pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (andré comte-sponville)

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Pequeno tratado das grandes virtudes: Polidez e Fidelidade Docente: Cleuber da Silva Discentes: Alessandro Gama Pedro Gomes Simone Lopes Vanessa Oliveira Turma: 3 Ano MSI - Mat

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Pequeno resumo de duas virtudes tratada pelo filósofo André Comte-Sponville em seu livro "Pequeno tratado das grandes virtudes".

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Page 1: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

Pequeno tratado das grandes virtudes: Polidez e

Fidelidade

Docente: Cleuber da Silva

Discentes: Alessandro Gama

Pedro Gomes

Simone Lopes

Vanessa Oliveira

Turma: 3 Ano MSI - Mat

Page 2: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

Polidez

• A polidez é a primeira virtude e quem sabe, aorigem de todas. É também a mais pobre, a maissuperficial, a mais discutível das virtudes.

• A polidez faz pouco caso da moral, e a moral dapolidez.

• Ex: Um nazista polido em que altera o nazismo?Em que altera o horror? Em nada.

• A polidez se caracteriza bem por esse nada.

• Ela é um valor ambíguo.

Page 3: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

• A polidez é um artifício, um enfeite e podeocultar alguma coisa.

• Um canalha polido não é menos ignóbil queoutro, talvez seja até mais. O canalha polidopoderia facilmente ser cínico, sem faltar com apolidez nem com a maldade.

• Ela torna o mau mais odiável porque denota neleuma educação sem a qual sua maldade, de certaforma, seria desculpável.

• Diante da polidez, o importante antes de tudo énão se deixar enganar. A polidez não é umavirtude, e não poderia fazer as vezes denenhuma.

Page 4: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

• Então: Por que dizer que ela é a primeira, etalvez a origem de todas?

• A origem das virtudes não poderia ser uma, etalvez seja próprio da essência das virtudes aprimeira delas não ser virtuosa.

• Ex: O recém-nascido não tem moral, nem podeter. Tão pouco o bebê, e por um bom tempo acriança. O que essa descobre em compensação ebem cedo, são as proibições.

• . "Não faça isso: é sujo, é ruim, é feio, émaldade"... Ou: " É perigoso“.(Educação dosPais)

Page 5: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

• Segundo Kant: “O homem só pode tornar-sehomem pela educação”.

• Para ele através da disciplina que se “transformaa animalidade em humanidade”.

• A partir disso nos começamos a construir nossamoral.

• Ela começa do ponto mais baixo pela polidez , ede algum modo tem de começar. Nenhumavirtude é natural; logo é preciso tornar-sevirtuoso. Para que isso aconteça é preciso imitaras virtudes e nos tornaremos virtuosos.

Page 6: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

• A polidez é a aparência de virtude, de onde elasprovêm.

• Portanto, a polidez salva a moral, sem a ela, serianecessário ser virtuoso para poder tornar-sevirtuoso, criando as condições necessárias paraseu surgimento e em parte para seu plenodesenvolvimento.

• Ela não é tudo, nem o essencial. No entanto, serbem-educado, é antes de tudo ser polido.

Page 7: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

• A polidez não é uma virtude. É essencial durantea infância e inessencial na idade adulta, pois nainfância ela nos prepara e na fase adultapassamos a imita-la .

• O que há de pior do que uma criança mal-

educada ou um adulto ruim?

Page 8: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

• A polidez não é a moral.

• É uma pequena coisa que prepara grandescoisas. É um ritual sem Deus, um cerimonialsem culto, uma etiqueta sem monarca.

• A polidez não é uma virtude, mas umaqualidade, qualidade apenas formal.

• A polidez não é tudo, é quase nada. Mas ohomem, também, é quase um animal.

Page 9: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

Fidelidade

• O homem só é espírito pela memória, só éhumano pela fidelidade.

• A fidelidade é virtude de memória, e a própriamemória como virtude.

• Como a fidelidade é virtude da memória, assim ainfidelidade é sua falta.

Page 10: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

• A fidelidade não desculpa tudo: ser fiel ao pior épior do que renegá-lo. Os juravam fidelidade aHitler, Fidelidade ao mal é má fidelidade.

• A infidelidade, ao contrário, acaba por acarretar:traímos primeiro aquilo de que noslembramos, depois esquecemos o que traímos... Ainfidelidade se abole, assim, em seu triunfo, aopasso que a fidelidade só triunfa, sempreprovisoriamente, recusando abolir-se.

Page 11: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

• É este o dever da memória: piedade e gratidão

pelo passado. O duro dever, o exigente dever, oimprescritível dever de ser fiel!

• Fidelidade à verdade, antes de tudo! É nisso quea fidelidade se distingue da fé e, a fortiriori, dofanatismo. Ser fiel, para o pensamento, não érecusar-se a mudar de idéia , nem submeter suasidéias a outra coisa que não a elas mesmas , nemconsiderá-las como absolutos, é recusar-se amudar de idéia sem boas e fortes razões.

Page 12: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

• Para o casal é outra história. Que há casais fiéis e outrosnão, é uma verdade de fato. Pelo menos se entendemospor fidelidade, nesse sentido restrito, o uso exclusivo, emutuamente do corpo do outro. Por que só amaríamosuma pessoa? Por que só desejaríamos uma pessoa? Serfiel a suas ideias não é (felizmente!) ter uma só ideia;nem ser fiel em amizade supõe que tenhamos umamigo. Fidelidade, nesses domínios, não éexclusividade. Por que deveria ser diferente noamor? Em nome do que poderíamos pretender odesfrute exclusivo do outro? É possível que isso sejamais cômodo ou mais seguro, mais fácil deviver, talvez, no fim das contas, mais feliz.

Page 13: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

• Cabe a cada um escolher, de acordo com sua forçaou com suas fraquezas. A cada um, ou antes a cadacasal: a verdade é valor mais elevado do quea exclusividade, e o amor me parece menostraído pelo amor (pelo outro amor) do que pelamentira.

• O essencial é saber o que faz com que um casalseja um casal. O simples encontro sexual, por maisrepetido que seja, não bastaria evidentemente paratanto. Mas também não a simples coabitação, pormais duradoura que seja. O casal, no sentido emque uso a palavra, supõe tanto o amor como aduração. Supõe, portanto, a fidelidade, pois o amorsó dura sob a condição de prolongar a paixão .

Page 14: Pequeno tratado das grandes virtudes: polidez e fidelidade (André Comte-Sponville)

• Como eu poderia jurar que sempre te amarei ouque não amarei outra pessoa? Quem pode jurarseus sentimentos?

• Por que precisaríamos, para amar opresente, trair o passado? Eu juro não quesempre te amarei, mas que sempre permanecereifiel a esse amor que vivemos.

• O amor infiel não é o amor livre: é o amoresquecidiço, o amor renegado, o amor queesquece ou detesta o que amou eque, portanto, se esquece ou se detesta.