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PEQUENAS HIDROELEacuteTRICAS E DESENVOLVIMENTOLOCAL O CASO DE PANAMBI-RS
ROSANI ZACHOWUniversidade Federal do Rio Grando do Sulinasor_1hotmailcom
PEQUENAS HIDROELEacuteTRICAS E DESENVOLVIMENTO LOCAL O CASO DE
PANAMBI-RS
Resumo O presente artigo descreve e analisa os procedimentos de utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos
para extraccedilatildeo da energia eleacutetrica que em um processo de participaccedilatildeo comunitaacuteria resulta em
desenvolvimento econocircmico social e humano A instalaccedilatildeo de pequenas estaccedilotildees hidroeleacutetricas com o
objetivo especiacutefico de atender comunidades em localidades remotas utilizando-se o leito do rio como
reservatoacuterio gerando energia a baixo custo sem resiacuteduos de forma sustentaacutevel com o envolvimento
da comunidade para que esta se sinta aleacutem de engajada comprometida com a preservaccedilatildeo do meio
ambiente Como condiccedilatildeo essencial de que natildeo haja retrocesso em sua qualidade de vida e a
governanccedila local atinja a melhoria dos indicadores do IDH com a contrapartida financeira que poderaacute
receber como retorno dos Estados ou Uniatildeo com a implementaccedilatildeo de um modelo de legislaccedilatildeo similar
ao ICMS Ecoloacutegico do RS
Palavras-chave Recursos hiacutedricos desenvolvimento local e regional energia eleacutetrica
Abstract This paper analyses and describes the water utilization procedures for electric energy
extraction which in a process of community participation results in economic social and human
development The installation of small hydroelectric stations with the specific purpose to serve
communities in remote locations using the riverbed as a reservoir generating low cost no waste and
sustainable electrical energy with community engagement so that they feel committed to
environmental reservation As an essential condition that no setback in quality of life and the local
governance to achieve the improvement of HDI indicators with the compensation they may receive in
return from the States or Union with implementation of a legislation model similar to ecological ICMS
from RS
Keywords Water resources local and regional development electric power
1 INTRODUCcedilAtildeO
Vive-se atualmente uma realidade de incertezas e de riscos em relaccedilatildeo ao meio ambiente cuja
degradaccedilatildeo aumentou significativamente nas uacuteltimas deacutecadas observando que natildeo eacute somente a
destruiccedilatildeo do meio fiacutesico de nosso habitat que assinala a atual crise mas tambeacutem o comprometimento
de sustentabilidade futura da sociedade A histoacuteria nos mostra que a interferecircncia da humanidade na
natureza revela a accedilatildeo potencialmente devastadora do homem tornando a relaccedilatildeo homem e ambiente minus
com o avanccedilo da ciecircncia e da tecnologia minus mais complexa
A concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo em aacutereas urbanas tem provocado dificuldades em relaccedilatildeo ao
acesso a aacutegua e energia eleacutetrica A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) calcula que ateacute a metade
deste seacuteculo pelo menos 50 paiacuteses deveratildeo enfrentar uma grave crise no abastecimento de aacutegua A falta
de aacutegua e acesso a energia estaacute presente todos os dias nos noticiaacuterios e em um grau preocupante
A expressatildeo de que o Brasil eacute um paiacutes rico pela abundacircncia de recursos hiacutedricos minerais e
grandes extensotildees de terra agricultaacutevel eacute verdadeira contudo confronta-se com a ausecircncia da
formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas ambientais sociais ou econocircmicas que deveriam ser permeadas por
accedilotildees de desenvolvimento econocircmico viaacutevel produzido por tecnologia com menor impacto ambiental
gerando desenvolvimento econocircmico e social promovendo debates importantes dentro da ciecircncia da
sustentabilidade respeitando o fator que necessidades pessoais variam em cada contexto histoacuterico e
cultural
Este artigo chama a atenccedilatildeo para a necessidade de desenvolvimento respeitando as diversidades
culturais o que pode ser obtido com a utilizaccedilatildeo de tecnologias ambientalmente sustentaacuteveis que
possam ser aplicadas na promoccedilatildeo do desenvolvimento com caracteriacutesticas diferenciadas e que
envolvam o uso racional dos recursos hiacutedricos existentes A otimizaccedilatildeo na utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
poderaacute servir como indutor do desenvolvimento social econocircmico e melhoria de qualidade de vida
aleacutem de preservar as bacias hiacutedricas utilizando a energia hidroeleacutetrica como indutor de
desenvolvimento e superaccedilatildeo da vulnerabilidade de regiotildees de difiacutecil acesso ou economicamente
menos privilegiadas
Haacute a necessidade do desenvolvimento de projetos de sustentabilidade ambiental instituindo
poliacuteticas que gerem organismos responsaacuteveis pela prestaccedilatildeo de serviccedilos com equidade corrigindo as
desigualdades ambientais e sociais e que de contrapartida estimulem a criaccedilatildeo de mecanismos
indutores de desenvolvimento endoacutegeno em regiotildees ou cidades poreacutem com o cuidado para que no
intuito de melhorar a qualidade de vida natildeo implique degradaccedilatildeo do meio natural
Dessa forma os recursos naturais devem ser considerados como fonte de energia e insumo
essencial ao desenvolvimento econocircmico Jacobi (2000) ressalta que a visatildeo estrateacutegica para considerar
tanto a viabilidade econocircmica quanto a ecoloacutegica eacute a do desenvolvimento sustentaacutevel Tal premissa de
desenvolvimento nos leva a redefinir as relaccedilotildees homemnatureza e nos faz repensar nossa civilizaccedilatildeo
Para Jacobi (1999 p 42) o desenvolvimento sustentaacutevel somente pode ser entendido como um processo em que de um
lado as restriccedilotildees mais relevantes estatildeo relacionadas com a exploraccedilatildeo dos recursos a
orientaccedilatildeo do desenvolvimento tecnoloacutegico e o marco institucional de outro o crescimento
deve enfatizar os aspectos qualitativos notadamente aqueles relacionados com a equumlidade o
uso de recursos e a geraccedilatildeo de resiacuteduos contaminantes
A estrutura desigual no acesso e distribuiccedilatildeo dos recursos do planeta aliada a influecircncia que
estes recursos exercem na sociedade aumentam ainda mais as disparidades dos poderes econocircmicos e
poliacuteticos que acabam por acentuar desproporcionalmente as desigualdades sociais e os desajustes
ambientais ameaccedilando a nossa relaccedilatildeo com a natureza
Neste sentido Jacobi (1999 p 42) nos diz que ldquo[] A ecircnfase no desenvolvimento deve fixar-se
na superaccedilatildeo dos deacuteficits sociais nas necessidades baacutesicas e na alteraccedilatildeo de padrotildees de consumo para
poder manter e aumentar os recursos-base sobretudo os agriacutecolas energeacuteticos bioacuteticos minerais ar e
aacuteguardquo
Becker (2000) estudioso em desenvolvimento regionallocal nos lembra que esta perspectiva eacute
o uacutenico caminho para o enfrentamento as distorccedilotildees sociais e ambientais neste fase de economia
globalizada
Partindo desta perspectiva aborda-se neste artigo a experiecircncia da cidade de Panambi
localizada no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul demonstra-se que uma praacutetica simples apoacutes
aproximadamente 100 anos natildeo degradou o ambiente em seu entorno e inferindo-se a adoccedilatildeo do
modelo como instrumento de modernizaccedilatildeo de gestatildeo puacuteblica com influecircncia positiva desenvolvendo
hidro energia agrave qual cabe o papel de indutor de desenvolvimento a comunidades remotas
2 OBJETIVOS E METODOLOGIA
Nossa discussatildeo sobre usinas hidroeleacutetricas de baixo impacto ambiental como promotoras do
desenvolvimento se daraacute a partir do estudo de caso do municiacutepio de Panambi-RS Conforme nos
lembra MINAYO (199416) ldquoo caminho do pensamento e a praacutetica exercida na abordagem da
realidaderdquo torna-se necessaacuterio uma boa interaccedilatildeo com o objeto de estudo e os atores na pesquisa para
criar um conhecimento partindo da realidade cujo procedimento metodoloacutegico eacute de fundamental
importacircncia para atingirmos um bom desempenho em nossa pesquisa
Optou-se neste trabalho pelo estudo de caso como metodologia pois esta metodologia permite
que um fenocircmeno seja analisado dentro de seu contexto e ldquo[] quando o pesquisador tem pouco
controle sobre os acontecimentos e quando foco se encontra em fenocircmenos contemporacircneas inseridos
em algum contexto da vida realrdquo - (YIN 2005 p32)
Como objetivo principal pretende-se discutir o modelo de pequenas hidroeleacutetricas de baixo
impacto ambiental como modelo para comunidades isoladas e para tanto vamos apresentar a
experiecircncia de pequenas hidroeleacutetricas ativas na cidade de Panambi-RS expor o modelo de ICMS
Ecoloacutegico do RS
3 SOCIEDADE DE RISCO E ENERGIA SUSTENTAacuteVEL
Existe um forte apelo mundial para a alteraccedilatildeo das matrizes energeacuteticas devido aos impactos
ambientais oriundos majoritariamente dos combustiacuteveis foacutesseis desafio saudaacutevel que vem alavancado
o desenvolvimento de novas tecnologias com a utilizaccedilatildeo racional e eficiente das diversas formas de
energia geradas a partir das fontes natildeo renovaacuteveis
A pressatildeo de poliacuteticas externas e tratados internacionais como o Protocolo de Kyoto tem
incrementado a busca por energias limpas motivando o desenvolvimento de tecnologias viaacuteveis para
geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto ambiental natildeo esquecendo que o Brasil eacute
pioneiro no cenaacuterio mundial quando satildeo abordadas fontes renovaacuteveis como biocombustiacuteveis e energia
hiacutedrica
Ao referirem-se em suas obras sobre as questotildees entre sociedade e ambiente tanto Giddens
(1991 1997 2002) como Beck (1998 2002) colocam em discussatildeo o modelo de sociedade imposto
pela modernidade analisando os impactos sociais emocionais econocircmicos poliacuteticos e culturais dessas
accedilotildees sobre o cotidiano social abordando as mudanccedilas sociais nas suas diversas dimensotildees
A destruiccedilatildeo progressiva do nosso ambiente fiacutesico acompanha a histoacuteria humana desde a eacutepoca
do surgimento da agricultura e das grandes civilizaccedilotildees ressaltando-se que na socializaccedilatildeo da natureza
a tradiccedilatildeo eacute dissolvida e novos tipos de incalculabilidade emergem Poucas pessoas em qualquer lugar
do mundo podem continuar sem consciecircncia do fato de que suas atividades locais satildeo influenciadas e
podem influenciar acontecimentos ou organismos distantes que segundo Giddens (1997 p 23) ldquohoje
as accedilotildees cotidianas de um indiviacuteduo produzem consequecircncias globaisrdquo
A configuraccedilatildeo dessa Sociedade do Risco segundo Beck (1998 2002) ou simplesmente a
existecircncia de incertezas em torno dos efeitos decorrentes de empreendimentos atividades e produtos
desenvolvidos pela sociedade contemporacircnea impacta as relaccedilotildees sociais e poliacuteticas que por sua vez
motivam uma reaccedilatildeo de diversas aacutereas do conhecimento
Beck (1998 2002) afirma que a contribuiccedilatildeo da sua teoria da sociedade global de riscos
consiste em demonstrar que tanto as sociedades ocidentais quanto as natildeo ocidentais podem enfrentar
simultaneamente os mesmos desafios e riscos da segunda modernidade ou modernidade reflexiva Na
sociedade global de riscos existe uma pluralidade de modernidades na qual as sociedades natildeo
ocidentais compartilham com as ocidentais os mesmos desafios por meio de diferentes percepccedilotildees
culturais Em vista desta realidade eacute necessaacuterio que diferentes sociedades sejam definidas em relaccedilatildeo a
suas proacuteprias caracteriacutesticas e natildeo apenas pelo fato de apresentarem ou natildeo traccedilos de modernidade
Nesse contexto as pequenas hidroeleacutetricas que promovam o desenvolvimento de pequenas
comunidades afastadas permitem aumentar a eficiecircncia do desenvolvimento social com o uso de
recursos que natildeo possuem geraccedilatildeo de resiacuteduos satildeo possibilidades reais para a construccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel
4 ICMS ECOLOacuteGICO
Quando satildeo abordadas poliacuteticas puacuteblicas ressalta-se a importacircncia do Estado e por isto resgata-
se como exemplo de viabilidade o Estado do Rio Grande do Sul que pela Lei Estadual nordm 1103897
criou o ICMS Ecoloacutegico por iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apoacutes observar
experiecircncias bem sucedidas dos outros estados da Federaccedilatildeo que foram pioneiros nesse instrumento de
incentivo agrave conservaccedilatildeo do meio ambiente Na criaccedilatildeo da lei foi associado o criteacuterio de superfiacutecie
territorial municipal agraves Unidades de Conservaccedilatildeo retribuindo financeiramente nos repasses de ICMS
os municiacutepios que criaram e registraram aacutereas de conservaccedilatildeo do meio ambiente este adicional no
iacutendice de repasse do do ICMS foi denominada de ICMS Ecoloacutegico
O modelo da legislaccedilatildeo criada no RS limita as accedilotildees de apoio agrave efetivaccedilatildeo da gestatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo poreacutem natildeo considera aspectos qualitativos em seus criteacuterios e requer o
aprimoramento da legislaccedilatildeo e o estabelecimento de novos criteacuterios qualitativos e quantitativos no
repasse atinente agrave preservaccedilatildeo ambiental Desta forma a sociedade civil organizada e comunidade
cientiacutefica deveratildeo abrir a discussatildeo pertinente agraves politicas puacuteblicas necessaacuterias antes da elaboraccedilatildeo da
legislaccedilatildeo federal que aponte diretrizes e incentive os municiacutepios com a remuneraccedilatildeo de incentivos de
retorno sobre a preservaccedilatildeo efetivamente realizada podendo desta forma fazerem a Gestatildeo Puacuteblica
deste recursos e que estes sejam efetivamente reinvestidos nas Unidades de Conservaccedilatildeo sejam elas
puacuteblicas ou privadas trazendo desta forma o envolvimento da comunidade beneficiada
41 Legislaccedilatildeo Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul a legislaccedilatildeo que se ateacutem ao criteacuterio ambiental de repasse tem por base
o tamanho das aacutereas das unidades de conservaccedilatildeo contidas no municiacutepio em hectares (transformados
em quilocircmetros quadrados multiplicado pelo fator de conservaccedilatildeo da aacuterea multiplicado por trecircs e
acrescido a aacuterea territorial do municiacutepio) e o percentual do ICMS destinado agraves Unidades de
Conservaccedilatildeo da Natureza eacute de 7 conforme previsatildeo constante no inciso III do artigo 1ordm da lei nordm
1103897 como segue ldquoIII ndash 7 (sete por cento) com base na relaccedilatildeo percentual entre a aacuterea do
municiacutepio multiplicando-se por 3 (trecircs) as aacutereas de preservaccedilatildeo ambiental as aacutereas de terras indiacutegenas
e aquelas inundadas por barragens exceto as localizadas nos municiacutepios sedes das usinas hidreleacutetricas
e a aacuterea calculada do Estado no uacuteltimo dia do ano civil a que se refere a apuraccedilatildeo informadas em
quilocircmetros quadrados pela Divisatildeo de Geografia e Cartografia da Secretaria da Agricultura Pecuaacuteria
e Agronegoacuteciordquo
Os demais itens de avaliaccedilatildeo para o repasse satildeo por exemplo aacuterea do municiacutepio produccedilatildeo
primaacuteria nuacutemero de propriedades rurais populaccedilatildeo taxa de mortalidade evasatildeo escolar entre outros
Seus percentuais somados totalizam 18 que somados aos 7 destinados a Unidades de
Conservaccedilatildeo(ICMS Ecoloacutegico) formam o bolo de 25 que o estado pode destinar de acordo com os
criteacuterios estabelecidos pela normativa estadual aqui referenciada
Na lei 11038 de 1997 dispotildeem sobre a parcela do produto da arrecadaccedilatildeo do Imposto sobre
Operaccedilotildees Relativas agrave Circulaccedilatildeo de Mercadorias e sobre Prestaccedilotildees de Serviccedilos de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaccedilatildeo (ICMS) pertencente aos municiacutepios Sabe-se que o
sistema de caacutelculo do iacutendice de participaccedilatildeo dos municiacutepios no ICMS foi desenvolvido para produzir o
resultado final a partir dos paracircmetros previstos em lei frente os dados obtidos das mais diversas fontes
Portanto a Receita Estadual natildeo dispotildee de valores de repasse especificados por item componente da
ponderaccedilatildeo do iacutendice como eacute o caso do ICMS Ecoloacutegico demandado e natildeo considera o
empreendedorismo e nem valoriza a produccedilatildeo de energia renovaacutevel e sem geraccedilatildeo de resiacuteduos
Eacute necessaacuterio que o cidadatildeo a Sociedade Civil organizada e a Comunidade Cientiacutefica debatam
os projetos que possuem relevacircncia que preencham os requisitos de inovaccedilatildeo e sustentabilidade que
sejam prioritaacuterios para a sua cidade e regiatildeo e defina os destinos dos recursos elencando prioridades e
desta forma criando uma nova cultura de gestatildeo puacuteblica sustentabilidade ambiental e seguranccedila dos
recursos naturais Brasileiros
5 ENERGIA ELEacuteTRICA COMO INDUTORA DO DESENVOLVIMENTO O CASO DE
PANAMBI-RS
A busca por alternativas de energias limpas vem impulsionando o desenvolvimento de
tecnologias viaacuteveis e alternativas para geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto
ambiental Isso nos conduz a estudar fontes emergentes abundantes no paiacutes Poreacutem natildeo se pode deixar
de considerar tecnologias jaacute consolidadas e pouco exploradas ainda como o recurso hiacutedrico de
pequenos rios e lagos como potenciais fontes geradoras de energia sem poluir estes e devolvendo-a ao
leito do rio sem causar impacto na flora e fauna do ambiente com formaccedilatildeo de lagos artificiais
As pequenas usinas utilizam apenas o leito do rio se valem da forccedila hidraacuteulica gerada no
declive do terreno com a construccedilatildeo de um canal lateral por onde eacute canalizado parte do volume hiacutedrico
do rio que no canal lateral sem obstaacuteculos e em declive potencializa o volume de aacutegua acelerando o
escoamento desta que ao final eacute canalizada forccedilando sua passagem em turbinas acopladas a geradores
produzindo e acumulando energia eleacutetrica logo apoacutes esta passagem transcorrido o trecho do canal e
das turbinas trecho de poucos metros a aacutegua torna a ser integralmente devolvida ao leito do rio sem
resiacuteduo e sem perda de volume hiacutedrico
Como exemplo desta tecnologia apresenta-se neste trabalho aqui duas pequenas hidroeleacutetricas
ativas na cidade de Panambi-RS Uma delas utiliza uma turbina modelo Francis que continua em
funcionamento desde 1945 demonstrando sua adequada indicaccedilatildeo aliado ao reduzido impacto
ambiental baixo custo baixa manutenccedilatildeo e alto valor agregado agrave comunidade que a recebe
compartilhando com os demais beneficiaacuterios a responsabilidade de preservaccedilatildeo das aacuteguas para a
manutenccedilatildeo do benefiacutecio e avanccedilos conquistados com a chegada da energia eleacutetrica
Somente em 2013 foi interligada ao sistema nacional de energia ateacute entatildeo a cidade era suprida
por energia gerada por trecircs usinas locais e complementada com energia adquirida da Usina do Passo
Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio
Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS
O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo
denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das
rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo
Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o
desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia
eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da
colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um
renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer
Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e
intelectual do seacuteculo XIX
Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a
colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata
fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela
inflaccedilatildeo
Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande
riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a
possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com
seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de
trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p
63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa
queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado
Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo
Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua
atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING
TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA
FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar
com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos
empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-
se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e
humano
Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos
tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua
transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua
aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira
concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o
desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de
desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento
A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH
Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para
retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por
agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA
correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan
1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs
Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a
relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de
desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak
observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH
de 09
Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000
kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas
usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil
Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia
a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre
cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o
meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado
Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto
1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em
1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)
FOTO 1
FOTO 2
RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926
Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS
FOTO 3
Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago
Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no
_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP
G
A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute
desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da
mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo
FOTO 4
Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945
Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
FOTO
5
FOTO 6
Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013
Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Arquivo da pesquisadora
Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem
desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal
estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a
turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a
eletricidade (SCHREIBER 1977)
Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu
leito natural
FOTO
7
Vista
aeacuterea da usina do Rio Palmeira
Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-
8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg
As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar
a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais
Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma
determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a
potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua
FOTO 8 FOTO 9
Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua
Fonte Arquivo da pesquisadora
A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados
sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado
o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua
parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o
canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do
rio que segue paralelamente
FOTO 10 FOTO 11
Fonte Arquivo da pesquisadora
A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do
seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando
desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas
caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para
grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW
A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao
sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis
apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel
o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a
colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como
pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda
Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira
em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua
do leito do rio (Foto 12)
FOTO 12 FOTO 13
Fonte Arquivo da pesquisadora
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos
despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na
conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo
onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de
cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu
cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas
Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores
muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a
energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na
pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar
determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo
peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o
contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas
comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo
menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios
da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano
Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora
para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes
o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios
baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em
sustentabilidade
Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos
estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de
forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos
= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel
respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade
de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel
ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades
locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes
avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas
quilombolas
Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais
mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para
serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome
internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar
em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo
geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do
homem junto ao ecossistema local
Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser
influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem
entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para
ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e
suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais
naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos
manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de
eficiecircncia e economicamente viaacuteveis
A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo
utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e
meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio
do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade
para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em
decorrecircncia da energia eleacutetrica
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PEQUENAS HIDROELEacuteTRICAS E DESENVOLVIMENTO LOCAL O CASO DE
PANAMBI-RS
Resumo O presente artigo descreve e analisa os procedimentos de utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos
para extraccedilatildeo da energia eleacutetrica que em um processo de participaccedilatildeo comunitaacuteria resulta em
desenvolvimento econocircmico social e humano A instalaccedilatildeo de pequenas estaccedilotildees hidroeleacutetricas com o
objetivo especiacutefico de atender comunidades em localidades remotas utilizando-se o leito do rio como
reservatoacuterio gerando energia a baixo custo sem resiacuteduos de forma sustentaacutevel com o envolvimento
da comunidade para que esta se sinta aleacutem de engajada comprometida com a preservaccedilatildeo do meio
ambiente Como condiccedilatildeo essencial de que natildeo haja retrocesso em sua qualidade de vida e a
governanccedila local atinja a melhoria dos indicadores do IDH com a contrapartida financeira que poderaacute
receber como retorno dos Estados ou Uniatildeo com a implementaccedilatildeo de um modelo de legislaccedilatildeo similar
ao ICMS Ecoloacutegico do RS
Palavras-chave Recursos hiacutedricos desenvolvimento local e regional energia eleacutetrica
Abstract This paper analyses and describes the water utilization procedures for electric energy
extraction which in a process of community participation results in economic social and human
development The installation of small hydroelectric stations with the specific purpose to serve
communities in remote locations using the riverbed as a reservoir generating low cost no waste and
sustainable electrical energy with community engagement so that they feel committed to
environmental reservation As an essential condition that no setback in quality of life and the local
governance to achieve the improvement of HDI indicators with the compensation they may receive in
return from the States or Union with implementation of a legislation model similar to ecological ICMS
from RS
Keywords Water resources local and regional development electric power
1 INTRODUCcedilAtildeO
Vive-se atualmente uma realidade de incertezas e de riscos em relaccedilatildeo ao meio ambiente cuja
degradaccedilatildeo aumentou significativamente nas uacuteltimas deacutecadas observando que natildeo eacute somente a
destruiccedilatildeo do meio fiacutesico de nosso habitat que assinala a atual crise mas tambeacutem o comprometimento
de sustentabilidade futura da sociedade A histoacuteria nos mostra que a interferecircncia da humanidade na
natureza revela a accedilatildeo potencialmente devastadora do homem tornando a relaccedilatildeo homem e ambiente minus
com o avanccedilo da ciecircncia e da tecnologia minus mais complexa
A concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo em aacutereas urbanas tem provocado dificuldades em relaccedilatildeo ao
acesso a aacutegua e energia eleacutetrica A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) calcula que ateacute a metade
deste seacuteculo pelo menos 50 paiacuteses deveratildeo enfrentar uma grave crise no abastecimento de aacutegua A falta
de aacutegua e acesso a energia estaacute presente todos os dias nos noticiaacuterios e em um grau preocupante
A expressatildeo de que o Brasil eacute um paiacutes rico pela abundacircncia de recursos hiacutedricos minerais e
grandes extensotildees de terra agricultaacutevel eacute verdadeira contudo confronta-se com a ausecircncia da
formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas ambientais sociais ou econocircmicas que deveriam ser permeadas por
accedilotildees de desenvolvimento econocircmico viaacutevel produzido por tecnologia com menor impacto ambiental
gerando desenvolvimento econocircmico e social promovendo debates importantes dentro da ciecircncia da
sustentabilidade respeitando o fator que necessidades pessoais variam em cada contexto histoacuterico e
cultural
Este artigo chama a atenccedilatildeo para a necessidade de desenvolvimento respeitando as diversidades
culturais o que pode ser obtido com a utilizaccedilatildeo de tecnologias ambientalmente sustentaacuteveis que
possam ser aplicadas na promoccedilatildeo do desenvolvimento com caracteriacutesticas diferenciadas e que
envolvam o uso racional dos recursos hiacutedricos existentes A otimizaccedilatildeo na utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
poderaacute servir como indutor do desenvolvimento social econocircmico e melhoria de qualidade de vida
aleacutem de preservar as bacias hiacutedricas utilizando a energia hidroeleacutetrica como indutor de
desenvolvimento e superaccedilatildeo da vulnerabilidade de regiotildees de difiacutecil acesso ou economicamente
menos privilegiadas
Haacute a necessidade do desenvolvimento de projetos de sustentabilidade ambiental instituindo
poliacuteticas que gerem organismos responsaacuteveis pela prestaccedilatildeo de serviccedilos com equidade corrigindo as
desigualdades ambientais e sociais e que de contrapartida estimulem a criaccedilatildeo de mecanismos
indutores de desenvolvimento endoacutegeno em regiotildees ou cidades poreacutem com o cuidado para que no
intuito de melhorar a qualidade de vida natildeo implique degradaccedilatildeo do meio natural
Dessa forma os recursos naturais devem ser considerados como fonte de energia e insumo
essencial ao desenvolvimento econocircmico Jacobi (2000) ressalta que a visatildeo estrateacutegica para considerar
tanto a viabilidade econocircmica quanto a ecoloacutegica eacute a do desenvolvimento sustentaacutevel Tal premissa de
desenvolvimento nos leva a redefinir as relaccedilotildees homemnatureza e nos faz repensar nossa civilizaccedilatildeo
Para Jacobi (1999 p 42) o desenvolvimento sustentaacutevel somente pode ser entendido como um processo em que de um
lado as restriccedilotildees mais relevantes estatildeo relacionadas com a exploraccedilatildeo dos recursos a
orientaccedilatildeo do desenvolvimento tecnoloacutegico e o marco institucional de outro o crescimento
deve enfatizar os aspectos qualitativos notadamente aqueles relacionados com a equumlidade o
uso de recursos e a geraccedilatildeo de resiacuteduos contaminantes
A estrutura desigual no acesso e distribuiccedilatildeo dos recursos do planeta aliada a influecircncia que
estes recursos exercem na sociedade aumentam ainda mais as disparidades dos poderes econocircmicos e
poliacuteticos que acabam por acentuar desproporcionalmente as desigualdades sociais e os desajustes
ambientais ameaccedilando a nossa relaccedilatildeo com a natureza
Neste sentido Jacobi (1999 p 42) nos diz que ldquo[] A ecircnfase no desenvolvimento deve fixar-se
na superaccedilatildeo dos deacuteficits sociais nas necessidades baacutesicas e na alteraccedilatildeo de padrotildees de consumo para
poder manter e aumentar os recursos-base sobretudo os agriacutecolas energeacuteticos bioacuteticos minerais ar e
aacuteguardquo
Becker (2000) estudioso em desenvolvimento regionallocal nos lembra que esta perspectiva eacute
o uacutenico caminho para o enfrentamento as distorccedilotildees sociais e ambientais neste fase de economia
globalizada
Partindo desta perspectiva aborda-se neste artigo a experiecircncia da cidade de Panambi
localizada no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul demonstra-se que uma praacutetica simples apoacutes
aproximadamente 100 anos natildeo degradou o ambiente em seu entorno e inferindo-se a adoccedilatildeo do
modelo como instrumento de modernizaccedilatildeo de gestatildeo puacuteblica com influecircncia positiva desenvolvendo
hidro energia agrave qual cabe o papel de indutor de desenvolvimento a comunidades remotas
2 OBJETIVOS E METODOLOGIA
Nossa discussatildeo sobre usinas hidroeleacutetricas de baixo impacto ambiental como promotoras do
desenvolvimento se daraacute a partir do estudo de caso do municiacutepio de Panambi-RS Conforme nos
lembra MINAYO (199416) ldquoo caminho do pensamento e a praacutetica exercida na abordagem da
realidaderdquo torna-se necessaacuterio uma boa interaccedilatildeo com o objeto de estudo e os atores na pesquisa para
criar um conhecimento partindo da realidade cujo procedimento metodoloacutegico eacute de fundamental
importacircncia para atingirmos um bom desempenho em nossa pesquisa
Optou-se neste trabalho pelo estudo de caso como metodologia pois esta metodologia permite
que um fenocircmeno seja analisado dentro de seu contexto e ldquo[] quando o pesquisador tem pouco
controle sobre os acontecimentos e quando foco se encontra em fenocircmenos contemporacircneas inseridos
em algum contexto da vida realrdquo - (YIN 2005 p32)
Como objetivo principal pretende-se discutir o modelo de pequenas hidroeleacutetricas de baixo
impacto ambiental como modelo para comunidades isoladas e para tanto vamos apresentar a
experiecircncia de pequenas hidroeleacutetricas ativas na cidade de Panambi-RS expor o modelo de ICMS
Ecoloacutegico do RS
3 SOCIEDADE DE RISCO E ENERGIA SUSTENTAacuteVEL
Existe um forte apelo mundial para a alteraccedilatildeo das matrizes energeacuteticas devido aos impactos
ambientais oriundos majoritariamente dos combustiacuteveis foacutesseis desafio saudaacutevel que vem alavancado
o desenvolvimento de novas tecnologias com a utilizaccedilatildeo racional e eficiente das diversas formas de
energia geradas a partir das fontes natildeo renovaacuteveis
A pressatildeo de poliacuteticas externas e tratados internacionais como o Protocolo de Kyoto tem
incrementado a busca por energias limpas motivando o desenvolvimento de tecnologias viaacuteveis para
geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto ambiental natildeo esquecendo que o Brasil eacute
pioneiro no cenaacuterio mundial quando satildeo abordadas fontes renovaacuteveis como biocombustiacuteveis e energia
hiacutedrica
Ao referirem-se em suas obras sobre as questotildees entre sociedade e ambiente tanto Giddens
(1991 1997 2002) como Beck (1998 2002) colocam em discussatildeo o modelo de sociedade imposto
pela modernidade analisando os impactos sociais emocionais econocircmicos poliacuteticos e culturais dessas
accedilotildees sobre o cotidiano social abordando as mudanccedilas sociais nas suas diversas dimensotildees
A destruiccedilatildeo progressiva do nosso ambiente fiacutesico acompanha a histoacuteria humana desde a eacutepoca
do surgimento da agricultura e das grandes civilizaccedilotildees ressaltando-se que na socializaccedilatildeo da natureza
a tradiccedilatildeo eacute dissolvida e novos tipos de incalculabilidade emergem Poucas pessoas em qualquer lugar
do mundo podem continuar sem consciecircncia do fato de que suas atividades locais satildeo influenciadas e
podem influenciar acontecimentos ou organismos distantes que segundo Giddens (1997 p 23) ldquohoje
as accedilotildees cotidianas de um indiviacuteduo produzem consequecircncias globaisrdquo
A configuraccedilatildeo dessa Sociedade do Risco segundo Beck (1998 2002) ou simplesmente a
existecircncia de incertezas em torno dos efeitos decorrentes de empreendimentos atividades e produtos
desenvolvidos pela sociedade contemporacircnea impacta as relaccedilotildees sociais e poliacuteticas que por sua vez
motivam uma reaccedilatildeo de diversas aacutereas do conhecimento
Beck (1998 2002) afirma que a contribuiccedilatildeo da sua teoria da sociedade global de riscos
consiste em demonstrar que tanto as sociedades ocidentais quanto as natildeo ocidentais podem enfrentar
simultaneamente os mesmos desafios e riscos da segunda modernidade ou modernidade reflexiva Na
sociedade global de riscos existe uma pluralidade de modernidades na qual as sociedades natildeo
ocidentais compartilham com as ocidentais os mesmos desafios por meio de diferentes percepccedilotildees
culturais Em vista desta realidade eacute necessaacuterio que diferentes sociedades sejam definidas em relaccedilatildeo a
suas proacuteprias caracteriacutesticas e natildeo apenas pelo fato de apresentarem ou natildeo traccedilos de modernidade
Nesse contexto as pequenas hidroeleacutetricas que promovam o desenvolvimento de pequenas
comunidades afastadas permitem aumentar a eficiecircncia do desenvolvimento social com o uso de
recursos que natildeo possuem geraccedilatildeo de resiacuteduos satildeo possibilidades reais para a construccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel
4 ICMS ECOLOacuteGICO
Quando satildeo abordadas poliacuteticas puacuteblicas ressalta-se a importacircncia do Estado e por isto resgata-
se como exemplo de viabilidade o Estado do Rio Grande do Sul que pela Lei Estadual nordm 1103897
criou o ICMS Ecoloacutegico por iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apoacutes observar
experiecircncias bem sucedidas dos outros estados da Federaccedilatildeo que foram pioneiros nesse instrumento de
incentivo agrave conservaccedilatildeo do meio ambiente Na criaccedilatildeo da lei foi associado o criteacuterio de superfiacutecie
territorial municipal agraves Unidades de Conservaccedilatildeo retribuindo financeiramente nos repasses de ICMS
os municiacutepios que criaram e registraram aacutereas de conservaccedilatildeo do meio ambiente este adicional no
iacutendice de repasse do do ICMS foi denominada de ICMS Ecoloacutegico
O modelo da legislaccedilatildeo criada no RS limita as accedilotildees de apoio agrave efetivaccedilatildeo da gestatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo poreacutem natildeo considera aspectos qualitativos em seus criteacuterios e requer o
aprimoramento da legislaccedilatildeo e o estabelecimento de novos criteacuterios qualitativos e quantitativos no
repasse atinente agrave preservaccedilatildeo ambiental Desta forma a sociedade civil organizada e comunidade
cientiacutefica deveratildeo abrir a discussatildeo pertinente agraves politicas puacuteblicas necessaacuterias antes da elaboraccedilatildeo da
legislaccedilatildeo federal que aponte diretrizes e incentive os municiacutepios com a remuneraccedilatildeo de incentivos de
retorno sobre a preservaccedilatildeo efetivamente realizada podendo desta forma fazerem a Gestatildeo Puacuteblica
deste recursos e que estes sejam efetivamente reinvestidos nas Unidades de Conservaccedilatildeo sejam elas
puacuteblicas ou privadas trazendo desta forma o envolvimento da comunidade beneficiada
41 Legislaccedilatildeo Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul a legislaccedilatildeo que se ateacutem ao criteacuterio ambiental de repasse tem por base
o tamanho das aacutereas das unidades de conservaccedilatildeo contidas no municiacutepio em hectares (transformados
em quilocircmetros quadrados multiplicado pelo fator de conservaccedilatildeo da aacuterea multiplicado por trecircs e
acrescido a aacuterea territorial do municiacutepio) e o percentual do ICMS destinado agraves Unidades de
Conservaccedilatildeo da Natureza eacute de 7 conforme previsatildeo constante no inciso III do artigo 1ordm da lei nordm
1103897 como segue ldquoIII ndash 7 (sete por cento) com base na relaccedilatildeo percentual entre a aacuterea do
municiacutepio multiplicando-se por 3 (trecircs) as aacutereas de preservaccedilatildeo ambiental as aacutereas de terras indiacutegenas
e aquelas inundadas por barragens exceto as localizadas nos municiacutepios sedes das usinas hidreleacutetricas
e a aacuterea calculada do Estado no uacuteltimo dia do ano civil a que se refere a apuraccedilatildeo informadas em
quilocircmetros quadrados pela Divisatildeo de Geografia e Cartografia da Secretaria da Agricultura Pecuaacuteria
e Agronegoacuteciordquo
Os demais itens de avaliaccedilatildeo para o repasse satildeo por exemplo aacuterea do municiacutepio produccedilatildeo
primaacuteria nuacutemero de propriedades rurais populaccedilatildeo taxa de mortalidade evasatildeo escolar entre outros
Seus percentuais somados totalizam 18 que somados aos 7 destinados a Unidades de
Conservaccedilatildeo(ICMS Ecoloacutegico) formam o bolo de 25 que o estado pode destinar de acordo com os
criteacuterios estabelecidos pela normativa estadual aqui referenciada
Na lei 11038 de 1997 dispotildeem sobre a parcela do produto da arrecadaccedilatildeo do Imposto sobre
Operaccedilotildees Relativas agrave Circulaccedilatildeo de Mercadorias e sobre Prestaccedilotildees de Serviccedilos de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaccedilatildeo (ICMS) pertencente aos municiacutepios Sabe-se que o
sistema de caacutelculo do iacutendice de participaccedilatildeo dos municiacutepios no ICMS foi desenvolvido para produzir o
resultado final a partir dos paracircmetros previstos em lei frente os dados obtidos das mais diversas fontes
Portanto a Receita Estadual natildeo dispotildee de valores de repasse especificados por item componente da
ponderaccedilatildeo do iacutendice como eacute o caso do ICMS Ecoloacutegico demandado e natildeo considera o
empreendedorismo e nem valoriza a produccedilatildeo de energia renovaacutevel e sem geraccedilatildeo de resiacuteduos
Eacute necessaacuterio que o cidadatildeo a Sociedade Civil organizada e a Comunidade Cientiacutefica debatam
os projetos que possuem relevacircncia que preencham os requisitos de inovaccedilatildeo e sustentabilidade que
sejam prioritaacuterios para a sua cidade e regiatildeo e defina os destinos dos recursos elencando prioridades e
desta forma criando uma nova cultura de gestatildeo puacuteblica sustentabilidade ambiental e seguranccedila dos
recursos naturais Brasileiros
5 ENERGIA ELEacuteTRICA COMO INDUTORA DO DESENVOLVIMENTO O CASO DE
PANAMBI-RS
A busca por alternativas de energias limpas vem impulsionando o desenvolvimento de
tecnologias viaacuteveis e alternativas para geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto
ambiental Isso nos conduz a estudar fontes emergentes abundantes no paiacutes Poreacutem natildeo se pode deixar
de considerar tecnologias jaacute consolidadas e pouco exploradas ainda como o recurso hiacutedrico de
pequenos rios e lagos como potenciais fontes geradoras de energia sem poluir estes e devolvendo-a ao
leito do rio sem causar impacto na flora e fauna do ambiente com formaccedilatildeo de lagos artificiais
As pequenas usinas utilizam apenas o leito do rio se valem da forccedila hidraacuteulica gerada no
declive do terreno com a construccedilatildeo de um canal lateral por onde eacute canalizado parte do volume hiacutedrico
do rio que no canal lateral sem obstaacuteculos e em declive potencializa o volume de aacutegua acelerando o
escoamento desta que ao final eacute canalizada forccedilando sua passagem em turbinas acopladas a geradores
produzindo e acumulando energia eleacutetrica logo apoacutes esta passagem transcorrido o trecho do canal e
das turbinas trecho de poucos metros a aacutegua torna a ser integralmente devolvida ao leito do rio sem
resiacuteduo e sem perda de volume hiacutedrico
Como exemplo desta tecnologia apresenta-se neste trabalho aqui duas pequenas hidroeleacutetricas
ativas na cidade de Panambi-RS Uma delas utiliza uma turbina modelo Francis que continua em
funcionamento desde 1945 demonstrando sua adequada indicaccedilatildeo aliado ao reduzido impacto
ambiental baixo custo baixa manutenccedilatildeo e alto valor agregado agrave comunidade que a recebe
compartilhando com os demais beneficiaacuterios a responsabilidade de preservaccedilatildeo das aacuteguas para a
manutenccedilatildeo do benefiacutecio e avanccedilos conquistados com a chegada da energia eleacutetrica
Somente em 2013 foi interligada ao sistema nacional de energia ateacute entatildeo a cidade era suprida
por energia gerada por trecircs usinas locais e complementada com energia adquirida da Usina do Passo
Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio
Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS
O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo
denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das
rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo
Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o
desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia
eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da
colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um
renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer
Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e
intelectual do seacuteculo XIX
Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a
colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata
fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela
inflaccedilatildeo
Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande
riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a
possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com
seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de
trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p
63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa
queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado
Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo
Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua
atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING
TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA
FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar
com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos
empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-
se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e
humano
Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos
tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua
transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua
aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira
concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o
desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de
desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento
A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH
Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para
retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por
agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA
correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan
1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs
Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a
relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de
desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak
observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH
de 09
Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000
kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas
usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil
Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia
a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre
cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o
meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado
Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto
1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em
1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)
FOTO 1
FOTO 2
RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926
Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS
FOTO 3
Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago
Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no
_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP
G
A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute
desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da
mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo
FOTO 4
Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945
Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
FOTO
5
FOTO 6
Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013
Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Arquivo da pesquisadora
Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem
desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal
estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a
turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a
eletricidade (SCHREIBER 1977)
Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu
leito natural
FOTO
7
Vista
aeacuterea da usina do Rio Palmeira
Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-
8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg
As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar
a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais
Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma
determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a
potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua
FOTO 8 FOTO 9
Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua
Fonte Arquivo da pesquisadora
A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados
sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado
o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua
parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o
canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do
rio que segue paralelamente
FOTO 10 FOTO 11
Fonte Arquivo da pesquisadora
A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do
seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando
desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas
caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para
grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW
A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao
sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis
apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel
o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a
colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como
pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda
Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira
em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua
do leito do rio (Foto 12)
FOTO 12 FOTO 13
Fonte Arquivo da pesquisadora
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos
despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na
conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo
onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de
cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu
cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas
Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores
muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a
energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na
pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar
determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo
peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o
contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas
comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo
menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios
da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano
Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora
para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes
o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios
baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em
sustentabilidade
Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos
estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de
forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos
= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel
respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade
de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel
ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades
locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes
avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas
quilombolas
Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais
mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para
serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome
internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar
em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo
geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do
homem junto ao ecossistema local
Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser
influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem
entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para
ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e
suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais
naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos
manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de
eficiecircncia e economicamente viaacuteveis
A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo
utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e
meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio
do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade
para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em
decorrecircncia da energia eleacutetrica
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1 INTRODUCcedilAtildeO
Vive-se atualmente uma realidade de incertezas e de riscos em relaccedilatildeo ao meio ambiente cuja
degradaccedilatildeo aumentou significativamente nas uacuteltimas deacutecadas observando que natildeo eacute somente a
destruiccedilatildeo do meio fiacutesico de nosso habitat que assinala a atual crise mas tambeacutem o comprometimento
de sustentabilidade futura da sociedade A histoacuteria nos mostra que a interferecircncia da humanidade na
natureza revela a accedilatildeo potencialmente devastadora do homem tornando a relaccedilatildeo homem e ambiente minus
com o avanccedilo da ciecircncia e da tecnologia minus mais complexa
A concentraccedilatildeo da populaccedilatildeo em aacutereas urbanas tem provocado dificuldades em relaccedilatildeo ao
acesso a aacutegua e energia eleacutetrica A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS) calcula que ateacute a metade
deste seacuteculo pelo menos 50 paiacuteses deveratildeo enfrentar uma grave crise no abastecimento de aacutegua A falta
de aacutegua e acesso a energia estaacute presente todos os dias nos noticiaacuterios e em um grau preocupante
A expressatildeo de que o Brasil eacute um paiacutes rico pela abundacircncia de recursos hiacutedricos minerais e
grandes extensotildees de terra agricultaacutevel eacute verdadeira contudo confronta-se com a ausecircncia da
formulaccedilatildeo de Poliacuteticas Puacuteblicas ambientais sociais ou econocircmicas que deveriam ser permeadas por
accedilotildees de desenvolvimento econocircmico viaacutevel produzido por tecnologia com menor impacto ambiental
gerando desenvolvimento econocircmico e social promovendo debates importantes dentro da ciecircncia da
sustentabilidade respeitando o fator que necessidades pessoais variam em cada contexto histoacuterico e
cultural
Este artigo chama a atenccedilatildeo para a necessidade de desenvolvimento respeitando as diversidades
culturais o que pode ser obtido com a utilizaccedilatildeo de tecnologias ambientalmente sustentaacuteveis que
possam ser aplicadas na promoccedilatildeo do desenvolvimento com caracteriacutesticas diferenciadas e que
envolvam o uso racional dos recursos hiacutedricos existentes A otimizaccedilatildeo na utilizaccedilatildeo racional da aacutegua
poderaacute servir como indutor do desenvolvimento social econocircmico e melhoria de qualidade de vida
aleacutem de preservar as bacias hiacutedricas utilizando a energia hidroeleacutetrica como indutor de
desenvolvimento e superaccedilatildeo da vulnerabilidade de regiotildees de difiacutecil acesso ou economicamente
menos privilegiadas
Haacute a necessidade do desenvolvimento de projetos de sustentabilidade ambiental instituindo
poliacuteticas que gerem organismos responsaacuteveis pela prestaccedilatildeo de serviccedilos com equidade corrigindo as
desigualdades ambientais e sociais e que de contrapartida estimulem a criaccedilatildeo de mecanismos
indutores de desenvolvimento endoacutegeno em regiotildees ou cidades poreacutem com o cuidado para que no
intuito de melhorar a qualidade de vida natildeo implique degradaccedilatildeo do meio natural
Dessa forma os recursos naturais devem ser considerados como fonte de energia e insumo
essencial ao desenvolvimento econocircmico Jacobi (2000) ressalta que a visatildeo estrateacutegica para considerar
tanto a viabilidade econocircmica quanto a ecoloacutegica eacute a do desenvolvimento sustentaacutevel Tal premissa de
desenvolvimento nos leva a redefinir as relaccedilotildees homemnatureza e nos faz repensar nossa civilizaccedilatildeo
Para Jacobi (1999 p 42) o desenvolvimento sustentaacutevel somente pode ser entendido como um processo em que de um
lado as restriccedilotildees mais relevantes estatildeo relacionadas com a exploraccedilatildeo dos recursos a
orientaccedilatildeo do desenvolvimento tecnoloacutegico e o marco institucional de outro o crescimento
deve enfatizar os aspectos qualitativos notadamente aqueles relacionados com a equumlidade o
uso de recursos e a geraccedilatildeo de resiacuteduos contaminantes
A estrutura desigual no acesso e distribuiccedilatildeo dos recursos do planeta aliada a influecircncia que
estes recursos exercem na sociedade aumentam ainda mais as disparidades dos poderes econocircmicos e
poliacuteticos que acabam por acentuar desproporcionalmente as desigualdades sociais e os desajustes
ambientais ameaccedilando a nossa relaccedilatildeo com a natureza
Neste sentido Jacobi (1999 p 42) nos diz que ldquo[] A ecircnfase no desenvolvimento deve fixar-se
na superaccedilatildeo dos deacuteficits sociais nas necessidades baacutesicas e na alteraccedilatildeo de padrotildees de consumo para
poder manter e aumentar os recursos-base sobretudo os agriacutecolas energeacuteticos bioacuteticos minerais ar e
aacuteguardquo
Becker (2000) estudioso em desenvolvimento regionallocal nos lembra que esta perspectiva eacute
o uacutenico caminho para o enfrentamento as distorccedilotildees sociais e ambientais neste fase de economia
globalizada
Partindo desta perspectiva aborda-se neste artigo a experiecircncia da cidade de Panambi
localizada no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul demonstra-se que uma praacutetica simples apoacutes
aproximadamente 100 anos natildeo degradou o ambiente em seu entorno e inferindo-se a adoccedilatildeo do
modelo como instrumento de modernizaccedilatildeo de gestatildeo puacuteblica com influecircncia positiva desenvolvendo
hidro energia agrave qual cabe o papel de indutor de desenvolvimento a comunidades remotas
2 OBJETIVOS E METODOLOGIA
Nossa discussatildeo sobre usinas hidroeleacutetricas de baixo impacto ambiental como promotoras do
desenvolvimento se daraacute a partir do estudo de caso do municiacutepio de Panambi-RS Conforme nos
lembra MINAYO (199416) ldquoo caminho do pensamento e a praacutetica exercida na abordagem da
realidaderdquo torna-se necessaacuterio uma boa interaccedilatildeo com o objeto de estudo e os atores na pesquisa para
criar um conhecimento partindo da realidade cujo procedimento metodoloacutegico eacute de fundamental
importacircncia para atingirmos um bom desempenho em nossa pesquisa
Optou-se neste trabalho pelo estudo de caso como metodologia pois esta metodologia permite
que um fenocircmeno seja analisado dentro de seu contexto e ldquo[] quando o pesquisador tem pouco
controle sobre os acontecimentos e quando foco se encontra em fenocircmenos contemporacircneas inseridos
em algum contexto da vida realrdquo - (YIN 2005 p32)
Como objetivo principal pretende-se discutir o modelo de pequenas hidroeleacutetricas de baixo
impacto ambiental como modelo para comunidades isoladas e para tanto vamos apresentar a
experiecircncia de pequenas hidroeleacutetricas ativas na cidade de Panambi-RS expor o modelo de ICMS
Ecoloacutegico do RS
3 SOCIEDADE DE RISCO E ENERGIA SUSTENTAacuteVEL
Existe um forte apelo mundial para a alteraccedilatildeo das matrizes energeacuteticas devido aos impactos
ambientais oriundos majoritariamente dos combustiacuteveis foacutesseis desafio saudaacutevel que vem alavancado
o desenvolvimento de novas tecnologias com a utilizaccedilatildeo racional e eficiente das diversas formas de
energia geradas a partir das fontes natildeo renovaacuteveis
A pressatildeo de poliacuteticas externas e tratados internacionais como o Protocolo de Kyoto tem
incrementado a busca por energias limpas motivando o desenvolvimento de tecnologias viaacuteveis para
geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto ambiental natildeo esquecendo que o Brasil eacute
pioneiro no cenaacuterio mundial quando satildeo abordadas fontes renovaacuteveis como biocombustiacuteveis e energia
hiacutedrica
Ao referirem-se em suas obras sobre as questotildees entre sociedade e ambiente tanto Giddens
(1991 1997 2002) como Beck (1998 2002) colocam em discussatildeo o modelo de sociedade imposto
pela modernidade analisando os impactos sociais emocionais econocircmicos poliacuteticos e culturais dessas
accedilotildees sobre o cotidiano social abordando as mudanccedilas sociais nas suas diversas dimensotildees
A destruiccedilatildeo progressiva do nosso ambiente fiacutesico acompanha a histoacuteria humana desde a eacutepoca
do surgimento da agricultura e das grandes civilizaccedilotildees ressaltando-se que na socializaccedilatildeo da natureza
a tradiccedilatildeo eacute dissolvida e novos tipos de incalculabilidade emergem Poucas pessoas em qualquer lugar
do mundo podem continuar sem consciecircncia do fato de que suas atividades locais satildeo influenciadas e
podem influenciar acontecimentos ou organismos distantes que segundo Giddens (1997 p 23) ldquohoje
as accedilotildees cotidianas de um indiviacuteduo produzem consequecircncias globaisrdquo
A configuraccedilatildeo dessa Sociedade do Risco segundo Beck (1998 2002) ou simplesmente a
existecircncia de incertezas em torno dos efeitos decorrentes de empreendimentos atividades e produtos
desenvolvidos pela sociedade contemporacircnea impacta as relaccedilotildees sociais e poliacuteticas que por sua vez
motivam uma reaccedilatildeo de diversas aacutereas do conhecimento
Beck (1998 2002) afirma que a contribuiccedilatildeo da sua teoria da sociedade global de riscos
consiste em demonstrar que tanto as sociedades ocidentais quanto as natildeo ocidentais podem enfrentar
simultaneamente os mesmos desafios e riscos da segunda modernidade ou modernidade reflexiva Na
sociedade global de riscos existe uma pluralidade de modernidades na qual as sociedades natildeo
ocidentais compartilham com as ocidentais os mesmos desafios por meio de diferentes percepccedilotildees
culturais Em vista desta realidade eacute necessaacuterio que diferentes sociedades sejam definidas em relaccedilatildeo a
suas proacuteprias caracteriacutesticas e natildeo apenas pelo fato de apresentarem ou natildeo traccedilos de modernidade
Nesse contexto as pequenas hidroeleacutetricas que promovam o desenvolvimento de pequenas
comunidades afastadas permitem aumentar a eficiecircncia do desenvolvimento social com o uso de
recursos que natildeo possuem geraccedilatildeo de resiacuteduos satildeo possibilidades reais para a construccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel
4 ICMS ECOLOacuteGICO
Quando satildeo abordadas poliacuteticas puacuteblicas ressalta-se a importacircncia do Estado e por isto resgata-
se como exemplo de viabilidade o Estado do Rio Grande do Sul que pela Lei Estadual nordm 1103897
criou o ICMS Ecoloacutegico por iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apoacutes observar
experiecircncias bem sucedidas dos outros estados da Federaccedilatildeo que foram pioneiros nesse instrumento de
incentivo agrave conservaccedilatildeo do meio ambiente Na criaccedilatildeo da lei foi associado o criteacuterio de superfiacutecie
territorial municipal agraves Unidades de Conservaccedilatildeo retribuindo financeiramente nos repasses de ICMS
os municiacutepios que criaram e registraram aacutereas de conservaccedilatildeo do meio ambiente este adicional no
iacutendice de repasse do do ICMS foi denominada de ICMS Ecoloacutegico
O modelo da legislaccedilatildeo criada no RS limita as accedilotildees de apoio agrave efetivaccedilatildeo da gestatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo poreacutem natildeo considera aspectos qualitativos em seus criteacuterios e requer o
aprimoramento da legislaccedilatildeo e o estabelecimento de novos criteacuterios qualitativos e quantitativos no
repasse atinente agrave preservaccedilatildeo ambiental Desta forma a sociedade civil organizada e comunidade
cientiacutefica deveratildeo abrir a discussatildeo pertinente agraves politicas puacuteblicas necessaacuterias antes da elaboraccedilatildeo da
legislaccedilatildeo federal que aponte diretrizes e incentive os municiacutepios com a remuneraccedilatildeo de incentivos de
retorno sobre a preservaccedilatildeo efetivamente realizada podendo desta forma fazerem a Gestatildeo Puacuteblica
deste recursos e que estes sejam efetivamente reinvestidos nas Unidades de Conservaccedilatildeo sejam elas
puacuteblicas ou privadas trazendo desta forma o envolvimento da comunidade beneficiada
41 Legislaccedilatildeo Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul a legislaccedilatildeo que se ateacutem ao criteacuterio ambiental de repasse tem por base
o tamanho das aacutereas das unidades de conservaccedilatildeo contidas no municiacutepio em hectares (transformados
em quilocircmetros quadrados multiplicado pelo fator de conservaccedilatildeo da aacuterea multiplicado por trecircs e
acrescido a aacuterea territorial do municiacutepio) e o percentual do ICMS destinado agraves Unidades de
Conservaccedilatildeo da Natureza eacute de 7 conforme previsatildeo constante no inciso III do artigo 1ordm da lei nordm
1103897 como segue ldquoIII ndash 7 (sete por cento) com base na relaccedilatildeo percentual entre a aacuterea do
municiacutepio multiplicando-se por 3 (trecircs) as aacutereas de preservaccedilatildeo ambiental as aacutereas de terras indiacutegenas
e aquelas inundadas por barragens exceto as localizadas nos municiacutepios sedes das usinas hidreleacutetricas
e a aacuterea calculada do Estado no uacuteltimo dia do ano civil a que se refere a apuraccedilatildeo informadas em
quilocircmetros quadrados pela Divisatildeo de Geografia e Cartografia da Secretaria da Agricultura Pecuaacuteria
e Agronegoacuteciordquo
Os demais itens de avaliaccedilatildeo para o repasse satildeo por exemplo aacuterea do municiacutepio produccedilatildeo
primaacuteria nuacutemero de propriedades rurais populaccedilatildeo taxa de mortalidade evasatildeo escolar entre outros
Seus percentuais somados totalizam 18 que somados aos 7 destinados a Unidades de
Conservaccedilatildeo(ICMS Ecoloacutegico) formam o bolo de 25 que o estado pode destinar de acordo com os
criteacuterios estabelecidos pela normativa estadual aqui referenciada
Na lei 11038 de 1997 dispotildeem sobre a parcela do produto da arrecadaccedilatildeo do Imposto sobre
Operaccedilotildees Relativas agrave Circulaccedilatildeo de Mercadorias e sobre Prestaccedilotildees de Serviccedilos de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaccedilatildeo (ICMS) pertencente aos municiacutepios Sabe-se que o
sistema de caacutelculo do iacutendice de participaccedilatildeo dos municiacutepios no ICMS foi desenvolvido para produzir o
resultado final a partir dos paracircmetros previstos em lei frente os dados obtidos das mais diversas fontes
Portanto a Receita Estadual natildeo dispotildee de valores de repasse especificados por item componente da
ponderaccedilatildeo do iacutendice como eacute o caso do ICMS Ecoloacutegico demandado e natildeo considera o
empreendedorismo e nem valoriza a produccedilatildeo de energia renovaacutevel e sem geraccedilatildeo de resiacuteduos
Eacute necessaacuterio que o cidadatildeo a Sociedade Civil organizada e a Comunidade Cientiacutefica debatam
os projetos que possuem relevacircncia que preencham os requisitos de inovaccedilatildeo e sustentabilidade que
sejam prioritaacuterios para a sua cidade e regiatildeo e defina os destinos dos recursos elencando prioridades e
desta forma criando uma nova cultura de gestatildeo puacuteblica sustentabilidade ambiental e seguranccedila dos
recursos naturais Brasileiros
5 ENERGIA ELEacuteTRICA COMO INDUTORA DO DESENVOLVIMENTO O CASO DE
PANAMBI-RS
A busca por alternativas de energias limpas vem impulsionando o desenvolvimento de
tecnologias viaacuteveis e alternativas para geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto
ambiental Isso nos conduz a estudar fontes emergentes abundantes no paiacutes Poreacutem natildeo se pode deixar
de considerar tecnologias jaacute consolidadas e pouco exploradas ainda como o recurso hiacutedrico de
pequenos rios e lagos como potenciais fontes geradoras de energia sem poluir estes e devolvendo-a ao
leito do rio sem causar impacto na flora e fauna do ambiente com formaccedilatildeo de lagos artificiais
As pequenas usinas utilizam apenas o leito do rio se valem da forccedila hidraacuteulica gerada no
declive do terreno com a construccedilatildeo de um canal lateral por onde eacute canalizado parte do volume hiacutedrico
do rio que no canal lateral sem obstaacuteculos e em declive potencializa o volume de aacutegua acelerando o
escoamento desta que ao final eacute canalizada forccedilando sua passagem em turbinas acopladas a geradores
produzindo e acumulando energia eleacutetrica logo apoacutes esta passagem transcorrido o trecho do canal e
das turbinas trecho de poucos metros a aacutegua torna a ser integralmente devolvida ao leito do rio sem
resiacuteduo e sem perda de volume hiacutedrico
Como exemplo desta tecnologia apresenta-se neste trabalho aqui duas pequenas hidroeleacutetricas
ativas na cidade de Panambi-RS Uma delas utiliza uma turbina modelo Francis que continua em
funcionamento desde 1945 demonstrando sua adequada indicaccedilatildeo aliado ao reduzido impacto
ambiental baixo custo baixa manutenccedilatildeo e alto valor agregado agrave comunidade que a recebe
compartilhando com os demais beneficiaacuterios a responsabilidade de preservaccedilatildeo das aacuteguas para a
manutenccedilatildeo do benefiacutecio e avanccedilos conquistados com a chegada da energia eleacutetrica
Somente em 2013 foi interligada ao sistema nacional de energia ateacute entatildeo a cidade era suprida
por energia gerada por trecircs usinas locais e complementada com energia adquirida da Usina do Passo
Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio
Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS
O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo
denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das
rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo
Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o
desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia
eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da
colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um
renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer
Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e
intelectual do seacuteculo XIX
Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a
colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata
fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela
inflaccedilatildeo
Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande
riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a
possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com
seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de
trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p
63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa
queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado
Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo
Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua
atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING
TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA
FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar
com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos
empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-
se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e
humano
Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos
tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua
transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua
aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira
concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o
desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de
desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento
A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH
Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para
retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por
agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA
correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan
1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs
Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a
relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de
desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak
observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH
de 09
Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000
kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas
usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil
Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia
a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre
cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o
meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado
Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto
1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em
1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)
FOTO 1
FOTO 2
RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926
Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS
FOTO 3
Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago
Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no
_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP
G
A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute
desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da
mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo
FOTO 4
Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945
Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
FOTO
5
FOTO 6
Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013
Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Arquivo da pesquisadora
Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem
desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal
estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a
turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a
eletricidade (SCHREIBER 1977)
Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu
leito natural
FOTO
7
Vista
aeacuterea da usina do Rio Palmeira
Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-
8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg
As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar
a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais
Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma
determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a
potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua
FOTO 8 FOTO 9
Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua
Fonte Arquivo da pesquisadora
A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados
sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado
o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua
parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o
canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do
rio que segue paralelamente
FOTO 10 FOTO 11
Fonte Arquivo da pesquisadora
A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do
seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando
desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas
caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para
grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW
A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao
sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis
apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel
o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a
colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como
pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda
Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira
em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua
do leito do rio (Foto 12)
FOTO 12 FOTO 13
Fonte Arquivo da pesquisadora
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos
despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na
conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo
onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de
cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu
cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas
Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores
muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a
energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na
pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar
determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo
peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o
contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas
comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo
menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios
da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano
Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora
para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes
o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios
baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em
sustentabilidade
Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos
estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de
forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos
= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel
respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade
de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel
ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades
locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes
avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas
quilombolas
Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais
mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para
serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome
internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar
em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo
geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do
homem junto ao ecossistema local
Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser
influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem
entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para
ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e
suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais
naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos
manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de
eficiecircncia e economicamente viaacuteveis
A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo
utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e
meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio
do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade
para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em
decorrecircncia da energia eleacutetrica
BIBLIOGRAFIA
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JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em
httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013
Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto
Alegre Bookman 2005
poder manter e aumentar os recursos-base sobretudo os agriacutecolas energeacuteticos bioacuteticos minerais ar e
aacuteguardquo
Becker (2000) estudioso em desenvolvimento regionallocal nos lembra que esta perspectiva eacute
o uacutenico caminho para o enfrentamento as distorccedilotildees sociais e ambientais neste fase de economia
globalizada
Partindo desta perspectiva aborda-se neste artigo a experiecircncia da cidade de Panambi
localizada no noroeste do Estado do Rio Grande do Sul demonstra-se que uma praacutetica simples apoacutes
aproximadamente 100 anos natildeo degradou o ambiente em seu entorno e inferindo-se a adoccedilatildeo do
modelo como instrumento de modernizaccedilatildeo de gestatildeo puacuteblica com influecircncia positiva desenvolvendo
hidro energia agrave qual cabe o papel de indutor de desenvolvimento a comunidades remotas
2 OBJETIVOS E METODOLOGIA
Nossa discussatildeo sobre usinas hidroeleacutetricas de baixo impacto ambiental como promotoras do
desenvolvimento se daraacute a partir do estudo de caso do municiacutepio de Panambi-RS Conforme nos
lembra MINAYO (199416) ldquoo caminho do pensamento e a praacutetica exercida na abordagem da
realidaderdquo torna-se necessaacuterio uma boa interaccedilatildeo com o objeto de estudo e os atores na pesquisa para
criar um conhecimento partindo da realidade cujo procedimento metodoloacutegico eacute de fundamental
importacircncia para atingirmos um bom desempenho em nossa pesquisa
Optou-se neste trabalho pelo estudo de caso como metodologia pois esta metodologia permite
que um fenocircmeno seja analisado dentro de seu contexto e ldquo[] quando o pesquisador tem pouco
controle sobre os acontecimentos e quando foco se encontra em fenocircmenos contemporacircneas inseridos
em algum contexto da vida realrdquo - (YIN 2005 p32)
Como objetivo principal pretende-se discutir o modelo de pequenas hidroeleacutetricas de baixo
impacto ambiental como modelo para comunidades isoladas e para tanto vamos apresentar a
experiecircncia de pequenas hidroeleacutetricas ativas na cidade de Panambi-RS expor o modelo de ICMS
Ecoloacutegico do RS
3 SOCIEDADE DE RISCO E ENERGIA SUSTENTAacuteVEL
Existe um forte apelo mundial para a alteraccedilatildeo das matrizes energeacuteticas devido aos impactos
ambientais oriundos majoritariamente dos combustiacuteveis foacutesseis desafio saudaacutevel que vem alavancado
o desenvolvimento de novas tecnologias com a utilizaccedilatildeo racional e eficiente das diversas formas de
energia geradas a partir das fontes natildeo renovaacuteveis
A pressatildeo de poliacuteticas externas e tratados internacionais como o Protocolo de Kyoto tem
incrementado a busca por energias limpas motivando o desenvolvimento de tecnologias viaacuteveis para
geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto ambiental natildeo esquecendo que o Brasil eacute
pioneiro no cenaacuterio mundial quando satildeo abordadas fontes renovaacuteveis como biocombustiacuteveis e energia
hiacutedrica
Ao referirem-se em suas obras sobre as questotildees entre sociedade e ambiente tanto Giddens
(1991 1997 2002) como Beck (1998 2002) colocam em discussatildeo o modelo de sociedade imposto
pela modernidade analisando os impactos sociais emocionais econocircmicos poliacuteticos e culturais dessas
accedilotildees sobre o cotidiano social abordando as mudanccedilas sociais nas suas diversas dimensotildees
A destruiccedilatildeo progressiva do nosso ambiente fiacutesico acompanha a histoacuteria humana desde a eacutepoca
do surgimento da agricultura e das grandes civilizaccedilotildees ressaltando-se que na socializaccedilatildeo da natureza
a tradiccedilatildeo eacute dissolvida e novos tipos de incalculabilidade emergem Poucas pessoas em qualquer lugar
do mundo podem continuar sem consciecircncia do fato de que suas atividades locais satildeo influenciadas e
podem influenciar acontecimentos ou organismos distantes que segundo Giddens (1997 p 23) ldquohoje
as accedilotildees cotidianas de um indiviacuteduo produzem consequecircncias globaisrdquo
A configuraccedilatildeo dessa Sociedade do Risco segundo Beck (1998 2002) ou simplesmente a
existecircncia de incertezas em torno dos efeitos decorrentes de empreendimentos atividades e produtos
desenvolvidos pela sociedade contemporacircnea impacta as relaccedilotildees sociais e poliacuteticas que por sua vez
motivam uma reaccedilatildeo de diversas aacutereas do conhecimento
Beck (1998 2002) afirma que a contribuiccedilatildeo da sua teoria da sociedade global de riscos
consiste em demonstrar que tanto as sociedades ocidentais quanto as natildeo ocidentais podem enfrentar
simultaneamente os mesmos desafios e riscos da segunda modernidade ou modernidade reflexiva Na
sociedade global de riscos existe uma pluralidade de modernidades na qual as sociedades natildeo
ocidentais compartilham com as ocidentais os mesmos desafios por meio de diferentes percepccedilotildees
culturais Em vista desta realidade eacute necessaacuterio que diferentes sociedades sejam definidas em relaccedilatildeo a
suas proacuteprias caracteriacutesticas e natildeo apenas pelo fato de apresentarem ou natildeo traccedilos de modernidade
Nesse contexto as pequenas hidroeleacutetricas que promovam o desenvolvimento de pequenas
comunidades afastadas permitem aumentar a eficiecircncia do desenvolvimento social com o uso de
recursos que natildeo possuem geraccedilatildeo de resiacuteduos satildeo possibilidades reais para a construccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel
4 ICMS ECOLOacuteGICO
Quando satildeo abordadas poliacuteticas puacuteblicas ressalta-se a importacircncia do Estado e por isto resgata-
se como exemplo de viabilidade o Estado do Rio Grande do Sul que pela Lei Estadual nordm 1103897
criou o ICMS Ecoloacutegico por iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apoacutes observar
experiecircncias bem sucedidas dos outros estados da Federaccedilatildeo que foram pioneiros nesse instrumento de
incentivo agrave conservaccedilatildeo do meio ambiente Na criaccedilatildeo da lei foi associado o criteacuterio de superfiacutecie
territorial municipal agraves Unidades de Conservaccedilatildeo retribuindo financeiramente nos repasses de ICMS
os municiacutepios que criaram e registraram aacutereas de conservaccedilatildeo do meio ambiente este adicional no
iacutendice de repasse do do ICMS foi denominada de ICMS Ecoloacutegico
O modelo da legislaccedilatildeo criada no RS limita as accedilotildees de apoio agrave efetivaccedilatildeo da gestatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo poreacutem natildeo considera aspectos qualitativos em seus criteacuterios e requer o
aprimoramento da legislaccedilatildeo e o estabelecimento de novos criteacuterios qualitativos e quantitativos no
repasse atinente agrave preservaccedilatildeo ambiental Desta forma a sociedade civil organizada e comunidade
cientiacutefica deveratildeo abrir a discussatildeo pertinente agraves politicas puacuteblicas necessaacuterias antes da elaboraccedilatildeo da
legislaccedilatildeo federal que aponte diretrizes e incentive os municiacutepios com a remuneraccedilatildeo de incentivos de
retorno sobre a preservaccedilatildeo efetivamente realizada podendo desta forma fazerem a Gestatildeo Puacuteblica
deste recursos e que estes sejam efetivamente reinvestidos nas Unidades de Conservaccedilatildeo sejam elas
puacuteblicas ou privadas trazendo desta forma o envolvimento da comunidade beneficiada
41 Legislaccedilatildeo Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul a legislaccedilatildeo que se ateacutem ao criteacuterio ambiental de repasse tem por base
o tamanho das aacutereas das unidades de conservaccedilatildeo contidas no municiacutepio em hectares (transformados
em quilocircmetros quadrados multiplicado pelo fator de conservaccedilatildeo da aacuterea multiplicado por trecircs e
acrescido a aacuterea territorial do municiacutepio) e o percentual do ICMS destinado agraves Unidades de
Conservaccedilatildeo da Natureza eacute de 7 conforme previsatildeo constante no inciso III do artigo 1ordm da lei nordm
1103897 como segue ldquoIII ndash 7 (sete por cento) com base na relaccedilatildeo percentual entre a aacuterea do
municiacutepio multiplicando-se por 3 (trecircs) as aacutereas de preservaccedilatildeo ambiental as aacutereas de terras indiacutegenas
e aquelas inundadas por barragens exceto as localizadas nos municiacutepios sedes das usinas hidreleacutetricas
e a aacuterea calculada do Estado no uacuteltimo dia do ano civil a que se refere a apuraccedilatildeo informadas em
quilocircmetros quadrados pela Divisatildeo de Geografia e Cartografia da Secretaria da Agricultura Pecuaacuteria
e Agronegoacuteciordquo
Os demais itens de avaliaccedilatildeo para o repasse satildeo por exemplo aacuterea do municiacutepio produccedilatildeo
primaacuteria nuacutemero de propriedades rurais populaccedilatildeo taxa de mortalidade evasatildeo escolar entre outros
Seus percentuais somados totalizam 18 que somados aos 7 destinados a Unidades de
Conservaccedilatildeo(ICMS Ecoloacutegico) formam o bolo de 25 que o estado pode destinar de acordo com os
criteacuterios estabelecidos pela normativa estadual aqui referenciada
Na lei 11038 de 1997 dispotildeem sobre a parcela do produto da arrecadaccedilatildeo do Imposto sobre
Operaccedilotildees Relativas agrave Circulaccedilatildeo de Mercadorias e sobre Prestaccedilotildees de Serviccedilos de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaccedilatildeo (ICMS) pertencente aos municiacutepios Sabe-se que o
sistema de caacutelculo do iacutendice de participaccedilatildeo dos municiacutepios no ICMS foi desenvolvido para produzir o
resultado final a partir dos paracircmetros previstos em lei frente os dados obtidos das mais diversas fontes
Portanto a Receita Estadual natildeo dispotildee de valores de repasse especificados por item componente da
ponderaccedilatildeo do iacutendice como eacute o caso do ICMS Ecoloacutegico demandado e natildeo considera o
empreendedorismo e nem valoriza a produccedilatildeo de energia renovaacutevel e sem geraccedilatildeo de resiacuteduos
Eacute necessaacuterio que o cidadatildeo a Sociedade Civil organizada e a Comunidade Cientiacutefica debatam
os projetos que possuem relevacircncia que preencham os requisitos de inovaccedilatildeo e sustentabilidade que
sejam prioritaacuterios para a sua cidade e regiatildeo e defina os destinos dos recursos elencando prioridades e
desta forma criando uma nova cultura de gestatildeo puacuteblica sustentabilidade ambiental e seguranccedila dos
recursos naturais Brasileiros
5 ENERGIA ELEacuteTRICA COMO INDUTORA DO DESENVOLVIMENTO O CASO DE
PANAMBI-RS
A busca por alternativas de energias limpas vem impulsionando o desenvolvimento de
tecnologias viaacuteveis e alternativas para geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto
ambiental Isso nos conduz a estudar fontes emergentes abundantes no paiacutes Poreacutem natildeo se pode deixar
de considerar tecnologias jaacute consolidadas e pouco exploradas ainda como o recurso hiacutedrico de
pequenos rios e lagos como potenciais fontes geradoras de energia sem poluir estes e devolvendo-a ao
leito do rio sem causar impacto na flora e fauna do ambiente com formaccedilatildeo de lagos artificiais
As pequenas usinas utilizam apenas o leito do rio se valem da forccedila hidraacuteulica gerada no
declive do terreno com a construccedilatildeo de um canal lateral por onde eacute canalizado parte do volume hiacutedrico
do rio que no canal lateral sem obstaacuteculos e em declive potencializa o volume de aacutegua acelerando o
escoamento desta que ao final eacute canalizada forccedilando sua passagem em turbinas acopladas a geradores
produzindo e acumulando energia eleacutetrica logo apoacutes esta passagem transcorrido o trecho do canal e
das turbinas trecho de poucos metros a aacutegua torna a ser integralmente devolvida ao leito do rio sem
resiacuteduo e sem perda de volume hiacutedrico
Como exemplo desta tecnologia apresenta-se neste trabalho aqui duas pequenas hidroeleacutetricas
ativas na cidade de Panambi-RS Uma delas utiliza uma turbina modelo Francis que continua em
funcionamento desde 1945 demonstrando sua adequada indicaccedilatildeo aliado ao reduzido impacto
ambiental baixo custo baixa manutenccedilatildeo e alto valor agregado agrave comunidade que a recebe
compartilhando com os demais beneficiaacuterios a responsabilidade de preservaccedilatildeo das aacuteguas para a
manutenccedilatildeo do benefiacutecio e avanccedilos conquistados com a chegada da energia eleacutetrica
Somente em 2013 foi interligada ao sistema nacional de energia ateacute entatildeo a cidade era suprida
por energia gerada por trecircs usinas locais e complementada com energia adquirida da Usina do Passo
Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio
Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS
O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo
denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das
rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo
Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o
desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia
eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da
colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um
renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer
Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e
intelectual do seacuteculo XIX
Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a
colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata
fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela
inflaccedilatildeo
Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande
riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a
possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com
seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de
trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p
63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa
queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado
Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo
Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua
atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING
TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA
FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar
com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos
empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-
se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e
humano
Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos
tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua
transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua
aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira
concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o
desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de
desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento
A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH
Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para
retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por
agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA
correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan
1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs
Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a
relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de
desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak
observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH
de 09
Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000
kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas
usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil
Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia
a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre
cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o
meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado
Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto
1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em
1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)
FOTO 1
FOTO 2
RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926
Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS
FOTO 3
Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago
Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no
_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP
G
A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute
desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da
mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo
FOTO 4
Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945
Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
FOTO
5
FOTO 6
Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013
Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Arquivo da pesquisadora
Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem
desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal
estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a
turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a
eletricidade (SCHREIBER 1977)
Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu
leito natural
FOTO
7
Vista
aeacuterea da usina do Rio Palmeira
Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-
8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg
As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar
a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais
Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma
determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a
potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua
FOTO 8 FOTO 9
Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua
Fonte Arquivo da pesquisadora
A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados
sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado
o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua
parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o
canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do
rio que segue paralelamente
FOTO 10 FOTO 11
Fonte Arquivo da pesquisadora
A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do
seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando
desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas
caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para
grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW
A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao
sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis
apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel
o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a
colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como
pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda
Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira
em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua
do leito do rio (Foto 12)
FOTO 12 FOTO 13
Fonte Arquivo da pesquisadora
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos
despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na
conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo
onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de
cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu
cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas
Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores
muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a
energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na
pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar
determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo
peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o
contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas
comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo
menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios
da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano
Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora
para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes
o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios
baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em
sustentabilidade
Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos
estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de
forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos
= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel
respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade
de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel
ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades
locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes
avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas
quilombolas
Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais
mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para
serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome
internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar
em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo
geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do
homem junto ao ecossistema local
Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser
influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem
entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para
ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e
suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais
naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos
manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de
eficiecircncia e economicamente viaacuteveis
A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo
utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e
meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio
do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade
para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em
decorrecircncia da energia eleacutetrica
BIBLIOGRAFIA
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Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como
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JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em
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Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto
Alegre Bookman 2005
podem influenciar acontecimentos ou organismos distantes que segundo Giddens (1997 p 23) ldquohoje
as accedilotildees cotidianas de um indiviacuteduo produzem consequecircncias globaisrdquo
A configuraccedilatildeo dessa Sociedade do Risco segundo Beck (1998 2002) ou simplesmente a
existecircncia de incertezas em torno dos efeitos decorrentes de empreendimentos atividades e produtos
desenvolvidos pela sociedade contemporacircnea impacta as relaccedilotildees sociais e poliacuteticas que por sua vez
motivam uma reaccedilatildeo de diversas aacutereas do conhecimento
Beck (1998 2002) afirma que a contribuiccedilatildeo da sua teoria da sociedade global de riscos
consiste em demonstrar que tanto as sociedades ocidentais quanto as natildeo ocidentais podem enfrentar
simultaneamente os mesmos desafios e riscos da segunda modernidade ou modernidade reflexiva Na
sociedade global de riscos existe uma pluralidade de modernidades na qual as sociedades natildeo
ocidentais compartilham com as ocidentais os mesmos desafios por meio de diferentes percepccedilotildees
culturais Em vista desta realidade eacute necessaacuterio que diferentes sociedades sejam definidas em relaccedilatildeo a
suas proacuteprias caracteriacutesticas e natildeo apenas pelo fato de apresentarem ou natildeo traccedilos de modernidade
Nesse contexto as pequenas hidroeleacutetricas que promovam o desenvolvimento de pequenas
comunidades afastadas permitem aumentar a eficiecircncia do desenvolvimento social com o uso de
recursos que natildeo possuem geraccedilatildeo de resiacuteduos satildeo possibilidades reais para a construccedilatildeo de um
desenvolvimento sustentaacutevel
4 ICMS ECOLOacuteGICO
Quando satildeo abordadas poliacuteticas puacuteblicas ressalta-se a importacircncia do Estado e por isto resgata-
se como exemplo de viabilidade o Estado do Rio Grande do Sul que pela Lei Estadual nordm 1103897
criou o ICMS Ecoloacutegico por iniciativa da Secretaria Estadual do Meio Ambiente apoacutes observar
experiecircncias bem sucedidas dos outros estados da Federaccedilatildeo que foram pioneiros nesse instrumento de
incentivo agrave conservaccedilatildeo do meio ambiente Na criaccedilatildeo da lei foi associado o criteacuterio de superfiacutecie
territorial municipal agraves Unidades de Conservaccedilatildeo retribuindo financeiramente nos repasses de ICMS
os municiacutepios que criaram e registraram aacutereas de conservaccedilatildeo do meio ambiente este adicional no
iacutendice de repasse do do ICMS foi denominada de ICMS Ecoloacutegico
O modelo da legislaccedilatildeo criada no RS limita as accedilotildees de apoio agrave efetivaccedilatildeo da gestatildeo das
Unidades de Conservaccedilatildeo poreacutem natildeo considera aspectos qualitativos em seus criteacuterios e requer o
aprimoramento da legislaccedilatildeo e o estabelecimento de novos criteacuterios qualitativos e quantitativos no
repasse atinente agrave preservaccedilatildeo ambiental Desta forma a sociedade civil organizada e comunidade
cientiacutefica deveratildeo abrir a discussatildeo pertinente agraves politicas puacuteblicas necessaacuterias antes da elaboraccedilatildeo da
legislaccedilatildeo federal que aponte diretrizes e incentive os municiacutepios com a remuneraccedilatildeo de incentivos de
retorno sobre a preservaccedilatildeo efetivamente realizada podendo desta forma fazerem a Gestatildeo Puacuteblica
deste recursos e que estes sejam efetivamente reinvestidos nas Unidades de Conservaccedilatildeo sejam elas
puacuteblicas ou privadas trazendo desta forma o envolvimento da comunidade beneficiada
41 Legislaccedilatildeo Ambiental do Estado do Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul a legislaccedilatildeo que se ateacutem ao criteacuterio ambiental de repasse tem por base
o tamanho das aacutereas das unidades de conservaccedilatildeo contidas no municiacutepio em hectares (transformados
em quilocircmetros quadrados multiplicado pelo fator de conservaccedilatildeo da aacuterea multiplicado por trecircs e
acrescido a aacuterea territorial do municiacutepio) e o percentual do ICMS destinado agraves Unidades de
Conservaccedilatildeo da Natureza eacute de 7 conforme previsatildeo constante no inciso III do artigo 1ordm da lei nordm
1103897 como segue ldquoIII ndash 7 (sete por cento) com base na relaccedilatildeo percentual entre a aacuterea do
municiacutepio multiplicando-se por 3 (trecircs) as aacutereas de preservaccedilatildeo ambiental as aacutereas de terras indiacutegenas
e aquelas inundadas por barragens exceto as localizadas nos municiacutepios sedes das usinas hidreleacutetricas
e a aacuterea calculada do Estado no uacuteltimo dia do ano civil a que se refere a apuraccedilatildeo informadas em
quilocircmetros quadrados pela Divisatildeo de Geografia e Cartografia da Secretaria da Agricultura Pecuaacuteria
e Agronegoacuteciordquo
Os demais itens de avaliaccedilatildeo para o repasse satildeo por exemplo aacuterea do municiacutepio produccedilatildeo
primaacuteria nuacutemero de propriedades rurais populaccedilatildeo taxa de mortalidade evasatildeo escolar entre outros
Seus percentuais somados totalizam 18 que somados aos 7 destinados a Unidades de
Conservaccedilatildeo(ICMS Ecoloacutegico) formam o bolo de 25 que o estado pode destinar de acordo com os
criteacuterios estabelecidos pela normativa estadual aqui referenciada
Na lei 11038 de 1997 dispotildeem sobre a parcela do produto da arrecadaccedilatildeo do Imposto sobre
Operaccedilotildees Relativas agrave Circulaccedilatildeo de Mercadorias e sobre Prestaccedilotildees de Serviccedilos de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaccedilatildeo (ICMS) pertencente aos municiacutepios Sabe-se que o
sistema de caacutelculo do iacutendice de participaccedilatildeo dos municiacutepios no ICMS foi desenvolvido para produzir o
resultado final a partir dos paracircmetros previstos em lei frente os dados obtidos das mais diversas fontes
Portanto a Receita Estadual natildeo dispotildee de valores de repasse especificados por item componente da
ponderaccedilatildeo do iacutendice como eacute o caso do ICMS Ecoloacutegico demandado e natildeo considera o
empreendedorismo e nem valoriza a produccedilatildeo de energia renovaacutevel e sem geraccedilatildeo de resiacuteduos
Eacute necessaacuterio que o cidadatildeo a Sociedade Civil organizada e a Comunidade Cientiacutefica debatam
os projetos que possuem relevacircncia que preencham os requisitos de inovaccedilatildeo e sustentabilidade que
sejam prioritaacuterios para a sua cidade e regiatildeo e defina os destinos dos recursos elencando prioridades e
desta forma criando uma nova cultura de gestatildeo puacuteblica sustentabilidade ambiental e seguranccedila dos
recursos naturais Brasileiros
5 ENERGIA ELEacuteTRICA COMO INDUTORA DO DESENVOLVIMENTO O CASO DE
PANAMBI-RS
A busca por alternativas de energias limpas vem impulsionando o desenvolvimento de
tecnologias viaacuteveis e alternativas para geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto
ambiental Isso nos conduz a estudar fontes emergentes abundantes no paiacutes Poreacutem natildeo se pode deixar
de considerar tecnologias jaacute consolidadas e pouco exploradas ainda como o recurso hiacutedrico de
pequenos rios e lagos como potenciais fontes geradoras de energia sem poluir estes e devolvendo-a ao
leito do rio sem causar impacto na flora e fauna do ambiente com formaccedilatildeo de lagos artificiais
As pequenas usinas utilizam apenas o leito do rio se valem da forccedila hidraacuteulica gerada no
declive do terreno com a construccedilatildeo de um canal lateral por onde eacute canalizado parte do volume hiacutedrico
do rio que no canal lateral sem obstaacuteculos e em declive potencializa o volume de aacutegua acelerando o
escoamento desta que ao final eacute canalizada forccedilando sua passagem em turbinas acopladas a geradores
produzindo e acumulando energia eleacutetrica logo apoacutes esta passagem transcorrido o trecho do canal e
das turbinas trecho de poucos metros a aacutegua torna a ser integralmente devolvida ao leito do rio sem
resiacuteduo e sem perda de volume hiacutedrico
Como exemplo desta tecnologia apresenta-se neste trabalho aqui duas pequenas hidroeleacutetricas
ativas na cidade de Panambi-RS Uma delas utiliza uma turbina modelo Francis que continua em
funcionamento desde 1945 demonstrando sua adequada indicaccedilatildeo aliado ao reduzido impacto
ambiental baixo custo baixa manutenccedilatildeo e alto valor agregado agrave comunidade que a recebe
compartilhando com os demais beneficiaacuterios a responsabilidade de preservaccedilatildeo das aacuteguas para a
manutenccedilatildeo do benefiacutecio e avanccedilos conquistados com a chegada da energia eleacutetrica
Somente em 2013 foi interligada ao sistema nacional de energia ateacute entatildeo a cidade era suprida
por energia gerada por trecircs usinas locais e complementada com energia adquirida da Usina do Passo
Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio
Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS
O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo
denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das
rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo
Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o
desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia
eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da
colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um
renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer
Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e
intelectual do seacuteculo XIX
Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a
colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata
fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela
inflaccedilatildeo
Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande
riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a
possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com
seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de
trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p
63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa
queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado
Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo
Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua
atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING
TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA
FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar
com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos
empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-
se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e
humano
Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos
tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua
transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua
aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira
concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o
desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de
desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento
A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH
Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para
retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por
agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA
correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan
1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs
Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a
relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de
desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak
observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH
de 09
Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000
kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas
usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil
Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia
a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre
cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o
meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado
Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto
1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em
1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)
FOTO 1
FOTO 2
RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926
Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS
FOTO 3
Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago
Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no
_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP
G
A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute
desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da
mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo
FOTO 4
Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945
Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
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FOTO 6
Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013
Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Arquivo da pesquisadora
Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem
desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal
estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a
turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a
eletricidade (SCHREIBER 1977)
Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu
leito natural
FOTO
7
Vista
aeacuterea da usina do Rio Palmeira
Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-
8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg
As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar
a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais
Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma
determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a
potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua
FOTO 8 FOTO 9
Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua
Fonte Arquivo da pesquisadora
A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados
sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado
o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua
parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o
canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do
rio que segue paralelamente
FOTO 10 FOTO 11
Fonte Arquivo da pesquisadora
A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do
seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando
desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas
caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para
grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW
A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao
sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis
apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel
o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a
colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como
pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda
Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira
em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua
do leito do rio (Foto 12)
FOTO 12 FOTO 13
Fonte Arquivo da pesquisadora
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos
despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na
conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo
onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de
cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu
cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas
Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores
muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a
energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na
pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar
determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo
peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o
contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas
comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo
menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios
da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano
Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora
para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes
o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios
baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em
sustentabilidade
Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos
estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de
forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos
= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel
respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade
de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel
ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades
locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes
avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas
quilombolas
Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais
mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para
serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome
internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar
em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo
geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do
homem junto ao ecossistema local
Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser
influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem
entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para
ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e
suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais
naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos
manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de
eficiecircncia e economicamente viaacuteveis
A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo
utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e
meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio
do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade
para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em
decorrecircncia da energia eleacutetrica
BIBLIOGRAFIA
BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998
______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002
BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento
local-regional Lajeado Univates 1999
GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991
______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000
______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S
(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997
______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002
JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo
FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf
Acesso em 30062013
_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000
Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras
Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002
Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ
Vozes 1994
Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977
Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como
Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86
JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em
httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013
Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto
Alegre Bookman 2005
e aquelas inundadas por barragens exceto as localizadas nos municiacutepios sedes das usinas hidreleacutetricas
e a aacuterea calculada do Estado no uacuteltimo dia do ano civil a que se refere a apuraccedilatildeo informadas em
quilocircmetros quadrados pela Divisatildeo de Geografia e Cartografia da Secretaria da Agricultura Pecuaacuteria
e Agronegoacuteciordquo
Os demais itens de avaliaccedilatildeo para o repasse satildeo por exemplo aacuterea do municiacutepio produccedilatildeo
primaacuteria nuacutemero de propriedades rurais populaccedilatildeo taxa de mortalidade evasatildeo escolar entre outros
Seus percentuais somados totalizam 18 que somados aos 7 destinados a Unidades de
Conservaccedilatildeo(ICMS Ecoloacutegico) formam o bolo de 25 que o estado pode destinar de acordo com os
criteacuterios estabelecidos pela normativa estadual aqui referenciada
Na lei 11038 de 1997 dispotildeem sobre a parcela do produto da arrecadaccedilatildeo do Imposto sobre
Operaccedilotildees Relativas agrave Circulaccedilatildeo de Mercadorias e sobre Prestaccedilotildees de Serviccedilos de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicaccedilatildeo (ICMS) pertencente aos municiacutepios Sabe-se que o
sistema de caacutelculo do iacutendice de participaccedilatildeo dos municiacutepios no ICMS foi desenvolvido para produzir o
resultado final a partir dos paracircmetros previstos em lei frente os dados obtidos das mais diversas fontes
Portanto a Receita Estadual natildeo dispotildee de valores de repasse especificados por item componente da
ponderaccedilatildeo do iacutendice como eacute o caso do ICMS Ecoloacutegico demandado e natildeo considera o
empreendedorismo e nem valoriza a produccedilatildeo de energia renovaacutevel e sem geraccedilatildeo de resiacuteduos
Eacute necessaacuterio que o cidadatildeo a Sociedade Civil organizada e a Comunidade Cientiacutefica debatam
os projetos que possuem relevacircncia que preencham os requisitos de inovaccedilatildeo e sustentabilidade que
sejam prioritaacuterios para a sua cidade e regiatildeo e defina os destinos dos recursos elencando prioridades e
desta forma criando uma nova cultura de gestatildeo puacuteblica sustentabilidade ambiental e seguranccedila dos
recursos naturais Brasileiros
5 ENERGIA ELEacuteTRICA COMO INDUTORA DO DESENVOLVIMENTO O CASO DE
PANAMBI-RS
A busca por alternativas de energias limpas vem impulsionando o desenvolvimento de
tecnologias viaacuteveis e alternativas para geraccedilatildeo e armazenamento de energia com menor impacto
ambiental Isso nos conduz a estudar fontes emergentes abundantes no paiacutes Poreacutem natildeo se pode deixar
de considerar tecnologias jaacute consolidadas e pouco exploradas ainda como o recurso hiacutedrico de
pequenos rios e lagos como potenciais fontes geradoras de energia sem poluir estes e devolvendo-a ao
leito do rio sem causar impacto na flora e fauna do ambiente com formaccedilatildeo de lagos artificiais
As pequenas usinas utilizam apenas o leito do rio se valem da forccedila hidraacuteulica gerada no
declive do terreno com a construccedilatildeo de um canal lateral por onde eacute canalizado parte do volume hiacutedrico
do rio que no canal lateral sem obstaacuteculos e em declive potencializa o volume de aacutegua acelerando o
escoamento desta que ao final eacute canalizada forccedilando sua passagem em turbinas acopladas a geradores
produzindo e acumulando energia eleacutetrica logo apoacutes esta passagem transcorrido o trecho do canal e
das turbinas trecho de poucos metros a aacutegua torna a ser integralmente devolvida ao leito do rio sem
resiacuteduo e sem perda de volume hiacutedrico
Como exemplo desta tecnologia apresenta-se neste trabalho aqui duas pequenas hidroeleacutetricas
ativas na cidade de Panambi-RS Uma delas utiliza uma turbina modelo Francis que continua em
funcionamento desde 1945 demonstrando sua adequada indicaccedilatildeo aliado ao reduzido impacto
ambiental baixo custo baixa manutenccedilatildeo e alto valor agregado agrave comunidade que a recebe
compartilhando com os demais beneficiaacuterios a responsabilidade de preservaccedilatildeo das aacuteguas para a
manutenccedilatildeo do benefiacutecio e avanccedilos conquistados com a chegada da energia eleacutetrica
Somente em 2013 foi interligada ao sistema nacional de energia ateacute entatildeo a cidade era suprida
por energia gerada por trecircs usinas locais e complementada com energia adquirida da Usina do Passo
Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio
Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS
O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo
denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das
rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo
Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o
desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia
eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da
colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um
renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer
Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e
intelectual do seacuteculo XIX
Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a
colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata
fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela
inflaccedilatildeo
Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande
riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a
possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com
seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de
trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p
63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa
queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado
Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo
Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua
atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING
TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA
FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar
com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos
empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-
se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e
humano
Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos
tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua
transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua
aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira
concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o
desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de
desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento
A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH
Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para
retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por
agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA
correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan
1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs
Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a
relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de
desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak
observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH
de 09
Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000
kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas
usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil
Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia
a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre
cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o
meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado
Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto
1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em
1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)
FOTO 1
FOTO 2
RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926
Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS
FOTO 3
Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago
Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no
_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP
G
A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute
desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da
mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo
FOTO 4
Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945
Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
FOTO
5
FOTO 6
Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013
Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Arquivo da pesquisadora
Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem
desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal
estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a
turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a
eletricidade (SCHREIBER 1977)
Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu
leito natural
FOTO
7
Vista
aeacuterea da usina do Rio Palmeira
Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-
8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg
As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar
a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais
Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma
determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a
potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua
FOTO 8 FOTO 9
Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua
Fonte Arquivo da pesquisadora
A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados
sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado
o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua
parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o
canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do
rio que segue paralelamente
FOTO 10 FOTO 11
Fonte Arquivo da pesquisadora
A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do
seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando
desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas
caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para
grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW
A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao
sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis
apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel
o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a
colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como
pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda
Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira
em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua
do leito do rio (Foto 12)
FOTO 12 FOTO 13
Fonte Arquivo da pesquisadora
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos
despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na
conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo
onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de
cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu
cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas
Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores
muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a
energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na
pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar
determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo
peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o
contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas
comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo
menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios
da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano
Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora
para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes
o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios
baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em
sustentabilidade
Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos
estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de
forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos
= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel
respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade
de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel
ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades
locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes
avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas
quilombolas
Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais
mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para
serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome
internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar
em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo
geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do
homem junto ao ecossistema local
Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser
influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem
entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para
ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e
suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais
naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos
manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de
eficiecircncia e economicamente viaacuteveis
A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo
utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e
meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio
do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade
para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em
decorrecircncia da energia eleacutetrica
BIBLIOGRAFIA
BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998
______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002
BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento
local-regional Lajeado Univates 1999
GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991
______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000
______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S
(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997
______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002
JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo
FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf
Acesso em 30062013
_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000
Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras
Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002
Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ
Vozes 1994
Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977
Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como
Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86
JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em
httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013
Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto
Alegre Bookman 2005
Real de Salto do Jacuiacute RS Existem as Hidroeleacutetricas Fockink no rio Caxambu HIDROPAN Rio
Palmeira e Rio Alegre hoje municiacutepio de Condor-RS
O municiacutepio de Panambi localiza-se no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) na regiatildeo
denominada planalto rio-grandense regiatildeo caracterizada pelos campos serranos no entroncamento das
rodovias BR-285 e BR-158 Conhecida como Cidade das Maacutequinas ostenta o tiacutetulo de 3ordm Polo
Metalmecacircnico do Estado devido ao seu diversificado parque industrial no qual se observa o
desenvolvimento endoacutegeno oriundo da presenccedila de ferrarias serrarias e oficinas artesanais A energia
eleacutetrica estaacute presente no desenvolvimento de Panambi desde o ano de 1905 cujo primoacuterdio da
colonizaccedilatildeo deu-se em 1898 por iniciativa do capitalista alematildeo Herrmann Meyer que era um
renomado colaborador e coproprietaacuterio do Instituto Bibliograacutefico de Leipzig o ldquoMeyer
Konversationslexikonrdquo senda a enciclopeacutedia de Meyer considerada a suacutemula do estado cultural e
intelectual do seacuteculo XIX
Inicialmente denominava-se colonizaccedilatildeo Neu-Wuumlrttemberg cuja aacuterea que deu origem a
colonizaccedilatildeo localizada distante de tudo no meio do mato sem infraestrutura terras cobertas por mata
fechada sendo a cidade construiacuteda por imigrantes vindos na sua maioria de uma Europa corroiacuteda pela
inflaccedilatildeo
Com intensa atividade laboral a beira de um riacho de fio de aacutegua viram na aacutegua uma grande
riqueza e a potencialidade que norteou e incentivou as diversas atividades iniciais vislumbradas com a
possibilidade da utilizaccedilatildeo da forccedila hidraacuteulica que poderia acionar engenhos moinhos serrarias e com
seus produtos foram construindo um povoado desde suas casas estradas pontes escolas trilho de
trem linha de telefone e assim se sucedeu ateacute suas induacutestrias atuais Como nos relata Leitzke (2002 p
63) ldquo[] em 1916 esse proprietaacuterio instalou um gerador movido por uma turbina de apenas 5 CV numa
queda de somente 180 m passando a fornecer luz eleacutetrica para uns poucos consumidores do povoado
Eacute esse portanto o momento da gecircnese da energia eleacutetrica em Panambirdquo
Destacam-se hoje empresas panambienses de diversos setores as quais tiveram o iniacutecio de sua
atividade junto com a geraccedilatildeo de eletricidade satildeo elas KEPLER WEBER SAUR BRUNING
TECNOMETAL (antiga Ernesto Rehn) INDUacuteSTRIAS ELEacuteTRICAS FOCKINK METALUacuteRGICA
FAULHABER-FUCA REINKE HIDROPAN e OLVEPIN Todas as empresas de origem familiar
com mais de 65 anos de atividades empresas de expressatildeo nacional e internacional cujos
empreendedores satildeo unacircnimes em afirmar que o diferencial no parque industrial de Panambi-RS deu-
se devido a presenccedila da energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento econocircmico social e
humano
Na hidro energia o Brasil possui tecnologia para aproveitamento da aacutegua de rios e riachos
tambeacutem de pequeno volume de aacuteguas como eacute o caso de sucesso da cidade de Panambi-RS onde aacutegua
transformada em energia foi o principal indutor de desenvolvimento da comunidade tornando sua
aplicaccedilatildeo pioneira em pequenas comunidades sendo a Hidroeleacutetrica Panambi a primeira
concessionaacuteria de energia eleacutetrica privada do Estado do Rio Grande do Sul e proporcionou o
desenvolvimento a criaccedilatildeo de induacutestrias fazendo de Panambi RS uma cidade com IDH ndash Iacutendice de
desenvolvimento Humano1 0761 em 2010 classificado como alto iacutendice de desenvolvimento
A energia eleacutetrica conforme nos relatam Silva e Guimaratildees (2012) Anualmente a ONU elabora uma lista classificando seus paiacuteses membros segundo o IDH
Apesar de sofrer algumas criacuteticas o IDH eacute a melhor referecircncia disponiacutevel atualmente para
retratar a qualidade de vida de uma populaccedilatildeo estudada sendo amplamente utilizado tanto por
agecircncias governamentais quanto por pesquisadoresrdquo relatam ainda os autores que ldquoA
correlaccedilatildeo entre o IDH e o consumo de eletricidade foi identificada entre outros por Alan
1 IDH - httpwwwatlasbrasilorgbr2013perfilpanambi_rs
Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a
relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de
desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak
observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH
de 09
Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000
kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas
usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil
Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia
a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre
cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o
meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado
Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto
1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em
1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)
FOTO 1
FOTO 2
RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926
Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS
FOTO 3
Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago
Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no
_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP
G
A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute
desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da
mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo
FOTO 4
Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945
Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
FOTO
5
FOTO 6
Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013
Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Arquivo da pesquisadora
Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem
desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal
estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a
turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a
eletricidade (SCHREIBER 1977)
Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu
leito natural
FOTO
7
Vista
aeacuterea da usina do Rio Palmeira
Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-
8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg
As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar
a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais
Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma
determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a
potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua
FOTO 8 FOTO 9
Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua
Fonte Arquivo da pesquisadora
A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados
sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado
o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua
parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o
canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do
rio que segue paralelamente
FOTO 10 FOTO 11
Fonte Arquivo da pesquisadora
A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do
seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando
desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas
caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para
grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW
A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao
sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis
apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel
o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a
colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como
pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda
Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira
em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua
do leito do rio (Foto 12)
FOTO 12 FOTO 13
Fonte Arquivo da pesquisadora
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos
despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na
conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo
onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de
cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu
cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas
Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores
muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a
energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na
pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar
determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo
peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o
contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas
comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo
menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios
da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano
Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora
para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes
o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios
baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em
sustentabilidade
Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos
estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de
forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos
= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel
respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade
de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel
ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades
locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes
avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas
quilombolas
Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais
mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para
serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome
internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar
em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo
geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do
homem junto ao ecossistema local
Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser
influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem
entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para
ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e
suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais
naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos
manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de
eficiecircncia e economicamente viaacuteveis
A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo
utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e
meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio
do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade
para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em
decorrecircncia da energia eleacutetrica
BIBLIOGRAFIA
BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998
______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002
BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento
local-regional Lajeado Univates 1999
GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991
______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000
______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S
(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997
______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002
JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo
FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf
Acesso em 30062013
_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000
Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras
Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002
Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ
Vozes 1994
Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977
Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como
Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86
JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em
httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013
Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto
Alegre Bookman 2005
Pasternak [1] e Manuel Garcia Jr [2] Na mesma eacutepoca Goldemberg [3] demonstrou a
relevacircncia que a energia tem como determinante do IDH especialmente nos estaacutegios iniciais de
desenvolvimento Comparando o consumo percapita de eletricidade com o IDH Pasternak
observou um limite por volta de 4000 kWh que corresponde em sua curva a um valor de IDH
de 09
Segundo o mesmo autor ldquonenhum paiacutes com consumo percapita de eletricidade inferior a 4000
kWh apresenta IDH igual ou superior a 09rdquo Mesmo assim a hidro eletricidade oriunda de pequenas
usinas eacute um recurso natural pouco utilizado no Brasil
Na sequecircncia de fotos abaixo pode-se observar que prestes a completar 100 anos de existecircncia
a energia eleacutetrica de Panambi continua viva sendo que usinas do Rio Palmeira e do Passo do Alegre
cumpriram e cumprem a funccedilatildeo do desenvolvimento endoacutegeno de Panambi tambeacutem preservaram o
meio ambiente promovendo um desenvolvimento de baixo impacto como pode ser observado
Inicialmente o aproveitamento da forccedila hidraacuteulica foi utilizado para uma pequena serraria (Foto
1) pela Famiacutelia Knorr atualmente HIDROPAN e primeira Usina hidroeleacutetrica instala no Rio Alegre em
1926 (Foto 2) no municiacutepio de Condor-RS (emancipado de Panambi-RS)
FOTO 1
FOTO 2
RODA DacuteAacuteGUA USINA RIO ALEGRE 1926
Fontehttpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Na Foto 3 temos o estado atual da Usina do Rio Alegre em Condor-RS
FOTO 3
Usina do Rio Alegre em Condor-RS vista superior com o seu lago
Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no
_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP
G
A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute
desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da
mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo
FOTO 4
Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945
Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
FOTO
5
FOTO 6
Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013
Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Arquivo da pesquisadora
Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem
desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal
estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a
turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a
eletricidade (SCHREIBER 1977)
Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu
leito natural
FOTO
7
Vista
aeacuterea da usina do Rio Palmeira
Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-
8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg
As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar
a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais
Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma
determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a
potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua
FOTO 8 FOTO 9
Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua
Fonte Arquivo da pesquisadora
A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados
sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado
o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua
parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o
canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do
rio que segue paralelamente
FOTO 10 FOTO 11
Fonte Arquivo da pesquisadora
A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do
seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando
desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas
caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para
grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW
A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao
sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis
apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel
o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a
colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como
pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda
Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira
em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua
do leito do rio (Foto 12)
FOTO 12 FOTO 13
Fonte Arquivo da pesquisadora
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos
despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na
conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo
onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de
cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu
cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas
Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores
muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a
energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na
pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar
determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo
peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o
contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas
comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo
menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios
da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano
Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora
para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes
o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios
baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em
sustentabilidade
Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos
estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de
forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos
= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel
respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade
de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel
ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades
locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes
avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas
quilombolas
Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais
mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para
serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome
internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar
em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo
geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do
homem junto ao ecossistema local
Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser
influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem
entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para
ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e
suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais
naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos
manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de
eficiecircncia e economicamente viaacuteveis
A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo
utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e
meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio
do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade
para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em
decorrecircncia da energia eleacutetrica
BIBLIOGRAFIA
BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998
______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002
BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento
local-regional Lajeado Univates 1999
GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991
______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000
______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S
(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997
______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002
JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo
FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf
Acesso em 30062013
_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000
Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras
Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002
Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ
Vozes 1994
Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977
Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como
Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86
JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em
httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013
Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto
Alegre Bookman 2005
Fontehttpwwwturismorsgovbrmultimidiamax1222440787Barragem_da_usina_da_Hidropan_no
_Rio_Alegre_Linha_Colonia_Cash___Darci_Putz___Acervo_Sec_Desenvolvimento_EconomicoJP
G
A usina do Rio Palmeira (Fotos 45 e 6) utiliza para seu lago apenas o leito do rio e assim o eacute
desde 1945 Queda de aacutegua em 1945 ocasiatildeo da instalaccedilatildeo da usina HIDROPAN Rio Palmeira e da
mesma vista do rio tirada em 062013 por ocasiatildeo da pesquisa de campo
FOTO 4
Paisagem da Primeira Usina da HIDROPAN no rio Palmeira em Panambi RS em 1945
Fonte httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
FOTO
5
FOTO 6
Carlos Ernesto Knorr na cascata Rio Palmeira - 1944 Cascata Rio Palmeira - 2013
Fontes httpwwwhidropancombrsiteverphpcodigo=3579prettyPhoto[gallery1]2
Arquivo da pesquisadora
Para transformar a forccedila das aacuteguas em energia eleacutetrica parte da aacutegua eacute represada sem
desconfigurar o leito do rio Da represa formada no leito do rio desvia-se parte da aacutegua por um canal
estreito e com maior coluna de aacutegua que no final eacute canalizado passa por dutos forccedilados acionando a
turbina que por estar interligada ao eixo do gerador faz com que este entre em movimento gerando a
eletricidade (SCHREIBER 1977)
Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu
leito natural
FOTO
7
Vista
aeacuterea da usina do Rio Palmeira
Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-
8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg
As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar
a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais
Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma
determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a
potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua
FOTO 8 FOTO 9
Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua
Fonte Arquivo da pesquisadora
A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados
sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado
o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua
parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o
canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do
rio que segue paralelamente
FOTO 10 FOTO 11
Fonte Arquivo da pesquisadora
A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do
seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando
desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas
caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para
grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW
A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao
sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis
apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel
o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a
colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como
pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda
Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira
em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua
do leito do rio (Foto 12)
FOTO 12 FOTO 13
Fonte Arquivo da pesquisadora
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos
despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na
conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo
onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de
cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu
cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas
Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores
muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a
energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na
pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar
determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo
peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o
contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas
comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo
menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios
da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano
Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora
para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes
o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios
baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em
sustentabilidade
Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos
estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de
forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos
= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel
respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade
de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel
ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades
locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes
avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas
quilombolas
Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais
mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para
serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome
internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar
em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo
geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do
homem junto ao ecossistema local
Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser
influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem
entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para
ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e
suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais
naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos
manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de
eficiecircncia e economicamente viaacuteveis
A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo
utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e
meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio
do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade
para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em
decorrecircncia da energia eleacutetrica
BIBLIOGRAFIA
BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998
______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002
BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento
local-regional Lajeado Univates 1999
GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991
______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000
______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S
(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997
______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002
JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo
FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf
Acesso em 30062013
_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000
Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras
Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002
Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ
Vozes 1994
Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977
Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como
Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86
JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em
httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013
Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto
Alegre Bookman 2005
Observemos na praacutetica na vista aeacuterea da usina do Rio Palmeira cujo lago utiliza somente seu
leito natural
FOTO
7
Vista
aeacuterea da usina do Rio Palmeira
Fonte httpsmapsgooglecombrmapsq=USINA+RIO+PALMEIRA+PANAMBIampie=UTF-
8ampei=nIf-Ucv2Jrat4APLtYHoDwampved=0CAgQ_AUoAg
As turbinas hidraacuteulicas possuem diversas variedades de formas e tamanhos servem para efetuar
a transformaccedilatildeo da energia hidraacuteulica em energia mecacircnica E dividem-se entre quatro tipos principais
Pelton Francis Kaplan Bulbo Cada um destes tipos eacute adaptado para funcionar em usinas como uma
determinada faixa de altura de queda de aacutegua As vazotildees volumeacutetricas seratildeo o diferencial pois a
potecircncia seraacute proporcional ao produto da queda e da vazatildeo volumeacutetrica da aacutegua
FOTO 8 FOTO 9
Comportas vertedouros (parte inferior) Lateral direita canal para potencializar a forccedila da aacutegua
Fonte Arquivo da pesquisadora
A aacutegua apoacutes passar pelo canal pela gravidade apoacutes o canal eacute conduzida aos dutos forccedilados
sendo a sobra de aacutegua imediatamente devolvida ao leito do rio que foi apenas parcialmente represado
o lago da usina estaacute numa niacutevel mais alto do rio podendo ser associado a uma queda ou natildeo a aacutegua
parcialmente desviada eacute levada atraveacutes de um canal forccedilado ateacute a entrada de dutos forcados apoacutes o
canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do
rio que segue paralelamente
FOTO 10 FOTO 11
Fonte Arquivo da pesquisadora
A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do
seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando
desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas
caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para
grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW
A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao
sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis
apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel
o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a
colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como
pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda
Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira
em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua
do leito do rio (Foto 12)
FOTO 12 FOTO 13
Fonte Arquivo da pesquisadora
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos
despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na
conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo
onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de
cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu
cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas
Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores
muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a
energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na
pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar
determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo
peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o
contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas
comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo
menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios
da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano
Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora
para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes
o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios
baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em
sustentabilidade
Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos
estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de
forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos
= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel
respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade
de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel
ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades
locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes
avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas
quilombolas
Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais
mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para
serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome
internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar
em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo
geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do
homem junto ao ecossistema local
Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser
influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem
entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para
ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e
suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais
naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos
manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de
eficiecircncia e economicamente viaacuteveis
A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo
utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e
meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio
do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade
para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em
decorrecircncia da energia eleacutetrica
BIBLIOGRAFIA
BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998
______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002
BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento
local-regional Lajeado Univates 1999
GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991
______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000
______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S
(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997
______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002
JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo
FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf
Acesso em 30062013
_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000
Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras
Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002
Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ
Vozes 1994
Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977
Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como
Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86
JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em
httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013
Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto
Alegre Bookman 2005
canal percorrido uma distacircncia aproximada total de 100 m o excedente de aacutegua eacute devolvido ao leito do
rio que segue paralelamente
FOTO 10 FOTO 11
Fonte Arquivo da pesquisadora
A usina do Rio Palmeira utiliza a turbina Francis que foi idealizada em 1849 tendo o nome do
seu inventor sendo que a primeira turbina foi construiacuteda pela firma JM Voith em 1873 passando
desde entatildeo por aperfeiccediloamentos constantes Tem sido aplicada largamente pelo fato das suas
caracteriacutesticas cobrirem um grande campo de rotaccedilatildeo especiacutefica Atualmente se constroem para
grandes aproveitamentos podendo ultrapassar a potecircncia unitaacuteria de 750 MW
A vazatildeo trazida ateacute a turbina pelo conduto forccedilado eacute dirigida em direccedilatildeo radial para a roda e ao
sair ganha uma direccedilatildeo axial indo para o canal de fuga atraveacutes do tubo de succcedilatildeo A roda Francis
apresenta um iacutentimo contato com a aacutegua que percorre os seus canais natildeo sendo por isto recomendaacutevel
o seu emprego em usinas cuja aacutegua possua alto teor de soacutelidos em suspensatildeo e recomenda-se a
colocaccedilatildeo de grades que retiram antes da entrada do condutor os eventuais resiacuteduos soacutelidos como
pedaccedilos de madeira em suspensatildeo que se natildeo retirados acarretam excessivo desgaste da roda
Turbina Francis e ao seu lado o gerador de energia na casa das maacutequinas da Usina Rio Palmeira
em Panambi (Foto 11) Saiacuteda da aacutegua e o reencontro da aacutegua utilizada para gerar energia com a aacutegua
do leito do rio (Foto 12)
FOTO 12 FOTO 13
Fonte Arquivo da pesquisadora
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos
despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na
conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo
onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de
cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu
cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas
Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores
muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a
energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na
pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar
determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo
peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o
contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas
comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo
menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios
da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano
Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora
para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes
o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios
baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em
sustentabilidade
Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos
estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de
forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos
= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel
respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade
de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel
ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades
locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes
avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas
quilombolas
Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais
mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para
serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome
internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar
em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo
geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do
homem junto ao ecossistema local
Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser
influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem
entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para
ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e
suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais
naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos
manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de
eficiecircncia e economicamente viaacuteveis
A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo
utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e
meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio
do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade
para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em
decorrecircncia da energia eleacutetrica
BIBLIOGRAFIA
BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998
______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002
BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento
local-regional Lajeado Univates 1999
GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991
______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000
______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S
(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997
______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002
JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo
FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf
Acesso em 30062013
_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000
Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras
Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002
Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ
Vozes 1994
Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977
Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como
Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86
JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em
httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013
Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto
Alegre Bookman 2005
6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Considerando a atual situaccedilatildeo em que se encontra o planeta jaacute eacute passada a hora de todos
despertarem para as questotildees ambientais e de uma forma ou outra tomar iniciativas que auxiliem na
conservaccedilatildeo e recuperaccedilatildeo dos recursos naturais Ao sentir-se inserido no contexto de preservaccedilatildeo
onde a tecnologia empregada partilha entre os usuaacuterios a responsabilidade e necessidade de
cooperaccedilatildeo os usuaacuterios passam a ser ambientalmente responsaacuteveis implantando accedilotildees no seu
cotidiano que educam conscientizam e incentivam seus pares a manterem atitudes verdes e limpas
Olhar de forma a vasculhar o horizonte de cada comunidade especiacutefica desvelando tons e cores
muitas vezes jaacute visitados trazendo a tona novas formas e temas para reflexatildeo seraacute o desafio ao levar a
energia eleacutetrica como indutora de desenvolvimento humano como estaacute estabelecido pela ONU Na
pesquisa de cada realidade local teremos de forma intriacutenseca um modo diferente de olhar e pensar
determinada realidade a partir de uma experiecircncia e de uma apropriaccedilatildeo do conhecimento que satildeo
peculiares a teacutecnicas e paradigmas proacuteprios de cada localidade respeitando e valorizando desta forma o
contexto de cada comunidade a ser inserida A preservaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos nas pequenas
comunidades que satildeo a maioria do Brasil pois 70 das cidades brasileiras possuem uma populaccedilatildeo
menor que os 38 mil habitantes de Panambi passa pela utilizaccedilatildeo racional da aacutegua e com os benefiacutecios
da energia eleacutetrica como indutores de desenvolvimento humano
Utilizar com inteligecircncia o domiacutenio dos princiacutepios fundamentais da quiacutemica e da fiacutesica colabora
para o desenvolvimento econocircmico social e em especial do desenvolvimento humano e sobretudo traacutes
o entendimento do equiliacutebrio ambiental e a manutenccedilatildeo da vida no planeta sendo estes os princiacutepios
baacutesicos que regem a sobrevivecircncia da vida e podem ser construiacutedos pela Ciecircncia baseados em
sustentabilidade
Desta forma agregar conhecimentos baacutesicos de fiacutesica e eletricidade associaacute-los a aspectos
estruturais reacionais e funcionais das transformaccedilotildees permitidas aos sistemas naturais eacute essencial de
forma realizar um equaccedilatildeo fundamental utilizaccedilatildeo racional dos recursos hiacutedricos + empreendedorismos
= Desenvolvimento humano + sustentabilidade Este se constitui no desenvolvimento viaacutevel
respeitando a natureza e tambeacutem as caracteriacutesticas de cada comunidade levando a elas a possibilidade
de desenvolvimento sem escravizaacute-las por recursos tecnoloacutegicos sem sacrifiacutecios de forma sustentaacutevel
ambientalmente permitindo perspectivas mais promissoras quanto agrave transformaccedilatildeo das realidades
locais sem destruiccedilatildeo do meio ambiente sem despendimento excessivo de custo permitindo que estes
avanccedilos ocorram em forma de poliacuteticas puacuteblicas destinadas a comunidades afastadas como indiacutegenas
quilombolas
Reforccedilam-se o uso de tecnologias emergentes na produccedilatildeo de energia associadas a polos metais
mecacircnicos como a induacutestria de Panambi RS onde usinas hidreleacutetricas locais estatildeo disponiacuteveis para
serem visitadas Ressaltando que as empresas locais possuem capacidade tecnoloacutegica com renome
internacional para construir instalar e se necessaacuterio adaptar respeitando o meio ambiente e colocar
em funcionamento tais unidades independentes de geraccedilatildeo de energia e em especial natildeo havendo
geraccedilatildeo de resiacuteduos e nem destruiccedilatildeo da flora e fauna da localidade minimizaccedilatildeo a intervenccedilatildeo do
homem junto ao ecossistema local
Avanccedilar enquanto desenvolvimento humano de forma teoacuterica a qualidade de vida deve ser
influenciada positivamente com a adoccedilatildeo de um modelo de desenvolvimento sustentaacutevel pois este tem
entre seus objetivos reequilibrar a relaccedilatildeo do homem com o meio ambiente promover a equidade para
ambos quando em desequiliacutebrio respeitando o biotipo ambiental e a singularidade das comunidades e
suas localidades com o desenvolvimento cientiacutefico-tecnoloacutegico sustentaacutevel do Brasil e das demais
naccedilotildees em desenvolvimento Outrossim deve-se privilegiar o desenvolvimento de processos meacutetodos
manejos de recursos naturais e equipamentos que sejam ambientalmente compatiacuteveis sem prejuiacutezo de
eficiecircncia e economicamente viaacuteveis
A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo
utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e
meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio
do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade
para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em
decorrecircncia da energia eleacutetrica
BIBLIOGRAFIA
BECK Ulrich La sociedad del riesgo hacia una nueva modernidad Barcelona Paidoacutes 1998
______ La sociedad del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno 2002
BECKER D F Redenep a pesquisa o planejamento e a gestatildeo em rede do desenvolvimento
local-regional Lajeado Univates 1999
GIDDENS Anthony As consequumlecircncias da modernidade Satildeo Paulo UNESP 1991
______ O mundo em descontrole Rio de Janeiro Record 2000
______ A vida em uma sociedade poacutes-tradicional In BECK U GIDDENS A amp LASH S
(eds) Modernizaccedilatildeo Reflexiva Satildeo Paulo UNESP 1997
______ Modernidade e Identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 2002
JACOBI P Poder local poliacuteticas sociais e sustentabilidade Sauacutede e Sociedade Satildeo Paulo
FSUUSP e APSP 1999 8(1) 31-48 Disponiacutevel em httpwwwscielobrpdfsausocv8n104pdf
Acesso em 30062013
_______ P Cidade e meio ambiente Satildeo Paulo Annablume 2000
Leitzke E Carlos Ernesto Knorr Anna Muumldsam Knorr Cem anos da Histoacuteria familiar em terras
Brasileiras Panambi HIDROPAN 2002
Minayo Maria Ceciacutelia de Souza Pesquisa social teoria meacutetodo e criatividade Petroacutepolis RJ
Vozes 1994
Schreiber PG Usinas Hidroeleacutetricas Edgard Bluumlcher Satildeo Paulo 1977
Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como
Instrumento de Projeccedilatildeo de Demanda de Energia Eleacutetrica In Economia amp Energia Ndeg86
JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em
httpecencomeee86eee86pidh_eletricidadehtm Acessado em 25072013
Yin Robert K Estudo de Caso planejamento e meacutetodos Traduccedilatildeo de Daniel Grassi 3ordf ed Porto
Alegre Bookman 2005
A experiecircncia de Panambi RS demonstra de forma incontestaacutevel que os rios cujas aacuteguas satildeo
utilizadas para a geraccedilatildeo de energia estatildeo muito bem preservados protegidos com mata ciliar fauna e
meio ambiente em equiliacutebrio enquanto os outros dois rios de expressatildeo na cidade Rio Fiuacuteza e Arroio
do Moinho agonizam em uma morte lenta e progressiva comprovando o envolvimento da comunidade
para a proteccedilatildeo do recurso ambiental ainda que seja sob medo do retrocesso dos avanccedilos surgidos em
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Silva Marcelo G da Guimaratildees Leonam dos S Uso do Iacutendice de Desenvolvimento Humano como
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JulhoSetembro 2012 Ano XVI-Nordm 86 Disponiacutevel em
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Alegre Bookman 2005