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PLANEJAMENTO DE CAMPANHA O Desenvolvimento da Estratégia Publicitária Depto de Publicidade e Propaganda – IMS 1998

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PLANEJAMENTO DE CAMPANHA

O Desenvolvimento da Estratégia Publicitária

Depto de Publicidade e Propaganda – IMS 1998

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1 - Índice

1 - Índice ..........................................................................................................................2

2 - Introdução...................................................................................................................6

2.1 - Objetivo ..................................................................................................................6

2.2 - Alguns conceitos ....................................................................................................6

2.2.1 - Objetivos de Marketing ..................................................................................6

2.2.2 - Estratégia de marketing ..................................................................................7

2.2.3 - Estratégia de publicidade................................................................................7

2.2.4 - Disciplinas ......................................................................................................7

2.3 - Estruturando o Processo da Estratégia Publicitária ................................................8

2.3.1 - Grupo de Produto ...........................................................................................9

3 - Seção 2 – Benefícios/Escalada .................................................................................10

4 - Seção 3 – NECESSIDADES PSICOLÓGICAS ......................................................18

4.1 - Necessidades Básicas ...........................................................................................18

4.2 - Necessidades de interação com os outros.............................................................18

4.3 - Necessidades Relacionadas com o “Eu” ..............................................................19

4.4 - Necessidades Psicológicas....................................................................................20

5 - Seção 4: Análise/Seleção de Estratégias (ASE) .......................................................24

5.1 - Visão Geral ...........................................................................................................24

5.2 - Quem faz...............................................................................................................24

5.3 - Recursos para a elaboração da ASE .....................................................................24

5.4 - Componentes da ASE...........................................................................................26

5.4.1 - Definição do Mercado do Produto ...............................................................27

5.5 - Definição do Público Alvo (target) ......................................................................28

5.6 - Elementos Básicos da Mensagem ........................................................................29

5.7 - Análise Racional...................................................................................................30

5.8 - Seleção..................................................................................................................31

5.9 - Informações Necessárias ......................................................................................31

5.9.1 - Observações..................................................................................................31

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5.10 - Como apresentar ...............................................................................................32

6 - Anexo 4A..................................................................................................................34

7 - Anexo 4B – Componentes da Análise/Seleção de Estratégias .................................35

8 - Anexo 4C - O Racional na ASE O que é/ O que não é ...........................................36

8.1 - Características de Produto ....................................................................................36

8.2 - Atitudes e percepções do consumidor ..................................................................38

8.3 - Influências de fatores psicológicos e sociais........................................................38

8.4 - Condições “ambientais” e de mercado .................................................................39

8.5 - Argumentos/questões que não devem ser incluídos no “Racional” da ASE........40

9 - Síntese da Publicidade da Concorrência (SPC)........................................................44

9.1 - Quem faz...............................................................................................................45

9.2 - Recursos ...............................................................................................................45

9.3 - Procedimentos ......................................................................................................45

9.4 - Estrutura ...............................................................................................................45

9.4.1 - Identificação do Mercado do Produto ..........................................................46

9.4.2 - Público-Alvo.................................................................................................46

9.4.3 - Elementos Básicos da Mensagem ................................................................46

9.4.4 - Aspectos de Execução ..................................................................................46

9.4.5 - Aspectos de Mídia/investimento ..................................................................47

9.5 - Análise Comparativa ............................................................................................47

9.6 - Como apresentar ...................................................................................................48

10 - Perfil do Consumidor-Alvo ......................................................................................49

10.1 - Definição ..........................................................................................................49

10.2 - Formato.............................................................................................................49

10.3 - Quem faz...........................................................................................................50

10.4 - Recursos para a elaboração do PCA.................................................................50

10.5 - Estrutura ...........................................................................................................50

10.5.1 - Uso/experiência com a categoria..............................................................50

10.6 - Atitudes e Expectativas com referência à categoria .........................................51

10.7 - Uso/experiência com a Marca ..........................................................................52

10.8 - Atitudes e Expectativas com referência à marca..............................................52

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10.9 - Perfil psicográfico.............................................................................................53

10.10 - Dados demográficos .........................................................................................54

10.10.1 - Observação ...............................................................................................55

10.11 - Como apresentar ...............................................................................................55

11 - Anexo 6A..................................................................................................................56

11.1 - Perfil do Consumidor-Alvo ..............................................................................56

12 - Plano de Trabalho para criação ................................................................................57

12.1 - Quem faz...........................................................................................................57

12.2 - Recursos ...........................................................................................................57

12.3 - Estrutura ...........................................................................................................57

12.3.1 - Fato Principal............................................................................................58

12.3.2 - Problema na Mente do Consumidor .........................................................59

12.3.3 - Objetivo da publicidade............................................................................60

12.3.4 - Perfil do Consumidor-Alvo ......................................................................60

12.3.5 - Concorrência Principal .............................................................................61

12.3.6 - Benefício do Consumidor.........................................................................61

12.3.7 - Justificativa...............................................................................................61

12.3.8 - Obrigatoriedades e Limitações .................................................................61

12.4 - Procedimento....................................................................................................62

12.5 - Como apresentar ...............................................................................................62

13 - Anexo 7A – Formulário PTC ...................................................................................64

13.1 - Plano de Trabalho para Criação........................................................................64

14 - Anexo 7B – Relação entre itens da ASE e PTC.......................................................65

15 - Anexo 7C – Objetivo da Publicidade .......................................................................66

16 - Definição de Personalidade de Marca ......................................................................67

16.1 - Considerações Gerais .......................................................................................67

16.2 - Quem faz...........................................................................................................68

16.3 - Formato.............................................................................................................68

16.4 - Recursos para a elaboração...............................................................................68

16.5 - Elaboração ........................................................................................................70

16.6 - Modificando a Personalidade de Marca ...........................................................70

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16.7 - Como apresentar ...............................................................................................71

17 - Anexo 8A – Formulário de DPM .............................................................................72

17.1 - Definição de Personalidade de Marca ..............................................................72

18 - Anexo 8B – Lista de Atributos de personalidade.....................................................73

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2 - Introdução

2.1 - Objetivo Este manual foi elaborado para que os alunos compreendam melhor o que é estratégia

publicitária dentro de uma visão mais abrangente que é um Planejamento Estratégico de

Marketing, matéria esta dependente da cadeira de Mercadologia I e II desta faculdade.

2.2 - Alguns conceitos

2.2.1 - Objetivos de Marketing O processo de elaboração da estratégia publicitária funciona dentro do quadro mais amplo

dos objetivos e estratégia de marketing do cliente.

Os objetivos de marketing determinam a ampliação dos recursos de uma empresa e,

subseqüentemente, o sentido a tomar na elaboração das estratégias de marketing e

publicidade. Tais decisões básicas são tomadas ou aprovadas pela alta gerência das

empresas.

Entre os objetivos de marketing mais comuns, encontramos os descritos abaixo:

• Aumentar o volume de vendas.

• Maximizar a disponibilidade de caixa.

• Melhorar a lucratividade.

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2.2.2 - Estratégia de marketing A estratégia de marketing se estabelece pela escolha do objetivo de marketing (veja no

Exemplo 1 um quadro com algumas estratégias). É a estratégia de marketing que determina

a ação mercadológica que devemos tomar para posicionar ou apoiar:

1. nosso produto ou serviço...

2. que desperta interesse num certo grupo consumidor...

3. de tal forma a torná-lo competitivamente diferenciado.

2.2.3 - Estratégia de publicidade A estratégia de publicidade tem três finalidades:

1. Determinar o mercado específico no qual o produto concorrerá.

2. Descobrir e quantificar o público-alvo que poderá consumir o referido produto.

3. Escolher a mensagem mais eficaz que se deseja transmitir a esse público.

Você deve ter notada as similaridades entre as finalidades da estratégia publicitária e a

definição dada anteriormente do que vem a ser estratégia de marketing.

2.2.4 - Disciplinas Nas próximas partes deste manual abordaremos cada uma das disciplinas envolvidas neste

método de criação de estratégias publicitárias. Elas estão relacionadas a seguir, pela ordem

em que trataremos cada uma delas:

• ANÁLISE / SELEÇÃO DE ESTRATÉGIAS

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• SÍNTESE DA PUBLICIDADE DA CONCORRÊNCIA

• PERFIL DO CONSUMIDOR-ALVO

• PLANO DE TRABALHO PARA CRIAÇÃO

• DEFINIÇÃO DA PERSONALIDADE DE MARCA

• PLANO DE TRABALHO PARA MÍDIA

Antes de “entrarmos” nas disciplinas referidas, nós abordaremos dois tópicos muito

importantes no desenvolvimento das disciplinas: a técnica ESCALADA (Seção 2) e

BENEFÍCIOS/NECESSIDADES PSICOLÓGICAS (Seção 3).

2.3 - Estruturando o Processo da Estratégia Publicitária

O problema com que nos deparamos neste manual faz lembrar a situação descrita na fábula

dos três cegos e o elefante. Para o cego que tinha or abo do elefante nas mãos, o animal

parecia ser uma cobra; o cego que tocou o costado do elefante achou que e tratava de uma

parede; e o outro, que segurou a perna do elefante, evidentemente pensou tratar-se de uma

árvore. É por meio das diferentes disciplinas que se compõe o processo da estratégia

publicitária. Para o homem de pesquisa, a estratégia publicitária se resume a dados

demográficos e psicográficos; para o planejamento de mídia, a estratégia publicitária pode

parecer nada mais que espaços de tempo e número de circulação de revistas e jornais;

enquanto que, para o homem de criação, a estratégia de propaganda às vezes poderá parecer

uma porção de obrigatoriedades e limitações.

Embora as diversas disciplinas que compõe o processo de estratégia publicitária sejam

abordadas uma a uma, é fundamental que você se esqueça de que se trata de um processo e

de que o todo é maior do que a soma das partes. Gostaríamos de recomendar-lhe que atente

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para a amplitude do processo de desenvolvimento da estratégia, do começo ao fim, a fim de

aumentar a sua compreensão da forma como as diversas disciplinas se relacionam entre si.

2.3.1 - Grupo de Produto O planejamento estratégico deve ser desenvolvido pelo pessoal de atendimento, pelo pessoa

da área de criação/redação e direção de arte, pelo pessoal de mídia, e o pessoal de pesquisa

de mídia.

O ideal seria que todos os integrantes do grupo participem de todo o processo de

planejamento.

O importante é envolver o maior número possível de pessoas e obter o consenso daqueles

que não puderam participar do processo.

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3 - Seção 2 – Benefícios/Escalada

Qual o objetivo da propaganda?

O objetivo da propaganda não é vender um produto, um serviço, mas satisfazer alguma

necessidade do consumidor, usando um produto específico como veículo. Os consumidores

não compram produtos, compram soluções para seus problemas.

Quanto maior a necessidade que o consumidor tem, menos necessária é a propaganda. Nós

não precisamos convencer as pessoas de que elas precisam de sexo, comida, moradia, pois

estas são as suas necessidades básicas. Nós temos que direcioná-las para alternativas

específicas, ou seja, o que elas vão comer, onde, quando, como, etc.

As pessoas compram produtos que lhes proporcionem benefícios ou satisfações.

Consumidores compram produtos que os façam saudáveis, mais queridos, mais atraentes,

mais bonitos, mais espertos, mais jovens, etc.

Quando anunciamos um livro, nós temos que levar o consumidor para mais longe do que o

ato de ler, temos que levá-lo para o mundo do conhecimento, do romance, da fantasia.

Quando anunciamos moda e cosméticos, temos que dar o certificado de que esses adornos

fazem a mulher mais amada, mais atraente e mais desejada. É por isso que nós devemos

sempre ir mais adiante da mera descrição física e achar como ela está ligada com a vontade

ou necessidade humanas.

Para elevarmos os atributos físicos do produto para benefícios finais do consumidor, nós

não precisamos nos submeter a uma experiência mística, uma concentração ou uma

meditação até que, por meio de uma revelação nos apareça o que seja o benefício final do

consumidor. Nós só precisamos saber que os atributos do produto (cheiro, forma,

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embalagem, etc.) e suas funções imediatas/básicas são os pontos de partida para o último

benefício que os consumidores procuram.

Como já foi dito anteriormente, não podemos “parar no meio do caminho”, isto é, nos

atributos físicos e funções básicas do produto. Nós temos que nos perguntar por que o

consumidor deseja determinada função num produto, e insistir em perguntar por quê.

O cliente nos fala que o produto é poderoso, ou verde, ou contém vitamina C, e nós

devemos perguntar por quê.

O cliente fala que o produto é natural ou fácil de usar e nós devemos perguntar por quê.

Ele nos fala que o produto faz com que se economize tempo ou dinheiro, que as mulheres

vão adorar, que os médicos aprovarão. E nós devemos perguntar por que, pois somente

quando tivermos perguntando “por que” o suficiente número de vezes, é que chegaremos ao

benefício final do consumidor.

Os pesquisadores institucionalizaram esta técnica do “por que” e deram-lhe o nome de

“ESCALADA”.

Os passos da técnica da “ESCALADA” podem ser elaborados a partir da experiência e do

julgamento do Grupo de trabalho e devem finalizar no momento em que haja um consenso

entre os profissionais em relação ao benefício final.

Para isso, faz-se necessário que os passos sejam elaborados cuidadosamente e que todo o

grupo esteja envolvido na tarefa para evitar tendenciosidades ou julgamentos

excessivamente pessoais.

Ao trabalharmos com uma classe de produtos, como bebidas, por exemplo, podemos

verificar, num primeiro nívei, características mais centradas nos aspectos físicos da bebida.

Características como: é carbonado, contém álcool, frutas, açúcar, etc. No nível seguinte,

podemos obter respostas ao nível funcional, como: é nutritivo, saudável, faz engordar.

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Num primeiro momento, como podemos observar, há uma ênfase às propriedades físicas e

concretas da bebida (atributos).

Se continuarmos a nos questionar, passaremos a responder as próximas questões de “por

que” em termos de algumas funções. Teremos passado, então, para um segundo nível de

respostas.

No terceiro e quarto níveis, distinções de produto e tipo ainda existem, contudo uma nova

categoria de respostas começa a surgir. Essa característica chama-se benefício final e está

ligada a necessidades psicológicas do consumidor, a seus valores e estilo de vida.

Nesses níveis, as respostas estão relacionadas a aspectos psicol[ogicos: sentir-se bem, na

moda, feliz, relaxado, diferente dos outros, contente, confiante, inteligentes ou a um modo

emocional de ser, e não a atributos físicos ou funções.

Aqui temos outro exemplo de “ESCALADA” que foi feito para entender o comportamento

do consumidor em relação aos inseticidas.

Partindo de um atributo do produto – o ingrediente ativo nononono – nós perguntamos por

que este é importante e chegamos à função do produto que é matar insetos.

MATAR INSETOS

INGREDIENTE NONONONO

Se nos perguntarmos por que isto é importante, vamos para “insetos são perigosos”

INSETOS SÃO PERIGOSOS

MATAR INSETOS

INGREDIENTE NONONONO

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Quando a área “insetos são perigosos” é ultrapassada, nós nos transferimos para “trazem

doenças”

TRAZEM DOENÇAS

INSETOS SÃO PERIGOSOS

MATAR INSETOS

INGREDIENTE NONONONO

De “trazem doenças” passamos para a “saúde”:

FAZEM MAL À SAÚDE

TRAZEM DOENÇAS

INSETOS SÃO PERIGOSOS

MATAR INSETOS

INGREDIENTE NONONONO

O próximo degrau que atingimos foi “proteção à família”:

PROTEGER A FAMÍLIA

FAZEM MAL À SAÚDE

TRAZEM DOENÇAS

INSETOS SÃO PERIGOSOS

MATAR INSETOS

INGREDIENTE NONONONO

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De “proteger a família” passamos para “responsabilidade de mãe”:

RESPONSABILIDADE DE MÃE

PROTEGER A FAMÍLIA

FAZEM MAL À SAÚDE

TRAZEM DOENÇAS

INSETOS SÃO PERIGOSOS

MATAR INSETOS

INGREDIENTE NONONONO

“Responsabilidade de mãe” implica em “amor à família”:

AMOR À FAMÍLIA

RESPONSABILIDADE DE MÃE

PROTEGER A FAMÍLIA

FAZEM MAL À SAÚDE

TRAZEM DOENÇAS

INSETOS SÃO PERIGOSOS

MATAR INSETOS

INGREDIENTE NONONONO

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De “amor á família” podemos inferir, por exemplo, a necessidade psicológica de

“solidariedade”:

SOLIDARIEDADE

AMOR À FAMÍLIA

RESPONSABILIDADE DE MÃE

PROTEGER A FAMÍLIA

FAZEM MAL À SAÚDE

TRAZEM DOENÇAS

INSETOS SÃO PERIGOSOS

MATAR INSETOS

INGREDIENTE NONONONO

E podemos também inferir a necessidade psicológica de “realização”:

REALIZAÇÃO SOLIDARIEDADE Benefícios finais

AMOR À FAMÍLIA

RESPONSABILIDADE DE MÃE

PROTEGER A FAMÍLIA

FAZEM MAL À SAÚDE

TRAZEM DOENÇAS

INSETOS SÃO PERIGOSOS

Cadeia de benefícios

MATAR INSETOS Função do produto ou benefício imediato

INGREDIENTE NONONONO Atributo do produto

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A “ESCALADA” não leva obrigatoriamente a uma só direção: várias derivações podem

surgir como vemos abaixo.

SOLIDARIEDADE EXIBIÇÃO

AMOR À FAMÍLIA

AMOR PRÓPRIO

RESPONSABILIDADE DE MÃE

ORDEIRA/LIMPA

PROTEGER A FAMÍLIA

SER BOA DONA-DE-CASA

FAZEM MAL À SAÚDE

REFLEXO DE SI MESMA

TRAZEM DOENÇAS

BOA IMPRESSÃO

INSETOS SÃO PERIGOSOS

RECEBER GENTE

A CASA TEM QUE SER LIMPA MATAR INSETOS

SÃO SUJOS

INGREDIENTE NONONONO

Qualquer produto que seja capaz de satisfazer uma vontade proporciona benefícios em

diferentes níveis de aproximação com o benefício final.

Muitos produtos liberam uma “cadeia de benefícios”, uma série de benefícios que se

estabelecem entre o “imediato” e o “final”.

Quanto mais perto nós pudermos focalizar o “final”, mais eficiente será nossa mensagem.

Nós não devemos parar no meio do caminho. Temos que procurar entender o envolvimento

emocional do consumidor, como cada produto, isto é, o benefício final.

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Observando o exemplo do inseticida, notamos que chegamos a um benefício final. Mas,

quando formos anunciar um inseticida, nós não precisamos, obrigatoriamente, prometer de

forma direta, o benefício final, isto é, que a dona-de-casa será uma mulher realizada se

comprar um determinado inseticida. O importante é tentar garantir que a consumidora

perceba qual é este benefício final, mesmo que inconscientemente.

Se dissermos à consumidora que o inseticida vai “matar insetos”, pode ser que

inconscientemente ela decodifique o processo e sinta que o produto vai ajudá-la a ter suas

necessidades psicológicas atendidas (realização/solidariedade), mas, se dissermos que o

produto vai ajudá-la a “proteger sua família”, teremos dado um passo adiante, facilitando a

compreensão do que desejamos.

A “ESCALADA” é uma técnica que nos leva a compreender como é a “cabeça” do

consumidor, e deve ser desenvolvida pelas pessoas do grupo. Se pudermos desenvolver a

“ESCALADA” com o próprio consumidor, os resultados serão mais reais e surpreendentes.

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4 - Seção 3 – NECESSIDADES PSICOLÓGICAS

O homem tem necessidades e desejos infinitos e, como não pode satisfazer a todos eles, é

obrigado a escolher/priorizar aqueles que são mais importantes naquele momento.

Para entendermos melhor esse processo no ser humano seria adequado observarmos a teoria

motivacional de Maslow.

4.1 - Necessidades Básicas a) Necessidades Fisiológicas: são as necessidades básicas de sobrevivência como

comer, beber, dormir. Somente com estas necessidades satisfeitas nos é possível

perceber outros estímulos, preocuparmo-nos com assuntos “secundários”.

b) Necessidades de Segurança: Temos a segurança física, que, caso não esteja

satisfeita não permitirá que o indivíduo pense em outra coisa. Quem não tem onde

morar e com o que se agasalhar, terá todo o seu comportamento e pensamento

voltados para estas necessidades e para os meios de satisfazê-la: ele irá se preocupar

muito pouco com o status do bairro onde mora ou com o corte de um vestido.

Temos neste nível, também, a necessidade de segurança psíquica, que faz temer o

desconhecido, o novo, a mudança, a instabilidade que faz com que o indivíuo

procure se proteger de todas as maneiras possíveis.

4.2 - Necessidades de interação com os outros a) Necessidade de Afeto: é a necessidade dos sentimentos afetivos e emocionais, de

amor e de pertinência às pessoas com as quais nos relacionamos. Este nível de

necessidade inclui também a necessidade de afeição erótica e sensual.

É verdade que o sexo se coloca dentro das necessidades fisiológicas, entretanto, na

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nossa civilização, ele aparece condicionado a uma relação afetiva de maior ou

menor duração. Satisfeitas as necessidades fisiológicas, tendo o afeto dos seus

familiares, parentes e amigos, sendo querido da “turma”, no trabalho, etc., o

indivíduo passará a ter outras necessidades.

b) Necessidades de Status e Estima: Se o indivíduo alimentado e seguro, se sente

querido, agora desejará também ser o mais querido. Aparecem aqui os desejos de

prestígio, de status, de reputação, de estima dos outros e de auto-estima o indivíduo

sentirá a necessidade de mostrar e obter a comprovação de sua força, inteligência,

adequação, independência, liderança. Enfim, das qualidades que lhe darão a estima

dos outros e a auto-confiança. (Confiante em si, procurará realizar o último dos

desejos).

4.3 - Necessidades Relacionadas com o “Eu” a) Necessidade de Realização: A necessidade de realização é o desejo de desenvolver

as potencialidades que o indivíduo sente quando já está com todos os outros níveis

satisfeitos e quando procura conhecer e compreender, estudar, sistematizar,

organizar, filosofar. É a procura do auto-conhecimento, do auto-desenvolvimento,

agora não mais ligada às necessidades de sobrevivência ou de afeto e prestígio, mas

sim, ao crescimento do indivíduo como tal. É o nível difícil de ser alcançado e

satisfeito.

Nesta ordem, os desejos mais altos da escala somente serão realizados quando os que estão

mais abaixo se encontrarem mais ou menos satisfeitos. Por outro lado, existem

necessidades que nunca estarão satisfeitas. O indivíduo poderá saciar sua fome, mas logo

estará faminto de novo. E em níveis mais altos existe a necessidade, como a de afeto,

praticamente insaciável.

Evidentemente, esses níveis não independem um do outro, e a satisfação de um nível não

elimina a necessidade de satisfação do outro.

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Em determinado nível, satisfazer certas necessidades pode ser muito importante, mas

simultaneamente poderá haver outros desejos influindo, o que explica que tanto a

motivação como a personalidade são compostas de vários elementos e nunca de um só

fator.

As necessidades psicológicas são necessidades que todas as pessoas podem ter em um

momento ou outro, dependendo de normas, valores, costumes, atitudes, hábitos sociais, etc.

Agora vamos ver uma lista de necessidades psicológicas desenvolvidas por psicólogos. É

importante levar em conta que nem todas as necessidades estão incluídas nesta lista e que

algumas são mais fortes do que outras, dependendo do contexto em que o indivíduo se

encontra. É importante também lembrar que as necessidades variam em termos de

convivência cultural e que os indivíduos também variam em estrutura de necessidades.

4.4 - Necessidades Psicológicas AFEIÇÃO Ser rodeado, protegido, amado e cuidado pelos outros. Estabelecer

uma relação de carinho e ajuda com as pessoas, permitindo uma

troca afetiva e fortalecendo os laços de amizade. Necessidade de ser

reconhecido e apreciado pelo outro e ao mesmo tempo demonstrar

ao outro que o reconhece como alguém querido.

AGRESSÃO Ficar bravo, ofender e culpar os outros quando suas coisas saem

erradas, criticar as pessoas publicamente. Atacar, injuriar, punir os

outros.

ALEGRIA/HUMOR Encarar os acontecimentos da vida de maneira mais descontraída,

bem humorada. Relaxar as tensões, sentir-se apto para usufruir

todos os bons momentos da vida, afastando as preocupações.

ANÁLISE Observar e estudar os vários ângulos de uma determinada situação

para então compreendê-la de maneira global. Procurar razões e

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motivos que clarifiquem uma determinada situação. Dissecar o

comportamento de alguém, ou o seu próprio, na tentativa de

compreender as atitudes e reações humanas frente a situações

vivenciadas.

AMOR PRÓPRIO Respeitar-se, sentir orgulho de si mesmo, considerar-se bom,

competente, agradável. Ser auto-confiante.

ASSOCIAÇÃO/ACEITAÇÃO Ser parte de um grupo, contar com o apoio dos que

estão à sua volta. Sentir-se aceito socialmente pelo grupo de

referência, não ser rejeitado. Ter segurança e força pelo fato de estar

unido a outras pessoas.

COMPETIÇÃO/PODER Ter necessidade de competir, ser melhor que os outros, não se

satisfazer com o que tem, procurar ter sempre mais, lutar pelo

poder. Estar sempre competindo, seja no trabalho, em casa, no

lazer.

DESABAFO Necessidade de descarregar tensões, aflições, medos, angústias,

desejos, frustrações, incertezas. Dividir com outras pessoas seus

sentimentos. Seja dialogando ou falando a um grupo. Sentir-se

aliviado depois de expandir suas emoções verbalizando-as

expressando-as por gestos, sons e atitudes.

EXIBIÇÃO/DIFERENCIAÇÃO Ser destacado do resto das pessoas, ser único, ter ou

ser algo que os outros não tenham ou não sejam. Ser alguém

especial que se sobressaia, que seja admirado e invejado. Excitar,

surpreender, fascinar, entreter, chocar, intrigar, divertir e atrair os

outros.

INDEPENDÊNCIA Ser responsável por seus atos, tomar decisões baseando-se em

princípios próprios e particulares. Estar aberto para ponderar as

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opiniões dos outros, sem se deixar levar inteiramente por elas.

Refletir sobre o significado de cada situação, questionar-se

constantemente e optar por aquilo que proporcione realização.

LIDERANÇA Influenciar ou dirigir o comportamento dos outros através de

sugestão, sedução, persuasão ou comando. Tomar decisões pelo

grupo, estabelecer argumentos, dominar, supervisionar.

MUDANÇA Resistir à rotina, fazer coisas novas e viver em lugares diferentes,

participar de manias e modas novas, experiências variadas.

PERSEVERANÇA Ter um objetivo e persegui-lo, sem necessariamente ser inflexível.

Acabar o que foi começado, trabalhar seriamente, ser persistente

frente a um trabalho difícil.

REALIZAÇÃO Conseguir atingir os objetivos almejados, sentir-se capaz de

desempenhar tarefas e papéis de maneira que satisfaça a si mesmo.

Superar os obstáculos, sair-se bem, sentir suas potencialidades

desenvolvidas profissionalmente e afetivamente.

SEGURANÇA Ser autoconfiante, acreditar em suas decisões. Ter apoio e a

aceitação do grupo social, ser reconhecido como alguém

competente e maduro em suas decisões. Ser respeitado por ter

certeza daquilo que quer, optando pelo melhor e seguindo suas

escolhas com segurança. Agir de maneira positiva, com firmeza em

seus propósitos.

SEXUALIDADE/SEDUÇÃO Ter atividades sexuais, fazer amor, sentir-se/ser

considerado atraente fisicamente, sentir-se atraído, conquistar, ser

seduzido.

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SOLIDARIEDADE Apoiar as idéias ou atos de alguém. Dar e receber ajuda,

compreensão. Estar presente em situações em que seja solicitado

pelo outro. Sentir apoio mora, independente da presença física da

pessoa. Dar apoio a uma causa que entenda justa.

STATUS Ser visto com respeito e admiração, ser notável, ter imagem social

positiva pelo trabalho que realiza, pelas idéias que defende, pelo

patrimônio que possui. Pode significar também a necessidade de

buscar constante aceitação social através de símbolos que o

diferenciam das outras pessoas.

Além dessas necessidades acima, existem outras: correr risco, deferência, fantasias,

mistérios, ordem, fé/crença/religiosidade, individualidade, etc. E, se pararmos para pensar

no assunto, com certeza identificaremos outras necessidades psicológicas.

Além do nosso julgamento baseado na nossa vivência, alguns estudos nos auxiliaram a

entender/identificar as necessidades psicológicas, como estudos de tipologia por valores e

estilos de vida e correntes de mudança: o RISC e o VALS.

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5 - Seção 4: Análise/Seleção de Estratégias (ASE)

5.1 - Visão Geral O tópico do método de estratégia publicitária é a ANÁLISE/SELEÇÃO DE

ESTRATÉGIAS (ASE). É nessa disciplina que o trabalho do grupo vai determinar a

direção da publicidade da marca em questão.

A ASE propicia um quadro harmônico e coerente para o pensamento estratégico. O aspecto

físico da ASE (veja anexo 4ª) é o resultado de muitos anos de experiência no

desenvolvimento da estratégia. A ASE destina-se a permitir que o grupo descubra e

exponha todas as principais alternativas estratégicas, analisando-as, uma ao lado da outra,

numa forma organizada e fácil de entender. E, por fim, permite que se chegue àquela

alternativa que provou ser a mais eficaz nas condições competitivas do mercado.

5.2 - Quem faz Todo o Grupo deve participar da elaboração da ASE. Trabalhando em conjunto, os

integrantes do Grupo têm condições de debater idéias como uma equipe, chegando assim a

uma estratégia exeqüível, destinada a atender plenamente às necessidades do cliente, da

marca e do mercado.

5.3 - Recursos para a elaboração da ASE Existem três recursos básicos que o Grupo pode utilizar para elaborar a ASE. São eles:

• SPC – SÍNTESE DA PUBLICIDADE DA CONCORRÊNCIA (veja seção 5),

todas as informações disponíveis de pesquisa, dados demográficos e psicográficos

do público consumidor, testes de laboratório do produto, os objetivos e estratégias

de marketing definidos pelo cliente, etc. Veja como essas peças funcionam:

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As informações contidas na ASE provêm em parte da SÍNTESE DA

PUBLICIDADE DA CONCORRÊNCIA (SPC) conforme você verá adiante, a SPC

analisa as estratégias e atividades dos principais concorrentes.

Comparando os formulários de ambas as disciplinas (vide os Anexos 4A e 5A),

você verá que os formatos são quase idênticos. Ambos apresentam os mesmos três

componentes principais: Definição do Mercado do Produto, Seleção do Público-

Alvo e Elementos Básicos da Mensagem.

As informações geradas pela SPC devem ser tratadas como um conjunto de dados, e

não como opiniões, conceitos ou julgamento do trabalho realizado pelos

concorrentes. Em suma, quer dizer: “Eis o ambiente da propaganda, o mundo real

em que vivemos e no qual devemos competir”.

• INFORMAÇÕES DE PESQUISA

Outra fonte importante para apoiar o desenvolvimento da ASE são as informações

proporcionadas pelo Departamento de Pesquisa. Informações demográficas (idade,

renda, nível educacional, sexo, localização geográfica); dados psicográficos

(atitudes, necessidades, valores e estilo de vida dos consumidores em potencial,

etc.) além de informações intrínsecas ao produto (qualidade, atributos e desempenho

do nosso produto ou serviço). Estes são aspectos vitais em todos os estágios de

processo de decisão.

• OS OBJETIVOS E ESTRATÉGIAS

A terceira fonte informativa que influi nas estratégias publicitárias que vamos

estudar aqui provêm dos objetivos e estratégias de marketing (Plano de Marketing

da Empresa).

Como dissemos na Seção 1, as estratégias de marketing são definidas pelo cliente.

Todavia nem sempre isto acontece e a agência muitas vezes auxilia o cliente neste

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processo, principalmente aqueles que têm uma estrutura de marketing menos

sofisticada.

A análise de diferentes estratégias de marketing pode nos auxiliar a definir novas

estratégias de comunicação na ASE.

Sempre que formos iniciar uma ASE, devemos buscar novos caminhos, ou pelo

menos questionar o que já está definido, e uma consulta ao exemplo 1A

(OBJETIVOS e ESTRATÉGIAS DE MARKETING) pode ajudar.

Vamos, então, ver de que forma os componentes da ASE funcionam junto a essas

fontes e recursos.

5.4 - Componentes da ASE A ANÁLISE/SELEÇÃO DE ESTRATÉGIAS (ASE) compõe-se de quatro partes, a saber:

• Definição do mercado do produto;

• Definição do público-alvo;

• Elementos básicos da mensagem e

• Racional.

Estas quatro partes juntas permitem que o Grupo tome as decisões necessárias para

desenvolver o rumo estratégico, que a propaganda tomará, bem como criam uma estrutura

de trabalho para que se elabore o PLANO DE TRABALHO PARA CRIAÇÃO e o PLANO

DE TRABALHO PARA MÍDIA, a fim de executar-se a estratégia publicitária escolhida.

Analisaremos cada um dos componentes da ASE mais detalhadamente, mostrando como

eles funcionam em conjunto:

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5.4.1 - Definição do Mercado do Produto Esta definição refere-se à categoria, ampla ou específica, de produtos com os quais nosso

produto estará concorrendo. Vale dizer, todos os produtos com os quais pretendemos

concorrer, contra os quais vamos vender, ou quais desejamos deslocar para criar o nosso

espaço dentro do mercado.

Ao escrever a Definição de Mercado do Produto, lembre-se sempre de que o consumidor

não compra produtos, e sim soluções para os seus problemas e necessidades.

Fazer a Definição do Mercado do Produto constitui a ação mais criativa dentro de toda a

ANÁLISE/SELEÇÃO DE ESTRATÉGIAS. O espírito de aventura, do arrojo e a

imaginação são muito importantes neste estágio. As bases de informações das quais você

pode dar o seu “salto criativo” são a SÍNTESE DA PUBLICIDADE DA

CONCORRÊNCIA, as informações do produot em si e uma análoise de diferentes

estratégias de marketing.

Pense, por exemplo, da Definição do Mercado do Produto para uma determinada marca de

charutos: devem estes charutos concorrer apenas com outras marcas de charutos (grandes e

pequenos), ou será que eles concorrem também, na mente do consumidor, com os cigarros?

Se o mercado do produto foi definido como “todos os charutos”, a publicidade deve seguir

um sentido. Se incluir cigarros, então a estratégia será diferente. E, se incluir também

cachimbos e outros produtos de fumo, terá ainda outro tratamento.

Um suco de frutas industriazado poderá ter, como Definição do Mercado do Produto,

“todos os sucos” ou “todos os refrigerantes” ou até “os chás, cafés e leite consumidos no

café da manhã” se desejarmos que o consumidor os substitua pelo nosso suco de frutas.

Pergunta-se também se a categoria do produto acha-se segmentada, isto é, existem

características físicas, funcionais ou mecânicas claramente diferenciáves dentro da

categoria de produto? Existem faixas de preferências claras e significativas entre os

consumidores? O exemplo clássico de segmentação de categoria de produto ocorre no

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mercado de cigarros, onde existem os tipos com filtro, sem filtro, diferenças de

comprimento, mentolado e sem mentol, variação no teor de nicotina e alcatrão, cigarros

especificamente a mulher, e assim por diante.

Depois, pergunte a si mesmo: “O mercado convencional pode ser expandido? Ou seja, será

que poderemos aumentar de forma significativa as vendas no mercado como um todo?”

Por exemplo, o Óleo Johnson durante muitos anos ficou restrito a uma categoria bastante

específica: um produto para cuidar da pele do bebê. Porém, à medida que foram surgindo

outros produtos com a mesma função e o consumo do óleo começou a cair, a decisão

criativa, baseada em pergunta de mercado, foi a de expandir essa Definição do Mercado do

Produto, incluindo a complexa e diversificada categoria de produtos para cuidar da pele e

dos cabelos dos adultos. O resultados após a aplicação de uma estratégia baseada na grande

versatilidade cosmética do Óleo Johnson´s foi espetacular aumento no volume de vendas do

produto. O uso infantil do produto representa, hoje, apenas 10% das vendas,

aproximadamente. Levantando estas questões, você imediatamente descobrirá que existe

uma variedade de estratégias alternativas. É exatamente por isso que se criou o formulário

ASE, para se ter a certeza de que se está analisando todas as principais oportunidades de

“trabalhar” o produto.

A essa altura, a Definição do Mercado do Produto já nos permite começar a estabelecer as

alternativas para a elaboração do quadro competitivo no qual desejamos inserir o nosso

produto. Temos, então, que seguir essas alternativas por meio dos outros itens da ASE.

5.5 - Definição do Público Alvo (target) Ao fazer a Seleção do Público-Alvo, deparamos uma vez mais com uma série de opções.

Neste item, especificamente, estamos definindo os grupos de possíveis compradores que

desejamos que a nossa propaganda atinja, influencie e convença. Faça uma avaliação do

potencial de compradores freqüentes (heavy-users), moderados e eventuais (light-users) do

tipo de produto em questão. Analise os grupos que já experimentaram, que rejeitaram, que

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usam no momento, e que nunca usaram a categoria de produto ou a nossa marca. Todos

esses indivíduos representam públicos-alvo potenciais de nosso produto.

A Antarctica, por exemplo, identificou alguns anos atrás um grande grupo potencial de

consumidores para o seu guaraná: os adultos que quando crianças, eram “heavy-users” do

produto e que rejeitavam o produto em função de preconceitos.

Os grupos de possíveis compradores também podem ser classificados segundo a atitude

para com o nosso produto, bem como para com todos os demais produtos da categoria. Tais

atitudes baseiam-se na percepção consciente e inconsciente que esses consumidores possam

ter acerca das qualidades, atributos e benefícios reais ou imaginários que o produto ou

categoria de produto possui.

Em público-alvo para Tang, por exemplo, poderia constituir-se de mães que não dispõem

de tempo para preparar um café da manhã completo para sua família, mas que se

preocupam muito em proporcionar uma alimentação adequada, se elas se conscientizarem

de que Tang atende às suas necessidades de convivência e valor nutritivo.

Inclua também na sua Seleção de Público-Alvo, alguns demográficos, como idade, renda,

etc.

5.6 - Elementos Básicos da Mensagem As alternativas desenvolvidas na Definição do Mercado do Produto e na Seleção do

Público-Alvo nos levam a uma outra de opções. Quais são os elementos que devemos usar

na mensagem publicitária para atender às necessidades do consumidor?

Dois fatores preponderantes comandam este item:

1. As qualidades intrínsecas do produto: Antes de mais nada, precisamos saber

como o nosso produto e os produtos concorrentes se comportam no lar, e quais são

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as atitudes objetivas e subjetivas do consumidor sobre os atributos e funções do

produto.

2. Os anseios e necessidades dos diferentes públicos-alvo: Quais são as qualidades

mais importantes que a maioria do público-alvo deseja encontrar nessa categoria de

produto? Qual o benefício mais relevante para o consumidor? Ao selecionar

alternativas de elementos de mensagem, desejamos anunciar algo que, de

preferência seja exclusivo do nosso produto e que não esteja inteiramente presente

em marcas ou produtos concorrentes. Isto é muito importante – queremos evitar a

escolha de uma mensagem para nosso produto que sirva ou passa a ser usada por

todos os produtos da categoria, indistintamente. Por exemplo, ao preparar a

estratégia dos anúncios de uma empresa aérea, não nos interessa perder tempo

promovendo a idéia de que viagens aéreas são mais rápidas do que o transporte

terrestre.

Normalmente, achamos melhor começar pela Definição do Mercado do Produto e

então partir dessa informação para completar os dois outros itens. Em alguns casos,

porém, pode ser mais conveniente começar pelo público-alvo ou pelos elementos de

mensagem. A ordem é inflexível: ela depende do produto a ser anunciado, das

informações obtidas e das perspectivas encontradas através da SÍNTESE DA

PUBLICIDADE DA CONCORRÊNCIA, além de todas as informações colhidas no

cliente e no departamento de pesquisa da agência.

5.7 - Análise Racional Cada alternativa estratégica clumina em uma exposição de motivos ou “Racional”, cuja

finalidade é argumentar/justificar de modo a favor daquela estratégia dizendo por que os

possíveis consumidores, ao serem submetidos à mensagem publicitária proposta, agirão da

maneira indicada na estratégia de marketing. Basicamente, o “Racional” nos pde para

reunir e ordenar as razões (fatos ou julgamentos) pelas quais o público-alvo deverá reagir

da forma proposta em cada uma das estratégias apresentadas. O “Racional” deve dizer

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porque o posicionamento proposto na estratégia é relevante para o consumidor e

proporcionar informações, evidências ou argumentos que falem dos anseios ou

necessidades do consumidor (conhecidas ou atribuídas), na categoria de produto em

questão. Veja o anexo 4C que explica detalhadamente como deve e como não ser o

Racional.

5.8 - Seleção Tendo exposto as razões de cada estratégia, você sem dúvida sentira uma tendência a favor

desta ou daquela. Para fazer sua recomendação ao Cliente, antes de ceder a pressão da

subjetividade, você deve voltar atrás e aplicar o “Princípio da Melhor Oportunidade”. Toda

estratégia deve ser analisada segundo o tamanho e qualidade da oportunidade que ela

representa para influenciar o maior número de consumidores através da mensagem mais

atraente, mais convicente.

Pode ser que a atual estratégia publicitária continue sendo a mais adequada ou, então, que

chegou a hora de mudar. Qualquer que seja o caso, você deve fazer sua recomendação em

termos de superioridade sobre as demais alternativas.

5.9 - Informações Necessárias O processo ASE costuma ressaltar as falhas de informação para o estabelecimento da

estratégia. É muito importante, então, identificar e fazer uma relação de tais falhas, e

recomendar ao cliente que as informações complementares sobre consumidor/mercado

sejam conseguidas para preencher esses importantes “hiatos de conhecimento”.

5.9.1 - Observações Convém assinalar que o processo de elaboração da estratégia publicitária, mesmo depois de

se ter dado um grande passo com a estruturação da ASE, ainda está longe de terminar. As

decisões tomadas na ASE propiciam uma ampla orientação para o PLANO DE

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TRABALHO DE CRIAÇÃO e o PLANO DE TRABALHO PARA MÍDIA. Essa

orientação será ainda enormemente melhorada por um conhecimento maior proporcionado

pela SÍNTESE DA PUBLICIDADE DA CONCORRÊNCIA, pelo PERFIL DO

CONSUMIDOR-ALVO e pela DEFINIÇÃO DE PERSONALIDADE DE MARCA.

No anexo 4B encontra-se um quadro com questões que auxiliam na elaboração de cada um

dos itens da ASE.

5.10 - Como apresentar A ASE é uma das disciplinas mais interessantes do processo de planejamento estratégico;

por ser uma disciplina em que emerge muita criatividade, o seu processo de elaboração é

muito rico e envolvente. Ocorre que, ao sintetizarmos tudo o que temos na mente para

preencher o formulário, a riqueza e o envolvimento se perdem. Não existe nada mais

“chato” do que a leitura de uma ASE.

Como é através da ASE que se toma a importante decisão de qual “caminho” seguir, e é

quando se deve conseguir a concordância do cliente para com a nossa recomendação, é

fundamental transmitir ao cliente toda a riqueza do processo e isto depende do talento do

apresentador. Aí vão algumas “dicas” para fazer uma apresentação mais envolvente.

• Faça um preâmbulo antes de começar a apresentar as estratégias; conte de uma

maneira geral como foi o processo. O objetivo é “aquecer” o cliente e colocá-lo em

sintonia com o que você vai falar.

• Não leia jamais. Apresente.

• Mostre uma estratégia por vez ou revele uma a uma.

• Não distribua nada por escrito antes do final da apresentação. As pessoas devem

ouvi-lo e não ler papéis enquanto você apresenta.

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• Não repita itens idênticos. Comente que são iguais.

• Explique claramente por que a Definição do Mercado do Produto é mais abrangente

que a “convencional” (se for o caso).

• Comente mais como é consumidor relacionado como alvo.

• Explique a mensagem.

• “Desenvolva/ilustre” o Racional; forneça fundamentos, se houver.

• Ao fazer uma análise global de todas as estratégias, e recomendar uma delas,

reporte-se as estratégias dos concorrentes (SPC), aponte as diferenças e

semelhanças, quantifique (se possível) cada mercado e cada público-alvo. Fale do

potencial de cada mensagem e da consistência do Racional.

• Seja envolvente.

• Solte a sua criatividade, invente suas próprias técnicas de apresentação.

• Use artifícios para que o cliente visualize o que você quer dizer. Veja o exemplo do

Anexo 4D: ele foi usado como preâmbulo da apresentação para que o cliente

visualizasse os espaços vazios do mercado.

• Use canetas coloridas nas transparências, para dirigir a atenção da audiência para

aquilo que você quer.

• Considere outras formas de apresentação que não transparências.

• Ensaie.

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6 - Anexo 4A

ANÁLISE / SELEÇÃO DE ESTRATÉGIAS

Cliente: Produto ou Serviço:

Data:

Definição do Mercado

Definição do Público-Alvo (target)

Elementos Básicos da Mensagem

Análise Racional

Atendimento Pesquisa Criação Mídia

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7 - Anexo 4B – Componentes da Análise/Seleção de Estratégias

Definição do Mercado

• Com o que/quem vamos competir?

• Quem/o que vamos deslocar para “abrir” nosso espaço no mercado? O que vamos substituir?

• O mercado é segmentado? Em que segmentos vamos trabalhar?

• É possível expandir a classe de produto?

Definição do Público-Alvo (target)

• Quem desejamos atingir, principalmente?

• Como são essas pessoas? (hábitos / atitudes / anseios com relação ao produto / categoria; perfil psicográfico e dados demográficos)

Elementos Básicos da Mensagem

• Com que mensagem básica vamos persuadir essas pessoas?

• O que as pessoas vão “ganhar” usando nossa marca? Por quê?

• Que necessidades psicológicas vamos satisfazer?

Análise Racional • Vide anexo 4C

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8 - Anexo 4C - O Racional na ASE O que é/ O que não é

Como já dissemos, cada uma das estratégias da ASE termina com o Raiconal, cuja

finalidade é argumentar de maneira coerente em favor dessa estratégia. Essa justificativa

apresenta as razões (fatos e/ou julgamento) de porque o público-alvo deverá reagir ou

comportar-se da forma indicada na referida estratégia. Essa comprovação deve ser inserida

numa argumentação simples, clara e concisa, que mostre como os três componentes da

estratégia podem agir em conjunto, a fim de provocar o comportamento desejado no

consumidor e, assim, atingir os objetivos da estratégia de marketing.

A Análise Racional pode originar-se das características do produto, nas atitudes e

percepções do consumidor, em fatores psicológicos, sociais e de estilo de vida, ou em

“condições ambientais” do mercado. O “Racional” pode ser um único argumento ou uma

série de argumentos interligados.

8.1 - Características de Produto Normalmente isto inclui dados acerca do desempenho do produto ou serviço, tanto em

relação aos concorrentes como em relação ao “ideal” da categoria – isto é, as vantagens e

benefícios oferecidos pelo produto ou serviço em atender às expectativas e necessidades do

consumidor. Tais benefícios podem referi-se ao desempenho geral ou ao desempenho de

um ou mais atributos básicos ou características. É comum um aspecto do produto sozinho

não ser suficiente. Ele deve ligar-se a uma necessidade / expectativa / atitude explícita ou

implícita do consumidor.

É sempre útil indicar uma base de apoio: por exemplo, testes de laboratório, testes no

mercado, etc. Sempre que uma inovação tecnológica for a nosso favor, isto deve ser citado.

Por exemplo:

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• Kodak é insuperável na qualidade de fotografias em cores, um atributo que diversas

pesquisas demonstraram ser fundamental para a decisão de compra de um filme

para fotografia.

• Testes realizados em lares em 1982 e 1984 indicam que o sabor de queijo é a

principal razão da preferência da marca. A nossa marca vem sendo regularmente

considerada como a que tem mais sabor de queijoem “blind-tests” (testes sem a

identificação da marca).

• A maciez/textura sedosa são as principais razões de preferência nesta categoria de

produto. O Talco Johnson´s foi preferido em relação a isto em testes de uso no lar.

• Os consumidores estão começando a se preocupar com a pureza dos talcos. A J&J

usa um processo especial de purificação que nenhum outro fabricante de talco

possui.

• O sabor é a razão mais mencionada para a escolha de uma goma-de-mascar na

pesquisa de hábitos e atitudes.

• A qualidade de fabricação é um fator determinante na escolha de marca, e a nossa

marca estabeleceu um controle de qualidade inigualável.

As vezes, certos aspectos de embalagem do produto, o preço de venda e/ou funcionais do

produto também podem ser importantes no apoio de determinada alternativa estratégica.

Por exemplo:

• A tampa de nosso produto, exclusiva e patenteada, faz com que ela seja mais prática

e econômica que os concorrentes.

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8.2 - Atitudes e percepções do consumidor Esta parte abrange as atitudes ou percepções que prevalecem no consumidor em relação à

categora e/ou marca do produto, baseadas em pesquisa ou em julgamentos. Tais atitudes

podem referir-se à nossa marca isoladamente ou à nossa marca no contexto do quadro

mercadológico de concorrência. Por exemplo:

• Testes de uso realizados no lar regularmente demonstram que os consumidores de

requeijão cremoso acham o produto “nutritivo” e “melhor para a saúde”.

• A pesquisa qualitativa revela uma preocupação da consumidora quanto ao uso de

tampões, em virtude do noticiário a respeito da síndrome tóxica ocorrida nos EUA,

anos atrás.

• Embora a nossa marca continue superando as dos produtos concorrentes de uma

forma objetiva, a pesquisa de atitude continua a mostrar que opiniões negativas

sobre o sabor constituem a principal barreira à experimentação do produto.

• A pesquisa de opinião indica que os não-usuários acham que o nosso cliente fabrica

produtos similares para serem distribuídos com marcas próprias (dos

supermercados) por um preço menor.

• Dados colhidos em painéis de consumo indicam que ao serem sugeridas novas

idéias de uso do nosso produto, as “light-users” tornam-se mais empenhadas e

gratas pela extraordinária versatilidade do produto.

8.3 - Influências de fatores psicológicos e sociais

Em alguns casos, a importância atribuída à marca, à personalidade da marca, ou ao

posicionamento proposto em relação a certos padrões de estilo de vida e/ou tendências

sócio-psicológicas é que pode ser fundamental para se influenciar o comportamento do

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consumidor a nosso favor. Essas influências, devidamente fundamentadas por pesquisa ou

julgamentos, são argumentos válidos no Racional da ASE. Por exemplo:

• A ausência de conservantes no Pomodoro enquadra-se na mentalidade atual do

mercado jovem, que opta por alimentos mais saudáveis e naturais.

• Esta estratégia apela para uma conhecida necessidade psicológica das mães: obter

reconhecimento pelo trabalho que realizam pela família.

• Os consumidores têm demonstrado o desejo de optar por uma maior praticidade dos

detergentes, desde que não haja nenhuma perda na sua eficiência de limpeza.

• Ao apelar para a sexualidade, estamos reafirmando a opinião favorável que os

consumidores têm atualmente a respeito da nossa marca de jeans.

8.4 - Condições “ambientais” e de mercado Vez por outra, fatores externos, fora de nossa influência direta, podem agir em nosso favor,

em benefício de nossa marca. A estratégia de propaganda deve estar alerta para essas

condições externas, capitalizando-as sempre que possível.

Essas variáveis “incontroláveis” geralmente são de dos tipos: tendências econômicas re

regulamentos oficiais do governo. Elas podem ter uma influência muito grande na decisão

de compra. Conquanto essas variáveis “incontroláveis” realmente constituam a base para

um Racional válido, em alguns casos podem ser consideradas secundárias, em vez de

argumentos primordiais – veja os dois primeiros exemplos abaixo:

• Embora a crise econômica esteja levando usuários tradicionais de um produto de

alta qualidade a experimentarem marcas inferiores de preço menor ou similares

vendidos com marcas próprias de supermercados, os testes de uso no lar mostram a

superioridade de desempenho de nossa marca sobre esses concorrentes mais

baratos.

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• Esta estratégia está de acordo com a recomendação médica do governo acerca da

proteção da saúde pública.

• Esta mensagem ressalta a posição da ABO (Associação Brasileira de Odontologia)

em relação a doenças das gengivas.

Evidentemente, o inverso pode ser válido. Quando condições externas de ambiente ou

mercado são hostis ou negativas ao nosso produto, devemos procurar neutralizá-las ou

corrigi-las através de nossa estratégia publicitária. Por exemplo:

• A atuação da Fiat Automóveis patrocinando programas/eventos culturais ou a

restuaração do patrimônio histórico nacional, contribui para contra-atacar os

conceitos negativos com relação a indústria multinacional no Brasil.

• Pinho Sol é considerado muito caro, especialmente em épocas inflacionárias, devido

ao maior desembolso necessário no momento da compra. Na verdade, Pinho Sol,

por ser mais concentrado, rende mais e tem um custo final semelhante ao dos

concorrentes.

8.5 - Argumentos/questões que não devem ser incluídos no “Racional” da ASE

a) Dizer, com outras palavras, o conceito do produto ou elementos estratégicos.

Exemplos:

• Nossos produtos dietéticos permitem que o consumidor controle o peso sem

sacrificar o prazer de comer.

• Câmeras fotográficas instantâneas são uma sugestão muito apropriada para

presentes.

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• Esta estratégia integra as vantagens de sabor e valor nutritivo.

• A estratégia objetiva atinge heavy-users: famílias com crianças pequenas.

b) Apresentar verdades evidentes.

Exemplos:

• O controle do peso geralmente causa sofrimento e remorso.

• Um produto dietético tem menos caloria do que os similares comuns.

c) Oferecer vantagens adicionais de marketing/propaganda

Exemplos:

• Este novo posicionamento estratégico pode criar espaço na prateleira em um

segundo local do supermercado.

• A estratégia reafirma a imagem da nossa marca como líder em sua faixa de

mercado.

• Promove a venda de filme, bem como de câmeras fotográficas.

• Tem potencial para inúmeras formas de execução em campanhas

publicitárias.

d) Apresentar elementos de estratégia de marketing

Exemplos:

• Permite expandir a categoria do produto.

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• Utiliza um meio comprovado de lutar pela participação de mercado.

• Representa um grande oportunidade de se aumentar os negócios, pois

propicia um ponto de apoio para diferenciação em relação a concorrência.

• O objetivo é aumentar a penetração no lar através do apelo à criança.

e) Dar argumentos mais apropriados à SINTESE DA PUBLICIDADE DA

CONCORRÊNCIA.

Exemplos:

• Este é um posicionamento único, exclusivo no mercado de gomas-de-

mascar, que isola a nossa marca da atividade dos concorrentes.

• Pré-esvazia a posição de superioridade num novo segmento de mercado.

• Preenche um hiato na sua faixa de mercado. Nenhuma outra marca veicula

esta mensagem atualmente.

• Cria e garante uma plataforma para a nossa marca.

f) Apresentar argumentos mais apropriados à defesa/recomendação de uma

estratégia em relação a outra.

Geralmente, estas são conclusões sobre a dimensão e a qualidade da oportunidade

estratégica.

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9 - Síntese da Publicidade da Concorrência (SPC)

Uma etapa essencial no processo de desenvolvimento de uma estratégia publicitária

incisiva, diz respeito à análise das estratégias publicitárias empregadas pelas principais

marcas com as quais o nosso produto estará concorrendo. Isso se faz através da disciplina

chamada SÍNTESE DA PUBLICIDADE DA CONCORRÊNCIA (SPC). Veja o formulário

no anexo 5A.

A SPC deve ser desenvolvida antes da ASE – ANÁLISE/SELEÇÃO DE ESTRATÉGIAS.

Ela é apresentada neste manual após a ASE pois sua compreensão se torna mais fácil desta

maneira.

A SPC é um instrumento valioso de quatro maneiras: primeiro, em termos de

desenvolvimento estratégico. Antes de tomar a importantíssima decisão de como posicionar

o nosso produto no mercado, devemos nos inteirar o mais profundamente possível da

situação da concorrência que vamos enfrentar. Quais são as alternativas dentre as quais o

consumidor pode escolher e qual o potencial de vendas de cada uma delas?

Em segundo lugar, a SPC é valiosa no desenvolvimento da execução. Se soubermos o que

os nosso concorrentes estão dizendo e como o dizem, estaremos em melhores condições de

tomar decisões que permitam que o nosso produto se destaque dos demais e impressione

bem o consumidor.

Em terceiro lugar, a SPC tem grande impacto na relação com o cliente. Ao demonstrar todo

o alcance de nossa investigação no mercado do cliente, passamos a ter maior credibilidade

e uma relação de grande confiança com o cliente.

Em quarto lugar, a SPC proporciona um ótimo apoio para se vender nossas recomendações

de propaganda. Fazer uma análise profunda da situação da concorrência significa que a

nossa estratégia se emoldurou no contexto global do mercado.

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9.1 - Quem faz A responsabilidade pela SPC é de todo o Grupo: atendimento, mídia, pesquisa e criação

trabalham em conjunto para criar a estratégia publicitária para o produto. A redação final da

SPC, no entanto, cabe normalmente ao contato da conta.

9.2 - Recursos Os recursos o Grupo pode valer-se no desenvolvimento do SPC são a peça publicitária em

si e a veiculação feita pelos concorrentes, que nos é fornecida pela pesquisa de mídia, com

base no IBOPE, Áudio-TV, L.E., D.A., RISC, etc.

9.3 - Procedimentos O processo de elaboração da SPC é, na realidade, o inverso da ASE. Na ASE, nós elegemos

cada item das estratégias e, na SPC, nós decodificamos as estratégias dos concorrentes.

Quando o Grupo faz uma recomendação de estratégia a partir da ASE, esta é então

comparada à SPC para se medir sua força às estratégias dos concorrentes.

A SPC é um insumo muito importante no estabelecimento da estratégia publicitária. É, na

verdade, uma ferramenta que deve ser usada continuamente durante o processo de

elaboração da estratégia.

9.4 - Estrutura A SPC se compõe de cinco elementos básicos, dos quais os três primeiros já são

conhecidos, através da descrição da ASE, na Seção 4.

Eis aqui a descrição desses componentes:

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9.4.1 - Identificação do Mercado do Produto É a etapa em que identificamos os diversos mercados e/ou produtos com que cada

anunciante compete ou está tentando deslocar, como na ASE. Ao estudar a redação dos

anúncios e a veiculação dos concorrentes, algumas das estratégias seguidas por eles se

tornarão evidentes de imediato, enquanto que outras exigirão uma análise mais profunda e

um critérios julgamento.

9.4.2 - Público-Alvo Neste componente, estabelecemos qual, ou quais, os grupos de consumidores que cada

concorrente está mais interessado em atingir, também aqui, da mesma forma que na ASE.

A redação e a forma de execução usada (inclusive tipos de modelos e cenários) propiciam

muitas das informações necessárias para esse fim. O tipo de programação de mídia também

pode ajudar.

9.4.3 - Elementos Básicos da Mensagem É a fase em que procuramos especificar os benefícios e argumentos que cada concorrente

utiliza para convencer o público-alvo. Muitas vezes é útil convencer o público-alvo. Muitas

vezes é útil concentrar-se nos benefícios finais prometidos, mais do que nos atributos do

produto ou serviço. Isto é, é mais importante ressaltar que o consumidor pode ter confiança

na qualidade dos sanduíches do McDonald´s do que salientar os ingredientes usados e/ou

método de preparação.

9.4.4 - Aspectos de Execução A seguir, analisamos a forma da propaganda de cada concorrente. Exemplos de como suas

execuções podem ser descritas são: “flagrantes da vida real” (slice-of-life), “testemunho

Page 47: PLANEJAMENTO DE CAMPANHA DE... · 2011-02-09 · PLANEJAMENTO DE CAMPANHA O Desenvolvimento da Estratégia Publicitária Depto de Publicidade e Propaganda ... 9.4.3 - Elementos Básicos

espontâneo”, “endosso de celebridade”, “demonstração comparativa”, “só texto”,

“animação”, etc.

Se possível, assinale o uso de recursos de comunicação como a mnemônica (técnica de

memorização). Sempre que houver, inclua informações sobre a longevidade e duração das

campanhas concorrentes. Todos estes detalhes têm especial significado para o bom

estrategista.

9.4.5 - Aspectos de Mídia/investimento Nesta área deve-se incluir breves resumos dos investimentos em mídia dos concorrentes,

aspectos como regionalização, veículos usados, perídos, “share of voice”, etc.

Com esses componentes da SPC em mãos, o Grupo de Produto estará em condições de

começar o trabalho na ASE. Uma vez completada a ASE e feita a recomendação da

alternativa estratégica escolhida, o Grupo deve voltar à SPC para avaliar suas conclusões de

ordem estratégica numa confrontação direta com a concorrência.

9.5 - Análise Comparativa Geralmente, na primeira coluna do formulário SPC coloca-se a estratégia escolhida para o

nosso produto, componente por componente. Aí, então, verifique se a sua estratégia é

semelhante às estratégias de seus principais concorrentes, ou se ela está “longe”, isto é, se

difere muito das outras estratégias. Se for semelhantes, será que precisa de alguma

diferenciação, através de mudança no conteúdo ou na direção? Se for diferente, será que

deve se aproximar mias das outras ou será que essa diferença representa clara vantagem?

A análise sob aspecto da execução é também muito importante. Se, por exemplo, diversas

marcas dentro da categoria do produto empregam estilos de execução semelhantes (por ex.

slice-of-life), então essa condição deve ser observada para alertar o pessoal de criação para

a existência de um possível problema de “igualdade de execução”.

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9.6 - Como apresentar A apresentação da SPC tende a ser extremamente “chata”, pois nela está escrito algo que

toda a sua audiência já conhece sobre comerciais também conhecidos.

O importante é transmitir ao cliente aquilo que ele não conhece, que é a sua análise sobre o

“panorama” competitivo. Aí vão algumas dicas:

• Abra com preâmbulo sobre a importância da disciplina.

• Ouvir a leitura de algo que você já conhece de cor é muito “chato”. Poupe a sua

audiência desta experiência.

• Comente “de passagem” aquilo que todos sabem.

• Aponte as diferenças e as semelhanças entre as estratégias dos concorrentes

(incluindo a sua); observe os pontos fortes e fracos, as inconsistências, incoerências.

• Não relate os Aspectos de Execução, pois você irá mostrar os comerciais “ao vivo”.

Analise-os.

• Apresente os comerciais e anúncios em VT, filme ou slides. Os “photoboards” e

provas de fotolito são decepcionantes.

• Com relação aos Aspectos de Mídia/Investimento, comente apenas o que for

importante e relevante enquanto posicionamento estratégico. Números, enquanto

números, não são tão importantes nesta altura do planejamento.

• Não destrua nada por escrito antes do final.

• Invente suas próprias técnicas.

• Considere as “dicas” dadas no ASE.

• Ensaie.

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10 - Perfil do Consumidor-Alvo

10.1 - Definição O PERFIL DO CONSUMIDOR-ALVO (PCA) representa uma análise suscinta de todos os

principais elementos relativos a um grupo específico de consumidores escolhido através da

Seleção de Público-Alvo, dentro da ASE. A finalidade do PERFIL DO CONSUMIDOR-

ALVO é definir, da maneira mais completa possível, o público consumidor que se deseja

atingir.

A atenção deve focalizar-se nos elementos que serão de maior ajuda na elaboração do

PLANO DE TRABALHO PARA CRIAÇÃO e PLANO DE TRABALHO PARA MÍDIA,

para proporcionar a maior orientação e estímulos possíveis. O desafio, na elaboração do

PERFIL DO CONSUMIDOR-ALVO, reside em saber decidir o que incluir e o que

ressaltar dentre todo o material (informações, dados estatísticos, etc.) de que se dispõe. A

experiência, o julgamento criativo e o bom senso têm grande importância no processo de

elaboração do PCA.

10.2 - Formato O PERFIL DO CONSUMIDOR-ALVO deve ser breve – de preferência apenas uma ou

duas páginas. Ele tem seis componentes, que serão descritos mais a função sob o título de

“ESTRUTURA”. No geral, deve-se observar o formato estabelecido, porém não há

nenhuma restrição em se ampliar ou alterar o padrão. Pode-se também usar um estilo

narrativo, desde que se incluam todos os elementos específicos no formato básico (veja o

formulário no anexo 6A).

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10.3 - Quem faz O PERFIL DO CONSUMIDOR-ALVO é elaborado pelo contato e pelo elemento da

pesquisa que trabalham na conta, devendo haver a contribuição de outros integrantes do

Grupo enquanto se estabelece a estratégia de publicidade.

10.4 - Recursos para a elaboração do PCA A seleção do Público-Alvo, dentro da estratégia preferida na ASE, determina exatamente

qual o grupo de consumidores deverá ser prospectado.

Na elaboração da disciplina PERFIL DO CONSUMIDOR-ALVO deve-se usar todas as

informações levantadas para a elaboração da ASE, com ênfase especial às necessidades

requeridas nos PLANO DE TRABALHO PARA CRIAÇÃO/MÍDIA. Isso significa que

informações de todas as fontes (ex. estudos de hábitos e atitudes, análises da segmentação,

dados demográficos e psicográficos, testes de produto, pré-testes de comerciais,

informações publicadas pela imprensa, etc.) devem ser revistas e consideradas.

10.5 - Estrutura

10.5.1 - Uso/experiência com a categoria Este item deve encerrar todas as informações possíveis sobre a incidência e freqüência de

uso da categoria de produto, bem como indicar a experiência e situação de utilização.

Eis aqui alguns exemplos:

• Donas de casa desconhecem os vários usos do catchup e só o utilizam como parte

de algumas receitas (como strogonoff, por exemplo).

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• As consumidoras há muito tempo adotaram o uso de margarina em função do preço

inferior ao da manteiga e da praticidade. O consumo básico é nó pão, e,

secundariamente, para fins culinários.

• Os agricultores, de modo geral, são heavy-users de defensivos agrícolas e não são

fiéis a marca nenhuma, pois estão sempre procurando uma que seja ideal.

Costumam ter uma marca predileta, mas estão abertos a novas experiências desde

que “elas” cheguem a eles com uma imagem segura e confiável. Mesmo assim,

voltam a marca habitual a qualquer sinal de problema com a nova marca. Estes

problemas são, em alguns casos, decorrentes de um uso incorreto, porque o

agricultor prefere ignorar parte das instruções e “fazer do seu jeito”.

10.6 - Atitudes e Expectativas com referência à categoria

Inclua os detalhes do envolvimento objetivo e subjetivo do consumidor, ou seja, as opiniões

positivas ou negativas, preconceitos, impressões, expectativas, necessidades referente às

qualidades e benefícios específicos da categoria de produto. Eis aqui alguns exemplos:

• As mulheres que tricotam valorizam a qualidade do fio. Esperam que o fio tenha um

bom toque e que a peça tricotada não deforme/desbote, para que seu trabalho seja

reconhecido. A cada início de estação aguardam as “novidades” do mercado de fios.

• Os homens de negócios que viajam freqüentemente de avião estão muito

interessados em observância de horário, variedade de rotas ou na opinião de outros

homens de negócios.

• O catchup não faz parte da cultura das mães, elas não sabem como ele é feito e por

isso criam uma série de preconceitos com relação a ele, colocando-os no mundo das

porcarias.

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10.7 - Uso/experiência com a Marca Este item abrange as ocasiões e freqüência de uso da marca, o nível de conhecimento,

tendências para fidelidade de marca e uso exclusivo. É neste item também que se incluem

informações sobre a experiência do consumidor teve com as marcas concorrentes. É aqui

que se evidencia as diferenças entre o uso e experiência com a marca e o uso e experiência

com a categoria. Ocorre também, algumas vezes, que o uso e experiência com a marca seja

igual ao da categoria. Eis aqui alguns exemplos:

• Os fumantes de classe C e D que fumam John Player Special somente em fins de

semana optam por marcas mais baratas nos outros dias da semana.

• O óleo Johnson´s como amanciante de pele também costuma ser aplicado no corpo

antes do banho, sendo que o resultado, é a limpeza e a maciez da pele. Também é

utilizado em áreas do corpo ressecadas pelos efeitos do frio. Além destes usos, as

mulheres utilizam-no para os mais variados fins: banho de óleo nos cabelos, como

bronzeadores, para retirar a maquilagem, após a depilação, etc.

• Consumidores de outros adoçantes artificiais acham que Doucette não deixa “after

taste”.

10.8 - Atitudes e Expectativas com referência à marca

Deve-se explorar as percepções do consumidor-alvo em relação a marca (positivas e

negativas). Isso deve compreender, inclusive, comentários sobre a relação que existe entre a

marca e o desempenho ideal da categoria, na opinião do consumidor. Eis alguns exemplos:

• Os fumantes de John Player Special que o fumam somente nos fins de semana

procuram através desta marca valorizar-se socialmente, já que fumam esta marca

quando expostos socialmente, o fato de fumarem uma marca bem mais cara que a

habitual nos fins de semana é também uma forma de auto-recompensa.

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• As consumidoras confiam no Extrato de Tomate Elefante por ser uma marca antiga

e tradicional. A dona-de-casa tem segurança de fazer com a ajuda de Elefante, um

molho sadio e saboroso, que valoriza a refeição, o que transparece na expressão

satisfeita e na saúde da família.

10.9 - Perfil psicográfico Este item deve incluir informações sobre o modo e estilo de vida do consumidor, suas

necessidades psicológicas, seus valores sócio-culturais, seus anseios e expectativas pessoas

e hábitos de consumo (enquanto “códigos” de estilo de vida).

Essas informações não precisam necessariamente, estar relacionadas ao seu envolvimento

com o produto, porque neste perfil, o importante é o conhecimento do individuo enquanto

pessoa.

É importante levarmos em consideração que no Brasil, na maioria das vezes, não podemos

contar com abundantes dados de pesquisa; logo, o nosso julgamento, experiência e senso

comuns são ferramentas de vital importância no processo. Já que temos que trabalhar,

muitas vezes, com base em julgamentos, é bom lembrarmos que estes devem ser os mais

abrangentes possíveis, falar principalmente de características comuns a diversos tipos de

pessoas. Por exemplo, se formos descrever mulheres de classe A/B de 20 anos são bem

diferentes das de 35 anos.

Devemos também evitar os julgamentos excessivamente pessoais buscando sempre o

consenso. As descrições muito particulares, restritas e precisas devem ser feitas só com

base em dados de pesquisa. Se estamos fazendo o perfil psicográfico com base em

julgamentos, devemos evitar palavras que conotem precisão, como “é”, “são”, “fazem”, etc,

substituindo-as por “tendem”, “parecem”, “aparentemente” e outras palavras que exprimam

que se trata de um julgamento.

Além da nossa experiência e senso comum, outros recursos que auxiliam na formação de

julgamentos são as consultas a livros, os artigos de revistas, informações de pesquisa de

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outros produtos que têm o mesmo público-alvo e mesmo conversas com os consumidores.

Eis aqui um bom exemplo de perfil psicográfico:

• Fiel ao marido, tradicional, gosta de ver as panelas limpas. Preocupada com os

filhos, considera insubstituível para preparar a refeição da família. Queixa-se

constantemente de usa condição de dona de casa, mas faz isso apenas para receber o

reconhecimento pelo seu trabalho. Ela faz parte de uma imensa maioria que, por não

ter um representante com voz, está sob intenso patrulhamento por parte da minoria

feminista. Ouve rádio pela manhã, enquanto arruma a casa e prepara o almoço. Dá

preferência a programas de variedades, fofocas de artistas e noticiário local. Seu

bairro é seu mundo.

Lê revistas Amiga, Capricho, Manchete, Fatos e Fotos, etc. apenas lê em cabelereira

e em salas de espera de dentistas.

À noitinha, vê novelas, mas pode ver também programas humorísticos com um tipo

de humor mais “pastelão” do que “inteligente” dependendo do canal que os filhos

ou marido sintonizam após a novela das oito. Mas nessa hora, deve estar lavando a

louça do jantar ou passando roupas. Recolhe-se para dormir ao redor das dez horas.

Aos domingos não liga o rádio. Vê televisão à tarde ou sai para visitar parentes.

Encerra o fim de semana com o Fantástico.

10.10 - Dados demográficos Estes são os tradicionais dados de classificação pro idade/sexo/escolaridade/localização

geográfica.

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10.10.1 - Observação Os elemtnso básicos do PERFIL DO CONSUMIDOR-ALVO são extraídos para inclusão

no PLANO DE TRABALHO PARA CRIAÇÃO/MÍDIA, mas o PCA deve sempre estar

anexado a este, como referência para o pessoal da agência, nas diversas etapas de execução.

Embora exista um formulário do PERFIL DO CONSUMIDOR-ALVO, ele não é um

formato rígido, pode variar de acordo com as necessidades de cada caso.

10.11 - Como apresentar O PCA é um assunto envolvente por si só. Vão aqui umas “dicas” para tornar a sua

apresentação ainda mais interessante:

• Não leia. O PCA deve ser contado, jamais lido.

• Um recurso de grande impacto para o cliente á visualização do consumidor portanto

quando possível, apresente slides, desenhos, caricaturas dos consumidores, suas

casas, seus filhos, etc.

• Se suas informações estiverem fundamentadas, não se esqueça de citar a fonte

(pesquisas, revistas, jornais, etc.).

• A grande maioria dos clientes não está acostumada a pensar em termos de perfil

psicográfico, e se sente insegura quando as informações estão baseadas somente em

julgamentos e não em pesquisas. Para evitar polêmicas que costumam surgir você

deve elaborar o perfil psicográfico da maneira indicada anteriormente no tópico

“Estrutura/Perfil Psicográfico”.

• Caso surja a polêmica, deixe claro que este perfil psicográfico foi eleito pelo Grupo

como alvo da mesma maneira que se elege o perfil demográfico.

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11 - Anexo 6A

11.1 - Perfil do Consumidor-Alvo Cliente:

Produto:

Data:

Uso/Experiência com a categoria:

Atitudes/Expectativas com referência à categoria:

Uso/Experiência com a marca:

Atitudes/Expectativas com referência à marca:

Perfil psicográfico:

Dados demográficos:

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12 - Plano de Trabalho para criação

O PLANO DE TRABALHO PARA CRIAÇÃO (PTC) é uma definição da direção básica

que a estratégia publicitária deverá tomar, isto é, o que queremos fazer, para “onde

queremos ir”, e não como pretendemos realizá-lo. A maneira de executar os anúncios está

estabelecida não dentro do PTC, mas a partir dele.

Ao elaborar o PTC, deve-se levar em conta o produto e a categoria do produto, porém a

atenção se concentra primordialmente no consumidor e no ponto de vista do consumidor.

12.1 - Quem faz O PTC deve ser elaborado pelo Atendimento (contato e supervisor) e Criação (dupla e

diretor de criação) com a ajuda de outros elementos do Grupo de Produto, quando

necessário.

12.2 - Recursos A ANÁLISE/SELEÇÃO DE ESTRATÉGIAS tem uma relação direta com o PTC (vide

anexo 7B) junto com o PERFIL DO CONSUMIDOR-ALVO e a DEFINIÇÃO DE

PERSONALIDADE DE MARCA, ajuda na sua elaboração. É através dessas disciplinas

que o PTC reúne dados sobre hábitos, atitudes, dados demográficos/psicográficos e outras

informações que são importantes ao produto em questão.

12.3 - Estrutura O PTC tem oito partes (vide anexo 7A). O propósito de cada uma delas é resumir as

informações fundamentais o mais concisamente possível. Você vai observar, ao examinar

cada componente, que eles são mencionados no singular, e não no plural, isto é, Fato

Principal e não Fatos Principais.

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Todo o empenho do PLANO DE TRABALHO PARA CRIAÇÃO é no sentido de

estabelecer a escolha mais direta e objetiva para cada um dos componentes.

12.3.1 - Fato Principal A elaboração do PLANO DE TRABALHO PARA CRIAÇÃO começa com a apresentação

do fato mais importante, o qual pode surgir do item Racional da ASE. Esse fato deve ser

relevante ao período e às circunstâncias em que a campanha publicitária será realizada.

Alguns dos fatores que podem determinar o Fato Principal são:

• Uma qualidade do produto;

• Um melhoramento no produto;

• Um hábito do consumidor;

• Um padrão de uso;

• Uma tendência na economia;

• A conjuntura do mercado.

Por exemplo, se o governo resolvesse fazer uma campanha para economizar combustível, o

Fato Principal, poderia ser: “Apesar de toda a publicidade sobre economia de combustível,

muitas pessoas ainda não fazem a manutenção adequada de seus automóveis”.

O Fato Principal pode também estar ligado as necessidades do consumidor (racionais ou

psicológicas). Por exemplo: “as donas-de-casa que têm pouco tempo para cozinhar e

utilizam muitos elementos industrializados idealizam servir refeições mais

naturais/nutritivas às suas famílias”.

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12.3.2 - Problema na Mente do Consumidor Este segundo componente está diretamente ligado ao Fato Principal. Pode ser encarado

como uma extrapolação ou desenvolvimento do Fato Principal em termos de problema do

consumidor. Trata-se de um problema na mente do consumidor que ele está tentando ou

poderá ter ao usar o produto; não é um problema que o cliente está tendo na

comercialização da marca.

O Problema na Mente do Consumidor deve ser um problema que a publicidade possa

resolver. Ele pode estar ligado a:

• Conhecimento da marca;

• Conhecimento do uso do produto;

• Percepções á respeito da marca;

• Resistências;

• Preconceitos;

• Falta de credibilidade;

• Associações e dissociações envolvendo o produto ou a marca.

Um bom exemplo relacionado ao Fato Principal acima sobre economia de combustível,

seria: “A perda (excesso de consumo) de combustível é invisível, por isso muitos

proprietários de automóveis não percebem quanto estão perdendo e, portanto, não acham

que precisam de manutenção mais frequente”.

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12.3.3 - Objetivo da publicidade Esta é uma definição do que a propaganda deverá fazer para resolver o problema constatado

acima, é o que nós gostaríamos que o consumidor fizesse como resultado do nosso estímulo

publicitário. Quanto mais específico, realista e mensurável for o objetivo, tanto melhor.

Afirmações genéricas no sentido de convencer o consumidor de que temos o melhor, o

maior, etc., não correspondem a definições precisas do Fato e do Problema expostos

anteriormente. Convencer o consumidor de alguma coisa é o que toda publicidade deve

fazer; é o óbvio, por isso resista a usar o verbo convencer e procure ser mais preciso.

O objetivo da Publicidade poderá pretender fazer com que o consumidor mude de marca,

use o produto de uma forma, use o produto com mais freqüência, pense na nossa marca

antes de escolher, e assim por diante. Um exemplo de Objetivo de Publicidade, continuando

como tema de economizar combustível, seria: “Dramatizar a importância da ´perda´ de

combustível, de modo que os consumidores compreendam quanto podem economizar e

resolvam fazer manutenções mais freqüentes (regulagem de motores, substituição de vela,s

filtros, etc.)”

Veja no anexo 7C, que traz uma lista de verbos que podem ajudar na determinação do

Objetivo da Publicidade.

12.3.4 - Perfil do Consumidor-Alvo É um resumo das principais informações do PERFIL DO CONSUMIDOR-ALVO. Essa

definição deve conter dados demográficos e informações psicográficas de maneira concisa,

já que o PCA estará sempre anexado ao PTC.

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12.3.5 - Concorrência Principal É um resumo da Definição da Categoria de Produto apresentada na ASE. Uma relação com

o nome das marcas concorrentes ou uma generalização do tipo “todas as outras marcas” não

é suficiente. Muitas vezes um hábito ou uma atitude do consumidor consiste na principal

concorrência, ficando outros produtos similares num plano secundário.

12.3.6 - Benefício do Consumidor Uma clara afirmação do que o nosso produto promete fazer para o consumidor-alvo, de

forma a resolver o seu problema isto é, o que o produto fará pelo consumidor e não o que o

produto é em si. Por exemplo, o beneficio oferecido por uma determinada motocicleta não

deve ser o fato de ter 1000CC, mas sim que esta moto afará com que o consumidor se sinta

diferenciado, potente e poderoso. Resista sempre a tentação de “parar” nas funções do

produto, vá sempre além, à procura do benefício final do consumidor.

Para se chegar ao benefício final, use a técnica da Escalada, que facilita em muito esta

tarefa (vide Seção 2).

12.3.7 - Justificativa Uma declaração simples e verídica que apóie a promessa do benefício ao consumidor. É

neste item que se fala do produto, suas funções e atributos.

12.3.8 - Obrigatoriedades e Limitações Este é o último componente (a ser incluído somente se houver uma restrição real ao

trabalho da criação) e apresenta em detalhes, as informações que deve ser incluídas em

função de:

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• Restrições legais de ordem médica;

• Limitação de mídia;

• policies do cliente, etc.

Também é convincente relacionar quaisquer restrições no tom e maneira (de dizer ou

apresentar algo), ou qualquer exigência de execução, tais como continuar a usar um slogan,

logotipo ou porta-voz.

12.4 - Procedimento O PLANO DE TRABALHO PARA CRIAÇÃO deve ser concluído sempre antes do

trabalho criativo ter início. A criação originada num PTC depende da singularidade da

escolha de cada componente. Portanto, todo o Grupo de Produto deve estar de pleno acordo

em relação as decisões que forem tomadas. Com a concordância geral do Grupo de

Produto, o PTC deve então ser aprovado pelo cliente, antes do trabalho criativo

propriamente dito ter início. O PTC deve acompanhar todo e qualquer trabalho apresentado

dentro da agência ou ao cliente.

12.5 - Como apresentar O PTC é uma disciplina interessante e, por isto, fácil de ser apresentada. Aí vão algumas

“dicas”:

• Não leia nas transparências, grife com canetas apropriadas as palavras/frases-chave.

• Explique melhor o conteúdo do Fato Principal, Problema na Mente do Consumidor

e Objetivo da Publicidade, caso o assunto já não tenha sido esgotado nas disciplinas

apresentadas anteriormente.

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• Não reapresente o Perfil do Consumidor-Alvo; você já o apresentou, em detalhe, no

PCA.

• Esclareça a sua tática mais abrangente de Concorrência Principal (outros segmentos,

hábitos, etc.).

• Deixe clara, no Benefício do Consumidor, a importância do conceito “o-que-o-

consumidor-ganha-com-isto”. Os clientes tendem a querer ver por escrito as funções

do seu produto.

• Explique (se necessário, e com o devido tato) que obrigatoriedades e limitações não

é uma seção para palpites; algumas vezes os clientes têm esta inclinação.

Desencorage-o.

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13 - Anexo 7A – Formulário PTC

13.1 - Plano de Trabalho para Criação Fato Principal:

Problema na Mente do Consumidor:

Objetivo da Publicidade:

Perfil do Consumidor:

Concorrência Principal:

Benefício do Consumidor:

Justificativa:

Obrigatoriedades e Limitações (se necessário):

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14 - Anexo 7B – Relação entre itens da ASE e PTC

ASE PTC

• Definição do mercado do produto

• Concorrência principal

• Seleção do Público Alvo • Perfil do Consumidor

• Elementos básicos da mensagem

• Benefício do Consumidor

• Justificativa

• Racional

• Fato Principal

• Problema na mente do consumidor

• Objetivo da Publicidade

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15 - Anexo 7C – Objetivo da Publicidade

Afirmar

Alertar

Alimentar

Aliviar

Alterar

Amenizar

Ampliar

Antecipar

Confirmar

Conscientizar

Convencer

Criar

Definir

Demonstrar

Desafiar

Enaltecer

Encorajar

Enfatizar

Esclarecer

Estabelecer

Estimular

Excitar

Explicitar

Facilitar

Formar

Gerar

Induzir

Informar

Introduzir

Justificar

Libertar

Limpar

Manter

Melhorar

Modificar

Mostrar

Motivar

Mudar

Neutralizar

Orientar

Persuadir

Posicionar

Pré-esvaziar

Propagar

Provar

Provocar

Realçar

Reassegurar

Reforçar

Relacionar

Renovar

Reverter

Sensibilizar

Simplificar

Tranquilizar

Transferir

Transformar

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16 - Definição de Personalidade de Marca

16.1 - Considerações Gerais Todos os produtos possuem algo de particular, além dos seus atributos e funções, que o

coloca à parte dos demais na mente do consumidor e que denominamos personalidade de

marca. A personalidade é o elo emocional que existe entre o produto e o consumidor – ou

seja, são as emoções e percepções que o consumidor tem ao relacionar-se com o nosso

produto.

A disciplina que trata deste assunto é a DEFINIÇÃO DA PERSONALIDADE DE

MARCA – DPM, e é de fundamental importância no processo de planejamento estratégico,

pois ela nos ajuda a diferenciar o nosso produto de seus concorrentes, principalmente em

categorias de produto onde os atributos e funções são semelhantes.

As marcas são como as pessoas – têm personalidades própria. Assim como as pessoas

decidem se relacionar ou não com outras pessoas, em função de como estas pessoas são,

pensam, se expressam, os consumidores decidem se relacionar ou não com as marcas, em

função dos mesmos fatores (a personalidade) – no caso, a sua embalagem (roupa), nome,

fabricante (sobrenome), preço, propaganda (conteúdo, tom e estilo), promoções, etc.

Como são estes os elementos que determinam a personalidade de uma marca, ela existe

independentemente do desejo/intenção da agência/cliente e, pode ser, assim como a

personalidade das pessoas, mais acentuada ou fraca, consistente ou esquizofrênica,

confiável ou não.

É fundamental que se faça a DEFINIÇÃO DA PERSONALIDADE DE MARCA para

garantir que a nossa marca tenha uma personalidade forte, marcante, diferenciada e não

seja, jamais, esquizofrênica; as pessoas não confiam em quem muda de

atitude/comportamento todos os dias, por isso, tudo o que uma marca “faz” ou “fala” deve

refletir o que foi determinado na DPM.

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16.2 - Quem faz A DPM deve ser feita pelo pessoal da Criação e Pesquisa com a ajuda do Atendimento.

16.3 - Formato Como acreditamos que as pessoas se relacionam com os produtos como se estes fossem

também pessoas, não descreveremos a personalidade da marca antropomorficamente (como

se a marca fosse uma pessoa).

As marcas são descritas como um velho amigo, um herói atlético, uma “gatinha” sedutora,

um “quarentão na idade do lobo”, um tio que anda de guarda-chuva e chapéu, uma amiga a

quem se faz confidências, etc.

A descrição será sempre a da personalidade da marca e não a do consumidor-alvo;

raramente as duas coincidem (em moda, por exemplo, isto pode vir a ocorrer).

16.4 - Recursos para a elaboração A elaboração de uma DPM não é algo muito simples, pois a definição é, em si, subjetiva.

Esta subjetividade, porém, pode ser direcionada com alguma objetividade a partir de alguns

elementos concretos, como os aspectos físicos e funcionais do produto, as informações do

PCA (PERFIL DO CONSUMIDOR-ALVO) acerca do consumidor, as definições e

estratégicas do PTC (PLANO DE TRABALHO PARA A CRIAÇÃO), o nome produto, o

fabricante e sua origem.

Vejamos: os aspectos físicos e as funções dos produtos tendem a ser semelhantes em toda

categoria de produtos, porém, uma análise mais cuidadosa pode revelar alguns elementos

que podem definir alguns traços de personalidade e, talvez, até diferenciar uma marca da

outra.

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Analise a aparência do produto, o formato, a embalagem, o tamanho, a cor, o gosto, o

cheiro, etc.

Um molho pronto para macarronadas, embalado em vidro, certamente tem uma

personalidade diferente de um outro embalado em lata; a personalidade do produto poderia

ser a de uma pessoa sofisticada, moderna e preocupada em ter sempre o melhor, enquanto

que o segundo poderia ser uma “pessoa”, mas simples, tradicional, com fortes valores de

família – uma vizinha muito amiga, talvez.

Analise as funções; os produtos limpam, alimentam, transportam, entretêm, tiram a dor,

perfumam, embelezam, etc. Um produto que tenha grande poder de limpeza, certamente

será decidido, firme, implacável. A forma como a função é desempenhada poderá

diferenciar marcas: uma empresa aérea que é sempre pontual será percebida, em nível de

personalidade de forma diferente de outra que tem seus vôos sempre atrasados; uma será

responsável, solidária, madura, enquanto a outra poderá ser uma “pessoa” preguiçosa,

irresponsável, displicente.

As informações contidas no PCA a respeito de como o consumidor usa o produto/categoria,

as suas expectativas e atitudes são também grandes fontes de intuições e insights. Se o seu

público-alvo consome cervejas em situações descontraídas, é importante que a sua marca

de cerveja seja uma “pessoa” camarada, descontraída, integrante da “turma” do

consumidor, e não uma “pessoa” sofisticada e exclusiva.

O PLANO DE TRABALHO PARA CRIAÇÃO também pode dar algumas “luzes”. Se o

seu “Objetivo de Publicidade” é quebrar um preconceito que o consumidor tem sobre a sua

marca e fazer com que ele considere a hipótese de “conversar” com ela para conhecê-la

melhor, é bom que a sua marca seja uma “pessoa” simpática, acessível e aberta.

Nome, sobrenome e origem também ajudam. Se a sua marca de chá tem o nome e

“sobrenome” (fabricante) ingleses, você já tem um ótimo “caminho” para definir a

personalidade.

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Muitas pessoas, ao se “relacionarem” com um chá, gostariam que esta “pessoa” fosse da

nobreza inglesa e vinda de uma família que toma o chá-das-cinco há vários séculos.

16.5 - Elaboração Após analisar os recursos explicados no tópico anterior e ter tido alguns insights de como

deverá ser a personalidade de marca, você deve valer-se de uma ferramenta para dar início

á relação da DPM: ANEXO 8B (ATRIBUTOS DE PERSONALIDADE). Ele traz um

extenso rol de atributos que você deve usar como “check-list” para “tirar” uma primeira

lista dos atributos do seu produto e, a partir desta, fazer uma lista de atributos básicos, que

deverão ser aqueles mais marcantes e diferenciadores em relação à concorrência. É a partir

dos atributos básicos que será desenvolvida a redação da personalidade da marca.

O interessante é, além de definir a personalidade de nossa marca, identificar qual é a

personalidade das concorrentes. Este trabalho (definição e identificação) é quase sempre

feito em base de julgamento do Grupo; porém, em alguns casos, especialmente aqueles em

que a personalidade é crucial, recomenda-se fazer uma pesquisa junto ao consumidor.

Sempre há uma metodologia adequada para pesquisar personalidade de marca, e os

resultados são sempre muito ricos, mais reais e, muitas vezes, supreendentes.

16.6 - Modificando a Personalidade de Marca A personalidade de uma marca é uma coisa com a qual não se brinca. Uma personalidade

consistente por muitos anos pode ser a única coisa que vai sustentar uma marca em

mercados que são/estão muitas vezes inconstantes, conturbados e voláteis.

É comum nós nos depararmos com marcas que têm alguns aspectos de personalidades não-

desejáveis, como antigo, ultrapassado, inconstante, etc. e que em função disso necessitam

de alguns pequenos ajutes. Esses pequenos ajustes devem ser cuidadosamente analisados

antes de se fazer uma recomendação ao cliente. Em casos como estes, é importante

apresentar duas DPMs: a atual e a desejada.

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A intenção de ampliar o público-alvo pode determinar uma modificação mais acentuada na

personalidade; os riscos envolvidos, neste caso, são ainda maiores, pois na tentativa de

conseguir outro tipo de consumidor, você poderá perder os atuais, caso esta mudança não

lhe agrade.

A decisão é mudar radicalmente a personalidade de uma marca, deve basear-se unicamente

em mudanças drásticas no ambiente de mercado ou no próprio produto e deve ser defendida

por argumentos irrefutáveis. Mudar radicalmente implica uma opção: abrir mão dos atuais

usuários do produto para conquistar outros.

16.7 - Como apresentar O sucesso de uma apresentação de DPM depende de umas poucas coisas:

• A maioria das pessoas não está familiarizada com este conceito de definição

estratégica. Antes de começar a apresentá-la, certifique-se de que toda a sua

audiência conhece o conceito de personalidade de marca. Se necessário, explique

toda a conceituação contida no tópico “Considerações Gerais”. Se as pessoas não

“comprarem” o conceito, elas não “comprarão” a sua DPM e acharão que se trata de

uma bobagem ou, no máximo de uma indicação do tom de campanha.

• Um artifício de grande efeito é apresentar o texto da DPM gravado por um

locutor/ator que interprete o seu conteúdo. Caricatura/ilustrações também podem ter

um bom efeito.

• Cuidado com as apresentações do tipo personalidade atual e desejada. A

personalidade atual muitas vezes denuncia uma série de erros que o cliente cometeu.

Faça com que ele se sinta confortável, mesmo tendo feito bobagens; empatize-se

com ele. Neste caso também, certifique-se se a caricatura apresentada não retrata o

próprio cliente.

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17 - Anexo 8A – Formulário de DPM

17.1 - Definição de Personalidade de Marca Cliente:

Produto:

Data:

Atributos básicos:

Descrição antropomórfica:

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18 - Anexo 8B – Lista de Atributos de personalidade

Abastado

Abrupto

Acomodado

Adequado

Adorável

Afinado

Afrontoso

Agitado

Agradável

Agressivo

Água-com-açúcar

Alegre

Alto

Amadorístico

Amargerado

Amável

Ambicioso

Ambíguo

Amigável

Animado

Antagônico

Antipático

Antiquado

Apagado

Apático

Apelativo

Apetitoso

Apressado

Arrogante

Arrojado

Artificial

Artístico

Astuto

Atencioso

Ativo

Atraente

Atrapalhado

Atrevido

Atualizado

Autêntico

Auto-confiante

Banal

Barulhento

Belo

Bem-conhecido

Bem-desenvolvido

Bem-feito

Boçal

Bom

Bonito

Brincalhão

Burro

Calmo

Cândido

Cansado

Caprichoso

Carinhoso

Cauteloso

Cético

Charmoso

Chato

Choroso

Cínico

Cintilante

Civilizado

Claro

Coeso

Cômico

Compassivo

Completo

Complexo

Complicado

Comum

Confiante

Conflitante

Conflitivo

Consciencioso

Conservador

Consistente

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Constrangido

Contagiante

Contemplativo

Contemporâneo

Contente

Controvertido

Convicente

Corajoso

Covarde

Criativo

Crítico

Crível

Cruel

Curioso

Curioso

Decadente

Decidido

Dedicado

Defensivo

Degradante

Deliberado

Delicado

Delicioso

Desafiante

Desagradável

Desanimado

Desconexo

Desconfiado

Descuidado

Desembaraçado

Desigual

Desintegrado

Desinteressante

Desonesto

Desordenado

Despreocupado

Desprezível

Destemido

Destestável

Determinado

Diferente

Dinâmico

Discreto

Discutível

Disperso

Distraído

Divertido

Doce

Doente

Dogmático

Doméstico

Dramático

Duro

Duvidoso

Educado

Efeminado

Efica

Eficiente

Elegante

Elitista

Eloquente

Embaraçoso

Emocional

Emproado

Encantador

Enérgico

Enfático

Engraçado

Enorme

Entusiástico

Equilibrado

Esbelto

Escandaloso

Esclarecedor

Escuro

Esnobe

Esperto

Espontâneo

Estável

Estimulante

Estrangeiro

Estranho

Evasivo

Exagerado

Excêntrico

Excitante

Exigente

Expansivo

Expressivo

Extrovertido

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Falador

Falso

Familiar

Famoso

Fantástico

Fascinante

Fatigante

Feio

Feliz

Feminino

Festivo

Fiel

Fogoso

Formal

Formidável

Fraco

Fraco

Fresco

Frio

Frívolo

Frustrado

Fútil

Galanteador

Generoso

Gentil

Genuíno

Glutão

Gostoso

Gracioso

Gritalhão

Grosseiro

Grosso

Grotesco

Guloso

Harmonioso

Hesitante

Heterogêneo

Honesto

Honrado

Horrível

Horroroso

Hostil

Humano

Humorístico

Idealista

Idiota

Ilusório

Imaginativo

Imitador

Impaciente

Imparcial

Impetuoso

Importante

Impossível

Impressionante

Imprudente

Inacessível

Inadequado

Inativo

Incompleto

Inconstante

Incrível

Indefinido

Indiferente

Indigesto

Ineficiente

Inerte

Infantil

Infeliz

Inferior

Influente

Informado

Informarl

Ingênuo

Inibido

Inofensivo

Inoportuno

Inpato

Inquieto

Insano

Insensato

Insignificante

Inspira medo

Inspirado

Insultante

Integrado

Intenso

Interessante

Íntimo

Intolerante

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Introvertido

Intuitivo

Inventivo

Irreal

Irritado

Irritante

Jeitoso

Jovem

Jovial

Justo

Juvenil

Lamentoso

Lânguido

Lastimável

Leal

Lento

Leviano

Limpo

Lindo

Lírico

Lógico

Longo

Louco

Louvável

Lúdico

Luminoso

Luxurioso

Maçante

Maduro

Mágico

Manso

Maravilhoso

Masculino

Matronal

Mau-humorado

Medíocre

Medonho

Meigo

Melancólico

Melindroso

Memorável

Mentiroso

Metódico

Minuncioso

Miserável

Misterioso

Moderado

Monótono

Morto

Mudo

Não-atraente

Não-convencional

Natural

Negativo

Negligente

Nervoso

Nobre

Nojento

Novo

Objetivo

Obscuro

Odioso

Ofensivo

Opaco

Oportuno

Ordinário

Organizado

Orgulhoso

Original

Oscilante

Ostensivo

Otimista

Ótimo

Pacato

Pálido

Parcial

Passional

Passivo

Patético

Peculiar

Penetrante

Pensativo

Perfeito

Periódico

Persistente

Perspicaz

Persuasivo

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Perturbado

Pesado

Pessimista

Pessoal

Plausível

Pobre

Poderoso

Popular

Positivo

Prático

Preciso

Preocupado

Pretencioso

Previsível

Produzido

Profissional

Progressivo

Prolixo

Provocante

Provocante

Prudente

Quente

Querido

Quieto

Racional

Radical

Rápido

real

Realista

Redundante

Reflexivo

Regular

Relapso

Relaxado

Repetitivo

Reprimido

Repugnante

Repulsivo

Reservado

Reservado

Respeitado

Responsável

Revoltante

Revolucionário

Rico

Ridículo

Rígido

Robusto

Romântico

Rude

Ruim

Sábio

saciável

Sarcástico

Satírico

Satisfeito

Saudável

Saudoso

Seguro

Sem emoção

Sem inspiração

Sem-importância

Sem-influência

Sensacional

Sensato

Sensível

Sensual

Sentimental

Sereno

Sério

Sexy

Silencioso

Simpático

Simples

Simples

Sincero

Sincero

Sisudo

Sóbrio

Sofisticado

Solene

Sólido

Sonado

Suave

Subjetivo

Superficial

Superior

Suplicante

Teimoso

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Tenso

Tentador

Terrível

Tímido

Tolerante

Tolo

Trágico

Tranquilo

Travesso

Tremendo

Triste

Unido

Útil

Vagaroso

Vago

Vaidoso

Velho

Veloz

Versátil

Vibrante

Vigoroso

Vingativo

Vivo

Vulgar

Zangado

Zeloso