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Plano Municipal de Gestão

Integrada de Resíduos Sólidos

Crateús (CE)

Esquemas para Implementação do

Plano de Ação Estratégica

(Volume 2)

Preparado por

Secretaria Municipal de Meio Ambiente

e

Instituto Venturi Para Estudos Ambientais

Com a colaboração das Secretarias de Agricultura, Desenvolvimento

Econômico e Empreendedorismo, Educação, Infraestrutura, Saúde e da

Associação de Catadores - Recicratiú.

Crateús (CE), Novembro 2014

Equipe Técnica:

PREFEITURA MUNICIPAL DE CRATEÚS

AGRICULTURA

Francisco Carlos Soares de Almeida

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E EMPREENDEDORISMO

José Lourenço Martins Torres

Teobaldo Barbosa Marques Neto

INFRAESTRUTURA

João Luis leitão Rodrigues

Francisco Pereira da Silveira

Francisco George do Nascimento Pinho

MEIO AMBIENTE

Wanderley Marques de Sousa

Márcia Cristina Sabóia de Andrade

Lindinalva Oliveira da Cunha

Rociania Barreto Cavalcante

SAÚDE

Juracir Bezerra Pinho

INSTITUTO VENTURI PARA ESTUDOS AMBIENTAIS

Arlinda Cézar – Bióloga, especialista em Planejamento

Ambiental

Cláudio Strüssmann – Arquiteto e Urbanista

Ditmar Hirtenkauf – Engenheiro Eletricista, especialista em

Eficiência Energética

Eduardo Torres – Engenheiro Químico

Fabíola Silvério – Química e Gestora Ambiental

Naná Medina – Pedagoga e Educadora Ambiental

Sérgio Pessoa Ribeiro – Advogado e Jornalista

PREFEITO DO MUNICÍPIO DE CRATEÚS

Antonio Mauro Rodrigues Soares

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE

Wanderley Marques de Souza

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO _____________________________________________________ 8

2. CARACTERÍSTICAS DOS ESQUEMAS PROPOSTOS _________________________ 9

3. PERFIL DOS ESQUEMAS PROPOSTOS _________________________________ 22

4. ESQUEMAS PROPOSTOS ___________________________________________ 25

4.1. Geração, coleta e transporte ________________________________________ 25

4.1.1. Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos.____________________ 25

4.1.2. Desenvolvimento de políticas locais para segregação e coleta _____________________ 31

4.1.3. Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência na Gestão de Resíduos 37

4.1.4. Fornecimento de Sacos para Segregação de Resíduos Orgânicos ___________________ 42

4.1.5. Construção/Provisionamento de Pontos de Coleta ______________________________ 46

4.1.6. Adaptação dos sistemas de coleta primária ____________________________________ 49

4.1.7. Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos ___________________________ 53

4.1.8. Criação de um Centro de Treinamento Avançado _______________________________ 62

4.1.9. SEMAM nos bairros _______________________________________________________ 66

4.2. Triagem, Tratamento e Disposição ____________________________________ 69

4.2.1. Aquisição de Compactador embolsador auto-propelido - Coleta Secundária ________ 69

4.2.2. Polo de Valoração de Resíduos (PVR) ________________________________________ 74

4.2.3. Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos _____________________ 90

4.2.4. Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de biogás ________________ 96

4.2.5. Estabelecer uma unidade Reciclagem de eletroeletrônicos _____________________ 100

4.2.6. Fábrica de Vassouras ____________________________________________________ 107

4.2.7. Atelier de confecção de papel reciclado _____________________________________ 110

4.2.8. Estudo para construção de um aterro sanitário consorciado ____________________ 112

4.2.9. Coleta de Gorduras e Óleos Residuais - OGR _________________________________ 122

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _____________________________________ 125

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Evolução do processo de elaboração dos Esquemas – O processo

conceitual. ...................................................................................................................... 8

Figura 2: Agrupamento de Esquemas gerados no Plano de Ação do PMGIRS. . 9

Figura 3: Distribuição dos Esquemas conforme fluxos de resíduos.. ..................... 23

Figura 4: fluxo de atividades e informações da célula-Inventário.. ..................... 30

Figura 5: Exemplo de modelos de veículos de coleta.. ......................................... 51

Figura 6: Exemplo de Planta de compactação e embolsamento.. .................... 71

Figura 7: Modelo de veículo compactador-embolsador.. .................................... 72

Figura 8: Aterro em sacos impermeáveis.. ............................................................... 72

Figura 9: Modelo de compactador embolsador - auto-propelido ...................... 72

Figura 10: Modelo de compactador embolsador - rebocável. ........................... 73

Figura 11: Modelo de layout do PVR......................................................................... 77

Figura 12: Localização da área para implantação do PVR.. ............................... 78

Figura 13: Localização do Centro de Triagem Recicratiú.. ................................... 79

Figura 14: Modelos dos coletores disponibilizados nas escolas.. .......................... 83

Figura 15: Adaptação dos veículos de transporte escolar para a coleta dos

resíduos. ......................................................................................................................... 84

Figura 16: Fluxo de oportunidades da rede de comercialização de resíduos.. . 85

Figura 17: Fluxograma da rede de comercialização de resíduos.. ...................... 87

Figura 18: Mesa para desmontagem com ferramentas pneumáticas..............104

Figura 19: Corte da seção de um aterro sanitário. ............................................... 116

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Metas e objetivos para o PMGIRS. ....................................................... 10

Quadro 2 – Relação entre metas, objetivos e os Esquemas identificados para

Plano de Ação do PMGIRS. ........................................................................................ 11

Quadro 3 – Cronograma para a coleta e análise de dados e relatórios ........... 27

Quadro 4 – Cronograma das atividades de elaboração do arcabouço

político. .......................................................................................................................... 33

Quadro 5 – Cronograma das atividades de elaboração do Kit de

sensibilização. ............................................................................................................... 39

Quadro 6 – Cronograma do fornecimento de sacos e avaliação do impacto.

........................................................................................................................................ 43

Quadro 7 – Cronograma das atividades inerentes à construção dos pontos de

coleta............................................................................................................................. 47

Quadro 8 – Cronograma de atividades para formação das Comunidades

Educadoras como Incubadora de Projetos Integradores de Resíduos Sólidos. 56

Quadro 9 – Cronograma de atividades para a implementação e

operacionalização do Centro de Treinamento Avançado. ................................ 64

Quadro 10 – Cronograma de atividades do Programa SMAM nos bairros. ....... 67

Quadro 11 – Cronograma de atividades para aquisição do veículo

compactador-embolsador. ....................................................................................... 70

Quadro 12 – Cronograma de atividades para implantação do PVR. ................ 80

Quadro 13 – Cronograma de atividades para o estudo de tecnologias........... 99

Quadro 14 – Cronograma de atividades para Implantação da unidade de

desmontagem e classificação. ............................................................................... 105

Quadro 15 – Cronograma de atividades para pleno funcionamento da

fábrica. ........................................................................................................................ 108

Quadro 16 – Cronograma de atividades para pleno funcionamento do atelier.

...................................................................................................................................... 111

Quadro 17 – Cronograma das atividades do estudo para a implantação do

aterro sanitário............................................................................................................ 115

Quadro 18 – Cronograma de atividades para implantação da coleta e

beneficiamento do óleo de cozinha. ..................................................................... 123

LISTA DE SIGLAS

EA – Educação Ambiental

GIRS – Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

PMC – Prefeitura Municipal de Crateús

PMGIRS – Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

PVR – Polo de Valoração de Resíduos

SEMAM – Secretaria Municipal de Meio Ambiente

SIG – Sistema de Informações Geográficas

RCC – Resíduos da Construção Civil

RS – Resíduos Sólidos

RSS – Resíduos de Serviços de Saúde

8

1. INTRODUÇÃO

Os Esquemas de Projetos para Crateús são o resultado do

processo de planejamento estratégico delineado no Plano de Ação

Estratégica - Volume I. Os Esquemas para o Plano de Ação visam

projetos / questões programáticas para chegar a uma intervenção que

considera aspectos de execução financeira, bem como institucionais.

Os Esquemas representam um desenho técnico para a Prefeitura

Municipal de Crateús (PMC) colocar o PMGIRS em ação.

Tais esquemas foram gerados através de um processo de

trabalho em grupo e estão classificados usando via abordagens

adequadas às correspondentes etapas de manejo dos resíduos sólidos.

Este processo foi guiado pela visão e missão da gestão pública do

município e foi, ainda, canalizado através de metas e objetivos

destinados a preencher as lacunas identificadas nas análises da

situação atual do município. O Quadro 2 faz a correlação entre os

Esquemas com as metas e objetivos. A Figura 1 apresenta seu "processo

de evolução".

Figura 1: Evolução do processo de elaboração dos Esquemas – O processo conceitual.

Fonte: elaborado pelos autores

9

Como já mencionado, a abordagem conforme as etapas de manejo

dos resíduos foi seguida, agrupando-as em duas partes, de modo a

proporcionar um foco para os Esquemas. A parte 1 abrange os

Esquemas para ações estratégicas sobre segregação na origem, a

coleta e transporte. A parte 2 abrange Esquemas de ações estratégicas

na triagem para recuperação e tratamento de materiais e disposição

ambientalmente adequada, conforme é mostrado na Figura 2.

Figura 2: Agrupamento de Esquemas gerados no Plano de Ação do PMGIRS.

Fonte: elaborado pelos autores

2. CARACTERÍSTICAS DOS ESQUEMAS PROPOSTOS

Os Esquemas para o Plano Estratégico de Ação foram gerados

para apoiar as metas e objetivos (veja Quadro 1)

4.2.1 Aquisição de Compactador

embolsador auto-propelido - Coleta

Secundária

4.2.2 Polo de Valoração de

Resíduos (PVR)

4.2.3 Projetos-pilotos para

Reciclagem e reuso de Resíduos

4.2.4 Estudo de viabilidade para

unidades de compostagem e de

biogás

4.2.5 Estabelecer uma unidade

Reciclagem de eletroeletrônicos

4.2.6 Fábrica de Vassouras

4.2.7 Atelier de confecção de papel

reciclado

4.2.8 Estudo para construção de um

aterro sanitário consorciado

4.2.9-Coleta de óleos e gorduras

residuais (OGR)

4.1.1 Estabelecimento de uma célula-

inventário de resíduos sólidos

4.1.2 Desenvolvimento de políticas

locais para segregação e coleta

4.1.3 Desenvolvimento de

Ferramentas para aumentar a

consciência na Gestão de Resíduos

4.1.4 Fornecimento de Sacos para

Segregação de Resíduos Orgânicos

4.1.5 Adaptação dos sistemas de

coleta primária

4.1.6 Construção/Provisionamento de

Pontos de Coleta

4.1.7 Educação Ambiental para

Gestão de Resíduos Sólidos

4.1.8 Criar um Centro de Treinamento

Avançado

4.1.9 SEMAM nos bairros

10

Quadro 1 – Metas e objetivos para o PMGIRS.

Objetivo 1

Reduzir o risco

para a Saúde

Pública e para os

Ecossistemas

Objetivo 2

Garantir o

cumprimento da

legislação

relacionada com

a gestão dos

resíduos sólidos

Objetivo 3

Fortalecer a equipe

técnica da gestão

municipal, a fim de

atingir os objetivos

estabelecidos pelo

Plano

Objetivo 4

Apoiar o

desenvolvimento

econômico com

inclusão social

Objetivo 5

Educar e motivar

a comunidade

sobre resíduos

sólidos

Meta 1

Minimizar a

exposição

humana aos

resíduos sólidos

(M1O1)

Meta 2

Minimizar os

impactos nos

componentes

ambientais (ar,

água, solo, flora e

fauna) causados

pela disposição

inadequada dos

resíduos sólidos

(M201)

Meta 3

Minimizar a

quantidade de

resíduos sólidos

gerados,

transportados,

tratados e

disposto (M3O1)

Meta 4

Garantir o

cumprimento da

Lei Federal

12.305/2010

(Política Nacional

de Resíduos

Sólidos) (M4O2)

Meta 5

Garantir o

cumprimento da

Lei Federal 11.

445/2007 (Política

Nacional de

Saneamento

Básico)(M5O2)

Meta 6

Desenvolver a

capacidade

interna de recursos

humanos em

termos de

adequação e

competência

(M6O3)

Meta 7

Melhorar a

infraestrutura

Interna das

secretarias que

tratam diretamente

das questões dos

resíduos sólidos,

licenciamento

ambiental e

fiscalização (M7O3)

Meta 8

Realizar as

operações de

gerenciamento de

resíduos sólidos de

maneira

Meta 9

Estabelecer

parcerias

sinérgicas com

as partes

interessadas

(M9O4)

Meta 12

Estabelecer

treinamento

permanente

para

capacitação de

organização de

catadores

(M12O4)

Meta 10

Formar

multiplicadores

em Educação

Ambiental, formal

e não formal

(M10O5)

Meta 11

Desenvolver uma

unidade didática

em Educação

Ambiental no

currículo das

escolas públicas e

privadas (M11O5)

11

transparente,

responsável,

eficiente e

sustentável (M8O3)

Fonte: elaborado pelos autores.

O Quadro 2 fornece a listagem dos vários esquemas e suas

ligações com as metas e os objetivos.

Quadro 2 – Relação entre metas, objetivos e os Esquemas identificados para Plano de

Ação do PMGIRS.

Etapas Esquema

Tipo de

Ação

Meta

(qualitativa) Objetivo

4.1

Ge

raç

ão

, Co

leta

e Tra

nsp

orte

4.1.1 Estabelecimento

de uma célula-

inventário de resíduos

sólidos

Projeto Minimizar a

quantidade

resíduos

sólidos

gerados,

transportado

s, tratados e

dispostos

(M3);

Melhorar a

infraestrutura

Interna das

secretarias

que tratam

diretamente

das questões

dos resíduos

sólidos,

licenciament

o ambiental

e

fiscalização

(M7);

Realizar as

operações

de

gerenciame

nto de

resíduos

Reduzir o risco

para a Saúde

Pública e para

os

Ecossistemas

(O1);

Garantir o

cumprimento

da legislação

relacionada

com a gestão

dos resíduos

sólidos (O2);

Fortalecer a

equipe

técnica da

gestão

municipal, a

fim de atingir

os objetivos

estabelecidos

pelo Plano

(O3);

Apoiar o

desenvolvime

nto

econômico

com inclusão

12

sólidos de

maneira

transparente,

responsável,

eficiente e

sustentável

(M8).

social (O4);

Educar e

motivar a

comunidade

sobre resíduos

sólidos (O5).

4.1.2 Desenvolvimento

de políticas locais para

segregação e coleta

Regulamen

tos e

instrumento

s

(econômic

os) com

base no

mercado

Minimizar os

impactos nos

componente

s ambientais

(ar, água,

solo, flora e

fauna)

causados

pela

disposição

inadequada

dos resíduos

sólidos (M2);

Garantir o

cumpriment

o da Lei

Federal

12.305/2010

(Política

Nacional de

Resíduos

Sólidos)(M4);

Garantir o

cumpriment

o da Lei

Federal 11.

445/2007

(Política

Nacional de

Saneamento

Básico)(M5);

Melhorar a

infraestrutura

Interna das

secretarias

que tratam

diretamente

das questões

dos resíduos

sólidos,

licenciament

Reduzir o risco

para a Saúde

Pública e para

os

Ecossistemas

(O1);

Garantir o

cumprimento

da legislação

relacionada

com a gestão

dos resíduos

sólidos (O2).

13

o ambiental

e

fiscalização

(M7).

4.1.3 Desenvolvimento

de Ferramentas para

aumentar a

consciência na Gestão

de Resíduos

Projeto Minimizar a

exposição

humana aos

resíduos

sólidos(M1);

Minimizar os

impactos nos

componente

s ambientais

(ar, água,

solo, flora e

fauna)

causados

pela

disposição

inadequada

dos resíduos

sólidos (M2);

Minimizar a

quantidade

de resíduos

sólidos

gerados,

transportado

s, tratados e

dispostos

(M7).

Fortalecer a

equipe

técnica da

gestão

municipal, a

fim de atingir

os objetivos

estabelecidos

pelo Plano

(O3);

Educar e

motivar a

comunidade

sobre resíduos

sólidos (O5).

4.1.4 Fornecimento de

Sacos para Segregação

de Resíduos Orgânicos

Projeto Minimizar os

impactos nos

componente

s ambientais

(ar, água,

solo, flora e

fauna)

causados

pela

disposição

inadequada

dos resíduos

sólidos (M2);

Minimizar a

quantidade

de resíduos

Garantir o

cumprimento

da legislação

relacionada

com a gestão

dos resíduos

sólidos (O2);

Educar e

motivar a

comunidade

sobre resíduos

sólidos (O5).

14

sólidos

gerados,

transportado

s, tratados e

dispostos

(M7);

Realizar as

operações

de

gerenciame

nto de

resíduos

sólidos de

maneira

transparente,

responsável,

eficiente e

sustentável

(M8).

4.1.5 Adaptação dos

sistemas de coleta

primária

Projeto Minimizar a

exposição

humana aos

resíduos

sólidos (M1);

Minimizar os

impactos nos

componente

s ambientais

(ar, água,

solo, flora e

fauna)

causados

pela

disposição

inadequada

dos resíduos

sólidos (M2).

Reduzir o risco

para a Saúde

Pública e

Ecossistemas

(O1);

Garantir o

cumprimento

da legislação

relacionada

com a gestão

dos resíduos

sólidos (O2).

4.1.6

Construção/Provisiona

mento de Pontos de

Coleta

Projeto Minimizar a

exposição

humana aos

resíduos

sólidos (M1);

Minimizar os

impactos nos

componente

s ambientais

Reduzir o risco

para a Saúde

Pública e

Ecossistemas

(O1);

Educar e

motivar a

comunidade

sobre resíduos

15

(ar, água,

solo, flora e

fauna)

causados

pela

disposição

inadequada

dos resíduos

sólidos (M2);

Realizar as

operações

de

gerenciame

nto de

residuos

sólidos de

maneira

transparente,

responsável,

eficiente e

sustentável

(M8).

sólidos (O5).

4.1.7 Educação

Ambiental para Gestão

de Resíduos Sólidos

Arranjo

Institucional Minimizar a

quantidade

de resíduos

sólidos

gerados,

transportado

s, tratados e

dispostos

(M3);

Desenvolver

a

capacidade

interna de

recursos

humanos em

termos de

adequação

e

competênci

a (M6);

Formar

multiplicador

es em

Educação

Ambiental,

formal e não

Reduzir o risco

para a Saúde

Pública e para

os

Ecossistemas

(O1);

Fortalecer a

equipe

técnica da

gestão

municipal, a

fim de atingir

os objetivos

estabelecidos

pelo Plano

(O3);

Apoiar o

desenvolvime

nto

econômico

com inclusão

social (O4);

Educar e

motivar a

comunidade

16

formal (M10);

Desenvolver

uma

unidade

didática em

Educação

Ambiental

no currículo

das escolas

públicas e

privadas

(M11).

sobre resíduos

sólidos (O5).

4.1.8 Criar um Centro de

Treinamento Avançado

Projeto Formar

multiplicador

es em

Educação

Ambiental,

formal e não

formal (M10);

Desenvolver

uma

unidade

didática em

Educação

Ambiental

no currículo

das escolas

públicas e

privadas

(M11);

Estabelecer

treinamento

permanente

para

capacitaçã

o de

organizaçõe

s de

catadores

(M12).

Fortalecer a

equipe

técnica da

gestão

municipal, a

fim de atingir

os objetivos

estabelecidos

pelo Plano

(O3);

Apoiar o

desenvolvime

nto

econômico

com inclusão

social (O4).

4.1.9 SEMAM nos bairros Programa Minimizar a

exposição

humana aos

resíduos

sólidos (M1);

Minimizar os

Educar e

motivar a

comunidade

sobre resíduos

sólidos (O5).

17

impactos nos

componente

s ambientais

(ar, água,

solo, flora e

fauna)

causados

pela

disposição

inadequada

dos resíduos

sólidos (M2);

Minimizar a

quantidade

de resíduos

sólidos

gerados,

transportado

s, tratados e

dispostos

(M3).

4.2

Triag

em

, Trata

me

nto

e D

ispo

siçã

o

4.2.1 Aquisição de

Compactador

embolsador auto-

propelido - Coleta

Secundária

Projeto Minimizar a

exposição

humana aos

resíduos

sólidos (M1);

Minimizar os

impactos nos

componente

s ambientais

(ar, água,

solo, flora e

fauna)

causados

pela

disposição

inadequada

dos resíduos

sólidos (M2);

Garantir o

cumpriment

o da Lei

Federal

12.305/2010

(Política

Nacional de

Resíduos

Sólidos) (M4);

Reduzir o risco

para a Saúde

Pública e para

os

Ecossistemas

(O1);

Garantir o

cumprimento

da legislação

relacionada

com a gestão

dos resíduos

sólidos (O2).

18

Garantir o

cumpriment

o da Lei

Federal 11.

445/2007

(Política

Nacional de

Saneamento

Básico(M5).

4.2.2 Polo de Valoração

de Resíduos (PVR)

Projeto Melhorar a

infraestrutura

Interna das

secretarias

que tratam

diretamente

das questões

dos resíduos

sólidos,

licenciament

o ambiental

e

fiscalização

(M7);

Estabelecer

parcerias

sinérgicas

com as

partes

interessadas

(M9);

Estabelecer

treinamento

permanente

para

capacitaçã

o de

organizaçõe

s de

catadores

(M12).

Reduzir o risco

para a Saúde

Pública e

Ecossistemas

(O1);

Apoiar o

desenvolvime

nto

econômico

com inclusão

social (O4).

4.2.3 Projetos-pilotosss

para reciclagem e

reuso de resíduos

Projeto Garantir o

cumpriment

o da Lei

Federal

12.305/2010

(Política

Nacional de

Apoiar o

desenvolvime

nto

econômico

com inclusão

social (O4).

19

Resíduos

Sólidos) (M4);

Realizar as

operações

de

gerenciame

nto de

resíduos

sólidos de

maneira

transparente,

responsável,

eficiente e

sustentável

(M8);

Estabelecer

parcerias

sinérgicas

com as

partes

interessadas

(M9).

4.2.4 Estudo de

viabilidade para

unidades de

compostagem e de

biogás

Projeto Garantir o

cumpriment

o da Lei

Federal

12.305/2010

(Política

Nacional de

Resíduos

Sólidos) (M4);

Realizar as

operações

de

gerenciame

nto de

resíduos

sólidos de

maneira

transparente,

responsável,

eficiente e

sustentável

(M8);

Estabelecer

parcerias

sinérgicas

Reduzir o risco

para a Saúde

Pública e

Ecossistemas

(O1);

Apoiar o

desenvolvime

nto

econômico

com inclusão

social (O4).

20

com as

partes

interessadas

(M9).

4.2.5 Estabelecer uma

unidade Reciclagem

de eletroeletrônicos

Projeto Garantir o

cumpriment

o da Lei

Federal

12.305/2010

(Política

Nacional de

Resíduos

Sólidos) (M4);

Realizar as

operações

de

gerenciame

nto de

resíduos

sólidos de

maneira

transparente,

responsável,

eficiente e

sustentável

(M8);

Estabelecer

parcerias

sinérgicas

com as

partes

interessadas

(M9).

Reduzir o risco

para a Saúde

Pública e

Ecossistemas

(O1);

Apoiar o

desenvolvime

nto

econômico

com inclusão

social (O4).

4.2.6 Fábrica de

Vassouras

Projeto Garantir o

cumpriment

o da Lei

Federal

12.305/2010

(Política

Nacional de

Resíduos

Sólidos) (M4);

Realizar as

operações

de

gerenciame

nto de

Apoiar o

desenvolvime

nto

econômico

com inclusão

social (O4).

21

resíduos

sólidos de

maneira

transparente,

responsável,

eficiente e

sustentável

(M8);

Estabelecer

parcerias

sinérgicas

com as

partes

interessadas

(M9).

4.2.7 Atelier de

confecção de papel

reciclado

Projeto Garantir o

cumpriment

o da Lei

Federal

12.305/2010

(Política

Nacional de

Resíduos

Sólidos) (M4);

Realizar as

operações

de

gerenciame

nto de

resíduos

sólidos de

maneira

transparente,

responsável,

eficiente e

sustentável

(M8);

Estabelecer

parcerias

sinérgicas

com as

partes

interessadas

(M9).

Apoiar o

desenvolvime

nto

econômico

com inclusão

social (O4).

4.2.8 Estudo para

construção de um

aterro sanitário

consorciado

Projeto Garantir o

cumpriment

o da Lei

Reduzir o risco

para a Saúde

Pública e para

22

Federal

12.305/2010

(Política

Nacional de

Resíduos

Sólidos) (M4);

Garantir o

cumpriment

o da Lei

Federal 11.

445/2007

(Política

Nacional de

Saneamento

Básico) (M5).

os

Ecossistemas

(O1);

Garantir o

cumprimento

da legislação

relacionada

com a gestão

dos resíduos

sólidos (O2).

4.2.9 Coleta de óleos e

gorduras residuais -

OGR

Programa Garantir o

cumpriment

o da Lei

Federal

12.305/2010

(Política

Nacional de

Resíduos

Sólidos) (M4);

Garantir o

cumpriment

o da Lei

Federal 11.

445/2007

(Política

Nacional de

Saneamento

Básico) (M5).

Reduzir o risco

para a Saúde

Pública e para

os

Ecossistemas

(O1);

Garantir o

cumprimento

da legislação

relacionada

com a gestão

dos resíduos

sólidos (O2).

Fonte: elaborado pelos autores.

3. PERFIL DOS ESQUEMAS PROPOSTOS

Os esquemas propostos abrangem a totalidade do fluxo de

resíduos, ou seja, desde sua geração à disposição. Alguns dos

Esquemas abordam o fluxo de resíduos específicos, enquanto que

outros são aplicáveis a todos os fluxos de resíduos, conforme mostra a

23

Figura 3. No entanto, tais Esquemas são interligados sistemicamente a

outros, conforme sua implementação.

Figura 3: Distribuição dos Esquemas conforme fluxos de resíduos.

Fonte: elaborado pelos autores.

O primeiro Esquema trata do estabelecimento de uma célula de

inventário para monitorar continuamente os níveis de produção de

resíduos e sua composição. Será muito útil para aprimorar o banco de

dados de resíduos, com sua consequente confiabilidade, bem assim

como ferramenta para monitorar a eficácia e eficiência das ações

estratégicas abrangidas pelo Plano GIRS.

O segundo Esquema abrange o desenvolvimento de um conjunto

de políticas locais para motivar os geradores de resíduos a segregar os

resíduos na fonte e, ainda, simplificar o sistema de coleta primária.

O terceiro Esquema trata de ferramentas que visam o aumento

da consciência do público com relação à separação na fonte e ao

sistema de coleta primária, buscando maximizar a recuperação de

materiais/recursos e, ainda, a redução dos impactos ambientais e de

saúde pública relacionados aos resíduos nos bairros.

O quarto Esquema visa prover os moradores com sacos para

separação dos resíduos orgânicos na fonte. Tendo em vista, os desafios

para a transição da disposição de resíduos misturados para a de

totalidade do fluxode resíduos

fluxo de resíduosespecíficos

12

6

24

resíduos segregados, estes quatro Esquemas devem ser implementados

simultaneamente.

O quinto Esquema visa disponibilizar pontos de coleta adequados

para moradores e pequenos comércios, que, por um lado, torna mais

fácil para as famílias o correto descarte de seus resíduos, e, por outro

lado, torna mais eficiente o trabalho dos agentes de limpeza pública no

correto recolhimento e remoção dos resíduos.

Já o sexto Esquema oferece suporte às pequenas empresas,

cooperativas e trabalhadores individuais que prestam serviço de coleta

de resíduos primária. Enquanto que o sétimo Esquema propõe Integrar

as ações de Educação Ambiental e Plano Municipal de Educação nas

diversas iniciativas da administração vinculadas ao Plano Municipal de

Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.

O oitavo Esquema objetiva a capacitação técnica continuada

na área de resíduos sólidos e é de extrema importância para o bom

desempenho dos servidores que trabalham em funções relacionadas à

gestão de resíduos sólidos, licenciamento e educação ambiental.

O nono Esquema é um programa que objetiva levar informação

aos moradores do município sobre temáticas ambientais que tratem de

questões específicas de cada bairro e distrito, através de visitas

programadas pela Secretaria de Meio Ambiente do município.

Os nove Esquemas relacionados à Triagem, Tratamento e

Disposição, tratam da infraestrutura necessária para estimular e

incentivar a criação de um mercado de reciclagem na região de

Crateús, bem como da geração de emprego e renda advindos de

unidades de transformação de alguns resíduos específicos, com maior

valor agregado no mercado. Ainda, apontam soluções para a

destinação ambientalmente adequada dos rejeitos.

25

4. ESQUEMAS PROPOSTOS

Uma descrição detalhada de cada esquema é apresentada

abaixo, sendo dividida em introdução, objetivo, descrição,

implementação, agência líder e apoio, local, orçamento e

cronograma. As seções sobre descrição e implementação vão

explicadas em detalhe. Também foram listadas, para cada Esquema,

interligações com os demais, como forma de proporcionar uma

perspectiva integrada.

4.1. Geração, coleta e transporte

4.1.1. Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos

sólidos.

Introdução

A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos pode ser

entendida como a maneira de “conceber, implementar

e administrar sistemas de manejo de resíduos sólidos

urbanos, considerando uma ampla participação dos

setores da sociedade e tendo como perspectiva o

desenvolvimento sustentável”.1

Gestão integrada de resíduos sólidos – GIRS aborda todos os tipos de

resíduos sólidos, de todos os setores, dentro de um limite geográfico ou

administrativo. Diferentemente da mera gestão de resíduos, que busca

dar sua correta destinação, a gestão integrada busca “...articular

ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que

uma administração municipal desenvolve, apoiada em critérios

sanitários, ambientais e econômicos, para coletar, tratar e dispor o lixo

de uma cidade, ou seja: é acompanhar de forma criteriosa todo o ciclo

1 . MESQUITA JÚNIOR, José Maria. Coord. SEGALA,Karin. Gestão integrada de resíduos sólidos. –

Rio de Janeiro: IBAM, 2007. < http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/01-

girs_mdl_1.pdf> acesso em outubro,2014.

26

dos resíduos, da geração à disposição final (...) empregando as

técnicas e tecnologias mais compatíveis com a realidade local.”2 Assim,

GIRS é um processo dinâmico para uma gestão dos resíduos eficaz e

eficiente, com base na abordagem 3R. Daí, vários serviços, desde a

coleta à eliminação, incluindo recuperação de materiais e de recursos,

são projetados para incorporar as alterações nos fluxos de resíduos,

devido à urbanização e ao crescimento econômico com alterações

conexas no setor da produção e estilos de vida urbanos. Portanto, é

vital coletar continuamente os dados sobre as quantidades e

composição de resíduos. Para manter o controle de dados relativos aos

resíduos, uma célula-inventário de resíduos deverá ser estabelecida

dentro do governo de Crateús.

Proposta

A célula-inventário de resíduos de Crateús irá atualizar um banco de

dados de resíduos periodicamente, como forma de identificar

mudanças na quantidade e composição dos resíduos em relação ao

tempo, estações do ano, setores, crescimento industrial e econômico e,

também, o movimento transfronteiriço de resíduos. Serão feitas

atualizações regulares junto à SEMAM e outras secretarias, bem como

instituições relevantes no Município com vistas ao aprimoramento das

políticas e serviços relacionados a resíduos, para seu gerenciamento

eficaz .

Objetivos

O Esquema foi desenvolvido visando os seguintes objetivos:

Manter banco de dados com as quantidades de resíduos e sua

composição para todos os setores de geração de resíduos

2 . SCHALCH, Valdir et alii. Gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. Escola de Engenharia de

S. Carlos, USP. S. Carlos, SP. Out, 2002.

<http://www.deecc.ufc.br/Download/Gestao_de_Residuos_Solidos_PGTGA/Apostila_Gestao_e_

Gerenciamento_de_RS_Schalch_et_al.pdf> acesso em out, 2014.

27

(comercial, industrial, residencial instalações de saúde e

laboratórios, construção e demolição, estações de tratamento de

águas residuais e agricultura urbana)

Para desenvolver e manter "fatores de geração de resíduos" para

os setores acima mencionados

Auxiliar o município no monitoramento da geração de resíduos.

Auxiliar o município nas modificações apropriadas nas políticas e

serviços para a gestão eficaz e eficiente dos resíduos sólidos com

o máximo de recuperação de materiais e de recursos.

Tipo: Fortalecimento Institucional (arranjo institucional)

Agência Líder: Governo Municipal de Crateús

Agência Suporte: Serviços de uma instituição como uma universidade

ou grupo de consultoria.Podem ser contratados para a coleta e análise

de dados sobre os resíduos.

Localização (sugerida): Instalações do Governo Municipal de Crateús.

Orçamento (Estimado): Despesas internas com um funcionário do

escritório da prefeitura de Crateús e despesas externas com a coleta e

análise de dados alocados pela prefeitura: RS50.000 por ano.

Cronograma (Estimado): 12 meses (tempo estimado para obter a

aprovação dentro do governo da criação da célula e das dotações

orçamentárias.

Quadro 3 – Cronograma para a coleta e análise de dados e relatórios

Atividade Jan-

Fev

Mar-

Abr

Mai-

Jun

Jul-

Ago

Set-

Out

Nov-

Dez

Coleta & análise de

amostras para resíduos

residenciais e comerciais.

XX XX

28

Coleta & análise de

amostras para resíduos

industriais.

X

Coleta & análise de

amostras para resíduos

construção & demolição.

X

Coleta & análise de

amostras para resíduos de

serviço de saúde.

X

Coleta de dados de

fontes secundárias.

X X

Relatório de meados do

ano.

X

Relatório de final de ano. X

Fonte: elaborado pelos autores.

Descrição

O crescimento econômico afeta o ritmo da construção civil, do padrão

de vida e, como consequência, o consumo cresce. Tais fatores resultam

em aumento das taxas de geração de resíduos, bem como a

introdução de novos fluxos de resíduos, tais como o resíduo

eletroeletrônico.

É difícil prever com exatidão as quantidades de resíduos e a sua

composição neste cenário dinâmico. Assim, o PMGIRS, que foi

concebido para gerir os resíduos, requer uma visão ampla da geração,

transporte e disposição dos resíduos sólidos no município de Crateús,

para sua contínua e permanente atualização em termos de políticas e

serviços, no que diz respeito às quantidades e seus fluxos. Além disso, o

monitoramento contínuo através do banco de dados servirá para

avaliar a eficácia das políticas de redução de resíduos na fonte, bem

29

como para maximizar a separação na fonte. Também será útil para

estabelecer a relação exata entre a quantidade de resíduos, sua

composição e outras variáveis. Tal banco de dados servirá, ainda, de

apoio a projetos de valorização de resíduos e de recuperação de

materiais. A célula-inventário deverá ser utilizada como uma ferramenta

para a promoção do desenvolvimento socioeconômico local e

regional.

Implementação

Para o monitoramente da geração de resíduos e contínua atualização

do banco de dados, a célula-inventário de resíduos deverá ser criada

através de acordos internos. Isto envolve um sistema de processamento

de dados que se valerá de um programa desenvolvido por instituição

acadêmica participante, em conjunto com o setor da Prefeitura que

gerirá a célula, que poderá ser operado por uma única pessoa de nível

técnico. Contará com a assistência de uma instituição externa, como

uma universidade ou um grupo de consultoria para a coleta e análise

de dados. A célula-inventário gerará um relatório intercalar e um

relatório de final de ano. Os relatórios devem estar em conformidade

com os formatos utilizados para dados de resíduos para o

desenvolvimento do PMGIRS. As partes interessadas (secretarias

municipais e sociedade civil organizada)terão acesso limitado

mediante concessão de senhas controladas.

A implementação deste sistema deverá ser facilitada pelo Governo

Municipal através de mecanismos internos para configurar a equipe e

fornecer equipamentos de escritório. O orçamento deverá ser alocado

para atualizar o banco de dados por meio de sua coleta e análise,

também através de uma instituição externa. A célula deverá

estabelecer um canal de comunicação ativo dentro de todos os

departamentos relevantes para a provisão dos requisitos de dados para

execução e acompanhamento do PMGIRS.

30

A Figura 4 abaixo ilustra o fluxo de atividades e informações da célula-

Inventário.

Figura 4: fluxo de atividades e informações da célula-Inventário.

Fonte: elaborado pelos autores.

Benefícios

Os seguintes benefícios são esperados a partir deste Esquema:

Disponibilidade de banco de dados de resíduos (célula-

inventário) para uma melhor compreensão das quantidades e

composição dos seus fluxos.

Banco de dados contará com informes idôneos, por serem

atualizados e precisos.

Ferramenta para o acompanhamento da execução e impacto

da PMGIRS, especialmente para as políticas relativas à redução e

segregação de resíduos na fonte.

Informações confiáveis para eventual modificação ou

atualização e aprimoramento dos serviços de coleta, com vistas

à recuperação de materiais e de recursos, incluindo a estação de

transferência, tratamento biológico e instalações de tratamento

térmico.

Informações precisas e confiáveis para apoiar plataformas de

comercialização de resíduos.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Desenvolvimento de Políticas Locais sobre segregação e coleta

Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência

para gestão de resíduos

31

Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos

orgânicos

Adaptação dos sistemas de coleta primária

Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

Criação de um Centro de Treinamento Avançado

Polo de Valoração de Resíduos (PVR)

Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de

biogás

Estabelecer uma unidade reciclagem de eletroeletrônicos

Estudo para construção de um aterro sanitário consorciado

4.1.2. Desenvolvimento de políticas locais para segregação e

coleta

Introdução

Atualmente, menos de 2% dos resíduos das áreas residenciais e de

pequeno comércio são segregados na fonte. Com base em dados

primários levantados para o PMGIRS, infere-se que se os resíduos fossem

segregados na fonte em 4 categorias - orgânicos, perigosos, recicláveis

e outros – não haverá contaminação decorrente tanto da presença de

substâncias perigosas como da fração orgânica, assim, a maior parte

dos resíduos poderá ser recuperada. Aproximadamente 44 por cento

do resíduo residencial é caracterizado pelo desperdício de alimentos,

que poderá ser convertido em composto. A segregação de resíduos

alimentares, devidamente separados dos resíduos de outra natureza,

também aumentaria a quantidade de plástico reciclável, papel, vidro,

e assim por diante, em função de que os recicláveis não estariam sujos,

32

inaproveitáveis, devido à presença de resíduos de alimentos. Para a

segregação na fonte, torna-se necessária a adoção de algumas

políticas, mais determinadas medidas técnicas e voluntárias. O primeiro

passo para tanto, passa pelo desenvolvimento de um arcabouço de

política local, composta de disposições regulamentares e fiscais, em

apoio à segregação na fonte. Nesse passo, Crateús apresenta

vantagens por ter uma série de iniciativas e leis ambientais em apoio

das políticas públicas locais para a segregação de resíduos na fonte.

Além da segregação na fonte, a outra questão importante para o

manejo seguro e maximização da recuperação de materiais/recursos,

é a adaptação do sistema de coleta. Atualmente, a empresa privada

Master Engenharia tem a seu cargo a coleta, equipamentos e

transporte dos resíduos até o local (lixão) onde é feita a disposição final

dos resíduos misturados. O sistema de coleta primária não está

totalmente organizado, especialmente no que diz respeito aos veículos

de coleta geral e equipamentos para a coleta seletiva. Tal

inadequação permite a mistura dos sacos de lixo, mesmo que os

resíduos sejam segregados na fonte, tornando difícil a posterior

separação dos materiais para reciclagem/recuperação, por parte dos

associados no Galpão de Reciclagem. Para a melhoria da coleta

primária e transporte, as políticas locais deverão regular tais serviços,

especialmente o tipo, o tamanho e as operações dos pequenos

veículos utilizados para a coleta.

Proposta

A estrutura política local ajudará o Município de Crateús a atingir os seus

objetivos quanto à segregação na fonte e maximização da

recuperação de materiais e recursos, bem como minimizar a

contaminação dos resíduos e custos com transporte e

tratamento/disposição. Isto ajudará a agilizar o sistema de coleta

33

primária e melhorar a sua eficiência, além de reduzir o impacto

ambiental.

Objetivo

Desenvolver um arcabouço de política que consista em políticas

regulatórias e fiscais para maximizar a segregação na fonte e

simplificar o sistema de coleta primária.

Tipo: Regulamentos e instrumentos econômicos com base referencial no

mercado.

Agência Líder: Prefeitura Municipal.

Agência Suporte: Uma instituição/consultoria externa pode ser

contratada para identificar as políticas adequadas no que diz respeito

às condições locais.

Localização (sugerida): Governo Municipal de Crateús

Orçamento (estimado): R$20.000 para instituição externa/consultoria.

Cronograma (estimado): 12 meses

Quadro 4 – Cronograma das atividades de elaboração do arcabouço político.

Atividade Jan-Fev Mar-Abr Mai-Jun Jul-Ago Set-Out Nov-Dez

Coleta e análise de

políticas relevantes

(regulamentos e

instrumentos

baseado no

mercado) para

segregação na

fonte e coleta

primária.

Preparando primeiro

rascunho do

34

Arcabouço da

Política com respeito

às condições locais.

Comentários do

Governo Municipal.

Preparação do

rascunho Final.

Deliberações dentro

do governo.

Encaminhamento

para aprovação da

Câmara Municipal.

Aprovação.

Fonte: elaborado pelos autores.

Descrição

O arcabouço político local abrangerá as políticas, tanto regulatórias

como fiscais, para promover a segregação na fonte, e a simplificação

do sistema de coleta primária. A segregação na fonte ajudará a

alcançar as metas do PMGIRS.

Assim, os resíduos perigosos têm de ser completamente segregados na

fonte. Isto poderá ser conseguido através de regulamentos que podem

fazer com que todos sejam obrigados a separar e destinar resíduos

perigosos separadamente. Mais ainda, os regulamentos para a coleta

de resíduos perigosos devem prever mecanismos para assegurar que

estes foram removidos separadamente, sem possibilidade de misturar-

se com outros resíduos durante a coleta, transporte, tratamento e

disposição.

35

Para a segregação de resíduos orgânicos dos outros resíduos, uma

combinação de regulamentos e instrumentos de mercado serão

necessários para que sejam atingidas as metas definidas em 50 por

cento de segregação na fonte no curto prazo e, posteriormente, 100

por cento no longo prazo. São úteis instrumentos econômicos com base

no mercado, ou uma política baseada em incentivos e desincentivos.

Os habitantes dos bairros, através de comissões de moradores, na via

repressiva, podem ser multados por não segregar os resíduos na fonte,

ou na via premial, poderão receber incentivos sob a forma de redução

no valor das taxas de coleta de resíduos sólidos, desde que

devidamente segregados na fonte. Outra forma poderá ser a adoção

de incentivos na recuperação de resíduos de plástico, papel, vidro,

metais e assim por diante, na fonte.

Impõe-se a adoção de políticas, principalmente de regulamentação,

para agilizar a coleta de resíduos desde o ponto de geração até as

estações de transferência. Tais políticas devem estabelecer tamanho,

tipo e operações dos veículos de coleta, com vistas à redução do

impacto ambiental em termos de vazamentos, odor, ruído, poeira e

poluição do ar durante o transporte. As políticas também abordarão o

papel das equipes encarregadas da coleta para a manutenção e

limpeza adequada dos pontos de coleta.

Implementação

Governo de Crateús implementará e contratará os serviços de

instituição ou especialista para estruturar as políticas necessárias, em

conjunto com a equipe do governo local, cabendo à Administração o

seguimento do processo administrativo e legislativo adequados no

âmbito do governo.

Benefícios

Os seguintes benefícios são esperados a partir deste Esquema:

36

Disponibilidade de um quadro político adequado para criar um

ambiente favorável ao atingimento das metas estabelecidas

para a segregação de resíduos na fonte.

Valorização de materiais e recursos.

Minimização dos custos de transporte e tratamento / disposição já

que a quantidade de resíduos segregados na fonte é direcionada

para recuperação de materiais/recursos.

Disponibilidade de um cenário de políticas públicas adequadas à

simplificação do sistema de coleta primária.

Minimização do impacto ambiental originado no sistema de

coleta primária.

Bairros limpos e saudáveis.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos

Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência

para Gestão de Resíduos

Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos

orgânicos

Adaptação dos sistemas de coleta primária

Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta

Educação Ambiental orientada para a Gestão de Resíduos

Sólidos

Criação de um Centro de Treinamento Avançado

Capilarização da SEMAM pelos bairros

Aquisição de Compactador embolsador auto-propelido - Coleta

Secundária

Implantação de um Polo de Valoração de Resíduos (PVR)

Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de

biogás

Estabelecer uma unidade Reciclagem de eletroeletrônicos

Fábrica de vassouras

Atelier de confecção de papel reciclado

Estudo para construção de um aterro sanitário consorciado

37

Coleta de óleos e gorduras residuais (OGR)

4.1.3. Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a

consciência na Gestão de Resíduos

Introdução

A gestão integrada de resíduos sólidos é um conceito relativamente

novo. Convencionalmente, os moradores eliminam seus resíduos, mas

não se importam sobre como os mesmos são gerenciados. Os

moradores percebem quando o sistema de coleta é ineficaz ou

quando existem falhas nas rotinas de limpeza pública. Por igual, sabem

que os resíduos remanescentes nos bairros criam riscos para a saúde

pública e ambiental. Por isso, a maioria dos moradores,

convencionalmente, se preocupa com um sistema de coleta

adequado. A maioria não está ciente da possibilidade da conversão

de resíduos recursos, nem dos custos e esforços necessários para

corretamente proceder à sua coleta, tratamento e eliminação. Não é

impossível que determinados segmentos da população não estejam

cientes da possibilidade de contaminação decorrente da da mistura

de resíduos perigosos com resíduos recicláveis não perigosos. Para

promover a segregação na fonte e para motivar os moradores a pagar

taxas de gestão de resíduos sólidos, mostra-se vital seu esclarecimento

sobre o porquê e como a segregação na fonte pode ser realizada em

todos os lares. Poderá ser útil para a conscientização e estímulo da

opinião pública a produção de um kit de ferramentas de sensibilização,

constituído por materiais de fácil utilização, que possibilite o

entendimento do processo de segregação de resíduos na fonte em três

categorias, enfatizando as vantagens da separação na fonte e as

38

vantagens da existência de um sistema de coleta adequado para a

manutenção/limpeza de pontos de coleta.

Proposta

As ferramentas de sensibilização desenvolvidas serão utilizadas em

reuniões públicas e treinamentos para a sensibilização da separação na

fonte e do sistema de coleta primária para maximizar a recuperação de

material/recursos, bem assim para reduzir os impactos ambientais e de

saúde pública relacionados aos resíduos nos bairros.

Objetivo

Aumentar a consciência dos moradores de Crateús em particular,

e outros geradores de resíduos (industriais, comerciais, instalações

de saúde, etc.) em geral.

Tipo: Cartazes, panfletos, capas de cadernos escolares, mochilas de

fibra PET e vídeo.

Agência Líder: Governo Municipal de Crateús.

Agência Suporte: Uma instituição externa (de preferência uma

universidade) pode ser contratada para desenvolver o Kit de

ferramentas de sensibilização, em estreita consulta com o Município

Crateús.

Localização (sugerida): Governo Municipal de Crateús.

Orçamento (estimado): R$30.000 para o desenvolvimento do Kit. A

impressão do material e as reuniões públicas exigirão um financiamento

separado, que poderá ser decidido pelo Município com base no

número e tipo de campanhas de sensibilização que o gestor público e

suas equipes desejam realizar. Para as capas de cadernos e mochilas

de fibra PET deverão ser buscadas parcerias com empresas

locais/regionais, como supermercados e indústrias de materiais

escolares.

39

Cronograma (estimado): 03 meses

Quadro 5 – Cronograma das atividades de elaboração do Kit de sensibilização.

Atividade Jan Fev Mar

Desenvolvimento de uma

identidade visual.

Desenvolvimento de folhetos,

cartazes, capas de cadernos

escolares e mochilas de fibra

PET.

Comentários do governo local.

Desenvolvimento do vídeo.

Comentários do governo local.

Apresentação das provas finais

dos folhetos, cartazes e

sacos/sacolas de fibra de PET.

Cópia final do vídeo.

Fonte: elaborado pelos autores.

Descrição

As ferramentas/kit de sensibilização constituem-se de panfletos,

cartazes, capas de cadernos escolares, mochilas de fibra PET e um

vídeo. São destinadas a difundir as mensagens sobre o porquê e como

realizar a segregação dos resíduos na fonte em três categorias, a saber,

o resto de alimentos, resíduos perigosos e outros resíduos. Elas também

são destinadas à difusão da mensagem sobre o sistema de coleta

adequado, incluindo a manutenção e limpeza dos pontos de coleta

apropriados.

40

A primeira parte irá introduzir ao público os benefícios da segregação

na fonte e manutenção dos pontos de coleta. O rol de benefícios para

a segregação na fonte incluirá a maximização da recuperação de

materiais/recursos, minimização de chances de contaminação de

resíduos segregando estes em perigosos e não perigosos e de

minimização dos custos de transporte e descarte dos resíduos, devido a

coleta seletiva dos resíduos valorizáveis/ recuperáveis. Os benefícios de

um sistema de coleta adequado incluem a minimização dos riscos

ambientais e de saúde pública, como as doenças associadas aos

resíduos em razão de sua presença nos bairros, odor e vetores como

ratos e insetos.

A segunda parte irá introduzir as formas de segregar os resíduos em três

categorias e de manutenção dos pontos de coleta. Isso pode incluir a

introdução de medidas a adotadas pelo governo local, como a

disponibilidade de sacos de plástico para o resto de alimentos. Isso

também irá familiarizar os moradores com as políticas e as medidas

técnicas por parte do governo local na promoção da separação na

fonte, tais como incentivos e desincentivos ao abrigo dos instrumentos

de mercado para a segregação de resíduos alimentares, regulamentos

para segregação de resíduos perigosos e plano de operação para a

coleta dos resíduos.

Implementação

O Município de Crateús, poderá contratar uma instituição externa para

desenvolver as ferramentas/kit de sensibilização. O Município

empreenderá campanhas de sensibilização "como e quando

requerida". Para as capas de cadernos e mochilas de fibra PET fará

parcerias com empresas locais/regionais, como supermercados e

indústrias de materiais escolares.

41

Benefícios

Os seguintes benefícios são esperados a partir deste Esquema:

Disponibilidade de ferramentas/kit de sensibilização para

utilização em campanhas públicas e workshops promovendo o

PMGIRS em geral e a segregação na fonte em particular;

Boa aplicação das políticas e medidas técnicas para promover a

segregação na fonte e racionalização do sistema de coleta

primária;

Segregação na fonte levando ao aumento da recuperação de

materiais/recursos;

Minimização da contaminação dos resíduos recicláveis e não

perigosos;

Minimização de gastos com transporte e tratamento/eliminação

de resíduos recicláveis.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos

orgânicos

Adaptação dos sistemas de coleta primária

Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

SEMAM nos bairros

Polo de Valoração de Resíduos (PVR)

Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de

biogás

Estabelecer uma unidade reciclagem de eletroeletrônicos

Atelier de confecção de papel reciclado

Coleta de óleos e gorduras residuais (OGR)

42

4.1.4. Fornecimento de Sacos para Segregação de Resíduos

Orgânicos

Introdução

Atualmente, os residentes de Crateús não segregam as sobras de

alimentos, mantendo-as misturadas a outros resíduos, tudo destinado

ao "lixão" (futuramente em aterro), daí resultando maiores custos

com a disposição final em razão da quantidade destes resíduos,

além de gerar grande quantidade de chorume. A segregação de

resíduos alimentares aumentará as chances de recuperação de

resíduos recicláveis, já que estes se tornam sujos quando misturados

com as sobras de alimentos. A segregação dos resíduos alimentares,

com sua separação de outros resíduos, é percebida como um

grande desafio em Crateús, uma vez que requer mudanças no estilo

de vida e de hábitos dos moradores, que, por senso comum,

percebem a segregação na fonte como um trabalho extra e difícil

para eles.

O PMGIRS para Crateús contém políticas, técnicas e medidas

voluntárias para promover a segregação de resíduos alimentares.

Uma das medidas poderá ser o fornecimento de sacos para a

disposição de resíduos de alimentos, objetivando tornar esta tarefa

de segregação na fonte mais fácil. Esta também deve ser tomada

como uma ferramenta de incentivo para que os moradores

segreguem mais e melhor as sobras de alimentos. No entanto, há a

possibilidade de que os residentes possam descartar resíduos

misturados e não devidamente segregados nestes sacos. Para

prevenir, ou ao menos minimizar tal possibilidade, os líderes de

associações de moradores e os agentes de coleta de resíduos

poderão ser treinados para identificar os sacos com resíduos mistos e,

43

em seguida, as associações de moradores poderão aplicar outras

políticas de repreensão ou estímulo. O número de sacos por família

deve ser fixo para evitar o uso indevido. Este Esquema poderá ser

introduzido inicialmente por 3 anos, prazo razoável para avaliar o

seu impacto.

Proposta

Os sacos transparentes para segregação dos resíduos orgânicos na

fonte tornará mais fácil para os moradores descartar as sobras de

alimentos. Também, será mais fácil para as associações de

moradores e agentes da coleta identificar os sacos com resíduos

mistos.

Objetivo

Promover a segregação de resíduos alimentares na fonte pelos

residentes de Crateús.

Tipo: Projeto.

Agência Líder: Prefeitura de Crateús.

Agência Suporte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM).

Localização (sugerida): Áreas residenciais de Crateús.

Orçamento (Estimado): R$30.000 por ano.

Cronograma (Estimado): 3 anos (Inicialmente).

Quadro 6 – Cronograma do fornecimento de sacos e avaliação do impacto.

Atividade Ano 1 Ano 2 Ano 3

Fornecimento de sacos

transparentes para resíduos

orgânicos.

44

Avaliação intercalar do impacto.

Relatório intercalar e parecer.

Revisão final e relatório.

A decisão final sobre a

continuação do Esquema.

Fonte: elaborado pelos autores.

Descrição

Resíduos alimentares gerados em Crateús são cerca de 44,5 por cento

da quantidade total de resíduos a partir de fontes comerciais e

domiciliares, que é de aproximadamente 42 toneladas/dia. Mesmo que

ao longo do tempo esse percentual deva aumentar, para fins desse

projeto, pode-se supor que a geração de resíduos de alimentos seria

constante em termos de quantidade global, em torno de 19

toneladas/dia. De acordo com a meta estabelecida no Plano de Ação

Estratégica (Volume 1), 50 por cento dos resíduos de alimentos deve ser

segregado no curto prazo. Assim, os sacos seriam necessários para

aproximadas 19 toneladas/dia de resíduos alimentares. A população de

Crateús é de aproximadamente 74 mil pessoas. Considerando a família

média como sendo composta por 4 pessoas, pode-se estabelecer a

existência de 18,5 mil unidades familiares. Considerados os quantitativos

de resíduos apurados, isso sugere que cada família gera cerca de 0,356

kg de resíduos de alimentos por dia. Se os resíduos são recolhidos duas

vezes por semana, então, por agregado familiar seriam necessários 8

sacos/mês, totalizando 148.000 sacos/mês. Os sacos devem ser

transparentes e de preferência de material compostável para evitar os

impactos ambientais negativos.

45

Implementação

O Município de Crateús deverá realizar uma pesquisa para identificar o

tipo adequado e econômico de sacos transparentes. Também deverá

treinar associações de moradores e agentes de coleta de resíduos para

identificar e rejeitar os sacos contendo resíduos mistos.

Benefícios

Os seguintes benefícios são esperados a partir deste Esquema:

Aceleração do ritmo de implementação de medidas de políticas

de segregação na fonte.

Quantidade suficiente de resíduos alimentares para estabelecer

unidades de compostagem.

Economia nos custos incorridos para a destinação dos resíduos

alimentares em aterro.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos

Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência

para Gestão de Resíduos

Adaptação dos sistemas de coleta primária

Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

SEMAM nos bairros

Polo de Valoração de Resíduos (PVR)

Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de

biogás

46

4.1.5. Construção/Provisionamento de Pontos de Coleta

Introdução

Crateús dispõe de ecopontos em alguns bairros da sua sede e LEVE's

(Local de Entrega Voluntária na Escola) em 22 escolas municipais. No

entanto, algumas áreas residenciais não têm pontos de coleta

adequados e os sacos com resíduos ficam dispostos nas calçadas. Para

um sistema de coleta efetivo, uma importante questão a ser resolvida é

a disponibilização de pontos de coleta. Além disso, os pontos de coleta

devem ser mantidos devidamente limpos para evitar impactos

negativos, como a incidência de doenças associadas aos resíduos,

disseminação de ratos e insetos, odor e enchentes urbanas. Os pontos

de coleta devem estar seguros e protegidos, especialmente de aves e

animais.

Proposta

Os pontos de coleta dará o primeiro passo em direção à meta de

atingir 100 por cento da coleta e remoção de resíduos. Pontos de

coleta adequados, por um lado, torna mais fácil para as famílias o

correto descarte de seus resíduos, e, por outro lado, torna mais eficiente

o trabalho dos agentes de limpeza pública no correto recolhimento e

remoção dos resíduos. É certo que pontos de coleta limpos e bem

conservados minimizam os riscos ao meio ambiente e à saúde pública.

Objetivo

Disponibilizar pontos de coleta adequados para moradores e

pequeno comércio que contam com sistema de coleta de base

comunitária.

Tipo: Projeto.

Agência Líder: Prefeitura Municipal de Crateús.

47

Agência Suporte: Tal poderá ser feito em parceria com a empresa de

coleta e transporte de resíduos sólidos urbanos. Um consultor com

notório saber poderá ser contratado para avaliar e projetar os pontos

de coleta.

Localização (sugerida): Áreas residenciais e comerciais de Crateús.

Orçamento (Estimado): R$150.000,00.

Cronograma (Estimado): 6 meses.

Quadro 7 – Cronograma das atividades inerentes à construção dos pontos de coleta.

Atividade Jan-Fev Mar-Abr Mai-Jun

Avaliação para a identificação do

número e localização e projeto dos

pontos de coleta.

Contrato para a construção dos pontos

de coleta.

Construção dos pontos de coleta.

Fonte: elaborado pelos autores.

Descrição

A partir da identificação e caracterização dos bairros de Crateús

durante a coleta de dados para o plano, o número e localização de

novos pontos de coleta (incluindo a reabilitação de pontos existentes se

necessário) será identificado. Os pontos de coleta devem ser de fácil

acesso e, dependendo da densidade de população, podem ser

localizados para atendimento local num raio de 100 metros. O tamanho

do ponto de coleta é também determinado com base na densidade

da população. Poderá ser tão pequena quanto 1m3 e feito de aço,

tecido PET pós-consumo ou madeira plástica ou pode ser tão grande

quanto 5m3 e construído com tijolos ou concreto. Poderá contar com

48

três compartimentos separados, sendo o menor para resíduos perigosos

e o maior para as sobras de alimentos. O ponto de coleta deve ser

protegido para evitar que tanto pássaros como outros animais tenham

acesso ao material ali descartado.

Implementação

Mostra-se aconselhável a utilização dos serviços de um consultor para

identificar o local e projetar os pontos de coleta alinhados com as

condições locais. Também, pode contratar um empreiteiro de obras

civis para a construção de tais pontos de coleta, caso não conte com

tais serviços dentro da própria Administração. Também poderá ser feito

em parceria com a empresa terceirizada que coleta e transporta os

resíduos sólidos urbanos em Crateús.

Benefícios

Os seguintes benefícios são esperados a partir deste esquema:

Pontos de coleta bem construídos e protegidos para evitar tanto

riscos à saúde, como incômodos aos circunstantes.

Coleta facilitada de todos os resíduos, nomeadamente para os

resíduos segregados na fonte.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência

para Gestão de Resíduos

Adaptação dos sistemas de coleta primários

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

SEMAM nos bairros

49

4.1.6. Adaptação dos sistemas de coleta primária

Introdução

A Administração de Crateús mantém contrato com apenas uma

empresa privada para o serviço de coleta. No entanto, existem várias

pequenas empresas e indivíduos envolvidos na coleta primária informal

de resíduos. Esta situação gera reflexo social na forma de uma disputa

entre a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis e alguns

catadores informais. Há dois aspectos que relevam na coleta informal.

Um deles é o da utilização de veículos precários e inadequados. A

outra, refere-se às condições sociais e de saúde dos catadores

independentes ou vinculados a negociantes que exploram

comercialmente o mercado de reciclagem. O uso de triciclos de

carregamento frontal podem ser uma opção para a coleta de

recicláveis e orgânicos diretamente na fonte geradora. Além de maior

rapidez, a não utilização de combustível fóssil e melhor mobilidade

urbana são vantagens observadas com relação ao sistema atual de

caminhão gaiola.

Uma vez que a empresa privada que faz a coleta de resíduos no

município usa somente caminhões compactadores para a coleta de

resíduos sólidos urbanos, uma boa política para melhorar e adaptar as

condições de equipamentos e veículos de coleta pode melhorar

também a coleta seletiva de resíduos em Crateús.

A Lei de Saneamento 11.445/07, que impõe aos municípios a

estruturação da sua política de saneamento, bem como a Lei

12.305/10 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, são

importantes instrumentos jurídicos, permitindo que os municípios

contratem, sem licitação, organizações (associações ou cooperativas)

formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda

50

reconhecidas pelo público como catadores de materiais recicláveis,

com o uso de equipamento compatível com a técnica e necessário

cuidado com a saúde pública e ambiental.

Proposta

Utilização de empresas de coleta em pequena escala seria adequado,

possibilitando atualizar equipamentos e veículos de coleta. Isso levaria

a um sistema de coleta primária amigável eficiente e ambiental. O

sistema de coleta primária eficiente e eficaz seria benéfico para os seus

proprietários, com aumento da própria receita em razão do maior

volume de resíduo aproveitável coletado. Além disso, as pessoas físicas

e cooperativas contarão com o apoio e orientação do Município na

atualização de seus mapas de coleta e no estabelecimento de um

ponto de seleção central, onde poderão classificar o resíduo recolhido

pelos veículos convencionais.

Objetivo

Apoiar pequenas empresas, cooperativas e trabalhadores

individuais que prestam serviço de coleta primária de resíduos.

Tipo: Projeto.

Agência Líder: Prefeitura Municipal de Crateús.

Agência Suporte: Uma instituição / consultor externo para preparar um

sistema de coleta primária detalhado com informações de veículos e

equipamentos adequados e sua análise técnico-econômica. O

consultor também faria plano de ação para o governo sugerindo as

formas e meios de apoiar a coleta de resíduos de pequena escala

empresas, cooperativas e indivíduos para atualizar seus equipamentos e

veículos.

Localização (sugerida): Município de Crateús, dependências da

Prefeitura ou SEMAM.

51

Orçamento (Estimado): R$40.000 para consultoria. Com base nas

recomendações dos especialistas, o Município de Crateús pode alocar

o orçamento para auxiliar a coleta primária de pequenas empresas,

cooperativas e indivíduos para atualizar seus equipamentos e veículos.

Cronograma (Estimado): 12 meses para o relatório e 3 anos para

atualizar o sistema de coleta primária (total de 4 anos).

Descrição

Há dois aspectos do projeto a serem considerados. Um deles é a

identificação do tipo adequado de equipamentos e veículos para a

coleta primária de acordo com as condições locais dos diferentes

distritos do Município. O outro, é o desenvolvimento de um conjunto de

recomendações destinadas a orientar as pequenas empresas,

cooperativas e indivíduos sobre como atualizar seus equipamentos e

veículos. No caso dos veículos, a escolha poderia ser feita a partir de

uma vasta gama de opções e a maioria destes poderia ser adaptada

para uma ou a outra zona de Crateús.

Alguns dos veículos podem estar disponíveis localmente, o que será

apontado no relatório. A seguir, exemplos ilustrativos.

Triciclo para coleta em vias centrais e de

difícil acesso

Veículo pequeno com porta lateral

Figura 5: Exemplo de modelos de veículos de coleta.

Fonte: Claudio Strüssmann.

52

O relatório deverá também apresentar um plano de ação detalhado

ou recomendações sobre a forma de ajudar as pequenas empresas,

cooperativas e indivíduos. Há que estudar as possibilidades, incluindo

um programa de financiado com juros diferenciados, equipamentos e

veículos com isenção de impostos, locação de veículos, programas

sociais de geração de emprego e renda, entre outros. A

recomendação também pode incluir o desenvolvimento de um

programa de capacitação das empresas locais para a operação e

manutenção do novos equipamentos e veículos.

Implementação

O Município irá implementar o programa, em colaboração com as

empresas locais, com base nas recomendações do relatório.

Benefícios

Seguintes benefícios são esperados a partir deste esquema:

Sistema de coleta primária eficiente e eficaz.

Redução de riscos ambientais e de saúde pública do sistema de

coleta primária.

Melhoria das condições dos catadores através da sua

organização e formação para o trabalho.

Aumento da disponibilidade de materiais recicláveis através de

coleta.

Aumento da renda dos catadores.

Redução de perturbações socioculturais, pobreza e

desemprego.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência

para a Gestão de Resíduos

Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos

orgânicos

Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta

53

SEMAM nos bairros

Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

4.1.7. Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

Introdução

Como já mencionado na parte primeira deste trabalho, a PNRS guarda

estreita relação com o importante eixo da educação ambiental,

trazendo expressa diretriz em tal sentido em seu art. 5º, ao dispor que a

“Política Nacional de Resíduos Sólidos integra a Política Nacional do

Meio Ambiente e articula-se com a Política Nacional de Educação

Ambiental, regulada pela Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999, ...”.

Nesse eixo da Educação, a Lei Federal n.º 9.795/99 baliza a PNEA -

Política Nacional de Educação Ambiental, cujo regulamento encontra-

se no Dec. Federal 4.281/2002.

A importância imediata do desenvolvimento do plano estratégico de

gestão dos resíduos nas cidades brasileiras busca na sua dimensão a

mudança de paradigmas no modo de produzir, consumir e destinar os

diversos tipos de resíduos. Diminuindo os impactos ambientais e

favorecendo um novo cenário capaz de criarem condições de

sustentabilidade ambiental.

Diante desse grande desafio por mudanças, a Educação Ambiental é o

principal instrumento para tomada de consciência, tendo como

pressuposto a transversalidade no diálogo com os diversos campos -

socioeconômicos e ambientais, contribuindo com a mudança de

atitudes, possibilitando a reforma do pensar sustentavelmente.

54

Proposta

A Educação Ambiental para Gestão de Resíduos sólidos atuará de

maneira sistematizada para transformar as Comunidades Educadoras

em incubadoras de projetos integradores de resíduos sólidos com as

ações já realizadas pela Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de

Educação, com apoio de parceiros para articulações de ações

voltadas para criação de espaço de aprendizado, tomada de

consciência pela interação, colaboração e mudança de atitudes e

valores socioambientais.

A proposta é desenvolver ações inovadoras de forma integrada com a

formação de uma célula pedagógica em regime de co-participação

para a composição da equipe que irá fazer mobilização, seleção e

acompanhamento dos projetos das Comunidades Educadoras. Num

primeiro momento, ocorrerá a criação dessas Comunidades

Educadoras pilotos em gestão de resíduos sólidos, com as incubadoras

de projetos integradores de resíduos sólidos em Crateús, aí podendo

participar qualquer instituição pública ou privada interessada nessas

novas práticas, com projetos que relacionam resíduos sólidos e

educação de acordo com as diretrizes curriculares, como por exemplo:

arte e reciclagem; compostagem como espaço educativo e produtivo,

entre outras inúmeras possibilidades de atuação que os participantes

possam desenvolver de acordo com sua realidade e interesse.

Projetos como a Caatinga vai à escola, a Escola vai a Caatinga, o LEVE,

Visita ao Ciclo Verde, Sala Verde, atelier de confecção de papel

reciclado, fábrica de vassouras, oficinas para agentes multiplicadores

ambientais, SEMAM nos bairros, campanhas de coleta de óleo de

cozinha, campanha troque garrafa PET por uma muda de árvore

nativa, palestras, Feira de Trocas de Livros entre outras propostas

realizadas pela Educação Ambiental da SEMAM vão dar continuidade

buscando a melhoria continua dessas ações.

55

Objetivos:

Integrar as ações de Educação Ambiental e Plano Municipal de

Educação nas diversas iniciativas da administração vinculadas ao

PGIRS

Fomentar as boas práticas no manejo de resíduos e estabelecer

indicadores para o apoio ao acompanhamento, controle social e

revisão de planos e programas;

Ampliar a conscientização quanto à importância da produção e

do consumo responsável e a minimização de resíduos;

Incentivar a cultura da não geração, reutilização e reciclagem

via EA, tanto formal como não formal;

Envolver as escolas do município com o Projeto LEVE, fomentando

ações educativas que favoreçam a conscientização por meio

do envolvimento direto da escola na coleta de resíduos

recicláveis

Criar mecanismos para valorização, integração e qualificação

de iniciativas de EACS existentes de forma regionalizada;

Desenvolver parcerias com agentes de EACS de instituições

sociais, cooperativas, órgãos públicos e iniciativa privada;

Produzir e organizar conteúdos para apoiar ações de EACS nos

territórios da cidade, com atenção às suas especificidades;

Desenvolver propostas para educação ambiental em

campanhas de divulgação e um plano de mídia.

Tipo: Fortalecimento Institucional através de arranjo institucional

Agência Líder: Governo Municipal de Crateús

Agência Suporte: Os serviços de educação ambiental para o

desenvolvimento de instrumentos para práticas de Educação Ambiental

no eixo de Gestão de Resíduos Sólidos. A Secretaria de Meio Ambiente

em parceria com a Secretaria de Educação e Institutos parceiros dos

56

projetos articulam as ações. Dando suporte no acompanhamento

pedagógico, financiamento de recursos e acompanhamento técnico

contratados para fomento de novas práticas no manejo de resíduos.

Localização (sugerida): Secretaria de Meio Ambiente – Coordenação

de Educação Ambiental para ações e projetos.

Orçamento (Estimado): R$180.000,00 para as diversas formações de

professores, compra de coletores - LEVEs, materiais para oficinas.

Despesas serão alocadas em colaboração entre Secretaria de

Educação e Secretaria de Meio Ambiente.

Cronograma (Estimado): 2 anos para Comunidades Educadoras como

Incubadoras de projetos Integradores de resíduos sólidos em Crateús. (O

tempo foi estimado como suficiente para desenvolver não só as

práticas pedagógicas nas escolas, mas também para aprovação

governamental da sua criação e das respectivas dotações

orçamentárias.

Quadro 8 – Cronograma de atividades para formação das Comunidades Educadoras

como Incubadora de Projetos Integradores de Resíduos Sólidos. Atividade Jan-

Fev

Mar-

Abr

Mai-

Jun

Jul-

Ago

Set-

Out

Nov-

Dez

An

o 2

01

6

Seleção da Célula de

Acompanhamento Pedagógico

e elaboração de edital de

seleção das comunidades

educativas.

X

Mobilização de instituições de

educação – apresentação da

proposta.

X

Abertura do edital; Inscrições;

Divulgação de resultados da

pré-seleção; Entrevista

X

Recebimento dos Planos de

Gestão dos Projetos

Pedagógicos

X

Avaliação dos Planos de Gestão

dos Projetos Pedagógicos

X

57

Encaminhamento dos Planos

para aprovação de recursos –

Secretaria de Meio Ambiente,

Secretaria de Educação,

Conselho de Meio Ambiente e

colaboradores.

X

Encaminhamento dos Planos

para aprovação de recursos

dotações orçamentárias –

câmara municipal.

X

Oficinas de formação

continuada com agentes

multiplicadores.

X

Mobilização da comunidade

educadora.

X X

Atividade Jan-

Fev

Mar-

Abr

Mai-

Jun

Jul-

Ago

Set-

Out

Nov-

Dez

An

o 2

01

7

Início dos Projetos Integradores

nas Comunidades educadoras

incubadoras.

X

Segunda etapa de oficinas com

os agentes multiplicadores

ambientais das comunidades

educativas.

X

Monitoramento contínuo dos

projetos pela célula de

acompanhamento pedagógico.

X X X X X X

Encontro avaliativo - Trocas de

saberes entre as Comunidades

educadoras dos projetos

incubadores de resíduos sólidos:

Perspectivas de continuidade

dos projetos.

X

Fonte: elaborado pelos autores.

58

Descrição

No plano da Educação Ambiental, a cidade de Crateús vem

participando de mobilizações educativas com iniciativas da Secretaria

de Meio Ambiente divulgando informações através dos veículos de

comunicação disponíveis – rádio, carro de som, folders, blitz educativa,

gincanas e campanhas de coleta seletiva em bairros com educação

não informal. Também está em curso o fortalecimento da rede de

coleta seletiva na cidade, desde 2012, como iniciativa do governo

municipal, mediante gerenciamento da Secretaria de Meio Ambiente

e participação da Associação de Catadores de Crateús - RECICRATIÚ.

As ações de educação ambiental da rede de coleta seletiva no

município estenderam-se com a inclusão de 28 escolas-pilotos pelo

Projeto LEVE - Local de Entrega Voluntária Escolar - tecnologia

socioambiental que busca unir educação ambiental nas escolas com a

prática da coleta seletiva municipal - transformando os estudantes em

protagonistas da coleta de material reciclável. Esse projeto foca na

participação da comunidade escolar na cadeia produtiva da

reciclagem, com a consequente valorização e inclusão social dos

Catadores do município, ampliando os espaços de discussões e

práticas ambientais nas escolas com educação formal. Outra atividade

direcionada à formação foi a oficina de resíduos sólidos, realizada no

segundo semestre de 2014 e ofertada aos professores, catadores e

estudantes de escola técnica. Foram fornecidas ferramentas de gestão

e operação de resíduos eletroeletrônicos. A oficina foi ministrada pela

Profª Draª Lúcia Xavier, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), através

da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundaj, e teve como objetivo

difundir conceitos e propostas de dinâmicas e sensibilização a respeito

da gestão de resíduos e, mais especificamente, sobre a gestão dos

resíduos de equipamentos eletroeletrônicos, como subsídio à inclusão

socioambiental e à adequação à legislação vigente.

59

Nesse contexto de seleção de resíduos sólidos, também foram

promovidas oficinas de reciclagem de papeis nas escolas e nas

dependências da Secretaria de Meio Ambiente, mediadas pela

coordenação de EA, e curso de formação de multiplicadores em

Educação Ambiental, formal e não formal para os professores da rede

municipal de ensino pelo Instituto Venturi Para Estudos Ambientais e

Instituto Brasil Solidário.

Outros projetos de Educação Ambiental têm abordagem no contexto

do semiárido, como o Projeto A Caatinga vai a Escola a Escola vai a

Caatinga, que visa o conhecimento desse bioma através de ações

educativas - construção de hortas, viveiros de mudas nativas, aulas de

campo na Reserva Natural Serra das Almas entre outras atividades nas

escolas em colaboração com a Associação Caatinga. Em 2014 foram

realizadas culminâncias de projetos ambientais das escolas no I

Encontro de Educação Ambiental, destacando-se para tanto as

parcerias do Instituto Brasil Solidário e Instituto Venturi Para Estudos

Ambientais, em articulação com as secretarias e escolas, com boas

práticas educativas e apoio financeiro.

O Ciclo Verde é uma proposta de vivenciar as experiências de EA

dentro das instalações da Secretaria de Meio Ambiente, com visitas

orientadas, conhecendo o Polo de valoração de resíduos sólidos, trilhas,

rodas de conversas com o setor de licenciamento e fiscalização

ambiental, visita ao viveiro municipal de mudas nativas, cine verde,

interação artística no atelier de reciclagem de papel e visita a fábrica

de beneficiamento de vassouras com garrafa PET. Cabe destaque para

a experiência com a I Feira Solidária de Trocas de Livros, realizada

dentro da logística da Feira da Agricultura familiar, com o objetivo de

incentivar o consumo diferente, oferecendo ao público a oportunidade

de renovar suas bibliotecas pessoais sem custo. A proposta dessa feira é

ampliar-se de maneira a formar uma rede de trocadores de livros. Há

60

o interesse do Município em manter as atividades promovidas pela

SEMAM, buscando espaços para novas iniciativas, na medida em que

surjam propostas consistentes em termos de Educação Ambiental.

A continuidade se dará com bases fortalecidas por uma gestão

integradora e colaborativa, referenciada em projetos interdisciplinares.

Para garantir a possibilidade de ampliação de espaços de EA, caberá

relacionar as experiências existentes através da criação de

Comunidades Educadoras, como a Incubadora de Projetos

Integradores de Resíduos Sólidos em Crateús, com o objetivo de

subsidiar instrumentos para empreendimento de experiências de

aprendizado e atuação na mudança para a sustentabilidade.

Implementação

Para o desenvolvimento das Comunidades Educadoras como

Incubadoras de projetos Integradores de resíduos sólidos, a atuação das

ações deve ser descentralizada.

1. Célula de Acompanhamento Pedagógico - Desenvolvimento de

Ferramentas, para aumentar a consciência para Gestão de

Resíduos, nas Instalações do Governo Municipal de Crateús

(SEMAM)

2. Comunidades Educadoras como Incubadoras de projetos

Integradores de resíduos sólidos em Crateús – nas escolas públicas

e privadas e universidades.

A Integração das ações de Educação Ambiental e Plano Municipal de

Educação nas diversas iniciativas da administração vinculadas ao PGIRS

é a base para o desenvolvimento dos projetos integradores.

A célula será formada por gestores da Secretaria de Meio Ambiente,

gestores escolares, gestores da Secretaria de Educação, alunos e

comunidade. Os projetos ambientais serão desenvolvidos nas unidades

61

escolares sendo estes monitorados e apoiados pelas Secretaria de Meio

Ambiente e da Educação.

Benefícios

Os seguintes benefícios são esperados a partir deste Esquema:

Oferta de formação continuada de agentes multiplicadores

ambientais a partir de oficinas para atuação em desenvolvimento

de Projetos Pedagógicos de intervenção socioambiental nas

unidades de ensino de Crateús. Todo processo de formação na

linha de resíduos sólidos é pautado nos princípios de redução,

reutilização e reciclagem.

Criação de uma célula educacional para seleção,

acompanhamento e avaliação dos projetos relacionados às

Comunidades Educadoras Incubadoras de Projetos Integradores

de Resíduos Sólidos, fortalecendo as práticas de EA no município.

Ampliação do Projeto LEVE - Local de Entrega Voluntária Escolar –

contribuindo com participação das escolas, com a adoção de

tecnologia socioambiental. Tal conexão, unindo educação

ambiental no âmbito escolar com a prática da coleta seletiva

municipal, possibilita a transformação local, onde a comunidade

escolar atua a partir da mudança de atitude , tanto pela

reflexão, como pela ação aoparticiparem de coleta de material

reciclável.

Promoção de Oficinas para as unidades de ensino participadoras

do Projeto - Comunidades Educadoras Incubadoras de Projetos

Integradores de Resíduos Sólidos com desenvolvimento de

práticas em horta agroecológica com foco em Resíduos Sólidos e

Compostagem.

Busca de parcerias para dar suporte ao Programa de Educação

Ambiental e Resíduos Sólidos através de financiamento e

assessoria a projetos.

Inclusão de projetos socioambientais relacionados a resíduos

sólidos no currículo escolar.

Participação do Conselho de Meio Ambiente como parceiro de

gestão do Plano de Educação Ambiental do município.

62

Articulação das secretarias de meio ambiente, secretaria de

educação, universidades e organizações não governamentais

em regime de coparticipação para formação dessa célula.

Parcerias de instituições públicas, organizações não

governamentais, Conselho do Meio Ambiente e Secretaria de

educação em campanhas, projetos, eventos e outras atuações

da Educação Ambiental no município.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência

para Gestão de Resíduos

Criação de um Centro de Treinamento Avançado

SEMAM nos bairros

Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

Estabelecer uma unidade reciclagem de eletroeletrônicos

Fábrica de vassouras

Atelier de confecção de papel reciclado

Coleta de óleos e gorduras residuais (OGR)

4.1.8. Criação de um Centro de Treinamento Avançado

Introdução

Estudos têm demonstrado que um dos maiores entraves para a

implementação dos Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

nos municípios é a carência de servidores públicos capacitados para

esta tarefa.

A capacitação continuada é um instrumento que qualifica para o

planejamento, implementação e avaliação de políticas de resíduos

sólidos de caráter participativo.

63

A Lei 12.305/10 em seu artigo 7º inciso IX traz entre os objetivos da

Política Nacional de Resíduos Sólidos, "a capacitação técnica

continuada na área de resíduos sólidos" e no artigo 19, inciso IX, elenca

como parte do conteúdo do PGIRS "programas e ações de

capacitação técnica voltados para sua implementação e

operacionalização". Já no seu artigo 8º, inciso VIII, a educação

ambiental é apontada como um dos instrumentos da Política Nacional.

A educação ambiental no âmbito da Política Nacional de Resíduos

Sólidos tem como objetivo o aprimoramento do conhecimento e, uma

mudança de hábitos, atitudes, valores e comportamento relacionados

aos resíduos sólidos.

Proposta

O poder público municipal ao liderar um processo de mobilização da

sociedade para a implementação do PMGIRS deve construir

capacidades, promovendo a capacitação técnica continuada dos

servidores públicos. Para tanto, torna-se necessário implantar um

Centro de Treinamento Avançado para a oferta de cursos e programas

nas áreas de manejo dos RS, tecnologias ambientais, gestão de

projetos, licenciamento e educação ambiental. Também, é

fundamental promover a capacitação dos catadores que atuam em

atividades da coleta seletiva e recuperação dos materiais recicláveis,

visando à sua organização produtiva, à melhoria das condições de

trabalho, à ampliação das oportunidades de inclusão social e

econômica.

Objetivo

Capacitar todos os profissionais que desenvolvem atividades na

área de resíduos sólidos, licenciamento e educação ambiental,

de forma continuada, pautado na construção do conhecimento

para a prática das suas atividades.

64

Tipo: Projeto

Agencia Líder: Prefeitura Municipal

Agencia Suporte: Secretaria Municipal de Educação, Universidades e

Instituições parceiras

Localização (Sugerida): Inicialmente, o Centro pode funcionar de

maneira descentralizada, nos espaços físicos dentro dos prédios

utilizados para os serviços municipais.

Orçamento (Estimado): Em torno de R$30.000,00 ao ano.

Cronograma (Estimado): 1 ano (para o início do programa).

Quadro 9 – Cronograma de atividades para a implementação e operacionalização

do Centro de Treinamento Avançado.

Atividades 1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre 4º trimestre

Arranjo institucional

e formação de parcerias

XXX

Desenvolvimento dos

programas de

capacitação

XXX XX

Definição das

responsabilidades quanto à

sua implementação e

operacionalização

X

Implementação e

operacionalização

XXX

Fonte: elaborado pelos autores.

Descrição

O Centro de Treinamento Avançado será responsável por reunir a oferta

de cursos de capacitação técnica continuada na área de resíduos

65

sólidos, licenciamento e educação ambiental para a implementação e

operacionalização do PMGIRS.

No seu bojo serão elaborados programas de capacitação que ofereça

conhecimentos e subsídios técnicos que permitam a modernização dos

sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos, numa perspectiva

inclusiva e participativa.

Implementação

Serão estabelecidas parcerias entre a administração pública e as

instituições de ensino e de consultoria especializada para

desenvolvimento dos programas de capacitação técnica.

Os programas de capacitação podem ser concebidos em módulos

direcionados a atender os profissionais de limpeza urbana em suas

diferentes instâncias de atuação – Gerentes e Técnicos, Fiscais de

Limpeza Urbana, Garis e Catadores de Materiais Recicláveis.

Deverão ser formulados programas para a participação de grupos

interessados, em especial cooperativas e outras formas de associação

de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis integradas por

pessoas físicas de baixa renda.

Benefícios

Servidores capacitados para desempenho das atividades de

gestão de resíduos sólidos, licenciamento e educação ambiental.

Formar profissionais para o monitoramento adequado e revisão

do PMGIRS.

Criar condições favoráveis para a melhoria da qualidade dos

serviços de limpeza urbana.

Desenvolver processos de aperfeiçoamento para a adequada

gestão e operação da limpeza urbana.

Contribuir para a qualidade na prestação dos serviços públicos

de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos.

66

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência

para Gestão de Resíduos

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

Polo de Valoração de Resíduos (PVR)

4.1.9. SEMAM nos bairros

Introdução

O referido programa nasce em razão da necessidade que a Secretaria

de Meio Ambiente tem de sair do âmbito do escritório, não limitando-se

à atividade teórica ou burocrática, e ir para as ruas , tratar as questões

ambientais com a população. O objetivo da secretaria não será o de

penalizar os munícipes por conta de infrações ambientais, pois que

antes da medida punitiva, virá a medida preventiva.

A atividade da SEMAM terá em conta a importância de conduzir a

população ao processo de conscientização na busca da

sustentabilidade socioambiental e econômica. Assim, tal projeto será

delineado de forma a privilegiar o trânsito da informação junto aos

moradores de forma geral.

Proposta

Na última sexta feira de cada mês, a Secretaria Municipal de Meio

Ambiente irá ao encontro da população, nos bairros e distritos,

abordando temáticas ambientais que tratem de questões específicas

daquele bairro.

67

Objetivos

Promover sustentabilidade ambiental.

Levar informação de natureza ambiental aos moradores.

Divulgar os projetos da Secretaria.

Envolver a comunidade como parte integrante no processo de

conscientização ambiental.

Melhorar a participação da comunidade no programa de coleta

seletiva.

Tipo: Programa

Agencia Líder: Prefeitura Municipal

Agencia Suporte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente

Localização (Sugerida): Secretaria Municipal de Meio Ambiente

Orçamento (Estimado): Em torno de R$5.000,00 ao ano

Cronograma (Estimado): 3 anos (reavaliado ao final desse tempo)

Quadro 10 – Cronograma de atividades do Programa SMAM nos bairros.

Atividade 2015 2016 2017

Distribuição de panfletos.

Uso de carro de som.

Participação de animadores de rua.

Fonte: elaborado pelos autores.

Descrição

Este programa proporcionará para a agência líder a divulgação de

suas ações, bem como, através da informação, atingir os objetivos de

preservação e cuidados com meio ambiente. Proporciona, ainda, ao

publico alvo, conhecimento acerca das questões ambientais, bem

68

como de uma melhor qualidade de vida da população e do meio em

que está inserida.

Implementação

Na última sexta feira de cada mês acontece o SEMAM nos bairros ou

nos distritos, com atividades da Secretaria por meio de sua equipe,

que será reforçada pelas equipes das demais secretarias (saúde,

educação, assistência social , infra estrutura). É feita a abordagem dos

moradores, tratando das questões ambientais com as quais se

identificam. Busca-se em prazo de três anos para atender pelo menos

cada bairro e distritos uma vez.

Benefícios

Expansão de informações.

Diminuição das infrações de caráter ambiental.

Maior participação na coleta seletiva.

Órgão Público mais próximo da comunidade.

Maior participação popular.

Envolvimento dos moradores com as questões ambientais.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos

Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência

para Gestão de Resíduos

Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos

orgânicos

Adaptação dos sistemas de coleta primária

Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

Polo de Valoração de Resíduos (PVR)

Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

Estabelecer uma unidade reciclagem de eletroeletrônicos

Coleta de óleos e gorduras residuais (OGR)

69

4.2. Triagem, Tratamento e Disposição

4.2.1. Aquisição de Compactador embolsador auto-propelido -

Coleta Secundária

Introdução

Atualmente, o local de disposição final de resíduos no município de

Crateús, além de ser inapropriado, atrai catadores individuais para a

triagem de materiais recicláveis, colocando estes em condições de

risco. Os resíduos são depositados diretamente sobre o solo causando

danos irreversíveis ao meio ambiente, seja por chorume de chuvas sobre

os resíduos descobertos, quer pela geração de gases, odores,

proliferação de vetores, ou a sujeira no trabalho de triagem, associada

à pobreza e à geração de problemas de saúde pública.

Economicamente, a falta de escala na disponibilidade de materiais

dificulta a inclusão social com geração de renda desses catadores no

sistema de triagem formal, bem como aumenta os custos dos serviços

de limpeza pública do município de Crateús.

Proposta

Com a aquisição de um veículo compactador auto-propelido ou

rebocável para a compressão, ensacamento e disposição de resíduos

em estação de transferência, poderia haver uma economia substancial

nos custos de aterros sanitários, além de evitar a poluição causada por

veículos que transportam os resíduos para o aterro. Há também outros

benefícios ambientais, pois que este tipo de veículo é projetado para

manejo prático e higiênico dos resíduos.

70

Objetivo

Estabelecer uma fase de transição, mais em conta em termos de

custos, para a destinação ambientalmente adequada dos

rejeitos, com eficiência de recursos e benefícios públicos.

Tipo: Projeto.

Agência Líder: Prefeitura Municipal de Crateús.

Agência Suporte: Uma instituição/perito externo poderá ser contratado

para avaliar a tecnologia adequada, assessorando na negociação

para sua aquisição.

Localização (sugerida): Município de Crateús - Área no entorno da

Recicratiú.

Orçamento (Estimado): Inicialmente R$15.000 para avaliação da

demanda, identificação de tipo apropriado de veículos e

desenvolvimento de documentos de aquisição. Em seguida, com base

na avaliação, mais verba poderá ser alocada para a compra dos

veículos necessários, de uma só vez ou em etapas.

Cronograma (Estimado): 6 meses.

Quadro 11 – Cronograma de atividades para aquisição do veículo compactador-

embolsador.

Atividade Jan-Fev Mar-Abr Mai-Jun

Avaliação da tecnologia e

identificação do tipo adequado de

veículo com estudo técnico-

econômico.

Considerações da equipe municipal.

Processo de Licitação para a aquisição

do veículo.

Fonte: elaborado pelos autores.

71

Descrição

O sistema de coleta, compressão e ensacamento sugerido é adequado

para coleta e disposição de resíduos, de uma forma prática e higiênica.

Versátil, pode ser usado para todos os tipos de resíduos ou produtos que

permitem a compressão e ensacamento para o transporte e / ou

armazenamento. A tecnologia apontada apresenta equipamentos

adequados para se adaptar às necessidades atuais dos municípios,

para operar na solução de coleta, compactação e disposição de

resíduos.

Figura 6: Exemplo de Planta de compactação e embolsamento.

Fonte: Ecosol Soluções Ambientais.

Embolsamento - A porta de recarga localizada na parte traseira do

equipamento, embalagens de 30 a 50 metros de material (laminado de

polipropileno) que permitem a produção de 6 a 10 sacos. O peso do

material dos sacos pode variar 120-200 g / m2, dependendo do tipo de

resíduo a ser embolsado. O encerramento das bolsas é guiado por meio

de cordas mantidos por grampos que dirigem o nó para o centro das

bolsas. Uma vez fechado o saco, um outro sistema hidráulico é ativado,

o que facilita a descarga e fechando a parte inferior do saco seguinte.

72

Figura 7: Modelo de veículo compactador-embolsador.

Fonte: Ecosol Soluções Ambientais.

Figura 8: Aterro em sacos impermeáveis.

Fonte: Ecosol Soluções Ambientais.

O Compactador Embolsador Auto-propelido executa a coleta de

resíduos de uma forma rápida, simples e segura. É construído de aço em

forma tubular, a caixa de carga armazena 6m3 de resíduos

compactados (aproximadamente 24 m3 de resíduo solto).

Figura 9: Modelo de compactador embolsador - auto-propelido.

Fonte: Ecosol Soluções Ambientais.

73

A unidade permite o processamento diário de compressão e

embolsamento de cerca de 100 toneladas. O sistema é de operação

contínua, criando bolsas de 5.5 m3, pesando entre 4 e 5 toneladas por

bolsa, dependendo do tipo de resíduo a ser embolsado.

Figura 10: Modelo de compactador embolsador - rebocável.

Fonte: Ecosol Soluções Ambientais.

Implementação

Baseado em instruções de um especialista externo, a tecnologia deve

ser avaliada, também identificando o tipo de veículo mais

conveniente. Com base na aprovação da equipe da Prefeitura de

Crateús, o especialista externo poderá preparar o termo de referência

que instruirá a licitação para aquisição do veículo.

Benefícios

Seguintes benefícios são esperados a partir deste esquema:

Substancial economia no custo com aterro sanitário.

Prevenção da poluição causada por veículos que transportam

resíduos até a disposição final.

Sistema de coleta primária eficiente e eficaz.

Redução de riscos ambientais e de saúde pública do sistema

de coleta primária.

Melhoria das condições sociais dos catadores através da sua

organização e formação para o trabalho.

Aumento da coleta de materiais recicláveis.

74

Aumento da renda catadores.

Redução de perturbações socioculturais, pobreza e

desemprego.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos

Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos

orgânicos

Adaptação dos sistemas de coleta primária

Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta

Polo de Valoração de Resíduos (PVR)

Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de

biogás

Estudo para construção de um aterro sanitário consorciado

4.2.2. Polo de Valoração de Resíduos (PVR)

Introdução

Segundo a Pesquisa Mundial de Resíduos (2006) “Transformando Resíduo

em Recurso”, a cada ano o mundo produz tanto resíduo quanto produz

grãos (2 bilhões de toneladas) e mais do que produz aço (1 bilhão de

toneladas). A pesquisa também estimou o mercado de materiais

recicláveis em 600 milhões de toneladas e mais de 100 bilhões de

dólares ao ano. Há oportunidades a serem exploradas. Embora os

mercados de papel e sucata de metais estejam bem estabelecidos, os

índices de reciclagem de plástico ainda são baixos e o dos

componentes eletrônicos começa a estimular o mercado de

recuperação de materiais. Ainda, duas categorias de resíduos distintas

merecem atenção da indústria de reciclagem pelos volumes gerados:

75

resíduos produzidos pelo setor da construção e demolição e de

atividades agrícolas.

De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (Abrelpe,

2013), a geração total de resíduos no Brasil em 2013 foi de 76.387.200

toneladas, representando um incremento da ordem de 4,1%, índice que

é superior à taxa de crescimento populacional no país no período, que

foi de 3,7%. Considerando a média de composição dos resíduos no

Brasil, 57,41% destes é matéria orgânica, 13,16% papel/papelão, 16,49%

plástico, 2,34% vidro, 0,51% alumínio, 1,56% materiais ferrosos, 0,46%

inertes, 8,08% outros. Para muitas indústrias, a quantidade de matérias-

primas recuperadas através da reciclagem já ultrapassa o de materiais

"primários" (papel, certos metais não ferrosos, etc.).

Já quando o estudo compara a quantidade de RSU gerada e a

coletada em 2013, aponta que mais de 20.000 toneladas deixaram de

ser coletadas no país diariamente e, por consequência, tiveram destino

impróprio. Na região nordeste o percentual que deixa de ser coletado é

de 77,9% (Abrelpe, 2013).

Os dados sobre tendências atuais e futuras das várias categorias de

resíduos sólidos gerados em municípios brasileiros deixam evidente que

existem grandes quantidades de materiais recicláveis. É, portanto, mais

importante do que nunca trabalhar no sentido de estabelecer um

sistema integrado de resíduos abrangendo desde o seu descarte inicial

até sua utilização final.

Proposta

O primeiro precedente para a criação de um Polo de Valoração de

Resíduos é o inventário de resíduos e políticas de estímulo a separação

dos resíduos na fonte, em volumes suficientes para atrair indústrias de

processamento e reciclagem. O segundo é a infraestrutura na estação

de triagem de materiais recicláveis, operando em condições higiênicas

76

e de segurança. Estes resíduos recicláveis podem ser utilizados pela

indústria de reciclagem que os converte em uma fonte útil para as

indústrias ou a utilização destes resíduos diretamente no processo

industrial para a produção de novos produtos de consumo. Ambos os

tipos de indústrias de reciclagem poderiam ser agrupados e localizados

em um Polo de Valoração de Resíduos com políticas preferenciais e

infraestrutura para incentivar a reciclagem.

No conceito de “Polo de Valoração de Resíduos” o coração é a

estação de triagem com equipamentos adequados para

compactação dos resíduos já segregados que serão transportados para

os órgãos periféricos que são as indústrias recicladoras ou

beneficiadoras instaladas em torno dela. Idealmente, todos os

elementos de um produto devem circular indefinidamente - menos

material, mais raciocínio – para transformar resíduos em riqueza, através

da reintrodução dos materiais no circuito mercantil. Tais transformações

levam também à reorganização do papel das empresas no ciclo

econômico. Fabricante de produtos acabados, a empresa se torna

também produtora de matérias-primas secundárias e de serviços. Essa

estratégia permite que realize economia de taxas vinculadas aos

resíduos, com o desaparecimento destes.

77

Figura 11: Modelo de layout do PVR.

Fonte: Cláudio Strüssmann.

78

Objetivo

Implantar um Polo de Valoração de Resíduos para sediar

indústrias de reciclagem, com políticas preferenciais e

infraestrutura para estimular a formação de um mercado.

Objetivos Específicos

Incentivar a criação de indústria de reciclagem.

Garantir o cumprimento das metas do plano municipal de gestão

integrada de resíduos sólidos.

Dinamizar as atividades econômicas sem afetar seriamente o

meio ambiente.

Promover a abordagem 3R’ s em maior escala.

Tipo: Projeto

Agência Líder: Parceria Público-Privada

Agência Suporte: Prefeitura Municipal / SEMAM

Localização (sugerida): área de10ha

Figura 12: Localização da área para implantação do PVR.

Fonte: Claudio Strüssmann, a partir do Google Earth.

79

Figura 13: Localização do Centro de Triagem Recicratiú.

Fonte: Claudio Strüssmann, a partir do Google Earth.

Orçamento (Estimado): Considerando cenário de 50% de coleta e

apenas Crateús, será necessário aporte de R$1,5 milhão.

A Prefeitura (ou o gerador, no caso de RCC) deve pagar tratamento e

coleta por tonelada.

Repasse aos cooperados de

75% da receita com recicláveis e

25% da receita com compostagem e

25% RCC.

A remuneração para treinamentos e consultores deve ser considerada

no refino das projeções.

Cronograma (Estimado): 2 anos.

80

Quadro 12 – Cronograma de atividades para implantação do PVR.

ATIVIDADES Bimestres

Ano 1 Ano 2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Construção do site

institucional do projeto.

X X

Planejamento da

Implantação do Polo de

Reciclagem e

Revalorização de Resíduos.

X X X

Implantação do Polo de

Reciclagem e

Revalorização de Resíduos.

X X X X X

Implantação da Rede de

comercialização de

resíduos.

X X

Articulação das

cooperativas e empresas.

X X

Implantação e

treinamento nas

cooperativas e

associações de catadores.

X X

Cadastro, e homologação

dos recicladores.

X X X X X X

Suporte aos usuários. X X X X X X X X X

Monitoração e

acompanhamento das

atividades.

X X X X X X X X X

Locais de entrega

81

voluntária escolar LEVE's.

Logística “reversa escolar”.

Seminário para divulgação

e publicidade dos

resultados.

X

Fonte: Elaborado pelos autores.

Descrição

Neste projeto definimos um Polo de Valoração de Resíduos, com um

núcleo central de triagem, um centro de convivência, pesquisa e

capacitação e unidades de beneficiamento capazes de agregar valor

aos materiais triados.

Negócios de processamento, recuperação e reciclagem são os tipos

que podem ser agrupados e localizados em um Polo de Valoração de

Resíduos. Este novo arranjo proporcionará políticas preferenciais e

infraestrutura para incentivar a criação de indústrias de reciclagem e

impulsionar um novo cluster industrial resultando em atividades

econômicas ambientalmente amigáveis.

O primeiro precedente para a criação de um Polo de Valoração de

Resíduos é o inventário de resíduos e estímulo a segregação dos

resíduos na fonte, em volumes suficientes para atrair indústrias de

processamento e reciclagem. O segundo é a infraestrutura na estação

de triagem.

Os resíduos recicláveis triados podem ser utilizados pela indústria de

reciclagem que faça sua conversão como fonte de matéria útil para as

indústrias ou sua utilização diretamente no processo industrial para a

produção de novos produtos de consumo.

82

Além da coleta seletiva porta a porta, já estabelecida entre a Prefeitura

e a Recicratiú, a escola é uma base privilegiada para a transformação

da sociedade com relação às questões ambientais. Os locais de

entrega voluntária escolar (LEVE's) surgem como uma resposta

inteligente à coleta seletiva municipal, através de pontos de coleta

voluntária na escola, onde são instalados espaços de coleta/entrega

abastecidos diariamente pelos alunos matriculados.

Locais de entrega voluntária escolar (LEVE's)

O conceito do LEVE pode ainda ser trabalhado dentro da proposta

político-pedagógica municipal e nos trabalhos diários de educação

ambiental da escola e cidade, em conformidade com a segurança dos

alunos, transporte escolar e com materiais passiveis de reciclagem sem

contaminação, inicialmente atendendo a coleta dos seguintes resíduos:

PET, papel de qualquer espécie e alumínio.

Os materiais, na maioria das vezes proveniente das residências já

lavados e com orientações pré-coleta/campanha, ou mesmo

coletados em campo com educadores dentro da proposta de

educação ambiental da escola em questão, podem ainda ser

trazidos/arrecadados em campanhas de estímulo, campeonatos e

torneio internos e externos por quantidade de material coletado por

aluno, turma ou classe e escolas, favorecendo diretamente o processo

de educação familiar para um reforço na implementação da coleta

seletiva municipal porta a porta.

83

Figura 14: Modelos dos coletores disponibilizados nas escolas.

Fonte: Instituto Brasil Solidário.

“LOGÍSTICA REVERSA ESCOLAR”

A implementação do LEVE – Local de Entrega Voluntária Escolar -

associado à possibilidade de logística reversa traz uma solução inédita

no conceito de coleta seletiva municipal: a escola como ponto de

coleta diária, calcada no transporte escolar que já circula pela cidade

com custos da Educação fazendo o transporte de alunos tanto da zona

urbana como da zona rural, com motoristas, combustível e itinerário

definido por dia da semana.

Atualmente a logística não aborda somente os fluxos físicos e

informacionais tradicionais, desde o ponto de origem até o local de

consumo. É muito mais abrangente, envolvendo todos os fluxos físicos,

informacionais, toda a gestão de materiais e toda a informação

inerente, nos dois sentidos, direto e inverso. A logística reversa tem um

papel preponderante, neste novo conceito de logística, muito mais

global, abrangente e educacional, como podemos constatar em mais

esta ideia em desenvolvimento.

84

A implementação do LEVE, e utilização da logística reversa escolar

como transporte desses resíduos diários, consiste não somente na

intensa conscientização de educadores, alunos e famílias sobre a

importância e coleta diária via escola acerca da separação e da

reciclagem de resíduos sólidos não orgânicos, mas também da

importância da venda desses materiais em prol da sustentabilidade e

de projetos sociais e educacionais com custo beneficio inteligente e

participação solidária.

Além da separação de resíduos sólidos recicláveis dentro das escolas, a

logística reversa escolar e o LEVE estimulam toda comunidade local a

retornarem à escola todo o material doméstico reciclável, que passa a

ser encaminhado diariamente à central de triagem da cidade ou bairro

onde é separado e vendido para empresas de reciclagem. Isso diminui

o impacto da coleta porta a porta municipal e aumenta a qualidade

dos resíduos obtido, uma vez que o LEVE predetermina um grande

trabalho conjunto de educação ambiental.

Figura 15: Adaptação dos veículos de transporte escolar para a coleta dos resíduos.

Fonte: Instituto Brasil Solidário.

85

REDE DE COMERCIALIZAÇÃO DE RESÍDUOS

A REDERESÍDUO é uma plataforma de estímulo aos negócios da

reciclagem, ágil, fácil usar e gerenciar, que propicia negociações e

rastreabilidade de atividades de reciclagem ou destinação final de

resíduos; reconhecida pelo FINEP, CNPq, FAPESP, SEBRAE e FGV como

uma inovação tecnológica e com atuação consolidada no mercado

corporativo. Veja mais no site rederesiduo.com.br.

Mostra-se importante ligar as organizações do Polo diretamente com

empresas recicladoras, visando facilitar a venda dos materiais que

podem ser reciclados permitindo a união de esforços, experiências e

materiais, aumentando a escala e tornando o negócio mais lucrativo

para todos, viabilizando a logística reversa pós-consumo. O fluxo das

oportunidades pode ser visto abaixo:

Figura 16: Fluxo de oportunidades da rede de comercialização de resíduos.

Fonte: Rede Resíduo.

Outro benefício esperado é a maior visibilidade do Polo para todos os

players do setor gerando novas oportunidades de negócio e

incorporando na plataforma rotinas e processos para atender aos

diversos atores da gestão de resíduos, entre eles:

86

● Outras organizações do entorno que possam vender, trocar, doar ou

destinar seus resíduos ou contratar serviços;

● Recicladores que possam utilizar resíduos como matéria-prima e ter

previsibilidade de recebimento de material;

● Transportadores que sejam notificados automaticamente das

oportunidades e possam otimizar rotas, atuando na logística reversa

e acessando os mapas das oportunidades;

● Gestores das Redes (departamentos de meio ambiente corporativos,

prefeituras, associações de empresas ou outras organizações) que

possam controlar requisitos, mitigar riscos e coletar dados para

embasar indicadores e métricas.

● Cooperativas de reciclagem poderão fazer uso de um sistema de

governança que está de acordo com a Política Nacional de

Resíduos Sólidos, transformando seus associados em verdadeiros

empresários, negociando em pé de igualdade, junto a players com

grande poder de compra.

A plataforma será integrada ao ecossistema da REDERESÍDUO,

proporcionando interação com outras redes de empresas e prefeituras

criando um fluxo constante de informações e contribuindo para a

realização de negócios, com notificação automática de

oportunidades.

87

Figura 17: Fluxograma da rede de comercialização de resíduos.

Fonte: Rede Resíduo.

Os relatórios online dão transparência aos processos e permitem aos

participantes cadastrados a supervisão, acompanhamento e

contabilização das operações concretizadas. Através de sistema

georreferenciado é possível otimizar o frete e acompanhar todo o

processo até o destino final.

Benefícios adicionais:

● Criação de uma rede facilitadora de negócios para o mercado

de resíduos e reciclagem.

● Interface entre o Polo, as cooperativas e as empresas

recicladoras que procuram materiais e/ou matérias primas para

seus processos e empresas de tratamento e disposição final.

● Incremento do retorno financeiro através da comercialização de

materiais passíveis de reciclagem.

● Agilização do fluxo de informações e de negociação entre as

88

partes.

● Busca de oportunidades de forma pró-ativa.

● Capacitação do pessoal na utilização das interfaces do Sistema.

● Suporte aos usuários para utilização eficaz da ferramenta.

● Acompanhamento das oportunidades e negociações

cadastradas, compilação de preços e cotações de materiais de

forma regionalizada.

● Notificação para serviços de transporte.

● Calculadora de externalidades (indicadores ambientais)

Implementação

A implementação do PVR será feita em vinte passos, dentro de cinco

fases, conforme apresentado abaixo.

Fase 1: Planejamento e Organização

Primeiro Passo: Obter o comprometimento dos agentes envolvidos.

Segundo Passo: Estabelecer os arranjos institucionais e Acordos de

Cooperação.

Terceiro Passo: Organizar os treinamentos e capacitações dos elos da

cadeia de geração, coleta e reciclagem dos resíduos.

Quarto Passo: Barreiras e Soluções.

Fase 2: Capacitação e Treinamento

Quinto Passo: Desenvolver uma agenda contínua de cursos de

capacitação e oficinas de treinamento.

Sexto Passo: Aplicação da agenda.

Sétimo Passo: Determinar os focos da avaliação de treinamento para

formação de Recursos Humanos.

89

Fase 3: Nivelamento da estrutura operacional

Oitavo Passo: Originar um balanço de materiais necessários para

otimização dos Galpões de Reciclagem existentes nos municípios.

Nono Passo: Avaliação das causas da baixa produtividade.

Décimo Passo: Gerar oportunidades de otimização.

Décimo Primeiro Passo: Seleção de oportunidades.

Fase 4: Estudos de Viabilidade

Décimo Segundo Passo: Avaliação Preliminar.

Décimo Terceiro Passo: Avaliação Técnica.

Décimo Quarto Passo: Avaliação Econômica.

Décimo Quinto Passo: Avaliação Ambiental.

Décimo Sexto Passo: Selecionar as tecnologias mais apropriadas.

Fase 5: Implementação

Décimo Sétimo Passo: Preparar um Plano de implementação

Décimo Oitavo Passo: Implementar o Plano

Décimo Nono Passo: Monitorar e Avaliar

Vigésimo Passo: Sustentar atividades de Beneficiamento de Resíduos

Benefícios

Um Polo de Valoração de Resíduos aumentará a taxa de

valorização de materiais, em que se beneficiará a partir de dois

aspectos. Em primeiro lugar, reduzirá a quantidade de resíduos

finais, levando a economia de recursos necessários para o

transporte, tratamento e disposição final desses resíduos. Em

segundo lugar, será fonte de renda, uma vez que tais resíduos

90

recicláveis poderão ser vendidos diretamente para o setor de

reciclagem, estimulando a geração de emprego e renda, seja

com a inclusão dos trabalhadores informais na triagem e

incremento das cooperativas de reciclagem, seja no surgimento

de novas atividades econômicas.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos

Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência

para a Gestão de Resíduos

Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos

orgânicos

Adaptação dos sistemas de coleta primários

Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

Criação de um Centro de Treinamento Avançado

Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de

biogás

Estabelecer uma unidade reciclagem de resíduos

eletroeletrônicos

Fábrica de vassouras

Atelier de confecção de papel reciclado

Coleta de óleos e gorduras residuais (OGR)

4.2.3. Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

Introdução

Usinas de reciclagem têm ganhado espaço no Brasil e, quando inseridas

em políticas públicas apropriadas, contribuem decisivamente para a

91

solução de impactos urbanos e custos gerados pela disposição de

resíduos. Em que pese a tendência de seu crescimento, a falta de

estímulo governamental e de investimentos aplicados em pesquisas tem

levado a indústria da reciclagem no Brasil a importar resíduos. Somente

em 2008 foram importadas 14 mil toneladas de PET (Limpeza Pública

Magazine, Ed. 71, 2009).

O aumento da produção mundial de plásticos e a falta de programas

de gestão adequada de resíduos pós-consumo resultam no descarte

inadequado e na sua disposição nos ambientes terrestres e aquáticos,

causando inúmeros impactos ambientais,, inclusive afetando a saúde

humana. Necessitando grande período de tempo para sua

degradação , os plásticos tendem a permanecer por muito tempo

onde forem depositados. Por seu alto poder calorífico, versatilidade e

resistência, os plásticos devem ser tratados como matéria-prima pós-

consumo e não como lixo. Após o seu descarte, as possibilidades

corretas de destinação incluem reuso, redução, reciclagem,

incineração e, como opção menos favorável, a disposição em aterros.

Atualmente, o Brasil possui uma gestão inadequada de resíduos sólidos,

com a maior parte dos resíduos urbanos ainda seguindo para aterros

ou lixões. Os índices brasileiros de reciclagem de plásticos têm crescido,

mas persistem dificuldades, pela falta de programas de coleta seletiva,

de incentivos às recicladoras e catadores, todos negligenciados pelos

governos e população. A reciclagem mecânica é apontada, então,

como uma das soluções para o tratamento dos plásticos pós-consumo

no país, devendo ser analisadas as vantagens, desvantagens e

restrições desse processo. Práticas internacionais de gestão e

reciclagem devem ser observadas para servirem de parâmetro às

mudanças nacionais.

De acordo com “Empreendedores do Lixo” (Márcio Magera, 2005), os

resíduos no Brasil ainda são considerados como um problema das

92

autoridades e não uma questão ambiental que interessa ao conjunto

da sociedade. Também que, “a política a ser adotada para a

sobrevivência das cooperativas é muito mais complexa e demanda

gerenciamento profissional, utilizando recursos tecnológicos e equipes

treinadas no trabalho com resíduos, e a participação da sociedade...”.

Conclui-se, portanto que a reciclagem de materiais pós-consumo, para

processamento em outros produtos, deverá ser a melhor opção a ser

explorada como uma atividade negocial viável, integrada a todos os

setores da sociedade, em razão dos volumes envolvidos, a economia e

racionalização de recursos naturais, energia e materiais com valor

adicionado, e o impacto ambiental causado pela sua não racional

disposição após o uso.

Neste contexto, os Projetos-pilotos sugeridos aqui podem envolver

instituições que, através de suas habilidades e conhecimentos,

contribuirão para que a cadeia local de reciclagem saia do “limbo” em

direção a um mercado profissional com alto valor adicionado e ganhos

condizentes com o de outros mercados mais desenvolvidos.

Objetivo

Desenvolvimento de Projetos-pilotos que gerarão novos negócios

para o Mercado local de reciclagem, baseados em estudos de

laboratório e referências locais de mercado.

Objetivos Específicos

Identificar e testar tecnologias para reciclagem e recuperação

de materiais.

Levar as instituições de pesquisa ao encontro das necessidades

da comunidade local.

Entender a reciclagem como indústria e negócio,

consequentemente, uma fonte de emprego e renda.

Tipo: Fortalecimento institucional. Projetos contando com parcerias

entre a municipalidade, universidades e organizações empresariais,

conforme a categoria de resíduos.

93

Entidade Líder: Prefeitura Municipal de Crateús

Entidade de Apoio: Universidades, Sindicatos das indústrias,

Cooperativas, , SENAI, SEBRAE e outros.

Localização (sugerida): Laboratórios de Universidades e departamentos

da Administração Municipal.

Orçamento (Estimado): O orçamento poderá ser alocado através de

diversas linhas de pesquisa do Governo Federal e das Indústrias. Por

exemplo, em pesquisa de reciclagem de polímeros, uma indústria

plástica ou seu sindicato nacional. Instituições como Sebrae e Senai

ficariam encarregados do treinamento nas cooperativas sobre

gerenciamento negocial e sua inclusão no grupo local.

Período de Tempo (Estimado): Dois anos, a contar da assinatura do

acordo de cooperação.

Implementação

A implementação deste projeto pode ser facilitada pela Administração

Municipal de Crateús através do estabelecimento para cada projeto,

de um acordo para cooperação entre universidade, Sebrae/Senai,

industria e/ou associação, tendo como objeto de estudo uma

organização local de reciclagem.

Possibilidades de uso de tecnologias menos sofisticadas para materiais

com maior disponibilidade nos resíduos gerados em Crateús, existência

de demanda e aceitação por parte do mercado local de produtos

feitos a partir de materiais reciclados e presença de uma rota viável

para negócios e viabilidade ecológica são os principais objetivos dos

Projetos-pilotos. Como referência, algumas experiências brasileiras são

descritas a seguir.

94

Reciclagem/Reuso de Resíduos de C&D

A reciclagem de resíduos de construção e demolição no Brasil é muito

nova, restrita a algumas iniciativas locais. Um exemplo importante é a

cidade de Belo Horizonte, onde a reciclagem de RC&D tem seu

principal uso como base para pavimentação. De acordo com a

Administração Municipal, o custo de produção de pavimentos com a

utilização de agregados originados na cidade é cerca de 22% menor

do que o convencional. Mais ainda, antes da instalação das usinas de

reciclagem, o custo anual com a remoção de caliça resultante de

disposições clandestinas era da ordem de um milhão de dólares. A

reciclagem sob a forma de agregados é a mais amplamente utilizada

na reciclagem de resíduos de C&D no Brasil. As alternativas de

aplicações de agregados recicláveis dependerá da composição e

conteúdo dos resíduos utilizados. A reciclagem pode ser implantada

como uma simples fase, como no caso de reciclados de agregado de

concreto (contendo apenas concreto) e reciclados de agregados

cerâmicos (contendo apenas cerâmica vermelha e branca). Uma

segunda alternativa será a geração de agregados reciclados de

resíduos de C&D misturados através de processamento simultâneo de

resíduos de argamassa, ladrilhos vermelhos, cerâmica branca, concreto,

rochas e outros. Dependendo do tamanho do município, poderá ser

interessante que os passos de seleção, reciclagem e aterro sejam

concentrados numa mesma instalação.

Reciclagem/Reuso de Plástico (Polímeros)

Resíduos sólidos urbanos contêm um grande volume de polímeros e sua

disposição final é um sério problema ambiental. Consequentemente, a

reciclagem dos principais polímeros presentes nos resíduos sólidos é uma

alternativa. Entre as principais aplicações de polímeros reciclados no

Brasil estão as relacionadas às moradias. O PET reciclado é utilizado

como fibra têxtil (41%), colchas de não tecido (16%), cordames (15%),

95

resinas não saturadas (10%), embalagens (9%), vassouras de cerda e

escovas (5%) e outros produtos (4%). Conforme a pesquisa sobre o

Índice de reciclagem no Brasil em 2012, executado por Plastivida –

Instituto Socioambiental dos Plásticos e publicado em 2013, 64% do

resíduo plástico consumido em 2012 foi de origem pós-consumo, sendo

os 36% restante oriundos de aparas da indústria, predominantemente

da indústria de transformação de plástico.

Segundo esse mesmo estudo, no Brasil, entre os 5.564 municípios,

apenas 766 têm coleta seletiva. A capacidade ociosa da reciclagem

pode ser traduzida pela falta de ações efetivas por parte dos

municípios. A pesquisa também mostra que no Brasil existem apenas

762 indústrias de reciclagem de plásticos e a metade delas está

localizada em São Paulo. A análise por tipo mostra: 331 (44%) são

empresas de reciclagem que apenas vendem o material plástico não

realizam triagem e transformação; 155 (20%) são empresas de

reciclagem dedicadas à triagem; 138 (18%) são empresas de

reciclagem especializadas em transformação, mas não realizam

triagem; e 138 (18%) empresas de reciclagem dedicadas à triagem e

transformação. De 2003 a 2012 o crescimento dos empregos diretos

cresceu 6%.

Em 2012 os principais mercados demandantes de produtos plásticos

reciclados foram: utilidades domésticas (153 mil/ton), construção civil

(148 mil/ton), automobilístico (109 mil/ton), descartáveis (107 mil/ton),

industrial (99 mil/ton) e têxtil (94 mil/ton). (Monitoramento dos Índices de

Reciclagem Mecânica de Plásticos no Brasil, 2013).

O reuso ou retorno de embalagens, a recuperação de resinas

constituintes dos materiais plásticos, recuperação de energia, nessa

ordem, são apresentadas como processos de reciclagem de plástico

com esforços articulados no mundo, exigindo legislação,

implementação de tecnologias apropriadas e ambientalmente

96

eficientes, bem assim como esforços articulados por parte do governo,

sociedade, instituições de pesquisa e empresas, como apontado pelo

estudo da Plastivida.

Desafio: Cooperação de todas as partes interessadas.

Benefícios

contribuição para um melhor planejamento estratégico, que

facilitará a implementação de negócios de reciclagem,

tornando-a profissional, barata e com maiores chances de

sucesso.

criação de empregos com possibilidade de melhor remuneração.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência

para Gestão de Resíduos

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

Criação de um Centro de Treinamento Avançado

Polo de Valoração de Resíduos (PVR)

Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de

biogás

Estabelecimento de uma unidade para reciclagem de

eletroeletrônicos

4.2.4. Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de

biogás

Introdução

Como pode ser visto através dos dados coletados em campo, os

resíduos gerados em Crateús são caracterizados pela elevada

percentagem de resíduos orgânicos (quase 50%).

97

Estes resíduos orgânicos (fonte de nutrientes, minerais, etc.) são, na

verdade, o vilão do resíduo urbano. Ao ser depositado em seu estado

natural, num "lixão" ou aterro sanitário sem tratamento, juntamente com

outros resíduos (alguns potencialmente tóxicos), entrará em

fermentação (anaeróbica), gerando, entre outros subprodutos, mau

cheiro de gases e ácidos orgânicos. Gases atraem vetores (moscas,

mosquitos, baratas e ratos), que encontram dentro dos resíduos em

decomposição um habitat ideal para a proliferação e propagação de

doenças. Os ácidos orgânicos, por sua vez, dissolvem as tintas, resinas e

jornais impressos, corroem baterias que incorporam substâncias tóxicas

na sua composição original, tais como metais pesados, juntando-se

outros fluidos presentes nos resíduos. Inevitavelmente, estes líquidos de

percolação da massa de "lixo" (um fato agravado pela chuva

alcançam e podem poluir águas subterrâneas e superficiais, muitas

vezes utilizadas para consumo humano e animal. É importante

esclarecer que nem o tratamento usual de água remove essas

substâncias químicas dissolvidas. Isto é, tanto o "lixo" quanto os aterros

mal operados podem poluir o solo, o ar, corpos d'água e, é claro, atingir

a cadeia alimentar (fonte: UFV / LESA).

A abundância de fontes de biomassa disponíveis no Brasil, a grande

variedade de processos utilizados para a sua recuperação e

diversidade de energia obtida para utilização pelo usuário final levou o

país a desenvolver um amplo espectro de atividades no domínio da

biomassa. O Brasil possui condições climáticas favoráveis para explorar

a imensa energia a partir de resíduos orgânicos e de geração de biogás

e fertilizante. Numerosas vantagens podem ser descritas para uma

planta de produção de biogás, mas uma das maiores se dá em termos

de impacto ambiental, uma vez que nenhum dano para o meio

ambiente será causado por biodigestores ao gerar biogás.

A investigação de sistemas alternativos de geração de energia tem

focado no processo, deixando em segundo plano um dos principais

98

objetivos que são os custos. A carência é mais evidente no caso dos

sistemas mais simples e mais econômicos (Sganzerla, 1993).

Proposta

Estudo de viabilidade técnica e econômica com base na utilização de

resíduos orgânicos, buscando soluções para sistemas de compostagem

e de biodigestão, econômicos e ecológicos para as condições locais.

Objetivo

Avaliar várias tecnologias para instalações de unidades de biogás

e de compostagem viáveis para processamento em pequena

escala a fim de evitar a eliminação de resíduos orgânicos no

"lixão" ou aterro.

Descrição

Unidade de biogás - uma unidade em que ocorre a degradação

biológica de produtos de origem animal orgânicos em condições

anaeróbias com vista à produção e captação de biogás.

Podemos brevemente dizer que a digestão anaeróbia de resíduos

orgânicos é um processo bioquímico que usa a ação bacteriana para

fracionar compostos complexos e produzir um gás combustível,

chamado de biogás que consiste de metano e dióxido de carbono. O

local onde ocorrem essas reações de decomposição é o digestor ou

biodigestor (Nogueira, 1986).

Unidade de Compostagem - uma unidade em que ocorre a

degradação biológica de produtos de origem animal orgânicos sob

condições aeróbicas.

A compostagem é um processo biológico aeróbio e controlado que

transforma resíduos orgânicos em resíduos estabilizados com

propriedades e características distintas do material que lhe deu origem.

Esta se efetua geralmente em pátios em que o material está disposto

99

em montes cônicos, conhecidos como pilhas de compostagem, ou

pilhas de forma prismática, chamados leiras de compostagem (BIDONE,

1999).

Localização: Dentro da área da Recicratiú.

Tipo: Projeto.

Agência: Prefeitura Municipal de Crateús.

Agência Suporte: Uma organização/especialista externa pode ser

contratada. O estudo de viabilidade também incluirá as

recomendações sobre políticas e infraestruturas preferenciais para

Unidade de compostagem/biogás.

Orçamento (estimado): Inicialmente R$ 20.000 para a avaliação da

demanda, identificação do tipo adequado de plantas e

desenvolvimento de documentos de aquisição. Em seguida, com base

na avaliação, mais orçamento poderá ser alocado para implementar a

tecnologia necessária.

Cronograma (estimado): 6 meses.

Quadro 13 – Cronograma de atividades para o estudo de tecnologias.

Atividades Jan-Fev Mar-Abr Mai-Jun

Avaliação de tecnologias e

identificação do modelo apropriado

para as condições locais com estudos

tecnico-econômicos existentes.

Comentários da PMC.

Desenvolvimento da documentação da

licitação para adquirir e implementar a

tecnologia adequada.

Fonte: elaborado pelos autores.

100

Benefícios

Os seguintes benefícios são esperados a partir deste Esquema:

Eliminação de vários focos de poluição ambiental (solo, ar e

água).

Controle da proliferação de vetores biológicos (moscas,

mosquitos, baratas e ratos) de importância na transmissão de

doenças infecciosas.

Melhoria da saúde pública em toda a região.

Geração de empregos diretos e indiretos.

Formação técnica dos funcionários que irão operar esses sistemas.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos

Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência

para Gestão de Resíduos

Fornecimento de sacos de resíduos para segregação de resíduos

orgânicos

Adaptação dos sistemas de coleta primária

Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

Criação de um Centro de Treinamento Avançado

SEMAM nos bairros

Polo de Valoração de Resíduos (PVR)

Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

4.2.5. Estabelecer uma unidade reciclagem de resíduos

eletroeletrônicos

Introdução

Resíduos eletroeletrônicos caracterizam atualmente um dos fluxos de

resíduos que mais crescem, tanto em países desenvolvidos quanto em

101

países em desenvolvimento. Alimentados pelo crescimento exponencial

no uso de equipamentos eletrônicos, em especial computadores

pessoais e sua rápida taxa de obsolescência. Telefones celulares têm,

ainda, uma vida útil mais curta, de menos de dois anos.

Segundo a norma ABNT3 NBR 16156/2013:

“Equipamentos eletroeletrônicos são equipamentos,

partes e peças cujo funcionamento adequado

depende de correntes elétricas ou campo

eletromagnéticos, bem como os equipamentos para a

geração, transmissão, transformação e medição

dessas correntes campos, podendo ser de uso

doméstico, industrial, comercial e de serviços.”

Além desta norma que estabelece requisitos para proteção ao meio

ambiente e para o controle dos riscos de segurança e saúde no

trabalho na atividade de manufatura reversa de resíduos

eletroeletrônicos, existe a norma NBR 15.833/2010 que regulamenta

o desmonte de aparelhos de refrigeração, estabelecendo os

procedimentos para recuperação dos materiais recicláveis. Também,

existe sobre o tema um tratado internacional, Convenção da Basileia4,

assinado em 1989, para o Controle dos Movimentos Transfronteiriços de

Resíduos Perigosos e sua Disposição,> Uma vez que o resíduo

eletroeletrônico é considerado resíduo perigoso, está, portanto, sujeito a

sua regulamentação.

A preocupação com o resíduo eletroeletrônico está aumentando

devido aos conteúdos perigosos, como chumbo, cádmio, mercúrio,

cromo hexavalente, plástico, incluindo PVC, retardadores de chama

bromados, bário, berílio, toners, fósforo e aditivos, etc. Métodos

rudimentares como queima a céu aberto, que são frequentemente

utilizados pelo setor informal nos países em desenvolvimento para

3 Associação Brasileira de Normas Técnicas < http://www.abnt.org.br/> 4 Basel Convention <http://www.basel.int/>

102

recuperar materiais valiosos, têm forte impacto sobre o meio ambiente

e a saúde das pessoas.

Segundo estudo5 publicado em 2013 pela Agência Brasileira de

Desenvolvimento Industrial (ABDI) e pela Secretaria de Desenvolvimento

da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio

Exterior (SDP/MDIC), o Brasil hoje é o mercado emergente que gera o

maior volume de lixo eletroeletrônico per capita, com 0,5 quilo por

habitante/ano. Para este estudo, foram considerados apenas resíduos

de equipamentos eletroeletrônicos pequenos, tais como aparelhos

televisor/monitor, LCD/plasma, DVD/VHS, produtos de áudio, desktop,

notebooks, impressoras, celulares, batedeira, liquidificador, ferro elétrico,

furadeira, entre outros.

Equipamentos eletroeletrônicos podem ser classificados em quatro

categorias:

» Linha Branca: refrigeradores e congeladores, fogões, lavadoras de

roupa e louça, secadoras, condicionadores de ar;

» Linha Marrom: monitores e televisores de tubo, plasma, LCD e LED,

aparelhos de DVD e VHS, equipamentos de áudio, filmadoras;

» Linha Azul: batedeiras, liquidificadores, ferros elétricos, furadeiras,

secadores de cabelo, espremedores de frutas, aspiradores de pó,

cafeteiras;

» Linha Verde: computadores desktop e laptops, acessórios de

informática, tablets e telefones celulares.

5 Logística Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos Análise de Viabilidade Técnica e

Econômica, 2013.

103

Proposta:

Na região do sertão de Crateús a área de mercado de reciclagem de

resíduo eletroeletrônico não está estabelecida. Também ocorre uma

quantidade muito pequena de atividade de desmontagem. Os

associados da Recicratiú receberam capacitação em gestão de

resíduos eletroeletrônicos, através da Fundação Joaquim Nabuco e

Instituto Venturi. O Centro de Treinamento Avançado pode exercer um

papel importante na continuação da formação de mão-de-obra

especializada para a triagem e, mais tarde, recuperação dos materiais

com maior valor de mercado.

A necessidade de investimento inicial para a infraestrutura das

instalações para desmontagem e posterior reciclagem de resíduos

eletroeletrônicos é grande. Essa tarefa pode demorar alguns anos para

concretude de todas as etapas, mas, como uma ação imediata, pode

haver um serviço intermediário, onde os resíduos eletroeletrônicos serão

recebidos e classificados. Após sua classificação, devem ser enviados

para usinas de reciclagem especializadas para cada material nos

grandes centros mais próximos da região de Crateús.

Uma unidade típica de reciclagem de resíduos eletroeletrônicos, como

encontrada em alguns países industrializados, combina o melhor da

desmontagem para a recuperação de componentes com a maior

capacidade de processamento de grandes quantidades de resíduos

dentro do menor custo. O material é alimentado por uma tremonha,

que desloca-se em um transportador que é deixado cair dentro do

separador mecânico, que é composto por um número de máquinas de

rastreio e de granulação. Toda a maquinaria de reciclagem emprega

um sistema fechado, com coleta de poeira.

104

Figura 18: Mesa para desmontagem com ferramentas pneumáticas

Fonte: RECYCLING FROM E-WASTE TO RESOURCES, UNEP (2009).

Objetivo

Estabelecer uma unidade para reciclagem de resíduos

eletroeletrônicos, a fim de lidar com o problema do aumento e

perigos colocados por estes na saúde humana, bem como no

ambiente.

Tipo: Projeto

Agência Líder: Prefeitura Municipal de Crateús

Agência Suporte: Câmara de Comércio, Indústria de eletroeletrônico

podem ser parceiros nesse projeto

Localização (sugerida): Galpão disponibilizado pela prefeitura no

centro da cidade de Crateús

105

Orçamento (Estimado): Para consultoria e montagem do layout do

galpão R$50.000,00.

Cronograma (Estimado): 2 anos

Quadro 14 – Cronograma de atividades para Implantação da unidade de

desmontagem e classificação.

Atividade

Ano 1 (2016) Ano 2 (2016)

Jan-

Mar

Abr-

Jun

Jul-

Set

Out-

Dez

Jan-

Mar

Abr-

Jun

Jul-

Set

Avaliação do local e

documentação

3

meses

Elaboração do Projeto

Preliminar

6 meses

Formalidades

administrativas para

licitação do Projeto

executivo

3

meses

Implantação da unidade

de desmontagem e

classificação

6 meses

Comercialização dos

materiais

3

meses

Fonte: elaborado pelos autores.

Descrição

Reciclagem de resíduos eletroeletrônicos é uma tarefa altamente

técnica. O descarte de resíduo eletroeletrônico sem o devido

tratamento representa risco para a saúde, afetando os seres humanos,

solo e o ecossistema. Portanto, existe necessidade urgente de

106

introdução de tecnologia simples e ambientalmente amigável para a

reciclagem destes resíduos.

De acordo com o relatório Recycling from e-Waste to Resouces (2009), a

cadeia de reciclagem de resíduos eletroeletrônicos pode ser dividida

em três principais etapas:

i) coleta,

ii) a desmontagem e pré-processamento, e

iii) processamento de ponta para recuperação final dos metais.

A tecnologia desempenha um papel crucial, especialmente nos

segundo e terceiro passos e, em particular, no pré-processamento e

processamento final.

Já o estudo “Logística Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos:

Análise de Viabilidade Técnica e Econômica (2013)”, traz as etapas de

forma mais detalhada:

1. Eliminação dos dados, no caso de equipamentos de informática e

telecomunicações;

2. Pesagem;

3. Desmontagem;

4. Separação por tipo de materiais - ferrosos, não ferrosos e plásticos;

5. Compactação dos materiais de características similares;

6. Processamento mecânico e/ou químico para recuperação de

materiais de valor.

Benefícios

Os resíduos eletroeletrônicos recolhidos separadamente, em

conformidade com o ambiental legal.

A quantidade de resíduos enviados para aterro será reduzida e,

assim, evita também o impacto na saúde e segurança, bem

107

assim a quantidade de componentes tóxicos que entra no

ambiente pode ser reduzida.

Com a formação dada ao setor informal para triagem e

reciclagem, mais oportunidades de emprego e renda serão

geradas.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Estabelecimento de uma célula-inventário de resíduos sólidos

Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência

para Gestão de Resíduos

Adaptação dos sistemas de coleta primária

Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

Criação de um Centro de Treinamento Avançado

SEMAM nos bairros

Polo de Valoração de Resíduos (PVR)

Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

4.2.6. Fábrica de Vassouras

Introdução

Ações da comunidade contribuem para o meio ambiente e geram

renda para famílias beneficiárias do Bolsa Família. As Secretarias de

Meio Ambiente, e de Assistência Social do Município de Crateús, no

Ceará, oferecem capacitação profissional para fabricação de

vassouras ecológicas, usando garrafas pet como matéria-prima. O

dinheiro arrecadado com a venda é dividido entre os artesãos.

A ideia surgiu de reunião entre secretários municipais que buscavam

108

alternativas para oferecer aos cidadãos de baixa renda oportunidades

de complementar a receita da família.

Proposta

Na estrutura da secretaria de meio ambiente e com uma célula de

apoio na comunidade rural de Lagoa das Pedras, estão sendo

produzidas as vassouras. A Secretaria dá o apoio necessário, mas toda

renda é para os trabalhadores envolvidos no processo.

Objetivos

Promoção da sustentabilidade ambiental.

Geração de emprego e renda.

Tipo: Projeto

Agência Líder: Prefeitura municipal

Agência Suporte: Secretaria de Meio ambiente

Localização (Sugerida): Secretaria de Meio Ambiente - Comunidade

rural Lagoa das Pedras

Orçamento (Estimado): Aproximadamente R$7.000,00 ano

Cronograma (Estimado): três anos

Quadro 15 – Cronograma de atividades para pleno funcionamento da fábrica.

Atividade 2015 2016 2017

Coleta de garrafas PET x

Fabricação de vassouras x

Comercialização x

Fonte: elaborado pelos autores.

109

Descrição

A comercialização ainda não se dá em larga escala, mas entre amigos

e vizinhos dos próprios fabricantes. As duas Secretarias que conduzem o

projeto articulam com o serviço de limpeza urbana da cidade o uso das

vassouras ecológicas na limpeza das ruas. Também buscam empresas

locais que consumam o material produzido pelos artesãos. A coleta das

garrafas é realizada em parceria com a associação de catadores -

Recicratiú e o apoio das escolas .

Implementação

O processo de fabricação de vassouras foi reiniciado em 2015 ,

enquanto que o de coleta de garrafas é continuo , seja em parceria

com Recicratiú - Associação de catadores responsável pelo Programa

de Coleta Seletiva ou em campanhas e gincanas realizadas pela

Secretaria de Meio Ambiente. A fabricação é feita por um grupo de

moradores da zona rural da localidade de Lagoa das Pedras enquanto

que a comercialização tem acontecido nos eventos da Secretaria e

nas feiras regionais, mas o objetivo é colocar o produto no mercado

da cidade.

Beneficios

Beneficiamento do PET.

Geração de renda.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência

para a Gestão de Resíduos

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

Criação de um Centro de Treinamento Avançado

SEMAM nos bairros

Polo de Valoração de Resíduos (PVR)

Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

110

4.2.7. Atelier de confecção de papel reciclado

Introdução

Pensar em preservar o meio ambiente não é mais uma questão de

opção, mas sim uma necessidade. O mundo está sensibilizado na

tentativa de amenizar os problemas ambientais. Sabendo, porém, que

a questão dos resíduos sólidos (lixo) está hoje entre os problemas mais

críticos, como decorrência do próprio consumo , o acúmulo de resíduos

é cada vez maior.

Grande parte destes resíduos são matérias primas e podem ser

reutilizados e reciclados, poupando, assim, recursos naturais e gerando

renda para muitas pessoas.

O Projeto foi implementado em 2013 e atende mais de mil alunos por

ano. No ano seguinte foram atendidos mais de mil alunos

multiplicadores. Em 2015 deverá ser reaberto o atelier .

Proposta

Compreendendo a importância das oficinas de reutilização e

reciclagem de material dentro do processo de educação ambiental. A

proposta é atingir de forma lúdica o público alvo. Mesmo levando em

conta que uma oficina de reciclagem não resolve o problema dos

resíduos, a atividade acaba sendo um reforço para a educação,

atingindo objetivos.

Objetivos

Capacitar à população abrangida pelo projeto para a geração

de renda através da confecção de objetos com materiais

recicláveis.

Promover a educação ambiental e a consciência ecológica para

a preservação e sustentabilidade do meio.

111

Criar possibilidades empreendedoras a partir do lixo bom para a

geração de renda.

Disseminar conhecimentos práticos para aproveitamento de

materiais alternativos (recicláveis).

Tipo: Projeto

Agência Líder: Prefeitura Municipal

Agência Suporte: Secretaria de Meio Ambiente - Núcleo de Educação

Ambiental

Localização (Sugerida): Secretaria de Meio Ambiente

Orçamento (Estimado): R$5.000,00 por ano

Cronograma (Estimado): três anos

Quadro 16 – Cronograma de atividades para pleno funcionamento do atelier.

Atividade 2015 2016 2017

Reeorganização do atelier x

Seleção de material e agendamentos x

Realização das oficinas x x x

Fonte: elaborado pelos autores.

Descrição

Este Esquema traz uma proposta socioeconômica e ambiental para um

público de escolas e comunidades, partindo da reutilização de

materiais recicláveis (alternativos) para confecção de objetos que

podem ser úteis na escola e, também, vendidos para manutenção dos

projetos escolares, servindo, ainda, à geração de renda para

comunidade.

112

Serão oferecidas oficinas de papel reciclado para confecção de

cartões e porta retratos; oficinas de confecção de pufs de papel e de

pneus inservíveis; oficinas de Tetra Pak para produção de caixas de

presentes, porta trecos, revisteiros e telhados isolante térmicos; oficinas

de fabricação de móveis.

Implementação

Através de agendamentos com as escolas que já desenvolvemos

projetos, com o propósito de multiplicação e formação de alunos,

moradores , recebemos os grupos na Secretaria ou realizamos a oficina

em suas instituições.

Benefícios

Multiplicação de informação.

Formação de alunos monitores.

Fortalecimento da coleta seletiva.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Desenvolvimento de Ferramentas para aumentar a consciência

para a Gestão de Resíduos

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

Criação de um Centro de Treinamento Avançado

SEMAM nos bairros

Polo de Valoração de Resíduos (PVR)

Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

4.2.8. Estudo para construção de um aterro sanitário consorciado

Introdução

A busca de soluções para a destinação final dos resíduos sólidos é

desafio, tanto para o setor público como para o setor privado,

sobretudo no que concerne à poluição dos solos, do ar e dos recursos

113

hídricos, bem como na compreensão dos mecanismos de

biodegradação da massa de resíduos e sua influência no

comportamento dos aterros e, por extensão, na vida das populações.

A Lei nº 12.305/2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos

(PNRS) impõe aos municípios a disposição final ambientalmente

adequada de rejeitos, definida por esta no seu capítulo II, art. 3º, inciso

VIII como: "distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando

normas operacionais, saúde pública e à segurança e a minimizar os

impactos ambientais adversos; ..." (DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 2010).

O prazo estabelecido para o cumprimento desta meta esvaiu-se em 02

de agosto de 2014. Os dados do Panorama 20136 revelam que cerca

de 60% dos municípios brasileiros ainda encaminham seus resíduos para

locais inadequados e, destes, quase a metade utilizam lixões. O

município de Crateús inclui-se nesta estatística.

Segundo o estudo, três anos após a regulamentação da Política

Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), seus gargalos e superações7, “a

maioria das prefeituras ainda não dispõe de recursos técnicos e

financeiros para solucionar os problemas ligados à gestão de resíduos

sólidos.” Também, os municípios raramente “utilizam-se das

possibilidades e vantagens da cooperação com outros entes federados

por meio do estabelecimento de consórcios públicos” conforme

previstos na Lei de Saneamento Básico (Lei no 11.445/2007) e Lei de

Consórcios Públicos (Lei no 11.107/2005) e de seus respectivos decretos

regulamentadores (Decreto no 7217/2010 e Decreto no 6.017/2007).

O município de Crateús, juntamente com os municípios de

Independência, Ipaporanga e Novo Oriente, criaram em 15 de outubro

6 Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2013, 11ª edição do relatório anual da ABRELPE –

Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, lançado em 04 de

agosto de 2014

7 Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (SELUR) e a Associação

Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), publicado em 2014.

114

de 2010 o Consórcio Municipal de Resíduos Sólidos - COMARES. No

entanto, o modelo consorciado de gestão de resíduos sólidos ainda não

se encontra em operação.

Os aspectos cruciais para o sucesso na implementação de um aterro

sanitário são: recursos financeiros (dinheiro para poder fazer), vontade e

decisão política (querer fazer), conhecimento técnico (saber como

fazer), pessoal qualificado e motivado (poder fazer, avaliar e refazer) e

participação popular ou social (ter o aval da comunidade).

Proposta

Estudo de viabilidade técnica e ambiental para a construção de um

aterro sanitário intermunicipal consorciado em Crateús. Já existe um

consórcio firmado e a Lei nº 12.305/2010, em seu art. 18, §1º tem como

um dos objetivos, priorizar recursos financeiros aos municípios que

optarem por soluções consorciadas para a gestão dos resíduos sólidos.

Objetivo

Estudo para construção de um aterro sanitário consorciado,

visando a disposição final ambientalmente adequada de rejeitos.

Tipo: Projeto

Agência Líder: Prefeitura Municipal de Crateús

Agência Suporte: Consórcio COMARES

Localização (sugerida): Município de Crateús

Orçamento (Estimado): aproximadamente R$250.000,00

Cronograma (Estimado): 21 meses

115

Quadro 17 – Cronograma das atividades do estudo para a implantação do aterro

sanitário.

Atividade

Ano 1 (2015) Ano 2 (2016)

Jan-

Mar

Abr-

Jun

Jul-

Set

Out-

Dez

Jan-

Mar

Abr-

Jun

Jul-

Set

Levantamentos preliminares

para seleção de áreas

3

meses

Realizar um EIA (Estudo de

impacto ambiental) para

locais selecionados

6 meses

Definição e Aprovação da

área do aterro

3

meses

Licenciamento ambiental 6 meses

Formalidades

administrativas para

licitação do Projeto

executivo

3

meses

Fonte: elaborado pelos autores.

Descrição

Aterro Sanitário é a evolução de uma das técnicas mais antigas e mais

utilizadas pelo homem para descarte de seus resíduos, que é o

lançamento adequado no solo dos resíduos classificados como não

perigosos. Busca provocar o menor impacto possível ao meio ambiente

ou à saúde pública. Essa técnica consiste basicamente na disposição

dos resíduos no solo, em camadas que são periodicamente cobertas

com novas camadas de solo.

O objetivo do aterro sanitário é o de melhorar as condições sanitárias

relacionadas ao descarte de resíduos sólidos urbanos, evitando os

116

danos da sua degradação descontrolada. A intenção do uso do aterro

é fazer com que as reações de degradação dos resíduos que ocorrem

na natureza possam acontecer em um local em que as consequências

possam ser controladas.

Os aterros podem ser divididos em diferentes tipos:

Aterro convencional: formação de camadas de resíduos

compactados, que são sobrepostas acima do nível original do

terreno resultando em configurações típicas de “escada” ou de

“troncos de pirâmide”;

Aterro em valas: o uso de trincheiras ou valas visa facilitar a

operação do aterramento dos resíduos e a formação das células

e camadas. Assim sendo, tem-se o preenchimento total da

trincheira, que deve devolver ao terreno a sua topografia inicial.

Ainda que considerado um método sanitário muito simples de

destinação final de resíduos sólidos urbanos, o aterro sanitário exige

cuidados especiais e técnicas específicas a serem seguidas, desde a

seleção e preparo da área até sua operação e monitoramento.

Figura 19: Corte da seção de um aterro sanitário.

Fonte: Manual de Operação de Aterro Sanitário da CONDER8

8 Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia. Disponível em

http://www.unipacvaledoaco.com.br/ArquivosDiversos/Cartilha%20Opera%C3%A7%C

3%A3o%20Aterro%20Sanit%C3%A1rio%20CONDER.pdf

117

As principais características de um aterro podem ser resumidas da

seguinte forma:

Impermeabilização da base do aterro: importantíssima, pois

busca evitar o contato do chorume com as águas subterrâneas.

A impermeabilização deve ser feita com argila e geomembranas

sintéticas de espessura adequada;

Instalação de drenos de gás: canal de saída do gás do interior do

aterro. Os drenos podem ser construídos de tubos de concreto ou

de PEAD, podendo receber uma conexão final de aço inox

quando a célula for fechada. O biogás pode ser recolhido para o

aproveitamento energético através da ligação de todos os

drenos verticais com um ramal central. Caso o biogás não possa

ser usado para fins energéticos, deve ser queimado para que o

metano não seja emitido agravando o efeito estufa.

Sistema de coleta de chorume: a coleta de chorume deve ser

feita pela base do aterro. O chorume coletado é enviado ao

sistema de tratamento de chorume através de lagoas

previamente preparadas com impermeabilização do seu

contorno ou de tanques de armazenamento fechados. A

quantidade e qualidade do chorume, variam bastante de um

aterro para outro, pois dependem de fatores como:

Composição do l ixo;

Quantidade de resíduos dispostos;

Forma de disposição (grau de compactação,

cobertura, etc.);

Índices de precipitação/evapotranspiração;

Extensão da área ocupada pelo l ixo;

Tempo decorrido do início de disposição.

118

Na operação do sistema de tratamento é necessário efetuar,

permanentemente, a medição da vazão do chorume gerado, bem

como a determinação da sua composição, antes e depois do

tratamento.

Sistema de tratamento de chorume: após coletado, o chorume

deve ser tratado antes de ser descartado no meio ambiente. O

tratamento pode ser feito no próprio local, ou poderá ser

transportado para um local apropriado (geralmente uma Estação

de Tratamento de Esgotos). Os tipos de tratamento mais

convencionais são o tratamento biológico (lagoas anaeróbias,

aeróbias e lagoas de estabilização). Estas técnicas que se

aplicam no tratamento do chorume se assemelham com as

utilizadas no tratamento de esgotos. Tradicionalmente, para um

Aterro Sanitário utiliza-se com mais frequência as lagoas

anaeróbias e facultativas, onde ocorre a remoção da carga

orgânica do chorume, pela ação das bactérias. Após um período

em que fica retido na lagoa (tempo de detenção) o líquido deve

ser avaliado para verificar se está em condições de ser lançado

nos corpos d’água sem risco de contaminação. Existem

referências de que ainda podem ser utilizadas outras formas de

destinação tais como: tratamento por oxidação (evaporação e

queima) ou tratamento químico (adição de substâncias químicas

ao chorume);

Sistema de drenagem de águas pluviais: o sistema de captação e

drenagem de águas de chuva visa escorrer a água por locais

apropriados para evitar a infiltração que gera o chorume.

O aterro sanitário deve operar de modo a fornecer proteção ao meio

ambiente, evitando a contaminação das águas subterrâneas pelo

119

chorume (líquido de elevado potencial poluidor, de cor escura e de

odor desagradável, resultado da decomposição da matéria orgânica),

evitando o acúmulo do biogás resultante da decomposição anaeróbia

do lixo no interior do aterro. O biogás pode sair do interior do aterro de

forma descontrolada ou infiltrar pelo solo e atingir redes de esgotos,

fossas e poços rasos podendo causar explosões.

Implementação

Aproximadamente 46 toneladas/dia de resíduos misturados serão

dispostos a céu aberto apenas em Crateús, em 2015. Destes, 21

toneladas/dia são resíduos orgânicos. Além de significar um custo muito

alto para a PMC, em termos de coleta e transporte, também a

disposição inadequada coloca em risco a saúde pública, bem como

representa um impacto negativo sobre o meio ambiente.

O primeiro passo para a implementação de um aterro sanitário é

identificar áreas favoráveis onde o mesmo possa ser construído. A

norma técnica NBR 13896 (ABNT, 1997), estabelece os critérios regionais

para seleção de áreas para implantação de aterros sanitários. Após

selecionada a área que apresente as melhores condições do ponto de

vista técnico-ambiental, é preciso atender a uma série de critérios,

conforme quantidade de resíduos depositados e o método construtivo

adotado.

A seleção de áreas para implantação de aterros sanitários é um

processo complexo que envolve elementos bióticos, abióticos e

socioeconômicos, além de questões específicas de engenharia civil.

Nos últimos anos pesquisadores e instituições vêm desenvolvendo

métodos para seleção de áreas, impulsionados especialmente pelo uso

de sistemas de informações geográficas (SIGs).

Resumidamente, as áreas pré-selecionadas devem apresentar:

120

a) menor potencial para geração de impactos ambientais - estar fora

de áreas de restrição ambiental, aquíferos menos permeáveis, solos

mais espessos e menos sujeitos aos processos de erosão e

escorregamentos, declividade apropriada, distância de habitações,

cursos d’água, rede de alta tensão;

b) maior vida útil para o empreendimento - máxima capacidade de

recebimento de resíduos;

c)baixos custos de instalação e operação do aterro - menores gastos

com infraestrutura, menor distância da zona urbana geradora dos

resíduos, disponibilidade de material de cobertura;

d) aceitabilidade social - menor oposição da comunidade vizinha.

A gestão associada, como estabelecido no instrumento jurídico que

instituiu o consórcio público COMARES, com suas bases de

relacionamento, deve ser a forma de implementação e gestão do

aterro sanitário, uma vez que a gestão integrada de resíduos sólidos é

de interesse de todos os municípios consorciados. Dessa forma, a

viabilização econômica para a construção do aterro poderá se dar

através de convênio com outros entes federados.

Após a identificação das áreas, faz-se o levantamento da sua

documentação , seguindo-se uma análise crítica de cada uma das

mesmas frente aos critérios estabelecidos e priorizados. Seleciona-se

aquela que atenda a maior parte das prescrições através de seus

atributos naturais. A análise de viabilidade técnica e ambiental para a

instalação de aterros sanitários intermunicipais consorciados é

importância requisito essencial para a tomada de decisão.

Para uma estimativa do tamanho da área, e também para auxílio nas

etapas seguintes, é necessário projetar a geração de resíduos de todos

121

os municípios que fazem parte do consórcio e, consequentemente, o

volume do aterro. A estimativa atual e futura de geração de resíduos

sólidos municipais pode ser feita mediante formulação que observe as

seguintes equações:

G0 = Po.Gpo.Co

Gt = {Po. (1 + yp)t}.{Gpo. (1 + yper)t }.{Ct } a) ∙ ∙ ∙ ∙ ∙ b) ∙ c) ∙ ∙ ∙ d)

Onde,

Gt = geração futura de resíduos, após t anos (kg/d);

G0 = geração atual de resíduos (kg/d);

P0 = população atual do total do município (hab);

Gp0 = geração per capita atual (kg/hab.d);

C0 = cobertura atual da coleta ou nível de atendimento dos serviços de

coleta (%);

Ct = nível de cobertura da coleta no tempo t considerado (%);

yp = taxa de crescimento populacional (% a.a.);

yper = taxa de incremento anual da geração per capita (% a.a.);

t = tempo considerado (anos).

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Licenciamento Ambiental são

as etapas que demandam mais tempo, antes da implementação do

aterro sanitário, o qual depende, ainda, de um bom projeto executivo.

Benefícios:

Reduzir o risco para a Saúde Pública e para os Ecossistemas.

Garantir o cumprimento da legislação relacionada com a gestão

dos resíduos sólidos.

Minimizar os impactos nos componentes ambientais (ar, água,

solo, flora e fauna) causados pela disposição inadequada dos

residuos sólidos.

122

Realizar as operações de gerenciamento de residuos sólidos de

maneira transparente, responsável, eficiente e sustentável.

Vantagens de MDL podem ser obtidas a partir do aterro sanitário.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Desenvolvimento de políticas locais para segregação e coleta

Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência

para Gestão de Resíduos

Adaptação dos sistemas de coleta primária

Construção / Provisionamento de Pontos de Coleta

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

Criação de um Centro de Treinamento Avançado

SEMAM nos bairros

Estudo de viabilidade para unidades de compostagem e de

biogás

4.2.9. Coleta de Gorduras e Óleos Residuais - OGR

Introdução

Os óleos de gordura residuais (OGR), derivados do descarte do óleo de

cozinha usado na cocção de alimentos, podem vir a ampliar a cesta de

insumos para a produção de biodiesel e redução dos impactos

negativos que causam, quando descartados de forma inadequada, ao

meio ambiente e à rede de esgoto urbano. Também podem ser

instrumento de promoção de inclusão social e produtiva para

segmentos urbanos ora vivendo em condições de vulnerabilidade

econômica e socioambiental.

123

Proposta

Promover a coleta do como extensão da coleta Seletiva, no carro da

coleta ou em pontos específicos.

Objetivos

Amenizar os malefícios do óleo jogado nos ralos de pia

Minimizar contaminação dos lençóis freáticos

Gerar emprego e renda

Beneficiar a matéria prima para produção de biocombustível ou

fábrica de sabão.

Tipo: Projeto

Agência Líder: Prefeitura Municipal

Agência Suporte: Associação de catadores Recicratiú

Localização (Sugerida): Central de triagem

Orçamento (Estimado): R$10.000,00 por ano

Cronograma (Estimado): três anos

Quadro 18 – Cronograma de atividades para implantação da coleta e

beneficiamento do óleo de cozinha.

Atividade 2015 2016 2017

Implantação da coleta x

Aquisição de coletores x

Distribuição de pontos de coleta x

Mobilização dos municípios vizinhos x

Armazenamento x

Produção de produtos de limpeza x x

124

Venda para biocombustível x X

Fonte: elaborado pelos autores.

Descrição

Inicialmente a coleta em Crateús, deve ser ampliada para os demais

municípios com intenção de, através da rede cearense de catadores,

adquirir uma maquina de purificadora de óleos e gorduras para venda

para produção de biocombustível.

Implementação

Implantação prevista para 2015, sendo ampliada gradativamente de

acordo com as possibilidade. Trabalho inicialmente realizado através

de campanha de divulgação, com panfletos, adesivos e meios de

comunicação. Está atualmente na fase de aquisição de coletores ,

mobilização continua, estabelecimento de pontos de coleta e

negociações quanto a destinação final.

Benefícios

Menos óleo contaminando em solo e água

Beneficiamento da matéria prima para produção de produtos de

limpeza

Beneficiamento da matéria prima para produção de

biocombustível

Complemento da renda dos catadores.

Ligações com outros Esquemas no âmbito do Plano GIRS:

Desenvolvimento de ferramentas para aumentar a consciência

para Gestão de Resíduos

Educação Ambiental para Gestão de Resíduos Sólidos

SEMAM nos bairros

Projetos-pilotos para reciclagem e reuso de resíduos

125

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 1985.

Apresentação de projetos de aterros sanitários de resíduos sólidos

urbanos: NBR-8419. ABNT: Rio de Janeiro, 9p.

Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI. Logística

Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos: Análise de Viabilidade

Técnica e Econômica. 2013. Disponível em

http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1367253180.pdf. Acesso em

02/08/2014.

BRASIL. Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a Educação

Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá

outras providências. Brasília, 27 de abril de 1999. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm>. Acesso em 14

julho 2014.

______. Política Nacional de Resíduos Sólidos. Lei 12.305, de 2 de agosto

de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. DOU, publicado

em 03.08.2010.

______. Decreto 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Regulamenta a Lei

12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de

Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de

Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos

Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. DOU, publicado

em 23.12.2010.

MESQUITA JÚNIOR, José Maria. Coord. SEGALA, Karin. Gestão integrada

de resíduos sólidos. – Rio de Janeiro: IBAM, 2007. <

http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/01-girs_mdl_1.pdf>

acesso em outubro, 2014.

126

Plastivida - Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos. Monitoramento dos

Índices de Reciclagem Mecânica de Plásticos no Brasil. São Paulo, 2013.

Disponível em

http://www.plastivida.org.br/2009/pdfs/IRmP/Apresentacao_IRMP_2012.

pdf. Acesso em julho de 2014.

SCHALCH, Valdir et alii. Gestão e gerenciamento de resíduos sólidos.

Escola de Engenharia de S. Carlos, USP. S. Carlos, SP. Out, 2002.

<http://www.deecc.ufc.br/Download/Gestao_de_Residuos_Solidos_PGT

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acesso em out, 2014.

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UNEP, 2013. E-waste Volume III: WEEE / E-waste “Take-back system”.

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UNEP; Instituto Venturi Para Estudos Ambientais, 2009. Plano de Gestão

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Acesso em 10 de setembro de 2014.

127