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Práticas de Planejamento Tributário Profa. Dra. Silvia Mara Novaes Sousa Bertani www.silviabertani.wordpress.com [email protected] 1 Tributos: Impostos, Taxas e Contribuições Tributo O Código Tributário Nacional deu a definição de tributo de forma a não permitir que a interpretação dê oportunidade ao contribuinte de deixar de efetuar o seu pagamento. O Código Tributário Nacional define tributo como: É toda prestação pecuniária, compulsório, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. prestação pecuniária: não se admite o pagamento dos tributos senão em dinheiro, nunca em bens (i n natura) ou em serviços (in labore), a prestação feita pelo contribuinte deve ser feita em dinheiro. Compulsória: o conceito do traz a obrigatoriedade na contribuição tributária, como não poderia ser diferente, tendo em vista a matéria ser de direito público. moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: O tributo deve ser pago em moeda nacional não se admitindo o pagamento em outra moeda. Quando o tributo vier expresso em unidade de referência ou moeda estrangeira, o mesmo deve ser convertido em moeda nacional para possibilitar o seu pagamento. não constitua sanção por ato ilícito: esta frase no conceito de tributo é atípica, esclarecendo o que não é tributo, por exemplo, as multas. instituído em Lei: apresenta o princípio da Legalidade. Somente será compulsório o pagamento do tributo quando o mesmo for instituído ou aumentado através de Lei.

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Tributos: Impostos, Taxas e Contribuições

Tributo

O Código Tributário Nacional deu a definição de tributo de forma a não permitir que a

interpretação dê oportunidade ao contribuinte de deixar de efetuar o seu pagamento.

O Código Tributário Nacional define tributo como:

É toda prestação pecuniária, compulsório, em moeda

ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua

sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada

mediante atividade administrativa plenamente

vinculada.

prestação pecuniária: não se admite o pagamento dos tributos senão em dinheiro,

nunca em bens (in natura) ou em serviços (in labore), a prestação feita pelo

contribuinte deve ser feita em dinheiro.

Compulsória: o conceito do traz a obrigatoriedade na contribuição tributária, como

não poderia ser diferente, tendo em vista a matéria ser de direito público.

moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: O tributo deve ser pago em moeda

nacional não se admitindo o pagamento em outra moeda. Quando o tributo vier

expresso em unidade de referência ou moeda estrangeira, o mesmo deve ser

convertido em moeda nacional para possibilitar o seu pagamento.

não constitua sanção por ato ilícito: esta frase no conceito de tributo é atípica,

esclarecendo o que não é tributo, por exemplo, as multas.

instituído em Lei: apresenta o princípio da Legalidade. Somente será compulsório o

pagamento do tributo quando o mesmo for instituído ou aumentado através de Lei.

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cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: a competência

tributária atribuída pela Constituição Federal aos entes Federativos do Poder

Executivo que têm o dever de cobrar os tributos.

Classificação dos tributos

Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.

De acordo com Constituição Federal, a União, os Estados, o Distrito Federal, os

Municípios têm competência para instituir “impostos, taxas, contribuição de melhoria”.

A Constituição estabelece a competência exclusiva à União a espécie de tributo

“empréstimo compulsório” assim como da “contribuição Social”:

Classificação dos tributos quanto a sua finalidade

Os tributos podem ser classificados quanto a sua finalidade em:

Tributos Fiscais: são instituídos para arrecadar para os cofres públicos a sua função

principal é a arrecadação, como por exemplo, o imposto de renda (IR).

Tributos Extrafiscais: são aqueles que servem como instrumento para a política

econômica induzindo o comportamento dos agentes econômicos almejados pelo

Governo, e sua função é de intervenção, temos como exemplo o IPI, IOF, II e IE.

Tributos Parafiscais: aquele cujo sujeito ativo (fisco) não são os entes federativos e

sim outra entidade pública ou mesmo privada. A função do tributo parafiscal é a

arrecadação para financiamento de atividade paraestatal, cuja finalidade é a

manutenção dessas entidades como, por exemplo, as contribuições sociais para

financiamento da seguridade social (PIS, COFINS, INSS).

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Das espécies de Tributos

Taxas

As taxas podem ser instituídas pelos entes tributantes em razão do poder de

fiscalização (poder de polícia) ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços

públicos prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.

As taxas são tributos vinculados a uma determinada atividade estatal direcionada de

forma particular ao contribuinte. Temos as taxas de polícia e as taxas de serviços e

não se confunde com tarifa (preços públicos).

Temos como taxa de policia (fiscalização): taxas de controle de fiscalização ambiental;

Taxa de licença de funcionamento; Taxa de fiscalização sanitária; Taxa de

publicidade, Taxa de segurança contra incêndio; Taxa anual de fiscalização; taxa de

licenciamento de veículos, entre outras e as taxas de Serviços podemos citar como à

custa judiciais e emolumentos extrajudiciais, como despesas de cartório (registro de

imóveis entre outros).

Com isso podemos concluir que o pagamento da taxa

está vinculado a uma contraprestação do serviço

público. É importante não esquecer que a diferença

entre taxas (tributo) e os preços públicos (tarifa).

As tarifas são valores pagos pela exploração

econômica do patrimônio público, como os transportes,

pedágio e as taxas são tributos decorrente do poder de

polícia do Fisco.

Impostos

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Os entes políticos podem instituir impostos e estes são desvinculados, isto quer dizer

que o pagamento não se relaciona com uma atividade estatal específica direcionada

ao contribuinte.

Assim o pagamento não está vinculado a uma contraprestação estatal. Serve para a

manutenção da máquina pública, os recursos auferidos com a arrecadação dos

impostos devem estar à livre disposição dos entes federativos, para que apliquem da

maneira que bem lhes aprouver.

Exemplo de alguns impostos: imposto de renda, imposto sobre propriedade de veículo

automotores, imposto predial e territorial urbano, Imposto territorial rural, etc.

A competência para instituir impostos

União: importação de produtos estrangeiros (II); exportação de produtos nacionais

(IE); produtos industrializados (IPI); renda e proventos de qualquer natureza (IR);

operações financeiras (IOF); territorial rural (ITR); grandes fortunas (IGF).

Estados e Distrito Federal

Propriedade de veículo automotor (IPVA); circulação de mercadoria e serviços

(ICMS), transmissão “causa mortis” e doação (ITCMD);

Municípios e Distrito Federal: predial territorial urbano (IPTU), serviços de qualquer

natureza (ISSQN), transmissão de bens imóveis (ITBI);

Contribuição de Melhoria

Trata de receita cobrada pelo fisco toda vez que uma obra pública enriquece o

patrimônio do contribuinte.

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Quando o fisco (Município, Estado, Distrito Federal ou a União) através de uma

determinada obra pública decorrer a valorização do patrimônio do contribuinte poderá

ser cobrada a contribuição de melhoria esta será para fazer frente às despesas

decorrente desta obra.

Contribuição social

A contribuição social ou especial é de competência exclusiva da União para instituir

contribuições sociais previdenciárias, de intervenção no domínio econômico e de

interesse das categorias profissionais ou econômicas, que são conhecidas como

parafiscais.

A função deste tributo é a arrecadação para financiamento de atividade paraestatal,

cuja finalidade é a manutenção dessas entidades. As contribuições Sociais podem ser

divididas em três espécies:

Contribuição Social previdenciária são aquelas destinadas ao custeio da

seguridade social. As contribuições sociais podem ser subdivididas em:

a) previdenciárias se destinadas especificamente ao custeio da Previdência Social,

e são formadas pelas contribuições dos segurados e das empresas .

b) não previdenciárias, quando voltadas para o custeio da Assistência Social e da

Saúde Pública. Por exemplo: a COFINS (Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social), o PIS (Programa de Integração Social), incidentes sobre a receita

ou o faturamento, e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), que recai

sobre o lucro.

Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico (CIDE) – São as

instituídas com o objetivo de regular determinado mercado, para corrigir

distorções como a CIDE sobre a importação de gasolina, diesel e gás. Do valor

arrecadado pela União 29% vai para os Estados e o Distrito Federal, distribuída

na forma da lei e do percentual recebido pelo Estado 25% será destinado aos

Municípios, na forma da Lei.

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Contribuição de interesse de categoria profissional - destinadas ao

financiamento das categorias econômicas ou profissionais como, por exemplo,

OAB, SESI, SENAI, etc.

Observação: Embora as contribuições sociais sejam de competência exclusiva da União há exceção para que os Municípios e Estados bem como o Distrito Federal, criem contribuição para ser cobrada dos seus servidores para o custeio em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o artigo 40, cuja alíquota não será inferior à

da contribuição dos servidores titulares de cargo efetivo da União.

Empréstimo Compulsório

Apenas a União poderá instituir empréstimo compulsório e sempre mediante lei

complementar. É um tributo previsto na Constituição Federal e surge como uma

alternativa do Estado para despesas extraordinárias advindas devido a urgências

previstas nessa previsão legal.

IPI, IOF, II E IE – Tributos regulatórios ou extrafiscal; CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - Parafiscal e fiscal; IGF – não há lei regulamentadora desde tributo.

Tributos cobrados no Território Nacional Taxas, Impostos, Conttibuições Sociais, Contribuições de Melhoria e Empréstimos Compulsórios

DISTRITO FEDERAL

TODOS MUNICÍPIOS ESTADOS UNIÃO – (Tributos Federais)

TAXAS IPTU IPVA I. RENDA P.F. / P.J.

ITR

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

ITBI ITCMD IPI IEG

ISSQN ICMS II IGF

IE CONTRIBUIÇÃO

SOCIAL

IOF EMPRÉSTIMO

COMPULSÓRIO

O fato gerador

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A lei descreve situações que, ao ocorrerem na vida real, fazem com que se fixe o

momento do nascimento da obrigação tributária, que só de dá com a ocorrência do

fato gerador.

O fato gerador é assim definido na Lei como a situação definida como necessária e

suficiente para a ocorrência da tributação.

OBRIGAÇÃO PRINCIPAL OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA

E a situação definida em lei como

necessária e suficiente à sua

ocorrência.

é o recolhimento do tributo

É qualquer situação que, na forma da

legislação aplicável, e não só exclusi-

vamente na lei, impõe a prática ou a

abstenção de ato que não configure

obrigação principal.

*declarações e relatórios.

O fato gerador é um fato ou uma situação que pode gerar ou criar obrigação tributária

ao contribuinte, seja ela uma obrigação principal ou acessória.

O fato gerador in abstracto é conhecido e pode ser substituído por hipótese de

incidência ou ainda hipótese tributária que é o que estabelece na lei.

Fato Gerador in concreto, é definido como fato imponível que é que a situação

efetivamente ocorrida, situação real.

Por exemplo:

A lei que disciplina o ITBI, o IPVA, é o fato gerador in abstracto. Já a venda real de

um imóvel ou a aquisição do automóvel é o fato gerador in concreto.

Ocorrendo o fato gerador in concreto nasce a obrigação tributária cujo valor será

calculado identificando a Base de cálculo e aplicando a alíquota (%).

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Sujeitos do Direito Tributário

Sujeito Ativo da obrigação tributária:

É o titular do direito de tributar, isto é, o titular da capacidade tributária. Então, aquele

que detém a capacidade de arrecadar e fiscalizar a arrecadação ou a obrigação

acessória é considerado sujeito ativo.

Nesse sentido temos que os Municípios, os Estados, o Distrito Federal e a União são

os sujeitos ativos.

Sujeito Passivo

É aquele que responde (responsável) pelo débito decorrente da obrigação tributária,

seja pessoa física ou jurídica. Entretanto, há as modalidades decorrentes da própria

lei do sujeito passivo direto ou contribuinte e sujeito passivo indireto ou responsável.

Sujeito Passivo Direto ou Contribuinte

É a pessoa física ou jurídica que tenha relação direta com a obrigação principal e com

o fato gerador ou aquele que tirou proveito econômico do fato jurídico.

Sujeito Passivo Indireto ou Responsável

É um terceiro na relação tributária que estará inserido na responsabilidade, de duas

formas: por substituição ou por transferência, que responderá pela obrigação

tributária decorrente da lei.

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Sujeito Passivo - por substituição

Na substituição a obrigação constitui-se desde logo em relação a um substituto ou

responsável, ficando de fora aquele que seria o contribuinte. Por exemplo

O ICMS de agricultor a ser pago pelo comprador da safra ou o ICMS de operações

posteriores, a ser pago antecipadamente pelos fabricantes de cerveja e de cigarros.

Sujeito Passivo - por transferência

Constitui-se inicialmente em relação ao contribuinte, comunicando-se depois, porém

ao responsável, podendo se dar por solidariedade, sucessão e por subsidiariedade.

Por exemplo:

Por exemplo: transferência pela sucessão - na transferência da propriedade de um

imóvel – o pagamento do IPTU. Aquele que comprou o imóvel com dívida na

prefeitura, com o atraso no pagamento do IPTU, tem a dívida transferida para si.

Já por solidariedade o devedor solidário responderá juntamente com o principal, em

pé de igualdade ou ainda o poder público (sujeito ativo) poderá cobrar de um ou de

outro.

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A subsidiariedade faz o devedor responder juntamente com o devedor principal, mas

com o benefício de ordem, isto é, primeiro esgotam-se as formas de cobrança do

devedor principal para depois chamá-lo a responder pela dívida.

Lançamento do crédito tributário

Embora após a ocorrência do fato gerador (fato imponível) nasça à obrigação tributária

ao sujeito passivo, o fisco somente poderá exigi-los após o lançamento do crédito

tributário.

Para o estudo do crédito tributário, temos que compreender que o Código Tributário

Nacional distingue dois grandes momentos na relação jurídica tributária, o primeiro é

o fato jurídico denominado "obrigação tributária", e somente quando esta obrigação

estiver determinada e quantificada, passa-se a se referir a "crédito tributário"

Assim, o Código Tributário Nacional como lei complementar cumpre o que a CF/88

determina o crédito tributário se verifica a hipótese de incidência (fato gerador), nasce

a obrigação tributária, entretanto, a obrigação não é exigível.

É necessário que o poder tributante constitua o crédito tributário correspondente, e

isso decorrerá o lançamento tributário.

É possível à existência de obrigação sem o correspondente crédito (ainda não houve

lançamento), mas o crédito sem obrigação é nulo e poderá constituir crime.

Lançamento do crédito tributário

O lançamento do crédito tributário é o procedimento administrativo vinculado que

verifica a ocorrência do fato gerador, identifica o sujeito passivo da obrigação

tributária, determina a matéria tributável, aponta o montante do crédito e aplica, se for

o caso, a penalidade cabível.

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Notem que somente após a lavratura do lançamento do crédito tributário, o sujeito

ativo (Municípios, Estados, Distrito Federal ou União) terá o direito de exigir o

montante correspondente, isto é, terá o direito líquido e certo de exigir do sujeito

passivo a obrigação tributária ou o tributo correspondente.

Constituição do lançamento tributário

A constituição do lançamento do crédito tributário ocorre quando o poder

tributante (Poder Público) identifica o sujeito passivo da obrigação, o fato gerador, a

base de cálculo e a aplicação da alíquota para conhecer o valor real do crédito e lançá-

lo a favor do sujeito ativo correspondente contra o sujeito passivo.

Após o seu lançamento, o sujeito ativo poderá exigi-lo, e este lançamento é imutável

e somente poderá ser regularmente alterado por impugnação do sujeito passivo ou

por força de decisão judicial (Poder Judiciário).

Modalidades de lançamento do crédito tributário

O Código Tributário Nacional contempla três modalidades de lançamento do crédito

tributário, são elas: a) lançamento de ofício ou direto; b) lançamento por declaração

ou misto; c) lançamento por homologação.

Lançamento de ofício (ex-officio) ou direto

O lançamento direto ou de ofício é quando o Poder Público lança o tributo e notifica

do lançamento o sujeito passivo que não participa deste lançamento.

A primeira classe destes tributos lançados pelo Poder Público de ofício ou direto temos

aqueles que fazem partes da classe dos que possuem fato gerador da espécie

persistente, por exemplo, o lançamento do IPTU e do IPVA.

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Haverá também este modo de lançamento nos casos de omissão do fisco ou do

contribuinte.

Lançamento por declaração ou misto

Nesta modalidade de lançamento do crédito tributário, há a participação efetiva do

contribuinte na sua formação. Vale dizer que o Poder Tributante (Fisco) depende da

declaração prestada espontânea do contribuinte (sujeito passivo) para o seu

lançamento.

Aqui, podemos exemplificar o lançamento do ITR (Imposto Territorial Rural) e tributos

aduaneiros por meio da declaração de importação.

Lançamento por homologação

O lançamento por homologação é o tipo mais comum e a atividade da administração

pública é quase que nula, entretanto, falamos que nesta espécie de lançamento ocorre

a participação do sujeito passivo e ativo.

Nesse lançamento por homologação, o sujeito passivo apura o montante devido e

recolhe aos cofres públicos, que será controlado e fiscalizado pela administração

pública tributária a veracidade da declaração e a equivalência do pagamento;

procederá a homologação do lançamento.

O prazo para a homologação do lançamento tributário é de 5 anos a contar da

ocorrência do fato gerador. Se a administração pública tributária deixar de proceder a

homologação do crédito no prazo citado, o crédito se tornará extinto.

Temos como exemplo a declaração e o pagamento do IPI e do ICM.

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