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PLANEJAMENTO AMBIENTAL URBANO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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planejamento ambiental

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  • PLANEJAMENTO AMBIENTAL URBANO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL

  • A evoluo tecnolgica, aplicada de forma globalizada, aprimora o conhecimento humano, conscientiza as populaes de que uma nova ordem est se configurando e transforma velhos conceitos, abrindo e iluminando novos horizontes, contemplando e valorizando a criatividade como uma forma de levar um maior nmero de benefcios a um maior nmero de cidados.

  • com esse olhar, que ns, atores desse processo em formao, buscamos tambm uma nova forma de organizao social-urbana para que futuras geraes possam usufruir desses benefcios de forma plena, conscientes de que as geraes que advirem tambm vivero num mundo melhor.

  • Essa evoluo no se atm exclusivamente na tecnologia da indstria da construo no seu aspecto fsico, seja civil, industrial ou qualquer outro.

    Ela se nos impe atravs de tcnicas que fazem com que esses aspectos (fsicos) se mantenham inalterados, fazendo parte da vida das pessoas e do ambiente onde estejam inseridos.

  • a que entra o planejamento sustentvel, que faz que o meio ambiente seja um grande parceiro do cidado e no o seu inimigo.

    Sem planejamento, as cidades viveriam num estado catico, num ambiente doentio e extremamente agressivo para os cidados.

  • Sabemos que muito menos difcil buscar a organizao de estruturas menores, que aqui chamaremos de estruturas regionais, do que faz-lo em macro-reas. No mais fcil cuidar de uma rua do que de um bairro? Cuidar de um bairro do que de um setor? Cuidar de um setor do que de uma cidade? Cuidar de uma cidade do que de um Estado? Cuidar de um Estado do que de pas? E assim, sucessivamente

  • As questes ambientais e sociais contemporneas efetivamente trouxeram novas perspectivas para o desenvolvimento regional. Desde a Conferncia das Naes Unidas para o Ambiente e o Desenvolvimento no Rio de Janeiro, em 1992 (RIO 92), o mundo procurou novos conceitos para o desenvolvimento sustentvel.

  • Deste modo, a regio passa a ser um locus privilegiado de definio das polticas pblicas em substituio aos megaprojetos tecno-burocrticos gerados pelos governos centrais. Nesta perspectiva, o enfoque da gesto ambiental regional baseado no espao precisamente definido, no necessariamente coincidente com uma regio administrativa.

  • REGIO um conceito abstrato, cuja definio impossvel, sem se estabelecer, a priori, critrios de conceituao, ao qual corresponder uma demarcao diferente de regio.

    Vamos analisar, sob a viso de varias aes regionais de gesto ambiental, os diferentes critrios na definio das unidades territoriais regionais utilizadas pelas instituies .

  • Um dos mtodos adotados consiste na realizao de consultas junto aos organismos de desenvolvimento, acerca das diferentes unidades territoriais regionais.

    O trabalho salienta a necessidade de unificao na definio das unidades territoriais regionais, pois a maior parte das aes de gesto ambiental exigem a integrao de diferentes aes entre os diferentes organismos de desenvolvimento.

  • As aes regionais de gesto ambiental escolhidas, geralmente, so:

    A dos recursos hdricos;

    A gesto e o ordenamento fsico espacial e

    O planejamento urbano.

  • O ENFOQUE REGIONALNo atual contexto do processo de desenvolvimento assumem relevncia os estudos que buscam desenvolver uma abordagem mesolgica do desenvolvimento, orientados na perspectiva da compreenso das transformaes do espao regional contemporneo. O esforo de crtica exige a superao do debate clssico sobre o desenvolvimento, que contrapem as abordagens macrossociais e as microssociais.

  • A anlise da globalizao, impe uma reflexo sobre a dialtica global/local como ponto de partida para definio de propostas metodolgicas. Ao invs de uma homogeneizao dos espaos produtivos em nvel mundial, o processo de mundializao, significa uma reordenao dos espaos produtivos (DOWBOR, 1997) e a requalificao das diferenas regionais.

  • Para SARACENO (1998), o percurso do desenvolvimento econmico at os anos 60 foi percebido como um processo linear. As diversidades territoriais eram concebidas como disparidades do desenvolvimento.

  • Assim sendo, qualquer que fosse o tipo de espao, apresentaria estgios semelhantes de desenvolvimento. Neste esquema, as diferenas entre zonas desenvolvidas e no desenvolvidas no significativo, sendo que as polticas de desenvolvimento poderiam ser idnticas para reas distintas.

  • Como conseqncia, as abordagens de desenvolvimento verticalizado, justificam-se desde o momento em que so imaginados os objetivos e instrumentos a fim de promover a transformao de tipologia de rea desfavorecida em uma de rea desenvolvida. Com um quadro conceitual desta natureza, somos forados a considerar abordagens do tipo vertical

  • No entanto, a partir dos 70 comea-se a reconhecer que as diferenciaes territoriais so o resultado das inter-relaes entre aspectos sociais, econmicos, culturais e institucionais que caracterizam a realidade, determinada conjuntamente com as ligaes de natureza variada que ela tem com o resto do mundo (o mercado global).

  • Contudo, foram os problemas ambientais e sociais contemporneos que trouxeram novas perspectivas para o desenvolvimento regional. Desde a Conferncia das Naes Unidas para Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro, em 1992 (RIO 92), procuraram-se novos conceitos regionais para o desenvolvimento sustentvel.

  • Desta forma, qualquer poltica de desenvolvimento projetada para o sculo XXI deve estar em concordncia com as resolues das convenes e encontros internacionais sobre os recursos da terra. Cita-se como exemplo, a Agenda 21, Habitat II, Conferncia Mundial de Mulheres, etc. (THOMAS, 1998; GTZ, 1998; STUMPF,1998)

  • A INTEGRIDADE TERRITORIAL (URBANO/RURAL)O processo crescente de diferenciao do espao rural trouxe como resultado que o conceito a ele associado, perdeu progressivamente seu carter de categoria analtica homognea, contrapondo-se ao urbano. Em parte, as outras atividades paralelas ou integradas agricultura variam segundo o contexto e pelo modo como algumas funes foram incorporadas ou adaptadas no ambiente rural.

  • A percepo do espao rural surge no mundo como um novo critrio analtico e de interpretao da complexidade do espao rural, suas relaes com outros setores da economia e da sociedade.

  • Outras atividades econmicas tem fortes relaes com a utilizao da terra no espao rural. A funo primordial da agricultura segue sendo a produo de alimentos e outros produtos bsicos. Entretanto, gera uma gama de produtos e servios no primrios, que condicionam o ambiente, afetam os sistemas sociais e culturais, contribuindo com o crescimento econmico.

  • Segundo SARACENO (1998), pases europeus, tais como Portugal, Espanha, Grcia, Alemanha, Sua e a ustria, no possuem polticas setoriais autnomas na sua tradio administrativa, mas sim polticas regionais que interagem.

  • Assim sendo, a noo de rural deveria ser estritamente territorial ou espacial, no podendo ser identificada por setores de atividades. As transformaes ocorridas no meio rural implicam o fato de que elas tm necessidades novas, tpicas de uma sociedade urbana moderna. Cita-se como exemplo, o zoneamento para definir reas industriais e de moradia, reas de preservao ambiental.

  • O espao regional o local do encontro entre esses dois mundos. Porm, nele as particularidades no so anuladas, ao contrrio so fontes de integrao e de cooperao. O que resulta desta aproximao no a diluio de um dos plos do continuum, mas a configurao de uma rede de relaes recprocas, em mltiplos planos, sob muitos aspectos, que reitera e viabiliza as particularidades (WANDERLEY, 1999).

  • A questo o reconhecimento do papel desempenhado pelo territrio, visto como um espao de interao entre atores sociais. Afinal, o espao no um substrato neutro e passivo, sobre o qual repousa a organizao social, mas um ponto de partida, material por excelncia. Tem contedo histrico, ao mesmo tempo em que condiciona as atividades humanas sendo por elas transformadas.

  • AES REGIONAIS DE GESTO AMBIENTALA Gesto dos Recursos Hdricos

    O crescimento demogrfico, a expanso industrial e a urbanizao acelerada provocou aumento e diversificao dos usos da gua. A poluio ambiental passou a ser um fenmeno global, com repercusses localizadas e bem definidas. Cursos dgua foram atingidos e sua recuperao tem sido difcil e onerosa. A disputa da gua est gerando conflitos de uso disseminados, tornando-a um bem econmico.

  • Essa situao est provocando preocupaes na administrao dos usos dgua e suas fontes. Objetiva planejar o uso de um bem natural limitado, racionalizando suas aplicaes, atravs do controle de sua explorao, assim como a preservao de suas fontes.

  • Esta concepo gerencial necessita se traduzir em instrumentos de gesto, como normas, instituies, intervenes programadas e acompanhadas de modificao comportamental.

  • A UNIDADE ESPACIAL DA GESTO DOS RECURSOS HDRICOS

    Uma questo bsica que trata da gesto dos recursos hdricos a definio da unidade espacial de gesto. A bacia hidrogrfica tem sido a unidade consensual quando o critrio de definio se apia na observao da natureza e o conhecimento do ciclo hidrolgico.

  • Para a Cincia Ambiental, a bacia hidrogrfica contm o conceito de integrao.Seu uso e aplicao para estudos de problemas ambientais so fundamentais, pois contm informaes fsicas, biolgicas e scio-econmicas.

    A soluo de muitos problemas ambientais esto intimamente vinculados com as preocupaes que objetivam a manuteno das bacias hidrogrficas (O`SULLIVAN, 1979).

  • A GESTO DOS RECURSOS HDRICOS NO BRASILA Lei de Direito da gua no Brasil foi estabelecida pelo Cdigo das guas de 1934. Entretanto, foi com a Constituio de 1988 que se estabeleceu a propriedade estatal dos recursos hdricos. A Lei No. 9.433 de 8 de janeiro de 1997 (Lei das guas) que, ao normatizar os princpios e instrumentos de gesto das guas, imprimiu dinmica na gesto dos recursos hdricos.

  • OS PRINCPIOS BSICOS DA LEI 9.433 SO

    A adoo da bacia hidrogrfica como unidade de planejamento; O princpio dos usos mltiplos; O reconhecimento da gua como um bem finito e vulnervel; O reconhecimento do valor econmico da gua e O estabelecimento da gesto descentralizada e participativa dos recursos hdricos.

  • A Lei das guas implica quatro princpios inovadores para a legislao ambiental brasileira. O planejamento da utilizao dos recursos hdricos (o plano dever ser elaborado participativamente pelo comit da bacia), a outorga de direito de uso dos recursos hdricos (o usurio deve receber uma autorizao do poder pblico para poder utilizar a gua e a partir da outorga), estabelece os comits de gesto dos recursos hdricos por bacia, formados pelos usurios, sociedade civil e rgos pblicos e o estabelecimento de instrumentos de cobrana pela utilizao da gua.

  • PLANEJAMENTO E ORDENAMENTO FSICO ESPACIAlO planejamento e ordenamento fsico espacial foi uma das preocupaes da Conferncia das Naes Unidas, pois na Agenda 21 o captulo 10 menciona a questo. Todas as atividade que envolvam os recursos hdricos devem ser licenciados. A autorga prev tambm a cobrana de uma taxa pela utilizao da gua, alm das taxas de licenciamento.

  • PLANEJAMENTO E ORDENAMENTO FSICO ESPACIAlEstas preocupaes se apiam na previso de que at o ano 2050 a populao mundial aumentar 75%.

    Segundo relatrio do Rio+5 (1999), em vrios pases em desenvolvimento, o crescimento demogrfico ser muito significativo, tanto que as necessidades de alimentos sero cinco vezes superior aos nveis atuais.

  • PLANEJAMENTO E ORDENAMENTO FSICO ESPACIAlO planejamento e ordenamento fsico espacial foi uma das preocupaes da Conferncia das Naes Unidas, pois na Agenda 21 o captulo 10 menciona a questo. Todas as atividade que envolvam os recursos hdricos devem ser licenciados, a autorga prev tambm a cobrana de uma taxa de pela utilizao da gua, alm das taxas de licenciamento.

  • Estas preocupaes se apiam na previso que at o ano 2050 a populao mundial aumentar 75%. Segundo relatrio do Rio+5 (1999), em vrios pases em desenvolvimento, o crescimento demogrfico ser muito significativo, tanto que as necessidades de alimentos sero cinco vezes superior aos nveis atuais.

  • Um enfoque integrado de gesto ambiental exige a tima coordenao dos planejamentos setoriais com a ordenao dos recursos da terra. Nesta perspectiva, o Captulo 10 da Agenda 21 solicita que sejam reforadas as polticas de planejamento e ordenamento territorial.

  • Dois instrumentos e polticas podem ser destacadas nesta temtica

    O Zoneamento e Disciplinamento Territorial

    Polticas de Reordenamento Fundirio.O Zoneamento e Disciplinamento Territorial diz respeito a necessidade da poltica ambiental ser diferenciada, tanto para espaos ecolgicos, quanto s diferentes funes que o zoneamento rural desempenha. O Zoneamento uma regulamentao do uso do espao e da terra, a fim de indicar aos agentes econmicos a localizao adequada para as atividades.O Reordenamento Fundirio um processo de relocao da propriedade e dos usos da terra. As polticas de reordenamento espacial obtiveram impulso na Europa depois da II Guerra Mundial (THOMAS, 1998).

  • Estas polticas tinham um objetivo exclusivamente agrcola, reordenando o espao rural com o objetivo de constituir sistemas tcnico/econmicos adequados para as propriedades. Na maior parte dos pases, a formao de propriedades antieconmicas (estreitas e longas) ocorreu pela falta de legislao no fracionamento das propriedades por motivos de herana (SONNEMBERG, 1988).No Brasil as propriedades longas e estreitas ocorrem em reas de agricultura, onde o processo de ocupao do solo ocorreu mediante a diviso dos lotes de forma retangular. Diversos estudos (LOCH, 1993 e SEIFERT, 1996), demonstram as conseqncias tcnicas, econmicas, sociais e ambientais desta tipologia de propriedade.

  • O PLANEJAMENTO URBANO E REGIONALSegundo NOGUEIRA(1994), as regies esto sujeitas a determinados processos espontneos e caractersticos que se manifestam em trs nveis:Nvel da cidades

    O acelerado crescimento de determinadas cidades; a metropolizao, o intenso intercmbio social e cultual , o esvaziamento e a decadncia de cidades;Nvel das reas rurais

    As migraes para as cidades, a concentrao e fragmentao da propriedade, os baixos salrios e a decadncia social e cultural;Nvel do ambiente natural

    A explorao dos recursos naturais e a transformao do meio natural.

  • Desta forma, na abordagem das questes urbanas necessria que sejam consideradas a dinmica regional, entre as quais, destaca-se: A migrao interregional (os movimentos migratrios intermunicipais);

    O crescimento vegetativo no o nico responsvel pelo crescimento urbano. Os movimentos migratrios so responsvel por expressiva parcela desse crescimento.

  • O estilo de urbanizao: a forma do crescimento urbano pode contribuir para acentuao dos problemas ambientais na regio, como o atendimento das demandas de gua, tratamento do esgoto, lixo, e outros. A distribuio espacial da populao: A maneira pela qual a populao se distribui no espao ter impactos diretos no ambiente, no consumo dgua e na produo de resduos. Se a populao tende a se concentrar numa sub-regio onde a qualidade e quantidade da gua est comprometida, os movimentos intermunicipais tendero a ocupar as cabeceiras.

  • OS CRITRIOS DE REGIONALIZAO

    Como j dissemos anteriormente, REGIO um termo abstrato, cuja definio impossvel atingir sem estabelecer a priori um critrio de conceituao. A cada critrio preestabelecido corresponder uma demarcao diferente de regio de planejamento. As regies tm, como caracterstica comum reas contnuas e localizadas. (FERRARI,1982)Adotam-se dois critrios para definir uma regio de planejamento:

    Critrios de Homogeneidade e

    Critrios de Interao ou Interdependncia.

    Conforme seja utilizado um ou outro, resultaro dois tipos de regio de planejamento.

  • REGIES METROPOLITANAS

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    Antes de enveredar pela questo do Planejamento Metropolitano, entende-se necessria uma investigao sobre a conceituao do espao urbano denominado de regio metropolitana. Para tanto, a seguir, so apresentadas algumas ponderaes sobre esta definio, seguida de um levantamento bsico das regies metropolitanas no Brasil.

  • Regio Metropolitana pressupe um fato social e econmico cuja essncia a metrpole, esta, o plo de atrao e/ou dominao de um grande espao de produo e consumo. A caracterizao de uma Regio Metropolitana a intensa urbanizao que d origem a funes pblicas de interesse comum aos municpios que a compem, integrando a organizao, o planejamento e a execuo de programas.

  • Comin (1974) chegou concluso de que "Regio Metropolitana uma determinada rea submetida ao processo de metropolizao. Aps discutir os conceitos de reas e regies, afirma que dentro de uma rea podem existir regies diversas, no acontecendo o mesmo com a regio, onde a rea nica. Ressalta-se que esta discusso ateve-se dinmica espacial, no sendo consideradas as caractersticas funcionais e sociais. Cita as definies formuladas por Srgio Boisier (1972) para os dois termos:

  • REA METROPOLITANA

    um aglomerado urbano constitudo por um ncleo central metropolitano e os centros urbanos a ela incorporados mediante o processo de suburbanizao, incluindo tambm os espaos rurais contguos e imediatos ao casco urbano. Do ponto de vista administrativo, trata-se de uma rea que inclui vrios municpios, que no passado eram geograficamente separados. A rea metropolitana parte de uma regio metropolitana. Pode-se inclusive tentar delimitar fisicamente a rea metropolitana, unindo os extremos dos braos do casco urbano conurbanizado.

  • REGIO METROPOLITANA

    um sistema econmico espacial, composto por uma rea metropolitana, por uma periferia inter-metropolitana, por centros metropolitanos e por um conjunto de eixos de comunicaes e desenvolvimento unindo os centros e a rea.

  • Juridicamente afirma-se que: Uma regio metropolitana consiste numa realidade urbano-regional que se estende por um espao geogrfico dentro do qual se distinguem vrias jurisdies polticos-territoriais, contguas ou superpostas entre si, segundo o nvel de competncia, seja local ou regional, formando uma mesma unidade scio-econmica.

  • ASPECTOS JURDICOS DE REGIONALIZAO

    A Unio, mediante Lei Complementar, poder estabelecer regies metropolitanas, constitudas por municpios que independentemente de sua vinculao administrativa, integrem a mesma comunidade scio econmica, visando realizao de interesse comum.

    A Unio, mediante Lei Complementar, poder, para realizao de servios comuns, estabelecer regies metropolitanas, constitudas por municpios e, que, independentemente de vinculao administrativa, faam parte da mesma comunidade scio-econmica.

  • ASPECTOS JURDICOS DE REGIONALIZAO

    Portanto, a criao de regies metropolitanas era de exclusiva competncia da Unio, mantendo um carter centralizador de gesto.

    A regulao s aconteceu em 1973 com a Lei Complementar Federal n 14, que estabeleceu as primeiras oito regies metropolitanas no Brasil: Belm, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e So Paulo.

    Posteriormente, a Lei Complementar n 20, de 1974, expandiu este nmero com a criao da Regio Metropolitana do Rio de Janeiro. Observa-se nesta relao que s foram privilegiadas capitais de Estados.

  • ASPECTOS JURDICOS DA REGIONALIZAO

    Atravs do artigo 25 3, estabeleceu como competncia do Estado Federado, atravs de leis complementares, a organizao de unidades regionais na forma de regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies, desde que sejam constitudas pelo agrupamento de municpios limtrofes. Porm, no consta neste diploma legal nem a definio e nem a distino para estes termos. De Ambrosis (2001) prope as seguintes definies:

  • "Por microrregio identificamos um territrio compreendendo vrios municpios, com caractersticas peculiares de homogeneidade quanto polarizao, necessidades, potencialidades, etc..., que os diferenciam do territrio circundante. Pressupe uma realidade social e econmica que pode envolver funes pblicas de interesse comum a municpios limtrofes.

  • Aglomerao urbana pressupe uma realidade social e econmica cuja caracterstica uma rea urbanizada mais ou menos contnua, envolvendo municpios limtrofes e mltiplas funes de interesse comum.

  • Regio Metropolitana pressupe uma realidade social e econmica cujo centro dinmico a metrpole, plo de atrao (e/ou dominao) de um grande espao de produo e consumo, e cuja manifestao a intensa urbanizao que d origem a mltiplas funes de interesse comum aos municpios limtrofes que a contm".

  • O objetivo da proposio de criao destas regies, segundo o jurista Alar Caff Alves (2002, p. 123), foi a de "integrar a organizao, o planejamento e a execuo de funes pblicas de interesse comum a todos os municpios envolvidos". Porm, observa, levou ao problema de como regrar as decises da regio metropolitana, que passou a ser uma entidade administrativa, sem um Legislativo, rgo capacitado para instituir as leis que disciplinam os servios e aes pblicas.

  • As possibilidades para equacionar este problema so duas: a regularizao pode ser efetuada pela Assemblia Legislativa do Estado, ou pelas Cmaras Municipais dos diversos municpios integrantes, que deveriam manter uma proposta una e consensual, fato difcil de se realizar devido autonomia das Casas Legislativas.

  • Apesar desta nova relao entre os municpios ser compulsria, pois os municpios no podem excluir-se da participao por simples autodeterminao, tem por objetivo a integrao regional, permitindo os municpios a participarem do processo decisrio da regio, ao mesmo tempo em que no perdem o poder referente s questes locais. Cada municpio pode, individualmente, se recusar a participar da gesto regional, mas no pode se abster de acatar as decises implementadas pelo conselho metropolitano, mesmo que estas impliquem em intervenes no seu territrio.

  • Com a expanso dos aglomerados urbanos e com a possibilidade criada pela Carta Magna, o Brasil conta atualmente com 26 Regies Metropolitanas, englobando um total de 413 municpios e aproximadamente 68 milhes de habitantes. A figura a seguir, mostra a localizao dessas regies podendo-se verificar a concentrao nas Regies Sul e Sudeste.

  • .

  • Essas regies esto assim demarcadas:

    REGIES METROPOLITANAS NO BRASIL

    EstadosRegies MetropolitanasData de CriaoN Atual de MunicpiosMunicpio SedeALRM de Macei19/11/199811MaceiBARM de Salvador 08/06/197310SalvadorCERM de Fortaleza 08/06/197313FortalezaDFRegio Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE) 19/02/199821BrasliaESRM de Vitria21/02/19956VitriaGORM de Goinia30/12/199911Goinia

  • Continuando

    MAGrande So Lus12/01/19984So LusMGRM de Belo Horizonte08/06/197334Belo HorizonteRM do Vale do Ao 30/12/199826Ipatinga PARM de Belm 08/06/19735BelmPRRM de Curitiba 08/06/197325CuritibaRM de Londrina17/06/19986LondrinaRM de Maring17/07/19988MaringPERM de Recife 08/06/197314RecifeRJRM do Rio de Janeiro 1/07/197420Rio de Janeiro

  • Temos ainda

    RSRM de Porto Alegre 08/06/197331Porto AlegreSCRM de Florianpolis 06/01/199822FlorianpolisRM do Vale do Itaja 06/01/199816BlumenauRM do Norte/Nordeste Catarinense 06/01/199820JoinvilleRM da Foz do Rio Itaja06/01/19989ItajaRM Carbonfera 09/01/200210CricimaRM de Tubaro 09/01/200218TubaroSPRM de So Paulo 08/06/197339So PauloRM da Baixada Santista30/07/19969SantosRM de Campinas19/06/200019CampinasTotal26413

  • A Constituio Estadual de 1989 dedica o Captulo II organizao regional, apresentando como um dos seus objetivos, no art. 152, "o planejamento regional para o desenvolvimento scio-econmico e melhoria da qualidade de vida", e definindo no pargrafo nico deste mesmo artigo que os planos e sistemas de carter regional sero coordenados e compatibilizados pelo Poder Executivo Estadual. A definio para regio metropolitana encontra-se no art. 153 1, transcrito a seguir:

  • Considera-se regio metropolitana o agrupamento de Municpios limtrofes que assuma destacada expresso nacional, em razo de elevada densidade demogrfica, significativa conurbao e de funes urbanas e regionais com alto grau de diversidade, especializao e integrao scio-econmica, exigindo planejamento integrado e ao conjunta permanente dos entes pblicos nela atuantes.

  • .O sistema de gesto tratado no art. 154, ficando estabelecido a criao de um Conselho normativo e deliberativo, com participao paritria do conjunto dos municpios com relao ao Estado. Atravs do 1 fica estabelecido a vinculao a este conselho de uma entidade executora, e o 2 assegura a participao da populao no processo de planejamento, na tomada de decises e na fiscalizao da realizao dos servios ou funes pblicas em nvel regional.

  • O Estado de So Paulo possui atualmente trs Regies Metropolitanas: a de So Paulo, a da Baixada Santista e a de Campinas, cujas localizaes podem ser visualizadas. Juntas concentram 58,6% da populao do Estado e 12% do Pas.

  • A gesto metropolitana no Estado de So Paulo encontra-se vinculada a trs entidades: Empresa Paulista de Planejamento Metropolitana S.A. (EMPLASA), Agncia Metropolitana da Baixada Santista (AGEM) e Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos. Um outro processo urbano ocorre atualmente no Estado de So Paulo, que apresenta uma sub-regio a qual vem sendo denominada Complexo Metropolitano Expandido (CME)

  • A RMBS est inserida no espao envolvido, localizado num raio aproximado de 150km a partir da cidade de So Paulo. As diversas reas que integram o CME compem um dos principais eixos econmicos do Estado, constituindo-se numa regio com forte poder atrativo de investimentos, e apresentando um alto potencial de crescimento.

  • Lencioni (2003) analisa este aglomerado metropolitano como o anncio de uma megalpole em formao, acrescentando que constitui a rea metropolitana mais importante do pas. Megalpole formada mais por reas urbanas contnuas do que descontnuas, e onde se verifica a adoo da prtica de morar e trabalhar em cidades distintas. Este um assunto complexo e merecedor de pesquisa prpria, somente inserido neste trabalho com o objetivo de registrar um processo em andamento e que engloba o espao referencial de estudo.

  • O Estatuto da Cidade considera o planejamento das regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies como um dos instrumentos da poltica urbana. Porm, o texto aprovado no dedicou um captulo especfico a este tema. Encontram-se mais duas referncias no referido documento:

  • art. 41 II, que estabelece a obrigatoriedade do Plano Diretor para as cidades integrantes de regies metropolitanas e aglomeraes urbanas; e, 2) art. 45, o qual torna obrigatria a participao da comunidade nas atividades dos organismos gestores das regies metropolitanas e aglomeraes urbanas.

  • A verso anterior do projeto de lei dedicava um captulo relativo s reas metropolitanas, o qual foi retirado pela Comisso de Constituio e Justia e de Redao, por ter sido considerado inconstitucional, entendendo-se que se tratava de competncia exclusiva dos Estados.

  • Estabelecia como requisito bsico para a criao de uma regio metropolitana a existncia de agrupamento de municpios limtrofes, com reas urbanas contguas, com regio de influncias sobre, no mnimo, o territrio do Estado em que se encontre, e com uma complexidade das funes pblicas que justifique a necessidade de organizao, planejamento e execuo em comum.

  • A funo pblica de interesse comum era definida como as atividades ou servios cuja realizao por parte de um municpio isoladamente, fosse invivel ou passvel de causar impacto nos outros municpios integrantes da regio.

  • Em relao ao patrimnio pblico, era colocado como diretriz, que fosse realizado um planejamento comum, sendo entendido que se tratava do conjunto de equipamentos de educao, sade, transporte e lazer, assim como os recursos naturais, econmicos e culturais, que atendessem simultaneamente a todos os municpios. O Plano Diretor Metropolitano era considerado uma exigncia, devendo abranger o territrio de todos os municpios integrantes.

  • Pode-se considerar que o Estatuto da Cidade promulgado, apesar de seus incontestveis avanos na questo da poltica urbana municipal, no logrou ocupar o vazio representado pela falta de diretrizes para uma poltica urbana metropolitana.

  • A partir da anlise realizada sobre as propores que o fenmeno da metropolizao vem alcanando no Brasil, resultando em inmeros problemas econmicos, sociais e ambientais, Braga (1999, p.320) considera que a questo da gesto metropolitana possui um papel estratgico:

  • Ao se criar uma Regio Metropolitana, muito mais do que reconhecer um importante fenmeno geogrfico e social est se propondo criar condies institucionais para o planejamento da resoluo dos problemas urbanos decorrentes do processo de metropolizao, ou seja, para uma poltica de gesto metropolitana.

  • Porm, nesta discusso surge a polmica sobre o aspecto jurdico-poltico representada pelo exerccio do poder para implementar e gerir as polticas pblicas metropolitanas, visto no existir no sistema federativo brasileiro a esfera de um quarto poder, isto , um poder intermedirio entre o estadual e o municipal.

  • A partir desta perspectiva, Braga (op.cit.) coloca como soluo para o planejamento e gesto metropolitana a instituio de uma agncia de desenvolvimento como rgo organizador das polticas setoriais, dentro de um contexto de integrao entre os municpios.

  • Esta proposta de Braga condiz parcialmente com o art. 9 da Lei Complementar n 760, de 1 de agosto de 1994, a qual estabelece diretrizes para a organizao regional do Estado de So Paulo. O artigo citado dispe que cada unidade regional contar com um Conselho de Desenvolvimento, composto por representantes dos municpios que a integram e por representantes do Estado nos campos funcionais de interesse comum.

  • A diferena entre a colocao de Braga e as diretrizes da Lei encontra-se na ausncia de referncia a representantes do Estado na agncia ventilada. Braga, portanto, prope uma unio intermunicipal sem ingerncia dos mecanismos estaduais, uma organizao que cumpriria o papel do quarto poder, a partir de acordos entre os municpios envolvidos.

  • O regional deve ser repensado a partir do local. O planejamento regional metropolitano deve ser encarado como uma questo de planejamento intermunicipal metropolitano, e nesse sentido, o desenvolvimento e a gesto metropolitana dependem s da capacidade dos municpios de se assumirem como sujeitos da metrpole.

  • INSERO DO PARMETRO AMBIENTAL NO PLANEJAMENTO DAS CIDADES A definio de planejamento ambiental formulada por Franco (2001) bastante abrangente: considerado como todo planejamento que tenha entre seus princpios a valorao e conservao dos sistemas naturais do territrio a ser trabalhado, tomando-o como base para a auto-sustentao da vida e das relaes entre os ecossistemas, naturais e antrpicos.

  • Seu principal objetivo seria o desenvolvimento sustentvel da espcie humana, dos agro-ecossistemas e dos ecossistemas urbanos, e, dentro deste contexto, deve enquadrar-se aos limites das bacias hidrogrficas, que envolvem vrias cidades em um mesmo ecossistema natural, tornando-o uma questo complexa.

  • Entre as propostas elaboradas pelo Consrcio Parceria 21 (BEZERRA; FERNANDES, 2000), dentro das estratgias principais para o avano da sustentabilidade das cidades brasileiras, consta a adoo da bacia hidrogrfica como unidade de planejamento e gesto do territrio, caracterizada como gerenciadora da questo ambiental, com carter integrado, participativo, descentralizado e financeiramente sustentvel.

  • Em relao a esta ltima colocao, a questo financeira, h de se considerar que no caso brasileiro as unidades de gerncias das Bacias nem sempre possuem uma situao estvel, dependendo de verbas disponibilizadas pelo Estado. Para viabilizar uma leitura da bacia como unidade de anlise, planejamento e interveno, o Consrcio 21 recomenda a compatibilizao das informaes sobre a estruturao de territrio e a articulao dos agentes pblicos. Suas outras recomendaes so:

  • Investir na organizao associativa de instncias locais;

    Criar critrios ambientais para a ligao de redes nos assentamentos, dificultando o aumento de assentamentos inadequados, ilegais e em reas de risco; e

    Considerar na instalao dos comits em contexto metropolitano, os aspectos scio-econmicos, culturais e simblicos associados

  • Considerando a questo do planejamento ambiental somente em relao ao urbano, delimitando assim o territrio de ao, destaca-se aqui o entendimento exposto por Fortes (2003) sobre a gesto ambiental urbana como o conjunto das atividades dedicadas ao gerenciamento de uma cidade, compreendendo tanto o espao intra-urbano quanto as reas de influncia, que busquem a melhoria e a conservao da qualidade ambiental. Envolve as atividades tcnicas, administrativas e jurdicas em nvel governamental, num sistema coordenado e integrado, legitimado pela participao da comunidade.

  • As propostas de Almeida e Menegat (2002) para a implantao de uma gesto ambiental urbana no Brasil englobam e ampliam as idias de Fortes. Partindo do entendimento de que as autoridades locais enfrentam uma srie de dificuldades para a implantao de programas ambientais devido s enormes disparidades que ocorrem no processo de urbanizao em termos territoriais e sociais, situao agravada por corpos municipais tcnico-administrativos despreparados e obsoletos, e pela falta de recursos financeiros, concluem que imprescindvel para a integrao da gesto ambiental s polticas pblicas a articulao de quatro setores:

  • Conhecimento local;

    Programas de gesto ambiental adequados com as questes de desenvolvimento econmico local;

    Programas de informao e educao, no s para a comunidade, mas tambm para os pesquisadores e gestores, e

    Participao da populao nas decises oramentrias e na formatao das polticas pblicas municipais.

  • O documento Cidades Sustentveis (BEZERRA; FERNANDES, 2000) prope que seja reorganizado o sistema de gesto urbana, para a legitimidade do paradigma da sustentabilidade e sugere entre outros novos marcos na reestruturao do sistema a incorporao da dimenso ambiental nas polticas setoriais urbanas, assim como a incluso dos custos ambientais e sociais no oramento e na contabilidade dos projetos de infra-estrutura.

  • Dentro desta linha de incorporao da dimenso ambiental nas polticas urbanas, encontra-se o Estatuto da Cidade que inclui o zoneamento ambiental como um dos instrumentos de planejamento municipal (art.4 III alnea c), fornecendo-lhe um destaque e retirando-o da posio de simples componente do zoneamento referente ao uso e ocupao do solo.

  • H que se ter em mente, sempre, que um planejamento adequado, que tenha o ser humano com o principal alvo, deve se sustentar, sempre , no seguinte trip:

    SER ECONOMICAMENTE VIVEL

    SER SOCIALMENTE JUSTO

    SER AMBIENTALMENTE CORRETO