tributo a marina bruna
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Marina Bruna (1935 – 2013) Marina Bruna nasceu em Franca, SP, filha de Diva Luz Paiva Bruna, diretora de escola e Jaime Bruna, doutor em Latim pela USP e tradutor de grego e latim, além de professor de Latim no curso de Letras da universidade. Marina Bruna, graduada em Matemática pela PUC/SP; em Pedagogia pela “Carlos Pasquale” e em Jornalismo pela “Cásper Líbero”, exerceu o Magistério como professora concursada em Escolas Estaduais e Municipais de São Paulo. Lecionou, também, em Escolas particulares. Aposentada dessas funções. Uniu conceitos de áreas supostamente opostas, mas que resultaram em sua formação poética. Descobriu o mundo mágico do movimento trovista na década de 90 por meio de Mário Graciotti, da Casa do Poeta de São Paulo. Poetisa desde a adolescência, distinguiu-se como Trovadora, com mais de 500 trovas classificadas em concursos de âmbito nacional e internacional, entre as quais se incluem premiações em Portugal, Argentina e República Dominicana. Somente em 1988 passou a frequentar a Casa do Poeta Lampião de Gás, de São Paulo. Fez parte da União Brasileira de Trovadores, onde foi agraciada com os troféus “Revelação” (1989); “Destaque” (1994) e os de Trovador mais premiado do ano (1999; 2001; 2004; 2005; 2007 e 2009).
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Recebeu em 2007 o troféu “Lilinha Fernandes”, que a União Brasileira de Trovadores de Porto Alegre atribui ao Trovador mais premiado nacionalmente nos concursos de Trovas do ano. Publicou os livros: “Transparências” (poemas e trovas); “Cintilações” (trovas), Cantares (trovas) e trabalhos em Jornais Literários, Antologias e Coletâneas poéticas. Proferiu várias palestras sobre Trovas em diversos espaços culturais de São Paulo, Santos, Niterói e outros, entre as quais “A Esperança nas Trovas” (1993), “Cantigas do Paranaso” (1998), “Pegando Carona na Trova” (1999), entre outras. Foi colaboradora da revista “Litteratrova”, de Taubaté, na qual mantinha uma coluna mensal intitulada “Redondilhas”. Além da Academia de Letras, Ciências e Artes da Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, onde ocupou a cadeira de n. 13, cujo patrono é Paulo Setubal, pertenceu às seguintes entidades culturais: Casa do Poeta “Lampião de Gás” de São Paulo; Movimento Poético Nacional; União Brasileira de Escritores; e “União Brasileira de Trovadores, seção São Paulo. Fontes: http://www.recantodasletras.com.br/biografias/3167512
http://blogdopedromello.blogspot.com.br/2013/01/trova-do-dia-25012012-marina-bruna.html BRUNA, Marina. Cantares: trovas. São Paulo: Ar-Wak, 2010.
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A ciranda traz lembranças,
que a saudade perpetua,
de um tempo em que nós, crianças,
éramos todas de rua...
Afeto infinito eu leio
nos olhos, cheios de brilho,
da mãe que desnuda o seio
e oferta seu leite ao filho!
Amena e doce ebriedade,
que a adega do tempo apura,
o amor, na terceira idade,
é um vinho de uva madura!
À noite, a areia da praia,
com rendas à beira-mar,
lembra um lençol de cambraia
onde se deita o luar...
A noite desfez em contas
seu rosário de cristal
e enfeitou todas as pontas
da grama do meu quintal!
Ante um berço, comovida,
e no adeus dos cemitérios,
fui aprendendo que a vida
é ponte entre dois mistérios.
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Ao tanger minha guitarra,
ser pobre não me importuna.
Tenho o perfil da cigarra
que é feliz sem ter fortuna.
A Primavera passou...
mas passou tão distraída,
que nem sequer se lembrou
de reflorir minha vida...
Aqueles grãos sem valor
- e eu fico pensando agora -
eram sementes de amor
e eu, sem querer, joguei fora...
A teu lado, mas... sozinho...
quantas noites, quantos dias
eu transbordei de carinho
mas te achei de mãos vazias...
A tua mão deslizando
no meu corpo, em leve afago,
é como a brisa encrespando
a superfície de um lago.
A tua ofensa me assusta
e, desta vez, digo “não”!
Quem ama sabe o que custa
ter que negar o perdão!
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A vida insiste em manter
em dois tons sua canção:
o mais agudo é o poder;
o mais grave, a servidão!
Blasfemar... sei que é errado
mas, Te pergunto, Senhor:
se o amor que eu sinto é pecado,
por que me deste este amor?...
Bondes... quintais... lampiões...
Nesta saudade eu me abrigo
aconchegando ilusões
que envelheceram comigo...
Brinquedos velhos, em trapos,
sem importância parecem,
mas guardam, nos seus farrapos,
lembranças que não se esquecem.
“Cachorro!”, gritou o pato
numa atitude insensata,
quando ouviu dizer que o gato
estava lambendo a pata!
Canta, Poeta! O teu canto,
de um sentimento profundo,
é o turíbulo de encanto
que vai incensar o mundo!
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Chega alguém...corro à janela...
mas tenha calma , emoção!
Não confunda os passos dela
com os passos da ilusão!
Colombo aos mares se fez
sem que o perigo o assustasse...
e, graças ao genovês,
ganhou, o mundo, outra face!
Com a emoção renascida
no amor que só veio agora,
o ocaso de minha vida
ganhou matizes de aurora!
Com meu orgulho pisado
mas, de saudades vencida,
dou-te o perdão e a teu lado
esqueço as mágoas da vida.
Como é grande a solidão
de um ator, que em sua estréia,
põe em cena o coração
e está vazia a platéia...
Crepita a floresta... e os ninhos
vão de roldão na queimada.
Que vai ser dos passarinhos
que não têm culpa de nada?
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Da cruz, do açoite, do espinho,
de um sofrimento profundo
veio o sangue que, sozinho,
lavou as culpas do mundo!
Das saudades e lembranças
do amor, que foi verdadeiro,
restou um par de alianças
na mão de um só companheiro.
De cada galho abatido,
em silêncio a seiva escorre
mostrando o pranto sentido
de uma floresta que morre!
Depois da tua partida,
na desordem dos meus passos,
o que me prende na vida
é a memória dos teus braços…
Descalços pelo gramado
teus pés mansamente vão...
Pões, no pisar, tanto agrado,
que eu tenho inveja do chão!...
Descem do morro, sambando,
o Conde, o Rei e a Princesa.
É o Carnaval mascarando
de sangue azul a pobreza…
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Deus modela a nossa estrada
porém nós, em atos falhos,
modificando a jornada,
nos perdemos nos atalhos...
Disse um "sábio" picareta
sobre um voo espacial:
- "Pra chegar noutro planeta
é só ter um mapa astral...”
Dos naufrágios, dos degredos,
restaram, dentro do mar,
ecos de velhos segredos
que as conchas sabem guardar...
Ele partia e, na pressa,
prometeu que voltaria.
Hoje eu sei, não foi promessa.
Na verdade... ele mentia...
Em fortuna, eu tenho sido
qual uma agulha modesta
que borda um belo vestido
e a linha é quem vai à festa!
Em meu caminho, a poesia
não me empresta sonhos vãos.
Vou de bagagem vazia
mas tenho o mundo nas mãos!
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Em minha família, unida,
todos sempre me apoiaram
e em troca eu busco na vida
ser a filha que sonharam...
Enfim voltaste... mas peço
que este clima de alegria
envolvendo o teu regresso
não dure só por um dia...
Esta fé que me incentiva,
e em minha vida se espalma,
é uma luzinha votiva
na capela de minha alma!
Esta flor que me restou
num livro da mocidade
é um sonho que se tornou
medalha de uma saudade!
Eu faço um apelo mudo
na velhice que me alcança:
– Destino, tire-me tudo
mas não me roube a esperança!
Eu nunca amarei um poeta
mesmo que ele me seduza
pois seu verso, de alma inquieta,
vagueia, de Musa em Musa!...
12
Falo de tuas ausências
à garoa, que não passa
e ela deixa reticências
sobre o frio da vidraça.
Fim do amor… mas nosso enredo
restou em minha lembrança,
como ficou em meu dedo
a marca de uma aliança…
Foi num mar encapelado
que o meu barco de ideais
naufragou de tão pesado:
- tinha esperanças demais!
Homem bom de rosto feio!
Tua aparência enganosa
lembra a pedra cujo seio
guarda uma gema preciosa!
Impiedoso, o fogo avança
e a floresta, calcinada,
perde o verde da esperança;
ganha o cinza do mais nada!
Já fui musa no passado
e hoje só, bem que eu queria
os versos de pé quebrado
que eu desprezei certo dia…
13
Jorra a fonte com fartura
e ao ver toda esta riqueza,
encho o copo de água pura
e ergo um brinde à natureza!
Mágico no seu cantar,
o poeta tem na voz
a virtude de criar
mil mundos dentro de nós!
Meu olhar no céu passeia
e me diz, mesmo disperso,
que o mundo é só um grão de areia
na imensidão do Universo…
Meu viver lembra uma estrada
com mistérios para mim:
do começo não sei nada...
não sei nada do seu fim...
Minha mão leve desliza
no teu corpo sensual,
como as andanças da brisa
nas plumas do capinzal...
Morrem florestas, açudes
e o mundo, pobre de afeto,
perde os versos e as virtudes:
– vira selva de concreto!
14
Na história de tua vida
sou apenas, sem escolha,
uma sentença esquecida
no rodapé de uma folha.
Na insânia de uma paixão,
que me pega e não tem cura,
deixo de lado a razão
e dou razão à loucura!
Na insônia da solidão,
eu só sei que o tempo passa
porque escuto um carrilhão
dando as horas, lá na praça!
Na insônia, escuto um rumor
e percebo, entre ansiedades,
que anda na noite um pastor
apascentando saudades!
Na Quaresma, a natureza,
com flores de manacás,
tece um manto e, com tristeza,
veste as serras de lilás...
Nas águas turvas dos rios,
os venenos poluidores
nos darão dias sombrios
de primaveras sem flores…
15
Na tarde cálida e mansa,
o tempo quase não passa
e até o silêncio descansa
nos velhos bancos da praça.
Neste ano novo eu pretendo
rasgar meus dias tristonhos
e, de remendo em remendo,
reconstruir os meus sonhos...
No abandono, em desalinho,
eu sonho me embriagar
na branca taça de vinho
que se derrama em luar...
No acolchoado de paina,
colhida ao pé da paineira,
o homem esquece da faina
nos braços da companheira.
No leito, o rio desliza
numa preguiça de sexta-feira
e, em silêncio, fertiliza
os meandros da floresta!
No solar da poesia
há uma janela indiscreta,
por onde o leitor espia
o coração do poeta!
16
Nosso amor, hoje em desgaste,
fez do convívio um açoite...
Tempo! Por que não paraste
naquela primeira noite?
Nosso amor hoje e passado
e, apesar de breve história,
persiste, ainda, ancorado
no cais de minha memória.
Num foguetório cerrado,
o céu junino reluz
qual um chuveiro dourado
pingando gotas de luz!
O Ano Novo se avizinha
e eu, de tristezas cansado,
compro uma nova folhinha
e rasgo o tempo passado.
O cheiro de flor que invade
a varanda, onde eu me abrigo,
engana a minha saudade
e eu penso que estás comigo.
O coração nunca esquece
as mágoas de uma traição...
Quem trai, no amor, não merece
a largueza do perdão!
17
O destino rege as vidas
num balé, cujo andamento
lembra o das folhas caídas
dançando ao sabor do vento…
O destino se disfarça...
Veste risos e tristezas
e apresenta, em cada farsa,
incalculáveis surpresas...
O flerte, as voltas na praça,
o tempo levou embora
e o amor foi perdendo a graça
sem o respeito de outrora...
O homem pobre, passo a passo,
ergue a cidade cinzenta
tirando da pedra e do aço
a quimera que o sustenta!
O que mais feriu minha alma,
relendo os bilhetes teus,
foi ver a grafia calma
com que me escreveste “Adeus”!
Ousei te amar sem medida,
sem cautela, sem pudor...
e hoje pago, arrependida,
por esse instante de amor...
18
Passei a viver tristonho
depois que encontrei, surpreso,
o limite do meu sonho
no muro do teu desprezo!
Partias... mas era tarde
para eu tentar te deter...
E nessa omissão covarde
te perdi... sem combater...
Partiste... e a tarde silente,
daquele dia tristonho,
vestiu de roxo o poente
no funeral do meu sonho...
Parto... não levo saudade...
as desavenças são tais,
que a minha e a tua verdade
já são mentiras iguais.
Pessoas que, na ilusão,
cantam virtudes sem tê-las,
são como as poças do chão
que pensam conter estrelas.
Poeta! Colhe o teu canto
peneirando sobre as lavras,
pois há pepitas de encanto
no garimpo das palavras!
19
Por florescer altaneira
na paisagem descampada,
aquela velha paineira
tornou-se um marco de estrada!
Primeiro amor... é a ternura
que a nossa memória enfeita.
É como a fruta madura
de uma primeira colheita...
Prostrado... na dor infinda
de um desprezo que o consome,
meu coração bate ainda,
porque murmura o teu nome...
Quanta família é desfeita
sem notar, que em meio aos brados,
há uma vítima que espreita
de olhinhos arregalados ...
Quando a ingênua ressonância
de um realejo me invade,
eu sinto emoções da infância
dançando em minha saudade!
Quanto sonho se vislumbra
numa esteira, à luz de vela,
quando um amor e a penumbra
se encontram numa favela!
20
Quebra o trenzinho... eu conserto
e sinto, ao vê-lo nos trilhos,
a minha infância mais perto
quando eu brinco com meus filhos.
Que eu te esqueça... não me peças...
Não me obrigues a fingir
e fazer falsas promessas
que jamais irei cumprir.
Quem faz poemas alcança
todo o brilho do Universo
pondo estrelas de esperança
nas rimas de cada verso!
Que o amor faz sofrer... sabia...
mas, mesmo assim, eu te amei
e, agora, a sabedoria
vive a dizer: - Não falei?...
Quis te falar... mas não pude...
E, então, te dei uma flor...
As flores têm a virtude
de saber falar de amor...
Sabiá, guarda teu canto!
Eu sei que o dia é bem vindo
mas não despertes o encanto
que em meu leito está dormindo!
21
Se alegres, vão repicando;
se tristes, plangem com calma...
E eu fico, às vezes, pensando
que os sinos também têm alma!
Se, à noite, a lua promete
sonhos de amor... tem cautela!
O luar que ela reflete
é luz do sol... nem é dela!
Sem aliança no dedo,
sem altar, sem certidão,
quanto amor vive em segredo
com laços no coração!
Sem muros, as casas pobres
trocam favores, carinhos...
enquanto que em ruas nobres
ninguém conhece os vizinhos.
Se um dia o céu censurar
o nosso amor, não aceito...
e a teu lado hei de encontrar
um outro céu...mais perfeito!
Sigo em frente em meus trabalhos,
porém não sigo sozinho.
Com Deus, que aponta os atalhos,
encurto muito caminho.
22
Sobre os espelhos fanados,
o tempo, em seu transcorrer,
passa escrevendo recados
que não gostamos de ler...
Sobre seda ou algodão,
na trama dos figurinos,
o Supremo Tecelão
faz desiguais os destinos.
Tão suave é o teu carinho
que eu penso, quando te enlaço,
que o meu corpo é um passarinho
que fez ninho em teu regaço...
Tem melodia tristonha
minha seresta, sei bem…
pois canto para quem sonha
nos braços de um outro alguém.
Tem pena de minha dor!
Por favor, usa a franqueza!
Pois as dúvidas, no amor,
maltratam mais que a certeza!
“Terra à vista”! e, em praias calmas,
foi ancorando Cabral.
E o destino bateu palmas
nos unindo a Portugal!
23
Teu amor... quase acabado...
Mas, tentando me iludir,
sigo sofrendo a teu lado
sem coragem de partir...
Teu desprezo me magoa.
Não me queres, não te forço.
Mas, o que mais me atordoa
é não sentires remorso...
Tímida, não disse nada,
mas o sorriso que deu
foi a mensagem cifrada
que o meu amor entendeu...
Trago um porongo em meu peito
onde a saudade, contida,
é um chimarrão que tem feito
o amargor de minha vida…
Tua carícia atrevida,
num suave dedilhado,
musicou a minha vida
com acordes de pecado.
Tu chegavas e eu ouvia
o trem, em tons comoventes,
tocar canções de alegria
no teclado dos dormentes…
24
Tu fizeste um leve aceno
e a esperança que me deste
teve o alento de um sereno
caindo num solo agreste!
Vai com seu dono mendigo,
dando-lhe o único alento...
E eu penso: - Este cão amigo
bem merece um monumento!
Vai, de saberes repleto,
um sábio pela metade.
Para ser sábio completo
faltou-lhe o grau de humildade...
Vão ficando tão distantes
os carinhos do passado,
que nem sei se o que era antes
foi vivido... ou foi sonhado...
Velho bilhete... lembrança
de um amor que não foi meu...
Um pedido de esperança
que a vida não respondeu…
Vêm mais tarde os desarranjos
e nos transformam de vez
mas, na infância somos anjos
do jeito que Deus nos fez!
25
Vem setembro... e algumas flores,
nos galhos desabrochando,
trazem notícias em cores
da primavera chegando...
Voltei, amor, já sem pranto,
sem as mágoas que levei...
A saudade pesou tanto
que antes da esquina... eu voltei.
Vou, na insônia de meus passos,
esquecer, na boemia,
que um felizardo, em teus braços,
dorme o sono que eu queria...
Vou te deixar... Partirei...
Sem saudade... Sem sofrer...
Por um motivo eu te amei;
por muitos, vou te esquecer…
Zéfiro da tarde mansa!
por favor, sopra esta vela
e leva ao mar da esperança
minha triste caravela!
Fontes:
BRUNA, Marina. Cantares: trovas. São Paulo: Ar-Wak, 2010.
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