percepÇÃo ambiental dos moradores da avenida … · “o contexto dos problemas ambientais...
TRANSCRIPT
PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS MORADORES DA AVENIDA BEIRA RIO - ORLA
FLUVIAL DE PORTO NACIONAL-TO.
Orientador: Prof. Flávio Pacheco da Mota.
Co- orientadora: Prof. Yara Gomes Corrêa
AUTORES:
LUIZA Ana,
JUNIOR Flavio Oliveira Moreira,
DA SILVA Glauco Gomes,
FREIRE Patrícia Monelley.
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo diagnosticar a percepção Ambiental dos
moradores da Avenida Beira Rio em Porto Nacional – TO a fim de propor atividades
adequadas de Educação Ambiental, contribuindo para a qualidade de vida da
população. A metodologia fundamentou-se na percepção ambiental, tendo como
suporte o método de contado individual aleatório através de um questionário
contendo sete questões sendo todas fechadas. A análise dos dados permitiu indicar
a impressão e as possíveis divergências de opinião entre os moradores da orla às
margens do rio Tocantins, em relação ao impacto ambiental causado pela
transformação da paisagem local em decorrência da formação do lago da Usina Luís
Eduardo Magalhães UHE Lajeado. A partir deste trabalho concluiu – se que a
percepção ambiental dos moradores, revela um grau de preocupação com os
recursos naturais. Os moradores da orla que frequentam com menos assiduidade
atribui a responsabilidade dos cuidados para com o local ao poder publico municipal.
Aqueles moradores que frequentam mais vezes se vêem mais como co-
responsáveis. Sendo assim, estes últimos sentiram-se mais à vontade para
sugerirem melhorias locais. As categorias sociais estudadas revelaram aceitação
frente a paisagem modificada, embora as lembranças anteriores estejam fortemente
presente.
Palavras – chaves: Percepção Ambiental, Educação Ambiental.
1. INTRODUÇÃO
A preocupação com o meio ambiente tomou peso a partir das últimas
décadas devido á degradação ambiental provocada pelo atual modelo de
desenvolvimento urbano desprovido de planejamento ambiental e manejo adequado
dos recursos naturais. Com base no que já se pode observar atualmente, leva a crer
que a abordagem da percepção ambiental representa na avaliação e no
planejamento da qualidade do nosso ambiente, uma nova alternativa de potencial
incomensurável. Desta forma, o estudo da percepção ambiental é fundamental para
que possamos compreender melhor as interrelações entre o homem e o ambiente.
Dessa forma a percepção dos riscos ambientais constituiu um dos temas que
vem sendo muito abordados no campo da percepção ambiental, onde se busca
enfatizar as tomadas de decisão, ou seja, as respostas humanas aos riscos dos
níveis individual, comunitário e nacional (BURTON; KATES E WUITE, 1978 apud
FERREIRA 2001).
A educação ambiental, neste sentido torna-se um instrumento essencial para
superar os atuais impasses da nossa sociedade, pois ela possibilita transformar a
percepção e a existência ambiental dos seres humanos de forma a resgatar suas
origens possibilitando assim, o desenvolvimento mais amplo dos níveis de
consciência (COIMBRA 1985 apud PERIN, 2003 p.4).
Dias (1994 p.11) afirma que ao “adquirir um dado conhecimento sobre o
meio ambiente, as pessoas ou grupos sociais podem sensibilizar-se sobre o
assunto, alterar atitudes e partir para ações”. Assim, visa identificar qual a
Percepção Ambiental desses moradores da região quanto os riscos ambientais?
Este estudo propõe estudar a percepção ambiental da população que reside na
Avenida Beira Rio, Orla fluvial de Porto Nacional-TO.
O estudo foi estruturado para ser apresentado em cinco partes, além desta
introdução, onde o capítulo dois trata da fundamentação teórica. O capítulo três
contém a metodologia utilizada para a realização da pesquisa. O capítulo quatro, por
sua vez, contempla as análises e interpretações dos dados. Por último, o capítulo
cinco, que apresenta as considerações finais, permitiu obter os resultados das
pesquisas realizadas do referido tema abordado neste trabalho.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Percepção Ambiental
Os estudos de percepção ambiental são importantes na medida em que é por
meio deste que toma-se consciência do mundo, estando relacionado a
aprendizagem e sensibilização envolvidos nos processos de educação ambiental.
Os comportamentos humanos derivam de suas percepções do mundo, cada um
reagindo de acordo com suas concepções e relação com meio, dependendo de suas
relações anteriores, desenvolvida durante sua vida (MENGHINI, 2005).
“O contexto dos problemas ambientais implica o estudo das relações homem e
ambiente e qualquer análise que se faça sobre soluções possíveis deve considerar
os comportamentos do homem perante seu ambiente” (BASSANI 2001, p.47).
Sendo que o homem percebe o mundo principalmente através da visão, com a
imagem assumindo posição especial (MANSANO, 2006).
Cada indivíduo percebe e responde diferentemente frente às ações sobre o
meio, assim o estudo da percepção ambiental é de suma importância pra que se
possa compreender as inter-relações homem/ambiente, pois sabendo como os
indivíduos percebem o ambiente em que vivem, sua fonte de satisfação e
insatisfação, será possível a realização de um trabalho partindo da realidade do
público alvo (FACIONATTO, 2007).
Moser (1998), aponta as dimensões culturais e sociais presentes, mediadoras
da percepção e avaliação das atitudes do individuo frente o ambiente.
Percepção ambiental foi definida como sendo uma tomada de consciência do
ambiente pelo homem (FAGINATTO, 2007), sendo que os estudos da percepção
ambiental hoje constituem “a ultima e decisiva fronteira no processo de uma gestão
mais eficiente e harmoniosa do meio” (AMORIM FILHO, 2007, p.7).
As pesquisas sobre o tema se consolidaram com a criação na década de 60
do “Grupo de trabalho sobre a Percepção Ambiental” pela União Geográfica
Internacional (UGI), e a UNESCO criou o projeto 13 dentro do “Programa Homem
Biosfera”, o grupo da UGI realizando estudos comparativos sobre os riscos e lugares
ou paisagens valorizados e a UNESCO, priorizando a contribuição para a gestão
dos recursos naturais (AMORIM FILHO, 2007).
Para estudar os problemas ambientais, deve-se conhecer as contribuições
das áreas que trabalham tais problemas, sendo necessário compreender a
linguagem destas diferentes áreas.
“A qualidade está relacionada a uma série de conceitos que refletem as ações
das pessoas dos diversos ambientes por eles usados, bem como as percepções
elaboradas sobre tais ambientes” (BASSANI, 2001, p.52).
Amorim Filho (2007) descreve vários conceitos importantes nos estudos de
percepção ambiental, citando alguns autores:
Atitude: um estado de espírito do indivíduo, orientado para um ou mais
valores;
Cognição: processo psicológico por meio do qual o homem obtém, armazena,
e utiliza a informação (GOLD, 1994);
Imagem: representação mental que podem formar-se mesmo quando o
objeto, pessoa, lugar ou área a que se refere não faz parte da informação
sensorial atual;
Paisagem: expressão observável pelos sentidos na superfície da Terra e
resultante da combinação entre a natureza, as técnicas e a cultura dos
homens (PITTE, 1986);
Percepção: função psicológica que capacita o indivíduo a converter os
estímulos sensoriais em experiência, organizada e coerente (GOLD, 1984);
Representação: processo que permite a evocação de objetos, paisagens e
pessoas, independentemente da percepção atual deles;
Valor: qualidade que o homem atribui, conscientemente ou não, a um tipo de
relação, a uma representação, ou a um objeto (BAILLY, 1987);
Topocídio: a aniquilação deliberada de lugares (PORTEOUS, 1988);
Topofilia: laços afetivos que o ser humano desenvolve com seu ambiente em
especial com lugares específicos;
Topofobia: alguma forma de aversão a paisagens ou lugares.
Ao perceber o meio a pessoa interpreta os estímulos deste o que envolve
aprendizagem adquirida durante a vida e experiências com o ambiente, sendo
assim:
Cognição ambiental é concebida como um processo mediante o qual as
pessoas compreendem, estruturam e aprendem sobre seu ambiente e
utilizam mapas cognitivos para se orientarem e deslocarem nos diversos
ambientes. A percepção ambiental é entendida como a experiência
sensorial direta do ambiente em um dado momento, não sendo considerado
um processo passivo de mera recepção e interpretação da estimulação
ambiental pelas pessoas. (BASSANI, 2001, p. 52).
Dessa forma é importante destacar a consciência ambiental que torna
possível o sujeito participar diretamente da construção do seu conhecimento, que
possibilita uma leitura do mundo mais realista e menos mistificada, gerando
segurança para desvendar o mundo e criar condições de melhorá-lo (RUCHEINSKY,
2001).
2.2. Educação Ambiental
Em março de 1965, durante a Conferência em Educação na Universidade de
Keele, na Grã-Bretanha, surgia o termo Environment Educacion (Educação
Ambiental). Na ocasião, foi aceito que a Educação Ambiental deveria ser tornar uma
parte essencial da educação de todos os cidadãos e seria vista como sendo
essencialmente conservação ou ecologia aplicada (Dias, 2004).
O ano de 1972 foi histórico para o movimento ambientalista mundial, quando
as discussões para o tema culminaram durante a Primeira Conferência Mundial das
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estolcomo – 1972. Nessa
conferência, a educação dos indivíduos para o uso equilibrado dos recursos naturais
foi apontada como uma das estratégias para a solução dos problemas ambientais
(TOZINI-REIS, 2004). Assim, levando em conta as recomendações, o governo
brasileiro iniciou ações para o estabelecimento de uma política pública mais ampla
de meio ambiente e conservação dos recursos naturais (RIBEIRO, 2001).
Vinte anos depois, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente
e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92, revistou o documento de Tbilisi para
elaborar a educação ambiental na Agenda 21, retomando, re-contextualizando e
ampliando princípios e recomendações (TOZONI-REIS, 2004). Ali ficaram
conhecidos os três eixos de organização conhecidos internacionalmente: a)
reorientar a educação para o desenvolvimento sustentável; b) aumentar os esforços
para proporcionar informações sobre o meio ambiente, que possam promover a
conscientização popular; e c) promover treinamento.
Sendo assim a educação ambiental é uma proposta que altera profundamente
a educação como a conhecemos. Trata-se de uma educação que visa não só a
utilização racional dos recursos naturais, mas basicamente a participação dos
cidadãos nas discussões e decisões sobre a questão ambiental (CORTEZ, 2007).
Educação ambiental seja um processo por meio do qual as pessoas
aprendam como funciona o ambiente, como dependemos dele, como
afetamos e como promovemos a sua sustentabilidade (DIAS, 2003 p. 100).
Com base em uma educação ambiental participativa destaca-se o conceito de
sustentabilidade social, que se preocupa em promover ações voltadas para o
resgate da cidadania da pessoa humana, garantindo seus direitos universais: saúde,
educação, moradia, trabalho condizente com o Art. 225 caput da Constituição
Federal.
O Brasil é o único país na América Latina que tem uma Política Nacional
específica para Educação Ambiental – Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999. Em seu
Art. 1º - Entende-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o
individuo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Em seu Art. 2º cita que a Educação Ambiental é um componente essencial e
permanente da educação nacional, devendo estar presente de forma articulada, em
todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não
formal.
Na Seção II – Art. 9º da Política Nacional do Meio – PNMA, entende-se por
Educação Ambiental no Ensino Formal, a educação escolar desenvolvida no âmbito
dos currículos das instituições de ensino pública e privada.
Na Seção III – Art. 13º da PNMA entende-se por Educação Ambiental Não-
Formal as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade
sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da
qualidade do meio ambiente.
A educação ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e a
comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos,
valores, habilidades, experiências e determinação que os tornem aptos a agir e
resolver problemas ambientais, presentes e futuros (DIAS, 2004).
Não se trata, de fazer uma educação elitista, mesmo porque isso iria contra
todos os argumentos defendidos até o momento, nem a educação “da massa”, mas
sim conhecer e definir seus próprios limites (CORTEZ, 2007).
3. METODOLOGIA
Para que o estabelecimento de propostas de educação ambiental em uma
área impactada seja eficiente, é importante detectar os níveis de percepção
ambiental da população da referida área para que se conheça seus valores atitudes,
condutas e como os impactos sofridos influenciaram na percepção desses
indivíduos.
O procedimento metodológico consiste numa série de regras com finalidade
de resolver determinado problema ou, ainda, explicar um fato por meio de hipóteses
ou teorias que devem ser testadas experimentalmente podendo ser comprovadas ou
refutadas (MARCONE e LAKATOS, 2005). Sendo assim, serão expostos os
métodos e técnicas para o desenvolvimento desse trabalho. Segundo Ludke (1999),
a grande vantagem da aplicação do questionário sobre as outras técnicas é que ela
permite a captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com
qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos.
Quanto à abordagem da pesquisa, foi escolhido o método da pesquisa
quantitativa, por ter sido considerado o mais adequado para a coleta dos dados
pretendidos. Questionários e observações são metodologias usadas em estudos
sociológicos como meio a investigação estatística e documentária (NOGUEIRA,
1973).
Aos objetivos da pesquisa, foi considerada descritiva, pois se faz uso,
principalmente, de técnicas padronizadas de coleta de dados. Pesquisa descritiva
como aquela onde os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e
interpretados, sem que o pesquisador interfira neles (ANDRADE, 1999).
4. ANÁLISE DE RESULTADOS
4.1 Aplicação de Questionário
É importante ressaltar que não houveram resistências no repasse de
informações por parte dos moradores. Por isso, foram entrevistados um total de 98
pessoas onde se obteve resultados detalhados do grau de percepção ambiental dos
antigos ribeirinhos, e hoje moradores da região próxima a Av. Beira Rio – Orla
Fluvial de Porto Nacional. Os resultados foram distribuídos em gráficos para um
melhor entendimento e visualização.
4.2 Percentuais da Área em Estudo
Figura 1: Moradores Frequentantes da Av. Beira Rio - Orla
Com base na primeira pergunta do questionário aplicado, 85% dos
moradores disseram freqüentar a Av. Beira Rio – Orla, já os 15% restantes afirmam
não freqüentar a área estudada devido as objeções na construção da mesma.
Gráfico 1: Moradores que frequentam a Av. Beira Rio-Orla Fonte: Pesquisa (2011)
Gráfico 2: Percepção de Resíduos na Orla. Fonte: Pesquisa (2011)
Analisando as respostas pessoais segundo as seis categorias expostas
acima, identifica-se dentre os moradores que freqüentam a orla a presença de
resíduos em três variações; sempre, às vezes e nunca, onde ambas possuem
percentuais indicativos que mostram o grau de percepção dos entrevistados.
Gráfico 3: Percentual dos Impactos Ambientais Fonte: Pesquisa (2011)
O levantamento sócio-ambiental é muito relevante pois através dele é
possível se ter noção da importância que os moradores que freqüentam a Av. Beira
Rio – Orla dão ao meio ambiente e se estão cientes dos problemas ambientais que
vêm ocorrendo na região. Nota-se uma maior reclamação em relação a opção
“outros problemas” do que aos demais problemas apresentados. Nessa opção foram
avaliados como problemas a poluição sonora, a falta de iluminação pública e as
rachaduras nas casas próximas ao lago, que a população residente avalia como
problemas sócio-ambientais.
Gráfico 4: Atividades para a melhoria da situação ambiental. Fonte: Pesquisa (2011)
De acordo com a pesquisa, há uma objeção em relação à fiscalização da
prefeitura através de órgãos ambientais. A população afirma que somente a parte de
sensibilização não é suficiente. É importante ressaltar que seria necessária a
implantação de centros comunitários setoriais com mediadores entre poder público e
moradores nas propostas de educação ambiental.
Gráfico5: Identificação dos grupos que atuam na melhoria da qualidade ambiental Fonte: Pesquisa (2011)
Após o questionamento da existência, ou não, de entidades ou grupos que
atuam em defesa da qualidade ambiental da Orla, foi constatado que 89% dos
entrevistados não têm conhecimento de instituições ou grupos que atuem nessa
área dentro da região, os outros 11% dizem conhecer apenas a Prefeitura Municipal
de Porto Nacional.
Gráfico 6: Principais atividades desenvolvidas Fonte:Pesquisa (2011)
Através do gráfico pode-se perceber que as principais atividades
desenvolvidas pelos moradores que freqüentam a Orla são de utilização da área
para lazer com 39% do total, e para o trabalho com 36%. Dentro do lazer estão os
banhos no lago e alimentação nas barracas e comércios dos trabalhadores citados.
As atividades esportivas ficaram com 11%, as religiosas com 5% e os 9% restantes
foram destinados a outras atividades. O grupo que faz parte do percentual intitulado
como “outros”, afirma que a área se tornou um lugar desagradável pela grande
mudança feita no local e pelo excesso de festas que acontecem à noite, perturbando
o sono e tranqüilidade dos moradores.
Gráfico 7: Responsabilidade pela preservação Fonte: Pesquisa (2011)
A questão teve por objetivo constatar a quem os moradores que frequentam a
Orla atribuem à responsabilidade da preservação ambiental dessa área. Para 65%
dos entrevistados a incumbência é do Poder Público Municipal, 22% acham que o
dever é de todos, 7% atribuem a comunidade como responsáveis e 6% atribuem a
função à outros, entre elas, a Investco, empresa responsável pela construção,
operação e manutenção da Usinas Hidrelétrica.
5. Considerações finais
O objetivo inicial do estudo foi a avaliação da percepção ambiental da
população que reside próximo a Av. Beira Rio – Orla em Porto Nacional, permitindo
a identificação e, sobretudo, a quantificação dessa percepção frente às múltiplas
faces do conhecimento ambiental, considerando a importância dela para o
desenvolvimento de trabalhos de educação ambiental e sabendo que para isso é
necessário partir da compreensão dos moradores da Av. Beira Rio – Orla, visando
desenvolver um pensamento crítico em relação ao meio, tornando possível maiores
cobranças à sociedade por resultados que demonstrem uma mudança de
comportamento, e também aos governos.
A partir do objetivo com a análise dos resultados verifica-se a necessidade de
trabalhar de forma diferenciada as questões ambientais. O meio ambiente ainda é
visto como um espaço global com exclusão do homem, quando na verdade ele inclui
dimensões naturais, sociais e culturais deste, o que não se verifica nas respostas
dos pesquisados.
Pode-se perceber que os moradores sabem dos problemas existentes, mas
não tem conhecimento de instituições ou grupos que possam agir em defesa do
meio ambiente e acreditam que isso é papel do poder público municipal e órgãos
dependentes do mesmo e não deles.
Foram apresentadas muitas dúvidas nas respostas dos questionários, o que
nos permite concluir que a educação ambiental precisa ser mais bem trabalhada
entre a população para uma melhor avaliação crítica.
Devem-se promover mais pesquisas que auxiliem na indicação para a
solução dos problemas ambientais, buscando novas formas de trabalhar a
percepção e educação ambiental, principalmente para reconduzir os moradores
frequentantes, pois a população não satisfeita com a estrutura atual, ainda se vê
com a memória antiga da Orla, onde se tinha um pleno desfrute da antiga praia
local.
Conclui-se então, que a percepção ambiental entre os moradores que
frequentam a Orla Fluvial de Porto Nacional- TO é muito limitada, havendo uma
grande necessidade de atenção do poder púbico para uma melhor gestão ambiental,
e uma melhor infra-esturura ao longo do local. Poucos têm uma visão mais ampla,
sendo assim, existe uma carência muito grande de projetos de sensibilização e
conscientização ambiental.
6. Referências Bibliografias
AMORIM FILHO, O.B. Os estudos da percepção como a última fronteira da gestão
ambiental. São Paulo, Jun. 2007. Disponível em <
http://ivairr.sites.uol.com.br/percepcaoambi.htm>. Acesso em: 06 de Maio de 2011.
BASSANI, M. Fatores psicológicos da percepção da qualidade ambiental. In: MAIA
N.B. et. Al (Org). Indicadores ambientais: conceitos e aplicações. São Paulo: Educ,
2001.
DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. 8ªed., São Paulo: Gaia, 2003.
DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. 9ªed., São Paulo: Gaia, 2004.
FAGIONATTO, S. O que tem a ver percepção ambiental com a educação
ambiental?. São Paulo, Mar. 2007. Disponível em:
<http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/m_a_txt4.html#percepcao>. Acesso em: 06
de junho de 2011.
MANSANO, C. N. A escola e o bairro: percepção ambiental e interpretação do
espaço de alunos do ensino fundamental. Dissertação (Mestrado) – Universidade
Estadual de Maringá, 2006.
MOSER, G. Piscologia Ambiental. Palestra proferida na Biblioteca Central da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em 27 de Agosto de 1997.
PARENTE, M.B.; JAPIASSÚ, M. F.; CORREA, Y. G. Diagnóstico da Percepção
Ambiental da População que frequenta e mora na Av. Beira Rio em Porto Nacional –
TO. Dissertação (Mestrado), IBPEX - Instituto Brasileiro de Pós Graduação e
Extensão, 2004.
RUCHEINSKY, A. Meio Ambiente e percepção do real: os rumos da educação
ambiental nas veias sociais. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação
Ambiental, v., p 26-44, out./dez. 2001.
TOZONI-REIS, M. F. Educação ambiental: natureza razão e historia. Campinas, SP:
Autores associados, 2004.