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PEQUENAS HIDROELÉTRICAS E DESENVOLVIMENTO LOCAL: O CASO DE PANAMBI-RS ROSANI ZACHOW Universidade Federal do Rio Grando do Sul [email protected]

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PEQUENAS HIDROELEacuteTRICAS E DESENVOLVIMENTOLOCAL O CASO DE PANAMBI-RS

ROSANI ZACHOWUniversidade Federal do Rio Grando do Sulinasor_1hotmailcom

PEQUENAS HIDROELEacuteTRICAS E DESENVOLVIMENTO LOCAL O CASO DE

PANAMBI-RS

Resumo O presente artigo descreve e analisa os procedimentos de utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos

para extraccedilatildeo da energia eleacutetrica que em um processo de participaccedilatildeo comunitaacuteria resulta em

desenvolvimento econocircmico social e humano A instalaccedilatildeo de pequenas estaccedilotildees hidroeleacutetricas com o

objetivo especiacutefico de atender comunidades em localidades remotas utilizando-se o leito do rio como

reservatoacuterio gerando energia a baixo custo sem resiacuteduos de forma sustentaacutevel com o envolvimento

da comunidade para que esta se sinta aleacutem de engajada comprometida com a preservaccedilatildeo do meio

ambiente Como condiccedilatildeo essencial de que natildeo haja retrocesso em sua qualidade de vida e a

governanccedila local atinja a melhoria dos indicadores do IDH com a contrapartida financeira que poderaacute

receber como retorno dos Estados ou Uniatildeo com a implementaccedilatildeo de um modelo de legislaccedilatildeo similar

ao ICMS Ecoloacutegico do RS

Palavras-chave Recursos hiacutedricos desenvolvimento local e regional energia eleacutetrica

Abstract This paper analyses and describes the water utilization procedures for electric energy

extraction which in a process of community participation results in economic social and human

development The installation of small hydroelectric stations with the specific purpose to serve

communities in remote locations using the riverbed as a reservoir generating low cost no waste and

sustainable electrical energy with community engagement so that they feel committed to

environmental reservation As an essential condition that no setback in quality of life and the local

governance to achieve the improvement of HDI indicators with the compensation they may receive in

return from the States or Union with implementation of a legislation model similar to ecological ICMS

from RS

Keywords Water resources local and regional development electric power

1 INTRODUCcedilAtildeO

Vive-se atualmente uma realidade de incertezas e de riscos em relaccedilatildeo ao meio ambiente cuja

degradaccedilatildeo aumentou significativamente nas uacuteltimas deacutecadas observando que natildeo eacute somente a

destruiccedilatildeo do meio fiacutesico de nosso habitat que assinala a atual crise mas tambeacutem o comprometimento

de sustentabilidade futura da sociedade A histoacuteria nos mostra que a interferecircncia da humanidade na

natureza revela a accedilatildeo potencialmente devastadora do homem tornando a relaccedilatildeo homem e ambiente minus

com o avanccedilo da ciecircncia e da tecnologia minus mais complexa

A concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo em aacutereas urbanas tem provocado dificuldades em relaccedilatildeo ao

acesso a aacutegua e energia eleacutetrica A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) calcula que ateacute a metade

deste seacuteculo pelo menos 50 paiacuteses deveratildeo enfrentar uma grave crise no abastecimento de aacutegua A falta

de aacutegua e acesso a energia estaacute presente todos os dias nos noticiaacuterios e em um grau preocupante

A expressatildeo de que o Brasil eacute um paiacutes rico pela abundacircncia de recursos hiacutedricos minerais e

grandes extensotildees de terra agricultaacutevel eacute verdadeira contudo confronta-se com a ausecircncia da

formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas ambientais sociais ou econocircmicas que deveriam ser permeadas por

accedilotildees de desenvolvimento econocircmico viaacutevel produzido por tecnologia com menor impacto ambiental

gerando desenvolvimento econocircmico e social promovendo debates importantes dentro da ciecircncia da

sustentabilidade respeitando o fator que necessidades pessoais variam em cada contexto histoacuterico e

cultural

Este artigo chama a atenccedilatildeo para a necessidade de desenvolvimento respeitando as diversidades

culturais o que pode ser obtido com a utilizaccedilatildeo de tecnologias ambientalmente sustentaacuteveis que

possam ser aplicadas na promoccedilatildeo do desenvolvimento com caracteriacutesticas diferenciadas e que

envolvam o uso racional dos recursos hiacutedricos existentes A otimizaccedilatildeo na utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

poderaacute servir como indutor do desenvolvimento social econocircmico e melhoria de qualidade de vida

aleacutem de preservar as bacias hiacutedricas utilizando a energia hidroeleacutetrica como indutor de

desenvolvimento e superaccedilatildeo da vulnerabilidade de regiotildees de difiacutecil acesso ou economicamente

menos privilegiadas

Haacute a necessidade do desenvolvimento de projetos de sustentabilidade ambiental instituindo

poliacuteticas que gerem organismos responsaacuteveis pela prestaccedilatildeo de serviccedilos com equidade corrigindo as

desigualdades ambientais e sociais e que de contrapartida estimulem a criaccedilatildeo de mecanismos

indutores de desenvolvimento endoacutegeno em regiotildees ou cidades poreacutem com o cuidado para que no

intuito de melhorar a qualidade de vida natildeo implique degradaccedilatildeo do meio natural

Dessa forma os recursos naturais devem ser considerados como fonte de energia e insumo

essencial ao desenvolvimento econocircmico Jacobi (2000) ressalta que a visatildeo estrateacutegica para considerar

tanto a viabilidade econocircmica quanto a ecoloacutegica eacute a do desenvolvimento sustentaacutevel Tal premissa de

desenvolvimento nos leva a redefinir as relaccedilotildees homemnatureza e nos faz repensar nossa civilizaccedilatildeo

Para Jacobi (1999 p 42) o desenvolvimento sustentaacutevel somente pode ser entendido como um processo em que de um

lado as restriccedilotildees mais relevantes estatildeo relacionadas com a exploraccedilatildeo dos recursos a

orientaccedilatildeo do desenvolvimento tecnoloacutegico e o marco institucional de outro o crescimento

deve enfatizar os aspectos qualitativos notadamente aqueles relacionados com a equumlidade o

uso de recursos e a geraccedilatildeo de resiacuteduos contaminantes

A estrutura desigual no acesso e distribuiccedilatildeo dos recursos do planeta aliada a influecircncia que

estes recursos exercem na sociedade aumentam ainda mais as disparidades dos poderes econocircmicos e

poliacuteticos que acabam por acentuar desproporcionalmente as desigualdades sociais e os desajustes

ambientais ameaccedilando a nossa relaccedilatildeo com a natureza

Neste sentido Jacobi (1999 p 42) nos diz que ldquo[] A ecircnfase no desenvolvimento deve fixar-se

na superaccedilatildeo dos deacuteficits sociais nas necessidades baacutesicas e na alteraccedilatildeo de padrotildees de consumo para

poder manter e aumentar os recursos-base sobretudo os agriacutecolas energeacuteticos bioacuteticos minerais ar e

aacuteguardquo

Becker (2000) estudioso em desenvolvimento regionallocal nos lembra que esta perspectiva eacute

o uacutenico caminho para o enfrentamento as distorccedilotildees sociais e ambientais neste fase de economia

globalizada

Partindo desta perspectiva aborda-se neste artigo a experiecircncia da cidade de Panambi

localizada no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul demonstra-se que uma praacutetica simples apoacutes

aproximadamente 100 anos natildeo degradou o ambiente em seu entorno e inferindo-se a adoccedilatildeo do

modelo como instrumento de modernizaccedilatildeo de gestatildeo puacuteblica com influecircncia positiva desenvolvendo

hidro energia agrave qual cabe o papel de indutor de desenvolvimento a comunidades remotas

2 OBJETIVOS E METODOLOGIA

Nossa discussatildeo sobre usinas hidroeleacutetricas de baixo impacto ambiental como promotoras do

desenvolvimento se daraacute a partir do estudo de caso do municiacutepio de Panambi-RS Conforme nos

lembra MINAYO (199416) ldquoo caminho do pensamento e a praacutetica exercida na abordagem da

realidaderdquo torna-se necessaacuterio uma boa interaccedilatildeo com o objeto de estudo e os atores na pesquisa para

criar um conhecimento partindo da realidade cujo procedimento metodoloacutegico eacute de fundamental

importacircncia para atingirmos um bom desempenho em nossa pesquisa

Optou-se neste trabalho pelo estudo de caso como metodologia pois esta metodologia permite

que um fenocircmeno seja analisado dentro de seu contexto e ldquo[] quando o pesquisador tem pouco

controle sobre os acontecimentos e quando foco se encontra em fenocircmenos contemporacircneas inseridos

em algum contexto da vida realrdquo - (YIN 2005 p32)

Como objetivo principal pretende-se discutir o modelo de pequenas hidroeleacutetricas de baixo

impacto ambiental como modelo para comunidades isoladas e para tanto vamos apresentar a

experiecircncia de pequenas hidroeleacutetricas ativas na cidade de Panambi-RS expor o modelo de ICMS

Ecoloacutegico do RS

3 SOCIEDADE DE RISCO E ENERGIA SUSTENTAacuteVEL

Existe um forte apelo mundial para a alteraccedilatildeo das matrizes energeacuteticas devido aos impactos

ambientais oriundos majoritariamente dos combustiacuteveis foacutesseis desafio saudaacutevel que vem alavancado

o desenvolvimento de novas tecnologias com a utilizaccedilatildeo racional e eficiente das diversas formas de

energia geradas a partir das fontes natildeo renovaacuteveis

A pressatildeo de poliacuteticas externas e tratados internacionais como o Protocolo de Kyoto tem

incrementado a busca por energias limpas motivando o desenvolvimento de tecnologias viaacuteveis para

geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto ambiental natildeo esquecendo que o Brasil eacute

pioneiro no cenaacuterio mundial quando satildeo abordadas fontes renovaacuteveis como biocombustiacuteveis e energia

hiacutedrica

Ao referirem-se em suas obras sobre as questotildees entre sociedade e ambiente tanto Giddens

(1991 1997 2002) como Beck (1998 2002) colocam em discussatildeo o modelo de sociedade imposto

pela modernidade analisando os impactos sociais emocionais econocircmicos poliacuteticos e culturais dessas

accedilotildees sobre o cotidiano social abordando as mudanccedilas sociais nas suas diversas dimensotildees

A destruiccedilatildeo progressiva do nosso ambiente fiacutesico acompanha a histoacuteria humana desde a eacutepoca

do surgimento da agricultura e das grandes civilizaccedilotildees ressaltando-se que na socializaccedilatildeo da natureza

a tradiccedilatildeo eacute dissolvida e novos tipos de incalculabilidade emergem Poucas pessoas em qualquer lugar

do mundo podem continuar sem consciecircncia do fato de que suas atividades locais satildeo influenciadas e

podem influenciar acontecimentos ou organismos distantes que segundo Giddens (1997 p 23) ldquohoje

as accedilotildees cotidianas de um indiviacuteduo produzem consequecircncias globaisrdquo

A configuraccedilatildeo dessa Sociedade do Risco segundo Beck (1998 2002) ou simplesmente a

existecircncia de incertezas em torno dos efeitos decorrentes de empreendimentos atividades e produtos

desenvolvidos pela sociedade contemporacircnea impacta as relaccedilotildees sociais e poliacuteticas que por sua vez

motivam uma reaccedilatildeo de diversas aacutereas do conhecimento

Beck (1998 2002) afirma que a contribuiccedilatildeo da sua teoria da sociedade global de riscos

consiste em demonstrar que tanto as sociedades ocidentais quanto as natildeo ocidentais podem enfrentar

simultaneamente os mesmos desafios e riscos da segunda modernidade ou modernidade reflexiva Na

sociedade global de riscos existe uma pluralidade de modernidades na qual as sociedades natildeo

ocidentais compartilham com as ocidentais os mesmos desafios por meio de diferentes percepccedilotildees

culturais Em vista desta realidade eacute necessaacuterio que diferentes sociedades sejam definidas em relaccedilatildeo a

suas proacuteprias caracteriacutesticas e natildeo apenas pelo fato de apresentarem ou natildeo traccedilos de modernidade

Nesse contexto as pequenas hidroeleacutetricas que promovam o desenvolvimento de pequenas

comunidades afastadas permitem aumentar a eficiecircncia do desenvolvimento social com o uso de

recursos que natildeo possuem geraccedilatildeo de resiacuteduos satildeo possibilidades reais para a construccedilatildeo de um

desenvolvimento sustentaacutevel

4 ICMS ECOLOacuteGICO

Quando satildeo abordadas poliacuteticas puacuteblicas ressalta-se a importacircncia do Estado e por isto resgata-

se como exemplo de viabilidade o Estado do Rio Grande do Sul que pela Lei Estadual nordm 1103897

criou o ICMS Ecoloacutegico por iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apoacutes observar

experiecircncias bem sucedidas dos outros estados da Federaccedilatildeo que foram pioneiros nesse instrumento de

incentivo agrave conservaccedilatildeo do meio ambiente Na criaccedilatildeo da lei foi associado o criteacuterio de superfiacutecie

territorial municipal agraves Unidades de Conservaccedilatildeo retribuindo financeiramente nos repasses de ICMS

os municiacutepios que criaram e registraram aacutereas de conservaccedilatildeo do meio ambiente este adicional no

iacutendice de repasse do do ICMS foi denominada de ICMS Ecoloacutegico

O modelo da legislaccedilatildeo criada no RS limita as accedilotildees de apoio agrave efetivaccedilatildeo da gestatildeo das

Unidades de Conservaccedilatildeo poreacutem natildeo considera aspectos qualitativos em seus criteacuterios e requer o

aprimoramento da legislaccedilatildeo e o estabelecimento de novos criteacuterios qualitativos e quantitativos no

repasse atinente agrave preservaccedilatildeo ambiental Desta forma a sociedade civil organizada e comunidade

cientiacutefica deveratildeo abrir a discussatildeo pertinente agraves politicas puacuteblicas necessaacuterias antes da elaboraccedilatildeo da

legislaccedilatildeo federal que aponte diretrizes e incentive os municiacutepios com a remuneraccedilatildeo de incentivos de

retorno sobre a preservaccedilatildeo efetivamente realizada podendo desta forma fazerem a Gestatildeo Puacuteblica

deste recursos e que estes sejam efetivamente reinvestidos nas Unidades de Conservaccedilatildeo sejam elas

puacuteblicas ou privadas trazendo desta forma o envolvimento da comunidade beneficiada

41 Legislaccedilatildeo Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul a legislaccedilatildeo que se ateacutem ao criteacuterio ambiental de repasse tem por base

o tamanho das aacutereas das unidades de conservaccedilatildeo contidas no municiacutepio em hectares (transformados

em quilocircmetros quadrados multiplicado pelo fator de conservaccedilatildeo da aacuterea multiplicado por trecircs e

acrescido a aacuterea territorial do municiacutepio) e o percentual do ICMS destinado agraves Unidades de

Conservaccedilatildeo da Natureza eacute de 7 conforme previsatildeo constante no inciso III do artigo 1ordm da lei nordm

1103897 como segue ldquoIII ndash 7 (sete por cento) com base na relaccedilatildeo percentual entre a aacuterea do

municiacutepio multiplicando-se por 3 (trecircs) as aacutereas de preservaccedilatildeo ambiental as aacutereas de terras indiacutegenas

e aquelas inundadas por barragens exceto as localizadas nos municiacutepios sedes das usinas hidreleacutetricas

e a aacuterea calculada do Estado no uacuteltimo dia do ano civil a que se refere a apuraccedilatildeo informadas em

quilocircmetros quadrados pela Divisatildeo de Geografia e Cartografia da Secretaria da Agricultura Pecuaacuteria

e Agronegoacuteciordquo

Os demais itens de avaliaccedilatildeo para o repasse satildeo por exemplo aacuterea do municiacutepio produccedilatildeo

primaacuteria nuacutemero de propriedades rurais populaccedilatildeo taxa de mortalidade evasatildeo escolar entre outros

Seus percentuais somados totalizam 18 que somados aos 7 destinados a Unidades de

Conservaccedilatildeo(ICMS Ecoloacutegico) formam o bolo de 25 que o estado pode destinar de acordo com os

criteacuterios estabelecidos pela normativa estadual aqui referenciada

Na lei 11038 de 1997 dispotildeem sobre a parcela do produto da arrecadaccedilatildeo do Imposto sobre

Operaccedilotildees Relativas agrave Circulaccedilatildeo de Mercadorias e sobre Prestaccedilotildees de Serviccedilos de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaccedilatildeo (ICMS) pertencente aos municiacutepios Sabe-se que o

sistema de caacutelculo do iacutendice de participaccedilatildeo dos municiacutepios no ICMS foi desenvolvido para produzir o

resultado final a partir dos paracircmetros previstos em lei frente os dados obtidos das mais diversas fontes

Portanto a Receita Estadual natildeo dispotildee de valores de repasse especificados por item componente da

ponderaccedilatildeo do iacutendice como eacute o caso do ICMS Ecoloacutegico demandado e natildeo considera o

empreendedorismo e nem valoriza a produccedilatildeo de energia renovaacutevel e sem geraccedilatildeo de resiacuteduos

Eacute necessaacuterio que o cidadatildeo a Sociedade Civil organizada e a Comunidade Cientiacutefica debatam

os projetos que possuem relevacircncia que preencham os requisitos de inovaccedilatildeo e sustentabilidade que

sejam prioritaacuterios para a sua cidade e regiatildeo e defina os destinos dos recursos elencando prioridades e

desta forma criando uma nova cultura de gestatildeo puacuteblica sustentabilidade ambiental e seguranccedila dos

recursos naturais Brasileiros

5 ENERGIA ELEacuteTRICA COMO INDUTORA DO DESENVOLVIMENTO O CASO DE

PANAMBI-RS

A busca por alternativas de energias limpas vem impulsionando o desenvolvimento de

tecnologias viaacuteveis e alternativas para geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto

ambiental Isso nos conduz a estudar fontes emergentes abundantes no paiacutes Poreacutem natildeo se pode deixar

de considerar tecnologias jaacute consolidadas e pouco exploradas ainda como o recurso hiacutedrico de

pequenos rios e lagos como potenciais fontes geradoras de energia sem poluir estes e devolvendo-a ao

leito do rio sem causar impacto na flora e fauna do ambiente com formaccedilatildeo de lagos artificiais

As pequenas usinas utilizam apenas o leito do rio se valem da forccedila hidraacuteulica gerada no

declive do terreno com a construccedilatildeo de um canal lateral por onde eacute canalizado parte do volume hiacutedrico

do rio que no canal lateral sem obstaacuteculos e em declive potencializa o volume de aacutegua acelerando o

escoamento desta que ao final eacute canalizada forccedilando sua passagem em turbinas acopladas a geradores

produzindo e acumulando energia eleacutetrica logo apoacutes esta passagem transcorrido o trecho do canal e

das turbinas trecho de poucos metros a aacutegua torna a ser integralmente devolvida ao leito do rio sem

resiacuteduo e sem perda de volume hiacutedrico

Como exemplo desta tecnologia apresenta-se neste trabalho aqui duas pequenas hidroeleacutetricas

ativas na cidade de Panambi-RS Uma delas utiliza uma turbina modelo Francis que continua em

funcionamento desde 1945 demonstrando sua adequada indicaccedilatildeo aliado ao reduzido impacto

ambiental baixo custo baixa manutenccedilatildeo e alto valor agregado agrave comunidade que a recebe

compartilhando com os demais beneficiaacuterios a responsabilidade de preservaccedilatildeo das aacuteguas para a

manutenccedilatildeo do benefiacutecio e avanccedilos conquistados com a chegada da energia eleacutetrica

Somente em 2013 foi interligada ao sistema nacional de energia ateacute entatildeo a cidade era suprida

por energia gerada por trecircs usinas locais e complementada com energia adquirida da Usina do Passo

Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio

Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS

O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo

denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das

rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo

Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o

desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia

eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da

colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um

renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer

Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e

intelectual do seacuteculo XIX

Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a

colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata

fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela

inflaccedilatildeo

Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande

riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a

possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com

seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de

trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p

63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa

queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado

Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo

Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua

atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING

TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA

FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar

com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos

empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-

se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e

humano

Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos

tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua

transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua

aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira

concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o

desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de

desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento

A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH

Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para

retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por

agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA

correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan

1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs

Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a

relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de

desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak

observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH

de 09

Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000

kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas

usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil

Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia

a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre

cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o

meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado

Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto

1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em

1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)

FOTO 1

FOTO 2

RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926

Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS

FOTO 3

Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago

Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no

_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP

G

A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute

desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da

mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo

FOTO 4

Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945

Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

FOTO

5

FOTO 6

Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013

Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Arquivo da pesquisadora

Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem

desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal

estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a

turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a

eletricidade (SCHREIBER 1977)

Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu

leito natural

FOTO

7

Vista

aeacuterea da usina do Rio Palmeira

Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-

8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg

As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar

a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais

Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma

determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a

potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua

FOTO 8 FOTO 9

Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua

Fonte Arquivo da pesquisadora

A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados

sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado

o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua

parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o

canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do

rio que segue paralelamente

FOTO 10 FOTO 11

Fonte Arquivo da pesquisadora

A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do

seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando

desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas

caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para

grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW

A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao

sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis

apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel

o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a

colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como

pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda

Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira

em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua

do leito do rio (Foto 12)

FOTO 12 FOTO 13

Fonte Arquivo da pesquisadora

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos

despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na

conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo

onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de

cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu

cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas

Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores

muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a

energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na

pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar

determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo

peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o

contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas

comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo

menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios

da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano

Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora

para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes

o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios

baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em

sustentabilidade

Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos

estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de

forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos

= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel

respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade

de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel

ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades

locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes

avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas

quilombolas

Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais

mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para

serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome

internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar

em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo

geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do

homem junto ao ecossistema local

Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser

influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem

entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para

ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e

suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais

naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos

manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de

eficiecircncia e economicamente viaacuteveis

A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo

utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e

meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio

do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade

para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em

decorrecircncia da energia eleacutetrica

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Page 2: PEQUENASHIDROELÉTRICASEDESENVOLVIMENTO …engema.org.br/XVIENGEMA/277.pdfdesenvolvimento nos leva a redefinir as relações homem/natureza e nos faz repensar nossa civilização

PEQUENAS HIDROELEacuteTRICAS E DESENVOLVIMENTO LOCAL O CASO DE

PANAMBI-RS

Resumo O presente artigo descreve e analisa os procedimentos de utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos

para extraccedilatildeo da energia eleacutetrica que em um processo de participaccedilatildeo comunitaacuteria resulta em

desenvolvimento econocircmico social e humano A instalaccedilatildeo de pequenas estaccedilotildees hidroeleacutetricas com o

objetivo especiacutefico de atender comunidades em localidades remotas utilizando-se o leito do rio como

reservatoacuterio gerando energia a baixo custo sem resiacuteduos de forma sustentaacutevel com o envolvimento

da comunidade para que esta se sinta aleacutem de engajada comprometida com a preservaccedilatildeo do meio

ambiente Como condiccedilatildeo essencial de que natildeo haja retrocesso em sua qualidade de vida e a

governanccedila local atinja a melhoria dos indicadores do IDH com a contrapartida financeira que poderaacute

receber como retorno dos Estados ou Uniatildeo com a implementaccedilatildeo de um modelo de legislaccedilatildeo similar

ao ICMS Ecoloacutegico do RS

Palavras-chave Recursos hiacutedricos desenvolvimento local e regional energia eleacutetrica

Abstract This paper analyses and describes the water utilization procedures for electric energy

extraction which in a process of community participation results in economic social and human

development The installation of small hydroelectric stations with the specific purpose to serve

communities in remote locations using the riverbed as a reservoir generating low cost no waste and

sustainable electrical energy with community engagement so that they feel committed to

environmental reservation As an essential condition that no setback in quality of life and the local

governance to achieve the improvement of HDI indicators with the compensation they may receive in

return from the States or Union with implementation of a legislation model similar to ecological ICMS

from RS

Keywords Water resources local and regional development electric power

1 INTRODUCcedilAtildeO

Vive-se atualmente uma realidade de incertezas e de riscos em relaccedilatildeo ao meio ambiente cuja

degradaccedilatildeo aumentou significativamente nas uacuteltimas deacutecadas observando que natildeo eacute somente a

destruiccedilatildeo do meio fiacutesico de nosso habitat que assinala a atual crise mas tambeacutem o comprometimento

de sustentabilidade futura da sociedade A histoacuteria nos mostra que a interferecircncia da humanidade na

natureza revela a accedilatildeo potencialmente devastadora do homem tornando a relaccedilatildeo homem e ambiente minus

com o avanccedilo da ciecircncia e da tecnologia minus mais complexa

A concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo em aacutereas urbanas tem provocado dificuldades em relaccedilatildeo ao

acesso a aacutegua e energia eleacutetrica A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) calcula que ateacute a metade

deste seacuteculo pelo menos 50 paiacuteses deveratildeo enfrentar uma grave crise no abastecimento de aacutegua A falta

de aacutegua e acesso a energia estaacute presente todos os dias nos noticiaacuterios e em um grau preocupante

A expressatildeo de que o Brasil eacute um paiacutes rico pela abundacircncia de recursos hiacutedricos minerais e

grandes extensotildees de terra agricultaacutevel eacute verdadeira contudo confronta-se com a ausecircncia da

formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas ambientais sociais ou econocircmicas que deveriam ser permeadas por

accedilotildees de desenvolvimento econocircmico viaacutevel produzido por tecnologia com menor impacto ambiental

gerando desenvolvimento econocircmico e social promovendo debates importantes dentro da ciecircncia da

sustentabilidade respeitando o fator que necessidades pessoais variam em cada contexto histoacuterico e

cultural

Este artigo chama a atenccedilatildeo para a necessidade de desenvolvimento respeitando as diversidades

culturais o que pode ser obtido com a utilizaccedilatildeo de tecnologias ambientalmente sustentaacuteveis que

possam ser aplicadas na promoccedilatildeo do desenvolvimento com caracteriacutesticas diferenciadas e que

envolvam o uso racional dos recursos hiacutedricos existentes A otimizaccedilatildeo na utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

poderaacute servir como indutor do desenvolvimento social econocircmico e melhoria de qualidade de vida

aleacutem de preservar as bacias hiacutedricas utilizando a energia hidroeleacutetrica como indutor de

desenvolvimento e superaccedilatildeo da vulnerabilidade de regiotildees de difiacutecil acesso ou economicamente

menos privilegiadas

Haacute a necessidade do desenvolvimento de projetos de sustentabilidade ambiental instituindo

poliacuteticas que gerem organismos responsaacuteveis pela prestaccedilatildeo de serviccedilos com equidade corrigindo as

desigualdades ambientais e sociais e que de contrapartida estimulem a criaccedilatildeo de mecanismos

indutores de desenvolvimento endoacutegeno em regiotildees ou cidades poreacutem com o cuidado para que no

intuito de melhorar a qualidade de vida natildeo implique degradaccedilatildeo do meio natural

Dessa forma os recursos naturais devem ser considerados como fonte de energia e insumo

essencial ao desenvolvimento econocircmico Jacobi (2000) ressalta que a visatildeo estrateacutegica para considerar

tanto a viabilidade econocircmica quanto a ecoloacutegica eacute a do desenvolvimento sustentaacutevel Tal premissa de

desenvolvimento nos leva a redefinir as relaccedilotildees homemnatureza e nos faz repensar nossa civilizaccedilatildeo

Para Jacobi (1999 p 42) o desenvolvimento sustentaacutevel somente pode ser entendido como um processo em que de um

lado as restriccedilotildees mais relevantes estatildeo relacionadas com a exploraccedilatildeo dos recursos a

orientaccedilatildeo do desenvolvimento tecnoloacutegico e o marco institucional de outro o crescimento

deve enfatizar os aspectos qualitativos notadamente aqueles relacionados com a equumlidade o

uso de recursos e a geraccedilatildeo de resiacuteduos contaminantes

A estrutura desigual no acesso e distribuiccedilatildeo dos recursos do planeta aliada a influecircncia que

estes recursos exercem na sociedade aumentam ainda mais as disparidades dos poderes econocircmicos e

poliacuteticos que acabam por acentuar desproporcionalmente as desigualdades sociais e os desajustes

ambientais ameaccedilando a nossa relaccedilatildeo com a natureza

Neste sentido Jacobi (1999 p 42) nos diz que ldquo[] A ecircnfase no desenvolvimento deve fixar-se

na superaccedilatildeo dos deacuteficits sociais nas necessidades baacutesicas e na alteraccedilatildeo de padrotildees de consumo para

poder manter e aumentar os recursos-base sobretudo os agriacutecolas energeacuteticos bioacuteticos minerais ar e

aacuteguardquo

Becker (2000) estudioso em desenvolvimento regionallocal nos lembra que esta perspectiva eacute

o uacutenico caminho para o enfrentamento as distorccedilotildees sociais e ambientais neste fase de economia

globalizada

Partindo desta perspectiva aborda-se neste artigo a experiecircncia da cidade de Panambi

localizada no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul demonstra-se que uma praacutetica simples apoacutes

aproximadamente 100 anos natildeo degradou o ambiente em seu entorno e inferindo-se a adoccedilatildeo do

modelo como instrumento de modernizaccedilatildeo de gestatildeo puacuteblica com influecircncia positiva desenvolvendo

hidro energia agrave qual cabe o papel de indutor de desenvolvimento a comunidades remotas

2 OBJETIVOS E METODOLOGIA

Nossa discussatildeo sobre usinas hidroeleacutetricas de baixo impacto ambiental como promotoras do

desenvolvimento se daraacute a partir do estudo de caso do municiacutepio de Panambi-RS Conforme nos

lembra MINAYO (199416) ldquoo caminho do pensamento e a praacutetica exercida na abordagem da

realidaderdquo torna-se necessaacuterio uma boa interaccedilatildeo com o objeto de estudo e os atores na pesquisa para

criar um conhecimento partindo da realidade cujo procedimento metodoloacutegico eacute de fundamental

importacircncia para atingirmos um bom desempenho em nossa pesquisa

Optou-se neste trabalho pelo estudo de caso como metodologia pois esta metodologia permite

que um fenocircmeno seja analisado dentro de seu contexto e ldquo[] quando o pesquisador tem pouco

controle sobre os acontecimentos e quando foco se encontra em fenocircmenos contemporacircneas inseridos

em algum contexto da vida realrdquo - (YIN 2005 p32)

Como objetivo principal pretende-se discutir o modelo de pequenas hidroeleacutetricas de baixo

impacto ambiental como modelo para comunidades isoladas e para tanto vamos apresentar a

experiecircncia de pequenas hidroeleacutetricas ativas na cidade de Panambi-RS expor o modelo de ICMS

Ecoloacutegico do RS

3 SOCIEDADE DE RISCO E ENERGIA SUSTENTAacuteVEL

Existe um forte apelo mundial para a alteraccedilatildeo das matrizes energeacuteticas devido aos impactos

ambientais oriundos majoritariamente dos combustiacuteveis foacutesseis desafio saudaacutevel que vem alavancado

o desenvolvimento de novas tecnologias com a utilizaccedilatildeo racional e eficiente das diversas formas de

energia geradas a partir das fontes natildeo renovaacuteveis

A pressatildeo de poliacuteticas externas e tratados internacionais como o Protocolo de Kyoto tem

incrementado a busca por energias limpas motivando o desenvolvimento de tecnologias viaacuteveis para

geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto ambiental natildeo esquecendo que o Brasil eacute

pioneiro no cenaacuterio mundial quando satildeo abordadas fontes renovaacuteveis como biocombustiacuteveis e energia

hiacutedrica

Ao referirem-se em suas obras sobre as questotildees entre sociedade e ambiente tanto Giddens

(1991 1997 2002) como Beck (1998 2002) colocam em discussatildeo o modelo de sociedade imposto

pela modernidade analisando os impactos sociais emocionais econocircmicos poliacuteticos e culturais dessas

accedilotildees sobre o cotidiano social abordando as mudanccedilas sociais nas suas diversas dimensotildees

A destruiccedilatildeo progressiva do nosso ambiente fiacutesico acompanha a histoacuteria humana desde a eacutepoca

do surgimento da agricultura e das grandes civilizaccedilotildees ressaltando-se que na socializaccedilatildeo da natureza

a tradiccedilatildeo eacute dissolvida e novos tipos de incalculabilidade emergem Poucas pessoas em qualquer lugar

do mundo podem continuar sem consciecircncia do fato de que suas atividades locais satildeo influenciadas e

podem influenciar acontecimentos ou organismos distantes que segundo Giddens (1997 p 23) ldquohoje

as accedilotildees cotidianas de um indiviacuteduo produzem consequecircncias globaisrdquo

A configuraccedilatildeo dessa Sociedade do Risco segundo Beck (1998 2002) ou simplesmente a

existecircncia de incertezas em torno dos efeitos decorrentes de empreendimentos atividades e produtos

desenvolvidos pela sociedade contemporacircnea impacta as relaccedilotildees sociais e poliacuteticas que por sua vez

motivam uma reaccedilatildeo de diversas aacutereas do conhecimento

Beck (1998 2002) afirma que a contribuiccedilatildeo da sua teoria da sociedade global de riscos

consiste em demonstrar que tanto as sociedades ocidentais quanto as natildeo ocidentais podem enfrentar

simultaneamente os mesmos desafios e riscos da segunda modernidade ou modernidade reflexiva Na

sociedade global de riscos existe uma pluralidade de modernidades na qual as sociedades natildeo

ocidentais compartilham com as ocidentais os mesmos desafios por meio de diferentes percepccedilotildees

culturais Em vista desta realidade eacute necessaacuterio que diferentes sociedades sejam definidas em relaccedilatildeo a

suas proacuteprias caracteriacutesticas e natildeo apenas pelo fato de apresentarem ou natildeo traccedilos de modernidade

Nesse contexto as pequenas hidroeleacutetricas que promovam o desenvolvimento de pequenas

comunidades afastadas permitem aumentar a eficiecircncia do desenvolvimento social com o uso de

recursos que natildeo possuem geraccedilatildeo de resiacuteduos satildeo possibilidades reais para a construccedilatildeo de um

desenvolvimento sustentaacutevel

4 ICMS ECOLOacuteGICO

Quando satildeo abordadas poliacuteticas puacuteblicas ressalta-se a importacircncia do Estado e por isto resgata-

se como exemplo de viabilidade o Estado do Rio Grande do Sul que pela Lei Estadual nordm 1103897

criou o ICMS Ecoloacutegico por iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apoacutes observar

experiecircncias bem sucedidas dos outros estados da Federaccedilatildeo que foram pioneiros nesse instrumento de

incentivo agrave conservaccedilatildeo do meio ambiente Na criaccedilatildeo da lei foi associado o criteacuterio de superfiacutecie

territorial municipal agraves Unidades de Conservaccedilatildeo retribuindo financeiramente nos repasses de ICMS

os municiacutepios que criaram e registraram aacutereas de conservaccedilatildeo do meio ambiente este adicional no

iacutendice de repasse do do ICMS foi denominada de ICMS Ecoloacutegico

O modelo da legislaccedilatildeo criada no RS limita as accedilotildees de apoio agrave efetivaccedilatildeo da gestatildeo das

Unidades de Conservaccedilatildeo poreacutem natildeo considera aspectos qualitativos em seus criteacuterios e requer o

aprimoramento da legislaccedilatildeo e o estabelecimento de novos criteacuterios qualitativos e quantitativos no

repasse atinente agrave preservaccedilatildeo ambiental Desta forma a sociedade civil organizada e comunidade

cientiacutefica deveratildeo abrir a discussatildeo pertinente agraves politicas puacuteblicas necessaacuterias antes da elaboraccedilatildeo da

legislaccedilatildeo federal que aponte diretrizes e incentive os municiacutepios com a remuneraccedilatildeo de incentivos de

retorno sobre a preservaccedilatildeo efetivamente realizada podendo desta forma fazerem a Gestatildeo Puacuteblica

deste recursos e que estes sejam efetivamente reinvestidos nas Unidades de Conservaccedilatildeo sejam elas

puacuteblicas ou privadas trazendo desta forma o envolvimento da comunidade beneficiada

41 Legislaccedilatildeo Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul a legislaccedilatildeo que se ateacutem ao criteacuterio ambiental de repasse tem por base

o tamanho das aacutereas das unidades de conservaccedilatildeo contidas no municiacutepio em hectares (transformados

em quilocircmetros quadrados multiplicado pelo fator de conservaccedilatildeo da aacuterea multiplicado por trecircs e

acrescido a aacuterea territorial do municiacutepio) e o percentual do ICMS destinado agraves Unidades de

Conservaccedilatildeo da Natureza eacute de 7 conforme previsatildeo constante no inciso III do artigo 1ordm da lei nordm

1103897 como segue ldquoIII ndash 7 (sete por cento) com base na relaccedilatildeo percentual entre a aacuterea do

municiacutepio multiplicando-se por 3 (trecircs) as aacutereas de preservaccedilatildeo ambiental as aacutereas de terras indiacutegenas

e aquelas inundadas por barragens exceto as localizadas nos municiacutepios sedes das usinas hidreleacutetricas

e a aacuterea calculada do Estado no uacuteltimo dia do ano civil a que se refere a apuraccedilatildeo informadas em

quilocircmetros quadrados pela Divisatildeo de Geografia e Cartografia da Secretaria da Agricultura Pecuaacuteria

e Agronegoacuteciordquo

Os demais itens de avaliaccedilatildeo para o repasse satildeo por exemplo aacuterea do municiacutepio produccedilatildeo

primaacuteria nuacutemero de propriedades rurais populaccedilatildeo taxa de mortalidade evasatildeo escolar entre outros

Seus percentuais somados totalizam 18 que somados aos 7 destinados a Unidades de

Conservaccedilatildeo(ICMS Ecoloacutegico) formam o bolo de 25 que o estado pode destinar de acordo com os

criteacuterios estabelecidos pela normativa estadual aqui referenciada

Na lei 11038 de 1997 dispotildeem sobre a parcela do produto da arrecadaccedilatildeo do Imposto sobre

Operaccedilotildees Relativas agrave Circulaccedilatildeo de Mercadorias e sobre Prestaccedilotildees de Serviccedilos de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaccedilatildeo (ICMS) pertencente aos municiacutepios Sabe-se que o

sistema de caacutelculo do iacutendice de participaccedilatildeo dos municiacutepios no ICMS foi desenvolvido para produzir o

resultado final a partir dos paracircmetros previstos em lei frente os dados obtidos das mais diversas fontes

Portanto a Receita Estadual natildeo dispotildee de valores de repasse especificados por item componente da

ponderaccedilatildeo do iacutendice como eacute o caso do ICMS Ecoloacutegico demandado e natildeo considera o

empreendedorismo e nem valoriza a produccedilatildeo de energia renovaacutevel e sem geraccedilatildeo de resiacuteduos

Eacute necessaacuterio que o cidadatildeo a Sociedade Civil organizada e a Comunidade Cientiacutefica debatam

os projetos que possuem relevacircncia que preencham os requisitos de inovaccedilatildeo e sustentabilidade que

sejam prioritaacuterios para a sua cidade e regiatildeo e defina os destinos dos recursos elencando prioridades e

desta forma criando uma nova cultura de gestatildeo puacuteblica sustentabilidade ambiental e seguranccedila dos

recursos naturais Brasileiros

5 ENERGIA ELEacuteTRICA COMO INDUTORA DO DESENVOLVIMENTO O CASO DE

PANAMBI-RS

A busca por alternativas de energias limpas vem impulsionando o desenvolvimento de

tecnologias viaacuteveis e alternativas para geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto

ambiental Isso nos conduz a estudar fontes emergentes abundantes no paiacutes Poreacutem natildeo se pode deixar

de considerar tecnologias jaacute consolidadas e pouco exploradas ainda como o recurso hiacutedrico de

pequenos rios e lagos como potenciais fontes geradoras de energia sem poluir estes e devolvendo-a ao

leito do rio sem causar impacto na flora e fauna do ambiente com formaccedilatildeo de lagos artificiais

As pequenas usinas utilizam apenas o leito do rio se valem da forccedila hidraacuteulica gerada no

declive do terreno com a construccedilatildeo de um canal lateral por onde eacute canalizado parte do volume hiacutedrico

do rio que no canal lateral sem obstaacuteculos e em declive potencializa o volume de aacutegua acelerando o

escoamento desta que ao final eacute canalizada forccedilando sua passagem em turbinas acopladas a geradores

produzindo e acumulando energia eleacutetrica logo apoacutes esta passagem transcorrido o trecho do canal e

das turbinas trecho de poucos metros a aacutegua torna a ser integralmente devolvida ao leito do rio sem

resiacuteduo e sem perda de volume hiacutedrico

Como exemplo desta tecnologia apresenta-se neste trabalho aqui duas pequenas hidroeleacutetricas

ativas na cidade de Panambi-RS Uma delas utiliza uma turbina modelo Francis que continua em

funcionamento desde 1945 demonstrando sua adequada indicaccedilatildeo aliado ao reduzido impacto

ambiental baixo custo baixa manutenccedilatildeo e alto valor agregado agrave comunidade que a recebe

compartilhando com os demais beneficiaacuterios a responsabilidade de preservaccedilatildeo das aacuteguas para a

manutenccedilatildeo do benefiacutecio e avanccedilos conquistados com a chegada da energia eleacutetrica

Somente em 2013 foi interligada ao sistema nacional de energia ateacute entatildeo a cidade era suprida

por energia gerada por trecircs usinas locais e complementada com energia adquirida da Usina do Passo

Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio

Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS

O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo

denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das

rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo

Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o

desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia

eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da

colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um

renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer

Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e

intelectual do seacuteculo XIX

Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a

colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata

fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela

inflaccedilatildeo

Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande

riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a

possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com

seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de

trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p

63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa

queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado

Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo

Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua

atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING

TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA

FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar

com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos

empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-

se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e

humano

Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos

tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua

transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua

aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira

concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o

desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de

desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento

A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH

Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para

retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por

agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA

correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan

1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs

Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a

relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de

desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak

observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH

de 09

Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000

kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas

usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil

Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia

a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre

cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o

meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado

Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto

1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em

1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)

FOTO 1

FOTO 2

RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926

Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS

FOTO 3

Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago

Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no

_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP

G

A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute

desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da

mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo

FOTO 4

Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945

Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

FOTO

5

FOTO 6

Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013

Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Arquivo da pesquisadora

Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem

desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal

estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a

turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a

eletricidade (SCHREIBER 1977)

Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu

leito natural

FOTO

7

Vista

aeacuterea da usina do Rio Palmeira

Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-

8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg

As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar

a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais

Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma

determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a

potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua

FOTO 8 FOTO 9

Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua

Fonte Arquivo da pesquisadora

A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados

sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado

o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua

parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o

canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do

rio que segue paralelamente

FOTO 10 FOTO 11

Fonte Arquivo da pesquisadora

A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do

seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando

desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas

caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para

grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW

A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao

sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis

apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel

o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a

colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como

pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda

Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira

em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua

do leito do rio (Foto 12)

FOTO 12 FOTO 13

Fonte Arquivo da pesquisadora

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos

despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na

conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo

onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de

cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu

cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas

Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores

muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a

energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na

pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar

determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo

peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o

contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas

comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo

menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios

da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano

Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora

para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes

o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios

baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em

sustentabilidade

Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos

estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de

forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos

= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel

respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade

de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel

ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades

locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes

avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas

quilombolas

Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais

mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para

serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome

internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar

em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo

geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do

homem junto ao ecossistema local

Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser

influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem

entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para

ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e

suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais

naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos

manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de

eficiecircncia e economicamente viaacuteveis

A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo

utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e

meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio

do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade

para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em

decorrecircncia da energia eleacutetrica

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Page 3: PEQUENASHIDROELÉTRICASEDESENVOLVIMENTO …engema.org.br/XVIENGEMA/277.pdfdesenvolvimento nos leva a redefinir as relações homem/natureza e nos faz repensar nossa civilização

1 INTRODUCcedilAtildeO

Vive-se atualmente uma realidade de incertezas e de riscos em relaccedilatildeo ao meio ambiente cuja

degradaccedilatildeo aumentou significativamente nas uacuteltimas deacutecadas observando que natildeo eacute somente a

destruiccedilatildeo do meio fiacutesico de nosso habitat que assinala a atual crise mas tambeacutem o comprometimento

de sustentabilidade futura da sociedade A histoacuteria nos mostra que a interferecircncia da humanidade na

natureza revela a accedilatildeo potencialmente devastadora do homem tornando a relaccedilatildeo homem e ambiente minus

com o avanccedilo da ciecircncia e da tecnologia minus mais complexa

A concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo em aacutereas urbanas tem provocado dificuldades em relaccedilatildeo ao

acesso a aacutegua e energia eleacutetrica A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) calcula que ateacute a metade

deste seacuteculo pelo menos 50 paiacuteses deveratildeo enfrentar uma grave crise no abastecimento de aacutegua A falta

de aacutegua e acesso a energia estaacute presente todos os dias nos noticiaacuterios e em um grau preocupante

A expressatildeo de que o Brasil eacute um paiacutes rico pela abundacircncia de recursos hiacutedricos minerais e

grandes extensotildees de terra agricultaacutevel eacute verdadeira contudo confronta-se com a ausecircncia da

formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas ambientais sociais ou econocircmicas que deveriam ser permeadas por

accedilotildees de desenvolvimento econocircmico viaacutevel produzido por tecnologia com menor impacto ambiental

gerando desenvolvimento econocircmico e social promovendo debates importantes dentro da ciecircncia da

sustentabilidade respeitando o fator que necessidades pessoais variam em cada contexto histoacuterico e

cultural

Este artigo chama a atenccedilatildeo para a necessidade de desenvolvimento respeitando as diversidades

culturais o que pode ser obtido com a utilizaccedilatildeo de tecnologias ambientalmente sustentaacuteveis que

possam ser aplicadas na promoccedilatildeo do desenvolvimento com caracteriacutesticas diferenciadas e que

envolvam o uso racional dos recursos hiacutedricos existentes A otimizaccedilatildeo na utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

poderaacute servir como indutor do desenvolvimento social econocircmico e melhoria de qualidade de vida

aleacutem de preservar as bacias hiacutedricas utilizando a energia hidroeleacutetrica como indutor de

desenvolvimento e superaccedilatildeo da vulnerabilidade de regiotildees de difiacutecil acesso ou economicamente

menos privilegiadas

Haacute a necessidade do desenvolvimento de projetos de sustentabilidade ambiental instituindo

poliacuteticas que gerem organismos responsaacuteveis pela prestaccedilatildeo de serviccedilos com equidade corrigindo as

desigualdades ambientais e sociais e que de contrapartida estimulem a criaccedilatildeo de mecanismos

indutores de desenvolvimento endoacutegeno em regiotildees ou cidades poreacutem com o cuidado para que no

intuito de melhorar a qualidade de vida natildeo implique degradaccedilatildeo do meio natural

Dessa forma os recursos naturais devem ser considerados como fonte de energia e insumo

essencial ao desenvolvimento econocircmico Jacobi (2000) ressalta que a visatildeo estrateacutegica para considerar

tanto a viabilidade econocircmica quanto a ecoloacutegica eacute a do desenvolvimento sustentaacutevel Tal premissa de

desenvolvimento nos leva a redefinir as relaccedilotildees homemnatureza e nos faz repensar nossa civilizaccedilatildeo

Para Jacobi (1999 p 42) o desenvolvimento sustentaacutevel somente pode ser entendido como um processo em que de um

lado as restriccedilotildees mais relevantes estatildeo relacionadas com a exploraccedilatildeo dos recursos a

orientaccedilatildeo do desenvolvimento tecnoloacutegico e o marco institucional de outro o crescimento

deve enfatizar os aspectos qualitativos notadamente aqueles relacionados com a equumlidade o

uso de recursos e a geraccedilatildeo de resiacuteduos contaminantes

A estrutura desigual no acesso e distribuiccedilatildeo dos recursos do planeta aliada a influecircncia que

estes recursos exercem na sociedade aumentam ainda mais as disparidades dos poderes econocircmicos e

poliacuteticos que acabam por acentuar desproporcionalmente as desigualdades sociais e os desajustes

ambientais ameaccedilando a nossa relaccedilatildeo com a natureza

Neste sentido Jacobi (1999 p 42) nos diz que ldquo[] A ecircnfase no desenvolvimento deve fixar-se

na superaccedilatildeo dos deacuteficits sociais nas necessidades baacutesicas e na alteraccedilatildeo de padrotildees de consumo para

poder manter e aumentar os recursos-base sobretudo os agriacutecolas energeacuteticos bioacuteticos minerais ar e

aacuteguardquo

Becker (2000) estudioso em desenvolvimento regionallocal nos lembra que esta perspectiva eacute

o uacutenico caminho para o enfrentamento as distorccedilotildees sociais e ambientais neste fase de economia

globalizada

Partindo desta perspectiva aborda-se neste artigo a experiecircncia da cidade de Panambi

localizada no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul demonstra-se que uma praacutetica simples apoacutes

aproximadamente 100 anos natildeo degradou o ambiente em seu entorno e inferindo-se a adoccedilatildeo do

modelo como instrumento de modernizaccedilatildeo de gestatildeo puacuteblica com influecircncia positiva desenvolvendo

hidro energia agrave qual cabe o papel de indutor de desenvolvimento a comunidades remotas

2 OBJETIVOS E METODOLOGIA

Nossa discussatildeo sobre usinas hidroeleacutetricas de baixo impacto ambiental como promotoras do

desenvolvimento se daraacute a partir do estudo de caso do municiacutepio de Panambi-RS Conforme nos

lembra MINAYO (199416) ldquoo caminho do pensamento e a praacutetica exercida na abordagem da

realidaderdquo torna-se necessaacuterio uma boa interaccedilatildeo com o objeto de estudo e os atores na pesquisa para

criar um conhecimento partindo da realidade cujo procedimento metodoloacutegico eacute de fundamental

importacircncia para atingirmos um bom desempenho em nossa pesquisa

Optou-se neste trabalho pelo estudo de caso como metodologia pois esta metodologia permite

que um fenocircmeno seja analisado dentro de seu contexto e ldquo[] quando o pesquisador tem pouco

controle sobre os acontecimentos e quando foco se encontra em fenocircmenos contemporacircneas inseridos

em algum contexto da vida realrdquo - (YIN 2005 p32)

Como objetivo principal pretende-se discutir o modelo de pequenas hidroeleacutetricas de baixo

impacto ambiental como modelo para comunidades isoladas e para tanto vamos apresentar a

experiecircncia de pequenas hidroeleacutetricas ativas na cidade de Panambi-RS expor o modelo de ICMS

Ecoloacutegico do RS

3 SOCIEDADE DE RISCO E ENERGIA SUSTENTAacuteVEL

Existe um forte apelo mundial para a alteraccedilatildeo das matrizes energeacuteticas devido aos impactos

ambientais oriundos majoritariamente dos combustiacuteveis foacutesseis desafio saudaacutevel que vem alavancado

o desenvolvimento de novas tecnologias com a utilizaccedilatildeo racional e eficiente das diversas formas de

energia geradas a partir das fontes natildeo renovaacuteveis

A pressatildeo de poliacuteticas externas e tratados internacionais como o Protocolo de Kyoto tem

incrementado a busca por energias limpas motivando o desenvolvimento de tecnologias viaacuteveis para

geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto ambiental natildeo esquecendo que o Brasil eacute

pioneiro no cenaacuterio mundial quando satildeo abordadas fontes renovaacuteveis como biocombustiacuteveis e energia

hiacutedrica

Ao referirem-se em suas obras sobre as questotildees entre sociedade e ambiente tanto Giddens

(1991 1997 2002) como Beck (1998 2002) colocam em discussatildeo o modelo de sociedade imposto

pela modernidade analisando os impactos sociais emocionais econocircmicos poliacuteticos e culturais dessas

accedilotildees sobre o cotidiano social abordando as mudanccedilas sociais nas suas diversas dimensotildees

A destruiccedilatildeo progressiva do nosso ambiente fiacutesico acompanha a histoacuteria humana desde a eacutepoca

do surgimento da agricultura e das grandes civilizaccedilotildees ressaltando-se que na socializaccedilatildeo da natureza

a tradiccedilatildeo eacute dissolvida e novos tipos de incalculabilidade emergem Poucas pessoas em qualquer lugar

do mundo podem continuar sem consciecircncia do fato de que suas atividades locais satildeo influenciadas e

podem influenciar acontecimentos ou organismos distantes que segundo Giddens (1997 p 23) ldquohoje

as accedilotildees cotidianas de um indiviacuteduo produzem consequecircncias globaisrdquo

A configuraccedilatildeo dessa Sociedade do Risco segundo Beck (1998 2002) ou simplesmente a

existecircncia de incertezas em torno dos efeitos decorrentes de empreendimentos atividades e produtos

desenvolvidos pela sociedade contemporacircnea impacta as relaccedilotildees sociais e poliacuteticas que por sua vez

motivam uma reaccedilatildeo de diversas aacutereas do conhecimento

Beck (1998 2002) afirma que a contribuiccedilatildeo da sua teoria da sociedade global de riscos

consiste em demonstrar que tanto as sociedades ocidentais quanto as natildeo ocidentais podem enfrentar

simultaneamente os mesmos desafios e riscos da segunda modernidade ou modernidade reflexiva Na

sociedade global de riscos existe uma pluralidade de modernidades na qual as sociedades natildeo

ocidentais compartilham com as ocidentais os mesmos desafios por meio de diferentes percepccedilotildees

culturais Em vista desta realidade eacute necessaacuterio que diferentes sociedades sejam definidas em relaccedilatildeo a

suas proacuteprias caracteriacutesticas e natildeo apenas pelo fato de apresentarem ou natildeo traccedilos de modernidade

Nesse contexto as pequenas hidroeleacutetricas que promovam o desenvolvimento de pequenas

comunidades afastadas permitem aumentar a eficiecircncia do desenvolvimento social com o uso de

recursos que natildeo possuem geraccedilatildeo de resiacuteduos satildeo possibilidades reais para a construccedilatildeo de um

desenvolvimento sustentaacutevel

4 ICMS ECOLOacuteGICO

Quando satildeo abordadas poliacuteticas puacuteblicas ressalta-se a importacircncia do Estado e por isto resgata-

se como exemplo de viabilidade o Estado do Rio Grande do Sul que pela Lei Estadual nordm 1103897

criou o ICMS Ecoloacutegico por iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apoacutes observar

experiecircncias bem sucedidas dos outros estados da Federaccedilatildeo que foram pioneiros nesse instrumento de

incentivo agrave conservaccedilatildeo do meio ambiente Na criaccedilatildeo da lei foi associado o criteacuterio de superfiacutecie

territorial municipal agraves Unidades de Conservaccedilatildeo retribuindo financeiramente nos repasses de ICMS

os municiacutepios que criaram e registraram aacutereas de conservaccedilatildeo do meio ambiente este adicional no

iacutendice de repasse do do ICMS foi denominada de ICMS Ecoloacutegico

O modelo da legislaccedilatildeo criada no RS limita as accedilotildees de apoio agrave efetivaccedilatildeo da gestatildeo das

Unidades de Conservaccedilatildeo poreacutem natildeo considera aspectos qualitativos em seus criteacuterios e requer o

aprimoramento da legislaccedilatildeo e o estabelecimento de novos criteacuterios qualitativos e quantitativos no

repasse atinente agrave preservaccedilatildeo ambiental Desta forma a sociedade civil organizada e comunidade

cientiacutefica deveratildeo abrir a discussatildeo pertinente agraves politicas puacuteblicas necessaacuterias antes da elaboraccedilatildeo da

legislaccedilatildeo federal que aponte diretrizes e incentive os municiacutepios com a remuneraccedilatildeo de incentivos de

retorno sobre a preservaccedilatildeo efetivamente realizada podendo desta forma fazerem a Gestatildeo Puacuteblica

deste recursos e que estes sejam efetivamente reinvestidos nas Unidades de Conservaccedilatildeo sejam elas

puacuteblicas ou privadas trazendo desta forma o envolvimento da comunidade beneficiada

41 Legislaccedilatildeo Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul a legislaccedilatildeo que se ateacutem ao criteacuterio ambiental de repasse tem por base

o tamanho das aacutereas das unidades de conservaccedilatildeo contidas no municiacutepio em hectares (transformados

em quilocircmetros quadrados multiplicado pelo fator de conservaccedilatildeo da aacuterea multiplicado por trecircs e

acrescido a aacuterea territorial do municiacutepio) e o percentual do ICMS destinado agraves Unidades de

Conservaccedilatildeo da Natureza eacute de 7 conforme previsatildeo constante no inciso III do artigo 1ordm da lei nordm

1103897 como segue ldquoIII ndash 7 (sete por cento) com base na relaccedilatildeo percentual entre a aacuterea do

municiacutepio multiplicando-se por 3 (trecircs) as aacutereas de preservaccedilatildeo ambiental as aacutereas de terras indiacutegenas

e aquelas inundadas por barragens exceto as localizadas nos municiacutepios sedes das usinas hidreleacutetricas

e a aacuterea calculada do Estado no uacuteltimo dia do ano civil a que se refere a apuraccedilatildeo informadas em

quilocircmetros quadrados pela Divisatildeo de Geografia e Cartografia da Secretaria da Agricultura Pecuaacuteria

e Agronegoacuteciordquo

Os demais itens de avaliaccedilatildeo para o repasse satildeo por exemplo aacuterea do municiacutepio produccedilatildeo

primaacuteria nuacutemero de propriedades rurais populaccedilatildeo taxa de mortalidade evasatildeo escolar entre outros

Seus percentuais somados totalizam 18 que somados aos 7 destinados a Unidades de

Conservaccedilatildeo(ICMS Ecoloacutegico) formam o bolo de 25 que o estado pode destinar de acordo com os

criteacuterios estabelecidos pela normativa estadual aqui referenciada

Na lei 11038 de 1997 dispotildeem sobre a parcela do produto da arrecadaccedilatildeo do Imposto sobre

Operaccedilotildees Relativas agrave Circulaccedilatildeo de Mercadorias e sobre Prestaccedilotildees de Serviccedilos de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaccedilatildeo (ICMS) pertencente aos municiacutepios Sabe-se que o

sistema de caacutelculo do iacutendice de participaccedilatildeo dos municiacutepios no ICMS foi desenvolvido para produzir o

resultado final a partir dos paracircmetros previstos em lei frente os dados obtidos das mais diversas fontes

Portanto a Receita Estadual natildeo dispotildee de valores de repasse especificados por item componente da

ponderaccedilatildeo do iacutendice como eacute o caso do ICMS Ecoloacutegico demandado e natildeo considera o

empreendedorismo e nem valoriza a produccedilatildeo de energia renovaacutevel e sem geraccedilatildeo de resiacuteduos

Eacute necessaacuterio que o cidadatildeo a Sociedade Civil organizada e a Comunidade Cientiacutefica debatam

os projetos que possuem relevacircncia que preencham os requisitos de inovaccedilatildeo e sustentabilidade que

sejam prioritaacuterios para a sua cidade e regiatildeo e defina os destinos dos recursos elencando prioridades e

desta forma criando uma nova cultura de gestatildeo puacuteblica sustentabilidade ambiental e seguranccedila dos

recursos naturais Brasileiros

5 ENERGIA ELEacuteTRICA COMO INDUTORA DO DESENVOLVIMENTO O CASO DE

PANAMBI-RS

A busca por alternativas de energias limpas vem impulsionando o desenvolvimento de

tecnologias viaacuteveis e alternativas para geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto

ambiental Isso nos conduz a estudar fontes emergentes abundantes no paiacutes Poreacutem natildeo se pode deixar

de considerar tecnologias jaacute consolidadas e pouco exploradas ainda como o recurso hiacutedrico de

pequenos rios e lagos como potenciais fontes geradoras de energia sem poluir estes e devolvendo-a ao

leito do rio sem causar impacto na flora e fauna do ambiente com formaccedilatildeo de lagos artificiais

As pequenas usinas utilizam apenas o leito do rio se valem da forccedila hidraacuteulica gerada no

declive do terreno com a construccedilatildeo de um canal lateral por onde eacute canalizado parte do volume hiacutedrico

do rio que no canal lateral sem obstaacuteculos e em declive potencializa o volume de aacutegua acelerando o

escoamento desta que ao final eacute canalizada forccedilando sua passagem em turbinas acopladas a geradores

produzindo e acumulando energia eleacutetrica logo apoacutes esta passagem transcorrido o trecho do canal e

das turbinas trecho de poucos metros a aacutegua torna a ser integralmente devolvida ao leito do rio sem

resiacuteduo e sem perda de volume hiacutedrico

Como exemplo desta tecnologia apresenta-se neste trabalho aqui duas pequenas hidroeleacutetricas

ativas na cidade de Panambi-RS Uma delas utiliza uma turbina modelo Francis que continua em

funcionamento desde 1945 demonstrando sua adequada indicaccedilatildeo aliado ao reduzido impacto

ambiental baixo custo baixa manutenccedilatildeo e alto valor agregado agrave comunidade que a recebe

compartilhando com os demais beneficiaacuterios a responsabilidade de preservaccedilatildeo das aacuteguas para a

manutenccedilatildeo do benefiacutecio e avanccedilos conquistados com a chegada da energia eleacutetrica

Somente em 2013 foi interligada ao sistema nacional de energia ateacute entatildeo a cidade era suprida

por energia gerada por trecircs usinas locais e complementada com energia adquirida da Usina do Passo

Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio

Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS

O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo

denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das

rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo

Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o

desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia

eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da

colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um

renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer

Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e

intelectual do seacuteculo XIX

Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a

colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata

fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela

inflaccedilatildeo

Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande

riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a

possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com

seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de

trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p

63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa

queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado

Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo

Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua

atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING

TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA

FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar

com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos

empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-

se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e

humano

Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos

tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua

transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua

aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira

concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o

desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de

desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento

A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH

Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para

retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por

agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA

correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan

1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs

Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a

relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de

desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak

observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH

de 09

Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000

kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas

usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil

Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia

a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre

cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o

meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado

Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto

1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em

1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)

FOTO 1

FOTO 2

RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926

Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS

FOTO 3

Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago

Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no

_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP

G

A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute

desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da

mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo

FOTO 4

Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945

Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

FOTO

5

FOTO 6

Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013

Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Arquivo da pesquisadora

Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem

desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal

estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a

turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a

eletricidade (SCHREIBER 1977)

Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu

leito natural

FOTO

7

Vista

aeacuterea da usina do Rio Palmeira

Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-

8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg

As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar

a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais

Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma

determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a

potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua

FOTO 8 FOTO 9

Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua

Fonte Arquivo da pesquisadora

A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados

sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado

o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua

parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o

canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do

rio que segue paralelamente

FOTO 10 FOTO 11

Fonte Arquivo da pesquisadora

A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do

seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando

desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas

caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para

grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW

A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao

sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis

apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel

o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a

colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como

pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda

Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira

em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua

do leito do rio (Foto 12)

FOTO 12 FOTO 13

Fonte Arquivo da pesquisadora

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos

despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na

conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo

onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de

cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu

cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas

Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores

muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a

energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na

pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar

determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo

peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o

contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas

comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo

menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios

da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano

Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora

para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes

o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios

baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em

sustentabilidade

Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos

estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de

forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos

= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel

respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade

de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel

ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades

locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes

avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas

quilombolas

Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais

mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para

serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome

internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar

em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo

geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do

homem junto ao ecossistema local

Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser

influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem

entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para

ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e

suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais

naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos

manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de

eficiecircncia e economicamente viaacuteveis

A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo

utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e

meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio

do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade

para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em

decorrecircncia da energia eleacutetrica

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Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto

Alegre Bookman 2005

Page 4: PEQUENASHIDROELÉTRICASEDESENVOLVIMENTO …engema.org.br/XVIENGEMA/277.pdfdesenvolvimento nos leva a redefinir as relações homem/natureza e nos faz repensar nossa civilização

poder manter e aumentar os recursos-base sobretudo os agriacutecolas energeacuteticos bioacuteticos minerais ar e

aacuteguardquo

Becker (2000) estudioso em desenvolvimento regionallocal nos lembra que esta perspectiva eacute

o uacutenico caminho para o enfrentamento as distorccedilotildees sociais e ambientais neste fase de economia

globalizada

Partindo desta perspectiva aborda-se neste artigo a experiecircncia da cidade de Panambi

localizada no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul demonstra-se que uma praacutetica simples apoacutes

aproximadamente 100 anos natildeo degradou o ambiente em seu entorno e inferindo-se a adoccedilatildeo do

modelo como instrumento de modernizaccedilatildeo de gestatildeo puacuteblica com influecircncia positiva desenvolvendo

hidro energia agrave qual cabe o papel de indutor de desenvolvimento a comunidades remotas

2 OBJETIVOS E METODOLOGIA

Nossa discussatildeo sobre usinas hidroeleacutetricas de baixo impacto ambiental como promotoras do

desenvolvimento se daraacute a partir do estudo de caso do municiacutepio de Panambi-RS Conforme nos

lembra MINAYO (199416) ldquoo caminho do pensamento e a praacutetica exercida na abordagem da

realidaderdquo torna-se necessaacuterio uma boa interaccedilatildeo com o objeto de estudo e os atores na pesquisa para

criar um conhecimento partindo da realidade cujo procedimento metodoloacutegico eacute de fundamental

importacircncia para atingirmos um bom desempenho em nossa pesquisa

Optou-se neste trabalho pelo estudo de caso como metodologia pois esta metodologia permite

que um fenocircmeno seja analisado dentro de seu contexto e ldquo[] quando o pesquisador tem pouco

controle sobre os acontecimentos e quando foco se encontra em fenocircmenos contemporacircneas inseridos

em algum contexto da vida realrdquo - (YIN 2005 p32)

Como objetivo principal pretende-se discutir o modelo de pequenas hidroeleacutetricas de baixo

impacto ambiental como modelo para comunidades isoladas e para tanto vamos apresentar a

experiecircncia de pequenas hidroeleacutetricas ativas na cidade de Panambi-RS expor o modelo de ICMS

Ecoloacutegico do RS

3 SOCIEDADE DE RISCO E ENERGIA SUSTENTAacuteVEL

Existe um forte apelo mundial para a alteraccedilatildeo das matrizes energeacuteticas devido aos impactos

ambientais oriundos majoritariamente dos combustiacuteveis foacutesseis desafio saudaacutevel que vem alavancado

o desenvolvimento de novas tecnologias com a utilizaccedilatildeo racional e eficiente das diversas formas de

energia geradas a partir das fontes natildeo renovaacuteveis

A pressatildeo de poliacuteticas externas e tratados internacionais como o Protocolo de Kyoto tem

incrementado a busca por energias limpas motivando o desenvolvimento de tecnologias viaacuteveis para

geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto ambiental natildeo esquecendo que o Brasil eacute

pioneiro no cenaacuterio mundial quando satildeo abordadas fontes renovaacuteveis como biocombustiacuteveis e energia

hiacutedrica

Ao referirem-se em suas obras sobre as questotildees entre sociedade e ambiente tanto Giddens

(1991 1997 2002) como Beck (1998 2002) colocam em discussatildeo o modelo de sociedade imposto

pela modernidade analisando os impactos sociais emocionais econocircmicos poliacuteticos e culturais dessas

accedilotildees sobre o cotidiano social abordando as mudanccedilas sociais nas suas diversas dimensotildees

A destruiccedilatildeo progressiva do nosso ambiente fiacutesico acompanha a histoacuteria humana desde a eacutepoca

do surgimento da agricultura e das grandes civilizaccedilotildees ressaltando-se que na socializaccedilatildeo da natureza

a tradiccedilatildeo eacute dissolvida e novos tipos de incalculabilidade emergem Poucas pessoas em qualquer lugar

do mundo podem continuar sem consciecircncia do fato de que suas atividades locais satildeo influenciadas e

podem influenciar acontecimentos ou organismos distantes que segundo Giddens (1997 p 23) ldquohoje

as accedilotildees cotidianas de um indiviacuteduo produzem consequecircncias globaisrdquo

A configuraccedilatildeo dessa Sociedade do Risco segundo Beck (1998 2002) ou simplesmente a

existecircncia de incertezas em torno dos efeitos decorrentes de empreendimentos atividades e produtos

desenvolvidos pela sociedade contemporacircnea impacta as relaccedilotildees sociais e poliacuteticas que por sua vez

motivam uma reaccedilatildeo de diversas aacutereas do conhecimento

Beck (1998 2002) afirma que a contribuiccedilatildeo da sua teoria da sociedade global de riscos

consiste em demonstrar que tanto as sociedades ocidentais quanto as natildeo ocidentais podem enfrentar

simultaneamente os mesmos desafios e riscos da segunda modernidade ou modernidade reflexiva Na

sociedade global de riscos existe uma pluralidade de modernidades na qual as sociedades natildeo

ocidentais compartilham com as ocidentais os mesmos desafios por meio de diferentes percepccedilotildees

culturais Em vista desta realidade eacute necessaacuterio que diferentes sociedades sejam definidas em relaccedilatildeo a

suas proacuteprias caracteriacutesticas e natildeo apenas pelo fato de apresentarem ou natildeo traccedilos de modernidade

Nesse contexto as pequenas hidroeleacutetricas que promovam o desenvolvimento de pequenas

comunidades afastadas permitem aumentar a eficiecircncia do desenvolvimento social com o uso de

recursos que natildeo possuem geraccedilatildeo de resiacuteduos satildeo possibilidades reais para a construccedilatildeo de um

desenvolvimento sustentaacutevel

4 ICMS ECOLOacuteGICO

Quando satildeo abordadas poliacuteticas puacuteblicas ressalta-se a importacircncia do Estado e por isto resgata-

se como exemplo de viabilidade o Estado do Rio Grande do Sul que pela Lei Estadual nordm 1103897

criou o ICMS Ecoloacutegico por iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apoacutes observar

experiecircncias bem sucedidas dos outros estados da Federaccedilatildeo que foram pioneiros nesse instrumento de

incentivo agrave conservaccedilatildeo do meio ambiente Na criaccedilatildeo da lei foi associado o criteacuterio de superfiacutecie

territorial municipal agraves Unidades de Conservaccedilatildeo retribuindo financeiramente nos repasses de ICMS

os municiacutepios que criaram e registraram aacutereas de conservaccedilatildeo do meio ambiente este adicional no

iacutendice de repasse do do ICMS foi denominada de ICMS Ecoloacutegico

O modelo da legislaccedilatildeo criada no RS limita as accedilotildees de apoio agrave efetivaccedilatildeo da gestatildeo das

Unidades de Conservaccedilatildeo poreacutem natildeo considera aspectos qualitativos em seus criteacuterios e requer o

aprimoramento da legislaccedilatildeo e o estabelecimento de novos criteacuterios qualitativos e quantitativos no

repasse atinente agrave preservaccedilatildeo ambiental Desta forma a sociedade civil organizada e comunidade

cientiacutefica deveratildeo abrir a discussatildeo pertinente agraves politicas puacuteblicas necessaacuterias antes da elaboraccedilatildeo da

legislaccedilatildeo federal que aponte diretrizes e incentive os municiacutepios com a remuneraccedilatildeo de incentivos de

retorno sobre a preservaccedilatildeo efetivamente realizada podendo desta forma fazerem a Gestatildeo Puacuteblica

deste recursos e que estes sejam efetivamente reinvestidos nas Unidades de Conservaccedilatildeo sejam elas

puacuteblicas ou privadas trazendo desta forma o envolvimento da comunidade beneficiada

41 Legislaccedilatildeo Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul a legislaccedilatildeo que se ateacutem ao criteacuterio ambiental de repasse tem por base

o tamanho das aacutereas das unidades de conservaccedilatildeo contidas no municiacutepio em hectares (transformados

em quilocircmetros quadrados multiplicado pelo fator de conservaccedilatildeo da aacuterea multiplicado por trecircs e

acrescido a aacuterea territorial do municiacutepio) e o percentual do ICMS destinado agraves Unidades de

Conservaccedilatildeo da Natureza eacute de 7 conforme previsatildeo constante no inciso III do artigo 1ordm da lei nordm

1103897 como segue ldquoIII ndash 7 (sete por cento) com base na relaccedilatildeo percentual entre a aacuterea do

municiacutepio multiplicando-se por 3 (trecircs) as aacutereas de preservaccedilatildeo ambiental as aacutereas de terras indiacutegenas

e aquelas inundadas por barragens exceto as localizadas nos municiacutepios sedes das usinas hidreleacutetricas

e a aacuterea calculada do Estado no uacuteltimo dia do ano civil a que se refere a apuraccedilatildeo informadas em

quilocircmetros quadrados pela Divisatildeo de Geografia e Cartografia da Secretaria da Agricultura Pecuaacuteria

e Agronegoacuteciordquo

Os demais itens de avaliaccedilatildeo para o repasse satildeo por exemplo aacuterea do municiacutepio produccedilatildeo

primaacuteria nuacutemero de propriedades rurais populaccedilatildeo taxa de mortalidade evasatildeo escolar entre outros

Seus percentuais somados totalizam 18 que somados aos 7 destinados a Unidades de

Conservaccedilatildeo(ICMS Ecoloacutegico) formam o bolo de 25 que o estado pode destinar de acordo com os

criteacuterios estabelecidos pela normativa estadual aqui referenciada

Na lei 11038 de 1997 dispotildeem sobre a parcela do produto da arrecadaccedilatildeo do Imposto sobre

Operaccedilotildees Relativas agrave Circulaccedilatildeo de Mercadorias e sobre Prestaccedilotildees de Serviccedilos de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaccedilatildeo (ICMS) pertencente aos municiacutepios Sabe-se que o

sistema de caacutelculo do iacutendice de participaccedilatildeo dos municiacutepios no ICMS foi desenvolvido para produzir o

resultado final a partir dos paracircmetros previstos em lei frente os dados obtidos das mais diversas fontes

Portanto a Receita Estadual natildeo dispotildee de valores de repasse especificados por item componente da

ponderaccedilatildeo do iacutendice como eacute o caso do ICMS Ecoloacutegico demandado e natildeo considera o

empreendedorismo e nem valoriza a produccedilatildeo de energia renovaacutevel e sem geraccedilatildeo de resiacuteduos

Eacute necessaacuterio que o cidadatildeo a Sociedade Civil organizada e a Comunidade Cientiacutefica debatam

os projetos que possuem relevacircncia que preencham os requisitos de inovaccedilatildeo e sustentabilidade que

sejam prioritaacuterios para a sua cidade e regiatildeo e defina os destinos dos recursos elencando prioridades e

desta forma criando uma nova cultura de gestatildeo puacuteblica sustentabilidade ambiental e seguranccedila dos

recursos naturais Brasileiros

5 ENERGIA ELEacuteTRICA COMO INDUTORA DO DESENVOLVIMENTO O CASO DE

PANAMBI-RS

A busca por alternativas de energias limpas vem impulsionando o desenvolvimento de

tecnologias viaacuteveis e alternativas para geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto

ambiental Isso nos conduz a estudar fontes emergentes abundantes no paiacutes Poreacutem natildeo se pode deixar

de considerar tecnologias jaacute consolidadas e pouco exploradas ainda como o recurso hiacutedrico de

pequenos rios e lagos como potenciais fontes geradoras de energia sem poluir estes e devolvendo-a ao

leito do rio sem causar impacto na flora e fauna do ambiente com formaccedilatildeo de lagos artificiais

As pequenas usinas utilizam apenas o leito do rio se valem da forccedila hidraacuteulica gerada no

declive do terreno com a construccedilatildeo de um canal lateral por onde eacute canalizado parte do volume hiacutedrico

do rio que no canal lateral sem obstaacuteculos e em declive potencializa o volume de aacutegua acelerando o

escoamento desta que ao final eacute canalizada forccedilando sua passagem em turbinas acopladas a geradores

produzindo e acumulando energia eleacutetrica logo apoacutes esta passagem transcorrido o trecho do canal e

das turbinas trecho de poucos metros a aacutegua torna a ser integralmente devolvida ao leito do rio sem

resiacuteduo e sem perda de volume hiacutedrico

Como exemplo desta tecnologia apresenta-se neste trabalho aqui duas pequenas hidroeleacutetricas

ativas na cidade de Panambi-RS Uma delas utiliza uma turbina modelo Francis que continua em

funcionamento desde 1945 demonstrando sua adequada indicaccedilatildeo aliado ao reduzido impacto

ambiental baixo custo baixa manutenccedilatildeo e alto valor agregado agrave comunidade que a recebe

compartilhando com os demais beneficiaacuterios a responsabilidade de preservaccedilatildeo das aacuteguas para a

manutenccedilatildeo do benefiacutecio e avanccedilos conquistados com a chegada da energia eleacutetrica

Somente em 2013 foi interligada ao sistema nacional de energia ateacute entatildeo a cidade era suprida

por energia gerada por trecircs usinas locais e complementada com energia adquirida da Usina do Passo

Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio

Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS

O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo

denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das

rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo

Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o

desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia

eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da

colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um

renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer

Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e

intelectual do seacuteculo XIX

Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a

colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata

fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela

inflaccedilatildeo

Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande

riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a

possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com

seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de

trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p

63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa

queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado

Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo

Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua

atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING

TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA

FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar

com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos

empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-

se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e

humano

Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos

tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua

transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua

aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira

concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o

desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de

desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento

A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH

Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para

retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por

agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA

correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan

1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs

Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a

relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de

desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak

observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH

de 09

Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000

kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas

usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil

Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia

a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre

cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o

meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado

Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto

1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em

1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)

FOTO 1

FOTO 2

RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926

Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS

FOTO 3

Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago

Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no

_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP

G

A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute

desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da

mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo

FOTO 4

Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945

Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

FOTO

5

FOTO 6

Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013

Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Arquivo da pesquisadora

Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem

desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal

estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a

turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a

eletricidade (SCHREIBER 1977)

Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu

leito natural

FOTO

7

Vista

aeacuterea da usina do Rio Palmeira

Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-

8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg

As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar

a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais

Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma

determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a

potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua

FOTO 8 FOTO 9

Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua

Fonte Arquivo da pesquisadora

A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados

sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado

o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua

parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o

canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do

rio que segue paralelamente

FOTO 10 FOTO 11

Fonte Arquivo da pesquisadora

A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do

seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando

desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas

caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para

grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW

A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao

sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis

apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel

o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a

colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como

pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda

Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira

em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua

do leito do rio (Foto 12)

FOTO 12 FOTO 13

Fonte Arquivo da pesquisadora

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos

despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na

conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo

onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de

cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu

cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas

Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores

muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a

energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na

pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar

determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo

peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o

contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas

comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo

menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios

da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano

Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora

para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes

o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios

baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em

sustentabilidade

Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos

estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de

forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos

= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel

respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade

de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel

ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades

locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes

avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas

quilombolas

Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais

mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para

serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome

internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar

em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo

geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do

homem junto ao ecossistema local

Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser

influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem

entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para

ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e

suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais

naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos

manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de

eficiecircncia e economicamente viaacuteveis

A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo

utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e

meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio

do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade

para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em

decorrecircncia da energia eleacutetrica

BIBLIOGRAFIA

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Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto

Alegre Bookman 2005

Page 5: PEQUENASHIDROELÉTRICASEDESENVOLVIMENTO …engema.org.br/XVIENGEMA/277.pdfdesenvolvimento nos leva a redefinir as relações homem/natureza e nos faz repensar nossa civilização

podem influenciar acontecimentos ou organismos distantes que segundo Giddens (1997 p 23) ldquohoje

as accedilotildees cotidianas de um indiviacuteduo produzem consequecircncias globaisrdquo

A configuraccedilatildeo dessa Sociedade do Risco segundo Beck (1998 2002) ou simplesmente a

existecircncia de incertezas em torno dos efeitos decorrentes de empreendimentos atividades e produtos

desenvolvidos pela sociedade contemporacircnea impacta as relaccedilotildees sociais e poliacuteticas que por sua vez

motivam uma reaccedilatildeo de diversas aacutereas do conhecimento

Beck (1998 2002) afirma que a contribuiccedilatildeo da sua teoria da sociedade global de riscos

consiste em demonstrar que tanto as sociedades ocidentais quanto as natildeo ocidentais podem enfrentar

simultaneamente os mesmos desafios e riscos da segunda modernidade ou modernidade reflexiva Na

sociedade global de riscos existe uma pluralidade de modernidades na qual as sociedades natildeo

ocidentais compartilham com as ocidentais os mesmos desafios por meio de diferentes percepccedilotildees

culturais Em vista desta realidade eacute necessaacuterio que diferentes sociedades sejam definidas em relaccedilatildeo a

suas proacuteprias caracteriacutesticas e natildeo apenas pelo fato de apresentarem ou natildeo traccedilos de modernidade

Nesse contexto as pequenas hidroeleacutetricas que promovam o desenvolvimento de pequenas

comunidades afastadas permitem aumentar a eficiecircncia do desenvolvimento social com o uso de

recursos que natildeo possuem geraccedilatildeo de resiacuteduos satildeo possibilidades reais para a construccedilatildeo de um

desenvolvimento sustentaacutevel

4 ICMS ECOLOacuteGICO

Quando satildeo abordadas poliacuteticas puacuteblicas ressalta-se a importacircncia do Estado e por isto resgata-

se como exemplo de viabilidade o Estado do Rio Grande do Sul que pela Lei Estadual nordm 1103897

criou o ICMS Ecoloacutegico por iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apoacutes observar

experiecircncias bem sucedidas dos outros estados da Federaccedilatildeo que foram pioneiros nesse instrumento de

incentivo agrave conservaccedilatildeo do meio ambiente Na criaccedilatildeo da lei foi associado o criteacuterio de superfiacutecie

territorial municipal agraves Unidades de Conservaccedilatildeo retribuindo financeiramente nos repasses de ICMS

os municiacutepios que criaram e registraram aacutereas de conservaccedilatildeo do meio ambiente este adicional no

iacutendice de repasse do do ICMS foi denominada de ICMS Ecoloacutegico

O modelo da legislaccedilatildeo criada no RS limita as accedilotildees de apoio agrave efetivaccedilatildeo da gestatildeo das

Unidades de Conservaccedilatildeo poreacutem natildeo considera aspectos qualitativos em seus criteacuterios e requer o

aprimoramento da legislaccedilatildeo e o estabelecimento de novos criteacuterios qualitativos e quantitativos no

repasse atinente agrave preservaccedilatildeo ambiental Desta forma a sociedade civil organizada e comunidade

cientiacutefica deveratildeo abrir a discussatildeo pertinente agraves politicas puacuteblicas necessaacuterias antes da elaboraccedilatildeo da

legislaccedilatildeo federal que aponte diretrizes e incentive os municiacutepios com a remuneraccedilatildeo de incentivos de

retorno sobre a preservaccedilatildeo efetivamente realizada podendo desta forma fazerem a Gestatildeo Puacuteblica

deste recursos e que estes sejam efetivamente reinvestidos nas Unidades de Conservaccedilatildeo sejam elas

puacuteblicas ou privadas trazendo desta forma o envolvimento da comunidade beneficiada

41 Legislaccedilatildeo Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul a legislaccedilatildeo que se ateacutem ao criteacuterio ambiental de repasse tem por base

o tamanho das aacutereas das unidades de conservaccedilatildeo contidas no municiacutepio em hectares (transformados

em quilocircmetros quadrados multiplicado pelo fator de conservaccedilatildeo da aacuterea multiplicado por trecircs e

acrescido a aacuterea territorial do municiacutepio) e o percentual do ICMS destinado agraves Unidades de

Conservaccedilatildeo da Natureza eacute de 7 conforme previsatildeo constante no inciso III do artigo 1ordm da lei nordm

1103897 como segue ldquoIII ndash 7 (sete por cento) com base na relaccedilatildeo percentual entre a aacuterea do

municiacutepio multiplicando-se por 3 (trecircs) as aacutereas de preservaccedilatildeo ambiental as aacutereas de terras indiacutegenas

e aquelas inundadas por barragens exceto as localizadas nos municiacutepios sedes das usinas hidreleacutetricas

e a aacuterea calculada do Estado no uacuteltimo dia do ano civil a que se refere a apuraccedilatildeo informadas em

quilocircmetros quadrados pela Divisatildeo de Geografia e Cartografia da Secretaria da Agricultura Pecuaacuteria

e Agronegoacuteciordquo

Os demais itens de avaliaccedilatildeo para o repasse satildeo por exemplo aacuterea do municiacutepio produccedilatildeo

primaacuteria nuacutemero de propriedades rurais populaccedilatildeo taxa de mortalidade evasatildeo escolar entre outros

Seus percentuais somados totalizam 18 que somados aos 7 destinados a Unidades de

Conservaccedilatildeo(ICMS Ecoloacutegico) formam o bolo de 25 que o estado pode destinar de acordo com os

criteacuterios estabelecidos pela normativa estadual aqui referenciada

Na lei 11038 de 1997 dispotildeem sobre a parcela do produto da arrecadaccedilatildeo do Imposto sobre

Operaccedilotildees Relativas agrave Circulaccedilatildeo de Mercadorias e sobre Prestaccedilotildees de Serviccedilos de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaccedilatildeo (ICMS) pertencente aos municiacutepios Sabe-se que o

sistema de caacutelculo do iacutendice de participaccedilatildeo dos municiacutepios no ICMS foi desenvolvido para produzir o

resultado final a partir dos paracircmetros previstos em lei frente os dados obtidos das mais diversas fontes

Portanto a Receita Estadual natildeo dispotildee de valores de repasse especificados por item componente da

ponderaccedilatildeo do iacutendice como eacute o caso do ICMS Ecoloacutegico demandado e natildeo considera o

empreendedorismo e nem valoriza a produccedilatildeo de energia renovaacutevel e sem geraccedilatildeo de resiacuteduos

Eacute necessaacuterio que o cidadatildeo a Sociedade Civil organizada e a Comunidade Cientiacutefica debatam

os projetos que possuem relevacircncia que preencham os requisitos de inovaccedilatildeo e sustentabilidade que

sejam prioritaacuterios para a sua cidade e regiatildeo e defina os destinos dos recursos elencando prioridades e

desta forma criando uma nova cultura de gestatildeo puacuteblica sustentabilidade ambiental e seguranccedila dos

recursos naturais Brasileiros

5 ENERGIA ELEacuteTRICA COMO INDUTORA DO DESENVOLVIMENTO O CASO DE

PANAMBI-RS

A busca por alternativas de energias limpas vem impulsionando o desenvolvimento de

tecnologias viaacuteveis e alternativas para geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto

ambiental Isso nos conduz a estudar fontes emergentes abundantes no paiacutes Poreacutem natildeo se pode deixar

de considerar tecnologias jaacute consolidadas e pouco exploradas ainda como o recurso hiacutedrico de

pequenos rios e lagos como potenciais fontes geradoras de energia sem poluir estes e devolvendo-a ao

leito do rio sem causar impacto na flora e fauna do ambiente com formaccedilatildeo de lagos artificiais

As pequenas usinas utilizam apenas o leito do rio se valem da forccedila hidraacuteulica gerada no

declive do terreno com a construccedilatildeo de um canal lateral por onde eacute canalizado parte do volume hiacutedrico

do rio que no canal lateral sem obstaacuteculos e em declive potencializa o volume de aacutegua acelerando o

escoamento desta que ao final eacute canalizada forccedilando sua passagem em turbinas acopladas a geradores

produzindo e acumulando energia eleacutetrica logo apoacutes esta passagem transcorrido o trecho do canal e

das turbinas trecho de poucos metros a aacutegua torna a ser integralmente devolvida ao leito do rio sem

resiacuteduo e sem perda de volume hiacutedrico

Como exemplo desta tecnologia apresenta-se neste trabalho aqui duas pequenas hidroeleacutetricas

ativas na cidade de Panambi-RS Uma delas utiliza uma turbina modelo Francis que continua em

funcionamento desde 1945 demonstrando sua adequada indicaccedilatildeo aliado ao reduzido impacto

ambiental baixo custo baixa manutenccedilatildeo e alto valor agregado agrave comunidade que a recebe

compartilhando com os demais beneficiaacuterios a responsabilidade de preservaccedilatildeo das aacuteguas para a

manutenccedilatildeo do benefiacutecio e avanccedilos conquistados com a chegada da energia eleacutetrica

Somente em 2013 foi interligada ao sistema nacional de energia ateacute entatildeo a cidade era suprida

por energia gerada por trecircs usinas locais e complementada com energia adquirida da Usina do Passo

Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio

Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS

O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo

denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das

rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo

Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o

desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia

eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da

colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um

renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer

Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e

intelectual do seacuteculo XIX

Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a

colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata

fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela

inflaccedilatildeo

Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande

riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a

possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com

seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de

trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p

63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa

queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado

Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo

Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua

atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING

TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA

FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar

com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos

empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-

se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e

humano

Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos

tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua

transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua

aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira

concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o

desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de

desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento

A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH

Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para

retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por

agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA

correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan

1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs

Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a

relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de

desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak

observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH

de 09

Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000

kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas

usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil

Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia

a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre

cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o

meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado

Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto

1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em

1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)

FOTO 1

FOTO 2

RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926

Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS

FOTO 3

Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago

Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no

_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP

G

A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute

desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da

mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo

FOTO 4

Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945

Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

FOTO

5

FOTO 6

Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013

Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Arquivo da pesquisadora

Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem

desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal

estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a

turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a

eletricidade (SCHREIBER 1977)

Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu

leito natural

FOTO

7

Vista

aeacuterea da usina do Rio Palmeira

Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-

8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg

As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar

a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais

Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma

determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a

potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua

FOTO 8 FOTO 9

Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua

Fonte Arquivo da pesquisadora

A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados

sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado

o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua

parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o

canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do

rio que segue paralelamente

FOTO 10 FOTO 11

Fonte Arquivo da pesquisadora

A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do

seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando

desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas

caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para

grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW

A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao

sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis

apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel

o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a

colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como

pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda

Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira

em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua

do leito do rio (Foto 12)

FOTO 12 FOTO 13

Fonte Arquivo da pesquisadora

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos

despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na

conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo

onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de

cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu

cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas

Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores

muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a

energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na

pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar

determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo

peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o

contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas

comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo

menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios

da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano

Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora

para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes

o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios

baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em

sustentabilidade

Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos

estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de

forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos

= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel

respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade

de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel

ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades

locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes

avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas

quilombolas

Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais

mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para

serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome

internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar

em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo

geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do

homem junto ao ecossistema local

Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser

influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem

entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para

ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e

suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais

naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos

manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de

eficiecircncia e economicamente viaacuteveis

A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo

utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e

meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio

do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade

para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em

decorrecircncia da energia eleacutetrica

BIBLIOGRAFIA

BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998

______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002

BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento

local-regional Lajeado Univates 1999

GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991

______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000

______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S

(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997

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JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo

FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf

Acesso em 30062013

_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000

Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras

Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002

Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ

Vozes 1994

Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977

Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como

Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86

JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em

httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013

Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto

Alegre Bookman 2005

Page 6: PEQUENASHIDROELÉTRICASEDESENVOLVIMENTO …engema.org.br/XVIENGEMA/277.pdfdesenvolvimento nos leva a redefinir as relações homem/natureza e nos faz repensar nossa civilização

e aquelas inundadas por barragens exceto as localizadas nos municiacutepios sedes das usinas hidreleacutetricas

e a aacuterea calculada do Estado no uacuteltimo dia do ano civil a que se refere a apuraccedilatildeo informadas em

quilocircmetros quadrados pela Divisatildeo de Geografia e Cartografia da Secretaria da Agricultura Pecuaacuteria

e Agronegoacuteciordquo

Os demais itens de avaliaccedilatildeo para o repasse satildeo por exemplo aacuterea do municiacutepio produccedilatildeo

primaacuteria nuacutemero de propriedades rurais populaccedilatildeo taxa de mortalidade evasatildeo escolar entre outros

Seus percentuais somados totalizam 18 que somados aos 7 destinados a Unidades de

Conservaccedilatildeo(ICMS Ecoloacutegico) formam o bolo de 25 que o estado pode destinar de acordo com os

criteacuterios estabelecidos pela normativa estadual aqui referenciada

Na lei 11038 de 1997 dispotildeem sobre a parcela do produto da arrecadaccedilatildeo do Imposto sobre

Operaccedilotildees Relativas agrave Circulaccedilatildeo de Mercadorias e sobre Prestaccedilotildees de Serviccedilos de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaccedilatildeo (ICMS) pertencente aos municiacutepios Sabe-se que o

sistema de caacutelculo do iacutendice de participaccedilatildeo dos municiacutepios no ICMS foi desenvolvido para produzir o

resultado final a partir dos paracircmetros previstos em lei frente os dados obtidos das mais diversas fontes

Portanto a Receita Estadual natildeo dispotildee de valores de repasse especificados por item componente da

ponderaccedilatildeo do iacutendice como eacute o caso do ICMS Ecoloacutegico demandado e natildeo considera o

empreendedorismo e nem valoriza a produccedilatildeo de energia renovaacutevel e sem geraccedilatildeo de resiacuteduos

Eacute necessaacuterio que o cidadatildeo a Sociedade Civil organizada e a Comunidade Cientiacutefica debatam

os projetos que possuem relevacircncia que preencham os requisitos de inovaccedilatildeo e sustentabilidade que

sejam prioritaacuterios para a sua cidade e regiatildeo e defina os destinos dos recursos elencando prioridades e

desta forma criando uma nova cultura de gestatildeo puacuteblica sustentabilidade ambiental e seguranccedila dos

recursos naturais Brasileiros

5 ENERGIA ELEacuteTRICA COMO INDUTORA DO DESENVOLVIMENTO O CASO DE

PANAMBI-RS

A busca por alternativas de energias limpas vem impulsionando o desenvolvimento de

tecnologias viaacuteveis e alternativas para geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto

ambiental Isso nos conduz a estudar fontes emergentes abundantes no paiacutes Poreacutem natildeo se pode deixar

de considerar tecnologias jaacute consolidadas e pouco exploradas ainda como o recurso hiacutedrico de

pequenos rios e lagos como potenciais fontes geradoras de energia sem poluir estes e devolvendo-a ao

leito do rio sem causar impacto na flora e fauna do ambiente com formaccedilatildeo de lagos artificiais

As pequenas usinas utilizam apenas o leito do rio se valem da forccedila hidraacuteulica gerada no

declive do terreno com a construccedilatildeo de um canal lateral por onde eacute canalizado parte do volume hiacutedrico

do rio que no canal lateral sem obstaacuteculos e em declive potencializa o volume de aacutegua acelerando o

escoamento desta que ao final eacute canalizada forccedilando sua passagem em turbinas acopladas a geradores

produzindo e acumulando energia eleacutetrica logo apoacutes esta passagem transcorrido o trecho do canal e

das turbinas trecho de poucos metros a aacutegua torna a ser integralmente devolvida ao leito do rio sem

resiacuteduo e sem perda de volume hiacutedrico

Como exemplo desta tecnologia apresenta-se neste trabalho aqui duas pequenas hidroeleacutetricas

ativas na cidade de Panambi-RS Uma delas utiliza uma turbina modelo Francis que continua em

funcionamento desde 1945 demonstrando sua adequada indicaccedilatildeo aliado ao reduzido impacto

ambiental baixo custo baixa manutenccedilatildeo e alto valor agregado agrave comunidade que a recebe

compartilhando com os demais beneficiaacuterios a responsabilidade de preservaccedilatildeo das aacuteguas para a

manutenccedilatildeo do benefiacutecio e avanccedilos conquistados com a chegada da energia eleacutetrica

Somente em 2013 foi interligada ao sistema nacional de energia ateacute entatildeo a cidade era suprida

por energia gerada por trecircs usinas locais e complementada com energia adquirida da Usina do Passo

Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio

Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS

O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo

denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das

rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo

Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o

desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia

eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da

colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um

renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer

Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e

intelectual do seacuteculo XIX

Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a

colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata

fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela

inflaccedilatildeo

Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande

riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a

possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com

seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de

trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p

63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa

queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado

Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo

Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua

atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING

TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA

FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar

com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos

empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-

se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e

humano

Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos

tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua

transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua

aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira

concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o

desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de

desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento

A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH

Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para

retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por

agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA

correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan

1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs

Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a

relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de

desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak

observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH

de 09

Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000

kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas

usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil

Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia

a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre

cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o

meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado

Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto

1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em

1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)

FOTO 1

FOTO 2

RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926

Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS

FOTO 3

Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago

Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no

_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP

G

A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute

desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da

mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo

FOTO 4

Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945

Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

FOTO

5

FOTO 6

Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013

Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Arquivo da pesquisadora

Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem

desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal

estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a

turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a

eletricidade (SCHREIBER 1977)

Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu

leito natural

FOTO

7

Vista

aeacuterea da usina do Rio Palmeira

Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-

8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg

As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar

a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais

Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma

determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a

potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua

FOTO 8 FOTO 9

Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua

Fonte Arquivo da pesquisadora

A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados

sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado

o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua

parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o

canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do

rio que segue paralelamente

FOTO 10 FOTO 11

Fonte Arquivo da pesquisadora

A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do

seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando

desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas

caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para

grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW

A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao

sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis

apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel

o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a

colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como

pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda

Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira

em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua

do leito do rio (Foto 12)

FOTO 12 FOTO 13

Fonte Arquivo da pesquisadora

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos

despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na

conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo

onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de

cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu

cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas

Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores

muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a

energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na

pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar

determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo

peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o

contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas

comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo

menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios

da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano

Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora

para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes

o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios

baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em

sustentabilidade

Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos

estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de

forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos

= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel

respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade

de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel

ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades

locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes

avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas

quilombolas

Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais

mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para

serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome

internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar

em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo

geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do

homem junto ao ecossistema local

Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser

influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem

entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para

ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e

suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais

naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos

manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de

eficiecircncia e economicamente viaacuteveis

A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo

utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e

meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio

do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade

para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em

decorrecircncia da energia eleacutetrica

BIBLIOGRAFIA

BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998

______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002

BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento

local-regional Lajeado Univates 1999

GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991

______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000

______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S

(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997

______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002

JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo

FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf

Acesso em 30062013

_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000

Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras

Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002

Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ

Vozes 1994

Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977

Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como

Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86

JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em

httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013

Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto

Alegre Bookman 2005

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Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio

Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS

O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo

denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das

rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo

Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o

desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia

eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da

colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um

renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer

Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e

intelectual do seacuteculo XIX

Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a

colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata

fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela

inflaccedilatildeo

Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande

riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a

possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com

seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de

trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p

63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa

queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado

Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo

Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua

atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING

TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA

FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar

com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos

empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-

se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e

humano

Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos

tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua

transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua

aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira

concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o

desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de

desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento

A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH

Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para

retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por

agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA

correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan

1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs

Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a

relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de

desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak

observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH

de 09

Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000

kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas

usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil

Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia

a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre

cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o

meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado

Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto

1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em

1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)

FOTO 1

FOTO 2

RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926

Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS

FOTO 3

Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago

Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no

_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP

G

A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute

desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da

mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo

FOTO 4

Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945

Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

FOTO

5

FOTO 6

Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013

Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Arquivo da pesquisadora

Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem

desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal

estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a

turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a

eletricidade (SCHREIBER 1977)

Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu

leito natural

FOTO

7

Vista

aeacuterea da usina do Rio Palmeira

Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-

8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg

As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar

a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais

Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma

determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a

potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua

FOTO 8 FOTO 9

Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua

Fonte Arquivo da pesquisadora

A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados

sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado

o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua

parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o

canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do

rio que segue paralelamente

FOTO 10 FOTO 11

Fonte Arquivo da pesquisadora

A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do

seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando

desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas

caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para

grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW

A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao

sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis

apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel

o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a

colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como

pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda

Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira

em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua

do leito do rio (Foto 12)

FOTO 12 FOTO 13

Fonte Arquivo da pesquisadora

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos

despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na

conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo

onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de

cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu

cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas

Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores

muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a

energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na

pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar

determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo

peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o

contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas

comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo

menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios

da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano

Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora

para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes

o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios

baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em

sustentabilidade

Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos

estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de

forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos

= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel

respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade

de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel

ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades

locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes

avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas

quilombolas

Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais

mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para

serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome

internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar

em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo

geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do

homem junto ao ecossistema local

Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser

influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem

entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para

ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e

suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais

naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos

manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de

eficiecircncia e economicamente viaacuteveis

A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo

utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e

meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio

do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade

para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em

decorrecircncia da energia eleacutetrica

BIBLIOGRAFIA

BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998

______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002

BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento

local-regional Lajeado Univates 1999

GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991

______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000

______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S

(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997

______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002

JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo

FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf

Acesso em 30062013

_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000

Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras

Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002

Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ

Vozes 1994

Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977

Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como

Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86

JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em

httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013

Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto

Alegre Bookman 2005

Page 8: PEQUENASHIDROELÉTRICASEDESENVOLVIMENTO …engema.org.br/XVIENGEMA/277.pdfdesenvolvimento nos leva a redefinir as relações homem/natureza e nos faz repensar nossa civilização

Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a

relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de

desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak

observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH

de 09

Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000

kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas

usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil

Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia

a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre

cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o

meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado

Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto

1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em

1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)

FOTO 1

FOTO 2

RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926

Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS

FOTO 3

Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago

Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no

_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP

G

A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute

desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da

mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo

FOTO 4

Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945

Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

FOTO

5

FOTO 6

Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013

Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Arquivo da pesquisadora

Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem

desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal

estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a

turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a

eletricidade (SCHREIBER 1977)

Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu

leito natural

FOTO

7

Vista

aeacuterea da usina do Rio Palmeira

Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-

8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg

As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar

a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais

Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma

determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a

potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua

FOTO 8 FOTO 9

Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua

Fonte Arquivo da pesquisadora

A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados

sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado

o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua

parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o

canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do

rio que segue paralelamente

FOTO 10 FOTO 11

Fonte Arquivo da pesquisadora

A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do

seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando

desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas

caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para

grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW

A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao

sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis

apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel

o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a

colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como

pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda

Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira

em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua

do leito do rio (Foto 12)

FOTO 12 FOTO 13

Fonte Arquivo da pesquisadora

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos

despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na

conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo

onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de

cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu

cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas

Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores

muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a

energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na

pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar

determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo

peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o

contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas

comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo

menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios

da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano

Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora

para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes

o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios

baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em

sustentabilidade

Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos

estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de

forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos

= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel

respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade

de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel

ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades

locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes

avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas

quilombolas

Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais

mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para

serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome

internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar

em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo

geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do

homem junto ao ecossistema local

Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser

influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem

entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para

ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e

suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais

naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos

manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de

eficiecircncia e economicamente viaacuteveis

A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo

utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e

meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio

do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade

para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em

decorrecircncia da energia eleacutetrica

BIBLIOGRAFIA

BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998

______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002

BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento

local-regional Lajeado Univates 1999

GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991

______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000

______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S

(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997

______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002

JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo

FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf

Acesso em 30062013

_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000

Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras

Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002

Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ

Vozes 1994

Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977

Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como

Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86

JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em

httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013

Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto

Alegre Bookman 2005

Page 9: PEQUENASHIDROELÉTRICASEDESENVOLVIMENTO …engema.org.br/XVIENGEMA/277.pdfdesenvolvimento nos leva a redefinir as relações homem/natureza e nos faz repensar nossa civilização

Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no

_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP

G

A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute

desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da

mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo

FOTO 4

Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945

Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

FOTO

5

FOTO 6

Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013

Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2

Arquivo da pesquisadora

Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem

desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal

estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a

turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a

eletricidade (SCHREIBER 1977)

Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu

leito natural

FOTO

7

Vista

aeacuterea da usina do Rio Palmeira

Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-

8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg

As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar

a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais

Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma

determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a

potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua

FOTO 8 FOTO 9

Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua

Fonte Arquivo da pesquisadora

A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados

sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado

o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua

parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o

canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do

rio que segue paralelamente

FOTO 10 FOTO 11

Fonte Arquivo da pesquisadora

A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do

seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando

desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas

caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para

grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW

A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao

sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis

apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel

o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a

colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como

pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda

Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira

em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua

do leito do rio (Foto 12)

FOTO 12 FOTO 13

Fonte Arquivo da pesquisadora

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos

despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na

conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo

onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de

cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu

cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas

Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores

muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a

energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na

pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar

determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo

peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o

contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas

comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo

menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios

da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano

Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora

para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes

o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios

baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em

sustentabilidade

Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos

estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de

forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos

= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel

respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade

de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel

ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades

locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes

avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas

quilombolas

Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais

mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para

serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome

internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar

em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo

geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do

homem junto ao ecossistema local

Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser

influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem

entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para

ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e

suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais

naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos

manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de

eficiecircncia e economicamente viaacuteveis

A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo

utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e

meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio

do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade

para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em

decorrecircncia da energia eleacutetrica

BIBLIOGRAFIA

BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998

______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002

BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento

local-regional Lajeado Univates 1999

GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991

______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000

______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S

(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997

______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002

JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo

FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf

Acesso em 30062013

_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000

Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras

Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002

Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ

Vozes 1994

Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977

Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como

Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86

JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em

httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013

Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto

Alegre Bookman 2005

Page 10: PEQUENASHIDROELÉTRICASEDESENVOLVIMENTO …engema.org.br/XVIENGEMA/277.pdfdesenvolvimento nos leva a redefinir as relações homem/natureza e nos faz repensar nossa civilização

Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu

leito natural

FOTO

7

Vista

aeacuterea da usina do Rio Palmeira

Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-

8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg

As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar

a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais

Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma

determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a

potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua

FOTO 8 FOTO 9

Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua

Fonte Arquivo da pesquisadora

A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados

sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado

o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua

parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o

canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do

rio que segue paralelamente

FOTO 10 FOTO 11

Fonte Arquivo da pesquisadora

A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do

seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando

desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas

caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para

grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW

A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao

sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis

apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel

o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a

colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como

pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda

Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira

em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua

do leito do rio (Foto 12)

FOTO 12 FOTO 13

Fonte Arquivo da pesquisadora

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos

despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na

conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo

onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de

cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu

cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas

Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores

muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a

energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na

pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar

determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo

peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o

contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas

comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo

menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios

da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano

Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora

para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes

o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios

baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em

sustentabilidade

Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos

estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de

forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos

= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel

respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade

de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel

ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades

locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes

avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas

quilombolas

Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais

mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para

serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome

internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar

em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo

geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do

homem junto ao ecossistema local

Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser

influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem

entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para

ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e

suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais

naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos

manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de

eficiecircncia e economicamente viaacuteveis

A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo

utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e

meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio

do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade

para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em

decorrecircncia da energia eleacutetrica

BIBLIOGRAFIA

BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998

______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002

BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento

local-regional Lajeado Univates 1999

GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991

______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000

______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S

(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997

______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002

JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo

FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf

Acesso em 30062013

_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000

Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras

Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002

Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ

Vozes 1994

Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977

Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como

Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86

JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em

httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013

Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto

Alegre Bookman 2005

Page 11: PEQUENASHIDROELÉTRICASEDESENVOLVIMENTO …engema.org.br/XVIENGEMA/277.pdfdesenvolvimento nos leva a redefinir as relações homem/natureza e nos faz repensar nossa civilização

canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do

rio que segue paralelamente

FOTO 10 FOTO 11

Fonte Arquivo da pesquisadora

A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do

seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando

desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas

caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para

grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW

A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao

sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis

apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel

o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a

colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como

pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda

Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira

em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua

do leito do rio (Foto 12)

FOTO 12 FOTO 13

Fonte Arquivo da pesquisadora

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos

despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na

conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo

onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de

cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu

cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas

Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores

muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a

energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na

pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar

determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo

peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o

contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas

comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo

menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios

da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano

Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora

para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes

o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios

baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em

sustentabilidade

Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos

estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de

forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos

= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel

respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade

de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel

ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades

locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes

avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas

quilombolas

Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais

mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para

serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome

internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar

em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo

geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do

homem junto ao ecossistema local

Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser

influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem

entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para

ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e

suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais

naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos

manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de

eficiecircncia e economicamente viaacuteveis

A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo

utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e

meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio

do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade

para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em

decorrecircncia da energia eleacutetrica

BIBLIOGRAFIA

BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998

______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002

BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento

local-regional Lajeado Univates 1999

GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991

______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000

______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S

(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997

______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002

JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo

FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf

Acesso em 30062013

_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000

Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras

Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002

Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ

Vozes 1994

Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977

Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como

Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86

JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em

httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013

Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto

Alegre Bookman 2005

Page 12: PEQUENASHIDROELÉTRICASEDESENVOLVIMENTO …engema.org.br/XVIENGEMA/277.pdfdesenvolvimento nos leva a redefinir as relações homem/natureza e nos faz repensar nossa civilização

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos

despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na

conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo

onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de

cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu

cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas

Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores

muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a

energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na

pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar

determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo

peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o

contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas

comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo

menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios

da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano

Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora

para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes

o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios

baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em

sustentabilidade

Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos

estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de

forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos

= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel

respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade

de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel

ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades

locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes

avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas

quilombolas

Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais

mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para

serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome

internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar

em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo

geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do

homem junto ao ecossistema local

Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser

influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem

entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para

ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e

suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais

naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos

manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de

eficiecircncia e economicamente viaacuteveis

A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo

utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e

meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio

do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade

para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em

decorrecircncia da energia eleacutetrica

BIBLIOGRAFIA

BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998

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Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86

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Page 13: PEQUENASHIDROELÉTRICASEDESENVOLVIMENTO …engema.org.br/XVIENGEMA/277.pdfdesenvolvimento nos leva a redefinir as relações homem/natureza e nos faz repensar nossa civilização

A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo

utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e

meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio

do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade

para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em

decorrecircncia da energia eleacutetrica

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BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998

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(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997

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JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo

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Acesso em 30062013

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Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como

Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86

JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em

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(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997

______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002

JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo

FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf

Acesso em 30062013

_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000

Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras

Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002

Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ

Vozes 1994

Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977

Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como

Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86

JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em

httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013

Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto

Alegre Bookman 2005