auguste comte

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1 Auguste Comte (1798-1857) Universidade de Brasília Profa. Christiane Machado Coêlho

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Uma breve aula sobre Augusto Comte, grande pensador, dada na matéria Teoria Sociológica 1, por Christiane Coelho.

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  • *Auguste Comte(1798-1857)Universidade de BrasliaProfa. Christiane Machado Colho

  • *I. Biografia

  • *BiografiaAuguste Comte nasceu em Montpellier, em 19 de janeiro de 1798Famlia monrquica e catlicaFilho de um fiscal de impostosLaos familiares complexosIngressou com 16 anos, em 1814, na Escola Politcnica de Paris

  • *BiografiaSaiu da Escola Politcnica em 1816, em funo da conjuntura poltica Em 1817, Comte passou a ser secretrio de Saint-Simon (1760-1825) que exerceu uma forte influncia sobre a sua obra

  • *BiografiaRuptura com Saint -Simon em 1824Em 1824, casou-se com Caroline MassinEm 1826, passou a lecionar matemtica, em cursos particulares na sua casa que resultaram na obra Curso Positivo de Filosofia

  • *BiografiaEm 1842, separou-se da mulherEm 1844, publicou O Discurso sobre o Esprito PositivoEm 1840, foi recusada a sua candidatura a professor na Escola PolitcnicaPassou a ser sustentado pelo filsofo John Stuart Mill e pelo dicionarista Littr (1801-1881)

  • *BiografiaEm 1844, Conheceu Clotilde Vaux, casada com um homem que estava preso em razo de um crime infamante, que veio a falecer em 1845Publicou entre 1851-1854 Poltica Positiva ou Tratado de Sociologia Instituindo a Religio da Humanidade

  • *BiografiaEm 1848, funda a Sociedade Positiva, cujo nome publicado no Catecismo Positivista (1852) Em 1849 inicia um novo curso filsofico, sintetizado no Sistema de Poltica Positiva(1851-1854)

  • *BiografiaEm 1852, publicou O Catecismo Positivista ou Exposio Sumria da Religio UniversalFaleceu em 5 de setembro de 1857

  • *II. Influncias Tericas

  • *Influncias Tericas1) Escola Politcnica: Sadi Carnot (1796-1832): FsicoLagrange (1736-181): Matemtico. Mecnica AnalticaPierre Simon de Laplace (1749-1827): Astronmo

  • *Influncias Tericas2) Idelogos: Destutt de Tracy (1754-1802)Cabanis (1757-1802)Volney (1757-1820)

  • *Influncias Tericas3)Tericos da Economia PolticaAdam Smith (1723-1790)Jean-Baptiste Say (1767-1832)

  • *Influncias Tericas4) Filsofos e Historiadores: David Hume (1711-1776)William Robertson (1721-1793)

  • *Influncias TericasElaborou os princpios de cada cincia de acordo com uma abordagem histrica

  • *IV. Principais Obras

  • *Obras Principais

    Programa dos Trabalhos cientfico necessrios para a reoganizao da sociedade (1822)Curso de Filosofia Positiva (1830-1842)Tratado Elementar de Geometria Analtica (1843)Discurso sobre o Esprito Positivo (1844)

  • Sistema de Poltica Positiva (1851-1854)Catecismo Positivista (1851-1854)Apelo aos Conservadores (1855)

    *

  • *III. Temas Fundamentais

  • *Temas FundamentaisA sociedade s pode ser convenientemente reorganizada mediante uma reforma intelectual do homem

  • *Temas FundamentaisI) Filosofia da HistriaII) Fundamentao e classificao das cincias baseadas na filosofia positivaIII) Sociologia que permitisse a reforma prtica das instituies

  • *Temas FundamentaisForma religiosa assumida pelo plano de renovao socialComte desenvolve uma concepo diferenciada das fases de evoluo do desenvolvimento humano

  • *I. Estado TeolgicoOs trs estados:1) Estado Teolgico: fatos explicados pelo sobrenaturalO nmero de observao dos fenmenos reduz-se a poucos casosA imaginao desempenha um papel fundamentalVisa um tipo de compreenso absolutaDesempenha papel de coeso social, fundamentando a vida moral

  • *Filosofia da HistriaI. Estado teolgico: 1) FetichismoII) PolitesmoIII) Monotesmo

  • *II. Estado Metafsico 2) Estado Metafsico ou Abstrato: Pesquisa direta da realidade, com a presena ainda do sobrenatural. Transio entre os estados teolgicos e monotestas. Abstraes personificadas.

  • *III. Estado Cientfico ou Positivo3) Estado Cientfico ou Positivo: fatos explicveis de acordo com leis gerais, abstratas, de ordem positiva. Abandona-se o absoluto e busca-se o relativo. Predomnio da atividade pacfica e industrial.

  • *IV. O Nascimento da Sociologia

  • *ContextoTendncia a decomposio do Antigo SistemaDeclnio do sistema feudal e teolgicopoca caracterizada por uma grande crise

  • *ContextoA sociedade estaria vivendo uma profunda anarquia, na opinio de ComteIdentifica a necessidade da sociedade, restabelecer uma ordem estvel

  • *Contextopoca de grande desenvolvimento cientficoFormao de uma cinciaPositivismo: ordem e progressoComte reconhece a necessidade de uma cincia do social

  • *O nascimento da Sociologia A definio de um conceito: Fsica Social (Sociologia): cincia que tem por objeto prprio o estudo dos fenmenos sociais (...) cincia positiva, a nica que faltava, o meio de poder os homens conhecer o passado e extrair a linha evolutiva que os levaria a um futuro certo e inequvoco

  • *A sociologiaDefinio: Acredito que devo arriscar, desde agora, este termo novo, sociologia, exatamente equivalente minha expesso j introduzida, de fsica social, a fim de poder designar por um nome nico esta parte complementar da filosofia natural que se relaciona com o estudo positivo do conjunto das leis fundamentais apropriadas aos fenmenos sociais (Comte, pp. 61,62).

  • *A sociologia como uma cincia da criseA sociedade seria movida por um movimento de desorganizao e de organizaoA crise contempornea resultaria da coexistncia destas tendncias opostas que vivenciam as naes mais civilizadas

  • *Fatos e Fenmenos SociaisFatos sociais: objetos de observaoFenmenos sociais: obedecem as leis gerais, devem ser explicados em termos sociais.

  • *O Conhecimento PositivoBusca prever, a fim de prover.Cincia como base para explicao do real.Necessidade de uma fsica social como forma de ampliar o conhecimento cientfico.

  • *O conhecimento positivoNo caso do Comte, h uma idia evolucionista de desenvolvimento dos diversos ramos cientficos. Comte desenvolve uma anlise do desenvolvimento intelectual da humanidade.

  • *O conhecimento positivoEstudo dos fenmenos sociais.Sociologia como cincia da crise, conscientizao de uma poca. Importncia da observao direta dos fenmenos sociais.

  • *As especificidades do socialProcesso de tornar positiva a cincia socialComte identifica problemas e incoerncias na transposio de estudos na rea da biologia para a rea social:

  • *Os problemas do biologismo A maioria dos filsofos biologistas foi assim involuntariamente conduzida a esta funesta aberrao prtica de considerar inerentes natureza fundamental do homem, e por consequncia, indestrutveis, modificaes sociais realmente passageiras, prprias de um estado determinado do desenvolvimento humano (Comte, p. 3)

  • *Os problemas do biologismo(...) a viciosa preponderncia das consideraes biolgicas, e o irracional desprezo das noes histricas, conduziram igualmente a desconhecer em profundidade a verdadeira evoluo social e a supor uma fixidez quimrica em disposies essencialmente variveis(Comte, p. 70).

  • *As especificidades do Social Comte critica igualmente a cincia econmica por ter se fechado em aspectos dogmticosO interesse pela economia poltica que se manifestava naquela poca era considerado como resultado da necessidade de estudos sociais sob o prisma dos mtodos positivos

  • *As especificidades do SocialComte diferencia igualmente o conhecimento matemtico do conhecimento social: procurando-se estender tanto quanto se possa o domnio real das matemticas, deve-se reconhecer que as cincias mais difceis esto destinadas, por sua natureza, a permanecer indefinidamente neste estado preliminar, que prepara para as outras a poca em que se tornam acessveis s teorias matemticas. Devemos para os fenmenos mais complicados, contentar-nos em analisar com exatido as circunstncias de sua produo, de os relacionar uns aos outros de maneira geral, etc, mas sem estud-los sob o ponto de vista da quantidade (Comte, pp. 101, 102).

  • *As especificidades do socialTentar fazer ingressar a cincia, desde sua origem, no domnio do clculo, seria pretender impor a teorias sobre fenmenos efetivos o carter de simples processos lgicos, privando-os assim de tudo o que constitui sua correlao necessaria com o mundo real (Comte, p. 102).

  • *As especificidades do socialAs especulaes matemticas conservaro eternamente, para o indivduo, o inaltervel privilgio que temporariamente exerceram para a espcie: o de fornecer exclusivamente o bero espontneo da positividade racional. (...), mas no se deve esquecer que um bero no pode ser um trono (CPP. v. VI, p. 423, in Comte, p. 103).

  • *As especificidades do social Comte identifica a necessidade de desenvolver estudos na rea social de forma interdependente e articulada:(...) pela natureza do objeto nos estudos sociais, como em todos os relativos aos corpos vivos, os diversos aspectos gerais esto, por fora, mutualmente solidrios e racionalmente inseparveis, a tal ponto que no podem ser convenientemente esclarecidos seno uns pelos outros (Comte, p. 71)

  • *O Mtodo PositivoO mtodo positivo deve ser considerado na ao.Mtodo medido pela sua eficcia. Cada cincia possui seu mtodo. Correlao (interdependncia) entre os fatos sociais:

  • *(...) Nenhum fato social poder ter significao verdadeiramente cientfica sem ser imediatamente relacionado a outro fato social; puramente isolado, mantm-se inevitavelmente no estado estril de simples anedota, suscetvel no mximo de satisfazer uma curiosidade v, mas incapaz de qualquer uso racional (CPP, v. IV, p. 219-21 e 223, in Comte, p.76).

  • *A previsibilidade na CinciaCincia como coordenao dos fatos.As observaes devem ser associadas para que exista conhecimento cientfico

  • *O Esprito Positivo(...) o verdadeiro esprito positivo consiste sobretudo em ver para prever, em estudar o que a fim de concluir o que ser, segundo o dogma da invariabilidade das leis naturais (D.P, p.16-17, in Comte, p. 77).

  • *Condies prvias para o conhecimento cientficoA cincia deve medir-se pela: 1) Coordenao mais ou menos completa; 2) Previso mais ou menos exata.

  • *Filosofia PositivaA filosofia positiva estudaria as leis invariveis, quer da harmonia, quer da sucesso. Ver para prever: tal o carter permanente da verdadeira cincia. Tudo prever sem ter nada visto constitui uma absurda utopia metafsica, ainda muito seguida(pp.v.VI, p. 430, 437,438-39, in Comte, p. 79).

  • * (...) o princpio fundamental consiste necessariamente na submisso contnua de todos e quaiquer fenmenos, inorgnicos ou orgnicos, fsicos ou morais, individuais ou sociais, as leis rigorosamente invariaveis sobre as quais qualquer previso racional torna-se evidentemente impossvel, ficando a cincia real limitada uma estril erudio (Comte, p.78).

  • *Filosofia positivaImaginao subordinada observao no desenvolvimento do conhecimento cientfico. Consistiria na observao dos fenmenos submetidos s leis naturais invariveis. Identificao das causas primeiras e das causas finais.

  • *Filosofia PositivaDefinio da cincia.Preocupao com o mtodo.Diferenciao de diversos mtodos cientficos.

  • *Preciso e certeza nas cinciasDiferenciao entre preciso e certeza.Cada cincia possui uma natureza especial.

  • *

    Comte identifica nas matemticas as origens da Filosofia Positiva e o desenvolvimento de seu mtodo: pelas matemticas que a Filosofia Positiva comeou a formar-se; delas que nos vem o mtodo (Comte, p. 81).

  • *Mtodo e Consenso nas Cincias SociaisNecessidade de conjugao dos estudos dos elementos sociais: Qualquer estudo isolado dos diversos elementos sociais , pois, pela natureza da cincia, profundamente irracional e deve manter-se estril (Comte, p. 82).

  • *Do Geral para o ParticularDeve-se proceder do geral para o particular na formao da cincia poltica.Do conhecido para o desconhecido. Conjunto prprio do mtodo sociolgico.

  • *Do Geral para o ParticularA procedncia do simples para o composto convm as cincias inorgnicas.Proceder do composto para o simples nas cincias sociais.

  • *Mtodo Positivo na SociologiaComte considera a sociologia como a mais racional das cincias reais. A Lgica Positiva consistiria no emprego do modo histrico, propriamente dito, realizando a pesquisa por filiao gradual, no somente por comparao.

  • *A ObservaoImportncia da Observao: incontestvel hoje que a observao dos fatos a nica base slida dos conhecimentos humanos (Comte, p. 85).

  • *A Observao

    A arte da observao consistiria: 1) Observao propriamente dita.

    Analise direta dos fenmenos, tais quais eles nos aparecem;

  • ObservaoII) Experincia, contemplao do fenmeno modificado por circunstncias artificiais; III) Comparao. Considerao de uma srie de casos semelhantes, nos quais o fenmeno se simplifica progressivamente (Comte, p. 85).

    *

  • *A ObservaoLimite imaginao. Relativizao do conhecimento.

  • *Dificuldades da observao em sociologiaCr-se muitas vezes que os fenmenos sociais devem ser muito fceis de observar, porque so muito comuns, alm de que o prprio observador, quase sempre, deles participa mais ou menos (Comte, pp. 87,88).

  • *Observao Direta e IndiretaA explorao positiva.

  • *1. Mtodo ExperimentalComte considera o mtodo experimental inadequado para a sociologia. Embora a sociologia possa empregar este mtodo, este no deve ser o mtodo principal desta disciplina. Seria um dos meios fundamentais apropriados fsica social (Comte, p. 91).

  • *II. Mtodo ComparativoAnlise do objeto principal com a grande diversidade de suas modificaes efetivas.

  • *Mtodo ComparativoComte destaca 5 comparaes principais que teriam um valor cientfico crescente: 1) Comparao entre as diversas partes de cada organismo determinado; 2) Comparao entre os sexos; 3) Comparao entre as diversas fases que apresentam o conjunto do desenvolvimento;

  • *Mtodo Comparativo

    4) Comparao entre as diferentes raas ou variedade de cada espcie; 5) Comparao entre todos os organismos da hierarquia biolgica; (CPP.V.III,p.181-85, in Comte, p. 91).

  • *II.1. Mtodo Comparativo nas sociedades animaisArte comparativa no conjunto das pesquisas sociolgicas; A comparao do homem com outros animais ocorreria numa fase posterior de desenvolvimento do esprito positivo.

  • *II.2. Mtodo comparativo no caso dos povos primitivosProcura de leis gerais explicativas da evoluo da humanidade; (...)conhecer a classificao conhecer a cincia, pelo menos, sua parte mais importante (Comte, p. 96).

  • *II.3. Mtodo HistricoProceder do conjunto para os pormenores. O esprito desse mtodo histrico propriamente dito me parece consistir no uso racional das sries sociais, isto , numa apreciao sucessiva dos diversos fatos histricos, o crescimento contnuo de cada disposio qualquer, fsica, intelectual, moral, ou poltica, combinado com o descrscimo indefinido da disposio oposta, resultando da a preciso cientfica do ascendente final de uma e a queda definitiva da outra, desde que cada concluso esteja, de resto, plenamente de acordo com o sistema das leis gerais do desenvolvimento humano, cuja indispensvel preponderncia sociolgica no deve jamais ser desconhecida (CPP, v.IV, p. 241, in Comte, p. 98).

  • *Hipteses de TrabalhoA induo e a deduo seriam as formas de desenvolvimento do conhecimento cientfico.No entanto, seria necessrio antecipar os resultados fazendo uma suposio provisria, a princpio essencialmente conjuntural, quanto a algumas noes mesmas que constituem o objeto da pesquisa (Comte, p. 99).

  • *Hipteses de Trabalho(...) as hipteses verdadeiramente filosficas devem constantemente apresentar o carter de simples antecipaes sobre o que a experincia e o racioccio teriam podido desvendar imediatamente, se as circunstncias do problema tivessem sido mais favorveis (Comte, p. 99).

  • *Hipteses de TrabalhoOra, todos os bons espritos reconhecem hoje que nossos estudos reais esto estritamente circunscritos analise dos fenmenos, a fim de lhes descobrir as leis efetivas, isto , suas relaes constantes de sucesso ou similitude, e no podem de modo algum ser concernentes sua natureza ntima, nem sua causa, primeira ou final, nem a seu modo essencial de produo (Comte, p. 99).

  • *PositivismoPositivismo: defende a idia de que o conhecimento cientfico a nica forma de conhecimento verdadeiro.