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PENSANDO A EXTENSÃO COM SABERES DIFERENTES PATRÍCIO, Gabriela Frizzo. Coordenadora do Projeto de Extensão “Pensando a extensão com saberes diferentes”, IFC – Campus Videira. DA ROSA, Angela Maria Crotti. Colaboradora do Projeto de Extensão “Pensando a extensão com saberes diferentes”, IFC – Campus Videira. ZUANAZZI, Camila Zanette. Colaboradora do Projeto de Extensão “Pensando a extensão com saberes diferentes”, IFC – Campus Videira. CAON, Regina . Bolsista do Projeto de Extensão “Pensando a extensão com saberes diferentes”, IFC – Campus Videira. Introdução O presente projeto visa atender a comunidade escolar interna e externa através de cursos de curta duração em parceria com o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). As atividades desenvolvidas pelos cursos buscam envolver a comunidade na aprendizagem de técnicas que auxiliem a geração de trabalho e renda. Parte-se do pressuposto de que a missão do Instituto Federal Catarinense é “ proporcionar a educação profissional atuando em ensino, pesquisa e extensão comprometidos com a formação cidadã, a inclusão social e o desenvolvimento regional” (BLUMENAU, 2014). Nesse intuito, a ideia do projeto é a de incluir a comunidade através do aprendizado de técnicas simples que aprimorem atividades do cotidiano e as fundamentem com conhecimento científico. Assim, este aprendizado poderá fomentar o desenvolvimento regional, uma vez que a geração de renda que pode ser obtida pela técnica apreendida dá suporte para tal. Para tal, objetiva-se: i) oportunizar o aprendizado de diversas técnicas que resultem em trabalho e geração de renda; ii) proporcionar à comunidade envolvida o aperfeiçoamento de técnicas que promovam inclusão social e a formação cidadã; iii) aperfeiçoar o aprendizado que garanta a geração de renda e, a longo prazo, o desenvolvimento regional; iv) inserir a comunidade no processo educacional de extensão, difundindo a experiência de diversas vivências.

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Page 1: PENSANDO A EXTENSÃO COM SABERES DIFERENTES …eventos.ifc.edu.br/micti/wp-content/uploads/sites/5/2014/08... · Foto 1: Corte de Abacaxi para produção de Geléia. Curso de Conserva

PENSANDO A EXTENSÃO COM SABERES DIFERENTES

PATRÍCIO, Gabriela Frizzo. Coordenadora do Projeto de Extensão “Pensando a extensão com saberes diferentes”,IFC – Campus Videira.DA ROSA, Angela Maria Crotti. Colaboradora do Projeto de Extensão “Pensando a extensão com saberesdiferentes”, IFC – Campus Videira.ZUANAZZI, Camila Zanette. Colaboradora do Projeto de Extensão “Pensando a extensão com saberes diferentes”,IFC – Campus Videira.CAON, Regina. Bolsista do Projeto de Extensão “Pensando a extensão com saberes diferentes”, IFC – CampusVideira.

Introdução

O presente projeto visa atender a comunidade escolar interna e externa através

de cursos de curta duração em parceria com o SENAR (Serviço Nacional de

Aprendizagem Rural). As atividades desenvolvidas pelos cursos buscam envolver a

comunidade na aprendizagem de técnicas que auxiliem a geração de trabalho e renda.

Parte-se do pressuposto de que a missão do Instituto Federal Catarinense é “

proporcionar a educação profissional atuando em ensino, pesquisa e extensão

comprometidos com a formação cidadã, a inclusão social e o desenvolvimento regional”

(BLUMENAU, 2014).

Nesse intuito, a ideia do projeto é a de incluir a comunidade através do

aprendizado de técnicas simples que aprimorem atividades do cotidiano e as

fundamentem com conhecimento científico. Assim, este aprendizado poderá fomentar o

desenvolvimento regional, uma vez que a geração de renda que pode ser obtida pela

técnica apreendida dá suporte para tal.

Para tal, objetiva-se: i) oportunizar o aprendizado de diversas técnicas que

resultem em trabalho e geração de renda; ii) proporcionar à comunidade envolvida o

aperfeiçoamento de técnicas que promovam inclusão social e a formação cidadã; iii)

aperfeiçoar o aprendizado que garanta a geração de renda e, a longo prazo, o

desenvolvimento regional; iv) inserir a comunidade no processo educacional de

extensão, difundindo a experiência de diversas vivências.

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Material e Métodos

O método adotado em cada curso de curta duração utiliza metodologia própria

do SENAR. O material para os cursos também é oferecido pelo SENAR.O IFC oferta o

espaço para a realização do curso e os alunos, os quais são selecionados mediante

inscrição por meio de edital específico para cada curso. Em geral, as vagas são divididas

em percentual de 60% para comunidade de área rural e 40% para comunidade de área

urbana.

No entanto, como até o momento tivemos a oportunidade de ofertar três cursos

de curta duração na área de produção alimentícia, podemos afirmar que os participantes

recebem aulas teóricas e práticas. Assim, a metodologia em geral utilizada, apesar de ser

própria do SENAR, pode ser definida como treinamento profissional, onde os

participantes recebem instruções a respeito da legislação vigente e aprendem técnicas

industriais de manipulação dos alimentos referentes ao conteúdo curricular de cada

curso.

Resultados e discussão

Esse projeto possui boa aceitação pela comunidade externa. Prova disso é a

procura pelos cursos no setor de extensão do Campus Videira e as conversas informais

das alunas com a equipe de extensão durante a realização dos cursos. As participantes

solicitam que continuem as ofertas de cursos na área de alimentação, bem como surjam

outros cursos em áreas diferentes, como o artesanato.

Nos cursos já ofertados, pode-se afirmar que o aproveitamento das alunas nas

aulas é integral, ou seja, elas frequentam o curso com assiduidade e comprometimento,

realizando todas as tarefas solicitadas pela instrutora do SENAR com êxito e dedicação.

Isso pode ser claramente observados nas fotos a seguir.

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Foto 1: Corte de Abacaxi para produção de Geléia. Curso de Conserva de Doces.Fonte: Setor de Estágios e Extensão IFC – Campus Videira (2016).

Foto 2: Produção de Conservas Salgadas. Curso de Frutas, Hortaliças e Temperos.Fonte: Coordenação de Comunicação do IFC Campus Videira (2016).

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Foto 3: Produção de Geleado de Laranja. Curso de Conserva de Frutas, Temperos e Hortaliças.Fonte: Coordenação de Comunicação do IFC Campus Videira (2016).

É possível perceber através das atividades desenvolvidas que “o conhecer não é

destinado a objetos, mas sim a sujeitos, o que demanda o querer saber, a curiosidade

sobre o mundo” (LELIS, COELHO, DIAS, 2012).

Os cursos ofertados resultam na integração desses sujeitos possibilitando a

agregação de saberes diversos, os quais surgem a partir de conhecimentos do senso

comum somado ao conhecimento científico propulsionado pela instituição parceira (o

SENAR).

Nesse sentido, ao atingir os sujeitos, concordamos com a ideia de que o espaço

destinado a este projeto busca “ […] estender os limites do conhecimento, intensificar a

criatividade e moldar a identidade de uma nação” (FERNANDES et al, 2012).

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Conclusão

O projeto oportuniza a comunidade externa para o aprendizado de técnicas

simples, mas que utilizam conhecimento científico e a práxis como fontes para a

geração de trabalho e renda.

Dessa forma, as aplicações oriundas do treinamento profissional de cada curso

promoveram e continuam a promover a inclusão das pessoas tanto para o aprendizado

dessas técnicas quanto ao envolvimento com pessoas da mesma comunidade,

proporcionando a inclusão participativa e formação para a cidadania.

Além disso, o aprendizado – ao ofertar uma possibilidade de geração de renda

para o participante do curso, através de sua formação profissionalizante – pode agregar

a longo prazo, a contribuição no processo de desenvolvimento econômico rural e

regional, por meio da agroindústria, por exemplo.

Nesse sentido, ao inserir a comunidade no processo educacional por meio das

atividades de extensão, ocorre também a difusão das experiências que são resultados da

vivência que cada participante traz para a reflexão no grupo.

A continuidade desse projeto significa ultrapassar a lógica capitalista e dar

sentido a atividades diárias que muitas vezes são pouco valorizadas por não utilizarem

técnicas apropriadas. Dessa forma, a transformação humana e social que essas

atividades – somadas às técnicas – induzem, resultam em um novo pensar sobre as

atividades de extensão proporcionadas pela instituição de ensino ofertante deste projeto:

a transformação do ser ao mesmo tempo em que este busca conviver.

Referências

BLUMENAU. Instituto Federal Catarinense. Projeto de Desenvolvimento Institucional (PDI). 2014. Disponível em: http://ifc.edu.br/wp-content/uploads/2015/02/PDI-2014_2018.pdf. Acesso em 17 maio 2016.

FERNANDES, et al. Universidade e Extensão Universitária: A visão dos moradores dascomunidades circunvizinhas. Educação em Revista, Belo Horizonte, v.28, n.04, p.169-194, dez. 2012.

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LELIS, Davi Augusto Santana de; COELHO, France Maria Gontijo; DIAS, Marcelo Miná. A necessidade das intervenções: Extensão Rural como serviço ou como direito? Interações, Campo Grande, v.13, n.1, p.69-80, jan/jun.2012.