período helenístico -...

24
Período Helenístico

Upload: lyhanh

Post on 11-Nov-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Período Helenístico

Page 2: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Período Helenístico

• As revoluções operadas por Alexandre Magno trouxeram consequências para a elaboração da Filosofia grega; sua grande expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais, com a formação de um vastíssimo império, tiveram como primeiro impacto a crise na polis, crise política que acarreta outras crises: culturais e espirituais.

Page 3: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Período Helenístico

• Percebemos que os grandes filósofos da Filosofia Nascente se estabeleceram e pensaram a partir da vida da polis; com a decadência desta e o surgimento de um outro ideal (o cidadão cosmopolita), o homem-citadino é substituído pelo homem-indivíduo e a contraposição grego vs. bárbaro é substituída pela dimensão do igualitarismo universal.

Page 4: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Período Helenístico

• Assim, todas as filosofias elaboradas antes desse período macedônico (com exceção do pensamento socrático) se mostrarão desatualizadas; era necessário um novo pensar filosófico, de modo específico que abordasse o como comportar-se diante desse novo mundo que se apresenta.

Page 5: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Período Helenístico

• Os problemas helenísticos, então, se concentraram, sobretudo, nos problemas morais, que se impunham sobre todos os homens; os filósofos criam, assim, escolas de condutas morais, entre elas:

• Cinismo,

• Epicurismo,

• Estoicismo,

• Ceticismo e

• Neoplatonismo.

Page 6: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Cinismo

• O fundador do Cinismo foi Antístenes; entretanto, a corrente cínica encontrou uma espécie de refundação com Diógenes de Sínope; levou às últimas consequências as teses elaboradas por Antístenes e soube torná-las regra de vida.

Page 7: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Cinismo

• Diógenes é aquele que rompe com a imagem clássica do homem grego. Sua proposta de pensamento possui uma clara postura anticulturalista, no sentido de que declarou como inútil a pesquisa filosófica abstrata e teórica com a finalidade de alcançar a felicidade; concentrou-se num ideal de vida vivida fora de qualquer convenção e reduzindo as necessidades ao essencial.

Page 8: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Cinismo

• O termo cínico possui duas versões para sua explicação: a primeira afirma que era o local onde Antístenes fundou sua escola e a segunda defende a tese de que o termo provém do grego kynós, cujo significado é cachorro. Muitos compreendem que era esse o objetivo de vida dos cínicos: uma vida de cachorro, simples, serena, em harmonia com a natureza e os instintos humanos, livres das convenções humanas e instituições sociais, desprezando os prazeres e promulgando a autarquia (o bastar-se a si mesmo).

Page 9: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Cinismo

• Uma vez que questionavam a validade das normas morais, e também religiosas, bem como as leis civis e todas as convenções, os cínicos foram considerados uma espécie de precursores do anarquismo.

• Bastando-se a si mesmo

Page 10: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Cinismo • Diógenes foi o primeiro a dobrar o manto por

necessidade também de dormir dentro dele e levava em bornal no qual recolhia comidas; servia-se indiferentemente de qualquer lugar para todos os usos, para fazer refeições, para dormir ou para conversar. E costumava dizer que também os atenienses haviam providenciado para ele um lugar onde pudesse morar; indicava o pórtico de Zeus e a sala das procissões [...]. Uma vez ordenou a alguém que lhe providenciasse uma casinha; e como este demorava Diógenes escolheu como habitação um barril que estava na rua, como ele próprio o atesta.

Page 11: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Epicurismo

• A primeira das grandes Escolas helenísticas, em ordem cronológica, foi a de Epicuro de Samos, que fundou sua Escola em Atenas em 307/306 a.C.; retomou as ideias dos Atomistas, trouxe para a discussão filosófica o conceito socrático de Filosofia como arte de viver e associou a relação entre felicidade e prazer.

Page 12: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Epicurismo • Os epicuristas (ou epicureus) são chamados

também de “Filósofos do Jardim”, visto que, realizam suas reflexões e debates filosóficos no jardim da escola fundada por Epicuro. Enquanto os cínicos e os estóicos defendiam a possibilidade de suportar a dor e o sofrimento, os epicuristas procuravam um caminho para evitá-los. Assim, para eles, o maior bem a ser buscado pelo humano era o prazer. Para tanto, Epicuro dividiu sua filosofia em três partes:

• a) Lógica; • b) Física; • c) Ética.

Page 13: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Epicurismo - Lógica

• Para Epicuro, o fundamento do conhecimento está sobre a sensação, principalmente as sensações de dor e de prazer. As sensações nascem do impacto de fluxos de átomos, provenientes de objetos, sobre os nossos sentidos, os quais possuem um papel passivo e mecânico, como receptores, de modo que a marca do mundo externo registrada pelos sentidos corresponde ao original; para Epicuro, então, a sensação é sempre verdadeira e objetiva e, por isso, é critério de escolhas éticas.

Page 14: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Epicurismo - Lógica

• Essas sensações, que se repetem inúmeras vezes, e os sentimentos de dor e prazer nascem da ressonância interna das sensações, ou seja, o efeito delas sobre nós serve de fundamento ético, nos auxiliam a discernir o bem e o mal.

• Epicuro defende a ideia de que existem opiniões e que, para garantir que algo é verdadeiro, basta somente a confirmação das sensações.

Page 15: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Epicurismo - Ética

• picuro, com sua ética, defende fugir da dor e buscar o prazer, por isso foi chamado injustamente de hedonista, pois o prazer buscado são prazeres naturais e necessários, experimentados com grande medida. O prazer supremo, para Epicuro, consiste na ausência de dor, que ele designa como aponía, quando se trata de ausência física, e ataraxia, quando se trata de ausência de dor espiritual.

Page 16: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Epicurismo - Ética

• Para alcançar a ataraxia, Epicuro estabelece uma hierarquia de prazeres:

• os naturais e necessários, ex.: comer (praticar);

• os naturais e não necessários, ex.: sexo (moderadamente);

• os não naturais e não necessários, ex. adquirir bens (evitar).

Page 17: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Estoicismo • O termo estoico deriva da palavra grega stoá (portão,

pórtico). Essa corrente de pensamento foi fundada por Zenão de Cicio que, por ser estrangeiro, não podia adquirir imóveis em Atenas e reunia seus discípulos sob o pórtico da cidade.

• Para o estoicismo, a Filosofia deve ser vislumbrada a partir da via contemplativa, distante das paixões, pautada pela ataraxia e pela autarquia. Para os estoicos, há processos naturais que regem nossa existência e nada há que o homem possa fazer; diante de situações assim (por exemplo: doenças, sofrimentos, morte) somente há uma saída: aceitar o destino. A indiferença, então, marca profundamente a ética dos estoicos.

Page 18: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Estoicismo • O Estoicismo, que adotou o pensamento fatalista

de Heráclito (os ciclos vitais), concebia o universo regido por um determinismo lógico e racional. Portanto, os homens deviam proceder de conformidade com a Natureza – “a vida segundo a Natureza” (ou seja, Deus e a Razão Universal) – aceitando, resignadamente, o destino traçado. Para os Estoicos, o conhecimento derivava das impressões recebidas pelos sentidos e sintetizadas pela inteligência (Razão). Dentre os mais importantes pensadores desta corrente se destacam: Sêneca, Epíteto e Marco Aurélio.

Page 19: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Ceticismo

• Segundo a etimologia, a palavra ceticismo provém do grego (skeptomai), traduzido para o latim por examino e vem a demonstrar a doutrina segundo a qual o espírito humano nada pode conhecer com certeza; conclui pela suspensão do juízo e da dúvida permanente e está em profunda oposição à corrente do dogmatismo.

Page 20: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Ceticismo

• Segundo Nicola Abbagnano, a epochè trata de uma suspensão do juízo, que caracteriza a atitude dos céticos antigos, particularmente de Pirro; consiste em não aceitar nem refutar, em não afirmar nem negar. O contrário dessa atitude, segundo Abbagnano, seria o dogmatismo, em que se dá assentimento a alguma coisa obscura, que constitui objeto de pesquisa científica

Page 21: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Ceticismo

• Segundo o ceticismo, essa atitude – a epochè - era a única possível para se atingir a imperturbabilidade. Com efeito, segundo a escola cética grega, quem duvida de que algo seja bom ou mau por natureza, não evita nem persegue coisa alguma com desejo: por isso é imperturbável.

Page 22: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Ceticismo

• O fundador do ceticismo grego foi Pirro (fim do IV séc. a.C.). Ele não deixou nenhum escrito filosófico. Nasceu em Élis, pequena cidade do Peloponeso, onde viveu inicialmente como pintor, depois interessou-se pela filosofia, principalmente sob a influência de Anaxarco de Abdera, em companhia de quem seguiu Alexandre, o Grande, por ocasião da campanha da Ásia. Retornando a Élis, fundou uma escola filosófica que lhe valeu uma enorme reputação junto a seus concidadãos. Esta corrente de pensamento teve vários altos e baixos.

Page 23: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Neoplatonismo • Um dos movimentos filosóficos mais significativos da

Antiguidade foi o neoplatonismo, assim denominado por beber na fonte da teoria platônica. Na verdade, só nos dias atuais os pesquisadores acrescentaram o prefixo neo, para marcar uma diferença em relação às duas correntes, as quais, apesar das aparências, eram bem distintas uma da outra.

• O filósofo mais importante desta escola foi Plotino, que se formou em Alexandria – centro urbano que era então o cenário da convergência entre o pensamento grego e o oriental - e posteriormente transferiu-se para Roma. Os textos por ele produzidos foram depois compilados por seu discípulo Porfírio em uma obra conhecida como as Seis Enéadas.

Page 24: Período Helenístico - profailson.com.brprofailson.com.br/wp-content/uploads/2018/09/Período-Helenístico.pdf · expedição para o Oriente e as sucessivas conquistas territoriais,

Neoplatonismo • Ao contrário de Platão, Plotino acreditava em uma espécie

de monismo idealista. Para ele só existia mesmo Deus ou o Uno, de onde emana a fonte divina que irradia por toda a criação. Segundo este filósofo, as sombras nada mais eram que a carência de luz, a qual não conseguia atingi-las; mas não se podia dizer que elas tinham uma real existência.

• Desta forma, os neoplatônicos rejeitavam o conceito do mal, e acreditavam apenas em graus de imperfeição, na carência da prática do bem. Contrariamente aos ensinamentos cristãos, não era necessário transpor as fronteiras da morte, caminhar para estágios de uma vida na espiritualidade, a fim de se conquistar uma alma perfeita e feliz. Estas virtudes podiam ser obtidas através do exercício constante da meditação filosófica.