelo no país, que inspirou unidades semelhantes no Rio de Janeiro, em São

Paulo e cidades satélites de Brasília. Os dois restaurantes, um na região central

implantado em 1993, e outro na região hospitalar inaugurado em 2004, oferecem

refeições variadas, elaboradas por nutricionistas, a um preço acessível: café da

manhã R$ 0,25, almoço R$ 1,00 e jantar R$ 0,50 (o café da manhã é oferecido

apenas na unidade da região hospitalar). Juntos, os Restaurantes Populares são

capazes de oferecer quase 15.000 refeições/dia.

Vilas e favelas: infra-estrutura e saneamento

Vilas e favelas são áreas geralmente comprometidas em infra-estrutura e serviços

urbanos básicos, como rede de esgoto, água, energia elétrica, sistema viário e

coleta de lixo. Pensando nisso, a administração municipal desenvolveu ações e

intervenções para levar segurança e qualidade de vida aos moradores de vilas e

favelas, permitindo assim sua inclusão social.

Um dos trabalhos de grande importância para estas áreas é o Programa Estrutural

para Área de Risco (PEAR), que propõe remoção de famílias moradoras em áreas

de risco e reassentamento em moradias dignas e construídas. Em 2004, o PEAR foi

fortalecido e ganhou mais impulso ao adotar uma nova metodologia: a gestão

compartilhada, instrumento que permite ao cidadão participar e apropriar-se do

28

espaço onde vive. Hoje, o PEAR é reconhecido nacionalmente como referência de

política pública para áreas de risco geológico-geotécnico.

Transporte coletivo e trânsito

Uma administração municipal democrática tem que promover o acesso físico e social

ao espaço público a todos os cidadãos, sem esquecer dos deficientes físicos, dos

idosos, ou de quem mora em áreas onde o acesso é difícil. Para isso, a Prefeitura de

Belo Horizonte conta com a BHTRANS, empresa municipal que gerencia o trânsito e

o transporte coletivo em BH, para a implantação do Plano de Acessibilidade do

Município, no que diz respeito ao transporte coletivo. Nesta perspectiva, desde 1985,

são concedido benefícios que garantem a gratuidade no transporte coletivo por

ônibus a 10 categorias, incluindo-se idosos, pessoas doentes e deficientes.

Em relação ao trânsito, a BHTRANS possui controle centralizado dos semáforos,

onde os equipamentos são monitorados por técnicos, levando-se em conta a

movimentação de veículos nos horários normais e nos de pico, o que facilita o

deslocamento de motoristas e pedestres além de proporcionar economia significativa

de combustível.

Além de toda a tecnologia disponibilizada para a melhoria do trânsito, a BHTRANS

ainda desenvolve o Programa Permanente de Educação para o Trânsito, destinado

ao público adulto realizado periodicamente e de forma lúdica para toda a sociedade.

Três temas fizeram muito sucesso: “Respeitar a faixa de pedestres, um negócio da

China”, “Paz no trânsito” e “Álcool e Direção”.

Habitação

No conjunto de suas políticas sociais, a PBH desenvolve em parceria com a Caixa

Econômica Federal, com verbas do FGTS , o PAR - Programa de Arrendamento

Residencial que é uma nova modalidade de aquisição de moradia, em que o cidadão

paga taxas mensais como se fosse um aluguel pelo prazo de 15 anos. No fim do

contrato ele torna-se proprietário, fazendo a opção de compra e utilizando todo valor

pago.

29

3.5 Controle Social em saúde e participação popular em Belo Horizonte

É atribuído aos Conselhos de Saúde atuar na formulação de estratégias e no

controle da execução das políticas de saúde, que deverão ser, sempre que possível,

articuladas e sinérgicas com o Gestor do SUS (MS, 2000).

Hoje já está evidente o processo de amadurecimento e superação de conflitos entre

os Conselhos de Saúde e os Gestores do início da década de 90. Os avanços já

alcançados e a permanente tentativa de superação de conflitos apresentam-se,

inclusive, porque já está demonstrado que o compromisso com o bem público não é

monopólio nem virtude unilateral de nenhum dos segmentos. Assim aprofunda-se o

reconhecimento e respeito às atribuições legais específicas, tanto das funções da

Gestão como do Controle Social através dos Conselhos de Saúde. E dessa forma,

reivindicações de cada segmento representativo nos Conselhos de Saúde decorrem

em crescente exercício de articulação e negociação em busca de avanços e

conquistas a favor do SUS, da cidadania e de um modelo assistencial e de gestão

que permita a realização da eqüidade e da universalidade.

O Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte é exemplo de participação e

controle social em saúde exercido de forma democrática e atuante na construção de

um sistema de saúde público de qualidade.

Em 2005 o Conselho Municipal de Belo Horizonte completa 14 anos de atuação e,

desde então, diversas Conferências e Plenárias tem sido realizadas. A primeira

Conferência Municipal de Saúde de Belo Horizonte intitulada Pré-Conferência,

ocorreu no primeiro semestre de 1986. Foi organizada por técnicos da Secretaria

Municipal de Saúde de Belo Horizonte, precedendo a Pré-Conferência Estadual

preparatória para a VIII Conferência Nacional de Saúde. A II Conferência Municipal

de Saúde, foi realizada em novembro de 1990 e teve como objetivos discutir as

políticas de saúde para o município e constituir um Conselho de Saúde, incluindo a

elaboração e aprovação de seu estatuto.

Desde então, seis novas Conferências Municipais de Saúde foram realizadas em

Belo Horizonte, sendo estas efetivas e importantes na construção do SUS e do

Controle Social neste município. E, a cada nova Conferência em Belo Horizonte a

participação e o envolvimento da população tornou-se maior em quantidade e

qualidade.

Especialmente, a IV Conferência Municipal de Saúde foi um dos principais

momentos da construção do SUS e do Controle Social em Belo Horizonte, pois, foi

30

neste momento que se deu, junto à sociedade cívil organizada, a aprovação do

projeto político do SUS, a definição do Modelo Assistêncial e a entrada de Belo

Horizonte na chamada Gestão Semiplena.

A última Conferência Municipal de Saúde de Belo Horizonte, realizada em setembro

de 2003, e denominada “Saúde: um direito de todos e um dever do Estado: a saúde

que temos, e o SUS que queremos”, foi desenvolvida a partir de seis temas para

discussão:

• modelo da atenção básica na saúde;

• integralidade da assistência (atenção secundária e hospitalar, construção das

linhas do cuidado e intersetorialidade;

• gestão participativa;

• controle social;

• financiamento da saúde; e

• gestão do trabalho na saúde.

Isto posto, os temas desenvolvidos nas Conferências Municipais de Saúde de Belo

Horizonte demonstram a preocupação com os rumos do SUS neste município, e a

compreensão da complexidade em garantir saúde de forma eqüânime, universal e

de qualidade.

Além das Conferências Municipais de Saúde de Belo Horizonte, sem contudo

substituí-las, desde 2002 estão sendo realizadas Conferências Temáticas neste

município. Estas Conferências Temáticas são primeiramente realizadas em nível

distrital, como também acontece nas Conferências Municipais. Esta política de

participação distrital em debates importantes no desenvolvimento do SUS-BH revela

a intenção de descentralização das decisões políticas, buscando na base elementos

para identificação das necessidades, definição de prioridades e levantamento de

propostas de enfrentamento dos problemas.

Pode-se mesmo dizer que o controle social efetivamente acontece na ponta, onde

ocorre fundamentalmente a ação de saúde coletiva e individual, e dessa maneira em

BH a participação popular é exercida nas Comissões Locais de Saúde – CLS

(funcionando praticamente em todas as unidades de saúde), nas nove Comissões

Distritais de Saúde – CDS e no Conselho Municipal de Saúde – CMS.

31

Seis foram os temas desenvolvidos nestas Conferências Temáticas distritais e

municipal em Belo Horizonte:

• Saúde Mental

• Saúde Bucal

• Saúde do Trabalhador

• Ciência e Tecnologia

• Assistência Farmacêutica

• Gestão do Trabalho e de Educação na Saúde de BH

Além das Conferências Municipais e Temáticas, realizaram-se em BH três plenárias

no período de 1989 a 2000, segundo informações do documento elaborado pelo

Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, “História das Plenárias de

Entidades de Saúde de Belo Horizonte”. Na primeira Plenária surgiu a proposta da

criação de um Conselho de Saúde no município. Na Plenária de 1998 o tema

discutido foi “BH e Região Metropolitana: Os desafios do SUS”. E, na Plenária

realizada em 2000 o tema central discutido foi “Efetivando o Controle Social”.

O Controle Social é conquista das mobilizações sociais e democráticas dos anos 80,

que se consolidaram na Constituição Federal de 88 e nas Leis 8.080/90 e 8.142/90

(MS, 2000).

Ao integrar os Conselhos de Saúde na estrutura legal do Poder Executivo,

acrescenta-se uma trincheira decisiva para o desenvolvimento do Controle Social no

Brasil (MS, 2000). Essa trincheira assegura a construção de um modelo assistencial

baseado nos direitos de cidadania de toda a população, intersetorial, em defesa da

vida e da saúde, e com acesso universal e eqüitativo a todos os níveis da atenção

integral à saúde, da coletividade, dos grupos populacionais expostos a riscos

específicos e de cada indivíduo (MS, 2000).

Assim, tanto as conferências quanto as plenárias desenvolvidas em Belo Horizonte

desde o final da década de 80 mostram a conquista e a efetivação da participação

social e do controle social neste município, tendo como um de seus veículos mais

importantes e organizados o Conselho Municipal de Belo Horizonte.

Os resultados dessa conquista e das lutas constantes são demonstrados na

efetivação e crescimento do SUS em Belo Horizonte, pólo estadual e municipal de

assistência em saúde, exemplo de gestão participativa e de inovação nos modelos

de atenção em saúde.

32

Além da participação efetiva do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte na

gestão do SUS/BH, os munícipes tem o privilégio e a responsabilidade de construir

um processo democrático e descentralizado de tomada de decisão através do

Orçamento Participativo (OP).

Belo Horizonte tem o privilégio e a sabedoria de ter construído, na última década e meia, um sólido consenso sobre o caminho a ser seguido. Privilégio porque, ao contrário dos grandes centros metropolitanos, Belo Horizonte construiu um método democrático, participativo e eficaz de enfrentamento dos problemas. Método apoiado, sobretudo, na ética, na transparência e na participação. Esse método democrático e participativo de solução de problemas permitiu grandes avanços nas políticas sociais e na melhoria da qualidade de vida em nossa cidade. O Orçamento Participativo é o exemplo mais emblemático dessa política, que apresenta resultados expressivos nas áreas do abastecimento, da educação, da saúde, do saneamento, do transporte e da urbanização de vilas e favelas e aglomerados, nas obras de infra-estrutura e na convivência urbana (PIMENTEL, 2005).

O OP é composto hoje por duas modalidades: Regional e de Habitação. O OP

Regional funciona a partir de um levantamento preliminar das demandas por

empreendimentos, elaborado em parceria com a população, que também é

responsável pela definição das obras a serem executadas, nas nove regionais da

cidade. Além dos investimentos, a população escolhe seus representantes para

controle do orçamento e das obras aprovadas durante o processo do OP. Enquanto

que no OP de Habitação, as famílias de sem casa, organizada em núcleos, decidem

a prioridade na construção de novas moradias a famílias residentes em Belo

Horizonte há pelo menos dois anos e com renda de até cinco salários mínimos. A

regularidade e a continuidade do processo, ao longo dos anos, permitiram que o OP

se tornasse o maior programa de obras da cidade (PBH, 2005).

Tabela 03 Empreendimentos aprovados nos Orçamentos Participat ivos de 1994 a 2006

Tema OP 94 OP 95 OP 96 OP 97 OP 98 OP 99/00 OP 2001/02 OP 2003/04 OP 2005/06 Totalização

Aprov. Aprov. Aprov. Aprov. Aprov. Aprov. Aprov. Aprov. Aprov. Aprov.

Assitência Social 5 4 5 3 3 0 6 4 4 34

Cultura 0 2 1 1 2 0 3 3 5 17

Educação 19 10 7 12 7 12 19 10 7 103

Esporte 1 3 0 3 3 5 7 6 11 39

Habitação 7 8 1 0 0 0 0 0 0 16

Infra-estrutura 77 82 47 50 26 60 57 38 27 464

Meio ambiente 0 0 1 0 0 0 0 2 10 13

Saúde 17 17 7 3 8 13 11 17 20 113

Urbanização de vilas 45 40 21 28 19 36 31 34 33 287

TOTAL 171 166 90 100 68 126 134 114 117 1086

Obs:A partir do OP 96, foi instituido o OP Habitação, sendo as demandas referentes à temática Habitação aprovadas noOPHFonte: "Belo Horioznte em movimento" PBH2005

33

4. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e Índice de Condição de Vida (ICV)

Com base em informações oriundas dos censos demográficos de 1980 e 1991, a

Fundação João Pinheiro e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada elaboraram

as estimativas do IDH (Índice do Desenvolvimento Humano) e do ICV (Índice de

Condições de Vida) de Belo Horizonte.

O Índice de Desenvolvimento Humano procura espelhar, além da renda (calculada

através do PIB real per capita, expresso em dólares e ajustado para refletir a

paridade do poder de compra entre os países), mais duas características desejadas

e esperadas do desenvolvimento humano:

1- A longevidade de uma população (expressa pela sua esperança de vida ao

nascer);

2- O grau de maturidade educacional (que é avaliado pela taxa de alfabetização de

adultos e pela taxa combinada de matrícula nos três níveis de ensino).

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é semelhante ao IDH, mas

não idêntico. Inclui as três dimensões mencionadas (renda, longevidade e educação,

com pesos iguais), mas com algumas adaptações para adequar o índice (concebido

para comparar países) à unidade de análise que é, neste caso, o município.

Os padrões do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD são

os valores de 0,500 e 0,800, separando, respectivamente, o baixo do médio e o

médio do alto desenvolvimento humano. Estes valores estimam o Índice de

Desenvolvimento Humano – IDH, criado por Mahbud al Haq, com colaboração do

economista Amartya Sem, que pretende ser uma medida geral e sintética do

desenvolvimento humano.

Com referência aos padrões do IDH, Belo Horizonte (IDH 0,780) situava-se, em

1991, muito próximo ao limite a partir do qual os municípios são incluídos no grupo

de nível mais elevado de desenvolvimento humano. À guisa de comparação, o IDH

de Minas Gerais, em 1996, foi de 0,823. Em 2000, Belo Horizonte atingiu o IDH-M

0,839. Isto permite deduzir que os problemas de saúde em BH sejam

predominantemente “doenças da civilização”, ficando restrito aos bolsões de miséria

o ciclo de doenças relacionadas com a pobreza (PMS - 2001).

34

No quadro abaixo estão disponibilizadas algumas informações sobre o último IDH-M

de BH

A partir dos estudos do IDH-M foi produzido outro índice - o ICV, Índice de

Condições de Vida nos Municípios, que inclui 20 indicadores básicos, agrupados em

cinco dimensões: renda (com cinco indicadores), educação (com cinco indicadores),

infância (quatro indicadores), habitação (quatro indicadores) e longevidade (dois

indicadores). Abaixo encontra-se a Tabela de ICV de BH.

Tabela 04 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Belo Horizonte, 1991-2000

MunicípioIDHM, 1991

IDHM, 2000

IDHM-Renda,

1991

IDHM-Renda,

2000

IDHM-Longevidade,

1991

IDHM-Longevidade,

2000

IDHM-Educação,

1991

IDHM-Educação,

2000

Belo Horizonte (MG) 0,791 0,839 0,779 0,828 0,727 0,759 0,866 0,929

Fonte: http://www.pnud.org.br/atlas/tabelas/index.php

Quadro 02 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Belo Horizonte/MG

Média do IDH-M em Minas Gerais: 0,719 Colocação no ranking Estadual: 2° (em 853 municípios)

Média do IDH-M na Região Sudeste: 0,745 Colocação no ranking Regional: 24° (em 1.666 municípios)

Média do IDH-M no Brasil: 0,699 Colocação no ranking Nacional: 71° (em 5.507 municípios)

Indice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Belo Horioznte/MG: 0,839

Documento disponível no site Caminhos, resultado de parceria entre a Universidade Federal de Mato Grosso do Sule a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Relatório gerado a partir do banco dedados informatizado congregando informações da Matriz Intersetorial de Enfrentamento da Exploração SexualComercial de Crianças e Adolescentes (elaborada pelo VIOLES/SER/UnB), do Censo Demográfico 2000 (IBGE) edo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (PNUD/IPEA/FJP). Organização, tratamento de dados eformatação: Eduardo Ramirez Meza.

35

Foi também elaborado em Belo Horizonte o Mapa da Exclusão Social que poderá

inferir novas formas de planejamento e permitir a definição de prioridades a partir de

informações reais e relevantes.

4.1 Mapa de Exclusão Social em Belo Horizonte

O mapa da exclusão social de belo horizonte, produto da parceria entre a PBH e a

PUC-MG, foi elaborado a partir de indicadores (dados de 1996) que expressam

aspectos considerados como fatores de exclusão social. Partiu-se do princípio de

1980 1991 1980 1991 1980 1991Barreiro 0,816 0,841 0,901 0,786 0,647 0,872Centro-sul 0,88 0,877 0,883 0,856 0,951 0,968Leste 0,861 0,846 0,889 0,856 0,786 0,9Nordeste 0,825 0,849 0,883 0,857 0,773 0,915Noroeste 0,856 0,862 0,897 0,869 0,788 0,916Norte 0,804 0,828 0,859 0,805 0,59 0,848Oeste 0,832 0,848 0,868 0,838 0,732 0,9Pampulha 0,841 0,87 0,863 0,849 0,711 0,899Venda Nova 0,795 0,83 0,841 0,786 0,556 0,86TOTAL 0,788 0,799 0,867 0,839 0,731 0,892FONTE: IBGE

REGIONAL BHICV - CRIANÇA ICV – HABITAÇÃOICV - RENDA

Tabela 06 Índice de Condições de Vida (ICV – CRIANÇA – RENDA – HABITAÇÃO)

1980 1991 1980 1991 1980 1991Barreiro 0,71 0,774 0,618 0,736 0,57 0,635Centro-Sul 0,839 0,877 0,66 0,801 0,82 0,886Leste 0,773 0,829 0,658 0,804 0,67 0,74Nordeste 0,745 0,817 0,624 0,758 0,619 0,706Noroeste 0,771 0,833 0,656 0,783 0,658 0,733Norte 0,683 0,773 0,608 0,741 0,554 0,642Oeste 0,747 0,817 0,643 0,763 0,659 0,736Pampulha 0,746 0,83 0,658 0,775 0,658 0,759Venda Nova 0,671 0,772 0,622 0,751 0,542 0,635

TOTAL 0,738 0,805 0,646 0,767 0,659 0,729FONTE: IBGE

REGIONAL BHICV ICV - LONGEVIDADE ICV – EDUCAÇÃO

Tabela 05 Índice de Condições de Vida (ICV – LONGEVIDADE – ED UCAÇÃO)

36

que a exclusão social é o processo que impossibilita parte da população de partilhar

dos bens e recursos oferecidos pela sociedade, conduzindo à privação, ao

abandono e à expulsão desta população dos espaços sociais.

O Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) foi construído a partir de 5 dimensões de

cidadania:

1. dimensão ambiental (moradia);

2. dimensão cultural (educação);

3. economia (emprego);

4. jurídica (assistência jurídica) e

5. segurança de sobrevivência (serviços de saúde).

Adotou-se uma escala de medida variando de 0 a 1, sendo que os índices maiores

refletem situações de vulnerabilidade social mais intensa.

Figura 05

Áreas de Risco em BH por área administrativa regional

37

Entre as 81 Unidades de Planejamento do município (UP), as áreas mais críticas

foram: Barragem, Jardim Felicidade, Taquaril, Mariano de Abreu, Capitão Eduardo,

Cafezal, Baleia, Olhos D’ Água, Confisco, Ribeiro de Abreu, Gorduras,

Mantiqueira/SESC, Prado Lopes, Jardim Montanhês, Morro das Pedras, Jatobá e

Jaqueline, com IVS numa escala entre 0,79 e 0,64.

Além dessas formas de avaliação e mensuração qualitativa das condições de vida

em BH, artigo publicado no Caderno de Saúde Pública em 2002, “Equidad en la

salud: evaluación de políticas públicas en Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil,

1993-1997”, apresenta análise dos resultados a partir do Índice de Qualidade de

Vida Urbana (IQVU) de Belo Horizonte. Este índice foi qualificado nesta publicação

como um bom instrumento de descrição das desigualdades socais por distrito,

confirmando assim que áreas com baixos IQVU abrigam em seu interior populações

mais vulneráveis e vítimas das desigualdades sociais (JUNQUEIRA, Virginia,

PESSOTO, Umberto Catarino, KAYANO, Jorge et al. 2002). Alguns resultados

apresentados:

Gestão:

• Maior aporte total de recursos por distrito para aqueles com menor qualidade

de vida

• Maior gasto per capita nos distritos com menor IQVU

Saúde:

• estudo revelou que as ações governamentais em saúde foram maiores nas

regionais Barreiro, Venda Nova e Nordeste, sendo estes os distritos com as

piores índices de condições de vida. Este aumento diferenciado de oferta local

de saúde, privilegiando as regiões da cidade com as piores condições de vida,

sugere uma tendência redistributiva da oferta na implantação do SUS em nível

local, considerando-se o princípio de eqüidade, no período de 1994 a 1997.

E dessa forma, conclui-se neste trabalho que a política de governo municipal neste

período cumpriu com os pressupostos de: implantação das diretrizes e princípios do

SUS, tais como universalidade, equidade, integralidade, participação social,

adquirindo, em nível local, grande significado.

Sendo assim, uma política de governo comprometida com a superação das

desigualdades em nível local é crucial para o alcance das diretrizes do SUS e a

atuação do gestor é essencial para garantir o equilíbrio entre as demandas

manifestadas pela população, os recursos disponíveis e as necessidades

identificadas.

38

5.Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte

A saúde é uma das prioridades da Prefeitura de Belo Horizonte, que trabalha com o compromisso de garantir atendimento de qualidade, proporcionando o bem-estar e a melhoria das condições de vida da população (PIMENTEL, 2005).

Dada a importância do segmento saúde dentro das políticas sociais e sua

complexidade serão neste capítulo apresentados:

� Organograma da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte

� Unidades assistenciais da Rede SUS/BH

� Rede Hospitalar e Leitos SUS-BH

� Recursos Humanos SUS-BH

� Organização territorial em saúde

� Perfil epidemiológico de Belo Horizonte

� Dados de Produção

� BH Vida: Saúde Integral reafirma os princípios do SUS e destaca a integralidade

� Política de financiamento do SUS-BH

� Belo Horizonte: pólo assistencial metropolitano e estadual

39

39

5.1 Organograma da Secretaria Municipal d e Saúde de Belo Horizonte 2005

Figura 06

40

5.2 Unidades Assistenciais da Rede SUS/BH

Tabela 07 Distribuição das unidades assistenciais do SUS-BH - 2005

Tabela 08 Distribuição das unidades próprias do SUS-BH por re gional - 2005

Tipo de Unidade PrópriaSetor

Contratado/conveniado

Básica 139 0

Referência secundária 6 28

C. de Referência em Saúde do Trabalhador - CERSAT 1 0

C. de Referência em Saúde Mental - CERSAM 7 0

Centro de Convivência - CV 8 0

Serviço Residencial Terapêutico 0 0

C. de Referência da Infância e Adolescência - CRIA 2 0

C. de Referência em Imunobiológicos Especiais - CRIE 1 0

Apoio Diagnóstico 13 38

Farmácia Distrital 9 0

Unidade de Urgência 6 8

Hospital 1 50

CREAB - URS Sagrada Família 1

Serviço de Reabilitação - URS Padre Eustáquio 1

Núcleo de Reabilitação - Barreiro 1

Núcleo de Saúde do Trabalhador 1Unidade de Ultrassom 1

Total 198 124Fonte: SMSA/SUS/BH

Regional

Bás

ica

Sec

undá

ria

CE

RS

AT

CE

RS

AM

CV

CR

IA

CR

IE

CR

EA

B

Apo

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Dia

gnós

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Ultr

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bilit

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l (H

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Núc

lo d

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aúde

do

Tra

balh

ador

Barreiro 20 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Centro-sul 12 2 1 1 3 1 1

Leste 14 2 1 1 1 1

Nordeste 20 1 1 1 1

Noroeste 20 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Norte 16 1 3 1 1

Oeste 15 1 1 1 1 1

Pampulha 8 1 1 1 1 1Venda Nova 14 1 1 2 1 1

TOTAL 139 6 1 7 8 2 1 1 13 9 6 1 1 1 1 1

Fonte: GEEPI/SMSA/SUS/BH

41

5.3 Rede Hospitalar e Leitos SUS-BH

A Rede Hospitalar contratada/conveniada ao SUS-BH, com 51 unidades, constitui-se

de hospitais de diferentes naturezas (municipal, estaduais, universitários,

filantrópicos e privados), sendo destes apenas um público municipal (Hospital

Municipal Odilon Behrens- HOB).

Somente cerca de 15% do total dos leitos hospitalares da rede hospitalar de Belo

Horizonte estão sob gestão exclusiva do SUS-BH. Esta realidade impõe um

desempenho especial de articulação e negociação à gestão SUS-BH.

Percebe-se também uma necessidade de um maior número de leitos em BH dos

chamados leitos de média complexidade, que responderiam à demanda atual e

também desafogariam os serviços deste nível de complexidade em saúde. Esta

necessidade quando suprida garantiria retaguarda às unidades de urgência e

emergência em Belo Horizonte.

Figura 07 Rede hospitalar de Belo Horizonte por área administrativa regional

Quadro 03 Distribuição de hospitais segundo natureza em Belo Horizonte

Tipo de prestador N %

Contratado 28 54,9

Estadual 8 15,7

Universitário 7 13,7

Filantrópico 7 13,7

Próprio 1 2,0

Total 51 100

42

Os leitos da rede hospitalar conveniada com o SUS-BH, na sua totalidade, aí

incluídos aqueles da rede própria (HOB), são utilizados pelos usuários através da

regulação feita pela Central de Internação – CINT, localizada no nível central da

SMSA/SUS-BH. Todas as internações nesses leitos, nos casos eletivos e de

urgência, são precedidas de uma Autorização de Internação Hospitalar – AIH, que

recebe um número de laudo fornecido pela CINT. No quadro a seguir são

apresentados os números de leitos disponibilizados e sob o controle da CINT,

distinguindo-se aqueles onde a própria central, exclusivamente, define a sua

ocupação (regulação direta) e os demais leitos onde o próprio hospital é o definidor

dessa ocupação pelo usuário, evidentemente após a liberação do número do laudo

de AIH pela CINT.

Quadro 04 Leitos hospitalares do SUS-BH

Regulação Nº de Leitos

Diretamente pela CINT (*) 3.216

Diretamente pelo Próprio Hospital (**) 2.987

TOTAL 6.203

Total de Laudos para AIH/SUS-BH fornecidos pela CINT 6.203 (***)

Fonte: CINT/ novembro de 2005

(*) Ocupação do leito definida pela CINT (estão incluídos os leitos deurgência (adultos e pediátricos), leitos para cirurgia eletiva, maternidadese intercorrências de urgência de pacientes da nefrologia e oncologia

(**) Ocupação do leito definida pelo próprio hospital (Rede FHEMIG, HOBe HC/UFMG)

(***) O total laudos para AIH's é igual ao total de leitos SUS-BH devido àregulação de 100% dos leitos SUS-BH pela CINT

43

5.4 Recursos Humanos SUS-BH

Tabela 09 Número de postos de trabalho no SUS-BH segundo vínculo empregatíco

Tabela 10 Distribuição dos postos de trabalho SUS-BH 2003/2004

n %Municipal 7.238 48,62Municipalizado (estadual/federal)1.331 8,94Terceirizados (*) 3.135 21,06Convênio 43 0,29Convênio ACS 2.290 15,38Contrato Administrativo 849 5,70

TOTAL 14.886 100,00

2004

Fonte: SIGRHS/SMSA/SUS/BH

(*) O aumento do quantitativo dos terceirizados em 2004 éresultado da criação de novas unidades e serviços(laboratórios, centros de saúde), criação de anexos doscentros de saúde, do incremento de profissionais nazoonoses e da não realização de concurso público para ascategorias administrativas, de vigilância e limpeza.

Vínculo empregatício

Total2004

Nível Central 963Barreiro 1.567Centro Sul 1350Leste 1.745Nordeste 1.443Noroeste 2.014Norte 1.491Oeste 1.733Pampulha 787Venda Nova 1.579SAMU 214

Total 14.886

Fonte: SIGRHS/SMSA/SUS/BH

Obs: O número de postos de trabalho doNível Central considera as unidades desaúde a elevinculadas

Níveis Central e Distrital

44

Categoria/Função

Nív

el

Cen

tral

SA

MU

Bar

reiro

Cen

tro

Sul

Lest

e

Nor

dest

e

Nor

oest

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te

Oes

te

Pam

pulh

a

Ven

da

Nov

a

Tot

al

ACD 32 55 42 48 45 38 38 16 35 349ACS 316 141 231 284 387 245 272 109 294 2290Administrativo 228 1 76 102 125 76 161 74 122 54 108 1127Agente Fazendário 1 1Agente Sanitário / Sup. 133 149 197 180 215 204 155 97 173 1510Ascensorista 5 4 2 11Assessor Comissionado 5 5Assessor Especial 1 1Assessor Jurídico 1 1Assistente Comissionado 3 1 4Assistente Social 5 13 30 25 21 23 15 24 7 14 177Assistente Social (Ref.) 7 1 1 9Aux. Almoxarife / Almox. 18 3 1 1 1 3 2 3 1 33Aux. Câmara Escura 6 6Aux. Copa 4 3 2 2 11Aux. Enfermagem 7 98 289 195 296 239 307 252 306 143 293 2425Aux. Laboratório 5 4 21 10 19 16 16 3 22 116Aux. Lavanderia 9 9Aux. Limpeza 27 2 52 43 71 40 61 51 69 24 51 491Aux. Manutenção / Diversos 38 1 39Aux. Serv. Gerais / Diversos 15 1 1 9 1 3 1 6 37Bacteriologista 2 2Biólogo 5 2 2 4 13Biólogo Referência 1 2 2 2 4 1 4 16Bioquímico 2 22 12 24 6 32 3 17 118Chefe de Gabinete 1 1Cirurgião Dentista 37 38 31 44 45 37 42 19 29 322Cirurgião Dentista (Ref.) 18 7 7 7 1 5 2 2 49Cir. Dent. / Endodontia 13 13Cir. Dent. / Ortodontista 1 1Cir. Dent. / Pediatria 2 2 4Cir. Dent. / Periodontia 5 5Cir. Dent. / Prótese Dent. 9 9Cir. Dent. / Radiologista 4 4Citotécnico 5 5Consultor 35 35Contador 3 3Coordenador de Fiscaliz. 2 2 2 2 2 1 1 12Coordenador / N. Superior 10 1 1 1 13Digitador 19 3 9 7 3 5 14 11 6 11 88

Quadro 05 Distribuição dos postos de trabalho nas unidades e serviços da SMSA por categoria, segundo Distrito Sanitário

45

Categoria/Função

Nív

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Cen

tro

Sul

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dest

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Nor

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Ven

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Tot

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Enfermeiro 35 100 54 98 86 107 82 89 43 80 774Enfermeiro (ref.) 19 7 7 1 3 7 5 6 4 4 63Eng. Seg. Trabalho 3 1 4Estagiário 53 2 43 25 39 51 40 48 35 25 36 397Farmacêutico 1 4 6 3 1 1 1 17Farmac. / Bioquím. (ref.) 11 11Fiscal Sanit. N. Médio 9 7 17 11 11 13 7 11 7 7 100Fiscal Sanit. N. Superior 5 3 13 4 4 4 2 3 3 3 44Fisc. Sanit. Membro Junta 3 3Fiscal Sanit. Pres. Junta 1 1Fisioterapeuta 2 2 1 8 1 1 15Fonoaudiólogo 1 5 3 1 9 1 1 1 1 23Gerente 25 1 30 21 23 30 32 25 25 17 24 253Med. Alergologista 1 2 3Med. Alergologista Infantil 2 2 4Med. Anatomopatologista 2 2Med. Anestesiologia 1 9 10Med. Angiologista 1 4 2 7Med. Auditor 11 11Med. Autorizador de AIH 18 5 23Med. Cardiologista 4 10 3 2 1 20Med. Cardiologista Infantil 1 1 2Med. Cirurgião Geral 15 8 11 4 5 6 15 4 8 76Med. Cirurgião Infantil 2 3 5Med. Cirurgião Cardiov. 1 1Med. Cirurgião Plástico 2 2 2 6Med. Clinica da dor 1 1Med. Clínico 21 31 20 11 25 21 32 37 21 21 240Med. Coordenador 1 5 9 1 3 1 1 1 1 23Med. Dermatologista 1 3 2 1 7Med. do Trabalho 4 1 5Med. Endocrinologista 6 2 3 11Med. Endoscopista 2 2Med. Fisiatra 1 2 3Med. Gastroenterologista 1 1 1 3 6Med. Generalista 65 28 47 60 65 54 56 24 67 466Med. Ginecologista/Obst. 22 21 24 17 24 17 22 9 17 173Med. Hematologista 1 1 2Med. Infectologia 23 2 1 1 27Med. Mastologia 1 4 2 3 10Med. Nefrologista 2 1 1 4

46

Categoria/Função

Nív

el

Cen

tral

SA

MU

Bar

reiro

Cen

tro

Sul

Lest

e

Nor

dest

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Nor

oest

e

Nor

te

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Pam

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Nov

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Tot

al

Med. Neurocirurgião 2 2Med. Neurologista 3 3 2 2 1 11Med. Neurologista Infantil 5 5Med. Oftalmologista 24 24Med. Ortopedista 1 12 5 1 4 23Med. Otorrino. 5 19 3 2 1 30Med. Outras Especialidades 5 6 1 3 2 1 1 3 22Med. Patologista Clínico 1 1 2Med. Pediatra 2 43 19 45 30 32 39 51 22 39 322Med. Perito 7 7Med. Pneumologista 2 1 1 4Med. Pneumologista Inf. 1 2 2 5Med. Proctologista 2 2 2 6Med. Psiquiatra 13 6 18 11 15 6 15 14 11 109Med. Radiologista 3 1 1 5Med. Referência 64 4 4 6 6 11 6 5 2 1 109Med. Regulador 11 11Med. Reumatologista 2 3 4 9Med. Supervisor 2 3 3 1 2 1 2 3 17Med. Supervisor Hosp. 89 89Med. Ultrassonografista 20 6 2 28Med. Urologista 1 4 1 2 8Monitor / Artista Plástico 4 4 4 7 4 4 3 5 35Motorista 9 16 8 9 10 11 16 17 12 14 122Nutricionista 1 3 1 2 2 9Office-boy 8 3 1 2 14Operador de Máquina 4 4Operador de Rádio 4 4Psicólogo 25 16 29 16 32 15 23 12 13 181Psicólogo Referência 8 2 4 1 5 1 5 2 2 2 32Referência Téc. (outros) 18 2 2 1 1 24Secretário Municipal 1 1Secretária Comissionada 1 1Tec. Contabilidade 1 1Tec. Higiene Dental 15 9 7 9 14 11 11 8 7 91Tec. Laboratório 1 14 27 27 22 24 42 7 36 200Tec. Manutenção Odonto 1 1Tec. Optica / Ortóptica 5 5Tec. Prótese Dentária 2 2Tec. Radiologia 9 9 6 9 14 7 8 62Teledigifonista 104 30 134Telefonista 3 1 6 7 2 4 1 24Terapeuta Ocupacional 2 2 9 2 6 3 2 3 4 33Veterinário 8 8Veterinário Referência 4 4 5 6 3 5 3 6 7 10 53Vigia / Porteiro 16 2 116 72 94 92 94 81 91 37 82 777

TOTAL 963 214 1567 1350 1745 1443 2014 1491 1733 787 1579 14886

Fonte: ARTE-RH/GEDRHBase de Dados: Dez/2004

47

5.5 Organização territorial em saúde

A organização territorial estabelecida na SMSA/PBH/PBH dá-se de acordo com as

necessidades e possibilidades das práticas de intervenção. São adotadas as

seguintes subdivisões:

Unidades territoriais do sistema de saúde em Belo H orizonte:

Os Distritos Sanitários seguem a delimitação das Administrações Regionais, e

correspondem à organização administrativo-assistencial da SMSA/PBH. As

definições territoriais das áreas de abrangência têm sido estabelecidas com base

nos setores censitários definidos pelo IBGE, sendo constituídas por um

agrupamento de setores contíguos, respeitando-se os seus limites.

A definição dos setores censitários que formam uma determinada área é feita

através de avaliação pelas equipes locais e distritais, considerando a demanda

atendida, o perfil epidemiológico da região, o acesso à unidade de saúde, a

existência de barreiras geográficas, o tamanho populacional, o fluxo de transporte

etc.

Desta forma, tem sido possível a quantificação e a classificação socioeconômica da

população adscrita, das condições de infra-estrutura e demais informações,

disponibilizadas de modo agregado por setor censitário, nos censos populacionais

feitos pelo IBGE.

Município↓↓↓↓

Distrito Sanitário↓↓↓↓

Área de abrangência do centro de saúde↓↓↓↓

Área de equipe PSF↓↓↓↓

Microárea↓↓↓↓

Moradia

48

v Territorialização e vinculação de uma dada população são idéias nucleares da

proposta do Programa de Saúde da Família (PSF). O espaço territorial das áreas

das Equipes de Saúde da Família (ESF) é o locus operacional de ações, que tem

como objetivo promover e conservar a saúde da população. Na implantação do PSF

em Belo Horizonte, a composição das áreas de equipes, levou em consideração a

quantidade de habitantes e o índice de vulnerabilidade à saúde na área, orientando

uma organização diferenciada dos recursos assistenciais.

As áreas das Equipes de Saúde da Família por sua vez são subdivididas, para efeito

de organização do trabalho dos agentes comunitários de saúde (ACS), em

microáreas de acordo com o número de famílias e índice de vulnerabilidade à saúde.

Índice de Vulnerabilidade à Saúde:

O índice de vulnerabilidade à saúde utilizado pela SMSA/PBH é uma combinação de

diferentes variáveis num indicador que busca resumir informações relevantes que

traduzem as desigualdades intra-urbanas, apontando áreas prioritárias para

intervenção e alocação de recursos, favorecendo a proposição de ações

intersetoriais.

49

Fonte: Foram utilizados os dados do Censo 2000 e do Sistema de Informação sobre Mortalidade georreferenciados através do Sistema de Informações Geográficas de Belo Horizonte.

Após o cálculo do índice de vulnerabilidade à saúde, os setores foram classificados

nas seguintes categorias:

Fonte de Indicadores Informação Peso Descrição

0,50 1-Percentual de domicílios particulares permanentes com abastecimento de água inadequado ou ausente

Saneamento 1,00 2-Percentual de domicílios particulares permanentes com esgotamento sanitário inadequado ou ausente

0,50 3-Percentual de domicílios particulares permanentes com destino do lixo de forma inadequada ou ausente

Total=2,00 Habitação 0,75 4-Percentual de domicílios improvisados no setor

censitário 0,25 5-Razão de moradores por domicílio Total=1,00 Educação 1,50 6-Percentual de pessoas analfabetas 0,50 7-Percentual de chefes de família com menos de 4 anos

de estudo Total=2,00 Renda 0,50 8-Percentual de chefes de família com renda de até 2

salários mínimos 1,50 9-Renda média do chefe de família (invertida)

Total=2,00 Sociais/Saúde 0,25 10-Coeficiente de óbitos por doenças cardiovasculares

em pessoas de 30 a 59 anos 1,50 11-Óbitos proporcionais em pessoas com menos de 70

anos de idade 0,25 12-Coeficiente de óbitos em menores de 5 anos de idade 1,00 13-Proporção de chefes de família de 10 a 19 amos Total=3,00

● risco baixo setores com valores inferiores ao médio

● risco médio setores censitários que tinham valores do índice de vulnerabilidade à saúde com ½ desvio padrão em torno da média

● risco elevado setores com valores acima do risco médio até o limite de 1 desvio padrão

setores com valores acima do risco elevado ● risco muito elevado

Quadro 06

Indicadores utilizados na construção das áreas de v ulnerabilidade à saúde por setores censitários.

50

A distribuição da população de Belo Horizonte, segundo o índice de vulnerabilidade

à saúde e regional administrativa pode ser visto na Tabela a seguir.

Foram construídas pirâmides etárias em Belo Horizonte, segundo as áreas de

vulnerabilidade à saúde (vide Figura abaixo). Observa-se grande heterogeneidade

entre essas pirâmides, com padrões de estrutura etária semelhantes aos de países

desenvolvidos (áreas de risco baixo) e aos de países subdesenvolvidos (áreas de

risco muito elevado).

Tabela 11 Distribuição da população de Belo Horizonte por reg ional e área de risco

Regional Risco muito elevado Risco elevado Risco médio Risco baixo Total

Barreiro 18.593 102.851 134.933 5.817 262.194

Centro-sul 31.473 26.756 6.943 200.831 266.003

Leste 18.121 47.658 89.510 93.805 249.094

Nordeste 15.065 79.677 125.968 53.350 274.060

Noroeste 17.567 54.096 169.249 96.439 337.351

Norte 16.829 85.834 83.863 7.238 193.764

Oeste 16.654 81.451 76.481 94.112 268.698

Pampulha 8.037 23.513 42.957 68.095 142.602

Venda Nova 15.558 101.764 119.707 7.573 244.566

TOTAL 157.897 60.360 846.641 627.224 2.238.332 Fonte: Censo Populacional IBGE - 2000

Gerência de epidemiologia e Informação - SMSA/SUS/BH

51

Fonte: Índice de Vulnerabilidade à Saúde / SMSA/PBH/PBH e CENSO 2000-IBGE

ÁREAS DE RISCO ELEVADO

BELO HORIZONTE

ÁREAS DE RISCO BAIXO ÁREAS DE RISCO MÉDIO

ÁREAS DE RISCO MUITO ELEVADO

8 6 4 2 0 2 4 6 8

0 a 4

10 a 14

20 a 24

30 a 34

40 a 44

50 a 54

60 a 64

70 a 74

80 e mais

faix

a et

ária

população (%)

Homem Mulher

8 6 4 2 0 2 4 6 8

0 a 4

10 a 14

20 a 24

30 a 34

40 a 44

50 a 54

60 a 64

70 a 74

80 e mais

faix

a et

ária

população (%)

Homem Mulher

8 6 4 2 0 2 4 6 8

0 a 4

10 a 14

20 a 24

30 a 34

40 a 44

50 a 54

60 a 64

70 a 74

80 e mais

faix

a et

ária

população (%)

Homem Mulher

8 6 4 2 0 2 4 6 8

0 a 4

10 a 14

20 a 24

30 a 34

40 a 44

50 a 54

60 a 64

70 a 74

80 e maisfa

ixa

etár

ia

população (%)

Homem Mulher

8 6 4 2 0 2 4 6 8

0 a 4

10 a 14

20 a 24

30 a 34

40 a 44

50 a 54

60 a 64

70 a 74

80 e mais

faix

a et

ária

população (%)

Homem Mulher

Figura 0 8 Pirâmides etárias em Belo Horizonte segundo as área s de vulnerabilidade à saúde

52

A figura a seguir representa um mapa de Belo Horizonte, com o índice de

vulnerabilidade á saúde por setor censitário.

Figura 09 Ìndice de vulnerabilidade à saúde 2003

53

5.6 Perfil epidemiológico de Belo Horizonte 5.6.1 Saúde materna e infantil

A saúde materna e infantil é alvo de ações específicas da Secretaria Municipal de

Saúde (SMSA/PBH) através de vários programas desenvolvidos nos últimos anos.

Em 1993 foi desencadeado o PROJETO VIDA, com o objetivo de qualificar a

assistência à mulher e à criança, com a implementação de ações de saúde

pioneiras na política municipal, e até mesmo no âmbito das políticas nacionais.

A constituição da Comissão Perinatal, com representação intra e interinstitucional,

em 1994, com o objetivo inicial de discussão e ampliação da oferta de leitos para

recém-nascidos de risco, foi também um importante ato qualificador da assistência

materno-infantil em Belo Horizonte.

Na área da atenção à mulher , o planejamento familiar tem permitido o acesso da

população à informação e assistência com a oferta dos diversos métodos de

anticoncepção em todos os Centros de Saúde da cidade. Dados do Sistema de

Informação de Nascidos Vivos (SINASC) mostram um declínio significativo do

percentual de gravidez na adolescência (vide Gráfico abaixo), passando de 17,8%

em 1999, para 13,9% em 2004.

Gráfico 01

Percentual de partos de mães adolescentes, Belo Hor izonte, 1996-2004

13,90

16,8016,70

14,10

15,20

16,00

16,9017,00

17,60

11

12

13

14

15

16

17

18

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Fonte: SINASC

54

Observa-se que a distribuição da gravidez na adolescência não é homogênea na

cidade segundo classificação do Índice de Vulnerabilidade à Saúde. A Taxa de

Fecundidade Específica (TFE) mostrou que a faixa etária de 30 a 34 anos contribuiu

com 30% para a fecundidade nas áreas de baixo risco enquanto as adolescentes

contribuíram com 7,9% para a fecundidade das áreas de baixo risco e com 19,4%

para a fecundidade das áreas de elevado e muito elevado risco.

Gráfico 02

Taxas de fecundidade específica por categoria de ri sco, Belo Horizonte, 2000

*Agrupou-se aqui as áreas de risco elevado e muito elevado, trabalhando com apenas 3 áreas de risco

A assistência pré-natal está organizada em todas as unidades básicas, com

protocolos bem estabelecidos e inserção do enfermeiro nessa assistência. A adoção

da prática de identificação e acolhimento imediato das gestantes nas unidades de

saúde tem sido alvo de grande esforço da SMSA/PBH com ampliação da captação e

maior efetividade do acompanhamento pré-natal.

Dados do SISPRENATAL mostram um aumento progressivo do cadastro de

gestantes pelos serviços de saúde, no município ( vide Tabela abaixo).

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49

BAIXO

MÉDIO

ELEVADO*

55

TABELA 12

As gestantes cadastradas e acompanhadas no pré-natal dos Centros de Saúde, em

2004, corresponderam a 65% do total de nascidos vivos do município e a 93% da

população de gestantes usuárias do SUS. A Tabela 13 mostra o número de

consultas realizadas pelas gestantes durante o acompanhamento pré-natal.

observa-se um aumento progressivo de gestantes que realizaram mais de seis

consultas de pré-natal do total de nascidos vivos/ano, passando de 61,4% em 2002

para 68,5% em 2004. TABELA 13

Em 1997 foi implantado o Comitê de Prevenção à Mortalidade Materna, com

aumento progressivo do número de óbitos investigados, sendo em 2004 100,0% dos

óbitos maternos investigados (Gráfico 3).

Observa-se redução da razão de mortalidade materna, que passou de 53,0 em 1997

para 27,.4/100.000 NV em 2004 (Gráfico 4). As principais causas dos óbitos

Distribuição das gestantes cadastradas no SISPRENAT AL, Belo Horizonte, 2001 a 2004

AnoGestantes

Cadastradas

2001 10.076

2002 17.572

2003 22.016

2004 21.259Fonte: GEEPI/SMSA-BH

SISPRENATAL/MS

Distribuição dos nascidos vivos, segundo o número d e consultas de pré -natal realizado, Belo Horizonte, 2002 a 2004

= 6 > 6

2002 13.228 21.065 663 34.296

2003 12.143 21.832 394 33.975

2004 10.331 22.489 301 32.820Fonte: GEEPI/SMSA/PBH

SINASC/MS

Consultas pré-natalIgnorado

Total de nascidos vivos

Ano

56

maternos em BH são as DHEG (doença hipertensiva específica da gravidez),

infecções, hemorragias e complicações pós-aborto.

Gráfico 3

Total de Óbitos femininos investigados pelo Comitê de Prevenção de Óbitos Maternos, 1997- 2004

Gráfico 4

Razão de Morte Materna, por 100.000 NV, Belo Horizo nte, 1997 - 2004

331

874

772

178124

6610

802

0100200300400500600700800900

1000

1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

53

66

55

79

27,4

54 54

50

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

97 98 99 00 01 02 03 04

Fonte: Comitê de Prevenção ao Óbito Materno

Fonte: Comitê de Prevenção ao Óbito Materno

57

Na área da atenção à criança foram desencadeadas ações de vigilância à saúde,

priorizando, desde 1993, o acompanhamento de crianças consideradas de maior

risco de morrer no primeiro ano de vida: residentes em áreas de risco da cidade,

com baixo peso ao nascer (menos que 2500 g), filhos de mães adolescentes e/ou

mães com baixo nível de instrução.

Foram estruturados em todas as unidades de saúde o Programa de Combate à

Desnutrição Infantil, as rotinas de acompanhamento do crescimento e

desenvolvimento da criança, o acompanhamento da cobertura vacinal, o incentivo

ao aleitamento materno e à utilização da terapia de reidratação oral.

Outra iniciativa importante foi o Programa "Criança que Chia" com atenção e

medicação especial para crianças asmáticas. Este esforço tem tido reflexo positivo

na redução das taxas de mortalidade infantil que vem declinando progressivamente,

desde 1993 (vide Gráfico abaixo).

Gráfico 05 Evolução da Taxa de Mortalidade Infantil e seus com ponentes, Belo Horizonte 1993-2004

15,4 15 15 1412 11,2 10 9

7,4 6,54,4 4 4 4 4 3,6 3,2 3,2 3 2,6 2,3 2,5

15

10,58,6

7 6,55 5,4 4,5 5,6 4,3

34,4 34

29,526,6

2320,6

18,2 17,6

13,115,3

13,3

6 65,1

15,5

14,1

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

0-6 dias 7-27 dias > 28 dias TMI

58

A redução mais significativa ocorreu no componente pós-neonatal, óbitos de

crianças de 28 a 364 dias de vida, geralmente relacionados a causas infecciosas

(diarréia, pneumonia, septicemia) e desnutrição.

A redução observada neste componente de 2003 para 2004 foi de 26,8%, passando

de 5,6 para 4,1/1000 NV. Verificou-se ainda redução, nesse mesmo período, de

10,8% na taxa de mortalidade neonatal precoce, óbitos de crianças de até 6 dias de

vida, passando de 7,4 para 6,6/1000 NV, decorrente da melhoria na assistência

perinatal. A taxa de mortalidade neonatal tardia manteve-se estável, 2,3/1000 NV em

2003 e 2,4/1000 NV em 2004.

Por outro lado é importante ressaltar que as taxas de mortalidade infantil são muito

heterogêneas no município, sendo que as regiões que apresentam as maiores taxas

também apresentam piores indicadores epidemiológicos e assistenciais da saúde

materno-infantil, como menor número de consultas pré-natal e percentual elevado de

baixo peso (vide Figura abaixo). Essas localidades são, portanto, consideradas

prioritárias para as ações de saúde.

59

Figura 10 Taxa de Mortalidade Infantil por área de abrangênci a , Belo Horizonte, 2000-2003

60

A redução da taxa de mortalidade neonatal, observada desde 1996, com sobrevida

de recém-nascidos de menor idade gestacional, tem tido reflexo no aumento do

número de baixo-peso e prematuros em Belo Horizonte (Gráficos 6 e 7).

Gráfico 06 Percentual de recém-nascidos com baixo peso, Belo H orizonte, 1996 a 2004.

Gráfico 7 Percentual de recém-nascidos prematuros, Belo Horiz onte, 1996 a 2004 .

6,7 6,56,2

7

7,9 7,7

8,5

9,29,4

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

11,0 11,6 11,5

10,610,410,210,210,0 9,9

5

10

15

20

25

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

61

A atividade de vacinação é também realizada rotineiramente nas 139 UBS. A tabela

abaixo mostra os dados de cobertura vacinal.

A cobertura esperada para as vacinas aplicadas em menores de 1 ano, para o

controle das doenças, é de 95%. As menores coberturas observadas a partir de

2003 podem ser devidas a um menor registro pelos profissionais, talvez associado a

uma menor procura, pelos país, do serviço de vacinação das UBS e a perda de

oportunidade de vacinação por essas unidades. Importante ressaltar que a cobertura

vacinal é alcançada para várias vacinas, conforme preconizado, em alguns Distritos

Sanitários, não sendo homogênea para o Município. Outra observação importante é

que apesar das menores coberturas detectadas não foi observado aumento no

número de casos notificados de doenças imunopreveníveis.

O acompanhamento de crianças com asma, dentro do programa “Criança que chia”,

tem sido uma das atividades prioritárias da SMSA/PBH. As crianças com asma

moderada/grave são cadastradas, acompanhadas com retornos regulares e

recebem medicação inalatória. A Tabela 15 mostra as taxas de internação, em

menores de 5 anos, por asma e pneumonia, no Município, tendo ocorrido uma

redução nas internações por pneumonia, uma das complicações da asma.

Tabela 14 Cobertura vacinal em menores de 1 ano no município de Belo Horizonte, 2000-2004

Doses aplicadas

Cobertura Vacinal

Doses aplicadas

Cobertura Vacinal

Doses aplicadas

Cobertura Vacinal

Doses aplicadas

Cobertura Vacinal

Doses aplicadas

Cobertura Vacinal

SABIN 40.388 104% 37.635 104% 32.884 96% 30.110 89% 30.301 92%

ANTI-SARAMPO 40.077 103% 37.854 105%

DTP 39.208 100% 35.877 99% 33.332 97% 32.176

BCG 44.976 115% 40.265 111% 37.799 110% 32.176 95% 33.328 102%

HEPATITE B 39.567 101% 35.991 99% 33.186 97% 28.423 84% 28.908 88%

HAEMOPHILUS TIPO B 48.464 124% 36.044 100% 32.434 95%

TETRAVALENTE 30.832 91% 30.942 94%POP. SINASC 39.024 36.197 34.296 33.975 32.820

Fonte: Coordenação Técnica de Imunização/SMSA/SUS/BH

OBS: A vacina ANTI-SARAMPO passou a apartir de 2002 a ser administrada com a rubéola e a Catapora (TRIVIRAL). A vacina Haemophilus tipo B converteu-se na vacina tetravalente

Saiu do calendário p/ < 1

VACINAS2002 2003 200420012000

62

5.6.2 Saúde do adulto e idoso Internações e mortalidade geral:

Em 2004, as doenças do aparelho circulatório representaram 28,1% dos óbitos de

residentes em BH e 11,4% das internações do SUS-BH, com 19,9% dos valores

pagos de AIH. Das AIH pagas pelo SUS-BH, 61,1% foram de residentes no

município.

Em segundo lugar, estão as neoplasias (16,1% dos óbitos). Esse percentual vem

aumentando, tendo sido de 10,2% em 1980. Nas internações as neoplasias

representaram 8,5% das AIH e 10,8% do valor anual/pago.

As causas externas representaram 14,2% dos óbitos em 2004, percentual que vem

também aumentando, tendo sido de 10,1% em 1980. Representaram, em 2004,

12,8% do valor gasto em AIH. A maioria das internações desse grupo foram de

residentes em outros municípios.

Tabela 15 Taxas de internação por asma e pneumonia em menores de 5 anos em Belo Horizonte em 2003 e 2004

ANO 1º TRIMESTRE 2º TRIMESTRE

2003 62,5/10.000 70,1/10.000

2004 56,2/10.000 59,4/10.000

ANO 1º TRIMESTRE 1º TRIMESTRE

2003 54,9/10.000 52,6/10.000

2004 61,4/10.000 59,4/10.000

Fonte: Gerência de Epidemiologia e Informação -SMSA/SUS/BH

POR ASMA – MENORES DE 5 ANOS

POR PENEUMONIA – MENORES DE 5 ANOS

63

Principais causas de internação: Gravidez, parto e puerpério (16,3%), Doenças do

aparelho respiratório (12,2%), Doenças do aparelho circulatório (11,4%), Lesões

envenenamentos e algumas outras conseqüências de causas externas (11,1%),

Neoplasias (8,5%)

Percentual gasto com internações em relação ao total: Doenças do aparelho

circulatório (19,9%), Lesões envenenamentos e algumas outras conseqüências de

causas externas (12,8)%), Neoplasias (10,8%), Doenças do aparelho respiratório

(8,9%),Gravidez parto e puerpério (8,1%)

5.6.3 Mortalidade por doenças crônicas não transmis síveis

As taxas de mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis são apresentadas

na Tabela 17. Observa-se que em todas as doenças estudadas o risco de morrer

aumenta com a idade em ambos os sexos.

Mortalidade Proporcional

Quantidade de Internações

Valores pagos de AIH

IX. Doenças do Aparelho Respiratório 1º 3º 1º 61,1

II. Neoplasias (tumores) 2º 5º 3º 47,9

XX. Causas externas da morbidade e mortalidade ou

XIX Lesões erven e alg out conseq causas externas

X Doenças do aparelho respiratório 4º 2º 4º 61,5

XV. Gravidez parto e puerpério 17º 1º 5º 67,6

Fonte: SIM e SIH 2004 internações gestão SUS-BH

Classificação% de internações de

residentes em BHCapítulo CID 10

3º 4º 2º 46,4

Tabela 16 Mortalidade e morbidade hospitalar, segundo princip ais grupos de causas, Belo Horizonte, 2004

64

20-39 40-59 60 + 20-39 40-59 60 + 20-39 40-59 60 + 20-39 40-59 60 + 20-39 40-59 60 + 20-39 40-59 60 + 20-39 40-59 60 +

AVC 5,9 77,7 574,7 0,1 68,7 590,7 4,5 55,2 482,5 4,5 56,6 505,2 5,2 56 446,1 5,4 54,5 481,7 4,6 53,6 452,3

DIC 4,2 89,5 564,6 5,3 87,8 589,3 4,2 76,6 517,3 3,9 70,9 469,6 2,1 59,1 491,1 3,1 59,9 501 2 57,6 510,7

DIABETES 1,4 16 112,3 1,117 15,34 111,6 1,3 20,4 135,2 1,3 16,1 138,9 1 20 100,9 1,3 16,7 145,7 0,8 12,5 130,1

Ca pulmão 0,3 19,2 144 0,3 20,6 140,2 0 16,7 119,1 0 17 157,4 0,8 15,5 145,9 0,5 19,4 138,5 0,3 14,7 120,5

Ca colon e reto 0,6 6,9 49 0,8 9 58,6 0,5 5,1 40,9 0,8 8,7 55,3 0,5 9,1 46,2 1 7,2 0,8 0,8 11,2 76,4

20-39 40-59 60 + 20-39 40-59 60 + 20-39 40-59 60 + 20-39 40-59 60 + 20-39 40-59 60 + 20-39 40-59 60 + 20-39 40-59 60 +

AVC 7,1 56,3 494,5 8,1 52,4 451,8 6,3 56,3 420,3 4,5 44,3 418,1 5,7 45,7 431,6 5,6 46 390 3 41,5 443,9

DIC 1,8 41,1 2383,6 2 26,2 398,6 1,7 31,2 300,9 1,9 24,1 324,6 0,5 24,9 332 1,2 22,1 324,2 0,5 27,8 290,2

Diabetes 1,3 10,3 141 2 12 40 1,9 9,3 133,1 1,4 9,9 135,1 1,2 10,2 128,9 1,2 10,1 122,2 0,5 11,5 129,6

Ca mama 21,2 38,9 107,3 21,7 48,2 83,1 24,1 45 77,2 12,6 42,9 81,7 19,3 44,7 73,9 14,8 42,6 115,8 20,1 56,4 94,5

Ca de colo de útero 2,8 9,4 27,3 1,3 8,9 28 2,2 8,9 22,6 1,7 11,1 22,4 2,1 6,4 23,7 0,5 7,1 19,6 0,7 10,8 26,4

Ca por n.esp.útero 0 3,1 16 0,3 4,4 17,7 0,2 6,2 13,7 0,2 2,7 12 0 2,3 11,9 0,7 1,5 14,1 0 3,3 10,1

Ca pulmão 0,3 9,8 52,6 0,3 7,1 40,1 0 6,2 45,2 0,2 4,6 35,2 0 6 37,9 0,7 7,9 47,8 0,2 10,8 39,6

Ca colon e reto 0,8 10,7 53,6 1,3 11,5 42,9 0,2 7,3 46,8 1 8 49,6 2 8,7 57,7 0,2 7,9 53,3 1,2 10 50,4

Fonte: SIM-SUS-BHObs: Faixa etária para câncer de mama: 40-49, 50-69 e 70 e mais anos

Sexo Masculino

Sexo Feminino

1998 1999 2000 2001

1998 1999 2000 2001

2002 2003 2004

2002 2003 2004

Tabela 17 Taxa de mortalidade (100.000) por causa , segundo s exo, faixa etária e ano, Belo Horizonte, 1998-2004

65

Acidente Vascular Cerebral

Na faixa entre 20-39 anos, observa-se estabilidade em ambos os sexos, com taxas

semelhantes, embora tenha havido um pico em 1999. Entre os indivíduos com idade entre

40 e 59 anos, houve uma diminuição da taxa de mortalidade em ambos os sexos, sendo

esta redução mais acentuada entre os homens. Todavia, a taxa em 2003 ainda é menor

entre as mulheres (46 X 54,5/100.000).

Para aqueles com 60 anos ou mais, houve queda em ambos os sexos. Para homens,

houve oscilação no período estudado, enquanto para as mulheres a queda foi gradual.

Doenças Isquêmicas do Coração

Houve redução nas taxas em ambos os sexos na faixa entre 20 e 39 anos. Entretanto, a

taxa em homens permanece mais elevada que nas mulheres.

O mesmo comportamento foi observado em ambos os sexos para a faixa etária entre 40 e

59 anos.e 60 anos ou mais.

Diabetes mellitus

Não há alterações na mortalidade por diabetes mellitus nos anos estudados, bem como

são semelhantes as taxas entre homens e mulheres na faixa etária entre 20-39 anos.

Para indivíduos entre 40-59, apesar das taxas entre homens serem mais elevadas, não

houve alteração no decorrer do período analisado.

Entre aqueles com 60 anos e mais, a taxa entre os homens apresentou grandes

variações, apresentando seu maior valor em 2003 (145,7/100000) contra 112,3/100000

em 1998. Já entre as mulheres há uma queda sustentada da taxa.

Câncer de traquéia, brônquios e pulmão

As taxas de câncer de traquéia, brônquios e pulmão são mais elevadas entre os homens

em todas as idades no período.

Observa-se oscilação das taxas na faixa de 20 a 39 anos em ambos os sexos, com

discreta elevação ao final do período. Também há oscilações da taxa na faixa etária de 40

a 59 anos entre homens e mulheres, permanecendo inalterada ao final do período entre

66

os homens e diminuindo entre as mulheres. Houve redução destas taxas entre homens de

60 e mais anos, apesar de ter havido um pico em 2001. As mulheres idosas apresentaram

queda consistente das taxas até 2001, com aumento nos dois anos subseqüentes.

Câncer de cólon e reto

As taxas câncer de cólon e reto tendem ser mais elevadas entre as mulheres de todas as

idades. Observa-se que as taxas de câncer de colon e reto variaram ao longo do período,

não sendo possível identificar um padrão.

Câncer de colo do útero e de porção não especificad a do útero

Observa-se diminuição das taxas de câncer de colo do útero em todas as faixas etárias

no período estudado. É importante observar que, concomitantemente, houve queda nas

taxas de óbito por câncer de porção não especificada de útero.

Câncer de mama

Observa-se provável incremento nas taxas de mortalidade por câncer de mama entre as

mulheres de 50 a 69 anos. Entre as mulheres de 70 anos e mais, houve flutuações no

período, sendo que a taxa em 2003 foi mais elevada do que a taxa observada em 1998.

5.6.4 Mortalidade por causas externas em Belo Horiz onte

As causas externas constituem uma importante causa de mortalidade no município de

Belo Horizonte. Durante as décadas de 80 e 90 sempre estiveram entre as quatro

principais causas de óbitos.

O coeficiente de mortalidade por causas externas (por 100.000 hab.), apresenta uma

tendência de crescimento, que se acentua a partir de meados da década de 90. Registra-

se uma queda no período de 99 a 2002 e novo crescimento em 2003 e 2004. Em meados

dos anos 90, o coeficiente de mortalidade por homicídios começa a apresentar um

aumento sustentado, sendo o impacto desse crescimento da mortalidade por homicídios

na mortalidade por causas externas parcialmente compensado pelo decréscimo da

mortalidade por acidentes de trânsito. Durante todo o período estudado o coeficiente de

mortalidade por suicídios permanece estável em um patamar que varia entre 3,5 a 5

óbitos por 100.000 habitantes.

67

A evolução do coeficiente de mortalidade por causas externas entre 1980 e 2004 mostra

um aumento progressivo entre os homens e estabilidade entre as mulheres, havendo uma

leve queda a partir de 1999 (em 2003 e 2004 o risco de morrer por causas externas foi

sete vezes maior para os indivíduos do sexo masculino).

Gráfico 08 Coeficiente de mortalidade por causas externas, BH, 1980 a 2004

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Causas Externas Acidentes de trânsito Suicídios Homicídios

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

FEMININO MASCULINO

Gráfico 09

Coeficiente de mortalidade por causas externas, seg undo sexo, BH, 1990 a 2004

68

As principais tendências entre as causas externas observadas são o declínio da

mortalidade por acidentes de transporte, que ocorrem a partir de 1998 , momento em que

entra em vigor o Código de Trânsito Brasileiro. Esta relação já foi documentada para

outras regiões do país

De maneira bastante diferente, houve um impressionante aumento da mortalidade por

agressões, com aumento de 60% nos óbitos ocorridos entre 1998 e 2003. Entretanto,

embora este aumento tenha ocorrido de forma generalizada em ambos os sexos, é entre

os homens de 15 a 29 e 30 a 59 anos que as taxas atingem os maiores níveis. Em

patamares um pouco mais baixos, mas não menos preocupantes, há um aumento da

mortalidade por agressões também entre os menores de 15 anos, sinalizando um risco

que se inicia em idades cada vez mais precoces. Deve ser ressaltado que as armas de

fogo são o meio de agressão em cerca de 80 - 90% dos óbitos, independentemente da

faixa etária.

A mortalidade por causas externas permanece como um desafio à sociedade como um

todo e ao setor saúde em particular. Apesar de resultados positivos obtidos nos últimos

anos na área dos acidentes de trânsito onde houve uma expressiva redução das taxas de

mortalidade, estamos vivenciando uma escalada na mortalidade por homicídios.

5.6.5 Aids

O número de casos notificados de Aids, de residentes em Belo Horizonte , segundo ano

de diagnóstico, pode ser visto na Tabela 18.

Tabela 18 Número de casos de Aids segundo ano de diagnóstico, 1982-2004

ANO DE DIAGNÓSTICO

NÚMERO DE CASOS(*)

1982 11983 21984 41985 121986 281987 551988 551989 1041990 1551991 1811992 2421993 3501994 475

continuação

ANO DE DIAGNÓSTICO

NÚMERO DE CASOS(*)

1995 4881996 4271997 4451998 3881999 3502000 3162001 3342002 3982003 2532004 156(**)

TOTAL 5.757

(*) Sexo: Masculino: 4.251 (76%) Feminino: 1.304 (24%)(*)Proporção: homem/mulher

1983-1986 - 42:1

1999-2004 - 2:1

(*)Idade:

2% dos casos tem entre 13 e 19 anos de idade

65% dos casos tem entre 20 e 39 anos de idade

30% dos casos tem entre 40 e 59 anos de idade

3% dos casos tem mais de 60 anos

(**) dado preliminar

Fonte: SINAN - Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação

69

Como a análise dos dados considera o ano de diagnóstico, outros casos diagnosticados

em anos anteriores e notificados posteriormente podem ainda ser agregados à Tabela,

principalmente nos anos mais recentes de 2003 e 2004, com conseqüente aumento do

número de casos nesses. Mas, apesar disso, observa-se uma redução do número de

casos notificados de 1998 a 2004. Ao longo desses anos o município vem intensificando

as ações de prevenção e controle da doença, tendo lançado em 2000 o programa “BH de

mãos dadas contra a Aids”.

5.6.6 Dengue e leishmaniose visceral

Dengue

O desenvolvimento de ações de vigilância epidemiológica estreitamente associadas com

as ações de controle da doença, pela SMSA-BH e intersetoriais, vem apresentando

resultados positivos, com importante decréscimo do número de casos da doença, em Belo

Horizonte.

Tabela 19

Dentre as ações de controle da doença, rotineiramente desenvolvidos pela Gerência de Controle de Zoonoses, podem ser citadas:

- realização de pesquisa larvária (LI), para verificação da infestação vetorial. São

realizadas três pesquisas ao ano, sendo visitados 6,6% dos imóveis.

AnoNúmero de

casos2002 36792003 14362004 3112005* 36

Fonte: GEEPI/SMSA/PBH

SINAN

Distribuição dos casos autóctones notificados de de ngue, de residentes em Belo Horizonte, 2002 a 2005.

70

- colocação de ovitrampas, em todo o município, para avaliar presença do vetor. Ela

orienta a necessidade de intensificação das ações.

- tratamento de focos – realizados 5 vezes ao ano

Leishmaniose visceral

Projeto especial da SMSA-BH no ano de 2005, pautado pela morbimortalidade crescente

da doença no município. Foram desenvolvidas várias ações objetivando reduzir essa

morbimortalidade, podendo ser citadas: capacitação dos profissionais para diagnóstico e

tratamento precoce, discussão do protocolo de gravidade do Ministério da Saúde,

investigação dos óbitos ocorridos, rediscussão e reordenamento do fluxo de

acompanhamento do paciente em tratamento, intensificação das ações de controle. A

Tabela 20 mostra o número de casos humanos e a taxa de letalidade. Observa-se uma

redução importante do número de casos no ano de 2005, apesar dos dados ainda

preliminares, bem como da taxa de letalidade, porém ainda considerada alta, mostranto

uma efetividade das ações desenvolvidas.

As ações de controle podem ser vistas na Tabela abaixo.

AnoNúmero de casos

Taxa de Letalidade

2002 77 11,72003 103 9,72004 128 18,12005* 89 9,0

Fonte: GEEPI/SMSA/PBH

SINAN/MS

* Dados preliminares - até 30/11/2005

Tabela 20 Distribuição dos casos notificados de leishmaniose visceral e taxa de letalidade, segundo ano de início de sintomas, Belo Horizonte, 2002 a 2005

Tabela 21

Ações de controle da leishmaniose visceral, segundo ano, Belo Horizonte, 2002 a 2004.

Anos Sorologias Cães (+)Domicílios borrifados

2002 161.918 9.095 122.824

2003 118.403 10.065 125.823

2004 82.181* 6.119 151.677

2005** 129.252 10.243 136.766

Fonte: GEEPI/SMSA/PBH

SINAN/MS* Houve desabastecimento de Kits para sorologia, fornecidos pelo MS

** Dados preliminares - até 30/11/2005

71

5.7 Dados de produção

O Programa de Saúde da Família, em Belo Horizonte, como estratégia para

reorganização da atenção básica foi implantado a partir de 2002, contando hoje com

506 equipes de saúde da família (ESF) distribuídas nas 139 UBS.

A implantação do PSF em BH reforçou a importância do conceito de território, da

responsabilização, da vinculação e da vigilância da saúde. Para o desenvolvimento

das ações no PSF BH conta com médicos clínicos, ginecologistas e pediatras, que

atuam como apoio as ESF.

• 506 equipes implantadas

• 139 unidades básicas de saúde

• 2200 ACS

• 76% de cobertura da população

• 1.500.000 indivíduos cadastrados

(Censo BH Social)

• 192 equipes de saúde bucal

• 460 médicos de apoio nas

especialidades básicas

Figura 11 Distribuição das unidades assistenciais básicas de Belo Horizonte

Quadro 07 Situação atual do PSF em BH - 2005

72

O número de consultas e procedimentos realizados nas Unidades Básicas de Saúde

(UBS), de 2002 a 2004, pode ser visto na Tabela abaixo.

Observa-se um aumento progressivo, no número de consultas realizadas pelos

médicos generalistas, paralelo a uma diminuição no número de consultas realizadas

pelos clínicos, ginecologistas e pediatras, como esperado.

Houve um incremento de 16% no número de consultas no ano de 2004, quando

comparado com 2002, ano de implantação do PSF. Observa-se ainda um aumento

do número de consultas ofertadas por habitante/ano na atenção básica,

considerando aqui a população residente em Belo Horizonte e usuária do SUS,

passando de 1,2 consultas/habitante/ano em 2002, para 1,4 consultas/habitante/ano

em 2004.

2002 2003 2004Generalista 514.175 1.092.725 1.340.561

Clínica Médica 489.877 303.605 225.437

Ginecologia 352.855 290.899 276.544

Pediatria 542.440 412.544 360.715

Enfermeira 242.811 421.159 451.577

Assistente Social 25.912 30.667 45.093

Enfermeira – Farmácia/Dispensação 48.276 109.165 152.408

Enfermeira – Dados Vitais/ Medidas 27.693 47.067 68.455

Enfermeira – Medicação Injetável 11.935 19.817 20.122

Enfermeira – Curativo 8.094 9.536 13.487

Enfermeira – Outros procedimentos de enfermagem 30.730 46.998 66.057

Auxiliar de Enfermagem – Farmácia/Dispensação 4.008.517 4.482.274 4.795.772

Auxiliar de Enfermagem – Dados Vitais/ Medidas 820.047 930.211 1.093.011

Auxiliar de Enfermagem – Medicação Injetável 451.212 489.577 471.262

Auxiliar de Enfermagem – Curativo 210.992 211.518 223.295

Auxiliar de Enfermagem – Outros procedimentos de enfermagem1.138.357 1.274.731 1.416.449

Acolhimento 1.488.312 2.113.948 2.321.792

Agente Comunitário de Saúde – Visitas Domiciliares 2.439.522 2.911.484 2.883.785

Agente Comunitário de Saúde – Criança de 0 – 9 anos acomp.771.947 1.369.319 1.053.933Atendimento de Grupo 57.115 68.478 71.370

TOTAL 13.680.819 16.635.722 17.351.125

Fonte: GEEPI/SMSA/SUS/BH

ANOESPECIALIDADES – UBS

Tabela 22 Número de consultas realizadas nas unidades básicas de saúde 2002-2004

73

Da mesma forma observa-se um aumento do número de visitas domiciliares

realizadas pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Houve um incremento de

18% do ano de 2002 para 2004. O número médio de visitas realizadas por família

passou de 6,8 visitas/família/ano em 2002 para 7,2 visitas/família/ano em 2004.

A saúde bucal faz parte da estratégia do PSF, com implantação progressiva de

equipes nos nove distritos sanitários. A tabela abaixo mostra os procedimentos

individuais básicos, mostrando um importante aumento no número de procedimentos

realizados, do ano de 2002 para 2004.

Considerado como uma das ações prioritárias na atenção ao adulto o

acompanhamento aos pacientes diabéticos e hipertensos é realizado rotineiramente,

nas 139 UBS. A tabela a seguir mostra o número de consultas realizadas por

clínicos e generalistas aos portadores dessas patologias, com um aumento

significativo do atendimento.

Tabela 23

Distribuição dos procedimentos individuais de saúde bucal básica por natureza em Belo Horizonte, 2002 -2004

NÚMERO DE CONSULTAS 2002 2003 2004

DIABETES 70.000 94.532 102.458

HIPERTENSÃO 253.943 365.559 407.124

Fonte: GEEPI/SMSA/SUS/BH

AOS PORTADORES DE DIABETES E HIPERTENSÃO

2002 2003 2004Procedimento básico indicidual preventivo 75.179 152.022 445.798Procedimento básico indicividual restaurador 77.464 272.960 161.015Procedimento básico individual cirúrgico 79.949 209.250 323.267Total 232.592 634.232 930.080

Fonte: GEEPI /SMSA/SUS/BH

ClassificaçãoAno

Tabela 24 Consultas realizadas por clínicos e generalistas ao s portadores de diabetes e Hipertensão

74

Houve um aumento de 46% no número de consultas realizadas aos portadores de

diabetes, de 2002 a 2004 e de 60% no número de consultas realizadas aos

portadores de hipertensão, nesse mesmo período.

A distribuição de medicamentos, realizada pela rede municipal de saúde, foi

coerente com esse atendimento. Observa-se na Tabela abaixo que os

hiploglicemiantes foram responsáveis por 16,9% dos medicamentos distribuídos,

seguidos pelos cardiovasculares, responsáveis por 11,6%.

Com relação à atenção especializada, a tabela a seguir mostra o número de

consultas agendadas pela Central de Marcação de Consultas (CMC), bem como o

número de consultas realizadas (n=455.706), nas várias especialidades ofertadas,

atendendo a população residente em Belo Horizonte e em outros municípios.

Tabela 25 Distribuição de medicamentos por classe terapêutica e recurso financeiro investido em Belo Horizonte, entre 2002 e 2004

Tabela 26

Consultas marcadas pela Central de Marcação de Cons ultas - CMC, ano 2004

% Recurso Ordem % Recurso Ordem % Recurso Ordem

Saúde Mental 13,9 4º 18,7 1º 19,8 1º

Cardiovasculares 16,3 1º 14,9 2º 11,6 4º

Hipoglicemiantes 15,6 2º 14,6 3º 16,9 2º

Antimicrobinos 15,5 3º 11,8 4º 12,6 3ºOutros 40% - 40% - 39,1 -

Fonte: SIEST/SMSA/SUS/BH

DIMATER/GECOLI/SMSA/SUS/BH

2002 2003 2004Classe Terapêutica

Ausência do paciente

%Ausência

do médico

% Outros

TOTAL 767.713 455.706 59,36 312.007 40,64 300.522 39,2 9.454 1,23 2.031

Fonte: Central de Marcação de Consultas – SMSA/SUS/BHObservação: As especialidades precedidas pela letra W foram agendadas a pedido da Central de Internação.

Motivo da não realizaçãoConsultas agendadas

Consultas realizadas

%Consultas

não realizadas

%

75

Belo Horizonte possui ainda oferta insuficiente de consultas e exames, em algumas

especialidades, muitas vezes, conseqüente do pequeno número de profissionais

existentes e de exames disponibilizados e realizados para o SUS-BH.

Várias ações estão sendo desenvolvidas, para o enfretamento dessa questão, tais

como a criação do Centro Municipal de Oftalmologia (otimização e ampliação do

número de consultas e procedimentos), implantação do SISREG (melhoria na

capacidade de gestão e otimização dos recursos disponíveis), implantação do

projeto BH TeleSaúde (ligação das UBS ao Hospital das Clínicas, com discussão de

casos clínicos em tempo real) em 18 UBS, até o momento. Observou-se que 75%

dos casos discutidos por meio de teleconsulta foram tratados nas UBS, sem

necessidade de encaminhamento à rede especializada.

Na Tabela a seguir são vistos os atendimentos realizados pelo Serviço Móvel de

Urgência (SAMU), segundo município, no ano de 2004. Esse serviço atende trauma,

urgências clínicas, obstétricas e psiquiátricas. Conta com 13 ambulâncias de

suporte básico e 3 de suporte avançado.

Tabela 27 Atendimento realizado pelo SAMU por município - 200 4

CIDADE QUANTIDADEBelo Horizonte 37.067

Contagem 626

Ribeirão das Neves 416

Santa Luzia 270

Sabara 182

Ibirite 66

Nova Lima 57

Vespasiano 40

Venda Nova do Imigrante 33

Pedro Leopoldo 11

Lagoa Santa 10

Caete 18

General Carneiro 9

CIDADE QUANTIDADESanta Luzia 8

Nova Uniao 7

Esmeraldas 12

Betim 6

Brumadinho 3

Ouro Preto 3

Sete Lagoas 3

Confins 3

Joao Monlevade 2

Itabirito 2

Jaboticatubas 2Bom Jesus do Amparo 1

TOTAL 38.857Fonte: SAMU-SMSA/SUS/BH

continuação

76

5.8 BH Vida: Saúde Integral – Nova gestão! Novos de safios!

5.8.1 Breve histórico do SUS-BH

A situação atual da SMSA é resultado de uma longa história dentro do processo de

estruturação do SUS no município, começando por avançar na estruturação de uma

rede própria municipal antes mesmo de iniciado o processo de municipalização no

final dos anos 80.

Belo Horizonte foi a primeira grande cidade a municipalizar as unidades básicas de

gestão estadual em 1991 e as unidades secundárias do antigo INAMPS em 1992.

Em 1994, ousadamente assumindo a então gestão semi-plena deu início à

construção efetiva do sistema municipal de saúde sob comando único do gestor

municipal.

A partir desta gestão desenvolveu-se um processo vigoroso de expansão da rede

básica, das unidades especializadas de apoio diagnóstico, da rede de urgência e de

saúde mental, além de estruturas necessárias ao controle da rede contratada e

conveniada e implantação de inúmeros projetos e programas especiais.

Em 2002, iniciou-se uma mudança no formato organizacional da atenção básica,

através da contratação de centenas de profissionais para a montagem das equipes

de saúde da família - ESF, conforme programa do MS, dando conformação inicial à

primeira versão de uma nova ação geral de saúde na cidade denominada Programa

BH Vida.

Em 2003, momento em que houve enorme expansão do programa, hoje somando

mais de 500 equipes de saúde da família, definiu-se, numa reafirmação dos

princípios do SUS, a adoção de uma nova versão programática para a cidade,

formulando-se, então, o BH Vida: Saúde Integral, garantindo os preceitos inscritos

no Plano Municipal de Saúde de BH 2001-2004:

BH Vida – Saúde Integral na cidade. Trata-se não apenas de uma marca de expressão, mas do eixo fundamental que norteia o PMS-BH 2001-2004. Vida, enquanto saúde! Integral, enquanto visão institucional de responsabilidade e direito à saúde dos cidadãos e cidadãs belorizontinos! (Plano Municipal de Saúde de BH 2001-2004)

77

5.8.2 BH Vida: Saúde Integral reafirma os princípio s do SUS e destaca a

integralidade

A formulação textual do BH Vida: Saúde Integral, em 2003, foi calcada em quatro

eixos fundamentais assim resumidos:

- Eixo Assistencial – rearticulação do processo assistencial no âmbito das

unidades básicas de saúde, lembrando os pressupostos: projeto usuário

centrado, acesso resolutivo, acolhimento, vinculação responsabilizadora,

busca da autonomia do usuário, impacto da produção de saúde também

no âmbito coletivo, integralidade e qualidade da atenção prestada

- Eixo das Redes Especializadas – construção das redes especializadas

de referência

- Eixo Vigilância em Saúde – articulação entre as ações centradas nos

indivíduos e as ações no âmbito coletivo

- Eixo da Gestão e Controle Social – ações gestoras que busquem

garantir o provimento de recursos humanos, materiais e financeiros para o

funcionamento da rede assistencial e as atividades do controle social

O “programa” geral do SUS-BH é o “ BH Vida: Saúde Integral”, que tem no

programa de saúde da família seu aspecto basilar. O desafio da implantação deste

programa em Belo Horizonte imprimiu-nos não só obstáculos a superar mas também

estruturação do modus operandi que, principalmente, foca a família e as vincula a

equipes de saúde com base na organização territorial. Este modelo tem mostrado

considerável aceitação por parte da população belorizontina. Essa constatação,

engrandece-nos pela tentativa de acerto, e descortina a posição política da gestão

em BH de não apenas ser indutor/regulador de políticas, mas sobretudo prestador

incansável na busca pela qualidade e pela universalidade e pela integralidade de

suas ações.

O desafio da integralidade em saúde é uma necessidade urgente a ser enfrentada,

não só em BH como em todo o país. Atentado ao problema e qualificando-o como

de primeira grandeza, o Exmo. Sr. Fernando Damata Pimentel focou sua campanha

à reeleição no tema das “consultas especializadas”. A definição pelo tema “consultas

especializadas” como foco de especial atenção neste momento, deu-se pela

necessidade de ampliação dessa esfera de atenção na complexidade assistencial de

saúde, já que em anos anteriores houve grande ampliação e investimento em

atenção básica de saúde, que resultou em crescimento vertiginoso da rede e das

demandas, em Belo Horizonte.

78

Agora, a responsabilidade em solucionar o tema “consultas especializadas” conduz a

gestão do SUS-BH à necessidade de planejar e ousar. Entende-se por planejar,

organizar um rol de ações, com objetivos específicos, para alcançar metas de

ampliação e qualificação da rede, dentro das possibilidades reais de investimento.

Mas planejar ousando não significa fugir da realidade, mas vislumbrar e criar novos

caminhos e formas de gestão e participação que possibilite promover saúde de

forma eqüânime.

Nem douraremos a pílula, nem seremos mercadores de ilusão. Ofertar a todos, tudo, e a todo o tempo, estimulado ardorosamente pelos ventos democráticos da sociedade brasileira que, de maneira justa, incentiva a ampliação de direitos e a crescente incorporação tecnológica e os avanços ocorridos nas várias áreas da saúde, é a sinalização que a integralidade é uma necessidade, mas, responsavelmente, é ainda uma conquista do povo brasileiro Talvez essa conquista seja infinda, certamente será infinda a necessidade humana... (PEREIRA, 2005).

Dessa forma, foi definido como prioridade geral da gestão do SUS-BH 2005-2008

“estruturar um sistema integrado de atenção secundá ria” (formulação de uma

das metas de gestão) que será pormenorizada no item específico, com os seus

devidos indicadores para acompanhamento.

5.8.3 Construindo as Linhas do Cuidado

O conjunto das atividades desenvolvidas pelas várias gerências da Secretaria

Municipal de Saúde de BH – SMSA/SUS-BH, o funcionamento do sistema de saúde

em BH, a sua abrangência e complexidade, conduzem à integralidade em saúde que

buscamos.

Está aí incluído, o árduo e intenso fluxo de ações em saúde, componentes e

naturalmente decorrentes do acesso de usuárias e usuários aos diversos serviços de

saúde, como por exemplo: atendimentos em consultas diversas, realização de

exames, encaminhamentos, serviços de segurança, serviços burocráticos, serviços

de logística, reuniões diversas etc.

São ações em saúde que englobam as chamadas áreas meio e áreas fim, que se

entrelaçam na consecução do seu objetivo final de propiciar a usuárias e usuários do

SUS-BH serviços de saúde humanizados e de qualidade.

Ao mesmo tempo, fruto da análise de diversos instrumentos diagnósticos (IQVU –

Índice de Qualidade de Vida Urbana, IVS – Índice de Vulnerabilidade Social, Mapa

da Exclusão Social, IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, ICV – Índice de

Condições de Vida e o Índice de Vulnerabilidade de Saúde) essas atividades

buscam superar diversas iniqüidades sociais existentes, que, certamente,

79

desencadeiam processos mórbidos individuais e coletivos e, mais certamente ainda,

não terão solução apenas na área da saúde, senão, na conjunção intersetorial de

tantas outras políticas sociais e urbanas diversas. Muitas das atividades ainda estão

em curso e outras já completadas, traduzindo o seu objetivo ou sendo incorporadas

à rotina do processo de trabalho em saúde na cidade.

Aprimorando este processo adotamos o conceito de “linha de produção do

cuidado ” como eixo ordenador da assistência integral, que sintetiza a idéia de que a

rede assistencial (básica, secundária e hospitalar) deverá estar integrada e ofertar

todos os recursos (tecnologias do cuidado) necessários à assistência ao usuário.

A linha do cuidado é demarcada pelo projeto terapêutico determinado ao usuário,

após estabelecimento o seu diagnóstico e o risco individual ou coletivo de agravo à

sua saúde, com buscas a implantar este sistema, tendo como centro a rede básica

de assistência à saúde.

Desenvolver as linhas do cuidado e colocá-las operando é uma inovação nas

propostas assistenciais do SUS e uma primeira experiência de radical integralidade

na atenção à saúde.

A sua implantação deve seguir o sentido de produzir um grande pacto na rede

assistencial. Pacto que se produz a partir do “desejo”, adesão ao projeto, vontade

política, recursos cognitivos e materiais. É o centro de viabilização da proposta de

integralidade, associado à consolidação do vínculo/responsabilização da ESF,

produzindo uma grande capacidade de interlocução, negociação e implicação de

todos os atores dos diversos níveis assistenciais.

Para tanto deverão estar garantidos:

− Disponibilidade de recursos que devem alimentar as linhas de cuidado;

− Fluxos assistenciais centrados no usuário, facilitando o seu “caminhar na

rede”;

− Instrumentos que garantam uma referência segura aos diversos níveis de

complexidade da atenção (formulários, central de marcação, uso da

informática, outros);

− Garantia de contra-referência para a ESF’s nas UBS, onde deve se dar o

vínculo e acompanhamento duradouro da clientela sob cuidados da rede

assistencial;

− Definição dos diversos níveis gestores do cuidado, de forma que o projeto

terapêutico executado na linha de produção tenha um acompanhamento

seguro; e

80

− Programação de reuniões periódicas para manutenção do pacto sobre o

sistema em funcionamento, numa gestão colegiada envolvendo os diversos

atores que controlam recursos assistenciais.

Destaca-se que já há uma linha do cuidado operando internamente na Unidade

Básica de Saúde, e que ganha relevância se considerarmos que em torno de 80%

dos problemas podem ser resolvidos neste nível da assistência. Assim, ao definir o

projeto terapêutico após o atendimento, dependendo do problema, este pode ser

resolvido com recursos da própria UBS, onde os diversos serviços disponibilizam

tecnologias para garantir resolutividade e ganhos de autonomia pelo usuário.

81

5.9 Política de financiamento do SUS-BH

No período de 2001 a 2004 os gastos em saúde da PBH superaram o mínimo de

15% previstos legalmente para todos os municípios do país. Dessa forma, a PBH

demonstra respeitável valorização da política de saúde com gastos que rondam a

casa dos 20% das verbas orçamentárias próprias, como demonstra o Quadro

abaixo:

Quadro 08

Aplicação de recursos orçamentários em saúde pela P BH

RECEITAS 2001 2002 2003 2004 Valores (R$) em

impostos e transferências

933.599.376,42

1.078.254.374,73

1.175.367.221,03

1.407.042.060,97

Valores (R$) aplicados em saúde

174.488.550,37

180.880.272,25

226.799.391,98

266.699.414,63

% Aplicado 18,69%

16,78%

19,30%

18,95%

% Fixado pela EC 29/2000

8,60%

10,20%

11,80%

15%

Fonte: Relatório Financeiro 2004 SMSA/SUS-BH

A Emenda Constitucional 29 - EC 29/2000 é fruto de lutas sociais e, sobretudo, uma

conquista nacional para saúde dentro do processo de Reforma Sanitária.

Porém, essa conquista apresenta debilidades principalmente no que se refere à

definição do índice percentual a ser praticado pela união, já que para estados e

municípios a legislação foi exata! Ao definir regras de cálculo frente a variação do

Produto Interno Bruto – PIB do país do ano em curso, os valores orçamentários, na

prática, ficaram aquém dos 10% da receita própria previstos inicialmente na

Proposta de Emenda Constitucional - PEC original, a PEC 169.

A prática de muitos municípios, e particularmente dos estados e da federação

demonstrou que também ficou indeterminado na EC 29/2000, o que seriam, de fato,

os gastos com a função saúde. O lançamento de despesas indiretamente referentes

à saúde, e outras sem dúvida fora do escopo da saúde pública e do SUS, frustraram

o objetivo inicial de se obter um efetivo aumento de receitas para a saúde pública.

Além disso, muitos gestores entendem que o percentual de gastos previsto como

piso, infelizmente, são praticados como teto orçamentário, desvirtuando também a

perspectiva de ampliação de receitas. Mesmo assim, ressalta-se o crescimento do

82

montante de receitas orçamentárias de municípios e estados, em detrimento do

decréscimo global praticado pelo orçamento da união, como pode ser claramente

observado em seguida:

Gráfico 10

Gasto público com saúde por esfera de governo (Bilh ões de R$/Ano)

Apreende-se concretamente que o financiamento público do SUS é inferior ao

necessário. Com valores equivalentes a 3,2% do PIB, representando 120 US$ (cento

e vinte dólares) habitante/ano, nossos gastos públicos são inferiores a países como

a Argentina (362 US$), o Uruguai (304 US$) e os países desenvolvidos, com

exceção dos Estados Unidos (1.400 US$) (Fonte: SIOPS/SCTS/MS).

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

Ano 1980 1985 1990 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

União Est. + Mun

ANO UNIÃO % ESTADO % MUNICÍPIOS % TOTAL

1994 32.783.063,58 60,7 11.950.292,44 22,1 9.298.611,67 17,2 54.031.967,69

1995 38.876.832,11 63,8 11.438.298,28 18,8 10.621.807,61 17,4 60.936.937,99

1996 33.249.578,77 53,7 11.465.711,80 18,5 17.175.126,43 27,8 61.890.417,01

2000 35.889.958,74 59,7 11.133.276,47 18,5 13.057.306,99 21,7 60.080.542,20

2001 35.912.974,89 56,2 13.215.284,43 20,7 14.811.665,23 23,2 63.939.924,55

2002 34.826.201,80 53,1 14.189.808,30 21,6 16.555.010,99 25,2 65.751.021,09

2003 31.162.602,60 50,6 13.813.995,02 22,4 16.605.685,44 27 61.582.283,06

2004 36.671.743,14 49,6 18.329.704,11 24,8 18.993.547,54 25,7 73.994.994,79Fonte: IPEA e SIOPS

Tabela 28 Gasto público com saúde por esfera de governo, segu ndo origem de recursos em R$ dez/2004 – IGP-DI/FGV (1994/1996 – 2000/2004

83

A análise oficial do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde –

CONASEMS confirma que “o financiamento público insuficiente está

comprometendo o processo de construção do SUS e colocando em risco a

viabilidade das políticas de gestão e atenção à saúde”.

Especialmente em relação ao repasse financeiro do Estado de Minas Gerais ao

SUS-BH, o Fundo Municipal de Saúde de Belo Horizonte previu para 2004 os

seguintes recursos conforme a tabela abaixo:

Tabela 29 Recursos orçamentários repassados pela SES/SUS-MG – 2004 Leite em pó Compl. Gestão

Plena PRÓ-HOSP Equipamentos

Zoonose Programa

Viva a Vida SAMU TOTAL

22.050,00 5.759.161,70 12.683.768,79 231.556,00 444.582,60 766.750,00 19.907.869,09 Fonte: GSOF/Relatório Financeiro 2004

Devemos observar que também para o ano de 2004, conforme prevê a EC 29, o

Estado de Minas Gerais deveria dispor de pelo menos 12% das suas receitas

próprias para serem aplicadas na função saúde.

Apesar da aprovação pelo Tribunal de Contas mineiro, é flagrante a inobservância

efetiva do Estado de Minas Gerais no cumprimento da EC 29, conforme a Resolução

322/2003 do Conselho Nacional de Saúde – CNS que define o que são gastos em

saúde para fins de apuração desse mínimo a ser aplicado.

O quadro a seguir apresenta o comparativo de despesas com saúde do SUS-MG

para 2004 e a sua correspondência em relação aos ditos da Resolução 322/2003,

demonstrando uma diferença em favor da saúde de 662,4 milhões de reais:

84

Quadro 09

Comparativo de despesas com saúde do SUS-MG – 2004

Frente à esta realidade, a alternativa com a qual trabalha-se hoje passa por uma

ampla mobilização de apoio para aprovação do Projeto de Lei Complementar – PLC

01/03. Trata-se da chamada regulamentação da EC 29, que estabelecerá os

percentuais mínimos de verbas orçamentárias próprias para a união, estados e

municípios, em valores, respectivamente de 10%, 12% e 15%, como piso de gastos

com o SUS.

Com um acréscimo de R$6 a 10 bilhões/ano, o cumprimento da EC 29 elevará o

financiamento a níveis ainda insuficientes, bem como o financiamento vinculado a

programas específicos limitam a autonomia dos municípios, não existindo regras

claras e comuns de transferências fundo a fundo aos diferentes estados, onde ainda

persistem as relações conveniais em muitos deles.

Existem dívidas que os gestores plenos passaram a acumular com prestadores em decorrência de tetos financeiros insuficientes, sob risco de gerar desassistência, além da ampliação das demandas reprimidas em áreas de assistência em que os valores de remuneração não cobrem os custos, persistência crônica de demandas não atendidas na média complexidade e insuficiência de recursos para a atenção básica (FERNANDES, 2005)

85

Ainda assim, a saúde, como parte integrante das políticas públicas sociais, deve

fazer coro à voz que pede por sua priorização e ampliação, também por parte dos

governos federal e estaduais, numa visão não monetarista da economia, e sim numa

opção determinada de valorização incontinenti do ser humano, fazendo com que a

saúde não exista enquanto uma mercadoria, mas como direito constitucional

garantido a cada cidadã e cada cidadão e dever do Estado.

O PLC 01/2003, que nessa data aguarda apenas o processo de votação no

Congresso Nacional, também regulamentará quais os gastos a serem lançados na

função saúde, o que bem define a Resolução do Conselho Nacional de Saúde

322/2003 afirmando o que são e o que não são os gastos com saúde:

• São gastos com saúde:

- vigilância epidemiológica e controle de doenças;

- vigilância sanitária;

- vigilância nutricional, (...) no âmbito do SUS;

- educação para a saúde;

- saúde do trabalhador;

- assistência à saúde em todos os níveis de complexidade;

- assistência farmacêutica;

- atenção à saúde dos povos indígenas;

- capacitação de recursos humanos do SUS;

- pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em saúde,

promovidos por entidades do SUS;

- produção, aquisição e distribuição de insumos setoriais específicos, tais

como medicamentos, imunobiológicos, sangue e hemoderivados, e

equipamentos;

- determinado tipo de saneamento básico e do meio ambiente .

- determinados serviços de saúde penitenciários.

- atenção especial aos portadores de deficiência.

- ações administrativas (...) para a execução das ações indicadas nos itens

anteriores. • Não são gastos com saúde:

- pagamento de aposentadorias e pensões;

- assistência à saúde que não atenda ao princípio da universalidade

(clientela fechada);

- merenda escolar;

- saneamento básico;

- limpeza urbana e remoção de resíduos sólidos (lixo);

86

- preservação e correção do meio ambiente, realizadas pelos órgãos de

meio ambiente dos entes federativos e por entidades não

governamentais;

- ações de assistência social não vinculadas diretamente a execução das

ações e serviços de saúde do SUS;

- ações e serviços públicos de saúde custeadas com recursos que não os

especificados na base de cálculo definida na primeira diretriz.

5.9.1 Orçamento Participativo da PBH na saúde

Já reconhecido como um método democrático e realmente participativo, o

Orçamento Participativo da PBH tem destinado, desde o seu início, recursos para a

saúde através da escolha da população, que recebe. Compondo um conjunto de

obras já entregues em todos os distritos sanitários, ainda restam outras aprovadas

referentes aos anos 2001 a 2005, que tem orçamento garantido para o projeto, obra,

desapropriação, equipamento e custeio, conforme a tabela abaixo:

Tabela 30 Valores orçamentários aprovados no OP para a saúde período 2001 -2005

Distrito Sanitário Orçamento Participativo OP (R$)

Centro Sul 979.362,00

Norte 1.127.648,00

Barreiro 1.657.360,00

Pampulha 2.407.688,00

Norte 3.137.272,36

Oeste 3.144.186,00

Venda Nova 3.195.325,62

Leste 5.523.347,00Nordeste 11.408.224,34TOTAL 32.580.413,32

Fonte: SUDECAP/GPLD/SMSA/SUS-BH

87

5.9.2 Projeto de Expansão e Consolidação do Saúde d a Família – PROESF

Destacamos o PROESF nesse tópico do financiamento pela perspectiva concreta de

ampliação de recursos para o SUS-BH. Nas palavras do seu próprio informativo:

“o PROESF é uma iniciativa do Ministério da Saúde, apoiada pelo Banco Mundial, voltada para a organização e o fortalecimento da Atenção Básica à Saúde no país. Visa contribuir para a implantação e consolidação da Estratégia de Saúde da Família em municípios com população acima de 100 mil habitantes e a elevação da qualificação do processo de trabalho e desempenho dos serviços, otimizando e assegurando respostas efetiva para a população, em todos municípios brasileiros”.

O PROESF vem confirmar a complexidade da implantação do Programa de Saúde

da Família em grandes centros urbanos e a sua importância. Na prática, o programa

“viabiliza recursos para a estruturação das equipes/unidades, buscando integrar

procedimentos de outros níveis de complexidade do SUS e aperfeiçoar tecnologias

de gestão com o objetivo de aumentar a resolubilidade do sistema”.

O PROESF está estruturado em três componentes técnicos, cada um deles agrupa

um conjunto de sub-componentes e linhas de investimento, que representam os

investimentos financiados com recursos do projeto:

- Componente 1 – Apoio à conversão do modelo de atenção básica de

saúde (estimula a estratégia de saúde da família como eixo de

estruturação da porta de entrada do sistema e viabilização de rede de

serviços de suporte)

- Componente 2 – Desenvolvimento de Recursos Humanos (busca reforçar

a política de recursos humanos para a implantação e o fortalecimento do

modelo de saúde da família)

- Componente 3 – Monitoramento e Avaliação (apoio à estruturação e

implementação de metodologias e instrumentos de monitoramento e

avaliação de processo e desempenho).

O SUS-BH integra-se ao PROESF com linhas de financiamento que deverão se

estender até o ano de 2009. Até o momento trabalhamos com as seguintes

perspectivas em termos de recursos, de acordo com o quadro final abaixo:

88

Quadro 10 Financiamento PROESF (fases do componente 1)

FASE PERÍODO PERCENTUAL VALOR (R$) I (*) 2004/2005 20% 2.393.241,00 II 2006/2007 48% 5.743.779,00 III 2008/2009 32% 3.829.186,00

TOTAL 100% 11.966.206,00 PLUS PROESF(**) 2005 100% 1.197.000,00

TOTAL FINAL 13.085.906,00

(*) Totalmente executada com a reforma/ampliação de unidades básicas de saúde – UBS e aquisição de

materiais e equipamentos para UBS

(*) Recurso extraordinário que premiou a execução efetiva e de qualidade da fase I realizada pelo SUS-BH

5.9.3 Fundo Nacional de Saúde – FNS

No mesmo sentido de expor fontes de financiamentos para o SUS-BH, situamos a

portaria 453 do Ministério da Saúde, de 24 de março de 2005, que instituiu o

aperfeiçoamento nas Normas de Cooperação Técnica e Financeira de Programas e

Projetos mediante a Celebração de Convênios e Instrumentos Congêneres e, dessa

forma, o FNS tem propiciado linhas de financiamento, garantindo vários projetos e

atividades.

O Ministério da Saúde confirma esse objetivo de efetiva cooperação técnica e

financeira num processo de gestão participativa e “para tanto adotou algumas

estratégias, dentre elas, a identificação de problemas e a formulação conjunta de

propostas para o seu enfrentamento”. Os pré-projetos apresentados ao FNS, de

naturezas diversas, dentro do conjunto das nossas atribuições no SUS-BH, tem

formatações pré definidas, passíveis de modificações, mas respondem às demandas

de problemas identificados estrategicamente e localizados nas várias funções

programáticas disponíveis. Ficam contempladas na norma publicada as emendas de

parlamentares apresentadas no orçamento da União, cujo teor seja aplicado na

função saúde.

O SUS-BH apresentou vários pré projetos para o ano de 2005, e o fará

seqüencialmente a cada ano, conforme as nossas necessidades de

complementação de financiamentos e a possibilidade de efetivar a contrapartida

financeira exigida do município (Fundo Municipal de Saúde), particularmente no nível

da nossa meta de gestão prioritária de estruturação da atenção secundária.

89

O quadro abaixo resume o conjunto dos pleitos do SUS-BH apresentados em 2005

com os valores pretendidos e os pareceres até então consignados pelo Ministério da

Saúde:

OBJETO

ORIGEM VALOR/RECURSO PARECER

Reforma/ Recuperação de Unidade de Saúde.

Unidade de Referência

Secundária – Padre Eustáquio

Valor Total: R$ 3.000.000,00 Valor MS: R$ 2.400.000,00 Valor SMSA: R$ 600.00,00

PARECER FAVORÁVEL

Aquisição de equipamentos e material permanente para o Núcleo de Cirurgia Ambulatorial.

PAM Sagrada Família

Valor Total: R$ 150.000,00 Valor MS: R$ 135.000,00 Valor SMSA: R$ 15.000,00

PARECER FAVORÁVEL (Recurso de

Emenda Parlamentar)

Manutenção de Unidade de Saúde – Aquisição de instrumental odontológico

GEAS – Atenção à saúde bucal

Valor Total: R$ 500.000,00 Valor MS: R$ 400.000,00 Valor SMSA: R$ 100.000,00

PARECER FAVORÁVEL

Curso, congresso, encontro, treinamento, seminário e eventos; Aquisição de material permanente; Desenvolver cooperação técnica; desenvolvimento tecnológico e qualificação da gestão; estudo e pesquisa

GEIV – Vigilância e prevenção de acidentes e violências em BH

Valor total: R$231.592,00 PARECER FAVORÁVEL

Curso, congresso, encontro, treinamento, seminário e eventos

Atenção à Saúde do Adolescente

Valor total: R$110.000,00 Valor MS: R$ 100.000,00 Valor SMSA: R$ 10.000,00

PARECER FAVORÁVEL

RECURSOS TOTAIS PARA 2005 R$3.991.592,00

5.9.4 Planilhas Orçamentárias do PMS-BH 2005-2008

A seguir são apresentadas os Quadros Orçamentários referentes ao período 2005-

2008 do PMS/PBH. A Planilha Orçamentária de 2005 foi orçado e aprovado no

PPAG 2002-2205. Já a Planilha Orçamentária do período de 2006-2008 refere-se à

proposta parcial de orçamento em saúde do PPAG de 2006-2009 já aprovada no

Conselho Municipal de Saúde e aguardando aprovação na Câmara Municipal de

Belo Horizonte.

90

2005Orçado

029 - GESTÃO E REGULAÇÃO DA SAÚDE / SUS / BH

2.662 - Apoio Administrativo e Financeiro 309.982.213 2.668 - Gestão de Serviços Hospitalar da Rede Conv./Contr. do SUS/BH 287.762.993

2.669 - Gestão de Serviços Ambulatorial da Rede Conv./Contr. do SUS/BH 195.774.478

SUBTOTAL 793.519.684 087 - SISTEMA DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO

2.665 - Informatização da Gestão do SUS 11.978.455 SUBTOTAL 11.978.455 027 - ATENÇÃO À SAÚDE / BH VIDA

2.679 - Ações de Atenção à Criança 560.932 2.680 - Ações de Atenção à Mulher 1.848.278 2.681 - BH Vida/Ações do Programa à Saúde da Família 67.599.021 2.795 - Ações de Atenção ao Idoso 184.201 2.796 - Ações de Atenção ao Adulto 184.201 2.672 - Serviço de Apoio Diagnóstico 5.717.595 2.678 - Serviço de Apoio Terapêutico 15.518.917 2.671 - Ações de Saúde Mental 1.246.747 2.666 - Construção, Reforma e Adaptação de Imóveis 2.630.883 2.667 - Suprimento à Rede Municipal de Saúde 5.236.790 SUBTOTAL 100.727.565 030 - ATENDIMENTO AMBULATORIAL, EMERGENCIAL E HOSPITALAR

2.670 - Ações de Saúde Bucal 712.879 2.688 - Serviços de Urgência e Emergência 4.890.246 SUBTOTAL 5.603.125 028 - VIGILÂNCIA A SAÚDE / BH VIDA

2.676 - Ações de Vigilância Sanitária 500.575 2.674 - Ações de Controle de Zoonoses 14.509.435 2.675 - Ações de Imunização 151.937 2.677 - Ações de Vigilância Epidemiológica 115.514 2.766 - Saúde do Trabalhador 147.774 SUBTOTAL 15.425.235

TOTAL FMS 927.254.064

029 - GESTÃO E REGULAÇÃO DA SAÚDE / SUS BH

2.502 - Gestão Municipal de Política de Saúde 55.155 2.662 - Apoio Administrativo e Financeiro 2.237.505 SUBTOTAL 2.292.660 031 - PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA GESTÃO

2.661 - Apoio ao Conselho Municipal de Saúde 221.244 SUBTOTAL 221.244

TOTAL SMSA 2.513.904

TOTAL GERAL 929.767.968

AÇÕES

Quadro 11 Planilha Orçamentária PMS-BH 2005

91

2006 2007 2008Proposta Proposta Proposta

117- GESTÃO DO BH VIDA: SAÚDE INTEGRAL

2.327 – Gestão de Recursos Humanos 65.345.000 65.345.000 65.345.000 2.662 - Gestão Administrativa 229.475.000 229.475.000 229.475.000 2.665 - Gestão de informação, modernização e comunicação 8.438.000 8.438.000 8.438.000 1.216 – Construção, ampliação e reforma de Unidades de Saúde 7.937.000 7.937.000 7.937.000 SUBTOTAL 311.195.000 311.195.000 311.195.000

114 – REDE ASSISTENCIAL – BH VIDA: SAÚDE INTEGRAL

2.679 – Ações de Atenção à Criança 569.000 569.000 569.000 2.680 – Ações de Atenção à Mulher 4.782.000 4.782.000 4.782.000 2.681 – BH Vida– Ações do Programa à Saúde da Família 72.069.000 72.069.000 72.069.000 2.795 – Ações de Atenção ao Idoso 187.000 187.000 187.000 2.796 – Ações de Atenção ao Adulto 190.000 190.000 190.000 2.672 – Serviço de Apoio Diagnóstico 5.768.000 5.768.000 5.768.000 2.678 – Serviço de Apoio Terapêutico 15.626.000 15.626.000 15.626.000 2.686 – Atenção Secundária à Saúde 41.000 41.000 41.000 2.668 – Gestão Plena da Rede Assistencial Hospitalar 278.703.000 278.703.000 278.703.000 2.669 – Gestão Plena da Rede Assistencial Ambulatorial 180.069.000 180.069.000 180.069.000 2.670 – Ações de Saúde Bucal 816.000 816.000 816.000 2.671 – Ações de Saúde Mental 1.259.000 1.259.000 1.259.000 2.688 – Rede de Atenção à Urgência 5.019.000 5.019.000 5.019.000 SUBTOTAL 565.098.000 565.098.000 565.098.000

116 – INTEGRAÇÃO DA SAÚDE INTEGRAL COM AS POLÍTICAS PÚBLICAS INCLUSIVAS

2.326 – Participação da saúde nas políticas públicas inclusivas 3.581.000 3.581.000 3.581.000 SUBTOTAL 3.581.000 3.581.000 3.581.000

028 – VIGILÂNCIA À SAÚDE – BH VIDA

2.676 – Ações de Vigilância Sanitária 532.000 532.000 532.000 2.674 – Ações de Controle de Zoonoses 15.227.000 15.227.000 15.227.000 2.675 – Ações de Imunização 153.000 153.000 153.000 2.677 – Ações de Vigilância Epidemiológica 371.000 371.000 371.000 2.766 – Saúde do Trabalhador 153.000 153.000 153.000 SUBTOTAL 16.436.000 16.436.000 16.436.000

TOTAL FMS 896.310.000 896.310.000 896.310.000

117 – GESTÃO DO BH VIDA: SAÚDE INTEGRAL – SMSA/SUS-BH

2.502 – Gestão Colegiada e Controle Social 17.000 17.000 17.000 2.662 - Gestão Administrativa 3.330.000 3.330.000 3.330.000 SUBTOTAL 3.347.000 3.347.000 3.347.000

145 – APOIO À GESTÃO DEMOCRÁTICA

2.661 – Apoio ao Conselho Municipal de Saúde 350.000 350.000 350.000 SUBTOTAL 350.000 350.000 350.000

TOTAL SMSA 3.697.000 3.697.000 3.697.000

TOTAL GERAL 900.007.000 900.007.000 900.007.000

AÇÕES

Quadro 12 Planilha Orçamentária PMS-BH 2006/2008

92

5.10 Belo Horizonte: pólo assistencial metropolitan o e estadual

A região metropolitana de Belo Horizonte – RMBH com os seus 34 municípios e

cerca de 2,0 milhões de habitantes a mais em relação a capital, contando com

cidades que também tem sistemas municipais de saúde importantes tem, mesmo

assim, o SUS-BH como referência decisiva para os seus munícipes de origem. O

mesmo pode-se falar em relação ao Estado de Minas Gerais como um todo onde

Belo Horizonte é o seu polo estadual na assistência à saúde. Até mesmo em relação

ao restante do país, nossa cidade recebe muitos de seus usuários e usuárias.

Certamente essa situação não poderia ser diferente. Numa perspectiva de um

sistema de saúde com direcionalidade bem definida, com a busca efetiva do

cumprimento de princípios que tendem aprimorar a assistência integral e a sua

qualidade, como pretende o SUS, a racionalidade da descentralização e

hierarquização dos diversos serviços prestados permite afirmar que não são, de fato,

todos os municípios os detentores de todos os recursos necessários para a

adequada atenção à saúde.

Serviços de média e alta complexidade, particularmente, que necessitem de

tecnologia mais avançada e, em geral, de investimentos financeiros maiores, ou

produção em escala que justifique a relação custo – benefício, estão e devem ser

implantados em cidades – polo (regionais ou estadual), confirmando essa

racionalidade buscada pelo sistema.

Evidentemente que tal situação não deve implicar em qualquer sentido de

desobrigação da assistência por qualquer um dos municípios. A chamada atenção

primária, já assegurada por todos os municípios de Minas Gerais, portanto

credenciados no Piso da Atenção Básica – PAB, deve ser qualificada, de forma que

o referenciamento para as outras atenções (secundária e terciária) aconteça

adequadamente e dentro das programações e pactuações realizadas, o que

acontece nas rodadas de elaboração da chamada Programação Pactuada e

Integrada – PPI.

As informações da Programação Pactuada e Integrada – PPI da qual participam os

diversos municípios mineiros, entre si diretamente ou através das macro ou micro

regiões referente ao mês de novembro de 2005 dão a conta dessa realidade. Os

diversos agrupamentos ou sub-agrupamentos de procedimentos demonstram todo o

potencial e a produção do SUS-BH, apontando aquilo que é usufruto das usuárias e

usuários residentes da cidade de Belo Horizonte e o que é utilizado pela população

das outras cidades do Estado.

93

Tabela 31 Consolidado Físico/Orçamentário dos Procedimentos A mbulatoriais e Hospitalares de Média e Alta Complex idade programados na PPI Assitencial para atendimento da população própr ia (BH) + referências (Interior)

Quant./Período % Valor/Período R$ % Quant./ Ano % Valor/ Ano R$ % Físico %

Total Elenco EPM (**) -1 3.246.500 97 14.677.435,85 95,46 95.482 3 697.694,03 4,54 3.341.982 100

Total Elenco EPM-2 3.030.923 87 19.544.024,45 81,95 434.320 13 4.305.134,67 18,05 3.465.243 100

Total Elenco EPM-3 630.063 44 6.884.029,67 37,28 808.763 56 11.579.378,56 62,72 1.438.826 100

TOTAL SIA MÉDIA COMPLEXIDADE 6.907.486 84 41.105.489,97 71,26 1.338.565 16 16.582.207,26 28,74 8.246.051 100

Quant./Período % Valor/Período R$ % Quant./ Ano % Valor/ Ano R$ % Físico %

180 CLINICA CIRÚRGICA - INTERNAÇÕES 31.594 55 21.313.701,01 50,18 26.151 45 21.160.505,29 49,82 57.745 100

191 CLINICA OBSTETRICA - INTERNAÇÕES 34.656 73 12.744.899,95 71,96 12.740 27 4.966.141,18 28,04 47.396 100

195 CLINICA MÉDICA - INTERNAÇÕES 62.648 74 26.072.625,37 72,90 21.869 26 9.693.836,64 27,10 84.517 100

198 CLINICA PEDIATRICA - INTERNAÇÕES 15.935 53 7.216.674,67 48,41 14.014 47 7.689.591,11 51,59 29.949 100

Total Elenco SIHSUS MEDIA COMPLEXIDADE 144.833 66 67.347.901,00 60,75 74.774 34 43.510.074,22 39,25 219.607 100

TOTAL FÍSICO/ORÇAMENTÁRIO POPULAÇÃO DE BELO HORIZONTEPOPULAÇÃO REFERENCIADA DE OUTROS

MUNICÍPIOSMÉDIA COMPLEXIDADE (*)

SIHSUS MEDIA COMPLEXIDADEPOPULAÇÃO DE BELO HORIZONTE

POPULAÇÃO REFERENCIADA DE OUTROS MUNICÍPIOS

TOTAL FÍSICO/ORÇAMENTÁRIO

94

Quant./Período % Valor/Período R$ % Quant./ Ano % Valor/ Ano R$ % Físico % Orçamentário R$ %

HEMODINÂMICA 1.223 31 575.274,74 31,41 2.671 69 1.256.384,98 68,59 3.894 100 1.831.659,72 100

MEDICINA NUCLEAR 1.828 30 304.975,48 29,59 4.349 70 725.568,02 70,41 6.177 100 1.030.543,50 100

PATOLOGIA CLÍNICA ESPECIALIZADA 338 27 41.782,75 27,46 893 73 110.390,52 72,54 1.231 100 152.173,27 100

QUIMIOTERAPIA 19.343 36 8.042.941,26 36,22 34.060 64 14.162.362,58 63,78 53.403 100 22.205.303,84 100

RADIODIAGNÓSTICO 425 36 76.941,19 35,86 760 64 137.588,96 64,14 1.185 100 214.530,15 100

RADIOLOGIA INTERVENCIONISTA 116 20 9.376,28 19,93 466 80 37.666,78 80,07 582 100 47.043,06 100

RADIOTERAPIA 120.998 36 2.319.531,66 36,19 213.315 64 4.089.248,55 63,81 334.313 100 6.408.780,21 100

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 223 33 59.931,25 32,75 458 67 123.087,50 67,25 681 100 183.018,75 100

TERAPIA ESPECIALIZADA - LITOTRIPSIA 1.134 34 193.123,15 33,57 2.244 66 382.159,03 66,43 3.378 100 575.282,18 100

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 15.164 59 1.445.644,78 58,69 10.673 41 1.017.499,78 41,31 25.837 100 2.463.144,56 100

TOTAL SIA ALTA COMPLEXIDADE 160.792 37 13.069.522,54 37,22 269.889 63 22.041.956,70 62,78 430.681 100 35.111.479,24 100

TOTAL FÍSICO/ORÇAMENTÁRIO SIA ALTA COMPLEXIDADE

(PROPEDÊUTICA) (***)

MICRORREGIÃO DE BELO HORIZONTEPOPULAÇÃO REFERENCIADA DE OUTRAS

MICRORREGIÕES

95

Quant./Período % Valor/Período R$ % Quant./ Ano % Valor/ Ano R$ % Físico % Orçamentário R$ %

CIRURGIA CARDÍACA 1.261 25 6.290.884,74 25,36 3.712 75 18.518.448,99 74,64 4.973 100 24.809.333,73 100

CIRURGIA NEUROLÓGICA 200 23 614.953,16 23,01 669 77 2.057.018,32 76,99 869 100 2.671.971,48 100

CIRURGIA ORTOPÉDICA/TRAUMATOLÓGICA

2.070 35 3.753.355,46 34,65 3.904 65 7.078.792,14 65,35 5.974 100 10.832.147,60 100

ONCOLOGIA 1.585 32 2.597.887,91 32,47 3.297 68 5.403.934,66 67,53 4.882 100 8.001.822,57 100

TRATAMENTO DA AIDS 523 38 510.879,84 38,43 838 62 818.579,94 61,57 1.361 100 1.329.459,78 100

TOTAL SIH ALTA COMPLEXIDADE 5.6 39 31 13.767.961,11 28,90 12.420 69 33.876.774,05 71,10 18.059 100 47.644.735,16 100

Quant./Período % Valor/Período R$ % Quant./ Ano % Valor/ Ano R$ % Físico % Orçamentário R$ %

7.218.750 81 135.290.874,62 53,84 1.695.648 19 116.011.012,23 46,16 8.914.398 100 251.301.886,85 100

SIH ALTA COMPLEXIDADE (***)

(***) A pactuação da Alta Complexidade é feita MICRORREGIÃO COM MUNICÍPIO DE ATENDIMENTO (cota é microrregional)

CONSOLIDADO FÍSICO/ORÇAMENTÁRIO

TOTAL GERAL (MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE AMBULATORIAL E

HOSPITALAR)

(*) A pactuação da média complexidade é feita MUNICÍPIO COM MUNICÍPIO (a cota é municipal)

TOTAL FÍSICO/ORÇAMENTÁRIO POPULAÇÃO REFERENCIADA DE OUTRAS

MICRORREGIÕES MICRORREGIÃO DE BELO HORIZONTE

POPULAÇÃO PRÓPRIA E MICRORREGIÃO DE BELO HORIZONTE

POPULAÇÃO REFERENCIADA

(**) Saõ os agrupamentos diversos de procedimentos de média complexidade também por complexidade

96

Podem também servir como demonstrativo desse processo as informações

referentes ao ano de 2004 em relação às autorizações de internação hospitalar –

AIH. Percebe-se que 42,5% das AIH’s servem aos residentes de fora de Belo

Horizonte e que o montante de recursos, inversamente, tem a sua maior parte,

52,7% absorvidos pelo interor:

Quadro 13

AIH’s apresentadas para pagamento – SUS-BH 2004 Local de moradia Quantidade de AIH's % R$ % Residentes em BH 139.623 57,5 93.572.422,60 47,3

Residentes fora de BH 103.395 42,5 104.317.787,00 52,7 TOTAL 243.018 100,00 197.890.209,60 100,00

Fonte: GERG – Prodabel SA04C096

No mesmo sentido as consultas especializadas agendadas na CMC do SUS-BH

também tem cerca de 20% do seu agendamento servindo aos demais municípios

mineiros. Vale ressaltar que uma situação especial pode ser observada e que revela

que muitos usuários e usuárias do interior do Estado tem obtido endereços de

residência em Belo Horizonte, sem, de fato, o fazê-lo concretamente. Essa situação

pode alterar aumentando a quantidade final de consultas de especialidades

realmente utilizadas pelos pacientes do interior de Minas Gerais.

Quadro 14

Consultas especializadas agendadas pela CMC - 2004

Agendamento de consultas especializadas

Quantidade de consultas

%

Consultas agendadas para os Distritos Sanitários (BH)

618.056 80,5

Consultas agendadas para as URS (BH)

51.394 6,7

Consultas agendadas para a RMBH

56.897 7,4

Consultas agendadas para as demais cidades do interior de MG

41.366 5,4

TOTAL 767.713(*) 100,0 Fonte: Central de Marcação de Consultas – CMC/SUS-BH (*)Não estão computados os meses de agosto e setembro de 2004

97

6. Processo de elaboração do PMS-BH 2005-2008

6.1 Avaliação da gestão anterior

Entre novembro e dezembro de 2004, a Secretaria Municipal de Saúde/SUS-BH

promoveu reuniões para avaliar a gestão que findava e para preparar metas relativas

à próxima gestão (2005-2008). Foram 10 reuniões iniciais: corpo gerencial,

assessorias do nível central, os nove gerentes distritais de saúde e os seus

respectivos técnicos.

Todos responderam um completo roteiro com questões diversas referentes a:

- gestão da saúde (níveis distrital e central e a relação com as secretarias

regionais; avaliação dos gerentes das unidades de saúde e o seu

acompanhamento; realização da gestão colegiada e dos colegiados gestores das

unidades; efetivação do trabalho intersetorial; funcionamento dos grupos de

condução distrital e central; condições gerais de infraestrutura (veículos

administrativos, área física, manutenção de equipamentos e predial, alimentação

para as Unidades 24, itens mais críticos no abastecimento de material de

consumo e médico, equipamentos de informática).

- assistência em saúde (quadro de recursos humanos das equipes de saúde da

família incluindo auxiliares de enfermagem de apoio; quadro de médicos e

auxiliares de enfermagem das unidades de referência; processo de discussão

para pactuação de diretrizes dos centros de saúde entre esses e o nível central;

cumprimento dos eixos de pactuação (por unidade, horário de funcionamento,

acolhimento, vacina, curativo, posto de coleta); ações prioritárias na atenção

básica (pré-Natal – nº de médicos genaralistas / nº de generalistas que

acompanham o pré-natal, nº de médicos generalistas / nº de médicos que

acompanham o crescimento e desenvolvimento infantil, nº de médicos

generalistas / nº de médicos que fazem acompanhamento de diabetes e

hipertensão), saúde mental (médicos generalistas que atendem portadores de

sofrimento mental e que discutem casos com a equipe de saúde mental), saúde

bucal (equipes de saúde bucal que atendem urgência odontológica e forma de

organização do processo de trabalho para garantir esse atendimento), urgência

(os principais problemas e avanços relacionados ao acesso e resolutividade nas

unidades de urgência, incluindo a interface das unidades de saúde com o SAMU

e a avaliação sobre a pactuação da grade de referências), atenção secundária

(os principais problemas e avanços relativos ao acesso ao atendimento

especializado e o grau de organização do distrito e das unidades de saúde para

fazer a regulação no nível local e distrital), atenção hospitalar (principais

98

problemas e avanços identificados pelas gerências e unidades de saúde em

relação à qualidade da assistência hospitalar, agrupando por tipo de atenção –

infantil, maternidade, adulto e idoso; analise da incorporação no processo de

trabalho dos níveis central e distrital com respeito às linha de cuidado definidas

como prioritárias: cardiologia, mulher, criança, idoso e bucal), vigilância à saúde

(investigação de óbito materno – total de óbitos suspeitos / total de investigados,

investigação de óbitos infantis – total de óbitos do distrito / total de óbitos

investigados, ações de combate a dengue e leishmaniose, problemas relativos à

possível duplicidade do trabalho de agentes sanitários e ACS no campo, ações

de vigilância descentralizadas para os centros de saúde), sistemas de informação

(dificuldades em operar os vários bancos de dados – articulação ou

desarticulação entre eles, o fluxo e o uso das informações para o planejamento e

avaliação do trabalho em todos os níveis, vigilância sanitária (principais avanços

e dificuldades);

- recursos humanos (capacitações e respectivos temas realizados pelos distritos

em 2003 e 2004, nº de funcionários novos recebidos, nº de funcionários

afastados do trabalho por problema de saúde / por um período maior que 60

dias; estrutura em equipamentos e quadro de RH do setor no distrito, analisando

os avanços e limites de sua atuação; listar o quadro de RH terceirizado que atua

no apoio das unidades de saúde),

- controle social (relação dos diferentes níveis de gestão com os Conselhos

Municipal e Distritais e Comissões Locais de Saúde, bem como o funcionamento

destes);

- análise qualitativa mais geral (avaliação das gerências, levantando os

principais problemas e fazendo propostas para nos próximos 4 anos).

6.2 Oficinas de planejamento para a nova gestão

De posse de extenso material, resultado de diversas reuniões, o corpo gestor da

Secretaria Municipal de Saúde/SUS-BH desencadeou o processo de planejamento

para a nova gestão que se iniciava em janeiro de 2005.

A visão estratégica adotada nas oficinas de planejamento considerou os cenários

políticos gerais e os específicos da saúde, em níveis local, regional e nacional, do

ponto de vista das oportunidades e ameaças encontradas, clareando ainda mais a

missão do SUS-BH e permitindo a definição dos eixos programáticos e das metas de

gestão para o período 2005-2008.

99

Com a participação de uma experiente consultora externa, a médica Christina

Fekete, expert em planejamento de serviços de saúde, iniciou-se o processo de

planejamento da saúde para o próximo período de gestão, com a realização de

oficinas entre os gestores do SUS-BH e o seu corpo gerencial, em janeiro de 2005,

nas quais foram apresentadas as primeiras definições do planejamento do sistema

municipal de saúde de BH, reafirmando o compromisso com os princípios e

diretrizes do BH Vida: Saúde Integral.

A continuidade do processo de planejamento ampliou o conjunto de participantes

das oficinas, incluindo os técnicos do nível central e dos distritos sanitários, que em

processos de discussão em grupos específicos e realização de uma plenária geral,

estabeleceram as metas gerenciais para gestão do SUS em Belo Horizonte, no

período 2005-2008.

Após a definição das metas gerenciais, foram elaboradas as suas Planilhas

Operativas (PO) respectivamente. Este processo ampliou ainda mais o conjunto de

atores que iriam atuar na efetivação das ações e operações específicas decorrentes

das metas gerenciais.

Diante dessa perspectiva estratégica de gestão participativa e co-responsável,

recorreu-se, o máximo possível, à construção coletiva e entrelaçada com o curso

real dos acontecimentos para a formulação do PMS-BH 2005-2008.

Grande é o desafio ao se propor conduzir os rumos da saúde numa das maiores

cidades do país, parte de uma região metropolitana densa e ainda contraditória no

seu crescimento e desenvolvimento. Convivemos nesse imenso território urbano

com áreas de intensa modernidade e progresso e outras com índices de degradação

ambiental e pobreza humana, que obrigam intervenções distintas, dado a busca pelo

princípio de eqüidade.

Não menos importante, faz-se também necessário medir o desempenho das ações

propostas, desde o seu desenvolvimento até o resultado alcançado nos serviços de

saúde, sejam eles de promoção, vigilância, reabilitação ou assistência. Pressupõem-

se então a construção de indicadores para as metas apresentadas, que irão

mensurar quanti/qualitativamente os resultados alcançados num determinado

período.

Construir indicadores que expressem não apenas metas burocráticas cumpridas ou

não, mas uma avaliação qualificada do modelo de saúde proposto, permite extrair

estrategicamente os avanços e os retrocessos, e a partir daí novamente planejar,

100

entendendo-se o seu movimento processual, mutável e não estático. As

especificidades da saúde conferem ao planejamento caráter ainda mais dinâmico,

sensível às singularidades do adoecer, nem sempre previstas.

Não é fácil medir o feito e o “por fazer”, quando se quer expressar mudanças,

avanços e/ou retrocessos, e, os resultados em saúde nem sempre são tangíveis a

marcadores suficientemente objetivos. Portanto, o rol de indicadores apresentados

no PMS-BH 2005-2008 buscará exprimir medidas quanti-qualidades do SUS-BH que

revelam os resultados alcançados e possibilitam orientação para a gestão. A

pactuação desses indicadores envolvem os diferentes segmentos decisórios em

saúde, numa orientação voltada para o seu cumprimento e num grau de

responsabilização pertinente a cada um.

101

7. Missão e Eixos Programáticos para a Gestão 2005- 2008

Buscando sintonizar necessidades sentidas e possibilidades reais de efetivação

dessas, a gestão da Secretaria Municipal de Saúde e do SUS-BH procura se

organizar em eixos programáticos que, em si, dêem visibilidade a todo um projeto

pretendido para a saúde na cidade. A realização concreta dessa organização terá

expressão na missão que foi estabelecida e que tem a seguinte formulação:

MISSÃO DO SUS-BH

A definição de eixos abrange a idealização de matrizes aglutinadoras de processos

interdependentes, mas com agenda própria de definições e ações e de densas

estruturas que, em momentos distintos, pode pretender a primazia de um eixo sobre

outro, na visualização do foco de um problema e, conseqüentemente, no local

determinante da sua solução.

Incorporando as várias gerências integrantes do organograma da SMSA, os eixos

programáticos definidos na visão do planejamento estratégico adotado não diluem a

gestão municipal da saúde, que tem definição própria na estruturação e nos

princípios do SUS – comando único em cada esfera de governo – ao contrário,

entende um modelo de estruturação compartilhada, que tende a favorecer a tomada

de decisão do gestor, que, por sua vez, democratiza esse poder e estabelece

relações de confiança e delegação num somatório de forças. Com esse recorte e

dando consistência à missão estabelecida e, principalmente, ao seu cumprimento,

sete eixos programáticos foram descritos:

1. Rede Assistencial 2. Recursos Humanos e Valorização do Trabalho 3. Gestão 4. Intersetorialidade 5. Sistema de Informação 6. Vigilância em Saúde 7. Infraestrutura

“AVANÇAR NA IMPLANTAÇÃO DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS EM BELO HORIZONTE, PRESTANDO SERVIÇOS HUMANIZADOS E DE QUALIDADE, INSERINDO-SE DE FORMA ARTICULADA NAS POLÍTICAS SOCIAIS DO GOVERNO, EM BUSCA DA PROMOÇÃO DA EQÜIDADE SOCIAL E GARANTINDO O DIREITO À SAÚDE COM CONTROLE SOCIAL.”

102

8. Metas de Gestão e Metas Gerenciais para o períod o 2005-2008

O conteúdo programático definido nos sete eixos apresentados para o SUS-BH no

correr desses quatro anos de gestão, entendendo conceitualmente a gestão como o

espaço normatizado de tomada de decisão, que tem como contornos a política

institucional e a política de governo, têm expressão nas suas metas de gestão e nas

suas metas gerenciais conseqüentes.

As metas de gestão, entendendo-se aí gestão como processo inerente de realização

de ações/decisões dentro da máquina pública, no nosso caso, e as metas gerenciais

como determinações utilizadas com especificações que concretizam objetivos gerais

e específicos, engendram tanto o novo e o acréscimo de funções e expectativas

pretendidas, como aquilo que podemos identificar como parte da rotina ou ações já

integradas no dia a dia do SUS-BH.

Naturalmente as responsabilizações de cada meta de gestão se darão no locus

específico dentro da instituição, preferencialmente destacando cada gerente

pessoalmente como responsável junto ao compromisso do cumprimento de cada

uma delas.

A abrangência de cada uma das metas gerenciais vai se tornando mais específica,

querendo traduzir-se na sua própria formulação. O período de consecução para

quatro anos é uma determinação de tempo que não obriga-se em si mesma,

pretendendo-se serem as metas regidas por ações com atributos de eficiência e,

principalmente, estarem conjugadas estrategicamente com as demais metas

gerenciais, incorporando ou redimensionando cada uma ou o seu o conjunto, de

acordo com as possibilidades reais de execução e a visão maior da gestão.

103

EIXO: REDE ASSISTENCIAL META DE GESTÃO: ESTRUTURAR UM SISTEMA INTEGRADO DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA (prioridade geral) RESPONSABILIDADE: GERÊNCIA DE PROJETOS ESPECIAIS – GPJE

Destaca-se como sendo a prioridade geral definida para o período no rol das metas

de gestão, como já dito anteriormente, a meta: “estruturar um sistema integrado

de atenção secundária”. A ampliação do acesso largamente acontecida com as

equipes de saúde da família denotou com intensidade uma decorrência, qual seja, a

ampliação da necessidade de procedimentos para a atenção secundária, retratando

alguns limites ainda encontrados nesses setores da assistência no SUS-BH.

A agenda da média complexidade, tanto para consultas especializadas, como para

procedimentos específicos, tem sido uma preocupação já demarcada anteriormente.

O Ministério da Saúde – MS tenta soluções que possam favorecer o teto de

financiamentos de média complexidade ainda com timidez, e, no mesmo sentido, a

tabela dos procedimentos ambulatoriais do SUS não oferece aos prestadores uma

remuneração por eles considerada como sendo adequada. Contratos com todos os

prestadores do SUS-BH, que darão o amparo legal necessário na relação público –

privado, estão sendo efetivados após o chamamento específico feito na cidade.

Espera-se, com reservas, que nessa nova fase, onde ainda incluem os contratos

globais com os hospitais, que também ofertam procedimentos ambulatoriais, a

ampliação dessa oferta necessária. O limite para remunerar diferenciadamente

alguns procedimentos mais necessários, como inclusive já aprovou, nesse sentido, o

Conselho Municipal de Saúde, mais de uma vez, esbarra no orçamento previsto,

impondo limites reais para a compra desses serviços. Tal fato também nos leva, por

outro lado, à busca da ampliação da produção própria do SUS-BH e do seu parque

tecnológico, em alguns casos, mas o seu custeio padece do mesmo limite

orçamentário.

Problemas da ordem do mercado de trabalho médico influem negativamente no caso

das consultas especializadas, tanto pela falta do profissional especializado, como

pelo valor desse trabalho, medido por essas mesmas leis de mercado. O projeto dos

Centros de Especialidades Médicas – CEM concentrará algumas especialidades

mais necessárias, incorporando a tecnologia da marcação imediata à consulta

básica, o que propiciará maior facilidade às usuárias e aos usuários, e, mais que

isso, vinculando uma rede de especialistas especificamente a um determinado

distrito sanitário, criará uma aproximação desses com as equipes de saúde da

família, dentro de um novo processo de trabalho, que qualificará mais a referência e

a contra referência.

104

Ainda buscando aprofundar o tratamento dado à temática das consultas

especializadas, estamos utilizando e expandindo os potenciais da telessaúde para

estabelecer um processo de educação permanente para as equipes de saúde da

família, buscando melhorar a capacidade de resolução do nível primário da

assistência a saúde, qualificando a atenção prestada e diminuindo os

encaminhamentos para referência secundária. Também faz parte do projeto, a

estruturação de um sistema de consultoria e segunda opinião dos profissionais do

SUS-BH que fazem atendimento nos Centros de Saúde, via rede, através da

teleconsulta com especialistas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina

da UFMG, utilizando os recursos da TELESAÚDE não presencial, “off line”, para

casos mais simples e da TELESAÚDE compartilhada, “on line”, para discussão de

casos clínicos mais complexos, inclusive com transmissão de imagens diagnósticas.

As metas gerenciais desse agrupamento contemplarão ampliação de quantitativos,

que no quadro dos principais indicadores serão expressos com mais ênfase. Como

acontece na atenção básica, a qualificação de processos de trabalho passa não

apenas nos espaços de ação da própria atenção secundária, mas também na

dinâmica do encaminhamento e do acompanhamento responsável demandado pelo

centro de saúde, pela unidade de urgência, no pós-hospitalar, a que estão

submetidos os pacientes por nós cuidados.

META GERENCIAL PERÍODO 1. Reorientar o modelo de atenção com base no cuidado continuado

com ênfase em alguns agravos prioritários, garantindo a referência e contra-referência de qualidade (prioridade geral da gestão)

2005-2008

2. Aumentar a oferta de consultas, procedimentos e exames especializados para os usuários do SUS-BH (prioridade geral da gestão)

2005-2008

3. Definir missão e vinculação técnico administrativo. Garantir infra estrutura necessária para as Unidades de Referência Secundária – URS (prioridade geral da gestão)

2005-2008

4. Definir e implantar indicadores de acompanhamento da atenção secundária (prioridade geral da gestão)

2005-2008

5. Aprimorar o processo de marcação de consultas e procedimentos através da normatização dos fluxos de agendamento e comunicação com os usuários (prioridade geral da gestão)

2005-2008

6. Consolidar regulação assistencial em todos os níveis do SUS BH 2005-2008

105

INDICADORES ESPECÍFICOS DESTACADOS

INDICADORES PERÍODO 1. Implantar 09 (nove) Centros de Especialidades Médicas Distritais –

CEM Distrital, um Centro de Especialidades Médicas Metropolitano –CEM Metropolitano e 07 (sete) Centros de Especialidades Odontológicas – CEO, no seguinte cronograma: − 2005 – 01 CEM Distrital e 02 CEO − 2006 – 03 CEM Distrital, o CEM Metropolitano e 04 CEO (03 –

PUC e 01 – UFMG) − 2007 – 5 CEM Distrital e 01 CEO Newton Paiva

Fonte: Relatório de GestãoSMSA/SUS/BH

2005-2007

2. Reduzir em 10 pontos percentuais o absenteísmo nas consultas especializadas agendadas pela central de marcação de consultas –CMC

Fonte/Base de dados: Relatório de Gestão SMSA/SUS-BH 2004

2005-2008

3. Aumentar em 50% o número de consultas especializadas realizadas pelo SUS-BH em relação a outubro de 2005. Incremento anual: − 2006 – 30% − 2007 – 15% − 2008 – 05%

Fonte de dados SIA-SUS (base outubro 2005) Compartilhar esta meta com a GERG/CMC

2006-2008

4. Aumentar oferta de apoio diagnóstico de média complexidade com o seguinte incremento: − 50.000 Ultra-sons especiais (07 equipamentos

*(4*ex/h8*20dias)*12) − 5.000 Eletroencefalogramas (01

equipamento*(3*ex/h8*20dias)*12) − 1.500 Urodinâmias (01 equipamento *(1*ex/h8*20dias)*12) − 1.500 Eletroneuromigrafias (11 equipamentos

*(1*ex/h8*20dias)*12) − 3.500 Bera e Testes Vestibular (11 equipamentos

*(2*ex/h8*20dias)*12) − 3.500 Testes ergométrico (01 equipamento

*(2*ex/h8*20dias)*12) − 3.500 Ecocardiogramas (01 equipamento *(12exdia*20dias)*12) − 2.500 Endoscopias digestivas (01 equipamento

*(12*ex8h*20dias)*12) − 1.500 Colonoscopias (11 equipamentos (1ex/h8*20dias)*12) − 30.000 Eletrocardiogramas (11 equipamentos (2ex/6h*20)*12)

Fonte: SIA/SUS – Base outubro 2005 Compartilhar esta meta com GERG

2006-2008

106

5. Diminuir tempo de espera para marcação/realização de consulta

especializada de primeira vez, considerando a data de cadastro junto ao Centro de Saúde e a efetiva realização da consulta: − 2005 – 70% até 60 dias − 2006 – 80% até 60 dias − 2007 – 90% até 60 dias − 2008 – 80% até 45 dias

Fonte: SISREG e pesquisas com guias de referencia

2005-2008

6. Executar plano de ação para acompanhamento de agravos prioritários nas URS no seguinte cronograma: − 2005 – um agravo: paciente pré- dialítico − 2006 – três agravos: pacientes com insuficiência cardíaca e

coronariana, com suspeita de carcinoma, recém nascido de risco − 2007 – três agravos: idosos frágeis, obesidade e endocrinologia − 2008 – três agravos: reumatologia, neurologia e ortopedia

Fonte: Relatório de Gestão SMSA/SUS-BH

2005-2008

EIXO: REDE ASSISTENCIAL META DE GESTÃO: QUALIFICAR A ATENÇÃO BÁSICA RESPONSABILIDADE: GERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA – GEAS

A implantação do BH Vida - Saúde Integral, como projeto de organização do sistema

de atenção no município, conta com 506 equipes de saúde da família – ESF e mais

de 2.200 agentes comunitários de saúde – ACS, entre outros profisisonais,

distribuídos em toda a cidade, cobrindo 76% da população de Belo Horizonte e

priorizando, de forma absoluta, as áreas de maior risco, onde estão alocadas 55%

das equipes de saúde da família.

Essa intervenção de saúde na cidade revelou um período de transição do modelo

assistencial, em curso, conduzindo alterações no processo de funcionamento dos

Centros de Saúde (CS), que contam com as ESF, no processo de trabalho das

diversas categorias profissionais, com enfoque dirigido ao trabalho em equipe e com

referência na família, sem prejuízo no cuidado do paciente, com os devidos planos

terapêuticos individuais ajustados.

A qualificação da atenção básica, portanto, é uma meta de grande envergadura da

gestão do SUS-BH como um todo. A dimensão das ações rotineiramente

desenvolvidas como a visita domiciliar e os atendimentos para crianças,

adolescentes, mulheres, adultos e idosos nos nossos 139 centros de saúde, que nos

quadros e tabelas anteriores mostraram a realidade da conta dos milhões de

107

procedimentos realizados, tem hoje a preocupação mais aguçada na qualidade

dessa assistência prestada, como mostrarão as suas metas gerenciais:

META GERENCIAL PERÍODO 1. Avançar na implementação do modelo assistencial na rede básica

de saúde através da aplicação das diretrizes do SUS-BH na organização do processo de trabalho das Unidades Básicas de Saúde - UBS (prioridade geral da gestão)

2005-2008

2. Implementar protocolos assistenciais, visando o atendimento integral e de qualidade nas Unidades Básicas de Saúde - UBS (criança , mulher, adulto, DST/AIDS, saúde bucal, idoso) (prioridade geral da gestão)

2005-2008

4. Avançar na gestão do modelo assistencial da atenção básica através da articulação entre as áreas técnicas e diversos níveis de atenção e o uso de informações para avaliação e monitoramento

2005-2008

5. Aprimorar a atenção básica no SUS com a plena implementação dos projetos da saúde mental, saúde bucal e apoio diagnóstico

2005-2008

INDICADORES ESPECÍFICOS DESTACADOS

INDICADORES PERÍODO 1. Concluir o documento das diretrizes para a Atenção Básica até

fevereiro de 2006 Fonte: Relatório da Gerência de Assistência

2005-2006

2. Construir a proposta de indicadores para Atenção Básica até dezembro de 2005

Fonte: Relatório Gerência de Assistência/Gerência de Epidemiologia e Informação

2005

3. Implantar a Linha de Cuidado Materno Infantil até dezembro de 2005

Fonte: Relatório Gerência de Assistência

2005

4. Implantar a Linha de Cuidado do Idoso até julho 2006 Fonte: Relatório Gerência de Assistência

2005-2006

5. Realizar a supervisão do ACS pelo enfermeiro em: − 25% das ESF em 2005 − 50% das ESF em 2006 − 80% das ESF em 2007 − 100% das ESF em 2008

Fonte: Levantamento nos C.S.

2005-2008

6. Atendimento integral (3 clínicas básicas) sendo realizado por: − 40% pelo médicos do PSF em 2005 − 50% pelo médicos do PSF em 2006 − 65% pelo médicos do PSF em 2007 − 75% pelo médicos do PSF em 2008

Fonte: Fênix/Geepi

2005-2008

108

7. Discutir e publicizar no Centro de Saúde a agenda de trabalho da equipe de saúde da família − 10% das equipes em 2005 − 30% das equipes em 2006 − 40% das equipes em 2007 − 50% das equipes em 2008

Fonte: Levantamento nos C.S.

2005-2008

8. Disponibilizar durante todo o funcionamento das unidades básicas de saúde a primeira escuta à demanda não programada em: − 30% das UBS em 2005 − 50% das UBS em 2006 − 70% das UBS em 2007 − 90% das UBS em 2008

Fonte: Levantamento nos C.S.

2005-2008

9. Estruturar a rede de referência e supervisão (clínicos, ginecologistas e pediatras) em: − 25% dos distritos sanitários em 2005 − 50% dos distritos sanitários em 2006 − 80% dos distritos sanitários em 2007 − 100% dos distritos sanitários em 2008

Fonte: Relatório Gerência de Assistência

2005-2007

10. Manter assistidas no Programa Criança que Chia, no mínimo: − 9.000 crianças em 2005 − 10.000 crianças em 2006 − 11.000 crianças em 2007 − 12.000 crianças em 2008

Fonte: Relatório Atenção à Criança

2005-2008

11. Realizar ações do 5º dia saúde integral para nas gestantes cadastradas no SISPRENATAL na proporção de: − 70% em 2005 − 80% em 2006 − 90% em 2007 − 100% em 2008

Fonte: Sisprenatal e Fênix/Geepi

2005-2008

12. Manter cadastradas no SISPRENATAL no mínimo: − 60% das gestantes cadastradas em 2005 − 65% das gestantes cadastradas em 2006 − 70% das gestantes cadastradas em 2007 e 2008

Fonte: Sisprenatal e Sinasc/Geepi

2005-2008

13. Manter a realização de, no mínimo, 223.000 exames de colpocitologia oncótica em 2005, 2006, 2007 e 2008

Fonte: Siscolo/Atenção à Mulher

2005-2008

14. Implantar o plano de combate a TBC até dezembro de 2005 2005

109

15. Aumentar a relação entre os casos novos (todas as formas) de TBC esperados/casos encontrados para: − 50% em 2005 − 65% em 2006 − 70% em 2007 − 75% em 2008

Fonte: Sinan/Atenção ao Adulto -TBC

2005-2008

16. Reduzir a proporção de abandono do tratamento para TBC em: − 14% em 2005 − 12% em 2006 − 10% em 2007 − 08% em 2008

Fonte: Sinan/Atenção ao Adulto -TBC

2005-2008

17. Manter a tendência decrescente de óbitos maternos Fonte: SIM/Atenção à Mulher

2005-2008

18. Incrementar a realização de consultas de puerpério em: − 05% em 2005 − 10% em 2006 − 20% em 2007 − 40% em 2008

Fonte: Fênix/Geepi

2005-2008

19. Manter a tendência decrescente da taxa de mortalidade neonatal Fonte: SIM/At. à Criança

2005-2008

20. Manter a tendência decrescente da taxa de internação por Infecção Respiratória Aguda - IRA em menores de 1 ano

Fonte: SIH/At. à Criança

2005-2008

21. Utilizar nas UBS a proposta de indicadores para Atenção Básica em: − 50% das UBS em 2006 − 70% das UBS em 2007 − 100% das UBS em 2008

Fonte: Levantamento nos C.S.

2006-2008

22. Implantar 29 novas equipes de saúde bucal no seguinte cronograma: − 05 equipes em 2005 − 18 equipes em 2006 − 11 equipes em 2007

Fonte: Gerência de Assistência/Coordenação de Saúde Bucal

2005-2007

23. Ampliar a cobertura de primeira consulta odontológica em: − 05% em 2005 − 10% em 2006 − 20% em 2007 − 30% em 2008

Fonte: Fênix/Geepi

2005-2008

110

24. Ampliar o número de Tratamentos Completados em Saúde Bucal em: − 05% em 2005 − 15% em 2006 − 25% em 2007 − 35% em 2008

Fonte: Fênix/Geepi

25. Apoio matricial às equipes de PSF realizado por: − 60% das Equipes de Saúde Mental em 2005 − 70% das Equipes de Saúde Mental em 2006 − 80% das Equipes de Saúde Mental em 2007 − 90% das Equipes de Saúde Mental em 2008

Fonte: Levantamento nos C.S.

26. Acompanhamento dos usuários de saúde mental por: − 60% das ESF em 2005 − 70% das ESF em 2006 − 80% das ESF em 2007 − 90% das ESF em 2008

Fonte: Levantamento nos C.S.

2005-2008

27. Elaborar as Diretrizes de Funcionamento dos Serviços de Apoio Diagnóstico até dezembro de 2005

Fonte: Relatório Gerência de Assistência

2005-2008

28. Implantar as Diretrizes de Funcionamento dos Serviços de Apoio Diagnóstico em: − 2 laboratórios em 2006 − 4 laboratórios em 2007 − 6 laboratórios em 2008

Fonte: Relatório Gerência de Assistência

2005-2008

29. Construir, ampliar e reformar 35 unidades de saúde do SUS-BH no seguinte cronograma: − 20 unidades de saúde em 2006 − 10 unidades de saúde em 2007 − 05 unidades de saúde em 2008

Fonte: Gerência de Planejamento e Desenvolvimento

2005-2008

30. Promover a capacitação das equipes de saúde da família para o atendimento global ao idoso na proporção de: − 30% das ESF em 2006 − 60% das ESF em 2007 − 90% das ESF em 2008

Fonte: CES/Atenção ao Adulto – Idoso

2005-2008

31. Realização do acompanhamento das Instituições de Longa Permanência (ILP) do Idoso através da realização de: − 50% das visitas previstas em 2005 − 55% das visitas previstas em 2006 − 60% das visitas previstas em 2007 − 70% das visitas previstas em 2008

Fonte: Relatório Atenção ao Adulto – Idoso

2005-2008

111

32. Manter a tendência decrescente da taxa de internação por Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Fonte: Relatório Pacto Atenção Básica - SIH/Geepi

2005-2008

33. Manter a tendência decrescente da taxa de internação por Complicações Agudas do Diabetes

Fonte: Planilhas Indicadores - SIH/Geepi

2005-2008

34. Realização de diagnóstico e tratamento sindrômico de DST por: − 50% das ESF em 2005 − 60% das ESF em 2006 − 70% das ESF em 2007 − 80% das ESF em 2008

Fonte: Instrumento Monitoramento da Qualidade PSF

2005-2008

35. Realização de ações de prevenção de DST, incluindo aconselhamento e testagem para detecção de sífilis, HIV e vírus causadores de Hepatites Virais em: − 50% dos CS em 2005 − 60% dos CS em 2006 − 70% dos CS em 2007 − 80% dos CS em 2008

Fonte: Levantamento nos C.S.

2005-2008

36. Manter freqüentes no Programa de Prevenção e Combate à Desnutrição: − 65% das crianças cadastradas em 2005 − 70% das crianças cadastradas em 2006 − 75% das crianças cadastradas em 2007 − 80% das crianças cadastradas em 2008

Fonte: Relatório Atenção à Criança

2005-2008

EIXO: REDE ASSISTENCIAL META DE GESTÃO: ARTICULAR, QUALIFICAR E HUMANIZAR A REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS

RESPONSABILIDADE: GERÊNCIA DE URGÊNCIA – GEUR

Responder a demandas urgentes é o exercício que pauta a gestão de um sistema

de saúde insistentemente e quase nunca de maneira estruturada, muito ao contrário.

E não poderia ser diferente! O acidente de trânsito, o atentado violento, o

traumatismo cotidiano, a urgência clínica, são fatos que dão mostra inequívoca de

situações de urgência efetiva. Tantas outras não demonstram-se com tanta clareza,

mas, na prática, se efetivam como tal.

A chamada “urgência sentida” pode ser uma delas. Ela é o sentimento ou sensação

do indivíduo de que, num exato momento, ele padece de algum acometimento grave

em relação à sua saúde (física ou mental) e precisa ser atendido “urgentemente” por

112

um profissional de saúde, geralmente por um médico. Nem sempre a “urgência

sentida” revela-se verdadeira, mas apenas após uma avaliação é que se pode fazer

essa afirmação.

Se usarmos a conhecida insígnia de que saúde é vida, não haverá qualquer dúvida

sobre o destacado papel da saúde, particularmente, no conjunto das políticas

públicas. Se nos detivermos no seu aspecto urgência, mais ainda. Nesse caso, a

atitude tem que ser tomada de imediato e o resultado só pode ser salvar a vida.

Com esse intuito o SUS-BH tem se esforçado ao máximo. Tem buscado favorecer-

se de toda alternativa disponível no Ministério da Saúde e em outros órgãos no

sentido de ampliar os recursos específicos e a qualificação do trabalho da urgência.

O Serviço de Atendimento Médico de Urgência – SAMU é exemplar e os números de

atendimentos efetuados mostram a sua aceitação e necessidade.

Entretanto, vive-se um momento peculiar e necessário na assistência à urgência. A

tensão natural da situação do atendimento urgente, o processo de qualificação do

serviço, a construção ou reforma de novas unidades de pronto atendimento – UPA,

as mudanças e revisões de processos de trabalho nos centros de saúde,

desencadearam medidas específicas que humanizam esse atendimento.

Trata-se da avaliação e qualificação da porta de entrada das UPA’s através de

encaminhamentos responsáveis e adequados por parte do referenciamento dos

centros de saúde, bem como da devida contra referência feita pela unidade de

urgência. No mesmo sentido, a classificação de risco está sendo implantada nas

UPA’s, conferindo um acolhimento qualificado aos usuários e garantindo a primazia

do atendimento da urgência de forma efetiva.

Ampliando as perspectivas do atendimento na urgência, novos financiamentos do

Projeto QUALISUS – que nessa fase atual aborda o serviços de urgência estão

acontecendo na cidade, não apenas na rede própria do SUS-BH, mas também nas

outras unidades de urgência da cidade, respondendo à essa qualificação geral que

está acontecendo.

As metas gerenciais da urgência são bastante abrangentes, tanto quanto sua

demanda, que não apenas atende os usuários de Belo Horizonte, mas também de

sua região metropolitana, que tem como referência em urgência o atendimento que

prestamos. Até para além dessa malha geográfica somos referência em urgência, o

que merece especial atenção da gestão nessa sua meta de articular, qualificar e

humanizar a rede de urgências.

113

META GERENCIAL PERÍODO 1. Monitorar continuamente a grade de referência da urgência 2005-2008 2. Consolidar parceria com o HC para os atendimentos de urgência da

região Centro- Sul 2005-2008

3. Capacitar, os recursos humanos da rede de urgência de seis UPA`S e do SAMU

2005-2008

4. Readequar material e medicamentos de urgência da UBS`s 2005-2008 5. Capacitar os recursos humanos da rede de atendimento básico

para o primeiro atendimento em urgência (prioridade geral da gestão)

2005-2008

6. Fazer concurso público específico para trabalhadores da urgência, garantindo a ampliação e qualificação do quadro de RH e possibilitando a fixação dos profissionais nos locais de trabalho

2005-2008

7. Ampliar, consolidar e monitorar o processo de referência e contra – referência das portas de entrada das urgências com a rede básica

2005-2008

8. Efetivar a classificação de risco nas UPA´s 2005-2008 9. Definir protocolos para as internações em caráter de urgência 2005-2008 10. Redefinir o processo de trabalho na UPA`S 2005-2008 11. Garantir a manutenção dos equipamentos de suporte do SAMU

(rádio-telefonia/sistema de informação) 2005-2008

12. Implantar duas novas bases do SAMU 2005-2008 13. Revitalizar o mobiliário e equipamento das seis UPA´S 2005-2008 14. Readequar material de consumo e medicamentos do SAMU e

UPA´S 2005-2008

15. Readequar a lista de material permanente necessário do SAMU 2005-2008 16. Implantar ambulâncias de suporte básico, no período diurno, nas

UPA´S 2005-2008

17. Promover treinamento gerencial para gestores da urgência 2005-2008 18. Consolidar o Comitê Gestor de Urgência, aprimorando a grade de

urgência e as discussões com a rede básica e as portas de entrada. 2005-2008

19. Implantar a hospitalidade noturna para os pacientes dos Centros de Referência em Saúde Mental – CERSAM`S

2005-2008

INDICADORES ESPECÍFICOS DESTACADOS

INDICADORES PERÍODO 1. 100% atendimento de pacientes de urgência de acordo com a grade

de referência pactuada Fonte: Ata mensal do Comitê de Urgência

2005-2008

2. Capacitar os Recursos Humanos das UBS para o primeiro atendimento em urgência até dezembro de 2008 na seguinte proporção: − 30% em 2006 − 30% em 2007 − 40% em 2008

Fonte: Relatório da Gerência de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde

2005-2008

114

3. Padronizar a lista de material e medicamentos para urgência necessários nas UBS até dezembro de 2006

Fonte: Relatórios da Gerência de Assistência/GEMED e Gerência Administrativa

2006

4. Capacitar os profissionais do SAMU e UPAS até dezembro de 2007 na seguinte proporção: − 50% em 2006 − 50% em 2007

Fonte: Relatório da Gerência de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde

2005-2007

5. Material e medicamentos para urgência padronizados para as UBS, adquiridos e distribuídos rotineiramente até dezembro de 2006

Fonte: Relatórios da Gerência de Assistência/GEMED e Gerência Administrativa

2005-2008

6. Realizar e efetivar o concurso para profissionais da rede de urgência até dezembro de 2006

Fonte: Relatórios da Gerência de Assistência/GEMED e Gerência Administrativa e publicação no Diário Oficial do Município – DOM

2006

7. Definir e pactuar o sistema de referência e contra-referência com todos os distritos até dezembro de 2006

Fonte: Relatórios das Gerência de Urgência e dos Distritos Sanitários

2005-2006

8. Revisar o protocolo da classificação de risco até agosto de 2005 Fonte: Relatório da Gerência de Urgência

2005

9. Consolidar a classificação de risco nas UPA’s até dezembro de 2005

Fonte: Relatório da Gerência de Urgência

2005

10. Implantar o protocolo de caráter de internação de urgência até dezembro de 2005

Fonte: Relatório da Gerência de Urgência

2005

11. Implantar novas bases para o SAMU no seguinte cronograma: − 02 ambulância de suporte básico até dezembro de 2005 − 01 ambulância de suporte básico até julho de 2006 − 01 ambulância de suporte avançado até julho de 2006

Fonte: Relatório da Gerência de Urgência

2005-2006

12. Manter a capacidade de realização de, no mínimo, 500.000 consultas de urgência/ano

Fonte: Relatório do SIA/Datasus

2005-2008

13. Implantar e reformar o Laboratório da UPA Nordeste até junho de 2006

Fonte: Relatório Gerência de Assistência/Gerência de Apoio Diagnóstico

2005-2006

115

EIXO: REDE ASSISTENCIAL META DE GESTÃO: GARANTIR A SUFICIÊNCIA DE LEITOS, C ONSULTAS E PROCEDIMENTOS ESPECIALIZADOS, REDIMENSIONANDO A RED E HOSPITALAR E AMBULATORIAL E DEFININDO REFERÊNCIAS T ERRITORIAIS. RESPONSABILIDADE: GERÊNCIA DE REGULAÇÃO – GERG

A busca da integralidade e a implantação de linhas de cuidado, garantindo aos

usuários do SUS-BH a melhor assistência possível, tem no nível da atenção terciária

– o atendimento hospitalar e o atendimento de alto custo, o fechamento do circuito

da assistência. Insere-se aí a maior complexidade dessa assistência prestada, bem

como o maior dispêndio financeiro do Fundo Municipal de Saúde – FMS. Não

dispondo de todos os equipamentos e serviços necessários na sua rede própria para

a prestação dessa assistência, cabe, por parte da gestão pública, uma regulação

destacada na contratação e conveniamento, permitindo sua oferta a usuárias e

usuários de forma eqüânime e de qualidade, como também probidade inequívoca do

uso do dinheiro público.

Destaca-se a regulação dos leitos hospitalares, particularmente os de média

complexidade, que sendo mais escassos, traduzem uma orientação direta de

ampliação de sua oferta pelos prestadores da cidade.

No mesmo sentido, já tratado anteriormente, ocupa a regulação de exames e

consultas especializadas. Percebe-se aí a necessidade de uma ação também

focada, através da chamada regulação assistencial, que qualifica o referenciamento

dos usuários às unidades de referência secundária – URS, particularmente.

A forma de contratação de procedimentos e serviços dos prestadores públicos,

filantrópicos e privados numa lógica de conveniamento global visa uma

racionalização e busca de equilíbrio das despesas do FMS e, ao mesmo tempo, um

ajustamento interno no rol dessa compra de serviços, propiciando aos prestadores

um equilíbrio financeiro, visto uma reconhecida defasagem de valores na tabela de

pagamento do SUS para algumas modalidades de procedimentos.

META GERENCIAL PERÍODO

1. Formalizar e acompanhar o convênio global com os hospitais de ensino definidos pelo Ministério da Saúde (HC-UFMG, SCM-BH, HOB, Complexo Hospitalar João XXIII e Hospital Raul Soares) (prioridade geral da gestão)

2005-2008

2. Formalizar a relação com os prestadores de serviço mediante contratos e convênios (prioridade geral)

2005-2008

3. Reestruturar o Controle e Avaliação nos Níveis Centrais e Distritais (prioridade geral da gestão)

2005-2008

4. Ampliar o número de leitos de clínica médica de maior complexidade para o SUS-BH

2005-2008

116

5. Ampliar a oferta e a regulação dos leitos de CTI adulto para o SUS-BH

2005-2008

6. Concluir a implantação do fluxo de cirurgias eletivas na Central de Internação da SMSA/SUS-BH (prioridade geral da gestão)

2005-2008

7. Concluir a implantação da regulação dos leitos de urgência na Central de Internação da SMSA/SUS-BH.

2005-2008

8. Concluir a implantação do SIS-REG na SMSA/SUS-BH (prioridade geral da gestão)

2005-2008

9. Aumentar a oferta de consultas, procedimentos e exames especializados sobre o fluxo regulatório do SUS-BH

2005-2008

INDICADORES ESPECÍFICOS DESTACADOS

INDICADORES PERÍODO 1. Aumentar 450 leitos qualificados de Clínica Médica Fonte: Relatórios SIH/Datasus e Gerência de Regulação

2005-2008

2. Aumentar 19 leitos de CTI adulto até dezembro de 2005 e mais 40 leitos até dezembro de 2008

Fonte: Relatórios SIH/Datasus e Gerência de Regulação

2005-2008

3. Aumentar 20 leitos semi-intensivos adulto até dezembro de 2005 e mais 10 leitos até dezembro de 2008

Fonte: Relatórios SIH/Datasus e Gerência de Regulação

2005-2008

4. Inserir 100% das especialidades de cirurgia eletivas no fluxo da Central de Internações até dezembro de 2005

Fonte: Relatório da Gerência de Regulação/CINT

2005

5. Inserir 100%os leitos de obstetrícia no fluxo regulado da Central de Internações até novembro de 2005

Fonte: Relatório da Gerência de Regulação/CINT

2005

6. Terminar a implantação do SIS-REG na Central de Marcação de Consultas – CMC e Central de Internação - CINT no seguinte cronograma: − 2005 – Marcação de consultas de oftalmologia – Central de

Internação e CEM Distrital Centro-Sul − 2006 – Todo o sistema de marcação restante

Fonte: Relatórios da Gerência de Regulação/CINT/CMC e Projeto Sistema de Informação

2005-2006

7. Implantar o SIS-REG no serviço de Tratamento Fora do Domicílio – TFD até dezembro de 2007

Fonte: Relatórios da Gerência de Regulação/TFD e Projeto Sistema de Informação

2005-2007

8. Implantar o SIS-REG no Controle e Avaliação Ambulatorial e Hospitalar até dezembro de 2007

Fonte: Relatórios da Gerência de Regulação e Projeto Sistema de Informação

2005-2007

9. Implantar o SIS-REG na Coordenação de Alta Complexidade (Alto Custo) até dezembro de 2007

Fonte: Relatórios da Gerência de Regulação e Projeto Sistema de Informação

2005-2007

117

10. Assinar até dezembro de 2005 e acompanhar regularmente os 05 (cinco) contratos hospitalares globais definidos

Fonte: Relatório da Gerência de Regulação

2005

11. Contratos e convênios assinados com 100% dos prestadores do SUS-BH até o final de 2005

Fonte: Relatório da Gerência de Regulação

2005

EIXO: RECURSOS HUMANOS/VALORIZAÇÃO DO TRABALHO META DE GESTÃO: IMPLANTAR UMA POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS, PROPICIANDO O SEU DESENVOVIMENTO DOS SEUS TRABLHADO RES E MODERNIZANDO AS RELAÇÕES DE TRABALHO RESPONSABILIDADE: GERÊNCIA DE GESTÃO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE – GGTE

Talvez se encontre nesse eixo e meta de gestão o maior desafio do gestor público

comprometido com a qualidade dos serviços que são oferecidos à população. A

gestão pública é caracterizada, em geral, por demarcações no conjunto dos seus

recursos humanos da ordem da remuneração e reconhecimento do trabalho

prestado pelos seus trabalhadores e da instabilidade do seu gerenciamento.

No SUS-BH não ficamos imunes a essas dificuldades, mas a trajetória de 12 anos

numa mesma linha política (fora os próximos quatro anos seqüenciais de governo

reeleito) de defesa intransigente da saúde pública e do seu enriquecimento,

colocando-nos inclusive em destaque no país, permitiu níveis de estabilização

razoáveis de inúmeros processos de trabalho, com ações rotineiras de prestações

de serviços de saúde conduzidas, particularmente na ponta, por um corpo gerencial

de grande capacitação e também relativamente estável na sua função.

A dinamização de todo o seu corpo gerencial, a busca de um equilíbrio na

remuneração dos trabalhadores, a distinção de uma franca relação gestor –

trabalhador calcada na realidade concreta e na missão do trabalho e serviço

públicos (que é exatamente diversa nos princípios que norteiam a relação privada

patrão – empregado) baseiam esse desafio de superação permanente de

contradições, visto que o seu objeto decisivo se situa na relação humana,

principalmente quando na área da saúde novos modelos são reclamados, colocados

à prova ou substituídos, como no cadenciamento que o SUS-BH promove ao lidar

com equipes de saúde da família, com lógicas e processos que se sustentam nos

contornos da vinculação e responsabilização frente a usuárias e usuários.

O obstáculo do financiamento insuficiente na saúde não deve ser relativizado numa

meta de tamanha importância. Se o limite orçamentário impositivo impede respostas

118

mais abrangentes para o assalariamento dos seus trabalhadores, a compreensão da

grandeza do papel do trabalhador da saúde necessita ser expressa em outros atos

concretos, que podem ser traduzidos em valores tangíveis e em outras

possibilidades. A aposta na educação permanente é expressão do descortinar de

uma valorização efetiva e na aquisição e compartilhamento de mais conhecimentos

e saberes. Estabilizar os trabalhadores através de concursos públicos, que também

ampliam o mercado de trabalho na cidade (e também o da Prefeitura que é a maior

empregadora local), é outra garantia de valorização efetiva.

META GERENCIAL PERÍODO 1. Estruturar e desenvolver as gerências de R.H. central e distritais 2005-2008 2. Constituir o Sistema ARTE RH como o único banco de dados de

recursos humanos da SMSA integrado com a política de informação do SUS-BH

2005-2008

3. Realizar estudo para o redimensionamento do quadro de R.H. em conformidade com as características das Unidades e Serviços da SMSA/SUS-BH (prioridade geral da gestão)

2005-2008

4. Realizar concursos públicos e processos seletivos em conformidade com o estudo para o redimensionamento do quadro de R.H. das Unidades e Serviços da SMSA/SUS-BH (prioridade geral da gestão)

2005-2008

5. Realizar estudo para redefinição dos determinantes da concessão do abono de fixação e revisão dos seus índices

2005-2008

6. Implementar e criar novas ações para abordagem das relações de trabalho e valorização do trabalhador do SMSA/SUS-BH.

2005-2008

7. Implantar processo permanente de Avaliação de Desempenho Gerencial e de Trabalhadores

2005-2008

8. Implementar o Centro de Educação em Saúde – CES da SMSA/SUS-BH

2005-2008

9. Coordenar a formulação de política de educação em saúde no SUS-BH

2005-2008

10. Coordenar e apoiar a formulação dos processos de treinamento/capacitação de todas as gerências da SMSA/SUS-BH (prioridade geral da gestão)

2005-2008

11. Fortalecer a participação de Belo Horizonte no Fórum e no Pólo de Educação Permanente da Região Macro Centro, juntamente com demais parceiros da região

2005-2008

INDICADORES ESPECÍFICOS DESTACADOS

INDICADORES PERÍODO 1. Concluir o estudo de redimensionamento do quadro de RH das

unidades e serviços da SMSA/SUS-BH até abril de 2006 Fonte: Relatório da Gerência de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde

2005-2006

119

2. Realizar concurso público e processo seletivo em conformidade com os resultados do estudo de redimentsionamento do quadro de RH das unidades e serviços da SMSA/SUS-BH até junho de 2006

Fonte: Relatório da Gerência de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde e publicação no Diário Oficial do Município – DOM

2005-2006

3. Aprovar o Plano de Capacitação de Educação em Saúde para os servidores até junho de 2006

Fonte: Relatório da Gerência de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde

2005-2006

4. Estruturar e desenvolver as gerências de R.H. central e distritais até junho de 2006

Fonte: Relatório da Gerência de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde

2005-2006

5. Integrar o Sistema ARTE RH com a política de informação do SUS/BH até dezembro de 2006

Fonte: Relatórios da Gerência de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde e Gerência de Vigilância, Epidemiologia e Informaçao

2005-2006

6. Constituir o Sistema ARTE RH como o único banco de dados de RH do SUS/BH até dezembro de 2006

Fonte: Relatório da Gerência de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde

2005-2006

7. Implantar novos critérios para a concessão de abono de fixação até maio de 2006

Fonte: Relatório da Gerência de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde

2005-2006

EIXO: GESTÃO META DE GESTÃO: QUALIFICAR A GESTÃO EM TODOS OS NÍV EIS RESPONSABILIDADE: GABINETE SMSA/SUS-BH – GERÊNCIA D E PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO – GPLD – GERÊNCIA DE ORÇAMENTO E FINANÇAS – GSOF

Conduzir de maneira democrática um sistema público de saúde que abarca milhares

de trabalhadores diretos, produz milhões e milhões de procedimentos para milhões

de usuárias e usuários da nossa cidade e de tantos outros locais do estado e do

país. É uma tarefa de envergadura e responsabilidade crescente, tanto quanto

cresce a consciência política dos vários segmentos e atores envolvidos, bem como o

sentido de aplicação objetiva do direito universal à saúde e o seu respectivo dever

estatal. O orçamento da saúde perfazendo quase um terço do orçamento global da

cidade expressa essa dimensão. O aspecto democrático é um dos atributos

fundamentais da gestão da saúde.

Conciliar inúmeras virtudes, sonhos de aprimoramento e suficiência, com desafios,

contradições e dificuldades gerais e específicas, dando a medida certa dos seus

120

conteúdos e fazendo uma enorme estrutura de equipamentos e serviços ser operada

a tempo e a hora, é outro atributo e um produto que é medido diuturnamente na

função gestora. A mídia testemunha todo o tempo essa operação, expondo, nem

sempre de forma justa, essa dimensão gestora.

Garantir a continuidade de processos intergerenciais administrativos e políticos e

articular um conjunto de ações que extrapolam a cidade e perfazem acertos (e

desacertos) na relação de um sistema de saúde que se direciona com atos de níveis

estadual, com a Secretaria Estadual de Saúde – SES/SUS-MG, e nacional, com o

Ministério da Saúde – MS, além de organismos internacionais que financiam e

prestam cooperação com o SUS-BH é outra condição da gestão. A unidade da linha

de princípios aplicada na saúde e a sua intercomplementaridade, a organicidade

estrutural adequada e a implementação de mecanismos operacionais políticos e

gerenciais traduzirão a eficiência e eficácia do sistema e a credibilidade da gestão.

O SUS-BH busca aprimorar a sua gestão com a sua experiência acumulada de mais

de uma década na cidade e com um grupo gestor comprometido. A aposta na saúde

pública é determinante e o eixo da gestão em todos os níveis é uma constante

determinação em qualificá-la.

META GERENCIAL PERÍODO 1. Implementar as linhas de cuidado materno-infantil, da cardiologia,

das doenças vasculares periféricas e do idoso (prioridade geral da gestão)

2005-2008

2. Redesenhar e pactuar as instâncias colegiadas da SMSA/SUS-BH visando assegurar um processo descentralizado e democrático de tomada de decisões (prioridade geral da gestão)

2005-2008

3. Efetivar os colegiados de gestão em todas as unidades de saúde, ampliando o processo das discussões e a tomada decisões pertinentes junto aos trabalhadores e facilitando as pactuações dos processos de trabalho nas unidades de saúde

2005-2008

4. Tornar sistemáticos os despachos dos gerentes de 1º nível com o secretário e a secretária adjunta de saúde, para agilizar e tomar decisões e operações específicas (prioridade geral da gestão)

2005-2008

5. Encaminhar a estruturação do Fórum Metropolitano de Saúde 2005-2008 6. Reestruturar a Mesa Permanente de Negociação do SUS-BH 2005-2008 7. Apresentar proposta de relatório financeiro do Fundo Municipal de

Saúde – FMS para apreciação do Conselho Municipal de Saúde – CMS

2005-2008

8. Viabilizar os canais de informação e comunicação entre os diversos níveis da SMSA e público externo (Portal Saúde)

2005-2008

9. Implementar uma nova proposta de comunicação social no SUS-BH (prioridade geral da gestão)

2005-2008

121

10. Rever o papel dos distritos sanitários na realidade atual do SUS-BH, implementando, de forma articulada com o restante da gestão, o seu acompanhamento (prioridade geral da gestão)

2005-2008

11. Adequar o Sistema Operacional Financeiro – SOF para o pagamento dos prestadores de serviços hospitalares e ambulatoriais e folhas de pagamento, inclusive encargos (INSS, ISSQN, IRRJ e IRPF)

2005-2008

12. Elaborar novos relatórios financeiros gerenciais 2005-2008 13. Reaparelhar e modernizar os equipamentos de informática da área

financeira 2005-2008

14. Pactuar com a FHEMIG a utilização de algumas de suas unidades hospitalares

2005-2008

15. Municipalizar a Unidade de Pronto Atendimento da Zona Leste – UAPU Leste (prioridade geral da gestão)

2005-2008

16. Integrar o Hospital Alberto Cavalcanti como Unidade de Pronto Atendimento de referência de urgência da região Noroeste

2005-2008

17. Participar ativa e propositivamente das instâncias intergestoras e colegiadas do SUS em nível nacional e estadual

2005-2008

18. Participar das discussões do Pacto pela Saúde no Brasil, defendendo os princípios da municipalização

2005-2008

19. Estabelecer uma relação política qualificada com as instâncias que envolvem os diversos atores associativos, conselhais e outros, da sociedade (prioridade geral da gestão)

2005-2008

INDICADORES ESPECÍFICOS DESTACADOS

INDICADORES PERÍODO 1. Fórum Metropolitano de Saúde estruturado até junho de 2006 Fonte: Relatório do Gabinete da SMSA/SUS-BH

2005-2006

2. Mesa Permanente de Negociação do SUS-BH reestruturada até dezembro de 2005

Fonte: Ata da Mesa Permanente de Negociação do SUS-BH

2005

3. Instâncias colegiadas da SMSA/SUS-BH redesenhadas e pactuadas assegurando um processo descentralizado e democrático de tomada de decisões até dezembro de 2005

Fonte: Relatório do Gabinete da SMSA/SUS-BH

2005

4. Colegiados de gestão implantados em 100% das unidades de saúde da SMSA/SUS-BH até junho de 2006

Fonte: Relatório das Gerências Distritais de Saúde

2005-2006

5. Nova proposta de relatório financeiro do FNS para apreciação do CMS apresentada até março de 2006

Fonte: Ata do Conselho Municipal de Saúde de BH

2005-2006

6. Sistema Operacional Financeiro – SOF adequado para o pagamento dos prestadores de serviços hospitalares e ambulatoriais e folhas de pagamento, inclusive encargos (INSS, ISS e IRRF) implantado até dezembro 2006

Fonte: Relatório da Gerência de Supervisão Orçamentária e Financeira

2005-2006

122

7. Novos relatórios financeiros gerenciais elaborados e apresentados até dezembro 2006

Fonte: Relatório da Gerência de Supervisão Orçamentária e Financeira

2005-2006

8. Municipalizar a UAPU Leste e Centro Geral de Reabilitação - FHEMIG até março de 2006

Fonte: Publicação do Diário Oficial do Estado de Minas Gerais – Minas Gerais

2005-2006

9. Reestruturar o novo Portal Saúde e fazer a sua veiculação até 12 de dezembro de 2005

Fonte: Relatório da Gerência de Comunicação

2005

EIXO: GESTÃO META DE GESTÃO: REDEFINIR O QUADRO DE TRABALHADORES TERCEIRIZADOS DO SUS-BH RESPONSABILIDADE: GABINETE SMSA/SUS-BH – GERÊNCIA D E GESTÃO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Por se tratar de uma demanda de grande impacto junto aos trabalhadores e uma

revisão no encaminhamento passado que refletiu um grau elevado de terceirização

de recursos humanos, optou-se por definir uma meta de gestão específica que

abordasse essa temática. Na perspectiva concreta de vinculação dos usuários às

equipes de saúde da família como linha de ação efetiva no manejo desse modelo

assistencial, evidentemente, que estabilizar os profissionais, é também imperativo.

A coligação dessa meta de gestão profundamente interligada com a meta gerencial,

já vista anteriormente, relativa à realização de concursos públicos, é uma

conseqüência natural e uma confirmação do propósito nesse eixo, que enfoca a

gestão do sistema.

META GERENCIAL PERÍODO 1. Elaborar um plano de ação visando racionalizar a contratação de

trabalhadores terceirizados na SMSA/SUS-BH 2005-2008

2. Reduzir o número de trabalhadores terceirizados da SMSA/SUS-BH

2005-2008

INDICADORES ESPECÍFICOS DESTACADOS

INDICADORES PERÍODO 1. Plano de ação visando racionalizar a contratação de

trabalhadores terceirizados na SMSA/SUS-BH elaborado e aprovado até junho de 2006

Fonte: Relatório da Gerência de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde

2005-2006

123

EIXO: GESTÃO META DE GESTÃO: AMPLIAR A RELAÇÃO DA GESTÃO MUNICIP AL DO SUS-BH COM A SOCIEDADE RESPONSABILIDADE: CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE DE BH

Um dos maiores méritos conquistados na Constituição de 1988, que instituiu o SUS,

foi a garantia do direito ao controle da saúde pela sociedade. Belo Horizonte fez

escola com sua longa experiência na construção de um Conselho Municipal de

Saúde – CMS-BH atuante e democrático.

Reunindo atores combativos dos vários segmentos que o compõem, é crescente a

influência do CMS-BH na saúde da cidade. Amadurecendo cada vez mais o seu

papel de fiscalizador das ações de saúde implementadas no município, certamente

com carências a serem superadas pelos distintos segmentos na sua participação e

compreensão do papel que cada um exerce nesse cenário, inclusive o segmento

gestor, pode-se dizer que as flexibilizações em programas, seguindo sugestões e

reivindicações, particularmente de usuárias e usuários, lapidaram a busca por uma

saúde com mais qualidade e mais humanizada no SUS-BH.

Evidentemente que no espaço do CMS-BH não encontramos exclusivamente

convergências, mas deve-se denotar que a busca do consenso é marca dessa

construção. Aprimorar essa demarcação é definir o caminho de superação de

contradições que encontram justamente a necessidade da ampliação cada vez maior

da participação popular embalando lutas que favoreçam a prioridade dos governos

pelas políticas sociais e urbanas que alcancem as maiorias mais necessitadas e

diminuam o fosso das desigualdades.

A evolução do controle social colocou novos atores que influenciam direta ou

indiretamente essa prática.

A mídia informativa e investigativa, séria e comprometida com o cenário fático,

evidencia problemas de várias naturezas, que merece tomada de atitudes justas,

embora nem sempre as virtudes do sistema sejam tão apreciadas também.

O Ministério Público com o seu papel de defesa intransigente de cidadãs e cidadãos

é parceiro na ampliação do eco de demarcação dos direitos conquistados com o

SUS. A interação com o corpo de promotores da saúde, mais especificamente, pode

e deve ampliar o conhecimento das ações práticas dos gestores na implantação do

SUS, evidenciando as determinações concretas que, muitas vezes, os obrigam (aos

124

gestores) a escolhas, conduzindo sempre o melhor caminho ao princípio da

eqüidade, e não à iniqüidade.

Muitas entidades, ONG’s, outros agrupamentos formais ou informais, constituindo

espaços democráticos de participação, somam esforços na busca de uma

conformação equilibrada e justa de posições no seio da nossa sociedade, tanto

local, quanto no trato com os demais municípios, garantindo um aprimoramento do

controle social e uma aproximação maior com cidadãs e cidadãos brasileiros.

META GERENCIAL PERÍODO 1. Mobilizar a sociedade através das comissões locais de saúde,

que deverão ser fortalecidas, ampliando a consciência sanitária, o direito à saúde e à cidadania, com impacto na qualificação do SUS-BH (prioridade gera da gestão)

2005-2008

2. Implementar o processo de parceria com o Ministério Público e o Poder Judiciário

2005-2008

3. Elaborar a Agenda Pública em Saúde com metas sociais, para promoção de espaços compartilhados de atuação, envolvendo outros setores do governo, instituições e atores comprometidos com a produção de saúde, constituindo práticas de articulação intersetorial.

2005-2008

4. Rever os regimentos internos do Conselho Municipal de Saúde – CMS, Conselho Distrital de Saúde – CDS e Comissões Locais de Saúde – CLS.

2005-2008

5. Rever o formato das Conferências Municipais de Saúde. 2005-2008 6. Implementar e implantar as Secretarias Executivas dos CDS,

garantindo infra-estrutura mínima (área física, telefone, auxiliar administrativo e microcomputador) para desenvolvimento de suas necessidades.

2005-2008

7. Efetivar um plano de capacitação conselheiros municipais e representantes de conselheiros distritais dos segmentos de usuários e trabalhadores.

2005-2008

8. Divulgar junto aos CMS, CDS e CLS o relatório final do Seminário de Gestão Participativa.

2005-2008

9. Produzir os cadernos de saúde aprovados no Seminário de Gestão Participativa, como um dos mecanismos inovadores de participação social.

2005-2008

INDICADORES ESPECÍFICOS DESTACADOS

INDICADORES PERÍODO 1. 100% das Comissões Locais de Saúde funcionando regularmente

até dezembro de 2008 Fonte: Relatório das Gerências de Distritos Sanitários

2005-2008

125

2. Agendas de discussão com o Ministério Público e o Poder Judiciário implantadas até dezembro de 2008

Fonte: Ata da Mesa Diretora do CMS-BH

2005-2008

3. 100% dos regimentos internos dos Conselhos Municipal e Distritais e Comissões Locais de Saúde revistos e aprovados nas suas instâncias.

Fonte: Atas dos Conselhos Municipal e Distritais e Comissões Locais de Saúde

2005-2008

4. Novo formato para a realização de Conferência Municipal de Saúde aprovado

Fonte: Ata do Conselho Municipal de Saúde de BH

2005-2008

5. 100% dos distritos sanitários com secretarias executivas Conselhos Distritais de Saúde implantadas e funcionantes até dezembro de 2005

Fonte: Ata dos Conselhos Distritais de Saúde

2005-2006

6. 40 conselheiros usuários capacitados através da realização de duas oficinas de trabalho distintas até dezembro de 2005

Fonte: Relatório do Conselho Municipal de Saúde de BH

2005-2008

7. 30 conselheiros trabalhadores capacitados através da realização de duas oficinas de trabalho distintas até julho de 2006

Fonte: Relatório do Conselho Municipal de Saúde de BH

2005-2008

8. 500 relatórios do Seminário de Gestão Participativa distribuídos até dezembro de 2005

Fonte: Relatório do Conselho Municipal de Saúde de BH

2005-2008

9. 2.000 cadernos de saúde do Seminário de Gestão Participativa elaborados e distribuídos até dezembro de 2005

Fonte: Relatório do Conselho Municipal de Saúde de BH

2005-2008

EIXO: INTERSETORIALIDADE META DE GESTÃO: 1) DESENVOLVER AÇÕES INTERSETORIAIS VOLTADAS PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE, ARTICULADAS COM AS POLÍTI CAS SOCIAIS DO GOVERNO – 2) PARTICIPAR EFETIVAMENTE DAS POLÍTIC AS INTERSETORIAIS E DE INCLUSÃO SOCIAL DEFINIDAS PELA PREFEITURA DE BELO HORIZONTE RESPONSABILIDADE: GABINETE SMSA/SUS-BH

O claro entendimento de que os componentes do processo saúde-doença são

múltiplos e de variados matizes parece existir concretamente. Os conceitos de saúde

utilizados têm favorecido, em geral, para essa compreensão.

É necessário, entretanto, perceber no sentido prático, que o local da solução de

muitos problemas que redundam em desfavorecimento do fator saúde humana, se

localiza não necessariamente na área da saúde. Trata-se, então, de definir os

demais setores sociais e urbanos que ativamente, em ação sinérgica e determinada,

126

em estratégia eficaz e resolutiva, de fato garantam a saúde e a vida e influam

decisivamente na promoção da saúde e na inclusão social.

Experiências exitosas tem sido propostas e construídas na cidade, fruto de

programas específicos do município, ou em programação conjunta com o Estado ou

a União. Belo Horizonte já possui um cenário propício para a efetivação destes

programas.

Hoje já existem iniciativas que agregam algumas das secretarias sociais e urbanas

na solução de problemas, e os primeiros passos de uma atuação efetiva já foram

dados, com a implantação do BH-Cidadania e do Programa Bolsa-Família.

Para a área da saúde, tornam-se prementes iniciativas intersetoriais na atenção aos

hipertensos e diabéticos, aos idosos, aos portadores de sofrimento mental, aos

usuários de álcool e drogas e aos desnutridos, bem com na prevenção de distintos

agravos.

Aprofundar os laços entre as diversas secretarias, efetivar a ação dos núcleos

intersetoriais do Bolsa-Família e expandir o BH-Cidadania é o desafio do próximo

período.

A determinação de políticas intersetoriais darão maior visibilidade e potência aos

seus condutores, ampliando, certamente, os resultados esperados.

META GERENCIAL PERÍODO Definir ações que contemplem um sinergismo de várias esferas de governo, de vários atores das políticas sociais e urbanas e de segmentos sociais para grupos populacionais específicos e determinados agravos à saúde, que possam contribuir para a melhoria da saúde e para a garantia da vida para a população de BH, dentro das prioridades a serem estabelecidas (Violência nos seus vários matizes, saúde do idoso, prevenção das doenças cardio-vasculares, saúde da criança e adolescente e doenças infecto-contagiosas (DST/AIDS), garantindo articulação e otimização das redes existentes, captação de recursos financeiros quando necessário para sua potencialização e o trabalho conjunto com a vigilância à saúde para indicação de riscos e monitoramento das ações

2005-2008

1. Desenvolver ações intersetoriais com o governo municipal e a sociedade organizada de BH, garantindo direitos sociais e justiça na distribuição de bens e serviços para a população mais

2005-2008

127

vulnerabilizada de Belo Horizonte que contemplem: - A integração nos espaços de formulação, implementação e

monitoramento da expansão do BH Cidadania, nas diversas instâncias previstas, definindo e realizando as ações setoriais relacionadas à saúde e construindo junto com os outros atores da política social e urbana as ações intersetoriais necessárias e demandadas pelo público da área do BH Cidadania, dentro do plano de ação local.

- A integração nos espaços de discussões, planejamento e monitoramento do impacto das ações do Bolsa Família, acompanhando e assistindo as famílias que recebem este benefício, registrando as condicionalidades e articulando, a partir da ESF as ações setoriais e a partir do núcleo intersetorial regional as ações intersetoriais buscando as soluções que qualifiquem a saúde e a vida destas famílias. Além disto, busca-se aqui potencializar as ações do núcleo para as famílias com necessidade de proteção que não recebem o benefício.

INDICADORES ESPECÍFICOS DESTACADOS

INDICADORES PERÍODO 1. Monitorar mensalmente o impacto das ações do Programa Bolsa

Família na seguinte proporção: − 100% das famílias beneficiárias visitadas − 100% das famílias visitadas e encontradas acompanhadas − 100% das crianças de 0 a 5 anos das famílias acompanhadas com

vacinas em dia − 100% das gestantes das famílias acompanhadas realizando pré-

natal segundo protocolo da SMSA/SUS-BH − 100% das gestantes das famílias acompanhadas realizando

consulta de puerpério − 100% das crianças de 0 a 6 meses das famílias acompanhadas

amamentando − 100% de acompanhamento registrado na planilha de

condicionalidades e enviado ao distrito sanitário − 100% do não cumprimento de condicionalidades ou necessidade de

proteção enviado ao Núcleo Intersetorial Regional – NIR Fonte: Relatório do Sistema de Informação do Programa Bolsa Família − 100% das famílias identificadas pelo ACS como necessidade de

proteção acolhidas pela ESF das UBS Fonte: Relatórios das Gerências de Distritos Sanitários e dos Centros de Saúde

2005-2008

128

2. Acompanhar o Programa BH Cidadania dentro dos seguintes

critérios: − 100% das equipes de saúde bucal implantadas segundo

cronograma da SMPS e do PPAG − Elaborar o fluxo de ação intersetorial para crianças de 0 a 6

anos, 6 a 14 anos, jovens de 15 a 24 anos, adultos e idosos elaborados no Grupo de Trabalho do Programa BH Cidadania, segundo cronograma da SMPS, até junho 2006

− Realizar 100% das ações intersetoriais elaboradas no fluxo de ação intersetorial nas áreas do Programa BH Cidadania conforme cronograma de implantação da sua expansão

3. Definir ações de promoção à saúde em parceria com as outras políticas públicas do município dentro da seguinte planificação: − Elaborar e aprovar o plano de ação para promoção de modos de

vida saudáveis até dezembro de 2005 − Elaborar e aprovar o plano de ação para o idoso até julho de

2006, respeitando o cronograma da linha de cuidado do idoso − Elaborar o plano de ação para a infância e adolescência até

dezembro de 2006, respeitando o cronograma da linha de cuidado da SMSA/SUS-BH

2005-2008

EIXO: SISTEMA DE INFORMAÇÃO META DE GESTÃO: IMPLANTAR UMA POLÍTICA INTEGRADA DE INFORMAÇÃO DO SUS/BH EM TODOS OS NÍVEIS DE ATENÇÃO E DE GESTÃO RESPONSABILIDADE: GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE E INFORMAÇÃO – GVSI

Garantir que as decisões gestoras sejam baseadas em informações consistentes é

também a garantia de que teremos maiores acertos, melhor uso do dinheiro público

e maior justiça e eqüidade na aplicação do conjunto dos nossos recursos em saúde.

Disponibilizar informações acessíveis e legíveis, de fácil apreensão, sem

descaracterizar o seu cunho científico, é permitir que o controle social aconteça com

mais acurácia.

Particularmente na era digital em que verdadeiramente nos encontramos

atualmente, o volume de informações produzidas e manipuladas é imenso. Discernir

a sua aplicabilidade e valor é uma tarefa que nos dará a dimensão de seu uso na

área da saúde, no sentido da antecipação de situações onde agravos ou situações

agravantes possam ser prevenidas e medidas possam ser tomadas para a proteção

individual e coletiva da população.

129

Não se trata da simples construção de bancos de dados, os quais já temos em

número bastante razoável, ou a sua alimentação com dados necessários. Busca-se

uma política de informação em que os dados existentes possam ser intercambiados

com facilidade nos níveis local, regional, estadual, nacional e internacional,

produzindo sínteses de análises que conduzam a ações de repercussão efetiva

frente à saúde da população.

META GERENCIAL PERÍODO 1. Elaborar e implantar a política de informação da SMSA/SUS-BH

(prioridade geral da gestão) 2005-2008

2. Produzir, analisar e disseminar informações em saúde 2005-2008 3. Implementar o Sistema de Informação da atenção básica para

acompanhamento e avaliação das ações assistenciais SMSA/SUS-BH (prioridade geral da gestão)

2005-2008

4. Definir e garantir a padronização, a compra e a manutenção de softwares, de sistemas, de equipamentos de informática e a estrutura de rede

2005-2008

INDICADORES ESPECÍFICOS DESTACADOS

INDICADORES PERÍODO 1. Elaborar e aprovar o documento de “Informações estratégicas para

a Gestão 2005 – 2008” e divulgar suas informações até junho de 2006

Fonte: Ata do Colegiado Gestor da SMSA/AUA-BH

2005-2008

2. Disponibilizar em conjunto com a área assistencial indicadores para acompanhamento da atenção básica até junho de 2006

Fonte: Relatórios das Gerências de Vigilância, Epidemiologia e Informação e Gerência de Assistência

2005-2006

3. Elaborar e divulgar o Boletim da Gerência de Epidemiologia e Informação até junho de 2006

Fonte: Relatório da Gerência de Vigilância, Epidemiologia e Informação

2005-2006

EIXO: VIGILÂNCIA EM SAÚDE META DE GESTÃO: AMPLIAR E QUALIFICAR O CONTROLE DE DOENÇAS E AGRAVOS RESPONSABILIDADE: GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE E INFORMAÇÃO – GVSI

Um conjunto de ações pode e deve ser implementada com especificidade, controle

sistemático e determinado de várias doenças. O SUS-BH, com a visão clara dessa

necessidade estratégica, também poderá aprimorar essas ações de vigilância à

saúde com repercussões nos seus indicadores de morbimortalidade, propiciando

também um maior e mais amplo conhecimento do perfil epidemiológico da cidade.

130

Desempenham papel decisivo processos de trabalho com níveis elevados de

sistematização e estabilização como a vigilância sanitária, que também se vale de

normatizações específicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA.

Com definições de caráter nacional, como tantas outras políticas de saúde, através

da Rede Nacional de Saúde do Trabalhador – RENAST, pode-se destacar que o

empenho com a saúde do trabalhador é índice de valorização direta do trabalho e,

obviamente, dos seus trabalhadores. A ampliação de ações com maior abrangência,

inclusive com os trabalhadores da área da saúde, contemplam a perspectiva da

vigilância à saúde que poderá influir em áreas que, com normas específicas e

alterações dirigidas em processos de trabalho, alterem objetivamente resultados na

prevenção de várias “doenças do trabalho”.

A influência do meio ambiente numa visão moderna e ampliada do contexto saúde

dá a dimensão de interações que necessitamos fazer com tantos outros setores.

Previnir e controlar processos de saúde-doença desse ponto de vista é expressar o

sentido da construção de ambientes saudáveis, que atuem com medidas corretivas

efetivas e se valham dos mecanismos educativos, para valorizar o sentido cidadão

de cada indivíduo. Neste sentido é também fundamental avaliar sistematicamente o

impacto das ações de controle de zoonoses, promovendo atividades de manejo

ambiental em parceria com os demais setores da PBH.

Um novo Código de Saúde de Belo Horizonte está em discussão na cidade com

previsão para apreciação e votação da Câmara Municipal no início de 2006. O

projeto de lei 87/2005 terá como primeira mudança o seu nome: de Código Sanitário

(última versão em 1996) para Código de Saúde. O novo código não irá apenas

regulamentar as ações da Vigilância Sanitária, mas todos os setores da saúde

municipal, como, aliás, preconiza as leis regulamentadoras do SUS.

Este código, de forma inédita no país, irá estruturar e articular os diversos setores da

SMSA, buscando a integração das ações da saúde. Irá ainda indicar as políticas e

limites de atuação dos referidos órgãos, visando a obtenção de eficiência através da

otimização dos recursos humanos e materiais, de forma a garantir, ao usuário do

SUS, atendimento abrangente e integral e conferir legitimidade às ações de saúde

desenvolvidas pela Secretaria.

O processo de elaboração esta sendo coletivo, discutido com todos os setores da

SMSA, e entidades interessadas como conselhos de classe, sindicatos e

131

associações de cada setor de interesse da saúde, universidades, ANVISA – Agência

Nacional de Vigilância Sanitária, Ministério Público, Conselho Municipal de Saúde,

Câmara Municipal e, a Câmara Municipal está promovendo várias audiências

públicas, uma para cada capítulo, até o final do ano de 2005.

O Código de Saúde traça diretrizes e estabelece os cuidados sanitários a serem

observados por cada atividade que ofereça produtos ou serviços de interesse da

saúde, além dos princípios norteadores da política em saúde adotada pelo

município, em consonância com a legislação vigente (municipal, estadual e federal)

e as determinações do SUS.

Serão capítulos do novo Código: Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica,

Saúde do Trabalhador, Vigilância Ambiental, Zoonozes, Imunização, Regulação

Hospitalar, Conselho Municipal de Saúde, HumanizaSUS, Alimentação,

Urgência/SAMU, SOS Saúde, Assistência a Saúde da Mulher, Atenção a Saúde da

Criança e do Adolescente, Atenção a Saúde do Idoso, Atenção a Saúde do Adulto,

DST/AIDS, Atenção a Saúde Bucal, Atenção a Saúde Mental, dentre outros.

META GERENCIAL PERÍODO 1. Efetivar as ações de vigilância à saúde dos agravos de notificação

compulsória 2005-2008

2. Implantar as ações de vigilância das doenças e agravos não transmissíveis priorizando 5 agravos: DIC, DCV, algumas neoplasias, violência, dado a prevalência e magnitude

2005-2008

3. Produzir, analisar e disseminar informações em Vigilância em Saúde

2005-2008

4. Implementar as ações de vacinação executadas na rede básica a fim de atingir níveis de cobertura vacinal

2005-2008

5. Implantar o projeto de gestão da Vigilância Sanitária, já elaborado, seguindo as etapas dos 3 módulos previstos – Fiscalização, Administrativo e Gerencial

2005-2008

6. Implementar a Política Municipal de Saúde do Trabalhador, cumprindo a portaria nº 1679/02/MS (RENAST), integrada à atenção secundária, atenção básica e RH

2005-2008

7. Qualificar o trabalho de investigação dos óbitos no município 8. Definir estratégias de incorporação e desenvolvimento de ações de

vigilância em saúde pela rede 2005-2008

9. Estruturar núcleo de Vigilância em Saúde Ambiental (VSA), para elaborar e implantar política de vigilância ambiental no âmbito da SMSA-BH, integrado a outros níveis de governo

2005-2008

132

INDICADORES ESPECÍFICOS DESTACADOS

INDICADORES PERÍODO 1. Implantar os protocolos e fluxos da vigilância epidemiológica até

fevereiro de 2006 Fonte: Relatório da Gerência de Vigilância, Epidemiologia e Informação

2005-2006

2. Elaborar o documento referência sobre a proposta de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT) até 2005

Fonte: Relatório da Gerência de Vigilância, Epidemiologia e Informação

2005-2006

3. Realizar inquérito vacinal até dezembro de 2006 Fonte: Relatório da Gerência de Vigilância, Epidemiologia e Informação/Coordenação de Imunização

2005-2006

4. Implantar o projeto de gestão da Vigilância Sanitária até dezembro de 2006

Fonte: Relatório da Gerência de Vigilância, Epidemiologia e Informação/Gerência de Vigilância Sanitária

2005-2006

5. Implantar o protocolo de ações de saúde do trabalhador na rede municipal de saúde até dezembro de 2005

Fonte: Relatórios da Gerência de Vigilância, Epidemiologia e Informação/Coordenação de Saúde do Trabalhador e Gerência de Assistência

2005

6. Incluir no Sistema de Informação de Belo Horizonte (SIAT-SUS/BH), dados de adoecimento e de acidentes de trabalho dos servidores públicos municipais a partir de outubro de 2006

Fonte: SIAT/SUS-BH

2005-2008

7. Criar os Núcleos de Vigilância Epidemiológica Hospitalar – NHE previstos oficialmente até dezembro de 2006

Fonte: Relatório da Gerência de Vigilância, Epidemiologia e Informação

2005-2006

8. Criar Núcleo de Vigilância em Saúde Ambiental (NVSA) na SMSA-BH até dezembro de 2005

Fonte: Relatório da Gerência de Vigilância, Epidemiologia e Informação

2005-2008

9. Implantar 09 (nove) salas cirúrgicas para esterilização de cães e gatos nos nove distritos sanitários

Fonte: Relatório das Gerências de Distritos Sanitários – GERSA’s

2005-2008

EIXO: INFRAESTRUTURA META DE GESTÃO: REORDENAR E GARANTIR OS SERVIÇOS DE INFRAESTRUTURA DE QUALIDADE EM TODA A REDE DO SUS-B H RESPONSABILIDADE: GERÊNCIA ADMINISTRATIVA – GEAD

Para a consecução de qualquer ação, em qualquer área, a garantia da infraestrutura

é básica. Muitas vezes processos de trabalho podem ser paralisados ou sofrer

instabilidades que geram perdas, nem sempre recuperáveis. Com vida humana, do

ponto de vista da saúde, essa determinação é imperiosa.

Não apenas manter insumos e equipamentos funcionantes em prazos determinados

e necessários, como também renovar o parque tecnológico existente deve ser uma

133

busca incessante, pois garante a plena continuidade dos serviços de saúde

prestados. Entretanto, deve-se buscar também o profundo entendimento dos

processos de trabalho, dos fluxos que interferem na sua efetivação, as interfaces

existentes de um conjunto de processos, de maneira que sejam ampliadas as

possibilidades de intervenção necessária, não só respondendo aos reclamos de

quantitativos faltantes, mas também redimensionamentos logísticos e de

mecanismos de distribuição de insumos e de força de trabalho, que muitas vezes

estão na base de supostas faltas materiais. A incorporação tecnológica, também do

âmbito de outras metas da gestão, é fator de aprimoramento dos serviços. A sua

decisão deve ser balizadora na dimensão do custo-benefício resultante e em

protocolos que permitam ganhos efetivos, devendo ser preocupação permanente da

gestão, pois pode prover mais conforto para os seus usuários e qualidade dos

serviços de saúde.

META GERENCIAL PERÍODO 1. Redefinir as responsabilidades e competências na administração

das regionais 2005-2008

2. Melhorar os fluxos de atendimento aos clientes internos e externos da GEAD (prioridade geral da gestão)

2005-2008

3. Incrementar a manutenção preventiva e corretiva nos equipamentos

médico-hospitalares do parque (prioridade geral da gestão) 2005-2008

4. Implantar a manutenção preditiva nos equipamentos médico-hospitalares do parque (prioridade geral da gestão)

2005-2008

5. Ampliar o cadastro de fornecedores 2005-2008 6. Implantar o sistema de controle dos contratos e convênios 2005-2008 7. Implantar um banco de dados (contratos e convênios) (prioridade

geral da gestão) 2005-2008

8. Revisar o plano de manutenção das instalações prediais, moveis e objetos da SMSA (prioridade geral da gestão)

2005-2008

9. Garantir o fornecimento regular de itens estratégicos (prioridade geral da gestão)

2005-2008

INDICADORES ESPECÍFICOS DESTACADOS

INDICADORES PERÍODO 1. Aprovar o plano de manutenção de 100% das instalações prediais,

móveis e objetos do SUS-BH até maio de 2006 Fonte: Relatório da Gerência Administrativa

2005-2006

2. Normatizar os fluxos de atendimentos dos clientes internos e externos da GEAD até junho de 2006

2005-2006

3. Assinar os contratos de manutenção preventiva de 100% dos equipamentos médico-hospitalares do SUS/BH até dez. de 2006

2005-2006

4. Assinar os contratos de manutenção corretiva de 100% dos equipamentos médico-hospitalares do SUS/BH até dez. de 2006

2005-2006

134

5. Implantar o sistema informatizado de controle de contratos e convênios do SUS-BH até dezembro de 2006

2005-2006

6. Implantar a estratégia de Organização e Métodos – O&M nas unidades da SMSA/SUS-BH até dezembro de 2007

2005-2007

9. Plano Operativo do Hospital Municipal Odilon Beh rens – HOB

INTRODUÇÃO – O Hospital Municipal Odilon Behrens (HOB) está inserido na Rede

Municipal de Saúde de Belo Horizonte e localizado no Distrito Sanitário Noroeste. O

HOB é um Hospital Geral, de Ensino e de Urgência e Emergência. É referência no

município para as urgências clínicas (pediatria, ginecologia/obstetrícia e clínica

médica), cirúrgicas (ortopédicas, neurológicas, buco-maxilo-facial, vasculares,

cirurgia plástica, ginecológicas), maternidade de alto risco, internações, além do

ambulatório de especialidades.

O atendimento, exclusivo ao SUS, é referido não só aos cidadãos de Belo Horizonte,

mas, também, aos pacientes vindos de outras cidades do Estado, sendo estes

responsáveis por 24% do total de internações realizadas no hospital em 2004.

Como Centro de Educação e Pesquisa, foi reconhecido como Hospital Escola,

proporciona estágios em fisioterapia, nutrição, enfermagem, medicina, informática,

serviços administrativos, psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e residência

médica em várias áreas.

O HOB conta com 444 leitos, sendo que 114 se destinam à pacientes que requerem

tratamento intensivos ou cuidados especiais em neonatologia, pediatria, clínica geral

e cirúrgica. Nos últimos três anos a ampliação de leitos de alta complexidade foi a

principal meta do HOB, com crescimento de 100% neste período.

A Unidade de Urgência/Emergência é a principal porta de entrada do usuário sendo

referência para as UPAS e alguns Centros de Saúde, de acordo com a pactuação de

urgência/emergência, firmada com a Secretaria Municipal de Saúde.

Sua Unidade Ambulatorial, de atenção secundária, atende à rede de saúde de BH

em 38 especialidades e subespecialidades médicas, além de dar retaguarda ao

Pronto-Socorro, às Unidades de Internação e seguimentos dos egressos do próprio

Hospital. Nesta Unidade também está instalado a clínica de Reabilitação.

O HOB tem vinculado à sua estrutura o Núcleo de Cirurgias Ambulatoriais localizado

no PAM Sagrada Família. Este Núcleo realiza cirurgias de Otorrinolaringologia,

Proctologia, Cirurgia Pediátrica e Geral e exames especializados de colonoscopia e

fibronasovideolaringoscopia.

135

Disponibilizamos recursos diagnósticos e terapêuticos de banco de sangue, análise

clínica, radiologia, tomografia computadorizada, ultra-sonografia, endoscopia

digestiva e respiratória, ecocardiografia, hemodiálise além de serviços contratados

de ressonância magnética, hemodinâmica e anatomia patológica.

O eixo principal e direcionador é a humanização e eficiência da assistência em

Gestão Colegiada nas diversas instâncias. A participação efetiva do Conselho Local

e Municipal de Saúde é fundamental no estabelecimento das diretrizes e avaliação

de suas ações.

JUSTIFICATIVA – Nos últimos anos o HOB vem aumentando consideravelmente a

prestação de serviços de saúde à população (14.922internações em 2001 e 18.996

internações em 2004). A demanda da urgência e a complexidade dos pacientes vêm

crescendo a cada dia, levando à necessidade de melhoria do parque tecnológico,

adequação das instalações físicas e de capacitação de toda a equipe para atender

prontamente, com qualidade e de forma humanizada, o usuário.

A política nacional de Internação Domiciliar, Atenção Domiciliar e Desospitalização

abraçada pelo HOB possibilita a disponibilização de seus leitos para pacientes mais

graves, reforçando o papel do hospital dentro do sistema de saúde.A experiência

crescente dos profissionais, as atividades de ensino, o atendimento aos pacientes

graves, a existência de uma Unidade de Pronto-Socorro com atendimento prioritário

às grandes urgências clínicas e traumatológicas tornam nosso serviço uma

importante referência para a Cidade e para o Estado.

Neste cenário e com o objetivo de garantir assistência humanizada, de qualidade

em ambiente seguro e adequado, buscando satisfação do usuário e dos

funcionários, apresentamos o planejamento para o período de 2005 à 2008.

OBJETIVO GERAL – Atender de forma humanizada e eficiente à criança, ao

adolescente, ao adulto, à mulher e ao idoso que necessitem de cuidados de

emergência e urgência, de internação e de atenção especializada, integrada á

Política nacional e municipal de saúde.

EIXOS DIRETIVOS:

• 1º - Fortalecer a integralidade e humanização da assistência

• 2º - Consolidar a Gestão Participativa e a modernização gerencial

• 3º - Avançar na modernização tecnológica, logística e de ambiência

• 4º - Avançar na promoção da gestão o trabalho, do ensino e da pesquisa

136

ASSISTÊNCIA OBJETIVO: META PRAZO INDICADOR RECURSO

1 – Promover o vínculo e responsabilização entre usuários e trabalhadores

� Definir equipe de referência e apoio Matricial em todas as unidades de internação e emergência sendo 30% até Fevereiro de 2006, 60% até junho de 2006 e 100% da unidades com equipes definidas e atuando até Dezembro de 2006.

� Estabelecer Projeto

Terapêutico Interdisciplinar para os casos de maior complexidade e gravidade.

� Padronizar de forma,

impressos dos prontuários solicitações de propedêutica

Dezembro de 2006

Dezembro de 2006

Dezembro de 2006

Percentual de equipes implantadas nas unidades de produção Percentual de prontuários com registro do projeto terapêutico Percentual de impressos padronizados em uso nas unidades de produção

R$1500,00 R$ 3000,00

2 – Implantar Diretrizes Clínicas em todas as Especialidades bem como padronização de rotinas e fluxos com cópia acessível nas unidades de produção

� Implantar rotinas técnicas , administrativas e de fluxos integrados em todas a unidades de produção.

� Implantação de oito diretrizes

clinicas integradas /ano em cada unidade de produção.

Julho de 2007

Dezembro de 2007

Percentual de unidades de produção com rotinas escritas e implantadas Número de diretrizes clinicas implantadas em cada unidade/ano

R$ 20.000,00

3 – Garantir o acesso ao atendimento através dos fluxos pactuados com o gestor municipal

� Pactuar fluxos com as Centrais de Marcação e de Internação.

Dezembro de 2005 Evento Sentinela *

137

4 – Implementar projetos de humanização da assistência

� Implantar Visita Ampliada em todas as unidades assistenciais.

� Consolidar o Acolhimento com Classificação de Risco

� Implantar pesquisa de

satisfação do usuário e trabalhador

Setembro de 2005 Fevereiro de 2006 Dezembro de 2006

% de Unidades com Visita Amplianda % dias com Classificação de risco implantada todos os dias até as 23 horas % de satisfação de usuários por unidade de produção e global

R$ 10.000,00 R$ 3.000,00 R$ 8000,00

5 – Redefinir a responsabilização sanitária do HOB para o atendimento de especialidades

� Implantar o Centro de Especialidade Médica com definição da área de abrangência.

A critério da SMSA A ser definido com a SMSA

A ser definido

6 - Ampliar a capacidade de atendimento do PAD-HOB

� Redefinir fluxos de desospitalização com o PAD municipal para encaminhamento direto pós-alta para o PAD de referência do Usuário.

� Redução da média de permanência dos pacientes acompanhados em 10%

Junho de 2006 Dezembro de 2006

Número de pacientes acompanhados pelo PAD/Mês Média de permanência dos pacientes acompanhados pelo PAD

* Evento Sentinela - ocorrência inesperada que apresente risco de resultado. Os eventos sentinela deverão ser objetos de investigação, que em âmbito constitui comitê de investigação e análise de erros por abordagem retrospectiva.

Fonte: EMA, Lobo CLC, /MOTTA KMM

138

SEGUNDO EIXO: CONSOLIDAR A GESTÃO PARTICIPATIVA E M ODERNIZAÇÃO GERENCIAL OBJETIVOS: METAS PRAZO INDICADOR RECURSO

� Adequar o Sistema de Informações e Informatização do Hospital.

Julho de 2007 % de Unidades com Sist. de Informação implantado

R$80.000,00

� Implantar o sistema de custos em todas as unidades.

Julho de 2007 % de Unidades com Centro de Custo

R$2.000,00

1 – Consolidar a responsabilização dos processos de trabalho pelos gerentes e trabalhadores

� Implantar a proposta da reforma administrativa.

Julho de 2007 Evento sentinela R$40.000,00/mês

2- Promover os Colegiados, Reuniões de equipe, Colegiado Gestor Ampliado, Conselho Local de Saúde, Ouvidoria e Comissão de Ética Institucional

� Realizar seminário de avaliação da gestão com os trabalhadores e conselheiros

Abril de 2006 Evento sentinela R$2.000,00

� Construir e pactuar contrato de gestão em todas as unidades

Dezembro de 2006

% de Unidades com Planejamento

� Elaborar consolidado com análise dos resultados do planejamento do Hospital e Unidades.

Semestral Evento Sentinela *

3 – Aprimorar o planejamento global do Hospital e das Unidades

� Concluir o curso dos gerentes Abril de 2006 % de gerentes que concluiu o curso

R$18.000,00

4 – Definir, de forma transparente e democrática, o investimento dos recursos e materiais

� Realizar com o Conselho Local de Saúde seminário sobre avaliação e análise dos resultados e priorização dos investimentos.

Maio de 2006 e Anual

Evento Sentinela R$2.500,00

139

TERCEIRO EIXO: MODERNIZAÇÃO TECNOLÓGICA, LOGÍSTICA E AMBIÊNCIA OBJETIVOS METAS PRAZO INDICADOR RECURSO

1- Equipar o hospital com tecnologia moderna, promovendo maior segurança profissional e qualificação da assistência.

� Adquirir 100% de equipamentos e materiais permanentes priorizados no plano anual.

2º semestre de cada ano até dezembro de 2008

% de equipamentos e materiais permanentes adquiridos constantes no planejamento anual.

R$7.000.000,00

� Implantar sistema informatizado de controle dos equipamentos.

Julho de 2006 Sistema implantado R$ 5.000,00 2 - Garantir funcionamento adequado e conservação dos equipamentos.

� Garantir manutenção preventiva e corretiva em 100% dos equipamentos hospitalares

Julho de 2006 % de equipamentos em programa de manutenção

R$3.360.000,00

� Garantir acompanhamento em 100% dos processos de aquisição de insumos em geral.

Dezembro de 2006

% de processos de compras acompanhados e concluídos no prazo esperado.

� Garantir padronização e controle de qualidade em 100% dos materiais médicos hospitalares e medicamentos adquiridos.

Dezembro de 2006

% de insumos adquiridos que foram avaliados e padronizados pela Comissão de Padronização de Materiais

3 – Garantir insumos de qualidade para assistência adequada aos pacientes

� Garantir o fornecimento de insumos necessários à assistência hospitalar.

Contínuo % de falta de insumos padronizados para a assitência

R$72.000.000,00

� Ampliar, reformar e adequar a estrutura física das Unidades assistenciais do Hospital, segundo plano diretor de obras

2º semestre de 2006

% de obras realizadas de acordo com o plano diretor

R$6.000.000,00. 4 – Garantir ambiente humanizado para usuários e trabalhadores

� Ampliar, reformar e adequar a estrutura física das Unidades Administrativas e de Apoio segundo plano diretor de obras.

1º semestre de 2008

% de obras realizadas de acordo com o plano diretor

R$3.000.000,00

140

QUARTO EIXO: AVANÇAR NA PROMOÇÃO DA GESTÃO DO TRABA LHO, DO ENSINO E DA PESQUISA OBJETIVO META PRAZO INDICADORES RECURSO 1- Promover a admissão de servidores para o HOB, através de concurso Público

� Realizar concurso público para servidores do HOB

� Regularizar 80% do quadro funcional do HOB a partir da efetivação dos candidatos aprovados no concurso público

Março de 2007 Dezembro de 2007

Concurso realizado - % de contratos administrativos substituídos por funcionários concursados

R$20.000

2 – Implantar o processo de avaliação de desempenho dos trabalhadores do HOB

� Implantar avaliação de desempenho individual e nas equipes equipe/unidade de produção, apoiado na realidade dos cargos ou postos de trabalho.

� Melhorar o desempenho das unidades de

Produção com proposta de incentivo coletivo para unidade

Julho de 2006 Dezembro de 2007

% de trabalhadores avaliados quanto ao desempenho e produtividade. % de melhoria dos indicadores pactuado com Unidades

R$20.000

3- Implementar o Plano de educação Permanente para os trabalhadores do HOB

� Melhorar o nível de informação técnica e conhecimentos específicos de 80% dos trabalhadores do PS

� Implantar o Plano de Educação Permanente,

para 40% dos trabalhadores do HOB, a partir do levantamento de necessidades por unidades de produção.

Dezembro de 2007 Julho de 2007

% de trabalhadores do OS que participaram de atividades de EP % de unidades de produção contempladas pelo Plano

4 – Implementar Programa de saúde do trabalhador, vi a estímulo à criação/promoção ao trabalhador: cuidando de quem cuida

� Melhorar a satisfação dos trabalhadores � Melhorar índices de doenças preveníveis

Dezembro de 2006 Dezembro de 2006

% Satisfação dos Trabalhadores % Trabalhadores que aderirem ao programa

R$40.000 R$20.000

5- implantar Projeto de Qualificação da Residência Médica

� Promover capacitação de 50% dos preceptores da RM em Ensino baseado em competências: cognitiva, de procedimentos

Dezembro de 2006

% Preceptores Capacitados

141

10. Projetos Especiais da Secretaria Municipal de S aúde – SMSA/SUS-BH

Vários projetos especiais instalados em várias gerências ou intergerências foram

determinados garantindo o cumprimento de objetivos em si mesmos, ou

corroborando para a viabilização e cumprimento de várias das metas de gestão.

Como projetos essas determinações ganham uma dimensão mais específica no

tempo pelo favorecimento de financiamentos dados, ou em curso, através de verbas

do Fundo Nacional de Saúde – FNS, ou de organismos internacionais – Projeto

@LIS e Fundação CELLI, por exemplo, ou o empreendimento de ações reparadoras

ou de redimensionamento de maneira mais sistemática com gerentes, líderes

funcionais e grupos de condução específicos, que abordarão a solução de

problemas também específicos de ações permanentes e rotineiras.

Cada projeto, com subprojetos naturalmente inseridos de acordo com cada caso,

obedeceram a um formato comum na sua formulação e tem o seu extrato e

conteúdo fundamentais descritos abaixo.

Projeto HUMANIZASUS

Este projeto de responsabilidade intergerencial se propõe a tornar efetivos o

conteúdo humanizado dos princípios do SUS, valorizando os diversos sujeitos

implicados no processo de produção em saúde com vistas à humanização da

atenção e da gestão do SUS-BH, através de:

− ações de comunicação interna e externa

− ações de revitalização das áreas físicas das Unidades de Saúde

− ações de educação em saúde

− ações de apoio aos trabalhadores e gestores para manejo de situações de conflito

− implementação de práticas acolhedoras que favoreçam a acesso, responsabilização e vínculo com os usuários em todos os níveis de assistência

− estimular e apoiar os fóruns de gestão participativa

− consulta sobre satisfação dos trabalhadores e usuários sobre as condições de trabalho e de atendimento

Assim localizamos os seus principais objetivos:

142

− Aumentar o nível de informações de trabalhadores e usuários sobre o funcionamento do SUS-BH (fluxos, rotinas, serviços, referências)

− Melhorar as condições estruturais e de ambiência proporcionando maior conforto para trabalhadores e usuários

− Facilitar o transito dos usuários dentro dos serviços

− Mobilizar os diversos atores para mudança de postura em direção a uma prática cuidadosa no atendimento em saúde

− Desenvolver habilidades de abordar de conflitos

− Apoiar as Unidades de Saúde no sentido de qualificação das ações de acolhimento

− Defender e incorporar o conceito da clínica ampliada junto aos profissionais nos diversos níveis da assistência

− Instrumentalizar os setores para o exercício da gestão colegiada

− Criar mecanismos de acompanhamento dos colegiados gestores

− Incorporar a opinião de trabalhadores e usuários na avaliação e no planejamento dos serviços de saúde

Visando diminuir os conflitos nas Unidades de Saúde, diminuir o stress no trabalho,

democratizar a gestão e diminuir o número de reclamações dos usuários e

trabalhadores por maus tratos, destacamos as metas propostas pelo Projeto de

Humanização do SUS-BH, todas elas em curso de execução:

− Democratização de gestão do SUS-BH

− Desenvolver ações para reduzir os episódios de violência, criando capacidade para lidar com conflitos e violência nas unidades de saúde

− Informação e comunicação para e com os trabalhadores e usuários

− Ambiência e revitalização com a melhoria das condições físicas e de fluxo dentro das unidades de saúde

− Consolidação da política prioritária de humanização

− Humanização das portas de urgência e dos hospitais prioritários.

143

Projeto de Reorganização da Atenção Secundária do S US-BH

Sub Projeto dos Centros de Especialidades Médicas D istritais – CEM Distrital

A Atenção Secundária tem-se constituído ao longo dos últimos anos como um nó

crítico à garantia de integralidade da assistência à saúde em nível nacional.

Tomando este problema como objeto de suas intervenções, propondo-o como

prioridade geral da gestão, na responsabilidade específica da Gerência de Projetos

Especiais – GPJE, foi necessário inicialmente avançar no entendimento deste, não

apenas como um desequilíbrio entre oferta e demanda de consultas especializadas,

mas, caracterizá-lo como um problema que se apresenta em ambiente de grande

complexidade.

Entendendo a Atenção Secundária como um problema complexo, não há como ter

soluções únicas ou simples que dêem conta de todos aspectos que caracterizam

este problema, como apenas o aumento da oferta de consultas especializadas.

É necessário, portanto, construir e viabilizar propostas que possibilitem o acesso do

paciente que adentrou o Sistema de Saúde à toda a linha do cuidado, desde a

promoção, ações básicas de saúde até a internação e procedimentos de alta

complexidade.

O desenho desta proposta que cria Unidades de Referência Secundária para cada

Distrito Sanitário se dá a partir de alguns pressupostos teórico-conceituais como o

vínculo, qualificação da atenção e capacitação da rede básica, garantia de acesso à

tecnologia adequada no momento oportuno através de processos regulatórios,

descentralização (distritalização) da atenção secundária e implementação das linhas

do cuidado.

Através de critérios específicos como especialidades com maior demanda, com

características mais clínicas e com pouca dependência de equipamentos e

procedimentos que impliquem em outras estruturas físicas e especialidades com

oferta insuficiente na rede, com demanda reprimida para marcação de primeiras

consultas e retornos foram definidas as seguintes clínicas especializadas para

comporem os CEM’s Distritais:

− Ortopedia

− Cardiologia

− Dermatologia

− Otorrinolaringologia

144

− Neurologia

− Endocrinologia

− Mastologia

Especialmente a mastologia foi definida como uma das especialidades a ser ofertada

nos CEM´s Distritais, não pela sua demanda reprimida, mas sobretudo pela sua

importância dentro da proposta política de cuidado integral à saúde da mulher.

No escopo do projeto caberá o dimensionamento das unidades e a necessidade de

RH para a sua implantação formatando um desenho de rede que leva em

consideração as estruturas físicas já existentes na rede própria e na rede contratada.

Assim, foram desenhadas unidades ou núcleos dentro de unidades maiores e mais

complexas, que ainda manteriam, nas outras especialidades, a sua referência para

toda a cidade e outros municípios pactuados em Belo Horizonte. As especialidades

pediátricas serão todas mantidas na URS Saudade que continuará como referência

para toda a cidade.

As especialidades escolhidas para a composição dos Centros de Especialidades

Médicas correspondem a 42,2% da demanda gerada na rede básica, o problema

de demanda reprimida aparece muito fortemente em outras especialidades gerando

prazos de marcação de primeira consulta que podem chegar, em algumas delas, a

mais de um ano. Portanto, é necessário estabelecer estratégias de recomposição de

oferta também nestas especialidades. Os critérios de escolha destas são:

percentuais de encaminhamento extraídos do Sistema Gestão maiores que 1% e

grande demanda reprimida detectada na última pesquisa feita na rede básica, no

segundo semestre de 2004. Os percentuais de encaminhamento das especialidades

dos CEMs somados aos destas sete outras perfazem um total de 74.4% da

demanda da rede básica, a saber:

− Angiologia

− Nefrologia

− Oftalmologia

− Reumatolgia

− Urologia

− Proctologia

− Pneumologia

Considera-se que para todas estas especialidades, particularmente aquelas

instaladas nos CEM’s Distritais é necessário viabilizar o aumento de apoio

diagnóstico e procedimentos terapêuticos que hoje já são insuficientes, seja através

145

de contratação de serviços, seja através de investimentos no parque tecnológico da

rede própria.

Sub Projeto do Centro Metropolitano de Especialidad es Médicas

Introdução: A Atenção Secundária à saúde caracteriza-se como um problema

complexo, não havendo como ter soluções únicas ou simples, sendo que o aumento

da oferta de consultas especializadas é somente um dos aspectos importantes a

serem abordados.

Será necessário, portanto, construir e viabilizar propostas que possibilitem o acesso

do paciente que adentrou o Sistema de Saúde à toda a linha do cuidado, desde a

promoção, ações básicas de saúde até a internação e procedimentos de alta

complexidade.

Neste contexto de complexidade, é necessário pensar em mudanças no processo de

organização da Atenção Básica e Secundária e construir propostas a partir de outros

conceitos e lógicas organizacionais, como a que está inserida no atual Plano de

Governo, com a criação de Centros de Especialidades Médicas Regionalizados

(CEM’s) e o Centro Metropolitano de Especialidades Medicas.

Belo Horizonte é referência estadual para procedimentos em média e alta

complexidade e o acesso da população se dá com poucos e insuficientes

mecanismos regulatórios, com mais de 500 municípios ligados a Central de

Marcação de Consultas da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte-

SUS/BH, com demanda majoritária da Capital e sua Região Metropolitana.

Descrição da Proposta: Criação de uma Unidade de Referência Secundária para o

municipio de Belo Horizonte e sua Região Metropolitana, prioritariamente,

complementando os serviços já existentes, e atendendo à consultas especializadas

e procedimentos de apoio diagnóstico, conforme necessidades identificadas pela

gestão municipal.

Pressupostos:

− Discussão técnico-política com todos os atores envolvidos internamente na rede de atenção à saude e na cidade, e externamente nas três esferas de governo, com efetivação de parcerias para ampliação da oferta de especialidades e apoio diagnóstico

− Construção de uma agenda metropolitana também na atenção secundária

146

− Doação do antigo predio do Cardiominas pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais- SUS/MG à Santa Casa de Misericórdia

− Convênios entre Ministério da Saúde e Prefeitura de Belo Horizonte para obras de reforma do prédio e compra de equipamentos

− Ampliação da parceria SUS-BH e Santa Casa de Misericórdia, com assinatura de convênios para repasse dos recursos para as obras de reforma do prédio e compra de equipamentos previamente especificados, assim como definição do financiamento do custeio e novos formatos de transferência de recursos, a partir da contratualização de metas e resultados, a exemplo do que já vem sendo feito na atenção hospitalar (Contrato de Gestao)

− Acesso a todas as consultas e procedimentos realizados por essa unidade através de fluxos regulados pelo gestor municipal de saúde

− Atendimentos realizados nesta unidade contrareferenciados para acompanhamento na unidade solicitante, com envio de relatório do atendimento realizado e proposta terapêutica

− Garantia pelo Centro Metropolitano de Especialidades Médicas de realização de todos os procedimentos de apoio diagnóstico e terapêutico inerentes ao seu escopo, para os usuários para ele referenciados através do SUS-BH.

Especialidades Médicas contempladas:

− Angiologia

− Proctologia

− Urologia

− Reumatologia

− Pneumologia

− Oftalmologia

− Otorrinolaringologia

− Nefrologia

− Ortopedia

− Cardiologia

− Dermatologia

− Consulta de cirurgia geral

− Neurologia

− Endocrinologia

− Mastologia

− Cirugia ambulatorial

147

Critérios para escolha das especialidades:

− Especialidades selecionadas perfazem um total de 74,4% da demanda da rede básica

− Especialidades com maior demanda reprimida em Belo Horizonte e sua Região Metropolitana

− Possibilidade de acesso a apoio diagnóstico e procedimentos terapêuticos necessários para garantir integralidade e resolutividade, devido a caracteristica desta instituição, associando atendimento ambulatorial e hospitalar.

O cálculo da necessidade de consultas foi feito levando-se em consideração várias

fontes de dados disponíveis, tais como: população por Distrito Sanitário (IBGE),

população de risco por DS (IBGE, PRODABEL, GEEPI), produção de consultas

básicas por Distrito Sanitário de janeiro a setembro de 2004 (GEEPI), número de

equipes de PSF por Distrito Sanitário (GEAS), número de profissionais de apoio por

UBS (GEAS), consultas marcadas pelos Distritos Sanitários por especialidade no

primeiro semestre de 2004 (CMC). Foram também utilizados parâmetros de

necessidade de consultas especializadas do MS ( portaria MS/GM 1101 –

12/06/2002) e os percentuais de encaminhamentos para especialidades das

Unidades Básicas de Saúde do Distrito Oeste e extraídos do Sistema Gestão Saúde

em Rede. Diante disso, prevê-se um incremento de 40.000 consultas de

especialidades/mês no Centro Metropolitano de Especialidades Médicas.

Projeto dos Centros de Especialidades Odontológicas – CEO

Os Centros de Especialidades Odontológicas – CEO são unidades de saúde,

participantes do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES,

classificadas como Clínica Especializada ou Ambulatório de Especialidade. De

acordo com as portarias do Ministério da Saúde, os Centros de Especialidades

Odontológicas devem oferecer à população, no mínimo, os seguintes serviços:

− Diagnóstico bucal, com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer deboca.

− Periodontia especializada

− Cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros

− Endodontia

− Atendimento a portadores de necessidades especiais

Os centros são uma das frentes de atuação do Programa Brasil Sorridente. O

tratamento oferecido nos Centros de Especialidades Odontológicas é uma

148

continuidade do trabalho realizado pela rede de atenção básica e no caso dos

municípios que estão na estratégia do Programa de Saúde da Família, pelas

equipes de saúde bucal.

Os profissionais da atenção básica são responsáveis pelo primeiro atendimento ao

paciente e pelo encaminhamento aos centros especializados, apenas nos casos

mais complexos.

Cada Centro de Especialidade Odontológicas credenciado passa a receber recursos

do Ministério da saúde, de acordo com o que está definido pela Portaria MS nº 1.571

de 29 de julho de 2004, sendo qualificados como CEO tipo I e tipo II

Além da implantação de CEO’s , há também a implantação de Laboratórios

Regionais de Prótese Dentária - LRPD - que são unidades próprias do município ou

unidades terceirizadas credenciadas para confecção de próteses totais ou próteses

parciais removíveis.

Ao lado do câncer de boca, a ausência de dentes é um dos mais graves problemas

da saúde bucal no Brasil. Hoje 75% dos idosos são desdentados. Entre adultos com

idade de 30 a 44 anos esse índice é de 30%.O Ministério da Saúde registra, ainda,

um total de 5 mil adolescentes desdentados sem prótese na boca. Estima-se que 8

milhões de pessoa precisam de prótese dentária no país.

Em Belo Horizonte, a URS Centro-Sul, nossa principal unidade com especialidades

odontológicas, foi credenciada como CEO tipo II em maio de 2005. Estamos em fase

final de implantação de uma nova unidade, o CEO Waldomiro Lobo, com previsão

para iniciar atividades em dezembro de 2005. Nesta unidade, vamos desenvolver

uma parceria já formalizada com a PUC-MINAS, para confecção de próteses totais e

parciais, incluindo treinamento para os profissionais da rede básica realizarem estes

procedimentos, numa estratégia para ampliação do acesso.

Além disso, estamos negociando com as faculdades de odontologia da UFMG, da

PUC-MINAS e da Faculdade Newton Paiva, a implantação de 01 e 04 CEO,

respectivamente.

Implantar 06 CEO em Belo Horizonte até dezembro de 2006 e 01 CEO em 2007 é

nossa meta.

149

Projeto QUALISUS

O Projeto Qualisus é um projeto prioritário do Ministério da Saúde na gestão 2003-

2006, que, nessa fase, se propõe a reorganizar, qualificar e ampliar o acesso ao

Sistema Único de Saúde, através de investimentos direcionados em Belo Horizonte

à sete portas de urgência, em projetos distintos e que possam ser monitorados

continuamente, com garantia de recursos ministeriais na ordem de R$ 20,5 milhões

e da contrapartida municipal já pactuada.

É ainda prioridade intrínseca a humanização de todo processo de trabalho da rede

pública de saúde, a qualificação da gestão e a implementação do efetivo controle

social, aspectos que merecerão financiamentos específicos.

Em Belo Horizonte a política municipal de desenvolvimento do Projeto Qualisus foi

definida no Conselho Municipal de Saúde do município em 16 de junho de 2005.

Os seus objetivos específicos são assim traduzidos no sentido de ampliar, readequar

e otimizar a oferta de serviços de saúde de urgência:

− Com vistas à melhoria do acesso e resolutividade em sete unidades estratégicas de Belo Horizonte:

− Hospital Municipal Odilon Behrens – HOB, para ampliar atendimento neurológico de urgência e otimizar todo o atendimento de urgência.

− Hospital das Clínicas da UFMG – HC, para ampliar leitos de suporte intensivo (de 08 para 35 leitos), que são retaguarda para a porta de urgência

− Hospital de Pronto Socorro João XXIII, para reestruturar o atendimento (adequação física e leitos de suporte intensivo) ao paciente vítima de trauma

− Santa Casa de Misericórdia, para criar centro de referência para o paciente coronariano, com ampla infra-estrutura de suporte intensivo, hemodinâmica e cirurgias de urgência

− Unidade de Pronto Atendimento Centro-Sul – UPA Centro Sul, construção para otimizar fluxo de pequenas e médias urgências desta regional, desafogando as portas dos grandes hospitais aí situados (HC e HPS JXXIII)

− Unidade de Pronto Atendimento Venda Nova – UPA Venda Nova, construção para reestruturar atendimento das urgências na região, com separação das urgências pediátricas e de adulto

− Construção de espaço próprio para o Complexo Regulador do SUS-BH e construção de sede própria do SAMU, para reorganização da grande demanda de atendimento pré-hospitalar móvel da cidade.

150

− Contribuir para a viabilização da integralidade da assistência à saúde com a organização dos sistema de referência e contra-referência no âmbito municipal.

− Capacitar e formar trabalhadores de saúde para uma nova prática assitencial, com melhoria da técnica e da interação humana e capacidade para atuação interdisciplinar.

− Fortalecer o controle social.

− Acompanhar e monitorar a operacionalização dos investimentos do Qualisus através do Comitê Operacional.

− Monitorar o desenvolvimento e avaliar as mudanças verificadas na reorganização dos serviços de saúde introduzidos pelo Qualisus, através de investigações específicas e do desenvolvimento e sistema de informação integrado ao DATASUS.

Projeto de Logística do SUS-BH

Este projeto se propõe a reestruturar os serviços de transportes da SMSA/SUS-BH

reduzindo os custos operacionais e adequando a frota de veículos às necessidades

de cada serviço com melhoria da qualidade na prestação de serviços, por meio do

redimensionamento e adequação da frota de veículos; revisão das rotas de

distribuição; redefinição da freqüência de distribuição de cada serviço; construção e

manutenção de um banco de dados com todas as informações relativas aos

serviços de transportes.

Através do diagnóstico e avaliação da estrutura, funcionamento e organização dos

serviços, elaborará uma proposta de reorganização e estratégia de implantação em

relação aos seguintes:

− Distribuição de insumos pelo almoxarifado central

− Distribuição de medicamentos pelas farmácias distritais

− Transporte serviços de combate e controle da dengue

− Transporte do serviço de coleta de exames laboratoriais e entrega de resultados

− Transporte de material esterilizado e contaminado

− Transporte de roupas da lavanderia

− Transporte de malote de documentos

− Transportes administrativos / carros alugados

151

− Transporte dos serviços de zoonoses

− Transporte sanitário

− Transporte de vacinas

Projeto de Estruturação da Atenção Domiciliar na Re de SUS-BH

Este projeto na modalidade internação domiciliar se propõe a organizar a assistência

aos usuários que necessitem de uma intensidade de cuidados de complexidade ou

periodicidade que demandem mais do que a rede básica pode oferecer através das

ações da equipe do PSF, mas que não necessitem ser prestados no ambiente

hospitalar, através de intervenções terapêuticas no interior do domicilio.

Os seus objetivos são os seguintes:

− Ampliar o número de equipes de Programa de Atenção Domicilair – PAD no município, chegando ao número de uma equipe por distrito sanitário (já estão em funcionamento equipes nos Distritos Norte, Oeste, Venda Nova, Noroeste – Equipe do HOB e pretende-se implantar uma equipe nos Distritos Nordeste, Pampulha, Centro-Sul, Leste e Barreiro)

− Ampliar a cobertura e complexidade da assistência das equipes

− Evitar as internações, especialmente as de Clinica Médica de média e baixa complexidade, para usuários passíveis de receberem cuidados no domicílio

− Promover a desospitalização e propiciar o tratamento domiciliar de crianças dependentes de cuidados intermediários

− Reduzir o tempo de permanência do usuário no hospital, garantindo a continuidade da assistência, cuidado e tratamento no domicílio

− Reduzir os eventos de internação hospitalar em pacientes crônicos com história de reinternações recorrentes

− Promover apoio às ESF para assistência a pacientes que apresentem instabilidade clínica e não necessitem de internações

− Oferecer cuidado paliativo aos pacientes fora de possibilidade terapêutica, com melhoria da qualidade de vida, em parceria com as equipes de PSF

− Humanizar a assistência, através da manutenção do indivíduo que necessita de cuidados contínuos no seu domicílio

− Promover educação permanente dos profissionais da rede básica para o cuidado intermediário ao paciente sequelado, após alta hospitalar

152

− Capacitar os cuidadores através de orientações técnicas para a rotina de cuidados e suporte emocional

Projeto Sistema de Informação

Esse projeto é uma junção de várias alternativas e ações que vem sendo

desencadeadas no SUS-BH e que qualificam decisivamente processos de trabalho

nas unidades de saúde, com mecanismos modernos que permitem e potencializam

a utilização da rede informatizada existente, ao mesmo tempo em que amplia essa

própria rede com equipamentos mais sofisticados, abrindo possibilidades de novos

recursos informacionais.

As principais metas gerais e específicas são:

− Informatizar as unidades de saúde que compõem a rede municipal, implantando prontuário eletrônico, sistemas administrativos e indicadores de acompanhamento de atividades.

− Implantar o projeto de telesaúde no município de Belo Horizonte, nas áreas médica, de enfermagem e de odontologia, permitindo a realização de segunda-opinião e de teleconferências, entre os profissionais da rede básica de saúde e professores da UFMG das Faculdades de Medicina, Odontologia e Enfermagem, além do Hospital das Clínicas, parceiro institucional do projeto.

− Implantar o SISREG no município de Belo Horizonte

Os componentes desse projeto são os seguintes:

− Prontuário Eletrônico: Este projeto se propõe inicialmente a informatização dos distritos sanitários Barreiro e Venda Nova, no ano de 2005, os distritos norte e outros dois distritos (a serem definidos), em 2006 e um distrito sanitário em 2007, envolvendo unidades básicas, especializadas, áreas administrativas e urgência, com os seguintes módulos: agendamento/recepção, coleta/resultados de exames, registro do atendimento clínico, com protocolos de mulher, adulto, criança, diabetes, hipertensão, asma, urgência, triagem classificatória, farmácia, almoxarifado, custos, indicadores e extrator de relatórios.

− Sistema de Regulação de Marcação de Consultas – SIS REG: Este projeto, como parte integrante do complexo regulador do SUS-BH, se propõe a implantar o SISREG em todas as Unidades Básicas de Saúde dos 09 distritos sanitários de Belo Horizonte, em todas as especialidades. Com objetivo de operacionalizar a regulação da marcação das consultas nas Unidades Básicas de Saúde de todos os Distritos Sanitários; agendar consultas para avaliação das cirurgias eletivas através da Central de Internação; implantar o SISREG nos Centros de Especialidades Médicas na medida em que estes forem sendo implementados,

153

cujos indicadores já foram apresentados nas metas coligadas da Gerência de Regulação.

− Implantação da Rede de TELESAÚDE: este projeto se propõe a implantar a telemedicina em 5 distritos sanitários e nos quatro demais em 2006 e nas unidades de referência secundária vinculadas a estes distritos no Centro de Especialidade Médica da Centro-Sul em 2005 e nos demais centros de especialidades médicas 2006, através de uma rede que interliga unidades básicas de saúde e o Hospital das Clínicas da UFMG, contemplando sistemas de segunda opinião médica, prontuário eletrônico, teleradiologia, teledermatologia, transmissão de eletrocardiograma e educação continuada em serviço.

Projeto de Reestruturação da Assistência Farmacêuti ca no SUS-BH

Este projeto visa apontar as diretrizes para a reestruturação da assistência

farmacêutica na rede pública de saúde do município, buscando a otimização dos

recursos disponíveis com a garantia de acesso qualificado através de:

− Nova proposta de regulação do acesso dos diversos públicos que buscam a assistência farmacêutica

− Diagnóstico e possibilidades do modelo atual de organização dos pontos de distribuição / dispensação

− Revisão da lista básica de medicamentos

− Definição da lista de medicamentos estratégicos que serão alvo da gestão financeira específica para manutenção de abastecimento regular

− Revisão das normas de funcionamento das farmácias

O Projeto de Reestruturação da Assistência Farmacêutica do SUS-BH tem como os

seus principais objetivos:

− Implantar política de medicamentos estratégicos como forma de garantia de abastecimento regular

− Implantar programa permanente de capacitação de RH das farmácias locais visando a qualificação da assistência.

− Redefinir a estratégia de apoio das referências técnicas às farmácias locais.

− Implantar instrumentos de regulação na assistência farmacêutica.

− Implantar estratégia de racionalização do atendimento através da dispensação adequada

− Demonstrar a viabilidade de sustentação do modelo atual à médio e longo prazo

154

Dessa maneira, cumprindo metas específicas que permitirão verdadeira prestação

de assistência farmacêutica a usuárias e usuários do SUS-BH e o estabelecimento

de relações estabilizadas entre os atores internos e externos, como aqueles do

poder judiciário e do Ministério Público, o projeto propiciará um modelo de

organização do serviço sustentável à médio e longo prazo, a implantação de

estratégias de regulação e melhoria do acesso com qualidade na assistência.

Projeto de Controle da Leishmaniose Visceral

Projeto reelaborado em fevereiro de 2005, conta com a participação de diversos

setores da SMSA (Gabinete, Assistência, Epidemiologia, Gestão do Trabalho e

Comunicação). Tem como objetivo desenvolver ação estratégica para o controle da

Leishmaniose Visceral, desde a promoção até a recuperação do paciente, passando

pela intervenção no maio ambiente. O projeto conta com elementos essenciais de

capitação da rede de saúde municipal, além do apoio fundamental da Vigilância

Sanitária no exercício do “Poder de Polícia”, compreendendo a função do estado em

regular a atividade individual na defesa da coletividade.

Projeto de Construção do Centro de Controle de Zoon oses

Implantação de estruturas modernas para o controle de zoonoses, possibilitando a

adoção de práticas que respeitem o direito dos animais no convívio com o homem. A

implantação de políticas que reconheçam e valorizem a vida animal, sem perder de

vista a responsabilidade do Estado no controle da zoonoses, é tema de defesa

nacional e prioridade da SMSA/SUS-BH. As novas instalações permitirão ampiar o

programa de posse responsável dos animais, iniciativa já desenvolvida pela atual

gestão do CCZ.

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11. Considerações finais

A elaboração do PMS-BH 2005-2008 transcorreu num processo democrático de

discussão pretendido desde o seu início. As gerências de nível I da SMSA/SUS-BH,

particularmente, tiveram a necessária oportunidade de apresentar as devidas

considerações, com as correções e retificações de conteúdo e forma, que porventura

se apresentaram nas diversas versões iniciais elaboradas.

Provavelmente, o processo final e mais importante de debate do PMS-BH 2005-2008

que acontecerá no CMS-BH, nos trará à luz novos aprimoramentos, conformando

um texto final, contendo as perspectivas para a gestão do SUS-BH na cidade.

O acompanhamento do PMS-BH 2005-2008 se dará, na gestão, através do

monitoramento intensivo de um rol de indicadores destacados pelo Colegiado Gestor

da SMSA/SUS-BH, que sintetizam atividades específicas e dão conta do

desenvolvimento geral do plano.

Num sentido mais geral e abrangente, um programa informatizado foi desenvolvido

pela PRODABEL e será implantado para o monitoramento total do PMS-BH 2005-

2008. Neste sentido, está incluído nesse programa um “semáforo” que alertará o

padrão de cumprimento das metas e indicadores do plano, permitindo que cada

gerência atue diretamente na sua planilha operativa, buscando a correção de ações

específicas.

Os relatórios de gestão, que pretendemos apresentá-los semestralmente, darão

visibilidade pública ao conjunto das metas e indicadores apresentados, podendo,

evidentemente, no transcurso de todo o período de gestão do plano acontecerem

debates e discussões específicas, visando esclarecimentos e informações

pertinentes, como de costume, quando o CMS-BH propõe atualizações

rotineiramente à gestão do SUS-BH.

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12. Bibliografia

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