plano estatégico 2015 | 2019 · rua da escola politécnica, 141-147 1269-001 lisboa portugal...
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Plano Estatégico 2015 | 2019Universidade Aberta
TÍTULO
Paulo Maria Bastos da Silva Dias
AUTOR 978-972-674-799-4
ISBN
Universidade Aberta
EDITOR Palácio CeiaRua da Escola Politécnica, 141-1471269-001 LisboaPortugalServiços de Produção Digital |
Direção de Apoio aos Campus Virtual
PRODUÇÃO SEDE
4
Nota de Abertura
8
Questões Estratégicas
22
Linhas de Ação
48
Nota Final
nota de abertura
O Plano Estratégico para o quadriénio 2015-2019 constitui o documento orientador para o desenvolvimento da governança e ação da Universidade Aberta ao longo do período em referência. É um documento que emerge do disposto no Programa de Ação, em particular, nas questões estratégicas e nas linhas de ação e que agora se apresenta para apreciação do Conselho Geral, no cumprimento das competências deste órgão e no disposto no artigo 22.º, 2a) dos estatutos da UAb.Face à natureza deste documento, nomeadamente como instrumento de operacionalização dos objetivos apresentados no Programa de Ação na Candidatura a Reitor da UAb, procedeu-se à sua organização em duas grandes áreas: Questões Estratégicas e Linhas de Ação.
A primeira, compreende a contextualização do pensamento estratégico e a definição dos objetivos para a consolidação da missão e ação da UAb, nos planos nacional e internacional, e desenvolve-se nos objetivos orientadores que a seguir se enunciam:i) Consolidar a liderança na investigação e na
educação a distância e em rede;ii) Promover a internacionalização da UAb;iii) Fomentar a criação de escala;iv) Reforçar a qualidade no ensino; v) Desenvolver a sustentabilidade;vi) Projetar o consórcio UAb e UC.Na segunda parte deste documento são formuladas as linhas de ação para a operacionalização dos objetivos e respetivas medidas de concretização, linhas de ação que entendo constituírem não só instrumentos para o planeamento estratégico a desenvolver ao longo do quadriénio como também
meios para a monitorização dos níveis de realização esperados.Este é um plano de ação que tem como objetivo central consolidar a intervenção da Universidade Aberta nos planos nacional e internacional, dando continuidade aos processos de cooperação em curso e a estabelecer com outras instituições, em particular, no âmbito do consórcio entre a Universidade Aberta e a Universidade de Coimbra, e promover, igualmente, a qualidade nas práticas de educação a distância e em rede nos contextos emergentes da globalização cultural, científica e tecnológica.
É um plano estratégico elaborado a partir da
conceção de que a sustentabilidade da missão da
Universidade Aberta encontra nos processos de
inovação pedagógica os meios para a afirmação
da atualidade da missão da instituição, o que tem
de ser formalizado na liderança da investigação
em educação a distância e em rede.A educação a distância e em rede constitui a especialização da Universidade Aberta e a marca de diferenciação desta em relação às restantes instituições da rede de ensino superior português, sendo, deste modo, a liderança na investigação não só um desafio mas sobretudo uma exigência para a qualidade e confiança social no ensino e aprendizagem em rede, enquanto meios para a criação de conhecimento e projeção da língua e culturas portuguesas.
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Fundada em 1988, a Universidade Aberta é a única instituição de ensino superior público a distância em Portugal. A Universidade Aberta, universidade pública de ensino a distância, tem como Missão, no contexto universitário português e de acordo com a lei que o enquadra, a criação, transmissão e difusão da cultura, dos saberes, das artes, da ciência e da tecnologia, ao serviço da sociedade, através da articulação do estudo, do ensino, da aprendizagem, da investigação e da prestação de serviços. A Universidade Aberta assenta em unidades orgânicas essencialmente de base disciplinar, que interagem na organização de programas de ensino, investigação e cooperação com a sociedade, numa perspetiva fecunda de colaboração interdisciplinar. A exigência de colaboração interdisciplinar
colocada pela estrutura organizacional favorece a integração e coesão das áreas de missão da Universidade e permite flexibilidade, capacidade de resposta rápida, de elevada produtividade, criativa e inovacão.Para além do Ensino a Distância, a Universidade privilegia ainda atividades e intervenções no âmbito alargado e no quadro conceptual da Educação a Distância, bem como visando a Aprendizagem ao Longo da Vida. Uma Universidade em qualquer lugar do mundo. Alicerçados na promoção de uma sólida cultura de qualidade a UAb como universidade pública de ensino a distância deverá assumir uma ação significativa na difusão da cultura e língua portuguesa de forma a constituir uma clara vantagem competitiva na sua afirmação como Universidade Global.A Universidade potencia os seus recursos
integrando redes de colaboração, presentes em todas as suas áreas de intervenção. Merecem especial destaque os cursos lecionados em parceria com outras universidades, portuguesas e estrangeiras, e os parceiros de projetos europeus.Desenvolvendo uma cultura organizacional de proximidade, territorialmente sem fronteiras, interdisciplinar, empreendedora, integrada em redes nacionais e internacionais, a Universidade Aberta afirma, com orgulho, a sua identidade.A UAb fomenta a Transparência quer na tomada de decisões quer na difusão da informação. A transparência cria fiabilidade, torna possível a existência da confiança mútua entre a UAb e todos os seus stakeholders, implica clareza sobre o que fazemos e como fazemos, passando pelo envolvimento dos stakeholders, pela informação disponibilizada e pela compreensão, por parte de todos, das ações tomadas pela gestão de topo.
A Credibilidade da UAb afirma-se no reconheci-mento nacional e internacional da sua excelência enquanto universidade pública portuguesa de ensino a distância e elearning. A Ética expressa o compromisso da UAb com os mais altos padrões de honestidade, transparência e integridade. Valorizamos a integridade dos nossos funcionários, das pessoas que representam a UAb, bem como, de todos os nossos stakeholders. A ética na nossa atividade é um fator de criação de valor e afirma-se a sua atividade pela ação cidadã, que ocorre no contexto interno de serviço à comunidade universitária, e numa perspetiva externa de bem comum, no serviço à comunidade em geral.A UAb disponibiliza Inovação em qualquer lugar do mundo e “Abertura” através de formação online assente num modelo pedagógico inovador e pioneiro.
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8_____
Constituem questões estratégicas para o
pensamento e planeamento da ação no âmbito da
missão e atividade da UAb consolidar a liderança
na investigação e na educação a distância e em
rede; promover a atividade no plano internacional,
com particular expressão para a intervenção
na lusofonia; fomentar a criação de escala para
uma intervenção decisiva nos novos cenários e
contextos de educação; reforçar a qualidade dos
processos e práticas pedagógicas na educação
a distância e na oferta de ensino; desenvolver
a sustentabilidade através da valorização do
conhecimento organizacional e científico em
educação a distância, os quais constituem a
especialização da UAb; e, por último, projetar
o consórcio entre a Universidade Aberta e a
Universidade de Coimbra, enquanto meio para a
criação de escala para a inovação e liderança na
oferta educativa a distância e em rede nos países
de língua portuguesa.
questões estratégicas
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Para dar continuidade ao projeto inovador
da UAb é prioritário garantir a liderança na
investigação e nas práticas de educação a distância
e em rede em Portugal. Para que isso aconteça é
fundamental que a UAb seja capaz de transformar
o seu conhecimento pedagógico, tecnológico e
organizacional numa mais-valia na sua intervenção
na rede de ensino superior. O consórcio entre a
Universidade Aberta e a Universidade de Coimbra
consolidar a liderança na investigaçãoe na educação a distância e em rede
assume particular relevo nesta
matéria pelo pensamento e
pioneirismo das ações que dele
decorrerão.
Para liderar a educação
a distância e em rede em
Portugal é ainda necessário
reforçar o papel dos centros de
investigação da UAb: o Laboratório de Educação
a Distância e eLearning (LE@AD), o Centro de
Estudos das Migrações e Relações Interculturais
(CEMRI), os polos dos centros de investigação
externos sediados na UAb. Também o Observatório
da Qualidade no Ensino a Distância e eLearning
tem um papel complementar a desenvolver
enquanto gerador de conhecimento avançado
neste domínio.
A definição de uma agenda
ambiciosa de investigação em
educação a distância e em
rede, que comprometa todos
os docentes e investigadores
da UAb, constitui uma tarefa
prioritária para a sustentabilidade
das atividades da UAb, não
10_____
apenas no presente mas também no futuro.
Os resultados do estudo realizado pelo Observa-
tório da Qualidade do Ensino a Distância e
eLearning sobre o modo como se processa o
ensino a distância em Portugal mostram que existe
uma grande diversidade de conceções e práticas
de educação a distância, assim como a ausência,
nas instituições de ensino superior respondentes,
de um pensamento sustentado neste domínio.
Esta diversidade decorre da falta de regulação
pública, mas decorre também da falta de formação
pedagógica dos docentes. É obrigação da UAb,
como instituição pioneira e líder nesta área em
Portugal, a promoção de um pensamento de
qualidade e a sua partilha, sob determinadas
condições, com outras instituições.
É necessário, assim, conduzir uma liderança
orientada quer para a regulação das práticas da
educação a distância por parte do poder político,
em que a UAb tem necessariamente de ser ouvida,
quer para a mudança e inovação no pensamento
da educação a distância e em rede na sociedade
portuguesa contemporânea. A liderança da UAb
passa por ser capaz de dar continuidade ao que
já está a fazer em termos de formação para a
docência online, mas passa também por ser
capaz de garantir a horizontalidade de práticas e
a qualidade da oferta educativa neste regime de
ensino.
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A UAb é, por natureza, uma instituição
vocacionada para a intervenção internacional, o
que implica uma conceção da organização docente
e administrativa orientada para esse fim. Mais do
que a flexibilização do acesso às aprendizagens
em rede é necessário entender que a educação
a distância em rede é um processo social e
cognitivo que ocorre na sociedade digital visando a
valorização das competências de autorregulação e
de mediação social e colaborativa dos aprendentes.
Aprender em rede significa participar na criação
do conhecimento de forma ativa e partilhada
pelos membros da comunidade virtual. É através
dos processos de aprendizagem coletiva que
os modelos de educação em rede se mostram
profundamente inovadores nos atuais cenários da
sociedade digital.
É necessário reforçar a internacionalização da
UAb, valorizando neste movimento a criação de
conhecimento em língua portuguesa, conscientes
de que isso se faz participando de forma ativa
nas redes de globalização das aprendizagens e
criação do conhecimento através de uma oferta
educativa que responda, de modo inovador,
às necessidades de formação de públicos
internacionais crescentemente exigentes.
promover a internacionalização da UAb
A inovação é da maior importância para o
pensamento e ação da UAb pois permite o ganho
estratégico na criação de escala através das
aprendizagens em rede.
A criação de escala constitui, contemporaneamente,
o aspeto mais importante para o desenvolvimento
da educação a distância e em rede na multiplicidade
das dimensões de representação na globalização
do conhecimento. Para além da sua inegável
fomentar a criação de escala
intervenção no esbatimento
das fronteiras sociais e físicas
no ensino e aprendizagem e
na criação de conhecimento,
a escala operacionaliza-se
através da abertura de novos
cenários e contextos de
educação em rede.
A universidade que antevejo não se configura na
dimensão do local, mas, pelo contrário, é uma
universidade que, para além da referência ao local,
se afirma no global e faz deste o seu território para
a criação do conhecimento.
A criação de escala é um objetivo da universidade
do futuro (leia-se, da Universidade Aberta), vista
como uma universidade em rede e que através da
rede define a sua própria dimensão operacional
para o desenvolvimento de um pensamento
partilhado e gerador da mudança e inovação para
a criação de conhecimento.
13_____
A qualidade da oferta educativa e dos
serviços de suporte da aprendizagem virtual
constitui uma condição para o sucesso do processo
de internacionalização e participação ativa da UAb
na globalização.
O desafio da internacionalização consiste em
criar uma oferta educativa de qualidade para a
cidadania e a participação criativa na economia
da globalização do conhecimento. É o principal
desafio que a UAb enfrenta para se preparar para
o futuro da educação na sociedade digital e a
valorização da criação de conhecimento no exterior,
particularmente junto dos falantes de português.
É um desafio que requer a maior dedicação e
investimento dos docentes e investigadores da
UAb na criação de novos percursos de educação
direcionados não só para a formação inicial como,
também, por exigência da sociedade digital, para
a aprendizagem ao longo da vida.
O Observatório da Qualidade no Ensino a Distância
e E-learning tem vindo a desenvolver um trabalho
pioneiro na avaliação da educação a distância e
em rede no país. Neste sentido, o Observatório,
na continuidade da sua atividade, deverá trabalhar
ativamente na definição de indicadores para a
qualidade do regime de educação a distância e em
rede.
A qualidade constitui ainda um objetivo estratégico
para a garantia da sustentabilidade competitiva,
científica e pedagógica da UAb na globalização.
reforçar a qualidade no ensino
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desenvolver a sustentabilidade
A UAb ocupa uma posição estratégica na
rede de ensino superior português como única
instituição de ensino universitário vocacionada
exclusivamente para a educação a distância e em
rede.
A atividade da UAb estende-se a 31 países, o que
representa um capital de conhecimento operacional
e uma cultura organizacional de inegável valor
estratégico, que não tem contudo merecido
a necessária valorização e reconhecimento
institucional por parte da tutela. Esta situação tem
de mudar em definitivo.
A criação da UAb em 1988 resultou da perceção,
pelo governo da altura, do valor estratégico para
Portugal na existência de uma instituição de
ensino superior a distância que fosse capaz de
qualificar a população adulta e de requalificar os
ativos e, desse modo, funcionasse como meio de
criação de capital social e cultural indispensável
ao desenvolvimento do País. Passados 27 anos
desde a criação da UAb, a educação a distância
apresenta a maior atualidade para a intervenção no
desenvolvimento cultural e científico da sociedade,
não só na formação e requalificação da população
adulta mas, como evolução dos tempos, na
formação de jovens adultos, quer no que se refere
a programas de formação inicial, quer também a
programas de aprendizagem ao longo da vida.
A falta de regulação para o ensino a distância
em Portugal tem implicações diretas não só
na ausência de critérios e indicadores para
a garantia da qualidade na rede de ensino
superior público e privado como, igualmente, a
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sustentabilidade do modelo de financiamento da
instituição. Com efeito, desde a sua fundação,
o único financiamento público da UAb é um
subsídio estatal não fundamentado em qualquer
tipo de indicadores. Sublinho que a ausência de
regulação e de políticas públicas específicas para
a educação a distância e em rede tem constituído
um entrave para o desenvolvimento da UAb e é o
principal obstáculo para a sua afirmação, nacional
e internacional; é particularmente evidente, ligada
a este facto, a falta de uma política esclarecida de
apoio à intervenção da UAb, como se impõe, junto
dos países de língua portuguesa.
Para garantir a qualidade e sustentabilidade da
educação a distância e em rede em Portugal e,
especificamente, o modelo adotado pela UAb,
o Plano Estratégico defende como prioritária a
regulação do regime de educação a distância e a
integração da UAb no sistema de financiamento
público de ensino superior. É imperioso resolver
estas duas questões no futuro próximo, dada a
progressiva adoção de práticas de educação a
distância pelas demais instituições, públicas e
privadas, de ensino superior.
Como é do conhecimento público foi solicitado
formalmente, em 2012, ao Ministro da Educação
e da Ciência a regulação da educação a distância
e em rede. Em resposta ao meu pedido, em
2014, o Ministro da Educação e Ciência criou um
grupo de trabalho, coordenado pelo presidente da
A3ES e constituído por representantes do CRUP,
das instituições de ensino superior universitário
e politécnico, público e privado, e pelo Reitor da
Universidade Aberta, com a missão de elaborar uma
17_____
proposta de decreto-lei. A proposta foi apresentada
à tutela, contando com importantes contributos da
UAb. Mas quando se esperava que a proposta de
decreto-lei fosse aprovada, tal não aconteceu.
Não obstante, apesar dos constrangimentos de
natureza regulatória e financeira, a atividade e o
modelo pedagógico virtual da UAb constituem
referências no sistema de ensino superior
português. O reconhecimento da UAb estende-
-se além-fronteiras pelo facto de ter em curso,
no presente momento, um intenso programa de
formação para a docência online universitária no
Brasil e em Cabo-Verde.
A realização de programas avançados de educação
e formação de âmbito internacional – com particular
destaque para os programas destinados a Angola,
Brasil, Cabo Verde e Moçambique – têm vindo a
contribuir para o equilíbrio da execução orçamental
da UAb.
No entanto, os constrangimentos decorrentes do
atual sistema de financiamento da UAb refletem-
-se negativamente em todos os setores da vida
académica, sendo particularmente notórios
nos limites impostos à massa salarial, que se
constituem como sérios entraves à renovação
e progressão do corpo docente e administrativo,
como seria desejável, nomeadamente em áreas
de desenvolvimento estratégico para a instituição.
Para além da promoção da sustentabilidade das
estratégias de inovação científica e pedagógica,
é necessário dar continuidade ao esforço para
a abertura da universidade a novos públicos,
nos países de língua portuguesa, valorizando a
formação inicial e a aprendizagem ao longo da
18_____
vida como meios para a qualificação, a inclusão e
a cidadania digital na globalização.
A sustentabilidade é uma matéria central não só
no plano administrativo e financeiro, mas também
no plano pedagógico. Habitualmente não se
fala de sustentabilidade pedagógica, contudo
é da maior importância. A sustentabilidade
pedagógica depende da capacidade de inovação
e intervenção ativa da instituição na sociedade do
conhecimento, nomeadamente da sua capacidade
para ter uma oferta educativa competitiva.
Para que tal se verifique, exige-se um rigoroso
processo de planeamento, estabilidade financeira
e capacidade de crescimento económico através
do alargamento substancial da oferta formativa
em áreas emergentes. Porém, que fique claro que
para a UAb não serve um modelo de natureza
empresarial, dada a sua incompatibilidade com
o compromisso institucional de desenvolvimento
social, cultural e científico para a criação de
conhecimento na sociedade.
19_____
projetar o consórcio UAb e UC
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É igualmente imperioso dar continuidade ao
projeto de criação de escala que a UAb tem vindo a
definir e que se concretizou, em julho de 2015, no
estabelecimento do consórcio entre a Universidade
Aberta e a Universidade de Coimbra, cujo objetivo
estratégico é o de liderar a educação a distância e
em rede nos países de língua portuguesa.
Para além do que representa para a
internacionalização e participação ativa de ambas
as universidades o consórcio constitui a maior
mudança até hoje operada no sistema de ensino
superior em Portugal visando o desenvolvimento
e valorização de uma oferta de educação em rede
21_____
atrativa e à escala internacional. O seu impacto na
economia portuguesa está ainda por determinar,
mas estima-se que seja significativo.
O consórcio não só constitui um passo decisivo
no percurso que tem vindo a ser delineado para
a afirmação da liderança da UAb no pensamento
e práticas da educação a distância em Portugal
e no plano internacional, mas também um sinal
visível da mudança do pensamento e conceção da
universidade para a sociedade digital.
22_____
O crescimento da investigação dos profes-
sores e investigadores da UAb, tanto em quantidade
como em qualidade, é estrategicamente central
para os próximos quatro anos. Tenho, nesta matéria,
uma atitude de abertura e firmeza no propósito de
apoiar fortemente as atividades de investigação,
desenvolvimento e inovação, em particular na área
da educação a distância e em rede.
Sem investigação, a UAb não poderá cumprir a sua
missão. É a partir da investigação, em particular,
na educação a distância e em rede, que se afirma
a especialização da universidade.
Como consequência do trabalho dos investiga-
dores, os indicadores da produção científica da
instituição apresentam uma significativa melhoria
nos últimos anos. No entanto, apesar desta melhoria
existe ainda um longo caminho a percorrer para
a excelência. Pela importância estratégica desta
área para a sustentabilidade da UAb esta matéria
requer a maior atenção e suporte para os próximos
quatro anos.
No âmbito do consórcio entre a Universidade
Aberta e a Universidade de Coimbra pretende-
-se desenvolver a colaboração entre professores
e investigadores de ambas as instituições
promovendo o estabelecimento de redes e
projetos de investigação conjuntos, bem como a
internacionalização destes.
As iniciativas e medidas até agora desenvolvidas
na UAb no campo do apoio técnico e institucional
à gestão de projetos de investigação requerem
continuidade e consolidação.
É fundamental que a UAb seja capaz de obter o
consolidar a liderança na investigaçãoe na educação a distância e em rede
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volume de financiamento externo necessário ao
investimento na área assim como visando uma
crescente profissionalização das estruturas de
apoio existentes.
Será estabelecida ainda uma política de incentivo
ao empreendedorismo, em todas as suas facetas,
dado o seu elevado valor social. A comunidade
universitária deve funcionar como instância de
promoção e apoio ao desenvolvimento de projetos
de empreendedorismo que resultem quer de
iniciativas de estudantes, quer de iniciativas de
professores e de estudantes.
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• Promover a liderança da UAb na formação para a docência em educação a distância e em rede;
• Promover a definição de uma agenda de investigação fundamental e aplicada em educação a distância e em rede;
• Dinamizar e apoiar a atividade dos centros e dos polos de investigação dos centros sediados na UAb;
• Promover o envolvimento dos professores e investigadores da UAb em projetos de investigação fundamental e aplicada em áreas consideradas estratégicas;
• Aumentar o número de submissões de projetos de investigação de âmbito internacional, assim como a respetiva taxa de sucesso;
• Impulsionar a busca de fundos para bolsas de investigação individuais procedentes
do financiamento de instituições públicas e empresas privadas, sob a forma de contratos de investigação;
• Promover, como consequência da investigação realizada, o incremento de processos de inovação e mudança pedagógica para a educação a distância e em rede;
• Desenvolver, de forma continuada, o programa de recursos abertos;
• Aproximar a atividade de investigação e transferência de conhecimento aos Centros Locais de Aprendizagem;
• Estabelecer uma política ativa, inovadora e concorrencial à escala global em matéria editorial.
propostas específicas de ação
O desafio de internacionalização é crucial para
o futuro da UAb. Pela experiência que acumulou
no passado e pela natureza dos meios que
hodiernamente utiliza, a UAb está bem posicionada
para consolidar a sua posição como instituição
de relevo na formação a distância e em rede no
mundo, especialmente nos países e territórios de
língua portuguesa.
Nos próximos quatro anos a UAb deve reforçar a
dimensão internacional.
A internacionalização é uma excelente oportuni-
dade para que a UAb cresça em número de estu-
dantes e racionalize a sua ação. Este elemento
de racionalização é muito importante, porque im-
plicará a transformação profunda da instituição,
desde logo, no plano da oferta formativa, que pas-
sará a depender das necessidades das pessoas.
Naturalmente que um estudante internacional só
procurará a UAb se a oferta formativa desta for de
elevada qualidade e responder às suas expetati-
vas. Por outro lado, isso obrigar-nos-á, como insti-
tuição, a procurar responder a necessidades reais
das pessoas, num contexto de forte competição.
A vocação de abertura da UAb manifesta-se de
forma particularmente intensa na estratégia de
internacionalização, que deve ser vista como
promover a internacionalização da UAb
26_____
transversal a toda a sua ação e não apenas
como mais uma função da universidade. A
internacionalização exige uma política ativa
de mudança da cultura institucional para a
construção do pensamento da universidade
na globalização.
27_____
Neste sentido, a UAb desenvolveu, através da
criação dos Centros Locais de Aprendizagem
(CLA), uma rede própria e articulada de apoio aos
estudantes e de disseminação do conhecimento.
Este projeto é estratégico, pelo que se deve não só
consolidar na rede existente mas também promover
a sua internacionalização. É necessário garantir a
continuidade dos serviços que os CLA atualmente
prestam aos estudantes que a eles recorrem,
tanto de modo presencial como semipresencial ou virtual, e melhorar a qualidade
do serviço prestado. Para que tal
ocorra, é necessário aperfeiçoar
o modelo organizacional dos
CLA, nomeadamente as tarefas
de coordenação e afetação de
recursos. É preciso ainda dotar os
CLA das condições logísticas que garantam o seu
funcionamento em rede, para melhorar o serviço
prestado aos estudantes.
É de registar o trabalho de desenvolvimento
tecnológico até agora promovido junto dos CLA
como, por exemplo, em matéria de desmaterialização
das provas presenciais.
É desejável que se impulsione a realização de
atividades académicas e de extensão universitária
nos CLA por forma a que estes possam, em
articulação com as entidades locais, desenvolver
uma programação própria.
Simultaneamente, o desenvolvimento da rede de
CLA no estrangeiro é de relevância estratégica
para a instituição como meio de apoio à
internacionalização.
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Neste domínio, é necessário rever a configuração
atual dos centros da UAb no exterior com o objetivo
de que possam cumprir a missão de apoio aos
estudantes no quadro da internacionalização.
29_____
• Promover uma política fortemente direcionada para a oferta internacional de serviços, especialmente para os países e territórios de língua portuguesa;
• Apostar claramente no consórcio estabelecido com a Universidade de Coimbra como forma de liderar a oferta de educação a distância e em rede em todas as áreas do saber em língua portuguesa;
• Promover ativamente uma política de reconhecimento de graus académicos no exterior, considerando a especificidade de cada contexto local;
• Promover, no âmbito do consórcio com a Universidade de Coimbra, a colaboração com universidades estrangeiras, com vista à oferta de programas de formação em regime de dupla ou múltipla titulação fortemente concorrenciais;
• Desenvolver programas de intercâmbio de professores e investigadores com universidades de referência no mundo, nomeadamente com universidades de educação a distância;
• Consolidar a participação da UAb em redes internacionais de investigação e desenvolvimento, e associar os seus resultados às atividades de ensino;
• Promover a realização de estágios do pessoal técnico em instituições internacionais de referência na área da educação a distância;
• Criar e desenvolver um modelo internacional de centros locais de aprendizagem no exterior;
• Desenhar um modelo económico capaz de assegurar a viabilidade dos CLA, de acordo com os interesses da UAb e tendo em conta o quadro de contratação no atual regime da Administração Pública;
propostas específicas de ação
• Avançar no desenvolvimento da rede dos CLA para que exista uma cobertura nacional e internacional, devidamente sustentada do ponto de vista de custos, e para que cada CLA possua as infraestruturas física e tecnológica que permitam prestar os serviços necessários;
• Impulsionar a participação nos órgãos de governo da UAb de personalidades dos Países de Língua Portuguesa e de estudantes vivendo fora do território nacional;
• Contribuir para a criação de uma comunidade de língua portuguesa no mundo, independen-temente da nacionalidade ou local de residência dos seus membros, como forma de contribuir para a visibilidade externa da língua portuguesa e o apoio a projetos culturais e de investimento;
• Adequar os regulamentos da UAb aos objetivos de internacionalização;
• Estabelecer uma política de cooperação orientada para o apoio às instituições dos Estados e territórios de língua portuguesa que aspiram a desenvolver modelos de educação a distância;
• Promover a cooperação e internacionalização com o objetivo de adequar e reforçar as parcerias e a gestão dos projetos de educação a distância e em rede;
• Promover a continuidade dos programas de mobilidade virtual de estudantes;
• Estabelecer regras para que os CLA possam realizar uma oferta própria de atividades de extensão universitária;
• Desenvolver o site dos CLA, com critérios de coordenação e reforço da presença institucional.
30_____ 31_____
A UAb tem um potencial académico que lhe
permite dar resposta às necessidades de formação
e atualização de conhecimentos das pessoas em
grande parte das áreas do saber. Os programas
de graduação e de pós-graduação existentes, bem
como os de aprendizagem ao longo da vida podem
ser expandidos, nomeadamente como programas
de desenvolvimento profissional.
Neste domínio, o consórcio permite criar a escala
necessária para responder às necessidades
efetivas de educação e formação.
As necessidades de formação suscitadas pela
rápida evolução do mundo profissional e laboral
põem novos desafios às instituições de educação
superior. Abre-se, neste campo, um conjunto de
oportunidades que a UAb deve explorar e valorizar,
aumentando a sua escala de intervenção no âmbito
do consórcio.
A progressiva aceitação de que a aprendizagem
se faz ao longo da vida, através de meios diversos
e atividades múltiplas, levou a que tenha surgido
a necessidade de validar e acreditar a formação
assim adquirida pelas pessoas, que podem
32_____
fomentar a criação de escala
almejar à obtenção de qualificações mais
elevadas ou especializadas. A particular
condição da UAb, como universidade
para a Sociedade Digital em que vivemos,
para prestar serviços de maneira flexível
e sem limitações de espaço e tempo,
torna-a especialmente apta para dar uma
resposta eficaz no campo da formação
superior, que, não tenho dúvidas,
crescerá bastante nos próximos anos.
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• Aprofundar a oferta atual de estudos e formações com o objetivo de adequá-la às necessidades dos potenciais estudantes do todo o mundo;
• Impulsionar o atual Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida, aumentando a oferta de atividades de formação profissional e extensão universitária combinadas com a emissão de
certificados de acreditação de competências e qualificações, de maneira que se prepare e favoreça a continuação dos estudos;
• Desenvolver a criação e a implantação de programas modulares profissionais ou acadé-micos com diversas entidades, empresas e a administração pública, tanto portuguesas como de outros países;
fomentar a criação de escala
• Estudar a viabilidade de que a UAb participe em processos de validação e acreditação da experiência adquirida por vias não formais através dos contextos profissionais e laborais.
I. QUALIDADE NO ENSINO
O reconhecimento da qualidade do ensino
na UAb pela A3ES, no âmbito do seu Sistema
Integrado de Gestão da Qualidade (SIGQ), será
uma resposta eficaz no campo da formação superior
que, certamente, crescerá bastante nos próximos
anos. Como tal, a UAb deverá prosseguir o esforço
de criação dos mecanismos internos de garantia da
qualidade que são necessários para a apresentação
da candidatura do seu SIGQ. O reconhecimento da
qualidade das práticas educacionais e pedagógicas
e, consequentemente, do modelo pedagógico da
UAb será um valor acrescentado para a promoção
da oferta pedagógica da instituição em mercados
altamente competitivos, numa sociedade em rede
e globalizada.
Neste particular, merece destaque a atividade do
Observatório da Qualidade no Ensino a Distância
e eLearning, que, para tal, deve concretizar, na
sequência dos estudos que tem vindo a efetuar,
uma proposta de referenciais para a qualidade e
sustentabilidade das práticas de ensino a distância
e, deste modo, contribuir para a especialização da
UAb no desenvolvimento da inovação intencional
no ensino a distância.
A participação da UAb em redes de investigação
nacionais e transnacionais deverá ser fomentada
como forma de permitir o reforço da sua capacidade
científica e de produção de conhecimento,
facilitando simultaneamente a sua participação
em centros de decisão. Os artigos científicos,
publicações e comunicações deverão refletir uma
preocupação, por parte dos docentes, em revelar
reforçar a qualidade no ensino
34_____
um desempenho científico na área da educação
a distância e em rede que contribui de forma
significativa para a avaliação e acreditação da
UAb.
A qualidade deve estar implícita em todos os
campos de ação da UAb.
35_____
• Avaliar, adequar e homogeneizar os indicadores de qualidade existentes na UAb, na oferta educativa, no processo pedagógico, na prestação de serviços, concretizando um sistema de informação organizado e acessível, evitando o excesso de burocracia e conseguindo que as atuações do sistema se entendam como verdadeiros processos de melhoria;
• Estabelecer indicadores claros de como se vai medir o “corpus” que se considera qualidade, como se deve proceder e com que recursos, com um planeamento calendarizado e com a maior estabilidade possível;
• Fomentar um maior envolvimento institucional da UAb nas entidades e projetos nacionais de avaliação de programas de qualidade;
• Aprimorar os meios de acreditação, avaliação e gestão da oferta educativa: A3ES, DGES, IEFP, ANQEP (Catálogo Nacional de Qualificações);
• Promover a qualidade docente e a satisfação do estudante, mediante o incremento da taxa de sucesso, a inovação da metodologia e processo pedagógico e a introdução de métodos de avaliação inovadores;
• Consolidar a atividade do Observatório da Qualidade no Ensino a Distância e eLearning.
propostas específicas de ação
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II. CAMPUS VIRTUAL
A natureza digital dos processos de
educação a distância e em rede implica uma
visão estratégica da qualidade dos serviços e
infraestruturas tecnológicas da UAb de forma a
permitir o desenvolvimento e a atividade regular da
comunidade de alunos, docentes e não docentes
no campus virtual.
O Campus Virtual de uma universidade digital tem
de ser global e ubíquo, ou seja, tem de ser acessível
a qualquer momento e em qualquer lugar. O
Campus Virtual estabelece a ligação primordial do
estudante com a universidade, em todos os seus
aspetos: administrativos, pedagógicos, sociais e
culturais.
É fundamental que a UAb desenvolva e adapte,
de modo eficiente, as inovações tecnológicas às
exigências que o processo de ensino-aprendizagem
requer, bem como às atividades de extensão
universitária e de ligação à sociedade.
O desenvolvimento de aplicações informáticas para
avaliação a distância e presencial será promovido
com o objetivo de criar tecnologias específicas e
adequadas às necessidades da instituição, mas
também como forma de estar na linha da frente da
inovação nesta área.
Esta linha de ação será impulsionada por forma
a que os estudantes disponham de uma ampla
oferta de ferramentas de apoio ao seu processo de
reforçar a qualidade no ensino
aprendizagem e para que a universidade
se apetreche por forma a atrair estudantes
de elevado potencial de todo o mundo.
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• Completar o processo de aplicação da desmaterialização das provas presenciais, avaliando as suas possibilidades e limitações e proporcionando apoio a todos os envolvidos no processo – professores, logística de exames, CLA – por forma a evitar custos e para que possa constituir uma contribuição inequívoca na celeridade do processo de avaliação das aprendizagens dos estudantes;
• Rever as aplicações informáticas e inovar nas ferramentas digitais que se utilizam para a gestão da informação na UAb;
• Desenvolver infraestruturas informá-ticas centralizadas para o apoio ao processo de
propostas específicas de ação
ensino e aprendizagem, à produção de materiais de ensino, à investigação e aos grupos que desenvolvem projetos;
• Rever e melhorar a gestão do portal da UAb, completando o desenvolvimento do Portal Académico do Estudante e estabelecendo procedimentos simples e estandardizados para a gestão das páginas dos Departamentos e Serviços;
• Melhorar os sistemas de difusão da oferta académica da UAb para facilitar o conhecimento, aumentar a presença e oferecer informação precisa aos potenciais estudantes;
• Explorar as possibilidades de financiamentos que estejam disponíveis no âmbito dos fundos europeus, bem como de outros projetos comunitários, públicos ou privados, destinados à inovação tecnológica.
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desenvolver a sustentabilidade
No atual contexto de diminuição, por um
lado, do financiamento público do sistema de
ensino superior e, por outro lado, de crescente
exigência na melhoria do desempenho da UAb,
circunstâncias que não são fáceis de conciliar,
é preciso adotar as medidas necessárias para
assegurar a sustentabilidade financeira futura
da UAb e aumentar a sua eficiência no uso dos
recursos disponíveis.
A sustentabilidade financeira da UAb depende
de um conjunto de fatores, tanto externos como
internos. Por esse motivo, o Plano Estratégico
contempla uma dupla linha de atuação. No plano
interno é imperioso melhorar a racionalização
da execução económica e, no plano externo,
a diversificação das fontes de financiamento,
promovendo o rigoroso controlo das despesas e
aumentando as receitas.
Fundamentalmente, é preciso concretizar um plano
de financiamento estável, a longo prazo. Dado que o
financiamento público deverá continuar a constituir,
de acordo com orientações internacionais, uma
parte fundamental do financiamento global da UAb,
é forçoso manter uma negociação permanente com
a tutela e com as instituições públicas financiadoras
da ciência, inovação e desenvolvimento social, com
vista a concretizar dois objetivos: evitar a redução
dos níveis de financiamento público; e obter o
financiamento necessário para poder planear e
desenvolver ações estratégicas de médio e longo
prazo.
Será necessário promover ainda a obtenção de
novas fontes de financiamento, fundamentalmente
40_____
privadas, com o objetivo de desenvolver novos
programas de ação e tornar sustentáveis os já
existentes.
No entanto, não será realista afirmar que é tarefa fácil
e simples obter esse financiamento, sem melhorar
a capacidade da UAb para projetar e estabelecer
programas suscetíveis de alcançar o financiamento
necessário para o seu desenvolvimento.
Os programas de financiamento externo são cada
vez mais exigentes e com taxas de sucesso muito
baixas. Para se alcançar financiamento, é preciso
trabalhar em rede com instituições de referência
de todo o mundo.
Para levar a cabo esta tarefa dever-se-á contar,
em primeiro lugar, com a comunidade universitária,
constituída por pessoas com formação e experiência
e que podem dar contributos muito valiosos para a
concretização de novos projetos de elevado valor
acrescentado.
É imperioso ainda aproveitar a importante
experiência que a UAb conseguiu acumular ao
longo da sua história em diversos âmbitos, como
a integração das TIC nas práticas da educação
superior, a inovação pedagógica para a formação a
distância de populações de grandes dimensões, a
elaboração e distribuição, em formatos inovadores,
de materiais didáticos de diversos tipos, a
modularização dos serviços de apoio à docência
ou outros similares. Esta vasta experiência tem um
enorme potencial para gerar recursos adicionais
que são necessários à sustentabilidade financeira
da instituição.
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As políticas de restrição financeira têm tido
até ao momento um impacto negativo considerável
no equilíbrio orçamental da UAb, o que obriga a
um rigoroso controlo de gestão financeira e uma
atenção permanente à evolução da cada rubrica
de despesa.
Com o propósito de uma utilização eficiente dos
recursos disponíveis, é importante estabelecer
prioridades de investimento/custos, com o objetivo
de atender estrategicamente àquilo que é prioritário,
como são os custos inerentes e imprescindíveis
para assegurar a inovação, a estabilidade dos
mapas de pessoal e o fomento das atividades
essenciais da instituição. A UAb deve prosseguir
com a boa gestão dos recursos até agora realizada
e adotar um conjunto de medidas orientadas para
a racionalização dos custos.
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• Constituir, no quadro do Conselho de Gestão e do GPAQ, uma comissão dedicada à simplificação dos procedimentos administrativos que se realizam na UAb e com missão de, no prazo de seis meses, entregar um estudo que indique medidas concretas com a finalidade de racionalização dos custos;
• Criar as condições para a implementação de um sistema de contabilidade analítica que funcione como meio de controlo orçamental e permita o estabelecimento de prioridades e a racionalização da despesa;
• Aprofundar o desenvolvimento do sistema de gestão da informação no que diz respeito à desmaterialização e ao aprofundamento da administração eletrónica no seio da UAb, favorecendo a sua conexão com outras iniciativas
propostas específicas de ação
externas e, especialmente, com as iniciativas empreendidas pelas administrações públicas;
• Fomentar o desenvolvimento e difusão de boas práticas de gestão em todas as áreas de atuação da UAb;
• Realizar uma gestão eficiente dos espaços da UAb, e promover a resolução do grave problema existente de falta de infraestruturas, em função das disponibilidades financeiras. 43_____
projetar o consórcio UAb e UC
O consórcio celebrado entre a Universidade
Aberta e a Universidade de Coimbra, no passado
dia 23 de julho de 2015, constitui o momento da
maior relevância para a UAb.
Concretamente, o consórcio constitui:
i) o reconhecimento, por parte da mais antiga
e uma das mais prestigiadas universidades
públicas portuguesas, do valor estratégico de
uma cooperação estreita com a UAb, dada a
sua especificidade;
ii) o reconhecimento, por parte da tutela, da
relevância da UAb no âmbito da rede de
ensino superior público. Com efeito, todo o
processo tendente à celebração do consórcio
foi acompanhado pela tutela e mereceu o seu
acordo e apoio, como ficou comprovado pela
presença do Ministro da Educação e Ciência e
do Secretário de Estado do Ensino Superior no
ato de assinatura do consórcio, em Coimbra;
iii) a possibilidade de a UAb ganhar escala e
aumentar significativamente o seu número de
estudantes no mundo;
iv) um fator de racionalização da ação da UAb,
em todos os domínios, através da participação
dos seus membros em redes internacionais
competitivas.
Por tudo o que referi, o consórcio constitui o
momento de início para o processo de profunda
transformação da UAb, bem como do pensamento
sobre a educação e da rede de ensino superior em
Portugal.
Por vocação e missão, a UAb é, tal como a
Universidade de Coimbra, uma universidade
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global. Pelas suas características e metodologias
de ensino que utiliza, a UAb dará, no âmbito do
consórcio, uma resposta às necessidades de
formação das pessoas no tempo presente, mas
a uma escala muito maior do que acontece hoje.
Dada a sua natureza e alcance, o consórcio está
em condições de prosseguir, de uma forma inédita,
com a participação ativa da UAb, na defesa dos
interesses de Portugal no mundo, no exercício de
uma efetiva tarefa de soberania, como pretende
ser, no século XXI, a educação.
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propostas específicas de ação
• Consolidar a posição de liderança da UAb na oferta de educação a distância e em rede em Portugal e nos Países de Língua Portuguesa;
• Promover um aumento substancial da oferta formativa da UAb em língua portuguesa;
• Atrair estudantes de elevado potencial de todo o mundo, em especial dos países e territórios de língua portuguesa;
• Proceder à integração de políticas com a Universidade de Coimbra em áreas essenciais para o futuro do consórcio, como são os casos das atividades editorial e de desenvolvimento tecnológico;
• Promover atividades conjuntas de investigação científica e disseminação do conhecimento, em todas as áreas;
• Estabelecer uma política comum em matéria de educação a distância e em rede;
• Promover a realização de atividades conjuntas das duas universidades com instituições de referência no mundo;
• Desenvolver uma política inovadora na área dos recursos educativos abertos;
• Contribuir, nos planos científico e cultural, para o desafio de criação de uma comunidade de língua portuguesa no mundo.
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A Universidade Aberta tem na
sua missão e projeto de ação a intervenção à
escala global porque a educação a distância
e em rede afirma-se na acessibilidade sem os
constrangimentos do tempo e do espaço.
Esta é a visão estratégica para o desenvolvimento
do pensamento da inovação e mudança necessários
para construir a universidade na lusofonia e na
globalização.
O conjunto de objetivos estratégicos e linhas de
ação operacionalizadas nas propostas específicas
que são apresentadas no Plano Estratégico para o
quadriénio constitui a afirmação da especialização
da UAb e a consolidação da identidade da
universidade na rede de ensino superior português.
Uma universidade para construir o conhecimento
na lusofonia e na globalização, uma universidade
que tem o conhecimento do saber fazer a educação
a distância e em rede, mas que o sabe partilhar
para assim afirmar a qualidade junto dos seus
pares.
Este é um plano estratégico que tem como principal
eixo de realização a liderança na investigação em
educação a distância e em rede, enquanto meio
para promover a inovação pedagógica e a qualidade
na oferta de ensino bem como a criação de escala
para a internacionalização, nomeadamente com o
consórcio entre a UAb e a UC.
É um plano estratégico que colhe, igualmente,
na modernização tecnológica a base para a
construção do futuro. A modernização necessária
nota finalpara uma universidade competitiva na lusofonia
e na globalização do conhecimento na sociedade
digital.
Paulo Maria Bastos da Silva Dias
Reitor da Universidade Aberta
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