pensando o vitalismo 1

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Pensando o Vitalismo Princípio Vital, Vitalismo e uma Fisiologia Vitalista Maria Thereza do Amaral

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Princípio Vital, Vitalismo e uma Fisiologia Vitalista sob a óptica de uma historiadora da ciência.

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Page 1: Pensando o vitalismo 1

Pensando o Vitalismo

Princípio Vital, Vitalismo e uma Fisiologia Vitalista

Maria Thereza do Amaral

Page 2: Pensando o vitalismo 1

1 – Apresentação

2 – Princípio Vital, Vitalismo e uma Fisiologia

Vitalista

3 – Sugestões de Leitura

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 2

Page 3: Pensando o vitalismo 1

Maria Thereza

do Amaral

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Page 4: Pensando o vitalismo 1

VeterináriaUnesp - Jaboticabal

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Page 5: Pensando o vitalismo 1

Homeopatia

Veterinária

clínica homeopata

Faculdade

Homeopatia médica – 1988-1989

Homeopatia veterinária – 1993 e 1996

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Page 6: Pensando o vitalismo 1

Homeopatia

Veterinária homeopata

Ensino de Homeopatia

Pesquisa em Homeopatia

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Page 7: Pensando o vitalismo 1

História da Ciência PUC/SP

Mestre – 2002

Doutora – 2010

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Page 8: Pensando o vitalismo 1

WEB e ciaDesde 1994

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Page 9: Pensando o vitalismo 1

Pressupostos

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Page 11: Pensando o vitalismo 1

Pensamento biológico

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Page 12: Pensando o vitalismo 1

Pensamento biológico

e

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Page 13: Pensando o vitalismo 1

Pensamento biológico

e

pensamento clínico

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Page 14: Pensando o vitalismo 1

Pensamento biológico

Visão biológica

Ver tudo do ponto de vista de um ser vivo

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Page 15: Pensando o vitalismo 1

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Page 16: Pensando o vitalismo 1

Abordagem

transdisciplinar

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Page 17: Pensando o vitalismo 1

Ab

ord

age

m

tran

sdis

cip

linar

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Page 18: Pensando o vitalismo 1

Abordagem

transdisciplinar

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Page 19: Pensando o vitalismo 1

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Page 20: Pensando o vitalismo 1

Redes

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Page 21: Pensando o vitalismo 1

Redes

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Page 22: Pensando o vitalismo 1

Redes

Visão sistêmica

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Page 23: Pensando o vitalismo 1

Redes

Funcionar/ver / pensar

Em Redes

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Page 24: Pensando o vitalismo 1

Pesquisadora

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Page 25: Pensando o vitalismo 1

Pesquisadora

História da Ciência

Doutorado (2010)

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 25

Page 26: Pensando o vitalismo 1

Pesquisadora

História da Ciência

Doutorado

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Page 27: Pensando o vitalismo 1

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Page 28: Pensando o vitalismo 1

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Q

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Q

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Q

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Q

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Page 32: Pensando o vitalismo 1

Princípio vital, vitalismo e a proposta de uma

fisiopatologia vitalista.

Page 33: Pensando o vitalismo 1

Uma abordagem teórica de um problema que afeta:

• A Homeopatia

• O Estudo do ser vivo

• Como se estuda o ser vivo

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Page 34: Pensando o vitalismo 1

E que busca estudar fatores, situações, fatos, teorias, co

nceitos pré Hahnemann.

Mas vistos por uma historiadora que tem formação em clínica e em

Homeopatia.

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Page 35: Pensando o vitalismo 1

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Page 36: Pensando o vitalismo 1

‘Princípio vital’, ‘vitalismo’ e ‘fisiopatologia vitalista’

Um panorama particular da

França entre os anos de 1770 e 1820, em

estreita correlação com a faculdade de medicina

de Montpellier e os meios científicos de Paris, em

oposição a faculdade de Paris.

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Page 37: Pensando o vitalismo 1

‘Princípio vital’ ‘vitalismo’

Criação de fisiólogos do período

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‘fisiopatologia vitalista’

Criação da autora

Page 38: Pensando o vitalismo 1

São componentes de um mesmo conjunto teórico construído ao longo do tempo por diversos campos do saber

Necessitam ser analisados para que se entenda melhor a sua dinâmica, o seu contexto, o seu

conteúdo e sua construção.

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Page 39: Pensando o vitalismo 1

Esses termos, e seus respectivos conceitos,

se encaixam em uma categoria que podemos

chamar de ‘vitalismo médico de Montpellier’

(uma designação dada a posteriori)

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Page 40: Pensando o vitalismo 1

Pressupomos que sem que um conceito seja

estudado em seus próprios termos,

em sua época e dentro de seu modelo de ciência

específico e explicitado,

para que depois seja montado um encadeamento

com outros conceitos,

não se constrói uma rede conceitual-histórica

fidedigna.

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Page 41: Pensando o vitalismo 1

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Page 42: Pensando o vitalismo 1

grupo de pesquisa do CESIMA e seu método geral de pesquisa em História da Ciência.

Estudar os conceitos, os autores e

suas obras dentro da dimensão em

que foram concebidos e na qual foram

expressas.

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Page 43: Pensando o vitalismo 1

Através de

documentos

as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes,

suas contextualizações e textualizações, e

as condições que contornam nossas escolhas,

delimitando nossa pesquisa

e nossa atuação como pesquisadores.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 43

Page 44: Pensando o vitalismo 1

Através de

documentos

as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes,

suas contextualizações e textualizações, e

as condições que contornam nossas escolhas,

delimitando nossa pesquisa

e nossa atuação como pesquisadores.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 44

Page 45: Pensando o vitalismo 1

Através de

documentos

as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes,

suas contextualizações e textualizações, e

as condições que contornam nossas escolhas,

delimitando nossa pesquisa

e nossa atuação como pesquisadores.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 45

Page 46: Pensando o vitalismo 1

Através de

documentos

as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes,

suas contextualizações e textualizações, e

as condições que contornam nossas escolhas,

delimitando nossa pesquisa

e nossa atuação como pesquisadores.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 46

Page 47: Pensando o vitalismo 1

Através de

documentos

as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes,

suas contextualizações e textualizações, e

as condições que contornam nossas escolhas,

delimitando nossa pesquisa

e nossa atuação como pesquisadores.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 47

Page 48: Pensando o vitalismo 1

Analisamos o trabalho feito pelo pesquisador ao trabalhar seus objetos,

analisamos o que foi estudado sobre ele e

analisamos o que outros autores consideraram sobre o autor e sua época.

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Page 49: Pensando o vitalismo 1

O documento

componentes Rede conceitual histórica

tempo

Interfaces

Vários campos do saber

Conjuntos teóricos

Sua construção Sua dinâmica Seu contexto Seu conteúdo

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Page 50: Pensando o vitalismo 1

Método

A análise de um documento

fontes Seu autor

fontes

fontes

fontesNosso

documento (1)

fontes

Lit. 2ª Lit. 2ª Lit. 2ª Lit. 2ª

tempo Análise historiográfica (2)

“contexto”, o que o cerca (3)

HistóriaSociedade

Religião Arte: música,

pintura, literatura,etc

Educação

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Page 51: Pensando o vitalismo 1

(1) A análise do documento

(2) A análise historiográfica

(3) A análise do que o cerca

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Page 52: Pensando o vitalismo 1

(1) O documento

Estudamos o texto através de uma análise de

argumentos, de sua coerência interna e vínculos

com outros textos, onde fazemos uma análise

do texto por ele mesmo, pelos dados que

fornece.

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Page 53: Pensando o vitalismo 1

(2) A análise historiográfica

Fazemos uma análise que implica na leitura

bidirecional texto-contexto, na procura por

indicações de continuidades e permanências de

conceitos, teorias e métodos científicos no

decorrer do tempo.

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Page 54: Pensando o vitalismo 1

(3) O que o cerca

Todo autor está imerso num universo particular, marcado por direções e influências específicas que nos dão um sentido maior que

somente a análise e a crítica do texto nos dariam.

Devem ser levadas em conta as especificidades dos contextos e discursos que formam e marcam as

concepções científicas de épocas diversas.

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Page 55: Pensando o vitalismo 1

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Page 56: Pensando o vitalismo 1

Os termos e sua história

Barthez

Paul-Joseph Barthez (1734-1806) médico e fisiologista francês, estudou e dirigiu a faculdade de medicina de Montpellier.

Um fator determinante na literatura que se seguiu a partir do final do século XIX, entre dois períodos muito significativos da história da fisiologia médica.

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Page 57: Pensando o vitalismo 1

Os termos e sua história

Barthez

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 57

Page 58: Pensando o vitalismo 1

Revolução Francesa

– Antes, durante e depois (reabilitado por Napoleão).

Mudanças na profissão médica, na saúde pública (hospitais) e no ensino da medicina na França.

Iluministas e enciclopedistas.

Paris e Montpellier – rivalidade “eterna”.

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Page 59: Pensando o vitalismo 1

Barthez

Sua principal obra, Nouveaux Éléments de la

Science de l`Homme, foi publicada em 1778, e é

onde ele propõe um método de estudo e de

compreensão fisiopatológica para o ser vivo.

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Page 60: Pensando o vitalismo 1

Barthez

Suas obras podem ser agrupadas em três fases:

de 1772 a 1774, a sua fase mais geral,

obras foram escritas em latim e

ele expõe, em sua obra Oration Academica de Principio Hominis Vitali (1772-1773), sua teoria do ‘princípio vital’, que ele detalhou na obra seguinte,

Nova Doctrina de Functionibus [Fonctionibus] Naturae (1774);

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Page 61: Pensando o vitalismo 1

Barthez

a fase que vai de 1778 a 1801,

ocorre a fundamentação de suas teorias obras escritas em francês,

propõe, na obra Noveau Éléments de La Science de l’Homme de 1778, um novo modelo fisiológico,

coerente com uma proposta de abordagem de um ‘Homem Inteiro’ (Homme Entiere).

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Page 62: Pensando o vitalismo 1

Barthez

a fase que vai de 1778 a 1801,

ocorre a fundamentação de suas teorias obras escritas em francês,

Que por sua vez estava inserida em uma proposta geral de conhecimento, a ‘Ciência do Homem’

(Science de l’Homme).

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Page 63: Pensando o vitalismo 1

Barthez

e fase a que vai de 1801 a 1806,

ocorre a aplicação de suas teorias em suas práticas médicas,

obras estas escritas em francês.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 63

Page 64: Pensando o vitalismo 1

Barthez

Em todas estas fases o que se observa é a evolução do conceito

de ‘princípio vital’.

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Page 65: Pensando o vitalismo 1

Barthez

Quando se fala em Barthez é muito comum o uso da expressão ‘princípio vital’ para caracterizar o que

seria seu ‘vitalismo’.

O conceito de ‘princípio’, apesar de muito utilizado em sua obra, era um conceito aplicado a várias

áreas e que fazia parte do contexto científico de sua época.

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Page 66: Pensando o vitalismo 1

Barthez

O desenvolvimento de uma ‘fisiologia do homem’, nas palavras do próprio Barthez:

“... são as forças do Princípio Vital do homem, suas comunicações ou simpatias, sua reunião

em sistema, suas modificações distintas dentro dos temperamentos e da idade e sua extinção à

morte” .

P-J. Barthez, Nouveaux éléments de la science de l'homme, v.1, pp.35-6.

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Page 67: Pensando o vitalismo 1

Barthez

Para ele o uso do termo ‘princípio vital’ teria duas finalidades:

uma, seria a de usar uma expressão que possibilitasse “encurtar o cálculo analítico dos

fenômenos”

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 67

Page 68: Pensando o vitalismo 1

Barthez

A outra teria a função de indicar que o fenômeno da

existência da vida em um ser vivo se dá através de

algo, que tinha as características de poder vir de fora do

corpo do ser ou não, que tinha a característica de não ser

a alma e também de estar intimamente ligado à matéria

a quem dava esta vida, mas não ser gerado por essa

matéria.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 68

Page 69: Pensando o vitalismo 1

Barthez

A esse algo Barthez deu o nome ‘princípio vital’.

P-J. Barthez, Nouveaux éléments de la science de l’homme, v.1, p. 18-9, p. 2.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 69

Page 70: Pensando o vitalismo 1

Barthez

Em Noveau Éléments de La Science de l’Homme,

Barthez afirma que “...eu chamo de Princípio

vital do homem a causa que produz todos os

fenômenos da vida no corpo humano.

O nome dessa causa é assaz indiferente e pode

ser dado à vontade.”

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Page 71: Pensando o vitalismo 1

Barthez

O que caracterizaria a dinâmica fisiológica de

Barthez pode ser colocado nos seguintes termos:

O que faz a vida ocorrer seria o ‘princípio vital’,

mas ele não definiria que ela é.

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Page 72: Pensando o vitalismo 1

Barthez

Esse ‘princípio vital’ agiria através de forças

que produziriam todos os fenômenos da

vida no corpo humano, desde seu início até

seu fim.

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Page 73: Pensando o vitalismo 1

Os termos e sua história

Dumas

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Page 74: Pensando o vitalismo 1

Dumas

O médico e fisiologista Charles-Louis Dumas (1765 –1813), no prefácio de sua obra Principes de Physiologi, de 1800, cita três grandes direções nos estudos anatomo-fisiológicos que dariam origem a diferentes hipóteses:

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 74

Page 75: Pensando o vitalismo 1

Dumas

A materialista

A espiritualista

A de outros fisiológos .

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 75

Page 76: Pensando o vitalismo 1

Dumas

A terceira, de outros fisiológos que consideram que todos fenômenos da vida não são devidos nem à matéria e tampouco à alma, mas a um princípio intermediário que possui faculdades tanto como de um, como de outro, e que regra, dispõe e ordena todos os atos de vitalidade, sem ser movido por estímulos físicos do corpo material, nem dirigido pelas afecções morais ou previsões intelectuais do próprio pensamento.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 76

Page 77: Pensando o vitalismo 1

Dumas

Destas três ‘seitas’ derivariam todas as outras, que para Dumas estariam dividindo os fisiólogos:

a primeira dos mecânicos e dos químicos,

a segunda dos animistas e dos stahlinianos,

a terceira dos vitalistas.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 77

Page 78: Pensando o vitalismo 1

Dumas

A terceira orientação :

Barthez, responde furiosamente a Dumas...

(...mas a um princípio intermediário que possui faculdades tanto como de um, como de outro, e que regra, dispõe e ordena todos

os atos de vitalidade...)

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 78

Page 79: Pensando o vitalismo 1

Dumas

E foi aqui que o termo ‘vitalista’ foi cunhado e definido, ou seja, em 1800.

(‘princípio vital’ em 1772)

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 79

Page 80: Pensando o vitalismo 1

Os termos e sua história

Vitalismo

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 80

Page 81: Pensando o vitalismo 1

O vitalismo

Vitalismo é um termo usado para indicar

qualquer doutrina filosófica, médica ou

biológica que considere os fenômenos vitais

como irredutíveis aos fenômenos físico-

químicos.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 81

Page 82: Pensando o vitalismo 1

Essa irredutibilidade pode ser comum a todas

correntes, mas a forma como elas definem,

qualificam e quantificam esta

irredutibilidade, e o que elas procuram com

isso, varia enormemente.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 82

Page 83: Pensando o vitalismo 1

Embora este seja um núcleo de definição comum a

todas correntes, doutrinas, e visões ditas

‘vitalistas’, a expressão ‘vitalismo’ na realidade é

ambígua, e apesar de evidências superficiais não

indicarem isto, ela nós remete a vários tipos de

estudos e concepções, com objetivos diversos, e

feitos em épocas diversas.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 83

Page 84: Pensando o vitalismo 1

Uma de nossas dificuldades em conceituar e

contextualizar apropriadamente o termo

‘vitalismo’ é o fato de que ele foi discutido e

aplicado, com conceitos diferentes, em áreas

diversas, tais como filosofia, biologia, medicina,

química e fisiologia.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 84

Page 85: Pensando o vitalismo 1

Química,

(usada na obra de Barthez)

Tem, em geral, uma visão muito restrita quando

entende por ‘vitalismo’ uma corrente que afirmava

não ser possível sintetizar um composto orgânico

fora do corpo.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 85

Page 86: Pensando o vitalismo 1

Química X Vitalismo

... 1828 quando Friedrich Wöhler publicou um trabalho sobre a síntese de uréia, provando que compostos orgânicos podiam ser criados artificialmente e derrubando o vitalismo como base teórica para a distinção entre a matéria animada e inanimada.

(Wikipedia, História da Bioquímica)

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 86

Page 87: Pensando o vitalismo 1

Química X Vitalismo

... porém tende-se a “esquecer” que Hans Krebs (1900-1981) publicou em 1932 que o ‘ciclo da uréia’ é somente observado em células vivas...

(E. Kinne-Saffran, R. K. H Kinne, “ Vitalism and Synthesis of Urea”. American Journal of Nephrology, 19 (1999) : 290-294 )

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 87

Page 88: Pensando o vitalismo 1

[Mas, voltando...]

Nunca se deverá esquecer que os

termos ‘vitalista’ e ‘vitalismo’ foram

invenções do século XIX, que foram se

modificando ao longo do tempo.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 88

Page 89: Pensando o vitalismo 1

Os termos e sua história

Uma fisiopatologia vitalista

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 89

Page 90: Pensando o vitalismo 1

Os termos e sua história

Uma fisiopatologia vitalista

Uma designação dada a posteriori

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 90

Page 91: Pensando o vitalismo 1

Uma fisiopatologia vitalista

A fisiologia, no sentido moderno do termo, é o resultado de um longo processo de

construção.

Na pesquisa realizada durante o mestrado, abordamos a contribuição realizada nesse

sentido por Barthez

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 91

Page 92: Pensando o vitalismo 1

Uma fisiopatologia vitalista

Para Barthez a fisiologia

“..são as forças do Princípio Vital do homem, suas

comunicações ou simpatias , sua reunião em um

sistema, suas modificações distintas dentro dos

temperamentos e das idades e sua extinção à

morte”

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 92

Page 93: Pensando o vitalismo 1

Uma fisiopatologia vitalista

‘Princípio vital’ era o nome da causa experimental

da vida, apresentada a Barthez pela observação da

saúde e das moléstias no homem, ou seja, chegou a

essas conclusões por fatos observáveis e

observados.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 93

Page 94: Pensando o vitalismo 1

Barthez aborda em sua obra aspectos fisiopatológicos’ do homem :

• por que ele é um homem e gera um homem e não outra espécie.

• o que são moléstias,

• como se dão os movimentos, tanto dos músculos quanto dos órgãos internos,

• o que determina a estrutura e a coesão de todas suas partes,

• o que o faz envelhecer e morrer.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 94

Page 95: Pensando o vitalismo 1

Barthez propôs sua fisiopatologia baseado em

uma síntese de várias correntes filosóficas

(“científicas”) e fisiológicas vindas de um vasto

apanhado de tendências do século XVII e

XVIII, e outras anteriores.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 95

Page 96: Pensando o vitalismo 1

O ponto central de qualquer estudo dito

‘vitalista’ é o ser vivo, e esse fato não deve

jamais ser esquecido, pois os objetivos, os

pressupostos e as conclusões de um estudo

desse tipo jamais serão as mesmas que de

outras correntes fisiológicas.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 96

Page 97: Pensando o vitalismo 1

Os termos e sua história

Conclusão

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 97

Page 98: Pensando o vitalismo 1

‘Princípio vital’, Barthez

‘Vitalismo’, Dumas

Estes termos, e seus respectivos conceitos, se

encaixam em um ‘vitalismo médico de Montpellier’

que será uma designação dada a posteriori, assim

como o termo ‘fisiopatologia vitalista’ para designar a

fisiopatologia de Barthez.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 98

Page 99: Pensando o vitalismo 1

O dito ‘vitalismo’ de Barthez, assim como de outros

fisiologistas franceses do período, é muito útil

como subsídio para se formar um outro olhar

sobre o estudo do ser vivo em geral, sendo um

tema atual perante as novas visões da química e da

física, e suas interações com a biologia em geral, e

a fisiologia em particular.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 99

Page 100: Pensando o vitalismo 1

Barthez não se denominou um ‘vitalista’,

não fez nenhum tipo de ‘vitalismo’,

foi um estudioso médico, profundamente envolvido

em um programa de pesquisa fisiopatológica na

França, no século XVIII, na faculdade de medicina

de Montpellier em conjunção com determinados

círculos e sociedades de Paris.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 100

Page 101: Pensando o vitalismo 1

Sugestõesde

Leitura

Page 102: Pensando o vitalismo 1

Sugestões de Leitura

• WAISSE-PRIVEN, S. . Hahnemann: Um Médico de seu Tempo. São Paulo: EDUC/FAPESP, 2005. v. 1. 131 p.

• WAISSE PRIVEN, S.I. . d & D: duplo Dilema. du Bois-Reymond e Driesch, ou a vitalidade do Vitalismo. 1a. ed. São Paulo: Educ; Fapesp, 2009. v. 1. 340 p.

• CIMINO, Guido, DUSCHENEAU, François. Vitalisms: from Haller to the Cell Theory. Proceedings of the Zaragoza Symposium XIXth International Congress of History of Science 22-29 August 1993, Firenze, Olschki, 1997.

23/10/2011 Maria Thereza do Amaral 102

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Maria Thereza do Amaral

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