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Grupo Brasil Ambiental Consultoria 2013 Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PGIRS PREFEITURA MUNICIPAL DE ANDRADAS – MG

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G r u p o B r a s i l A m b i e n t a l C o n s u l t o r i a

2013

Plano de GestãoIntegrada de ResíduosSólidosPGIRS

PREFEITURA MUNICIPAL DE ANDRADAS – MG

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PREFEITURA MUNICIPAL DE ANDRADAS

PREFEITO

Rodrigo Aparecido Lopes

SECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO URBANO E MEIO AMBIENTE

Márcio Mariano Móia

SECRETÁRIO DE OBRAS, SERVIÇOS PÚBLICOS E TRANSPORTE INTERNO

Paulo Diogo Rosa

EMPRESA CONSULTORA

CJ SOLUCOES AMBIENTAIS E EMPREENDIMENTOS EM CONSTRUCOES LTDA.

GRUPO DE TRABALHO DO COMITÊ GESTOR MUNICIPAL

Paulo Eduardo Nhola Ferraz de Pontes – Coordenador do Comitê Gestor

Antônio Carlos Garanhani – Meio Ambiente

Vladimir da Rocha – Contratos

Sinézio Aparecido Gonçalves Barros – Limpeza Urbana

Maria Regina dos Reis - Finanças

EQUIPE TÉCNICA DO GRUPO BRASIL AMBIENTAL

Ana Carolina da Cruz de Souza – Geógrafa Especialista em Mobilização Social

Afonso Rosa – Analista Contábil Especialista em Sistemas de Custeio

Glayson Keler de Paula Silva – Gerente de Projetos Especialista em Sistemas de Informações

Gustavo Vinícius Gomes da Silva – Engenheiro de Produção

Karine Horta Palhares – Bióloga Especialista em Saneamento Ambiental

Leonardo Gomes Lara – Geógrafo Especialista em Energias Renováveis

Leonardo Cunha Caldeira Brant – Arquiteto Urbanista

Nelly Eugênia Dutra – Engenheira Sanitarista

2013

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i

SumárioÍNDICE DE QUADROS..................................................................................................iv

ÍNDICE DE TABELAS....................................................................................................iv

ÍNDICE DE FIGURAS .................................................................................................... v

INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 7

OBJETIVOS ........................................................................................................................ 10

Objetivo Geral.................................................................................................................. 10

Objetivos Específicos....................................................................................................... 10

DEFINIÇÕES E CONCEITOS ............................................................................................. 12

Conceitos Gerais ............................................................................................................. 12

Conceitos Sobre Resíduos Sólidos.................................................................................. 14

Classificação dos Resíduos Sólidos............................................................................. 15

LEGISLAÇÃO E NORMAS BRASILEIRAS APLICÁVEIS .................................................... 25

Lei da União Federativa ................................................................................................... 25

Normas ABNT Referentes a Resíduos............................................................................. 26

Leis do Estado de Minas Gerais ...................................................................................... 29

PANORAMA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS...................................... 30

Inclusão de Catadores ..................................................................................................... 33

Resíduos do Setor Agrossilvopastoril............................................................................... 35

Resíduos Sólidos Inorgânicos.......................................................................................... 40

DIAGNÓSTICO.................................................................................................................... 52

Caracterização Geral do Município .................................................................................. 52

Contexto Regional do Município................................................................................... 56

Dinâmica setorial da produção e do emprego .............................................................. 58

Aspectos Socioeconômicos e Demográficos................................................................ 64

Saúde e Educação....................................................................................................... 65

Habitação e Saneamento............................................................................................. 66

Finanças Públicas ........................................................................................................ 67

Panorama do Saneamento Básico .................................................................................. 68

Panorama do Saneamento Básico em Andradas......................................................... 70

Caracterização dos Serviços de Limpeza Pública Existentes........................................... 72

Estrutura Operacional, Fiscalizatória e Gerencial......................................................... 72

Sistema de Coleta e Manejo de Resíduos Sólidos de Andradas .................................. 73

Serviços de Coleta dos Resíduos Sólidos Domiciliares e Comercial ............................ 75

Serviços para Coleta Seletiva ...................................................................................... 81

Serviços de Varrição das Vias Públicas do Município .................................................. 85

Serviços de Capina e Roçada Manual de Vias Públicas em Áreas Urbanas e Rurais. 86

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ii

Serviços de Limpeza nas Feiras Livres ....................................................................... 90

Serviços de Limpeza de Bueiros e Bocas de Lobo...................................................... 90

Serviços de Coleta de Resíduos da Saúde Pública...................................................... 91

Serviço de Coleta de Animais Mortos .......................................................................... 92

Serviços de Coleta de Resíduos Verdes ...................................................................... 92

Outros Serviços de Coleta ........................................................................................... 94

Serviços no Aterro Sanitário ........................................................................................ 99

SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS............................................................................ 120

GERAÇÃO..................................................................................................................... 123

Composição Gravimétrica dos Resíduos Domiciliares................................................ 123

Composição Gravimétrica dos Resíduos Domiciliares de Andradas........................... 126

Resíduos Sólidos Domiciliares – Óleo vegetal ............................................................ 128

Resíduos Sólidos da Limpeza de Pontos Críticos ...................................................... 128

Resíduos Sólidos Gerados na Construção Civil ......................................................... 134

Resíduos Sólidos Sujeitos à Logística Reversa .......................................................... 137

CUSTOS........................................................................................................................ 149

Coleta de RSU e Demais Serviços de Limpeza Urbana – Brasil ................................. 150

Coleta de RSU e Demais Serviços de Limpeza Urbana - Região Sudeste ................ 151

Custos da Limpeza Pública em Andradas.................................................................. 152

Aspectos Econômicos da Prestação dos Serviços ..................................................... 154

COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES................................................................ 155

CARÊNCIAS E DEFICIÊNCIAS..................................................................................... 156

PROPOSTAS DE INCLUSÃO SOCIAL AOS CATADORES .............................................. 162

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 163

2. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DO MUNICÍPIO DE ANDRADAS............ 164

2.1. Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal ....................................................... 164

2.2. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)..................................... 169

2.3. Dados Censo IBGE ............................................................................................ 173

3. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONOMICA DOS CATADORES DE RECICLÁVEIS

ENTREVISTADOS EM ANDRADAS (MG)......................................................................... 181

3.1. Resultados do questionário ................................................................................ 183

3.2. Breve analise das entrevistas............................................................................. 187

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 188

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 190

INICIATIVAS RELEVANTES.......................................................................................... 193

MEIOS DE COMUNICAÇÃO DA ELABORAÇÃO DO PGIRS............................................ 193

ASPECTOS GERAIS PARA O PROGNÓSTICO ............................................................... 196

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iii

PERSPECTIVAS PARA GESTÃO ASSOCIADA COM MUNICÍPIOS E REGIÃO .......... 196

DEFINIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS ........................... 197

DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS, PROGRAMAS, AÇÕES E METAS............................... 200

Modelo de gestão....................................................................................................... 200

Diretrizes da Gestão dos RSU................................................................................... 201

Estratégias Conforme a Base Legal .......................................................................... 202

Metas Quantitativas, Ações e Prazos ........................................................................ 203

Resíduos Sólidos Urbanos - Coleta Convencional e Destinação Final ....................... 206

Resíduos Sólidos Urbanos – Coleta Seletiva ............................................................. 210

Resíduos da Construção Civil e Demolição - RCD..................................................... 211

Resíduos Volumosos ................................................................................................. 212

Resíduos de Serviços de Saúde - RSS...................................................................... 213

Resíduos Tecnológicos (Lâmpadas, Pilhas, Baterias, Eletroeletrônicos) – Logística

Reversa ..................................................................................................................... 214

Resíduos Especiais (Pneumáticos, Embalagens de Agrotóxico e de Óleos

Lubrificantes) ............................................................................................................. 216

Resíduos Sólidos Urbanos – Compostagem.............................................................. 218

Resíduos Industriais................................................................................................... 219

PROGRAMAS E AÇÕES – AGENTES ENVOLVIDOS E PARCERIAS ......................... 220

Regramento Dos Planos De Gerenciamento Obrigatórios ......................................... 222

Indicadores de desempenho para os serviços públicos.............................................. 224

Ações Específicas da Administração pública Ambiental............................................. 229

ANEXOS............................................................................................................................ 236

Anexo 01 – Ofício SEMAD / FEAM / Gerência de Resíduos .......................................... 236

Anexo 02 – PGIRS Consolidado para a FEAM .............................................................. 237

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................... 252

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 01- Classificação dos Resíduos Sólidos

Quadro 02- Classificação dos Resíduos de Serviços de Saúde

Quadro 03 – Sistematização das leis pertinentes aos catadores de materiais recicláveis.

Quadro 04 – Coleta Convencional de Resíduos

Quadro 05 – Serviços de capina e roçada

Quadro 06 – Resíduos dos serviços de saúde

Quadro 07 – Rota dos caminhões de coleta de RSU por bairro

Quadro 08 – Principais informações das sondagens SPT na área do aterro

Quadro 09- Fotografias atuais do aterro sanitário em operação

Quadro 10 – Metas do PGIRS Andradas

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1- Estimativa da composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos coletados noBrasil em 2008

Tabela 2- Estimativa da participação dos programas de coleta seletiva formal (2008)

Tabela 3- Quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição em solo,considerando somente lixão, aterro controlado e aterro sanitário.

Tabela 4- Número de municípios que têm lixões e quantidade total de lixões existentes, noBrasil e nas macrorregiões.

Tabela 5- Montantes estimados de resíduos sólidos e efluentes gerados pelo setoragrosilvopastoril e potencial energético desses resíduos. Ano base 2009.

Tabela 6 - Quadro de pessoal - atividades de limpeza urbana e manejo de Resíduos sólidos

Tabela 7- Planilha orçamentária Projeto APA

Tabela 08 - Importância das características físicas, químicas e biológicas do lixo na limpezaurbana.

Tabela 09 – Estudo Gravimétrico dos RSD por Classe Social em Andradas

Tabela 10 – Somatória das Frações de cada Variável Existentes nos RSD

Tabela 11 – Pontos Críticos de Descarte de Resíduos Diversos

Tabela 12 – Frota de Veículos de Andradas

Tabela 13 - Dados estimados do mercado de lâmpadas em 2007

Tabela 14 – Recursos Aplicados na Coleta de RSU

Tabela 15 – Recursos Aplicados nos Demais Serviços de Limpeza Urbana

Tabela 16 – Recursos Aplicados na Coleta de RSU e Demais Serviços de Limpeza Urbana naRegião Sudeste

Tabela 17 - Despesas com serviços de limpeza urbana em 2012

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Tabela 18 – Principais indicadores de custo do manejo de RSU em Andradas

Tabela 19 - Competências e Responsabilidades pelo Manejo dos Resíduos Sólidos doMunicípio

Tabela 20 - Tabulação dos dados das Audiências Públicas do dia 12/09/13 sobre oDiagnóstico do PGIRS de Andradas (MG)

Tabela 21 - Responsabilidades Públicas e Privadas dos resíduos gerados

Tabela 22 – Indicadores conforme o SNIS

Tabela 23 – Indicadores da Continuidade dos Serviços de RSU

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 01 – Mapa de Localização de Andradas Fonte- DER Minas Gerais

Figura 02 – Bacia Hidrográfica do Rio Grande

Figura 03 – Mapa da Mesorregião do Sul e Sudoeste de Minas

Figura 04 – Mapa da Microrregião de Poços de Caldas

Figura 05- Município de Andradas – Visão do Terreno

Figura 06 – Gráfico Evolução da Receita Municipal Total

Figura 07- Lançamento de esgoto in natura nas águas em Andradas

Figura 08 – Mapa de Coleta de RSU

Figura 09 – Mapa de bairros de Andradas

Figura 10 – Cartaz da Campanha “Coloque seu lixo na hora certa”Figura 11 – Máquina Trituradora de Galhos

Figura 12- Restos de poda no Almoxarifado Municipal

Figura 13- Acúmulo de entulho e madeira no Almoxarifado Municipal

Figura 14- Coleta “Cata Treco”Figura 15- Acúmulo de móveis diversos no Almoxarifado Municipal

Figura 16- Descarte Cata Treco em área privada

Figura 17- Área privada para descarte

Figura 18- Entulho descartado na área privada

Figura 19- Descarte sem segregação de materiais na área privada

Figura 20- Material separado por morador da mesma área privada

Figura 21- Informativo do CVT ANDRADAS como ponto de descarte de material eletrônico

Figura 22 – Cópia do Certificado de Licença Ambiental de Operação do Aterro Sanitário

Figura 23 – Trecho Adequado (largura e rampa, drenagem e fechamento lateral com cercas)

Figura 24 – Conclusão de trecho com drenagem de pé de talude

Figura 25 – Pavimentação asfáltica do acesso interno desde o portão de entrada até aplataforma 1 de aterramento

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Figura 26 – Horizontes O + A (terra orgânica e/ou mineral-orgânica), horizonte B (argiloso) ehorizonte C (residual siltoso) encontrados na escavação das plataformas 1 e 2

Figura 27 – Constatação de deficiência do material argiloso (horizonte B) que poderia serutilizado para a impermeabilização da fundação

Figura 28 – Preparação da plataforma 1- escavação, construção do dique e do sistema dedrenagem de percolados

Figura 29 – Impermeabilização da lagoa facultativa (unidade 1) e proteção vegetal do entorno

Figura 30 – Ancoragem e instalação da geomembrana PEAD na plataforma 1

Figura 31 – Impermeabilização de base da plataforma 1 concluída

Figura 32 – Construção das edificações de administração e apoio operacional e instalação dabalança de pesagem de resíduos em frente ao prédio administrativo

Figura 33 – Vista geral das unidades de apoio, incluindo portão de acesso e guarita de controle

Figura 34 –Uso inadequado de caçamba de lixo na área rural

Figura 35 – Panorama de uma encruzilhada de estradas na área rural

Figura 36 – Descarte de pneu e móveis próximo a ponte sobre o córrego

Figura 37 – Carcaça de TV dentro do córrego

Figura 38 – Lixo descartado junto ao muro em local de difícil acesso na margem contrária docórrego

Figura 39 – Lixo descartado fora do dia de coleta e no solo em área pública

Figura 40 – Entulho lançado à beira de córrego

Figura 41 – Restos de móveis descartados em praça pública

Figura 42 – Restos de móveis descartados em entrada de lote vago

Figura 43 – Grande quantidade de entulho lançado dentro de manancial em rua sem saída

Figura 44 – Novo bota fora formando-se a beira de córrego

Figura 45 – Restos de podas lançados no passeio

Figura 46 – Resíduos lançados e queimados em lote vago

Figura 47 – Armazenamento temporário de pneus no almoxarifado municipal de Andradas

Figura 48 – Lâmpadas armazenadas no chão em barracão no almoxarifado

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INTRODUÇÃO

De acordo com a Constituição Federal, cabe ao poder público municipal o trabalho de

zelar pela limpeza urbana e pela coleta e destinação final do lixo. Com a lei da Política

Nacional de Resíduos Sólidos, a tarefa das prefeituras ganha uma base mais sólida com

princípios e diretrizes, dentro de um conjunto de responsabilidades que tem o potencial

de mudar o panorama do lixo no Brasil.

A Lei 12.305/2010 institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que é um marco

regulatório completo para o setor de resíduos sólidos. A Política Nacional de Resíduos

Sólidos harmoniza-se com diversas outras leis, compondo o arcabouço legal que influirá na

postura da totalidade dos agentes envolvidos no ciclo de vida dos materiais presentes nas

atividades econômicas. Está fortemente relacionada com a Lei Federal de Saneamento

Básico, com a Lei de Consórcios Públicos e ainda com a Política Nacional de Meio

Ambiente e de Educação Ambiental, entre outros documentos importantes.

A Lei estabelece uma diferenciação entre resíduo e rejeito num claro estímulo ao

reaproveitamento e reciclagem dos materiais, admitindo a disposição final apenas dos

rejeitos. Inclui entre os instrumentos da Política as coletas seletivas, os sistemas de logística

reversa, e o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas e outras formas de

associação dos catadores de materiais recicláveis.

A coleta seletiva deverá ser implementada mediante a separação prévia dos resíduos sólidos

(nos locais onde são gerados), conforme sua constituição ou composição (úmidos, secos,

industriais, da saúde, da construção civil etc.). A implantação do sistema de coleta seletiva é

instrumento essencial para se atingir a meta de disposição final ambientalmente adequada

dos diversos tipos de rejeitos. A coleta seletiva deve ser entendida como um fator

estratégico para a consolidação da Política Nacional de Resíduos Sólidos em todas as suas

áreas de implantação.

No tocante ao serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos deverá se

estabelecer, no mínimo, a separação de resíduos secos e úmidos e, progressivamente, se

estender à separação dos resíduos secos em suas parcelas específicas segundo as metas

estabelecidas nos planos de gestão de resíduos sólidos. A responsabilidade compartilhada

faz dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares dos

serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos responsáveis pelo ciclo

de vida dos produtos. A lei visa melhorar a gestão dos resíduos sólidos com base na divisão

das responsabilidades entre a sociedade, o poder público e a iniciativa privada.

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Todos têm responsabilidades segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos: o poder

público deve apresentar planos para o manejo correto dos materiais (com adoção de

processos participativos na sua elaboração e adoção de tecnologias apropriadas); às

empresas compete o recolhimento dos produtos após o uso e, à sociedade cabe participar

dos programas de coleta seletiva (acondicionando os resíduos adequadamente e de forma

diferenciada) e incorporar mudanças de hábitos para reduzir o consumo e a consequente

geração.

A recorrente discussão sobre a implantação ou não de mecanismos de cobrança nos

municípios foi encerrada pela decisão do Congresso Nacional aprovando a Lei da Política

Nacional de Resíduos Sólidos, que revigora neste aspecto, a diretriz da Lei Federal de

Saneamento Básico. Pela Lei 11.445/2007, não têm validade os contratos que não prevejam

as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da prestação de serviços

públicos, incluindo o sistema de cobrança, a sistemática de reajustes e revisões, a política de

subsídios entre outros itens. Harmonizada com este preceito, a Lei 12.305/2010 exige que

os planos anunciem o sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos e a

forma de cobrança dos usuários, e veda ao poder público a realização de qualquer das

etapas de responsabilidade de gerador obrigado a implementar Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos.

As providências tomadas pelos municípios fazem parte de um novo conceito: o

gerenciamento integrado do lixo, que envolve diferentes soluções, como a reciclagem e

a disposição dos rejeitos em aterros que seguem critérios ambientais.

Pela nova lei, os governos municipais e estaduais devem elaborar um plano de resíduos

sólidos, com diagnóstico da situação lixo e metas para redução e reciclagem, além de

dar um fim aos lixões e buscar soluções consorciadas com outros municípios. Devem

também identificar os principais geradores de resíduos, calcular melhor os custos e criar

indicadores para medir o desempenho do serviço público nesse campo.

Ainda para garantir o acompanhamento, o monitoramento, o controle cidadão e a

revisão periódica das metas contidas nesses planos, devem ser instituídos os indicadores

de desempenho operacional e socioambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e

de manejo de resíduos sólidos; da coleta seletiva (incluindo os orgânicos); da

implementação e operacionalização dos sistemas de logística reversa; e dos planos de

gerenciamento de resíduos sólidos industriais, minerários, da construção civil e de

saúde.

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A boa gestão de resíduos é questão de suma importância para o Programa Cidades

Sustentáveis e permeia, entre outros, seus seguintes eixos e diretrizes: Fortalecimento

dos processos de decisão, com a promoção de instrumentos da democracia participativa,

proteção, preservação e acesso equilibrado aos bens naturais comuns; Promoção de

comunidades inclusivas e solidárias, proteção e promoção da saúde e do bem- estar dos

nossos cidadãos; Reconhecimento do papel estratégico do planejamento e do desenho

urbano na abordagem das questões ambientais, sociais, econômicas, culturais e de

saúde, para benefício de todos; Promoção da cultura e da educação para a

sustentabilidade; Apoio e criação das condições para uma economia local dinâmica e

criativa, que garanta o acesso ao emprego, sem prejudicar o meio ambiente; Fomento do

uso responsável e eficiente dos recursos; Incentivo de um padrão de produção e de

consumo sustentáveis.

Dessa forma, podemos dizer que o principal avanço promovido pela Política Nacional

de Resíduos Sólidos - PNRS foi o de propor uma visão sistêmica da coleta de resíduos,

levando em consideração as variáveis ambiental, social, cultural, econômica,

tecnológica e de saúde pública. Os municípios devem, ainda, estimular o fortalecimento

institucional de cooperativas e associações, em prol da melhoria das condições de

trabalho dos catadores, e a pesquisa voltada à integração das ações que envolvam a

responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

De fato, é no plano local que essas questões devem ser enfrentadas. Não somente

porque a gestão de resíduos é de competência dos municípios, mas por terem mais

condição de conhecerem a situação de vida e trabalho de seus habitantes.

Nos termos da Lei 12.305/10, os municípios deverão elaborar os “Planos Municipais de

Gestão Integrada de Resíduos Sólidos”, como condição para o acesso aos recursos da

União destinados à gestão de resíduos e à limpeza urbana. Esse documento deve levar

em consideração as especificidades locais e basear-se em diagnóstico capaz de retratar a

situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo território, contendo informações

como origem, volume e caracterização, bem como as formas de destinação e disposição

final deles. Assim, cada município deve traçar suas próprias metas e elaborar programas

para fomentar a gestão de resíduos de forma mais sustentável.

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OBJETIVOS

Objetivo Geral

Definir o conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos

no Município de Andradas, de forma a considerar as dimensões política, econômica,

ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento

sustentável.

A partir do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos o Município de Andradas

promoverá os Planos de Gerenciamento para minimizar os impactos dos resíduos

sólidos de forma estratégica e universal com todos os meios de geração. Na construção

de ações planejadas que busquem prioritariamente a não geração, o repensar, a redução,

a reutilização, a reciclagem, o tratamento apropriado e, por fim, na falta da tecnologia a

disposição ambientalmente adequada dos rejeitos.

Objetivos Específicos

Definir o Comitê Gestor para o processo de acompanhamento do PGIRS;

Identificar as possibilidades e alternativas para o avanço em articulação regional

com outros municípios;

Estruturar a agenda para a elaboração do PGIRS;

Identificar agentes sociais, econômicos e políticos a serem envolvidos no

processo de elaboração e implementação do PGIRS;

Estabelecer estratégias de mobilização dos agentes, inclusive para o

envolvimento dos meios de comunicação;

Elaborar o diagnóstico inicial (com apoio nos documentos federais elaborados

pelo IBGE, IPEA, SNIS) e identificar as peculiaridades locais;

Apresentar publicamente os resultados para validação do diagnóstico pelo

Comitê Gestor;

Envolver os Conselhos Municipais de Saúde, Meio Ambiente e outros na

validação do diagnóstico;

Incorporar contribuições e preparar o diagnóstico consolidado;

Definir as perspectivas iniciais do PGIRS, inclusive quanto à gestão associada

com municípios vizinhos;

Identificar as ações necessárias para a superação de cada um dos problemas;

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Definir programas prioritários para as questões e resíduos mais relevantes na

peculiaridade local e regional em conjunto com o Comitê Gestor;

Elencar os agentes públicos e privados responsáveis por cada ação a ser definida

no PGIRS;

Definir metas a serem perseguidas em um cenário de 20 anos;

Elaborar a primeira versão do PGIRS identificando as possibilidades de

compartilhar ações, instalações e custos por meio de consórcio regional;

Estabelecer um plano de divulgação da primeira versão junto aos meios de

comunicação;

Apresentar publicamente os resultados para validação do plano com os órgãos

públicos dos municípios envolvidos, no caso de soluções conjuntas;

Incorporar as contribuições e preparar o PGIRS consolidado;

Decidir sobre a conversão ou não do PGIRS em lei municipal, respeitada a

harmonia necessária entre leis de diversos municípios, no caso de constituição

de consórcio público para compartilhamento de ações e instalações;

Divulgar amplamente o PGIRS consolidado;

Definir a agenda de continuidade do processo, de cada iniciativa e programa,

contemplando inclusive a organização de consórcio regional e a revisão

obrigatória do PGIRS a cada quatro anos;

Definir formas de monitoramento do PGIRS e avaliação de resultados.

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DEFINIÇÕES E CONCEITOS

Conceitos Gerais

De acordo com o Art. 3o da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, entende-se por:

I - acordo setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder público e

fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação

da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto;

II - área contaminada: local onde há contaminação causada pela disposição, regular ou

irregular, de quaisquer substâncias ou resíduos;

III - área órfã contaminada: área contaminada cujos responsáveis pela disposição não

sejam identificáveis ou individualizáveis;

IV - ciclo de vida do produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do

produto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e a

disposição final;

V - coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua

constituição ou composição;

VI - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à

sociedade informações e participação nos processos de formulação, implementação e

avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos sólidos;

VII - destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a

reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético

ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do SISNAMA, do SNVS e

do SUASA, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas

de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os

impactos ambientais adversos;

VIII - disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos em

aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à

saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;

IX - geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou

privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o

consumo;

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X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou

indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final

ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente

adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos

sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta

Lei;

XI - gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de

soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política,

econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do

desenvolvimento sustentável;

XII - logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social

caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar

a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento,

em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente

adequada;

XIII - padrões sustentáveis de produção e consumo: produção e consumo de bens e

serviços de forma a atender as necessidades das atuais gerações e permitir melhores

condições de vida, sem comprometer a qualidade ambiental e o atendimento das

necessidades das gerações futuras;

XIV - reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a

alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à

transformação em insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões

estabelecidos pelos órgãos competentes do SISNAMA e, se couber, do SNVS e do

SUASA;

XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de

tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente

viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente

adequada;

XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de

atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe

proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como

gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu

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lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso

soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;

XVII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de

atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e

comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana

e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e

rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à

qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei;

XVIII - reutilização: processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua

transformação biológica, física ou físico-química, observadas as condições e os padrões

estabelecidos pelos órgãos competentes do SISNAMA e, se couber, do SNVS e do

SUASA;

XIX - serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos: conjunto de

atividades previstas no art. 7º da Lei nº 11.445, de 2007.

Conceitos Sobre Resíduos Sólidos

Resíduos sólidos são os resíduos resultantes das diversas atividades humanas, podendo

ser de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e de limpeza de vias

públicas entre outros.

De acordo com a nova versão da NBR 10.004 da ABNT (2004), resíduos sólidos são

todos os resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades de

origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços de varrição.

Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de

água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem

como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na

rede pública de esgotos ou corpos de água, ou que exijam para isso, soluções técnica-

economicamente inviáveis de acordo com a melhor tecnologia disponível.

De um modo geral, os resíduos sólidos são constituídos de substâncias: facilmente

degradáveis: restos de comida, sobras de cozinha, folhas, capim, casca de frutas,

animais mortos e excrementos; Moderadamente degradáveis: papel, papelão e outros

produtos celulósicos; Dificilmente degradáveis, trapo, couro, pano, madeira, borracha,

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cabelo, osso e plástico; Não degradáveis: metal não ferroso, vidro, pedra, cinzas, terra,

areia cerâmica.

Sua composição varia de comunidade para comunidade, de acordo com os hábitos e

costumes da população, número de habitantes do local, poder aquisitivo, variações

sazonais, clima, desenvolvimento, nível educacional, variando ainda para mesma

comunidade com as estações do ano.

Estima-se que cada pessoa produza no Brasil, em média, 1,2 kg de resíduo sólido por

dia. Desta forma, uma pequena cidade de apenas 10.000 habitantes produziria cerca de

10 toneladas de lixo diariamente. A coleta destes pode ser indiferenciada ou seletiva.

Classificação dos Resíduos Sólidos

A classificação é relevante para a escolha da estratégia de gerenciamento mais viável.

Os resíduos podem ser classificados de forma mais abrangente quanto: à natureza física,

a composição química, aos riscos potenciais ao meio ambiente e ainda quanto à origem,

conforme o Quadro 01 abaixo:

QUADRO 01: CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

QUANTO A NATUREZA FÍSICASecos

Úmidos

QUANTO A COMPOSIÇÃO QUÍMICAMatéria Orgânica

Matéria Inorgânica

QUANTO AOS RISCOS POTENCIAIS AOMEIO AMBIENTE

Resíduos Classe I – PerigososResíduos Classe II – Não perigosos:Resíduos Classe II A – Não InertesResíduos Classe II B – Inertes

QUANTO A ORIGEM

DomésticoComercialPúblicoServiços de SaúdeResíduos EspeciaisPilhas e BateriasLâmpadas FluorescentesÓleos LubrificantesPneusEmbalagens de AgrotóxicosRadioativosConstrução Civil / EntulhoIndustrialPortos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e FerroviáriosAgrícola

Fonte: IPT/CEMPRE, 2000.

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Resíduos Secos e Úmidos

Os resíduos secos são os materiais recicláveis como, por exemplo: metais, papéis,

plásticos, vidros, etc. Já os resíduos úmidos são os resíduos orgânicos e rejeitos, onde

pode ser citado como exemplo: resto de comida, cascas de alimentos, resíduos de

banheiro.

Resíduo Orgânico

São os resíduos que possuem origem animal ou vegetal, neles podem-se incluir restos

de alimentos, frutas, verduras, legumes, flores, plantas, folhas, sementes, restos de

carnes e ossos, papéis, madeiras, etc. A maioria dos resíduos orgânicos pode ser

utilizada na compostagem sendo transformados em fertilizantes e corretivos do solo,

contribuindo para o aumento da taxa de nutrientes e melhorando a qualidade da

produção agrícola.

Resíduo Inorgânico

Inclui nessa classificação todo material que não possui origem biológica, ou que foi

produzida por meios humanos como, por exemplo: plásticos, metais, vidros, etc.

Geralmente estes resíduos quando lançados diretamente ao meio ambiente, sem

tratamento prévio, apresentam maior tempo de degradação.

Quanto aos Riscos Potenciais ao Meio Ambiente

A NBR 10.004 - Resíduos Sólidos de 2004, da ABNT classifica os resíduos sólidos

baseando-se no conceito de classes em:

Resíduos Classe I – Perigosos

São aqueles que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente apresentando uma

ou mais das seguintes características: periculosidade, inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, toxicidade e patogenicidade. (Ex.: baterias, pilhas, óleo usado, resíduo de

tintas e pigmentos, resíduo de serviços de saúde, resíduo inflamável).

Resíduos Classe II – Não perigosos

Resíduos classe II A – Não Inertes: Aqueles que não se enquadram nas classificações de

resíduos classe I – perigosos ou de resíduos classe II B – inertes, nos termos da NBR 10.

004. Os resíduos classe II A – Não inertes podem ter propriedades tais como:

biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. (Ex.: restos de

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alimentos, resíduo de varrição não perigoso, sucata de metais ferrosos, borrachas,

espumas, materiais cerâmicos)

Resíduos classe II B – Inertes: Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma

forma representativa, segundo ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico

e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT

NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações

superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez,

dureza e sabor. (Ex.: rochas, tijolos, vidros, entulho/construção civil, luvas de borracha,

isopor).

Quanto à Origem

Doméstico

São os resíduos gerados das atividades diária nas residências, também são conhecidos

como resíduos domiciliares. Apresentam em torno de 50% a 60% de composição

orgânica, constituído por restos de alimentos (cascas de frutas, verduras e sobras), e o

restante é formado por embalagens em geral, jornais e revistas, garrafas, latas, vidros,

papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande variedade de outros itens.

A taxa média diária de geração de resíduos domésticos por habitante em áreas urbanas é

de 0,5 a 1 Kg/hab.dia para cada cidadão, dependendo do poder aquisitivo da população,

nível educacional, hábitos e costumes.

Comercial

Os resíduos variam de acordo com a atividade dos estabelecimentos comerciais e de

serviço. No caso de restaurantes, bares e hotéis predominam os resíduos orgânicos, já os

escritórios, bancos e lojas os resíduos predominantes são o papel, plástico, vidro entre

outros. Os resíduos comerciais podem ser divididos em dois grupos dependendo da sua

quantidade gerada por dia. O pequeno gerador de resíduos pode ser considerado como

o estabelecimento que gera até 120 litros por dia, o grande gerador é o estabelecimento

que gera um volume superior a esse limite.

Público

São os resíduos provenientes dos serviços de limpeza urbana (varrição de vias públicas,

limpeza de praias, galerias, córregos e terrenos, restos de podas de árvores, corpos de

animais), limpeza de feiras livres (restos vegetais diversos, embalagens em geral).

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Também podem ser considerados os resíduos descartados irregularmente pela própria

população, como entulhos, papéis, restos de embalagens e alimentos.

Serviços de Saúde

Segundo a Resolução RDC nº 306/04 da ANVISA e a Resolução RDC nº. 358/05 do

CONAMA, os resíduos de serviços de “saúde são todos aqueles provenientes de

atividades relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive de

assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para

saúde; necrotérios; funerárias e serviços onde se realizem atividades de

embalsamamento; serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de

manipulação; estabelecimento de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de

controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores,

distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades

móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre

outros similares”. De acordo com essas mesmas resoluções, os resíduos de serviços de

saúde são classificados conforme o Quadro 02, a seguir:

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QUADRO0 02: CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

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GRUPO DESCRIÇÃOResíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outroprocedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo.Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenhasangue ou líquidos corpóreos na forma livre.Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentoscirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica.Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais nãosubmetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem comosuas forrações.Bolsas transfusionais vazia ou com volume residual pós-transfusão.

A5

Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfuro cortantes ou escarificantes e demaismateriais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certezade contaminação com príons.

Grupo B(químicos)

Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos;imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados porserviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos eos resíduos e insumos farmacêuticos dos Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98e suas atualizações.Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfetantes; resíduos contendo metais pesados;reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicasDemais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT(tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

Grupo C(Rejeitos

Radioativos)

Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos emquantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para osquais a reutilização é imprópria ou não prevista.Enquadram-se neste grupo os rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos,proveniente de laboratórios de análises clinica, serviços de medicina nuclear e radioterapia,segundo a resolução CNEN-6.05.

Grupo D(ResíduosComuns)

Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário,resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises,

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Especial

Os resíduos especiais são considerados em função de suas características tóxicas,

radioativas e contaminantes, devido a isso passam a merecer cuidados especiais em seu

manuseio, acondicionamento, estocagem, transporte e sua disposição final. Dentro da

classe de resíduos de Fontes especiais, merecem destaque os seguintes resíduos:

Pilhas e baterias: As pilhas e baterias contêm metais pesados, possuindo características

de corrosividade, reatividade e toxicidade, sendo classificadas como Resíduo Perigoso

de Classe I. Os principais metais contidos em pilhas e baterias são: chumbo (Pb),

cádmio (Cd), mercúrio (Hg), níquel (Ni), prata (Ag), lítio (Li), zinco (Zn), manganês

(Mn) entre outros compostos. Esses metais causam impactos negativos sobre o meio

ambiente, principalmente ao homem se expostos de forma incorreta. Portanto existe a

necessidade de um gerenciamento ambiental adequado (coleta, reutilização, reciclagem,

tratamento e disposição final correta), uma vez que descartadas em locais inadequados,

liberam componentes tóxicos, assim contaminando o meio ambiente.

Lâmpadas Fluorescentes: A lâmpada fluorescente é composta por um metal pesado

altamente tóxico o “Mercúrio”. Quando intacta, ela ainda não oferece perigo, sua

contaminação se dá quando ela é quebrada, queimada ou descartada em aterros

sanitários, assim, liberando vapor de mercúrio, causando grandes prejuízos ambientais,

como a poluição do solo, dos recursos hídricos e da atmosfera.

Óleos Lubrificantes: Os óleos são poluentes devido aos seus aditivos incorporados. Os

piores impactos ambientais causados por esse resíduo são os acidentes envolvendo

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derramamento de petróleo e seus derivados nos recursos hídricos. O óleo pode causar

intoxicação principalmente pela presença de compostos como o tolueno, o benzeno e o

xileno, que são absorvidos pelos organismos provocando câncer e mutações, entre

outros distúrbios.

Pneus: No Brasil, aproximadamente100 milhões de pneus usados estão espalhados em

aterros sanitários, terrenos baldios, rios e lagos, segundo estimativa da Associação

Nacional da Indústria de Pneumáticos - ANIP (2006). Sua principal matéria-prima é a

borracha vulcanizada, mais resistente que a borracha natural, não se degrada facilmente

e, quando queimada a céu aberto, gera enormes quantidades de material particulado e

gases tóxicos, contaminando o meio ambiente com carbono, enxofre e outros poluentes.

Esses pneus abandonados não apresentam somente problema ambiental, mas também de

saúde pública, se deixados em ambiente aberto, sujeito a chuvas, os pneus acumulam

água, formando ambientes propícios para a disseminação de doenças como a dengue e a

febre amarela. Devido a esses fatos, o descarte de pneus é hoje um problema ambiental

grave ainda sem uma destinação realmente eficaz.

Embalagens de Agrotóxicos: Os agrotóxicos são insumos agrícolas, produtos químicos

usados na lavoura, na pecuária e até mesmo no ambiente doméstico como: inseticidas,

fungicidas, acaricidas, nematicidas, herbicidas, bactericidas, vermífugos. As

embalagens de agrotóxicos são resíduos oriundos dessas atividades e possuem tóxicos

que representam grandes riscos para a saúde humana e de contaminação do meio

ambiente. Grande parte das embalagens possui destino final inadequado sendo

descartadas em rios, queimadas a céu aberto, abandonadas nas lavouras, enterradas sem

critério algum, inutilizando dessa forma áreas agricultáveis e contaminando lençóis

freáticos, solo e ar. Além disso, a reciclagem sem controle ou reutilização para o

acondicionamento de água e alimentos também são considerados manuseios

inadequados.

Radioativo: São resíduos provenientes das atividades nucleares, relacionadas com

urânio, césios, tório, radônio, cobalto, entre outros, que devem ser manuseados de forma

adequada utilizando equipamentos específicos e técnicos qualificados.

Construção Civil/ Entulho

Os resíduos da construção civil são uma mistura de materiais inertes provenientes de

construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, os resultantes

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da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto

em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,

argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação

elétrica etc., frequentemente chamados de entulhos de obras.

De acordo com o CONAMA nº. 307/02, os resíduos da construção civil são

classificados da seguinte forma:

Classe A: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de

infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos

(tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento, entre outros), argamassa e concreto;

De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos,

tubos, meios-fios, entre outros) produzidas nos canteiros de obras.

Classe B: são materiais recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos,

papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros.

Classe C: são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou

aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais

como os produtos oriundos do gesso.

Classe D: são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como:

tintas, solventes, óleos, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e

reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais.

Industrial

São os resíduos gerados pelas atividades dos ramos industriais, tais como metalúrgica,

química, petroquímica, papelaria, alimentícia, entre outras. São resíduos muito variados

que apresentam características diversificadas, podendo ser representado por cinzas,

lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha,

metal, escórias, vidros, cerâmicas etc. Nesta categoria também, inclui a grande maioria

dos resíduos considerados tóxicos. Esse tipo de resíduo necessita de um tratamento

adequado e especial pelo seu potencial poluidor. Adota-se a NBR 10.004 da ABNT

para classificar os resíduos industriais: Classe I (Perigosos), Classe II (Não perigosos),

Classe II A (Não perigosos - não inertes) e Classe II B (Não perigosos - inertes).

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Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferroviários

São os resíduos gerados em terminais, como dentro dos navios, aviões e veículos de

transporte. Os resíduos encontrados nos portos e aeroportos são devidos o consumo

realizado pelos passageiros, a periculosidade destes resíduos está diretamente ligada ao

risco de transmissão de doenças. Essa transmissão também pode ser realizada através de

cargas contaminadas (animais, carnes e plantas).

Agrícola

Originados das atividades agrícolas e da pecuária, formado basicamente por embalagens

de adubos e defensivos agrícolas contaminadas com pesticidas e fertilizantes químicos,

utilizados na agricultura. A falta de fiscalização e de penalidades mais rigorosas para o

manuseio inadequado destes resíduos faz com que sejam misturados aos resíduos

comuns e dispostos nos vazadouros das municipalidades, ou o que é pior sejam

queimados nas fazendas e sítios mais afastados, gerando gases tóxicos. O resíduo

proveniente de pesticidas é considerado tóxico e necessita de um tratamento especial.

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LEGISLAÇÃO E NORMAS BRASILEIRAS APLICÁVEIS

Neste tópico são identificados os instrumentos legais correlatos aos assuntos editados

em âmbito federal e estadual hoje em vigência e os respectivos temas abordados:

Lei da União Federativa

- Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981- Dispõe sobre a Política Nacional do Meio

Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

- Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985 - Disciplina a ação civil pública de

responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e

direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (vetado) e dá outras

providências.

- Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989 - Dispõe sobre a extinção de órgão e de

entidade autárquica, cria o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis e dá outras providências.

- Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 e alterações posteriores - Pesquisa, a

experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento,

a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o

destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a

inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras

providências.

- Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 - Institui a Política Nacional de Recursos

Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta

o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13

de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

- Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 - Dispõe sobre as sanções penais e

administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras

providências.

- Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 - Dispõe sobre a educação ambiental, institui a

Política

Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências.

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- Lei no 9.974, de 6 de junho de 2000 - Altera a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989,

que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o

transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a

importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a

classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e

afins, e dá outras providências.

- Decreto Federal nº 4.074, de 04 de janeiro de 2002 - Regulamenta a Lei no 7.802, de

11 de julho de 1989.

- Lei Federal nº 11.445 de 05 de janeiro de 2007- Diretrizes Nacionais para o

Saneamento Básico.

- Lei Federal nº 12.305 de 02 de agosto de 2010 – Política Nacional de Resíduos

Sólidos.

- Decreto Federal nº 7.404 de 23 de dezembro de 2010 – Regulamenta a Lei Federal nº

12.305/2012.

- Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997- Procedimentos e critérios

utilizados no licenciamento ambiental.

- Resolução CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002 e alterações posteriores -

Diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

- Resolução ANVISA RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004 – Regulamento Técnico

para o Gerenciamento de Resíduo de Serviços de Saúde (RSS).

- Resolução CONAMA nº 358, de 29 de abril de 2005 – Dispõe sobre o tratamento e a

disposição final dos resíduos de serviços de saúde (RSS) e dá outras providências.

Normas ABNT Referentes a Resíduos

ABNT NBR 16156:2013

Resíduos de equipamentos eletroeletrônicos — Requisitos para atividade de manufaturareversa

ABNT NBR 12809:2013

Resíduos de serviços de saúde — Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde intãestabelecimento

ABNT NBR 12807:2013

Resíduos de serviços de saúde — Terminologia

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ABNT NBR 11342:2012

Hidrocarbonetos líquidos e resíduos de destilação — Determinação qualitativa de acidezou de basicidade

ABNT NBR 15911-2:2010 Errata 1:2011

Contentor móvel de plástico

Parte 2: Contentor de duas rodas, com capacidade de 120 L, 240 L e 360 L, destinado àcoleta de resíduos sólidos urbanos (RSU) e de saúde (RSS) por coletor compactador

ABNT NBR 15911-3:2010 Errata 1:2011

Contentor móvel de plástico

Parte 3: Contentor de quatro rodas com capacidade de 660 L, 770 L e 1 000 L, destinadoà coleta de resíduos sólidos urbanos (RSU) e de saúde (RSS) por coletor compactador

ABNT NBR 14879:2011

Implementos rodoviários — Coletor-compactador de resíduos sólidos — Definição dovolume

ABNT NBR 16725:2011

Resíduo químico — Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente — Ficha com

Dados de segurança de resíduos químicos (FDSR) e rotulagem

ABNT NBR 15911-2:2010 Versão Corrigida:2011

Contentor móvel de plástico

Parte 2: Contentor de duas rodas, com capacidade de 120 L, 240 L e 360 L, destinado àcoleta de resíduos sólidos urbanos (RSU) e de saúde (RSS) por coletor compactador

ABNT NBR 15911-3:2010 Versão Corrigida:2011

Contentor móvel de plástico

Parte 3: Contentor de quatro rodas com capacidade de 660 L, 770 L e 1 000 L, destinadoà coleta de resíduos sólidos urbanos (RSU) e de saúde (RSS) por coletor compactadorABNT NBR 13332:2010

Implementos rodoviários — Coletor-compactador de resíduos sólidos e seus principaiscomponentes — Terminologia

ABNT NBR 15849:2010

Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de pequeno porte – Diretrizes paralocalização, projeto, implantação, operação e encerramento

ABNT NBR 13221:2010

Transporte terrestre de resíduos

ABNT NBR 13842:2008

Artigo têxteis hospitalares - Determinação de pureza (resíduos de incineração, corantescorretivos, substâncias gordurosas e de substâncias solúveis em água)

ABNT NBR 13334:2007

Contentor metálico de 0,80 m³, 1,2 m³ e 1,6 m³ para coleta de resíduos sólidos por

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coletores-compactadores de carregamento traseiro - Requisitos

ABNT NBR ISO 14952-3:2006

Sistemas espaciais - Limpeza de superfície de sistemas de fluido

Parte 3: Procedimentos analíticos para a determinação de resíduos não voláteis econtaminação de partícula

ABNT NBR 15116:2004

Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização empavimentação e preparo de concreto sem função estrutural - Requisitos

ABNT NBR 15112:2004

Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem -Diretrizes para projeto, implantação e operação

ABNT NBR 15113:2004

Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros - Diretrizes paraprojeto, implantação e operação

ABNT NBR 15114:2004

Resíduos sólidos da Construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto,implantação e operação

ABNT NBR 15115:2004

Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas depavimentação - Procedimentos

ABNT NBR 10004:2004

Resíduos sólidos - Classificação

ABNT NBR 10005:2004

Procedimento para obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólido

ABNT NBR 10006:2004

Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos

ABNT NBR 10007:2004

Amostragem de resíduos sólidos

ABNT NBR 15051:2004

Laboratórios clínico - Gerenciamento de resíduos

ABNT NBR 14652:2001

Coletor-transportador rodoviário de resíduos de serviços de saúde - Requisitos deconstrução e inspeção - Resíduos do grupo A

ABNT NBR 14283:1999

Resíduos em solos - Determinação da biodegradação pelo método respirométrico

ABNT NBR 13896:1997

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Aterros de resíduos não perigosos - Critérios para projeto, implantação e operação

ABNT NBR 13853:1997

Coletores para resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cortantes - Requisitos emétodos de ensaio

ABNT NBR 12808:1993

Classifica os resíduos de serviços de saúde quanto aos riscos potenciais ao meioambiente e à saúde pública, para que tenham gerenciamento adequado.

ABNT NBR 12810:1993

Procedimentos exigíveis para coleta interna e externa dos resíduos de serviços de saúde,sob condições de higiene e segurança.

Fonte: http://www.abntcatalogo.com.br/normagrid.aspx, acesso em 16/05/2013

Leis do Estado de Minas Gerais

- Lei Estadual nº 13.766, de 30 de novembro de 2000 – política estadual de apoio e

incentivo à coleta de lixo.

- Deliberação Normativa COPAM (DN) nº 74, de 2004 – regulamenta o licenciamento

ambiental.

- Lei nº 15.441, de 11 de janeiro de 2005 - Regulamenta o inciso I do § 1º do art. 214 da

Constituição do Estado (Educação Ambiental).

- Lei Estadual nº 18.030, 12 de janeiro de 2009 – Distribuição da parcela da receita do

produto da Arrecadação do ICMS pertencente aos Municípios (ICMS Ecológico).

- Lei Estadual nº 18.031 de 12 de janeiro de 2009 – Política Estadual de Resíduos

Sólidos.

- Decreto nº 45.181 de 25 de setembro de 2009 – Regulamenta a Lei nº 18.031/2009.

- Lei Estadual nº 19.823 de 22 de novembro de 2011 – Concessão de incentivo

financeiro a catadores de materiais recicláveis – Bolsa-reciclagem.

- Decreto Estadual nº 45.975, de 2012 – normas para concessão de incentivo financeiro

a catadores de materiais recicláveis – Bolsa-reciclagem.

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PANORAMA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Em linhas gerais, observa-se na Tabela 1 que a composição gravimétrica média dos

resíduos sólidos urbanos no Brasil, considerando como base a quantidade no ano de

2008, apresenta o seguinte padrão:

Tabela 1: Estimativa da composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil em 2008

Resíduos Participação (%) Quantidade (t/dia)

Material reciclável 31,9 58.527,40

Metais 2,9 5.293,50

Aço 2,3 4.213,70

Alumínio 0,6 1.079,90

Papel, papelão e tetrapak 13,1 23.997,40

Plástico total 13,5 24.847,90

Plástico filme 8,9 16.399,60

Plástico rígido 4,6 8.448,30

Vidro 2,4 4.388,60

Matéria orgânica 51,4 94.335,10

Outros 16,7 30.618,90

Total 100,0 183.481,50Fonte: elaborado a partir de IBGE (2010b) e artigos diversos

A coleta regular dos resíduos sólidos tem sido o principal foco da gestão de resíduos

sólidos nos últimos anos. A taxa de cobertura vem crescendo continuamente, já

alcançando em 2009 quase 90% do total de domicílios; na área urbana a coleta supera o

índice de 98%; todavia a coleta em domicílios localizados em áreas rurais ainda não

atinge 33%.

Com relação à coleta seletiva de materiais recicláveis, entre 2000 e 2008 houve

um aumento de 120% no número de municípios que desenvolvem tais programas, que

chegaram a 994, estando a maioria localizada nas regiões Sul e Sudeste. Esse marco,

embora importante, ainda não ultrapassa 18% dos municípios brasileiros.

Todavia a análise da quantidade de material recuperado por tais programas indica a

necessidade de seu aprofundamento. Estimativas indicam que a participação dos

resíduos recuperados pelos programas de coleta seletiva formal ainda é muito pequena

vis-à-vis ao total coletado, o que sugere que a reciclagem no país ainda é mantida

pela reciclagem pré-consumo e pela coleta pós-consumo informal (Tabela 2).

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Tabela 2: Estimativa da participação dos programas de coleta seletiva formal (2008)

Fonte: Elaborado a partir de MCidades (2010), Bracelpa (2009), MME (2010a, 2010b), Vasques (2009), ABAL(2011), Abiplast(2010), ABIQUIM (2008), Plastivida (2005, 2008) Nota: * Dado de 2007.

No quesito tratamento dos resíduos sólidos, apesar da massa de resíduos sólidos

urbanos apresentar alto percentual de matéria orgânica, as experiências de compostagem

no Brasil são ainda incipientes. O resíduo orgânico, por não ser coletado separadamente,

é encaminhado para disposição final juntamente com os resíduos domiciliares. Essa

forma de destinação gera despesas que poderiam ser evitadas caso a matéria orgânica

fosse separada na fonte e encaminhada para um tratamento específico, por exemplo,

para compostagem. Do total estimado de resíduos orgânicos que são coletados

(94.335,1 t/dia) somente 1,6% (1.509 t/dia) é encaminhado para tratamento via

compostagem.

Com relação à destinação final, em 2008 foram destinados, conforme a Tabela 1,

183.481,50 t/d de resíduos sólidos domiciliares e/ou públicos, o que significa um

aumento de 35% em relação à quantidade destinada em 2000. Observou-se que, mais

de 90%, em massa, dos resíduos são destinados para a disposição final em aterros

sanitários, aterros controlados e lixões, sendo os 10% restantes distribuídos entre

unidades de compostagem, unidades de triagem e reciclagem, unidades de incineração,

vazadouros em áreas alagadas e outros destinos.

A Tabela 3 mostra que em termos quantitativos, no período de 2000 a 2008, houve um

aumento de 120% na quantidade de resíduos e rejeitos dispostos em aterros sanitários e

uma redução de 18% na quantidade encaminhada para lixões. Porém, ainda há 74 mil

toneladas por dia de resíduos e rejeitos sendo dispostos em aterros controlados e lixões.

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Tabela 3: Quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição em solo, considerando somente lixão,aterro controlado e aterro sanitário.

Fonte: Datasus (2011), IBGE (2002), IBGE (2010b)

Segundo dados da Tabela 3, observa-se que os municípios de pequeno e médio porte

apresentaram acréscimos significativos na quantidade total de resíduos e rejeitos

dispostos em aterros sanitários, 370% e 165% respectivamente. Esse fato pode ter

ocorrido em função do recebimento de resíduos produzidos/coletados/gerados nos

municípios de grande porte. Há um interesse particular no número de lixões ainda

existentes, pois de acordo com a PNRS, a disposição final ambientalmente adequada

dos rejeitos deverá ser implantada até 2014. Entretanto, ainda há 2.906 lixões que

devem ser erradicados no Brasil, distribuídos em 2.810 municípios.

Tabela 4: Número de municípios que têm lixões e quantidade total de lixões existentes, no Brasil e nasmacrorregiões.

Fonte: Datasus (2011), IBGE (2002), IBGE (2010b)

Para alcançar o determinado na lei 12.305/2010, os consórcios públicos para a gestão

dos resíduos sólidos podem ser uma forma de equacionar o problema dos municípios

que ainda têm lixões como forma de disposição final.

No que tange ao aproveitamento de biogás para produção de energia no Brasil, vê-se

que esse ainda é incipiente no país. PNUD et al (2010) estimou a produção de energia

potencial em 311 MW, o que, segundo o estudo poderia abastecer uma cidade como o

Rio de Janeiro.

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No geral, pode se afirmar que as maiores deficiências na gestão dos resíduos sólidos

encontram-se nos municípios de pequeno porte (até 100 mil habitantes) e naqueles

localizados na região Nordeste.

A partir do diagnóstico realizado pelo IPEA (Brasil, 2012), são elencadas algumas

recomendações principais:

Concentrar esforços na erradicação dos lixões, focando os municípios de

pequeno porte, sendo uma das alternativas o incentivo à formação de consórcios

públicos para a destinação final ambientalmente adequada dos resíduos gerados.

Implantar novas unidades de compostagem acompanhadas da coleta seletiva dos

resíduos orgânicos.

Consolidar programas de coleta seletiva em grandes municípios e expandir os

mesmos em municípios de médio porte.

Inclusão de Catadores

Conforme apresentando por Freitas e Fonseca (2011) em seu trabalho sobre catadores

pode-se destacar os seguintes resultados:

Há hoje entre 400 e 600 mil catadores de materiais recicláveis no Brasil.

Ao menos 1.100 organizações coletivas de catadores estão em funcionamento

em todo o país.

Entre 40 e 60 mil catadores participam de alguma organização coletiva, isto

representa apenas 10% da população total de catadores.

27% dos municípios declararam ao IBGE ter conhecimento da atuação de

catadores nas unidades de destinação final dos resíduos.

50% dos municípios declararam ao IBGE ter conhecimento da atuação de

catadores em suas áreas urbanas.

Cerca de 60% das organizações coletivas e dos catadores estão nos níveis

mais baixos de eficiência.

A renda média dos catadores, aproximada a partir de estudos parciais, não

atinge o salário mínimo, alcançando entre R$420,00 e R$ 520,00.

A faixa de instrução mais observada entre os catadores vai da 5ª a 8ª séries.

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A inclusão social dos catadores vem sendo objeto de uma série de medidas indutoras na

forma de leis, decretos e instruções normativas de fomento à atividade de catação. O

quadro 03 traz alguns exemplos.

Quadro 03 – Sistematização das leis pertinentes aos catadores de materiais recicláveis.

Lei / Decreto Objeto

DECRETO 5.940, DE2006

Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades daadministração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação àsassociações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, e dá outras providências.

LEI 11.445, de JANEIRODE 2007

Dispensa de licitação na contratação da coleta, processamento e comercialização deresíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coletaseletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamentepor pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores demateriais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas,ambientais e de saúde pública.

INSTRUÇÃONORMATIVA MPOG Nº

1, DE 19 DE JANEIRO DE2010.

Dispõe sobre os critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens, contratação deserviços ou obras pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional e dáoutras providências.

LEI Nº 12.375, deDEZEMBRO DE 2010, Art.

5º e Art. 6º

Os estabelecimentos industriais farão jus, até 31 de dezembro de 2014, a créditopresumido do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI na aquisição de resíduossólidos utilizados como matérias-primas ou produtos intermediários na fabricação de seusprodutos.Somente poderá ser usufruído se os resíduos sólidos forem adquiridos diretamente decooperativa de catadores de materiais recicláveis com número mínimo de cooperadospessoas físicas definido em ato do Poder Executivo, ficando vedada, neste caso, aparticipação de pessoas jurídicas;

LEI 12.305, DE 2 DEAGOSTO DE 2010

Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 defevereiro de 1998; e dá outras providências.

DECRETO Nº 7.404, DE23 DE DEZEMBRO DE

2010

Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacionalde Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de ResíduosSólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dáoutras providências

DECRETO Nº 7.405, DE23 DE DEZEMBRO DE

2010.

Institui o Programa Pró-Catador, denomina Comitê Interministerial para InclusãoSocial e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis o ComitêInterministerial da Inclusão Social de Catadores de Lixo criado pelo Decreto de 11 desetembro de 2003, dispõe sobre sua organização e funcionamento, e dá outras providências.

FONTE: Elaboração Própria, 2011.

São exemplos de Políticas Públicas voltadas aos catadores de materiais recicláveis:

Destinação de mais de 280 milhões de reais para ações voltadas aos catadores de

materiais recicláveis entre 2003 e 2010.

Constituição do Comitê Interministerial de Inclusão dos Catadores de Materiais

Recicláveis (CIISC) em 2003, e a formação de sua secretaria executiva em 2007.

A proposta de uma política de Pagamento por Serviços Ambientais Urbanos

– PSAU, com a previsão de remuneração dos catadores pelos serviços

ambientais resultantes de sua atividade.

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Instituição do Programa Pró-Catador, com a finalidade de integrar e articular as

ações do Governo Federal voltadas ao apoio e ao fomento à organização

produtiva dos catadores.

Resíduos do Setor Agrossilvopastoril

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) estimou em 2012 os montantes

totais gerados e o potencial de geração de energia dos resíduos orgânicos do setor

agrossilvopastoril e agroindústrias primárias associadas, com base na produção do ano

de 2009 conforme os dados elaborados pelo IBGE.

No setor da agricultura, foi estimada apenas a geração de resíduos nas agroindústrias

associadas, não sendo estimada a parcela dos resíduos orgânicos gerados nas atividades

de cultivo e colheita da produção em campo, os quais ficam geralmente nas lavouras e

não apresentam impactos potenciais negativos ao ambiente. Foram consideradas a

produção de 13 culturas, seis temporárias e sete permanentes, selecionadas entre as

culturas de maior área cultivada no Brasil, sendo elas: a) soja (em grão), b) milho (em

grão), c) cana-de-açúcar, d) feijão (em grão), e) arroz (em casca), f) trigo (em grão), g)

café (em grão), h) cacau (amêndoas), i) banana (cacho), j) laranja, l) coco-da-baía, m)

castanha de caju e n) uva. O potencial energético foi estimado apenas para os resíduos

de base seca, não sendo estimado para as culturas da banana, laranja e uva.

Estimou-se a geração total de 291 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano nas

agroindústrias associadas a essas culturas (Tabela 5). O aproveitamento desses resíduos,

além de evitar potenciais impactos negativos causados pelo descarte inadequado no

ambiente, pode gerar muito benefícios econômicos para o país. A utilização desses

resíduos para a adubação permite a recuperação de elementos químicos valiosos, tais

como Nitrogênio, Fósforo e Potássio (NPK) e elementos traço, além de contribuir,

através da adição de matéria orgânica ao solo, para melhorar a sua estrutura física e a

sua capacidade de absorção de água e de fornecimento de nutrientes para as plantas,

aumentando a produção e melhorando a qualidade dos alimentos.

O uso dessa matéria prima para a produção de fertilizantes é também um recurso

estratégico que pode reduzir a dependência de fertilizantes químicos importados e

viabilizar a sustentabilidade do crescimento da produção agrícola brasileira. Além disso,

outros usos podem ser dados a esses resíduos, como a alimentação humana, alimentação

animal, matéria prima para outras produções industriais e geração de energia.

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A cultura que mais gerou resíduos no levantamento foi à cana-de-açúcar, gerando

sozinha um montante de 201 milhões de toneladas (torta de filtro e bagaço). Esta cultura

tem ainda como subproduto do seu processamento a vinhaça, sendo estimado um

volume gerado desse efluente de mais de 604 milhões de m³/ano. A cana apresentou

também um elevado potencial para produção de energia a partir dos resíduos.

Os resultados mostraram que, se todos os resíduos secos da produção da agroindústria

da cana no Brasil fossem utilizados para a geração de energia, a potência instalada seria

de 16.464 MW/ano, um potencial superior ao da usina de Itaipu. O setor já é

considerado autossuficiente em termos energéticos, atendendo a mais de 98% da sua

própria demanda de energia. Existe também um grande potencial para geração de

excedentes que ainda é muito pouco utilizado.

Para viabilizar uma maior disponibilização dessa energia para a rede elétrica, entretanto,

será necessário vencer várias barreiras de ordem técnica, econômica e regulatória, sendo

necessários mais incentivos econômicos para motivar os investimentos do setor

privado nessa área. A queima do bagaço é também vantajosa para as usinas por eliminar

o problema da destinação desse resíduo, que é muito volumoso e de difícil transporte.

No caso da vinhaça, porém, devido ao seu elevado poder fertilizante, o uso para a

produção energética torna-se uma alternativa menos atraente. Na maior parte dos casos,

a vinhaça é aplicada in natura diretamente na lavoura de cana, apresentando alta

eficiência como fonte de nutrientes.

Outras culturas que também apresentaram potencial considerável para geração de

energia foram a soja (com potencial estimado total de 3.422 MW/ano), o milho (2.406

MW/ano), o trigo (238 MW/ano) e o arroz (175 MW/ano). No caso do arroz e do trigo,

já existe tecnologia disponível para o aproveitamento energético dos resíduos e a palha

do arroz já tem sido aproveitada em pequenas unidades produtoras de energia. Para

todas essas culturas, porém, são necessários ainda estudos econômicos para avaliar se o

uso energético seria mais vantajoso que outros usos alternativos, como o uso para

cobertura do solo, adubação e nutrição animal.

Para o setor da pecuária, foi estimada uma geração total 1,7 bilhões de toneladas/ano de

dejetos, considerando as principais criações animais (bovinos, suínos e aves) (Tabela 5).

A maior parte desses dejetos, porém, foi gerada pela criação de bovinos de corte, a qual

ocorre em sua maioria no modelo extensivo, ficando os resíduos dispersos nas

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pastagens, sem impactos ambientais significativos e sem viabilidade de aproveitamento

em sistemas de biodigestão. Para as criações confinadas, foram estimados 365 milhões

de toneladas de dejetos, sendo também a maior parte destes dejetos produzidos pela

criação de bovinos (86,7%), seguida pela de aves (7,7%) e suínos (5,6%).

Apesar da menor quantidade de resíduos gerados, os resíduos das criações confinadas

de aves e suínos têm maior potencial de causar impactos ambientais negativos devido ao

seu alto potencial orgânico e à distribuição das criações, que muitas vezes ocorrem

concentradas em alguns pontos.

Os dejetos de suínos apresentam ainda outro agravante por serem descartados na forma

líquida, demandando amplos sistemas de armazenamento e tratamento, com períodos

prolongados de detenção. Em decorrência do alto custo para serem transportados,

frequentemente são aplicados em áreas próximas e que apresentam solos já saturados. A

Região Sul, em especial o estado de Santa Catarina, necessita de uma especial atenção

em relação a esta questão.

Associada às criações, têm-se ainda as indústrias primárias (abatedouros, laticínios e

graxarias), que geram resíduos sólidos estimados em 1,7 milhões de toneladas/ano e

efluentes líquidos estimados em 121,5 milhões de m³/ano. Se todos os dejetos das

criações confinadas de bovinos, aves e suínos fossem utilizados para biodigestão,

poderiam gerar um potencial total de até 1.290 MW/ano, enquanto os resíduos sólidos e

efluentes das indústrias associadas gerariam um potencial de até 15 MW/ano. É

importante destacar que a tecnologia de biodigestão, além de gerar energia, pode evitar

a emissão de trilhões de m³ de metano (CH4) /ano na atmosfera e gerar um composto

orgânico estável, passível de utilização como fertilizante agrícola e com menor

potencial poluidor, eliminando patógenos e reduzindo odores.

A avaliação da geração dos resíduos da silvicultura foi realizada com base nos resíduos

gerados na colheita florestal, processamento mecânico da madeira e produção de papel e

celulose. Estimou-se um total de 38,5 milhões de toneladas/ano de resíduos florestais

gerados nas duas etapas da cadeia produtiva da madeira (colheita e processamento

mecânico), sendo estimado para esses resíduos um potencial total de geração de energia

de até 1.604 MW/ano (Tabela 5). Os resíduos das indústrias de papel e celulose foram

estimados em 10 milhões de toneladas/ano, não tendo sido estimado o potencial

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energético desses resíduos, como o caso do licor negro, por exemplo, que já é utilizado

para cogeração de energia nessas indústrias.

A energia elétrica gerada a partir dos resíduos advindos do setor

agrosilvopastoril serviria para atender prioritariamente as necessidades dos

empreendimentos e o excedente poderia ser comercializado, dependendo das condições

do mercado de energia. Ressalta-se, porém, que qualquer sistema gerador de energia

possui um gasto de operacionalização na própria planta, além disso, o aproveitamento

energético dos resíduos esbarra muitas vezes em dificuldades técnicas e logísticas,

relacionadas a transporte dos resíduos e escala dos empreendimentos.

Por essas razões, o potencial real que poderia de fato ser gerado seria menor do que o

potencial aqui estimado. É importante frisar ainda que estudos mais específicos

necessitam ser realizados, considerando a geração espacial destes resíduos, formação de

clusters, implementação de sistemas coletivos de biodigestão ou combustão, quando

possível, para analisar a sua viabilidade econômica.

No que diz respeito à combustão, uma avaliação conjunta entre resíduos

agrosilvopastoris e resíduos sólidos urbanos pode ser viável uma vez que, dependendo

da opção tecnológica destes sistemas e da localização dos mesmos, a geração de energia

pode ser otimizada. Neste sentido, sempre que se pensar em sistemas térmicos é

fundamental que se avalie a geração de resíduos como um todo (urbano e

agrosilvopastoril) considerando-se o potencial energético agregado, além de estudos de

logística, custo-benefício e viabilidade econômica.

Os impactos ambientais causados pelos resíduos do setor agrosilvopastoril podem ser

positivos, como nos casos desses resíduos serem utilizados como adubo orgânico ou

como fonte de energia renovável. Entretanto, caso esses resíduos não sejam bem

manejados, tratados e dispostos, possuem alto potencial de gerar impactos negativos,

provocando contaminação do solo, da água e do ar, gerando de riscos à saúde humana e

dos ecossistemas, além de custos à saúde pública, que em longo prazo podem

inviabilizar a continuidade destas atividades. Outro aspecto a ser considerado é o

consumo de água para descarte de alguns desses resíduos que, dependendo de onde esta

é retirada, pode também inviabilizar a atividade.

Cabe uma ressalva ainda, em especial, aos resíduos de madeira, uma vez que estes têm

uma contribuição importante em outros setores geradores de resíduos, em particular nos

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resíduos sólidos urbanos. Os resíduos de madeira merecem destaque tanto pelo volume

gerado na indústria de beneficiamento e no pós-consumo de produtos de base florestal e

moveleiro, quanto pelo potencial de periculosidade que podem apresentar em se

tratando de madeiras tratadas com preservastes químicos, que muitas vezes são

altamente tóxicos à saúde humana e ambiental.

Tabela 5: Montantes estimados de resíduos sólidos e efluentes gerados pelo setor agrosilvopastoril e potencialenergético desses resíduos. Ano base 2009.

A geração de resíduos sólidos urbanos tende a aumentar não apenas com o aumento da

população, mas também com o aumento da renda, principalmente quando estratos da

população que tinham acesso muito restrito a produtos industrializados e embalados

ganham poder de compra. O aumento do consumo devido à melhora da qualidade de

vida impõe desafios à gestão da disposição dos resíduos decorrentes desse consumo,

assim como instiga um novo paradigma de economia, onde a redução de materiais está

no foco, assim como a escolha de materiais recicláveis e cujo ciclo de vida tem menor

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impacto ambiental. Nesse sentido, a aprovação da Lei 12.305/2010 ocorre em um

momento crítico do desenvolvimento brasileiro.

Resíduos Sólidos Inorgânicos

Em relação aos Resíduos Sólidos Inorgânicos, interessa-nos contextualizar os resíduos

sólidos inorgânicos gerados no setor agrossilvopastoril, especialmente nos segmentos de

agrotóxicos, fertilizantes, insumos farmacêuticos veterinários, além dos resíduos sólidos

domésticos (RSDs) rurais devido às características do Município e do Estado de Minas

Gerais.

Para as embalagens de agrotóxicos, constatou-se que a legislação e as ações que gerem

o setor são eficazes, sendo previstas a gestão de coleta, transporte, armazenamento e

destinação ambientalmente correta das embalagens vazias. O caráter inovador da “lei

dos agrotóxicos” situa-se na divisão de responsabilidades a todos os agentes envolvidos

(fabricantes, revendedores, agricultores e poder público) no ciclo de vida das

embalagens.

Para o segmento de fertilizantes, a legislação vigente não contempla a destinação das

embalagens, sendo que estatísticas e informações para o retorno ou a destinação das

embalagens são praticamente inexistentes.

Os estudos que abordam os insumos farmacêuticos veterinários atentam-se

principalmente à bovinocultura e à avicultura, devido ao potencial econômico e a

grande abrangência destes rebanhos, espalhados por todo o território nacional.

Praguicidas de uso veterinário e agrícola têm semelhanças químicas e/ou estruturais,

assim é razoável esperar que os antiparasitários veterinários recebam atenção

semelhante aos agrotóxicos, o que não se observa atualmente. Informações sobre o

retorno das embalagens limitam-se, normalmente, a descrições simplificadas nos rótulos

ou em bulas que acompanham os insumos.

Quanto ao diagnóstico dos resíduos domésticos no meio rural, verificamos nos estudos

encontrados, enfoque na destinação dos resíduos sólidos domésticos e no esgotamento

sanitário das propriedades rurais.

De forma geral, a ausência de informações oficiais sistematizadas seguiu como a

principal dificuldade em realizar o diagnóstico dos resíduos sólidos inorgânicos

presentes no setor agrossilvopastoril. As experiências positivas obtidas com a logística

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reversa das embalagens vazias de agrotóxicos podem ser compartilhadas com os demais

segmentos que ainda carecem de políticas específicas para a destinação ambientalmente

correta dos resíduos sólidos gerados.

Embalagens de Agrotóxicos

Por conterem resíduos de agrotóxicos em seus interiores, as embalagens vazias de

agrotóxicos são classificadas como “resíduos perigosos”, apresentando elevado risco de

contaminação humana e ambiental se descartadas sem o controle adequado.

Um levantamento realizado pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF),

veiculado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 1999,

indicava que 50% das embalagens vazias de agrotóxicos no Brasil eram vendidas ou

repassadas sem nenhum tipo de controle, 25% eram queimadas a céu aberto, 10% eram

armazenadas ao relento e 15% eram abandonadas de forma arbitrária no campo.

Por meio do Decreto-Lei no 4.074/2002, ocorreu a regulamentação das Leis nº

7.802/1989 e 9.974/2000 (Brasil, 2000), dividindo responsabilidades a todos os

segmentos envolvidos diretamente com os agrotóxicos: fabricantes, revendas (canais de

comercialização), agricultores (usuários) e poder público (fiscalizador), para a

destinação apropriada das embalagens utilizadas.

Visando atender à nova legislação, os fabricantes de agrotóxicos organizaram-se e, em

2002, criaram o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV),

entidade que representa as indústrias fabricantes de produtos fitossanitários, assumindo

– de forma autônoma – a gestão e os trabalhos relativos à destinação final das

embalagens vazias de agrotóxicos em todo o território nacional.

Em 1992, originou-se o projeto-piloto e pioneiro que deu origem ao INPEV, o qual foi

desenvolvido pela ANDEF em parceria com a Associação dos Engenheiros Agrônomos

do Estado de São Paulo (AEASP), a Cooperativa de Plantadores de Cana de Guariba de

São Paulo (Coplana) e a Dinoplast Indústria e Comércio de Plásticos Ltda., uma

recicladora de plástico localizada na cidade de Louveira, São Paulo. Projetos similares

também foram desenvolvidos nas cidades de Palotina e Santa Terezinha do Itaipu, no

Paraná, e, consecutivamente, em outras onze unidades distribuídas pelas principais

regiões agrícolas do Paraná (Cometti, 2009).

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Atualmente, a estrutura do INPEV conta com 84 empresas fabricantes/registrantes de

defensivos agrícolas do Brasil (100% do total), as sete principais entidades de classe do

setor, 420 unidades de recebimento de embalagens, gerando 2.500 empregos diretos e

indiretos. O INPEV ainda conta com o convênio com a empresa Luft Agro,

transportadora especializada no setor de agrotóxicos no Brasil, responsável pelo

transporte exclusivo das embalagens vazias de postos ou centrais de recebimento para as

recicladoras ou incineradoras.

O Brasil é referência mundial na logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos.

Desde que foi criado, em 2002, o INPEV coordenou a remoção de mais 168 mil

toneladas de embalagens por todo o território brasileiro.

Em 2010, mais de 30 mil toneladas de embalagens foram retiradas do campo com

destinação adequada por meio da reciclagem e/ou incineração, o que representa que: i)

95% das embalagens primárias – aquelas que entram em contato direto com o produto –

são retiradas do campo e enviadas à destinação ambientalmente correta; ii) 94% das

embalagens plásticas são destinadas; e iii) 80% do total das embalagens comercializadas

são destinadas.

O processo da logística reversa das embalagens vazias inicia-se com o agricultor, que –

após a utilização do agrotóxico – tem a obrigação legal de efetuar a lavagem das

embalagens, uma tríplice lavagem ou a lavagem sob pressão, e devolvê-las no prazo de

um ano após a compra ou seis meses após o vencimento da data de validade do produto.

As embalagens vazias de agrotóxicos não lavadas são classificadas pela Norma

Brasileira Regulamentadora (NBR) 10004/2004 (ABNT, 2004) como resíduos sólidos

perigosos (classe I), exigindo procedimentos especiais para as etapas de manuseio e

destinação adequada. Enquanto as embalagens lavadas corretamente por meio da

tríplice lavagem ou sob pressão são classificadas como resíduos sólidos não perigosos

(classe III).

As embalagens plásticas, normalmente polietileno de alta densidade (PEAD),

representam participação superior a 50% de todo o volume destinado e são as com

maior valor econômico.

De acordo com o INPEV, 95% das embalagens de agrotóxicos comercializadas no

Brasil são passíveis de reciclagem, desde que devidamente lavadas. Os outros 5%

correspondem às embalagens que não utilizam água como veículo de pulverização – por

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exemplo, as embalagens flexíveis –, as quais são devolvidas contaminadas e,

posteriormente, encaminhadas para a incineração. Conscientizar o agricultor da

importância da lavagem das embalagens é vital no processo de reciclagem.

Conforme previsto em lei (Lei no 7.802/1989 e Decreto-Lei no 98.816/1990), existe a

determinação que as embalagens sejam projetadas visando a operações que auxiliem a

eliminação da maior parte dos resíduos, além de facilitar o armazenamento e o

transporte. Fica evidente que, desde a implementação da Lei no 7.802/1989, o perfil da

embalagem se alterou completamente, passando de 25,2% de embalagens plásticas, na

safra 1987-1988, para 88,5%, na safra 1995-1996.

O INPEV prioriza a reciclagem das embalagens vazias; para isto, conta com o convênio

de aproximadamente dez empresas recicladoras, localizadas nos estados de Mato

Grosso, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, do Paraná e de São Paulo. As empresas

parceiras – credenciadas a reciclar o material encaminhado pelas centrais de

recebimento – transformam as embalagens em tubos para esgoto, barricas plásticas,

conduítes, dutos corrugados, caçambas e rodas plásticas para carriola, entre outros

exemplos.

Em termos de custos, segundo dados do INPEV e do Croplife International Container

Management Committee (Cometti, 2009), o Brasil é líder mundial na coleta e na

destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos, apresentando os menores custos

(US$/kg) para a disposição final ambientalmente correta de embalagens plásticas

lavadas. Os custos com a destinação adequada de embalagens não lavadas giram em

torno de R$5,20/kg de embalagem, somam-se a estes custos o frete e a incineração.

Desde 2002, foram investidos mais de R$ 430 milhões no programa do INPEV,

aproximadamente 80% deste valor foi financiado pelos fabricantes de defensivos

agrícolas. Uma das atuais prioridades do INPEV é a busca por mecanismos que tornem

o programa autossustentável, pois somente 17% dos custos são cobertos com as receitas

obtidas com as remessas das embalagens aos recicladores conveniados.

Os fabricantes de agrotóxicos, por meio do INPEV, certamente são referência de

sucesso em logística reversa de embalagens vazias, podendo compartilhar experiências

de coleta, transporte, armazenamento e destinação apropriada com outros segmentos –

como o de insumos veterinários e fertilizantes – que ainda carecem de políticas

específicas para a destinação ambientalmente correta de embalagens.

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Embalagens de Fertilizantes

O consumo por fertilizantes está fortemente atrelado à dinâmica do setor agrícola. O

Brasil é o quarto consumidor mundial de nutrientes para a formulação de fertilizantes, e

em 2010 foram comercializadas mais de 24,5 milhões de toneladas de fertilizantes, em

que aproximadamente 80% de toda a demanda se deve a cinco principais culturas: soja,

cana-de-açúcar, milho, café e algodão. Normalmente, os fertilizantes são

comercializados em sacarias de 50 kg e big bags de polietileno de 1t a 1,5t.

Levantamentos e entrevistas conduzidas por Boteon, Martini e Costa (2006), referentes

à gestão do lixo rural de 960 propriedades hortifrutícolas localizadas nas principais

regiões produtoras do país, mostraram um panorama da destinação final das sacarias de

fertilizantes. Segundo os mesmos, 78% dos entrevistados declararam que vendem ou

doam esse material para reciclagem ou para cerealistas que as reaproveitam. Aqueles

que procuram reaproveitar as sacarias dentro da propriedade as utilizam para ensacar

esterco, pedras, serragem, calcário, terra para contenção de água etc. Apesar das formas

criativas para a reutilização das sacarias, muitos produtores as reaproveitam de maneira

inadequada. Alguns as utilizam para armazenar milho, café, frutas etc., o que pode

resultar na contaminação dos alimentos, mesmo quando as embalagens foram

previamente lavadas.

Outros formatos de eliminação das embalagens vazias são: i) a incineração, realizada

por 27% dos entrevistados, antes ou depois do reaproveitamento na propriedade, e ii) o

descarte junto com o lixo comum, citado por 11%.

Mesmo o estudo não tendo uma amostragem extensa, observa-se que tais destinações

são práticas comuns na população rural. Há empresas que comercializam embalagens

vazias, reciclando-as e/ou reutilizando-as, como Sacarias Novo Mundo (SP), Grupo

Navarro (SP), Recicla Bag (MT), Engebag (SP), entre outras. O comércio informal de

compra e venda de sacarias e bigs bags também é prática muito comum no meio rural.

Insumos Veterinários na Pecuária

A pecuária é uma das mais importantes e tradicionais atividades econômicas no Brasil,

espalhada por todo o território nacional, com destaque para os estados de Mato Grosso

do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, onde apresenta um papel de

destaque na composição do produto interno bruto (PIB).

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Entre os censos agropecuários de 1996 a 2006, nota-se uma expansão acentuada na

produção pecuária, com destaques para o aumento nas exportações de carne bovina – de

aproximadamente 46.656 toneladas ou 1,2% da produção, para mais de 1 milhão de

toneladas, ou 17,8 % da produção –, na demanda interna de leite – mais de 20 bilhões

de litros/ ano – e na produção e no consumo de aves e suínos (Peres, Pastorello e

Moreira, 2010; IBGE, 2006b).

O mercado de produtos destinados a bovinocultura de corte e leite pode ser dividido em

dois segmentos: suplementos alimentares e medicamentos veterinários. Levando em

consideração o setor de insumos farmacêuticos veterinários, a entidade que representa o

segmento é o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal

(SINDAN).

A distribuição de medicamentos veterinários por grupos de animais é feita em seis

classes: bovinos, avicultura, suinocultura, equinos, pequenos animais domésticos (pets)

e outros. Atualmente, existem 7.222 produtos de uso veterinário autorizados para a

comercialização no país, com destaque para as vacinas, os antibióticos e os produtos

para combate de ectoparasitas, com faturamento próximo a R$ 3 bilhões.

Os Decretos-Lei nº 467/1969, 1.662/1995 e 5.053/2004 dispõem sobre a fiscalização de

produtos de uso veterinário e dos estabelecimentos que os fabricam, definem os

produtos da indústria veterinária e dão outras providências, estabelecendo a

obrigatoriedade da fiscalização da indústria e do comércio, bem como a obrigatoriedade

do emprego de produtos veterinários em todo o país. Entretanto, não há menções sobre

normas e/ou regras para o destino das embalagens vazias. Importante ressaltar que

praguicidas de uso veterinário e de uso agrícola têm semelhanças químicas e/ou

estruturais e oferecem risco à saúde do trabalhador e ao meio ambiente.

No tocante ao retorno de embalagens vazias de insumos farmacêuticos (pesticidas)

veterinários, tramitam no Congresso os Projetos de Lei (PLs) nº 134/2007 e 718/2007,

que propõem a alteração do Decreto-Lei no 467/1969, passando a vigorar acrescido do

Artigo 3º A, o qual atribui responsabilidades para a destinação das embalagens vazias

de insumos veterinários:

Art. 3º A. É responsabilidade dos estabelecimentos privados e oficiais, das cooperativas,

dos sindicatos rurais ou das entidades congêneres que fabriquem, importem, fracionem

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e comercializem produtos de uso veterinário a destinação final dos produtos tornados

impróprios para consumo e das embalagens vazias dos produtos de uso veterinário.

§ 1o São considerados produtos tornados impróprios para consumo aqueles com prazo

de validade vencido ou contaminados ou de utilização proibida.

§ 2o As embalagens vazias e os produtos tornados impróprios para consumo, a critério

do órgão fiscalizador, serão devolvidos aos estabelecimentos comerciais onde foram

adquiridos, para posterior encaminhamento aos fabricantes ou importadores para

reciclagem ou destruição.

§ 3o A critério das autoridades responsáveis pela fiscalização, também poderão ser

estabelecidos pontos de coleta para o recebimento das embalagens e dos produtos

veterinários impróprios para consumo.

A ideia central desse PL é seguir a regulamentação aplicável ao setor de agrotóxicos, de

forma a reproduzir, para os produtos de uso veterinário, o modelo bem-sucedido de

logística reversa das embalagens vazias de agrotóxicos.

No ano de 2010, a empresa Merial lançou no Paraná e no interior do estado de São

Paulo um projeto-piloto de retorno de embalagens vazias de produtos destinados a

animais de companhia (PETMAG, 2010). A intenção da campanha era estimular o

cliente a devolver à clínica ou ao petshop as embalagens vazias, recebendo descontos na

compra de novos produtos. Não há menções se a empresa pretende desenvolver

programas similares para insumos veterinários destinados à pecuária.

Vacinas

As vacinas são compostas por vírus inativos ou atenuados e, quando manuseadas de

forma correta, não promovem riscos (diretos) à saúde humana. Entretanto, cabe ressaltar

que a necessidade de descarte apropriado das embalagens vazias é extremamente

importante. Em um levantamento realizado em Vargens das Missões, no Rio Grande do

Sul, constatou-se que 36,4% das embalagens de insumos veterinários são atiradas em

valas, junto com o lixo doméstico, 32% são guardadas, 27% são queimadas e 4,6% são

jogadas no mato (Carvalho, 2010). Mesmo sendo um exemplo pontual, as práticas de

enterro, queima e abandono do lixo são comuns em comunidades rurais, tornando-se

evidente o impacto ambiental negativo provocado pela falta ou não observância de

legislações e regulamentações no setor.

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Devido à dimensão do rebanho brasileiro, a destinação de embalagens vazias de

insumos farmacêuticos veterinários faz-se necessária, seja por questões ambientais, seja

por ordem de saúde pública. Se o uso em excesso de medicamentos veterinários é

preocupante na contaminação de alimentos (carnes, ovos, leite, mel etc.), existindo

regras específicas, delineadas e gerenciadas pelo Plano Nacional de Controle de

Resíduos e Contaminantes (PNCRC), fica evidente que a destinação ambientalmente

correta de embalagens vazias de insumos veterinários é extremamente relevante.

Ressalte-se que os praguicidas de uso veterinário e de uso agrícola têm semelhanças

químicas e/ou estruturais; assim, é razoável esperar que os antiparasitários veterinários

recebam atenção semelhante aos agrotóxicos. Como a estrutura legal sobre produtos

veterinários no Brasil (Decretos-Lei nos 467/1969, 1.662/1995, 5.053/2004, 6.296/2007

e Lei nº 6.198/1974) é de responsabilidade exclusiva do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento, produtos formulados com o mesmo princípio ativo e

concentração podem ter avaliações distintas, dependendo de sua utilização na

agricultura ou na pecuária. Desta forma, fica evidente a necessidade de leis que

regulamentem a destinação ambientalmente correta das embalagens vazias de insumos

farmacêuticos veterinários, evitando perdas por contaminação da população ou do meio

ambiente.

Resíduos Sólidos Domésticos na Zona Rural

No Brasil, o termo rural é comumente utilizado em contraposição a urbano, associado à

baixa densidade populacional, onde se realizam atividades econômicas variadas (Peres,

Pastorello e Moreira, 2010).

De acordo com o IBGE (2010), tem-se que:

Na situação urbana consideram-se as pessoas e os domicílios recenseados nas áreas

urbanizadas ou não, correspondentes às cidades (sedes municipais), às vilas (sedes

distritais) ou às áreas urbanas isoladas. A situação rural abrange a população e os

domicílios recenseados em toda a área situada fora dos limites urbanos, inclusive os

aglomerados rurais de extensão urbana, os povoados e os núcleos.

A zona rural apresenta diversas fontes potenciais de geração de resíduos sólidos. Além

de esgoto e lixo domiciliares, incluem-se os resíduos da construção civil, embalagens de

agrotóxicos e fertilizantes, esterco de animais, insumos veterinários, entre outros,

dependendo das atividades realizadas em suas dependências.

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Mesmo sendo diversificada, nota-se que a composição do resíduo sólido rural é cada

vez mais semelhante à do resíduo urbano, devido, muitas vezes, à proximidade das

comunidades rurais a centros urbanos, além de hábitos e bens de consumo

contemporâneos (alimentação, vestuário, lazer, produtos de higiene e limpeza etc.)

inseridos por toda a sociedade. O resíduo doméstico rural era composto essencialmente

por restos orgânicos, mas atualmente se verifica um volume crescente de frascos, sacos

plásticos, pilhas, pneus, lâmpadas, aparelhos eletroeletrônicos etc., que se acumulam ou

se espalham ao longo das propriedades rurais.

Trabalhos que contemplem a temática resíduos sólidos rurais são escassos, devido

provavelmente às dificuldades em se trabalhar nas regiões rurais, em função da questão

geográfica e da distância das propriedades, da falta de dados relativos à geração de

resíduos, da carência de planejamento e da ausência de percepção e/ou participação

efetiva das comunidades rurais.

As instituições responsáveis pelo gerenciamento (coleta, tratamento e destinação) de

resíduos sólidos municipais, tanto na área urbana como na rural, no âmbito nacional,

estadual e municipal, são determinadas pela Constituição Federal (CF) de 1988 (Brasil,

1988), nos Artigos 23 e 30.

Artigo 23, incisos VI e IX: estabelecem ser competência comum da União, dos estados,

do Distrito Federal e dos municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição

em qualquer das suas for- mas, bem como promover programas de construção de

moradias e a melhoria do saneamento básico.

Artigo 30, incisos I e V: estabelecem como atribuição municipal legislar sobre assuntos

de interesse local, especialmente quanto à organização dos seus serviços públicos, como

é o caso da limpeza urbana (Ibam, 2001).

No Brasil, a coleta de lixo na área rural cobre apenas 31,6% dos domicílios. Já no meio

urbano, o percentual de domicílios brasileiros atendidos por este serviço ultrapassa os

98%, de acordo com a PNAD 2009 (IBGE, 2010). A ineficiência no trato com o RSD

produzido na zona rural é refletida nas práticas de destinação dos resíduos, em que

aproximadamente 70% dos domicílios rurais queimam, enterram ou lançam os resíduos

em terrenos baldios, rios, lagos, igarapés e açudes.

A coleta seletiva de resíduo sólido doméstico rural apresenta evolução, passando de

6,7% de domicílios atendidos, em 1992, para 31,6%, em 2009. Entretanto, as práticas de

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queimar, enterrar ou abandonar o lixo sobre o solo nas propriedades rurais são

frequentes e se mantêm em patamares elevados, próximos a 70% dos domicílios rurais.

Apesar desse quadro, a coleta do lixo é o segmento que mais se desenvolveu no sistema

de limpeza pública e o que apresenta maior abrangência de atendimento junto à

população, ao mesmo tempo em que é a atividade do sistema que demanda maior

percentual de recursos por parte da municipalidade.

Na maioria das regiões brasileiras, o serviço de coleta para o lixo doméstico rural é

bastante deficitário. As unidades federativas que mais se destacam na coleta de RSD em

propriedades rurais são: São Paulo (82,9%), Rio de Janeiro (80,5%), Distrito Federal

(78,2%), Rio Grande do Norte (53,5%), Santa Catarina (55,2%) e Rio Grande do Sul

(54,5%). Já os estados com a menor cobertura de coleta rural por domicílio são: Piauí

(5,8%), Tocantins (6,6%), Maranhão (6,8%), Paraíba (9,8%) e Mato Grosso (10,2%),

(IBGE, 2010).

Vale destacar que a falta de atendimento nas áreas rurais não é maior apenas em termos

relativos, mas também em números absolutos. Os 68,4% sem solução para o

afastamento dos RSDs equivalem a quase 20 milhões de habitantes, e os 1,9% não

atendidos em áreas classificadas como urbanas representam cerca de 3 milhões de

brasileiros – de acordo com os dados adaptados do Plano Nacional de Saneamento

Básico (PLANSAB) de 2011 (Brasil, 2011b) e da PNAD 2009 (IBGE, 2010).

Mesmo não havendo um diagnóstico completo dos RSDs produzidos nas propriedades

rurais do Brasil, vários estudos pontuais, em diferentes regiões do país, comprovam que

as propriedades rurais contemporâneas apresentam características de consumo

(qualitativo) e produção de resíduos semelhantes aos centros urbanos (Barbosa, 2005;

Lima et al., 2005; Schneider, 2006a; Maciel et al., 2009; Prates, Martins e Andrade,

2009).

Existe uma forte tendência no aumento de RSD rural, o qual se associa à facilidade e ao

consumo de energia elétrica em zonas rurais. Como destacam Maciel et al. (2009), nos

assentamentos florestais acreanos é comum encontrar produtores que preferem comprar

frango congelado a terem as suas próprias criações. O mesmo perfil de consumo, com

baixos níveis de produção para o autoconsumo, também foi observado pelos demais

autores, o que fortalece a ideia de que o meio rural tende a se comportar e consumir

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como pequenas cidades ou núcleos urbanos, e, consecutivamente, a produzir mais

RSDs.

Ao considerar que a população rural tem o potencial de gerar, em média, 0,44kg/

pessoa/dia de RSD, como é observado para municípios de até 20 mil habitantes, projeta-

se uma produção aproximada de 5 milhões de toneladas/ano de RSD rural.

O Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (GIRS) é uma realidade distante para

as comunidades rurais, mesmo para aquelas próximas às zonas urbanas (Barbosa, 2005).

Independentemente da origem do resíduo sólido, como descrevem Cohen, Valério e

Silva, é importante o conhecimento sobre a composição quantitativa e qualitativa do

lixo visto que isto serve de base para a definição do acondicionamento, coleta,

transporte, tratamento e disposição final a ser dada de forma a minimizar o impacto

ambiental que estes podem provocar. Quanto melhor a comunidade conhecer o lixo que

produz, levantando seus próprios dados, melhores serão as soluções de gestão e

tratamento dos mesmos.

Levando em consideração a produção total de RSD rural (0,1kg/pessoa/dia) e a

composição gravimétrica de matéria orgânica dos RSDs urbanos (mínimo de 50%),

estima-se que a produção anual de matéria orgânica nos RSDs rurais seja próxima a 550

mil toneladas. Para um cenário de 0,44kg/pessoa/dia de RSD rural com 65% de matéria

orgânica, projeta-se um montante superior a 3,1 milhões de toneladas/ano de matéria

orgânica nos RSDs rurais.

Por meio da compostagem, a matéria orgânica produzida pode ser utilizada como parte

da ração animal, adubo, ou, ainda, fonte de energia/combustível. Enquanto os resíduos

sólidos inorgânicos são passíveis de reciclagem, diminuindo o passivo ambiental, além

de propiciar uma fonte de renda complementar às famílias.

Destaca-se que as práticas de compostagem e reciclagem são pouco frequentes no meio

rural e, mesmo em centros urbanos, representam juntas pouco mais de 10% das

unidades de destinação final dos resíduos sólidos coletados.

Ressalte-se que a destinação dos resíduos de forma ineficiente e em áreas impróprias

leva à contaminação dos solos, dos corpos hídricos e do ar, favorecendo a proliferação

de doenças que podem ser disseminadas direta ou indiretamente, tanto em animais de

criação ou domésticos, como nos seres humanos.

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Outra situação alarmante nas propriedades rurais é referente ao esgotamento sanitário.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

(ONU, 2011), atualmente a cobertura de serviços de saneamento adequado nas áreas

rurais do Brasil atinge aproximadamente 25% dos moradores.

Na ausência de dados de campo, a estimativa de geração de esgoto doméstico pode ser

realizada conhecendo o consumo médio de água. De acordo com a NBR 9649/1986

(ABNT, 1986), recomenda-se como coeficiente de retorno o valor de 0,8 na razão entre

a vazão média de esgoto produzido e o consumo médio de água.

Para a estimativa da quantidade de matéria orgânica proveniente do esgoto doméstico

rural foram considerados: i) cotas típicas de consumo per capita de água; ii) coeficiente

de retorno esgoto/água consumida de 80%; e iii) que esgotos domésticos se constituem

aproximadamente de 99,9% de líquidos e o restante 0,1% de material sólido,

principalmente matéria orgânica.

Ao extrapolar os números para a população rural brasileira, chega-se a

aproximadamente 2,2 milhões de m3/dia de esgoto doméstico rural, ou 800 mil m3/ano

de matéria orgânica. Assim como a matéria orgânica procedente dos RSDs, o lodo

orgânico dos esgotos domésticos pode ser aproveitado para a obtenção de biogás e

biofertilizantes, gerando economia nas propriedades rurais, evitando a contaminação de

solos e lençóis freáticos e, consecutivamente, melhorando a qualidade ambiental.

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DIAGNÓSTICO

É importante enfatizar e valorizar sempre dois aspectos indissociáveis do processo de

construção dos Planos de Gestão de Resíduos Sólidos: o conhecimento técnico e o

envolvimento participativo da coletividade que será alvo do plano.

É fundamental entender a situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo

território quanto à origem, volume, características, formas de destinação e disposição

final adotadas. Informações sobre a economia, demografia, emprego e renda,

educação, saúde, características territoriais e outros, auxiliam na compreensão das

peculiaridades locais e regionais e tipo e quantidade de resíduos gerados.

O acervo de informações sobre as condições do saneamento básico, bem como sobre a

gestão dos resíduos sólidos, é muito importante para se construir um diagnóstico

amplo, pois permite compreender os níveis de desenvolvimento social e ambiental da

cidade, e as implicações na área da saúde.

Graças a disponibilidade de informações e dados numa perspectiva histórica do

município de Andradas, foi possível entender melhor os aspectos sociais e econômicos

da cidade para propor melhor enfrentamento de determinados gargalos e dificuldades

futuras.

Caracterização Geral do Município

O município de Andradas está a uma altitude de 920m e tem sua posição marcada pelas

coordenadas geográficas 22º04'05'' de latitude Sul e 46º34'04'' de longitude Oeste, no

ponto situado na Igreja Matriz. Administrativamente, é constituído por três distritos: a

sede, Campestrinho e Gramínea. Com uma superfície de 467 km², Andradas limita-se

com os municípios mineiros de Poços de Caldas e Caldas ao norte, Ibitiúra de Minas e

Santa Rita de Caldas a leste e Ouro Fino, Jacutinga e Albertina ao sul. A divisa oeste do

município é, também, a divisa entre os estados de Minas Gerais e São Paulo. Do lado

paulista, encontram-se Águas da Prata, Espírito Santo do Pinhal, Santo Antônio do

Jardim e São João da Boa Vista (Figura 01). Sua população estimada em 2012 era de

37.920 habitantes e a densidade demográfica, 75,36 hab/km².

Em sua geologia, Andradas apresenta duas regiões diferenciadas. A primeira é formada

por rochas granito-gnáissicas do embasamento cristalino. A segunda, correspondendo à

porção norte, faz parte do maciço alcalino de Poços de Caldas. Nele, são encontrados

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importantes depósitos minerais, como de zircônio (contendo urânio), tório, argilas

refratárias e bauxita. Dentre os minerais explorados no município, citam-se bauxita,

leucita, caulim, quartzo, argilas, sais de potássio, argila refratária, rochas potássicas e

feldspato.

Figura 01 – Mapa de Localização de Andradas Fonte: DER Minas Gerais

No que se refere ao quadro morfoestrutural, a região faz parte do Planalto Sul de Minas

ou Planalto do Alto Rio Grande. A região compõe o denominado Domínio Tropical

Atlântico de Mares de Morros. Predominam aí altos planaltos, representados por relevos

residuais (pequenos maciços), com altitude entre 1 350 e 1 500 m, e topos planos ou

ligeiramente inclinados, mas uma parte compreende também as áreas serranas. O clima

da região é caracterizado por verões brandos e úmidos. A precipitação média anual varia

de 1 500 a 1 800 mm, sendo que, em áreas serranas, tais índices chegam a ser

ultrapassados. O período seco é curto e dura de 2 a 3 meses, coincidindo com os meses

frios (junho-julho-agosto). A temperatura média anual é de 20o C. A amplitude térmica

anual (diferença entre a média do mês mais quente e a do mais frio) varia de 5 a 7o

Celsius.

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A altitude e o relevo exercem importante influência nas características climáticas de

Andradas, resultando, por exemplo, na amenização das temperaturas e na criação de

climas locais tipicamente serranos. No inverno, são registradas temperaturas mínimas

absolutas inferiores a 0o C e o fenômeno das geadas é comum, nos dias mais frios.

A rede hidrográfica municipal tem como principal curso de água o Rio Jaguari-Mirim,

um dos afluentes do Rio Moji-Guaçu, que atravessa a parte central do município no

sentido leste-oeste, vindo de Ibitiúra de Minas, onde se localiza sua nascente. Seus

afluentes nascem nas regiões serranas e, entre eles, citam-se os córregos da Farinha, do

Toque, Retirinho, Angola, Cachoeira, Cambuí, Água Espelhada e os ribeirões

Pirapetinga, Caracol, Cocais, Prata e São João. Ocupando um vale aberto entre as serras

de São João e do Bebedouro, o Córrego São João do Gama corre no sentido nordeste-

sudoeste, em direção ao Rio Jaguari-Mirim, entre muitos outros cursos de menor vulto.

Localizados na Bacia do Rio Grande, os afluentes mineiros dos Rios Mogi-Guaçu e

Pardo possuem uma área de drenagem de aproximadamente 6.076 km², composta por

31 municípios com uma população estimada, de 378.631 habitantes (IBGE – 2007), dos

quais 20 municípios incluindo Andradas possuem sede dentro da área abrangida pela

Unidade de Planejamento e Gestão GD6 (Figura 02). A área das bacias dos rios Mogi-

Guaçú e Pardo pertencente ao Estado de Minas Gerais é aproximadamente 5.963,9 km².

O Rio Mogi-Guaçú nasce no município de Bom Repouso situado na Serra da

Mantiqueira, possui o comprimento total de 473 km e área de drenagem total de 17.450

km².

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Figura 02 – Bacia Hidrográfica do Rio Grande

Os afluentes do Mogi-Guaçu em sua margem esquerda são: o rio Espraiado, rio

Eleutério, o rio do Peixe, o Rio Cachoeirinha, rio das Antas. Na margem direita destaca-

se o rio Jaguari-Mirim (principal em Andradas). O Rio Pardo nasce no município de

Ipuiúna região centro-sul de Minas Gerais. Percorrendo 99,34 km em Minas Gerais, seu

curso total é de 573 km e sua área de drenagem é de aproximadamente 18.292 km²,

sendo 3.426 km² pertencentes ao Estado de Minas Gerais. Na margem esquerda do rio

Pardo e com as nascentes localizadas no lado mineiro da bacia encontram-se rios como

o Verde e o ribeirão das Antas. Na margem direita o afluente mais representativo é o rio

Capivari. As atividades econômicas predominantes são, respectivamente, a mineração e

a indústria (Mogi-Guaçu) e a agropecuária (Pardo). Os principais problemas ambientais

e de degradação dos recursos hídricos decorrem do uso inadequado do solo, da

aplicação indiscriminada de agrotóxicos – principalmente nas culturas de batata e

morango, do desmatamento – inclusive de matas ciliares – e do lançamento de efluentes

domésticos e industriais sem tratamento.

Em relação ao solo e a cobertura vegetal, sobre vertentes inclinadas, em áreas ocupadas

por reservas de matas, é notada a ocorrência de latossolos espessos, de coloração

vermelho-amarela. Esses solos são resistentes à erosão, porém apresentam deficiência

de nutrientes, o que lhes confere baixa fertilidade natural. O desenvolvimento da

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agricultura nessas áreas mostra necessidade de investimentos em fertilização e correção

do solo. Nas áreas de várzeas, os solos são do tipo aluvial ou hidromórfico, de coloração

escura. São ricos em nutrientes e matéria orgânica, apresentando boa fertilidade, o que

lhes confere bom potencial para desenvolvimento de agricultura irrigada. Nas referidas

áreas, porém, existe risco de inundações. Os solos litólicos são aqueles localizados nas

serras e nas áreas de relevo ondulado, onde há presença de pedras e rochas. São pouco

profundos e de elevados níveis de acidez; apresentam deficiência em nutrientes e baixa

fertilidade natural; são suscetíveis à erosão e mostram restrições à mecanização. Seu

principal potencial é para formação de pastagens.

O tipo de mata mais comum é a de galeria ou mata ciliar, constituindo a vegetação que

acompanha as margens de alguns cursos de água. São extremamente significativas na

preservação dos rios e de suas nascentes. A exuberância dessa vegetação se deve à

abundância de água, propiciada por sua localização.

Contexto Regional do Município

Andradas está na mesorregião do Sul e Sudoeste de Minas que é uma das doze

mesorregiões do estado brasileiro de Minas Gerais. É formada pela união de 146

municípios agrupados em dez microrregiões.

O Sul de Minas apresenta muitas características semelhantes ao interior de São Paulo.

Porém possui grandes altitudes e um clima ameno, fortemente influenciado pela serra da

Mantiqueira. A economia é altamente agrícola, com destaque para as plantações de café.

O povoamento teve início no século XVIII por bandeirantes paulistas como Fernão Dias

e cresceu no início do século XIX com a chegada de ondas de imigrantes italianos e

comerciantes sírio-libaneses.

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Figura 03 abaixo ilustra a mesorregião do Sul e Sudoeste de Minas:

Figura 03 – Mapa da Mesorregião do Sul e Sudoeste de Minas

No detalhamento da Figura 04, a Microrregião de Poços de Caldas, onde o Município

está inserido juntamente com Albertina, Bandeira do Sul, Botelhos, Caldas, Campestre,

Ibitiúra de Minas, Inconfidentes, Jacutinga, Monte Sião, Ouro Fino, Poços de Caldas e

Santa Rita de Caldas:

Figura 04 – Mapa da Microrregião de Poços de Caldas

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A Figura 05 abaixo dá uma visão geral do Município com destaque para o componenteterreno:

Figura 05: Município de Andradas – Visão do Terreno

Dinâmica setorial da produção e do emprego

Ao longo da primeira metade do século XX Andradas esteve por um lado fortemente

ligada a lógica da economia cafeicultora paulista, pelo outro desenvolvia uma série de

peculiaridades ligadas às tradições italianas. Em 1920, Andradas despontava como a 35°

maior produtora de café de Minas gerais e em 1940 permanecia em 36°33. As Vinícolas,

símbolos do município começam a aparecer já no início do século, primeiramente

apenas “para o gasto” das famílias de imigrantes, e posteriormente com grande

expressão nacional. Algumas famílias que produzem vinho comercialmente até hoje

iniciaram suas atividades a mais de um século. Os Basso iniciaram sua produção em

1902, os Bertoli em 1905, os Marcon em 1912, Murtele em 1918.

Mas para além da agricultura se expandia a economia do município. Alguns italianos

optaram por se estabelecer no núcleo urbano de povoamento e dedicar-se ao comercio

ou ao trabalho como artesões, articulando-se com o campo. A questão para qual

Rovaron(2009) chama atenção é verificar se de fato o número de imigrantes italianos foi

suficiente volumoso para atribuir a eles o papel fundamental na formação da estrutura

minifundiária que perdura no município até hoje.

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Os processos de industrialização e urbanização, que emergiram com força em

determinadas localidades do país a partir de meados da década de 1950, chegaram a

Andradas tardiamente e, assim como nas demais localidades onde ocorreram, acabaram

por redesenhar por completo a dinâmica da vida no município. No entanto, o que se

observou foi que mais uma vez a trajetória de acomodação das transformações ocorridas

na economia local guardou características muito específicas, fortemente influenciadas

pelas características geomorfológicas e históricas da ocupação do município.

Como demonstrado anteriormente, a cidade adentrava a década de 1970 caracterizada

por condições de produção quase pré-capitalistas, com uma renda considerada mais

elevada e distribuída mais equitativamente do que as demais localidades vizinhas e o

restante do país. Fruto inegável da estrutura minifundiária e da atividade

agroexportadora, que acabariam por configurar-se em uma fonte de acumulação

primitiva e difusa de recursos. Porém, a partir dessa década as profundas transformações

na economia brasileira começam a impactar a dinâmica de acumulação no município de

Andradas e alterar as bases de inserção de sua economia.

Algumas famílias abandonam a produção artesanal de vinho, e estabelecem unidades

fabris mais modernas, onde passam a bebida de forma mais padronizada e eficiente.

Multiplicam-se também as pequenas e médias empresas do ramo de confecções e

marcenarias, estas impulsionadas pelo avanço da construção civil nas regiões vizinhas.

Mas é em 1973 que se iniciam as atividades daquele que viria a se tornar o maior e mais

ousado empreendimento industrial da história do município, a ICASA, Indústria

Cerâmica Andradense S/A, empresa do ramo de louças sanitárias.

As possibilidades de expansão da atividade no campo concentravam-se principalmente

na pecuária leiteira, dada a disponibilidade de pastagens naturais e o clima favorável ao

manejo do gado leiteiro. Ainda assim, por se tratar de um produto altamente perecível,

existia um gargalo composto pela necessidade de unidades de beneficiamento e,

consequentemente, de acesso aos mercados, o que limitava o potencial da atividade. Em

julho de 1976 é fundado o Laticínio Carlin, procurando aproveitar o potencial da

pecuária leiteira local, e desenvolvendo e melhorando o padrão dos produtos derivados

do leite, o que possibilitou a ampliação dos mercados para sua produção.

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Já em 1978 é fundada a Fiori Cerâmica Artística, uma nova empresa voltada para a

produção de louças, especialmente louças de forno e mesa, vendendo a maior parte de

sua produção ao mercado externo.

A exemplo do que ocorreu em outras regiões periféricas, a dinâmica da industrialização

andradense passou a ter dois movimentos. O anterior, decorrente da manutenção das

antigas atividades primárias (cafeicultura, vinhos e laticínios), que como será

demonstrado no capítulo seguinte, continuava a imprimir efeitos dinâmicos sobre o

setor primário e industrial. O novo, determinado pelo movimento de acumulação dos

centros dominantes nacionais (Indústria de louças sanitárias, moveleira e confecções).

De ambos os movimentos expandiu-se a urbanização e os efeitos dinâmicos sobre o

setor terciário, que por sua vez, reforçou a própria expansão agrícola de non tradables.

Apesar do relativo sucesso com o qual o município enfrentou drásticas mudanças no

contexto econômico nacional e internacional, identificou-se uma elevada fragilidade no

tipo de inserção de sua economia. Entre as razões citadas por Pastre (2012) estão: a) o

pequeno aprofundamento da estrutura industrial local, pautada principalmente em

setores intensivos em mão de obra produtores de bens de consumo finais de baixo

conteúdo tecnológico b) o baixo nível de capacitação do corpo técnico e administrativo

do município.

O processo de abertura comercial e o período de ajuste recessivo que lançou o Brasil em

um ciclo de baixo crescimento durante a década de 1990 foram especialmente

prejudiciais à Andradas, que viu seu PIB se reduzir em 0,4% entre os anos de 1990 e

1995. No entanto, verificamos que o momento seguinte de retomada do crescimento não

foi mais favorável ao município. Entre os anos 2000 e 2010, enquanto as rendas per

captas médias do país e do estado de Minas Gerais cresceram 43% no período, a de

Andradas cresceu apenas 5,6%, apesar de ainda figurar como 57° no ranking mineiro de

renda per capta.

Em relação a sua contribuição ao PIB estadual, a porcentagem de participação, que

esteve próxima a 0,2% ao longo de toda década de 1990, veio caindo ao longo da

década seguinte, atingindo o patamar de apenas 0,14% em 2009.

A cultura com maior peso na agricultura andradense continua a ser de longe o café do

tipo arábica, o qual possui maior valor de mercado em relação ao conilon, mais

facilmente encontrado no mercado nacional. Esse tipo de café era cultivado em 1012

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estabelecimentos e valor total da produção em 2006 foi de R$ 53.803.547,00,

equivalente a 63% de todo o PIB primário local. A produtividade média foi de 34,35

sacas por Alqueire, enquanto a média de estados como Minas Gerais e São Paulo esteve

em torno de 27 sacas. Resultado muito próximo da média da região do Triangulo

Mineiro/Alta do Paraíba (34,4 sacas/alqueire), maior região produtora do país. Na

comercialização obteve um preço médio de R$ 182,92 a saca, enquanto a média do

estado foi de R$ 259,00 e da região Sul/Sudoeste de Minas R$ 270,75. O resultado

chama atenção para a possibilidade de haver espaço valorização do café andradense, o

que sucinta o tema como potencial pesquisa a ser desenvolvida futuramente. De

qualquer maneira Segundo a Pesquisa Agrícola Municipal, do IBGE (2006), divulgado

em outubro de 2007, Andradas é o 19º maior produtor de café beneficiado do Estado

(em quantidade) e está entre os 35 maiores produtores nacionais (em rentabilidade,

segundo a mesma pesquisa).

O café é seguido de longe pela floricultura, atividade que tem crescido nos últimos anos

e abastece principalmente os mercados de São Paulo, sobretudo a cidade de Holambra, e

do Sul do País. A cidade é considerada hoje a segunda maior produtora de rosas do

estado. O valor total da produção nesse ramo de atividade em 2006 foi de R$

5.980.100,00, ou 7% do produto primário. Em seguida vem a horticultura, responsável

por 4% do produto primário (IBGE, Censo Agropecuário de 2006). Outros produtos

comumente produzidos no município são bananas e batata inglesa. Já os demais itens

visam apenas o atendimento da demanda local, e aparecem em escalas reduzidas de

produção.

No que se refere à pecuária, constata-se que a produção de leite tem liderado a geração

de produto, presente em 588 estabelecimentos, respondendo por 43% do valor agregado

na atividade. Em 2006 foram produzidos 8.795.472 litros de leite com um plantel de

4900 vacas ordenhadas, com produtividade média de 4,72 litros por cabeça/dia. A

maioria da produção (88%) é vendida para a indústria ainda crua e o restante é

pasteurizado e distribuído na região. A participação da avicultura também continua

importante, respondendo por 36% do valor da produção pecuária. Foram abatidas 750

mil aves em 2006. Por sua vez, a criação de suínos, responsável por parcela importante

dos rendimentos da pecuária nas décadas anteriores, foi perdendo espaço no município,

principalmente devido à concorrência de novas áreas produtoras, integradas a indústria

de frigoríficos, com vantagens em termos de custos e localização. Em 2006 foram

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vendidos 7.824 porcos e outros 511 foram abatidos, com uma receita total R$

1.059.000,00.

É interessante notar que segundo o Censo Agropecuário de 2006, 74,2% dos

estabelecimentos rurais de Andradas declaram não necessitar de financiamento, e

nenhum deles estava inadimplente. Enquanto isso apenas 55,9% dos estabelecimentos

dos estados e 64% da macrorregião declararam não necessitar de financiamento. O

resultado lança evidências sobre a forte capitalização da agricultura andradense, cuja

maturação vem de longa data. Em contrapartida, apenas 22% dos estabelecimentos do

município fizeram algum tipo de investimento, enquanto na microrregião a média foi de

30%.

O setor secundário foi fortemente afetado pelo processo de abertura comercial da

década de 1990. Parcela importante da indústria local era composta de produtos têxteis,

vinhos, móveis e cerâmicas de mesa e decoração. Com a invasão de produtos têxteis da

china e vinhos da América do Sul e Europa muitas empresas desses ramos acabaram por

encerrar suas atividades. A produção moveleira teve dificuldades em concorrer com as

grandes redes de varejo que passaram a oferecer móveis de baixo custo com longos

prazos de pagamento. No ramo de louças, a concorrência dos plásticos e da louça

chinesa acabou por impor profundas modificações setor.

Umas das principais empresas, a Fiori, abandonou a produção de cerâmicas de mesa e

decoração e passou a atender o mercado da construção civil, que apresentou forte

expansão no país na última década. A empresa construiu uma nova planta em terreno

doado pela prefeitura municipal em 2008 e passou de 80 funcionários em 1993 para

aproximadamente 495 em 2010, tornando-se a segunda maior empresa do município,

com produção estimada é de 700 mil peças/ano. Já a Icasa, a maior empresa a mais de

30 anos, conta hoje com algo em torno de 970 funcionários diretos e indiretos,

envolvidos na produção, venda e distribuição das peças sanitárias. A produção atual é

de aproximadamente 2.4 milhões de peças ano.

Estimativas dão conta que em 2008, a indústria de sanitários totalizou cerca de 7.500

postos de trabalho. Desse total, aproximadamente 75% (5.600) correspondem a

trabalhadores com nível fundamental, 20% são de supervisores de nível médio (1.500) e

5% de formação superior (350) ocupando funções nas áreas de produção,

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administrativas e de vendas. A produção total foi de 21 milhões de peças com

faturamento de 1,8 bilhão de reais.

O desempenho da construção civil também contribuiu com a renda e o emprego no

secundário. O número de posto de trabalho na atividade era de 996 em 2010,

equivalente a 22% das vagas no setor. Apenas no que se refere ao número de

domicílios, estes saltaram de 7.455 em 1991 para 9.594 em 2000 e 12.212 em 2010, um

crescimento de 28% e 27% respectivamente.

Da tradição moveleira e vinícola pouco restou. Somente as empresas líderes foram

capazes de redesenhar seus modelos de negócios e se adaptar as novas condições de

mercado. A fábrica dos Moveis Trevisan conta hoje com 120 funcionários e produz

cerca de 2500 peças mensais.

Os vinhos Campino tem ganhado cada vez mais espaço no mercado de vinhos finos dos

grandes centros do país com o lançamento da marca Casa Geraldo, voltada para vinhos

especiais.

Apesar das tentativas das administrações municipais de atrair investimentos de grande

porte lançando mão de uma série de renuncias fiscais, além da Fiori, empresa local, não

se tem notícia de nenhuma empresa de médio ou grande porte que tenha realizado

investimentos no município nas últimas décadas. Pouco se avançou em termos de

aprofundamento e diversificação de ramos dentro do setor. As vagas geradas

correspondem majoritariamente ocupações elementares, exigindo baixo grau de

escolaridade e oferecendo baixa remuneração. O setor continua sendo composto

majoritariamente por empresas dos ramos têxtil, alimentos e bebidas e principalmente

cerâmico. Foi capaz de superar a agricultura na geração de produto apenas por razões

circunstanciais, permanecendo ainda muito pouco desenvolvido no município.

Andradas tem seguido a mesma tendência das economias desenvolvidas em relação a

evolução do setor terciário. Atualmente o setor lidera a geração de produto no

município, sendo 63% da riqueza gerada. Os dados coletados pela RAIS, do Ministério

do Trabalho, relativos a 1995, apontavam a presença de 190 empresas comerciais, das

quais mais de 87,0% são varejistas e 92,6% mostram porte micro (até 9 empregados).

Partindo de dados mais recentes, verifica-se que, segundo levantamento dos Censos

populacionais de 2000 e 2010, o número de pessoas ocupadas no setor era de 7.488 em

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2000 e chegou a 9.564 em 2010, correspondendo respectivamente a 45,5% e 45% da

oferta de empregos no município.

Aspectos Socioeconômicos e Demográficos

Do ponto de vista qualitativo, observa-se uma evolução semelhante a do entorno, o que

sustenta a posição do município dentre aqueles que oferecem melhor qualidade aos seus

moradores. O IDH medido com dados produzidos em 1991 colocou Andradas na 26º

posição, entre os 853 municípios do estado, com destaque principalmente para as

condições de saúde e longevidade.

O movimento de urbanização do município se deu muito mais pela criação de posto de

trabalho urbano do que pelo esvaziamento do campo. A taxa anual de crescimento da

população urbana na década de 1970 foi de 6,3%, e prossegui a 2,6% na década

seguinte.

Apesar da fisionomia do ambiente urbano ter-se alterado consideravelmente com a

ampliação dos setores secundário e principalmente do terciário, Andradas ainda

preserva as características peculiares de sua formação, sobretudo quando comprada ao

entorno. A população rural representa 24,8% do total, enquanto no estado e

microrregião representam 14,7% e 16,8%, respectivamente. Enquanto a população rural

decresceu 24% entre 1991 e 2010 na microrregião de Poços de Caldas e 27% no estado,

em Andradas houve crescimento de 1%. Vimos que a estrutura fundiária continua a ser

um fator determinante da fixação do homem no campo, tornando-a o cenário da vida e

do trabalho de grande parcela da população.

Em relação à taxas de crescimento, foi registrado um crescimento total de 13% na

última década, contra 16,2% no período entre 1991 e 2000. Esse resultado pode ser

plenamente creditado ao crescimento urbano, que apresentou taxa de 16% na última

década, contra 25% no período entre 1991 e 2000. O resultado segue em consonância

com a média nacional (16,7%), e um pouco acima das médias estadual (13,9%) e

microrregional (13%), revelando que o ambiente urbano do município ainda apresenta

certa atratividade. Andradas elevou sua participação na população da microrregião de

10,4% 1991, para 10,9% em 2010. Em relação ao estado, subiu de 0,18% para 0,19%.

A estrutura etária dos habitantes município também vem sofrendo transformações. Sua

população envelhece mais rapidamente do que a média nacional e estadual. Uma das

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razões reside na elevada expectativa de vida historicamente observada no município.

Segundo o Ranking do IDH dos municípios do Brasil elaborado com dados do Censo de

2000, Andradas ocupava a 20° em desenvolvimento humano dentre os municípios de

Minas Gerais. Este resultado continua sendo fortemente determinado pelo índice de

Longevidade, o 3° maior do estado e entre os 90° do país.

A pirâmide etária no ano 2000 possuía base mais larga e topo estreito. O número de

jovens entre 0 e 14 anos correspondia a 24,2% do total da população, e o de idosos a

8%. A razão de dependência, que verifica o peso da população considerada inativa

(entre 0 e 14 anos e acima de 65 anos de idade) sobre a população potencialmente ativa

(entre 15 e 64 anos), era de 0,475, enquanto a razão de dependência nacional era de

0,549.

Já no ano de 2010, houve um estreitamento da base e alargamento do topo da pirâmide.

A porcentagem de jovens entre 0 e 14 anos caiu para 19,5% do total da população.

Enquanto isso a de idosos acima de 65 anos subiu para 9,8%. O fato do número relativo

de jovens ter decaído mais rapidamente do que cresceu o de idosos fez com que a razão

de dependência caísse para 0,413. A esse fenômeno os demógrafos dão o nome de

bônus demográfico, que consiste na elevação da porcentagem de pessoas em idade ativa

por conta da redução das taxas de natalidade, e anterior ao crescimento do número de

idosos, que se amplia na mesma medida que avança as condições de saúde e qualidade

de vida. A razão de dependência nacional e estadual nesse ano era de 0,459 e 0,44

respectivamente.

Outro indicador que historicamente vem elevando a posição do município em termos de

qualidade de vida é a renda. Entre 1970 e 1991 o índice de renda utilizado para o

cálculo do IDH esteve sempre acima dos verificados no estado e na microrregião de

Poços de Caldas. No ano 2000 o índice de renda em Andradas era o 15º do estado,

porém a concentração de pessoas com mais de 10 anos nos estratos mais baixos de

renda, entre 0 e 2 salários mínimos (68,25) era maior do que na microrregião (67,42%).

A concentração nos estratos médios (entre 2 e 10 salários mínimos) e superiores

acabava por ser inferior à média da microrregião. Resultado que se repetiria em 2010.

Saúde e Educação

O município de Andradas sempre contou com elevados indicadores de saúde. A

infraestrutura de saúde do município era composta em 2010 por 62 estabelecimentos

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prestadores de serviço de saúde, sendo 14 públicos, 47 privadas e um hospital

filantrópico, a Santa Casa de Misericórdia de Andradas (Sacma), o qual realiza o maior

número de atendimentos no município. Em seguida em termos de importância existe um

Pronto Atendimento Municipal (PAM), dois postos do Programa de Saúde da Família

(PSF), além de uma Unidade Básica de Saúde Vereador Manoel Adolfo Marques,

situada no distrito Campestrinho. Também há um centro de atendimento a gestantes e

de assistência à mulher, o Materno Infantil. Em prédio anexo está localizada a

Policlínica Central, onde são aplicadas vacinas e feitos outros procedimentos médicos.

Em relação a educação, no índice de educação do Ranking do IDH dos municípios do

Brasil elaborado com dados do Censo de 2000, Andradas não aparece nem entre os 200

municípios com os índices mais altos do estado. O déficit na estrutura educacional

andradense residiu desde sempre nos níveis mais elevados de qualificação.

No ensino básico, a rede pública de ensino tem obtido resultados acima dos projetados

para o município. No ano de 2011 o Ideb (Índice de Desenvolvimento do Ensino

Básico) divulgado pelo INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

Anísio Teixeira – havia alcançado a meta prevista para o ano de 2015, além de ter se

mantido acima da média estadual nos 6 anos anteriores.

A taxa de alfabetização entre pessoas com mais de 5 anos (91,73%) é bem próxima a

estadual (91,19%). Dentre os analfabetos 47,3% são pessoas com mais de 60 anos e

apenas 2% tem menos de 15 anos. A porcentagem de crianças entre 0 e 3 anos que

frequentavam creches ou escolas era apenas de 19%, contra 28% na microrregião de

Poços de Caldas, mas as porcentagens vão se tornando mais próximas nas idades

seguintes e a partir dos 7 até os 17 anos Andradas tem uma maior presença de jovens

residentes frequentando a escola.

A proximidade com grandes centros universitários como Campinas e São Paulo permiti

que uma parcela não desprezível dos andradenses esteja em contato com instituições de

ponta, recebendo ensino de alta qualidade, no entanto, esses centros são também

historicamente os maiores atratores de força de trabalho qualificada do país.

Habitação e Saneamento

Entre 1991 contava-se 7.455 domicílios em Andradas, número que saltou para 9.594 em

2000 e 12.212 em 2010, um crescimento de 28% e 27% respectivamente. O crescimento

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ocorreu fundamentalmente na zona urbana, que cresceu 30% entre 2000 e 2010 em

número de domicílios. A própria estrutura da propriedade urbana em Andradas contrasta

bastante com o quadro que observamos na zona rural. A média de domicílios alugados

nas últimas décadas esteve bem acima da nacional e estadual. No ano 2000 a

porcentagem de domicílios nessa situação de ocupação na zona urbana chegava 31,4%,

contra uma média estadual de 17,2% e nacional de 16,4%. Dos 12.212 domicílios

recenseados em 2010, 11.974 (99,7%) possuíam banheiro de uso particular do

domicílio, 33 possuíam sanitário e apenas 5 não possuíam nem banheiro nem sanitário.

O número de domicílios sem água encanada é um pouco maior, 49 (0,51%) e 19

(0,16%) não tinham energia elétrica. O percentual de domicílios sem energia no estado

de Minas Gerais gira em torno de 0,71%.

Finanças Públicas

As receitas municipais que haviam sofrido um impacto negativo da crise financeira em

2008 vem se recuperando lentamente em Andradas. Após uma queda real de 8,3% na

arrecadação entre 2008 e 2009, entre 2010 e 2011 verificamos altas consecutivas de

6,7% e 10,6%, chegando apenas em 2011 a superar o patamar pré-crise, 8,3% maior do

que em 2008. Em termos de arrecadação per capita, o crescimento real verificado entre

2008 e 2011 foi de 4,6%. Andradas caiu assim da 569° posição no ranking de

arrecadação per capta de Minas gerais em 2008, quando tinha a 83° maior população,

para a 619° colocação em 2011, contando com a 84º maior população como mostra a

Figura 06 abaixo:

Figura 06 – Gráfico Evolução da Receita Municipal Total

Fonte: Tesouro Nacional – Finanças do Brasil – Dados contábeis dos Municípios, 2008, 2009, 2010 e 2011

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Os impostos com maior peso na arrecadação municipal, o Imposto sobre a Propriedade

Predial e Territorial Urbana (IPTU) (47% do total de impostos) e o Imposto sobre

Serviço de Qualquer Natureza (ISS) (25% do total de impostos), são os que vêm tendo

pior desempenho, queda de 0,9% e de 10,3% respectivamente entre 2008 e 2011. Já

Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis Inter Vivos (ITBI) e as taxas sobre

serviços públicos tiveram um desempenho positivo, com altas elevadas de 17,4% e

23,3% respectivamente.

Panorama do Saneamento Básico

A ausência de serviços de saneamento, em especial na área de esgotamento sanitário,

tem resultado na degradação dos recursos hídricos e em precárias condições de saúde de

uma parte significativa da população brasileira, com a incidência de doenças, tais como

diarreias, hepatite, cólera, parasitoses intestinais, febre tifoide, entre outras (TEIXEIRA

e GUILHERMINO, 2003).

De acordo com Deliberação Normativa nº 96, de 12 de Abril de 2006 que convoca

municípios para o licenciamento ambiental de sistema de tratamento de esgotos e dá

outras providências, o município de Andradas, que pertence ao Grupo 6, está

enquadrado na seguinte situação:

“Considerando que a maioria dos municípios no Estado de Minas Gerais lança os esgotos

sanitários “in natura” em corpos d’água;

Considerando que o lançamento de esgotos sanitários “in natura” em corpos d’água provoca a

degradação da qualidade das águas prejudicando usos à jusante, possibilitando a proliferação de

doenças de veiculação hídrica e provocando a geração de maus odores;

Considerando que dos 853 (oitocentos e cinquenta e três) municípios do Estado, cerca de 97%

(noventa e sete por cento) lançam os esgotos brutos nos corpos d’água e que a Lei Estadual nº

2.126/60 e as Leis Federais nº 6.938/81 e 9.605/98 vedam o lançamento de efluentes não tratados

nos cursos d’água;

DELIBERA:

Art. 1º - Ficam convocados para o licenciamento ambiental de sistema de tratamento de esgotos

os municípios com população urbana superior a 30.000 (trinta mil) habitantes (Censo 2000) e os

municípios, Serro, Tiradentes, Conceição do Mato Dentro e Ouro Branco cortados pela Estrada

Real, definida no Programa de Incentivo ao Desenvolvimento do Potencial Turístico da Estrada

Real criado pela Lei nº 13.173, de 20 de janeiro de 2005, na forma que se segue:

(...)

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69

§6º - Conformando o Grupo 6, municípios com população entre 20.000 (vinte mil) habitantes e

30.000 (trinta mil) habitantes, conforme Anexo Único e de acordo com o seguinte cronograma:

I - até março de 2007, deve ser protocolado o Formulário Integrado de Caracterização do

Empreendimento – FCEI (para atendimento mínimo de 20% da população urbana com eficiência

de tratamento de 40%);

II - até março de 2009, deve ser formalizado o processo de Autorização Ambiental de

Funcionamento;

III - até março de 2010, deve ser protocolado novo Formulário Integrado de Caracterização do

Empreendimento – FCEI (para atendimento mínimo de 60% da população urbana com eficiência

de tratamento de 50%);

IV - até março de 2012, deve ser formalizado o processo de Autorização Ambiental de

Funcionamento;

V - até março de 2015, deve ser protocolado o Formulário Integrado de Caracterização do

Empreendimento – FCEI (para atendimento mínimo de 80% da população urbana com eficiência

de tratamento de 60%);

VI - até março de 2017, deve ser formalizado o processo de Autorização Ambiental de

Funcionamento.”

No contexto regional, a bacia dos afluentes mineiros dos Rios Mogi-Guaçu e Pardo é

pequena, pois 83% de seu território está situado em São Paulo, mas em Minas está a

nascente dos dois rios. Se a bacia é pequena, os problemas, por outro lado, não são.

Exemplos são carência de saneamento básico, com o lançamento do esgoto in natura nas

águas (Figura 07); existência de bombas de irrigação sem outorga em plantações de

batata e morango; registro de hotéis com poços artesianos e indústrias também sem

outorga.

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O lançamentodo esgoto innatura naságuas é oproblemaambientalmais sério domunicípio deAndradas.

Figura 07: Lançamento de esgoto in natura nas águas em Andradas

O controle da poluição na Bacia tem caráter de urgência, uma vez que cidades

importantes têm no Rio Mogi-Guaçu seu principal manancial para abastecimento

público de água. Estima-se que, presentemente, 700.000 pessoas tenham seu

abastecimento de água proporcionado por captações no Rio Mogi-Guaçu. As cidades da

Bacia, de maneira geral, contam com sistema de coleta de esgoto que atendem a

elevadas percentagens das populações urbanas, não havendo, porém, tratamento dos

despejos na maioria dos casos. Tal situação acarreta elevada concentração de DBO e de

coliformes nas águas do Rio, configurando condição inadequada para os sistemas de

abastecimento de água afetados.

Panorama do Saneamento Básico em Andradas

Abastecimento de Água: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações

necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a adução até as ligações

prediais e respectivos instrumentos de medição – Atividade realizada pela COPASA

desde 1978, que executa o tratamento e a distribuição da água. Conforme dados do

IBGE Cidades, em 2008 Andradas contava com 9.886 economias residenciais ativas e

6.833m³ de água distribuída por dia, sendo 6.733m³ tratados convencionalmente e

100m³ sem tratamento. Conforme dados divulgados pela COPASA (2011), 75,2% da

população total do município estava atendida, sendo que 100% da população urbana já

era atendida com rede de água. O consumo médio per capita de água é de 173,5l/hab/dia

com índice de perdas na distribuição de 32,4%. Em 2011 houve um acréscimo de 6,8%

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na quantidade de ligações de água em relação a 2008, totalizando 10.566 ligações

ativas. A receita operacional total informada pela COPASA no ano referência 2011 foi

de R$5.506.619,00 e a despesa total com os serviços foi de R$4.233.350,00. No ano em

questão, a COPASA investiu R$49.122,00 na atividade em Andradas. O índice de

suficiência de caixa estava em 123,4% sendo a tarifa média praticada de R$2,90/m³. A

quantidade de pessoal empregado na atividade era de 28 colaboradores.

Esgotamento Sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações

operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados de esgotos

sanitários, desde as ligações prediais até o lançamento final no meio ambiente –

Atividade realizada em parte pelo próprio município que conta com 100% de rede

coletora de esgoto. Existem três Estações de Tratamento de Esgoto que geram 30m³ de

lodo mês e atendem somente quatro bairros, perfazendo um total de 10% da população

do município. O sistema de tratamento é através de um processo eletrolítico.

A receita operacional total em 2011 foi de R$269.472,00 contra despesa total com os

serviços de R$185.023.

Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas: conjunto de atividades,

infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de

transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento

e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas – O próprio município,

através da Secretaria de Obras, realiza o serviço de manutenção no manejo de águas

pluviais não relatando problemas que demandam drenagem especial em área de risco

(formação de grotões, ravinas e processos erosivos crônicos, áreas sujeitas a inundações

e/ou proliferação de vetores, áreas em taludes e encostas sujeitas a deslizamento e áreas

sem infraestrutura de drenagem no perímetro urbano). Ressalta-se que, em alguns

períodos do verão, o nível do Rio Pirapitinga sobe e a água atinge casas principalmente

nos bairros Jardim Rio Negro e Jardim Giareta. No Jardim do Lago, o asfalto de

algumas ruas foi arrancado na enchente de 27/02/2011.

Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos: conjunto de atividades,

infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e

destino final do lixo doméstico, industrial e do lixo originário de varrição e limpeza de

logradouros e vias públicas e recuperação da área degradada. Inclusive os Resíduos da

construção civil e de saúde. Atualmente o município conta com os serviços de uma

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empresa terceirizada para coleta, tratamento e destinação final dos resíduos de saúde das

instituições públicas. Os particulares são de responsabilidade das próprias empresas. Os

serviços de limpeza urbana, varrição e capina também estão terceirizados por um

período de três meses para avaliação da prestação dos serviços. O próprio município

realiza a coleta de lixo em área urbana e rural destinando seu conteúdo diretamente ao

Aterro Sanitário da cidade. Não há informação suficiente sobre a destinação dos

resíduos de construção civil e sobre a gestão dos resíduos industriais. A coleta seletiva,

em sua grande maioria, é realizada informalmente, sendo que, desde fevereiro deste ano

existe um projeto piloto em andamento apoiado pela Prefeitura no bairro Vila Euclides.

As informações sobre Limpeza Urbana e Manejo dos Resíduos Sólidos serão detalhadas

adiante.

Qualidade da Água

De acordo com dados do monitoramento da qualidade das águas superficiais no estado

de Minas Gerais do IGAM, o índice de qualidade de água (IQA) foi classificado como

médio na maioria dos trechos monitorados da bacia em questão, tendo sido observados

também cursos d’água com qualidade ruim (IGAM, 2012). Entre os principais

impactos ambientais estão as contaminações por esgoto sanitário, mineração, atividade

industrial, além o uso inadequado do solo. Conforme divulgado pela SEMAD em 2012,

a FEAM em parceira com IGAM desenvolverá, ao longo do ano de 2013, o Plano de

Incremento do percentual de Tratamento de Esgotos - PITE na bacia dos rios Mogi-

Guaçu e Pardo, no âmbito do Projeto Estratégico “Revitalização das Bacias do Rio

Doce, Paraopeba, e Outras Bacias e Desenvolvimento dos Instrumentos de Gestão dos

Recursos Hídricos”. Um dos objetivos do PITE – Mogi Pardo corresponde a

caracterização da situação do esgotamento sanitário dos municípios integrantes da

bacia. Dessa forma, serão levantados os principais problemas do sistema e

posteriormente serão elaboradas diretrizes para solucionar os entraves para a adequada

qualidade do esgotamento sanitário. Assim, o PITE deverá acarretar na melhoria da

qualidade das águas da bacia.

Caracterização dos Serviços de Limpeza Pública Existentes

Estrutura Operacional, Fiscalizatória e GerencialA Constituição Federal, em seu art. 30, inciso V, dispõe sobre a competência dos

municípios em "organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou

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permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o transporte coletivo, que

tem caráter essencial". O que define e caracteriza o "interesse local" é a predominância

do interesse do Município sobre os interesses do Estado ou da União. No que tange aos

municípios, portanto, encontram-se sob a competência dos mesmos os serviços públicos

essenciais, de interesse predominantemente local e, entre esses, os serviços de limpeza

urbana (IBAM, 2001).

Sistema de Coleta e Manejo de Resíduos Sólidos de Andradas

O sistema de coleta e manejo de resíduos sólidos é um conjunto de atividades,

infraestruturas, instalações, e plano de operações sob a responsabilidade da Secretaria

Municipal de Obras, Serviços Públicos e Transporte Interno.

Conforme a Lei Complementar 98/2006 de 28/12/2006, a estrutura base da Secretaria

Municipal de Obras, Serviços Públicos e Transporte Interno está representada abaixo:

A Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Meio Ambiente tem papel

fundamental nas ações fiscalizatórias e de planejamento dos serviços do Sistema de

Coleta e Manejo de Resíduos Sólidos. Grosso modo, podemos inferir que a mão de obra

destas atividades está alocada na primeira Secretaria e os especialistas (engenheiros,

cartógrafos, técnicos e outros profissionais do nível de planejamento) estão alocados na

segunda.

A estrutura base da Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente estárepresentada abaixo:

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No município de Andradas, a geração de resíduos é da ordem de 500 toneladas/mês,

conforme dados de pesagem, contabilizando todos os resíduos coletados por coleta

convencional. A geração de resíduos per capita é da ordem de 0,67 kg/dia. A coleta,

transporte e disposição final dos resíduos domésticos é realizada pela Prefeitura com 03

caminhões, sendo 02 caminhões prensa e 01 caminhão carroceria. O destino final dos

resíduos ocorre no Aterro Sanitário localizado no próprio município nas coordenadas

geográficas 341644X e 7564896Y.

Verificou-se in loco que o município não conta com uma organização específica de

centros de custos capaz de identificar de forma fácil todas as despesas e a previsão das

receitas decorrentes dos serviços de RSU – Resíduos Sólidos Urbanos, através do

emprego de métodos e critérios adequados. A apuração dos custos só é possível através

de um grupo de custos finais impossibilitando, neste momento, o conhecimento dos

custos por grupos específicos de despesas como, por exemplo, os custos

administrativos, os de base e os custos auxiliares. No entanto, foi possível aplicar o

rateio sobre os centros de custos existentes apurando os valores envolvidos nos serviços

do Sistema de Coleta e Manejo de Resíduos Sólidos de Andradas que serão

apresentados em seção específica.

Da mesma forma, como praticamente todo o serviço, até recentemente, era prestado

pela própria Prefeitura, a infraestrutura operacional confunde-se e se une à prestação de

outros serviços públicos desempenhados pela mesma, dificultando a avaliação precisa

desta mesma infraestrutura.

A infraestrutura operacional dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos

sólidos são constituídos basicamente da frota de veículos, máquinas e de equipamentos

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utilizados nas atividades de limpeza urbana, de coleta de resíduos domiciliares e

especiais, na coleta seletiva e na operação do aterro sanitário, bem como dos terrenos,

edificações e instalações dos aterros sanitários e dos pontos de coleta voluntária, se

existentes.

Na gestão operacional em Andradas, grande parte das atividades dos serviços ainda é

realizada diretamente pela Prefeitura, e uma pequena parte destas atividades realizadas

por empresas contratadas. As atividades operacionais específicas de limpeza urbana são

geridas diretamente pelo município e executadas com equipes e equipamentos próprios

(varrição de vias e logradouros públicos, poda de árvores e lavagem de feiras, etc.) e

terceirizados (capina e roçada). As atividades operacionais da coleta de resíduos

domiciliares e assemelhados são realizadas integralmente pela Prefeitura, assim como as

atividades relativas à operação do Aterro Sanitário. As atividades operacionais da coleta

de resíduos de saúde públicos são realizadas por empresa terceirizada que também é

responsável pelo tratamento e disposição final dos mesmos.

De forma geral, hoje Andradas possui o seguinte quadro de pessoal envolvido nas

atividades operacionais do Sistema de Coleta e Manejo de Resíduos Sólidos:

Tabela 6 - Quadro de pessoal - atividades de limpeza urbana e manejo de Resíduos sólidos.

SERVIÇOS PREFEITURA TERCEIRIZADA

Coleta convencional (coletores e motoristas) 28 -

Varrição 34 -

Capina e Roçada - 30

Unidade de Manejo, Tratamento e Disposição

Final

02 -

Demais Serviços (coleta seletiva, resíduos de

saúde)

01 04

Gerenciais ou Administrativos 01 02

TOTAL 66 36Fonte: Secretaria Municipal de Obras

Nas seções seguintes serão detalhadas estas atividades.

Serviços de Coleta dos Resíduos Sólidos Domiciliares e Comercial

A coleta é executada em todas as vias públicas oficiais abertas à circulação ou que

venham a ser abertas. Nas vias onde há impossibilidade de acesso do veículo coletor, a

coleta é feita manualmente. Os resíduos tem como destino final, o Aterro Sanitário de

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Andradas, localizado a cerca de 06 km do Almoxarifado Municipal, onde ficam os

equipamentos públicos. A Coleta Convencional está descrita no quadro abaixo:

Quadro 04 – Coleta Convencional de Resíduos Segundo a Secretaria de Obras

DI

ACOLETA RURAL COLETA URBANA

SEG

UN

DA

Não executa

02 caminhões prensaCada um percorre em média 100km/dia;A coleta é feita a noite no centro da cidade.02 caminhões carroceria abertaCada um percorre em média 70km/dia;A coleta é feita durante o dia nos bairros.Os caminhões transportam até 4,5ton/diatotalizando aproximadamente 35 toneladas.

TE

A

02 caminhões carroceria abertaCada um percorre cerca de 100km/dia;A coleta é feita durante todo o dia.

Cada caminhão transporta em média2ton/dia de lixo. É coletado em média 4toneladas de lixo na zona rural na terçafeira.

02 caminhões prensaCada um percorre aproximadamente80km/dia;A coleta é feita a noite no centro da cidade,das 19:00h às 21:30h.Neste dia o caminhão faz a coleta em algunspontos distintos (FIORI, Móveis Trevisan,Presídio, etc.).É coletado cerca de 8 toneladas.

QU

AR

TA

Não executa

02 caminhões prensaCada um percorre em média 100km/dia;A coleta é feita a noite no centro da cidade.02 caminhões carroceria abertaCada um percorre em média 70km/dia;A coleta é feita durante o dia nos bairros.Os caminhões transportam até 4,5ton/diatotalizando aproximadamente 32 toneladas

QU

INT

A

02 caminhões carroceria abertaCada um percorre cerca de 100km/dia;A coleta é feita durante todo o dia.

Cada caminhão transporta em média1,5ton/dia de lixo. É coletado em média3 toneladas de lixo na zona rural naterça feira.

01 caminhão carroceria (cata treco);Percorre cerca de 100km na quinta feira;Não há pesagem, pois o caminhão não vaipara o aterro.02 caminhões prensa;Cada um percorre cerca de 40km;A coleta é feita a noite no centro da cidade,das 19h às 21:30h.Cada um coleta em média 2 toneladas,totalizando 4 toneladas na quinta feira.

SEX

TA Não executa

02 caminhões prensaCada um percorre em média 100km/dia;A coleta é feita a noite no centro da cidade.02 caminhões carroceria abertaCada um percorre em média 70km/dia;A coleta é feita durante o dia nos bairros.Os caminhões transportam até 4ton/diatotalizando aproximadamente 30 toneladas

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SÁB

AD

O Quando necessário sai 01 caminhãocarroceria que percorre cerca de 60km.

02 caminhões prensa;Cada um percorre aproximadamente35km/dia; A coleta é no centro da cidadedas 12:00h às 15:00h;É coletado cerca de 7 toneladas no sábado.

TO

TA

IS Em média são coletadas 07 toneladassemanais de resíduos na área ruralpercorrendo 460km no máximo.

Em média são coletadas 116 toneladassemanais de resíduos na área urbana

percorrendo 1.430km.

Para executar a programação do Plano de Coleta, a área urbana do Município de

Andradas foi dividida longitudinalmente em 02 setores. Cada setor é atendido por 02

equipes de 05 funcionários totalizando, portanto, 04 equipes de 05 servidores. A área

rural é atendida por 02 equipes de 03 servidores.

Abaixo a Figura 08 representando o Mapa de Coleta de Resíduos Sólidos Urbanos do

município:

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Figura 08 – Mapa de Coleta de RSU

A Figura 09 complementa a informação apresentada referenciando os bairros urbanos

do município de Andradas:

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Figura 09 – Mapa de bairros de Andradas

Os serviços de coleta de resíduos domiciliares e assemelhados atende 100% dos

domicílios residenciais e não residenciais da área urbana do Município. Os domicílios

não residenciais atendidos com a coleta regular compreendem os comerciais, industriais

e de serviços que geram em média até 200 (duzentos) quilos de resíduos por dia, apenas

os de características domiciliares.

O Quadro 06 apresenta a correlação entre os dois mapas demonstrando os bairros

atendidos por equipe de trabalho e tipo de caminhão para melhor entendimento do

serviço de coleta de resíduos sólidos urbanos:

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Quadro 06 – Rota dos caminhões de coleta de RSU por bairro

ROTA DOS CAMINHÕES DE COLETA RSU

Caminhão Prensa Prensa Carroceria Carroceria

Frota 121 122 Azul Branco

Rota Horto

Jardim Giareta

Jardim Vitória

Jardim São Domingos

Leandro Previato

Jardim Santa Lúcia

Jardim Rio Negro

Sóvis

Colina da Sóvis

Av. Pref. Antônio

Gonçalves

Jardim Alvorada

Vila Botelho

ICASA

Vila Euclides

Vila Betela

Jardim Nova Andradas

Escola João Mosconi

Rua Paulo R. N. Freire

Bairro 07 de setembro

Vila Santa Rita

Jd. Muterle

Jardim Ipê

Jd. Videiras

Jardim Alfa

Jardim Itália

Jd. Panorama

João T. Filho

Vila Mosconi

Vila Maganhoto

Jd. Mantiqueira 1

Jd. Mantiqueira 2

Jardim do Lago

Colônia do Honório

Jd. Bela Vista

Vila Leite

Vila Graziani

Vila Samambaia

Jardim Satélite

Jardim Saturno

Vila Caracol

Vila Camargo

Jd. Santa Bárbara

Jd. Portal do Sol

Jd. Rio Branco

Jd. Europa 1

Jd. Europa 2

Jd. Alto da Serra

Vila Buzato

Delegacia Civil

FIORI

Fonte: Secretaria Municipal de Obras

Recentemente a Secretaria Municipal de Obras, Serviços Públicos e Transporte Interno

lançou uma campanha para conscientizar os andradenses da importância de colocar o

lixo para fora das casas no horário certo. Apesar dos esforços, segundo a mesma

Secretaria, somente uma campanha educativa de caráter contínuo solucionará os

problemas atuais que vão desde a retirada do lixo para fora em dias não servidos de

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coleta até a disposição de pequenos volumes de entulho em esquinas, praças e beiras de

córregos.

A Figura 10 apresenta o folder utilizado na campanha:

Figura 10 – Cartaz da Campanha “Coloque seu lixo na hora certa”

Serviços para Coleta Seletiva

A coleta seletiva em Andradas ocorre de forma informal e desordenada. Foram

identificados vários problemas de ordem gerencial e operacional que impedem, neste

momento, a execução de um programa formal de coleta seletiva.

Apesar dos anseios da Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente,

particularmente a seção de Meio Ambiente, a ausência de infraestrutura básica e número

insuficiente de funcionários disponíveis são obstáculos extremamente relevantes a

serem vencidos para a efetiva implementação desta ação, fundamental para o sucesso da

Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e cumprimento das metas estabelecidas no PNRS

– Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

Os problemas encontrados foram:

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- Estratégicos

Ausência de um comando investido de poderes específicos para mobilizar os

gestores no sentido de trabalharem juntos pelo Plano Municipal de Coleta

Seletiva;

Iteração frágil entre as secretarias de governo para traçar os rumos da

mobilização social e educação ambiental;

Ausência de leis municipais específicas para regulamentar a coleta seletiva.

- Gerenciais

Orçamento insuficiente para a seção de Meio Ambiente conduzir os trabalhos;

Número insuficiente de especialistas e técnicos para a Gestão Ambiental

Municipal;

Desconhecimento dos hábitos de consumo, das características dos resíduos e da

realidade dos catadores de resíduos;

- Operacionais

Ausência de uma estratégia de mobilização social e abordagem dos catadores

informais;

Ausência de equipe de mobilização social e educação ambiental própria;

Entraves e conflitos impostos pelos catadores convencionais da coleta de lixo

(muitos realizam a coleta seletiva em benefício próprio durante a coleta

convencional atrasando a execução do serviço e ainda ameaçam os catadores

informais além dos 04 catadores formais recentemente contratados pela

Prefeitura para atuar em projeto piloto de coleta seletiva);

Ausência de disciplinador atuando na coleta convencional;

Descrença dos catadores informais no processo de associação.

De acordo com informações obtidas em campo, os catadores informais preferem

trabalhar de forma desorganizada coletando o material reciclável de porta em porta nas

casas e no comércio, apenas do que lhes interessa armazenando este em suas casas para

posterior venda para sucateiros do município.

Deu-se início em fevereiro de 2013 a um projeto piloto denominado Projeto APA -

ANDRADAS PROTEGENDO O AMBIENTE, através de parceria entre o Centro de

Referência de Assistência Social – CRAS, a Unidade do Programa Saúde da Família –

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PSF Horto Florestal, a Seção de Desenvolvimento de Projetos, Fiscalização e Educação

Ambiental – SDPFEA e a Seção de Limpeza Pública cujo foco é a coleta seletiva do

lixo doméstico, conciliado ao trabalho socioeducativo e de conscientização ambiental.

O projeto será realizado nos bairros pertencentes a área de abrangência do CRAS e do

PSF Horto Florestal, sendo que, como alvo inicial, foi selecionada a Vila Euclides, por

se tratar de um bairro com população mais estruturada, ou seja, com a maioria dos

moradores proprietários dos imóveis, fato que diminui a rotatividade e facilita o

trabalho educacional. Além disso, já existe bom vínculo entre os moradores deste bairro

e a equipe técnica do PSF e alguns destes já realizam a coleta seletiva do lixo. O

presente projeto atenderá em sua fase inicial cerca de 275 famílias, totalizando

aproximadamente 1100 moradores do bairro Vila Euclides.

A princípio foram cadastrados 04 catadores que já atuavam no bairro, e cada um deles

tem a mesma quantidade de residências para realizar a coleta. Todo material coletado é

gerido pelos próprios coletores, e os organizadores não tem interferência na venda e no

lucro dos produtos. Os organizadores orientam os coletores quanto ao mercado dos

produtos.

Como forma de incentivo, são distribuídos, gratuitamente aos moradores, sacos de ráfia

com identificação apropriada para o acondicionamento do material reciclável e também

sacolas retornáveis para compras de supermercado, visando educar e conscientizar a

população com relação ao uso exagerado de embalagens plásticas.

Foram confeccionados panfletos explicativos para distribuição no bairro, e uniformes

com crachás de identificação aos coletores, com despesas custeadas pela Prefeitura

Municipal, cujo montante foi calculado após a reunião com os coletores para

quantificação.

Os sacos de ráfia foram distribuídos em todas as residências do bairro, 01 saco por

residência. Este saco permanece nas casas por 01 semana, onde os moradores depositam

os materiais recicláveis. Durante a visita dos coletores os mesmos levam o saco cheio

com os materiais e deixam na residência um vazio.

O PSF e o CRAS, localizados no Bairro Horto Florestal servem de ponto de apoio ao

projeto, onde são realizadas reuniões da diretoria do projeto APA, centro de

informações. No PSF do Horto Florestal foi instalado um recipiente para

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armazenamento de óleo de cozinha usado, servindo este local com ponto de entrega

voluntária.

De acordo com o plano original do projeto, os gastos iniciais foram os especificados na

tabela abaixo:

Tabela 7: Planilha Orçamentária Projeto APA

Abaixo o cronograma previsto para implantação e avaliação dos resultados do Projeto

APA:

ITEM MATERIAL UNIDADE QUANTIDADE PREÇO UNITÁRIO PREÇO TOTAL ITEM1 Panfletos Educativos und 1000 0,35R$ 350,00R$2 Sacos de Ráfia und 600 1,04R$ 624,00R$3 Sacolas retornáveis und 300 4,20R$ 1.260,00R$4 Spray und 16 15,00R$ 240,00R$5 Crachás und 4 1,60R$ 6,40R$6 Bonés und 30 7,90R$ 237,00R$7 Camisetas und 30 19,00R$ 570,00R$

PREÇO TOTAL GERAL 3.287,40R$

PROJETO APA 2013

ATIVIDADES MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR

1. Elaboração do

projeto X

2. Início do projetoX

3. Contato com

Associação de

Moradores X X

4. Apresentação do

projeto para

Diretoria da

AssociaçãoX

5. Cadastramento

dos coletores X X

6. Palestras

educativas para

moradores X

7. Lançamento do

Projeto X

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Conforme o calendário de atividades, tão logo os resultados sejam apurados, deve-se

utilizar os mesmos para a tomada de decisões rumo ao Plano Municipal de Coleta

Seletiva. A iniciativa do Projeto APA representa a melhor fonte de dados que o

município possui hoje para formatar os trabalhos futuros desta atividade. A coleta

seletiva formal e mais abrangente pode e deve ter o seu berço no Projeto APA. Na seção

de proposições o tema será novamente abordado.

Serviços de Varrição das Vias Públicas do Município

Atualmente a Prefeitura executa os serviços de varrição com 34 servidores. Os

servidores da Prefeitura de Andradas varreram em 2012, 7.401,98 km/mês, totalizando

88.823,76 km de vias e logradouros públicos no ano. Os serviços de varrição realizados

ocorrem na parte da manhã, das 08:00 horas às 16:00 horas, não existindo varrição no

período noturno.

Basicamente, a equipe de varrição consiste em 04 servidores, sendo um carrinheiro e

três varredores que varrem os resíduos (papel, plástico, folhas) das vias e calçadas. O

carrinheiro utiliza um recipiente de 50 litros forrado com sacos plásticos. Os sacos,

depois de preenchidos e lacrados, permanecem na calçada que posteriormente, serão

recolhidos pelos caminhões de coleta domiciliar e destinados ao aterro sanitário

municipal pelo serviço do município. Os servidores da varrição não fazem uso de

uniformes, botina e EPIs (luvas, óculos, máscara e boné) distribuídos gratuitamente.

Alguns locais na área central varridos pelos servidores municipais são através de

mutirão, isto é, os varredores trabalham todos juntos varrendo um local por dia, já nos

bairros os carrinhos são individuais, em que cada equipe varre um bairro por dia.

8. Início da

divulgação porta

a porta e

distribuição de

materiais

X

9. Verificação de

resultados

obtidos X X

10. Expansão do

Projeto X

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A Secretaria Municipal de Obras, Serviços Públicos e Transporte Interno é responsável

pela fiscalização e atendimento de reclamações relacionadas a não prestação do serviço.

Atualmente a Secretaria possui apenas 01 supervisor de manutenção viária e limpeza

urbana.

As reclamações que chegam à Prefeitura através do telefone 3731-1312 com referência

à qualidade, frequência e quantidade de varredores são verificadas “in loco” pelo

supervisor para os ajustes das atividades. Costumeiramente, as reclamações que mais

acontecem são a falta de varrição em determinado setor (falta de funcionário), serviço

mal executado e em poucos casos, atrito do varredor com os moradores. Nesses casos

ocorre a remoção dos varredores para outros setores. Além destas, existe em locais

isolados a reclamação de frequência/dia devido a defasagem de servidores. Não existe

uma planilha consolidada para controle da quantidade e tipo de reclamações recebidas

no último ano, visto o baixo número de reclamações. Apesar disto, os serviços de

varrição prestados em termos de qualidade atendem ao munícipe, visto o número de

reclamações/ano estimado. Em termos de frequência dos serviços prestados

(frequência/dia), a quantidade de servidores não atende à extensão do município, por

consequência do efetivo e o modelo de prestação dos serviços. Em determinadas épocas

tem-se número suficiente de voluntários e em outras, baixo número destes.

Em relação aos materiais utilizados (vassouras e sacos de lixo) na maioria das vezes a

qualidade não tem atendido (o nylon reciclável é mole e a vassoura não dura mais do

que uma semana, e alguns sacos estão abertos no fundo), na manutenção dos carrinhos

de varrição tem ocorrido a falta de itens de reposição (câmaras de ar, pneu e rolamento),

ocasionando a paralisação das atividades.

Serviços de Capina e Roçada Manual de Vias Públicas em ÁreasUrbanas e Rurais

Estes serviços estão terceirizados por três meses contados à partir de agosto/2013.

Conforme o Edital de Licitação Processo Licitatório N.º 046/13 Modalidade Pregão

Presencial N.º 028/13, o município contratou a empresa com fornecimento de mão-de-

obra, maquinários e ferramentas, para prestação de serviços de limpeza pública

destinada a manutenção do perímetro urbano e rural do município. Abaixo as condições

que foram impostas para contratação dos serviços:

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Entende-se por capina de vias públicas o corte completo rente à superfície do solo, da

vegetação” invasora” existente nos mesmos, seja ela herbácea (gramíneas), arbustiva

e/ou leguminosa. Retirada de tocos, raízes e blocos de raízes remanescentes de roçadas

feitas anteriormente nos locais, raspagem de terra e barro, varrição dos trechos

capinados, inclusive calçadas e sarjetas. Entende-se por roçada de vias públicas o corte

de vegetação “invasora”, na qual se mantém uma cobertura vegetal viva sobre o solo.

São contemplados pelos serviços de capina e roçada, todas as larguras das calçadas e

sarjetas das vias beneficiadas, salvo locais onde não for possível a identificação da

largura da calçada através de limitadores, tais como muros ou cercas.

As atividades de capina e roçada manual devem ser empreendidas com o uso de

equipamentos e ferramentas manuais, qualquer que seja a forma de sua execução.

Durante a execução dos serviços de capina e roçada, deve ser preservada a vegetação de

interesse ornamental ou paisagística, existente no local a ser beneficiado, seja ela de

qualquer porte ou natureza. A empresa se responsabiliza integralmente pelos danos

causados àquela vegetação por conta da ação ou omissão de seus funcionários

operacionais.

Os resíduos devem ser acondicionados em sacos plásticos na cor preta, com capacidade

mínima para 100 litros. Quando os tipos dos resíduos provenientes das atividades de

capina, dificultarem, por suas características o seu acondicionamento em sacos

plásticos, devem ser acumulados “in natura”, em locais e em condições tais que não

prejudiquem o trânsito de veículos e pessoas, bem como tornem possível seu

recolhimento pelos veículos coletores específicos do município. Nestas condições, todos

os possíveis cuidados necessários e cabíveis devem ser adotados, de modo a evitar o

espalhamento dos resíduos acumulados, até o momento de seu recolhimento.

O produto dos serviços de capina e roçada manual deve ser disposto nas calçadas ou

locais apropriados, devidamente ensacados, para seu posterior recolhimento e remoção

diária pelos veículos coletores específicos para esta atividade.

Os serviços são realizados de segunda a sexta, incluindo feriados e pontos facultativos.

A frequência da capina manual é diária, podendo variar de acordo com a localização da

via, tráfego, comércio, e da necessidade da Secretaria de Obras, Serviços Públicos e

Transporte Interno.

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O número de funcionários é de no mínimo 30, os quais se dividirão em 03 equipes de 10

pessoas, para realização dos serviços de capina e roçada manual sendo a empresa

responsável pela admissão de todo pessoal necessário ao desempenho dos serviços,

correndo por conta desta todos os encargos necessários e demais exigências das leis

trabalhistas, providenciarias, fiscais e outras de qualquer natureza.

Durante a execução dos serviços é absolutamente vetado aos funcionários da empresa a

execução de outras tarefas que não sejam o objeto contratado. A equipe deve se

apresentar uniformizada e asseada, com vestimenta e calçados adequados, bonés, capas

protetoras e demais equipamentos de segurança quando a situação os exigir. A

Prefeitura Municipal tem direito de exigir dispensa de qualquer operário que demonstre

comportamento prejudicial para com os serviços e/ou a população.

A fiscalização do cumprimento do contrato cabe a Prefeitura Municipal através da

Secretaria de Obras Serviços Públicos. Será designado pela Secretaria de Obras,

Serviços Públicos e Transporte Interno um servidor, para fiscalização e

acompanhamento diário dos serviços executados.

Ficou também acertado que em caso de serviço mal realizado, a Prefeitura pode exigir

que a empresa refaça os serviços, sem ônus para a mesma. A contratada deve cooperar

quanto à observância dos dispositivos referentes à higiene pública, informando à

fiscalização notadamente sobre os casos de descargas irregulares de resíduos.

Quanto a Medição dos Serviços, devem ser realizadas semanalmente pela empresa,

conferidas e aprovadas pela fiscalização até o 5º (quinto) dia útil subsequente ao

período de abrangência da medição considerada. O valor das medições é obtido

mediante aplicação dos preços unitários constantes da planilha de orçamento da

proposta da contratada, integrante do contrato, às quantidades efetivamente executadas e

aprovadas pela fiscalização.

Se durante o período de realização da medição forem necessárias providências

complementares, por parte da empresa, a fluência do prazo será interrompida,

reiniciando-se a contagem a partir da data em que aquelas forem cumpridas.

Abaixo o Quadro 05 com os quantitativos relativos ao serviço:

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Quadro 05 – Serviços de capina e roçada

Item Quantidade

Mensal

Produto/Serviço

01 2.400 Km de metro

linear pela largura

necessária para a

capina/roçada.

Serviço de capina e roçada de beiras de estradas no perímetrorural

- O perímetro rural é divido por bairros, sendo eles:Campestrinho, Gramínea, Lobos, Óleo, Serra dos Lima,Gonçalves, Gabirobal, Estela, Capão do Mel, São José daCachoeira, Vargem do Rigoni, Cocais, Jaguari, Capitão,Pinheiros, entre outros.

02 100.122,15 metros

lineares pela largura

necessária para a

capina/roçada.

Serviço de capina e roçada de meios fios das vias urbanas

Sendo os bairros:Loteamento Alfa, Chácara Pirapitinga, COHAB Josino Vieirae Silva, Jardim Alvorada, Jardim América, Jardim Bela Vista,Jardim Colina da Sóvis, Jardim da Sóvis, Jardim das Videiras,Jardim Europa, Jardim Europa II, Jardim Giareta, Jardim Ipê,Jardim Itália, Jardim Mantiqueira, Jardim Mantiqueira II,Mantiqueira Boulevard, Jardim Muterle, Jardim Portal do Sol,Jardim Primavera, Jardim Rio Branco, Jardim Rio Negro,Jardim Santa Barbara, Jardim Santa Lúcia, Jardim SãoDomingos, Jardim Vitória, Jardim Alto da Serra, JoãoTeixeira Filho, Chácara Pirapitinga, Leandro Previato, JardimPortal da Mantiqueira, Sebastião José Carvalho, Vila Betela,Vila Caracol, Vila Euclides, Vila Samanbaia, Vila São João,Vila São Sebastião, Praça Campo 7 de Setembro, Praça 7 deSetembro, Centro, Jardim do Lago, Manoel Alves dos Santos,Projeto Mutirão, Chácara Tiradentes, Vila Martinelli, VilaSanta Rita, Jardim Brasil, Vila Graziani, Vila Leite e Córregodos Mosquitos.

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90

03 304.623,80

M2

Serviço de capina e roçada de áreas verdes, praças e jardins noperímetro urbano

Sendo os bairros:Loteamento Alfa, Chácara Pirapitinga, COHAB Josino Vieirae Silva, Jardim Alvorada, Jardim América, Jardim Bela Vista,Jardim Colina da Sóvis, Jardim da Sóvis, Jardim das Videiras,Jardim Europa, Jardim Europa II, Jardim Giareta, Jardim Ipê,Jardim Itália, Jardim Mantiqueira, Jardim Mantiqueira II,Mantiqueira Boulevard, Jardim Muterle, Jardim Portal do Sol,Jardim Primavera, Jardim Rio Branco, Jardim Rio Negro,Jardim Santa Barbara, Jardim Santa Lúcia, Jardim SãoDomingos, Jardim Vitória, Jardim Alto da Serra, JoãoTeixeira Filho, Chácara Pirapitinga, Leandro Previato, JardimPortal da Mantiqueira, Sebastião José Carvalho, Vila Betela,Vila Caracol, Vila Euclides, Vila Samanbaia, Vila São João,Vila São Sebastião, Praça Campo 7 de Setembro, Praça 7 deSetembro, Centro, Jardim do Lago, Manoel Alves dos Santos,Projeto Mutirão, Chácara Tiradentes, Vila Martinelli, VilaSanta Rita, Jardim Brasil, Vila Graziani, Vila Leite e Córregodos Mosquitos.

Serviços de Limpeza nas Feiras Livres

O serviço de limpeza de feiras consiste em varrer toda a área utilizada para a feira,

recolher o lixo logo após a varrição com equipamento adequado e proceder a lavagem

do local, deixando os resíduos em condições de coleta.

Em Andradas só existe uma feira livre que ocorre aos sábados das 05:00h às 12:00h, na

Praça Cel. Antônio Augusto de Oliveira, s/n. Centro. O serviço de limpeza é executado

imediatamente após o encerramento da feira e o resíduo acondicionado em sacos para a

coleta regular do dia que vai até às 15:00h.

Serviços de Limpeza de Bueiros e Bocas de Lobo

O serviço de desobstrução consiste em retirar materiais como pedaços de tijolo e

madeira, garrafas pet e sacolas plásticas e areia dos bueiros e bocas de lobo. O serviço é

de grande relevância, principalmente no período que antecede a época das chuvas, para

evitar alagamentos. Deve-se elaborar um plano de execução destes serviços com

periodicidade mensal nos meses mais secos do ano e periodicidade semanal nos meses

de chuva, intensificando a atividade no período que antecede o verão.

Em Andradas o serviço só é realizado mediante solicitação prévia sob demanda,

inexistindo um planejamento preventivo para esta atividade.

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Serviços de Coleta de Resíduos da Saúde Pública

Todo gerenciamento dos RSS (coleta e destinação final) é terceirizado e feito por

empresa especializada. A Prefeitura Municipal é responsável pelo RSS públicos

(hospital, psf, pronto atendimento, etc.). Os RSS coletados são levados para a cidade de

Poços de Caldas onde é feito o tratamento e posteriormente são levados para a cidade de

Paulínia – SP onde é feita a destinação final. Os particulares após determinação do

CODEMA contrataram empresas para gerenciamento de seus resíduos.

A empresa Ecosul Ltda. venceu em maio de 2010 o Processo Licitatório n° 039/10 para

a prestação dos serviços que incluem coleta, transporte, tratamento e destinação final

dos resíduos sólidos dos grupos A, B e, conforme resolução da diretoria colegiada RDC

ANVISA Nº 306/2004, resolução CONAMA Nº 358/2005 e NR 32 do TEM, resíduos

gerados nas unidades de saúde do município conforme quadro a seguir:

Quadro 06 – Resíduos dos serviços de saúdeUnidade de Saúde –Grupos “A” e “E” por

mêsQuantidade KG Valor Unitário (R$) Valor Total (R$)

Policlínica CentralPosto de Saúde Bairro doÓleoPosto de Saúde BairroGramíneaPosto de Saúde BairroBarraPosto de Saúde BairroCampestrinhoUnidade de Saúde BairroHorto Florestal

212 R$2,90 R$614,80

Materno Infantil 100 R$2,90 R$290,00Saúde Bucal 50 R$2,90 R$145,00Pronto AtendimentoMunicipal 450 R$2,90 R$1305,00

Saúde Mental 50 R$2,90 R$145,00PSF – Horto Florestal 50 R$2,90 R$145,00PSF – Jardim Rio Negro 50 R$2,90 R$145,00PSF – Jardim Mantiqueira 25 R$2,90 R$72,50

Unidade de Saúde –Grupo “B” por mês Quantidade KG Valor Unitário (R$) Valor Total (R$)

Materno Infantil 06 R$2,90 R$17,40Valor Mensal Total R$2.879,70

Atualmente, a quantidade total de resíduos da saúde pública é de 9.825 kg/ano a um

custo estimado para o corrente ano de R$16.899,00 (dezesseis mil e oitocentos e

noventa e nove reais) para o município incluindo os serviços de coleta, transporte,

tratamento e destinação final conforme as características da tabela acima.

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O contrato com a Ecosul Ltda. está em seu terceiro termo aditivo e prorrogado até

31/12/2013.

Serviço de Coleta de Animais Mortos

São recolhidos os animais mortos nas vias públicas em casos de atropelamentos, e nas

clínicas veterinárias, em casos de óbitos. Não há um sistema de controle dos animais

mortos, tanto os domésticos como os de grande porte, com ocorrências no município. É

possível que seu aterramento seja feito de modo clandestino, sem comunicar o evento ao

serviço de coleta da prefeitura municipal.

As carcaças de animais mortos, quando a Prefeitura coleta, são levadas para o Aterro

Sanitário e depositado em uma vala específica para animais mortos.

Serviços de Coleta de Resíduos Verdes

A Prefeitura Municipal adquiriu recentemente uma máquina trituradora de galhos

da marca Pinheiro modelo TP400 conforme dados da figura 11 abaixo:

Figura 11 – Máquina Trituradora de Galhos

Conforme informação da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, os galhos

mais finos são triturados e o resíduo depositado no almoxarifado municipal. Este

resíduo provavelmente será doado para a Associação de Açougueiros do município

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que fazem compostagem de esterco bovino e massa vegetal. Os galhos mais grossos

antigamente eram trocados por tijolos em olarias para utilização em obras públicas.

Em visita de campo, o que se verificou no almoxarifado municipal foram o acúmulo

de galhos e outros materiais sem destinação sistêmica e o perigo associado ao

acúmulo de água no material exposto ao tempo conforme as figuras abaixo:

Figura 12: Restos de poda no Almoxarifado Municipal

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Figura 13: Acúmulo de entulho e madeira no Almoxarifado Municipal

Outros Serviços de Coleta

A coleta especial denominada “Cata Treco” é realizada na quinta feira com 02

caminhões carroceria aberta. São coletados móveis velhos, sucatas diversas, galhos de

árvores, etc. Verificou-se uma grande quantidade de móveis, principalmente do tipo

sofá, descartados neste serviço de coleta. A priori, os móveis deveriam ser

desmanchados e a madeira reaproveitada. O tecido seria destinado ao aterro sanitário. A

sucata diversa também deveria ser vendida para empresas de ferro velho do município

conforme informações da Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente. A

Figura 14 abaixo mostra a coleta realizada em 22/08/2013:

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Figura 14: Coleta “Cata Treco”

Figura 15: Acúmulo de móveis diversos no Almoxarifado Municipal

Na prática, constatou-se a destinação de todo o conteúdo dos caminhões para uma área

particular próxima ao almoxarifado que está recebendo o material para aterramento. No

local um morador separa os plásticos e outros materiais recicláveis para a venda e o

proprietário de uma pequena olaria separa a madeira para utilizar no processo de

cozimento no forno à lenha. As figuras abaixo mostram a situação de descarte nesta área

privada:

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Figura 16: Descarte Cata Treco em área privada

Figura 17: Área privada para descarte

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Figura 18: Entulho descartado na área privada

Figura 19: Descarte sem segregação de materiais na área privada

Figura 20: Material separado por morador da mesma área privada

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Segundo a Secretaria de Obras, a medida foi tomada em caráter de urgência pela falta de

um local apropriado para destinação de restos de entulho e outros materiais.

A falta de procedimentos sistematizados, a deficiência de abrangência da coleta seletiva,

a inexistência de logística reversa e a inexistência de local adequado para

beneficiamento dos materiais coletados compromete a tomada de decisões da citada

Secretaria que tem sido cobrada pelo Ministério Público e CODEMA, entre outros, para

resolver o problema.

Constatou-se que o lixo eletrônico em Andradas não é gerenciado, inexistindo qualquer

procedimento de coleta, logística reversa e pontos apropriados para descarte. O CVT –

Centro Vocacional Tecnológico de Andradas disponibilizou até 2012 um espaço para

descarte de material eletrônico à Rua Professor Xânico, 176 no centro da cidade.

Segundo o administrador, o espaço passa por reformas e não tem mais condições de

receber o material como antes. Abaixo segue a figura 21 da Campanha realizada na

mídia na época da prestação do serviço:

Figura 21: Informativo do CVT ANDRADAS como ponto de descarte de material eletrônico

Com relação às três estações de tratamento de esgoto existentes no município, estas

geram cerca de 30m³/mês de lodo cuja coleta tem como destino também o aterro

sanitário do município.

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Serviços no Aterro Sanitário

A área destinada à disposição final dos resíduos sólidos urbanos de Andradas foi

projetada para ser um aterro sanitário instalado à Rodovia Andradas-Pocinhos do Rio

Verde, km 03 Bairro Lagoa Dourada cujas coordenadas geográficas são 22°00’50,1”S

de Latitude e 46º32’02,3”W de Longitude. O Aterro está localizado na Bacia

Hidrográfica do Rio Mogi-Guaçu / Rio Pardo, Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Jaguari-

Mirim tendo o curso d’água mais próximo o Córrego da Cachoeirinha. O

empreendimento não está localizado em área de interesse ambiental e nem a menos de

10 km de Unidade de Conservação.

O entorno da área em sua maioria é utilizado como pastagens. Mais distante a atividade

predominante é o cultivo de flores. Uma das divisas é feita com uma área florestal que é

a reserva legal da propriedade vizinha, outra divisa é feita com um pequeno curso

d’água. A residência mais próxima ao aterro se localiza a aproximadamente 780 metros.

O núcleo populacional mais próximo se localiza a 2300 metros.

O aterro tem licença de operação da FEAM válida até 03/11/2014 conforme abaixo:

Figura 22 – Cópia do Certificado de Licença Ambiental de Operação do Aterro Sanitário

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Através da Portaria n°. 25, de 25 de junho de 2008, a Prefeita Municipal, Margot

Navarro Graziani Pioli, nomeou o servidor Antônio Carlos Sales, engenheiro civil

lotado junto à Secretaria de Planejamento Urbano e Meio Ambiente como responsável

técnico pelo aterro sanitário.

O aterro recebe resíduos domiciliares (classe II) ou lixo comum; animais mortos;

resíduos de varrição; e resíduos comerciais assemelhados aos resíduos sólidos urbanos

(classe II).

O acesso ao aterro sanitário se faz da seguinte forma:

1) Por asfalto, seguindo a BR-146 no sentido Andradas - Poços de Caldas, numa

extensão de 8,5 km. O trecho de subida da serra, a ser percorrido com os caminhões

cheios, é todo em terceira faixa;

2) Por terra, seguindo a estrada intermunicipal que liga o município de Andradas a

Ibitiúra, com pista dupla e acostamentos, em revestimento primário, com extensão de 2

km.

3) Por terra, em trecho de via vicinal, com extensão de 1,7 km. Originariamente este

trecho requeria algumas intervenções para alargamento da plataforma, drenagem,

introdução de cercas laterais e correção de rampas, o que foi devidamente

providenciado (ver fotos seguintes);

4) Por terra, em extensão de aproximadamente 90m, ao final da via vicinal, para daracesso à área do aterro.

A seguir estão as Figuras 23, 24 e 25 que representam o acesso ao Aterro Sanitário:

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Figura 23 – Trecho Adequado (largura e rampa, drenagem e fechamento lateral com cercas)

Figura 24 – Conclusão de trecho com drenagem de pé de talude

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Figura 25 – Pavimentação asfáltica do acesso interno desde o portão de entrada até a plataforma 1 deaterramento

A proposta conceitual para a impermeabilização da base do aterro e os respectivos

taludes resultantes de cortes para conformação das diversas plataformas era de uma

camada de argila compactada de 0,8m, condicionada à boa qualidade do material local.

Os trabalhos de terraplenagem na fase de implantação para obtenção de LO foram

planejados para instalação da plataforma 1. Nesta etapa das obras, iniciada em 2005, os

trabalhos foram realizados para abertura de um acesso provisório à área para entrada de

equipamentos pesados, limpeza, destoca e remoção de material aproveitável (terra

vegetal).

Durante os trabalhos de terraplenagem para conformação das duas primeiras

plataformas, constatou-se que, além de insuficiente, a argila tinha qualidade deficiente

para proteção da base do aterro. As fotos a seguir mostram os solos locais. Os dados

preliminares do balanço de massas são reproduzidos a seguir.

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Figura 26 – Horizontes O + A (terra orgânica e/ou mineral-orgânica), horizonte B (argiloso) e horizonte C(residual siltoso) encontrados na escavação das plataformas 1 e 2

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Figura 27 – Constatação de deficiência do material argiloso (horizonte B) que poderia ser utilizado para aimpermeabilização da fundação.

Os dados de sondagens, baseados nos boletins de SPT, são resumidos a seguir. Do

ponto de vista de resistência à penetração, pode-se definir o solo por meio de um

modelo de duas camadas. As principais conclusões sobre os ensaios de SPT são

resumidas a seguir.

1) Na primeira, até a profundidade de 6 metros em média, tem-se um terreno argiloso,

de consistência em geral variando de mole a média, com coesão que pode ser estimada

em torno de 25 kPa;

2) Na segunda, tem-se um silte argiloso, com resistência rapidamente crescente,

variando de pouco a muito compacto e ângulo de atrito interno estimado em torno de 35

graus;

3) Em 3 furos, o lençol freático foi localizado, a profundidades de 4,0 m, 6,5 m e 3,8 m,

respectivamente;

4) Os valores de SPT são inicialmente baixos e crescentes com a profundidade,

geralmente a partir dos 6 m de profundidade. Esta é uma característica básica de solos

residuais capeados por colúvios em zonas de encostas de baixa a média declividade. As

principais informações se encontram resumidas no quadro 08:

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Quadro 08 – Principais informações das sondagens SPT na área do aterro

NOTAS: 1. NL = Nível d’água não localizado até o limite de sondagem; 2. Camadas de solos fracos (emvermelho) são observadas em profundidades de 4-7 metros.

5) Quanto ao modelo geotécnico o solo local é tipicamente de duas camadas, tendo uma

camada superficial de argila com consistência variando de muito mole a média e

tonalidades geralmente claras, com predominância da cor cinza. Esta camada pode estar

capeada de um depósito de pedregulhos pouco espesso e está sotoposta a uma camada

de silte até o limite de sondagens;

6) Considerando-se as características do solo investigado concluiu-se que as camadas

fracas produziriam deformações ou recalques, com possíveis repercussões na

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estabilidade de cortes de conformação das plataformas, bem como na estabilidade geral

do aterro. Além disto, nota-se que o terreno é bastante susceptível à erosão, devendo ser

protegido com cobertura vegetal quando decapado;

7) Em virtude da ocorrência de camadas moles no terreno foi sugerida sua remoção nos

planos de corte de preparação da plataforma. A confirmação desta orientação foi feita

durante o acompanhamento das obras de instalação da plataforma 1.

8) A capacidade de suporte serve para verificar se o nível de carregamento imposto ao

solo de fundação, devido à instalação de um maciço de lixo compactado em sua altura

máxima, produzirá ou não a ruptura ou recalques excessivos na fundação. A ruptura foi

analisada juntamente com a verificação da estabilidade global do aterro, considerando a

fundação. Os fatores de segurança encontrados são muito satisfatórios;

9) Nos pontos do terreno em que foi identificado NA mais elevado, foram feitas obras

de drenagem subterrânea, com a instalação de um dreno profundo caracterizado pela

seguinte geometria: a) escavação de 3m de profundidade; b) instalação de um berço de

brita 3 com 0,1m de espessura; c) assentamento de tubos porosos de concreto de ponta e

bolsa, com 0,4m de diâmetro sobre o berço; d) preenchimento do restante da vala com

duas camadas, sendo o núcleo de brita 3 e o contato da brita com o solo de areia média a

grossa; e) finalização da camada com brita e areia.

Em relação à segurança, a área foi isolada com uma cerca de arame farpado, usando-se

8 fios, com mourões de concreto de ponta virada. O isolamento foi completado com

uma cerca viva de sansão do campo junto à cerca. A portaria não é monitorada por

vigilantes em tempo integral para evitar ações de vândalos e furtos.

O suprimento de água é feito por um poço tubular profundo, outorgado junto ao IGAM.

O requerimento foi feito para consumo humano e o poço apresentou uma vazão de

projeto de 0,04 l/s.m.

O fornecimento de energia elétrica foi negociado junto à CEMIG, com a instalação de

um transformador de 6 KVA, suficiente para acionamento da bomba de recalque do

poço tubular, alimentação de todo o circuito de iluminação (interna e externa) e

suprimento de energia para a oficina mecânica e as unidades de apoio.

Para a execução dos trabalhos previstos, o aterro dispõe de um trator de esteiras com

peso não inferior a 22 toneladas (D-6 ou equivalente) fixo no local para espalhamento e

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compactação do lixo, operações de corte em solo, transporte a distâncias < 50m e

espalhamento de terra.

Para baratear os custos de operação do aterro, foi feito um aprovisionamento de solo nas

proximidades da frente de operação para possibilitar, em condições normais, o

transporte e o recobrimento do lixo pelo próprio trator de esteiras. Sempre que é

necessária a renovação do estoque, são deslocados para o aterro uma pá carregadeira e

um caminhão basculante.

Eventualmente estão presentes no aterro uma motoniveladora (PATROL) para

espalhamento de camadas de solo para fechamento de plataformas e preparação de

novas plataformas (regularização e nivelamento); uma pá carregadeira para carga de

terra em caminhões para provisão de solo junto à frente de operação (recobrimentos

diários) e carga de terra em caminhões para fechamento de plataformas e abertura de

novas plataformas; um caminhão basculante para transporte de solo para o recobrimento

diário de lixo, aprovisionamento de solo nas frentes de operação e transporte de solo

para preparação de novas plataformas; um trator agrícola com grade de disco para

gradeamento de solo para compactação em novas plataformas de operação; um

compactador pé de carneiro estático para a mesma finalidade; e uma retro escavadeira

para expansão de células de animais mortos, escavação de valas de drenagem periférica

e escavação de drenos em novas plataformas.

O aterro conta com os seguintes funcionários permanentes, incluindo gerência e

funcionários administrativos:

1) Em caráter permanente ou residente:

Encarregado geral

Operador de trator de esteiras

Auxiliar administrativo

2) Em caráter esporádico, com presença de pelo menos uma vez por semana:

Operador de máquinas (motoniveladora, pá carregadeira, retro escavadeira, etc.)

Mecânico

Auxiliar de serviços gerais

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Eventualmente conta-se com a presença de um topógrafo e de um engenheiro civil para

a condução dos trabalhos que exigem os mesmos. Na prática, o aterro não conta com

responsável técnico que acompanhe o dia a dia dos serviços.

A drenagem dos líquidos percolados é feita por meio de um sistema coletor em cada

plataforma, onde os efluentes líquidos das plataformas superiores descem pelos drenos

verticais de gases e a plataforma de base é drenada por um sistema construído em forma

de espinha de peixe, com o coletor principal desaguando diretamente em uma caixa

coletora.

A figura abaixo mostra os drenos da base construídos a partir da escavação de valas de

50 x 50 (cm) posteriormente preenchidas com brita 4. No interior da brita as valas tem

um tubo coletor de PEAD perfurado de 150 mm.

Figura 28 – Preparação da plataforma 1: escavação, construção do dique e do sistema de drenagem de

percolados

Segue-se então a colocação de uma manta geotecida do tipo BIDIM, com gramatura de

300 g/m2, estendendo-se meio metro para cada lado da vala sobre a superfície da base

impermeabilizada. As valas são mantidas estanques estendendo-se sobre os seus

perímetros a geomembrana utilizada para a impermeabilização da base do aterro.

Para garantia da estanqueidade da base, o fundo e as laterais de cada vala são protegidos

por manta PEAD com 1,5 mm de espessura, que se estendem para cada lado dos cantos

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da vala, cerca de 1 m sobre a superfície de argila compactada. Os mesmos cuidados,

exceto a proteção com a manta PEAD e os tubos perfurados de PVC, serão utilizados

nos drenos das demais plataformas.

O sistema de tratamento de chorume consiste em uma lagoa anaeróbia com capacidade

de 343 m3 (projetada para um TDH de 12 dias) e duas lagoas facultativas com

capacidade de 1.336 m3 cada uma (TDH de 94 dias), sendo que na fase inicial do

projeto foi construída apenas uma unidade. Houve uma relocação da planta de

tratamento, pois se constatou, no campo, uma melhor localização para as lagoas, com

menores volumes de terraplenagem.

Quanto aos efluentes das instalações sanitárias das unidades de administração e apoio, o

sistema utilizado é o de fossa séptica, com tratamento em filtro anaeróbio e linhas de

infiltração. Também foi instalada uma caixa de gordura para os efluentes da cozinha.

Figura 29 – Impermeabilização da lagoa facultativa (unidade 1) e proteção vegetal do entorno

A drenagem dos gases é feita por colunas drenantes verticais, instaladas numa malha

quadrada com equidistância de 50 metros, utilizando tubos de concreto do tipo macho e

fêmea, com diâmetro nominal de 600 mm, pelo menos, inseridos em furos com

diâmetro de 1200 mm. O anel exterior aos tubos foi preenchido por brita nº. 4. O apoio

das colunas de gases na base se faz por meio de placas de concreto armado, para

dissipação das pressões a serem transferidas para o solo.

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O sistema de impermeabilização foi construído da seguinte forma:

1) Uma cama de argila compactada com 0,6m de espessura, sobre o subleito construído

em rampas de 2,5% voltadas para os drenos, escarificado e compactado com 4 passadas

de rolo compactador. A camada de argila foi compactada com rolo pé de carneiro

pesado (6 toneladas) de patas longas, com o solo colocado na umidade ótima. Sobre esta

camada foi colocada uma geomembrana de 1,5mm de espessura;

Figura 30 – Ancoragem e instalação da geomembrana PEAD na plataforma 1

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Figura 31 – Impermeabilização de base da plataforma 1 concluída

Para enxugar custos operacionais e facilitar os controles, a casa do balanceiro não foi

construída, tendo sido a unidade da balança deslocada para frente do escritório

administrativo. Esta medida simplifica a questão de segurança dos equipamentos de

controle, que passaram para a sala do auxiliar administrativo, lugar onde são feitas as

leituras, os registros e os controles de entrada de resíduos no aterro sanitário.

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Figura 32 – Construção das edificações de administração e apoio operacional e instalação da balança depesagem de resíduos em frente ao prédio administrativo

As edificações foram construídas segundo as especificações de projeto, inclusive a

guarita e o portão de acesso.

Figura 33 – Vista geral das unidades de apoio, incluindo portão de acesso e guarita de controle

Os procedimentos previstos para operação e manutenção da unidade foram previstos em

um manual de procedimentos, que consta do PCA.

Neste manual, constam as especificações detalhadas correspondentes a todas as rotinas a

serem experimentadas durante o período operacional e após o encerramento,

considerando-se como seus principais objetivos:

1) Detalhar os procedimentos, passo a passo, para que durante sua vida útil a

operação do aterro se processe de forma ambientalmente segura, cumprindo as

finalidades do projeto;

2) Prever todas as operações possíveis durante um ciclo operacional completo,

desde o recebimento dos resíduos até o término da disposição;

3) Dimensionar a equipe de trabalho, inclusive os substitutos, e definir os cargos e

suas funções;

4) Elaborar um sistema de controle, com ênfase para os registros de entrada, saída e

armazenamento dos resíduos;

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5) Prever os acidentes de trabalho e os incidentes possíveis, descrevendo os

mecanismos possíveis em que os mesmos ocorrem e as estratégias para

minimizá-los ou prestar socorros de emergência;

6) Descrever os procedimentos de rotina para as inspeções periódicas, assim como

os locais onde elas devem ser intensificadas;

7) Criar os modelos de relatórios e seus controles;

8) Explicitar as etapas de treinamento do pessoal efetivo e seus substitutos, para

que resulte uma operação eficiente do empreendimento proposto.

A vida útil prevista para o aterro sanitário é de 22 anos, estando programado para

atender a 100% da população do município (inclusive a rural). Em termos atuais são

produzidas, em todo o município, 500 toneladas/mês de resíduos sólidos urbanos em

média. A taxa de geração diária, per capita, é de 0,67 kg de resíduos.

O encerramento do aterro será a partir do ano de 2019, três anos antes do previsto

conforme o projeto. No entanto, com medidas de gestão ambiental a serem

implementadas à partir do PGIRS, com coleta seletiva, reciclagem e, posteriormente, a

compostagem de parte da fração orgânica, espera-se que se dê um alongamento de pelo

menos mais cinco anos, principalmente se forem confirmados os seguintes cenários:

1) Crescimento da população a menores taxas do que a tendência atual;

2) Taxa de produção de lixo decrescente com o tempo, em função de coleta seletiva

ou de mudança de hábitos da população;

3) Uso de equipamentos mais pesados do que o previsto, de modo que a redução do

volume de lixo, considerando-se os estados solto e compactado, seja inferior à

taxa prevista de 1:3.

Quanto ao uso futuro da área, foram consideradas as seguintes alternativas:

1) Construção de casas populares;

2) Construção de parque de lazer e recreação;

3) Construção de escola municipal;

4) Construção de quadras poliesportivas ou campo de futebol;

5) Construção de horto municipal com produção de mudas;

6) Construção de estação ecológica para fins de educação ambiental.

Considerando a vocação natural do sítio, decidiu-se pela instalação de um horto

municipal, para produção de mudas de essências nativas, com a formação de bosques. A

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proposta da Prefeitura Municipal é manter o viveiro já existente no município. Porém

não se produzem mudas no local, apenas recebem-se mudas de diversos locais e se

distribui para a população.

Este local servirá como um centro de educação ambiental, a ser utilizado pelas

professoras das redes municipal e estadual até o nível básico. A unidade administrativa

será então adaptada, revertendo-se em museu e sala de aula. Durante todo o período de

operação, poderão ser acumuladas informações e documentos com este propósito.

São realizados monitoramentos da qualidade das águas, subterrânea e de superfície,

além de monitoramento da qualidade das águas pluviais coletadas no aterro em bacias

de detenção hidráulica e analisadas como classe 2 e monitoramento da qualidade do

chorume bruto coletado na entrada da lagoa facultativa. Os parâmetros analisados são

temperatura, DQO, DBO5, fósforo total, nitrogênio amoniacal, nitrogênio total, série de

sólidos, pH, alcalinidade, metais (Cd, Pb, Fe, Zn, Cr), coliformes totais e coliformes

fecais. São também realizados os seguintes monitoramentos:

Monitoramento da qualidade do chorume tratado antes de seu lançamento em

corpo receptor: as análises são feitas em pelo menos três amostras coletadas na

entrada, saída e na parte central da lagoa de polimento (tanque de evaporação e

maturação) precedendo a retirada para lançamento no corpo receptor;

Monitoramento de trincas: as trincas são monitoradas com frequência mensal e,

eventualmente, após chuvas intensas (superiores a 60 mm).

Monitoramento dos deslocamentos de marcos superficiais: são coletadas por

meio de instrumento topográfico com precisão de 0,01 mm as coordenadas (x, y,

z) de cada marco de superfície instalado sobre o aterro. As medidas são mensais

em condições normais de operação.

Monitoramento do nível de chorume no interior dos poços de visita: a medição

do nível é mensal e deve estar em conformidade com os valores críticos

recomendados pela análise de estabilidade apresentada no PCA.

Monitoramento de gases: é feita a determinação a cada seis meses, em três

horários distintos de um mesmo dia, na altura de 1,5m em relação ao nível do

terreno, dos gases: a) metano; b) dióxido de carbono; c) oxigênio; d) monóxido

de carbono. As medições são feitas nas proximidades dos drenos de gases, no

escritório administrativo e na residência mais próxima do aterro.

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Monitoramento dos resíduos aterrados: Inspeção para avaliar se os resíduos

depositados são, realmente, classe II. Massas aterradas são monitoradas na

balança de pesagem.

Monitoramento da vazão de chorume: a vazão de chorume é medida diariamente

na entrada da lagoa facultativa.

O Monitoramentos pós-fechamento do aterro: Serão monitorados apenas os poços, a

água de superfície, os gases e a estabilidade física do aterro (leitura dos marcos,

inspeção de trincas). Todas as análises terão frequência anual.

Durante o licenciamento ambiental do Aterro Sanitário do Município de Andradas,

algumas condicionantes foram exigidas pela FEAM em relação ao lançamento de

efluente pós-tratamento: 1. Informar o ponto de lançamento dos efluentes tratados no

rio Jaguari Mirim; e 2. Informar como seriam feitos a retirada e o transporte dos

efluentes do tanque de armazenamento e apresentar detalhamento do mesmo.

Ficou definido que: 1. O ponto de lançamento seria um córrego a jusante do aterro

sanitário, inserido sob as coordenadas geográficas X- 0341826 e Y- 7565170; e 2. Não

haveria retirada e transporte dos efluentes, os mesmos seriam tratados nas lagoas de

tratamento (anaeróbia, facultativa e polimento) dentro do aterro.

Entretanto, a outorga concedida só dá o direito de uso de recursos hídricos para diluição

de efluentes tratados no rio Jaguari, com a finalidade de esgotamento sanitário do

Município de Andradas, Estado de Minas Gerais, com as seguintes características:

I. Coordenadas geográficas do ponto de lançamento de efluentes tratados

(chorume): 22º05’32,9” de Latitude Sul e 46º 38’09,2” de Longitude Oeste;

II. Vazão máxima de lançamento de efluentes tratados de 100,0 m3/h (27,78 L/s),

operando 01 h/dia, 01 dia/mês, durante 3 meses do ano;

III. Vazão de diluição de DBO5,20: 1.375,0 m3/h (381,94 L/s);

IV. Carga máxima diária de lançamento: 6,0 kg/DBO5,20; e

V. Vazão indisponível de DBO5,20: 1.475,0 m3/h (409,72 L/s).

A impossibilidade de lançamento do efluente tratado no ponto mais próximo gera um

alto custo de transporte, principalmente no período de chuva quando se tem o aumento

do volume das lagoas com possibilidade de transbordamento.

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Conforme relatado por técnicos da Prefeitura, “hoje o aterro sofre com problemas

operacionais em virtude de maquinário inadequado e mão de obra desqualificada. As

canaletas de água de chuva encontram-se quebradas sendo necessária sua reforma. O

lixo no período de estiagem é recoberto com terra quase todos os dias. No período

chuvoso quase não há recobrimento, deixando o aterro com aspecto de lixão. Existem

drenos de gases nas duas plataformas, entretanto a queima dos gases não é contínua.

Quando não chove o lixo é disposto ordenadamente. Quando chove o caminhão e as

máquinas não conseguem trabalhar e o lixo é apenas descarregado, não é espalhado,

nem compactado e nem recoberto com terra. Há lixo descoberto além da frente de

serviço com frequência. Não há lixo fora da manta e a impermeabilização é adequada,

porém, toda água de chuva acumula dentro das células e prejudica o trabalho na área.

Falta também um responsável técnico “in loco” para organização do trabalho diário e

adequação de documentação (condicionantes e análises)”. Os pontos críticos da

operação, portanto são a compactação e cobertura diária, e eficiência no tratamento de

efluentes e a orientação aos trabalhadores por responsável técnico presente na área. O

quadro de imagens abaixo mostra a situação atual do aterro:

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Quadro 09: Fotografias atuais do aterro sanitário em operação

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SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

O município de Andradas não possui histórico sistematizado sobre a composição e

caracterização dos resíduos gerados em sua área geográfica, seja de natureza domiciliar,

comercial, pública ou especial. Nem tampouco são conhecidos e monitorados os

grandes geradores de resíduos por falta de lei municipal que defina e regulamente o

limite entre o pequeno e o grande gerador de resíduos domiciliares.

A origem é o principal elemento para a caracterização dos resíduos sólidos e a

identificação e cadastro do “grande gerador” é a garantia de redução dos custos

orçamentários da limpeza urbana com priorização da coleta municipal na totalidade dos

resíduos domiciliares. Grandes geradores tem o dever de segregar, transportar e destinar

corretamente os seus resíduos na forma mais adequada de tratamento dentre as

tecnologias disponíveis e reconhecidas, promovendo a redução, reuso e a reciclagem,

contribuindo para a boa gestão dos resíduos sólidos em suas áreas de influência.

A Lei nº 12.305/10 que regulamenta e institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos,

incumbe o Distrito Federal e os Municípios da gestão integrada dos resíduos sólidos

gerados nos respectivos territórios, sem prejuízo das competências de controle e

fiscalização dos órgãos federais e estaduais, bem como da responsabilidade do gerador

pelo gerenciamento de resíduos, consoante o estabelecido nesta mesma Lei.

No artigo 33 estão obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa,

mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do

serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes,

importadores, distribuidores e comerciantes de:

I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja

embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de

gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas

estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas;

II - pilhas e baterias;

III - pneus;

IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;

V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;

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VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

Ainda conforme a mesma Lei, com exceção dos consumidores, todos os participantes

dos sistemas de logística reversa deverão manter atualizadas e disponíveis ao órgão

municipal competente e a outras autoridades, informações completas sobre a

realização das ações sob sua responsabilidade.

Estão também sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos

próprios:

I - os geradores de resíduos dos serviços públicos de saneamento básico, os geradores

de resíduos industriais nos processos produtivos e instalações industriais, os geradores

de resíduos nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas

estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS e os geradores de resíduos na

atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios;

II - os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem resíduos

perigosos e os que gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por

sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares

pelo poder público municipal;

III - as empresas de construção civil, nos termos do regulamento ou de normas

estabelecidas pelos órgãos do Sisnama;

IV - os responsáveis pelos terminais que gerem resíduos de serviços de transportes

como os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e

ferroviários e passagens de fronteira;

V - os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão competente

do Sisnama, do SNVS ou do Suasa.

Entretanto, os municípios devem possuir meios a serem utilizados para o controle e

a fiscalização, no âmbito local, da implementação e operacionalização dos planos

de gerenciamento de resíduos sólidos dos estabelecimentos e dos sistemas de

logística reversa previstos acima.

Conclui-se, portanto, que nenhum município pode se ausentar de conhecer a geração e a

destinação dada aos resíduos em seu território, independentemente de sua competência

para licenciar ambientalmente o estabelecimento ou não. O controle e a fiscalização são

consequências de uma estrutura organizada e preocupada em definir os procedimentos

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adequados à gestão ambiental correta. Antes da edição da Lei Complementar nº 140 de

08 de dezembro de 2011, a competência do licenciamento ambiental apresenta vários

conflitos entre as esferas. Hoje, apesar de disposições em contrário, fez-se necessário

que o Município detenha competência para licenciar atividades poluidoras, pois esse

ente federado é o que mais se aproxima da região afetada, possuindo melhores

condições de viabilização e fiscalização da atividade a ser licenciada. A definição de

uma estrutura organizacional mínima para o efetivo desempenho deste papel e os

instrumentos legais são abordados oportunamente neste documento na seção de

proposições.

Acrescenta-se que a padronização dos resíduos domiciliares atualmente é questionável,

graças ao dinamismo econômico e social da população urbana, ocorrendo

frequentemente atividades informais em meio às residências e fundos de quintais que os

tornam fontes de resíduos descaracterizados, com tendências de comercial a industrial.

Daí a importância de uma fiscalização efetiva e da participação popular. Como não há

uma exigência especifica na coleta e disposição nestes casos, existe um grande risco de

recepção de resíduos de classe I domiciliares sendo depositados no aterro sanitário.

Por fim, ratifica-se importância de se manter atualizada a caracterização dos resíduos

sólidos urbanos analisando-se de tempos em tempos, amostras dos resíduos coletados

pelo serviço de limpeza pública do município, coletando amostras de diferentes bairros

a fim de se conseguir resultados que se aproximem o máximo possível da realidade. Tal

procedimento constituirá a base histórica necessária para o efetivo entendimento das

mudanças de hábito da população e a evolução socioeconômica do município além de

subsidiar programas mais efetivos de coleta seletiva e maximização dos resultados

econômicos com a coleta mais direcionada.

Reitera-se que os resíduos industriais, resíduos de postos combustíveis, resíduos da

construção civil, resíduos tecnológicos, resíduos de transporte, resíduos de grandes

geradores e resíduos agrícolas são de responsabilidade do próprio gerador cabendo a

eles o desenvolvimento de planos de gerenciamento específicos.

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GERAÇÃO

Os Resíduos Sólidos Domiciliares – RSU são os resíduos originários de atividades

domésticas em residências urbanas; é composto por resíduos secos e resíduos úmidos.

Os resíduos secos são constituídos principalmente por embalagens fabricadas a partir de

plásticos, papéis, vidros e metais diversos, ocorrendo também produtos compostos

como as embalagens “longa vida” e outros. Já os resíduos úmidos são constituídos

principalmente por restos oriundos da cozinha, quintais e jardins. Contém partes de

alimentos in natura, como folhas, cascas e sementes, restos de alimentos

industrializados e outros.

O crescimento do quantitativo dos resíduos sólidos urbanos, em especial dos resíduos

domiciliares, está condicionado ao aumento de consumo de produtos por toda a

população do município de Andradas, que na etapa de pós-consumo descarta as sobras e

embalagens em forma de resíduos sólidos. Nas próximas seções serão tratadas as

características de geração de resíduos no município de Andradas por tipo.

Composição Gravimétrica dos Resíduos Domiciliares

A informação obtida pela composição gravimétrica de uma amostra de uma fração de

um volume de resíduo coletado disponibilizado dentro de uma seleção heterogênica

demonstra os comportamentos e tendências consumistas de um setor da sociedade. A

obtenção destes dados garante uma análise prática e básica para qualquer tomada de

decisão no manejo de resíduos sólidos. O processo consiste em separar os lixos

recicláveis dos rejeitos. É despejado todo o lixo dos sacos após coleta planejada, e então

separados os recicláveis dos rejeitos, que são colocados em tambores. São considerados

como rejeitos todos os resíduos que não possuem valor de mercado como fraldas,

grama, terra, papel higiênico, copos de plásticos, pilhas, lâmpadas, borrachas e

cerâmicas.

Com o método de quarteamento estabelecido pela norma ABNT NBR 10.006, pode-se

comparar, por exemplo, bairros sem coleta seletiva, que apresentam porções maiores de

resíduos orgânicos, metais, papeis, têxtil, vidro e embalagens de longa vida misturados

e bairros com coleta seletiva, que apresentam porções maiores de rejeitos, visto que o

restante do material já foi devidamente separado pelo morador.

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Características Físicas

O peso específico aparente é o peso do lixo solto em função do volume ocupado livremente,

sem qualquer compactação, expresso em kg/m3. Sua determinação é fundamental para o

dimensionamento de equipamentos e instalações. Na ausência de dados mais precisos,

podem se utilizar os valores de 230kg/m3 para o peso específico do lixo domiciliar, de

280kg/m3 para o peso específico dos resíduos de serviços de saúde e de 1.300kg/m3 para o

peso específico de entulho de obras.

O teor de umidade representa a quantidade de água presente no lixo, medida em percentual

do seu peso. Este parâmetro se altera em função das estações do ano e da incidência de

chuvas, podendo-se estimar um teor de umidade variando em torno de 40 a 60%.

A compressividade é o grau de compactação ou a redução do volume que uma massa de

lixo pode sofrer quando compactada. Submetido a uma pressão de 4kg/cm², o volume do

lixo pode ser reduzido de um terço (1/3) a um quarto (1/4) do seu volume original.

Características Químicas

O Poder Calorífico é característica química que indica a capacidade potencial de um

material desprender determinada quantidade de calor quando submetido à queima. O

poder calorífico médio do lixo domiciliar se situa na faixa de 5.000kcal/kg.

O potencial hidrogeniônico (PH) indica o teor de acidez ou alcalinidade dos resíduos.

Em geral, situa-se na faixa de 5 a 7.

A composição química consiste na determinação dos teores de cinzas, matéria orgânica,

carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total, resíduo mineral

solúvel e gorduras.

A relação carbono/nitrogênio (C:N) indica o grau de decomposição da matéria orgânica

do lixo nos processos de tratamento/disposição final. Em geral, essa relação encontra-se

na ordem de 35/1 a 20/1.

Características Biológicas

As características biológicas do lixo são aquelas determinadas pela população

microbiana e dos agentes patogênicos presentes no lixo que, ao lado das suas

características químicas, permitem que sejam selecionados os métodos de tratamento e

de disposição final mais adequados.

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O conhecimento das características biológicas dos resíduos tem sido muito utilizado no

desenvolvimento de inibidores de cheiro e de retardadores/aceleradores da

decomposição da matéria orgânica, normalmente aplicados no interior de veículos de

coleta para evitar ou minimizar problemas com a população ao longo do percurso dos

veículos.

Da mesma forma, estão em desenvolvimento processos de destinação final e de

recuperação de áreas degradadas com base nas características biológicas dos resíduos.

Apresenta-se a seguir a Tabela 08, mostrando a importância da plena caracterização dos

resíduos sólidos em relação ao planejamento de um sistema de limpeza urbana ou sobre

o projeto de determinadas unidades que compõem tal sistema:

Tabela 08 - Importância das características físicas, químicas e biológicas do lixo na limpeza urbana

CARACTERÍSTICAS IMPORTÂNCIA

Geração Per Capita Fundamental para poder projetar asquantidades de resíduos a coletar e adispor. Importante no dimensionamentode veículos.

Elemento básico para a determinação dataxa de coleta, bem como para o corretodimensionamento de todas as unidadesque compõem o Sistema de LimpezaUrbana.

Composição Gravimétrica Indica a possibilidade de aproveitamentodas frações recicláveis paracomercialização e da matéria orgânicapara a produção de composto orgânico.

Quando realiza por regiões da cidade,ajuda a se efetuar um cálculo mais justo datarifa de coleta e destinação final.

Peso Específico Aparente Fundamental para o corretodimensionamento da frota de coleta, assimcomo de contêineres e caçambasestacionárias.

Teor de Umidade Tem influência direta sobre a velocidadede decomposição da matéria orgânica noprocesso de compostagem. Influenciadiretamente o poder calorífico e o pesoespecífico aparente do lixo, concorrendode forma indireta para o corretodimensionamento de incineradores eusinas de compostagem.

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Influencia diretamente o cálculo daprodução de chorume e o corretodimensionamento do sistema de coleta depercolados.

Compressividade Muito importante para o dimensionamentode veículos coletores, estações detransferência com compactação ecaçambas compactadoras estacionárias.

Poder Calorífico Influencia o dimensionamento dasinstalações de todos os processos detratamento térmico (incineração, pirólise eoutros).

pH Indica o grau de corrosividade dosresíduos coletados, servindo paraestabelecer o tipo de proteção contra acorrosão a ser usado em veículos,equipamentos, contêineres e caçambasmetálicas.

Composição Química Ajuda a indicar a forma mais adequada detratamento para os resíduos coletados.

Relação C:N Fundamental para se estabelecer aqualidade do composto produzido.

Características Biológicas Fundamentais na fabricação de inibidoresde cheiro e de aceleradores e retardadoresda decomposição da matéria orgânicapresente no lixo.

Composição Gravimétrica dos Resíduos Domiciliares de Andradas

No município de Andradas, esse tipo de análise não é realizado periodicamente, com a

frequência desejada. O ensaio atual não é suficiente para representar as variações na

composição de acordo com fatores como sazonalidade, condições climáticas, situação

econômica e financeira e classe social. A criação de uma série histórica deve refinar os

dados ao longo do tempo a fim de possibilitar melhorias na tomada de decisões quando

aos RSU – Resíduos Sólidos Urbanos. A tabela adiante mostra um estudo gravimétrico

dos RSD por classe social, fornecido pela Prefeitura Municipal de Andradas:

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Tabela 09 – Estudo Gravimétrico dos RSD por Classe Social em Andradas

Ordem Composição Física Fração dos Materiais por Classe Social (%)

A B C D E1 Matéria Orgânica 38,69 37,20 45,20 55,05 52,762 Papel e Papelão 17,76 23,11 14,99 13,33 11,813 Plástico 13,95 18,54 16,98 14,31 17,664 Madeira 0,86 0,67 0,35 0,42 0,385 Couro e Borracha 0,19 0,39 0,86 0,28 0,946 Pano e Estopa 2,16 1,92 4,27 5,09 5,757 Folha, Mato e Galhada 18,84 13,37 10,27 2,25 1,798 Metal Ferroso 0,59 0,69 1,29 0,93 1,039 Metal Não Ferroso 0,52 0,34 0,76 0,33 0,2910 Vidro 1,61 1,17 1,06 1,19 1,29

Material Orgânico - Item 1 38,69 37,20 45,20 55,05 52,76Material Reciclável - Itens 2,3,8,9,10 35,22 44,84 37,08 30,09 32,07

A média das frações de cada variável existente nos resíduos sólidos domiciliares de

Andradas pode ser observada na Tabela 10 a seguir:

Tabela 10 – Somatória das Frações de cada Variável Existentes nos RSD

Ordem Variáveis

Materiais

Tipo % em Peso

1 Matéria Orgânica Resto Alimentos 45,78%

2 Material Reciclável

Papel, Papelão 16,94 %

35,86%Plástico 16,30 %Metais, Vidros 2,62 %

3 Material Descartável

Madeira

18,36%

Tecidos

Couro, BorrachaTerra, Cerâmica

Resto JardinsPedra, Louça

Considerando o total das amostras e o total de recicláveis separados, pode-se afirmar

que o percentual de recicláveis com valor de mercado em Andradas, na média

corresponde a 35,86%. Dos dados obtidos também se verifica que os rejeitos

correspondem a aproximadamente 18,36% do total da amostra, o que nos leva a

concluir que a matéria orgânica corresponde em média a 45,78 %.

Atualmente, menos de 25% dos andradenses separa o lixo doméstico, o que nos permite

alcançar índices bastante promissores após a efetiva implementação do PGIRS.

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Conforme já informado, no município de Andradas, a geração de resíduos domésticos é

da ordem de 24 toneladas/dia, segundo dados de pesagem, contabilizando todos os

resíduos coletados por coleta convencional. A geração de resíduos per capita é da ordem

de 0,67 kg/dia. Em números, se 35,86% desta massa equivalem a 8,6ton/dia de resíduos

recicláveis, apenas 6,25% do total dos resíduos são recuperados, ou seja, 1,5ton/dia

pelos índices oficiais. Extraoficialmente este número pode chegar até a 2,6ton/dia se

somado ao trabalho informal dos catadores autônomos do município. Assim, acredita-se

que cerca de 6,0ton/dia de resíduos recicláveis ainda vão para o aterro sanitário do

município.

Salienta-se que o município não possui instrumentos de fiscalização e controle que

possibilitem obter uma noção global da quantidade de resíduos sólidos gerados,

independente de quem seja a responsabilidade pela gestão dos mesmos. Apenas o

resíduo domiciliar está caracterizado e quantificado no momento de elaboração deste

documento.

Resíduos Sólidos Domiciliares – Óleo vegetal

O serviço de coleta seletiva de óleos vegetais comestíveis compreende o recolhimento

regular de óleos mistos servidos que, gerados em cozinhas domiciliares e industriais,

tenham condições de destinação para cooperativa de transformação em biodiesel e

posterior comercialização pelas empresas que tenham potencial de utilização de energia

renovável. No município de Andradas ainda não há monitoramento por parte do poder

público quanto à destinação final e ainda não se conhece a quantidade que pode ser

coletada em domicílios, pontos de entregas voluntários e em grandes geradores.

Resíduos Sólidos da Limpeza de Pontos Críticos

Em visita a campo no dia 22 de agosto de 2013, tendo como guia, o Secretário de

Obras, Serviços Públicos e Transporte Interno, Sr. Paulo Diogo Rosa, foi possível

perceber a dimensão do problema enfrentado pelo município com o descarte irregular de

pequenos volumes tais como restos de materiais de construção, móveis, pneus e galhos

entre outros, por toda a cidade, comprometendo a segurança da população e sua

qualidade de vida, além da beleza da área pública. Grande parte é lançada em margens

de rios e córregos, terrenos vagos, nas encostas, nos passeios públicos, nas praças e em

áreas protegidas por lei, gerando impactos ambientais negativos.

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O serviço de coleta destes resíduos é realizado com frequência pela equipe de limpeza,

chegando a ser efetuada em alguns pontos quase que diariamente, mas o descarte

clandestino reaparece com velocidade muito superior a eficiência das equipes de

trabalho da Secretaria, que também cuidam da manutenção das vias públicas e dos

equipamentos urbanos.

Alguns pontos mais críticos foram mapeados pela equipe do Grupo Brasil Ambiental

como se pode verificar na Tabela 11 e nas figuras abaixo:

Tabela 11 – Pontos Críticos de Descarte de Resíduos Diversos

Pontos Críticos de Descarte de Resíduos Diversos em Andradas(MG)Descrição do Ponto X Y

Caçamba de lixo na área rural 333686 7558229Bota fora na margem do rio 337639 7557830Bota fora na margem do rio no bairro Samambaia 338597 7559867Bota fora na margem do rio no bairro Samambaia 338189 7559881Bota fora na margem do rio no bairro 7 de setembro 337161 7557505Bota fora na margem do rio no bairro Mutary 337117 7557272Bota fora em terreno particular (aterro) 336518 7555919

Figura 34 – Uso inadequado de caçamba de lixo na área rural

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Figura 35 – Panorama de uma encruzilhada de estradas na área rural

Figura 36 – Descarte de pneu e móveis próximo a ponte sobre o córrego

Figura 37 – Carcaça de TV dentro do córrego

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Figura 38 – Lixo descartado junto ao muro em local de difícil acesso na margem contrária do córrego

Figura 39 – Lixo descartado fora do dia de coleta e no solo em área pública

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Figura 40 – Entulho lançado à beira de córrego

Figura 41 – Restos de móveis descartados em praça pública

Figura 42 – Restos de móveis descartados em entrada de lote vago

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Figura 43 – Grande quantidade de entulho lançado dentro de manancial em rua sem saída

Figura 44 – Novo bota fora formando-se a beira de córrego

Figura 45 – Restos de podas lançados no passeio

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Figura 46 – Resíduos lançados e queimados em lote vago

Resíduos Sólidos Gerados na Construção Civil

A gestão e manejo de Resíduos da Construção Civil – RCC estão disciplinados na

Resolução 307 do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, desde o ano de

2002, que estabeleceu diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de RCC,

abrangendo desde a classificação até sua disposição adequada, passando pela atribuição

de responsabilidades ao poder público e também aos geradores. A resolução criou

instrumentos para avançar no sentido da superação de problemas ambientais oriundos

do mau gerenciamento desses resíduos.

Entretanto, o gerenciamento adequado dos RCC ainda encontra obstáculos pelo

desconhecimento da natureza dos resíduos e pela ausência de cultura de separação, entre

outros. Dessa forma, conhecer e diagnosticar os resíduos gerados possibilitará o melhor

encaminhamento para o plano de gestão e o gerenciamento dos RCC.

No Brasil, do total de 5.564 municípios, 72,44% dos municípios avaliados pela PNSB

possuem serviço de manejo de resíduos de construção civil, sendo que, 2.937 (52,79%)

exercem o controle sobre os serviços de terceiros para os resíduos especiais. A maioria

dos municípios (55,26%) exerce o controle sobre o manejo de resíduos especiais

executados por terceiros para manejo de RCC. A pesquisa do SNIS, com base nos dados

de 2008, identificou os municípios brasileiros que coletam RCC, por meios próprios ou

contratação de terceiros, e os municípios que cobram por esses serviços. A soma das

quantidades coletadas nos municípios participantes da pesquisa pode representar uma

estimativa nacional, sendo esta cerca de 7.192.372,71 t/ano de quantidade coletada de

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RCC de origem pública e 7.365.566,51 t/ano de quantidade coletada de RCC de origem

privada. É interessante esclarecer que essas quantidades não correspondem ao total de

RCC gerados, uma vez que não estão contabilizadas as construções e descartes

clandestinos.

Segundo a pesquisa, no Brasil 124 municípios adotam a triagem simples dos RCC

reaproveitáveis (classes A e B); 14 realizam a triagem e trituração simples dos resíduos

classe A; 20 realizam a triagem e trituração dos resíduos classe A, com classificação

granulométrica dos agregados reciclados; 79 fazem o reaproveitamento dos agregados

produzidos na fabricação de componentes construtivos e 204 adotam outras formas.

O cenário nacional aponta que existe o conhecimento por parte do gerador e municípios

a respeito da existência da Resolução CONAMA 307/2002, quanto à responsabilidade

do gerador sobre o gerenciamento dos RCC, cabendo ao Plano Municipal de Resíduos

da Construção Civil estabelecer metas relativas à coleta, tratamento e disposição final

adequada, e principalmente, uma forte campanha para minimizar o desperdício e

intensificar as ações sobre os aspectos preventivos na gestão dos RCC.

O setor da construção civil ganhou um papel de destaque nos últimos tempos, tendo

vários fatores contribuídos para o melhor desempenho do setor. O incremento na oferta

de crédito imobiliário, o aumento do emprego formal, o crescimento da renda per capita

e a estabilidade macroeconômica foram alguns desses fatores.

Esse setor, bem como os demais componentes da indústria, sofreu os impactos da crise

econômica de 2008/2009. Segundo o IBGE, através do Sistema de Contas Trimestrais, o

resultado das atividades do setor em 2009 foi negativo (-6,3%). Porém, esta estatística

não reflete o real desempenho da construção civil uma vez que, em 2009, o setor

exerceu um papel anticíclico na economia nacional, com incentivos federais para suas

atividades – políticas fiscais (como a redução no IPI de alguns materiais de construção),

introdução de programas de concessão de subsídios (como o Programa Minha Casa,

Minha Vida) que, além do caráter social, veio para aquecer as atividades na economia,

conforme mostra o relatório Construção Civil 2011 (INDICADOR, 2011).

Qual a importância desses dados para o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

do Município de Andradas? O crescimento da cidade – representado neste levantamento

de dados pelos alvarás e habite-se – representa um problema à administração pública: a

coleta e destinação final dos resíduos gerados pela construção civil.

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Além do volume, a maior preocupação é a destinação atual desses resíduos: grande

parte é lançada em aterros não licenciados, margens de rios e córregos, terrenos vagos,

nas encostas, nos passeios públicos e em áreas protegidas por lei, gerando impactos

ambientais negativos.

Vieira (2003 apud HOLDERBAUM, 2009, p.21), sobre a estimativa nacional de

geração de resíduos, afirma que as estimativas pontuais levam a uma geração anual

entre 220 a 670 quilos de resíduos de construção e demolição por habitante, ou 150

quilos de resíduos gerados para cada metro quadrado de área construída.

Em Andradas, os serviços de limpeza pública e transportadores particulares recolhem

cerca de 80 toneladas de RCC por dia, segundo levantamentos realizados junto a

Secretaria de Obras e as duas empresas de disk caçamba do município. De acordo com o

dado apresentado acima é possível observar que os resíduos da construção civil

contribuem com cerca de 70% de todo o volume de resíduos sólidos gerados no

município. Grande parte destes resíduos não aparece nos índices oficiais devido ao

altíssimo percentual de obras clandestinas no município. Oficialmente, a Tabela 12

abaixo demonstra os alvarás concedidos no ano de 2012 e até agosto de 2013:

Tabela 12 – Alvarás concedidos pela PrefeituraTIPO 2012 2013 até agosto

Construção 476 322

Reforma 12 3

Demolição 14 19

N° total de alvarás 502 322

Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente

É importante destacar que os resíduos da construção civil, apesar de serem classificados

como inertes, podem oferecer riscos de degradação e devem ser gerenciados de maneira

adequada.

Importante ressaltar que não há lei que institua um sistema municipal de gestão

sustentável de resíduos da construção civil e resíduos volumosos. Também não há no

município pontos de entrega voluntária de resíduos (PEV) e controle através de

relatórios mensais que possibilitem conhecer melhor as empresas que prestam o serviço

de coleta para grandes geradores de RCC.

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Resíduos Sólidos Sujeitos à Logística Reversa

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, em 5 de maio de 2011 foram criados cinco

Grupos de Trabalho Temáticos – GTTs, para definir a forma de implantação dos

sistemas de logística reversa das seguintes cadeias produtivas: embalagens plásticas de

óleos lubrificantes; de lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz

mista; e de embalagens em geral, eletroeletrônicos e medicamentos.

O Acordo Setorial para implantação do sistema de logística reversa de embalagens

plásticas de óleos lubrificantes foi assinado pelos sindicatos representativos do setor

empresarial e pela senhora Ministra do Meio Ambiente no dia 19 de dezembro de 2012,

publicado no Diário Oficial da União em janeiro de 2013. O Edital de Chamamento

para a Logística Reversa de Lâmpadas Fluorescentes de Vapor de Sódio e Mercúrio e de

Luz Mista teve o seu prazo de recebimento de propostas concluído em novembro de

2012, ocasião em que foram recebidas duas propostas, avaliadas pela equipe técnica do

MMA. Iniciou-se então a fase de harmonização e negociação com o setor empresarial,

com previsão de publicação da consulta pública nos primeiros meses de 2013.

O Edital de Chamamento para a Logística Reversa de Embalagens em Geral teve seu

prazo de recebimento de propostas encerrado no dia 02 de janeiro de 2013.

O Edital de Chamamento para a Logística Reversa de Produtos Eletroeletrônicos foi

aprovado na reunião do CORI de 19 de dezembro de 2012 e foi publicado no mês de

janeiro. Quanto ao GTT de medicamentos, diversas reuniões de trabalho têm ocorrido

para sanar as dificuldades inerentes à essa cadeia, que exige considerações especiais

pelas dificuldades que encerra.

Apresentado como um dos instrumentos da PNRS, a Logística Reversa é definida no

Art. 3º, inciso XII da PNRS como: “o instrumento de desenvolvimento econômico e

social caracterizado pelo conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a

viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para

reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação

final ambientalmente adequada.” Assim, a PNRS também estabelece a responsabilidade

compartilhada pelos resíduos entre geradores, poder público, fabricantes e importadores.

Para a implementação da Logística Reversa é necessário o acordo setorial, que

representa: “ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes,

importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da

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responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto”. Nesse sentido, sem este

acordo prévio e o conhecimento da realidade local, regional ou nacional, o planejamento

de metas e ações poderá ser inadequado e, assim, os benefícios da gestão de resíduos

sólidos não serão eficientes e/ou eficazes e os prejuízos ambientais e socioeconômicos

continuarão a representar um ônus à sociedade e ao ambiente.

Este trabalho apresenta uma síntese do diagnóstico de alguns dos resíduos definidos

como objetos obrigatórios da logística reversa nos termos da PNRS. Esses resíduos são:

(1) pilhas e baterias, (2) pneus, (3) lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio

e de luz mista, (4) óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens e (5) produtos

eletroeletrônicos e seus componentes.

A PNSB revelou que dos 5.564 municípios brasileiros, apenas 2.937 (52,79%) exercem

controle sobre o manejo de resíduos especiais realizado por terceiros. Destes, foi

destacado o percentual de municípios que exercem controle sobre pilhas e baterias e

lâmpadas fluorescentes, sendo respectivamente 10,99% e 9,46%. Os resíduos

eletroeletrônicos (REE) têm recebido atenção por apresentarem substâncias

potencialmente perigosas e pelo aumento em sua geração. A geração de REE é o

resultado do aumento do consumo, se tornando um problema ambiental, e requerendo

manejo e controle dos volumes de aparatos e componentes eletrônicos descartados. O

Brasil produz cerca de 2,6 kg por ano de resíduos eletrônicos por habitante. Estes

produtos podem conter chumbo, cádmio, arsênio, mercúrio, bifenilas policloradas

(PCBs), éter difenil polibromados, entre outras substâncias perigosas.

No Brasil, um levantamento realizado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente -

FEAM – MG, apresentou o diagnóstico da geração de REE para o ano de 2009 e 2010,

para o estado de Minas Gerais, sendo apresentado uma estimativa de geração atual de

68.633 t/ano.

Em Andradas diagnosticou-se a ausência de um modelo de gestão que garanta a plena

fiscalização e controle sobre as responsabilidades dos fabricantes, comerciantes e

consumidores. Estima-se que sejam produzidos cerca de 490kg/dia de resíduos

eletrônicos no município. Grande parte é lançada livremente em córregos e áreas

públicas da cidade. Outra parte acaba misturada ao lixo doméstico que tem como

destino o aterro sanitário. O restante é recolhido pela coleta especial “Cata Treco” e vai

para o almoxarifado municipal, acondicionado de forma precária.

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Pneus Inservíveis

Conforme o artigo 1º § 1º da Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009,

os distribuidores, os revendedores, os destinadores, os consumidores finais de pneus e o

Poder Público deverão, em articulação com os fabricantes e importadores, implementar

os procedimentos para a coleta dos pneus inservíveis.

Os municípios onde não houver ponto de coleta devem ser atendidos pelos fabricantes e

importadores através de sistemas locais e regionais apresentados para tal finalidade. Os

estabelecimentos de comercialização de pneus são obrigados, no ato da troca de um

pneu usado por um pneu novo ou reformado, a receber e armazenar temporariamente os

pneus usados entregues pelo consumidor, sem qualquer tipo de ônus para este, adotando

procedimentos de controle que identifiquem a sua origem e destino.

Os estabelecimentos de comercialização de pneus, além desta obrigatoriedade, poderão

receber pneus usados como pontos de coleta e armazenamento temporário, facultada a

celebração de convênios e realização de campanhas locais e regionais com municípios

ou outros parceiros. O armazenamento temporário de pneus deve garantir as condições

necessárias à prevenção dos danos ambientais e de saúde pública, ficando

expressamente vedado o armazenamento de pneus a céu aberto.

Em Andradas, os pneus descartados tanto pela Prefeitura, na manutenção dos veículos

públicos, quanto pela população em geral, são armazenados no almoxarifado municipal

onde permanecem até formarem uma quantia suficientemente atrativa para a coleta por

partes de empresas que queiram reutiliza-los, reforma-los ou recicla-los. De acordo com

informações obtidas no local, o tempo de permanência dos pneus a céu aberto pode

chegar até a três meses aguardando a coleta e destinação final. A Figura 47 mostra a

situação de armazenamento atual:

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Figura 47 – Armazenamento temporário de pneus no almoxarifado municipal de Andradas

O Município possui atualmente uma frota de cerca de 18.000 veículos e gera

diariamente cerca de 40 pneus inservíveis, ou seja, representa um passivo ambiental de

14.000 pneus por ano. A Tabela 12 representa a evolução média da frota por tipo de

veículo:

Tabela 12 – Frota de Veículos de Andradas

FROTA DE VEÍCULOS - ANDRADASTIPO 2009 2010 EVOLUÇÃO

Automóveis 9.105 9772 7%Caminhões 866 920 6%Caminhões trator 24 23 -4%Caminhonetes 1434 1650 15%Micro-ônibus 61 68 11%Motocicletas 3330 3725 12%Motonetas 257 290 13%Ônibus 74 76 3%Utilitários 65 72 11%Outros 479 647 35%TOTAL 15.695 17243 10%Fonte: Detran/MG

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Vale lembrar que boa parte dos pneus são repassados diretamente às borracharias da

cidade recolocando-os no mercado como reformados. Atualmente não existe um

cadastro de revendedores, distribuidores e borracharias com a finalidade de controle

ambiental.

Lâmpadas

O pó que se torna luminoso encontrado no interior das lâmpadas fluorescentes contém

mercúrio. Isso não está restrito apenas às lâmpadas fluorescentes comuns de forma

tubular, mas encontra-se também nas lâmpadas fluorescentes compactas. As lâmpadas

fluorescentes liberam mercúrio quando são quebradas, queimadas ou enterradas em

aterros sanitários, o que as transforma em resíduos perigosos Classe I, uma vez que o

mercúrio é tóxico para o sistema nervoso humano e, quando inalado ou ingerido, pode,

causar uma enorme variedade de problemas fisiológicos. Uma vez lançado ao meio

ambiente, o mercúrio sofre uma "bioacumulação", isto é, ele tem suas concentrações

aumentadas nos tecidos dos peixes, tornando-os menos saudáveis, ou mesmo perigosos se

forem comidos frequentemente. As mulheres grávidas que se alimentam de peixe

contaminado transferem o mercúrio para os fetos, que são particularmente sensíveis aos

seus efeitos tóxicos. A acumulação do mercúrio nos tecidos também pode contaminar

outras espécies selvagens, como marrecos, aves aquáticas e outros animais.

Segundo a Associação Brasileira de Indústria da Iluminação - ABILUX, em 2007 foram

comercializadas lâmpadas produzidas internamente e importadas, conforme pode ser visto

na Tabela 13:

Tabela 13 - Dados estimados do mercado de lâmpadas em 2007

TIPO LâmpadasComercializadas

ORIGEMINTERNA IMPORTADA

Fluorescentes tubulares 70 milhões/ano 80% 20%

Fluorescentes compactas 90 milhões/ano 100%

HID (descarga de altapressão)

09 milhões/ano 30% 70%

Fonte: ABILUX (2007)

Em Andradas não existe nenhum programa sistematizado de coleta destes resíduos. De

modo geral, são coletados no dia de coleta especial “Cata Treco” ou recebidos no

almoxarifado municipal. Hoje existe uma grande quantidade de lâmpadas fluorescentes

armazenadas no almoxarifado aguardando destinação final conforme a Figura 48 abaixo:

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Figura 48 – Lâmpadas armazenadas no chão em barracão no almoxarifado

Não existem no município empresas de gerenciamento, tratamento e destinação adequada

de resíduos classe I, e as fontes geradoras são atendidas pela iniciativa privada. A

supervisão de meio ambiente já abriu processo administrativo para doação das mesmas

para empresa especializada e aguarda a conclusão do setor de compras.

Não há monitoramento pelo poder público sobre o processo de logística reversa por parte

dos comerciantes e população, tampouco uma estimativa de geração deste resíduo no

município. Para se ter uma ideia do problema, a nível de Brasil, apenas 9,4% dos

municípios controlam os serviços terceirizados sobre manejo de lâmpadas fluorescentes.

Pilhas e Baterias

Dos 5,42% de municípios que atuam no manejo de pilhas e baterias, 30 municípios

acondicionam em recipientes estanques (vedados) para encaminhamento periódico a

indústrias do ramo, 72 municípios realizam a estocagem simples, a granel, para

encaminhamento periódico à indústria do ramo e 14 municípios adotam outra forma de

acondicionamento. As formas de disposição de pilhas e baterias nos 302 municípios

com manejo desses resíduos são:

33 municípios realizam a disposição em vazadouro, em conjunto com os demais

resíduos; 30 municípios realizam disposição sob controle, em aterro convencional, em

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conjunto com os demais resíduos; 64 adotam a disposição sob controle, em pátio ou

galpão de estocagem da prefeitura, específico para resíduos especiais; 17 municípios

adotam a disposição sob controle, em aterro da prefeitura específico para resíduos

especiais; 24 atuam com a disposição sob controle, em aterro de terceiros específico

para resíduos especiais e 4 municípios realizam outra forma de disposição.

Como diagnóstico da situação atual dos resíduos de pilhas e baterias, o município de

Andradas não apresenta programas específicos para a coleta de pilhas e baterias bem

como não apresenta pontos de entrega voluntária. Devido a essa deficiência, em

conjunto com a falta de conscientização da população, os resíduos de pilhas e baterias

do município são dispostos na coleta convencional de resíduos domésticos, tendo por

fim o aterro sanitário. Quando a separação é feita em domicilio, geralmente, estes

resíduos são entregues a comerciantes locais. Entretanto, a quantidade separada é

insignificante e não há informações sobre a destinação dada pelos comerciantes. Não

existe legislação local específica que trate do assunto.

Eletroeletrônicos

Na cidade de Andradas não há conhecimento sobre empresas que promovam o reuso ou

remanufatura dos eletroeletrônicos e equipamentos danificados. Segundo informações da

Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente existe a intenção de se doar estes resíduos

que chegam através da coleta “Cata Treco” para uma empresa do interior de São Paulo

que desmonta os mesmos e segrega os componentes para reciclagem. Atualmente não há

monitoramento pelo poder público nem legislação local específica que trate do assunto.

Resíduos Sólidos Gerado no Saneamento Básico

Como informado anteriormente, existem três Estações de Tratamento de Esgoto que

geram 30m³ de lodo mês e atendem somente quatro bairros, perfazendo um total de 10%

da população do município. O resíduo gerado é composto de lodo de esgoto e material

retido no gradeamento e caixas de areia, além de areia contaminada no processo. O

material é coletado no serviço de limpeza pública domiciliar e encaminhado ao aterro

sanitário para disposição final.

Resíduos Sólidos Cemiteriais

Os resíduos sólidos cemiteriais são:

Resíduos da construção civil,

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Resíduos das exumações,

Resíduos dos féretros,

Resíduos das jardinagens, varrição e limpeza.

O Aterro Sanitário recebe os resíduos sólidos gerados no cemitério caracterizados por

materiais comuns, como restos de flores e velas. Os restos mortais originários de

exumações permanecem no Cemitério.

No cemitério, não existe separação dos resíduos sólidos dos resíduos funerários, cujo

destino é o lixo comum. As funerárias não tem plano de gerenciamento de resíduos

sólidos.

Resíduos Sólidos Industriais

Esse tipo de resíduo necessita de um tratamento adequado e especial pelo seu potencial

poluidor. Adota-se a NBR 10.004 da ABNT para classificar os resíduos industriais:

Classe I (Perigosos), Classe II (Não perigosos), Classe II A (Não perigosos - não

inertes) e Classe II B (Não perigosos - inertes).

Em Andradas destaca-se a produção de louça sanitária, indústria moveleira, confecções

(de malhas, vestuário masculino e feminino em tecidos diversos e moda em couro),

tecnologia vegetal (da empresa Multiplanta sai 70% das mudas de morangos produzidas

em todo o Brasil) e laticínios. A listagem abaixo não esgota a relação de

empreendimentos que merecem atenção, entretanto, foram citados devido às

características de geração de resíduos sólidos industriais.

EMPREENDIMENTOS PARA TRABALHAR A REDUÇÃO, REAPROVEITAMENTO E DESTINAÇÃO DOSRESÍDUOS

ABATEDOURO DO PORCO GORDO LTDA - ME

AGROPECUÁRIA BARBOSA NETOS LTDA

AGROPECUÁRIA IRMÃOS TEIXEIRA LTDA

AGROTÉCNICA VERRONE COMERCIAL AGRÍCOLA LTDA

ANDRADAS INDÚSTRIA QUÍMICA LTDA

ASSOCIAÇÃO RECOLHIMENTO DE EMBALAGENS DE AGROTÓXICOS

AUTO POSTO GUAÇU LTDA

AUTO POSTO PEDRA AZUL LTDA

AUTO POSTO SÃO MARCOS LTDA - EPP

AVÍCOLA SÃO SEBASTIÃO LTDA

C. FERNANDO R. DA PAZ & CIA LTDA

CAFÉ BARONESA LTDA

CARA - COOPERATIVA AGROPECUÁRIA REGIONAL DE ANDRADAS LTDA

CARACOL DISTRIBUIDORA DE PETRÓLEO E DERIVADOS LTDA

CARROCERIAS ANSANI & FERRAZ LTDA

CARROCERIAS TREVISAN LTDA ME

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CERAMICA VILA RICA LTDA

COMERCIAL BUZATO E SOARES LTDA

COMERCIAL CAVAROLI RIBEIRO LTDA

COMPANHIA BRASILEIRA DE ALUMÍNIO - CBA

COMPANHIA GERAL DE MINAS

CONSTRUTORA ETAPA LTDA

DIRVAN INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.

ECOFOREST COMERCIO DE MADEIRAS LTDA

EGESA ENGENHARIA S.A

EXPURGA GUAÇU LTDA

FIORI CERÂMICA LTDA

FRIGORIFICO BBS LTDA ME

GRUPO AGROPECUÁRIO TEIXEIRA LTDA

GUILHERME JOÃO REIJERS

ICASA INDUSTRIA CERAMICA ANDRADENSE S/A

INDUSTRIA DE CALÇADOS DAIANE LTDA - ME

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS CARLIN LTDA

INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE DOCES PAN & RAMOS LTDA - ME

INDUSTRIA E COMERCIO DE VASSOURAS SUL MINEIRA LTDA

INDÚSTRIAS DE VASSOURAS NOVA LTDA ME

IRMÃOS BERALDO E CIA LTDA

J M TEIXEIRA INDÚSTRIA SERRA AZUL DE ALIMENTOS LTDA ME

KELLY CORRENTES MINAS LTDA

LAVADEIRA DE BATATAS IRMAOS PASTRE LTDA

LJM COMERCIO, EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO DE CAFÉ LTDA

M B INDUSTRIA DE LATICINIOS LTDA

MINASBOM PRODUTOS ALIMENTICIOS LTDA - EPP

MINERAÇÃO ANDRADENSE LTDA

MINERAÇÃO CALDENSE LTDA

MINERAÇÃO CURIMBABA LTDA

MINERAÇÃO DE FELDSPATO ANDRADENSE LTDA

MINERAÇÃO PERDIZES LTDA

MINERACAO REFRATARIOS ANDRADENSE

MKM - METAIS LTDA

MOVATZ MOVEIS LTDA.

MÓVEIS PIRINOTO LTDA - ME

MOVEIS TREVISAN LTDA

MULTIPLANTA TECNOLOGIA VEGETAL LTDA

OLARIA HORIZONTE LTDA

OUROMIX CONCRETO USINADO LTDA.

PAMPA INDUSTRIA E COMERCIO LTDA

PAPERKRAFT EMBALAGENS LTDA

PASTRE & CIA. LTDA.

PORTO AREIA JAGUARI LTDA - ME

PORTO HORIZONTE LTDA

PROSAB PRODUTOS PARA SANEAMENTO BÁSICO

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE ANDRADAS

SERRALHERIA MANTIQUEIRA DE ANDRADAS LTDA.ME

SOCIEDADE VINÍCOLA MARCON LTDA - EPP

TRANSPORTADORA UNIÃO LTDA

VARGINHA MINERAÇÃO E LOTEAMENTOS LTDA

VINHOS MUTERLE LTDA

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VINÍCOLA BASSO LTDA

WALDOMIRO DOS SANTOS

Reitera-se que os resíduos industriais, de posto combustível, da construção civil,

resíduos tecnológicos, resíduos de grandes geradores e resíduos agrícolas são de

responsabilidade do próprio gerador cabendo a eles o desenvolvimento de planos de

gerenciamento específicos (PGRS). Entretanto, é de responsabilidade do município

fiscalizar, dentro de sua jurisdição o correto manejo dos resíduos gerados empregando

ferramentas e leis que possibilitem o efetivo controle e conhecimento dos planos de

gerenciamento dos resíduos elaborados por esta classe de geradores.

Atualmente a Prefeitura não monitora todo o setor, a partir das apresentações dos PGRS

e tampouco possui infraestrutura para contínuas fiscalizações. Não há no município lei

específica que determine qualquer obrigação de reporte dos PGRS ou do processo

produtivo com a descrição do descarte de resíduos gerados neste processo.

Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris Inorgânicos

Como dito anteriormente, o caráter inovador da “lei dos agrotóxicos” situa-se na divisão

de responsabilidades a todos os agentes envolvidos (fabricantes, revendedores,

agricultores e poder público) no ciclo de vida das embalagens.

Para o segmento de fertilizantes, a legislação vigente não contempla a destinação das

embalagens, sendo que estatísticas e informações para o retorno ou a destinação das

embalagens são praticamente inexistentes.

Praguicidas de uso veterinário e agrícola têm semelhanças químicas e/ou estruturais,

assim é razoável esperar que os antiparasitários veterinários recebam atenção

semelhante aos agrotóxicos, o que não se observa atualmente. Informações sobre o

retorno das embalagens limitam-se, normalmente, a descrições simplificadas nos rótulos

ou em bulas que acompanham os insumos.

De forma geral, a ausência de informações oficiais sistematizadas seguiu como a

principal dificuldade em realizar o diagnóstico dos resíduos sólidos inorgânicos

presentes no setor agrossilvopastoril.

A coleta, o armazenamento e a destinação final destes resíduos cabem aos seus

geradores e setor produtivo. Estes resíduos já são objeto de fiscalização pela esfera

estadual.

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A falta de fiscalização e de penalidades mais rigorosas para o manuseio inadequado

destes resíduos faz com que sejam misturados aos resíduos comuns e dispostos nos

vazadouros das municipalidades, ou – o que é pior – sejam queimados nas fazendas e

sítios mais afastados, gerando gases tóxicos.

Entretanto, o cenário tem mudado bastante. Minas Gerais recolheu durante o primeiro

semestre deste ano um total de 2.126 toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos

que poderiam causar impactos negativos ao meio ambiente. O Estado é o sexto do país

que mais recolheu embalagens e 94% dos produtos adquiridos tiveram destinação final

adequada. Mesmo com o recolhimento desse montante, continua sendo o sexto Estado

em consumo do produto. Os dados são do Inpev (Instituto Nacional de Processamento

de Embalagens Vazias).

Em Minas, cabe ao IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) fiscalizar o comércio,

transporte, prestadores de serviços e de aplicação, armazenamento e uso de agrotóxicos

na agricultura. Desde 2002, participa do recolhimento de embalagens vazias desses

produtos em parceria com o Inpev. A atividade é obrigatória e está prevista em lei há 13

anos.

O IMA atua na fiscalização dos estabelecimentos comerciais de agrotóxicos e afins

onde os produtos são armazenados e vendidos. Nas propriedades rurais, verifica se os

produtores praticam a devolução correta, com a preparação das embalagens por meio do

processo de tríplice lavagem e inutilização. Ainda durante o primeiro semestre de 2013

foram realizadas 2.533 fiscalizações em estabelecimentos comerciais, 204 em

prestadores de serviço de aplicação de agrotóxicos e afins e 3.502 do uso de agrotóxicos

em propriedades rurais, totalizando 6.239 ações de fiscalização. A coordenadoria

regional do IMA que atende Andradas encontra-se em Pouso Alegre.

Andradas conta com importante atuação da Associação Recolhimento de Embalagens

de Agrotóxicos para cumprir com a legislação federal vigente. A atuação da Associação

pode servir de base para a elaboração de uma legislação local que discipline o

armazenamento e descarte das embalagens de outros produtos tais como fertilizantes,

praguicidas e vacinas.

Estima-se que o número de agricultores familiares do município esteja hoje em torno de

2.500 (dois mil e quinhentos) agricultores segundo dados do CMDRS – Conselho

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Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável em Andradas, outro importante órgão

de atuação na área rural do município.

Acreditamos que a melhor atuação do município portanto, deve ser na direção da

educação e conscientização ambiental, dada a dificuldade de se realizar fiscalização

contínua no meio rural.

Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris Orgânicos

No campo a prática, sob os pontos de vistas ambiental, social e econômico, percebe-se

que o Município, na sua maioria, acaba gerenciando seus resíduos sólidos de forma

tecnicamente inadequada, não observando princípios básicos, tais como: a prevenção; o

aproveitamento; a reciclagem e outras formas de valorização dos resíduos, como a

compostagem, além de não oferecer uma destinação final adequada para os mesmos.

Da mesma forma que o item anterior, acreditamos que a melhor atuação do município

deve ser na direção da educação e conscientização ambiental, além da promoção de

cursos e oficinas que instruam sobre a redução de perdas, reaproveitamento dos resíduos

na compostagem e a correta destinação final dos rejeitos.

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CUSTOS

A recorrente discussão sobre a implantação ou não de mecanismos de cobrança nos

municípios foi encerrada pela decisão do Congresso Nacional aprovando a Lei da

Política Nacional de Resíduos Sólidos, que revigora neste aspecto, a diretriz da Lei

Federal de Saneamento Básico. Pela Lei 11.445/2007, não têm validade os contratos que

não prevejam as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da

prestação de serviços públicos, incluindo o sistema de cobrança, a sistemática de

reajustes e revisões, a política de subsídios entre outros itens. Harmonizada com este

preceito, a Lei 12.305/2010 exige que os planos explicitem o sistema de cálculo dos

custos da prestação dos serviços públicos, e a forma de cobrança dos usuários.

As informações sobre os custos dos processos atuais de gestão dos resíduos são de

extrema importância, como, por exemplo, o percentual do orçamento municipal

despendido com o gerenciamento público de resíduos. Interessa registrar também dados

sobre o custo unitário da coleta convencional, custo de transporte dos resíduos, e o custo

unitário da disposição final na solução adotada localmente.

É necessário ainda, organizar as informações sobre eventuais receitas para o

gerenciamento dos resíduos, registrando-se a existência ou não da cobrança pelos

serviços. O SNIS 2009 mostra que, praticamente 50% dos municípios pesquisados cobra

o manejo dos resíduos, sendo que a ampla maioria deles o faz por meio de taxa

específica inserida no boleto do IPTU, ocorrendo ainda a cobrança em boleto pelo uso de

água, em boleto específico da limpeza urbana ou outras modalidades (MCidades, 2011).

É necessário ainda organizar os dados sobre custos diretos de operações de coleta e

transporte, de destinação e disposição, inclusive os custos de limpeza corretiva em

pontos viciados de deposição irregular; as informações sobre custos indiretos tais como

os de fiscalização, combate a vetores, administrativos, os relativos à amortização e

depreciação de investimentos e outros. É importante definir um indicador que relacione

as “despesas com manejo dos resíduos sólidos urbanos” e as “despesas correntes

municipais”. Um dado disponível no SNIS, medido em 2008, indica que esta relação

estava em 5,3%, com valores maiores nos maiores municípios (MCidades, 2010). Outro

dado de interesse é o nível de despesas per capita: no ano de 2009, em 1.306 municípios

pesquisados, eliminando-se os municípios com população acima de 1 milhão de

habitantes, o valor detectado pelo SNIS foi de R$ 51,48/hab/ano (MCidades, 2011).

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150

Outros documentos apontam informações que podem auxiliar na análise de como andam

os custos locais:

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos revela os seguintes custos para a

disposição final em aterro sanitário: municípios pequenos (menos de 100 mil

habitantes) R$ 54,25/t; médios (mais de 100 mil habitantes) R$ 35,46/t, e grandes

(acima de 1 milhão de habitantes) R$ 33,06/t (MMA, 2011);

O SNIS 2008 aponta que o custo da varrição na média dos municípios

pesquisados gira em torno de R$ 53,32 por quilômetro varrido, com uma

produtividade de 1,3 km diário/funcionário (MCidades, 2010);

A coleta de resíduos domiciliares e da limpeza pública correspondem a cerca de

45% do custo total dos serviços, e a varrição a quase 21% (MCidades, 2010).

Coleta de RSU e Demais Serviços de Limpeza Urbana – Brasil

Tabela 14 – Recursos Aplicados na Coleta de RSU

Região

2010 2011

Recursos AplicadosColeta RSU /

Equivalente porHabitante

(R$ milhões/ano) / (R$/mês)

PopulaçãoUrbana

(hab.)

RecursosAplicados naColeta RSU

(R$ milhões/ano)

ValorEquivalente por

Habitante

(R$ / mês)

Norte 531 / 3,79 11.833.104 571 4,02

Nordeste 1.488 / 3,19 39.154.163 1.599 3,40

Centro-Oeste

450 / 3,00 12.655.100 482 3,17

Sudeste 3.756 / 4,19 75.252.119 4.010 4,44

Sul 931 / 3,34 23.424.082 1.022 3,64

BRASIL 7.156 / 3,71 162.318.568 7.684 3,94

Fontes: Pesquisas ABRELPE 2010 e 2011 e IBGE 2011

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151

Tabela 15 – Recursos Aplicados nos Demais Serviços de Limpeza Urbana

Região

2010 2011

Recursos AplicadosDemais Serviços deLimpeza Urbana*

Equivalente por Habitante

(R$ milhões/ano)/(R$/mês)

PopulaçãoUrbana

(hab.)

RecursosAplicados Demais

Serviços deLimpeza Urbana*

(R$ milhões/ano)

ValorEquivalente por

Habitante

(R$/mês)

Norte 836 / 5,97 11.833.104 882 6,21

Nordeste 2.897 / 6,22 39.154.163 3.110 6,62

Centro-Oeste

488 / 3,26 12.655.100 520 3,42

Sudeste 6.555 / 7,32 75.252.119 6.780 7,51

Sul 1.266 / 4,54 23.424.082 1.232 4,38

BRASIL 12.042 / 6,24 162.318.568 12.524 6,43

Fontes: Pesquisa ABRELPE 2010 e 2011 e IBGE 2011

(*) Inclusos destinação final dos RSU, varrição, capina, limpeza e manutenção de parques e jardins, limpeza de

córregos, etc.

Coleta de RSU e Demais Serviços de Limpeza Urbana - Região Sudeste

Tabela 16 – Recursos Aplicados na Coleta de RSU e Demais Serviços de Limpeza Urbana na Região Sudeste

RecursosAplicados

2010 2011

Recursos AplicadosEquivalentes por

Habitante

(R$ milhões/ano) / (R$/mês)

PopulaçãoUrbana

(hab.)

RecursosAplicados

(R$ milhões/ano)

ValorEquivalente por

Habitante

(R$ / mês)

ColetaRSU

3.756 / 4,19

75.252.119

4.010 4,44

DemaisServiços de

LimpezaUrbana*

6.555 / 7,32 6.780 7,51

Fontes: Pesquisa ABRELPE 2010 e 2011 e IBGE 2011

(*) Inclusos destinação final dos RSU, varrição, capina, limpeza e manutenção de parques e jardins, limpeza de

córregos, etc.

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152

Custos da Limpeza Pública em Andradas

Em Andradas os serviços de limpeza urbana são remunerados através de uma taxa

cobrada na mesma guia do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). De um modo

geral, a receita com a arrecadação da taxa, que raras vezes é cobrada fora do carnê do

IPTU, representa apenas um percentual inferior aos custos reais dos serviços, advindo

daí a necessidade de recursos complementares por parte do Tesouro Municipal.

O valor arrecadado com a taxa de coleta de lixo junto ao IPTU foi de R$484.378,00

(quatrocentos e oitenta e quatro mil trezentos e setenta e oito reais) no ano de 2012,

cerca de R$12,61 (doze reais e sessenta e um centavos) por habitante.

Conforme dados repassados pela Secretaria Municipal de Fazenda, as despesas com

manutenção da limpeza pública no exercício de 2012 foram:

Tabela 17 - Despesas com serviços de limpeza urbana em 2012

DESPESAS POR ITEM DE CUSTO IDENTIFICADO NO SISTEMA DE CUSTEIO – ANO 2012

Manutenção Limpeza Pública (varrição, coleta, capina, saúde, público e domiciliar) Valor (R$)

Material de Consumo 3.173,19

Serviços de Terceiros Pessoas Físicas 5.507,68

Serviços de Terceiros Pessoas Jurídicas 122.118,12

Operação do Aterro Sanitário (materiais e serviços) Valor (R$)

Material de Consumo 155.604,04

Serviços de Terceiros Pessoas Físicas 0,00

Serviços de Terceiros Pessoas Jurídicas 288.788,50

Manutenção dos Veículos Utilizados na Limpeza Pública (inclusive administrativos) Valor (R$)

Material de Consumo 24.558,54

Serviços de Terceiros Pessoas Físicas 320,00

Serviços de Terceiros Pessoas Jurídicas 16,999,17

Média de Gastos com Combustível (inclusive administrativos) Valor (R$)

Gasolina 204.120,00

Óleo Diesel 31.200,00

Folha de Pagamento (todo o pessoal envolvido na limpeza urbana) 75 servidores Valor (R$)

Bruto 925.048,70

Líquido 628.808,96Fonte: Secretaria Municipal da Fazenda

Uma leitura direta dos valores apurados pela Secretaria Municipal da Fazenda

contabilizam despesas com o Sistema de Limpeza Pública da ordem de R$ 1.777.437,94

(um milhão setecentos e setenta e sete mil quatrocentos e trinta e sete reais e noventa e

quatro centavos) no ano de 2012. Entretanto, após análise dos dados obtidos junto às

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153

Secretarias de Obras, de Planejamento e da Fazenda, percebeu-se que existe um rateio

das despesas entre os diversos serviços urbanos, devido ao compartilhamento da

estrutura, dos veículos e dos servidores que, em sua grande maioria, estão lotados na

Secretaria de Obras. Assim, a manutenção dos veículos é única no almoxarifado

municipal e alguns servidores desempenham papéis múltiplos, principalmente em

cargos administrativos. Tal procedimento é bastante comum entre municípios de porte

menor, entretanto, pelo atual sistema de custeio, não é possível identificar itens

específicos de gastos de forma conclusiva, como, por exemplo, o custo de coleta da

tonelada de resíduos domiciliares especiais, o custo de coleta de resíduos da construção

civil, o custo efetivo de equipes de limpeza por tipo de serviço prestado, o custo do

quilômetro rodado por veículos de coleta e o custo por tonelada de disposição final de

resíduos no aterro. Percebeu-se a necessidade de criar itens de custo e planilhas de

controle específicas para a aferição destes valores após a efetiva implantação do PGIRS.

Ressalta-se que o município está em processo de transição (detentor exclusivo da

prestação dos serviços relacionados a resíduos sólidos urbanos para possíveis

terceirizações, como a varrição, capina e roçada, entre outros). Todo este conjunto

dificultou muito a apuração do valor real gasto com os serviços exclusivos de limpeza

urbana, porém, procurou-se chegar o mais perto possível da realidade conforme

verificado na Tabela 17. Assim, procurou-se também conhecer os principais

indicadores, demonstrados na Tabela 18 abaixo:

Tabela 18 – Principais indicadores de custo do manejo de RSU em AndradasRESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

Ano dereferência

Populaçãototal

(IBGE)

Cobrança dos serviçosReceitas e despesas com serviços de limpeza urbana

Regulares Especiais Receitas Despesas, segundo oagente executor

Desp

esa M

édia

por E

mpre

gado

Arre

cada

ção M

édia

por H

abita

nte

Desp

esa p

er ca

pita c

om R

SU

Aut

o Su

fici

ênci

a

Déf

icit

Anu

al

Déf

icit

per

capi

ta

Existência Forma Existência

Arrecadada Total Público Privado

Habitantes R$/ano R$/ano R$/ano R$/ano

2012

38.4

12

Sim

Taxa

no

IPTU

Não

R$ 48

4.378

,00

R$ 1.

777.4

37,94

R$ 1.

754.4

00,34

R$ 23

.037,6

0

R$ 12

.333,9

8

R$ 12

,61

R$46

,27

27%

R$ 1.

293.0

59,94

R$ 33

,66

Fonte: Prefeitura Municipal de Andradas

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154

Aspectos Econômicos da Prestação dos Serviços

O Município de Andradas arrecadou, no exercício de 2012, R$51.755.602,57 (cinquenta

e milhões setecentos e cinquenta e cinco mil seiscentos e dois reais e cinquenta e sete

centavos). Deste montante, 3,43% (três vírgula quarenta e três por cento) foram gastos

com a prestação dos serviços de manejo dos RSU, contra uma arrecadação específica

para esta finalidade de 0,93% (zero vírgula noventa e três por cento) deste montante o

que representa 27% (vinte e sete por cento) dos gastos com a prestação destes serviços.

Portanto, o déficit de arrecadação para a sustentabilidade da prestação destes serviços à

população foi de R$1.293.059,94 (um milhão duzentos e noventa e três mil cinquenta e

nove reais e noventa e quatro centavos) ou R$33,66 (trinta e três reais e sessenta e seis

centavos) por habitante/ano.

Vale lembrar que a ausência de um centro de custos que identifique os itens específicos

de despesas com a prestação dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos

sólidos pode mascarar parcialmente os valores obtidos rateados na manutenção dos

equipamentos públicos e em outras atividades da Secretaria de Obras.

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155

COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES

Para a visualização geral das competências e responsabilidades pelo manejo de cada um

dos resíduos sólidos gerados no Município, o quadro abaixo destaca os agentes

responsáveis:

Tabela 19 - Competências e Responsabilidades pelo Manejo dos Resíduos Sólidos do Município

Competências e Responsabilidades pelo Manejo dos Resíduos Sólidos doMunicípio

Tipos deresíduos R

espo

nsab

ilid

ades

públ

icas

Res

pons

abil

idad

espr

ivad

as

Pri

ncip

al

Com

plem

enta

r

Ger

ador

Tra

nspo

rtad

or

Rec

epto

r

Domiciliares RSD coleta convencional XDomiciliares RSD secos * (ainda não implantado) XDomiciliares RSD úmidos * (ainda não implantado) XLimpeza pública XConstrução civil - Volumosos X X XConstrução civil - Domiciliares X X X XVolumosos - Domiciliares X X XVerdes público – Volumosos XVerdes particular – Volumosos XServiços de saúde X X X XEquipamentos eletroeletrônicos X X XPilhas e baterias X X XLâmpadas - Domiciliares XPneus - Domiciliares XÓleos lubrificantes e embalagens X X XAgrotóxicos X X XSólidos cemiteriais XServiços públicos de saneamento básico XÓleos comestíveis X XIndustriais X X XServiços de transportes X X XAgrossilvopastoris X X X

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156

CARÊNCIAS E DEFICIÊNCIAS

Atualmente, o grande desafio é institucionalizar uma nova cultura e transpor antigos

hábitos, em uma nova gestão socioambiental nas atividades rotineiras dos municípios

brasileiros. Faz-se necessário criar compromissos da administração pública com o meio

ambiente, de forma a concretizar as ações esperadas no Plano Nacional de Resíduos

Sólidos e incorporar princípios e critérios que promovam a sensibilização de toda a

população. O princípio básico para o controle é o conhecimento do problema e a

resposta à sua altura.

Em Andradas diagnosticou-se como maior obstáculo para operacionalizar o PGIRS e a

nova gestão socioambiental a ausência de uma estrutura administrativa e operacional

adequada na Divisão de Meio Ambiente. Na verdade, a Secretaria Municipal de

Planejamento Urbano e Meio Ambiente conta com duas divisões: Divisão de

Segurança, Defesa Civil, Transporte e Trânsito e a Divisão de Planejamento Urbano e

Meio Ambiente. Esta última contém as Seções de Projetos Especiais e Urbanos, Uso e

Ocupação do Solo e Geoprocessamento, Parques e Jardins e Desenvolvimento de

Projetos, Fiscalização e Educação Ambiental. Esta última seção possui apenas um

supervisor e dois fiscais para todas as funções relacionadas ao Meio Ambiente. Abaixo

relembramos o organograma atual:

Da mesma forma, encontra-se na Secretaria Municipal de Obras, Serviços Públicos e

Transporte Interno a Secção de Manutenção Viária Urbana e Limpeza Pública conforme

organograma abaixo:

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157

Tal configuração administrativa e operacional está presente em muitos municípios

brasileiros de pequeno porte devido à economia de recursos humanos, equipamentos e

estruturas que são compartilhados por vários serviços. Entretanto, muitos municípios

crescem e mantêm tal estrutura que parece imortalizada, tornando-se ineficiente no

controle, na fiscalização e na orientação de atividades impactantes ao meio ambiente e à

qualidade de vida da população mais pobre.

O que se vê, no geral, são estruturas de Planejamento que não se comunicam com as

estruturas Operacionais limitando a ação do Planejamento, já sobrecarregado, e

impactando os resultados Operacionais que não atingem a excelência dos serviços. A

mão de obra e os equipamentos alocados na Secretaria de Obras não se subordinam à

Secretaria de Planejamento, por vezes carente de atendimento por parte da primeira. Por

outro lado, a Secretaria de Obras age conforme a demanda que não para de crescer,

devido ao crescimento do município e a ausência de políticas públicas e ações que

facilitem o seu trabalho.

A tarefa de reestruturação não é fácil e por vezes esbarra na ausência de recursos

financeiros e na falta de apoio do Poder Legislativo. Entretanto, para atender os anseios

da Política Nacional de Resíduos Sólidos, uma estrutura operacional mínima deve ser

criada na Divisão de Meio Ambiente, inclusive com previsão de processos de gestão

sobre a Limpeza Urbana e o Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos.

Outros problemas de ordem operacional foram relatados conforme segue na Tabela 20 o

resultado das Audiências Públicas realizadas no município:

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Tabela 20 - Tabulação dos dados das Audiências Públicas do dia 12/09/13 sobre o Diagnóstico do PGIRS deAndradas

PROBLEMAS SOLUÇÕES

Desconhecimento/falta de educação da população sobre osdanos do descarte incorreto do lixo doméstico ao meio

ambiente6

Divulgar e conscientizar apopulação sobre o PGIRS e

fazer uma educaçãoambiental contínua

7

Descarte incorreto de pilhas, baterias, lâmpadas e óleocombustível 1

Maior rigidez em relação àaplicabilidade das leis

ambientais no município1

Horário irregular da coleta de lixo 7 Coleta de lixo aoamanhecer ou noturna 5

Falta de educação ambiental nas escolas 1 Educação ambiental nasescolas 2

Diminuição da vida útil do aterro pela falta de coleta seletiva 1Implantação da coleta

seletiva e da cooperativade reciclagem

5

Falta de lixeira nas vias públicas 2

Criar uma legislaçãomunicipal que multe quem

descartar de formaincorreta o lixo domiciliar

6

Descarte do lixo nas margens do rio que corta a cidade 2 Coleta seletiva na áreaurbana e rural 1

Descarte incorreto do lixo na zona rural

1

Instalação de lixeiraspúblicas 4

Voltar com a lei municipalSECOS E MOLHADOS 1

Compostagem do lixoorgânico principalmente

na área rural1

Coleta seletiva da borra decafé para compostagem 1

Vazamento de chorume do aterro sanitário na época dachuva 2

Solução para o vazamentode chorume do aterro

sanitário1

OBSERVAÇÃO: Total de questionários recolhidos: 19; Nas respostas dos questionários há maisde um problema e uma solução proposta.

A análise da Consultoria vai de encontro à opinião da população expressa em

Audiência Pública como se segue:

- Deficiência na operação do Aterro Sanitário que sofre com a mão de obra

desqualificada, a ausência de um Responsável Técnico – RT que acompanhe

continuamente os trabalhos, manutenção inadequada dos sistemas de drenagem e de

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159

tratamento de efluentes, manutenção precária dos equipamentos e ausência de

instruções de trabalho claras;

- Deficiência dos processos de mobilização social e educação ambiental permanente

devido à ausência de equipe própria na seção de Educação Ambiental e sobrecarga de

trabalho da divisão de Meio Ambiente nas atividades de Planejamento do Município;

- Ausência de PEV´s - Pontos de Entrega Voluntária ou Ecopontos que poderiam

solucionar o descarte de pequenos volumes de resíduos da construção civil,

eletroeletrônicos, móveis e resíduos de podas nas vias públicas, lotes e margens de

córregos;

- Falta de consciência da população quanto ao assunto reaproveitamento dos materiais

recicláveis e coleta seletiva justamente por causa da deficiente Educação Ambiental

que poderia desenvolver oficinas educativas práticas com criação de objetos para

serem utilizados no dia a dia;

- Ausência de lixeiras em pontos estratégicos que sigam a mesma metodologia

adotada para as áreas urbana e rural, para lixos secos e úmidos, a fim de facilitar o

entendimento das pessoas, conforme recomendações do Ministério do Meio

Ambiente;

- Necessidade de implantação do Programa Agenda Ambiental na administração

pública municipal e demais órgãos públicos;

- Desenvolvimento de campanhas permanentes, na mídia local sobre coleta seletiva

nas áreas urbana, rural e no entorno montanhoso do Município;

- Implantação e operação sistemática e efetiva da coleta seletiva com inclusão dos

catadores organizados em UTC – Usina de Triagem e Compostagem conforme

previsto na legislação federal;

- Estímulo a compostagem doméstica mediante incentivos adotados de recursos

financeiros e tecnológicos disponíveis para a população, conscientizando do problema

e envolvendo-a para a responsabilidade, em busca do equilíbrio de composto orgânico

no ciclo;

- Implantação da cadeia logística fechada de manejo dos resíduos (coleta seletiva,

usina de triagem e compostagem - reciclagem, usina de triagem e reciclagem de

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160

resíduos da construção civil – reaproveitamento, redução do resíduo no aterro por

processos mecânicos e incineradores e disposição final do restante);

- Elaboração e instituição das leis ambientais no Município com previsão de educação

ambiental, controle, fiscalização, compartilhamento de responsabilidades e

alternativas punitivas para os transgressores;

- Instituição de política de incentivo municipal para instalação de empresas na cidade

para recolhimento e tratamento de resíduos especiais e indústrias de reciclagem de

materiais diversos;

- Implantação de um programa permanente de educação ambiental para coletores de

resíduos da construção civil, visando sua separação seletiva e destinação correta;

- Instituição do formulário de Resíduos da Construção Civil no processo de concessão

de alvarás para conhecimento da situação deste resíduo no município;

- Instituição de programa ambiental para pequeno, médio e grandes geradores de

resíduos da construção civil;

- Criação de uma divisão de fiscalização unificando os fiscais de várias secretarias

treinando-os para atuação nas diversas áreas;

- Conclusão da obra da usina de triagem e compostagem, formando a cooperativa dos

catadores;

- Necessidade de criar mecanismos de fiscalização e punição para quem jogar resíduos

em locais inadequados;

- Divulgação, incentivo e fiscalização do PGIRS nas construtoras, devendo ser

protocolados na secretaria municipal o competente PGRCC antes da autorização para

construir incluindo a indicação da destinação final do resíduo;

- Fiscalizar as pequenas empresas transportadoras;

- Realizar educação ambiental próximo aos Ecopontos criados;

- Normatizar atividades de coleta e destinação final de resíduos;

- Implantar o IPTU ecológico para as construções novas que aplicarem processos de

reciclagem e reaproveitamento dos resíduos, e desta forma oferecer vantagens para o

futuro proprietário;

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- Implantação de Ecopontos também na zona rural;

- Fomentar e educar para o processo de compostagem na área rural;

- Desenvolver estudos e pesquisas de alternativas que levem ao reaproveitamento dos

resíduos orgânicos oriundos de granjas de suínos e bovinos na biodigestão e geração

de energia;

- Implantar no sistema escolar municipal de forma integral o projeto de coleta seletiva,

no ensino fundamental e médio, bem como nas entidades subvencionadas pelas

Secretarias Municipais;

- Orientar a população sobre o lixo orgânico e o reciclável, bem como informar sobre

o dia da coleta seletiva;

- Veicular nos meios de comunicação, televisão, rádio, jornais, a necessidade de

mudanças de hábitos, a fim de conscientizar os munícipes e empresários da

necessidade da implantação da coleta seletiva;

- Unir lideranças comunitárias, associações, cooperativas, condomínios entidades de

classe e escolas, visando educar e orientar toda comunidade da importância da coleta

seletiva para o bem estar de todos;

- Definir o correto armazenamento/acondicionamento e descarte final de pneus e

sucatas em áreas rurais e urbanas;

- Obrigar os grandes geradores, centros automotivos e revendedores de pneu, o

cumprimento da logística reversa instituindo lei municipal e fiscalização;

- Criar parcerias públicas e privadas para execução dos projetos públicos de

estruturação do sistema de logística reversa;

- Parcerias com as ONGs para capacitação das associações e cooperativas;

- Propor leis municipais de incentivos fiscais para indústrias que destinam à

cooperativa seus resíduos;

- Definir local para armazenamento de pilhas, baterias, celulares e lâmpadas para

contrato com empresa de destinação correta desses resíduos;

- Definir os procedimentos para coleta, armazenagem e reciclagem do óleo de fritura

(vegetal);

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162

- Definir os procedimentos para a coleta seletiva nas escolas e órgãos públicos;

- Incentivar, realizar, promover parcerias e cursos de capacitação as pessoas,

funcionários e população em geral, acerca da importância da segregação e destinação

correta de resíduos;

- Elaborar banco de dados com informações precisas e relevantes, a partir de dados

matemáticos, sociais, culturais, econômicos e ambientais: quantidade de resíduos,

quantidade de empresas recicladoras, infraestrutura para logística reversa, quantidade

e condição social dos trabalhadores que participam da cadeia produtiva desses

resíduos, pontos críticos entre outros; e tornar acessível a toda população essas

informações para uma ação conjunta;

- Realizar diagnóstico e levantamento de dados referentes aos resíduos industriais da

cidade de Andradas para conhecimento e opinião da população;

- Realizar acordos setoriais entre o Município, indústrias produtoras e indústrias

geradoras de resíduos, visando minimizar os custos de tratamento e destinação dos

resíduos industriais, utilizando todos os meios para ter uma logística reversa

funcionando;

- Reciclar os resíduos gerados em obras públicas, aproveitando nas estradas vicinais;

- Monitorar as indústrias conhecendo seus PGRS e a prática dos mesmos através de

visitas programadas e obtenção de cópias destes documentos;

- Condicionar nos processos licitatórios pertinentes a apresentação de relatório do

plano de destinação final dos resíduos gerados pelas empresas.

PROPOSTAS DE INCLUSÃO SOCIAL AOS CATADORES

No Município de Andradas ainda não existe associação ou cooperativa para

organização dos catadores de resíduos. Assim, neste momento, procurou-se conhecer

o meio social e econômico específico dos catadores existentes na cidade para, em um

segundo momento, atender suas necessidades de inclusão e melhoria da qualidade de

vida. Durante os trabalhos de elaboração do PGIRS os catadores conhecidos na cidade

foram contatados e convidados a comparecer ao CRAS – Centro de Referência em

Assistência Social para serem informados das propostas da Prefeitura para os mesmos.

Segue nesta seção o estudo completo realizado que também estará disponível em

volume avulso:

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163

PLANO DE GERENCIAMENTO INTEGRADO DE

RESÍDUOS SÓLIDOS DE ANDRADAS - MG

Caracterização Socioeconômica

Andradas - MG

Setembro de 2013

1. INTRODUÇÃO

O município de Andradas, localizado na região do sul de Minas, realiza o Plano

de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos a fim de melhorar as

condições do meio ambiente e da população local. Este plano é de extrema

importância já que direciona o município nas ações a serem tomadas nos

próximos anos referentes aos resíduos sólidos de todo o território de Andradas.

O presente estudo contribui para o Plano ao levantar as condições

socioeconômicas de Andradas e também de uma população específica que

tem grande importância neste gerenciamento: os catadores de recicláveis, uma

vez que eles são responsáveis pelo recolhimento dos materiais passiveis de

reuso, e com isso evitam que centenas de quilos de matérias vão para o aterro

sanitário, diminuindo assim a vida útil do mesmo.

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164

Entender a dinâmica do município, como sua população vive, é importante para

traçar um perfil socioeconômico local e com isso conhecer melhor as condições

de vida destas pessoas.

O capítulo 2 apresenta dados sociais e econômicos levantados em fontes

secundárias como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

Fundação João Pinheiro, Ministério do Trabalho, Programa das Nações Unidas

para o Desenvolvimento (PNUD-ONU), entre outros.

Já o capítulo 3 aborda a condição do universo de catadores de recicláveis

identificados em Andradas. Este capítulo trata das condições sociais e

econômicas e traz uma breve analise sobre esta população.

2. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DO MUNICÍPIO DE

ANDRADAS

Neste capítulo serão apresentadas as características socioeconômicas do

município de Andradas e o levantamento socioeconômico realizado com os

catadores de recicláveis. A seguir serão apresentados temas relacionados à

economia, emprego e renda, educação e saúde. A fim de estudar a situação

social e econômica do município buscaram-se indicadores e dados das mais

diversas fontes – abaixo citadas – para entender a dinâmica municipal.

• Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM);

• Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M);

• Dados Censo IBGE 2000 e 2010;

• Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) – Ministério

do Trabalho.

2.1. Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal

O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) é elaborado pelo sistema

das Federações das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) e tem

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165

por objetivo acompanhar e avaliar o desenvolvimento de todos os municípios

brasileiros. O índice é avaliado anualmente e o dado mais recente é de 2010.

O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior será o

nível de desenvolvimento da localidade, o que permite a comparação entre

municípios ao longo do tempo. As variações são classificadas da seguinte

forma:

• Índice até 0,4 é considerado como baixo desenvolvimento;

• Índice de 0,4 a 0,6 é considerado como desenvolvimento regular;

• Índice de 0,6 a 0,8 é considerado como desenvolvimento moderado;

• Índice de superior a 0,8 é considerado alto desenvolvimento municipal.

O IFDM analisa três áreas do desenvolvimento humano: saúde, educação e

emprego e renda.

O IFDM distingue-se por ter periodicidade anual, recorte municipal e

abrangência nacional. Por ter recorte municipal, foram considerados os

aspectos básicos indispensáveis ao desenvolvimento local. O cenário

socioeconômico no qual os municípios estão inseridos também deve ser

considerado nas análises decorrentes dos resultados, uma vez que não há

como deixar de lado as realidades distintas dos municípios brasileiros. Assim, a

ênfase da leitura não deve se restringir somente a uma questão de posição no

ranking, mas também se de fato houve progresso num determinado município

ou região, em um dado período de tempo.

Abaixo segue quadro-resumo das variáveis que compõe o IFDM:

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Quadro 1: Componentes do IFDM.

Fonte: Firjan 2012

No último ranking, realizado em 2010 e divulgado em 2012 (referência ao ano

de 2010) este índice aponta que o município apresenta um índice de 0,7710,

considerado desenvolvimento moderado (entre 0,6 e 0,8). No estado Andradas

ocupa a posição 54º no total de 853 municípios do estado de Minas Gerais.

Ainda segundo o índice, nesta posição considerada desenvolvimento

moderado, encontram-se 21,3% dos municípios existentes no estado, o que

indica que Andradas acompanha o desenvolvimento apresentado para o

estado.

Quando se observa os componentes do índice, verifica-se que algumas áreas

de desenvolvimento apresentam valores superiores ao índice geral. Por

exemplo, o índice saúde, para o ano de 2009 apresentou o valor de 0,9361

(considerado alto desenvolvimento); o índice educação o valor de 0,8570,

enquanto o emprego e renda apresenta valores abaixo do IFDM geral, 0,5199,

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167

sendo considerado de desenvolvimento regular. Os dados podem ser

observados no gráfico 1:

Gráfico 1: IFDM e Indicadores do município de Andradas (MG)

Fonte: IFDM 2012

O gráfico 2 permite a observação da evolução do índice geral e de seus

componentes desde o ano de 2000 a 2010:

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Gráfico 2: Evolução anual do IFDM 2000-2010 para Andradas (MG)

Fonte: IFDM 2012

O gráfico indica que os índices componentes educação e saúde cresceram

constantemente no período observado, podendo-se apontar que provavelmente

ocorreram investimentos nestas duas áreas. Por sua vez o componente

emprego e renda apresentou oscilações variáveis, e não obteve melhoras

significativas mantendo-se como o mais baixo indicador do município. É

importante ressaltar que educação e emprego e renda são taxas interligadas,

pois o nível educacional da população reflete diretamente no tipo de emprego e

na renda. Isso pode indicar para o planejamento do município a necessidade

de incentivos quanto à criação de novos postos de trabalho e a melhoria da

renda da população no geral.

O mapa 1 a seguir apresenta os valores do índice Firjan para a microrregião a

qual pertence Andradas:

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Mapa 1 Índice Firjan de Desenvolvimento na Microrregião de Poços de Caldas (MG).

Fonte: IFDM 2012.

Na microrregião o município que apresenta melhor índice é Poços de Caldas,

com o valor de 0,8079, considerado alto desenvolvimento. O município de

Andradas está também em posição favorável se comparado à microrregião,

pois seu índice é o segundo maior da região seguido por Monte Sião, Ibitiúra

de Minas, Jacutinga, Caldas, Ouro Fino, Albertina, Santa Rita de Caldas,

Campestre, Bandeira do Sul e Botelhos respectivamente.

2.2. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) é elaborado pelo

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e visa avaliar a

qualidade de vida de determinado município, estado ou país. No Brasil o PNUD

conta com o apoio da Fundação João Pinheiro, Instituto de Pesquisas

Econômicas Aplicadas (IPEA) e o Centro de Desenvolvimento e Planejamento

Regional (CEDEPLAR) que é ligado a Faculdade de Ciências Econômicas da

Universidade Federal de Minas Gerais. Todas essas entidades elaboram o IDH

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municipal para o Brasil, e utilizam como fontes dados oficiais governamentais,

principalmente dados dos Censos.

O IDH-M é composto por três subíndices: renda, educação e longevidade. A

longevidade é obtida com base na esperança de vida ao nascer. O subíndice

educação baseia-se na taxa de alfabetização e na taxa bruta de freqüência à

escola. O subíndice renda tem como base a renda per capita média da

população. O IDH-M é um índice que varia de 0 a 1, sendo que quanto mais

próximo de 1 maior o desenvolvimento e quanto mais próximo a 0 menor o

desenvolvimento. De acordo com a classificação da Organização das Nações

Unidas (ONU), tem-se:

• IDH-M até 0,5 – baixo desenvolvimento;

• IDH-M entre 0,5 e 0,8 – médio desenvolvimento;

• IDH-M acima de 0,8 – alto desenvolvimento.

Para avaliar esses índices apresentar-se-á os dados referentes aos anos de

1991, 2000 e 2010 visto que no IDH-M 2010 foi refeito a metodologia para os

anos anteriores e o atual, com isso há uma diferença nos valores que valem

ser discutidos. Anteriormente o IDH-M era calculado através de uma média

aritmética simples. Já para o ano de 2010 segundo o Atlas de Desenvolvimento

Humano:

Anteriormente, o IDHM agregava suas 3 dimensões por meio de uma

média aritmética simples: o IDHM de um município era o resultado da

soma de seus subíndices, dividido por três (IDHM Educação + IDHM

Longevidade + IDHM Renda / 3). Assim, o fraco desempenho em uma

dimensão poderia ser compensado por um desempenho melhor em

outra. Por exemplo, municípios que apresentavam baixa esperança de

vida, mas alta renda municipal, poderiam ter IDHM semelhante aos

municípios que estavam com equilíbrio no desempenho concomitantes

entre as três dimensões. No IDHM do Atlas Brasil 2013, foi adotada a

média geométrica: as dimensões são multiplicadas e o produto é

extraído pela raiz cúbica

( ).

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Deste modo, a média geométrica reduz o nível de substituição entre as

dimensões. Ou seja, um baixo desempenho em uma dimensão não é

mais linearmente compensado pelo elevado desempenho em outra.

Assim, o IDHM reflete desempenhos nas três dimensões. O

desempenho dos municípios, tanto na renda, quanto na saúde e na

educação, deve ser harmonioso1.

Observe no quadro 2 as variáveis que compõe o IDH-M:

Quadro 2: Componentes do IDH-M

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2010

Entre os anos de 1991 e 2000 Andradas obteve evolução de seu IDH, sendo

de 0,499 em 1991 para 0,644 em 2000, ou seja, um crescimento de 29,06%.

Comparando 2000 a 2010 o município cresceu seu IDH-M em 13,98%

atingindo o valor atual de 0,734. Os componentes do índice que mais

contribuíram para este crescimento foram educação seguida pela longevidade

1 Fonte: http://atlasbrasil.org.br/2013/o_atlas/perguntas_frequentes. Acessado em 17/09/2013

as 09:51.

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e renda. Dentro da componente renda deve-se observar o dado exposto quanto

ao decrescimento de pessoas em extrema pobreza (pessoas com renda

domiciliar per capita inferior a R$70,00). Entre 1991 e 2000 o valor passou de

3,65% para 1,82%. Já para o ano de 2010 observa-se apenas 0,45% de

pessoas nestas condições.

O gráfico 3 apresenta as componentes do IDH-M para os respectivos anos.

Gráfico 3: Componentes do IDH-M para Andradas (MG)

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2010.

A elevação dos indicadores educação e longevidade é um comportamento

recorrente nos países em desenvolvimento. Isso porque a “pressão

demográfica2” exige da administração pública respostas imediatas, tais como,

investimentos na saúde e educação, pois se não há um controle de natalidade

em determinada área, estado ou país, há um número elevado de nascimentos.

Com isso há demanda por saúde quanto ao acompanhamento das crianças e

das mães, além de demanda por educação. A estabilização de tais fatores,

através de um longo processo, via redução das taxas de natalidade, melhoria

nas condições de vida e consumo; permitirá melhorias nas condições de renda,

com o amparo social do trabalho, qualificação profissional e novos postos de

trabalho.

2 Termo utilizado pela autora Amélia Damiani em seu livro População e Geografia ao fazer

referência ao comportamento da população distribuído por faixa etária.

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Atualmente, no Brasil, observa-se a implementação de algumas medidas: como

a oferta de qualificação profissional via poder público principalmente de

beneficiários de transferência direta de renda, como o Bolsa Família, e a

inserção desse profissional no mercado de trabalho.

Ainda de acordo com o índice Andradas apresenta uma situação boa

comparado a outros municípios do estado: ocupa a posição 73º no estado do

total de 853 municípios. O mapa 2 mostra o IDH dos municípios pertencentes a

microrregião de Poços de Caldas e pode-se observar que Andradas, no

contexto da microrregião, apresenta um dos melhores IDH da região, ao lado

dos municípios de Poços de Caldas e monte Sião.

Mapa 2: IDH Municipal na Microrregião de Poços de Caldas (MG).

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano 2010.

2.3. Dados Censo IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o órgão responsável

pelos Censos brasileiros. Sua periodicidade é a cada dez anos e permite traçar

um perfil dos municípios, estados e federação quanto a dados populacionais e

de condições dos domicílios brasileiros.

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Para se verificar a evolução populacional do município de Andradas usar-se-á

como espaço temporal os Censos de 2000 e 2010 a fim de observar-se o

crescimento e comportamento demográfico e das condições dos domicílios.

O mapa 3 apresenta a população urbana e rural para a microrregião do

Entorno de Brasília, a qual, insere-se Formosa.

Mapa 3: População Urbana e Rural na Microrregião de Poços de Caldas (MG).

Fonte: Censo IBGE 2010

Pode-se apontar que os municípios pertencentes a microrregião, em grande

maioria, tem população urbana superior à rural. O município que ainda

apresentam população rural superior a urbana é Caldas. A tabela 1 indica a

população absoluta urbana e rural para os municípios que compõem a

microrregião de Poços de Caldas, de acordo com dados do Censo 2010.

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MUNICÍPIO POPULAÇÃOURBANA

POPULAÇÃORURAL

TOTAL (ANO2010)

ALBERTINA 2.012 901 2.913

ANDRADAS 28.026 9.244 37.270

BANDEIRA DOSUL

4.870 468 5.338

BOTELHOS 11.366 3.554 14.920

CALDAS 5.894 7.739 13.633

CAMPESTRE 10.959 9.727 20.686

IBITIÚRA DEMINAS

2.370 1.012 3.382

INCONFIDENTES 3.678 3.230 6.908

JACUTINGA 19.076 3.696 22.772

MONTE SIÃO 16.268 4.935 21.203

OURO FINO 23.763 7.805 31.568

POÇOS DECALDAS

148.722 3.713 152.435

SANTA RITA DECALDAS

5.655 3.372 9.027

Tabela 1: População urbana e rural dos municípios da microrregião de Poços de Caldas (MG).

Fonte: IBGE Censo 2010.

A população urbana no município de Andradas supera a rural: são 28.026

habitantes (75,20% do total) na área urbana e 9.244 na área rural (24,80% do

total). Quando se observa a evolução da população entre 2000 e 2010 verifica-

se que a população jovem e adulta cresceu, enquanto a faixa etária das

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crianças diminui. A população de idosos também cresceu (acima de 65 anos)

principalmente entre as mulheres. Isso indica que o município acompanha a

tendência nacional com a diminuição do número de natalidade e o aumento do

número de idosos, graças as melhorias na saúde pública com a expansão de

remédios gratuitos e maior acesso dos idosos aos serviços de saúde. Os dados

descritos acima podem ser observados na pirâmide etária que segue (figura 1).

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Figura 1: Pirâmides Etárias de 2000 e 2010 para o município de Andradas

Fonte: IBGE Censo 2010

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Quando observado o rendimento mensal dos domicílios no município, de acordo

com o Censo 2010, verifica-se que há uma grande parcela da população em

situação de baixa renda, ou seja, até 3 salários mínimos/mês. Observe o gráfico 3

que apresenta o total por classes de renda dos domicílios no município de Andradas.

Gráfico 4: Renda dos Domicílios Particulares Permanentes de Andradas.

Fonte: IBGE Censo 2010.

Os domicílios com renda entre 2 a 5 salários mínimos são a maioria em Andradas,

correspondem a 44,80% do total de domicílios. Já as classes de renda somadas de

sem rendimentos até 2 salários mínimos correspondem a 30,75% do total de

domicílios. Os domicílios com renda superior a 5 salários mínimos correspondem a

24,46% do total.

A partir deste dado pode-se considerar que o município apresenta uma situação

estável de renda dos moradores, pois a grande maioria dos domicílios é classificada

na renda entre 2 a 5 salários mínimos. De acordo com a classificação do Governo

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Federal, no site do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, são

considerados pobres as famílias que tem rendimento até 3 salários mínimos. Na

condição de extrema pobreza, ou seja, R$70,00 per capita encontram-se apenas

1.204 domicílios do total de 12.232 residências contabilizadas em Andradas.

Para este estudo socioeconômico, que no próximo capitulo tratará especificamente

da situação dos catadores de recicláveis do município, faz-se importante um

levantamento da renda dos moradores da localidade, pois com isso é possível

estimar e comparar a situação dos catadores com as classes de renda

diagnosticadas pelo IBGE. Segundo o relatório do Banco Mundial sobre a produção

de lixo urbano, na publicação What a Waste: A Global Review of Solid Waste

Management, quanto mais progresso um determinado país experimenta, a sua

população adota um padrão de vida elevado, mais consumista, e com isso a

produção de lixo aumenta consideravelmente. O estudo aponta, de modo geral que

países com diferentes níveis de renda, como o caso do Brasil e China, as

quantidades de papel e material orgânico descartados por uma sociedade dizem

muito sobre o quão rica ou pobre ela é. Os países pobres tem uma grande produção

de lixo orgânico. Para o Brasil esta produção de lixo equivale a 61% do total

produzido em um ano, enquanto comparado a Alemanha, a produção de lixo

orgânico equivale a apenas 34%. Portanto os dados apresentam que quanto mais

consumista uma determinada sociedade, maior é sua produção de lixo não orgânico.

Ao observar a situação de Andradas, partindo da óptica da renda, pode-se estimar

que há uma grande produção de lixo não orgânico, ou seja, o passível de

reciclagem, pois de acordo com os dados do IBGE e IDH-M foi possível observar

que o município possui um número significativo de habitantes em situação de classe

média (entre 3 a 5 salários mínimos) e classe média alta (acima de 5 salários

mínimos). Com isso pode-se considerar esta produção de lixo significativa. Também

pode-se com isso estimar que no município tenha a presença significativa de

catadores de recicláveis.

Os dados do Cadastro de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho

apontam que para o ano de 2012 ocorreram em Andradas 4.214 admissões e 3.976

desligamentos. Para o ano de 2013 foi constatado para a data de 1º de janeiro um

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total de 8.529 empregos formais nos 2.251 estabelecimentos. Para o período de

janeiro a agosto do presente ano ocorreram 2.580 admissões e 2.395

desligamentos. Se comparado ao mesmo período para o ano de 2012 [janeiro-

agosto] observa-se que ocorreram mais admissões (2.807) e menos desligamentos

(2.727), enquanto para o período observado no ano de 2013 ocorreram menos

admissões e mais desligamentos. Portanto esta comparação apresenta, para o

mesmo período, uma diminuição de contratações no município.

Este dado reforça a ideia apresentada pelo índice FIRJAN de desenvolvimento

municipal, pois uma vez que o subindice de menor valor é o emprego e renda que

considera geração de emprego, estoque de emprego formal e salário médio dos

empregados. Pode-se estimar como hipótese que em Andradas ocorra a escassez

de mão-de-obra qualificada, o que pode levar a rotatividade de admissões e

demissões, fazendo com que o município não tenha grande destaque em relação a

boa oferta de emprego e renda, como apresentado pelo IFDM. Além disso o IDH-M

e os dados do IBGE referentes a renda apresentam também que embora a

localidade não tenha expressivo número de pessoas em situação de extrema

pobreza, estas por sua vez, a grande maioria, também não apresentam uma renda

considerada elevada, pois 44,8% dos Andradenses encontram-se na classe de

renda entre 2 a 5 salários mínimos, ou seja, considerados classe média.

O dado apresentado pelo IDH-M, referente ao índice de GINI, mostra uma boa

perspectiva para Andradas, ou seja, se o município continuar sua evolução quanto a

melhoria das condições de trabalho e renda, tenderá a ter uma distribuição per

capita mais igualitária entre seus moradores. O índice de GINI segundo o Atlas de

Desenvolvimento Humano no Brasil 2010:

É um instrumento usado para medir o grau de concentração de renda. Ele

aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos.

Numericamente, varia de 0 a 1, sendo que 0 representa a situação de total

igualdade, ou seja, todos têm a mesma renda, e o valor 1 significa completa

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desigualdade de renda, ou seja, se uma só pessoa detém toda a renda do

lugar3.

Para Andradas é possível observar uma evolução positiva entre os anos de 1991 e

2010.

Em 1991 o índice de Gini equivalia a 0,47. Em 2000 ocorreu um crescimento do

valor sendo equivalente a 0,56. Já no ano de 2010 o valor decresceu para 0,44, o

que indica que na localidade ocorreu uma distribuição mais justa da renda entre

todos os moradores, portanto pessoas que se encontravam em extrema pobreza e

pobreza saíram deste patamar para outros melhores quanto à classe de renda.

3. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONOMICA DOS CATADORES DE

RECICLÁVEIS ENTREVISTADOS EM ANDRADAS (MG)

Para complementar o Plano Integrado de Gestão de Resíduos Sólidos (PGIRS) de

Andradas foi necessário levantar e identificar previamente os catadores de

recicláveis que atuam na cidade. É importante conhecer a situação social e

econômica desta população, uma vez que estes são fundamentais para o bom

funcionamento da política de gestão de resíduos sólidos, pois evitam que materiais

recicláveis sejam dispostos no aterro sanitário, diminuindo assim a vida útil do

mesmo. Além disso, faz-se importante identifica-los, entender a situação de cada um

e do conjunto, para que se possa traçar medidas mitigadoras para eles unirem-se

em uma causa comum, a reciclagem. Uma das medidas previstas no PGIRS é a

implantação, pelo poder municipal, de uma usina de triagem e reciclagem de

materiais para contribuir com menos material no aterro da cidade.

Pode-se considerar também que a implantação de uma usina de triagem e

reciclagem para os catadores organizados em cooperativa ou associação é

fundamental para que estes possam ter mudanças quanto à renda familiar, e quanto

à segurança no trabalho, pois organizados a fim de um proposito [reciclagem]

3 Fonte: http://atlasbrasil.org.br/2013/perfil/andradas_mg. Acessado em 17/09/2013 as 18:26.

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passam a ter um reconhecimento maior pela população local, e com isso buscarem

seus direitos, além de possibilitá-los autonomia e dignidade ao trabalharem em um

sistema de cooperativa com abertura de um cadastro nacional de pessoa jurídica

(CNPJ) e com isso alcançarem melhores valores de comercialização no mercado da

reciclagem. Também pode-se considerar importante o trabalho dos catadores na

usina como importância para a saúde, uma vez que, não recolheram o material na

rua, e sim receberão o material no galpão de triagem, com isso receberão

treinamento de como manipular corretamente o lixo reciclável e o uso correto de

equipamentos de segurança.

Com o objetivo de iniciar a identificação deste grupo, no último dia 10/09/2013

ocorreu no Centro de Referência em Assistência Social de Andradas (CRAS) um

encontro com seis (5) catadores de recicláveis. Sabe-se através de dados da

assistência social que existem mais treze (13) catadores, mas estes não

compareceram a reunião. Entretanto os presentes foram de fundamental importância

na primeira identificação do grupo, pois do grupo de cinco pessoas, quatro já

realizam um trabalho desenvolvido pelo CRAS e pelo Posto de Saúde da Família

(PSF) de coleta de recicláveis no bairro Vila Euclídes. Durante a reunião foi exposto

para os catadores a importância de trabalharem em um galpão, recebendo os

materiais, e, além disso, pensarem coletivamente, através de uma cooperativa, onde

todos possam ganhar e dividir os lucros. A experiência inicial indicou um entusiasmo

dos participantes, pois hoje estes experimentam de um bom funcionamento da

coleta seletiva no bairro em que moram, o Vila Euclídes. O trabalho realizado pelo

CRAS e PSF faz com que os moradores separem em seus domicílios o lixo orgânico

do lixo seco, o que pode ser reciclável. Com isso estes catadores foram divididos

pelo território do bairro e cada um recolhe o material de casa em casa, já separado

previamente pelo morador. Segundo a assistente social do CRAS, Sandra, “os

catadores estão trabalhando mais felizes, pois não precisam mais separar na rua o

material reciclável do orgânico, e com isso trabalham de forma mais ágil, podendo

assim abranger outras áreas da cidade que antes não iam”.

Portanto, esta pequena experiência apresenta uma satisfação deste grupo de 6

pessoas em trabalharem de forma mais organizada. A seguir serão apresentados os

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183

dados levantados no questionário elaborado para identificar a situação

socioeconômica desta população.

3.1. Resultados do questionário

Foi aplicado individualmente um questionário previamente elaborado para identificar

a situação socioeconômica dos catadores de recicláveis. O questionário foi

estruturado de forma semiaberta, ou seja, com perguntas abertas e fechadas. A

intenção das perguntas abertas do questionário foi para entender como esta

população se sente diante de um processo de organização social, com a

implantação de uma cooperativa, por exemplo. Além disso, alguns catadores foram

além das perguntas do questionário e declararam como chegaram até esta forma de

trabalho e também sobre os problemas pessoais que os afetam.

Do universo de entrevistados dois são idosos acima dos setenta anos, duas estão

entre 57 e 58 anos, e apenas um tem 45 anos. Quatro são moradores do bairro Vila

Euclídes e apenas um morador do bairro Jardim Juarez (bairro vizinho à Vila

Euclídes). Do grupo de idosos foi possível identificar que um deles não recebe

aposentadoria ou benefício de prestação continuada (BPC)4.

Quanto a estrutura familiar identificou-se dois catadores que moram sozinhos, um

catador que mora com o cônjuge, um que mora com uma filha e duas netas e um

que mora com dois filhos e quatro netos.

Durante a entrevista todos falaram que passaram a recolher recicláveis como uma

alternativa para melhorar a renda, pois como apresentado, muitos deles tem uma

estrutura familiar grande, e com isso precisam de uma contribuição maior na renda

para sustentar a família. Das duas pessoas entrevistadas que tem uma família maior

4 O Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC-LOAS, é um benefício da

assistência social, integrante do Sistema Único da Assistência Social – SUAS, pago pelo Governo

Federal, cuja a operacionalização do reconhecimento do direito é do Instituto Nacional do Seguro

Social – INSS e assegurado por lei, que permite o acesso de idosos e pessoas com deficiência às

condições mínimas de uma vida digna. Tem direito ao benefícios idosos sem renda ou com renda até

¼ do salário vigente, e deficientes com renda familiar per capita de até ¼ do salário mínimo vigente.

Fonte: http://www.previdencia.gov.br/conteudoDinamico.php?id=23.

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declararam que a reciclagem é essencial para manter as contas da casa em dia. Foi

possível verificar que uma destas famílias passa por situação de vulnerabilidade

social, já que é o dinheiro da reciclagem é a única fonte de renda da família. Além

disso, o entrevistado declarou que um dos filhos que mora na casa tem problemas

com drogas e prostituição.

Apenas um dos entrevistados declarou que mais um membro do núcleo familiar

também trabalha com reciclagem. Dos outros quatro eles são os únicos

responsáveis pelo o recolhimento da reciclagem.

Quanto a moradia perguntou-se as condições dos domicílios. Os dados seguem no

gráfico 5:

Gráfico 5: Condições de moradia dos catadores de recicláveis de Andradas (MG).

Também foi perguntado o tipo de material de construção das casas e todas são em

alvenaria, e em grande parte casas pequenas entre três a cinco cômodos.

Os entrevistados declararam o nível de escolaridade:

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Gráfico 6: Escolaridade dos catadores de recicláveis de Andradas (MG)

Dois catadores manifestaram desejo de voltar aos estudos, já que acreditam que

com o estudo possam tornar-se mais instruídos para trabalhar com o recolhimento

dos materiais e com isso não correrem risco de saúde, pois conseguiram ler com

rapidez a identificação do material. Um dos entrevistados sugeriu a implantação de

um turno da educação de jovens e adultos (EJA) na escola do bairro no período da

noite.

O questionário também levantou se os catadores possuíam algum tipo de

necessidade especial, já que o objetivo final é leva-los a trabalhar no galpão em

forma de cooperativa. Esta pergunta teve o objetivo de, se necessário, realizar

algumas estruturações que permitam o acesso a este grupo de portadores de

necessidades especiais. Dois dos cinco tem algum tipo de deficiência. Um deles

possui deficiência auditiva e dificuldades de locomoção. O outro possui uma leve

deficiência mental e faz tratamento no PSF.

Buscou-se identificar também as condições de saúde destas pessoas. Quatro dos

cinco entrevistados declararam utilizar medicamentos contínuos para problemas de

saúde como reumatismo e coração. Alguns entrevistados declaram ter vicio com o

álcool e o cigarro.

Um dos entrevistados é dependente de álcool, e segundo os funcionários do PSF,

realizam um trabalho em especial com esta pessoa através de acompanhamento do

agente de saúde e também do psicólogo do CRAS. Entretanto, segundo as

funcionárias do CRAS e do PSF este entrevistado sempre tem recaídas e volta para

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o vício do alcoolismo. Durante a entrevista admitiu que já foi viciado em álcool mas

que atualmente não faz mais uso. Entretanto ao longo da entrevista e também após

algumas histórias de vida contada por este entrevistado foi possível perceber que

ainda sofre com problemas referentes ao alcoolismo, valendo, por tanto, dar-se uma

atenção especial a este tipo de caso.

Outras duas pessoas declararam fumar a mais de dez anos e também informaram

sobre o desejo em parar com o vício. Ainda em relação a algum tipo de dependência

com drogas ilícita os mesmos dois entrevistados declararam não ter relação, mas os

filhos sim. Ambos os filhos são usuários de drogas a mais de dez anos e não

aceitam o tratamento ou internação, e, segundo os entrevistados, desestabilizam

toda a família ao lidar com esta situação, pois têm o costume de furtar objetos de

casa para conseguir a droga, além de sofrerem violência física quando os usuários

estão em crise por falta da droga.

Levantou-se no questionário a situação financeira domiciliar dos catadores de

recicláveis de Andradas. O gráfico 7 apresenta, por faixa de renda, as condições

desta população:

Gráfico 7: Renda familiar mensal dos catadores de recicláveis de Andradas (MG)

Diante deste dado verifica-se que estas pessoas são consideradas de baixa renda,

pois sustentam seu núcleo familiar com até dois salários mínimos. Deve-se ressaltar

que esta pergunta abrange todas as rendas, não apenas de aposentadoria ou

benefícios sociais para quem recebe, mas também, os trabalhos referentes à

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catação de recicláveis. Apenas um entrevistado declarou receber o benefício do

Bolsa Família. Outro entrevistado declarou que para melhorar a renda familiar

também trabalha em temporadas nas fazendas da região com o plantio de sementes

e mudas, e com isso, nestas épocas do ano consegue ter uma renda extra no

orçamento familiar.

A última parte do questionário perguntou aos entrevistados especificamente se eles

tinham o conhecimento a respeito de uma associação ou cooperativa. Três dos

cinco responderam que sabiam, pois antes das entrevistas a geógrafa da Brasil

Ambiental, Ana Carolina, e Sandra, assistente social do CRAS, explicaram o que é e

como funcionava. Os outros dois que responderam não disseram que ainda não era

claro para eles a explicação. Então especificamente para estas duas pessoas, a

pesquisadora explicou novamente o que era e como funcionava uma

associação/cooperativa, para que estes pudessem responder a outra pergunta

seguinte: Se gostaria de trabalharem em um galpão de triagem, com os outros

catadores de reciclagem. Três responderam que sim, pois seria uma proposta

interessante, além de trabalharem de forma correta, sem ir a rua recolher os

materiais, e com isso o desgaste físico seria menor. Já os outros dois que

responderam não justificaram como principal dificuldade a responsabilidade e

comprometimento que tem com seus lares, pois ambos têm pessoas em casa que

exigem um cuidado maior (cônjuge, netos) e, portanto, trabalhar na rua é a forma

mais fácil para eles, já que podem fazer o horário quando for possível e com isso

dedicar aos parentes simultaneamente.

Foi questionado também, por fim, se tinham o interesse em receber uma

qualificação profissional para transformar os materiais recicláveis em artesanato. A

grande maioria (três) declarou interesse em receber esta qualificação e com isso ter-

se uma renda extra no orçamento familiar.

3.2. Breve analise das entrevistas

O questionário foi fundamental para levantar as questões referentes ao modo de

vida dos catadores de recicláveis de Andradas. Embora não conseguiu-se levantar

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todos os catadores existentes no município, o grupo entrevistado foi fundamental

para se ter um breve panorama da situação desta população no município.

Pode-se destacar que esta população vive em um bairro mais humilde da cidade em

condições de baixos salários, o que os faz recolherem recicláveis nas ruas para

aumentar a renda familiar. O trabalho desenvolvido pelo CRAS e PSF é de grande

valia, pois além de conscientizar a população a separar o lixo seco do úmido,

também capacita os catadores quanto que tipo de material é reciclável ou não, além

de acompanharem vacinas e qualidade da saúde deles.

Entretanto, verifica-se também em algumas famílias o problema com as drogas, o

que desestabiliza o núcleo domiciliar. Cabe ressaltar que deve ser feito com estas

famílias um acompanhamento psicológico e médico a fim de contribuir com a

diminuição destes problemas. Esta situação deixam os lares abalados, e deve-se

destacar que além disso a também a questão da renda familiar que é baixa. Todos

estes fatores somados levam as pessoas em uma situação de vulnerabilidade social,

pois elas ficam diante de grandes problemas a enfrentarem, e com isso necessitam

de ajuda para conseguirem resolver esta situação. Um bom caminho é o CRAS, já

existente na região, além de outras políticas públicas que visem a melhoria de

qualidade de vida destas pessoas.

Os entrevistados, quando questionados em relação a cooperativa, mostram-se

receptíveis a ideia, mas desconfiados se é possível sucesso com este modo de

trabalho. Com isso pode-se estimar que será necessário um grande esforço pelo

poder público em apresentar os benefícios da associação/cooperativa e convence-

los que esta é a melhor forma para trabalharem de uma forma mais correta com

maquinas, equipamentos de proteção, e também para lucrarem mais com a venda

do material.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível verificar que Andradas é um município economicamente ativo, com

setores diversificados de produção. O poder aquisitivo da população, de modo geral,

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é bom e com isso o consumo aumenta. É uma dicotomia: enquanto verifica-se que

nos últimos 20 anos as taxas de crescimento decrescem, e logo, nascem menos

pessoas que antes, o consumo, por sua vez aumenta cada vez mais. Segundo

Curran e De Sherbinin (2004) países que experimentam a transição demográfica

tendem a consumir mais bens a medida que melhoram suas condições de vida, ou

seja, quando têm melhores condições de salários.

Em Andradas verifica-se, pelo tipo de lixo depositado nas ruas, que as famílias

descartam muitos materiais que ainda poderiam ser reaproveitados, como sofás,

armários, colchões. Além disso, também verifica-se, como estudo de caso, o bairro

Vila Euclídes, que é considerado um bairro de baixa renda, mas que produz muito

material reciclável. Os dados do CRAS mostram que após a implantação da coleta

seletiva o lixo antes para o bairro era de 910 kg, após um mês de coleta seletiva, o

lixo que destinou-se ao aterro foi equivalente a 370 kg, ou seja, redução de 1/3 do

inicial. Portanto, em um bairro onde o poder aquisitivo não é tão imponente, foi

possível recolher mais de 540 kg de material reciclável. Certamente em um bairro

habitado por pessoas em melhores condições de renda este valor de coleta será

superior, uma vez que a literatura científica apresenta esta relação direta entre poder

aquisitivo e consumo.

Visando o meio ambiente de Andradas seria interessante pensar a respeito de

campanhas que visem a diminuição do consumo juntamente com a coleta seletiva. A

diminuição do consumo, talvez para a sociedade pós-moderna, seja o principal

desafio, pois as pessoas vivem em uma mentalidade capitalista de consumo, com

propagandas atrativas que convencem a cada um consumir sem mesmo necessitar

do produto ou serviço, e com isso expondo ao ambiente mais lixo. Entretanto uma

campanha a longo prazo e continua possa ser eficaz, como por exemplo educação

ambiental nas escolas, principalmente na fase infantil, para que as crianças saibam

desde cedo a importância do consumo consciente e preservação do meio ambiente.

Outra medida que também deve ser continua é a educação ambiental com a

população local, pois sem a devida separação do lixo seco com o úmido, muito

material reciclável será destinado de forma indevida ao aterro sanitário, diminuindo

assim sua vida útil. Este trabalho, para a experiência já experimentada na Vila

Euclídes, funciona bem com os agentes de saúde, que estão com frequência nos

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domicílios do bairro para fazer o controle de saúde e também orientar quanto à

separação do lixo.

E por fim, o maior desafio será conscientizar os catadores a trabalharem no galpão

de triagem de recicláveis. Será necessário um trabalho continuo para demonstrar a

importância que eles têm sobre o sistema de gerenciamento dos resíduos sólidos

urbanos, além de orienta-los sobre a forma correta de trabalho e a união dos

mesmos em uma cooperativa, pois assim, Andradas terá um bom exemplo de

gerenciamento destes resíduos para a região.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO BRASIL. IDH-M e perfil do

município de Andradas, Minas Gerais. PNUD, IPEA, Fundação João Pinheiro. Minas

Gerais, 2013.

BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Cadastro Geral de

Empregados e Desempregados. Disponível em:

http://portal.mte.gov.br/caged/estatisticas.htm. Acesso em setembro de 2013.

DAMIANI, Amélia Luisa. População e Geografia. São Paulo, 9ª edição. Editora

Contexto, 2009.

GOLDEMBERG, José (org). População e Ambiente: desafios à sustentabilidade.

São Paulo, 1ª edição. Editora Blucher 2010.

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191

SISTEMA FIRJAN. Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal Disponível em:

http://www.firjan.org.br/IFDM/. Acesso em setembro de 2013.

IBGE. Censo Demográfico 1991 - Resultados do universo. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censodem/default_censo1991.sht

m. Acesso em setembro de 2013

____. Censo Demográfico 2000 - Resultados do universo. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br. Acesso em setembro de 2013.

____. Censo Demográfico 2010 - Resultados da amostra. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br. Acesso em setembro de 2013.

Abaixo o questionário utilizado no trabalho de reconhecimento dos catadores de resíduos:

DIAGNÓSTICO SOCIAL DOS CATADORES DE MATERIAIS

RECICLÁVEIS

Dados pessoais:

Nome:.............................................................................................................................

............................................................................................................

Naturalidade:................................................................................................

Mora há quanto tempo na cidade?...............................................................

Endereço:.......................................................................................................................

..............................................................................................................

Casa própria? ( ) aluguel ( )favor

Quantos cômodos?.................( ) alvenaria ( )madeira ( )lona ( ) outro: ................

Grau de escolaridade: .................................... idade: .................sexo F( ) M ( )

Tem desejos de retornar aos estudos? Sim ( ) Não ( )

Onde trabalhava antes da ASCAPEL?..................................................................

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Qual motivo te levou a trabalhar na ASCAPEL? ..................................................

....................................................................................................................... ........

Há quanto tempo exerce a atividade? ..................................................................

Gostaria de fazer algum tipo de curso de artesanato ligado a reciclagem?

Sim ( ) Não ( )

Faz uso de algum tipo de medicamento? Qual? ..................................................

............................................................................................................................. ..

Faz uso de bebida alcoólica? Sim ( ) Não ( )

Já fez uso de bebida alcoólica? há quanto tempo parou?

............................................................................................................................. ..

Fuma? Sim ( ) Não ( ) Quanto tempo?.................. Deseja parar Sim ( ) Não ( )

Faz uso de algum tipo de droga ilícita? Sim ( ) Não ( )

Qual?............................................ Quanto tempo?................................................

Deseja fazer algum tratamento para se tratar do vicio? Sim ( ) Não ( )

Participa de algum grupo, associação, igreja? .....................................................

Faz outras atividades para complementar a renda? Sim ( ) Não ( ) qual?

............................................................................................................................. ..

Estado civil: .............................................Quantos filhos? ....................................

Escolaridade: ........................................................................................................

...............................................................................................................................

............................................................................................................................. ..

...............................................................................................................................

............................................................................................................................. .

Quantas pessoas trabalham em casa? ..............Alguma com catação? .............

Participa de algum programa social? Sim ( ) Não ( )Qual?...................................

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INICIATIVAS RELEVANTES

Certamente a iniciativa mais relevante e que merece destaque é a iniciativa da Prefeitura

Municipal de Andradas rumo ao novo modelo de gestão participativo na integração da

sociedade, público interno e poder público para a construção de um plano prioritário e

desafiador como o PGIRS.

Como relatado anteriormente, também não poderia deixar de ser citado o Projeto APA -

ANDRADAS PROTEGENDO O AMBIENTE, através de parceria entre o Centro de

Referência de Assistência Social – CRAS, a Unidade do Programa Saúde da Família – PSF

Horto Florestal, a Seção de Desenvolvimento de Projetos, Fiscalização e Educação Ambiental

– SDPFEA e a Seção de Limpeza Pública da Secretaria Municipal de Obras cujo foco é a

coleta seletiva do lixo doméstico, conciliado ao trabalho socioeducativo e de conscientização

ambiental.

MEIOS DE COMUNICAÇÃO DA ELABORAÇÃO DO PGIRS

Fonte: Site oficial da Prefeitura Municipal de Andradas

http://portaldeandradas.com.br/noticia.php?id=1366

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Fonte: Comunicação Social – Andradas/MG

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Fonte: Portal de Andradas - Notícias

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ASPECTOS GERAIS PARA O PROGNÓSTICO

PERSPECTIVAS PARA GESTÃO ASSOCIADA COM MUNICÍPIOS E REGIÃO

Até o fechamento deste documento, o município de Andradas estava em processo de

negociação com municípios vizinhos para a destinação dos resíduos sólidos urbanos destes

em seu Aterro Sanitário.

Na proposta de consórcio consta como exigências aos municípios que aderirem as seguintes

condições técnicas e operacionais:

- Os municípios interessados devem elaborar seus Planos Municipais de Saneamento Básico –

PMSB e Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos – PGIRS;

- Até a efetiva destinação dos resíduos à Andradas, os municípios devem ter implementado a

coleta seletiva em 100% do município a fim de preservar a vida útil do Aterro.

A coleta seletiva deverá ser implementada mediante a separação prévia dos resíduos sólidos

(nos locais onde são gerados), conforme sua constituição ou composição (úmidos, secos,

industriais, da saúde, da construção civil etc.). A implantação do sistema de coleta seletiva é

instrumento essencial para se atingir a meta de disposição final ambientalmente adequada dos

diversos tipos de rejeitos. A coleta seletiva deve ser entendida como um fator estratégico para

a consolidação da Política Nacional de Resíduos Sólidos em todas as suas áreas de

implantação.

Outras ações de gestão associada podem ser consideradas, como por exemplo, a destinação do

material triado nos municípios a um único galpão para comercialização mais atraente nos

quesitos volume e logística.

Apesar da proximidade com grandes cidades do sul de Minas Gerais e São Paulo com

populações próximas de cem mil habitantes, Andradas exerce importante influência sobre os

municípios vizinhos de Caldas, Santa Rita de Caldas e Ibitiúra de Minas, entre outros, devido

a aspectos geográficos e econômicos.

Assim, natural que Andradas assuma, no médio prazo, seu papal de moderador nas discussões

e contribuições técnicas nas elaborações dos planejamentos de manejo de resíduos sólidos, a

partir da formação de grupos de comitês locais apoiados por grupos de sustentação

representados por técnicos de cada município parceiro. De forma conjunta, elaborar propostas

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e decisões sobre temas peculiares de cada município, e estabelecer projetos estratégicos para

cada realidade sempre priorizando soluções conjuntas que possam ser mais sustentáveis do

ponto de vista econômico e ambiental.

DEFINIÇÃO DAS RESPONSABILIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS

A definição das responsabilidades públicas e privadas está vinculada aos tipos de resíduos

gerados e seus geradores, e ainda podendo haver variação quanto à função de cada agente na

cadeia de produção. A responsabilidade pelos resíduos gerados no Município deve ser

compartilhada com todos os atores envolvidos, passando pelos setores primário, secundário e

terciário, o setor de consumo e o poder público.

As responsabilidades de cada ator envolvido estão diretamente relacionadas à natureza do

resíduo, origem do resíduo ou volume gerado:

Tabela 21 - Responsabilidades Públicas e Privadas dos resíduos gerados

Responsabilidades Públicas e Privadas dos resíduosgerados

Tipo Características Responsabilidades

Resíduos domiciliares ResidênciasGerador e

Prefeitura

Resíduos comerciais Pequeno gerador (≤ 200 kg) Gerador e

Prefeitura

Resíduos comerciais Grande gerador (> 200 kg) Gerador

Resíduos dos serviços de limpeza

públicaEquipamentos e áreas públicas Prefeitura

Resíduos da Construção Civil e

Demolição

3

Pequeno gerador (< 1 m )Gerador e

Prefeitura

Resíduos da Construção Civil e

Demolição

3

Grande gerador (> 1 m ) Gerador

Resíduos volumosos Residências Gerador e

Prefeitura

Resíduos volumosos Comercial e Industrial Gerador

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Resíduos Verdes Equipamentos e áreas públicas Prefeitura

Resíduos Verdes Pequeno gerador (< 1 m3) Gerador e

Prefeitura

Resíduos Verdes Grande gerador (> 1 m3) Gerador

Resíduos dos serviços da Saúde Comercial e Industrial Gerador

Resíduos tecnológicos Lâmpada fluorescente

(residencial)

Gerador e

Fornecedor

Resíduos tecnológicos Lâmpada fluorescente

(Comercial e Industrial)

Gerador e

Fornecedor

Resíduos tecnológicos Pilhas e Baterias

(residencial)

Gerador e

Fornecedor

Resíduos tecnológicos Pilhas e Baterias

(Comercial e Industrial)

Gerador e

Fornecedor

Resíduos tecnológicosEletroeletrônicos

(residencial)

Gerador e

Fornecedor

Resíduos tecnológicosEletroeletrônicos

(Comercial e Industrial)

Gerador e

Fornecedor

Resíduos especiais Pneus Gerador e

Fornecedor

Resíduos especiais Embalagens de agrotóxicosGerador e

Fornecedor

Resíduos especiais Óleos e Graxas lubrificantes Gerador e

Fornecedor

Resíduos dos serviços públicos de

Saneamento BásicoEquipamentos e áreas públicas Prefeitura

Resíduos dos serviços de

Saneamento BásicoComercial e Industrial Gerador

Resíduos sólidos Cemiteriais Equipamentos e áreas públicas Prefeitura

Resíduos sólidos Cemiteriais Particular Gerador

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Resíduos de Óleos Comestíveis Residências Gerador e

Prefeitura

Resíduos de Óleos Comestíveis Comercial e Industrial Gerador

Resíduos Industriais Comercial e Industrial Gerador

Resíduos dos serviços de transportes Comercial e Industrial Gerador

Resíduos Agrosilvopastoris Comercial e IndustrialGerador e

Fornecedor

Resíduos Agrosilvopastoris Particular Gerador e

Fornecedor

Resíduos da Mineração Comercial e IndustrialGerador e

Fornecedor

Para que o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos saia do papel e torne efetivamente

um processo rotineiro nas atividades socioeconômicas do município, todos, sem omissão de

suas responsabilidades, nos meios públicos e privados, deverão cumprir a sua função de

cidadania, para:

• Garantir que as metas e propostas deste documento sejam concretizadas dentro do prazo;

• Adequar a Administração Pública para a plena gestão dos resíduos sólidos do município

controlando e fiscalizando a efetiva ação de todos os agentes envolvidos;

• Incentivar as parcerias do governo com organizações que permitam aperfeiçoar a gestão

integrada de resíduos sólidos;

• Garantir o acesso da população à informação, à participação e ao controle social nas

questões relativas à gestão integrada de resíduos sólidos;

• Garantir a regularidade, a continuidade, a funcionalidade e a universalidade dos serviços

públicos de manejo de resíduos sólidos;

• Incentivar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e

reciclados, bem como o desenvolvimento de novos produtos e processos, com vistas a

estimular a utilização das tecnologias ambientalmente corretas;

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• Potencializar parcerias com agentes sociais e econômicos envolvidos no ciclo de vida dos

materiais, da geração à coleta, do processamento à disposição final;

• Priorizar a inclusão social e a emancipação econômica dos catadores de materiais recicláveis

e dos agentes recicladores, conforme as legislações Federal e Estadual;

• Promover o desenvolvimento sustentável da sociedade, por meio de ações de inclusão social

e de educação ambiental para todos os cidadãos.

DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS, PROGRAMAS, AÇÕES E METAS

O Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - PGIRS do Município de Andradas

deverá contemplar:

Modelo de gestão

As premissas do modelo de gestão se caracterizam, por contemplar todas as exigências da

lei, em especial às questões de responsabilidade compartilhada, sustentabilidade econômica

das operações, preservação do meio ambiente e logística reversa, além de intensificar as

questões socioambientais, contribuindo com a qualidade de vida da população e uma cidade

mais limpa e organizada, utilizando para tanto, as prerrogativas da Educação Ambiental. O

modelo de gestão dos resíduos no município deverá contemplar:

Participação da população nas decisões socioambientais (educação ambiental);

Conscientização da geração e tratamento (responsabilidades das fontes geradoras) em

todos os setores da produção dos resíduos;

Atentar para os custos objetivando viabilizar a realização dos projetos;

Conscientização da população, quanto ao seu lugar como agente consumidor e gerador

de resíduos, colocando-a como parceira na solução dos problemas advindo da produção dos

resíduos;

Responsabilizar de forma compartilhada todos os agentes envolvidos no ciclo de vida

dos produtos, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os

consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos

sólidos em todo o município;

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Promover o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem

econômico e de valor social, geradores de trabalho e renda e promotor de cidadania;

Compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais e os processos de gestão

empresarial e mercadológica com os de gestão ambiental desenvolvendo estratégias

sustentáveis.

Diretrizes da Gestão dos RSU

Escolher alternativas tecnológicas mais adequadas para o meio ambiente e para a saúde da

população (inclusão social e mais qualidade de vida);

Articular entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com

vistas à cooperação técnica e financeira para gestão integrada de resíduos sólidos;

Adotar mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos

dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira;

* Em Andradas a arrecadação com taxas referentes ao manejo de RSU representa em média

27,0% das despesas com manejo RSU, logo para subvencionar todos os serviços prestados,

subtrai-se 73,0% dos recursos financeiro do município.

Promover a redução da geração de resíduos sólidos da população;

Aperfeiçoar as tecnologias de coleta, manejo e tratamento de resíduo sólido;

Manter os logradouros e equipamentos públicos limpos;

Promover a orientação da disposição e acondicionamento para a coleta adequada dos

resíduos;

Planejar a destinação ambientalmente correta de todos os resíduos do município;

Operar os serviços mais viáveis e de menor custo;

Priorizar programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;

Regulamentar normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos do Estado e para a

obtenção de seu aval;

Adequar a Administração Pública para a plena gestão dos resíduos sólidos do município;

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202

Implantação de sistemas de redução dos resíduos nos processos, na forma de reutilização,

reciclagem e tratamento; destinando para o aterro sanitário apenas os rejeitos;

Implantar sistemas de tratamento de resíduos nas origens de cada processo gerador que

envolva tecnologia mais viável.

A gestão integrada de resíduos sólidos terá como princípios básicos:

A prevenção;

A precaução;

O desenvolvimento sustentável;

A responsabilidade socioambiental.

As prioridades da gestão integrada de resíduos sólidos são:

1. A não geração,

2. O repensar,

3. A redução,

4. O reuso,

5. A reciclagem,

6. A recuperação incluindo a valorização energética e compostagem,

7. O tratamento e a destinação final adequados.

Estratégias Conforme a Base Legal

Tendo como base a Lei Federal nº 12.305/2010 - Plano Nacional de Gestão dos

Resíduos Sólidos, e a Lei Estadual nº 18.031/2009 - Política Estadual de Resíduos Sólidos,

deve-se:

O poder público e a sociedade deverão supervisionar e fiscalizar a gestão dos resíduos

só1idos efetuada pelos diversos responsáveis, de acordo com as competências e obrigações

estabelecidas na legislação;

Fomentar dispositivos legais relacionados ao Plano de Gerenciamento de todos os

resíduos sólidos do Município;

Constituir sistemas de aprovisionamento de recursos financeiros que garantam a

continuidade de atendimento dos serviços de limpeza pública e a adequada destinação final

dos resíduos sólidos;

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203

Incentivar e apoiar novos processos de educação ambiental (formal e Informal);

Apoiar programas de capacitação técnica contínua de gestores na área de gerenciamento e

manejo de resíduos só1idos;

Incentivar programas periódicos de gerenciamento integrado de resíduos sólidos, com a

criação e a articulação de fóruns e de conselhos municipais e regionais para participação de

todos os setores afins.

Ampliar e aperfeiçoar o sistema de coleta seletiva na área urbana e rural;

Monitorar as entradas e saídas nos processos de tratamentos dos resíduos.

Monitorar as áreas antigas e atuais de disposição final de resíduos sólidos (antigos

lixões, áreas degradadas em recuperação, pontos críticos e o aterro sanitário).

Promover a instalação de PEVs (Pontos de Entregas Voluntárias) ou sistemas de estocagem

temporários de materiais recicláveis através de Ecopontos, visando incentivar a reciclagem.

Promover áreas de triagem e transbordo de resíduos da construção e demolição, resíduos

volumosos e resíduos com logística reversa.

Intensificar a participação das cooperativas e associações dos agentes recicladores no

sistema de manejo dos resíduos sólidos.

Promover unidades de compostagem e biodigestão de resíduos orgânicos nas áreas

urbanas e rurais.

Apoiar a implementação do Aterro Sanitário Industrial Regional;

Apoiar e incentivar as instalações de indústrias de reciclagem ou processos produtivos que

utilizam resíduos sólidos para outras finalidades, sem sua transformação biológica, física ou

química.

Metas Quantitativas, Ações e Prazos

Serão apresentadas a seguir as diretrizes específicas para atendimento ao novo sistema

de gestão dos resíduos sólidos no Município de Andradas. Definindo a projeção de um

horizonte de 20 anos (vinte anos), foram traçadas metas contemplando cenários de curto (1

a 4 anos), médio (4 a 8 anos) e longo (8 a 20 anos) prazos. As ações a serem implementadas

são específicas para cada meta.

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As diretrizes, estratégias, metas e ações foram traçadas considerando-se os diversos tipos de

responsabilidades da gestão compartilhada dos resíduos:

Responsabilidades pelos serviços públicos de limpeza urbana e manejo, e pelos

resíduos gerados em instalações públicas;

Responsabilidades dos entes privados pelos resíduos gerados em ambientes sob

sua gestão;

Responsabilidades decorrentes da logística reversa e da implementação de Plano

de Gerenciamento obrigatório;

Responsabilidades do consumidor/gerador domiciliar.

O Plano de Gestão levou em conta prioritariamente o planejamento das iniciativas para os

resíduos que têm presença mais significativa na cidade. Estes resíduos são o da construção

civil, o resíduo domiciliar seco, e o resíduo domiciliar úmido. Este planejamento específico

foi seguido pelo planejamento das ações para todo o conjunto de resíduos ocorrentes (resíduos

de serviços de saúde, resíduos de logística reversa, resíduos industriais, minerários,

agrosilvopastoris, etc.).

Uma vez estabelecidas as diretrizes e estratégias, o Plano de Gestão definiu as metas

quantitativas para as quais serão desenvolvidos programas e ações. As metas quantitativas

foram fixadas por período, considerando-se como melhor hipótese o lançamento por

quadriênios, vinculados aos anos de preparo dos planos plurianuais, e portanto momentos de

revisão dos Planos de Gestão. Foram compatibilizadas a exigência legal, a capacidade de

investimento e a capacidade gerencial, entre outros fatores.

São programas e ações primordiais, por seu caráter estruturante, imprescindíveis para o

sucesso de todo o conjunto de ações:

A constituição de equipes técnicas capacitadas;

O disciplinamento das atividades de geradores, transportadores e receptores de

resíduos;

A formalização da presença dos catadores no processo de gestão;

A implementação de mecanismos de controle e fiscalização;

A implementação de iniciativas de gestão de resíduos e compras sustentáveis nos

órgãos da administração pública;

A estruturação de ações de educação ambiental;

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205

O incentivo à implantação de atividades processadoras de resíduos.

O Quadro 10 abaixo sintetiza as metas a serem alcançadas bem como seus objetivos e prazos:

META OBJETIVO PRAZOOtimização da coleta de

resíduosManter a coleta em 100% dos domicílios urbanos e atingir

100% dos domicílios ruraisMédio (4 a

8 anos)

Estabelecer controle sobre osestabelecimentos sujeitos à

elaboração do PGRS

Melhorar a fiscalização ambiental e conhecer a gestão deresíduos de grandes geradores e indústrias instaladas no

município

Curto (1 a4 anos)

Implantar a coleta seletiva demateriais recicláveis em 100%

da área urbana

Prolongar a vida útil do Aterro Sanitário, reduzir os gastos comdestinação final e promover a inclusão social dos catadores de

resíduos

Curto (1 a4 anos)

Concluir as obras da Usina deTriagem e Compostagem

Apoiar a organização dos catadores de resíduos gerandoemprego e renda

Curto (1 a4 anos)

Implantar um ModeloOperacional eficiente de Gestãodos Resíduos Sólidos Urbanos

Integrar a logística de coleta à destinação final dos RSUutilizando equipamentos e tecnologias limpas ao longo dacadeia de processos visando a diminuição dos gastos com

destinação final, máximo de reciclagem e reuso de materiais

Longo (8 a20 anos)

Criar um centro de custosespecífico para os serviços de

manejo dos RSU

Promover a transparência dos gastos com limpeza urbana emanejo dos RSU e conhecimento dos itens de despesas que

impactam a prestação dos serviços

Curto (1 a4 anos)

Educação Ambiental

Criar uma equipe permanente de educação ambiental naSecretaria de Planejamento e Meio Ambiente a fim de sustentaro sucesso da coleta seletiva e manejo adequado dos RSU por

parte da população

Curto (1 a4 anos)

Logística ReversaArticular os envolvidos no consumo, comercialização e

fabricação de produtos sujeitos à logística reversa para acorreta destinação final destes produtos após o uso

Médio (4 a8 anos)

Cidade Mais LimpaPromover a educação ambiental para conscientizar a população

dos benefícios da destinação correta dos resíduos e criarmecanismos legais para a punição de infratores

Médio (4 a8 anos)

Controle dos Resíduos daConstrução Civil

Implantar o formulário de RCC nos processos de concessão dealvarás de construção e reforma para conhecer melhor a

atividade dos caçambeiros

Curto (1 a4 anos)

Usina de Reciclagem deResíduos da Construção Civil

Implantar a URRCC eliminando o problema do impacto visualdestes no município oferecendo um local apropriado para a

destinação final

Médio (4 a8 anos)

Implantação dos PEV´s –Pontos de Entrega Voluntária

no municípioEliminar a presença de entulho e lixo nas ruas e corpos d’água Curto (1 a

4 anos)

Modelo de Gestão OperacionalImplantar o Sistema de Informações e Gestão dos Serviços deLimpeza Urbana para gerenciar o trabalho da Prefeitura e de

empresas terceirizadas nas atividades envolvidas

Curto (1 a4 anos)

Terceirizações Redução de custos e melhoria operacional nos serviços doAterro Sanitário e coleta dos resíduos

Curto (1 a4 anos)

As ações complementares a serem implementadas são específicas para cada meta conforme

abaixo, organizadas por áreas temáticas do panorama de RSU:

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Resíduos Sólidos Urbanos - Coleta Convencional e Destinação Final

Diretriz 01:

1. Reavaliação contínua dos serviços da coleta de resíduos sólidos domiciliar, a partir de

pesquisas com a população e metodologias atuais.

Metas:

- Curto Prazo (1 a 4 anos):

Conceder a empresa privada através de processo licitatório os serviços de coleta de

resíduos e operação do Aterro Sanitário.

Manter a coleta 100% dos domicílios urbanos.

- Médio Prazo (4 a 8 anos):

Atingir 100% dos domicílios rurais.

- Longo Prazo (8 a 20 anos):

Atingir 100% dos domicílios urbanos com coleta mecanizada (conteinerização).

Diretriz 02:

1. Criar o sistema de controle do PGRS para os estabelecimentos urbanos (grandes

geradores) para admissão da destinação de seus próprios resíduos, e promover a

compostagem dos resíduos úmidos nos distritos e áreas rurais, para a redução do

volume de resíduos na coleta convencional. São ações para a desoneração dos custos

de coleta pública domiciliar.

Metas:

- Curto Prazo (1 a 4 anos):

100% dos grandes geradores regularizados com PGRS no município;

Atingir 40% dos domicílios rurais com práticas de compostagem.

- Médio Prazo (4 a 8 anos):

Atingir 75% dos domicílios rurais com práticas de compostagem.

- Longo Prazo (8 a 20 anos):

Atingir 100% dos domicílios rurais com práticas de compostagem.

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Ações para as Diretrizes 01 e 02:

Criar e implantar o Processo de Fiscalização e Controle de Resíduos de Grandes

Geradores.

Desenvolver a mudança da concepção dos serviços praticados, para a coleta

mecanizada – conteinerização, progressivamente com a educação ambiental da

população contemplada.

Promover a reavaliação periódica dos planos de coleta, de forma a adequar e atender a

demanda.

Promover a reavaliação periódica e as adequações necessárias, inclusive inovações

tecnológicas, relativas aos quantitativos de veículos e/ou equipamentos coletores e da

mão de obra alocada.

Desenvolver programas contínuos de divulgação dos serviços de limpeza pública e

sensibilização dos usuários.

Programar a Educação Ambiental direcionada e específica aos conhecimentos dos

resíduos sólidos e o processo de compostagem em todos os setores sociais e

econômicos das áreas urbanas e rurais.

Desenvolver novas tecnologias de fiscalização e monitoramento nas áreas urbanas e

rurais.

Diretriz 03:

1. Ampliar as alternativas de tratamento dos resíduos sólidos urbanos, utilizando

tecnologias limpas que promovam a reciclagem e o reuso.

2. Promover a implantação de sistemas que visam o tratamento mecânico, biológico e

térmico que não gerem impacto a sociedade e ao meio ambiente.

3. Instalar Unidades de Compostagem para os resíduos úmidos domiciliares.

4. Implantar um sistema de rede integrada de recepção e fornecimento de compostos

orgânicos oriundos dos resíduos úmidos domiciliares.

5. Dispor no aterro sanitário municipal somente os rejeitos dos resíduos

sólidos domiciliares.

6. Continuar e ampliar as atividades de Educação Ambiental, na zona urbana, zona rural

e áreas de interesse turístico (parques, eventos populares, etc.).

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7. Aprimorar os instrumentos de fiscalização e monitoramento das indústrias do

município.

8. Articular os geradores de resíduos só1idos com o poder público na implementação da

estrutura necessária, para garantir o fluxo de retorno dos resíduos só1idos reversos

oriundos dos serviços de limpeza urbana. E manter postos de coleta para os resíduos

só1idos reversos e dar destinação final ambientalmente adequada.

9. Promover a integração de informações de pesquisas locais epidemiológicos em áreas

adjacentes a unidades de reciclagens, aterros sanitários, pontos críticos, áreas

degradadas em recuperação. Para monitoramento de agravos a saúde decorrente do

impacto causado por atividades diretas e indiretas.

10. Buscar na parceria privada novas alternativas tecnológicas para redução do volume de

resíduos a ser depositado no Aterro por processos mecânicos e/ou de incineração

operados e monitorados pelo próprio fornecedor sendo fiscalizados os resultados pelo

Poder Público observados os princípios da sustentabilidade, economicidade e

segurança.

Metas:

- Curto Prazo (1 a 4 anos):

Desenvolver adaptações estruturais e operacionais na gestão pública para o

atendimento da nova Politica Nacional de Resíduos Sólidos;

Prover recursos financeiros para alinhamento ao Plano de Gestão Integrada de Resíduos

Sólidos do Município de Andradas;

Criar a infraestrutura Municipal de Ecopontos, concluir a construção do Galpão de

Triagem da Coleta Seletiva, projetar e obter financiamento para a Unidade de

Compostagem na área urbana e projetar e obter financiamento para a Usina de Reciclagem

de Resíduos da Construção Civil.

Regulamentar a Politica Ambiental da Administração Pública Municipal.

Regulamentar a legislação ambiental do municipal com base na Política Nacional de

Resíduos Sólidos e na Política Estadual de Resíduos Sólidos.

Regulamentar os processos licitatórios de obras e atividades públicas com

condicionantes e anexos de planos de gerenciamento e destinação final dos resíduos

gerados pela atividade direta e indireta.

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Regulamentar a legislação Municipal de Obras Urbanas para o licenciamento de Alvarás

de construção a partir do PGRCC.

Reduzir 10% dos resíduos orgânicos destinados ao aterro sanitário.

Cobrir em 100% de coleta seletiva de porta a porta em todo o Município.

- Médio Prazo (4 a 8 anos):

Promover Parceria Pública Privada (PPP), para viabilidade econômica dos

projetos de ampliação de manejo e destinação dos resíduos sólidos.

Criar uma divisão de fiscalização integrada e compartilhada das secretarias do

Município.

Regulamentar a legislação municipal para o crime ambiental urbano.

Implantar unidade de reciclagem e trituração dos resíduos da construção civil.

Implantar o Portal do Sistema Municipal de Resíduos Sólidos.

Promover projetos de mapeamento da cadeia produtiva dos resíduos sólidos dentro

do município de Andradas e inserção de todas as informações no Sistema de

informação Geográfica – SIG.

Reduzir 30% dos resíduos orgânicos destinados ao aterro sanitário.

- Longo Prazo (8 a 20 anos):

Reduzir 80% dos resíduos orgânicos destinados ao aterro sanitário.

Estudar a metodologia de destinação de resíduos sólidos para planejar

EIA/RIMA de expansão do Aterro Sanitário ou escolha de nova área para esta

finalidade.

Ações:

Concessão da operação do Aterro Sanitário

Manutenção da Licença Operacional do Aterro Sanitário atendendo todas as

condicionantes estabelecidas.

Programação do aumento de vida útil do Aterro Sanitário.

Regulamentação municipal da logística reversa, conforme preconiza a Lei Federal nº

12.305/2010, e a Lei Estadual nº 18.031/2009.

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Resíduos Sólidos Urbanos – Coleta Seletiva

A coleta seletiva em Andradas restringe-se a louvável iniciativa do Projeto APA -

ANDRADAS PROTEGENDO O AMBIENTE, através de parceria entre o Centro de

Referência de Assistência Social – CRAS, a Unidade do Programa Saúde da Família – PSF

Horto Florestal, a Seção de Desenvolvimento de Projetos, Fiscalização e Educação Ambiental

– SDPFEA e a Seção de Limpeza Pública já citado anteriormente.

Diretriz 01:

1. Implantar a Coleta Seletiva em todo o município de Andradas na área urbana e

rural, com a participação de ONG – Organizações Não Governamentais Locais e

equipe de voluntários treinados.

Metas:

- Curto Prazo (1 a 4 anos):

Concluir a obra do Galpão de Triagem e Compostagem com recursos da SEDRU.

A coleta seletiva na área urbana deverá atingir 100% do município.

Realizar um monitoramento dos catadores autônomos de recicláveis da rua, a fim de

trazê-los ao convívio no novo Galpão de Triagem.

Estruturar o programa de gerenciamento da coleta seletiva conforme as diretrizes

estabelecidas no plano de qualificação do Centro Mineiro de Referências em Resíduos

– CMRR.

- Médio Prazo (4 a 8 anos):

Promover a autonomia e sustentabilidade da cooperativa dos agentes recicladores.

Fomentar novos equipamentos e tecnologias de triagem de reciclagem.

- Longo Prazo (8 a 20 anos):

Promover novas tecnologias de reciclagens de resíduos que atualmente são rejeitos.

Fomentar a indústria de reciclagem de alta produção no município.

Estabelecer novo mercado de matéria prima de subprodutos dos resíduos sólidos.

Ações:

Estruturação do programa de Coleta Seletiva no Município de Andradas conforme o

PGIRS.

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Divulgação do programa de Coleta Seletiva continuada e mobilizadora por todos os

meios de comunicação.

Resíduos da Construção Civil e Demolição - RCD

Os resíduos da Construção Civil e Demolição são destaque pelo expressivo volume gerado no

município, perfazendo uma coleta de mais de 400 toneladas/mês. Por toda a cidade pode-se

observar pontos críticos de descarte de pequenos volumes comprometendo o visual das ruas e

contaminando áreas próximas aos cursos d’água.

Atualmente a destinação dos resíduos da construção civil de classe A, é para recuperação de

vias e depósito em uma área privada não licenciada.

Diretrizes:

1. Elaborar o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil,

a partir da regulamentação de lei municipal específica para ajustamentos das

atividades públicas e particulares.

2. Regulamentar o Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil no

Município para os geradores se adequarem a nova Política Nacional de Resíduos

Sólidos e a Resolução CONAMA 307/2002.

Metas:

- Curto Prazo (1 a 4 anos):

Elaborar o Mapa Crítico de RCC da área urbana identificando as áreas degradadas, tipo

e classe do resíduo e apresentar as ações específicas para cada ponto do Mapa.

Ampliar a fiscalização para efetivar as legislações em vigor.

Garantir que 100% dos geradores de RCC atendam o PGRCC.

- Médio Prazo (4 a 8 anos):

Cobrir 100% na área urbana de instalações de Ecopontos

Elaborar o Mapeamento Crítico de RCC da área rural

- Longo Prazo (8 a 20 anos):

Eliminar a destinação final de RCC de forma incorreta na área rural

Ações:

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Aperfeiçoar o processo de fiscalização e monitoramento de todas as etapas de

formação dos resíduos da construção civil.

Regulamentar a legislação municipal para penalização por infração do não

cumprimento do Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção

Civil.

Regulamentar o código de obra de Andradas com a PGRCC e o plano da logística

reversa.

Oficializar a capacitação e a responsabilidade legal dos agentes envolvidos quanto aos

resíduos da construção civil e demolição.

Elaborar estudo de implementação de uma Unidade de reciclagem de materiais da

construção civil.

Promover o convênio com poder Público e o setor privado para a viabilidade de

programas e processos de reciclagem e reuso dos resíduos da construção civil em

obras públicas e particulares.

Promover educação ambiental específica aos setores da construção civil com os

conhecimentos do Plano Gerenciamento de RCC e a logística reversa.

Estudo para implantar o IPTU ecológico para as construções novas que

aplicarem processos de reciclagem e reaproveitamento dos resíduos, e desta

forma oferecer vantagens pra o futuro proprietário (Projeto Obra Limpa).

Resíduos Volumosos

A coleta dos resíduos volumosos é realizada na cidade de Andradas através do projeto do

Cata Treco conforme levantado anteriormente.

Diretrizes:

1. Aprimorar o sistema de coleta de resíduos volumosos em todo o município.

2. Adotar o processo de desmonte dos resíduos conjugado e compartimentados, para

promover a segregação e destinação correta dos resíduos coletados para a reciclagem e

reuso (reciclagem dos metais, vidros, madeiras, plásticos, espumas, poliestireno

expandido – EPS, e materiais compostos).

3. Monitorar os móveis e eletrodomésticos descartados para doação ou destinação

correta.

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Metas:

- Curto Prazo (1 a 4 anos):

Definir regras claras para a utilização da máquina trituradora disponível no município.

Definir a melhor destinação para o material triturado dentro dos princípios da

reutilização e reaproveitamento priorizando a compostagem.

- Médio Prazo (4 a 8 anos):

Implantar uma Unidade de Triagem e Reciclagem de Resíduos Volumosos e

Especiais, com uma estrutura adequada de segregação e trituração.

Ações:

Programar um sistema de picagem e trituração dos grandes volumes.

Desenvolver convênios para a execução dos serviços e beneficiamento dos materiais

recicláveis e de reuso.

Resíduos de Serviços de Saúde - RSS

Os geradores dos resíduos do serviço de saúde são responsáveis por todo o processo desde a

geração até a destinação final dos resíduos. A ECOSUL atua na coleta, transporte,

transbordo, tratamento e destinação final de resíduos de serviços de saúde no Município

de Andradas inclusive atendendo farmácias, laboratórios, clínicas médicas, clínicas

veterinárias e pet shops, hospitais e postos de Saúde Municipais.

Diretriz:

1. Suprir a Vigilância Sanitária com recursos e tecnologias de fiscalização e

monitoramento das atividades dos serviços de saúde no município de Andradas.

Metas:

- Curto Prazo (1 a 4 anos):

Treinar continuamente os agentes públicos de fiscalização para garantir que todas as

atividades estejam adequadas na legislação, com pleno monitoramento das

infraestruturas, transporte, tratamento e destinação final.

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Manter um grupo técnico intersetorial que avalie o marco legal e os modelos de

gestão contribuindo para a consolidação de um plano municipal de gestão

integrada de resíduos sólidos de serviços de saúde.

Estabelecer PGRSS para todos os estabelecimentos de serviços de saúde (Pública e

Particular).

- Médio Prazo (4 a 8 anos):

Política de incentivo municipal para instalação de empresas na cidade para

recolhimento e tratamento de resíduos infectantes originários dos hospitais.

Ações:

Padronizar e normatizar procedimentos internos junto a agentes de saúde e fiscais de

limpeza quanto a descarte, armazenamento provisório, coleta, transporte, tratamento e

destinação final de RSS em pequenos e grandes geradores;

Conscientizar pequenos e grandes geradores quanto ao melhor manejo interno,

descarte e acondicionamento provisório de seus resíduos de saúde, com foco a

minimização e segregação na fonte;

Apoiar a educação ambiental intersetorial no desenvolvimento da minimização da

geração e reciclagem dos resíduos sólidos urbanos com ênfase aos RSS com

cartilhas, folhetos e outros que possam ser distribuídos e trabalhados junto aos

funcionários dos serviços de saúde e população em geral.

Resíduos Tecnológicos (Lâmpadas, Pilhas, Baterias, Eletroeletrônicos) –Logística Reversa

Andradas não possui empresas que tratam os resíduos da Classe I e os resíduos perigosos.

Não há fiscalização e controle para geradores quanto ao tratamento e destinação final. A

Prefeitura se responsabiliza com os resíduos domiciliares perigosos, atendendo a população

com o serviço “Cata Treco” na coleta de lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias pastilha.

Não há na cidade divulgação de pontos de coleta em estabelecimentos comerciais.

Atualmente o processo de descarte das lâmpadas, pilhas e baterias e eletroeletrônicos não tem

o monitoramento do poder público. Não existem empresas e entidades em Andradas que

promovam o reuso ou remanufatura dos eletroeletrônicos por meios de doações. Os

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equipamentos danificados são levados ao Almoxarifado Municipal para seguirem para a

reciclagem em São Paulo após um acúmulo que justifique economicamente sua doação.

Diretrizes:

1. Realizar um diagnóstico local das gerações dos resíduos passivos da logística

reversa no Município.

2. O Poder Público e os fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes,

devem programar acordos setoriais para a implantação da responsabilidade

compartilhada pelo ciclo de vida do produto e dos resíduos gerados, para planejar

programas de coleta e destinação apropriadas no Município.

3. O Poder Público deve estabelecer contratos de limpeza urbana em parceria com

fabricantes, importadores e distribuidores para desoneração dos encargos de

manejo dos resíduos sólidos passivos da logística reversa.

4. Aperfeiçoar o processo de fiscalização a partir da regulamentação da legislação

ambiental municipal, para os estabelecimentos das responsabilidades compartilhadas

na destinação corretas dos resíduos passivos da logística reversa.

5. O Poder Público deve promover a Educação Ambiental em parceria com

fabricantes, importadores e distribuidores, no processo de destinação corretas dos

resíduos passivos da logística reversa.

Metas:

- Curto Prazo (1 a 4 anos)

Os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e poder público, devem

promover acordos setoriais da logística reversa no município de Andradas.

A prefeitura deve articular convênios com fabricantes, importadores e

distribuidores para manejo dos resíduos sólidos passivos da logística reversa.

A prefeitura deve promover a Educação Ambiental com apoio dos fabricantes na

conscientização da população para a destinação corretas dos resíduos passivos da

logística reversa.

- Médio Prazo (4 a 8 anos):

Promover empresas no município para o tratamento de resíduos passivos da

logística reversa.

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216

Regulamentar a legislação municipal para os processos da logística reversa.

Ações:

Estabelecer parcerias públicas e privadas para execução dos manejos dos resíduos

públicos passivos da logística reserva.

Promover a educação ambiental direcionada dos resíduos sólidos passivos da

logística reversa nas áreas urbanas e rurais.

Regulamentar a legislação municipal no manejo, tratamento e destinação dos

resíduos sólidos passivos da logística reversa.

Promover Parceria Público Privada para viabilidade econômica dos projetos de

beneficiamento dos Eletroeletrônicos.

Resíduos Especiais (Pneumáticos, Embalagens de Agrotóxico e deÓleos Lubrificantes)

A Secretaria de Obras é responsável pela coleta, armazenamento temporário e a doação dos

pneus inservíveis. Atualmente não existe um cadastrado de revendedores, distribuidores e

borracharias para monitoramento e controle sobre os resíduos gerados e logística reversa. O

Município não realiza o controle e mensuração das embalagens de fertilizantes e de

medicamentos veterinários.

Diretrizes:

1. O Poder Público deve monitorar os planos de gerenciamento dos resíduos especiais.

2. O Poder Público deve garantir a coleta urbana e rural na responsabilidade

compartilhada da logística reversa em contrato com os fabricantes, na destinação

correta dos resíduos pneumáticos de origem domiciliar ou de pequenos geradores.

3. O Poder Público deve garantir a coleta rural na responsabilidade compartilhada da

logística reversa em contrato com os fabricantes, na destinação correta das embalagens

de Agrotóxico e de Óleos Lubrificantes.

Metas:

- Curto Prazo (1 a 4 anos):

A Prefeitura deve planejar a partir dos convênios pré-estabelecidos com os

fabricantes na plena desoneração dos custos de manejo dos resíduos pneumáticos.

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217

Elaborar projetos de estudos de implementação de Ecopontos na zona urbana.

- Médio Prazo (4 a 8 anos):

Programar uma unidade de beneficiamento de resíduos pneumáticos de origem

domiciliar ou de pequenos geradores, para geração de matéria prima para

pavimentação.

Elaborar projetos de estudos de implementação de Ecopontos na zona rural.

- Longo Prazo (8 a 20 anos):

Atingir 100% da capacidade dos Ecopontos das zonas urbana e rural na recepção dos

resíduos especiais.

Ações:

Promover Parceria Público Privada para viabilidade econômica dos projetos de

beneficiamento. Promover os Ecopontos da zona urbana e rural a recepção e o

correto armazenamento de pneus inservíveis.

Promover os Ecopontos da zona rural a recepção, acondicionamento,

transbordo adequada das embalagens de produtos químicos, de fertilizantes,

defensivos agrícolas, de usos veterinários e agrotóxicos, óleos lubrificantes e sucatas

de máquinas agrícolas.

Implantar projetos de educação ambiental nas zonas rural e urbana específicos no

tratamento dos resíduos especiais.

Regulamentação da legislação ambiental municipal para fertilizantes, insumos

veterinários, defensivos agrícolas e óleos lubrificantes.

Editar material de Educação Ambiental do ensino fundamental e médio da Zona

Rural com disciplinas de manejo e destinação de resíduos de embalagens de produtos

químicos, de fertilizantes, defensivos agrícolas, de usos veterinários e

agrotóxicos, óleos lubrificantes e sucatas de máquinas agrícolas.

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218

Resíduos Sólidos Urbanos – Compostagem

Andradas não promove a Compostagem dos resíduos úmidos domiciliares ou resíduos

rurais. Atualmente não possui programa de incentivo ou projeto de tratamento.

Diretriz:

1. Promover a Compostagem dos resíduos úmidos a fim de aumentar a vida útil do

Aterro Sanitário de Andradas

Metas:

- Curto Prazo (1 a 4 anos):

Buscar recursos da união para implantação do projeto de compostagem dos

resíduos úmidos domiciliares.

Promover a Compostagem dos resíduos úmidos da área rural, em suas

propriedades.

Aperfeiçoar a limpeza pública no processo de podas e capinas para uma

segregação adequada pra inclusão dos resíduos verdes na Compostagem.

- Médio Prazo (4 a 8 anos):

Implantar um sistema integrado de Compostagem para os resíduos domiciliares

orgânicos dos grandes geradores da área urbana.

Promover convênios e parcerias para manutenção, gerenciamento,

monitoramento e distribuição.

Promover programas e projetos com os grandes geradores de resíduos

orgânicos na segregação e destinação adequada para a Compostagem.

Implantação de um pátio com equipamentos para triagem, revolvimento,

peneiramento e distribuição dos compostos com uma equipe efetiva e permanente de

operadores e monitores de processo.

- Longo Prazo (8 a 20 anos):

Programar a coleta conteinerizada domiciliar de resíduos orgânicos nos

condomínios horizontais e verticais (pautado no projeto de estudo no período).

Ações:

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219

Promover o conhecimento da Compostagem em todos os programas da

Educação Ambiental do Município.

Promover a técnica de Compostagem em instituições de ensino fundamental e

médio.

Programar nas instituições de ensino fundamental o projeto de Compostagem dos

resíduos orgânicos gerados nas cozinhas e refeitórios, para as suas próprias hortaliças.

Fomentar Kits de Compostagem domiciliares para sítios e distritos do município.

Efetivar as parcerias técnicas com a Universidade Federal de Lavras, por intermédio

de convênios nos programas de Educação Ambiental e estágios nas unidades de

compostagem.

Promover programas de crédito junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento para os resíduos orgânicos de granjas de aves, suínos e bovinos para a

biodigestão na geração de energia e fertilizantes.

Resíduos Industriais

Diretriz:

1. Conhecer os PGRS das indústrias instaladas no Município a fim de gerar subsídios

para o monitoramento e controle da rede de produção e destinação final dos resíduos

industriais.

Metas:

- Curto Prazo (1 a 4 anos):

Regulamentar Lei Municipal para o monitoramento e fiscalização da rede de

produção do setor industrial.

Promover incentivos nas iniciativas tecnológicas na valorização dos resíduos

sólidos gerado na agroindústria do município.

Constituir Cadastro único das empresas que geram resíduos industriais, em

Andradas.

- Médio Prazo (4 a 8 anos):

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220

Envolver as entidades que representam a atividade industrial no Município na

discussão da responsabilidade compartilhada, logística reversa e na elaboração de um

Inventário Municipal de Resíduos Industriais.

Incentivar novas tecnologias de coprocessamento e beneficiamento dos

resíduos sólidos na agroindústria do município.

Estabelecer uma politica municipal de produção limpa.

PROGRAMAS E AÇÕES – AGENTES ENVOLVIDOS E PARCERIAS

DIRETRIZES:

- Disciplinar as atividades de geradores, transportadores e receptores de resíduos sólidos, para

eficiência dos seus processos e relatar os desempenhos nos Planos de Gerenciamento de seus

resíduos gerados.

- Modernizar os instrumentos de controle e fiscalização.

- Promover recursos e ferramentas para associação dos catadores autônomos e agentes

recicladores com adaptações adequadas para cada realidade.

- Formalizar parcerias das ONGs nas prestações de serviços ambientais e inclusão social no

processo de manejo dos resíduos sólidos.

- Evoluir procedimentos internos alinhados à Agenda Ambiental na Administração Pública -

A3P, para constituir o conceito ambiental em todas as instalações públicas para a sua plena

sustentabilidade.

- Executar a plena legislação municipal da educação ambiental.

- Ações emergenciais e contingências no tratamento dos resíduos sólidos por ocorrência

atípica que possam extrapolar a capacidade de atendimento da população. Para que a

Secretaria Municipal de Serviços Urbanos obtenha recursos e infraestrutura de apoio para as

demandas emergenciais. Mantendo um plano mínimo estratégico na área de gestão

operacional, de suporte com a comunicação, suprimentos e tecnologia de informações, dentre

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221

outras. De forma a buscar um grau de segurança nos processos e instalações operacionais

evitando descontinuidade dos serviços programados.

- Todas as metas pontuadas no plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos deverão ser

contempladas conforme a suas responsabilidades nos respectivos Plano Plurianual do

Município de Andradas.

- Para o cenário futuro de Andradas o seu modelo de gestão de resíduos sólidos urbanos será

adequado à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), com sustentabilidade operacional

e financeira de longo prazo, respaldado em prol do arcabouço legal:

I. Ter acesso a recursos da União, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e

serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou

II. Ser beneficiado por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou

para fomento de tal atividade.

- O Poder Executivo do Município é exercido pelo Prefeito que, dentre outras, possui

responsabilidades sobre a gestão da prestação de serviços públicos de saúde, educação,

abastecimento de água, tratamento do esgoto e coleta de resíduos domésticos. Além de gerir

os serviços públicos relacionados, também, cabe ao Prefeito exercer as atividades de sua

competência estabelecidos na Lei Orgânica do Município. Na lei Orgânica do Município,

também estarão definidas as obrigações e penalizações atribuídas ao Prefeito em caso de não

cumprimento de suas funções durante o mandato. Cumpre esclarecer, ainda, que as

penalizações à quais se submetem os gestores não se encontram elencadas exclusivamente na

Lei Orgânica, submetendo-se os gestores, também, ás penalidades impostas em leis que

versem sobre eventuais atos ilícitos cometidos pelo Prefeito Municipal. A negativa de

cumprimento dos preceitos estabelecidos pela PNRS pelo Chefe do Executivo Municipal

poderá ensejar o ajuizamento de demandas judiciais que visem a reparação dos danos

causado por seus atos, e, também, imponham ao Prefeito Municipal a execução de medidas

que interrompam ou corrijam eventuais danos causados em função de tal descumprimento.

Poderá, ainda, incorrer em crime de responsabilidade previsto no Decreto- Lei nº 201/1976,

segundo qual a negação de execução de lei federal, estadual e municipal é considerado crime

de responsabilidade do prefeito, que está sujeito a julgamento do Poder Judiciário. De acordo

com o referido Decreto-Lei, o prefeito que negar cumprimento ás leis federal, estadual ou

municipal estar sujeito à perda de cargo e à inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o

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222

exercício de cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação sem prejuízo da reparação civil

do dano causado ao patrimônio público ou particular. Neste mesmo decreto, são consideradas

infrações políticos administrativas do prefeito municipal, sujeitas ao julgamento pela Câmara

dos Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato:

A prática contra o expresso em lei, sendo se sua própria competência, ou omitir-se

na sua prática.

A omissão ou negligência na defesa de bens, rendas direitas ou interesses do

município ou negligência na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do

município sujeito à administração da prefeitura.

Assim, o município não pode se omitir à prática do cumprimento da PNRS, pois além de estar

expressa em lei, ela estabelece diretrizes de gestão relacionadas à limpeza pública de

interesse do município. Destaca-se ainda que a não implementação da PNRS pode ocasionar

danos ambientais passíveis de punição do projeto por crime ambiental (Lei Federal nº

9.605/98), que é inafiançável.

DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS, PROGRAMAS, AÇÕES E METAS PARA OUTROS

ASPECTOS DO PLANO

Regramento Dos Planos De Gerenciamento Obrigatórios

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de atividades industriais, agrossilvopastoris,

estabelecimentos de saúde, serviços públicos de saneamento básico, empresas e terminais de

transporte, mineradoras, construtoras e grandes estabelecimentos comerciais e de prestação de

serviços deverá ser apresentado periodicamente à Prefeitura Municipal para controle e

fiscalização de acordo com o tipo de resíduo:

a. Objetivos Específicos

1. Atividades obrigadas pela PNRS à elaboração de Planos de Gerenciamento: mobilização

dos geradores, públicos ou privados, sujeitos à elaboração de Planos de Gerenciamento

visando estabelecer uma simetria de informações entre os gestores públicos da política de

resíduos e os geradores, fator de ajuste das expectativas quanto a prazos, responsabilidade

compartilhada e demais exigências da Política Nacional de Resíduos sólidos;

2. Estruturar e publicar conjunto de regras para o gerenciamento dos resíduos produzidos por

grandes geradores; diretrizes para transporte e destinação adequados.

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223

b. Metas

1. Elaborar um sistema de cadastro online de PGRS das indústrias, onde as mesmas

informarão os dados mensalmente, possibilitando o cruzamento dos dados entre os geradores

e os recebedores dos resíduos, com assinatura eletrônica do responsável técnico.

2. Elaborar banco de dados com informações precisas e relevantes, a partir de dados

matemáticos, sociais, culturais, econômicos e ambientais: quantidade de resíduos, quantidade

de empresas recicladoras, infraestrutura para logística reversa, quantidade e condição social

dos trabalhadores que participam da cadeia produtiva desses resíduos, pontos críticos entre

outros;

c. Agentes Envolvidos

1. Órgãos municipais: Secretaria de Obras, Secretaria de Planejamento Urbano, Secretaria de

Finanças, Secretaria de Saúde;

2. Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA: Considerando a implantação de um

Sistema Municipal de Informações integrado ao Sistema Nacional de Informações sobre a

Gestão dos Resíduos Sólidos – SINIR; com o Sistema Nacional de Informação sobre Meio

Ambiente – SINIMA; no âmbito do Sistema Nacional de Meio Ambiente;

3. SEMAD – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;

4. Polícia Militar Ambiental;

5. Geradores sujeitos à elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos;

6. Ministério Público - A Promotoria de Justiça do Meio Ambiente tem sua atribuição pautada

na defesa do Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

essencial à sadia qualidade de vida das presentes e futuras gerações. E, quando ocorre um

dano, ou quando há perigo de que um dano ocorra ao meio ambiente, a Promotoria de Justiça

promove sua defesa em favor de toda a sociedade, dos moradores de um determinado bairro

ou cidade afetada, por meio de instrumentos como o inquérito civil público, o termo de

compromisso de ajustamento de conduta e as ações coletivas, dentre as quais a ação civil

pública.- Estes instrumentos judiciais podem ser aplicados no sentido de fortalecer a conduta

entre os órgãos executivos do município ou municípios com o órgão estadual e federal.

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224

d. Instrumentos de Gestão

1. Legais

- O município deverá liberar o alvará de funcionamento dos empreendimentos para atividades

sujeitas à elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos, somente perante a apresentação

do Plano e sujeita à ação de fiscalização que certifique a implantação e observância do

mesmo;

- Aplicação da legislação sanitária aos serviços de saúde para a elaboração dos planos de

gerenciamento de resíduos, conforme previsto na Resolução ANVISA RDC 306 de

12/07/2004 e Resolução CONAMA 358 de 29/04/2005.

e. Monitoramento e Controle

- Atividades regradas pela Lei 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos –,

responsáveis pela elaboração de Planos de Gerenciamento de resíduos sólidos, deverão

disponibilizar à Prefeitura Municipal de Andradas seus respectivos números de cadastro e sua

atualização nos órgãos Federais e Estaduais competentes.

- Os responsáveis pela elaboração de Planos de Gerenciamento de resíduos sólidos, deverão

apresentar a planilha de resíduos gerados periodicamente, conforme determinado pelo órgão

fiscalizador.

Indicadores de desempenho para os serviços públicos

A medição de desempenho na gestão pública está entre os principais instrumentos para

subsidiar os gestores e os dirigentes em suas decisões e escolhas. Atualmente, há a exigência

cada vez maior em aperfeiçoar os níveis de esforços e resultados das organizações, bem como

gerar e fortalecer os mecanismos de transparência e responsabilização para os cidadãos e

partes interessadas, estes fundamentos básicos impulsionarão o desenvolvimento e a

sustentabilidade de todo o processo.

Os indicadores sobre Resíduos Sólidos Urbanos do Município de Andradas são apresentados

nas tabelas abaixo:

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225

Tabela 22 – Indicadores conforme o SNIS

Taxa de empregados por habitante urbano empreg./1000hab.

Despesa por empregado R$/empregado

Incidência de despesas com RSU na prefeitura %

Incidência de despesas com empresas contratadas %

Auto-suficiência financeira %

Despesas per capita com RSU R$/habitante

Incidência de empregados próprios %

Incidência de empreg. de empr. contrat. no total de empreg. no manejo %

Incidência de empreg. admin. no total de empreg no manejo %

Receita arrecadada per capita com serviços de manejo R$/habitante

Tx cobertura da coleta RDO em relação à pop. urbana %

Taxa de terceirização da coleta %

Produtividades média de coletadores e motoristaKg/empregado x

diaTaxa de motoristas e coletadores por habitante urbano empreg./1000hab.

Massa [RDO+RPU] coletada per capita em relação à pop. urbana Kg/(hab.x dia)

Massa RDO coletada per capita em relação à pop. total atendida Kg/(hab.x dia)

Custo unitário da coleta R$/tonelada

Incidência do custo da coleta no custo total do manejo %

Incidência de empregados da coleta no total de empregados no manejo %

Relação: quantidade RCD coletada pela Pref. p/quant. total [RDO+RPU] %

Relação: quantidades coletadas de RPU por RDO %Massa [RDO+RPU] coletada per capita em relação à população totalatendida

Kg/(hab.x dia)

Massa de RCD per capita/ano em relação à pop. urbana Kg/(hab.x ano)

Taxa de recuperação de recicláveis em relação à quantidade de RDO e RPU %

Massa recuperada per capita Kg/(hab. x ano)

Relação entre quantidades da coleta seletiva e RDO %

Incid. de papel/papelão sobre total mat. recuperado %

Incid. de plásticos sobre total material recuperado %

Incid.de metais sobre total material recuperado %

Incid.de vidros sobre total de material recuperado %

Incidência de ''outros'' sobre total material recuperado %

Massa per capita recolhida via coleta seletiva Kg/(hab. x ano)

Massa de RSS coletada per capitaKg/(1000hab. X

dia)Taxa de RSS sobre [RDO+RPU] %

Taxa de terceirização de varredores %

Taxa de terceirização de varrição %

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226

Custo unitário da varrição R$/km

Produtividade média dos varredores km/(empreg x dia)

Taxa de varredores por habitante urbano empreg./1000hab.

Incidência do custo da varrição no custo total do manejo %

Incidência de varredores no total de empregados no manejo %

Extensão total anual varrida per capita Km/(hab. x ano)

Taxa de capinadores por habitante urbano empreg./1000hab.

Relação de capinadores no total de empregados no manejo %

Tabela 23 – Indicadores da Continuidade dos Serviços de RSU

Item Sub-item Avaliação/Pontuação

Pontuaçãomáxima

Instrumentospara a

Política deResíduosSólidos

Lei específica para gestão de resíduossim 2

2não 0

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidossim 5

5não 0

taxas/ tarifas de lixo própria ou embutida em outra taxa/imposto/ tarifa

sim 33

não 0

Subtotal Instrumentos 10

Programas

ações educativassim 2

2não 0

formação e capacitação de agentes ou catadoressim 1

1não 0

iniciativas para obtenção de créditos para financiamentode projetos de reciclagem

sim 11

não 0

existência de incentivos para o mercado de recicladossim 1

1não 0

programa ou ações em coleta seletiva e reciclagem poriniciativa municipal

sim 22

não 0

cadastro de grandes geradoressim 1

1não 0

cadastro de catadoressim 1

1não 0

programas e ações em parceria com outros atores (órgãopúblicos estaduais, federais, iniciativa privada,

associações e outros)

sim 11

não 0

Subtotal Programas 10

Coleta etriagem

% da área urbana ocupada atendida pela coleta regularde RSU

80 a 100% 10

1060 a 80% 5

menos de60%

2

0 0

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227

% de domicílios atendidos pela coleta seletiva

mais de60%

5

530 a 60% 4

menos de30%

2

0 0

coleta e triagem de materiais recicláveis (papel/ papelão,alumínio, vidro, outros metais ferrosos ou não ferrosos,

plásticos)

sim 55

não 0

coleta e triagem de resíduos especiais (pilhas e baterias,equipamentos eletrônicos)

sim 22

não 0

coleta de óleo de friturasim 2

2não 0

coleta de outros resíduos orgânicos (poda e capina)sim 2

2não 0

sistema de coleta de RCC implantado (prefeitura outerceiros)

sim 33

nâo 0

coleta de RSS diferenciadasim 3

3não 0

Subtotal Coleta Triagem 32

Tratamentoe disposição

usina de reciclagemsim 3

3não 0

usina de compostagemsim 3

3não 0

tratamento de RSS (incineração)sim 4

4não 0

disposição adequada de RSS (aterro sanitário apóstratamento)

sim 22

não 0

controle sobre o destino de pneussim 4

4não 0

disposição de entulho em aterro de RCCsim 1

1não 0

Subtotal Tratamento Disposição 17

TOTAL 69

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228

Tabela 24 – Indicadores da Sustentabilidade dos Serviços de RSU

DIMENSÕES

INDICADORES

PARÂMETRO DE AVALIAÇÃO PARA ASUSTENTABILIDADE

FAVORÁVEL DESFAVORÁV EL

PRESSÃO

DIR

ET

A

Volume dos resíduos sólidos per capita/diaVolume dos resíduos

sólidos per capita < 800gVolume dos resíduos sólidos

per capita > 800g

Volume dos resíduos sólidos (toneladas pormês)

Volume dos resíduossólidos< 600 t

Volume dos resíduos sólidos>600 t

Coleta do lixo diretamente para o lixão Ausência Presença

Resíduos dos serviços de saúde (RSS)destinados sem tratamento

Ausência Presença

IND

IRE

TA

Coleta de Lixo nos Bairros Presença Ausência

Crescimento da população da cidade Ausência Presença

Aumento dos geradores de resíduos Ausência Presença

Existência de catadores nas ruas Ausência Presença

Moradias na unidade de disposição dosresíduos

Ausência Presença

Queima de resíduos a céu aberto Ausência Presença

ESTADO

Qualidade do ar (drenagem de gases) Presença Ausência

Qualidade do ar (aproveitamento dos gases) Presença Ausência

Qualidade dos corpos hídricos Presença Ausência

Existência de instalações administrativas Presença Ausência

Existência de base impermeabilizada Presença Ausência

Drenagem do chorume Presença Ausência

Recirculação de chorume Presença Ausência

Tratamento de chorume na mesma área daunidade

Presença Ausência

Monitoramento ambiental Presença Ausência

Frequência da cobertura dos resíduos sólidos Presença Ausência

Existência de Licenciamento ambiental Presença Ausência

Mapeamento da área degradada Presença Ausência

IMPACTO

Infeção e Contaminação Hospitalar Ausência Presença

Poluição dos recursos hídricos Ausência Presença

Má utilização do espaço Ausência Presença

Alagamento das vias públicas. Ausência Presença

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229

Poluição visual Ausência Presença

RESPOSTA

Existência de associação ou cooperativa Presença Ausência

Tratamento de resíduos sólidos urbanos Presença Ausência

Existência de política pública Presença Ausência

Participação da população na gestão do lixo Presença Ausência

Estudos sobre impactos ambientais Presença Ausência

Providência de melhoramento com relação aodestino final do lixo.

Presença Ausência

Parceria com outros municípios Presença Ausência

Ações regulatórias Presença Ausência

Ações Específicas da Administração pública Ambiental

O processo de construção dos Planos de Gestão de Resíduos Sólidos deverá levar a mudanças

de hábitos e de comportamento da sociedade como um todo. Nesse sentido, o diálogo terá

papel estratégico, e será mais eficiente se acontecer com grupos organizados e entidades

representativas dos setores econômicos e sociais de cada comunidade ou região.

Com a responsabilidade compartilhada, diretriz fundamental da PNRS, todos os cidadãos e

cidadãs, assim como as indústrias, o comércio, o setor de serviços e ainda as instâncias do

poder público terão uma parte da responsabilidade pelos resíduos sólidos gerados (BRASIL,

2010b).

Para que os resultados desta tarefa coletiva sejam positivos, e as responsabilidades de fato

compartilhadas por todos, o diálogo permanente entre os vários segmentos sociais será muito

importante. A participação social representa um grande desafio para a construção de

sociedades democráticas. Isso por que constitui instrumento de avaliação da eficácia da

gestão, e da melhoria contínua das políticas e serviços públicos por parte da população;

pressupõe a convergência de propósitos, a resolução de conflitos, o aperfeiçoamento da

convivência, e a transparência dos processos decisórios com foco no interesse da coletividade.

No Brasil, a participação dos movimentos sociais tem desempenhado papel importante para

esse processo de avaliação, e para a elaboração de políticas públicas.

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230

Dentre as modalidades de participação e controle social destacam-se as audiências públicas,

consultas, participação em conferências, grupos de trabalho, comitês, conselhos, seminários

ou outro meio que possibilite a expressão e debate de opiniões individuais ou coletivas.

O poder público deve assumir papel orientador e provocador desse diálogo com a sociedade,

por intermédio das diferentes formas de participação social citadas. As reuniões deverão ser

preparadas, organizadas e convocadas pelos agentes públicos com a ajuda e participação dos

representantes da comunidade. Tanto para o desenvolvimento dos planos estaduais, como dos

planos municipais e intermunicipais, o poder público deve ser o responsável por manter vivo

o interesse dos participantes, e por garantir a estrutura física e equipes necessárias para bem

atender às necessidades de todo o processo de mobilização e participação social.

Criar estímulos à participação da sociedade para discutir as políticas públicas é de grande

importância para o fortalecimento ou construção de organismos de representação visando o

controle social. O conhecimento pleno das informações sobre o que será discutido é básico

para que a mobilização seja eficiente. Produzir um documento didático e atraente (documento

guia), e promover a sua ampla divulgação (uma edição especial do jornal local ou do diário

oficial, uso intenso da internet, etc.) fará com que um maior número de interessados tenha

acesso ao seu conteúdo. É importante garantir que todos os participantes dos seminários,

conferências, conselhos ou outro meio, tenham o mesmo nível de informação sobre o que será

discutido nas reuniões.

Dentre os processos democráticos de participação, a metodologia de conferências é a mais

utilizada para discussões em torno de políticas públicas para diversos temas. A conferência

valoriza a discussão da pauta e a contribuição das representações e dos demais participantes

das comunidades. Além disso, permite a utilização de dinâmicas para o debate, e cria

oportunidades para soluções e para a construção de pactos como resultado da somatória de

interesses e necessidades de todos os participantes. As conferências preparatórias deverão

eleger os conferencistas que irão representar seu segmento no debate do evento final, que

apresentará as propostas e validará o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos.

A fase final de construção do Plano exige que se estruture uma agenda de continuidade. É o

momento pós--conferência, da implementação das diretrizes formuladas, debatidas e

aprovadas no processo participativo. Os meios para controle e fiscalização deverão estar

propostos nos planos, para assegurar o controle social de sua implementação e

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231

operacionalização. A Lei Nacional de Saneamento Básico estipula como um dos mecanismos

de controle a possibilidade de atuação de órgãos colegiados de caráter consultivo, tais como

Conselhos de Meio Ambiente, de Saúde e outros (BRASIL, 2007a).

Instituição do A3P

A A3P é um programa que busca incorporar os princípios da responsabilidade

socioambiental nas atividades da Administração Pública, através do estímulo a

determinadas ações que vão, desde uma mudança nos investimentos, compras e

contratações de serviços pelo governo, passando pela sensibilização e capacitação dos

servidores, pela gestão adequada dos recursos naturais utilizados e resíduos gerados, até a

promoção da melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho.

A Agenda se encontra em harmonia com o princípio da economicidade, que se traduz na

relação custo-benefício e, ao mesmo tempo, atende ao princípio constitucional da

eficiência, incluído no texto da Carta Magna (art. 37) por meio da Emenda Constitucional

19/1998, e que se trata de um dever da administração.

A A3P tem como principal objetivo estimular a reflexão e a mudança de atitude dos

servidores para que os mesmos incorporem os critérios de gestão socioambiental em suas

atividades rotineiras. A A3P também busca:

Sensibilizar os gestores públicos para as questões socioambientais;

Promover o uso racional dos recursos naturais e a redução de gastos institucionais;

Contribuir para revisão dos padrões de produção e consumo e para a adoção de

novos referenciais de sustentabilidade no âmbito da administração pública;

Reduzir o impacto socioambiental negativo direto e indireto causado pela

execução das atividades de caráter administrativo e operacional;

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida.

Em suas ações, a agenda ambiental tem priorizado como um de seus princípios a política

dos 5 R’s: Repensar, Reduzir, Reaproveitar, Reciclar e Recusar consumir produtos que

gerem impactos socioambientais significativos. Esse último R, em grande medida, irá

definir o sucesso de qualquer iniciativa para a introdução de critérios ambientais no local

de trabalho.

Nesse contexto, diante da importância que as instituições públicas possuem em “dar o

exemplo” para redução de impactos socioambientais negativos, a A3P foi estruturada em

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232

cinco eixos temáticos prioritários – uso racional dos recursos naturais e bens públicos,

gestão adequada dos resíduos gerados, qualidade de vida no ambiente de trabalho,

sensibilização e capacitação dos servidores e licitações sustentáveis - descritos a seguir:

1 Uso racional dos recursos naturais e bens públicos - Usar racionalmente os recursos

naturais e bens públicos implica em usá-los de forma econômica e racional evitando o

seu desperdício. Este eixo engloba o uso racional de energia, água e madeira além do

consumo de papel, copos plásticos e outros materiais de expediente.

2 Gestão adequada dos resíduos gerados - A gestão adequada dos resíduos passa pela

adoção da política dos 5R´s: Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recusar. Dessa

forma deve-se primeiramente pensar em reduzir o consumo e combater o desperdício

para só então destinar o resíduo gerado corretamente.

3 Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho - A qualidade de vida no ambiente de

trabalho visa facilitar e satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver suas

atividades na organização através de ações para o desenvolvimento pessoal e

profissional.

4 Sensibilização e Capacitação - A sensibilização busca criar e consolidar a consciência

cidadã da responsabilidade socioambiental nos servidores. O processo de capacitação

contribui para o desenvolvimento de competências institucionais e individuais

fornecendo oportunidade para os servidores desenvolverem atitudes para um melhor

desempenho de suas atividades.

Como estratégia de sensibilização deve-se:

•• Criar formas interessantes de envolvimento das pessoas em uma ação voltada para o

bem comum e para a melhoria da qualidade de vida de todos;

•• Orientar para a redução no consumo e para as possibilidades de reaproveitamento do

material descartado no local de trabalho e em casa;

•• Incentivar o protagonismo e a reflexão crítica dos servidores sobre as questões

socioambientais, promovendo a mudança de atitudes e hábitos de consumo da instituição.

5 Licitações Sustentáveis - A administração pública deve promover a responsabilidade

socioambiental das suas compras. Licitações que levem à aquisição de produtos e

serviços sustentáveis são importantes não só para a conservação do meio ambiente mas

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233

também apresentam uma melhor relação custo/benefício a médio ou longo prazo quando

comparadas às que se valem do critério de menor preço.

Compras públicas sustentáveis

Compras sustentáveis consistem naquelas em que se tomam atitudes para que o uso dos

recursos materiais seja o mais eficiente possível. Isso envolve integrar os aspectos

ambientais em todos os estágios do processo de compra, de evitar compras desnecessárias

a identificar produtos mais sustentáveis que cumpram as especificações de uso

requeridas. Logo, não se trata de priorizar produtos apenas devido a seu aspecto

ambiental, mas sim considerar seriamente tal aspecto juntamente com os tradicionais

critérios de especificações técnicas e preço.

Obras Públicas

As obras públicas devem ser elaboradas visando a economia da manutenção e

operacionalização da edificação, redução do consumo de energia e água, bem como a

utilização de tecnologias e materiais que reduzam o impacto ambiental, tais como:

•• uso de equipamentos de climatização mecânica, ou de novas tecnologias de

resfriamento do ar, que utilizem energia elétrica, apenas nos ambientes aonde for

indispensável;

•• automação da iluminação do prédio, projeto de iluminação, interruptores, iluminação

ambiental, iluminação tarefa, uso de sensores de presença;

•• uso exclusivo de lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares de alto rendimento e

de luminárias eficientes;

•• energia solar, ou outra energia limpa para aquecimento de água;

•• sistema de medição individualizado de consumo de água e energia;

•• sistema de reuso de água e de tratamento de efluentes gerados;

•• aproveitamento da água da chuva, agregando ao sistema hidráulico elementos que

possibilitem a captação, transporte, armazenamento e seu aproveitamento;

•• utilização de materiais que sejam reciclados, reutilizados e biodegradáveis, e que

reduzam a necessidade de manutenção; e

•• comprovação da origem da madeira a ser utilizada na execução da obra ou serviço.

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234

Aquisição dos Bens

O governo municipal, poderá exigir os seguintes critérios de sustentabilidade na

aquisição dos bens:

•• que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material reciclado, atóxico,

biodegradável, conforme ABNT NBR - 15448-1 e 15448-2;

•• que sejam observados os requisitos ambientais para a obtenção de certificação do

Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO

como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus

similares;

•• que os bens devam ser, preferencialmente, acondicionados em embalagem individual

adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a

garantir a máxima proteção durante o transporte e o armazenamento; e

•• que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima da

recomendada na diretiva RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances), tais como

mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-

polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs).

Contratação de Serviços

As regras da Instrução Normativa para a contratação de serviços exige das empresas

contratadas as seguintes práticas de sustentabilidade na execução dos serviços:

•• use produtos de limpeza e conservação de superfícies e objetos inanimados que

obedeçam às classificações e especificações determinadas pela ANVISA;

•• adote medidas para evitar o desperdício de água tratada, conforme instituído no

Decreto nº 48.138, de 8 de outubro de 2003;

•• observe a Resolução CONAMA nº 20, de 7 de dezembro de 1994, quanto aos

equipamentos de limpeza que gerem ruído no seu funcionamento;

•• forneça aos empregados os equipamentos de segurança que se fizerem necessários,

para a execução de serviços;

•• realize um programa interno de treinamento de seus empregados, nos três primeiros

meses de execução contratual, para redução de consumo de energia elétrica, de consumo

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de água e redução de produção de resíduos sólidos, observadas as normas ambientais

vigentes;

•• realize a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da

Administração Pública Municipal, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e

cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, que será procedida pela coleta

seletiva do papel para reciclagem, quando couber, nos termos da IN/MARE nº 6, de 3 de

novembro de 1995 e do Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006;

•• respeite as Normas Brasileiras – NBR publicadas pela Associação Brasileira de

Normas Técnicas sobre resíduos sólidos; e

•• preveja a destinação ambiental adequada das pilhas e baterias usadas ou inservíveis,

segundo disposto na Resolução CONAMA nº 257, de 30 de junho de 1999.

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ANEXOS

Anexo 01 – Ofício SEMAD / FEAM / Gerência de Resíduos

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Anexo 02 – PGIRS Consolidado para a FEAM

FEAM – Fundação Estadual do Meio Ambiente PGIRS

FORMULÁRIO DE CADASTRO DOPLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS –

PGIRS

1. DADOS PARA CADASTRO:

1.1. IDENTIFICAÇÃO DO MUNICÍPIO:

Município: ANDRADAS__________________________________________________________________

CNPJ/CPF: 17.884.412/0001-34 Inscrição estadual: ______________________________

População Urbana (CENSO IBGE 2010): 28.059___________________________________

Endereço da Prefeitura Municipal: Praça 22 de Fevereiro, s/n° - Centro

UF: MG CEP: 37795-000 Telefone: (35 ) 3739 - 2000

Fax: (35 ) 3739 – 2025 Caixa Postal: _________ E- mail: [email protected]

1.2. TIPO DE PGIRS:

Especificar o tipo de plano:

(X) Plano convencional conforme Art.19 da Lei 12.305/2010

( ) Plano simplificado conforme Art. 51 do Decreto 7.404/2010

( ) Plano inserido no plano de saneamento básico conforme Art. 19, §1º da Lei 12.305/2010

( ) Plano intermunicipal conforme Art. 19, §9º da Lei 12.305/2010

Caso tenha assinalado a última opção, informar o nome do consórcio, do município sede e relação dosdemais municípios participantes:

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________

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2. IDENTIFICAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS:

a) Responsável pela elaboração do PGIRS:

Nome: KARINE HORTA PALHARES

Formação Profissional: BIÓLOGA ESPECIALISTA EM SANEAMENTO

Número de Registro no Conselho de Classe: CRBio 030002/04-D________________________________

E- mail: [email protected]___________________________ Telefone: (31) 9283 - 4822____________

b) Responsável pelo preenchimento do formulário:

Nome: Paulo Eduardo Nhola Ferraz de Pontes_______________________________________________

Vinculação com a Prefeitura Municipal: Supervisor da Seção de Desenvolvimento de Projetos, Fiscalização eEducação Ambiental

E- mail: [email protected]_______________ Telefone: (35 ) _3739 - 2000_________

2. DIAGNÓSTICO:

a) Resíduos Sólidos Urbanos:

Total de RSU coletados (t/dia):

Composição Quantidade (t/dia)Destinação

(Percentual em relação à quantidade coletada)

Matéria orgânica 10,99

__ compostagem: _0__%

__ aproveitamento energético: _0__%

__ aterro sanitário: 45,78__%

__ aterro controlado: _0__ %

__ lixão: _0___ %

__ outro (especificar) ________________: ___%

Metais 0,53

__ reaproveitamento: ___%

__ reciclagem: _12__%

__ aterro sanitário: _88__%

__ aterro controlado: ___ %

__ lixão: ____ %

__ outro (especificar) ________________: ___%

Papel 2,07

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__ reaproveitamento: ___%

__ reciclagem: _32__%

__ aproveitamento energético: ___%

__ aterro sanitário: _68__%

__ aterro controlado: ___ %

__ lixão: ____ %

__ outro (especificar) ________________: ___%

Papelão 2,02

__ reaproveitamento: ___%

__ reciclagem: _32__%

__ aproveitamento energético: ___%

__ aterro sanitário: 68___%

__ aterro controlado: ___ %

__ lixão: ____ %

__ outro (especificar) ________________: ___%

Plástico 3,91

__ reaproveitamento: ___%

__ reciclagem: _35__%

__ aproveitamento energético: ___%

__ aterro sanitário: _65__%

__ aterro controlado: ___ %

__ lixão: ____ %

__ outro (especificar) ________________: ___%

Vidro 0,45

__ reaproveitamento: ___%

__ reciclagem: _18__%

__ aterro sanitário: _82__%

__ aterro controlado: ___ %

__ lixão: ____ %

__ outro (especificar) ________________: ___%

Outros Resíduos

Madeira

Tecidos

Couro, Borracha

Terra, Cerâmica

Resto Jardins

Pedra, Louça

4,03

__ reaproveitamento: _39__%

__ reciclagem: ___%

__ aproveitamento energético: ___%

__ aterro sanitário: _61__%

__ aterro controlado: ___ %

__ lixão: ____ %

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__ outro (especificar) ________________: ___%

b) Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestação de serviços (geradores sujeitos à elaboração dePlano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos):

Total de resíduos de estabelecimentos comerciaise prestação de serviços coletados (t/dia):

Composição Quantidade (t/dia) Destinação1

Matéria Orgânica - Não existem estabelecimentos comerciais sujeitos àelaboração de Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos no Município.

A coleta e destinação final segue a logística decoleta regular de resíduos sólidos urbanos

Metais -

Papel -

Papelão -

Plástico -

Vidro -

Outros Resíduos(especificar)

-

c) Resíduos de Serviços Públicos de Saneamento Básico (ETE, ETA):

Total de resíduos de serviços públicos desaneamento básico coletados (t/dia):

Característica Quantidade (t/dia) Destinação¹

Lodo de esgoto ematerial retido no

gradeamento e caixasde areia, além de areia

contaminada noprocesso

1,36 Aterro Sanitário

d) Resíduos Industriais: (De acordo com a NBR 10004/2004 da ABNT)

Total de resíduos industriais coletados (t/ano):

Característica Quantidade (t/ano) Destinação¹

Classe I - -

Classe II-A 324 Paulínea – SP (coleta, transporte e destinação finalprivados)

Classe II-B 730 Bota fora em área privada para ajuste do terreno

e) Resíduos de Mineração:

Total de resíduos de mineração coletados (t/ano):

Característica Quantidade (t/ano) Destinação¹

Estéril

Classe I -Não existem empreendimentos que se

encaixam nesta categoria no Município

As mineradores possuem apenasescritórios em Andradas

Classe II-A -

Classe II-B -

Rejeito dobeneficiamento

Classe I -

Classe II-A -

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mineral Classe II-B - A produção está em Poços de Caldas

Resíduo

Classe I -

Classe II-A -

Classe II-B -

f) Resíduos sujeitos à Logística Reversa:

Total de resíduos sujeitos à logística reversacoletados (t/mês):

Característica Quantidade (t/mês) Destinação¹

Pilhas e baterias 0,17 LED RECICLAGEM – Mococa SP

Eletroeletrônicos 0,42 LED RECICLAGEM – Mococa SP

Lâmpadas 0,12 LED RECICLAGEM – Mococa SP

Pneus 2,6 Aguardando destinação no almoxarifado municipal

g) Resíduos de Serviços de Saúde: (De acordo com a RDC ANVISA 306/04 e Resolução CONAMA 358/05)

Total de resíduos de serviços de saúde coletados(t/mês):

Classificação

Grupo degeração

No deestabelecimentos

por grupo degeração

Quantidade

(t/mês)Destinação¹

Grupo A 13 0,51 Ecosul Ltda.

Grupo B 01 0,006 Ecosul Ltda.

Grupo C 01 0,002 Ecosul Ltda.

Grupo D 18 0,87 Aterro Sanitário de Andradas

Grupo E 13 0,48 Ecosul Ltda.

h) Resíduos da Construção Civil: (De acordo com Resolução 307 do CONAMA)

Total de resíduos da construção civil coletados(t/mês):

Característica Quantidade (t/mês) Destinação¹

Grupo A 384 Bota fora em área privada para ajuste do terreno

Grupo B 16 Almoxarifado Municipal

Grupo C - Paulínea – SP (coleta, transporte e destinação finalprivados)

Grupo D - Paulínea – SP (coleta, transporte e destinação finalprivados)

i) Resíduos Agrossilvopastoris:

Total de resíduos agrossilvopastoris coletados(t/mês):

Característica Quantidade (t/mês) Destinação¹

Embalagens impregnadascom fertilizante químico

0,600 Cooperativa Agrícola

Embalagens de agrotóxicos 0,460 Cooperativa Agrícola

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Outros resíduos associadosà agricultura

1,8 Compostagem nas propriedades rurais

Outros resíduos associadosà pecuária

3,4 Compostagem nas propriedades rurais

j) Resíduos de Serviços de Transportes: (Aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários)

Total de resíduos de serviços de transportescoletados (t/dia):

Local de geração Quantidade (t/dia) Destinação¹

Rodoviária 1,6 Aterro Sanitário de Andradas

k) Resíduos de Limpeza Pública (varrição, poda, capina, entre outros):

Total de resíduos de limpeza pública coletados(t/dia):

Característica Quantidade (t/dia) Destinação¹

Varrição 1,5 Aterro Sanitário de Andradas

Poda e Capina 1,8 Reaproveitamento pela Secretaria de Obras

Entulho 20 Reaproveitamento pela Secretaria de Obras

1- Caso haja mais de um tipo de destino para uma mesma tipologia de resíduo, especificar o percentual (%) por tipo de destino, aexemplo da tabela “a”.

4. IDENTICAÇÃO DOS PRINCIPAIS GERADORES DE RESÍDUOS: (Sujeitos à elaboração doplano de gerenciamento de resíduos, art . 20, lei federal nº 12.305/2010)

Gerador Endereço Tipo de resíduos

ICASA INDÚSTRIACERAMICAANDRADENSE S/A

Av. Ricarti Teixeira, 1.444

Andradas - Minas Gerais

CEP - 37795-000

Caixa Postal - 61

(X) 3a ( ) 3b ( ) 3c ( ) 3d (X ) 3e ( ) 3f ( ) 3g ( ) 3h

( ) 3i ( ) 3j ( ) 3k

( ) Outro: ____________________________

FIORI CERÂMICALTDA

FIORI CERÂMICA LTDA.

Rua Olyntho Trevisan, 490

Vila Buzato Andradas - MG

CEP: 37795-000

(X) 3a ( ) 3b ( ) 3c ( ) 3d (X ) 3e ( ) 3f ( ) 3g ( ) 3h

( ) 3i ( ) 3j ( ) 3k

( ) Outro: ____________________________

MOVEIS TREVISANLTDA

Rod. Andradas/Poços deCaldas KM1

Avenida José Teixeira deMagalhães, 649 Andradas –MG

(X) 3a ( ) 3b ( ) 3c ( ) 3d (X ) 3e ( ) 3f ( ) 3g ( ) 3h

( ) 3i ( ) 3j ( ) 3k

( ) Outro: ____________________________

PREFEITURA EÓRGÃOS PÚBLICOS

R. Prof. Xânico, 176,Andradas - MG, 37795-000Centro – Andradas

(X) 3a (X) 3b (X) 3c ( ) 3d ( ) 3e ( ) 3f ( ) 3g ( ) 3h

( ) 3i ( ) 3j ( ) 3k

( ) Outro: ____________________________

3a- Resíduos Sólidos Urbanos

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3b- Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestação de serviços (geradores sujeitos à elaboração de Plano de Gerenciamento deResíduos Sólidos)

3c- Resíduos de Serviços Públicos de Saneamento Básico (ETE, ETA)

3d- Resíduos Industriais

3e- Resíduos de Mineração

3f- Resíduos sujeitos à Logística Reversa

3g- Resíduos de Serviços de Saúde

3h- Resíduos da Construção Civil

3i- Resíduos Agrossilvopastoris

3j- Resíduos de Serviços de Transportes

3k- Resíduos de Limpeza Pública (varrição, poda, capina, entre outros).

5. ÁREAS FAVORÁVEIS PARA DISPOSIÇÃO FINAL AMBIENTALMENTEADEQUADA DE REJEITOS OBSERVANDO O PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO:

Área Potencial Endereço CoordenadasGeográficas

Distância médiaaté o núcleo

populacional /transbordo /tratamento

Características favoráveis

ATERROSANITÁRIO DOMUNICÍPIO DEANDRADAS JÁ

EXISTENTE

20ha.

RodoviaAndradas-Pocinhos

do RioVerde, km03 Bairro

LagoaDourada

22°00’50,1”Sde Latitude e46º32’02,3”Wde Longitude

12 KM

( ) Área erosiva

( ) Área cárstica

( ) APP

( ) Área sujeita a inundação

( ) Distância de curso d’água maiorque 300m

(X) Distância do núcleopopulacional maior que 500m

(X) Distância maior que 100m derodovias e estradas

( ) Distância de aeroporto maiorque 20 km

6. INTERESSE EM CONSORCIAMENTO OU SOLUÇÃO COMPARTILHADA?

(X)Sim ( )Não

ATO2 Estágio do consórcio ou soluçãocompartilhada

Municípios participantes doconsórcio ou solução

compartilhada

- (X) Em negociação

( ) Em formalização

Andradas e Caldas

2- Arranjo Territorial Ótimo, conforme Plano de Regionalização para Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos, disponível emhttp://www.feam.br/minas-sem-lixoes

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7. INDICADORES DE DESEMPENHO OPERACIONAL E AMBIENTAL DOSSERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS:

Taxa de empregados por habitante urbano empreg./1000hab.

Despesa por empregado R$/empregado

Incidência de despesas com RSU na prefeitura %

Incidência de despesas com empresas contratadas %

Auto-suficiência financeira %

Despesas per capita com RSU R$/habitante

Incidência de empregados próprios %

Incidência de empreg. de empr. contrat. no total de empreg. no manejo %

Incidência de empreg. admin. no total de empreg no manejo %

Receita arrecadada per capita com serviços de manejo R$/habitante

Tx cobertura da coleta RDO em relação à pop. urbana %

Taxa de terceirização da coleta %

Produtividades média de coletadores e motorista Kg/empregado x dia

Taxa de motoristas e coletadores por habitante urbano empreg./1000hab.

Massa [RDO+RPU] coletada per capita em relação à pop. urbana Kg/(hab.x dia)

Massa RDO coletada per capita em relação à pop. total atendida Kg/(hab.x dia)

Custo unitário da coleta R$/tonelada

Incidência do custo da coleta no custo total do manejo %

Incidência de empregados da coleta no total de empregados no manejo %

Relação: quantidade RCD coletada pela Pref. p/quant. total [RDO+RPU] %

Relação: quantidades coletadas de RPU por RDO %

Massa [RDO+RPU] coletada per capita em relação à população total atendida Kg/(hab.x dia)

Massa de RCD per capita/ano em relação à pop. urbana Kg/(hab.x ano)

Taxa de recuperação de recicláveis em relação à quantidade de RDO e RPU %

Massa recuperada per capita Kg/(hab. x ano)

Relação entre quantidades da coleta seletiva e RDO %

Incid. de papel/papelão sobre total mat. recuperado %

Incid. de plásticos sobre total material recuperado %

Incid.de metais sobre total material recuperado %

Incid.de vidros sobre total de material recuperado %

Incidência de ''outros'' sobre total material recuperado %

Massa per capita recolhida via coleta seletiva Kg/(hab. x ano)

Massa de RSS coletada per capita Kg/(1000hab. X dia)

Taxa de RSS sobre [RDO+RPU] %

Taxa de terceirização de varredores %

Taxa de terceirização de varrição %

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Custo unitário da varrição R$/km

Produtividade média dos varredores km/(empreg x dia)

Taxa de varredores por habitante urbano empreg./1000hab.

Incidência do custo da varrição no custo total do manejo %

Incidência de varredores no total de empregados no manejo %

Extensão total anual varrida per capita Km/(hab. x ano)

Taxa de capinadores por habitante urbano empreg./1000hab.

Relação de capinadores no total de empregados no manejo %

8. PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL:

Nome Publico alvo Período do treinamento

- - -

* Atualmente não existem Programas de Educação Ambiental oficiais sendo executados, devido à falta de equipede mobilizadores. O Programa de Educação Ambiental previsto segue como Meta a ser alcançada conformeplanejamento abaixo.

ÁREAS DEATUAÇÃO * PLANO DE AÇÃO * ESTRATÉGIAS

- Escolas (públicas eparticulares)

1º Etapa

As atividades serão iniciadas com a direção das escolas e outra comos professores, pessoal da secretaria e de serviços gerais.

2º Etapa

Atividades com os alunos

- Palestra

- Vídeo

- Teatro

- Oficina

- Folders

- Comércio e Bancos

Alimentício

- lanchonete e bares

- Restaurantes

- Traillers

Não alimentício

- escritórios

- bancos

- eletroeletrônicos

- calçados econfecções

1º Etapa

Reuniões com o CDL, com os dirigentes lojistas e gerentes de bancos;

2º Etapa

Mobilização em todos os estabelecimentos

- Palestras

- Vídeos

- Mini teatros

- Clubes recreativose salões de festas

1º Etapa

Reuniões com os gerentes dos clubes e o quadro de funcionários

2º Etapa

Monitoramento

Palestras

Vídeos

Teatros

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- Residências

Casas

Apartamentos

1º Etapa

- porta à porta por micro-regiões

- reuniões de condomínio

2º Etapa

Monitoramento

Palestras

Vídeos

Entrega de Folders

- Prédios púbicos

Prefeitura

Anexo

Outras secretarias

1º Etapa

Reuniões com os chefes das diversas secretarias, onde estes deverãoescolher os “fiscais”

2º Etapa

Conversas com os funcionários na própria área de trabalho

Conversa com osfuncionários nopróprio local detrabalho.

Teatro no Hall daprefeitura

- Quartel da PolíciaMilitar

1º Etapa

Reunião com o Comandante do BPM-MG

2º Etapa

Atividades com a tropa militar do BPM-MG

Palestra desensibilização

- Público Itinerante Corpo à corpo Teatros de rua

Jornal do ônibus

Pontos de ônibus

Ponto à ponto

- Unidades de Saúde

Farmácias

Laboratórios deanálise e próteses

Clínicas

-veterinárias

- médicas

- odontológicas

UBS e UAIS

Hospitais

1º Etapa

Reunião com os líderes para divulgação do programa

2º Etapa

Porta à porta

Entrega de foldersporta à porta

9. ORGANIZAÇÃO DE CATADORES (ASSOCIAÇÃO E COOPERATIVAS DECATADORES) E GRUPOS INTERESSADOS NA COLETA E COMERCIALIZAÇÃODE RESÍDUOS?

( X )Sim ( )Não

Nome Situação em relação à formalização(Formal/informal)

Descrever a forma de participação nagestão dos resíduos

-

Associação em formalização, dadossocioeconômicos já levantados e

mobilização já iniciada.

Gestão do galpão de triagem e reciclagemde resíduos que receberá o produto da

coleta seletiva a ser implantada

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10. NEGÓCIOS, EMPREGO E RENDA:

Descrever as principais ações para a criação de fontes de negócios, emprego e renda, mediante avalorização dos resíduos sólidos.

• Conclusão da obra da Usina de Triagem e Compostagem que receberá o material da Coleta Seletiva a ser

implantada conforme o PGIRS;

• Apoio e incentivo da administração pública aos catadores em processo de organização e propositura de

acordos setoriais que os incluam;

• Apoio técnico e comercial da administração pública aos catadores organizados para a comercialização dos

produtos da triagem e compostagem no próprio município;

• Incentivo da administração pública à indústria da reciclagem e compostagem no município, tendo em vista

fomentar o beneficiamento de matérias-primas e insumos derivados de materiais orgânicos e materiais

reutilizáveis para a manufatura de produtos confeccionados à partir destes;

• Estimular a demanda de materiais recicláveis no mercado;

• Educar a população promovendo a separação mais criteriosa dos materiais visando à comercialização dos

mesmos;

• Promover a negociação direta com as indústrias transformadoras, com melhores condições de

comercialização para os catadores organizados;

• Fiscalizar a boa qualidade dos materiais no galpão (seleção por tipo de produto, baixa contaminação

por impurezas e formas adequadas de embalagem/enfardamento);

• Apoiar tecnicamente a produção do composto orgânico produzido na usina de compostagem de lixo

domiciliar atendendo a valores estabelecidos pelo Ministério da Agricultura para que possa ser

comercializado;

• Prioridade nas aquisições e contratações governamentais e particulares para produtos reutilizáveis e

recicláveis.

11. CUSTOS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO LIMPEZA URBANA E MANEJO DERSU:

Tipo Custo/per capita ano Forma de cobrança dos serviços

Limpeza Urbana(incluindo coleta deRSU, serviços devarrição, poda ecapina em áreas

públicas)

R$ 32,66 Taxa cobrada na mesma guia do IPTUanualmente

Manejo de RSU(incluindo a

destinação edisposição final de

RSU)

R$ 13,61 Taxa cobrada na mesma guia do IPTUanualmente

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12. METAS:

Descrever a(s) meta(s) para redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzira quantidade de rejeitos encaminhados para a disposição final ambientalmente adequada.

Meta Objetivo Prazo

Otimização dacoleta de resíduos

Manter a coleta em 100% dos domicíliosurbanos e atingir 100% dos domicílios

ruraisMédio (4 a 8 anos)

Estabelecercontrole sobre osestabelecimentos

sujeitos àelaboração do

PGRS

Melhorar a fiscalização ambiental econhecer a gestão de resíduos de

grandes geradores e indústriasinstaladas no município

Curto (1 a 4 anos)

Implantar a coletaseletiva demateriais

recicláveis em100% da área

urbana

Prolongar a vida útil do Aterro Sanitário,reduzir os gastos com destinação final e

promover a inclusão social dos catadoresde resíduos

Curto (1 a 4 anos)

Concluir as obrasda Usina deTriagem e

Compostagem

Apoiar a organização dos catadores deresíduos gerando emprego e renda Curto (1 a 4 anos)

Implantar umModelo

Operacionaleficiente de Gestão

dos ResíduosSólidos Urbanos

Integrar a logística de coleta àdestinação final dos RSU utilizando

equipamentos e tecnologias limpas aolongo da cadeia de processos visando adiminuição dos gastos com destinação

final e máximo de reciclagem e reuso demateriais

Longo (8 a 20 anos)

Criar um centro decustos específico

para os serviços demanejo dos RSU

Promover a transparência dos gastoscom limpeza urbana e manejo dos RSUe conhecimento dos itens de despesasque impactam a prestação dos serviços

Curto (1 a 4 anos)

EducaçãoAmbiental

Criar uma equipe permanente deeducação ambiental na Secretaria de

Planejamento e Meio Ambiente a fim desustentar o sucesso da coleta seletiva emanejo adequado dos RSU por parte da

população

Curto (1 a 4 anos)

Logística Reversa

Articular os envolvidos no consumo,comercialização e fabricação de produtossujeitos à logística reversa para a corretadestinação final destes produtos após o

uso

Médio (4 a 8 anos)

Cidade Mais Limpa

Promover a educação ambiental paraconscientizar a população dos benefícios

da destinação correta dos resíduos ecriar mecanismos legais para a punição

de infratores

Médio (4 a 8 anos)

Controle dosResíduos da

Construção Civil

Implantar o formulário de RCC nosprocessos de concessão de alvarás de

construção e reforma para conhecerCurto (1 a 4 anos)

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melhor a atividade dos caçambeiros

Usina deReciclagem deResíduos da

Construção Civil

Implantar a URRCC eliminando oproblema do impacto visual destes no

município oferecendo um localapropriado para a destinação final

Médio (4 a 8 anos)

Implantação dosPEV´s – Pontos deEntrega Voluntária

no município

Eliminar a presença de entulho e lixo nasruas e corpos d’água Curto (1 a 4 anos)

Modelo de GestãoOperacional

Implantar o Sistema de Informações eGestão dos Serviços de Limpeza Urbanapara gerenciar o trabalho da Prefeitura ede empresas terceirizadas nas atividades

envolvidas

Curto (1 a 4 anos)

TerceirizaçõesRedução de custos e melhoria

operacional nos serviços do AterroSanitário e coleta dos resíduos

Curto (1 a 4 anos)

13. PARTICIPAÇÃO DO PODER PÚBLICO:

Descrever as formas e os limites da participação do poder público local na coleta seletiva e na logística reversa eoutras ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

Ação Facilidades Dificuldades

Coleta Seletiva

Mobilização Social

Educação Ambiental

Incentivos fiscais

Apoio Técnico especializado na Usina deTriagem após sua implantação

Equipamentos para a coleta

Treinamento do pessoal da coleta

Logística Reversa

Mobilização Social

Acordos Setoriais

Educação Ambiental

Promover Ecopontos

Legislação Municipal apropriada

Empresas especializadas em tratamento edestinação final próximas

Fiscalização

Armazenamento

14. CONTROLE E FISCALIZAÇÃO:

Descrever ações e indicadores para acompanhamento, controle e fiscalização.

Ação Indicador Responsável

Implantar o controledos resíduos daconstrução civil

Formulário de RCC preenchido Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente

Implantar o controlesobre grandesgeradores eindústrias

PGRS do gerador conhecido Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente

Implantar A3P emtodos os órgãos

públicos

Redução de 30% na geração deresíduos do serviço público Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente

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Implantar a coletaseletiva em 100%

da área urbana

Redução gradual de resíduospesados no Aterro Sanitário

Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente

Secretaria de Obras

Iniciativas para aEducação

Ambiental eMobilização Social

Equipe de Mobilizadores contratada Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente

Mobilizar olegislativo para

votar a legislaçãoambientalpertinente

Leis Municipais promulgadas Gabinete do Prefeito

15. IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS DE DISPOSIÇÃO INADEQUADA DE RESÍDUOSE ÁREAS CONTAMINADAS E RESPECTIVAS MEDIDAS SANEADORAS:

Área Coordenadas Geográficas (X,Y) Tipo deresíduo

Medidas adotadas ecaracterísticas gerais da área

Caçamba delixo na árearural 333686 7558229

ResíduosSólidosUrbanos

Resíduos daConstruçãoCivil

ResíduosAgrossilvopastoris

Entroncamento de estrada naárea rural

Educação Ambiental

Bota fora namargem do rio 337639 7557830

ResíduosSólidosUrbanos

Resíduos daConstruçãoCivil

Área urbana residencial – Bairrode classe baixa

Implantação de Ecoponto noBairro e Educação Ambiental

Bota fora namargem do riono bairroSamambaia 338597 7559867

ResíduosSólidosUrbanos

Resíduos daConstruçãoCivil

Área urbana residencial – Bairrode classe baixa

Implantação de Ecoponto noBairro e Educação Ambiental

Bota fora namargem do riono bairroSamambaia 338189 7559881

ResíduosSólidosUrbanos

Resíduos daConstruçãoCivil

Área urbana residencial – Bairrode classe baixa

Implantação de Ecoponto noBairro e Educação Ambiental

Bota fora namargem do riono bairro 7 desetembro 337161 7557505

ResíduosSólidosUrbanos

Resíduos daConstruçãoCivil

Área urbana residencial – Bairrode classe baixa

Implantação de Ecoponto noBairro e Educação Ambiental

Bota fora namargem do riono bairroMutary 337117 7557272

ResíduosSólidosUrbanos

Resíduos daConstruçãoCivil

Área urbana residencial – Bairrode classe baixa

Implantação de Ecoponto noBairro e Educação Ambiental

Bota fora emterreno 336518 7555919

ResíduosSólidosUrbanos

Área urbana – Terreno de10.000m2 recebendo materialpara correção do nível do solo

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particular(aterro)

Resíduos daConstruçãoCivil

Licenciamento Ambiental

16. PERIODICIDADE DE REVISÃO DO PGIRS:

02 em 02 anos.___________________________________________________________________________

17. IDENTIFICAÇÃO DOS RESPONSÁVEIS QUANTO À IMPLANTAÇÃO EOPERACIONALIZAÇÃO DO PLANO:

Identificar no âmbito da administração municipal os responsáveis pela implantação e operacionalização doPlano.

Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente; Secretaria Municipal de Obras, Serviços Públicos eTransporte Interno; Secretaria Municipal de Saúde.

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Urbano e Meio Ambiente. Documentos 2012.

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