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Page 1: Persistência do canal arterial

Persistência do canal arterial

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Page 2: Persistência do canal arterial

RESIDÊNCIA EM NEONATOLOGIA

Nathália Bardal – R3

Hospital Regional da Asa Sul Brasília / DF

Brasília, 5 de dezembro de 2011

Page 3: Persistência do canal arterial

Definição

É uma comunicação entre a artéria aorta e o ramo esquerdo da artéria pulmonar, no local onde, embriologicamente, se situa o ductus arteriosus.

Page 4: Persistência do canal arterial

Anatomia

Page 5: Persistência do canal arterial

Fisiologia

O fechamento ocorre em dois estágios (RNT):constrição funcional - 24hvfechamento anatômico – 72hv

**No estágio de constrição funcional : potencial de abertura

-Sobrecarga hídrica-Tensão do oxigênio -Nível sérico de prostaglandina

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Fisiologia Fetal

Resistência elevada das arteríolas pulmonares direcionam 90% do débito do ventrículo direito através do ducto para aorta e desta, de volta para a placenta.

O restante do fluxo perfunde os pulmões em desenvolvimento.

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Fisiologia Fetal

Sangue oxigenado: chega ao coração pela veia umbilical e pela veia cava inferior - desviado através do forame oval e bombeada da aorta para a região cefálica.

Sangue desoxigenado: retorna pela veia cava superior e é bombeado através da artéria pulmonar e do ducto arterial para os pés e para as artérias umbilicais.

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Fisiologia Fetal

Patência do ducto arterioso: relacionada à níveis elevados de prostaglandinas.

Durante o último trimestre de gestação e em preparação para o nascimento as paredes do DA adquirem camadas musculares que deixam o DA menos sensível à ação da PGE2 e mais sensível ao efeito vasoconstritor do oxigênio.

Page 11: Persistência do canal arterial

Fisiologia do RN

Nascimento: -Queda da pressão pulmonar (dilatação das

arteríolas pulmonares pela oxigenação)- Aumento da resistência vascular periférica

( diferente do sistema placentário de baixa pressão)

Page 12: Persistência do canal arterial

Fisiologia do RN

PaO2 aumenta (30-40 mmHg) : contratura muscular da parede do canal arterial – vasoconstrição (fechamento funcional do canal) - nas primeiras 24-48h de vida.

Vasoconstrição necrose da íntima do vaso fechamento anatômico do canal.

Page 13: Persistência do canal arterial

Fisiologia do RN

RNPT: a imaturidade do DA - resposta pobre à oxigenação devido à diminuição de quantidade de músculo existente e labilidade à ação de prostaglandinas (processos inflamatórios decorrentes de hipóxia e sepse)

No prematuro a resposta aos fatores que levam ao fechamento do canal é inversamente proporcional à idade gestacional.

Page 14: Persistência do canal arterial

Fisiologia do RN

Imediatamente após o nascimento, há uma resposta inflamatória dentro da parede do canal (influxo de monócitos e macrófagos / γ-Interferon e o FNT-α).

Diversas destas citocinas são vasodilatadoras

Mesmo quando o ducto prematuro faz constrição, permanece relativamente resistente a desenvolver hipóxia profunda, que é o sinal preliminar que conduz à necrose e à cascata inflamatória, culminando com a remodelação.

Page 15: Persistência do canal arterial

Fisiologia do RN

Processo de remodelação:

A distância entre o lúmen e o vasa vasorum é chamada de zona avascular.

Isquemia Remodelação

Page 16: Persistência do canal arterial

Fisiologia do RN

RNT: zona avascular = 500 μm (aproximadamente 1,2 mm).

RNPT de 24 semanas de gestação: parede de 200 μm de espessura. Não há região vulnerável à necrose na parede do ducto e o espessamento de sua parede é bem menor que no RN à termo.

A remodelação, fundamental ao fechamento anatômico do canal no prematuro ,é um processo bem mais lento e vulnerável que no RNT.

Page 17: Persistência do canal arterial

Canal Arterial no Feto e em Recém-nascidos a termo e pré-

termo

Page 18: Persistência do canal arterial

Fisiologia

RNT: PCA após 72 horas é conseqüência de má-formação da parede muscular do vaso.

RNPT < 34sem: PCA decorrente do desbalanço entre os fatores de vasoconstrição e vasodilatação do canal.

** Níveis elevados de prostaglandinas PGE2 (especialmente DMH)

Page 19: Persistência do canal arterial

Incidência

Corresponde entre 9,2 a 14,5% das cardiopatias congênitas

É mais freqüente em RNPT

É mais comum no sexo feminino

É a cardiopatia mais freqüente nos recém-nascidos de mães com infecção pelo vírus da Rubéola no 1º trimestre de gravidez.

Inversamente proporcional à idade gestacional e peso

Page 20: Persistência do canal arterial

FisiopatologiaPCA

Fluxo esquerda para direita( Aorta para a Artéria Pulmonar)

Hiperfluxo pulmonar

Aumento do retorno venosopara Átrio Esquerdo

(dilatação do AE volumétrica)

Aumento volumétrico do Ventrículo Esquerdo

Aumento da Pressão Diastólica final

Aumento da Pressão Venosa Pulmonar

Congestão pulmonar

Edema pulmonar

Aumento da Pressão emVentrículo Direito

ICC

Page 21: Persistência do canal arterial

Fisiopatologia

O PCA pode desviar até 30% do fluxo sistêmico para o pulmão, elevando a velocidade de fluxo de artéria pulmonar e aumentando o risco de hemorragia pulmonar.

Este roubo diastólico de fluxo deixa áreas da circulação sistêmica com déficit:

-ECN-Isquemia dos músculos papilares -Alterações da velocidade do fluxo sangüíneo

cerebral, predispondo a hemorragia intraventricular

Page 22: Persistência do canal arterial

Fisiopatologia

Efeitos hemodinâmicos do PCA na circulação sistêmica podem ser mais significativos nas primeiras horas de vida e na circulação pulmonar podendo influenciar no desenvolvimento de displasia broncopulmonar e hemorragia pulmonar, principalmente nas primeiras 48 horas de vida.

É um problema de coração esquerdo, uma vez que ocorre uma transferência de 1/3 do débito cardíaco para a circulação pulmonar.

Page 23: Persistência do canal arterial

Fisiopatologia

O RNPT com < 34 semanas apresenta particularidades que predispõem descompensação cardíaca:

Page 24: Persistência do canal arterial

Fisiopatologia

Músculo cardíaco :-com menor inervação simpatomimética;-menor massa contráctil;- maior quantidade de água entre as fibras

musculares;-Ventrículos com menor distensão, portanto com

menor força Menor resistência da vascularização pulmonarUso de surfactante modificando mais rapidamente a

resistência pulmonarMenor pressão oncóticaMaior permeabilidade capilar

Page 25: Persistência do canal arterial

Diagnóstico

O diagnóstico clínico em RNPT é prejudicado já que os sintomas clássicos podem estar ausentes.

O shunt é balanceado pela presença de hipertensão pulmonar ou persistência do padrão de circulação fetal, o que dificulta a ausculta de sopro cardíaco.

Após 72h: sinais clínicos por aumento do shunt esquerda direita

Page 26: Persistência do canal arterial

Diagnóstico

As evidências sugerem que os sinais clínicos têm acurácia limitada principalmente nos 3 a 4 primeiros dias de vida.

Skelton et al : especificidade razoável e baixíssima sensibilidade para PCA significativo ao ecocardiograma.

Sinais clínicos são associados à PCA ,no entanto, PCA mais significantes não produzem sinais clínicos.

Page 27: Persistência do canal arterial

Diagnóstico

1º dv: sopro tem 0% de sensibilidade e especificidade

3º dv: sopro tem 99% de especificidade, mas apenas 31% de sensibilidade

Após o quarto dia, a sensibilidade dos sinais clínicos aumenta

7º dv: apresenta 94% de especificidade e 79% de sensibilidade.

***Estudos realizados nestes moldes revelam que depender apenas dos achados clínicos atrasa o diagnóstico, em média, em 2 dias.

Page 28: Persistência do canal arterial

Quadro Clínico

Inspeção : Precórdio hiperdinâmico

Palpação :-Pulsos amplos-Ictus desviado para esquerda e impulsivo

pelo aumento de VE-Frêmito sistólico ou contínuo no 2ºEICE e

supraclavicular esquerdo

Page 29: Persistência do canal arterial

Quadro Clínico

Ausculta: Sopro de ejeção sistólico audível em todo

precórdio, sendo mais alto na borda superior esquerda do esterno e nas áreas infraclaviculares do lado esquerdo, com irradiação para dorso.

À medida que a resistência vascular diminui, a intensidade do sopro aumenta, tornando-se mais tarde contínuo (isto é, estende-se através da 2ª

bulha cardíaca).

Page 30: Persistência do canal arterial

Quadro Clínico

Posteriormente, sopro contínuo com nítido crescendo em torno da 2ªbulha, sopro em maquinaria com dois componentes:

1º) Componente sistólico: geralmente rude, com estalidos variáveis, provavelmente gerados pelo turbilhonamento do sangue no encontro dos fluxos da aorta para a pulmonar.

2º) Componente diastólico: mais suave e pode ocupar toda ou não a diástole.

Page 31: Persistência do canal arterial

Quadro Clínico - RNPT

Taquicardia, taquipnéia e pulsos amplos, estertores crepitantes audíveis, íctus visível e palpável.

Rebaixamento de fígado, bradicardia e apnéia: são mais tardios.

Piora clínica ou não melhora em RN com SDR.

Edema agudo de pulmão sem outras manifestações de ICC grave.

Sopro cardíaco variável

Page 32: Persistência do canal arterial

Quadro Clínico - RNT

PCA pequeno: assintomático com sopro cardíaco sem outras manifestações

PCA maiores: taquipnéia, edema pulmonar, infecções pulmonares freqüentes, dificuldade de alimentação, irritabilidade, baixo ganho ponderal, sudorese excessiva.

Page 33: Persistência do canal arterial

Diagnóstico

1. Sopro: contínuo (maquinaria/ locomotiva), no 2o EICE, rude e intenso, com acentuação perto de B2 e irradiação para dorso.

É o mais típico, presente em 90 a 95% dos casos. Na presença de hipertensão pulmonar, o componente diastólico pode estar ausente.

Outros tipos de sopros: sistólico, rude, no 2o EICE, ou no foco pulmonar.

Page 34: Persistência do canal arterial

Diagnóstico

2. ECG: Inicialmente é normal: ritmo sinusal, eixo de QRS para trás, para baixo e para a direita.

Nos casos com repercussão por período prolongado: eixo desviado para a esquerda, com sobrecarga das câmaras esquerdas.

Às vezes há sobrecarga de ventrículo direito por hipertensão pulmonar importante.

Quando há sobrecarga de átrio esquerdo o shunt é importante.

Pode ocorrer BAV de 1o grau em alguns casos.

Page 35: Persistência do canal arterial

Diagnóstico

3. RX: Inicialmente é normal. Com o decorrer do tempo ocorre o aumento

da área cardíaca (câmaras esquerdas) e da trama vascular pulmonar (hiperfluxo).

Às vezes há aumento de ventrículo direito por hipertensão pulmonar importante.

Quando há aumento de átrio esquerdo, o shunt é importante. Pode aparecer imagem anômala da aorta na região do istmo, por dilatação da aorta ao nível do ducto.

Page 36: Persistência do canal arterial

Diagnóstico

4. Ecocardiograma: aumento de câmaras esquerdas (AE/Ao > 1,2), visualização direta do canal e do shunt esquerdo-direito (através do Doppler) e sua direção, avaliação de hipertensão pulmonar e lesões associadas.

A determinação do diâmetro do canal arterial é de extrema importância, sendo que diâmetro maior ou igual a 1,5 mm, está associado com repercussão clínica.

Seguimento.

Page 37: Persistência do canal arterial

Diagnóstico Diferencial

Fístula arteriovenosa

Janela aórtico-pulmonar

Page 38: Persistência do canal arterial

Tratamento

Tratamento de Suporte se sinais de ICC

Restrição hídrica: restringir 20 % da necessidade básica

Diuréticos: furosemide: 1 a 4 mg/kg/diaDroga inotrópica:Dobutamina: 5 a 20 Kg/kg/minManutenção da oxigenação adequadaManutenção do transporte de O2, Ht 40%Monitorização hidroeletrolíticaCorreção dos distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-

básico

Page 39: Persistência do canal arterial

Tratamento

Stephens et al : oferta excessiva de líquidos é um preditor significativo de PCA no segundo e terceiro dia de vida.

Ofertas hídricas superiores a 170 ml/Kg/dia no terceiro dia de vida elevaram o risco de PCA entre os RN < 1250g,

A oferta hídrica diária aos RN de risco, portanto, deve ser alvo de constante vigilância e controle

Page 40: Persistência do canal arterial

Tratamento Medicamentoso

CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO:

RN com: IG < 34 semanasCom até 15 dias de vidaCom controle de plaquetas, uréia e creatinina

normaisSem diástese hemorrágicaSem distensão abdominal ou suspeita de

enterocolite 2 grupos

Page 41: Persistência do canal arterial

Grupo 1

RN com PN < 1000 gramas e/ou IG < 30 em ventilação mecânica ou CPAP

Sem sinais clínicos, radiológicos e gasimétricos

Realizar ecocardiograma entre 24 a 72 horas de vida

Indicação do tratamento pré-sintomáticoSe PCA > 1,5 mmFluxo Esquerdo – direitoRelação AE/Ao > 1,2

Diagnóstico precoce

Page 42: Persistência do canal arterial

Grupo 2

Tratamento tardio (sintomático)

Com sinais clínicos (PCA sintomátco) e/ou radiológicos e/ou gasimétricos

Realizar ecocardiograma para confirmar a PCA e afastar outras cardiopatias

Page 43: Persistência do canal arterial

Indometacina

Apresentação: Indocid ® - ampola com 1 mg de indometacina liofilizada para diluir em 1 mL de água bidestilada.

Infundir EV em 30 minutos. Usar imediatamente e não reaproveitar a

diluição.

Diluição: 0,1mg/0,1ml (água bidestilada ou soro fisiológico 0,9%)

Page 44: Persistência do canal arterial

Indometacina – Rotina HRAS

Peso de Nascimento > 1250 g: 3 doses de 0,2 mg/kg; administrar a segunda

dose 12 horas após a primeira e a terceira dose 24 horas após a segunda.

Peso de Nascimento entre 1000 e 1250 g: primeira dose de 0,2 mg/kg; administrar 0,1

mg/kg após 12 h e a terceira dose 0,1 mg/kg 24 horas após a segunda.

Page 45: Persistência do canal arterial

Contra-indicações

Sangramento ativo: gastrointestinal ou outro (Hemorragia Intraventricular não é uma contra-indicação)

Creatinina ≥ 2 mg/dLDébito urinário < 1 mL/kg/hPlaquetas < 50.000 Cardiopatia congênitaMalformação intestinal ou renalManejo durante o Tratamento com Indometacina: Como a indometacina reduz o fluxo sanguíneo

gastrointestinal, manter dieta zero por 48 horas após a última dose.

Page 46: Persistência do canal arterial

Indometacina – Protocolo HC, FMUSP

Via: EndovenosaTempo de infusão: 2 horasJejum: 3 horas antes da medicação12 horas após a medicaçãoRecorrência:Repetir o ciclo de 3 doses até no máximo com 15

dias de vidaIndicação de novo tratamento: discutir com

cardiologistaControle de Ecocardiograma após a 3ª dose de

indometacina

Page 47: Persistência do canal arterial

Indometacina – Protocolo HC, FMUSP

Peso Nascimento > 1250 g ou Idade pós-natal > 7 dias de vida

1ª e 2ª Dose 0,2 mg/kg com intervalo de 24

horas.

Repetir ecocardiograma se persiste fluxo pelo

canal e não tiver contra-indicações, fazer a 3ª

Dose 0,2 mg/Kg com intervalo de 24 horas.

Clyman, 2001

Page 48: Persistência do canal arterial

Indometacina – Protocolo HC, FMUSP

Page 49: Persistência do canal arterial

Contra- indicação para o uso de Prostaglandinas – HC, FMUSP

Oligúria: débito urinário (< 0,6 ml/kg/h nas 8h precedentes)Plaquetopenia < 60.000 plaquetas / mm³Uréia < 60mg/dlCreatinina sérica < 1,6 mg/dlPresença de sangramento ativo (hemorragias pregressas

estáveis não contra indicam o tratamento com indometacina).

Nos casos de hemorragia periventricular graus 3 ou 4 o uso de

inibidor de prostaglandina deve ser cauteloso, certificando-se da estabilidade do quadro com USG crânio e controle de hematócrito.

Evidência radiológica ou clínica de enterocolite necrosanteEvidência de aumento de hemorragia intraventricular

Page 50: Persistência do canal arterial

Indometacina

Reações adversas

-Oligúria transitória-Distúrbios eletrolíticos-Diminuição da função das plaquetas-Hipoglicemia-Distensão abdominal

Page 51: Persistência do canal arterial

Tratamento Profilático – não indicado!

Diminui a incidência de PCA hemodinamicamente significativo.

Mas, o uso profilático mostrou um aumento na necessidade de oxigênio e menor perda de peso dos RN, aumentando o risco de displasia broncopulmonar (Schmidt et al, 2003).

Aumento das complicações gastro-intestinais.

(Oski et al, 2003)

Page 52: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno Lysine

Dose: -1ª Dose 10 mg/kg, -2 e 3ª doses de 5 mg/kg cada 24 horas -(Overmeire et al, 2000).Via: EndovenosaTempo de infusão: 30 minutosJejum: 3 horas antes da medicação12 horas após a medicação

Page 53: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno Lysine

Recorrência:

Repetir o ciclo de 3 doses até no máximo com 15 dias de vida

Indicação de novo tratamento: discutir com cardiologista

Page 54: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno Lysine

Foi demonstrado que é eficaz na mediação do fechamento do canal arterial e em minimizar os efeitos colaterais renais transitórios, mas também

pode elevar os níveis de creatinina. (Shah et al, 2003)

Em um estudo de meta-análise não se encontrou evidências de ser melhor quando comparado com a indometacina. (Ohlsson et al, 2003)

Page 55: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno Lysine

Revisão do Cochrane em 2010: concluiu que Ibuprofeno é tão efetivo quanto ao Indometacina como tratamento clínico do canal arterial , porém diminui o risco de enterocolite , insuficiência renal e diminuição do fluxo sanguíneo cerebral.

Page 56: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno Lysine

Cochrane:evidenciou maior risco de dependência de O2 aos 28 dias de vida no grupo do ibuprofeno (RR: 1,37; IC: 1,01-1,86), porém sem diferenças significativas quanto à dependência de O2 com 36 semanas de idade pós-concepcional (OR: 1,5; IC: 0,83-281).

A única diferença significativa favorável ao ibuprofeno entre os dois grupos foi a redução do risco de oligúria.

Page 57: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno via oral

Na Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da Asa Sul (HRAS) usamos o ibuprofeno oral na dose de 10mg/kg ataque e mais 2 doses de 5mg/kg com intervalo de 24 horas.

Page 58: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno via oral

Em 2002, o grupo indiano de Hariprasad avaliou a resposta ao ibuprofeno oral em 13 RN pré-termos com persistência do canal arterial

11 crianças mostraram fechamento do canal arterial nos ecocardiogramas após o tratamento, não sendo observados efeitos colaterais significativos como oligúria ou sangramentos.

Page 59: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno Via oral

Ainda em 2002,o grupo tailandês de Supapannachart investigou o uso do ibuprofeno oral no tratamento dos RN pré-termos com PCA.

18 RN com idades gestacionais abaixo de 34 semanas e que apresentavam PCA sintomático foram randomizados para o uso de indometacina oral ou endovenosa e para o uso de ibuprofeno oral

O PCA fechou em 7 de 9 RN que receberam o ibuprofeno oral (78%) e em 8 de 9 RN que receberam indometacina (89%).

Page 60: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno Via oral

Apesar de melhor diurese no grupo dos RN que receberam ibuprofeno, não houve diferenças quanto aos níveis plasmáticos de uréia e creatinina.

Não houve diferenças significativas entre os dois grupos quanto à duração do suporte ventilatório, assim como o número de RN que apresentaram displasia broncopulmonar, hemorragia intraventricular, enterocolite necrosante e morte.

Os autores concluíram que o uso do ibuprofeno oral é tão efetivo quanto a indometacina para o tratamento do PCA em prematuros.

Page 61: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno Via oral

Em 2003, Sharma e cl, da Índia, estudaram a farmacocinética do ibuprofeno oral, utlizando uma simples dose de 10mg/Kg entre 4 e 72 horas de vida em 20 RN prematuros com idade gestacional média de 30,4 semanas e peso médio ao nascer de 1262g

Os autores relataram uma grande variabilidade interindividual para as concentrações plasmáticas, vida-média de eliminação (15,72+/-3,76h) e área sob a curva tempo-concentração plasmática (9402.60+/-79,67microgramas h/ml) nestes bebês.

Variáveis como idade gestacional, peso ao nascer e sexo não afetaram significantemente a farmacocinética.

Page 62: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno Via oral

O estudo evidenciou uma grande variabilidade na farmacocinética nos RN recebendo ibuprofeno oral.

Os resultados desse estudo justificam a revisão dos esquemas de dose oral para que se alcance as concentrações plasmáticas comparáveis aos estudos do ibuprofeno associadas com sucesso no fechamento do canal arterial.

Page 63: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno Via Oral

Em 2003, o grupo israelense de Heyman publicou resultado de um estudo piloto, prospectivo utilizando ibuprofeno oral em 22 pré-termos com PCA e doença da membrana hialina.

A idade gestacional média foi de 27,5 semanas. O peso médio era de 979g.

Os RN receberam, no segundo dia de vida, 10mg/Kg/dia de uma solução oral de ibuprofeno, seguida de mais 2 doses de 5mg/Kg, se necessário com intervalo de 24 horas.

A ecocardiografia foi realizada antes e 24 horas após cada dose.

Todos RN tiveram ultra-som craniano antes e depois do ibuprofeno oral.

Page 64: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno Via Oral

Os autores relatam que 95% dos RN responderam à terapêutica .

Apenas 1 RN manteve persistência do canal arterial clinicamente significativo.

Nenhum RN necessitou de tratamento cirúrgico.

Não houve reabertura do canal arterial após o seu fechamento.

Com apenas 1 dose de ibuprofeno oral, 14 RN responderam; 6 RN necessitaram de 2 doses e 2 RN necessitaram de 3 doses.

Page 65: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno Via oral

A hemorragia intraventricular ocorreu em 7 RN (32%) e os autores não atribuem esta complicação à terapia pelo ibuprofeno e sim a história natural do PCA em recém-nascidos.

Não foi observada tendência ao sangramento e nem aumento da incidência de displasia broncopulmonar nos RN que receberam ibuprofeno.

Não houve diferenças significativas nos níveis de creatinina sérica antes e após o uso do ibuprofeno oral.

Page 66: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno via oral

Em 2007,Cherif et al utilizaram o iburofeno oral em 40 recém nascidos muito prematuros

(idade gestacional: 29,4 +/- 1 a 2 semanas [intervalo: 26 a 31,5 semanas]; peso:1237,2 +/- 198 g [intervalo: 650-1770 g]) com canal arterial e doença respiratória.

38 RN (95%) atingiram o fechamento do canal com tratamento medicamentoso.

2 pacientes não responderam ao tratamento e 1 exigiu ligação cirúrgica do canal e o outro paciente tolerou bem o shunt ductal.

Nos resultados iniciais não há nenhum caso de insuficiência renal, não há diferenças significativas nos níveis de creatinina sérica.

Page 67: Persistência do canal arterial

Iburpofeno Via Oral

Estudo realizado na Unidade de Neonatologia do HRAS por Oliveira FM, em 2008, incluindo 16 RN com PCA diagnosticado por ecocardiograma, que receberam ibuprofeno oral, 14 (80%) fecharam o canal arterial 4 (20%) não fecharam o canal.

Page 68: Persistência do canal arterial

Ibuprofeno via oral

Dos 16 bebês que fecharam o canal, 12 deles (75%) receberam somente um ciclo de ibuprofeno, 2 bebês (12,5%) receberam dois ciclos e outros 2 (12,5%) houve necessidade do 3º ciclo.

Todos os bebês que iniciaram o tratamento com menos de 10 dias de vida fecharam o canal arterial e necessitaram apenas de 1 ciclo.

Resultados compatíveis com os da literatura internacional.

Page 69: Persistência do canal arterial

Tratamento Cirúrgico

INDICAÇÔES

Em RNPT com repercussão hemodinâmica-Contra-indicação do tratamento farmacológico-Insucesso do tratamento farmacológico-Necessidade de tratamento imediato por deterioração

do estado cardiopulmonar

Em RNT com PCA-Com repercussão: cirurgia precoce (6 a 12 meses de

vida).-Sem repercussão: acompanhamento com

ecocardiograma 2 vezes por ano e cirurgia com 2 a 4 anos de idade, dependendo do hiperfluxo pulmonar

Page 70: Persistência do canal arterial

Fonte:

Livro “Assistência ao RN de MBP” – Sociedade Paulista de Pediatria

Livro “Assistência ao Recém-Nascido de Risco – 3ª edição”- 2012 (Prelo) - Paulo R. Margotto

Page 71: Persistência do canal arterial

Bom Dia!!!!

Page 72: Persistência do canal arterial

(J PEDIATR 2011;158:549-54)

Efficacy and Safety of Oral Versus Intravenous Ibuprofen inVery Low Birth Weight Preterm Infants with

Patent Ductus Arteriosus

Tulin Gokmen, MD, Omer Erdeve, MD, Nahide Altug, MD, Serife Suna Oguz, MD, Nurdan Uras, MD, and Ugur Dilmen, MD

Page 73: Persistência do canal arterial

Introdução

O uso de ibuprofeno oral é bastante interessante devido à disponibilidade e custo da medicação em relação à apresentação endovenosa, principalmente em países em desenvolvimento.

Page 74: Persistência do canal arterial

Objetivo

Comparar o uso de Ibuprofeno EV x VO para fechamento do CA de RNPT MBP.

Page 75: Persistência do canal arterial

Desenho do Estudo

Estudo prospectivo, randomizado

N do estudo: 102 RNPT MBP

Ibuprofeno VO x EV 10 mg/kg -5 mg/kg por 24-48h

Principais desfechos:-Taxa de sucesso-Tolerância renal (cystatin – C)

Page 76: Persistência do canal arterial

Resultados

Taxa de sucesso> no uso de ibuprofeno oral (84.6% x 62%) após 1 ciclo (P = .011).

Nível de cystatin-C aumentou após uso do ibuprofeno VO(P = .001), mas não alterou com uso de ibuprofeno endovenoso(P = .4).

Page 77: Persistência do canal arterial

Conclusão

Ibuprofeno oral é mais efetivo para fechamento do canal em RNPT MBP

O aumento dos níveis de cystatin-C sugerem que tais pacientes devem ser avaliados e seguidos de perto.

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O que acontece quando o ducto arterioso patente é tratado menos agressivamente em recém-nascidos de muito baixo peso?Autor(es): JW Kaempf, YX Wu, AJ Kaempf, L Wang and G.Grunkemeier. Apresentação: Daniel Landi, Érica Monteiro, Soraya Vasconcelos, Paulo R. Margotto

     

Page 80: Persistência do canal arterial

7o Simpósio Internacional de Neonatologia do Rio de Janeiro (24-26/6/2010): Controvérsias no tratamento do canal arterialAutor(es): Augusto Sola (EUA). Realizado por Paulo R. Margotto

Page 81: Persistência do canal arterial

A definição de um ducto arterioso hemodinamicamente significativo em ensaios randomizados e controlados, uma revisão sistemática da literatura

Autor(es): Inge Zonnenberg , Koert de Waal. Apresentação: Kamilla Graciano Dias; Murilo Guiotti; Pedro H. Silva de Almeida; Rodrigo Lopes Barbosa

     

O objetivo deste estudo é fazer uma revisão sistemática acerca dos parâmetros clínicos e/ou ultrassonográficos utilizados para diagnosticar um PDA, e classificá-lo como hemodinamicamente significativo em ensaios clínicos randomizados e controlados, avaliando o tratamento ductal.