planejamento urbano por cecilia estrela

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Pontifícia Universidade Católica de Goiás Goiânia, 31 de março de 2016. 1.Graduanda em Engenharia Civil pela 1.Graduanda em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás e Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Goiás e Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Goiás Acessibilidade Cecília de Castro Estrela 1  A expansão rápida das cidades cria dificuldades na gestão do crescimento urbano e a escassez de instrumentos eficazes de planejamento faz com que alguns problemas já existentes se agravem. A necessidade de acesso das pessoas a atividades como lazer, trabalho, bens e serviços cria uma demanda de atenção a esse setor e observamos uma dificuldade de gestão da circulação, quando confrontados com a crescente necessidade por deslocamentos, fazem da acessibilidade um componente fundamental para os problemas urbanos. Há muitos fatores que determinam o conceito de acessibilidade mas pode se observar um consentimento entre os vários pesquisadores: a acessibilidade é uma combinação do sistema de circulação e dos padrões de uso do solo. Em 1826, Von Thünen retrata os aspectos relacionados a modelos teóricos de processos espaciais envolvendo acessibilidade. Desde esse período, o conceito de acessibilidade tem sido utilizado em diversos campos de estudo. O termo é freqüentemente utilizado em planejamento territorial e urbano e na área de transportes, sendo uma das medidas mais utilizadas para avaliar a qualidade do serviço. A acessibilidade é um conceito que se tornou fundamental para o planejamento físico territorial (Batty, 2009, p. 191). Geurs e van Eck (2001, p.36) definem acessibilidade como "sistemas de transporte e uso do solo que permitem que pessoas ou mercadorias possam atingir destinos ou atividades por meio de u m modo ou combinação de modos de transporte”.  Bhat et al. (2000, p.1) usam a seguinte definição: "A acessibilidade é uma medida da facilidade de um indivíduo para exercer um tipo de atividade desejada, em um local desejado, por um modo desejado e em um te mpo desejado”. Os autores citados fazem referências específicas ao solo e a infra-estrutura, indicando assim que a acessibilidade está ligada ao sistema de transporte e aos padrões de urbanização. Legalmente definimos acessibilidade como sendo a possibilidade e a condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários , equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050:2015).

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Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Goiânia, 31 de março de 2016.

1.Graduanda em Engenharia Civil pela 1.Graduanda em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade

Católica de Goiás e Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Goiás

e Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal de Goiás

Acessibilidade

Cecília de Castro Estrela1

 A expansão rápida das cidades cria dificuldades na gestão do crescimento urbano e a

escassez de instrumentos eficazes de planejamento faz com que alguns problemas já

existentes se agravem. A necessidade de acesso das pessoas a atividades como lazer,

trabalho, bens e serviços cria uma demanda de atenção a esse setor e observamos uma

dificuldade de gestão da circulação, quando confrontados com a crescente necessidade por

deslocamentos, fazem da acessibilidade um componente fundamental para os problemas

urbanos.

Há muitos fatores que determinam o conceito de acessibilidade mas pode se observar

um consentimento entre os vários pesquisadores: a acessibilidade é uma combinação do

sistema de circulação e dos padrões de uso do solo.

Em 1826, Von Thünen retrata os aspectos relacionados a modelos teóricos de

processos espaciais envolvendo acessibilidade. Desde esse período, o conceito de

acessibilidade tem sido utilizado em diversos campos de estudo. O termo é freqüentemente

utilizado em planejamento territorial e urbano e na área de transportes, sendo uma das

medidas mais utilizadas para avaliar a qualidade do serviço. A acessibilidade é um conceito

que se tornou fundamental para o planejamento físico territorial (Batty, 2009, p. 191).Geurs e van Eck (2001, p.36) definem acessibilidade como "sistemas de transporte e

uso do solo que permitem que pessoas ou mercadorias possam atingir destinos ou

atividades por meio de um modo ou combinação de modos de transporte”. 

Bhat et al. (2000, p.1) usam a seguinte definição: "A acessibilidade é uma medida da

facilidade de um indivíduo para exercer um tipo de atividade desejada, em um local

desejado, por um modo desejado e em um tempo desejado”. Os autores citados fazem

referências específicas ao solo e a infra-estrutura, indicando assim que a acessibilidade está

ligada ao sistema de transporte e aos padrões de urbanização.Legalmente definimos acessibilidade como sendo a possibilidade e a condição de

alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos

urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e

tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público

ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência

ou com mobilidade reduzida (ABNT NBR 9050:2015).

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O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos parques e dos demais espaços

de uso público deverão ser concebidos e executados de forma a torná-los acessíveis para

todas as pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

Segundo a Lei Nº 10.098 de19/12/2000 o projeto e o traçado dos elementos de urbanização

públicos e privados de uso comunitário, nestes compreendidos os itinerários e as passagens

de pedestres, os percursos de entrada e de saída de veículos, as escadas e rampas,

deverão observar os parâmetros estabelecidos pelas normas técnicas de acessibi lidade. Os

banheiros de uso público existentes ou a construir deverão ser acessíveis e dispor, pelo

menos, de um sanitário e um lavatório que atendam às especificações das normas técnicas.

 As áreas de estacionamento de veículos, localizadas em vias ou em espaços públicos,

deverão ser reservadas vagas próximas dos acessos de circulação de pedestres,

devidamente sinalizadas, para veículos que transportem pessoas portadoras de deficiência

com dificuldade de locomoção (Lei Nº10.098 de19/12/2000).

Sinais de tráfego, semáforos, postes de iluminação ou quaisquer elementos verticais

de sinalização que instalados em espaços de acesso para pedestres devem ser dispostos

de forma a não dificultar ou impedir a circulação.

 A construção, ampliação ou reforma de edifícios públicos ou privados de uso coletivo

devem ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessíveis às pessoas portadoras

de deficiência ou com mobilidade reduzida.

 As calçadas são também focos de estudos para a implantação de normas para

garantir a acessibilidade elas devem garantir a continuidade entre os passeios vizinhos,

devem ser sinalizadas quando possuem um equipamento de uso público, devem ter acesso

facilitado entre outros.

Podemos concluir que a acessibilidade não é um conceito recente, porém abrange

varias constantes da vida em sociedade, sendo um conceito que ainda não é considerado

pela maioria da população mesmo já estando regulamentado por leis este permanecem com

variações de aplicação no planejamento das cidades, sejam elas de pequeno, médio ou

grande porte. A acessibilidade vai além do senso comum das vagas para deficiente e piso tátil, toda

forma de facilitar o acesso publico é acessibilidade mesmo que publicamente o foco sejam

pessoas com deficiências a acessibilidade é para todos é o que garante a locomoção da

população.

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Referências

  Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9050: Acessibilidade

de pessoas portadoras de deficiências e edificações, espaço,

mobiliário e equipamento urbano. Rio de Janeiro: ABNT; 1985.

  BATTY M. Accessibility: in search of a unified theory. (Editorial) Environment

and Planning B: Planning and Design, volume 36, pp. 191- 194. London, UK,

2009.

  BHAT C.; HANDY S.; KOCKELMAN K.. MAHMASSANI H.; K, CHEN Q.;

WESTON L. Urban Accessibility Index: Literature Review. Center for

Transportation Research. The University of Texas at Austin. Austin, USA, 2000.

  BRASIL. LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000. Estabelece normasgerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas

portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras

providências.

  KRÜGER, Evaldo Tavares Krüger. Padrões de traçado viário urbano e

acessibilidade: uma abordagem das relações com o sistema de circulação.

2012. 160f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em

 Arquitetura e Urbanismo. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

  GEURS, K. T.; VAN ECK, J. R. Accessibility measures: Review and

applications. (National Institute of Public Health and the Environment, RIVM)-

Urban Research Centre. Utrecht University. Bilthoven/Utrecht, Netherlands,

2001.

  Prefeitura de Goiânia. Manual da Calçada Sustentável. Projeto Calçada

Sustentável, Goiânia, 2012.

  VON THUNEN, J. P. Der isolierte Staat in Beziehung auf Land wirtschaft und

Nationalokonomie. Ed. Verlag. Berlin, Alemanha, (1826 - 1990).