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jo Plano de Acção 2010 ARS do Centro, Coimbra, Março de 2010

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Plano de Acção 2010

ARS do Centro, Coimbra, Março de 2010

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Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde do Centro, IP:

João Pedro Travassos de Carvalho Pimentel (Presidente)

Mário Rui Fernandes Pinto Ferreira (Vice-Presidente)

Joaquim Gomes da Silva (Vogal)

Regina Helena Lopes Dias Bento (Vogal)

Coordenação da edição

António Morais

Lúcio Meneses de Almeida

Lígia Carvalho

José Coimbra

Pedro Filipe Morais

Francisco Matos

Sandra Lourenço

Colaboração

Alda Rebelo, Conceição Toscano, José Manuel Tereso, José Varandas da Silva, Luís Belo, António Morais,

Ana Dias, António Queimadela Baptista, Carolina Veloso, Conceição Casimiro, Eugénio Cordeiro, Ernesto

Fernandes, Fernanda Pinto, Fernando Gomes da Costa, Gabriel Pires, Hélder Ferreira, Horácio Firmino,

Ilídia Duarte, Isabel Lança, Joana Andrade, João Crisóstomo Borges, Joaquim Marques Moita, José

Bonifácio, José Carlos Cabral Peixoto, Judite Maia Ribeiro, Lúcio Meneses de Almeida, Maria da

Anunciação Costa, Maria Hermínia Trindade Simões, Maria José Hespanha, Maria Manuel Açafrão, Zélia

Cerqueira.

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ÍNDICE

PREÂMBULO

ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO EM SAÚDE Departamento de Saúde Pública e Planeamento .......................................................................... 1Departamento de Contratualização .............................................................................................. 3Departamento de Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral ....................................... 8Departamento de Gestão Financeira .......................................................................................... 10Departamento de Instalações e Equipamentos .......................................................................... 12 ÁREAS DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE ÁREA DE INTERVENÇÃO I: DOENÇAS DE EVOLUÇÃO PROLONGADA .......................................... 161.Doenças Cardiovasculares ........................................................................................................ 162.Programa de Prevenção e Controlo da Diabetes ..................................................................... 213.Doenças Oncológicas ................................................................................................................ 264.Doenças Respiratórias .............................................................................................................. 35

ÁREA DE INTERVENÇÃO II - SATISFAÇÃO DE NECESSIDADES ESPECÍFICAS DE SAÚDE ................ 411.Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados .............................................................. 412. Programa Regional da Saúde da Mulher, Criança e Adolescente ........................................... 453.Saúde mental ............................................................................................................................ 48

ÁREA DE INTERVENÇÃO III - CAPACITAÇÃO EM SAÚDE E INTERVENÇÃO SOBRE OS DETERMINANTES DE SAÚDE ........................................................................................................ 501.Capacitação e Literacia em Saúde ............................................................................................ 502.Promoção da Saúde em meio escolar ...................................................................................... 533.Saúde Ocupacional ................................................................................................................... 594.Gestão Ambiental ..................................................................................................................... 615.Projectos transversais de intervenção comunitária ................................................................. 67 ÁREA DE INTERVENÇÃO IV – VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E PREVENÇÃO E CONTROLO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS ............................................................................................................... 831. Prevenção e Controlo da Infecção VIH/Sida .................................................................... 832. Prevenção e Luta contra a Tuberculose .......................................................................... 883. Programa Regional e Prevenção e Controlo da Gripe ..................................................... 914. Controlo da Infecção Associada aos Cuidados de Saúde ................................................ 945. DDO/SARA ....................................................................................................................... 996. Vacinação ....................................................................................................................... 104 ÁREAS DE SUPORTE Observatório Regional de Apoio ao sistema SIM – Cidadão ..................................................... 110Unidade Regional de gestão de inscritos para cirurgia ............................................................. 114Telemedicina ............................................................................................................................. 116Formação ................................................................................................................................... 120

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INDICE DE FIGURAS, GRÁFICOS E QUADROS

Figura 1 - Distribuição de lugares pela Região Centro em 31/12/2009 ....................................................... 41

Gráfico 1- Estrutura Etária do total de efectivos (excluindo ULS da Guarda EPE) .......................................... 8

Gráfico 2 - Estrutura Etária de grupo profissional Médico (excluindo ULS da Guarda EPE) ........................... 9

Gráfico 3 - Taxa de incidência de cancro de colo do útero padronizada para a idade pela pop. Europeia na

Região Centro (‰00) ...................................................................................................................................... 29

Gráfico 4 - Taxa de mortalidade padronizada por cancro do colo do útero (‰00) ...................................... 29

Gráfico 5 – Dimensão da LIC ARSC,IP .......................................................................................................... 114

Gráfico 6 – Mediana do Tempo de Espera (meses) – LIC ARSC,IP ............................................................... 115

Quadro 1 - Calendarização faseada do rastreio do cancro do cólon e recto da ARS Centro ....................... 34

Quadro 2 - RNCCI – Número de camas / criação e manutenção de Unidades de Dia, equipas intra-

hospitalares e cuidados continuados integrados .......................................................................................... 43

Quadro 3 - Sistema de Vigilância das Doenças de Declaração Obrigatória – dados provisórios das principais

doenças declaradas em Portugal e na Região Centro em 2008. DGS, 2009. .............................................. 100

Quadro 4 - Formação para os profissionais de saúde ................................................................................ 121

Quadro 5 - Formação para os profissionais da Administração Pública Central ......................................... 122

Quadro 6 - Encargos financeiros ................................................................................................................ 123

Quadro 7 - Recursos financeiros ................................................................................................................ 123

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PREÂMBULO

A satisfação das necessidades (reais) de saúde das populações é, simultaneamente, a missão e o desafio

“genético” dos sistemas de saúde. À semelhança da Medicina Clínica, assenta no diagnóstico da situação e na

instituição da terapêutica - esta última em conformidade com os recursos disponíveis.

O diagnóstico da situação de saúde é uma etapa primordial (porque primeira e fundamental) do planeamento. A

promoção dos ganhos em saúde (efectividade) pressupõe a identificação das necessidades em saúde e em serviços

e a distribuição justa dos recursos e serviços (equidade).

O ano de 2010 consistirá na consolidação da reforma do sistema de saúde e, desta forma, na gestão dos desafios

decorrentes da sustentabilidade do SNS num cenário macroeconómico de constrangimento orçamental

decorrente de uma crise económica global.

Tal pressupõe o reconhecimento, por parte de todo o sistema de saúde, do papel da rede de cuidados primários de

saúde como pilar do sistema de saúde que assume o cidadão-utente simultaneamente como receptor e

(auto)prestador de cuidados.

Este papel traduz-se na satisfação da esmagadora maioria das necessidades em saúde, mediante a prestação de

cuidados de qualidade mas de baixo custo (eficiência) e na articulação com os cuidados secundários e terciários no

que diz respeito à satisfação de necessidades de saúde que exigem cuidados tecnológica e operativamente mais

diferenciados.

O “cimento aglutinador” de todo o sistema regional de saúde são, de acordo com a legislação em vigor (decreto-lei

nº 222/2007 de 29 de Maio) as ARS, cuja missão consiste em assegurar o acesso dos cidadãos das respectivas

áreas de influência à prestação de cuidados de saúde de qualidade.

O presente plano de acção culmina um processo de planeamento regional, assente no Plano Nacional de Saúde

presentemente em vigor. Nessa medida, os programas que o integram - priorizados em função das necessidades

em saúde da Região Centro – deverão ser encarados como instrumentos de mudança, em prol da saúde das

populações da Região Centro.

A todos os profissionais de saúde da Região e, muito em particular, ao que exercem a sua actividade nos serviços

centrais (sede e departamentos), serviços dependentes e serviços desconcentrados (ACeS) da Administração

Regional de Saúde do Centro IP, termino com palavras de confiança no futuro, em prol da saúde das populações da

Região Centro.

O Presidente do Conselho Directivo

(Dr. João Pedro Travassos Pimentel)

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ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO EM SAÚDE

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DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA E PLANEAMENTO

De acordo com a legislação em vigor (decreto-lei nº 222/2007 de 29 de Maio), cabe às

Administrações Regionais de Saúde assegurar, no âmbito da sua área de jurisdição

territorial, o acesso à prestação de cuidados de saúde de qualidade, mediante a

adequação dos recursos às necessidades de saúde identificadas. Enquanto parte

integrante da estrutura organizacional da ARS do Centro, o Departamento de Saúde

Pública e Planeamento (DSPP) concorre, juntamente com os restantes departamentos

e unidades, para a prossecução da missão deste instituto público.

Dentre as atribuições do DSPP, destacam-se a caracterização e monitorização do

estado de saúde da população e identificação de necessidades em saúde, a avaliação

do impacte das intervenções em saúde e a elaboração da proposta do Plano Regional

de Saúde (Estatutos da ARSC publicados em anexo à portaria nº 650/2007 de 30 de

Maio).

A missão do DSPP consiste em dotar o Conselho Directivo da ARSC da evidência em

Saúde Pública e em Planeamento em Saúde necessária à tomada de decisão por parte

deste órgão directivo.

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E FUNCIONAL

Do ponto de vista organizacional o DSPP inclui uma unidade (a Unidade de

Planeamento). No entanto, e tendo em vista o cumprimento das suas atribuições, o

DSPP divide-se, do ponto de vista funcional, nas seguintes áreas (conforme o seu

Regulamento, homologado em 31/12/2009 pelo Conselho Directivo da ARSC):

• Planeamento em saúde (correspondente à Unidade de Planeamento);

• Vigilância em saúde pública e investigação epidemiológica

• Saúde ambiental

• Promoção da saúde

• Programas e projectos específicos

• Autoridade de Saúde

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Tendo em vista a sua relevância e as atribuições legais do DSPP (constantes dos

estatutos da ARSC), foi posteriormente proposta ao Conselho Directivo da ARSC uma

nova área funcional correspondente aos Laboratórios de Saúde Pública.

Cada área funcional inclui programas e projectos compatíveis, sendo coordenada por

um responsável nomeado pelo Director do Departamento. De acordo com o

Regulamento do DSPP o responsável pela área funcional do Planeamento em saúde é,

por inerência de funções,

É atribuição dos responsáveis pelas áreas funcionais do DSPP a elaboração de

objectivos específicos, bem como o estabelecimento de indicadores de actividade e de

resultado.

O Director do DSPP exerce, simultaneamente, as funções de Delegado de Saúde

Regional sendo coadjuvado por um Delegado de Saúde Regional Adjunto (conforme o

disposto no decreto-lei nº 82/2009 de 2 de Abril).

Finalidade Cumprimento do disposto no artigo 3º do anexo à portaria nº 650/2007 de 30 de

Maio

Objectivos

• Dotar o Conselho Directivo da evidência em saúde pública e em

planeamento em saúde necessária à tomada de decisão;

• Apoiar as Autoridades de Saúde e unidades de saúde pública;

• Apoiar os restantes departamentos e unidades da ARSC em matérias

relacionadas com a saúde pública e com o planeamento em saúde

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DEPARTAMENTO DE CONTRATUALIZAÇÃO

As competências do Departamento de Contratualização (DC) são as constantes do

artigo 5.º dos Estatutos da ARSC, I.P., anexos à Portaria n.º 650/2007, de 30 de

Maio.

Ao DC compete, especialmente:

a) Estabelecer e acompanhar as relações contratuais com entidades

prestadoras de cuidados de saúde do sector público, social e privado,

adequando os recursos disponíveis às necessidades da população;

b) Propor a afectação de recursos financeiros às instituições e serviços

prestadores de cuidados de saúde integrados ou financiados pelo SNS;

c) Propor a afectação de recursos financeiros mediante a celebração,

acompanhamento e revisão de contratos, no âmbito dos cuidados

continuados integrados;

d) Propor e participar na realização de auditorias.

O DC está organizado em três áreas funcionais, de acordo com a tipologia de

cuidados de saúde:

a) Cuidados primários;

b) Cuidados diferenciados;

c) Cuidados continuados.

À área funcional dos Cuidados Primários compete:

d) Acompanhar o processo de negociação dos contratos-programa com os

Agrupamentos de Centros de Saúde;

e) Proceder ao acompanhamento e monitorização da actividade contratada,

recolhendo a respectiva informação e procedendo à elaboração periódica

de relatórios.

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À área funcional dos Cuidados Diferenciados compete:

a) Acompanhar o processo de negociação dos contratos-programa com

instituições hospitalares;

b) Proceder ao acompanhamento e monitorização da actividade contratada,

recolhendo a respectiva informação e procedendo à elaboração periódica

de relatórios;

c) Gerir o programa relativo ao Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para

Cirurgia;

d) Gerir o programa relativo à Consulta a Tempo e Horas.

À área funcional dos Cuidados Continuados compete:

e) Elaborar os contratos para implementação e funcionamento das unidades e

equipas que integram a rede de cuidados continuados;

f) Proceder à referenciação dos utentes para as unidades de cuidados

continuados;

g) Proceder ao acompanhamento e monitorização da actividade contratada,

recolhendo a respectiva informação e procedendo à elaboração periódica

de relatórios.

CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

A reforma dos Cuidados de Saúde Primários levou à criação dos 16 Agrupamentos de

Centros de Saúde (ACES) na região Centro. A consolidação da nova reorganização e

funcionamento dos centros de saúde é uma prioridade para a ARSC que, neste sentido,

desenvolverá a sua acção sobretudo a nível da criação das unidade de cuidados na

comunidade (UCC), das unidades de saúde pública (USP) e respectivo regulamento

interno, numa óptica de funcionamento integrado e coerente de todas as unidades dos

ACES.

No domínio das USP, a ARSC dedicará particular atenção à formação dos seus médicos,

integrando-se, para o efeito, num protocolo com a Escola Nacional de Saúde Pública e

Direcção Geral de Saúde.

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Perspectiva-se para os próximos anos, a constituição de mais USF na região Centro,

estimando-se, para 2010, a abertura de 10 novas USF, bem como a entrada em

funcionamento de 10 UCC.

No evoluir da reforma, assumem capital importância os serviços partilhados, opção

estratégica do Ministério da Saúde já encetada pela ARSC com os SUCH nas áreas de

compras - Somos Compras - recursos humanos - Somos Pessoas - e sector financeiro e

contabilidade - Somos Contas.

ÁREA HOSPITALAR

De acordo com o artigo 5º dos Estatutos da ARS do Centro, IP, compete ao

Departamento de Contratualização (DC) participar na definição dos critérios

para a contratualização dos serviços de saúde e ainda:

• Desenvolver instrumentos de apoio à gestão que permitam a promoção

do uso racional de recursos materiais e financeiros;

• Propor a afectação de recursos financeiros às instituições e serviços

prestadores de cuidados de saúde integrados ou financiados pelo SNS e

acompanhar e avaliar o seu desempenho;

• Participar em estudos com o objectivo de propor ajustamentos nas

redes de referenciação e emissão de pareceres técnicos sobre a criação,

modificação, fusão ou extinção de instituições de auditorias;

• Propor a realização de auditorias;

• Propor a afectação de recursos financeiros a entidades privadas, com ou

sem fins lucrativos, para a prestação de cuidados de saúde, através da

celebração, acompanhamento e revisão de acordos, protocolos e

convenções;

• Propor a afectação de recursos financeiros, mediante a celebração,

acompanhamento e revisão de contratos no âmbito das parcerias

público-privadas;

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• Propor a afectação de recursos financeiros, mediante a celebração,

acompanhamento e revisão de contratos no âmbito dos cuidados

continuados integrados.

Tal como nos anos anteriores, as actividades a desenvolver em 2010 incluem:

Mensalmente

• Validar e monitorizar os ficheiros enviados pelos hospitais;

• Analisar a actividade comunicada;

• Disponibilizar aos hospitais os indicadores resultantes do

processamento da sua actividade.

Anualmente

• Analisar a produção proposta para o contrato do ano seguinte;

• Preparar os outputs para as reuniões de contratualização;

• Realizar as referidas reuniões;

• Definir e negociar os objectivos;

• Definir os critérios para atribuição das verbas dos incentivos;

• Avaliar o cumprimento dos objectivos de qualidade e eficiência;

• Analisar a produção contida nas bases de dados dos Grupos de Diagnóstico

Homogéneos hospitalares (GDH) e remeter às unidades hospitalares o

correspondente relatório;

• Elaborar relatórios a enviar aos hospitais com esta análise.

Circunstancialmente

• Elaborar documentos com análise da evolução da actividade dos hospitais;

• Participar em reuniões de acompanhamento de alguns hospitais;

• Assegurar a resposta temporalmente oportuna às questões colocadas pelos

hospitais e pela tutela.

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Actividades a desenvolver na área hospitalar

A nossa atenção vai focar-se na necessidade de rentabilizar o trabalho já

desenvolvido pelo DC e assim permitir o desenvolvimento de novas tarefas.

Teremos dois focos de atenção – um interno e outro externo.

• A nível interno pretende-se desenvolver uma ferramenta que permita

disponibilizar mensalmente ao Conselho Directivo, a informação sobre a

actividade hospitalar.

• A nível externo pretende-se fazer um acompanhamento mais efectivo da

actividade dos hospitais, que passa por:

− Elaboração de todos os relatórios previstos na legislação em vigor;

− Análise mais detalhada da actividade referida pelos hospitais nos

ficheiros de acompanhamento, recorrendo ao apoio da informação

constante das bases de dados dos GDH;

− Elaboração de relatórios por grupos de hospitais, com análises

comparativas. Disponibilização dos mesmos aos hospitais com pedidos

de justificação de situações anómalas;

− Acompanhamento da actividade dos hospitais e realização de reuniões

de trabalho DC-hospitais.

CONSTITUIÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR DE AVEIRO

Segundo estudos desenvolvidos pela ARSC, a articulação, em rede, entre hospitais do

distrito de Aveiro consolidará uma melhor oferta de cuidados de saúde hospitalares no

Baixo Vouga. Será dada particular atenção a criação do Centro Hospitalar de Aveiro,

através de estudos realizados pelo grupo de trabalho nomeado, para o efeito, pelo

Secretário de Estado da Saúde, e que apresentará os estudos finais em Junho de 2010.

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DEPARTAMENTO DE ESTUDOS, RECURSOS HUMANOS E ADMINISTRAÇÃO GERAL

O Departamento de Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral (DERHAG)

integra a Unidade de Administração Geral, sendo organizado, do ponto de vista

funcional, nas seguintes áreas: Planeamento e gestão de recursos,

Formação/Documentação, Licenciamentos e Expediente e arquivo.

As competências deste departamento são as constantes do artigo 4º dos Estatutos da

ARSC, IP (publicados em anexo à portaria nº 650/2007 de 30 de Maio).

Os recursos humanos, e a sua actualização e aperfeiçoamento profissional, são actores

essenciais ao bom funcionamento dos sistemas de saúde. De acordo com o disposto

no decreto-lei nº 222/2007 de 29 de Maio (“Lei orgânica das ARS”), cabe às

administrações regionais de saúde “promover a qualificação e valorização profissional

dos recursos humanos”.

O envelhecimento da população em geral implica um consumo de cuidados de saúde.

Simultaneamente, verifica-se (figura 1) um envelhecimento do total de efectivos dos

serviços dependentes da ARSC.

Gráfico 1- Estrutura Etária do total de efectivos (excluindo ULS da Guarda EPE)

Dezembro de 2009

Este fenómeno é mais acentuado no grupo profissional médico (gráfico 2), sendo o

estrato etário mais prevalente o dos 50-59 anos.

-10% -5% 0% 5% 10% 15% 20%

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70 e mais

% H % M

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Gráfico 2 - Estrutura Etária de grupo profissional Médico (excluindo ULS da Guarda EPE)

Dezembro de 2009

A qualificação dos recursos humanos, através da execução de planos anuais de

formação, é um dos objectivos para o ano 2010 – em particular no que diz respeito às

áreas definidas como prioritárias pelo Plano Nacional de Saúde - através de

financiamento dos Programas Saúde XXI e P.O.P.H.

É estratégia fundamental deste instituto público – através do seu DERHAG - adequar os

recursos humanos disponíveis às necessidades de saúde e de serviços identificadas,

tendo por objectivo a sua satisfação e os consequentes ganhos em saúde.

A atribuição a todos os utentes inscritos de médico de família é um objectivo que

assenta no “rejuvenescimento” deste grupo profissional, designadamente através do

aumento da capacidade formativa na área e da cativação dos recém-especialistas para

a Região.

-6% -4% -2% 0% 2% 4% 6%

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

45-49

50-54

55-59

60-64

65-69

70 e mais

% H % M

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DEPARTAMENTO DE GESTÃO FINANCEIRA

As competências do Departamento de Gestão Financeira, abreviadamente designado

por DGF, são as constantes do artigo 6.º dos Estatutos da ARSC, I.P., anexos à Portaria

n.º 650/2007, de 30 de Maio.

Ao DGF compete, especialmente:

a) Participar na definição da política financeira e orçamental da ARSC, I.P., e

assegurar a sua execução;

b) Efectuar estudos e relatórios económico-financeiros que lhe forem

solicitados;

c) Elaborar o orçamento económico e financeiro anual para aprovação

superior;

d) Elaborar a proposta de PIDDAC e acompanhar a respectiva execução

financeira;

e) Proceder à consolidação do orçamento económico e financeiro dos serviços

da ARSC, I.P;

f) Acompanhar e controlar periodicamente a execução orçamental e a

situação económica e financeira dos serviços da ARSC, I.P;

g) Elaborar a conta de gerência consolidada e o relatório de gestão anual;

h) Emitir pareceres relativos aos orçamentos e alterações orçamentais dos

hospitais do sector público administrativo;

i) Organizar, elaborar e manter actualizados os registos e procedimentos

contabilísticos inerentes ao sistema de contabilidade geral;

j) Assegurar a implementação da contabilidade analítica, uniformizando os

centros de custo e os critérios de imputação;

k) Proceder à comunicação das obrigações fiscais de carácter periódico junto

das finanças;

l) Efectuar as transferências de fundos, superiormente autorizados, para as

diversas entidades;

m) Preparar os processos de atribuição de apoios financeiros;

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n) Analisar a viabilidade económica e o impacto financeiro de acordos com

entidades privadas, com ou sem fins lucrativos, que se revelem necessários

a nível regional;

o) Acompanhar a execução financeira dos protocolos celebrados no âmbito da

Rede de Cuidados Continuados Integrados;

p) Acompanhar a execução financeira das convenções celebradas no âmbito do

SIGIC;

q) Proceder à conferência da facturação relativa às farmácias, convenções e

transportes;

r) Gerir o sistema de reembolsos aos utentes por despesas de cuidados de

saúde.

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DEPARTAMENTO DE INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

O Departamento de Instalações e Equipamentos (DIE) tem as competências constantes

do artigo 7.º dos Estatutos da ARSC, I.P., anexos à Portaria n.º 650/2007, de 30 de

Maio.

Compete, especialmente, à DIE:

a) Emitir pareceres necessários à escolha, aprovação, aquisição e

expropriação de terrenos e edifícios para a instalação de serviços de saúde;

b) Elaborar programas funcionais e planos directores;

c) Elaborar projectos para a construção e readaptação de unidades

prestadoras de cuidados de saúde primários;

d) Elaborar cadernos de encargos para a adjudicação de empreitadas e

fornecimento de bens e serviços no âmbito das instalações e

equipamentos;

e) Acompanhar e fiscalizar a execução de empreitadas;

f) Elaborar cadernos de encargos para adjudicação de assistência técnica

e/ou de manutenção das instalações e equipamentos das unidades de

cuidados de saúde primários;

g) Participar em vistorias às unidades privadas de saúde com internamento,

para efeitos de licenciamento;

h) Participar em vistorias às unidades prestadoras de cuidados de saúde

primários candidatas à integração na Rede Nacional de Cuidados

Continuados Integrados para verificação da sua conformidade aos

requisitos técnicos exigidos;

i) Assegurar a actualização de uma base de dados relativa às instalações e

equipamentos dos serviços e instituições prestadoras de cuidados de saúde

da Região, monitorizando o respectivo estado de conservação.

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No âmbito de uma política de construção de unidades de saúde atenta a novas

realidades geodemográficas da região, a ARSC prosseguirá com a modernização da

rede de centros de saúde, sempre em parceria com as câmaras municipais e juntas de

freguesia, utilizando para o efeito verbas provenientes de candidaturas ao QREN, ao

PIDDAC e recorrendo também a auto financiamento.

Assim, encontram-se já aprovadas pelo QREN as candidaturas à construção dos

centros de saúde de Lousã, S. Pedro do Sul, em fase de adjudicação, e extensões de

saúde de Barcouço (Mealhada), Ceira (Coimbra), Samuel (Leiria) e Juncal (Porto de

Mós).

A ARSC candidatará também a estes fundos a construção das extensões de Válega e

Cortegaça (Ovar) e dará apoio às candidaturas efectuadas pelas respectivas câmaras

municipais para a construção e requalificação das extensões de Abravezes, Rio de Loba,

Orgens, Lordosa (Viseu), Cacia e Esgueira (Aveiro), Costa Nova (ílhavo), Lavos (Figueira da

Foz), Febres (Cantanhede), Avô (Oliveira do Hospital), S. Pedro de Alva (Penacova),

Travassô (Águeda) e S. João de Areias (Sta. Comba Dão).

Da mesma forma, a ARSC apoiará as candidaturas para a construção dos centros de saúde

de Oliveira do Bairro, Pampilhosa da Serra e Figueira de Castelo Rodrigo.

A nível dos hospitais da região Centro, iniciar-se-ão as obras no serviço de urgência do

Hospital de Águeda, concluindo-se as intervenções no serviço de urgência e consulta

externa no Hospital da Figueira da Foz, no serviço de cirurgia do ambulatório do Hospital

Geral do CHC, no serviço de consulta externa e cozinha do Hospital de Ovar e na consulta

externa e cirurgia do ambulatório e serviço de imagiologia do Hospital de Aveiro.

Continuará em curso a construção da primeira fase do projecto do Hospital da Guarda.

Com vista à criação de USF, serão realizadas obras de adaptação nos centros de saúde de

S. Martinho do Bispo, Santa Clara, Castro Daire, Nelas, Sever do Vouga, Albergaria-a-

Velha, e nas extensões de Cadima (Cantanhede), Maceda e Ílhavo (Ovar).

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No âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, serão concluídas as

obras de requalificação nos hospitais de Anadia, Rovisco Pais, Tondela e Fundão, para

criação de unidades de convalescença e de paliativos. Lançar-se-á, em 2010, o concurso

para a construção do novo complexo hospitalar de Estarreja e, em Coimbra, entrará em

funcionamento, no 2º. Semestre de 2010, o novo Hospital Pediátrico.

Criar-se-ão condições para que o Centro de Saúde de Celas e respectivas extensões e USF

venham a ocupar as antigas instalações do Hospital Pediátrico, e para que o Centro de

Saúde Fernão de Magalhães transite para novas instalações mais acessíveis e funcionais.

Ficarão concluídas as obras de remodelação da sede da ARSC, que possibilitarão a

centralização da maioria dos serviços.

No decorrer do ano de 2010, a ARSC apreciará as candidaturas ao QREN, no âmbito da

requalificação de vários serviços dos HUC, CHC, Hospital Amato Lusitano (ULS Castelo

Branco), Sto. André (Leiria), S. Teotónio (Viseu), de Pombal, e segunda fase de construção

do Hospital Sousa Martins (Guarda).

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ÁREAS DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE

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ÁREA DE INTERVENÇÃO I: DOENÇAS DE EVOLUÇÃO PROLONGADA

1. DOENÇAS CARDIOVASCULARES

As doenças do aparelho circulatório são uma das principais causas de morte e de

incapacidade nas sociedades ocidentais (incluindo Portugal).

A Região Centro não é excepção neste aspecto, sendo de prever que o impacte nefasto

destas doenças na nossa Região se venha a agravar com o envelhecimento crescente

da população e com o aumento da prevalência dos vários factores de risco a elas

associadas, particularmente na população mais jovem.

Por outro lado, tem-se verificado que grande parte dos doentes vítimas de AVC ou

EAM chegam aos serviços de saúde bastante tempo depois de desencadeados os

episódios agudos, e que frequentemente desconhecem como proceder e a quem

recorrer nessas situações.

Desta forma, considera-se da maior relevância a informação e formação em saúde não

só dos profissionais de saúde, mas também (e sobretudo) do público em geral

relativamente à prevenção primordial das doenças cardiocerebrovasculares (associada

a estilos de vida) e à identificação e gestão precoce de sinais de doença aguda.

Finalidade Ao pretender-se reduzir o impacte das doenças cardiocerebrovasculares na Região

Centro, e na sequência do Plano de Acção desenvolvido desde 2006, torna-se

necessário actuar em duas vertentes essenciais: por um lado, no tratamento adequado

das complicações agudas destas doenças, promovendo uma organização mais eficiente

dos recursos físicos e humanos já existentes, permitindo oferecer a um maior número

de pessoas da nossa Região o acesso a tratamentos recomendados internacionalmente

com provas já dadas na redução da mortalidade e na morbilidade destas doenças. Por

outro lado, deverá ser realizado um esforço estruturado, com objectivos preventivos,

para se conseguir o controlo dos principais factores de risco modificáveis, não só na

população já doente, mas principalmente na população mais jovem.

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Objectivos gerais

• Reduzir a mortalidade e a morbilidade por doenças isquémicas do coração,

através da redução da mortalidade intra-hospitalar do enfarte agudo do

miocárdio com supradesnivelamento de ST abaixo dos 7%;

• Reduzir a mortalidade e a morbilidade por AVC, aumentando para 25% os

doentes com AVC enviados pela Via Verde com pelo menos 5% sujeitos a

fibrinólise;

• Aumento da percentagem de doentes com HTA controlada na Região Centro do

País para níveis superiores a 14% da população com HTA.

• Sensibilizar a população e os profissionais de saúde para a prevenção dos

factores de risco;

• Criar ou melhorar as condições logísticas para o seu diagnóstico e controlo nas

unidades de saúde mais periféricas.

Na implementação deste programa, torna-se imperioso continuar a desenvolver novas

estratégias de intervenção, apoio e controlo, utilizando as novas tecnologias de

informação e comunicação, como é o caso da Telemedicina.

Actividades a desenvolver

• Vias Verdes Coronária e AVC

• Unidades de AVC

Estando já implantadas no terreno - em conformidade com os objectivos traçados

no anterior Plano de Acção - unidades de AVC em todos os distritos (hospitais:

HUC, CHC, Aveiro, Castelo Branco, Cova de Beira, Guarda, Leiria e Viseu) com

capacidade de realização de trombólise, há agora que dinamizar a sua utilização e

aperfeiçoar a articulação com o INEM, de forma a aumentar a taxa de doentes

enviados dentro da janela terapêutica das actuais 4 horas.

Em articulação com a Coordenação Nacional para as Doenças

Cardiovasculares/ACS, que fez distribuir grelhas de monitorização e avaliação deste

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programa aos diversos interventores (UAVC, serviços de urgência, e INEM) para

serem actualizadas em permanência, deverá ser efectuado um acompanhamento

das actividades no âmbito das Vias Verdes e UAVC.

Tal implica o agendamento e realização de visitas aos diversos hospitais e serviços

competentes disponibilizando apoio e articulação adequados, bem como a análise

em tempo útil por parte da ARS e da Coordenação Nacional da implementação no

terreno das Vias Verdes Coronária e AVC.

• Programa PRECOCE

Atendendo à sua eficácia e capacidade para apoiar os diversos profissionais nas

situações de urgência cardiológica e ao drástico encurtamento dos tempos de

espera entre o início do enfarte agudo do miocárdio (EAM) e a chegada dos

doentes às unidades de hemodinâmica, pretende-se alargar, de forma progressiva,

o âmbito de aplicação deste programa aos diversos serviços de urgência - em

especial serviços de urgência básica (SUB) – e, eventualmente, aos centros de

saúde com Consulta Aberta e que disponham já de equipamentos de Telemedicina.

Tais objectivos deverão passar por actualização de parte do hardware e software

instalados, bem como formação específica aos profissionais envolvidos – em

articulação com a assessoria especializada de informação e comunicação

(“Gabinete de Informática”) da ARSC (AEIC).

• Intervenção na comunidade

Mediante a divulgação de informação junto do público em geral de forma a, sem

alarmismos, capacitar relativamente à prevenção da doenças cardiovascular

(estilos de vida saudáveis) e aos sinais de alerta do AVC e EAM, sensibilizar para a

actuação precoce e indicar os meios a que recorrer, activando e rentabilizando

assim as Vias Verdes (promoção da procura apropriada dos serviços de saúde).

Para tal, a ARSC deverá, em articulação com os diversos parceiros internos

(designadamente, Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde e Gabinete

Gestor da página web da ARSC/AEIC) e parceiros externos (INEM, UAVC e serviços

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hospitalares de cardiologia), divulgar conteúdos através de brochuras, panfletos,

comunicações nos media e mesmo intervenções directas na comunidade.

• Cartão de risco cardiovascular

Pretende-se implementar o cartão de risco cardiovascular em pelo menos mais 12

centros de saúde até final de 2010 – além dos três centros de saúde da fase piloto.

Tratando-se de um programa de enormes potencialidades no âmbito da prevenção,

sensibilização do público e avaliação clínico-epidemiológica, envolvendo custos

marginais, poderá ser um indicador de qualidade para o ano de 2010 no âmbito das

doenças cardiovasculares.

• Programas locais de Suporte Básico de Vida (SBV)

Este projecto destina-se a dar competências de actuação prática no âmbito do SBV a

diversas pessoas (profissionais de saúde ou não), que integrem comunidades locais dos

concelhos da área de influência da ARSC, e a fomentar a instalação de desfibrilhadores

externos automáticos (DEA) em locais cuja dimensão populacional e/ou tipo de

actividades o justifiquem.

Sendo reconhecida a extrema importância da precocidade de intervenção nas

situações de paragem cardio-respiratória, e sendo quase total a falta de informação e

formação da população nessa área estes programas irão, de forma faseada,

nomeadamente junto de locais como centros desportivos, escolas, fábricas de grande

dimensão e outras instituições sociais, formar indivíduos em SBV, promover a

aquisição de DEA e possibilitar a formação contínua e prática regular do SBV aos

formandos.

Tendo sido já iniciado em 2009 um protocolo de colaboração entre a ARSC, Fundação

Portuguesa de Cardiologia e Câmara Municipal de Cantanhede, que permitiu até ao

momento a efectivação de quatro acções de formação abrangendo cerca de 80

pessoas, o programa poderá agora, com a devida articulação com o INEM, ser alargado

a outros concelhos e/ou instituições, replicando e melhorando a metodologia até

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agora adoptada, propondo-se a efectivação de, pelo menos mais 10 cursos até final de

2010, com um número previsível de 200 formandos.

Também em articulação com o INEM, deverá ser incentivada junto das diversas

instituições a aquisição de material para SBV, nomeadamente desfibrilhadores

automáticos externos e material de treino e prática, competindo à ARS e INEM uma

função de apoio e consultadoria neste particular.

• Generalização do programa de hipocoagulação

Tendo sido já cumprida a primeira parte do programa, que consistiu na distribuição de

coagulómetros por todos os centros de saúde da ARSC que se mostraram interessados,

e formação básica sobre a sua utilização, até final de 2010 irão ser implementadas as

seguintes fases:

• Instalação dos sistemas informáticos de telemetria e de monitorização de

dados e respectiva formação, da responsabilidade da empresa fornecedora dos

coagulómetros, conforme consta no contrato de aquisição;

• Avaliação regular do grau de utilização do material instalado e qualidade do

controlo dos doentes hipocoagulados, bem como percentagem de doentes com

indicação para hipocoagulação que a estão a fazer de forma adequada;

• Aumento em 20% do número total de doentes hipocoagulados seguidos nos

centros de saúde;

• Levantamento do número de doentes com patologias com indicação para

hipocoagulação e dos doentes efectivamente hipocoagulados;

• Divulgação dos protocolos e guidelines para hipocoagulação junto dos médicos

da rede de cuidados primários de saúde, promovendo acções de formação

específicas quando necessário.

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2. PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLO DA DIABETES

A diabetes mellitus é uma doença crónica que tem graves implicações a nível

cardiovascular, sendo a principal causa de insuficiência renal, de amputações e de

cegueira. Esta doença é já a quarta principal causa de morte na maior parte dos países

desenvolvidos e, segundo a OMS, a cada 10 segundos morre uma pessoa vítima da

doença.

Segundo os números da Federação Internacional da Diabetes (IDF), existiam em 2007

cerca de 246 milhões de pessoas com diabetes, prevendo a mesma fonte cerca de 438

milhões para 2030 – correspondendo a um aumento global de 55% nos próximos 20

anos.

Consciente da gravidade da situação a nível mundial, a Assembleia Geral das Nações

Unidas, através de Resolução de 14 de Dezembro de 2006, decidiu encorajar os

estados-membros a desenvolverem políticas nacionais para a prevenção, tratamento e

controlo da diabetes.

Em Portugal estima-se que um terço da população, entre os 20 e os 79 anos, tenha

diabetes e destes cerca de 43% desconhecem que têm a doença. Segundo o Estudo de

Prevalência da Diabetes em Portugal 2009, a prevalência da diabetes verificada para a

população portuguesa é de 11,7%. Do total estimado de doentes, apenas tinham

diagnóstico prévio 6,6% e 5,1% não sabiam que tinham diabetes.

Na Região Centro a prevalência da diabetes é estimada em 10,7%, sendo 6,4%

diabéticos já diagnosticados e 4,3% diabéticos não diagnosticados.

Em números absolutos o Estudo aponta para a existência de 905 035 portugueses

entre os 20 e os 79 anos com diabetes, dos quais 395 134 (43,6% do total) não sabem

que são portadores desta doença crónica. Estima-se que 23,2% dos portugueses entre

os 20 e 79 anos são”pré-diabéticos”, o que corresponde a 1 782 663 pessoas.

Mais de 1/3 da população portuguesa (34,9%) entre os 20 e os 79 anos (2 687 698

portugueses), sofre de diabetes ou de “pré-diabetes”.

Existe em Portugal, desde a década de 70, um Programa Nacional para a Diabetes que

tem sido alvo de actualizações, a última das quais em 2008, com o objectivo de

inverter a tendência de crescimento da doença e das suas complicações.

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Na Região Centro, apesar dos esforços feitos - quer a nível de estratégias, de planos de

acção e do empenho de muitos profissionais, quer a nível da promoção, prevenção e

tratamento -, há ainda muito trabalho a fazer.

O Governo considera o combate à diabetes como uma prioridade, cabendo ao

Ministério da Saúde assegurar este objectivo político, mediante o reforço o programa

de rastreio da retinopatia diabética e as consultas do pé diabético. Nessa medida, o

Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes define um conjunto de

objectivos prioritários, a cumprir pelos serviços de saúde.

As complicações resultantes desta doença, tais como a cegueira, amputações não

traumáticas dos membros inferiores, insuficiência renal terminal e doenças

cardiovasculares, cujo aparecimento poderá ser evitado ou retardado, desencadeiam

um impacto negativo na qualidade de vida do diabético.

Sendo a equidade um dos objectivos a atingir no que diz respeito ao sistema de saúde,

pode-se afirmar que as estratégias de saúde no que se refere à diabetes mellitus

assentam em orientações de actuação de carácter equitativo, na medida em que

pretendem proporcionar a todos os diabéticos o acesso a todas as vertentes do

Programa Nacional de Controlo da Diabetes, promovendo a auto-suficiência de todas

as pessoas – crianças, adolescentes, adultos e idosos.

O Programa Regional de Prevenção e Controlo da Diabetes é dirigido à população em

geral, no entanto assume como população-alvo preferencial as pessoas com diabetes,

com ou sem complicações da doença, as mulheres grávidas e a população com risco

acrescido de desenvolvimento de diabetes.

Objectivos gerais Os objectivos gerais e metas a alcançar coincidem genericamente com os definidos na

Declaração de St. Vincent (1989), que visam a obtenção de ganhos em saúde

(traduzidos por um aumento do número de anos médio de vida livres de incapacidades

por complicações da diabetes).

• Reduzir a prevalência da diabetes

• Atrasar o início das complicações major da diabetes e reduzir a sua incidência

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• Reduzir a morbilidade e mortalidade por diabetes

Objectivos específicos

• Conhecer a prevalência da diabetes e das suas complicações

• Reduzir a incidência da diabetes tipo 2 nos grupos de risco por grupos

etários

• Diagnosticar precocemente as pessoas com diabetes

• Reduzir o número de episódios de internamento hospitalar por

complicações da diabetes

• Reduzir o número de dias de incapacidade temporária para o trabalho

resultante das complicações major da diabetes

• Uniformizar as práticas profissionais em prol de uma efectiva qualidade

clínica, organizacional e satisfação das pessoas com diabetes

• Melhorar o acesso da pessoa com diabetes aos cuidados de saúde

Metas

• Controlo glicémico em pelo menos 50% das pessoas com diabetes: HbA1c <

• Rastreio sistemático da retinopatia diabética a 60% das pessoas com

diabetes;

6,5% (média anual);

• 80 % diabéticos com referenciação para oftalmologia;

• Reduzir em 50% as complicações relacionadas com a diabetes de acordo

com a Declaração de St Vincent;

• Rastreio da nefropatia diabética a 70% das pessoas com diabetes;

• Aumentar a percentagem das pessoas com diabetes com factores de risco

cardiovascular controlados;

• Rastreio do pé diabético a 70% das pessoas com diabetes ;

• Consulta do pé diabético em 90% dos hospitais;

• Diagnóstico sistemático da nefropatia diabética a 70% das pessoas com

diabetes;

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• 80 % de diabéticos correctamente vigiados;

• 60 % de diabéticos controlados.

Estratégias As estratégias de intervenção visam o reforço da capacidade organizativa, a introdução

de modelos de boas práticas na gestão da diabetes, a redução da incidência da

diabetes e suas complicações, estando delineadas de acordo com os seguintes

princípios orientadores:

Prevenção primordial e primária, através do combate aos factores de risco

conhecidos, incidindo sobretudo nos factores de risco modificaveis da etiologia

da diabetes;

Prevenção secundária, através do diagnóstico precoce e tratamento adequado,

de acordo com o princípio da equidade;

Prevenção terciária, através da reabilitação e reinserção social das pessoas com

diabetes;

Proporcionar aos profissionais de saúde a formação necessária para

responderem às exigêngias da qualidade dos cuidados a prestar, tendo em vista

a promoção da qualidade dos cuidados de saúde a prestar à pessoa com

diabetes;

Promover a gestão integrada da diabetes.

Actividades a desenvolver

− Promover a criação de equipas multidisciplinares básicas prestadoras de

cuidados ao diabético (médico/enfermeiro) em cada unidade prestadora de

cuidados primários de saúde, com apoio de equipas alargadas de

nutricionistas/dietistas, psicólogos, podólogos e professores de educação física

e em articulação com os directores executivos dos agrupamentos de centros de

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saúde/presidentes dos conselhos de administração das unidades locais de

saúde;

− Programar, em articulação com o Gabinete de Formação da ARSC, acções de

formação destinadas aos profissionais de saúde prestadores de cuidados aos

diabéticos;

− Promover e apoiar acções de capacitação e literacia em saúde destinadas ao

público em geral – em articulação com o Programa Regional de Capacitação e

Literacia em Saúde e com o Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde

da ARSC e envolvendo programas sectoriais como o Programa de Promoção da

Saúde em Meio Escolar e outros considerados relevantes.

Avaliação A execução do Programa Regional de Prevenção e Controlo da Diabetes é avaliada

através dos seguintes indicadores de processo e de resultados, em relação ao universo

nacional de doentes diabéticos identificados:

• Taxa de prevalência de pessoas com diabetes

• Taxa de incidência da diabetes Tipo 2

• Taxa de incidência da diabetes Tipo 1

• Número de internamentos por descompensação diabética (cetoacidose,

hipoglicemia, hiperglicemia, com hiperosmolaridade)

• Total de dias de incapacidade temporária para o trabalho

• Nº de amputações dos membros inferiores por motivo de diabetes

• Nº de doentes em diálise por motivo de diabetes

• Nº de cegos e amblíopes por motivo de diabetes

• Nº de pessoas com diabetes com AVC

• Nº depessoas com diabetes com EAM

• Mortalidade por diabetes

• Doseamento de HbA1c durante o último ano (média anual)

• Doseamento de Colesterol LDL durante o último ano (média anual)

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• Rastreio de nefropatia durante o último ano

• Rastreio oftalmológico durante o último ano

• Controlo glicémico (HbA1c), percentagem de pessoas com diabetes com HbA1c

<

− Controlo de LDL (doseamento directo), percentagem de pessoas com

diabetes com Colesterol LDL < 70mg/dl (1,8mmol/L)

6,5%

− Percentagem de pessoas com diabetes com microalbuminúria anual

− Percentagem de pessoas com diabetes com retinografia anual

− Nº de novos casos diabetes em programa no ano

− Proporção de utentes em programa de diabetes

3. DOENÇAS ONCOLÓGICAS

3.1. PROGRAMA DE RASTREIO DO CANCRO DA MAMA

O cancro da mama em Portugal, contabiliza cerca de 4.900 novos casos/ano (mais de

12 novos casos por dia, e mais de 3 na Região Centro) RON 2005. Morrem no nosso país

aproximadamente 1.400 mulheres por ano devido a esta doença INE 2007. A incidência

aumenta ao longo da vida, com 75% dos casos a aparecerem depois dos 50 anos.

Desde 1990 que decorre na Região Centro o Programa de Rastreio de Cancro da

Mama. As metodologias actualmente utilizadas, implementadas de acordo com os

programas europeus, baseiam-se na participação através de convite pessoal à

população rastreável, utilização de dupla leitura dos exames mamográficos com leitura

final de casos discrepantes, realização centralizada da aferição multidisciplinar das

alterações mamográficas detectadas. A imediata resposta dos cuidados diferenciados

às lesões detectadas, e a garantia e controlo de qualidade em todo o processo são

obrigatórios.

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Para a eficiência e efectividade do rastreio, com elevados níveis de qualidade, é

necessária a manutenção e desenvolvimento de uma forte articulação entre as

entidades envolvidas neste processo (LPCC/ARSC/CS/ACSS), de forma a permitir a

disponibilização dos dados em tempo útil e em formato adequado, actualizados, para

o cruzamento dos dados do SNS com os das mulheres já inscritas no rastreio e o

consequente processo de convocatória, o que permitiu nos últimos anos aumentar a

taxa de participação para valores superiores a 60%.

Objectivo geral Diminuir a mortalidade padronizada por cancro da mama feminina para valores

inferiores a 18%ooo.

Objectivos específicos

• Atingir uma cobertura superior a 60% da população rastreável.

• Incrementar o diagnóstico precoce de cancro da mama (estádios 0 e I).

• Garantir o tratamento atempado e de qualidade das situações detectadas.

• Submeter o programa às normas e procedimentos de controlo e garantia de

qualidade.

Estratégias

• Realização do rastreio de cancro da mama, de base populacional, através de

convite bienal às mulheres de 45-69 anos, inscritas nos ficheiros clínicos do

serviço nacional de saúde.

• Responsabilidade de coordenação e execução do Núcleo Regional Centro da

Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRC/LPCC), em estreita colaboração com a

ARSC.

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• Monitorização, controlo e garantia de qualidade do programa aos vários níveis:

CS, LPCC (execução, leitura, aferição e coordenação), Hospitais de referência.

Metas 2010

Manter a cobertura do programa de rastreio do cancro da mama nos CS da Região Centro, área de influência do NRC/ LPCC

100

Taxa de participação da população elegível (%) 63

Tempo médio entre mamografia de rastreio e aferição nos casos suspeitos (nº de dias)

32

Tempo médio entre aferição positiva e 1ª consulta no hospital de referência (nº de dias)

28

Aumentar a taxa de participação no rastreio em 1.as fases para (%) 30

Aumentar a taxa de detecção de lesões Estádio 0 e I (%) 75

Aumentar a taxa de detecção de casos sem metastização ganglionar (%) do total)

80

Aumento da taxa de tratamentos conservadores (%) 35

Mortalidade por cancro da mama feminina (%ooo) 18

Publicação de resultados do rastreio NRC/LPCC e ARSC a 2008

3.2. PROGRAMA DE RASTREIO DO CANCRO DO ÚTERO

O cancro do colo do útero é uma das neoplasias mais frequentes do aparelho genital

feminino, correspondendo a cerca de 40% dos tumores que atingem os órgãos

genitais.

Na Região Centro, os últimos dados publicados no Registo Oncológico Regional (ROR)

apontam para uma incidência de cancro invasivo de 8,9 por 100 mil mulheres sendo a

incidência do carcinoma “in situ” de 9,4 por 100 mil. (dados de 2008).

Tem ocorrido uma involução da incidência do cancro do colo do útero na Região

Centro (gráfico 6) que parece decorrer em parte da continuidade do programa de

rastreio.

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Gráfico 3 - Taxa de incidência de cancro de colo do útero padronizada para a idade pela pop. Europeia na Região Centro (‰00)

Em 1990 e de acordo com o Plano Oncológico Nacional (PON), teve início o primeiro Programa de

Rastreio na Região Centro. Este programa envolveu, entre 1990 e 2005, os Médicos de Família de

65 Centros de Saúde, o Laboratório de Citopatologia e o Serviço de Ginecologia do IPOFG.

Com a criação da Comissão Oncológica Regional (COR), na região Centro, foi alargado o programa

atingindo-se a cobertura total da região em 2007.

Portugal continua a ser dos países europeus com uma das mortalidades mais elevadas por cancro

do colo (3,2 por 100 000, contra 2,6 por 100 mil na U.E.) A Região Centro apresenta mortalidade

mais baixa que o país, em 2008 era de 2,4 por 100 mil.

Gráfico 4 - Taxa de mortalidade padronizada por cancro do colo do útero (‰00)

3,6

3,3

3,5

3,3

3,6

4,3

3,2 3,2

3

3,2 3,23,1

3,23,1

3,3

2,52,6

3,1

4,1

32,9

2,7

2,22,1

2,32,4

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Continente Região Centro

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Relativamente à incidência de cancro do colo, Portugal manteve na última década

valores mais elevados que a média Europeia. (aproximadamente 15 por 100 mil contra

12 por 100 mil na Europa). Na Região Centro, tem havido consistência na redução do

nº de casos, que permitem à região resultados melhores que os da média europeia.

(8,9 por 100 mil em 2008).

Objectivos gerais

• Diminuir a mortalidade por cancro do colo do útero

• Diminuir a incidência de cancro invasivo

• Incrementar o diagnóstico precoce de cancro do colo do útero (estadio 0 e I) superior a

90%.

Objectivos específicos

• Garantir uma taxa de participação da população-alvo de 60%

• Garantir o diagnóstico precoce e tratamento atempado das situações detectadas

• Submeter o programa às normas e procedimentos de controlo e garantia de qualidade

• Implementar um sistema de informação dedicado, modular, que permita a gestão e

monitorização do programa aos diversos níveis de intervenção.

Estratégias

• Informatização do programa de rastreio em todos os centros de saúde da região

• Autonomia metodológica dos ACES, na prossecução das metas e objectivos do rastreio

• Gestão técnica, científica e organizacional centralizada no grupo de trabalho da COR –

ARS Centro com interlocutores nos ACES

• Monitorização e controlo de qualidade do programa, aos vários níveis: CSP,

Laboratório, Unidades de Patologia Cervical.

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Metas 2010

Centros de Saúde que utilizam o sistema de informação do programa (%) 40

Laboratórios e UPC que utilizam o sistema de informação do programa (%) 80

Taxas de cobertura da população elegível 61

Percentagem de citologias “insatisfatórias” <1

Percentagem de repetição de citologias 1,6

Taxas de referenciação às UPC 5

Tempo médio entre colheita de citologia e recepção no laboratório (dias) 7

Tempo médio entre recepção de citologia e disponibilização do resultado

(dias)

18

Tempo médio entre resultado de citologia e consulta na UPC - cancro

(dias)

18

Percentagem de cancros detectados no estadio 0 e I 91

Percentagem de cancros detectados no estadio III e IV 5

Taxa de detecção de Cancro do Colo do Útero invasivo 3%ooo

Taxa de mortalidade por Cancro do Colo do Útero 2,2%ooo

3.3. PROGRAMA DE RASTREIO DO CANCRO DO CÓLON E RECTO

Actualmente o cancro do cólon e recto representa a primeira causa de mortalidade

quer nos homens (superou o cancro da próstata) quer entre as mulheres (ligeiramente

superior ao cancro da mama), sendo o tumor que maior nº de mortes causa, 3319

óbitos em Portugal em 2005. A mortalidade por esta causa aumentou 48% durante a

década de 80, tendo tido um incremento similar entre 1991 e 2002, o que pressupõe

um aumento anual superior a 4%.

De acordo com dados do CDC, comprovados pelas estatísticas de saúde de países com

programas de rastreio iniciados nos anos 80-90, uma em cada três mortes poderia ser

evitada se as pessoas com mais de 50 anos fossem vigiadas com regularidade, uma vez

que mais de 90% destes tumores ocorrem depois daquela idade. As recomendações do

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IARC/ECRCN, vão no sentido da realização de rastreios de base populacional, utilizando

a PSOF complementada com Colonoscopia Total nos casos positivos.

O grupo de trabalho do rastreio do cancro colo rectal da COR Centro, introduziu este

método de rastreio em 2009, envolvendo os serviços de saúde pública e medicina

familiar regionais, bem como serviços hospitalares da área de patologia clínica,

gastrenterologia e anatomia patológica hospitalares.

Objectivos

• Diminuir a mortalidade por cancro do cólon e recto,

• Diminuir a incidência do cancro invasivo,

• Garantir diagnóstico e tratamento precoce das situações detectadas.

Objectivos específicos

• Proceder ao controlo de qualidade e divulgação bienal de resultados,

• Implementar o programa de rastreio em todas as unidades de saúde dos 6

ACES em piloto

• Alargar progressivamente o programa de rastreio do CCR a toda a região até

2011

• Informatizar o programa de rastreio,

• Atingir faseadamente a população dos grupos etários de 50 a 70 anos até 2012

atingindo uma participação igual ou superior a 50% .

• Aumentar significativamente a taxa de diagnóstico do cancro colo-rectal nos

estadios precoces da doença (Dukes A ou estadiamento 0-I) na Região Centro,

• Estabelecer critérios de sucesso do programa:

Base populacional com adesão elevada

Organizado nos serviços de saúde – ARS/centros de saúde

Seguimento continuado pelo médico de família com convocatória –

reconvocatória,

Folow-up atempado e completo,

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Acessibilidade diagnóstica e terapêutica,

Monitorização de qualidade do programa.

Estratégia

Execução de rastreio de base populacional, centrado nos médicos de família / centros

de saúde, de acordo com os procedimentos metodológicos técnica e cientificamente

aceites, possuindo uma relação custo-efectividade comportável, com um sistema de

informação dedicado, universal, facilitador do desempenho dos intervenientes e que

permita a monitorização do processo e avaliação de resultados.

Metas 2010

• Implementar o rastreio piloto nos 6 ACES pré definidos (30 centros de saúde)

• Disponibilizar um sistema de informação fiável de gestão do rastreio,

• Garantir o circuito integral do rastreio, desde o CS até aos serviços de cirurgia,

• Monitorizar os critérios de sucesso do programa,

• Alargar o rastreio a unidades de saúde seleccionadas com critérios de

excelência

• Alargar a população alvo ao grupo etário dos 60 aos 70 anos

• Introduzir a CT como método de rastreio aos utentes de 60 anos de idade com

contra-indicação PSOF (utentes em programa de anticoagulação ou dupla

antiagregação).

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Quadro 1 - Calendarização faseada do rastreio do cancro do cólon e recto da ARS Centro

ANO

NASCIMENTO 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

1939 70

1940 69

1941 68 70

1942 67 69

1943 66 68 70

1944 65 67 69

1945 65 67 69

1946 64 66 68 70

1947 63 65 67 69

1948 62 64 66 68 70

1949 61 63 65 67 69

1950 60 62 64 66 68

1951 60 62 64 66 68

1952 59 61 63 65 67

1953 58 60 62 64 66

1954 57 59 61 63 65

1955 56 58 60 62 64

1956 55 57 59 61 63

1957 55 57 59 61

1958 54 56 58 60

1959 53 55 57 59

1960 52 54 56 58

1961 51 53 55 57

1962 50 52 54 56

1963 50 52 54 56

1964 50 52 54

1965 50 52 54

1966 50 52

1967 50 52

1968 50

1969 50

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4. DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

4.1. DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA (DPOC)

Segundo a OMS, em 2010 a DPOC será a 4ª causa de morte na Europa Ocidental, e em

2020 a 3ª a nível mundial, imediatamente a seguir às doenças cardio e

cerebrovasculares.

Segundo o estudo publicado em 2003 pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia a

prevalência da DPOC na população portuguesa com idades compreendidas entre os 40

e 70 anos corresponde a 5,3 %. A esmagadora maioria dos doentes (75-80%) não tem

diagnóstico, uma vez que a espirometria (base do diagnóstico) não está

suficientemente divulgada.

De acordo com a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) observou-se um

aumento exponencial dos custos directos relacionados com a doença, nomeadamente

em termos de internamentos, consultas e cuidados respiratórios domiciliários,

oxigenoterapia, aerossolterapia e ventiloterapia domiciliárias – facto que não implica,

necessariamente, melhores cuidados de saúde (efectividade clínica.

Actividades a desenvolver 1 - Alargamento da prática de espirometria nos Cuidados de Saúde Primários

A espirometria é necessária para confirmar o diagnóstico e avaliar o grau de gravidade

da DPOC. Como tal, serve para orientar o tratamento, avaliar a resposta terapêutica e

monitorizar a evolução.

2 - Rede Nacional de Espirometria (RNE)

A proposta da Comissão Coordenada do Programa Nacional de Prevenção e Controlo

da DPOC para a criação faseada da RNE foi já aprovada ministerialmente.

A RNE tem por base Unidades Operacionais de Espirometria (UOE) que se articulam

com hospitais centrais e centros de saúde. Os dados são centralizados na Direcção-

Geral da Saúde (DGS) que para o efeito criou um plataforma electrónica.

A UOE é constituída por um técnico de cardiopneumologia, equipado com espirómetro

e computador portátil (com ligação à internet). Este profissional encontra-se baseado

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num hospital central, deslocando-se aos centros de saúde, a fim de realizar as

espirometrias solicitadas pelos médicos de família.

Depois de validados por médico pneumologista, os relatórios, cujo modelo foi criado

pela CNCPDPOC, são enviados para a DGS, para o médico de família e para o

pneumologista - caso se trate de uma DPOC grave. Os médicos comprometam-se a

observar e tratar os doentes.

Já estão em funcionamento as duas primeiras UOE (no Porto e em Lisboa). Ao

contrário da previsão inicial, e em virtude de constrangimentos orçamentais, o

projecto será progressivamente alargado ao resto do País, em função dos recursos

disponíveis.

Existe contudo uma solução para a criação de uma UOE na Região Centro.

3 - Rede Regional de Espirometria no Agrupamento de Centros de Saúde de Coimbra

- proposta de criação

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia e o projecto GOLD, através de parcerias com

programas educacionais da indústria farmacêutica, apoiam, para 2010-11, três

projectos de rede regional de espirometria, um deles em Coimbra.

O apoio consiste no financiamento por um ano (renovável em função dos resultados)

do trabalho de um técnico de cardiopneumologia e no fornecimento do um

espirómetro, de um computador portátil e de um analisador de CO expirado (avaliação

da dependência tabágica). O valor do financiamento é de 10 000 €.

Este profissional realizará todos os dias úteis espirometrias nos centros de saúde

seleccionados (mínimo de 60 espirometrias por semana). Aos utentes fumadores será

analisado o CO expirado e feita intervenção breve sobre cessação tabágica.

Propomos que o projecto, para já, abranja o Agrupamento de Centros de Saúde do

Baixo Mondego 1. Os serviços de Pneumologia do CHC e dos HUC e o Alto

Comissariado da Saúde (ACS) coordenarão o projecto, assegurando que os doentes

diagnosticados são orientados para consulta. A metodologia será a da RNE, incluindo o

registo na plataforma electrónica da DGS.

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A implementação do projecto pressupõe uma acção de formação destinada aos

médicos dos centros de saúde seleccionados. Esta formação poderá ser feita em

conjunto com a formação no âmbito dos Cuidados Respiratórios Domiciliários.

Importa salientar que a realização sistemática de espirometrias também é útil na

caracterização de outras patologias respiratórias e, em particular, da asma. Finalmente

sublinha-se que o projecto não acarreta custos para a ARSC.

4.2.CUIDADOS RESPIRATÓRIOS DOMICILIÁRIOS (CRD)

Concurso, normas e prescrição electrónica

Em 2010 terá inicio uma profunda reforma na prescrição e monitorização dos CRD. Foi

publicada a portaria de homologação do Concurso Publico de Aprovisionamento (CPA

2008/100). Durante o primeiro semestre de 2010 a ARSC iniciará ao procedimento de

adjudicação.

As normas de prescrição, publicadas pela DGS em 2006, vão ser actualizadas durante o

ano de 2010.

A aplicação informática de prescrição electrónica, desenvolvida na ARSN pela ACSS

está pronta a ser instalada no SNS. A aplicação, tecnicamente excelente vai permitir o

controlo da prescrição e a monitorização dos tratamentos.

Funcionará, desta forma, como instrumento promotor das melhores práticas médicas

e será um eficaz instrumento de gestão de recursos. Acessoriamente constituirá o

núcleo do registo nacional de doentes beneficiários de CRD.

Actividades a desenvolver

− Formação em CRD e prescrição electrónica

A divulgação das normas e do modo de funcionamento da prescrição electrónica é

fundamental, e isso tem que ser levado a cabo com formação obrigatória a todos os

médicos de família da ARSC.

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No passado (2006-2008) a ARSLVT levou a cabo uma acção de formação com estas

características. As repercussões foram, aparentemente, imediatas: redução em 30%

dos custos com CRD, nomeadamente em aerossolterapia.

A divulgação das normas de prescrição implica também a abordagem diagnóstica das

patologias respiratórias mais frequentes: DPOC, asma, síndrome de apneia do sono,

bronquiectasias, etc.

Foram contactados pneumologistas dos diferentes hospitais da área de jurisdição

territorial da ARSC que se mostraram disponíveis para constituir, de imediato, uma

bolsa de formadores para concretizar esta iniciativa.

4.3.ASMA E SÍNDROME DE APNEIA DO SONO

O diagnóstico da situação elaborado em 2009 mantém-se actualizado. Torna-se

premente implementar as medidas propostas no plano anterior.

4.3.1. ASMA

A asma é uma doença de elevada prevalência. Atinge maioritariamente crianças,

jovens ou adultos, activos em termos escolares e profissionais, resultando daí que a

doença tenha implicações relevantes em termos sociais. O controlo total da asma é

hoje possível, incluindo a redução da mortalidade por esta doença.

Actividades a desenvolver

− Divulgação dos conceitos actuais da doença junto dos médicos, incluindo as

novas recomendações, meios de diagnóstico e terapêutica, a partir da

página web da ARSC (www.arscentro.min-saude.pt).

− Acções de divulgação nas escolas (dirigidas particularmente a docentes), e

nas fábricas.

− Promoção do acesso a meios hospitalares diferenciados, à semelhança do

que acontece com doente coronários ou com AVC.

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4.3.2. SÍNDROME DE APNEIA DO SONO

A síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAS) é o distúrbio respiratório do sono

clinicamente mais relevante pela sua expressão epidemiológica (preponderância de 5%

na população geral) mas também pela sua associação a factores de risco

cardiovascular (HTA, enfarte, AVC) e metabólico (obesidade, diabetes, etc.), situações

que constituem prioridades de intervenção em saúde pública pela ARS do Centro, IP.

Por outro lado, o risco de acidente de viação e/ou de trabalho como manifestações da

sonolência diurna excessiva que acompanham este síndrome tornam-no, por si só, um

eventual problema de saúde pública. Para além disso, existe a possibilidade de um

tratamento eficaz com impacto demonstrado nos factores de risco descritos.

Finalidade, objectivos e actividades a desenvolver Existem três áreas fundamentais de possível intervenção no SAS com o objectivo de

melhoria de prestação de cuidados:

1 - A triagem de doentes para diagnóstico

Sendo certo que o âmbito preferencial dessa triagem são os cuidados primários de

saúde (medicina geral), consideram-se úteis as intervenções nesta área com o

objectivo de melhorar a qualidade diagnóstica (sensibilidade) e prognóstica (previsão

de gravidade da situação). Essa intervenção passaria, neste nível e nesta fase, pela

formação de médicos de medicina geral/clínica geral na utilização de alguns

instrumentos de aplicação clínica (questionários simples desenvolvidos e aferidos para

o efeito, alguns parâmetros clínicos básicos) que servissem de base à referenciação

para diagnóstico.

2 - O diagnóstico e instituição do tratamento

2.1 - Os estudos do sono são a base para o diagnóstico de SAS. A capacidade instalada

para este efeito é claramente insuficiente. Os estudos do sono têm características e

necessitam de competências técnico-científicas próprias e diferenciadas consoante o

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tipo de abordagem diagnóstica assente em estudos do sono padrão (nível I) ou

simplificada (nível III).

Na Região Centro estes equipamentos que, genericamente, constituem laboratórios do

sono estão funcionalmente ligados a serviços de pneumologia ou têm um

funcionamento autónomo (caso do Centro Hospitalar de Coimbra, EPE).

Atendendo a que a capacidade diagnóstica de um e outro nível não é a mesma quer no

que respeita à SAS quer, sobretudo, no que respeita ao estudo de outra patologia do

sono independente ou concomitante com a SAS devem estar claramente definidos

níveis de articulação entre serviços de modo a garantir a integral cobertura de

cuidados nesta área – conforme preconizado internacionalmente.

Nesse sentido, admite-se como útil a criação de uma rede regional de referenciação de

doentes com suspeita de SAS (capaz de cobrir igualmente outra patologia do sono)

definida de acordo com o tipo de exames possíveis de efectuar e a respectiva

qualidade de resposta dos diversos serviços hospitalares envolvidos nesta área.

2.2 - Admite-se que a instituição da modalidade de tratamento a efectuar seja da

responsabilidade do centro que procede ao diagnóstico (i.e., hospitalar). Este centro

deve, igualmente assegurar a eficácia terapêutica (incluindo a promoção da adesão

terapêutica), até à estabilização da situação do doente.

3 - O seguimento dos doentes com SAS nos cuidados primários de saúde é essencial

para garantir a continuidade do tratamento. Nesse sentido, a formação dos médicos

de família e clínicos gerais sobre as especificidades do tratamento, nomeadamente a

ventiloterapia, os métodos e instrumentos de avaliação a aplicar, é considerada

relevante.

Do mesmo modo, considera-se relevante assegurar canais de comunicação directa

entre os cuidados primários de saúde e os estabelecimentos hospitalares de referência

para a resolução de eventuais problemas de seguimento.

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ÁREA DE INTERVENÇÃO II - SATISFAÇÃO DE NECESSIDADES ESPECÍFICAS DE

SAÚDE

1. REDE NACIONAL DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

A Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) foi criada através do

Decreto-Lei n.º 101/2006 de 6 de Junho.

A sua implementação, desde 2006, tem vindo a ser realizada de uma forma sustentada

e baseada na integralidade, globalidade, interdisciplinaridade, intersectorialidade

(sectores social e da saúde), inserção na comunidade, harmonia, qualidade e

continuidade assistencial, garantindo o princípio da autonomia e desenvolvendo a

participação da família, fomentando a permanência das pessoas no seu domicílio e

assente na metodologia do trabalho por objectivos.

Na Região Centro a RNCCI teve início em Novembro de 2006, com a celebração de 26

acordos entre 17 instituições, a Administração Regional de Saúde do Centro, IP (ARSC)

e os Centros Distritais da Segurança Social, que se traduziram na disponibilização de

373 lugares. Actualmente (31/12/2009) existem em funcionamento 1196 camas

distribuídas por 36 unidades.

Figura 1 - Distribuição de lugares pela Região Centro em 31/12/2009

Paliativos Convalescença Média Duração Longa Duração ECCIPaliativosPaliativos ConvalescençaConvalescença Média DuraçãoMédia Duração Longa DuraçãoLonga Duração ECCIECCI

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A coordenação da Rede, tal como é indicado no artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 101/ 2006

de 6 de Junho, assenta em três níveis:

1. nível nacional - Unidade Missão para os Cuidados Continuados Integrados

(UMCCI).

2. nível regional - Equipas Coordenadoras Regionais (ECR).

3. nível local - Equipas Coordenadoras Locais (ECL).

Actualmente a ECR da Região Centro é constituída por 10 elementos, dos quais dois

pertencem ao Centro Distrital da Segurança Social, um ao Centro Hospitalar de

Coimbra e os restantes à ARSC. À data de Dezembro de 2009 encontram-se em

funcionamento 16 ECL que integram no mínimo um médico e um enfermeiro do

Ministério da Saúde e um técnico de serviço social do Ministério do Trabalho e

Segurança Social.

Muito embora os resultados obtidos, continuam a existir áreas cujo aperfeiçoamento

se impõe, mediante a aposta num processo rigoroso e periódico de monitorização e na

elaboração de protocolos de boas práticas nas unidades e equipas.

O Plano de Actividades para 2010, no que diz respeito à RNCCI da Região Centro,

afigura-se como um instrumento fundamental, tendo em vista o objectivo do aumento

da capacidade instalada, acompanhamento do trabalho desenvolvido pelas equipas e

melhoria da qualidade dos serviços prestados pela RNCCI desta Região.

Objectivos e estratégias A ECR continuará a ter por base uma estratégia de proximidade, que se concretiza, por

um lado, pelo acompanhamento sistemático e periódico das unidades prestadoras de

cuidados continuados e, por outro, pela criação de espaços formativos e de reflexão

para os elementos das várias equipas que integram a Rede - nomeadamente as

equipas de coordenação local (ECL) e equipas de gestão de altas (EGA).

Neste sentido, enumeram-se os seguintes objectivos:

1. Planear e agilizar a implementação da Rede Nacional de Cuidados Continuados

Integrados na Região Centro;

2. Diminuir o tempo de referenciação, que, em média, desde a sinalização nas EGA

hospitalares até ao seu efectivo internamento, demora 22 dias;

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3. Promover a apropriação do quadro conceptual dos Cuidados Continuados

Integrados e da filosofia da RNCCI, nomeadamente junto dos ACES;

4. Monitorizar a qualidade de cuidados prestados aos utentes nas Unidades de

Cuidados Continuados na Região Centro;

5. Acompanhar o funcionamento das equipas de cuidados continuados integrados

(ECCI);

6. Identificar áreas de melhoria que potenciem a prestação de cuidados de

qualidade, especificamente no âmbito da actuação da área de enfermagem e

serviço social;

7. Acompanhar a implementação do Programa Modelar.

Actividades a desenvolver A Criação/manutenção de Unidades de Dia e Promoção da Autonomia, de equipas

intra-hospitalares de suporte em cuidados paliativos e de equipas de cuidados

continuados integrados, tendo em vista o aumento da oferta (objectivo 1) – de acordo

com o constante do quadro abaixo.

O aumento do número efectivo de camas deverá sempre respeitar os rácios de

necessidades emanados pela Unidade de missão para os Cuidados Continuados

Integrados (UMCCI).

Quadro 2 - RNCCI – Número de camas / criação e manutenção de Unidades de Dia, equipas intra-hospitalares e cuidados continuados integrados N.º actual em

funcionamento (31-12-2009)

Objectivos Final 2010

N.º Camas Convalescença 142 181 UMDR 437 555 ULDM 603 785 Paliativos 14 65 Total 1196 1586 Unidades de Dia e Promoção da Autonomia 0 2

Equipas Intra-hospitalares de suporte em cuidados paliativos 0 1

Equipas de Cuidados Continuados Integrados 36 46

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Estas metas pressupõem o desenvolvimento das seguintes actividades:

• Acompanhamento do projectos propostos para iniciar a sua actividade em

2010, fazendo um ponto da situação trimestral.

• Sempre que haja lugar a visitas nessas instituições deverá ser elaborado um

relatório avaliativo da situação.

• Divulgação da pertinência de cada instituição de dispor de, pelo menos, uma

Unidade de Dia e Promoção de Autonomia.

• Implementar o funcionamento efectivo de pelo menos uma equipa intra-

hospitalar de suporte em cuidados paliativos.

• Acompanhar a implementação das 36 ECCI identificadas em 2009

• Promover a criação de mais 10 equipas, pretendendo-se que até final do 1º

semestre de 2010 todas estejam a funcionar segundo as orientações da UMCCI;

• Elaborar o diagnóstico da situação relativo ao tempo afecto EGA e ECL,

monitorizar o trabalho desenvolvido e fomentar a sua profissionalização, tendo

em vista o objectivo 2;

• Actuação junto das EGA, no sentido de planearem antecipadamente a alta do

doente;

• Realizar reuniões periódicas com as EGA;

• Reunir com os directores dos serviços que mais referenciam para a RNCCI;

• Monitorizar o tempo médio de permanência nos hospitais desde o

internamento até à sinalização do doente;

• Realização de reuniões de esclarecimento e apoio da ECR em acções de

formação;

• Realização de visitas, por equipa pluridisciplinar e intersectorial, a todas as

unidades prestadoras de Cuidados Continuados na Região Centro, de onde

resultará um relatório de avaliação;

• Acompanhamento periódico da actividade desenvolvida pelas ECL e a sua

auscultação;

• Identificação de necessidades em recursos humanos e materiais das ECCI;

• Divulgação junto dos hospitais da capacidade de resposta;

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• Realização de visitas às instituições por elementos da ECR e das unidades

(periodicidade mínima anual) com o intuito de avaliar a prestação de cuidados

na área de enfermagem e procedimentos com utente/família no âmbito do

serviço social, identificar sensibilidades, necessidades e dificuldades e divulgar

as orientações de abordagem em cuidados continuados, inseridas nos vários

manuais e orientações emanadas pela UMCCI;

• Realização de relatórios trimestrais, onde constem todas as informações

relevantes sobre a implementação do Programa Modelar.

2. PROGRAMA REGIONAL DA SAÚDE DA MULHER, CRIANÇA E ADOLESCENTE

A implementação, a nível regional, do Programa Nacional de Saúde Materna e Infantil

é da responsabilidade das ARS através das respectivas comissões regionais da saúde da

mulher, criança e adolescente (CRSMCA).

Cabe a estas comissões assegurar a coordenação das unidades coordenadoras

funcionais (UCF) e, desta forma, garantir a implementação, nas respectivas áreas de

jurisdição territorial deste programa nacional.

A ARSC considera a promoção da saúde dos grupos vulneráveis e de risco como uma

prioridade regional, a assegurar mediante a promoção da gestão apropriada dos

determinantes de saúde (capacitação em saúde), identificação de necessidades

específicas de saúde e sua satisfação (baseada em critérios de equidade, efectividade e

eficiência).

A Comissão Regional do Centro da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente tem

como missão assegurar a coordenação das unidades coordenadoras funcionais (UCF)

da área de jurisdição territorial da ARSC e, desta forma, maximizar os ganhos em saúde

destes grupos vulneráveis.

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Objectivos

• Promoção da articulação efectiva entre os diversos níveis de cuidados de saúde

(âmbito inter-institucional e inter-profissional), no que diz respeito à saúde da

Grávida, Recém-nascido e Criança;

• Implementar/consolidar os circuitos assistenciais que têm garantido a

assistência à Grávida, ao Recém-nascido e à Criança de forma universal e

equitativa;

• Implementar/consolidar o circuito dos adolescentes tendo em conta as

necessidades assistenciais não satisfeitas neste escalão etário.

Estratégias

• Promoção de um sistema de vigilância integrada entre os médicos da rede de

cuidados primários de saúde (médicos de medicina geral) e os médicos da rede de

cuidados diferenciados (designadamente, pediatras e obstetras);

• Recondução das UCF para garantir o cumprimento dos circuitos assistenciais e a

articulação entre as instituições das Redes de Referência;

• Priorização dos seguintes circuitos assistenciais: Saúde Reprodutiva (Planeamento

familiar, pré-concepção e infertilidade - a implementar); Saúde da Grávida

(diagnóstico pré-natal e vigilância da gravidez e pós-parto); Saúde do Recém-

nascido (transferência antenatal, circuito do recém-nascido de alto risco biológico -

a implementar – e circuito da intervenção precoce); Saúde da Criança (vigilância da

saúde infantil, circuito da criança de risco vítima de maus tratos e circuito da

doença crónica); Saúde do Adolescente (circuito dos adolescentes).

• Para cada um dos circuitos assistenciais, caberá ao coordenador regional do

programa propor ao Conselho Directivo um responsável, a nomear por este órgão

dirigente. Cabe a este avaliar as necessidades não satisfeitas, definir as prioridades

e a estrutura a propor ao Conselho Directivo da ARSC, promover a cooperação entre

profissionais e a complementaridade entre as instituições e definir as funções das

UCF em cada um dos circuitos existentes ou a implementar.

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• Criar condições para manter a motivação e mobilização dos profissionais,

consolidando um programa com inquestionável pertinência para a saúde das

populações da Região Centro.

Actividades a desenvolver

• Reunir com todas as UCF nos respectivos hospitais;

• Criar condições para a monitorização do programa e comunicação entre os vários

intervenientes, agendando (pelo menos) uma reunião anual para avaliação,

formação e divulgação das normas actualizadas;

• Criar as UCF IH na Região Centro;

• Promover a informatização da carta de nascimento/alta;

• Promover e participar em acções de formação em Saúde dos Adolescentes – em

articulação com o Gabinete de Formação da ARSC;

• Promover acções de formação nos novos núcleos de apoio às crianças e jovens

em risco (NACJR) e de formação avançada nos já existentes;

• Propor ao Conselho Directivo da ARSC a rede de assistência regional ao

RN/criança com risco biológico (em conformidade com as

orientações/normativos nacionais);

• Agendar, para Novembro de 2010, uma reunião com todos os NACJR para

partilha de experiências;

• Criar parcerias com Sociedades Científicas relevantes;

• Assegurar o refrescamento e actualização dos conteúdos da CRSMCA, disponíveis

na página web da ARSC, IP1

em articulação com o Gabinete Gestor da página web

da ARSC/Assessoria Especializada de Informação e Comunicação.

1 (http://www.arscentro.min-saude.pt/Institucional/projectos/crsmca/Paginas/default.aspx

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3.SAÚDE MENTAL

A saúde mental é uma das áreas de maior transcendência em Saúde Pública. Além da

transcendência social e económica, a saúde mental é uma das principais dimensões da

saúde e bem-estar, conforme a já clássica definição da OMS.

O envelhecimento da população, bem como o stress psicossocial, são alguns dos

factores que poderão contribuir para a elevada prevalência destas doenças e custos

relacionados com o seu tratamento.

Entre 2001 e 2008 verificou-se um aumento de 31% no consumo de ansiolíticos,

hipnóticos, sedativos e antidepressivos no âmbito do SNS (INFARMED). Além dos

custos directos relacionados com o tratamento, estas doenças cursam com custos

indirectos muito elevados, relacionados com o absentismo laboral e a perda de

produtividade.

De acordo com o Inquérito Regional SAÚDE CENTRO (2005), a prevalência de

“depressão continuada” na Região Centro (correspondente aos 101 concelhos da

então área de influência) foi estimada em 14,4%, sendo a prevalência do consumo

regular de psicofármacos de 16,1 %.

Desta forma, a ARSC considera a saúde mental uma prioridade regional e o Programa

Regional de Saúde Mental como um dos programas do seu Plano de Acção para 2010.

Objectivos

• Promoção da saúde mental na área de jurisdição territorial da ARSC

• Assegurar o acesso equitativo a cuidados de saúde de qualidade aos indivíduos

com problemas de saúde mental.

Estratégia

− Descentralização dos serviços de saúde mental, de modo garantir a sua

acessibilidade geográfica, mediante a criação de uma rede de unidades de

saúde mental comunitárias:

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o Unidade de Saúde Mental Comunitária do Pinhal Interior, afecta ao

CHPC, abrangendo os Concelhos de Penacova, Góis, Poiares, Lousã,

Arganil, Tábua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra.

o Unidade de Saúde Mental Comunitária do Pinhal Sul, afecta ao CHPC,

abrangendo os concelhos de Ansião, Figueiró dos Vinhos, Castanheira

da Pêra, Pedrogão Grande e Alvaiázere, Pombal (norte).

o Unidade de Saúde Mental Comunitária do Litoral Norte, afecta aos

HUC, abrangendo os concelhos de Mira e de Cantanhede.

− Reforço da cooperação na área da psiquiatria de ligação entre os HUC e Centro

Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra (CHPC) e os ACES (reforço dos projectos de

psiquiatria de ligação enquanto “articulação” dos cuidados de saúde mental

nos cuidados de saúde primários).

− Prevê-se a abertura de uma Unidade de Internamento no Departamento de

Psiquiatria da Infância e Adolescência de Coimbra no novo Hospital Pediátrico

de Coimbra do Centro Hospitalar de Coimbra, EPE.

− Promoção da participação das comunidades, utentes e suas famílias nos

cuidados de saúde mental – estabelecimento de parcerias intersectoriais.

− Desenvolvimento de iniciativas promotoras de respostas dos cuidados

continuados de psiquiatria.

− Cativação de novos especialistas para zonas mais carenciadas (caso de Castelo

Branco e Guarda), tendo em vista uma distribuição equitativa dos recursos

humanos em psiquiatria.

Actividades a desenvolver Projectos de Psiquiatria de Ligação nos diferentes ACES (concelhos dos distritos de

Aveiro, Viseu, Leiria, Guarda e Castelo Branco da área de jurisdição territorial da ARSC)

visando promover a “integração” dos cuidados de saúde mental nos cuidados de saúde

primários.

Protocolos entre os diferentes hospitais e os centros de atendimento a

toxicodependentes (CAT) no que diz respeito ao programa específico para o

tratamento do álcool.

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ÁREA DE INTERVENÇÃO III - CAPACITAÇÃO EM SAÚDE E INTERVENÇÃO SOBRE

OS DETERMINANTES DE SAÚDE

1. CAPACITAÇÃO E LITERACIA EM SAÚDE

O programa regional de capacitação em saúde (“Informação para uma correcta

decisão”) foi formalmente criado em Outubro de 2008, sucedendo ao programa

regional de informação e comunicação em saúde pública do extinto Centro Regional de

Saúde Pública do Centro.

A sua missão consiste em promover a literacia em saúde dos utentes da área de

jurisdição territorial da ARSC através da utilização de todos os meios de comunicação

(tecnológicos e organizacionais) ao seu dispor.

No que diz respeito às tecnologias de informação e comunicação destacam-se a página

web da ARSC (alojada em www.arscentro.min-saude.pt) e o “microsite” do Delegado

de Saúde Regional do Centro (alojado em www.dgs.pt). Quanto a estruturas operativas

(âmbito organizacional) este programa assenta no Gabinete de Informação e

Comunicação em Saúde da ARSC (GICS).

O GICS é uma estrutura de comunicação estratégica accionada em Abril de 2009 no

âmbito do Plano de Contingência da Região Centro para a Pandemia de Gripe, sendo

coordenada operacionalmente por um médico especialista em saúde pública e

estrategicamente por um membro do Conselho Directivo da ARSC. Integra, entre

outros, a assessoria de imprensa deste instituto público.

O programa regional para a capacitação em saúde, transversal a todos os programas

da ARSC, está enquadrado na área de intervenção “Capacitação em saúde/intervenção

sobre determinantes de saúde”. Desempenha funções de “assessoria” na área da

comunicação em saúde.

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Transcendência e pertinência do problema de Saúde Pública As doenças de evolução prolongada, associadas a opções e estilos de vida (“riscos

auto-impostos”) e ao envelhecimento, assumem nas sociedades contemporâneas um

padrão epidémico. A sua gestão apropriada assenta, de um ponto de vista

populacional, na prevenção primordial/promoção da saúde (auto-cuidados na saúde)

e, de um ponto de vista clínico, na adesão à terapêutica (auto-cuidados na doença).

Desta forma, a capacitação em saúde é uma estratégia da maior relevância em saúde

pública, sobretudo se tivermos em conta a relação (altamente favorável) de custo-

efectividade destas intervenções. A sua finalidade consiste em promover a aquisição

de um nível adequado de literacia em saúde, compatível com a tomada apropriada de

decisões relacionadas com a saúde individual.

No que diz especificamente respeito às doenças transmissíveis (caso da gripe

pandémica), a comunicação em saúde assume-se como um poderoso instrumento de

gestão do risco, porque veiculadora de atitudes e comportamentos redutores do risco.

O controlo da “explosão de custos” do sector da saúde pressupõe cidadãos-utentes

informados e esclarecidos, procurando de forma apropriada os serviços de saúde

(acesso ao nível de cuidados adequado às necessidades reais de saúde) e valorizando

os cuidados preventivos em relação aos cuidados curativos.

O cidadão, verdadeiro centro do sistema de saúde, deve ser encarado como actor

primordial do sistema de saúde e não como consumidor passivo de cuidados de saúde.

A sustentabilidade do sistema de saúde em geral, e do Serviço Nacional de Saúde em

particular, assenta na co-responsabilização dos cidadãos no que diz respeito à gestão

da sua saúde.

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Finalidade

Promover a literacia e capacitação em saúde das populações da área de influência

da ARS do Centro, IP.

Objectivo

Aumentar o grau de literacia e capacitação em saúde das populações da área de

influência da ARS do Centro, IP (população em geral e públicos específicos).

Actividades a desenvolver

− Coordenação do Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde da ARSC,

no âmbito do Plano de Contingência da Região Centro para a Pandemia de

Gripe (accionado em 27 de Abril de 2009);

− Colaboração com o gabinete gestor da página web da ARSC na edição de

conteúdos de Saúde Pública e, muito em particular, relativos à pandemia de

gripe/”Material de apoio técnico” (alojados em http://www.arscentro.min-

saude.pt/SaudePublica/Material/Paginas/Gripe.aspx);

− Articulação com os programas da ARSC no âmbito de uma estratégia

concertada de capacitação em saúde de públicos específicos (caso dos

profissionais de saúde – programa de controlo da infecção associada aos

cuidados de saúde - e da população escolar – programa promoção da saúde em

meio escolar);

− Produção de conteúdos destinados ao público em geral e públicos específicos,

em função de indicadores de vigilância comportamental (“vigilância baseada

em acontecimentos”);

− Colaboração com os serviços centrais (incluindo departamentos) e serviços

desconcentrados da ARSC (ACeS) e ULS da Região Centro em iniciativas com

relevância para a capacitação em saúde;

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− Articulação com o Gabinete de Documentação da ARSC tendo em vista a

difusão, temporalmente oportuna, de conteúdos em saúde destinados aos

profissionais e serviços de saúde da Região;

− Desenho e implementação de campanhas de capacitação em saúde e de

regulação da percepção do risco dirigidas à população em geral e a públicos

específicos, no âmbito do Plano de Contingência da Região Centro para a

Pandemia de Gripe.

Além destas actividades, o Programa Regional de Capacitação em Saúde tem

como responsabilidade assegurar a articulação com os organismos centrais

dependentes do Ministério da Saúde no seu âmbito específico de intervenção:

Representação da ARSC na equipa nacional de conteúdos do PORTAL

DA SAÚDE (www.portaldasaude.pt) através da edição e submissão de

conteúdos referentes à ARSC (na sequência de indigitação datada de

Julho de 2005);

Interlocução com o projecto de literacia em saúde e capacitação do

cidadão do Alto Comissariado da Saúde (na sequência de indigitação

datada de Outubro de 2008).

2. PROMOÇÃO DA SAÚDE EM MEIO ESCOLAR

O Plano Nacional de Saúde 2004/2010 define prioridades de saúde sendo que no seu

Volume I, (p. 45), destaca o papel primordial da escola na promoção da saúde: “A

escola desempenha um papel primordial no processo de aquisição de estilos de vida e a

intervenção da saúde escolar, dirigida ao grupo específico das crianças e dos jovens

escolarizados pode favorecer, ao mesmo tempo que complementa a prestação de

cuidados personalizados”.

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) no documento Health for All estabeleceu

metas de saúde para os próximos anos, em que os estilos de vida saudáveis e a

promoção da saúde têm uma abordagem privilegiada no ambiente escolar, e em que

os serviços de saúde têm um importante papel na promoção, prevenção, diagnóstico e

tratamento, no que se refere à saúde das crianças e à escolarização.

Este mesmo documento da OMS refere, na sua Meta 13, que “em 2015, 50% das

crianças que frequentam o Jardim-de-infância e 95% das que frequentam a escola

devem integrar estabelecimentos de educação e ensino promotores de saúde”,

definindo Escola Promotora de Saúde (EPS) como “aquela que inclui a educação para a

saúde no currículo e possui actividades de saúde escolar”.

A escola, em conjunto com os alunos, pais e professores, trabalhando com as suas

comunidades e conselheiros de saúde, constitui-se como um meio ímpar para

projectar programas de intervenção e avaliar resultados.

Portugal integra a Rede Europeia de Escolas Promotoras de Saúde desde 1994. Após a

experiência piloto os Ministérios da Educação e da Saúde assumiram o compromisso

no sentido de criarem condições para que os profissionais de saúde e educação

pudessem assumir a promoção da saúde na escola como um investimento que

resultará em ganhos em saúde significativos.

Transcendência e pertinência do problema de Saúde Pública Os profissionais que integram as equipas de saúde escolar apoiam o desenvolvimento

do processo de promoção da saúde em meio escolar, podendo a maior parte dos

problemas de saúde e de comportamentos de risco serem significativamente

reduzidos e prevenidos através da sua intervenção efectiva.

As equipas de saúde escolar apoiam/desenvolvem projectos específicos de promoção

da saúde, abrangendo todos os graus de ensino em áreas diversas como: vida activa

saudável, educação alimentar, educação sexual, relações interpessoais, absentismo

escolar, consumos nocivos, trabalho infantil, cidadania, prevenção da violência e

outros, tendo larga experiência no estabelecimento de parcerias com outras

instituições, comissões, organizações não-governamentais e outros.

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Finalidade O Programa Nacional de Saúde Escolar (PNSE) visa promover e proteger a saúde, bem-

estar e sucesso educativo das crianças e jovens escolarizados.

Estratégias/Actividades a desenvolver

• Apoiar a implementação do PNPSE em todos os ACES/ULS da área de

jurisdição territorial da ARS do Centro, IP

• Promover uma articulação efectiva com a Direcção Regional de

Educação do Centro (DREC) e outros parceiros relevantes

• Promover uma articulação efectiva com outros programas/projectos

dirigidos à população escolar

• Apoiar no desenvolvimento, monitorização e avaliação de projectos

regionais/locais no âmbito da saúde escolar

• Avaliar a execução do PNPSE

Objectivo

Aumentar as taxas de cobertura da comunidade educativa da Região Centro

por actividades de saúde escolar.

Metas

• ACeS com implementação do PNPSE: 100%

• Jardins de infância (JI) abrangidos pelo programa de saúde escolar: 90%

• Escolas do 1º ciclo do EB abrangidas pelo programa de saúde escolar: 90%

• Escolas do 2º e 3º ciclos do ensino básico (EB) e ensino secundário

abrangidos pelo programa de saúde escolar (SE): 80%

• Alunos do pré-escolar abrangidos por SE: 85%

• Alunos do 1º ciclo do EB abrangidos por SE: 85%

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• Alunos do 2º e 3º ciclos do ensino básico e ensino secundário abrangidos por

SE: 50%

• Alunos do pré-escolar em PBSO: 60%

• Alunos do 1º ciclo em PBSO: 80%

• Alunos de 6 anos com exame global de saúde (EGS) realizado: 80%

• Alunos de 13 anos com EGS realizado: 50%

• Alunos do pré-escolar com PNV actualizado: 95%

• Alunos de 6 anos com PNV actualizado: 95%

• Alunos de 13 anos com PNV actualizado: 90%

• Escolas em PNSE com avaliação das condições de segurança, higiene e saúde

do meio ambiente e do edifício escolar: 40%

• Escolas que melhoraram relativamente à avaliação anterior: 25%.

2.1. SAÚDE ORAL

O Programa Nacional de Saúde Oral em Saúde Escolar, desenvolve-se desde 1986,

tendo sido revisto em 1999 e mais recentemente em 2005. Foi divulgado através da

circular normativa (CN) nº1/DSE de 18/01/2005 da DGS, tendo passado a designar-se

por Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO).

O PNPSO desenha uma estratégia global de intervenção assente na promoção da

saúde, prevenção e tratamento das doenças orais, desenvolvendo-se ao longo do ciclo

de vida e nos ambientes onde as crianças e jovens vivem e estudam.

Em 2008 foi aprovado o alargamento do programa a mulheres grávidas e idosos

beneficiários do Complemento Solidário, utentes do SNS, divulgado através da CN nº

7/DSPPS/DCVAE de 15/04/2008.

Mais recentemente, através da CN nº 2/DSPPS/DCVAE de 9/01/2009 da DGS,

efectuou-se nova revisão e reestruturação do PNPSO, com base em procedimentos

simplificados e orientados para a satisfação das necessidades de saúde oral,

aumentando a cobertura de cuidados preventivos e curativos prestados por

profissionais especializados às crianças e jovens que frequentam escolas públicas e

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instituições de solidariedade social, de forma a criar condições facilitadoras da

manutenção da saúde oral ao longo da vida.

Assim, a partir de 2009, e após reformulação médico-dentária, o programa passa a

abranger, de acordo com o mesmo modelo contratual de utilização (cheque-dentista),

três segmentos populacionais prioritários, utentes do SNS:

1. Crianças e jovens que frequentam escolas públicas e instituições privadas de

solidariedade social;

2. Mulheres grávidas;

3. Idosos beneficiários do Complemento Solidário.

Transcendência e pertinência do problema de Saúde Pública As doenças orais constituem, pela sua elevada prevalência, um dos principais

problemas de saúde da população infantil e juvenil. No entanto, se adequadamente

prevenidas e precocemente tratadas, a cárie e as doenças periodontais são de uma

elevada vulnerabilidade, com custos económicos reduzidos e ganhos em saúde

relevantes, influenciando o estado de saúde, bem-estar e qualidade de vida.

A Organização Mundial da Saúde aponta para 2020 metas para a saúde oral que

exigem um reforço das acções de promoção da saúde e prevenção das doenças orais e

um maior envolvimento dos profissionais de saúde e de educação, dos serviços

públicos e privados.

A intervenção de promoção da saúde oral, que se inicia durante a gravidez e se

desenvolve ao longo da infância, em Saúde Infantil e Juvenil, consolida-se no jardim-

de-infância e na escola, através da Saúde Escolar. Os cuidados dentários, não

satisfeitos no Serviço Nacional de Saúde, às crianças e jovens em programa, serão

satisfeitos através de contratualização.

Também o Programa Envelhecimento Activo da OMS recomenda a promoção da saúde

oral neste grupo populacional, sendo que a ausência parcial ou total de dentes traz

graves consequências a nível da saúde física e emocional, dificultando a comunicação

interpessoal e promovendo o isolamento.

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Finalidade Assegurar a prestação equitativa de cuidados de saúde oral, ao longo do ciclo de vida,

com base em procedimentos simplificados e orientados para a satisfação de

necessidades de saúde oral nas idades de maior vulnerabilidade, garantido um melhor

acesso aos serviços e um alargamento progressivo das populações abrangidas.

Estratégias/Actividades a desenvolver

• Apoiar a implementação do PNPSO em todos os ACES/ULS da Região

Centro;

• Reunir com os responsáveis pelo programa a nível dos ACES/ULS;

• Promover a articulação com outras entidades/instituições/profissionais;

• Promover a articulação com outros programas/projectos com relevância

para o programa;

• Apoiar no desenvolvimento, monitorização e avaliação de projectos

regionais/locais no âmbito da saúde oral;

• Avaliar no final de cada ano a execução do PNPSO.

Objectivos

• Reduzir a incidência e a prevalência de cárie dentária.

• Melhorar conhecimentos e comportamentos sobre saúde oral.

Metas

• ACeS/ULS que fazem a distribuição de suplementos de flúor: 100%

• ACeS/ULS a implementar boas práticas de higiene oral (escovagem): 100%

• ACeS/ULS com actividades de educação em saúde oral: 100%

• ACeS/ULS em Programa de Contratualização para crianças e jovens: 100%

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• ACeS/ULS em Programa de Contratualização para Grávidas (SOG): 100%

• ACeS/ULS em Programa de Contratualização para Idosos (SOPI): 100%

3. SAÚDE OCUPACIONAL

A Saúde Ocupacional (SO) é uma área de intervenção multidisciplinar que tem como

finalidades, segundo a OMS/OIT, a prevenção dos riscos profissionais e a vigilância e

promoção da saúde dos trabalhadores.

A saúde dos trabalhadores da saúde tem sido objecto de diversos documentos

legislativos, nomeadamente a partir da década de 90 do século passado e

presentemente é contemplada pela Lei 59/2008, de 11 de Setembro, que aprovou o

regime de contrato de trabalho em funções públicas.

Embora o actual regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho tenha

legislação própria, Lei n.º 102/2009 de 10 de Setembro, que regulamenta o artigo 284º

do Código do Trabalho, ao sector público e aos trabalhadores que exerçam funções

nos serviços de administração directa, indirecta, regional e local aplica-se a anterior

legislação que tem por base o Decreto-Lei n.º 441/91 de 14 de Novembro e os que o

sucederam.

Na saúde existem outras modalidades de serviços ou de estabelecimentos,

nomeadamente as entidades públicas empresariais a quem formalmente não é

aplicável o regime de segurança, higiene e saúde no trabalho referidos no Capítulo IV

do Anexo I e Capítulos III e XIII do Anexo II da Lei n.º 59/2008, estando abrangidos pelo

regime geral de segurança e saúde no trabalho (Lei n.º 102/2009).

Os trabalhadores das administrações regionais de saúde (ARS) e dos agrupamentos de

centros de saúde (ACES) exercem a actividade profissional em condições que

configuram potenciais situações de risco profissional, nomeadamente acidentes de

trabalho ou em serviço, doenças profissionais e outras doenças relacionadas com o

trabalho.

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De acordo com o artigo 221º do Anexo I da Lei n.º 59/2008, constitui um direito do

trabalhador a prestação do trabalho em condições de segurança, higiene e saúde

asseguradas pela entidade empregadora pública.

Objectivo geral Protecção e promoção da saúde dos trabalhadores que desempenham funções nos

estabelecimentos da área de influência da ARSC independentemente do vínculo e

contrato laboral e sector de actividade

Objectivos específicos • Prevenção da ocorrência de acidentes de trabalho e de doenças profissionais

• Identificação, monitorização e vigilância dos riscos profissionais e das condições

ambientais dos locais de trabalho

• Vigilância da saúde dos trabalhadores, nos termos da legislação em vigor

• Implementação dos serviços de segurança e saúde no trabalho da sede da ARSC,

serviços desconcentrados (ACES) e ULS da Guarda e de Castelo Branco.

Actividades a desenvolver • Vigilância da saúde dos trabalhadores da sede da ARSC, serviços desconcentrados

(ACES) e ULS da Guarda e de Castelo Branco

• Acções de sensibilização, informação e formação sobre riscos profissionais e

medidas preventivas face à saúde destinadas a empregadores e sociedade em geral

– em parceria interna (programas e serviços relevantes da ARSC) e externa

(intersectorial)

• Investigação em segurança, higiene e saúde no trabalho – em parceria interna

(ARSC) e externa (instituições de ensino superior e entidades relevantes, públicas e

privadas).

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4. GESTÃO AMBIENTAL

A prossecução do programa de gestão ambiental decorre da necessidade de ser

garantida a sustentabilidade das actividades desenvolvidas, tendo como princípio a

salvaguarda da saúde humana e da qualidade ambiental.

A actividade desenvolvida nas instalações hospitalares é garantia da saúde das

populações, indissociável da qualidade de vida e desenvolvimento das comunidades,

mas geradora de impactes ambientais, sendo necessária a adequação de metodologias

para prevenção da poluição (alteração das condições de equilíbrio do seu meio de

implantação e envolvente, das quais decorram efeitos nocivos).

A prevenção está consignada num sistema integrado de gestão, permitindo analisar,

quantificar e minimizar os impactes negativos, optimizando os recursos, os ciclos de

vida dos produtos e os meios de prevenção de contaminação.

Um sistema de gestão ambiental é, assim, uma via para a melhoria contínua, com o

objectivo de, a partir de uma política ambiental, avaliar os impactes resultantes da

actividade efectiva, implementar programas, procedimentos, e avaliar resultados.

A gestão ambiental tem como finalidade a prevenção da poluição resultante da

actividade desenvolvida nas instalações de prestação de cuidados de saúde, mediante

a análise e optimização dos impactes resultantes dos ciclos de vida dos produtos e

serviços - prevenção de riscos de contaminação no caso das unidades prestadoras de

cuidados de saúde.

Transcendência e pertinência do problema de Saúde Pública No âmbito do CIB (Conseil International du Bâtiment), que conta com o apoio das

Nações Unidas, e do LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), os

princípios de sustentabilidade das unidades de prestação de cuidados de saúde estão

consignados no “Green Guide for Health Care” (GGHC).

Tendo por orientações as normas ASHE (American Society for Healthcare Engineering),

o guia foi elaborado por um Comité pertencente à Organização “Hospitals for a

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Healthy Environment” (H2E), com a participação de entidades internacionais a que

pertence a “Health Care Without Harm” de que é membro a Comissão Europeia.

É consignada a gestão ambiental, com o estabelecimento obrigatório de uma política

ambiental e respectivas metas e objectivos. Abrange não só a gestão de recursos, a

optimização de consumos, a minimização de emissões (exterior ou interior),

minimização de riscos para a saúde (dos utentes, trabalhadores e população na

envolvente), mas também, o cumprimento da legislação nacional em matéria de

ambiente.

Assim, as unidades de prestação de cuidados de saúde são abrangidas por aspectos

específicos, salientando-se as emissões gasosas e qualidade do ar interior, os resíduos

hospitalares e prevenção da doença dos legionários.

Passa a estar incluído na gestão ambiental, o levantamento e inventariação dos

materiais contendo amianto, tendo em consideração a necessidade imperativa de

cumprimento da Resolução da Assembleia da República nº 24/2003, de 2 de Abril que

decide a inventariação de todos os edifícios públicos que contenham amianto, para

definição de eventuais intervenções, em conformidade com a Directiva nº 1999/77/CE,

de 26 de Julho.

A Conferência Europeia sobre o Amianto, realizada em Dresden, em 2003, alertou para

a o risco decorrente do amianto continuar a ser, na generalidade, o mais importante

agente tóxico cancerígeno presente nos locais de trabalho.

Finalidade Cumprimento das imposições legais e obtenção de ganhos nas condições de

funcionamento das unidades de prestação de cuidados de saúde no âmbito dos

projectos de qualidade do ar, resíduos hospitalares, prevenção da doença dos

legionários, e inventariação de materiais contendo amianto.

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Objectivos gerais

• Enquadrar a actividade desenvolvida no Plano Nacional de Acção Ambiente e

Saúde 2008-2013 (PNAAS), que consta da Resolução do Conselho de Ministros

n.º 91/2008.

• Melhorar a eficácia das políticas de prevenção, controlo e redução de riscos

para a saúde com origem em factores ambientais, promovendo a integração do

conhecimento e a inovação, contribuindo também, desta forma, para o

desenvolvimento económico e social do país.

4.1. PROJECTO DE QUALIDADE DO AR

A qualidade do ar enquanto determinante da saúde é considerada na vertente das

emissões gasosas (ar exterior), e da qualidade do ar interior.

Nestes domínios são objectivos principais:

• Prosseguir com a monitorização de todas as fontes fixas de emissão, de acordo

com o Decreto-Lei (DL) nº 78/2004, de 3 de Abril, e reduzir os teores de

emissão para redução das emissões de CO2, fomentando a eficiência

energética;

• Efectivar a monitorização da qualidade do ar interior;

• Verificar o cumprimento do artigo 12º do DL 79/2006, de 4 de Abril.

4.2. PROJECTO DE RESÍDUOS HOSPITALARES

A optimização da gestão de resíduos como principal medida de prevenção de riscos e

custos decorrentes da produção implica:

• Garantir o cumprimento do Despacho nº 242/96 da Ministra da Saúde, no que

concerne a condições de optimização da produção dos resíduos hospitalares,

Grupo III e IV, dos resíduos equiparados a urbanos dos Grupos I e II, e fileiras de

resíduos passíveis de reciclagem/valorização;

• Implementar os procedimentos do SIRAPA (Sistemas Integrado de Registo

Electrónico de Resíduos da Agência Portuguesa do Ambiente);

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• Implementar a gestão de resíduos em todos os serviços dependentes da ARS do

Centro, IP, efectuando formação e a divulgação do Programa de Gestão de

Resíduos na Administração Pública e aplicação do Guia de Acompanhamento

estabelecendo equipas responsáveis.

4.3.PROJECTO DE PREVENÇÃO DA DOENÇA DOS LEGIONÁRIOS

Constituem objectivos deste projecto:

• Implementar programas adaptados de prevenção com avaliação de custos

específicos e optimização de recursos existentes;

• Efectivar o programa abrangente de monitorização da Legionella nas

instalações de risco mais elevado (hospitais e centros de saúde);

• Formar/sensibilizar os profissionais de saúde e serviços técnicos;

• Promover a divulgação junto de escolas e autarquias.

4.4. PROJECTO DE INVENTARIAÇÃO DE INSTALAÇÕES/MATERIAIS CONTENDO AMIANTO

Considerando a necessidade de ter a informação precisa sobre as instalações onde

eventualmente existam materiais contendo amianto, bem como as limitações em

serem os mesmos reconhecidos, quanto à identificação e riscos potenciais,

consideram-se como objectivos:

• Efectivação de sessões de trabalho descentralizadas, abrangendo várias

entidades para além das autoridades de saúde/serviços de saúde pública e

serviços técnicos, (ambiente, trabalho, autarquias e serviços da área de

educação e segurança social), para divulgação e prevenção de riscos,

características técnicas de materiais contendo amianto e avaliação de

procedimentos;

• Aplicação de questionário para levantamento de casos;

• Tratamento de dados e elaboração de proposta de intervenção;

• Articulação com o Departamento de Instalações e Equipamentos (DIE) da ARSC.

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65

Actividades a desenvolver Tendo como base de trabalho os dados obtidos do levantamento efectuado no âmbito

do programa de gestão ambiental do anterior Plano de Acção e a necessidade de

adaptação, de cada projecto, ao novo enquadramento legal, as actividades a

desenvolver são as seguintes:

Projecto de qualidade do ar

• Tendo sido implementado o plano de monitorização das emissões gasosas,

e apresentados os resultados à entidade competente, aguarda-se a

definição de periodicidade em função das concentrações, para

continuidade do programa;

• Conclusão e actualização da base de dados georeferenciada ;

• Monitorizações da qualidade do ar interior, com afectação de recursos para

a sua viabilização;

• Promoção de acções de sensibilização/motivação dos profissionais de saúde

para a vigilância de ocorrências relacionadas com situações de informação e

alerta das populações, correspondentes a episódios de concentrações

limites de poluentes, e sua transmissão e registo em cumprimento do

PNAAS 2008-2013.

Projecto de resíduos hospitalares

• Garantir a adequação dos planos de recolha e encaminhamento de resíduos

hospitalares às condições estabelecidas no despacho nº 242/96, e verificar

as estratégias de minimização de riscos;

• Promover procedimentos de triagem, reciclagem e valorização de resíduos

nos termos da legislação aplicável;

• Viabilizar a implementação do SIRAPA a nível da ARS do Centro, IP para

enquadramento da nova metodologia de gestão de registo.

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• Dar continuidade à sensibilização dos profissionais, na vertente de

prevenção de riscos;

• Implementar o Programa de Gestão de Resíduos na Administração Pública e

aplicação do Guia de Acompanhamento em todos os serviços.

Projecto de prevenção da doença dos legionários

• Proceder a registo georeferenciado de casos de legionelose,

complementado com o levantamento georeferenciado de equipamentos e

instalações passíveis de colonização e foco de transmissão de contaminação

e os resultados de monitorização – em articulação com a área funcional da

Vigilância em saúde pública e investigação epidemiológica do

Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARSC;

• Reforçar a sensibilização para a implementação de procedimentos de

monitorização e manutenção dos equipamentos;

• Divulgação junto dos serviços técnicos dos procedimentos e metodologias

adequados, incluindo os documentos técnicos já elaborados pelos serviços;

• Realização de acções formativas/encontros subordinados à doença dos

legionários, salientando a metodologia de intervenção e o papel

fundamental da declaração obrigatória da doença na intervenção de

controlo de contaminações – em articulação com a área funcional da

Vigilância em saúde pública e investigação epidemiológica do

Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARSC.

Projecto de inventariação de instalações/materiais contendo amianto

• Realização de sessões de trabalho descentralizadas, abrangendo várias

entidades para além da saúde pública e serviços técnicos, (ambiente,

trabalho, autarquias e serviços da área de educação e segurança social),

para divulgação e prevenção de riscos, características técnicas de materiais

contendo amianto, e avaliação de procedimentos;

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• Aplicação de questionários para levantamento efectivo de

instalações/materiais contendo amianto e tratamento de dados com

elaboração de relatório a divulgar aos serviços e entidades;

• Avaliação e definição de estratégia de intervenção;

• Interacção com outros serviços e departamentos da ARS Centro,

priorizando uma intervenção eficaz em termos de prevenção e minimização

de riscos.

5. PROJECTOS TRANSVERSAIS DE INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA

5.1.PROGRAMA DE NUTRIÇÃO E QUALIDADE ALIMENTAR

No âmbito da actuação do Programa de Nutrição e Qualidade Alimentar (PNQA) e após

uma análise dos indicadores de saúde nacionais e regionais as prioridades deste

programa dizem respeito aos seguintes problemas de saúde: doenças cardio e cérebro-

vasculares, neoplasias associadas à alimentação (eg. mama, cólon, estômago, esófago

e nasofaringe) e obesidade.

Atendendo a que o excesso de sal na alimentação é um dos principais factores

determinantes do aparecimento da hipertensão arterial e neoplasias do estômago,

naso e orofaringe, a ARS Centro delineou uma estratégia concertada e alicerçada em

vários pilares de intervenção.

O projecto de intervenção comunitária minorsal.saude integra um conjunto de

intervenções que, englobam presentemente (Dezembro de 2009), o projecto

pão.come (em curso há alguns anos), o projecto sopa.come (iniciado a título

experimental no ano de 2009) e um conjunto de outras medidas/intervenções que

visam a redução do sal a nível alimentar.

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Transcendência e pertinência do problema de Saúde Pública É conhecida a dificuldade com que a maior parte dos países se deparam para combater

as altas taxas de mortalidade e morbilidade por doenças cardio e cérebro vasculares,

estando relatadas múltiplas e variadas estratégias de intervenção passando pelo

combate aos determinantes de saúde mais implicados nestas doenças.

No que se refere a um dos factores considerados de maior importância (hipertensão

arterial) existe uma concordância absoluta entre todos os planos de intervenção,

passando pela interacção com a indústria alimentar tendo como objectivo a redução

de sal nos alimentos processados.

No nosso País o consumo médio diário de sal é estimado em 12 gramas – mais do

dobro do limite máximo diário recomendado pela OMS. As últimas orientações da

OMS apontam, como recomendação, para consumos médios diários de NaCl, nunca

superiores a 5 g num adulto, e 3 g nas crianças, sendo o quantitativo graduado tendo

em consideração a idade da criança.

A dificuldade desta intervenção está relacionada com o facto de se estar a intervir com

hábitos ancestrais de paladar de uma população e com uma indústria alimentar que

segue os padrões dos hábitos populacionais. Estes obstáculos, necessitam de grande

capacitação por parte dos profissionais que se encontram envolvidos neste processo.

Estratégias

• Implementação de projectos que incidem preferencialmente nos alimentos

mais consumidos pela população portuguesa (pão.come e sopa.come);

• Comunicação do risco à população através da divulgação dos projectos supra

mencionados na comunicação social, por cartazes, brochuras e panfletos – em

articulação com o Programa Regional de Capacitação e Literacia em Saúde e

com o Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde da ARSC;

• Divulgação das estratégias adoptadas à Comissão Parlamentar de Saúde e aos

diversos partidos representados na Assembleia da República;

• Estabelecimento de protocolos de colaboração com grandes empresas

retalhistas do sector alimentar;

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• Entrada na Rede Comum de Conhecimento, como exemplo de boas práticas

para maior difusão e utilização por outras instituições do modelo de actuação

da ARS Centro nesta área;

• Estabelecimento de articulação estreita com sociedades científicas – Fundação

Portuguesa de Cardiologia (protocolo de articulação);

• Estabelecimento de protocolos com a Associação de Comércio e Industria da

Panificação Pastelaria e Similares e outros parceiros relevantes.

5.1.1. Projecto - PÃO.COME O pão é um dos alimentos processados mais visados nos relatórios internacionais,

tanto dos países que têm desenvolvido esforços no sentido da redução de sal na

alimentação, como pela OMS, sendo este facto decorrente de ser um dos alimentos

mais consumidos pela população.

Em Portugal estima-se um consumo médio diário de três pães (150 g), o que

corresponde a uma média aproximada de 2,4 g de NaCl .

Estruturado para diminuir o sal no pão para valores de 0,8g/100g de pão, foi

implementado a nível regional no ano de 2007, abrangendo no ano de 2009, sessenta

dos 78 concelhos da Região Centro. Pelo facto de ter ocorrido uma reestruturação

regional no início no ano de 2009, abrangeu ainda 6 dos concelhos da Região Norte 2

concelhos da Região de Lisboa e Vale do Tejo.

Incluiu no ano de 2009, novecentas e trinta e sete padarias que voluntariamente

aderiram comprometendo-se, as mesmas ao cumprimento de um plano de redução de

sal faseado por dois anos.

O projecto pão.come - com implementação regional - é sustentado por uma rede de

serviços de saúde pública, tendo actualmente cerca de 150 profissionais envolvidos.

Esta rede de serviços, singular pela estrutura, habilita o nosso país de uma forma única

a implementar projectos deste tipo, de uma forma eficaz e eficiente.

Cientes que, a relação custo efectividade deste projecto, é muito positiva para a saúde

da população propõe-se esta instituição a prosseguir nesta linha de actuação,

nomeadamente através da concretização dos seguintes objectivos:

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Actividades a desenvolver

• Monitorização dos resultados dos concelhos que concluíram a quarta fase e

última do projecto;

• Inclusão de novas padarias nos concelhos já abrangidos;

• Inclusão de 10 novos concelhos;

• Estabelecimento de articulação/sensibilização com as restantes ARS do país, de

forma a poder alargar o projecto a nível nacional.

5.1.2. Projecto - SOPA.COME O projecto sopa.come surgiu na sequência do projecto pão.come, tendo como objecto

de intervenção como o próprio nome indica a sopa. A sopa foi considerada o segundo

alimento a seguir ao pão, com um potencial de intervenção, que nos permitiria atingir

os objectivos propostos no mais curto espaço de tempo.

Tradicionalmente a alimentação mediterrânica, inclui a sopa como fazendo parte da

refeição. É um alimento muito rico pela diversidade da sua composição, habitualmente

produtos hortícolas com elevados teores em potássio, favorecendo o objectivo

pretendido, que é á redução de NaCl da alimentação.

As conclusões permitem-nos inferir que os teores de NaCl incorporados neste

alimento, tanto na restauração, como restauração colectiva são excessivos que

necessitam urgentemente de ser reduzidos, para no mais curto espaço de tempo

podermos atingir os valores recomendados pela OMS para a ingestão diária – 5g.

Actividades a desenvolver

• Implementação do projecto de intervenção em 20% dos concelhos da Região

Centro;

• Intervenção preferencial na restauração colectiva (creches, infantários, lares de

idosos, centros de dia), restauração;

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• Provas cegas de degustação para acerto do limiar de tolerância de decréscimo

dos valores de NaCl nos vários tipos de sopas no Laboratório de Saúde Pública

de Coimbra (LSPC);

• Análises comparativas da incorporação dos diversos tipos de sal disponíveis

(LSPC);

• Estudo analítico das sopas processadas existentes no mercado (LSPC);

• Intervenção faseada para atingir valores de 0,8g/porção correspondendo a

menos de metade da dose encontrada em cerca de 300 amostras analisadas.

5.1.3. Projecto – OLEOVITAE O projecto oleovitae tem como objectivo a prevenção de neoplasias do sistema

digestivo, adoptando como estratégia de intervenção a vigilância da qualidade dos

óleos de fritura da restauração e restauração colectiva.

Dando continuidade ao diagnóstico realizado recentemente através da avaliação de

compostos polares em cerca de 3000 análises de óleos utilizados nas frituras dos

estabelecimentos supra mencionados propõe-se que a ARS Centro dote todas as

unidades de saúde pública dos ACES com sondas de controlo de compostos polares

nos próximos três anos, em alternativa aos kits de testes existentes no mercado.

Actividades a desenvolver:

• Controlar situações de risco previamente avaliadas;

• Formar e informar manipuladores sobre o que utilizar e como utilizar nas

preparações culinárias;

• Distribuir panfletos e cartazes pedagógicos por todas as unidades alvo de

intervenção prioritária (creches, infantários, jardins de infância, escolas).

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5.1.4. Projecto - VENDING.SAUDE O projecto Vending.Saúde tem como objectivos de saúde a diminuição da obesidade,

diabetes e doenças cardiocerebrovasculares e comorbilidades associadas como

dislipidemia, função ovárica e carcinoma da mama.

Das evidências de efeito para IMC superior a 25, realça-se como factores de risco o

baixo nível de educação e socio-económica, intervenções isoladas, regime alimentar

inadequado em densidade calórica e/ou nutricional e sedentarismo.

Com este projecto pretende-se criar um Instrumento de Educação Alimentar e

implementá-lo, através das máquinas de venda automática com os respectivos canais

de distribuição classificados de acordo com um sistema de cores tipo semáforo (Traffic

Light System), que identifica a periodicidade de ingestão dos produtos alimentares

nelas expostos, compreensível pela maioria da população.

Finalidade

• Informar a população em geral, da periodicidade de ingestão alimentar dos

alimentos distribuídos nas máquinas de venda automática;

• Diminuir a incidência e a prevalência de doenças crónicas degenerativas

(nomeadamente pré-obesidade e da obesidade) através da adopção de

medidas integradas de prevenção primordial (associada a estilos de vida).

Estratégias

• Intervir nas empresas de máquinas de venda automática de produtos

alimentares por forma a que sejam classificados os canais de distribuição

correspondentes aos produtos expostos, de acordo com frequência de ingestão

aconselhável;

• Intervir nos pontos recepção destas máquinas, explicando a importância deste

instrumento.

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Objectivo geral

Criar um instrumento de educação alimentar destinado a toda a população, que

informe sobre frequência de ingestão alimentar e suas consequências para a saúde,

através de um sistema colorimétrico simples e de fácil compreensão, implementado

nas máquinas de venda automática.

Objectivos específicos

• Implementar um instrumento de educação alimentar (prevenção

primordial) compreensível pela maioria da população, através de um

sistema colorimétrico, exposto nas máquina de venda automática;

• Fornecer mais um instrumento de educação alimentar aos profissionais de

saúde, colocando nas máquinas de venda automática, dos seus locais de

trabalho, o sistema implementado por este projecto;

• Promover a formação dos funcionários dos locais onde se encontram

disponíveis estas máquinas;

• Melhorar hábitos de consumo alimentar da população utilizadora das

máquinas de venda automática, através do sistema implementado.

Metas

• Criar um instrumento de educação alimentar e dotar todas as máquinas de

venda automática, na Região Centro, com este instrumento, até finais de

2020.

• Divulgar os resultados e boas práticas da acção a nível nacional e

internacional.

Actividades a desenvolver

• Realização do diagnóstico de situação, relativamente às máquinas e bares

existentes no ACES Baixo Mondego 1 (correspondente aos concelhos de

Coimbra, Condeixa e Penacova);

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• Implementação do projecto, a título experimental em 2 locais pré-

seleccionados, no ACES supra mencionado.

5.2. OBESIDADE

A obesidade é uma doença crónica de grande relevo socioeconómico. É também um

grave problema de saúde pública pela sua elevada prevalência e pela repercussão que

apresenta na mortalidade das pessoas atingidas e pelos custos directos e indirectos

que acarreta.

A obesidade é a doença da nutrição mais frequente nos países desenvolvidos ou em

vias de desenvolvimento. A sua prevalência, incluindo a obesidade grave, tem

aumentado nas últimas décadas e continua a aumentar.

A era em que vivemos é marcada pelo desenvolvimento tecnológico e pela

industrialização à qual a indústria alimentar não é indiferente. A estes dois “vectores”

associam-se teorias económicas de gestão de recursos que levam á produção intensiva

para reduzir custos e optimizar lucros, e as campanhas publicitárias agressivas e por

vezes, cientificamente pouco correctas, que levam as populações menos informadas a

adoptar padrões alimentares pouco saudáveis.

Consciente deste problema, o Ministério da Saúde cria a Comissão de Coordenação do

Programa Nacional de Combate à Obesidade por despacho nº 4571/2005 de

01/02/2005 e, posteriormente, a Plataforma Nacional Contra a Obesidade, como

medida estratégica assumida politicamente, a nível nacional, visando criar sinergias

entre os vários sectores da sociedade civil.

Objectivo geral

Contribuir para a redução da prevalência da pré-obesidade e obesidade na

Região Centro.

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Objectivos específicos

• Reduzir a prevalência da obesidade no grupo etário das crianças e adolescentes

• Contribuir para o controlo do crescimento (incidência e prevalência) da

epidemia obesidade.

Estratégias de intervenção

No âmbito da prestação cuidados:

• Dinamização da coordenação entre os sectores da saúde e da educação

(Direcção Regional de Educação do Centro - DREC)

• Criação de equipas multidisciplinares que permitam trabalhar de forma

integrada na prevenção, tratamento e controlo da doença.

• Implementação de consultas de obesidade quer nas unidades de saúde familiar

(USF) quer nas unidades de cuidados de saúde personalizados (UCSP).

No âmbito da informação/educação e formação:

• “Sinalização” dos doentes com excesso de peso e obesos, utilizando o registo

informático (SAM);

• Criação, a nível da ARSC, de um observatório que permita aceder a dados de

periodicidade semestral;

• Promoção da formação e sensibilização dos profissionais de saúde, médicos e

enfermeiros, mediante acções de formação e outras iniciativas relevantes;

• Capacitação do público em geral e públicos específicos relativamente a este

problema de saúde pública (promoção de estilos de vida saudáveis) – em

estreita articulação com o Programa Regional de Capacitação e Literacia em

Saúde/Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde da ARSC.

• Articulação com outros programas sempre que haja objectivos comuns, como o

programa de saúde escolar e cardiovascular, na promoção da saúde e

prevenção da doença.

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Actividades a desenvolver

• Formação na área da obesidade para profissionais de saúde para efeitos de

posterior replicação nos locais de trabalho (“formação de formadores” ) à

semelhança do que já se fez em 2009.

• Promover a criação de consultas de obesidade / comportamento alimentar, na

rede de cuidados primários com o apoio de nutricionistas e, eventualmente

psicólogos.

• Implementar nas unidades de saúde as orientações emanadas da

DGS/Plataforma de Luta contra a Obesidade.

• Colaborar activamente nos programas escolares “estilos de vida e

comportamento alimentar”, quando solicitado.

5.3.COMPORTAMENTOS ADITIVOS

5.3.1. Tabagismo O consumo de tabaco é a primeira causa de morte evitável e de doença crónica tendo

implicações, não só, na saúde do fumador mas de todos aqueles que se encontram

expostos ao fumo de tabaco ambiental.

Se o tabagismo “activo” é a primeira causa de morte evitável, o fumo de tabaco

ambiental é considerado a 3ª maior causa de morte evitável pelo OMS.

É uma dependência que na maioria dos casos é adquirida durante etapas precoces do

desenvolvimento (designadamente adolescência) de maior vulnerabilidade

psicossocial.

A substância psicoativa responsável por esta dependência é a nicotina – é um produto

que causa dependência física e psíquica, está incluída desde 1992 na 10ª Classificação

Internacional das Doenças (CID – 10) e desde 1994, no DSM-IV. A nicotina é um dos

“ingredientes” do cigarro, que além de causar esta dependência é potencialmente

tóxica.

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A cessação tabágica é fundamental nos fumadores para melhorar não só a sua

qualidade de vida mas também a sua saúde, nesse sentido, reduzir a mortalidade e

morbilidade associadas ao consumo de tabaco.

A prevenção primordial (associada a estilos de vida) e a promoção da saúde são

estratégias fundamentais para controlar esta epidemia ao diminuir a incidência (novos

casos) de consumidores assim como motivar os fumadores para a cessação.

O controlo da epidemia tabágica nas mulheres é outra prioridade em saúde pública.

Margaret Chan, Directora Geral da OMS refere no seu relatório anual que “proteger e

promover a saúde das mulheres é fundamental para a saúde e desenvolvimento não só

para os cidadãos de hoje, mas também para aqueles das gerações futuras”.

Transcendência e pertinência do problema de Saúde Pública A “epidemia” do tabagismo é um dos maiores problemas de saúde do mundo.

Actualmente morrem 5,4 milhões de pessoas com doenças associadas ao consumo de

tabaco.Estima-se que em 2030 sejam 8 milhões de mortes, das quais 80% ocorrem em

países subdesenvolvidos.

O consumo de tabaco é a principal causa evitável de doença e morte prematura nos

países desenvolvidos sendo, assim, um factor de risco modificável.

O fumo do tabaco é factor de risco para as quatro principais causas de morte em todo

o mundo entre elas a doença cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crónica, cancro e

acidente vascular cerebral. Além disso é o factor de risco independente para a doença

coronária.

É preocupante a prevalência do início do consumo entre os jovens e o aumento de

consumo entre as mulheres.

Finalidade Reduzir a mortalidade e morbilidade causadas pelo consumo de tabaco.

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Objectivos

• Prevenir o consumo de tabaco entre os adolescentes e jovens e outros grupos

vulneráveis

• Sensibilizar os profissionais para as consultas de cessação tabágica

• Atrasar a idade média de início do consumo de tabaco

• Promover a cessação tabágica

• Adequar as consultas de cessação tabágica ao “Programa Tipo de Cessação

Tabágica” da DGS.

Actividades a desenvolver

• Comemorar o Dia Mundial Sem Tabaco e o Dia Nacional do Não Fumador e

divulgá-lo junto da população em geral (em colaboração com o Programa

Regional de Capacitação em Saúde e o Gabinete de Informação e Comunicação

em Saúde da ARSC)

• Promover a formação dos profissionais de saúde (em articulação com o

Gabinete de Formação da ARSC)

• Elaboração de material de apoio às consultas de cessação tabágica

• Elaboração de material informativo para ser distribuído à comunidade

• Desenvolver acções de prevenção na comunidade e nas escolas

• Realizar o 3º colóquio da ARSC

• Elaborar uma newsletter

• Promover a articulação efectiva do Grupo de Trabalho Regional com os

responsáveis pelo tabagismo nos ACES/ULS da área de jurisdição territorial da

ARSC.

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5.3.2. Alcoolismo Os Problemas Ligados ao Álcool (PLA) assumem um carácter eminentemente

transversal com consequências na saúde individual, na sociedade e na economia dos

países. Os novos padrões de consumo são preocupantes, com consequências físicas,

psicológicas e sociais.

Portugal é um dos países que tem mantido um consumo per capita elevado de bebidas

alcoólicas, com repercussões importantes em Saúde Pública.

O Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool, que surge em

continuidade do Plano de Acção contra o Alcoolismo proposto em 2000, pretende

responder aos desafios que se colocam – nomeadamente, o aumento de determinados

padrões de consumo de álcool nas camadas mais jovens da população - para além de

uma intervenção mais abrangente em todos os sectores da população que vivenciam

as consequências associadas ao consumo de álcool.

Transcendência e pertinência do problema de Saúde Pública O consumo nocivo do álcool não só tem consequências para quem bebe, como

também para os outros indivíduos e para a sociedade em geral. Os padrões nocivos e

perigosos de consumo de álcool têm consequências significativas em matéria de saúde

pública para além de serem responsáveis por custos no sector dos cuidados de saúde,

tendo por isso efeitos indesejáveis no desenvolvimento económico e na sociedade em

geral.

Nos Inquéritos Nacionais ao Consumo de Substâncias Psicoactivas na Poplulação Geral

(2001-2007) observa-se um aumento da prevalência dos consumos para todos os

grupos etários. 20,7% dos portugueses embriagou-se no último ano e 38,5% dos jovens

dos 20-24 anos e 34,6% dos jovens dos 15-19 anos embriagou-se no último ano.

Existe uma relação dose-resposta entre o consumo de álcool e a frequência e

gravidade de várias doenças. Deste modo, a maiores níveis de consumo correspondem

taxas de mortalidade e morbilidade mais elevadas, por cirrose hepática, neoplasias,

acidentes nos locais de trabalho e sinistralidade rodoviária.

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Por outro lado, o consumo nocivo de álcool está relacionado com o absentismo

laboral, comportamentos sexuais de risco, gravidez na adolescência, agressividade e

violência.

Perante este problema justifica-se que a política actual em relação aos PLA deva

apontar para a necessidade de uma sensibilização ao nível da população, no sentido da

redução do consumo global e dos consumos de risco, assim como a intervenção junto

dos utentes com consumos de risco, consumos nocivos e dos dependentes alcoólicos.

Neste contexto surge imperativo desenvolver uma Rede de Referenciação Alcoológica

Nacional, com uma arquitectura claramente definida - rede esta enquadrada pelo

Plano Nacional de Saúde e em sintonia com o Plano Nacional para a Redução dos

Problemas Ligados ao Álcool 2009-2012.

O alargamento da prestação de cuidados em função das necessidades das populações

exige cada vez mais o estabelecimento desta rede que, obviamente, se deseja não só

de serviços de saúde mas também envolvendo múltiplos agentes e diferentes sectores

como sejam o da educação, da segurança social, do trabalho, da justiça e da

comunidade em geral.

Finalidade do programa Prevenir e controlar os problemas ligados ao álcool na Região Centro

Estratégias

• Sensibilizar os profissionais dos cuidados de saúde primários para os PLA

• Desenvolver e implementar estratégias de detecção precoces, para a detecção

dos consumidores excessivos, seguida de intervenções breves (visando

consumos de risco e consumos nocivos).

• Promover a referenciação/articulação com outros níveis de cuidados

adequadas mediante o estabelecimento de critérios claramente definidos.

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• Constituir uma rede assistencial adequada (intersectorial), por forma, a poder

responder, atempada e adequadamente, aos problemas e necessidades de

saúde que forem identificados.

Actividades a desenvolver

• Diagnóstico da situação regional na área dos recursos humanos e serviços

alocados aos PLA identificando as equipas de alcoologia a funcionar nos

agrupamentos de centros de saúde (ACES) da área de influência da ARS do

Centro (coordenadores, consultas e respectiva carga horária);

• Propor ao Conselho Directivo da ARSC a indigitação de

responsáveis/interlocutores na área da alcoologia/PLA , em cada um dos ACES

da área de influência da ARS do Centro;

• Programar acções de formação para os profissionais de saúde (prioritariamente

para os que nunca tiveram formação nesta área), de modo a aumentar as suas

competências para a detecção e intervenção precoce dos consumos

risco/nocivos, a nível da rede de cuidados de saúde primários;

• Uniformizar indicadores de avaliação, participando activamente com os

parceiros envolvidos na sua construção;

• Propor ao Conselho Directivo da ARSC uma Rede de Referenciação de

Alcoologia, baseada nas orientações do IDT.

A nível regional

• Agendar e realizar reuniões com todos os interlocutores/coordenadores dos

ACES tendo em vista a divulgação do projecto PHEPHA (Primary Health Care

European Project on Alcohol) junto dos médicos de família;

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• Formação de profissionais, facultando materiais de suporte pedagógico e um

programa de treino relacionado com o consumo de álcool e com formas de

intervenção;

• Divulgar o Manual de Boas Práticas em Cuidados de Saúde Primários / PLA/

Rede de Referenciação (em elaboração e a ser sujeito a apreciação do IDT e

restantes parceiros envolvidos) a todos os ACES;

• Realização de reuniões com os interlocutores dos ACES/responsáveis pelos PLA,

para avaliação do programa, identificação das dificuldades detectadas e

reajuste se necessário;

• Proceder, no final do ano, à avaliação;

• Assegurar a articulação interinstitucional e intersectorial com os parceiros

considerados relevantes.

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ÁREA DE INTERVENÇÃO IV – VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E PREVENÇÃO E

CONTROLO DAS DOENÇAS INFECCIOSAS

1. PREVENÇÃO E CONTROLO DA INFECÇÃO VIH/SIDA

A infecção VIH/sida é uma das áreas da saúde de intervenção prioritária em Portugal,

sendo as actividades de prevenção e controlo coordenadas pelo Alto Comissariado da

Saúde (ACS).

A nova área geográfica de influência da Região de Saúde do Centro apresenta uma

taxa de casos acumulada de infecção VIH/sida de 137,85 por 100 mil habitantes. Os

ACES da área de jurisdição territorial da ARSC correspondente ao distrito de Leiria são

os que apresentam a maior taxa de infectados por VIH em todos os estádios da

infecção, verificando-se a menor taxa na área correspondente à ULS do distrito da

Guarda.

A resposta à infecção VIH, para ser eficaz, deve resultar do contributo de todos os

sectores da sociedade, pelo que assumindo a Administração Regional de Saúde do

Centro (ARSC) a coordenação de todo o processo, privilegia-se a articulação entre os

vários serviços de saúde, sociais, educação, organizações não governamentais (ONG) e

instituições particulares de solidariedade social (IPSS).

As intervenções nesta área continuam a ser dirigidas em simultâneo, à população em

geral, através de medidas de prevenção, incluindo o aconselhamento, rastreio e

referenciação da população em geral, por um lado, e por outro, atendendo a que a

infecção ainda se encontra concentrada em determinados grupos vulneráveis,

continuarão a ser alvo de intervenção, os toxicodependentes (Projecto Klotho em

parceria com o Instituto da Droga e Toxicodependência), os trabalhadores/utilizadores

de sexo pago, os homens que têm sexo com homens (HSH) e os migrantes através dos

centros de aconselhamento e detecção do VIH (CAD) e dos projectos locais específicos

da sociedade civil (Projectos ADIS/sida).

O Plano Regional para a Infecção VIH/sida 2010 da ARSC continua a ter por base as

linhas estratégicas do Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infecção

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VIH/sida da Coordenação Nacional (ACS), bem como as realidades e necessidades

locais identificadas na Região Centro, através da sua monitorização e avaliação,

pretendendo dar continuidade ao Plano Regional para 2009.

No ano 2010, os serviços de saúde terão que se adaptar à reestruturação resultante da

extinção das subregiões de saúde e sua substituição pelos agrupamentos de centros de

saúde (ACES), devendo existir interlocutores locais, privilegiados para a infecção

VIH/sida em cada ACES, que juntamente com os CAD, se deverão adequar às novas

áreas de influência.

Transcendência e pertinência do problema de Saúde Pública A infecção VIH/sida constitui um problema de saúde pública à escala mundial, tendo

Portugal um padrão epidemiológico de “epidemia concentrada” em grupos mais

vulneráveis (prevalência superior a 5% em reclusos e toxicodependentes). Os casos

mais recentemente diagnosticados são predominantemente resultantes de contactos

heterossexuais, em indivíduos do sexo masculino, em idade sexualmente activa,

portadores assintomáticos e infectados pelo VIH 1.

Os factores que contribuíram para ser considerada uma área da saúde de intervenção

prioritária em Portugal, prendem-se com os seguintes factos: o nosso País apresenta

uma das maiores taxas de incidência e prevalência em contexto europeu, sendo um

dos países em que o diagnóstico da infecção VIH é mais tardio; a maioria dos casos

diagnosticados é verificado em pessoas que nunca tinham feito previamente qualquer

teste de rastreio; finalmente, Portugal é um país de acolhimento para imigrantes de

países com prevalência superior à nossa (nomeadamente, Cabo Verde, Brasil, Ucrânia,

S. Tomé e Príncipe; Angola, Guiné Bissau e Moçambique), alguns deles com padrão de

epidemia generalizada.

Finalidade Prevenir, detectar precocemente e tratar adequadamente a infecção VIH/sida e outras

infecções sexualmente transmissíveis.

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Objectivos

• Reduzir o número de novas infecções por VIH e de mortes por Sida, na Região

Centro até final de 2010;

• Contribuir para o aumento da sobrevida e qualidade de vida dos doentes

infectados;

• Promover a melhoria dos cuidados e apoio aos infectados.

Metas

1. Número de casos e óbitos por infecção VIH/sida, identificados, durante o ano –

a identificar;

2. % de doentes com tuberculose diagnosticada sujeitos a rastreio de VIH pelos

CDP - 60%;

3. % de doentes com tuberculose diagnosticada sujeitos a rastreio de VIH pelos

CDP, através de testes rápidos – 50%;

4. % de CDP que possuem testes rápidos de rastreio do VIH - 100%;

5. % de casos VIH positivos detectados pelos CDP - – a identificar;

6. % de casos VIH positivos encaminhados/referenciados para hospital, pelos CDP

- 99%;

7. % de ACES que desenvolvem projectos de Saúde Escolar em parceria com

escolas do ensino básico e secundário nesta área - 50%;

8. Nº de testes de pesquisa de AC-VIH efectuados pelos hospitais - a identificar;

9. Nº de testes de pesquisa de AC-VIH efectuados pelos ACES - a identificar;

10. % de ACES que utilizam testes rápidos de rastreio do VIH - 25%;

11. % de encaminhamentos de casos VIH positivos efectuados pelos ACES- 99%;

12. % de notificações de infecções por VIH/sida efectuados pelos ACES - a

identificar;

13. % de ET do IDT do Centro com o “Programa Klotho” implementado - 100%;

14. Nº de testes rápidos de pesquisa de AC-VIH efectuados por semestre em cada

CAD - > 200;

15. Nº de casos VIH positivos detectados pelos CAD - a identificar;

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16. % de testes confirmatórios efectuados após teste de rastreio do VIH reactivo

efectuados pelos CAD - 99%;

17. % de atendimentos/rastreios efectuados pelos CAD a trabalhadores e/ou

utilizadores de sexo pago/ migrantes/HSH - 20%;

18. Nº de cursos de formação efectuados para profissionais de saúde da ARSC,

sobre a infecção VIH – 2;

19. % de maternidades públicas que possuem testes rápidos de rastreio do VIH -

90%;

20. % de hospitais que possuem testes rápidos de rastreio do VIH no Serviço de

Urgência - 50%;

21. % ACES com interlocutor para a infecção VIH/sida - 100%

Estratégias

• Sensibilizar os clínicos para a notificação sistemática de todos os casos de

infecção por VIH/sida (novos casos, mudanças de estádio e óbitos);

• Desenvolver acções de prevenção com promoção do uso do preservativo

(feminino e masculino) pelos ACES aquando das consultas de medicina geral e

familiar, saúde infantil e juvenil, planeamento familiar, saúde materna,

atendimento de jovens e actividades de saúde escolar – em articulação com

entidades externas relevantes (eg. Direcção Regional de Educação do Centro) e

com outros programas da ARSC (eg. saúde escolar);

• Promover a acessibilidade ao aconselhamento, rastreio precoce da infecção

VIH, à referenciação e ao tratamento adequado;

• Promover a articulação entre hospitais, ACES, CAD, centros de diagnóstico

pneumológico (CDP), centros de resposta integrada (CRI) do IDT, ONG e IPSS;

• Promover a inclusão, nos exames complementares de diagnóstico pedidos

pelos clínicos, do teste de rastreio do VIH (teste rápido quando disponível), aos

utentes com vida sexual activa, com tuberculose ou quando há sinais/sintomas

de imunodepressão, após consentimento informado;

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• Assegurar o aconselhamento, diagnóstico precoce da infecção VIH e

encaminhamento atempado para consulta hospitalar de referência, por todos

os ACES, CDP, CAD e equipas de tratamento (ET) do Instituto da Droga e

Toxicodependência (IDT);

• Desenvolver parcerias entre os vários níveis de prestação de cuidados de

saúde, IPSS e ONG;

• Promover a articulação entre os vários programas de saúde da ARSC com

intervenção nesta problemática;

• Acompanhar e monitorizar os projectos ADIS/sida;

• Contribuir para a adopção de procedimentos que minimizem a transmissão

vertical da infecção por VIH;

• Criar interlocutores em cada um dos ACES e ULS da área de jurisdição territorial

da ARSC, tendo em vista uma intervenção a nível local efectiva;

• Combate ao estigma e discriminação negativa dos infectados, mediante a

divulgação de campanhas externas (Ministério da Saúde) e desenho e

implementação de campanhas intersectoriais (internas) em articulação com o

Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde da ARSC .

Actividades a desenvolver • Vigilância e caracterização epidemiológica da infecção VIH/sida;

• Prevenção primordial (associada a estilos de vida), primária, secundária e terciária

na população em geral e em grupos vulneráveis em particular;

• Formação dos profissionais de saúde com intervenção nesta área – em

articulação com o Gabinete de Formação da ARSC;

• Intervenção em grupos vulneráveis: toxicodependentes, HSH,

trabalhadores/utilizadores de sexo pago e migrantes, mediante campanhas -

especificar.

• Monitorização e avaliação do programa.

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Actividades inseridas em projectos específicos Projecto ADR nos CAD – Aconselhamento, Detecção do VIH com testes rápidos e

Referenciação hospitalar dos casos positivos, pelos CAD, anónima e gratuitamente.

Este projecto tem como finalidade contribuir para a diminuição da infecção VIH,

nomeadamente em grupos mais vulneráveis (migrantes, trabalhadores/utilizadores de

sexo pago e HSH);

Projecto ADR nos ACES – Aconselhamento, Detecção do VIH com testes rápidos e

Referenciação hospitalar dos casos positivos, pelos ACES e CDP;

Projecto Formação em VIH/sida – cursos de Formação na área do VIH/sida dirigidos

aos profissionais de saúde dos cuidados primários (ACES/ULS) com intervenção nesta

área.

2. PREVENÇÃO E LUTA CONTRA A TUBERCULOSE

A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa de carácter global continuando a ser a

segunda infecção mais mortífera a nível mundial. Quase um terço da população

mundial está infectado com Micobacterium tuberculosis e em risco de desenvolver a

doença.

Anualmente, mais de oito milhões de indivíduos, em todo o mundo, desenvolvem

tuberculose activa e destes, dois milhões vêm a morrer.

Mais de 90% dos casos e mortes por tuberculose ocorrem nos países em vias de

desenvolvimento, onde 75% dos casos surgem no grupo etário 15 a 54 anos (idade de

maior produtividade económica) realçando o custo económico devastador associado a

esta doença.

A situação do nosso país enquadra-se no padrão epidemiológico que se caracteriza por

uma inaceitável alta incidência, ainda que em declínio, em que predominam

largamente os casos autóctones e imunocompetentes.

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Em Portugal foram notificados, em 2006, 3423 casos de TB o que corresponde a uma

taxa de incidência de 32,4%oooo. Em 2007 foram notificados 2875 casos, diminuindo a

incidência para 27%oooo. Na Região Centro a incidência de TB tem, à semelhança do

que acontece no País, vindo a decrescer situando-se em 2008 num valor de 15,5%oooo.

A coinfecção com o vírus da imunodeficiência humana (VIH) aumenta

significativamente o risco de tuberculose, verificando-se nos países com alta

prevalência de VIH um aumento das taxas de incidência cerca de 3 a 4 vezes.

Simultaneamente a multi-resistência, que se deve essencialmente a medidas de

tratamento inadequadas, representa uma ameaça crescente a nível mundial,

assumindo os contornos de uma autêntica pandemia em algumas regiões do globo.

Perante tão séria ameaça à saúde pública, o Programa Nacional de Luta contra a

Tuberculose elege a TB multirresistente como área prioritária no seu plano de acção a

curto e médio prazo.

Eliminar a tuberculose deverá ser considerado um objectivo a longo prazo e a

estratégia de combate continuará a ser a prioridade no controlo da doença, com

investimento na expansão da DOT (toma de observação directa). Impõe-se também,

implicitamente, um esforço constante na avaliação cuidadosa das medidas tomadas,

uma atenção permanente aos avanços científicos no diagnóstico e tratamento assim

como o desenvolvimento e utilização de sistemas de vigilância eficazes na identificação

das cadeias de transmissão.

Objectivo Geral Melhorar a implementação do PNLT, a nível da Região Centro, de forma a diminuir a

incidência da TB.

Objectivos Específicos

− Reduzir a incidência da tuberculose na Região Centro para um valor inferior a

15 %oooo

− Manter a taxa de sucesso terapêutico superior a 80 %

− Diminuir a taxa de resistência aos fármacos antituberculosos

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Estratégias

− Reforçar actividades de vigilância epidemiológica pelo acesso regional ao SVIG

TB

− Monitorizar o programa a nível regional

− Implementar o Centro de Referência para a TB Multirresistente

− Investir na estratégia DOT, com co-responsabilidade dos serviços de saúde

locais, por forma a garantir o tratamento completo e assim diminuir o

abandono à terapêutica.

− Sensibilizar os serviços locais no sentido de assegurar os recursos humanos e

físicos para a implementação da DOT.

− Intervir nos grupos de maior risco, quer no contexto comunitário, quer no

contexto institucional, complementando a estratégia DOTS

− Adequar os meios de diagnóstico e terapêutica

− Assegurar o stock de antibacilíferos para os casos multirresistentes

− Optimizar o uso dos equipamentos móveis de diagnóstico

− Assegurar a reserva estratégica de capacidade de internamento em condições

adequadas

− Garantir a articulação entre as diferentes instituições e programas

intervenientes na luta contra a tuberculose

− Promover a divulgação de informação à população sobre riscos e possibilidade

de prevenção (tratamento incompleto, cuidados a ter…)

− Realizar reuniões periódicas com todas as unidades funcionais

− Proceder à avaliação anual do impacto do programa, com posterior divulgação

pelas unidades funcionais.

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3. PROGRAMA REGIONAL E PREVENÇÃO E CONTROLO DA GRIPE

A 11 de Junho a Organização Mundial da Saúde declara a primeira pandemia de gripe

do século XXI. Esta declaração foi precedida pela activação - no que diz respeito à fase

4 de actividade gripal -, a 27 de Abril de 2009, do Plano de Contingência da Região

Centro para a Pandemia de Gripe (ARSC, 2008), disponível em

http://www.arscentro.min-

saude.pt/SaudePublica/Material/Documents/Plano%20Pandémico%20Regional.pdf.

De acordo com esta agência internacional de saúde pública, o curso completo de

evolução da presente pandemia de gripe (i.e, desde a emergência do vírus pandémico

até à extinção da epidemia) é estimado em 2 anos, representando um importante

desafio para os sistemas de saúde da totalidade dos países.

No que diz respeito ao nosso País, a estratégia de gestão da pandemia (H1N1) 2009

assentou, até 20 de Agosto de 2009, na chamada “contenção”, estratégia traduzida

por uma procura activa de casos e de contactos próximos. Desde 20 de Agosto de

2009, data em que o número de casos gerados em território nacional por transmissão

secundária e terciária ultrapassou os casos importados, a estratégia nacional transitou

para a “mitigação” (i.e., atenuação de efeitos).

A gestão regional da pandemia de gripe, cujo responsável máximo é o Presidente do

Conselho Directivo da ARS, resultou numa apreciável mobilização de recursos

humanos e materiais e numa intervenção sobre o sistema de serviços de saúde

visando uma resposta apropriada.

No que diz respeito ao Plano de Contingência Regional para a Pandemia de Gripe (que

resultou da operacionalização regional do correspondente normativo nacional da

Direcção-Geral da Saúde), tal traduziu-se no accionamento, em 27 de Abril de 2009,

das seguintes estruturas operativas nele previstas: Gabinete de Informação e

Comunicação em Saúde, Grupo Gestor Regional da Reserva Estratégia Medicamentosa

da Gripe e Interlocutor junto dos hospitais.

Mais do que uma ameaça à saúde global, a pandemia de gripe (H1N1) 2009 assume-se

como uma oportunidade de mudança no que diz respeito à consolidação, a um nível

local, dos novos serviços operativos de saúde pública resultantes da entrada em vigor

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do decreto-lei nº 81/2009 de 2 de Abril e na aquisição de comportamentos e atitudes

redutores do risco (não só da infecção gripal mas da generalidade das doenças de

transmissão interpessoal e, em particular, das infecções respiratórias de etiologia viral)

por parte da população.

O programa regional de prevenção e controlo da gripe encontra-se incluído na área de

intervenção da “Vigilância epidemiológica/prevenção e controlo das doenças

infecciosas”.

Transcendência e pertinência do problema do Problema de Saúde Pública A gripe é uma doença respiratória aguda, responsável por um excesso de mortalidade

nos grupos com risco acrescido de complicações secundárias e por uma elevada

morbilidade (traduzida por absentismo escolar e laboral) na população em geral. A sua

prevenção e controlo assentam, primariamente, na vacinação.

No caso específico da gripe pandémica (provocada por vírus completamente novos,

para os quais não existe imunidade prévia) o padrão epidemiológico é distinto do da

gripe sazonal designadamente no que diz respeito aos grupos mais gravemente

afectados (mortalidade em adultos jovens em vez de idosos).

A presente pandemia de gripe (H1N1) 2009 tem apresentado, até à data (Dezembro de

2009) um curso clínico favorável na esmagadora maioria dos casos, traduzido por uma

letalidade ligeiramente superior à da gripe sazonal estimada entre 0,1% e 0,35% (Nicoll

e Coulombier, 2009). No entanto, se considerarmos que a taxa de ataque clínica

estimada é 3 a 5 vezes superior à da gripe sazonal e que 1-2% dos doentes

necessitarão de hospitalização (e destes, cerca de 1/3 de cuidados intensivos),

facilmente se depreende a transcendência do problema no que diz respeito à

capacidade de resposta instalada dos serviços de saúde.

Desde Setembro de 2009 que o Mundo dispõe de vacinas monovalentes (pandémicas),

tendo o nosso País iniciado em 26 de Outubro de 2009 a campanha nacional de

vacinação pandémica, de acordo com os grupos-alvo priorizados pela Direcção-Geral

da Saúde.

Face à efectividade da vacinação antigripal e à inversão da percepção do risco

observada em alguns sectores-chave da sociedade, o programa regional de prevenção

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e controlo da gripe, considera como estratégia fundamental de gestão da pandemia a

capacitação do público em geral e dos profissionais de saúde no que diz respeito à

vacinação monovalente (pandémica), pelo que a articulação com o programa regional

de capacitação em saúde se afigura, mais uma vez, essencial.

Finalidade Prevenção e controlo da infecção gripal (pandémica e sazonal)

Objectivo

• Reduzir a incidência de gripe mediante a oferta da vacinação monovalente aos

grupos priorizados pela Direcção-Geral da Saúde e a promoção da vacinação

trivalente (sazonal) aos grupos elegíveis;

• Potenciar a capacidade de resposta das unidades de saúde mediante a

capacitação da população em geral (no que diz respeito a comportamentos e

atitudes redutores do risco e procura apropriada dos serviços de saúde) e a

intervenção sobre o sistema de serviços de saúde.

Actividades a desenvolver

• Divulgação dos documentos técnicos (informativos e normativos) da Direcção-

Geral da Saúde relativos à gripe pandémica (H1N1) 2009 em articulação com o

Gabinete de Documentação;

• Avaliação da percepção do risco de doença e do risco vacinal por parte da

população em geral e por parte de grupos específicos (caso dos cuidadores e

profissionais de saúde) – em articulação com o Gabinete de Informação e

Comunicação em Saúde;

• Promoção da vacinação monovalente (pandémica) e trivalente (sazonal) dos

grupos priorizados pela Direcção-Geral da Saúde mediante acções de

capacitação e de regulação da percepção do risco vacinal - em articulação com

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o Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde e com os programas

regionais de capacitação em saúde e de vacinação;

• Promoção da vacinação dos prestadores directos de cuidados de saúde (em

colaboração com o programa regional de vacinação e o Gabinete da Farmácia e

Medicamento);

• Promoção dos auto e telecuidados e capacitação da população em geral no que

diz respeito à procura apropriada dos serviços de saúde visando a maximização

dos recursos existentes – mediante o desenho e implementação de campanhas

em articulação com o Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde;

• Promoção da resposta adequada do sistema regional de saúde mediante a

adequação dos recursos humanos e materiais e a intervenção, no âmbito do

Grupo Coordenador do Plano de Contingência da Região Centro para a

Pandemia de Gripe, sobre o sistema regional de serviços de saúde;

• Monitorização da implementação do Plano de Contingência da Região Centro

para a Pandemia de Gripe (accionado em 27 de Abril de 2009);

• Acompanhamento da campanha nacional de vacinação pandémica (em

articulação com o Gabinete da Farmácia e do Medicamento e o programa

regional de vacinação);

• Articulação com instituições e demais sectores relevantes, como o sector da

Educação/comunidade escolar (DREC) e educativa.

4. CONTROLO DA INFECÇÃO ASSOCIADA AOS CUIDADOS DE SAÚDE

As Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS), são no contexto assistencial

actual, um entre muitos eventos adversos multifactoriais, que resultam da

complexidade dos cuidados de saúde.

Elevados custos directos e indirectos são consequência destas complicações,

assumindo um carácter muito particular pelo facto de, cada vez mais, a política de

saúde estar orientada para uma melhor qualidade e uma maior eficiência. Contudo,

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uma fatia considerável do orçamento das instituições de saúde é direccionada para o

tratamento destas infecções.

Esta realidade deve ser minimizada, reunindo esforços, recursos e saberes nesta área,

mobilizando as potencialidades e envolvendo os profissionais de saúde, na

implementação de boas práticas clínicas e não clínicas, garantindo assim a segurança

do utente/doente e a missão dos serviços de saúde.

Tendo em vista o objectivo geral de controlo das IACS na área de jurisdição territorial

da ARS do Centro IP, pretendem-se desenvolver os seguintes projectos:

4.1. REDE DE NOTIFICAÇÃO DE MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES

A vigilância epidemiológica (VE) é uma componente fundamental da prevenção e

controlo de infecção. A criação de uma rede regional de alerta microbiológica,

permitirá comparar resultados de forma estratificada e identificar factores de risco

para as infecções associadas aos cuidados de saúde, avaliando a dimensão

microbiológica e os desvios às boas práticas.

Objectivo

• Cumprir o Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infecção Associada

aos Cuidados de Saúde (PNCI);

• Conhecer a topologia regional dos microrganismos mais prevalentes na Região

Centro;

• Garantir as boas práticas nos cuidados de saúde na Região Centro.

Metas

• Implementação de um sistema de notificação em rede de microorganismos

multirresistentes (MMR), epidemiologicamente significativos na Região Centro.

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4.2. RECOMENDAÇÕES / ORIENTAÇÕES DE BOAS PRÁTICAS PARA UNIFORMIZAÇÃO DA

UTILIZAÇÃO DE ANTI-SÉPTICOS E DESINFECTANTES NAS UNIDADES DE CUIDADOS DE SAÚDE

PRIMÁRIOS (CSP) E UNIDADES DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS (UCCI).

Os produtos antimicrobianos, como anti-sépticos e desinfectantes, são no contexto

assistencial actual, fundamentais para a prevenção da transmissão da infecção cruzada

e manutenção das condições de assepsia, higiene e segurança dos utentes/doentes e

profissionais.

A uniformização da sua utilização obedece a critérios e regras de boas práticas,

implicando a elaboração de recomendações / orientações para as unidades de

cuidados de saúde primários (CSP) e a rede de unidades de cuidados continuados

integrados (UCCI).

Objectivo

• Proceder à selecção, em colaboração com o Gabinete da Farmácia e

Medicamento da ARS e com a Unidade de Administração Geral do

Departamento de Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral, dos

produtos a utilizar a nível regional;

• Uniformizar conceitos relacionados com as IACS na Região Centro;

• Elaborar recomendações/orientações destinadas às unidades de saúde da

Região para padronização de procedimentos na utilização de anti-sépticos e

desinfectantes.

Metas

• Identificação e selecção de produtos de utilização livre e de utilização restrita

nas unidades de saúde da Região Centro

• Divulgação das recomendações/orientações sobre a utilização uniforme de

anti-sépticos e desinfectantes em 100% das unidades de CSP e UCCI.

• Implementar campanha de higienização das mãos nas unidades de cuidados de

saúde primários, da Região Centro.

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4.3. COLABORAÇÃO NA CAMPANHA NACIONAL DE HIGIENE DAS MÃOS EM PARCERIA COM O

PNCI, DIRIGIDA À COMUNIDADE, AOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS (CSP) E UNIDADES

DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS (UCCI).

A OMS em Outubro de 2004, em conjunto com a World Alliance for Patient Safety

(WAPS) desenvolveu como estratégia prioritária na segurança dos utentes/doentes a

campanha de higienização das mãos.

Nesse sentido, foram divulgados um conjunto de documentos de suporte, orientando

para a importância de estudos de agentes patogénicos existentes, definição de risco e

importância da higienização das mãos na prestação de cuidados de saúde. Realça

ainda, a pertinência do desenvolvimento de programas de educação e motivação dos

profissionais para as boas práticas e a necessidade do empenho das diversas

instituições para a sua validação.

Objectivo

• Desenvolver a campanha de higienização das mãos nos cuidados de saúde

primários da região centro, tendo como base as orientações do PNCI e OMS;

• Motivar os profissionais para o cumprimento das cinco indicações da

higienização das mãos como prática segura;

• Sensibilizar a comunidade, utentes/doentes para a importância da higienização

das mãos, através da divulgação de panfletos informativos.

Metas

• Divulgação de suportes informativos de sensibilização, para a importância das

mãos, como veículo de transmissão de microrganismos e para a higienização

como medida de prevenção.

• Desenvolver estratégias que conduzam ao compromisso formal de adesão á

campanha, nos cuidados de saúde primários e cuidados continuados

integrados.

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4.4. FORMAÇÃO CONTÍNUA

A formação, enquanto estratégia de acompanhamento das novas evidências

científicas, deve contemplar as políticas, procedimentos e práticas que orientam a

prevenção e controlo das IACS nas unidades de saúde. Deverá ser orientada pelas

evidências emergentes da prática clínica, colhidas através de instrumentos da sua

monitorização e dirigidas às necessidades identificadas.

Para a sua prossecução serão também envolvidos os peritos das diferentes disciplinas

do Núcleo Consultivo e Núcleo de Apoio Pontual ao Grupo Coordenador Regional

(GCR) – além do apoio do Gabinete de Formação da ARSC.

Objectivo

• Actualizar conhecimentos de acordo com as novas evidências na prevenção e

controlo das Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde.

• Desenvolver competências para a mudança positiva de comportamentos na

prática clínica.

Metas

• Formação de 50% dos profissionais das CCI das diferentes unidades de

saúde.

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5. DDO/SARA

O modelo do Sistema de Vigilância das Doenças de Declaração Obrigatória (DDO) em

Portugal remonta a 1949, data em que a Lei n.º 2036 de 9 de Agosto fixou a primeira

lista de doenças de declaração obrigatória, previu um suporte de informação e um

sistema de comunicação simplificados e estabeleceu um prazo máximo obrigatório em

que a notificação deve ser feita.

Nas últimas décadas as doenças infecciosas emergiram ou reemergiram como causa

relevante de morbilidade e de mortalidade, de que são exemplos; a pandemia da SIDA,

a tuberculose, a infecção pelo vírus influenza A(H5N1) e a actual pandemia da gripe

(H1N1) 2009/2010.

O propósito da declaração obrigatória é o de reunir a informação necessária em tempo

oportuno de modo a permitir a execução das medidas de prevenção e de controlo

adequadas que são da responsabilidade das autoridades de saúde.

Actualmente o sistema de vigilância nacional contempla 45 doenças, um suporte de

informação em papel triplicado autocopiante que inclui um invólucro mensagem com

franquia pré paga e 3 níveis funcionais de agregação de dados; o concelhio, o distrital e

o nacional.

Este sistema encontra-se desactualizado em vários aspectos: a lista de doenças; os

níveis de agregação de dados; o modo de transmissão; a retro-informação em tempo

oportuno.

De facto a obrigatoriedade de notificação de novas doenças tais como a SIDA consta

de legislação própria; o nível de agregação regional nunca foi implementado; modos

de transmissão diferentes tais como a internet, são usados em redundância para a

notificação de algumas doenças, de que faz uso, por exemplo o Sistema de Alerta e

Resposta Apropriada (SARA); a retro-informação não é suficientemente reactiva para a

vigilância epidemiológica na perspectiva de investigação e de controlo; finalmente, o

sistema assume-se como um sistema de vigilância passivo, pontualmente semi-activo.

A desactualização e os vícios de que enferma o actual sistema devem-se, em parte, à

falta de avaliação e de consequentes correcções. Por outro lado, a necessidade de

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modernização é tão ampla que foi tomada a decisão de implementar um sistema

totalmente novo, suportado por nova legislação.

Assim, em 21 de Agosto de 2009, foi publicada a Lei n.º 81/2009 que “institui um

Sistema de Vigilância em Saúde Pública” e revoga a Lei n.º 2036 de 9 de Agosto de

1949 e as respectivas disposições regulamentares. Aguarda-se a respectiva

regulamentação.

Pelas razões expostas e por outras tais como a necessidade de agilização da

comunicação de dados para o European Centre for Disease Prevention and Control

(ECDC), a própria lei cria uma “rede de âmbito nacional envolvendo os serviços

operativos de saúde pública, os laboratórios, as autoridades de saúde e outras

entidades (…)” denominado Sistema Nacional de Informação de Vigilância

Epidemiológica (SINAVE).

Prevê-se, agora que o SINAVE entre em funcionamento em Agosto de 2010 e que dê

corpo a uma legislação histórica cuja implementação é esperada com enorme

expectativa.

Quadro 3 - Sistema de Vigilância das Doenças de Declaração Obrigatória – dados provisórios das principais doenças declaradas em Portugal e na Região Centro em 2008. DGS, 2009. 2008

N Taxa (%oooo)

Portugal

INE: estimativa da população residente em Dezembro de 2008 (10.627.250)

Tuberculose respiratória 2004 18,6 Outras salmoneloses 347 3,27 Febre escaronodular 171 1,61 Parotidite epidémica 140 1,32 Sífilis precoce 101 0,95 Legionelose 85 0,80 Tuberculose miliar 75 0,71 Tosse convulsa 69 0,65 Infecções gonocócicas 67 0,63 Brucelose 56 0,53 Hepatite por vírus B 53 0,50

Região Centro

INE: estimativa da população residente em Dezembro de 2008 na nova área de influência da ARS Centro, IP (1.786.692)

Tuberculose respiratória 195 10,91 Febre escaronodular 63 3,53 Outras salmoneloses 31 1,74 Parotidite epidémica 25 1,40 Sífilis precoce 17 0,95 Brucelose 13 0,73 Legionelose 11 0,62 Tosse convulsa 10 0,56 Hepatite por vírus C 8 0,45 Febre Tifóide e Paratifoide 7 0,39 Tuberculose miliar 7 0,39

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Finalidade

• Prevenir e controlar as DDO na Região.

• Contribuir para uma avaliação nacional do sistema de vigilância das DDO.

Objectivos

• Conhecer a incidência das DDO nas populações da Região Centro.

• Conhecer a distribuição das DDO, no tempo, no espaço e nas pessoas da

Região.

• Adoptar as medidas de controlo e de prevenção adequadas.

• Detectar casos agrupados de DDO.

• Emitir alertas de surtos.

• Emitir retro-informação regularmente e quando necessário.

Estratégias

• Enquadramento do sistema de vigilância das DDO no novo quadro

administrativo dos agrupamentos dos centros de saúde (ACES) e unidades

locais de saúde (ULS).

• Desenvolvimento de questionários padronizados para investigação das DDO e

investigação de surtos, em colaboração com os delegados de saúde no.

• Desenvolvimento de capacidades em epidemiologia de intervenção na Região.

• Colaboração com a DGS na formação dos diferentes profissionais de saúde nos

aspectos operacionais do novo sistema de informação da vigilância das doenças

transmissíveis de notificação obrigatória.

• Colaboração proactiva com a DGS nos testes e exercícios de simulação

nacionais ou regionais utilizando o SINAVE.

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Actividades a desenvolver

• Análise epidemiológica anual consoante o acesso aos dados.

• Análise epidemiológica semanal dos dados das DDO relativos à região2

• Divulgação regular das análises epidemiológicas no site da ARSC, IP3.

.

• Envio de informação de retorno para os médicos notificadores3.

• Promoção e apoio da investigação de casos agrupados ou de surtos de DDO.

5.1. SARA – SISTEMA DE ALERTA E RESPOSTA APROPRIADA

O Sistema de Alerta e Resposta Apropriada (SARA) utiliza a Rede de Informação da

Saúde (RIS) para transmissão de dados e enquadra-se no protocolo de

desenvolvimento de uma Rede Nacional de Vigilância e Controlo de Emergências em

Saúde Pública3

Transcendência e pertinência do problema do Problema de Saúde Pública

, em funcionamento desde 1999.

A doença meningocócica é a única entidade nosológica que é declarada regularmente

e é prova das grandes potencialidades deste sistema na vigilância e controlo de

emergências em Saúde Pública.

No que respeita a esta doença seria apenas necessário validar regularmente os dados

e completá-los com informação laboratorial de confirmação da doença e identificação

de serotipos.

Em 2008 foram declarados na Região Centro 13 casos de doença meningocócica pelo

SARA. Não têm sido detectados casos agrupados de doença meningocócica

A transcendência da doença meningocócica prende-se mais com a gravidade da

doença e consequências potencialmente graves do que com o número de casos.

2 A partir do momento que o SINAVE entre em funcionamento 3 SARA – Sistema de Alerta e Resposta Apropriada – Protocolo de Desenvolvimento de uma Rede Nacional de

Vigilância e Controlo de Emergências em Saúde Pública, DGS, 1998.

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Finalidade

• Contribuir para o estabelecimento de procedimentos uniformes e coordenados

nas actividades de vigilância, alerta precoce e de resposta imediata a nível local.

• Contribuir para a avaliação nacional do SARA.

Objectivos Conhecer o perfil de distribuição das situações de emergência comunicadas nas

pessoas, no espaço e no tempo e apoiar a investigação epidemiológica local.

Estratégia

Colaboração com a DGS no enquadramento do SARA no novo Sistema de

Vigilância em Saúde Pública e respectivo SINAVE.

Actividades a desenvolver

• Emissão de alertas precoces de casos agrupados de doenças

potencialmente epidémicas.

• Divulgação anual da situação epidemiológica dos casos comunicados ao

SARA.

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6. VACINAÇÃO

A aplicação do Programa Nacional de Vacinação (PNV) permitiu controlar as doenças-

alvo de vacinação (à excepção da tuberculose, devido a limitações qualitativas -

eficácia – inerentes às vacinas disponíveis até à data).

A incidência de algumas doenças transmissíveis e o seu impacte em termos de saúde

pública está a diminuir, graças às elevadas taxas de cobertura resultantes da aplicação

do PNV.

Em função da evolução tecnológica e da correspondente disponibilidade de vacinas,

bem como da situação epidemiológica nacional, o PNV foi actualizado em 27 de

Outubro de 2008, incluindo actualmente as vacinas contra a tuberculose, a hepatite B,

a difteria, o tétano, a tosse convulsa, a poliomielite, a doença invasiva causada por

Haemophilus influenzae do serotipo b, o sarampo, a parotidite epidémica (papeira), a

rubéola, a doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do serogrupo C e as

infecções por vírus do papiloma humano.

No âmbito do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS do Centro, IP, foi

constituído um grupo, que integra os responsáveis dos agrupamentos de centros de

saúde (ACES) e das unidades locais de saúde (ULS) pelo programa (inicialmente

formado em 2001, no âmbito do Centro Regional de Saúde Pública do Centro), a fim de

operacionalizar o PNV no âmbito regional, através da implementação do projecto

“Excelência na Vacinação”.

Transcendência e pertinência do problema do Problema de Saúde Pública As vacinas permitem salvar mais vidas e prevenir mais casos de doença do que

qualquer tratamento médico.

O Programa Nacional de Vacinação (PNV) é um programa universal, gratuito e

acessível a todas as pessoas presentes em Portugal. Apresenta um esquema de

vacinação recomendado que constitui uma “receita universal”.

Nos anos seguintes à entrada em vigor do PNV, em 1965, verificou-se uma notável

redução da morbilidade e da mortalidade pelas doenças infecciosas alvo de vacinação,

com os consequentes ganhos de saúde. Os resultados obtidos através do PNV estão

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consolidados, conforme comprova a “Avaliação do Programa Nacional de Vacinação -

2º Inquérito Serológico Nacional - Portugal Continental 2001-2002”, tendo então

ficado demonstrado o elevado grau de imunização da população portuguesa.

Para que o PNV continue a ser um êxito, é necessário manter as elevadas coberturas

vacinais atingidas para todas as vacinas do Programa, salientando-se três aspectos

particularmente importantes: a consolidação da eliminação da poliomielite, a

manutenção de elevadas taxas de cobertura vacinal contra o sarampo de forma a

eliminar a doença do país e a vacinação de adultos contra o tétano.

Simultaneamente, deve ser desenvolvido um processo de identificação das assimetrias

geográficas, resultantes da existência de bolsas populacionais com características que

determinam níveis mais baixos de protecção, sendo a acção das estruturas locais de

saúde com intervenção junto das comunidades fundamental para a correcção dessas

assimetrias.

Aos profissionais de saúde compete divulgar o programa, motivar as famílias e

aproveitar todas as oportunidades para vacinar as pessoas susceptíveis,

nomeadamente através da identificação e aproximação a grupos de imigrantes ou

outros, com menor acesso aos serviços de saúde.

Decorrentes de situações de emergência em saúde pública, também aos profissionais

de saúde, compete a operacionalização de campanhas de vacinação, como é o caso

corrente da “Campanha de vacinação contra a infecção pelo vírus da gripe pandémica

(H1N1)2009” .

Todas as vacinas do PNV e respectivos solventes, devem ser devidamente conservados

e mantidas essas condições ao longo de toda a rede de frio (armazenamento,

transporte e sessão de vacinação).

A formação e permanente actualização de todos os que trabalham na área da

vacinação, é fundamental, devendo ser uma preocupação constante dos serviços de

saúde.

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Finalidade Proporcionar, à população da Região Centro, serviços de melhor qualidade na área da

vacinação, utilizando normas de procedimento, materiais e avaliação comuns, de

forma a permitir adoptar, introduzir ou alterar medidas correctoras, contribuindo

assim para o controlo, eliminação e eventual erradicação de doenças alvo do PNV.

Objectivos

• Monitorizar e avaliar as taxas de cobertura vacinal na Região Centro

• Aumentar as taxas de cobertura vacinal na Região Centro

• Reduzir a incidência das doenças evitáveis pela vacinação na Região Centro

• Uniformizar em todos os ACES e ULS o sistema de informação e os indicadores

de avaliação

Metas

• Manter coberturas vacinais acima dos 95% em todas as coortes abrangidas pelo

PNV até aos 18 anos;

• Manter coberturas vacinais aos 24 meses não inferiores a 97% ;

• Atingir 90% de cobertura - vacina HPV (Vacina contra as infecções por vírus do

papiloma humano) – na coorte das raparigas de 13 anos de idade;

• Atingir 78% de cobertura vacinal - vacina Td (Vacina anti-tétano e difteria) – na

coorte dos 25 anos de idade;

• Atingir 76% de cobertura vacinal - vacina Td (Vacina anti-tétano e difteria) – na

coorte dos 65 anos de idade;

• Atingir 95% de cobertura vacinal em vacinas que previnem doenças em

processo de eliminação (sarampo) ou já eliminadas (poliomielite).

Actividades a desenvolver

• Promover em todas as unidades de saúde dos ACES e ULS a implementação de

uma rede de frio adequada ao armazenamento e transporte de vacinas

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(frigoríficos, termómetros de frio, malas isotérmicas, acumuladores de frio,

registo diário de temperaturas) - em articulação com o Gabinete da Farmácia e

do Medicamento da ARSC;

• Disponibilizar e manter actualizado em todos os serviços de vacinação dos ACES

e ULS, material de apoio com Fichas de Produto e Fichas de Segurança de todas

as vacinas utilizadas no PNV e outras de prescrição mais frequente (Dossier

Excelência na Vacinação) - em articulação com o Gabinete da Farmácia e do

Medicamento da ARSC;

• Assegurar a disponibilização, em todos os serviços de vacinação dos ACES e ULS,

de imunoglobulina antitetânica (profilaxia do tétano);

• Determinar as taxas de cobertura vacinal da Região Centro, através dos

indicadores definidos pelo Departamento de Saúde Pública e Planeamento

(projecto “Excelência na Vacinação”), em articulação com os definidos pela DGS

(nível nacional);

• Determinar o número de inoculações de vacinas administradas na Região Centro;

• Desenvolver o processo de logística para abastecimento e conservação de

vacinas;

• Monitorizar e avaliar o processo de vacinação em função da taxa de cobertura

vacinal e dos resultados de monitorização da doença;

• Promover a formação dos profissionais com responsabilidade na implementação

do programa de vacinação (em articulação do Gabinete de Formação da ARSC);

• Assegurar a disponibilização, em todos os serviços de vacinação dos ACES e ULS,

do equipamento mínimo necessário (material e medicamentos), para tratamento

da anafilaxia;

• Prever stocks das vacinas que integram o Programa Nacional de Vacinação (PNV)

- em articulação com o Gabinete da Farmácia e do Medicamento da ARSC;

• Monitorizar os procedimentos relacionados com a conservação de vacinas nos

diversos contextos: distribuição, armazenamento e administração (em

articulação com o Gabinete da Farmácia e do Medicamento da ARSC);

• Informar e vigiar potenciais reacções adversas relacionadas com uma vacina (em

articulação com o Gabinete da Farmácia e do Medicamento da ARSC);

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• Promover a qualidade do registo vacinal;

• Propor a aquisição de frigoríficos com registo contínuo de temperatura e alarme,

para locais onde houver necessidade (em articulação com o Gabinete da

Farmácia e do Medicamento da ARSC);

• Monitorizar a Rede de Frio;

• Manutenção da eficácia do sistema de informação – SINUS;

• Identificação dos potenciais factores condicionantes dos desvios encontrados e

proposta de medidas correctoras dos mesmos;

• Identificar as bolsas populacionais com características de níveis mais baixos de

protecção;

• Promoção da oferta activa de vacinas nos diferentes serviços (Saúde Pública,

Serviços de Urgência, Saúde dos Jovens, etc.) e nas diferentes consultas

(Planeamento Familiar, Saúde Materna, Saúde Infantil, Saúde do Adulto, etc.);

• Divulgar o programa de vacinação e motivar a população à sua adesão (em

articulação com o Programa Regional de Capacitação e Literacia em

Saúde/Gabinete de Informação e Comunicação em Saúde da ARSC);

• Desenvolver o conhecimento e as capacidades dos indivíduos, grupos e

comunidades no sentido de melhorar a sua saúde e bem-estar, e desenvolver

comportamentos de protecção;

• Garantir a articulação com as unidades de saúde onde se proceda à vacinação;

• Assegurar a disponibilização de informação actualizada aos profissionais de

saúde;

• Manutenção de dossiê actualizado com fichas de produto e segurança das

vacinas do PNV e outras de prescrição frequente, bem como de outros produtos

utilizados nas actividades em vacinação;

• Promoção da formação dos profissionais envolvidos e divulgação de todo o

material de apoio recebido e produzido (em articulação com o Gabinete de

Formação da ARSC);

• Análise de dados, divulgação dos resultados e proposta de medidas correctoras

em casos de desvios.

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ÁREAS DE SUPORTE

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OBSERVATÓRIO REGIONAL DE APOIO AO SISTEMA SIM – CIDADÃO

Ao longo dos últimos anos, têm sido criados mecanismos facilitadores de aproximação

dos cidadãos aos serviços e de melhoria do controle dos orgãos de gestão.

Enumeramos algumas das publicações que se têm mostrado essenciais na prossecução

do objectivo de adaptar os Serviços às necessidades dos seus utilizadores:

• Despacho Ministerial nº. 26/86, de 30 de Junho, criou o Gabinete do Utente

(GU), definindo-o como “instrumento de gestão dos serviços e meio de defesa

dos utentes”, determinando a sua constituição em todos os Serviços de Saúde;

• Resolução do Conselho de Ministros nº. 36/87, de 10 de Julho, cria as Caixas de

Sugestões;

• Resolução do Conselho de Ministros nº. 189/96, de 31 de Outubro, institui o

Livro de Reclamações para toda a Administração Pública, a partir de 01 de

Janeiro de 1997;

• Decreto-Lei nº. 135/99, de 22 de Abril, define a relação dos serviços públicos

com os cidadãos – Acolhimento, Atendimento e Audição – e estabelece

medidas de modernização da Administração;

• Decreto-Lei nº. 96/2000, de 23 de Maio, determina uma intervenção

regulamentadora dos Serviços Centrais do Ministério, que dá início à

articulação dos mecanismos de registo e tratamento das exposições dos

cidadãos já existentes no sector público da saúde.

A partir de 2000, é criado, na Secretaria-Geral do Ministério da Saúde, o Projecto SIM-

Cidadão com a missão de criar/manter em cada estabelecimento prestador de

cuidados de saúde e nas instâncias de controlo e avaliação de nível regional e nacional,

um único instrumento que, na dependência directa do órgão de gestão, se assumisse

como a estrutura privilegiada de participação dos cidadãos no sistema, reforçando

simultaneamente a interacção entre os serviços prestadores de cuidados e os

cidadãos.

Este projecto assenta num sistema de informação computorizada e em rede – Sistema

de Gestão das Sugestões e Reclamações (SGSR) - que suporta, não só o processo de

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análise e tratamento das exposições, como a identificação das medidas correctivas

necessárias ao melhor funcionamento dos serviços.

Os gabinetes do utente, constituídos em rede nacional, representam o pilar

fundamental para a implementação e desenvolvimento do Sistema SIM-Cidadão.

Através do despacho nº. 5001/2005, de 09 de Março de 2005, foi instituído o

Observatório Nacional de Apoio ao Sistema SIM-Cidadão (ON) e criados, junto de cada

uma das ARS, os Observatórios Regionais de Apoio ao Sistema SIM-Cidadão (OR).

O Decreto-Lei n.º 28/2008, de 22 de Fevereiro vem criar um novo paradigma na

organização da rede de cuidados primários de saúde e estabelece o Gabinete do

Cidadão como um serviço de apoio na dependência directa e funcional do director

executivo do agrupamento de centros de saúde.

Em 4 de Agosto de 2009, é publicada a Circular Normativa n.º 12/DQS/DSD da

Direcção-Geral da Saúde que determina a uniformização do tratamento das exposições

dos cidadãos nos cuidados de saúde primários através do SGSR.

1.1 PERTINÊNCIA DO PROJECTO SIM-CIDADÃO

De acordo com o despacho n.º 5081/2005, de 9 de Março, o Observatório Regional

(OR) é “a estrutura responsável pelo acompanhamento e monitorização, a nível

regional (...), das exposições apresentadas pelos utentes do SNS no Gabinete do Utente

ou feitas no Livro de Reclamações”.

Tendo em conta a fase de reestruturação e organização dos serviços em curso,

especialmente no que respeita aos cuidados de saúde primários, entende-se que os

indicadores de gestão que o SGSR produz - baseados no processamento sistemático da

opinião (sugestões, reclamações e elogios) dos cidadãos - são da maior importância

para os órgãos de gestão, na medida em que permitem a tomada de decisões mais

céleres e mais adequadas à melhoria de desempenho de cada instituição, adequando-

se ao paradigma da centralidade do sistema de saúde no cidadão.

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Finalidade O OR, tendo como função acompanhar e monitorizar as exposições dos utentes do

SNS, bem como as decisões a elas respeitantes, produz, desta forma, indicadores

fundamentais para a avaliação do grau de satisfação dos cidadãos e,

consequentemente, do funcionamento dos serviços.

Nos termos do n.º 1 do Despacho n.º 5081/2005, de 9 de Março cabe, também, aos

OR, em articulação com o Observatório Nacional de Apoio ao Sistema SIM-Cidadão “a)

Acompanhar os indicadores de satisfação e nível de participação dos utentes do SNS; b)

Propor as medidas daí decorrentes, que poderão ser de carácter organizativo,

normativo e legislativo; c) Coordenar a formação no âmbito do sistema SIM-Cidadão;

d) Propor as alterações ao sistema em termos tecnológicos que se façam necessárias

de forma a optimizar o seu funcionamento e ou adequá-lo a novas funcionalidades.”

Objectivos Destacam-se, assim, os seguintes objectivos específicos para o ano de 2010:

• Consolidar o processo da melhoria contínua do Sistema de Gestão das

Sugestões e Reclamações nos serviços de saúde da Região Centro, tendo em

vista dar voz ao cidadão e tornar o sistema de reclamações eficiente;

• Consolidar o processo de monitorização do SGSR visando reforçar e melhorar a

actuação dos responsáveis pelos Gabinetes do Cidadão e utilizadores do SGSR

nas unidades de saúde da Região;

• Acompanhar o processo de reorganização dos gabinetes do cidadão, no âmbito

do novo paradigma de organização dos centros de saúde (ACES) e unidades

locais de saúde (ULS) e da definição do seu “espaço“ nas unidades de saúde

familiar (USF) e outras unidades funcionais dos ACES e nos hospitais EPE.

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Actividades a desenvolver • Reforço do acompanhamento/apoio, treino e formação dos responsáveis dos

gabinetes do cidadão (GC), designadamente, dos novos utilizadores/SGSR e tendo

em conta as novas funcionalidades do SGSR;

• Realização de reuniões semestrais com os responsáveis de todos os GC da Região

por ACES/ULS;

• Monitorização do SGSR e articulação com os dirigentes das instituições de saúde da

Região;

• Prosseguir a colaboração com a tutela para o desenvolvimento e consolidação do

SIM-Cidadão, procurando actuar de acordo com as prioridades que subjazem à

criação dos Observatórios e Gabinetes do Cidadão Regionais;

• Incentivar a colaboração dos dirigentes dos serviços desconcentrados (ACES), áreas

de influência (ULS) e unidades de saúde da área de jurisdição territorial da ARSC

para a relevância dos GC/GU na melhoria contínua da qualidade dos cuidados

prestados.

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UNIDADE REGIONAL DE GESTÃO DE INSCRITOS PARA CIRURGIA

A Unidade Regional de Gestão de Inscritos para Cirurgia (URGIC) da ARS do Centro, IP

tem como missão acompanhar e operacionalizar o conjunto de normas sobre gestão

de listas de espera cirúrgicas (em especial a Portaria nº 45/2008 de 15 de Janeiro). Esta

última constitui uma prioridade do Programa do Governo.

O objectivo último do Programa de Gestão de Inscritos para Cirurgia é reduzir, a um

valor mínimo, o intervalo de tempo que decorre entre a indicação da cirurgia e a sua

realização, assegurando que esta não exceda determinado período de tempo.

À URGIC cabe regular a evolução das listas de espera cirúrgicas e a actividade dos

prestadores públicos e privados segundo os mais rigorosos critérios de serviço público,

isenção, transparência, cordialidade e prontidão de resposta.

O ano de 2009 foi de consolidação da evolução favorável (redução acentuada

observada em 2008) do número de doentes em lista de espera - a manter-se cerca dos

39 000, correspondendo a mediana do tempo de espera a 3,5-3,8 meses.

Gráfico 5 – Dimensão da Lista de Inscritos para Cirurgia

DIMENSÃO DA LIC ARSC, IP

49.106

43.758

41.133

38.998 38.488 38.38439.969

39.140

30.000

35.000

40.000

45.000

50.000

Mar 2008

Jun2008

Set 2008

Dez 2008

Mar 2009

Jun2009

Set 2009

Dez 2009

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Gráfico 6 – Mediana do Tempo de Espera (meses) – Lista de Inscritos para Cirurgia

Não é provável, e em muitos casos nem sequer é desejável, que estes valores sofram

uma redução drástica durante o ano de 2010.

Objectivos

• Número de doentes em espera na Região inferior ou igual a 39 000

• Mediana do tempo de espera oscile entre os 3,5 e os 3,6 meses.

Estratégias

• Assegurar a monitorização efectiva da gestão das listas de espera cirúrgicas.

• Promover uma gestão baseada em critérios de serviço público, transparência,

eficiência e efectividade da resposta.

• Garantir a gestão apropriada de situações extremas e anómalas (v. g. tempo de

espera excessivos) da lista, de acordo com os critérios acima referidos.

• Continuar as actividades (já iniciadas) de expurgo da lista.

MEDIANA DO TEMPO DE ESPERA (MESES) - LIC ARSC, IP

4,9

4,44,6

3,6 3,5 3,5

4,0

3,8

3,0

4,0

5,0

Mar 2008

Jun2008

Set 2008

Dez 2008

Mar 2009

Jun 2009

Set 2009

Dez 2009

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TELEMEDICINA

A Telemedicina, e em sentido mais lato, a tele-saúde, têm vindo a assumir progressiva

importância na organização, gestão e implementação dos cuidados de saúde face às

actividades potenciadas por uma tecnologia em constante desenvolvimento.

Assim, áreas como a tele-enfermagem, os cuidados continuados e o apoio domiciliário

emergem como novos campos em que a telemedicina pode ter um papel crucial em

termos facilitação de acessibilidade, diminuição dos custos, aumento de eficácia e

rapidez no apoio e intervenção.

A área dos cuidados continuados é uma área emergente em telemedicina/telesaúde

uma vez esta tecnologia poderá aumentar os ganhos em saúde (qualidade de vida e

bem-estar) dos utentes, reduzindo custos associados ao diagnóstico e tratamento e

contribuindo decisivamente para a valorização profissional e segurança dos agentes

prestadores de cuidados e para o aumento da credibilidade e confiança no sistema de

saúde.

Transcendência e pertinência do problema do Problema de Saúde Pública Numa altura em que os custos da saúde continuam em crescendo, a exigência dos

utentes é, felizmente, cada vez maior, e a diferença entre uma boa ou menos

conseguida qualidade de prestação de cuidados passa cada vez mais pela rapidez do

acesso ao diagnóstico e decisão terapêutica, articulação eficaz e célere dos diversos

cuidados, eliminação de redundâncias e gestão da informação clínica de modo seguro,

organizado e acessível em todos os pontos do sistema de saúde, um sistema como a

telemedicina, deverá constar na agenda de qualquer plano de acção no âmbito da

Saúde e, por maioria de razão, faz todo o sentido a sua inclusão como programa

transversal da Administração Regional de Saúde do Centro.

Por outro lado, a sua adaptação e enormes vantagens que pode oferecer em campos

emergentes, como o dos cuidados domiciliários e apoio à Rede de Cuidados

Continuados, reforçam a pertinência da sua implementação de forma alargada e cada

vez mais sistematizada.

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Finalidade e objectivos gerais

• O Programa de Telemedicina/Tele-Saúde da ARSC tem como finalidade

assegurar o acesso a cuidados de saúde de qualidade mediante a utilização

eficiente de tecnologia médica emergente.

• A estratégia assenta na melhoria de funcionamento e rentabilização dos

programas já em curso e das plataformas já instaladas, aumentado as taxas de

utilização de utilizadores profissionais e de utentes integrados nas

teleconsultas (estratégia de optimização dos recursos).

• Complementarmente tem como objectivo aumentar o âmbito de actuação e de

instituições abrangidas, não só através de novos programas em áreas clínicas e

assistenciais específicas, como ainda pela instalação de mais plataformas em

centros e saúde e hospitais.

Actividades a desenvolver

− Apoio à urgência

Na sequência dos programas já implementados, nomeadamente entre hospitais e

entre hospitais e centros de saúde, irá proceder-se ao aperfeiçoamento e

rentabilização dos programas e sistemas organizacionais em curso, privilegiando as

ligações entre serviços de urgência dos diversos níveis, de modo a possibilitar a todo o

momento o acesso e comunicação entre profissionais das diversas instituições. Haverá

especial ênfase na implementação e apoio às Vias Verdes, e articulação com o INEM.

PRECOCE:

Trata-se de um programa destinado a referenciar e apoiar a decisão terapêutica

de forma precoce as situações suspeitas de enfarte agudo do miocárdio,

embora tenha vindo a incluir outras patologias cardiológicas agudas, em

articulação entre as UCIC e os centros de saúde (nomeadamente SUB).

Este programa está implementado no terreno há bastante tempo, embora ainda não

suficientemente alargado, pelo que se irá promover uma melhor articulação entre as

entidades já em actividade, e procurar alargar a outras, nomeadamente às SUB.

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− Inter-urgências

Estando já instalada uma plataforma na urgência dos HUC, bem como uma máquina

adicional para transferência de ficheiros de imagem (nomeadamente TAC e RX) foi

dado início à comunicação com o Hospital da Cova da Beira e SUB de Arganil.

Considera-se pertinente ligar igualmente as plataformas dos restantes hospitais onde

já estão instaladas para outras actividades, apenas sendo necessário elaborar os

respectivos protocolos e fazer algumas adaptações na rede informática.

Será objecto de proposta a um nível decisório a instalação de uma plataforma nos CHC

e no Hospital de Pombal.

− Consulta programadas

Pretende-se alargar o âmbito das especialidades em 25%, o número de utilizadores

profissionais em 25% e o número de teleconsultas em 30%.

De igual modo se prevê alargar o número de plataformas a pelo menos mais 3 centros

de saúde e dois hospitais (CHC e Pombal).

A nível do Departamento de Pediatria do CHC (“Hospital Pediátrico”), pretende-se

ultrapassar as 1000 teleconsultas/ano.

− Coimbra Pneumo-XXI

Em 2009 foram iniciadas as consultas com o Centro de Saúde de Arganil e em 2010

prevê-se iniciar as teleconsultas entre os HUC e os centros de saúde de Cantanhede,

Vila Nova de Poiares (em desabituação tabágica) e Sertã, cumprindo-se assim

integralmente o 3º ano do programa inicialmente proposto para 5 anos.

− Cuidados Continuados

• Prevê-se iniciar pelo menos um projecto-piloto nesta área, envolvendo

médicos, enfermeiros e assistentes sociais, já havendo delineado um protocolo

com o ACES do Baixo Mondego 3/Centro de Saúde de Cantanhede, Hospital de

Cantanhede e HUC.

• Prevê-se ainda o alargamento do apoio de outras instituições, nomeadamente

IPO, CHC e Segurança Social.

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− Contactos internacionais

• Continuar as experiências já em curso, nomeadamente através das ligações do

Hospital Pediátrico com Angola e Cabo Verde, e ainda com Madrid,

aumentando em 25% o número de teleconsultas.

• Estudar e delinear um programa de articulação entre algumas especialidades

hospitalares e serviços similares em países de expressão portuguesa,

eventualmente com patrocínio a nível dos Governos e CPLP.

− Tele-enfermagem

• Propor ao Conselho Directivo da ARSC a indigitação de um assessor enfermeiro

para tele-enfermagem junto da ARSC;

• Promover acções de formação para enfermeiros – em articulação com o

Gabinete de Formação da ARSC;

• Alargar as experiências já iniciadas (Guarda e Aveiro) a pelo menos mais 4

centros de saúde em articulação com a plataforma de teleconsulta dos HUC.

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FORMAÇÃO

GABINETE DE FORMAÇÃO

O Gabinete de Formação é um serviço da ARS Centro, IP que integra o Departamento

de Estudos, Recursos Humanos e Administração Geral. Está localizado na Av. Afonso

Henriques, 141, em Coimbra, ocupando dois gabinetes e uma sala de arquivo.

Os recursos humanos ao seu dispor incluem 3 técnicos superiores e um técnico

especialista em emergência médica.

As acções de formação que organiza são dirigidas aos profissionais da ARSC de todas as

áreas incluindo por vezes, alguns formandos externos, oriundos de instituições de

saúde. O financiamento destas acções é feito a partir do orçamento da ARSC e do

Fundo Social Europeu (FSE) - candidaturas apresentadas ao Programa Operacional do

Potencial Humano (POPH).

O Plano de Formação para 2010, submetido a homologação superior pelo Conselho

Directivo da ARSC, foi elaborado após consulta aos directores de departamento e

coordenadora do Gabinete Jurídico e do Cidadão da ARSC e aos directores executivos

dos ACES, para identificação das necessidades de formação dos profissionais da ARSC.

Actividades previstas e encargos financeiros O Plano de Formação da ARSC para 2010, já aprovado pelo Conselho Directivo deste

instituto público, divide-se em dois eixos estratégicos, de acordo com o quadro infra:

formação destinada a profissionais de saúde e formação destinada a profissionais da

Administração Pública Central.

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Quadro 4 - Formação para os profissionais de saúde

Curso Acções de formação

Carga horária

Formandos Destinatários

Cuidados de saúde primários Desenvolvimento Organizacional 1 18 16 Coordenadores das UAG Limpeza e desinfecção de materiais 2 12 18 Assistentes operacionais dos ACES

Higiene e Segurança no Trabalho 2 12 18 Coordenadores das unidades funcionais dos ACES

Vigilância em Saúde Pública: Organização e Funcionamento

1 7 20 Médicos de saúde pública dos ACES

Organização e Funcionamento dos Serviços Operativos de Saúde Pública

1 7 20

Dirigentes dos serviços de saúde pública de âmbito regional e local; médicos de saúde pública dos ACES e do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARSC

Sistema Integrado de Resíduos da Agência Portuguesa do Ambiente - SIRAPA

1 7 20 Responsáveis dos ACES no SIRAPA; profissionais de todos os serviços produtores de resíduos hospitalares da ARSC

Implementação da Recolha Selectiva de Resíduos na Administração Pública – nível 1

1 7 20 Responsáveis dos serviços da ARSC a diferentes níveis hierárquicos, incluindo responsáveis de compras

Implementação da Recolha Selectiva de Resíduos na Administração Pública – nível 2

1 7 20 Responsáveis dos serviços da ARSC a diferentes níveis hierárquicos, incluindo responsáveis de compras

Comunicação do Risco em Saúde Pública

1 6 20

Autoridades de Saúde e coordenadores das unidades de saúde pública dos ACES, médicos de saúde pública e dirigentes de unidades de saúde e áreas de influência da ARSC

Tuberculose, uma epidemia a combater

1 7 20 Médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e outros profissionais ligados a esta problemática

Vigilância de Vectores Culicídeos 1 7 20 Médicos e Técnicos de Saúde Ambiental Actualização de Protocolo do Rastreio do Cancro do Cólon e Recto

30 6 16 Médicos, enfermeiros e administrativos

Actualização de Protocolo do Rastreio do Cancro do Colo do Útero

86 6 16 Médicos, enfermeiros e administrativos

Cuidados Continuados Integrados Tratamento de feridas e terapia compressiva

2 12 18 Enfermeiros

Plano Individual de Intervenção em Cuidados Continuados Integrados

2 14 18 Médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e fisioterapeutas das Equipas de Cuidados Continuados Integrados

Cuidados Paliativos e Dor Crónica 2 12 18 Médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e fisioterapeutas das Equipas de Cuidados Continuados Integrados

Geriatria e Gerontologia 2 12 18 Médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e fisioterapeutas das Equipas de Cuidados Continuados Integrados

(Re)construção de Saberes em Cuidados Continuados Integrados

1 18 18 Médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e fisioterapeutas das Equipas de Cuidados Continuados Integrados

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Curso Acções de formação

Carga horária

Formandos Destinatários

Cuidados de saúde primários

O respeito pela dignidade humana na RNCCI

2 18 18 Médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e fisioterapeutas das Equipas de Cuidados Continuados Integrados

Cuidados Continuados Integrados – saber para melhor cuidar

2 60 20 Auxiliares de acção médica

Cuidados Continuados 2 18 18 Médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e fisioterapeutas das Equipas de Cuidados Continuados Integrados

Emergências Médicas Suporte Avançado de Vida 6 28 16 Médicos e enfermeiros Traumatologia 6 36 16 Médicos e enfermeiros Suporte Imediato de Vida 10 16 16 Médicos e enfermeiros Outros Prevenção e Controlo da Diabetes 2 12 18 Médicos e enfermeiros Pé Diabético 2 12 18 Médicos e enfermeiros Programa Nacional de Controlo da Infecção

1 18 18 Médicos, enfermeiros, técnicos de saúde ambiental e outros técnicos superiores

VIH/SIDA 2 18 18 Médicos, enfermeiros, técnicos de serviço social e psicólogos

Aguarela Alimentar – Formação em Nutrição

17 31 18 Médicos e enfermeiros dos cuidados de saúde primários

Quadro 5 - Formação para os profissionais da Administração Pública Central

Curso Acções de

formação

Carga horária

Formandos Destinatários

Planeamento e Gestão por Objectivos

1 12 18 Dirigentes, Técnicos Superiores e chefias

administrativas Mudança e Desenvolvimento

Organizacional 1 18 18

Dirigentes, Técnicos Superiores e chefias administrativas

Gestão Financeira para não Financeiros

1 18 18 Técnicos Superiores, Chefias administrativas,

técnicos e administrativos Ética e Deontologia nos Serviços

Públicos 1 12 18

Dirigentes, Técnicos Superiores e chefias administrativas

SIADAP 1 12 18 Dirigentes, Técnicos Superiores e chefias

administrativas

Contratação Pública 1 18 20 Dirigentes, Técnicos Superiores e chefias

administrativas Novo Contrato em Funções

Públicas 1 12 18

Dirigentes, Técnicos Superiores e chefias administrativas

EXCEL 2 18 14 Técnicos Superiores, Chefias administrativas,

técnicos e administrativos

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Encargos financeiros Para a execução do Plano de Formação, estão previstos os seguintes encargos

financeiros:

Quadro 6 - Encargos financeiros

Rubricas Profissionais de Saúde Profissionais da

Administração Pública Central

Total

Formandos 102 208,14 € 5 857,20 € 108 065,34 € Formadores 157 943,00 € 7 949,50 € 165 892,50 €

Preparação das acções 20 200,00 € 800,00 € 21 000,00 €

Total 280 351,14 € 14 606,70 € 294 957,84 €

Recursos Financeiros O Plano de Formação para 2010, foi candidatado a financiamento pelo Fundo Social

Europeu, através do Programa Operacional Potencial Humano. Foram apresentadas

duas candidaturas: formação para profissionais de saúde (035308/2010/36) e

formação para profissionais da Administração Pública Central (035355/2010/33).

O montante solicitado está desenvolvido de acordo com as seguintes rubricas:

Quadro 7 - Recursos financeiros

Rubricas Profissionais de Saúde Profissionais da

Administração Pública Central

Total

Formandos * 764 721,47 50 857,20 815 578,67 Formadores 157 943,00 7 949,50 165 892,50

Outro pessoal * 7 500,00 800,00 8 300,00 Preparação das acções 20 200,00 800,00 21 000,00

Total 950 364,47 60 406,70 1 010.771,17

* Incluindo encargos salariais